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SECRETARIA DE ESTADO DE
DEFESA SOCIAL - SEDS
ÍNDICE
- LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretação de texto. ................................................................................................................................ 1
Ortografia, acentuação e pontuação. ..........................................................................................................13
Processo de formação de palavras. ...........................................................................................................24
Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................25
Sintaxe de concordância e de regência. .....................................................................................................45
Uso e colocação do pronome. ....................................................................................................................28
Uso dos tempos e modos verbais. ..............................................................................................................32
Estrutura do período e da oração. ..............................................................................................................51
Redação (domínio da expressão escrita) – .................................................................................................53
Variação linguística: modalidades do uso da língua e adequação linguística. .............................................54
Tópicos de língua portuguesa padrão:
Adequação conceitual. ...............................................................................................................................55
Pertinência, relevância e articulação dos argumentos. ...............................................................................69
Seleção vocabular. ....................................................................................................................................60
- RACIOCÍNIO LÓGICO
Raciocínio lógico: resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com
números, com figuras, de palavras). Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e
implicação lógica, argumentos válidos. ‘ ........................................................................................... pp 1 a 74
- CONHECIMENTOS GERAIS
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, e alterações posteriores: Título
II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais; Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Capí-
tulo II: Dos Direitos Sociais; Capítulo III: Da Nacionalidade; Título III: Da Organização do Estado; Capítulo I:
Da Organização Político-Administrativa; Capítulo VII: Da Administração Pública; Seção I: Disposições Ge-
rais; Seção II: Dos Servidores Públicos; Título VIII: Da Ordem Social; Capítulo I: Disposição Geral; ........... 1
Declaração Universal dos Direitos Humanos; .............................................................................................16
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores - Estatuto dos Funcionários Pú-
blicos Civis do Estado de Minas Gerais; .....................................................................................................20
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e alterações posteriores . 36
Lei Federal n.º 9.455 de 07 de abril de 1.997 (Lei da Tortura) e alterações posteriores; ..............................50
Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas de Execução Penal); ........................51
Lei Estadual nº 14.695, de 30 de julho de 2.003, que instituiu a carreira de Agente de Segurança Penitenciá-
rio; .............................................................................................................................................................62
Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/40 e suas alterações posteriores). Parte Especial - Título XI -
Dos Crimes Contra a Administração Pública, Capítulo I. Dos crimes praticados por funcionário público contra
administração em geral; .............................................................................................................................65
Regulamento Disciplinar Prisional da Secretaria de Estado de Defesa Social do Estado de Minas Gerais
(REDIPRI). .................................................................................................................................................68
APOSTILAS OPÇÃO
Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- O TEXTO ARGUMENTATIVO 1
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. tipo de texto solicitado.
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
cial e econômico . análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
partes mais típicas desse todo. análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
típicos. do ponto de vista de algo/alguém.
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
TEXTO DISSERTATIVO vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- mação textual.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
do o contexto. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- são).
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
sencadeia a conclusão. dão tornem esta produção altamente evocativa.
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
e opinião. possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
a obra ou ação que realmente se praticou. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
intervenção relacionada à tese. identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O
processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
“O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças
transformar na salvação do mundo. podem ser de grafia ou de significado.
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- Variação geográfica
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores ,
política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
Variação (linguística) utilizados na região de sua influência e as diferenças linguísticas entre as
regiões são graduais, nem sempre coincidindo.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Variação social
A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia,
sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico, Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico,
geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua se manifestam determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação;
verbalmente. a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão
entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de
Conceito certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa,
e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido
Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de atingir o padrão de maior prestígio.
linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto,
aparentemente um processo de criação de palavras para termos Variação estilística
específicos, são exemplos dessas variações:
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de
• dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas por comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de
comunidades geograficamente definidas. intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar
em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites
36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retoma- Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo.
da na seguinte expressão do texto:
(A) núcleo especulativo e reflexivo. O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR
(B) objeto descritível de uma Ciência. Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, esta-
(C) explicação dos fatos morais. mos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se
(D) parte da Filosofia. não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respei-
(E) comportamento consequencial. tá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele
não consegue respeitar.
37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes.
como aquela em que se considera, sobretudo, Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respei-
(A) o valor desejável da ação humana. tar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfei-
(B) o fundamento filosófico da moral. ções nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem
(C) o rigor do método de análise. moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a
(D) a lucidez de quem investiga o fato moral. adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um
(E) o rigoroso legado da jurisprudência. padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ga-
38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos nham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regra-
revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupa- das por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos
ção homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias
(A) filosófica. falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os
(B) descritiva. outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam
(C) prescritiva. pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris,
(D) contestatária. Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
(E) tradicionalista.
43. Atente para as afirmações abaixo.
39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento subli- I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se
nhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parên- preocupa com os padrões morais de conduta.
teses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso: II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o ho-
(A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão) mem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate) III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
(C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situa- padrões de conduta que ele cobra dos outros.
ção. (provisório) Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda) (A) I.
(E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessi- (B) II.
vo) (C) III.
(D) I e II.
40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (E) II e III.
(A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
acepções de Ética. 44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu
(B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator
muita frequência, associada aos valores morais. determinante para que
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam (A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos
de ter a dignidade humana como balizamento. padrões morais para avaliar sua conduta.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor (B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem
de que se impregna a conduta dos indivíduos. moral e o homem moralizador.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstân- (C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte-
cias, atentar para a observância dos valores éticos. rizar um homem moralizador.
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um
41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário homem moral e o de um moralizador.
sobre o texto: (E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitu-
(A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma des tomadas pelo homem moral.
apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
(B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplifi-
Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo. 53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para
preencher de modo correto a lacuna da frase:
FIM DE FEIRA (A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de
Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas.
a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou (B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a provi-
mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias dência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está (C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as
pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo
metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compra- humano.
dores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca de (D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da
pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto.
ou uma ponta de cação obviamente desprezada. (E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de ou-
que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. tros.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para 54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carên-
Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. cia dos mais pobres.
E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assis- (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional
tentes sociais, alegam. coleta de um fim de feira.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os fun- nessa narrativa.
cionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor
liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de em distinguir os diferentes caracteres humanos.
peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humil-
diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito) de coleta de que trata a crônica.
b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z NOTAÇÕES LÉXICAS
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
ENCONTROS VOCÁLICOS dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
encontro vocálico. São os seguintes:
Ex.: cooperativa 1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco-
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato ra;
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
DITONGO 4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa. 5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
Dividem-se em: 6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
- orais: pai, fui o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
- nasais: mãe, bem, pão
DIVISÃO SILÁBICA
Resumindo:
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, GU.
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí- 1- chave: cha-ve
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas aquele: a-que-le
palavras. palha: pa-lha
manhã: ma-nhã
guizo: gui-zo
Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R PONTO DE INTERROGAÇÃO
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço É usado para indicar pergunta direta.
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar Onde está seu irmão?
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
globo: glo-bo fraco: fra-co Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do A mim ?! Que ideia!
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
prato: pra-to
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
3- correr: cor-rer desçam: des-çam Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Ó jovens! Lutemos!
fascinar: fas-ci-nar
VÍRGULA
Não se separam as letras que representam um ditongo. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro sa na fala. Emprega-se a vírgula:
cárie: cá-rie • Nas datas e nos endereços:
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Separam-se as letras que representam um hiato. Largo do Paissandu, 128.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el • No vocativo e no aposto:
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o Meninos, prestem atenção!
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
Não se separam as letras que representam um tritongo. • Nos termos independentes entre si:
6- Paraguai: Pa-ra-guai O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
saguão: sa-guão • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
que a antecede. droeira.
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias • Após alguns adjuntos adverbiais:
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter No dia seguinte, viajamos para o litoral.
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
da vírgula:
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
que a segue • Após a primeira parte de um provérbio.
8- pneumático: pneu-má-ti-co O que os olhos não vêem, o coração não sente.
gnomo: gno-mo • Em alguns casos de termos oclusos:
psicologia: psi-co-lo-gia Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal- Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exem-
tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos plos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de cami-
em que elas ocorrem. sa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e
aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e
A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso-
e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como lar), com pronúncia diferente.
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou mais
específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de determina- Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em
do vocábulo ou expressão. que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b)
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha des- saudável e c) santo.
te ou daquele vocábulo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão com dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o
determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consagrado" problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e ortografia.
clichês.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti- (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de
vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.
Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua: • Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o
"(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, réu.
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma • Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a
folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconhecida água da chuva.
e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com • Acender: atear (fogo), inflamar.
leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam, • Ascender: subir, elevar-se.
são o que delas fazem as sociedades que as empregam." • Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
• Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos) • Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros acerca de seus planos.
vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para desig- • A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca
nar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês
língua portuguesa. ou (ano) das eleições.
• Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in- ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há cer-
corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem ca de mil títulos no catálogo.
Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aci- invocou a ajuda de Deus.
dente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível • Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
acidente no parque. • Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
• Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis- • Carear: atrair, ganhar, granjear.
são já foi superado. • Cariar: criar cárie.
• Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática. • Carrear: conduzir em carro, carregar.
• Dotar: dar em doação, beneficiar. • Casual: fortuito, aleatório, ocasional.
• Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes- • Causal: causativo, relativo a causa.
co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa- • Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.
rágrafo? • Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
• A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi en- • Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
caminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a • Senso: entendimento, juízo, tino.
necessária reflexão sobre sua pertinência. • Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.
• Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. • Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
• Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual. • Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou
• Aleatório: casual, fortuito, acidental. possível a realização da obra.
• Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba. • Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual
• Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. seção do ministério ele trabalha?
• Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente. • Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso;
• Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A
alternativa. próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto.
• Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro- • Chá: planta, infusão.
jeto ante-diluviano. • Xá: antigo soberano persa.
• Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, anti- • Cheque: ordem de pagamento à vista.
biótico, anti-higiênico, anti-Marx. • Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe-
• Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos que).
colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba- • Círio: vela de cera.
lhadores. • Sírio: da Síria.
• De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a • Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro • Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar
aos interesses dos menores. nem, eclesiástico.
• Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, • Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron-
a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em talmente com o entendimento havido.
vez de.)
• Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Mi-
• Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em- nistério da Justiça.
presa demitiu vinte.
• Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
• A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.:
• Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.
• Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portu-
• Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla-
gal).
res ao par.
• Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
• Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu
• Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
ao colega um aparte em seu pronunciamento.
concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
• À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto
• Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
foi encaminhado por expediente à parte.
problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
• Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imó-
• Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
vel.
• Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
• Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não
for apressado, não será cumprido o cronograma. • Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
• Área: superfície delimitada, região. • Contraversão: versão contrária, inversão.
• Ária: canto, melodia. • Coser: costurar, ligar, unir.
• Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irre- • Cozer: cozinhar, preparar.
corrível. • Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
• Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
foram todos arrestados. • Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-
• Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. posta a custear tal projeto?
• Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. • Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto?
Custa-me crer que funcionará.
• Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.
• Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
• Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.
• Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
• Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
• Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
• Autuar: lavrar um auto; processar.
• Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
• Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.
• Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os
• Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados.
traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival.
• Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou
• Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-
sucesso ao seu par americano.
zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da
• Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os
Receita Federal.
técnicos agouram desastre na colheita.
• Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
• Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem.
• Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
• Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua
• Descrição: ato de descrever, representação, definição.
carreira.
• Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
• Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso,
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
grau. ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
3. Ambos os elementos são flexionados: Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves- gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- diferentes para designar o sexo:
compromissos. bode - cabra genro - nora
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor- burro - besta padre - madre
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, carneiro - ovelha padrasto - madrasta
caras-pálidas. cão - cadela padrinho - madrinha
cavalheiro - dama pai - mãe
São invariáveis: compadre - comadre veado - cerva
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi- frade - freira zangão - abelha
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; frei – soror etc.
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem- ADJETIVOS
desocupa-o-copo;
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
perde-ganha, os perde-ganha. FLEXÃO DOS ADJETIVOS
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- Gênero
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos melhante a dos substantivos.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Número
dos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
lente côncavo-convexa
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lentes côncavo-convexas
ça. camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
Observações: camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
Graus do Adjetivo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
pressas em dois graus: próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
- o comparativo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
- o superlativo sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Comparativo terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
- Comparativo de igualdade: Adjetivos Gentílicos e Pátrios
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Argélia – argelino Bagdá - bagdali
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
- Comparativo de superioridade: Bóston - bostoniano Braga - bracarense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
- Comparativo de inferioridade: bucarestense Campos - campista
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
- Superlativo absoluto bricense Cuiabá - cuiabano
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Esta cidade é poluidíssima. Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é muito poluída. Egito - egípcio capixaba
- Superlativo relativo Equador - equatoriano Évora - eborense
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
outros seres: Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o mais poluído de todos. Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o menos poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Goiânia - goianense Granada - granadino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo substantivo.
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Ênclise
representa o livreiro) com O (que representa o livro). Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como direto ou indireto.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas O pai esperava-o na estação agitada.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos Expliquei-lhe o motivo das férias.
indiretos:
O menino convidou-a. (V.T.D ) Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) Voltei-me em seguida para o céu límpido.
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de Como eu achasse muito breve, explicou-se.
verbos transitivos diretos: 3. Com o imperativo afirmativo:
Eu lhe vi ontem. (errado) Companheiros, escutai-me.
Nunca o obedeci. (errado) 4. Com o infinitivo impessoal:
Eu o vi ontem. (certo) A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Nunca lhe obedeci. (certo) destino na mesa.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in- A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
finitivo: franco.
Deixei-o sair.
Vi-o chegar. Próclise
Sofia deixou-se estar à janela. Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- interrogativos e conjunções.
vendo as orações reduzidas de infinitivo: As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana. Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante. Que lhes importa a eles a recompensa?
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase. Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
COLOCAÇÃO DE PRONOMES enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise
O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias.
O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise
O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias.
MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
FUGIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Os advérbios dividem-se em:
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Gerúndio indo siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Particípio ido mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
OUVIR 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
provavelmente, etc.
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
Há Muitas Locuções Adverbiais
PEDIR 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
POLIR grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
REMIR 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
etc.
RIR 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Advérbios Interrogativos
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Palavras Denotativas
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
Fui ao cinema. É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O pássaro voou. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o O homem é cinzas.
sujeito paciente.
Vende-se um apartamento. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vendem-se alguns apartamentos. concorda com o predicativo.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Dançar e cantar é a sua atividade.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
singular e o verbo no singular ou no plural. concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Em minha turma, o líder sou eu.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
Mais de um jurado fez justiça à minha música. apenas um deles deve ser flexionado.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
Deu uma hora. calmente do outro.
Deram três horas.
Bateram cinco horas. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
Naquele relógio já soaram duas horas. adjetivos).
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. Exemplos:
Ela é que faz as bolas.
Eu é que escrevo os programas. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
um pronome relativo. PARA = passagem
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lição
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí- A regência verbal trata dos complementos do verbo.
veis.
• que: Fui eu que fiz a lição. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• quem: Fui eu quem fez a lição. 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• o que: Fui eu o que fez a lição. • pretender (transitivo indireto)
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Informei-lhe o problema. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente. como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto ficuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito. Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
CORRETAS E INCORRETAS
Atenderam o freguês com simpatia.
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
A moça queria um vestido novo. toda a gramática.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
O professor queria muito a seus alunos. são:
- ortografia
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto - acentuação gráfica
Todos visamos a um futuro melhor. - concordância
• APONTAR, MIRAR - objeto direto - regência
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. - plural e singular de substantivos e adjetivos
• pör o sinal de visto - objeto direto - verbos
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. - etc.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Daremos a seguir alguns exemplos:
Devemos obedecer aos superiores.
Desobedeceram às leis do trânsito. Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
A) Senão chover, irei às compras.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE B) Olharam-se de alto a baixo.
• exigem na sua regência a preposição EM C) Saiu a fim de divertir-se
O armazém está situado na Farrapos. D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. E) Quando está cansado, briga à toa.
Alternativa A
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Essas tuas justificativas não procedem. Ache a palavra com erro de grafia:
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se A) cabeleireiro ; manteigueira
com a preposição DE. B) caranguejo ; beneficência
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani C) prazeirosamente ; adivinhar
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. D) perturbar ; concupiscência
O secretário procedeu à leitura da carta. E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
14. ESQUECER E LEMBRAR
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Esqueci o nome desta aluna. A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
Lembrei o recado, assim que o vi. B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
Esqueceram-se da reunião de hoje. D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
Lembrei-me da sua fisionomia. E) A polícia pegou o ladrão em flagrante.
Alternativa B
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE
• pagar - Pago o 13° aos professores. em:
• dar - Daremos esmolas ao pobre. A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos-
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. ta.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força
correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
orações no período e os períodos no discurso. ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando.
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or- Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito + quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter-
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de (Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se, brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
(1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é... tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial
verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de
admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí-
adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
rente ao mar."
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
é claro que ele se arrependeu. Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
ÊNCLISE Paranomásia
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
- Tornarei-me……. (errada) Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
- Tinha entregado-nos……….(errada) Antonio Vieira)
Linguagem figurada Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Elipse lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais Anáfora
comuns:
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois,
compraríeis a casa? Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
de o estádio Maracanã Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me Silepse
entenda.
é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
tipos:
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
Paulo). V. Sª é lisonjeiro
Zeugma
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu- quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
Antecipação
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
omissão de era antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
anacoluto.
Hipérbato
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora- O tempo parece que vai piorar
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu- Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
tos.
Figuras de palavras ou tropos
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
(Para Bechara alterações semânticas)
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Metáfora
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato comparação implícita, sem termo comparativo.
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. /
Anástrofe
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
termo regente. (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin-
morte vos cobre a todos. do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo,
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Pleonasmo
Catacrese
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao ausência de termo específico.
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe
devo (OI pleonástico) Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o vamente para significar apenas colocar na terra.
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
Assíndeto derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. graças à semelhança de forma existente entre seres.
Ocorre muito nas or. coordenadas. Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios." Metonímia
Polissíndeto substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa-
ção de significado.
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti-
Antonomásia, perífrase
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres- Frase, Oração e Período
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. A estrutura do período.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
• Objetivos:
Escritor Maldito = Lima Barreto
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
o Diferenciar frase, oração e período.
Sinestesia
o Reconhecer a importância dos processos de coordenação e de su-
bordinação no processamento textual.
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão,
audição, gustação e tato).
o Praticar a estruturação do período, observando-se a relação lógico-
semântica estabelecida entre os diferentes segmentos que o compõem.
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ...
/ Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / • Relação com a aula anterior: os segmentos que compõem o perío-
Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / do estabelecem entre si relações lógico-semânticas, cujo reconhecimento e
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." cuja compreensão contribuem para a construção do sentido global do texto.
(Cruz e Souza)
• Relação com a aula seguinte: A formação e a articulação dos perí-
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora odos são responsáveis pela constituição do parágrafo.
Anadiplose FRASE: qualquer enunciado com sentido completo.
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no • “Oscar 2004! Marta leva melhor maquiagem!” (José Simão. Folha de São Pau-
começo de outro membro de frase. lo – 03/03/04)
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente o “Oscar 2004!”: frase nominal.
condena os motivos dados."
o “Marta leva melhor maquiagem!”: frase verbal.
Figuras de pensamento
ORAÇÃO: frase ou parte de uma frase que se estrutura em torno de
Antítese um verbo ou de uma locução verbal. Geralmente, é composta de dois
elementos básicos: o sujeito e o predicado.
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" • “PT cobra mudanças na economia.” (Folha de São Paulo – 06/03/04)
(Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de • “Marte teve água e foi habitável, diz Nasa.” (Folha de São Paulo –
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) 03/03/04)
Eufemismo
PERÍODO: é a frase que se estrutura em torno de uma ou mais ora-
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
ções. Pode ser simples ou composto.
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa-
mes. (foi reprovado) • “Cresce a demanda por seguros que cobrem processos contra
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo executivos.” (Exame – 17/03/04)
pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. • “Avião de Lula consome 75% dos investimentos da União. No
ano da “virada”, governo gasta R$ 46,9 milhões com parcela de Air-
Hipérbole bus” (Folha de São Paulo – 14/03/04)
exagero de uma ideia com finalidade expressiva
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos • A oração precisa de verbo ou de locução verbal, mas, mesmo
(gosta muito dos filhos) assim, nem sempre tem sentido completo. Por isso, nem toda oração é uma
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora. frase.
Ironia • A frase não precisa ter verbo, mas precisa ter sentido completo.
Por isso, nem toda frase é uma oração.
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor
irônico. • Há frases com duas ou mais orações, visto que, separadas, não
possuem sentido completo.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. • Um período é composto de uma ou mais orações.
Gradação • Período simples é aquele que contém apenas uma oração, isto
é, contém apenas um núcleo verbal.
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
te (anticlímax) • Período composto é aquele que contém mais de uma oração, is-
to é, contém mais de um núcleo verbal
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
veja, que eu não conheça perfeitamente." • O número de núcleos verbais é igual ao número de orações.
Prosopopeia, personificação, animismo Um período pode ser composto por coordenação e/ou por subor-
dinação.
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
inanimados. • O período composto por coordenação contém orações indepen-
dentes, que podem, com frequência, ser separadas em períodos simples.
• (Atleta) ganha por 0,025 ponto no solo • Explicativas: exprimem motivo, razão, explicação. Principais
conjunções: que, pois (antes do verbo), porque.
• e (atleta) coroa melhor participação do Brasil na Copa.
o A empresa teve bons resultados porque (pois) possui um time com
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO talentos diferenciados.
• “Em depoimento, empresário do jogo afirma que ex-assessor de o Organize um time com talentos diferenciados, que (pois) isso ga-
Dirceu usou telefone do Palácio para convocar reunião com GTech.” (Folha de rantirá o sucesso da empresa.
São Paulo – 15/03/04)
Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos
• Em depoimento, empresário do jogo afirma
• Conclusivas: exprimem conclusão, hipótese, dedução. Principais
• que ex-assessor de Dirceu usou telefone do Palácio conjunções: portanto, logo, por isso, pois (após o verbo), dessa forma.
• para convocar reunião com GTech. o Procurou estimular a criatividade em seu trabalho, logo (por isso)
alcançará boa produtividade.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDI-
NAÇÃO o Procurou estimular a criatividade em seu trabalho, alcançará, pois,
boa produtividade.
• “Lula afirma que vai mexer e fazer ajustes no governo.” (Folha de
Conjunções Coordenativas e Valores Semânticos
São Paulo – 15/03/04)
O EMPREGO DAS CONJUNÇÕES o Seja no momento de lazer, seja na execução de uma tarefa, os pro-
fissionais devem procurar desenvolver o seu potencial criativo.
• A conjunção é uma classe de palavras invariável, cuja função é
interligar elementos de uma frase, estabelecendo entre eles relações de • Elementos coesivos usados para unir sintagmas nominais, o-
sentido. rações e enunciados.
Gilda Lisbôa Guimarães Os autores apontaram que "os seis itens cujas médias foram mais baixas remetem
a pontos em que o modo de formular o texto escrito é diferente da formulação do
Que relações existem entre a capacidade de produzir textos e a de avaliar texto oral" (101). Entre os alunos da 5a série, as médias mais baixas na dimensão
textos? conceitual foram as relativas à consistência argumentativa e à articulação entre as
O objetivo deste estudo foi refletir sobre as relações entre a produção de textos por subpartes do texto.
professores das séries iniciais e os critérios que eles utilizam para avaliação dos O baixo desempenho em articulação pode ser entendido pelo fato de que, nas
textos dos alunos. Adotamos como pressuposto básico a ideia de que é indispen- situações mais formais de escrita, as relações entre as ideias precisam ser explici-
sável, ao professor, reconhecer e valorizar nos textos das crianças não apenas os tadas na forma de conjunções ou outras expressões articuladoras (como "a partir
aspectos relativos à correção ortográfica e gramatical, mas também, e principal- daí", "resumindo", "para concluir", "em suma" etc.). O uso dos elementos que
mente, os aspectos relativos ao uso dos recursos linguísticos e à organização estabelecem a coesão entre as partes do texto parece ser um complicador para os
estrutural do texto. No entanto, hipotetizamos que a capacidade de reconhecimen- que não têm familiaridade com os recursos mais utilizados nos gêneros textuais
to desses aspectos não é espontaneamente desenvolvida e que não é suficiente escritos. Nas situações de uso da modalidade oral coloquial, muitos outros auxilia-
teorizar sobre tais critérios para que os professores passem a adotá-los. Na reali- res podem ser utilizados, tais como os gestos, a entonação. Por outro lado, a
dade, nossa hipótese é que quando tais conhecimentos textuais são incorporados, presença do interlocutor nas situações mais informais faz com que os nexos não
os usuários tendem a escrever textos mais eficientemente e a reconhecer em compreendidos durante a interlocução possam ser retomados e explicados pelo
outros textos o uso de tais elementos. falante.
Assim, consideramos fundamental investigar os processos de produção de textos A falta de familiaridade com os gêneros textuais escritos dificulta o processo de
de professores, buscando verificar as relações entre as capacidades de usar produção de textos porque os usuários da língua têm consciência de que existem
recursos linguísticos e estruturar os textos e as formas como tais profissionais diferenças entre os diversos gêneros e tentam se adequar a elas. As regularidades
avaliam os textos das crianças. dos usos dos recursos linguísticos nos diferentes gêneros textuais vêm sendo
Dificuldades de adultos escolarizados em tarefas de produção de textos têm sido tratada por vários autores, como Bakhtin (1979) e Canvat (1996) que concebem
apontadas em inúmeras pesquisas. No número 23 do "Cadernos de Pesquisa" que os gêneros são “formas relativamente estáveis tomadas pelos enunciados em
(organizado por Rodrigues, 1977), vários autores relataram estudos apontando situações habituais, entidades culturais intermediárias que permitem estabilizar os
dificuldades de jovens e adultos em produção de textos. elementos formais e rituais das práticas de linguagem.” (Schnewly, 1999, p.7).
Dessa forma, eles funcionam como “um modelo comum, como uma representação
Um dos estudos publicados na obra acima foi produzido por Lemos (1977). A integrante que determina um horizonte de expectativa para os membros de uma
autora investigou se as dificuldades seriam decorrentes de uma transposição da comunidade confrontados às mesmas práticas de linguagem.” (Schnewly, 1999,
linguagem oral à linguagem escrita ou se seriam decorrência do tipo de instrução p.7). Assim, as expectativas quanto ao uso de determinados recursos formais para
dada pela escola para produção de redação. Ela buscou investigar os tipos de concretizar os enunciados verbalmente tendem a ser atendidas pelos escritores
conectivos e sentenças usados nas relações entre sentenças do mesmo período, mais experientes.
períodos no mesmo parágrafo e relações entre parágrafos. Ela observou que
houve nessas redações uma preferência por sentenças subordinadas com alta Quanto à consistência argumentativa, os autores concluem que "é mais difícil de
frequência de desvios (discordância ou incompatibilidade entre a relação semântica construir no texto escrito do que no oral porque, na escrita, não se tem o interlocu-
afirmada pelo conectivo, ou inferido da presença de certos constituintes da senten- tor presente, não se podem ver suas reações, não se sabe quando e como mudar
ça, período e parágrafo, e o conteúdo das sentenças, períodos ou parágrafos o rumo da conversa para alcançar o efeito de sentido desejado." (Evangelista e
postos em relação). A conclusão apresentada a partir dos resultados foi a de que o outros, 101). Tal hipótese é também defendida por Golder e Coirier (1994, 1996)
principal fator de inadequação foi a utilização de estratégias de preenchimento de que defendem a ideia de que produzir textos argumentativos escritos é mais difícil
um arcabouço ou esquema formal previamente dado ou inferido. Tal conclusão por questões relacionadas a três fatores básicos: a negociação com interlocutores
decorre de que, embora haja uma preferência por orações subordinadas e, dentro ausentes; as próprias dificuldades oriundas da produção de qualquer texto escrito
das subordinadas, de subordinação gerundiva, pouco usadas oralmente, tal utiliza- (planejamento, topicalização, coesão); e as dificuldades de coordenação das
ção foi, muitas vezes, inadequada, o que parece indicar que os sujeitos sabiam que operações complexas do ato de argumentar com as demandas exigidas para
esse tipo de oração é pertinente num texto escrito, mas não sabiam exatamente elaboração de textos escritos.
como utilizá-lo, talvez por falta de um domínio da modalidade escrita. Segundo a Quanto aos aspectos formais, as menores médias foram para a coesão, a morfos-
autora, o uso da subordinação não parece resultar de uma necessidade de organi- sintaxe e a pontuação/paragrafação. Tais resultados mostram que há uma dificul-
zação do conteúdo, mas se constituiu num artifício meramente formal. Ao que dade em concretizar linguisticamente as intenções, ou seja, em utilizar os recursos
parece, a explicitação de regras de redação ou das características próprias a tal linguísticos para alcançar os efeitos pretendidos.
tipo de registro não é suficiente para que os alunos tornem-se usuários competen-
tes da linguagem escrita. Quanto ao uso dos conectivos coesivos, vários autores, como Piéraut - Le Bonniec
e Valette (1991) e Kail e Weissenborn (1991), vêm apontando que, mesmo para
Evangelista, Carvalho, Leal, Val, Starling e Marinho (1998) também detectaram adolescentes mais velhos (17 anos), existem dificuldades na utilização de conecti-
dificuldades em jovens escritores. As análises de 95014 redações (10718 do 2o vos nos textos.
grau, 84296 do 1o grau), em uma Avaliação da Rede Pública Estadual, em Minas
Gerais (1994), mostrou que, em uma escala de 0 a 10, a nota mais frequente foi 5, Entre as redações do 2o grau, também observou-se que havia dificuldades no
atribuída a 20,93% das redações de 5a série. aspecto relativo à articulação entre ideias. Quanto à adequação formal, foram
repetidos os desempenhos dos alunos de 5a série. Apenas no critério ortografia, os
Os critérios de avaliação adotados pelos autores foram organizados em dois alunos ultrapassaram a média 2 (numa escala de 0 a 4). As médias relativas a
blocos: adequação conceitual e adequação formal. A adequação conceitual foi coesão, morfossintaxe e paragrafação / pontuação situam-se abaixo dessa faixa.
pensada pelos autores a partir dos critérios que definem em que medida o texto
atende à situação de interação proposta. Assim, foi dividida em 3 itens: adequação Os resultados acima apresentados evidenciam que, embora os alunos tenham
ao tema, unidade temática (continuidade, progressão temática e articulação entre clareza da situação proposta (adequação ao tema, ao comando), sentem dificulda-
ideias) e consistência argumentativa (suficiência e pertinência argumentativa). A des em utilizar os recursos linguísticos para estabelecer a articulação entre as
adequação formal refere-se aos recursos linguísticos utilizados pelos produtores de ideias propostas. O ensino da língua portuguesa, que tradicionalmente apegava-se
textos para explicitar as ideias. Foram considerados na avaliação os seguintes à ênfase na teorização gramatical e na normatividade (correção linguística) pode
aspectos: coesão, morfossintaxe, paragrafação / pontuação e ortografia. ter levado tais alunos a não desenvolverem tal capacidade. Na realidade, quando
discute-se os objetivos do ensino da língua materna, os eixos "leitura" e "produção
Os resultados apontaram que os alunos tendem a construir uma representação de textos" tendem a ser desvinculados do eixo "análise linguística". E, com grande
adequada da situação proposta e, portanto, atendem aos comandos estabelecidos. frequência, o eixo "análise linguística" tende a ser encarado apenas como o ensino
A intuição textual e comunicativa dos estudantes mostra, mais uma vez, que há um
Concluímos, portanto, apontando que os resultados desse estudo devem ser O estudo da seleção vocabular e da sintaxe na produção dos sentidos
pensados como um passo para entendermos melhor as dificuldades dos professo- durante a textualização justifica-se tendo em vista que
res e podermos atuar de forma mais consistente no seu processo de formação. · é através da seleção vocabular que o emissor revela a sua intenciona-
Sugerimos, como primeira proposta, a realização de estudos sobre o processo de lidade ao produzir determinado texto;
formação continuada desses professores, a fim de analisarmos o processo de
construção de conhecimentos sobre esse tema específico e as relações entre o · o contexto situacional do ato comunicativo determinará, em parte, a
processo de constituição dos professores como produtores de textos e como escolha vocabular do sujeito escritor;
orientadores para os textos dos alunos.
· a organização das palavras selecionadas levará à interpretação dese-
CONVERSAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA jada pelo emissor;
A SELEÇÃO VOCABULAR E A SINTAXE
· se faz necessário evitar as interferências negativas no processo de
NA PRODUÇÃO TEXTUAL
produção textual escrita, uma vez que, por serem negativas, prejudicam o
Julia Pereira Marques da Silva bom entendimento da mensagem.
Apresentação Estudo da Seleção Vocabular
Pelo estudo da seleção vocabular e da sintaxe, objetivamos descrever Chega mais perto e contempla as palavras.
as mudanças que podem ocorrer na produção textual escrita, a partir do
Cada uma
vocabulário e do uso deste pelo emissor, nos processos de comunicação
dos quais faz parte. tem mil faces secretas sob a face neutra
Ao produzir seu texto, seja ele falado ou escrito, o emissor estará, e te pergunta, sem interesse pela resposta,
mesmo sem ter consciência disto, envolvendo, além da seleção vocabular e
da sintaxe, outros campos de pesquisa nesta produção. Referimo-nos à pobre ou terrível, que lhe deres:
semântica e à estilística. Trouxeste a chave?
Dessa forma, tentaremos desvendar a rede de relações que existe Carlos Drummond de Andrade
desde o momento em que o emissor pretende construir sua mensagem,
passando pela influência que a oralidade pode exercer sobre ela e pela sua Todo usuário da língua possui a chave que lhe dá acesso ao mundo
escritura propriamente dita, até sua consequente interpretação por determi- das palavras. A capacidade da linguagem humana é essa chave. Quando
nado interlocutor. criança, o falante, de modo bastante natural, principia a utilizar o valioso
instrumento da linguagem. Enquanto tímido aprendiz de palavras, reproduz
Para o falante, a sua língua materna é um instrumento de suma impor- muito e cria pouco. Porém, seguindo um caminho irretornável, não mais
tância tanto para a sua prática comunicativa quanto para sua afirmação necessita de que lhe digam o que falar, como falar. Já se sente perfeita-
enquanto sujeito que exerce determinado papel na sociedade. mente capaz de seguir sozinho. Sente-se seguro do conhecimento que
O que existe por trás do ato comunicativo, da fala em si, não está ex- possui, do acervo vocabular de que dispõe. O uso que fazemos desse
plícito para o emissor. Porém, mesmo que o falante desconheça ou acervo vocabular é determinado pelas situações que vivenciamos.
Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a- Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e entre sequências textuais:
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
prido honestamente o seu papel. Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
Coesão e Coerência Textual textuais:
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
constitui forçosamente uma frase. sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna- propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é transforme num texto: a conetividade2.
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
língua. Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam- difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto. orientam a formação do discurso.
Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia- Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência
lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente,
pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor, de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações
Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
dientes indispensáveis ao objeto texto. • Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas • Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência de teatro.
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas5,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.
Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
mente fazer qualquer coisa. demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta-
do ou dedutível.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí- pretérito para suprimir as contradições.
cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe-
recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte-
industrial, que vive numa luxuosa vila. údo pressuposto que se encontra contradito.
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per-
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se feitamente fiel.
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
mação semântica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
enquanto a primeira pressupõe o inverso.
Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
constante da própria matéria. sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro ção, assume-a, anula-a e toma partido dela.
estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
baixo e batia com o martelo na bigorna. cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados.
Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais. Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica. Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin- 2 - A Silvia vai fazer um exame.
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
não se pode processar de qualquer maneira.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a- congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- camente.
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi-
Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
samento que conduza a uma estrutura coerente. décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa- de do fato narrado.
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual 2. Coesão:
for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
mesmo. ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela-
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras
textos dos nossos alunos. se comunicam, como dependem uma das outras.
1. Coerência: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con- compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
um texto em que há coerência.
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor-
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen- to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara,
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu- uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará,
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa
concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico
anterior, perde-se a coerência textual. demora no mínimo 60 dias para ser concluído.
A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con- Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas
ser conhecido pelo receptor. (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen-
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi- anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto Socorro de Santa Cecília.
que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza
poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto da matéria fosse comprometida.
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali- mecanismos:
dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre- a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali- texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
provável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadei-
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, ros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a infor-
mação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e- fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó- com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confir-
dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, má -la.
isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao siste-
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu- ma de pensamento montado pelo falante.
são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin- político.
te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez Tomemos como exemplo a seguinte frase:
que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
que, de tal forma que, haja vista. ataque soviético.
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste O conteúdo explícito afirma:
com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, — a necessidade da construção de mísseis,
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os sovi-
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. éticos pretendem atacar o Ocidente.
Níveis De Significado Dos Textos:
Significado Implícito E Explícito Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
Observe a seguinte frase: podem ser:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: soviéticos;
a) que ele frequentou um curso superior; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
b) que ele aprendeu algumas coisas. um ataque ao Ocidente.
Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os
a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se
de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben- Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a
tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer
que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con- sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos
trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
— o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica-
dores linguísticos, como, por exemplo:
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou ou
expressões contidas na frase. Os resultados vão chegar mais tarde.
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
to, a alternativa correta é: contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. possíveis franqueados.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (C) ou seja ... embora ... pois
dos galhos da velha árvore. (D) ou seja ... mas ... portanto
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (E) isto é ... mas ... como
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou? 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural,
Está correto o contido apenas em esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem
(A) I, II e III. posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida-
(B) I, II e IV. des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e
(C) I, III e IV. se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
(D) II, III e IV. é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
(E) III, IV e V. em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., ples.
indicando concessão, é: Veja, ed. 1735
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(C) assim que recebeu o prêmio. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
(D) porque conseguiu um desconto. B) a miséria é culpa da classe dominante;
Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses. O que se segue à palavra "Então" não é conclusão de
Premissa 2: Todos os portugueses são europeus. nenhum argumento, e o que segue a "Admitindo que" não é
Conclusão: Todos os minhotos são europeus. premissa, pois nem sequer tenho aqui um argumento. Por
isso, embora seja útil, deves usar a informação do quadro de
É claro que a maior parte das vezes os argumentos indicadores de premissa e de conclusão criticamente e não
não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no de forma automática.
argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida- Proposições e frases
de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al.
(2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar: Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as
premissas quer a conclusão de um argumento são proposi-
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um ções. Mas o que é uma proposição?
fim em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicida-
de de cada pessoa tem valor de um ponto de vista impar- Uma proposição é o pensamento que uma frase
cial e não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Da- declarativa exprime literalmente.
do que cada pessoa é realmente um fim em si, podemos
concluir que a felicidade tem valor de um ponto de vista Não deves confundir proposições com frases. Uma frase
imparcial." é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de
sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma"
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica- não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma
da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte- cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido gra-
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce- matical.
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois quando o que ela afirma tem valor de verdade.
dos mais utilizados são "logo" e "portanto".
Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma dadeiras nem falsas:
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 1. Que horas são?
2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
Indicadores de premis- Indicadores de conclu- 4. Quem me dera gostar de Matemática.
sa são
Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
pois por isso que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
porque por conseguinte são verdadeiras ou falsas:
dado que implica que
como foi dito logo 1. Braga é a capital de Portugal.
visto que portanto 2. Braga é uma cidade minhota.
devido a então 3. A neve é branca.
a razão é que daí que 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
admitindo que segue-se que
sabendo-se que pode-se inferir que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
assumindo que consequentemente não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verda-
deira ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.
É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-
mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
nham mais de 100000 euros por mês. diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
premissas não têm nenhum indicador. seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
branca" e "Snow is white".
Quando é que um argumento é válido? Por agora, referi- Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
rei apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento verdadeira;
dedutivo é válido quando é impossível que as suas premis-
sas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
um argumento ser válido, não basta que as premissas e a clusão verdadeira;
conclusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível
que sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa. Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
clusão falsa;
Considera o seguinte argumento:
Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais falsa; e
de 100000 euros por mês.
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol. Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000 verdadeira.
euros por mês.
Mas não podemos ter:
Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é
treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem
são falsa.
premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo,
não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mouri- lido? Podes seguir esta regra:
nho ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exem-
plo, o Mourinho como treinador de um clube do campeonato Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
regional de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
caso, a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas alguma circunstância em que, considerando as premissas
serem verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido. verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
não é válido. Se não, então o argumento é válido.
Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente
apresentado: Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.
(É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego Logo, os alunos continuarão a enfrentar dificuldades quando
e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretá- chegarem ao ensino secundário.
rio geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a con-
clusão são verdadeiras.) Este argumento pode ser considerado bom (ou forte),
porque, além de ser válido, tem premissas menos discutíveis
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira do que a conclusão.
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu-
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
que a conclusão se limita a repetir a premissa. mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a
fazer um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porven-
Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per- tura, noutras.
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional).
Proposições simples e compostas
Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um
As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con-
zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
argumento não é persuasivo.
As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen-
racterizadas por apresentarem mais de uma proposição
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que
conectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a
letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
esta:
Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando
— Pai, preciso de um aumento da "mesa-
que a proposição composta Q é formada pelas proposições
da".
simples r, s e t.
— Porquê?
— Porque sim. Exemplo:
Proposições simples:
A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o
que define os princípios universais do pensamento, estabele- que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante-
ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1). cedente ou mera circunstância acidental (3).
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou ne- Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógi-
gação entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, ca. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamen-
por exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de te, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram
formular um juízo. reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As
leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracteri-
O enunciado verbal de um juízo é denomina- zam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas
do proposição ou premissa. pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são
admitidas por muitos filósofos.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor-
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in-
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento.
É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne-
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para
1ª) premissa - o ser humano é racional; atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio-
2ª) premissa - você é um ser humano; cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con-
conclusão - logo, você é racional. tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala- da lógica.
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi-
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2). Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o
juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são
4. SILOGISMO estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um
Exemplos
1) Só há movimento no carro se houver combustível.
O carro está em movimento.
Alguns gregos são lógicos e alguns lógicos são chatos,
Logo, há combustível no carro.
por isso, alguns gregos são chatos. Este argumento é
inválido porque todos os chatos lógicos poderiam ser
2) Tudo que respira é um ser vivo.
romanos!
A planta respira.
Logo, a planta é um ser vivo.
Ou estamos todos condenados ou todos nós somos
3) O som não se propaga no vácuo. salvos, não somos todos salvos por isso estamos todos
Na lua tem vácuo. condenados. Argumento válido,pois as premissas implicam a
Logo, não há som na lua. conclusão. (Lembre-se que não significa que a conclusão
tem de ser verdadeira, apenas se as premissas são
4) Só há fogo se houver oxigênio verdadeiras e, talvez, eles não são, talvez algumas pessoas
Na lua não há oxigênio. são salvas e algumas pessoas são condenadas, e talvez
Logo, na lua não pode haver fogo. alguns nem salvos nem condenados!)
Argumentos tanto podem ser válidos ou inválidos. Se um Um argumento sólido é um argumento válido com as
argumento é válido, e a sua premissa é verdadeira, a premissas verdadeiras. Um argumento sólido pode ser válido
conclusão deve ser verdadeira: um argumento válido não e, tendo ambas as premissas verdadeiras, deve seguir uma
pode ter premissa verdadeira e uma conclusão falsa. conclusão verdadeira.
A Lógica visa descobrir as formas válidas, ou seja, as Indução matemática não deve ser incorretamente
formas que fazer argumentos válidos. Uma Forma de interpretada como uma forma de raciocínio indutivo, que é
Argumento é válida se e somente se todos os seus considerado não-rigoroso em matemática. Apesar do nome,
Nos argumentos indutivos as premissas dão alguma A retórica é a técnica de convencer o interlocutor através
evidência para a conclusão. Um bom argumento indutivo terá da oratória, ou outros meios de comunicação.
uma conclusão altamente provável. Neste caso, é bem Classicamente, o discurso no qual se aplica a retórica é
provável que a conclusão realizar-se-á ou será válida. Diz-se verbal, mas há também — e com muita relevância — o
então que as premissas poderão ser falsas ou verdadeiras e discurso escrito e o discurso visual.
as conclusões poderão ser válidas ou não válidas. Segundo
John Stuart Mill, existem algumas regras que se aplicam aos Dialética significa controvérsia, ou seja, a troca de
argumentos indutivos, que são: O método da concordância, o argumentos e contra-argumentos defendendo proposições. O
método da diferença, e o método das variações resultado do exercício poderá não ser pura e simplesmente
concomitantes. a refutação de um dos tópicos relevantes do ponto de vista,
mas uma síntese ou combinação das afirmações opostas ou,
Argumentação convincente pelo menos, uma transformação qualitativa na direção do
diálogo.
Um argumento é convincente se e somente se a
veracidade das premissas tornar verdade a provável Argumentos em várias disciplinas
conclusão (isto é, o argumento é forte), e as premissas do
argumento são, de fato, verdadeiras. Exemplo: As declarações são apresentadas como argumentos em
todas as disciplinas e em todas as esferas da vida. A Lógica
está preocupada com o que consititui um argumento e quais
Nada Saberei se nada tentar. são as formas de argumentos válidos em todas as
interpretações e, portanto, em todas as disciplinas. Não
existem diferentes formas válidas de argumento, em
disciplinas diferentes.
Falácias e não argumentos
Argumentos matemáticos
Uma falácia é um argumento inválido que parece válido,
ou um argumento válido com premissas "disfarçadas". Em
A base de verdade matemática tem sido objeto de um
primeiro Lugar, as conclusões devem ser declarações,
longo debate. Frege procurou demonstrar, em particular, que
capazes de serem verdadeiras ou falsas. Em segundo lugar
as verdades aritméticas podem ser obtidas a partir de lógicas
não é necessário afirmar que a conclusão resulta das
puramente axiomáticas e, por conseguinte, são, no final,
premissas. As palavras, “por isso”, “porque”, “normalmente” e
lógicas de verdades. Se um argumento pode ser expresso
“consequentemente” separam as premissas a partir da
sob a forma de frases em Lógica Simbólica, então ele pode
conclusão de um argumento, mas isto não é
ser testado através da aplicação de provas. Este tem sido
necessariamente assim. Exemplo: “Sócrates é um homem e
realizado usando Axioma de Peano. Seja como for, um
todos os homens são mortais, logo, Sócrates é mortal”. Isso
argumento em Matemática, como em qualquer outra
é claramente um argumento, já que é evidente que a
disciplina, pode ser considerado válido apenas no caso de
afirmação de que Sócrates é mortal decorre das declarações
poder ser demonstrado que é de uma forma tal que não
anteriores. No entanto: “eu estava com sede e, por isso, eu
possa ter verdadeiras premissas e uma falsa conclusão.
bebi” não é um argumento, apesar de sua aparência. Ele não
está reivindicando que eu bebi por causa da sede, eu poderia
ter bebido por algum outro motivo. Argumentos políticos
Retórica, dialética e diálogos argumentativos (1) Todos os humanos são mentirosos. João é humano.
Logo, João é mentiroso.
Considerando que os argumentos são formais (como se
encontram em um livro ou em um artigo de investigação), os Podemos reescrever o argumento separando cada
diálogos argumentativos são dinâmicos. Servem como um sentença em sua determinada linha:
registro publicado de justificação para uma afirmação.
Argumentos podem também ser interativos tendo como (2) Todo humano é mentiroso.
(4) Logo, João é mentiroso. O processo pelo qual uma conclusão é inferida a partir de
múltiplas observações é chamado processo dedutivo ou
Substituimos os termos similares de (2-4) por letras, para indutivo, dependendo do contexto. A conclusão pode ser
mostrar a importância da noção de forma de argumento a correta , incorreta, correta dentro de um certo grau de
seguir: precisão, ou correta em certas situações. Conclusões
inferidas a partir de observações múltiplas podem ser
(5) Todo H é M. testadas por observações adicionais.
Vale enfatizar que quando dois ou mais argumentos têm Portanto, Sócrates é mortal.
a mesma forma, se um deles é válido, todos os outros
também são, e se um deles é inválido, todos os outros Processo acima é chamado de dedutivo.
também são.
O leitor pode verificar que as premissas e a conclusão
são verdadeiras, mas a lógica segue junto com inferência: a
A CONTRARIO verdade da conclusão segue da verdade das premissas? A
validade de uma inferência depende da forma da inferência.
A contrario (ou a contrario sensu1 ) é uma locução Isto é, a palavra "válido" não se refere à verdade das
latina que qualifica um processo de argumentação em que a premissas ou a conclusão, mas sim a forma da inferência.
forma é idêntica a outro processo de argumentação, mas em Uma inferência pode ser válida, mesmo se as partes são
que a hipótese e, por consequência, a conclusão são as falsos, e pode ser nulo, mesmo se as peças são verdadeiras.
inversas deste último.2 Tal como na locução "a pari", usava- Mas uma forma válida e com premissas verdadeiras sempre
se originalmente, em linguagem jurídica, para se referir a um terá uma conclusão verdadeira.
argumento que, usado a respeito de uma dada espécie, considere o seguinte exemplo:
poderia ser aplicado a outra espécie do mesmo género.
Tornou-se posteriormente um tipo de raciocínio aplicável a Todos os frutos são doces.
outros campos do conhecimento em que a oposição A banana é uma fruta.
existente numa hipótese se reencontra também como Portanto, a banana é doce.
oposição nas consequências dessa hipótese.3
Para a conclusão ser necessariamente verdadeira, as
Muito utilizado em Direito, o argumento "a contrario" tem premissas precisam ser verdadeiras.
de ser fundamentado nas leis lógicas de oposição por
contrários, para que não se caia num Agora nos voltamos para um forma inválida.
argumentofalacioso.4 Assim, se duas proposições contrárias
Todo A é B.
não podem ser simultaneamente verdadeiras, podem ser
C é um B.
simultaneamente falsas, já que podem admitir a particular
Portanto, C é um A.
intermédia. Por exemplo, à proposição verdadeira "todos os
portugueses têm direito à segurança social" opõe-se a Para mostrar que esta forma é inválida, buscamos
proposição falsa "nenhum português tem direito à segurança demonstrar como ela pode levar a partir de premissas
social"; contudo, o contrário da proposição falsa "todos os verdadeiras para uma conclusão falsa.
portugueses têm direito de voto" continua a ser falsa a
proposição "nenhum português tem direito de voto", já que Todas as maçãs são frutas. (Correto)
existe um meio termo verdadeiro: "alguns portugueses têm Bananas são frutas. (Correto)
direito de voto". Da mesma forma, ao estar consignado na Portanto, as bananas são maçãs. (Errado)
Constituição Portuguesa que "a lei estabelecerá garantias Um argumento válido com premissas falsas podem levar
efectivas contra a obtenção e utilização abusivas, ou a uma falsa conclusão:
contrárias à dignidade humana, de informações relativas às
pessoas e famílias", pode-se inferir que "A lei poderá não Todas as pessoas gordas são gregas.
estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção e John Lennon era gordo.
utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de Portanto, John Lennon era grego.
informações relativas às pessoas e famílias". Quando um argumento válido é usado para derivar uma
Inferência conclusão falsa de premissas falsas, a inferência é válida,
pois segue a forma de uma inferência correta. Um argumento
Inferência, em Lógica, é o ato ou processo de derivar válido pode também ser usado para derivar uma conclusão
conclusões lógicas de premissas conhecida ou verdadeira a partir de premissas falsas:
decididamente verdadeiras. A conclusão também é chamada
de idiomática. Todas as pessoas gordas são músicos
John Lennon era gordo
O trabalho de um sistema de inferência é a de estender Frege trata sentenças simples sem substantivos como
uma base de conhecimento automaticamente. A base de predicados e aplica a eles to "dummy objects" (x). A estrutura
conhecimento (KB) é um conjunto de proposições que lógica na discussão sobre objetos pode ser operada de
representam o que o sistema sabe sobre o mundo. Várias acordo com as regras da lógica sentencial, com alguns
técnicas podem ser utilizadas pelo sistema para estender KB detalhes adicionais para adicionar e remover quantificadores.
por meio de inferências válidas. O trabalho de Frege foi um dos que deu início à lógica formal
contemporânea.
RACIOCÍNIO
Frege adiciona à lógica sentencial:
• o vocabulário de quantificadores (o A de ponta-
O Raciocínio (ou raciocinar) é uma
cabeça, e o E invertido) e variáveis;
operação lógica discursiva e mental. Neste, o intelecto
humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, • e uma semântica que explica que as variáveis
através de mecanismos de comparações e abstrações, quais denotam objetos individuais e que os
são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou quantificadores têm algo como a força de "todos" ou
prováveis. Das premissas chegamos a conclusões. "alguns" em relação a esse objetos;
• métodos para usá-los numa linguagem.
Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o
desenvolvimento do método matemático, este considerado Para introduzir um quantificador "todos", você assume
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de uma variável arbitrária, prova algo que deva ser verdadeira, e
dados empíricos. então prova que não importa que variável você escolha, que
aquilo deve ser sempre verdade. Um quantificador "todos"
pode ser removido aplicando-se a sentença para um objeto
Através da aplicação do raciocínio, as ciências como um
em particular. Um quantificador "algum" (existe) pode ser
todo evoluíram para uma crescente capacidade do intelecto
adicionado a uma sentença verdadeira de qualquer objeto;
em alavancar o conhecimento. Este é utilizado para isolar
pode ser removida em favor de um temo sobre o qual você
questões e desenvolver métodos e resoluções nas mais
ainda não esteja pressupondo qualquer informação.
diversas questões relacionadas à existência e sobrevivência
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
humana.
Lógica De Primeira Ordem
O raciocínio, um mecanismo da inteligência, gerou a
convicção nos humanos de que a razão unida A linguagem da lógica proposicional não é adequada para
à imaginação constituem os instrumentos fundamentais para representar relações entre objetos. Por exemplo, se fôsse-
a compreensão do universo, cuja ordem interna, aliás, tem mos usar uma linguagem proposicional para representar
um caráter racional, portanto, segundo alguns, este processo "João é pai de Maria e José é pai de João" usaríamos duas
é a base do racionalismo. letras sentenciais diferentes para expressar idéias semelhan-
Logo, resumidamente, o raciocínio pode ser considerado tes (por exemplo, P para simbolizar "João é pai de Maria "e Q
também um dos integrantes dos mecanismos dos para simbolizar "José é pai de João" ) e não estaríamos
processos cognitivos superiores da formação de conceitos e captando com esta representação o fato de que as duas
da solução de problemas, sendo parte do pensamento. frases falam sobre a mesma relação de parentesco entre
João e Maria e entre José e João. Outro exemplo do limite do
Lógica De Predicados poder de expressão da linguagem proposicional, é sua inca-
pacidade de representar instâncias de um propriedade geral.
Gottlob Frege, em sua Conceitografia (Begriffsschrift), Por exemplo, se quiséssemos representar em linguagem
descobriu uma maneira de reordenar várias sentenças para proposicional "Qualquer objeto é igual a si mesmo " e "3 é
tornar sua forma lógica clara, com a intenção de mostrar igual a 3", usaríamos letras sentenciais distintas para repre-
como as sentenças se relacionam em certos aspectos. Antes sentar cada uma das frases, sem captar que a segunda frase
de Frege, a lógica formal não obteve sucesso além do nível é uma instância particular da primeira. Da mesma forma, se
da lógica de sentenças: ela podia representar a estrutura de por algum processo de dedução chegássemos à conclusão
sentenças compostas de outras sentenças, usando palavras que um indivíduo arbitrário de um universo tem uma certa
como "e", "ou" e "não", mas não podia quebrar sentenças em propriedade, seria razoável querermos concluir que esta
Em filosofia e lógica, contingência é o status de No capítulo um, comentamos sobre as sentenças aber-
proposições que não são necessariamente verdadeiras nem tas, que são sentenças do tipo:
necessariamente falsas. Há quatro classes de proposições,
a) x + 3 = 10
algumas das quais se sobrepõem:
b) x > 5
c) (x+1)2 – 5 = x2
proposições necessariamente d) x – y = 20
verdadeiras ou Tautologias, que devem ser verdadeiras, não e) Em 2004 foram registradas 800+z acidentes de
importa quais são ou poderiam ser as circunstâncias trânsito em São Paulo.
(exemplos: 2 + 2 = 4; Nenhum solteiro é casado).Geralmente f) Ele é o juiz do TRT da 5ª Região.
o que se entende por "proposição necessária" é a proposição
necessariamente verdadeira. Tais sentenças não são consideradas proposições por-
que seu valor lógico (V ou F) depende do valor atribuído à
proposições necessariamente falsas ou Contradições, variável (x, y, z,...). O pronome ele que aparece na última
que devem ser falsas, não importa quais são ou poderiam sentença acima, funciona como uma variável, a qual se pode
ser as circunstâncias (exemplos: 2 + 2 = 5; Ana é mais alta e atribuir nomes de pessoas.
é mais baixa que Beto).
Há, entretanto, duas maneiras de transformar sentenças
proposições contingentes, que não são abertas em proposições:
necessariamente verdadeiras nem necessariamente falsas
(exemplos: Há apenas três planetas; Há mais que três 1ª) atribuir valor às variáveis;
planetas).
2ª) utilizar quantificadores.
proposições possíveis, que são verdadeiras ou poderiam
ter sido verdadeiras sob certas circunstâncias (exemplos: 2 + A primeira maneira foi mostrada no capítulo um, mas ve-
2 = 4; Há apenas três planetas; Há mais que três planetas). jamos outros exemplos:
O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos (1) Não há crime sem uma lei que o defina;
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas (2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime;
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos (3) logo, não é crime matar ET’s.
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi- sas) deve levar a conclusões óbvias.
dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
1.4. Termo e Conceito
de convencer mediante o discurso.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui-
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer Os jaguares são quadrúpedes;
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Meu carro é um Jaguar
Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom logo, meu carro é um quadrúpede.
argumento opiniões que, na verdade, não passam de pre-
conceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
argumentar, associada à desatenção ou à ignorância de
quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão. Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
c) Não devem existir divergências marcantes na compara- Ainda que alguns autores considerem a analogia como
ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com- uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
paração.." base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi-
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos
ocasião de tormentas e tempestades;
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen-
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos-
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
muito.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá- dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
como os operários suíços, também recebe um salário míni- meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
bem, como os suíços. sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões.
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a B é A e é X;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, C é A e também é X;
isto caso cumpram-se as exigências acima. D é A e também é X;
E é A e também é X;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
sariamente válida. Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa;
A caninana é uma cobra e também não voa;
O esquema básico do raciocínio analógico é:
A urutu é uma cobra e também não voa;
A é N, L, Y, X; A cascavel é uma cobra e também não voa;
B, tal como A, é N, L, Y, X; logo, as cobras não voam.
A é, também, Z
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
te e o da indução por enumeração completa. vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
a. Indução por enumeração incompleta suficiente
portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
Analogia, indução e probabilidade
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
moral e a natural.
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
Raciocínio Lógico 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- Eis um exemplo de silogismo:
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de or
50% e a de dar coroa também é de 50%. A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor
Logo, a concussão é punível Conclusão
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló-
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade gica, as premissas são chamadas de proposições que, por
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas
alegre ou triste etc. ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo... é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
receba bem, mas... ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor-
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu- malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima,
rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba- concussão é o menor.
lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns 2.3.1.1. As Regras do Silogismo
eventos naturais.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às
são passíveis de conclusões inexatas. relações entre os termos e as demais dizem respeito às
relações entre as premissas. São elas:
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas 2.3.1.1.1. Regras dos Termos
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu-
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, 1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz médio e menor.
respeito à construção do conhecimento. Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular Termo Médio: Mimi é um gato.
Termo Menor: Mimi é um mamífero.
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es- Exemplo de formulação incorreta:
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici- Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
ências da analogia e da indução. Termo Médio: Maria é uma gata(2).
Termo Menor: Maria é quadrúpede.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir termos ao invés de três.
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a 2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de sos que os termos das premissas.
raciocínio: Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer- Termo Médio: Nikita é uma onça.
sal Termo Menor: Nikita é feroz.
Premissa menor: Pedro é homem. Exemplo de formulação incorreta:
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Maior: Antônio e José são poetas.
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
podem-se tirar conclusões de cunho particular. Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na “Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue surfistas”.
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que 3) O predicado do termo médio não pode entrar na con-
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe- clusão.
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre- Exemplo de formulação correta:
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
a conclusão. Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1. Construção do Silogismo
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de lei.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras noportuna.
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma 4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em
conclusão adequada. sua extensão universal.
Exemplo de formulação correta:
14) Se João toca piano, então Lucas acorda cedo e Cristina 20) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Cinco moças,
não consegue estudar. Mas Cristina consegue estudar. Se- Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda, estão vestindo
gue-se logicamente que: blusas vermelhas ou amarelas. Sabe-se que as moças que
a) Lucas acorda cedo. vestem blusas vermelhas sempre contam a verdade e as que
b) Lucas não acorda cedo. vestem blusas amarelas sempre mentem. Ana diz que Bea-
c) João toca piano. triz veste blusa vermelha. Beatriz diz que Carolina veste
d) João não toca piano. blusa amarela. Carolina, por sua vez, diz que Denise veste
blusa amarela. Por fim, Denise diz que Beatriz e Eduarda
15) Alice entra em uma sala onde há apenas duas saídas, vestem blusas de cores diferentes. Por fim, Eduarda diz que
uma que fica a Leste e outra a Oeste. Uma das saídas leva Ana veste blusa vermelha. Desse modo, as cores das blusas
ao Paraíso, a outra ao Inferno. Na sala, também há dois de Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda são, respecti-
homens, um alto e outro baixo. Um dos homens apenas fala vamente:
a verdade, o outro apenas diz o falso. Então, Alice mantém o
seguinte diálogo com um deles: a) amarela, amarela, vermelha, vermelha e amarela.
- O homem baixo diria que é a saída do Leste que leva ao b) vermelha, vermelha, vermelha, amarela e amarela.
Paraíso? - questiona Alice. c) vermelha, amarela, amarela, amarela e amarela.
- Sim, o homem baixo diria que é a saída do Leste que leva- d) amarela, amarela, vermelha, amarela e amarela.
ria ao Paraíso - diz o homem alto.
Considerando essa situação, pode-se afirmar que: 21) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
a) o homem alto necessariamente disse algo falso, mas a do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
porta Leste leva ao Paraíso. a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
b) o homem alto necessariamente disse a verdade e a porta b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro
É importante observar que a interpretação vero-funcional Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo
português. A sentença quanto para o exclusivo.
(15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
quivalente a 7. A condicional
(16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho. Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é cional.
uma função de verdade.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
6. A disjunção entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se
Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun- A, então B.
ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada.
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei Note que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verda-
pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença deiro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz
(17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for- acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A
mada pela sentenças é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de
(18) João vai à praia uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
e usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em
(19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A (23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o
sentença (17) é verdadeira em três situações: conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o
(i) João vai à praia e também vai ao clube; antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi-
(ii) João vai à praia mas não vai ao clube e cional.
(iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun-
A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte: ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Ana-
A B A ou B lisada vero-funcionalmente, a condicional é denominada
VVV condicional material.
VFV
FVV Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta-
FFF ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural.
No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador
dadeira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos
quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de
admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma
verdadeiras. explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do
se...então como uma função de verdade. A tabela de verda-
No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- de da condicional material é a seguinte:
dadeira apenas em duas situações: A B se A, então B
(i) A é verdadeira e B é falsa; VVV
(ii) B é verdadeira e A e falsa. VFF
FVV
Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem FFV
ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
disjunção exclusiva é Uma condicional material é falsa apenas em um caso:
A B A ou B quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso.
VVF
VFV A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con-
FVV dicional material costumam causar problemas para estudan-
FFF tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicio-
nal seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas
Um exemplo de disjunção exnclusiva é veremos que isso é menos estranho do que parece.
(20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
que é formada a partir das sentenças: Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que
(21) o PMDB receberá o ministério da saúde; Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da
(22) o PP receberá o ministério da saúde. França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi-
dere a sentença:
Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque 9a. Negação da disjunção
tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu-
causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, en- siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
tretanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis-
Exemplos de negações de conjunções: 09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B =
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério 5". Pode-se concluir que:
da cultura. a) se A 2 antão B 5
A negação de (6) é b) se A = 5 então B = 2
(6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou c) se B 5 então A 2
não receberá o ministério da cultura. d) se A = 2 então B = 2
(7) Beba e dirija. e) se A = 5 então B 2
A negação de (7) é
(7a) não beba ou não dirija. 10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf
nidas, a única necessariamente verdadeira é:
QUESTÕES I a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
01. Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição b) pelo menos duas delas são do sexo feminino;
Ronaldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
seguintes proposições: d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
a) ~q e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro.
b) p ^ q
c) p v q Resolução:
d) p " q
e) p " (~q) 01. a) Paulo não é paulista.
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi- c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca.
ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
as seguintes proposições: e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano. 02. a) p ^ q
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano. b) (~p) v p
c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
Raciocínio Lógico 31 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) q " p V – Escreva uma poesia.
A frase que não possui essa característica
d) (~p) ^ (~q) comum é a
03. B 04. C 05. A 06. C a) I
b) II
07. C 08. C 09. C 10. C
c) III
http://www.coladaweb.com/matematica/logica d) IV
e) V
JULGUE SE É PROPOSIÇÃO E JUSTIFIQUE:
1. Paulo é alto. 5. CESPE (Adaptado) – JULGUE COM CERTO
2. Ele foi o melhor jogador da copa. OU ERRADO:
3. x > y Das cinco (5) afirmações abaixo, três delas
4. Rossana é mais velha que Marcela? são proposições.
5. Mário é pintor I – Mariana mora em Piúma.
6. x + 2 = 5 II – Em Vila Velha, visite o Convento da Penha.
7. 3 + 4 = 9 III – A expressão algébrica x + y é positiva.
8. É um péssimo livro de geografia IV – Se Joana é economista, então ela não
9. Se x é um número primo então x é um número real entende de políticas públicas.
10. x é um número primo. V – A SEGER oferece 220 vagas em concurso
público.
GABARITO
1.proposição GABARITO
2. vaga ou sentença aberta 1. certa
3.sentença aberta 2. errada
4. interrogativa 3.A
5. proposição 4.D
6. sentença aberta 5. certa
7. proposição
8. proposição
9. proposição ( variável não livre ) ESTRUTURAS LÓGICAS
10. sentença aberta ou imperativa
As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com-
TESTES postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão
1. Julgue se a afirmação a seguir é CERTA ou a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa-
ERRADA. mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter
Há duas proposições no seguinte conjunto de um sentindo positivo ou negativo.
sentenças:
I – O BB foi criado em 1980.
Exemplo 1: João anda de bicicleta.
II – Faça seu trabalho corretamente.
III – Manuela tem mais de 40 anos de idade.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
2. Julgue com CERTO ou ERRADO:
Na lista de frases apresentadas a seguir, há Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma-
exatamente três proposições. ção/proposição.
“a frase dentro destas aspas é uma mentira”
A expressão x + y é positiva A base das estruturas lógicas é saber o que é verda-
O valor de + 3 = 7 de ou mentira (verdadeiro/falso).
Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
O que é isto? Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar
verdadeiro.
3. Agente Fiscal de Rendas – Nível I / SP 2006
– FCC Há alguns princípios básicos:
Considere as seguintes frases:
I – Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005.
Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e
II – (x + y) / 5 é um número inteiro
falsa ao mesmo tempo.
III – João da Silva foi o Secretário da Fazenda do
Estado de São Paulo em 2000.
É verdade que APENAS Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con-
a) I e II são sentenças abertas traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição
b) I e III são sentenças abertas ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico
c) II e III são sentenças abertas (“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira).
d) I é uma sentença aberta
e) II é uma sentença aberta Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).
4. Das cinco frases abaixo, quatro delas têm
uma mesma característica lógica em comum, Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
enquanto uma delas não tem essa os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam
característica. a veracidade das informações e unem as proposições uma a
I – Que belo dia! outra ou as transformam numa terceira proposição.
II – Um excelente livro de raciocínio lógico.
Veja abaixo:
III – O jogo terminou empatado?
(~) “não”: negação
IV – Existe vida em outros planetas do universo.
(Λ) “e”: conjunção
Este conectivo também serve para unir duas proposições. As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposi- Charles Peirce e outros da década de 1880, e tomaram a
ções for verdadeira. forma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e
Ludwig Wittgenstein. A publicação do Tractatus Logico-
Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.) Philosophicus, de Wittgenstein, utilizava as mesmas para
V = “ou” classificar funções veritativas em uma série. A vasta
influência de seu trabalho levou, então, à difusão do uso de
Regrinha para o conectivo de disjunção (V): tabelas-verdade.
Como construir uma Tabela Verdade
P Q PVQ
Uma tabela de verdade consiste em:
V V V
Afirmação do conseqüente
Indica que não exis-
Se A, então B. (A→B)
tem elementos co-
muns entre os con-
B. juntos.
Logo, A.
1. Introdução
Comutação dos Condicionais
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
A implica B. (A→B)
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
Logo, B implica A. (B→A) modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
A B A→B B→A
raciocínio.
V V V V
V F F V Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
F V V F quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
F F V V
dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Fonte: Wikipédia sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
DIAGRAMAS LÓGICOS prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
História no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
da passada em sua origem. raciocínio”.
O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770,
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou a-
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições quela motivação, se respeita ou não a moral social, se teve
categóricas: influências das emoções ou não, se está de acordo com uma
Todo A é B. doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
Algum A é B. embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Nenhum A é B. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
1.3. Inferência Lógica Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter-
raciocínio válido, visando à verdade. mos empregados no discurso.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen- Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
sejam indicadores da validade das generalizações contidas te e o da indução por enumeração completa.
nas conclusões.
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte: a. Indução por enumeração incompleta suficiente
B é A e é X;
C é A e também é X; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
D é A e também é X; como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
E é A e também é X; sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
logo, todos os A são X não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos particular, os que foram enumerados são representativos do
particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral. todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa; b. Indução por enumeração completa
A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa; Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
A cascavel é uma cobra e também não voa; baseado na enumeração completa.
logo, as cobras não voam.
Contudo, Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o-
corre quando:
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças. turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes- visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa eventos naturais.
científica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado são passíveis de conclusões inexatas.
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
ordenada. Observem-se os exemplos: as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
a corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.
Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa, O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval estudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de deficiências da analogia e da indução.
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
nação. do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo, premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo raciocínio:
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan- Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni-
to alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de versal
sua inocência. Premissa menor: Pedro é homem.
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
sendo empregando o método indutivo porque o argumento podem-se tirar conclusões de cunho particular.
principal está sustentado pela observação de muitos casos
ou fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a con- Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
clusão. No primeiro caso, a constatação de que diversas qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
tentativas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
conduzem à conclusão da impossibilidade de sua superação, Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com- Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
portamento do amigo infere-se sua inocência. dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
Analogia, indução e probabilidade a conclusão.
A lógica não teria conseguido avançar além dos seus Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a-
primeiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utili- firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências:
zação é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti-
Aristóteles quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como
invenção foi tão importante para a lógica quanto a invenção a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
da álgebra para a matemática. tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor-
tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As
Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e verdade.
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi- Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no-
dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia";
que começam pela palavra "todos" são proposições univer- mas nesta classificação só a matemática é aquilo que parece
sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições ser. O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da
Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos se- Apresentando os argumentos dedutivos como argumen-
ja redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compre- tos cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da
ender que este tipo de argumentos tem exigências próprias e sua forma lógica; e os argumentos não dedutivos como ar-
portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate gumentos cuja validade ou invalidade não depende exclusi-
de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou vamente da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se
tipos. aplica a todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma
Esses dois argumentos são muito parecidos. A forma do Por exemplo, imaginando-se que se tem um conjunto de
A noção de contradição é, geralmente estudada sob a Na lógica proposicional, uma tautologia (do grego
forma de um princípio: o «princípio de contradição» ou «prin- ταυτολογία) é uma fórmula proposicional que é verdadeira
cípio de não contradição». Com frequência, tal princípio é para todas as possíveis valorações de suas variáveis
considerado um princípio ontológico e, neste sentido, enun- proposicionais. A negação de uma tautologia é uma
cia-se do seguinte modo: contradição ou antilogia, uma fórmula proposicional que é
«É impossível que uma coisa seja e não seja ao mesmo falsa independentemente dos valores de verdade de suas
tempo, a mesma coisa». Outras vezes, é considerado como variáveis. Tais proposições são ditas insatísfatíveis.
um princípio lógico, e então enunciado do modo seguinte: Reciprocamente, a negação de uma contradição é uma
«não se pode ter p e não p», onde p é símbolo de um enun- tautologia. Uma fórmula que não é nem uma tautologia nem
ciado declarativo. uma contradição é dita logicamente contingente. Tal
fórmula pode ser verdadeira ou falsa dependendo dos
O primeiro pensador que apresentou este princípio de valores atribuídos para suas variáveis proposicionais.
forma suficientemente ampla foi Aristóteles. Várias partes da
sua obra estão consagradas a este tema, mas nem sempre o Uma propriedade fundamental das tautologias é que
princípio é formulado do mesmo modo. Às vezes apresenta-o existe um procedimento efetivo para testar se uma dada
como uma das «noções comuns» ou «axiomas» que servem fórmula é sempre satisfeita (ou, equivalentemente, se seu
de premissa para a demonstração, sem poderem ser de- complemento é insatisfatível). Um método deste tipo usa as
monstradas. Noutras ocasiões, apresenta-o como uma «no- tabelas-verdade. O problema de decisão de determinar se
ção comum», usada para a prova de algumas conclusões. uma fórmula é satisfatível é o problema de satisfabilidade
Apresenta ainda este princípio como uma tese segundo a booleano, um exemplo importante de um problema NP-
qual se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa completo na teoria da complexidade computacional.
e se uma proposição é falsa, a sua negação é verdadeira,
Tautologias e Contradições
quer dizer, como a tese segundo a qual, duas proposições
contraditórias não podem ser ambas verdadeiras ou ambas ∧
Considere a proposição composta s: (p q) → (p q) ∧
falsas. onde p e q são proposições simples lógicas quaisquer. Va-
mos construir a tabela verdade da proposição s :
Estas formulações podem reduzir-se a três interpretações Considerando-se o que já foi visto até aqui, teremos:
do mesmo princípio: ontológica, lógica e metalógica. No
primeiro caso o princípio refere-se à realidade; no segundo,
converte-se numa formula lógica ou numa tautologia de lógi-
ca sequencial, que se enuncia do seguinte modo:
¬(p Ù ¬p)
e que se chama geralmente de lei de contradição. No ter-
ceiro caso, o princípio é uma regra que permite realizar infe-
rências lógicas.
As discussões em torno do princípio de contradição têm Observe que quaisquer que sejam os valores lógicos das
diferido consoante se acentua o lado ontológico ou o lado proposições simples p e q, a proposição composta s é sem-
Exercícios
Princípio Fundamental da Contagem
Professores: Jorge e Lauro
1) (FGV/2005) Em uma gaveta de armário de um quarto
escuro há 6 camisetas vermelhas, 10 camisetas brancas e 7
camisetas pretas. Qual é o número mínimo de camisetas que
se deve retirar da gaveta, sem que se vejam suas cores,
para que:
a) 60 b) 48 c) 36 d) 24 e) 18
a) 54 b) 67 c) 66 d) 55 e) 56
GABARITO:
1) a)11 b)4 c)18 2)B 3)D 4)A 5)A 6)C 7)D 8)D 9)B 10)B
Em matemática, um conjunto é uma coleção de • os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A,
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os B, C, ... ;
elementos estão listados na coleção. Em contraste, uma • os elementos são indicados por letras minúsculas: a,
coleção de elementos na qual a multiplicidade, mas não a b, c, x, y, ... ;
ordem, é relevante, é chamada multiconjunto. • o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é
indicado com x ∈ C;
Conjuntos são um dos conceitos básicos da matemática. • o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto
Um conjunto é apenas uma coleção de entidades, chamadas C é indicado y ∉ C.
de elementos. A notação padrão lista os elementos
separados por vírgulas entre chaves (o uso de "parênteses" 3. Representação dos conjuntos
ou "colchetes" é incomum) como os seguintes exemplos:
Um conjunto pode ser representado de três maneiras:
{1, 2, 3}
• por enumeração de seus elementos;
• por descrição de uma propriedade característica do
{1, 2, 2, 1, 3, 2}
conjunto;
• através de uma representação gráfica.
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4}
Um conjunto é representado por enumeração quando
todos os seus elementos são indicados e colocados dentro
Os três exemplos acima são maneiras diferentes de de um par de chaves.
representar o mesmo conjunto.
Exemplo:
É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes
maneiras: listando os seus elementos (ideal para conjuntos a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto
pequenos e finitos) ou definindo uma propriedade de seus formado pelos algarismos do nosso sistema de numeração.
elementos. Dizemos que dois conjuntos são iguais se e b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v,
somente se cada elemento de um é também elemento do x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso
outro, não importando a quantidade e nem a ordem das alfabeto.
ocorrências dos elementos. c) Quando um conjunto possui número elevado de
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara,
Conceitos essenciais podemos representa-lo, por enumeração, indicando os
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
Conjunto: representa uma coleção de objetos, reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto
geralmente representado por letras maiúsculas; dos números pares positivos, menores do que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar, por
enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham
Elemento: qualquer um dos componentes de um
uma lei de formação bem clara, como os seguintes:
conjunto, geralmente representado por letras minúsculas;
D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números
Pertinência: é a característica associada a um inteiros não negativos;
elemento que faz parte de um conjunto; E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos
números inteiros;
Pertence ou não pertence F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números
ímpares positivos.
Se é um elemento de , nós podemos dizer que o
A representação de um conjunto por meio da descrição
elemento pertence ao conjunto e podemos escrever de uma propriedade característica é mais sintética que sua
. Se não é um elemento de , nós podemos representação por enumeração. Neste caso, um conjunto C,
de elementos x, será representado da seguinte maneira:
dizer que o elemento não pertence ao conjunto e
C = { x | x possui uma determinada propriedade }
podemos escrever .
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui
1. Conceitos primitivos uma determinada propriedade:
H = { x | x é par positivo }
logo: n(D) = 49
Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um
n (C) = 1. conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também
pertencer a B.
Exemplo: C = ( 3 )
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o
E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B :
n(C) = 0.
2
Exemplo: M = { x | x = -25}
Exemplos
2 Intersecção de conjuntos
Resolução
a) A - B = { y; z }
b) B - A= {w;v}
c) A - C= {x;z}
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v}
f) C – B = {y;u;t}
3. No diagrama seguinte temos:
n(A) = 20
n(B) = 30
n(A ∩ B) = 5 PROVA SIMULADA I
EXERCÍCIOS
Determine n(A ∪ B). PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS
Resolução Prof. Weber Campos
01. (TCE/PB 2006 FCC) Sabe-se que sentenças são orações
com sujeito (o termo a respeito do qual se declara algo) e
predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na relação
seguinte há expressões e sentenças:
1. Três mais nove é igual a doze.
2. Pelé é brasileiro.
Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos 3. O jogador de futebol.
de B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas 4. A idade de Maria.
vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este 5. A metade de um número.
erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B; 6. O triplo de 15 é maior do que 10.
teremos então: É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças ape-
nas os itens de números
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja: (A) 1, 2 e 6. (D) 1, 2, 5 e 6.
(B) 2, 3 e 4. (E) 2, 3, 4 e 5.
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então: (C) 3, 4 e 5.
n(A ∪ B) = 45. 02. (TRF 2ª Região 2007 FCC) Sabe-se que sentenças são
orações com sujeito (o termo a respeito do qual se declara
4 Conjunto complementar algo) e predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na rela-
ção seguinte há expressões e sentenças:
Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos 1. A terça parte de um número.
de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos 2. Jasão é elegante.
com CA B, ao conjunto A - B. 3. Mente sã em corpo são.
Observação: O complementar é um caso particular de 4. Dois mais dois são 5.
diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do 5. Evite o fumo.
primeiro. 6. Trinta e dois centésimos.
É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças APE-
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando NAS os itens de números
com hachuras o complementar de B em relação a A, temos: (A) 1, 4 e 6. (D) 3 e 5.
(B) 2, 4 e 5. (E) 2 e 4.
(C) 2, 3 e 5.
QUESTÕES RESOLVIDAS
2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os 1 Assinale a figura que não tem relação com as de-
números aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6). mais.
23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 6 Assinale a figura que não tem relação com as de-
8). mais.
24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do
produto dos números de fora do mesmo).
25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a pri-
* Não ter relação no sentido de não conservar as 15 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mesmas relações com as demais, por questão de detalhe, mais.
posição etc.
2 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- 23 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). rem).
3 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- 24 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). rem).
4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa 25 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
para o outro lado). rem).
5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- 26 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5.
rem). Em cada dupla os retângulos preto e hachur alternam
sua posição; a figura 3 tem o sombreado em posição dife-
6. 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos rente).
ponteiros do relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos
mencionados ponteiros). 27 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem).
7 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). 28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).
8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos 29 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
ponteiros do relógio, exceto o 4 que gira no mesmo senti- rem).
do dos mencionados ponteiros).
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegi- Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais compe-
dos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como tentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais
último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Parágrafo único - Respeitada essa regulamentação, as atribuições ine- IV - em substituição no impedimento legal ou temporário de ocupante
rentes a uma carreira podem ser cometidas, indistintamente, aos funcioná- de cargo isolado de provimento efetivo ou em comissão.
rios de suas diferentes classes. Parágrafo único - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de
Art. 8º - Quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados e de 16/10/1964.)
funções gratificadas. Art. 15 - É vedada a nomeação de candidato habilitado em concurso
Art. 9º - Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras, nem en- após a expiração do prazo de sua validade.
tre cargos isolados ou funções gratificadas. (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
TÍTULO I SEÇÃO II
Do Provimento Dos Concursos
CAPÍTULO I
Disposições Gerais Art. 16 - A primeira investidura em cargo de carreira e em outros que a
lei determinar efetuar-se-á mediante concurso, precedida de inspeção de
Art. 10 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, ob- saúde.
servados os requisitos que a lei estabelecer.
Parágrafo único - Os concursos serão de provas e, subsidiariamente,
Parágrafo único - Os cargos de carreira serão de provimento efetivo; os de títulos.
isolados, de provimento efetivo ou em comissão, segundo a lei que os criar.
Art. 17 - Os limites de idade para a inscrição em concurso e o prazo de
Art. 11 - Compete ao Governador do Estado prover, na forma da lei e validade deste serão fixados, de acordo com a natureza das atribuições da
com as ressalvas estatuídas na Constituição, os cargos públicos estaduais. carreira ou cargo, na conformidade das leis e regulamentos e das instru-
Art. 12 - Os cargos públicos são providos por: ções respectivas, quando for o caso.
I - Nomeação; Art. 18 - Não ficarão sujeitos a limites de idade, para inscrição em con-
curso e nomeação, os ocupantes de cargos efetivos ou funções públicas
II - Promoção; estaduais.
III - Transferência; Art. 19 - Os concursos deverão realizar-se dentro dos seis meses se-
guintes ao encerramento das respectivas inscrições.
IV - Reintegração;
Parágrafo único - Realizado o concurso será expedido, pelo órgão
V - Readmissão; competente, o certificado de habilitação.
VI - Reversão; SEÇÃO III
VII - Aproveitamento. Da Interinidade
Art. 13 - Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer os Art. 20 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
seguintes requisitos: Art. 21 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
I - ser brasileiro; Art. 22 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
II - ter completado dezoito anos de idade; SEÇÃO IV
III - haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei; Do Estágio Probatório
IV - estar em gozo dos direitos políticos; Art. 23 - Estágio probatório é o período de dois anos de efetivo exercí-
cio do funcionário nomeado em virtude de concurso, e de cinco anos para
V - ter boa conduta; os demais casos.
VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica; § 1º - No período de estágio apurar-se-ão os seguintes requisitos:
VII - ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando se tratar I - idoneidade moral;
de cargos isolados para os quais não haja essa exigência;
II - assiduidade;
§ 7º - A apuração dos requisitos de que trata este artigo deverá pro- Art. 46 - A transferência só poderá ser feita para cargo do mesmo pa-
cessar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser feita antes drão de vencimento ou igual remuneração, salvo nos casos dos itens III e
de findo o período de estágio. IV do art. 44, quando a transferência a pedido poderá dar-se para cargo de
padrão de vencimento inferior.
SEÇÃO V
Da Substituição Art. 47 - A transferência "ex-officio", no interesse da administração, se-
rá feita mediante proposta do Secretário de Estado ou Chefe do departa-
Art. 24 - Haverá substituição no impedimento do ocupante de cargo iso- mento autônomo.
lado, de provimento efetivo ou em comissão, e de função gratificada.
Art. 48 - O interstício para a transferência será de 365 dias na classe e
Art. 25 - A substituição será automática ou dependerá de ato da admi- no cargo isolado.
nistração.
CAPÍTULO V
§ 1º - A substituição não automática, por período igual ou inferior a 180 Da Permuta
(cento e oitenta) dias, far-se-á por ato do Secretário ou Diretor do Departa-
mento em que estiver lotado o cargo ou se exercer a função gratificada. Art. 49 - A transferência e a remoção por permuta serão processadas a
pedido escrito de ambos os interessados e de acordo com o prescrito no
§ 2º - O substituto perderá, durante o tempo da substituição, o venci- Capítulo IV desse Título e no Título II.
mento ou remuneração do cargo de que for ocupante efetivo, salvo no caso
de função gratificada e opção. Parágrafo único - Tratando-se de permuta entre titulares de cargos iso-
lados, não será obrigatória a regra instituída no artigo 46.
CAPÍTULO III
Da Promoção CAPÍTULO VI
Da Reintegração
Art. 26 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1994.)
Art. 50 - A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou
Art. 27 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) sentença judiciária passada em julgado, é o ato pelo qual o funcionário
demitido reingressa no serviço público, com ressarcimento dos prejuízos
Art. 28 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) decorrentes do afastamento.
Art. 29 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) § 1º - A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado se es-
Art. 30 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) se houver sido transformado, no caro resultante da transformação; e, se
provido ou extinto, em cargo de natureza, vencimento ou remuneração
Art. 31 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964) equivalentes, respeitada a habilitação profissional.
Art. 32 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) § 2º - Não sendo possível fazer a reintegração pela forma prescrita no
Art. 33 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) parágrafo anterior, será o ex-funcionário posto em disponibilidade no cargo
que exercia, com provento igual ao vencimento ou remuneração.
Art. 34 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
§ 3º - O funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica; ve-
Art. 35 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) rificada a incapacidade será aposentado no cargo em que houver sido
reintegrado.
Art. 36 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
CAPÍTULO VII
Art. 37 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
Da Readmissão
Art. 38 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964)
Art. 51 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
Art. 39 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
Art. 52 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
Art. 40 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
Art. 53 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de 11/7/1972.)
Art. 41 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.)
CAPÍTULO VIII
Art. 42 - (Vetado). Da Reversão
Art. 43 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de 16/10/1964.) Art. 54 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingresse no servi-
ço público, após verificação, em processo, de que não subsistem os moti-
CAPÍTULO IV vos determinantes da aposentadoria.
Da Transferência
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º - A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio". lecidas no art. 13 e as especiais fixadas em lei ou regulamento, para a
investidura no cargo ou na função.
§ 2º - O aposentado não poderá reverter à atividade se contar mais de
cinqüenta e cinco anos de idade. Art. 66 - A posse deverá verificar-se no prazo de trinta dias, contados
da data da publicação do decreto no órgão oficial.
§ 3º - Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão, sem que medi-
ante inspeção médica fique provada a capacidade para o exercício da § 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros trinta dias, median-
função. te solicitação escrita e fundamentada do interessado e despacho da autori-
dade competente para dar posse.
§ 4º - Será cassada a aposentadoria do funcionário que reverter e não
tomar posse e entrar em exercício dentro dos prazos legais. § 2º - Se a posse não se der dentro do prazo inicial e no da prorroga-
ção, será tornada sem efeito, por decreto, a nomeação.
Art. 55 - A reversão far-se-á de preferência no mesmo cargo.
SEÇÃO II
§ 1º - A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se em cargo de ven- Da Fiança
cimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade.
Art. 67 - O exercício do cargo cujo provimento, por prescrição legal ou
§ 2º - A reversão ao cargo de carreira dependerá da existência da vaga regulamentar, exija fiança, dependerá da prévia prestação desta.
que deva ser preenchida mediante promoção por merecimento.
§ 1º - A fiança poderá ser prestada:
Art. 56 - A reversão dará direito para nova aposentadoria, à contagem
de tempo em que o funcionário esteve aposentado. I - em dinheiro;
CAPÍTULO IX II - em títulos da dívida pública;
Do Aproveitamento
III - em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por institu-
Art. 57 - Aproveitamento é o reingresso no serviço público do funcioná- tos oficiais ou companhias legalmente autorizadas.
rio em disponibilidade.
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança antes de
Art. 58 - Será obrigatório o aproveitamento do funcionário estável em tomadas as contas do funcionário.
cargo, de natureza e vencimentos ou remuneração compatíveis com o
anteriormente ocupado. SEÇÃO III
Do Exercício
Parágrafo único - O aproveitamento dependerá de prova de capacida-
de mediante inspeção médica. Art. 68 - O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão registra-
dos no assentamento individual do funcionário.
Art. 59 - Havendo mais de um concorrente à mesma vaga terá prefe-
rência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de empate, o de Parágrafo único - O início do exercício e as alterações que neste ocor-
maior tempo de serviço público. rerem serão comunicados, pelo chefe da repartição ou serviço em que
estiver lotado o funcionário, ao respectivo serviço de pessoal e às autorida-
Art. 60 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dispo- des, a quem caiba tomar conhecimento.
nibilidade se o funcionário não tomar posse no prazo legal, salvo caso de
doença comprovada em inspeção médica. Art. 69 - O chefe da repartição ou do serviço para que for designado o
funcionário é a autoridade competente para dar-lhe exercício.
Parágrafo único - Provada a incapacidade definitiva em inspeção médi-
ca, será decretada a aposentadoria. Art. 70 - O exercício do cargo ou da função terá início dentro do prazo
de trinta dias, contados:
CAPÍTULO X
Dos Atos Complementares I - da data da publicação oficial do ato, nos casos de promoção, remo-
SEÇÃO I ção, reintegração e designação para função gratificada;
Da Posse II - da data da posse, nos demais casos.
Art. 61 - Posse é o ato que investe o cidadão em cargo ou em função § 1º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados, por
gratificada. solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente, desde que a
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de promoção, remoção, prorrogação não exceda a trinta dias.
designação para o desempenho de função não gratificada e reintegração. § 2º - No caso de remoção e transferência, o prazo inicial para o fun-
Art. 62 - São competentes para dar posse: cionário em férias ou licenciado, exceto no caso de licença para tratar de
interesses particulares, será contado da data em que voltar ao serviço.
I - o Governador do Estado;
Art. 71 - O funcionário nomeado deverá ter exercício na repartição cuja
II - os Secretários de Estado; lotação houver vaga.
III - os Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao Go- Parágrafo único - O funcionário promovido poderá continuar em exercí-
vernador; cio na repartição em que estiver servindo.
IV - as demais autoridades designadas em regulamentos. Art. 72 - Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço ou repar-
tição diferente daquele em que estiver lotado, salvo os casos previstos
Art. 63 - A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um termo que, neste Estatuto ou prévia autorização do Governador do Estado.
assinado pela autoridade que a der e pelo funcionário, será arquivado no
órgão de pessoal da respectiva Repartição, depois dos competentes regis- Parágrafo único - Nesta última hipótese, o afastamento do funcionário
tros. só será permitido para fim determinado e por prazo certo.
Parágrafo único - O funcionário prestará, no ato da posse, o compro- Art. 73 - Entende-se por lotação o número de funcionários de cada car-
misso de cumprir fielmente os deveres do cargo ou da função. reira e de cargos isolados que devam ter exercício em cada repartição ou
serviço.
Art. 64 - A posse poderá ser tomada por procuração, quando se tratar
de funcionário ausente do Estado, em missão do Governo, ou em casos Art. 74 - O funcionário deverá apresentar ao órgão competente, após
especiais, a critério da autoridade competente. ter tomado posse e antes de entrar em exercício, os elementos necessários
a abertura do assentamento individual.
Art. 65 - A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de ser
pessoalmente responsabilizada, se forem satisfeitas as condições estabe-
Art. 77 - O funcionário designado para estudo ou aperfeiçoamento fora a) não ser possível verificar-se a readaptação na forma do item anteri-
do Estado, com ônus para os cofres deste, ficará obrigado a prestar servi- or;
ços pelo menos por mais três anos. b) não possuir o funcionário habilitação profissional exigida em lei para
Parágrafo único - Não cumprida essa obrigação indenizará os cofres o exercício do cargo de que for titular;
públicos da importância despendida pelo Estado com o custeio da viagem c) ser o funcionário portador de diploma de escola superior devidamen-
de estudo ou aperfeiçoamento. te legalizado, de título ou certificado de conclusão de curso científico ou
Art. 78 - Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do Governador prático instituído em lei e estar em exercício de cargo isolado ou de carrei-
do Estado, nenhum funcionário poderá permanecer por mais de quatro ra, cujas atribuições não correspondam aos seus pendores vocacionais,
anos em missão fora do Estado, nem exercer outra senão depois de corri- tendo-se em vista a especialização.
dos quatro anos de serviço efetivo no Estado, contados da data do regres- Art. 84 - A readaptação de que trata o item II, do artigo anterior, poderá
so. ser feita para cargo de padrão de vencimento superior ao daquele que
Art. 79 - O funcionário preso por crime comum ou denunciado por crime ocupar o funcionário, verificado que o desajustamento funcional decorre do
funcional ou, ainda, condenado por crime inafiançável em processo no qual exercício de atribuições de nível intelectual menos elevado.
não haja pronúncia será afastado do exercício até decisão final passada em § 1º - Quando o vencimento do readaptando for inferior ao de cargo ini-
julgado. cial da carreira para a qual deva ser transferido, só poderá haver readapta-
§ 1º - Nos casos previstos neste artigo, o funcionário perderá, durante ção para cargo dessa classe inicial.
o tempo do afastamento, um terço do vencimento ou remuneração, com § 2º - Se a readaptação tiver que ser feita para classe intermediária de
direito à diferença, se absolvido. carreira, só haverá transferência para cargo de igual padrão de vencimento.
§ 2º - No caso de condenação, e se esta não for de natureza que de- § 3º - No caso de que trata o parágrafo anterior, a readaptação só po-
termine a demissão, será o funcionário afastado, na forma deste artigo, a derá ser feita na vaga que deva ser provida pelo critério de merecimento.
partir da decisão definitiva, até o cumprimento total da pena, com direito,
apenas, a um terço do vencimento ou remuneração. Art. 85 - A readaptação por transferência só poderá ser feita mediante
rigorosa verificação da capacidade intelectual do readaptando.
TÍTULO II
Da Remoção Art. 86 - A readaptação será sempre "ex-officio" e se fará nos termos
do regulamento próprio.
Art. 80 - A remoção, que se processará a pedido do funcionário ou "ex-
officio", dar-se-á: TÍTULO IV
Do Tempo de Serviço
I - de uma para outra repartição ou serviço;
Art. 87 - A apuração do tempo de serviço, para efeito de aposentadoria,
II - de um para outro órgão de repartição, ou serviço. promoção e adicionais, será feita em dias.
§ 1º - A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação de cada re- § 1º - Serão computados os dias de efetivo exercício, à vista de docu-
partição ou serviço. mentação própria que comprove a freqüência, especialmente livro de ponto
§ 2º - A autoridade competente para ordenar a remoção será aquela a e folha de pagamento.
quem estiverem subordinados os órgãos, ou as repartições ou serviços § 2º - Para efeito de aposentadoria e adicionais, o número de dias será
entre os quais ela se faz. convertido em anos, considerados sempre estes como de trezentos e
§ 3º - Ficam asseguradas à professora primária casada com servidor sessenta e cinco dias.
federal, estadual e militar as garantias previstas pela Lei nº 814, de § 3º - Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os dias res-
14/12/51. tantes até cento e oitenta e dois não serão computados, arredondando-se
TÍTULO III para um ano quando excederem esse número.
Da Readaptação Art. 88 - Serão considerados de efetivo exercício para os efeitos do ar-
Art. 81 - Dar-se-á readaptação: tigo anterior os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em
virtude de:
a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da modifi-
cação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário, que não I - férias e férias-prêmio;
justifiquem a aposentadoria; II - casamento, até oito dias;
b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das atribuições III - luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão até oito di-
do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da carreira a que perten- as;
cer.
IV - exercício de outro cargo estadual, de provimento em comissão;
Art. 82 - A readaptação prevista na alínea "a" do art. anterior verificar-
se-á mediante atribuições de novos encargos ao funcionário, compatíveis V - convocação para serviço militar;
com a sua condição física e estado de saúde atuais. VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
Art. 83 - Far-se-á a readaptação prevista na alínea "b" do art. 81: VII - exercício de funções de governo ou administração em qualquer
parte do território estadual, por nomeação do Governador do Estado;
IV - da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, quando desta § 6º - No caso de serviços que, por sua natureza, demandem tratamen-
decorra acumulação legalmente vedada. to especial, a lei poderá fixar, para os funcionários que neles trabalhem,
redução dos prazos relativos à aposentadoria requerida ou idade inferior
Art. 105 - Quando se tratar de função gratificada, dar-se-á a vacância para a compulsória.
por:
§ 7º - Será aposentado, se o requerer, o funcionário que contar vinte e
a) dispensa a pedido do funcionário; cinco anos de efetivo exercício no magistério.
b) dispensa a critério da autoridade; Para todos os fins e vantagens, considera-se como "efetivo exercício
no magistério" o referente à duração do Curso de Aperfeiçoamento frequen-
c) não haver o funcionário designado assumido o exercício dentro do
tado pelo funcionário.
prazo legal;
§ 8º - As professoras primárias têm direito à aposentadoria, desde que
d) destituição na forma do art. 248.
contem sessenta anos de idade.
CAPÍTULO II
§ 9º - Os demais funcionários ao atingirem a idade fixada no parágrafo
Da Exoneração
anterior e desde que contem mais de 20 (vinte) anos de serviço prestado
Art. 106 - Dar-se-á exoneração: ao Estado, poderão ser aposentados, se o requererem, com o vencimento
ou a remuneração calculados de acordo com o disposto nos itens III e IV do
a) a pedido do funcionário; art. 110.
b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de cargo em co- Art. 109 - A aposentadoria dependente de inspeção médica só será de-
missão ou interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo; cretada depois de verificada a impossibilidade de readaptação do funcioná-
c) quando o funcionário não satisfizer as condições de estágio probató- rio.
rio; Art. 110 - Os proventos da aposentadoria serão integrais:
d) quando o funcionário interino em cargo de carreira ou isolado, de I - se o funcionário contar 30 anos de efetivo exercício;
provimento efetivo, não satisfizer as exigências para a inscrição, em con-
curso; II - quando ocuparem as hipóteses das alíneas "c", "d" e "e" do art. 108,
e parágrafo 8º do mesmo artigo;
e) automaticamente, após a homologação do resultado do concurso
para provimento do cargo ocupado interinamente pelo funcionário. III - proporcional ao tempo de serviço na razão de tantos avos por ano
quantos os anos necessários de permanência no serviço, nos casos previs-
CAPÍTULO III tos nos parágrafos 6º e 7º do art. 108;
Da Demissão
IV - proporcional ao tempo de serviço na razão de um trinta avos por
Art. 107 - A demissão será aplicada como penalidade. ano, sobre o vencimento ou remuneração de atividade, nos demais casos.
CAPÍTULO IV Art. 111 - (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1435, de 30/1/1956.)
Da Aposentadoria
Art. 112 - O funcionário interino não poderá ser aposentado, exceto no
Art. 108 - O funcionário, ocupante de cargo de provimento efetivo, será caso previsto no art. 108, alíneas "d" e "e".
aposentado:
Art. 113 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por
a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade; motivo de alteração de poder aquisitivo da moeda, se modificarem os
b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço; vencimentos dos funcionários em atividade.
c) quando verificada a sua invalidez para o serviço público; Art. 114 - (Vetado).
d) quando inválido em conseqüência de acidente ou agressão, não Art. 115 - Os vencimentos da aposentadoria não poderão ser superio-
provocada, no exercício de suas atribuições, ou doença profissional; res ao vencimento ou remuneração da atividade, nem inferiores a um terço.
e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia Art. 116 - Serão incorporados aos vencimentos, para efeito de aposen-
maligna, cegueira, cardiopatia descompensada, hanseníase, leucemia, tadoria:
pênfigo foliáceo, paralisia, síndrome da imunodeficiência adquirida - AIDS-, a) os adicionais por tempo de serviço;
nefropatia grave, esclerose múltipla, doença de Parkinson, espondiloartrose
Art. 121 - Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo § 1º - A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário das despe-
exercício do cargo correspondente ao padrão de vencimento e mais as sas de viagem e de nova instalação.
quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham sido atribuídas. § 2º - O transporte do funcionário e de sua família correrá por conta do
Art. 122 - Somente nos casos previstos em lei poderá perceber venci- Estado.
mento ou remuneração o funcionário que não estiver no exercício do cargo. Art. 133 - A ajuda de custo será arbitrada pelos Secretários do Estado
Art. 123 - O funcionário nomeado para exercer cargo isolado, provido e Diretores de Departamento diretamente subordinados ao Governador do
em comissão, perderá o vencimento ou remuneração ao cargo efetivo, Estado, tendo em vista cada caso, as condições de vida na nova sede, a
salvo opção. distância que deverá ser percorrida, o tempo de viagem e os recursos
orçamentários disponíveis.
Art. 124 - O vencimento ou a remuneração dos funcionários não pode-
rão ser objeto de arresto, seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar: § 1º - A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância corres-
pondente a um mês de vencimento e nem superior a três, salvo quando se
I - de prestação de alimentos, na forma da lei civil; tratar do funcionário designado para serviço ou estudo no estrangeiro.
II - de dívida à Fazenda Pública. § 2º - No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a média mensal da
mesma no último exercício financeiro.
Art. 125 - A partir da data da publicação do decreto que o promover, ao
funcionário, licenciado ou não, ficarão assegurados os direitos e o venci- § 3º - Será a ajuda de custo calculada, nos casos de promoção, na ba-
mento ou a remuneração decorrentes da promoção. se do vencimento ou remuneração do novo cargo a ser exercido.
CAPÍTULO III Art. 134 - A ajuda de custo será paga ao funcionário diantadamente no
Do Abono de Família local da repartição ou do serviço do que foi desligado.
Art. 126 - O abono de família será concedido, na forma da Lei, ao fun- Parágrafo único - O funcionário sempre que o preferir, poderá receber,
cionário ativo ou inativo: integralmente, a ajuda de custo, na sede da nova repartição ou serviço.
I - pela esposa; Art. 135 - Não será concedida a ajuda de custo:
II - por filho menor de 21 anos que não exerça profissão lucrativa; I - quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela voltar, em virtude
de mandato eletivo;
III - por filho inválido ou mentalmente incapaz;
II quando for posto à disposição do Governo Federal, municipal e de
IV - por filha solteira que não tiver profissão lucrativa;
outro Estado;
V - por filho estudante que freqüentar curso secundário ou superior em
III - quando for transferido ou removido a pedido ou permuta, inclusive.
estabelecimento de ensino oficial ou particular fiscalizado pelo Governo, e
que não exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 anos. Art. 136 - Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:
§ 2º - A responsabilidade pela restituição de que trata este artigo atinge f) pela prestação de serviço extraordinário;
exclusivamente a pessoa do funcionário. g) de função de chefia prevista em lei;
§ 3º - Se o regresso do funcionário for determinado pela autoridade h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei.
competente, ou, em caso de pedido de exoneração, apresentado pelo
menos noventa dias após seus exercício na nova sede, ou doença compro- § 1º - A gratificação a que se refere a alínea "e" deste artigo será fixada
vada, não ficará ele obrigado a restituir a ajuda de custo. no limite máximo de um terço do vencimento ou remuneração.
Art. 137 - O transporte do funcionário e de sua família compreende § 2º - Será estabelecido em decreto o quanto das gratificações a que
passagens e bagagens, observado, quanto a estas, o limite estabelecido no se referem as alíneas "a" e "b" deste artigo.
regulamento próprio. Art. 144 - A gratificação pelo exercício em determinadas zonas ou lo-
§ 1º - Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal que acom- cais e pela execução de trabalhos de natureza especial, com risco da vida
panhe o funcionário. ou da saúde, será determinada em lei.
§ 2º - O funcionário será obrigado a repor a importância corresponden- Art. 145 - A gratificação pela elaboração de trabalho técnico ou científi-
te ao transporte irregularmente requisitado, além de sofrer a pena discipli- co, ou de utilidade para o serviço público, será arbitrada pelo Governador
nar que for aplicável. do Estado, após sua conclusão.
Art. 138 - Compete ao Governador do Estado arbitrar a ajuda de custo Art. 146 - A gratificação a título de representação quando em serviço
que será paga ao funcionário designado para serviço ou estudo fora do ou estudo fora do Estado, será autorizada pelo Governador do Estado,
Estado. levando em conta o vencimento e a duração certa ou presumível do estudo
e as condições locais, salvo se a lei ou regulamento já dispuser a respeito.
Parágrafo único - A ajuda de custo, de que trata este artigo, não poderá
ser inferior a um mês de vencimento ou remuneração do funcionário. Parágrafo único - A gratificação de que trata este artigo terá limite mí-
nimo de um terço do vencimento do funcionário.
CAPÍTULO VI
Das Diárias Art. 147 - A gratificação relativa ao exercício em órgão legal de delibe-
ração coletiva será fixada em lei.
Art. 139 - O funcionário que se deslocar de sua sede, eventualmente e
por motivo de serviço, faz jus à percepção de diária, nos termos de regula- Art. 148 - A gratificação pela prestação de serviço extraordinário, que
mento. não poderá, em hipótese alguma, exceder ao vencimento do funcionário,
será:
§ 1º - A diária não é devida:
a) previamente arbitrada pelo Secretário de Estado ou Diretor de De-
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou transferido. partamento diretamente subordinado ao Governador do Estado;
2) quando o deslocamento do funcionário durar menos de seis horas; b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o funcionário § 1º - No caso da alínea "b", a gratificação será paga por hora de traba-
resida; lho antecipado ou prorrogado, salvo quando a prorrogação for apenas de
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo se a permanên- uma hora e tiver corrido apenas duas vezes no mês, caso em que não será
cia do funcionário fora da sede nesses dias for conveniente ou necessária remunerada.
ao serviço. § 2º - Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer trabalho
§ 2º - Sede é a localidade onde o funcionário tem exercício. previsto em regimento ou regulamento, executado fora da hora do expedi-
ente regulamentar da repartição e previamente autorizado pelo Secretário
Art. 140 - O pagamento de diária, que pode ser feito antecipadamente, de Estado ou Diretor de Departamento diretamente subordinado ao Gover-
destina-se a indenizar o funcionário por despesas com alimentação e nador do Estado.
pousada, devendo ocorrer por dia de afastamento e pelo valor fixado no
regulamento. § 3º - O pagamento de que trata este artigo será efetuado mediante fo-
lha especial previamente aprovada pela autoridade a que se refere o pará-
§ 1º - A diária é integral quando o afastamento se der por mais de doze grafo anterior e publicado no órgão oficial, da qual constem o nome do
horas e exigir pousada paga pelo funcionário. funcionário, cargo, o vencimento mensal, e o número de horas de serviço
extraordinário, a gratificação arbitrada, se for o caso, e a importância total
§ 2º - Ocorrendo afastamento por até doze horas, é devida apenas a de despesa.
parcela da diária relativa a alimentação.
Art. 149 - O funcionário perceberá honorário quando designado para
Art. 141 - É vedado o pagamento com qualquer outra retribuição de ca- exercer, fora do período normal ou extraordinário de trabalho, as funções
ráter indenizatório de despesa com alimentação e pousada. de auxiliar ou membro de bancas e comissões de concursos ou provas, de
Art. 142 - Constitui infração disciplinar grave, punível na forma da lei, professor ou auxiliar de cursos legalmente instituídos.
conceder ou receber diária indevidamente. CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VII Da Função Gratificada
Das Gratificações Art. 150 - Função gratificada é a instituída em lei para atender os en-
Art. 143 - Será concedida gratificação ao funcionário: cargos de chefia e outros que a lei determinar.
a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
Conhecimentos Gerais 28 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 151 - Não perderá a gratificação o funcionário que deixar de com- II - quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de
parecer ao serviço em virtude de férias, luto, casamento, doença compro- doença profissional;
vada, serviços obrigatórios por lei.
III - por motivo de doença em pessoa de sua família;
CAPÍTULO IX
Das Férias IV - no caso previsto no art. 175;
Art. 152 - O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano vinte e cinco V - quando convocado para serviço militar;
dias úteis de férias, observada a escala que for organizada de acordo com VI - para tratar de interesses particulares;
conveniência do serviço, não sendo permitida a acumulação de férias.
VII - no caso previsto no art. 186.
§ 1º - Na elaboração da escala, não será permitido que entrem em go-
zo de férias, em um só mês, mais de um terço de funcionários de uma Art. 159 - Aos funcionários interinos e aos em comissão não será con-
seção ou serviço. cedida licença para tratar de interesses particulares.
§ 2º - É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho. Art. 160 - A competência para a concessão de licença para tratamento
de saúde será definida em regulamento próprio.
§ 3º - Ingressando no serviço público estadual, somente depois do 11º
mês de exercício poderá o funcionário gozar férias. Art. 161 - A licença dependente de inspeção médica será concedida
pelo prazo indicado no respectivo laudo.
Art. 153 - Durante as férias, o funcionário terá direito ao vencimento ou
remuneração e a todas as vantagens, como se estivesse em exercício Parágrafo único - Antes de findo esse prazo o funcionário será subme-
exceto a gratificação por serviço extraordinário. tido a nova inspeção e o laudo médico concluirá pela sua volta ao serviço,
pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 154 - O funcionário promovido, transferido ou removido, quando
em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. Art. 162 - Finda a licença, o funcionário deverá reassumir, imediata-
mente, o exercício do cargo, se assim concluir o laudo de inspeção médica,
Art. 155 - É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe convier, salvo caso de prorrogação, mesmo sem o despacho final desta.
cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu início, comunicar o seu endereço
eventual ao chefe da repartição ou serviço a que estiver subordinado. Art. 163 - As licenças concedidas dentro de sessenta dias contados da
terminação da anterior serão consideradas como prorrogação.
CAPÍTULO X
Das Férias-Prêmio Art. 164 - O funcionário não poderá permanecer em licença por prazo
superior a 24 meses salvo o portador de tuberculose, lepra ou pênfigo
Art. 156 - O funcionário gozará férias-prêmio correspondente a decênio foliáceo, que poderá ter mais três prorrogações de 12 meses cada uma,
de efetivo exercício em cargos estaduais na base de quatro meses por desde que, em exames periódicos anuais, não se tenha verificado a cura.
decênio.
Art. 165 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o funcioná-
§ 1º - As férias-prêmio serão concedidas com o vencimento ou remune- rio será submetido a inspeção médica e aposentado, se for considerado
ração e todas as demais vantagens do cargo, excetuadas somente as definitivamente inválido para o serviço público em geral.
gratificações por serviços extraordinários, e sem perda da contagem de
tempo para todos os efeitos, como se estivesse em exercício. Art. 166 - O funcionário poderá gozar licença onde lhe convier, ficando
obrigado a comunicar, por escrito, o seu endereço ao chefe a que estiver
§ 2º - Para tal fim, não se computará o afastamento do exercício das imediatamente subordinado.
funções, por motivo de:
Art. 167 - O funcionário acidentado no exercício de suas atribuições te-
a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; rá assistência hospitalar, médica e farmacêutica dada a custa do Instituto
b) férias anuais; de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais.
d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou representação fora da sede, Art. 168 - A licença para tratamento de saúde será concedida a pedido
autorizada pelo Governo do Estado; do funcionário ou "ex-officio".
e) licença para tratamento de saúde até 180 dias; Parágrafo único - Num e noutro caso de que cogita este artigo é indis-
pensável a inspeção médica, que deverá realizar-se, sempre que necessá-
f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; ria, na residência do funcionário.
g) exercício de funções de governo ou administração em qualquer par- Art. 169 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde não pode-
te do território estadual, por nomeação do Governo do Estado. rá dedicar-se a qualquer atividade remunerada.
§ 3º - O servidor público terá, automaticamente, contado em dobro, pa- Art. 170 - Quando licenciado para tratamento de saúde, acidente no
ra fins de aposentadoria e vantagens dela decorrentes, o tempo de férias- serviço de suas atribuições, ou doença profissional, o funcionário receberá
prêmio não gozadas. integralmente o vencimento ou a remuneração e demais vantagens.
Art. 157 - O pedido de concessão de férias-prêmio deverá ser instruído Art. 171 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde é obrigado
com certidão de contagem de tempo fornecida pela repartição competente. a reassumir o exercício, se for considerado apto em inspeção médica "ex-
officio".
Parágrafo único - Considera-se repartição competente para tal fim a-
quela que dispuser de elementos para certificar o tempo de serviço median- Art. 172 - O funcionário atacado de tuberculose ativa, cardiopatia des-
te fichas oficiais cópias de folhas de pagamento ou registro de ponto. compensada, alienação mental, neoplasia maligna, leucemia, cegueira,
lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia que o impeça de locomover-se, será
CAPÍTULO XI compulsoriamente licenciado, com vencimento ou remuneração integral e
Das Licenças demais vantagens.
SEÇÃO I
Disposições Gerais Parágrafo único - Para verificação das moléstias referidas neste artigo,
a inspeção médica será feita obrigatoriamente por uma junta médica oficial,
Art. 158 - O funcionário poderá ser licenciado: de três membros, todos presentes.
I - para tratamento de saúde;
§ 2º - A licença deverá ser requerida até o oitavo mês da gestação, Art. 184 - A autoridade que houver concedido a licença poderá, a todo
competindo à junta médica fixar a data do seu início. tempo, desde que o exija o interesse do serviço público, cassá-la, marcan-
do razoável prazo para que o funcionário licenciado reassuma o exercício.
§ 3º - O pedido encaminhado depois do oitavo mês da gestação será
prejudicado quanto à duração da licença, que se reduzirá dos dias corres- Art. 185 - (Vetado).
pondentes ao atraso na formulação do pedido. SEÇÃO VII
§ 4º - Se a criança nascer viva, prematuramente, antes que a funcioná- Licença à Funcionária Casada com Funcionário
ria tenha requerido a licença, o início desta será a partir da data do parto. Art. 186 - A funcionária casada com funcionário estadual, federal ou mi-
SEÇÃO IV litar, terá direito a licença, sem vencimento ou remuneração, quando o
Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família marido for mandado servir, independentemente de solicitação, em outro
ponto do Estado ou do território nacional ou no estrangeiro.
Art. 176 - O funcionário poderá obter licença por motivo de doença na
pessoa do pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não esteja legalmente sepa- Parágrafo único - A licença será concedida mediante pedido, devida-
rado. mente instruído, e vigorará pelo tempo que durar a comissão ou nova
função do marido.
§ 1º - (Vetado).
CAPÍTULO XII
§ 2º - Provar-se-á a doença mediante inspeção médica, na forma pre- Da Estabilidade
vista em lei, para a licença de que trata o artigo.
Art. 187 - O funcionário adquirirá estabilidade depois de:
§ 3º - (Vetado).
I - dois anos de exercício, quando nomeado em virtude de concurso;
SEÇÃO V
Licença para Serviço Militar II - cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem concurso.
Art. 177 - Ao funcionário que for convocado para o serviço militar e ou- Parágrafo único - Não adquirirão estabilidade, qualquer que seja o
tros encargos de segurança nacional, será concedida licença com venci- tempo de serviço o funcionário interino e no cargo em que estiver substitu-
mento ou remuneração e demais vantagens, descontada mensalmente a indo ou comissionado, o nomeado em comissão ou em substituição.
importância que receber na qualidade de incorporado. Art. 188 - Para fins de aquisição de estabilidade, só será contado o
§ 1º - A licença será concedida mediante comunicação do funcionário tempo de serviço efetivo, prestado em cargos estaduais.
ao chefe da repartição ou do serviço, acompanhada de documento oficial Parágrafo único - Desligando-se do serviço público estadual e sendo
de que prove a incorporação. readmitido ou nomeado para outro cargo estadual, a contagem de tempo
§ 2º - O funcionário desincorporado reassumirá imediatamente o exer- será feita, para fim de estabilidade, na data da nova posse.
cício, sob pena de perda do vencimento ou remuneração e, se a ausência Art. 189 - Os funcionários públicos perderão o cargo:
exceder a trinta dias, de demissão, por abandono do cargo.
I - quando vitalícios, somente em virtude de sentença judiciária;
§ 3º - Tratando-se de funcionário cuja incorporação tenha perdurado
pelo menos um ano, o chefe da repartição ou serviço a que tiver de se II - quando estáveis, no caso do número anterior, no de extinguir o car-
apresentar o funcionário poderá conceder-lhe o prazo de quinze dias para go ou no de serem demitidos mediante processo administrativo em que se
reassumir o exercício, sem perda de vencimento ou remuneração. lhes tenha assegurada ampla defesa.
§ 4º - Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do exer- Parágrafo único - A estabilidade não diz respeito ao cargo, ressalvan-
cício, os prazos para a apresentação do funcionário à sua repartição ou do-se à administração o direito de readaptar o funcionário em outro cargo,
serviço serão os marcados no artigo 70. removê-lo, transferi-lo ou transformar o cargo, no interesse do serviço.
Art. 178 - Ao funcionário que houver feito curso para oficial da reserva CAPÍTULO XIII
das forças armadas, será também concedida licença com vencimento ou Da Disponibilidade
remuneração e demais vantagens durante os estágios prescritos pelos Art. 190 - Quando se extinguir o cargo, o funcionário estável ficará em
regulamentos militares, quando por estes não tiver direito àquele pagamen- disponibilidade remunerada, com vencimento ou remuneração integrais e
to, assegurado, em qualquer caso, o direito de opção. demais vantagens, até o seu obrigatório aproveitamento em outro cargo de
natureza, vencimentos ou remuneração compatíveis com o que ocupava.
Conhecimentos Gerais 30 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO XIV conta do Estado, fora da sede de serviço, se assim o exigir o laudo médico
Do Direito de Petição oficial.
Art. 191 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou repre- Art. 203 - Poderá ser concedido transporte à família do funcionário,
sentar. quando este falecer fora da sede de seus trabalhos, no desempenho de
serviço.
Art. 192 - O requerimento será dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamen- Art. 204 - (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 70, de
te subordinado o requerente. 30/7/2003.)
Art. 193 - O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade que Art. 205 - O vencimento ou a remuneração do funcionário em atividade
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser ou em disponibilidade e o provento atribuído ao que estiver aposentado não
renovado. poderão sofrer outros descontos que não sejam previstos em lei.
Parágrafo único - O requerimento e o pedido de reconsideração de que Art. 206 - A administração, em igualdade de condições, preferirá para
tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de cinco transferência ou remoção da localidade onde trabalha, o funcionário que
dias e decididos dentro de trinta, improrrogáveis. não seja estudante.
Art. 194 - Caberá recurso: Art. 207 - Ao funcionário estudante matriculado em estabelecimento de
ensino será concedido, sempre que possível, horário especial de trabalho
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; que possibilite a freqüência regular às aulas.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Parágrafo único - Ao funcionário estudante será permitido faltar ao ser-
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à viço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes
que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em do exercício, nos dias de prova ou de exame.
escala ascendente, às demais autoridades. TÍTULO VIII
§ 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-á o disposto na par- Dos Deveres e da Ação Disciplinar
te final do art. 192. CAPÍTULO I
Das Responsabilidades
Art. 195 - Os pedidos de reconsideração e os recursos que não têm e-
feito suspensivo; os que forem providos, porém, darão lugar às retificações Art. 208 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde responde civil, penal e administrativamente.
que outra solução jurídica não determine a autoridade, quanto aos efeitos Art. 209 - A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou
relativos ao passado. culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Estadual, ou de terceiro.
Art. 196 - O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá, em § 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda Estadual no que
geral, nos mesmos prazos fixados para as ações próprias cabíveis no exceder as forças da fiança, poderá ser liquidada mediante o desconto em
judiciário, quanto à espécie. prestações mensais não excedentes da décima parte do vencimento ou
Parágrafo único - Se não for o caso de direito que dê oportunidade à remuneração, à míngua de outros bens que respondam pela indenização.
ação judicial, prescreverá a faculdade de pleitear na esfera administrativa, § 2º - Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o funcioná-
dentro de 120 dias a contar da data da publicação oficial do ato impugnado rio perante a Fazenda Estadual, em ação regressiva, proposta depois de
ou, quando este for da natureza reservada, da data da ciência do interes- transitar em julgado a decisão de última instância que houver condenado a
sado. Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado.
Art. 197 - O funcionário que se dirigir ao Poder Judiciário ficará obriga- Art. 210 - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
do a comunicar essa iniciativa a seu chefe imediato para que este provi- imputados ao funcionário, nessa qualidade.
dencie a remessa do processo, se houver, ao juiz competente, como peça
instrutiva da ação judicial. Art. 211 - A responsabilidade administrativa resulta de atos ou omis-
sões praticados no desempenho do cargo ou função.
Art. 198 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste
capítulo. Art. 212 - As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-
se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias
CAPÍTULO XV civil, penal e administrativa.
Da Acumulação
CAPÍTULO II
Art. 199 - É vedada a acumulação de cargo, exceto as previstas nos ar- Da Prisão Preventiva e da Suspensão Preventiva
tigos 61, número I e 137, da Constituição Estadual.
Art. 213 - Cabe, dentro das respectivas competências, aos Secretários
Art. 200 - É vedada, ainda, a acumulação de funções ou de cargos e de Estado e aos Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao
funções do Estado, ou do Estado com os da União ou Município e com os Governador do Estado, ordenar a prisão administrativa de todo ou qualquer
das entidades autárquicas. responsável pelos dinheiros e valores pertencentes à Fazenda Estadual ou
Parágrafo único - Não se compreende na proibição deste artigo a acu- que se acharem sob a guarda desta, nos casos de alcance ou omissão em
mulação de cargo ou função com a gratificação de função. efetuar as entradas nos devidos prazos.
CAPÍTULO XVI § 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará o fato imediata-
Das Concessões mente à autoridade judiciária competente, para os devidos efeitos.
Art. 201 - Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou qualquer outro § 2º - Providenciará, ainda, no sentido de ser iniciado com urgência e
direito ou vantagem legal, o funcionário poderá faltar ao serviço até oito imediatamente concluído o processo de tomada de contas.
dias consecutivos por motivo de: § 3º - A prisão administrativa não poderá exceder a noventa dias.
a) casamento; Art. 214 - Poderá ser ordenada, pelo Secretário de Estado e Diretores
b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. de Departamentos diretamente subordinados ao Governador do Estado,
dentro da respectiva competência, a suspensão preventiva do funcionário,
Art. 202 - Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde poderá até trinta dias, desde que seu afastamento seja necessário para a averi-
ser concedido transporte, inclusive para as pessoas de sua família, por guação de faltas cometidas, podendo ser prorrogada até noventa dias,
VII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto Parágrafo único - Por motivo de força-maior, poderá a autoridade com-
como acionista, quotista ou comandatário; petente prorrogar os trabalhos da comissão pelo máximo de 30 dias.
VIII - praticar a usura em qualquer de suas formas; Art. 224 - A comissão procederá a todas as diligências que julgar con-
venientes, ouvindo, quando necessário, a opinião de técnicos ou peritos.
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições
públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos e vantagens, Parágrafo único - Terá o funcionário indiciado o direito de, pessoalmen-
de parente até segundo grau; te ou por procurador, acompanhar todo o desenvolver do processo, poden-
do, através do seu defensor, indicar e inquirir testemunhas, requerer junta-
X - receber propinas, comissões, presentes e vantagens de qualquer da de documentos, vista do processo em mãos da comissão e o mais que
espécie em razão das atribuições; for necessário a bem de seu interesse, sem prejuízo para o andamento
XI - contar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em normal do trabalho.
lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados.
Art. 228 - Apresentado o relatório, os componentes da comissão assu- Art. 239 - O requerimento será apenso ao processo ou à sua cópia (art.
mirão o exercício de seus cargos, mas ficarão à disposição da autoridade 233) marcando-se ao interessado o prazo de dez dias para contestar os
que houver mandado instaurar o processo para a prestação de qualquer fundamentos da acusação constantes do mesmo processo.
esclarecimento julgado necessário. § 1º - É impedido de funcionar na revisão quem compôs a comissão do
Art. 229 - Entregue o relatório da comissão, acompanhado do proces- processo administrativo.
so, à autoridade que houver determinado à sua instauração, essa autorida- § 2º - Se o acusado pretender apresentar prova testemunhal deverá ar-
de deverá proferir o julgamento dentro do prazo improrrogável de sessenta rolar os nomes no requerimento de revisão.
dias.
§ 3º - O presidente da comissão de revisão designará um de seus
Parágrafo único - Se o processo não for julgado no prazo indicado nes- membros para secretariá-la.
te artigo, o indiciado reassumirá, automaticamente, o exercício de seu
cargo ou função, e aguardará em exercício o julgamento, salvo o caso de Art. 240 - Concluída a instrução do processo, será ele, dentro de dez
prisão administrativa que ainda perdure. dias, encaminhado com relatório da comissão ao Governador do Estado,
que o julgará.
Art. 230 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providên-
cias que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a instaura- Parágrafo único - Para esse julgamento, o Governador do Estado terá
ção do processo administrativo, propô-las-á dentro do prazo marcado para o prazo de vinte dias, podendo antes determinar diligências que entenda
julgamento, à autoridade competente. necessárias ao melhor esclarecimento do processo.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento final será de Art. 241 - Julgando procedente a revisão, o Governador do Estado tor-
quinze dias, improrrogável. nará sem efeito as penalidades aplicadas ao acusado.
§ 2º - A autoridade julgadora promoverá as providências necessárias à Art. 242 - O julgamento favorável do processo implicará também o res-
sua execução. tabelecimento de todos os direitos perdidos em conseqüência da penalida-
de aplicada.
Art. 231 - As decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, dentro
do prazo de oito dias. Art. 243 - Quando o acusado pertencer ou houver pertencido a órgão
diretamente subordinado ao Governador do Estado, ao Secretário de
Art. 232 - Quando ao funcionário se imputar crime praticado na esfera Estado dos Negócios do Interior, competirá despachar o requerimento de
administrativa, a autoridade que determinar a instauração do processo revisão e julgá-lo, afinal.
administrativo providenciará para que se instaure simultaneamente o inqué-
rito policial. CAPÍTULO V
Das Penalidades
Art. 233 - Quando a infração estiver capitulada na lei penal, será remiti-
do o processo à autoridade competente, ficando traslado na repartição. Art. 244 - São penas disciplinares:
Art. 288 - Os funcionários da Polícia Civil, que trabalhem em serviço de Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, 5 de julho de 1952.
natureza estritamente policial, terão direito à aposentadoria com o venci- Juscelino Kubitschek de Oliveira - Governador do Estado
mento integral e a incorporação das vantagens a que se refere o art. 116
desta lei, quando completarem 25 anos de serviço dedicado exclusivamen- Data da última atualização: 4/9/2007.
te às aludidas atividades policiais.
Parágrafo único - Consideram-se atividades policiais, para os fins deste
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
artigo, as exercidas por:
Institui a Lei de Execução Penal.
a) Delegados de polícia;
b) médicos legistas; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacio-
nal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
c) investigadores;
TÍTULO I
d) guardas civis; Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
e) fiscais e inspetores de trânsito; Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
f) escrivães e escreventes da polícia;
integração social do condenado e do internado.
g) peritos do Departamento da Polícia Técnica.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária,
Art. 289 - Tem direito à aposentadoria com 25 anos de trabalho o fun- em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na
cionário que, durante este período, trabalhou 12 anos e seis meses, pelo conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
menos, com Raio X, substâncias radioativas ou substâncias químicas de
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e
emanações corrosivas.
ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabele-
Art. 290 - As professoras e diretoras do ensino primário que por qual- cimento sujeito à jurisdição ordinária.
quer circunstância tenham prestado ou estejam prestando serviços aos
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direi-
Departamentos Administrativos das Secretarias do Estado, terão direito à
tos não atingidos pela sentença ou pela lei.
contagem do tempo de serviço, para efeito do pagamento de seus quin-
quênios e aposentadoria no quadro a que pertencem, conforme prevê a Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, so-
Constituição do Estado. cial, religiosa ou política.
Art. 291 - O funcionário, que, não obstante aposentado, tenha perma- Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas ati-
necido, a qualquer título, por exigência do serviço, sem solução de continu- vidades de execução da pena e da medida de segurança.
idade, a serviço do Estado, e ainda permaneça na data desta lei, terá sua
aposentadoria revista, sendo-lhe atribuídos proventos correspondentes aos TÍTULO II
vencimentos da situação nova, do cargo em que aposentou nos termos da Do Condenado e do Internado
Lei 858, de 29 de dezembro de 1951, e as vantagens da presente lei, CAPÍTULO I
relativas à inatividade. Da Classificação
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime
não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da
Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que toma-
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: das as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determi- § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento)
nados judicialmente e não reparados por outros meios; do total de empregados na obra.
b) à assistência à família; § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa em-
preiteira a remuneração desse trabalho.
c) a pequenas despesas pessoais;
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consenti-
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manu-
mento expresso do preso.
tenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da desti-
nação prevista nas letras anteriores. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção
do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte res-
além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
tante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será
entregue ao condenado quando posto em liberdade. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunida-
grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
de não serão remuneradas.
artigo.
SEÇÃO II
CAPÍTULO IV
Do Trabalho Interno
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao SEÇÃO I
trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Dos Deveres
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes
só poderá ser executado no interior do estabelecimento. ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); Art. 61. São órgãos da execução penal:
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabeleci- I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo II - o Juízo da Execução;
88 desta Lei.
III - o Ministério Público;
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 2003) IV - o Conselho Penitenciário;
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato V - os Departamentos Penitenciários;
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fun-
damentado despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº VI - o Patronato;
10.792, de 2003) VII - o Conselho da Comunidade.
1o
§ A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar de- VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
penderá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabe-
lecimento ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, CAPÍTULO II
de 2003) Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com
será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prola- sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
tada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será
2003) integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhe- da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal,
cido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por repre-
dedicação ao trabalho. sentantes da comunidade e dos Ministérios da área social.
Art. 56. São recompensas: Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração
de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
I - o elogio;
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no
II - a concessão de regalias. exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito,
natureza e a forma de concessão de regalias. administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de
SUBSEÇÃO IV segurança;
Da Aplicação das Sanções II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento,
sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária;
X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
em parte, de estabelecimento penal. executivo;
III - decidir sobre: III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,
durante a execução.
a) soma ou unificação de penas;
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os
b) progressão ou regressão nos regimes; estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.
c) detração e remição da pena; CAPÍTULO V
Do Conselho Penitenciário
d) suspensão condicional da pena;
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da
e) livramento condicional; execução da pena.
f) incidentes da execução. § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Gover-
IV - autorizar saídas temporárias; nador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e
profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e
V - determinar: ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legis-
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua lação federal e estadual regulará o seu funcionamento.
execução; § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a dura-
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de ção de 4 (quatro) anos.
liberdade; Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipó-
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da tese de pedido de indulto com base no estado de saúde do pre-
pena por medida de segurança; so; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetua-
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; dos no exercício anterior;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egres-
desta Lei. sos.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) CAPÍTULO VI
Dos Departamentos Penitenciários
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de seguran-
SEÇÃO I
ça;
Do Departamento Penitenciário Nacional
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Minis-
providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o
tério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de
caso, a apuração de responsabilidade;
CAPÍTULO VI Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em li-
aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo berdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.
único do Código Penal. SEÇÃO II
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no Dos Regimes
parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o conde-
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tra- nado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o
tamento são obrigatórios para todos os internados. disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda par- Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
te, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri-
Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada. mento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observa-
da, quando for o caso, a detração ou remição.
CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, so-
mar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determina-
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provi- ção do regime.
sórios.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determina-
de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a perma- da pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no
nência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado
pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências
mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. § 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
TÍTULO V 2003)
Da Execução das Penas em Espécie
CAPÍTULO I § 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento
Das Penas Privativas de Liberdade condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos
SEÇÃO I nas normas vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Disposições Gerais
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceita-
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa ção de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedi-
ção de guia de recolhimento para a execução. Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado
que:
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubrica-
rá em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imedia-
administrativa incumbida da execução e conterá: tamente;
I - o nome do condenado; II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames
a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisci-
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial plina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
de identificação;
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -
estabelecimento onde se encontra o preso. atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a dura- 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
ção necessária à finalidade da saída.
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela
SUBSEÇÃO II Lei nº 12.433, de 2011)
Da Saída Temporária
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo pode-
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto rão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a
poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais compe-
vigilância direta, nos seguintes casos: tentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
2011)
I - visita à família;
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru-
trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibiliza-
ção do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
rem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento
e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à
de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho
da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § Penitenciário.
1o deste artigo.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solene-
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão caute- mente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no
lar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o
seguinte:
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Minis-
tério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais conde-
nados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um ter- designado, ou, na falta, pelo Juiz;
ço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as
12.433, de 2011) condições impostas na sentença de livramento;
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para III - o liberando declarará se aceita as condições.
todos os efeitos.(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao ju- presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber
ízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam ou não puder escrever.
trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um de-
les. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entre-
gue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta,
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva exigida.
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela
Lei nº 12.433, de 2011) § 1º A caderneta conterá:
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses
obrigações, as seguintes: previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da re-
incumbida da observação cautelar e de proteção; vogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condi-
ções.
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vi-
c) não freqüentar determinados lugares. gência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento,
a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo
da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Es- Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue
tados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses
serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou institu- do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
ição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conse- I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da re-
lho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da muneração e o mínimo o de um décimo;
execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscali-
zadora, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmen-
comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que te, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
vive. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei,
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao ór- poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações
gão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a mensais, iguais e sucessivas.
revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verifi-
condições. car a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público,
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação fixará o número de prestações.
ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econô-
primeiro deverá apresentar-se imediatamente. mica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou
Tribunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício. prosseguindo-se na execução já iniciada.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as con- Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com
dições estabelecidas na sentença recorrida. pena privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá
aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, (artigo 168).
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as
condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver
admonitória. livramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança
nos termos deste Capítulo.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraí- III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a
da pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o conversão recomendável.
Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de li-
conterá: berdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código
I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão ofici- Penal.
al de identificação; § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida quando o condenado:
de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado; a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desa-
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tra- tender a intimação por edital;
tamento ambulatorial; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado deva prestar serviço;
tratamento ou internamento. c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi impos-
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e to;
de sujeição a tratamento. d) praticar falta grave;
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cu-
ao prazo de execução. ja execução não tenha sido suspensa.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o
que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumpri-
CAPÍTULO II mento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou
Da Cessação da Periculosidade se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo
anterior.
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do pra-
zo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quan-
pessoais do agente, observando-se o seguinte: do o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se
ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo.
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo
de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberda-
habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida; de, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de
ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por
medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ou-
vidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em interna-
prazo de 3 (três) dias para cada um; ção se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver; Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de
1 (um) ano.
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá
determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração míni- CAPÍTULO II
ma da medida de segurança; Do Excesso ou Desvio
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o in- Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum
ciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias. ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou
regulamentares.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de
duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execu-
requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu ção:
procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação
da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. I - o Ministério Público;
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da peri- II - o Conselho Penitenciário;
culosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo III - o sentenciado;
anterior.
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, §
3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta CAPÍTULO III
Lei. Da Anistia e do Indulto
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por Define os crimes de tortura e dá outras providências.
iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, provi-
denciará de acordo com o disposto no artigo anterior. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial Art. 1º Constitui crime de tortura:
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução. causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônju- ou de terceira pessoa;
ge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário,
ou, ainda, da autoridade administrativa. b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) di- c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
as, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como reque- II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com em-
rentes da medida. prego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de pla- como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
no, em igual prazo. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita
Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência de- a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
signada. prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
sem efeito suspensivo. dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
TÍTULO IX quatro anos.
Das Disposições Finais e Transitórias § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pe-
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao na é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de
servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a discipli- oito a dezesseis anos.
na dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
notoriedade, durante o cumprimento da pena.
I - se o crime é cometido por agente público;
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de defici-
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. ência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da pri- Lei nº 10.741, de 2003)
são civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Ca- III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
deia Pública.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares aplicada.
da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anis-
lei. tia.
Art. 3º - Ao sentenciado é garantido o exercício de seus direitos ci- Parágrafo único - No caso de progressão ou regressão de regime,
vis, políticos, sociais e econômicos, exceto os que forem incompatíveis as reuniões da Comissão Técnica de Classificação serão presididas pelo
com a detenção ou com a condenação. Juiz da Execução, presente o Ministério Público.
Art. 4º - No regime e no tratamento penitenciário serão observados Art. 22 - A Comissão Técnica de Classificação proporá o programa
o respeito e a proteção aos direitos do homem. de tratamento reeducativo, com base na sentença
Art. 5º - O sentenciado deve ser estimulado a colaborar voluntaria- condenatória e no relatório social de síntese do Centro de Obser-
mente na execução de seu tratamento reeducativo. vação ou da equipe interdisciplinar.
Art. 6º - O Estado e a comunidade são co-responsáveis na realiza- Art. 23 - O programa individual de tratamento compreenderá a indica-
ção das atividades de execução penal. ção do regime de cumprimento da pena, do estabelecimento penitenciá-
rio adequado, da escolarização, do trabalho e da orientação profissio-
Art. 7º - Na execução penal não haverá distinção de caráter racial, re- nal, das atividades culturais e esportivas e das medidas especiais de
ligioso ou político. assistência ou tratamento.
TÍTULO II CAPÍTULO IV
Do Tratamento Reeducativo Dos Elementos do Tratamento Penitenciário
CAPÍTULO I
Da Individualização do Tratamento Art. 24 - O tratamento penitenciário realiza-se através do desenvolvi-
mento de atividades relacionadas com: instrução, trabalho, religião,
Art. 8º - O tratamento reeducativo consiste na adoção de um conjunto disciplina, cultura, recreação e esporte, contato com o mundo exterior e
de medidas médico-psicológicas e sociais, com vistas à reeducação do relações com a família.
sentenciado e à sua reintegração na sociedade.
SEÇÃO I
Art. 9º - O tratamento reeducativo será individualizado e levará em Da Instrução
conta a personalidade de cada sentenciado.
Art. 25 - Serão organizados, nas penitenciárias, cursos de formação
Art. 10 - O sentenciado está sujeito ao exame criminológico para veri- cultural e profissional, que se coordenarão com o sistema de instrução
ficação de carência físico-psíquica e outras causas de inadaptação social. pública.
Art. 11 - Com base no exame criminológico, serão realizados a classifi- Art. 26 - O ensino fundamental é obrigatório para todos os detentos
cação e o programa de tratamento do sentenciado. que não o tiverem concluído.
Art. 12 - A colaboração do sentenciado no processo de sua observa- (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14390, de
ção psicossocial e de seu tratamento é voluntária. 31/10/2002.)
Art. 54 - A remuneração auferida pelo sentenciado no trabalho externo Parágrafo único. O contato com o meio exterior será programado
será empregada: pelo serviço social, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.
I - na indenização dos danos causados pelo delito, desde que determi- (Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
nados judicialmente e não reparados por outro meio; Art. 66. O sentenciado tem direito a manter relações familiares,
II - na assistência à família do sentenciado, segundo a lei civil; incluindo visitas periódicas da família.
III - cumprido o disposto nos incisos anteriores e ressalvadas ou- § 1° Compete ao serviço social assistir e orientar o sentenciado
tras aplicações legais, na constituição de pecúlio, na forma de depósito em suas relações familiares.
em caderneta de poupança mantida por estabelecimento oficial, o qual § 2° O direito estabelecido no caput abrange relações oriundas
será entregue ao sentenciado no ato de sua libertação. de casamento, união estável, união homoafetiva e parentesco.
Art. 55 - A contabilidade do estabelecimento penitenciário manterá (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19478, de
registro da conta individual do sentenciado. 12/1/2011.)
Art. 56 - As despesas de manutenção e as custas processuais não Art. 67. O sentenciado e o preso provisório têm direito a visita íntima,
poderão ser deduzidas da remuneração do sentenciado que se distinguir com periodicidade duração, horários e procedimentos definidos pela autori-
por sua conduta exemplar. dade competente.
Parágrafo único - A conduta é considerada exemplar quando o sen- § 1° A visita ocorrerá em local específico, adequado à sua finalidade
tenciado manifesta, durante a execução da pena, constante empenho e compatível com a dignidade humana.
no trabalho e na aprendizagem escolar e profissional, bem como senso de
responsabilidade em seu comportamento pessoal. § 2° O sentenciado indicará cônjuge ou companheiro, para fins de re-
gistro e controle pelo estabelecimento prisional, e fornecerá a devida do-
Art. 57 - Excetuam-se da obrigação de trabalhar os maiores de 70 (se- cumentação comprobatória do casamento, união estável ou união homoafe-
tenta) anos, os que sofram enfermidade que os impossibilite para o traba- tiva.
lho e a mulher antes e após o parto, nos termos da legislação trabalhista.
§ 3° A indicação realizada nos termos do § 2° poderá ser cancelada
Art. 58 - O sentenciado fará jus ao repouso semanal, de preferência a qualquer tempo, mediante comprovação de rompimento do vínculo.
no domingo.
§ 4° Na hipótese do § 3°, somente seis meses após o cancela-
Art. 59 - Será concedido descanso de até 1 (um) mês ao sentenci- mento poderá ocorrer nova indicação de cônjuge ou companheiro
ado não perigoso, de bom comportamento, após 12 (doze) meses contí- para fins de visita íntima.
nuos de trabalho, dedicação e produtividade.
§ 5° Poderá ser atribuído ao visitante documento de identificação
SEÇÃO III específico, exigível para a realização da visita íntima.
Da Religião
§ 6° Somente se admitirá visitante menor de dezoito anos quando
Art. 60 - O sentenciado tem direito à liberdade de crença e culto, per- legalmente casado e, nos demais casos, quando devidamente autorizado
mitida a manifestação religiosa pelo aprendizado e pelo exercício do pelo juízo competente.
culto, bem como a participação nos serviços organizados no estabele-
cimento penitenciário, a posse de livro de instrução religiosa e a prática § 7° O sentenciado receberá atendimento médico e informações com
da confissão, sem prejuízo da ordem e da disciplina. o objetivo de evitar contato sexual de risco.
(Caput com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19478, de § 2º - O presídio e a cadeia pública se localizarão no meio urbano,
12/1/2011.) respectivamente, na Capital e em sedes de comarca com fácil acesso ao
fórum local ou a varas criminais.
§ 1º - As penitenciárias disporão ainda de locutório para advogados,
salas para autoridades, salas de estágio para estudantes universitá- CAPÍTULO II
rios e gabinete para equipe interdisciplinar de observação ou de tratamento. Do Presídio e da Cadeia Pública
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 13661, de Art. 95 - A casa do albergado deverá preencher os seguintes requisi-
14/7/2000.) tos:
§ 2º - Às presidiárias serão asseguradas condições para permane- I - localização em meio urbano com autonomia administrativa;
cer com os filhos durante o período de amamentação. II - ocupação por número reduzido de candidatos, selecionados segun-
Art. 82 - O presídio e a cadeia pública, além do pessoal de vigilância do sua aptidão para o regime aberto.
e segurança e do pessoal administrativo, contarão com equipe interdisci- Art. 96 - São condições para o cumprimento da pena na casa do alber-
plinar de observação. gado:
Art. 83 - Aplica-se ao estabelecimento destinado ao preso provisório I - aceitação, pelo candidato, do programa de tratamento;
o disposto no art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984,
com a adequada adaptação ao regime do estabelecimento. II - afetação do semilivre ao trabalho, com preparação profissional
para a reintegração na sociedade;
CAPÍTULO III
Da Penitenciária III - colaboração da comunidade.
Art. 84 - A penitenciária destina-se à execução da pena privativa de Art. 97 - No regime aberto, serão observadas as normas de ordem e
liberdade em regime fechado. disciplina necessárias à convivência normal na comunidade civil, com
ausência de precauções de ordem material ou física, em razão da aceita-
Art. 85 - O sentenciado será alojado em quarto individual, provido de ção voluntária da disciplina e do senso de responsabilidade do senten-
cama, lavatório, chuveiro e aparelho sanitário. ciado.
Art. 86 - São requisitos básicos da unidade celular: § 1º - No regime aberto, é permitido ao sentenciado mover-se sem vi-
I - salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, gilância tanto no interior do estabelecimento como nas saídas para
insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana; trabalho externo, para frequência a curso e para atividades de pré-
liberdade.
II - área mínima de 6m2 (seis metros quadrados).
§ 2º - O regime aberto compõe-se das seguintes fases:
Art. 87 - A penitenciária para mulheres será dotada, ainda, de depen-
dência para atendimento da gestante e da parturiente, de creche e de I - iniciação, em que o sentenciado será informado sobre o programa
unidade de educação pré-escolar. do estabelecimento e seu regimento interno;
Art. 88 - O alojamento coletivo terá suas instalações sanitárias lo- II - aceitação do programa, em que será permitido ao sentenciado
calizadas em área separada e somente será ocupado por sentenciados sair para o trabalho;
que preencham as necessárias condições para a sua utilização. III – confiança em que o sentenciado gozará das vantagens ineren-
Art. 89 - No regime fechado, predominam as normas de seguran- tes ao exercício de sua responsabilidade e de autorização de saída.
ça e disciplina, que cobrirão, durante 24 (vinte e quatro) horas, a vida (Inciso com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19478, de
diária dos reclusos, que serão classificados em grupos, segundo as 12/1/2011.)
necessidades de tratamento, submetendo-se às diferentes atividades do
processo de ressocialização: trabalho, instrução, religião, recreação e CAPÍTULO VI
esporte. Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
Art. 107 - O pessoal profissional e não profissional do estabeleci- Art. 123 - O sentenciado disporá de roupa necessária para a sua ca-
mento psiquiátrico deverá ser selecionado e qualificado, com especial ma e de móvel para guardar seus pertences.
atenção às exigências peculiares ao tratamento dos sentenciados. Art. 124 - A higiene pessoal é exigida de todos os sentenciados.
Art. 108 - A direção do hospital deverá informar mensalmente à auto- Parágrafo único - A administração do estabelecimento fixará horário
ridade judiciária sobre as condições psíquicas do sentenciado recupe- para os cuidados de higiene pessoal dos sentenciados e colocará à sua
rado. disposição o material necessário.
Art. 109 - A administração penitenciária poderá firmar convênio CAPÍTULO IV
com hospital psiquiátrico da comunidade para o tratamento de sentenciado Da Alimentação
destinado ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.
Art. 125 - A administração do estabelecimento fornecerá alimenta-
TÍTULO IV ção aos sentenciados, controlada por nutricionista, convenientemente
Do Regime Penitenciário preparada e de acordo com as normas dietéticas e de higiene.
CAPÍTULO I
Da Admissão e do Registro CAPÍTULO V
Da Assistência Sanitária
Art. 110 - A admissão do sentenciado ou do preso provisório se fará à
vista de ordem da autoridade competente. Art. 126 - O estabelecimento penitenciário disporá de clínico geral, o-
dontólogo e psiquiatra.
Art. 111. O registro de detenção ou internação será feito em livro pró-
prio ou em meio eletrônico, e nele constarão: § 1º - O doente que tiver necessidade de cuidados especiais será
transferido para estabelecimento peniten-ciário especializado ou hospital
(Caput com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19478, de civil.
12/1/2011.)
§ 2º - Ao sentenciado será prestada assistência odontológica.
I - a identidade do sentenciado ou do preso provisório;
Art. 127 - Para a assistência sanitária, os estabelecimentos penitenciá-
II - os motivos da detenção ou da internação e a autoridade que a de- rios serão dotados de:
terminou;
I - enfermaria com camas, material clínico, instrumental adequado e
III - o dia e a hora da admissão e da saída. produtos farmacêuticos para a internação médica ou odontológica de
Art. 112 - Inicia-se, no ato do registro, o prontuário pessoal do sen- urgência;
tenciado, que o seguirá nas transferências. II - dependência para observação psiquiátrica e cuidados de toxicô-
Parágrafo único - O prontuário conterá uma parte judiciária, uma parte mano;
penitenciária e uma parte social. III - unidade para doenças infecciosas.
Art. 113 - O sentenciado será informado sobre a legislação pertinente Art. 128 - O estabelecimento penitenciário destinado às mulheres
e sobre o regime interno do estabelecimento. disporá de dependência dotada de material de obstetrícia, para atender à
Art. 114 - O sentenciado tem o direito de informar sua situação ao mulher grávida ou à parturiente cuja urgência do estado não permita a
Juiz e ao seu advogado ou à pessoa por ele indicada. transferência para hospital civil.
Art. 115 - O preso provisório será informado de seus direitos, as- Parágrafo único. As unidades do sistema prisional e penitenciário
segurada a comunicação com a família e com seu defensor e o respei- notificarão à unidade de atenção básica de saúde que referencie o seu
to ao princípio da presunção de inocência. território:
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19478, de I - negligência na limpeza e na ordem da cela e no asseio pessoal;
12/1/2011.) II - abandono voluntário do local de tratamento;
CAPÍTULO III III - descumprimento das obrigações do trabalho;
Das Autorizações de Saída
IV - atitude molesta para com os companheiros;
(Título do capítulo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
12/1/2011.) V - linguagem injuriosa;
Art. 136. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou VI - jogos e atividades proibidas pelo Regimento Interno;
semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão de saída, VII - simulação de doença;
mediante escolta, nos casos devidamente comprovados de necessidade
de tratamento médico e falecimento ou doença grave de cônjuge, compa- VIII - posse ou tráfico de bens não permitidos;
nheiro, ascendente, descendente ou irmão.
IX - comunicação proibida com o exterior ou, no caso de isolamen-
§ 1° A permissão de saída será concedida pelo Diretor do estabele- to, com o interior;
cimento.
X - atos obscenos ou contrários ao decoro;
§ 2° A permanência do detento fora do estabelecimento penal terá a
XI - falsificação de documento da administração;
duração necessária à finalidade da saída.
XII - apropriação ou danificação de bem da administração;
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19478, de
12/1/2011.) XIII - posse ou tráfico de arma ou de instrumento de ofensa;
Art. 137. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto XIV - atitude ofensiva ao Diretor, a funcionário do estabelecimen-
poderão obter autorização para saída temporária do estabeleci- to ou a visitante;
mento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
XV - inobservância de ordem ou prescrição e demora injustifica-
I – visita à família; da no seu cumprimento;
IV – privação do uso da cantina, de autorização de saída e de atos de Art. 155 - As medidas de coerção aplicam-se nas seguintes hipóte-
recreação por até um mês; ses:
(Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19478, de I - para impedir ato de evasão ou violência de sentenciado contra si
12/1/2011.) mesmo ou contra terceiros ou coisas;
V - isolamento em cela individual por até 15 (quinze) dias; II - para vencer a resistência ativa ou passiva de sentenciado às
ordens de funcionário no exercício do cargo.
VI - isolamento em cela disciplinar por até 1 (um) mês;
Parágrafo único - O Diretor será avisado de situação grave, da qual
VII – suspensão ou restrição à visita íntima (Inciso acrescentado pelo dará ciência ao Juiz da Execução.
art. 10 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
CAPÍTULO VI
§ 1º - As sanções previstas nos incisos I e II são de competência Das Recompensas
do Diretor do estabelecimento e as demais, da Comissão Técnica de Clas-
sificação. Art. 156 - As recompensas são concedidas pelo Diretor do estabele-
cimento, ouvida a Comissão Técnica de Classificação, ao sentenciado
§ 2° A execução da sanção disciplinar está sujeita a sursis e a remição. que se distinguir por:
(Parágrafo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19478, de I - particular desempenho em seu trabalho;
12/1/2011.)
II - especial proveito na instrução escolar ou na formação profissional;
Art. 144 - O isolamento em cela disciplinar somente se aplicará
em caso de manifesta agressividade ou violência do sentenciado ou III - colaboração ativa na organização e na participação das atividades
quando este, reiteradamente, alterar a ordem normal do estabelecimento. culturais, desportivas e recreativas;
Parágrafo único - A cela disciplinar terá as mesmas característi- IV - comportamento responsável em caso de perturbação da ordem,
cas da cela individual e possuirá mobiliário análogo. para despertar conduta coletiva racional.
Art. 145 - O isolamento do sentenciado se cumprirá com o controle Parágrafo único - As recompensas de que trata este artigo são as se-
do médico do estabelecimento, que o visitará diariamente, informando o guintes:
Diretor sobre seu estado de saúde física e mental. I - elogio;
Art. 146 - O isolamento poderá ser suspenso pelo Juiz da Execução II - proposta de concessão de benefício, como a prioridade na escolha
Penal, ouvida a Comissão Técnica de Classificação. de trabalho, recebimento de parte do pecúlio disponível, participação em
Art. 147 - Não se aplicará o isolamento à sentenciada gestante, atividade cultural, esportiva ou recreativa.
até 6 (seis) meses após o parto, e à sentenciada que trouxer filho consi- CAPÍTULO VII
go. Do Monitoramento Eletrônico
Art. 148 - Nenhum sentenciado será punido disciplinarmente sem ser (Capítulo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
ouvido e sem que haja apresentado defesa verbal ou escrita.
Art. 156-A. O Juiz poderá determinar o monitoramento eletrônico,
Art. 149 - A interposição de recurso suspenderá os efeitos da decisão, por ato motivado, nos casos de autorização de saída temporária no regi-
salvo quando se tratar de ato de grave indisciplina. me semiaberto e de prisão domiciliar, e quando julgar necessário.
Parágrafo único - A tramitação do recurso de que trata o artigo será Parágrafo único. O usuário do monitoramento eletrônico que estiver
urgente e preferencial. cumprindo pena em regime aberto, quando determinar o Juiz da execu-
CAPÍTULO V ção, deverá recolher-se ao local estabelecido na decisão durante o período
Dos Meios de Correção noturno e nos dias de folga.
Art. 150 - O uso de algemas se limitará aos seguintes casos: (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
I - como medida de precaução contra fuga, durante a transferên- Art. 156-B. São deveres do sentenciado submetido ao monitora-
cia do sentenciado, devendo ser retiradas imediatamente quando do mento eletrônico, além dos cuidados a serem adotados com o equipamen-
comparecimento em audiência perante a autoridade judiciária ou admi- to:
nistrativa; I – receber visitas do servidor responsável pelo monitoramento
II - por motivo de saúde, segundo recomendação médica; eletrônico, responder aos seus contatos e cumprir as suas orientações;
IV - a Superintendência de Organização Penitenciária; (Inciso com redação dada pelo art. 12 da Lei nº 19478, de
12/1/2011.)
V - a Direção do Estabelecimento;
IV - conceder ou revogar as medidas de semiliberdade no regime
VI - o Patronato; de confiança para preparação da reintegração na sociedade;
VII - o Conselho da Comunidade. V - conceder o livramento condicional, ouvida a Comissão Técnica
de Classificação;
VIII - as entidades civis de direito privado sem fins lucrativos que
tenham firmado convênio com o Estado para a administração de unida- VI - supervisionar o período de prova do livramento condicional
des prisionais destinadas ao cumprimento de pena privativa de liberdade. e do "sursis", mediante orientação e assistência do agente de prova ou
trabalhador social;
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
VII - acompanhar a execução das medidas restritivas de direito
(Vide art. 3º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
com a colaboração do serviço social penitenciário ou de funcionário do
CAPÍTULO II Juízo e à vista do relatório da entidade a que o sentenciado preste servi-
Do Conselho de Criminologia e Política Criminal ços;
Art. 158 - O Conselho de Criminologia e Política Criminal, com sede VIII - autorizar o isolamento disciplinar por mais de 15 (quinze) dias;
nesta Capital, é subordinado à Secretaria de Estado da Justiça.
IX - decidir recurso sobre direito do sentenciado, inclusive sobre pro-
Art. 159 - O Conselho de Criminologia e Política Criminal será inte- gressão ou regressão de regime;
grado por 13 (treze) membros designados pelo Secretário de Estado da
X - exercer a sua competência nos estabelecimentos da região de sua
Justiça e escolhidos entre professores e profissionais das áreas de
sede.
Direito Penal, Processual Penal e Penitenciário, de Criminologia e de
Ciências Sociais, bem como entre representantes de organismos da área SEÇÃO II
social. Do Ministério Público
Parágrafo único - O mandato dos membros do Conselho terá dura- Art. 163 - Ao Ministério Público, entre outras atribuições de competên-
ção de 4 (quatro) anos. cia, incumbe:
Art. 160 - Ao Conselho de Criminologia e Política Criminal incumbe: I - fiscalizar a execução penal, funcionando no processo executivo e
nos incidentes da execução;
VII - fiscalizar a execução da medida de segurança em meio fechado II - responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e pela conservação
e em semiliberdade para proteção dos direitos do sentenciado; do imóvel, dos equipamentos e do mobiliário da unidade;
VIII - zelar pela prática do tratamento reeducativo e pela sua progres- III - solicitar apoio policial para a segurança externa da unidade,
são nos termos do art. 112, parágrafo único, da Lei Federal nº 7.210, de quando necessário;
11 de junho de 1984; IV - apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário relatórios mensais
IX - incentivar a seleção e a formação contínua do pessoal penitenci- sobre o movimento de condenados e informar-lhes, de imediato, a
ário; chegada de novos internos e a ocorrência de liberações;
X - orientar a família do sentenciado e a da vítima através de contato V - prestar contas mensalmente dos recursos recebidos;
com os centros comunitários e associações de assistência socioeduca- VI - acatar a supervisão do Poder Executivo, proporcionando-lhe todos
tiva às famílias; os meios para o acompanhamento e a avaliação da execução do convênio.
XI - assistir a vítima do delito e seus dependentes; (Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
XII - assistir o egresso indigente com problema de reintegração Art. 176-B - Incumbem à diretoria da unidade de cumprimento de pe-
na sociedade; na privativa de liberdade administrada por entidade civil de direito privado
XIII - designar pessoa idônea para assistir e orientar o sursitário, o sem fins lucrativos conveniada com o Estado as atribuições previstas no
liberando e o egresso, na falta do orientador social; art. 172 desta lei.
XIV - informar periodicamente o Juiz da Execução sobre a assistên- (Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15299, de 9/8/2004.)
cia ao probacionário e sobre a evolução de sua reintegração na TÍTULO VII
sociedade. Do Pessoal Penitenciário
CAPÍTULO VIII CAPÍTULO I
Do Conselho da Comunidade Do Estatuto Jurídico do Pessoal
Art. 175 - Cada comarca disporá de um Conselho da Comunidade Art. 177 - O pessoal penitenciário terá estatuto próprio, que fixará seus
composto, no mínimo, por 1 (um) representante da associação comer- direitos e deveres.
cial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Ordem dos Advogados Art. 178 - O quadro do pessoal penitenciário será organizado em dife-
do Brasil - OAB -, 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia rentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com
Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais e por represen- especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e
tantes de obras sociais e de clubes de serviço. assessoramento e às demais funções.
(Vide art. 7º da Lei nº 12936, de 8/7/1998.) Art. 179 - A escolha do pessoal especializado, administrativo,
Art. 176 - Ao Conselho da Comunidade incumbe: de instrução técnica e de vigilância atenderá à vocação, à preparação
profissional e aos antecedentes pessoais do candidato.
I - visitar mensalmente os estabelecimentos e serviços penais da co-
marca; Art. 180 - O ingresso do pessoal penitenciário e sua ascensão funcional
dependerão de curso específico de formação, procedendo-se à reciclagem
II - incentivar a prática do tratamento não institucional, como o dos dos servidores em exercício.
regimes semilivre e em meio livre;
Art. 181 - Sem prejuízo do concurso de admissão promovido pela
III - promover a participação ativa da comunidade na reintegração Escola Penitenciária, os candidatos a cargos estão sujeitos a testes científi-
do sentenciado e do egresso na família, na profissão e na sociedade; cos para avaliação de sua capacidade intelectual e profissional e de sua
aptidão física.
IV - colaborar com o poder público e a comunidade na implanta-
ção da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho de 1984; Art. 182 - É obrigatório o estágio do candidato em estabeleci-
mento penitenciário para se formar opinião sobre sua personalidade e
V - pugnar pela colocação, no mercado profissional, do sentencia-
suas aptidões.
do com índice positivo de emendabilidade e segurança para a comunidade;
Art. 183 - Os cursos de formação profissional intensiva destinados
VI - acompanhar a supervisão do período de prova do liberando e do
ao pessoal da vigilância compreendem três estágios: o primeiro se proces-
sursitário, bem como da execução das medidas alternativas à prisão;
sa no estabelecimento penitenciário e se destina a familiarizar o candida-
VII - entrosar-se com os serviços médicos e psicológicos e com as to com os problemas profissionais; o segundo se desenvolve na Escola
entidades de assistência socioeducativa para oprobacionário com Penitenciária, ou em curso organizado pela administração, e se destina à
problema; formação técnica e prática do funcionário; o terceiro, aberto a candidato
que não for eliminado nas fases anteriores, consiste na colocação efetiva
VIII - cooperar com a comunidade na conservação e na manuten- do candidato em serviço.
ção da cadeia pública local.
Art. 187 - No recrutamento de pessoal especializado, exigir-se-á di- VII - à assistência jurídica;
ploma de aptidão profissional e título universitário que comprove a forma- VIII - à assistência religiosa;
ção especializada.
IX - ao esporte e à recreação;
Art. 188 - O médico visitará diariamente o estabelecimento.
X - à comunicação com o mundo exterior como preparação para sua
Art. 189 - No estabelecimento para mulheres, somente se permitirá reinserção na sociedade;
trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal
técnico especializado e houver comprovada carência de pessoal do XI - à visita de advogado, familiar e cônjuge ou companheiro;
sexo feminino com as qualificações necessárias para o exercício do XII - ao acesso aos meios de comunicação social;
cargo.
XIII - de petição e representação a qualquer autoridade, para defesa de
Parágrafo único - O pessoal do sexo feminino deverá possuir as direito;
mesmas qualificações exigidas para o pessoal do sexo masculino.
XIV - de entrevista regular com o Diretor;
CAPÍTULO II
Do Diretor de Estabelecimento XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir, emitido semes-
tralmente, sob pena de responsabilização da autoridade judiciária
Art. 190 - O ocupante do cargo de Diretor de Estabelecimento deverá competente.
satisfazer os seguintes requisitos:
(Inciso acrescentado pelo art. 13 da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
I - ter diploma de nível superior de Direito, Psicologia,
TÍTULO IX
Pedagogia ou Ciências Sociais; Dos Deveres do Sentenciado
II - ter capacidade administrativa e vocação para a função; Art. 196 - São deveres do sentenciado:
III - ter idoneidade moral, boa cultura geral, formação especializada I - submeter-se ao cumprimento da pena ou à medida de seguran-
e preparação adequada ao serviço penitenciário. ça;
§ 1º - O Diretor de Estabelecimento deverá residir no estabeleci- II - permanecer no estabelecimento até a sua libertação;
mento ou em suas proximidades.
III - respeitar as normas do regime penitenciário;
§ 2º - O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo integral à sua fun-
ção e não poderá exercer advocacia nem outra atividade, exceto a de IV - manter atitude de respeito e consideração com os funcioná-
professor universitário. rios do estabelecimento e com as autoridades;
§ 3º - O Diretor de Estabelecimento que não for recrutado entre os V - observar conduta correta com seus companheiros;
membros do pessoal penitenciário deve, antes de entrar em função, rece-
VI - indenizar os danos causados à administração do estabele-
ber formação técnica e prática sobre o trabalho de direção, salvo se for
cimento;
diplomado em escola profissional ou tiver título universitário em matéria
pertinente. VII - indenizar as despesas de sua manutenção;
(Vide art. 6º da Lei nº 12967, de 27/7/1998.) VIII - cumprir as prestações alimentícias devidas à família;
TÍTULO VIII IX - assistir o cônjuge ou o companheiro na manutenção e na educa-
Dos Direitos do Sentenciado e do Preso Provisório ção dos filhos.
Art. 191 - São direitos do preso os direitos civis, os políticos, os so- Art. 197 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
ciais e os especificamente penitenciários.
Art. 198 - Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 192 - Os direitos civis, sociais e políticos, inclusive o de sufrágio,
permanecem com o preso, quando não forem retirados expressa e neces- Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 25 de janeiro
sariamente pela lei ou pela sentença. de 1994.
Art. 193 - Os direitos penitenciários derivam da relação jurídica Hélio Garcia - Governador do Estado.
constituída entre o sentenciado e a administração penitenciária.
Art. 194 - Enumeram-se, antes da sentença, os direitos à presunção Lei Estadual nº 14.695, de 30 de julho de 2.003, que instituiu a car-
de inocência, ao contraditório, à igualdade entre os sujeitos processuais, reira de Agente de Segurança Penitenciário;
à ampla defesa, à assistência judiciária gratuita, nos termos da lei, o de
ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, o de receber visi-
tas, o de comunicar-se com advogado e familiares e o de permanecer no
estabelecimento da localidade ou naquele mais próximo de seu domicílio. Cria a Superintendência de Coordenação da Guarda Penitenciária, a
Diretoria de Inteligência Penitenciária e a carreira de Agente de Segurança
Art. 195 - São especificamente penitenciários os direitos: Penitenciário e dá outras providências.
I - ao tratamento reeducativo; O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
II - à instrução, priorizada a escolarização de nível fundamental; Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 14390, de
31/10;2002.)
Conhecimentos Gerais 62 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO I (Artigo com redação dada pelo art. 33 da Lei nº 16.192, de 23/6/2006.)
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
(Vide art. 8º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
Art. 1º Ficam criadas a Superintendência de Coordenação da Guarda
Penitenciária e a Diretoria de Inteligência Penitenciária na estrutura da Art. 6º Compete ao Agente de Segurança Penitenciário:
Subsecretaria de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de I - garantir a ordem e a segurança no interior dos estabelecimentos pe-
Defesa Social. nais;
(Vide art. 1º da Lei nº 15.962, de 30/12/2005.) II- exercer atividades de escolta e custódia de sentenciados;
(Vide art. 1º da Lei nº 16.717, de 31/5/2007.) III - desempenhar ações de vigilância interna e externa dos estabeleci-
(Vide inciso III do art. 2º da Lei nº 18.802, de 1º/4/2010.) mentos penais, inclusive nas muralhas e guaritas que compõem suas
edificações.
CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS § 1º - O Agente de Segurança Penitenciário fica autorizado a portar
arma de fogo fornecida pela administração pública, quando em serviço,
Art. 2º Compete à Superintendência de Coordenação da Guarda Peni- exceto nas dependências internas do estabelecimento penal.
tenciária:
§ 2º - O Agente de Segurança Penitenciário lotado em estabelecimento
I - normatizar, coordenar e controlar as atividades pertinentes à segu- penal será hierarquicamente subordinado ao Diretor do respectivo estabe-
rança e à vigilância interna e externa dos estabelecimentos penais da lecimento.
Subsecretaria de Administração Penitenciária;
§ 3º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário será exercido em
II - zelar pela observância da lei e dos regulamentos penitenciários; regime de dedicação exclusiva, podendo seu ocupante ser convocado a
qualquer momento, por necessidade do serviço.
III - coordenar e orientar as operações de transporte, escolta e custódia
de sentenciados em movimentações externas, bem como de transferências § 4º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário será lotado nos
interestaduais ou entre unidades no interior do Estado; estabelecimentos penais a que se refere o art. 4º, inciso XI, alínea "d", do
Decreto nº 43.295, de 29 de abril de 2003.
IV - exercer outras atividades que lhe forem correlatas, definidas em
regulamento. § 5º - Desenvolve atividade exclusiva de Estado o servidor integrante
da carreira a que se refere este artigo.
(Vide art. 2º da Lei nº 15.276, de 30/7/2004.)
CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Art. 7º Fica criada a Gratificação de Agente de Segurança Penitenciário
em Estabelecimento Penal - GAPEP -, a ser atribuída aos servidores da
Art. 3º A Superintendência de Coordenação da Guarda Penitenciária é carreira de que trata o art. 5º. desta Lei.
composta por duas diretorias.
§ 1º A base de cálculo para a concessão da GAPEP será de 85% (oi-
Parágrafo único. A denominação, a competência e a descrição das u- tenta e cinco por cento) do vencimento básico correspondente ao grau "J"
nidades administrativas de que trata este artigo serão estabelecidas em da faixa de vencimento em que o servidor estiver posicionado na tabela
decreto. constante do Anexo II desta Lei.
CAPÍTULO IV § 2º - A GAPEP é inacumulável com qualquer outra vantagem da
DO PESSOAL E DOS CARGOS EM COMISSÃO mesma natureza ou que tenha como pressupostos para a sua concessão
Art. 4º Ficam criados no Quadro Especial constante no Anexo da Lei as condições do local de trabalho.
Delegada nº 108, de 29 de janeiro de 2003, e no Anexo I do Decreto nº § 3º - A GAPEP não será devida nos períodos de afastamento do ser-
43.187, de 10 de fevereiro de 2003, os seguintes cargos de provimento em vidor, salvo nos casos de férias, férias-prêmio, licença para tratamento de
comissão, de recrutamento amplo: saúde, licença à servidora gestante e exercício de mandato sindical.
I - um cargo de Diretor II, código MG-05, símbolo DR-05; § 4º - A GAPEP será incorporada, para fins de aposentadoria, nos ter-
II - três cargos de Diretor I, código MG-06, símbolo DR- 06; mos da Lei Complementar nº 64, de 25 de março de 2002.
III - dois cargos de Comandante de Avião, código EX-24, símbolo 12/A; (Vide art. 22 da Lei nº 15.302, de 11/8/2004.)
IV - dois cargos de Piloto de Helicóptero, código EX-35, símbolo 12/A. (Vide art. 12 da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
§ 1° – Os cargos de provimento em comissão relativos às unidades de Art. 8º Constituem fases da carreira de Agente de Segurança Peniten-
que trata o art. 3° desta lei serão ocupados, preferencialmente, por Agente ciário:
de Segurança Penitenciário posicionado nos níveis III, IV e V da carreira, I - o ingresso;
com formação superior relacionada às atividades-fim da Superintendência.
II - a promoção;
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de
27/10/2005.) III - a progressão.
§ 2º - A lotação e a identificação dos cargos de que trata esta Lei serão Art. 9° – O ingresso na carreira de Agente de Segurança Penitenciário
estabelecidos por meio de decreto. dar-se-á no primeiro grau do nível inicial da carreira, mediante aprovação
em concurso público constituído pelas seguintes etapas sucessivas:
CAPÍTULO V
DOS CARGOS E DA CARREIRA DE AGENTE DE SEGURANÇA PENI- (Caput com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
TENCIÁRIO
I - provas ou provas e títulos;
Art. 5º Fica criada, no Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado de
Defesa Social, com lotação na Subsecretaria de Administração Penitenciá- II - comprovação de idoneidade e conduta ilibada, nos termos de regu-
ria, a carreira de Agente de Segurança Penitenciário, composta por cinco lamento;
mil e quatro cargos efetivos de Agente de Segurança Penitenciário. III - prova de aptidão psicológica e psicotécnica;
Parágrafo único. A carreira de que trata esta Lei integra o Grupo de A- IV - prova de condicionamento físico por testes específicos;
tividades de Defesa Social do Poder Executivo.
d) possuir certificado de conclusão do ensino médio. § 2º – (Revogado pelo art. 40 da Lei nº 19.553, de 9/8/2011.)
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.) (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
Art. 17 - A Escola de Justiça e Cidadania, criada pela Lei Delegada nº Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
56, de 29 de janeiro de 2003, passa a denominar-se Escola de Formação e Art. 22. Fica revogado o art. 4º da Lei nº 13.955, de 20 de julho de
Aperfeiçoamento Penitenciário. 2001.
Parágrafo único - Cabe à Escola de Formação e Aperfeiçoamento Pe- Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 30 de junho de 2003.
nitenciário, diretamente ou mediante convênio, elaborar sua grade curricular
e ministrar os cursos de formação, aperfeiçoamento e qualificação necessá- AÉCIO NEVES - Governador do Estado
rios ao ingresso e desenvolvimento na carreira de que trata esta Lei.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/40 e suas alterações
posteriores). Parte Especial - Título XI - Dos Crimes Contra a Adminis-
Art. 18. Os servidores ocupantes de cargos da classe de Agente de tração Pública, Capítulo I. Dos crimes praticados por funcionário
Segurança Penitenciário, a que se refere o art. 6º. da Lei nº 13.720, de 27 público contra administração em geral;
de setembro de 2000, lotados e em exercício em estabelecimento penal da
Subsecretaria de Administração Penitenciária, serão posicionados, excep-
cionalmente, no grau A, no nível correspondente da Classe de Agente de TÍTULO XI
Segurança Penitenciário constante na tabela do Anexo II desta Lei. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1° – O servidor a que se refere o "caput" deste artigo somente pode- CAPÍTULO I
rá evoluir na carreira após a formação em ensino médio e a aprovação no DOS CRIMES PRATICADOS
curso de formação técnico-profissional previsto no art. 9°, inciso VI, desta POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
lei, bem como com o cumprimento dos requisitos previstos no § 2° do art. CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
10, no que se refere à progressão, e no § 1° do art. 11, no que se refere à Peculato
promoção.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) sentimento pessoal:
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
mais grave.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Condescendência criminosa
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da esta-
belecida em lei: Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-
bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Concussão Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda Advocacia administrativa
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Excesso de exação
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
§ 1° Se o funcionário exige imposto, taxa ou emolumento que sabe in-
devido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravo- Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
so, que a lei não autoriza: Violência arbitrária
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ame-
aça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja pres-
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. tando auxílio:
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - reclusão, de um a três anos.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corres-
pondentes à violência.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Desobediência
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as
exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Desacato
Violação de sigilo funcional
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que de- razão dela:
va permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não
constitui crime mais grave. Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-
9.983, de 2000) tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº
I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo 9.127, de 1995)
de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pela Lei nº 9.127, de 1995)
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega
9.983, de 2000) ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Corrupção ativa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário públi-
nº 9.983, de 2000) co, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Violação do sigilo de proposta de concorrência Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
Funcionário público pratica infringindo dever funcional.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, Contrabando ou descaminho
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
prego ou função pública. Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou
em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego saída ou pelo consumo de mercadoria:
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa presta-
dora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade Pena - reclusão, de um a quatro anos.
típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 4.729,
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos de 14.7.1965)
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituí-
da pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descami-
nho; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandesti-
Usurpação de função pública namente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta
por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
Art. 13. Os direitos penitenciários derivam da relação jurídica constituí- II - a concessão de regalias.
da entre o preso e a administração penitenciária. Art. 18. As concessões de benefícios têm em vista o bom comporta-
Art. 14. Constituem direitos do preso: mento reconhecido em favor do preso, de sua colaboração com a disciplina
e de sua dedicação ao trabalho.
I - dispor de assistência à saúde, jurídica, educacional, social, religiosa
e psicológica, conforme as normas vigentes e recursos disponíveis; Art. 19. O Conselho Disciplinar, por proposta escrita de diretor ou fun-
cionário da unidade, fará publicar elogio ao preso que se destacar.
II - receber alimentação suficiente e vestuário próprio;
§ 1º. O diretor geral da unidade prisional fará constar no prontuário do
III - ser ouvido pelo diretor geral da unidade onde estiver recolhido nos preso e no INFOPEN o respectivo elogio.
dias úteis e horários estabelecidos;
§ 2º. A publicidade do elogio deverá levar em conta a integridade física
IV - receber seu advogado e com ele conferenciar reservadamente nos do preso.
dias úteis e horários determinados, previamente agendados;
Art. 20. O diretor geral da unidade prisional, levando-se em considera-
V - ser visitado por seu cônjuge ou companheira(o), parentes e amigos ção a conduta e disciplina do preso, poderá fazer as seguintes concessões
em dias determinados, e na forma que estabelecer o regulamento interno e regalias:
do estabelecimento;
I - visitas extraordinárias de familiares;
VI - não sofrer discriminação ou desigualdade de tratamento, salvo se
resultante de sanção, nos limites da lei; II - participação em práticas e espetáculos educativos e recreativos
promovidos pela unidade prisional, tais como:
VII - ser protegido contra qualquer forma de sensacionalismo;
a) freqüência à prática de esportes no âmbito da unidade;
VIII - executar trabalho, quando possível, e receber remuneração;
b) freqüência a programas de televisão ou espetáculos artísticos;
IX - constituir um pecúlio prisional;
c) utilização da biblioteca ou empréstimo de livros para serem lidos na
X - usufruir dos benefícios da Previdência Social; própria cela;
XI - ser chamado e identificado pelo nome; III - utilização de aparelhos de rádio e televisão, de propriedade do pre-
so, na própria cela.
XII - peticionar às autoridades prisionais e extra-prisionais, em defesa
de direito, conforme as normas vigentes; Parágrafo único. Os incisos I e III serão objetos de regulamentação da
Subsecretaria de Administração Penitenciária ou da Superintendência de
XIII - comunicar com o mundo exterior por meio de correspondência
Segurança e Movimentação Penitenciária.
escrita, da leitura e da telefonia fixa, sob a devida vigilância, conforme as
normas vigentes; Art. 21. Os benefícios serão gradativos e relacionados ao índice de a-
proveitamento, ao grau de adaptação social e ao comportamento do preso.
XIV - ter agenda diária que distribua, proporcionalmente, o tempo para
o trabalho, descanso e recreação; Art. 22. Os benefícios não se aplicam ao preso incluído no regime dis-
ciplinar diferenciado ou àquele que estiver cumprindo qualquer penalidade.
XV - receber, anualmente, do juiz da execução o atestado de pena a
cumprir; CAPÍTULO IV
DAS NORMAS SOBRE AS PENAS E SANÇÕES
SEÇÃO I
III - desobedecer à prescrição médica, recusando o tratamento neces- VI - descumprir, em regime semi-aberto e aberto, as condições prescri-
sário ou utilizando medicamento não prescrito; tas e as normas impostas;
IV - utilizar objeto pertencente a outro preso sem o consentimento dele; VII - provocar acidente de trabalho;
V - ficar desatento ou retirar a atenção dos sentenciados, propositada- VIII - recusar, sem motivo justo, trabalho que lhe for determinado;
mente, durante estudo ou quaisquer outras atividades; IX - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
VI - desleixar com a higiene corporal, com a da cela ou com a do alo- X - desacatar funcionário;
jamento, ou, ainda, descuidar da conservação de objeto e roupa de seu uso
pessoal; XI - desobedecer ordem de funcionário no exercício de sua função ou
desrespeitar qualquer pessoa;
VII - estender, lavar ou secar roupa em local não permitido;
XII - queimar colchão, roupa de cama ou outros bens do Estado ou de
VIII - tomar refeição fora do local e dos horários estabelecidos; outrem, ou, ainda, danificar, dolosamente, objeto ou equipamento do esta-
IX - atrasar no horário de despertar ou de recolher ou desobedecer a belecimento ou de terceiros;
qualquer horário regulamentar sem motivo justo; XIII - simular doença ou estado de precariedade física para eximir-se
X - deixar de se levantar diante de diretor geral ou de qualquer autori- de trabalho ou para outro fim;
dade conhecida, salvo quando estiver impedido desse movimento por XIV - fabricar, adquirir, portar ou ter sob sua guarda arma, objeto ou
motivo de saúde ou de trabalho; instrumento que possa ofender a integridade física de outrem ou atentar
XI - abordar autoridade ou pessoa estranha na unidade prisional, espe- contra a segurança do estabelecimento, bem como aqueles
cialmente visitante, sem a devida autorização. que, mesmo quando inofensivos, lhes assemelhem em aparência;
Art. 26. São consideradas faltas disciplinares médias as seguintes: XV - fazer uso ou ter consigo aparelho de telefone celular, de radioco-
I - praticar ou contribuir para a prática de jogos proibidos; municação ou outro equipamento equivalente;
IV - formular queixa ou reclamação improcedente, reveladora de motivo XVIII - explorar companheiros de prisão sob qualquer pretexto ou for-
reprovável; ma;
V - recusar a assistir aula ou executar tarefa escolar sem razão justifi- XIX - vestir ou ter em sua guarda peça de uniforme ou equipamento
cada; dos servidores do sistema prisional, das forças armadas ou policiais, ou que
a eles se assemelhem;
VI - entregar ou receber objeto de qualquer natureza sem a devida au-
torização; XX - nos casos de doenças graves e infecto-contagiosas, desobedecer
a prescrição médica, recusando o tratamento necessário ou utilizando
VII - deixar de usar o vestuário da unidade, quando distribuído; medicamento não prescrito;
VIII - utilizar local impróprio para satisfação das necessidades fisiológi- XXI - deixar de apresentar no dia e hora fixados, sem justa causa, para
cas; o recolhimento na unidade prisional;
IX - efetuar ligação em telefone fixo sem autorização; XXII - reter ou permitir a permanência de visita além do horário fixado.
X - dar, como garantia de dívida, objeto de sua propriedade ou de ter- XXIII - desrespeitar as leis e normas vigentes;
ceiro a outro preso;
SEÇÃO II
XI - utilizar meios escusos para envio de correspondência; DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
XII - jogar no pátio, no corredor, na cela ou no alojamento água servida Art. 28. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e ante-
ou vertida, objeto, excremento ou resto de comida; rior previsão legal ou regulamentar.
XIII - impedir, tentar impedir ou dificultar busca pessoal em seus per- Art. 29. São proibidos, como sanções disciplinares, os castigos corpo-
tences, em cela, em alojamento ou em qualquer dependência da unidade rais, clausura em cela escura, sanções coletivas, bem como toda punição
prisional; cruel, desumana, degradante e qualquer forma de tortura.
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe- Art. 41. São circunstâncias que atenuam a sanção:
tição da sanção por nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um I - o bom comportamento do preso e ausência de falta anterior;
sexto da pena aplicada;
II - a pouca importância da participação do preso na falta;
II - recolhimento em cela individual;
III - a confissão espontânea e/ou colaboração para a elucidação da fal-
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com ta ignorada ou imputada a outrem;
duração de duas horas;
IV - a prática de ato faltoso em legítima defesa.
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para
banho de sol; Art. 42. São circunstâncias que agravam a sanção:
§ 1º. O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos I - o comportamento desabonador do preso;
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto II - a reincidência;
risco para a ordem e para a segurança do estabelecimento prisional ou da
sociedade. III - a promoção, a organização e a liderança de movimentos contrários
à disciplina e à ordem;
IV - em cumprimento de ordem legal de quem de direito. Art. 59. Em nenhuma hipótese a falta disciplinar poderá ficar sem apu-
ração.
Art. 48. É isento de sanção disciplinar o preso que praticar a falta em
conseqüência de alteração comprovada de sua saúde mental. § 1º. A falta disciplinar deverá ser apurada na unidade prisional onde
foi cometida.
Parágrafo único. Na hipótese de cometimento de falta disciplinar por
preso internado em unidade médico-prisional para cumprimento de medida § 2º. Sendo impossível a apuração de falta disciplinar pela urgência de
de segurança e tratamento psiquiátrico temporário, a unidade deverá: transferência, a unidade para onde o infrator for transferido dará continui-
dade à apuração.
I - manter o preso provisoriamente isolado à disposição do profissional
responsável pelo seu tratamento, resguardando a integridade física dos § 3º. A urgência de transferência, citada no parágrafo anterior, e solici-
demais pacientes; tada pelo diretor geral da unidade, será definida pela Superintendência de
Segurança e Movimentação Penitenciária.
II - providenciar para que o profissional responsável pelo tratamento do
preso emita parecer sobre suas condições clínicas e mentais; § 4º. Na hipótese prevista no parágrafo segundo, a unidade de origem
remeterá para a unidade de transferência a documentação pertinente e
III - encaminhar a ocorrência ao Conselho Disciplinar ou à Comissão necessária à apuração, juntamente com o prontuário do infrator, em até 05
Técnica de Classificação para, com fulcro no parecer médico, deliberar (cinco) dias, contados a partir da data da transferência dele.
sobre o fato.
SEÇÃO VII
SEÇÃO V DOS MEIOS DE COERÇÃO
DA GRADAÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
Art. 60. As medidas coercitivas serão aplicadas exclusivamente para o
Art. 49. São sanções disciplinares leves: restabelecimento da normalidade e cessarão, de imediato, por determina-
ção do diretor geral ou do diretor de segurança, após atingida a sua finali-
I - advertência verbal;
dade.
II - repreensão escrita.
Art. 61. Os meios de coerção, tais como algemas e camisas-de-força
Art. 50. Consideram-se sanções disciplinares médias: só poderão ser utilizadas nos seguintes casos:
I - suspensão ou restrição de direitos; I - como medida de precaução contra fugas, durante o deslocamento
do preso, podendo ser retiradas quando do comparecimento em audiência
II - isolamento na própria cela por período de até 10 (dez) dias. perante a autoridade judiciária ou administrativa;
Art. 51. Considera-se sanção disciplinar grave a suspensão ou restri- II - por motivo de saúde, segundo recomendação médica;
ção de direitos, o isolamento na própria cela, ou em local adequado, por
período de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, e a inclusão no regime disciplinar III - em circunstâncias excepcionais, quando for indispensável utilizá-
diferenciado, conforme disciplinado neste Regulamento. los, em razão de perigo iminente para a vida do preso, de servidor, ou de
terceiros.
SEÇÃO VI
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR Parágrafo único. Ao constatar situação grave, o diretor geral da unida-
de comunicará o fato ao juiz da execução e à Superintendência de Segu-
Art. 52. Praticada a falta disciplinar, será lavrada ocorrência relatando rança e Movimentação Penitenciária.
os fatos, para que seja instaurado procedimento disciplinar visando sua
apuração. Art. 62. No interesse da disciplina e da averiguação do fato, o diretor
geral da unidade poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo
SEÇÃO VIII Art. 76. O pedido de que trata o artigo anterior será dirigido ao presi-
DO CONSELHO DISCIPLINAR dente do Conselho Disciplinar.
Art. 64. O Conselho Disciplinar funcionará como órgão sindicante, judi- Parágrafo único. O Conselho Disciplinar terá o prazo de 10 (dez) dias
cante e de assessoramento do diretor geral, competindo-lhe, dentre outras, para decidir sobre o pedido de reconsideração, comunicando imediatamen-
o exercício das seguintes atribuições: te sua decisão ao preso recorrente, que dará o seu “ciente” em cópia a ser
juntada aos autos de apuração.
I - analisar e julgar faltas disciplinares, sejam elas graves, médias ou
leves, aplicar as respectivas sanções, propor elogios e recompensas; Art. 77. Caberá ao Conselho Disciplinar examinar e instruir o pedido de
reconsideração, emitir seu parecer, e encaminhá-lo ao diretor geral da
II - instruir, examinar e emitir parecer nos pedidos de reconsideração e unidade.
de revisão de sanções disciplinares;
Art. 78. O pedido de reconsideração, se deferido, determinará o cance-
III - instaurar sindicâncias quando julgar necessário. lamento ou alteração do registro respectivo no prontuário do preso.
Art. 65. O Conselho disciplinar será composto de, no mínimo, três ser- § 1º. Nas decisões dos pedidos de reconsideração não poderá haver
vidores, capazes e experientes, designados pelo diretor geral da unidade, aumento de pena.
por período de seis meses, sendo recomendável o rodízio.
§ 2º. Os pedidos notoriamente improcedentes ou interpostos em ter-
§ 1º. Para cada membro do Conselho Disciplinar será designado um mos desrespeitosos serão liminarmente indeferidos pelo Conselho Discipli-
suplente. nar.
§ 2º. O Conselho Disciplinar somente poderá funcionar com a totalida- Art. 79. Somente após tornar-se definitiva, será a punição mantida no
de de seus membros. prontuário do preso.
Art. 66. Na composição do Conselho Disciplinar será observado, sem- Art. 80. Em qualquer época, o preso poderá requerer a revisão da pu-
pre que possível, pelo diretor geral da unidade, a indicação de um assisten- nição sofrida ao diretor geral da unidade, que a encaminhará à Superinten-
te social e/ou psicólogo e/ou pedagogo e de um funcionário da diretoria de dência de Segurança e Movimentação Penitenciária, para decisão, desde
segurança. que prove:
§ 1º. O Conselho Disciplinar será presidido pelo diretor geral da unida- I - haver a decisão sido fundada em provas falsas;
de ou por substituto por ele indicado, diferentemente dos outros membros
designados. II - ter sido a punição em desacordo com disposição legal;
§ 2º. Será obrigatória a participação de um assistente jurídico peniten- III - terem surgido, após a decisão, provas de sua inocência.
ciário (advogado da unidade) nas reuniões do Conselho Disciplinar, sem Parágrafo único. O pedido de revisão só será admitido se fundado em
direito a voto. provas não apresentadas anteriormente à punição.
Art. 67. Havendo empate por número de votos em decisão do Conse- CAPÍTULO V
lho Disciplinar, o voto de desempate será proferido por seu presidente. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 68. O Conselho Disciplinar reunir-se-á, ordinariamente, uma vez Art. 81. Compete ao integrante do órgão de execução penal e ao ser-
por semana, e, extraordinariamente, quando convocado pelo diretor geral. vidor penitenciário a divulgação de ocorrências que perturbem a segurança
Art. 69. As decisões do Conselho Disciplinar serão tomadas por maio- ea
ria simples e lançadas em ata, como também no INFOPEN. disciplina.
Art. 70. O Conselho Disciplinar poderá valer-se do auxílio de qualquer Art. 82. Enquanto não for criada estrutura física própria e/ou adequada
pessoa do estabelecimento quando necessário. para o cumprimento do regime disciplinar diferenciado, o preso poderá
Art. 71. O Conselho Disciplinar poderá usar os arquivos, registros, da- cumprir a referida sanção em local adaptado para esse fim, conforme
dos e informações existentes nos setores penal e de segurança. disposições deste Regulamento.
11. O hábeas corpus é uma medida judicial que pode ser postulada 16. Analise as afirmações a seguir:
pela pessoa para: I. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão
I. Afastar ameaça de sofrer violência ou coação em sua liberdade civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Cadeia Pública.
II. Regular o exercício de direitos e liberdades constitucionais. II. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
III. Anular ato lesivo ao patrimônio público. III. Cumprida ou extinta a pena, a notícia ou referência à condena-
IV. Afastar violência ou coação que estiver sofrendo em sua liber- ção deverão constar, para todos os fins, da folha corrida, atesta-
dade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. dos ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxi-
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: liares da Justiça.
a) I e II. IV. A Lei 7.210, de 11 de julho de 1984, aplicar-se-á igualmente ao
b) I e IV. preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
c) II e III. quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordiná-
d) I, III e IV. ria.
e) II, III e IV. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e II.
12. O crime de tortura terá a pena aumentada quando for praticado: b) II e III.
I. Mediante seqüestro. c) III e IV.
II. Por agente público. d) I, II e IV.
III. Somente contra criança e gestante. e) I, III e IV.
IV. Contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 anos. 17. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: que:
a) I e II. a) Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta.
b) II e III. b) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a
c) II e IV. disciplina.
d) I, III e IV. c) Provocar acidente de trabalho.
e) II, III e IV. d) Empreender fuga.
e) Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
13. A divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disci- física de outrem.
plina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à in-
conveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena, é pro- 18. O exame criminológico para a obtenção dos elementos necessá-
ibida: rios a uma adequada classificação e com vistas à individualiza-
a) Somente ao servidor que exerça suas funções na aplicação da lei de ção da execução é obrigatório para:
execução penal. a) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime
b) Ao integrante dos órgãos de execução penal e ao servidor que exer- fechado.
ça suas funções na aplicação da lei de execução penal. b) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime
c) Somente ao integrante dos órgãos de execução penal. semi-aberto.
d) Somente ao condenado. c) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime fechado
e) Ao condenado e ao internado. e para os condenados às penas privativas de liberdade em regime
semi-aberto.
14. Analise as afirmações a seguir: d) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime aberto
I. A pena de interdição temporária de direitos será convertida ou à pena restritiva de direitos.
quando o condenado, injustificadamente, exercer o direito objeto e) Os condenados somente à pena restritiva de direitos.
de interdição.
II. Sobrevindo, no curso da execução da pena privativa de liberda- 19. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto
de, doença mental ou perturbação da saúde mental, a autoridade poderão obter autorização para saída temporária do estabeleci-
administrativa poderá determinar a substituição da pena por mento, sem vigilância direta, nos seguintes casos, exceto:
medida de segurança. a) Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
III. A pena privativa de liberdade poderá ser convertida em restritiva descendente ou irmão.
de direitos, desde que: não seja superior a 2 (dois) anos; o con- b) Visita à família.
denado a esteja cumprindo em regime aberto; tenha sido cum- c) Participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio
prido pelo menos ¼ (um quarto) da pena; os antecedentes e a social.
personalidade do condenado indiquem ser a conversão reco- d) Freqüência a curso supletivo profissionalizante, na Comarca do Juízo
mendável. da Execução.
IV. O indulto individual poderá ser provocado por petição do próprio e) Freqüência a curso de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca
condenado. do Juízo da Execução.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e IV. 20. Analise as afirmações a seguir:
b) II e III. I. O regime disciplinar diferenciado poderá abrigar presos provisó-
c) II e IV. rios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem
d) I, II e III. alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal
e) I, III e IV. ou da sociedade.
II. A inclusão no regime disciplinar diferenciado se dá por prévio e
15. Constituem deveres do condenado, exceto: fundamentado despacho do juiz competente.
a) Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento.
11. Assinale a alternativa que contempla corretamente um direito ou garan- 16. Não é privativo de brasileiros natos o cargo
tia constitucional. (A) de Presidente da República.
(A) Garantia, na forma da lei, do direito de fiscalização do aproveitamento (B) de Presidente do Senado Federal.
econômico das obras que criarem ou (C) de carreira diplomática.
de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- (D) de Governador do Estado.
sentações sindicais e associativas. (E) de Ministro do Supremo Tribunal Federal.
(B) Direito de não ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
da autoridade judiciária competente, mesmo no caso de transgressão 17. São condições de elegibilidade, na forma da lei, a idade mínima de
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. (A) trinta anos para Vice-Presidente.
(C) Garantia, na forma da lei, da gratuidade ao registro civil de nascimento, (B) dezoito anos para Deputado Estadual.
à certidão de óbito e às ações de habeas corpus e habeas data, exclusiva- (C) vinte e um anos para Prefeito.
mente àqueles que forem reconhecidamente pobres. (D) trinta anos para Senador.
(D) Garantia ao brasileiro, nato ou naturalizado, de que não será extradita- (E) vinte e um anos para Governador.
do por crime comum.
18. É correto afirmar que
12. Considerando o entendimento do STF, assinale a alternativa que repre- (A) o prazo de validade do concurso público será de até cinco anos, prorro-
senta situação de inconstitucional violação a algum tipo de sigilo protegido gável uma vez, por igual período.
pela Constituição Federal de 1988. (B) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão com-
(A) Compartilhamento de informações e elementos, licitamente obtidos, putados e acumulados para fim de concessão de acréscimos ulteriores.
constantes dos autos do inquérito de investigação criminal para subsidiar (C) são estáveis após 2 anos de efetivo exercício os servidores nomeados
procedimento administrativo disciplinar movido contra o parlamentar na para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Câmara dos Deputados, a pedido da Comissão de Ética e Decoro Parla- (D) a lei poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
mentar. contribuição fictício.
(B) Juntada de comprovante de consulta a órgão de proteção ao crédito em (E) é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando
processo judicial, tornando-a pública, com o propósito de impedir, modificar houver compatibilidade de horários, a de um cargo de professor com outro,
e extinguir direito da parte adversa no feito. técnico ou científico.
(C) Quebra do sigilo telefônico por meio de gravação de conversa telefônica
feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do 19. Segundo a Constituição Federal vigente, a República Federativa do
outro, quando há investida criminosa deste último. Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como um dos
(D) Quebra de sigilo bancário de membros do Congresso Nacional, por seus princípios fundamentais
ordem decretada por Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no âmbito do inqué- (A) o pluralismo político.
rito policial instaurado contra deputados federais para apuração de crime (B) a democracia liberal.
eleitoral. (C) a bicameralidade.
(D) a multiplicidade de legendas partidárias.
13. Tendo em vista o que estabelece a Constituição Federal sobre direitos (E) a obrigatoriedade do voto.
e garantias fundamentais dos trabalhadores, assinale a alternativa correta.
(A) É direito fundamental do trabalhador assistência gratuita aos filhos e 20. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
dependentes, desde o nascimento até sete anos de idade em creches e (A) pelo Presidente da República.
pré-escolas. (B) por Lei Federal.
(B) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da (C) por decisão do Ministério Público.
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda (D) depois de suspensas por decisão administrativa fundamentada.
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta (E) por decisão judicial transitada em julgado.
grave nos termos da lei.
(C) Nas empresas com mais de cem empregados é assegurada a eleição 21. Nos termos da Constituição Federal vigente,
de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o (A) a proteção do trabalhador contra a despedida arbitrária há de ser esta-
entendimento direto com os empregadores. belecida em lei ordinária.
(D) A lei poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, (B) é permitida a criação de mais de uma entidade sindical, representativa
inclusive o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público, po- de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial.
rém, a interferência e a intervenção na organização sindical. (C) admite-se a não equiparação dos direitos do trabalhador avulso e do
trabalhador com vínculo empregatício.
14. A Constituição Federal dispõe que haverá penas (D) é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
(A) de morte nos casos de guerra declarada. trabalho.
(B) de caráter perpétuo. (E) é legítima a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual.
(C) de trabalhos forçados.
(D) de banimento. 22. Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originaria-
(E) cruéis. mente o habeas data contra atos
25. impessoalidade, nada mais é que o clássico princípio da finalidade. 33. Habeas Corpus - Medida que visa proteger o direito de ir e vir. É conce-
A finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer dido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ato administrativo: o INTERESSE PÚBLICO. Todo ato administrativo ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
que se aparta de tal objetivo sujeitar-se-á à invalidação por desvio de poder. Quando há apenas ameaça a direito, o habeas corpus é preventivo.
finalidade. É claro que, pode acontecer, de o interes-
se público coincidir com o de particulares, como ocorre normalmente 34. Habeas Data - Ação para garantir o acesso de uma pessoa a informa-
nos atos administrativos negociais e nos contratos públicos. O que o ções sobre ela que façam parte de arquivos ou bancos de dados de entida-
princípio da finalidade veda é a prática de ato administrativo sem des governamentais ou públicas. Também pode pedir a correção de dados
interesse público ou conveniência para a Administração, visando incorretos.
unicamente satisfazer interesses privados, caracterizando-se o desvio
de finalidade. Não se esqueçam de que desvio de finalidade constitui 35. Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública,
uma das modalidades de ABUSO DE PODER. considere:
I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste nome, símbolo
26. moralidade subtende-se que o administrador deve ser ético em ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servido-
sua conduta. Tal conceito está ligado de bom administrador. O certo é res públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campa-
que a moralidade do ato administrativo juntamente com sua legalidade nhas dos órgãos públicos.
e finalidade, constituem pressupostos de validade sem os quais a II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfei-
atividade pública será ilegítima. ção e rendimento funcional.
As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos princípios da
(A) impessoalidade e eficiência.
27. publicidade , e aqui podemos dizer que a publicidade não é elemen- (B) publicidade e moralidade.
to formativo do ato, e sim requisito de eficácia e moralidade. A publi- (C) legalidade e impessoalidade.
cidade consiste na divulgação oficial do ato para conhecimento públi- (D) moralidade e legalidade.
co e início de seus efeitos externos. Aqui é bom lembrar que a publi- (E) eficiência e publicidade.
cação que produz efeitos jurídicos é a feita pelo órgão oficial da Ad-
ministração. Por órgão oficial entenda-se não só o Diário Oficial das 36. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
entidades públicas como também, os jornais contratados para essas Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
publicações oficiais. Os atos e contratos administrativos que omitirem crático de Direito e tem como fundamentos:
ou desatenderem à pUblicação necessária deixam de produzir seus I - a soberania;
regulares efeitos, bem como se expõe à invalidação por falta desse II - a cidadania;
requisito de eficácia e moralidade. III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
28. eficiência exige presteza, perfeição e rendimento funcional. É o V - o pluralismo político.
mais moderno dos princípios da Administração. Pela EC 45/2004 a Estão corretas:
eficiência passou a ser um direito com sede constitucional. a) todas estão corretas
b) somente quatro delas estão corretas
Quanto aos remédios constitucionais: c) somente três estão corretas
d) somente duas estão corretas
29. Ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão
que deseje questionar judicialmente a validade de atos que considera 37. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio a) construir uma sociedade livre, justa e solidária;
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. b) garantir o desenvolvimento nacional;
c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
Com relação à ética no serviço público, julgue os itens a seguir. 71. Dentre as proposições abaixo, é INCORRETO afirmar que a República
Federativa do Brasil tem como fundamentos, dentre outros,
63. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o servidor público (A) a cidadania e o pluralismo político.
represente contra ato que caracterize omissão ou abuso de poder, ainda (B) a soberania e a dignidade da pessoa humana.
que esse ato tenha emanado de superior hierárquico. (C) o pluralismo político e a valorização social do trabalho.
(D) a dignidade da pessoa humana e o valor da livre iniciativa.
64. O servidor público deve abster-se de exercer sua função, poder ou (E) a autonomia e a dependência nacional.
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não come-
tendo qualquer violação expressa à lei. 72. Constitui direito e dever individual e coletivo previsto na Constituição
brasileira, além de outros, o seguinte:
65. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assuntos da repartição (A) é crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
que envolvam questões relativas à segurança da sociedade. militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
(B) é violável a intimidade, a honra e a imagem das pessoas, salvo a sua
66. O servidor público pode retirar da repartição documento pertencente ao vida privada.
patrimônio público, sem prévia autorização da autoridade competente, se (C) o cidadão poderá ser privado de direitos por motivo de crença religiosa,
exercer cargo de confiança ou função à qual esse documento esteja rela- ainda que a invocar para eximir-se de obrigação legal.
cionado. (D) é limitada a liberdade de associação, permitida a de caráter paramilitar,
nos termos da lei.
67. Quanto aos direitos sociais previstos na Constituição Federal, é IN- (E) todo trabalhador será compelido a associar-se e a permanecer associa-
CORRETO afirmar que é proibida do a sindicato de sua categoria profissional.
(A) a atividade laborativa noturna a menores de dezesseis anos e de qual-
quer trabalho a menores de quatorze 73. Considere as hipóteses que:
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos doze anos de idade. 1. Implique sempre falta de norma regulamentadora que torne inviável o
(B) a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas como
profissionais respectivos. as inerentes à nacionalidade.
(C) a diferenciação de salários, de exercício de funções e de critério de 2. Vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. que o Estado participe.
(D) qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do As medidas constitucionais aplicáveis a esses casos são, respectivamente,
trabalhador portador de deficiência. (A) agravo de representação especial e habeas data.
(E) a diferenciação de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício (B) mandado de injunção e ação popular.
permanente e o trabalhador avulso. (C) mandado de segurança e mandado de injunção.
(D) habeas corpus e mandado de segurança.
68. Considere as assertivas abaixo, relacionadas à Administração Pública. (E) habeas data e ação civil pública.
I. É permitida, desde que estabelecida em lei, a contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional inte- 74. Nos termos da Constituição Federal, a ação, quanto aos créditos resul-
resse público. tantes das relações de trabalho, prescrevem em
II. O direito à livre associação sindical é irrestritamente garantido ao servi- (A) dois anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de cinco
dor público civil e ao militar. anos após a extinção do contrato de trabalho.
III. A administração fazendária goza, dentro de sua área de competência e (B) três anos para os trabalhadores urbanos e quatro anos para os rurais,
jurisdição, de precedência sobre os demais setores administrativos, na até o limite de três anos, respectivamente, após a extinção do contrato de
forma da lei. trabalho.
IV. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público civil ou (C) cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
militar serão computados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. anos após a extinção do contrato de trabalho.
V. Os vencimentos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão (D) três anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dezoito
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. meses após a extinção do contrato de trabalho.
Estão corretas APENAS as que se encontram em (E) cinco anos para os trabalhadores urbanos e três anos para os rurais,
(A) II e IV. até o limite de cinco anos, respectivamente, após a extinção do contrato de
(B) I, II e IV. trabalho.
(C) III, IV e V.
(D) I, III e V. 75. A representação de cada um dos Estados e do Distrito Federal, no
(E) III e IV. Senado Federal, será renovada de