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No processo de aquisição da leitura e escrita, a criança passa por quatro fases ou níveis:
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Pictórica
A criança registra garatujas, desenhos sem figuração e, mais tarde, desenhos com figuração.
Normalmente, a criança que vive em um ambiente urbano, com estimulação linguística e
disponibilidade de material gráfico (papel e lápis) começa a rabiscar e experimentar símbolos
muito cedo (por volta dos dois anos). Muitas vezes, ela já usa a linearidade, mostrando uma
consciência sobre as características da escrita.
Grafismo Primitivo
A criança registra símbolos e pseudoletras, misturadas com letras e números. Já demonstra
linearidade e utiliza o que conhece do meio ambiente para escrever (bolinhas, riscos, pedaços
de letras). Nesse momento, há um questionamento sobre os sinais escritos. Ela pergunta
muito ao adulto sobre a representação que vê em sua comunidade.
Pré-Silábica Propriamente Dita
Nessa fase, a criança começa a distinguir letras de números, desenhos ou símbolos e
reconhece o papel das letras na escrita. Percebe que as letras servem para escrever, mas
não sabe como isso ocorre.
Fase Silábica
Quando a criança chega ao nível silábico, sente-se confiante porque descobre que pode
escrever com lógica. Ela conta os “pedaços sonoros”, isto é, as sílabas, e coloca um símbolo
(letras) para cada pedaço (sílaba). Essa noção de que cada silaba corresponde a uma letra
pode acontecer com ou sem valor sonoro convencional.
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Fase Alfabética
Quando a criança reconstrói o sistema linguístico e compreende a sua organização, ela
transpõe a porta do mundo e das coisas escritas, conseguindo ler e expressar graficamente
o que pensa ou fala.
Nesse momento, a criança escreve foneticamente (faz a relação entre som e letra), mas não
ortograficamente. O desafio agora é caminhar em direção à convencionalidade, em direção à
correção ortográfica e gramatical.
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O texto abaixo está fundamentado no livro:
A Psicogênese da Língua Escrita,
de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.
Exemplificando: o elefante deve escrever com mais letras do que um mosquito, é uma
concepção realística da palavra, ou seja, a de que coisas grandes tem nomes grandes e
coisas pequenas tem nomes pequenos, também o seu pensamento pode evoluir quando suas
escritas não são decodificadas como o esperado por pessoas que sabem ler. No qual o
sistema da escrita é uma construção social e histórica. Por isso o sistema de codificação esta
ultrapassada já que existem sons, por exemplo, que jamais serão escritas; assim como há
letras que jamais serão pronunciadas.
Para as autoras, todas as crianças independentes de sua nacionalidade, passam em
seu processo de construção da escrita pelas mesmas etapas que o homem passou quando
“descobriu” a escrita. De uma forma geral, refazem a mesma trajetória que a humanidade
percorreu no surgimento da escrita, ou seja, passam pela fase correspondente á escrita
pictográfica (forma mais antiga, usada pelo homem para representar só os objetos que podiam
ser desenhado ), á escrita Ideográfica ( consistia no uso de um sinal ou marca para representar
uma palavra ou conceito ) e escrita Logográfica ( constituída de desenhos, referente ao nome
e dos objetos- som- e não ao objeto em si).
Segundo FERREIRO (2001a), a psicogênese realiza um processo de recontar a
escrita, pois propõe que seja desconsiderada a concepção prévia que o adulto tem sobre a
escrita, uma vez que as hipóteses parecem ser óbvias e naturais para o um adulto alfabetizado
por método apresentado das partes para o todo, assim não são para as crianças. Portanto,
essa é a única forma para o adulto e mais especialmente, o professor possa compreender
como ocorre o processo de construção da escrita pela criança e, consequentemente, mude
de as posturas tradicionais de ensino, gerando práticas de alfabetização democrática. É de
suma importância a mudança nessa concepção sobre a escrita para que se entenda que a
alfabetização acontece em um trabalho conceitual.
A escrita foi transformada pela escola de objeto social em objeto escolar, pois se
considera proprietária desse objeto de grande importância social. Com isso, a escrita foi
reduzida a um instrumento para evoluir na escola, para passar de ano. Essa posição precisa
ser repensada, pois a escrita só é importante na escola por ser fora dela. Sendo que no
passado os educadores achavam que só aprendia a ler memorizando letras, sons e palavras
tornando a aprendizagem da escrita como algo perceptivelmente mecânico. A escrita era
percebida como transcrição gráfica da linguagem oral (codificação), e enquanto que a leitura,
como associação de respostas sonoras a estímulos gráficos, transformação da escrita em
som (decodificação).
O grande problema da teoria empirista foi esse, pois consideravam que os alunos
chegam á escola todos iguais e ignorantes, no que se refere á escrita, e que bastaria ensinar
as letras que correspondem aos seguimentos sonoros para que eles compreendessem o
modo de funcionamento do sistema alfabético, ou seja, a escola não permitia ao aluno
conviver com a linguagem escrita, não era realizada leitura de textos diversos gêneros e nem
criava situações para que o aluno pudesse refletir sobre como funcionava a escrita alfabética.
Não havia uma reflexão sobre as palavras. Com isso o aluno poderia compreender que as
letras registram os sons falados, razão pela qual, para aprender, bastaria repetir em doses
homeopáticas as tarefas não reflexivas impostas pelo “método”. Sendo assim, chegamos a
conclusão que nosso sistema alfabético não tem relação perfeita entre a letra e o som.
Ferreiro e Teberosky (1999) destacaram-se dentre todas as hipóteses de construção
externadas pelas crianças, quatro hipóteses fundamentais para compreensão de como as
crianças adquirem a linguagem de níveis de concepção da escrita. São elas: