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CAPÍTULO 1

ADORAR É SERVIR(latreia)

O culto implica também em serviço (latreia-grego)usado por Jesus para


responder ao diabo (Mt 4.10). Este segundo termo é empregado
frequentemente na Septuaginta(versão mais antiga em grego do texto hebreu
do antigo testamento) (90 vezes), especialmente em Êxodo, Deuteronômio,
Josué e Juízes, mas apenas uma vez nos profetas (Ez 20.32). Moisés, várias
vezes, pediu a permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem
para servir (latreuein) a Deus. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração
que agradem ao Deus da aliança (Ex 4.23; 8.1; 20; 9.1).

O está implícito no ato de adorar?Quais os impactos visíveis da nossa adoração?

Leiamos três versões do mesmo versículo para começarmos a construir nosso caminho
nesse entendimento de que adorar é servir. Exôdo 9.1

O SENHOR Deus disse a Moisés: —Vá falar com o rei e diga que o SENHOR, o Deus
dos hebreus, diz o seguinte: “Deixe que o meu povo saia do país a fim de me
adorar. (Nova Tradução da Linguagem de Hoje)

Depois o Senhor disse a Moisés: "Vá ao faraó e diga-lhe que assim diz o Senhor, o
Deus dos hebreus: Deixe o meu povo ir para que me preste culto.(Nova Versão
Internacional)

Depois o Senhor disse a Moisés: Vai a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus
dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.(Almeida Edição Corrigida,
Revisada e fiel ao texto-2007)

Temos em um mesmo versículo três palavras relacionadas entre si:

Adoração-NTLH

Culto-NVI

Serviço-ACF

Todas elas têm latreia(servir,adorar) como ponto de conexão. Falar de adoração na


perspectiva do serviço é muito importante para o entendimento dos dias em que estamos
vivendo. Dias de desconstrução para então construir um entendimento correto sobre os
princípios do evangelho. “Deixe meu povo ir para... que me sirva, para que me adore,
para que me preste culto...”.
Quando não entendemos que adoração é bem mais que momentos de expressões artísticas
em meia hora de culto, associar essas três palavras não faz muito sentido. Adoramos
enquanto servimos, servimos enquanto cultuamos. Cultuamos enquanto adoramos. A
problemática surge quando tornamos o que é contínuo em algo momentâneo. O que é
para toda a vida em um momento isolado que pode ser evitado sempre que eu não desejar
fazer. Nós fazemos essa separação. A Bíblia não. Biblicamente falando, adorar a Deus
implica em uma vida indissociável de serviço e culto diário e contínuo. Pois o culto que
conta para Deus não é o rito externo, mas uma postura interna que influencia toda a minha
vida.

A verdadeira vida de adoração me responsabiliza me comissiona. Por isso,


“adoradores” omissos na causa do Senhor na verdade apenas estão repetindo ou
oferecendo ritos externos que não produzem impacto algum a começar em suas próprias
vidas. Pois ao longo das escrituras sagradas não vemos os personagens bíblicos adorando
“passivamente”, mas envolvidos diretamente na causa do Senhor. A idéia de uma
adoração romântica tem como base um sentimento de fuga da realidade, uma
transcendência desconexa da terra. Uma espiritualidade abstrata. Que se resume ao culto e
as experiências emocionais. Porque a verdadeira adoração fala de estarmos diante do
Senhor e estar diante dele sempre irá trazer confronto em nós.

Esse tipo de adoração abstrata lida com uma falta de entendimento sobre o que realmente
move o coração de Deus sobre a terra. A perspectiva de que Deus seja movido por rituais
externos, rituais esses que foram abolidos na cruz de Cristo mostram um entendimento
místico e desprovido de verdade bíblica a cerca do que realmente é uma adoração que
agrade a Deus. Confundi-se sensação com revelação, reação emocional com mover de
Deus. E assim se desenvolve uma geração de pessoas guiadas por suas emoções.
Atrelando a algum tipo de sensação o que possa ser chamado de revelação de Deus.
Quando Moises se encontra com Deus no Sinai e pede para ver a gloria de Deus vemos
Deus lhe revelando facetas do Seu caráter e não meramente dando a Moises sensações
emocionais e reações corporais. Ainda que possivelmente Moises tenha tido reações o
ponto em destaque nesse encontro é a revelação do caráter de Deus a Moisés. Esse é o
objetivo de Deus nos mostrar sua glória. Revelar seu caráter a nós para que posteriormente
possamos refletir esse caráter as pessoas.

(Ex 33:18-19 (NVI )

Então disse Moisés: "Peço-te que me mostres a tua glória".

E Deus respondeu: "Diante de você farei passar toda a minha bondade, e diante de você
proclamarei o meu nome: o Senhor. Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia,
e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão".

O pedido de Moisés é de ver a glória de Deus. E Deus lhe responde revelando a ele seu
caráter. Deus enfatiza a Moises três facetas do seu caráter. Bondade, misericórdia e
compaixão. Uns verso antes vemos outros pontos importantes nessa conversa.
Exodo 33:13 ( ACF2007 )

Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu
caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é
o teu povo.

A palavra caminho nesse versículo tem o sentido de jornada, hábito, curso de vida. E
conhecer tem a ver com experiência, ter entendimento. Logo a revelação da glória de Deus
não carrega um sentido de algo místico dissociado da realidade, mas intimamente ligado a
revelação do caráter de Deus para a transformação do nosso.

E ao termos o caráter de Deus revelado em nós somos desafiados a manifestar isso no trato
com as pessoas. Pois infelizmente a idéia de um adorador performático carrega a falta de
entendimento sobre o que realmente Deus procura em um adorador. Motivação correta
com vida prática. É estar ao mesmo tempo com uma mão levantada para o alto e a outra
voltada para a terra. Esse é o princípio de Ezequiel 22.30.

Para ampliar nosso entendimento leiamos Mateus 9.36:

E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e


desgarradas, como ovelhas que não têm pastor.

Isso nos mostra uma realidade ainda muito presente em nossos dias: faltam trabalhadores
para a colheita (Vs37)

Em dias de uma igreja individualista e materialista inevitavelmente a maneira ou modo de


cultuar a Deus também é afetado e passa a refletir essa maneira individualista de viver.
Vale à pena frisar que adoração não é música, dança ou qualquer outra expressão de arte.

Nosso chamado não é para fazer, mas sim para estar. Estar em Cristo. Estando em Cristo
todo o resto flui. O problema nessa perspectiva de pensar que adoração é música ou
alguma expressão de arte é o de enfatizar o que é feito ou visto. Enquanto Deus chama
primariamente o homem para relacionar-se com Ele.

Os trabalhadores para a colheita são gerados em oração e não em escolas. Escolas ou


seminários informam, mas não formam trabalhadores para a colheita. O trabalho de
formar ou forjar o caráter cabe ao Espírito Santo e isso é trabalho de uma vida toda.
Quando digo que escolas e seminários informam, mas não formam quero dizer que elas
contribuem para o crescimento, mas não são capazes em si mesmas de produzir no
homem interior a mudança de caráter que só o Espírito Santo pode produzir.

Falar isso é importante para se entender que adorar é servir. Logo todo adorador é um
servo. Se não o é então ele é apenas um artista, um ator. Pois adoração e serviço estão
interligados. O texto citado no começo desse capítulo fala sobre poucos trabalhadores para
a colheita. E Cristo fala “Roguem ao Senhor da seara que envie trabalhadores”. Isso me
ensina que mais que termos locais de ensino-o que é muito importante- é necessário
orarmos. Orar para que o Senhor envie os trabalhadores. Pois os trabalhadores enviados
por Deus através da oração serão filhos de propósito e não apenas funcionários de uma
empresa prontos para cumprir uma jornada de trabalho.

Talvez para alguns parece desconexo falar de trabalhadores e adoração no mesmo texto.
Os que assim pensam caminham sob a plataforma de que adoração é o que fazemos é não
como vivemos. Jesus se importa em como vivemos e não no que fazemos. Leiamos o que
ele dirá a muitos no último dia:

Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome?
Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’(
Mateus 7.22)

Não o é que fazemos, mas com quem estivemos. É o que Jesus está dizendo nesse texto.
Quando ele diz “eu não vos conheço”após alguns dizerem a Ele o que fizeram até em
nome dEle ele está como quem pergunta“com quem você esteve? pois comigo você não
esteve.” Ou seja, quando pensamos que adorar é expressar alguma arte(fazer) estamos na
verdade apenas confirmando que ainda não entendemos o que realmente significa ser um
adorador de Jesus. Deixando bem clara a diferença, Adoração enquanto expressão artística
aponta para o que posso fazer( música, dança, teatro e etc). E adoração enquanto vida de
serviço aponta para o que Cristo fez por mim. Ele como servo sofredor se entregou por
mim e isso é um ato de adoração legítima. A vida de Jesus foi uma vida de serviço e
sacrifício.

E se Ele é nosso exemplo então preciso entender que nossa vida precisa ser uma vida de
serviço para Ele em tudo o que fizermos. E uma vida de serviço não deve ser confundida
com uma vida de ativismo. Essa diferença precisa ficar bem definida. Uma vida de serviço
a Deus é motivada por aquilo que ele fez na cruz por mim, o que provoca no meu interior
a consciência de que por amor e não por obrigação devo responder a esse ato de amor
vivendo para o louvor de Sua glória, o que me leva a uma vida de serviço que fala dos
processos de Deus ao longo da caminhada. Uma vida de ativismo é uma vida motivada
pela necessidade de ser aceito, visto e reconhecido. Uma vida voltada para os resultados
aparentes. Quando com Cristo precisamos viver por processos permanentes. Resultados
aparentes produzem uma preocupação com o que pode ser visto, movido ou manipulado.
Ou seja, com o que eu posso fazer.

Processos permanentes produzem uma preocupação com o que Cristo pode fazer por mim
e por alguém, isto é, mudar através do Espírito Santo o meu interior. É isso nenhum
movimento, nenhuma expressão humana pode fazer. Só Cristo,só o Espírito Santo.
A falta desses trabalhadores para a colheita tem muito a ver com a ênfase no dom mais
que no caráter. Pois o que é “mais fácil”? Ter um dom que seja reconhecido pelas
pessoas e em curto prazo produza resultados aparentes e com isso a manutenção de uma
vida centrada no ativismo e onde preciso fazer para ser, ou uma vida de serviço que olha
para Cristo, o que molda o modo como vivo e com isso coloca o dom que tenho no lugar
certo na dinâmica de trabalhar para o Senhor? Entendendo que em Cristo o resultado tem
a ver com estar nele e agradá-lo, ou seja, me submeter ao processo de uma vida inteira e
não de uma performance de algumas horas ou dias. Entendendo mais ainda, que essa vida
de serviço influencia as pessoas não pelo que pode ser visto no que faço (exibição do meu
dom) mas na maneira como vivo, como me relaciono com todos a minha volta.

Por isso frisar que adoração não é expressão artística ainda é necessário pois precisamos
deixar de olhar para as coisas, para as performances e olhar e trabalhar em favor das
pessoas. E isso na prática não é glamouroso, não é atraente ou usando uma expressão mais
popular “não dá mídia”. O adorador que o pai procura é um servo. Alguém que busca
agradar aquele que o criou o chamou para uma vida de entrega. Entrega voluntária. Os
que assim entendem e assim buscam viver na verdade caminham em uma rota inversa,
nadam contra a maré do que está na moda. Pois o Reino de Deus não está na moda, pois
não é moda. E nunca será.

A moda fala dos anseios e necessidades humanas. O reino de Deus fala do propósito
eterno. A vida do ativista religioso ou do adorador “performático” gira em torno do que
possa agradar as pessoas, agradar as necessidades humanas. Por isso faltam trabalhadores
para a colheita, pois muitos estão procurando satisfazer pessoas e não o Senhor. E os
trabalhadores para a colheita, mais que para a salvação de almas como muitos possam
pensar. Na verdade trata-se de uma nova mentalidade que resulta em um novo modo de
viver. E uma vida de adoração/serviço faz toda a diferença nessa empreitada. Adorar é
servir.

Adoração no velho testamento está diretamente ligada ao ato de “sacrificar” nos


moldes da lei de Moisés, ou seja, serviço, e a lei de Moisés no velho testamento é uma
figura, uma sombra do que viria no novo testamento, Cristo. E Cristo veio e serviu. Cristo
veio e foi o sacrifício. Adorar é servir, adorar é sacrificar. Não há romantismo nisso.
Quando se observa o cenário dos sacerdotes sacrificando no velho testamento vemos um
cenário horrível, ate nojento, diga-se de passagem. Sangue, vísceras, animais abertos sobre
pedras ensangüentadas.

Pois ainda para muitos quando se fala em adoração as figuras que existem são
relacionadas ao romantismo. E quando olhamos para o velho testamento, para o sacrifício
de animais não há romantismo nisso. A paixão de Cristo muito pelo contrario do que o
senso comum associa, fala da entrega de Cristo. Fala de sacrifício, fala de serviço.
Qualquer outra interpretação a respeito de adoração deve ser no mínimo questionada.
Pois na bíblia quando se dizia “vamos adorar” na verdade eles estavam dizendo
“vamos sacrificar”.

...................

Dentro dessa falta de entendimento sobre serviço=adoração existe a confusão entre dom e
chamado, e dom e caráter. O dom que Deus me deu precisa estar a serviço do meu
chamado. E o chamado de Deus para todos é o de estar nEle e o de influenciar pessoas
com sua própria vida. Não com o que possamos fazer, mas com o modo como vivemos
que precisa apontar para Cristo. Muitos dizem: “meu chamado é cantar, dançar,
pregar...” Isso é um equívoco, pois, ninguém é chamado para fazer(dom) mas em estar no
Senhor e estando no Senhor somos impulsionados a servir. E servimos com nossas vidas e
os dons tomam um lugar secundário nessa equação. Em isaias 6.8 temos um exemplo do
chamado de Deus para nós:

Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: "Quem enviarei? Quem irá por nós? " E eu
respondi: "Eis-me aqui. Envia-me! "

Nessa passagem fica claro o processo do profeta Isaías antes de dizer “eis-me aqui, envia-
me”. Primeira coisa que acontece quando ele é tocado pelo fogo de Deus é reconhecer o
seu pecado e o pecado do povo. E somente em seguida ele diz “eis-me aqui, envia-me”.

Só esta apito para o ide quem encontra com Deus e reconhece sua condição. Muitos estão
se frustrando no ministério, no ide por estarem colocando sua motivação naquilo que se
pensa ter de bom em si. É isso é um engano pois, não há nada de bom em nós que seja
capaz de produzir uma mudança verdadeira. Inclusive em nós mesmos. Uma equação nós
é muito útil nesse entendimento: Com quem me relaciono influencia quem eu me torno e
quem eu me torno influencia o que eu faço. Essa dinâmica me habilita para o serviço
(adoração). Só pode ir quem vê o Senhor. E ver o Senhor é adorar-prostrar-sacrificar-
servir.

E esse chamado de Deus é para todos nós. A pergunta de Deus não é se sabemos fazer ou
temos algum dom. mas se Ele pode contar conosco nessa missão de levar Cristo às
pessoas. Todo verdadeiro adorador é um servo. Esse é o chamado. Aquele que não serve
não adora legitimamente. Pois é possível adorar sem legitimidade.

O que legitima um adorador diante de Deus é:

-Intimidade(função)&Serviço(chamado)

Somos úteis no Reino quando somos funcionais em/na intimidade. Pois fora dela não há
revelação. Quando a fonte que nos habilita a servir pessoas não é a intimidade. Nosso
esforço é baseado em trabalho pessoal, conquistas humanas. E isso gera cansaço, fadiga.
Não poucas pessoas baseiam seus ministérios e resultados naquilo que conseguem expor
como sucesso aparente.

Intimidade nos dá o coração de Jesus. E com isso recebemos o encargo de ser relevantes na
terra, ou seja, serviço. A verdadeira adoração vai nos colocar entre o quarto (intimidade) e
o fronte de batalha(vida diária) O dom que Deus me deu precisa estar em sintonia com o
meu caráter.

Existem muitos fluindo no dom, porém, sem caráter.Fluir no dom sem ter caráter é um
engano que tem iludido a muitos. Confundimos o “ser usado” por Deus com o ser
aprovado por Deus. Pois na hora da unção Deus se move independente da situação de
cada pessoa(pecado). Mas a unção é um momento. Se vivêssemos “debaixo” da unção o
tempo todo talvez fosse mais fácil viver com Deus. Talvez.

E isso confunde muitos que tem falhas de caráter. Outros sabem bem o risco que correm. E
vivem anos, até décadas com essas falhas e por serem “usados” por Deus imaginam
estar tudo bem. Muitos admiram o “cantor, pastor do púlpito, o ministro da
plataforma”. E desconhecem a pessoa dos bastidores. O que é natural, pois na plataforma
estão debaixo da unção. E infelizmente dom e falta de caráter conseguem caminhar juntos,
mas a conseqüência disso é desastrosa.

Existe um grande perigo de não ter caráter e ter o dom.Estar no altar não nos torna
melhores que alguém. Nos torna mais responsáveis.

Na proposta bíblica todos nós precisamos diante de Deus e em favor dos


homens(sacerdotes) e governar é cuidar, servir a Deus e em favor dos homens (rei).O
verdadeiro governo é a favor dos que não podem. O governo não tem a ver com
dominação, autoritarismo, mas com visão que ajude, que seja luz onde só exista trevas.

Devemos separar a “adoração que importa da adoração que não importa”. Pois muitos
estão “adorando” de maneira que não tem importado a Deus. Toda adoração que
importe a Deus precisa estar coberta de serviço ao corpo. Sempre lembrando a
relação(Intimidade>Serviço>tocar pessoas).Toco o coração de Deus quando minha
adoração é serviço. Não ativismo. Existe uma grande diferença entre servir e ser ativista
no corpo de Cristo.

Em nossos dias é crucial resgatar o real sentido da adoração. No Reino o maior é o menor,
o mais forte é o mais fraco, o primeiro será o último. Nessa perspectiva me pergunto onde
se encaixa os que estão procurando no Reino “o seu lugar ao sol”. Pois no Reino o nosso
“lugar” é servir, é na cruz, é ser ponte para o outro. Difícil tarefa quando estamos ainda
na briga por uma glória que é de Deus.
CAPÍTULO 2

ALTARES MÓVEIS<<

Então Elias disse a todo o povo: "Aproximem-se de mim". O povo aproximou-se, e


Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas. (1Rs 18:30 /NVI)

Todo fundamento apostólico-profético precisa ser molhado com Adoração. No sentido de


uma adoração enquanto ferramenta de sinalização do Reino de Deus. Entendendo que o
altar é móvel, e como adoração estabelece cultura. Uma adoração fundamentada
corretamente fala de uma geração que ouve e compreende as escrituras (Mt 13.23).

A Bíblia começa com adoração em Genesis 4 no relato que fala de Caim e Abel, onde os
dois trazem ofertas ao Senhor e Deus recebe Abel e sua oferta e rejeita Caim e sua oferta. O
final da história mostra o primeiro homicídio da história bem como o porquê de Deus não
ter recebido Caim e sua oferta. E termina com adoração em Apocalipse 21.26 quando a
bíblia fala sobre a Jerusalém celestial e toda a centralidade de honra e glória ao Senhor.

A partir dessa perspectiva o convite é para trilharmos um caminho mais realista e menos
romântico com relação a uma vida de adoração. Mais prática e menos poética.

Entender sobre o real impacto que os adoradores podem trazer sobre a terra faz toda a
diferença dentro do desejo de avivamento que tanto esperamos e que tanto alguns
buscam. Não se trata de somente adorar por adorar. Mas entender quais ferramentas
temos em mãos para então liberarmos os céus com nossa adoração.

No Antigo Testamento quando alguém queria falar com Deus ou interceder por alguém
tinha que sacrificar um animal. Havia um processo, havia um protocolo a ser seguido. Da
preparação do altar do sacrifício ao animal a ser sacrificado, bem como a motivação do
ofertante. Tudo precisava ser feito corretamente. E se Deus se agradasse respondia com
fogo.

Temos então alguns dos personagens bíblicos edificando altares em honra ao nome do
Senhor.

::Noé quando saiu da Arca: Gn 8.20

Depois Noé construiu um altar dedicado ao Senhor e, tomando alguns animais e aves
puros, ofereceu-os como holocausto, queimando-os sobre o altar.

Esse é o primeiro relato da edificação de um altar em honra ao nome do Senhor na terra


purificada. Como um ato de louvor e gratidão e apontando para um reconhecimento de
Noé sobre um novo tempo de esperança sobre a terra.
::No chamado de Abraão-Gn 12.7-8

O Senhor apareceu a Abrão e disse: "À sua descendência darei esta terra". Abrão construiu
ali um altar dedicado ao Senhor, que lhe havia aparecido.

Dali prosseguiu em direção às colinas a leste de Betel, onde armou acampamento, tendo
Betel a oeste e Ai a leste. Construiu ali um altar dedicado ao Senhor e invocou o nome do
Senhor.

Abraão semelhantemente a Noé edifica um altar ao Senhor, como sinal de adoração


genuína e de total rendição ao poder do Senhor Deus. O verso 8 fala que ele seguiu para
Betel onde também edificou um altar ao Senhor.

::Abraão quando Deus pede Isaque como sacrifício-Gn 22.9

Quando chegaram ao lugar que Deus lhe havia indicado, Abraão construiu um altar e
sobre ele arrumou a lenha. Amarrou seu filho Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da
lenha.

Abraão em um ato de extrema confiança no Senhor prepara tudo para o sacrifício do seu
filho a quem o Senhor tinha dado e logo em seguida havia pedido em sacrifício. Deus leva
Abraão ao extremo dessa confiança e logo após provendo um cordeiro fazendo com que
não fosse necessário o sacrifício de Isaque.

::Isaque ao reabrir os poços que seu pai cavou-Gn 26.25

Isaque construiu nesse lugar um altar e invocou o nome do Senhor. Ali armou
acampamento, e os seus servos cavaram outro poço.

Mais um dos patriarcas edificando altar em honra ao nome do Senhor.

::Gideão em Jz 6.24

Gideão construiu ali um altar em honra do Senhor e lhe deu este nome: O Senhor é Paz.
Até hoje o altar está em Ofra dos abiezritas.

Comemorando a mensagem divina que recebeu e creio que também pactuando com Deus
Gideão edifica esse altar. Quando Deus o chama a confrontar o altar idólatra a baal.

::Temos Elias também em I Rs 18.30

Então Elias disse a todo o povo: "Aproximem-se de mim". O povo aproximou-se, e Elias
reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas.

Elias reparou o altar que estava em ruínas. Nos dando uma deixa interessante sobre o que
possa significar para o nosso tempo a edificação de altares em honra ao nome do Senhor.
Em todas essas passagens temos 4 significados sobre a edificação de altar em honra ao
nome do Senhor descrito nesses versos acima:

Um portal dimensional

As referencias citadas acima e outras que não citamos apontam o altar como um lugar de
manifestação de Deus sobre a terra. Um ponto de contato entre Deus e os homens. No
velho testamento Deus se movia sobre os homens e não dentro. O uso de rituais e
símbolos eram necessário como figuras da manifestação de Deus. Como podemos ler em
Hebreus 10.1:

A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos
mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após
ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar.

Então essas referencias nos servem de espelho para o que viria a partir de Cristo.

Um marco territorial

Essas e outras referências fazem alusão a conquistas geográficas. Toda vez que um desses
patriarcas ou profetas edificavam um altar em honra ao nome do Senhor isso tinha um
peso de gratidão quase sempre por uma conquista de território. Fosse por meio de
batalhas, o que era muito comum na época, ou por outros meios através de uma
intervenção do Senhor. A figura do altar de pedra no antigo testamento também tinha esse
significado.

Um marco geracional

Em Juízes 6 e Josué 4 vemos a referencia aos filhos. Expressões como “o altar está ate
hoje...(Juízes 6) e “Quando os filhos de vocês perguntarem...(Josué 4). Falam de legado,
falam do altar como sinal para as futuras gerações. Tudo que Deus faz tem um pano de
fundo geracional. Deus é um Deus coletivo. E o altar de pedras no antigo testamento,
edificado por vários personagens carrega também esse significado.

Um símbolo de adoração legítima.

Adoração legítima por que existe adoração ilegítima ou falsa. E já naquele tempo existiam
altares a outros deuses como lemos nos versículos no começo do capítulo. Pensamos
erradamente que todo ato de suposta adoração agrada o Senhor. No embate de Elias e os
profetas de Baal (I Rs 18.30) vemos claramente a diferença entre uma adoração que agrada
o Senhor e que não agrada o Senhor. Bem como as conseqüências de uma adoração
ilegítima.
Tendo esses quatro significados sobre o altar de pedra do antigo testamento, podemos
continuar a tecer nosso entendimento sobre altares móveis.

Traçando um paralelo entre o modelo e maneira de sacrificar a Deus no antigo testamento


com a nova aliança e a nova ordem sacerdotal inaugurada a partir do sacrifício e
ressurreição de Jesus, podemos então observar em I Pd 2.4-5:

À medida que se aproximam dele, a pedra viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida
por Deus e preciosa para ele —
vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas naedificação de uma casa
espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus,
por meio de Jesus Cristo.

A partir dessa afirmação de Pedro temos um novo quadro onde não se faz mais necessário
o sacrifício de animais ou de altares de pedra, mas onde a partir de Jesus temos Deus
habitando nos homens. Dentro do coração humano. Ou seja, não estaria mais no rito
externo o contato com Deus. Mas sim dentro do coração o detalhe que faria e faz a
diferença quando o assunto é adorar a Jesus. Cristo ressignifica a lei. Quando deixa de
existir a necessidade de ritos externos para uma postura interna. Quando o altar deixa de
ser de pedras mortas para ser de pedras vivas. A lei tinha um peso de morte, marcado pela
obrigação do cumprimento de ritos e normas. E pela repetição dos mesmo que como diz o
autor aos hebreus não podia aperfeiçoar os que subiam para adorar.

A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos
mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após
ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar. (Hb 10:1- NVI )

Temos aí Pedro nos chamando de pedras vivas, que estão sendo usadas na construção de
uma casa, nos chama também de sacerdócio santo, e de sacrifício. Na verdade Cristo abre
esse novo caminho tornando-se de uma vez por todas O sumo sacerdote, o altar e o
sacrifício (Hb 9.12)

Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no
Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção.

Com isso fica abolida a necessidade de outro homem para interceder por nós. A nova
aliança que nos liberta é também a que nos responsabiliza. Todos passamos a ter acesso
livre ao trono da graça. Já que Cristo ao morrer e ressuscitar rasga o véu do santuário que
limitava o acesso do homem a Deus.

Nessa passagem de I Pe 2 temos um entendimento de que a partir de Cristo temos uma


nova aliança onde fica abolida a necessidade de rituais onde animais seriam sacrificados.
Sendo Jesus...
O sumo sacerdote (Hb 2.17)

Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os
aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus e fazer
propiciação pelos pecados do povo.

O Altar ( Hb 13:10 - NVI )

Nós temos um altar do qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo.

O que o texto quer dizer é que Cristo foi o altar de uma vez por todas. E que segundo as
ordenanças do antigo testamento não há mais nada a fazer. Essas ordenanças não tem
mais valor.

O sacrifício(Hb 13.12)

Assim, Jesus também sofreu fora das portas da cidade, para santificar o povo por meio do
seu próprio sangue.

A partir de Cristo como o sumo sacerdote e sendo o sacrifício de uma vez por todas,
instaura-se uma nova ordem sacerdotal onde os sacrifícios deixam de ser mortos e passam
a ser a própria vida dos que sacrificam, sacrifício vivo, sacrifício que se movimenta, altar
móvel. Rm 12.1:

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.

O comentário Moody nos ajuda sobre esse versículo:

Romanos 12
A. Consagração de Corpo e Mente. 12:1
1. A linguagem aqui é do V.T, e faz-nos lembrar que os crentes judeus ofereciam sacrifícios
ao Senhor. Mas os crentes cristãos, em vez de oferecer algo fora de si mesmos, devem
oferecer seus próprios corpos a Deus, como sacrifícios vivos, santos e aceitáveis. Este tipo
de sacrifício é um culto espiritual que envolve todos os seus poderes racionais.

Interessante quando o comentário diz que agora os crentes devem oferecer não algo fora
de si, como no antigo testamento. Mas seus próprios corpos como sacrifício que agora é
vivo.

O sacrifício também feito com lábios que confessam o nome do Senhor:

Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor,


que é fruto de lábios que confessam o seu nome.
Entendendo que esse confessar de Hebreus 13.15 é mais profundo que simplesmente falar
ou cantar palavras a Deus. Pois..

A boca fala do que esta o cheio o coração(Lc 6.45)

O foco a partir da nova aliança é de dentro para fora. Deixam de existir intermediários.
Deixa de ser apenas um contato com o Deus distante e às vezes presente, para um
relacionamento com um Deus conosco que se fez carne e habitou entre nós. Dentro desse
entendimento é que o verso acima ganha tanto significado. Pois o detalhe em questão não
é o de mantermos uma aparência para não falar aquilo que não queremos que as pessoas
ouçam, saibam. Mas essa “boca fala do que esta cheio o coração” aponta para
inevitavelmente termos um assunto recorrente, algo que sempre se mantém vivo em
nossas rodas de conversa, e também é confirmado ou não pela nossa maneira de viver.

Entendendo qual a função do altar no velho testamento e de que somos altares moveis a
partir de Cristo, é preciso ter consciência que a função do altar é a de queimar incenso. O
altar é útil quando cumpre seu destino. Isso muda nossa maneira de entender adoração.
Pois deixamos de musicalizar a adoração para tornar pratico o que seja adorar ao Senhor.
Sendo o altar móvel em uma cidade o entendimento é de que em tudo que façamos Deus
esteja sendo invocado para se tornar presente. O altar móvel tinha a função de ser um
lugar de invocação do nome do Senhor. E nós como altares moveis em nossas cidades
precisamos invocar permanentemente o nome do Senhor. Deixando de terceirizar
responsabilidades.

Transicionar é preciso. Pois o entendimento de uma adoração musicada transformou uma


geração em espectadores de um show. Muitos chamam grandes shows em noites de
adoração. Isso é um equivoco. Pois cantar não significa adorar. Adoro quando obedeço.
Minha adoração é fruto de uma vida e não de uma musica. É fruto de um entendimento
onde tudo o que faço precisa apontar para Cristo. Ser adorador é ser funcional (altar
móvel) e não nominal ( altar de pedras).

Mas o que seria um adorador nominal (altar de pedras)? São aqueles que frisam a
importância da adoração no momento do culto publico. Que medem o resultado de uma
noite pela quantidade de pessoas que choraram ou cantaram juntas. São aqueles que
procuram sempre inovar em suas apresentações justificando que se não for assim ninguém
comparece. Muito ainda culpam suas igrejas, culpam o louvor da igreja, culpam tudo e
todos por sua falta de profundidade em Deus. Só não culpam a si mesmos. Pois o altar
móvel é racional, funcional e espiritual. Ou podemos inverter também a ordem, pois essas
três características estão interligadas. Racional porque precisa ser consciente. Funcional,
pois precisa ser intencional e proposital. E espiritual porque é nossa essência.
CAPÍTULO 3

ADORAÇÃO ESTABECELE CULTURA<<

Tudo o que enaltecemos é objeto da nossa adoração (MylesMunroe)

Leiamos Exôdo 20.24-26 (NTLH)

Façam um altar de terra para mim e em cima dele ofereçam as suas ovelhas e os seus bois
como sacrifícios que serão completamente queimados e como ofertas de paz. Eu separarei
lugares para que neles vocês me adorem, e nesses lugares eu me encontrarei com vocês e
os abençoarei.

Se fizerem um altar de pedras para mim, não usem pedras cortadas com ferramentas. Pois
na construção do meu altar não poderão ser usadas pedras cortadas com ferramentas.

"Não façam o meu altar com degraus; porque, se fizerem, a nudez de vocês vai aparecer ali." (Ex
20:24-26 -NTLH

Esse texto carrega princípios de extrema importância nesse entendimento sobre o altar
móvel, que cada um de nós precisa ser para o Senhor. Vamos por partes. O verso 24 diz

“Façam um altar de terra para mim e em cima dele ofereçam as suas ovelhas e os seus bois como
sacrifícios...”

O que Deus estava desejando com essa ordenança era fazer um contraste com a
suntuosidade dos altares e ídolos dos povos que não serviam ao Deus de Israel. Agora
traçando um paralelo com a nova aliança o significado é de que o altar é móvel, nós somos
esse altar e isso fala de uma postura interior e não de uma ornamentação exterior.

A segunda parte do versículo 24 diz:

“...Eu separarei lugares para que neles vocês me adorem, e nesses lugares eu me
encontrarei com vocês e os abençoarei.”

O contexto da citação acima se refere a todo lugar de revelação especial no antigo


testamento. Deus usava a linguagem dos símbolos e rituais externos, como o altar, para
revelar algo espiritual. Em Cristo deixam de existir lugares especiais de revelação. Nosso
coração passa a ser o lugar de revelação especial de Deus. Ele se move de dentro para fora.

...................................................................
Na bíblia todas as festas judaicas tem algo especifico relacionado a algum feito de Deus em
Israel, para o povo. Em levítico 23 lemos sobre :

Páscoa-vs 5:

Trombetas-vs 24

Dia do perdão-vs 26-31

Cabanas-33-41

E em Deuteronômio Pentecoste- Dt 16.9

Essas festas fazem parte da cultura de Israel até hoje.

Diante de festas que celebrem os feitos do Senhor na vida de um povo se estabelece a


cultura de adoração contínua em gratidão e entrega ao Senhor.

Adoração intercessória

Adoração é uma postura interna que demanda uma atitude externa que aponta
para uma vida coletiva e de intercessão.

Dessa forma nos dias de hoje se faz necessário compreender que Deus procura por
adoradores que sejam intercessores diante dele em favor da terra(Ez 22.30)

Isaias 58:12 em duas versões diferentes ampliam nosso entendimento:

As suas ruínas antigas serão reconstruídas, você levantará paredes em cima dos alicerces
de tempos passados. Vão chamá-lo reparador de brechas e restaurador de ruínas, onde se
possa morar. (Versão Católica])

Os que de ti procederem, edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de


muitas gerações; e serás chamado reparador da brecha, restaurador de veredas para que o
país se torne habitável. Isaías 58:12(Sociedade Bíblica Britânica)

Quando leio essa passagem entendo algo poderoso dentro da perspectiva de adoração
como ferramenta de governo. Conectando com At 15.1-17:

‘Depois disso voltarei e reconstruirei a tenda caída de Davi. Reedificarei as suas ruínas, e
a restaurarei,
para que o restante dos homens busque o Senhor, e todos os gentios sobre os quais tem
sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas’
Desse modo podemos entender que Deus está procurando adoradores que possam
restaurar esse altar coletivo e estabelecer uma cultura de adoração a Jesus na terra.
Nossa função como adoradores é a de restaurar e edificar altares. Essa passagem na
verdade é a síntese do que possa ser Adoração como ferramenta de governo. A passagem
fala de:

1::Uma geração de filhos:


Filhos carregam por natureza o DNA³ de seus pais. Tendo Cristo como exemplo vemos
ele fazendo apenas o que viu o Pai fazer.

2::Que serão reedificadores(At 15.16)

3::Lançarão fundamentos para as futuras gerações, fundamentos de sustentação, ou seja,


apostólico- proféticos.

4::Que serão interecessores”...reparador da brecha...”

5/Restauradores de cidades ou de veredas. Aqueles que preparam o caminho para o


Senhor.(Is 40.3/Is 35.8)

Quando edificamos um altar ao Senhor, ou seja, quando nossa vida queima incenso ao
Senhor, estamos sinalizando para que Ele venha.
Ele vindo recebe o sacrifício e nos outorga a autoridade sobre o território e com isso a
zona de influência do reino começa a se expandir na terra.

Uma geração de restauradores e edificadores de cidades que prepararão o caminho para o


Senhor. Tornando o pais uma representação clara do Reino dos Céus na terra.

Adorar é levantar o altar, ser o altar. Que em nossos dias implica em derrubar os altares
de baal, ensinando e fundamentando a presente e a futura geração no que chamamos de
adoração “intercessoria ou corporativa” onde enquanto eu adoro intercedo por alguém.
Onde discipulo e ensino o protocolo da adoração. E isso vai ser transferido ate que
possamos estabelecer uma cultura do Reino na terra. E tudo começa com adoração.
CAPÍTULO 4
DIAS DE PRANTEAR<<

Em que dias estamos vivendo? Qual a mensagem urgente para esse tempo especifico de
Deus sobre nossa nação? Muitos podem levantar várias respostas sobre que mensagem é
urgente para os nossos dias. Mas creio que estamos em dias de prantear como nunca
fizemos. Prantear por nossa nação. Eis um contexto semelhante ao nosso, nos dias do
profeta Jeremias:

Jr 9:1 -VIVA//AH, QUEM DERA que os meus olhos fossem uma fonte de lágrimas! Eu iria chorar
eternamente pela morte dos moradores de Judá e Jerusalém.

Jr 9:12 –VIVA// Quem, no meio de todo esse povo é capaz de responder por que a terra de Judá foi
destruída, queimada e vazia como um deserto por onde ninguém passa? Quem ouviu a explicação
dada pelo Senhor? Onde estão os sábios, os entendidos?

Jr 9:13 –VIVA// E foi o Senhor mesmo que respondeu: "Isso aconteceu porque o meu povo não deu
atenção ao que Eu dizia e abandonou a minha lei.

Comentário sobre Jeremias 9 por Matthew Henry4

9.1-11 — Jeremias chorava muito, mas queria chorar ainda mais para despertar no povo a
sensibilidade em relação a mão de Deus. Até o deserto, sem a comunhão com Deus por
meio de Cristo Jesus e sem a influência do Espírito Santo, deve ser um lugar de tentação e
males; contudo com tais bênçãos podemos ser santos até em cidades populosas. O povo
acostumou suas línguas a mentir. Tão falsos eram que não podiam confiar em um irmão.
No comércio e em seus negócios diziam qualquer coisa para sua própria vantagem, ainda
que soubessem ser falso. Porém, Deus viu o seu pecado. Que bem se pode esperar onde
não existe conhecimento de Deus? Ele tem muitas maneiras de converter uma terra fértil
em estéril, por causa da maldade daqueles que ali habitam.

9.12-22 — Em Sião costumava-se ouvir a voz de gozo e louvores enquanto o povo se


manteve próximo a Deus, mas o pecado a transformou em voz de lamento. Os corações
que não se humilham lamentam as suas calamidades, mas não lamentam a causa delas: o
seu pecado. Ainda que as portas estejam muito bem fechadas, a morte nos rouba, porque
entra nos palácios majestosos, bem construídos e muito bem guardados dos príncipes e
dos grandes homens. Tampouco estão a salvo os que ficam do lado de fora; a morte leva
até as crianças e os jovens nas ruas. Ouvi a Palavra do Senhor e lamentai-vos com santa
dor. Somente isto pode dar consolo verdadeiro e pode transformar as maiores aflições em
preciosas misericórdias.

No tempo de Jeremias o quadro era semelhante ao nosso. Uma nação rebelde, idólatra.
Que não queria saber de Deus. Dentro desse quadro a mensagem de Jeremias surge como
um agudo grito de urgência devido à consequências decorrentes do pecado. E Jeremias
chorava pelo povo, pela nação. E queria chorar ainda mais. O povo até lamentava, porém,
não em arrependimento, mas pelas perdas materiais. Não entendendo que o motivo
dessas perdas era o pecado deles. E nossa situação difere pouca coisa da descrita por
Jeremias. Vivemos dias de insensibilidade, de frieza, de indiferença. Dias de idolatria. Dias
onde as distorções da verdade têm ganhado cada vez mais terreno. O Jejum e o choro são
ainda exercícios que como sempre não estão em alta.

Não entender o tempo no qual estamos vivendo ou passando e que medidas devemos
tomar como corpo de Cristo é um dos maiores pecados que possamos cometer.

Jr 9:12 -NVI// Quem é bastante sábio para compreender isso? Quem foi instruído pelo Senhor, que
possa explicá-lo? Por que a terra está arruinada e devastada como um deserto pelo qual ninguém
passa?

Jr 9:13 -NVI// O Senhor disse: "Foi porque abandonaram a minha lei, que estabeleci diante deles;
não me obedeceram nem seguiram a minha lei.

Ouvi a Palavra do Senhor e lamentai-vos com santa dor. (Matthew Henry)

Esse é o clamor claro de Jeremias 9. Ouvir os céus, discernir sua palavra e prantear pela
terra. Procuram-se pranteadores profissionais ( carpideiros ou carpideiras).

Jr 9:17 [NVI// Assim diz o Senhor dos Exércitos: "Considerem: Chamem as pranteadoras
profissionais; mandem chamar as mais hábeis entre elas.

Jr 9:18 [NVI// Venham elas depressa e lamentem por nós, até que os nossos olhos transbordem de
lágrimas e águas corram de nossas pálpebras.

Para muitos, em algumas versões, como na NVI, fica claro que essas “carpideiras” são
mulheres pagas para chorar. O que era muito comum naquela época. Mas lendo a Bíblia
Viva o texto ganha outro significado:
Jr 9:17 -VIVA// "O Senhor do Universo diz: Chamem depressa as carpideiras!

Jr 9:18 -VIVA// Vamos, mulheres, chorem bastante! Ensinem esse povo a ficar triste por seus
pecados!

Se pensarmos que um profissional segundo o dicionário é alguém especialista em alguma


área, um perito, que faz algo por ofício. O que não necessariamente significa ganhar por
essa “perícia” então podemos entender que precisamos de “peritos em clamor”.
Interessante é que em nossos dias até temos os que ganham para chorar (emocionar o
povo). Os que são atores do “choro”.

Mas temos os profissionais que são vocacionados para arte da intercessão. E antes que
alguém se exclua desse “roll” de intercessores é importante lembrar que a partir de
Cristo todos nos tornamos intercessores. Ezequiel 22.30 é um chamado a todos nós. Temos
especialistas(profissionais) na igreja em tantas áreas. Mas especialistas em entender os
tempos, em liberar os céus. Temos poucos. Procura-se pranteadores profissionais.

Ouvi a Palavra do Senhor e lamentai-vos com santa dor. (Matthew Henry)

Procuram-se pranteadores profissionais que ensinem a arte do pranto por vocação e não
por recompensa.

Jr 9:20 -VIVA// Vocês, mulheres que estão chorando, ouçam a palavra do Senhor! Ensinem suas
filhas a chorar; ensinem suas vizinhas a lamentar.

É preciso entender que aquele que deveria ser o motivo da nossa alegria plena não está
mais conosco e por isso qualquer outro motivo de alegria que não seja decorrente do amor
que temos pelo Noivo, Jesus, precisa ser abandonado. Muitos estão vivendo alegres e
satisfeitos como se o noivo estivesse entre nós. Entender Mateus 9.14-15 é crucial nesse
ponto:

Mt 9:14 -NVI// Então os discípulos de João vieram perguntar-lhe: "Por que nós e os fariseus
jejuamos, mas os teus discípulos não?

Mt 9:15 -NVI// Jesus respondeu: "Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o
noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.
Virão dias...? E quando serão esses dias? Na verdade esses dias já chegaram!

(Jl 2:12 [NVI//"Agora, porém", declara o Senhor, "voltem-se para mim de todo o coração,
com jejum, lamento e pranto. "

Muitos vivem despreocupados como as virgens imprudentes de Mateus 25. Conhecem o


noivo, Sabem que Ele vem, mas vivem sem a real expectativa que demanda um preparo
contínuo. Uma saudade constante, um senso de urgência que nos faça clamar por sua
vinda e não ficarmos passivos esperando despreocupados e despreparados a Sua vinda:

1Co 16:22 -VIVA//Se alguém não ama o Senhor, essa pessoa é maldita. Senhor Jesus, vem!

Qual deve ser a nossa oração? Joel nos responde:

Jl 2:12 -VIVA//É por isso que o Senhor diz: "Voltem-se para mim, enquanto ainda há tempo.
Entreguem a Mim todo o seu coração. Venham chorando, jejuando e lamentando.

Jl 2:17 -VIVA//Os sacerdotes, ministros de Deus, ficarão entre o povo e o altar(pórtico e


altar/intercessão(Ez 22.30), chorando; e orarão, "Senhor, poupe o seu povo; não deixe que as nações
pagãs o dominem porque ele pertence ao Senhor. Não deixe que os povos pagãos zombem dizendo:
Onde está esse Deus deles? "Ele deve ser um Deus fraco e inofensivo! "

Ouvi a Palavra do Senhor e lamentai-vos com santa dor. (Matthew Henry)

Nossa ótica muda quando entendemos qual deve ser nossa postura. Que sentimento deve
ser nutrido em nosso coração. Mais uma vez o profeta Joel nos ajuda:

Jl 1:8 -VIVA//Chorem de tristeza, e fiquem de luto como a jovem que perde o noivo antes do
casamento.

Nesse ponto uma conexão com Mateus 9:15 amplia nossa perspectiva:

Mt 9:15 -NVI//Jesus respondeu: "Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o
noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.

Para o tempo que estamos vivendo, que está apenas começando, e para os dias que virão
eis o que devemos fazer:

Orar-Jejuar-Prantear pela terra

Há os que irão continuar cantando sobre trocar vestes luto por vestes de alegria. Porém em
tempos de crise na Bíblia as vestes eram outras:
*Joel 1 e 2: diante da rebeldia do povo a ira do Senhor estava próxima. Para que não
acontecesse era necessário Jejum, choro, luto.

*Ester 4.1-4: quando Mordecai soube o decreto do Rei de matar todos os Judeus.

*II Rs 19.1-4: O rei Ezequias diante da ameaça de senaqueribe e Rabsaqué coloca roupas de
luto(pano de saco)

*Esdras 10.1,5-6: Também em função do pecado do povo Esdras clama a Deus com choro e
Jejum intercedendo pela nação. Em arrependimento pelos pecados do povo.

*Jonas 3.5-10: Os ninivitas se arrependeram com a pregação de Jonas e “proclamaram um


jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor”. O próprio rei de
Nínive “levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco, e
assentou-se sobre cinza”. Neste caso há um detalhe curioso: os animais foram também
cobertos de pano de saco. Trata-se de um arrependimento nacional, provocado pela
ameaça de destruição da grande cidade de Nínive. A mudança das vestes declara se
estamos entendendo os tempos. Na Bíblia em tempos de crise, vestes de luto. Para os
nossos dias quais são nossas vestes? Creio seriamente que para os nossos dias Joel 1.13 se
encaixa perfeitamente:

Jl 1:13 [NVI//Ponham vestes de luto, ó sacerdotes, e pranteiem; chorem alto, vocês que ministram
perante o altar. Venham, passem a noite vestidos de luto, vocês que ministram perante o meu Deus;
pois as ofertas de cereal e as ofertas derramadas foram suprimidas do templo do seu Deus.
CAPÍTULO 5
Conhecimento x Informação
"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é
entendimento.Provérbios 9:10

Apesar de parecerem ter o mesmo significado, Conhecimento e Informação distintos


sentidos. O dicionário nos ajuda na definição dos termos.

INFORMAÇÃO:

Do Latim, de informare, "modelar, dar forma", de in mais formare, "formar". Daí surgiu a
conotação de "formar uma idéia de algo", que passou depois a "descrever" e mais tarde se
generalizou em "contar algo a alguém sobre alguma coisa".

CONHECIMENTO:

s.m. Ação ou efeito de conhecer. Ação de conseguir entender por meio da inteligência, da
razão ou da experiência.

Tendo essas básicas explicações sobre a definição dos termos, podemos prosseguir.
Conhecimento gera entendimento. Porem nem toda informação se deu por meio do
conhecimento, pois conhecimento tem sua origem em “algo obtido por meio de uma
experiência”.

E a informação pode ser obtida ou contada a partir da fala de alguém que tenha tido uma
“experiência”. E isso não faz daquele que conta alguém experiente. A informação pode ser
transferida. O conhecimento não. Podemos tomar por exemplo alguém que tenha tido a
oportunidade de passar seis meses em uma fabrica de cadeiras de madeira. Durante esse
tempo essa pessoa aprende o tipo de madeira usado na fabricação, se a ela é fixada com
pregos ou parafusos, se o assento é acolchoado ou não. Em suma essa pessoa sai da fabrica
após esses seis meses sabendo tudo de cadeiras de madeira. Digamos que essa pessoa
volta para casa, para sua vida normal. E ao voltar começa a ser convidada a dar palestras
sobre a fabricação de cadeiras.

Esses “seminários sobre cadeiras” duram três dias. Mas espere, a pessoa passou seis meses
na fábrica. Como é possível que em três dias todo o conhecimento de seis meses seja
condensado e transferido? Após o seminário aqueles que participaram saem com muitas
informações. Precisas e exatas sobre a fabricação das cadeiras. Quem sabe ate capazes de
fabricar cadeiras. Mas qual a diferença? Um passou seis meses aprendendo, tendo uma
experiência a cerca de como se fabrica uma cadeira. O outro ouviu informações, e por mais
precisas que sejam elas não substituem o valor de uma experiência.
Em nossos dias temos muitos informados e poucos experientes. Não entrando no mérito
de discutir idade x experiência ou a partir de que idade alguém pode ser considerado
experiente, mas temos muitos meios de informação. Muita gente falando pouca gente
entendendo. Passamos muito tempo apenas repetindo o que ouvimos, porque também
fomos ensinados que perguntar ou questionar era pecado, era rebeldia. E esse
entendimento errado frustrou muitos durantes muitos anos e ainda frustra.

Os verdadeiros pais são os que incentivam seus filhos a ter experiências que produzam
entendimento. Essa é a chave dos nossos dias, entendimento. Leiamos novamente o final
de Provérbios 9.10

“...E o conhecimento do Santo traz entendimento”

A experiência não pode ser tirada de nós. A informação pode mudar, mas na experiência
nós mudamos de alguma forma. E a ênfase de Salomão no texto citado acima é de que
uma experiência proporcionada no conhecimento do Santo gera entendimento. Isso nos
ensina que informações podem ajudar de algum modo ate nos direcionar. Mas somente a
experiência de conhecer o Senhor é capaz de produzir entendimento. E isso só acontece de
dentro para fora.

A expressão de Provérbios nos diz que o entendimento é consequência do conhecimento


do “Santo” que podemos entender ser o próprio Deus. Em Oseias 6.3 temos uma
amplificação desse entendimento.

Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá
para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra. "Oséias 6:3

Aqui nesse texto mais uma vez é enfatizada a ordenança a respeito do conhecimento de
Deus. De conhecer o Senhor. Em outra versão a primeira parte do versículo fica ainda mais
profunda quando diz “Conheçamos e busquemos ardentemente conhecer o Senhor...”

Então uma pergunta surge em meio a esses dois versículos, o que nos falta? por que ainda
caminhos em meio a tão pouca revelação de Deus em nossos dias, ou a tão poucas pessoas
que ainda vivem à margem dessa revelação.

Será que Deus tem reservado isso a poucos? Deus tem falado pouco? Nem um e nem
outro. A palavra já foi liberada. Conhecimento, experiência é o que nos falta.

João Batista em Jo 1.34 diz “Eu vi e testifico que este é o filho de Deus”. Porem em Lucas
7.18-22...

Os discípulos de João contaram-lhe todas essas coisas. Chamando dois deles,


enviou-os ao Senhor para perguntarem: "És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum
outro? "
Dirigindo-se a Jesus, aqueles homens disseram: "João Batista nos enviou para te perguntarmos: ‘És
tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro? ’ "Naquele momento Jesus curou
muitos que tinham males, doenças graves e espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram
cegos. Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem a João o que vocês viram e
ouviram: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos
são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres.”

Como é possível alguém que batizou Jesus e viu o Espírito descer sobre ele e mesmo assim
questionar se ele seria o Cristo? A falta de conhecimento.

João estava preso. É isso provavelmente teria desanimado João. E João não viveu para ver
a obra de Cristo aperfeiçoada, ou seja, João tinha uma limitação de conhecimento
(experiência) que automaticamente limitava o seu entendimento. Por isso a mudança do
ambiente externo fez com que João mudasse sua convicção de que Jesus era o Cristo.

Não devemos trocar a experiência que tivemos com Deus por uma informação. Pois a
mudança externa dos ambientes aponta para novas informações. Se falarmos de uma sala
de estar que foi mudada isso pode falar de novas cores, novos móveis, nova decoração.
Novas informações.

Em contrapartida, conhecimento consolidado gera entendimento. E entendimento gera


uma convicção que até percebe novas informações (de fora para dentro), como no exemplo
da sala de estar que foi mudada, mas que só são úteis se apontam para confirmar a
convicção já consolidada em nosso interior.

Mesmo depois desse relato dos discípulos de João que evidencia uma mudança na sua
convicção, Jesus o homenageia Lucas 7.24-29:

Depois que os mensageiros de João foram embora, Jesus começou a falar à multidão a
respeito de João: "O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?

Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas
esplêndidas e se entregam ao luxo estão nos palácios.

Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e mais que profeta.

Este é aquele a respeito de quem está escrito: ‘Enviarei o meu mensageiro à tua frente; ele
preparará o teu caminho diante de ti’.

Eu lhes digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João;
todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele".

Todo o povo, até os publicanos, ouvindo as palavras de Jesus, reconheceram que o


caminho de Deus era justo, sendo batizados por João.
Em meio a essa homenagem Jesus introduz um ponto de transição a cerca de duas
gerações, duas realidades. Reino x Lei.

Possivelmente João precisaria ter visto a obra aperfeiçoada de Cristo para não ter mudado
suas convicções. Porque João via pela ótica da lei que precisava ver para crer. Precisava de
evidências visíveis para então comprovar a veracidade do que estava sendo falado. Então
em meio a isso Cristo faz um contraponto entre o João, o maior entre os nascidos de
mulher, para dizer que os nascidos no reino eram maiores que João.(vs 28).

Entre algumas interpretações possíveis desse versículo, podemos dizer que em João temos
uma revelação limitada pela ótica da lei. Em João temos uma revelação introdutória sobre
a redenção e a obra de Cristo. Por isso João prepara o caminho, João introduz e quando ele
é retirado de cena, ou seja, quando ele não era mais livre, sem a lei visível para se fixar ele
mudou.

Em Cristo temos uma revelação expansiva, progressiva, resignificada e permanente.


Abrindo um novo e vivo caminho que ele por seu sangue nos preparou. Hebreus 13.11-14

Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos;
repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados.

Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos
pecados, assentou-se à direita de Deus.

Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado
dos seus pés;

porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo
santificados.

Hebreus 10.1 fala que a lei era uma sombra, uma introdução do que viria. João parou na
revelação de Isaías, dos profetas e não conseguiu ver a revelação em pessoa. Cristo. Então
não estamos mais caminhando como a geração de João Batista que era um caminho
segundo os ditames da lei, ainda que João tivesse percebido algo além da lei.

Somos a geração de Jesus que caminha segundo a ótica do evangelho que não abole a lei,
mas ressignifica a lei. Essa revelação não fala dos profetas pelos profetas, ela fala dos
profetas por Cristo. Não lemos mais os profetas para entender uma profecia que viria.
Lemos os profetas a partir da Cruz.

Olhamos para a cruz(geração de Jesus)e ela nos alinha para ler e entender os
profetas(geração de João).
>>Em João Batista temos um entendimento limitado pelo alcance da lei que precisava ter
seus sacrifícios repetidos(Hb 10) era preciso ver para crer.

>>Em Jesus temos uma revelação permanente que cumpre a lei(entendimento limitado)
expande o conhecimento e nos leva para além da vista, para uma vida de fé onde cujo
objetivo é ter Deus como recompensa. É essa recompensa não tem a ver com visualizar
algo físico(lei), passageiro. Mas tem a ver com algo espiritual(graça) permanente, eterno. É
isso é fé.

Cristo prossegue confrontando a geração dos fariseus em Lucas 7.31 comparando-os a


crianças que nunca estão satisfeitas "se tocam flauta não dançam(não se alegram) se
cantam um lamento eles não choram"

Em nossos dias não é muito diferente. Toda nossa insatisfação denuncia uma indireta
vontade de termos outra faceta da lei que nos ensine que precisemos repetir outro rito.
Que nos diga que se deu certo "ritual x" em certo lugar vai dar certo aqui.

Isso é informação. Precisamos sempre de novas informações.

E Jesus segue o confronto dizendo que se João de um lado cumpria firmemente a lei e os
fariseus diziam que ele tinha demônio tinha Jesus do outro comendo e bebendo com
pecadores.

A insatisfação gerada pela informação nos leva sempre a buscar novas formas da "lei".

A insatisfação gerada pelo Espírito Santo nos leva a buscar não novas coisas. Mas renovar
nossa forma de pensar(mudança interior)

Jesus na verdade nos apresenta uma transição.

*Primeiro que o conhecimento de Deus não se dá de maneira esporádica.

*O conhecimento de Deus não é algo casual, mas é fruto de uma comunhão diária com Ele,
ou seja, intimidade.

*Conhecer ao Senhor demanda esforço (Os 6.3), exatamente por que nossa carne não se
converte.

Falta de conhecimento significa falta de experiência,

*que significa falta de intimidade,

*que significa falta de identidade.

*O conhecimento de Deus sempre é fruto de uma experiência com Deus.

*A experiência com Deus sempre é fruto de uma vida de intimidade, pois somente da
intimidade(no secreto lugar Mt 6.6) é que temos uma legítima experiência com Deus.
* E somente na intimidade é que recebemos a identidade de Deus, do céu. Sem intimidade
vivemos sem saber quem somos em Deus. Por isso há tantas pessoas sem rumo mesmo
dentro da igreja há tanto tempo.

E falta de conhecimento sempre trará consequências terríveis sobre o povo e sobre a terra.
Vejamos Oseias 4.6:

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto
que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.Oséias 4:6

E qual a lei de Deus? Mt 22.37: Amar a Deus sobre todas as coisas...com toda a força que
temos. Prosseguindo nas consequências de se rejeitar o conhecimento de Deus.

Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão; porque
deixaram de atentar para o Senhor. Oséias 4:10

O meu povo consulta ao seu pau, e a sua vara lhe dá respostas, porque o espírito de
luxúria os enganou, e eles, prostituindo-se, abandonam o seu Deus.Oséias 4:12

Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras, quando
adulteram; porque os homens mesmos com as prostitutas se desviam, e com as meretrizes
sacrificam; pois o povo que não tem entendimento será transtornado. Oséias 4:14

Os segredos do Senhor só são revelados na intimidade e só são revelados para os que


temem ao Senhor. Então apartir de Sl 25.14 e Pv 9.10 temos:

*Temor

*Revelação

*Conhecimento

*Entendimento

E conhecereis a verdade e ela vos libertará(Jo 8.32) quem é a verdade¿ Jesus! Ou seja,
somente o conhecimento de Deus, de Jesus trará libertação.

Leiamos Fl 3.7-8:

Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo.
Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as
considero como esterco para poder ganhar a Cristo. (Filipenses 3:7-8)
CAPÍTULO 6
O ADORADOR QUE DEUS CONHECE E RESPONDE<<

E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniqüidade. (Mt 7:23 - ACF2007)

Primeiro, o entendimento de que adoração não é música ainda precisa penetrar no interior
dos nossos corações, pois ainda no ato de adorar somos movidos para “adorar” ou não
“adorar” de acordo com a música tocada ou ouvida no momento.

Segundo, A postura de uma vida diante do Senhor é que faz a diferença entre ser ouvido e
atendido e não ouvido e muito menos atendido. Deus recebe a oferta (adoração) de um
coração sincero. A oferta ainda que exteriormente perfeita não é recebida se em nosso
coração existe uma motivação pecaminosa. Nós focamos nas ações, Deus trabalha com as
motivações.

O primeiro relato de adoração a Deus na história da humanidade está em Gn 4.1-17


quando Caim e Abel trazem uma oferta ao Senhor. A oferta de Abel é aceita, porém a de
Caim é rejeitada. E por essa rejeição Caim mata seu irmão Abel.

E também podemos dizer que pela intenção do coração de cada um Deus recebeu uma
oferta e a outra não. Até porque a narrativa bíblica não nos diz o porquê da recusa de
Deus sobre a oferta de Caim.

As duas ofertas(adoração) foram especiais para Deus. Os dois trouxeram do seu melhor
para O Senhor. Porém a intenção do Coração denunciou Caim e creio ser esse um dos
motivos mais fortes para a recusa de Deus para com sua oferta.

Ainda tendo como exemplo Caim e Abel vamos aos significados dos nomes:

Caim: geralmente associada a um jogo de palavras no Hebraico que significa: Obter,


adquirir, provocar ciúme. E ainda alguns que associam o nome com a expressão “algo
produzido ou fabricado”

Abel: Névoa, vapor, podendo ser simplesmente traduzido como nada.

Diante desses significados podemos entender algumas coisas que ocorreram nesse relato
de Genesis 4 e que ainda ocorrem em nossos dias.

Possivelmente Caim queria de Deus respostas, sentido. E exigir de Deus qualquer coisa é a
maneira mais equivocada de se aproximar dEle.
Tomando a reação de Caim como espelho podemos concluir que na verdade Caim
possivelmente queria produzir algo, provocar ciúme. Oferecer algo a Deus tendo em vista
uma outra resposta que fosse melhor que o próprio Deus. Como se o fato de Deus ouvi-lo
e receber o sacrifício não fosse por si só o suficiente. Como se ter Deus não fosse o mais
importante.

Esse é o maior erro que possamos cometer ao entrar na presença de Deus para adorar.
Querer de Deus explicações.

Em Abel temos uma definição muito clara de quem é o adorador que Deus conhece e
responde. Abel tem como nome claramente o entendimento de como estar na presença de
Deus.qual deve ser nossa postura. COMO NADA!

A face que brilha na adoração a Deus é a de Deus em nós. Não a nossa. Não temos luz
própria, não temos como produzir algo que atraia os homens. Ele em nós, a glória dEle
que reflete em nós. A glória é dele e tentar roubar isso de Deus é um fatídico engano.

Quando Jesus é exaltado, quando Ele é glorificado então todos são atraídos para Ele.
Leiamos Jo 12.32

Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim".

Na adoração o alvo é Cristo ser glorificado na terra e então trazer resposta de cura para
nós.

Quando Ele for levantado da terra... a aparente derrota do Cristo aponta na verdade para a
verdadeira redenção da humanidade. Para o verdadeiro sentido da vida com Deus que é o
caminho da cruz.

Na adoração isso precisa acontecer. Ele entronizado. Nós prostrados diante dEle
conscientes de nossa fraqueza e dependência dEle.

O ADORADOR QUE DEUS CONHECE E RESPONDE.

II Rs 9.1-13:

O adorador que Deus conhece, que interfere no destino de uma cidade, de uma nação, ao
contrário do que possamos pensar não está cotado entre os visivelmente mais capazes.
Não é alguém de renome, famoso ou atraente. Nessa passagem que lemos acima vemos
alguém novamente desconhecido interferindo no destino de uma nação. Sem nome, sem
genealogia, alguém que segundo os comentaristas foi escolhido para tal missão por que
passaria despercebido. Um intercessor. A pessoa que Deus escolheu para ungir o Rei que
matou Jezabel era:
-Desconhecido.

-Parecia louco.

-Por parecer louco não inspirava confiança.

*Porém mesmo assim os oficiais do exército sabiam que ele tinha uma palavra de Deus.

*Todo adorador que Deus conhece é alguém cuja adoração é refletida em atitudes de
transformação de ambientes onde pessoas são tocadas e liberadas por Deus para tocarem
outras pessoas e assim produzir a mudança na terra.

*O adorador que Deus conhece e responde é aquele que entende que sua coroa (Sua
experiência,vida ou bens que possa ter) são de Deus e por isso se prostram e oferecem suas
coroas ao todo poderoso Senhor Jesus.(Ap 4.10)
CAPÍTULO 7
O AMBIENTE ONDE DEUS SE MOVE<<

Mas agora tragam-me um harpista". Enquanto o harpista estava tocando, o poder do


Senhor veio sobre Eliseu,(II Reis 3.15)

Quando o assunto é adoração muito se fala em criar um ambiente propício para Deus se
mover. E muito é esperado da estrutura bem como daqueles que irão conduzir o povo na
adoração. Sendo assim se não tivemos o êxito esperado naquele momento de adoração
então a culpa recai sobre muitos fatores menos sobre quem realmente tem a culpa. Nós.
Frases como “vamos preparar um ambiente”, “criar uma atmosfera” ainda são muito
comuns. Sensações emocionais, corporais ainda são muito confundidas com a ação do
Espírito Santo. E assim muitos vivem reféns de uma experiência sensorial com “Deus”.

Nessa passagem lemos o que creio ser a mais curta ministração de adoração da Bíblia, o
tangedor entra, toca, o poder de Deus vem sobre Eliseu, Eliseu profetiza. A essa altura já
não se falou mais no tangedor. Em uma possível tradução pode-se entender que “sempre
que um tangedor tocava”....indicando que Eliseu possivelmente se valia da música para o
ajudar na preparação da mensagem profética. Isso é válido? Certamente que sim.

Porém, existe muito mito em torno do que seja o ambiente onde Deus se move. Ainda
ouço e vejo pessoas dando ênfase ao fator sensorial daquele momento. Por que houve
arrepios e choro então houve uma manifestação de Deus em determinado lugar. E nem a
presença ou ausência de manifestações exteriores ou sensações indicam que Deus
realmente tenha agido em determinado lugar. Os demônios também operam através de
sensações e experiências místicas.

Infelizmente a partir dessas experiências que podemos chamar de visualmente sensoriais


muitos vão embasando suas vidas “com Deus” onde na verdade Deus é um doador de
sensações.

Paulo, o apostolo nos ajuda um pouco mais:

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o espírito de Deus habita em vós? (1Co
3:16 – ARCA)
Conectando as duas passagens podemos extrair alguns princípios interessantes. Nós
somos o ambiente onde Deus se move. Entender isso nos tira da perspectiva mística e nos
coloca em um lugar de vida prática. Muitos estão doentes dentro da igreja por não
entenderem que Deus move dentro e nós movemos fora. Deus interfere na história a partir
dos homens. II Cr 7.12-14 nos mostra isso:

O Senhor lhe apareceu de noite e disse: "Ouvi sua oração, e escolhi este lugar para mim,
como um templo para sacrifícios.

"Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou
sobre o meu povo enviar uma praga,

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se
afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua
terra.

Antes que alguém venha enfatizar o “... esse templo para sacrifícios...” de II Crônicas,
Paulo, o apostolo nos ajuda um pouco mais:

Vocês compreendem que todos juntos são a casa de Deus, e que o Espírito de Deus vive
entre vocês, em sua casa?

Se alguém desonrar e estragar a casa de Deus, Deus o destruirá. Porque a casa de Deus é
santa e limpa, e vocês são essa casa. (1Co 3:16-17 -VIVA)

Quando Deus fala com Salomão no verso acima realmente se tratava de um templo físico.
Todo o capitulo 7 de II Crônicas fala sobre a dedicação do templo. É preciso ler o velho
testamento com os “óculos da graça” do contrario iremos ter uma visão no mínimo míope
daquilo que Deus esta fazendo nesse tempo. Quando conectamos as passagens acima
então um quadro mais claro surge diante de nós. Nós somos o templo. Em Cristo nós
somos a casa de Deus. Assim sendo é em nós que Ele se move. É a partir de um
movimento interior de Deus em nós que as coisas acontecem.

Voltando ao texto de II Reis 3.15 alguém poderia dizer: “Foi graças ao tangedor que Deus
veio. Isso é verdade, porém, é necessário fazer uma ressalva de que Deus se moveu por
aquilo que esse tangedor carregava e não por aquilo que ele tenha feito, tocado o
instrumento. Outro ponto importante é que ele continua no cenário da história contada
para dizer quem era o que fazia ou o que tinha. Citar esse detalhe é importante por
mostrar que toda idéia que temos de um ambiente externo a ser criado para Deus se
mover carrega a proposta do que podemos fazer e não Deus.

O ambiente “gerado” pelo tangedor para Eliseu profetizar não tem sua importância no
fator externo chamado música. Pois na verdade o que move Deus não é a música e sim
aquele que possivelmente possa cantar ou tocar ou não. A partir de Cristo, atos externos
não movem Deus. O que move Deus tem sempre sua origem no fator interno chamado
motivação. No velho testamento vemos a figura de rituais externos segundo os moldes da
lei mosaica que precisavam ser feitos corretamente para então se obter uma resposta de
Deus. Em Cristo isso deixa de ser externo e passa a ser interno. Então ao lermos II Reis 3.15
precisamos como falei anteriormente dos “óculos da graça” para entender o real
significado para o nosso tempo.

O interessante é como um adorador legítimo interfere na conquista de nações. E o mais


interessante é que não temos o nome, a genealogia, nada. Apenas um tangedor que tocou
seu instrumento trazendo um ambiente propício para profecia. Ambiente esse que o
tangedor já trazia dentro de si. Isso provoca o movimento de Deus sobre a terra. A postura
interior dos homens. O texto de II Reis 3.15 nos mostra que o que Deus precisa não é de
novas plataformas e shows pirotécnicos. Ainda que essas ferramentas tenham o seu papel.
Elas em si não carregam o fator determinante para Deus se mover sobre a terra.

Ainda ouço muitos atrelando ao som, à canção, luz entre outros detalhes o fato de Deus se
mover ou não em uma reunião. Cada pessoa tem uma reação emocional. E o movimento
antes de ser coletivo é individual. Entender isso faz com que não meçamos o resultado de
um culto pela quantidade de pessoas que choraram, caíram ou tiveram alguma reação
emocional forte. Determinar sucesso ou insucesso a partir dessas reações ou pela falta
delas denuncia a falta de um entendimento bíblico correto.

Infelizmente ainda vivemos em muitos lugares a idéia de que o mover de Deus tem a ver
com um ambiente externamente criado para Ele se mover. Quando isso não é verdade. No
velho testamento Deus era o Deus do fogo, do vento, da tempestade. No novo testamento
o Espírito Santo toma essa dianteira e passa fazer morada no coração humano. Fazendo da
motivação o fator determinante para o movimento de Deus. Precisamos transicionar a
forma de pensar e consequentemente a maneira de viver. E não mais sermos levados por
experiências sensoriais. As canções que cantamos ainda carregam muitas vezes a idéia de
um entendimento ainda sobre verdades passadas5. Enquanto existem verdades presentes6
que apontam para um novo entendimento a cerca das mesmas coisas. Como diz Dario
Hernandez em uma de suas ministrações:

Como cantamos vem Espírito Santo se Ele habita em nós? Como esperar receber algo novo
de Deus se ainda vivemos na perspectiva de coisas que serviram um propósito em um
determinado tempo, mas que hoje não servem mais. Pelo menos não do mesmo modo da
época do novo testamento. Deus é um Deus que não muda, mas é um Deus que se
movimenta.7

Ele continua...

Como podemos pedir para ter um momento com Deus se Ele está para sempre conosco?
Como pedir para ver a face daquele que habita em nosso interior?8

Longe de criar polêmica a cerca de canções e coisas do tipo a idéia é criar um ponto de
reflexão onde possamos resignificar nosso entendimento sobre o ambiente onde Deus se
move. Pois podemos estar deixando de viver coisas novas do Senhor exatamente por
ainda estarmos caminhando sob a perspectiva de lentes “vencidas”. E para quem usa
óculos ou lentes para ajudar a enxergar melhor, nada é pior que ter esses óculos ou lentes
vencidos. Uma visão com defeito pode ocasionar muitos prejuízos inclusive a morte.

Preparar um ambiente para Deus se mover não carrega o teor romântico que muitos
atribuiem. Alegoricamente podemos cantar sobre roupas, comida e outras coisas que
tenham esse viés romântico de uma noiva para com seu noivo. Na prática o que realmente
importa é que esse ambiente, nós, estejamos fazendo bom uso desse ambiente onde Deus
deseja se mover.

Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois
vós, é santo.(1Co 3:17 ARCA)

Paulo, o apóstolo continua nos ajudando ao nos mostrar que o templo somos nós. Mais
que destruir literalmente a si mesmo o texto quer dizer que não podemos deixar de fazer o
que em Cristo fomos destinados a ser e fazer para outras coisas que não fazem parte do
propósito de Deus para nós. Isso ocasionaria nossa destruição. Santidade nesse texto não
carrega a idéia de sermos separados do mundo, o que para muitos é o significado de
santidade. Mas extraindo um entendimento do velho testamento a cerca das famílias que
cuidavam do tabernáculo de Moisés, cada família era separada ou santificada para fazer
determinada tarefa na montagem e desmontagem do tabernáculo. Ser santo significa ser
separado para determinada tarefa. Que uma vez estando em Cristo não existe outro
destino para nós.

A idéia de preparar uma atmosfera tem como pano de fundo o nosso ego, de que sempre
estamos e precisamos fazer algo para ajudar Deus. Se por um lado Deus opera através dos
homens. Isso não pode ser confundido com a idéia de nós mandarmos em Deus. Essa idéia
de atmosfera criada a partir de um tempo de oração ou consagração criou e cria em muitos
a expectativa no homem e naquilo que ele pode gerar. Sendo assim caso não ocorra tudo
como esperado, acontece a frustração.

Uma questão então surge a partir do que foi dito acima. Então para que orar, para que
jejuar, para que se consagrar? Se isso não altera o ambiente que vivemos. A resposta é de
essas coisas alteram nosso coração, nosso coração moldado por Cristo altera como iremos
viver e a forma como vivemos altera os ambientes. Não existe mágica nisso. É como um
start de Deus em nós. Porém esse start implica em um trabalho constante que ao mesmo
tempo é feito pelo Espírito Santo, precisa ser acompanhado de uma decisão pessoal. Pois
“...e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse”(Jo 14.26-NVI)

Ele nos lembra, mas não nos força a fazer nada. Isso tem mais a ver como uma consciência
do que com algum mover miraculoso de Deus sobre nós. Nesses dias creio que o maior
milagre será o de um povo consciente, cuja fé não seja baseada em misticismo e
sincretismo. Onde sempre reféns de uma nova experiência, ambiente ou atmosfera
externa. Se assim ainda muitos insistem em viver, serão sempre levados a novos lugares
que tenham novas experiências místicas. Um ciclo vicioso. Interminável. As pessoas
alteram os ambientes não as coisas ou circunstâncias alteram as pessoas. Pelo menos não
deveria ser assim.
CAPÍTULO 8
ADORAÇÃO EM UNIDADE<<

Josué ergueu também doze pedras no meio do Jordão, no local onde os sacerdotes que
carregavam a arca da aliança tinham ficado. E elas estão lá até hoje. (Josué 4:9 -NVI)

Unidade é em linhas gerais a combinação de esforços e pensamentos. É importante


entender que Deus se move de forma individual, mas também se move de maneira
geracional. Deus é plural, coletivo. Deus é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Partindo do
princípio de um Deus geracional é preciso entender de que maneira nossa movimentação
coletiva ou em unidade provoque uma ação de Deus sobre a terra.

Entender que tipo de Adoradores o pai procura e o que significa adorar em unidade nos
fará ampliar as fronteiras do Reino. Porém não há adoração coletiva sem adoração em
secreto. Adoração coletiva é o resultado do que primeiro se entende somente no secreto
lugar. Na intimidade. A bíblia fala no Salmos 102.18:

Escreva-se isto para as futuras gerações, e um povo que ainda será criado louvará o
Senhor, proclamando:

Isso fala de legado, de coletividade. Sobre estabelecer fundamento e base para a próxima
geração. E esse texto carrega o significado de quando todas as coisas forem restauradas.
Nosso trabalho é promover, ou trabalhar na promoção dessa movimentação coletiva.
Antes de prosseguirmos é bom pontuar algumas coisas.

Adorar é sacrifício. Quando começamos a ler Genesis vemos os primeiros relatos de


adoração a Deus. Nesse tempo era algo literalmente “sacrificial”. Havia uma maneira de
fazer. Pensar que adorar é somonete cantar ou expressar algum tipo de arte é limitar o
nível de revelação que há no ato de adorar.

Sempre que os patriarcas edificavam altares eles serviam como marcos geracionais. Varias
passagens enfatizam que o altar esta “ate hoje”. Lendo Josué 4 podemos extrair um
primeiro princípio:

O que sustenta o altar que se vê é o altar que não se vê.9

Na passagem lemos que 12 pedras (governo) são colocadas no meio do rio e 12 pedras são
tiradas e levadas para a edificação de um altar em Gilgal. Leiamos Josué 4.6-9:
Elas servirão de sinal para vocês. No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘Que
significam essas pedras? ’,

respondam que as águas do Jordão foram interrompidas diante da arca da aliança do


Senhor. Quando a arca atravessou o Jordão, as águas foram interrompidas. Essas pedras
serão um memorial perpétuo para o povo de Israel".

Os israelitas fizeram como Josué lhes havia ordenado. Apanharam doze pedras do meio
do Jordão, conforme o número das tribos de Israel, como o Senhor tinha ordenado a Josué;
e as levaram ao acampamento, onde as deixaram.

Josué ergueu também doze pedras no meio do Jordão, no local onde os sacerdotes que
carregavam a arca da aliança tinham ficado. E elas estão lá até hoje.

Importante frisar que toda vez que o rio Jordão baixava suas aguas era possível ver o altar
do fundo do rio. Apesar de especulações de onde seria esse “no meio do rio” sugerindo
que poderia ser na margem e não no meio, diversas versões enfatizam a expressão “no
meio do rio”. Para tecer nosso pano de fundo a fim de entender sobre esse “meio do rio” é
preciso ler Ef 5.19 que nos fala sobre como devem ser nossas reuniões coletivas:

falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração
ao Senhor,

O foco aqui não é o cantar canções mas a edificação do corpo. Na verdade todos os dons
visam edificar não só pessoalmente, mas também edificar o corpo. Agora uma pergunta,
esse é um quadro constante em nossos cultos e reuniões? Ou temos mais cantado
meramente canções? A resposta dessas perguntas diz muito sobre o entendimento coletivo
a respeito de adoração na igreja. Uma questão muito séria precisa ser considerada aqui.

Em Josué 4 temos uma ordem.

>>O primeiro altar era secreto (no fundo do rio).

>>O segundo era visível (altar em gilgal)

Falando dessa movimentação coletiva, em muitos lugares o altar visível não tem como
base o altar invisível (do fundo do rio) E quando isso acontece não há unidade, ou seja,
uma combinação de esforços e pensamentos. Quando não entendemos individualmente, e
no secreto, quem somos em Deus, consequentemente nossos esforços se tornam inúteis,
pois é no secreto(altar do fundo do rio) que reafirmamos nossa identidade no Senhor. E
isso nos leva para um viver coletivo de forma a edificar o corpo.

A reunião de pessoas para um culto não determina ou define se ali existe um altar de
adoração legitima a Jesus. Se Cristo é o motivo, legítima será a adoração. O culto, o ritual,
o show por si só não é e nem pode ser adoração. Vamos ampliando as conexões. Paulo fala
em Ef 4.13:
Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e
cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.

Para nos aproximarmos de Deus precisamos de fé (Hb 11.6) e essa fé fala de confiar no
caráter de Deus. o texto também fala sobre alcançarmos o conhecimento do filho de Deus.
Ampliando as conexões, em João 4.22 Jesus fala a mulher samaritana “...vocês adoram o
que não conhecem, nós adoramos o que conhecemos...”

Temos então a junção de Adoração+ Conhecimento.

Em Salmos 25.14 o salmista fala que é na intimidade que o Senhor dá a conhecer sua
aliança. Extraimos dessas conexões um outro princípio:

Somente cultivando o altar invisível(do fundo do rio) é que iremos manifestar o


altar visível de maneira coletiva e eficaz.

Adorando ao Senhor em intimidade, no secreto é que vamos conhecer o modelo a ser


ensinado e multiplicado de forma coletiva.

Leiamos Oseias 4.6:

(Os 4:6 [NVI(Br)])


Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. "Uma vez que vocês rejeitaram
o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês
ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos.
Os sacerdotes rejeitaram o conhecimento de Deus. E por isso foram rejeitados como
sacerdotes.

Esse conhecimento só obtido na intimidade.

Voltando a Oséias 4, falando sobre os sacerdotes. Em linhas gerais eles eram responsáveis
pelos sacrifícios(Adoração) e isso em favor do povo(vs 9).

Na verdade o capitulo 4 de Oseías coloca sobre os ombros dos sacerdotes a


responsabilidade por terem rejeitado o conhecimento de Deus e assim tornando o povo
amaldiçoado.

Josué 4 fala do altar do fundo do rio que mantém o altar em gilgal, adoração individual
que mantem e legitima a adoração pública.

Em Efésios 4.13 lemos sobre um esforço para alcançar a unidade da fé.

Em Oséias 4 lemos uma dura realidade consequente da rejeição do conhecimento de Deus


por parte dos sacerdotes.

Os sacerdotes até exerciam o oficio juntos, rituais. Mas sem conhecer o Senhor, sem se dar
conta de que Deus não mais se agradava dos sacrifícios que eram oferecidos.
Isso significa que eles estavam valorizando mais o ritual do que a essência, o motivo desse
ritual e até mesmo para quem era oferecido esse ritual, esse sacrifício.

Não poucos hoje valorizam tanto o ritual, a musica, o cantor , que mesmo sendo
contra a bíblia muitos se preferem ficar com seus ídolos e rituais do que serem
bíblicos.

O ritual: Música, Dança, teatro ou outra expressão são sombras, mas não a realidade.
Devem expressar uma realidade interior. O Altar do fundo do rio.

Podemos assim concluir dizendo que a adoração coletiva, corporativa, plural, não tem tido
o impacto desejado porque tem se enfatizado mais o externo, a performance do que o
interno.

Tem se confundido a luz dos shows, a emoção produzida pela expressão artística com
adoração que gera mudanças.

**Só haverá unidade em nossa adoração(culto) quando edificarmos ou reedificarmos nosso


altar do fundo do rio(intimidade).

**A partir daí teremos o conhecimento de Deus, entenderemos o modelo a ser seguido e
somente dessa forma nossos cultos deixarão de ser sombras(apenas expressões artísticas) e
serão realidades coletivas entendidas antes por cada um no secreto lugar.

E os cultos deixarão de ser bons para a alma e passarão a ser bons para o espirito e para as
futuras gerações.
CAPITULO 9

CÉUS ABERTOS
Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus de
pé, à direita de Deus,

e disse: "Vejo o céu aberto e o Filho do homem de pé, à direita de Deus". (At 7.55 –NVI)

Expressões como “vamos orar para abrir os céus”“ Liberar os céus” ainda são muito
usadas em nossos dias. Seja em canções ou orações usamos como uma chave que
possivelmente possa liberar algo retido no reino espiritual para a nossa realidade terrena.
Em 2011 em um álbum de canções que gravei a primeira música do disco era “Abre os
céus”. Como um clamor a Deus, um desejo para que ele viesse sobre a terra para liberar
coisas retidas. Muitos de nós em situações de aperto usamos costumeiramente essa
expressão “abra os céus Senhor”. Por termos a sensação de que o céu não está aberto.

Porém a palavra de Deus nos mostra que não se trata de pedir para Ele abrir os céus, mas
de entender a movimentação de Deus sobre a terra. Por que o céu já foi aberto. Outro texto
nos imerge nesse entendimento.

E então acrescentou: "Digo-lhes a verdade: Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do homem". Jo 1:51 -NVI

O texto não fala “vereis o céu se abrindo”, mas sim “vereis o céu aberto”. Parece uma
mudança desnecessária, porém se observarmos com cuidado faz toda a diferença. Onde
em Cristo ou a partir de Cristo temos um novo parâmetro, uma nova perspectiva. No
velho testamento eram figuras e rituais para que Deus se aproximasse do povo,
respondesse o povo. Então haviam variadas situações em que os céus se abriam ou se
fechavam de acordo com o pecado do povo. Mas em Hebreus 10.19-21 temos um novo
entendimento:

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de
Jesus,

por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.

Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Hb 10:19-21-NVI

O texto fala de entrar com intrepidez, ter plena confiança para entrar, ou seja, em Cristo
temos a certeza do que Ele fez, nos abriu um caminho através da sua carne, do seu sangue
que o nos deu o acesso a um caminho que já foi aberto. Não será já foi aberto. Em Cristo
temos um acesso definido, contínuo e permanente à sua presença. Entramos e não mais
saímos de lá. Entendendo que já foi feito não temos que fazer, mas se submeter ao
processo de Deus. A versão Almeida ACF (corrigida e revisada, fiel ao texto original) nos
mostra um pouco melhor qual a proposta do autor da carta aos Hebreus:

Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne. Hb 10.20

A palavra consagrou no verso acima também significa renovar, e renovar segundo a visão
bíblica não tem a ver com coisas novas, mas em voltar ao começo. E voltar ao começo tem
a ver com o Éden antes da queda. E o Éden antes de ser simplesmente um jardim criado
por Deus para Adão e Eva viverem era um ambiente onde Deus preenchia tudo. Um lugar
de céus abertos. Não havia nenhuma restrição no relacionamento entre o homem e Deus.

Porque então parece que vivemos sob céus fechados? Porque não entendemos. Pedir para
Deus abrir os céus tem a ver com o que eu posso fazer. Eu peço, ele abre. Mas na verdade
não é o que faço é o que entendo. Eu entendo que os céus já estão abertos então eu declaro
sobre a terra verdades eternas de Deus que já foram liberadas. O reino não vem, o reino já
veio. Está dentro de mim. Isso fala de um entendimento sobre o que Cristo foi fez e não
sobre o que temos que fazer.

Fomos ensinados que céus que se abrem têm a ver com bênçãos materiais, realizações
pessoais. E isso está errado. Não são céus que se abrem para nos abençoar. São céus
abertos que acessamos quando vivemos pelos princípios da palavra de Deus. E céus
abertos falam de uma realidade coletiva. Não de uma realização pessoal. Porque existe
muito equivoco em entender o “peçam, peçam e receberão. Batam, batam se abrirá”. Não é
o que quero, é o que entendo.

Deus não recebe nossa adoração quando decidimos cantar canções. Mas quando
entendemos e quando entendemos praticamos e isso adora a Deus. E é essa adoração que
Ele recebe. As ofertas que Deus recebe não são materiais. Rituais, dinheiro, entre outras
coisas não são ofertas que Deus recebe. Deus trabalha com princípios eternos e esses
princípios precisam ser entendidos primeiramente, e isso é interiormente, e depois
praticados exteriormente como fruto de um entendimento e não meramente de uma
atitude.

Queremos céus abertos então ofertamos para que Ele “libere” uma bênção financeira.
Precisamos de céus abertos sobre determinada situação então oramos durante muitos dias,
jejuamos e praticamos outros exercícios espirituais. Apesar de serem necessários e
importantes na caminhada cristã, esses exercícios são legitimados diante de Deus não
quando praticados para abrir os céus, mas, para manifestar dos céus o que entendemos em
nosso coração. Pois quando oro e jejuo para Deus fazer algo apenas demonstro que me
relaciono por demanda e não por intimidade. O filho maduro não caminha com seu pai
por recompensa, mas por intimidade, por amizade e parceria. Estamos tentando abrir o
que já foi aberto, liberar o que já foi liberado. Fazer o que Cristo já fez.

Quando falamos sobre os céus já estarem abertos estamos falando sobre uma medida de
entendimento. Aquilo que entendemos manifestamos. O inverso também é verdadeiro.
Então a questão não é orar para Deus abrir os céus, mas entender porque ainda não
acessamos uma realidade que já esta disponível a nós. Pois que sentido há em lutar por
algo que já foi conquistado? Não há pretensão aqui de ser absoluto em dizer isso, mas
deixar como ponto de reflexão sobre o que entendemos sobre céus abertos ou céus
fechados. Leiamos Jo 19:30-ACF:

E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou
o espírito.

Está feito, Jesus disse. A palavra consumado aqui aponta para “o fim ao qual todas as
coisas se relacionam”(dic.strong 5056).

Tudo gira em torno do sacrifício de Jesus na cruz. O véu do templo ser rasga, temos um
novo e vivo caminho, um acesso permanente a Deus, o direito de entrar e habitar em sua
presença. Em Cristo passamos a caminhar em submissão ao propósito eterno e não ao meu
propósito. Dois versículos nos ensinam um principio importante.

Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Jo 9:5-ACF

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Mt
5.14-ACF

Jesus diz que enquanto está no mundo ele é a luz, ao voltar para glória nós passamos a ser
a luz do mundo. Com uma ressalva muito importante, não temos luz própria, ou seja, não
vem de nós a luz que brilha sobre os homens, mas de Deus. E aqui reside o problema
maior que o de pensar que em nós existe algo de bom que resulte na salvação de alguém.
E não temos nada de bom que resulte nisso. O que acontece é que em Cristo temos a
responsabilidade de refletir sua glória. E isso fala não só sobre uma vida de testemunho
que aponte para Cristo como também uma vida de entendimento do que já foi feito.
Precisamos refletir e não produzir.

Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor. 2Co 3.18-ACF

Isso tem a ver com entender sobre a movimentação de Deus sobre uma cidade, sobre uma
nação. Nós estamos pensando em nossa casa, Deus pensa na cidade. Pois o motivo para
que Ele nos mova individualmente tem como objetivo nos mostrar também um propósito
coletivo. O céu que está aberto fala também de um céu coletivo. Não fala sobre o que é
meu, mas sobre o que é nosso, e isso foi conquistado na cruz do calvário. Nós já fomos
abençoados. Está feito. Não entender isso nos faz reféns de uma idéia equivocada sobre
“abrir os céus”. Um claro exemplo do que já foi feito está em Efésios 1.3-9:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo.
Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis em sua presença.

Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo,
conforme o bom propósito da sua vontade,

para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado.

Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as
riquezas da graça de Deus,

a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento.

E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele
estabeleceu em Cristo,

As partes grifadas em negrito mostram algo que já foi feito. Ele já “nos”, nós “temos” e ele
“derramou” mostram isso. Quando oramos para que Deus abra o céu estamos tentando
fazer alguma coisa. Quando entendemos que o céu está aberto nós declaramos verdades
que Deus já liberou sobre a terra. Ao longo dos anos Deus vai reformulando algumas
coisas. Editando outras. Para que não mais construamos serpentes de bronze e façamos
delas ídolos para nós e para os outros. Leiamos o que a bíblia fala sobre a serpente de
bronze:

O Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for
mordido e olhar para ela viverá".

Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era
mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo. (Nm
21:8-NVI)

Mas em 2 Reis 18.4 Deus manda Ezequias destruir a serpente de bronze:

Removeu os altares idólatras, quebrou as colunas sagradas e derrubou os postes sagrados.


Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois até àquela época os
israelitas lhe queimavam incenso. Ela era chamada Neustã.

Se traçarmos um paralelo com nossos dias podemos dizer que Deus deu uma estratégia
para que o povo fosse curado de um mal que era fruto do pecado do próprio povo. Porém,
o povo transformou a estratégia em ídolo que adoraram ate Deus mandar Ezequias
destruir. A serpente que Deus manda construir em Números 21 fala de Deus abrindo o céu
para intervir em favor do povo. Ou seja, para cumprir um propósito especifico para um
tempo especifico. A serpente que Deus manda destruir em 2 Reis 18 fala de um povo que
transformou algo que era para um tempo em algo permanente, que não era Deus, que já
perdera seu propósito, ou seja, que se transformou em um ídolo.

Pois o céu que está aberto tem a ver com entender o que Deus fez e nos submetermos a
isso. Entendendo sua movimentação hoje sobre a terra. E quando não entendemos isso
passamos a construir “serpentes de bronze ou estratégias” para tentar mover um Deus que
não pode ser movido pela vontade humana. Pois ele é movido por próprios princípios que
Ele mesmo estabeleceu. Pois infelizmente não poucas vezes insistimos em continuar com
algo que já cumpriu seu tempo e propósito e que Deus não mais valida.

Nessa perspectiva de ainda se usar as “serpentes de bronze” ou estratégias que Deus não
mais aprova, nós hasteamos uma bandeira do que seria novo, sob a ótica de que os céus
estavam fechados e agora abertos após nossa oração receberemos algo diferente, algo a
mais que chamamos de o novo de Deus. Porém o novo de Deus tem a ver com retorno e
não com acréscimo. Tem a ver com restauração e não com algo nunca visto. Isaias 43.19
nos ajuda ainda mais nesse entendimento:

Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não o percebem? Até no
deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo.

Para nós a palavra nova aqui tem o significado de algo nunca visto, nunca feito. Mas sua
raiz primitiva no hebraico chadash significa renovar, reparar, renovar-se¹( Strong h 2319).
Outro versículo que também soma-se a Isaias 43.19 é Romanos 12.2:

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua
mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus

E em Romanos 12.2 a palavra renovação tem por significado no grego anakainosis,


restauração, renascimento.

Tanto em Isaias quanto em Romanos a palavra nova e renovação carregam praticamente o


mesmo sentido; retorno, voltar à forma original. Para a maioria de nós novo ou renovar
tem a ver com acréscimo, mas, biblicamente falando novo e renovar tem a ver com origem,
começo, fundamento.

Capitulo 9

Reconstruindo a cidade

Um texto que nos ajudará na construção de um entendimento nesse capitulo sobre como
os adoradores podem reconstruir a cidade está em Isaias 58.5-12(NTLH):

O que é que eu quero que vocês façam nos dias de jejum? Será que desejo que passem
fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se
deitem em cima de cinzas? É isso o que vocês chamam de jejum? Acham que um dia de
jejum assim me agrada?

“Não! Não é esse o jejum que eu quero. Eu quero que soltem aqueles que foram presos
injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade
os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão.

O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam
em casa os pobres que estão desabrigados, que dêem roupas aos que não têm e que nunca
deixem de socorrer os seus parentes.

“Então a luz da minha salvação brilhará como o sol, e logo vocês todos ficarão curados. O
seu Salvador os guiará, e a presença do SENHOR Deus os protegerá por todos os lados.

"Quando vocês gritarem pedindo socorro, eu os atenderei; pedirão a minha ajuda, e eu


direi: ‘Estou aqui! ’ “Se acabarem com todo tipo de exploração, com todas as ameaças e
xingamentos;"

se derem de comer aos famintos e socorrerem os necessitados, a luz da minha salvação


brilhará, e a escuridão em que vocês vivem ficará igual à luz do meio-dia.

"Eu, o SENHOR, sempre os guiarei; até mesmo no deserto, eu lhes darei de comer e farei
com que fiquem sãos e fortes. Vocês serão como um jardim bem regado, como uma fonte
de onde não pára de correr água."

Em cima dos alicerces antigos, vocês reconstruirão cidades que tinham sido arrasadas.
Vocês serão conhecidos como o povo que levantou muralhas de novo, que construiu
novamente casas que tinham caído. ”

A palavra do profeta confronta o ritual em torno do jejum. A performance que era


enfatizada quando eles jejuavam. E criam que Deus se agradava de todo esse ritual. Pela
descrição do texto fica claro que eles ao jejuar de algum modo mostravam que estavam
jejuando. Que estavam fracos, talvez pensando que essa aparência exterior implicaria em
alguma resposta positiva da parte de Deus. Mero engano. A conexão do versículo 5 com a
vida do adorador é muito clara. Deus não responde performance. Deus atenta para uma
motivação correta que é expressa numa atitude correta. A coerência entre motivação e
atitude é essencial.

E por Deus não responder rituais vazios é que Ele através do profeta confronta o povo.
Pois eles estavam preocupados em cumprir um cronograma religioso em detrimento de
saber o que realmente Deus gostaria que eles fizessem.
Isso nos mostra que enquanto muitos estão preocupados com o próximo programa de
entretenimento, Deus está preocupado com a cidade. A visão de Deus sempre é coletiva e
para a cidade. Ainda que ele revele segredos e intenções a uma pessoa, essa revelação
sempre trará uma demanda coletiva. Por isso movimentos que promovem apenas a
repetição de rituais denominacionais ou mero entretenimento travestido de “propósito de
Deus” não irão provocar uma intervenção de Deus na terra. Por isso vemos ano após ano
tantos eventos em todo o Brasil, e mesmo assim temos a sensação de pouco ou às vezes
nada tem acontecido em alguns lugares. Enganamos-nos pensando que horas de música
ou oração por si só definem alguma coisa.

Não existe problema quando cantamos ou oramos durante horas, o problema está quando
pensamos e passamos a agir baseando alguma mudança ou a falta dela a essas horas de
canções e orações. Orações ganham sentido, força e legitimidade quando são
acompanhadas de atitude. Assim como não podemos deixar de estar no lugar secreto a fim
de defender uma agenda ativista também não podemos deixar de agir em função de uma
agenda de “quarto secreto”. Trata-se de uma coisa em complemento da outra. Jejum que
não resulta em atitude é um passar fome ou outra privação desnecessária assim como
passar horas, dias e anos trabalhando “para o Senhor” sem estar constantemente com Ele
em oração também é desnecessário. Qual o lugar então? Equilibrio.

Nossas cidades não serão mudadas com atos proféticos. Mas sim por pessoas com atitudes
proféticas, movidas pelo Espirito Santo. Um dos grandes desafios que temos como igreja
de Cristo nas cidades é trabalhar duro no desenvolvimento de adoradores conscientes. As
muitas lacunas em nossas cidades serão preenchidas quando pararmos de viver por
visibilidade e passarmos a viver por atitudes que gerem frutos eternos.

O processo de Deus é desencadeado no coração do homem. Como uma centelha que Deus
acende em nosso espírito. Mas como toda centelha ela pode ser propagada ou apagada. E
isso depende de como entendemos e reagimos à palavra impressa em nosso coração pelo
Espirito Santo. Quando caminhamos com velhas perspectivas de que atos externos movem
Deus sobre nossas cidades infelizmente estamos deixando de manifestar o Cristo através
de nossas atitudes.

Durante muito tempo e hoje ainda é assim em muitos lugares, existe uma idéia de óleo
ungido, mantos e artefatos bíblicos “ungidos” carregam algum tipo de poder sobrenatural.
Que subir ao monte é diferente de ajoelhar em casa, entre outros pensamentos que tornam
o ritual mais importante que aquele que o promove, e muito mais que isso, a motivação
que o leva a promover determinado ritual.

Temos a possibilidade de reconstruir a cidade quando entendemos que a cidade é feita de


pessoas e não de construções. Parece descabido dizer isso, mas é necessário, porque não
poucas vezes idealizamos projetos de cunho evangélico tendo em mente algum tipo de
receita para os problemas da cidade através de programas e estratégias ate um tanto
banhadas de significado espiritual sem levar em conta que as grandes revoluções
acontecem quando as pessoas começam a mudar seus hábitos simples e corriqueiros em
casa primeiramente.

Pois vivemos em um país que tem cerca de 40 milhões de evangélicos porém em


contrapartida temos muitas respostas a dar sobre o que esses 40 milhões tem feito por suas
cidades? Não necessariamente tem a ver com obras sociais ou somente missões urbanas.
Não poucos estão envolvidos e engajados em projetos desse tipo e tem problemas e
situações pessoais e familiares a resolver. Isaias, o profeta não esta desfazendo a
necessidade de se jejuar, mas esta apontando para um significado mais profundo que o
mero ritual.

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