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Governo do Estado de Minas Gerais

SECRETARIA DE ESTADO DE
DEFESA SOCIAL - SEDS

AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIO

ÍNDICE
- LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretação de texto. ................................................................................................................................ 1
Ortografia, acentuação e pontuação. ..........................................................................................................13
Processo de formação de palavras. ...........................................................................................................24
Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................25
Sintaxe de concordância e de regência. .....................................................................................................45
Uso e colocação do pronome. ....................................................................................................................28
Uso dos tempos e modos verbais. ..............................................................................................................32
Estrutura do período e da oração. ..............................................................................................................51
Redação (domínio da expressão escrita) – .................................................................................................53
Variação linguística: modalidades do uso da língua e adequação linguística. .............................................54
Tópicos de língua portuguesa padrão:
Adequação conceitual. ...............................................................................................................................55
Pertinência, relevância e articulação dos argumentos. ...............................................................................69
Seleção vocabular. ....................................................................................................................................60

- RACIOCÍNIO LÓGICO
Raciocínio lógico: resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com
números, com figuras, de palavras). Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e
implicação lógica, argumentos válidos. ‘ ........................................................................................... pp 1 a 74

- CONHECIMENTOS GERAIS
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, e alterações posteriores: Título
II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais; Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Capí-
tulo II: Dos Direitos Sociais; Capítulo III: Da Nacionalidade; Título III: Da Organização do Estado; Capítulo I:
Da Organização Político-Administrativa; Capítulo VII: Da Administração Pública; Seção I: Disposições Ge-
rais; Seção II: Dos Servidores Públicos; Título VIII: Da Ordem Social; Capítulo I: Disposição Geral; ........... 1
Declaração Universal dos Direitos Humanos; .............................................................................................16
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores - Estatuto dos Funcionários Pú-
blicos Civis do Estado de Minas Gerais; .....................................................................................................20
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e alterações posteriores . 36
Lei Federal n.º 9.455 de 07 de abril de 1.997 (Lei da Tortura) e alterações posteriores; ..............................50
Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas de Execução Penal); ........................51
Lei Estadual nº 14.695, de 30 de julho de 2.003, que instituiu a carreira de Agente de Segurança Penitenciá-
rio; .............................................................................................................................................................62
Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/40 e suas alterações posteriores). Parte Especial - Título XI -
Dos Crimes Contra a Administração Pública, Capítulo I. Dos crimes praticados por funcionário público contra
administração em geral; .............................................................................................................................65
Regulamento Disciplinar Prisional da Secretaria de Estado de Defesa Social do Estado de Minas Gerais
(REDIPRI). .................................................................................................................................................68

Agente De Segurança Penitenciário


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APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,


há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
Interpretação de texto.
Ortografia, acentuação e pontuação. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
Processo de formação de palavras. com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
Emprego das classes de palavras. época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
Sintaxe de concordância e de regência.
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
Uso e colocação do pronome. da fonte e na identificação do autor.
Uso dos tempos e modos verbais.
Estrutura do período e da oração. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
Redação (domínio da expressão escrita) – resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
Variação linguística: modalidades do uso da língua e to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
adequação linguística. da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
Tópicos de língua portuguesa padrão. adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
Adequação conceitual. isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
Pertinência, relevância e articulação dos argumentos.
alternativa mais completa.
Seleção vocabular.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto. 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por até o fim, ininterruptamente;
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor umas três vezes ou mais;
diante de uma temática qualquer. 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Denotação e Conotação 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- ensão;
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. respondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada perguntou e o que se pediu;
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
exata ou a mais completa;
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações lógica objetiva;
diferenciadas em seus leitores. 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra resposta;
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim definindo o tema e a mensagem;
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
esclareçam o sentido. 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
simos na interpretação do texto.
Como Ler e Entender Bem um Texto Ex.: Ele morreu de fome.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira do fato (= morte de "ele").
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-

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Ex.: Ele morreu faminto. to que aconteceu depois.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.; O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei- material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
as estão coordenadas entre si; natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
Cunegundes espírito.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS • Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-


TEXTO NARRATIVO semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.

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- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
pouco. respeito de algo.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- O TEXTO ARGUMENTATIVO 1
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. tipo de texto solicitado.
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
cial e econômico . análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
partes mais típicas desse todo. análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
típicos. do ponto de vista de algo/alguém.
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
TEXTO DISSERTATIVO vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- mação textual.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
do o contexto. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- são).
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
sencadeia a conclusão. dão tornem esta produção altamente evocativa.
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
e opinião. possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
a obra ou ação que realmente se praticou. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
uma relação interdiscursiva e intertextual. sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
ca.’’
As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa- • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da no processo persuasivo.
oposição, tudo isto em forma de piada. ‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e • Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, como encaminhamento de leitura da tese.
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição. • Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e
exponha seus pontos de vista com mais exatidão.
O TEXTO ARGUMENTATIVO 2
‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau-
Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno-
nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se-
tema ou assunto. xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying-
É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar, ton.’’
depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve, • Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro-
também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da cesso argumentativo.
leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da ‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp
opinião. – indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava-
liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse-
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes: quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas
a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado
o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al-
a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser gumas escolas estaduais de Rio Preto.
de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados
estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos - • Sintese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto
enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação.
tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.
solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção
do leitor e utilizar variedade padrão de língua. ‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal,
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento.
A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es-
O roteiro da persuasão para o texto argumentativo: tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores
Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen- precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’
tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur- • Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga-
sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces- rante mais credibilidade ao processo argumentativo.
so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
tivo: ‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido
• Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi- isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to-
dade e segurança a tese. dos.’’ Mundograduado.org
‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e Modelo de Dissertação-Argumentativa
um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
de trabalho.’ ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
• Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.
introdução. O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a
‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao
que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’ progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá-
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro-
• Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará- blemas ambientais que afetam a população.
ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio. contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- o idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-
ca. linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que
poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- sinônimo para linguagem num sentido mais geral);
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não • socioletos, isto é, variações faladas por comunidades
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se socialmente definidas
transformar na salvação do mundo.
• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- comunicação pública e da educação
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada • idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul. • registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a
gramática de certas atividades ou profissões
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual
dissertativa assim organizada: • etnoletos, para um grupo étnico
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi- • ecoletes, um idioleto adotado por uma casa
da;
Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos
“Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi- não apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática,
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.” exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos variam em
seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
gumentativos; Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou
“O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas
modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros
ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de
sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte,
termos (veja jargão).
problemas ambientais que afetam a população.
É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico,
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
e de, portanto, estilo.
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, Espécies de variação
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
ca.” Variação histórica

3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
intervenção relacionada à tese. identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O
processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
“O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças
transformar na salvação do mundo. podem ser de grafia ou de significado.
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- Variação geográfica
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores ,
política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
Variação (linguística) utilizados na região de sua influência e as diferenças linguísticas entre as
regiões são graduais, nem sempre coincidindo.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Variação social
A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia,
sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico, Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico,
geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua se manifestam determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação;
verbalmente. a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão
entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de
Conceito certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa,
e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido
Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de atingir o padrão de maior prestígio.
linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto,
aparentemente um processo de criação de palavras para termos Variação estilística
específicos, são exemplos dessas variações:
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de
• dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas por comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de
comunidades geograficamente definidas. intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar
em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites

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extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do qual este deve ser
indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, humanas e o respeito ao mundo natural.
utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativida-
elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com de economicamente viável.
língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
comunicação. para todos os indivíduos de uma comunidade.
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a apro-
As diferentes modalidades de variação linguística não existem veitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui-
geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser
menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes 2. Considere as seguintes afirmações:
antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do
mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
favorecida. II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja
Bibliografia formas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém
CAMACHO, R. (1988). A variação linguística. In: Subsídios à proposta do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa-
curricular de Língua Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da zendo dela.
Educação do Estado de São Paulo, p. 29-41. Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em
(A) I.
(B)) II.
EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (C) III.
(D) I e II.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se- (E) II e III.
gue.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do
No coração do progresso texto em:
Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que (A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer
classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção conclusão.
do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo (B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica =
emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconcei-
mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o to.
leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir (C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das
todas as portas para uma vida melhor. ações voluntariosas.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema, (D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida =
via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi- práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida.
mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma (E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que
represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um está planificado.
progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimina-
damente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco: 4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento
desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada.
tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva- Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão correta-
ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or-
planeta. dem em que surgem, por
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. (A) houve - garantiria - é
Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que (B) haveria - garantiu - teria sido
concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza (C) haveria - garantisse - fosse
e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o (D) haverá - garantisse - e
adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. (E) havia - garantiu - é
Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos
sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de 5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na
adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos frase:
efeitos. (A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e algumas conotações mágicas.
política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o (B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu
mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não sentido real muitos equívocos ideológicos.
é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos (C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a
industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da quali- (D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a
dade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banhei- fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.
ro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a rua, com (E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com
o bairro, com a cidade. nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, 6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na
certamente, melhor do que este em que estamos vivendo. frase:
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido (A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir
Mello) mão.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará.

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(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula
ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen-
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na
representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar pro- capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as
gresso. horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por
protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da constru- anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São
ção ou da expressividade do texto: Carlos.
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular
tanto atende à concordância com academias. os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenien-
II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se tes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a
exprime um dever imperioso, uma necessidade premente. atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios
III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo, com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e
anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia.
no texto. Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio-
Está correto APENAS o que se afirma em nou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a
(A) I. pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à
(B)) II. livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não
(C) III. anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados
(D) I e II. pelos protestos.
(E) II e III. O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais
8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam
que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos. ser abolidas.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os (Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)
elementos sublinhados, na ordem dada, por:
(A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam 11. De acordo com o texto, é correto afirmar que
(B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na (A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo
(C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe dos protestos ocorridos nos últimos anos.
(D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam (B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamen-
(E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam tos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e
9. Está clara e correta a redação da seguinte frase: são permitidos pela Carta de 1988.
(A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que (D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos
é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que de rua em horários e locais predeterminados.
reflitamos sobre seu verdadeiro sentido. (E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos
(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo, das manifestações feitas de forma abusiva.
devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor. 12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para
(C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao
atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melho- restante da população. A saída estaria principalmente na
ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja. (A) sensatez.
(D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer (B) Carta de 1998.
jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para (C) Justiça.
que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros. (D) Companhia de Engenharia de Tráfego.
(E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acaba- (E) na adoção de medidas amplas e profundas.
riam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco-
logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida práti- 13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que
ca. param as ruas de São Paulo representam um custo para a população
da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego
(A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a (CET).
porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida. (B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas
(B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações apa- em engarrafamentos.
rentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, impor- (C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São
tantíssima. Carlos.
(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo (D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e
irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. São Carlos.
(D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre- (E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São
sas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais Paulo.
que, nem sempre, foram avaliadas.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas 14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das
segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma per- manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equi-
manente avaliação. parada, no texto,
(A) a R$ 3,3 milhões.
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24. (B) ao total de usuários da cidade de São Carlos.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos (D) ao total de combustível economizado.
protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre (E) a uma distância de 231 km.

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15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os (A) tempo.
protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de (B) posse.
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. (C) causa.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir (D) origem.
protestos abusivos. (E) finalidade.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
impedir protestos em horários de pico. 23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substi-
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem- tuindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras
sucedida de desestimular protestos abusivos. de regência verbal, a seguinte frase:
(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em (A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi- (B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
mentadas. (C) O poder público deveria obedecer horários e locais.
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais.
16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de (E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.
Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
sados em cada manifestação é 24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um
(A) pertinente. líder de sindicato – obtém-se:
(B) indiferente. (A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(C) irrelevante. (B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria.
(D) onerosa. (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
(E) inofensiva. (D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato.
17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
sindical Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34.
(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição. DIPLOMA E MONOPÓLIO
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifestan- Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medi-
te da responsabilidade pelos danos causados. cina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os
(D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência
poderá entrar com recurso. (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o
(E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegurados, monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como
um manifestante será punido. explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o
exercício profissional?
18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
conflito, destaca-se Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas
(A) multa a líderes sindicais. ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam
(B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje,
Tráfego. nem 20% advogam.
(C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua. Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é
(E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani- um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante.
festações. Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é
19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –, mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa
substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução
acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase: brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar
(A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios. nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são tam-
(B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios. bém úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem sucedido
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios. na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC,
(D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios. não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática
(E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios. monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também
se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a
20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concor-
e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locução rência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...)
conjuntiva no entanto indica uma relação de (Veja, 07.03.2007. Adaptado)
(A) causa e efeito.
(B) oposição. 25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as
(C) comparação. frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direi-
(D) condição. to e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram
(E) explicação. resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras.
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina
21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en-
palavra arbitrar é um sinônimo de guiços entre diplomas e carreiras.
(A) julgar. (B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina
(B) almejar. no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os
(C) condenar. enguiços entre diplomas e carreiras.
(D) corroborar. (C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina
(E) descriminar. no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en-
guiços entre diplomas e carreiras.
22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os (D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina
protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os en-
uma relação de guiços entre diplomas e carreiras.

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medici- ções deviam fiscalizá-la.
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram
os enguiços entre diplomas e carreiras. 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinala-
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de das em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão.
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico.
aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista.
e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados sem- (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC.
pre ____________. (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento.
política e no mundo dos negócios
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na 32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma
política e no mundo dos negócios culta.
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na (A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os
política e no mundo dos negócios graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão.
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de (B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhe-
destaque na política e no mundo dos negócios cimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na de conhecimento.
política e no mundo dos negócios (C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB.
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As
27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida corporações deviam almejar do interesse da sociedade.
pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se (E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de
uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a restringir à concorrência.
dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corpora- 33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e
tivos. III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do e III.
ensino básico. I. O advogado é aprovado na OAB.
(C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária. II. O advogado raciocina com lógica.
(D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa. III. O advogado defende o cliente no tribunal.
(E) No curso de direito, lê-se bastante. (A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso.
28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto (B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá
no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocu- de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB.
pam postos de destaque na política e no mundo dos negócios. (C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
(A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional. defenderá o cliente no tribunal com sucesso.
(B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de adminis- (D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque
tração em nível de bacharelado. raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB.
(C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação. (E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na
(D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de traba- OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso.
lho com bons profissionais.
(E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais. 34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragili-
dade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência
29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo vem entre vírgulas para, no contexto,
verbal entre as orações. (A) garantir a atenção do leitor.
(A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento, (B) separar o sujeito do predicado.
poderiam defender bem seus clientes. (C) intercalar uma reflexão do autor.
(B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram (D) corrigir uma afirmação indevida.
intelectualmente. (E) retificar a ordem dos termos.
(C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais
severa. Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo.
(D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser
melhor. SOBRE ÉTICA
(E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resol- A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções.
vem brevemente. Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o com-
portamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a
30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da moral,
está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em: relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, assim,
(A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estu-
promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes dado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a descre-
defenderão. ver as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser
(B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo capaz de explicar valorações comportamentais.
fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a
profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la. Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filo-
(C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É sófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo espe-
preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencio- culativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivên-
nar-lhes. cia humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre
(D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais.
advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à so-
ciedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel. Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descri-
(E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II. tível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se
As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corpora- agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comporta-

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mento social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral,
colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação
dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização, do homem.
pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de digni- (D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento huma-
dade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria no, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.
metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim, (E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costu-
objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de mam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodo-
tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus logia usada.
Navigandi)
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores
35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deve-
da leitura do texto, rá ser:
(A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo. (A) seria dado.
(B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra. (B) teriam dado.
(C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam. (C) seriam dados.
(D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito. (D) teriam sido dados.
(E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos. (E) fora dado.

36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retoma- Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo.
da na seguinte expressão do texto:
(A) núcleo especulativo e reflexivo. O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR
(B) objeto descritível de uma Ciência. Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, esta-
(C) explicação dos fatos morais. mos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se
(D) parte da Filosofia. não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respei-
(E) comportamento consequencial. tá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele
não consegue respeitar.
37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes.
como aquela em que se considera, sobretudo, Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respei-
(A) o valor desejável da ação humana. tar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfei-
(B) o fundamento filosófico da moral. ções nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem
(C) o rigor do método de análise. moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a
(D) a lucidez de quem investiga o fato moral. adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um
(E) o rigoroso legado da jurisprudência. padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ga-
38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos nham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regra-
revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupa- das por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos
ção homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias
(A) filosófica. falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os
(B) descritiva. outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam
(C) prescritiva. pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris,
(D) contestatária. Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
(E) tradicionalista.
43. Atente para as afirmações abaixo.
39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento subli- I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se
nhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parên- preocupa com os padrões morais de conduta.
teses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso: II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o ho-
(A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão) mem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate) III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
(C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situa- padrões de conduta que ele cobra dos outros.
ção. (provisório) Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda) (A) I.
(E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessi- (B) II.
vo) (C) III.
(D) I e II.
40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (E) II e III.
(A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
acepções de Ética. 44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu
(B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator
muita frequência, associada aos valores morais. determinante para que
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam (A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos
de ter a dignidade humana como balizamento. padrões morais para avaliar sua conduta.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor (B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem
de que se impregna a conduta dos indivíduos. moral e o homem moralizador.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstân- (C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte-
cias, atentar para a observância dos valores éticos. rizar um homem moralizador.
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um
41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário homem moral e o de um moralizador.
sobre o texto: (E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitu-
(A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma des tomadas pelo homem moral.
apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
(B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplifi-

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
car uma sociedade na qual (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes.
(A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta.
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral (E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes.
comum.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral. 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. segmento do texto em:
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, (A) serviu de chamariz respondeu ao chamado.
o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em: (B) alguma suspeita sardinha possivelmente uma sardinha.
(A) significativos desdobramentos dela. (C) teimoso aproveitamento = persistente utilização.
(B) determinados antecedentes dela. (D) o princípio mesmo do comércio = preâmbulo da operação comercial.
(C) reconhecidos fatores que a causam. (E) Agem para salvaguardar = relutam em admitir.
(D) consequentes aspectos que a relativizam.
(E) valores comuns que ela propicia. 51. Atente para as afirmações abaixo.
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um
47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no
frase: primeiro parágrafo.
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o
não podia ser considerado um hipócrita. autor não compactua com a justificativa dos feirantes.
(B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a supera-
morais que eles imporão aos outros. ção de tudo o que determina a existência de diversas espécies de
(C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servis- seres humanos.
se de controle dos demais cidadãos. Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracteri- (A) I.
zava-se um ato típico do moralizador. (B) II.
(E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões (C) III.
morais que eles próprios não respeitam. (D) I e II.
(E) II e III.
48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na
frase: 52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de cons-
(A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não cos- trução do texto: no contexto do
tuma acusar em si mesmo. (A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a
(B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral expressão verbal querem pagar.
ele não costuma impingir na dos outros. (B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz suben-
(C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos tender a existência de “fregueses” que não compram nada.
em que ele acusa seus semelhantes. (C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada
(D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não com o sentido de de toda maneira.
abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas. (D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada
(E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de com o sentido de a fim de resguardar.
cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é (E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao
capaz. de mesmo não sendo.

Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo. 53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para
preencher de modo correto a lacuna da frase:
FIM DE FEIRA (A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de
Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas.
a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou (B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a provi-
mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias dência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está (C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as
pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo
metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compra- humano.
dores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca de (D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da
pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto.
ou uma ponta de cação obviamente desprezada. (E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de ou-
que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. tros.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para 54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carên-
Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. cia dos mais pobres.
E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assis- (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional
tentes sociais, alegam. coleta de um fim de feira.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os fun- nessa narrativa.
cionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor
liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de em distinguir os diferentes caracteres humanos.
peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humil-
diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito) de coleta de que trata a crônica.

49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos RESPOSTAS


refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto 01. A 11. C 21. A 31. E 41. B 51. D
(A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes. 02. B 12. A 22. E 32. B 42. A 52. E

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
03. E 13. B 23. B 33. A 43. C 53. D - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
04. C 14. E 24. A 34. C 44. D 54. A - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
06. E 16. A 26. D 36. B 46. A TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
07. B 17. C 27. A 37. A 47. E Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
09. D 19. E 29. B 39. D 49. B HIATO
10. B 20. B 30. D 40. E 50. C Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
FONÉTICA E FONOLOGIA Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo- SÍLABA
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. numa só emissão de voz.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. • Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
fonemas. li-da-de.
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas. TONICIDADE
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
sinal gráfico que representa o som. Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
pá.
Vejamos alguns exemplos:
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i em:
Corre – letras: 5: fonemas: 4 • Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
Hora – letras: 4: fonemas: 3 mi-nó.
Aquela – letras: 6: fonemas: 5 • Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
Guerra – letras: 6: fonemas: 4 ter, a-má-vel, qua-dro.
Fixo – letras: 4: fonemas: 5 • Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,
Hoje – 4 letras e 3 fonemas cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma.
Canto – 5 letras e 4 fonemas
Tempo – 5 letras e 4 fonemas ENCONTROS CONSONANTAIS
Campo – 5 letras e 4 fonemas É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo.
Chuva – 5 letras e 4 fonemas Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um DÍGRAFOS
determinado som. São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
posta para um som simples.
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Há os seguintes dígrafos:
VOGAIS 1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
Exs.: chave, malha, ninho.
a, e, i, o, u 2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e
ss.
SEMIVOGAIS Exs. : carro, pássaro.
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa 3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te- Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
sou-ro, Pa-ra-guai. 4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra.
CONSOANTES Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.

b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z NOTAÇÕES LÉXICAS
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
ENCONTROS VOCÁLICOS dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
encontro vocálico. São os seguintes:
Ex.: cooperativa 1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco-
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato ra;
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
DITONGO 4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa. 5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
Dividem-se em: 6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
- orais: pai, fui o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
- nasais: mãe, bem, pão

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ORTOGRAFIA OFICIAL a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de la, piche, pichar, tchau.
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
Eis algumas observações úteis: distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
DISTINÇÃO ENTRE J E G • brocha (pequeno prego)
1. Escrevem-se com J: • broxa (pincel para caiação de paredes)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, • chá (planta para preparo de bebida)
canjerê, pajé, etc. • xá (título do antigo soberano do Irã)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije- • chalé (casa campestre de estilo suíço)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. • xale (cobertura para os ombros)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • chácara (propriedade rural)
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. • xácara (narrativa popular em versos)
d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. • cheque (ordem de pagamento)
e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • xeque (jogada do xadrez)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. • cocho (vasilha para alimentar animais)
• coxo (capenga, imperfeito)
2. Escrevem-se com G:
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
ferrugem, etc. Observe o quadro das correlações:
b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO: Correlações Exemplos
estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir. ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter
- detenção; reter - retenção
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer-
DISTINÇÃO ENTRE S E Z rt - rs são;
1. Escrevem-se com S: pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu- ced - cess sentir - senso, sensível, consenso
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
gred - gress cessão.
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. exceder - excessivo (exceto exceção)
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão -
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for tir - ssão progresso - progressivo
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege- imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
se análise, trombose, etc. são.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
causa. (re)percutir - (re)percussão
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc. PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
der: pretensão; repreender: repreensão, etc. ONDE-AONDE
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi-
2. Escrevem-se em Z. vale sempre a PARA ONDE.
a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o AONDE você vai?
mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, AONDE nos leva com tal rapidez?
organizado; realizar: realização, realizado, etc.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre-
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. ga-se ONDE
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro, ONDE estão os livros?
chapeuzinho, cãozito, etc. Não sei ONDE te encontrar.

DISTINÇÃO ENTRE X E CH: MAU - MAL


1. Escrevem-se com X MAU é adjetivo (seu antônimo é bom).
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote, Escolheu um MAU momento.
feixe, etc. Era um MAU aluno.
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de MAL pode ser:
árvore que produz o látex). a) advérbio de modo (antônimo de bem).
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en- Ele se comportou MAL.
chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa- Seu argumento está MAL estruturado
das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, b) conjunção temporal (equivale a assim que).
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en- MAL chegou, saiu
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + c) substantivo:
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: O MAL não tem remédio,
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). Ela foi atacada por um MAL incurável.

2. Escrevem-se com CH: CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO


CESSÃO significa o ato de ceder.
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Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os
torcedores. Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Assistimos a uma SESSÃO de cinema. ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
HÁ / A "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Na indicação de tempo, emprega-se: "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): mirra." (Manuel Bandeira)
HÁ dois meses que ele não aparece.
Ele chegou da Europa HÁ um ano. USO DO HÍFEN
A para indicar tempo futuro:
Daqui A dois meses ele aparecerá. Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo.
Ela voltará daqui A um ano. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos,
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das
FORMAS VARIANTES regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
aluguel ou aluguer hem? ou hein? As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for-
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos,
amídala ou amígdala infarto ou enfarte como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra,
assobiar ou assoviar laje ou lajem eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro,
assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre,
azaléa ou azaleia nenê ou nenen sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
bílis ou bile quatorze ou catorze 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar h.
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela Exemplos:
chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear anti-higiênico
debulhar ou desbulhar ou relampar anti-histórico
fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS proto-história
sobre-humano
Escrevem-se com letra inicial maiúscula: super-homem
1) a primeira palavra de período ou citação. ultra-humano
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua." Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
letra maiúscula. 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da
2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes vogal com que se inicia o segundo elemento.
sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Exemplos:
Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via- aeroespacial
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. agroindustrial
O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. anteontem
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas antiaéreo
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência antieducativo
do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. autoaprendizagem
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, autoescola
etc. autoestrada
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, autoinstrução
Estado, Pátria, União, República, etc. coautor
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, coedição
órgãos públicos, etc.: extraescolar
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco infraestrutura
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. plurianual
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e semiaberto
científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os semianalfabeto
Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da semiesférico
Manhã, Manchete, etc. semiopaco
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar,
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:

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anteprojeto niciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
antipedagógico
autopeça 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o se-
autoproteção gundo elemento começar por vogal. Exemplos:
coprodução hiperacidez
geopolítica hiperativo
microcomputador interescolar
pseudoprofessor interestadual
semicírculo interestelar
semideus interestudantil
seminovo superamigo
ultramoderno superaquecimento
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice- supereconômico
rei, vice-almirante etc. superexigente
superinteressante
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo superotimismo
elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos: 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
antirrábico sempre o hífen. Exemplos:
antirracismo além-mar
antirreligioso além-túmulo
antirrugas aquém-mar
antissocial ex-aluno
biorritmo ex-diretor
contrarregra ex-hospedeiro
contrassenso ex-prefeito
cosseno ex-presidente
infrassom pós-graduação
microssistema pré-história
minissaia pré-vestibular
multissecular pró-europeu
neorrealismo recém-casado
neossimbolista recém-nascido
semirreta sem-terra
ultrarresistente.
ultrassom 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu,
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo e-
lemento começar pela mesma vogal. 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio-
Exemplos: nalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas enca-
anti-ibérico deamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
anti-imperialista
anti-infl acionário 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no-
anti-infl amatório ção de composição. Exemplos:
auto-observação girassol
contra-almirante madressilva
contra-atacar mandachuva
contra-ataque paraquedas
micro-ondas paraquedista
micro-ônibus pontapé
semi-internato
semi-interno 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra
ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segun- linha seguinte. Exemplos:
do elemento começar pela mesma consoante. Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
Exemplos: O diretor recebeu os ex-alunos.
hiper-requintado
inter-racial ACENTUAÇÃO GRÁFICA
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista ORTOGRAFIA OFICIAL
super-reacionário Por Paula Perin dos Santos
super-resistente
super-romântico O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
Atenção: internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
• Nos demais casos não se usa o hífen. 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, super- dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
proteção. ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra inici- Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
ada por r: sub-região, sub-raça etc. falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra i- sua implementação.

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É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Leis ou Acordos. • X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de- • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
tes (semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
Alfabeto
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e temo, público, pároco, proparoxítona.
palavras importadas do idioma inglês, como:
km – quilômetro, QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros. 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito • Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, IMPORTANTE
o “ü” lê-se “i”) Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”,
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
“LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
Ex. permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
Chá Mês nós
6. Acento Diferencial
Gás Sapé cipó
Dará Café avós O acento diferencial permanece nas palavras:
Pará Vocês compôs pôde (passado), pode (presente)
vatapá pontapés só pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do
Aliás português robô verbo está no singular ou plural:
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los SINGULAR PLURAL
guardá-la Fé compô-los Ele tem Eles têm
réis (moeda) Véu dói Ele vem Eles vêm
méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
ninguém parabéns Jerusalém conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

DIVISÃO SILÁBICA
Resumindo:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, GU.
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí- 1- chave: cha-ve
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas aquele: a-que-le
palavras. palha: pa-lha
manhã: ma-nhã
guizo: gui-zo
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Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R PONTO DE INTERROGAÇÃO
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço É usado para indicar pergunta direta.
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar Onde está seu irmão?
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
globo: glo-bo fraco: fra-co Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do A mim ?! Que ideia!
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
prato: pra-to
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
3- correr: cor-rer desçam: des-çam Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Ó jovens! Lutemos!
fascinar: fas-ci-nar
VÍRGULA
Não se separam as letras que representam um ditongo. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro sa na fala. Emprega-se a vírgula:
cárie: cá-rie • Nas datas e nos endereços:
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Separam-se as letras que representam um hiato. Largo do Paissandu, 128.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el • No vocativo e no aposto:
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o Meninos, prestem atenção!
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
Não se separam as letras que representam um tritongo. • Nos termos independentes entre si:
6- Paraguai: Pa-ra-guai O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
saguão: sa-guão • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
que a antecede. droeira.
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias • Após alguns adjuntos adverbiais:
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter No dia seguinte, viajamos para o litoral.
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
da vírgula:
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
que a segue • Após a primeira parte de um provérbio.
8- pneumático: pneu-má-ti-co O que os olhos não vêem, o coração não sente.
gnomo: gno-mo • Em alguns casos de termos oclusos:
psicologia: psi-co-lo-gia Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.

No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,


RETICÊNCIAS
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
sílabas separadas.
Não me disseste que era teu pai que ...
9- sublingual: sub-lin-gual
• Para realçar uma palavra ou expressão.
sublinhar: sub-li-nhar
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
sublocar: sub-lo-car
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
Preste atenção nas seguintes palavras:
trei-no so-cie-da-de
gai-o-la ba-lei-a PONTO E VÍRGULA
des-mai-a-do im-bui-a • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
ra-diou-vin-te ca-o-lho alguma simetria entre si.
te-a-tro co-e-lho "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
du-e-lo ví-a-mos cido, guardando consigo a ponta farpada. "
a-mné-sia gno-mo • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
co-lhei-ta quei-jo interior.
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
dig-no e-nig-ma calmo, resolveu o problema sozinho.
e-clip-se Is-ra-el
mag-nó-lia DOIS PONTOS
• Enunciar a fala dos personagens:
SINAIS DE PONTUAÇÃO Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
pausas da linguagem oral. que".
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
PONTO or:
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos • Enumeração após os apostos:
comuns ele é chamado de simples. Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).

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TRAVESSÃO CRASE
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Crase é a fusão da preposição A com outro A.
palavras ou frases Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
– "Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria? EMPREGO DA CRASE
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). • em locuções adverbiais:
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra à vezes, às pressas, à toa...
vez. • em locuções prepositivas:
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma em frente à, à procura de...
coisa". (M. Palmério). • em locuções conjuntivas:
• Usa-se para separar orações do tipo: à medida que, à proporção que...
– Avante!- Gritou o general. • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. as
Fui ontem àquele restaurante.
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
uma cadeia de frase: Refiro-me àquilo e não a isto.
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói.
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
ASPAS • diante de substantivos próprios femininos:
São usadas para: Dei o livro à(a) Sônia.
• Indicar citações textuais de outra autoria.
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
Há quem goste de “jazz-band”. A:
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. Viajaremos à Colômbia.
• Para enfatizar palavras ou expressões: (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. neza, etc.
• Em casos de ironia: Viajaremos a Curitiba.
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
PARÊNTESES Vou à Curitiba dos meus sonhos.
Empregamos os parênteses: • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
• Nas indicações bibliográficas. Às 8 e 15 o despertador soou.
"Sede assim qualquer coisa. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
serena, isenta, fiel". da” ou "maneira":
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Aos domingos, trajava-se à inglesa.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
fora das órbitas. Amália se volta)". Referia-se à Casa Gebara.
(G. Figueiredo) • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
fome." Voltou à terra onde nascera.
(C. Lispector) Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
• Para isolar orações intercaladas: Mas:
"Estou certo que eu (se lhe ponho Os marinheiros vieram a terra.
Minha mão na testa alçada) O comandante desceu a terra.
Sou eu para ela." • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
(M. Bandeira) artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
Vou até a (á ) chácara.
COLCHETES [ ] Cheguei até a(à) muralha
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. • A QUE - À QUE
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
ocorrerá crase:
ASTERISCO Houve um palpite anterior ao que você deu.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Houve uma sugestão anterior à que você deu.
alguma nota (observação). Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
ocorrerá crase.
BARRA Não gostei do filme a que você se referia.
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas Não gostei da peça a que você se referia.
abreviaturas. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
de:
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos.

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
NÃO OCORRE CRASE possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
ou seja, os homônimos:
• antes de nomes masculinos:
Andei a pé. As homônimas podem ser:
Andamos a cavalo.
• antes de verbos:  Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Ela começa a chorar. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
Cheguei a escrever um poema. indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
• em expressões formadas por palavras repetidas: singular presente indicativo do verbo consertar);
Estamos cara a cara.  Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Escrevi a Vossa Excelência.
Dirigiu-se gentilmente à senhora.  Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
Não falo a pessoas estranhas. (verbo) - cedo (advérbio);
Jamais vamos a festas.
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
E FIGURADO DAS PALAVRAS. cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
Semântica (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição /
onicolor - unicolor.
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo)
Conotação e Denotação:
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro
de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide  Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
sobre a relação entre significantes, tais Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a Sinônimo
sua denotação.
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
e semiótica. repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
enfadonhos.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça Eufemismo
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica conhecida como eufemismo).
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica Exemplos:
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes. • gordo - obeso
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em • morrer - falecer
consideração:
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Sinônimos Perfeitos
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, Se o significado é idêntico.
remoto. Exemplos:
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais • avaro – avarento,
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: • léxico – vocabulário,
Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. • falecer – morrer,
• escarradeira – cuspideira,

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• língua – idioma Homófonas heterográficas
• catorze - quatorze Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
heterográficas (diferentes na escrita).
Sinônimos Imperfeitos Exemplos
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. cozer / coser;
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso cozido / cosido;
censo / senso
Antônimo consertar / concertar
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário conselho / concelho
(também oposto ou inverso) à outra. paço / passo
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso noz / nós
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que hera / era
chame atenção do leitor ou do ouvinte. ouve / houve
voz / vós
Palavra Antônimo
cem / sem
aberto fechado acento / assento
alto baixo Homófonas homográficas
bem mal Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
homográficas (iguais na escrita).
bom mau Exemplos
bonito feio Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
demais de menos janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
deriva do substantivo jantar, e está classificado como
doce salgado
neologismo.
forte fraco Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
gordo magro (substantivo).
salgado insosso
Parônimo
amor ódio Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
seco molhado semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
grosso fino palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
diferentes.
duro mole O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
doce amargo pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
grande pequeno são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
Exemplos
soberba humildade
Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
louvar censurar acender. verbo - ascender. subir
bendizer maldizer acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
ativo inativo cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
comprimento. extensão - cumprimento. saudação
simpático antipático coro (cantores) - couro (pele de animal)
progredir regredir deferimento. concessão - diferimento. adiamento
rápido lento delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
descrição. representação - discrição. reserva
sair entrar
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
sozinho acompanhado despensa. compartimento - dispensa. desobriga
concórdia discórdia destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
pesado leve emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
quente frio emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
presente ausente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
escuro claro enformar. meter em fôrma - informar. avisar
entender. compreender - intender. exercer vigilância
inveja admiração
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
Homógrafo morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
pronúncia. recrear. divertir - recriar. criar de novo
Exemplos se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
• rego (subst.) e rego (verbo); vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
• colher (verbo) e colher (subst.); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
• jogo (subst.) e jogo (verbo); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• Sede: lugar e Sede: avidez;
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Homófono
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
tipos de palavras homófonas, que são:
• Homófonas heterográficas A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
• Homófonas homográficas no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
interpretações.

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substi-
Observe os exemplos tuídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se
Denotação lhes quer dar.
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a
Conotação linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares
As estrelas do cinema. ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno-
O jardim vestiu-se de flores lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e ter-
O fogo da paixão mos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá-
los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira
ao espírito da língua portuguesa.
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
figurado: O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em
Construí um muro de pedra - sentido próprio contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconhecimen-
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. to da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica do
A água pingava lentamente – sentido próprio. estrangeirismo.

SEMÂNTICA Homônimos e Parônimos


(do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da significação’) Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas
pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre
A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e uni- eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia.
dades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuí-
dos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de
conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam da sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a
sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta. mesma pronúncia (os homônimos homófonos).

Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal- Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exem-
tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos plos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de cami-
em que elas ocorrem. sa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e
aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e
A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso-
e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como lar), com pronúncia diferente.
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou mais
específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de determina- Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em
do vocábulo ou expressão. que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b)
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha des- saudável e c) santo.
te ou daquele vocábulo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão com dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o
determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consagrado" problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e ortografia.
clichês.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti- (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de
vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.
Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua: • Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o
"(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, réu.
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma • Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a
folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconhecida água da chuva.
e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com • Acender: atear (fogo), inflamar.
leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam, • Ascender: subir, elevar-se.
são o que delas fazem as sociedades que as empregam." • Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
• Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos) • Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros acerca de seus planos.
vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para desig- • A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca
nar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês
língua portuguesa. ou (ano) das eleições.
• Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in- ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há cer-
corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem ca de mil títulos no catálogo.
Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
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• Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aci- invocou a ajuda de Deus.
dente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível • Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
acidente no parque. • Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
• Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis- • Carear: atrair, ganhar, granjear.
são já foi superado. • Cariar: criar cárie.
• Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática. • Carrear: conduzir em carro, carregar.
• Dotar: dar em doação, beneficiar. • Casual: fortuito, aleatório, ocasional.
• Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes- • Causal: causativo, relativo a causa.
co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa- • Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.
rágrafo? • Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
• A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi en- • Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
caminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a • Senso: entendimento, juízo, tino.
necessária reflexão sobre sua pertinência. • Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.
• Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. • Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
• Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual. • Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou
• Aleatório: casual, fortuito, acidental. possível a realização da obra.
• Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba. • Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual
• Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. seção do ministério ele trabalha?
• Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente. • Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso;
• Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A
alternativa. próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto.
• Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro- • Chá: planta, infusão.
jeto ante-diluviano. • Xá: antigo soberano persa.
• Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, anti- • Cheque: ordem de pagamento à vista.
biótico, anti-higiênico, anti-Marx. • Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe-
• Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos que).
colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba- • Círio: vela de cera.
lhadores. • Sírio: da Síria.
• De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a • Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro • Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar
aos interesses dos menores. nem, eclesiástico.
• Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, • Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron-
a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em talmente com o entendimento havido.
vez de.)
• Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Mi-
• Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em- nistério da Justiça.
presa demitiu vinte.
• Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
• A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.:
• Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.
• Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portu-
• Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla-
gal).
res ao par.
• Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
• Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu
• Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
ao colega um aparte em seu pronunciamento.
concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
• À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto
• Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
foi encaminhado por expediente à parte.
problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
• Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imó-
• Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
vel.
• Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
• Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não
for apressado, não será cumprido o cronograma. • Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
• Área: superfície delimitada, região. • Contraversão: versão contrária, inversão.
• Ária: canto, melodia. • Coser: costurar, ligar, unir.
• Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irre- • Cozer: cozinhar, preparar.
corrível. • Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
• Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
foram todos arrestados. • Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-
• Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. posta a custear tal projeto?
• Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. • Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto?
Custa-me crer que funcionará.
• Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.
• Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
• Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.
• Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
• Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
• Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
• Autuar: lavrar um auto; processar.
• Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
• Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.
• Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os
• Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados.
traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival.
• Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou
• Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-
sucesso ao seu par americano.
zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da
• Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os
Receita Federal.
técnicos agouram desastre na colheita.
• Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
• Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem.
• Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
• Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua
• Descrição: ato de descrever, representação, definição.
carreira.
• Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
• Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso,

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de. • Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.
• Discriminar: diferençar, separar, discernir. • Inserto: introduzido, incluído, inserido.
• Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de • Incipiente: iniciante, principiante.
provisões. • Insipiente: ignorante, insensato.
• Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se • Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
estava obrigado; demissão. • Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
• Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: A- • Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
pesar de sua importância, o projeto passou despercebido. havia sido induzido a cometer o delito.
• Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a • Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que • Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda,
lhe aguardavam. aumento persistente de preços.
• Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. • Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
• Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente. • Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O ju-
• Destratar: insultar, maltratar com palavras. iz infligiu pesada pena ao réu.
• Distratar: desfazer um trato, anular. • Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.)
• Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamen- (cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem
tos de uma articulação. número de artigos do Código Penal.
• Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por- • Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
tar-se com distinção. • Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interro-
• Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A gar.
dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo. • Intercessão: ato de interceder.
• Elidir: suprimir, eliminar. • Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se en-
• Ilidir: contestar, refutar, desmentir. contram duas linhas ou superfícies.
• Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao • Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter
torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto. alia (entre outros), inter pares (entre iguais).
• Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de • Intra- (prefixo): interior, dentro de.
uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a proprieda- • Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele
de industrial". se realiza.
• Emergir: vir à tona, manifestar-se. • Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Jus-
• Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar. tiça.
• Emigrar: deixar o país para residir em outro. • Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
• Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver. • Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
• Eminente (eminência): alto, elevado, sublime. • Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
• Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, • Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
próximo. • Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
• Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. • Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a
• Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir. concordância do locatário.
• Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça. • Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
• Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se. • Lustro: quinquênio; polimento.
• Encrostar: criar crosta. • Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
• Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar- • Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;
se. exemplar.
• Entender: compreender, perceber, deduzir. • Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual
• Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autori-
• Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. dade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man-
• Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. dado de prisão.
• Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, tes- • Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar
temunha. atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-
• Expectador: que tem expectativa, que espera. putado, senador, do Presidente.
• Esperto: inteligente, vivo, ativo. • Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
• Experto: perito, especialista. • Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de manda-
• Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. to, representante, procurador.
• Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. • Mandatório: obrigatório.
• Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo • Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.
foi muito agradável. • Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.
• Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: • Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo,
O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias. milésimo, etc.).
• Estância: lugar onde se está, morada, recinto. • Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
• Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. • Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
• Estrato: cada camada das rochas estratificadas. • Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
• Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; • Paço: palácio real ou imperial; a corte.
perfume. • Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, eta-
• Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur- pa.
preendida a praticar (flagrante delito). • Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por
• Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. mais escolas na região foi muito bem formulado.
• Florescente: que floresce, próspero, viçoso. • Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito
• Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. ao antigo reitor.
• Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas. • Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
• Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar. • Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós- • Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.
moderno, pós-operatório. • Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.
• Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré- • Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por
modernista, pré-primário. trás).
• Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou- • Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo tra-
se contra, mas dei meu parecer pró. zer.
• Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto. • Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas.
• Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda. • Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
• Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga • Vultoso: de grande vulto, volumoso.
constituintes da frase. • Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).
• Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmati-
va, asserção. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.
• Presar: capturar, agarrar, apresar.
• Prezar: respeitar, estimar muito, acatar. As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
• Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; fi- elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
car sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo pres- palavras.
creveu há dois meses.
• Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de Exs.:
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria cinzeiro = cinza + eiro
do Ministro. endoidecer = en + doido + ecer
• Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria predizer = pre + dizer
previu acertadamente o desfecho do caso.
• Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O che- Os principais elementos móficos são :
fe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes.
• Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros RADICAL
provêm) da falta de leitura. É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
• Prolatar: proferir sentença, promulgar. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
• Protelar: adiar, prorrogar. enterrar = en + terra + ar
• Ratificar: validar, confirmar, comprovar. pronome = pro + nome
• Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. PREFIXO
• Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. É o elemento mórfico que vem antes do radical.
• Recriar: criar de novo. Exs.: anti - herói in - feliz
• Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
• Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinci- SUFIXO
diu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido. É o elemento mórfico que vem depois do radical.
• Remição: ato de remir, resgate, quitação. Exs.: med - onho cear – ense
• Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
• Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
• Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
advertência.
• Ruço: grisalho, desbotado. As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
• Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-
Rússia. bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
• Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
contrato para punir sua infração.
• Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste. Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-
• Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). vras encontramos a seguinte divisão:
• Cedente: que cede, que dá. • palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
• Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
• Subscritar: assinar, subscrever. • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
• Sortir: variar, combinar, misturar.
• Surtir: causar, originar, produzir (efeito). • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
• Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; su- • palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,
por. aguardente)
• Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.
• Subtender: estender por baixo. Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
• Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). mento dos seguintes processos de formação:
• Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
• Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. cais. São dois tipos de composição.
• Taxa: espécie de tributo, tarifa.
• Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de • justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol,
subversivo. sexta-feira);
• Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias.
• aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-
• Tapar: fechar, cobrir, abafar. lementos (pernalta, de perna + alta).
• Tampar: pôr tampa em.
• Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
• Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elé- créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
trico.
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); alto - altura
belo - beleza
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva; a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
• regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
de ajudar); florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva tempo, sol.
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
a comum). colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
processos para formação de palavras, como: COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas de seres da mesma espécie.
por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco- Veja alguns coletivos que merecem destaque:
ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino alavão - de ovelhas leiteiras
/ sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego); alcateia - de lobos
álbum - de fotografias, de selos
• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun- antologia - de trechos literários escolhidos
zum, miau); armada - de navios de guerra
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua
arquipélago - de ilhas
compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
assembleia - de parlamentares, de membros de associações
• Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se- atilho - de espigas de milho
quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de atlas - de cartas geográficas, de mapas
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) banca - de examinadores
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
• Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala- bando - de aves, de pessoal em geral
vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- cancioneiro - de poemas, de canções
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE caravana - de viajantes
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). cardume - de peixes
clero - de sacerdotes
colmeia - de abelhas
SUBSTANTIVOS concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no- congregação - de professores, de religiosos
me aos seres em geral. congresso - de parlamentares, de cientistas
conselho - de ministros
São, portanto, substantivos. consistório - de cardeais sob a presidência do papa
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, constelação - de estrelas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. corja - de vadios
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba- elenco - de artistas
lho, corrida, tristeza beleza altura. enxame - de abelhas
enxoval - de roupas
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS esquadra - de navios de guerra
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: esquadrilha - de aviões
rio, cidade, pais, menino, aluno falange - de soldados, de anjos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. farândola - de maltrapilhos
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- fato - de cabras
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. fauna - de animais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro- feixe - de lenha, de raios luminosos
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi- flora - de vegetais de uma região
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con- frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, girândola - de fogos de artifício
fada, bruxa, saci. horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só junta - de bois, médicos, de examinadores
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, júri - de jurados
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, legião - de anjos, de soldados, de demônios
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: malta - de desordeiros
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. manada - de bois, de elefantes
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje- matilha - de cães de caça
tivos ninhada - de pintos
trabalhar - trabalho nuvem - de gafanhotos, de fumaça
correr - corrida panapaná - de borboletas

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pelotão - de soldados o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
penca - de bananas, de chaves o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
pinacoteca - de pinturas o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
plantel - de animais de raça, de atletas
quadrilha - de ladrões, de bandidos Plural dos Nomes Simples
ramalhete - de flores 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
réstia - de alhos, de cebolas casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
récua - de animais de carga 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
romanceiro - de poesias populares a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
resma - de papel corações; grandalhão, grandalhões.
revoada - de pássaros b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
súcia - de pessoas desonestas guardiães.
vara - de porcos c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
vocabulário - de palavras cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
grau. ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.

3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,


Gênero armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini- 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
fens (ou hífenes).
Podemos classificar os substantivos em: Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
para o masculino, outra para o feminino: mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
aluno/aluna homem/mulher Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
menino /menina carneiro/ovelha 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas fósseis; réptil, répteis.
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
padrinho/madrinha bode/cabra ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
cavaleiro/amazona pai/mãe 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
em: São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. os ônix.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve- 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê- tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mea mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que tos.
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a Substantivos só usados no plural
estudante, este dentista.
afazeres anais
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
arredores belas-artes
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
cãs condolências
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
confins exéquias
juge, a pessoa, a criatura.
férias fezes
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
núpcias óculos
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:

Plural dos Nomes Compostos


São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata 1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o trema o caudal a cal a bacanal boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o edema o champanha a cataplasma a líbido
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o estratagema o plasma
o proclama o clã
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Mudança de Gênero com mudança de sentido
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
Veja alguns exemplos:
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) rabo, burros-sem-rabo;

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade • Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos- mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
banana-maçã, bananas-maçã. • Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos- minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc. zinho, pequenito.

3. Ambos os elementos são flexionados: Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves- gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- diferentes para designar o sexo:
compromissos. bode - cabra genro - nora
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor- burro - besta padre - madre
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, carneiro - ovelha padrasto - madrasta
caras-pálidas. cão - cadela padrinho - madrinha
cavalheiro - dama pai - mãe
São invariáveis: compadre - comadre veado - cerva
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi- frade - freira zangão - abelha
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; frei – soror etc.
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem- ADJETIVOS
desocupa-o-copo;
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
perde-ganha, os perde-ganha. FLEXÃO DOS ADJETIVOS
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- Gênero
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos melhante a dos substantivos.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Número
dos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
lente côncavo-convexa
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lentes côncavo-convexas
ça. camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
Observações: camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
Graus do Adjetivo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
pressas em dois graus: próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
- o comparativo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
- o superlativo sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Comparativo terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
- Comparativo de igualdade: Adjetivos Gentílicos e Pátrios
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Argélia – argelino Bagdá - bagdali
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
- Comparativo de superioridade: Bóston - bostoniano Braga - bracarense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
- Comparativo de inferioridade: bucarestense Campos - campista
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
- Superlativo absoluto bricense Cuiabá - cuiabano
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Esta cidade é poluidíssima. Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é muito poluída. Egito - egípcio capixaba
- Superlativo relativo Equador - equatoriano Évora - eborense
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
outros seres: Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o mais poluído de todos. Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o menos poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Goiânia - goianense Granada - granadino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo substantivo.

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Ele chegou. (ele) Considera-se errado seu emprego como complemento:
• Convidei-o. (o) Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- EU cheguei atrasado (certo)
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. ELE compareceu à festa (certo)
• Esta casa é antiga. (esta) 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
• Meu livro é antigo. (meu) pronomes retos:
Convidei ELE (errado)
Classificação dos Pronomes Chamaram NÓS (errado)
Há, em Português, seis espécies de pronomes: Convidei-o. (certo)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas Chamaram-NOS. (certo)
de tratamento: 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; reto seu emprego como complemento:
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; Informaram a ELE os reais motivos.
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- Emprestaram a NÓS os livros.
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Eles gostam muito de NÓS.
trem, nada, cada, algo. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- errado seu emprego como complemento:
terrogativas. Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
PRONOMES PESSOAIS
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
curso: preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
1ª pessoa: quem fala, o emissor. MIM e TI:
Eu sai (eu) Ninguém irá sem EU. (errado)
Nós saímos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
binações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Você pagou o livro ao livreiro? 3. No interior do verbo - mesóclise
- Sim, paguei-LHO. Observar-te-ei sempre.

Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Ênclise
representa o livreiro) com O (que representa o livro). Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como direto ou indireto.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas O pai esperava-o na estação agitada.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos Expliquei-lhe o motivo das férias.
indiretos:
O menino convidou-a. (V.T.D ) Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) Voltei-me em seguida para o céu límpido.
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de Como eu achasse muito breve, explicou-se.
verbos transitivos diretos: 3. Com o imperativo afirmativo:
Eu lhe vi ontem. (errado) Companheiros, escutai-me.
Nunca o obedeci. (errado) 4. Com o infinitivo impessoal:
Eu o vi ontem. (certo) A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Nunca lhe obedeci. (certo) destino na mesa.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in- A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
finitivo: franco.
Deixei-o sair.
Vi-o chegar. Próclise
Sofia deixou-se estar à janela. Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- interrogativos e conjunções.
vendo as orações reduzidas de infinitivo: As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana. Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante. Que lhes importa a eles a recompensa?
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase. Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
COLOCAÇÃO DE PRONOMES enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise
O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias.
O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise
O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias.

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
cartes ." livro está longe de ambas as pessoas.
Tenho-me levantado cedo.
Não me tenho levantado cedo. Os pronomes demonstrativos são estes:
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
MESMO (e variações), próprio (e variações)
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
gem escrita.
Emprego dos Demonstrativos
PRONOMES POSSESSIVOS 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
indo-lhes a posse de alguma coisa. fala).
Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Isto que carregamos pesa 5 kg.
livro pertence a 1ª pessoa (eu) b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Este coração não pode me trair.
Eis as formas dos pronomes possessivos: Esta alma não traz pecados.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Tudo se fez por este país..
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. c) Para indicar o momento em que falamos:
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Neste instante estou tranquilo.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Deste minuto em diante vou modificar-me.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Um dia destes estive em Porto Alegre.
você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Nesta semana não choveu.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Tudo isto que estou dizendo já é velho.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Naquele instante estava preocupado. quantos
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele Observações:
século, para exprimir que o tempo já decorreu. 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou O médico de quem falo é meu conterrâneo.
variações) para a primeira: 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso sempre um substantivo sem artigo.
e aquela tranquila. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Tenho tudo quanto quero.
Com um frio destes não se pode sair de casa. Leve tantos quantos precisar.
Nunca vi uma coisa daquelas. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
reforçativo: EM QUE.
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
ISSO ou AQUELE (e variações). PRONOMES INDEFINIDOS
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. modo vago, impreciso, indeterminado.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO
homens superiores. Exemplos:
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Algo o incomoda?
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Não faças a outrem o que não queres que te façam.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Quem avisa amigo é.
Tal era a situação do país. Encontrei quem me pode ajudar.
Não disse tal. Ele gosta de quem o elogia.
Tal não pôde comparecer. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
CERTAS.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Cada povo tem seus costumes.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Certas pessoas exercem várias profissões.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL: PRONOMES INTERROGATIVOS
Suas manias eram tais quais as minhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
A mãe era tal quais as filhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Os filhos são tais qual o pai. Exemplos:
Tal pai, tal filho. Que há?
É pronome substantivo em frases como: Que dia é hoje?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Reagir contra quê?
Não creio em tal (= tal coisa) Por que motivo não veio?
Quem foi?
PRONOMES RELATIVOS Qual será?
Quantos vêm?
Veja este exemplo:
Quantas irmãs tens?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.

A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo VERBO


casa é um pronome relativo.

PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- CONCEITO


feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Outros exemplos de pronomes relativos: ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Eis o quadro dos pronomes relativos: Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem c) Fenômeno:
os quais as quais Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde
Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização
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VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de a) agente do fato expresso.
estado e fenômeno, situando-se no tempo. O carroceiro disse um palavrão.
(sujeito agente)
FLEXÕES O verbo está na voz ativa.
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle- b) paciente do fato expresso:
xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: (sujeito paciente)
• a ação de cantar. O verbo está na voz passiva.
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). c) agente e paciente do fato expresso:
• o número gramatical (plural). O carroceiro machucou-se.
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). (sujeito agente e paciente)
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no O verbo está na voz reflexiva.
passado (indicativo). 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa). rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Falo - Estudam.
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: fora do radical.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Falamos - Estudarei.
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme- b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
cemos. nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
adormece. tado - morto - enxugado - enxuto.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
adormecem. gação.
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ser: sou - fui
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. verbo ir: vou - ia
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um O Nino apareceu na porta.
pedido 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
Corra na frente, Baleia. to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: etc.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Garoava na madrugada roxa.
Fecho os olhos, agito a cabeça. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele Houve um espetáculo ontem.
em que se fala: Há alunos na sala.
Fechei os olhos, agitei a cabeça. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: claros.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o Fazia dois anos que eu estava casado.
presente. Faz muito frio nesta região?

Veja o esquema dos tempos simples em português:


Presente (falo) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Imperfeito (falava) 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara) 1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei) Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Futuro (falar) 2) ACONTECER, SUCEDER
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Não haja desavenças entre vós.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no

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pretérito imperfeito, e não no presente: - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. maior realce à narrativa.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. É o chamado presente histórico ou narrativo.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
4) REALIZAR-SE Amanhã vou à escola.
Houve festas e jogos. Qualquer dia eu te telefono.
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. b) Pretérito Imperfeito
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e - um fato passado contínuo, habitual, permanente:
seguido de infinitivo): Ele andava à toa.
Em pontos de ciência não há transigir. Nós vendíamos sempre fiado.
Não há contê-lo, então, no ímpeto. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
Não havia descrer na sinceridade de ambos. por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. Era uma vez...
E não houve convencê-lo do contrário. - um fato presente em relação a outro fato passado.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se. Eu lia quando ele chegou.
c) Pretérito Perfeito
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): ocorrido, concluído.
De há muito que esta árvore não dá frutos. Estudei a noite inteira.
De há muito não o vejo. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o
momento presente.
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com Tenho estudado todas as noites.
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª d) Pretérito mais-que-perfeito
pessoa do singular: Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
Vai haver eleições em outubro. relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
Começou a haver reclamações. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
Não pode haver umas sem as outras. e) Futuro do Presente
Parecia haver mais curiosos do que interessados. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. futuro em relação ao momento em que se fala.
Irei à escola.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser f) Futuro do Pretérito
construída de três modos: Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
Hajam vista os livros desse autor. - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Haja vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista aos livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradável ter de sair?
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
- Daria para fazer silêncio?!
sentido da frase.
Exemplo:
Modo Subjuntivo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) Presente
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos:
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas.
hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim.
e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me.
características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado.
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
a) Presente
lamente.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
e) Futuro
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estudam silenciosamente.
ído em relação a outro fato futuro.
Eles estão estudando silenciosamente.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O homem é mortal.
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.

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VERBOS AUXILIARES tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado,
INDICATIVO tido, havido)
FUTURO SIMPLES
SER ESTAR TER HAVER
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver
PRESENTE
se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres
sou estou tenho hei
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver
és estás tens hás
se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós houver-
é está tem há
mos mos
somos estamos temos havemos
se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houver-
sois estais tendes haveis
des des
são estão têm hão
se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houve-
PRETÉRITO PERFEITO
rem rem
era estava tinha havia
FUTURO COMPOSTO
eras estavas tinhas havias
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido)
era estava tinha havia
AFIRMATIVO IMPERATIVO
éramos estávamos tínhamos havíamos
sê tu está tu tem tu há tu
éreis estáveis tínheis havíes
seja você esteja você tenha você haja você
eram estavam tinham haviam
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
sede vós estai vós tende vós havei vós
fui estive tive houve
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês
foste estiveste tiveste houveste
NEGATIVO
foi esteve teve houve
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu
fomos estivemos tivemos houvemos
não seja você não esteja você não tenha você não haja você
fostes estivestes tivestes houvestes
não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos
foram estiveram tiveram houveram nós nós nós
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós
tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido não sejam vocês não estejam não tenham não hajam vocês
tens sido tens estado tens tido tens havido vocês vocês
tem sido tem estado tem tido tem havido IMPESSOAL INFINITIVO
temos sido temos estado temos tido temos havido ser estar ter haver
tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido IMPESSOAL COMPOSTO
têm sido têm estado têm tido têm havido Ter sido ter estado ter tido ter havido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES PESSOAL
fora estivera tivera houvera ser estar ter haver
foras estiveras tiveras houveras seres estares teres haveres
fora estivera tivera houvera ser estar ter haver
fôramos estivéramos tivéramos houvéramos sermos estarmos termos havermos
fôreis estivéreis tivéreis houvéreis serdes estardes terdes haverdes
foram estiveram tiveram houveram serem estarem terem haverem
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO SIMPLES GERÚNDIO
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido) sendo estando tendo havendo
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES COMPOSTO
serei estarei terei haverei tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido
serás estarás terás haverá PARTICÍPIO
será estará terá haverá sido estado tido havido
seremos estaremos teremos haveremos
sereis estareis tereis havereis
CONJUGAÇÕES VERBAIS
serão estarão terão haverão
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido) INDICATIVO
FUTURO DO PRESENTE
PRETÉRITO canto vendo parto
SIMPLES cantas vendes partes
seria estaria teria haveria canta vende parte
serias estarias terias haverias cantamos vendemos partimos
seria estaria teria haveria cantais vendeis partis
seríamos estaríamos teríamos haveríamos cantam vendem partem
serieis estaríeis teríeis haveríeis PRETÉRITO IMPERFEITO
seriam estariam teriam haveriam cantava vendia partia
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO cantavas vendias partias
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido) cantava vendia partia
PRESENTE SUBJUNTIVO cantávamos vendíamos partíamos
seja esteja tenha haja cantáveis vendíeis partíeis
sejas estejas tenhas hajas cantavam vendiam partiam
seja esteja tenha haja PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
sejamos estejamos tenhamos hajamos cantei vendi parti
sejais estejais tenhais hajais cantaste vendeste partiste
sejam estejam tenham hajam cantou vendeu partiu
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES cantamos vendemos partimos
fosse estivesse tivesse houvesse cantastes vendestes partistes
fosses estivesses tivesses houvesses cantaram venderam partiram
fosse estivesse tivesse houvesse PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido)
fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
fossem estivessem tivessem houvessem cantara vendera partira
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO cantaras venderas partiras
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido) cantara vendera partira
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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cantáramos vendêramos partíramos cantarmos vendermos partirmos
cantáreis vendêreis partíreis cantardes venderdes partirdes
cantaram venderam partiram cantarem venderem partirem
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido) ter (ou haver), cantado, vendido, partido
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido)
cantarei venderei partirei GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE
cantarás venderás partirás cantando vendendo partindo
cantará venderá partirá GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO
cantaremos venderemos partiremos tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido
cantareis vendereis partireis PARTICÍPIO
cantarão venderão partirão cantado vendido partido
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. Formação dos tempos compostos
FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
cantaria venderia partiria Com os verbos ter ou haver
cantarias venderias partirias Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
cantaria venderia partiria Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aque-
cantaríamos venderíamos partiríamos les que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver)
cantaríeis venderíeis partiríeis com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume incluí-los
cantariam venderiam partiriam nos próprios paradigmas de conjugação:
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO MODO INDICATIVO
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal:
PRESENTE SUBJUNTIVO
cante venda parta tenho cantado tenho vendido tenho partido
cantes vendas partas tens cantado tens vendido tens partido
cante venda parta tem cantado tem vendido tem partido
cantemos vendamos partamos temos cantado temos vendido temos partido
canteis vendais partais tendes cantado tendes vendido tendes partido
cantem vendam partam têm cantado têm vendido têm partido
PRETÉRITO IMPERFEITO
cantasse vendesse partisse 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER-
cantasses vendesses partisses FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do
verbo principal:
cantasse vendesse partisse
cantássemos vendêssemos partíssemos tinha cantado tinha vendido tinha partido
cantásseis vendêsseis partísseis tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido
cantassem vendessem partissem tinha cantado tinha vendido tinha partido
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, parti- tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido
do) tinham cantado tinham vendido tinham partido
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
FUTURO SIMPLES 3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
cantar vender partir PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
cantares venderes partires verbo principal:
cantar vender partir
terei cantado terei vendido terei partido
cantarmos vendermos partimos terás cantado terás vendido terás, partido
cantardes venderdes partirdes terá cantado terá vendido terá partido
cantarem venderem partirem teremos cantado teremos vendido teremos partido
FUTURO COMPOSTO tereis cantado tereis vendido tereis , partido
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido) terão cantado terão vendido terão partido
AFIRMATIVO IMPERATIVO
canta vende parte 4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
cante venda parta PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
cantemos vendamos partamos verbo principal:
cantai vendei parti
teria cantado teria vendido teria partido
cantem vendam partam
terias cantado terias vendido terias partido
NEGATIVO
teria cantado teria vendido teria partido
não cantes não vendas não partas teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido
não cante não venda não parta teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
não cantemos não vendamos não partamos teriam cantado teriam vendido teriam partido
não canteis não vendais não partais
não cantem não vendam não partam MODO SUBJUNTIVO

1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO


INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tenha cantado tenha vendido tenha


PRESENTE tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido
cantar vender partir tenha cantado tenha vendido tenha partido
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido
cantar vender partir tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido
cantares venderes partires tenham cantado vendido tenham partido
cantar vender partir

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO MOSCAR
SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
principal: Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
quem
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido RESFOLEGAR
tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido resfolgam
tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
resfolguem
3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN- Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
NOMEAR
tiver cantado tiver vendido tiver partido Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,
tiver cantado tiver vendido tiver partido nomeavam
tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido ram
tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
FORMAS NOMINAIS Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL).
COPIAR
Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
PARTICÍPIO do verbo principal:
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
ter cantado ter vendido ter partido Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-
reis, copiaram
2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL). Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
PARTICÍPIO do verbo principal:
ODIAR
ter cantado ter vendido ter partido Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
teres cantado teres vendido teres partido Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
ter cantado ter vendido ter partido Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
termos cantado termos vendido termos partido Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
terdes cantado terdes vendido terdes partido odiaram
terem cantado terem vendido terem partido Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: CABER
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
tendo cantado tendo vendido tendo partido Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão. coubéreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,
coubessem
VERBOS IRREGULARES Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
DAR
imperativo negativo
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
CRER
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
Conjugam-se como crer, ler e descrer
MOBILIAR
DIZER
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis,
disseram
AGUAR
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,
dissesse
MAGOAR
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Particípio dito
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
ram
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
FAZER
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
APIEDAR-SE
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
vos, apiadam-se
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
vos, apiedem-se
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem SABER
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
PODER soubéreis, souberam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam soubessem
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam VALER
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
pudessem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerúndio podendo TRAZER
Particípio podido Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
imperativo negativo Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
PROVER trouxéreis, trouxeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê- Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
reis, proveram Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão trouxessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
riam rem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Gerúndio trazendo
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Particípio trazido
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem VER
Gerúndio provendo Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Particípio provido Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
QUERER Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé- Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
reis, quiseram Particípio visto
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, ABOLIR
quisessem Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
REQUERER Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem aboliram
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
requereram Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, Presente do subjuntivo não há
requerereis, requereram Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, abolissem
requererão Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere- Imperativo afirmativo abole, aboli
ríeis, requereriam Imperativo negativo não há
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, Infinitivo impessoal abolir
requeiram Gerúndio abolindo
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, Particípio abolido
requerêsseis, requeressem, O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I.
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
requerem AGREDIR
Gerúndio requerendo Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Particípio requerido Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I.
REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis COBRIR
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve- Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
ram Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
reouveram Particípio coberto
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou- Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
vésseis, reouvessem

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão VIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Particípio falido Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
FERIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio vindo
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir

MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

FUGIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Os advérbios dividem-se em:
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Gerúndio indo siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Particípio ido mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
OUVIR 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
provavelmente, etc.
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
Há Muitas Locuções Adverbiais
PEDIR 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
POLIR grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
REMIR 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
etc.
RIR 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Advérbios Interrogativos
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Palavras Denotativas
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.

Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. mo
4) DE DESIGNAÇÃO - eis. LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. XC 90 noventa nonagésimo noventa
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. avos
Você lá sabe o que está dizendo, homem... C 100 cem centésimo centésimo
Mas que olhos lindos! CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Veja só que maravilha! CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
NUMERAL tos tésimo tésimo
D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
tos simo simo
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
O numeral classifica-se em: mo mo
- cardinal - quando indica quantidade. DCC 700 setecen- septingenté- septingenté-
- ordinal - quando indica ordem. tos simo simo
- multiplicativo - quando indica multiplicação. DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
- fracionário - quando indica fracionamento. simo simo
CM 900 novecen- nongentési- nongentési-
Exemplos: tos mo mo
Silvia comprou dois livros. M 1000 mil milésimo milésimo
Antônio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. Emprego do Numeral
O galinheiro ocupava um quarto da quintal. Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Algarismos Numerais Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
nos cos tivos Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
I 1 um primeiro simples -
II 2 dois segundo duplo meio Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
dobro XX Salão do Automóvel (vigésimo)
III 3 três terceiro tríplice terço VI Festival da Canção (sexto)
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto lV Bienal do Livro (quarta)
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro
IX 9 nove nono nônuplo nono
Não é aconselhável iniciar período com algarismos
X 10 dez décimo décuplo décimo
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
XI 11 onze décimo onze avos
primeiro A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
XII 12 doze décimo doze avos nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
segundo (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
XIII 13 treze décimo treze avos caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um,
terceiro página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a
XIV 14 quatorze décimo quatorze folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
quarto avos numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
XV 15 quinze décimo quinze avos
quinto
XVI 16 dezesseis décimo dezesseis ARTIGO
sexto avos
XVII 17 dezessete décimo dezessete Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
sétimo avos los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
oitavo Dividem-se em
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove • definidos: O, A, OS, AS
avos • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
XX 20 vinte vigésimo vinte avos Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
XL 40 quarenta quadragé- quarenta Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
simo avos geral.
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
simo avos terminado).
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
avos

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONJUNÇÃO Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Coniunções Coordenativas
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
Hoje não atendo, em todo caso, entre.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
senão, no entanto, etc.
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
etc.
Ou você estuda ou arruma um emprego.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
consequência.
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
"Já chora, já se ri, já se enfurece."
pois, etc.
(Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
Conjunções Subordinativas
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por-
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
etc.
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
6) INTEGRANTES: que, se, etc.
causar incêndios.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc.
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
tivo:
etc.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Conjunções subordinativas
Examinemos estes exemplos: As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
2º) Os livros ensinam e divertem. traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
3º) Saímos de casa quando amanhecia. hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
Abrangem as seguintes classes:
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
uma conjunção. que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando efeito).
orações: são também conjunções. Como estivesse de luto, não nos recebeu.
Desde que é impossível, não insistirei.
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
mesma oração. ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa (= como).
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
conjunção E é coordenativa. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à (Paulo Mendes Campos)
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
QUANDO é subordinativa. (Antônio Olavo Pereira)
"E pia tal a qual a caça procurada."
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. (Amadeu de Queirós)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS (Carlos Drummond de Andrade)
As conjunções coordenativas podem ser: Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
também, mas ainda, senão também, como também, bem como. Os governantes realizam menos do que prometem.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
Não aprovo nem permitirei essas coisas. quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Os livros não só instruem mas também divertem. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam (= embora não).
as flores. Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com- A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Beba, nem que seja um pouco.
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Não vão a uma festa que não voltem cansados.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Onde estavas, que não te vi?
Ficaremos sentidos, se você não vier. 5) Comparativa (= do que, como):
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. A luz é mais veloz que o som.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Ficou vermelho que nem brasa.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos 6) Concessiva (= embora, ainda que):
que os mosquitos se opusessem." Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
(Ferreira de Castro) Beba, um pouco que seja.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não 7) Temporal (= depois que, logo que):
são como (ou conforme) dizem. Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." 8) Final (= pare que):
(Machado de Assis) Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, 9) Causal (= porque, visto que):
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
forma que, de maneira que, sem que, que (não). Coaraci)
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. disse. (sem que = embora não)
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. (sem que = se não,caso não)
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Afastou-se depressa para que não o víssemos. (sem que = que não)
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. PREPOSIÇÃO
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Exemplos:
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Chegaram a Porto Alegre.
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Discorda de você.
(Maria José de Queirós) Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, Preposições Essenciais e Acidentais
etc. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
Venha quando você quiser. DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
Não fale enquanto come. ATRÁS.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval- conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
cânti) segundo, senão, tirante, visto, etc.
10) Integrantes: que, se.
Sabemos que a vida é breve. INTERJEIÇÃO
Veja se falta alguma coisa.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
Observação: ser:
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o - alegria: ahl oh! oba! eh!
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, - animação: coragem! avante! eia!
porém, não consigna esta espécie de conjunção. - admiração: puxa! ih! oh! nossa!
- aplauso: bravo! viva! bis!
Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, - desejo: tomara! oxalá!
por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc. - dor: aí! ui!
- silêncio: psiu! silêncio!
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por- - suspensão: alto! basta!
tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
to. Assim, a conjunção que pode ser: LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
1) Aditiva (= e): valor de uma interjeição.
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
A nós que não a eles, compete fazê-lo. Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
2) Explicativa (= pois, porque):
Apressemo-nos, que chove.
3) Integrante: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva: FRASE

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. predicativo do sujeito.
O tempo está nublado. Os rapazes voltaram vitoriosos.
Socorro! • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Que calor! ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico.
ORAÇÃO • Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
A fanfarra desfilou na avenida. direto ou indireto.
As festas juninas estão chegando. Elegemos o nosso candidato vereador.

PERÍODO TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO


Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
Período é a frase estruturada em oração ou orações.
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
O período pode ser:
compreensão do enunciado.
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Fui à livraria ontem.
• composto - quando constituído por mais de uma oração. 1. OBJETO DIRETO
Fui à livraria ontem e comprei um livro. Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
São dois os termos essenciais da oração: 2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
SUJEITO transitivo indireto.
As crianças precisam de CARINHO.
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.

Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) 3. COMPLEMENTO NOMINAL


Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
O sujeito pode ser : um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
- simples: quando tem um só núcleo um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
núcleo: rosas) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
- composto: quando tem mais de um núcleo Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
O burro e o cavalo saíram em disparada. (advérbio).
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal voz passiva.
Come-se bem naquele restaurante. A mãe é amada PELO FILHO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Choveu ontem. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
Há plantas venenosas.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
PREDICADO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
O predicado classifica-se em: alguma circunstância.
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
do sujeito. São termos acessórios da oração:
Nosso colega está doente. 1. ADJUNTO ADNOMINAL
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os
PERMANECER, etc. substantivos. Pode ser expresso:
Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a • pelos adjetivos: água fresca,
comunicar estado ou qualidade do sujeito. • pelos artigos: o mundo, as ruas
Nosso colega está doente. • pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
A moça permaneceu sentada. • pelos numerais : três garotos; sexto ano
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
transitivo.
O avião sobrevoou a praia.
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
O sabiá voou alto.
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
Cheguei cedo.
• Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
José reside em São Paulo.
de proposição.
Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com 3. APOSTO
auxílio de preposição. Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
Ele precisa de um esparadrapo. desenvolve ou resume outro termo da oração.
• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao Dr. João, cirurgião-dentista,
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
complemento com auxilio de preposição. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Damos uma simples colaboração a vocês. 4. VOCATIVO
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais interpelar alguém ou alguma coisa.

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Tem compaixão de nós, ó Cristo. 5. EXPLICATIVAS:
Professor, o sinal tocou. Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
Rapazes, a prova é na próxima semana. a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.

No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
Fui ao cinema. É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O pássaro voou. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.

PERÍODO COMPOSTO A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:


No período composto há mais de uma oração. CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
folgam.) ORAÇÃO PRINCIPAL
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
Período composto por coordenação por um conectivo.
Apresenta orações independentes. ELES DISSERAM que voltarão logo.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) ELE AFIRMOU que não virá.
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
Período composto por subordinação
Apresenta orações dependentes. ORAÇÃO SUBORDINADA
(É bom) (que você estude.) Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
Período composto por coordenação e subordinação nem sempre é a primeira do período.
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este Quando ele voltar, eu saio de férias.
período é também conhecido como misto. Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR

ORAÇÃO COORDENADA ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA


Oração coordenada é aquela que é independente. Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
de um substantivo.
As orações coordenadas podem ser: Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
- Sindética: substantivas classificam-se em:
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
coordenativa. 1) SUBJETIVA (sujeito)
Viajo amanhã, mas volto logo. Convém que você estude mais.
- Assindética: Importa que saibas isso bem. .
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
ponto e vírgula.
Chegou, olhou, partiu. 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
A oração coordenada sindética pode ser: Desejo QUE VENHAM TODOS.
Pergunto QUEM ESTÁ AI.
1. ADITIVA:
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas, 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
também: Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
4) COMPLETIVA NOMINAL
2. ADVERSATIVA: Complemento nominal.
Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste Ser grato A QUEM TE ENSINA.
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). Sou favorável A QUE O PRENDAM.
A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. 5) PREDICATIVA (predicativo)
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
3. ALTERNATIVAS: Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
(ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc). 6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Mudou o natal OU MUDEI EU? Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE)
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.
OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
(C. Meireles) 7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
4. CONCLUSIVAS: A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
etc).
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
um adjetivo.
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.

Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: • FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás.
1) EXPLICATIVAS: • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, ATENTOS.
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
informação. entristeceu-se.
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. • É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. MAIS.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
2) RESTRITIVAS: me.
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
Principais Casos de Concordância Nominal
um advérbio.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
gênero e número com o substantivo.
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
normalmente para o plural.
O tambor soa PORQUE É OCO.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
para o masculino plural.
comparação.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
O som é menos veloz QUE A LUZ.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
próximo:
Trouxe livros e revista especializada.
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
mo.
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
sujeito.
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:
Meus amigos estão atrapalhados.
SE O CONHECESSES, não o condenarias.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
com outro:
vão para o singular ou para o plural.
Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:
Já estudei o primeiro e segundo livros.
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
que se referem.
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Ela mesma veio até aqui.
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Eles chegaram sós.
Eles próprios escreveram.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
Muito obrigado. (masculino singular)
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Muito obrigada. (feminino singular).
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
invariável quando é advérbio.
oração principal:
Quero meio quilo de café.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
Minha mãe está meio exausta.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
É meio-dia e meia. (hora)
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
tivo a que se referem.
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
A expressão em anexo é invariável.
Trouxe em anexo estas fotos.
ORAÇÕES REDUZIDAS
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
gerúndio, infinitivo e particípio.
Vocês falaram alto demais.
O combustível custava barato.
Exemplos:
Você leu confuso.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
Ela jura falso.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização
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16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o O homem é cinzas.
sujeito paciente.
Vende-se um apartamento. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vendem-se alguns apartamentos. concorda com o predicativo.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Dançar e cantar é a sua atividade.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
singular e o verbo no singular ou no plural. concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Em minha turma, o líder sou eu.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
Mais de um jurado fez justiça à minha música. apenas um deles deve ser flexionado.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
Deu uma hora. calmente do outro.
Deram três horas.
Bateram cinco horas. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
Naquele relógio já soaram duas horas. adjetivos).
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. Exemplos:
Ela é que faz as bolas.
Eu é que escrevo os programas. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
um pronome relativo. PARA = passagem
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lição
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí- A regência verbal trata dos complementos do verbo.
veis.
• que: Fui eu que fiz a lição. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• quem: Fui eu quem fez a lição. 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• o que: Fui eu o que fez a lição. • pretender (transitivo indireto)

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No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • pedir - Pedi um favor ao colega.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
2. OBEDECER - transitivo indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. O amor implica renúncia.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
Já paguei um jantar a você. COM:
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. O professor implicava com os alunos
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. • no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido

6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Informei-lhe o problema. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente. como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto ficuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito. Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
CORRETAS E INCORRETAS
Atenderam o freguês com simpatia.

9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
A moça queria um vestido novo. toda a gramática.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
O professor queria muito a seus alunos. são:
- ortografia
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto - acentuação gráfica
Todos visamos a um futuro melhor. - concordância
• APONTAR, MIRAR - objeto direto - regência
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. - plural e singular de substantivos e adjetivos
• pör o sinal de visto - objeto direto - verbos
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. - etc.

11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Daremos a seguir alguns exemplos:
Devemos obedecer aos superiores.
Desobedeceram às leis do trânsito. Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
A) Senão chover, irei às compras.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE B) Olharam-se de alto a baixo.
• exigem na sua regência a preposição EM C) Saiu a fim de divertir-se
O armazém está situado na Farrapos. D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. E) Quando está cansado, briga à toa.
Alternativa A
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Essas tuas justificativas não procedem. Ache a palavra com erro de grafia:
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se A) cabeleireiro ; manteigueira
com a preposição DE. B) caranguejo ; beneficência
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani C) prazeirosamente ; adivinhar
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. D) perturbar ; concupiscência
O secretário procedeu à leitura da carta. E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
14. ESQUECER E LEMBRAR
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Esqueci o nome desta aluna. A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
Lembrei o recado, assim que o vi. B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
Esqueceram-se da reunião de hoje. D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
Lembrei-me da sua fisionomia. E) A polícia pegou o ladrão em flagrante.
Alternativa B
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE
• pagar - Pago o 13° aos professores. em:
• dar - Daremos esmolas ao pobre. A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos-
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. ta.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada.

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D) Todos estávamos dispostos à aceitar o seu convite. mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos
Alternativa C relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo,
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande
Assinale a alternativa cuja concordância nominal não está de acordo com o homem, um pobre rapaz).
padrão culto:
A) Anexa à carta vão os documentos. Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
B) Anexos à carta vão os documentos. verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
C) Anexo à carta vai o documento. pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
D) Em anexo, vão os documentos. formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
Alternativa A Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos
Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente: (Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
A) Os professores revêm as provas. advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas
B) Quando puder, vem à minha casa. (Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes);
C) Não digas nada e voltes para sua sala. (4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite. regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
E) Ela se precaveu do perigo. (Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa
Alternativa E (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome:
A) A criança é tal quais os pais. Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo. bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
C) O diretor conversou com nós. ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no
D) Vou consigo ao teatro hoje à noite. infinitivo (Não quis incomodar-se).
E) Nada de sério houve entre você e eu. Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me-
Alternativa A sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome,
Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo? haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua
A) Esta aliança não sai do meu dedo. moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
B) Foi preso em 1964 e só saiu neste ano.
C) Casaram-se Tânia e José; essa contente, este apreensivo. Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha-
D) Romário foi o maior artilheiro daquele jogo. do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma
E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurança. oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Alternativa C Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.)

COLOCAÇÃO PRONOMINAL Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força
correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
orações no período e os períodos no discurso. ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando.
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or- Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito + quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter-
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de (Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se, brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
(1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é... tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial
verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de
admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí-
adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
rente ao mar."
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
é claro que ele se arrependeu. Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --

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alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre- Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a - Entregar-lhe (correta)
rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. - Não posso recebê-lo. (correta)
Outros casos:
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise) - Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
Por Cristiana Gomes
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, - Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), ocorrerá a próclise:
no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia. - Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
PRÓCLISE COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
Usamos a próclise nos seguintes casos: Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
ou particípio.
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
ninguém, nem, de modo algum. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu. - Havia-lhe contado a verdade.
- De modo algum me afastarei daqui. - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
- Ela nem se importou com meus problemas.
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
embora, logo, que.
Infinitivo
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- É necessário que a deixe na escola. - Quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
Gerúndio
(3) Advérbios - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
- Aqui se tem paz.
- Sempre me dediquei aos estudos. Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
- Talvez o veja na escola. ou depois do verbo principal.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de Infinitivo
atrair o pronome. - Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. Gerúndio
- Alguém me ligou? (indefinido) - Não lhe ia dizendo a verdade.
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo) - Não ia dizendo-lhe a verdade.
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
(5) Em frases interrogativas.
- Quanto me cobrará pela tradução?
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
Figuras de Linguagem
- Deus o abençoe!
Figuras sonoras
- Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho! Aliteração
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
- Em se plantando tudo dá. repetição de sons consonantais (consoantes).
- Em se tratando de beleza, ele é campeão. Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características
(8) Com formas verbais proparoxítonas marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
- Nós o censurávamos.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes
MESÓCLISE veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama- vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – Assonância
amaria, amarias, …)
repetição dos mesmos sons vocálicos.
- Convidar-me-ão para a festa.
- Convidar-me-iam para a festa. Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do
litoral." (Caetano Veloso)
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. (E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. deu." (Fernando Pessoa)

ÊNCLISE Paranomásia

Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).

- Tornarei-me……. (errada) Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
- Tinha entregado-nos……….(errada) Antonio Vieira)

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Onomatopeia Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as
ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o
criação de uma palavra para imitar um som sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois Anacoluto
dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-
(Cecília Meireles) se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.

Linguagem figurada Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Elipse lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais Anáfora
comuns:
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois,
compraríeis a casa? Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
de o estádio Maracanã Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me Silepse
entenda.
é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
tipos:
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
Paulo). V. Sª é lisonjeiro
Zeugma
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu- quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
Antecipação
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
omissão de era antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
anacoluto.
Hipérbato
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora- O tempo parece que vai piorar
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu- Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
tos.
Figuras de palavras ou tropos
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
(Para Bechara alterações semânticas)
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Metáfora
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato comparação implícita, sem termo comparativo.
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. /
Anástrofe
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
termo regente. (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin-
morte vos cobre a todos. do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo,
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Pleonasmo
Catacrese
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao ausência de termo específico.
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe
devo (OI pleonástico) Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o vamente para significar apenas colocar na terra.
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
Assíndeto derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. graças à semelhança de forma existente entre seres.
Ocorre muito nas or. coordenadas. Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora

Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios." Metonímia

Polissíndeto substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa-
ção de significado.
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti-

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe - Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (João
culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro Bosco / Aldir Blanc)
é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela
obra - copos). Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.

Antonomásia, perífrase
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres- Frase, Oração e Período
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. A estrutura do período.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
• Objetivos:
Escritor Maldito = Lima Barreto
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
o Diferenciar frase, oração e período.

Sinestesia
o Reconhecer a importância dos processos de coordenação e de su-
bordinação no processamento textual.
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão,
audição, gustação e tato).
o Praticar a estruturação do período, observando-se a relação lógico-
semântica estabelecida entre os diferentes segmentos que o compõem.
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ...
/ Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / • Relação com a aula anterior: os segmentos que compõem o perío-
Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / do estabelecem entre si relações lógico-semânticas, cujo reconhecimento e
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." cuja compreensão contribuem para a construção do sentido global do texto.
(Cruz e Souza)
• Relação com a aula seguinte: A formação e a articulação dos perí-
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora odos são responsáveis pela constituição do parágrafo.
Anadiplose FRASE: qualquer enunciado com sentido completo.
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no • “Oscar 2004! Marta leva melhor maquiagem!” (José Simão. Folha de São Pau-
começo de outro membro de frase. lo – 03/03/04)

Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente o “Oscar 2004!”: frase nominal.
condena os motivos dados."
o “Marta leva melhor maquiagem!”: frase verbal.
Figuras de pensamento
ORAÇÃO: frase ou parte de uma frase que se estrutura em torno de
Antítese um verbo ou de uma locução verbal. Geralmente, é composta de dois
elementos básicos: o sujeito e o predicado.
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" • “PT cobra mudanças na economia.” (Folha de São Paulo – 06/03/04)
(Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de • “Marte teve água e foi habitável, diz Nasa.” (Folha de São Paulo –
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) 03/03/04)
Eufemismo
PERÍODO: é a frase que se estrutura em torno de uma ou mais ora-
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
ções. Pode ser simples ou composto.
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa-
mes. (foi reprovado) • “Cresce a demanda por seguros que cobrem processos contra
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo executivos.” (Exame – 17/03/04)
pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. • “Avião de Lula consome 75% dos investimentos da União. No
ano da “virada”, governo gasta R$ 46,9 milhões com parcela de Air-
Hipérbole bus” (Folha de São Paulo – 14/03/04)
exagero de uma ideia com finalidade expressiva
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos • A oração precisa de verbo ou de locução verbal, mas, mesmo
(gosta muito dos filhos) assim, nem sempre tem sentido completo. Por isso, nem toda oração é uma
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora. frase.

Ironia • A frase não precisa ter verbo, mas precisa ter sentido completo.
Por isso, nem toda frase é uma oração.
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor
irônico. • Há frases com duas ou mais orações, visto que, separadas, não
possuem sentido completo.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. • Um período é composto de uma ou mais orações.

Gradação • Período simples é aquele que contém apenas uma oração, isto
é, contém apenas um núcleo verbal.
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
te (anticlímax) • Período composto é aquele que contém mais de uma oração, is-
to é, contém mais de um núcleo verbal
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
veja, que eu não conheça perfeitamente." • O número de núcleos verbais é igual ao número de orações.
Prosopopeia, personificação, animismo Um período pode ser composto por coordenação e/ou por subor-
dinação.
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
inanimados. • O período composto por coordenação contém orações indepen-
dentes, que podem, com frequência, ser separadas em períodos simples.

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• O período composto por subordinação contém orações interde- o Os gerentes devem delegar poderes e estabelecer relações demo-
pendentes, que dificilmente podem ser separadas em períodos simples. cráticas.
PERÍODO COMPOSTO o Os gerentes não só devem delegar poder como também estabele-
cer relações democráticas.
• O processo de coordenação se dá por paralelismo ou relativa in-
dependência entre as orações. Relativa porque, se há a independência </b.aditivas:<>
sintática, muitas vezes não há independência semântica. Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos
• O processo de subordinação caracteriza-se por não haver para- • Adversativas: oposição, adversidade, contraste. Principais conjun-
lelismo entre as orações, mas desigualdade de funções e variedades ções: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
sintáticas.
o É importante delegar responsabilidades aos colaboradores, mas é
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO preciso conhecer a capacidade deles.
• “Atleta obtém prata inédita no salto, ganha por 0,025 ponto no o É importante delegar responsabilidades aos colaboradores, contu-
solo e coroa melhor participação do Brasil na Copa.” (Folha de São Paulo – 15/03/04) do é preciso conhecer a capacidade deles.
• Atleta obtém prata inédita no salto, Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos

• (Atleta) ganha por 0,025 ponto no solo • Explicativas: exprimem motivo, razão, explicação. Principais
conjunções: que, pois (antes do verbo), porque.
• e (atleta) coroa melhor participação do Brasil na Copa.
o A empresa teve bons resultados porque (pois) possui um time com
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO talentos diferenciados.
• “Em depoimento, empresário do jogo afirma que ex-assessor de o Organize um time com talentos diferenciados, que (pois) isso ga-
Dirceu usou telefone do Palácio para convocar reunião com GTech.” (Folha de rantirá o sucesso da empresa.
São Paulo – 15/03/04)
Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos
• Em depoimento, empresário do jogo afirma
• Conclusivas: exprimem conclusão, hipótese, dedução. Principais
• que ex-assessor de Dirceu usou telefone do Palácio conjunções: portanto, logo, por isso, pois (após o verbo), dessa forma.

• para convocar reunião com GTech. o Procurou estimular a criatividade em seu trabalho, logo (por isso)
alcançará boa produtividade.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDI-
NAÇÃO o Procurou estimular a criatividade em seu trabalho, alcançará, pois,
boa produtividade.
• “Lula afirma que vai mexer e fazer ajustes no governo.” (Folha de
Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos
São Paulo – 15/03/04)

• Lula afirma • Alternativas: exprimem alternância, escolha, exclusão. Principais


conjunções: ou ... ou; ora ... Ora, quer ... quer, seja ... seja.
• que (Lula) vai mexer (no governo) o Os profissionais devem estimular a própria criatividade ora convi-
• e (Lula) (vai) fazer ajustes no governo. vendo com pessoas criativas, ora lendo bons livros.

O EMPREGO DAS CONJUNÇÕES o Seja no momento de lazer, seja na execução de uma tarefa, os pro-
fissionais devem procurar desenvolver o seu potencial criativo.
• A conjunção é uma classe de palavras invariável, cuja função é
interligar elementos de uma frase, estabelecendo entre eles relações de • Elementos coesivos usados para unir sintagmas nominais, o-
sentido. rações e enunciados.

• As conjunções podem interligar desde palavras até períodos.


o Introduzem novas informações / argumentos, que possibilitam a
progressão textual.
• Quando interligam duas ou mais orações, classificam-se em o Expressam as seguintes ideias: adição, adversidade, explicação,
conjunções coordenativas (ex: e, mas, porém, logo) e conjunções subordi- conclusão e alternância.
nativas (ex: já que, embora, desde que, conforme, à medida que, a fim de
que).
Conjunção Coordenativa Conjunções Subordinativas
• Elo coesivo por meio do qual se estabelece a organização da in- Circunstância Conjunções
formação e a estrutura da argumentação. Que, do que (depois de mais, menos, maior, me-
Comparação
• mecanismo usado para assinalar as relações de sentido entre dois nor, melhor, pior), tanto quanto, como.
segmentos coordenados, que podem ser: Se, caso, contanto que, desde que, a menos
Condição
que, anão ser que.
o sintagmas: segmentos ligados pela conjunção e;
Conformidade Conforme, segundo, como.
o orações: segmentos ligados pelas conjunções mas, pois e ou;
Quando, antes que, depois que, logo que, assim
o enunciados: segmentos ligados pela conjunção portanto. Tempo
que, desde que.
Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos Proporção À medida que, à proporção que.
• <b.aditivas:< b="">sentido de adição, soma ou sequência de ações. Causa Porque, como, já que, uma vez que, visto que.
Principais conjunções: e, nem, não só ... mas também, não só ... como Que (tal...que, tanto...que, tão...que,), de forma
também. Consequência
que, de maneira que.

Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Fim Para que, a fim de que. tema deverá ser apresentado diferentemente ao público infantil, juvenil ou
adulto; com formação universitária ou de nível técnico; leigo ou especializa-
Embora, ainda que, mesmo que, por mais que, do. As diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a extensão
Concessão
por menos que, se bem que.. do texto, o nível de complexidade das informações, o enfoque e a condução
do tema principal a assuntos correlatos.
Organização das ideia s. O texto artístico é em geral construído a partir
Exemplos: de regras e técnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a
A torcida frequenta mais os estádios habilidade do autor. Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada
transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente possível, evitando
PROPORÇÃO: à palavras e construções de sentido ambíguo.
FINALIDADE: para
proporção que o seu
ver o seu time vencer no Para escrever bem, é preciso ter ideia s e saber concatená-las. Entre-
time está subindo na
clássico. vistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado
tabela do campeonato.
são bons recursos para obter informações e formar juízos a respeito do
assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação dos fatos, a
A torcida expande suas tensões experiência e a reflexão sobre seu conteúdo podem produzir conhecimento
suficiente para a formação de ideia s e valores a respeito do mundo circun-
CONDIÇÃO: se o TEMPO: quando o
dante.
time está perdendo. time está perdendo.
É importante evitar, no entanto, que a massa de informações se dis-
perse, o que esvaziaria de conteúdo a redação. Para solucionar esse
A audiência do jogo é garantida problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escre-
CONCES- ver sobre o tema, tomando nota livremente das ideia s que ele suscita. O
CONFORMIDA- passo seguinte consiste em organizar essas ideia s e encadeá-las segundo
SÃO: embora a trans-
DE: como atestam as a relação que se estabelece entre elas.
missão não seja de
pesquisas do Ibope.
boa qualidade. Vocabulário e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinôni-
mos, dois termos quase nunca têm exatamente o mesmo significado. Há
sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo
• Elementos coesivos usados para unir orações e enunciados. com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulário que o
indivíduo domina para redigir um texto, mais fácil será a tarefa de comuni-
• Introduzem novas informações / argumentos, que possibilitam a car a vasta gama de sentimentos e percepções que determinado tema ou
progressão textual. objeto lhe sugere.
• Expressam as seguintes ideias: causa, consequência, finalidade, Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcaísmos e
concessão, comparação, condição, conformidade, tempo, proporção, etc. neologismos e dar preferência ao vocabulário corrente, além de evitar
cacofonias (junção de vocábulos que produz sentido estranho à ideia
Considerações finais original, como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na frase, "a
audição e a compreensão são fatores indissociáveis na educação infantil").
• A compreensão e o estudo dos processos de construção de pe-
O uso repetitivo de palavras e expressões empobrece a escrita e, para
ríodos contribuem para que se construam textos claros, coesos, coerentes
evitá-lo, devem ser escolhidos termos equivalentes.
e fluentes. Profª. Solange Aparecida Lara
A obediência ao padrão culto da língua, regido por normas gramaticais,
Redação linguísticas e de grafia, garante a eficácia da comunicação. Uma frase
gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com
A linguagem escrita tem identidade própria e não pretende ser mera erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que não atinge o
reprodução da linguagem oral. Ao redigir, o indivíduo conta unicamente objetivo de transmitir as opiniões e ideia s de seu autor.
com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir conteúdos
complexos, estimular a imaginação do leitor, promover associação de ideia Tipos de redação. Todas as formas de expressão escrita podem ser
s e ativar registros lógicos, sensoriais e emocionais da memória. classificadas em formas literárias -- como as descrições e narrações, e
nelas o poema, a fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não-
Redação é o ato de exprimir ideia s, por escrito, de forma clara e orga- literárias, como as dissertações e redações técnicas.
nizada. O ponto de partida para redigir bem é o conhecimento da gramática
do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação Descrição. Descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa,
deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das
dar à composição, organização das ideia s sobre o tema, escolha do voca- características do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos
bulário adequado e concatenação das ideia s segundo as regras linguísti- -- visão, audição, tato, olfato e paladar --, já que é por intermédio deles que
cas e gramaticais. o ser humano toma contato com o ambiente.
Para adquirir um estilo próprio e eficaz é conveniente ler e estudar os A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de
grandes mestres do idioma, clássicos e contemporâneos; redigir frequen- perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais
temente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de ex- rica será a descrição. Por meio da percepção sensorial, o autor registra
pressão; e ser escrupuloso na correção da composição, retificando o que suas impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou
não saiu bem na primeira tentativa. É importante também realizar um sonoridade, e as transmite para o leitor.
exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se
Narração. O relato de um fato, real ou imaginário, é denominado narra-
refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O romancista, o
ção. Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de sucessão
cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o biógrafo,
dos acontecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns
todos pretendem comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo que
eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou ponto de
quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação minuciosa de fatos
vista, pode recair sobre o protagonista da história, um observador neutro,
empíricos. A capacidade de observar os dados e apresentá-los de maneira
alguém que participou do acontecimento de forma secundária ou ainda um
própria e individual determina o grau de criatividade do escritor.
espectador onisciente, que supostamente esteve presente em todos os
Para que haja eficácia na transmissão da mensagem, é preciso ter em lugares, conhece todos os personagens, suas ideia s e sentimentos.
mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível
A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando
cultural e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um mesmo
é chamada de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste,

Língua Portuguesa 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
quando é dita indireta. As falas também podem ser apresentadas de três 1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferen-
formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a tes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educa-
fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o ção formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada
personagem disse, lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de que na língua escrita;
elocução, que indicam quem está com a palavra, como por exemplo "dis-
se", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se 2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes
misturam os dois tipos anteriores. de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais,
informais ou de outro tipo;
O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem
chama-se enredo. Pode ser linear, segundo a sucessão cronológica dos 3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais
fatos, ou não-linear, quando há cortes na sequência dos acontecimentos. É de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, meta-
comumente dividido em exposição, complicação, clímax e desfecho. lúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros.
São as gírias e jargões.
Dissertação. A exposição de ideia s a respeito de um tema, com base
em raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da
do autor é discutir um tema e defender sua posição a respeito dele. Por língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.
essa razão, a coerência entre as ideia s e a clareza na forma de expressão
são elementos fundamentais.
Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pran-
A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdu- ta/planta; broco/bloco.
ção, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento,
em que se expõem os argumentos e ideia s sobre o assunto, fundamentan- Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho.
do-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demons- Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: ar-
trar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da redação, com a finalidade ve/árvore; figo/fígado.
de reforçar a ideia inicial.
Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: ar-
Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico apresenta a peculia- ve/árvore; figo/fígado. Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe.
ridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal,
empregada, por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e Simplificação da concordância: as menina/as meninas.
política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em publicações
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do ver-
voltadas para o público juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o
bo: “Chegou” duas moças.
redator deve obedecer ao propósito específico da publicação para a qual
escreve e seguir regras que costumam ser bastante rígidas e definidas, Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de su-
tanto quanto à extensão do texto como em relação à escolha do assunto, jeito): Nós pegamos “ele” na hora.
ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado.
Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (ta-
O texto publicitário é produzido em condições análogas a essas e ainda mém/também).
mais estritas, pois sua intenção, mais do que informar, é convencer o
público a consumir determinado produto ou apoiar determinada ideia . Para Desnasalização das vogais postônicas: home/homem.
isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente analisada, com o Desnasalização das vogais postônicas: home/homem. Redução do “e”
intuito de avaliar a eficácia do texto. ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe.
Redação técnica. Há diversos tipos de redação não-literária, como os Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; a-
textos de manuais, relatórios administrativos, de experiências, artigos mô/amor.
científicos, teses, monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos
de redação técnica e científica. Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles
ama.
Embora se deva reger pelos mesmos princípios de objetividade, coe-
rência e clareza que pautam qualquer outro tipo de composição, a redação Variações regionais: os sotaques
técnica apresenta estrutura e estilo próprios, com forte predominância da Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para
linguagem denotativa. Essa distinção é basicamente produzida pelo objeti- a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal
vo que a redação técnica persegue: o de esclarecer e não o de impressio- palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demô-
nar. nio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Vere-
As dissertações científicas, elaboradas segundo métodos rigorosos e das", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do
fundamentadas geralmente em extensa bibliografia, obedecem a padrões sertãocentro-oeste do Brasil:
de estruturação do texto criados e divulgados pela Associação Brasileira de Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso,
Normas Técnicas (ABNT). A apresentação dos trabalhos científicos deve Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O
incluir, nessa ordem: capa; folha de rosto; agradecimentos, se houver; pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape,
sumário; sinopse ou resumo; listas (de ilustrações, tabelas, gráficos etc.); o O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O
texto do trabalho propriamente dito, dividido em introdução, método, resul- Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do
tados, discussão e conclusão; apêndices e anexos; bibliografia; e índice. Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.
A preparação dos originais também obedece a algumas normas defini- Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu tex-
das pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação to a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em
(IBBD) para garantia de uniformidade. Essas normas dizem respeito às uma determinada época no Brasil.
dimensões do papel, ao tamanho das margens, ao número de linhas por
página e de caracteres ou espaços por linha, à entrelinha e à numeração Antigamente
das páginas, entre outras características. ©Encyclopaedia Britannica do
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
Brasil Publicações Ltda.
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras,
Variações linguísticas: O modo de falar do brasileiro em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas
por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (varia- Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do sécu-
ção regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir lo 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já
de três diferentes fenômenos.

Língua Portuguesa 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente
daquele que era usado na época medieval. a) língua padrão – é a variedade de maior prestígio social.
Ex.: “nós somos”; “a gente vai”; “para eu fazer”.
Língua e status b) língua não padrão – é o conjunto de todas as variedades linguísticas
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no diferentes da língua padrão.
Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de deter- Ex.: “nós é”; “a gente vamos”; “para mim fazer”.
minadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em
relação a elas. Variação e adequação linguística
Reflexão – Quando saímos para determinada ocasião. Seja para u-
Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nor- ma cerimônia de casamento, seja para assistir uma partida de futebol no
destino, que fala do assunto: estádio. Devemos usar o mesmo tipo de roupa? Não, pois existe uma roupa
adequada a cada situação.
O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa, Devemos adequar a nossa língua de acordo com a situação de uso, portan-
Trabáio na roça, de inverno e de estio. to:
A minha chupana é tapada de barro, 1) Se estivermos num estádio, assistindo a um jogo de futebol, é aceitável
Só fumo cigarro de paia de mío. usarmos uma língua informal (não padrão)? Justifique sua resposta com
suas palavras.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô 2) No entanto, se estivermos numa entrevista em busca de um emprego, é
Que veve vagando, com sua viola, recomendável usar a língua formal (padrão)? Justifique.
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei, Exercício:
Apenas eu sei o meu nome assiná. Reconheça o uso adequado da língua (língua formal ou informal) para
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, elaborar os pequenos textos solicitados abaixo:
E o fio do pobre não pode estudá. a) um telegrama para o diretor do colégio solicitando o certificado de con-
clusão do ensino fundamental:
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão, b) uma mensagem de orkut para um amigo:
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. c) um bilhete na porta da geladeira lembrando o horário do médico:
(...)
d) um bilhete no final da prova para o professor, solicitando-lhe dedicação
Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção especial na hora da correção.
transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é Profº Diogo de oLiveira Paula
quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se
tornou conhecida mesmo na Europa. A linguagem é o meio de adequação do indivíduo a sociedade. Lin-
guagem como meio tradicional de comunicação é o instrumento de trans-
Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de missão de ideias, bem como da ocultação dessas, da alienação e da se-
Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira". gregação. A linguagem é o item que se une ao convívio social como cons-
trutor das práticas sociais condicionadas e da identidade psicológica do
Vício na fala homem. Um indivíduo que fica isolado da sociedade e aprende a linguagem
Para dizerem milho dizem mio tardiamente, tem uma percepção mais aguçada da realidade, suas ideias
Para melhor dizem mió não se limitam a símbolos ou abstrações, como palavras ou ideias que
Para pior pió distorcem os conceitos. Suas "portas da percepção" estarão abertas, pois
Para telha dizem teia seu conhecimento de mundo está livre de "pré-conceitos", ou seja, ideias
Para telhado dizem teiado perpetuadas pela sociedade, ditas como verdadeiras, mas que se analisa-
E vão fazendo telhados. das sem "pré-ideias" são apenas práticas sociais condicionadas que não se
utilizam de lógica, a imposição de regras(normas) para a regulação da
Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades práxis.
linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações
linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários
mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico.
Alfredina Nery
Variação e adequação linguística
Qual é?

“Essa onda que tu tem...


Qual é?
Esse marra que tu tem...
Qual é?
Qual é, neguim?” (Marcelo D2)

1. Identifique expressões populares e gírias na letra da música de Marcelo


D2.

2. Essas expressões e gírias são comuns na de que grupo social?

# Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta,


em razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada.

Língua Portuguesa 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
esforço permanente dos usuários da língua para cooperar com os interlocutores,
ANALISANDO ALGUMAS RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO buscando dar conta dos objetivos estabelecidos na interação verbal. Os itens que
DE TEXTOS POR PROFESSORES DAS SÉRIES INICIAIS obtiveram maiores médias foram: adequação ao tema, relação título-texto, continu-
Telma Ferraz Leal (UFPE) idade e progressão, fatores básicos da adequação pragmática de um texto.

Gilda Lisbôa Guimarães Os autores apontaram que "os seis itens cujas médias foram mais baixas remetem
a pontos em que o modo de formular o texto escrito é diferente da formulação do
Que relações existem entre a capacidade de produzir textos e a de avaliar texto oral" (101). Entre os alunos da 5a série, as médias mais baixas na dimensão
textos? conceitual foram as relativas à consistência argumentativa e à articulação entre as
O objetivo deste estudo foi refletir sobre as relações entre a produção de textos por subpartes do texto.
professores das séries iniciais e os critérios que eles utilizam para avaliação dos O baixo desempenho em articulação pode ser entendido pelo fato de que, nas
textos dos alunos. Adotamos como pressuposto básico a ideia de que é indispen- situações mais formais de escrita, as relações entre as ideias precisam ser explici-
sável, ao professor, reconhecer e valorizar nos textos das crianças não apenas os tadas na forma de conjunções ou outras expressões articuladoras (como "a partir
aspectos relativos à correção ortográfica e gramatical, mas também, e principal- daí", "resumindo", "para concluir", "em suma" etc.). O uso dos elementos que
mente, os aspectos relativos ao uso dos recursos linguísticos e à organização estabelecem a coesão entre as partes do texto parece ser um complicador para os
estrutural do texto. No entanto, hipotetizamos que a capacidade de reconhecimen- que não têm familiaridade com os recursos mais utilizados nos gêneros textuais
to desses aspectos não é espontaneamente desenvolvida e que não é suficiente escritos. Nas situações de uso da modalidade oral coloquial, muitos outros auxilia-
teorizar sobre tais critérios para que os professores passem a adotá-los. Na reali- res podem ser utilizados, tais como os gestos, a entonação. Por outro lado, a
dade, nossa hipótese é que quando tais conhecimentos textuais são incorporados, presença do interlocutor nas situações mais informais faz com que os nexos não
os usuários tendem a escrever textos mais eficientemente e a reconhecer em compreendidos durante a interlocução possam ser retomados e explicados pelo
outros textos o uso de tais elementos. falante.
Assim, consideramos fundamental investigar os processos de produção de textos A falta de familiaridade com os gêneros textuais escritos dificulta o processo de
de professores, buscando verificar as relações entre as capacidades de usar produção de textos porque os usuários da língua têm consciência de que existem
recursos linguísticos e estruturar os textos e as formas como tais profissionais diferenças entre os diversos gêneros e tentam se adequar a elas. As regularidades
avaliam os textos das crianças. dos usos dos recursos linguísticos nos diferentes gêneros textuais vêm sendo
Dificuldades de adultos escolarizados em tarefas de produção de textos têm sido tratada por vários autores, como Bakhtin (1979) e Canvat (1996) que concebem
apontadas em inúmeras pesquisas. No número 23 do "Cadernos de Pesquisa" que os gêneros são “formas relativamente estáveis tomadas pelos enunciados em
(organizado por Rodrigues, 1977), vários autores relataram estudos apontando situações habituais, entidades culturais intermediárias que permitem estabilizar os
dificuldades de jovens e adultos em produção de textos. elementos formais e rituais das práticas de linguagem.” (Schnewly, 1999, p.7).
Dessa forma, eles funcionam como “um modelo comum, como uma representação
Um dos estudos publicados na obra acima foi produzido por Lemos (1977). A integrante que determina um horizonte de expectativa para os membros de uma
autora investigou se as dificuldades seriam decorrentes de uma transposição da comunidade confrontados às mesmas práticas de linguagem.” (Schnewly, 1999,
linguagem oral à linguagem escrita ou se seriam decorrência do tipo de instrução p.7). Assim, as expectativas quanto ao uso de determinados recursos formais para
dada pela escola para produção de redação. Ela buscou investigar os tipos de concretizar os enunciados verbalmente tendem a ser atendidas pelos escritores
conectivos e sentenças usados nas relações entre sentenças do mesmo período, mais experientes.
períodos no mesmo parágrafo e relações entre parágrafos. Ela observou que
houve nessas redações uma preferência por sentenças subordinadas com alta Quanto à consistência argumentativa, os autores concluem que "é mais difícil de
frequência de desvios (discordância ou incompatibilidade entre a relação semântica construir no texto escrito do que no oral porque, na escrita, não se tem o interlocu-
afirmada pelo conectivo, ou inferido da presença de certos constituintes da senten- tor presente, não se podem ver suas reações, não se sabe quando e como mudar
ça, período e parágrafo, e o conteúdo das sentenças, períodos ou parágrafos o rumo da conversa para alcançar o efeito de sentido desejado." (Evangelista e
postos em relação). A conclusão apresentada a partir dos resultados foi a de que o outros, 101). Tal hipótese é também defendida por Golder e Coirier (1994, 1996)
principal fator de inadequação foi a utilização de estratégias de preenchimento de que defendem a ideia de que produzir textos argumentativos escritos é mais difícil
um arcabouço ou esquema formal previamente dado ou inferido. Tal conclusão por questões relacionadas a três fatores básicos: a negociação com interlocutores
decorre de que, embora haja uma preferência por orações subordinadas e, dentro ausentes; as próprias dificuldades oriundas da produção de qualquer texto escrito
das subordinadas, de subordinação gerundiva, pouco usadas oralmente, tal utiliza- (planejamento, topicalização, coesão); e as dificuldades de coordenação das
ção foi, muitas vezes, inadequada, o que parece indicar que os sujeitos sabiam que operações complexas do ato de argumentar com as demandas exigidas para
esse tipo de oração é pertinente num texto escrito, mas não sabiam exatamente elaboração de textos escritos.
como utilizá-lo, talvez por falta de um domínio da modalidade escrita. Segundo a Quanto aos aspectos formais, as menores médias foram para a coesão, a morfos-
autora, o uso da subordinação não parece resultar de uma necessidade de organi- sintaxe e a pontuação/paragrafação. Tais resultados mostram que há uma dificul-
zação do conteúdo, mas se constituiu num artifício meramente formal. Ao que dade em concretizar linguisticamente as intenções, ou seja, em utilizar os recursos
parece, a explicitação de regras de redação ou das características próprias a tal linguísticos para alcançar os efeitos pretendidos.
tipo de registro não é suficiente para que os alunos tornem-se usuários competen-
tes da linguagem escrita. Quanto ao uso dos conectivos coesivos, vários autores, como Piéraut - Le Bonniec
e Valette (1991) e Kail e Weissenborn (1991), vêm apontando que, mesmo para
Evangelista, Carvalho, Leal, Val, Starling e Marinho (1998) também detectaram adolescentes mais velhos (17 anos), existem dificuldades na utilização de conecti-
dificuldades em jovens escritores. As análises de 95014 redações (10718 do 2o vos nos textos.
grau, 84296 do 1o grau), em uma Avaliação da Rede Pública Estadual, em Minas
Gerais (1994), mostrou que, em uma escala de 0 a 10, a nota mais frequente foi 5, Entre as redações do 2o grau, também observou-se que havia dificuldades no
atribuída a 20,93% das redações de 5a série. aspecto relativo à articulação entre ideias. Quanto à adequação formal, foram
repetidos os desempenhos dos alunos de 5a série. Apenas no critério ortografia, os
Os critérios de avaliação adotados pelos autores foram organizados em dois alunos ultrapassaram a média 2 (numa escala de 0 a 4). As médias relativas a
blocos: adequação conceitual e adequação formal. A adequação conceitual foi coesão, morfossintaxe e paragrafação / pontuação situam-se abaixo dessa faixa.
pensada pelos autores a partir dos critérios que definem em que medida o texto
atende à situação de interação proposta. Assim, foi dividida em 3 itens: adequação Os resultados acima apresentados evidenciam que, embora os alunos tenham
ao tema, unidade temática (continuidade, progressão temática e articulação entre clareza da situação proposta (adequação ao tema, ao comando), sentem dificulda-
ideias) e consistência argumentativa (suficiência e pertinência argumentativa). A des em utilizar os recursos linguísticos para estabelecer a articulação entre as
adequação formal refere-se aos recursos linguísticos utilizados pelos produtores de ideias propostas. O ensino da língua portuguesa, que tradicionalmente apegava-se
textos para explicitar as ideias. Foram considerados na avaliação os seguintes à ênfase na teorização gramatical e na normatividade (correção linguística) pode
aspectos: coesão, morfossintaxe, paragrafação / pontuação e ortografia. ter levado tais alunos a não desenvolverem tal capacidade. Na realidade, quando
discute-se os objetivos do ensino da língua materna, os eixos "leitura" e "produção
Os resultados apontaram que os alunos tendem a construir uma representação de textos" tendem a ser desvinculados do eixo "análise linguística". E, com grande
adequada da situação proposta e, portanto, atendem aos comandos estabelecidos. frequência, o eixo "análise linguística" tende a ser encarado apenas como o ensino
A intuição textual e comunicativa dos estudantes mostra, mais uma vez, que há um

Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da norma culta e não como o desenvolvimento da capacidade de usar recursos Na tarefa de avaliação dos textos das crianças, os examinadores apresentaram 8
linguísticos para produção de efeitos de sentido. Atualmente, os discursos pedagó- histórias e informaram que os mesmos foram produzidos por crianças de 2a série
gicos pregam a ideia de que deve-se ensinar uma "gramática contextualizada". Na de escolas públicas. Foi solicitado que os avaliassem, atribuindo uma nota. Os
realidade, muito pouco tem sido dito sobre como deve se dar essa contextualiza- textos utilizados variaram segundo três critérios básicos: estrutura de texto, corre-
ção nas séries iniciais e, então, situações como "identificar classes gramaticais em ção ortográfico-gramatical e estética (apresentação). Assim, cada texto é bom em
textos" são, ainda, muito frequentes. Estudos sobre situações didáticas de ensino algum (uns) desses critérios e fraco em outro (s).
de análise linguística nas séries iniciais são, até o momento, escassos.
Algumas propostas não investigadas detidamente defendem que o trabalho de
análise linguística que privilegia o desenvolvimento de atividade epilinguística e Como eram os textos produzidos pelos professores?
metalinguística pode auxiliar em tal aquisição. A atividade epilinguística implica a Conhecer as capacidades textuais dos professores que vão atuar como orientado-
suspensão do conteúdo para refletir sobre a formulação linguística que ocorre res na aprendizagem de elaboração de textos escritos parece-nos indispensável
durante a coordenação da tarefa de grafar, formular e planejar, e a atividade para que possamos entender melhor os limites e atuar através de um acompa-
metalinguística implica a reflexão consciente sobre a própria formulação linguística nhamento mais sistemático no processo de formação continuada desses profis-
(explicitação dos motivos da escolha por determinados recursos e sobre a possibi- sionais. Traçar o perfil dos professores quanto às capacidades que eles demons-
lidade de substituição), que é indispensável na etapa de revisão. Em relação a tal tram no trato com a escrita pode ajudar nas discussões sobre os motivos pelos
questão, Bronckart (1996) salienta que a atividade de geração de um texto pode quais o ensino da Língua Portuguesa caminha em sentidos às vezes contrários, ou
ser decomposta em ações que não são necessariamente orientadas pelos motivos distantes, do que vislumbram os estudos contemporâneos sobre tal tema.
originais que impulsionaram sua realização, mas sim, por objetivos intermediários
necessários à execução da atividade como um todo. É nessa perspectiva que Para dar conta dos objetivos acima traçados, buscamos estabelecer alguns crité-
defendemos que a escolha dos recursos formais, embora relacionada às intenções rios básicos que pudessem evidenciar quais aspectos da escrita os professores
que o interlocutor tem para com o texto, nem sempre coloca-se como uma meta dominam mais e quais aspectos demonstram algum tipo de dificuldade. As análi-
conscientemente adotada por escritores não experientes. ses dessa parte foram realizadas tomando como marco as sugestões propostas
por Therezo (1997) e Evangelista e outros (1998). Descreveremos, abaixo, os
Assim, muitos autores, como Rego (1988), Góes e Smolka (1992), Weisz (1992) e critérios utilizados para análise dos textos dos professores para, posteriormente,
Kato (1995) advertem que a criança precisa desenvolver habilidades metacogniti- apresentarmos os desempenhos em cada um dos critérios estabelecidos. Com
vas de planejamento, monitoração da atividade, revisão, avaliação do texto produ- base nas propostas de Evangelista e outros (1998), os critérios foram organizados
zido. Durante toda a tarefa, a monitoração da ação possibilita retomadas e refac- em dois grandes blocos: aspectos conceituais e aspectos formais.
ções.
 Aspectos conceituais
A criança, quando participante de uma prática pedagógica que reconhece a neces-
sidade de desenvolver tais estratégias, começa a superar problemas de produção A adequação conceitual foi pensada pelos autores a partir dos critérios que defi-
a partir do esforço de fazer distinção entre gerar o texto e pensar sobre ele, como nem em que medida o texto atende à situação de interação proposta. Assim, foi
bem salientou Góes e Smolka (1992) e Cafiero (1996), entre outros. A distinção dividida em 3 itens: adequação ao tema, unidade temática e consistência argumen-
entre planejamento e geração e entre conteúdo e forma é essencial para que haja tativa.
desenvolvimento das capacidades básicas de formação do produtor de textos. A Adequação ao tema: avaliação da relação do texto com a proposta. Tratando-se de
antecipação do provável ou pretendido leitor para o texto é essencial para que se uma proposta de produção de um texto temático, avaliamos se a configuração
perceba e se valorize todos os aspectos levantados até o momento. É por isso que geral do texto atendia ao que estava sendo solicitado (discutir a questão da alfabe-
a prática pedagógica precisa inserir o trabalho de produção textual em situações tização) e se havia alguma opinião claramente defendida (ponto de vista sobre o
que tenham sentido para a criança, que motivem a aprendizagem dos aspectos assunto).
formais e discursivos indispensáveis a tomadas de decisão conscientes.
Unidade temática: avaliação da capacidade de garantir a unidade textual. Alguns
NO ENTANTO, TAIS PROCEDIMENTOS SÓ SERÃO ADOTADOS PELO PRO- teóricos consideram tal critérios como sendo uma medida de coerência textual.
FESSOR QUE, DE FATO, PERCEBA TODAS ESSAS DIMENSÕES TEXTUAIS. Assumimos, no entanto, assim como Evangelista e outros (1998), que a coerência
A HIPÓTESE LEVANTADA ANTERIORMENTE É QUE TAIS TOMADAS DE não é exclusiva do texto, mas é construída na interação entre interlocutores. Dessa
CONSCIÊNCIA OCORREM EM ATIVIDADES DE GERAÇÃO E REVISÃO forma, consideramos que podemos avaliar apenas algumas pistas usadas pelo
TEXTUAL. É NECESSÁRIO, POIS, QUE OS PROFESSORES SEJAM, DE autor para atuar como colaborador para que o leitor possa recuperar o sentido
FATO, PRODUTORES DE TEXTOS. NESSA PERSPECTIVA, COSTALONGA pretendido. Assim, três critérios lidam com fatores que acreditamos integrarem as
(1995) APRESENTA A HIPÓTESE DE QUE “SE SE PRETENDE MELHORAR A tendências mais gerais de composição textual: articulação entre ideias, continuida-
PRODUÇÃO ESCRITA DAS CRIANÇAS, É PRECISO MELHORAR A ESCRITA de e progressão temática. “Continuidade diz respeito à possibilidade de se reco-
DO PROFESSOR.” (P. 25). nhecer na redação um eixo, um fio condutor, uma ideia nuclear que se mantém e
COMO FOI A METODOLOGIA DE PESQUISA? organiza todo o discurso.” (Evangelista e outros, 1998, p.80). A progressão, segun-
do os autores citados, “complementa e contrabalança a continuidade..., pois faz
Foram contactados para colaborar com esta pesquisa 160 professores de duas parte das expectativas dos falantes, em nossa cultura, que os textos mantenham
capitais nordestinas (Recife e Teresina), lotados em escolas públicas (80) e particu- um eixo temático, que não percam o fio da meada; mas faz parte dessas expectati-
lares (80), ministrando aulas nas séries iniciais (alfabetização-40; 1a série-40; 2a vas também que os textos se desenvolvam, acrescentando informações sobre o
série-40; 3a série-40). tema central, ou desdobrando-o em subtemas afins.” (Evangelista e outros, 1998,
Em relação à idade, houve uma variação entre 18 e 54 anos, com média em torno 81). Quanto à articulação, trata da inter-relação dos elementos textuais entre si e
de 31,18 (DP=7,69). O tempo de serviço também foi variável, pois 36,9% dos com o todo, “do nexo que estabelece o encadeamento entre as partes, através das
professores tinham menos de 5 anos de serviço, 36,3% tinham entre 6 e 11 anos, relações lógico-semânticas de causa e consequência, de condição, de finalidade,
e 26,9% tinham mais que 11 anos de serviço. Quanto ao grau de escolaridade, de temporalidade, de contiguidade, de inclusão ou exclusão, de compatibilidade e
56,3% dos professores tinham apenas nível médio. Em Teresina, 65% dos profes- não-contradição, etc.” (Evangelista, 1998, p. 81). Consideramos, em tal análise,
sores tinham apenas nível médio, enquanto que, em Recife, 47,5% apresentavam que a “articulação pode não estar explícita, pode ser confiada à capacidade do
tal grau de escolaridade. Por outro lado, em Teresina, apenas 12,5% tinham nível interlocutor de ativar conhecimentos partilhados e inferir as necessárias conexões,
superior e em Recife, 40% tinham concluído algum curso superior. mas precisa, de alguma forma, estar sinalizada ou ser dedutível pelo ouvinte/leitor”.
(81)
Cada professor realizou duas tarefas: produção de texto e avaliação de textos. A
tarefa de produção constou da elaboração escrita de um texto, cujo tema foi apre- Consistência Argumentativa: avaliação do teor de informatividade do texto. Refere-
sentado inicialmente (“A importância da Alfabetização no dia-a-dia do brasileiro”). se a três aspectos básicos: pertinência, suficiência e relevância argumentativa. A
Foi dito aos professores que eles apresentassem suas ideias de forma clara para pertinência diz respeito à adequação dos argumentos apresentados para o tema
que se pudesse investigar as concepções dos professores acerca dos efeitos da em questão e aos pontos de vista defendidos. A suficiência busca apreender se os
aquisição da escrita na sociedade brasileira. argumentos apresentados são suficientes para convencer o leitor. A relevância
argumentativa corresponde à força que os argumentos têm para os efeitos preten-
didos, relaciona-se à capacidade do autor de dar consistência argumentativa ao

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
texto, desenvolvendo as informações apresentadas de tal forma que sejam explici- noções confusas também foram encontradas. Tais resultados são similares aos
tadas as relações entre elas e com as conclusões propostas. dados evidenciados por Evangelista e outros (1998) com alunos de 5a série e nível
médio, que também demonstraram baixo desempenho em consistência argumen-
 Aspectos formais tativa.
A adequação formal refere-se aos recursos linguísticos utilizados pelos produtores A análise geral dos textos mostrou que muitas produções ficaram fragmentadas.
de textos para explicitar as ideias. A estruturação sintática do texto, a segmentação Os problemas de coesão eram frequentes. Nesse critério, buscamos classificar
das ideias e as pistas linguísticas fornecidas pelo escritor fazem parte das decisões como “bons” os textos que apresentavam pistas gramaticais que ligavam segmen-
tomadas para que os efeitos de sentido pretendidos sejam alcançados, ou seja, tos do texto (orações, períodos, parágrafos), mesmo que fossem utilizados poucos
diante das múltiplas possibilidades de expressão das ideias oferecidas pelo siste- recursos que se repetissem no texto (e, daí, porque, mas...) e repetição de palavras
ma gramatical da língua, o escritor busca aquelas que melhor se aplicam à situa- para manutenção da continuidade. Consideramos que, muitas vezes, a repetição
ção de interação. Assim, nessa concepção, os aspectos formais são muito mais do de algumas palavras dá força ao texto. Os textos “muito bons” eram aqueles que
que adequação às normas estabelecidas, pois mantém relação de interdependên- utilizavam as pistas mais apropriadas ao tipo de discurso que estavam utilizando
cia com a estruturação semântica e pragmática do texto; afeta e é afetada por (modalidade escrita, texto dissertativo), ou seja, aqueles textos que não utilizavam
elas. Consideramos, para análise dos textos dos professores, quatro critérios para apenas os recursos comuns à linguagem oral coloquial. Além do uso de conectivos
avaliar o uso dos recursos linguísticos no texto: coesão, morfossintaxe, paragrafa- como “portanto”, “porém”, “no entanto”, foram observados também outros aspectos
ção / pontuação e ortografia. da coesão, como as substituições lexicais, o uso de modalizadores e as flexões
Coesão: avaliação do uso de sinalizadores gramaticais utilizados para garantir a dos verbos (escolha dos tempos e modos verbais). Algumas vezes, observamos
articulação entre as partes do texto (oração, períodos, parágrafos). Refere-se textos que apresentavam “boa coesão” quando analisávamos as sequências
basicamente à análise do uso de algumas pistas gramaticais que evidenciam, na linearmente, mas, quando avaliávamos as ideias na totalidade, percebíamos que
superfície do texto, as relação entre os segmentos textuais, tais como: pronomes e havia certa desarticulação (na constituição do todo). Era comum encontrarmos
advérbios, conjunções e expressões articuladoras, modalizadores, tempos e textos que continham em cada parágrafo um subtema relativo ao tema (alfabetiza-
modos verbais, processos de coesão lexical, como o emprego de vocabulário do ção), sem, no entanto, apresentar elos de ligação entre eles. Dessa forma, um dos
mesmo campo semântico e a substituição por sinônimos, antônimos ou por termos problemas observados foi que muitos textos eram fragmentados.
que estabelecem com o substituído uma relação do tipo todo-parte, classe- Em relação à progressão temática, observávamos que, tanto os problemas relati-
indivíduo. vos à seleção das ideias, quanto os problemas relativos à coesão prejudicavam a
Morfossintaxe: avaliação dos aspectos mais normativos da língua. Refere-se à progressão textual. Alguns textos apresentavam uma informação e circulavam em
estruturação sintática dos períodos, à concordância, à regência e à colocação. torno dela, sem adicionar novas ideias, mas o mais frequente era a falta de pro-
gressão. Algumas pessoas restringiam-se a dar uma resposta e não desenvolviam
Paragrafação e pontuação: avaliação dos sinalizadores usados para segmentar o o tema.
texto em partes, atendendo às funções básicas da pontuação: organização sintáti-
ca, suplementação semântica e função prosódica. Em relação à morfossintaxe e à pontuação, os problemas mais frequentes eram
quanto à construção dos períodos dentro do texto. Encontramos muitos textos com
Ortografia e acentuação: avaliação do atendimento às normas básicas de grafia períodos incompletos ou fusão de mais de um período, sem sinalização para o
das palavras. leitor. Foram encontrados também períodos confusos, com problemas de concor-
Os textos produzidos pelos professores foram avaliados segundo os critérios dância que prejudicavam o resgate de sentido. O uso das vírgulas também mos-
indicados acima. Em cada critério, os textos receberam uma pontuação que trou-se problemático.
poderia ir de 0 a 4 (0 = muito fraco; 1 = fraco; 2 = regular; 3 = bom; 4 = muito bom). As dificuldades discutidas na análise dos vários critérios são refletidas na constitui-
A média por nível de escolaridade em cada um dos critérios está indicado na ção das notas finais atribuídas a cada texto. Os cálculos dessas notas foram
Tabela 1 (anexo 1). realizados a partir do somatório das notas dadas a cada critério. Após o somatório,
A análise das médias gerais obtidas em cada critério mostra-nos que os professo- os resultados foram divididos por quatro, pois em cada um dos dez critérios, o texto
res não tiveram dificuldades em adequar o texto à situação proposta (“adequação poderia ser avaliado de 0 a 4. A distribuição das notas finais está demonstrada na
ao tema”), pois a média situou-se em 3,23 (DP=0,99), ou seja, os textos concentra- Tabela 3 (anexo 3).
ram-se em “bom” ou “muito bom” (78,9%). Também não parece ter havido dificul- Dos 136 textos produzidos, apenas 7,3% receberam uma avaliação final “muito
dades em relação à “ortografia” (média=3,51; DP=0,80). Nesse critério, 92,7% dos boa” (com nota superior a 8) e 13,9% como “boa” (nota entre 7,1 e 8). Como pode
textos foram classificados como “bom” ou "muito bom”. ser observado, a maior concentração de notas ficou no nível “fraco” (notas inferio-
Nos itens “continuidade e progressão temática” (média=2,36; DP=1,21), “coesão” res a 5). Outro dado importante, que pode ser observado nas tabelas 1 e 3, é que
(média=2,12, DP=1,09), “morfossintaxe” (média=2,70, DP=1,01) e “paragrafação / sempre há diferenças entre as avaliações dos textos produzidos por professores
pontuação” (média=2,64, DP=0,98), os textos concentraram-se mais nas categori- que têm apenas o nível médio (magistério) e acima de nível médio (superior
as “regular” e “bom” (ver Tabela 2, anexo 2). Em relação à “continuidade e progres- incompleto ou completo). Análises de variância realizados, comparando tais
são”, à “morfossintaxe” e à “paragrafação / pontuação”, metade dos textos (aproxi- desempenhos, confirmam as impressões (Tabela 4, Anexo 4). Os resultados das
mado) foram classificados como “bons” ou “muito bons” (52,5%, 56,2% e 53,3%, análises apontam que, com exceção de “suficiência dos argumentos” e “ortografia”,
respectivamente). Em relação à “coesão”, apenas 38,7% dos textos foram classifi- houve diferenças estatisticamente significativas entre os professores que ingressa-
cados nos últimos níveis. ram no grau superior e aqueles que só concluíram o nível médio. Tal tendência se
confirma quando analisamos os resultados finais (Tabela 5, anexo 5).
Nos demais critérios, as dificuldades foram muito salientes. A seleção e a organiza-
ção das informações a serem veiculadas no texto mostrou-se bastante comprome- Os professores, em geral, tiveram média 5,5 (em uma escala de 0 a 10), o que
tida. Em geral, os professores não se preocupavam em desenvolver as ideias configura que o grupo apresenta, de fato, dificuldades em produzir tal tipo de texto.
expostas. Muitas opiniões expressas eram lançadas no texto sem argumentação. Quando comparamos os dois grupos, observamos que a média dos professores
Houve também muitos problemas relativos à fragmentação do texto. A presença que têm apenas o nível médio foi mais baixa (média=4,79) que a média daqueles
de ideias desarticuladas (texto com várias informações não conectadas) foi mar- que ingressaram no grau superior (média=6,17).
cante. Observa-se, na Tabela 1, que as médias nos itens “suficiência dos argumen- Uma principal conclusão em relação a tais análises é que é preciso investir na
tos” (média=0,89, DP=0,80), “pertinência dos argumentos” (média=1,52, DP=1,15), formação dos professores, buscando atender à meta de totalizar os quadros de
“relevância argumentativa” (média=1,16, DP=1,24) e “articulação das informações” professores com grau superior e realizando projetos que auxiliem os professores,
(média=1,58, DP=1,19) foram muito baixas. Em todos esses critérios, a percenta- de uma forma geral, a se desenvolverem como produtores de textos. Mais adiante,
gem de textos categorizados como “bons” ou “muito bons” foi inferior a 30% . aprofundaremos tal discussão, quando formos analisar as relações entre tais
Em suma, os professores demonstraram maior grau de dificuldade em selecionar capacidades e o estabelecimento de critérios para avaliação dos textos dos alunos.
os conteúdos dentro da temática proposta. A falta de preocupação em dar consis-
tência às ideias propostas é uma das evidências encontradas. Muitos textos
apresentavam um ponto de vista sem justificação (argumentos) que desse força ao Como os professores avaliam os textos das crianças?
texto. Em alguns textos, os argumentos apresentados eram vagos. Algumas

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como foi dito anteriormente, os professores atribuíram notas a oito textos (Tabela apresentação do desejo de comer mel e do problema de se atender a esse desejo
6, anexo 6) que variavam quanto a aspectos estruturais, ortográfico-gramaticais e (as abelhas); tentativa de resolução do conflito, através da ação do personagem
organizacionais. (subir na árvore); resultado da ação (as abelhas picando o personagem); situação
de maior tensão na história (o personagem tentando se livrar das abelhas); desfe-
Em estrutura, foram considerados bons os textos que estavam completos (introdu- cho (o personagem pula no lago para se livrar das abelhas e depois vai para casa,
ção de personagens e cenário, trama ou conflito, desfecho), apresentando, pois, onde fica em segurança); e, por fim, a “lição”. (Fernando nunca mais foi pegar mel
bom nível de informatividade, boa continuidade e progressão temática, boa articu- na colmeia).
lação entre as partes. Convém destacar que dentre os “bons” podemos destacar
os textos “A menina queria ser bailarina”, “O dia azarento” e “Destino” como mais Além de conseguir apresentar uma boa sequencialidade no texto, compondo-o
bem estruturados, pois o texto “A floresta”, apesar de ter bom nível de informativi- com todos os momentos importantes para a constituição de uma história, a criança
dade, as cenas não são bem construídas, fazendo com que o leitor não se envolva utilizou recursos linguísticos apropriados para garantir a coesão do texto e a ex-
com a história. Nesse texto, não há elementos de recheio, os desequilíbrios são pressividade do mesmo, como a repetição, que dá a ideia de continuidade da ação
resolvidos imediatamente. (“subiu, subiu, subiu”; “picarão, picarão, picarão”; “gritou, gritou”), a pronominaliza-
ção, que evita a repetição do nome do personagem (ele), o uso de expressões
Os textos fracos foram aqueles que estavam incompletos e não apresentaram boa convencionais (“Era uma vez”; “Um dia”), o uso de períodos compostos por coor-
progressão. O texto “A grande árvore”, dentre os fracos, é o único em que a criança denação e subordinação característicos desse tipo de texto, verbos flexionados em
supera a criação de frases justapostas e tenta, de fato, construir uma história. No vários tempos verbais.
entanto, apresenta muita dificuldade em aspectos relativos à continuidade / pro-
gressão temática e articulação. Os outros textos fracos foram "O gato", "O jardinei- O texto “O dia azarento” parece conduzir melhor o leitor, oferecendo pistas para o
ro" e "Passarinho de Maria". resgate do sentido. Um exemplo disso pode ser observado na forma como apare-
cem as referências ao personagem principal (Fernando durante boa parte do texto
Quanto à apresentação, foram considerados aspectos estéticos das letras dos e Fernandinho após ele ter sido picado pelas abelhas).
alunos e a estética espacial do texto.
Tais conclusões remetem à necessidade de aprofundarmos tais questões junto
Quanto ao aspecto ortográfico-gramatical, foram considerados bons os textos que aos professores, para que estes não fiquem restritos aos aspectos superficiais dos
tiveram menos erros ortográfico-gramaticais por linha produzida e fracos os que temas abordados e possam refletir mais sistematicamente acerca do que vem a
tiveram mais erros dessa natureza. Vale salientar, no entanto, que, os textos que ser realmente um texto e até a explorarem melhor as características dos textos
apresentavam poucas violações ("Passarinho de Maria" e "A grande Árvore") não com os quais se deparam. É importante, ainda, redimensionar o ensino de gramá-
eram os textos mais ricos quanto ao uso dos recursos linguísticos para marcar o tica, de modo a propiciar ao aluno o uso de recursos que tornam o texto mais
movimento das cenas ou quanto à coesão. Os textos bons em estrutura, principal- interessante e coerente. Nesse sentido, não se usa o texto como pretexto para o
mente os três citados acima ("A menina queria ser bailarina", "O dia azarento" e ensino de gramática, nem se restringe ao ensino de teorizações desvinculadas do
"Destino"), são os mais coesos e mais ricos quanto ao uso das pistas linguísticas texto. Nesse caso, pode-se investir nas aquisições de ferramentas poderosas à
para marcar o movimento dos personagens. Era essa diferença que queríamos constituição da textualidade. Tal questão já foi discutida anteriormente, através das
investigar se os professores seriam capazes de perceber. reflexões realizadas a partir do estudo realizado por Evangelista e outros (1998).
As médias das notas atribuídas pelos professores estão apresentadas na Tabela 6
(Anexo 6). Como pode ser observado, podemos detectar três blocos de textos
quanto à proximidade das notas. As histórias "A menina queria ser bailarina" e "A Enfim, que relações existem entre as capacidades de produzir e avaliar
floresta" (boas em aspectos estruturais e ortográfico - gramaticais) obtiveram as textos?
notas mais altas (7,2 e 8,5). As histórias "O gato" e "O jardineiro" (fracas em aspec-
tos estruturais e ortográfico - gramaticais) receberam as notas mais baixas (5,0 e Os resultados discutidos até este momento mostraram que os professores avalia-
5,1) e as outras histórias ("O dia azarento" e "Destino": boas em aspectos estrutu- ram os textos das crianças considerando, principalmente, o atendimento às normas
rais, mas com grande quantidade de violações ortográfico - gramaticais; e "Passa- gramaticais (pontuando os textos a partir da quantidade de violações) e à estrutura
rinho de Maria" e "A grande árvore": fracas em aspectos estruturais e com poucas geral dos textos. Como já salientamos anteriormente, as histórias que eram boas
violações ortográfico - gramaticais) receberam notas intermediárias (6,1; 6,6; 5,8 e quanto à estrutura textual e continham poucas violações eram as que tinham
6,4). maiores notas e as que eram fracas nesses dois aspectos recebiam notas mais
baixas. No entanto, aqueles textos que eram bons em estrutura textual e tinham
Para verificar estatisticamente se houve efeito dos critérios utilizados sobre as bons recursos linguísticos recebiam notas mais baixas quando apresentavam
notas atribuídas pelos professores, foram realizadas Análises de Variância (Tabela violações gramaticais. Tais notas eram equivalentes àqueles textos com estrutura
7). Os resultados apontaram efeitos significativos tanto dos aspectos estruturais fraca, mas com poucas violações, mesmo que fosse fraca quanto a outros aspec-
[F(145,1)=358,46; p<.000], quanto ortográfico - gramaticais [F(145,1}=278,85; tos linguísticos, tais como coesão. Tais elementos linguísticos parecem não ser
p<.000] e organizacionais [F(145,1)=87,92; p<.000]. Dessa forma, foram encontra- facilmente visualizados pelos professores. Neste tópico, buscaremos verificar se há
das evidências de que os professores consideraram os três aspectos em suas alguma relação entre as notas atribuídas às histórias das crianças e os desempe-
avaliações dos textos. nhos dos professores quando produziram seus próprios textos, considerando os
vários critérios analisados. A tabela 8 (Anexo 9) mostra as significâncias da “Corre-
Como foi dito acima, quando os textos eram bons em apenas um desses aspectos, lação de Pearson” entre tais critérios e as médias em cada um dos textos infantis.
eles atribuíam notas similares. Os dados indicam, portanto, que parece estar
havendo uma simples compensação entre aspectos estruturais e ortográfico - As análises de correlação mostraram relações entre os desempenhos dos profes-
gramaticais, pois foram dadas notas similares quando um dos dois aspectos estava sores em suficiência dos argumentos e as notas atribuídas aos textos "O gato",
bom e o outro fraco. Por outro lado, os aspectos ortográfico - gramaticais parecem "Passarinho de Maria" e "Destino". Na realidade, tais correlações foram inversas,
estar sendo avaliados apenas pela quantidade de violações e não pela riqueza de ou seja, quanto melhor o desempenho dos professores em suficiência dos argu-
recursos linguísticos utilizados para manutenção temática e expressividade do mentos, mais baixas as notas a tais textos. Em relação às histórias “O gato” e
texto, pois algumas crianças que produziram textos bons em estrutura, apesar de “Passarinho de Maria”, podemos entender tal inversão, pois esses textos são muito
cometerem muitas violações ortográfico - gramaticais, apresentaram recursos pobres quanto às ideias veiculadas. Em relação à “Destino”, no entanto, não é
linguísticos ricos que conferiam, aos textos, coesão e coerência (principalmente "O possível tal explicação, pois esse texto é muito rico quanto ao teor de informativida-
dia azarento"). Por outro lado, os textos fracos em estrutura apresentaram menor de. Necessário se faz realizar novas análises sobre esse texto, o que será condu-
quantidade de violações ortográfico - gramaticais mas foram construídos com zido posteriormente.
poucos recursos coesivos e orações predominantemente simples (principalmente
"Passarinho de Maria"). A correlação entre os desempenhos em utilização de recursos coesivos (coesão)
mostrou uma correlação inversa entre tais resultados e as notas atribuídas ao texto
O texto “O dia azarento” (anexo 8) recebeu dos professores nota média de 6,6. “O gato”. É bom lembrar que tal texto, de uma forma geral, foi mais fácil de ser
Esse texto é bom nos aspectos estruturais, mas apresenta maior quantidade de avaliado pelos professores, porque é um texto muito fraco tanto em aspectos
violações ortográfico-gramaticais que os outros textos. Porém, pode-se verificar estruturais quanto gramaticais, e as notas foram baixas. Mas mesmo assim, a
houve apresentação do personagem (Fernando); contextualização da situação, correlação com o desempenho em coesão foi observado. Percebe-se, pois, que
com descrição da árvore e exposição do desejo do personagem diante da árvore;

Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


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quanto maior domínio quanto ao uso dos recursos coesivos, mais os professores (re)conheça este fato, isto não fará com que sua mensagem seja menos
conseguiam perceber tais deficiências. eficiente, pois os sentidos das palavras que emprega não se acham disso-
ciados do próprio pensamento. Marx esclarece muito bem esta relação
Os dois textos que apresentaram maior correlação com os desempenhos dos entre fala e pensamento/consciência:
professores foram “A menina queria ser bailarina” e “O dia azarento”, que eram os
textos mais ricos quanto ao uso dos recursos linguísticos. Tal resultado é bastante A fala é velha como a consciência, a fala é uma consciência prática,
interessante, pois conduz a reflexões sobre as reais possibilidades de apreensão real, que existe tanto para os outros como para mim mesmo. E a fala, como
das falhas dos textos das crianças. Quanto mais os professores são eficientes na a consciência, nasce apenas da necessidade, da imperiosidade de contato
produção de seus próprios textos, mais eles conseguem perceber os elementos com outras pessoas. (Marx apud Schaff, 1968, p. 317.)
importantes da textualidade. O texto “O dia azarento”, no cômputo geral, não
recebeu notas altas, apesar de ser um texto muito rico quanto ao uso dos recursos A necessidade inegável de que o homem sente em se comunicar com
linguísticos. O fato dele apresentar violações ortográficas e gramaticais fez com o outro resulta em escolhas: a quem falar, o que falar, como falar. O discur-
que ele recebesse notas próximas a textos muito fracos como “A grande árvore” e so produzido a partir dessas escolhas será somente seu, visto que refletirá
“Passarinho de Maria”. Dessa forma, parece que, para que os professores consi- seus fracassos e conquistas, sua história, seu “eu”.
gam olhar para o texto não apenas como lugar de utilização de normas gramati- Fazendo parte de uma sociedade, na qual estará em contato constante
cais, mas também como mediação da interação, em que os recursos linguísticos com outros, o indivíduo necessitará não apenas da linguagem oral para se
são utilizados para que consigamos maior efeito de sentido, eles precisam ser, eles comunicar. Dentre outras linguagens, a escrita será mais um instrumento à
mesmos, produtores de textos. disposição dele para demonstrar sua competência linguística.
Em suma, as hipóteses iniciais acerca da existência de relações entre a capacida- Acontece que esta competência é constantemente colocada à prova,
de de produção textual e a capacidade de reconhecimento dos recursos linguísti- como se o usuário da língua nunca tivesse tido contato com ela. Referimo-
cos em textos de outros autores parece se consolidar. Como foi discutido no início nos especificamente ao ensino da língua. Ao tentar transportar os conheci-
do trabalho, a tomada de consciência da interrelação entre aspectos pragmáticos e mentos linguísticos que já possui e que emprega eficientemente, da lingua-
formais para melhor efeito textual ocorre em atividades de geração e revisão gem oral para a linguagem escrita, revela-se muitas vezes um fracassado.
textual. Assim, os professores que desenvolveram essa capacidade parecem ser É difícil entender por que precisamos expressarmo-nos diferentemente na
mais sensíveis ao reconhecimentos de tais recursos como indispensáveis à avalia- escrita. Por que existem tantas regras que já não traduzem a realidade do
ção textual. usuário da língua? Por que a cada esquina de uma página há tantas exce-
Uma principal conclusão em relação a tais análises é que é preciso investir na ções, contradições?
formação dos professores, buscando atender à meta de totalizar os quadros de Há extrema urgência em se rever o ensino da língua nas escolas, prin-
professores com grau superior e realizando projetos que auxiliem os professores, cipalmente de ensino fundamental, para que estas questões possam ser
de uma forma geral, a se desenvolverem como produtores de textos. É importante, esclarecidas. E, antes de tudo, a reformulação precisa estar presente
ainda, redimensionar o ensino de gramática, de modo a propiciar ao aluno o uso de também nos cursos de formação de professores, para que esta nova visão
recursos que tornam o texto mais interessante e coerente. Nesse sentido, não se ganhe o devido espaço.
usa o texto como pretexto para o ensino de gramática, nem se restringe ao ensino
de teorizações desvinculadas do texto. Nesse caso, pode-se investir nas aquisi- De outro modo, não vemos como o falante deixará de sentir-se perple-
ções de ferramentas poderosas à constituição da textualidade. xo diante de um “Dê-me um cigarro” no lugar de um “Me dá um cigarro”.

Concluímos, portanto, apontando que os resultados desse estudo devem ser O estudo da seleção vocabular e da sintaxe na produção dos sentidos
pensados como um passo para entendermos melhor as dificuldades dos professo- durante a textualização justifica-se tendo em vista que
res e podermos atuar de forma mais consistente no seu processo de formação. · é através da seleção vocabular que o emissor revela a sua intenciona-
Sugerimos, como primeira proposta, a realização de estudos sobre o processo de lidade ao produzir determinado texto;
formação continuada desses professores, a fim de analisarmos o processo de
construção de conhecimentos sobre esse tema específico e as relações entre o · o contexto situacional do ato comunicativo determinará, em parte, a
processo de constituição dos professores como produtores de textos e como escolha vocabular do sujeito escritor;
orientadores para os textos dos alunos.
· a organização das palavras selecionadas levará à interpretação dese-
CONVERSAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA jada pelo emissor;
A SELEÇÃO VOCABULAR E A SINTAXE
· se faz necessário evitar as interferências negativas no processo de
NA PRODUÇÃO TEXTUAL
produção textual escrita, uma vez que, por serem negativas, prejudicam o
Julia Pereira Marques da Silva bom entendimento da mensagem.
Apresentação Estudo da Seleção Vocabular
Pelo estudo da seleção vocabular e da sintaxe, objetivamos descrever Chega mais perto e contempla as palavras.
as mudanças que podem ocorrer na produção textual escrita, a partir do
Cada uma
vocabulário e do uso deste pelo emissor, nos processos de comunicação
dos quais faz parte. tem mil faces secretas sob a face neutra
Ao produzir seu texto, seja ele falado ou escrito, o emissor estará, e te pergunta, sem interesse pela resposta,
mesmo sem ter consciência disto, envolvendo, além da seleção vocabular e
da sintaxe, outros campos de pesquisa nesta produção. Referimo-nos à pobre ou terrível, que lhe deres:
semântica e à estilística. Trouxeste a chave?
Dessa forma, tentaremos desvendar a rede de relações que existe Carlos Drummond de Andrade
desde o momento em que o emissor pretende construir sua mensagem,
passando pela influência que a oralidade pode exercer sobre ela e pela sua Todo usuário da língua possui a chave que lhe dá acesso ao mundo
escritura propriamente dita, até sua consequente interpretação por determi- das palavras. A capacidade da linguagem humana é essa chave. Quando
nado interlocutor. criança, o falante, de modo bastante natural, principia a utilizar o valioso
instrumento da linguagem. Enquanto tímido aprendiz de palavras, reproduz
Para o falante, a sua língua materna é um instrumento de suma impor- muito e cria pouco. Porém, seguindo um caminho irretornável, não mais
tância tanto para a sua prática comunicativa quanto para sua afirmação necessita de que lhe digam o que falar, como falar. Já se sente perfeita-
enquanto sujeito que exerce determinado papel na sociedade. mente capaz de seguir sozinho. Sente-se seguro do conhecimento que
O que existe por trás do ato comunicativo, da fala em si, não está ex- possui, do acervo vocabular de que dispõe. O uso que fazemos desse
plícito para o emissor. Porém, mesmo que o falante desconheça ou acervo vocabular é determinado pelas situações que vivenciamos.

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Dessa forma, em um dado contexto, a seleção vocabular da qual lança- - Sois cristão?
remos mão para produzir um texto deverá estar de acordo com o sentido
que queremos dar à nossa mensagem. Então, não nos causa espanto que - Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
o nosso aluno/usuário da língua queira manter-se fiel ao seu texto, reprodu- Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
zindo na escrita aquilo que pensou e disse. Mesmo que esse texto passe a
ser “condenado” por não se ajustar aos padrões impostos pelas gramáticas Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
normativas. Parece-lhe que, ao mexerem no seu texto, estão retirando o O negro zonzo saído da fornalha
seu direito de ser autêntico.
Tomou a palavra e respondeu
O pessoal fizeram muita bagunça na sala, professora!
- Sim pela graça de Deus
A gente gostamos de aula vaga.
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
É perfeitamente compreensível que tais construções sejam usadas pe-
lo falante/escritor, uma vez que ele não quer deixar dúvidas de que está E fizeram o Carnaval.
referindo-se a um grupo de várias pessoas. No seu entender, o verbo no
(Andrade apud Cereja & Magalhães, 1995, p. 312.)
singular soa de forma estranha, não condiz com a verdade que ele quer
expressar. Para o falante/usuário da língua o que conta é a praticidade. Se na lin-
guagem oral, ele dispõe de tanta liberdade para comunicar-se, por que não
Sobre o papel do sentido nas relações entre as palavras, afirma Gui-
fazer uso dessa liberdade também na escrita? Não queremos dizer com
raud (1972, p. 26-27):
isso que devemos abolir, no ensino da língua, as regras que estruturam
O sentido, tal como nos é comunicado no discurso, depende das rela- nosso sistema linguístico, mas que precisamos adaptá-las à realidade do
ções da palavra com as outras palavras do contexto, e tais relações são falante. Por que não acompanhar na escrita a dinamicidade da língua?
determinadas pela estrutura do sistema linguístico.
Concluindo, o ensino da língua pode contribuir para que o nosso aluno
À estrutura do sistema linguístico chamamos gramática internalizada (falante competente da língua materna) aproprie-se de conhecimentos que
por cada indivíduo, o mesmo que conhecimento implícito da língua, confor- permitam que ele não apenas chegue perto e contemple as palavras, mas
me Perini (2000, p. 12.). Por saber empregá-la, o falante faz as relações que faça bom uso da chave que possui para que não dê respostas pobres
que deseja com as palavras escolhidas de seu léxico, de forma que molda ou terríveis às perguntas que lhe forem feitas.
seu texto para este atenda às suas intenções. A disposição em que coloca
as palavras valoriza o significado delas. Wittgenstein (apud Rector, 1980, p.
53.) corrobora esta ideia ao “constatar que as palavras só significam na Sintaxe de Concordância
medida em que estão num contexto interativo, isto é, como se seu valor
variasse em função de sua disposição face às demais”. A oralidade influencia constantemente a produção de um texto escrito.
Muitas vezes, esta influência é considerada negativa, pois resulta nos
A interação da palavra com o contexto revela-se no discurso, pois é ne- chamados “erros de concordância”. As gramáticas normativas costumam
le “que se manifestam estas relações da linguagem, visto que o discurso é listar regras muitas vezes inflexíveis para determinar o que é certo e o que
o lugar de encontro do significante e do significado e o lugar das distorções é errado. Porém, estudiosos mais modernos têm percebido e registrado
da comunicação que ocorrem devido à liberdade da comunicação.” (Rector, casos passíveis de discussão.
1980, p. 130.)
Perini (2000, p. 19.) cita o caso da expressão “os relógio”, comprova-
O falante não deseja perder a liberdade de comunicar-se, de colocar no damente utilizada por falantes “cultos e incultos”. Não estamos diante de
ato de comunicação do qual faz parte sua marca pessoal. Atentemos aqui um mero caso de erro de concordância e sim de uma tendência linguística
para a questão do estilo próprio. Uma entonação diferente, uma determina- da oralidade que vem sendo empregada também na escrita. Tendência
da flexão de grau, uma intencional ausência de flexão de número são esta que não pode ser ignorada pelos profissionais que lidam com o ensino
exemplos de marcas pessoais que ocorrem na fala e que naturalmente se da língua.
concretizam na escrita.
Para Lapa (1991, p. 157.) o erro de concordância não existe, pois a
AMIGO 1: - Comprei um estojo ‘manero’. Custou só dois ‘real’! construção de um texto reflete o estilo de cada um. Vejamos sua colocação
sobre o assunto:
AMIGO 2: - Também, você é filhote de loja de um e noventa e nove!
...esses desvios aparentes de concordância se explicam sobretudo por
Há tendência, por parte do falante de língua portuguesa, a reduzir di-
três motivos: um que consiste em concordar com as palavras não segundo
tongos em simples vogais, conforme atesta Coutinho em sua “Gramática
a letra mas segundo a ideia; outro, segundo o qual a concordância varia
Histórica (COUTINHO, p. 108.). Assim, para o usuário da língua, é perfei-
conforme a posição dos termos do discurso; e um terceiro, que traduz o
tamente correto falar “manero” em vez de “maneiro”. Tal tendência acaba
propósito de fazer a concordância com o termo que mais interessa acentuar
por ser explicitada na escrita por influência da oralidade. Se ninguém prati-
ou valorizar.
camente fala “manteiga”, consequentemente estaremos diante da palavra
“mantega” nas redações de nossos alunos. É preciso que analisemos bem os casos dos chamados “erros de con-
cordância” que surgem nos textos produzidos por nossos alunos. Muitas
Quanto à questão da ausência de flexão de número da palavra “real”,
vezes, a produção do aluno revela textos coerentes e coesos, dentro de
temos aqui duas colocações. Por um lado, poderíamos considerar a ex-
seus propósitos, “diferentes” do que esperamos e desejamos encontrar.
pressão “dois real” apenas um caso de erro de concordância; por outro
lado, estaríamos diante de uma seleção vocabular empregada para expres- Observemos um trecho de uma redação de um aluno da 7ª. Série do
sar, por exemplo, esperteza de quem compra um bom produto por um ensino fundamental:
pequeno preço.
Gosto de sair curto muitos bailes fanks todos os finais de semana vou
Em nossa literatura, há muitos exemplos em que a seleção vocabular ao baile. (sic)
aliada à linguagem oral, só para determo-nos em assuntos objetos de
nosso estudo, produzem obras originalíssimas. Citemos, para ilustrar, Mário Ignorando em nosso comentário as questões da pontuação e da grafia
de Andrade com “Macunaíma” (texto em prosa) e Oswald de Andrade com equivocada da palavra “funk”, vamos ao caso de concordância que aí se
o texto em verso que vai transcrito a seguir: apresenta: “curto muitos bailes fanks”. Nós, professores da língua, espera-
ríamos encontrar a seguinte construção: “curto muito bailes funks”, na qual
brasil a palavra muito estaria funcionando como advérbio e não como pronome
indefinido, tal como se encontra na redação do aluno. Para que se conside-
O Zé Pereira chegou de caravela
re errada a construção do aluno, é preciso analisar seu texto com cuidado,
E preguntou pro guarani da mata virgem tentando perceber sua intenção, seu propósito.

Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Acreditamos que a falta de organização do pensamento influencia a trabalho, como Mário Perini (Sofrendo a Gramática), Celso Pedro Luft
produção do discurso do nosso aluno, seja tal produção oral ou escrita. A (Língua e Liberdade) e Evanildo Bechara (Ensino da Gramática. Opressão?
forma como o ensino da língua ainda é tratado não tem oportunizado o Liberdade?). Porém, décadas de um ensino equivocado exigirão a adoção
exercício da organização do pensamento, uma vez que os conteúdos de um novo modo de ensinar a gramática, a partir de uma visão de lingua-
gramaticais são priorizados em detrimento de outros (produção oral e gem que liberte, que permita a construção de um discurso de sujeito, e não
escrita, por exemplo), tornando a aula de português um “amontoado de de quem se sujeita.
coisas sem sentido”.
Voltando a mais um caso de sintaxe de regência. Se um dos significa-
Não temos dado ao nosso aluno espaço suficiente para que ele exerça dos da palavra “com” é a ideia de companhia, como considerar errada a
seu direito de fala. Normalmente, ele está na sala apenas para ouvir, para construção “Namoro com Carlos”? Para o falante/usuário da língua, a frase
copiar, para reproduzir o que se espera dele. Ao ser solicitado a falar, está corretíssima. Para tentarmos convencer este falante de que a sua
muitas vezes, sua fala é truncada, inicia um assunto e não é capaz de construção é incorreta, só temos o argumento de que o verbo namorar é
concluí-lo. Questão de timidez? Em alguns casos, sim. Essa fala fragmen- transitivo direto (não admitindo preposição), pois quem namora, namora
tada, não desenvolvida, concretiza-se na escrita de forma bem clara: au- alguém. Porém não é argumento forte o suficiente para deslegitimar a sua
sência de coesão e de coerência, fuga ao tema proposto, repetições exces- intenção de transmitir a ideia de um estar com o outro, de namorar como
sivas, para citar apenas os problemas mais encontrados. outro.
Prycila eu quero que você fiquei torcendo porque agora porque no dia Finalizando, a estrutura linguística que cada usuário da língua internali-
16 de outubro vou fazer prova com padre para crisma porque no final do za, dá-lhe subsídios para que ele elabore construções que, na escrita, são
vou se alistar. (sic) (Trecho de um texto produzido por aluno de 6ª. Série do consideradas como erros de concordância, de regência, entre tantos outros
ensino fundamental.) “erros”. Cabe ampliar, na sistematização das regras que estruturam a
língua, o registro das possibilidades de construções de que o usuário da
Atentemos para a mistura de assuntos que o aluno realiza, utilizando língua dispõe. Até porque as invariações dentro das variações é que dão
basicamente um conectivo (porque). Que relação existe entre os dois fatos, vida à língua.
o de ser crismado e o de se alistar no final do ano (palavra omitida, prova-
velmente sem que o aluno tenha tido esta intenção)? Acreditamos que aqui
não estejamos diante de um caso de desconhecimento do significado do
conectivo apenas. E sim de incapacidade de relacionar ideias, de fazer Sintaxe de Colocação
conexão de sentidos. No início de nosso trabalho, comentamos a respeito de o falante sentir-
Por tudo o que foi exposto até aqui, cremos que o exercício da leitura e se perplexo diante da construção “Dê-me um cigarro”, verso conhecidíssi-
da escrita, como forma de desenvolver a competência linguística, seria uma mo do poema “Pronominais”, de Oswald de Andrade, muito usado para
das estratégias numa tentativa de minimizar muitos dos problemas citados. exemplificar casos de colocação pronominal. É claro que o usuário da
língua estranha uma construção como essa, quando, no seu falar revela-se
a tendência de fazer uso da próclise. O nosso aluno jamais empregaria a
frase “Empreste-me uma caneta” ao dirigir-se ao colega a seu lado. Até
Sintaxe de Regência mesmo nós, professores e conhecedores da língua, no dia a dia, emprega-
Na maioria das gramáticas normativas, o conceito de regência aborda a mos a próclise com abundância em nossa fala. Ainda mais que a questão
relação de dependência entre termos da oração. Fazer com que o nosso da colocação dos pronomes na frase está mais a serviço da estilística que
aluno, que traz influências (negativas e positivas) da oralidade, perceba e da sintaxe. Observemos:
compreenda essa ideia de dependência é, por vezes, tarefa bastante árdua. A. Se atrasou hoje, professora.
Pesquisando em algumas gramáticas disponíveis aos nossos estudan- B. Atrasou-se hoje, professora.
tes, observamos que alguns casos são tratados de forma diversa. Vejamos
um caso: no “Curso Prático de Gramática”, de Ernani Terra (1996, p. 299.), De acordo com as regras que norteiam o emprego da próclise, a frase
há a seguinte afirmação referente à regência do verbo chegar: A estaria fora dos padrões, porém, numa linguagem informal, falada ou
escrita, seria perfeitamente justificável, na medida em que representaria um
“O verbo chegar exige a preposição a e não a preposição em.” estilo despojado e simples do locutor/escritor. Já a frase B exemplifica o
Já a “Gramática”, de Faraco e Moura (1999, p. 514.), apresenta a se- correto emprego do pronome, mas na prática de nossos alunos é pouco
guinte colocação em relação ao mesmo verbo chegar: utilizada.
“É intransitivo no sentido de atingir data ou local. (...) Já é bastante co- O emprego da mesóclise é ainda mais complicado. Em primeiro lugar,
mum o uso da preposição em nesta acepção.” há a preferência de o usuário da língua portuguesa no Brasil utilizar para o
tempo futuro do presente do indicativo, por exemplo, a locução verbal: “Vou
Essas abordagens conflitantes apresentadas pelas gramáticas citadas fazer prova amanhã” no lugar de “Farei prova amanhã”; em segundo lugar,
acabam por confundir o nosso aluno e, até mesmo, por dificultar o entendi- o emprego da mesóclise soa como pedantismo, próprio da linguagem
mento deste assunto. Que frase é mais comum nas redações de nossos rebuscada, empolada: “Far-te-ei uma proposta amanhã”. O uso da mesócli-
alunos? “Cheguei em casa muito tarde” ou Cheguei a minha casa muito se está reduzido à produção escrita de usuários com bom domínio da
tarde”? Com certeza, a primeira. Portanto, não é mais cabível afirmar que o estrutura da língua.
verbo chegar não exige a preposição em. Uma ou outra preposição é
perfeitamente admissível. Façamos mais um comentário:
Reconhece-se que a língua falada no Brasil não é a mesma represen- “Está um calor! A janela está fechada, professora. Quer que abra ela?”
tada na escrita. É também dessa questão que temos tratado até então. O É um tipo de construção amplamente empregada pelo falante. Deve-
falante, com o propósito de passar adiante seu pensamento, suas ideias, mos considerá-la totalmente errada? E o que podemos dizer de constru-
seleciona as palavras que melhor representam sua intenção e arruma-as de ções do tipo “Professora, eu se machuquei!”? Não seria mais relevante
maneira que estas atendam aos seus desejos. Altera, propositalmente ou preocuparmo-nos com frases desse tipo? E não é só uma questão de
não, a sintaxe de concordância ou de regência, construindo seu próprio concordância ou de colocação. É uma questão de identidade. O falante não
estilo. Sua mensagem poderá ou não ser compreendida da forma como se reconhece no próprio discurso. Não é capaz de reconhecer-se no me,
gostaria de que fosse. As chances de que o entendimento ocorra tal como pois é a partir do se que vê o mundo: “Entre, sente-se, cale-se, saia e vire-
planejou são grandes. se; a minha parte eu já fiz.”
O estudo do emprego diversificado que se faz da língua falada (situa-
ções informais) e da língua escrita (situações formais) está cada vez mais
ocupando espaço nos meios acadêmicos que tratam do ensino da língua.
Algumas obras vêm acrescentar novas ideias que auxiliam o presente

Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
COESÃO E COERÊNCIA Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre-
Diogo Maria De Matos Polónio ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na
Introdução maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível;
Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre não quer dizer nada).
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor- Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer;
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração.
Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter- desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a
minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e, fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios
de aula. de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto-
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica- dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural.
ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação
referido seminário. entre coerência textual e coesão textual.

Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a- Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e entre sequências textuais:
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
prido honestamente o seu papel. Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
Coesão e Coerência Textual textuais:
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
constitui forçosamente uma frase. sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna- propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é transforme num texto: a conetividade2.
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
língua. Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam- difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto. orientam a formação do discurso.

Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia- Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência
lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente,
pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor, de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações
Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
dientes indispensáveis ao objeto texto. • Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas • Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência de teatro.
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas5,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.

Língua Portuguesa 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto- chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.
mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
sequência anterior: Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís-
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re- cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão.
petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita.
pronome. Atentemos no seguinte exemplo:
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
lada no seu quarto. Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain- A presença do determinante definido não é suficiente para considerar
da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me. que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida
Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa- peça.
ra nos precavermos de enunciados como este:
Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António. Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico-
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti-
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação: teira entre a semântica e a pragmática.
ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor. Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar
por
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado: - Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele. parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun-
ca mais aprende a cair!
As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos - Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
alunos. parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio. cheira-me a mentira!
Um homem estava também a banhar-se. - Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
Como ele sabia nadar, ensinou-o. lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta,
adoro!
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se- - Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto: lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
ele sabia nadar(quem?), um felino?
ele ensinou-o (quem?; a quem?)
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres- conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava
sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um com os processos de recorrência anteriormente tratados.
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
textual. Vejamos:
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. P - A Maria comeu a bolacha?
Os gatos vão sempre conosco. R1 - Não, ela deixou-a cair no chão.
R2 - Não, ela comeu um morango.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas R3 - Não, ela despenteou-se.
aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
que o precede. As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele- que a sequência P+R3.
gante.
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex- pronome na 3ª pessoa.
tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante. Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi-
ainda: póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. R2 retomarem inferências presentes em P:
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele- Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
mento linguístico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições
senhora. Este assassinato é odioso. garante uma fortificação da coerência textual.

Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.

Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira.
Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con-
fazer? tradições inferenciais e pressuposicionais6.

A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
mente fazer qualquer coisa. demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta-
do ou dedutível.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí- pretérito para suprimir as contradições.
cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe-
recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte-
industrial, que vive numa luxuosa vila. údo pressuposto que se encontra contradito.
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per-
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se feitamente fiel.
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
mação semântica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
enquanto a primeira pressupõe o inverso.
Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
constante da própria matéria. sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro ção, assume-a, anula-a e toma partido dela.
estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
baixo e batia com o martelo na bigorna. cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados.
Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais. Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica. Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin- 2 - A Silvia vai fazer um exame.
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
não se pode processar de qualquer maneira.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a- congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- camente.
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi-

Língua Portuguesa 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira. dade.

Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
samento que conduza a uma estrutura coerente. décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa- de do fato narrado.
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual 2. Coesão:
for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
mesmo. ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela-
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras
textos dos nossos alunos. se comunicam, como dependem uma das outras.

Anotações: SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO


1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Cami- Das Agências
nho, 19923, p.134;
2- M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148; Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes
3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux e uma mulher que viu o avião cair morreram
problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978;
4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.); Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e
5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuelles", dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
segundo Charolles (op. cit.); de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da
6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No en- cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
tanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferen- sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de
ciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de con- São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu
tradições que efetuamos exercícios em situação de prática peda- mais três residências.
gógica.
7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos,
congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta-
mundo a que essa sequência faz referência; gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto
8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire et (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4),
ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. Lakoff, Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, Didier- Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
Larousse, 1973. João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.

1. Coerência: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con- compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
um texto em que há coerência.
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor-
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen- to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara,
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu- uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará,
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa
concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico
anterior, perde-se a coerência textual. demora no mínimo 60 dias para ser concluído.

A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con- Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas
ser conhecido pelo receptor. (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen-
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi- anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto Socorro de Santa Cecília.
que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza
poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto da matéria fosse comprometida.
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali- mecanismos:
dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre- a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali- texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen- demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres-
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o
vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente exemplo)
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele-
a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente-
candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi
femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan- ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados
tes e as identifiquem com mais propriedade. ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações
pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião que se podem atribuir a eles).
(1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as
64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi-
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia- que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como
mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no
pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se
(10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe-
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do
escoriações e queimaduras. Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região
d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a do país), que só é citada na linha seguinte.
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os Conexão:
principais elementos de substituição: Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que
Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação
(4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha em Prosa Moderna).
Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
(6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes
retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi-
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).
Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio-
Elas (10) não sofreram ferimentos graves. ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste-
Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje,
que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
Exemplos: todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi- Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
mundo, etc.
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,
muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem

Língua Portuguesa 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como, com, ou (quando não for excludente). que antes o tempo já estava chuvoso.

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
provável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadei-
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, ros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a infor-
mação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e- fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó- com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confir-
dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, má -la.
isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao siste-
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu- ma de pensamento montado pelo falante.
são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin- político.
te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez Tomemos como exemplo a seguinte frase:
que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
que, de tal forma que, haja vista. ataque soviético.

Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste O conteúdo explícito afirma:
com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, — a necessidade da construção de mísseis,
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os sovi-
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. éticos pretendem atacar o Ocidente.
Níveis De Significado Dos Textos:
Significado Implícito E Explícito Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
Observe a seguinte frase: podem ser:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: soviéticos;
a) que ele frequentou um curso superior; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
b) que ele aprendeu algumas coisas. um ataque ao Ocidente.

Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os
a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.

Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se
de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben- Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a
tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer
que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con- sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos
trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
— o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica-
dores linguísticos, como, por exemplo:
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou ou
expressões contidas na frase. Os resultados vão chegar mais tarde.

Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de b) certos verbos


maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao O caso do contrabando tornou-se público.
mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de Pressuposto: O caso não era público antes.

Língua Portuguesa 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) as orações adjetivas PROVA SIMULADA I


Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não
pensam no povo. 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: (C) O processo foi julgado em segunda estância.
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não (D) O problema passou despercebido na votação.
pensam no povo. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
têm interesses individuais. (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As (C) A colega não se contera diante da situação.
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem con- (E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
cerne a parte dos elementos de um dado conjunto.
03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
d) os adjetivos (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
Os subentendidos
Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a- 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem conformidade com a norma culta.
fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes- Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
o cigarro por favor. santes, como resistência e flexibilidade.
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pres- componentes para a indústria.
suposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvin- componentes para a indústria.
te, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das (C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte ponentes para a indústria.
depreendeu. (D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
componentes para a indústria.
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante (E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer componentes para a indústria.
com ela.
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um ele está empregado conforme o padrão culto.
funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici- (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
tado muito antes que o referido colega.
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do correta em:
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se (A) As características do solo são as mais variadas possível.
prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu- (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
ção de quem ouvira o seu discurso. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia
sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz. 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
flexão de grau.
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais te as férias.
eficiente do texto. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
Adequação Conceitual - é adaptar ao conceito de algo; (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
Pertinência - que concerne;que é relativo a algo;pertencente a algo;
Relvância - que tem importância;que é necessário; Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
Articulado,ou Articulação - pronuncia clara sobre o que argumenta (fa- vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
la,escreve);
Seleção Vocabular - separar palavras que sejam relevan- 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
tes,importantes...etc. estatal ciência e tecnologia.
Ariana (A) à ... sobre o ... do ... para

Língua Portuguesa 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) a ... ao ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(C) à ... do ... sobre o ... a (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(E) a ... do ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(A) ao ... a ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(D) ao ... à ... à urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
(E) àquele ... a ... a celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
norma culta. programar e participar do referido evento.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso Atenciosamente,
trarão grandes benefícios às pesquisas. ZZZ
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando Assistente de Gabinete.
com o meio ambiente. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol- são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
vendo projetos na área médica. (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre- (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
sentadas pelos economistas. (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
litoral ou aproveitam férias ali. (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos

11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.

Língua Portuguesa 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.
(B) III e IV. (B) adição.
(C) I, II e III. (C) conformidade.
(D) I, III e IV. (D) explicação.
(E) II, III e IV. (E) consequência.

22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
to, a alternativa correta é: contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. possíveis franqueados.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (C) ou seja ... embora ... pois
dos galhos da velha árvore. (D) ou seja ... mas ... portanto
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (E) isto é ... mas ... como
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou? 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural,
Está correto o contido apenas em esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem
(A) I, II e III. posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida-
(B) I, II e IV. des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e
(C) I, III e IV. se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
(D) II, III e IV. é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
(E) III, IV e V. em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., ples.
indicando concessão, é: Veja, ed. 1735
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(C) assim que recebeu o prêmio. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
(D) porque conseguiu um desconto. B) a miséria é culpa da classe dominante;

Língua Portuguesa 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
que ela: PROTESTO TÍMIDO
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam
outras áreas; dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma
cidades; trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam um menino.
para a classe dominante;
D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra-
de outros indicadores sociais; ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os
E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura-
décadas. cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo
A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando-
indicadores sociais melhoraram; nado.
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
mantém onipresente; Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns
incompetentes; mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru-
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém
a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo; tomava conhecimento da existência do menino.
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
miséria que leva à criminalidade. Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor-
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
quantidade, exceto: problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas; Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
D) seja combatida pelas autoridades; com um monte de lixo.
E) se torne mais disseminada e cruel. Fernando Sabino
38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste B) comparação ou símile;
inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificação.
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as. RESPOSTAS – PROVA I
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a 02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
seguir: 03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
I- Daqui há pouco vou sair. 04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
I- Está no Rio há duas semanas. 05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
III - Não almoço há cerca de três dias. 06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. 07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver 08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
são: 09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
A) I - II 10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
B) I - III
C) II - IV PROVA SIMULADA II
D) I - IV
E) II - III 01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjunti-
vo:
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram
texto é: b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem
na crônica; d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira; 02. Assinale a alternativa falsa:
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negati-
texto; vo são tempos derivados do presente do indicativo;
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir;
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos;
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é :
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma águe ou ague;
forma que: e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver.
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado; 03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indicati-
C) salário-família; vo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba?
D) banana-prata; a ( ) imprimir
E) alto-falante. b ( ) exprimir
c ( ) tingir
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do d ( ) frigir
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é e ( ) erigir
que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas; 04. Indique onde há erro:
B) lança mão de vocábulo animalizador; a ( ) os puros-sangues simílimos
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino; b ( ) os navios-escola utílimos
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; c ( ) os guardas-mores agílimos
E) usa grande número de termos adjetivadores. d ( ) as águas-vivas aspérrimas
e ( ) as oitavas-de-final antiquíssimas
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
significa que: 05. Marque a alternativa verdadeira:
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
morto; b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero gramati-
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; cal para designar pessoas de ambos os sexos;
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudando
morto; o final em -ã ou -ona;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos;

Língua Portuguesa 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos subs- b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de
tantivados terminados em -ista. interlocutor;
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assindéti-
06. Identifique onde há erro de regência verbal: cas de maior extensão;
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios. d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde. oração;
c ( ) Este livro é preferível àquele. e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as.
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos. 16. Identifique o termo acessório da oração:
a ( ) adjunto adverbial
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida. Ache- b ( ) objeto indireto
a: c ( ) sujeito
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. d ( ) predicado
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião. e ( ) agente da passiva
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio. 17. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas?
e ( ) A entrega é feita no domicílio. a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido
geral do período;
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula: b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de
a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto; outra;
b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e; c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e
c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado por com as conjunções que as ligam;
pronome oblíquo tônico; d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de um
d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala; raciocínio;
e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo. e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independentes
entre si quanto ao relacionamento sintático.
09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz RESPOSTAS
b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar 01. A 06. A 11. B 16. A
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina 02. C 07. A 12. D 17. B
e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno 03. D 08. C 13. D
04. B 09. B 14. C
10. Identifique onde não ocorre a crase: 05. E 10. A 15. B
a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
___________________________________
c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
d ( ) Só visamos à alegria. ___________________________________
e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
___________________________________
11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal: ___________________________________
a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
b ( ) Tenho bastante dúvidas. ___________________________________
c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes. _______________________________________________________
d ( ) Um e outro candidato virá.
e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais. _______________________________________________________

12. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado: _______________________________________________________


a ( ) Elas ficaram todas machucadas. _______________________________________________________
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
c ( ) Os policiais estão alerta. _______________________________________________________
d ( ) As cartas foram entregues em mãos. _______________________________________________________
e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
_______________________________________________________
13. Analise sintaticamente o termo em destaque:
_______________________________________________________
"A marcha alegre se espalhou na avenida..."
a ( ) predicado _______________________________________________________
b ( ) agente da passiva
c ( ) objeto direto _______________________________________________________
d ( ) adjunto adverbial _______________________________________________________
e ( ) adjunto adnominal
_______________________________________________________
14. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintática ao _______________________________________________________
lado:
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal) _______________________________________________________
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais)
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial) _______________________________________________________
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito) _______________________________________________________
e ( ) A ideia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto)
_______________________________________________________
15. Ache a afirmativa falsa: _______________________________________________________
a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas;

Língua Portuguesa 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Em lógica, pode-se distinguir três tipos de raciocínio ló-

RACIOCÍNIO LÓGICO gico: dedução, indução e abdução. Dada uma premissa,


uma conclusão, e uma regra segundo a qual apremis-
sa implica a conclusão, eles podem ser explicados da se-
guinte forma:

Dedução corresponde a determinar a conclusão. Utiliza-


se da regra e sua premissa para chegar a uma conclusão.
Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. Choveu
hoje. Portanto, a grama está molhada." É comum associar
os matemáticos com este tipo de raciocínio.

Indução é determinar a regra. É aprender a regra a partir


de diversos exemplos de como a conclusão segue
da premissa. Exemplo: "A grama ficou molhada todas as
vezes em que choveu. Então, se chover amanhã, a grama
ficará molhada." É comum associar os cientistas com este
estilo de raciocínio.

Abdução significa determinar a premissa. Usa-se


a conclusão e a regra para defender que a premissa poderia
1. Raciocínio lógico: resolução de problemas envol-
explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica
vendo frações, conjuntos, porcentagens,sequencias molhada. A grama está molhada, então pode ter chovido."
(com números, com figuras, de palavras). Associa-se este tipo de raciocínio
2. Raciocínio lógico-matemático:proposições, conecti- aos diagnosticistas e detetives.
vos, equivalência e implicação lógica, argumentos váli-
dos.
Lógica Matemática
Conceito de raciocínio lógico Imagine que você foi convocado a participar de um júri
em um processo criminal e o advogado de defesa apresenta
os seguintes argumentos:
Raciocínio Lógico
“Se meu cliente fosse culpado, a faca estaria na gaveta.
Ao procurarmos a solução de um problema quando dis- Ou a faca não estava na gaveta ou José da Silva viu a faca.
pomos de dados como um ponto de partida e temos um Se a faca não estava lá no dia 10 de outubro, segue que
objetivo a estimularmos, mas não sabemos como chegar a José da Silva não viu a faca. Além disso, se a faca estava lá
esse objetivo temos um problema. Se soubéssemos não no dia 10 de outubro, então a faca estava na gaveta e o
haveria problema. martelo estava no celeiro. Mas todos sabemos que o martelo
não estava no celeiro. Portanto, senhoras e senhores do júri,
É necessário, portanto, que comece por explorar as pos- meu cliente é inocente.
sibilidades, por experimentar hipóteses, voltar atrás num Pergunta: O argumento do advogado esta correto? Co-
caminho e tentar outro. É preciso buscar idéias que se con- mo você deveria votar o destino do réu?
formem à natureza do problema, rejeitar aqueles que não se E mais fácil responder a essa pergunta reescrevendo o
ajustam a estrutura total da questão e organizar-se. argumento com a notação de lógica formal, que retira todo o
palavrório que causa confusão e permite que nos concen-
Mesmo assim, é impossível ter certeza de que escolheu o tremos na argumentação subjacente.
melhor caminho. O pensamento tende a ir e vir quando se
trata de resolver problemas difíceis. A lógica formal fornece as bases para o método de pen-
sar organizado e cuidadoso que caracteriza qualquer ativida-
de racional.
Mas se depois de examinarmos os dados chegamos a
uma conclusão que aceitamos como certa concluímos que "Lógica: Coerência de raciocínio, de ideias. Modo de ra-
estivemos raciocinando. ciocinar peculiar a alguém, ou a um grupo. Sequencia coe-
rente, regular e necessária de acontecimentos, de coisas."
Se a conclusão decorre dos dados, o raciocínio é dito ló- (dicionário Aurélio), portanto podemos dizer que a Lógica e a
gico. ciência do raciocínio.
1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS EM LÓGICA MATE-
Nova teoria científica MÁTICA
1.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A ciência é bàsicamente a combinação do raciocínio lógi-
Partindo-se do contexto histórico, a lógica enquanto ciên-
co bom com o conhecimento prático bom de fenômenos
cia do raciocínio pode ser subdividida em duas grandes cor-
naturais reais. Todos os seres humanos fazem algum racio-
rentes, quais sejam: Lógica Clássica e Lógica Formal.
cínio lógico e têm algum conhecimento prático de alguns
fenômenos naturais reais, mas na maior parte têm que com- Enquanto Lógica Clássica esta fundamentada em pro-
binar ciência com sobrevivência. Alguns povos puderam cessos não matemáticos, processos não analíticos, sendo
devotar muito de seu tempo ao raciocínio e/ou a ganhar o que suas verdades advêm de entidades filosóficas. Pode-se
conhecimento melhor da natureza e com isso nos legaram dizer que a Lógica Clássica tem um caráter intuitivo.
contribuições pequenas ou grandes ao desenvolvimento da Enquanto Lógica Formal, a qual encerra dentre outras
ciência. http://wwwracimate.blogspot.com.br/ tendências a Lógica Matemática, esta baseada em métodos
e técnicas matemáticas.

Raciocínio Lógico 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A Lógica matemática, ou a Lógica Simbólica ou Lógica A Lógica Matemática constitui em termos gerais um sis-
Algorítmica é caracterizada pela axiomatização, pelo simbo- tema científico de raciocínio, que se baseia em estados biva-
lismo e pelo formalismo. Tem seu desenvolvimento na ins- lentes, ou seja, é um sistema dicotômico onde a quaisquer
tância dos símbolos e passam a analisar o raciocínio segun- de suas entidades pode-se predicar a “verdade” ou a “falsi-
do operações e ralações de cálculo específico. dade”, sendo estados mutuamente excludentes. Desta forma
1.2 CÁLCULO PROPOSICIONAL E CÁLCULO DOS a partir de seus axiomas fundamentais e do sistema bivalen-
PREDICADOS: te estabelecido desenvolver-se-á um método analítico de
raciocínio que objetiva analisar a validade do processo infor-
A Lógica Matemática é fundamentada pelo cálculo propo- mal a partir das denominadas primeiras verdades, “primí-
sicional (ou cálculo dos enunciados, ou cálculo sentencial) e cias”.
pelo cálculo dos predicados. No cálculo sentencial têm-se as
entidades mínimas de análise (proposições ou enunciados) 2.2 DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES NO
como elementos geradores. No cálculo dos predicados os CÁLCULO PROPOSICIONAL:
elementos de análise correspondem às chamadas funções Na linguagem falada ou escrita quatro são os tipos fun-
proposicionais. damentais de sentenças; quais sejam as imperativas, as
No primeiro caso não se analisa a relação íntima entre o exclamativas, interrogativas e as declarativas (afirmativas ou
nome e o predicado da estrutura em análise. Sendo oposto negativas); tendo em vista que em lógica matemática tem-se
no segundo caso. apenas dois estados de verdade, esta tem por objeto de
análise as denominadas sentenças declarativas, afirmativas,
Os símbolos têm significado e usos específicos no cálculo de sentido completo e não elípticas (não ambíguas).
proposicional.
Desta forma toda sentença declarativa, afirmativa de sen-
1.2.1 PROPOSIÇÃO, DECLARAÇÃO tido completo que expressão um determinado pensamento
É todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem são denominado predicados ou enunciados, as quais de
um pensamento de sentido completo para a qual se associa acordo com o universo relacional onde se encontram é sem-
apenas um dos dois atributos verdadeiro ou falso. pre possível predicar-se “verdade” ou a “falsidade”.
São exemplos de proposições: São exemplos de proposições em lógica:
Quatro e maior que cinco. “A filosofia é a lógica dos contrários”
Ana e inteligente. “Bananas solitárias são aves volares se e somente se,
um logaritmo vermelho é um abacate feliz”.
São Paulo e uma cidade da região sudeste.
“Se todo homem inteligente é uma flor, então flores racio-
Existe vida humana em Marte.
nais são homens solitários”.
A lua é um satélite da Terra
No cálculo proposicional o que dever ser considerado é a
Recife é capital de Pernambuco forma do enunciado e não o significado que esta alcança no
mundo real.
Exemplos de não proposições: Portanto os exemplos acima permitem afirmar que o nú-
mero de nomes e/ou predicados que constituem as senten-
Como vai você? ças declarativas, afirmativas de sentido completo dão origem
Como isso pode acontecer! às denominadas proposições simples ou proposições com-
postas.
1.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
2.3 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO
A Lógica Matemática constitui um sistema científico regi-
DAS PROPOSIÇÕES SIMPLES:
do por três leis principais, consideradas princípios fundamen-
tais: Uma proposição simples ou um átomo ou ainda uma pro-
posição atômica, constituem a unidade mínima de análise do
 Princípio da não-contradição: uma proposição não
cálculo sentencial e corresponde a uma estrutura tal em que
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
não existe nenhuma outra proposição como parte integrante
 Princípio do terceiro excluído: toda preposição ou é de si próprio. Tais estruturas serão designadas pelas letras
verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes latinas minúsculas tais como:
casos e nunca um terceiro.
p, q, r, s, u, v, w, p1, p2. . . ¸pn...
As quais são denominadas letras proposicionais ou variá-
Neste sistema de raciocínio tem-se estabelecido tão so- veis enunciativas. Desta forma, pra se indicar que a letra
mente dois “estados de verdade”, isto é, a “verdade” e a “não proposicional p designa a sentença: “A Matemática é atributo
verdade”. Portanto a Lógica Matemática é um sistema biva- da lógica”, adota-se a seguinte notação:
lente ou dicotômico, onde os dois estados de verdade ser-
p: A matemática é atributo da lógica.
vem para caracterizar todas as situações possíveis sendo
mutuamente excludentes (isto é, a ocorrência da primeira Observe que a estrutura: “A matemática não é atributo da
exclui a existência da segunda). lógica” não corresponde a uma proposição simples, pois
possui como parte integrante de si outra proposição.
Portanto de uma forma geral pode-se dizer que qualquer
entidade (proposição ou enunciado) em Lógica Matemática 2.4 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DE
apresenta apenas dois “estados de verdade” ou será corres- PROPOSIÇÒES COMPOSTAS:
pondente a “verdade” ou correspondente a “falsidade” não Uma proposição composta, ou uma fórmula proposicional
admitindo quaisquer outras hipóteses e nem tão pouco a ou uma molécula ou ainda uma proposição molecular é uma
ocorrência dos dois estados de verdade simultaneamente. sentença declarativa, afirmativa, de sentido completo consti-
2. PROPOSIÇÕES OU ENUNCIADOS - FUNDAMEN- tuída de pelo menos um nome ou pelo menos um predicado
TAÇÃO DO CÁLCULO PROPOSICIONAL ou ainda negativa, isto é, são todas as sentenças que possu-
em como parte integrante de si própria pelo menos uma
2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA DICOTÔ-
outra proposição.
MICO OU BIVALENTE:

Raciocínio Lógico 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As proposições compostas serão designadas pelas letras indicar o valor lógico ou valor verdadeiro desta fórmula pro-
latinas maiúsculas tais como: posicional adotar-se-á as notações:
P, Q, R, S, U, V, W, P1, P2. . . Pn... V [ P ( p, q, r,..., p1,..., pn)] = V ou V [ P ( p, q, r,..., p1,...,
Considere as proposições simples: pn)] = F

p: A filosofia é arte É oportuno salientar-se que a lógica matemática não ca-


be a obrigação de decidir se uma dada proposição é verdade
q: A dialética é ciência. ou falsidade, isto é, compete aos respectivos especialistas
Seja, portanto, a proposição composta “A filosofia é arte das correspondentes áreas de conhecimento. Contudo a
embora a dialética é a ciência”. lógica tem por obrigação estruturar métodos ou procedimen-
tos de decisão que permita, num tempo finito, a decisão
Para se indicar que a dada sentença é designada pela le-
sobre os valores lógicos de fórmulas proposicionais constitu-
tra proposicional P, sendo constituída de p e q componentes
ídas de n proposições e m raciocínios (sobre o ponto de vista
adota-se a notação P (p, q): A filosofia é arte embora a dialé-
da analiticidade de tais processos). A de se observar tam-
tica é a ciência.
bém, que validade em lógica matemática corresponde, tão
Observe que uma fórmula proposicional pode ser consti- somente a avaliação de argumentos dedutivos ou de inferên-
tuída de outras fórmulas proposicionais. Além do mais uma cia de argumentos, não tendo sentido associar validade ou
letra proposicional pode designar uma única proposição, quer legitimidade a proposições ou enunciados.
seja simples ou composta, contudo uma dada proposição
De forma resumida, a validade esta associada à coerên-
pode ser qualificada por quaisquer das letras proposicionais
cia ou a consistência do raciocínio analítico.
num dado universo.
2.6 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO, NOTAÇÃO DE
Sejam as proposições:
CONECTIVOS LÓGICOS:
p: A lógica condiciona a Matemática
(ou conectivos proposicionais)
q: A dialética fundamenta o pensamento ambíguo.
Vejam os exemplos:
P (p, q): A lógica condiciona a Matemática, mas a dialéti-
“A matemática é a juventude da lógica e a lógica é a ma-
ca fundamenta o pensamento ambíguo.
turidade da matemática”
Q (p, q): A lógica condiciona a Matemática e/ou a dialéti-
“A matemática é a juventude da lógica ou a lógica é a
ca fundamenta o pensamento ambíguo.
maturidade da matemática”
Sejam ainda proposições compostas: “A matemática é a juventude da lógica ou a lógica é a
S (P, Q): Se a lógica condiciona a Matemática mas a dia- maturidade da matemática e não ambos”
lética fundamente o pensamento ambíguo, então a Lógica “Se a matemática é a juventude da lógica, então a lógica
condiciona a matemática e/ou a dialética fundamente o pen-
é a maturidade da matemática”.
samento ambíguo.
“A matemática é a juventude da lógica se, e somente se,
De forma simbólica tem-se que;
a lógica é a maturidade da matemática”.
P (p, q): p mas q
“Não é fato que a matemática é a juventude da lógica”
Q (p, q): p e/ou q
Designamos as proposições simples:
S (P, Q):Se p mas q, então p e/ou q
p: A matemática é a juventude da lógica
Observe que: S (P, Q) é análoga a S (p, q).
q: A lógica é a maturidade da matemática
2.5 VERDADE E VALIDADE:
Tem-se que:
(Valor lógico ou valor verdade das proposições)
P (p, q): p e q.
Partindo-se do fato de que a lógica matemática é um sis- Q (p, q): p ou q.
tema científico de raciocínios, bivalentes e dicotômicos, em
que existem apenas dois “estados de verdade” capazes de R (p, q): p ou q, e não ambos.
gerar todos os resultados possíveis, a “verdade” corresponde S (p, q): Se p, então q.
a afirmações do fato enquanto tal, sendo a “falsidade” a con-
tradição ou a negação do fato enquanto tal. Assim a verdade W (p, q): p se, e somente se q.
ou a falsidade, corresponde respectivamente ao “verdadeiro” P1 (p): não p
ou “falso”, segundo o referencial teórico que institui as de- Observe que as fórmulas proposicionais ou proposições
terminadas entidades “proposições” ou “enunciados”, de um compostas anteriormente apresentadas foram obtidas a partir
dado universo relacional. de duas proposições simples quaisquer, unidas pelo conjunto
Em resumo, a verdade é a afirmação do fato e a falsidade de palavras, quando utilizadas para estabelecer a conexão
é a negação do fato estabelecido. entre duas ou mais proposições (simples ou compostas), são
denominadas conectivos lógicos ou conectivos proposicio-
nais, os quais definem classes de fórmulas proposicionais
Dada uma proposição simples qualquer, designar, por específicas.
exemplo, pela letra proposicional p, tem-se pelos princípios
Prof.a Paula Francis Benevides
fundamentais que tal proposição será a verdade (V) ou a
falsidade (F) não se admitindo outra hipótese, e, nem tão Símbolos
pouco a ocorrência dos dois estados simultaneamente, por-
tanto, para denotar tais situações, adotar-se-á a simboliza-
ção: ∼ não
V ( p ) = V (valor lógico de p é igual à verdade) ou V ( p )
=F. ∧ e
Considere uma proposição composta P, constituída das
proposições simples p, q, r,...., p1,...., pn componentes. Para

Raciocínio Lógico 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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são válidos e outros não e ensina-nos a argumentar correc-
∨ ou tamente. E isto é fundamental para a filosofia.
O que é um argumento?
→ se ... então Um argumento é um conjunto de proposições que utili-
zamos para justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A
↔ se e somente se proposição que queremos justificar tem o nome de conclu-
são; as proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a
justificam têm o nome de premissas.
| tal que
Supõe que queres pedir aos teus pais um aumento da
"mesada". Como justificas este aumento? Recorrendo a
⇒ implica razões, não é? Dirás qualquer coisa como:

⇔ equivalente Os preços no bar da escola subiram;


como eu lancho no bar da escola, o lanche
fica me mais caro. Portanto, preciso de um
∃ existe aumento da "mesada".

existe um e somente Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de


∃| um aumento da 'mesada'". E como justificas esta conclusão?
um Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de
lanchares no bar. Então, estas são as premissas do teu ar-
qualquer que seja gumento, são as razões que utilizas para defender a conclu-
∀ são.

Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos


Valor lógi-
Símbolo Expressão argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja
co um conjunto de proposições, nem todos os conjuntos de
proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte con-
Negação ,¬,~ não, é falso, não é verdade que junto de proposições não é um argumento:
ou '
Conjunção e, mas , também, além disso Eu lancho no bar da escola, mas o João não.
A Joana come pipocas no cinema.
Disjunção ou O Rui foi ao museu.
Condicional se...então, implica, logo, somente se
Neste caso, não temos um argumento, porque não há
Bi- ...se, e somente se...; ...é condição nenhuma pretensão de justificar uma proposição com base
condicional necessária que ... nas outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um
conjunto de proposições com alguma relação entre si. Há
apenas uma sequência de afirmações. E um argumento é,
ALGUMAS NOÇÕES DE LÓGICA como já vimos, um conjunto de proposições em que se pre-
tende que uma delas seja sustentada ou justificada pelas
António Aníbal Padrão
outras — o que não acontece no exemplo anterior.
Introdução
Todas as disciplinas têm um objecto de estudo. O objeto Um argumento pode ter uma ou mais premissas, mas só
de estudo de uma disciplina é aquilo que essa disciplina pode ter uma conclusão.
estuda. Então, qual é o objecto de estudo da lógica? O que é
que a lógica estuda? A lógica estuda e sistematiza a validade Exemplos de argumentos com uma só premissa:
ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podes considerar que argumen- Exemplo 1
tos, inferências e raciocínios são termos equivalentes.
Premissa: Todos os portugueses são europeus.
Muito bem, a lógica estuda argumentos. Mas qual é o in-
Conclusão: Logo, alguns europeus são portugueses.
teresse disso para a filosofia? Bem, tenho de te lembrar que
a argumentação é o coração da filosofia. Em filosofia temos a
liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sus- Exemplo 2
tentar o que defendemos com bons argumentos e, é claro,
também temos de aceitar discutir os nossos argumentos. Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.
Os argumentos constituem um dos três elementos cen-
trais da filosofia. Os outros dois são os problemas e as teori- Exemplos de argumentos com duas premissas:
as. Com efeito, ao longo dos séculos, os filósofos têm procu-
rado resolver problemas, criando teorias que se apoiam em Exemplo 1
argumentos.
Premissa 1: Se o João é um aluno do 11.º ano, então es-
Estás a ver por que é que o estudo dos argumentos é im- tuda filosofia.
portante, isto é, por que é que a lógica é importante. É impor- Premissa 2: O João é um aluno do 11.º ano.
tante, porque nos ajuda a distinguir os argumentos válidos Conclusão: Logo, o João estuda filosofia.
dos inválidos, permite-nos compreender por que razão uns

Raciocínio Lógico 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo 2 Por outro lado, aqueles indicadores (palavras e expres-
sões) podem aparecer em frases sem que essas frases se-
Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte, jam premissas ou conclusões de argumentos. Por exemplo,
então a vida não faria sentido. se eu disser:
Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
Conclusão: Logo, há vida para além da morte. Depois de se separar do dono, o cão nunca mais foi o
mesmo. Então, um dia ele partiu e nunca mais foi visto.
Exemplo 3: Admitindo que não morreu, onde estará?

Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses. O que se segue à palavra "Então" não é conclusão de
Premissa 2: Todos os portugueses são europeus. nenhum argumento, e o que segue a "Admitindo que" não é
Conclusão: Todos os minhotos são europeus. premissa, pois nem sequer tenho aqui um argumento. Por
isso, embora seja útil, deves usar a informação do quadro de
É claro que a maior parte das vezes os argumentos indicadores de premissa e de conclusão criticamente e não
não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no de forma automática.
argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida- Proposições e frases
de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al.
(2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar: Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as
premissas quer a conclusão de um argumento são proposi-
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um ções. Mas o que é uma proposição?
fim em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicida-
de de cada pessoa tem valor de um ponto de vista impar- Uma proposição é o pensamento que uma frase
cial e não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Da- declarativa exprime literalmente.
do que cada pessoa é realmente um fim em si, podemos
concluir que a felicidade tem valor de um ponto de vista Não deves confundir proposições com frases. Uma frase
imparcial." é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de
sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma"
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica- não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma
da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte- cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido gra-
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce- matical.
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois quando o que ela afirma tem valor de verdade.
dos mais utilizados são "logo" e "portanto".
Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma dadeiras nem falsas:
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 1. Que horas são?
2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
Indicadores de premis- Indicadores de conclu- 4. Quem me dera gostar de Matemática.
sa são
Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
pois por isso que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
porque por conseguinte são verdadeiras ou falsas:
dado que implica que
como foi dito logo 1. Braga é a capital de Portugal.
visto que portanto 2. Braga é uma cidade minhota.
devido a então 3. A neve é branca.
a razão é que daí que 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
admitindo que segue-se que
sabendo-se que pode-se inferir que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
assumindo que consequentemente não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verda-
deira ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.
É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-
mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
nham mais de 100000 euros por mês. diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
premissas não têm nenhum indicador. seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
branca" e "Snow is white".

Raciocínio Lógico 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ambiguidade e vagueza Este argumento é válido, pois é impossível que a
premissa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrá-
Para além de podermos ter a mesma proposição expres- rio do argumento que envolve o Mourinho, neste não po-
sa por diferentes frases, também pode acontecer que a demos imaginar nenhuma circunstância em que a premis-
mesma frase exprima mais do que uma proposição. Neste sa seja verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o
caso dizemos que a frase é ambígua. A frase "Em cada dez caso em que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto
minutos, um homem português pega numa mulher ao colo" é significa que a conclusão é falsa, mas a premissa também
ambígua, porque exprime mais do que uma proposição: tanto é falsa.
pode querer dizer que existe um homem português (sempre
o mesmo) que, em cada dez minutos, pega numa mulher ao
colo, como pode querer dizer que, em cada dez minutos, um Repara, agora, no seguinte argumento:
homem português (diferente) pega numa mulher ao colo (a
sua). Premissa 1: Todos os números primos são pares.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Por vezes, deparamo-nos com frases que não sabemos Conclusão: Logo, nove é um número par.
com exactidão o que significam. São as frases vagas. Uma
frase vaga é uma frase que dá origem a casos de fronteira Este argumento é válido, apesar de quer as premissas
indecidíveis. Por exemplo, "O professor de Filosofia é calvo" quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a no-
é uma frase vaga, porque não sabemos a partir de quantos ção de validade dedutiva anteriormente apresentada: é im-
cabelos é que podemos considerar que alguém é calvo. possível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão
Quinhentos? Cem? Dez? Outro exemplo de frase vaga é o falsa. A validade de um argumento dedutivo depende da
seguinte: "Muitos alunos tiveram negativa no teste de Filoso- conexão lógica entre as premissas e a conclusão do argu-
fia". Muitos, mas quantos? Dez? Vinte? Em filosofia devemos mento e não do valor de verdade das proposições que cons-
evitar as frases vagas, pois, se não comunicarmos com exac- tituem o argumento. Como vês, a validade é uma proprieda-
tidão o nosso pensamento, como é que podemos esperar de diferente da verdade. A verdade é uma propriedade das
que os outros nos compreendam? proposições que constituem os argumentos (mas não dos
argumentos) e a validade é uma propriedade dos argumen-
Validade e verdade tos (mas não das proposições).
A verdade é uma propriedade das proposições. A valida-
de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em Então, repara que podemos ter:
proposições válidas. As proposições não são válidas nem
inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal- Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver- são verdadeira;
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda-
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou invá- Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
lidos. falsa;

Quando é que um argumento é válido? Por agora, referi- Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
rei apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento verdadeira;
dedutivo é válido quando é impossível que as suas premis-
sas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
um argumento ser válido, não basta que as premissas e a clusão verdadeira;
conclusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível
que sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa. Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
clusão falsa;
Considera o seguinte argumento:
Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais falsa; e
de 100000 euros por mês.
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol. Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000 verdadeira.
euros por mês.
Mas não podemos ter:
Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é
treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem
são falsa.
premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo,
não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mouri- lido? Podes seguir esta regra:
nho ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exem-
plo, o Mourinho como treinador de um clube do campeonato Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
regional de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
caso, a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas alguma circunstância em que, considerando as premissas
serem verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido. verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
não é válido. Se não, então o argumento é válido.
Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente
apresentado: Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.

Raciocínio Lógico 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Argumentos sólidos e argumentos bons O que temos aqui? O seguinte argumento:
Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con- Preciso de um aumento da "mesada".
clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa). Logo, preciso de um aumento da "mesa-
Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras. da".
Por isso, precisamos de argumentos sólidos.
Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu-
Um argumento sólido é um argumento válido são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
com premissas verdadeiras. esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja,
"Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois, muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse-
por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a gues persuadir ninguém.
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
ras e conclusão falsa.
Mas não penses que só os argumentos em que a conclu-
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é
O seguinte argumento é válido, mas não é sólido: mau (ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do
que a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumen-
Todos os minhotos são alentejanos. to:
Todos os bracarenses são minhotos.
Logo, todos os bracarenses são alenteja- Se a vida não faz sentido, então Deus não
nos. existe.
Mas Deus existe.
Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa Logo, a vida faz sentido.
é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem
uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o Este argumento é válido, mas não é um bom argumento,
argumento ser válido. porque as premissas não são menos discutíveis do que a
conclusão.
O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas
verdadeiras): Para que um argumento seja bom (ou forte), as premis-
sas têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como
Todos os minhotos são portugueses. acontece no seguinte exemplo:
Todos os bracarenses são minhotos.
Logo, todos os bracarenses são portugue- Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
ses. trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti-
nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino
Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo: secundário.

Sócrates era grego. Ora, não se aumentaram os níveis de exigência de estudo e


Logo, Sócrates era grego. de trabalho dos alunos no ensino básico.

(É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego Logo, os alunos continuarão a enfrentar dificuldades quando
e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretá- chegarem ao ensino secundário.
rio geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a con-
clusão são verdadeiras.) Este argumento pode ser considerado bom (ou forte),
porque, além de ser válido, tem premissas menos discutíveis
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira do que a conclusão.
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu-
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
que a conclusão se limita a repetir a premissa. mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a
fazer um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porven-
Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per- tura, noutras.
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional).
Proposições simples e compostas
Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um
As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con-
zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
argumento não é persuasivo.
As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen-
racterizadas por apresentarem mais de uma proposição
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que
conectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a
letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
esta:
Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando
— Pai, preciso de um aumento da "mesa-
que a proposição composta Q é formada pelas proposições
da".
simples r, s e t.
— Porquê?
— Porque sim. Exemplo:
Proposições simples:

Raciocínio Lógico 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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p: O número 24 é múltiplo de 3.
q: Brasília é a capital do Brasil. Silogismo é o raciocínio composto de três proposições,
r: 8 + 1 = 3 . 3 dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão,
s: O número 7 é ímpar deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premis-
t: O número 17 é primo sas.
Proposições compostas
P: O número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24. Todo silogismo regular contém, portanto, três proposi-
Q: A raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3. ções nas quais três termos são comparados, dois a dois.
R(s, t): O número 7 é ímpar e o número 17 é primo. Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma
virtude; logo, a caridade é louvável (1).
Noções de Lógica
Sérgio Biagi Gregório 5. SOFISMA

1. CONCEITO DE LÓGICA Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com apa-


rência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte ilegítimo, portanto, de um sofisma.
de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
O erro pode derivar de duas espécies de causas:
Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um das palavras que o exprimem ou das idéias que o constitu-
sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios em. No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no
universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica segundo, os sofismas de idéias ou intelectuais.
se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu obje-
to não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é, Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com
as normas do pensamento correto. duplo sentido; tomar a figura pela realidade.

A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o
que define os princípios universais do pensamento, estabele- que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante-
ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1). cedente ou mera circunstância acidental (3).

2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS


LÓGICA
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, deve-
mos considerar a sua extensão e a sua compreensão. Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”,
“pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóte-
Vejamos, por exemplo, o conceito homem. les, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define
como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência
de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação ho- das formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar:
mem. “É a ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las
corretamente na procura e demonstração da verdade.
A compreensão do conceito homem refere-se ao conjun-
to de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou
designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, com o conhecimento, formulando a esse respeito várias
bípede, racional. questões: Qual a origem do conhecimento? Qual a sua es-
sência? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distin- verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa
gue o homem dentre os demais seres vivos (2). nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regrasdo
pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO propedêutica.

Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou ne- Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógi-
gação entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, ca. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamen-
por exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de te, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram
formular um juízo. reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As
leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracteri-
O enunciado verbal de um juízo é denomina- zam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas
do proposição ou premissa. pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são
admitidas por muitos filósofos.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor-
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in-
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento.
É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne-
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para
1ª) premissa - o ser humano é racional; atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio-
2ª) premissa - você é um ser humano; cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con-
conclusão - logo, você é racional. tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala- da lógica.
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi-
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2). Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o
juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são
4. SILOGISMO estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um

Raciocínio Lógico 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal - TAUTOLOGIA
maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logica-
mente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de A origem do termo vem de do grego tautó, que significa "o
destaque. É que todos os argumentos começam com uma mesmo", mais logos, que significa "assunto".Portanto, tauto-
afirmação caminhando depois por etapas até chegar à con- logia é dizer sempre a mesma coisa em termos diferentes.
clusão. Sérgio Biagi Gregório
Em filosofia diz-se que um argumento é tautológico quan-
PROPOSIÇÃO do se explica por ele próprio, às vezes redundante
ou falaciosamente.
Denomina-se proposição a toda frase declarativa, expressa
em palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se Por exemplo, dizer que "o mar é azul porque reflete a
possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois cor do céu e o céu é azul por causa do mar" é uma afirma-
valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso. tiva tautológica.
São exemplos de proposições as seguintes sentenças Um exemplo de dito popular tautológico é "tudo o que é
declarativas: demais sobra".
A capital do Brasil é Brasília.
23 > 10 Ela é uma palavra usada na terminologia própria da Lógica e
Existe um número ímpar menor que dois. da Retórica.
João foi ao cinema ou ao teatro. Tautologia é uma proposição dada como explicação ou
como prova, mas que, na realidade, apenas repete o que foi
Não são proposições: dito.
1) frases interrogativas: “Qual é o seu nome?”
2) frases exclamativas: “Que linda é essa mulher!” Exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou
3) frases imperativas: “Estude mais.” o 'descer para baixo' (dizem que devemos evitar uso das
4) frases optativas: “Deus te acompanhe.” repetições desnecessárias).
5) frases sem verbo: “O caderno de Maria.”
6) sentenças abertas (o valor lógico da sentença depende do
valor (do nome) atribuído a variável): ARGUMENTO
“x é maior que 2”; “x+y = 10”; “Z é a capital do Chile”. Um argumento pode ser definido como uma afirmação
acompanhada de justificativa (argumento retórico) ou como
PROPOSIÇÃO CATEGÓRICA uma justaposição de duas afirmações opostas, argumento e
contra-argumento (argumento dialógico)1 .
Proposição categórica faz uma afirmação da qual não fi-
caremos com duvidas. Na lógica, um argumento é um conjunto de uma ou mais
sentenças declarativas, também conhecidas como
Por exemplo: “O produto será entregue hoje”. Temos proposições, ou ainda, premissas, acompanhadas de uma
certeza de que o produto será entregue hoje. outra frase declarativa conhecida comoconclusão.
Mas, se a frase fosse: “Talvez o produto seja entregue
hoje” ou “O produto poderá ser entregue hoje”, toda a
Um argumento dedutivo afirma que a verdade de uma
certeza se esvai.
conclusão é uma consequência lógica daspremissas que a
antecedem.
Essas não são proposições categóricas, e somos deixa-
dos na dúvida sobre quando o produto realmente será entre-
gue. Um argumento indutivo afirma que a verdade da
Um argumento categórico (formado por proposições ca- conclusão é apenas apoiada pelas premissas.
tegóricas) é, então, o mais efetivo dos argumentos porque
nos fornece certo conhecimento. Toda premissa, assim como toda conclusão, pode ser
apenas verdadeira ou falsa; nunca pode ser ambígua.
- PROPOSIÇÃO HIPOTÉTICA.
A Hipótese (do gr. Hypóthesis) é uma proposição que se Em funçao disso, as frases que apresentam um
admite de modo provisório como verdadeira e como ponto de argumento são referidas como sendo verdadeiras ou falsas,
partida a partir do qual se pode deduzir, pelas regras da e em consequência, são válidas ou são inválidas.
lógica, um conjunto secundário de proposições, que têm por
objetivo elucidar o mecanismo associado às evidências e Alguns autores referem-se à conclusão das premissas
dados experimentais a se explicar. usando os termos declaração, frase, afirmação ou
proposição.
Literalmente pode ser compreendida como uma suposi-
ção ou proposição na forma de pergunta, uma conjetura que A razão para a preocupação com a verdade
orienta uma investigação por antecipar características prová- é ontológica quanto ao significado dos termos (proposições)
veis do objeto investigado e que vale quer pela concordância em particular. Seja qual termo for utilizado, toda premissa,
com os fatos conhecidos quer pela confirmação através de bem como a conclusão, deve ser capaz de ser apenas
deduções lógicas dessas características, quer pelo confronto verdadeira ou falsa e nada mais: elas devem
com os resultados obtidos via novos caminhos de investiga- ser truthbearers ("portadores de verdade", em português).
ção (novas hipóteses e novos experimentos).
Não é possível provar ou refutar uma hipótese, mas confir- Argumentos formais e argumentos informais
má-la ou invalidá-la: provar e confirmar são coisas diferentes
embora divisadas por uma linha tênue. Entretanto, para as
questões mais complexas, lembre-se, podem existir muitas Argumentos informais são estudados na lógica informal.
explicações possíveis, uma ou duas experiências talvez não São apresentados em linguagem comum e se destinam a ser
provem ou refutar uma hipótese. o nosso discurso diário. Argumentos Formais são estudados
na lógica formal (historicamente chamada lógica simbólica,

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mais comumente referida como lógica matemática) e são argumentos são válidos. Uma vez que a validade de um
expressos em uma linguagem formal. Lógica informal pode argumento depende da sua forma, um argumento pode ser
chamar a atenção para o estudo da argumentação, que demonstrado como inválido, mostrando que a sua forma é
enfatiza implicação, lógica formal e de inferência. inválida, e isso pode ser feito, dando um outro argumento da
mesma forma que tenha premissas verdadeiras mas uma
Argumentos dedutivos falsa conclusão. Na lógica informal este argumento é
chamado de contador.
O argumento dedutivo é uma forma de raciocínio que
geralmente parte de uma verdade universal e chega a uma A forma de argumento pode ser demonstrada através da
verdade menos universal ou singular. Esta forma de utilização de símbolos. Para cada forma de argumento,
raciocínio é válida quando suas premissas, sendo existe um forma de declaração correspondente, chamado
verdadeiras, fornecem provas evidentes para sua conclusão. de Correspondente Condicional. Uma forma de argumento é
Sua característica principal é a necessidade, uma vez que válida Se e somente se o seu correspondente condicional é
nós admitimos como verdadeira as premissas teremos que uma verdade lógica. A declaração é uma forma lógica de
admitir a conclusão como verdadeira, pois a conclusão verdade, se é verdade sob todas as interpretações. Uma
decorre necessariamente das premissas. Dessa forma, o forma de declaração pode ser mostrada como sendo uma
argumento deve ser considerado válido. “Um raciocínio lógica de verdade por um ou outro argumento, que mostra se
dedutivo é válido quando suas premissas, se verdadeiras, tratar de uma tautologia por meio de uma prova.
fornecem provas convincentes para sua conclusão, isto é,
quando as premissas e a conclusão estão de tal modo O correspondente condicional de um argumento válido é
relacionados que é absolutamente impossível as premissas necessariamente uma verdade (verdadeiro em todos os
serem verdadeiras se a conclusão tampouco for verdadeira” mundos possíveis) e, por isso, se poderia dizer que a
(COPI, 1978, p.35). Geralmente os argumentos dedutivos conclusão decorre necessariamente das premissas, ou
são estéreis, uma vez que eles não apresentam nenhum resulta de uma necessidade lógica. A conclusão de um
conhecimento novo. Como dissemos, a conclusão já está argumento válido não precisa ser verdadeira, pois depende
contida nas premissas. A conclusão nunca vai além das de saber se suas premissas são verdadeiras.Tal conclusão
premissas. Mesmo que a ciência não faça tanto uso da não precisa ser uma verdade: se fosse assim, seria
dedução em suas descobertas, exceto a matemática, ela independente das premissas. Exemplo: Todos os gregos são
continua sendo o modelo de rigor dentro da lógica. Note que humanos e todos os seres humanos são mortais, portanto,
em todos os argumentos dedutivos a conclusão já está todos os gregos são mortais. Argumento válido, pois se as
contida nas premissas. premissas são verdadeiras a conclusão deve ser verdadeira.

Exemplos
1) Só há movimento no carro se houver combustível.
O carro está em movimento.
Alguns gregos são lógicos e alguns lógicos são chatos,
Logo, há combustível no carro.
por isso, alguns gregos são chatos. Este argumento é
inválido porque todos os chatos lógicos poderiam ser
2) Tudo que respira é um ser vivo.
romanos!
A planta respira.
Logo, a planta é um ser vivo.
Ou estamos todos condenados ou todos nós somos
3) O som não se propaga no vácuo. salvos, não somos todos salvos por isso estamos todos
Na lua tem vácuo. condenados. Argumento válido,pois as premissas implicam a
Logo, não há som na lua. conclusão. (Lembre-se que não significa que a conclusão
tem de ser verdadeira, apenas se as premissas são
4) Só há fogo se houver oxigênio verdadeiras e, talvez, eles não são, talvez algumas pessoas
Na lua não há oxigênio. são salvas e algumas pessoas são condenadas, e talvez
Logo, na lua não pode haver fogo. alguns nem salvos nem condenados!)

5) P=Q Argumentos podem ser invalidados por uma variedade de


Q=R razões. Existem padrões bem estabelecidos de raciocínio
Logo, P=R que tornam argumentos que os seguem inválidos; esses
padrões são conhecidos como falácias lógicas.

Validade Solidez de um argumento

Argumentos tanto podem ser válidos ou inválidos. Se um Um argumento sólido é um argumento válido com as
argumento é válido, e a sua premissa é verdadeira, a premissas verdadeiras. Um argumento sólido pode ser válido
conclusão deve ser verdadeira: um argumento válido não e, tendo ambas as premissas verdadeiras, deve seguir uma
pode ter premissa verdadeira e uma conclusão falsa. conclusão verdadeira.

A validade de um argumento depende, porém, da real Argumentos indutivos


veracidade ou falsidade das suas premissas e e de sua
conclusões. No entanto, apenas o argumento possui uma Lógica indutiva é o processo de raciocínio em que as
forma lógica. A validade de um argumento não é uma premissas de um argumento se baseiam na conclusão, mas
garantia da verdade da sua conclusão. Um argumento válido não implicam nela. Indução é uma forma de raciocínio que
pode ter premissas falsas e uma conclusão falsa. faz generalizações baseadas em casos individuais.

A Lógica visa descobrir as formas válidas, ou seja, as Indução matemática não deve ser incorretamente
formas que fazer argumentos válidos. Uma Forma de interpretada como uma forma de raciocínio indutivo, que é
Argumento é válida se e somente se todos os seus considerado não-rigoroso em matemática. Apesar do nome,

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a indução matemática é uma forma de raciocínio dedutivo e é interlocutor a relação simétrica. As premissas são discutidas,
totalmente rigorosa. bem como a validade das inferências intermediárias.

Nos argumentos indutivos as premissas dão alguma A retórica é a técnica de convencer o interlocutor através
evidência para a conclusão. Um bom argumento indutivo terá da oratória, ou outros meios de comunicação.
uma conclusão altamente provável. Neste caso, é bem Classicamente, o discurso no qual se aplica a retórica é
provável que a conclusão realizar-se-á ou será válida. Diz-se verbal, mas há também — e com muita relevância — o
então que as premissas poderão ser falsas ou verdadeiras e discurso escrito e o discurso visual.
as conclusões poderão ser válidas ou não válidas. Segundo
John Stuart Mill, existem algumas regras que se aplicam aos Dialética significa controvérsia, ou seja, a troca de
argumentos indutivos, que são: O método da concordância, o argumentos e contra-argumentos defendendo proposições. O
método da diferença, e o método das variações resultado do exercício poderá não ser pura e simplesmente
concomitantes. a refutação de um dos tópicos relevantes do ponto de vista,
mas uma síntese ou combinação das afirmações opostas ou,
Argumentação convincente pelo menos, uma transformação qualitativa na direção do
diálogo.
Um argumento é convincente se e somente se a
veracidade das premissas tornar verdade a provável Argumentos em várias disciplinas
conclusão (isto é, o argumento é forte), e as premissas do
argumento são, de fato, verdadeiras. Exemplo: As declarações são apresentadas como argumentos em
todas as disciplinas e em todas as esferas da vida. A Lógica
está preocupada com o que consititui um argumento e quais
Nada Saberei se nada tentar. são as formas de argumentos válidos em todas as
interpretações e, portanto, em todas as disciplinas. Não
existem diferentes formas válidas de argumento, em
disciplinas diferentes.
Falácias e não argumentos
Argumentos matemáticos
Uma falácia é um argumento inválido que parece válido,
ou um argumento válido com premissas "disfarçadas". Em
A base de verdade matemática tem sido objeto de um
primeiro Lugar, as conclusões devem ser declarações,
longo debate. Frege procurou demonstrar, em particular, que
capazes de serem verdadeiras ou falsas. Em segundo lugar
as verdades aritméticas podem ser obtidas a partir de lógicas
não é necessário afirmar que a conclusão resulta das
puramente axiomáticas e, por conseguinte, são, no final,
premissas. As palavras, “por isso”, “porque”, “normalmente” e
lógicas de verdades. Se um argumento pode ser expresso
“consequentemente” separam as premissas a partir da
sob a forma de frases em Lógica Simbólica, então ele pode
conclusão de um argumento, mas isto não é
ser testado através da aplicação de provas. Este tem sido
necessariamente assim. Exemplo: “Sócrates é um homem e
realizado usando Axioma de Peano. Seja como for, um
todos os homens são mortais, logo, Sócrates é mortal”. Isso
argumento em Matemática, como em qualquer outra
é claramente um argumento, já que é evidente que a
disciplina, pode ser considerado válido apenas no caso de
afirmação de que Sócrates é mortal decorre das declarações
poder ser demonstrado que é de uma forma tal que não
anteriores. No entanto: “eu estava com sede e, por isso, eu
possa ter verdadeiras premissas e uma falsa conclusão.
bebi” não é um argumento, apesar de sua aparência. Ele não
está reivindicando que eu bebi por causa da sede, eu poderia
ter bebido por algum outro motivo. Argumentos políticos

Argumentos elípticos Um argumento político é um exemplo de uma


argumentação lógica aplicada a política. Argumentos
Políticos são utilizados por acadêmicos, meios de
Muitas vezes um argumento não é válido, porque existe
comunicação social, candidatos a cargos políticos e
uma premissa que necessita de algo mais para torná-lo
funcionários públicos. Argumentos políticos também são
válido. Alguns escritores, muitas vezes, deixam de fora uma
utilizados por cidadãos comuns em interações de comentar e
premissa estritamente necessária no seu conjunto de
compreender sobre os acontecimentos políticos.
premissas se ela é amplamente aceita e o escritor não
pretende indicar o óbvio. Exemplo: Ferro é um metal, por
isso, ele irá expandir quando aquecido. (premissa FORMA DE UM ARGUMENTO
descartada: todos os metais se expandem quando
aquecidos). Por outro lado, um argumento aparentemente Os argumentos lógicos, em geral, possuem uma
válido pode ser encontrado pela falta de uma premissa - um certa forma (estrutura). Uma estrutura pode ser criada a
"pressuposto oculto" - o que se descartou pode mostrar uma partir da substituição de palavras diferentes ou sentenças,
falha no raciocínio. Exemplo: Uma testemunha que geram uma substituição de letras (variáveis lógicas) ao
fundamentada diz “Ninguém saiu pela porta da frente, exceto logo das linhas da álgebra.
o pastor, por isso, o assassino deve ter saído pela porta dos
fundos”. (hipótese que o pastor não era o assassino). Um exemplo de um argumento:

Retórica, dialética e diálogos argumentativos (1) Todos os humanos são mentirosos. João é humano.
Logo, João é mentiroso.
Considerando que os argumentos são formais (como se
encontram em um livro ou em um artigo de investigação), os Podemos reescrever o argumento separando cada
diálogos argumentativos são dinâmicos. Servem como um sentença em sua determinada linha:
registro publicado de justificação para uma afirmação.
Argumentos podem também ser interativos tendo como (2) Todo humano é mentiroso.

Raciocínio Lógico 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(3) João é humano. Definição

(4) Logo, João é mentiroso. O processo pelo qual uma conclusão é inferida a partir de
múltiplas observações é chamado processo dedutivo ou
Substituimos os termos similares de (2-4) por letras, para indutivo, dependendo do contexto. A conclusão pode ser
mostrar a importância da noção de forma de argumento a correta , incorreta, correta dentro de um certo grau de
seguir: precisão, ou correta em certas situações. Conclusões
inferidas a partir de observações múltiplas podem ser
(5) Todo H é M. testadas por observações adicionais.

(6) J é H. Exemplos de Inferência

(7) Logo, J é M. Filósofos gregos definiram uma série de silogismos,


corrigir três inferências de peças, que podem ser usados
como blocos de construção para o raciocínio mais complexo.
O que fizemos em C foi substituir "humano" por "H",
Começamos com o mais famoso de todos eles:
"João" por "J" e "mentiroso" por "M", como resultado dessas
alterações temos que (5-7) é uma forma do argumento
original (1), ou seja (5-7) é a forma de argumento de (1). Todos os homens são mortais
Além disso, cada sentença individual de (5-7) é a forma de
sentença de uma respectiva sentença em (1). Sócrates é um homem

Vale enfatizar que quando dois ou mais argumentos têm Portanto, Sócrates é mortal.
a mesma forma, se um deles é válido, todos os outros
também são, e se um deles é inválido, todos os outros Processo acima é chamado de dedutivo.
também são.
O leitor pode verificar que as premissas e a conclusão
são verdadeiras, mas a lógica segue junto com inferência: a
A CONTRARIO verdade da conclusão segue da verdade das premissas? A
validade de uma inferência depende da forma da inferência.
A contrario (ou a contrario sensu1 ) é uma locução Isto é, a palavra "válido" não se refere à verdade das
latina que qualifica um processo de argumentação em que a premissas ou a conclusão, mas sim a forma da inferência.
forma é idêntica a outro processo de argumentação, mas em Uma inferência pode ser válida, mesmo se as partes são
que a hipótese e, por consequência, a conclusão são as falsos, e pode ser nulo, mesmo se as peças são verdadeiras.
inversas deste último.2 Tal como na locução "a pari", usava- Mas uma forma válida e com premissas verdadeiras sempre
se originalmente, em linguagem jurídica, para se referir a um terá uma conclusão verdadeira.
argumento que, usado a respeito de uma dada espécie, considere o seguinte exemplo:
poderia ser aplicado a outra espécie do mesmo género.
Tornou-se posteriormente um tipo de raciocínio aplicável a Todos os frutos são doces.
outros campos do conhecimento em que a oposição A banana é uma fruta.
existente numa hipótese se reencontra também como Portanto, a banana é doce.
oposição nas consequências dessa hipótese.3
Para a conclusão ser necessariamente verdadeira, as
Muito utilizado em Direito, o argumento "a contrario" tem premissas precisam ser verdadeiras.
de ser fundamentado nas leis lógicas de oposição por
contrários, para que não se caia num Agora nos voltamos para um forma inválida.
argumentofalacioso.4 Assim, se duas proposições contrárias
Todo A é B.
não podem ser simultaneamente verdadeiras, podem ser
C é um B.
simultaneamente falsas, já que podem admitir a particular
Portanto, C é um A.
intermédia. Por exemplo, à proposição verdadeira "todos os
portugueses têm direito à segurança social" opõe-se a Para mostrar que esta forma é inválida, buscamos
proposição falsa "nenhum português tem direito à segurança demonstrar como ela pode levar a partir de premissas
social"; contudo, o contrário da proposição falsa "todos os verdadeiras para uma conclusão falsa.
portugueses têm direito de voto" continua a ser falsa a
proposição "nenhum português tem direito de voto", já que Todas as maçãs são frutas. (Correto)
existe um meio termo verdadeiro: "alguns portugueses têm Bananas são frutas. (Correto)
direito de voto". Da mesma forma, ao estar consignado na Portanto, as bananas são maçãs. (Errado)
Constituição Portuguesa que "a lei estabelecerá garantias Um argumento válido com premissas falsas podem levar
efectivas contra a obtenção e utilização abusivas, ou a uma falsa conclusão:
contrárias à dignidade humana, de informações relativas às
pessoas e famílias", pode-se inferir que "A lei poderá não Todas as pessoas gordas são gregas.
estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção e John Lennon era gordo.
utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de Portanto, John Lennon era grego.
informações relativas às pessoas e famílias". Quando um argumento válido é usado para derivar uma
Inferência conclusão falsa de premissas falsas, a inferência é válida,
pois segue a forma de uma inferência correta. Um argumento
Inferência, em Lógica, é o ato ou processo de derivar válido pode também ser usado para derivar uma conclusão
conclusões lógicas de premissas conhecida ou verdadeira a partir de premissas falsas:
decididamente verdadeiras. A conclusão também é chamada
de idiomática. Todas as pessoas gordas são músicos
John Lennon era gordo

Raciocínio Lógico 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Portanto, John Lennon era um músico partes menores. Não era possível mostrar como "Vacas são
animais" leva a concluir que "Partes de vacas são partes de
Neste caso, temos duas falsas premissas que implicam animais".
uma conclusão verdadeira.
A lógica sentencial explica como funcionam palavras
Inferência incorreta como "e", "mas", "ou", "não", "se-então", "se e somente se", e
"nem-ou". Frege expandiu a lógica para incluir palavras como
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia. "todos", "alguns", e "nenhum". Ele mostrou como podemos
Os filósofos que estudam lógica informal compilaram grandes introduzir variáveis e quantificadores para reorganizar
listas deles, e os psicólogos cognitivos têm documentado sentenças.
muitas vieses de raciocínio humano que favorecem o • "Todos os humanos são mortais" se torna "Para todo
raciocínio incorreto. x, se x é humano, então x é mortal.".

Inferência logica automática


• "Alguns humanos são vegetarianos" se torna "Existe
Os sistemas de IA primeiro providenciaram "inferência
algum (ao menos um) x tal que x é humano e x é
logica automática". Uma vez que estes já foram temas de
vegetariano".
investigação extremamente popular, levaram a aplicações
industriais sob a forma de sistemas especialistas e depois
"business rule engines".

O trabalho de um sistema de inferência é a de estender Frege trata sentenças simples sem substantivos como
uma base de conhecimento automaticamente. A base de predicados e aplica a eles to "dummy objects" (x). A estrutura
conhecimento (KB) é um conjunto de proposições que lógica na discussão sobre objetos pode ser operada de
representam o que o sistema sabe sobre o mundo. Várias acordo com as regras da lógica sentencial, com alguns
técnicas podem ser utilizadas pelo sistema para estender KB detalhes adicionais para adicionar e remover quantificadores.
por meio de inferências válidas. O trabalho de Frege foi um dos que deu início à lógica formal
contemporânea.
RACIOCÍNIO
Frege adiciona à lógica sentencial:
• o vocabulário de quantificadores (o A de ponta-
O Raciocínio (ou raciocinar) é uma
cabeça, e o E invertido) e variáveis;
operação lógica discursiva e mental. Neste, o intelecto
humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, • e uma semântica que explica que as variáveis
através de mecanismos de comparações e abstrações, quais denotam objetos individuais e que os
são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou quantificadores têm algo como a força de "todos" ou
prováveis. Das premissas chegamos a conclusões. "alguns" em relação a esse objetos;
• métodos para usá-los numa linguagem.
Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o
desenvolvimento do método matemático, este considerado Para introduzir um quantificador "todos", você assume
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de uma variável arbitrária, prova algo que deva ser verdadeira, e
dados empíricos. então prova que não importa que variável você escolha, que
aquilo deve ser sempre verdade. Um quantificador "todos"
pode ser removido aplicando-se a sentença para um objeto
Através da aplicação do raciocínio, as ciências como um
em particular. Um quantificador "algum" (existe) pode ser
todo evoluíram para uma crescente capacidade do intelecto
adicionado a uma sentença verdadeira de qualquer objeto;
em alavancar o conhecimento. Este é utilizado para isolar
pode ser removida em favor de um temo sobre o qual você
questões e desenvolver métodos e resoluções nas mais
ainda não esteja pressupondo qualquer informação.
diversas questões relacionadas à existência e sobrevivência
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
humana.
Lógica De Primeira Ordem
O raciocínio, um mecanismo da inteligência, gerou a
convicção nos humanos de que a razão unida A linguagem da lógica proposicional não é adequada para
à imaginação constituem os instrumentos fundamentais para representar relações entre objetos. Por exemplo, se fôsse-
a compreensão do universo, cuja ordem interna, aliás, tem mos usar uma linguagem proposicional para representar
um caráter racional, portanto, segundo alguns, este processo "João é pai de Maria e José é pai de João" usaríamos duas
é a base do racionalismo. letras sentenciais diferentes para expressar idéias semelhan-
Logo, resumidamente, o raciocínio pode ser considerado tes (por exemplo, P para simbolizar "João é pai de Maria "e Q
também um dos integrantes dos mecanismos dos para simbolizar "José é pai de João" ) e não estaríamos
processos cognitivos superiores da formação de conceitos e captando com esta representação o fato de que as duas
da solução de problemas, sendo parte do pensamento. frases falam sobre a mesma relação de parentesco entre
João e Maria e entre José e João. Outro exemplo do limite do
Lógica De Predicados poder de expressão da linguagem proposicional, é sua inca-
pacidade de representar instâncias de um propriedade geral.
Gottlob Frege, em sua Conceitografia (Begriffsschrift), Por exemplo, se quiséssemos representar em linguagem
descobriu uma maneira de reordenar várias sentenças para proposicional "Qualquer objeto é igual a si mesmo " e "3 é
tornar sua forma lógica clara, com a intenção de mostrar igual a 3", usaríamos letras sentenciais distintas para repre-
como as sentenças se relacionam em certos aspectos. Antes sentar cada uma das frases, sem captar que a segunda frase
de Frege, a lógica formal não obteve sucesso além do nível é uma instância particular da primeira. Da mesma forma, se
da lógica de sentenças: ela podia representar a estrutura de por algum processo de dedução chegássemos à conclusão
sentenças compostas de outras sentenças, usando palavras que um indivíduo arbitrário de um universo tem uma certa
como "e", "ou" e "não", mas não podia quebrar sentenças em propriedade, seria razoável querermos concluir que esta

Raciocínio Lógico 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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propriedade vale para qualquer indivíduo do universo. Po- - "Todo aluno do departamento de Ciência da Compu-
rém, usando uma linguagem proposicional para expressar tação estuda lógica" por∀x(Aluno(x,cc) →Estuda
"um indivíduo arbitrário de um universo tem uma certa pro- (x,lg)).
priedade " e "esta propriedade vale para qualquer indivíduo
do universo" usaríamos dois símbolos proposicionais distin- Já vimos como representar objetos do domínio através de
tos e não teríamos como concluir o segundo do primeiro. constantes.Uma outra maneira de representá-los é atravez
do uso de símbolos de função.
A linguagem de primeira ordem vai captar relações entre
indivíduos de um mesmo universo de discurso e a lógica de Por exemplo podemos representar os números naturais
primeira ordem vai permitir concluir particularizações de uma "1", "2", "3", etc através do uso de símbolo de função, diga-
propriedade geral dos indivíduos de um universo de discurso, mos, suc, que vai gerar nomes para os números naturais "1",
assim como derivar generalizações a partir de fatos que "2", "3", etc. a partir da constante 0, e. g., "1" vai ser denota-
valem para um indivíduo arbitrário do universo de discurso. do por suc(0), "3" vai ser denotado por suc(suc(suc(0))), etc.
Para ter tal poder de expressão, a linguagem de primeira Seqüências de símbolos tais como suc(0) e suc(suc(suc(0)))
ordem vai usar um arsenal de símbolos mais sofisticado do são chamadas termos.
que o da linguagem proposicional.
Assim, a frase "Todo número natural diferente de zero é
Considere a sentença "Todo objeto é igual a si mesmo". sucessor de um número natural" pode ser simbolizada por
∀x(¬x≈0 →∃ysuc(y)≈x). Fonte: UFRJ
Esta sentença fala de uma propriedade (a de ser igual a
si mesmo) que vale para todos os indivíduos de um universo Lógica De Vários Valores
de discurso, sem identificar os objetos deste universo.
Sistemas que vão além dessas duas distinções
Considere agora a sentença "Existem números naturais (verdadeiro e falso) são conhecidos como lógicas não-
que são pares". aristotélicas, ou lógica de vários valores (ou então lógicas
polivaluadas, ou ainda polivalentes).
Esta sentença fala de um propriedade (a de ser par) que
vale para alguns (pelo menos um dos) indivíduos do universo No início do século 20, Jan Łukasiewicz investigou a
dos números naturais, sem, no entanto, falar no número" 0" extensão dos tradicionais valores verdadeiro/falso para incluir
ou "2" ou "4",etc em particular. um terceiro valor, "possível".
Para expressar propriedades gerais (que valem para to- Lógicas como a lógica difusa foram então desenvolvidas
dos os indivíduos) ou existenciais (que valem para alguns com um número infinito de "graus de verdade",
indivíduos) de um universo são utilizados os quantificadores representados, por exemplo, por um número real entre 0 e 1.
∀ (universal) e ∃ (existencial), respectivamente. Estes quanti- Probabilidade bayesiana pode ser interpretada como um
ficadores virão sempre seguidos de um símbolo de variável, sistema de lógica onde probabilidade é o valor verdade
captando, desta forma, a idéia de estarem simbolizando as subjetivo.
palavras "para qualquer" e "para algum".
O principal objetivo será a investigação da validade de
Considere as sentenças: ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a
"Sócrates é homem" CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos
"Todo aluno do departamento de Ciência da Computação estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTI-
estuda lógica" VOS.
A primeira frase fala de uma propriedade (ser homem) de ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas pre-
um indivíduo distinguido ("Sócrates") de um domínio de dis- missas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira.
curso. A segunda frase fala sobre objetos distiguidos "depar- Premissa : "Todo homem é mortal."
tamento de Ciência da Computação" e "lógica". Tais objetos Premissa : "João é homem."
poderão ser representados usando os símbolos , soc para Conclusão : "João é mortal."
"Sócrates", cc para "departamento de Ciência da Computa-
ção", lg para "lógica".Tais símbolos são chamados de símbo- ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não
los de constantes. basta para assegurar a verdade da conclusão.
Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado."
As propriedades "ser aluno de ", "estuda" relacionam ob- Premissa : "Está chovendo."
jetos do universo de discurso considerado, isto é, "ser aluno Conclusão: "Ficará nublado."
de " relaciona os indivíduos de uma universidade com os
seus departamentos, "estuda" relaciona os indivíduos de As premissas e a conclusão de um argumento, formula-
uma universidade com as matérias. Para representar tais das em uma linguagem estruturada, permitem que o argu-
relações serão usados símbolos de predicados (ou relações). mento possa ter uma análise lógica apropriada para a verifi-
Nos exemplos citados podemos usar Estuda e Aluno que cação de sua validade. Tais técnicas de análise serão trata-
são símbolos de relação binária. As relações unárias expres- das no decorrer deste roteiro.
sam propriedades dos indivíduos do universo (por exemplo
"ser par","ser homem"). A relação "ser igual a" é tratata de OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PRO-
forma especial, sendo representada pelo símbolo de igualda- POSICIONAL
de ≈. • VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minús-
culas p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas
Desta forma podemos simbolizar as sentenças conside- atômicas) .
radas nos exemplos da seguinte forma:
- "Todo mundo é igual a si mesmo " por ∀x x≈x; Exemplos: A lua é quadrada: p
- "Existem números naturais que são pares" por A neve é branca : q
∃xPar(x);
- "Sócrates é homem" por Homem(soc); • CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas po-

Raciocínio Lógico 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dem ser combinadas entre si e, para representar tais entre a injunção contra roubar e o cuidado para com a família
combinações usaremos os conectivos lógicos: que depende do roubo para sobreviver.
∧: e , ∨: ou , → : se...então , ↔ : se e somente se , ∼: não
Deve ser notado que muitos paradoxos dependem de
Exemplos: uma suposição essencial: que a linguagem (falada, visual ou
• A lua é quadrada e a neve é branca. : p ∧ q (p e q são cha- matemática) modela de forma acurada a realidade que
mados conjuntos) descreve. Em física quântica, muitos comportamentos
• A lua é quadrada ou a neve é branca. : p ∨ q ( p e q são paradoxais podem ser observados (o princípio da incerteza
chamados disjuntos) de Heisenberg, por exemplo) e alguns já foram atribuídos
• Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p → q (p é o ocasionalmente às limitações inerentes da linguagem e dos
antecedente e q o conseqüente) modelos científicos. Alfred Korzybski, que fundou o estudo da
• A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p ↔ q Semântica Geral, resume o conceito simplesmente
• A lua não é quadrada. : ∼p declarando que, "O mapa não é o território". Um exemplo
comum das limitações da linguagem são algumas formas do
• SÍMBOLOS AUXILIARES: ( ), parênteses que servem verbo "ser". "Ser" não é definido claramente (a área de
para denotar o "alcance" dos conectivos; estudos filosóficos chamada ontologia ainda não produziu um
significado concreto) e assim se uma declaração incluir "ser"
Exemplos: com um elemento essencial, ela pode estar sujeita a
• Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua paradoxos.
não é quadrada.: ((p ∧ q) → ∼ p)
Tipos de paradoxos
• A lua não é quadrada se e somente se a neve é
Temas comuns em paradoxos incluem auto-referências
branca.: ((∼
∼ p) ↔q))
diretas e indiretas, infinitudes, definições circulares e
confusão nos níveis de raciocínio.
• DEFINIÇÃO DE FÓRMULA :
1. Toda fórmula atômica é uma fórmula.
W. V. Quine (1962) distingüe três classes de paradoxos:
2. Se A e B são fórmulas então (A ∨ B), (A ∧ B), (A → B), Os paradoxos verídicos produzem um resultado que
(A ↔ B) e (∼
∼ A) também são fórmulas. parece absurdo embora seja demonstravelmente
3. São fórmulas apenas as obtidas por 1. e 2. . verdadeiro. Assim, o paradoxo do aniversário de
Frederic na opereta The Pirates of Penzance
Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela estabelece o fato surpreendente de que uma pessoa
direita. pode ter mais do que N anos em seu N-ésimo
aniversário. Da mesma forma, o teorema da
Exemplo: a fórmula p ∨ q ∧ ∼ r → p → ∼ q deve ser entendida impossibilidade de Arrow envolve o comportamento
como (((p ∨ q) ∧ (∼
∼ r)) → ( p → (∼
∼ q))) de sistemas de votação que é surpreendente mas,
ainda assim, verdadeiro.
Paradoxo Os paradoxos falsídicos estabelecem um resultado que
O frasco com auto-fluxo de Robert Boyle preenche a si não somente parece falso como também o é
próprio neste diagrama, mas máquinas de moto contínuo não demonstravelmente – há uma falácia da
existem. demonstração pretendida. As várias provas inválidas
(e.g., que 1 = 2) são exemplos clássicos, geralmente
Um paradoxo é uma declaração aparentemente dependendo de uma divisão por zero despercebida.
verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma Outro exemplo é o paradoxo do cavalo.
situação que contradiz a intuição comum. Em termos Um paradoxo que não pertence a nenhuma das classes
simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser acima pode ser uma antinomia, uma declaração que
a verdade". A identificação de um paradoxo baseado em chega a um resultado auto-contraditório aplicando
conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes, apropriadamente meios aceitáveis de raciocínio. Por
auxiliado significativamente o progresso da ciência, filosofia e exemplo, o paradoxo de Grelling-Nelson aponta
matemática. problemas genuínos na nossa compreensão das
idéias de verdade e descrição.
A etimologia da palavra paradoxo pode ser traçada a
textos que remontam à aurora da Renascença, um período Proposição
de acelerado pensamento científico na Europa e Ásia que
começou por volta do ano de 1500. As primeiras formas da Segundo Quine, toda proposição é uma frase mas nem
palavra tiveram por base a palavra latina paradoxum, mas toda frase é uma proposição; uma frase é uma proposição
também são encontradas em textos em grego como apenas quando admite um dos dois valores lógicos: Falso
paradoxon (entretanto, o Latim é fortemente derivado do (F)ou Verdadeiro (V). Exemplos:
alfabeto grego e, além do mais, o Português é também 1. Frases que não são proposições
derivado do Latim romano, com a adição das letras "J" e "U"). o Pare!
A palavra é composta do prefixo para-, que quer dizer o Quer uma xícara de café?
"contrário a", "alterado" ou "oposto de", conjungada com o o Eu não estou bem certo se esta cor me agrada
sufixo nominal doxa, que quer dizer "opinião". Compare com 2. Frases que são proposições
ortodoxia e heterodoxo. o A lua é o único satélite do planeta terra (V)
o A cidade de Salvador é a capital do estado do Ama-
Na filosofia moral, o paradoxo tem um papel central nos zonas (F)
debates sobre ética. Por exemplo, a admoestação ética para o O numero 712 é ímpar (F)
"amar o seu próximo" não apenas contrasta, mas está em o Raiz quadrada de dois é um número irracional (V)
contradição com um "próximo" armado tentando ativamente
matar você: se ele é bem sucedido, você não será capaz de Composição de Proposições
amá-lo. Mas atacá-lo preemptivamente ou restringi-lo não é É possível construir proposições a partir de proposições
usualmente entendido como algo amoroso. Isso pode ser já existentes. Este processo é conhecido por Composição
considerado um dilema ético. Outro exemplo é o conflito de Proposições. Suponha que tenhamos duas proposições,

Raciocínio Lógico 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1. A = "Maria tem 23 anos" falsa.
2. B = "Maria é menor" Valor Lógico Símbolo de Designação
Pela legislação corrente de um país fictício, uma pessoa Verdade V
é considerada de menor idade caso tenha menos que 18 Falsidade F
anos, o que faz com que a proposição B seja F, na interpre-
tação da proposição A ser V. Vamos a alguns exemplos: Toda proposição tem um e um só dos valores V, F (de
1. "Maria não tem 23 anos" (nãoA) acordo os dois princípios supracitados).
2. "Maria não é menor"(não(B))
3. "Maria tem 23 anos" e "Maria é menor" (A e B) Exemplo:
4. "Maria tem 23 anos" ou "Maria é menor" (A ou B) a) o mercúrio é mais pesado que a água; valor lógico da
5. "Maria não tem 23 anos" e "Maria é menor" (não(A) e proposição: verdade (V)
B) b) o sol gira em torno da Terra; valor lógico da proposi-
6. "Maria não tem 23 anos" ou "Maria é menor" (não(A) ção: falsidade (F)
ou B)
7. "Maria tem 23 anos" ou "Maria não é menor" (A ou TIPOS DE PROPOSIÇÃO
não(B)) Simples ou Atômicas - é a proposição que não contém
8. "Maria tem 23 anos" e "Maria não é menor" (A e nenhuma outra proposição como parte integrante de si mes-
não(B)) ma. As proposições simples são geralmente designadas por
9. Se "Maria tem 23 anos" então "Maria é menor" (A => letras minúsculas p, q, r, s ..., chamadas letras proposicio-
B) nais.
10. Se "Maria não tem 23 anos" então "Maria é menor"
(não(A) => B) Observação: Pode ser usada qualquer letra do alfabeto
11. "Maria não tem 23 anos" e "Maria é menor" (não(A) e minúsculo para representar uma proposição simples.
B)
12. "Maria tem 18 anos" é equivalente a "Maria não é Exemplo:
menor" (C <=> não(B)) p: Oscar é prudente;
q: Mário é engenheiro;
Note que, para compor proposições usou-se os símbolos r: Maria é morena.
não (negação), e (conjunção), ou (disjunção), => (impli-
cação) e, finalmente, <=> (equivalência). São os chamados Composta ou Molecular - é a proposição formada pela
conectivos lógicos. Note, também, que usou-se um símbolo combinação de duas ou mais proposições. São habitualmen-
para representar uma proposição: C representa a proposição te designadas por letras maiúsculas P, Q, R, S ..., também
Maria tem 18 anos. Assim, não(B) representa Maria não é denominadas letras proposicionais.
menor, uma vez que B representa Maria é menor.
Exemplo:
Algumas Leis Fundamentais p : Walter é engenheiro E Pedro é estudante;
Um proposição é falsa (F) ou q : Mauro é dedicado OU Pedro é trabalhador;
Lei do Meio Excluido verdadeira (V): não há meio r : SE Flávio é estudioso ENTÃO será aprovado.
termo. Observação: As proposições compostas são também
denominadas fórmulas proposicionais ou apenas fórmulas.
Uma proposição não pode ser, Quando interessa destacar que uma proposição composta P
Lei da Contradição
simultaneamente, V e F. é formada pela combinação de proposições simples, escre-
O valor lógico (V ou F) de uma ve-se: P ( p, q, r ...);
proposição composta é unica-
Lei da Funcionalidade mente determinada pelos valo- Conectivos - são palavras que se usam para formar no-
res lógicos de suas proposições vas proposições a partir de outras.
constituintes.
Exemplo:
P: 6 é par E 8 é cubo perfeito;
PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS Q: NÃO vai chover;
Proposição - é todo o conjunto de palavras ou símbolos R: SE Mauro é médico, ENTÃO sabe biologia;
que exprimem um pensamento de sentido completo, isto é, S: o triângulo ABC é isósceles OU equilátero;
afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito T: o triângulo ABC é equilátero SE E SOMENTE SE é
de determinados entes. equilátero.
Exemplo: São conectivos usuais em lógica Matemática as palavras
a) a lua é um satélite da Terra; que estão grifadas, isto é "e", "ou", "não", "se ... então", "... se
b) O sol é amarelo; e somente se ..."
c) Brasília é a capital do Brasil.
VERDADES E MENTIRAS
Princípios Adotados como Regras Fundamentais do
Este item trata de questões em que algumas personagens
Pensamento, na Lógica Matemática
mentem e outras falam a verdade. Trata-se de descobrir qual
• Princípio da não contradição - uma proposição não
é o fato correto a partir das afirmações que forem feitas por
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
eles, evidentemente, sem conhecer quem fala verdade ou
• Princípio do terceiro excluído - toda proposição ou
quem fala mentira.
é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um
Também não há uma teoria a respeito. A aprendizagem das
destes casos e nunca um terceiro.
soluções de questões desse tipo depende apenas de treina-
mento.
Valores Lógicos das Proposições
Um dos métodos para resolver questões desse tipo consiste
Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade se a
em considerar uma das afirmações verdadeira e, em segui-
proposição é verdadeira e a falsidade se a proposição é

Raciocínio Lógico 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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da, verificar se as demais são ou não consistentes com ela. ra. Isto é falso, pois somente uma pessoa não pagou a en-
Isto significa verificar se há ou não contradição nas demais trada.
afirmações. Hipótese 4: Mara é a mentirosa. Não foi Marcos e nem
Manuel, segundo a afirmação de Marcos que é verdadeiro.
Exemplo 1 - (Fiscal Trabalho 98 ESAF) - Um crime foi Como não pode ter sido o Manuel, pela fala de Mário, teria
cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo de sido Maria. Mas segundo Manuel, teria sido Mara. Novamen-
cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Per- te dois mentirosos. Hipótese que não pode ser aceita pois
guntados teriam duas pessoas entrado sem pagar.
sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu: Hipótese 5: Maria é a mentirosa. Se Maria é mentirosa,
Armando: "Sou inocente" Mário não poderia estar mentido. Então Mara estaria falando
Celso: "Edu é o culpado" mentira. Seriam então, pelo menos, duas mentirosas. Maria e
Edu: "Tarso é o culpado" Mara.
Juarez: "Armando disse a verdade" A única hipótese que satisfaz as condições do problema é a
Tarso: "Celso mentiu" de número dois, da qual se conclui que Mara é a pessoa que
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que não pagou a entrada. Assim, a resposta é: letra (c).
todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o
culpado é: Exemplo 3 - (Fiscal Trabalho 98) Três amigos – Luís, Mar-
a) Armando b) Celso c) Edu d) Juarez e) cos e Nestor – são casados com Teresa, Regina e Sandra
Tarso (não necessariamente nesta ordem). Perguntados sobre os
nomes das respectivas esposas, os três fizeram as seguintes
Vamos considerar que Armando foi quem mentiu. declarações:
Neste caso ele é o culpado. Isto contradiz às palavras de Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
Celso, pois se Armando mente, Celso teria dito uma verdade. Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é
Teríamos então dois culpados: Armando e Tarso. Portanto, Regina"
Armando não mente. Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é
Passemos agora a considerar Celso o mentiroso. Sandra"
Isto é consistente. Pois, como já foi dito, Armando diz a ver- Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido
dade . Edu é inocente (Celso mente). Edu diz a verdade. de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de
Juarez também disse uma verdade. Tarso também foi verda- Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente:
deiro. Portanto, o culpado é Tarso. Resposta: letra (e) a) Sandra, Teresa, Regina.
b) Sandra, Regina, Teresa.
Exemplo 2 - (CVM 2000 ESAF) - Cinco colegas foram a um c) Regina, Sandra, Teresa.
parque de diversões e um deles entrou sem pagar. Apanha- d) Teresa, Regina, Sandra.
dos por um funcionário do parque, que queria saber qual e) Teresa, Sandra, Regina.
deles entrou sem pagar, ao serem interpelados: Solução:
– “Não fui eu, nem o Manuel”, disse Marcos. Temos dois fatos a considerar:
– “Foi o Manuel ou a Maria”, disse Mário. 1 – O marido de Teresa disse a verdade.
– “Foi a Mara”, disse Manuel. 2 – O marido de Sandra mentiu.
– “O Mário está mentindo”, disse Mara.
– “Foi a Mara ou o Marcos”, disse Maria. Todos os três fazem afirmações sobre a esposa de Marcos.
Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas men- Ora, somente um estará dizendo a verdade.
tiu, conclui-se logicamente que quem entrou sem pagar foi: Temos então:
a) Mário b) Marcos c) Mara d) Manuel e) Maria
1ª hipótese: Nestor fala a verdade. A esposa de Marcos é
Façamos como no item anterior. Teresa. Mas como o único a falar a verdade é Nestor, sua
Hipótese 1: Marcos é o mentiroso. Se Marcos é o mentiro- esposa deveria ser Tereza.
so, então um dos dois entrou sem pagar. Mas como Manuel Portanto, Nestor não fala a verdade.
deve dizer a verdade (só um mente), Mara entrou sem pagar.
2ª hipótese: Luís fala a verdade. A esposa dele seria a
Assim, seriam dois a entrar sem pagar Mara e Marcos ou
Teresa, pois o marido de Teresa fala a verdade. Marcos
Mara e Manuel. Conclusão Marcos fala a verdade.
estando mentindo, a esposa de Marcos, não é Sandra e nem
Hipótese 2: Mário é o mentiroso. Nesse caso, nem Maria e
Teresa. É Regina. O que confirma a veracidade da afirmação
nem Manuel teria entrado sem pagar. Pois quando se usa o
de Luís. A esposa de Nestor será então Sandra. A esposa de
ou, será verdade desde que um deles seja verdadeiro. Estão
Luís é Teresa. A esposa de Marcos é Regina. A esposa de
eliminados Marcos, Manuel e Maria, de acordo com a verda-
Nestor é Sandra.
de de Marcos. Seria então Mara pois Manuel não seria men-
Isto permite afirmar que a opção (d) está correta.
tiroso. Mara teria dito a verdade pois, de acordo com a hipó-
tese somente Mário é o mentiroso. Como Maria também não Mas, vejamos se existe outra possibilidade, tentando a tercei-
seria a mentirosa, nem Mara nem Marcos teria entrado sem ra hipótese.
pagar. 3ª hipótese: Marcos fala a verdade. Isto é impossível, pois,
Portanto: Marcos, Manuel, Mario e Maria são os que paga- se ele estivesse falando a verdade, sua esposa seria Teresa
ram a entrada e Mara a que não pagou. e não Sandra.
Mas e se houver outra possibilidade? Devemos então tentar A única hipótese possível é a segunda. O que confirma a
outras hipóteses. resposta. Letra (d).
Hipótese 3: Manuel é o mentiroso. Como Marcos fala a
verdade, não foi ele (Marcos) e nem o Manuel. Como Mário Exemplo 4 - (MPU 2004/ESAF) Uma empresa produz an-
também fala a verdade, um dos dois Manuel ou Maria entrou dróides de dois tipos: os de tipo V, que sempre dizem a ver-
sem pagar. Mas Marcos pagou. Então Maria entrou sem dade, e os de tipo M, que sempre mentem. Dr. Turing, um
pagar. Maria também diz a verdade, Não teria pago a entra- especialista em Inteligência Artificial, está examinando um
da, Marcos ou Mara. Mas, outra vez, Marcos pagou. Então grupo de cinco andróides – rotulados de Alfa, Beta, Gama,
Mara não pagou a entrada. Delta e Épsilon –, fabricados por essa empresa, para deter-
Temos duas pessoas que entraram sem pagar: Maria e Ma- minar quantos entre os cinco são do tipo V.
Ele pergunta a Alfa: “Você é do tipo M?” Alfa responde, mas

Raciocínio Lógico 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Dr. Turing, distraído, não ouve a resposta. LÓGICA MODAL
Os andróides restantes fazem, então, as seguintes declara-
ções: Lógica modal se refere a qualquer sistema
Beta: “Alfa respondeu que sim”. de lógica formal que procure lidar com modalidades (tratar de
Gama: “Beta está mentindo”. modos quanto a tempo, possibilidade, probabilidade, etc.).
Delta: “Gama está mentindo”. Tradicionalmente, as modalidades mais comuns
Épsilon: “Alfa é do tipo M”. são possibilidade e necessidade. Lógicas para lidar com
Mesmo sem ter prestado atenção à resposta de Alfa, Dr. outros termos relacionados,
Turing pôde, então, concluir corretamente que o número de como probabilidade,eventualidade, padronização, poder, pod
andróides do tipo V, naquele grupo, era igual a eria, deve, são por extensão também chamadas de lógicas
a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. modais, já que elas podem ser tratadas de maneira similar.
e) 5.
Uma lógica modal formal representa modalidades
Solução: usando operadores modais. Por exemplo, "Era possível o
Vejamos as informações: assassinato de Arnaldo" e "Arnaldo foi possivelmente
(1) Os andróides do tipo M sempre mentem. assassinado" são exemplos que contêm a noção de
(2) Os andróides do tipo V sempre falam a verdade. possibilidade. Formalmente, essa noção é tratada como o
Sendo feita a pergunta, “você mente”, a resposta só poderia operador modal Possível, aplicado à sentença "Arnaldo foi
ser uma: NÃO. Pois, o mentiroso iria negar dizendo NÃO e o assassinado".
verdadeiro também iria negar dizendo NÃO.
Como a resposta tinha que ser NÃO e Beta disse que alfa
Normalmente os operadores modais básicos unários são
respondeu SIM, Beta está mentindo.
Como Gama disse Beta está mentindo, então Gama disse a escritos como (ou L) para Necessário e (ou M)
verdade. para Possível. Nas lógicas modais clássicas, cada um pode
Como Delta disse que Gama está mentindo, Delta é um ser expresso em função do outro e da negação:
mentiroso.
Restam agora Alfa e Épsilon.
Épsilon disse que Alfa é do tipo M. Isto é Alfa é mentiroso.
Das duas uma: (1) se Épsilon fala a verdade, ele é do tipo V
e Alfa é do tipo M; (2) se Épsilon é do tipo M ele mente. En-
tão Alfa é do tipo V. Assim, um dos dois é do tipo V.
Portanto, além do andróide Gama tem mais um andróide do Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
tipo V. São então, dois andróides do tipo V. Resposta: letra
(b) Aula 8 - internet SENTENÇAS ABERTAS

CONTINGÊNCIA Sentenças Abertas

Em filosofia e lógica, contingência é o status de No capítulo um, comentamos sobre as sentenças aber-
proposições que não são necessariamente verdadeiras nem tas, que são sentenças do tipo:
necessariamente falsas. Há quatro classes de proposições,
a) x + 3 = 10
algumas das quais se sobrepõem:
b) x > 5
c) (x+1)2 – 5 = x2
proposições necessariamente d) x – y = 20
verdadeiras ou Tautologias, que devem ser verdadeiras, não e) Em 2004 foram registradas 800+z acidentes de
importa quais são ou poderiam ser as circunstâncias trânsito em São Paulo.
(exemplos: 2 + 2 = 4; Nenhum solteiro é casado).Geralmente f) Ele é o juiz do TRT da 5ª Região.
o que se entende por "proposição necessária" é a proposição
necessariamente verdadeira. Tais sentenças não são consideradas proposições por-
que seu valor lógico (V ou F) depende do valor atribuído à
proposições necessariamente falsas ou Contradições, variável (x, y, z,...). O pronome ele que aparece na última
que devem ser falsas, não importa quais são ou poderiam sentença acima, funciona como uma variável, a qual se pode
ser as circunstâncias (exemplos: 2 + 2 = 5; Ana é mais alta e atribuir nomes de pessoas.
é mais baixa que Beto).
Há, entretanto, duas maneiras de transformar sentenças
proposições contingentes, que não são abertas em proposições:
necessariamente verdadeiras nem necessariamente falsas
(exemplos: Há apenas três planetas; Há mais que três 1ª) atribuir valor às variáveis;
planetas).
2ª) utilizar quantificadores.
proposições possíveis, que são verdadeiras ou poderiam
ter sido verdadeiras sob certas circunstâncias (exemplos: 2 + A primeira maneira foi mostrada no capítulo um, mas ve-
2 = 4; Há apenas três planetas; Há mais que três planetas). jamos outros exemplos:

Todas as proposições necessariamente verdadeiras e Ao atribuir a x o valor 5 na sentença aberta x + 3 = 10,


todas as proposições contingentes também são proposições esta transforma-se na proposição 5 + 3 = 10, cujo valor lógi-
possíveis. co é F.

Ao atribuir a x o valor 2 na sentença aberta (x+1)2 – 5 =


x2, esta transforma-se na proposição (2+1)2 – 5 = 22, que
resulta em 4 = 4, tendo, portanto, valor lógico V.

Raciocínio Lógico 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A seguir, veremos a transformação de uma sentença a- ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
berta numa proposição por meio de quantificadores. doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Quantificadores derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua
Consideremos as afirmações: obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi
formulado etc.
a) Todo sangue é vermelho.
b) Cada um dos alunos participará da excursão. Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini-
c) Algum animal é selvagem. ções e outras referências à lógica:
d) Pelo menos um professor não é rico.
e) Existe uma pessoa que é poliglota. “A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos
f) Nenhum crime é perfeito. permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio
Expressões como “todo”, “cada um”, "algum", "pelo me- ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain).
nos um", “existe”, “nenhum” são quantificadores.
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para
Há fundamentalmente dois tipos de quantificadores: Uni- distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).
versal e Existencial.
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas
São quantificadores: como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).

outro(s) “A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,


pouco(s) sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
quantos bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como
tanto(s) o fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
qualquer / quaisquer ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
certo(s) ler).
todo(s)
ambos
1.1. Lógica formal e Lógica material
algum / alguns
vário(s) / vária(s)
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
Na lógica de predicados, a quantificação universal é tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
uma formalização da noção de que algumas coisas são ver- da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
dadeiras para todas as coisas, ou para todas as coisas rele- lógica material, também conhecida como “lógica maior”.
vantes. O resultado é uma afirmação universalmente quanti-
ficada. Em símbolos lógicos, o quantificador universal (usu- A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
almente ∀ ) é o símbolo usado para denotar o universo de pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
quantificação, informalmente lido como "para todo". teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
Na lógica de predicados, um quantificador existencial é respeitada quando se preenchem as exigências de coerência
a predicação de uma propriedade ou relação para, pelo me- interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
nos, umel emento do domínio. ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí-
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO de realidade dos fatos.

No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim,


1. Introdução
na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de (1) todos os brasileiros são europeus
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um e que
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular- (2) Pedro é brasileiro,
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro (3) Pedro é europeu.
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi-
raciocínio.
ência nos diz que a premissa é falsa.
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria
dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
dos casos, processaformalmente informações nele previa-
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
valor empírico de tais informações.
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o-
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu-
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa
raciocínio”. que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que
também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor-
responda à natureza do objeto a que se refere. Neste caso,
Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
trata-se da correspondência entrepensamento e realidade.
la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
Raciocínio Lógico 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material. ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a forte etc.
forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri- De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria-
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, mente, manter-se num plano distante da existência humana,
tem-se a verdade. desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo-
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En-
à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela- fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o
cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor- interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten-
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas, tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático.
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios 1.3. Inferência Lógica
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana. Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
ciocínio válido, visando à verdade.
1.2. Raciocínio e Argumentação
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade
Três são as principais operações do intelecto humano: a quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
simples apreensão, os juízos e o raciocínio. emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também
A simples apreensão consiste na captação direta (atra- podem ser chamadas de proposições ou juízos.
vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de
uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos:
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter- frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda-
mos, p. deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso
das interrogações ou das frases que expressam estados
ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”). emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo).
ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
(falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposi- As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina-
ções orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, consti-
a mesa da sala” tuindo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo:

O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos (1) Não há crime sem uma lei que o defina;
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas (2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime;
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos (3) logo, não é crime matar ET’s.
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi- sas) deve levar a conclusões óbvias.
dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
1.4. Termo e Conceito
de convencer mediante o discurso.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui-
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer Os jaguares são quadrúpedes;
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Meu carro é um Jaguar
Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom logo, meu carro é um quadrúpede.
argumento opiniões que, na verdade, não passam de pre-
conceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
argumentar, associada à desatenção ou à ignorância de
quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão. Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de

Raciocínio Lógico 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos, Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo, dotado de duas características fundamentais: ter premissas
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria-
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo. das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação,
merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
“mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
nota característica comum a todos os elementos do conjunto, discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental. pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou formal.
aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio. A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre- como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter-
mos empregados no discurso. Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
1.5. Princípios lógicos médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
como argumento contra a existência da alma o fato de esta
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do cor-
non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa po humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe- que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon-
rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequa-
devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento do para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de
deve respeitá-los. São eles: ordem metafísica, não física.

a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali- 2.1. Raciocínio analógico


dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é
vez conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter- partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a
se ao longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um
um homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No
Antônio. raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida,
b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é, aplicando a elas as informações previamente obtidas quando
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo da vivência direta ou indireta da situação-referência.
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se, Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são; c) de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia
Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o falso e o é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado,
verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verdadeiro. Ou é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também
está chovendo ou não está, não é possível um terceiro ter- tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e
mo: está meio chovendo ou coisa parecida. das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei
do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo)
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come-
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve- tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído, lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro, grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
como também ao indeterminado. cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex- A força de uma analogia depende, basicamente, de três
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de aspectos:
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e im-
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados portantes;
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos ção e outra deve ser significativo;
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí- c) não devem existir divergências marcantes na compara-
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o ção.
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca-
persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões
lógico do raciocínio empregado na argumentação.
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a mo-
tor é um meio de transporte que necessita de um condutor.

Raciocínio Lógico 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de logo, B, tal como A, é também Z.
bom senso e de boa técnica para desempenhar adequada-
mente seu papel. Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
gico é precário, ele é muito importante na formulação de
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
Aplicação das regras acima a exemplos:
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re- procedimentos indutivos ou dedutivos.
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e professor de ciência da computação da Universidade de
relevantes, não imaginários ou insignificantes." Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao da genética. Assim como na natureza espécies diferentes
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as podem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento
roupas de sua filha. genético - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na
informática, também o cruzamento de programas pode con-
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per- tribuir para montar um programa mais adequado para resol-
fume francês e é um bom advogado; ver um determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa
mais bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies:
Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo- uma com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland.
go, deve ser um bom advogado. “Para resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos
um programa que dê conta de uma parte do problema e
b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação cruzamos com outro programa que solucione outra parte.
e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos Entre as várias soluções possíveis, selecionam-se aquelas
semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati- que parecem mais adequadas. Esse processo se repete por
vo." várias gerações - sempre selecionando o melhor programa -
até obter o descendente que mais se adapta à questão. É,
portanto, semelhante ao processo de seleção natural, em
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
que só sobrevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB,
com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
19/10/95, 1º cad., p. 12).
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
de vida. Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi-
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de
raciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não.
Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor. 2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral

c) Não devem existir divergências marcantes na compara- Ainda que alguns autores considerem a analogia como
ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com- uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
paração.." base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi-
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos
ocasião de tormentas e tempestades;
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen-
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos-
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
muito.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá- dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
como os operários suíços, também recebe um salário míni- meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
bem, como os suíços. sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões.
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a B é A e é X;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, C é A e também é X;
isto caso cumpram-se as exigências acima. D é A e também é X;
E é A e também é X;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
sariamente válida. Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa;
A caninana é uma cobra e também não voa;
O esquema básico do raciocínio analógico é:
A urutu é uma cobra e também não voa;
A é N, L, Y, X; A cascavel é uma cobra e também não voa;
B, tal como A, é N, L, Y, X; logo, as cobras não voam.
A é, também, Z

Raciocínio Lógico 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Contudo, Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela ocor-
re quando:
Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns b.a. todos os casos são verificados e contabilizados;
minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo, b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
ver um gato preto traz azar.
Exemplos correspondentes às duas formas de indução por
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va- enumeração completa:
lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
caso particular discorde da generalização obtida das premis- em cada uma delas foi constatada uma característica própria
sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probali- desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
dade de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera cabeça é um dos sintomas da dengue.
coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
há casos em que
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
uma simples análise das premissas é suficiente para de-
tectar a sua fraqueza.
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes-
Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa
aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de científica.
um grupo ou de uma classe tendo como modelo o compor-
tamento de alguns de seus componentes:
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos
1. Adriana é mulher e dirige mal; moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
Ana Maria é mulher e dirige mal; maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde-
Mônica é mulher e dirige mal; nada. Observem-se os exemplos:
Carla é mulher e dirige mal;
logo, todas as mulheres dirigem mal. - Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a
2. Antônio Carlos é político e é corrupto; corrupção do cenário político brasileiro.
Fernando é político e é corrupto;
Paulo é político e é corrupto; Depois da série de protestos realizados pela população,
Estevão é político e é corrupto; depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
logo, todos os políticos são corruptos. me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta- depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe- e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução. moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a
Um exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da desco- nação.
berta da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos,
acreditava-se que todos os cisnes fossem brancos porque - Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
todos os até então observados eram brancos. Ao ser visto o pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
primeiro cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra. respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan-
to alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de
2.2.1. Procedimentos indutivos sua inocência.

Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
te e o da indução por enumeração completa. vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
a. Indução por enumeração incompleta suficiente
portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
Analogia, indução e probabilidade
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
moral e a natural.
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
Raciocínio Lógico 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
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de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- Eis um exemplo de silogismo:
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de or
50% e a de dar coroa também é de 50%. A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor
Logo, a concussão é punível Conclusão
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló-
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade gica, as premissas são chamadas de proposições que, por
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas
alegre ou triste etc. ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo... é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
receba bem, mas... ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor-
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu- malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima,
rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba- concussão é o menor.
lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns 2.3.1.1. As Regras do Silogismo
eventos naturais.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às
são passíveis de conclusões inexatas. relações entre os termos e as demais dizem respeito às
relações entre as premissas. São elas:
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas 2.3.1.1.1. Regras dos Termos
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu-
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, 1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz médio e menor.
respeito à construção do conhecimento. Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular Termo Médio: Mimi é um gato.
Termo Menor: Mimi é um mamífero.
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es- Exemplo de formulação incorreta:
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici- Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
ências da analogia e da indução. Termo Médio: Maria é uma gata(2).
Termo Menor: Maria é quadrúpede.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir termos ao invés de três.
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a 2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de sos que os termos das premissas.
raciocínio: Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer- Termo Médio: Nikita é uma onça.
sal Termo Menor: Nikita é feroz.
Premissa menor: Pedro é homem. Exemplo de formulação incorreta:
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Maior: Antônio e José são poetas.
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
podem-se tirar conclusões de cunho particular. Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na “Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue surfistas”.
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que 3) O predicado do termo médio não pode entrar na con-
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe- clusão.
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre- Exemplo de formulação correta:
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
a conclusão. Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1. Construção do Silogismo
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de lei.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras noportuna.
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma 4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em
conclusão adequada. sua extensão universal.
Exemplo de formulação correta:

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Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida- se com um grupo de cinco habitantes locais. Chamemo-los
des. de Alfa, Beta, Gama, Delta e Épsilon. O professor sabe que
Termo Médio: Pedro é homem. um e apenas um no grupo é verdamano, mas não sabe qual
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades. deles o é. Pergunta, então, a cada um do grupo quem entre
Exemplo de formulação incorreta: eles é verdamano e obtém as seguintes respostas:
Termo Maior: Alguns homens são sábios. Alfa: "Beta é mentimano"
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens Beta: "Gama é mentimano"
Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios Gama: "Delta é verdamano"
O predicado “homens” do termo médio não é universal, Delta: "Épsilon é verdamano"
mas particular. Épsilon, afônico, fala tão baixo que o professor não consegue
ouvir sua resposta. Mesmo assim, o professor de lógica con-
2.3.1.1.2. Regras das Premissas clui corretamente que o verdamano é:
5) De duas premissas negativas, nada se conclui. a) Delta
Exemplo de formulação incorreta: b) Alfa
Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero c) Gama
Premissa Menor: Lulu não é um gato. d) Beta
Conclusão: (?).
6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu- 4) Três amigos têm o hábito de almoçar em um certo restau-
são negativa. rante no período de segunda à sexta-feira e, em cada um
Exemplo de formulação incorreta: destes dias, pelo menos um deles almoça nesse local. Con-
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja- sultados sobre tal hábito, eles fizeram as seguintes afirma-
dos. ções:
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral. - Antônio: "Não é verdade que vou às terças, quartas ou
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado. quintas-feiras."
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A - Bento: "Não é verdade que vou às quartas ou sextas-
premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo. feiras."
Exemplo de formulação incorreta: - Carlos: "Não é verdade que vou às segundas ou terças-
Premissa Maior: As aves são animais que voam. feiras."
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. Se somente um deles está mentindo, então o dia da semana
Conclusão: Alguns animais não voam. em que os três costumam almoçar nesse restaurante é:
Exemplo de formulação incorreta: a) sexta-feira.
Premissa Maior: As aves são animais que voam. b) quinta-feira.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. c) quarta-feira.
Conclusão: Alguns animais voam. d) terça-feira.
8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Exemplo de formulação incorreta: 5) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Há cinco objetos
Premissa Maior: Mimi é um gato. alinhados numa estante: um violino, um grampeador, um
Premissa Menor: Um gato foi covarde. vaso, um relógio e um tinteiro. Conhecemos as seguintes
Conclusão: (?) informações quanto à ordem dos objetos:
http://www.guiadoconcursopublico.com.br/apostilas/24_12 - O grampeador está entre o tinteiro e o relógio.
0.pdf - O violino não é o primeiro objeto e o relógio não é o último.
- O vaso está separado do relógio por dois outros objetos.
QUESTÕES RACIOCÍNIO LÓGICO Qual é a posição do violino?
a) Segunda posição.
1) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) De seu salário b) Terceira posição.
de R$ 408,00 você gastou 2/6 com alimentação, 1/6 com a c) Quarta posição.
farmácia e 1/6 com material escolar dos filhos. Nesse mês d) Quinta posição.
sobraram __________ para as demais despesas.
a) R$ 166,00 6) Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é
b) R$ 146,00 alto, é logicamente equivalente a dizer que é verdade que:
c) R$ 156,00 a) Pedro não é pobre ou Alberto não é alto.
d) R$ 136,00 b) Pedro não é pobre e Alberto não é alto.
c) Pedro é pobre ou Alberto não é alto.
2) Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a governanta d) se Pedro não é pobre, então Alberto é alto.
e o mordomo. Sabe-se que o crime foi efetivamente cometido
por um ou por mais de um deles, já que podem ter agido 7) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Considere ver-
individualmente ou não. Sabe-se, ainda, que: dadeira a declaração: “Se x é par, então y é ímpar”. Com
A) se o cozinheiro é inocente, então a governanta é culpada; base na declaração, é correto concluir que, se:
B) ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada, mas a) x é ímpar, então y é par.
não os dois; b) x é ímpar, então y é ímpar.
C) o mordomo não é inocente. c) y é ímpar, então x é par.
Logo: d) y é par, então x é ímpar.
a) o cozinheiro e o mordomo são os culpados
b) somente o cozinheiro é inocente 8) Se de um ponto P qualquer forem traçados dois segmen-
c) somente a governanta é culpada tos tangentes a uma circunferência, então as medidas dos
d) somente o mordomo é culpado segmentos determinados pelo ponto P e os respectivos pon-
tos de tangência serão iguais. Sabe-se que o raio de um
3) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Um professor de círculo inscrito em um triângulo retângulo mede 1 cm. Se a
lógica encontra-se em viajem em um país distante, habitado hipotenusa desse triângulo for igual a 20 cm, então seu pe-
pelos verdamanos e pelos mentimanos. O que os distingue é rímetro será igual a:
que os verdamanos sempre dizem a verdade, enquanto os a) 40 cm
mentimanos sempre mentem. Certo dia, o professor depara- b) 35 cm

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c) 23 cm Leste leva ao Inferno.
d) 42 cm c) a porta Leste necessariamente leva ao Paraíso, mas não
se pode dizer se o homem alto disse a verdade ou não.
9) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Para cada pes- d) a porta Leste necessariamente leva ao Inferno, mas não
soa x, sejam f(x) o pai de x e g(x) a mãe de x. A esse respei- se pode dizer se o homem alto disse a verdade ou não.
to, assinale a afirmativa FALSA.
a) f[f(x)] = avô paterno de x 16) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) As irmãs Ilda,
b) g[g(x)] = avó materna de x Ilma, Isabela e Isadora iriam ser fotografadas juntas por Flá-
c) f[g(x)] = avô materno de x vio. O fotógrafo pediu para que elas se posicionassem lado a
d) f[g(x)] = g[f(x)] lado da seguinte maneira:
- do ponto de vista do fotógrafo, Ilda deveria estar mais à
10) Numa avenida reta há cinco pontos comerciais, todos do direita do que Isabela;
mesmo lado da rua. A farmácia fica entre a padaria e o res- - Isadora não deveria ficar entre duas irmãs;
taurante, a padaria fica entre o supermercado e a lotérica e o - Ilda não deveria ficar imediatamente ao lado de Isabela, isto
supermercado fica entre o restaurante e a farmácia. Nessas é, pelo menos uma irmã deveria estar entre Ilda e Isabela;
condições, qual das proposições abaixo é verdadeira? - Isabela não deveria ficar imediatamente ao lado de Isadora,
a) O supermercado fica entre a padaria e a lotérica. isto é, pelo menos uma irmã deveria estar entre Isabela e
b) A lotérica fica entre a padaria e o supermercado. Isadora.
c) Para ir do supermercado à lotérica, passa-se em frente ao As irmãs se posicionaram conforme as orientações de Flávio,
restaurante. a fotografia foi batida e revelada com sucesso. Assim, na
d) A farmácia fica entre o supermercado e a padaria. foto, é possível ver que:
a) Isabela está entre duas irmãs.
11) André é inocente ou Beto é inocente. Se Beto é inocente, b) Ilda não está entre duas irmãs.
então Caio é culpado. Caio é inocente se e somente se Dê- c) Ilma não está entre duas irmãs.
nis é culpado. Ora, Dênis é culpado. Logo: d) Ilma está imediatamente ao lado de Ilda.
a) Caio e Beto são inocentes
b) André e Caio são inocentes 17) Se 0,036³ , 0 m de óleo tem a massa de 28,8 Kg, pode-
c) André e Beto são inocentes mos concluir que 1 litro desse mesmo óleo tem a massa no
d) Caio e Dênis são culpados valor de:
a) 4,0 Kg
12) Qual das alternativas a seguir melhor representa a afir- b) 9,0 Kg
mação: “Para todo fato é necessário um ato gerador”? c) 8,0 Kg
a) É possível que algum fato não tenha ato gerador. d) 1,1 Kg
b) Não é possível que algum fato não tenha ato gerador.
c) É necessário que algum fato não tenha ato gerador. 18) A negação de "Se A é par e B é ímpar, então A + B é
d) Não é necessário que todo fato tenha um ato gerador. ímpar" é:
a) Se A é ímpar e B é par, então A + B é par.
13) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Marcos que b) Se A é par e B é ímpar, então A + B é par.
pesar três maçãs numa balança de dois pratos, mas ele c) Se A + B é par, então A é ímpar ou B é par.
dispões apenas de um bloco de 200 gramas. Observando o d) A é par, B é ímpar e A + B é par.
equilíbrio na balança, ele percebe que a maçã maior tem o
mesmo peso que as outras duas maçãs; o bloco e a maçã 19) Hoje, a diferença entre as idades de Roberto Carlos e
menor pesam tanto quanto as outras duas maçãs; a maçã Carlos Roberto é de 15 anos. Qual será a diferença entre as
maior junto com a menor pesam tanto quanto o bloco. Qual é idades quando Roberto Carlos tiver o dobro da idade de
o peso total das três maçãs? Carlos Roberto?
a) 300 gramas. a) 15 anos;
b) 150 gramas. b) 30 anos;
c) 100 gramas. c) 45 anos;
d) 50 gramas. d) 20 anos;

14) Se João toca piano, então Lucas acorda cedo e Cristina 20) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Cinco moças,
não consegue estudar. Mas Cristina consegue estudar. Se- Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda, estão vestindo
gue-se logicamente que: blusas vermelhas ou amarelas. Sabe-se que as moças que
a) Lucas acorda cedo. vestem blusas vermelhas sempre contam a verdade e as que
b) Lucas não acorda cedo. vestem blusas amarelas sempre mentem. Ana diz que Bea-
c) João toca piano. triz veste blusa vermelha. Beatriz diz que Carolina veste
d) João não toca piano. blusa amarela. Carolina, por sua vez, diz que Denise veste
blusa amarela. Por fim, Denise diz que Beatriz e Eduarda
15) Alice entra em uma sala onde há apenas duas saídas, vestem blusas de cores diferentes. Por fim, Eduarda diz que
uma que fica a Leste e outra a Oeste. Uma das saídas leva Ana veste blusa vermelha. Desse modo, as cores das blusas
ao Paraíso, a outra ao Inferno. Na sala, também há dois de Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda são, respecti-
homens, um alto e outro baixo. Um dos homens apenas fala vamente:
a verdade, o outro apenas diz o falso. Então, Alice mantém o
seguinte diálogo com um deles: a) amarela, amarela, vermelha, vermelha e amarela.
- O homem baixo diria que é a saída do Leste que leva ao b) vermelha, vermelha, vermelha, amarela e amarela.
Paraíso? - questiona Alice. c) vermelha, amarela, amarela, amarela e amarela.
- Sim, o homem baixo diria que é a saída do Leste que leva- d) amarela, amarela, vermelha, amarela e amarela.
ria ao Paraíso - diz o homem alto.
Considerando essa situação, pode-se afirmar que: 21) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
a) o homem alto necessariamente disse algo falso, mas a do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
porta Leste leva ao Paraíso. a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
b) o homem alto necessariamente disse a verdade e a porta b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro

Raciocínio Lógico 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista colheres de chá desse remédio que ela terá tomado é de:
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista a) 63;
b) 56;
22) A negação lógica da proposição "O pai de Marcos é per- c) 28;
nambucano, e a mãe de Marcos é gaúcha" é: d) 21;
a) "O pai de Marcos não é pernambucano, e a mãe de Mar-
cos não é gaúcha". 30) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Para cada
b) "O pai de Marcos não é pernambucano, ou a mãe de Mar- pessoa x, sejam f(x) o pai de x e g(x) a mãe de x. A esse
cos não é gaúcha". respeito, assinale a afirmativa FALSA.
c) "O pai de Marcos não é pernambucano, ou a mãe de Mar- a) f[f(x)] = avô paterno de x
cos é gaúcha". b) g[g(x)] = avó materna de x
d) "O pai de Marcos é pernambucano, e a mãe de Marcos c) f[g(x)] = avô materno de x
não é gaúcha". d) f[g(x)] = g[f(x)]

23) Em um orçamento foram acrescidos juros no valor de R$ Gabarito


73,80 a fim de que o mesmo pudesse ser financiado em 5 1.D 2.A 3.D 4.B 5.B 6.A 7.D 8.D 9.D 10.D 11.B 12.B 13.A
prestações de R$ 278,50. O valor real (inicial) do serviço é 14.D 15.D 16.D 17.C 18.B 19.D 20.D 21.A 22.B 23.A 24.D
de: 25.B 26.C 27.B 28.D 29.A 30.D
a) R$ 1.318,70 Postado por cleiton silva
b) R$ 1.329,70
c) R$ 976,70 LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM
d) R$ 1.087,70
Elementos de Lógica sentencial
24) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) De uma chapa
1. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de pre-
que mede 2 m por 1,5 m o serralheiro separou 2/6 dela para
dicados
cortar quadrados que medem 0,25 m de lado. Com esse
pedaço de chapa ele cortou exatamente:
A lógica divide-se em lógica sentencial e lógica de predi-
a) 12 quadrados
cados. A lógica sentencial estuda argumentos que não de-
b) 10 quadrados
pendem da estrutura interna das sentenças. Por exemplo:
c) 20 quadrados
d) 16 quadrados
(1)
Se Deus existe, então a felicidade eterna é possível.
25) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Esta sequência
Deus existe.
de palavras segue uma lógica:
Logo, a felicidade eterna é possível.
- Pá
- Xale
A validade do argumento (1) depende do modo pelo qual
- Japeri
as sentenças são conectadas, mas não depende da estrutura
Uma quarta palavra que daria continuidade lógica à sequên-
interna das sentenças. A forma lógica de (1) deixa isso claro:
cia poderia ser:
(1a)
a) Casa.
Se A, então B.
b) Anseio.
A.
c) Urubu.
Logo, B.
d) Café.
Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen-
26) A negação da sentença “Todas as mulheres são elegan-
tos cuja validade depende da estrutura interna das senten-
tes” está na alternativa:
ças. Por exemplo:
a) Nenhuma mulher é elegante.
(2)
b) Todas as mulheres são deselegantes.
Todos os cariocas são brasileiros.
c) Algumas mulheres são deselegantes.
Alguns cariocas são flamenguistas.
d) Nenhuma mulher é deselegante.
Logo, alguns brasileiros são flamenguistas.
A forma lógica de (2) é a seguinte:
27) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Pedro e Paulo
(2a)
estão em uma sala que possui 10 cadeiras dispostas em
Todo A é B.
uma fila. O número de diferentes formas pelas quais Pedro e
Algum A é C.
Paulo podem escolher seus lugares para sentar, de modo
Logo, algum B é A.
que fique ao menos uma cadeira vazia entre eles, é igual a:
a) 80
A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto
b) 72
dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos
c) 90
brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cari-
d) 18
ocas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil
concluir então que existem alguns brasileiros que são fla-
28) MMMNVVNM está para 936 assim como MMNNVMNV
menguistas, pois esses flamenguistas que são cariocas se-
está para:
rão também brasileiros. Essa conclusão se segue das pre-
a) 369
missas.
b) 693
c) 963
Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são
d) 639
brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma
estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade
29) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Uma colher de
eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas
sopa corresponde a três colheres de chá. Uma pessoa que
outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí-
está doente tem que tomar três colheres de sopa de um
vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para
remédio por dia. No final de uma semana, a quantidade de

Raciocínio Lógico 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura (4) y =x + 1.
interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen-
tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a Dizemos que y =f(x), isto é, ‘y é função de x’, o que sig-
lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum nifica que o valor de y depende do valor atribuído a x.
e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argu- Quando x =1, y =2;
mento como o (2) depende da estrutura interna das senten- x =2, y =3;
ças. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predi- x = 3, y =4,
cados ficará mais clara no decorrer desta e da próxima uni- e assim por diante. Analogamente a uma função matemá-
dade. tica, uma função de verdade recebe valores de verdade co-
mo argumentos e produz valores de verdade como valores.
Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen-
tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade As chamadas tabelas de verdade mostram como os ope-
vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na radores da lógica sentencial funcionam.
próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi-
cados. No lado esquerdo da tabela de verdade temos as senten-
ças a partir das quais a sentença composta foi formada – no
2. Sentenças atômicas e moleculares caso da negação, uma única sentença. O valor produzido
Considere-se a sentença pela função de verdade está na coluna da direita. As letras V
(1) Lula é brasileiro. e F representam os valores de verdade verdadeiro e falso.
A sentença (1) é composta por um nome próprio, ‘Lula’, e 4. A negação
um predicado, ‘... é brasileiro’. Em lógica, para evitar o uso Comecemos pelo operador sentencial mais simples, a
de ‘...’, usamos uma variável para marcar o(s) lugar(es) em negação. A tabela de verdade da negação de uma sentença
que podemos completar um predicado. Aqui, expressões do Aé
tipo x é brasileiro designam predicados. Considere agora a A não A
sentença (2) Xuxa é mãe de Sasha. VF
FV
A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife-
rentes, que correspondem a três predicados diferentes que A negação simplesmente troca o valor de verdade da
podem ser formados a partir de (2): sentença. Uma sentença verdadeira, quando negada, produz
(2a) x é mãe de Sasha; uma sentença falsa, e vice-versa.
(2b) Xuxa é mãe de x;
(2c) x é mãe de y. Há diferentes maneiras de negar uma sentença atômica
em português. Considere a sentença verdadeira
Do ponto de vista lógico, em (2c) temos o que é chamado (5) Lula é brasileiro.
de um predicado binário, isto é, um predicado que, diferen-
temente de x é brasileiro, deve completado por dois nomes As sentenças
próprios para formar uma sentença. (6) Não é o caso que Lula é brasileiro,
(7) Não é verdade que Lula é brasileiro
As sentenças (1) e (2) acima são denominadas sentenças e
atômicas. Uma sentença atômica é uma sentença formada (8) É falso que Lula é brasileiro
por um predicado com um ou mais espaços vazios, sendo são diferentes maneiras de negar (5). Como (5) é uma
todos os espaços vazios completados por nomes próprios. sentença atômica, podemos também negar (5) por meio da
Sentenças atômicas não contêm nenhum dos operadores sentença
lógicos e, ou, se...então etc., nem os quantificadores todo, (9) Lula não é brasileiro.
nenhum, algum etc.
A negação em (9) é denominada negação predicativa,
Sentenças moleculares são sentenças formadas com o pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação
auxílio dos operadores sentenciais. Exemplos de sentenças sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de
moleculares são sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à
(3) Lula é brasileiro e Zidane é francês, negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com
(4) Se você beber, não dirija, sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
(5) João vai à praia ou vai ao clube. Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a-
firmar a própria sentença. A negação de
3. A interpretação vero-funcional dos operadores senten- (5) Lula é brasileiro
ciais é
Os operadores sentenciais que estudaremos aqui são as (9) Lula não é brasileiro,
partículas do português não, ou, e, se...então, se, e somente e a negação de (9),
se. A lógica sentencial interpreta esses operadores como (10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação
funções de verdade ou vero-funcionalmente. Isso significa da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5).
que eles operam apenas com os valores de verdade dos
seus operandos, ou em outras palavras, o valor de verdade 5. A conjunção
de uma sentença formada com um dos operadores é deter- Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun-
minado somente pelos valores de verdade das sentenças ção. Considere-se a sentença
que a constituem. (11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol.
A sentença (1) é composta por duas sentenças,
Os operadores sentenciais se comportam de uma manei- (12) João foi à praia
ra análoga às funções matemáticas. Estas recebem números e
como argumentos e produzem números como valores. Os (13) Pedro foi ao futebol
operadores sentenciais são funções porque recebem valores conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero-
de verdade como argumentos e produzem valores de verda- funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende
de. Considere-se a seguinte função matemática: apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É

Raciocínio Lógico 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa- Quando se diz que um determinado partido receberá um
ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de ministério, isso significa que um membro de tal partido será
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte: nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da
ABAeB saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamen-
VVV te verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
VFF
FVF Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para
FFF designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala-
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a
Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das
A e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afir- vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de
marmos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia. uma disjunção inclusiva ou exclusiva.

É importante observar que a interpretação vero-funcional Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo
português. A sentença quanto para o exclusivo.
(15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
quivalente a 7. A condicional
(16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho. Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é cional.
uma função de verdade.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
6. A disjunção entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se
Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun- A, então B.
ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada.
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei Note que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verda-
pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença deiro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz
(17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for- acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A
mada pela sentenças é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de
(18) João vai à praia uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
e usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em
(19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A (23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o
sentença (17) é verdadeira em três situações: conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o
(i) João vai à praia e também vai ao clube; antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi-
(ii) João vai à praia mas não vai ao clube e cional.
(iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun-
A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte: ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Ana-
A B A ou B lisada vero-funcionalmente, a condicional é denominada
VVV condicional material.
VFV
FVV Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta-
FFF ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural.
No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador
dadeira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos
quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de
admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma
verdadeiras. explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do
se...então como uma função de verdade. A tabela de verda-
No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- de da condicional material é a seguinte:
dadeira apenas em duas situações: A B se A, então B
(i) A é verdadeira e B é falsa; VVV
(ii) B é verdadeira e A e falsa. VFF
FVV
Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem FFV
ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
disjunção exclusiva é Uma condicional material é falsa apenas em um caso:
A B A ou B quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso.
VVF
VFV A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con-
FVV dicional material costumam causar problemas para estudan-
FFF tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicio-
nal seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas
Um exemplo de disjunção exnclusiva é veremos que isso é menos estranho do que parece.
(20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
que é formada a partir das sentenças: Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que
(21) o PMDB receberá o ministério da saúde; Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da
(22) o PP receberá o ministério da saúde. França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi-
dere a sentença:

Raciocínio Lógico 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(25) Se Victor é carioca, então Victor é brasileiro. seu mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse
caso, em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente
O antecedente de (25) é (26) Victor é carioca e o conse- falso, (30) é falsa.
qüente é (27) Victor é brasileiro.
Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar,
A sentença (25) é verdadeira, pois sabemos que todo ca- na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
rioca é brasileiro. Em outras palavras, é impossível que al- equivalentes.
guém simultaneamente seja carioca e não seja brasileiro. Por Se A, B
esse motivo, a terceira linha da tabela de verdade, que torna- B, se A
ria a condicional falsa, nunca ocorre. Caso A, B
B, caso A
Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades,
que correspondem às seguintes situações: As expressões abaixo também são equivalentes a se A,
(a) Victor é carioca. então B:
(b) Victor é paulista. A, somente se B
(c) Victor é francês. Somente se B, A
A é condição suficiente para B
Suponha que Victor é carioca. Nesse caso, o antecedente B é condição necessária para A,mas elas serão vistas
e o conseqüente da condicional são verdadeiros. com mais atenção na seção sobre condições necessárias e
suficientes.
Temos a primeira linha da tabela de verdade. Até aqui
não há problema algum. 8. Variantes da condicional material
Partindo de uma condicional
Suponha agora que Victor é paulista. Nesse caso, o ante- (31) Se A, então B
cedente da condicional (26) Victor é carioca é falso, mas o podemos construir sua conversa,
conseqüente (27) Victor é brasileiro é verdadeiro. (32) Se B, então A
sua inversa
Temos nesse caso a terceira linha da tabela de verdade (33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
da condicional. Note que a condicional (25) continua sendo não B, então não A.
verdadeira mesmo que Victor seja paulista, isto é, quando o
antecedente é falso. Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima
que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A,
Por fim, suponha que Victor é francês. Nesse caso, tanto assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se
(26) Victor é carioca quanto (27) Victor é brasileiro são fal- A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!!
sas. Temos aqui a quarta linha da tabela de verdade da con-
dicional material. Mas, ainda assim, a sentença (25) é verda- Isso pode ser constatado facilmente pela construção das
deira. respectivas tabelas de verdade, que fica como exercício para
o leitor. Mas pode ser também intuitivamente percebido.
Vejamos outro exemplo. Considere a condicional Considere as sentenças: (35) Se João é carioca, João é
(28) Se Pedro não jogar na loteria, não ganhará o prêmio. brasileiro e
(36) Se João é brasileiro, João é carioca.
Essa é uma condicional verdadeira. Por quê? Porque é
impossível (em uma situação normal) o antecedente ser Enquanto a sentença (35) é verdadeira, é evidente que
verdadeiro e o conseqüente falso. Isto é, não é possível (36) pode ser falsa, pois João pode perfeitamente ser brasi-
Pedro não jogar e ganhar na loteria. Fica como exercício leiro sem ser carioca.
para o leitor a construção da tabela de verdade de (28).
Uma condicional se A, então B e sua contrapositiva se
Não é difícil perceber, em casos como (25) e (28) acima, não B, então não A são equivalentes. Isso pode ser consta-
por que uma condicional é verdadeira quando o antecedente tado pela construção da tabela de verdade, que fica como
é falso. O problema é que, sendo a condicional material uma um exercício para o leitor. Mas note que a contrapositiva de
função de verdade, coisas como (29) se 2 + 2 = 5, então a (35), (37) Se João não é brasileiro, não é carioca, é verdadei-
Lua é de queijo são verdadeiras. Sem dúvida, esse é um ra nas mesmas circunstâncias em que (35) é verdadeira. A
resultado contra-intuitivo. Note que toda condicional material diferença entre (35) e (37) é que (35) enfatiza que ser carioca
com antecedente falso será verdadeira. Mas no uso corrente é condição suficiente para ser brasileiro, enquanto (37) enfa-
da linguagem normalmente não formulamos condicionais tiza que ser brasileiro é condição necessária para ser cario-
com o antecedente falso. ca. Isso ficará mais claro na seção sobre condições necessá-
rias e suficientes.
Mas cabe perguntar: se a condicional material de fato não
expressa todos os usos do se...então em português e, além 9. Negações
disso, produz resultados contra-intuitivos como a sentença Agora nós vamos aprender a negar sentenças construí-
(29), por que ela é útil para o estudo de argumentos constru- das com os operadores sentenciais.
ídos com a linguagem natural? A resposta é muito simples. O
caso em que a condicional material é falsa, a segunda linha Negar uma sentença é o mesmo afirmar que a sentença
da tabela de verdade, corresponde exatamente ao caso em é falsa. Por esse motivo, para negar uma sentença construí-
que, no uso corrente da linguagem, uma sentença se A, da com os operadores sentenciais e, ou e se...então, basta
então B é falsa. Considere-se a sentença (30) Se Lula con- afirmar a(s) linha(s) da tabela de verdade em que a sentença
seguir o apoio do PMDB, então fará um bom governo. é falsa.

Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque 9a. Negação da disjunção
tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu-
causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, en- siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
tretanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis-

Raciocínio Lógico 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B
é falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o 03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então:
leitor a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q;
e não B para constatar que são idênticas. b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q;
(1) João comprou um carro ou uma moto. c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa;
d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
A negação de (1) é: e) n.d.a.
(2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
ou 04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3
(3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto. então y = 7". Pode-se concluir que:
a) se x 3 antão y 7
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne- b) se y = 7 então x = 3
gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem c) se y 7 então x 3
A, nem B significa o mesmo que não A e não B. d) se x = 5 então y = 5
(4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re- e) se x = 7 então y = 3
ceberá o ministério da cultura.
A negação de (4) é: 05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente ver-
(5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o dadeira:
PP receberá o ministério da cultura. a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5)
b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5)
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5)
com a negação das sentenças do lado esquerdo. d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5)
DISJUNÇÃO NEGAÇÃO e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2))
A ou B não A e não B 06. (UGF) A negação de x > -2 é:
A ou não B a) x > 2
não A ou B b) x #-2
não A ou não B c) x < -2
d) x < 2
9b. Negação da conjunção e) x #2
Por um raciocínio análogo ao utilizado na negação da dis-
junção, para negar uma conjunção precisamos afirmar os 07. (ABC) A negação de todos os gatos são pardos é:
casos em que a conjunção é falsa. Esses casos são a se- a) nenhum gato é pardo;
gunda, a terceira e a quarta linhas da tabela de verdade. Isto b) existe gato pardo;
é, A e B é falsa quando: c) existe gato não pardo;
(i) A é falsa, d) existe um e um só gato pardo;
(ii) B é falsa ou e) nenhum gato não é pardo.
(iii) A e B são ambas falsas.
08. (ABC) Se A negação de o gato mia e o rato chia é:
É fácil perceber que basta uma das sentenças ligadas pe- a) o gato não mia e o rato não chia;
lo e ser falsa para a conjunção ser falsa. A negação de A e b) o gato mia ou o rato chia;
B, portanto, é não A ou não B. Fica como exercício para o c) o gato não mia ou o rato não chia;
leitor a construção das tabelas de verdade de A e B e não A d) o gato e o rato não chiam nem miam;
ou não B para constatar que são idênticas. e) o gato chia e o rato mia.

Exemplos de negações de conjunções: 09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B =
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério 5". Pode-se concluir que:
da cultura. a) se A 2 antão B 5
A negação de (6) é b) se A = 5 então B = 2
(6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou c) se B 5 então A 2
não receberá o ministério da cultura. d) se A = 2 então B = 2
(7) Beba e dirija. e) se A = 5 então B 2
A negação de (7) é
(7a) não beba ou não dirija. 10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf
nidas, a única necessariamente verdadeira é:
QUESTÕES I a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
01. Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição b) pelo menos duas delas são do sexo feminino;
Ronaldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
seguintes proposições: d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
a) ~q e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro.
b) p ^ q
c) p v q Resolução:
d) p " q
e) p " (~q) 01. a) Paulo não é paulista.
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi- c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca.
ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
as seguintes proposições: e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano. 02. a) p ^ q
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano. b) (~p) v p
c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
Raciocínio Lógico 31 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) q " p V – Escreva uma poesia.
A frase que não possui essa característica
d) (~p) ^ (~q) comum é a
03. B 04. C 05. A 06. C a) I
b) II
07. C 08. C 09. C 10. C
c) III
http://www.coladaweb.com/matematica/logica d) IV
e) V
JULGUE SE É PROPOSIÇÃO E JUSTIFIQUE:
1. Paulo é alto. 5. CESPE (Adaptado) – JULGUE COM CERTO
2. Ele foi o melhor jogador da copa. OU ERRADO:
3. x > y Das cinco (5) afirmações abaixo, três delas
4. Rossana é mais velha que Marcela? são proposições.
5. Mário é pintor I – Mariana mora em Piúma.
6. x + 2 = 5 II – Em Vila Velha, visite o Convento da Penha.
7. 3 + 4 = 9 III – A expressão algébrica x + y é positiva.
8. É um péssimo livro de geografia IV – Se Joana é economista, então ela não
9. Se x é um número primo então x é um número real entende de políticas públicas.
10. x é um número primo. V – A SEGER oferece 220 vagas em concurso
público.
GABARITO
1.proposição GABARITO
2. vaga ou sentença aberta 1. certa
3.sentença aberta 2. errada
4. interrogativa 3.A
5. proposição 4.D
6. sentença aberta 5. certa
7. proposição
8. proposição
9. proposição ( variável não livre ) ESTRUTURAS LÓGICAS
10. sentença aberta ou imperativa
As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com-
TESTES postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão
1. Julgue se a afirmação a seguir é CERTA ou a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa-
ERRADA. mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter
Há duas proposições no seguinte conjunto de um sentindo positivo ou negativo.
sentenças:
I – O BB foi criado em 1980.
Exemplo 1: João anda de bicicleta.
II – Faça seu trabalho corretamente.
III – Manuela tem mais de 40 anos de idade.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
2. Julgue com CERTO ou ERRADO:
Na lista de frases apresentadas a seguir, há Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma-
exatamente três proposições. ção/proposição.
“a frase dentro destas aspas é uma mentira”
A expressão x + y é positiva A base das estruturas lógicas é saber o que é verda-
O valor de + 3 = 7 de ou mentira (verdadeiro/falso).
Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
O que é isto? Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar
verdadeiro.
3. Agente Fiscal de Rendas – Nível I / SP 2006
– FCC Há alguns princípios básicos:
Considere as seguintes frases:
I – Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005.
Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e
II – (x + y) / 5 é um número inteiro
falsa ao mesmo tempo.
III – João da Silva foi o Secretário da Fazenda do
Estado de São Paulo em 2000.
É verdade que APENAS Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con-
a) I e II são sentenças abertas traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição
b) I e III são sentenças abertas ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico
c) II e III são sentenças abertas (“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira).
d) I é uma sentença aberta
e) II é uma sentença aberta Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).
4. Das cinco frases abaixo, quatro delas têm
uma mesma característica lógica em comum, Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
enquanto uma delas não tem essa os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam
característica. a veracidade das informações e unem as proposições uma a
I – Que belo dia! outra ou as transformam numa terceira proposição.
II – Um excelente livro de raciocínio lógico.
Veja abaixo:
III – O jogo terminou empatado?
(~) “não”: negação
IV – Existe vida em outros planetas do universo.
(Λ) “e”: conjunção

Raciocínio Lógico 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(V) “ou”: disjunção V F V
(→) “se...então”: condicional
(↔) “se e somente se”: bicondicional F V V
Agora, vejamos na prática como funcionam estes conec- F F F
tivos:
Temos as seguintes proposições:
O Pão é barato. O Queijo não é bom.
A letra P, representa a primeira proposição e a letra Q, a CONDICIONAL (símbolo →)
segunda. Assim, temos:
P: O Pão é barato.
Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra
Q: O Queijo não é bom.
proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q”
NEGAÇÃO (símbolo ~):
é condição necessária para “P”.
Quando usamos a negação de uma proposição inverte-
mos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos: Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é
bom.) → = “se...então”
Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógi-
ca de P) Regrinha para o conectivo condicional (→):

~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q) P Q P→Q


V V V
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a ne-
V F F
gação vira falsa.
F V V
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vi- F F V
ra verdadeira.

Regrinha para o conectivo de negação (~):


BICONDICIONAL (símbolo ↔)

O resultado dessas proposições será verdadeiro se e


P ~P somente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
V F duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para
“Q”
F V
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo
CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
não é bom.) ↔ = “se e somente se”
Este conectivo é utilizado para unir duas proposições
Regrinha para o conectivo bicondicional (↔):
formando uma terceira. O resultado dessa união somente
será verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem ver-
P Q P↔Q
dadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado
será FALSO. V V V
V F F
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ =
“e” F V F
F F V
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ):
Fonte: http://www.concursospublicosonline.com/
P Q PΛQ
V V V
TABELA VERDADE
V F F
F V F Tabela-verdade, tabela de verdade ou tabela veritativa
F F F é um tipo de tabela matemática usada em Lógica para
determinar se uma fórmula é válida ou se um sequente é
DISJUNÇÃO (símbolo V): correto.

Este conectivo também serve para unir duas proposições. As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposi- Charles Peirce e outros da década de 1880, e tomaram a
ções for verdadeira. forma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e
Ludwig Wittgenstein. A publicação do Tractatus Logico-
Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.) Philosophicus, de Wittgenstein, utilizava as mesmas para
V = “ou” classificar funções veritativas em uma série. A vasta
influência de seu trabalho levou, então, à difusão do uso de
Regrinha para o conectivo de disjunção (V): tabelas-verdade.
Como construir uma Tabela Verdade
P Q PVQ
Uma tabela de verdade consiste em:
V V V

Raciocínio Lógico 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1º) Uma linha em que estão contidos todas as A B A→B
subfórmulas de uma fórmula. Por exemplo, a fórmula
¬((A∧ B)→C) tem o seguinte conjuntos de subfórmulas: V V V
V F F
{ ¬((A∋B)→C) , (A∧ B)→C , A∧ B , A , B , C} F V V
F F V
2º) l linhas em que estão todos possíveis valores que os
termos podem receber e os valores cujas as fórmulas Bicondicional (Se e somente se) [Equivalência]
moleculares tem dados os valores destes termos.
A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos
O número destas linhas é l = nt , sendo n o número de operandos forem falsos ou ambos verdadeiros
valores que o sistema permite (sempre 2 no caso do Cálculo
Proposicional Clássico) e t o número de termos que a A B A↔B
fórmula contém. Assim, se uma fórmula contém 2 termos, o V V V
número de linhas que expressam a permutações entre estes
será 4: um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V), V F F
dois casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F F V F
V) e um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a F F V
fórmula contiver 3 termos, o número de linhas que
expressam a permutações entre estes será 8: um caso de DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU... OU XOR)
todos termos serem verdadeiros (V V V), três casos de
apenas dois termos serem verdadeiros (V V F , V F V , F V A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um
V), três casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F dos operandos for verdadeiro
F , F V F , F F V) e um caso no qual todos termos são falsos
(F F F). A B A((B
Tabelas das Principais Operações do Cálculo V V F
Proposicional Dei V F V
Negação F V V
F F F
A ~A
Adaga de Quine (NOR)
V F
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos
F V são falsos

A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de A B A((B A↓B


maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e vice-
V V V F
versa.
V F V F
Conjunção (E) F V V F
F F F V
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos Como usar tabelas para verificar a validade de
são verdadeiros argumentos
A B A^B Verifique se a conclusão nunca é falsa quando
V V V as premissas são verdadeiros. Em caso positivo, o
argumento é válido. Em caso negativo, é inválido.
V F F
F V F Alguns argumentos válidos
F F F
Modus ponens
Disjunção (OU)

A disjunção é falsa se, e somente se ambos os


operandos forem falsos
A B A→B
V V V
V F F
A B AvB F V V
V V V F F V
V F V
F V V Modus tollens
F F F

Condicional (Se... Então) [Implicação]


A B ¬A ¬B A→B
A conjunção é falsa se, e somente se, o primeiro V V F F V
operando é verdadeiro e o segundo operando é falso

Raciocínio Lógico 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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V F F V F Algum A não é B.
F V V F V
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John
F F V V V Venn (1834 – 1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas,
utilizando sempre círculos. Desta forma, hoje conhecemos
como diagramas de Euler/Venn.

Silogismo Hipotético Tipos

Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois


diferentes conjuntos:
A B C A→B B→C A→C
Indica que um con-
V V V V V V junto está ompleta-
V V F V F F mente contido no
V F V F V V outro, mas o inverso
não é verdadeiro.
V F F F V F
F V V V V V
F V F V F V
F F V V V V Indica que os dois
F F F V V V conjuntos tem alguns
elementos em co-
Algumas falácias mum, mas não todos.

Afirmação do conseqüente
Indica que não exis-
Se A, então B. (A→B)
tem elementos co-
muns entre os con-
B. juntos.

Logo, A.

A B A→B OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS


V V V NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS.
V F F
F V V LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,
F F V INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.

1. Introdução
Comutação dos Condicionais
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
A implica B. (A→B)
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
Logo, B implica A. (B→A) modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
A B A→B B→A
raciocínio.
V V V V
V F F V Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
F V V F quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
F F V V
dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Fonte: Wikipédia sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
DIAGRAMAS LÓGICOS prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
História no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
da passada em sua origem. raciocínio”.
O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770,
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou a-
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições quela motivação, se respeita ou não a moral social, se teve
categóricas: influências das emoções ou não, se está de acordo com uma
Todo A é B. doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
Algum A é B. embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Nenhum A é B. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as

Raciocínio Lógico 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
formulado etc. conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo,
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- tem-se a verdade.
ções e outras referências à lógica:
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se
permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela-
ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor-
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados pa- também, uma verdade que corresponda à experiência. Que
ra distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi). seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).
1.2. Raciocínio e Argumentação
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como Três são as principais operações do intelecto humano: a
o fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ler). A simples apreensão consiste na captação direta (atra-
vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de
1.1. Lógica formal e Lógica material uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que,
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter-
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os
mos, p. ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
estudos da lógica orientaram-se em duas direções principais:
a da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a
da lógica material, também conhecida como “lógica maior”. O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
(falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposi-
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
ções orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
a mesa da sala”
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
de realidade dos fatos. No entanto, o erro não está no seu Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
aspecto formal e, sim, na sua matéria. Por exemplo, partindo e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
das premissas que tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
(1) todos os brasileiros são europeus sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
e que
(2) Pedro é brasileiro, Quando os raciocínios são organizados com técnica e ar-
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que te e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
(3) Pedro é europeu. qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a expe- dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
riência nos diz que a premissa é falsa. gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
de convencer mediante o discurso.
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam a-
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria quilo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e
dos casos, processa formalmente informações nele previa- as decisões pessoais (subjetividade), um argumento conse-
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o guirá atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as
valor empírico de tais informações. idéias propostas se assentem em boas razões, capazes de
mexer com as convicções daquele a quem se tenta conven-
cer. Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das
bom argumento opiniões que, na verdade, não passam de
operações do pensamento à realidade, de acordo com a
preconceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de
natureza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso,
outras formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habili-
interessa que o raciocínio não só seja formalmente correto,
dade no argumentar, associada à desatenção ou à ignorân-
mas que também respeite a matéria, ou seja, que o seu con-
cia de quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persua-
teúdo corresponda à natureza do objeto a que se refere.
são.
Neste caso, trata-se da correspondência entre pensamento e
realidade.
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou
de dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade mate-
forte etc.
rial. A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à

Raciocínio Lógico 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
mente, manter-se num plano distante da existência humana, “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade,
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. virtude, afetividade e equilíbrio.

1.3. Inferência Lógica Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter-
raciocínio válido, visando à verdade. mos empregados no discurso.

Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade 1.5. Princípios lógicos


quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa
podem ser chamadas de proposições ou juízos. ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe-
rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exem- ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
plos: “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
nas frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o deve respeitá-los. São eles:
verdadeiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o
caso das interrogações ou das frases que expressam esta- a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
dos emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
ou ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma
nem verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo). vez conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-
se ao longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combi- um homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
nadas de modo a levarem a conclusões conseqüentes, cons- Antônio.
tituindo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo:
b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
(3) logo, não é crime matar ET’s.
c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis- princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
sas) deve levar a conclusões óbvias. recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
1.4. Termo e Conceito
como também ao indeterminado.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
ficações de significado. Observe-se o exemplo: Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
Os jaguares são quadrúpedes; alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
Meu carro é um Jaguar de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
logo, meu carro é um quadrúpede. raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen- persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”, lógico do raciocínio empregado na argumentação.
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
ser dotado de duas características fundamentais: ter premis-
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
sas aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apro-
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
priadas.

Raciocínio Lógico 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Dos raciocínios mais empregados na argumentação, me- bom senso e de boa técnica para desempenhar adequada-
recem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos mente seu papel.
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado Aplicação das regras acima a exemplos:
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em- a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por relevantes, não imaginários ou insignificantes.tc
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
formal.
relevantes, não imaginários ou insignificantes."
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
roupas de sua filha.
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
fume francês e é um bom advogado;
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
como argumento contra a existência da alma o fato de esta Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês;
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do cor- logo, deve ser um bom advogado.
po humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- b) O número de aspectos semelhantes entre uma situa-
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti- ção e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspec-
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequa- tos semelhantes entre uma situação e outra deve ser signifi-
do para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de cativo."
ordem metafísica, não física.
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
2.1. Raciocínio analógico com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a de vida.
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando
da vivência direta ou indireta da situação-referência. c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto comparação.."
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e não está tendo sucesso porque troveja muito.
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei
do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa-
ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros,
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- tal como os operários suíços, também recebe um salário
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer- mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha vive bem, como os suíços.
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta con-
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun- siderar a forma de raciocínio, é muito importante que se
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba- avalie o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314). admitido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadei-
ras, a conclusão não o será necessariamente, mas possivel-
A força de uma analogia depende, basicamente, de três mente, isto caso cumpram-se as exigências acima.
aspectos:
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral
importantes; do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
b) o número de elementos semelhantes entre uma situa- que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
ção e outra deve ser significativo; sariamente válida.
c) não devem existir divergências marcantes na compa-
ração. O esquema básico do raciocínio analógico é:
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, A é N, L, Y, X;
casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões B, tal como A, é N, L, Y, X;
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a mo- A é, também, Z
tor é um meio de transporte que necessita de um condutor. logo, B, tal como A, é também Z.
Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de

Raciocínio Lógico 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
gico é precário, ele é muito importante na formulação de caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana- gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante ver um gato preto traz azar.
procedimentos indutivos ou dedutivos.
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va-
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
professor de ciência da computação da Universidade de forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo caso particular discorde da generalização obtida das premis-
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probali-
da genética. Assim como na natureza espécies diferentes dade de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
podem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
genético - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
informática, também o cruzamento de programas pode con- há casos em que uma simples análise das premissas é sufi-
tribuir para montar um programa mais adequado para resol- ciente para detectar a sua fraqueza.
ver um determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa
mais bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem
uma com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. ser aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros
“Para resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos de um grupo ou de uma classe tendo como modelo o com-
um programa que dê conta de uma parte do problema e portamento de alguns de seus componentes:
cruzamos com outro programa que solucione outra parte.
Entre as várias soluções possíveis, selecionam-se aquelas 1. Adriana é mulher e dirige mal;
que parecem mais adequadas. Esse processo se repete por Ana Maria é mulher e dirige mal;
várias gerações - sempre selecionando o melhor programa - Mônica é mulher e dirige mal;
até obter o descendente que mais se adapta à questão. É, Carla é mulher e dirige mal;
portanto, semelhante ao processo de seleção natural, em logo, todas as mulheres dirigem mal.
que só sobrevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
19/10/95, 1º cad., p. 12). Fernando é político e é corrupto;
Paulo é político e é corrupto;
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- Estevão é político e é corrupto;
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de logo, todos os políticos são corruptos.
raciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é
tarefa simples, havendo muitos exemplos na história do co-
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral nhecimento indicadores dos riscos das conclusões por indu-
ção. Basta que um caso contrarie os exemplos até então
Ainda que alguns autores considerem a analogia como colhidos para que caia por terra uma “verdade” por ela sus-
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma tentada. Um exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em descoberta da Austrália, onde foram encontrados cisnes
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma pretos, acreditava-se que todos os cisnes fossem brancos
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi- porque todos os até então observados eram brancos. Ao ser
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos visto o primeiro cisne preto, uma certeza de séculos caiu por
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen- terra.
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos-
síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades. 2.2.1. Procedimentos indutivos

Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen- Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
sejam indicadores da validade das generalizações contidas te e o da indução por enumeração completa.
nas conclusões.
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte: a. Indução por enumeração incompleta suficiente
B é A e é X;
C é A e também é X; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
D é A e também é X; como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
E é A e também é X; sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
logo, todos os A são X não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos particular, os que foram enumerados são representativos do
particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral. todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa; b. Indução por enumeração completa
A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa; Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
A cascavel é uma cobra e também não voa; baseado na enumeração completa.
logo, as cobras não voam.
Contudo, Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o-
corre quando:

Raciocínio Lógico 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
por enumeração completa: de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria Exemplos: considerando seu comportamento pregresso,
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve- é provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue. receba bem, mas...

b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças. turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes- visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa eventos naturais.
científica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado são passíveis de conclusões inexatas.
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
ordenada. Observem-se os exemplos: as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
a corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.

Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa, O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval estudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de deficiências da analogia e da indução.
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
nação. do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo, premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo raciocínio:
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan- Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni-
to alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de versal
sua inocência. Premissa menor: Pedro é homem.
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
sendo empregando o método indutivo porque o argumento podem-se tirar conclusões de cunho particular.
principal está sustentado pela observação de muitos casos
ou fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a con- Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
clusão. No primeiro caso, a constatação de que diversas qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
tentativas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
conduzem à conclusão da impossibilidade de sua superação, Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com- Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
portamento do amigo infere-se sua inocência. dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
Analogia, indução e probabilidade a conclusão.

Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas 2.3.1. Construção do Silogismo


chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
não são sinônimas de certezas. consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
a moral e a natural. palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
conclusão adequada.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- Eis um exemplo de silogismo:
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um

Raciocínio Lógico 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Termo Médio: Pedro é homem.
Maior A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Exemplo de formulação incorreta:
Logo, a concussão é punível Conclusão Termo Maior: Alguns homens são sábios.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló- Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
gica, as premissas são chamadas de proposições que, por O predicado “homens” do termo médio não é universal,
sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas mas particular.
ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado Exemplo de formulação incorreta:
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Premissa Menor: Lulu não é um gato.
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor- Conclusão: (?).
malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma con-
punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e clusão negativa.
concussão é o menor. Exemplo de formulação incorreta:
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser dese-
jados.
2.3.1.1. As Regras do Silogismo
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio 7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
relações entre os termos e as demais dizem respeito às Exemplo de formulação incorreta:
relações entre as premissas. São elas: Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
2.3.1.1.1. Regras dos Termos Conclusão: Alguns animais não voam.
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior, Exemplo de formulação incorreta:
médio e menor. Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Exemplo de formulação correta: Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos. Conclusão: Alguns animais voam.
Termo Médio: Mimi é um gato. 8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Termo Menor: Mimi é um mamífero. Exemplo de formulação incorreta:
Exemplo de formulação incorreta: Premissa Maior: Mimi é um gato.
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede. Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Termo Médio: Maria é uma gata(2). Conclusão: (?)
Termo Menor: Maria é quadrúpede. Fonte: estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica-
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro argumentacao.pdf
termos ao invés de três.

2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-


A FUNDAÇÃO DA LÓGICA
sos que os termos das premissas. Anthony Kenny
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todas as onças são ferozes. Universidade de Oxford
Termo Médio: Nikita é uma onça.
Termo Menor: Nikita é feroz. Muitas das ciências para as quais Aristóteles contribuiu
Exemplo de formulação incorreta: foram disciplinas que ele próprio fundou. Afirma-o explicita-
Termo Maior: Antônio e José são poetas. mente em apenas um caso: o da lógica. No fim de uma das
Termo Médio: Antônio e José são surfistas. suas obras de lógica, escreveu:
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos No caso da retórica existiam muito es-
os surfistas”. critos antigos para nos apoiarmos, mas no
caso da lógica nada tínhamos absoluta-
3) O predicado do termo médio não pode entrar na con- mente a referir até termos passado muito
clusão. tempo em laboriosa investigação.
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. As principais investigações lógicas de Aristóteles incidiam
Termo Médio: Pedro é homem. sobre as relações entre as frases que fazem afirmações.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei. Quais delas são consistentes ou inconsistentes com as ou-
Exemplo de formulação incorreta: tras? Quando temos uma ou mais afirmações verdadeiras,
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. que outras verdades podemos inferir delas unicamente por
Termo Médio: Pedro é homem. meio do raciocínio? Estas questões são respondidas na sua
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a obra Analíticos Posteriores.
lei.
A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
Ao contrário de Platão, Aristóteles não toma como ele-
noportuna.
mentos básicos da estrutura lógica as frases simples com-
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez
postas por substantivo e verbo, como "Teeteto está sentado".
em sua extensão universal.
Está muito mais interessado em classificar frases que come-
Exemplo de formulação correta:
çam por "todos", "nenhum" e "alguns", e em avaliar as infe-
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
des.
Raciocínio Lógico 41 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rências entre elas. Consideremos as duas inferências seguin- particulares. Aquelas que contêm a palavra "não" são propo-
tes: sições negativas; as outras são afirmativas. Aristóteles ser-
viu-se então destas classificações para estabelecer regras
1) Todos os gregos são europeus. para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silo-
Alguns gregos são do sexo masculino. gismo seja válido é necessário que pelo menos uma premis-
Logo, alguns europeus são do sexo masculino. sa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se
ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de
2) Todas as vacas são mamíferos. ser negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles
Alguns mamíferos são quadrúpedes. bastam para validar os silogismos válidos e para eliminar os
Logo, todas as vacas são quadrúpedes. inválidos. São suficientes, por exemplo, para que aceitemos
a inferência 1) e rejeitemos a inferência 2).
As duas inferências têm muitas coisas em comum. São
ambas inferências que retiram uma conclusão a partir de Aristóteles pensava que a sua silogística era suficiente
duas premissas. Em cada inferência há uma palavra-chave para lidar com todas as inferências válidas possíveis. Estava
que surge no sujeito gramatical da conclusão e numa das enganado. De facto, o sistema, ainda que completo em si
premissas, e uma outra palavra-chave que surge no predica- mesmo, corresponde apenas a uma fracção da lógica. E
do gramatical da conclusão e na outra premissa. Aristóteles apresenta dois pontos fracos. Em primeiro lugar, só lida com
dedicou muita atenção às inferências que apresentam esta as inferências que dependem de palavras como "todos" e
característica, hoje chamadas "silogismos", a partir da pala- "alguns", que se ligam a substantivos, mas não com as infe-
vra grega que ele usou para as designar. Ao ramo da lógica rências que dependem de palavras como "se…, então ", que
que estuda a validade de inferências deste tipo, iniciado por interligam as frases. Só alguns séculos mais tarde se pôde
Aristóteles, chamamos "silogística". formalizar padrões de inferência como este: "Se não é de dia,
é de noite; mas não é de dia; portanto é de noite". Em se-
gundo lugar, mesmo no seu próprio campo de acção, a lógi-
Uma inferência válida é uma inferência que nunca conduz
ca de Aristóteles não é capaz de lidar com inferências nas
de premissas verdadeiras a uma conclusão falsa. Das duas
quais palavras como "todos" e "alguns" (ou "cada um" e "ne-
inferências apresentadas acima, a primeira é válida, e a
nhum") surjam não na posição do sujeito, mas algures no
segunda inválida. É verdade que, em ambos os casos, tanto
predicado gramatical. As regras de Aristóteles não nos per-
as premissas como a conclusão são verdadeiras. Não pode-
mitem determinar, por exemplo, a validade de inferências
mos rejeitar a segunda inferência com base na falsidade das
que contenham premissas como "Todos os estudantes co-
frases que a constituem. Mas podemos rejeitá-la com base
nhecem algumas datas" ou "Algumas pessoas detestam os
no "portanto": a conclusão pode ser verdadeira, mas não se
polícias todos". Só 22 séculos após a morte de Aristóteles
segue das premissas.
esta lacuna seria colmatada.
Podemos esclarecer melhor este assunto se conceber-
A lógica é utilizada em todas as diversas ciências que A-
mos uma inferência paralela que, partindo de premissas
ristóteles estudou; talvez não seja tanto uma ciência em si
verdadeiras, conduza a uma conclusão falsa. Por exemplo:
mesma, mas mais um instrumento ou ferramenta das ciên-
cias. Foi essa a ideia que os sucessores de Aristóteles retira-
3)Todas as baleias são mamíferos. ram das suas obras de lógica, denominadas "Organon" a
Alguns mamíferos são animais terrestres. partir da palavra grega para instrumento.
Logo, todas as baleias são animais terrestres.
A obra Analíticos Anteriores mostra-nos de que modo a
Esta inferência tem a mesma forma que a inferência 2), lógica funciona nas ciências. Quem estudou geometria eucli-
como poderemos verificar se mostrarmos a sua estrutura por diana na escola recorda-se certamente das muitas verdades
meio de letras esquemáticas: geométricas, ou teoremas, alcançadas por raciocínio deduti-
vo a partir de um pequeno conjunto de outras verdades cha-
4) Todo o A é B. madas "axiomas". Embora o próprio Euclides tivesse nascido
Algum B é C. numa altura tardia da vida de Aristóteles, este método axio-
Logo, todo o A é C. mático era já familiar aos geómetras, e Aristóteles pensava
que podia ser amplamente aplicado. A lógica forneceria as
Uma vez que a inferência 3) conduz a uma falsa conclu- regras para a derivação de teoremas a partir de axiomas, e
são a partir de premissas verdadeiras, podemos ver que a cada ciência teria o seu próprio conjunto especial de axio-
forma do argumento 4) não é de confiança. Daí a não valida- mas. As ciências poderiam ser ordenadas hierarquicamente,
de da inferência 2), não obstante a sua conclusão ser de com as ciências inferiores tratando como axiomas proposi-
facto verdadeira. ções que poderiam ser teoremas de uma ciência superior.

A lógica não teria conseguido avançar além dos seus Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a-
primeiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utili- firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências:
zação é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti-
Aristóteles quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como
invenção foi tão importante para a lógica quanto a invenção a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
da álgebra para a matemática. tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor-
tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As
Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e verdade.
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi- Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no-
dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia";
que começam pela palavra "todos" são proposições univer- mas nesta classificação só a matemática é aquilo que parece
sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições ser. O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da

Raciocínio Lógico 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
natureza (physis); inclui, além das disciplinas que hoje inte- Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o
graríamos no campo da física, a química, a biologia e a psi- seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se dis-
cologia humana e animal. A "teologia" é, para Aristóteles, o tingue tal coisa de um argumento indutivo?
estudo de entidades superiores e acima do ser humano, ou
seja, os céus estrelados, bem como todas as divindades que Vou começar por dizer o modo como não se deve enten-
poderão habitá-los. Aristóteles não se refere à "metafísica"; der estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que
de facto, a palavra significa apenas "depois da física" e foi um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a
utilizada para referenciar as obras de Aristóteles catalogadas sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verda-
a seguir à sua Física. Mas muito daquilo que Aristóteles deiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que
escreveu seria hoje naturalmente descrito como "metafísica"; não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só
e ele tinha de facto a sua própria designação para essa dis- nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão
ciplina, como veremos mais à frente. Anthony Kenny ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argu-
mentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação
ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
Desidério Murcho
Em termos rigorosos, não há problem algum com esta
opção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedu-
É comum falar em argumentos dedutivos, opondo-os aos ção" força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do
indutivos. Este artigo procura mostrar que há um conjunto de mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também
aspectos subtis que devem ser tidos em linha de conta, caso não há, de acordo com esta opção, deduções inválidas. Se é
contrário será tudo muito confuso. uma dedução, é válida; se é uma demostração, é válida.
Uma "demonstração" inválida nada demonstra; uma "dedu-
Antes de mais: a expressão "argumento indutivo" ou "in- ção" inválida nada deduz.
dução" dá origem a confusões porque se pode ter dois tipos
muito diferentes de argumentos: as generalizações e as O primeiro problema desta opção é exigir a reforma do
previsões. Uma generalização é um argumento como modo como geralmente se fala e escreve sobre argumentos
dedutivos — pois é comum falar de argumentos dedutivos
Todos os corvos observados até hoje são pretos. inválidos, como as falácias formais (por oposição às infor-
Logo, todos os corvos são pretos. mais). Este problema não é decisivo, caso não se levantasse
outro problema: o segundo.
Numa generalização parte-se de algumas verdades
acerca de alguns membros de um dado domínio e gene- O segundo problema é o seguinte: Dado que todos os ar-
raliza-se essas verdades para todos os membros desse gumentos são dedutivos ou não dedutivos (ou indutivos, se
domínio, ou pelo menos para mais. quisermos reduzir todo o campo da não dedução à indução),
e dado que não faz muito sentido usar o termo "dedução"
Uma previsão é um argumento como factivamente e o termo "indução" não factivamente, o resul-
tado bizarro é que deixa de haver argumentos inválidos. O
Todos os corvos observados até hoje são pretos. termo "argumento" torna-se factivo tal como os termos "de-
Logo, o próximo corvo que observarmos será preto. dução" e "indução". E isto já é demasiado rebuscado; as
pessoas não usam mesmo o termo deste modo, nunca; pas-
Uma pessoa imaginativa e com vontade de reduzir samos a vida a falar de argumentos inválidos. E faz todo o
coisas — uma síndrome comum em filosofia — pode que- sentido que o façamos, pois se adoptarmos o entendimento
rer afirmar que podemos reduzir as previsões às generali- factivo do termo um "argumento" inválido não é de todo em
zações via dedução: a conclusão da previsão acima se- todo um argumento: é apenas um conjunto de proposições.
gue-se dedutivamente da conclusão da generalização an-
terior. Não acho que isto capta de modo algum a natureza É sem dúvida possível aceitar o resultado bizarro, e pas-
lógica ou conceptual da previsão, mas isso não é relevan- sar a usar o termo "argumento" factivamente. Mas se tiver-
te neste artigo. O que conta é que, mesmo que a previsão mos a possibilidade de o evitar, de forma fundamentada e
seja redutível à generalização mais dedução, continua a reflectida, estaremos a facilitar as coisas — sobretudo ao
ser um modo comum de falar e uma parte importante do nível do ensino.
nosso pensamento.
E temos possibilidade de evitar este resultado bizarro, e
Numa veia ainda reducionista, algumas pessoas po- manter o uso de "argumento" de tal modo que faça sentido
derão querer dizer que todos os outros tipos de argumen- falar de argumentos inválidos, de deduções inválidas e de
tos não dedutivos se reduzem à generalização e à previ- induções inválidas. Para o fazer temos de distinguir cuidado-
são. Assim, não valeria a pena falar de argumentos de samente a noção de argumento (dedutivo ou não) da noção
autoridade, por exemplo, que são argumentos como o se- de validade (dedutiva ou não). Podemos, claro, usar um
guinte: termo diferente para a validade não dedutiva, e reservar o
termo "validade" para a validade dedutiva, mas esta é uma
Einstein afirmou que não se pode viajar mais depressa do mera opção terminológica: tanto faz. O que é crucial é poder
que a luz. dizer que um argumento é dedutivo, apesar de inválido, ou
Logo, não se pode viajar mais depressa do que a luz. indutivo, apesar de inválido. E como se faz isso?

Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos se- Apresentando os argumentos dedutivos como argumen-
ja redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compre- tos cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da
ender que este tipo de argumentos tem exigências próprias e sua forma lógica; e os argumentos não dedutivos como ar-
portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate gumentos cuja validade ou invalidade não depende exclusi-
de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou vamente da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se
tipos. aplica a todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma

Raciocínio Lógico 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
complicação que esclareceremos dentro de momentos. Para
já, vejamos alguns exemplos: Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
problemas.
Se Sócrates era ateniense, era grego.
Sócrates era grego. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é
Logo, era ateniense. na determinação da quantidade de elementos que apresen-
tam uma determinada característica.
Se Sócrates era ateniense, era grego.
Sócrates era ateniense.
Logo, era grego.

O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumen-


to indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade
dedutiva. Devemos então dizer que os argumentos deduti-
vamente inválidos não se distinguem dos argumentos induti-
vos válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem
muito claramente uns dos outros.

O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a


sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à
sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilida-
de lógica abandonar uma indução boa com base no facto de
a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
garantir a verdade da sua conclusão. que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-
se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber:
Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função
da explicação mais adequada que tivermos para a sua vali- Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente
carro ou ainda quantas dirigem somente motos.
dade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica-
se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógi- Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que
ca, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para representam os motoristas de motos e motoristas de carros.
distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o
Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec-
mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a
sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da ção e depois completaremos os outros espaços.
sua forma lógica.

Deste modo, podemos manter a tradição de falar de ar-


gumentos dedutivos e indutivos; e podemos dizer que há
argumentos dedutivos inválidos; e não somos forçados a
aceitar que todo o argumento indutivo, por melhor que seja, é
sempre um argumento dedutivo inválido. Isto não acontece
porque os argumentos dedutivos nunca são indutivos, ainda
que sejam inválidos. Porque o que conta é o tipo de explica-
ção adequada para a sua validade ou invalidade.

Em termos primitivos, pois, o que conta é a validade e in-


validade; há diferentes tipos de validade e invalidade: a de- Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo
dutiva e a indutiva. E os argumentos são dedutivos ou induti- esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B.
vos consoante a sua validade ou invalidade for dedutiva ou
indutiva. A partir dos valores reais, é que poderemos responder as
perguntas feitas.
É agora tempo de esclarecer que nem todos os argumen-
tos dedutivos dependem exclusivamente da sua forma lógica;
há argumentos dedutivos de carácter conceptual, como "O
João é casado; logo, não é solteiro". Não é difícil acomodar
estas variedades de dedução não formal no esquema aqui
proposto: tudo depende da melhor explicação disponível para
a validade ou invalidade em causa.

Podemos assim continuar a falar de argumentos deduti-


vos e indutivos, validos ou inválidos. E os argumentos dedu-
tivos inválidos nunca são uma subclasse dos argumentos
indutivos.

DIAGRAMAS LÓGICOS a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a
Introdução seguinte tabela:

Raciocínio Lógico 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas


lêem apenas o jornal A.
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
Verificamos que 500 pessoas não lêem o jornal C, pois é a
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmen- soma 205 + 30 + 115 + 150.
te montar os diagramas que representam cada conjunto. Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que é
a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 +
A colocação dos valores começará pela intersecção dos três 150.
conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
último às regiões que representam cada conjunto individual-
mente. EXERCÍCIOS DE CONCURSOS
Diagramas Lógicos
Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo
que indicará o conjunto universo da pesquisa. 1. De um total de 30 agentes administrativos sabe-se que:
I. 18 gostam de cinema
II. 14 gostam de teatro
III. 2 não gostam de cinema, nem de teatro
O número de agentes que gostam de cinema e de teatro
corresponde a:
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8

2. De um grupo de N auxiliares técnicos de produção, 44


lêem jornal A, 42 o jornal B e 18 lêem ambos os jornais.
sabendo que todo auxiliar deste grupo é leitor de pelo menos
um dos jornais, o número N de auxiliares é:

3. Em uma turma, 45% dos alunos falam inglês e 33% falam


francês. Se 25% dos alunos não falam nenhuma duas lín-
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são guas, a porcentagem de alunos que falam francês, mas não
leitores de nenhum dos três jornais. falam inglês é de:
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos. a) 3%
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos. b) 15%
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos. c) 27%
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos. d) 30%
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos. e) 33%
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes 4. Realizou-se uma pesquisa e verificou-se que, das pessoas
elementos: consultadas, 200 ouviam a rádio A, 300 ouviam a rádio B, 20
ouviam as duas rádios (A e B) e 220 não ouviam nenhuma
das duas rádios.
Quantas pessoas foram consultadas?
a) 520
b) 560
c) 640
d) 680
e) 700

Raciocínio Lógico 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5. Em uma pesquisa, foram entrevistados 100 telespectado- e) 510
res. 60 assistiam à televisão à noite e 50 assistiam à televi-
são de dia. Quantos assistiam à televisão de dia e de noite? 11. No problema anterior, calcular quantas pessoas compram
a) 5 apenas o produto A; apenas o produto B; apenas o produto
b) 10 C.
c) 15 a) 210;210;250
d) 20 b) 150;150;180
e) 25 c) 100;120;150
d) 120;140;170
6. Em uma pesquisa, foram entrevistadas 200 pessoas. 100 e) n.d.a.
delas iam regularmente ao cinema, 60 iam regularmente ao
teatro e 50 não iam regularmente nem ao cinema nem ao 12. (A_MPU_ESAF_04) Um colégio oferece a seus alunos à
teatro. Quantas prática de um ou mais de um dos seguintes esportes: futebol,
dessas pessoas iam regularmente a ambos? basquete e vôlei. Sabe-se que, no atual semestre,  20 alu-
a) 10 nos praticam vôlei e basquete;
b) 20  60 alunos praticam futebol e 65 praticam basquete;
c) 30  21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei;
d) 40  o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
e) 50 número dos alunos que praticam só vôlei;
 17 alunos praticam futebol e vôlei;
7. (NCNB_02) Uma professora levou alguns alunos ao par-  45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45,
que de diversões chamado Sonho. Desses alunos: não praticam vôlei;
 16 já haviam ido ao parque Sonho, mas nunca andaram de O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
montanha russa. igual a:
 6 já andaram de montanha russa, mas nunca haviam ido a) 93
ao parque Sonho. b) 114
 Ao todo, 20 já andaram de montanha russa. c) 103
 Ao todo, 18 nunca haviam ido ao parque Sonho. d) 110
Pode-se afirmar que a professora levou ao parque Sonho: e) 99
a) 60 alunos
b) 48 alunos 13. (ESAF_97) Uma pesquisa entre 800 consumidores -
c) 42 alunos sendo 400 homens e 400 mulheres- mostrou os seguintes
d) 366alunos resultados:
e) 32 alunos Do total de pessoas entrevistadas:
 500 assinam o jornal X
8. (ICMS_97_VUNESP) Em uma classe, há 20 alunos que  350 têm curso superior
praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que  250 assinam o jornal X e têm nível superior
praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que Do total de mulheres entrevistadas:
praticam vôlei é 15.  200 assinam o jornal X
Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O nú-  150 têm curso superior
mero de alunos da classe é:  50 assinam o jornal X e têm nível superior
a) 30
b) 35 O número de homens entrevistados que não assinam o jornal
c) 37 X e não têm curso superior é, portanto, igual a:
d) 42 a) 100
e) 44 b) 200
c) 0
9. Suponhamos que numa equipe de 10 estudantes, 6 usam d) 50
óculos e 8 usam relógio. O numero de estudantes que usa ao e) 25
mesmo tempo, óculos e relógio é:
a) exatamente 6 14. No diagrama abaixo, considere os conjuntos A, B, C e U
b) exatamente 2 ( universo ).
c) no mínimo 6
d) no máximo 5
e) no mínimo 4

10. Numa pesquisa de mercado, foram entrevistadas várias


pessoas acerca de suas preferências em relação a 3 produ-
tos: A, B e C. Os resultados da pesquisa indicaram que:
 210 pessoas compram o produto A.
 210 pessoas compram o produto N.
 250 pessoas compram o produto C.
 20 pessoas compram os três produtos.
 100 pessoas não compram nenhum dos 3 produtos.
 60 pessoas compram o produto A e B.
 70 pessoas compram os produtos A eC.
 50 pessoas compram os produtos B e C.
Quantas pessoas foram entrevistadas:
a) 670
b) 970
c) 870
d) 610 A região sombreada corresponde à seguinte operação:  

Raciocínio Lógico 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) A ∪ B ∪ C EQUIVALÊNCIA LÓGICA
b) (A ∪ B) ∩ C
c) A ∩ B∩ C Na lógica, as asserções p e q são ditas logicamente
d) (A ∩ B) ∪ C equivalentes ou simplesmente equivalentes, se p = q e q =
p.
QUESTÕES CERTO / ERRADO (CESPE / UNB)
Em termos intuitivos, duas sentenças são logicamente
15. (UNB) Numa entrevista realizada pelo Departamento de equivalentes se possuem o mesmo "conteúdo lógico".
Ciências Econômicas da UCG com 50 pessoas, da classe
média de Goiânia, acerca de suas preferências por aplica- Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e q são
ções de seus excedentes financeiros, obteve-se o seguinte equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da
resultado: 21 pessoas disseram que aplicam em fundos de outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm
renda fixa; 34 em cadernetas de poupança e 50 não aplicam os mesmos valores para qualquer interpretação.
em nenhuma dasmodalidades. Deste modo, 10 pessoas
aplicam nas duas modalidades (obs.: uma mesma pessoa EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
pode aplicar em mais de uma modalidade).
Negação da Negação (Dupla Negação)
16. (MPU_99UNB) Em exames de sangue realizados em 500
moradores de uma região com péssimas condições sanitá- ~(~p) ⇔ p
rias foi constatada a presença de três tipos de vírus: A, B, C .
O resultado dos exames revelou que o vírus A estava pre- p ~q ~(p)
sente em 210 moradores; o vírus B, em 230; os vírus A e B,
em 80; os vírus A e C, em 90; e os vírus B e C, em 70. Além F V F
disso, em 5 moradores não foi detectado nenhum dos três V F V
vírus e o numero de moradores infectados pelo vírus C era
igual ao dobro dos infectados apenas pelo vírus B.
Com base nessa situação, julgues os itens abaixo: Como as tabelas-verdade são idênticas podemos dizer
I. O número de pessoas contaminadas pelo três vírus simul- que ~(~p)⇔
⇔ p.
taneamente representa 9% do total de
pessoas examinadas. Exemplo: "Não é verdade que Mario não é estudioso" é
II. O número de moradores que apresentam o vírus C é igual logicamente equivalente a "Mario é estudioso".
a 230. Exemplos:
III. 345 moradores apresentam somente um dos vírus. a)
IV. Mais de 140 moradores apresentaram pelo menos, dois p: Não tem ninguém aqui.
vírus. ~p: Tem ninguém aqui.
V. O número de moradores que não foram contaminados ~(~p): Tem alguém aqui.
pelos vírus B e C representa menos de 16% do total de pes-
soas examinadas. Logicamente falando, "Não tem ninguém aqui" é equiva-
lente à "Tem alguém aqui".
17. Pedro, candidato ao cargo de Escrivão de Polícia Fede- b)
ral, necessitando adquirir livros para se preparar para o con- p: Não dá para não ler.
curso, utilizou um site de busca da Internet e pesquisou em ~p: Dá para não ler.
uma livraria virtual, especializada nas áreas de direito, admi- ~(~p): Dá para ler.
nistração e economia, que vende livros nacionais e importa-
dos. Nessa livraria, alguns livros de direito e todos os de Logicamente falando, "Não dá para não ler" é equivalente
administração fazem parte dos produtos nacionais. Alem à "Dá para ler".
disso, não há livro nacional disponível de capa dura. Com
base nas informações acima é possível que Pedro, em sua
pesquisa, tenha: ARGUMENTOS VÁLIDOS E INVÁLIDOS
I. Encontrado um livro de administração de capa dura. Eduardo O C Chaves
II. Adquirido dessa livraria um livro de economia de capa
flexível. Conceituação de Argumento
III. Selecionado para compra um livro nacional de direito de Um argumento é um conjunto de enunciados -- mas não
capa dura. um conjunto qualquer de enunciados. Num argumento os
IV. Comprado um livro importado de direito de capa flexível. enunciados têm que ter uma certa relação entre si e é ne-
cessário que um deles seja apresentado como uma tese, ou
Respostas exercícios: 1-C 2-A 3-A 4-B 5-B uma conclusão, e os demais como justificativa da tese, ou
premissas para a conclusão. Normalmente argumentos são
RESPOSTAS utilizados para provar ou disprovar algum enunciado ou para
1.B 11.C convencer alguém da verdade ou da falsidade de um enunci-
2.C 12.E ado.
3.D 13.A
4.E 14.C Assim sendo, o seguinte conjunto de enunciados não é,
5.B 15.C (certo) na realidade, um argumento:
6.A 16.C,E,C,C,E 1. Todos os metais se dilatam com o calor
7.B 17.E,C,E,C 2. Todas os meses há pelo menos quatro domingos
8.E 3. Logo, a UNICAMP é uma boa universidade.
9.E
10.D Neste caso, embora todos os enunciados sejam (pelo
menos à primeira vista) verdadeiros, e embora eles se dispo-
nham numa forma geralmente associada com a de um argu-

Raciocínio Lógico 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mento (premissa 1, premissa 2, e conclusão, precedida por primeiro é:
"logo"), não temos um argumento porque os enunciados não 19. Se p, q
têm a menor relação entre si. Não devemos sequer afirmar 20. p
que temos um argumento inválido aqui, porque mesmo num 21. Logo, q
argumento inválido as premissas e a conclusão precisam ter A forma do segundo é:
uma certa relação entre si. 22. Se p, q
23. não-p
Por outro lado, o seguinte é um argumento: 24. Logo, não-q
4. Todos os homens são mortais
5. Sócrates é homem O primeiro argumento é válido porque se as duas premis-
6. Logo, Sócrates é mortal. sas forem verdadeiras a conclusão tem que, necessariamen-
te, ser verdadeira. Se eu argumentar com 13 e 14, e concluir
Neste caso, temos um argumento válido, em que todas que não fiquei milionário, estou me contradizendo.
as premissas são verdadeiras e a conclusão também -- ou
pelo menos assim parecem à primeira vista. O segundo argumento é inválido porque mesmo que as
duas premissas sejam verdadeiras a conclusão pode ser
A Forma de um Argumento falsa (na hipótese, por exemplo, de eu herdar uma fortuna
Argumentos têm uma certa forma ou estrutura. O argu- enorme de uma tia rica).
mento constituído pelo conjunto de enunciados (2) tem a
seguinte forma: Falácias e Argumentos Sólidos ou Cogentes
7. Todos os x são y Argumentos da forma representada pelos enunciados 22-
8. z é x 24 são todos inválidos. Dá-se o nome de falácia a um argu-
9. Logo, z é y. mento inválido, mas não, geralmente, a um argumento válido
que possua premissas falsas.
Imaginemos o seguinte argumento, que tem a mesma
forma do argumento constituído pelo conjunto de enunciados A um argumento válido cujas premissas são todas verda-
4-6: deiras (e, portanto, cuja conclusão também é verdadeira) dá-
10. Todos os homens são analfabetos se o nome de um argumento cogente ou sólido.
11. Raquel de Queiroz é homem
12. Logo, Raquel de Queiroz é analfabeta. Argumentos, Convicção e Persuasão
Este argumento, diferentemente do argumento constituí- Um argumento cogente ou sólido deveria convencer a to-
do pelos enunciados 4-6, tem premissas e conclusão todas dos, pois é válido e suas premissas são verdadeiras. Sua
falsas. No entanto, tem exatamente a mesma forma ou estru- conclusão, portanto, segue das premissas. Contudo, nem
tura do argumento anterior (forma explicitada nos enunciados sempre isso acontece.
7-9). Se o argumento anterior (4-6) é válido (e é), este (10-
12) também é. Em primeiro lugar, muitas pessoas podem não admitir
que o argumento é cogente ou sólido. Podem admitir a ver-
Quando dois ou mais argumentos têm a mesma forma, se dade de suas premissas e negar sua validade. Ou podem
um deles é válido, todos os outros também são, e se um admitir sua validade e negar a verdade de uma ou mais de
deles é inválido, todos os outros também são. Como o argu- suas premissas.
mento constituído pelos enunciados 4-6 é válido, e o argu-
mento constituído pelos enunciados 10-12 tem a mesma Em segundo lugar, algumas pessoas podem estar certas
forma (7-9), este (1012) também é válido. da validade de um argumento e estar absolutamente convic-
tas de que a conclusão é inaceitável, ou falsa. Neste caso,
A Forma de um Argumento e a Verdade das Premissas podem usar o mesmo argumento para mostrar que pelo
O último exemplo mostra que um argumento pode ser vá- menos uma de suas premissas tem que ser falsa.
lido apesar de todas as suas premissas e a sua conclusão
serem falsas. Isso é indicativo do fato de que a validade de Um argumento inválido (falácia), ou um argumento válido
um argumento não depende de serem suas premissas e sua com premissas falsas, não deveria convencer ninguém. No
conclusão efetivamente verdadeiras. entanto, muitas pessoas são persuadidas por argumentos
desse tipo.
Mas se esse é o caso, quando é um argumento válido?
A questão da validade ou não de um argumento é intei-
Argumentos Válidos e Inválidos ramente lógica.
Um argumento é válido quando, se todas as suas premis-
sas forem verdadeiras, a sua conclusão tiver que, necessari- A questão da cogência ou solidez de um argumento é ao
amente, ser verdadeira (sob pena de auto-contradição). mesmo tempo lógica (porque depende da sua validade) e
epistemológica (porque depende de suas premissas serem
Considere os dois argumentos seguintes, constituídos, verdadeiras).
respectivamente, pelos enunciados 13-15 e 16-18
A questão da força persuasiva de um argumento é uma
Primeiro: questão psicológica, ou psicossocial.
13. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário
14. Ganhei sozinho na Sena Contradição
15. Logo, fiquei milionário Diz-se que há contradição quando se afirma e se nega
simultaneamente algo sobre a mesma coisa. O princípio da
Segundo: contradição informa que duas proposições contraditórias
16. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário não podem ser ambas falsas ou ambas verdadeiras ao
17. Não ganhei sozinho na Sena mesmo tempo.Existe relação de simetria, não podem ter o
18. Logo, não fiquei milionário mesmo valor de verdade.

Esses dois argumentos são muito parecidos. A forma do Por exemplo, imaginando-se que se tem um conjunto de

Raciocínio Lógico 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bolas, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a afirmação lógico e metalógico. Quando se dá mais relevância ao lado
"Alguma Bola não é Vermelha" formam uma contradição, ontológico, trata-se sobretudo de afirmar o princípio como
visto que: expressão da estrutura constitutiva do real, ou de o negar
se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Alguma Bola supondo que a própria realidade é contraditória (Hereclito) ou
não é Vermelha" tem que ser falsa que, no processo dialético da sua evolução, a realidade
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Alguma Bola não é supera, transcende ou vai mais além do princípio de
Vermelha" tem que ser verdadeira contradição (Hegel). Quando predomina o lado lógico e
se "Alguma Bola não é Vermelha" for verdadeira, "Toda metalógico, trata-se então de saber se o princípio deve ser
Bola é Vermelha" tem que ser falsa considerado como um axioma evidente por si mesmo ou
e como uma convenção da nossa linguagem que nos permite
se "Alguma Bola não é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é falar acerca da realidade.
Vermelha" tem que ser verdadeira
LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN
Por outro lado, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a 1. O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é
afirmação "Nenhuma Bola é Vermelha", não formam uma a interseção dos complementares desses conjuntos.
contradição, visto que (A B)c = Ac Bc
se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Nenhuma 2. O complementar da reunião de uma coleção finita de
Bola é Vermelha" tem que ser falsa conjuntos é a interseção dos complementares desses
mas conjuntos.
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Nenhuma Bola é (A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc
Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa 3. O complementar da interseção de dois conjuntos A e
e B é a reunião dos complementares desses conjuntos.
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for verdadeira, "Toda (A B)c = Ac Bc
Bola é Vermelha" tem que ser falsa 4. O complementar da interseção de uma coleção finita
mas de conjuntos é a reunião dos complementares desses
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é conjuntos.
Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa (A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc

E sendo uma negação total (ao nível da quantidade e da


qualidade) a contraditória da afirmação "As contraditórias das
grandes verdades são grandes verdades" seria: Algumas
contraditórias das grandes verdades não são grandes Tautologia
verdades.

A noção de contradição é, geralmente estudada sob a Na lógica proposicional, uma tautologia (do grego
forma de um princípio: o «princípio de contradição» ou «prin- ταυτολογία) é uma fórmula proposicional que é verdadeira
cípio de não contradição». Com frequência, tal princípio é para todas as possíveis valorações de suas variáveis
considerado um princípio ontológico e, neste sentido, enun- proposicionais. A negação de uma tautologia é uma
cia-se do seguinte modo: contradição ou antilogia, uma fórmula proposicional que é
«É impossível que uma coisa seja e não seja ao mesmo falsa independentemente dos valores de verdade de suas
tempo, a mesma coisa». Outras vezes, é considerado como variáveis. Tais proposições são ditas insatísfatíveis.
um princípio lógico, e então enunciado do modo seguinte: Reciprocamente, a negação de uma contradição é uma
«não se pode ter p e não p», onde p é símbolo de um enun- tautologia. Uma fórmula que não é nem uma tautologia nem
ciado declarativo. uma contradição é dita logicamente contingente. Tal
fórmula pode ser verdadeira ou falsa dependendo dos
O primeiro pensador que apresentou este princípio de valores atribuídos para suas variáveis proposicionais.
forma suficientemente ampla foi Aristóteles. Várias partes da
sua obra estão consagradas a este tema, mas nem sempre o Uma propriedade fundamental das tautologias é que
princípio é formulado do mesmo modo. Às vezes apresenta-o existe um procedimento efetivo para testar se uma dada
como uma das «noções comuns» ou «axiomas» que servem fórmula é sempre satisfeita (ou, equivalentemente, se seu
de premissa para a demonstração, sem poderem ser de- complemento é insatisfatível). Um método deste tipo usa as
monstradas. Noutras ocasiões, apresenta-o como uma «no- tabelas-verdade. O problema de decisão de determinar se
ção comum», usada para a prova de algumas conclusões. uma fórmula é satisfatível é o problema de satisfabilidade
Apresenta ainda este princípio como uma tese segundo a booleano, um exemplo importante de um problema NP-
qual se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa completo na teoria da complexidade computacional.
e se uma proposição é falsa, a sua negação é verdadeira,
Tautologias e Contradições
quer dizer, como a tese segundo a qual, duas proposições
contraditórias não podem ser ambas verdadeiras ou ambas ∧
Considere a proposição composta s: (p q) → (p q) ∧
falsas. onde p e q são proposições simples lógicas quaisquer. Va-
mos construir a tabela verdade da proposição s :
Estas formulações podem reduzir-se a três interpretações Considerando-se o que já foi visto até aqui, teremos:
do mesmo princípio: ontológica, lógica e metalógica. No
primeiro caso o princípio refere-se à realidade; no segundo,
converte-se numa formula lógica ou numa tautologia de lógi-
ca sequencial, que se enuncia do seguinte modo:
¬(p Ù ¬p)
e que se chama geralmente de lei de contradição. No ter-
ceiro caso, o princípio é uma regra que permite realizar infe-
rências lógicas.

As discussões em torno do princípio de contradição têm Observe que quaisquer que sejam os valores lógicos das
diferido consoante se acentua o lado ontológico ou o lado proposições simples p e q, a proposição composta s é sem-

Raciocínio Lógico 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pre logicamente verdadeira. Dizemos então que s é uma b) como uma tautologia é sempre verdadeira, podemos
TAUTOLOGIA. concluir que a negação de uma tautologia é sempre falsa, ou
Trazendo isto para a linguagem comum, considere as seja, uma contradição.
proposições: p: O Sol é um planeta Álgebra das proposições
(valor lógico falso - F) e q: A Terra é um planeta plano Sejam p , q e r três proposições simples quaisquer, v
(valor lógico falso - F), podemos concluir que a proposição uma proposição verdadeira e f uma proposição falsa. São
composta “Se o Sol é um planeta e a Terra é um planeta válidas as seguintes propriedades:
plano então o Sol é um planeta ou a Terra é um planeta
plano” é uma proposição logicamente verdadeira.
Opostamente, se ao construirmos uma tabela verdade
para uma proposição composta, verificarmos que ela é sem-
pre falsa, diremos que ela é uma CONTRADIÇÃO.

Ex.: A proposição composta t: p ~p é uma contradição,
senão vejamos:

NOTA: Se uma proposição composta é formada por n


proposições simples, a sua tabela verdade possuirá 2n li-
nhas.
Ex.: Construa a tabela verdade da proposição composta
∧ ∧
t: (p q) r
Teremos:

Observe que a proposição acima não é Tautologia nem


Contradição.
Apresentaremos a seguir, exemplos de TAUTOLOGIAS,
as quais você poderá verificá-las, simplesmente construindo
as respectivas tabelas verdades:
Sendo p e q duas proposições simples quaisquer, pode-
mos dizer que as seguintes proposições compostas, são
TAUTOLOGIAS:

1) (p q) → p

2) p → (p q)

3) [p (p→ q)] → q (esta tautologia recebe o nome parti-
cular de “modus ponens”)

4) [(p→ q) ~q] → ~p (esta tautologia recebe o nome
particular de “modus tollens”)
Você deverá construir as tabelas verdades para as pro-
posições compostas acima e comprovar que elas realmente
são tautologias, ou seja, na última coluna da tabela verdade
teremos V V V V.
Todas as propriedades acima podem ser verificadas com
NOTAS: a construção das tabelas verdades.
a) as tautologias acima são também conhecidas como http://www.g5ofertas.com.br/
regras de inferência.

Raciocínio Lógico 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PRINCIPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM PRINCÍPIO DA ADIÇÃO


Suponhamos um procedimento executado em k fases. A
fase 1 tem n1 maneiras de ser executada, a fase 2 possui n2
Por meio do princípio fundamental da contagem,
maneiras de ser executada e a fase k tem nk modos de ser
podemos determinar quantas vezes, de modo diferente, um
executada. As fases são excludentes entre si, ou seja, não é
acontecimento pode ocorrer.
possível que duas ou mais das fases sejam realizadas em
conjunto. Logo, todo o procedimento tem n1 + n2 + ... + nk
Se um evento (ou fato) ocorre em n etapas consecutivas
maneiras de ser realizado.
e independentes, de maneira que o número de
possibilidades:
Exemplo
Na 1a etapa é k1,
Deseja-se fazer uma viagem para a cidade A ou para a
Na 2a etapa é k2,
cidade B. Existem 5 caminhos possíveis para a cidade A e 3
Na 33 etapa é k3,
possíveis caminhos para a cidade B. Logo, para esta viagem,
..........................
existem no total 5 + 3 = 8 caminhos possíveis.
Na enésima etapa é kn, então o número total de
PRINCÍPIO DA MULTIPLICAÇÃO
possibilidades de ocorrer o referido evento é o produto k1,
Suponhamos um procedimento executado em k fases,
k2, k3 ... kn.
concomitantes entre si. A fase 1 tem n1 maneiras de ser
executada, a fase 2 possui n2 maneiras de ser executada e a
O princípio fundamental da contagem nos diz que sempre
fase k tem nk modos de ser executada. A fase 1 poderá ser
devemos multiplicar os números de opções entre as escolhas
seguida da fase 2 até a fase k, uma vez que são
que podemos fazer. Por exemplo, para montar um computa-
concomitantes. Logo, há n1 . n2 . ... . nk maneiras de
dor, temos 3 diferentes tipos de monitores, 4 tipos de tecla-
executar o procedimento.
dos, 2 tipos de impressora e 3 tipos de "CPU". Para saber o
numero de diferentes possibilidades de computadores que
Exemplo
podem ser montados com essas peças, somente multiplica-
Supondo uma viagem para a cidade C, mas para chegar
mos as opções:
até lá você deve passar pelas cidades A e B. Da sua cidade
3 x 4 x 2 x 3 = 72
até a cidade A existem 2 caminhos possíveis; da cidade A
até a B existem 4 caminhos disponíveis e da cidade B até a
Então, têm-se 72 possibilidades de configurações diferen-
C há 3 rotas possíveis. Portanto, há 2 x 4 x 3 = 24 diferentes
tes.
caminhos possíveis de ida da sua cidade até a cidade C.
Um problema que ocorre é quando aparece a palavra
Os princípios enunciados acima são bastante intuitivos.
"ou", como na questão:
Contudo, apresentaremos ainda alguns exemplos um pouco
Quantos pratos diferentes podem ser solicitados por um
mais complexos de aplicação.
cliente de restaurante, tendo disponível 3 tipos de arroz, 2 de
feijão, 3 de macarrão, 2 tipos de cervejas e 3 tipos de refrige-
Quantos números naturais pares de três algarismos
rante, sendo que o cliente não pode pedir cerveja e refrige-
distintos podemos formar?
rante ao mesmo tempo, e que ele obrigatoriamente tenha de
Inicialmente, devemos observar que não podemos
escolher uma opção de cada alimento?
colocar o zero como primeiro algarismo do número. Como os
números devem ser pares, existem apenas 5 formas de
A resolução é simples: 3 x 2 x 3 = 18 , somente pela co-
escrever o último algarismo (0, 2, 4, 6, 8). Contudo, se
mida. Como o cliente não pode pedir cerveja e refrigerantes
colocamos o zero como último algarismo do número, nossas
juntos, não podemos multiplicar as opções de refrigerante
escolhas para distribuição dos algarismos mudam. Portanto,
pelas opções de cerveja. O que devemos fazer aqui é ape-
podemos pensar na construção desse número como um
nas somar essas possibilidades:
processo composto de 2 fases excludentes entre si.
(3 x 2 x 3) x (2 + 3) = 90
Fixando o zero como último algarismo do número, temos
Resposta para o problema: existem 90 possibilidades de
as seguintes possibilidades de escrever os demais
pratos que podem ser montados com as comidas e bebidas
algarismos:
disponíveis.
1º algarismo: 9 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9)
2º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9), porém
Outro exemplo:
excluímos a escolha feita para o 1º algarismo;
No sistema brasileiro de placas de carro, cada placa é
3º algarismo: 1 possibilidade (fixamos o zero).
formada por três letras e quatro algarismos. Quantas placas
onde o número formado pelos algarismos seja par, podem
Logo, há 9 x 8 x 1 = 72 formas de escrever um número de
ser formadas?
três algarismos distintos tendo o zero como último algarismo.
Primeiro, temos de saber que existem 26 letras. Segundo,
Sem fixar o zero, temos:
para que o numero formado seja par, teremos de limitar o
3º algarismo: 4 possibilidades (2,4,6,8)
ultimo algarismo à um numero par. Depois, basta multiplicar.
1º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9),
26 x 26 x 26 = 17.567 -> parte das letras
excluindo a escolha feita para o último algarismo;
10 x 10 x 10 x 5 = 5.000 -> parte dos algarismos, note
2º algarismo: 8 possibilidades (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9) ,
que na última casa temos apenas 5 possibilidades, pois que-
porém excluindo as escolhas feitas para o primeiro e
remos um número par (0, 2 , 4 , 6 , 8).
último algarismos.
Agora é só multiplicar as partes: 17.567 x 5.000 =
Portanto, temos 8 x 8 x 4 = 256 maneiras de escrever um
87.835.000
número de três algarismos distintos sem zero no último
algarismo.
Resposta para a questão: existem 87.835.000 placas on-
de a parte dos algarismos formem um número par.
Ao todo, temos 72 + 256 = 328 formas de escrever o

Raciocínio Lógico 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
número.

Exercícios
Princípio Fundamental da Contagem
Professores: Jorge e Lauro
1) (FGV/2005) Em uma gaveta de armário de um quarto
escuro há 6 camisetas vermelhas, 10 camisetas brancas e 7
camisetas pretas. Qual é o número mínimo de camisetas que
se deve retirar da gaveta, sem que se vejam suas cores,
para que:

a) Se tenha certeza de ter retirado duas camise-


tas de cores diferentes.
b) Se tenha certeza de ter retirado duas camisetas de mes- O valor de N é
ma cor.
c) Se tenha certeza de ter retirado pelo menos uma camiseta a) 27 b) 216 c) 512 d) 729 e) 1.331
de cada cor.
2) (Enem/2004)No Nordeste brasileiro, é comum encontrar- 4) (UFC/2002) A quantidade de números inteiros, positivos e
mos peças de artesanato constituídas por garrafas preenchi- ímpares, formados por três algarismos distintos, escolhidos
das com areia de diferentes cores, formando desenhos. Um dentre os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, é igual a:
artesão deseja fazer peças com areia de cores cinza, azul,
verde e amarela, mantendo o mesmo desenho, mas variando a) 320 b) 332 c) 348 d) 360 e) 384
as cores da paisagem (casa, palmeira e fundo), conforme a
figura. 5)(UFAL/200) Quantos números pares de quatro algarismos
distintos podem ser formados com os elementos do conjunto
A={0,1,2,3,4}?

a) 60 b) 48 c) 36 d) 24 e) 18

6)(UFPI/2000) Escrevendo-se em ordem decrescente todos


os números de cinco algarismos distintos formados pelos
algarismos 3, 5, 7, 8 e 9, a ordem do número 75389 é:

a) 54 b) 67 c) 66 d) 55 e) 56

7)(UFAL/99) Com os elementos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6,


7} formam-se números de 4 algarismos distintos. Quantos
dos números formados NÃO são divisíveis por 5?

a) 15 b) 120 c) 343 d) 720 e) 840

8)(ITA/2001) Considere os números de 2 a 6 algarismos


O fundo pode ser representado nas cores azul ou cinza; a distintos formados utilizando-se apenas 1, 2, 4, 5, 7 e 8.
casa, nas cores azul, verde ou amarela; e a palmeira, nas Quantos destes números são ímpares e começam com um
cores cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mesma cor dígito par?
nem da casa nem da palmeira, por uma questão de contras-
te, então o número de variações que podem ser obtidas para a) 375 b) 465 c) 545 d) 585 e) 625
a paisagem é
9)(UNESP/2000) Um turista, em viagem de férias pela Euro-
a) 6. b) 7. c) 8. d) 9. e) 10. pa, observou pelo mapa que, para ir da cidade A à cidade B,
havia três rodovias e duas ferrovias e que, para ir de B até
3) (UFES/2002) Num aparelho telefônico, as dez teclas nu- uma outra cidade, C, havia duas rodovias e duas ferrovias. O
meradas estão dispostas em fileiras horizontais, conforme número de percursos diferentes que o turista pode fazer para
indica a figura a seguir. Seja N a quantidade de números de ir de A até C, passando pela cidade B e utilizando rodovia e
telefone com 8 dígitos, que começam pelo dígito 3 e termi- trem obrigatoriamente, mas em qualquer ordem, é:
nam pelo dígito zero, e, além disso, o 2o e o 3o dígitos são
da primeira fileira do teclado, o 4o e o 5o dígitos são da se- a) 9. b) 10. c) 12. d) 15. e) 20.
gunda fileira, e o 6o e o 7o são da terceira fileira.
10)(UECE/99) Quantos números ímpares, cada um com três
algarismos, podem ser formados com os algarismos 2,3,4,6 e
7, se a repetição de algarismos é permitida?
a) 60 b) 50 c) 40 d) 30

GABARITO:

1) a)11 b)4 c)18 2)B 3)D 4)A 5)A 6)C 7)D 8)D 9)B 10)B

Raciocínio Lógico 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

TEORIA DOS CONJUNTOS 2 Notação

Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a


CONJUNTO seguinte notação:

Em matemática, um conjunto é uma coleção de • os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A,
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os B, C, ... ;
elementos estão listados na coleção. Em contraste, uma • os elementos são indicados por letras minúsculas: a,
coleção de elementos na qual a multiplicidade, mas não a b, c, x, y, ... ;
ordem, é relevante, é chamada multiconjunto. • o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é
indicado com x ∈ C;
Conjuntos são um dos conceitos básicos da matemática. • o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto
Um conjunto é apenas uma coleção de entidades, chamadas C é indicado y ∉ C.
de elementos. A notação padrão lista os elementos
separados por vírgulas entre chaves (o uso de "parênteses" 3. Representação dos conjuntos
ou "colchetes" é incomum) como os seguintes exemplos:
Um conjunto pode ser representado de três maneiras:
{1, 2, 3}
• por enumeração de seus elementos;
• por descrição de uma propriedade característica do
{1, 2, 2, 1, 3, 2}
conjunto;
• através de uma representação gráfica.
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4}
Um conjunto é representado por enumeração quando
todos os seus elementos são indicados e colocados dentro
Os três exemplos acima são maneiras diferentes de de um par de chaves.
representar o mesmo conjunto.
Exemplo:
É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes
maneiras: listando os seus elementos (ideal para conjuntos a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto
pequenos e finitos) ou definindo uma propriedade de seus formado pelos algarismos do nosso sistema de numeração.
elementos. Dizemos que dois conjuntos são iguais se e b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v,
somente se cada elemento de um é também elemento do x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso
outro, não importando a quantidade e nem a ordem das alfabeto.
ocorrências dos elementos. c) Quando um conjunto possui número elevado de
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara,
Conceitos essenciais podemos representa-lo, por enumeração, indicando os
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
 Conjunto: representa uma coleção de objetos, reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto
geralmente representado por letras maiúsculas; dos números pares positivos, menores do que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar, por
enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham
 Elemento: qualquer um dos componentes de um
uma lei de formação bem clara, como os seguintes:
conjunto, geralmente representado por letras minúsculas;
D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números
 Pertinência: é a característica associada a um inteiros não negativos;
elemento que faz parte de um conjunto; E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos
números inteiros;
Pertence ou não pertence F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números
ímpares positivos.
Se é um elemento de , nós podemos dizer que o
A representação de um conjunto por meio da descrição
elemento pertence ao conjunto e podemos escrever de uma propriedade característica é mais sintética que sua
. Se não é um elemento de , nós podemos representação por enumeração. Neste caso, um conjunto C,
de elementos x, será representado da seguinte maneira:
dizer que o elemento não pertence ao conjunto e
C = { x | x possui uma determinada propriedade }
podemos escrever .
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui
1. Conceitos primitivos uma determinada propriedade:

Antes de mais nada devemos saber que conceitos Exemplos


primitivos são noções que adotamos sem definição.
O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, representado por descrição da seguinte maneira: A = { x | x
o de elemento e o de pertinência de um elemento a um con- é algarismo do nosso sistema de numeração }
junto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: de-
terminado elemento pertence a um conjunto, sem que te- O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser representado por
nhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que descrição da seguinte maneira G = { x | x é vogal do nosso
significa dizer que um elemento pertence ou não a um con- alfabeto }
junto.

Raciocínio Lógico 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado
por descrição da seguinte maneira:

H = { x | x é par positivo }

A representação gráfica de um conjunto é bastante cô-


moda. Através dela, os elementos de um conjunto são repre-
sentados por pontos interiores a uma linha fechada que não Resolução
se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam
os elementos que não pertencem ao conjunto. a) n(A) = 4
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir
Exemplo dote letras, possui apenas seis letras distintas entre si.
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a
C: c e C e d e C
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo
. .
. .
. .
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo

logo: n(D) = 49

e) As duas retas, esquematizadas na figura,


Por esse tipo de representação gráfica, chamada possuem apenas um ponto comum.
diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈ C, z Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário.
∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.
6 igualdade de conjuntos
4 Número de elementos de um conjunto
Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indi-
Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de caremos com A = 8, se ambos possuírem os mesmos ele-
elementos deste conjunto, e indicamos com n(C), ao número mentos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos
de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto. são diferentes e indicaremos com A ≠ B. Exemplos .
Exemplos
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
a) O conjunto A = { a; e; i; o; u } b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
é tal que n(A) = 5. c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o}
n(B) = 10. 2
e) { x | x = 100} = {10; -10}
c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 2
f) { x | x = 400} ≠ {20}
99.

5 Conjunto unitário e conjunto vazio 7 Subconjuntos de um conjunto

Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um
n (C) = 1. conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também
pertencer a B.
Exemplo: C = ( 3 )
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o
E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B :
n(C) = 0.
2
Exemplo: M = { x | x = -25}

O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅.


Exercício resolvido Indicamos que A é um subconjunto de B de duas
maneiras:
Determine o número de elementos dos seguintes com
juntos : a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou
A está contido em B ou A é parte de B;
a) A = { x | x é letra da palavra amor } b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A.
b) B = { x | x é letra da palavra alegria }
c) c é o conjunto esquematizado a seguir Exemplo
d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 )
e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = { x | x é
r e s, esquematizadas a seguir : brasileiro} ; temos então que A ⊂ B e que B ⊃ A.

Raciocínio Lógico 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observações:

• Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A


⊄ B ou B A.
• Admitiremos que o conjunto vazio está contido em
qualquer conjunto.

8 Número de subconjuntos de um conjunto dado


Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n Exemplos
n
elementos, então este conjunto terá 2 subconjuntos. a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
Exemplo b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}
O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele
2
terá 2 = 4 subconjuntos.
Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no
Exercício resolvido: exemplo a, dizemos que os conjuntos são disjuntos.

1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = Exercícios resolvidos


(a; e; i; o; u ) .
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t ),
Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o determinar os seguintes conjuntos:
5
número dos seus subconjuntos será 2 = 32. a) A ∪ B f) B ∩ C
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C
Exercícios propostas: c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C)
2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
e) B ∪ C
C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }

Resposta: 1024 Resolução


a) A ∪ B = {x; y; z; w; v }
3. Determine o número de subconjuntos do conjunto b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t }
1 1 1 2 3 3 d) A ∩ C = {y }
C=  ; ; ; ; ; 
2 3 4 4 4 5  e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t}
f) B ∩ C= ∅
Resposta: 32 g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t}
h) A ∩ B ∩ C= ∅
B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}
1 União de conjuntos 2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras
os conjuntos: :
Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião
de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído a) A ∩ B ∩ C
por todos os elementos que pertencem a A ou a B. b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando
com hachuras a interseção dos conjuntos, temos:

Exemplos

a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}


b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d} .Resolução
c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}

2 Intersecção de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de


A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído
por todos os elementos que pertencem a A e a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos:

Raciocínio Lógico 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A–C C–B

Resolução

a) A - B = { y; z }
b) B - A= {w;v}
c) A - C= {x;z}
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v}
f) C – B = {y;u;t}
3. No diagrama seguinte temos:
n(A) = 20
n(B) = 30
n(A ∩ B) = 5 PROVA SIMULADA I

EXERCÍCIOS
Determine n(A ∪ B). PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS
Resolução Prof. Weber Campos
01. (TCE/PB 2006 FCC) Sabe-se que sentenças são orações
com sujeito (o termo a respeito do qual se declara algo) e
predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na relação
seguinte há expressões e sentenças:
1. Três mais nove é igual a doze.
2. Pelé é brasileiro.
Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos 3. O jogador de futebol.
de B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas 4. A idade de Maria.
vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este 5. A metade de um número.
erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B; 6. O triplo de 15 é maior do que 10.
teremos então: É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças ape-
nas os itens de números
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja: (A) 1, 2 e 6. (D) 1, 2, 5 e 6.
(B) 2, 3 e 4. (E) 2, 3, 4 e 5.
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então: (C) 3, 4 e 5.

n(A ∪ B) = 45. 02. (TRF 2ª Região 2007 FCC) Sabe-se que sentenças são
orações com sujeito (o termo a respeito do qual se declara
4 Conjunto complementar algo) e predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na rela-
ção seguinte há expressões e sentenças:
Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos 1. A terça parte de um número.
de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos 2. Jasão é elegante.
com CA B, ao conjunto A - B. 3. Mente sã em corpo são.
Observação: O complementar é um caso particular de 4. Dois mais dois são 5.
diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do 5. Evite o fumo.
primeiro. 6. Trinta e dois centésimos.
É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças APE-
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando NAS os itens de números
com hachuras o complementar de B em relação a A, temos: (A) 1, 4 e 6. (D) 3 e 5.
(B) 2, 4 e 5. (E) 2 e 4.
(C) 2, 3 e 5.

03. (PM-Bahia 2009 FCC) Define-se sentença como qualquer


oração que tem sujeito (o termo a respeito do qual se declara
alguma coisa) e predicado (o que se declara sobre o sujeito).
Na relação que segue há expressões e sentenças :
1. Tomara que chova.
2. Que horas são?
3. Três vezes dois são cinco.
4. Quarenta e dois detentos.
Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} 5. Policiais são confiáveis.
6. Exercícios físicos são saudáveis.
Observação: O conjunto complementar de B em De acordo com a definição dada, é correto afirmar que, dos
relação a A é formado pelos elementos que faltam para itens da relação acima, são sentenças APENAS os de núme-
"B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A. ros
A) 1, 3 e 5. D) 4 e 6.
Exercícios resolvidos: B) 2, 3 e 5. E) 5 e 6.
C) 3, 5 e 6.
4. Sendo A = { x; y; z } , B = { x; w; v } e C = { y; u; t
}, determinar os seguintes conjuntos: 04. (ICMS/SP 2006 FCC) Das cinco frases abaixo, quatro
delas têm uma mesma característica lógica em comum, en-
A–B C-A quanto uma delas não tem essa característica.
B–A B–C I. Que belo dia!

Raciocínio Lógico 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II. Um excelente livro de raciocínio lógico. q: fazer frente ao fluxo positivo.
III. O jogo terminou empatado? Se p implica em q, então
IV. Existe vida em outros planetas do universo. (A) a atuação compradora de dólares por parte do Banco
V. Escreva uma poesia. Central é condição necessária para fazer frente ao fluxo
A frase que não possui essa característica comum é a positivo.
(A) I. (C) III. (E) V. (B) fazer frente ao fluxo positivo é condição suficiente para a
(B) II. (D) IV. atuação compradora de dólares por parte do Banco Central.
(C) a atuação compradora de dólares por parte do Banco
05. (ICMS/SP 2006 FCC) Considere as seguintes frases: Central é condição suficiente para fazer frente ao fluxo positi-
I. Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005. vo.
II. (x + y)/5 é um número inteiro. (D) fazer frente ao fluxo positivo é condição necessária e
III. João da Silva foi o Secretário da Fazenda do Estado de suficiente para a atuação compradora de dólares por parte
São Paulo em 2000. do Banco Central.
É verdade que APENAS (E) a atuação compradora de dólares por parte do Banco
(A) I e II são sentenças abertas. Central não é condição suficiente e nem necessária para
(B) I e III são sentenças abertas. fazer frente ao fluxo positivo.
(C) II e III são sentenças abertas.
(D) I é uma sentença aberta. 11. (TRT-SP Anal Jud 2008 FCC) São dadas as seguintes
(E) II é uma sentença aberta. proposições:
- p: Computadores são capazes de processar quaisquer tipos
06. (MRE 2008 CESPE) Julgue os itens a seguir. de dados.
1. Considere a seguinte lista de sentenças: - q: É possível provar que ∞ + 1 = ∞.
I. Qual é o nome pelo qual é conhecido o Ministério das Re- Se p implica em q, então o fato de
lações Exteriores? (A) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é uma condição neces-
II. O Palácio Itamaraty em Brasília é uma bela construção do sária e suficiente para que os computadores sejam capazes
século XIX. de processar quaisquer tipos de dados.
III. As quantidades de embaixadas e consulados gerais que o (B) computadores serem capazes de processar quaisquer
Itamaraty possui são, respectivamente, x e y. tipos de dados não é condição necessária e nem suficiente
IV. O barão do Rio Branco foi um diplomata notável. para que seja possível provar que ∞ + 1 = ∞.
V. Indivíduo com 50 anos de idade ou mais não poderá se (C) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é uma condição sufici-
inscrever no concurso do TRT/ES. ente para que os computadores sejam capazes de processar
Nessa situação, é correto afirmar que entre as sentenças quaisquer tipos de dados.
acima, apenas uma delas não é uma proposição. (D) computadores serem capazes de processar quaisquer
tipos de dados é condição necessária para que seja possível
07. (SEBRAE-2008/CESPE) Uma proposição é uma senten- provar que ∞ + 1 = ∞.
ça afirmativa ou negativa que pode ser julgada como verda- (E) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é condição necessária
deira (V) ou falsa (F), mas não como ambas. Nesse sentido, para que os computadores sejam capazes de processar
considere o seguinte diálogo: quaisquer tipos de dados.
(1) Você sabe dividir? — perguntou Ana.
(2) Claro que sei! — respondeu Mauro. 12. (MRE 2008 CESPE) Julgue o seguinte item:
(3) Então, qual é o resto da divisão de onze milhares, onze Item 1. Considerando que A e B simbolizem, respectivamen-
centenas e onze por três? — perguntou Ana. te, as proposições “A publicação usa e cita documentos do
(4) O resto é dois. — respondeu Mauro, após fazer a conta. Itamaraty” e “O autor envia duas cópias de sua publicação de
A partir das informações e do diálogo acima, julgue os itens pesquisa para a Biblioteca do Itamaraty”, então a proposição
que se seguem. BA é uma simbolização correta para a proposição “Uma
1. A frase indicada por (3) não é uma proposição. condição necessária para que o autor envie duas cópias de
2. A frase (2) é uma proposição. sua publicação de pesquisa para a Biblioteca do Itamaraty é
que a publicação use e cite documentos do Itamaraty”.
08. (ICMS/SP 2006 FCC) Considere a proposição
“Paula estuda, mas não passa no concurso”. 13. (PETROBRAS 2007 CESPE) Julgue o seguinte item:
Nessa proposição, o conectivo lógico é Item 1. A proposição “O piloto vencerá a corrida somente se
(A) disjunção inclusiva. o carro estiver bem preparado” pode ser corretamente lida
(B) conjunção. como “O carro estar bem preparado é condição necessária
(C) disjunção exclusiva. para que o piloto vença a corrida”.
(D) condicional.
(E) bicondicional. 14. (TRF 1ª Região Técnico Jud 2006 FCC) Se todos os
nossos atos têm causa, então não há atos livres. Se não há
09. (TRT 9ª Região 2004 FCC) Leia atentamente as proposi- atos livres, então todos os nossos atos têm causa. Logo:
ções simples P e Q: a) alguns atos não têm causa se não há atos livres.
P: João foi aprovado no concurso do Tribunal. b) Todos os nossos atos têm causa se e somente se há atos
Q: João foi aprovado em um concurso. livres.
Do ponto de vista lógico, uma proposição condicional correta c) Todos os nossos atos têm causa se e somente se não há
em relação a P e Q é: atos livres.
(A) Se não Q, então P. d) Todos os nossos atos não têm causa se e somente se não
(B) Se não P, então não Q. há atos livres.
(C) Se P, então Q. e) Alguns atos são livres se e somente se todos os nossos
(D) Se Q, então P. atos têm causa
(E) Se P, então não Q.
15. (TRT-SP Anal Jud 2008 FCC) Considere as seguintes
10. (BACEN 2006 FCC) Sejam as proposições: premissas:
p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Cen- "Se todos os homens são sábios, então não há justiça para
tral; todos."
Raciocínio Lógico 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"Se não há justiça para todos, então todos os homens são
sábios."
Para que se tenha um argumento válido, é correto concluir
que:
(A) Todos os homens são sábios se, e somente se, há justiça
para todos.
(B) Todos os homens são sábios se, e somente se, não há
justiça para todos.
(C) Todos os homens são sábios e há justiça para todos.
(D) Todos os homens são sábios e não há justiça para todos.
(E) Todos os homens são sábios se há justiça para todos. A proposição composta que substitui corretamente o ponto
de interrogação é
16. (TRT-SP Téc. Jud. Área Administrativa 2008 FCC) Dadas
as proposições simples p e q, tais que p é verdadeira e q é
falsa, considere as seguintes proposições compostas:

21. (Tec da Fazenda Estadual de SP 2010 FCC) Considere


as seguintes premissas:
Quantas dessas proposições compostas são verdadeiras? p: Estudar é fundamental para crescer profissionalmente.
(A) Nenhuma. (D) Apenas três. q: O trabalho enobrece.
(B) Apenas uma. (E) Quatro. A afirmação “Se o trabalho não enobrece, então estudar não
(C) Apenas duas. é fundamental para crescer profissionalmente” é, com certe-
za, FALSA quando:
17. (TRT 9ª Região 2004 FCC) Leia atentamente as proposi- (A) p é falsa e q é verdadeira. (D) p é falsa e q é falsa.
ções P e Q: (B) p é verdadeira e q é falsa. (E) p é verdadeira e q é verda-
P: o computador é uma máquina. deira.
Q: compete ao cargo de técnico judiciário a construção de (C) p é falsa ou q é falsa.
computadores.
Em relação às duas proposições, é correto afirmar que 22. (TRT-SP Tec Jud 2008 FCC) Considere que são verda-
(A) a proposição composta “P ou Q" é verdadeira. deiras as seguintes premissas:
(B) a proposição composta “P e Q” é verdadeira. “Se o professor adiar a prova, Lulu irá ao cinema.”
(C) a negação de P é equivalente à negação de Q. “Se o professor não adiar a prova, Lenine irá à Biblioteca.”
(D) P é equivalente a Q. Considerando que, com certeza, o professor adiará a prova,
(E) P implica Q é correto afirmar que
a) Lulu e Lenine não irão à Biblioteca
18. (Petrobrás 2006 Cesgranrio) Sabendo que as proposi- b) Lulu e Lenine não irão ao cinema.
ções p e q são verdadeiras e que as proposições r e s são c) Lulu irá ao cinema.
falsas, assinale a opção que apresenta valor lógico falso nas d) Lenine irá à Biblioteca.
proposições abaixo. e) Lulu irá ao cinema e Lenine não irá à Biblioteca.

23. (TCE-SP 2010 FCC) Certo dia, cinco Agentes de um


mesmo setor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
− Amarilis, Benivaldo, Corifeu, Divino e Esmeralda − foram
convocados para uma reunião em que se discutiria a implan-
tação de um novo serviço de telefonia. Após a reunião, al-
guns funcionários fizeram os seguintes comentários:
– “Se Divino participou da reunião, então Esmeralda também
participou”;
– “Se Divino não participou da reunião, então Corifeu partici-
19. (Téc Controle Interno RJ 99 ESAF) Dadas as proposi- pou”;
ções – “Se Benivaldo ou Corifeu participaram, então Amarilis não
participou”;
– “Esmeralda não participou da reunião”.
Considerando que as afirmações contidas nos quatro comen-
tários eram verdadeiras, pode-se concluir com certeza que,
além de Esmeralda, não participaram de tal reunião
(A) Amarilis e Benivaldo.
(B) Amarilis e Divino.
(C) Benivaldo e Corifeu.
(D) Benivaldo e Divino.
(E) Corifeu e Divino.

24. (Metrô-SP 2009 FCC) Entre outros, três enfermeiros −


A que tem valor lógico FALSO é a Abigail, Benício e Clóvis − foram incumbidos de acompanhar
(A) IV (B) V (C) III (D) II (E) I um Programa de Vacinação contra o vírus da dengue, a ser
executado em uma mesma estação de trens metropolitanos
20. (ICMS/SP 2006 FCC) Na tabela-verdade abaixo, p e q da cidade de São Paulo. Sabedor de que, no dia estipulado
são proposições para a execução do programa, pelo menos um desses três
enfermeiros não havia comparecido ao local designado, o

Raciocínio Lógico 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Coordenador do Programa convocou-os a prestar esclareci- Diante de tal inverdade, o jornal se viu obrigado a retratar-se,
mentos, ouvindo deles as seguintes declarações: publicando uma negação de tal manchete. Das sentenças
Abigail: Benício faltou e Clóvis faltou. seguintes, aquela que expressaria de maneira correta a ne-
Benício: Clóvis compareceu ou Abigail faltou. gação da manchete publicada é:
Clóvis: Se Benício compareceu, então Abigail faltou. (A) Qualquer Agência do Banco do Brasil não têm déficit de
Considerando que as três declarações são falsas, é correto funcionários.
afirmar que, apenas, (B) Nenhuma Agência do Banco do Brasil tem déficit de fun-
(A) Abigail faltou. cionários.
(B) Benício faltou. (C) Alguma Agência do Banco do Brasil não tem déficit de
(C) Clóvis faltou. funcionários.
(D) Abigail e Benício faltaram. (D) Existem Agências com deficit de funcionários que não
(E) Benício e Clóvis faltaram. pertencem ao Banco do Brasil.
(E) O quadro de funcionários do Banco do Brasil está com-
25. (Analista BACEN 2005 FCC) Aldo, Benê e Caio recebe- pleto.
ram uma proposta para executar um projeto. A seguir são
registradas as declarações dadas pelos três, após a conclu- 30. (Prominp 2009 Cesgranrio) A negação de “Todos os
são do projeto: filhos de Maria gostam de quiabo” é
- Aldo: Não é verdade que Benê e Caio executaram o proje- (A) nenhum dos filhos de Maria gosta de quiabo.
to. (B) nenhum dos filhos de Maria desgosta de quiabo.
- Benê: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o execu- (C) pelo menos um dos filhos de Maria gosta de quiabo.
tou. (D) pelo menos um dos filhos de Maria desgosta de quiabo.
- Caio: Eu não executei o projeto, mas Aldo ou Benê o exe- (E) alguns filhos de Maria não gostam de quiabo.
cutaram.
Se somente a afirmação de Benê é falsa, então o projeto foi 31. (Metrô-SP 2010 FCC) A negação da proposição “Existem
executado APENAS por Linhas do Metrô de São Paulo que são ociosas.” é:
(A) Aldo. (C) Caio. (E) Aldo e Caio. (A) Nenhuma Linha do Metrô de São Paulo é ociosa.
(B) Benê. (D) Aldo e Benê. (B) Nenhuma Linha ociosa é do Metrô de São Paulo.
(C) Nem toda Linha do Metrô de São Paulo é ociosa.
26. (Câmara dos deputados 2007 FCC) Relativamente a uma (D) Algumas Linhas do Metrô de São Paulo não são ociosas.
mesma prova de um concurso a que se submeteram, três (E) Toda Linha do Metrô de São Paulo é não ociosa.
amigos fizeram as seguintes declarações:
Ariovaldo: Benício foi reprovado no concurso e Corifeu foi 32. (Oficial de Justiça TJ-PE 2006 FCC) Considere a afirma-
aprovado. ção abaixo.
Benício: Se Ariovaldo foi reprovado no concurso, então Cori- Existem funcionários públicos que não são eficientes.
feu também o foi. Se essa afirmação é FALSA, então é verdade que:
Corifeu: Eu fui aprovado no concurso, mas pelo menos um (A) nenhum funcionário público é eficiente.
dos outros dois não o foi. (B) nenhuma pessoa eficiente é funcionário público.
Admitindo-se que as três declarações são verdadeiras, então (C) todo funcionário público é eficiente.
(A) Ariovaldo foi o único dos três que foi aprovado no concur- (D) nem todos os funcionários públicos são eficientes.
so. (E) todas as pessoas eficientes são funcionários públicos.
(B) Benício foi o único dos três que foi aprovado no concurso.
(C) Corifeu foi o único dos três que foi aprovado no concurso. 33. (TRT 9ª Região 2004 FCC) Em uma declaração ao tribu-
(D) Benício foi o único dos três que foi reprovado no concur- nal, o acusado de um crime diz:
so. "No dia do crime, não fui a lugar nenhum. Quando ouvi a
(E) Ariovaldo foi o único dos três que foi reprovado no con- campainha e percebi que era o vendedor, eu disse a ele:
curso. - hoje não compro nada. Isso posto, não tenho nada a decla-
rar sobre o crime.”
NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES Embora a dupla negação seja utilizada com certa freqüência
27. Dê a negação de cada uma das proposições abaixo. na língua portuguesa como um reforço da negação, do ponto
a) Todos os corvos não são negros. Algum corvo é negro. de vista puramente lógico, ela equivale a uma afirmação.
b) Nenhum gato não sabe pular. Algum gato não sabe pular. Então, do ponto de vista lógico, o acusado afirmou, em rela-
c) Algum sapo é príncipe. Nenhum sapo é príncipe. ção ao dia do crime, que
d) Alguma planta não é venenosa. Toda planta é venenosa. (A) não foi a lugar algum, não comprou coisa alguma do
vendedor e não tem coisas a declarar sobre o crime.
28. (TRT 9ª Região 2004 FCC) A correta negação da propo- (B) não foi a lugar algum, comprou alguma coisa do vende-
sição "todos os cargos deste concurso são de analista judici- dor e tem coisas a declarar sobre o crime.
ário” é: (C) foi a algum lugar, comprou alguma coisa do vendedor e
(A) alguns cargos deste concurso são de analista judiciário. tem coisas a declarar sobre o crime.
(B) existem cargos deste concurso que não são de analista (D) foi a algum lugar, não comprou coisa alguma do vende-
judiciário. dor e não tem coisas a declarar sobre o crime.
(C) existem cargos deste concurso que são de analista judi- (E) foi a algum lugar, comprou alguma coisa do vendedor e
ciário. não tem coisas a declarar sobre o crime.
(D) nenhum dos cargos deste concurso não é de analista
judiciário. 34. (Fiscal Recife 2003 ESAF) Pedro, após visitar uma aldeia
(E) os cargos deste concurso são ou de analista, ou no judi- distante, afirmou: “Não é verdade que todos os aldeões da-
ciário. quela aldeia não dormem a sesta”. A condição necessária e
suficiente para que a afirmação de Pedro seja verdadeira é
29. (Escriturário Banco do Brasil 2011 FCC) Um jornal publi- que seja verdadeira a seguinte proposição:
cou a seguinte manchete: a) No máximo um aldeão daquela aldeia não dorme a sesta.
“Toda Agência do Banco do Brasil tem déficit de funcioná- b) Todos os aldeões daquela aldeia dormem a sesta.
rios.” c) Pelo menos um aldeão daquela aldeia dorme a sesta.
d) Nenhum aldeão daquela aldeia não dorme a sesta.

Raciocínio Lógico 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


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e) Nenhum aldeão daquela aldeia dorme a sesta.

35. (Especialista em Políticas Públicas SP 2009 FCC) A


sentença a seguir foi dita pelo chefe da manutenção de de-
terminada indústria durante uma reunião: “Não é verdade
que todos os funcionários do meu setor deixaram de cumprir
a meta de atender a 100% das chamadas dentro do prazo 41. (TRF 3ª Região 2007 FCC) Se Lucia é pintora, então ela
recomendado.” é feliz. Portanto:
Mais tarde, na mesma reunião, os dados apresentados pelos (A) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora.
outros setores da indústria mostraram que o chefe da manu- (B) Se Lucia é feliz, então ela é pintora.
tenção se equivocara, sendo falsa sua sentença. Nessas (C) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora.
condições, é necessário concluir que (D) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz.
(A) nenhum funcionário da manutenção conseguiu atende a (E) Se Lucia é pintora, então ela não é feliz.
qualquer chamada dentro do prazo recomendado.
(B) pelo menos um funcionário da manutenção não conse- 42. (Assembléia Legislativa/SP 2010 FCC) Durante uma
guiu atender nenhuma chamada dentro do prazo recomen- sessão no plenário da Assembléia Legislativa, o presidente
dado. da mesa fez a seguinte declaração, dirigindo- se às galerias
(C) todos os funcionários da manutenção tiveram pelo menos da casa:
uma chamada que não foi atendida dentro do prazo reco- “Se as manifestações desrespeitosas não forem interrompi-
mendado. das, então eu não darei início à votação”.
(D) apenas um funcionário da manutenção teve pelo menos Esta declaração é logicamente equivalente à afirmação
uma chamada que não foi atendida dentro do prazo reco- (A) se as manifestações desrespeitosas continuarem, então
mendado. o presidente da mesa começará a votação.
(E) 100% das chamadas feitas a funcionários da manutenção (B) se as manifestações desrespeitosas não continuarem,
deixaram de ser atendidas dentro do prazo recomendado. então o presidente da mesa não começará a votação.
(C) se o presidente da mesa deu início à votação, então as
36. Dê uma negação para cada uma das proposições abaixo. manifestações desrespeitosas foram interrompidas.
a) X > Y e Z = W. (D) se o presidente da mesa não deu início à votação, então
b) X ≤ Y ou Z < W. as manifestações desrespeitosas não foram interrompidas.
c) Se o tempo está chuvoso, então não faz calor. (E) se as manifestações desrespeitosas forem interrompidas,
d) João é bom médico se e só se estudou muito. então o presidente da mesa dará início à votação.
37. (Metrô-SP 2010 FCC) Considere as proposições simples: 43. (TCE MG 2007 FCC) São dadas as seguintes proposi-
p: Maly é usuária do Metrô e q: Maly gosta de dirigir automó- ções:
vel (1) Se Jaime trabalha no Tribunal de Contas, então ele é
A negação da proposição composta p ∧ ~q é: eficiente.
(A) Maly não é usuária do Metrô ou gosta de dirigir automó- (2) Se Jaime não trabalha no Tribunal de Contas, então ele
vel. não é eficiente.
(B) Maly não é usuária do Metrô e não gosta de dirigir auto- (3) Não é verdade que, Jaime trabalha no Tribunal de Contas
móvel. e não é eficiente.
(C) Não é verdade que Maly não é usuária do Metrô e não (4) Jaime é eficiente ou não trabalha no Tribunal de Contas.
gosta de dirigir automóvel. É correto afirmar que são logicamente equivalentes apenas
(D) Não é verdade que, se Maly não é usuária do Metrô, as proposições de números
então ela gosta de dirigir automóvel. (A) 2 e 4
(E) Se Maly não é usuária do Metrô, então ela não gosta de (B) 2 e 3
dirigir automóvel. (C) 2, 3 e 4
(D) 1, 2 e 3
38. (ANEEL Analista 2006 ESAF) A negação da afirmação (E) 1, 3 e 4
condicional “se Ana viajar, Paulo vai viajar” é:
a) Ana não está viajando e Paulo vai viajar. 44. (ISS São Paulo 2007 FCC) Considere a seguinte propo-
b) se Ana não viajar, Paulo vai viajar. sição:
c) Ana está viajando e Paulo não vai viajar. “Se um Auditor-Fiscal Tributário não participa de projetos de
d) Ana não está viajando e Paulo não vai viajar. aperfeiçoamento, então ele não progride na carreira.”
e) se Ana estiver viajando, Paulo não vai viajar. Essa proposição é tautologicamente equivalente à proposi-
ção:
39. (Prominp 2008 Cesgranrio) Sejam p, q e r proposições (A) Não é verdade que, ou um Auditor-Fiscal Tributário não
simples e ~p, ~q e ~r as suas respectivas negações. A nega- progride na carreira ou ele participa de projetos de aperfeiço-
ção de amento.
(B) Se um Auditor-Fiscal Tributário participa de projetos de
aperfeiçoamento, então ele progride na carreira.
é
(C) Não é verdade que, um Auditor-Fiscal Tributário não
participa de projetos de aperfeiçoamento e não progride na
carreira.
(D) Ou um Auditor-Fiscal Tributário não progride na carreira
ou ele participa de projetos de aperfeiçoamento.
(E) Um Auditor-Fiscal Tributário participa de projetos de aper-
feiçoamento e progride na carreira.
EQUIVALÊNCIA ENTRE PROPOSIÇÕES
40. (ICMS/SP 2006 FCC) Das proposições abaixo, a única 45. (TRE-PI – Téc Jud 2009 FCC) Um dos novos funcioná-
que é logicamente equivalente a p → q é rios de um cartório, responsável por orientar o público, rece-
beu a seguinte instrução:

Raciocínio Lógico 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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“Se uma pessoa precisar autenticar documentos, encaminhe-
a ao setor verde.” TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA
Considerando que essa instrução é sempre cumprida corre- 50. (TRT9 2004 FCC) Considere a seguinte proposição: "na
tamente, pode-se concluir que, necessariamente, eleição para a prefeitura, o candidato A será eleito ou não
(A) uma pessoa que não precise autenticar documentos será eleito”. Do ponto de vista lógico, a afirmação da propo-
nunca é encaminhada ao setor verde. sição caracteriza:
(B) toda pessoa encaminhada ao setor verde precisa autenti- (A) um silogismo. (D) uma contingência.
car documentos. (B) uma tautologia. (E) uma contradição.
(C) somente as pessoas que precisam autenticar documen- (C) uma equivalência.
tos são encaminhadas ao setor verde.
(D) a única função das pessoas que trabalham no setor ver- RESPOSTAS
de é autenticar documentos. 01. A 11. E 21. B 31. - 41. A
(E) toda pessoa que não é encaminhada ao setor verde não 02. E 12. C 22. C 32. C 42. C
precisa autenticar documentos. 03. C 13. C 23. B 33. C 43. E
04. D 14. C 24. C 34. C 44. D
46. (TRF 3ª Região Analista Judiciário 2007 FCC) Considere 05. A 15. B 25. B 35. C 45. E
que as sentenças abaixo são verdadeiras. 06. E 16. C 26. D 36. - 46. B
Se a temperatura está abaixo de 5°C, há nevoeiro. 07. CC 17. A 27. - 37. A 47. B
Se há nevoeiro, os aviões não decolam. 08. B 18. D 28. B 38. C 48. C
Assim sendo, também é verdadeira a sentença: 09. C 19. B 29. C 39. A 49. A
(A) Se não há nevoeiro, os aviões decolam. 10. C 20. C 30. D 40. A 50. B
(B) Se não há nevoeiro, a temperatura está igual a ou acima
de 5°C. 27.
(C) Se os aviões não decolam, então há nevoeiro. a) Algum corvo é negro.
(D) Se há nevoeiro, então a temperatura está abaixo de 5°C. b) Algum gato não sabe pular.
(E) Se a temperatura está igual a ou acima de 5°C os aviões c) Nenhum sapo é príncipe. (Todo sapo não é príncipe.)
decolam. d) Toda planta é venenosa. (Nenhuma planta não é veneno-
sa.)
47. (ICMS/SP 2006 FCC) Se p e q são proposições, então a 36.
proposição p ∧ (~q) é equivalente a a) X ≤ Y ou Z ≠ W.
b) X > Y e Z ≥ W.
c) O tempo está chuvoso e não faz calor.
d) Ou João é bom médico ou estudou muito, mas não am-
bos.

QUESTÕES RESOLVIDAS

Questão 1: FUNIVERSA/2012 - Concurso PC-DF Perito


Criminal – Odontologia
Pergunta: Cinco amigos encontraram-se em um bar e, depois
48. (ICMS/SP 2006 FCC) Dentre as alternativas abaixo,
de algumas horas de muita conversa, dividiram igualmente a
assinale a correta.
conta, a qual fora de, exatos, R$ 200,00, já com a gorjeta
(A) As proposições ~(p ∧ q) e (~p ∨ ~q) não são logicamente incluída. Como se encontravam ligeiramente alterados pelo
equivalentes. álcool ingerido, ocorreu uma dificuldade no fechamento da
(B) A negação da proposição “Ele faz caminhada se, e so- conta. Depois que todos julgaram ter contribuído com sua
mente se, o tempo está bom”, é a proposição “Ele não faz parte na despesa, o total colocado sobre a mesa era de R$
caminhada se, e somente se, o tempo não está bom”. 160,00, apenas, formados por uma nota de R$ 100,00, uma
(C) A proposição ~[ p ∨ ~(p ∧ q)] é logicamente falsa. de R$ 20,00 e quatro de R$ 10,00. Seguiram-se, então, as
(D) A proposição “Se está quente, ele usa camiseta”, é logi- seguintes declarações, todas verdadeiras: Antônio: — Basílio
camente equivalente à proposição “Não está quente e ele pagou. Eu vi quando ele pagou. Danton: — Carlos também
usa camiseta”. pagou, mas do Basílio não sei dizer. Eduardo: — Só sei que
(E) A proposição “Se a Terra é quadrada, então a Lua é alguém pagou com quatro notas de R$ 10,00. Basílio: —
triangular” é falsa. Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio quem colocou, eu
vi quando ele pegou seus R$ 60,00 de troco. Carlos: — Sim,
49. (Especialista em Políticas Públicas SP 2009 FCC) Um e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota de R$ 50,00
fornecedor do governo apresentou, no mês de abril, um con- que o Eduardo colocou na mesa. Imediatamente após essas
trato para realização de um serviço que seria pago somente falas, o garçom, que ouvira atentamente o que fora dito e
em maio. O contrato trazia a seguinte cláusula: conhecia todos do grupo, dirigiu-se exatamente àquele que
“Se o IPCA de abril for menor do que 2%, então os valores ainda não havia contribuído para a despesa e disse: O se-
constantes no contrato não sofrerão qualquer correção.” nhor pretende usar seu cartão e ficar com o troco em espé-
De acordo com essa cláusula, é correto concluir que, neces- cie? Com base nas informações do texto, o garçom fez a
sariamente, se pergunta a:
(A) os valores constantes no contrato sofreram uma correção a) Antônio
de 2%, então o IPCA de abril foi, no mínimo, 2%. b) Basílio
(B) os valores constantes no contrato sofreram uma correção c) Carlos
de 1%, então o IPCA de abril ficou entre 1% e 2%. d) Danton
(C) o IPCA de abril foi 3%, então os valores do contrato so- e) Eduardo
freram algum tipo de correção.
(D) o IPCA de abril foi 1%, então os valores do contrato so-
freram correção de, no mínimo, 1%.
(E) os valores constantes no contrato não sofreram qualquer
correção, então o IPCA de abril foi, no máximo, 1%

Raciocínio Lógico 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) Bons pintores não usam tinta ruim.
Questão 2: ESAF/2012 - Concurso Auditor Fiscal da Receita
Federal Questão 7: FCC/2012 - Concurso TCE- AP Técnico de Con-
Pergunta: Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. trole Externo
Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, Pergunta: O responsável por um ambulatório médico afirmou:
não vou morar em Pasárgada. Assim, “Todo paciente é atendido com certeza, a menos que tenha
a) não viajo e caso. chegado atrasado.” De acordo com essa afirmação, conclui-
b) viajo e caso. se que, necessariamente,
c) não vou morar em Pasárgada e não viajo. a) nenhum paciente terá chegado atrasado se todos tiverem
d) compro uma bicicleta e não viajo. sido atendidos.
e) compro uma bicicleta e viajo. b) nenhum paciente será atendido se todos tiverem chegado
atrasados.
Questão 3: Vunesp 2012 - Concurso TJM-SP Analista de c) se um paciente não for atendido, então ele terá chegado
Sistemas atrasado.
Pergunta: Se afino as cordas, então o instrumento soa bem. d) se um paciente chegar atrasado, então ele não será aten-
Se o instrumento soa bem, então toco muito bem. Ou não dido.
toco muito bem ou sonho acordado. Afirmo ser verdadeira a e) se um paciente for atendido, então ele não terá chegado
frase: não sonho acordado. Dessa forma, conclui-se que atrasado.
a) sonho dormindo.
b) o instrumento afinado não soa bem. Respostas
c) as cordas não foram afinadas. Questão 1
d) mesmo afinado o instrumento não soa bem. O enunciado informa que todas as informações dadas são
e) toco bem acordado e dormindo. verdadeiras, portanto:
Basílio pagou;
Questão 4: Cesgranrio/2012 - Concurso Petrobrás – Técnico Carlos pagou;
de Exploração de Petróleo Júnior – Informática Antônio pagou com R$ 100,00 reais e retirou da mesa o troco
Pergunta: O turista perdeu o voo ou a agência de viagens se de R$ 60,00 reais. Incluíndo a nota de R$ 50,00 que havia
enganou. Se o turista perdeu o voo, então a agência de via- sido dada por Eduardo.
gens não se enganou. Se a agência de viagens não se en- Eduardo pagou, portanto sobra danton.
ganou, então o turista não foi para o hotel. Se o turista não
foi para o hotel, então o avião atrasou. Se o turista não per- Questão 2
deu o voo, então foi para o hotel. O avião não atrasou. Logo, Afirmação: Não vou morar em Parságada. Para ser verdadei-
a) o turista foi para o hotel e a agência de viagens se enga- ro deve ter pelo menos uma proposição verdadeira.
nou. Caso (V) v Compro a Bicicleta (F)
b) o turista perdeu o voo e a agência de viagens se enganou. Viajo (V) v Não caso (F)
c) o turista perdeu o voo e a agência de viagens não se en- Morar em Parságada (F) v Não compro bicicleta (V)
ganou. Conclusão:
d) o turista não foi para o hotel e não perdeu o voo. -Viajo, Caso e Não compro a bicicleta.
e) o turista não foi para o hotel e perdeu o voo.
Questão 3
Questão 5: FCC/2012 - Concurso TJ/RJ para Analista Judici- Afirmação: Não sonho acordado. Isso nos leva a pensar na
ário/Análise de Sistemas frase: "Ou não toco muito bem ou sonho acordado". Porque
Pergunta: Considere a seguinte análise, feita por um comen- se ele não sonha acordado também não toca muito bem.
tarista esportivo durante um torneio de futebol. Se o Brasil Se o instrumento soa bem, então toco muito bem.
vencer ou empatar o jogo contra o Equador, então estará Se afino as cordas, então o instrumento soa bem.
classificado para a semifinal, independentemente de outros Ou seja, como já se sabe que ele não toca bem, consequen-
resultados. Classificando-se para a semifinal, a equipe brasi- temente o instrumento não soa bem e as cordas não estão
leira vai enfrentar o Uruguai. De acordo com essa análise, afinadas.
conclui-se que se o Brasil
a) não enfrentar o Uruguai, necessariamente terá perdido o Questão 4
jogo para o Equador. A: o turista perdeu o voo
b) não se classificar para a semifinal, terá necessariamente B: a agência de viagens se enganou
empatado o jogo com o Equador. C: o turista foi para o hotel
c) enfrentar o Uruguai, necessariamente terá vencido ou D: o avião atrasou
empatado seu jogo contra o Equador. Afirmação: O avião não atrasou.
d) perder seu jogo contra o Equador, necessariamente não Proposições:
se classificará para a semifinal. A (Falsa) v B (Verdadeira)
e) se classificar para a semifinal, então necessariamente não A (Falsa) -->> ~B (Falsa)
terá sido derrotado pelo Equador. ~B (Falsa) -->> ~C (Falsa)
~C (Falsa) -->> D (Falsa)
Questão 6: FCC/2012 - TCE – SP Agente de Fiscalização ~A (Verdadeira) -->> C (Verdadeira)
Financeira – Administração ~D (Verdadeira)
Pergunta: Se a tinta é de boa qualidade então a pintura me- O avião não se atrasou, portanto o turista foi para o hotel.
lhora a aparência do ambiente. Se o pintor é um bom pintor A agência de viagens se enganou, ou seja o turista foi para o
até usando tinta ruim a aparência do ambiente melhora. O hotel.
ambiente foi pintado. A aparência do ambiente melhorou. Resposta certa: O turista foi para o hotel e a agência de
Então, a partir dessas afirmações, é verdade que: viagens se enganou.
a) O pintor era um bom pintor ou a tinta era de boa qualida-
de. Questão 5
b) O pintor era um bom pintor e a tinta era ruim. A: Vencer o jogo contra o Equador
c) A tinta não era de boa qualidade. B: Empatar o jogo
d) A tinta era de boa qualidade e o pintor não era bom pintor. C: Ir para a semifinal

Raciocínio Lógico 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


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D: Enfrentar o Uruguai
Não se fala na questão que se o Brasil perder ele não vai (A) todos os que conhecem Maria a admiram.
para a semifinal; (B) ninguém admira Maria.
A letra B está incorreta porque o fato de empatar o Equador (C) alguns que conhecem Maria não conhecem João.
classifica o Brasil. (D) quem conhece João admira Maria.
A letra C está errada porque o termo necessariamente gene- (E) só quem conhece João e Maria conhece Maria.
raliza a informação;
A questão D também está incorreta porque o Brasil pode 4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Ge-
perder o jogo e mesmo assim se classificar; raldo não é mais rico do que quem o inveja. Logo,
A classificação pode acontecer de 3 formas: ganhando, per-
dendo ou empatando fazendo com a questão e fique incorre- (A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre
ta. do que Válter.
(B) Geraldo é mais rico do que Válter.
Questão 6 (C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do
Premissas: que ele.
Tinta boa: pintura melhora a aparência; (D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele.
Pintor bom: pintura melhora a aparência; (E) Geraldo não é mais rico do que Válter.
Sabendo que o ambiente foi pintado e aparência melhorou.
Mas, o ambiente pode ter sido melhorado por outros motivos; 5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de
A pintura só pode melhorar a aparência se usar tinta boa ou gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasoli-
se for um pintor bom. na fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo,

Questão 7 (A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada-


Com a afirmação dada no exercício pode-se concluir que: ria.
-Se você chegar na hora será sempre atendido; (B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
-Se chegar atrasado talvez possa ser atendido, ou seja, che- a padaria.
gar atrasado não é sinônimo de chegar atrasado. (C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca
de jornal.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de ga-
Gabarito das Questões Resposta Certa solina.
Questão 1 Letra D (E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
Questão 2 Letra B daria.
Questão 3 Letra C
6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obti-
Questão 4 Letra A
das pela sua equipe nos últimos quatro jogos,
Questão 5 Letra A decide apostar que essa equipe também vencerá
Questão 6 Letra A o próximo jogo. Indique a Informação adicional
Questão 7 Letra C que tornaria menos provável a vitória esperada.
Okconcursos
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez
de apenas quatro.
(B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de
PROVA SIMULADA II que não choverá no próximo jogo.
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por
1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sen- uma diferença de mais de um gol.
do, (D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti-
ramento muscular.
(A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos (E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados
republicanos. em seu campo e os outros dois, em campo ad-
(B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto versário.
dos marinheiros.
(C) todos os republicanos são marinheiros. 7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana.
(D) algum marinheiro não é republicano. Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo,
(E) nenhum marinheiro é republicano.
(A) Fátima corre menos do que Rita.
2. Assinale a alternativa que apresenta uma contra- (B) Fátima corre mais do que Marta.
dição. (C) Juliana corre menos do que Rita.
(D) Marta corre mais do que Juliana.
(A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetari- (E) Juliana corre menos do que Marta.
ano é espião.
(B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano 8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para
não é espião. se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que
(C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião passam por Y é
não é vegetariano.
(D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não (A) 10.
é vegetariano. (B) 12.
(E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é (C) 18.
vegetariano. (D) 24.
(E) 32.
3. Todos os que conhecem João e Maria admiram
Maria. Alguns que conhecem Maria não a admi- 9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plan-
ram. Logo, tas que tem clorofila são comestíveis. Logo,

Raciocínio Lógico 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então
(A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) algumas plantas verdes não são comestíveis. (A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
(C) algumas plantas comestíveis têm clorofila. (B) os sobrinhos de não músicos sempre são músi-
(D) todas as plantas que têm clorofila são comestí- cos.
veis. (C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis. (D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são mú-
10. A proposição 'É necessário que todo aconteci- sicos.
mento tenha causa' é equivalente a
16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre.
(A) É possível que algum acontecimento não tenha O paciente está bem. Logo, o paciente
causa. (A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM.
(B) Não é possível que algum acontecimento não te- (B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM.
nha causa. (C) TEM FEBRE.
(C) É necessário que algum acontecimento não tenha (D) NÃO TEM FEBRE.
causa. (E) NÃO ESTÁ BEM.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
causa. INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
(E) É impossível que algum acontecimento tenha às questões de nº 17 e 18.
causa.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendi-
11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... , zado será sobre a educação universal. Através dos tempos,
temos as escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis
tentando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
(A) 21. ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com-
(B) 22. portamental e através de exercícios, repetição e feedback.
(C) 23. Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no
(D) 24. primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em
(E) 25. estágios posteriores do processo educacional. Essas maté-
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio-
12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia,
até predileção por estados cognitivos de conflito, diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são
em que o problema ainda não é totalmente com- melhor aprendidas através de programas de computador. O
preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a
resposta correta', essa ansiedade pode impedir a ser um líder e um recurso.
exploração mais completa do problema.' (David
Canaher, Senso Crítico). Na escola de amanhã os estudantes serão seus pró-
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍ- prios instrutores, com programas de computador como fer-
TICO ramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estu-
(A) precisa tolerar respostas corretas. dantes, maior o apelo do computador para eles e maior o
(B) nunca sabe a resposta correta. seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente,
(C) precisa gostar dos estados em que não sabe a a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de
resposta correta. mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será
(D) que não fica aflito explora com mais dificuldades fortemente intensiva de capital.
os problemas.
(E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito. Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educa-
ção universal apresenta tremendos desafios. Os conceitos
13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não te- tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler,
nho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de escrever e aritmética continuarão a ser necessários como
rosas. Logo, hoje, mas a educação precisará ir muito além desses itens
básicos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos;
(A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia uma compreensão básica de ciência e da dinâmica da tec-
de rosas. nologia; conhecimento de línguas estrangeiras. Também
(B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma será necessário aprender a ser eficaz como membro de uma
dúzia de rosas. organização, como empregado." (Peter Drucker, A socieda-
(C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia de pós-capitalista).
dúzia de lírios.
17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como
(D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
aritmética, ortografia, história e biologia
dúzias de lírios.
(E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
(A) Deve Ocorrer Apenas No Primeiro Grau.
de lírios.
(B) deve ser diferente do ensino de matérias como
neurocirurgia e diagnóstico médico.
14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sen-
(C) será afetado pelo desenvolvimento da informáti-
do,
ca.
(D) não deverá se modificar, nas próximas décadas.
(A) seu esforço é condição suficiente para vencer.
(E) deve se dar através de meras repetições e exer-
(B) seu esforço é condição necessária para vencer.
cícios.
(C) se você não se esforçar, então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar.
18. Para o autor, neste novo cenário, o computador
(E) mesmo que se esforce, você não vencerá.

Raciocínio Lógico 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) terá maior eficácia educacional quanto mais jo- apenas por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.'
vem for o estudante. (Chester Barnard, The Functions of the Executive).
(B) tende a substituir totalmente o professor em sala
de aula. 23. Para o autor,
(C) será a ferramenta de aprendizado para os profes-
sores. (A) autoridade de posição e autoridade de liderança
(D) tende a ser mais utilizado por médicos. são sinônimos.
(E) será uma ferramenta acessória na educação. (B) autoridade de posição é uma autoridade superior
à autoridade de liderança.
19. Assinale a alternativa em que se chega a uma (C) a autoridade de liderança se estabelece por ca-
conclusão por um processo de dedução. racterísticas individuais de alguns homens.
(D) a autoridade de posição se estabelece por habili-
(A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro dades pessoais superiores de alguns líderes.
cisne branco ... então todos os cisnes são bran- (E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade
cos. de liderança são ineficazes.
(B) Vi um cisne, então ele é branco.
(C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes de- 24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as
vem ser brancos. pessoas
(D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é
branco. (A) não costumam respeitar a autoridade de posição.
(E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne (B) também respeitam autoridade que não esteja li-
pode ser branco. gada a posições hierárquicas superiores.
(C) respeitam mais a autoridade de liderança do que
20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos de posição.
gorda do que Bruna. Logo, (D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade.
(E) confundem autoridade de posição e liderança.
(A) Vera é mais gorda do que Bruna.
(B) Cátia é menos gorda do que Bruna. 25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um
(C) Bruna é mais gorda do que Cátia. cientista deduz uma predição sobre a ocorrência
(D) Vera é menos gorda do que Cátia. de um certo eclipse solar. Todavia, sua predição
(E) Bruna é menos gorda do que Vera. mostra-se falsa. O cientista deve logicamente
concluir que
21. Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas.
(A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa.
(B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa.
(C) todo animal é cavalo. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver-
(D) nem todo cavalo é animal. dadeira.
(E) nenhum animal é cavalo. (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda-
deira.
22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol
mas não praticam vôlei e há 8 alunos que prati- 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as-
cam vôlei mas não praticam futebol. O total dos sistencial, então ele cometeu um grave delito.
que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alu- Mas Francisco não desviou dinheiro da campanha
nos que não praticam futebol. O número de alu- assistencial. Logo,
nos da classe é
(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assis-
(A) 30. tencial.
(B) 35. (B) Francisco não cometeu um grave delito.
(C) 37. (C) Francisco cometeu um grave delito.
(D) 42. (D) alguém desviou dinheiro da campanha assisten-
(E) 44. cial.
(E) alguém não desviou dinheiro da campanha assis-
INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder tencial.
às questões de nº 23 e 24.
27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo,
“Os homens atribuem autoridade a comunicações de
posições superiores, com a condição de que estas comuni- (A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu.
cações sejam razoavelmente consistentes com as vanta- (B) Rodrigo é culpado.
gens de escopo e perspectiva que são creditadas a estas (C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado.
posições. Esta autoridade é, até um grau considerável, in- (D) Rodrigo mentiu.
dependente da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a (E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu.
posição. E muitas vezes reconhecido que, embora este
sujeito possa ter habilidade pessoal limitada, sua recomen- 28. Continuando a seqüência de letras F, N, G, M, H . .
dação deve ser superior pela simples razão da vantagem de ..., ..., temos, respectivamente,
posição. Esta é a autoridade de posição”.
(A) O, P.
Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade supe- (B) I, O.
rior. O seu conhecimento e a sua compreensão, indepen- (C) E, P.
dentemente da posição, geram respeito. Os homens atribu- (D) L, I.
em autoridade ao que eles dizem, em uma organização, (E) D, L.

Raciocínio Lógico 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
29. Continuando a seqüência 4, 10, 28, 82, ..., temos 35- Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam
sentar-se, os cinco, lado a lado, na mesma fila. O número de
(A) 236. maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos
(B) 244. de modo que as duas moças fiquem juntas, uma ao lado da
(C) 246. outra, é igual a
(D) 254. a) 2
(E) 256. b) 4
c) 24
30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclu- d) 48
são verdadeira (que corresponde à realidade) e o e) 120
argumento inválido (do ponto de vista lógico).
36- De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados
(A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, por- em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão matriculados nem
tanto Sócrates é mortal. em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos
(B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é 200 estudantes. A probabilidade de que o estudante selecio-
um ser, e todo ser é homem. nado esteja matriculado em pelo menos uma dessas discipli-
(C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto nas (isto é, em Inglês ou em Francês) é igual a
cachorros não são gatos. a) 30/200
(D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo b) 130/200
pensamento é um movimento, visto que todos os c) 150/200
raciocínios são movimentos. d) 160/200
(E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco e) 190/200
pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés.
37- Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente
31 - Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se, dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e Camile. Ana, por ser
também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessaria- a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais
mente que meia barra. Após Ana ter recebido sua parte, Beatriz recebeu
a) todo C é B a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile
b) todo C é A o restante da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o
c) algum A é C número de barras de ouro que Ana recebeu foi:
d) nada que não seja C é A a) 1
e) algum A não é C b) 2
c) 3
32- Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são d) 4
conjuntos não vazios): e) 5
Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido
em P" 38- Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre
Premissa 2: "X não está contido em P" verdadeira, independentemente da verdade dos termos que
Pode-se, então, concluir que, necessariamente a compõem. Um exemplo de tautologia é:
a) Y está contido em Z a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) X está contido em Z b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) Y está contido em Z ou em P c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é
d) X não está contido nem em P nem em Y gordo
e) X não está contido nem em Y e nem em Z d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e
Guilherme é gordo
33- A operação Å x é definida como o dobro do quadrado de e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo
x. Assim, o valor da expressão Å 21/2 - Å [ 1Å 2 ] é igual a
a) 0 39- Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária
b) 1 para a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrên-
c) 2 cia de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condi-
d) 4 ção necessária e suficiente para a ocorrência de A. Assim,
e) 6 quando C ocorre,
a) D ocorre e B não ocorre
34- Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de b) D não ocorre ou A não ocorre
um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e c) B e A ocorrem
Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um d) nem B nem D ocorrem
deles respondeu: e) B não ocorre ou A não ocorre
Armando: "Sou inocente"
Celso: "Edu é o culpado" 40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D.
Edu: "Tarso é o culpado" Ora, B=D. Logo:
Juarez: "Armando disse a verdade" a) B ¹ C
Tarso: "Celso mentiu" b) B ¹ A
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que c) C = A
todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o d) C = D
culpado é: e) D ¹ A
a) Armando
b) Celso 41- De três irmãos – José, Adriano e Caio –, sabe-se que ou
c) Edu José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se,
d) Juarez também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais
e) Tarso velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos
são, respectivamente:
a) Caio e José

Raciocínio Lógico 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) Caio e Adriano a) Lauro é culpado e Sônia é culpada
c) Adriano e Caio b) Sônia é culpada e Roberto é inocente
d) Adriano e José c) Pedro é culpado ou Roberto é culpado
e) José e Adriano d) Se Roberto é culpado, então Lauro é culpado
e) Roberto é inocente se e somente se Lauro é inocente
42- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é
florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho 49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta.
canta. Logo: Um dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul.
a) o jardim é florido e o gato mia Sabe-se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2)
b) o jardim é florido e o gato não mia ou o Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou
c) o jardim não é florido e o gato mia o Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto.
d) o jardim não é florido e o gato não mia Portanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respec-
e) se o passarinho canta, então o gato não mia tivamente,
a) branco, preto, azul
43- Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com b) preto, azul, branco
Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta or- c) azul, branco, preto
dem). Perguntados sobre os nomes das respectivas espo- d) preto, branco, azul
sas, os três fizeram as seguintes declarações: e) branco, azul, preto
Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é 50- Um rei diz a um jovem sábio: "dizei-me uma frase e se
Regina" ela for verdadeira prometo que vos darei ou um cavalo veloz,
Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é ou uma linda espada, ou a mão da princesa; se ela for falsa,
Sandra" não vos darei nada". O jovem sábio disse, então: "Vossa
Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido Majestade não me dará nem o cavalo veloz, nem a linda
de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de espada".
Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente: Para manter a promessa feita, o rei:
a) Sandra, Teresa, Regina a) deve dar o cavalo veloz e a linda espada
b) Sandra, Regina, Teresa b) deve dar a mão da princesa, mas não o cavalo veloz nem
c) Regina, Sandra, Teresa a linda espada
d) Teresa, Regina, Sandra c) deve dar a mão da princesa e o cavalo veloz ou a linda
e) Teresa, Sandra, Regina espada
d) deve dar o cavalo veloz ou a linda espada, mas não a mão
44- A negação da afirmação condicional "se estiver choven- da princesa
do, eu levo o guarda-chuva" é: e) não deve dar nem o cavalo veloz, nem a linda espada,
a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva nem a mão da princesa
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva RESPOSTAS
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva 01. B 11. C 21. B 31. C 41. B
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva 02. A 12. C 22. E 32. B 42. C
03. C 13. D 23. C 33. C 43. D
45- Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, 04. E 14. A 24. B 34. E 44. E
do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que: 05. E 15. A 25. C 35. D 45. A
a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista 06. B 16. D 26. E 36. D 46. B
b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro 07. B 17. C 27. A 37. E 47. A
c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista 08. D 18. A 28. D 38. A 48. C
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista 09. C 19. D 29. B 39. C 49. E
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista 10. B 20. D 30. E 40. A 50. B

46- Se Frederico é francês, então Alberto não é alemão. Ou


Alberto é alemão, ou Egídio é espanhol. Se Pedro não é
português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é
espanhol nem Isaura é italiana. Logo: TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA
a) Pedro é português e Frederico é francês
b) Pedro é português e Alberto é alemão 1. Escreva o número que falta.
c) Pedro não é português e Alberto é alemão 18 20 24 32 ?
d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês
e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês 2. Escreva o número que falta.

47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.


Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
segue-se necessariamente que:
a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Me-
dicina
d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia

48- Se Pedro é inocente, então Lauro é inocente. Se Roberto


é inocente, então Sônia é inocente. Ora, Pedro é culpado ou 3. Escreva o número que falta.
Sônia é culpada. Segue-se logicamente, portanto, que: 212 179 146 113 ?

Raciocínio Lógico 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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4. Escreva o número que falta.

17 Escreva o número que falta.


15 13 12 11 9 9
?

18. Escreva o número que falta.


9 4 1
5. Escreva o número que falta. 6 6 2
6 8 10 11 14 14 1 9 ?
?
19 Escreva o número que falta.
6. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 11 12 14 ? 26 42
17 (112) 39
28 ( . . . ) 49 20. Escreva o número que falta.
8 5 2
7 Escreva o número que falta. 4 2 0
7 13 24 45 ? 9 6 ?

8. Escreva o número que falta. 21 Escreva o número que falta.


3 9 3
5 7 1
7 1 ?

9. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


234 (333) 567
345 (. . .) 678

10 Escreva o número que falta.

22 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


341 (250) 466
282 (. . .) 398

23 Escreva o número que falta.

11- Escreva o número que falta.


4 5 7 11 19 ?

12. Escreva o número que falta.


6 7 9 13 21 ?

13. Escreva o número que falta.


4 8 6
6 2 4
8 6 ?

14. Escreva o número que falta.


64 48 40 36 34 ? 24 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
12 (336) 14
15 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 15 (. . .) 16
718 (26) 582
474 (. . .) 226 25 Escreva o número que falta.
4 7 6
16. Escreva o número que falta. 8 4 8
6 5 ?

Raciocínio Lógico 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE meira e a segunda).
NUMËRICA
TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL
1 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16).

2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os 1 Assinale a figura que não tem relação com as de-
números aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6). mais.

3 80. (Subtraia 33 de cada número).

4 5. (Os braços para cima se somam e os para baixo se


subtraem, para obter o número da cabeça).

5 18. (Existem duas séries alternadas, uma que aumen-


ta de 4 em 4 e a outra de 3 em 3).

6 154. (Some os números de fora do parêntese e multi-


plique por 2).

7 86. (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e


4). 2 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.
8 3. (Subtraia os números das duas primeiras colunas e
divida por 2).

9 333. (Subtraia o número da esquerda do número da


direita para obter o número inserto no parêntese).

10 5. (O número da cabeça é igual a semi--soma dos


números dos pés).
3 Assinale a figura que não tem relação com as de-
11 35. (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades su- mais.
cessivamente).

12 37. (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para


obter o seguinte).

13 7. (Os números da terceira coluna são a semi-soma


dos números das outras duas colunas).

14 33. (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamen-


te). 4 Escolha, dentre as numeradas, a figura que corres-
ponde à incógnita.
15 14. (Some os números de fora do parêntese e divida
por 50 para obter o número inserto no mesmo).

16 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por


3).

17 6. (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3


em 3; a outra de 2 em 2).

18 4. (Cada fileira soma 14).


19 18. (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o se-
guinte).
5 Assinale a figura que não tem relação com as de-
20 3. (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na pri- mais.
meira fileira, 2 na segunda e 3 na terceira).

21 18. (Os números são o dobro de seus opostos diame-


tralmente).

22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e


multiplique o resultado por dois).

23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 6 Assinale a figura que não tem relação com as de-
8). mais.
24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do
produto dos números de fora do mesmo).
25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a pri-

Raciocínio Lógico 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
12 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

7 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

13 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

8 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

14 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

9 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

* Não ter relação no sentido de não conservar as 15 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mesmas relações com as demais, por questão de detalhe, mais.
posição etc.

10 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

16 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

11 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

17 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

Raciocínio Lógico 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

23 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

18 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais. 24 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

19. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

25 Assinale afigura que não tem relação com es de-


mais.

20 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

26 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

21 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

27 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

22 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

28 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

Raciocínio Lógico 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
9 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem no plano do papel).

10 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

11 3. (As outras três figuras são esquemas de urna mão


esquerda; a de n.° 3 é o esquema de urna mão direita).

12 3. (A figura gira 45° cada vez em sentido contrario aos


ponteiros do relógio, porém o sombreado preto avança
urna posição a mais, exceto em 3, que é, portanto, a figu-
ra que não corresponde as demais).

13 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


29 Assinale a figura que não tem relação com as de- rem).
mais.
14 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem).

15 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

16 5. (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de


90° cada vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram
30 Escolha, dentre as figuras numeradas, a que cor-
suas posições. Em todas as demais figuras o + está na
responde à incógnita.
mesma fileira que o círculo preto).

17 6. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

18 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

19 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

20 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

21 5. (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem


girando 45°. A figura 5 não pode sobrepor-se porque a
cruz e o circulo interiores ficariam em posição dife-
RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE VÍSUO - ES- rente).
PACIAL
22 4. (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido
1 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem contrario aos ponteiros do relógio; na figura 4 os setores
qualquer diferença). branco e hachur estão em posição diferente).

2 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- 23 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). rem).

3 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- 24 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). rem).

4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa 25 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
para o outro lado). rem).

5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- 26 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5.
rem). Em cada dupla os retângulos preto e hachur alternam
sua posição; a figura 3 tem o sombreado em posição dife-
6. 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos rente).
ponteiros do relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos
mencionados ponteiros). 27 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem).
7 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). 28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos 29 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
ponteiros do relógio, exceto o 4 que gira no mesmo senti- rem).
do dos mencionados ponteiros).

Raciocínio Lógico 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
30. (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do reló- nos?
gio; a seta, no sentido contrario). g) Quantos eram flamenguistas ou cariocas?
h) Quantos eram corintianos ou paulistas?
BIBLIOGRAFIA i) Quantos torcedores eram não-paulistas ou não-
flamenguistas?
Os testes acima foram extraídos da coleção “FAÇA SEU
TESTE”, da EDITORA MESTRE JOU – SÃO PAULO – SP. 07. (ESAL) Foi consultado um certo número de pessoas
sobre as emissoras de TV que habitualmente assistem. Ob-
teve-se o resultado seguinte: 300 pessoas assistem ao canal
A, 270 pessoas assistem o canal B, das quais 150 assistem
TESTES DE MATEMÁTICA
ambos os canais A e B e 80 assistem outros canais distintos
de A e B. O número de pessoas consultadas foi:
PROVA SIMULADA I a) 800
b) 720
Exercícios sobre conjuntos c) 570
d) 500
1. Assinale a FALSA: e) 600
a) Ø Ì{3}
b) {3}Ì{3} 08. (UF - Uberlândia) Num grupo de estudantes, 80% estu-
c) Ø Ï{3} dam Inglês, 40% estudam Francês e 10% não estudam ne-
d) 3 Î{3} nhuma dessas duas línguas. Nesse grupo, a porcentagem de
e) 3 = {3} alunos que estudam ambas as línguas é:
a) 25%
02. (PUC) Para os conjuntos A = {a} e B = {a, {A}} podemos b) 50%
afirmar: c) 15%
a) B Ì A d) 33%
b) A = B e) 30%
c) A ÎB
d) a = A 09. (VUNESP) Uma população utiliza 3 marcas diferentes de
e) {A}ÎB detergente: A, B e C. Feita uma pesquisa de mercado colhe-
ram-se os resultados tabelados abaixo:
03. (FATEC) Sendo A = {2, 3, 5, 6, 9, 13} e B = {ab | a ÎA, b A,
ÎA e a ¹ b}, o número de elementos de B que são números A A B
B Nenhuma
pares é: Marcas A B C e e e
e delas
a) 5 B C C
C
b) 8
c) 10 Número de
109 203 162 25 28 41 5 115
d) 12 Consumidores
e) 13 Pode-se concluir que o número de pessoas que consomem
ao menos duas marcas é:
04. (UnB) Dado o conjunto {a, b, c, d, e, f, g} o número má- a) 99
ximo de subconjuntos distintos é: b) 94
a) 21 c) 90
b) 128 d) 84
c) 64 e) 79
d) 32
e) 256 10. (UF - Viçosa) Fez-se em uma população, uma pesquisa
de mercado sobre o consumo de sabão em pó de três mar-
cas distintas A, B e C. Em relação à população consultada e
05. (FEI) Se n é o número de subconjuntos não-vazios do com o auxílio dos resultados da pesquisa
conjunto formado pelos múltiplos estritamente positivos de 5,
menores do que 40, então o valor de n é: tabelados abaixo:
A,
a) 127 A A B
B Nenhuma
b) 125 Marcas A B C e e e
e delas
c) 124 B C C
C
d) 120
e) 110 Número de
109 203 162 25 28 41 5 115
Consumidores
06. No último clássico Corinthians x Flamengo, realizado em Determine:
São Paulo, verificou-se que só foram ao estádio paulistas e
cariocas e que todos eles eram só corintianos ou só flamen- a) O número de pessoas consultadas.
guistas. Verificou-se também que, dos 100.000 torcedores, b) O número de pessoas que não consomem as marcas A ou
85.000 eram corintianos, 84.000 eram paulistas e que ape- C.
nas 4.000 paulistas torciam para o Flamengo. Pergunta-se: c) O número de pessoas que consomem pelo menos duas
a) Quantos paulistas corintianos foram ao estádio? marcas.
b) Quantos cariocas foram ao estádio? d) A porcentagem de pessoas que consomem as marcas A e
c) Quantos não-flamenguistas foram ao estádio? B mas não consomem a marca C.
d) Quantos flamenguistas foram ao estádio? e) A porcentagem de pessoas que consomem apenas a
e) Dos paulistas que foram ao estádio, quantos não eram marca C.
flamenguistas?
f) Dos cariocas que foram ao estádio, quantos eram corintia-

Raciocínio Lógico 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Resolução: 06. (PUC - RS) Se x% de y é igual a 20, então y% de x é


E igual a:
E
C a) 2
B b) 5
05. A c) 20
06. a) 80.000 d) 40
b) 16.000 e) 80
c) 85.000
d) 15.000
e) 80.000 07. É correto afirmar que 5% de 8% de x é igual a:
f) 5.000
g) 20.000 a) 0,04% de x
h) 89.000 b) 4% de x
i) 96.000 c) 40% de x
07. D d) 0,004% de x
08. E e) 0,4% de x
09. D
10. a) 500
b) 257 08. (VUNESP) Uma mercadoria teve seu preço acrescido de
c) 84 10%. Tempos depois, esse novo preço sofreu um desconto
d) 4% de 10%. Denotando-se por pi o preço inicial e por pf o preço
e) 19,6% final da mercadoria, tem-se:

PROVA SIMULADA II a) pf = 101% pi


b) pf = pi
c) pf = 99,9% pi
Exercícios sobre juros e porcentagem d) pf = 99% pi
e) pf = 90% pi
Questões:
01. Numa cidade de 50000 habitantes, 42000 têm menos de
40 anos de idade. Qual é a porcentagem dos que têm 40 09. Um vendedor ambulante vende vende seus produtos com
anos ou mais? lucro de 50% sobre o preço de venda. Então, seu lucro sobre
o preço de custo é de:

02. Quais são os juros simples produzidos por um capital de a) 10%


R$ 7200,00 empregados a 10% ao ano, durante 5 anos? b) 25%
c) 33,333%
d) 100%
03. A que taxa anual foi empregado o capital de R$ e) 120%
108.000,00 que, em 130 dias, rendeu juros simples de R$
3.900,00?
10. (UnB) Um capital aplicado, a juros simples, a uma taxa
de 20% ao ano duplica em:
04. Sabe-se que R$ 500,00 representam x% de R$ 2.500,00,
que 12 gramas são y% de 96 gramas e que 1.200 m² equiva- a) 24 anos
lem a z% de 60km². Os valores de x, y e z são, respectiva- b) 6 anos
mente: c) 12 anos
d) 10 anos
a) 10, 12; 2 e) 5 anos
b) 20, 12,5; 0,2
c) 20; 12,5; 0,002 Resolução:
d) 2; 12; 0,002
e) 20; 12; 0,002 01. 16%

02. Os juros produzidos são de R$ 3600,00.


05. Em uma promoção numa revenda da carros, está sendo
dado um desconto de 18% para pagamento à vista. Se um 03. A taxa é de 10% ao ano.
carro é anunciado por R$ 16.000,00, então o preço para 04. C
pagamento à vista desse carro será: 05. A
06. C
a) R$ 13.120,00 07. E
b) R$ 13.220,00 08. D
c) R$ 13.320,00 09. D
d) R$ 13.420,00 10. E
e) R$ 13.520,00

Raciocínio Lógico 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONHECIMENTOS GERAIS VI - defesa da paz;
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de VII - solução pacífica dos conflitos;
outubro de 1988, e alterações posteriores: Título II: Dos Direi- VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
tos e Garantias Fundamentais; Capítulo I: Dos Direitos e De- IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
veres Individuais e Coletivos; Capítulo II: Dos Direitos Sociais; X - concessão de asilo político.
Capítulo III: Da Nacionalidade; Título III: Da Organização do Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra-
Estado; Capítulo I: Da Organização Político-Administrativa; ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
Capítulo VII: Da Administração Pública; Seção I: Disposições visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Gerais; Seção II: Dos Servidores Públicos; Título VIII: Da
Ordem Social; Capítulo I: Disposição Geral; Declaração Uni- TÍTULO II
versal dos Direitos Humanos; Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas altera- CAPÍTULO I
ções posteriores - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Estado de Minas Gerais; Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
Execução Penal) e alterações posteriores; inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
Lei Federal n.º 9.455 de 07 de abril de 1.997 (Lei da Tortura) propriedade, nos termos seguintes:
e alterações posteriores; I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter-
Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém mos desta Constituição;
Normas de Execução Penal); II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
Lei Estadual nº 14.695, de 30 de julho de 2.003, que instituiu senão em virtude de lei;
a carreira de Agente de Segurança Penitenciário; <p
Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei n° 2.848/40 e suas alte-
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
rações posteriores). Parte Especial - Título XI – Dos Crimes
degradante;
Contra a Administração Pública, Capítulo I. Dos crimes prati-
cados por funcionário público contra administração em geral; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonima-
Regulamento Disciplinar Prisional da Secretaria de Estado de to;
Defesa Social do Estado de Minas Gerais (REDIPRI). V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo asse-
1988, e alterações posteriores: Título II: Dos Direitos e Garantias gurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
Fundamentais; Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coleti- proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
vos; Capítulo II: Dos Direitos Sociais; Capítulo III: Da Nacionalidade;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli-
Título III: Da Organização do Estado; Capítulo I: Da Organização Políti-
giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
co-Administrativa; Capítulo VII: Da Administração Pública; Seção I:
Disposições Gerais; Seção II: Dos Servidores Públicos; Título VIII: Da VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
Ordem Social; Capítulo I: Disposição Geral; ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati-
TÍTULO I va, fixada em lei;
Dos Princípios Fundamentais IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indisso- de comunicação, independentemente de censura ou licença;
lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Esta- X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
do Democrático de Direito e tem como fundamentos: das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
I - a soberania; moral decorrente de sua violação;
II - a cidadania; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe-
III - a dignidade da pessoa humana; netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
V - o pluralismo político.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações te-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
legráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constitui-
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
ção.
de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296,
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o de 1996)
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, a-
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do tendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Brasil:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
II - garantir o desenvolvimento nacional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po-
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualda- dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
des sociais e regionais; sair com seus bens;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, se- XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais a-
xo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. bertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações in- frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
ternacionais pelos seguintes princípios: sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
I - independência nacional; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
II - prevalência dos direitos humanos; caráter paramilitar;
III - autodeterminação dos povos; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
IV - não-intervenção;
funcionamento;
V - igualdade entre os Estados;

Conhecimentos Gerais 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e li-
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no berdades fundamentais;
primeiro caso, o trânsito em julgado; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
associado; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen- afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
te; dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omiti-
XXII - é garantido o direito de propriedade; rem;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De-
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e mocrático;
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
Constituição; obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeni- o limite do valor do patrimônio transferido;
zação ulterior, se houver dano; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre ou-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que tras, as seguintes:
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de a) privação ou restrição da liberdade;
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os b) perda de bens;
meios de financiar o seu desenvolvimento; c) multa;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica- d) prestação social alternativa;
ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo e) suspensão ou interdição de direitos;
que a lei fixar;
XLVII - não haverá penas:
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à re- 84, XIX;
produção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) de caráter perpétuo;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às c) de trabalhos forçados;
respectivas representações sindicais e associativas; d) de banimento;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio e) cruéis;
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a-
à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnoló- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mo-
gico e econômico do País; ral;
XXX - é garantido o direito de herança; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será re- permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
gulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações lei;
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas ou de opinião;
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autori-
Estado; (Regulamento) dade competente;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi-
de taxas: do processo legal;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
contra ilegalidade ou abuso de poder; sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de meios e recursos a ela inerentes;
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilí-
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou citos;
ameaça a direito; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito sentença penal condenatória;
e a coisa julgada; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
lhe der a lei, assegurados: não for intentada no prazo legal;
a) a plenitude de defesa; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
b) o sigilo das votações; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
c) a soberania dos veredictos; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; pessoa por ele indicada;

Conhecimentos Gerais 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de CAPÍTULO II
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de DOS DIREITOS SOCIAIS
advogado; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua balho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
prisão ou por seu interrogatório policial; maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade ju- Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)
diciária; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei tros que visem à melhoria de sua condição social:
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do compensatória, dentre outros direitos;
depositário infiel; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou III - fundo de garantia do tempo de serviço;
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com mora-
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito lí- dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
quido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quan- previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do traba-
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: lho;
a) partido político com representação no Congresso Nacional; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou a-
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cordo coletivo;
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que perce-
interesses de seus membros ou associados; bem remuneração variável;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades valor da aposentadoria;
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
e à cidadania; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": ção dolosa;
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
governamentais ou de caráter público; definido em lei;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro- XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de
cesso sigiloso, judicial ou administrativo; baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular nº 20, de 1998)
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de traba-
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; lho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos inin-
que comprovarem insuficiência de recursos; terruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
lei: XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço
a) o registro civil de nascimento; a mais do que o salário normal;
b) a certidão de óbito; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", a duração de cento e vinte dias;
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadani- XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
a. (Regulamento) XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados específicos, nos termos da lei;
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) de trinta dias, nos termos da lei;
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
têm aplicação imediata. de saúde, higiene e segurança;
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não exclu- XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu-
em outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos bres ou perigosas, na forma da lei;
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
XXIV - aposentadoria;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci-
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- mento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação
lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo) XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de traba-
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional lho;
a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitu- XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
cional nº 45, de 2004)
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Conhecimentos Gerais 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegu-
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em rada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
dolo ou culpa; promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de traba- CAPÍTULO III
lho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e DA NACIONALIDADE
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba- Art. 12. São brasileiros:
lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) I - natos:
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
25/05/2000) estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
25/05/2000) desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de Brasil;
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e cri- desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou ve-
térios de admissão do trabalhador portador de deficiência; nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelec- tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasilei-
tual ou entre os profissionais respectivos; ra; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno- II - naturalizados:
res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigi-
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela das aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) um ano ininterrupto e idoneidade moral;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empre- b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repúbli-
gatício permanente e o trabalhador avulso ca Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem conde-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores do- nação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação
mésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se hou-
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimen- ver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
to das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da rela- inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constitui-
ção de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, ção.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência soci- § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
al. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013) naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o se- § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
guinte:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
Público a interferência e a intervenção na organização sindical; III - de Presidente do Senado Federal;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na V - da carreira diplomática;
mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou emprega- VI - de oficial das Forças Armadas.
dores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitu-
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou cional nº 23, de 1999)
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema de atividade nociva ao interesse nacional;
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindica-
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangei-
to;
ra; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações cole-
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasilei-
tivas de trabalho;
ro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organi- seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda
zações sindicais; Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do re- Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federati-
gistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se va do Brasil.
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
cometer falta grave nos termos da lei.
hino, as armas e o selo nacionais.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organiza-
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter sím-
ção de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi-
bolos próprios.
ções que a lei estabelecer.
CAPÍTULO IV
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
DOS DIREITOS POLÍTICOS
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá so-
mediante:
bre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
I - plebiscito;
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
II - referendo;
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregado-
res nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissio- III - iniciativa popular.
nais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

Conhecimentos Gerais 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de
II - facultativos para: 1993)
a) os analfabetos; CAPÍTULO V
b) os maiores de setenta anos; DOS PARTIDOS POLÍTICOS
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observa-
o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. dos os seguintes preceitos: Regulamento
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - caráter nacional;
I - a nacionalidade brasileira;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
II - o pleno exercício dos direitos políticos; governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - o alistamento eleitoral; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
V - a filiação partidária; Regulamento § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
VI - a idade mínima de: estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade
e Senador; de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
Distrito Federal; fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de
2006)
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na
forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
d) dezoito anos para Vereador.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no paramilitar.
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subse-
quente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) TÍTULO III
Da Organização do Estado
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
CAPÍTULO I
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
pios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses § 1º - Brasília é a Capital Federal.
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, trans-
reeleição. formação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: em lei complementar.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da ati- § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou des-
vidade; membrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente inte-
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autori-
ressada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei comple-
dade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diploma-
mentar.
ção, para a inatividade.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Mu-
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
nicípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebis-
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
cito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estu-
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
dos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art.
na administração direta ou indireta.(Redação dada pela Emenda Constitu-
96 - ADCT
cional de Revisão nº 4, de 1994)
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleito-
nicípios:
ral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com
provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embara-
çar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colabo-
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
ração de interesse público;
má-fé.
II - recusar fé aos documentos públicos;
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou sus-
pensão só se dará nos casos de: III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; CAPÍTULO II
DA UNIÃO
II - incapacidade civil absoluta;
Art. 20. São bens da União:
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos; I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuí-
dos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alter-
nativa, nos termos do art. 5º, VIII; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das for-
tificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
preservação ambiental, definidas em lei;
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros

Conhecimentos Gerais 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem rios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de
como os terrenos marginais e as praias fluviais; 2012) (Produção de efeito)
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência finan-
as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao ceira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia,
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econô- geologia e cartografia de âmbito nacional;
mica exclusiva; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões pú-
VI - o mar territorial; blicas e de programas de rádio e televisão;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; XVII - conceder anistia;
VIII - os potenciais de energia hidráulica; XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamida-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; des públicas, especialmente as secas e as inundações;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
pré-históricos; e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habi-
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Fede- tação, saneamento básico e transportes urbanos;
ral e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de vi-
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de ação;
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natu-
essa exploração. reza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriqueci-
§ 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao lon- mento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
go das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é conside- nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
rada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida
utilização serão reguladas em lei. para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
Art. 21. Compete à União: b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organi- utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e
zações internacionais; industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
II - declarar a guerra e celebrar a paz; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comerciali-
III - assegurar a defesa nacional; zação e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es- horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora- d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existên-
riamente; cia de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção fe- XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
deral; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da ativi-
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; dade de garimpagem, em forma associativa.
VII - emitir moeda; Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as opera- I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, maríti-
ções de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capita- mo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
lização, bem como as de seguros e de previdência privada; II - desapropriação;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em
território e de desenvolvimento econômico e social; tempo de guerra;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou V - serviço postal;
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que dispo- VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
rá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 8, de 15/08/95:) VIII - comércio exterior e interestadual;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou IX - diretrizes da política nacional de transportes;
permissão: X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação aeroespacial;
dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) XI - trânsito e transporte;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
situam os potenciais hidroenergéticos; XIV - populações indígenas;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de es-
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasi- trangeiros;
leiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para
Território; o exercício de profissões;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal
passageiros; e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organi-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; zação administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do 69, de 2012) (Produção de efeito)
Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territó-

Conhecimentos Gerais 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacio- VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e pai-
nais; sagístico;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popu- VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
lar; bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
XX - sistemas de consórcios e sorteios; IX - educação, cultura, ensino e desporto;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garanti- X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas cau-
as, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros sas;
militares; XI - procedimentos em matéria processual;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferro- XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
viária federais; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XXIII - seguridade social; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de defici-
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; ência;
XXV - registros públicos; XV - proteção à infância e à juventude;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modali- § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
dades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, exclui a competência suplementar dos Estados.
nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 19, de 1998) § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exerce-
rão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defe-
sa civil e mobilização nacional; § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
XXIX - propaganda comercial.
CAPÍTULO III
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a le- DOS ESTADOS FEDERADOS
gislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe- leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
deral e dos Municípios:
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes se-
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições de- jam vedadas por esta Constituição.
mocráticas e conservar o patrimônio público;
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante conces-
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das são, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição
pessoas portadoras de deficiência; de medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor históri- Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
co, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regi-
sítios arqueológicos; ões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciên- Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
cia; I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras
suas formas; da União;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
alimentar; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
condições habitacionais e de saneamento básico; Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa correspon-
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, derá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de os Deputados Federais acima de doze.
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, apli-
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança cando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, invio-
do trânsito. labilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedi-
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coope- mentos e incorporação às Forças Armadas.
ração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de inicia-
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacio- tiva da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco
nal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153,
concorrentemente sobre: § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; § 3º - Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regi-
II - orçamento; mento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover
os respectivos cargos.
III - juntas comerciais;
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo
IV - custas dos serviços forenses; estadual.
V - produção e consumo; Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado,
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outu-
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da bro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno,
poluição; se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecesso-

Conhecimentos Gerais 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
res, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, obser- centos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
vado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.(Redação dada pela Emenda nº 58, de 2009)
Constitucional nº 16, de1997) l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)
função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e 2009)
V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
1998) 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretá- milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
rios de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, Constitucional nº 58, de 2009)
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
2º, I.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um
CAPÍTULO IV milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Dos Municípios Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois tur- o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um
nos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e Constitucional nº 58, de 2009)
os seguintes preceitos: p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para man- 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um
dato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
o País; Constitucional nº 58, de 2009)
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domin- q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
go de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois
suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais milhões e quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
de duzentos mil eleitores;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 58, de 2009)
16, de1997) r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000
subsequente ao da eleição; (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitu-
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite cional nº 58, de 2009)
máximo de: (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
de 2009) (Produção de efeito) 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, 2009)
de 2009) t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quin- 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco mi-
ze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada lhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trin- u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
ta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões)
dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cin- 2009)
quenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
(oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitan- 2009)
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de
(cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habi- habitantes; e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
tantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) 2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
(cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitan- 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Munici-
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cin- pais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que
quenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;(Redação
nº 58, de 2009) dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câma-
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seis- ras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que
centos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respec-
nº 58, de 2009) tiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000
(seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados
2009) Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsí-
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (nove- dio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)

Conhecimentos Gerais 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o sub- § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
nº 25, de 2000) § 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Munici-
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o sub- pal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste arti-
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional go; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
nº 25, de 2000) II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pe-
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o la Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamen-
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional tária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
nº 25, de 2000)
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.(Incluído pela Emenda Consti-
máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do tucional nº 25, de 2000)
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000) Art. 30. Compete aos Municípios:
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não po- I - legislar sobre assuntos de interesse local;
derá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Municí- II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
pio; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e vo- aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
tos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação esta-
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, simila- dual;
res, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os mem- permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
bros da Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda coletivo, que tem caráter essencial;
Constitucional nº 1, de 1992) VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Es-
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justi- tado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação
ça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Es-
Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de tado, serviços de atendimento à saúde da população;
1992) VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
XII - cooperação das associações representativas no planejamento mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de do solo urbano;
1992) IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, obser-
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do vada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legisla-
menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela tivo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo § 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Con-
1992) selhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluí- § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as con-
dos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não tas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por
poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos § 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anu-
arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela almente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o
Emenda Constitucional nº 25, de 2000) qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até § 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Con-
100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição tas Municipais.
Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
CAPÍTULO V
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada Seção I
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) DO DISTRITO FEDERAL
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-
300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitan- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
tes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
2009) atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municí- <p< a="">
pios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Consti-
reservadas aos Estados e Municípios.
tucional nº 58, de 2009)
<p< a="">
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre
3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitan- § 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as
tes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governa-
dores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitan- <p< a="">
tes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) § 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o
disposto no art. 27.

Conhecimentos Gerais 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
<p< a=""> submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legisla-
§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito tiva do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar. § 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assem-
Seção II bleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de
DOS TERRITÓRIOS vinte e quatro horas.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária § 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a
dos Territórios. apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o
§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Con- § 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas
gresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além CAPÍTULO VII
do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público Seção I
e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a DISPOSIÇÕES GERAIS
Câmara Territorial e sua competência deliberativa. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Po-
CAPÍTULO VI deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obede-
DA INTERVENÇÃO cerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Consti-
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, tucional nº 19, de 1998)
exceto para:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasi-
I - manter a integridade nacional; leiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
outra; nº 19, de 1998)
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
da Federação; com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Consti-
consecutivos, salvo motivo de força maior; tucional nº 19, de 1998)
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; prorrogável uma vez, por igual período;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; emprego, na carreira;
b) direitos da pessoa humana; V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
c) autonomia municipal; ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchi-
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. dos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos es- previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
taduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e assessoramento;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saú- 1998)
de.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos sindical;
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites defini-
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos con- dos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
secutivos, a dívida fundada; de 1998)
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admis-
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
são;
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determina-
do para atender a necessidade temporária de excepcional interesse públi-
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para asse-
co;
gurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou
para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o
§ 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada
Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribu- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
nal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requi- empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos
sição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Tribunal Superior Eleitoral; Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitu- de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
cional nº 45, de 2004) espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo,
o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legis-

Conhecimentos Gerais 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em ge-
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, ral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
Constitucional nº 41, 19.12.2003) sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXII-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Ju- I; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
diciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou a-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies busivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço públi- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) sem prejuízo da ação penal cabível.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empre- § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pratica-
gos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV dos por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;(Redação ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agen-
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o tes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-
disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
1998) § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Cons- cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o
titucional nº 19, de 1998) acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi- nº 19, de 1998)
co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucio- contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
nal nº 34, de 2001) tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de econo- nº 19, de 1998)
mia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitu-
mente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº cional nº 19, de 1998)
19, de 1998) II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, o-
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, brigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Consti-
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os tucional nº 19, de 1998)
demais setores administrativos, na forma da lei; III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autori- nº 19, de 1998)
zada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às so-
de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as ciedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos
áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga-
de 1998) mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentado-
participação de qualquer delas em empresa privada; ria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concor- declarados em lei de livre nomeação e exoneração.(Incluído pela Emenda
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, manti- Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de
das as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 1998)
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios
à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento) de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter inde-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito nizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do 2005)
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma inte- facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
grada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o
fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
nº 42, de 19.12.2003) limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa- mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
nhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distri-
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens tais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 2005)
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nu- Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fun-
lidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. dacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposi-
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na admi- ções:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
nistração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) afastado de seu cargo, emprego ou função;

Conhecimentos Gerais 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, empre- lização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
go ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira
horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, nº 19, de 1998)
será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Es-
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos tados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
legais, exceto para promoção por merecimento; fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
os valores serão determinados como se no exercício estivesse. ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o
Seção II equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
DOS SERVIDORES PÚBLICOS pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que tra-
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institu- ta este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos
irão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias Constitucional nº 41, 19.12.2003)
e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institu- tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço,
irão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma
integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.(Redação da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos
§ 1º - A lei assegurará, aos servidores da administração direta, iso- proporcionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda
nomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados Constitucional nº 20, de 1998)
do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos
Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em
natureza ou ao local de trabalho. (Regulamento) que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condi-
§ 2º - Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7º, IV, VI, VI- ções: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX. a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem,
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mu-
do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Consti- lher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide
tucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos car- b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
gos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribui-
nº 19, de 1998) ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitu- § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de
cional nº 19, de 1998) sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servi-
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucio- dor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de
nal nº 19, de 1998) referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de
governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da
constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promo- sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base
ção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contra- para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que
tos entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emen-
nº 19, de 1998) da Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este
XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os
quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de
nº 19, de 1998) 2005)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados 47, de 2005)
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitu-
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação cional nº 47, de 2005)
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que pre-
no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) judiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cional nº 47, de 2005)
poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão redu-
servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, zidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o pro-
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) fessor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anual- ções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e mé-
mente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos dio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumu-
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios láveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma
disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da eco- aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste arti-
nomia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para go. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte,
treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e raciona- que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

Conhecimentos Gerais 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limi- exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído
te máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de pre-
excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela vidência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalva-
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo do o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os 41, 19.12.2003)
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas so-
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em bre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o
atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
19.12.2003) previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar- beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso públi-
contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente co. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada
de 15/12/98) pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pe-
tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, la Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
de 15/12/98) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proven- ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
tos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribui- na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela
ção para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti- será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzi-
tucional nº 20, de 15/12/98) do ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os 1998)
requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência soci-
al. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação
declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
15/12/98) avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde
que instituam regime de previdência complementar para os seus respecti- Seção III
vos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata TERRITÓRIOS
este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
geral de previdência social de que trata o art. 201.(Incluído pela Emenda Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Mi-
Constitucional nº 20, de 15/12/98) litares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.(Redação dada
instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, §
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual especí-
modalidade de contribuição definida.(Redação dada pela Emenda Consti- fica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
tucional nº 41, 19.12.2003) dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e
serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspon- dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo
dente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Consti- ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
tucional nº 20, de 15/12/98) 19.12.2003)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo Seção IV
do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da DAS REGIÕES
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua a-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e ção em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu de-
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o senvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previ- § 1º - Lei complementar disporá sobre:
dência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma
Constitucional nº 41, 19.12.2003) da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvol-
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as e- vimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.
xigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na
opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência forma da lei:
equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
Conhecimentos Gerais 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e pre- cidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a
ços de responsabilidade do Poder Público; gestão de seus recursos.
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade soci-
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais al, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público
devidos por pessoas físicas ou jurídicas; nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.(Vide
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e Medida Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011)
das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manu-
renda, sujeitas a secas periódicas. tenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art.
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a re- 154, I.
cuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios propri- § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
etários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
de pequena irrigação. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser
Da Ordem Social exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as
CAPÍTULO I houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art.
DISPOSIÇÃO GERAL 150, III, "b".
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e co- § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entida-
mo objetivo o bem-estar e a justiça sociais. des beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabe-
CAPÍTULO II lecidas em lei.
DA SEGURIDADE SOCIAL § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pes-
Seção I cador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
DISPOSIÇÕES GERAIS atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanen-
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de tes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, orga-
nizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste arti-
go poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
I - universalidade da cobertura e do atendimento; atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às popula- empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada
ções urbanas e rurais; pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e ser- § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sis-
viços; tema único de saúde e ações de assistência social da União para os Esta-
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; dos, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios,
V - equidade na forma de participação no custeio; observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda
VI - diversidade da base de financiamento; Constitucional nº 20, de 1998)
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, median- § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições
te gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos emprega- sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em
dores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.(Redação montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
pios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 19.12.2003)
20, de 1998) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substitui-
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na ção gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I,
forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda
nº 20, de 1998) Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou Seção II
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo DA SAÚDE
sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me-
1998) diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
20, de 1998) serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, ca-
bendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamenta-
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
ção, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
regime geral de previdência social de que trata o art. 201;(Redação dada
privado.
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a de acordo com as seguintes diretrizes:
ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventi-
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não vas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
integrando o orçamento da União.
III - participação da comunidade.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada
de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art.
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabele- 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fon-

Conhecimentos Gerais 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tes.(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de in-
29, de 2000) teresse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipa-
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, mentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:(Incluído pela como as de saúde do trabalhador;
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complemen- IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
tar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) saneamento básico;
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecada- V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico
ção dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam e tecnológico;
os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de
forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
Constitucional nº 29, de 2000)
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arre- guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioa-
cadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tivos;
tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
do trabalho.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco
anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de Seção III
2000) Regulamento DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitu- Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime
cional nº 29, de 2000) geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Esta- 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
dos destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva
redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avança-
nº 29, de 2000) da; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação
com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntá-
IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela Uni- rio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
ão.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segu-
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir rados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por de 1998)
meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexi- V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
dade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação
.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profis- § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
sional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamenta- concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previ-
ção das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate dência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições
às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei
para o cumprimento do referido piso salarial.(Redação dada pela Emenda complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário
169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de
poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos especí- benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada
ficos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitu- pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
cional nº 51, de 2006) § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma comple- lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
mentar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime pró-
filantrópicas e as sem fins lucrativos. prio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou 1998)
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capi- base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação
tais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
em lei. § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência so-
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a cial, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplan- dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
te, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de
de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribui- 20, de 1998)
ções, nos termos da lei: II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores
rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro

Conhecimentos Gerais 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº Seção IV
20, de 1998) DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior se- Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
rão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusiva- independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objeti-
mente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação vos:
infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
Constitucional nº 20, de 1998) velhice;
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recípro- II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
ca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade priva- III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
da, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência
social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência
em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) e a promoção de sua integração à vida comunitária;
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
1998) dispuser a lei.
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão in- Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social se-
corporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conse- rão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos
quente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) diretrizes:
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e
para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos
que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a enti-
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo- dades beneficentes e de assistência social;
lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação II - participação da população, por meio de organizações representa-
dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) tivas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § níveis.
12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincu-
demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela lar a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência 19.12.2003)
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda
o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucio- II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
nal nº 20, de 1998) 19.12.2003)
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao parti- III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
cipante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos pla- 42, de 19.12.2003)
nos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Declaração Universal dos Direitos Humanos;
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições
contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios Direitos humanos
das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho
dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada ideia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, funda- perante a lei.
ções, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entida-
des públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das
hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segura- Nações Unidas afirma que :
do. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide E- Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em di-
menda Constitucional nº 20, de 1998) reitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, outros em espírito de fraternidade. – Artigo1º 1)
Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, socie-
dades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, As ideias de direitos humanos tem origem no
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos
suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído por Deus; [2]alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura
etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser necessário
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á,
manter termos separados para eliminar a associação com características
no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias
normalmente relacionadas com os direitos naturais.,[3] sendo John
de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades
Searl talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.[2]
fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998) Existe um importante debate sobre a origem cultural dos direitos
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabele- humanos. Geralmente se considera que tenham sua raiz na cultura
cerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das ocidental moderna, mas existem ao menos duas posturas principais mais.
entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos Alguns afirmam que todas as culturas possuem visões de dignidade que se
participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interes- são uma forma de direitos humanos, e fazem referência a proclamações
ses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional do Império de
Constitucional nº 20, de 1998) Mali. Não obstante, nem em japonês nem em sânscrito clássico, por

Conhecimentos Gerais 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exemplo, existiu o termo "direito" até que se produziram contatos com a Mas o momento mais importante, na história dos Direitos do Homem, é
cultura ocidental, já que culturas orientais colocaram tradicionalmente um durante 1945-1948. Em 1945, os Estados tomam consciência das tragédias
peso nos deveres. Existe também quem considere que o Ocidente não e atrocidades vividas durante a 2ª Guerra Mundial, o que os levou a criar
criou a idéia nem o conceito do direitos humanos, ainda que tenha a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de estabelecer e manter
encontrado uma maneira concreta de sistematizá-los, através de uma a paz no mundo. Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20
discussão progressiva e com base no projeto de uma filosofia dos direitos de Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação « em
humanos. preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos
direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana,
As teorias que defendem o universalismo dos direitos humanos se na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das
contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a validez de todos os nações, grande e pequenas; em promover o progresso social e instaurar
sistemas culturais e a impossibilidade de qualquer valorização absoluta melhores condições de vida numa maior liberdade.». A criação das Nações
desde um marco externo, que, neste caso, seriam os direitos humanos Unidas simboliza a necessidade de um mundo de tolerância, de paz, de
universais. Entre essas duas posturas extremas situa-se uma gama de solidariedade entre as nações, que faça avançar o progresso social e
posições intermediárias. Muitas declarações de direitos humanos emitidas económico de todos os povos.
por organizações internacionais regionais põem um acento maior ou menor
no aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos de Os principais objetivos das Nações Unidas, passam por manter a paz,
acordo com sua trajetória histórica. A Organização da Unidade a segurança internacional, desenvolver relações amigáveis entre as
Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos Humanos e de nações, realizar a cooperação internacional resolvendo problemas
Povos[4], que reconhecia princípios da Declaração Universal dos Direitos internacionais do cariz econômico, social, intelectual e humanitário,
Humanos de 1948 e adicionava outros que tradicionalmente se tinham desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas
negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção.
Estados de eliminar todas as formas de exploração econômica estrangeira.
Mais tarde, os Estados africanos que acordaram a Declaração de Túnez, Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações
em 6 de novembro de 1992, afirmaram que não se pode prescrever um Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
modelo determinado a nível universal, já que não podem se desvincular as A Declaração Universal dos Direitos Humanos é fundamental na nossa
realidades históricas e culturais de cada nação e as tradições, normas e Sociedade, quase todos os documentos relativos aos direitos humanos tem
valores de cada povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de como referência esta Declaração, e alguns Estados fazem referência direta
Bangkok, emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e de Cairo, nas suas constituições nacionais.
firmada pela Organização da Conferência Islâmica em 5 de
agosto de 1990. A Declaração Universal dos Direitos Humanos ganhou uma importância
extraordinária, contudo não obriga juridicamente que todos os Estados a
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada respeitem e, devido a isso, a partir do momento em que foi promulgada, foi
nos direitos civis e políticos, se opôs um pouco durante a Guerra Fria, necessário a preparação de inúmeros documentos que especificassem os
destacando no seio das Nações Unidas, ao do bloco socialista, que direitos presentes na declaração e assim força-se os Estados a cumpri-la.
privilegiava os direitos econômicos, sociais e culturais e a satisfação das Foi nesse contexto que, no período entre 1945-1966 nasceram vários
necessidades elementais. documentos.
História Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os
Os direitos humanos ou coletivos são aqueles adquiridos em dois pactos efetuados em 1966, nomeadamente O Pacto Internacional dos
decorrência do resultado de uma longa história, foram debatidos ao longo Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
dos séculos por filósofos e juristas . Sociais e Culturais, bem como os dois protocolos facultativos do Pacto dos
Direitos Civis e Políticos ( que em 1989 aboliu a pena de morte), constituem
O início desta caminhada, remete-nos para a área da religião, quando A Carta Internacional dos Direitos do Homem.
o Cristianismo, durante a Idade Média, é a afirmação da defesa da
igualdade todos os homens numa mesma dignidade, foi também durante Evolução histórica
esta época que os matemáticos cristãos recolheram e desenvolveram a Muitos filósofos e historiadores do Direito consideram que não se pode
teoria do direito natural, em que o indivíduo está no centro de uma ordem falar de direitos humanos até a modernidade no Ocidente. Até então, as
social e jurídica justa, mas a lei divina tem prevalência sobre o direito laico normas da comunidade, concebidas na relação com a ordem cósmica, não
tal como é definido pelo imperador, o rei ou o príncipe. Logo foram criadas deixavam espaço para o ser humano como sujeito singular, concebendo-se
muitas coisas no decorrer do tempo. o direito primariamente como a ordem objetiva da sociedade. A sociedade
Com a idade moderna, os racionalistas dos séculos XVII e XVIII, estamental tem seu centro em grupos como a família, a linhagem ou as
reformulam as teorias do direito natural, deixando de estar submetido a corporações profissionais ou laborais, o que implica que não se concebem
uma ordem divina. Para os racionalistas todos os homens são por natureza faculdades próprias do ser humano enquanto tal. Pelo contrário, se entende
livres e têm certos direitos inatos de que não podem ser despojados que toda faculdade atribuível ao indivíduo deriva de um duplo status: o do
quando entram em sociedade. Foi esta corrente de pensamento que sujeito no seio da família e o desta na sociedade."Fora do Estado não há
acabou por inspirar o atual sistema internacional de proteção dos direitos direitos".
do homem. A existência dos direitos subjetivos, tal e como se pensam na
A evolução destas correntes veio a dar frutos pela primeira vez atualidade, será objeto de debate durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o
em Inglaterra, e depois nos Estados Unidos. A Magna Carta (1215) deu que é relevante porque habitualmente se diz que os direitos humanos são
garantias contra a arbitrariedade da Coroa, e influenciou diversos produto da afirmação progressiva da individualidade e que, de acordo com
documentos, como por exemplo o Ato Habeas Corpus (1679), que foi a ele, a idéia de direitos do homem apareceu pela primeira vez durante a luta
primeira tentativa para impedir as detenções ilegais. A Declaração burguesa contra o sistema do Antigo Regime. Sendo esta a consideração
Americana da Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde constavam mais estendida, outros autores consideram que os direitos humanos são
os direitos naturais do ser humano que o poder político deve respeitar, esta uma constante na História e tem suas raízes no mundo clássico; também
declaração teve como base a Declaração de Virgínia proclamada a 12 de sua origem se encontra na afirmação do cristianismo da dignidade moral do
Junho de 1776, onde estava expressa a noção de direitos individuais. homem enquanto pessoa.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada Antecedentes remotos


na França em 1789, e as reivindicações ao longo dos séculos XIV e XV em
Um dos documentos mais antigos que vinculou os direitos humanos é
prol das liberdades, alargou o campo dos direitos humanos e definiu os
o Cilindro de Ciro, que contêm uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro
direitos econômicos e sociais.
II depois de sua conquista da Babilônia em 539 aC. Foi descoberto
em 1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. Pode

Conhecimentos Gerais 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ser resultado de uma tradição mesopotâmica centrada na figura do rei A noção de direitos humanos não experimentou grandes mudanças até
justo, cujo primeiro exemplo conhecido é o rei Urukagina, de Lagash, que o século seguinte com o início das lutas operárias, surgiram novos direitos
reinou durante o século XXIV aC, e de onde cabe destacar que pretendiam dar solução a determinados problemas sociais através da
também Hammurabi da Babilônia e seu famoso Código de Hammurabi, que intervenção do Estado. Neste processo são importantes a Revolução
data do século XVIII aC. O Cilindro de Ciro apresentava características Russa e a Revolução Mexicana.
inovadoras, especialmente em relação à religião. Nele era declarada a
liberdade de religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado Desde o nascimento da Organização das Nações Unidas em 1945, o
positivamente por seu sentido humanista e inclusive foi descrito como a conceito de direitos humanos se tem universalizado, alcançando uma
primeira declaração de direitos humanos. grande importância na cultura jurídica internacional. Em 10 de
dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi
Documentos muito posteriores, como a Carta Magna da Inglaterra, adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em sua
de 1215, e a Carta de Mandén, de 1222, se tem associado também aos Resolução 217 A (III), como resposta aos horrores da Segunda Guerra
direitos humanos. Na Roma antiga havia o conceito de direito na cidadania Mundial e como intento de sentar as bases da nova ordem internacional
romana a todos romanos. que surgia atrás do armistício. Coincidência ou não, foi proclamada no
mesmo ano da proclamação do estado de Israel.
Confirmação do conceito
Posteriormente foram aprovados numerosos tratados internacionais
A conquista da América no século XVI pelos espanhóis resultou em um sobre a matéria, entre os quais se destacam os Pactos Internacionais de
debate pelos direitos humanos na Espanha. Isto marcou a primeira vez que Direitos Humanos de1966, e foram criados numerosos dispositivos para
se discutiu o assunto na Europa. sua promoção e garantia. hg
Durante a Revolução inglesa, a burguesia conseguiu satisfazer suas Classificação
exigências de ter alguma classe de seguridade contra os abusos da coroa e
limitou o poder dos reis sobre seus súditos, proclamando a Lei de Habeas Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional de Direitos
corpus em 1679, em 1689 o Parlamento impôs a Guilhermo III da Inglaterra Humanos, Karel Vasak propôs uma classificação dos direitos humanos em
na Carta de Direitos (ou Declaração de direitos) uma série de princípios gerações,inspirado no lema da Revolução Francesa (liberdade, igualdade,
sobre os quais os monarcas não podiam legislar ou decidir. fraternidade).[5]
Assim, os direitos humanos de primeira geração seriam os direitos de
liberdade, compreendendo os direitos civis, políticos e as liberdades
clássicas. Os direitos humanos de segunda geração ou direitos de
igualdade, constituiriam os direitos econômicos, sociais e culturais. Já como
direitos humanos de terceira geração, chamados direitos de fraternidade,
estariam o direito ao meio ambiente equilibrado, uma saudável qualidade
de vida, progresso, paz, autodeterminação dos povos e outros direitos
difusos.[6]
Posteriormente, com os avanços da tecnologia e com a Declaração dos
Direitos do Homem e do Genoma Humano feita pela UNESCO, a doutrina
estabeleceu a quarta geração de direitos como sendo os direitos
tecnológicos, tais como o direito de informação e biodireito.[7]
O jurista brasileiro Paulo Bonavides, defende que o direito à paz, que
segundo Karel Vasak seria um direito de terceira geração, merece uma
maior visibilidade, motivo pelo qual constituiria a quinta geração de direitos
humanos.[8]
Dia Nacional dos Direitos Humanos (Portugal)
A Assembleia da República de Portugal, reconhecendo a importância
da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovou em 1998 uma
Resolução na qual institui que o dia 10 de Dezembro passa a ser
considerado o Dia Nacional dos Direitos Humanos.
Referências
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão de 1789 1. ↑ Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem,
adoptada e proclamada pela Resolução 217A (III) da Assembléia Geral das
Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948.
No século XVII e XVIII, filósofos europeus, destacando-se John Locke, 2. ↑ a b Natural rights. The Columbia Electronic Encyclopedia, 2005.
desenvolveram o conceito do direito natural. Os direitos naturais, para
Locke, não dependiam da cidadania nem das leis de um Estado, nem 3. ↑ Peter Jones. Rights. Palgrave Macmillan, 1994, p. 73
estavam necessariamente limitadas a um grupo étnico, cultural ou religioso 4. ↑ Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos
em particular. A teoria do contrato social, de acordo com seus três
principais formuladores, o já citado Locke, Thomas Hobbes e Jean-Jacques 5. ↑ Aproximaciones a los Derechos Humanos de Cuarta Generación
Rousseau, se baseia em que os direitos do indivíduo são naturais e que, no 6. ↑ Os Direitos Humanos na Idade Moderna e conteporânea
estado de natureza, todos os homens são titulares de todos os direitos.
7. ↑ Direitos Humanos de 4ª Geração
A primeira declaração dos direitos humanos da época moderna é
a Declaração dos Direitos da Virgínia de 12 de junho de 1776, escrita por 8. ↑ A Quinta Geração de Direitos Fundamentais
George Mason e proclamada pela Convenção da Virgínia. Esta grande
medida influenciou Thomas Jeffersonna declaração dos direitos humanos
que se existe na Declaração da Independência dos Estados Unidos da Declaração dos Direitos Humanos
América de 4 de julho de 1776, assim como também influenciou a
Assembléia Nacional francesa em sua declaração, a Declaração dos A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 esta última definia o direito básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados
individual. os direitos que todos os seres humanos possuem.

Conhecimentos Gerais 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Preâmbulo Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconheci-
do como pessoa perante a lei.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o Artigo VII.
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer
resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamen-
e que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de to a tal discriminação.
palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da neces-
sidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum, Artigo VIII.

Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegi- Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais compe-
dos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como tentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais
último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações Artigo IX.


amistosas entre as nações, Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Car- Artigo X.
ta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no
valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e públi-
que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida ca audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir
em uma liberdade mais ampla, sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação
criminal contra ele.
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promo-
ver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direi- Artigo XI.
tos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser
liberdades, presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liber- acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido assegura-
dades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse com- das todas as garantias necessárias à sua defesa.
promisso, agora portanto, 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional.
Direitos Humanos Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento
da prática, era aplicável ao ato delituoso.
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as na-
ções, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, Artigo XII.
tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua famí-
da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela lia, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interfe-
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, rências ou ataques.
tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos
dos territórios sob sua jurisdição. Artigo XIII.
Artigo I. 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência
dentro das fronteiras de cada Estado.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direi-
tos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o
outros com espírito de fraternidade. próprio, e a este regressar.
Artigo II. Artigo XIV.
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liber- 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e
dades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, de gozar asilo em outros países.
seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra nature-
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legiti-
za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
mamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos
condição.
objetivos e princípios das Nações Unidas.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição polí-
Artigo XV.
tica, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma
pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem gover- 1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
no próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
Artigo III. direito de mudar de nacionalidade.
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo XVI.
Artigo IV. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o
uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
duração e sua dissolução.
Artigo V.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consenti-
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, mento dos nubentes.
desumano ou degradante.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito
Artigo VI. à proteção da sociedade e do Estado.

Conhecimentos Gerais 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo XVII. Artigo XXVI.
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita,
com outros. pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar
será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos,
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
Artigo XVIII. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos huma-
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreen-
liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
pelo culto e pela observância, em público ou em particular. religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manu-
tenção da paz.
Artigo XIX.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este que será ministrada a seus filhos.
direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e indepen- Artigo XXVII.
dentemente de fronteiras. 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultu-
Artigo XX. ral da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico
e de seus benefícios.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação
pacífica. 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e ma-
teriais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. qual seja autor.
Artigo XXI. Artigo XXVIII.
1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu pa- Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em
ís diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do ser plenamente realizados.
seu país. Artigo XXIX.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta von- 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o li-
tade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio univer- vre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
sal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de
voto. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará
sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o
Artigo XXII. fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberda-
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à seguran- des de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
ça social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser e-
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre xercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXX.
Artigo XXIII.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de empre- como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
go, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o de- exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição
semprego. de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remu-
neração por igual trabalho.
3- LEI 869 1952 de 05/07/1952 - Dispõe sobre o Estatuto dos Fun-
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa cionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais
e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se neces-
sário, outros meios de proteção social.
LEI 869/1972
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingres-
sar para proteção de seus interesses. Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Esta-
do de Minas Gerais.
Artigo XXIV.
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Artigo XXV.
Art. 1º - Esta lei regula as condições do provimento dos cargos públi-
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegu- cos, os direitos e as vantagens, os deveres e responsabilidades dos funcio-
rar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, nários civis do Estado.
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou Parágrafo único - As suas disposições aplicam-se igualmente ao Minis-
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de tério Público e ao Magistério.
seu controle. (Vide Lei nº 7109, de 13/10/1977.)
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência es- (Vide art. 85 da Lei Complementar nº 30, de 10/8/1993.)
peciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão
da mesma proteção social. (Vide art. 301 da Lei Complementar nº 59, de 18/1/2001.)

Conhecimentos Gerais 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 2º - Funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo VIII - ter atendido às condições especiais, inclusive quanto à idade,
público. prescrita no respectivo edital de concurso.
Art. 3º - Cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o criado por lei (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6871, de 17/9/1976.)
em número certo, com a denominação própria e pago pelos cofres do
Estado. Parágrafo único - (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 6871, de 17/9/1976.)

Parágrafo único - Os vencimentos dos cargos públicos obedecerão a Dispositivo revogado:


padrões previamente fixados em lei. “Parágrafo único - Não poderá ser investido em cargo inicial de carreira
Art. 4º - Os cargos são de carreira ou isolados. a pessoa que contar mais de 40 anos de idade.”

Parágrafo único - São de carreira os que se integram em classes e cor- CAPÍTULO II


respondem a uma profissão; isolados, os que não se podem integrar em Da nomeação
classes e correspondem a certa e determinada função. SEÇÃO I
Disposições Gerais
(Vide Lei nº 10961, de 14/12/1992.)
Art. 14 - As nomeações serão feitas:
Art. 5º - Classe é um agrupamento de cargos da mesma profissão e de
igual padrão de vencimento. I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou isolado
que, por lei, assim deva ser provido;
Art. 6º - Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, esca-
lonadas segundo os padrões de vencimentos. II - em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de
lei, assim deva ser provido;
Art. 7º - As atribuições de cada carreira serão definidas em regulamen-
to. III - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)

Parágrafo único - Respeitada essa regulamentação, as atribuições ine- IV - em substituição no impedimento legal ou temporário de ocupante
rentes a uma carreira podem ser cometidas, indistintamente, aos funcioná- de cargo isolado de provimento efetivo ou em comissão.
rios de suas diferentes classes. Parágrafo único - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de
Art. 8º - Quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados e de 16/10/1964.)
funções gratificadas. Art. 15 - É vedada a nomeação de candidato habilitado em concurso
Art. 9º - Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras, nem en- após a expiração do prazo de sua validade.
tre cargos isolados ou funções gratificadas. (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
TÍTULO I SEÇÃO II
Do Provimento Dos Concursos
CAPÍTULO I
Disposições Gerais Art. 16 - A primeira investidura em cargo de carreira e em outros que a
lei determinar efetuar-se-á mediante concurso, precedida de inspeção de
Art. 10 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, ob- saúde.
servados os requisitos que a lei estabelecer.
Parágrafo único - Os concursos serão de provas e, subsidiariamente,
Parágrafo único - Os cargos de carreira serão de provimento efetivo; os de títulos.
isolados, de provimento efetivo ou em comissão, segundo a lei que os criar.
Art. 17 - Os limites de idade para a inscrição em concurso e o prazo de
Art. 11 - Compete ao Governador do Estado prover, na forma da lei e validade deste serão fixados, de acordo com a natureza das atribuições da
com as ressalvas estatuídas na Constituição, os cargos públicos estaduais. carreira ou cargo, na conformidade das leis e regulamentos e das instru-
Art. 12 - Os cargos públicos são providos por: ções respectivas, quando for o caso.

I - Nomeação; Art. 18 - Não ficarão sujeitos a limites de idade, para inscrição em con-
curso e nomeação, os ocupantes de cargos efetivos ou funções públicas
II - Promoção; estaduais.
III - Transferência; Art. 19 - Os concursos deverão realizar-se dentro dos seis meses se-
guintes ao encerramento das respectivas inscrições.
IV - Reintegração;
Parágrafo único - Realizado o concurso será expedido, pelo órgão
V - Readmissão; competente, o certificado de habilitação.
VI - Reversão; SEÇÃO III
VII - Aproveitamento. Da Interinidade
Art. 13 - Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer os Art. 20 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
seguintes requisitos: Art. 21 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
I - ser brasileiro; Art. 22 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
II - ter completado dezoito anos de idade; SEÇÃO IV
III - haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei; Do Estágio Probatório
IV - estar em gozo dos direitos políticos; Art. 23 - Estágio probatório é o período de dois anos de efetivo exercí-
cio do funcionário nomeado em virtude de concurso, e de cinco anos para
V - ter boa conduta; os demais casos.
VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica; § 1º - No período de estágio apurar-se-ão os seguintes requisitos:
VII - ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando se tratar I - idoneidade moral;
de cargos isolados para os quais não haja essa exigência;
II - assiduidade;

Conhecimentos Gerais 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - disciplina; Art. 44 - O funcionário poderá ser transferido:
IV - eficiência. I - de uma para outra carreira;
§ 2º - Não ficará sujeito a novo estágio probatório o funcionário que, II - de um cargo isolado, de provimento efetivo e que exija concurso,
nomeado para outro cargo público, já houver adquirido estabilidade em para outro de carreira;
virtude de qualquer prescrição legal.
III - de um cargo de carreira para outro isolado, de provimento efetivo;
§ 3º - Sem prejuízo da remessa periódica do boletim de merecimento
ao Serviço de Pessoal, o diretor da repartição ou serviço em que sirva o IV - de um cargo isolado, de provimento efetivo, para outro da mesma
funcionário, sujeito ao estágio probatório, quatro meses antes da termina- natureza.
ção deste, informará reservadamente ao Órgão de Pessoal sobre o funcio- Art. 45 - As transferências, de qualquer natureza, serão feitas a pedido
nário, tendo em vista os requisitos enumerados nos itens I a IV deste artigo. do funcionário, atendida a conveniência do serviço ou "ex-officio" respeitada
§ 4º - Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará parecer escrito, opi- sempre a habilitação profissional.
nando sobre o merecimento do estagiário em relação a cada um dos requi- § 1º - A transferência a pedido para o cargo de carreira só poderá ser
sitos e concluindo a favor ou contra a confirmação. feita para vaga que tenha de ser provida mediante promoção por mereci-
§ 5º - Desse parecer, se contrário à confirmação, será dada vista ao mento.
estagiário pelo prazo de cinco dias. § 2º - As transferências para cargos de carreira não poderão exceder
§ 6º - Se o despacho do Governador do Estado for favorável à perma- de um terço dos cargos de cada classe e só poderão ser efetuadas no mês
nência do funcionário, a confirmação não dependerá de qualquer novo ato. seguinte ao fixado para as promoções.

§ 7º - A apuração dos requisitos de que trata este artigo deverá pro- Art. 46 - A transferência só poderá ser feita para cargo do mesmo pa-
cessar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser feita antes drão de vencimento ou igual remuneração, salvo nos casos dos itens III e
de findo o período de estágio. IV do art. 44, quando a transferência a pedido poderá dar-se para cargo de
padrão de vencimento inferior.
SEÇÃO V
Da Substituição Art. 47 - A transferência "ex-officio", no interesse da administração, se-
rá feita mediante proposta do Secretário de Estado ou Chefe do departa-
Art. 24 - Haverá substituição no impedimento do ocupante de cargo iso- mento autônomo.
lado, de provimento efetivo ou em comissão, e de função gratificada.
Art. 48 - O interstício para a transferência será de 365 dias na classe e
Art. 25 - A substituição será automática ou dependerá de ato da admi- no cargo isolado.
nistração.
CAPÍTULO V
§ 1º - A substituição não automática, por período igual ou inferior a 180 Da Permuta
(cento e oitenta) dias, far-se-á por ato do Secretário ou Diretor do Departa-
mento em que estiver lotado o cargo ou se exercer a função gratificada. Art. 49 - A transferência e a remoção por permuta serão processadas a
pedido escrito de ambos os interessados e de acordo com o prescrito no
§ 2º - O substituto perderá, durante o tempo da substituição, o venci- Capítulo IV desse Título e no Título II.
mento ou remuneração do cargo de que for ocupante efetivo, salvo no caso
de função gratificada e opção. Parágrafo único - Tratando-se de permuta entre titulares de cargos iso-
lados, não será obrigatória a regra instituída no artigo 46.
CAPÍTULO III
Da Promoção CAPÍTULO VI
Da Reintegração
Art. 26 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1994.)
Art. 50 - A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou
Art. 27 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) sentença judiciária passada em julgado, é o ato pelo qual o funcionário
demitido reingressa no serviço público, com ressarcimento dos prejuízos
Art. 28 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) decorrentes do afastamento.
Art. 29 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) § 1º - A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado se es-
Art. 30 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) se houver sido transformado, no caro resultante da transformação; e, se
provido ou extinto, em cargo de natureza, vencimento ou remuneração
Art. 31 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964) equivalentes, respeitada a habilitação profissional.
Art. 32 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) § 2º - Não sendo possível fazer a reintegração pela forma prescrita no
Art. 33 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) parágrafo anterior, será o ex-funcionário posto em disponibilidade no cargo
que exercia, com provento igual ao vencimento ou remuneração.
Art. 34 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
§ 3º - O funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica; ve-
Art. 35 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) rificada a incapacidade será aposentado no cargo em que houver sido
reintegrado.
Art. 36 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
CAPÍTULO VII
Art. 37 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
Da Readmissão
Art. 38 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964)
Art. 51 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
Art. 39 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
Art. 52 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
Art. 40 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
Art. 53 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
Art. 41 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
CAPÍTULO VIII
Art. 42 - (Vetado). Da Reversão
Art. 43 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) Art. 54 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingresse no servi-
ço público, após verificação, em processo, de que não subsistem os moti-
CAPÍTULO IV vos determinantes da aposentadoria.
Da Transferência
Conhecimentos Gerais 22 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º - A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio". lecidas no art. 13 e as especiais fixadas em lei ou regulamento, para a
investidura no cargo ou na função.
§ 2º - O aposentado não poderá reverter à atividade se contar mais de
cinqüenta e cinco anos de idade. Art. 66 - A posse deverá verificar-se no prazo de trinta dias, contados
da data da publicação do decreto no órgão oficial.
§ 3º - Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão, sem que medi-
ante inspeção médica fique provada a capacidade para o exercício da § 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros trinta dias, median-
função. te solicitação escrita e fundamentada do interessado e despacho da autori-
dade competente para dar posse.
§ 4º - Será cassada a aposentadoria do funcionário que reverter e não
tomar posse e entrar em exercício dentro dos prazos legais. § 2º - Se a posse não se der dentro do prazo inicial e no da prorroga-
ção, será tornada sem efeito, por decreto, a nomeação.
Art. 55 - A reversão far-se-á de preferência no mesmo cargo.
SEÇÃO II
§ 1º - A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se em cargo de ven- Da Fiança
cimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade.
Art. 67 - O exercício do cargo cujo provimento, por prescrição legal ou
§ 2º - A reversão ao cargo de carreira dependerá da existência da vaga regulamentar, exija fiança, dependerá da prévia prestação desta.
que deva ser preenchida mediante promoção por merecimento.
§ 1º - A fiança poderá ser prestada:
Art. 56 - A reversão dará direito para nova aposentadoria, à contagem
de tempo em que o funcionário esteve aposentado. I - em dinheiro;
CAPÍTULO IX II - em títulos da dívida pública;
Do Aproveitamento
III - em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por institu-
Art. 57 - Aproveitamento é o reingresso no serviço público do funcioná- tos oficiais ou companhias legalmente autorizadas.
rio em disponibilidade.
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança antes de
Art. 58 - Será obrigatório o aproveitamento do funcionário estável em tomadas as contas do funcionário.
cargo, de natureza e vencimentos ou remuneração compatíveis com o
anteriormente ocupado. SEÇÃO III
Do Exercício
Parágrafo único - O aproveitamento dependerá de prova de capacida-
de mediante inspeção médica. Art. 68 - O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão registra-
dos no assentamento individual do funcionário.
Art. 59 - Havendo mais de um concorrente à mesma vaga terá prefe-
rência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de empate, o de Parágrafo único - O início do exercício e as alterações que neste ocor-
maior tempo de serviço público. rerem serão comunicados, pelo chefe da repartição ou serviço em que
estiver lotado o funcionário, ao respectivo serviço de pessoal e às autorida-
Art. 60 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dispo- des, a quem caiba tomar conhecimento.
nibilidade se o funcionário não tomar posse no prazo legal, salvo caso de
doença comprovada em inspeção médica. Art. 69 - O chefe da repartição ou do serviço para que for designado o
funcionário é a autoridade competente para dar-lhe exercício.
Parágrafo único - Provada a incapacidade definitiva em inspeção médi-
ca, será decretada a aposentadoria. Art. 70 - O exercício do cargo ou da função terá início dentro do prazo
de trinta dias, contados:
CAPÍTULO X
Dos Atos Complementares I - da data da publicação oficial do ato, nos casos de promoção, remo-
SEÇÃO I ção, reintegração e designação para função gratificada;
Da Posse II - da data da posse, nos demais casos.
Art. 61 - Posse é o ato que investe o cidadão em cargo ou em função § 1º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados, por
gratificada. solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente, desde que a
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de promoção, remoção, prorrogação não exceda a trinta dias.
designação para o desempenho de função não gratificada e reintegração. § 2º - No caso de remoção e transferência, o prazo inicial para o fun-
Art. 62 - São competentes para dar posse: cionário em férias ou licenciado, exceto no caso de licença para tratar de
interesses particulares, será contado da data em que voltar ao serviço.
I - o Governador do Estado;
Art. 71 - O funcionário nomeado deverá ter exercício na repartição cuja
II - os Secretários de Estado; lotação houver vaga.
III - os Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao Go- Parágrafo único - O funcionário promovido poderá continuar em exercí-
vernador; cio na repartição em que estiver servindo.
IV - as demais autoridades designadas em regulamentos. Art. 72 - Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço ou repar-
tição diferente daquele em que estiver lotado, salvo os casos previstos
Art. 63 - A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um termo que, neste Estatuto ou prévia autorização do Governador do Estado.
assinado pela autoridade que a der e pelo funcionário, será arquivado no
órgão de pessoal da respectiva Repartição, depois dos competentes regis- Parágrafo único - Nesta última hipótese, o afastamento do funcionário
tros. só será permitido para fim determinado e por prazo certo.
Parágrafo único - O funcionário prestará, no ato da posse, o compro- Art. 73 - Entende-se por lotação o número de funcionários de cada car-
misso de cumprir fielmente os deveres do cargo ou da função. reira e de cargos isolados que devam ter exercício em cada repartição ou
serviço.
Art. 64 - A posse poderá ser tomada por procuração, quando se tratar
de funcionário ausente do Estado, em missão do Governo, ou em casos Art. 74 - O funcionário deverá apresentar ao órgão competente, após
especiais, a critério da autoridade competente. ter tomado posse e antes de entrar em exercício, os elementos necessários
a abertura do assentamento individual.
Art. 65 - A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de ser
pessoalmente responsabilizada, se forem satisfeitas as condições estabe-

Conhecimentos Gerais 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 75 - O número de dias que o funcionário gastar em viagem para I - pelo cometimento de novos encargos ao funcionário, respeitadas as
entrar em exercício será considerado, para todos os efeitos, como de atribuições inerentes ao cargo isolado ou à carreira a que pertencer, quan-
efetivo exercício. do se verificar uma das seguintes causas:
Parágrafo único - Esse período de trânsito será contado da data do a) o nível mental ou intelectual do funcionário não corresponder às exi-
desligamento do funcionário. gências da função que esteja desempenhando;
Art. 76 - Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Estado, para estu- b) a função atribuída ao funcionário não corresponder aos seus pendo-
do ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os cofres res vocacionais.
públicos, sem autorização ou designação expressa do Governador do
Estado. II - Por transferência, a juízo da administração, nos casos de:

Art. 77 - O funcionário designado para estudo ou aperfeiçoamento fora a) não ser possível verificar-se a readaptação na forma do item anteri-
do Estado, com ônus para os cofres deste, ficará obrigado a prestar servi- or;
ços pelo menos por mais três anos. b) não possuir o funcionário habilitação profissional exigida em lei para
Parágrafo único - Não cumprida essa obrigação indenizará os cofres o exercício do cargo de que for titular;
públicos da importância despendida pelo Estado com o custeio da viagem c) ser o funcionário portador de diploma de escola superior devidamen-
de estudo ou aperfeiçoamento. te legalizado, de título ou certificado de conclusão de curso científico ou
Art. 78 - Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do Governador prático instituído em lei e estar em exercício de cargo isolado ou de carrei-
do Estado, nenhum funcionário poderá permanecer por mais de quatro ra, cujas atribuições não correspondam aos seus pendores vocacionais,
anos em missão fora do Estado, nem exercer outra senão depois de corri- tendo-se em vista a especialização.
dos quatro anos de serviço efetivo no Estado, contados da data do regres- Art. 84 - A readaptação de que trata o item II, do artigo anterior, poderá
so. ser feita para cargo de padrão de vencimento superior ao daquele que
Art. 79 - O funcionário preso por crime comum ou denunciado por crime ocupar o funcionário, verificado que o desajustamento funcional decorre do
funcional ou, ainda, condenado por crime inafiançável em processo no qual exercício de atribuições de nível intelectual menos elevado.
não haja pronúncia será afastado do exercício até decisão final passada em § 1º - Quando o vencimento do readaptando for inferior ao de cargo ini-
julgado. cial da carreira para a qual deva ser transferido, só poderá haver readapta-
§ 1º - Nos casos previstos neste artigo, o funcionário perderá, durante ção para cargo dessa classe inicial.
o tempo do afastamento, um terço do vencimento ou remuneração, com § 2º - Se a readaptação tiver que ser feita para classe intermediária de
direito à diferença, se absolvido. carreira, só haverá transferência para cargo de igual padrão de vencimento.
§ 2º - No caso de condenação, e se esta não for de natureza que de- § 3º - No caso de que trata o parágrafo anterior, a readaptação só po-
termine a demissão, será o funcionário afastado, na forma deste artigo, a derá ser feita na vaga que deva ser provida pelo critério de merecimento.
partir da decisão definitiva, até o cumprimento total da pena, com direito,
apenas, a um terço do vencimento ou remuneração. Art. 85 - A readaptação por transferência só poderá ser feita mediante
rigorosa verificação da capacidade intelectual do readaptando.
TÍTULO II
Da Remoção Art. 86 - A readaptação será sempre "ex-officio" e se fará nos termos
do regulamento próprio.
Art. 80 - A remoção, que se processará a pedido do funcionário ou "ex-
officio", dar-se-á: TÍTULO IV
Do Tempo de Serviço
I - de uma para outra repartição ou serviço;
Art. 87 - A apuração do tempo de serviço, para efeito de aposentadoria,
II - de um para outro órgão de repartição, ou serviço. promoção e adicionais, será feita em dias.
§ 1º - A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação de cada re- § 1º - Serão computados os dias de efetivo exercício, à vista de docu-
partição ou serviço. mentação própria que comprove a freqüência, especialmente livro de ponto
§ 2º - A autoridade competente para ordenar a remoção será aquela a e folha de pagamento.
quem estiverem subordinados os órgãos, ou as repartições ou serviços § 2º - Para efeito de aposentadoria e adicionais, o número de dias será
entre os quais ela se faz. convertido em anos, considerados sempre estes como de trezentos e
§ 3º - Ficam asseguradas à professora primária casada com servidor sessenta e cinco dias.
federal, estadual e militar as garantias previstas pela Lei nº 814, de § 3º - Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os dias res-
14/12/51. tantes até cento e oitenta e dois não serão computados, arredondando-se
TÍTULO III para um ano quando excederem esse número.
Da Readaptação Art. 88 - Serão considerados de efetivo exercício para os efeitos do ar-
Art. 81 - Dar-se-á readaptação: tigo anterior os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em
virtude de:
a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da modifi-
cação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário, que não I - férias e férias-prêmio;
justifiquem a aposentadoria; II - casamento, até oito dias;
b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das atribuições III - luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão até oito di-
do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da carreira a que perten- as;
cer.
IV - exercício de outro cargo estadual, de provimento em comissão;
Art. 82 - A readaptação prevista na alínea "a" do art. anterior verificar-
se-á mediante atribuições de novos encargos ao funcionário, compatíveis V - convocação para serviço militar;
com a sua condição física e estado de saúde atuais. VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
Art. 83 - Far-se-á a readaptação prevista na alínea "b" do art. 81: VII - exercício de funções de governo ou administração em qualquer
parte do território estadual, por nomeação do Governador do Estado;

Conhecimentos Gerais 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
VIII - exercício de funções de governo ou administração em qualquer Art. 96 - O período de trabalho poderá ser antecipado ou prorrogado
parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República; para toda repartição ou partes, conforme a necessidade do serviço.
IX - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal; Parágrafo único - No caso de antecipação ou prorrogação desse perío-
do, será remunerado o trabalho extraordinário, na forma estabelecida no
X - licença ao funcionário acidentado em serviço ou atacado de doença Capítulo VII do Título VII.
profissional;
Art. 97 - Nos dias úteis, só por determinação do Governador do Estado
XI - licença à funcionária gestante; poderão deixar de funcionar as repartições públicas, ou ser suspensos os
XII - missão ou estudo de interesse da administração, noutros pontos seus trabalhos, em todo ou em parte.
do território nacional ou no estrangeiro, quando o afastamento houver sido Art. 98 - Para efeito de pagamento, apurar-se-á a freqüência do seguin-
expressamente autorizado pelo Governador do Estado. te modo:
Parágrafo único - Para efeito de promoção por antigüidade, computar- I - pelo ponto;
se-á, como de efetivo exercício, o período de licença para tratamento de
saúde. II - pela forma que for determinada, quanto aos funcionários não sujei-
tos a ponto.
Art. 89 - Na contagem de tempo para os efeitos de aposentadoria,
computar-se-á integralmente: Parágrafo único - Haverá um boletim padronizado para a comunicação
da freqüência.
a) o tempo de serviço público prestado à União, aos Municípios do Es-
tado, às entidades autárquicas e paraestatais da União e do Estado; Art. 99 - O funcionário perderá:
b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, nas Forças Aé- I - o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer ao servi-
reas e nas Auxiliares, prestado durante a paz, computandose pelo dobro o ço;
tempo em operações de guerra;
II - um quinto do vencimento ou remuneração, quando comparecer de-
c) o número de dias em que o funcionário houver trabalhado como ex- pois da hora marcada para início do expediente, até 55 minutos;
tranumerário ou sob outra qualquer forma de admissão, desde que remune-
rado pelos cofres públicos; III - o vencimento ou remuneração do dia, quando comparecer na re-
partição sem a observância do limite horário estabelecido no item anterior;
d) o período em que o funcionário esteve afastado para tratamento de
saúde; IV - quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar
da repartição no fim da segunda hora do expediente;
e) o período em que o funcionário tiver desempenhado, mediante auto-
rização do Governo do Estado, cargos ou funções federais, estaduais ou V - três quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no
municipais; período compreendido entre o princípio e o fim da terceira hora do expedi-
ente;
f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário, mediante a autoriza-
ção do Governo do Estado, às organizações autárquicas e paraestatais; VI - dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no
período compreendido entre o princípio e o fim da quarta hora;
g) o período relativo à disponibilidade remunerada;
VII - um quinto do vencimento ou remuneração, quando se retirar do
h) o período em que o funcionário tiver desempenhado mandato eletivo princípio da quinta hora em diante.
federal, estadual ou municipal, antes de haver ingressado ou de haver sido
readmitido nos quadros do funcionalismo estadual. Art. 100 - No caso de faltas sucessivas, serão computados, para efeito
de descontos, os domingos e feriados intercalados.
Parágrafo único - O tempo de serviço, a que se referem as alíneas "e"
e "f" será computado à vista de certidão passada pela autoridade compe- Art. 101 - O funcionário que, por motivo de moléstia grave ou súbita,
tente. não puder comparecer ao serviço, fica obrigado a fazer pronta comunica-
ção do fato, por escrito ou por alguém a seu rogo, ao chefe direto, cabendo
Art. 90 - É vedado a acumulação de tempo de serviço simultaneamente a este mandar examiná-lo, imediatamente, na forma do Regulamento.
prestado, em dois ou mais cargos ou funções, à União, ao Estado, aos
Municípios e às autarquias. Art. 102 - Aos funcionários que sejam estudantes será possibilitada,
nos termos dos regulamentos, tolerância quanto ao comparecimento normal
Art. 91 - Para nenhum efeito será computado o tempo de serviço gratui- do expediente da repartição, obedecidas as seguintes condições:
to, salvo o prestado a título de aprendizado em serviço público.
a) deverá o interessado apresentar, ao órgão de pessoal respectivo,
TÍTULO V atestado fornecido pela Secretaria do Instituto de Ensino comprovando ser
Da Freqüência e do Horário aluno do mesmo e declarando qual o horário das aulas;
Art. 92 - O expediente normal das repartições públicas será estabeleci- b) apresentará o interessado, mensalmente, atestado de freqüência às
do pelo Governo, em decreto, no qual a determinará o número de horas de aulas, fornecido pela aludida Secretaria da escola;
trabalho normal para os diversos cargos e funções.
c) o limite da tolerância será, no máximo, de uma hora e trinta minutos
Art. 93 - O funcionário deverá permanecer na repartição durante as ho- por dia;
ras do trabalho ordinário e as do expediente.
d) comprometer-se-á o interessado a manter em dia e em boa ordem
Parágrafo único - O disposto no presente artigo aplica-se, igualmente, os trabalhos que lhe forem confiados, sob pena de perda da
aos funcionários investidos em cargo ou função de chefia.
regalia.
Art. 94 - A freqüência será apurada por meio do ponto.
TÍTULO VI
Art. 95 - Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, as en- Da Vacância
tradas e saídas dos funcionários em serviço. CAPÍTULO I
Disposições Gerais
§ 1º - Nos registros de ponto deverão ser lançados todos os elementos
necessários à apuração da freqüência. Art. 103 - A vacância do cargo decorrerá de:
§ 2º - Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento a) exoneração;
é vedado dispensar o funcionário de registro de ponto e abonar faltas ao
serviço. b) demissão;

Conhecimentos Gerais 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) promoção; anquilosante, mal de Paget, hepatopatia grave ou outra doença que o
incapacite para o exercício da função pública.
d) transferência;
§ 1º - Acidente é o evento danoso que tiver como causa mediata ou
e) aposentadoria; imediata o exercício das atribuições inerentes ao cargo.
f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique acumulação ve- § 2º - Equipara-se a acidente a agressão sofrida e não provocada pelo
dada; funcionário no exercício de suas atribuições.
g) falecimento. § 3º - A prova de acidente será feita em processo especial, no prazo de
Art. 104 - Verificada vaga em uma carreira, serão, na mesma data, oito dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem, sob pena de
consideradas abertas todas as que decorrerem do seu preenchimento. suspensão.
Parágrafo único - Verifica-se a vaga na data: § 4º - Entende-se por doença profissional a que decorrer das condições
do serviço ou de fato nele ocorrido, devendo o laudo médico estabelecer-
I - do falecimento do ocupante do cargo; lhe a rigorosa caracterização.
II - da publicação do decreto que transferir, aposentar, demitir ou exo- § 5º - A aposentadoria, a que se referem as alíneas "c", "d" e "e” só se-
nerar o ocupante do cargo; rá concedida quando verificado o caráter incapacitante e irreversível da
III - da publicação da lei que criar o cargo, e conceder dotação para o doença ou da lesão, que implique a impossibilidade de o servidor reassumir
seu provimento, ou da que determinar apenas esta última medida, se o o exercício do cargo mesmo depois de haver esgotado o prazo máximo
cargo estiver criado; admitido neste Estatuto para o gozo de licença para tratamento de saúde.

IV - da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, quando desta § 6º - No caso de serviços que, por sua natureza, demandem tratamen-
decorra acumulação legalmente vedada. to especial, a lei poderá fixar, para os funcionários que neles trabalhem,
redução dos prazos relativos à aposentadoria requerida ou idade inferior
Art. 105 - Quando se tratar de função gratificada, dar-se-á a vacância para a compulsória.
por:
§ 7º - Será aposentado, se o requerer, o funcionário que contar vinte e
a) dispensa a pedido do funcionário; cinco anos de efetivo exercício no magistério.
b) dispensa a critério da autoridade; Para todos os fins e vantagens, considera-se como "efetivo exercício
no magistério" o referente à duração do Curso de Aperfeiçoamento frequen-
c) não haver o funcionário designado assumido o exercício dentro do
tado pelo funcionário.
prazo legal;
§ 8º - As professoras primárias têm direito à aposentadoria, desde que
d) destituição na forma do art. 248.
contem sessenta anos de idade.
CAPÍTULO II
§ 9º - Os demais funcionários ao atingirem a idade fixada no parágrafo
Da Exoneração
anterior e desde que contem mais de 20 (vinte) anos de serviço prestado
Art. 106 - Dar-se-á exoneração: ao Estado, poderão ser aposentados, se o requererem, com o vencimento
ou a remuneração calculados de acordo com o disposto nos itens III e IV do
a) a pedido do funcionário; art. 110.
b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de cargo em co- Art. 109 - A aposentadoria dependente de inspeção médica só será de-
missão ou interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo; cretada depois de verificada a impossibilidade de readaptação do funcioná-
c) quando o funcionário não satisfizer as condições de estágio probató- rio.
rio; Art. 110 - Os proventos da aposentadoria serão integrais:
d) quando o funcionário interino em cargo de carreira ou isolado, de I - se o funcionário contar 30 anos de efetivo exercício;
provimento efetivo, não satisfizer as exigências para a inscrição, em con-
curso; II - quando ocuparem as hipóteses das alíneas "c", "d" e "e" do art. 108,
e parágrafo 8º do mesmo artigo;
e) automaticamente, após a homologação do resultado do concurso
para provimento do cargo ocupado interinamente pelo funcionário. III - proporcional ao tempo de serviço na razão de tantos avos por ano
quantos os anos necessários de permanência no serviço, nos casos previs-
CAPÍTULO III tos nos parágrafos 6º e 7º do art. 108;
Da Demissão
IV - proporcional ao tempo de serviço na razão de um trinta avos por
Art. 107 - A demissão será aplicada como penalidade. ano, sobre o vencimento ou remuneração de atividade, nos demais casos.
CAPÍTULO IV Art. 111 - (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1435, de 30/1/1956.)
Da Aposentadoria
Art. 112 - O funcionário interino não poderá ser aposentado, exceto no
Art. 108 - O funcionário, ocupante de cargo de provimento efetivo, será caso previsto no art. 108, alíneas "d" e "e".
aposentado:
Art. 113 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por
a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade; motivo de alteração de poder aquisitivo da moeda, se modificarem os
b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço; vencimentos dos funcionários em atividade.

c) quando verificada a sua invalidez para o serviço público; Art. 114 - (Vetado).

d) quando inválido em conseqüência de acidente ou agressão, não Art. 115 - Os vencimentos da aposentadoria não poderão ser superio-
provocada, no exercício de suas atribuições, ou doença profissional; res ao vencimento ou remuneração da atividade, nem inferiores a um terço.

e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia Art. 116 - Serão incorporados aos vencimentos, para efeito de aposen-
maligna, cegueira, cardiopatia descompensada, hanseníase, leucemia, tadoria:
pênfigo foliáceo, paralisia, síndrome da imunodeficiência adquirida - AIDS-, a) os adicionais por tempo de serviço;
nefropatia grave, esclerose múltipla, doença de Parkinson, espondiloartrose

Conhecimentos Gerais 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) adicional de família extinguindo-se à medida que os filhos, existentes Parágrafo único - Compreende-se neste artigo os filhos de qualquer
ao tempo da aposentadoria, forem atingindo o limite de idade estabelecida condição, os enteados, os adotivos e o menor que, mediante autorização
no art. 126, nº II; judicial, viver sob a guarda e sustento do funcionário.
c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) Art. 127 - Quando pai ou mãe forem funcionários inativos e viverem em
comum, o abono de família será concedido àquele que tiver o maior venci-
Art. 117 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) mento.
TÍTULO VII § 1º - Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver os de-
Dos Direitos, Vantagens e Concessões pendentes sob sua guarda.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais § 2º - Se ambos os tiverem, será concedido a um e outro dos pais, de
acordo com a distribuição dos dependentes.
Art. 118 - Além de vencimento ou da remuneração do cargo o funcioná-
rio poderá auferir as seguintes vantagens: Art. 128 - (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
I - ajuda de custo; Art. 129 - O abono de família será pago, ainda nos casos em que o
funcionário ativo ou inativo deixar de perceber vencimento, remuneração ou
II - diárias; provento.
III - auxílio para diferença de caixa; Art. 130 - O abono de família não está sujeito a qualquer imposto ou
IV - abono de família; taxa, mas servirá de base para qualquer contribuição ou consignação em
folha, inclusive para fins de previdência social.
V - gratificações;
CAPÍTULO IV
VI - honorários; Do Auxílio para Diferença de Caixa
VII - quotas-partes e percentagens previstas em lei; Art. 131 - Ao funcionário que, no desempenho de suas atribuições co-
VIII - adicionais previstos em lei. muns, pagar ou receber, em moeda corrente, poderá ser concedido um
auxílio, fixado em lei, para compensar as diferenças de caixa.
Art. 119 - Excetuados os casos expressamente previstos no artigo an-
terior, o funcionário não poderá receber, a qualquer título, seja qual for o Parágrafo único - O auxílio não poderá exceder a cinco por cento do
motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos padrão de vencimento e só será concedido dentro dos limites da dotação
órgãos ou serviços públicos, das entidades autárquicas ou paraestatais, ou orçamentária.
organizações públicas, em razão de seu cargo ou função, nos quais tenha CAPÍTULO V
sido mandado servir, ou ainda de particular. Da Ajuda de Custo
CAPÍTULO II Art. 132 - Será concedida ajuda de custo ao funcionário que, em virtude
Do Vencimento e da Remuneração de transferência, remoção, designação para função gratificada, passar a ter
Art. 120 - Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício em nova sede, ou quando designado para serviço ou estudo fora
exercício do cargo correspondente ao padrão fixado em lei. do Estado.

Art. 121 - Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo § 1º - A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário das despe-
exercício do cargo correspondente ao padrão de vencimento e mais as sas de viagem e de nova instalação.
quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham sido atribuídas. § 2º - O transporte do funcionário e de sua família correrá por conta do
Art. 122 - Somente nos casos previstos em lei poderá perceber venci- Estado.
mento ou remuneração o funcionário que não estiver no exercício do cargo. Art. 133 - A ajuda de custo será arbitrada pelos Secretários do Estado
Art. 123 - O funcionário nomeado para exercer cargo isolado, provido e Diretores de Departamento diretamente subordinados ao Governador do
em comissão, perderá o vencimento ou remuneração ao cargo efetivo, Estado, tendo em vista cada caso, as condições de vida na nova sede, a
salvo opção. distância que deverá ser percorrida, o tempo de viagem e os recursos
orçamentários disponíveis.
Art. 124 - O vencimento ou a remuneração dos funcionários não pode-
rão ser objeto de arresto, seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar: § 1º - A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância corres-
pondente a um mês de vencimento e nem superior a três, salvo quando se
I - de prestação de alimentos, na forma da lei civil; tratar do funcionário designado para serviço ou estudo no estrangeiro.
II - de dívida à Fazenda Pública. § 2º - No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a média mensal da
mesma no último exercício financeiro.
Art. 125 - A partir da data da publicação do decreto que o promover, ao
funcionário, licenciado ou não, ficarão assegurados os direitos e o venci- § 3º - Será a ajuda de custo calculada, nos casos de promoção, na ba-
mento ou a remuneração decorrentes da promoção. se do vencimento ou remuneração do novo cargo a ser exercido.
CAPÍTULO III Art. 134 - A ajuda de custo será paga ao funcionário diantadamente no
Do Abono de Família local da repartição ou do serviço do que foi desligado.
Art. 126 - O abono de família será concedido, na forma da Lei, ao fun- Parágrafo único - O funcionário sempre que o preferir, poderá receber,
cionário ativo ou inativo: integralmente, a ajuda de custo, na sede da nova repartição ou serviço.
I - pela esposa; Art. 135 - Não será concedida a ajuda de custo:
II - por filho menor de 21 anos que não exerça profissão lucrativa; I - quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela voltar, em virtude
de mandato eletivo;
III - por filho inválido ou mentalmente incapaz;
II quando for posto à disposição do Governo Federal, municipal e de
IV - por filha solteira que não tiver profissão lucrativa;
outro Estado;
V - por filho estudante que freqüentar curso secundário ou superior em
III - quando for transferido ou removido a pedido ou permuta, inclusive.
estabelecimento de ensino oficial ou particular fiscalizado pelo Governo, e
que não exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 anos. Art. 136 - Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:

Conhecimentos Gerais 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - o funcionário que não seguir para a nova sede dentro dos prazos de- b) pela execução de trabalho de natureza especial, com risco de vida
terminados; ou saúde;
II - o funcionário que, antes de terminado o desempenho da incumbên- c) pela elaboração de trabalho técnico ou científico de utilidade para o
cia que lhe foi cometida, regressar da nova sede, pedir exoneração ou serviço público;
abandonar o serviço.
d)de representação, quando em serviço ou estudo no estrangeiro ou no
§ 1º - A restituição será feita parceladamente, salvo no caso de rece- país;
bimento indevido, em que a importância correspondente será descontada
integralmente do vencimento ou remuneração, sem prejuízo da aplicação e) quando regularmente nomeado ou designado para fazer parte do ór-
da pena disciplinar cabível na espécie. gão legal de deliberação coletiva ou para cargo ou função de confiança;

§ 2º - A responsabilidade pela restituição de que trata este artigo atinge f) pela prestação de serviço extraordinário;
exclusivamente a pessoa do funcionário. g) de função de chefia prevista em lei;
§ 3º - Se o regresso do funcionário for determinado pela autoridade h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei.
competente, ou, em caso de pedido de exoneração, apresentado pelo
menos noventa dias após seus exercício na nova sede, ou doença compro- § 1º - A gratificação a que se refere a alínea "e" deste artigo será fixada
vada, não ficará ele obrigado a restituir a ajuda de custo. no limite máximo de um terço do vencimento ou remuneração.

Art. 137 - O transporte do funcionário e de sua família compreende § 2º - Será estabelecido em decreto o quanto das gratificações a que
passagens e bagagens, observado, quanto a estas, o limite estabelecido no se referem as alíneas "a" e "b" deste artigo.
regulamento próprio. Art. 144 - A gratificação pelo exercício em determinadas zonas ou lo-
§ 1º - Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal que acom- cais e pela execução de trabalhos de natureza especial, com risco da vida
panhe o funcionário. ou da saúde, será determinada em lei.

§ 2º - O funcionário será obrigado a repor a importância corresponden- Art. 145 - A gratificação pela elaboração de trabalho técnico ou científi-
te ao transporte irregularmente requisitado, além de sofrer a pena discipli- co, ou de utilidade para o serviço público, será arbitrada pelo Governador
nar que for aplicável. do Estado, após sua conclusão.

Art. 138 - Compete ao Governador do Estado arbitrar a ajuda de custo Art. 146 - A gratificação a título de representação quando em serviço
que será paga ao funcionário designado para serviço ou estudo fora do ou estudo fora do Estado, será autorizada pelo Governador do Estado,
Estado. levando em conta o vencimento e a duração certa ou presumível do estudo
e as condições locais, salvo se a lei ou regulamento já dispuser a respeito.
Parágrafo único - A ajuda de custo, de que trata este artigo, não poderá
ser inferior a um mês de vencimento ou remuneração do funcionário. Parágrafo único - A gratificação de que trata este artigo terá limite mí-
nimo de um terço do vencimento do funcionário.
CAPÍTULO VI
Das Diárias Art. 147 - A gratificação relativa ao exercício em órgão legal de delibe-
ração coletiva será fixada em lei.
Art. 139 - O funcionário que se deslocar de sua sede, eventualmente e
por motivo de serviço, faz jus à percepção de diária, nos termos de regula- Art. 148 - A gratificação pela prestação de serviço extraordinário, que
mento. não poderá, em hipótese alguma, exceder ao vencimento do funcionário,
será:
§ 1º - A diária não é devida:
a) previamente arbitrada pelo Secretário de Estado ou Diretor de De-
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou transferido. partamento diretamente subordinado ao Governador do Estado;
2) quando o deslocamento do funcionário durar menos de seis horas; b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o funcionário § 1º - No caso da alínea "b", a gratificação será paga por hora de traba-
resida; lho antecipado ou prorrogado, salvo quando a prorrogação for apenas de
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo se a permanên- uma hora e tiver corrido apenas duas vezes no mês, caso em que não será
cia do funcionário fora da sede nesses dias for conveniente ou necessária remunerada.
ao serviço. § 2º - Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer trabalho
§ 2º - Sede é a localidade onde o funcionário tem exercício. previsto em regimento ou regulamento, executado fora da hora do expedi-
ente regulamentar da repartição e previamente autorizado pelo Secretário
Art. 140 - O pagamento de diária, que pode ser feito antecipadamente, de Estado ou Diretor de Departamento diretamente subordinado ao Gover-
destina-se a indenizar o funcionário por despesas com alimentação e nador do Estado.
pousada, devendo ocorrer por dia de afastamento e pelo valor fixado no
regulamento. § 3º - O pagamento de que trata este artigo será efetuado mediante fo-
lha especial previamente aprovada pela autoridade a que se refere o pará-
§ 1º - A diária é integral quando o afastamento se der por mais de doze grafo anterior e publicado no órgão oficial, da qual constem o nome do
horas e exigir pousada paga pelo funcionário. funcionário, cargo, o vencimento mensal, e o número de horas de serviço
extraordinário, a gratificação arbitrada, se for o caso, e a importância total
§ 2º - Ocorrendo afastamento por até doze horas, é devida apenas a de despesa.
parcela da diária relativa a alimentação.
Art. 149 - O funcionário perceberá honorário quando designado para
Art. 141 - É vedado o pagamento com qualquer outra retribuição de ca- exercer, fora do período normal ou extraordinário de trabalho, as funções
ráter indenizatório de despesa com alimentação e pousada. de auxiliar ou membro de bancas e comissões de concursos ou provas, de
Art. 142 - Constitui infração disciplinar grave, punível na forma da lei, professor ou auxiliar de cursos legalmente instituídos.
conceder ou receber diária indevidamente. CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VII Da Função Gratificada
Das Gratificações Art. 150 - Função gratificada é a instituída em lei para atender os en-
Art. 143 - Será concedida gratificação ao funcionário: cargos de chefia e outros que a lei determinar.
a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
Conhecimentos Gerais 28 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 151 - Não perderá a gratificação o funcionário que deixar de com- II - quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de
parecer ao serviço em virtude de férias, luto, casamento, doença compro- doença profissional;
vada, serviços obrigatórios por lei.
III - por motivo de doença em pessoa de sua família;
CAPÍTULO IX
Das Férias IV - no caso previsto no art. 175;

Art. 152 - O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano vinte e cinco V - quando convocado para serviço militar;
dias úteis de férias, observada a escala que for organizada de acordo com VI - para tratar de interesses particulares;
conveniência do serviço, não sendo permitida a acumulação de férias.
VII - no caso previsto no art. 186.
§ 1º - Na elaboração da escala, não será permitido que entrem em go-
zo de férias, em um só mês, mais de um terço de funcionários de uma Art. 159 - Aos funcionários interinos e aos em comissão não será con-
seção ou serviço. cedida licença para tratar de interesses particulares.

§ 2º - É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho. Art. 160 - A competência para a concessão de licença para tratamento
de saúde será definida em regulamento próprio.
§ 3º - Ingressando no serviço público estadual, somente depois do 11º
mês de exercício poderá o funcionário gozar férias. Art. 161 - A licença dependente de inspeção médica será concedida
pelo prazo indicado no respectivo laudo.
Art. 153 - Durante as férias, o funcionário terá direito ao vencimento ou
remuneração e a todas as vantagens, como se estivesse em exercício Parágrafo único - Antes de findo esse prazo o funcionário será subme-
exceto a gratificação por serviço extraordinário. tido a nova inspeção e o laudo médico concluirá pela sua volta ao serviço,
pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 154 - O funcionário promovido, transferido ou removido, quando
em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. Art. 162 - Finda a licença, o funcionário deverá reassumir, imediata-
mente, o exercício do cargo, se assim concluir o laudo de inspeção médica,
Art. 155 - É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe convier, salvo caso de prorrogação, mesmo sem o despacho final desta.
cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu início, comunicar o seu endereço
eventual ao chefe da repartição ou serviço a que estiver subordinado. Art. 163 - As licenças concedidas dentro de sessenta dias contados da
terminação da anterior serão consideradas como prorrogação.
CAPÍTULO X
Das Férias-Prêmio Art. 164 - O funcionário não poderá permanecer em licença por prazo
superior a 24 meses salvo o portador de tuberculose, lepra ou pênfigo
Art. 156 - O funcionário gozará férias-prêmio correspondente a decênio foliáceo, que poderá ter mais três prorrogações de 12 meses cada uma,
de efetivo exercício em cargos estaduais na base de quatro meses por desde que, em exames periódicos anuais, não se tenha verificado a cura.
decênio.
Art. 165 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o funcioná-
§ 1º - As férias-prêmio serão concedidas com o vencimento ou remune- rio será submetido a inspeção médica e aposentado, se for considerado
ração e todas as demais vantagens do cargo, excetuadas somente as definitivamente inválido para o serviço público em geral.
gratificações por serviços extraordinários, e sem perda da contagem de
tempo para todos os efeitos, como se estivesse em exercício. Art. 166 - O funcionário poderá gozar licença onde lhe convier, ficando
obrigado a comunicar, por escrito, o seu endereço ao chefe a que estiver
§ 2º - Para tal fim, não se computará o afastamento do exercício das imediatamente subordinado.
funções, por motivo de:
Art. 167 - O funcionário acidentado no exercício de suas atribuições te-
a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; rá assistência hospitalar, médica e farmacêutica dada a custa do Instituto
b) férias anuais; de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais.

c) requisição de outras entidades públicas, com afastamento autorizado SEÇÃO II


pelo Governo do Estado; Licença para Tratamento de Saúde

d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou representação fora da sede, Art. 168 - A licença para tratamento de saúde será concedida a pedido
autorizada pelo Governo do Estado; do funcionário ou "ex-officio".

e) licença para tratamento de saúde até 180 dias; Parágrafo único - Num e noutro caso de que cogita este artigo é indis-
pensável a inspeção médica, que deverá realizar-se, sempre que necessá-
f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; ria, na residência do funcionário.
g) exercício de funções de governo ou administração em qualquer par- Art. 169 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde não pode-
te do território estadual, por nomeação do Governo do Estado. rá dedicar-se a qualquer atividade remunerada.
§ 3º - O servidor público terá, automaticamente, contado em dobro, pa- Art. 170 - Quando licenciado para tratamento de saúde, acidente no
ra fins de aposentadoria e vantagens dela decorrentes, o tempo de férias- serviço de suas atribuições, ou doença profissional, o funcionário receberá
prêmio não gozadas. integralmente o vencimento ou a remuneração e demais vantagens.
Art. 157 - O pedido de concessão de férias-prêmio deverá ser instruído Art. 171 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde é obrigado
com certidão de contagem de tempo fornecida pela repartição competente. a reassumir o exercício, se for considerado apto em inspeção médica "ex-
officio".
Parágrafo único - Considera-se repartição competente para tal fim a-
quela que dispuser de elementos para certificar o tempo de serviço median- Art. 172 - O funcionário atacado de tuberculose ativa, cardiopatia des-
te fichas oficiais cópias de folhas de pagamento ou registro de ponto. compensada, alienação mental, neoplasia maligna, leucemia, cegueira,
lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia que o impeça de locomover-se, será
CAPÍTULO XI compulsoriamente licenciado, com vencimento ou remuneração integral e
Das Licenças demais vantagens.
SEÇÃO I
Disposições Gerais Parágrafo único - Para verificação das moléstias referidas neste artigo,
a inspeção médica será feita obrigatoriamente por uma junta médica oficial,
Art. 158 - O funcionário poderá ser licenciado: de três membros, todos presentes.
I - para tratamento de saúde;

Conhecimentos Gerais 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 173 - O funcionário, durante a licença, ficar obrigado a seguir rigo- SEÇÃO VI
rosamente o tratamento médico adequado à doença, sob pena de lhe ser Licença para Tratar de Interesses Particulares
suspenso o pagamento de vencimento ou remuneração.
Art. 179 - Depois de dois anos de exercício, o funcionário poderá obter
§ 1º - No caso de alienado mental, responderá o curador pela obriga- licença, sem vencimento ou remuneração, para tratar de interesses particu-
ção de que trata este artigo. lares.
§ 2º - A repartição competente fiscalizará a observância do disposto § 1º - A licença poderá ser negada quando o afastamento do funcioná-
neste artigo. rio for inconveniente ao interesse do serviço.
Art. 174 - A licença será convertida em aposentadoria, na forma do art. § 2º - O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão da li-
165, e antes do prazo nele estabelecido, quando assim opinar a junta cença.
médica, por considerar definitiva, para o serviço público em geral, a invali-
dez do funcionário. Art. 180 - Não será concedida licença para tratar de interesses particu-
lares ao funcionário nomeado, removido ou transferido, antes de assumir o
SEÇÃO III exercício.
Licença à Funcionária Gestante
Art. 181 - Não será, igualmente, concedida licença para tratar de inte-
Art. 175 - À funcionária gestante será concedida, mediante inspeção resses particulares ao funcionário que, a qualquer título, estiver ainda
médica, licença, por três meses, com vencimento ou remuneração e demais obrigado a indenização ou devolução aos cofres públicos.
vantagens.
Art. 182 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
§ 1º - A licença só poderá ser concedida para o período que compre-
enda, tanto quanto possível, os últimos quarenta e cinco dias da gestação e Art. 183 - O funcionário poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercí-
o puerpério. cio desistindo da licença.

§ 2º - A licença deverá ser requerida até o oitavo mês da gestação, Art. 184 - A autoridade que houver concedido a licença poderá, a todo
competindo à junta médica fixar a data do seu início. tempo, desde que o exija o interesse do serviço público, cassá-la, marcan-
do razoável prazo para que o funcionário licenciado reassuma o exercício.
§ 3º - O pedido encaminhado depois do oitavo mês da gestação será
prejudicado quanto à duração da licença, que se reduzirá dos dias corres- Art. 185 - (Vetado).
pondentes ao atraso na formulação do pedido. SEÇÃO VII
§ 4º - Se a criança nascer viva, prematuramente, antes que a funcioná- Licença à Funcionária Casada com Funcionário
ria tenha requerido a licença, o início desta será a partir da data do parto. Art. 186 - A funcionária casada com funcionário estadual, federal ou mi-
SEÇÃO IV litar, terá direito a licença, sem vencimento ou remuneração, quando o
Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família marido for mandado servir, independentemente de solicitação, em outro
ponto do Estado ou do território nacional ou no estrangeiro.
Art. 176 - O funcionário poderá obter licença por motivo de doença na
pessoa do pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não esteja legalmente sepa- Parágrafo único - A licença será concedida mediante pedido, devida-
rado. mente instruído, e vigorará pelo tempo que durar a comissão ou nova
função do marido.
§ 1º - (Vetado).
CAPÍTULO XII
§ 2º - Provar-se-á a doença mediante inspeção médica, na forma pre- Da Estabilidade
vista em lei, para a licença de que trata o artigo.
Art. 187 - O funcionário adquirirá estabilidade depois de:
§ 3º - (Vetado).
I - dois anos de exercício, quando nomeado em virtude de concurso;
SEÇÃO V
Licença para Serviço Militar II - cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem concurso.

Art. 177 - Ao funcionário que for convocado para o serviço militar e ou- Parágrafo único - Não adquirirão estabilidade, qualquer que seja o
tros encargos de segurança nacional, será concedida licença com venci- tempo de serviço o funcionário interino e no cargo em que estiver substitu-
mento ou remuneração e demais vantagens, descontada mensalmente a indo ou comissionado, o nomeado em comissão ou em substituição.
importância que receber na qualidade de incorporado. Art. 188 - Para fins de aquisição de estabilidade, só será contado o
§ 1º - A licença será concedida mediante comunicação do funcionário tempo de serviço efetivo, prestado em cargos estaduais.
ao chefe da repartição ou do serviço, acompanhada de documento oficial Parágrafo único - Desligando-se do serviço público estadual e sendo
de que prove a incorporação. readmitido ou nomeado para outro cargo estadual, a contagem de tempo
§ 2º - O funcionário desincorporado reassumirá imediatamente o exer- será feita, para fim de estabilidade, na data da nova posse.
cício, sob pena de perda do vencimento ou remuneração e, se a ausência Art. 189 - Os funcionários públicos perderão o cargo:
exceder a trinta dias, de demissão, por abandono do cargo.
I - quando vitalícios, somente em virtude de sentença judiciária;
§ 3º - Tratando-se de funcionário cuja incorporação tenha perdurado
pelo menos um ano, o chefe da repartição ou serviço a que tiver de se II - quando estáveis, no caso do número anterior, no de extinguir o car-
apresentar o funcionário poderá conceder-lhe o prazo de quinze dias para go ou no de serem demitidos mediante processo administrativo em que se
reassumir o exercício, sem perda de vencimento ou remuneração. lhes tenha assegurada ampla defesa.

§ 4º - Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do exer- Parágrafo único - A estabilidade não diz respeito ao cargo, ressalvan-
cício, os prazos para a apresentação do funcionário à sua repartição ou do-se à administração o direito de readaptar o funcionário em outro cargo,
serviço serão os marcados no artigo 70. removê-lo, transferi-lo ou transformar o cargo, no interesse do serviço.

Art. 178 - Ao funcionário que houver feito curso para oficial da reserva CAPÍTULO XIII
das forças armadas, será também concedida licença com vencimento ou Da Disponibilidade
remuneração e demais vantagens durante os estágios prescritos pelos Art. 190 - Quando se extinguir o cargo, o funcionário estável ficará em
regulamentos militares, quando por estes não tiver direito àquele pagamen- disponibilidade remunerada, com vencimento ou remuneração integrais e
to, assegurado, em qualquer caso, o direito de opção. demais vantagens, até o seu obrigatório aproveitamento em outro cargo de
natureza, vencimentos ou remuneração compatíveis com o que ocupava.
Conhecimentos Gerais 30 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO XIV conta do Estado, fora da sede de serviço, se assim o exigir o laudo médico
Do Direito de Petição oficial.
Art. 191 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou repre- Art. 203 - Poderá ser concedido transporte à família do funcionário,
sentar. quando este falecer fora da sede de seus trabalhos, no desempenho de
serviço.
Art. 192 - O requerimento será dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamen- Art. 204 - (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 70, de
te subordinado o requerente. 30/7/2003.)
Art. 193 - O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade que Art. 205 - O vencimento ou a remuneração do funcionário em atividade
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser ou em disponibilidade e o provento atribuído ao que estiver aposentado não
renovado. poderão sofrer outros descontos que não sejam previstos em lei.
Parágrafo único - O requerimento e o pedido de reconsideração de que Art. 206 - A administração, em igualdade de condições, preferirá para
tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de cinco transferência ou remoção da localidade onde trabalha, o funcionário que
dias e decididos dentro de trinta, improrrogáveis. não seja estudante.
Art. 194 - Caberá recurso: Art. 207 - Ao funcionário estudante matriculado em estabelecimento de
ensino será concedido, sempre que possível, horário especial de trabalho
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; que possibilite a freqüência regular às aulas.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Parágrafo único - Ao funcionário estudante será permitido faltar ao ser-
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à viço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes
que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em do exercício, nos dias de prova ou de exame.
escala ascendente, às demais autoridades. TÍTULO VIII
§ 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-á o disposto na par- Dos Deveres e da Ação Disciplinar
te final do art. 192. CAPÍTULO I
Das Responsabilidades
Art. 195 - Os pedidos de reconsideração e os recursos que não têm e-
feito suspensivo; os que forem providos, porém, darão lugar às retificações Art. 208 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde responde civil, penal e administrativamente.
que outra solução jurídica não determine a autoridade, quanto aos efeitos Art. 209 - A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou
relativos ao passado. culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Estadual, ou de terceiro.
Art. 196 - O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá, em § 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda Estadual no que
geral, nos mesmos prazos fixados para as ações próprias cabíveis no exceder as forças da fiança, poderá ser liquidada mediante o desconto em
judiciário, quanto à espécie. prestações mensais não excedentes da décima parte do vencimento ou
Parágrafo único - Se não for o caso de direito que dê oportunidade à remuneração, à míngua de outros bens que respondam pela indenização.
ação judicial, prescreverá a faculdade de pleitear na esfera administrativa, § 2º - Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o funcioná-
dentro de 120 dias a contar da data da publicação oficial do ato impugnado rio perante a Fazenda Estadual, em ação regressiva, proposta depois de
ou, quando este for da natureza reservada, da data da ciência do interes- transitar em julgado a decisão de última instância que houver condenado a
sado. Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado.
Art. 197 - O funcionário que se dirigir ao Poder Judiciário ficará obriga- Art. 210 - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
do a comunicar essa iniciativa a seu chefe imediato para que este provi- imputados ao funcionário, nessa qualidade.
dencie a remessa do processo, se houver, ao juiz competente, como peça
instrutiva da ação judicial. Art. 211 - A responsabilidade administrativa resulta de atos ou omis-
sões praticados no desempenho do cargo ou função.
Art. 198 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste
capítulo. Art. 212 - As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-
se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias
CAPÍTULO XV civil, penal e administrativa.
Da Acumulação
CAPÍTULO II
Art. 199 - É vedada a acumulação de cargo, exceto as previstas nos ar- Da Prisão Preventiva e da Suspensão Preventiva
tigos 61, número I e 137, da Constituição Estadual.
Art. 213 - Cabe, dentro das respectivas competências, aos Secretários
Art. 200 - É vedada, ainda, a acumulação de funções ou de cargos e de Estado e aos Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao
funções do Estado, ou do Estado com os da União ou Município e com os Governador do Estado, ordenar a prisão administrativa de todo ou qualquer
das entidades autárquicas. responsável pelos dinheiros e valores pertencentes à Fazenda Estadual ou
Parágrafo único - Não se compreende na proibição deste artigo a acu- que se acharem sob a guarda desta, nos casos de alcance ou omissão em
mulação de cargo ou função com a gratificação de função. efetuar as entradas nos devidos prazos.
CAPÍTULO XVI § 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará o fato imediata-
Das Concessões mente à autoridade judiciária competente, para os devidos efeitos.
Art. 201 - Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou qualquer outro § 2º - Providenciará, ainda, no sentido de ser iniciado com urgência e
direito ou vantagem legal, o funcionário poderá faltar ao serviço até oito imediatamente concluído o processo de tomada de contas.
dias consecutivos por motivo de: § 3º - A prisão administrativa não poderá exceder a noventa dias.
a) casamento; Art. 214 - Poderá ser ordenada, pelo Secretário de Estado e Diretores
b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. de Departamentos diretamente subordinados ao Governador do Estado,
dentro da respectiva competência, a suspensão preventiva do funcionário,
Art. 202 - Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde poderá até trinta dias, desde que seu afastamento seja necessário para a averi-
ser concedido transporte, inclusive para as pessoas de sua família, por guação de faltas cometidas, podendo ser prorrogada até noventa dias,

Conhecimentos Gerais 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
findos os quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda que o processo CAPÍTULO IV
administrativo não esteja concluído. Da apuração de irregularidades
SEÇÃO I
Art. 215 - O funcionário terá direito: Do processo administrativo
I - à contagem de tempo de serviço relativo ao período da prisão ou da Art. 218 - A autoridade que tiver ciência ou notícia da ocorrência de ir-
suspensão, quando do processo não resultar punição, ou esta se limitar às regularidades no serviço público é obrigado a promover-lhe a apuração
penas de advertências, multa ou repreensão; imediata por meio de sumários, inquérito ou processo administrativo.
II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem de tempo Parágrafo único - O processo administrativo precederá sempre demis-
de serviço correspondente ao período de afastamento excedente do prazo são do funcionário.
de suspensão efetivamente aplicada.
Art. 219 - São competentes para determinar a instauração do processo
CAPÍTULO III administrativo os Secretários de Estado e os Diretores de Departamentos
Dos Deveres e Proibições diretamente subordinados ao Governador do Estado.
Art. 216 - São deveres do funcionário: Art. 220 - O processo administrativo constará de duas fases distintas:
I - assiduidade; a) inquérito administrativo;
II - pontualidade; b) processo administrativo propriamente dito.
III - discrição; § 1º - Ficará dispensada a fase do inquérito administrativo quando fo-
IV - urbanidade; rem evidentes as provas que demonstrem a responsabilidade do indiciado
ou indiciados.
V - lealdade às instituições constitucionais e administrativas a que ser-
vir; § 2º - O inquérito administrativo se constituirá de averiguação sumária,
sigilosa, de que se encarregarão funcionários designados pelas autoridades
VI - observância das normas legais e regulamentares; a que se refere o art. 219 e deverá ser iniciado e concluído no prazo impror-
VII - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente rogável de 30 dias a partir da data de designação.
ilegais; § 3º - Os funcionários designados para proceder ao inquérito, salvo au-
VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade de torização especial da autoridade competente, não poderão exercer outras
que tiver ciência em razão do cargo; atribuições além das de pesquisas e averiguação indispensável à elucida-
ção do fato, devendo levar as conclusões a que chegarem ao conhecimen-
IX - zelar pela economia e conservação do material que lhe for confia- to da autoridade competente, com a caracterização dos indiciados.
do;
§ 4º - Nenhuma penalidade, exceto repreensão, multa e suspensão,
X - providenciar para que esteja sempre em ordem no assentamento poderá decorrer das conclusões a que chegar o inquérito, que é simples
individual a sua declaração de família; fase preliminar do processo administrativo.
XI - atender prontamente: § 5º - Os funcionários encarregados do inquérito administrativo dedica-
rão todo o seu tempo aos trabalhos do mesmo, sem prejuízo de vencimen-
a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
to, remuneração ou vantagem decorrente do exercício.
b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de direito.
Art. 221 - O processo administrativo será realizado por uma comissão,
Art. 217 - Ao funcionário é proibido: designada pela autoridade que houver determinado a sua instauração e
composta de três funcionários estáveis.
I - referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despa-
cho, às autoridades e atos da administração pública, podendo, porém, em § 1º - A autoridade indicará, no ato da designação, um dos funcionários
trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organiza- para dirigir, como presidente, os trabalhos da comissão.
ção do serviço;
§ 2º - O presidente designará um dos outros componentes da comissão
II - retirar sem prévia autorização da autoridade competente qualquer para secretariá-la.
documento ou objeto da repartição;
Art. 222 - Os membros da comissão dedicarão todo o seu tempo aos
III - promover manifestações de apreço ou desapreço e fazer circular trabalhos da mesma, ficando, por isso, automaticamente dispensados do
ou subscrever lista de donativos no recinto da repartição; serviço de sua repartição, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou
vantagens decorrentes do exercício, durante a realização das diligências
IV - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da que se tornarem necessárias.
dignidade da função;
Art. 223 - O processo administrativo deverá ser iniciado dentro do pra-
V - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza partidária; zo, improrrogável, de três dias contados da data da designação dos mem-
VI - participar da gerência ou administração de empresa comercial ou bros da comissão e concluído no de sessenta dias, a contar da data de seu
industrial, salvo os casos expressos em lei; início.

VII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto Parágrafo único - Por motivo de força-maior, poderá a autoridade com-
como acionista, quotista ou comandatário; petente prorrogar os trabalhos da comissão pelo máximo de 30 dias.

VIII - praticar a usura em qualquer de suas formas; Art. 224 - A comissão procederá a todas as diligências que julgar con-
venientes, ouvindo, quando necessário, a opinião de técnicos ou peritos.
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições
públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos e vantagens, Parágrafo único - Terá o funcionário indiciado o direito de, pessoalmen-
de parente até segundo grau; te ou por procurador, acompanhar todo o desenvolver do processo, poden-
do, através do seu defensor, indicar e inquirir testemunhas, requerer junta-
X - receber propinas, comissões, presentes e vantagens de qualquer da de documentos, vista do processo em mãos da comissão e o mais que
espécie em razão das atribuições; for necessário a bem de seu interesse, sem prejuízo para o andamento
XI - contar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em normal do trabalho.
lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados.

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Art. 225 - Ultimado o processo, a comissão mandará, dentro de quaren- de função, demissão a bem do serviço público, desde que se aduzam fatos
ta e oito horas, citar o acusado para, no prazo de dez dias, apresentar ou circunstâncias susceptíveis de justificar a inocência do acusado.
defesa.
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido,
Parágrafo único - Achando-se o acusado em lugar incerto, a citação se- a revisão poderá ser requerida por qualquer pessoa relacionada no assen-
rá feita por edital publicado no órgão oficial, durante oito dias consecutivos. tamento individual.
Neste caso, o prazo de dez dias para apresentação da defesa será contado
da data da última publicação do edital. Art. 236 - Além das peças necessárias à comprovação dos fatos argüi-
dos, o requerimento será obrigatoriamente instruído com certidão do des-
Art. 226 - No caso de revelia, será designado, "ex-officio", pelo presi- pacho que impôs a penalidade.
dente da comissão, um funcionário para se incumbir da defesa.
Parágrafo único - Não constitui fundamento para revisão a simples ale-
Art. 227 - Esgotado o prazo referido no art. 225, a comissão apreciará a gação de injustiça da penalidade.
defesa produzida e, então, apresentará o seu relatório, dentro do prazo de
dez dias. Art. 237 - O requerimento será dirigido ao Governador do Estado, que o
despachará à repartição onde se originou o processo.
§ 1º - Neste relatório, a comissão apreciará em relação a cada indicia-
do, separadamente, as irregularidades de que forem acusados, as provas Parágrafo único - Se o Governador do Estado julgar insuficientemente
colhidas no processo, as razões de defesa, propondo, então, justificada- instruído o pedido de revisão, indeferi-lo-á "in limine".
mente, a absolvição ou a punição, e indicando, neste caso, a pena que Art. 238 - Recebido o requerimento despachado pelo Governador do
couber. Estado, o chefe da repartição o distribuirá a uma comissão composta de
§ 2º - Deverá, também, a comissão em seu relatório, sugerir quaisquer três funcionários de categoria igual ou superior à do acusado, indicando o
outras providências que lhe pareçam de interesse do serviço público. que deve servir de presidente, para processar a revisão.

Art. 228 - Apresentado o relatório, os componentes da comissão assu- Art. 239 - O requerimento será apenso ao processo ou à sua cópia (art.
mirão o exercício de seus cargos, mas ficarão à disposição da autoridade 233) marcando-se ao interessado o prazo de dez dias para contestar os
que houver mandado instaurar o processo para a prestação de qualquer fundamentos da acusação constantes do mesmo processo.
esclarecimento julgado necessário. § 1º - É impedido de funcionar na revisão quem compôs a comissão do
Art. 229 - Entregue o relatório da comissão, acompanhado do proces- processo administrativo.
so, à autoridade que houver determinado à sua instauração, essa autorida- § 2º - Se o acusado pretender apresentar prova testemunhal deverá ar-
de deverá proferir o julgamento dentro do prazo improrrogável de sessenta rolar os nomes no requerimento de revisão.
dias.
§ 3º - O presidente da comissão de revisão designará um de seus
Parágrafo único - Se o processo não for julgado no prazo indicado nes- membros para secretariá-la.
te artigo, o indiciado reassumirá, automaticamente, o exercício de seu
cargo ou função, e aguardará em exercício o julgamento, salvo o caso de Art. 240 - Concluída a instrução do processo, será ele, dentro de dez
prisão administrativa que ainda perdure. dias, encaminhado com relatório da comissão ao Governador do Estado,
que o julgará.
Art. 230 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providên-
cias que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a instaura- Parágrafo único - Para esse julgamento, o Governador do Estado terá
ção do processo administrativo, propô-las-á dentro do prazo marcado para o prazo de vinte dias, podendo antes determinar diligências que entenda
julgamento, à autoridade competente. necessárias ao melhor esclarecimento do processo.

§ 1º - Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento final será de Art. 241 - Julgando procedente a revisão, o Governador do Estado tor-
quinze dias, improrrogável. nará sem efeito as penalidades aplicadas ao acusado.

§ 2º - A autoridade julgadora promoverá as providências necessárias à Art. 242 - O julgamento favorável do processo implicará também o res-
sua execução. tabelecimento de todos os direitos perdidos em conseqüência da penalida-
de aplicada.
Art. 231 - As decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, dentro
do prazo de oito dias. Art. 243 - Quando o acusado pertencer ou houver pertencido a órgão
diretamente subordinado ao Governador do Estado, ao Secretário de
Art. 232 - Quando ao funcionário se imputar crime praticado na esfera Estado dos Negócios do Interior, competirá despachar o requerimento de
administrativa, a autoridade que determinar a instauração do processo revisão e julgá-lo, afinal.
administrativo providenciará para que se instaure simultaneamente o inqué-
rito policial. CAPÍTULO V
Das Penalidades
Art. 233 - Quando a infração estiver capitulada na lei penal, será remiti-
do o processo à autoridade competente, ficando traslado na repartição. Art. 244 - São penas disciplinares:

Art. 234 - No caso de abandono do cargo ou função, de que cogita o I - Repreensão;


art. 249, II, deste Estatuto, o presidente da comissão de processo promove- II - Multa;
rá a publicação, no órgão oficial, de editais de chamamento, pelo prazo de
vinte dias, se o funcionário estiver ausente do serviço, em edital de citação, III - Suspensão;
pelo mesmo prazo, se já tiver reassumido o exercício.
IV - Destituição de função;
Parágrafo único - Findo o prazo fixado neste artigo, será dado início ao
V - Demissão;
processo normal, com a designação de defensor "exofficio", se não compa-
recer o funcionário, e, não tendo sido feita a prova da existência de força- VI - Demissão a bem do serviço público.
maior ou de coação ilegal, a comissão proporá a expedição do decreto de
demissão, na conformidade do art. 249, item II. Parágrafo único - A aplicação das penas disciplinares não se sujeita à
seqüência estabelecida neste artigo, mas é autônoma, segundo cada caso
SEÇÃO II e consideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela
Revisão do Processo Administrativo provierem para o serviço público.
Art. 235 - A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de processo Art. 245 - A pena de repreensão será aplicada por escrito em caso de
administrativo, em que se impôs a pena de suspensão, multa, destituição desobediência ou falta de cumprimento de deveres.

Conhecimentos Gerais 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Parágrafo único - Havendo dolo ou má-fé, a falta de cumprimento de VI - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens
deveres, será punida com a pena de suspensão. de qualquer espécie.
Art. 246 - A pena de suspensão será aplicada em casos de: Art. 251 - O ato que demitir o funcionário mencionará sempre a dispo-
sição legal em que se fundamenta.
I - Falta grave;
Parágrafo único - Uma vez submetidos a processo administrativo, os
II - Recusa do funcionário em submeter-se à inspeção médica quando funcionários só poderão ser exonerados depois da conclusão do processo
necessária; e de reconhecida a sua culpabilidade.
III - Desrespeito às proibições consignadas neste Estatuto; Art. 252 - Para aplicação das penas do art. 244 são competentes:
IV - Reincidência em falta já punida com repreensão; I - o chefe do Governo, nos casos de demissão;
V - Recebimento doloso e indevido de vencimento, ou remuneração ou II - os Secretários de Estado e Diretores de Departamentos diretamente
vantagens; subordinados ao Governador do Estado, nos casos de suspensão por mais
VI - Requisição irregular de transporte; de trinta dias;
VII - Concessão de laudo médico gracioso. III - os chefes de Departamentos, nos casos de repreensão e suspen-
são até trinta dias.
§ 1º - A pena de suspensão não poderá exceder de noventa dias.
Parágrafo único - A aplicação da pena de destituição de função caberá
§ 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos à autoridade que houver feito a designação.
decorrentes do exercício do cargo.
Art. 253 - Deverão constar do assentamento individual todas as penas
Art. 247 - A pena de multa será aplicada na forma e nos casos expres- impostas ao funcionário, inclusive as decorrentes da falta de compareci-
samente previstos em lei ou regulamento. mento às sessões do júri para que for sorteado.
Art. 248 - A destituição de função dar-se-á: § 1º - Além da pena judicial que couber, serão considerados como de
I - quando se verificar a falta de exação no seu desempenho; suspensão os dias em que o funcionário deixar de atender às convocações
do juiz, sem motivo justificado.
II - quando se verificar que, por negligência ou benevolência, o funcio-
nário contribuiu para que se não apurasse, no devido tempo, a falta de § 2º - O funcionário poderá requerer reabilitação administrativa, que
outro. consiste na retirada, dos registros funcionais, das anotações das penas de
repreensão, multa, suspensão e destituição de função, observado o decur-
Art. 249 - A pena de demissão será aplicada ao servidor que: so de tempo assim estabelecido:
I - acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos com funções; 1 - três (3) anos para as penas de suspensão compreendidas entre
sessenta (60) a noventa (90) dias ou destituição de função;
II - incorrer em abandono de cargo ou função pública pelo não compa-
recimento ao serviço sem causa justificada por mais de trinta dias consecu- 2 - dois (2) anos para as penas de suspensão compreendidas entre
tivos ou mais de noventa dias não consecutivos em um ano; trinta (3) e sessenta (60) dias;
III - aplicar indevidamente dinheiros públicos; 3 - um (1) ano para as penas de suspensão de um (1) a trinta (30) dias,
repreensão ou multa.
IV - exercer a advocacia administrativa;
§ 3º - Os prazos a que se refere o parágrafo anterior serão contados a
V - receber em avaliação periódica de desempenho:
partir do cumprimento integral das respectivas penalidades.
a) dois conceitos sucessivos de desempenho insatisfatório;
§ 4º - A reabilitação administrativa estende-se ao aposentado, desde
b) três conceitos interpolados de desempenho insatisfatório em cinco que ocorram os requisitos a ela vinculados.
avaliações consecutivas; ou
§ 5º - Em nenhum caso a reabilitação importará direito a ressarcimento,
c) quatro conceitos interpolados de desempenho insatisfatório em dez restituição ou indenização de vencimentos ou vantagens não percebidos no
avaliações consecutivas. período de duração da pena.
Parágrafo único. Receberá conceito de desempenho insatisfatório o § 6º - A reabilitação será concedida uma única vez.
servidor cuja avaliação total, considerados todos os critérios de julgamento
§ 7º - Os procedimentos para o instituto da reabilitação serão definidos
aplicáveis em cada caso, seja inferior a 50% (cinqüenta por cento) da
em decreto.
pontuação máxima admitida.
§ 8º - É da competência do Secretário de Administração decidir sobre a
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar nº 71, de
reabilitação, ouvido, previamente, o titular da repartição de exercício do
30/7/2003.)
funcionário.
Art. 250 - Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço ao fun-
Art. 254 - Verificado, em qualquer tempo, ter sido gracioso o laudo da
cionário que:
junta médica, o órgão competente promoverá a punição dos responsáveis,
I - for convencido de incontinência pública e escandalosa, de vício de incorrendo o funcionário, a que aproveitar a fraude, na pena de suspensão,
jogos proibidos e de embriaguez habitual; e, na reincidência, na de demissão, e os médicos em igual pena, se forem
funcionários sem prejuízo da ação penal que couber.
II - praticar crime contra a boa ordem e administração pública e a Fa-
zenda Estadual; Art. 255 - O funcionário que não entrar em exercício dentro do prazo
será demitido do cargo ou destituído da função.
III - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo ou
função, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o Estado ou Art. 256 - Terá cassada a licença e será demitido do cargo o funcioná-
particulares; rio licenciado para tratamento de saúde que se dedicar a qualquer atividade
remunerada.
IV - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particu-
lares, salvo se em legítima defesa; Art. 257 - Será cassada, por decreto do Governador do Estado, a apo-
sentadoria ou disponibilidade, se ficar provado, em processo, que o apo-
V - lesar os cofres públicos ou delapidar o patrimônio do Estado; sentado ou funcionário em disponibilidade:

Conhecimentos Gerais 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - praticou, quando em atividade, qualquer dos atos para os quais é Art. 269 - Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário
cominada neste Estatuto a pena de demissão, ou de demissão a bem do será obrigado a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado
serviço público; em virtude de alcance, desfalque ou omissão em efetuar recolhimento ou
entradas nos prazos legais.
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
Art. 270 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a importância da
III - aceitou representação de Estado estrangeiro, sem prévia autoriza- indenização poderá ser descontada do vencimento ou remuneração, não
ção do Governador do Estado; excedendo o desconto à quinta parte de sua importância líquida.
IV - praticou a usura, em qualquer de suas formas. Parágrafo único - O desconto poderá ser integral, quando o funcionário,
Parágrafo único - Será igualmente cassada a disponibilidade do servi- para se esquivar ao ressarcimento devido, solicitar exoneração ou abando-
dor que não assumir, no prazo legal, o cargo ou função em que for aprovei- nar o cargo.
tado. Art. 271 - Será suspenso por noventa dias, e, na reincidência demitido
Art. 258 - As penas de repreensão, multa e suspensão prescrevem no o funcionário que fora dos casos expressamente previstos em lei, regula-
prazo de dois anos e a de demissão, por abandono do cargo, no prazo de mentos ou regimentos, cometer à pessoas estranhas às repartições, o
quatro anos. desempenho de encargos que lhe competirem ou aos
Art. 259 - No caso do art. 249, item I, provada a boa-fé, poderá o servi- seus subordinados.
dor optar, obedecidas as seguintes normas: Art. 272 - A infração do disposto no art. 162 importará a perda total do
a) tratando-se do exercício acumulado de cargo, funções ou cargos e vencimento ou remuneração e, se a ausência exceder a trinta dias, a de-
funções do Estado, mediante simples requerimento, de próprio punho e missão por abandono do cargo.
firma reconhecida, dirigido ao Governador do Estado; Art. 273 - A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da
b) quando forem os cargos ou funções acumulados de esferas diversas responsabilidade civil ou criminal que no caso couber, nem o pagamento da
da Administração - União, Estado, Município ou entidade autárquica, medi- indenização a que ficar obrigado o exime da pena disciplinar em que incor-
ante requerimento, na forma da alínea anterior, e dada ciência imediata do rer.
fato à outra entidade interessada. Art. 274 - A autoridade que deixar de proferir o julgamento em processo
Parágrafo único - Se não for provada em processo administrativo a bo- administrativo no prazo marcado no art. 229, será responsabilizada pelos
a-fé, o servidor será demitido do cargo ou destituído da função estadual, prejuízos que advierem do retardamento da decisão.
sendo cientificado também, neste caso, a outra entidade interessada e TÍTULO IX
ficando o servidor ainda inabilitado, pelo prazo de 5 anos, para o exercício Das Disposições Finais e Transitórias
de cargos ou funções do Estado.
Art. 275 - A nomeação de funcionário obedecerá a ordem de classifi-
Art. 260 - O funcionário que indevidamente receber diária será obrigado cação dos candidatos habilitados em concurso.
a restituir, de uma só vez, a importância recebida, ficando ainda sujeito a
punição disciplinar a que se refere o art. 246, item V. Art. 276 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens de parentes
até segundo grau, salvo quando se tratar de função de imediata confiança e
Art. 261 - Será punido com a pena de suspensão, e, na reincidência, de livre escolha, não podendo exceder a dois o número de auxiliares nes-
com a de demissão, o funcionário que, indevidamente, conceder diárias, sas condições.
com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos, ficando ainda
obrigado à reposição da importância correspondente. Art. 277 - Poderá ser estabelecido o regime do tempo integral para os
cargos ou funções que a lei determinar.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Ge-
rais.) Art. 278 - O órgão competente fornecerá ao funcionário uma caderneta
de que constarão os elementos de sua identificação e onde se registrarão
Art. 262 - Será responsabilizado pecuniariamente, sem prejuízo da os atos e fatos de sua vida funcional, essa caderneta valerá como prova
sanção disciplinar que couber, o chefe de repartição que ordenar a presta- de identidade, para todos os efeitos, e será gratuita.
ção de serviço extraordinário, sem que disponha do necessário crédito.
Art. 279 - Considerar-se-ão da família do funcionário, desde que vivam
Art. 263 - O funcionário que processar o pagamento de serviço extraor- às suas expensas e constem do seu assentamento individual:
dinário, sem observância do disposto nesta lei, ficará obrigado a recolher
aos cofres do Estado a importância respectiva. I - o cônjuge;
Art. 264 - Será punido com a pena de suspensão e, na reincidência, II - as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e viúvas;
com a de demissão a bem do serviço público, o funcionário que atestar
falsamente a prestação de serviço extraordinário. III - os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores de 18 anos ou in-
capazes;
Parágrafo único - O funcionário que se recusar, sem justo motivo, à
prestação de serviço extraordinário será punido com a pena de suspensão. IV - os pais;

Art. 265 - Comprovada a flagrante desnecessidade da antecipação ou V - os netos;


prorrogação do período de trabalho, o chefe da repartição que o tiver orde- VI - os avós;
nado responderá pecuniariamente pelo serviço extraordinário.
VII - os amparados pela delegação do pátrio poder.
Art. 266 - Da infração do disposto no art. 119 resultará demissão do
funcionário por procedimento irregular, e imediata reposição aos cofres Art. 280 - Os prazos previstos neste Estatuto serão, todos, contados
públicos da importância recebida, pela autoridade ordenadora do pagamen- por dias corridos, salvo as exceções previstas em lei.
to. Art. 281 - O provimento nos cargos e transferências, a substituição e as
Art. 267 - Serão considerados como falta os dias em que o funcionário férias, bem como o vencimento e as demais vantagens dos cargos de
licenciado para tratamento de saúde, considerado apto em inspeção médi- Magistério e do Ministério Público continuam a ser reguladas pelas respec-
ca "ex-officio", deixar de comparecer ao serviço. tivas leis especiais, aplicadas subsidiariamente às disposições deste Esta-
tuto.
Art. 268 - O responsável por alcance ou desvio de material não ficará
isento da ação administrativa e criminal que couber, ainda que o valor da Art. 282 - Nenhum imposto ou taxa estadual gravará vencimento, re-
fiança seja superior ao prejuízo verificado. muneração ou gratificação do funcionário, o ato de sua nomeação, bem

Conhecimentos Gerais 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como os demais atos, requerimentos, recursos ou títulos referentes à sua Parágrafo único - A prova dos requisitos relacionados neste artigo será
vida funcional. feita por certidão visada pelo chefe da repartição onde trabalhe o aposen-
tado beneficiário, da qual constem elementos objetivos que atestem a
Parágrafo único - O vencimento da disponibilidade e o provento da a- permanência no serviço e o efetivo
posentadoria não poderão, igualmente, sofrer qualquer desconto por co-
brança de impostos ou taxas estaduais. exercício, sendo o respectivo título apostilado pela mesma autoridade.
Art. 283 - Para os efeitos do art. 111, será contado o tempo de efetivo Art. 292 - Ficam derrogados os artigos 5º da Lei 346, de 30 de dezem-
exercício prestado pelo servidor em cargo ou função de chefia anteriormen- bro de 1948, e 25, I, "a", da Lei 347, da mesma data, no
te à vigência da Lei 858, de 29 de dezembro de 1951.
que se referem ao limite máximo de idade para a admissão de extra-
Art. 284 - Nas primeiras promoções que se verificarem após a vigência numerários.
desta lei, será observado o disposto no art. 46 da Lei 858, de 29 de dezem-
bro de 1951. Art. 293 - A concessão de diária ao funcionário nos termos dos artigos
139 e seguintes, desta lei, fica condicionada a regulamento.
Art. 285 - Os decretos de provimento de cargos públicos, as designa-
ções para função gratificada, bem como todos os atos ou portarias relativas Parágrafo único - Enquanto não for baixado o regulamento de que trata
a direitos, vantagens, concessões e licenças só produzirão efeito depois de este artigo, as diárias serão concedidas nos termos da
publicados no órgão oficial. legislação anterior.
Art. 286 - (Revogado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 70,de Art. 294 - A concessão de licença para tratamento de saúde, prevista
30/7/2003.) nos artigos 158, item I e 170, desta lei, fica condicionada a regulamento.
Art. 287 - Aos funcionários que trabalham ou tenham trabalhado pelo Parágrafo único - Enquanto não for baixado o regulamento a que se re-
menos cinco anos nas oficinas do "Minas Gerais", em serviço noturno, fere este artigo, as licenças para tratamento de saúde serão concedidas
abonar-se-ão setenta e dois dias, para efeito de aposentadoria, em cada nos termos da legislação anterior à vigência desta lei.
ano que for apurado.
Art. 295 - A presente lei entrará em vigor na data de sua publicação,
Parágrafo único - Consideram-se funcionários das oficinas do "Minas revogadas as disposições em contrário.
Gerais", para os fins deste artigo, os pertencentes à:
(Artigo renumerado e com redação dada pelo art. 13 da Lei nº 937, de
a) revisão; 18/6/1953.)
b) composição; Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e
c) impressão; execução desta lei pertencer, que a cumpram e façam

d) expedição. cumprir, tão inteiramente como nela se contém.

Art. 288 - Os funcionários da Polícia Civil, que trabalhem em serviço de Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, 5 de julho de 1952.
natureza estritamente policial, terão direito à aposentadoria com o venci- Juscelino Kubitschek de Oliveira - Governador do Estado
mento integral e a incorporação das vantagens a que se refere o art. 116
desta lei, quando completarem 25 anos de serviço dedicado exclusivamen- Data da última atualização: 4/9/2007.
te às aludidas atividades policiais.
Parágrafo único - Consideram-se atividades policiais, para os fins deste
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
artigo, as exercidas por:
Institui a Lei de Execução Penal.
a) Delegados de polícia;
b) médicos legistas; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacio-
nal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
c) investigadores;
TÍTULO I
d) guardas civis; Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
e) fiscais e inspetores de trânsito; Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
f) escrivães e escreventes da polícia;
integração social do condenado e do internado.
g) peritos do Departamento da Polícia Técnica.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária,
Art. 289 - Tem direito à aposentadoria com 25 anos de trabalho o fun- em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na
cionário que, durante este período, trabalhou 12 anos e seis meses, pelo conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
menos, com Raio X, substâncias radioativas ou substâncias químicas de
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e
emanações corrosivas.
ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabele-
Art. 290 - As professoras e diretoras do ensino primário que por qual- cimento sujeito à jurisdição ordinária.
quer circunstância tenham prestado ou estejam prestando serviços aos
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direi-
Departamentos Administrativos das Secretarias do Estado, terão direito à
tos não atingidos pela sentença ou pela lei.
contagem do tempo de serviço, para efeito do pagamento de seus quin-
quênios e aposentadoria no quadro a que pertencem, conforme prevê a Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, so-
Constituição do Estado. cial, religiosa ou política.
Art. 291 - O funcionário, que, não obstante aposentado, tenha perma- Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas ati-
necido, a qualquer título, por exigência do serviço, sem solução de continu- vidades de execução da pena e da medida de segurança.
idade, a serviço do Estado, e ainda permaneça na data desta lei, terá sua
aposentadoria revista, sendo-lhe atribuídos proventos correspondentes aos TÍTULO II
vencimentos da situação nova, do cargo em que aposentou nos termos da Do Condenado e do Internado
Lei 858, de 29 de dezembro de 1951, e as vantagens da presente lei, CAPÍTULO I
relativas à inatividade. Da Classificação

Conhecimentos Gerais 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antece- § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principal-
dentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal. mente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído
pela Lei nº 11.942, de 2009)
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade SEÇÃO IV
adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº Da Assistência Jurídica
10.792, de 2003)
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada esta- sem recursos financeiros para constituir advogado.
belecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois)
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade. jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos
estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo
da Execução e será integrada por fiscais do serviço social. § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural,
pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções,
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção 2010).
dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à
individualização da execução. § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado
destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser subme- 12.313, de 2010).
tido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regi-
me semi-aberto. § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos
Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e
da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presen- seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advoga-
tes peças ou informações do processo, poderá: do. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
I - entrevistar pessoas; SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e in-
formações a respeito do condenado; Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e
a formação profissional do preso e do internado.
III - realizar outras diligências e exames necessários.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema
CAPÍTULO II escolar da Unidade Federativa.
Da Assistência
SEÇÃO I Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou
Disposições Gerais de aperfeiçoamento técnico.
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, obje- Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequa-
tivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. do à sua condição.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com
entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam
Art. 11. A assistência será: cursos especializados.
I - material; Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabele-
II - à saúde; cimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos,
provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
III -jurídica;
SEÇÃO VI
IV - educacional; Da Assistência Social
V - social; Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o in-
VI - religiosa. ternado e prepará-los para o retorno à liberdade.

SEÇÃO II Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:


Da Assistência Material I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que aten- III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
dam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destina- temporárias;
dos à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Admi-
nistração. IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recrea-
ção;
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento
da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter pre-
ventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previ-
odontológico. dência Social e do seguro por acidente no trabalho;

§ 1º (Vetado). VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do in-


ternado e da vítima.
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para pro-
ver a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, SEÇÃO VII
mediante autorização da direção do estabelecimento. Da Assistência Religiosa

Conhecimentos Gerais 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habi-
aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços litação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como
organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de as oportunidades oferecidas pelo mercado.
instrução religiosa.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem ex-
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religio- pressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
sos.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação a-
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de a- dequada à sua idade.
tividade religiosa.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades
SEÇÃO VIII apropriadas ao seu estado.
Da Assistência ao Egresso
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos
presos designados para os serviços de conservação e manutenção do
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em es- estabelecimento penal.
tabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorroga- pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação
do uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o profissional do condenado.
empenho na obtenção de emprego.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarre-
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do gar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive
estabelecimento; pagamento de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792,
de 2003)
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar con-
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a vênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho
obtenção de trabalho. referentes a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
CAPÍTULO III 2003)
Do Trabalho Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Esta-
SEÇÃO I dos, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa
Disposições Gerais de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precau- reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo
ções relativas à segurança e à higiene. anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação SEÇÃO III


das Leis do Trabalho. Do Trabalho Externo

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime
não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da
Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que toma-
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: das as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determi- § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento)
nados judicialmente e não reparados por outros meios; do total de empregados na obra.
b) à assistência à família; § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa em-
preiteira a remuneração desse trabalho.
c) a pequenas despesas pessoais;
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consenti-
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manu-
mento expresso do preso.
tenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da desti-
nação prevista nas letras anteriores. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção
do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte res-
além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
tante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será
entregue ao condenado quando posto em liberdade. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunida-
grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
de não serão remuneradas.
artigo.
SEÇÃO II
CAPÍTULO IV
Do Trabalho Interno
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao SEÇÃO I
trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Dos Deveres
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes
só poderá ser executado no interior do estabelecimento. ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

Conhecimentos Gerais 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem de- Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular
va relacionar-se; serão resolvidas pelo Juiz da execução.
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; SEÇÃO III
Da Disciplina
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou SUBSEÇÃO I
de subversão à ordem ou à disciplina; Disposições Gerais
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediên-
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; cia às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do
trabalho.
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena priva-
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realiza- tiva de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
das com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remunera-
ção do trabalho; Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e ante-
rior previsão legal ou regulamentar.
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e
X - conservação dos objetos de uso pessoal. moral do condenado.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o dis- § 2º É vedado o emprego de cela escura.
posto neste artigo.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
SEÇÃO II
Dos Direitos Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou
da prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física
e moral dos condenados e dos presos provisórios. Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberda-
de, será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições
Art. 41 - Constituem direitos do preso: regulamentares.
I - alimentação suficiente e vestuário; Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder discipli-
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; nar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o
condenado.
III - Previdência Social;
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz
IV - constituição de pecúlio; da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º,
letra d, e 2º desta Lei.
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o des-
canso e a recreação; SUBSEÇÃO II
Das Faltas Disciplinares
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e des-
portivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e gra-
ves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as res-
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religi-
pectivas sanções.
osa;
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
falta consumada.
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias que:
determinados;
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a dis-
XI - chamamento nominal; ciplina;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individuali- II - fugir;
zação da pena;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; física de outrem;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de di- IV - provocar acidente de trabalho;
reito;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escri-
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
ta, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a
desta Lei.
moral e os bons costumes.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rá-
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
dio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº
ambiente externo.(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
10.713, de 2003)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão
preso provisório.
ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabe-
lecimento. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos
que:
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de se-
gurança, no que couber, o disposto nesta Seção. I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pes- II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
soal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus
familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

Conhecimentos Gerais 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a
desta Lei. natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra- nº 10.792, de 2003)
ve e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o
preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas
disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792,
pela Lei nº 10.792, de 2003) de 2003)
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe- Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não pode-
tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um rão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar dife-
sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) renciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da e-
2003) xecução.
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com SUBSEÇÃO V
duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Do Procedimento Disciplinar
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedi-
de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) mento para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de
defesa.
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto Parágrafo único. A decisão será motivada.
risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da socieda-
de. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regi-
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o pre- me disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
so provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei
envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações crimino- nº 10.792, de 2003)
sas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no re-
SUBSEÇÃO III gime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento
Das Sanções e das Recompensas da sanção disciplinar.(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: TÍTULO III
Dos Órgãos da Execução Penal
I - advertência verbal; CAPÍTULO I
II - repreensão; Disposições Gerais

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); Art. 61. São órgãos da execução penal:

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabeleci- I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo II - o Juízo da Execução;
88 desta Lei.
III - o Ministério Público;
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 2003) IV - o Conselho Penitenciário;
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato V - os Departamentos Penitenciários;
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fun-
damentado despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº VI - o Patronato;
10.792, de 2003) VII - o Conselho da Comunidade.
1o
§ A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar de- VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
penderá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabe-
lecimento ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, CAPÍTULO II
de 2003) Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com
será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prola- sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
tada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será
2003) integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhe- da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal,
cido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por repre-
dedicação ao trabalho. sentantes da comunidade e dos Ministérios da área social.

Art. 56. São recompensas: Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração
de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
I - o elogio;
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no
II - a concessão de regalias. exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito,
natureza e a forma de concessão de regalias. administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de
SUBSEÇÃO IV segurança;
Da Aplicação das Sanções II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento,
sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária;

Conhecimentos Gerais 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua a- VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
dequação às necessidades do País; funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositi-
vos desta Lei;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiço-
amento do servidor; X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei nº
10.713, de 2003)
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabeleci-
mentos penais e casas de albergados; CAPÍTULO IV
Do Ministério Público
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medi-
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim da de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da
informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, execução.
visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos
Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela in- Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
cumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento;
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de inter-
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa pa- namento;
ra instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de
violação das normas referentes à execução penal; II - requerer:

X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
em parte, de estabelecimento penal. executivo;

CAPÍTULO III b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;


Do Juízo da Execução c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de or- pena por medida de segurança;
ganização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença. d) a revogação da medida de segurança;
Art. 66. Compete ao Juiz da execução: e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favo- revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
recer o condenado; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação ante-
II - declarar extinta a punibilidade; rior.

III - decidir sobre: III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,
durante a execução.
a) soma ou unificação de penas;
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os
b) progressão ou regressão nos regimes; estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.
c) detração e remição da pena; CAPÍTULO V
Do Conselho Penitenciário
d) suspensão condicional da pena;
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da
e) livramento condicional; execução da pena.
f) incidentes da execução. § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Gover-
IV - autorizar saídas temporárias; nador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e
profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e
V - determinar: ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legis-
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua lação federal e estadual regulará o seu funcionamento.
execução; § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a dura-
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de ção de 4 (quatro) anos.
liberdade; Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipó-
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da tese de pedido de indulto com base no estado de saúde do pre-
pena por medida de segurança; so; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

e) a revogação da medida de segurança; II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetua-
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; dos no exercício anterior;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egres-
desta Lei. sos.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) CAPÍTULO VI
Dos Departamentos Penitenciários
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de seguran-
SEÇÃO I
ça;
Do Departamento Penitenciário Nacional
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Minis-
providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o
tério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de
caso, a apuração de responsabilidade;

Conhecimentos Gerais 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à co-
e Penitenciária. munidade e de limitação de fim de semana;
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional: III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da sus-
pensão e do livramento condicional.
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo
o Território Nacional; CAPÍTULO VIII
Do Conselho da Comunidade
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e servi-
ços penais; Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade
composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados
dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei; do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
implantação de estabelecimentos e serviços penais; Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
2010).
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos
de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará
condenado e do internado. a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais desti- I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais exis-
nadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela tentes na comarca;
justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a
regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) II - entrevistar presos;
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho
e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais. Penitenciário;
SEÇÃO II IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para me-
Do Departamento Penitenciário Local lhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do
estabelecimento.
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou
órgão similar, com as atribuições que estabelecer. CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por
finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unida- (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
de da Federação a que pertencer.
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena
SEÇÃO III e da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos inciden-
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais tes da execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e
instâncias, de forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá sa- 2010).
tisfazer os seguintes requisitos:
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, 12.313, de 2010).
ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
II - possuir experiência administrativa na área;
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
função.
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer mo-
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas do favorecer o condenado; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei nº
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em dife- 12.313, de 2010).
rentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com
especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
assessoramento do estabelecimento e às demais funções.
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instru- 2010).
ção técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e
antecedentes pessoais do candidato. f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execu-
ção; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a
ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, proce- g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a
dendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício. substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o traba-
lho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão con-
especializado. dicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indul-
to; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
CAPÍTULO VII
Do Patronato i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistên-
cia aos albergados e aos egressos (artigo 26). j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação ante-
rior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comar-
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; ca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Conhecimentos Gerais 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 des- Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma
ta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Unidade Federativa podem ser executadas em outraunidade, em estabele-
cimento local ou da União.
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010). § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local
distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condena-
ou administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de do. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
2010).
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa pa- os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aprovei-
ra instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de tamento de terras ociosas.
violação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010). § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade adminis-
trativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabele-
adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de cidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
CAPÍTULO II
VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em par- Da Penitenciária
te, de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão,
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamen- em regime fechado.
te os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro pró-
prio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os
Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente,
TÍTULO IV aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado,
Dos Estabelecimentos Penais sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta
CAPÍTULO I Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Disposições Gerais
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dor-
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao mitório, aparelho sanitário e lavatório.
submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão reco-
lhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pesso- a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração,
al. (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 1997) insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimen- b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
tos de destinação diversa desde que devidamente isolados.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mu-
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá lheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para
contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos,
assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva. com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver
presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitá-
rios. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de 1995) Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referi-
das neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
2o
§ Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados
de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes
amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada adotadas pela legislação educacional e em unidades autônomas;
pela Lei nº 11.942, de 2009) e (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à crian-
possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas ça e à sua responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
dependências internas.(Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação.
básico e profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)
CAPÍTULO III
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumpri-
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença mento da pena em regime semi-aberto.
transitada em julgado.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo,
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reser- observados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta
vada para os reincidentes. Lei.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências co-
da Justiça Criminal ficará em dependência separada. letivas:
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a a) a seleção adequada dos presos;
sua estrutura e finalidade.
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individua-
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenci- lização da pena.
ária determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, aten-
dendo a sua natureza e peculiaridades. CAPÍTULO IV
Da Casa do Albergado

Conhecimentos Gerais 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena pri- III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como
vativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de certidão do trânsito em julgado;
semana.
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos de-
mais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos V - a data da terminação da pena;
físicos contra a fuga. VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, tratamento penitenciário.
a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
adequado para cursos e palestras.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modi-
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços ficação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena.
de fiscalização e orientação dos condenados.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administra-
CAPÍTULO V ção da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância,
Do Centro de Observação para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa
criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
de Classificação.
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará reci-
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas crimino- bo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará
lógicas. ciência dos seus termos ao condenado.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, se-
ou em anexo a estabelecimento penal. gundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e
Classificação, na falta do Centro de Observação. de outras retificações posteriores.

CAPÍTULO VI Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em li-
aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo berdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.
único do Código Penal. SEÇÃO II
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no Dos Regimes
parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o conde-
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tra- nado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o
tamento são obrigatórios para todos os internados. disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.

Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda par- Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
te, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri-
Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada. mento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observa-
da, quando for o caso, a detração ou remição.
CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, so-
mar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determina-
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provi- ção do regime.
sórios.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determina-
de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a perma- da pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no
nência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado
pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências
mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. § 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
TÍTULO V 2003)
Da Execução das Penas em Espécie
CAPÍTULO I § 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento
Das Penas Privativas de Liberdade condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos
SEÇÃO I nas normas vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Disposições Gerais
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceita-
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa ção de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedi-
ção de guia de recolhimento para a execução. Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado
que:
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubrica-
rá em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imedia-
administrativa incumbida da execução e conterá: tamente;

I - o nome do condenado; II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames
a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisci-
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial plina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
de identificação;

Conhecimentos Gerais 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas re- III - participação em atividades que concorram para o retorno ao conví-
feridas no artigo 117 desta Lei. vio social.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a con- Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utiliza-
cessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e ção de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando
obrigatórias: assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos di- Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da e-
as de folga; xecução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e
dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
I - comportamento adequado;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
quando for determinado.
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício,
a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (se-
condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem. te) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as
aberto em residência particular quando se tratar de: seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as cir-
cunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; nº 12.258, de 2010)
II - condenado acometido de doença grave; I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou on-
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; de poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)
IV - condenada gestante.
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pe-
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à la Lei nº 12.258, de 2010)
forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais
rigorosos, quando o condenado: III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de ins-
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao res- trução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário
tante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). para o cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipó- único pela Lei nº 12.258, de 2010)
teses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão
pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de interva-
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvi- lo entre uma e outra.(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
do previamente o condenado. Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o conde-
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementa- nado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave,
res para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de
(artigo 36, § 1º, do Código Penal). aproveitamento do curso.

SEÇÃO III Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária depende-


Das Autorizações de Saída rá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição discipli-
SUBSEÇÃO I nar ou da demonstração do merecimento do condenado.
Da Permissão de Saída SEÇÃO IV
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou Da Remição
semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou se-
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: miaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
descendente ou irmão; § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -
estabelecimento onde se encontra o preso. atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a dura- 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
ção necessária à finalidade da saída.
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela
SUBSEÇÃO II Lei nº 12.433, de 2011)
Da Saída Temporária
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo pode-
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto rão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a
poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais compe-
vigilância direta, nos seguintes casos: tentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
2011)
I - visita à família;
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru-
trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibiliza-
ção do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
rem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Conhecimentos Gerais 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da
ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei observação cautelar e de proteção.
nº 12.433, de 2011)
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se ime-
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido diatamente às autoridades referidas no artigo anterior.
de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou
superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos
competente do sistema de educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento
e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à
de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho
da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § Penitenciário.
1o deste artigo.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solene-
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão caute- mente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no
lar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o
seguinte:
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Minis-
tério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais conde-
nados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um ter- designado, ou, na falta, pelo Juiz;
ço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as
12.433, de 2011) condições impostas na sentença de livramento;

Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para III - o liberando declarará se aceita as condições.
todos os efeitos.(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao ju- presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber
ízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam ou não puder escrever.
trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um de-
les. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entre-
gue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta,
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva exigida.
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela
Lei nº 12.433, de 2011) § 1º A caderneta conterá:

§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído a) a identificação do liberado;


pela Lei nº 12.433, de 2011) b) o texto impresso do presente Capítulo;
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou c) as condições impostas.
atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de
remição. § 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-
conduto, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-
SEÇÃO V se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que
Do Livramento Condicional possam identificá-lo.
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para con-
execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, signar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço so-
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica cial penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade
subordinado o livramento. de:
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações se- I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sen-
guintes: tença concessiva do benefício;
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obriga-
trabalho; ções e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem pré- proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para
via autorização deste. efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.

§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses
obrigações, as seguintes: previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.

a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da re-
incumbida da observação cautelar e de proteção; vogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condi-
ções.
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vi-
c) não freqüentar determinados lugares. gência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento,
a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo
da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do

Conhecimentos Gerais 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da e-
pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, xecução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I
em relação à mesma pena, novo livramento. a VI deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Pú- Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído
blico, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pela Lei nº 12.258, de 2010)
pelo Juiz, ouvido o liberado.
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei nº
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da De- 12.258, de 2010)
fensoria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e
ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na senten- II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito
ça, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258,
autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta de 2010)
Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo arti- CAPÍTULO II
go. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Das Penas Restritivas de Direitos
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá or- SEÇÃO I
denar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, Disposições Gerais
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretan- Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restriti-
to, ficará dependendo da decisão final. va de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particula-
extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem res.
revogação. Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamen-
Seção VI te, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à
Da Monitoração Eletrônica comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições
pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entida-
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) de ou do programa comunitário ou estatal.
Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) SEÇÃO II
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitora-
ção eletrônica quando: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamen-
te credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá traba-
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela lhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
Lei nº 12.258, de 2010)
II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade,
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) dias e horário em que deverá cumprir a pena;
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações o-
2010) corridas na jornada de trabalho.
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será reali-
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) zado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que de- Juiz.
verá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deve-
res: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimen-
to.
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encami-
nº 12.258, de 2010) nhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das
atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qual- sobre ausência ou falta disciplinar.
quer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que
outrem o faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) SEÇÃO III
Da Limitação de Fim de Semana
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do con-
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste denado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a
artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério pena.
Público e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro
I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) comparecimento.
II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de
nº 12.258, de 2010) permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a pro-
gramas de recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei nº 11.340, de
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 2006)
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao
2010) Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a
ausência ou falta disciplinar do condenado.

Conhecimentos Gerais 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
SEÇÃO IV Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá
Da Interdição Temporária de Direitos ao condenado, em audiência, advertindo-o das conseqüências de nova
infração penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade compe-
tente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado. Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vin-
te) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória,
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do
recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorroga-
início. ção do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos
parágrafos do Código Penal.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juí-
zo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de sus-
o exercício do direito interditado. pensão em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da e- § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à
xecução o descumprimento da pena. margem do registro.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de in-
por qualquer prejudicado. formações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para
instruir processo penal.
CAPÍTULO III
Da Suspensão Condicional CAPÍTULO IV
Da Pena de Multa
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em
anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal. julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público
requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se,
motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da
denegue. respectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos
bastem para garantir a execução.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a
que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o
da audiência prevista no artigo 160 desta Lei. que dispuser a lei processual civil.
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão
condenado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento.
comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, §
2º, do Código Penal. Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimen-
to nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Mi-
nistério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevi-
as condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado. er ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal).

§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Es- Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue
tados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses
serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou institu- do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
ição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conse- I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da re-
lho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da muneração e o mínimo o de um décimo;
execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscali-
zadora, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmen-
comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que te, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
vive. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei,
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao ór- poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações
gão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a mensais, iguais e sucessivas.
revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verifi-
condições. car a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público,
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação fixará o número de prestações.
ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econô-
primeiro deverá apresentar-se imediatamente. mica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou
Tribunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício. prosseguindo-se na execução já iniciada.

§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as con- Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com
dições estabelecidas na sentença recorrida. pena privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá
aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, (artigo 168).
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as
condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver
admonitória. livramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança
nos termos deste Capítulo.

Conhecimentos Gerais 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para
concedida a suspensão condicional da pena. a desinternação ou a liberação.
TÍTULO VI TÍTULO VII
Da Execução das Medidas de Segurança Dos Incidentes de Execução
CAPÍTULO I CAPÍTULO I
Disposições Gerais Das Conversões
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de se- Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
gurança, será ordenada a expedição de guia para a execução. poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamen- I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
to Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento
de medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;

Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraí- III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a
da pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o conversão recomendável.
Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de li-
conterá: berdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código
I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão ofici- Penal.
al de identificação; § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida quando o condenado:
de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado; a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desa-
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tra- tender a intimação por edital;
tamento ambulatorial; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado deva prestar serviço;
tratamento ou internamento. c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi impos-
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e to;
de sujeição a tratamento. d) praticar falta grave;
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cu-
ao prazo de execução. ja execução não tenha sido suspensa.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o
que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumpri-
CAPÍTULO II mento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou
Da Cessação da Periculosidade se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo
anterior.
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do pra-
zo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quan-
pessoais do agente, observando-se o seguinte: do o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se
ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo.
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo
de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberda-
habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida; de, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de
ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por
medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ou-
vidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em interna-
prazo de 3 (três) dias para cada um; ção se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver; Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de
1 (um) ano.
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá
determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração míni- CAPÍTULO II
ma da medida de segurança; Do Excesso ou Desvio
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o in- Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum
ciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias. ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou
regulamentares.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de
duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execu-
requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu ção:
procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação
da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. I - o Ministério Público;

Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da peri- II - o Conselho Penitenciário;
culosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo III - o sentenciado;
anterior.
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, §
3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta CAPÍTULO III
Lei. Da Anistia e do Indulto

Conhecimentos Gerais 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do inte- Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei,
ressado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa serão editadas as normas complementares ou regulamentares, necessárias
ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. à eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do con- § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em
denado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou convênio com o Ministério da Justiça, projetar a adaptação, construção e
da autoridade administrativa. equipamento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição
instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de ou desapropriação de prédios para instalação de casas de albergados.
parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado,
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante
prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de constru-
relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença conde- ção de estabelecimentos.
natória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento
deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e § 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as
esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. Unidades Federativas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira
a elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o re- penas e medidas de segurança.
latório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do
Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de re-
a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. forma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as disposições em
contrário, especialmente aLei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o
Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decre- Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da Repúbli-
to, no caso de comutação. ca.

Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por Define os crimes de tortura e dá outras providências.
iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, provi-
denciará de acordo com o disposto no artigo anterior. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial Art. 1º Constitui crime de tortura:
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução. causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônju- ou de terceira pessoa;
ge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário,
ou, ainda, da autoridade administrativa. b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) di- c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
as, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como reque- II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com em-
rentes da medida. prego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de pla- como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
no, em igual prazo. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita
Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência de- a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
signada. prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
sem efeito suspensivo. dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
TÍTULO IX quatro anos.
Das Disposições Finais e Transitórias § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pe-
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao na é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de
servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a discipli- oito a dezesseis anos.
na dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
notoriedade, durante o cumprimento da pena.
I - se o crime é cometido por agente público;
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de defici-
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. ência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da pri- Lei nº 10.741, de 2003)
são civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Ca- III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
deia Pública.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares aplicada.
da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anis-
lei. tia.

Conhecimentos Gerais 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § Art. 13 - A observação do sentenciado se fará do início ao fim da e-
2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. xecução da pena.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não te- CAPÍTULO II
nha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou en- Da Observação Psicossocial
contrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 14 - A observação médico-psicossocial compreende os exames
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. biológico, psicológico e complementares e o estudo social do sentenciado.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Art. 15 - A observação empírica se realizará no trabalho, na sala de
Estatuto da Criança e do Adolescente. aula, no refeitório, na praça de esportes e em todas as situações da vida
cotidiana do sentenciado.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da Repú-
blica. Art. 16 - O exame criminológico será realizado no centro de observa-
ção ou na seção de observação do estabelecimento penitenciário ou
Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas por especialista da comunidade.
de Execução Penal);
Art. 17 - A equipe de observação se reunirá semanalmente para apre-
Contém normas de execução penal. ciar o resultado de cada exame e, afinal, redigir o relatório social de sínte-
se.
(Vide Lei Complementar nº 59, de 18/1/2001.)
Art. 18 - O relatório social de síntese, de caráter interdisciplinar,
(Vide Lei nº 15289, de 4/8/2004.)
será levado à Comissão Técnica de Classificação, que elaborará o progra-
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decre- ma de tratamento.
tou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO III
TÍTULO I Da Classificação
Disposições Preliminares
Art. 19 - Cada estabelecimento penitenciário contará com uma Comis-
Art. 1º - Esta lei regula a execução das medidas privativas de liber- são Técnica de Classificação, à qual incumbe elaborar o programa de
dade e restritivas de direito, bem como a manutenção e a custódia do tratamento reeducativo e acompanhar a evolução da execução da pena.
preso provisório.
Art. 20 - A Comissão Técnica de Classificação é presidida pelo Dire-
Art. 2º - A execução penal destina-se à reeducação do sentencia- tor do estabelecimento e composta de, no mínimo, um psiquiatra, um
do e à sua reintegração na sociedade. psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disci-
plina e um representante de obras sociais da comunidade.
§ 1º - A execução penal visa, ainda, a prevenir a reincidência,
para proteção e defesa da sociedade. Art. 21. Compete à Comissão Técnica de Classificação opinar sobre
a progressão ou a regressão do regime de cumprimento da pena, a
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) remição da pena, o monitoramento eletrônico, o livramento condicional e o
§ 2° O controle da execução penal será realizado com o auxílio de indulto.
programas eletrônicos de computador. (Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 19478, de
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) 12/1/2011.)

Art. 3º - Ao sentenciado é garantido o exercício de seus direitos ci- Parágrafo único - No caso de progressão ou regressão de regime,
vis, políticos, sociais e econômicos, exceto os que forem incompatíveis as reuniões da Comissão Técnica de Classificação serão presididas pelo
com a detenção ou com a condenação. Juiz da Execução, presente o Ministério Público.

Art. 4º - No regime e no tratamento penitenciário serão observados Art. 22 - A Comissão Técnica de Classificação proporá o programa
o respeito e a proteção aos direitos do homem. de tratamento reeducativo, com base na sentença

Art. 5º - O sentenciado deve ser estimulado a colaborar voluntaria- condenatória e no relatório social de síntese do Centro de Obser-
mente na execução de seu tratamento reeducativo. vação ou da equipe interdisciplinar.

Art. 6º - O Estado e a comunidade são co-responsáveis na realiza- Art. 23 - O programa individual de tratamento compreenderá a indica-
ção das atividades de execução penal. ção do regime de cumprimento da pena, do estabelecimento penitenciá-
rio adequado, da escolarização, do trabalho e da orientação profissio-
Art. 7º - Na execução penal não haverá distinção de caráter racial, re- nal, das atividades culturais e esportivas e das medidas especiais de
ligioso ou político. assistência ou tratamento.
TÍTULO II CAPÍTULO IV
Do Tratamento Reeducativo Dos Elementos do Tratamento Penitenciário
CAPÍTULO I
Da Individualização do Tratamento Art. 24 - O tratamento penitenciário realiza-se através do desenvolvi-
mento de atividades relacionadas com: instrução, trabalho, religião,
Art. 8º - O tratamento reeducativo consiste na adoção de um conjunto disciplina, cultura, recreação e esporte, contato com o mundo exterior e
de medidas médico-psicológicas e sociais, com vistas à reeducação do relações com a família.
sentenciado e à sua reintegração na sociedade.
SEÇÃO I
Art. 9º - O tratamento reeducativo será individualizado e levará em Da Instrução
conta a personalidade de cada sentenciado.
Art. 25 - Serão organizados, nas penitenciárias, cursos de formação
Art. 10 - O sentenciado está sujeito ao exame criminológico para veri- cultural e profissional, que se coordenarão com o sistema de instrução
ficação de carência físico-psíquica e outras causas de inadaptação social. pública.
Art. 11 - Com base no exame criminológico, serão realizados a classifi- Art. 26 - O ensino fundamental é obrigatório para todos os detentos
cação e o programa de tratamento do sentenciado. que não o tiverem concluído.
Art. 12 - A colaboração do sentenciado no processo de sua observa- (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14390, de
ção psicossocial e de seu tratamento é voluntária. 31/10/2002.)

Conhecimentos Gerais 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 27 - O estabelecimento penitenciário disporá de classe especial § 3º Na contratação de obras e de serviços pela administração pública
para os infratores, dando-se ênfase à escolarização fundamental. (Artigo direta ou indireta do Estado serão reservados para sentenciados até
com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14390, de 31/10/2002.) 10% (dez por cento) do total das vagas existentes.
Art. 28 - O efetivo da classe normal não excederá 30 (trinta) alunos, e o (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 18725, de
da classe especial, 15 (quinze). 13/1/2010.)
Art. 29 - Dar-se-á especial atenção ao ensino fundamental, à prepara- § 4º Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será dada preferência
ção profissional e à formação do caráter do jovem adulto. aos sentenciados:
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14390, de I - que cumpram pena na localidade em que se desenvolva a ativi-
31/10/2002.) dade contratada;
Art. 30 - Os sentenciados trabalharão em oficina de aprendiza- II - que apresentem melhores indicadores com relação à aptidão,
gem industrial e artesanato rural ou em serviço agrícola do estabelecimen- à habilitação, à experiência, à disciplina, à responsabilidade e ao
to, conforme suas preferências, origem urbana ou rural, aptidão física, grau de periculosidade, apurados pelo poder público e registrados em
habilidade manual, inteligência e nível de escolaridade. cadastro próprio. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 16940,
de 16/8/2007.)
Art. 31 - Pode ser instituída, nas penitenciárias, escola de ensino mé-
dio. Art. 40 - A jornada diária de trabalho do sentenciado não excederá 8
(oito) horas.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14390, de
31/10/2002.) Art. 41 - A resistência ao trabalho ou a falta voluntária em sua execu-
ção constituem infração disciplinar, cuja punição será anotada no prontuá-
Art. 32 - Serão oferecidas facilidades e estímulos ao sentenciado, rio do sentenciado.
nos termos da lei, para fazer curso universitário.
Art. 42 - A classificação para o trabalho atenderá às capacidades
Parágrafo único - A direção da penitenciária manterá contato com as física e intelectual e à aptidão profissional do sentenciado, com vistas
autoridades acadêmicas para a admissão do sentenciado no curso de que à sua ressocialização e formação
trata este artigo.
profissional.
Art. 33 - É permitido ao sentenciado participar de curso por correspon-
dência, rádio e televisão, sem prejuízo da disciplina e da segurança. Art. 43 - Aplica-se no estabelecimento penitenciário a legislação re-
lativa à higiene e à segurança do trabalhador.
Art. 34 - A penitenciária pode firmar convênio com entidade pública
ou privada para a realização de curso profissional ou supletivo. Art. 44 - Para a prestação do trabalho externo, serão considera-
dos, segundo parecer da Comissão Técnica de Classificação, a
§ 1º - O detento poderá inscrever-se nos exames supletivos aplica- personalidade, os antecedentes e o grau de recuperação do sentenci-
dos pelo Estado, com direito a isenção de taxa. ado que assegurem sua regular e efetiva aplicação ao trabalho, bem como
§ 2º - Os cursos supletivos poderão ser ministrados por voluntário o respeito à ordem pública.
cadastrado pela Secretaria de Estado da Educação e autorizado pela (Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.)
Secretaria de Estado da Justiça.
Art. 45. O sentenciado em regime semiaberto poderá, com autori-
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14390, de zação judicial, frequentar, na comunidade, estabelecimento de ensino ou
31/10/2002.) de formação profissional, ouvida a Comissão Técnica de Classificação,
Art. 35 - Ao sentenciado será fornecido diploma ou certificado de observado o disposto nos arts. 122 a 125 da Lei Federal n° 7.210, de 11 de
conclusão de curso, que não mencionará sua condição de sentenciado. julho de 1984.
Art. 36 - As penitenciárias contarão com biblioteca organizada (Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 19478, de
com livros de conteúdos informativo, educativo e recreativo, adequados 12/1/2011.)
às formações cultural, profissional e espiritual do sentenciado. Art. 46 - O trabalho externo será supervisionado pelo serviço social
Parágrafo único - Será livre a escolha da leitura, e serão proporcio- penitenciário mediante visita de inspeção ao local de trabalho.
nadas condições para o estudo, a pesquisa e a recreação. (Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.)
Art. 37 - Os programas de atividades de cultura, de lazer e de despor- Art. 47 - O trabalho externo pode ser prestado nos termos da Lei Fede-
to serão articulados de modo a favorecer a expressão das aptidões dos ral nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
sentenciados.
(Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.)
Art. 38 - Serão ministradas, nas penitenciárias, a instrução musical e a
educação física. Art. 48 - É obrigatório o regresso do sentenciado ao estabeleci-
mento penitenciário, no regime semi-aberto, quando em serviço particu-
Parágrafo único - A parte prática do ensino musical será realizada lar, finda a jornada de trabalho, sendo-lhe permitido, quando em
por meio de participação em banda, fanfarra, conjunto instrumental e trabalho em obra pública, pernoitar em dependência da obra, sob
grupo coral. custódia e vigilância da direção da entidade, que mensalmente enviará à
SEÇÃO II penitenciária relatório sobre o seu comportamento.
Do Trabalho Art. 49 - Deverá ser imediatamente comunicada à penitenciária a ocor-
Art. 39 - O trabalho é obrigatório para o sentenciado, ressalvado o rência de acidente, falta grave ou evasão, perdendo o sentenciado, nas
disposto no art. 58. duas últimas hipóteses, o direito à prestação de trabalho externo.
§ 1º - O trabalho penitenciário será estabelecido segundo critérios Art. 50 - É obrigatório o seguro contra acidentes nos trabalhos in-
pedagógicos e psicotécnicos, tendo-se em conta as exigências do terno e externo.
tratamento, e procurará aperfeiçoar as aptidões de trabalho e a capacida- Art. 51 - A remuneração do trabalho do sentenciado, quando não for
de individual do sentenciado, de forma a capacitá-lo para o desempenho fixada pelo órgão competente, será estabelecida pela Comissão Técnica
de suas responsabilidades sociais. de Classificação.
§ 2º - O trabalho será exercido de acordo com os métodos empre-
gados nas escolas de formação profissional do meio livre.

Conhecimentos Gerais 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º - A remuneração será fixada, para o trabalho interno, em quantia Parágrafo único - A manifestação religiosa se dará sem prejuízo da
não inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. ordem e da disciplina exigidas no estabelecimento.
§ 2º - A remuneração do sentenciado que tiver concluído curso de Art. 61 - (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 14505, de 20/12/2002.)
formação profissional, bem como a do que tiver bom comportamento
e progresso na sua recuperação, será acrescida de 1/4 (um quarto) do Dispositivo revogado:
seu valor. “Art. 61 - É permitida, nas penitenciárias, nos termos do regulamento
Art. 52 - A prestação de serviço pelo sentenciado será de cunho ex- desta lei, a presença de representante religioso, com autorização para
clusivamente pedagógico, com vistas a sua reintegração na sociedade, organizar serviços litúrgicos e fazer visita pastoral aos adeptos de sua
não implicando vínculo empregatício, ressalvado o trabalho industrial religião.”
exercido em fundação, empresa pública com autonomia administrativa SEÇÃO IV
ou entidade privada, o qual terá remuneração igual à do trabalhador Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas
livre.
Art. 62 - Para os bem-estares físico e mental do sentenciado, serão or-
(Vide art. 4º da Lei nº 15457, de 12/1/2005.) ganizadas, nos estabelecimentos penitenciários, atividades culturais, recre-
Art. 53 - O contrato de prestação de serviços para o trabalho externo ativas e esportivas.
do sentenciado será celebrado entre o Diretor do estabelecimento Art. 63 - Os programas de atividades esportivas destinam-se em parti-
penitenciário, ouvida a Comissão Técnica de Classificação, e o estabe- cular ao jovem adulto, podendo ser solicitada, à Diretoria de Esportes e a
lecimento tomador do serviço, dependendo do consentimento expresso do outros órgãos da comunidade, a colaboração em seu desenvolvimento.
sentenciado, nos termos do § 3º do art. 36 da Lei Federal nº 7.210, de 11
de junho de 1984. Art. 64 - O professor de Educação Física e o recreacionista organiza-
rão sessões de educação física e atividades dirigidas para grupos de con-
Parágrafo único - Nas licitações para obras de construção, reforma, denados, devendo observar-lhes o comportamento, para fins de anotação.
ampliação e manutenção de estabelecimento prisional, a proposta de
aproveitamento, mediante contrato, de mão-de-obra de presos, nos termos SEÇÃO V
deste artigo, poderá ser considerada como fator de pontuação, a critério da Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família
administração. Art. 65 - Será estimulado o contato do sentenciado com o mundo
(Parágrafo único acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 12921, de exterior pela prática das medidas de semiliberdade e pelo
29/6/1998.) trabalho com pessoas da sociedade, com o objetivo de conscientizá-lo
(Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.) de sua cidadania e de sua condição de parte da comunidade livre.

Art. 54 - A remuneração auferida pelo sentenciado no trabalho externo Parágrafo único. O contato com o meio exterior será programado
será empregada: pelo serviço social, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

I - na indenização dos danos causados pelo delito, desde que determi- (Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
nados judicialmente e não reparados por outro meio; Art. 66. O sentenciado tem direito a manter relações familiares,
II - na assistência à família do sentenciado, segundo a lei civil; incluindo visitas periódicas da família.

III - cumprido o disposto nos incisos anteriores e ressalvadas ou- § 1° Compete ao serviço social assistir e orientar o sentenciado
tras aplicações legais, na constituição de pecúlio, na forma de depósito em suas relações familiares.
em caderneta de poupança mantida por estabelecimento oficial, o qual § 2° O direito estabelecido no caput abrange relações oriundas
será entregue ao sentenciado no ato de sua libertação. de casamento, união estável, união homoafetiva e parentesco.
Art. 55 - A contabilidade do estabelecimento penitenciário manterá (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19478, de
registro da conta individual do sentenciado. 12/1/2011.)
Art. 56 - As despesas de manutenção e as custas processuais não Art. 67. O sentenciado e o preso provisório têm direito a visita íntima,
poderão ser deduzidas da remuneração do sentenciado que se distinguir com periodicidade duração, horários e procedimentos definidos pela autori-
por sua conduta exemplar. dade competente.
Parágrafo único - A conduta é considerada exemplar quando o sen- § 1° A visita ocorrerá em local específico, adequado à sua finalidade
tenciado manifesta, durante a execução da pena, constante empenho e compatível com a dignidade humana.
no trabalho e na aprendizagem escolar e profissional, bem como senso de
responsabilidade em seu comportamento pessoal. § 2° O sentenciado indicará cônjuge ou companheiro, para fins de re-
gistro e controle pelo estabelecimento prisional, e fornecerá a devida do-
Art. 57 - Excetuam-se da obrigação de trabalhar os maiores de 70 (se- cumentação comprobatória do casamento, união estável ou união homoafe-
tenta) anos, os que sofram enfermidade que os impossibilite para o traba- tiva.
lho e a mulher antes e após o parto, nos termos da legislação trabalhista.
§ 3° A indicação realizada nos termos do § 2° poderá ser cancelada
Art. 58 - O sentenciado fará jus ao repouso semanal, de preferência a qualquer tempo, mediante comprovação de rompimento do vínculo.
no domingo.
§ 4° Na hipótese do § 3°, somente seis meses após o cancela-
Art. 59 - Será concedido descanso de até 1 (um) mês ao sentenci- mento poderá ocorrer nova indicação de cônjuge ou companheiro
ado não perigoso, de bom comportamento, após 12 (doze) meses contí- para fins de visita íntima.
nuos de trabalho, dedicação e produtividade.
§ 5° Poderá ser atribuído ao visitante documento de identificação
SEÇÃO III específico, exigível para a realização da visita íntima.
Da Religião
§ 6° Somente se admitirá visitante menor de dezoito anos quando
Art. 60 - O sentenciado tem direito à liberdade de crença e culto, per- legalmente casado e, nos demais casos, quando devidamente autorizado
mitida a manifestação religiosa pelo aprendizado e pelo exercício do pelo juízo competente.
culto, bem como a participação nos serviços organizados no estabele-
cimento penitenciário, a posse de livro de instrução religiosa e a prática § 7° O sentenciado receberá atendimento médico e informações com
da confissão, sem prejuízo da ordem e da disciplina. o objetivo de evitar contato sexual de risco.

Conhecimentos Gerais 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 8° A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida, por tempo de- (Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 13661, de 14/7/2000.)
terminado, por ato motivado da autoridade competente, nas seguintes
hipóteses: § 2º - A pessoa recolhida em prisão provisória que ao tempo do delito
era policial civil ou militar do Estado ficará em dependência distinta e
I - sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do art. 143; isolada da dos demais presos.
II - registro de ato de indisciplina ou atitude inconveniente praticados (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 13661, de 14/7/2000.)
pelo visitante, apurados em procedimento administrativo;
§ 3º - A garantia prevista no § 2º deste artigo estende-se ao condenado
III - risco à segurança do sentenciado, de preso provisório ou de ter- em sentença transitada em julgado que ao tempo do delito era policial civil
ceiros, ou à disciplina do estabelecimento prisional provocado pela visita; ou militar do Estado.
IV - solicitação do preso. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 13661, de 14/7/2000.)
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) Art. 73 - As oficinas e instalações agrícolas devem reunir condições
semelhantes às da comunidade livre, observadas as normas legais para a
CAPÍTULO V proteção do trabalho e a prevenção de acidente.
Da Evolução do Tratamento
Art. 74 - Será construído pavilhão de observação, de regime fechado,
Art. 68 - O programa de tratamento será avaliado durante sua evolu- onde não houver centro de observação como unidade autônoma.
ção, para fins de progressão ou regressão.
Art. 75 - Podem ser previstas seções independentes, de segurança
Parágrafo único - A avaliação periódica do tratamento pela Comissão reforçada, para internamento de condenado que tenha exercido função
Técnica de Classificação e sua homologação pelo Juiz da Execução Penal policial e que, por esta condição, esteja ou possa vir a estar ameaçado
determinarão a progressão ou a regressão do regime de cumprimento de em sua integridade física, bem como para internamento de condenado
pena, no mesmo estabelecimento ou em outro. por crime hediondo e de rebelde ou opositor ao regime do estabeleci-
Art. 69 - A progressão depende da evolução favorável do tratamen- mento.
to, e a regressão, da evolução desfavorável. (Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 13661, de
Art. 70 - No término do tratamento ou na proximidade do livramento 14/7/2000.)
condicional, a Comissão Técnica de Classificação elaborará relatório § 1º - Será obrigatória a existência das seções previstas no "caput" pa-
final, no qual constarão o resultado do tratamento, a prognose favorá- ra a guarda de condenados que forem considerados de alta periculosidade
vel quanto à vida futura do sentenciado, bem como informação sobre e de difícil recuperação.
o pedido de livramento condicional.
§ 2º - Haverá seção aberta, independente, no estabelecimento de re-
TÍTULO III gime fechado ou semi-aberto, para atividades de reintegração na socieda-
Dos Estabelecimentos Penitenciários de.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais Art. 76 - O complexo penitenciário será constituído de pavilhões
separados, para a execução progressiva dos regimes fechado, semi-
Art. 71 - Os estabelecimentos penitenciários destinam-se ao cumpri- aberto e aberto.
mento do disposto nos incisos XLVI, "a", XLVIII, XLIX e L do art. 5º da
Constituição Federal e compreendem: Art. 77. A Comissão Técnica de Classificação do estabeleci-
mento penitenciário formará grupos de sentenciados segundo as ne-
I - presídio e cadeia pública, destinados à custódia dos presos à cessidades de tratamento, a progressão dos regimes, a concessão ou a
disposição do Juiz processante; revogação de benefícios, a autorização de saída, a remição da pena, o
II - penitenciária, para o sentenciado em regime fechado; pedido de livramento condicional e a aplicação de sanção disciplinar.
III - colônia agrícola, industrial ou similar, para o sentenciado em (Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19478, de
regime semi-aberto; 12/1/2011.)
IV - casa do albergado, para o sentenciado em regime aberto; Art. 78 - Os estabelecimentos de regime fechado terão a lotação
máxima de 500 (quinhentos) sentenciados; os de regime semi- aberto, de
V - centro de reeducação do jovem adulto, para o sentenciado em re- 300 (trezentos); os de regime aberto, de 50 (cinquenta) semilivres; o presí-
gime aberto ou semi-aberto; dio, de 400 (quatrocentos) acusados e a cadeia pública, de 50 (cinquenta)
VI - centro de observação, para realização do exame criminológico de presos.
classificação; (Vide § 1º do art. 1º da Lei nº 12985, de 30/7/1998.)
VII - hospital de custódia e tratamento psiquiátrico para inimputáveis Art. 79 - Para a localização do estabelecimento de regime fechado,
e semi-imputáveis, indicados no art. 26 do Código Penal. levar-se-ão em conta as facilidades de acesso e comunicação, a
(Vide art. 7º da Lei nº 18030, de 12/1/2009.) viabilidade do aproveitamento de serviços básicos existentes, as condi-
ções necessárias ao adequado internamento, além da existência de
Art. 72. Os estabelecimentos penitenciários disporão de casa, sistema áreas destinadas a instalações de aprendizagem profissional, à prática
de energia, reservatório de água, quadras poliesportivas, locais para a de esportes e recreação, a visitas, ao ensino e à assistência especializa-
guarda militar e para os agentes prisionais, dependências para adminis- da.
tração, assistência médica, assistência religiosa, gabinete odontológico,
ensino, serviços gerais, visita de familiares e visita íntima, bem como de § 1º - Para o estabelecimento de regimes aberto e semi- aberto,
almoxarifado, celas individuais, alojamento coletivo, biblioteca e salas será considerada ainda a proximidade de locais de trabalho, de cur-
equipadas para a realização de videoaudiências e prestação de assistên- sos de instrução primária e formação profissional e de assistências hospita-
cia jurídica. lar e religiosa.

(Caput com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19478, de § 2º - O presídio e a cadeia pública se localizarão no meio urbano,
12/1/2011.) respectivamente, na Capital e em sedes de comarca com fácil acesso ao
fórum local ou a varas criminais.
§ 1º - As penitenciárias disporão ainda de locutório para advogados,
salas para autoridades, salas de estágio para estudantes universitá- CAPÍTULO II
rios e gabinete para equipe interdisciplinar de observação ou de tratamento. Do Presídio e da Cadeia Pública

Conhecimentos Gerais 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 80 - O presídio e a cadeia pública, estabelecimentos de regime Art. 93 - A casa do albergado destina-se à execução da pena privativa
fechado, destinam-se à custódia do preso provisório e à execução da de liberdade em regime aberto.
pena privativa de liberdade para o preso residente e domiciliado na comar-
ca. Art. 94 - Haverá casa de albergado na Capital e nas sedes de comar-
ca.
Art. 81 - No presídio e na cadeia pública, haverá unidades indepen-
dentes para a mulher, para o jovem adulto, para o preso que tenha exerci- Parágrafo único - Onde não houver casa do albergado, o regime aberto
do função policial e para o cumprimento de pena privativa de liberdade poderá ser cumprido em seção independente, separada do estabeleci-
e de limitação de fim-de-semana. mento de regime fechado ou semi-aberto.

(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 13661, de Art. 95 - A casa do albergado deverá preencher os seguintes requisi-
14/7/2000.) tos:

§ 2º - Às presidiárias serão asseguradas condições para permane- I - localização em meio urbano com autonomia administrativa;
cer com os filhos durante o período de amamentação. II - ocupação por número reduzido de candidatos, selecionados segun-
Art. 82 - O presídio e a cadeia pública, além do pessoal de vigilância do sua aptidão para o regime aberto.
e segurança e do pessoal administrativo, contarão com equipe interdisci- Art. 96 - São condições para o cumprimento da pena na casa do alber-
plinar de observação. gado:
Art. 83 - Aplica-se ao estabelecimento destinado ao preso provisório I - aceitação, pelo candidato, do programa de tratamento;
o disposto no art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984,
com a adequada adaptação ao regime do estabelecimento. II - afetação do semilivre ao trabalho, com preparação profissional
para a reintegração na sociedade;
CAPÍTULO III
Da Penitenciária III - colaboração da comunidade.

Art. 84 - A penitenciária destina-se à execução da pena privativa de Art. 97 - No regime aberto, serão observadas as normas de ordem e
liberdade em regime fechado. disciplina necessárias à convivência normal na comunidade civil, com
ausência de precauções de ordem material ou física, em razão da aceita-
Art. 85 - O sentenciado será alojado em quarto individual, provido de ção voluntária da disciplina e do senso de responsabilidade do senten-
cama, lavatório, chuveiro e aparelho sanitário. ciado.
Art. 86 - São requisitos básicos da unidade celular: § 1º - No regime aberto, é permitido ao sentenciado mover-se sem vi-
I - salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, gilância tanto no interior do estabelecimento como nas saídas para
insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana; trabalho externo, para frequência a curso e para atividades de pré-
liberdade.
II - área mínima de 6m2 (seis metros quadrados).
§ 2º - O regime aberto compõe-se das seguintes fases:
Art. 87 - A penitenciária para mulheres será dotada, ainda, de depen-
dência para atendimento da gestante e da parturiente, de creche e de I - iniciação, em que o sentenciado será informado sobre o programa
unidade de educação pré-escolar. do estabelecimento e seu regimento interno;

Art. 88 - O alojamento coletivo terá suas instalações sanitárias lo- II - aceitação do programa, em que será permitido ao sentenciado
calizadas em área separada e somente será ocupado por sentenciados sair para o trabalho;
que preencham as necessárias condições para a sua utilização. III – confiança em que o sentenciado gozará das vantagens ineren-
Art. 89 - No regime fechado, predominam as normas de seguran- tes ao exercício de sua responsabilidade e de autorização de saída.
ça e disciplina, que cobrirão, durante 24 (vinte e quatro) horas, a vida (Inciso com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19478, de
diária dos reclusos, que serão classificados em grupos, segundo as 12/1/2011.)
necessidades de tratamento, submetendo-se às diferentes atividades do
processo de ressocialização: trabalho, instrução, religião, recreação e CAPÍTULO VI
esporte. Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto

CAPÍTULO IV Art. 98 - O centro de reeducação do jovem adulto destina-se aos sen-


Das Colônias Agrícola e Industrial tenciados de 18 (dezoito) a 21 (vinte e um) anos de idade, em regime
aberto e semi-aberto.
Art. 90 - A colônia agrícola e a industrial destinam-se à execução da
pena privativa de liberdade em regime semi-aberto. Parágrafo único - O centro contará com seção independente para os
menores infratores que tiverem atingido 18 (dezoito) anos sem conclusão
Art. 91 - Os sentenciados poderão ser alojados em dormitório coletivo, do processo reeducativo.
observados os requisitos do art. 88.
Art. 99 - No centro de reeducação do jovem adulto, será intensiva a
Art. 92 - No regime semi-aberto, serão observadas as normas de se- ação educativa, com a adoção de métodos pedagógicos e psicopedagógi-
gurança, ordem e disciplina necessárias à convivência normal dentro do cos.
estabelecimento e à adaptação às peculiaridades do tratamento reeduca-
tivo. Art. 100 - Para individualização do tratamento, as seções separadas
conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta) sentenciados.
Parágrafo único - No regime semi-aberto, a agenda diária elaborada
pela Comissão Técnica de Classificação disporá sobre as atividades Art. 101 - O pessoal do centro terá especialização profissional,
preceptivas, recreativas e esportivas para o sentenciado, que manterá com atualização em cursos especiais promovidos pela administração
contato com a sociedade para o trabalho externo, frequentará cursos de penitenciária.
instrução escolar e profissional e desenvolverá outras atividades de reinte- CAPÍTULO VII
gração na sociedade, sob a assistência e a orientação do pessoal peniten- Do Centro de Observação
ciário ou do serviço social.
Art. 102 - O centro de observação, estabelecimento de regime fecha-
CAPÍTULO V do, tem por objetivo estudar a personalidade do delinquente nos planos
Da Casa do Albergado físico, psíquico e social, para sua afetação ao estabelecimento ade-
quado ao regime penitenciário, indicando as medidas de ordem escolar,

Conhecimentos Gerais 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
profissional, terapêutica e moral que fundamentarão a elaboração do Art. 116 - Efetuada a admissão, proceder-se-á à separação do senten-
programa de tratamento reeducativo. ciado segundo o sexo, a idade, os antecedentes, o estado físico e
mental e a necessidade de tratamento reeducativo ou psiquiátrico.
Art. 103 - O centro de observação, além do pessoal de segurança,
vigilância e administração, contará com equipe interdisciplinar de Art. 117 - A agenda diária das atividades da vida em comum dos
observação, constituída de psicólogo, sentenciados será elaborada pela Comissão Técnica de Classificação.
psiquiatra, clínico geral, assistente social, educador e criminólo- CAPÍTULO II
go. Do Alojamento
CAPÍTULO VIII Art. 118 - Aos sentenciados serão destinadas celas individuais.
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Parágrafo único - Em caso de necessidade, a administração da peni-
Art. 104 - O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, de regime tenciária poderá autorizar a colocação de mais de um sentenciado
semi-aberto, destina-se aos inimputáveis e semi- imputáveis indicados na cela ou no quarto individual, adequadamente selecionado, vedada,
no art. 26 e seu parágrafo único do Código Penal. nesse caso, a ocupação apenas por dois sentenciados.
§ 1º - Haverá seções independentes de regime fechado, segundo as Art. 119 - Os locais destinados ao dormitório e à vida em comum
exigências do tratamento psiquiátrico, no caso de extrema periculosida- devem atender às exigências da higiene, levando-se em conta espaço,
de do sentenciado. ventilação, água, luz e calefação.
§ 2º - As seções de regime aberto destinam-se ao tratamento ambula- Art. 120 - É permitido o alojamento em comum no estabeleci-
torial e à preparação para o reingresso na sociedade. mento aberto, com o consentimento do sentenciado.
Art. 105 - No estabelecimento psiquiátrico, haverá, além das depen- Art. 121 - Haverá alojamento coletivo, de uso temporário, para aten-
dências da administração, segurança e vigilância, seções de observação der a necessidade urgente.
normal, de praxiterapia, esporte e recreação, observando-se, no que
for aplicável, o art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984. CAPÍTULO III
Do Vestuário e da Higiene Pessoal
Art. 106 - No hospital, além do exame psiquiátrico, serão realizados
o exame criminológico e os exames necessários aos tratamentos tera- Art. 122 - O sentenciado poderá usar o vestuário próprio ou o fornecido
pêutico e reeducativo, com respeito e proteção aos direitos da pessoa do pela administração, adaptado às condições climáticas e que não afete sua
sentenciado. dignidade.

Art. 107 - O pessoal profissional e não profissional do estabeleci- Art. 123 - O sentenciado disporá de roupa necessária para a sua ca-
mento psiquiátrico deverá ser selecionado e qualificado, com especial ma e de móvel para guardar seus pertences.
atenção às exigências peculiares ao tratamento dos sentenciados. Art. 124 - A higiene pessoal é exigida de todos os sentenciados.
Art. 108 - A direção do hospital deverá informar mensalmente à auto- Parágrafo único - A administração do estabelecimento fixará horário
ridade judiciária sobre as condições psíquicas do sentenciado recupe- para os cuidados de higiene pessoal dos sentenciados e colocará à sua
rado. disposição o material necessário.
Art. 109 - A administração penitenciária poderá firmar convênio CAPÍTULO IV
com hospital psiquiátrico da comunidade para o tratamento de sentenciado Da Alimentação
destinado ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.
Art. 125 - A administração do estabelecimento fornecerá alimenta-
TÍTULO IV ção aos sentenciados, controlada por nutricionista, convenientemente
Do Regime Penitenciário preparada e de acordo com as normas dietéticas e de higiene.
CAPÍTULO I
Da Admissão e do Registro CAPÍTULO V
Da Assistência Sanitária
Art. 110 - A admissão do sentenciado ou do preso provisório se fará à
vista de ordem da autoridade competente. Art. 126 - O estabelecimento penitenciário disporá de clínico geral, o-
dontólogo e psiquiatra.
Art. 111. O registro de detenção ou internação será feito em livro pró-
prio ou em meio eletrônico, e nele constarão: § 1º - O doente que tiver necessidade de cuidados especiais será
transferido para estabelecimento peniten-ciário especializado ou hospital
(Caput com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19478, de civil.
12/1/2011.)
§ 2º - Ao sentenciado será prestada assistência odontológica.
I - a identidade do sentenciado ou do preso provisório;
Art. 127 - Para a assistência sanitária, os estabelecimentos penitenciá-
II - os motivos da detenção ou da internação e a autoridade que a de- rios serão dotados de:
terminou;
I - enfermaria com camas, material clínico, instrumental adequado e
III - o dia e a hora da admissão e da saída. produtos farmacêuticos para a internação médica ou odontológica de
Art. 112 - Inicia-se, no ato do registro, o prontuário pessoal do sen- urgência;
tenciado, que o seguirá nas transferências. II - dependência para observação psiquiátrica e cuidados de toxicô-
Parágrafo único - O prontuário conterá uma parte judiciária, uma parte mano;
penitenciária e uma parte social. III - unidade para doenças infecciosas.
Art. 113 - O sentenciado será informado sobre a legislação pertinente Art. 128 - O estabelecimento penitenciário destinado às mulheres
e sobre o regime interno do estabelecimento. disporá de dependência dotada de material de obstetrícia, para atender à
Art. 114 - O sentenciado tem o direito de informar sua situação ao mulher grávida ou à parturiente cuja urgência do estado não permita a
Juiz e ao seu advogado ou à pessoa por ele indicada. transferência para hospital civil.

Art. 115 - O preso provisório será informado de seus direitos, as- Parágrafo único. As unidades do sistema prisional e penitenciário
segurada a comunicação com a família e com seu defensor e o respei- notificarão à unidade de atenção básica de saúde que referencie o seu
to ao princípio da presunção de inocência. território:

Conhecimentos Gerais 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - a existência de presa grávida, lactante ou acompanhada de filho na II – frequência a curso supletivo profissionalizante bem como de ins-
primeira infância, para a regularização do atendimento à saúde materno- trução do segundo grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
infantil;
III – participação em atividades que concorram para o retorno ao conví-
II - a transferência para outra unidade prisional, com indicação do vio social.
novo local de internação, de presa grávida, lactante ou acompanhada de
filho na primeira infância, para a regularização e continuidade do atendi- Parágrafo único. A autorização de saída será concedida ou revogada
mento à saúde materno-infantil. por ato motivado do Juiz da execução, observado o disposto nos arts.
123 a 125 da Lei Federal n° 7.210.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 18029, de 12/1/2009.)
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
TÍTULO V 12/1/2011.)
Da Comunicação com o Exterior
CAPÍTULO I Art. 138. Com base em parecer da equipe interdisciplinar e como
Da Correspondência preparação para a liberação, será autorizada, pelo Juiz da execução que
tenha participado de seu processo de reeducação, a saída do sentencia-
Art. 129 - Os sentenciados têm direito de enviar e receber correspon- do que cumpra pena nos regimes aberto e semiaberto, após cumpridos
dência epistolar e telegráfica. seis meses da pena, por até sete dias, limitada ao total de trinta e cinco
dias por ano.
Art. 130 - A correspondência do sentenciado analfabeto pode ser, a
seu pedido, lida e escrita por funcionário ou visitador indicado. Parágrafo único. A autorização de saída será concedida ou revogada
por ato motivado do Juiz da execução.
Art. 131 - Em caso de perigo para a ordem ou para a segurança do
estabelecimento, o Diretor deste poderá censurar a correspondência (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
dos sentenciados, respeitados os seus direitos. 12/1/2011.)
Parágrafo único - A correspondência por telefone será autorizada Art. 138-A. No caso de nascimento de filho ou outro motivo compro-
pelo Diretor do estabelecimento, por escrito e motivadamente. vadamente relevante, será autorizada, pelo Diretor do estabelecimento,
a saída do sentenciado ou do preso provisório, com as medidas de custó-
CAPÍTULO II dia adequadas.
Das Visitas
Parágrafo único. A autorização de saída será concedida ou revogada
Art. 132 - As visitas destinam-se a manter os vínculos familiares e por ato motivado do Diretor do estabelecimento. (Artigo acrescentado pelo
sociais do sentenciado e a prepará-lo para a reintegração na socieda- art. 8º da Lei nº 19478, de
de.
12/1/2011.)
(Vide Lei nº 12492, de 16/4/1997.)
Art. 139. O sentenciado, a vítima e as respectivas famílias contarão
Parágrafo único - As visitas podem ser vigiadas, por razões de tra- com o apoio do serviço penitenciário e do Conselho da Comunidade.
tamento do sentenciado, ou de ordem e segurança do estabelecimen-
to. (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
12/1/2011.)
Art. 133 - As visitas de advogado terão lugar em local reservado,
em que as conversas não sejam ouvidas. CAPÍTULO IV
Do Regime Disciplinar
Art. 134 - Não pode ser ouvido o colóquio do sentenciado com o Juiz,
com o representante do Ministério Público, com o funcionário no Art. 140 - O sentenciado não exercerá função disciplinar.
exercício de suas funções e com os membros da equipe interdisciplinar.
Art. 141 - A infração disciplinar e a respectiva sanção disciplinar se-
Art. 135. O estabelecimento disporá de anexo especialmente ade- rão estabelecidas em lei ou regulamento.
quado para visitas familiares ao sentenciado que não possa obter auto-
rização de saída. Art. 142 - Constituem infrações disciplinares:

(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19478, de I - negligência na limpeza e na ordem da cela e no asseio pessoal;
12/1/2011.) II - abandono voluntário do local de tratamento;
CAPÍTULO III III - descumprimento das obrigações do trabalho;
Das Autorizações de Saída
IV - atitude molesta para com os companheiros;
(Título do capítulo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
12/1/2011.) V - linguagem injuriosa;

Art. 136. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou VI - jogos e atividades proibidas pelo Regimento Interno;
semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão de saída, VII - simulação de doença;
mediante escolta, nos casos devidamente comprovados de necessidade
de tratamento médico e falecimento ou doença grave de cônjuge, compa- VIII - posse ou tráfico de bens não permitidos;
nheiro, ascendente, descendente ou irmão.
IX - comunicação proibida com o exterior ou, no caso de isolamen-
§ 1° A permissão de saída será concedida pelo Diretor do estabele- to, com o interior;
cimento.
X - atos obscenos ou contrários ao decoro;
§ 2° A permanência do detento fora do estabelecimento penal terá a
XI - falsificação de documento da administração;
duração necessária à finalidade da saída.
XII - apropriação ou danificação de bem da administração;
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
12/1/2011.) XIII - posse ou tráfico de arma ou de instrumento de ofensa;
Art. 137. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto XIV - atitude ofensiva ao Diretor, a funcionário do estabelecimen-
poderão obter autorização para saída temporária do estabeleci- to ou a visitante;
mento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
XV - inobservância de ordem ou prescrição e demora injustifica-
I – visita à família; da no seu cumprimento;

Conhecimentos Gerais 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XVI - participação em desordem ou motim; III - em circunstâncias excepcionais, quando for indispensável
utilizá-las em razão de perigo iminente para a vida do funcionário, do
XVII - evasão; sentenciado ou de terceiros.
XVIII - fato previsto como crime, cometido contra companheiro, Art. 151 - O sentenciado será transferido para estabelecimen-
funcionário do estabelecimento ou visitante; to próximo da residência de sua família.
XIX - realização ou contribuição para a realização de visita íntima em Parágrafo único - A transferência do sentenciado será precedida
desacordo com esta lei ou com o ato da autoridade competente. de busca pessoal e exame médico, que informará sobre seu estado físico e
(Inciso acrescentado pelo art. 9º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) psíquico, bem como sobre suas condições de viajar.
Art. 143 - Constituem sanções disciplinares: Art. 152 - É proibido o transporte de sentenciado em más condições
de iluminação, ventilação ou em qualquer situação que lhe imponha
I - admoestação; sofrimento físico.
II – privação de autorização de saída por até dois meses; Art. 153 - Na transferência de sentenciado do sexo feminino, a escolta
(Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19478, de será integrada por policial feminino.
12/1/2011.) Art. 154 - As medidas coercitivas serão aplicadas exclusiva-
III - limitação do tempo previsto para comunicação oral durante 1 mente para o restabelecimento da normalidade e cessarão imediatamente
(um) mês; após atingida sua finalidade.

IV – privação do uso da cantina, de autorização de saída e de atos de Art. 155 - As medidas de coerção aplicam-se nas seguintes hipóte-
recreação por até um mês; ses:

(Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19478, de I - para impedir ato de evasão ou violência de sentenciado contra si
12/1/2011.) mesmo ou contra terceiros ou coisas;

V - isolamento em cela individual por até 15 (quinze) dias; II - para vencer a resistência ativa ou passiva de sentenciado às
ordens de funcionário no exercício do cargo.
VI - isolamento em cela disciplinar por até 1 (um) mês;
Parágrafo único - O Diretor será avisado de situação grave, da qual
VII – suspensão ou restrição à visita íntima (Inciso acrescentado pelo dará ciência ao Juiz da Execução.
art. 10 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
CAPÍTULO VI
§ 1º - As sanções previstas nos incisos I e II são de competência Das Recompensas
do Diretor do estabelecimento e as demais, da Comissão Técnica de Clas-
sificação. Art. 156 - As recompensas são concedidas pelo Diretor do estabele-
cimento, ouvida a Comissão Técnica de Classificação, ao sentenciado
§ 2° A execução da sanção disciplinar está sujeita a sursis e a remição. que se distinguir por:
(Parágrafo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19478, de I - particular desempenho em seu trabalho;
12/1/2011.)
II - especial proveito na instrução escolar ou na formação profissional;
Art. 144 - O isolamento em cela disciplinar somente se aplicará
em caso de manifesta agressividade ou violência do sentenciado ou III - colaboração ativa na organização e na participação das atividades
quando este, reiteradamente, alterar a ordem normal do estabelecimento. culturais, desportivas e recreativas;

Parágrafo único - A cela disciplinar terá as mesmas característi- IV - comportamento responsável em caso de perturbação da ordem,
cas da cela individual e possuirá mobiliário análogo. para despertar conduta coletiva racional.

Art. 145 - O isolamento do sentenciado se cumprirá com o controle Parágrafo único - As recompensas de que trata este artigo são as se-
do médico do estabelecimento, que o visitará diariamente, informando o guintes:
Diretor sobre seu estado de saúde física e mental. I - elogio;
Art. 146 - O isolamento poderá ser suspenso pelo Juiz da Execução II - proposta de concessão de benefício, como a prioridade na escolha
Penal, ouvida a Comissão Técnica de Classificação. de trabalho, recebimento de parte do pecúlio disponível, participação em
Art. 147 - Não se aplicará o isolamento à sentenciada gestante, atividade cultural, esportiva ou recreativa.
até 6 (seis) meses após o parto, e à sentenciada que trouxer filho consi- CAPÍTULO VII
go. Do Monitoramento Eletrônico
Art. 148 - Nenhum sentenciado será punido disciplinarmente sem ser (Capítulo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
ouvido e sem que haja apresentado defesa verbal ou escrita.
Art. 156-A. O Juiz poderá determinar o monitoramento eletrônico,
Art. 149 - A interposição de recurso suspenderá os efeitos da decisão, por ato motivado, nos casos de autorização de saída temporária no regi-
salvo quando se tratar de ato de grave indisciplina. me semiaberto e de prisão domiciliar, e quando julgar necessário.
Parágrafo único - A tramitação do recurso de que trata o artigo será Parágrafo único. O usuário do monitoramento eletrônico que estiver
urgente e preferencial. cumprindo pena em regime aberto, quando determinar o Juiz da execu-
CAPÍTULO V ção, deverá recolher-se ao local estabelecido na decisão durante o período
Dos Meios de Correção noturno e nos dias de folga.

Art. 150 - O uso de algemas se limitará aos seguintes casos: (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)

I - como medida de precaução contra fuga, durante a transferên- Art. 156-B. São deveres do sentenciado submetido ao monitora-
cia do sentenciado, devendo ser retiradas imediatamente quando do mento eletrônico, além dos cuidados a serem adotados com o equipamen-
comparecimento em audiência perante a autoridade judiciária ou admi- to:
nistrativa; I – receber visitas do servidor responsável pelo monitoramento
II - por motivo de saúde, segundo recomendação médica; eletrônico, responder aos seus contatos e cumprir as suas orientações;

Conhecimentos Gerais 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II – abster-se de remover, violar, modificar ou danificar o equipamento I - formular a política penitenciária do Estado, observadas as diretrizes
de monitoramento eletrônico ou de permitir que outrem o faça; da política penitenciária nacional;
III – informar, de imediato, as falhas no equipamento ao órgão ou à II - colaborar na elaboração de plano de desenvolvimento, sugerindo
entidade responsável pelo monitoramento eletrônico. as metas e prioridades das políticas criminal e penitenciária;
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) III - promover a avaliação periódica do sistema penal para sua ade-
quação às necessidades do Estado;
Art. 156-C. O descumprimento dos deveres de que trata o art. 156-B
poderá acarretar, a critério do Juiz da execução, ouvidos o Ministério IV - opinar sobre a repartição de créditos na área da política peni-
Público e a defesa: tenciária;
I – a regressão do regime; V - estimular e desenvolver projeto que vise à participação da comu-
nidade na execução da política criminal;
II – a revogação da autorização de saída, da permissão de saída ou
da saída temporária; VI - representar à autoridade competente, para instauração de sindi-
cância ou procedimento administrativo, visando à apuração de violação da
III – a revogação da suspensão condicional da pena; lei penitenciária e à interdição de estabelecimento penal;
IV – a revogação do livramento condicional; VII - fiscalizar os estabelecimentos e serviços penitenciários
V – a conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de para verificação do fiel cumprimento desta lei e da implantação da reforma
liberdade; penitenciária;
VI – a revogação da prisão domiciliar; VIII - elaborar o plano de ação do Conselho e o programa penitenci-
ário estadual.
VII – a advertência escrita.
CAPÍTULO III
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) Do Juízo da Execução
Art. 156-D. O monitoramento eletrônico poderá ser revogado pelo Art. 161 - O Juízo da Execução, localizado na comarca da Capital e
Juiz competente, em ato motivado, quando o sentenciado descumprir em comarca sede da região onde houver estabelecimento penitenciário,
os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou quando se compreende o Juiz da Execução, o representante do Ministério Público, a
tornar desnecessário ou inadequado, a critério do Juiz. Defensoria Pública e o Serviço Social Penitenciário.
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.) SEÇÃO I
TÍTULO VI Do Juiz da Execução
Dos Órgãos da Execução Penal Art. 162 - Compete ao Juiz da Execução:
CAPÍTULO I
Disposições Gerais I - aprovar o plano de tratamento reeducativo apresentado pela Co-
missão Técnica de Classificação;
Art. 157 - São órgãos da execução penal:
II - presidir as reuniões da Comissão Técnica de Classificação
I - o Conselho de Criminologia e Política Criminal; destinadas a tratar de progressão ou regressão do regime;
II - o Juízo da Execução; III – conceder remição da pena, ouvida a Comissão Técnica de Classi-
III - o Conselho Penitenciário; ficação, e autorização de saída prevista nos arts. 137 e 138 desta lei;

IV - a Superintendência de Organização Penitenciária; (Inciso com redação dada pelo art. 12 da Lei nº 19478, de
12/1/2011.)
V - a Direção do Estabelecimento;
IV - conceder ou revogar as medidas de semiliberdade no regime
VI - o Patronato; de confiança para preparação da reintegração na sociedade;
VII - o Conselho da Comunidade. V - conceder o livramento condicional, ouvida a Comissão Técnica
de Classificação;
VIII - as entidades civis de direito privado sem fins lucrativos que
tenham firmado convênio com o Estado para a administração de unida- VI - supervisionar o período de prova do livramento condicional
des prisionais destinadas ao cumprimento de pena privativa de liberdade. e do "sursis", mediante orientação e assistência do agente de prova ou
trabalhador social;
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
VII - acompanhar a execução das medidas restritivas de direito
(Vide art. 3º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
com a colaboração do serviço social penitenciário ou de funcionário do
CAPÍTULO II Juízo e à vista do relatório da entidade a que o sentenciado preste servi-
Do Conselho de Criminologia e Política Criminal ços;
Art. 158 - O Conselho de Criminologia e Política Criminal, com sede VIII - autorizar o isolamento disciplinar por mais de 15 (quinze) dias;
nesta Capital, é subordinado à Secretaria de Estado da Justiça.
IX - decidir recurso sobre direito do sentenciado, inclusive sobre pro-
Art. 159 - O Conselho de Criminologia e Política Criminal será inte- gressão ou regressão de regime;
grado por 13 (treze) membros designados pelo Secretário de Estado da
X - exercer a sua competência nos estabelecimentos da região de sua
Justiça e escolhidos entre professores e profissionais das áreas de
sede.
Direito Penal, Processual Penal e Penitenciário, de Criminologia e de
Ciências Sociais, bem como entre representantes de organismos da área SEÇÃO II
social. Do Ministério Público
Parágrafo único - O mandato dos membros do Conselho terá dura- Art. 163 - Ao Ministério Público, entre outras atribuições de competên-
ção de 4 (quatro) anos. cia, incumbe:
Art. 160 - Ao Conselho de Criminologia e Política Criminal incumbe: I - fiscalizar a execução penal, funcionando no processo executivo e
nos incidentes da execução;

Conhecimentos Gerais 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II - requerer a aplicação, a substituição e a revogação de medida de Da Superintendência de Organização Penitenciária
segurança;
Art. 170 - A Superintendência de Organização Penitenciária Estadual,
III - requerer a revogação do "sursis" e o livramento condicional; órgão integrante da estrutura orgânica da Secretaria de Estado da Justiça,
tem por objetivo assegurar a aplicação da Lei de Execução Penal, a
IV - requerer a conversão da pena e a progressão ou a regressão custódia e a manutenção do sentenciado e do preso provisório, garantin-
do regime; do-lhes o respeito à dignidade inerente à pessoa.
V - participar da fiscalização da execução das medidas restritivas Art. 171 - À Superintendência de Organização Penitenciária incumbe:
de direito;
I - supervisionar a fiel aplicação das normas de execução penal no
VI - interpor recurso de decisão proferida pelo Juiz durante a execu- Estado;
ção;
II - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos e serviços penais;
VII - visitar mensalmente os estabelecimentos penitenciários;
III - assistir tecnicamente os estabelecimentos penitenciários
VIII - representar à autoridade competente sobre a má orientação, na aplicação dos princípios e regras estabelecidos nesta lei;
o rigor excessivo ou o privilégio injustificado na execução penal;
IV - promover a pesquisa criminológica e a estatística criminal;
IX - requerer as providências necessárias para o regular desenvol-
vimento do processo executivo. V - sugerir a regulamentação dos órgãos de execução penal e dos es-
tabelecimentos penitenciários;
SEÇÃO III
Da Defensoria Pública VI - elaborar projeto para a construção dos novos estabeleci-
mentos previstos na lei penitenciária;
Art. 164 - O estabelecimento penitenciário contará com um corpo
de Defensoria Pública com especialização em Direito Penitenciário e VII - autorizar a internação e a desinternação nos estabeleci-
Criminologia. mentos penitenciários.
Art. 165 - Incumbe à Defensoria Pública promover a defesa dos sen- CAPÍTULO VI
tenciados carentes nas áreas cível, penal e disciplinar. Da Direção do Estabelecimento Penitenciário
(Vide Lei Complementar nº 65, de 16/1/2003.) Art. 172 - Incumbe à direção do estabelecimento penitenciário:
SEÇÃO IV I - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e as instruções
Do Serviço Social Penitenciário relativas à ordem e à disciplina do estabelecimento;
Art. 166 - Ao Serviço Social Penitenciário incumbe: II - dirigir as atividades do estabelecimento;
I - participar da equipe interprofissional do Juízo; III - submeter à Superintendência de Organização Penitenciária
o plano de atividades da unidade;
II - realizar o estudo social do sentenciado;
IV - orientar a elaboração da proposta orçamentária do estabele-
III - assistir o sursitário, o liberando e o egresso no período de pro- cimento;
va;
V - presidir a Comissão Técnica de Classificação;
IV - orientar e assistir a família do sentenciado;
VI - supervisionar os cursos de instrução escolar e de formação
V - assessorar o Juiz e o Promotor de Justiça; profissional do sentenciado;
VI - integrar o Patronato e o Conselho da Comunidade. VII - percorrer as dependências do estabelecimento para verifica-
CAPÍTULO IV ção da ordem e disciplina;
Do Conselho Penitenciário VIII - comparecer, ou fazer-se representar, às sessões do Conselho
Art. 167 - O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador Penitenciário;
da execução penal. IX - promover ou requisitar o exame criminológico, a classificação
Art. 168 - O Conselho Penitenciário será integrado por membros e o tratamento reeducativo dos sentenciados;
nomeados pelo Governador do Estado e escolhidos entre profissionais, X - propor a realização de curso de formação contínua do pessoal
professores nas áreas de Direito Penal, Processual Penal e Penitenciário penitenciário;
e das Ciências Sociais, bem como entre representantes da comunidade.
XI - promover a contratação de pessoal especializado para integrar
Parágrafo único - O mandato dos Conselheiros terá a duração de 4 as equipes interprofissionais de sua unidade;
(quatro) anos.
XII - classificar os estabelecimentos penitenciários de acordo com
Art. 169 - Incumbe ao Conselho Penitenciário: as fases do regime progressivo;
I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comutação XIII - apresentar à Superintendência de Organização Penitenciá-
de pena; ria o plano anual de atividades do estabelecimento penitenciário;
II - visitar regularmente os estabelecimentos penitenciários, em espe- XIV - participar da elaboração da proposta anual do orçamento;
cial os de regime fechado, e os hospitais de custódia e tratamento peni-
tenciário para fiscalização da execução penal e do regime penitenciário; XV - promover a participação da comunidade na execução penal;
III - participar da supervisão do período de prova do liberando e XVI - colaborar na implantação do Patronato e do Conselho da Comu-
do sursitário, bem como da assistência social no regime semilivre e em nidade.
meio livre;
CAPÍTULO VII
IV - comunicar à autoridade competente as violações das normas Do Patronato
de execução penal, recomendando a abertura de inquérito e a interdição do
estabelecimento. Art. 173 - É instituído em cada comarca, por decreto do Governador
do Estado, o Patronato, integrado pelo Juiz da Execução Penal, que o
CAPÍTULO V presidirá, pelo Promotor de Justiça da Execução, por representantes da

Conhecimentos Gerais 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
administração penitenciária, da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - Parágrafo único - O Conselho poderá providenciar a celebração de
, de confissões religiosas, de clubes de serviço e de obras sociais. convênio com o município para a prestação de trabalho pelo sentencia-
do.
Art. 174 - Ao Patronato incumbe:
CAPÍTULO IX
I - orientar e assistir o semilivre e o egresso; DAS ENTIDADES CIVIS DE DIREITO PRIVADO SEM FINS LUCRATIVOS
II - acompanhar a execução das medidas restritivas de direito; (Capítulo ACRESCENTADO PELO ART. 2º DA LEI Nº 15299, DE
9/8/2004.)
III - colaborar na fiscalização e na assistência no período do liberando
e do sursitário; Art. 176-A - Compete às entidades civis de direito privado sem fins
lucrativos que tenham firmado convênio com o Estado para a administra-
IV - visitar o liberando e o sentenciado para facilitar sua reinserção na ção de unidades prisionais destinadas ao cumprimento de pena privativa
família e na profissão; de liberdade, nos termos do inciso VIII do art. 157:
V - assistir o sentenciado nas suas relações com a família; I - gerenciar os regimes de cumprimento de pena das unidades que
VI - colaborar na obtenção de emprego para o sentenciado; administrarem, nos termos definidos em convênio;

VII - fiscalizar a execução da medida de segurança em meio fechado II - responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e pela conservação
e em semiliberdade para proteção dos direitos do sentenciado; do imóvel, dos equipamentos e do mobiliário da unidade;

VIII - zelar pela prática do tratamento reeducativo e pela sua progres- III - solicitar apoio policial para a segurança externa da unidade,
são nos termos do art. 112, parágrafo único, da Lei Federal nº 7.210, de quando necessário;
11 de junho de 1984; IV - apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário relatórios mensais
IX - incentivar a seleção e a formação contínua do pessoal penitenci- sobre o movimento de condenados e informar-lhes, de imediato, a
ário; chegada de novos internos e a ocorrência de liberações;

X - orientar a família do sentenciado e a da vítima através de contato V - prestar contas mensalmente dos recursos recebidos;
com os centros comunitários e associações de assistência socioeduca- VI - acatar a supervisão do Poder Executivo, proporcionando-lhe todos
tiva às famílias; os meios para o acompanhamento e a avaliação da execução do convênio.
XI - assistir a vítima do delito e seus dependentes; (Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
XII - assistir o egresso indigente com problema de reintegração Art. 176-B - Incumbem à diretoria da unidade de cumprimento de pe-
na sociedade; na privativa de liberdade administrada por entidade civil de direito privado
XIII - designar pessoa idônea para assistir e orientar o sursitário, o sem fins lucrativos conveniada com o Estado as atribuições previstas no
liberando e o egresso, na falta do orientador social; art. 172 desta lei.

XIV - informar periodicamente o Juiz da Execução sobre a assistên- (Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
cia ao probacionário e sobre a evolução de sua reintegração na TÍTULO VII
sociedade. Do Pessoal Penitenciário
CAPÍTULO VIII CAPÍTULO I
Do Conselho da Comunidade Do Estatuto Jurídico do Pessoal

Art. 175 - Cada comarca disporá de um Conselho da Comunidade Art. 177 - O pessoal penitenciário terá estatuto próprio, que fixará seus
composto, no mínimo, por 1 (um) representante da associação comer- direitos e deveres.
cial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Ordem dos Advogados Art. 178 - O quadro do pessoal penitenciário será organizado em dife-
do Brasil - OAB -, 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia rentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com
Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais e por represen- especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e
tantes de obras sociais e de clubes de serviço. assessoramento e às demais funções.
(Vide art. 7º da Lei nº 12936, de 8/7/1998.) Art. 179 - A escolha do pessoal especializado, administrativo,
Art. 176 - Ao Conselho da Comunidade incumbe: de instrução técnica e de vigilância atenderá à vocação, à preparação
profissional e aos antecedentes pessoais do candidato.
I - visitar mensalmente os estabelecimentos e serviços penais da co-
marca; Art. 180 - O ingresso do pessoal penitenciário e sua ascensão funcional
dependerão de curso específico de formação, procedendo-se à reciclagem
II - incentivar a prática do tratamento não institucional, como o dos dos servidores em exercício.
regimes semilivre e em meio livre;
Art. 181 - Sem prejuízo do concurso de admissão promovido pela
III - promover a participação ativa da comunidade na reintegração Escola Penitenciária, os candidatos a cargos estão sujeitos a testes científi-
do sentenciado e do egresso na família, na profissão e na sociedade; cos para avaliação de sua capacidade intelectual e profissional e de sua
aptidão física.
IV - colaborar com o poder público e a comunidade na implanta-
ção da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho de 1984; Art. 182 - É obrigatório o estágio do candidato em estabeleci-
mento penitenciário para se formar opinião sobre sua personalidade e
V - pugnar pela colocação, no mercado profissional, do sentencia-
suas aptidões.
do com índice positivo de emendabilidade e segurança para a comunidade;
Art. 183 - Os cursos de formação profissional intensiva destinados
VI - acompanhar a supervisão do período de prova do liberando e do
ao pessoal da vigilância compreendem três estágios: o primeiro se proces-
sursitário, bem como da execução das medidas alternativas à prisão;
sa no estabelecimento penitenciário e se destina a familiarizar o candida-
VII - entrosar-se com os serviços médicos e psicológicos e com as to com os problemas profissionais; o segundo se desenvolve na Escola
entidades de assistência socioeducativa para oprobacionário com Penitenciária, ou em curso organizado pela administração, e se destina à
problema; formação técnica e prática do funcionário; o terceiro, aberto a candidato
que não for eliminado nas fases anteriores, consiste na colocação efetiva
VIII - cooperar com a comunidade na conservação e na manuten- do candidato em serviço.
ção da cadeia pública local.

Conhecimentos Gerais 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 184 - É vedado o porte de arma ao funcionário em serviço. III - à profissionalização;
Art. 185 - Em caso de legítima defesa, tentativa de fuga e resistência IV - ao trabalho, à sua remuneração e à seguridade social;
à ordem fundada em lei, será permitido o uso da força pelo funcionário,
que do fato dará imediata ciência ao Diretor. V - à assistência material e à saúde, em especial o tratamento
clínico e a assistência psicossocial ao portador de AIDS;
Art. 186 - O pessoal administrativo e o especializado devem ter apti-
dão profissional e técnica necessária ao exercício das respectivas fun- VI - à assistência social, nomeadamente ao probacionário e ao egres-
ções. so;

Art. 187 - No recrutamento de pessoal especializado, exigir-se-á di- VII - à assistência jurídica;
ploma de aptidão profissional e título universitário que comprove a forma- VIII - à assistência religiosa;
ção especializada.
IX - ao esporte e à recreação;
Art. 188 - O médico visitará diariamente o estabelecimento.
X - à comunicação com o mundo exterior como preparação para sua
Art. 189 - No estabelecimento para mulheres, somente se permitirá reinserção na sociedade;
trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal
técnico especializado e houver comprovada carência de pessoal do XI - à visita de advogado, familiar e cônjuge ou companheiro;
sexo feminino com as qualificações necessárias para o exercício do XII - ao acesso aos meios de comunicação social;
cargo.
XIII - de petição e representação a qualquer autoridade, para defesa de
Parágrafo único - O pessoal do sexo feminino deverá possuir as direito;
mesmas qualificações exigidas para o pessoal do sexo masculino.
XIV - de entrevista regular com o Diretor;
CAPÍTULO II
Do Diretor de Estabelecimento XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir, emitido semes-
tralmente, sob pena de responsabilização da autoridade judiciária
Art. 190 - O ocupante do cargo de Diretor de Estabelecimento deverá competente.
satisfazer os seguintes requisitos:
(Inciso acrescentado pelo art. 13 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
I - ter diploma de nível superior de Direito, Psicologia,
TÍTULO IX
Pedagogia ou Ciências Sociais; Dos Deveres do Sentenciado
II - ter capacidade administrativa e vocação para a função; Art. 196 - São deveres do sentenciado:
III - ter idoneidade moral, boa cultura geral, formação especializada I - submeter-se ao cumprimento da pena ou à medida de seguran-
e preparação adequada ao serviço penitenciário. ça;
§ 1º - O Diretor de Estabelecimento deverá residir no estabeleci- II - permanecer no estabelecimento até a sua libertação;
mento ou em suas proximidades.
III - respeitar as normas do regime penitenciário;
§ 2º - O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo integral à sua fun-
ção e não poderá exercer advocacia nem outra atividade, exceto a de IV - manter atitude de respeito e consideração com os funcioná-
professor universitário. rios do estabelecimento e com as autoridades;
§ 3º - O Diretor de Estabelecimento que não for recrutado entre os V - observar conduta correta com seus companheiros;
membros do pessoal penitenciário deve, antes de entrar em função, rece-
VI - indenizar os danos causados à administração do estabele-
ber formação técnica e prática sobre o trabalho de direção, salvo se for
cimento;
diplomado em escola profissional ou tiver título universitário em matéria
pertinente. VII - indenizar as despesas de sua manutenção;
(Vide art. 6º da Lei nº 12967, de 27/7/1998.) VIII - cumprir as prestações alimentícias devidas à família;
TÍTULO VIII IX - assistir o cônjuge ou o companheiro na manutenção e na educa-
Dos Direitos do Sentenciado e do Preso Provisório ção dos filhos.
Art. 191 - São direitos do preso os direitos civis, os políticos, os so- Art. 197 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
ciais e os especificamente penitenciários.
Art. 198 - Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 192 - Os direitos civis, sociais e políticos, inclusive o de sufrágio,
permanecem com o preso, quando não forem retirados expressa e neces- Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 25 de janeiro
sariamente pela lei ou pela sentença. de 1994.

Art. 193 - Os direitos penitenciários derivam da relação jurídica Hélio Garcia - Governador do Estado.
constituída entre o sentenciado e a administração penitenciária.
Art. 194 - Enumeram-se, antes da sentença, os direitos à presunção Lei Estadual nº 14.695, de 30 de julho de 2.003, que instituiu a car-
de inocência, ao contraditório, à igualdade entre os sujeitos processuais, reira de Agente de Segurança Penitenciário;
à ampla defesa, à assistência judiciária gratuita, nos termos da lei, o de
ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, o de receber visi-
tas, o de comunicar-se com advogado e familiares e o de permanecer no
estabelecimento da localidade ou naquele mais próximo de seu domicílio. Cria a Superintendência de Coordenação da Guarda Penitenciária, a
Diretoria de Inteligência Penitenciária e a carreira de Agente de Segurança
Art. 195 - São especificamente penitenciários os direitos: Penitenciário e dá outras providências.
I - ao tratamento reeducativo; O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
II - à instrução, priorizada a escolarização de nível fundamental; Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 14390, de
31/10;2002.)
Conhecimentos Gerais 62 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO I (Artigo com redação dada pelo art. 33 da Lei nº 16.192, de 23/6/2006.)
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
(Vide art. 8º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
Art. 1º Ficam criadas a Superintendência de Coordenação da Guarda
Penitenciária e a Diretoria de Inteligência Penitenciária na estrutura da Art. 6º Compete ao Agente de Segurança Penitenciário:
Subsecretaria de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de I - garantir a ordem e a segurança no interior dos estabelecimentos pe-
Defesa Social. nais;
(Vide art. 1º da Lei nº 15.962, de 30/12/2005.) II- exercer atividades de escolta e custódia de sentenciados;
(Vide art. 1º da Lei nº 16.717, de 31/5/2007.) III - desempenhar ações de vigilância interna e externa dos estabeleci-
(Vide inciso III do art. 2º da Lei nº 18.802, de 1º/4/2010.) mentos penais, inclusive nas muralhas e guaritas que compõem suas
edificações.
CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS § 1º - O Agente de Segurança Penitenciário fica autorizado a portar
arma de fogo fornecida pela administração pública, quando em serviço,
Art. 2º Compete à Superintendência de Coordenação da Guarda Peni- exceto nas dependências internas do estabelecimento penal.
tenciária:
§ 2º - O Agente de Segurança Penitenciário lotado em estabelecimento
I - normatizar, coordenar e controlar as atividades pertinentes à segu- penal será hierarquicamente subordinado ao Diretor do respectivo estabe-
rança e à vigilância interna e externa dos estabelecimentos penais da lecimento.
Subsecretaria de Administração Penitenciária;
§ 3º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário será exercido em
II - zelar pela observância da lei e dos regulamentos penitenciários; regime de dedicação exclusiva, podendo seu ocupante ser convocado a
qualquer momento, por necessidade do serviço.
III - coordenar e orientar as operações de transporte, escolta e custódia
de sentenciados em movimentações externas, bem como de transferências § 4º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário será lotado nos
interestaduais ou entre unidades no interior do Estado; estabelecimentos penais a que se refere o art. 4º, inciso XI, alínea "d", do
Decreto nº 43.295, de 29 de abril de 2003.
IV - exercer outras atividades que lhe forem correlatas, definidas em
regulamento. § 5º - Desenvolve atividade exclusiva de Estado o servidor integrante
da carreira a que se refere este artigo.
(Vide art. 2º da Lei nº 15.276, de 30/7/2004.)
CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Art. 7º Fica criada a Gratificação de Agente de Segurança Penitenciário
em Estabelecimento Penal - GAPEP -, a ser atribuída aos servidores da
Art. 3º A Superintendência de Coordenação da Guarda Penitenciária é carreira de que trata o art. 5º. desta Lei.
composta por duas diretorias.
§ 1º A base de cálculo para a concessão da GAPEP será de 85% (oi-
Parágrafo único. A denominação, a competência e a descrição das u- tenta e cinco por cento) do vencimento básico correspondente ao grau "J"
nidades administrativas de que trata este artigo serão estabelecidas em da faixa de vencimento em que o servidor estiver posicionado na tabela
decreto. constante do Anexo II desta Lei.
CAPÍTULO IV § 2º - A GAPEP é inacumulável com qualquer outra vantagem da
DO PESSOAL E DOS CARGOS EM COMISSÃO mesma natureza ou que tenha como pressupostos para a sua concessão
Art. 4º Ficam criados no Quadro Especial constante no Anexo da Lei as condições do local de trabalho.
Delegada nº 108, de 29 de janeiro de 2003, e no Anexo I do Decreto nº § 3º - A GAPEP não será devida nos períodos de afastamento do ser-
43.187, de 10 de fevereiro de 2003, os seguintes cargos de provimento em vidor, salvo nos casos de férias, férias-prêmio, licença para tratamento de
comissão, de recrutamento amplo: saúde, licença à servidora gestante e exercício de mandato sindical.
I - um cargo de Diretor II, código MG-05, símbolo DR-05; § 4º - A GAPEP será incorporada, para fins de aposentadoria, nos ter-
II - três cargos de Diretor I, código MG-06, símbolo DR- 06; mos da Lei Complementar nº 64, de 25 de março de 2002.
III - dois cargos de Comandante de Avião, código EX-24, símbolo 12/A; (Vide art. 22 da Lei nº 15.302, de 11/8/2004.)
IV - dois cargos de Piloto de Helicóptero, código EX-35, símbolo 12/A. (Vide art. 12 da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
§ 1° – Os cargos de provimento em comissão relativos às unidades de Art. 8º Constituem fases da carreira de Agente de Segurança Peniten-
que trata o art. 3° desta lei serão ocupados, preferencialmente, por Agente ciário:
de Segurança Penitenciário posicionado nos níveis III, IV e V da carreira, I - o ingresso;
com formação superior relacionada às atividades-fim da Superintendência.
II - a promoção;
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de
27/10/2005.) III - a progressão.
§ 2º - A lotação e a identificação dos cargos de que trata esta Lei serão Art. 9° – O ingresso na carreira de Agente de Segurança Penitenciário
estabelecidos por meio de decreto. dar-se-á no primeiro grau do nível inicial da carreira, mediante aprovação
em concurso público constituído pelas seguintes etapas sucessivas:
CAPÍTULO V
DOS CARGOS E DA CARREIRA DE AGENTE DE SEGURANÇA PENI- (Caput com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
TENCIÁRIO
I - provas ou provas e títulos;
Art. 5º Fica criada, no Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado de
Defesa Social, com lotação na Subsecretaria de Administração Penitenciá- II - comprovação de idoneidade e conduta ilibada, nos termos de regu-
ria, a carreira de Agente de Segurança Penitenciário, composta por cinco lamento;
mil e quatro cargos efetivos de Agente de Segurança Penitenciário. III - prova de aptidão psicológica e psicotécnica;
Parágrafo único. A carreira de que trata esta Lei integra o Grupo de A- IV - prova de condicionamento físico por testes específicos;
tividades de Defesa Social do Poder Executivo.

Conhecimentos Gerais 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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V - exame médico; II – ter recebido duas avaliações periódicas de desempenho individual
satisfatórias desde a sua progressão anterior, nos termos da legislação
VI - curso de formação técnico-profissional. específica.
§ 1º - As instruções reguladoras dos processos seletivos serão publi- (Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 15.788, de
cadas em edital, que deverá especificar: 27/10/2005.)
a) o número de vagas a serem preenchidas, para a matrícula no curso Art. 11 – Promoção é a passagem do servidor do nível em que se en-
de formação técnico-profissional; contra para o nível subseqüente, na carreira a que pertence.
b) o limite de idade do candidato; (Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
c) as condições exigidas de sanidade física e psíquica; § 1° – Fará jus à promoção o servidor que preencher os seguintes re-
d) os conteúdos sobre os quais versarão as provas e os respectivos quisitos:
programas; I – encontrar-se em efetivo exercício;
e) o desempenho mínimo exigido para aprovação nas provas, inclusive II – ter cumprido o interstício de cinco anos de efetivo exercício no
as de capacidade física; mesmo nível;
f) as técnicas psicológicas a serem aplicadas; III – ter recebido cinco avaliações periódicas de desempenho individual
g) os critérios de avaliação dos títulos; satisfatórias desde a sua promoção anterior, nos termos da legislação
específica;
h) o caráter eliminatório ou classificatório das etapas do concurso a que
se refere este artigo. IV – comprovar a escolaridade mínima exigida para o nível ao qual pre-
tende ser promovido;
§ 2º - São requisitos para a inscrição em processo seletivo para o pro-
vimento em cargo de Agente de Segurança Penitenciário: V – comprovar participação e aprovação em atividades de formação e
aperfeiçoamento, se houver disponibilidade orçamentária e financeira para
a) ser brasileiro; a implementação de tais atividades.
b) estar no gozo dos direitos políticos; (Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 15.788, de
c) estar quite com as obrigações militares; 27/10/2005.)

d) possuir certificado de conclusão do ensino médio. § 2º – (Revogado pelo art. 40 da Lei nº 19.553, de 9/8/2011.)

§ 3º O candidato comprovará o cumprimento dos requisitos previstos Dispositivo revogado:


no § 2º deste artigo no ato da posse. “§ 2º - A promoção do Agente de Segurança Penitenciário ocorrerá a-
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 17.716, de pós a emissão de parecer favorável da Comissão de Promoções, criada por
11/8/2008.) esta Lei, observada a disponibilidade de cargos vagos e satisfeitos os
requisitos previstos no § 1º deste artigo.”
§ 4º - É requisito para a matrícula no curso de formação técnico-
profissional a que se refere o inciso VI do caput deste artigo a aprovação § 3° – Poderá haver progressão ou promoção por escolaridade adicio-
nas etapas constantes dos incisos I a V, a fim de se comprovar, em especi- nal, nos termos de decreto, aplicando-se fator de redução ou supressão do
al, que o candidato possui: interstício necessário e do quantitativo de avaliações periódicas de desem-
penho individual satisfatórias para fins de progressão ou promoção, na
a) idoneidade moral e conduta ilibada; hipótese de formação complementar ou superior àquela exigida para o nível
em que o servidor estiver posicionado, relacionada com a natureza e a
b) boa saúde física e psíquica, comprovada em inspeção médica;
complexidade da respectiva carreira.
c) temperamento adequado ao exercício das atividades inerentes à ca-
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
tegoria funcional, apurado em exame psicotécnico;
§ 4° – Os títulos apresentados para aplicação do disposto no § 3° po-
d) aptidão física, verificada mediante prova de condicionamento físico.
derão ser utilizados uma única vez, sendo vedado seu aproveitamento para
§ 5º - O curso de formação a que se refere o inciso VI do caput deste fins de concessão de qualquer vantagem pecuniária, salvo para concessão
artigo ocorrerá em horário integral, terá duração definida em regulamento e do Adicional de Desempenho – ADE.
grade curricular específica, na qual serão incluídos conteúdos relativos a
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
noções de Direitos Humanos e de Direito Penal.
Art. 12 – A avaliação de desempenho individual a que se referem o in-
§ 6º - Os selecionados e inscritos no curso de formação técnico-
ciso II do § 2° do art. 10 e o inciso III do § 1° do art. 11 desta lei observará
profissional receberão uma bolsa no valor correspondente a 50% (cinqüen-
os seguintes critérios:
ta por cento) do vencimento básico relativo à faixa de vencimento 1 - grau
A. (Caput com redação dada pelo art. 4º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
§ 7º Será reprovado no curso de formação técnico-profissional o candi- I - qualidade do trabalho;
dato que não obtiver 60% (sessenta por cento) do aproveitamento total do
curso ou for reprovado em três ou mais disciplinas. II - produtividade no trabalho;

Art. 10 - Progressão é a passagem do servidor ocupante de cargo efe- III - iniciativa;


tivo para o grau imediatamente subseqüente do mesmo nível da carreira a IV - presteza;
que pertencer.
V - aproveitamento em programa de capacitação;
§ 1º - Os graus serão identificados por letras de "A" até "J".
VI - assiduidade;
§ 2° – A progressão na carreira de Agente de Segurança Penitenciário
se dará a cada dois anos, desde que o servidor não tenha sofrido punição VII - pontualidade;
disciplinar no período e satisfaça os seguintes requisitos: VIII - administração do tempo e tempestividade;
I – encontrar-se em efetivo exercício; IX - uso adequado dos equipamentos e instalações de serviço;

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X - contribuição para redução de despesas e racionalização de proces- (Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 15.788, de
sos no âmbito da instituição; 27/10/2005.)
XI - capacidade de trabalho em equipe. § 2º - A absorção de que trata o caput deste artigo não acarretará re-
dução da remuneração recebida pelo servidor na data da publicação desta
§ 1º - Os critérios a que se refere este artigo e o sistema de avaliação Lei.
de desempenho serão definidos em regulamento.
§ 3º - Se o valor da remuneração do servidor, na data da publicação
§ 2º - A comissão de avaliação de desempenho será presidida pelo Di- desta Lei, excluídos os adicionais por tempo de serviço, for superior ao
retor do estabelecimento penal. valor da faixa de vencimento correspondente à classe de Agente de Segu-
Art. 13. Fica criada a Comissão de Promoções, com a finalidade de a- rança Penitenciário I, grau A, decorrente do posicionamento a que se refere
nalisar a promoção na carreira de Agente de Segurança Penitenciário. o caput deste artigo, acrescido da Gratificação de Agente de Segurança
Penitenciário em Estabelecimento Penal - GAPEP -, a diferença passará a
§ 1º - Compõem a comissão a que se refere este artigo: integrar a composição remuneratória do servidor a título de vantagem
I - o Secretário de Estado de Defesa Social; pessoal nominalmente identificada, sujeita exclusivamente à revisão geral
da remuneração dos servidores públicos estaduais.
II - o Subsecretário de Administração Penitenciária;
§ 4º - A classe de cargos de Agente de Segurança Penitenciário a que
III - o Diretor da Superintendência de Segurança e Movimentação Peni- se refere o caput deste artigo constará da ficha funcional do servidor dela
tenciária; integrante e extinguir-se-á com a vacância, não se confundindo com a
carreira de Agente de Segurança Penitenciário criada por esta Lei.
IV - o Diretor da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário;
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se aos detentores de função públi-
V - o Diretor da Superintendência de Assistência ao Sentenciado;
ca de Agente de Segurança Penitenciário a que se refere a Lei nº 10.254,
VI - o Diretor da Superintendência de Coordenação da Guarda Peni- de 20 de julho de 1990.
tenciária;
§ 6º - Os servidores a que se refere este artigo poderão utilizar o tempo
VII - dois representantes da entidade de classe dos Agentes de Segu- de serviço anterior à publicação desta Lei para fins do primeiro ato de
rança Penitenciários. desenvolvimento na carreira, desde que atendidas as exigências contidas
no § 1º, exceto as constantes no inciso II do § 2º do art. 10 e no inciso III do
§ 2º - A Comissão de Promoções será presidida pelo Secretário de Es- § 1º do art. 11 desta Lei e a aprovação no curso de formação técnico-
tado de Defesa Social, o qual, em caso de ausência ou impedimento, será profissional previsto no art. 9º.
substituído pelo Subsecretário de Administração Penitenciária.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.962, de
§ 3º - As normas de funcionamento da Comissão serão estabelecidas 30/12/2005.)
em regimento interno, aprovado por resolução do Secretário de Estado de
Defesa Social. (Vide arts. 20, 21, 22 e 23 da Lei nº 15.302, de 11/8/2004.)
Art. 14 – A estrutura e o número de cargos da carreira de Agente de CAPÍTULO VII
Segurança Penitenciário são os constantes no Anexo I desta Lei. DISPOSIÇÕES FINAIS
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 19.553, de 9/8/2011.) Art. 19. Para o atendimento das despesas decorrentes da aplicação
desta Lei, fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito suplementar no
Art. 15 - A jornada de trabalho dos servidores da carreira de Agente de valor de R$238.000,00 (duzentos e trinta e oito mil reais), observado o
Segurança Penitenciário é de oito horas diárias. disposto no art. 42 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964.
Parágrafo único. A jornada a que se refere o caput deste artigo poderá Art. 20 – Aos ocupantes dos cargos da carreira de Agente de Seguran-
ser cumprida em escala de plantão, na forma de regulamento. ça Penitenciário de que trata esta lei não se aplicam o art. 1° da Lei n°
Art. 16 – A tabela de vencimento básico da carreira de Agente de Se- 11.717, de 27 de dezembro de 1994, e o art. 10 e o inciso II do art. 13 da
gurança Penitenciário é a constante no Anexo II desta lei. Lei Delegada n° 38, de 26 de setembro de 1997.

(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.) (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)

Art. 17 - A Escola de Justiça e Cidadania, criada pela Lei Delegada nº Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
56, de 29 de janeiro de 2003, passa a denominar-se Escola de Formação e Art. 22. Fica revogado o art. 4º da Lei nº 13.955, de 20 de julho de
Aperfeiçoamento Penitenciário. 2001.
Parágrafo único - Cabe à Escola de Formação e Aperfeiçoamento Pe- Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 30 de junho de 2003.
nitenciário, diretamente ou mediante convênio, elaborar sua grade curricular
e ministrar os cursos de formação, aperfeiçoamento e qualificação necessá- AÉCIO NEVES - Governador do Estado
rios ao ingresso e desenvolvimento na carreira de que trata esta Lei.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/40 e suas alterações
posteriores). Parte Especial - Título XI - Dos Crimes Contra a Adminis-
Art. 18. Os servidores ocupantes de cargos da classe de Agente de tração Pública, Capítulo I. Dos crimes praticados por funcionário
Segurança Penitenciário, a que se refere o art. 6º. da Lei nº 13.720, de 27 público contra administração em geral;
de setembro de 2000, lotados e em exercício em estabelecimento penal da
Subsecretaria de Administração Penitenciária, serão posicionados, excep-
cionalmente, no grau A, no nível correspondente da Classe de Agente de TÍTULO XI
Segurança Penitenciário constante na tabela do Anexo II desta Lei. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1° – O servidor a que se refere o "caput" deste artigo somente pode- CAPÍTULO I
rá evoluir na carreira após a formação em ensino médio e a aprovação no DOS CRIMES PRATICADOS
curso de formação técnico-profissional previsto no art. 9°, inciso VI, desta POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
lei, bem como com o cumprimento dos requisitos previstos no § 2° do art. CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
10, no que se refere à progressão, e no § 1° do art. 11, no que se refere à Peculato
promoção.

Conhecimentos Gerais 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, de um conto a
quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão dez contos de réis.
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não 8.137, de 27.12.1990)
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei
lhe proporciona a qualidade de funcionário. nº 8.137, de 27.12.1990)
Peculato culposo § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Corrupção passiva
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indire-
metade a pena imposta. tamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Peculato mediante erro de outrem
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercí-
cio do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da van-
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela tagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato
Lei nº 9.983, de 2000) de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofí-
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas cio, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de outrem:
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Facilitação de contrabando ou descaminho
Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de con-
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa- trabando ou descaminho (art. 334):
ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa, de um conto a dez con-
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações tos de réis.
ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pe-
la Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) Prevaricação

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) sentimento pessoal:

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
mais grave.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Condescendência criminosa
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da esta-
belecida em lei: Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-
bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Concussão Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda Advocacia administrativa
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Excesso de exação
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
§ 1° Se o funcionário exige imposto, taxa ou emolumento que sabe in-
devido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravo- Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
so, que a lei não autoriza: Violência arbitrária

Conhecimentos Gerais 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
exercê-la:
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspon-
dente à violência. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Abandono de função Resistência

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ame-
aça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja pres-
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. tando auxílio:
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - reclusão, de um a três anos.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corres-
pondentes à violência.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Desobediência
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as
exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Desacato
Violação de sigilo funcional
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que de- razão dela:
va permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não
constitui crime mais grave. Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-
9.983, de 2000) tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº
I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo 9.127, de 1995)
de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pela Lei nº 9.127, de 1995)

II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega
9.983, de 2000) ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Corrupção ativa

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário públi-
nº 9.983, de 2000) co, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Violação do sigilo de proposta de concorrência Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
Funcionário público pratica infringindo dever funcional.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, Contrabando ou descaminho
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
prego ou função pública. Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou
em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego saída ou pelo consumo de mercadoria:
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa presta-
dora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade Pena - reclusão, de um a quatro anos.
típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 4.729,
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos de 14.7.1965)
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituí-
da pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descami-
nho; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandesti-
Usurpação de função pública namente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta
por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)

Conhecimentos Gerais 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercí- II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou
cio de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estran- inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
geira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
documentos que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
14.7.1965)
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste arti- mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
go, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
nº 4.729, de 14.7.1965)
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou des- mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previ-
caminho é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de dência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
14.7.1965)
Regulamento Disciplinar Prisional da Secretaria de Estado de De-
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência fesa Social do Estado de Minas Gerais
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda (REDIPRI).
em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou muni-
cipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento
REGULAMENTO DISCIPLINAR PRISIONAL
de vantagem:
(REDIPRI)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena CAPÍTULO I
correspondente à violência. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concor- Art. 1º. Este Regulamento destina-se a fixar, nas unidades prisionais
rer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. da Subsecretaria de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado
da Defesa Social de Minas Gerais, normas básicas de conduta e disciplina
Inutilização de edital ou de sinal dos presos, bem como seus direitos e deveres.
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena priva-
afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal tiva de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público,
para identificar ou cerrar qualquer objeto: Art. 2º. A disciplina consiste no cumprimento da ordem, na obediência
às determinações das autoridades e dos seus agentes e no desempenho
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. dotrabalho.
Subtração ou inutilização de livro ou documento Art. 3º. Toda falta disciplinar cometida pelo preso e as respectivas san-
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, pro- ções serão imediatamente lançadas no INFOPEN, assim como o elogio e a
cesso ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, recompensa por ele recebidos.
ou de particular em serviço público: Art. 4º. O preso que, de qualquer modo, concorra para a prática de in-
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime fração disciplinar incide na pena a ela cominada.
mais grave. § 1º. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consu-
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº mada.
9.983, de 2000) § 2º. Nas faltas graves, a autoridade prisional as representará ao Juiz
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e da Execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127 e 181, §§1º,
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº letra d e 2º, da Lei 7.210 de 11/07/84.
9.983, de 2000) Art. 5º. Nenhum preso poderá desempenhar função ou tarefa discipli-
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de in- nar ou de liderança na unidade prisional.
formações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, Art. 6º. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equipa- da prisão, será cientificado das normas disciplinares da unidade prisional.
rado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 7º. Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de se-
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade gurança, no que couber, o disposto neste Regulamento.
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo
empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de CAPÍTULO II
2000) DOS DEVERES E DOS DIREITOS
SEÇÃO I
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune- DOS DEVERES
rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições
sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 8º. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes
ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena ou à medida
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei de segurança.
nº 9.983, de 2000)
Art. 9º. Constituem deveres do preso:
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações I - permanecer no estabelecimento até a sua liberação;
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
II - manter comportamento disciplinado e cumprir fielmente a sentença
antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
que lhe foi imposta;
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a
III - respeitar as normas do regime prisional, estabelecidas por leis, de-
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
cretos, resoluções e portarias;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Conhecimentos Gerais 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - observar atitude de obediência com o servidor e de respeito com XVI - receber, ao ser recolhido na unidade prisional, todas as informa-
qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; ções sobre seus direitos, deveres, concessões e demais orientações sobre
o seu modo de agir.
V - tratar com urbanidade e respeito os seus companheiros;
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, XIII e XIV poderão
VI - manter conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor geral da
fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; unidade, ouvido o Conselho Disciplinar, pelo prazo de até 30 (trinta) dias.
VII - executar o trabalho, as tarefas e as ordens recebidas; Art. 15. A assistência à saúde compreenderá o atendimento médico,
VIII - manter atitude de submissão à sanção disciplinar imposta; farmacêutico e odontológico, que poderá ser prestado na unidade prisional
ou fora dela, quando o estabelecimento não estiver aparelhado para provê-
IX - indenizar os danos causados à administração do estabelecimento; los.
X - observar a higiene pessoal e o asseio da cela ou alojamento; CAPÍTULO III
XI - conservar os objetos de uso pessoal; DAS PRERROGATIVAS E DOS BENEFÍCIOS
SEÇÃO I
XII - indenizar ao Estado, quando possível, das despesas com a sua DAS PRERROGATIVAS
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
Art. 16. São prerrogativas inerentes aos presos as seguintes:
XIII - cumprir as obrigações alimentícias devidas à família;
I - ser tratado com apreço e respeito;
XIV - assistir o cônjuge ou o(a) companheiro(a) na manutenção e nae-
ducação dos filhos. II - durante a execução da pena, o preso conservará todos os direitos
que não haja perdido ou não lhe tenham sido suspensos, por força de lei,
SEÇÃO II sentença ou ato administrativo;
DOS DIREITOS
III - nenhum privilégio ou discriminação serão deferidos ou atribuídos
Art. 10. Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física aopreso, salvo o previsto em diploma legal.
e moral do preso.
SEÇÃO II
Art. 11. São direitos do preso os direitos civis, os sociais e os especifi- DOS BENEFÍCIOS
camente penitenciários.
Art. 17. São benefícios:
Art. 12. Os direitos civis e sociais permanecem com o preso enquanto
não forem retirados expressa e necessariamente por lei ou por sentença. I - o elogio;

Art. 13. Os direitos penitenciários derivam da relação jurídica constituí- II - a concessão de regalias.
da entre o preso e a administração penitenciária. Art. 18. As concessões de benefícios têm em vista o bom comporta-
Art. 14. Constituem direitos do preso: mento reconhecido em favor do preso, de sua colaboração com a disciplina
e de sua dedicação ao trabalho.
I - dispor de assistência à saúde, jurídica, educacional, social, religiosa
e psicológica, conforme as normas vigentes e recursos disponíveis; Art. 19. O Conselho Disciplinar, por proposta escrita de diretor ou fun-
cionário da unidade, fará publicar elogio ao preso que se destacar.
II - receber alimentação suficiente e vestuário próprio;
§ 1º. O diretor geral da unidade prisional fará constar no prontuário do
III - ser ouvido pelo diretor geral da unidade onde estiver recolhido nos preso e no INFOPEN o respectivo elogio.
dias úteis e horários estabelecidos;
§ 2º. A publicidade do elogio deverá levar em conta a integridade física
IV - receber seu advogado e com ele conferenciar reservadamente nos do preso.
dias úteis e horários determinados, previamente agendados;
Art. 20. O diretor geral da unidade prisional, levando-se em considera-
V - ser visitado por seu cônjuge ou companheira(o), parentes e amigos ção a conduta e disciplina do preso, poderá fazer as seguintes concessões
em dias determinados, e na forma que estabelecer o regulamento interno e regalias:
do estabelecimento;
I - visitas extraordinárias de familiares;
VI - não sofrer discriminação ou desigualdade de tratamento, salvo se
resultante de sanção, nos limites da lei; II - participação em práticas e espetáculos educativos e recreativos
promovidos pela unidade prisional, tais como:
VII - ser protegido contra qualquer forma de sensacionalismo;
a) freqüência à prática de esportes no âmbito da unidade;
VIII - executar trabalho, quando possível, e receber remuneração;
b) freqüência a programas de televisão ou espetáculos artísticos;
IX - constituir um pecúlio prisional;
c) utilização da biblioteca ou empréstimo de livros para serem lidos na
X - usufruir dos benefícios da Previdência Social; própria cela;
XI - ser chamado e identificado pelo nome; III - utilização de aparelhos de rádio e televisão, de propriedade do pre-
so, na própria cela.
XII - peticionar às autoridades prisionais e extra-prisionais, em defesa
de direito, conforme as normas vigentes; Parágrafo único. Os incisos I e III serão objetos de regulamentação da
Subsecretaria de Administração Penitenciária ou da Superintendência de
XIII - comunicar com o mundo exterior por meio de correspondência
Segurança e Movimentação Penitenciária.
escrita, da leitura e da telefonia fixa, sob a devida vigilância, conforme as
normas vigentes; Art. 21. Os benefícios serão gradativos e relacionados ao índice de a-
proveitamento, ao grau de adaptação social e ao comportamento do preso.
XIV - ter agenda diária que distribua, proporcionalmente, o tempo para
o trabalho, descanso e recreação; Art. 22. Os benefícios não se aplicam ao preso incluído no regime dis-
ciplinar diferenciado ou àquele que estiver cumprindo qualquer penalidade.
XV - receber, anualmente, do juiz da execução o atestado de pena a
cumprir; CAPÍTULO IV
DAS NORMAS SOBRE AS PENAS E SANÇÕES
SEÇÃO I

Conhecimentos Gerais 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
DAS FALTAS DISCIPLINARES XIV - desrespeitar funcionário, visitante, colega e outrem, dentro ou fo-
ra do estabelecimento, ou proceder de modo grosseiro com tais pessoas;
Art. 23. São faltas disciplinares todas as ações e omissões que infrin-
jam este Regulamento. XV - entrar ou permanecer em áreas administrativas da unidade prisio-
nal sem prévia autorização;
§ 1º. Não haverá falta disciplinar somente em razão de dúvidas ou sus-
peitas. XVI - praticar ato constitutivo de contravenção penal.
§ 2º. Sempre que a falta disciplinar constituir fato delituoso, deverá o di- Art. 27. São consideradas faltas disciplinares graves as seguintes:
retor geral da unidade comunicá-la imediatamente à autoridade policial.
I - praticar ato constitutivo de crime doloso;
Art. 24. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e gra-
ves. II - incitar movimento de subversão da ordem ou da disciplina, ou dele
participar;
Art. 25. São consideradas faltas disciplinares leves as seguintes:
III - agredir ou tentar agredir preso, funcionário ou visitante;
I - utilizar bem material e objeto do estabelecimento em proveito pró-
prio, sem a autorização de quem de direito; IV - falsificar ou alterar cartão de identidade ou documento público,
bem como o fornecido pela administração, ou portá-los;
II - transitar pelas dependências da unidade, desobedecendo às nor-
mas estabelecidas; V - caluniar, injuriar ou difamar funcionário, preso ou visitante;

III - desobedecer à prescrição médica, recusando o tratamento neces- VI - descumprir, em regime semi-aberto e aberto, as condições prescri-
sário ou utilizando medicamento não prescrito; tas e as normas impostas;

IV - utilizar objeto pertencente a outro preso sem o consentimento dele; VII - provocar acidente de trabalho;

V - ficar desatento ou retirar a atenção dos sentenciados, propositada- VIII - recusar, sem motivo justo, trabalho que lhe for determinado;
mente, durante estudo ou quaisquer outras atividades; IX - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
VI - desleixar com a higiene corporal, com a da cela ou com a do alo- X - desacatar funcionário;
jamento, ou, ainda, descuidar da conservação de objeto e roupa de seu uso
pessoal; XI - desobedecer ordem de funcionário no exercício de sua função ou
desrespeitar qualquer pessoa;
VII - estender, lavar ou secar roupa em local não permitido;
XII - queimar colchão, roupa de cama ou outros bens do Estado ou de
VIII - tomar refeição fora do local e dos horários estabelecidos; outrem, ou, ainda, danificar, dolosamente, objeto ou equipamento do esta-
IX - atrasar no horário de despertar ou de recolher ou desobedecer a belecimento ou de terceiros;
qualquer horário regulamentar sem motivo justo; XIII - simular doença ou estado de precariedade física para eximir-se
X - deixar de se levantar diante de diretor geral ou de qualquer autori- de trabalho ou para outro fim;
dade conhecida, salvo quando estiver impedido desse movimento por XIV - fabricar, adquirir, portar ou ter sob sua guarda arma, objeto ou
motivo de saúde ou de trabalho; instrumento que possa ofender a integridade física de outrem ou atentar
XI - abordar autoridade ou pessoa estranha na unidade prisional, espe- contra a segurança do estabelecimento, bem como aqueles
cialmente visitante, sem a devida autorização. que, mesmo quando inofensivos, lhes assemelhem em aparência;
Art. 26. São consideradas faltas disciplinares médias as seguintes: XV - fazer uso ou ter consigo aparelho de telefone celular, de radioco-
I - praticar ou contribuir para a prática de jogos proibidos; municação ou outro equipamento equivalente;

II - comercializar, dentro da unidade prisional, qualquer tipo de material XVI - fugir;


ou objeto; XVII - manter comunicação proibida com o exterior ou, no caso de iso-
III - faltar à verdade; lamento, com o interior;

IV - formular queixa ou reclamação improcedente, reveladora de motivo XVIII - explorar companheiros de prisão sob qualquer pretexto ou for-
reprovável; ma;

V - recusar a assistir aula ou executar tarefa escolar sem razão justifi- XIX - vestir ou ter em sua guarda peça de uniforme ou equipamento
cada; dos servidores do sistema prisional, das forças armadas ou policiais, ou que
a eles se assemelhem;
VI - entregar ou receber objeto de qualquer natureza sem a devida au-
torização; XX - nos casos de doenças graves e infecto-contagiosas, desobedecer
a prescrição médica, recusando o tratamento necessário ou utilizando
VII - deixar de usar o vestuário da unidade, quando distribuído; medicamento não prescrito;
VIII - utilizar local impróprio para satisfação das necessidades fisiológi- XXI - deixar de apresentar no dia e hora fixados, sem justa causa, para
cas; o recolhimento na unidade prisional;
IX - efetuar ligação em telefone fixo sem autorização; XXII - reter ou permitir a permanência de visita além do horário fixado.
X - dar, como garantia de dívida, objeto de sua propriedade ou de ter- XXIII - desrespeitar as leis e normas vigentes;
ceiro a outro preso;
SEÇÃO II
XI - utilizar meios escusos para envio de correspondência; DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
XII - jogar no pátio, no corredor, na cela ou no alojamento água servida Art. 28. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e ante-
ou vertida, objeto, excremento ou resto de comida; rior previsão legal ou regulamentar.
XIII - impedir, tentar impedir ou dificultar busca pessoal em seus per- Art. 29. São proibidos, como sanções disciplinares, os castigos corpo-
tences, em cela, em alojamento ou em qualquer dependência da unidade rais, clausura em cela escura, sanções coletivas, bem como toda punição
prisional; cruel, desumana, degradante e qualquer forma de tortura.

Conhecimentos Gerais 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 30. Aplicam-se aos presos infratores as seguintes sanções disci- § 2º. Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o pre-
plinares principais: so provisório ou o condenado sobre o qual recaiam fundadas suspeitas de
envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações crimino-
I - advertência verbal; sas, quadrilhas ou bando.
II - repreensão escrita; Art. 36. Observar-se-á, quando da introdução do regime disciplinar di-
III - suspensão ou restrição de direitos (Lei de Execução Penal, artigo ferenciado, no mínimo, os seguintes aspectos:
41, parágrafo único); I - sistema de rodízio mensal entre os agentes penitenciários que en-
IV - isolamento na própria cela ou em local adequado nos estabeleci- trem em contato direto com os presos provisórios e condenados;
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo II - normas que assegurem o sigilo e demais dados pessoais dos agen-
88 da Lei de Execução Penal; tes penitenciários lotados nos estabelecimentos penais de segurança
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado, conforme dispõe a Lei máxima;
n.º 10.792, de 01/12/2003. III - critérios restritivos de acesso dos presos provisórios e condenados
Art. 31. As sanções dos incisos I a IV do artigo anterior serão aplicadas aos meios de comunicação de informação;
por ato motivado do diretor geral da unidade prisional, ouvido o Conselho IV - normas que disciplinem o cadastramento e agendamento prévio
Disciplinar, e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz das entrevistas dos presos provisórios ou condenados com seus advoga-
competente. dos, regularmente constituídos nos autos da ação penal ou processo de
Parágrafo único. A autorização para a inclusão do preso em regime execução criminal, conforme o caso;
disciplinar diferenciado dependerá de requerimento circunstanciado elabo- V - normas internas diferenciadas quanto:
rado pelo diretor geral da unidade prisional, ou da Superintendência de
Segurança e Movimentação Penitenciária ou da Subsecretaria de Adminis- a) ao disciplinamento de visitas sociais e íntimas;
tração Penitenciária.
b) ao recebimento e remessa de correspondência e ao uso de telefonia
Art. 32. A cela de isolamento terá as mesmas dimensões das celas fixa;
comuns, com higiene, aeração e iluminação satisfatórias.
c) às atividades educativas e recreativas;
Art. 33. Consideram-se também sanções:
d) às regras e horários para banho de sol, permanência e rodízio nas
I - perda ou suspensão de benefícios, conforme disposições deste Re- celas de forma que haja, na medida do possível, ausência de rotina;
gulamento;
e) à entrada de objetos e produtos alimentícios;
II - suspensão de visitas concedidas em caráter de benefício;
f) ao uso, ordenamento e manutenção da cela.
III - apreensão de valores ou objetos.
Art. 37. No caso de motim, apurada a autoria, o diretor geral da unida-
Art. 34. A sanção constante do inciso III do artigo precedente será apli- de prisional, se julgar necessário e com anuência da autoridade administra-
cada quando o preso tiver em seu poder, irregularmente, valores e/ou tiva competente, providenciará a transferência do preso, comunicando-a ao
objetos. juiz responsável no prazo de até 24 (vinte quatro) horas.
§ 1º - Quando a apreensão incidir sobre valores ou objetos que, por SEÇÃO IV
sua natureza e importância, conduzam a presunção de origem ilícita, o DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
diretor geral da unidade prisional os remeterá à autoridade competente
para as providências cabíveis. Art. 38. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta
a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem
§ 2º - Não ocorrendo a hipótese prevista no § 1º, os valores apreendi- como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
dos serão depositados na conta pecúlio do preso, não podendo, entretanto,
ser adicionados à parcela destinada a seus gastos particulares. Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas
nos incisos III a V do artigo 25.
§ 3º - A destinação de objeto de uso não permitido que houver sido a-
preendido será matéria de regulamentação. Art. 39. O isolamento, a suspensão e a restrição de direito não poderão
exceder a 30 (trinta) dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar
SEÇÃO III diferenciado.
DO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao juiz da e-
Art. 35. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra- xecução.
ve e, quando ocasione subversão da ordem ou da disciplina internas,
sujeita o preso provisório ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao Art. 40. As sanções disciplinares poderão ser aplicadas isoladas ou
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: cumulativamente.

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe- Art. 41. São circunstâncias que atenuam a sanção:
tição da sanção por nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um I - o bom comportamento do preso e ausência de falta anterior;
sexto da pena aplicada;
II - a pouca importância da participação do preso na falta;
II - recolhimento em cela individual;
III - a confissão espontânea e/ou colaboração para a elucidação da fal-
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com ta ignorada ou imputada a outrem;
duração de duas horas;
IV - a prática de ato faltoso em legítima defesa.
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para
banho de sol; Art. 42. São circunstâncias que agravam a sanção:

§ 1º. O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos I - o comportamento desabonador do preso;
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto II - a reincidência;
risco para a ordem e para a segurança do estabelecimento prisional ou da
sociedade. III - a promoção, a organização e a liderança de movimentos contrários
à disciplina e à ordem;

Conhecimentos Gerais 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - a coação ou indução de outros presos à prática da falta; Parágrafo único. O chefe da segurança ou responsável pelo plantão
adotará as medidas preliminares que o caso requeira e, dependendo de
V - a prática de falta pelo preso em virtude de confiança nele deposita- sua gravidade, poderá isolar preventivamente o sentenciado, após ouvir o
da; diretor geral da unidade.
VI - a ação em conluio com o funcionário ou outro preso; Art. 53. Formulada e registrada a ocorrência, o chefe do setor de segu-
VII - a prática do ato faltoso com premeditação; rança a encaminhará, de imediato, ao diretor geral da unidade, que decidirá
a respeito.
VIII - a prática da falta em local público, quando escoltado ou no bene-
fício de saída temporária. Art. 54. Havendo necessidade de apuração formal, o diretor geral da
unidade encaminhará imediatamente ao Conselho Disciplinar, para os
Art. 43. Cometendo o preso nova falta durante o período de suspensão devidos fins, a documentação de que já dispõe.
da sanção, esta será cumulativamente com a nova punição que ele vier a
sofrer. Parágrafo único. Em se tratando de falta grave, será encaminhado ao
Conselho Disciplinar, desde que necessário, termo de declarações dos
Art. 44. A execução da sanção disciplinar será suspensa quando o ór- envolvidos e depoimentos, bem como as provas materiais, se houver.
gão médico do Sistema Penitenciário assim o aconselhar por motivo de
saúde, em parecer acolhido pelo diretor geral da unidade prisional. Art. 55. Admitir-se-á como prova todos os meios previstos em direito.
Art. 45. Ao preso na execução de pena disciplinar de isolamento será Art. 56. O infrator poderá defender-se por si próprio, por advogado da
assegurado o banho de sol após o cumprimento de, no mínimo, um terço unidade prisional, ou por procurador por ele constituído.
da sanção, fato condicionado ao seu bom comportamento e a critério do Art. 57. Concluídos os trabalhos, no prazo máximo de 05 (cinco) dias
diretor geral. úteis, o Conselho Disciplinar remeterá a sua decisão, transcrita em ata, ao
Art. 46. O tempo de isolamento preventivo do infrator será sempre diretor geral da unidade.
computado na sanção disciplinar aplicada. Art. 58. Passado o prazo de recurso, o diretor geral da unidade enca-
Art. 47. Não será apenado o preso que tenha praticado a falta: minhará ao setor penal o original da ata e cópias ao juiz da execução e à
Superintendência de Segurança e Movimentação Penitenciária.
I - por coação irresistível ou por motivo de força maior;
Parágrafo único. Nos casos de falta grave e de pena de isolamento, o
II - por motivo de relevante valor social ou moral; diretor geral da unidade deverá comunicar o fato ao juiz da execução,
III - em legitima defesa, própria ou de outrem; individualmente.

IV - em cumprimento de ordem legal de quem de direito. Art. 59. Em nenhuma hipótese a falta disciplinar poderá ficar sem apu-
ração.
Art. 48. É isento de sanção disciplinar o preso que praticar a falta em
conseqüência de alteração comprovada de sua saúde mental. § 1º. A falta disciplinar deverá ser apurada na unidade prisional onde
foi cometida.
Parágrafo único. Na hipótese de cometimento de falta disciplinar por
preso internado em unidade médico-prisional para cumprimento de medida § 2º. Sendo impossível a apuração de falta disciplinar pela urgência de
de segurança e tratamento psiquiátrico temporário, a unidade deverá: transferência, a unidade para onde o infrator for transferido dará continui-
dade à apuração.
I - manter o preso provisoriamente isolado à disposição do profissional
responsável pelo seu tratamento, resguardando a integridade física dos § 3º. A urgência de transferência, citada no parágrafo anterior, e solici-
demais pacientes; tada pelo diretor geral da unidade, será definida pela Superintendência de
Segurança e Movimentação Penitenciária.
II - providenciar para que o profissional responsável pelo tratamento do
preso emita parecer sobre suas condições clínicas e mentais; § 4º. Na hipótese prevista no parágrafo segundo, a unidade de origem
remeterá para a unidade de transferência a documentação pertinente e
III - encaminhar a ocorrência ao Conselho Disciplinar ou à Comissão necessária à apuração, juntamente com o prontuário do infrator, em até 05
Técnica de Classificação para, com fulcro no parecer médico, deliberar (cinco) dias, contados a partir da data da transferência dele.
sobre o fato.
SEÇÃO VII
SEÇÃO V DOS MEIOS DE COERÇÃO
DA GRADAÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
Art. 60. As medidas coercitivas serão aplicadas exclusivamente para o
Art. 49. São sanções disciplinares leves: restabelecimento da normalidade e cessarão, de imediato, por determina-
ção do diretor geral ou do diretor de segurança, após atingida a sua finali-
I - advertência verbal;
dade.
II - repreensão escrita.
Art. 61. Os meios de coerção, tais como algemas e camisas-de-força
Art. 50. Consideram-se sanções disciplinares médias: só poderão ser utilizadas nos seguintes casos:
I - suspensão ou restrição de direitos; I - como medida de precaução contra fugas, durante o deslocamento
do preso, podendo ser retiradas quando do comparecimento em audiência
II - isolamento na própria cela por período de até 10 (dez) dias. perante a autoridade judiciária ou administrativa;
Art. 51. Considera-se sanção disciplinar grave a suspensão ou restri- II - por motivo de saúde, segundo recomendação médica;
ção de direitos, o isolamento na própria cela, ou em local adequado, por
período de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, e a inclusão no regime disciplinar III - em circunstâncias excepcionais, quando for indispensável utilizá-
diferenciado, conforme disciplinado neste Regulamento. los, em razão de perigo iminente para a vida do preso, de servidor, ou de
terceiros.
SEÇÃO VI
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR Parágrafo único. Ao constatar situação grave, o diretor geral da unida-
de comunicará o fato ao juiz da execução e à Superintendência de Segu-
Art. 52. Praticada a falta disciplinar, será lavrada ocorrência relatando rança e Movimentação Penitenciária.
os fatos, para que seja instaurado procedimento disciplinar visando sua
apuração. Art. 62. No interesse da disciplina e da averiguação do fato, o diretor
geral da unidade poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo

Conhecimentos Gerais 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
prazo de até 10 (dez) dias, ou solicitar a inclusão dele no regime disciplinar Art. 75. O preso poderá solicitar reconsideração do ato punitivo, com
diferenciado pelo mesmo período. efeito suspensivo, no prazo de oito dias úteis, contados a partir da data da
ciência da decisão, nas seguintes hipóteses:
§ 1º. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado dependerá
de despacho do juiz competente; I - quando não tiver sido unânime o parecer do Conselho Disciplinar em
que se fundamentou o ato punitivo;
§ 2º. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime discipli-
nar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção II - quando o ato punitivo tiver sido aplicado em desacordo com acon-
disciplinar. clusão do Conselho;
Art. 63. O isolamento do preso será cumprido com o controle do médi- III - quando tiver novas provas que alterem a apuração procedida.
co da unidade que informará ao diretor geral o estado de saúde físico e
mental do isolado. Parágrafo único. O pedido de reconsideração não pode ser reiterado.

SEÇÃO VIII Art. 76. O pedido de que trata o artigo anterior será dirigido ao presi-
DO CONSELHO DISCIPLINAR dente do Conselho Disciplinar.

Art. 64. O Conselho Disciplinar funcionará como órgão sindicante, judi- Parágrafo único. O Conselho Disciplinar terá o prazo de 10 (dez) dias
cante e de assessoramento do diretor geral, competindo-lhe, dentre outras, para decidir sobre o pedido de reconsideração, comunicando imediatamen-
o exercício das seguintes atribuições: te sua decisão ao preso recorrente, que dará o seu “ciente” em cópia a ser
juntada aos autos de apuração.
I - analisar e julgar faltas disciplinares, sejam elas graves, médias ou
leves, aplicar as respectivas sanções, propor elogios e recompensas; Art. 77. Caberá ao Conselho Disciplinar examinar e instruir o pedido de
reconsideração, emitir seu parecer, e encaminhá-lo ao diretor geral da
II - instruir, examinar e emitir parecer nos pedidos de reconsideração e unidade.
de revisão de sanções disciplinares;
Art. 78. O pedido de reconsideração, se deferido, determinará o cance-
III - instaurar sindicâncias quando julgar necessário. lamento ou alteração do registro respectivo no prontuário do preso.
Art. 65. O Conselho disciplinar será composto de, no mínimo, três ser- § 1º. Nas decisões dos pedidos de reconsideração não poderá haver
vidores, capazes e experientes, designados pelo diretor geral da unidade, aumento de pena.
por período de seis meses, sendo recomendável o rodízio.
§ 2º. Os pedidos notoriamente improcedentes ou interpostos em ter-
§ 1º. Para cada membro do Conselho Disciplinar será designado um mos desrespeitosos serão liminarmente indeferidos pelo Conselho Discipli-
suplente. nar.
§ 2º. O Conselho Disciplinar somente poderá funcionar com a totalida- Art. 79. Somente após tornar-se definitiva, será a punição mantida no
de de seus membros. prontuário do preso.
Art. 66. Na composição do Conselho Disciplinar será observado, sem- Art. 80. Em qualquer época, o preso poderá requerer a revisão da pu-
pre que possível, pelo diretor geral da unidade, a indicação de um assisten- nição sofrida ao diretor geral da unidade, que a encaminhará à Superinten-
te social e/ou psicólogo e/ou pedagogo e de um funcionário da diretoria de dência de Segurança e Movimentação Penitenciária, para decisão, desde
segurança. que prove:
§ 1º. O Conselho Disciplinar será presidido pelo diretor geral da unida- I - haver a decisão sido fundada em provas falsas;
de ou por substituto por ele indicado, diferentemente dos outros membros
designados. II - ter sido a punição em desacordo com disposição legal;

§ 2º. Será obrigatória a participação de um assistente jurídico peniten- III - terem surgido, após a decisão, provas de sua inocência.
ciário (advogado da unidade) nas reuniões do Conselho Disciplinar, sem Parágrafo único. O pedido de revisão só será admitido se fundado em
direito a voto. provas não apresentadas anteriormente à punição.
Art. 67. Havendo empate por número de votos em decisão do Conse- CAPÍTULO V
lho Disciplinar, o voto de desempate será proferido por seu presidente. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 68. O Conselho Disciplinar reunir-se-á, ordinariamente, uma vez Art. 81. Compete ao integrante do órgão de execução penal e ao ser-
por semana, e, extraordinariamente, quando convocado pelo diretor geral. vidor penitenciário a divulgação de ocorrências que perturbem a segurança
Art. 69. As decisões do Conselho Disciplinar serão tomadas por maio- ea
ria simples e lançadas em ata, como também no INFOPEN. disciplina.
Art. 70. O Conselho Disciplinar poderá valer-se do auxílio de qualquer Art. 82. Enquanto não for criada estrutura física própria e/ou adequada
pessoa do estabelecimento quando necessário. para o cumprimento do regime disciplinar diferenciado, o preso poderá
Art. 71. O Conselho Disciplinar poderá usar os arquivos, registros, da- cumprir a referida sanção em local adaptado para esse fim, conforme
dos e informações existentes nos setores penal e de segurança. disposições deste Regulamento.

SEÇÃO IX Parágrafo único. A Subsecretaria de Administração Penitenciária, por


DO JULGAMENTO DISCIPLINAR proposta da Superintendência de Segurança e Movimentação Penitenciá-
ria, disciplinará o contido neste artigo.
Art. 72. Na presença do preso submetido a julgamento será lida a peça
acusatória composta da narração dos fatos. Art. 83. A conduta do preso será definida pela análise de seu prontuá-
rio e da ficha disciplinar, onde serão anotadas todas as faltas por ele come-
Art. 73. O advogado apresentará sua defesa que poderá ser oral ou tidas, as sanções disciplinares aplicadas, como também os elogios e re-
reduzida a termo, sendo a última obrigatória em casos de falta grave. compensas recebidos.
Art. 74. Encerrada a oitiva, o Conselho Disciplinar votará por maioria Parágrafo único. Ao ser solicitado por autoridade competente, o diretor
simples a culpa ou absolvição do preso. Em caso de condenação votarão, geral da unidade encaminhará ao solicitante atestado de conduta carcerá-
novamente, definindo a sanção a ser aplicada. ria.
SEÇÃO X
DO RECURSO DISCIPLINAR

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Art. 84. Os casos omissos e as dúvidas surgidas na aplicação deste b) Em 15/12/1946, pelo Grupo dos Sete Países mais Industrializados do
Regulamento serão solucionados pelo Subsecretário de Administração Mundo mais a Rússia-G8.
Penitenciária. c) Em 20/12/1946, pelo Banco Mundial.
d) Em 10/12/1948, pela Organização das Nações Unidas/ONU.
Art. 85. Este Regulamento entrará em vigor na data de sua publicação. e) Em 01/12/1946, pela Organização dos Estados Americanos/OEA.
Art. 86. Revogam-se as disposições em contrário.
7. O art. 9º da Declaração Universal dos Direitos do Homem precei-
SUBSECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA, em Belo tua que ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Horizonte, aos 10 de março de 2004. Essa norma está prevista no art. 5º da Constituição Federal Bra-
sileira, com a seguinte redação:
a) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
PROVA SIMULADA I liberdade provisória, com ou sem fiança.
b) Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo ina-
1. Assinale a opção que contempla um dos fundamentos da Repú- dimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
blica Federativa do Brasil: depositário infiel.
a) A redução das desigualdades. c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
b) A liberdade. ou por seu interrogatório policial.
c) O desenvolvimento nacional. d) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
d) A dignidade da pessoa humana. nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
e) A sociedade livre, justa e solidária. pessoa por ele indicada.
e) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
2. Ao preceituar que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, o inciso II do art. 5º de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
da Constituição Federal, consagra o princípio da: lei.
a) Isonomia.
b) Publicidade. 8. O art. 11 da Declaração Universal dos Direitos do Homem con-
c) Eficiência. tém duas disposições, com a seguinte redação:
d) Moralidade. “1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser
e) Legalidade. presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada
de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
3. A Constituição Federal veda a pena de morte e também as penas asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
de: 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
I. Caráter perpétuo e trabalhos forçados. momento, não constituam delito perante o direito nacional ou interna-
II. Suspensão de direitos e trabalhos forçados. cional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que,
III. Caráter perpétuo e perda de bens. no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso”.
IV. Banimento. Estas disposições estão contempladas no art. 5º da Constituição
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: Federal Brasileira, respectivamente, com a seguinte redação:
a) I e II. I. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
b) I e IV. sentença pena condenatória; aos litigantes, em processo judicial
c) II e III. ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
d) II, III e IV. contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela ine-
e) I, III e IV. rentes.
II. A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
4. Assinale a alternativa correta: liberdades fundamentais; ninguém será considerado culpado até
a) Homens e mulheres podem cumprir a pena de privação de liberdade o trânsito em julgado de sentença pena condenatória.
em um mesmo estabelecimento prisional. III. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
b) O preso não tem o direito de ficar calado. a coisa julgada; não haverá juízo ou tribunal de exceção.
c) É proibida a prisão civil por dívida, decorrente de obrigação alimentí- IV. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cia. cominação legal; a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
d) As presidiárias podem permanecer com seus filhos durante o período o réu.
de amamentação. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
e) É vedada a prisão em flagrante delito. a) I e III.
b) I e IV.
5. Analise as proposições abaixo. c) II e IV.
I. A prática da tortura constitui crime afiançável. d) I, II e III.
II. O Tribunal do Júri é competente para julgar os crimes dolosos e) II, III e IV.
contra a vida.
III. Aos presos não é assegurado o respeito à integridade física e 9. São considerados crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
moral. ou anistia:
IV. A prática da tortura constitui crime inafiançável, insuscetível de I. O tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o estupro
graça ou anistia. seguido de morte.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: II. O tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
a) I e III. III. A prática de tortura e o furto qualificado.
b) I e IV. IV. O terrorismo e a prática de tortura.
c) II e IV. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
d) I, II e III. a) I e II.
e) II, III e IV. b) I e III.
c) II e IV.
6. A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi proclamada d) I, III e IV.
em que data e por qual Organismo Internacional: e) II, III e IV.
a) Em 01/12/1948, pela Organização Tratado do Atlântico Norte/OTAN.
10. São órgãos da execução penal, exceto:

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a) O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. b) Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou
b) O Conselho da Comunidade. de subversão à ordem ou à disciplina.
c) O Juízo Criminal. c) Conservação dos objetos de uso pessoal.
d) O Ministério Público. d) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.
e) O Patronato. e) Constituição de pecúlio.

11. O hábeas corpus é uma medida judicial que pode ser postulada 16. Analise as afirmações a seguir:
pela pessoa para: I. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão
I. Afastar ameaça de sofrer violência ou coação em sua liberdade civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Cadeia Pública.
II. Regular o exercício de direitos e liberdades constitucionais. II. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
III. Anular ato lesivo ao patrimônio público. III. Cumprida ou extinta a pena, a notícia ou referência à condena-
IV. Afastar violência ou coação que estiver sofrendo em sua liber- ção deverão constar, para todos os fins, da folha corrida, atesta-
dade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. dos ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxi-
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: liares da Justiça.
a) I e II. IV. A Lei 7.210, de 11 de julho de 1984, aplicar-se-á igualmente ao
b) I e IV. preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
c) II e III. quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordiná-
d) I, III e IV. ria.
e) II, III e IV. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e II.
12. O crime de tortura terá a pena aumentada quando for praticado: b) II e III.
I. Mediante seqüestro. c) III e IV.
II. Por agente público. d) I, II e IV.
III. Somente contra criança e gestante. e) I, III e IV.
IV. Contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 anos. 17. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: que:
a) I e II. a) Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta.
b) II e III. b) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a
c) II e IV. disciplina.
d) I, III e IV. c) Provocar acidente de trabalho.
e) II, III e IV. d) Empreender fuga.
e) Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
13. A divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disci- física de outrem.
plina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à in-
conveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena, é pro- 18. O exame criminológico para a obtenção dos elementos necessá-
ibida: rios a uma adequada classificação e com vistas à individualiza-
a) Somente ao servidor que exerça suas funções na aplicação da lei de ção da execução é obrigatório para:
execução penal. a) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime
b) Ao integrante dos órgãos de execução penal e ao servidor que exer- fechado.
ça suas funções na aplicação da lei de execução penal. b) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime
c) Somente ao integrante dos órgãos de execução penal. semi-aberto.
d) Somente ao condenado. c) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime fechado
e) Ao condenado e ao internado. e para os condenados às penas privativas de liberdade em regime
semi-aberto.
14. Analise as afirmações a seguir: d) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime aberto
I. A pena de interdição temporária de direitos será convertida ou à pena restritiva de direitos.
quando o condenado, injustificadamente, exercer o direito objeto e) Os condenados somente à pena restritiva de direitos.
de interdição.
II. Sobrevindo, no curso da execução da pena privativa de liberda- 19. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto
de, doença mental ou perturbação da saúde mental, a autoridade poderão obter autorização para saída temporária do estabeleci-
administrativa poderá determinar a substituição da pena por mento, sem vigilância direta, nos seguintes casos, exceto:
medida de segurança. a) Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
III. A pena privativa de liberdade poderá ser convertida em restritiva descendente ou irmão.
de direitos, desde que: não seja superior a 2 (dois) anos; o con- b) Visita à família.
denado a esteja cumprindo em regime aberto; tenha sido cum- c) Participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio
prido pelo menos ¼ (um quarto) da pena; os antecedentes e a social.
personalidade do condenado indiquem ser a conversão reco- d) Freqüência a curso supletivo profissionalizante, na Comarca do Juízo
mendável. da Execução.
IV. O indulto individual poderá ser provocado por petição do próprio e) Freqüência a curso de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca
condenado. do Juízo da Execução.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e IV. 20. Analise as afirmações a seguir:
b) II e III. I. O regime disciplinar diferenciado poderá abrigar presos provisó-
c) II e IV. rios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem
d) I, II e III. alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal
e) I, III e IV. ou da sociedade.
II. A inclusão no regime disciplinar diferenciado se dá por prévio e
15. Constituem deveres do condenado, exceto: fundamentado despacho do juiz competente.
a) Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento.

Conhecimentos Gerais 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disci- (D) terão sua votação iniciada no Senado, e serão apreciadas em sessão
plinar diferenciado não são computáveis no período de cumpri- conjunta pelo plenário do Congresso Nacional.
mento de sanção disciplinar. (E) já aprovadas pelo Legislativo, que estejam pendentes de sanção ou
IV. Incumbe ao Conselho Penitenciário emitir parecer sobre livra- veto do Presidente da República, entrarão em vigor automaticamente, se o
mento condicional, indulto e comutação de pena. Chefe do Executivo não se manifestar no prazo de 15 dias.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e II. 05. Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
b) II e III. os brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
c) III e IV. I. notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou
d) I, II e III. de administração pública;
e) II, III e IV. II. mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profis-
sional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior;
III. mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade;
RESPOSTAS IV. idoneidade moral e reputação ilibada.
Pode-se afirmar que, de acordo com o art. 73, § 1.º, da Constituição Fede-
01. D 11. B ral, estão corretas as assertivas
02. E 12. C (A) I, II, III e IV.
03. B 13. B (B) I, II e III, apenas.
04. D 14. E (C) I, III e IV, apenas.
05. C 15. E (D) I, II e IV, apenas.
06. D 16. D (E) II, III e IV, apenas.
07. E 17. A
08. B 18. A 06. Compete privativamente à União legislar sobre
09. C 19. A (A) organização da Defensoria Pública do Distrito Federal.
10. C 20. A (B) proteção à infância e à juventude.
(C) direito penitenciário.
(D) procedimentos em matéria processual.
PROVA SIMULADA II
07. Tendo em vista o disposto no texto constitucional vigente, assinale a
01. Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e garantias funda- alternativa correta a respeito dos Estados Federados.
mentais previstos na Constituição Federal. (A) Os Estados podem, mediante lei ordinária, instituir regiões metropolita-
(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, e ninguém nela pode penetrar, a nas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos
não ser, unicamente, por ordem judicial. de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
(B) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou execução de funções públicas de interesse comum.
reprodução de suas obras, direito que se extingue com a sua morte, não (B) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
sendo transmissível aos seus herdeiros. serviços de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
(C) A lei não poderá restringir a publicidade dos atos processuais, exceto provisória para a sua regulamentação.
para a defesa da intimidade ou do interesse social. (C) O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao
(D) A prática do racismo é crime imprescritível, mas que permite a fiança. dobro da representação do Estado na Câmara dos Deputados, não poden-
(E) A Constituição Federal admite, entre outras, as penas de privação da do ultrapassar o total de 94 Deputados.
liberdade, perda de bens e de trabalhos forçados. (D) Pertencem aos Estados vinte por cento do produto da arrecadação do
imposto sobre produtos industrializados.
02. Quando a falta de norma regulamentadora impedir o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais do cidadão, este poderá ajuizar 08. No que tange à organização constitucional do Poder Legislativo, é
(A) o mandado de segurança. correto afirmar que
(B) o mandado de injunção. (A) cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da Repúbli-
(C) o habeas data. ca, resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
(D) a ação direta de inconstitucionalidade. que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacio-
(E) a ação popular. nal.
(B) compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
03. A respeito dos Deputados e Senadores, é correto afirmar: República, autorizar referendo e convocar plebiscito.
(A) são invioláveis, penalmente, por suas opiniões, palavras e votos, mas (C) compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por
podem responder civilmente se acusarem alguém sem provas. voto secreto, após argüição pública, a escolha de Ministros do Tribunal de
(B) desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante Contas da União indicados pelo Presidente da República.
o Superior Tribunal de Justiça. (D) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão
(C) não poderão ser presos, nem mesmo em caso de flagrante delito, a não conjunta, exclusivamente, para inaugurar a sessão legislativa, receber o
ser com autorização da Presidência da respectiva Casa. compromisso do Presidente da República e conhecer do veto e sobre ele
(D) perderão o mandato quando sofrerem condenação criminal em senten- deliberar.
ça transitada em julgado.
(E) terão sua imunidade automaticamente suspensa durante o estado de 09. Assinale a alternativa correta.
sítio. (A) No recurso extraordinário, o recorrente deve demonstrar a repercussão
geral das questões constitucionais discutidas no caso, a fim de que o STF
04. As medidas provisórias admita o recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação da maioria
(A) são vedadas, entre outras matérias, sobre a organização do Poder absoluta dos seus membros.
Judiciário, direitos políticos e que visem à detenção ou seqüestro de bens, (B) Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade de norma ou ato, citará
de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro. previamente o Procurador Geral da República, que defenderá o ato ou texto
(B) serão expedidas em casos de urgência e relevância, devendo ser impugnado.
submetidas pelo Presidente da República ao Congresso Nacional no prazo (C) Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
de 30 dias. decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida julgar
(C) perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no válida lei local contestada em face de lei federal.
prazo de 30 dias, prorrogável uma vez por igual período. (D) O Advogado-Geral da União deverá ser previamente ouvido nas ações
de inconstitucionalidade e em todos

Conhecimentos Gerais 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
15. Conceder-se-á mandado de injunção
10. Considerando as diversas formas de expressão da liberdade individual (A) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
garantida pelo texto constitucional, é correto afirmar que impetrante, constante de registros de entidades governamentais ou de
(A) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao caráter público.
público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada (B) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
para o mesmo local, exigida apenas a prévia autorização da autoridade dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
competente. nacionalidade, à soberania e à cidadania.
(B) a prática do racismo constitui crime inafiançável, imprescritível e insus- (C) para proteger direito líquido e certo, quando o responsável pela ilegali-
cetível de graça ou anistia. dade ou abuso de poder for autoridade pública no exercício de atribuições
(C) não haverá penas, entre outras, de morte, de caráter perpétuo, de do Poder Público.
interdição de direitos e de banimento. (D) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
(D) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, mas a decretação do sigiloso, judicial ou administrativo.
perdimento de bens poderá ser estendida aos sucessores, até o limite do (E) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
valor do patrimônio transferido. coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

11. Assinale a alternativa que contempla corretamente um direito ou garan- 16. Não é privativo de brasileiros natos o cargo
tia constitucional. (A) de Presidente da República.
(A) Garantia, na forma da lei, do direito de fiscalização do aproveitamento (B) de Presidente do Senado Federal.
econômico das obras que criarem ou (C) de carreira diplomática.
de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- (D) de Governador do Estado.
sentações sindicais e associativas. (E) de Ministro do Supremo Tribunal Federal.
(B) Direito de não ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
da autoridade judiciária competente, mesmo no caso de transgressão 17. São condições de elegibilidade, na forma da lei, a idade mínima de
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. (A) trinta anos para Vice-Presidente.
(C) Garantia, na forma da lei, da gratuidade ao registro civil de nascimento, (B) dezoito anos para Deputado Estadual.
à certidão de óbito e às ações de habeas corpus e habeas data, exclusiva- (C) vinte e um anos para Prefeito.
mente àqueles que forem reconhecidamente pobres. (D) trinta anos para Senador.
(D) Garantia ao brasileiro, nato ou naturalizado, de que não será extradita- (E) vinte e um anos para Governador.
do por crime comum.
18. É correto afirmar que
12. Considerando o entendimento do STF, assinale a alternativa que repre- (A) o prazo de validade do concurso público será de até cinco anos, prorro-
senta situação de inconstitucional violação a algum tipo de sigilo protegido gável uma vez, por igual período.
pela Constituição Federal de 1988. (B) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão com-
(A) Compartilhamento de informações e elementos, licitamente obtidos, putados e acumulados para fim de concessão de acréscimos ulteriores.
constantes dos autos do inquérito de investigação criminal para subsidiar (C) são estáveis após 2 anos de efetivo exercício os servidores nomeados
procedimento administrativo disciplinar movido contra o parlamentar na para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Câmara dos Deputados, a pedido da Comissão de Ética e Decoro Parla- (D) a lei poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
mentar. contribuição fictício.
(B) Juntada de comprovante de consulta a órgão de proteção ao crédito em (E) é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando
processo judicial, tornando-a pública, com o propósito de impedir, modificar houver compatibilidade de horários, a de um cargo de professor com outro,
e extinguir direito da parte adversa no feito. técnico ou científico.
(C) Quebra do sigilo telefônico por meio de gravação de conversa telefônica
feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do 19. Segundo a Constituição Federal vigente, a República Federativa do
outro, quando há investida criminosa deste último. Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como um dos
(D) Quebra de sigilo bancário de membros do Congresso Nacional, por seus princípios fundamentais
ordem decretada por Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no âmbito do inqué- (A) o pluralismo político.
rito policial instaurado contra deputados federais para apuração de crime (B) a democracia liberal.
eleitoral. (C) a bicameralidade.
(D) a multiplicidade de legendas partidárias.
13. Tendo em vista o que estabelece a Constituição Federal sobre direitos (E) a obrigatoriedade do voto.
e garantias fundamentais dos trabalhadores, assinale a alternativa correta.
(A) É direito fundamental do trabalhador assistência gratuita aos filhos e 20. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
dependentes, desde o nascimento até sete anos de idade em creches e (A) pelo Presidente da República.
pré-escolas. (B) por Lei Federal.
(B) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da (C) por decisão do Ministério Público.
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda (D) depois de suspensas por decisão administrativa fundamentada.
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta (E) por decisão judicial transitada em julgado.
grave nos termos da lei.
(C) Nas empresas com mais de cem empregados é assegurada a eleição 21. Nos termos da Constituição Federal vigente,
de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o (A) a proteção do trabalhador contra a despedida arbitrária há de ser esta-
entendimento direto com os empregadores. belecida em lei ordinária.
(D) A lei poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, (B) é permitida a criação de mais de uma entidade sindical, representativa
inclusive o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público, po- de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial.
rém, a interferência e a intervenção na organização sindical. (C) admite-se a não equiparação dos direitos do trabalhador avulso e do
trabalhador com vínculo empregatício.
14. A Constituição Federal dispõe que haverá penas (D) é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
(A) de morte nos casos de guerra declarada. trabalho.
(B) de caráter perpétuo. (E) é legítima a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual.
(C) de trabalhos forçados.
(D) de banimento. 22. Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originaria-
(E) cruéis. mente o habeas data contra atos

Conhecimentos Gerais 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) de Ministro de Estado. 30. O Mandado de Segurança é um instituto jurídico que serve para
(B) do Tribunal de Contas da União. resguardar Direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou
(C) de Juiz Federal. Habeas Data, que seja negado, ou mesmo ameaçado, em face de ato de
(D) de Juiz Militar. quaisquer dos órgãos do Estado Brasileiro, seja da Administração direta,
(E) do Superior Tribunal de Justiça. indireta, bem com dos entes despersonalizados e dos agentes particulares
no exercício de atribuições do poder público. Trata-se de um remédio
23. São brasileiros natos: constitucional posto à disposição de toda Pessoa Física ou jurídica, ou
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais es- mesmo órgão da administração pública com capacidade processual.
trangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 31. O Mandado de Segurança coletivo é ação igualmente de rito especial
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; que determinadas entidades, enumeradas expressamente na Constituição,
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde podem ajuizar para defesa, não de direitos próprios inerentes a essas
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a entidades, mas de direito líquido e certo de seus membros, ou associados,
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, ocorrendo, no caso, o instituto da substituição processual. Pode ser
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. impetrado por: a) partido político com representação no Congresso
d) todas as alternativas estão corretas Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
Segundo o artigo 37 da CF, os princípios básicos da administração defesa dos interesses de seus membros ou associados.
pública são:
Marque C – certo; E - errado 32. O mandado de injunção, previsto no artigo 5º, inciso LXXI da
Constituição do Brasil de 1988, é um dos remédios-garantias
24. legalidade - significa que o administrador público está, em toda a sua constitucionais, sendo, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), uma
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem ação constitucional usada em um caso concreto, individualmente ou
comum, não podendo deles se afastar ou desviar, sob pena de praticar ato coletivamente, com a finalidade de o Poder Judiciário dar ciência ao Poder
inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme Legislativo sobre a omissão de norma regulamentadora que torne inviável o
o caso. Não se esqueça que a Administração Pública tem como meta exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas
o BEM COMUM. inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.

25. impessoalidade, nada mais é que o clássico princípio da finalidade. 33. Habeas Corpus - Medida que visa proteger o direito de ir e vir. É conce-
A finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer dido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ato administrativo: o INTERESSE PÚBLICO. Todo ato administrativo ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
que se aparta de tal objetivo sujeitar-se-á à invalidação por desvio de poder. Quando há apenas ameaça a direito, o habeas corpus é preventivo.
finalidade. É claro que, pode acontecer, de o interes-
se público coincidir com o de particulares, como ocorre normalmente 34. Habeas Data - Ação para garantir o acesso de uma pessoa a informa-
nos atos administrativos negociais e nos contratos públicos. O que o ções sobre ela que façam parte de arquivos ou bancos de dados de entida-
princípio da finalidade veda é a prática de ato administrativo sem des governamentais ou públicas. Também pode pedir a correção de dados
interesse público ou conveniência para a Administração, visando incorretos.
unicamente satisfazer interesses privados, caracterizando-se o desvio
de finalidade. Não se esqueçam de que desvio de finalidade constitui 35. Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública,
uma das modalidades de ABUSO DE PODER. considere:
I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste nome, símbolo
26. moralidade subtende-se que o administrador deve ser ético em ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servido-
sua conduta. Tal conceito está ligado de bom administrador. O certo é res públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campa-
que a moralidade do ato administrativo juntamente com sua legalidade nhas dos órgãos públicos.
e finalidade, constituem pressupostos de validade sem os quais a II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfei-
atividade pública será ilegítima. ção e rendimento funcional.
As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos princípios da
(A) impessoalidade e eficiência.
27. publicidade , e aqui podemos dizer que a publicidade não é elemen- (B) publicidade e moralidade.
to formativo do ato, e sim requisito de eficácia e moralidade. A publi- (C) legalidade e impessoalidade.
cidade consiste na divulgação oficial do ato para conhecimento públi- (D) moralidade e legalidade.
co e início de seus efeitos externos. Aqui é bom lembrar que a publi- (E) eficiência e publicidade.
cação que produz efeitos jurídicos é a feita pelo órgão oficial da Ad-
ministração. Por órgão oficial entenda-se não só o Diário Oficial das 36. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
entidades públicas como também, os jornais contratados para essas Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
publicações oficiais. Os atos e contratos administrativos que omitirem crático de Direito e tem como fundamentos:
ou desatenderem à pUblicação necessária deixam de produzir seus I - a soberania;
regulares efeitos, bem como se expõe à invalidação por falta desse II - a cidadania;
requisito de eficácia e moralidade. III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
28. eficiência exige presteza, perfeição e rendimento funcional. É o V - o pluralismo político.
mais moderno dos princípios da Administração. Pela EC 45/2004 a Estão corretas:
eficiência passou a ser um direito com sede constitucional. a) todas estão corretas
b) somente quatro delas estão corretas
Quanto aos remédios constitucionais: c) somente três estão corretas
d) somente duas estão corretas
29. Ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão
que deseje questionar judicialmente a validade de atos que considera 37. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio a) construir uma sociedade livre, justa e solidária;
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. b) garantir o desenvolvimento nacional;
c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;

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d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, a) é dever da Administração Pública assegurar aos cidadãos o acesso às
idade e quaisquer outras formas de discriminação. informações por ela mantidas mas, ao mesmo tempo, é seu dever resguar-
e) todos estão corretos dar o sigilo da fonte.
b) a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
38. Assinale a alternativa incorreta: pública direta e indireta, regulando especialmente o acesso dos estrangei-
a) São estáveis após dois anos de efetivo exercício os servidores nomea- ros não residentes no País a registros administrativos e a informações
dos para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. sobre atos de governo.
b) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável c) são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a
ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de obtenção de certidões em repartições públicas para defesa de direitos e
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. esclarecimento de situações de interesse pessoal, coletivo ou geral.
c) Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avalia- d) se concederá habeas data para assegurar o conhecimento de informa-
ção especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. ções relativas à pessoa do impetrante ou de interesse coletivo ou geral,
d) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais
para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo- ou de caráter público.
se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carrei- e) todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
ra, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
entes federados. no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
39. São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 44 - Sobre os cargos, empregos e funções públicas, é constitucionalmente
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; incorreto afirmar
III - de Presidente do Senado Federal; a) que, na União, compete ao Presidente da República dispor, mediante
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos.
V - da carreira diplomática; b) que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
VI - de oficial das Forças Armadas. prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
VII - de Ministro de Estado da Defesa com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
Quantos itens estão corretos? em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
a) 5 lei de livre nomeação e exoneração.
b) 6 c) que eles são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei.
c) 7 d) que, durante o prazo improrrogável, previsto no edital de convocação,
d) 4 aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
40. Assinale a alternativa incorreta: emprego, na carreira.
a) é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o e) que as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchi-
aos locais de culto e a suas liturgias; dos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
b) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou de- assessoramento.
sastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
c) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 45 - É correto afirmar, sobre o regime de previdência constitucionalmente
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem assegurado aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Esta-
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investi- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
gação criminal ou instrução processual penal; fundações, que
d) a prática do racismo constitui crime afiançável, sujeito à pena de deten- a) ele terá caráter não contributivo, salvo quanto aos servidores ingressos
ção. no serviço público após 1º de janeiro de 2004.
b) os servidores abrangidos por esse regime de previdência poderão apo-
41 - A República Federativa do Brasil não tem como um dos seus funda- sentar-se voluntariamente, desde que cumprido, entre outras condições, o
mentos tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco
a) a soberania. anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria.
b) a cidadania. c) os servidores abrangidos por esse regime de previdência serão aposen-
c) o monismo político. tados compulsoriamente aos setenta anos de idade, se homem, ou aos
d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. setenta e cinco anos, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
e) a dignidade da pessoa humana. contribuição.
d) os servidores abrangidos por esse regime de previdência serão aposen-
42 - Sobre os direitos fundamentais em matéria processual, é incorreto tados por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao
afirmar que tempo de contribuição.
a) aos litigantes são assegurados, em processo administrativo, o contraditó- e) é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a conces-
rio e a ampla defesa, se a respectiva legislação de regência assim o dispu- são de aposentadoria aos servidores abrangidos por esse regime de previ-
ser. dência, ressalvados, nos termos definidos pela legislação do regime geral
b) ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro- da previdência social, os casos, entre outros, de servidores que exerçam
cesso legal. atividades de risco iminente.
c) ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente. 46- É órgão do Poder Judiciário o(a)
d) são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. a) Advocacia-Geral da União.
e) a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a b) Tribunal de Contas da União.
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. c) Ministério Público do Estado do Espírito Santo.
d) Superior Tribunal Militar.
43 - Sobre o direito de acesso às informações mantidas pela Administração e) Polícia Militar, quando investida em atividades de investigação criminal.
Pública, reconhecido como direito fundamental inerente aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País, ou afirmado como parâmetro objetivo 47- Não é da competência exclusiva do Congresso Nacional
de atuação da Administração Pública, é correto afirmar que a) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

Conhecimentos Gerais 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a ração percebida no serviço público, cumulando-a com a do mandato eleti-
permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele vo.
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar. Quanto aos poderes, julgue os próximos itens.
c) autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo Marque C – certo; E - errado
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de
Estado. 51. Um projeto de lei federal decorrente de iniciativa popular deve ser
d) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais apresentado perante a Câmara dos Deputados, desde que preenchidos os
que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacio- requisitos constitucionais.
nal.
e) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de 52. O presidente da República tem competência para, por meio de decreto,
sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas. extinguir cargos públicos que eventualmente estejam sendo ocupados por
servidores não-estáveis.
48. Leia as seguintes afirmações:
I. Segundo o caput do art. 5.o da Constituição Federal, é assegurada a 53. Às defensorias públicas da União e dos estados são asseguradas
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à autonomia funcional e administrativa bem como a iniciativa de sua proposta
propriedade aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Isso orçamentária, dentro dos limites traçados pela Constituição Federal.
significa que não há qualquer diferenciação constitucional, em relação aos
direitos individuais, coletivos, sociais e políticos, que os nacionais e estran- 54. Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores
geiros gozam sob a égide da Carta da República. fundamentais da ordem jurídica. Isto só é possível na medida em que estes
II. As normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplica- não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua
ção imediata e não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios força sobre todo o mundo jurídico. Alcançam os princípios esta meta à
adotados pela Constituição, ou ainda, dos tratados internacionais dos proporção que perdem o seu caráter de precisão de conteúdo, isto é,
quais nosso país fizer parte. conforme vão perdendo densidade semântica, eles ascendem a uma posi-
III. De acordo com o art. 5.º, §3.o da Constituição Federal, os tratados ção que lhes permite sobressair, pairando sobre uma área muito mais
internacionais que versarem sobre direitos humanos e forem aprovados em ampla do que uma norma estabelecedora de preceitos. Portanto, o que o
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos princípio perde em carga normativa ganha como força valorativa a espraiar-
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitu- se por cima de um sem-número de outras normas.
cionais.
IV. O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 55. Direitos políticos são os que conferem participação no poder estatal,
dezoito anos. Porém, não podem se alistar como eleitores os estrangeiros, através do direito de votar, de ser votado e de ocupar funções de Estado.
os clérigos e, durante o período de serviço militar obrigatório, os conscritos. Tais direitos são dados apenas ao cidadão, considerando-se como cidadão
São corretas apenas as afirmativas o nacional no gozo dos direitos políticos (cidadania nacionalidade + direitos
(A) I e II. políticos). Nacionalidade e cidadania são termos distintos. A nacionalidade
(B) I e III. adquire-se por fatores relacionados ao nascimento ou pela naturalização. A
(C) II e III. qualidade de cidadão adquire-se formalmente pelo alistamento eleitoral,
(D) II e IV. dentro dos requisitos da lei.
(E) III e IV.
56. Garantias civis - Consistem na obtenção, independentemente do paga-
49. O direito à associação, previsto constitucionalmente como um direito mento de taxas, de certidões em repartições públicas, para defesa de
fundamental, pode ser caracterizado pela direitos e esclarecimento de situações pessoais (art. 5º, XXXIV, b). O direito
(A) liberdade de associação, pois ninguém poderá ser compelido a se à obtenção de certidão é limitado à situação pessoal, e o seu exercício
associar ou a se manter associado. independe de regulamentação. Relacionam-se ainda as garantias civis com
(B) não intervenção estatal no funcionamento das associações, sendo o mandado de segurança e o habeas data.
necessária autorização para a constituição de cooperativas.
(C) possibilidade de dissolução de uma associação, por procedimento 57. Garantias processuais - Como garantias processuais, destacam-se, na
judicial ou administrativo. Constituição, a do devido processo legal, agora expressamente prevista no
(D) licitude do objeto da associação, admitindo-se a constituição de associ- art. 5º, LIV (“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
ações que possuam caráter paramilitar. devido processo legal”), a do contraditório e a da ampla defesa, assegura-
(E) transitoriedade, já que a associação deverá ter caráter transitório, das no art. 5º, LV (“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
pacífico e realizar-se em local público. aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes”). Note-se que a Constituição
50. Com relação à acumulação de funções e vencimentos dos servidores estende a garantia do contraditório e da ampla defesa aos processos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, é correto afirmar administrativos.
que
(A) a acumulação de cargos constitucionalmente é permitida, desde que se 58. Garantias jurisdicionais - A primeira garantia jurisdicional vem tratada no
trate de acumulação de um cargo técnico ou científico com um cargo de art. 50, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
professor, sem cumulação de vencimentos de cada função. ou ameaça de direito”. E a inafastabilidade ao acesso ao Judiciário, tradu-
(B) a acumulação de cargos é excepcionalmente permitida, no caso de dois zida no monopólio da jurisdição, ou seja, havendo ameaça ou lesão de
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões direito, não pode a lei impedir o acesso ao Poder Judiciário. Anote-se que o
regulamentadas, com a acumulação dos vencimentos de cada função. preceito constitucional não reproduz cláusula constante da Emenda Consti-
(C) o servidor investido no mandato de Vereador, desde que haja compati- tucional n. 1, de 1969 (art. 153, § 4º), a qual possibilitava que o ingresso em
bilidade de horários para o exercício de ambas atribuições, perceberá as juízo poderia ser condicionado à prévia exaustão das vias administrativas,
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração desde que não fosse exigida garantia de instância, sem ultrapassar o prazo
do cargo eletivo. de cento e oitenta dias para a decisão do pedido. Assim, não existe mais o
(D) o servidor investido no mandato de Prefeito será afastado do cargo, contencioso administrativo: o acesso ao Poder Judiciário é assegurado,
emprego ou função que antes desempenhava, sendo-lhe vedada a cumula- mesmo pendente recurso na esfera administrativa.
ção de remunerações, e perceberá, compulsoriamente, os subsídios atribu-
ídos ao Prefeito Municipal. 59. Ao dispor que “a propriedade atenderá a sua função social”, o art. 5º,
(E) tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor XXIII, da Constituição a desvincula da concepção individualista do século
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune- XVIII. A propriedade, sem deixar de ser privada, se socializou, com isso
significando que deve oferecer à coletividade uma maior utilidade, dentro

Conhecimentos Gerais 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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da concepção de que o social orienta o individual.
69. O servidor público abrangido pelo regime de previdência previsto na
60. A perda ou suspensão de direitos políticos pode dar-se por Constituição Federal, será aposentado compulsoriamente aos
cancelamento da naturalização, incapacidade civil, condenação criminal, (A) sessenta e cinco anos de idade, com proventos integrais.
recusa ao cumprimento de obrigação geral e improbidade administrativa (B) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
(art. 15 da CF). contribuição.
(C) sessenta e cinco anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo
Para trabalhar em equipe, o servidor público deve apresentar compor- de serviço.
tamento adequado a essa forma de atuar. Acerca das características (D) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
que envolvem o trabalho em equipe, julgue os itens que se seguem. serviço.
(E) sessenta anos de idade, com proventos integrais.
61. A confiança deve fazer parte das relações entre os membros das equi-
pes de trabalho. Para estabelecê-la, cada membro deve agir com lealdade, 70. Nos termos da Constituição Federal de 1988, os Poderes Executivo,
coerência e integridade, e deve defender radicalmente suas próprias idéias Legislativo e Judiciário publicarão os valores dos subsídios e da remunera-
no grupo, como forma de demonstrar competência e autoconfiança. ção dos cargos e empregos públicos:
(A) anualmente.
62. Cada membro da equipe de trabalho deve responsabilizar-se pela (B) semestralmente.
organização e pelo sucesso de sua parte no trabalho, não sendo adequado (C) trimestralmente.
se envolver nas tarefas dos colegas, uma vez que eles, sendo responsá- (D) bimensalmente.
veis por essas tarefas, serão cobrados pelos resultados que obtiverem. (E) mensalmente.

Com relação à ética no serviço público, julgue os itens a seguir. 71. Dentre as proposições abaixo, é INCORRETO afirmar que a República
Federativa do Brasil tem como fundamentos, dentre outros,
63. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o servidor público (A) a cidadania e o pluralismo político.
represente contra ato que caracterize omissão ou abuso de poder, ainda (B) a soberania e a dignidade da pessoa humana.
que esse ato tenha emanado de superior hierárquico. (C) o pluralismo político e a valorização social do trabalho.
(D) a dignidade da pessoa humana e o valor da livre iniciativa.
64. O servidor público deve abster-se de exercer sua função, poder ou (E) a autonomia e a dependência nacional.
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não come-
tendo qualquer violação expressa à lei. 72. Constitui direito e dever individual e coletivo previsto na Constituição
brasileira, além de outros, o seguinte:
65. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assuntos da repartição (A) é crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
que envolvam questões relativas à segurança da sociedade. militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
(B) é violável a intimidade, a honra e a imagem das pessoas, salvo a sua
66. O servidor público pode retirar da repartição documento pertencente ao vida privada.
patrimônio público, sem prévia autorização da autoridade competente, se (C) o cidadão poderá ser privado de direitos por motivo de crença religiosa,
exercer cargo de confiança ou função à qual esse documento esteja rela- ainda que a invocar para eximir-se de obrigação legal.
cionado. (D) é limitada a liberdade de associação, permitida a de caráter paramilitar,
nos termos da lei.
67. Quanto aos direitos sociais previstos na Constituição Federal, é IN- (E) todo trabalhador será compelido a associar-se e a permanecer associa-
CORRETO afirmar que é proibida do a sindicato de sua categoria profissional.
(A) a atividade laborativa noturna a menores de dezesseis anos e de qual-
quer trabalho a menores de quatorze 73. Considere as hipóteses que:
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos doze anos de idade. 1. Implique sempre falta de norma regulamentadora que torne inviável o
(B) a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas como
profissionais respectivos. as inerentes à nacionalidade.
(C) a diferenciação de salários, de exercício de funções e de critério de 2. Vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. que o Estado participe.
(D) qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do As medidas constitucionais aplicáveis a esses casos são, respectivamente,
trabalhador portador de deficiência. (A) agravo de representação especial e habeas data.
(E) a diferenciação de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício (B) mandado de injunção e ação popular.
permanente e o trabalhador avulso. (C) mandado de segurança e mandado de injunção.
(D) habeas corpus e mandado de segurança.
68. Considere as assertivas abaixo, relacionadas à Administração Pública. (E) habeas data e ação civil pública.
I. É permitida, desde que estabelecida em lei, a contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional inte- 74. Nos termos da Constituição Federal, a ação, quanto aos créditos resul-
resse público. tantes das relações de trabalho, prescrevem em
II. O direito à livre associação sindical é irrestritamente garantido ao servi- (A) dois anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de cinco
dor público civil e ao militar. anos após a extinção do contrato de trabalho.
III. A administração fazendária goza, dentro de sua área de competência e (B) três anos para os trabalhadores urbanos e quatro anos para os rurais,
jurisdição, de precedência sobre os demais setores administrativos, na até o limite de três anos, respectivamente, após a extinção do contrato de
forma da lei. trabalho.
IV. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público civil ou (C) cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
militar serão computados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. anos após a extinção do contrato de trabalho.
V. Os vencimentos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão (D) três anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dezoito
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. meses após a extinção do contrato de trabalho.
Estão corretas APENAS as que se encontram em (E) cinco anos para os trabalhadores urbanos e três anos para os rurais,
(A) II e IV. até o limite de cinco anos, respectivamente, após a extinção do contrato de
(B) I, II e IV. trabalho.
(C) III, IV e V.
(D) I, III e V. 75. A representação de cada um dos Estados e do Distrito Federal, no
(E) III e IV. Senado Federal, será renovada de

Conhecimentos Gerais 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) quatro em quatro anos, sucessivamente, por dois e um terço. (E) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
(B) quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. convicção filosófica ou política, ainda que as invoque para eximir-se de
(C) quatro e oito anos, alternadamente, por dois e um terço. obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati-
(D) oito em oito anos, sucessivamente, por um e dois terços. va, fixada em lei.
(E) quatro e oito anos, respectivamente, por dois e um terço.
Nas questões que se seguem, a respeito das Constituições, assinale:
76. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da Repú- C – se a proposição estiver correta
blica, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chama- E – se a mesma estiver incorreta
dos ao exercício da Presidência, o Presidente
(A) do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Conselho de 81. Quanto à forma, podem ser escritas, se corporificadas num documen-
Defesa Nacional. to escrito ou costumeira quando estruturada em usos e costumes fixados
(B) do Congresso Nacional, o do Supremo Tribunal Federal e o do Senado pela tradição. "A Constituição norte-americana de 1787 é uma Constituição
Federal. escrita. Assim também o têm sido todas as constituições brasileiras: as de
(C) do Supremo Tribunal Federal, o do Senado Federal e o do Congresso 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1867 e 1988. Já a Constituição da Inglater-
Nacional. ra é uma Constituição costumeira desde a Magna Carta (1215)"
(D) da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo
Tribunal Federal. 82. Quanto à origem, podem ser votadas, se resultantes de elaboração de
(E) do Conselho da República, o do Congresso Nacional e o do Senado uma Assembléia Constituinte, como a Constituição norte-americana de
Federal. 1787 ou as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. Já uma
Constituição outorgada, é aquela imposta pela vontade dos governantes
77. Com relação ao Poder Judiciário, é INCORRETO afirmar que ao povo, como por exemplo a Constituição da Rússia tzarista de 1905 e as
(A) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas Constituições brasileiras de 1824, outorgada por D. Pedro I, e de 1937,
ou cinco alternadas em lista de merecimento. imposta pelo ditador Getúlio Vargas.
(B) o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva
demanda e à respectiva população. 83. Quanto à consistência, podem ser rígidas se obedecem um processo
(C) a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas solene e especial de revisão, seja por maioria qualificada dos seus mem-
nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não bros, seja por referendum constitucional, como as Constituições democráti-
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente. cas do Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988, que, embora sem referendum
(D) as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão constitucional como existente em Constituições modernas, admitiram
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de técnicas formais mais complicadas de revisão ou flexíveis, quando são
seus membros. mudadas com absoluta facilidade, do mesmo modo que as leis ordinárias,
(E) a distribuição de processos será por cotas na primeira instância e sendo o exemplo mais flagrante a Constituição inglesa.
imediata na segunda.
84. Quanto à sistemática, podem ser unitária quando reduzidas a um só
78. No que concerne ao Conselho Nacional de Justiça, pode-se afirmar que Código básico e sistemático, como as Constituições brasileiras ou esparsa
(A) será presidido pelo Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que votará quando é distribuída em vários documentos como a Constituição belga de
em caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele 1830 ou a Constituição francesa de 1875, formada de várias leis constitu-
tribunal. cionais.
(B) é composto por onze membros, com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma 85. Quanto ao tamanho, podem ser sintética, com reduzido número de
recondução. artigos, são exemplos: a Constituição norte-americana e brasileira do
(C) o Ministro do Supremo Tribunal Federal exercerá a função de Ministro- Império, tendem a uma maior permanência e se ajustam aos países desen-
Corregedor. volvidos, ou analítica quando composta de grande número de artigos,
(D) os seus membros serão nomeados pelo Presidente da República, como a da Índia, de 1949 (395 artigos) e do Brasil, de 1988 (320 artigos).
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Congresso Nacio-
nal. 86. Leia as seguintes afirmações:
(E) junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presi- I. Segundo o caput do art. 5.o da Constituição Federal, é assegurada a
dente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Isso
79. O pluralismo político é um dos significa que não há qualquer diferenciação constitucional, em relação aos
(A) princípios da administração pública direta e indireta. direitos individuais, coletivos, sociais e políticos, que os nacionais e estran-
(B) objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. geiros gozam sob a égide da Carta da República.
(C) fundamentos da República Federativa do Brasil. II. As normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplica-
(D) princípios norteadores da República Federativa do Brasil nas suas ção imediata e não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
relações internacionais. adotados pela Constituição, ou ainda, dos tratados internacionais dos quais
(E) direitos sociais assegurados pela Constituição Federal do Brasil. nosso país fizer parte.
III. De acordo com o art. 5.º, §3.o da Constituição Federal, os tratados
80. No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, nos internacionais que versarem sobre direitos humanos e forem aprovados em
termos preconizados pela Constituição Federal de 1988 é correto afirmar: cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
(A) A organização sindical, legalmente constituída e em funcionamento há votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitu-
pelo menos 6 meses poderá impetrar mandado de segurança coletivo, em cionais.
defesa dos interesses de seus membros ou associados. IV. O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de
(B) O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja dezoito anos. Porém, não podem se alistar como eleitores os estrangeiros,
criação tenha manifestado adesão. os clérigos e, durante o período de serviço militar obrigatório, os conscritos.
(C) O preso não tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão São corretas apenas as afirmativas
ou por seu interrogatório policial, se for salutar para a manutenção da (A) I e II.
segurança. (B) I e III.
(D) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a (C) II e III.
anular ato lesivo ao patrimônio público, ficando o autor, salvo comprovada (D) II e IV.
má-fé, isento de custas judiciais, mas deverá suportar em qualquer hipóte- (E) III e IV.
se o ônus da sucumbência.

Conhecimentos Gerais 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
87. O direito à associação, previsto constitucionalmente como um direito (E) que tenha sido aprovado por concurso público para cargo de provimen-
fundamental, pode ser caracterizado pela to efetivo, exercido sua função por três anos efetivamente, e tenha sido
(A) liberdade de associação, pois ninguém poderá ser compelido a se favoravelmente avaliado em seu desempenho por comissão instituída para
associar ou a se manter associado. essa finalidade, adquire o direito à estabilidade.
(B) não intervenção estatal no funcionamento das associações, sendo
necessária autorização para a constituição de cooperativas. 91) Tendo em vista os remédios constitucionais:
(C) possibilidade de dissolução de uma associação, por procedimento a) A ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, nacio-
judicial ou administrativo. nal ou estrangeira.
(D) licitude do objeto da associação, admitindo-se a constituição de associ- b) Conceder-se-á "habeas corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
ações que possuam caráter paramilitar. ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
(E) transitoriedade, já que a associação deverá ter caráter transitório, por ilegalidade ou abuso de poder.
pacífico e realizar-se em local público. c) O mandado de segurança pode ter o prazo de impetração de cento e
vinte dias interrompido em razão de oferecimento de pedido de reconside-
88. Com relação à acumulação de funções e vencimentos dos servidores ração.
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, é correto afirmar d) Conceder-se-à "habeas data" sempre que a falta de norma regulamen-
que tadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucio-
(A) a acumulação de cargos constitucionalmente é permitida, desde que se nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidada-
trate de acumulação de um cargo técnico ou científico com um cargo de nia.
professor, sem cumulação de vencimentos de cada função.
(B) a acumulação de cargos é excepcionalmente permitida, no caso de dois 92) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegura-
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões do:
regulamentadas, com a acumulação dos vencimentos de cada função. a) o livre exercício dos cultos religiosos
(C) o servidor investido no mandato de Vereador, desde que haja compati- b) garantia e proteção aos locais de culto
bilidade de horários para o exercício de ambas atribuições, perceberá as c) garantia a proteção as liturgias
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração d) todas as alternativas estão corretas
do cargo eletivo.
(D) o servidor investido no mandato de Prefeito será afastado do cargo, 93) A prestação de assistência religiosa nas entidades militares de inter-
emprego ou função que antes desempenhava, sendo-lhe vedada a cumula- venção coletiva, é
ção de remunerações, e perceberá, compulsoriamente, os subsídios atribu- a) assegurada
ídos ao Prefeito Municipal. b) vedada
(E) tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor c) livre
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune- d) plena
ração percebida no serviço público, cumulando-a com a do mandato eleti-
vo. 94) Fátima espalhou Indevidamente que sua tia estava vendendo produ-
tos do procedência duvidosa para terceiros, sendo certo que sua tia
89. Assinale a alternativa correta. tinha em mios todas as notas de compra de seus produtos, e não ha-
(A) O prazo de validade de um concurso é de até dois anos, prorrogável por via nenhuma Irregularidade no seu comércio. Por Isso sua tia perdeu
uma única vez pelo período de um ano. 20% de sua clientela. Neste caso ela deverá:
(B) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis somente aos a) procurar Fátima para que ela desminta o que falou
brasileiros, natos ou naturalizados, que preencham os requisitos estabele- b) obrigar Fátima a comprar todo produto que não consegui vender
cidos em lei. c) propor ação de indenização pelo dano moral e material decorrente da
(C) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestado- violação de sua honra e imagem
ras de serviços públicos responderão d) n.d.a.
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
desde que demonstrados o dolo ou a culpa do agente responsável pela 95) Maria estava sentada no sofá de sua residência assistindo televisão,
prática do ato. quando foi surpreendida por um vendedor de livros em sua saia. Nes-
(D) Os agentes públicos devem receber as reclamações efetuadas por te caso o vendedor:
qualquer pessoa, para defesa de direito próprio, que versem sobre a condu- a) deveria pedir desculpas por não ter achado a campainha
ta de quaisquer autoridades do Poder Legislativo, do Poder Executivo ou do b) não poderia ter adentrado à casa porque segundo e Constituição a
Poder Judiciário, com fundamento na previsão constitucional do direito de casa é asilo inviolável do indivíduo
petição. c) poderia ter adentrado a casa pois estava no estrito cumprimento de
(E) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos seu dever
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e d) poderia ter ultrapassado o portão de entrada, mas nunca adentrado à
o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, não ca- sala sem permissão
bendo ação penal pelos mesmos fatos.
96) Marta, professora de ciências. abriu um consultório médico e estava
90. Sobre a estabilidade do servidor público, é correto afirmar que o servi- atendendo normalmente meus pacientes, já que segundo a Constitui-
dor ção é livre o exercício de qualquer trabalho. Neste caso Marta:
(A) público perderá sua estabilidade por sentença judicial transitada em a) poderá continuar a atender seus pacientes sem problemas
julgado ou mediante processo administrativo no qual lhe tenham sido b) deverá continuar a atender seus pacientes, pois só eles podem ates-
assegurados a ampla defesa e o contraditório. tar sua capacidade
(B) estável, demitido em razão de sentença judicial, que tenha logrado a c) não poderá exercer a profissão de médica pois não atende as qualifi-
invalidação desse título judicial, terá direito à reintegração ao cargo que cações profissionais estabelecidas por lei
ocupava. Caso o cargo tenha sido preenchido por outrem, esse servidor d) todas as alternativas estão corretas
não será reintegrado de imediato, permanecendo em disponibilidade.
(C) estável, tendo seu cargo extinto ou declarada a sua desnecessidade, 97) Segundo a Constituição Federal é livre a locomoção no território
ficará em disponibilidade, percebendo sua remuneração integralmente, até nacional:
que seja possível seu aproveitamento em outro cargo. a) em qualquer tempo
(D) estável poderá perder seu cargo por insuficiência de desempenho, b) em tempo de calamidade púbica
apenas nos três primeiros anos de efetivo exercício, mediante procedimen- c) em tempo de paz
to de avaliação periódica,que deverá ser disciplinado por lei complementar. d) em tempo de guerra

Conhecimentos Gerais 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


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98) Todos podem reunir-se pacificamente, em locais abertos ao público _______________________________________________________
Independentemente de autorização, dado que não frustrem outra reu-
nião anteriormente convocada para o mesmo local, e estejam: _______________________________________________________
a) desarmados _______________________________________________________
b) convocando pessoas para guerra
c) com intuito de provocar greve _______________________________________________________
d) com intenção revolucionária _______________________________________________________
99) Um grupo de pessoas pretendo organizar um associação de Morado- _______________________________________________________
res de Vila Madalena, neste caso a Constituição:
a) veda a criação de associações de qualquer natureza
_______________________________________________________
b) dá plena liberdade para criação de associações para fins lícitos _______________________________________________________
c) não protege qualquer tipo de associação
d) somente aceita as associações de caráter para-militar _______________________________________________________
_______________________________________________________
100) Poderão ser criadas associações, na forma da lei e cooperativas,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento, indepen- _______________________________________________________
dente de:
_______________________________________________________
a) negociações coletivas
b) pagamento de impostos _______________________________________________________
c) autorização
d) elaboração de estatuto _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
RESPOSTAS – PROVA II
_______________________________________________________
01. C 11. A 21. D 31. C 41. C _______________________________________________________
02. B 12. D 22. B 32. C 42. A
03. D 13. B 23. D 33. C 43. E _______________________________________________________
04. A 14. A 24. C 34. C 44. A _______________________________________________________
05. D 15. B 25. C 35. A 45. B
06. A 16. D 26. C 36. A 46. D ______________________________________________________
07. B 17. C 27. C 37. E 47. C
08. C 18. E 28. C 38. A 48. C _______________________________________________________
09. C 19. A 29. C 39. C 49. A _______________________________________________________
10. D 20. E 30. C 40. D 50. C
_______________________________________________________
51. C 61. E 71. E 81. C 91. B _______________________________________________________
52. E 62. E 72. A 82. C 92. D
53. E 63. C 73. B 83. C 93. A _______________________________________________________
54. C 64. C 74. C 84. C 94. C _______________________________________________________
55. C 65. C 75. B 85. C 95. B
56. C 66. E 76. D 86. C 96. C _______________________________________________________
57. C 67. A 77. E 87. A 97. C
58. C 68. D 78. E 88. C 98. A
_______________________________________________________
59. C 69. B 79. C 89. D 99. B _______________________________________________________
60. C 70. A 80. B 90. E 100. C
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