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FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA – FATIN

INSTITUTO DA FAMÍLIA – IDF

SOCIOLOGIA BÍBLICA

“O MOVIMENTO ILUMINISTA É UM MOVIMENTO DE REJEIÇÃO DA TRADIÇÃO


E DA AUTORIDADE DA PALAVRA DE DEUS”

ARIANE BARBOSA RAMOS NEVES

RECIFE

2018
TEMA: “O movimento iluminista é um movimento de rejeição da tradição e da autoridade da
Palavra de Deus”

O racionalismo iluminista X a igreja cristã

O Iluminismo, movimento surgido no início do século XVIII, era, em vários aspectos,


uma revolta contra o poder da religião institucionalizada e contra a religião em geral, e ligado
a ele está o surgimento do humanismo. As conjecturas filosóficas do movimento eram, em
primeiro lugar, o racionalismo de Descartes, Spinoza e Leibniz, e o empirismo (do grego
empeiria, que significa "experiência") de Locke, Berkeley e Hume. A tese fundamental do
empirismo é que o conhecimento humano legítimo é obtido pelas informações chegadas à
mente através dos sentidos, sendo considerada ilegítimo, pela maioria dos filósofos empíricos,
o conhecimento que o homem adquire através da imaginação, dogma, tradição ou pelo
raciocínio puro. Geralmente consideram como sendo "inverificável" qualquer conhecimento
que provenha de áreas como arte, moralidade, religião e metafísica. O que estas duas filosofias
tinham em comum é que ambas negavam a possibilidade de se conhecer a Deus e, portanto,
Ele deveria ser deixado de fora da pesquisa científica.
Como infeliz consequência, o Iluminismo provocou impacto dentro da Igreja,
especialmente na área de estudos bíblicos e da interpretação das Escrituras. Estudiosos da
Bíblia, influenciados pelo humanismo racionalista do Iluminismo, adotaram diversas posturas
em sua interpretação como, por exemplo, a rejeição do sobrenatural e da revelação, afirmando
que Deus não se revela ou intervém na história e nos acontecimentos humanos e a leitura da
Bíblia controlada pela razão.
Houve, com essas posturas, impacto nos seminários e universidades. Os mesmos
responsáveis pelo surgimento e desenvolvimento inicial do método racionalista de ler a Bíblia
tentaram sustentar ao mesmo tempo sua fé em Deus e nas Escrituras e um compromisso com
o racionalismo. Muitos se tornaram deístas, mas gradualmente o racionalismo foi
prevalecendo e sufocando a fé. Os principais estudiosos, que acabaram por influenciar
profundamente os seminários e as igrejas em toda a Europa e nos Estados Unidos adotaram
algumas posturas quanto à Bíblia que acabaram por minar completamente a sua autoridade e
a confiança da Igreja nela, como a infalível Palavra de Deus.
E neste processo de sucateamento da Bíblia, houve uma gradual separação entre os
dois Testamentos. Afirmavam que a Bíblia não era um livro harmônico e coerente, mas que se
contradizia. Afirmavam ainda que não se podia estudar o Antigo Testamento à partir do Novo
e nem vice-versa e, ainda, Ernesti (séc. XVIII), teólogo e filólogo de Leipzig (Alemanha), insistiu
que o AT e o NT fossem separados, e que a leitura do NT fosse liberada do dogma eclesiástico
da Igreja. Ao final, chegou-se ao abandono da doutrina da inspiração e inerrância das
Escrituras. Johann Semler (séc. XVIII), teólogo luterano alemão da Universidade de Halle fez a
separação entre palavra de Deus e Escritura Sagrada, e com isso rejeitou o conceito de
inspiração. O cânon era uma questão puramente histórica. As Escrituras deveriam ser
entendidas como testemunhas de uma época histórica específica – sem relevância para hoje.
Insistiu também em separar o AT e o NT. Esse conceito levou à rejeição da doutrina da
revelação, inspiração e da intervenção sobrenatural de Deus no mundo. Como resultado, a
Bíblia passou a ser estudada como qualquer outro livro, e o método histórico-crítico passou a
ser a única ferramenta que poderia descobrir a verdade.
O impacto do humanismo racionalista se fez sentir primeiramente nos seminários e
faculdades de teologia. Mas logo, os pastores que ali estudaram, passaram estas ideias para
suas igrejas. A missão da Igreja deixou de ser a evangelização de todos os povos e passou a ser
somente obra social (já que não havia mais uma Bíblia que valesse a pena ser pregada!).
Começa o movimento ecumênico, já que agora percebeu-se que o Cristianismo é uma religião
igual às outras. Ser cristão não é mais visto como crer e seguir a Jesus Cristo, mas em viver uma
vida moralmente correta e fazer obras sociais. Ainda como consequência, houve o
esvaziamento das igrejas e este processo se estende até os dias de hoje. Entretanto, homens
como Peter Stuhlmacher, Gerhard Maier e Eta Linnemann têm se levantado, na Alemanha,
insistindo em interpretar a Bíblia levando em conta o fato de que ela é a Palavra de Deus.
O Cristianismo moldado pelo humanismo racionalista alastra-se até os dias de hoje e
alcançou o Brasil de diversas maneiras. Primeira, através de pastores brasileiros que foram
estudar no exterior, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, em seminários e
universidades onde este tipo de leitura da Bíblia predomina. Voltando com graus de mestre ou
doutores, tornaram-se professores de seminários evangélicos, onde transmitem estes
conceitos aos alunos, futuros pastores das igrejas. Segunda, através da literatura. Muito
material escrito por estudiosos teologicamente liberais foi traduzido para o português. Os
pastores brasileiros que não têm conhecimentos destas coisas, mas que são ávidos por
aprender, acabam comprando e consumindo este material. A ala progressista da Igreja
Católica, influenciada por este tipo de abordagem da Bíblia, também traduz e publica muito
material desta linha, utilizando-se de editoras católicas. Os cursos superiores de teologia das
universidades católicas são via de regra dentro do “estudo científico” da Bíblia.
Não se pode desprezar e rejeitar tudo que vem do humanismo racionalista. A sua
influência nos estudos da Bíblia serviu para alertar a Igreja da necessidade de estudar mais
seriamente a Bíblia e utilizar-se de outras ciências que podem funcionar como auxiliares da
teologia. Por outro lado, precisa-se ter cuidado com os princípios por detrás dos métodos de
interpretação e das teologias surgidas debaixo do impacto do racionalismo. Deus é deixado de
fora como Aquele que existe e atua diretamente neste mundo que Ele criou para a Sua glória.
Deve-se ter uma teologia, uma vida cristã e igrejas que sejam firmadas na verdade, que
valoriza os estudos e o desenvolvimento do conhecimento teológico, e que por outro lado não
abre mão da infalibilidade das Escrituras e sua autoridade para hoje.

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