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Câmara Municipal de Nova Friburgo do Estado do Rio de Janeiro

NOVA FRIBURGO-RJ
Adjunto Legislativo
Edital de Concurso Público Nº 001/2017

JH006-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Câmara Municipal de Nova Friburgo do Estado do Rio de Janeiro

Cargo: Adjunto Legislativo

(Baseado no Edital de Concurso Público Nº 001/2017)

• Língua Portuguesa
• Noções de Informática
• Conhecimentos Gerais
• Lei Orgânica Municipal
• Regimento Interno
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira

Capa
Rosa Thaina dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
SUMÁRIO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e interpretação de textos;........................................................................................................................................................ 01


Denotação e conotação;........................................................................................................................................................................................ 07
Figuras;.......................................................................................................................................................................................................................... 12
Coesão e coerência;................................................................................................................................................................................................. 15
Tipologia textual;...................................................................................................................................................................................................... 18
Significação das palavras;...................................................................................................................................................................................... 33
Emprego das classes de palavras;...................................................................................................................................................................... 34
Sintaxe da oração e do período;......................................................................................................................................................................... 70
Pontuação;................................................................................................................................................................................................................... 81
Concordância verbal e nominal;......................................................................................................................................................................... 84
Regência verbal e nominal;................................................................................................................................................................................... 90
Estudo da crase;........................................................................................................................................................................................................ 96
Semântica e estilística...........................................................................................................................................................................................101
Redação Oficial........................................................................................................................................................................................................102

Noções de Informática

Conhecimentos básicos de microcomputadores PC – Hardware. ....................................................................................................... 01


Sistemas Operacionais. ......................................................................................................................................................................................... 23
MS-DOS. ..................................................................................................................................................................................................................... 23
Sistemas de Windows. ........................................................................................................................................................................................... 23
Processador de texto MS-Word para Windows. ......................................................................................................................................... 47
Planilha de cálculo MS-Excel. .............................................................................................................................................................................. 81
Banco de dados. ....................................................................................................................................................................................................106
Comunicação de dados. .....................................................................................................................................................................................106
Conceitos Gerais de Equipamentos e Operacionalização. ....................................................................................................................118
Conceitos básicos de Internet...........................................................................................................................................................................118

Conhecimentos Gerais

Domínio de tópicos relevantes de diversas áreas, tais como: política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas a nível
municipal, regional, nacional e internacional..........................................................................................................................................................01

Lei Orgânica Municipal

Domínio de tópicos relevantes de diversas áreas, tais como: política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas a nível
municipal, regional, nacional e internacional..........................................................................................................................................................01

Regimento Interno

Regimento Interno da Câmara de Nova Friburgo: Das disposições preliminares; Dos órgãos da Câmara Municipal; Das Ses-
sões da Câmara. Das Proposições; Da apreciação das Proposições; Da participação da sociedade civil; Da Administração e
da Economia Interna;.........................................................................................................................................................................................................01
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: Noções de organização administrativa: Administração direta e indireta. Autar-
quias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. .......................................................................................... 01
Princípios Administrativos..................................................................................................................................................................................... 03
Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. Agentes públicos. Cargo, emprego e função
pública. ........................................................................................................................................................................................................................ 08
Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder. ................................ 11
Licitação: Princípios; Contratação direta: dispensa e inexigibilidade; Modalidades; Tipos......................................................... 12
Controle da administração pública. Controle legislativo. ........................................................................................................................ 16
Improbidade Administrativa. .............................................................................................................................................................................. 22
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos e Garantias Fundamentais................................................................................ 23
Poder legislativo. Do Processo Legislativo. Do Município. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E O LEGISLATIVO MUNICIPAL:
Maioria e a minoria; O princípio do pluralismo político; O princípio do contraditório e da ampla defesa; Princípios da
administração pública aplicáveis à atividade legislativa; Princípios específicos do direito parlamentar. AS FUNÇÕES DO
PODER LEGISLATIVO: A função representativa; A função legislativa; A função socializadora/controladora e seus instru-
mentos. A função de orientação política. A função comunicativa. A função informativa; A função educativa. ................ 60
NOÇÕES DE RECURSOS HUMANOS: Políticas de administração de Recursos Humanos. Planejamento estratégico de Recursos
Humanos. Recrutamento e seleção de recursos humanos; Aplicação: desenho, descrição e análise de cargos; .........................63
Avaliação de desempenho; .................................................................................................................................................................................. 72
Desenvolvimento: treinamento e desenvolvimento de pessoal;........................................................................................................... 72
Remuneração e proteção: salários e benefícios........................................................................................................................................... 73
Ética profissional....................................................................................................................................................................................................... 74
LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos;........................................................................................................................................................ 01


Denotação e conotação;........................................................................................................................................................................................ 07
Figuras;.......................................................................................................................................................................................................................... 12
Coesão e coerência;................................................................................................................................................................................................. 15
Tipologia textual;...................................................................................................................................................................................................... 18
Significação das palavras;...................................................................................................................................................................................... 33
Emprego das classes de palavras;...................................................................................................................................................................... 34
Sintaxe da oração e do período;......................................................................................................................................................................... 70
Pontuação;................................................................................................................................................................................................................... 81
Concordância verbal e nominal;......................................................................................................................................................................... 84
Regência verbal e nominal;................................................................................................................................................................................... 90
Estudo da crase;........................................................................................................................................................................................................ 96
Semântica e estilística...........................................................................................................................................................................................101
Redação Oficial........................................................................................................................................................................................................102
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação – na semântica (significado das palavras)


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS; incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
gem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, - Capacidade de raciocínio.
a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão
aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de Interpretar X compreender
responder às questões relacionadas a textos.
Interpretar significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - Através do texto, infere-se que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e - É possível deduzir que...
decodificar ). - O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
Compreender significa
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições
está escrito.
para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa - o texto diz que...
interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o rela- - é sugerido pelo autor que...
cionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
for retirada de seu contexto original e analisada separada- - o narrador afirma...
mente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
Erros de interpretação
Intertexto - comumente, os textos apresentam referên- É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
cias diretas ou indiretas a outros autores através de citações. de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma in- conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
terpretação de um texto é a identificação de sua ideia prin- - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
cipal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fun- apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
damentações, as argumentações, ou explicações, que levem junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. entendimento do tema desenvolvido.
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
cadas e, consequentemente, errando a questão.
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
definem o tempo). de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
que o autor diz e nada mais.
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
de diferenças entre as situações do texto.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
uma realidade, opinando a respeito. me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia
dárias em um só parágrafo. -a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
Condições básicas para interpretar semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
Fazem-se necessários: cedente.
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros li- Os pronomes relativos são muito importantes na inter-
terários, estrutura do texto), leitura e prática; pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coe-
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do são. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe
texto) e semântico; um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

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LÍNGUA PORTUGUESA

- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
mas depende das condições da frase. reduzido no qual o menino detém sua atenção é
- qual (neutro) idem ao anterior. (A) fresta.
- quem (pessoa) (B) marca.
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois (C) alma.
o objeto possuído. (D) solidão.
- como (modo) (E) penumbra.
- onde (lugar)
quando (tempo) Texto para a questão 2:
quanto (montante)
DA DISCRIÇÃO
Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto) Mário Quintana
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O ). Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
Dicas para melhorar a interpretação de textos
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
a leitura; 2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o
menos duas vezes; poema, é correto afirmar que
- Inferir; (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; é algo ruim.
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do (B) amigo que não guarda segredos não merece res-
autor; peito.
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor (C) o melhor amigo é aquele que não possui outros
compreensão; amigos.
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
questão; (E) entre amigos, não devem existir segredos.
- O autor defende ideias e você deve percebê-las.
3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
Fonte: CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à
gues/como-interpretar-textos questão.

QUESTÕES Casamento

1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 Há mulheres que dizem:


- ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere Meu marido, se quiser pescar, pesque,
o texto abaixo. mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
A marca da solidão
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
ele fala coisas como “este foi difícil”
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
penumbra na tarde quente. “prateou no ar dando rabanadas”
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro e faz o gesto com a mão.
de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pe- O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
drinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas atravessa a cozinha como um rio profundo.
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz Por fim, os peixes na travessa,
de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca vamos dormir.
da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. Coisas prateadas espocam:
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja- somos noivo e noiva.
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) (Adélia Prado, Poesia Reunida)

2
LÍNGUA PORTUGUESA

A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que 6-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI-
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não NISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a via-
gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham tura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona
difícil limpar os peixes. norte de São Paulo.”
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulhe- Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar
res que não gostam de limpar os peixes, embora valori- que, em sua estrutura sintática, houve supressão da ex-
zem os esbarrões de cotovelos na cozinha. pressão
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar so- a) vigilantes.
zinhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam b) carga.
os peixes. c) viatura.
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos d) foi.
mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. e) desviada.
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noi-
te, para limpar, abrir e salgar o peixe. 7-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
4-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Carta para o 9.326!!!
PE/2012) Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a em
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con- branco, e um outro pergunta:
cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mun- — Quem te mandou essa carta?
do, que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. — Minha irmã.
É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, — Mas por que não está escrito nada?
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
do mundo. Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o adaptações).
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto
acima decorre
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex- A) da identificação numérica atribuída ao louco.
tual “O riso”. B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a
(...) CERTO ( ) ERRADO carta no hospício.
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou
5-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- a carta.
PE/2010) D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran-
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que co.
atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
surge uma explicação oficial satisfatória para o corte
abrupto e generalizado de energia no final de 2009. 8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé- Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es- — Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de — O senhor tem hora?
900 km que separam Itaipu de São Paulo. O sujeito olha para o relógio e diz:
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de — Sim. São duas e meia.
investimentos e também erros operacionais conspiraram — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
para produzir a mais séria falha do sistema de geração e — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me
distribuição de energia do país desde o traumático racio- paga o aluguel do consultório...
namento de 2001. Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta- adaptações).
ções).
No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas homem para saber se ele
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. A) verificou o horário de chegada e está sob os cuida-
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em dos do dr. Pedro.
18 estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o paga-
(...) CERTO ( ) ERRADO mento do aluguel.
C) tem relógio e sabe esperar.
D) marcou consulta e está calmo.
E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cui-
dados do dr. Pedro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: As NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa
questões de números 09 a 12 referem-se ao texto abaixo. claro que
Liderança é uma palavra frequentemente associada a (A) a importância do líder baseia-se na valorização de
feitos e realizações de grandes personagens da história e da todo o grupo em torno da realização de um objetivo comum.
vida social ou, então, a uma dimensão mágica, em que al- (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma orga-
gumas poucas pessoas teriam habilidades inatas ou o dom nização, pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta
de transformar-se em grandes líderes, capazes de influenciar ou objetivo.
outras e, assim, obter e manter o poder. (C) pode não haver condições de liderança em algumas
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a equipes, caso não se estabeleçam atividades específicas
maioria das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos para cada um de seus membros.
desenvolver consideravelmente as suas capacidades de lide- (D) a liderança é um dom que independe da participa-
rança. ção dos componentes de uma equipe em um ambiente de
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns trabalho.
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjun-
to, formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias 11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
algumas habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da
através das experiências da vida, quanto da formação volta- liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
da para essa finalidade. No contexto, inter-relação significa
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en- (A) o respeito que os membros de uma equipe devem
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por
para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, resultarem em benefício de todo o grupo.
que requerem a interação cooperativa dos membros envol- (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um
vidos. Não pressupõe proximidade física ou temporal: pode- grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propos-
se ter a mente e/ou o comportamento influenciado por um tos pela organização a que prestam serviço.
escritor ou por um líder religioso que nunca se viu ou que (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em
viveu noutra época. [...] equipe, de modo que os mais capacitados colaborem com
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação os de menor capacidade.
do poder de influência do líder, implica dizer que parte desse (D) a criação de interesses mútuos entre membros de
poder encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que uma equipe e de respeito às metas que devem ser alcan-
se fundamenta a maioria das teorias contemporâneas sobre çadas por todos.
liderança.
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder 12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
que existe nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe
fazerem o que se requer delas, da maneira mais efetiva e proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
humana possível. [...] A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza (A) a presença física de um líder natural é fundamen-
Pinto. Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na tal para que seus ensinamentos possam ser divulgados e
Administração pública do Estado de São Paulo, org. Lais Ma- aceitos.
cedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria de (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sem-
Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292, pre se atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de
com adaptações) autores diversos.
(C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo,
09-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI- mesmo se houver distância no tempo e no espaço entre
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o aquele que influencia e aquele que é influenciado.
texto, liderança (D) as influências recebidas devem ser bem analisadas
(A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não e postas em prática em seu devido tempo e na ocasião
pode ser desenvolvida por aqueles que somente executam mais propícia.
tarefas em seu ambiente de trabalho.
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de 13-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR –
heróis da história da humanidade, que realizaram grandes FGV PROJETOS/2010)
feitos e se tornaram poderosos através deles.
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até Painel do leitor (Carta do leitor)
mesmo adquirida, de conseguir resultados desejáveis da-
queles que constituem a equipe de trabalho. Resgate no Chile
(D) torna-se legítima se houver consenso em todos os
grupos quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de
mobilizar esses grupos em torno de seus objetivos pes- salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo
soais. de uma mina de cobre e ouro no Chile.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Um a um os mineiros soterrados foram içados com 15-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode que, assim como seus amigos, a autora viaja para
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen- (B) escapar do lugar em que está.
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, (C) reencontrar familiares queridos.
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons- (D) praticar esportes radicais.
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para (E) dedicar-se ao trabalho.
ajudar no salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- 16-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde,
nel do leitor – 17/10/2010) “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como
um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que viajará
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- para um lugar
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor (A) repulsivo e populoso.
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem (B) sombrio e desabitado.
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: (C) comercial e movimentado.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (D) bucólico e sossegado.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (E) opressivo e agitado.
mina de cobre e ouro no Chile.”
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” 17) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL-
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
ceram na mina...”
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
questões de números 14 a 16.

Férias na Ilha do Nanja

Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as


malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... (Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1.
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de Porto Alegre: L&PM, 1976. p. 95.)
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunis-
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da ta mineiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar
própria vida. que o tema apresentado é
E eu vou para a Ilha do Nanja. (A) a oposição entre o modo de pensar e agir.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as (B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio (C) a comunicação e sua importância na vida das pes-
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es- soas.
tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a (D) a massificação do pensamento na sociedade mo-
moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra derna.
ilha.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adap- RESOLUÇÃO
tado)
1-)
*fissuras: fendas, rachaduras Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
14-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- do cabe numa fresta.
LHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descre-
ver a maneira como se preparam para suas férias, a autora RESPOSTA: “A”.
mostra que seus amigos estão 2-)
(A) serenos. Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informa-
(B) descuidados. ção contida na alternativa: revelar segredos para o amigo
(C) apreensivos. pode ser arriscado.
(D) indiferentes.
(E) relaxados. RESPOSTA: “D”.

5
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 10-)
Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora O texto deixa claro que a importância do líder baseia-
narra um momento simples, mas que é prazeroso ao casal. se na valorização de todo o grupo em torno da realização
de um objetivo comum.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “A”.
4-)
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; 11-)
ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacio- Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresenta-
nam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. das, a que está coerente com o sentido dado à palavra “in-
ter-relação” é: “a criação de interesses mútuos entre mem-
RESPOSTA: “CERTO”. bros de uma equipe e de respeito às metas que devem ser
alcançadas por todos”.
5-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo
RESPOSTA: “D”.
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o
qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (oração su-
bordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, temos 12-)
uma adjetiva explicativa (generaliza a informação da oração Não pressupõe proximidade física ou temporal = o
principal. A construção seria: “do apagão, que atingiu pelo aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
menos 1800 cidades em 18 estados do país”); quando não houver distância no tempo e no espaço entre aquele que
há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, delimita a infor- influencia e aquele que é influenciado.
mação – como no caso do exercício).
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “CERTO’.
13-)
6-) Em todas as alternativas há expressões que represen-
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, aban- tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
donada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
da figura de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
que consiste na omissão de um termo já citado anteriormen-
te (diferente da elipse, que o termo não é citado, mas facil- RESPOSTA: “B”.
mente identificado). No enunciado temos a narração de que
a carga foi desviada e de que a viatura foi abandonada. 14-)
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
RESPOSTA: “D”. fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
7-) nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, RESPOSTA: “C”.
porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
15-)
RESPOSTA: “D”.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
da própria autora!
8-)
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o
senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele mar- RESPOSTA: “B”.
cou horário e se é paciente do Dr. Pedro.
16-)
RESPOSTA: “E”. Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.

9-) RESPOSTA: “D”.


Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar à
conclusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter-rela- 17-)
ção; envolve duas ou mais pessoas e a existência de necessi- Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta
dades para serem atendidas ou objetivos para serem alcan- observar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”.
çados, que requerem a interação cooperativa dos membros
envolvidos = equipe RESPOSTA: “A”.

RESPOSTA: “C”.

6
LÍNGUA PORTUGUESA

Polissemia e ambiguidade
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO;
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta-
Consideremos as seguintes frases: ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
Vamos! Coloque logo a mão na massa! uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma
As crianças estão com as mãos sujas. alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idên- felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
ticas no que se refere à grafia, mas será que possuem o mes- De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela
mo significado? pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter-
Existe uma parte da gramática normativa denominada pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor-
Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados tante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
que uma mesma palavra apresenta de acordo com o contex- Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo-
to em que se insere. la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de-
Tomando como exemplo as frases já mencionadas, ana- finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma
lisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto.
sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- Sentido Próprio e Figurado das Palavras
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
significado é de: participação, interação mediante a uma Pela própria definição acima destacada podemos per-
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa. relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo perce- significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
bemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
Possibilidades de várias interpretações levando-se em con-
dem-se assim:
sideração as situações de aplicabilidade.
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:
do comum que costumamos dar a uma palavra.
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
do”, que podemos dar a uma palavra.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua so-
brevivência Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
O passarinho foi atingido no bico. contextos:
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
Polissemia e homonímia 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co-
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signi- nhece muito sobre alguma coisa, “expert”)
ficados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
quando duas ou mais palavras com origens e significados mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho- em sentido figurado.
monímia. Podemos então concluir que um mesmo significante
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra Denotação e Conotação
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
uma entrada no dicionário. com o seu significado primitivo e original, com o sentido
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os dife- que não voasse mais.
rentes significados estão interligados porque remetem para Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
o mesmo conceito, o da escrita. próprio, comum, usual, literal.

7
LÍNGUA PORTUGUESA

MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di- As palavras destacadas que expressam ideia de tem-
cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti- po são:
lizado em seu sentido dicionarístico. (A) algo, especialmente e Quando.
(B) Desde, especialmente e algo.
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra (C) especialmente, Quando e depois.
com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou (D) Desde, Quando e depois.
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua- (E) Desde, algo e depois.
gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes 4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
que seja tarde demais. A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o movi-
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma fi- mento cordelista pode ser comparada à de outros dois gran-
gurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de des nomes...
ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento. Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem pre-
juízo da correção, o elemento grifado pode ser substituído
Fonte: por:
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de- (A) contrastada.
justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu- (B) confrontada.
rado-das-palavras.html (C) ombreada.
(D) rivalizada.
Questões sobre Denotação e Conotação (E) equiparada.

1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão abras com teu amigo – o verbo em destaque foi empregado
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões em sentido figurado.
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala-
continua sendo empregado em sentido figurado.
vras ígneo e pétreo.
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
(A) De corda; de plástico.
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri-
(B) De fogo; de madeira.
dor.
(C) De madeira; de pedra.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
(D) De fogo; de pedra.
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em casa.
(E) De plástico; de cinza.
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere
ADAPTADO) Para responder à questão, considere a seguin- o texto abaixo.
te passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereotipando:
trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% A marca da solidão
das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. penumbra na tarde quente.
(C) adotar como referência de qualidade. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
(D) julgar de acordo com normas legais. tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
- ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto: neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
Desde o surgimento da ideia de hipertexto...
... informações ligadas especialmente à pesquisa aca- No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
dêmica, figurado é
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por (A) menino.
analogia e associação... (B) chão.
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a ideia (C) testa.
de hipertexto... (D) penumbra.
... 20 anos depois de seu artigo fundador... (E) tenda.

8
LÍNGUA PORTUGUESA

7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- 2-)


NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à Classificar conforme regras conhecidas, mas não con-
questão. firmadas se verdadeiras.

RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a RESPOSTA: “E”.


Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi- 3-)
pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per- As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são:
correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas desde, quando e depois.
onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em RESPOSTA: “D”.
ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
pública como a casa da sogra. 4-)
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os Ao participar de um concurso, não temos acesso a
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas dicionários para que verifiquemos o significado das pala-
que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, vras, por isso, caso não saibamos o que significam, deve-
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar mos analisá-las dentro do contexto em que se encontram.
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban- No exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”.
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo RESPOSTA: “E”.
com ele.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão 5-)
nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum mo- Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre-
tivo, parecem querer levar ao colapso. gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalismo, (“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade, resis-
tência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos públicos, RESPOSTA: “C”.
talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013. 6-)
Adaptado) Novamente, responderemos com frase do texto: seu
rosto formando uma tenda.
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de RESPOSTA: “E”.
(A) progresso.
(B) descaso. 7-)
(C) vitória. Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção
(D) tédio. do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-
(E) ruína. se à queda, ao fim, à ruína da cidade.

8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN- RESPOSTA: “E”.


DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
“Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva 8-)
anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o
sentido é: sentido de “duração/tempo”
(A) O menino leva o material adequado para a escola. (A) O menino leva o material adequado para a escola.
(B) João levou uma surra da mãe. = carrega
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. (B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. =
a prova. direciona
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar
RESOLUÇÃO a prova = duração/tempo

1-) RESPOSTA: “E”.


Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as-
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a resposta?

RESPOSTA: “D”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Sinônimos Questões sobre Significação das Palavras


São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa-
beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente
- abolir. as lacunas da frase abaixo:
Observação: A contribuição greco-latina é responsá- Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. a) imigraram - emigram - migram
b) migraram - imigram - emigram
- Antônimos c) emigraram - migram - imigram.
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; d) emigraram - imigram - migram.
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem. e) imigraram - migram – emigram
Observação: A antonímia pode originar-se de um pre-
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- - Leia o texto para responder às questões de números 02
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- e 03.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
O que são Homônimos e Parônimos:
- Homônimos Você comprou um smartphone e acha que aquele seu
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen- celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo
tes na pronúncia: para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID
rego (subst.) e rego (verbo); – Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto
colher (verbo) e colher (subst.);
ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
jogo (subst.) e jogo (verbo);
ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
eletrônico.
providência (subst.) e providencia (verbo).
Os alunos da turma avançada de robótica, por exem-
plo, constroem carros com sensores de movimento que
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di-
respondem à aproximação das pessoas. A fonte de energia
ferentes na escrita:
vem de baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que
acender (atear) e ascender (subir);
precisamos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o ins-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
cela (compartimento) e sela (arreio); trutor de robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos
censo (recenseamento) e senso ( juízo); também aprendem a consertar computadores antigos. “O
paço (palácio) e passo (andar). nosso projeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se
tivéssemos que comprar tudo, não seria viável”, completou.
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São Em uma época em que celebridades do mundo digital
palavras iguais na escrita e na pronúncia: fazem campanha a favor do ensino de programação nas
caminho (subst.) e caminho (verbo); escolas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
cedo (verbo) e cedo (adv.); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
livre (adj.) e livre (verbo). sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
- Parônimos interessando”, disse.
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede Adaptado)
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au-
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando al-
e diferir; suar e soar. guns sensores, que precisamos comprar, é tudo recicla-
gem”... – pode ser substituída, sem alteração do sentido
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- da mensagem, pela seguinte expressão:
tonimos,-homonimos-e-paronimos A) Pelo menos
B) A contar de
C) Em substituição a
D) Com exceção de
E) No que se refere a

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LÍNGUA PORTUGUESA

03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo 07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preen-
para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu chida com a primeira alternativa da série dada nos parênteses:
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse. A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das enchen-
A) Estimulante. tes. (afim- a fim).
B) Cansativo. B) A bandeira está ________. (arreada - arriada).
C) Irritante. C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (inflin-
D) Confuso. girem - infringirem).
E) Improdutivo. D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos.
(concelhos - conselhos).
04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cerca
NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir. de - acerca de).
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí- 08. Assinale a alternativa correta, considerando que à di-
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. reita de cada palavra há um sinônimo.
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta- b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
ção. c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife- d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. – e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
do”, sem alterar o sentido do texto. GABARITO
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
está correto o que se afirma em 01. A 02. D 03. A 04. A
A) I, II e III. 05. D 06. E 07. E 08. A
B) III, apenas.
RESOLUÇÃO
C) I e III, apenas.
D) I, apenas.
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses imi-
E) I e II, apenas.
graram para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros
emigram para a Europa e para o Japão, à busca de uma
05. Leia as frases abaixo:
vida melhor; internamente, migram para o Sul, pelo
1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
mesmo motivo.
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em
Marte. 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas comprar, é tudo reciclagem”...
de humor.
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das au-
las, eu achava meio chato, mas depois fui me interessando”
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
de vocábulos para as lacunas existentes: depois fui me interessando”
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 4-)
c) concerto – a – há – seções – a; I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
d) concerto – a – há – sessões – há; por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído,
e) conserto – há – a – sessões – a . sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescri-
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- ta da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. = correta
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente
ponder à questão. aqui no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- substituir a expressão em destaque por “em razão do”, sem
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não alterar o sentido do texto. = correta
lhes impuseram limites de disciplina.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse 5-)
trecho, é: 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
A) de desprendimento. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
B) de responsabilidade. vida em Marte.
C) de abnegação. 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
D) de amor. gramas de humor.
E) de egoísmo. 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
tempo passado)

11
LÍNGUA PORTUGUESA

6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes Comparação


transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e Consiste em atribuir características de um ser a outro,
não lhes impuseram limites de disciplina. em virtude de uma determinada semelhança.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse O meu coração está igual a um céu cinzento.
trecho, é de egoísmo O carro dele é rápido como um avião.
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações Prosopopeia
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan- É uma figura de linguagem que atribui características
tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per- humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la
cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse de PERSONIFICAÇÃO.
conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli- O céu está mostrando sua face mais bela.
nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou O cão mostrou grande sisudez.
coletivas).
Sinestesia
7-) Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das (mistura dos cinco sentidos).
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in- Raquel tem um olhar frio, desesperador.
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas Aquela criança tem um olhar tão doce.
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar Catacrese
arreio no cavalo) É o emprego de uma palavra no sentido figurado por
C) Serão punidos os que infringirem o regulamen- falta de um termo próprio.
to. (inflingirem = aplicarem a pena) O menino quebrou o braço da cadeira.
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve- A manga da camisa rasgou.
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
de um distrito). Metonímia
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. É a substituição de uma palavra por outra, quando
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos
que permite essa troca. Ocorre metonímia quando
8-) empregamos:
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) =
significados invertidos - O autor pela obra.
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
cados invertidos
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- - o continente pelo conteúdo.
cados invertidos O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = os torcedores)
significados invertidos
- a parte pelo todo.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto
FIGURAS; substitui casa)

- o efeito pela causa.


Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui
Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer o trabalho)
figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento,
além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, Perífrase
deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao É a designação de um ser através de alguma de suas
significado simbólico das palavras e dos textos. características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
Definição: Figuras de linguagem são certos recursos A Veneza Brasileira também é palco de grandes
não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)
maior expressividade à sua mensagem. A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência.
(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)
Metáfora
É o emprego de uma palavra com o significado de outra Antítese
em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
uma comparação subentendida. Nada com Deus é tudo.
Minha boca é um túmulo. Tudo sem Deus é nada.
Essa rua é um verdadeiro deserto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Eufemismo Anacoluto
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são Consiste numa mudança repentina da construção
desagradáveis. sintática da frase.
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu Ele, nada podia assustá-lo.
= morrer)
Os homens públicos envergonham o povo. (homens - Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
públicos = políticos) falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando
o que havia dito para reconstruí-la novamente.
Hipérbole
É um exagero intencional com a finalidade de tornar Anáfora
mais expressiva a ideia. Consiste na repetição de uma palavra ou expressão
Ela chorou rios de lágrimas. para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda. expressividade.
Cada alma é uma escada para Deus,
Ironia Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
contrário do que pensamos. Para Deus e em Deus com um sussurro noturno.
Que alunos inteligentes, não sabem nem somar. (Fernando Pessoa)
Se você gritar mais alto, eu agradeço.
Silepse
Onomatopeia Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse:
natural dos seres. gênero, número e pessoa.
Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram. - De gênero: Vossa excelência está preocupado com as
Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à
toda. forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a
pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não
com o sujeito).
Aliteração
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e
Consiste na repetição de um determinado som
derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com
consonantal no início ou interior das palavras.
a ideia de plural da palavra boiada).
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
- De pessoa: As mulheres decidimos não votar em
determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse
Elipse
tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido participantes de um sujeito em 3ª pessoa).
no contexto, identificado facilmente.
Após a queda, nenhuma fratura. Fonte:http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/
figuraslinguagem001.asp
Zeugma
Consiste na omissão de um termo já empregado São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento
anteriormente. os recursos estilísticos utilizados para incrementar o
Ele come carne, eu verduras. significado das palavras no seu aspecto semântico.
São oito as figuras de pensamento:
Pleonasmo 1) Antítese
Consiste na intensificação de um termo através da sua É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos
repetição, reforçando seu significado. opostos. O contraste que se estabelece serve para dar uma
Nós cantamos um canto glorioso. ênfase aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria com
a exposição isolada dos mesmos. Exemplos:
Polissíndeto Viverei para sempre ou morrerei tentando.
É a repetição da conjunção entre as orações de um Do riso se fez o pranto.
período ou entre os termos da oração. Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito.
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para
dançar. 2) Apóstrofe
É assim denominado o chamamento do receptor
Assíndeto da mensagem, seja ele de natureza imaginária ou não. É
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas utilizada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio
orações. do vocativo. Exemplos:
Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
para dançar. Pai Nosso, que estais no céu;
Ó meu querido Santo António;

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LÍNGUA PORTUGUESA

3) Paradoxo Podemos afirmar que assim se denominam em virtude


É uma proposição aparentemente absurda, resultante de apresentarem algum tipo de modificação na estrutura
da união de ideias que se contradizem referindo-se ao da oração, tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos
mesmo termo. Os paradoxos viciosos são denominados da enunciação (do discurso) – sendo o principal conferir
Oxímoros (ou oximoron). Exemplos: ênfase a ela.
“Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...” Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se perfaz
não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que de uma sequência, demarcada pelos seguintes elementos:
desatina sem doer;” (Camões)
SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO
4) Eufemismo
Consiste em empregar uma expressão mais suave, (Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO.
mais nobre ou menos agressiva, para atenuar uma verdade
Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado
tida como penosa, desagradável ou chocante. Exemplos:
verbal – chegamos atrasados; e um complemento,
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus
representado por um adjunto adverbial de lugar – à reunião.
lhe pague”. (Chico Buarque).
Quando há uma ruptura dessa sequência lógica,
paz derradeira = morte
materializada pela inversão de termos, repetição ou até
mesmo omissão destes, é justamente aí que as figuras em
5) Gradação questão se manifestam. Desse modo, elas se encontram
Na gradação temos uma sequência de palavras que muito presentes na linguagem literária, na publicitária e
intensificam a mesma ideia. Exemplo: na linguagem cotidiana de forma geral. Vejamos cada uma
“Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.” delas de modo particular:
(Castro Alves).
Elipse
6) Hipérbole Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na
É a expressão intencionalmente exagerada com o oração não expresso anteriormente, contudo, facilmente
intuito de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem identificado pelo contexto. Vejamos um exemplo:
emocionante e de impacto. Exemplos:
“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse Rondó dos cavalinhos
cabelo”. [...]
Ele morreu de tanto rir.
Os cavalinhos correndo,
7) Ironia E nós, cavalões, comendo...
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, O Brasil politicando,
pela contradição de termos, pretende-se questionar Nossa! A poesia morrendo...
certo tipo de pensamento. A intenção é depreciativa ou O sol tão claro lá fora,
sarcástica. Exemplos: O sol tão claro, Esmeralda,
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que E em minhalma — anoitecendo!
estão por perto. Manuel Bandeira
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, /
Notamos que em todos os versos há a omissão do verbo
burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
estar, sendo este facilmente identificado pelo contexto.
8) Prosopopeia ou Personificação
Zeugma
Consiste na atribuição de ações, qualidades ou
Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão
características humanas a seres não humanos. Exemplos: de um termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria
Chora, viola. gosta de Matemática, eu de Português.
A morte mostrou sua face mais sinistra. Observamos que houve a omissão do verbo gostar.
O morro dos ventos uivantes.
Anáfora
Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição
Figuras de construção ou sintaxe integram as intencional de um termo no início de um período, frase ou
chamadas figuras de linguagem, representando um verso. Observemos um caso representativo:
subgrupo destas. Dessa forma, tendo em vista o padrão não A Estrela
convencional que prevalece nas figuras de linguagem (ou
seja, a subjetividade, a sensibilidade por parte do emissor, Vi uma estrela tão alta,
deixando às claras seus aspectos estilísticos), devemos Vi uma estrela tão fria!
compreender sua denominação. Em outras palavras, por Vi uma estrela luzindo
que “figuras de construção ou sintaxe”? Na minha vida vazia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Era uma estrela tão alta! Observação importante: O pleonasmo utilizado sem
Era uma estrela tão fria! a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que
Era uma estrela sozinha denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve
Luzindo no fim do dia. ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, descer
[...] para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstâncias
Manuel Bandeira linguísticas.

Notamos a utilização de termos que se repetem


sucessivamente em cada verso da criação de Manuel COESÃO E COERÊNCIA;
Bandeira.

Polissíndeto
Figura cuja principal característica se define pela Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
repetição enfática do conectivo, geralmente representado pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
pela conjunção coordenada “e”. Observemos um verso elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
extraído de uma criação de Olavo Bilac, intitulada “A um tamos as ações que interferem na realidade e organização
poeta”: “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mento transformado em texto.
Assíndeto Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
Diferentemente do que ocorre no polissíndeto, sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
manifestado pela repetição da conjunção, no assíndeto organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
ocorre a omissão deste. Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César) lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
Depreendemos que se trata de orações assindéticas, dizer, por meio da comunicação.
justamente pela omissão do conectivo “e”. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
Anacoluto dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
Trata-se de uma figura que se caracteriza pela
interrupção da sequência lógica do pensamento, ou seja, Introdução
em termos sintáticos, afirma-se que há uma mudança na
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen-
construção do período, deixando algum termo desligado
tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa
do restante dos elementos. Vejamos:
etapa. Entretanto, essa apresentação deve ser direta, sem
Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas.
rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o
Notamos que o termo em destaque, que era para
texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é
representar o sujeito da oração, encontra-se desligado dos
equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio título.
demais termos, não cumprindo, portanto, nenhuma função
Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto
sintática. em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo
ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação,
Inversão (ou Hipérbato) pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que
Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o pri-
oração. Constatemos: Eufórico chegou o menino. meiro parágrafo.
Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata
de um predicado verbo-nominal) encontra-se no início da Desenvolvimento
oração, quando este deveria estar expresso no final, ou
seja: O menino chegou eufórico. A maior parte do texto está inserida no desenvolvi-
mento. Ele é responsável por estabelecer uma ligação entre
Pleonasmo a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elabo-
Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia radas as ideias, os dados e os argumentos que sustentam
antes expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto e dão base às explicações e posições do autor. É carac-
semântico, no intuito de reforçar a mensagem. Exemplo: terizado por uma “ponte” formada pela organização das
Vivemos uma vida tranquila. ideias em uma sequência que permite formar uma relação
O termo em destaque reforça uma ideia antes equilibrada entre os dois lados.
ressaltada, uma vez que viver já diz respeito à vida. Temos O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
uma repetição de ordem semântica. determinado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele
A ele nada lhe devo. se torna capaz de defender seus pontos de vista, além de
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões
Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência são fundamentadas a partir daqui.
à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto, Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o
de uma repetição de ordem sintática demarcada pelo que escritor já deve ter uma ideia clara de como vai ser a con-
chamamos de objeto direto pleonástico. clusão. Por isso a importância do planejamento de texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos tex- A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au-
tos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou tre- tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é
chos destacados por subtítulos. Deverá se apresentar no um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Nele
formato de parágrafos medianos e curtos. devem estar indicadas as melhores sequências a serem utili-
Os principais erros cometidos no desenvolvimento são zadas na redação. O roteiro deve ser o mais enxuto possível.
o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está Fonte: http://producao-de-textos.info/mos/view/Carac-
relacionado ao autor tomar um argumento secundário que ter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/
se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O Não basta conhecer o conteúdo das partes de um tra-
segundo caso acontece quando quem redige tem muitas balho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de
ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul- parte constituinte do texto, é preciso saber escrever obe-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha decendo às normas de coerência e coesão. Antes de mais
lógica de raciocínio. nada, é necessário definir os termos: coerência diz respeito
à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica
Conclusão do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão
linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao em-
Considerada como a parte mais importante do texto, prego do vocabulário.
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa Coerência e coesão relacionam-se com o processo de
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. produção e compreensão do texto. A coesão contribui para
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente
seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem
encerrada com argumentos repetitivos, sendo evitados na
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário cor-
medida do possível. Alguns exemplos: “Portanto, como já
reto, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência
dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.
lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve
texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas,
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das
sem que no plano da expressão as estruturas frasais sejam
características de textos bem redigidos.
gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão.
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi-
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela
cam muito longas: hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem ori-
gem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo
→ O problema aparece quando não ocorre uma ex- de cada pessoa, aliada à competência linguística. Deduz-se
ploração devida do desenvolvimento. Logo, acontece uma que é difícil ensinar coerência textual, intimamente ligada
invasão das ideias de desenvolvimento na conclusão. à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A
→ Outro fator consequente da insuficiência de funda- coesão, porém, refere-se à expressão linguística, aos pro-
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar cessos sintáticos e gramaticais do texto.
de maiores explicações, ficando bastante vazia. O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
→ Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no
texto em que o autor fica girando em torno de ideias re- Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo
dundantes ou paralelas. de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa
→ Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita- adequada relação semântica, que se manifesta na compati-
mente dispensáveis. bilidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa
→ Quando não tem clareza de qual é a melhor con- com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
clusão, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo
Em relação à abertura para novas discussões, a con- do texto, numa linha de sequência e com os quais se es-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes tabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo
fatores: coesivo faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical.
Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
→ Para não influenciar a conclusão do leitor sobre te-
mas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto. Coerência
→ Para estimular o leitor a ler uma possível continuida- - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do
de do texto, ou autor não fecha a discussão de propósito. texto;
→ Por apenas apresentar dados e informações sobre - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão
o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o conceitual;
assunto. - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o
→ Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o au- todo, com o aspecto global do texto;
tor enumera algumas perguntas no final do texto. - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.


- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; “Ir ao encontro” quer dizer concordar.
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão se-
quencial; “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as ideias” significa a liberdade não é ameaça;
partes componentes do texto; “Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada.
frases.
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilida- dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou
de ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem três regências diferentes; cada uma, porém, tem um signifi-
parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadea- cado específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas
mento das ideias neles contidas. As estruturas frasais devem sobre o emprego da crase decorrem do fato de conside-
ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que diz respei- rar-se crase como sinal de acentuação apenas, quando o
to à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado e essa ade- problema refere-se à regência nominal e verbal.
quação só se consegue pelo conhecimento dos significados Exemplos:
possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de
redação sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao O verbo assistir admite duas regências:
mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por fun- assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar as-
ção ligar uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos sistência (O médico assiste o doente):
de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações so- Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao
bre censura e os meios de comunicação e outras. jogo da seleção).

“Nosso direito é frisado na Constituição.” Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear
Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta (Pedi o jornal do dia).
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria fizessem silêncio).
estar exposta.” Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da clas-
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria se); significa também pedir em favor de alguém (A Diretora
estar sujeita. = correta pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos,
pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para aju-
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.” dá-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacio- pedem aumento de salário).
nalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais
notícias. = correta O mau emprego dos pronomes relativos também pode
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, empre-
“Retomada das rédeas da programação.” ga-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessário
diz respeito à programação. = correta ou inadequado.
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para
O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui- mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um en-
tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi- velope que (o qual) estava sem remetente).
gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimen- “Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da
tos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o sig- sensibilidade...”
nificado de determinada palavra, mas não sabe empregá-la Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade
adequadamente, isso ocorre frequentemente com o empre- delas (palavras cheias de sensibilidade).
go dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta
saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nomi- Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação
nais no interior das frases e que as conjunções ligam frases das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes suges-
dentro do período; é necessário empregar adequadamente tões para o emprego correto dos articuladores sintáticos
tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das (conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções
vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos conjuntivas).
problemas de regência verbal e nominal. - Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu-
Exemplos: lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas:
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, in- também ser empregadas as conjunções concessivas e locu-
teração. ções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda
dos fatos, estar informada. que, conquanto, posto que, a despeito de, não obstante.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A articulação sintática de causa pode ser feita por - expõe um fato, relaciona mudanças de situação,
meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, aponta antes, durante e depois dos acontecimentos (ge-
como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também ralmente);
podem ser empregadas as preposições e locuções prepo- - é um tipo de texto sequencial;
sitivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido - relato de fatos;
a, em consequência de, por motivo de, por razões de. - presença de narrador, personagens, enredo, cenário,
- O principal articulador sintático de condição é o “se”: tempo;
Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também - apresentação de um conflito;
expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, - uso de verbos de ação;
contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. - geralmente, é mesclada de descrições;
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais - o diálogo direto é frequente.
comum de expressar finalidade. “É necessário baixar as ta-
xas de juros para que a economia se estabilize” ou para a Texto Descritivo - um texto em que se faz um retrato
economia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um
fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção
finalidade: a fim de, com o propósito de, na finalidade de, é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abor-
com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o dagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou
intuito de. sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterio-
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio ridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da
dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as
pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. coisas acontecem ao mesmo tempo.
Para introduzir mais um argumento a favor de determina- - expõe características dos seres ou das coisas, apre-
da conclusão emprega- senta uma visão;
-se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além - é um tipo de texto figurativo;
disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo, - retrato de pessoas, ambientes, objetos;
cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar de - predomínio de atributos;
forma incontestável o argumento contrário. - uso de verbos de ligação;
- Para introduzir esclarecimentos, retificações ou de- - frequente emprego de metáforas, comparações e
senvolvimento do que foi dito empregam-se os articu- outras figuras de linguagem;
ladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A - tem como resultado a imagem física ou psicológica.
conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o de-
senvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informa- Texto Dissertativo - a dissertação é um texto que ana-
ção nova, um dado novo, e se não acrescentar nada, é pura lisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse
repetição e deve ser evitada. tipo textual requer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos
- Alguns articuladores servem para estabelecer uma e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande
gradação entre os correspondentes de determinada esca- importância. O texto dissertativo é temático, pois trata de
la. No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; análises e interpretações; o tempo explorado é o presente
no plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo. no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução
onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por
uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do au-
tor sobre o assunto em evidência. Nesse tipo de texto a
TIPOLOGIA TEXTUAL; expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes,
pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate
de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o
uso da conotação possa marcar um estilo pessoal. A obje-
TIPOLOGIA TEXTUAL tividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor
universal, por isso geralmente o enunciador não aparece
Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. porque o mais importante é o assunto em questão e não
As únicas tipologias existentes são: narração, descrição, quem fala dele. A ausência do emissor é importante para
dissertação ou exposição, informação e injunção. É im- que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas
portante que não se confunda tipo textual com gênero pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural
textual. - nós, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo.
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;
Texto Narrativo - tipo textual em que se conta fatos - é um tipo de texto argumentativo.
que ocorreram num determinado tempo e lugar, envol- - defesa de um argumento: apresentação de uma tese
vendo personagens e um narrador. Refere-se a objeto do que será defendida; desenvolvimento ou argumentação;
mundo real ou fictício. Possui uma relação de anteriori- fechamento;
dade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o - predomínio da linguagem objetiva;
passado. - prevalece a denotação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Texto Argumentativo - esse texto tem a função de Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por ver-
persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia im- bos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar
posta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifes- e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são
tos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as
embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo- ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria
-argumentativo. história contada.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta
Texto Injuntivo/Instrucional - indica como realizar a história.
uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimen-
tos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Elementos Estruturais (I):
Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo impe-
rativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do - Personagens: são seres que se movimentam, se rela-
tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, cionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Reve-
convenções, regras e eventos. lam-se por meio de características físicas ou psicológicas. Os
personagens podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos
Narração sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos huma-
nos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou anti-he-
A Narração é um tipo de texto que relata uma histó- róis, protagonistas ou antagonistas.
ria real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto - Narrador: é quem conta a história.
narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
em um espaço, organizados por uma narração feita por um - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o
narrador. É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tem-
tempo, tendo mudança de um estado para outro, segundo po interior, subjetivo.
relações de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos
como na descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, Elementos Estruturais (II):
os conflitos e as ligações afetivas entre esses indivíduos e o
mundo, utilizando situações que contêm essa vivência. Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), Acontecimento - O quê? Fato
o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato
com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; Modo - Como? De que forma ocorreu o fato
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
de texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que Resultado - previsível ou imprevisível.
compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada Final - Fechado ou Aberto.
nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pe- Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se
las personagens, que são justamente as pessoas envolvidas de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamen-
no episódio que está sendo contado. As personagens são te, como simples exemplos de uma narração. Há uma rela-
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substan- ção de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e
tivos próprios. verossimilhança à história narrada. Quanto aos elementos da
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre presentes
sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as no discurso, exceto as personagens ou o fato a ser narrado.
ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lu-
gar onde ocorre uma ação ou ações  é chamado de espaço, Exemplo:
representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclare- Porquinho-da-índia
cer “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento
da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo atra- Quando eu tinha seis anos
vés dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios Ganhei um porquinho-da-índía.
de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: Que dor de coração me dava
é ele que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu. Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
A história contada, por isso, passa por uma introdução Levava ele pra sala
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
desenvolvimento do enredo (é a história propriamente Ele não gostava:
dita, o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de Queria era estar debaixo do fogão.
trama) e termina com a conclusão da história (é o final ou Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
epílogo). Aquele que conta a história é o narrador,  que - O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impessoal Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed.
(narra em 3ª pessoa: Ele...). Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe que, no texto acima, há um conjunto de trans- Tipos de Personagens:


formações de situação: ganhar um porquinho-da-índia é
passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê- Os personagens têm muita importância na constru-
-lo; levá-lo para a sala ou para outros lugares é passar da ção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em principais ou secundários, conforme o papel que desem-
outros lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo penham no enredo, podem ser apresentados direta ou in-
do fogão” implica a volta à situação anterior; “não fazia diretamente.
caso nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que A apresentação direta acontece quando o personagem
o menino passava de uma situação de não ser terno com aparece de forma clara no texto, retratando suas caracterís-
ticas físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se
o animalzinho para uma situação de ser; no último verso
dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor
tem-se a passagem da situação de não ter namorada para
vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo,
a de ter. ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande con- modo como vai fazendo.
junto de mudanças de situação. É isso que define o que se
chama o componente narrativo do texto, ou seja, narra- - Em 1ª pessoa:
tiva é uma mudança de estado pela ação de alguma per-
sonagem, é uma transformação de situação. Mesmo que Personagem Principal: há um “eu” participante que
essa personagem não apareça no texto, ela está logica- conta a história e é o protagonista. Exemplo:
mente implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou
um porquinho-da-índia, é porque alguém lhe deu o ani- “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bam-
malzinho. Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: bas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora.
aquele em que alguém recebe alguma coisa (o menino Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vi-
passou a ter o porquinho-da índia) e aquele alguém per- zinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando
de alguma coisa (o porquinho perdia, a cada vez que o para amparar-me, e andava outra vez e estacava.”
menino o levava para outro lugar, o espaço confortável de (Machado de Assis. Dom Casmurro)
debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de narrativas:
de aquisição e de privação. Observador: é como se dissesse: É verdade, pode
acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo:
Existem três tipos de foco narrativo:
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre
teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de
- Narrador-personagem: é aquele que conta a his- contrabandista que fez cancha nos banhados do Ibirocaí.
tória na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a
personagem ao mesmo tempo, a história é contada em cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado
1ª pessoa. da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madru-
- Narrador-observador: é aquele que conta a história gadas...; ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que
como alguém que observa tudo que acontece e transmite ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca
ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa. perdeu atalho, nunca desandou cruzada!...
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o (...)
enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento
sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, mui- dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos
tas vezes, aparece misturada com pensamentos dos per- desde muito tempo. (...)
sonagens (discurso indireto livre). Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório
na matança dos leitões e no tiramento dos assados com
Estrutura: couro.
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
- Apresentação: é a parte do texto em que são apre-
- Em 3ª pessoa:
sentados alguns personagens e expostas algumas cir-
cunstâncias da história, como o momento e o lugar onde Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira
a ação se desenvolverá. pessoa. Exemplo:
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se suce- “Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fan-
dem, conduzindo ao clímax. tasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, mor-
seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável. rendo de vergonha da malha de cetim, das asas e das an-
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas tenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa
ações dos personagens. para disfarçar o sentimento impreciso de ridículo.”
(Ilka Laurito. Sal do Lírico)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história __Você desempregado, quem é que fazia roça?
como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: __ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava.
Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no
Festa mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e
dia o hominho aqui na carroça. Sempre o mais sacrificado,
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental está bom?
olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanha- __ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
do de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro __ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém
mais novo, mas ambos com menos de dez anos. morre só. Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas reso- __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
lutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde __ Eu arranjo.
há seis mesas desertas. __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de me-
homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guara-
lhor. Vai me deixar sem nada?
nás e dois pãezinhos.
__ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a
__ Duzentos e vinte.
potranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. prato de comida e roupa lavada.
__ Como? __ Para onde foi a lavadeira?
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito __ Quem?
mais gostoso. __ A mulata.
O homem olha para os meninos. (...)
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz. (Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
__ Está certo.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhes- Discurso Indireto: o narrador conta o que o persona-
tra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na gem diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:
vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, Frio
em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôn-
dega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos O menino tinha só dez anos.
olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice Quase meia hora andando. No começo pensou num
se retira. bonde. Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene feito que trazia, afastou a idéia como se estivesse fazendo
o copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu uma coisa errada. (Nos bondes, àquela hora da noite, po-
guaraná e morde o primeiro bocado do pão. deriam roubá-lo, sem que percebesse; e depois?... Que é
O homem toma a cerveja em pequenos goles, obser- que diria a Paraná?)
vando criteriosamente o menino mais velho e o menino Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando
mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida. as vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias co-
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois me- muns. Ia firme e esforçando-se para não pensar em nada,
ninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutí- nem olhar muito para nada.
veis, sentados naquela mesa. __ Olho vivo – como dizia Paraná.
(Wander Piroli)
Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das
ruas. Ele ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava
Tipos de Discurso:
um guarda nas esquinas. O seu coraçãozinho se apertava.
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamen- Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma
te para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo: mulher. Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à
noite. Pelo jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela
Caso de Desquite lhe deu, ele seguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos,
mas provavelmente faltava mais ou menos uma hora para
__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na chegar em casa. Os bondes passavam.
boca). Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto (João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço)
casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-
-vergonha.
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só
não me pise, fico uma jararaca.
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está
bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de ma-
mar no primeiro mês.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, temos
do personagem e a fala do narrador. É um recurso relati- um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um com-
vamente recente. Surgiu com romancistas inovadores do ponente narrativo, pois contém uma mudança de situação:
século XX. Exemplo: do não incentivo ao incentivo da imigração européia.
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos
A Morte da Porta-Estandarte de texto, o que é narração?
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três carac-
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus terísticas:
braços. Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. - é um conjunto de transformações de situação (o tex-
Não é preciso segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu to de Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vi-
baixou, se abriu... Esse temporal assim é bom, porque Ro- mos, preenche essa condição);
sinha não sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens
não larga não... Não! E esses tambores? Ui! Que venham... e fatos concretos (o texto “Porquinho-da-índia” preenche
É guerra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando também esse requisito);
em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira
dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo do País... tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterio-
Abraçá-la no alto de uma colina... ridade e posterioridade (no texto “Porquinho-da-índia” o
(Aníbal Machado) fato de ganhar o animal é anterior ao de ele estar debai-
xo do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino
Sequência Narrativa: levá-lo para a sala, que por seu turno é anterior ao de o
porquinho-da-índia voltar ao fogão).
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas vá-
rias: uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma Essa relação de anterioridade e posterioridade é sem-
subordina-se a outra. pre pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por exem-
- uma em que uma personagem passa a ter um que- plo, no romance machadiano Memórias póstumas de Brás
rer ou um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer Cubas, quando o narrador começa contando sua morte para
algo); em seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modi-
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma ficada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as
competência para fazer algo); relações de anterioridade e de posterioridade.
- uma em que a personagem executa aquilo que queria Resumindo: na narração, as três características expli-
ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa); cadas acima (transformação de situações, figuratividade e
- uma em que se constata que uma transformação se relações de anterioridade e posterioridade entre os episó-
deu e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às dios relatados) devem estar presentes conjuntamente. Um
personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e texto que tenha só uma ou duas dessas características não
os castigos, para os maus). é uma narração.

Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata narrativo:
a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e
ela efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o
deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um que aconteceu, quando e onde.
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato - Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e personagens.
querer ou dever comprar (respectivamente, querer deixar - Desenvolvimento: detalhes do fato.
de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido - Conclusão: consequências do fato.
despejado, por exemplo).
Algumas mudanças são necessárias para que outras se Caracterização Formal:
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar
um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspec-
um carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. to narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetivi-
dade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão
Narrativa e Narração em função da individualidade e do estilo do narrador. De-
pendendo do enfoque do redator, a narração terá diver-
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narra- sas abordagens. Assim é de grande importância saber se
tividade é um componente narrativo que pode existir em o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No
textos que não são narrações. A narrativa é a transforma- primeiro caso, há a participação do narrador; segundo, há
ção de situações. Por exemplo, quando se diz “Depois da uma inferência do último através da onipresença e onis-
ciência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação Descrição


dos acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, trans-
gredindo o aspecto linear e constituindo o que se deno- É a representação com palavras de um objeto, lugar,
mina “flashback”. O narrador que usa essa técnica (carac- situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços
terística comum no cinema moderno) demonstra maior mais particulares ou individuais do que se descreve. É
criatividade e originalidade, podendo observar as ações qualquer elemento que seja apreendido pelos sentidos
ziguezagueando no tempo e no espaço. e transformado, com palavras, em imagens. Sempre que
se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma
Exemplo - Personagens paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não é
necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. do observador varia de acordo com seu grau de percepção.
Amâncio não viu a mulher chegar. Dessa forma, o que será importante ser analisado para um,
- Não quer que se carpa o quintal, moço? não será para outro. A vivência de quem descreve também
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face influencia na hora de transmitir a impressão alcançada so-
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa bre determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente,
do passado, os olhos).” emoção vivida ou sentimento.

(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Exemplos:


Mercado Aberto, p. 5O)
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redon-
Exemplo - Espaço da. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a re- Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
dondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
de algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha
o meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zu-
a insipidez.”
nido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais,
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann.
grande demais.”
Porto Alegre: Movimento, 1981, p. 51)
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lis-
pector)
Exemplo - Tempo
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-
aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas
-se: a mulher lhe pediu que a chamasse cedo.” em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cin-
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4) quenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fa-
zer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai.
Tipologia da Narrativa Ficcional: Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava
alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes.
- Romance O mestre era mais severo com ele do que conosco.
- Conto (Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed.
- Crônica São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.)
- Fábula
- Lenda Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do pro-
- Parábola fessor da escola que o escritor frequentava. Deve-se notar:
- Anedota - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas
- Poema Épico (ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aqui-
lo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Rai-
Tipologia da Narrativa Não-Ficcional: mundo tinha grande medo ao pai);
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
- Memorialismo considerada cronologicamente anterior a outra do ponto
- Notícias de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na
- Relatos escola é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no ní-
- História da Civilização vel do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é
indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma caracte-
Apresentação da Narrativa: rística do menino, e não traçar a cronologia de suas ações);
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-
- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em -se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica
quadrinhos) e desenhos. concomitância em relação a um marco temporal instalado
- auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e no texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor fre-
discos. quentava a escola da rua da Costa) e, portanto, não denota
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas. nenhuma transformação de estado;

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LÍNGUA PORTUGUESA

- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não A característica fundamental de um texto descritivo é


correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apre-
- poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro sentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento,
lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais desde que eles sejam sempre simultâneos, não indicando
severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois progressão de uma situação anterior para outra posterior.
do pai e retirava-se antes... Tanto é que uma das marcas linguísticas da descrição é o
predomínio de verbos no presente ou no pretérito imper-
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enuncia- feito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em
dos pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cro- relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um
nológica, pois, como veremos adiante, a ordem em que os ele- marco temporal pretérito instalado no texto.
mentos são descritos produz determinados efeitos de sentido. Para transformar uma descrição numa narração,
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos bastaria introduzir um enunciado que indicasse a passa-
fazer certas modificações no texto, pois este contém anafó- gem de um estado anterior para um posterior. No caso do
ricos (palavras que retomam o que foi dito antes, como ele,
texto II inicial, para transformá-lo em narração, bastaria di-
os, aquele, etc. ou catafóricos (palavras que anunciam o que
zer: Reunia a isso grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-
vai ser dito, como este, etc.), que podem perder sua função
-se desse medo...
e assim não ser compreendidos. Se tomarmos uma descri-
ção como As flores manifestavam todo o seu esplendor.
O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a ordem das frases, Características Linguísticas:
precisamos fazer algumas alterações, para que o texto pos-
sa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas O enunciado narrativo, por ter a representação de um
manifestavam todo o seu esplendor. Como, na versão ori- acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela tem-
ginal, o pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flo- poralidade, na relação situação inicial e situação final, en-
res, se alterarmos a ordem das frases ele perderá o sentido. quanto que o enunciado descritivo, não tendo transforma-
Por isso, precisamos mudar a palavra flores para a primeira ção, é atemporal.
frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda. Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintá-
Por todas essas características, diz-se que o fragmento tico-semânticas encontradas no texto que vão facilitar a
do conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de compreensão:
texto em que se expõem características de seres concretos - Predominância de verbos de estado, situação ou in-
(pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da rela- dicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados
ção de anterioridade e de posterioridade. principalmente no presente e no imperfeito do indicativo
(ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar).
Características: - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que
é descrito;
- Ao fazer a descrição enumeramos características, com-
parações e inúmeros elementos sensoriais; Exemplo:
- As personagens podem ser caracterizadas física e psi-
cologicamente, ou pelas ações; “Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço
- A descrição pode ser considerada um dos elementos entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no quei-
constitutivos da dissertação e da argumentação; xo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco
- É impossível separar narração de descrição; amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes,
outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto
mas sim a capacidade de observação que deve revelar aque-
lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não
le que a realiza.
tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exem-
plo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais ve- da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras.
lha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito
sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos despegadas do crânio.”
do sexo que parecem conformados expressamente para es- (Eça de Queiroz - O Primo Basílio)
posas da multidão (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, compa-
não existe relação de anterioridade e posterioridade entre rações, sinestesias). Exemplo:
seus enunciados.
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, “Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não
que se usem então as formas nominais, o presente e o pre- muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês.
tério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade
aos verbos que indiquem estado ou fenômeno. buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e ca-
- Todavia deve predominar o emprego das compara- sava perfeitamente com os olhinhos de azougue.”
ções, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido (José de Alencar - Senhora)
ao texto.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo: “Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso
ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no pei-
“Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa ve- to como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco
lha, e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos,
depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha eram de um rei...”
uma escadinha que devia ter uns cinco degraus; aí você (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido
de onde saíam três portas; no final do corredor tinha a “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou ou-
cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal tra esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único ho-
e atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagun- mem, par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão
ça...” nosso, mandando por lei, de sobregoverno.”
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ) (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
Recursos:
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos ele-
mentos descritivos:
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações tér-
micas. Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da
alegre do sol.
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, progressão temporal, a ordem dos enunciados na descri-
exatas, concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam ção é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades
um céu sereno, uma pureza de cristal. ou características que ocorrem simultaneamente. No en-
- As sensações de movimento e cor embelezam o po- tanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos
der da natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde de sentido: descrever de cima para baixo ou vice-versa, do
transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos
um. de sentido distintos.
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Pró-
do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. prio”, de Bocage:
O pessoal, muito crente.
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
A descrição pode ser apresentada sob duas formas: bem servido de pés, meão de altura,
triste de facha, o mesmo de figura,
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a nariz alto no meio, e não pequeno.
passagem são apresentadas como realmente são, concre-
tamente. Exemplo: Incapaz de assistir num só terreno,
mais propenso ao furor do que à ternura;
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atléti- bebendo em níveas mãos por taça escura
ca, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, de zelos infernais letal veneno.
cabelos negros e lisos”.
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág.
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. 497.
Exemplo:
O poeta descreve-se das características físicas para as
“A casa velha era enorme, toda em largura, com por-
características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não
ta central que se alcançava por três degraus de pedra e
seria o mesmo, pois as características físicas perderiam
quatro janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de
qualquer relevo.
pau-a-pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a
e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatro águas. Pin-
tada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora, visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato
provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse fica- de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas carac-
do, capricho da sorte, na linha de passagem da variante terísticas exteriores, facilmente identificáveis (descrição
do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois objetiva), ou suas características psicológicas e até emo-
a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de cionais (descrição subjetiva).
esguelha e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de ad-
(Pedro Nava – Baú de Ossos) jetivos, também denominado adjetivação. Para facilitar o
aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando,
Descrição Subjetiva: quando há maior participação após escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos,
da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a pai- acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma
sagem são transfigurados pela emoção de quem escreve, locução adjetiva.
podendo opinar ou expressar seus sentimentos. Exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Descrição de objetos constituídos de uma só parte: Descrição de pessoas (II):


- Introdução: primeira impressão ou abordagem de
- Introdução: observações de caráter geral referentes à qualquer aspecto de caráter geral.
procedência ou localização do objeto descrito. - Desenvolvimento: análise das características físicas, as-
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (com- sociadas às características psicológicas (1ª parte).
paração com figuras geométricas e com objetos semelhan- - Desenvolvimento: análise das características físicas, as-
tes); dimensões (largura, comprimento, altura, diâmetro sociadas às características psicológicas (2ª parte).
etc.) - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso, caráter geral.
cor/brilho, textura.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais pre-
objeto como um todo. dominam. Porque toda técnica descritiva implica contempla-
Descrição de objetos constituídos por várias partes: ção e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao
- Introdução: observações de caráter geral referentes à descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim
procedência ou localização do objeto descrito. como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentá- telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens,
rios das partes que compõem o objeto, associados à expli- conforme o permita sua sensibilidade.
cação de como as partes se agrupam para formar o todo.
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser
todo (externamente) - formato, dimensões, material, peso, não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há
textura, cor e brilho. maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a pre-
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a cisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da de-
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o notação.
objeto em sua totalidade.
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica
Descrição de ambientes: é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando
- Introdução: comentário de caráter geral. uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usa-
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura glo- do para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças
bal do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, lumi- que os compõem, para descrever experiências, processos,
nosidade e aroma (se houver). etc. Exemplo:
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a
objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, Folheto de propaganda de carro
esculturas ou quaisquer outros objetos.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira Conforto interno - É impossível falar de conforto sem
no ambiente. incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos, aco-
modando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat
Descrição de paisagens: e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar condicio-
- Introdução: comentário sobre sua localização ou nado de elevada capacidade, proporcionando a climatização
qualquer outra referência de caráter geral. perfeita do ambiente.
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (ex- Porta-malas - O compartimento de bagagens possui ca-
plicação do que se vê ao longe). pacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
próximos do observador - explicação detalhada dos ele- Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em
mentos que compõem a paisagem, de acordo com deter- plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras,
minada ordem. para evitar a deformação em caso de colisão.
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluin-
do acerca da impressão que a paisagem causa em quem Textos descritivos literários: Na descrição literária pre-
a contempla. domina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de as-
sociações conotativas que podem ser exploradas a partir de
Descrição de pessoas (I): descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambien-
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de tes; situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos
qualquer aspecto de caráter geral. também podem ocorrer tanto em prosa como em verso.
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso,
cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). Dissertação
- Desenvolvimento: características psicológicas (perso-
nalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, A dissertação é uma exposição, discussão ou interpreta-
postura, objetivos). ção de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de tema. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, ra-
caráter geral. ciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição, um

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LÍNGUA PORTUGUESA

planejamento de trabalho e uma habilidade de expressão. São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvi-
É em função da capacidade crítica que se questionam pon- mento / Conclusão.
tos da realidade social, histórica e psicológica do mundo e
dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu Introdução: em que se apresenta o assunto; se apre-
significado diz respeito a um tipo de texto em que a expo- senta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu de-
sição de uma ideia, através de argumentos, é feita com a senvolvimento. Tipos:
finalidade de desenvolver um conteúdo científico, doutri-
nário ou artístico. Exemplo: - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis-
cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consi-
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar go: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de
a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, fora para dentro...”
como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona
irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrup- no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
ção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
que se valem do último desses métodos, pois os tais faná- históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservien- principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
tes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição identificada pela população brasileira.”
todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros - Proposição: o autor explicita seus objetivos.
subordinando a maioria do senado, ou grande conselho, - Convite: proposta ao leitor para que participe de al-
e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na
natureza lhe expliquei), garantem-se contra futuras pres- sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não
tações de contas e retiram-se da vida pública carregados entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores des-
com os despojos da nação. de a escolha desse momento!
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. - Contestação: contestar uma idéia ou uma situação.
Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de
São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.
fogo não é a solução no combate à insegurança.”
- Características: caracterização de espaços ou aspec-
Esse texto explica os três métodos pelos quais um ho-
tos.
mem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a cor-
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
rupção na corte e justifica esse conselho. Observe-se que:
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realida-
de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo,
de com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um
existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar
homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro- programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem
-ministro, mas do homem em geral e de todos os métodos sinais recebidos). (...)”
para atingir o poder); - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as-
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota
corte no momento em que se tornam primeiros-ministros); encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das
- a progressão temporal dos enunciados não tem im- normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
portância, pois o que importa é a relação de implicação espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário,
(clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer
depois da nomeação para primeiro-ministro). e de suas necessidades.”
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos
Características: que compõem o texto.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entu-
temático; siasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de si- - Suspense: alguma informação que faça aumentar a
tuação; curiosidade do leitor.
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de - Comparação: social e geográfica.
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
têm maior importância - o que importa são suas relações distância, velocidade, comunicação, linha de montagem,
lógicas: analogia, pertinência, causalidade, coexistência, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e
correspondência, implicação, etc. das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, apa-
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos rece a verdadeira doença do século...”
de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística pos- - Narração: narrar um fato.
suem características próprias a cada tipo de texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, Não é uma utopia?!


de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecno-
formas: lógico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo
o meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova para a colheita e substituindo-os então pelas máquinas,
com este tipo de abordagem. desemprega milhares deles. (D)
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão
a idéia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a cursos de cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não per-
definição. derem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar si- classe de trabalhos informais.
tuações distintas. Como ficam então aqueles trabalhadores que passa-
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta ram à vida estudando, se especializando, para se diferen-
pontos favoráveis e desfavoráveis. ciarem e ainda estão desempregados?, como vimos no úl-
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato timo concurso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”,
ou descrever uma cena. havia até advogado na fila de inscrição. (E)
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados es- Já que a Constituição dita seu valor ao social que to-
tatísticos. dos têm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para país, que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência
prováveis resultados. esse processo de desníveis gritantes e criar soluções efi-
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve cazes para combater a crise generalizada (F), pois a uma
apresentar questionamento e reflexão. nação doente, miserável e desigual, não compete a tão
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: concei- sonhada modernidade. (G)
tos, valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através 1º Parágrafo – Introdução
dos porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. A. Tema: Desemprego no Brasil.
- Exemplificação: dar exemplos. Contextualização: decorrência de um processo histó-
rico problemático.
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fe-
chamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. remetem a uma análise do tema em questão.
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão dado da realidade.
de quem lê. D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade
de quem propõe soluções.
Exemplo: E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.

Direito de Trabalho 7º Parágrafo: Conclusão


F. Uma possível solução é apresentada.
Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
novo modelo econômico: o capitalismo, que até o século modernidade.
XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje pas-
sou a agir por meio da exclusão. (A) É bom lembrarmos que é praticamente impossível
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo opinar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos
o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a é um dos recursos que permite uma segurança maior no
necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e
o desemprego. Outro fator que também leva ao desempre- pesquisar são atitudes que favorecem o senso crítico, es-
go de um sem número de trabalhadores é a contenção de sencial no desenvolvimento de um texto dissertativo.
despesas, de gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa cri- Ainda temos:
se social que provém dessa automatização e qualificação,
obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta Tema: compreende o assunto proposto para discus-
garantia aos trabalhadores, de que, mesmo que as empre- são, o assunto que vai ser abordado.
sas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
de trabalho. (C) discutido.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin- Exemplo:


guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É for- 1- O adolescente moderno está se tornando obeso por
necer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios
determinada tese. sistemáticos e demasiada permanência diante de compu-
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior- tadores e aparelhos de Televisão.
mente.
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran-
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro-
gramação à veiculação de programas religiosos de crenças
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessi- variadas.
dade de pleno domínio do assunto e habilidade de argu-
mentação; 3-
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao - A Santa Missa em seu lar.
tema;
- Terço Bizantino.
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
- Despertar da Fé.
- impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- Palavra de Vida.
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstra- - Igreja da Graça no Lar.
ção do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural,
original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve 4-
ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa). - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o
governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, dese-
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre- quilíbrios sociológicos e poluição.
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) - Existem várias razões que levam um homem a enve-
e uma ou mais frases que explicitem tal ideia. redar pelos caminhos do crime.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmen- porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
te graves. (ideia secundária)”. - O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua so-
Vejamos: brevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser comba- - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas
tida urgentemente. em várias categorias.

Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver
combatida urgentemente, pois a alta concentração de ele- através da comparação, que confronta ideias, fatos, fenô-
mentos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, menos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
sobretudo daquelas que sofrem de problemas respirató- Exemplo:
rios:
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicida-
- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem de; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e
levado muita gente ao vício. persistente sentimento de dor, porque já estamos nos con-
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni- vencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofri-
cação criados pelo homem.
mento é real”.
- A violência tem aumentado assustadoramente nas ci-
(Arthur Schopenhauer)
dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser
resolvido apenas pela polícia.
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
atualmente. encontra no seu desenvolvimento um segmento causal
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a (fato motivador) e, em outras situações, um segmento in-
sociedade brasileira. dicando consequências (fatos decorrentes).
Exemplos:
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanida-
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma de que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas
série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
características, funções, processos, situações, sempre ofe-
recendo o complemente necessário à afirmação estabele- - O espírito competitivo foi excessivamente exercido
cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver
critérios de importância, preferência, classificação ou alea- numa sociedade fria e inamistosa.
toriamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos. deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez
Exemplos: que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da
dissertação (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sin-
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma tética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da
lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. De- hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica em-
pois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, in- pregada no desenvolvimento.
ventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que passou
à comunicação de massa. Texto Argumentativo
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas
úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma Texto Argumentativo é o texto em que defendemos uma
forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transfor- ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por
mação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-
temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco -a, creia nela. Num texto argumentativo, distinguem-se três
profunda. (Melhem Adas) componentes: a tese, os argumentos e as estratégias ar-
gumentativas.
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se con-
ceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais
Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, neces-
compreensíveis.
sariamente polêmica, pois a argumentação implica diver-
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue provenien-
te do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão um- gência de opinião.
bilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as Argumento tem uma origem curiosa: vem do latim Ar-
artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na gumentum, que tem o tema ARGU, cujo sentido primeiro é
artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e “fazer brilhar”, “iluminar”, a mesma raiz de “argênteo”, “ar-
desoxigenado, que o coração remete para os pulmões para gúcia”, “arguto”. Os argumentos de um texto são facilmente
receber oxigênio e liberar gás carbônico”. localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê?
Exemplo: o autor é contra a pena de morte (tese). Por que...
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve (argumentos).
delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser Estratégias argumentativas são todos os recursos (ver-
enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é bais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ouvinte,
a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para persua-
seguintes ideias: di-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.

- A violência contra os povos indígenas é uma constante A Estrutura de um Texto Argumentativo


na história do Brasil.
- O surgimento de várias entidades de defesa das popu- A argumentação Formal
lações indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra “Comu-
brasileiro. nicação em Prosa Moderna”. O autor, na mencionada obra,
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. apresenta o seguinte plano-padrão para o que chama de
argumentação formal:
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e
deve fazer a estruturação do texto. limitada; não deve conter em si mesma nenhum argumento.
Análise da proposição ou tese: definição do sentido
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
da proposição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar
mal-entendidos.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvol-
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados
vida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do tex-
to, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção estatísticos, testemunhos, etc.
para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do Conclusão.
desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limi-
tes, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. Observe o texto a seguir, que contém os elementos re-
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão fun- feridos do plano-padrão da argumentação formal.
damentar a ideia principal que pode vir especificada através
da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da Gramática e desempenho Linguístico
consequência, das definições, dos dados estatísticos, da orde-
nação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvol- Pretende-se demonstrar no presente artigo que o es-
vimento são usados tantos parágrafos quantos forem neces- tudo intencional da gramática não traz benefícios signifi-
sários para a completa exposição da ideia. E esses parágrafos cativos para o desempenho linguístico dos utentes de uma
podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima. língua.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Por “estudo intencional da gramática” entende-se seria, indubitavelmente, pouco significativa; uma pequena
o estudo de definições, classificações e nomenclatura; a melhora, talvez, na gramática da frase, mas o problema de
realização de análises (fonológica, morfológica, sintáti- coesão, de coerência, de informatividade - quem sabe os
ca); a memorização de regras (de concordância, regência mais graves - haveriam de continuar. Quanto mais não seja
e colocação) - para citar algumas áreas. O “desempenho porque a gramática tradicional não dá conta dos mecanis-
linguístico”, por outro lado, é expressão técnica definida mos que presidem à construção do texto.
como sendo o processo de atualização da competência na Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é ape-
produção e interpretação de enunciados; dito de maneira nas hipotética e que, por isso, um argumento de pouco
mais simples, é o que se fala, é o que se escreve em condi- valor. Contra argumentar-se-ia dizendo que situação como
ções reais de comunicação. essa ocorre de fato na prática. Na verdade, todo o ensino
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem de 1° e 2° graus é gramaticalista, descritivista, definitório,
antiga; na verdade, surgiu com os gregos, quando surgi- classificatório, nomenclaturista, prescritivista, teórico. O re-
ram as primeiras gramáticas. Definida como “arte”, “arte sultado? Aí estão as estatísticas dos vestibulares. Valendo
de escrever”, percebe-se que subjaz à definição a ideia da 40 pontos a prova de redação, os escores foram estes no
sua importância para a prática da língua. São da mesma vestibular 1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candida-
época também as primeiras críticas, como se pode ler em tos, nota 01: 30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%.
Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: “Raça Ou seja, apenas 20% dos candidatos escreveram um texto
de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem, que pode ser considerado bom.
estúpidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flage- Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lem-
lo dos poetas que mergulhais o espírito das crianças na brando que são os gramáticos, os linguistas - como es-
escuridão, ide para o diabo, percevejos que devorais os pecialistas das línguas - as pessoas que conhecem mais a
versos belos”. fundo a estrutura e o funcionamento dos códigos linguís-
Na atualidade, é grande o número de educadores, fi- ticos. Que se esperaria, de fato, se houvesse significativa
lólogos e linguistas de reconhecido saber que negam a influência do conhecimento teórico da língua sobre o de-
relação entre o estudo intencional da gramática e a me- sempenho? A resposta é óbvia: os gramáticos e os linguis-
lhora do desempenho linguístico do usuário. Entre esses tas seriam sempre os melhores escritores. Como na prática
isso realmente não acontece, fica provada uma vez mais a
especialistas, deve-se mencionar o nome do Prof. Celso
tese que se vem defendendo.
Pedro Luft com sus obra “Língua e liberdade: por uma
Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse
nova concepção de língua materna e seu ensino” (L&PM,
significativa, deveriam os melhores escritores conhecer -
1995). Com efeito, o velho pesquisar apaixonado pelos
teoricamente - a língua em profundidade. Isso, no entan-
problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga
to, não se confirma na realidade: Monteiro Lobato, quan-
formação linguística, reúne numa mesma obra convincen-
do estudante, foi reprovado em língua portuguesa (muito
te fundamentação para seu combate veemente contra o
provavelmente por desconhecer teoria gramatical); Macha-
ensino da gramática em sala de aula. Por oportuno, uma
do de Assis, ao folhar uma gramática declarou que nada
citação apenas: havia entendido; dificilmente um Luis Fernando Veríssimo
“Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez saberia o que é um morfema; nem é de se crer que todos
abandonem a superstição da teoria gramatical, desistindo os nossos bons escritores seriam aprovados num teste de
de querer ensinar a língua por definições, classificações, Português à maneira tradicional (e, no entanto eles são os
análises inconsistentes e precárias hauridas em gramáti- senhores da língua!).
cas. Já seria um grande benefício”. Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como
Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre, recuperar linguisticamente os alunos, como promover um
acima referida suponha-se que se deva recuperar linguis- melhor desempenho linguístico mediante o ensino-estudo
ticamente um jovem estudante universitário cujo texto da teoria gramatical. O caminho é seguramente outro.
apresente preocupantes problemas de concordância, re-
gência, colocação, ortografia, pontuação, adequação vo- Gilberto Scarton
cabular, coesão, coerência, informatividade, entre outros.
E, estimando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gramática Eis o esquema do texto em seus quatro estágios:
que ele passaria a estudar: que é fonética? Que é fonolo-
gia? Que é fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borbo- Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se
leta? O feminino de cupim? Como se chama quem nasce enuncia claramente a tese a ser defendida.
na Província de Entre-Douro-e-Minho? Que é oração su- Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se de-
bordinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio? E finem as expressões “estudo intencional da gramática” e
decorasse regras de ortografia, fizesse lista de homônimos, “desempenho lingüístico”, citadas na tese.
parônimos, de verbos irregulares... e estudasse o plural de Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo
compostos, todas regras de concordância, regências... os e oitavo parágrafos, em que se apresentam os argumentos.
casos de próclise, mesóclise e ênclise. E que, ao cabo de - Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argu-
todo esse processo, se voltasse a examinar o desempenho mentação.
do jovem estudante na produção de um texto. A melhora - Quarto parágrafo: argumento de autoridade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Quinto parágrafo: argumento com base em ilustração A esta altura, adotando tal entendimento, estaria insti-
hipotética. tucionalizada a insegurança social, sendo que não haveria
- Sexto parágrafo: argumento com base em dados es- mais qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao
tatísticos. sabor dos humores e amores do juiz de plantão.
- Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em De nada adiantariam as eleições, eis que os represen-
fatos. tantes indicados pelo povo não poderiam se valer de sua
Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apresenta maior atribuição, ou seja, a prerrogativa de editar as leis.
a conclusão. Desapareceriam também os juízes de conveniência e
oportunidade política típicos dessas casas legislativas, na
A Argumentação Informal medida em que sempre poderiam ser afastados por uma
esfera revisora excepcional.
A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra já A própria independência do parlamento sucumbiria
referida. A argumentação informal apresenta os seguintes integralmente frente à possibilidade de inobservância e
estágios: desconsideração de suas deliberações.
- Citação da tese adversária. Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nos-
- Argumentos da tese adversária. sa civilização.
- Introdução da tese a ser defendida.
Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete
- Argumentos da tese a ser defendida.
fiscalizar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos
- Conclusão.
demais poderes do Estado, praticamente aniquilaria as
Observe o texto exemplar de Luís Alberto Thompson atribuições destes, ditando a eles, a todo momento, como
Flores Lenz, Promotor de Justiça. proceder.
Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacer-
Considerações sobre justiça e equidade to dessa concepção.
Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra,
Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a aca- sem sombra de dúvidas, o desconhecimento do próprio
dêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os conceito de justiça, incorrendo inclusive numa contradictio
caos concretos que são apresentados perante os tribunais, in adjecto.
deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça e Isto porque, e como magistralmente o salientou o in-
equidade e menos por razões de estrita legalidade, no in- superável Calamandrei, “a justiça que o juiz administra é,
tuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos no sistema da legalidade, a justiça em sentido jurídico, isto
conflitos submetidos à sua apreciação. é, no sentido mais apertado, mas menos incerto, da con-
Semelhante entendimento tem sido sistematicamente formidade com o direito constituído, independentemente
reiterado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados da correspondente com a justiça social”.
simplesmente desprezarem ou desconsiderarem determi- Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios
nados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob concretos de efetivação da Justiça social compete, funda-
a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional. mentalmente, ao Legislativo e ao Executivo, eis que seus
Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pes- membros são indicados diretamente pelo povo.
soal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente, alguns Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade,
dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes do país, adequando o proceder daqueles aos ditames da Constitui-
não nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações ção e da Legislação.
sobre os perigos da generalização desse entendimento. Luís Alberto Thompson Flores Lenz
Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos
dos arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal Eis o esquema do texto em seus cinco estágios;
contra os princípios da legalidade e da separação de pode-
res, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia de de-
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se cita
mocracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado.
a tese adversária.
Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o
insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se cita
português, ao afirmar que: “O magistrado não pode sobre- um argumento da tese adversária “... fulminando ditos di-
por os seus próprios juízos de valor aos que estão encarna- lemas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à
dos na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha previs- realidade nacional”.
to legalmente, não o pode fazer mesmo quando o caso é Terceiro Estágio: terceiro parágrafo, em que se intro-
omisso”. duz a tese a ser defendida.
Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte Quarto Estágio: do quarto ao décimo quinto, em que
qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania se apresentam os argumentos.
popular proveniente dos parlamentos, até porque, na lúcida Quinto Estágio: os últimos dois parágrafos, em que
visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa si- se conclui o texto mediante afirmação que salienta o que
tuação, se arvorando, de forma absolutamente espúria, na ficou dito ao longo da argumentação.
condição de legislador.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Texto Injuntivo/Instrucional as orientações por itens ou de modo coeso, por meio de


períodos. Alguns textos instrucionais possuem subtítulos
No texto injuntivo-instrucional, o leitor recebe orien- separando em tópicos as instruções, basta reparar nas bu-
tações precisas no sentido de efetuar uma transformação. las de remédios, manuais de instruções e receitas. Pelo fato
É marcado pela presença de tempos e modos verbais que de o espaço destinado aos textos instrucionais geralmente
apresentam um valor diretivo. Este tipo de texto distingue- não ser muito extenso, recomenda-se o uso de períodos.
-se de uma sequencia narrativa pela ausência de um sujei- Leia os exemplos.
to responsável pelas ações a praticar e pelo caráter dire-
tivo dos tempos e modos verbais usado e uma sequência Texto organizado em itens:
descritiva pela transformação desejada.
Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime Para economizar nas compras
uma ordem, dada ao locutor, para executar (ou não exe-
cutar) tal ou tal ação. As formas verbais específicas destas Quem deseja economizar ao comprar deve:
frases estão no modo injuntivo e o imperativo é uma das - estabelecer um valor máximo para gastar;
formas do injuntivo. - escolher previamente aquilo que deseja comprar an-
tes de ir à loja ou entrar em sites de compra;
Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de monta- - pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se
gem, receitas, horóscopos, provérbios, slogans... são tex- possível;
tos que incitam à ação, impõem regras; textos que forne- - não se deixar levar completamente pelas sugestões
cem instruções. São orientados para um comportamento dos vendedores nem pelos apelos das propagandas;
futuro do destinatário. - optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem
se esquecer de que o uso do cartão de crédito exige certa
Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orien- cautela e planejamento.
tar por escrito o modo de realizar determinados proce- Do mais, é só ir às compras e aproveitar!
dimentos, manipular instrumentos, desenvolver atividades
lúdicas e desempenhar algumas funções profissionais, por Texto organizado em períodos:
exemplo, deu origem aos chamados textos injuntivos, nos
quais prevalece a função apelativa da linguagem, criando- Para economizar nas compras
-se uma relação direta com o receptor. É comum aos tex-
tos dessa natureza o uso dos verbos no imperativo (Abra Para economizar ao comprar, primeiramente estabe-
o caderno de questões) ou no infinitivo (É preciso abrir o leça um valor máximo para gastar e então escolha pre-
caderno de questões, verificar o número de alternativas...). viamente aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou
Não apresenta caráter coercitivo, haja vista que apenas entrar em sites de compra. Se possível, pesquise os preços
induz o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. em diferentes lojas e sites; não se deixe levar completa-
Assim, torna-se possível substituir um determinado pro- mente pelas sugestões dos vendedores nem pelos apelos
cedimento em função de outro, como é o caso do que das propagandas e opte pela forma de pagamento mais
ocorre com os ingredientes de uma receita culinária, por cômoda: não se esqueça de que o uso do cartão de crédito
exemplo. São exemplos dessa modalidade: exige certa cautela e planejamento.
- A mensagem revelada pela maioria dos livros de au- Do mais, aproveite as compras!
toajuda;
- O discurso manifestado mediante um manual de ins- Observe que, embora ambos os textos tratem do mes-
truções; mo assunto, o segundo é uma adaptação do primeiro:
- As instruções materializadas por meio de uma receita tanto o modo verbal quanto a pontuação sofreram alte-
culinária. rações; além disso, algumas palavras foram omitidas e ou-
tras acrescentadas. Isso ocorreu para que o aspecto instru-
Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de cional, conferido pelos itens do primeiro exemplo, não se
texto injuntivo, didático, que tem por objetivo justamente perdesse no segundo texto, o qual, sem essas adaptações,
apresentar orientações ao receptor para que ele realize de- passaria a impressão de ser um mero texto expositivo.
terminada atividade. Como as palavras do texto serão trans-
formadas em ações visando a um objetivo, ou seja, algo de-
verá ser concretizado, é de suma importância que nele haja
clareza e objetividade. Dependendo do que se trata, é im- SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS;
prescindível haver explicações ou enumerações em que es-
tejam elencados os materiais a serem utilizados, bem como
os itens de determinados objetos que serão manipulados.
Por conta dessas características, é necessário um título ob- “CARO CANDIDATO, O TÓPICO ACIMA FOI
jetivo. Quanto à pontuação, frequentemente empregam-se ABORDADO NA ÍNTEGRA EM: DENOTAÇÃO E CONO-
dois pontos, vírgulas e pontos e vírgulas. É possível separar TAÇÃO;”

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão dos adjetivos


EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS;
O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos


Adjetivo
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
característica do ser e se relaciona com o substantivo. substantivos, classificam-se em:
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per- Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas-
cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa,
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso, mau e má, judeu e judia.
moça bondosa, pessoa bondosa. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe-
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua- minino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho- norte-americano, a moça norte-americana.
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
Morfossintaxe do Adjetivo: como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito político-social.
ou do objeto).
Número dos Adjetivos
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Plural dos adjetivos simples
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ob-
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo
serve alguns deles:
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
Estados e cidades brasileiros:
zes, ruim e ruins boa e boas
Alagoas alagoano
Amapá amapaense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
Aracaju aracajuano ou aracajuense função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
Amazonas amazonense ou baré que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
Belo Horizonte belo-horizontino um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
Brasília brasiliense a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
Cabo Frio cabo-friense estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
Campinas campineiro ou campinense tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
cinza.
Adjetivo Pátrio Composto Veja outros exemplos:
Motos vinho (mas: motos verdes)
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Paredes musgo (mas: paredes brancas).
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
dita. Observe alguns exemplos:
África afro- / Cultura afro-americana Adjetivo Composto
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas
China sino- / Acordos sino-japoneses o último elemento concorda com o substantivo a que se
Espanha hispano- / Mercado hispano-português refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
Europa euro- / Negociações euro-americanas um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica-
Grécia greco- / Filmes greco-romanos rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
invariável. Por exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Camisas rosa-claro. Superlativo


Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros. O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. vado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser ab-
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. soluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:

Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
invariáveis. Apresenta-se nas formas:
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
têm os dois elementos flexionados. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pa-
lavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exem-
Grau do Adjetivo plo: O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci-
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- comum comuníssimo
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi- cruel crudelíssimo
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de difícil dificílimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe doce dulcíssimo
os exemplos abaixo: fácil facílimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade fiel fidelíssimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
quão. um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
Essa relação pode ser:
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
No comparativo de superioridade analítico, entre os
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
que” ou “mais...que”. Note bem:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
rioridade Sintético etc., antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su- duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular,
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
grande/maior, baixo/inferior.
Observe que: ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A
a) As formas menor e pior são comparativos de supe- forma popular é constituída do radical do adjetivo portu-
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res- guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
pectivamente. 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca-
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual,
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei- as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o
tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve- desagradável hiato i-í.
se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran-
de e mais pequeno. Por exemplo: Advérbio
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
mentos. O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
duas qualidades de um mesmo elemento. Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica
a ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- faz referência ao processo verbal, no sentido de caracte-
ferioridade rizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em que esse
Sou menos passivo (do) que tolerante. processo se desenvolve.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
sentido de caracterizar os processos expressos por ele. mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Contudo, ele não é modificador exclusivo desta classe
(verbos), pois também modifica o adjetivo e até outro de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
advérbio. Seguem alguns exemplos: tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, tavelmente (=sem dúvida).
você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
adjetivo alheio, representando uma qualidade, caracte- mente, simplesmente, só, unicamente
rística.
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
O artista canta muito mal.
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” mo-
difica outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os
de designação: Eis
exemplos pudemos verificar que se tratava de somente
uma palavra funcionando como advérbio. No entanto,
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan-
ele pode estar demarcado por mais de uma palavra, que do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade),
mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Temos para quê? (finalidade)
aí o que chamamos de locução adverbial, representada
por algumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, Locução adverbial
frente a frente, de modo algum, entre outras.
Dependendo das circunstâncias expressas pelos ad- É reunião de duas ou mais palavras com valor de advér-
vérbios, eles se classificam em distintas categorias, uma bio. Exemplo:
vez expressas por: Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às
pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondi- Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
das, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em apressadamente.
vão, e a maior parte dos que terminam em -”mente”: cal- Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
mamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosa- variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
mente, generosamente categoria dos advérbios é a de grau:

de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quan- - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
to, quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, inconstitucionalissimamente, etc.;
quase, de todo, de muito, por completo.
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Artigo
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,
enfim, afinal, breve, constantemente, entrementes, ime-
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
diatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
de vez em quando, de quando em quando, a qualquer gênero e o número dos substantivos.
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
Classificação dos Artigos
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, Artigos Definidos: determinam os substantivos de ma-
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhu- neira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
res, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, ex-
ternamente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
um animal.
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum

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LÍNGUA PORTUGUESA

Combinação dos Artigos - O artigo também é usado para substantivar palavras


oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de
É muito presente a combinação dos artigos definidos tudo isso.
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re-
essas combinações: lativo cujo (e flexões).
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Preposições Artigos Este é o autor cuja obra conheço.
o, os - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
a ao, aos sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme),
de do, dos a menos que venham especificadas.
em no, nos Eles estavam em casa.
por (per) pelo, pelos Eles estavam na casa dos amigos.
a, as um, uns uma, umas Os marinheiros permaneceram em terra.
à, às - - Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas - Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata-
pela, pelas - - mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe- - Não se une com preposição o artigo que faz parte do
cida por crase. nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O
Estado de S. Paulo.
Constatemos as circunstância
os em que os artigos se manifestam: Morfossintaxe
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas
numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua
das olimpíadas.
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal
do substantivo a que se refere. Tal função independe da
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
função exercida pelo substantivo:
do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
A existência é uma poesia.
A Bahia...
Uma existência é a poesia.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Conjunção
- No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
do artigo: O Pedro é o xodó da família. ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
exemplo:
- No caso de os nomes próprios personativos estarem A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, amiguinhas.
os Incas, Os Astecas...
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o amiguinhas
artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
(qualquer classe)
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
cultativo: A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter Observe: Gosto de natação e de futebol.
é uns vinte anos. Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Morfossintaxe da Conjunção - CONFORMATIVAS


Principais conjunções conformativas: como, segundo,
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- conforme, consoante
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. Cada um colhe conforme semeia.
Classificação Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor-
- Conjunções Coordenativas midade.
- Conjunções Subordinativas
- CONSECUTIVAS
Conjunções coordenativas Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”,
Dividem-se em: “tanto”, “tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gos-
to de cantar e de dançar. - FINAIS
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas tam- Expressam ideia de finalidade, objetivo.
bém, não só...como também. Todos trabalham para que possam sobreviver.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, por-
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo- que (=para que),
sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu- - PROPORCIONAIS
do, todavia, no entanto, entretanto. Principais conjunções proporcionais: à medida que,
quanto mais, ao passo que, à proporção que.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
- TEMPORAIS
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
quer...quer, já...já.
logo que.
Quando eu sair, vou passar na locadora.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Diferença entre orações causais e explicativas
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais
(OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de-
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. paramos com a dúvida de como distinguir uma oração
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá causal de uma explicativa. Veja os exemplos:
fora. 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (an- atropelado”:
tes do verbo), porquanto. a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati-
va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.
Conjunções subordinativas b) As orações são coordenadas e, por isso, independen-
tes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as ora-
- CAUSAIS ções que vêm marcadas por vírgula.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
uma vez que, como (= porque). Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Ora-
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. ção Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela
será explicativa.
- COMPARATIVAS Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im-
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão... perativo)
como, mais...do que, menos...do que. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra ci-
Ela fala mais que um papagaio. dade porque não havia cemitério no local.”
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordina-
- CONCESSIVAS da (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
mesmo que, apesar de, se bem que. colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de os mortos em outra cidade.
estar cansada) b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
Apesar de ter chovido fui ao cinema. dependentes uma da outra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Interjeição 2) Sintetizar uma frase apelativa


Cuidado! Saia da minha frente.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, As interjeições podem ser formadas por:
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre - simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento - palavras: Oba!, Olá!, Claro!
sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas - grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo: Ora bolas!
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim- exemplo:
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
As sentenças da língua costumam se organizar de for- riedade)
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in-
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra- Classificação das Interjeições
se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser Comumente, as interjeições expressam sentido de:
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Bravo! Bis! Atenção!, Olha!, Alerta!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi mui- - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
to bom! Repitam!” - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten- - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!,
Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como Boa!
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
particular, um momento ou um contexto específico. Exem- Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!,
plos: Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Desculpa: Perdão!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição Oh!, Eh!
O significado das interjeições está vinculado à maneira - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!,
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que Epa!, Ora!
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex- - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
to de enunciação. Exemplos: Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Hein?, Cruz!, Putz!
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
chamando! Ei, espere!” Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
favor, faça silêncio!” Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! me, Deus!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
tristeza, dor, etc. e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
Você faz o que no Brasil? gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
Eu? Eu negocio com madeiras. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
Ah, deve ser muito interessante. dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
até loguinho.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Locução Interjetiva Numeral

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex- Numeral é a palavra que indica os seres em termos nu-
pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bo- méricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
las! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó em determinada sequência.
de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Alto lá! Muito bem! [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Observações: Eu quero café duplo, e você?
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
Peço-lhe que me desculpe. ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o de “fila”]
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
gramaticais podem aparecer como interjeições. os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
Viva! Basta! (Verbos) a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
Fora! Francamente! (Advérbios) trata de numerais, mas sim de algarismos.
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto! vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dú-
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitati- zia, par, ambos(as), novena.
vas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. Classificação dos Numerais

Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá-


- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
sico: um, dois, cem mil, etc.
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série
e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a di-
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
visão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Obrigadinho! seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Interjeições, leitura e produção de textos
Leitura dos Numerais
Usadas com muita frequência na língua falada informal,
quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos- Separando os números em centenas, de trás para frente,
tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali- obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjun-
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o tos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos vinte e seis.
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e Flexão dos numerais
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
jeições presença constante nos textos publicitários. Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
morf89.php centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e con-
seguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de senti-
do. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.

2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto Dicas sobre preposição


pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concor-
dância em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome
+ a = pela. pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une. para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
Esse processo de junção de uma preposição com outra nino.
palavra pode se dar a partir de dois processos: A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
preposição a + artigos definidos o, os termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
a + o = ao Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
preposição a + advérbio onde Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
a + onde = aonde curar um tratamento adequado.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
Preposição + Artigos
lugar e/ou a função de um substantivo.
De + o(s) = do(s)
Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + a(s) = da(s)
De + um = dum parte da família
De + uns = duns Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
De + uma = duma Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s) 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + a(s) = na(s) das preposições:
Em + um = num Destino = Irei para casa.
Em + uma = numa Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + uns = nuns Lugar = Vou ficar em casa;
Em + umas = numas Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
A + à(s) = à(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Por + o = pelo(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Por + a = pela(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
Preposição + Pronomes tamento.
De + ele(s) = dele(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ela(s) = dela(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + este(s) = deste(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esta(s) = desta(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo
Fonte:
De + aqui = daqui
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s) Pronome
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + esta(s) = nesta(s) a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + esse(s) = nesse(s) de alguma forma.
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + isto = nisto [substituição do nome]
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
A + aquele(s) = àquele(s) [referência ao nome]
A + aquela(s) = àquela(s) Essa moça morava nos meus sonhos!
A + aquilo = àquilo [qualificação do nome]

43
LÍNGUA PORTUGUESA

Grande parte dos pronomes não possuem significados Os pronomes retos apresentam flexão de número, gêne-
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro ro (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a prin-
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- cipal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- - 1ª pessoa do singular: eu
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 2ª pessoa do singular: tu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 3ª pessoa do singular: ele, ela
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 1ª pessoa do plural: nós
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 2ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 3ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] como complementos verbais na língua-padrão. Frases como
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem
fala] ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na
rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem Obs.: frequentemente observamos a omissão do prono-
se fala] me reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras boa viagem. (Nós)
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência Pronome Oblíquo
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
tença, exerce a função de complemento verbal (objeto dire-
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
to ou indireto) ou complemento nominal.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
sa escola neste ano.
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma va-
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica
adequada]
a função diversa que eles desempenham na oração: prono-
[neste: pronome que determina “ano” = concordância
me reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca
adequada] o complemento da oração.
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
dância inadequada] a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
tônicos.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
Pronomes Pessoais são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
fraca: Ele me deu um presente.
São aqueles que substituem os substantivos, indicando O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve figurado:
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, - 1ª pessoa do singular (eu): me
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e - 2ª pessoa do singular (tu): te
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ou às pessoas de quem fala. - 1ª pessoa do plural (nós): nos
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 2ª pessoa do plural (vós): vos
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
ou do caso oblíquo.
Observações:
Pronome Reto O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apre-
senta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompa-
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. nhar diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce
Nós lhe ofertamos flores. sempre a função de objeto indireto na oração.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
diretos como objetos indiretos. de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
objetos diretos. verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi- nome, deverá ser do caso reto.
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; Não vá sem eu mandar.
no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Obser-
ve o uso dessas formas nos exemplos que seguem: - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
- Trouxeste o pacote? mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Não contaram a novidade a vocês? quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
- Não, no-la contaram. companhia.
No português do Brasil, essas combinações não são Ele carregava o documento consigo.
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
é muito raro. por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas todos, ambos ou algum numeral.
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o Você terá de viajar com nós todos.
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma Estávamos com vós outros quando chegaram as más no-
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal tícias.
é suprimida. Por exemplo: Ele disse que iria com nós três.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo Pronome Reflexivo
dizer + a = dizê-la
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as- nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
viram + o: viram-no
expressa pelo verbo.
repõe + os = repõe-nos
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
retém + a: retém-na
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
tem + as = tem-nas
Eu não me vanglorio disso.
Pronome Oblíquo Tônico
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de Assim tu te prejudicas.
objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte. Conhece a ti mesmo.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con-
figurado: - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Guilherme já se preparou.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo Ela deu a si um presente.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela Antônio conversou consigo mesmo.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Lavamo-nos no rio.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
- As preposições essenciais introduzem sempre pro-
nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do A Segunda Pessoa Indireta
caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
da língua formal, os pronomes costumam ser usados des- A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se
ta forma: quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem
Não há mais nada entre mim e ti. nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados prono-
Não há nenhuma acusação contra mim. mes de tratamento, que podem ser observados no quadro
Não vá sem mim. seguinte:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na
3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa pos-
suída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

NÚMERO PESSOA PRONOME


singular primeira meu(s), minha(s)
singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s)
plural terceira seu(s), sua(s)

Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com
o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar refere ao ano presente.
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se
seu José. refere a um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- está se referindo a um passado distante.
se. Podem ter outros empregos, como:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
invariáveis, observe:
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
anos. la(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá
seus defeitos, mas eu gosto muito dela. - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
trouxe sua mensagem? Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e o procuraram ontem.
anotações. - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram
o problema.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí- - semelhante(s): Não compre semelhante livro.
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
os passos. (= Vou seguir seus passos.)
Note que:
Pronomes Demonstrativos
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
Os pronomes demonstrativos são utilizados para expli-
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
citar a posição de uma certa palavra em relação a outras
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela,
ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de
essa é que dera em cheio casando com o José Afonso. Des-
espaço, no tempo ou discurso.
frutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
No espaço:
- O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o
tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
carro está perto da pessoa que fala.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi-
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
pessoa que fala. pressentiam.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo
quem falo. fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que
faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo ela o fizesse.
quanto por meio de correspondência, que é uma moda- - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
lidade escrita de fala), são particularmente importantes o mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
pode causar ambiguidade. solteiro, aquele casado]
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer- - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
sidade destinatária). irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Reafirmamos a disposição desta universidade em partici- - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
par no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universida- com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
de que envia a mensagem). disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Indefinidos Indefinidos Sistemáticos

São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, per-
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando cebemos que existem alguns grupos que criam oposição
quantidade indeterminada. de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sen-
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém tido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido
-plantadas. negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmati-
va, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa;
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/nada,
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma que se referem à coisa; certo, que particulariza, e qualquer,
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- que generaliza.
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- Essas oposições de sentido são muito importantes na
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu- vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
guém, outrem, quem, tudo. de que fazem parte:
Algo o incomoda? Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
Quem avisa amigo é. prático.
Czrávamos no exterior.
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade lavras:
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
Cada povo tem seus costumes. como você agiu semana passada.
Certas pessoas exercem várias profissões. - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
díamos jogar videogame.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
ora pronomes indefinidos adjetivos: numa só frase.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), O futebol é um esporte.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, O povo gosta muito deste esporte.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Menos palavras e mais ações. ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
Alguns se contentam pouco. gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe: Pronomes Interrogativos

Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne- referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, (e variações), quanto (e variações).
outras, quantas. Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
algo, cada. preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
São locuções pronominais indefinidas: tos passageiros desembarcaram.

cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), Sobre os pronomes:
quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele
(que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
uma ou outra, etc. de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
Cada um escolheu o vinho desejado. quando desempenha função de complemento. Vamos en-
tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
frase e que função exerce. Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” - Preposição seguida de gerúndio:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” indicado à pesquisa escolar.
exercendo função de complemento, e, consequentemente,
é do caso oblíquo. - Conjunção subordinativa:
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se Ênclise
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
Importante: Em observação à segunda oração, o em- não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver- nos. A ênclise vai acontecer quando:
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo Amem-se uns aos outros.
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio. Sigam-me e não terão derrotas.
Eu desejo lhe perguntar algo. - O verbo iniciar a oração:
Eu estou perguntando-lhe algo. Diga-lhe que está tudo bem.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou Chamaram-me para ser sócio.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
de preposição. posição “a”:
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
estava fazendo. Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o
que eu estava fazendo. - O verbo estiver no gerúndio:
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
Colocação Pronominal cupada.
Despediu-se, beijando-me a face.
A colocação pronominal é a posição que os pronomes
pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. mesmo instante.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo Mesóclise
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
Próclise A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
se realizará)
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
- Palavras com sentido negativo: proposta a você)
Nada me faz querer sair dessa cama.
Não se trata de nenhuma novidade. Questões sobre Pronome
- Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012).
Naquele dia me falaram que a professora não veio. Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
- Pronomes relativos: seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
e da água faça em si diferença, as companhias não podem
- Pronomes indefinidos: suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
Quem me disse isso? tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
- Pronomes demonstrativos: mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
Isso me deixa muito feliz! de crescimento verde sempre será a segunda opção.
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re- (D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que
ferem- -se, respectivamente, a abrisse a bolsa que encontrara.
(A) dúvidas e preços. (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
(B) dúvidas e insumos básicos. dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
(C) companhias e insumos básicos.
(D) companhias e preços do carbono e da água. 07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
(E) políticas de crescimento e preços adequados. Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- prazo.
adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho gri- Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
fado está corretamente substituído por um pronome em: e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo A) a que … acaba … à
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- B) com que … acabam … à
lhes desalentado C) de que … acabam … a
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de D) em que … acaba … a
conhecê-lo? E) dos quais … acaba … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia ser-lhe 08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013-
E) incomodaram o general... − incomodaram-no adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e res-
pectivamente, as lacunas do trecho.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
A substituição do elemento grifado pelo pronome cor- vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
respondente, com os necessários ajustes, foi realizada de sujeito de forma cômica.
modo INCORRETO em: A) Fazem... a ... de que
A) mostrando o rio= mostrando-o. B) Faz ...a ... que
C) Fazem ...à ... com que
B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
D) Faz ...à ... que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
E) Faz ...à ... a que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada
lhes acrescentariam.
09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014)
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
lantes.
04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabe-
alternativa em que o pronome destacado está posicionado ça...
de acordo com a norma-padrão da língua. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. grifados acima foram corretamente substituídos por um
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. pronome, na ordem dada, em:
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha. (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alterna- (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
tiva cujo emprego do pronome está em conformidade com (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
a norma padrão da língua.
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. 10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos
lada. estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimen-
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. tos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação.
(D) Conformado, se rendeu às punições. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que subs-
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. tituem, corretamente, os termos em destaque são:
A) os comprovam … ajudá-la.
06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale B) os comprovam …ajudar-la.
a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de C) os comprovam … ajudar-lhe.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que E) lhes comprovam … ajudá-la.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- GABARITO
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO 9-)
devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblí-
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primei- quo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
ro, não está claro até onde pode realmente chegar uma impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
política baseada em melhorar a eficiência sem preços ade- “lhe” é para objeto indireto
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos “lhe” é para objeto indireto
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di-
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabeleci-
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- mentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste-
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- munhas vão ajudar a polícia na investigação.
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. felizmente os comprovam ... ajudá-la
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde (advérbio)
sempre será a segunda opção.
Substantivo
2-)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos,
desalentado os substantivos também nomeiam:
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
conhecê-las ? -sentimentos: raiva, amor...
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não -estados: alegria, tristeza...
parecia sê-lo -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las
Morfossintaxe do substantivo
4-)
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em ge-
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. ral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo:
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ain-
da funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
5-) aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. como núcleo do vocativo. Também encontramos substan-
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba- tivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos
lada. adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por
(D) Conformado, rendeu-se às punições. grupos de palavras.
(E) Todos querem que se combata a corrupção.
Classificação dos Substantivos
6-) 1- Substantivos Comuns e Próprios
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Bra-
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos
sil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. cidade (em oposição aos bairros).
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que
abrisse a bolsa que encontrara. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten- edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade.
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, ho-
produtos de que não necessitam e acabam tendo mem, mulher, país, cachorro.
de pagar tudo a prazo. Estamos voando para Barcelona.

8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
jovem fazia referência à violência a que o brasileiro pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
estava sujeito de forma cômica. prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2 - Substantivos Concretos e Abstratos Substantivo coletivo Conjunto de:


assembleia pessoas reunidas
LÂMPADA MALA alcateia lobos
acervo livros
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com antologia trechos literários selecionados
existência própria, que são independentes de outros seres. arquipélago ilhas
São substantivos concretos. banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que banca examinadores
existe, independentemente de outros seres. batalhão soldados
Obs.: os substantivos concretos designam seres do cardume peixes
mundo real e do mundo imaginário. caravana viajantes peregrinos
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, cacho frutas
Brasília, etc. cáfila camelos
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- cancioneiro canções, poesias líricas
ma, etc. colmeia abelhas
chusma gente, pessoas
Observe agora: concílio bispos
Beleza exposta congresso parlamentares, cientistas.
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
O substantivo beleza designa uma qualidade. enxoval roupas
falange soldados, anjos
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que fauna animais de uma região
dependem de outros para se manifestar ou existir. feixe lenha, capim
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser flora vegetais de uma região
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa frota navios mercantes, ônibus
ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para girândola fogos de artifício
se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo horda bandidos, invasores
abstrato. junta médicos, bois, credores, examinadores
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- júri jurados
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser legião soldados, anjos, demônios
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado), leva presos, recrutas
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). malta malfeitores ou desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes,
3 - Substantivos Coletivos matilha cães de raça
molho chaves, verduras
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra multidão pessoas em geral
abelha, mais outra abelha. ninhada pintos
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. penca bananas, chaves
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- pinacoteca pinturas, quadros
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, quadrilha ladrões, bandidos
mais outra abelha... ramalhete flores
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. rebanho ovelhas
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no sin- récua bestas de carga, cavalgadura
gular (enxame) para designar um conjunto de seres da repertório peças teatrais, obras musicais
mesma espécie (abelhas). réstia alhos ou cebolas
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. romanceiro poesias narrativas
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes- revoada pássaros
mo estando no singular, designa um conjunto de seres da sínodo párocos
mesma espécie. talha lenha
tropa muares, soldados
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes

Substantivos Simples e Compostos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no-


mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas for-
terra. mas, uma para o masculino e outra para o feminino. Obser-
O substantivo chuva é formado por um único elemento ve: gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito
ou radical. É um substantivo simples. - prefeita
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam
Substantivo Simples: é aquele formado por um único uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto
elemento. para o feminino. Classificam-se em:
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. fêmea.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes-
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio,
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. o ídolo, o indivíduo.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
Substantivos Primitivos e Derivados soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a
doente, o artista e a artista.
Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá... Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de sistema, o sintoma, o teorema.
nenhum outro dentro de língua portuguesa. - Existem certos substantivos que, variando de gênero,
variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (ci-
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O dade)
substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
da palavra limão. Formação do Feminino dos Substantivos Biformes

Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno -
tra palavra. aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão dos substantivos masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- três formas:
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
exemplo, pode sofrer variações para indicar: - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Plural: meninos Feminino: menina -troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão -
Flexão de Gênero sultana
- Substantivos terminados em -or:
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero
masculino os substantivos que podem vir precedidos dos - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque -
O velho e o mar duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
Um Natal inesquecível - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Os reis da praia final por -a: elefante - elefanta

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po- - Substantivos que têm radicais diferentes no masculino
dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
A história sem fim
Uma cidade sem passado - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
As tartarugas ninjas pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar – czarina réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. Gênero dos Nomes de Cidades:
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto.
Sobrecomuns:
A dinâmica São Paulo.
Entregue as crianças à natureza.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação:
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que
Outros substantivos sobrecomuns: à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco,
criatura. manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (che-
Marcela faleceu fe), a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa,
dissidência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza
Comuns de Dois Gêneros: (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a
coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usa-
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma do na administração da crisma e de outros sacramentos), a
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura
A distinção de gênero pode ser feita através da análise (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem guia (documento, pena grande das asas das aves), o gra-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- ma (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário
cês - repórter francesa
da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente
- A palavra personagem é usada indistintamente nos
(professor), a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a
dois gêneros.
moral (honestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre-
ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça
personagens dos contos de carochinha. (trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomoti-
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: va movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior
O problema está nas mulheres de mais idade, que não acei- do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a
tam a personagem. rádio (estação emissora), o voga (remador), a voga (moda,
popularidade).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o do plural é o “s” final.
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – feitos
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
- cânones. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
em “ns”: homem - homens. - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raí- verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
zes. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Atenção: O plural de caráter é caracteres. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexio-
nam-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quin- - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
tais; caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e ma- formados de:
les, cônsul e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o ca-rolhas
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Casos Especiais
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- o louva-a-deus e os louva-a-deus
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o joão-ninguém e os joões-ninguém.
de três maneiras.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações Plural das Palavras Substantivadas
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: no plural, as flexões próprias dos substantivos.
o látex - os látex. Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
Plural dos Substantivos Compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
-A formação do plural dos substantivos compostos de- “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras tos seis e alguns dez.
que formam o composto e da relação que estabelecem
entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam- Plural dos Diminutivos
se como os substantivos simples: aguardente/aguarden-
tes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malme- Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
quer/malmequeres. e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos pãe(s) + zinhos = pãezinhos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e animai(s) + zinhos = animaizinhos
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos

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LÍNGUA PORTUGUESA

colhere(s) + zinhas = colherezinhas Particularidades sobre o Número dos Substantivos


flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
papéi(s) + zinhos = papeizinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
funi(s) + zinhos = funizinhos as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin-
pai(s) + zinhos = paizinhos gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom
pé(s) + zinhos = pezinhos nome) e honras (homenagem, títulos).
pé(s) + zitos = pezitos - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
sentido de plural:
Plural dos Nomes Próprios Personativos Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas improvisadas.
sempre que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados. Flexão de Grau do Substantivo
As Raquéis e Esteres.
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
Plural dos Substantivos Estrangeiros variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- normal. Por exemplo: casa
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce- - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os do ser. Classifica-se em:
jazz.
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjeti-
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- vo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica-
os réquiens. dor de aumento. Por exemplo: casarão.
Observe o exemplo:
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
Este jogador faz gols toda vez que joga.
do ser. Pode ser:
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Plural com Mudança de Timbre
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica-
dor de diminuição. Por exemplo: casinha.
Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato Verbo
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pes-
Singular Plural soa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
corpo (ô) corpos (ó) processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
esforço esforços ocorrência (nascer); desejo (querer).
fogo fogos O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os
forno fornos seus possíveis significados. Observe que palavras como cor-
fosso fossos rida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de
imposto impostos alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém,
olho olhos todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
osso (ô) ossos (ó)
ovo ovos Estrutura das Formas Verbais
poço poços
porto portos Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
posto postos apresentar os seguintes elementos:
tijolo tijolos - Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am.
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol- (radical fal-)
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. - Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
de molho (ó) = feixe (molho de lenha). São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª
- Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir).

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Desinência modo-temporal: é o elemento que de- ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói,
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “ama-
nhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal,
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de- empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin- para ser pessoal.
gular ou plural):
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, ** São impessoais, ainda:
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando
algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. tempo: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blas-
fêmias.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem re-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento ferência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai se, tais verbos, então, pessoais.
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende-
rão, nutriríamos. 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de
“ser possível”. Por exemplo:
Classificação dos Verbos Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
Classificam-se em:
* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca al- plural.
terações no radical: canto cantei cantarei cantava A fruta amadureceu.
cantasse. As frutas amadureceram.
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como
fizesse. verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadu-
receu bastante.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam con- Entre os unipessoais estão os verbos que significam vo-
jugação completa. Classificam-se em impessoais, unipes- zes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo,
soais e pessoais: cacarejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Nor-
Os principais verbos unipessoais são:
malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
principais verbos impessoais são:
(preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
bastante.)
zar-se ou fazer (em orações temporais).
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, segui-
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) dos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo) fumar.)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo
Era primavera quando a conheci. Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Estava frio naquele dia. Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

57
LÍNGUA PORTUGUESA

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

58
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

59
LÍNGUA PORTUGUESA

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:

- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) Formas Nominais


tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de refor- nominais. Observe:
ço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
respectivos pronomes): substantivo. Por exemplo:
Eu me arrependo Viver é lutar. (= vida é luta)
Tu te arrependes É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
Vós vos arrependeis te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
Eles se arrependem exemplo:
É preciso ler este livro.
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos Era preciso ter lido este livro.
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje-
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
pronomes mencionados, formando o que se chama voz 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Maria penteou-me.
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
Observações: boa colocação.
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
função sintática. ou advérbio. Por exemplo:
- Há verbos que também são acompanhados de pro- Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente vérbio)
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de ad-
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa jetivo)
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
plo: curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me plo:
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Modos Verbais - Particípio: quando não é empregado na formação
dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis- nero, número e grau. Por exemplo:
tem três modos: Terminados os exames, os candidatos saíram.

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sem-


pre estudo. Quando o particípio exprime somente estado, sem ne-
nhuma relação temporal, assume verdadeiramente a fun-
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Tal- ção de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a alu-
vez eu estude amanhã. na escolhida para representar a escola.

Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda


agora, menino.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja:
1. Tempos do Indicativo

- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.

- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.

- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.

- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.

- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
dinheiro, viajaria nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

62
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.

- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Assinale a
alternativa em que todos os verbos estão conjugados segundo a norma-padrão.
(A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou ao vício.
(B) Perderam seus documentos durante a viagem, mas já os reaveram.
(C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorrendo conflitos.
(D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa indenização.
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos eletrônicos.

02. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


... e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia...
(B) ... era a capital da China.
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
(D) ... dispararam na última década.
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...

03. (TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão corretos em:
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram e não requiseram mais do que o esquecimento
e a passagem do tempo.
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge do es-
quecimento, em 1974.
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram
longos anos de esquecimento.
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos atro-
pelos do turismo selvagem.
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo turístico
de inegável valor histórico.

04. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Tinham seus prediletos ...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
(A) Dumas consentiu.
(B) ... levaram com eles a instituição do “lector”.
(C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam charutos...
(D) Despontava a nova capital mundial do Havana.
(E) ... que cedesse o nome de seu herói...

65
LÍNGUA PORTUGUESA

05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está ade- 09. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
quada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases:
A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara.
absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional
dos pequenos bons momentos. de 5,4 bilhões de reais por ano.
B) Há até quem queira saber quem fosse o maior ban- Assinale a alternativa que, respectivamente, substitui o
dido entre os que recebessem destaque nos popularescos verbo haver pelo verbo existir, conservando o tempo e o
programas da TV. modo.
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos- (A) Existe – existe
tam tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha (B) Existem – existirão
aspirações a ser metafísica. (C) Existirão – existirá
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em (D) Existem – existirá
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu- (E) Existiriam – existiria
par-se com os degraus da notoriedade.
E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de 10. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012)
grande nos momentos felizes, menos precisaríamos nos ... pois assim se via transportado de volta “à glória que foi
preocupar com conquistas superlativas. a Grécia e à grandeza que foi Roma”.
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
06. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – grifado acima está em:
FCC/2012) ...Ou pretendia. a) Poe certamente acreditava nisso...
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o b) Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de
grifado acima está em: casa...
a) ... ao que der ... c) ... ainda seja por nós obscuramente sentido como
b) ... virava a palavra pelo avesso ... verdadeiro, embora não de modo consciente.
c) Não teria graça ... d) ... como um legado que provê o fundamento de nos-
d) ... um conto que sai de um palíndromo ... sas sensibilidades.
e) ... como decidiu o seu destino de escritor. e) Seria ela efetivamente, para o poeta, uma encarnação
da princesa homérica?
07. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante
GABARITO
que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultu-
ra empresarial, por meio das ações e projetos de Educação
01.E 02. B 03. D 04. D 05. E
Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.
06.B 07. E 08. C 09. D 10.B
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
verbo grifado na frase acima está em:
RESOLUÇÃO
(A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, polí-
ticas...
1-) Correção à frente:
(B) ... as definições de Educação Ambiental são abran-
(A) Absteu-se = absteve-se
gentes... (B) mas já os reaveram = reouveram
(C) ... também se associa o Desenvolvimento Susten- (C) se vocês verem = virem
tável... (D) Só haverá acordo se nós propormos = propusermos
(D) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvol- (E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos
vimento humano. eletrônicos.
(E)... e reforce a identidade das comunidades.
2-) Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo
08. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JA- A = contornam – presente do Indicativo
NEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIO- B = era = pretérito imperfeito do Indicativo
TECONOMIA – FGV PROJETOS /2014) Na frase “se você C = foi = pretérito perfeito do Indicativo
quiser ir mais longe”, a forma verbal empregada tem sua D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do Indi-
forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a cativo
forma verbal está ERRADA é E = acompanham = presente do Indicativo
(A) se você se opuser a esse desejo. 3-) Acrescentei as formas verbais adequadas nas ora-
(B) se você requerer este documento. ções analisadas:
(C) se você ver esse quadro. (A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty
(D) se você provier da China. não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do
(E) se você se entretiver com o jogo. que o esquecimento e a passagem do tempo.
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge
(emerge) do esquecimento, em 1974.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- mara.
breviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento. II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio-
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos Existem / existirá.
atropelos do turismo selvagem.
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para 10-) Foi = pretérito perfeito do Indicativo
que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio de a) Poe certamente acreditava = pretérito imperfeito do
um polo turístico de inegável valor histórico. Indicativo
b) Se Grécia e Roma foram = pretérito perfeito do In-
4-)Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos dicativo
às alternativas: c) ... ainda seja = presente do Subjuntivo
Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito d) ... como um legado que provê = presente do Indi-
perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo cativo
Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo e) Seria = futuro do pretérito do Indicativo
Cedesse = pretérito do Subjuntivo
5-) Vozes do Verbo
A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores
absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para
dos pequenos bons momentos. indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da
B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido ação. São três as vozes verbais:
entre os que recebem destaque nos popularescos progra-
mas da TV. - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos- expressa pelo verbo. Por exemplo:
tem tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem Ele fez o trabalho.
aspirações a ser metafísica. sujeito agente ação objeto (paciente)
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu-
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a
par-se com os degraus da notoriedade.
ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
O trabalho foi feito por ele.
6-) Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo
sujeito paciente ação agente da pas-
a) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo
siva
b) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo
c) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen-
d) ... um conto que sai = presente do Indicativo
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo:
e) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo
O menino feriu-se.
7-) O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo.
(A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com
(B) ... as definições de Educação Ambiental são = pre- a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao
sente do Indicativo outro)
(C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
vel... = presente do Indicativo Formação da Voz Passiva
(D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo
(E)... e reforce a identidade das comunidades. = presen- A voz passiva pode ser formada por dois processos:
te do Subjuntivo. analítico e sintético.
8-)
(A) se você se opuser a esse desejo. 1- Voz Passiva Analítica
(B) se você requerer este documento.
(C) se você ver esse quadro.= se você vir Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio
(D) se você provier da China. do verbo principal. Por exemplo:
(E) se você se entretiver com o jogo. A escola será pintada.
O trabalho é feito por ele.
9-) Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do
presente do indicativo. Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado
Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos de da preposição por, mas pode ocorrer a construção com
que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, caso a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de sol-
seja necessário): dados.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar mestres.
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
ção das frases seguintes: - Eu o acompanharei.
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) Ele será acompanhado por mim.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
cativo) Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Saiba que:
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexi-
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume vos, são chamados neutros.
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. O vinho é bom.
Observe a transformação da frase seguinte: Aqui chove muito.
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) - Há formas passivas com sentido ativo:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
analítica com outros verbos que podem eventualmente És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar-
cada pela doença. - Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
2- Voz Passiva Sintética Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o su-
Por exemplo: jeito é paciente.
Abriram-se as inscrições para o concurso. Chamo-me Luís.
Destruiu-se o velho prédio da escola. Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Vacinaram-se contra a gripe.
sintética.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la- morf54.php
tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem Questões sobre Vozes dos Verbos
o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois 01. (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A frase
elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE que admite transposição para a voz passiva é:
e AGENTE DA PASSIVA. (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma gran-
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva de diversidade de fenômenos.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade,
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
tancialmente o sentido da frase. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa) da falsa consciência.
Sujeito da Ativa objeto Direto
02. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a Co-
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas- reia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ...
siva) Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma ver-
Sujeito da Passiva Agente da Passiva bal corretamente obtida é:
a) tinha interrompido.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o b) foram interrompidas.
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo c) fora interrompido.
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. d) haviam sido interrompidas.
Observe mais exemplos: e) haveriam de ser interrompidas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

03. (FCC-TRE-Analista Judiciário – 2011) Transpondo-se 08.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional en- CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impac-
frenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á tados pelas mídias de massa”
a seguinte forma verbal: O fragmento transcrito acima apresenta uma constru-
(A) são enfrentados. ção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva
(B) tem enfrentado. encontra-se em:
(C) tem sido enfrentada. A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões
(D) têm sido enfrentados. de compra de uma família”
(E) é enfrentada. B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
mercado para a persuasão do público infantil”
04. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a crianças brasileiras nas práticas de consumo.”
responsabilidade de proteger pela via militar, a comunida- D) “Elas são assediadas pelo mercado”
de internacional [...] observe outro preceito ... E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz dem ética”
passiva, a forma verbal resultante será:
a) é observado. 09. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CI-
b) seja observado. VIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase
c) ser observado. o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva,
d) é observada. obtém-se corretamente o seguinte segmento:
e) for observado. (A) tinha recebido promoção.
(B) estaria sendo promovido.
05. (Analista de Procuradoria – FCC – 2013-adap) Trans- (C) fizera a promoção.
pondo- -se para a voz passiva a frase O poeta teria (D) estava sendo promovido.
aberto um diálogo entre as duas partes, a forma verbal re- (E) havia sido promovido.
sultante será:
A) fora aberto. 10. -) (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012)
B) abriria. Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompa-
C) teria sido aberto. nhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes,
D) teriam sido abertas. sobretudo eclipses lunares e solares.
E) foi aberto.
Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as for-
06.(SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PRO- mas verbais resultantes serão:
FESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) ...permite a) eram anotados e acompanhados.
que os criadores tomem atitudes quando a proliferação b) fora anotado e acompanhado.
de algas tóxicas ameaça os peixes. c) foram anotados e acompanhados.
A transposição para a voz passiva da oração grifada d) anota-se e acompanha-se.
acima teria, de acordo com a norma culta, como forma e) foi anotado e acompanhado.
verbal resultante:
(A) ameaçavam. GABARITO
(B) foram ameaçadas.
(C) ameaçarem. 01. B 02.B 03. E 04.B 05. C
(D) estiver sendo ameaçada. 06. E 07. D 08. D 09.D 10.C
(E) forem ameaçados.
RESOLUÇÃO
07. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA –
FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um 1-)
figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
forma verbal obtida será: (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
(A) pode ser obscurecido. grande diversidade de fenômenos.
(B) obscurecerá. - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
(C) pode ter obscurecido. explicada pelo conceito...
(D) pode ser obscurecida. (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
(E) será obscurecida. de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
e da falsa consciência.

69
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações


com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO;
terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompi-
das pela Coreia...

3-) Hoje a autoria institucional enfrenta séria concor- O princípio é o verbo.


rência dos autores anônimos = Séria concorrência é en-
frentada pela autoria... Essa é a premissa fundamental da Sintaxe, que é a parte
da gramática que estuda as palavras enquanto elementos
4-) a comunidade internacional [...] observe outro pre- de uma frase, as suas relações de concordância, de subor-
ceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva tere- dinação e de ordem. Significa que, ao se realizar a análise
mos dois: outro preceito seja observado. sintática de uma oração, sempre se inicia pelo verbo. É a
partir dele que se descobre qual o sujeito da oração, se há a
5-) O poeta teria aberto um diálogo entre as duas par- indicação de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito,
tes = Um diálogo teria sido aberto... se ele pratica uma ação ou se a sofre, se há complemento
verbal, se há circunstância (adjunto adverbial), etc.
6-) Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa Nem sempre o verbo se apresenta sozinho em uma ora-
Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação... ção. Em muitos casos, surgem dois ou mais verbos juntos,
= voz passiva para indicar que se pratica ou se sofre uma ação, ou que o
sujeito possui uma qualidade. A essa junção, dá-se o nome de
7-) Um figurante pode obscurecer a atuação de um locução verbal. Toda locução verbal é formada por um verbo
protagonista. auxiliar (ou mais de um) e um verbo principal (somente um).
Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos O verbo auxiliar é o que se relaciona com o sujeito,
dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então: por isso concorda com este, ou seja, se o sujeito estiver
A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por no singular, o verbo auxiliar também ficará no singular; se
um figurante. o sujeito estiver no plural, o verbo auxiliar também ficará
no plural. Na Língua Portuguesa os verbos auxiliares são os
8-) seguintes: ser, estar, ter, haver, dever, poder, ir, dentre outros.
O verbo principal é o que indica se o sujeito possui uma
A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci-
qualidade, se ele pratica uma ação ou se a sofre. É o mais
sões de compra de uma família” = voz ativa
importante da locução. Na Língua Portuguesa, o verbo
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
principal surge sempre no infinitivo (terminado em –ar, -er,
mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (ver-
ou –ir), no gerúndio (terminado em –ndo) ou no particípio
bo de ligação); não dá para passar para a passiva
(terminado em –ado ou –ido, dentre outras terminações).
C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
Veja alguns exemplos de locuções verbais:
crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa
Os funcionários FORAM CONVOCADOS pelo diretor.
D) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva (aux.: SER; princ.: CONVOCAR)
E) “valores distorcidos são de fato um problema de or- Os estudantes ESTÃO RESPONDENDO às questões.
dem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar (aux.: ESTAR; princ.: RESPONDER)
para a passiva Os trabalhadores TÊM ENFRENTADO muitos proble-
9-) o diretor estava promovendo seu filme = dois ver- mas.(aux.: TER; princ.: ENFRENTAR)
bos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo O vereador HAVIA DENUNCIADO seus companheiros.
produzido. (aux.: HAVER; princ.: DENUNCIAR)
10-)Marcgrave acompanhou e anotou alguns fenô- Os alunos DEVEM ESTUDAR todos os dias. (aux.: DEVER;
menos celestes = voz ativa com um verbo (sem auxiliar!), princ.: ESTUDAR)
então na passiva teremos dois: alguns fenômenos foram
acompanhados e anotados por Marcgrave. Sujeito:

Para se descobrir qual o sujeito do verbo (ou da locu-


ção verbal), deve-se perguntar a ele (ou a ela) o seguinte:
Que(m) é que ..........? A resposta será o sujeito. Por exemplo,
analisemos a primeira frase dentre as apresentadas acima:
Os funcionários foram convocados pelo diretor.

O princípio é o verbo. Procura-se, portanto, o verbo: é


a locução verbal foram convocados. - - Pergunta-se a ela:
Que(m) é que foi convocado?
- Resposta: Os funcionários.
- O sujeito da oração, então, é o seguinte: os funcioná-
rios.

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Encontrado o sujeito, parte-se para a análise do verbo: Observe, agora, esta frase: Quem dá aos pobres, empres-
Se ele indicar que o sujeito possui uma qualidade, um ta a Deus.
estado ou um modo de ser, sem praticar ação alguma, será Os verbos “dar” e “emprestar” são, aparentemente,
denominado de VERBO DE LIGAÇÃO. Os verbos de ligação transitivos diretos e indiretos, uma vez que se encaixam nas
mais comuns são os seguintes: ser, estar, parecer, ficar, per- frases Quem dá, dá algo a alguém e Quem empresta, em-
manecer e continuar. Não se esqueça, porém, de que só será presta algo a alguém. Ocorre, porém, que não há o “algo”.
verbo de ligação o que indicar qualidade, estado ou modo Quem dá o que aos pobres empresta o que a Deus? Não
de ser do sujeito, sem praticar ação alguma. Observe as se- aparece na oração; não há, portanto, o objeto direto. Como
guintes frases: não o há, os verbos não podem ser transitivos diretos e
O político continuou seu discurso mesmo com todas as indiretos, e sim somente transitivos indiretos.
vaias recebidas.
Continuar, nesta frase, não é de ligação já que não indica FONTE: http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1231
qualidade do sujeito, e sim ação.
Questões sobre Análise Sintática
A professora estava na sala de aula.
Estar, nesta frase, não é de ligação já que não indica qua- 01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os
lidade do sujeito, e sim fato. trabalhadores passaram mais tempo na escola...
A garota estava muito alegre. O segmento grifado acima possui a mesma função sin-
Estar é verbo de ligação porque indica qualidade do su- tática que o destacado em:
jeito. A) ...o que reduz a média de ganho da categoria.
Se o verbo indicar que o sujeito pratica uma ação, ou que B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
participa ativamente de um fato, será denominado de VER- C) O crescimento da escolaridade também foi impul-
BO INTRANSITIVO ou VERBO TRANSITIVO, de acordo com o sionado...
seguinte: D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé-
dio...
- Quem ............ , ................. : Todo verbo que se encaixar E) ...impulsionado pelo aumento do número de uni-
nessa frase será INTRANSITIVO. Por exemplo, o verbo correr: versidades...
Quem corre, corre.
- Quem ............ , ................. algo/alguém: Todo verbo que se 02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos
encaixar nessa frase será TRANSITIVO DIRETO. Por exemplo, de uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...],
o verbo comer: Quem come, come algo; ou o verbo amar: sabiam os paulistas como...
Quem ama, ama alguém. O segmento em destaque na frase acima exerce a mes-
ma função sintática que o elemento grifado em:
- Quem ............ , ................. + prep. + algo/alguém: Todo ver- A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mos-
bo que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO INDIRETO. tradores para a volta.
Por exemplo, o verbo gostar: Quem gosta, gosta de algo ou B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescenta-
de alguém. As preposições mais comuns são as seguintes: a, riam aqueles de considerável...
de, em, por, para, sem e com. C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o
sinal.
- Quem ............ , ................. algo/alguém + prep. + algo/al- D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flores-
guém: Todo verbo que se encaixar nessa frase será TRANSITI- ta, podia significar uma pista.
VO DIRETO E INDIRETO - também denominado de BITRAN- E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-
SITIVO. Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra, mostra nos a vila de São Paulo como centro...
algo a alguém; ou o verbo informar: Quem informa, informa
alguém de algo ou Quem informa, informa algo a alguém. 03. Há complemento nominal em:
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
É importante salientar que um verbo só será TRANSITIVO B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de
se houver complemento (objeto direto ou objeto indireto). A ganhar a vida.
análise de um verbo depende, portanto, do ambiente sintá- C)Ela estava na janela do edifício.
tico em que ele se encontra. Um verbo que aparentemente D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
seja transitivo direto pode ser, na realidade, intransitivo, caso E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mo-
não haja complemento. Por exemplo, observe a seguinte fra- cinho de cinema.
se:
O pior cego é aquele que não quer ver. 04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o ter-
O verbo “ver” é, aparentemente, transitivo direto, uma mo destacado é:
vez que se encaixa na frase Quem vê, vê algo. Ocorre, porém, A) pronome possessivo
que não há o “algo”. O pior cego é aquele que não quer ver B) complemento nominal
o quê? Não aparece na oração; não há, portanto, o objeto C) objeto indireto
direto. Como não o há, o verbo não pode ser transitivo D) adjunto adnominal
direto, e sim intransitivo. E) objeto direto

71
LÍNGUA PORTUGUESA

05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito 3-)


das seguintes orações em relação aos verbos destacados: A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal
- Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento
vida. nominal (possibilidade de quê?)
- Neste ano, quero prestar serviço voluntário. C)na janela do edifício. = adjunto adnominal
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto
A)Tu – vós indireto
B)Nós – eu E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto
C)Vós – nós indireto
D) Ele - tu 4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitran-
sitivo, ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa
06. Classifique o sujeito das orações destacadas no tex- de dois complementos – dois objetos: direto e indireto.
to seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta. Deu o quê? = cem mil contos (direto)
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatu- Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto
ral. É frequente a mistura de assuntos relativos ao naciona-
lismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses 5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qua-
tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis, aju- lidade de vida.
dando-os ou atrapalhando- -os. - Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário.
A)simples, composto
B)indeterminado, composto 6-) É notável, nos textos épicos, a participação do so-
C)simples, simples brenatural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao
D) oculto, indeterminado nacionalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os
deuses tomam partido e interferem nas aventuras dos he-
07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”. róis, ajudando-os ou atrapalhando-os.
Identifique a alternativa que classifica corretamente a fun- Ambos os termos apresentam sujeito simples
ção sintática e a classe morfológica dos termos destacados:
7-) Surgiram fotógrafos e repórteres.
A) objeto indireto – substantivo
O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta
B) objeto direto - substantivo
(final da oração). Portanto: função sintática: sujeito (com-
C) sujeito – adjetivo
posto); classe morfológica (classe de palavras): substanti-
D) objeto direto – adjetivo
vos.
E) sujeito - substantivo
Períodos Compostos
GABARITO

01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E O período composto caracteriza-se por possuir mais de
uma oração em sua composição. Sendo Assim:
RESOLUÇÃO - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
ção)
1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
= SUJEITO (Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = ob- - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
jeto direto protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. ções).
= objeto direto Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corres-
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsio- ponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo
nado... = sujeito paciente é um período simples, pois tem apenas uma oração, os
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm
= objeto direto mais de uma oração.
E) ...impulsionado pelo aumento do número de univer- Há dois tipos de relações que podem se estabelecer en-
sidades... = agente da passiva tre as orações de um período composto: uma relação de
coordenação ou uma relação de subordinação.
2-) Donos de uma capacidade de orientação nas bre- Duas orações são coordenadas quando estão juntas em
nhas selvagens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO um mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de infor-
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL mações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas,
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= ad- estruturas individuais, como é o exemplo de:
junto adverbial - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
C) seria perceptível o sinal. = predicativo (Período Composto)
D) Uma sequência de tais galhos = sujeito Podemos dizer:
E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto 1. Estou comprando um protetor solar.
direto 2. Irei à praia.

72
LÍNGUA PORTUGUESA

Separando as duas, vemos que elas são independentes. Questões sobre Orações Coordenadas
É esse tipo de período que veremos: o Período Composto
por Coordenação. 01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan-
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos tação integral de gosto e de estilo” tem valor:
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéti- A) conclusivo
cas. B) adversativo
C) concessivo
Coordenadas Assindéticas D) explicativo
E) alternativo
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. 02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”.
A oração em destaque é:
Coordenadas Sindéticas a) coordenada explicativa
b) coordenada adversativa
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, c) coordenada aditiva
mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. d) coordenada conclusiva
Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classifi- e) coordenada assindética
cação. As orações coordenadas sindéticas são classificadas em
cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e ex- 03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia
plicativas. o seguinte trecho:
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como, prática.
assim... como. Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com
- Não só cantei como também dancei. a norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substi-
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. tuir o termo em destaque, o trecho estará corretamente
reescrito em:
- Comprei o protetor solar e fui à praia.
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua-
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
nossa vida prática.
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto,
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
porém, no entanto, ainda, assim, senão.
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
para nossa vida prática.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
sa vida prática.
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas prin- D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase
cipais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. sa vida prática.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
diferentes. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto. sa vida prática.
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas prin- 04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
cipais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao auto-
consequentemente, pois (posposto ao verbo) móvel mas também da necessidade de maior número de
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar. viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar. A) explicação.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada. B) oposição.
- A situação é delicada; devemos, pois, agir C) alternância.
D) conclusão.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas prin- E) adição.
cipais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois
(anteposto ao verbo). 05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. estaremos a seu lado sempre.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo. Marque a opção correta quanto à sua classificação:
- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. A) Coordenada sindética aditiva.
B) Coordenada sindética alternativa.
Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/oracoes- C) Coordenada sindética conclusiva.
coordenadas-assindeticas-e-sindeticas/ D) Coordenada sindética explicativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor ad- RESOLUÇÃO


versativo é:
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. 1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação inte-
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. gral de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portan-
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa to: oração coordenada sindética adversativa
de pedir esmola”.
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu- 2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da so- oração em destaque não é introduzida por conjunção, en-
tão: coordenada assindética
ciedade”.
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di-
3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção
nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul-
(e ideia) adversativa
tura, acesso à saúde E à educação”. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua-
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjun- nossa vida prática. = conclusiva
ção sublinhada está corretamente indicado entre parên- B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como qua-
teses. se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre- nossa vida prática. = conformativa
tende trabalhar como advogado. (explicação) C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se sa vida prática. = conclusiva
preocupe. (oposição) E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
(alternância) sa vida prática. = explicativa
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam
toda a chuva. (conclusão) Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu
substituir por porque; como conclusiva: substituo por por-
tanto.
08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou
4-) fruto não só do novo acesso da população ao auto-
na casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classi-
móvel mas também da necessidade de maior número de
fique-as, respectivamente, como coordenadas: viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
A) adversativa e aditiva.
B) explicativa e aditiva. 5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre.
C) adversativa e alternativa. = conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindé-
D) aditiva e alternativa. tica explicativa

09. Um livro de receita é um bom presente porque aju- 6-)


da as pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não
pode ser substituída, sem alteração de sentido, por ajuda (ideia contrária)
A) entretanto. B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
B) então. = adição
C) assim. C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa
D) pois. de pedir esmola”. = adição
E) porém. D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manuten-
ção da miséria E prejudica o desenvolvimento da socieda-
10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, te- de”. = adição
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinhei-
mos a presença de uma oração coordenada que pode ser
ro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura,
classificada em:
acesso à saúde E à educação”. = adição
A) Coordenada assindética;
B) Coordenada assindética aditiva; 7-)
C) Coordenada sindética alternativa; A) Meu primo formou-se em Direito, porém não preten-
D) Coordenada sindética aditiva. de trabalhar como advogado. = adversativa
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se
GABARITO preocupe. = conclusão
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D = explicativa
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam
toda a chuva. = alternativa

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LÍNGUA PORTUGUESA

8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa O garoto perguntou qual era o telefone da
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva moça.
Oração Subordinada Substantiva
9-) Um livro de receita é um bom presente porque aju- Não sabemos por que a vizinha se mudou.
da as pessoas que não sabem cozinhar. Oração Subordinada Substantiva
= conjunção explicativa: pois
Classificação das Orações Subordinadas
10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adi- Substantivas
ção, soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
De acordo com a função que exerce no período, a ora-
ção subordinada substantiva pode ser:
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
a) Subjetiva
“Eu sinto que em meu gesto existe o É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito
teu gesto.” do verbo da oração principal. Observe:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Observe que na oração subordinada temos o verbo Sujeito
“existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
do presente do indicativo. As orações subordinadas que É fundamental que você compareça à reunião.
apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem- Oração Principal Oração Subordinada Substantiva
pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são Subjetiva
chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Pode-
mos modificar o período acima. Veja: Atenção: Observe que a oração subordinada substanti-
va pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos
Eu sinto existir em meu gesto o teu um período simples:
É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
gesto.
Oração Principal Oração Subordinada
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
a função de sujeito
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
principal:
subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que
a oração subordinada apresenta agora verbo no infiniti-
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções
vo. Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo
duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo - É claro - Está evidente - Está comprovado
verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexio- É bom que você compareça à minha festa.
nado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações
reduzidas ou implícitas. 2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun-
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual- ciado - Ficou provado
mente, introduzidas por preposição. Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS 3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
SUBSTANTIVAS importar - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in- jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes-
tegrante (que, se). soa do singular.

Suponho que você foi à biblioteca hoje. b) Objetiva Direta


Oração Subordinada Substantiva A oração subordinada substantiva objetiva direta exer-
ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Você sabe se o presidente já chegou?
Oração Subordinada Substantiva Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também Todos querem que você seja aprovado. (= Todos
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem querem isso)
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Oração Principal oração Subordinada Substantiva
como). Veja os exemplos: Objetiva Direta

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LÍNGUA PORTUGUESA

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas Nosso desejo era sua desistência.
desenvolvidas são iniciadas por: Predicativo do Sujeito

- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo
“se”: era isso)
A professora verificou se todos alunos estavam presentes. Oração Subordinada Substantiva Predicativa

- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não
O pessoal queria saber quem era o dono do carro im- fui bem na prova.
portado.
f) Apositiva
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às A oração subordinada substantiva apositiva exerce fun-
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: ção de aposto de algum termo da oração principal.
Eu não sei por que ela fez isso. Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
c) Objetiva Indireta seu casamento. Aposto
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua (Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu
precedida de preposição. casamento chegasse.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva
Meu pai insiste em meu estudo.
Objeto Indireto 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
nisso)
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Oração Subordinada Substantiva Objetiva
a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe
Indireta
o exemplo:
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa-
d) Completiva Nominal pel. Veja:
A oração subordinada substantiva completiva nominal
completa um nome que pertence à oração principal e tam- Esta foi uma redação que fez sucesso.
bém vem marcada por preposição. Oração Principal Oração Subordinada Ad-
Sentimos orgulho de seu comportamento. jetiva
Complemento Nominal
Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
de que você se comportou. (= Sen- jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
timos orgulho disso.) pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio-
Oração Subordinada Substantiva Completiva nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
Nominal função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que
seria exercido pelo termo que o antecede.
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- Obs.: para que dois períodos se unam num período
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen- conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, Refiro-me ao aluno que é estudioso.
o segundo, um nome. Essa oração é equivalente a:
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
e) Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi-
pal e vem sempre depois do verbo ser.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Quando são introduzidas por um pronome relativo e Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal.
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi- Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo,
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo vem introduzida por uma das conjunções subordinativas
(podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.
particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. Oração Subordinada Adverbial
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Observe que a oração em destaque agrega uma cir-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor- são termos acessórios que indicam uma circunstância refe-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re- rente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto
lativo e seu verbo está no infinitivo. adverbial depende da exata compreensão da circunstância
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas que exprime. Observe os exemplos abaixo:
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
Na relação que estabelecem com o termo que caracte- minha vida.
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou minha vida.
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”.
No segundo período, esse papel é exercido pela oração
também orações que realçam um detalhe ou amplificam
“Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração su-
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente-
bordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvi-
mente definido, as quais denominam-se subordinadas ad-
da, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
jetivas explicativas.
(quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicati-
Exemplo 1:
vo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
reduzi-la, obtendo-se:
homem que passava naquele momento.
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva minha vida.
Nesse período, observe que a oração em destaque res- A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
se de um homem específico, único. A oração limita o uni- introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
mas sim àquele que estava passando naquele momento. Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos ad-
Exemplo 2: verbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
O homem, que se considera racional, muitas vezes age
animalescamente. Circunstâncias Expressas
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pelas Orações Subordinadas Adverbiais

Nesse período, a oração em destaque não tem sentido a) Causa


restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar provoca um determinado fato, ao motivo do que se decla-
contida no conceito de “homem”. ra na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina
um acontecimento”.
Saiba que: Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada Outras conjunções e locuções causais: como (sempre in-
da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é repre- troduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação que, já que, uma vez que, visto que.
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli- As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. ternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Consequência e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais consecutivas expri- As orações subordinadas adverbiais comparativas esta-
mem um fato que é consequência, que é efeito do que se belecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo
declara na oração principal. São introduzidas pelas conjun- da oração principal.
ções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Ele dorme como um urso.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
dor.) Agem como crianças. (agem)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- Oração Subordinada Adverbial Comparativa
cretizando-os. No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (compa-
de Infinitivo) ração do verbo falar e do verbo fazer).

c) Condição f) Conformidade
Condição é aquilo que se impõe como necessário para As orações subordinadas adverbiais conformativas indi-
a realização ou não de um fato. As orações subordinadas cam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra,
adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor- um modelo adotado para a execução do que se declara na
rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres- oração principal.
so na oração principal. Principal conjunção subordinativa conformativa: CON-
Principal conjunção subordinativa condicional: SE FORME
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, Outras conjunções conformativas: como, consoante e
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
direitos iguais.
certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
g) Finalidade
contrato.
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a in-
Caso você se case, convide-me para a festa.
tenção, a finalidade daquilo que se declara na oração prin-
cipal.
d) Concessão
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
As orações subordinadas adverbiais concessivas in- Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
dicam concessão às ações do verbo da oração principal, locução conjuntiva para que.
isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
quebra de expectativa. entrasse.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu- h) Proporção
ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos- As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex-
to que, apesar de que. primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao
Só irei se ele for. expresso na oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio-
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir nal: À PROPORÇÃO QUE
só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Compare Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida
agora com: que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
Irei mesmo que ele não vá. (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei (menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- tões.
cessiva. Observe outros exemplos: Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Embora fizesse calor, levei agasalho. Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me-
tade da população continua à margem do mercado de con- i) Tempo
sumo. As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
terioridade ou posterioridade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO 02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
Outras conjunções subordinativas temporais: enquan- NESP – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positi-
to, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vo por eles se tornarem uma referência positiva dentro da
vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. unidade, já que cumprem melhor as regras, respeitam o
Quando você foi embora, chegaram outros convidados. próximo e pensam melhor nas suas ações, refletem antes
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. de tomar uma atitude. – o termo em destaque estabelece
Mal você saiu, ela chegou. entre as orações uma relação de
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi- A) condição.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) B) causa.
C) comparação.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/ D) tempo.
sint29.php E) concessão.
Questões sobre Orações Subordinadas
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas
01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas,
Mais denso, menos trânsito
exceto:
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em
processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita
da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutu- sobre sua vida.
ra, mas é importante também considerar o planejamento urbano. C) Ignoras quanto custou meu relógio?
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade
de deslocamento. 04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos cen- Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com
tros e o aumento das distâncias multiplicam o número de seu Namorado Lute.
viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e
aumentando a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
concentração ao extremo, ficam claras as consequências.
Numa região rica como a Califórnia, com enorme investi-
mento viário, temos engarrafamentos gigantescos que vira-
ram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com ele-
vado adensamento e predominância do transporte coletivo,
como mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade
mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura
de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras
grandes cidades, essa deveria ser a região mais adensada da
metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento
gradual do centro, com deslocamento das atividades para di-
versas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de transporte
coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter
esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte indivi-
dual, fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas
também da necessidade de maior número de viagens em função
da distância cada vez maior entre os destinos da população.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adapta-
do)
(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
As expressões mais denso e menos trânsito, no título,
estabelecem entre si uma relação de É correto afirmar que a expressão contanto que estabe-
(A) comparação e adição. lece entre as orações relação de
(B) causa e consequência. A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja traba-
(C) conformidade e negação. lhar depois de casada.
(D) hipótese e concessão. B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso
(E) alternância e explicação como cantor romântico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
pensam em casamento. Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjun-
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão tor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho
de músico provavelmente ganhará pouco. que chega a contaminar-me. –, a construção tanto ... que
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido estabelece entre as construções [com tanto orgulho] e
torne-se um artista famoso. [que chega a contaminar-me] uma relação de
A) condição e finalidade.
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – B) conformidade e proporção.
Apesar da desconcentração e do aumento da extensão C) finalidade e concessão.
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver D) proporção e comparação.
e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... –, E) causa e consequência.
sem que tenha seu sentido alterado, o trecho em destaque
está corretamente reescrito em: 09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Ex- bem mais fechado – embora em doze dias recebam o
tensão urbana verificados no Brasil, é importante desen- mesmo número de imigrantes que o Brasil em um ano.”
volver e adensar ainda mais os diversos centros já exis- A alternativa que substitui a expressão em negrito, sem
tentes... prejuízo ao conteúdo, é:
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au- A) já que.
mento da extensão urbana no Brasil, é importante desen- B) todavia.
volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen- C) ainda que.
tes... D) entretanto.
C) Assim como são verificados a desconcentração e o E) talvez.
aumento da extensão urbana no Brasil, é importante de-
senvolver e adensar ainda mais os diversos centros já exis- 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alter-
tentes... nativa que substitui o trecho em destaque na frase – Assi-
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
narei o documento, contanto que garantam sua auten-
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desen-
ticidade. – sem que haja prejuízo de sentido.
volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen-
(A) desde que garantam sua autenticidade.
tes...
(B) no entanto garantam sua autenticidade.
(C) embora garantam sua autenticidade.
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen-
(D) portanto garantam sua autenticidade.
to da extensão urbana verificados no Brasil, é importante
(E) a menos que garantam sua autenticidade.
desenvolver e adensar ainda mais os diversos centros já
existentes...
GABARITO
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em –
É fundamental que essa visão de adensamento com uso 01. B 02. B 03. C 04. D 05. A
abundante de transporte coletivo seja recuperada para 06. C 07. D 08. E 09. C 10. A
que possamos reverter esse processo de uso… –, a expres-
são em destaque estabelece entre as orações relação de RESOLUÇÃO
A) consequência.
B) condição. 1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, con-
C) finalidade. sequentemente, menos trânsito, então: causa e conse-
D) causa. quência
E) concessão.
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece en-
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). tre as orações uma relação de causa com a consequência
Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, de “tem um efeito positivo”.
naquele mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança 3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração
nacional pela ditadura militar e exilado.” O termo Como, subordinada substantiva objetiva direta
em destaque na primeira parte do enunciado, expressa A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou
ideia de seja, não se inicia com verbo de ligação, tampouco pe-
A) contraste e tem sentido equivalente a porém. los verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que. também não inicia com as conjunções integrantes “que”
C) conformidade e tem sentido equivalente a confor- e “se”.
me.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. 4-) a expressão contanto que estabelece uma relação
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. de condição (condicional)

80
LÍNGUA PORTUGUESA

5-) Apesar da desconcentração e do aumento da ex- 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tensão urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva tivos, decreto de lei, etc.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au- - Ir ao supermercado;
mento da extensão urbana no Brasil, = causal - Pegar as crianças na escola;
C) Assim como são verificados a desconcentração e o - Caminhada na praia;
aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa - Reunião com amigos.
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil = causal Dois pontos
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen- 1- Antes de uma citação
to da extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) 2- Antes de um aposto


- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa tarde e calor à noite.
ideia de causa da consequência “foi enquadrado” = causa
e tem sentido equivalente a visto que. 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven-
construção estabelece uma relação de causa e consequên- do a rotina de sempre.
cia. (a causa da “contaminação” – consequência)
4- Em frases de estilo direto
9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país Maria perguntou:
bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes- - Por que você não toma uma decisão?
mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” =
conjunção concessiva: ainda que Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = con- susto, súplica, etc.
junção condicional = desde que - Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto!
PONTUAÇÃO; - João! Há quanto tempo!

Ponto de Interrogação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
servem para compor a coesão e a coerência textual, além vedo)
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve-
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co- Reticências
nhecidos pelo uso da língua portuguesa. 1- Indica que palavras foram suprimidas.
- Comprei lápis, canetas, cadernos...
Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele. 2- Indica interrupção violenta da frase.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
que se encontra.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite. 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. - Este mal... pega doutor?

2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Deixa, depois, o coração falar...
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma Vírgula
importância.
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo Não se usa vírgula
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; *separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) gam-se diretamente entre si:

2- Separa partes de frases que já estão separadas por - entre sujeito e predicado.
vírgulas. Todos os alunos da sala foram advertidos.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta- Sujeito predicado
nhas, frio e cobertor.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos. (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e,
O trabalho custou sacrifício aos realiza- embora experimentasse a sensação de violar uma intimida-
dores. de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
V.T.D.I. O.D. O.I. algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Usa-se a vírgula: embora, experimentasse a sensação de violar uma intimida-
- Para marcar intercalação: de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão 02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAP-
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. TADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa 4 re-
duzir o número de pessoas que não possuem o nome do pai
querem abrir mão dos lucros altos.
em sua certidão de nascimento. (...)
- Para marcar inversão:
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgu-
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe- la porque tem natureza restritiva.
chadas. ( ) Certo ( ) Errado
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. 03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BNDES/2012)
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de Em que período a vírgula pode ser retirada, mantendo-se o
maio de 1982. sentido e a obediência à norma-padrão?
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos- (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o trei-
tos em enumeração): no.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. portes?
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se
- Para marcar elipse (omissão) do verbo: prepara para o evento.
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimo-
- Para isolar: ramento do desportista.
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- (E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda:
ra, possui um trânsito caótico. judô, natação e canoagem.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012)
Fontes: Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem!
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu- b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da tran-
la.htm sação.
c) Maria, você trouxe os documentos?
Questões sobre Pontuação d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema.
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimen-
tação estranha.
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alter-
nativa em que a pontuação está corretamente empregada,
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). As-
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. sinale a alternativa em que a frase mantém-se correta após
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, o acréscimo das vírgulas.
embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimi- (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua nica ao grupo ou acione o código na internet.
dona. (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, o código foi acionado.
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimi- (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua que a criança foi encontrada.
dona. (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega pri-
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, meiro às, areias do Guarujá.
embora experimentasse a sensação de violar uma intimida- (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te-
de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re-
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. ferência

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) 09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramatical- PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O perío-
mente correto, é necessário inserir sinais de pontuação. do corretamente pontuado é:
Assinale a posição em que não deve ser usado o sinal de (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivên-
ponto, e sim a vírgula, para que sejam respeitadas as re- cia em condições hostis nem sempre conseguem agradar,
gras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras ini- aos espectadores.
ciais minúsculas. (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en-
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicle- tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
tas de bambu para 4600 alunos da rede pública de São história ficcional.
Paulo(A) o programa desenvolve ainda oficinas e cursos (C) A história de heroísmo e de determinação que nem
para as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e sempre, é convincente, se passa em um cenário marcado,
correta(B) os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e partici- pelo frio.
pam de atividades sobre cidadania e reciclagem(C) as es- (D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr
colas participantes se tornam também centros de descarte riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência.
de garrafas PET(D) destinadas depois para reciclagem(E) o (E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a
programa possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponível.
das crianças e transformação das comunidades em lugares
melhores para se viver. GABARITO
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
a) A 01. C 02. C 03. D 04. C 05. E
b) B 06. D 07. A 08. B 09.B
c) C
d) D RESOLUÇÃO
e) E
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU- (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
da pontuação. intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
sua dona.
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali-
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
viada.
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma
(B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse,
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
porque você está junto; com os outros motoristas cujos
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
comportamentos, são desconhecidos.
sua dona.
(C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa
ser uma extensão de nossa personalidade.
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti-
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; au-
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
mentar os níveis de estresse em alguns motoristas. encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas sua dona.
na rua, são as principais causas da ira de trânsito. (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ci- a sua dona.
clo econômico e a nossa geração foi escolhida para este
vexame, você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui 2-) A oração restringe o grupo que participará da cam-
sem nada para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.” panha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão
No período acima, as vírgulas foram empregadas em de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração tor-
“Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar nar-se-á “explicativa”, generalizando a informação, o que
(A) aposto. dará a entender que TODAS as pessoa não têm o nome do
(B) vocativo. pai na certidão.
(C) adjunto adverbial. RESPOSTA: “CERTO”.
(D) expressão explicativa.
3-)
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o
treino. = mantê-la (termo deslocado)
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
portes? = mantê-la (vocativo)

83
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado
prepara para o evento. para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
= mantê-la (explicação)
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimo- 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão ina-
ramento do desportista. dequadas ou faltantes:
= pode retirá-la (advérbio de tempo) (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X)
judô, natação e canoagem. aos espectadores.
= mantê-la (enumeração) (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en-
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou fal- história ficcional.
tante: (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da marcado, (X) pelo frio.
transação. (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é
c) Maria, você trouxe os documentos? correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobre-
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema. vivência.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma mo- (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar
vimentação estranha. a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans-
ponível.
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
quadas
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL;
eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais
de onde o código foi acionado. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
referindo à relação de dependência estabelecida entre um
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem
termo e outro mediante um contexto oracional. Desta fei-
dizendo que a criança foi encontrada.
ta, os agentes principais desse processo são representados
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; e o
primeiro às , (X) areias do Guarujá.
verbo, o qual desempenha a função de subordinado.
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracte-
6-)
riza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesi-
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). tos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifican-
O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crian- do, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo
ças utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe-
alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como
sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas participantes se poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
tornam também centros de descarte de garrafas PET(D), des-
tinadas depois para reciclagem(E). O programa possibilitará Casos referentes a sujeito simples
o retorno das bicicletas pela saúde das crianças e transfor- 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com
mação das comunidades em lugares melhores para se viver. o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posi- 2) Nos casos referentes a sujeito representado por subs-
ção (D), pois antecipa um termo explicativo. tantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do
singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: Observação:
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
viada. poderá ir para o plural:
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
comportamentos, (X) são desconhecidos.
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros 3) Quando o sujeito é representado por expressões par-
podem ser uma extensão de nossa personalidade. titivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de,
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto
aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol-
rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito. veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

4) No caso de o sujeito ser representado por expres- 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre-
o verbo concorda com o substantivo determinado por elas: gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas
Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso. Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade
agradeceu o convite.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
Observação: aspectos que os determinam:
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
necessariamente, deverá permanecer no plural: cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
campanha de doação de alimentos. - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni- bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
dades de formatura. tência mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi Unidos é uma potência mundial.
um dos que atuaram na Copa América.
Casos referentes a sujeito composto
7) Em casos relativos à concordância com locuções pro-
nominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
nos atermos a duas questões básicas: tando relacionado a dois pressupostos básicos:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar
o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
- Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
primos.
presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
gular: Algum de nós o receberá.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an-
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pro- teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
nome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do dois filhos compareceram ao evento.
singular ou poderá concordar com o antecedente desse
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma- 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singu-
lar: Meu esposo e grande companheiro merece toda a felici-
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex- dade do mundo.
pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô-
da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
Observações: vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de
- Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por- meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre-
centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova- miação é fruto de meu esforço.
ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin- Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos de-
gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire- mais termos da oração para que concordem em gênero e
toria. número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto,
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso,
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.

85
LÍNGUA PORTUGUESA

Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono- g) É bom, é necessário, é proibido


me concordam em gênero e número com o substantivo. - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
- A pequena criança é uma gracinha. cedido de artigo ou outro determinante.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. Canja é bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
regra geral mostrada acima. trada é proibida.

a) Um adjetivo após vários substantivos h) Muito, pouco, caro


- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o - Como adjetivos: seguem a regra geral.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Comi muitas frutas durante a viagem.
Pouco arroz é suficiente para mim.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Como advérbios: são invariáveis.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural Comi muito durante a viagem.
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
- Ela tem pai e mãe louros. Comprei caro os sapatos.
- Ela tem pai e mãe loura.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria- i) Mesmo, bastante
mente para o plural. - Como advérbios: invariáveis
- O homem e o menino estavam perdidos. Preciso mesmo da sua ajuda.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.

b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos - Como pronomes: seguem a regra geral.


- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
mais próximo. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco. j) Menos, alerta
- Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: Preciso de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos.
k) Tal Qual
Estava ferido o pai e os filhos. - “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
com o consequente.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo As garotas são vaidosas tais qual a tia.
- antecede todos os adjetivos com um artigo. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
l) Possível
- coloca o substantivo no plural. - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
pressões.
d) Pronomes de tratamento A mais possível das alternativas é a que você expôs.
- sempre concordam com a 3ª pessoa. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
Vossa Santidade esteve no Brasil. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas
da cidade.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado m) Meio
- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como advérbio: invariável.
As cartas estão anexas. Estou meio (um pouco) insegura.
- Como numeral: segue a regra geral.
A bebida está inclusa.
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
Precisamos de nomes próprios.
Obrigado, disse o rapaz. n) Só
- apenas, somente (advérbio): invariável.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) Só consegui comprar uma passagem.
- Após essas expressões o substantivo fica sempre no - sozinho (adjetivo): variável.
singular e o adjetivo no plural. Estiveram sós durante horas.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/concor-
dancia-verbal.htm

86
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Concordância Nominal e Verbal De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- pectivamente, com:
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na (A) Restam… faça… será
frase: (B) Resta… faz… será
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores (C) Restam… faz... serão
que determinam as escolhas dos governantes, para confe- (D) Restam… façam… serão
rir legitimidade a suas decisões. (E) Resta… fazem… será
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem
ser embasados na percepção dos valores e princípios que 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna-
regem a prática política. tiva em que o trecho
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
regime democrático, em que se respeita tanto as liberda- neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
des individuais quanto as coletivas. está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- drão da língua portuguesa.
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi- (A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
nadas de um único poder central. até agora uma maneira adequada de se quantificar os insu-
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados mos básicos.
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
niões existentes na sociedade. trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
cos ser quantificados.
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con- (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas até agora uma maneira adequada para que os insumos bá-
em: sicos sejam quantificado.
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei- (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora- trou até agora uma maneira adequada para que os insumos
mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor, básicos seja quantificado.
mediante palavras, sua matéria-prima. (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor os insumos básicos.
ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus au-
tores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima. 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per- I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega-
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os tiva...
leitores, numa verdadeira interação com a realidade. II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifi-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- cação do continente americano (2,0)...
tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. exemplos, em:
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próxi-
constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu mo ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria?
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
responder à questão. todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba- também existem umas que não merecem nossa atenção.
seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É
verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
da água em si ___________diferença, as companhias não po- Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de
dem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares peregrinação.
por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portan- O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural
to, elas começam a usar preços- -sombra. Ainda assim, caso o segmento grifado seja substituído por:
ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar (A) Há folheteiros que
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria (B) A maior parte dos folheteiros
das políticas de crescimento verde sempre ___________ a se- (C) O folheteiro e sua família
gunda opção. (D) O grosso dos folheteiros
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) (E) Cada um dos folheteiros

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LÍNGUA PORTUGUESA

07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas nale a alternativa em que a concordância das formas verbais
em: destacadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higieni-
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir zação subterrânea.
dessas criações poéticas tão originais. (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os tra-
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status balhadores da área de limpeza.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos ris-
nas melhores universidades do país. cos de se contrair alguma doença.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser de seus funcionários.
resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble- GABARITO
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
representatividade. 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
Observam-se corretamente as regras de concordância ver- RESOLUÇÃO
bal e nominal em:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias que determinam as escolhas dos governantes, para conferir
legitimidade a suas decisões.
de hoje.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem
b) A importância de intelectuais como Edward Said e
(deve) ser embasados (embasada) na percepção dos valores
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
e princípios que regem a prática política.
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verda-
escreveram.
deiro regime democrático, em que se respeita (respeitam)
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so-
(D) As instituições fundamentais de um regime demo-
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
menos de terem alguma trégua. das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) volta-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a ver- dos (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
dade, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
relativa, costumam encontrar muito mais detratores que
admiradores. 2-)
e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei-
e escritores como Edward Said, que não apenas era notícia tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora-
pelos livros que publicavam como pelas posições que co- mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor,
rajosamente assumiam. mediante palavras, sua matéria-prima. = correta
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem-
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos- tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
está em: matéria-prima.
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla- lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per-
neta) sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
consumo mundial de barris de petróleo) D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos) de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
climáticas) constituem leitura obrigatória e se tornam referências por
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) _Restam___dúvidas (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-


mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
em si __faça __diferença só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
a maioria das políticas de crescimento verde sempre nhecimento.
____será_____ a segunda opção. (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
no plural quanto no singular. Nas alternativas não há “res- à falta de representatividade.
tam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as opções
adequadas. 8-) Fiz as correções entre parênteses:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
4-) entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis-
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os (comum) nos dias de hoje.
insumos básicos. b) A importância de intelectuais como Edward Said e
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
cos serem quantificados. que escreveram.
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
mos básicos sejam quantificados. sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- alguma trégua.
mos básicos sejam quantificados. d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a ver-
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- dade, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem relativa, costumam encontrar muito mais detratores que
os insumos básicos. = correta admiradores.
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos in-
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos telectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
aos itens: era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém posições que corajosamente assumiam.
tem (singular)
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) 9-)
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
(plural) “há” permaneceria no singular
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
umas (plural) neta) = “sabe” permaneceria no singular
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
as formas estão no plural) consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
ceria no singular
6-) (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete”
“folheterios”) passaria para “refletem-se”
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional) (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esfor-
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto) ços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças cli-
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional) máticas) = “pressiona” permaneceria no singular
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
10-) Fiz as correções:
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta: (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside- (B) Ainda existe muitas pessoas = existem
rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa- (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos ris-
zes de fruir dessas criações poéticas tão originais. cos
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje sete da manhã = eram
nas melhores universidades do país. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que começou = começaram
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
por merecer.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Chegar, Ir
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL; Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Adjunto Adverbial de Lugar
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala- Ricardo foi para a Espanha.
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efeti- Adjunto Adverbial de Lugar
vamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
- Comparecer
Regência Verbal O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Termo Regente: VERBO Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
timo jogo.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- Verbos Transitivos Diretos
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
adverbiais). Os verbos transitivos diretos são complementados por
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos-
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
gar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblí-
conhecermos as diversas significações que um verbo pode
quos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses prono-
assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
mes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
posição. Observe: verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
contentar. lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
agrado ou prazer”, satisfazer. abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
“agradar a alguém”. condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, es-
timar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger,
Saiba que: respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
O conhecimento do uso adequado das preposições é Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- como o verbo amar:
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquele rapaz. / Amo-o.
modificar completamente o sentido do que se está sendo Amo aquela moça. / Amo-a.
dito. Veja os exemplos: Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Cheguei ao metrô. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver-
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de adnominais).
indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
divergências entre a regência coloquial, cotidiana de al- Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
guns verbos, e a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Verbos Transitivos Indiretos
de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
Os verbos transitivos indiretos são complementados por
não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem
diferentes formas em frases distintas.
uma preposição para o estabelecimento da relação de re-
gência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira
Verbos Intransitivos pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”,
o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam os prono-
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É mes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira
pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
iguais para todos. Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple- preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
mentos introduzidos pela preposição “a”: indireto.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Eles desobedeceram às leis do trânsito. criança.
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Pedir
quem” ou “ao que” se responde. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
Respondi ao meu patrão. forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
Respondemos às perguntas. pessoa.
Respondeu-lhe à altura. Pedi-lhe favores.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Objeto Indireto Objeto Direto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas-
siva analítica. Veja: Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
O questionário foi respondido corretamente. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Objetiva Direta
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen- Saiba que:
tos introduzidos pela preposição “com”. - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Antipatizo com aquela apresentadora. gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nam para uma minoria privilegiada. licença estiver subentendida.
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
- A construção “dizer para”, também muito usada po-
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
pularmente, é igualmente considerada incorreta.
to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Preferir
Objeto Indireto Objeto Direto
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi-
Paguei o débito ao cobrador. reto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Objeto Direto Objeto Indireto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
com particular cuidado. Observe: sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
Agradeci o presente. / Agradeci-o. vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. prefixo existente no próprio verbo (pre).
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Mudança de Transitividade X Mudança de Significado
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimento
Informar das diferentes regências desses verbos é um recurso linguís-
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto tico muito importante, pois além de permitir a correta inter-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. pretação de passagens escritas, oferece possibilidades ex-
Informe os novos preços aos clientes. pressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
preços) AGRADAR
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
- Na utilização de pronomes como complementos, veja nhos, acariciar.
as construções: Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. quando o revê.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
bre eles) Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento atitude.
introduzido pela preposição “a”. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
O cantor não agradou aos presentes. Indireto Reduzida de Infinitivo
O cantor não lhes agradou.
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
ASPIRAR que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- por pessoa. Observe:
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Custei para entender o problema.
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Forma correta: Custou-me entender o problema.
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
(Aspirávamos a elas) IMPLICAR
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto- a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela implicavam um firme propósito.
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= b) Ter como consequência, trazer como consequência,
Aspiravam a ela) acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
cimento político de um povo.
ASSISTIR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. econômicas.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transi-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
tivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
quem não trabalhasse arduamente.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
PROCEDER
Essa lei assiste ao inquilino.
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
conturbada cidade. de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia
CHAMAR como refutá-las.
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so- Você procede muito mal.
licitar a atenção ou a presença de. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha- sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
má-la. do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre- O delegado procederá ao inquérito.
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo
preposicionado ou não. QUERER
A torcida chamou o jogador mercenário. - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
A torcida chamou ao jogador mercenário. vontade de, cobiçar.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Querem melhor atendimento.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. Queremos um país melhor.
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
CUSTAR estimar, amar.
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Quero muito aos meus amigos.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Ele quer bem à linda menina.
Frutas e verduras não deveriam custar muito. Despede-se o filho que muito lhe quer.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
ou transitivo indireto. VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
Muito custa viver tão longe da família. rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjeti- O homem visou o alvo.
va O gerente não quis visar o cheque.
Intransitivo Reduzida de Infinitivo

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LÍNGUA PORTUGUESA

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivos

Acessível a Diferente de Necessário a


Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).


... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e colaborador...

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LÍNGUA PORTUGUESA

04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
o da frase acima se encontra em: Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
A) A palavra direito, em português, vem de directum, assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
do verbo latino dirigere... corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
sociedades... mídia pode exercer sobre os jovens.
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado A) dos … na
pela justiça. B) nos … entre a
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- C) aos … para a
rações da justiça... D) sobre os … pela
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o E) pelos … sob a
sentimento de justiça.
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
nominal e à pontuação. A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- dez mil tomadas.
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avan- B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
ço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exem- um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
plo, do que em outros. C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- criar logotipos e negociar.
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o D) O taxista levou o autor a indagar no número de to-
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um madas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
exemplo!, do que em outros.
rasse a um prédio na marginal.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
exemplo, do que em outros.
frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam ra-
língua e sem alteração de sentido.
pidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
avanço seja mais notável em alguns países – o Brasil é um
direitos dos trabalhadores domésticos.
exemplo – do que em outros. A) da
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida- B) na
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan- C) pela
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- D) sob a
plo) do que em outros. E) sobre a
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina- GABARITO
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
destaque. 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a 06. A 07. C 08. A 09. C
responsabilidade pelo problema.
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter RESOLUÇÃO
se perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ou-
de um índio na porta do prédio. tras ciências ...
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se Facilitar – verbo transitivo direto
perdido de sua família. A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de liga-
(E) A família toda se organizou para realizar a procura ção
à garotinha. B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo
de ligação
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
verbo transitivo indireto

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou
nos filhos do sueco. já assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
Pedir = verbo transitivo direto e indireto corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran- A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
sitivo direto que a mídia pode exercer sobre os jovens.
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de
ligação 8-)
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
=verbo intransitivo ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
mento. =transitivo direto criar logotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada tomadas do edifício.
em partes desiguais... E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
Constar = verbo intransitivo parasse em um prédio na marginal.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado
nos troncos mais robustos. =ligação 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- direitos dos trabalhadores domésticos.
rientam, não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto ESTUDO DA CRASE;

4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...


Lidar = transitivo indireto
A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”,
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
“mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à
sociedades... =transitivo direto
“junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân-
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a”
pela justiça. =ligação
(s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s),
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escrita,
ções da justiça... =transitivo direto e indireto
utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen-
apropriado do acento grave depende da compreensão
timento de justiça. =transitivo direto
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon- o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos
tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re- e nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a
gência (pontuação encontra-se em tópico específico) crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocor-
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, rência simultânea de uma preposição e um artigo ou pro-
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon- nome. Observe:
tuação) Vou a + a igreja.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto Vou à igreja.
à pontuação) No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- “a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o do artigo “a” que está determinando o substantivo femini-
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um no igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e
exemplo) do que em outros. elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.
Observe os outros exemplos:
6-) Conheço a aluna.
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter Refiro-me à aluna.
se perdido. No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (co-
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de nhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a
um índio na porta do prédio. crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdi- transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige
do de sua família. a preposição “a”. Portanto, a crase é possível, desde que o
(E) A família toda se organizou para realizar a procura termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino
pela garotinha. “a” ou um dos pronomes já especificados.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Casos em que a crase NÃO ocorre:

- diante de substantivos masculinos:


Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.

- diante de verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita
e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método: troque a palavra
feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- diante de numerais cardinais:


Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:


- diante de palavras femininas:
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de” (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de

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LÍNGUA PORTUGUESA

Crase diante de Nomes de Lugar Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual
artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses
que diante deles haverá crase, desde que o termo regente pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possível
exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a
admite ou não a anteposição do artigo feminino “a”, de- substituição do termo regido feminino por um termo regido
ve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a masculino. Por exemplo:
preposição “de” ou “em”. A ocorrência da contração “da”
ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
por isso, haverá crase. Por exemplo: O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a
França.) crase. Veja outros exemplos:
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Por- Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
to Alegre.) responder nenhuma das questões.
A sessão à qual assisti estava vazia.
*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase
HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a”
Vou à praia. = Volto da praia. também pode ser detectada através da substituição do ter-
mo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifi- Minha revolta é ligada à do meu país.
cado, ocorrerá crase. Veja: Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Suas perguntas são superiores às dele.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
(s), Aquela (s), Aquilo
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o
A Palavra Distância
termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Se a palavra distância estiver especificada, determinada,
a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância
Refiro-me a + aquele atentado. de 100km daqui. (A palavra está determinada)
Preposição Pronome Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
palavra está especificada.)
Refiro-me àquele atentado. Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
não pode ocorrer. Por exemplo:
O termo regente do exemplo acima é o verbo transi- Os militares ficaram a distância.
tivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige Gostava de fotografar a distância.
preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro Ensinou a distância.
exemplo: Dizem que aquele médico cura a distância.
Aluguei aquela casa. Reconheci o menino a distância.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não Observação: por motivo de clareza, para evitar ambigui-
exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. dade, pode-se usar a crase. Veja:
Veja outros exemplos: Gostava de fotografar à distância.
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Ensinou à distância.
Quero agradecer àqueles que me socorreram. Dizem que aquele médico cura à distância.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz. - diante de nomes próprios femininos:
Fiz aquilo que você disse. Observação: é facultativo o uso da crase diante de no-
Comprei aquela caneta. mes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo.
Observe:
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
feminino diante de nomes próprios femininos, então pode- ordem dada:
mos escrever as frases abaixo das seguintes formas: A) à – a – a
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. B) a – a – à
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro- C) à – a – à
berto. D) à – à – a
E) a – à – à
- diante de pronome possessivo feminino:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro- 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua
artigo. Observe: portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamen-
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando te empregado em:
por você. (A) A população, de um modo geral, está à espera de
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está espe- que, com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
rando por você. (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à re-
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pensarem a sua postura.
pronomes possessivos femininos, então podemos escrever (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à
as frases abaixo das seguintes formas: punições muito mais severas.
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. vida dos demais motoristas e de pedestres.
(E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento
- depois da preposição até: da nova lei para que ela possa funcionar.
Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à por- 04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não
ta.
me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A
efervescente.
palestra vai até às cinco horas da tarde.
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase
se o segmento grifado for substituído por:
Questões sobre Crase
A) leitura apressada e sem profundidade.
B) cada um de nós neste formigueiro.
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as dis-
C) exemplo de obras publicadas recentemente.
cussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos ju-
D) uma comunicação festiva e virtual.
rídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências
estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas cri- E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
minais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde
pública como programas de esclarecimento e prevenção, de 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
tratamento para dependentes e de reintegração desses____ NESP – 2013).
vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico ou O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ resso-
própria família? cialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em
17.09.2012. Adaptado) liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e uma vida digna.
respectivamente, com: (Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/
(A) aos … à … a … a qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos.
(B) aos … a … à … a Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)
(C) a … a … à … à
(D) à … à … à … à Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti-
(E) a … a … a … a vamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-pa-
drão da língua portuguesa.
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia A) à … à … à
o texto a seguir. B) a … a … à
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, cor- C) a … à … à
reu ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira D) à … à ... a
causa do procedimento de Camilo. Vimos que ______ carto- E) a … à … a
mante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreen-
deu-a por ter feito o que fez.
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias.
Rio de Janeiro: Globo, 1997, p. 6)

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das op-
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a ções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente
seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo indicado?
com a norma-padrão. A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cedere- B) Ninguém se referira à essa ideia antes.
mos espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ pre- C) Esta era à medida certa do quarto.
judicar nossas instituições. D) Ela fechou a porta e saiu às pressas.
(A) à … à … à E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo.
(B) a … à … à
(C) à … a … a GABARITO
(D) à … à … a
(E) a … a … à 01. B 02. A 03. A 04. A 05. D
06.C 07. E 08. B 09.B 10. D
07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
NESP – 2013-adap) O acento indicativo de crase está cor-
retamente empregado em:
RESOLUÇÃO
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
desejos. Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações não há crase)
nos mecanismos biológicos de controle emocional. de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à)
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar en-
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida- caminhar um drogado da nossa própria família? (antes de
de alimentam a violência crescente nas cidades. pronome indefinido/relativo)
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
dade atinge os mais vulneráveis. 2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la so-
bre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ con-
O sinal indicativo de crase está correto em: fiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por ter
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na feito o que fez.
área de biotecnologia. 3-)
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar (A) A população, de um modo geral, está à espera (dá
à educação dos filhos. para substituir por “esperando”) de que
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repen-
as instalações do prédio. sarem (antes de verbo)
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à pu-
detalhe que envolva a segurança das pessoas. nições (generalizando, palavra no plural)
E) É função da política é dedicar-se à todo problema (D) À ninguém (pronome indefinido)
que comprometa o bem-estar do cidadão. (E) Cabe à todos (pronome indefinido)

4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada


09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
e sem profundidade.
O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é um ho-
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome
mem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e
indefinido)
citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra
sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassí- masculina)
vel ...... propensão de seu marido ...... investigar assassinatos. a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
(Adaptado de P.D.James, op.cit.) a respeito de autores reconhecidos pelo público. (pa-
lavra masculina)
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
ordem dada: 5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional
(A) à - à - a (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__
(B) a - à - a ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepa-
(C) à - a - à rá--lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando
(D) a - à - à em liberdade, ele estará capacitado__a___ ter uma profissão
(E) à - a – a e uma vida digna.
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
- retorno a? regência nominal pede preposição;
- antes de verbo no infinitivo não há crase.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

6-) Vamos por partes! 10-)


- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, por- A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e
tanto: pede preposição; substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia)
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos obje- B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes
to direto e indireto; de pronome demonstrativo)
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa. C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo
Vejamos: e substantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcio-
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos nal: À medida que lia, mais aprendia)
espaço A nenhuma ação que se proponha A prejudicar D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advér-
nossas instituições. bio de modo = apressadamente)
* Sujeitar A + A corrupção; E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. =
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto palavra masculina
indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhu-
ma” é pronome indefinido);
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no
caso, oração subordinada com função de objeto indireto. SEMÂNTICA E ESTILÍSTICA.
Não há acento indicativo de crase porque temos um verbo
no infinitivo – “prejudicar”).

7-) “CARO CANDIDATO, O TÓPICO ACIMA FOI ABOR-


A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas DADO NA ÍNTEGRA EM: FIGURAS;”
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus
desejos. (antes de verbo no infinitivo não há crase)
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se
o “a” está no singular e antecede palavra no plural, não há
crase)
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
(artigo indefinido)
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida-
de alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra
masculina)
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
dade atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nomi-
nal: desfavorável a?)

8-)
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
área de biotecnologia. (artigo indefinido)
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à
educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a )
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as
instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
detalhe que envolva a segurança das pessoas. (pronome
indefinido)
E) É função da política é dedicar-se à todo problema
que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome in-
definido)

9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no


singular e “frases”, no plural)
Impassível à propensão (regência nominal: pede pre-
posição)
A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acen-
to indicativo de crase)
Sequência: a / à / a.

101
LÍNGUA PORTUGUESA

- Fique focado no enunciado que a banca está pedin-


REDAÇÃO OFICIAL do, não redija um texto lindo, mas que está totalmente
fora do tema. Nunca fuja do tema proposto;
- Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras;
- Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso
Uma boa redação é aquela que permite uma leitura e coerente;
prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons - Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande
textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas temor pela redação nas provas. Muitas vezes o candidato
as regras da língua Portuguesa e as técnicas de redação prepara-se para a prova objetiva e deixa a redação de lado,
a seu favor. perdendo grandes chances de passar. A única maneira efi-
caz de aprender a fazer uma boa redação é treinando. Faça
Principais dicas de redação: redações sobre diversos temas, leia e releia quantas vezes
precisar, e lembre-se: a prática pode levar à perfeição;
- Organize seus argumentos sobre o tema proposto
- Além dessas dicas é preciso saber, principalmente,
e os escreva de forma compreensível. Organize os argu-
as regras de acentuação gráfica, pontuação, ortografia e
mentos em ordem crescente, ou seja, deixe o argumento
concordância.
mais forte para o final;
- Nas dissertações em que é necessário defender
algo, não fique “em cima do muro”, coloque claramente Estrutura da Redação
sua posição, pois muitas vezes os corretores estão inte-
ressados em avaliar sua capacidade de opinar, refletir e Um texto é composto de três partes essenciais: intro-
argumentar; dução, desenvolvimento e conclusão. O correto é haver um
- Escreva com clareza; elo entre as partes, como se formassem a costura do texto.
- Seja objetivo e fiel ao tema; Na introdução é onde o tema abordado é apresentado,
- Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito + não deve ser muito extensa, e aconselha-se que tenha
predicado); apenas um parágrafo de quatro a seis linhas. O desen-
- Evite períodos e parágrafos muito longos; volvimento é o “corpo” do texto, a parte mais importante
- Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do dele. É onde se expõe o ponto de vista, e argumenta de
texto; uma forma lógica para que o leitor acompanhe seu ra-
- Não use termos chulos, gírias e regionalismos; ciocínio. Nesta parte do texto faz-se uso de, no mínimo,
- Esteja sempre atualizado em tudo que acontece no dois parágrafos. A conclusão é o fechamento. Mas é válido
mundo; lembrar que a introdução, desenvolvimento e conclusão
- Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário, você são ligados e dependentes entre si para que a coesão e
olha visualmente as palavras e envia para a sua memória coerência textual sejam mantidas e o texto faça sentido.
a forma correta de escrevê-las;
- Treine fazer redação com temas que poderão es- Introdução
tar relacionados com as provas de concursos públicos, ou
então faça com temas da atualidade e notícias constantes A introdução (dependendo do número máximo de li-
nos meios de comunicação; nhas) deve ter argumentos, dos quais você falará no de-
- Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, senvolvimento. Então, deixe para explicar o assunto da in-
retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”; trodução depois. Apenas coloque os argumentos de forma
- Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações
conexa e, o mais importante, apenas os coloque se tiver
de treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na pró-
certeza de que falará sobre eles depois.
xima;
- Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas
Desenvolvimento
estabelecido na prova;
- Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim
do texto. Não inicie com letra legível e arredondada, por O desenvolvimento (dependendo do número máximo
exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”. Isso de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos. Cada pa-
dará uma péssima impressão para o examinador da banca rágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O ideal seria três linhas,
quando for ler; pois quanto mais linhas tiver, maiores as chances de você
- Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse escrever algo confuso. Os parágrafos devem tratar dos
sua redação; Tenha o máximo de asseio possível; argumentos apresentados na introdução. Cada parágrafo,
- Faça as redações de provas anteriores do concurso ao menos, referente a um deles.
que você prestará;

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Conclusão A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, cer-


tamente, é um ponto que fortalece o envolvimento com
A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela ações infratoras. Dispersos, tratados com descaso e sem
ressalta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL solução. perspectiva, muitos jovens veem no crime a possível solução
para seus problemas. (assunto 3)
Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós, temos, deve- A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas
mos, podemos, iremos, sei, sabemos, e palavras conjugadas condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no
da mesma forma. Isto porque ela devem ser escrita na 3ª dia que o país investir em educação e não em formas de
pessoa do singular. O certo seria: sabe-se, deve-se, impor- conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja
tante se faz, tem-se. “Todo mundo”, “todo o planeta”, “todas necessária qualquer pena.
as pessoas”, “todos”: tais palavras devem ser evitadas, pois
a dissertação não admite generalização. Logo, devemos Planejando a Dissertação
usar “a maioria”, “grande parte”, “parcela da população”,
“um significativo número” etc. “Com certeza”, “obviamente”, Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos:
definitivamente”: são palavras que também devem ser evi- 1) Interrogue o tema;
tadas. A dissertação consiste numa argumentação, na qual 2) Responda-o de acordo com a sua opinião;
se é exposto um pensamento, o qual poderá ser refutado 3) Apresente um argumento básico;
por outro pensamento. 4) Apresente argumentos auxiliares;
5) Apresente um fato-exemplo;
Vamos para um exemplo. O texto trata da redução da 6) Conclua.
maioridade no Brasil.
A INTRODUÇÃO é a seguinte: Vamos supor que o tema de redação proposto seja:
Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro:
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo come-
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho-
tidos por infratores menores de dezoito anos. As penas a
mem vive sozinho?
eles aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem
2. Procure responder a essa pergunta de um modo
de praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contu-
simples e claro, concordando ou discordando (ou concor-
do, SÃO de regiões periféricas e não têm o devido acesso á
dando em parte e discordando em parte): essa resposta é
educação.
o seu ponto de vista.
3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta,
Lembra da regra dos assuntos (pelo menos três) da
uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posi-
introdução? Então... vamos ver quais serão os assuntos.
ção: aí estará o seu argumento principal.
Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sen- 4. Agora, procure descobrir outros motivos que aju-
do cometidos por infratores menores de dezoito anos dem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua
Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente posição. Estes serão os argumentos auxiliares.
pequenas e não os inibe de praticar novos delitos 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exem-
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de re- plo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode
giões periféricas e não têm o devido acesso á educação vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do
que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica,
Agora, vamos construir o texto, abordando cada as- social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
sunto em um parágrafo do desenvolvimento. expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato
-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação.
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometi- Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos
dos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles demais.
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de 6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de
praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, É de sua redação.
regiões periféricas e não TEM o devido acesso á educação.
É de se notar que o crescente número de infrações reali- Fontes:
zadas por crianças e adolescentes, aparentemente, só tende http://www.okconcursos.com.br/como-passar/di-
a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes como roubo cas-para-concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.
e tráfico se mostram cada vez mais presente nas ações des- Upoqg9Kfsfh
tes jovens. (assunto 1) http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-expli-
Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles cacao-como-fazer-uma-redacao
aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Re-
grande problema de medidas tão brandas consiste no fato dacao2.php
de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: o
de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2)

103
LÍNGUA PORTUGUESA

Redação Oficial c) do Poder Judiciário:


Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal;
Pronomes de tratamento na redação oficial Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça;
Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar;
A redação Oficial é a maneira para o poder público Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral;
redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras fa- Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;
zem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça;
concisa, sem muito comprometimento, bem como um uso Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Federais;
adequado das formas de tratamento. Tais regras, acom- Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleito-
panhadas de uma boa redação, com um bom uso da lin- rais;
guagem, asseguram que os atos normativos sejam bem Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Tra-
executados. balho;
Juízes e Desembargadores;
No Poder Público, a todo momento nós nos depara-
Auditores da Justiça Militar.”
mos com situações em que precisamos escrever – ou fa-
lar – com pessoas com as quais não temos familiaridade.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi-
Nesses casos, os pronomes de tratamento assumem uma das aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido
condição e precisam estar adequados à categoria hierár- do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
quica da pessoa a quem nos dirigimos. E mais, exige-se, República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
em discurso falado ou escrito, uma homogeneidade na Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tri-
forma de tratamento, não só nos pronomes como tam- bunal Federal.
bém nos verbos.
No entanto, as formas de tratamento não são do co- E mais: As demais autoridades serão tratadas com o
nhecimento de todos. Para tanto, a partir do Manual da vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Se-
Presidência da República, apresentaremos as discrimina- nador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador.
ções de usos dos pronomes de tratamento: O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas aci-
São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as ma, afinal, a dignidade é condição primordial para que tais
seguintes autoridades: cargos públicos sejam ocupados.
a) do Poder Executivo Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento,
Presidente da República; mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto-
Vice-Presidente da República; rado. Portanto, é aconselhável que não se use discrimina-
Ministro de Estado; damente tal termo.
Secretário-Geral da Presidência da República;
Consultor-Geral da República; AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República; 1. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
Secretários da Presidência da República; O que é Redação Oficial
Procurador – Geral da República;
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Dis-
maneira pela qual o Poder Público redige atos norma-
trito Federal;
tivos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de
Chefes de Estado – Maior das Três Armas;
vista do Poder Executivo.
Oficiais Generais das Forças Armadas; A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoa-
Embaixadores; lidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, con-
Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministé- cisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente
rios; esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fun-
Prefeitos Municipais. dacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princí-
b) do Poder Legislativo: pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade
Deputados e do Senado Federal; princípios fundamentais de toda administração pública,
Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União; claro que devem igualmente nortear a elaboração dos
Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Esta- atos e comunicações oficiais.
duais; Não se concebe que um ato normativo de qualquer
Presidente e Membros das Assembleias Legislativas Es- natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
taduais; impossibilite sua compreensão. A transparência do senti-
Presidente das Câmaras Municipais. do dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade,

104
LÍNGUA PORTUGUESA

são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A pu-
blicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. A necessidade de empregar determinado nível de lin-
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- lado, do próprio caráter público desses atos e comuni-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes diri- entendidos como atos de caráter normativo, ou estabe-
gidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos lecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
ou instituições tratados de forma homogênea (o público). o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcan-
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa çado se em sua elaboração for empregada a linguagem
à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comuni- adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais,
car com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa objetividade.
daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondên-
As comunicações que partem dos órgãos públicos
cia particular, etc.
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer
Apresentadas essas características fundamentais da re-
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
uma delas. o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos.
Não há dúvida de que um texto marcado por expressões
A Impessoalidade de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vo-
cabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão di-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer ficultada.
pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) Ressalte-se que há necessariamente uma distância
alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) al- entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente
guém que receba essa comunicação. No caso da redação dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou costumes, e pode eventualmente contar com outros ele-
aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi- mentos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos,
ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto re- a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fa-
lativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário tores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita
dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, incorpora mais lentamente as transformações, tem maior
ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes vocação para a permanência e vale-se apenas de si mes-
da União. ma para comunicar.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e
deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
oficiais decorre: concisão, requerem o uso do padrão culto da língua. Há
a) da ausência de impressões individuais de quem co- consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se
munica: embora se trate, por exemplo, de um expediente as- observam as regras da gramática formal e b) se emprega
sinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idio-
do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, ma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso
assim, uma desejável padronização, que permite que comu- do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que
nicações elaboradas em diferentes setores da Administração ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
guardem entre si certa uniformidade;
sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idios-
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
sincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
homogênea e impessoal; simplicidade de expressão, desde que não seja confundi-
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o da com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso
universo temático das comunicações oficiais restringe-se a do padrão culto implica emprego de linguagem rebusca-
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural da, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de lin-
que não caiba qualquer tom particular ou pessoal. guagem próprios da língua literária.
Desta forma, não há lugar na redação oficial para im- Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
pressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
isenta da interferência da individualidade que a elabora. ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con- consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária im- crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
pessoalidade. evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

105
LÍNGUA PORTUGUESA

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indis- tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
criminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o dado ao texto;
vocabulário próprio a determinada área, são de difícil en- - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
tendimento por quem não esteja com eles familiarizado. entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comu- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
nicações encaminhadas a outros órgãos da administração - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
e em expedientes dirigidos aos cidadãos. prescindível uniformidade dos textos;
- a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
Formalidade e Padronização linguísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principal-
mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa-
mente da falta da releitura que torna possível sua correção.
drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa forma-
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
lidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvi-
com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
da quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a co- se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
municação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à Pronomes de Tratamento
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad- Concordância com os Pronomes de Tratamento
ministração federal é una, é natural que as comunicações
que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
desse padrão exige que se atente para todas as caracterís- reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
ticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresen- cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
tação dos textos. da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para se dirige a comunicação), levam a concordância para a ter-
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- ceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que
dispensáveis para a padronização. integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
Concisão e Clareza Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
A concisão é antes uma qualidade do que uma carac- “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vos-
terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue so...”).
transmitir um máximo de informações com um mínimo de Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gê-
palavras. Para que se redija com essa qualidade, é funda- nero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se
mental que se tenha, além de conhecimento do assunto refere, e não com o substantivo que compõe a locução. As-
sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o sim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Exce-
lência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se
texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes
for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desne-
deve estar satisfeita”.
cessárias de ideias.
No envelope, o endereçamento das comunicações diri-
O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se-
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula guinte forma:
de empregar o mínimo de palavras para informar o má-
ximo. Não se deve, de forma alguma, entendê-la como A Sua Excelência o Senhor
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar Fulano de Tal
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em ta- Ministro de Estado da Justiça
manho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, 70.064-900 – Brasília. DF
redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já A Sua Excelência o Senhor
foi dito. Senador Fulano de Tal
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi- Senado Federal
cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibili- 70.165-900 – Brasília. DF
ta imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente Senhor Ministro,
das demais características da redação oficial. Para ela con-
correm: Submeto a Vossa Excelência projeto (...)

106
LÍNGUA PORTUGUESA

Fechos para Comunicações - o campo destinado à margem lateral direita terá


1,5 cm;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fi- - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
nalidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados fo- de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma li-
ram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, nha em branco;
de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico,
simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, rele-
emprego de somente dois fechos diferentes para todas as vo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que
modalidades de comunicação oficial: afete a elegância e a sobriedade do documento;
a) para autoridades superiores, inclusive o Presi- - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta
dente da República: Respeitosamente, em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- apenas para gráficos e ilustrações;
rarquia inferior: Atenciosamente, - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi- 29,7 x 21,0 cm;
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
Redação do Ministério das Relações Exteriores. - dentro do possível, todos os documentos elabora-
dos devem ter o arquivo de texto preservado para con-
Identificação do Signatário sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos
análogos;
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
da República, todas as demais comunicações oficiais de- devem ser formados da seguinte maneira:
vem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, tipo do documento + número do documento + pala-
vras-chaves do conteúdo
abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
deve ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
Aviso e Ofício
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação ofi-
(espaço para assinatura)
cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles
Nome
é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de
Ministro de Estado da Justiça Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo
que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. no caso do ofício, também com particulares.
Forma de diagramação Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
seguinte forma de apresentação: o destinatário, seguido de vírgula.
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de Exemplos:
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas Excelentíssimo Senhor Presidente da República
de rodapé; Senhora Ministra
- para símbolos não existentes na fonte Times New Ro- Senhor Chefe de Gabinete
man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício
número da página; as seguintes informações do remetente:
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser – nome do órgão ou setor;
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar- – endereço postal;
gens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas – telefone e e-mail.
páginas pares (“margem espelho”);
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, OBS: Estas informações estão ausentes no memoran-
no mínimo, 3,0 cm de largura; do, pois trata-se de comunicação interna, destinatário e
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de remetente possuem o mesmo endereço. No caso se o
distância da margem esquerda; Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também

107
LÍNGUA PORTUGUESA

não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para Mensagem


outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Definição e Finalidade
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta. É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-
fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens
Memorando enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legis-
lativo para informar sobre fato da Administração Públi-
Definição e Finalidade ca; expor o plano de governo por ocasião da abertura
O memorando é a modalidade de comunicação entre de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
matérias que dependem de deliberação de suas Casas;
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife-
apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação
eminentemente interna. de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- e da Nação.
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço Ministérios à Presidência da República, a cujas assesso-
público. rias caberá a redação final.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. - encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- plementar ou financeira;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - encaminhamento de medida provisória;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - indicação de autoridades;
folha de continuação. Esse procedimento permite formar - pedido de autorização para o Presidente ou o Vi-
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior ce-Presidente da República ausentarem-se do País por
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se mais de 15 dias;
historie o andamento da matéria tratada no memorando. - encaminhamento de atos de concessão e renova-
ção de concessão de emissoras de rádio e TV;
Forma e Estrutura
- encaminhamento das contas referentes ao exercí-
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
cio anterior;
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração - comunicação de sanção (com restituição de autó-
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos grafos);
- comunicação de veto;
Exposição de Motivos - outras mensagens.

Definição e Finalidade Forma e Estrutura


Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presi- As mensagens contêm: a) a indicação do tipo de ex-
dente da República ou ao Vice-Presidente para: a) informá pediente e de seu número, horizontalmente, no início da
-lo de determinado assunto; b) propor alguma medida; ou margem esquerda; b) vocativo, de acordo com o prono-
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. me de tratamento e o cargo do destinatário, horizon-
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- talmente, no início da margem esquerda (Excelentíssimo
dente da República por um Ministro de Estado. Senhor Presidente do Senado Federal); c) o texto, inician-
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de do a 2 cm do vocativo; d) o local e a data, verticalmente a
um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coin-
por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, cidir seu final com a margem direita.
chamada de interministerial.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresen- Presidente da República, não traz identificação de seu
tação do padrão ofício. A exposição de motivos, de acordo signatário.
com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de es-
trutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente Telegrama
informativo e outra para a que proponha alguma medida
ou submeta projeto de ato normativo. Definição e Finalidade
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim- Com o fito de uniformizar a terminologia e simpli-
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi- ficar os procedimentos burocráticos, passa a receber o
dente da República, sua estrutura segue o modelo antes título de telegrama toda comunicação oficial expedida
referido para o padrão ofício. por meio de telegrafia, telex, etc.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa Forma e Estrutura


aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô-
restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma
que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso
e que a urgência justifique sua utilização e, também em de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
deve pautar-se pela concisão. co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
organização documental tanto do destinatário quanto do
Forma e Estrutura remetente.
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili-
zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
Correios e em seu sítio na Internet.
nimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
Fax firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Definição e Finalidade
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é Valor documental
uma forma de comunicação que está sendo menos usada Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa-
devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para gem de correio eletrônico tenha valor documental, e para
a transmissão de mensagens urgentes e para o envio an- que possa ser aceito como documento original, é neces-
tecipado de documentos, de cujo conhecimento há pre- sário existir certificação digital que ateste a identidade do
mência, quando não há condições de envio do documen- remetente, na forma estabelecida em lei.
to por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com
cópia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em cer- Problemas de Construção de Frases
tos modelos, deteriora-se rapidamente.
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas
principalmente pela construção adequada da frase, “a me-
Forma e Estrutura
nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
Celso Pedro Luft.
estrutura que lhes são inerentes. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
É conveniente o envio, juntamente com o documento dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
principal, de folha de rosto, e de pequeno formulário com do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
conforme exemplo a seguir: de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
bos não auxiliares que o constituem.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
[Órgão Expedidor] pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
[setor do órgão expedidor] de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
[endereço do órgão expedidor] Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
Destinatário:____________________________________ tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
Remetente: ____________________________________ complemento adverbial). Função acessória desempenham
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
No de páginas: ________No do documento:____________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
que desempenham as outras funções, ou deslocados para
o início da oração.
Observações:___________________________________
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Correio Eletrônico (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Definição e finalidade Podem ser identificados seis padrões básicos para as
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e orações pessoais (i. é, com sujeito) na língua portuguesa
celeridade, transformou-se na principal forma de comuni- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
cação para transmissão de documentos. ocorrer em ordem diversa):
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
O Presidente - regressou - (ontem).

109
LÍNGUA PORTUGUESA

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.
junto adverbial) Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os
setores). A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
- obj. indireto - (adj. Adv.) frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos tex-
- ao Deputado - (no Congresso). tos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.:
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Bue- Nacional, depois de ser longamente debatido.
nos Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) recebeu a aprovação do Congresso Nacional.
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consul-
adverbial) tadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
O problema - será - resolvido - prontamente. Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
metido ao Presidente da República, que o aprovou, consulta-
das as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou
seja, as frases que possuem apenas um verbo conjuga-
Erros de Paralelismo
do. Na construção de períodos, as várias funções podem
ocorrer em ordem inversa à mencionada, misturando-se
Uma das convenções estabelecidas na linguagem es-
e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de
crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma
todos os padrões existentes na língua portuguesa. O que
gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim,
importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses seis
incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a ele-
padrões básicos. Acrescente-se que períodos mais com-
mentos paralelos. Vejamos alguns exemplos:
plexos, compostos por duas ou mais orações, em geral Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministé-
podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que deri- rios economizar energia e que elaborassem planos de redu-
vam). ção de despesas.
Os problemas mais frequentemente encontrados na
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à Nesta frase temos, nas duas orações subordinadas que
ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos pa- completam o sentido da principal, duas estruturas diferen-
ralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, tes para ideias equivalentes: a primeira oração (economizar
do desconhecimento da ordem das palavras na frase. In- energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que
dicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns e elaborassem planos de redução de despesas) é uma oração
recorrentes na construção de frases, registrados em do- desenvolvida introduzida pela conjunção integrante que.
cumentos oficiais. Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clareza e
correção; uma seria a de apresentar as duas orações subor-
Sujeito dinadas como desenvolvidas, introduzidas pela conjunção
integrante que:
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter comple- rios que economizassem energia e (que) elaborassem planos
mento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, para redução de despesas.
portanto, construções como:
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. como reduzidas de infinitivo:
Errado: Apesar das relações entre os países estarem Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
cortadas, (...). rios economizar energia e elaborar planos para redução de
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem despesas.
cortadas, (...). Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

110
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
culta: de um médico.
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
não ser inseguro, inteligência e ter ambição. Novamente, a não repetição dos termos comparados
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- confunde. Alternativas para correção:
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Portaria.
transformá-la em frase simples, substituindo as orações re- Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
duzidas por substantivos: Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, se- do que os Ministérios do Governo.
gurança, inteligência e ambição. No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
“demais”) acarretou imprecisão:
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) do que os outros Ministérios do Governo.
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: do que os demais Ministérios do Governo.
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades Ambiguidade
(Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili-
dade de correção é transformá-la em duas frases simples, Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
última capital, encontrou-se com o Papa. possam gerar equívocos de compreensão.
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado identificar--se a que palavra se refere um pronome que
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode
que não contém nenhum “que” anterior. ocorrer com:
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que - pronomes pessoais:
tem sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sóli- cretariado.
da formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas neração deste.
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o
programa. - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo ante- Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
rior aqui podemos ou suprimir a conjunção: ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas do, mas isso não o surpreendeu.
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o Observe-se a multiplicidade de ambiguidade no exem-
programa. plo acima, as quais tornam virtualmente inapreensível o
sentido da frase.
Erros de Comparação Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
A omissão de certos termos ao fazermos uma compa- federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada da República.
na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem
sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo - pronome relativo:
omitido. A ausência indevida de um termo pode impossi- Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
bilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma costumava trabalhar.
frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que ção refere--se à mesa ou a gabinete. Essa ambiguidade se
um médico. deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gênero. A
A omissão de termos provocou uma comparação inde- solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais, as
vida: “o salário de um professor” com “um médico”. quais, que marcam gênero e número.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
salário de um médico. mava trabalhar.

111
LÍNGUA PORTUGUESA

Se o entendimento é outro, então: 6-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS


Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
mava trabalhar. MARC/2013) Sobre a Redação Oficial, NÃO é correto afir-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da mar que
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: (A) exige emprego do padrão formal de linguagem.
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o (B) deve permitir uma única interpretação e ser estrita-
funcionário. mente impessoal.
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, (C) sua finalidade básica é comunicar com impessoali-
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. dade e máxima clareza.
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este in- (D) dispensa a formalidade de tratamento, uma vez
disciplinado. que o comunicador e o receptor são o Serviço Público.
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora
chamou o médico. 7-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
chamado por uma senhora. MARC/2013 - adaptada) “Na revisão de um expediente,
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por
Fontes: seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser des-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu- conhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre
blicacoes_ver.php?id=2 certos assuntos em decorrência de nossa experiência pro-
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda- fissional muitas vezes faz com que os tomemos como de
cao-oficial-para-concursos.html conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explici-
te, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o sig-
ATIVIDADES nificado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
que não possam ser dispensados.”
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE – TÉC-
(Manual de Redação Oficial da Presidência da Repúbli-
NICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) O correio ele-
ca. p. 14).
trônico é uma forma de comunicação célere, na qual deve ser
utilizada linguagem compatível com a comunicação oficial,
Sobre a Redação Oficial, pode-se concluir que
embora não seja definida uma forma rígida para sua estrutura.
(A) a concisão de um texto está relacionada ao grau de
( ) Certo ( ) Errado
especificação dos termos.
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE ALAGOAS – AGENTE (B) a padronização de termos e conceitos viabiliza a
DE POLÍCIA – CESPE/2012) O vocativo a ser empregado em uniformidade dos documentos.
comunicações dirigidas ao chefe do Poder Executivo da Re- (C) a revisão possibilita a substituição de termos, mui-
pública Federativa do Brasil é Excelentíssimo Senhor. tas vezes, desconhecidos pelo leitor.
( ) Certo ( ) Errado (D) claro é o texto que exige releituras mais aprofun-
dadas.
3-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
FORENSE - CESPE/2013) A concisão, uma das qualidades 8-) (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013) O ex-
essenciais ao texto oficial, para a qual concorrem o domínio pediente adequado para a comunicação entre ministros de
do assunto tratado e a revisão textual, consiste em se trans- Estado é a mensagem.
mitir, no texto escrito, o máximo de informações empregan- ( ) Certo ( ) Errado
do-se um mínimo de palavras.
( ) Certo ( ) Errado 9-) (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS OS
CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma ata, devem-
4-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO se relatar exaustivamente, com o máximo de detalhamento
FORENSE - CESPE/2013) Na parte superior do ofício, do possível, incluindo-se os aspectos subjetivos, as discussões,
aviso e do memorando, antes do assunto, devem constar o as propostas, as resoluções e as deliberações ocorridas em
nome e o endereço da autoridade a quem é direcionada a reuniões e eventos que exigem registro.
comunicação. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
10-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Se-
5-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E gundo o Manual de Redação da Presidência da República,
COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATI- NÃO se deve usar Vossa Excelência para
VO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita (A) embaixadores.
com os resultados das negociações”, o adjetivo estará corre- (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
tamente empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo (C) prefeitos municipais.
masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. (E) vereadores.
( ) Certo ( ) Errado

112
LÍNGUA PORTUGUESA

Resolução 5-)
Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo feminino
1-) (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito.
celeridade, transformou-se na principal forma de comu- O pronome de tratamento é apenas a maneira como tratar
nicação para transmissão de documentos. a autoridade, não regendo as demais concordâncias.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô-
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma RESPOSTA: “ERRADO”.
rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso
de linguagem incompatível com uma comunicação oficial 6-)
(v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ isto é, obedecem a certas regras de forma: além das (...)
manual.htm) exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de
linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra-
RESPOSTA: “CERTO”. tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto
ao correto emprego deste ou daquele pronome de tra-
2-) tamento para uma autoridade de certo nível (...); mais do
(...) O vocativo a ser empregado em comunicações que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a co-
seguido do cargo respectivo: municação.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República (...) (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ manual.htm_)
manual.htm)
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “CERTO”.
7-)
3-) Através da leitura do excerto e das próprias alterna-
É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele
tivas, chegamos à conclusão de que um texto, principal-
não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”.
mente oficial, deve priorizar a revisão.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “CERTO”.
8-)
4-)
Mensagem – é o instrumento de comunicação ofi-
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as
cial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
seguintes partes:
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede: ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Admi-
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com nistração Pública; expor o plano de governo por ocasião
alinhamento à direita: da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso
c) assunto: resumo do teor do documento Nacional matérias que dependem de deliberação de suas
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comuni-
é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser in- cações de tudo quanto seja de interesse dos poderes pú-
cluído também o endereço. blicos e da Nação.
e) texto; Aviso e Ofício - são modalidades de comunicação ofi-
f) fecho; cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
g) assinatura do autor da comunicação; e que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de
h) identificação do signatário Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo
que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
(Fonte: http://webcache.googleusercontent.com/ Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos ofi-
search?q=cache:omaL Jnt2UtQJ:www.planalto.gov. ciais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no
br/ccivil_03/manual/Manual_Rich_RedPR2aEd.rtf+&- caso do ofício, também com particulares.
cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br) (Fonte: http://www.fontedosaber.com/portugues/re-
dacao-oficial-dicas-e-macetes.html)
RESPOSTA: “ERRADO”.
RESPOSTA: “ERRADO”.

113
LÍNGUA PORTUGUESA

9-) EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


Ata é um documento administrativo que tem a finali-
dade de registrar de modo sucinto a sequência de even- 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
tos de uma reunião ou assembleia de pessoas com um fim SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
específico. É característica da Ata apresentar um resumo, ternativa correta quanto à concordância, de acordo
cronologicamente disposto, de modo infalível, de todo o com a norma-padrão da língua portuguesa.
desenrolar da reunião. (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
(Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_ social está no centro dos debates atuais.
redacao_oficial_ata/) (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
lação aos efeitos da desigualdade social.
RESPOSTA: “ERRADO”. (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
mais pobres é um fenômeno crescente.
10-) (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria criticado por alguns teóricos.
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o zas não são de exclusividade dos economistas.
seu presidente, de acordo com o Manual de Redação da
Presidência da República (1991). Realizei a correção nos itens:
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
detail.php?id=393) cial está = estão
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
RESPOSTA: “E”. gem
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
mais pobres é um fenômeno crescente.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
cado = criticada
(E) Os debates relacionado = relacionados

RESPOSTA: “C”.

2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-


guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
– Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
(A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
americanos consomem em média 357 calorias, diárias
dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
americanos consomem, em média 357 calorias diárias
dessa fonte.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias
dessa fonte.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
dessa fonte.

Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada


ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

114
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

115
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-de- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
tail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A frase que admite transposição para a voz passiva é:
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
ciedade como tais. grado.
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente,
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba.
ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido.
ficação.
(C) tenham percebido.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
A concordância verbal e nominal está inteiramente cor- de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
reta na frase: (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e vida (...).
valores que determinam as escolhas dos governantes, (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
para conferir legitimidade a suas decisões. e da falsa consciência.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
devem ser embasados na percepção dos valores e prin- RESPOSTA: “B”.
cípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
liberdades individuais quanto as coletivas. vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
(D) As instituições fundamentais de um regime de- ambiental Geraldo Motta.
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central.
(A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
(B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes
(C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade.
(D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
lores que determinam as escolhas dos governantes, para ria = entrasse / veria.
conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

116
LÍNGUA PORTUGUESA

11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
A pontuação está inteiramente adequada na frase: (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
ver com as de ontem. cessivos nas críticas.
b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivin-
as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver, dicações dos funcionários.
com as de ontem. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que
as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver RESPOSTA: “E”.
com as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que 14-) (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINIS-
as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver TRATIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as
com as de ontem. frases do texto:
e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que I, Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota ne-
as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver gativa...
com as de ontem. II,... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior clas-
sificação do continente americano (2,0)...
Devido à igualdade textual entre os itens, a apresen-
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases
tação da alternativa correta indica quais são as inadequa-
I e II, a concordância segue as mesmas regras, na or-
ções nas demais.
dem dos exemplos, em:
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o
RESPOSTA: “E”.
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente
da maioria?
12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas
ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
juninas. Vêm pessoas de muito longe para brincar de
No trecho: “O crescimento econômico, se associado à
quadrilha.
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui
sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta- (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa.
cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos Quase todos quiseram ficar até o nascer do sol na
a forma: praia.
A) puder. (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui,
B) poderia. mas também existem umas que não merecem nossa
C) pôde. atenção.
D) poderá. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
E) pudesse.
Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do aos itens:
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode- (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é tem (singular)
crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes- (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
soa do singular (ele) = poderia. (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
ram (plural)
RESPOSTA: “B”. (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem
umas (plural)
13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
Entre as frases que seguem, a única correta é: as formas estão no plural)
a) Ele se esqueceu de que?
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para RESPOSTA: “A”.
distribui-lo entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas 15-) (CETESB/SP - ANALISTA ADMINISTRATIVO -
críticas. RECURSOS HUMANOS - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica- Considere as orações: … sabíamos respeitar os mais
ções dos funcionários. velhos! / E quando eles falavam nós calávamos a boca!
e) Não sei por que ele mereceria minha conside- Alterando apenas o tempo dos verbos destacados
ração. para o tempo presente, sem qualquer outro ajuste,
tem-se, de acordo com a norma-padrão da língua por-
tuguesa:

117
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) … soubemos respeitar os mais velhos! / E quan- O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, in-
do eles falaram nós calamos a boca! dica que é uma ação que, para acontecer, depende de ou-
(B) … saberíamos respeitar os mais velhos! / E tra. Exemplo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se
quando eles falassem nós calaríamos a boca! ele entrar, eu farei / Caso ele entre, eu faço...
(C) … soubéssemos respeitar os mais velhos! / E
quando eles falassem nós calaríamos a boca! RESPOSTA: “A”.
(D) … saberemos respeitar os mais velhos! / E quan-
do eles falarem nós calaremos a boca! 18-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁ-
(E) … sabemos respeitar os mais velhos! / E quando RIA – VUNESP/2010 - ADAPTADA)
eles falam nós calamos a boca! Assinale a alternativa de concordância que pode ser
considerada correta como variante da frase do texto –
No presente: nós sabemos / eles falam. A maioria considera aceitável que um convidado che-
gue mais de duas horas ...
RESPOSTA: “E”. (A) A maioria dos cariocas consideram aceitável
que um convidado chegue mais de duas horas...
16-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINIS- (B) A maioria dos cariocas considera aceitáveis que
TRATIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas um convidado chegue mais de duas horas...
verbais está correta em: (C) As maiorias dos cariocas considera aceitáveis
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o que um convidado chegue mais de duas horas...
planeta não resistiu. (D) As maiorias dos cariocas consideram aceitáveis
que um convidado chegue mais de duas horas...
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
(E) As maiorias dos cariocas consideram aceitável
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um co-
que um convidado cheguem mais de duas horas...
lapso.
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebi-
Fiz as indicações:
da, o do jogo, o do sexo e o do consumo não conheces-
(A) A maioria dos cariocas consideram (ou considera,
se distorções patológicas, não haverá vícios.
tanto faz) aceitável que um convidado chegue mais de
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tor-
duas horas...
nado tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão (B) A maioria dos cariocas considera (ok) aceitáveis
baratas. (aceitável) que um convidado chegue mais de duas horas...
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons- (C) As (A) maiorias (maioria) dos cariocas considera (ok)
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia. aceitáveis (aceitável) que um convidado chegue mais de
duas horas...
Fiz as correções necessárias: (D) As (A) maiorias (maioria) dos cariocas consideram
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane- (ok) aceitáveis (aceitável) que um convidado chegue mais
ta não resistiu = resistirá de duas horas...
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto (E) As (A) maiorias (maioria) dos cariocas consideram
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso. (ok) aceitável que um convidado cheguem (chegue) mais
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, de duas horas...
o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
torções patológicas, não haverá = haveria RESPOSTA: “A”.
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
teriam ficado)
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia =
crescerá

RESPOSTA: “B”.

17-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁ-


RIA – VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preen-
che adequadamente e de acordo com a norma culta a
lacuna da frase: Quando um candidato trêmulo ______ eu
lhe faria a pergunta mais deliciosa de todas.
(A) entrasse
(B) entraria
(C) entrava
(D) entrar
(E) entrou

118
INFORMÁTICA

Conhecimentos básicos de microcomputadores PC – Hardware. ....................................................................................................... 01


Sistemas Operacionais. ......................................................................................................................................................................................... 23
MS-DOS. ..................................................................................................................................................................................................................... 23
Sistemas de Windows. ........................................................................................................................................................................................... 23
Processador de texto MS-Word para Windows. ......................................................................................................................................... 47
Planilha de cálculo MS-Excel. .............................................................................................................................................................................. 81
Banco de dados. ....................................................................................................................................................................................................106
Comunicação de dados. .....................................................................................................................................................................................106
Conceitos Gerais de Equipamentos e Operacionalização. ....................................................................................................................118
Conceitos básicos de Internet...........................................................................................................................................................................118
INFORMÁTICA

MAINFRAMES
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE
MICROCOMPUTADORES PC – HARDWARE.

HISTÓRICO

Os primeiros computadores construídos pelo homem


foram idealizados como máquinas para processar números
(o que conhecemos hoje como calculadoras), porém, tudo
era feito fisicamente.
Existia ainda um problema, porque as máquinas pro-
cessavam os números, faziam operações aritméticas, mas
depois não sabiam o que fazer com o resultado, ou seja,
eram simplesmente máquinas de calcular, não recebiam
instruções diferentes e nem possuíam uma memória. Até
então, os computadores eram utilizados para pouquíssi-
mas funções, como calcular impostos e outras operações.
Os computadores de uso mais abrangente apareceram
logo depois da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desen- Os computadores podem ser classificados pelo porte.
volveram ― secretamente, durante o período ― o primei- Basicamente, existem os de grande porte ― mainframes
ro grande computador que calculava trajetórias balísticas. ― e os de pequeno porte ― microcomputadores ― sen-
A partir daí, o computador começou a evoluir num ritmo do estes últimos divididos em duas categorias: desktops ou
cada vez mais acelerado, até chegar aos dias de hoje. torres e portáteis (notebooks, laptops, handhelds e smar-
tphones).
Conceitualmente, todos eles realizam funções internas
Código Binário, Bit e Byte idênticas, mas em escalas diferentes.
Os mainframes se destacam por ter alto poder de pro-
O sistema binário (ou código binário) é uma repre- cessamento, muita capacidade de memória e por controlar
sentação numérica na qual qualquer unidade pode ser atividades com grande volume de dados. Seu custo é bas-
demonstrada usando-se apenas dois dígitos: 0 e 1. Esta é tante elevado. São encontrados, geralmente, em bancos,
a única linguagem que os computadores entendem. Cada grandes empresas e centros de pesquisa.
um dos dígitos utilizados no sistema binário é chamado de
Binary Digit (Bit), em português, dígito binário e representa
a menor unidade de informação do computador.
Os computadores geralmente operam com grupos de CLASSIFICAÇÃO DOS COMPUTADORES
bits. Um grupo de oito bits é denominado Byte. Este pode
ser usado na representação de caracteres, como uma letra A classificação de um computador pode ser feita de
(A-Z), um número (0-9) ou outro símbolo qualquer (#, %, diversas maneiras. Podem ser avaliados:
*,?, @), entre outros. • Capacidade de processamento;
Assim como podemos medir distâncias, quilos, tama- • Velocidade de processamento;
nhos etc., também podemos medir o tamanho das infor- • Capacidade de armazenamento das informações;
mações e a velocidade de processamento dos computa- • Sofisticação do software disponível e compatibi-
dores. A medida padrão utilizada é o byte e seus múltiplos, lidade;
conforme demonstramos na tabela abaixo: • Tamanho da memória e tipo de CPU (Central Pro-
cessing Uni), Unidade Central de Processamento.

TIPOS DE MICROCOMPUTADORES

Os microcomputadores atendem a uma infinidade de


aplicações. São divididos em duas plataformas: PC (compu-
tadores pessoais) e Macintosh (Apple).
Os dois padrões têm diversos modelos, configurações
e opcionais. Além disso, podemos dividir os microcompu-
tadores em desktops, que são os computadores de mesa,
com uma torre, teclado, mouse e monitor e portáteis, que
podem ser levados a qualquer lugar.

1
INFORMÁTICA

DESKTOPS Sistema de Processamento de Dados

São os computadores mais comuns. Geralmente dis- Quando falamos em “Processamento de Dados” trata-
põem de teclado, mouse, monitor e gabinete separados mos de uma grande variedade de atividades que ocorre
fisicamente e não são movidos de lugar frequentemente, tanto nas organizações industriais e comerciais, quanto na
uma vez que têm todos os componentes ligados por cabos. vida diária de cada um de nós.
São compostos por: Para tentarmos definir o que seja processamento de
• Monitor (vídeo) dados temos de ver o que existe em comum em todas es-
• Teclado tas atividades. Ao analisarmos, podemos perceber que em
• Mouse todas elas são dadas certas informações iniciais, as quais
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memó- chamamos de dados.
E que estes dados foram sujeitos a certas transforma-
rias, drives, disco rígido (HD), modem, portas USB etc.
ções, com as quais foram obtidas as informações.
O processamento de dados sempre envolve três fases
PORTÁTEIS
essenciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da
Informação.
Os computadores portáteis possuem todas as partes Para que um sistema de processamento de dados fun-
integradas num só conjunto. Mouse, teclado, monitor e cione ao contento, faz-se necessário que três elementos
gabinete em uma única peça. Os computadores portáteis funcionem em perfeita harmonia, são eles:
começaram a aparecer no início dos anos 80, nos Estados
Unidos e hoje podem ser encontrados nos mais diferen- Hardware
tes formatos e tamanhos, destinados a diferentes tipos de
operações. Hardware é toda a parte física que compõe o sistema
de processamento de dados: equipamentos e suprimentos
LAPTOPS tais como: CPU, disquetes, formulários, impressoras.

Também chamados de notebooks, são computadores Software


portáteis, leves e produzidos para serem transportados fa-
cilmente. Os laptops possuem tela, geralmente de Liquid É toda a parte lógica do sistema de processamento de
Crystal Display (LCD), teclado, mouse (touchpad), disco rí- dados. Desde os dados que armazenamos no hardware,
gido, drive de CD/DVD e portas de conexão. Seu nome vem até os programas que os processam.
da junção das palavras em inglês lap (colo) e top (em cima),
significando “computador que cabe no colo de qualquer Peopleware
pessoa”.
Esta é a parte humana do sistema: usuários (aqueles
NETBOOKS que usam a informática como um meio para a sua ativi-
dade fim), programadores e analistas de sistemas (aqueles
São computadores portáteis muito parecidos com o que usam a informática como uma atividade fim).
notebook, porém, em tamanho reduzido, mais leves, mais Embora não pareça, a parte mais complexa de um sis-
tema de processamento de dados é, sem dúvida o People-
baratos e não possuem drives de CD/ DVD.
ware, pois por mais moderna que sejam os equipamentos,
PDA
por mais fartos que sejam os suprimentos, e por mais inte-
ligente que se apresente o software, de nada adiantará se
É a abreviação do inglês Personal Digital Assistant e
as pessoas (peopleware) não estiverem devidamente trei-
também são conhecidos como palmtops. São computado- nadas a fazer e usar a informática.
res pequenos e, geralmente, não possuem teclado. Para a O alto e acelerado crescimento tecnológico vem apri-
entrada de dados, sua tela é sensível ao toque. É um assis- morando o hardware, seguido de perto pelo software.
tente pessoal com boa quantidade de memória e diversos Equipamentos que cabem na palma da mão, softwares que
programas para uso específico. transformam fantasia em realidade virtual não são mais
novidades. Entretanto ainda temos em nossas empresas
SMARTPHONES pessoas que sequer tocaram algum dia em um teclado de
computador.
São telefones celulares de última geração. Possuem Mesmo nas mais arrojadas organizações, o relaciona-
alta capacidade de processamento, grande potencial de mento entre as pessoas dificulta o trâmite e consequente
armazenamento, acesso à Internet, reproduzem músicas, processamento da informação, sucateando e subutilizando
vídeos e têm outras funcionalidades. equipamentos e softwares. Isto pode ser vislumbrado, so-
bretudo nas instituições públicas.

2
INFORMÁTICA

POR DENTRO DO GABINETE Devido à complexidade das motherboards, da sofisti-


cação dos sistemas operacionais e do crescente aumento
do clock, o chipset é o conjunto de CIs (circuitos integra-
dos) mais importante do microcomputador. Fazendo uma
analogia com uma orquestra, enquanto o processador é o
maestro, o chipset seria o resto!

• BIOS

O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico


de entrada e saída, é a primeira camada de software do
micro, um pequeno programa que tem a função de “iniciar”
o microcomputador. Durante o processo de inicialização, o
Identificaremos as partes internas do computador, lo- BIOS é o responsável pelo reconhecimento dos componen-
tes de hardware instalados, dar o boot, e prover informa-
calizadas no gabinete ou torre:
ções básicas para o funcionamento do sistema.
• Motherboard (placa-mãe)
O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a
• Processador
utilização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix,
• Memórias Hurd, BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS
• Fonte de Energia que estão descritos os elementos necessários para ope-
• Cabos racionalizar o Hardware, possibilitando aos diversos S.O.
• Drivers acesso aos recursos independe de suas características es-
• Portas de Entrada/Saída pecíficas.
MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)

É uma das partes mais importantes do computador. A


motherboard é uma placa de circuitos integrados que ser-
ve de suporte para todas as partes do computador.
Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de al- O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo
guma maneira, seja por cabos ou por meio de barramentos. EPROM (Erased Programmable Read Only Memory). É um
A placa mãe é desenvolvida para atender às caracte- tipo de memória “não volátil”, isto é, desligando o com-
rísticas especificas de famílias de processadores, incluindo putador não há a perda das informações (programas) nela
até a possibilidade de uso de processadores ainda não contida. O BIOS é contem 2 programas: POST (Power On
Self Test) e SETUP para teste do sistema e configuração dos
lançados, mas que apresentem as mesmas características
parâmetros de inicialização, respectivamente, e de funções
previstas na placa.
básicas para manipulação do hardware utilizadas pelo Sis-
A placa mãe é determinante quanto aos componentes
tema Operacional.
que podem ser utilizados no micro e sobre as possibilida- Quando inicializamos o sistema, um programa chama-
des de upgrade, influenciando diretamente na performan- do POST conta a memória disponível, identifica dispositi-
ce do micro. vos plug-and-play e realiza uma checagem geral dos com-
ponentes instalados, verificando se existe algo de errado
Diversos componentes integram a placa-mãe, como: com algum componente. Após o término desses testes, é
• Chipset emitido um relatório com várias informações sobre o hard-
Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao micro- ware instalado no micro. Este relatório é uma maneira fácil
computador que gerenciam praticamente todo o funciona- e rápida de verificar a configuração de um computador.
mento da placa-mãe (controle de memória cache, DRAM, Para paralisar a imagem tempo suficiente para conseguir
controle do buffer de dados, interface com a CPU, etc.). ler as informações, basta pressionar a tecla “pause/break”
O chipset é composto internamente de vários outros do teclado.
pequenos chips, um para cada função que ele executa. Há Caso seja constatado algum problema durante o POST,
um chip controlador das interfaces IDE, outro controlador serão emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro en-
das memórias, etc. Existem diversos modelos de chipsets, contrado. Por isso, é fundamental a existência de um alto-
cada um com recursos bem diferentes. falante conectado à placa mãe.

3
INFORMÁTICA

Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de PROCESSADOR


memória com tecnologia flash. Memórias que podem ser
atualizadas por software e também não perdem seus da-
dos quando o computador é desligado, sem necessidade
de alimentação permanente.
As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix.
50% dos micros utilizam BIOS AMI.

• Memória CMOS

CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor)


é uma memória formada por circuitos integrados de bai-
xíssimo consumo de energia, onde ficam armazenadas as
informações do sistema (setup), acessados no momento
do BOOT. Estes dados são atribuídos na montagem do mi-
crocomputador refletindo sua configuração (tipo de win- O microprocessador, também conhecido como pro-
chester, números e tipo de drives, data e hora, configura- cessador, consiste num circuito integrado construído para
ções gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo realizar cálculos e operações. Ele é a parte principal do
armazenados na CMOS enquanto houver alimentação da computador, mas está longe de ser uma máquina completa
bateria interna. Algumas alterações no hardware (troca e/ por si só: para interagir com o usuário é necessário memó-
ou inclusão de novos componentes) podem implicar na al- ria, dispositivos de entrada e saída, conversores de sinais,
teração de alguns desses parâmetros. entre outros.
Muitos desses itens estão diretamente relacionados É o processador quem determina a velocidade de pro-
com o processador e seu chipset e portanto é recomen- cessamento dos dados na máquina. Os primeiros modelos
dável usar os valores default sugerido pelo fabricante da comerciais começaram a surgir no início dos anos 80.
BIOS. Mudanças nesses parâmetros pode ocasionar o tra- • Clock Speed ou Clock Rate
vamento da máquina, intermitência na operação, mau fun- É a velocidade pela qual um microprocessador execu-
cionamento dos drives e até perda de dados do HD. ta instruções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções
uma CPU pode executar por segundo.
• Slots para módulos de memória Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória processador. Porém, alguns computadores têm uma “cha-
eram encaixados (ou até soldados) diretamente na placa ve” que permite 2 ou mais diferentes velocidades de clock.
mãe, um a um. O agrupamento dos chips de memória em Isto é útil porque programas desenvolvidos para trabalhar
módulos (pentes), inicialmente de 30 vias, e depois com 72 em uma máquina com alta velocidade de clock podem não
e 168 vias, permitiu maior versatilidade na composição dos trabalhar corretamente em uma máquina com velocidade
bancos de memória de acordo com as necessidades das de clock mais lenta, e vice versa. Além disso, alguns com-
aplicações e dos recursos financeiros disponíveis. ponentes de expansão podem não ser capazes de trabalhar
Durante o período de transição para uma nova tecno- a alta velocidade de clock.
logia é comum encontrar placas mãe com slots para mais Assim como a velocidade de clock, a arquitetura inter-
de um modelo. Atualmente as placas estão sendo pro- na de um microprocessador tem influência na sua perfor-
duzidas apenas com módulos de 168 vias, mas algumas mance. Dessa forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de
comportam memórias de mais de um tipo (não simulta- clock não necessariamente trabalham igualmente. Enquan-
neamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. to um processador Intel 80286 requer 20 ciclos para multi-
plicar 2 números, um Intel 80486 (ou superior) pode fazer
• Clock o mesmo cálculo em um simples ciclo. Por essa razão, estes
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que novos processadores poderiam ser 20 vezes mais rápido
gera um pulso elétrico. A função do clock é sincronizar to- que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
dos os circuitos da placa mãe e também os circuitos inter- mesma. Além disso, alguns microprocessadores são supe-
nos do processador para que o sistema trabalhe harmoni- rescalar, o que significa que eles podem executar mais de
camente. uma instrução por ciclo.
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são me- Como as CPUs, os barramentos de expansão também
didos pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz têm a sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocida-
(Hz). 1 MHz é igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Nor- des de clock da CPU e dos barramentos fossem a mesma
malmente os processadores são referenciados pelo clock para que um componente não deixe o outro mais lento. Na
ou frequência de operação: Pentium IV 2.8 MHz. prática, a velocidade de clock dos barramentos é mais lenta
que a velocidade da CPU.
• Overclock
Overclock é o aumento da frequência do processador
para que ele trabalhe mais rapidamente.

4
INFORMÁTICA

A frequência de operação dos computadores domésti- INTEL no mercado. Por exemplo, um modelo muito popular
cos é determinada por dois fatores: de 386 foi o de 40 MHz, que nunca foi feito pela INTEL, cujo
• A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida 386 mais veloz era de 33 MHz, esse processador foi obra
também como velocidade de barramento, que nos compu- da AMD. Desde o lançamento da linha Pentium, a AMD foi
tadores Pentium pode ser de 50, 60 e 66 MHz. obrigada a criar também novas denominações para seus
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2,
que permite ao processador trabalhar internamente a uma K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron)
velocidade maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que e os mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom.
os outros periféricos do computador (memória RAM, cache
L2, placa de vídeo, etc.) continuam trabalhando na veloci- MEMÓRIAS
dade de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha
com velocidade de barramento de 66 MHz e multiplica-
dor de 2,5x. Fazendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o
processador trabalha a 166 MHz, mas se comunica com os
demais componentes do micro a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exem-
plo acima), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simples-
mente aumentando o multiplicador de clock de 2,5x para
3x. Caso a placa-mãe permita, pode-se usar um barramen-
to de 75 ou até mesmo 83 MHz (algumas placas mais mo-
dernas suportam essa velocidade de barramento). Neste
caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x, o Pentium
166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208 MHz
(2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de
configuração da placa-mãe, o que torna indispensável o Vamos chamar de memória o que muitos autores de-
manual da mesma. O aumento da velocidade de barramen- nominam memória primária, que é a memória interna do
to da placa-mãe pode criar problemas caso algum perifé- computador, sem a qual ele não funciona.
rico (como memória RAM, cache L2, etc.) não suporte essa A memória é formada, geralmente, por chips e é uti-
velocidade. lizada para guardar a informação para o processador num
Quando se faz um overclock, o processador passa a determinado momento, por exemplo, quando um progra-
trabalhar a uma velocidade maior do que ele foi projetado, ma está sendo executado.
fazendo com que haja um maior aquecimento do mesmo. As memórias ROM (Read Only Memory - Memória So-
Com isto, reduz-se a vida útil do processador de cerca de mente de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Me-
20 para 10 anos (o que não chega a ser um problema já mória de Acesso Randômico) ficam localizadas junto à pla-
que os processadores rapidamente se tornam obsoletos). ca-mãe. A ROM são chips soldados à placa-mãe, enquanto
Esse aquecimento excessivo pode causar também frequen- a RAM são “pentes” de memória.
tes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante
o seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina. FONTE DE ENERGIA
Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um
cooler (ventilador que fica sobre o processador para redu-
zir seu aquecimento) de qualidade e, em alguns casos, uma
pasta térmica especial que é passada diretamente sobre a
superfície do processador.
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou
quad, essa denominação refere-se na verdade ao núcleo
do processador, onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Ló-
gica). Nos modelos DUAL ou DUO, esse núcleo é duplica-
do, o que proporciona uma execução de duas instruções
efetivamente ao mesmo tempo, embora isto não aconteça
o tempo todo. Basta uma instrução precisar de um dado
gerado por sua “concorrente” que a execução paralela tor- É um aparelho que transforma a corrente de eletricida-
na-se inviável, tendo uma instrução que esperar pelo tér- de alternada (que vem da rua), em corrente contínua, para
mino da outra. Os modelos QUAD CORE possuem o núcleo ser usada nos computadores. Sua função é alimentar todas
quadruplicado. as partes do computador com energia elétrica apropriada
Esses são os processadores fabricados pela INTEL, em- para seu funcionamento.
presa que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos tam- Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por
bém alguns concorrentes famosos dessa marca, tais como meio de cabos coloridos com conectores nas pontas.
NEC, Cyrix e AMD; sendo que atualmente apenas essa últi-
ma marca mantém-se fazendo frente aos lançamentos da

5
INFORMÁTICA

CABOS São as portas do computador nas quais se conectam


todos os periféricos. São utilizadas para entrada e saída de
dados. Os computadores de hoje apresentam normalmen-
te as portas USB, VGA, FireWire, HDMI, Ethernet e Modem.

Veja alguns exemplos de dispositivos ligados ao com-


putador por meio dessas Portas: modem, monitor, pen dri-
ve, HD externo, scanner, impressora, microfone, Caixas de
som, mouse, teclado etc.

Obs.: são dignas de citação portas ainda bastante


usadas, como as portas paralelas (impressoras e scan-
Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro ners) e as portas PS/2(mouses e teclados).
do gabinete: podem ser de energia ou de dados e co-
nectam dispositivos, como discos rígidos, drives de CDs e MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
DVDs, LEDs (luzes), botão liga/desliga, entre outros, à pla- DE ARMAZENAMENTO
ca-mãe.
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE, Memórias
SATA, SATA2, energia e som.
Memória ROM
DRIVERS

No microcomputador também se encontram as me-


mórias definidas como dispositivos eletrônicos respon-
sáveis pelo armazenamento de informações e instruções
São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou re- utilizadas pelo computador.
movíveis - de armazenamento de dados, nos quais a in-
formação é gravada por meio digital, ótico, magnético ou Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em
mecânico. que os dados não se perdem quando o computador é des-
Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD, ligado. Este tipo de memória é ideal para guardar dados
os drives de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais da BIOS (Basic Input/Output System - Sistema Básico de
antigos ainda apresentam drives de disquetes, que são Entrada/Saída) da placa-mãe e outros dispositivos.
bem pouco usados devido à baixa capacidade de armaze-
namento. Todos os drives são ligados ao computador por Os tipos de ROM usados atualmente são:
meio de cabos.
• Electrically-Erasable Programmable Read-Only
PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA Memory (Eeprom)
É um tipo de PROM que pode ser apagada simples-
mente com uma carga elétrica, podendo ser, posterior-
mente, gravada com novos dados. Depois da NVRAM é o
tipo de memória ROM mais utilizado atualmente.

• Non-Volatile Random Access Memory (Nvram)

Também conhecida como flash RAM ou memória flash,


a NVRAM é um tipo de memória RAM que não perde os
dados quando desligada. Este tipo de memória é o mais
usado atualmente para armazenar os dados da BIOS, não
só da placa-mãe, mas de vários outros dispositivos, como
modems, gravadores de CD-ROM etc.

6
INFORMÁTICA

É justamente o fato do BIOS da placa-mãe ser gravado A memória cache é um tipo de memória de acesso
em memória flash que permite realizarmos upgrades de BIOS. rápido utilizada, exclusivamente, para armazenamento de
Na verdade essa não é exatamente uma memória ROM, já dados que provavelmente serão usados novamente.
que pode ser reescrita, mas a substitui com vantagens. Quando executamos algum programa, por exemplo,
parte das instruções fica guardada nesta memória para
• Programmable Read-Only Memory (Prom) que, caso posteriormente seja necessário abrir o programa
É um tipo de memória ROM, fabricada em branco, sendo novamente, sua execução seja mais rápida.
programada posteriormente. Uma vez gravados os dados, Atualmente, a memória cache já é estendida a outros
eles não podem ser alterados. Este tipo de memória é usado dispositivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos
em vários dispositivos, assim como em placas-mãe antigas. dados. Os processadores e os HDs, por exemplo, já utilizam
este tipo de armazenamento.
Memoria RAM
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO

Disco Rígido (HD)

Random Access Memory (RAM) - Memória de acesso


aleatório onde são armazenados dados em tempo de pro-
cessamento, isto é, enquanto o computador está ligado e,
também, todas as informações que estiverem sendo exe-
cutadas, pois essa memória é mantida por pulsos elétricos.
Todo conteúdo dela é apagado ao desligar-se a máquina,
por isso é chamada também de volátil.
O módulo de memória é um componente adicionado à
placa-mãe. É composto de uma série de pequenos circui-
tos integrados, chamados chip de RAM. A memória pode
ser aumentada, de acordo com o tipo de equipamento ou
das necessidades do usuário. O local onde os chips de me- O disco rígido é popularmente conhecido como HD
mória são instalados chama-se SLOT de memória. (Hard Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também,
A memória ganhou melhor desempenho com versões de memória, mas ao contrário da memória RAM, quando o
mais poderosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâ- computador é desligado, não perde as informações.
mica), EDO (Extended Data Out - Saída Estendida Dados), O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para
entre outras, que proporcionam um aumento no desempe- armazenamento de informações indispensável ao funcio-
nho de 10% a 30% em comparação à RAM tradicional. Hoje, namento do computador. É nele que ficam guardados to-
as memórias mais utilizadas são do tipo DDR2 e DDR3. dos os dados e arquivos, incluindo o sistema operacional.
Geralmente é ligado à placa-mãe por meio de um cabo,
Memória Cache que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2.

HD Externo

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INFORMÁTICA

Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta Blu-Ray


capacidade de armazenamento, chegando facilmente à
casa dos Terabytes. Eles, normalmente, funcionam a partir O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia
de qualquer entrada USB do computador. entre 25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas
camadas de gravação.
As grandes vantagens destes dispositivos são: Seu processo de fabricação segue os padrões do CD
• Alta capacidade de armazenamento; e DVD comuns, com a diferença de que o feixe de laser
• Facilidade de instalação; usado para leitura é ainda menor que o do DVD, o que
• Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qual- possibilita armazenagem maior de dados no disco.
quer lugar sem necessidade de abrir o computador. O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do lei-
CD, CD-R e CD-RW tor ótico que, na verdade, para o olho humano, apresenta
uma cor violeta azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi
O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década retirado do nome por fins jurídicos, já que muitos países
de 80 e é hoje um dos meios mais populares de armazenar não permitem que se registre comercialmente uma palavra
dados digitalmente. comum. O Blu-Ray foi introduzido no mercado no ano de
Sua composição é geralmente formada por quatro ca- 2006.
madas: Pen Drive
• Uma camada de policarbonato (espécie de plásti-
co), onde ficam armazenados os dados
• Uma camada refletiva metálica, com a finalidade
de refletir o laser
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
• Uma camada superficial, onde são impressos os
rótulos
Na camada de gravação existe uma grande espiral que É um dispositivo de armazenamento de dados em me-
tem um relevo de partes planas e partes baixas que repre- mória flash e conecta-se ao computador por uma porta
sentam os bits. Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a USB. Ele combina diversas tecnologias antigas com baixo
informação. Temos hoje, no mercado, três tipos principais custo, baixo consumo de energia e tamanho reduzido, gra-
de CDs: ças aos avanços nos microprocessadores. Funciona, ba-
sicamente, como um HD externo e quando conectado ao
1. CD comercial computador pode ser visualizado como um drive. O pen
(que já vem gravado com música ou dados) drive também é conhecido como thumbdrive (por ter o ta-
manho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdri-
2. CD-R ve (por usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível.
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez) Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos
CDs, ou seja, armazenar dados para serem transportados,
3. CD-RW porém, com uma capacidade maior, chegando a 256 GB.
(que pode ter seus dados apagados e regravados)
Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca Cartão de Memória
de 700 MB ou 80 minutos de música.

DVD, DVD-R e DVD-RW

O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é


hoje o formato mais comum para armazenamento de vídeo
digital. Foi inventado no final dos anos 90, mas só se popu-
larizou depois do ano 2000. Assim como o CD, é composto
por quatro camadas, com a diferença de que o feixe de
laser que lê e grava as informações é menor, possibilitando
uma espiral maior no disco, o que proporciona maior capa- Assim como o pen drive, o cartão de memória é um
cidade de armazenamento. tipo de dispositivo de armazenamento de dados com me-
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo mória flash, muito encontrado em máquinas fotográficas
R de gravação única e RW que possibilita a regravação de digitais e aparelhos celulares smartphones.
dados. A capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas
ou 4,7 GB de dados, existindo ainda um tipo de DVD cha- e nos telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos,
mado Dual Layer, que contém duas camadas de gravação, ringtones, endereços, números de telefone etc.
cuja capacidade de armazenamento chega a 8,5 GB. O cartão de memória funciona, basicamente, como o
pen drive, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparen-
te no dispositivo e é bem mais compacto.

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INFORMÁTICA

Os formatos mais conhecidos são: Teclado


• Memory Stick Duo
• SD (Secure Digital Card)
• Mini SD
• Micro SD

OS PERIFÉRICOS
Os periféricos são partes extremamente importantes
dos computadores. São eles que, muitas vezes, definem
sua aplicação.

Entrada
São dispositivos que possuem a função de inserir da-
dos ao computador, por exemplo: teclado, scanner, cane- É o periférico mais conhecido e utilizado para entrada
ta óptica, leitor de código de barras, mesa digitalizadora, de dados no computador.
mouse, microfone, joystick, CD-ROM, DVD-ROM, câmera Acompanha o PC desde suas primeiras versões e foi
fotográfica digital, câmera de vídeo, webcam etc. pouco alterado. Possui teclas representando letras, núme-
ros e símbolos, bem como teclas com funções específicas
Mouse (F1... F12, ESC etc.).

Câmera Digital

É utilizado para selecionar operações dentro de uma


tela apresentada. Seu movimento controla a posição do
cursor na tela e apenas clicando (pressionando) um dos
botões sobre o que você precisa, rapidamente a operação
Câmera fotográfica moderna que não usa mais filmes
estará definida.
fotográficos. As imagens são capturadas e gravadas numa
O mouse surgiu com o ambiente gráfico das famílias
memória interna ou, ainda, mais comumente, em cartões
Macintosh e Windows, tornando-se indispensável para a
de memória.
utilização do microcomputador.
O formato de arquivo padrão para armazenar as fotos
é o JPEG (.jpg) e elas podem ser transferidas ao compu-
Touchpad tador por meio de um cabo ou, nos computadores mais
modernos, colocando-se o cartão de memória diretamente
no leitor.

Câmeras de Vídeo

As câmeras de vídeo, além de utilizadas no lazer, são


Existem alguns modelos diferentes de mouse para no- também aplicadas no trabalho de multimídia. As câmeras
tebooks, como o touchpad, que é um item de fábrica na de vídeo digitais ligam-se ao microcomputador por meio
maioria deles. de cabos de conexão e permitem levar a ele as imagens em
É uma pequena superfície sensível ao toque e tem a movimento e alterá-las utilizando um programa de edição
mesma funcionalidade do mouse. Para movimentar o cur- de imagens. Existe, ainda, a possibilidade de transmitir as
sor na tela, passa-se o dedo levemente sobre a área do imagens por meio de placas de captura de vídeo, que po-
touchpad. dem funcionar interna ou externamente no computador.

9
INFORMÁTICA

Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para


os scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de
supermercados, para ler os códigos de barras dos produtos
vendidos.

Webcam

É uma câmera de vídeo que capta imagens e as trans-


fere instantaneamente para o computador. A maioria delas
não tem alta resolução, já que as imagens têm a finalidade
Scanner de serem transmitidas a outro computador via Internet, ou
seja, não podem gerar um arquivo muito grande, para que
possam ser transmitidas mais rapidamente.
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate
-papo) com suporte para webcam. Os participantes podem
conversar e visualizar a imagem um do outro enquanto
conversam. Nos laptops e notebooks mais modernos, a câ-
mera já vem integrada ao computador.

Saída

São dispositivos utilizados para saída de dados do


É um dispositivo utilizado para interpretar e enviar à computador, por exemplo: monitor, impressora, projetor,
memória do computador uma imagem desenhada, pintada caixa de som etc.
ou fotografada. Ele é formado por minúsculos sensores fo-
toelétricos, geralmente distribuídos de forma linear. Cada
linha da imagem é percorrida por um feixe de luz. Ao mes- Monitor
mo tempo, os sensores varrem (percorrem) esse espaço e
armazenam a quantidade de luz refletida por cada um dos É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão)
pontos da linha. que tem a função de exibir a saída de dados.
A princípio, essas informações são convertidas em car- A qualidade do que é mostrado na tela depende da
gas elétricas que, depois, ainda no scanner, são transforma- resolução do monitor, designada pelos pontos (pixels - Pic-
das em valores numéricos. O computador decodifica esses ture Elements), que podem ser representados na sua su-
números, armazena-os e pode transformá-los novamente perfície.
em imagem. Após a imagem ser convertida para a tela, Todas as imagens que você vê na tela são compostas
pode ser gravada e impressa como qualquer outro arquivo. de centenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels).
Existem scanners que funcionam apenas em preto e Quanto mais pixels, maior a resolução e mais detalhada
branco e outros, que reproduzem cores. No primeiro caso, será a imagem na tela. Uma resolução de 640 x 480 signi-
os sensores passam apenas uma vez por cada ponto da fica 640 pixels por linha e 480 linhas na tela, resultando em
imagem. Os aparelhos de fax possuem um scanner desse 307.200 pixels.
tipo para captar o documento. Para capturar as cores é pre- A placa gráfica permite que as informações saiam do
ciso varrer a imagem três vezes: uma registra o verde, outra computador e sejam apresentadas no monitor. A placa
o vermelho e outra o azul. determina quantas cores você verá e qual a qualidade dos
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou gráficos e imagens apresentadas.
menor definição. Isso é determinado pelo número de pon- Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou
tos por polegada (ppp) que os sensores fotoelétricos po- seja, apresentavam apenas uma cor e suas tonalidades,
dem ler. As capacidades variam de 300 a 4800 ppp. Alguns mostrando os textos em branco ou verde sobre um fun-
modelos contam, ainda, com softwares de reconhecimento do preto. Depois, surgiram os policromáticos, trabalhando
de escrita, denominados OCR. com várias cores e suas tonalidades.

10
INFORMÁTICA

A tecnologia utilizada nos monitores também tem Impressora Jato de Tinta


acompanhado o mercado de informática. Procurou-se re-
duzir o consumo de energia e a emissão de radiação ele-
tromagnética. Outras inovações, como controles digitais,
tela plana e recursos multimídia contribuíram nas mudan-
ças.
Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays
Tube (CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo
princípio da TV), em que um canhão dispara por trás o fei-
xe de luz e a imagem é mostrada no vídeo. Uma grande
evolução foi o surgimento de uma tela especial, a Liquid
Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal Líquido. Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet
A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por mi- (como também são chamadas), são as mais populares do
núsculos cristais líquidos na formação dos feixes de luz até mercado. Silenciosas, elas oferecem qualidade de impres-
a montagem dos pixels. Com este recurso, pode-se aumen- são e eficiência.
tar a área útil da tela. A impressora jato de tinta forma imagens lançando a
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade tinta diretamente sobre o papel, produzindo os caracteres
da imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser: como se fossem contínuos. Imprime sobre papéis espe-
ciais e transparências e são bastante versáteis. Possuem
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo cam- fontes (tipos de letras) internas e aceitam fontes via soft-
po de visão ware. Também preparam documentos em preto e branco
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos mo- e possuem cartuchos de tinta independentes, um preto e
vimentos de vídeo outro colorido.

Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ga- Impressora Laser
nhando força no mercado, o LED. A principal diferença en-
tre LED x LCD está diretamente ligado à tela. Em vez de
células de cristal líquido, os LED possuem diodos emissores
de luz (Light Emitting Diode) que fornecem o conjunto de
luzes básicas (verde, vermelho e azul). Eles não aquecem
para emitir luz e não precisam de uma luz branca por trás,
o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
A definição de cores também é superior, principalmen-
te do preto, que possui fidelidade não encontrada em ne-
nhuma das demais tecnologias disponíveis no mercado.
Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED As impressoras a laser apresentam elevada qualidade
também pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma de impressão, aliada a uma velocidade muito superior. Uti-
polegada de espessura. Isso resultado num monitor de de- lizam folhas avulsas e são bastante silenciosas.
sign mais agradável e bem mais leve. Possuem fontes internas e também aceitam fontes via
Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam software (dependendo da quantidade de memória). Algu-
o tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não mas possuem um recurso que ajusta automaticamente as
deram continuidade à produção dos equipamentos com configurações de cor, eliminando a falta de precisão na im-
tubo de imagem. pressão colorida, podendo atingir uma resolução de 1.200
Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geral- dpi (dots per inch - pontos por polegada).
mente, 13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando
com imagens, cores, movimentos e animações multimídia, Impressora a Cera
sentiu-se a necessidade de produzir telas maiores.
Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes Categoria de impressora criada para ter cor no impres-
formatos e tamanhos. As televisões mais modernas apre- so com qualidade de laser, porém o custo elevado de ma-
sentam uma entrada VGA ou HDMI, para que computado- nutenção aliado ao surgimento da laser colorida fizeram
res sejam conectados a elas. essa tecnologia ser esquecida. A ideia aqui é usar uma su-
blimação de cera (aquela do lápis de cera) para fazer im-
pressão.

11
INFORMÁTICA

Plotters Na verdade existe barramento em todas as placas de


produtos eletrônicos, porém em outros aparelhos os téc-
nicos referem-se aos barramentos simplesmente como o
“impresso da placa”.
Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem
a comunicação entre todos os dispositivos do computador:
UCP, memória, dispositivos de entrada e saída e outros. Os
sinais típicos encontrados no barramento são: dados, clock,
endereços e controle.
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade
de serem levados às mais diversas porções do computador.
Os endereços estão presentes para indicar a localiza-
ção para onde os dados vão ou vêm.
O clock trafega nos barramentos conhecidos como sín-
cronos, pois os dispositivos são obrigados a seguir uma
Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter, sincronia de tempo para se comunicarem.
que é uma impressora destinada a imprimir desenhos em O controle existe para informar aos dispositivos en-
grandes dimensões, com elevada qualidade e rigor, como volvidos na transmissão do barramento se a operação em
plantas arquitetônicas, mapas cartográficos, projetos de curso é de escrita, leitura, reset ou outra qualquer. Alguns
engenharia e grafismo, ou seja, a impressora plotter é des- sinais de controle são bastante comuns:
tinada às artes gráficas, editoração eletrônica e áreas de • Memory Write - Causa a escrita de dados do barra-
CAD/CAM. mento de dados no endereço especificado no barramento
Vários modelos de impressora plotter têm resolução de endereços.
de 300 dpi, mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por • Memory Read - Causa dados de um dado endereço
polegada, permitindo imprimir, aproximadamente, 20 pá- especificado pelo barramento de endereço a ser posto no
barramento de dados.
ginas por minuto (no padrão de papel utilizado em impres-
• I/O Write - Causa dados no barramento de dados se-
soras a laser).
rem enviados para uma porta de saída (dispositivo de I/O).
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com
• I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo
largura de até três metros (são usadas em empresas que
de I/O, os quais serão colocados no barramento de dados.
imprimem grandes volumes e utilizam vários formatos de
• Bus request - Indica que um módulo pede controle
papel).
do barramento do sistema.
Projetor • Reset - Inicializa todos os módulos
É um equipamento muito utilizado em apresentações Todo barramento é implementado seguindo um con-
multimídia. junto de regras de comunicação entre dispositivos conhe-
Antigamente, as informações de uma apresentação cido como BUS STANDARD, ou simplesmente PROTOCOLO
eram impressas em transparências e ampliadas num retro- DE BARRAMENTO, que vem a ser um padrão que qualquer
projetor, mas, com o avanço tecnológico, os projetores têm dispositivo que queira ser compatível com este barramento
auxiliado muito nesta área. deva compreender e respeitar. Mas um ponto sempre é
Quando conectados ao computador, esses equipa- certeza: todo dispositivo deve ser único no acesso ao bar-
mentos reproduzem o que está na tela do computador em ramento, porque os dados trafegam por toda a extensão
dimensões ampliadas, para que várias pessoas vejam ao da placa-mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura de
mesmo tempo. dados seria o caos para o funcionamento do computador.

Entrada/Saída Os barramentos têm como principais vantagens o fato


São dispositivos que possuem tanto a função de inse- de ser o mesmo conjunto de fios que é usado para todos os
rir dados, quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen periféricos, o que barateia o projeto do computador. Outro
drive, modem, CD-RW, DVD-RW, tela sensível ao toque, ponto positivo é a versatilidade, tendo em vista que toda
impressora multifuncional, etc. placa sempre tem alguns slots livres para a conexão de no-
IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser vas placas que expandem as possibilidades do sistema.
classificada como periférico de Entrada/Saída, pois sua A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de
principal característica é a de realizar os papeis de impres- engarrafamentos pelo uso da mesma via por muitos perifé-
sora (Saída) e scanner (Entrada) no mesmo dispositivo. ricos, o que vem a prejudicar a vazão de dados (troughput).
Dispositivos conectados ao barramento
BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS
• Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o
Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são acesso ao barramento para leitura ou escrita de dados
conjuntos de fios que normalmente estão presentes em to- • Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente
das as placas do computador. obedecem à requisição do mestre.

12
INFORMÁTICA

Exemplo: Componente PCI ou PCI master


- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escre- Funciona como uma ponte entre processador e barra-
va um bloco de dados. mento PCI, no qual dispositivos add-in com interface PCI
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo. estão conectados.

Barramentos Comerciais - Add-in cards interface


Serão listados aqui alguns barramentos que foram e Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São
alguns que ainda são bastante usados comercialmente. gerenciados pelo PCI master e são totalmente programá-
veis.
ISA – Industry Standard Architeture
AGP – Advanced Graphics Port

Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo


PC-AT. Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-
compatíveis. Era um barramento único para todos os com-
ponentes do computador, operando com largura de 16 bits
e com clock de 8 MHz.
Esse barramento permite que uma placa controladora
PCI – Peripheral Components Interconnect gráfica AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI.
O Chip controlador AGP substitui o controlador de E/S do
barramento PCI. O novo conjunto AGP continua com fun-
ções herdadas do PCI. O conjunto faz a transferência de
dados entre memória, o processador e o controlador ISA,
tudo, simultaneamente.
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela por-
ta gráfica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM,
eliminando a necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na
própria placa para armazenar grandes arquivos de bits
como mapas e textura.
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-
mãe que usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse
chipset foi o primeiro a ter suporte ao AGP. A principal van-
tagem desse barramento é o uso de uma maior quantidade
de memória para armazenamento de texturas para objetos
tridimensionais, além da alta velocidade no acesso a essas
texturas para aplicação na tela.
PCI é um barramento síncrono de alta performance, O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que pro-
indicado como mecanismo entre controladores altamen- porciona uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além
te integrados, plug-in placas, sistemas de processadores/ disso, sua taxa de transferência chegava a 266 MB por se-
memória. gundo quando operando no esquema de velocidade X1, e
Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plu- a 532 MB quando no esquema de velocidade 2X. Existem
g-and-play. também as versões 4X, 8X e 16X. Geralmente, só se en-
Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o pro- contra um único slot nas placas-mãe, visto que o AGP só
cessador PENTIUM da Intel. Assim o novo processador interessa às placas de vídeo.
realmente foi revolucionário, pois chegou com uma série
de inovações e um novo barramento. O PCI foi definido
com o objetivo primário de estabelecer um padrão da in-
dústria e uma arquitetura de barramento que ofereça baixo
custo e permita diferenciações na implementação.

13
INFORMÁTICA

PCI Express No início de 2001, em um evento próprio, a empresa


mostrou a necessidade de criação de uma tecnologia capaz
de substituir o padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Ge-
neration I/O – 3ª geração de Entrada e Saída). Em agosto
desse mesmo ano, um grupo de empresas chamado de
PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD
e Microsoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
Entre os quesitos levantados nessas especificações,
estão os que se seguem: suporte ao barramento PCI, pos-
sibilidade de uso de mais de uma lane, suporte a outros
tipos de conexão de plataformas, melhor gerenciamento
de energia, melhor proteção contra erros, entre outros.

Esse barramento é fortemente voltado para uso em


subsistemas de vídeo.
Na busca de uma solução para algumas limitações dos
barramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha Interfaces – Barramentos Externos
no barramento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Tra-
ta-se de um padrão que proporciona altas taxas de transfe- Os barramentos circulam dentro do computador, co-
rência de dados entre o computador em si e um dispositivo, brem toda a extensão da placa-mãe e servem para co-
por exemplo, entre a placa-mãe e uma placa de vídeo 3D. nectar as placas menores especializadas em determinadas
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que tarefas do computador. Mas os dispositivos periféricos
permite o uso de uma ou mais conexões seriais, também precisam comunicarem-se com a UCP, para isso, historica-
chamados de lanes para transferência de dados. Se um mente foram desenvolvidas algumas soluções de conexão
determinado dispositivo usa um caminho, então diz-se que tais como: serial, paralela, USB e Firewire. Passando ainda
esse utiliza o barramento PCI Express 1X; se utiliza 4 lanes , por algumas soluções proprietárias, ou seja, que somente
sua denominação é PCI Express 4X e assim por diante. Cada funcionavam com determinado periférico e de determina-
lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe e envia dados. do fabricante.
Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8 bits
por vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é Interface Serial
de 2,5 GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta in-
Express 1X consegue trabalhar com taxas de 250 MB por terface no passado já conectou até impressoras. Sua carac-
segundo, um valor bem maior que os 132 MB do padrão terística fundamental é que os bits trafegam em fila, um
PCI. Esse barramento trabalha com até 16X, o equivalente por vez, isso torna a comunicação mais lenta, porém o cabo
a 4000 MB por segundo. A tabela abaixo mostra os valores do dispositivo pode ser mais longo, alguns chegam até a
das taxas do PCI Express comparadas às taxas do padrão 10 metros de comprimento. Isso é útil para usar uma baru-
AGP: lhenta impressora matricial em uma sala separada daquela
onde o trabalho acontece.
As velocidades de comunicação dessa interface variam
AGP PCI Express de 25 bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na par-
te externa do gabinete, essas interfaces são representadas
AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por por conectores DB-9 ou DB-25 machos.
segundo segundo
AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
segundo segundo
AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
segundo segundo
PCI Express 16X: 4000 MB por
 
segundo

É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado


e, devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express
2X de PCI Express 1X.
Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode represen-
tar também taxas de transferência de dados de 500 MB por
segundo.
A Intel é uma das grandes precursoras de inovações
tecnológicas.

14
INFORMÁTICA

Interface Paralela O que é USB 3.0?

Criada para ser uma opção ágil em relação à serial, essa Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu por-
interface transmite um byte de cada vez. Devido aos 8 bits que o padrão precisou evoluir para atender novas neces-
em paralelo existe um RISCo de interferência na corrente sidades. Mas, no que consiste exatamente esta evolução?
elétrica dos condutores que formam o cabo. Por esse moti- O que o USB 3.0 tem de diferente do USB 2.0? A principal
vo os cabos de comunicação desta interface são mais cur- característica você já sabe: a velocidade de até 4,8 Gb/s (5
tos, normalmente funcionam muito bem até a distância de Gb/s, arredondando), que corresponde a cerca de 600 me-
1,5 metro, embora exista no mercado cabos paralelos de gabytes por segundo, dez vezes mais que a velocidade do
até 3 metros de comprimento. A velocidade de transmissão USB 2.0. Nada mal, não?
desta porta chega até a 1,2 MB por segundo.
Nos gabinetes dos computadores essa porta é encon-
trada na forma de conectores DB-25 fêmeas. Nas impres-
soras, normalmente, os conectores paralelos são conheci-
dos como interface centronics.

Símbolo para dispositivos USB 3.0

Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator “alimen-


tação elétrica”: o USB 2.0 fornece até 500 miliampéres, en-
quanto que o novo padrão pode suportar 900 miliampéres.
Isso significa que as portas USB 3.0 podem alimentar dis-
positivos que consomem mais energia (como determina-
dos HDs externos, por exemplo, cenário quase impossível
com o USB 2.0).
É claro que o USB 3.0 também possui as caracterís-
USB – Universal Serial Bus ticas que fizeram as versões anteriores tão bem aceitas,
como Plug and Play (plugar e usar), possibilidade de co-
A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde en- nexão de mais de um dispositivo na mesma porta, hot-s-
tão, foi passando por várias revisões. As mais populares são wappable (capacidade de conectar e desconectar disposi-
as versões 1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utili- tivos sem a necessidade de desligá-los) e compatibilidade
zada. A primeira é capaz de alcançar, no máximo, taxas de com dispositivos nos padrões anteriores.
transmissão de 12 Mb/s (megabits por segundo), enquanto
que a segunda pode oferecer até 480 Mb/s. Conectores USB 3.0
Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido,
afinal, 480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0
por segundo. No entanto, acredite, a evolução da tecno- diz respeito ao conector. Os conectores de ambos são bas-
logia acaba fazendo com que velocidades muito maiores tante parecidos, mas não são iguais.
sejam necessárias.
Não é difícil entender o porquê: o número de conexões Conector USB 3.0 A
à internet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz
com que as pessoas queiram consumir, por exemplo, ví- Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia
deos, músicas, fotos e jogos em alta definição. Some a isso USB 3.0 são compostos por nove fios, enquanto que os
ao fato de ser cada vez mais comum o surgimento de dis- cabos USB 2.0 utilizam apenas 4. Isso acontece para que
positivos como smartphones e câmeras digitais que aten- o padrão novo possa suportar maiores taxas de transmis-
dem a essas necessidades. A consequência não poderia ser são de dados. Assim, os conectores do USB 3.0 possuem
outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número contatos para estes fios adicionais na parte do fundo. Caso
cada vez maior de pessoas. um dispositivo USB 2.0 seja utilizado, este usará apenas os
Com suas especificações finais anunciadas em novem- contatos da parte frontal do conector. As imagens a seguir
bro de 2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da mostram um conector USB 3.0 do tipo A:
demanda que está por vir. É isso ou é perder espaço para
tecnologias como o FireWire ou Thunderbolt, por exem-
plo. Para isso, o USB 3.0 tem como principal característica
a capacidade de oferecer taxas de transferência de dados
de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não é só isso...

15
INFORMÁTICA

Micro-USB 3.0

O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por


exemplo, também sofreu modificações: no padrão USB 3.0
- com nome de micro-USB B -, passou a contar com uma
área de contatos adicional na lateral, o que de certa forma
diminui a sua praticidade, mas foi a solução encontrada
para dar conta dos contatos adicionais:

Estrutura interna de um conector USB 3.0 A

Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org

Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotan-


Conector USB 3.0 A do a cor azul na parte interna dos conectores USB 3.0 e,
algumas vezes, nos cabos destes. Note, no entanto, que é
Você deve ter percebido que é possível conectar dis- essa não é uma regra obrigatória, portanto, é sempre con-
positivos USB 2.0 ou 1.1 em portas USB 3.0. Este último é veniente prestar atenção nas especificações do produto
compatível com as versões anteriores. Fabricantes também antes de adquiri-lo.
podem fazer dispositivos USB 3.0 compatíveis com o pa-
drão 2.0, mas neste caso a velocidade será a deste último.
E é claro: se você quer interconectar dois dispositivos por Sobre o funcionamento do USB 3.0
USB 3.0 e aproveitar a sua alta velocidade, o cabo precisa
ser deste padrão. Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9
fios, enquanto que o padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC),
Conector USB 3.0 B D+, D- e GND. O primeiro é o responsável pela alimentação
elétrica, o segundo e o terceiro são utilizados na transmis-
Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 tam- são de dados, enquanto que o quarto atua como “fio terra”.
bém conta com conectores diferenciados para se adequar No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de
a determinados dispositivos. Um deles é o conector do tipo dados em alta velocidade fez com que, no início, fosse
B, utilizado em aparelhos de porte maior, como impresso- considerado o uso de fibra óptica para este fim, mas tal
ras ou scanners, por exemplo. característica tornaria a tecnologia cara e de fabricação
Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB mais complexa. A solução encontrada para dar viabilidade
3.0 possui uma área de contatos adicional na parte supe- ao padrão foi a adoção de mais fios. Além daqueles uti-
rior. Isso significa que nela podem ser conectados tantos lizados no USB 2.0, há também os seguintes: StdA_SSRX-
dispositivos USB 2.0 (que aproveitam só a parte inferior) e StdA_SSRX+ para recebimento de dados, StdA_SSTX- e
quanto USB 3.0. No entanto, dispositivos 3.0 não poderão StdA_SSTX+ para envio, e GND_DRAIN como “fio terra”
ser conectados em portas B 2.0: para o sinal.
O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma va-
riação (USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais
para alimentação elétrica e outro associado a este que ser-
ve como “fio terra”, permitindo o fornecimento de até 1000
miliampéres a um dispositivo.
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite defi-
nido, no entanto, testes efetuados por algumas entidades
especialistas (como a empresa Cable Wholesale) recomen-
dam, no máximo, até 3 metros para total aproveitamento
da tecnologia, mas esta medida pode variar de acordo com
Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org as técnicas empregadas na fabricação.

16
INFORMÁTICA

No que se refere à transmissão de dados em si, o USB A indústria trabalha com a possiblidade de os primei-
3.0 faz esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre ros equipamentos baseados em USB 3.1 começarem a
dispositivos conectados, é possível o envio e o recebimen- chegar ao mercado no final de 2014. Até lá, mais detalhes
to simultâneo de dados. No USB 2.0, é possível apenas um serão revelados.
tipo de atividade por vez. Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no con- Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra no-
trole do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a vidade para a versão 3.1 da tecnologia: um conector cha-
máquina na qual os dispositivos são conectados, se comu- mado (até agora, pelos menos) de tipo C que permitirá que
nica com os aparelhos de maneira assíncrona, aguardando você conecte um cabo à entrada a partir de qualquer lado.
estes indicarem a necessidade de transmissão de dados. Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou
No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa contínua”, onde pendrive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou
o host necessita enviar sinais constantemente para saber e somente então percebe que o conectou incorretamente?
qual deles necessita trafegar informações. Com o novo conector, este problema será coisa do passa-
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tan-
do: qualquer lado fará o dispositivo funcionar.
to o host quanto os dispositivos conectados podem entrar
Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhan-
em um estado de economia em momentos de ociosidade.
te aos conectores Lightning existentes nos produtos da
Além disso, no USB 2.0, os dados transmitidos acabam indo
do host para todos os dispositivos conectados. No USB 3.0, Apple. Tal como estes, o conector tipo C deverá ter tam-
essa comunicação ocorre somente com o dispositivo de bém dimensões reduzidas, o que facilitará a sua adoção em
destino. smartphones, tablets e outros dispositivos móveis.
Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0 não será compatível com as portas dos padrões anteriores,
exceto pelo uso de adaptadores. É importante relembrar,
Em determinados equipamentos, especialmente lap- no entanto, que será possível utilizar os conectores já exis-
tops, é comum encontrar, por exemplo, duas portas USB tentes com o USB 3.1.
2.0 e uma USB 3.0. Quando não houver nenhuma descrição A USB.org promete liberar mais informações sobre esta
identificando-as, como saber qual é qual? Pela cor existen- novidade em meados de 2014.
te no conector.
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa par- Firewire
te dos fabricantes segue a recomendação de identificar os
conectores USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal O barramento firewire, também conhecido como IEEE
como informado anteriormente. Nas portas USB 2.0, por 1394 ou como i.Link, é um barramento de grande volu-
sua vez, os conectores são pretos ou, menos frequente- me de transferência de dados entre computadores, peri-
mente, brancos. féricos e alguns produtos eletrônicos de consumo. Foi de-
senvolvido inicialmente pela Apple como um barramento
USB 3.1: até 10 Gb/s serial de alta velocidade, mas eles estavam muito à frente
da realidade, ainda mais com, na época, a alternativa do
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especifica- barramento USB que já possuía boa velocidade, era barato
ções finais do  USB 3.1  (também chamado deSuperSpeed e rapidamente integrado no mercado. Com isso, a Apple,
USB 10 Gbps), uma variação do USB 3.0 que se propõe a mesmo incluindo esse tipo de conexão/portas no Mac por
oferecer taxas de transferência de dados de até 10 Gb/s (ou algum tempo, a realidade “de fato”, era a não existência de
seja, o dobro).
utilidade para elas devido à falta de periféricos para seu
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcan-
uso. Porém o desenvolvimento continuou, sendo focado
çar taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero,
principalmente pela área de vídeo, que poderia tirar gran-
afinal, há aplicações que podem usufruir desta velocidade.
É o caso de monitores de vídeo que são conectados ao des proveitos da maior velocidade que ele oferecia.
computador via porta USB, por exemplo.
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz Suas principais vantagens:
uso de nenhum artefato físico mais elaborado. O “segre- • São similares ao padrão USB;
do”, essencialmente, está no uso de um método de codi- • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do
ficação de dados mais eficiente e que, ao mesmo tempo, micro (hot-plugable);
não torna a tecnologia significantemente mais cara. • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conecto- por porta);
res e cabos das especificações anteriores, assim como com • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
dispositivos baseados nestas versões. • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
Merece destaque ainda o aspecto da alimentação vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de disposi-
elétrica: o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na tivo, etc;
transferência de energia, indicando que dispositivos mais • Totalmente Digital (sem a necessidade de converso-
exigentes poderão ser alimentados por portas do tipo. Mo- res analógico-digital, e portanto mais seguro e rápido);
nitores de vídeo e HDs externos são exemplos: não seria • Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexí-
ótimo ter um único cabo saindo destes dispositivos? vel, barato e simples;

17
INFORMÁTICA

• Como é um barramento serial, permite conexão bem É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui
facilitada, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessi- pinos faltantes. Não se trata de um defeito: embora os co-
dade de conexão ao micro (somente uma ponta é conec- nectores VGA utilizem um encaixe com 15 pinos, nem to-
tada no micro). dos são usados.

A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de


haver distorções no sinal, porém, restringindo a velocida-
de do barramento podem-se alcançar maiores distâncias
de cabo (até 14 metros). Lembrando que esses valores são
para distâncias “ENTRE PERIFÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO
DE TRANSCEIVERS (com transceivers a previsão é chegar a
até 70 metros usando fibra ótica).
O barramento firewire permite a utilização de dispo-
sitivos de diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200
Mb/s) no mesmo barramento.
O suporte a esse barramento está nativamente em
Macs, e em PCs através de placas de expansão específicas
ou integradas com placas de captura de vídeo ou de som.
Os principais usos que estão sendo direcionados a essa Conector e placa de vídeo com conexão VGA
interface, devido às características listadas, são na área de
multimídia, especialmente na conexão de dispositivos de Conector DVI (Digital Video Interface)
vídeo (placas de captura, câmeras, TVs digitais, setup bo-
xes, home theather, etc). Os conectores DVI  são bem mais recentes e propor-
cionam qualidade de imagem superior, portanto, são con-
siderados substitutos do padrão VGA. Isso ocorre porque,
conforme indica seu nome, as informações das imagens
podem ser tratadas de maneira totalmente digital, o que
não ocorre com o padrão VGA.

INTERFACE DE VIDEO

Conector VGA (Video Graphics Array)

Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão


presentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monito-
res CRT (Cathode Ray Tube) e também em alguns modelos
que usam a tecnologia LCD, além de não ser raro encontrá
-los em placas de vídeos (como não poderia deixar de ser).
O conector desse padrão, cujo nome é D-Sub, é composto
por três “fileiras” de cinco pinos. Esses pinos são conecta-
Conector DVI-D
dos a um cabo cujos fios transmitem, de maneira indepen-
dente, informações sobre as cores vermelha (red), verde
(green) e azul (blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com
sobre as frequências verticais e horizontais. Em relação a conectores VGA, precisa converter o sinal que recebe para
estes últimos aspectos: frequência horizontal consiste no digital. Esse processo faz com que a qualidade da imagem
número de linhas da tela que o monitor consegue “preen- diminua. Como o DVI trabalha diretamente com sinais di-
cher” por segundo. Assim, se um monitor consegue varrer gitais, não é necessário fazer a conversão, portanto, a qua-
60 mil linhas, dizemos que sua frequência horizontal é de lidade da imagem é mantida. Por essa razão, a saída DVI
60 KHz. Frequência vertical, por sua vez, consiste no tempo é ótima para ser usada em monitores LCD, DVDs, TVs de
em que o monitor leva para ir do canto superior esquerdo plasma, entre outros.
da tela para o canto inferior direito. Assim, se a frequên- É necessário frisar que existe mais de um tipo de co-
cia horizontal indica a quantidade de vezes que o canhão nector DVI:
consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém ofe-
indica a quantidade de vezes que a tela toda é percorrida rece qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
por segundo. Se é percorrida, por exemplo, 56 vezes por DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digi-
segundo, dizemos que a frequência vertical do monitor é tal. É também mais comum que seu similar, justamente por
de 56 Hz. ser usado em placas de vídeo;

18
INFORMÁTICA

DVI-I: esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI O conector do padrão S-Video usado atualmente é co-
-A como com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente. nhecido como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao
Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifi- usado em mouses do tipo PS/2). Também é possível en-
cações Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções contrar conexões S-Video de sete pinos, o que indica que o
de até 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536, dispositivo também pode contar com Vídeo Componente
em ambos os casos usando uma frequência de 60 Hz. (visto adiante).
O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI
é composto, basicamente, por quatro pares de fios trança- com S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os
dos, sendo um par para cada cor primária (vermelho, verde três tipos na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na
e azul) e um para o sincronismo. Os conectores, por sua TV um vídeo armazenado em seu computador, basta usar
vez, variam conforme o tipo do DVI, mas são parecidos en- a conexão S-Video, desde que a televisão seja compatível
tre si, como mostra a imagem a seguir: com esse conector, é claro.

Atualmente, praticamente todas as placas de vídeo e


monitores são compatíveis com DVI. A tendência é a de
que o padrão VGA caia, cada vez mais, em desuso.

Conector S-Video (Separated Video) Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA

Component Video (Vídeo Componente)


O padrão Component Video é, na maioria das vezes,
usado em computadores para trabalhos profissionais - por
exemplo, para atividades de edição de vídeo. Seu uso mais
comum é em aparelhos de DVD e em televisores de alta
definição (HDTV - High-Definition Television), sendo um
dos preferidos para sistemas de home theater. Isso ocorre
justamente pelo fato de o Vídeo Componente oferecer ex-
celente qualidade de imagem.

Padrão S-Video

Para entender o S-Video, é melhor compreender, pri- Component Video


meiramente, outro padrão: o Compost Video, mais conhe-
cido como Vídeo Composto. Esse tipo utiliza conectores do A conexão do Component Video é feita através de um
tipo RCA e é comumente encontrado em TVs, aparelhos de cabo com três fios, sendo que, geralmente, um é indicado
DVD, filmadoras, entre outros. pela cor verde, outro é indicado pela cor azul e o terceiro
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fa- é indicado pela cor vermelha, em um esquema conhecido
zem uso de três cabos, sendo dois para áudio (canal es- como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr). O primeiro (de cor verde), é
querdo e canal direito) e o terceiro para o vídeo, sendo este responsável pela transmissão do vídeo em preto e branco,
o que realmente faz parte do padrão. Esse cabo é constituí- isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais conectores
do de dois fios, um para a transmissão da imagem e outro trabalham com os dados das cores e com o sincronismo.
que atua como “terra”. Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com mais comum em placas de vídeo. No entanto, alguns mo-
três fios: um transmite imagem em preto e branco; outro delos são também compatíveis com Vídeo Componente.
transmite imagens em cores; o terceiro atua como terra. É Nestes casos, o encaixe que fica na placa pode ser do tipo
essa distinção que faz com que o S-Video receba essa de- que aceita sete pinos (pode haver mais). Mas, para ter cer-
nominação, assim como é essa uma das características que teza dessa compatibilidade, é necessário consultar o ma-
faz esse padrão ser melhor que o Vídeo Composto. nual do dispositivo.

19
INFORMÁTICA

Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador LCD


usando o Component Video, é necessário utilizar um cabo
especial (geralmente disponível em lojas especializadas):
uma de suas extremidades contém os conectores Y-Pb-Pr,
enquanto a outra possui um encaixe único, que deve ser
inserido na placa de vídeo.

MONITOR DE VÍDEO
O monitor é um dispositivo de saída do computador,
cuja função é transmitir informação ao utilizador através
da imagem.
Os monitores são classificados de acordo com a
tecnologia de amostragem de vídeo utilizada na for-
mação da imagem. Atualmente, essas tecnologias são
três: CRT , LCD e plasma. À superfície do monitor sobre a
qual se projecta a imagem chamamos tela, ecrã ou écran. Um monitor de cristal líquido.
Tecnologias LCD (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de cris-
CRT tal líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a tela é
composta por cristais que são polarizados para gerar as cores.

Tem como vantagens:
• O baixo consumo de energia;
• As dimensões e peso reduzidas;
• A não-emissão de radiações nocivas;
• A capacidade de formar uma imagem praticamente
perfeita, estável, sem cintilação, que cansa menos a visão -
desde que esteja operando na resolução nativa;
As maiores desvantagens são:
• o maior custo de fabricação (o que, porém, tenderá a
Monitor CRT da marca LG. impactar cada vez menos no custo final do produto, à medida
CRT (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo de que o mesmo se for popularizando);
raios catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela • o fato de que, ao trabalhar em uma resolução dife-
é repetidamente atingida por um feixe de elétrons, que rente daquela para a qual foi projetado, o monitor LCD utiliza
atuam no material fosforescente que a reveste, assim for- vários artifícios de composição de imagem que acabam de-
mando as imagens. gradando a qualidade final da mesma; e
• o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o que
Este tipo de monitor tem como principais vantagens: confere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, não
• longa vida útil; apresentando desta forma um preto real similar aos ofereci-
dos nos monitores CRTs;
• baixo custo de fabricação;
• o contraste não é muito bom como nos monitores
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e
CRT ou de Plasma, assim a imagem fica com menos definição,
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar
este aspecto vem sendo atenuado com os novos paineis com
em diversas resoluções, sem que ocorram grandes distor- iluminação por leds e a fidelidade de cores nos monitores que
ções na imagem). usam paineis do tipo TN (monitores comuns) são bem ruins,
os monitores com paineis IPS, mais raros e bem mais caros,
As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: tem melhor fidelidade de cores, chegando mais proximo da
• suas dimensões (um monitor CRT de 20 polega- qualidade de imagem dos CRTs;
das pode ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cristal
20 kg); líquido da tela do monitor for danificado e ficar exposto ao
• o consumo elevado de energia; ar, pode emitir alguns compostos tóxicos, tais como o óxido
• seu efeito de cintilação (flicker); e de zinco e o sulfeto de zinco; este será um problema quando
• a possibilidade de emitir radiação que está fora alguns dos monitores fabricados hoje em dia chegarem ao
do espectro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de fim de sua vida útil (estimada em 20 anos).
longos períodos de exposição. Este último problema é mais • ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, diferen-
frequentemente constatado em monitores e televisores te de um monitor CRT, apresenta limitação com relação ao
antigos e desregulados, já que atualmente a composição ângulo em que a imagem pode ser vista sem distorção. Isto
do vidro que reveste a tela dos monitores detém a emissão era mais sensível tempos atrás quando os monitores LCDs
dessas radiações. eram de tecnologia passiva, mas atualmente apresentam
• Distorção geométrica. valores melhores em torno de 160º.

20
INFORMÁTICA

Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda As portas são, por definição, locais onde se entra e sai.
de monitores e televisores LCD vem crescendo bastante. Em termos de tecnologia informática não é excepção. As
portas são tomadas existentes na face posterior da caixa
Principais características técnicas do computador, às quais se ligam dispositivos de entrada e
Para a especificação de um monitor de vídeo, as carac- de saída, e que são directamente ligados à motherboard .
terísticas técnicas mais relevantes são: Estas portas ou canais de comunicação podem ser:
• Luminância; * Porta Dim
• Tamanho da tela; * Porta PS/2
• Tamanho do ponto; * Porta série
• Temperatura da cor; * Porta Paralela
• Relação de contraste; * Porta USB
• Interface (DVI ou VGA, usualmente); * Porta FireWire
• Frequência de sincronismo horizontal;
• Frequência de sincronismo vertical; Porta DIM
• Tempo de resposta; e É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram li-
• Frequência de atualização da imagem gados os teclados dos computadores da geração da Intel
80486, por exemplo. Como se tratava apenas de ligação
LED para teclados, existia só uma porta destas nas mother-
Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o boards. Nos equipamentos mais recentes, os teclados são
mesmo mecanismo básico de um LCD, mas com ilumina- ligados às portas PS/2.
ção LED. Ao invés de uma única luz branca que incide sobre
toda a superfície da tela, encontra-se um painel com milha-
res de pequenas luzes coloridas que acendem de forma in-
dependente. Em outras palavras, aplica-se uma tecnologia
similar ao plasma a uma tela de LCD.

KIT MULTIMÍDIA
Multimídia nada mais é do que a combinação de textos,
sons e vídeos utilizados para apresentar informações de
maneira que, antes somente imaginávamos, praticamente Porta PS/2
dando vida às suas apresentação comerciais e pessoais. A Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados.
multimídia mudou completamente a maneira como as pes- Também são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os te-
soas utilizam seus computadores. clados e ratos dos computadores actuais são, na maior par-
Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que te dos casos, ligados através destes conectores. Nas mo-
compõem a parte física (hardwares) do computador rela- therboards actuais existem duas portas deste tipo.
cionados a áudio e som do sistema operacional.
Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma Porta Série
placa de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par A saída série de um computador geralmente está lo-
de caixas acústicas. calizada na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins
como, por exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um
rato série, uma plotter, uma impressora e outros periféri-
cos. As portas cujas fichas têm 9 ou 25 pinos são também
designadas de COM1 e COM2. As motherboards possuem
uma ou duas portas deste tipo.

21
INFORMÁTICA

Porta Paralela FAX/MODEM


A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas por-
tas paralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e,
como tal, tem um desempenho superior em relação às por-
tas série. No caso desta norma, são enviados 8 bits de cada
vez, o que faz com que a sua capacidade de transmisssão
atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada para ligar impres-
soras e scanners e possui 25 pinos em duas filas.

Porta USB (Universal Serial Bus)


Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, In- Placa utilizada para conecção internet pela linha disca-
tel, Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir co- da (DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de
nectar periféricos por fora da caixa do computador, sem transmissão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8
a necessidade de instalar placas e reconfigurar o sistema. bits).Usa interface PCI.
Computadores equipados com USB vão permitir que os
periféricos sejam automaticamente configurados assim O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-
que estejam conectados fisicamente, sem a necessidade de WARES
reboot ou programas de setup. O número de acessórios
ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso Um sistema operacional (SO) é um programa (softwa-
um periférico de expansão. re) que controla milhares de operações, faz a interface en-
A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o com- tre o usuário e o computador e executa aplicações.
putador ligado. O barramento USB promete acabar com os Basicamente, o sistema operacional é executado quan-
problemas de IRQs e DMAs. do ligamos o computador. Atualmente, os computadores
O padrão suportará acessórios como controles de mo- já são vendidos com o SO pré-instalado.
nitor, acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, Os computadores destinados aos usuários individuais,
mouses, drives de CD ROM, joysticks, drives de fitas e dis- chamados de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema
quetes, acessórios de imagem como scanners e impresso- operacional projetado para pequenos trabalhos. Um SO
ras. A taxa de dados de 12 megabits/s da USB vai acomo- é projetado para controlar as operações dos programas,
dar uma série de periféricos avançados, incluindo produtos como navegadores, processadores de texto e programas
baseados em Vídeo MPEG-2, digitalizadores e interfaces de e-mail.
de baixo custo para ISDN (Integrated Services Digital Net- Com o desenvolvimento dos processadores, os com-
work) e PBXs digital. putadores tornaram-se capazes de executar mais e mais
instruções por segundo. Estes avanços possibilitaram aos
sistemas operacionais executar várias tarefas ao mesmo
tempo. Quando um computador necessita permitir usuá-
rios simultâneos e trabalhos múltiplos, os profissionais da
tecnologia de informação (TI) procuram utilizar computa-
dores mais rápidos e que tenham sistemas operacionais
robustos, um pouco diferente daqueles que os usuários
comuns usam.

Os Arquivos

Porta FireWire O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo


A porta FireWire assenta no barramento com o mesmo sistema operacional para organizar e controlar os arquivos.
nome, que representa um padrão de comunicações recen- Um arquivo é uma coleção de dados gravados com um
te e que tem várias características em comum como o USB, nome lógico chamado “nomedoarquivo” (filename). Toda
mas traz a vantagem de ser muito mais rápido, permitindo informação que o computador armazena está na forma de
transferências a 400 Mbps e, pela norma IEEE 1394b, irá arquivos.
permitir a transferência de dados a velocidades a partir de Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de
800 Mbps. programas, dados, texto, imagens e assim por diante. A
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos maneira que um sistema operacional organiza as informa-
amovíveis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, tele- ções em arquivos é chamada sistema de arquivos.
visões, impressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire arquivo hierárquico em que os arquivos são organizados
podem ser conectados e desconectados com o computa- em diretórios sob a estrutura de uma árvore. O início do
dor ligado. sistema de diretório é chamado diretório raiz.

22
INFORMÁTICA

Funções do Sistema Operacional Tipos de Sistemas Operacionais

Não importa o tamanho ou a complexidade do com- Atualmente, quase todos os sistemas operacionais
putador: todos os sistemas operacionais executam as mes- são multiusuário, multitarefa e suportam multithreading.
mas funções básicas. Os mais utilizados são o Microsoft Windows, Mac OSX e
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sis- o Linux.
tema operacional cria uma estrutura de arquivos no disco O Windows é hoje o sistema operacional mais popu-
rígido (hard disk), de forma que os dados dos usuários pos- lar que existe e é projetado para funcionar em PCs e para
sam ser armazenados e recuperados. Quando um arquivo ser usado em CPUs compatíveis com processadores Intel e
é armazenado, o sistema operacional o salva, atribuindo a AMD. Quase todos os sistemas operacionais voltados
ele um nome e local, para usá-lo no futuro. ao consumidor doméstico utilizam interfaces gráficas para
- Gerenciador de aplicações: quando um usuário re- realizar a ponte máquina-homem.
quisita um programa (aplicação), o sistema operacional lo- As primeiras versões dos sistemas operacionais
caliza-o e o carrega na memória RAM. foram construídas para serem utilizadas por somente
Quando muitos programas são carregados, é trabalho uma pessoa em um único computador. Com o decor-
do sistema operacional alocar recursos do computador e rer do tempo, os fabricantes atenderam às necessidades
gerenciar a memória. dos usuários e permitiram que seus softwares operassem
múltiplas funções com (e para) múltiplos usuários.
Programas Utilitários do Sistema Operacional
Sistemas Proprietários e Sistemas Livres
Suporte para programas internos (vulto-in): os progra-
mas utilitários são os programas que o sistema operacional O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas
usa para se manter e se reparar. Estes programas ajudam operacionais proprietários. Isto significa que é necessá-
a identificar problemas, encontram arquivos perdidos, re- rio comprá-los ou pagar uma taxa por seu uso às com-
param arquivos danificados e criam cópias de segurança panhias que registraram o produto em seu nome e cobram
(backup). pelo seu uso.
Controle do hardware: o sistema operacional está O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremen-
situado entre os programas e o BIOS (Basic Input/Output te e tem grande aceitação por parte dos profissionais
System - Sistema Básico de Entrada/Saída). da área, uma vez que, por possuir o código aberto,
O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os pro- qualquer pessoa que entenda de programação pode
gramas que necessitam de recursos do hardware devem, contribuir com o processo de melhoria dele.
primeiramente, passar pelo sistema operacional que, por Sistemas operacionais estão em constante evolução
sua vez, pode alcançar o hardware por meio do BIOS ou e hoje não são mais restritos aos computadores. Eles são
dos drivers de dispositivos. usados em PDAs, celulares, laptops etc.
Todos os programas são escritos para um sistema
operacional específico, o que os torna únicos para cada
um. Explicando: um programa feito para funcionar no SISTEMAS OPERACIONAIS. MS-DOS.
Windows não funcionará no Linux e vice-versa. SISTEMAS DE WINDOWS.

Termos Básicos

Para compreender do que um sistema operacional é O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-


capaz, é importante conhecer alguns termos básicos. Os WARES
termos abaixo são usados frequentemente ao comparar ou
descrever sistemas operacionais: Um sistema operacional (SO) é um programa (softwa-
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando re) que controla milhares de operações, faz a interface en-
programas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositi- tre o usuário e o computador e executa aplicações.
vos, como a impressora. Basicamente, o sistema operacional é executado quan-
• Multitarefa: capacidade do sistema operacional do ligamos o computador. Atualmente, os computadores
em executar mais de um programa ao mesmo tempo. já são vendidos com o SO pré-instalado.
• Multiprocessamento: permite que um computa- Os computadores destinados aos usuários individuais,
dor tenha duas ou mais unidades centrais de processa- chamados de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema
mento (CPU) que compartilhem programas. operacional projetado para pequenos trabalhos. Um SO é
• Multithreading: capacidade de um programa projetado para controlar as operações dos programas, como
ser quebrado em pequenas partes podendo ser car- navegadores, processadores de texto e programas de e-mail.
regadas conforme necessidade do sistema operacional. Com o desenvolvimento dos processadores, os com-
Multithreading permite que os programas individuais putadores tornaram-se capazes de executar mais e mais
sejam multitarefa. instruções por segundo. Estes avanços possibilitaram aos
sistemas operacionais executar várias tarefas ao mesmo

23
INFORMÁTICA

tempo. Quando um computador necessita permitir usuá- Termos Básicos


rios simultâneos e trabalhos múltiplos, os profissionais da
tecnologia de informação (TI) procuram utilizar computado- Para compreender do que um sistema operacional é
res mais rápidos e que tenham sistemas operacionais robus- capaz, é importante conhecer alguns termos básicos. Os
tos, um pouco diferente daqueles que os usuários comuns termos abaixo são usados frequentemente ao comparar ou
usam. descrever sistemas operacionais:
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando
Os Arquivos programas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositi-
vos, como a impressora.
O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo • Multitarefa: capacidade do sistema operacional
sistema operacional para organizar e controlar os arquivos. em executar mais de um programa ao mesmo tempo.
Um arquivo é uma coleção de dados gravados com um nome • Multiprocessamento: permite que um computa-
lógico chamado “nomedoarquivo” (filename). Toda informa- dor tenha duas ou mais unidades centrais de processamen-
ção que o computador armazena está na forma de arquivos. to (CPU) que compartilhem programas.
Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de pro- • Multithreading: capacidade de um programa ser
gramas, dados, texto, imagens e assim por diante. A maneira quebrado em pequenas partes podendo ser carregadas
que um sistema operacional organiza as informações em ar- conforme necessidade do sistema operacional.
quivos é chamada sistema de arquivos. • Multithreading permite que os programas indivi-
A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de duais sejam multitarefa.
arquivo hierárquico em que os arquivos são organizados em
diretórios sob a estrutura de uma árvore. O início do sistema Tipos de Sistemas Operacionais
de diretório é chamado diretório raiz.
Atualmente, quase todos os sistemas operacionais são
Funções do Sistema Operacional multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. Os
mais utilizados são o Microsoft Windows, Mac OSX e o Li-
Não importa o tamanho ou a complexidade do compu- nux.
tador: todos os sistemas operacionais executam as mesmas
O Windows é hoje o sistema operacional mais popu-
funções básicas.
lar que existe e é projetado para funcionar em PCs e para
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sis-
ser usado em CPUs compatíveis com processadores Intel
tema operacional cria uma estrutura de arquivos no disco
e AMD. Quase todos os sistemas operacionais voltados
rígido (hard disk), de forma que os dados dos usuários pos-
ao consumidor doméstico utilizam interfaces gráficas para
sam ser armazenados e recuperados. Quando um arquivo é
realizar a ponte máquina-homem.
armazenado, o sistema operacional o salva, atribuindo a ele
um nome e local, para usá-lo no futuro. As primeiras versões dos sistemas operacionais foram
- Gerenciador de aplicações: quando um usuário requisi- construídas para serem utilizadas por somente uma pessoa
ta um programa (aplicação), o sistema operacional localiza-o em um único computador. Com o decorrer do tempo, os
e o carrega na memória RAM. fabricantes atenderam às necessidades dos usuários e per-
Quando muitos programas são carregados, é trabalho mitiram que seus softwares operassem múltiplas funções
do sistema operacional alocar recursos do computador e ge- com (e para) múltiplos usuários.
renciar a memória.
Sistemas Proprietários e Sistemas Livres
Programas Utilitários do Sistema Operacional
O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas ope-
Suporte para programas internos (vulto-in): os progra- racionais proprietários. Isto significa que é necessário com-
mas utilitários são os programas que o sistema operacional prá-los ou pagar uma taxa por seu uso às companhias que
usa para se manter e se reparar. Estes programas ajudam a registraram o produto em seu nome e cobram pelo seu
identificar problemas, encontram arquivos perdidos, reparam uso.
arquivos danificados e criam cópias de segurança (backup). O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente
Controle do hardware: o sistema operacional está situa- e tem grande aceitação por parte dos profissionais da área,
do entre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System uma vez que, por possuir o código aberto, qualquer pessoa
- Sistema Básico de Entrada/Saída). que entenda de programação pode contribuir com o pro-
O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os progra- cesso de melhoria dele.
mas que necessitam de recursos do hardware devem, primei- Sistemas operacionais estão em constante evolução
ramente, passar pelo sistema operacional que, por sua vez, e hoje não são mais restritos aos computadores. Eles são
pode alcançar o hardware por meio do BIOS ou dos drivers usados em PDAs, celulares, laptops etc.
de dispositivos.
Todos os programas são escritos para um sistema ope-
racional específico, o que os torna únicos para cada um.
Explicando: um programa feito para funcionar no Windo-
ws não funcionará no Linux e vice-versa.

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INFORMÁTICA

SISTEMA OPERACIONAL DOS O processo de colocação em RAM dos dados vindos


MS-DOS é uma acrossemia de MicroSoft Disk Operating de foontes como o teclado e, alternativamente , a captação
System (sistema operacional em disco da Microsoft); é um de informações da RAM e o seu envio para um dispositivo
nome genérico do sistema operacional licenciado pela Micro- de hardware diferente, como a tela de vídeo, é chamado de
soft Corporation para uso em vários microcomputadores de E/S, ou entrada/saída. Cada vez que forem “lidas” informa-
diferentes de fabricantes. Alguns destes fabricantes alteram o ções advindas de algum dispositivo de hardware, como um
MS-DOS para melhor adaptá-lo a seus computadores dando- acionador de disco, ou “gravadas” em um dispositivo de
lhe novos nomes, como PC-DOS ou Z-DOS. hardware, como uma impressora, o MS-DOS executa uma
Baseando-se no nome disk-operating system (sistema operação de E/S.
operacional em disco, ou DOS), pode-se imaginar que tudo Um dispositivo é simplesmente uma peça de hardware
o que o MS-DOS é gerenciar seus discos. Entretanto, o MS- que utiliza E/S. Por exemplo, uma impressora, um monitor,
DOS faz muito mais que isto: ele proporciona um modo de se um acionador de disco, etc. Os dispositivos são conecta-
dizer ao computador qual o programa ou comando que se dos ao computador por meio de portas seriais ou paralelas.
deseja executar, onde ele encontrará este programa ou co-
Quando a CPU precisa se comunicar com outro hardware,
mando e o que ele deve fazer com ele. Por exemplo, ele pode
ela utiliza a parte do sistema operacional que conhece esse
enviar informações à tela de vídeo, a uma impressora ou a
hardware.
uma porta de comunicações, para que elas sejam enviadas a
outro sistema.
Executando Programas de Aplicação
O sistema operacional pode ser considerado como Em seu papel de intermediário entr e a CPU e um
operacionalizável em dois níveis: programa de aplicação, o MS-DOS executa tarefas impor-
O primeiro nível é um sistema de gerenciamento de har- tantes. Ele obtém o programa que você deseja executar e
dware: o MS-DOS coordena a unidade central de processa- coloca-o em RAM, além de ajudar o programa a executar
mento do computador (a CPU, que é o chip microprocessa- E/S. Quando o usuário comunica ao MS-DOS que deseja
dor que atua como o “cérebro” do computador) com o resto executar determinado programa, ele encontra o programa
do hardware. Nesta capacidade, o MS-DOS capta o caractere no disco, carrega-o em RAM e mostra à CPU o local do
digitado no teclado, codifica-o de forma que a CPU possa início do programa.
entender e, então, exibe-o no monitor de uma forma que o Nota: Há programas de aplicação desenvolvidos para
usuário possa entender. Ou seja, o MS-DOS atua como in- sistemas operacionais diferentes do DOS, como o OS/2 ou
termediário, convertendo os sinais eletrônicos gerados pelo Windows NT, por exemplo. O Windows 3.1, que é utilizado
teclados em códigos de controle que os programas de apli- em muitos micros, geralmente é confundido com um sis-
cação possam utilizar. Ele também executa pequenas tarefas tema operacional, porém é apenas uma plataforma. Ele se
relacionadas com a utilização dos programas , como a forma- utiliza do DOS para fazer as entradas e saídas, como qual-
tação de um disco, ou informando-lhe sobre os arquivos que quer outro programa de aplicação, porém fornece recursos
se encontram em um determinado disco. como os de um sistema operacional para os programas de
O segundo nível no qual o MS-DOS opera é a função aplicação que o utilizam.
utilitária. Nesta capacidade, o MS-DOS executa comandos, o
que lhe permite interagir diretamente com o computador. Es- Discos e Arquivos
tes comandos executam funções como renomear arquivos no Quando dados são guardados em disco, eles são gra-
disco ou copiar arquivos de um lugar para o outro. O MS-DOS vados em arquivos. As informações em arquivos podem
trata de seus próprios comandos exatamente como os pro- consistir em texto, dados, programas, etc. O arquivo pode
gramas de aplicação. Estes comandos, entretanto, são mais
ter qualquer tamanho, limitado apenas pelo espaço dispo-
limitadors que a maioria dos programas de aplicação. Eles
nível em disco. 
não executam tarefas como o processamento de palavras ou
Os arquivos são armazenados em discos ou disquetes.
a contabilidade; em vez disso, são usados para a manutenção
geral de seu computador. Cada comando possui um nome, Um disco (ou disco rígido, ou ainda “Winchester”), é uma
que é geralmente de fácil memorização. Este trabalho se aterá peça circular de material rígido coberto por um material
apenas ao primeiro nível de operacionalização do MS-DOS. magnético (podem ser várias peças como essa agrupadas
em um único “Winchester”); um disquete (ou disco floppy)
Comunicando-se com o Hardware é uma versão flexível do disco, com capacidade menor. 
A CPU do computador não pode funcionar bem sem um Para recuperar arquivos do disco, o cabeçote percorre
sistema operacional. O MS-DOS coordena o hardware e per- o mesmo até o local onde está armazenado o arquivo. O
mite que a CPU comunique-se com quase todas as partes de cabeçote lê primeiramente o diretório, onde estão infor-
seu computador. mações sobre o arquivo. A partir daí e da File Allocation
Após carregar o sistema operacional (geralmente logo Table, o DOS descobre em que local do disco o arquivo se
após o computador ter sido ligado), ele é mantido na memó- encontra, o que é determinado por trilhas e setores, como
ria de acesso aleatório do computador (RAM). A memória se fosse os eixos X e Y do disco. As trilhas são círculos con-
RAM é temporária, isto é, ela só é mantida pela força elétri- cêntricos e os setores são como fatias do disco, como mos-
ca do computador. Quando este é desligado ou a energia tra a figura ao lado. Uma cluster, em linguagem técnica, é a
é cortada mesmo que por alguns segundos, todas as infor- intersecção de um setor com uma trilha. Um cluster possui
mações guardadas em RAM são perdidas. um número fixo de bytes e um arquivo pode ocupar um ou

25
INFORMÁTICA

mais clusters, sequencialmente ou não. É esse o papel da · Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet,
File Allocation Table, ou simplesmente FAT: mostrar ao DOS Gamão Internet e Internet Damas;
onde se encontram as diversas partes do arquivo espalha- · Windows XP Mode;
das pelo disco. · Aero Shake;
Trabalho feito por Willian Cruz em Abril de 94, no ter-
ceiro ano do curso de Administração de Empresas com ên- Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos
fase em Análise de Sistemas da FASP, de São Paulo, para a o número de capacidades e certos programas que faziam
matéria de “Sistemas Operacionais”. Como o DOS pratica- parte do Windows Vista não estão mais presentes ou mu-
mente não mudou de lá pra cá, ele continua se manten- daram, resultando na remoção de certas funcionalidades.
do bastante atual. A imagem que fala sobre discos ilustra Mesmo assim, devido ao fato de ainda ser um sistema
um disquete de 5¼, mas os discos de 3½ funcionam do operacional em desenvolvimento, nem todos os recursos
mesmo modo (com exceção, claro, do entalhe de proteção
podem ser definitivamente considerados excluídos. Fixar
contra gravação, sobre o qual se colavam etiquetas me-
navegador de internet e cliente de e-mail padrão no menu
tálicas, hoje substituído por uma peça de plástico do tipo
“abre e fecha”). Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
manualmente).
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/informatica/ms-
dos.htm Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Win-
dows Mail e Windows
WINDOWS 7 Calendar foram substituídos pelas suas respectivas
contrapartes do Windows Live, com a perda de algumas
O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de funcionalidades. O Windows 7, assim como o Windows Vis-
julho de 2009, e começou a ser vendido livremente para ta, estará disponível em cinco diferentes edições, porém
usuários comuns dia 22 de outubro de 2009. apenas o Home Premium, Professional e Ultimate serão
Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas no- vendidos na maioria dos países, restando outras duas edi-
vidades, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e ções que se concentram em outros mercados, como mer-
direcionada para a linha Windows, tem a intenção de tor- cados de empresas ou só para países em desenvolvimento.
ná-lo totalmente compatível com aplicações e hardwares Cada edição inclui recursos e limitações, sendo que só o
com os quais o Windows Vista já era compatível. Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft,
Apresentações dadas pela companhia no começo de os recursos para todas as edições do Windows 7 são arma-
2008 mostraram que o Windows 7 apresenta algumas va-
zenadas no computador.
riações como uma barra de tarefas diferente, um sistema
Um dos principais objetivos da Microsoft com este
de “network” chamada de “HomeGroup”, e aumento na
performance. novo Windows é proporcionar uma melhor interação e in-
· Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tare- tegração do sistema com o usuário, tendo uma maior oti-
fas e suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi- mização dos recursos do Windows 7, como maior autono-
touch) mia e menor consumo de energia, voltado a profissionais
· Internet Explorer 8; ou usuários de internet que precisam interagir com clientes
· Novo menu Iniciar; e familiares com facilidade, sincronizando e compartilhan-
· Nova barra de ferramentas totalmente reformulada; do facilmente arquivos e diretórios.
· Comando de voz (inglês);
· Gadgets sobre o desktop; Recursos
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.; Segundo o site da própria Microsoft, os recursos en-
· Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows contrados no Windows 7 são fruto das novas necessidades
Media Player, integrado ao Windows Explorer; encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu antecessor,
· Arquitetura modular, como no Windows Server 2008; Windows Vista, mas existem novas funcionalidades exclusi-
· Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Win- vas, feitas para facilitar a utilização e melhorar o desempe-
dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office nho do SO (Sistema Operacional) no computador.
2007; Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras
· Aceleradores no Internet Explorer 8;
versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci-
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória
mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e
RAM;
· Home Groups; aprender “novos truques” enquanto isso.
· Melhor desempenho;
· Windows Media Player 12; Tarefas Cotidianas
· Nova versão do Windows Media Center; Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia
· Gerenciador de Credenciais; se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma
· Instalação do sistema em VHDs; empresa enorme para precisar sempre de um computador
· Nova Calculadora, com interface aprimorada e com perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e fun-
mais funções; ções para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano.

26
INFORMÁTICA

Grupo Doméstico
Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre
várias estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aon-
de a outra máquina está para recuperar uma foto digital
armazenada apenas nele.
Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica sim-
plificada e segura. Você decide o que compartilhar e qual
os privilégios que os outros terão ao acessar a informação,
se é apenas de visualização, de edição e etc.

Tela sensível ao toque

O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensí-


vel ao toque com opção a multitoque, recurso difundido
pelo iPhone.
O recurso multitoque percebe o toque em diversos
pontos da tela ao mesmo tempo, assim tornando possí-
vel dimensionar uma imagem arrastando simultaneamente
duas pontas da imagem na tela.
O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de apli-
cativos e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Col- Exemplo de arquivos recentes no Paint.
lage é um aplicativo para organizar e redimensionar fotos.
Nele é possível montar slide show de fotos e criar papeis de Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere im-
parede personalizados. Essas funções não são novidades, portante. Se a edição de um determinado documento é
mas por serem feitas para usar uma tela sensível a múlti- constante, vale a pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto
plos toques as tornam novidades. que a lista de recentes se modifica conforme você abre e
fecha novos documentos.

Snap
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur-
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da
tela para obter diferentes posicionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a
comparação de janelas. Por exemplo, jogue uma para a es-
querda e a outra na direita. Ambas ficaram abertas e divi-
dindo igualmente o espaço pela tela, permitindo que você
as veja ao mesmo tempo.

Windows Search
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e es-
Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela tendido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas
sensível ao toque. diretamente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada
a busca enquanto você navega pelas pastas.
Lista de Atalhos
Menu iniciar
Novidade desta nova versão, agora você pode abrir di- As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do
retamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir menu iniciar. É útil quando você necessita procurar, por
o programa que você utilizou. Digamos que você estava exemplo, pelo atalho de inicialização de algum programa
editando um relatório em seu editor de texto e precisou fe- ou arquivo de modo rápido.
chá-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a trabalhar “Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
nele, basta clicar com o botão direito sob o ícone do editor Windows Search, a pesquisa do menu início não olha ape-
e o arquivo estará entre os recentes. nas aos nomes de pastas e arquivos.
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e proprieda-
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e des também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
vai diretamente para a informação, ganhando tempo. Os resultados são mostrados enquanto você digita e
são divididos em categorias, para facilitar sua visualização.

27
INFORMÁTICA

Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua bus- A busca não se limita a digitação de palavras. Você
ca pode ser dividido. pode aplicar filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas,
· Programas todas as canções do gênero Rock. Existem outros, como
· Painel de Controle data, tamanho e tipo. Dependendo do arquivo que você
· Documentos procura, podem existir outras classificações disponíveis.
· Música Imagine que todo arquivo de texto sem seu computa-
· Arquivos dor possui um autor. Se você está buscando por arquivos
de texto, pode ter a opção de filtrar por autores.

Você observará que o Windows Explorer traz a janela


dividida em duas partes.

Fonte: http://ead.go.gov.br/ficead/mod/book/tool/
print/index.php?id=53&chapterid=56

Controle dos pais


Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que
Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras visualizam por meio do computador. O Windows 7 ajuda
em seu nome. a limitar o que pode ser visualizado ou não. Para que essa
funcionalidade fique disponível, é importante que o com-
Windows Explorer putador tenha uma conta de administrador, protegida por
O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena senha, registrada. Além disso, o usuário que se deseja res-
parte do total disponível. tringir deve ter sua própria conta.
Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acio- As restrições básicas que o 7 disponibiliza:
nado automaticamente quando você navega pelas pastas · Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do
do seu computador – você encontrará uma busca mais dia que o PC pode ser utilizado.
abrangente. · Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo
Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de horário e também pela classificação do jogo. Vale notar
se fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de bus- que a classificação já vem com o próprio game.
ca. No 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de · Bloquear programas: É possível selecionar quais apli-
busca, que fica no canto superior direito. cativos estão autorizados a serem executados.
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a
quantidade de restrições, como controlar as páginas que
são acessadas, e até mesmo manter um histórico das ativi-
dades online do usuário.

Central de ações
A central de ações consolida todas as mensagens de
segurança e manutenção do Windows. Elas são classifica-
das em vermelho (importante – deve ser resolvido rapida-
mente) e amarelas (tarefas recomendadas).
O painel também é útil caso você sinta algo de estra-
nho no computador. Basta checar o painel e ver se o Win-
Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce; dows detectou algo de errado.
Windows 7 Bible, pg 774).

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INFORMÁTICA

A central de ações e suas opções. Gadgets de calendário e relógio.


- Do seu jeito
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para Temas
nossa qualidade de vida quanto para o desempenho no Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to-
trabalho. O computador é uma extensão desse ambiente. das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows
O Windows 7 permite uma alta personalização de ícones, 7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os
cores e muitas outras opções, deixando um ambiente mais aspectos gráficos, como em papéis de parede e cores.
confortável, não importa se utilizado no ambiente profis-
sional ou no doméstico. ClearType
Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão “Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare-
na página de Personalização1, que pode ser acessada por cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente
um clique com o botão direito na área de trabalho e em efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito
seguida um clique em Personalizar. nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows
É importante notar que algumas configurações podem 7 dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bib-
deixar seu computador mais lento, especialmente efeitos le, pg 163, tradução nossa).
de transparência. Abaixo estão algumas das opções de per-
sonalização mais interessantes. Novas possibilidades
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, no-
Papéis de Parede vas possibilidades de configuração, maior facilidade na na-
Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou vega, dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades
praticamente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos foram diretamente aplicadas no computador em uso, mas
de ídolos, paisagens ou qualquer outra figura que as agra- no 7 podemos também interagir com outros dispositivos.
de. Uma das novidades fica por conta das fotos que você
Reproduzir em
encontra no próprio SO. Variam de uma foto focando uma
Permitindo acessando de outros equipamentos a um
única folha numa floresta até uma montanha.
computador com o Windows 7, é possível que eles se co-
A outra é a possibilidade de criar um slide show com
muniquem e seja possível tocar, por exemplo, num apare-
várias fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a lho de som as músicas que você tem no HD de seu com-
impressão que sua área de trabalho está mais viva. putador.
É apenas necessário que o aparelho seja compatível
Gadgets com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, “Compatível com o Windows 7”.
mas eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar
em qualquer local do desktop. Streaming de mídia remoto
Servem para deixar sua área de trabalho com ele- Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do
mentos sortidos, desde coisas úteis – como uma pequena computador para outros lugares da casa. Se quiser levar
agenda – até as de gosto mais duvidosas – como uma que para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto.
mostra o símbolo do Corinthians. Fica a critério do usuário Com este novo recurso, dois computadores rodando
o que e como utilizar. Windows 7 podem compartilhar músicas através do Win-
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir dows Media Player 12. É necessário que ambos estejam as-
necessidade, pode baixar ainda mais opções da internet. sociados com um ID online, como a do Windows Live.

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INFORMÁTICA

Personalização O print screen agora tem um aplicativo que permite


Você pode adicionar recursos ao seu computador alte- capturar de formas diferentes a tela, como por exemplo,
rando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de a tela inteira, partes ou áreas desenhadas da tela com o
trabalho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a ima- mouse.
gem da conta de usuário. Você pode também selecionar
“gadgets” específicos para sua área de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na
área de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da
janela sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações
de janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tarefas
e novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou
crie seu próprio tema personalizado alterando as imagens,
cores e sons individualmente. Você também pode locali-
zar mais temas online no site do Windows. Você também
pode alterar os sons emitidos pelo computador quando,
por exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou
desliga o computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de
papel de parede, é uma imagem, cor ou design na área de
trabalho que cria um fundo para as janelas abertas. Você
pode escolher uma imagem para ser seu plano de fundo Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
de área de trabalho ou pode exibir uma apresentação de
slides de imagens. Também pode ser usada uma proteção O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra-
de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas
tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por que parecem do Office 2007.
determinado período de tempo. Você pode escolher uma
variedade de proteções de tela do Windows. Aumentando Paint com novos recursos.
o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os ícones e
outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível O WordPad também foi reformulado, recebeu novo vi-
reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para sual mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas
diminuir o tamanho do texto e outros itens na tela para que ferramentas, assim se tornando um bom editor para quem
caibam mais informações na tela. não tem o Word 2007.
Outro recurso de personalização é colocar imagem de A calculadora também sofreu mudanças, agora conta
conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um com 2 novos modos, programador e estatístico. No modo
computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e programador ela faz cálculos binários e tem opção de álge-
no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta bra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos.
de usuário para uma das imagens incluídas no Windows Também foi adicionado recurso de conversão de uni-
ou usar sua própria imagem. E para finalizar você pode dades como de pés para metros.
adicionar “gadgets” de área de trabalho, que são minipro-
gramas personalizáveis que podem exibir continuamente
informações atualizadas como a apresentação de slides de
imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma nova
janela.

Aplicativos novos
Uma das principais características do mundo Linux é
suas versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário
não precisa ficar baixando arquivos após instalar o sistema,
o que não ocorre com as versões Windows.
O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora
existe uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7,
para que o usuário não precisa baixar programas para ati-
vidades básicas.
Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
top e também suportar entrada por caneta e toque.
No Math Input Center, utilizando recursos multitoque,
equações matemáticas escritas na tela são convertidas em
texto, para poder adicioná-la em um processador de texto. Calculadora: 2 novos modos.

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INFORMÁTICA

Atualização
“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Win-
dows 7 em seu computador, pois mantém os arquivos, as
configurações e os programas do Windows Vista no lugar”
(Site da Microsoft, http://windows.microsoft.com/pt-
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-
to-windows-7).
É o método mais adequado, se o usuário não possui
conhecimento ou tempo para fazer uma instalação do mé-
todo tradicional. Optando por essa opção, ainda devesse
tomar cuidado com a compatibilidade dos programas, o
que funciona no Vista nem sempre funcionará no 7.

Instalação
Por qualquer motivo que a atualização não possa ser
efetuada, a instalação completa se torna a opção mais viá-
WordPad remodelado vel.
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que
Requisitos se deseja utilizar, como drivers e documentos de texto,
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve pois todas as informações no computador serão perdidas.
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de Quando iniciar o Windows 7, ele vai estar sem os progra-
hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado mas que você havia instalado e com as configurações pa-
sem problemas de desempenho. drão.
Esta é a configuração mínima:
· Processador de 1 GHz (32-bit) Desempenho
· Memória (RAM) de 1 GB De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de se ele mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida
memória (sem Windows Aero) por seu antecessor. Testes indicam que a nova versão tem
· Espaço requerido de 16GB ganhou alguns pontos na velocidade.
· DVD-ROM O 7 te ajuda automaticamente com o desempenho:
· Saída de Áudio “Seu sistema operacional toma conta do gerenciamento do
processador e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len- Bible, pg 1041, tradução nossa).
tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco- Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar
mendado é a seguinte configuração. de não ajudar efetivamente no desempenho, o Windows
Configuração Recomendada: 7 prioriza o que o usuário está interagindo (tarefas “fore-
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits) ground”).
· Memória (RAM) de 2 GB Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB pois são naturalmente lentas e podem ser executadas “lon-
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di- ge da visão” do usuário, dando a impressão que o compu-
rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do tador não está lento.
Windows Aero) Essa característica permite que o usuário não sinta uma
· Unidade de DVD-R/W lentidão desnecessária no computador.
· Conexão com a Internet (para obter atualizações) Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada
vez mais recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o
Atualizar de um SO antigo sistema operacional se torne um forte consumidor de me-
mória e processamento. O 7 disponibiliza vários recursos
O melhor cenário possível para a instalação do Win- de ponta e mantêm uma performance satisfatória.
dows 7 é com uma máquina nova, com os requisitos apro-
priados. Entretanto, é possível utilizá-lo num computador Monitor de desempenho
antigo, desde que atenda as especificações mínimas. Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma fer-
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista ramenta poderosa para verificar como o sistema está se
instalado, você terá a opção de atualizar o sistema opera- portando. Podem-se adicionar contadores (além do que já
cional. Caso sua máquina utilize Windows XP, você deverá existe) para colher ainda mais informações e gerar relatórios.
fazer a re-instalação do sistema operacional.
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito prova- Monitor de recursos
velmente seu computador não atende aos requisitos míni- Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra
mos. Entretanto, nada impede que você tente fazer a re- informações sobre o uso do processador, da memória, dis-
instalação. co e conexão à rede.

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INFORMÁTICA

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o
Windows 7 Starter Domain Join, que ajuda os computadores de uma rede a
Como o próprio título acima sugere, esta versão do “se enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location
Windows é a mais simples e básica de todas. A Barra de Aware Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar mui-
Tarefas foi completamente redesenhada e não possui su- to mais fácil o compartilhamento de impressoras.
porte ao famoso Aero Glass. Uma limitação da versão é Como empresas sempre estão procurando maneiras
que o usuário não pode abrir mais do que três aplicativos para se proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz
ao mesmo tempo. o Encrypting File System, que dificulta a violação de dados.
Esta versão será instalada em computadores novo ape- Esta versão também será encontrada em lojas de varejo ou
nas nos países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e computadores novos.
Brasil. Disponível apenas na versão de 32 bits. Windows 7 Enterprise, apenas para vários
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma
Windows 7 Home Basic versão mais voltada para empresas de médio e grande por-
Esta é uma versão intermediária entre as edições Star- te, só poderá ser adquirida com licenciamento para diver-
ter e Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá sas máquinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na
também a versão de 64 bits e permitirá a execução de mais edição Professional e possui recursos mais sofisticados de
de três aplicativos ao mesmo tempo. segurança.
Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um pela criptografia de dados e o AppLocker, que impede a
pouco da principal novidade do Windows 7. Computadores execução de programas não-autorizados. Além disso, há
novos poderão contar também com a instalação desta edi- ainda o BrachCache, para turbinar transferência de arqui-
ção, mas sua venda será proibida nos Estados Unidos. vos grandes e também o DirectAccess, que dá uma super
ajuda com a configuração de redes corporativas.
Windows 7 Home Premium
Edição que os usuários domésticos podem chamar de Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
“completa”, a Home Premium acumula todas as funciona- Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas,
lidades das edições citadas anteriormente e soma mais al- pois contém todas as funcionalidades já citadas neste ar-
gumas ao pacote. tigo e mais algumas. Apesar de sua venda não ser restrita
Dentre as funções adicionadas, as principais são o su- às empresas, o Microsoft disponibilizará uma quantidade
porte à interface Aero Glass e também aos recursos Touch limitada desta versão do sistema.
Windows (tela sensível ao toque) e Aero Background, que Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos
troca seu papel de parede automaticamente no intervalo presentes na Ultimate são dedicados às corporações, não
de tempo determinado. Haverá ainda um aplicativo nativo interessando muito aos usuários comuns.
para auxiliar no gerenciamento de redes wireless, conheci-
do como Mobility Center.

Usando a Ajuda e Suporte do Windows


A Ajuda e Suporte do Windows é um sistema de ajuda
interno do Windows, no qual você obtém respostas rápidas
Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e a dúvidas comuns, sugestões para solução de problemas e
também poderá ser encontrada em computadores novos. instruções sobre diversos itens e tarefas. Caso precise de
ajuda com relação a um programa que não faz parte do
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas Windows, consulte a Ajuda desse programa (consulte “Ob-
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão tendo ajuda sobre um programa”, a seguir).
Professional do Windows 7 possuirá diversos recursos que Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no
visam facilitar a comunicação entre computadores e até botão Iniciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte.
mesmo impressoras de uma rede corporativa. Obter o conteúdo mais recente da Ajuda

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INFORMÁTICA

Se você estiver conectado à Internet, verifique se o WINDOWS 8


Centro de Ajuda e Suporte do Windows está configurado O Windows 8 veio com uma nova característica para
como Ajuda Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da Desktops e Tablets, o Windows Style, que já é conhecido
Ajuda e as versões mais recentes dos tópicos existentes. por muitos com o nome de Windows Metro, presente no
Clique no botão Iniciar  e em Ajuda e Suporte. Windows Phone 7. O que significa que uma aplicação feita
Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows, com Windows Style vai poder ser executada no seu Desk-
clique em Opções e em Configurações. top, Tablet ou smarthphone que utiliza o Windows 8 que
traz um visual diferenciado possibilitando maior interação
Em Resultados da pesquisa, marque a caixa de sele- do usuário com os aplicativos.
ção Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda Apesar de trazer esta grande novidade, o Windows 8
online (recomendado) e clique em OK. Quando você estiver não perdeu a compatibilidade e nem a forma de trabalhar
conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no can- com aplicativos na versão x86, feitos em versões mais an-
to inferior direito da janela Ajuda e Suporte. tigas deste Sistema Operacional. Isso porque o Windows 8
Pesquisar na Ajuda para Desktop usa duas interfaces, a interface Style também
A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma chamada de Windows RT e a Interface Win32. Isso significa
ou duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para que os aplicativos desenvolvidos para Windows Win32 não
obter informações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e serão executados em tablets ou smarthphones.
pressione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com Além das características citadas acima, outra novidade
os mais úteis na parte superior. Clique em um dos resulta- interessante do Windows 8 é a interface Win32 que foi mo-
dos para ler o tópico. dificada, além de trazer novas funções até então (até então
porque até o lançamento oficial pode acontecer alguma
mudança), ele não trás o botão iniciar (Figura 1).

A caixa de pesquisa na Ajuda e Suporte do Windows

Pesquisar Ajuda
Você pode pesquisar tópicos da Ajuda por assunto. Cli-
que no botão Pesquisar Ajuda e, em seguida, clique em
um item na lista de títulos de assuntos que será exibida. Es-
ses títulos podem conter tópicos da Ajuda ou outros títulos
de assuntos. Clique em um tópico da Ajuda para abri-lo ou
clique em outro título para investigar mais a fundo a lista
de assuntos.
Figura 1: Interface do Windows Win32

Ao invés disso temos um painel onde todos os progra-


mas são listados com seus ícones no modo paisagem e que
pode ser movido com a barra de rolagem horizontal que se
encontra no rodapé da página. Então qualquer programa
instalado tanto para a interface Style quanto para a interfa-
ce Win32 pode ser acessado (Figura 2).

Figura 2: Painel contendo todos os aplicativos do Win-


Navegando em tópicos da Ajuda por assunto dows 8

33
INFORMÁTICA

Muitos que já tiveram contato com o Windows 8 acha-


ram estranho, porque se não tem o botão iniciar, como
desligar o computador? Bom, aí está mais uma mudança,
pensando no uso comum para todos os dispositivos foi
criada uma Barra Lateral (lado direito), onde temos as op-
ções de Pesquisa, Compartilhar, Iniciar, Dispositivos, Confi-
gurações (Figura 3).

Figura 5: Interface Windows Style

O uso da memória na interface Style foi otimizado para


obter o máximo de desempenho para o aplicativo construí-
do para a essa interface, que está sendo executado naquele
momento. E como o Windows faz isso? O Windows 8 au-
tomaticamente suspende o aplicativo anterior para então
executar o aplicativo atual, liberando mais memória para
ele. Isso significa que o usuário pode iniciar a quantidade
Figura 3: Barra Lateral de aplicativos que quiser, porque isso não vai comprome-
ter a memória ou a bateria do dispositivo. O Windows pode
É nessa barra lateral, na opção configurações onde va- eventualmente encerrar um aplicativo que está em segun-
mos encontrar a configuração das conexões com redes a do plano para liberar memória para outro aplicativo que
cabo ou sem fio (wireless), configuração de volume, con- está sendo executado.
figuração de brilho, configuração do idioma teclado, con- Essa característica requer que os desenvolvedores
figuração das notificações, a opção de desligar que inclui, de aplicativos Windows Style sejam muito cuidadosos ao
desligar, reiniciar, hibernar ou suspender a máquina, além construírem suas aplicações, para que o usuário não perce-
das outras configurações que são: Área de trabalho, Painel ba o que está acontecendo “por trás” no sistema operacio-
de controle, Personalização Informações do PC e ajuda (Fi- nal. Então o desenvolvedor deve gravar o estado em que
gura 4). a aplicação foi suspensa ou encerrada, para que o usuário
não perceba a alteração ao alternar entre um aplicativo e
outro.
É bom frisar que esta característica é apenas para o
Windows 8 RT ou Style e estão direcionados para melhorar
o desempenho de aplicativos móveis.
O Windows Win32 não tem essa característica e con-
sequentemente os aplicativos já existentes e construídos
para Windows Win32 vão trabalhar da mesma forma, es-
tarão sendo executados em segundo plano, consumindo
memória e processamento, deixando a cargo do usuário
encerrar o aplicativo que mais estiver consumindo recursos
do computador.
Espero que com estas breves explanações, estejam
prontos para instalar o Windows 8 e as ferramentas de de-
senvolvimento para esta plataforma, pois a intenção neste
Figura 4: Barra Lateral Configuração deste tópico é apenas dar uma ideia básica das novidades
do Windows 8.
A interface Style está muito voltada para o conteúdo, Então para desenvolver alguma aplicação para dispo-
onde temos ícones dinâmicos também conhecidos como sitivos móveis que utilizam Windows 8, devemos ter ins-
tiles que podem mostrar informações em tempo real, de talados o Windows 8 e também o Visual Studio 2012, que
acordo com a característica de cada aplicativo e obviamen- conta também com a versão Express que é gratuita. Apesar
te quando houver uma conexão com a internet.(Figura 5) de não ter sido lançado oficialmente já podemos iniciar o
desenvolvimento de aplicativos para Windows 8 baixando
a versão de avaliação do Windows 8 Release Preview, que
será válida até 15 de fevereiro de 2013, o que é suficien-
te para testar e desenvolver alguns aplicativos. Para baixar

34
INFORMÁTICA

a versão de avaliação acesse o endereço http://windows. Uma tela inicial mais personalizável


microsoft.com/pt-BR/windows-8/download. Após acessar A tela inicial recebeu algumas novas opções que per-
este endereço escolha o idioma e a versão para máquinas mitem personalizá-la. Agora, é possível customizar a tela
32 ou 64 bits, não se esqueça de anotar a chave do pro- inicial com mais cores e imagens de fundo. Há a possibi-
duto, depois baixe a imagem no formato ISO, grave em lidade, inclusive, de usar imagens animadas. Além disso, o
um DVD e pronto, agora é só instalar. Se você já tiver uma fundo do desktop e da tela inicial podem ficar com os seus
outra versão do Windows instalada na máquina, pode criar blocos dinâmicos iguais.
uma partição e instalar o Windows 8, assim será criado um Para evitar que os usuários reorganizem a tela por aci-
Dual Boot, ou seja você poderá escolher qual sistema ope- dente ao passar o mouse ou os dedos sobre os blocos di-
racional vai utilizar. nâmicos, a tela inicial possui novos tamanhos de ícones.
Eles podem ser ordenados facilmente ao clicar com o bo-
8.1 tão direito ou, então, ao tocá-lo e segurá-lo. É possível,
O Windows 8.1 é a primeira grande atualização do também, agrupar muitos ícones ao mesmo tempo para
Windows 8 e traz diversas mudanças que, em alguns as- redimensionar, desinstalar ou arranjá-los. Para completar,
pectos – principalmente nas opções de personalização –, a edição de grupos de apps está mais simples. Para não
se aproximam da versão desktop do Windows Phone. Com encher a tela inicial ao instalar um aplicativo da Windows
a possível unificação das lojas de ambos os sistemas, esta Store, ele não é adicionado automaticamente à tela inicial.
tendência aumentará. Mas isso é só o começo, não perca
tempo para baixar o Windows 8.1 e conhecer as novidades Tela de bloqueio estilo Windows Phone
desta atualização. Muito da convergência entre o Windows 8 e Windo-
ws Phone está na tela de bloqueio. Isso fica perceptível
Iniciando o sistema pela interface desktop na configuração, que permite colocar papéis de parede,
Boa parte das mudanças estão relacionadas à questão slidshows, escolher quais aplicativos serão executados em
da personalização e dão ao usuário mais controle sobre segundo plano, além de exibir informações na tela de blo-
o sistema. Uma das principais é a possibilidade de iniciá queio. Com a atualização, é possível transformar um com-
-lo diretamente na interface tradicional do Windows. Essa, putador ou tablet em uma moldura que mostra fotos do
com certeza, é a alteração que muitos usuários estavam HD, ou direto do SkyDrive.
esperando.
Aplicativos redimensionáveis
A volta do botão Iniciar ou quase isso No Windows 8, quando o usuário ocupava a tela com
Outra modificação bastante aguardada é a volta do duas aplicações, os apps ficavam com proporções desi-
botão “Iniciar”. No entanto, ele não retornou como todos guais. Ou seja, a divisão da tela não era feita em partes
esperavam. A função do botão é a mesma da tecla “Windo- iguais, ficando assim: um dos aplicativos ocupava um ta-
ws”. Ele é apenas um atalho para levar o usuário da interfa- manho maior e o outro ocupa uma pequena parte. Con-
ce tradicional para a nova, chamada Modern e voltada para tudo, a Microsoft eliminou esta restrição e, agora, permite
dispositivos com tela touch. que usuário possa dividir a tela em qualquer proporção.
Com isso, o espaço é usado de acordo com cada necessi-
Uma busca mais completa e um acesso mais fácil às dade.
configurações
A ferramenta de busca foi redesenhada, mas continua Integração com o SkyDrive
simples. Agora esta função está mais eficiente e abrangen- O SkyDrive foi completamente integrado ao novo sis-
te, pois pesquisa na web, em arquivos locais e contas do tema operacional. Dessa maneira, o 8.1 permite salvar ar-
SkyDrive. Houve, também, uma mudança em seu compor- quivos direto no serviço, acessar arquivos offline e enviar as
tamento. Ao ser chamada no desktop, a busca não redire- edições ao ficar online.
ciona mais o usuário para a tela inicial e sim, para uma tela
que se sobrepõe ao desktop com novos resultados. Internet Explorer 11
Com a busca se tornando mais abrangente e integra- Esta nova versão do Windows disponibiliza o Internet
da ao sistema, a Microsoft trabalha para que seus usuá- Explorer 11 com diversas melhorias. Entre elas, estão: a ca-
rio usem o seu buscador, o Bing. Assim, a empresa de Bill pacidade de abrir até 100 abas simultaneamente por janela,
Gates tenta afastá-los do serviço do Google. Para facilitar um processo de troca de abas mais fácil, melhoria do uso
ainda mais a customização do dispositivo, a busca também de memória, melhor reconhecimento de toque, uma barra
localiza as configurações do sistema. de endereços melhorada, uma tela de leitura para mostrar
Falando em configuração, o sistema de edição de con- o texto da web de uma forma mais elegante e em tela cheia
figurações foi melhorado. No Windows 8, era preciso abrir para facilitar a leitura dentro do navegador, e muitas outras
a tela inicial e, em seguida, o Painel de Controle para fazer funcionalidades.
modificações. Porém, no Windows 8.1 elas estão disponí-
veis já na tela inicial, sem a necessidade de um passo inter-
mediário.

35
INFORMÁTICA

Windows Explorer Além disso, o novo Ribbon possibilitou a apresentação


O Windows Explorer também foi englobado nas mu- de uma gama maior de funcionalidades. Algumas dessas
danças e a sua interface ganhou uma nova roupagem. Tan- funções já estavam presentes nas versões anteriores, mas,
to as telas do gerenciador de pastas e de arquivos quanto por elas não estarem tão acessíveis quanto agora, a maior
as janelas abertas quando alguma operação está sendo parte das pessoas nem sequer faz ideia da existência delas.
realizada – como a cópia ou exclusão de itens – receberam
uma aparência renovada. Os detalhes sobre essas novida- Melhorias no espaço útil das telas
des você confere neste artigo. Algumas abas ficam escondidas e só aparecem quando
é selecionado ou aberto algum arquivo que tenha a ver com
Ribbon: uma revolução no Explorer a funcionalidade que ela representa. Um exemplo disso é
A mudança mais sentida nesta nova versão do Windo- a opção de busca conceitual, que fica oculta e apenas se
ws Explorer é a alteração da aparência do menu superior torna ativa quando você inicia a pesquisa por algum item.
da tela, nas quais todas as funcionalidades e opções de Dessa forma, a tela do Windows Explorer não fica tomada
interação podem ser acessadas. Esta seção do gerenciador por botões e categorias que são pouco utilizadas por você.
é mais comumente chamada de Ribbon. Para dar mais espaço para a tela do Windows Explorer,
mesmo com a adição do Ribbon, os desenvolvedores res-
ponsáveis pelo projeto reavaliaram a localização de outras
funções e seções que diminuem o espaço útil da janela.

A reformulação da estrutura do menu do Windows Ex-


plorer tem a pretensão de centralizar as principais funcio- As duas telas mostram 35 arquivos, mas o novo Explo-
nalidades do gerenciador de pastas em um lugar de fácil rer aproveita melhor o espaço útil da interface. (Fonte da
acesso, sendo que você pode personalizar a localização e o imagem: MSDN/Microsoft)
tamanho dos botões. A aparência do novo Ribbon lembra Exemplos disso são a eliminação do cabeçalho e a re-
bastante as telas do Office, principalmente porque todas moção das propriedades dos arquivos, que antes apare-
as funções estão categorizadas de acordo com a sua fi- ciam na parte inferior da tela e agora são mostradas do
nalidade. Ou seja, se você quer copiar, colar ou excluir um lado direito. Entretanto, a barra de status que fica locali-
arquivo, você encontra todas essas funções – de gerencia- zada na parte inferior da janela foi mantida, para que o
mento de itens – reunidas na mesma aba, o que facilita a sistema possa mostrar informações importantes sobre as
realização de tarefas semelhantes de forma repetida. atividades realizadas.
Com essa mudança a barra que exibe as propriedades
dos arquivos ficou muito mais fácil de ser visualizada, já
que as informações não ficam espremidas em um espa-
ço muito pequeno e podem ocupar um tamanho maior da
tela para mostrar outros dados sobre os itens.
Acesso facilitado aos botões mais utilizados
Todas as funcionalidades presentes no Ribbon pos-
suem atalhos que podem ser acessados por meio do tecla-
do. As letras, os números ou as combinações que permitem
utilizar cada função são mostrados juntamente com os bo-
tões, para tornar mais fácil a aprendizagem dos “corta-ca-
minhos”.

36
INFORMÁTICA

(Fonte da imagem: MSDN/Microsoft)

O novo Windows Explorer também traz uma barra de


ferramentas de acesso rápido, que permite adicionar os
botões mais utilizados em uma espécie de lista de favoritos
e que está presente nos programas do Office. A nova ver-
são do gerenciador de pastas possibilita que você escolha
onde essa seção será mostrada.

Ajuda e Suporte
Voce pode acessar a ajuda e suporte do Windows atra-
vés do menu Arquivo/Ajuda ou clicar no botão Windows e
digitar “ajuda”

*Fonte: http://equipe.nce.ufrj.br/antonio/windows
http://www.devmedia.com.br/windows-8-visao-geral
-e-preparacao-do-ambiente-de-desenvolvimento/26170

WINDOWS 10

O Microsoft Windows é um sistema operacional, isto é,


um conjunto de programas (software) que permite admi-
nistrar os recursos de um computador.
É importante ter em conta que os sistemas operacio-
nais funcionam tanto nos computadores como em outros
dispositivos eletrônicos que usam microprocessadores
(Smartphones, leitores de DVD, etc.). No caso do Windows,
a sua versão padrão funciona com computadores embo-
ra também existam versões para smartphones (Windows
Mobile).
A Microsoft domina comodamente o mercado dos sis-
temas operacionais, tendo em conta que o Windows está
instalado em mais de 90% dos computadores ligados à In-
ternet em todo o mundo.
Entre as suas principais aplicações (as quais podem
ser desinstaladas pelos usuários ou substituídas por ou-
tras semelhantes sem que o sistema operacional deixe de
funcionar), destacaremos o navegador Internet Explorer (a
partir do Windows 10, o novíssimo Edge), o leitor multimí-
dia Windows Media Player, o editor de imagens Paint e o
processador de texto WordPad.
A principal novidade que o Windows trouxe desde as
suas origens foi o seu atrativo visual e a sua facilidade de
utilização. Aliás, o seu nome (traduzido da língua inglesa
como “janelas”) deve-se precisamente à forma sob a qual o
sistema apresenta ao usuário os recursos do seu computa-
dor, o que facilita as tarefas diárias.

37
INFORMÁTICA

Uma janela é uma área visual contendo algum tipo de Windows 10 Education:
interface do usuário, exibindo a saída do sistema ou permi- Construído sobre o Windows 10 Enterprise, a ver-
tindo a entrada de dados. Uma interface gráfica do usuário são Education é destinada a atender as necessidades do
que use janelas como uma de suas principais metáforas é meio educacional. Os funcionários, administradores, pro-
chamada sistema de janelas, como um gerenciador de ja- fessores e estudantes poderão aproveitar os recursos desse
nela. sistema operacional que terá seu método de distribuição
As janelas são geralmente apresentadas como objetos baseado através da versão acadêmica de licenciamento de
bidimensionais e retangulares, organizados em uma área volume.
de trabalho. Normalmente um programa de computador
assume a forma de uma janela para facilitar a assimilação Windows 10 Mobile
pelo usuário. Entretanto, o programa pode ser apresentado O Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos
em mais de uma janela, ou até mesmo sem uma respectiva de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen, como
janela. smartphones e tablets. Essa edição vai contar com os mes-
mos apps incluídos na versão Home, além de uma versão
Sobre as diferentes versões do Office otimizada para o toque. O Continuum também
O Windows apresenta diversas versões através dos vai marcar presença nos dispositivos que forem compatí-
anos e diferentes opções para o lar, empresa, dispositivos veis com a funcionalidade.
móveis e de acordo com a variação no processador.
Windows 10 Mobile Enterprise:
Windows 10 Home Projetado para smartphones e tablets do setor corpo-
Edição do sistema operacional voltada para os con- rativo. Essa edição também estará disponível através do
sumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note- Licenciamento por Volume, oferecendo as mesmas vanta-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”. O Windows 10 gens do Windows 10 Mobile com funcionalidades direcio-
Home vai contar com a maioria das funcionalidades já nadas para o mercado corporativo.
apresentadas: Cortana como assistente pessoal, navegador Windows 10 IoT Core
Microsoft Edge, o recurso Continuum para os aparelhos Além dos “sabores” já mencionados, a Microsoft pro-
compatíveis, Windows Hello (reconhecimento facial, de íris mete que haverá edições para dispositivos como caixas
e de digitais para autenticação), stream de jogos do Xbox eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de
One e os apps universais, como Photos, Maps, Mail, Calen- atendimento para o varejo e robôs industriais – todas ba-
dar, Music e Video. seadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile
Enterprise. O Windows 10 IoT Core – que contém em seu
Windows 10 Pro: nome a sigla em inglês para Internet das Coisas – vai ser
Assim como a Home, essa versão também é destinada destinado para dispositivos pequenos e de baixo custo.
para os PCs, notebooks, tablets e dispositivos 2 em 1. A
versão Pro difere-se do Home em relação à certas funcio- Windows 10
nalidades que não estão presentes na versão mais básica. Windows 10 é a mais recente versão do sistema ope-
Essa é a versão recomendada para pequenas empresas, racional da Microsoft. Multiplataforma, o download do
graças aos seus recursos para segurança digital, suporte software pode ser instalado em PCs (via ISO ou Windows
remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nu- Update) e dispositivos móveis (Windows 10 mobile) como
vem. Disponível gratuitamente para atualização (durante o smartphones e tablets. A versão liberada para computado-
primeiro ano de lançamento) para clientes licenciados do res (Windows 10 e Windows 10 Pro) une a interface clássica
Windows 7 e do Windows 8.1. A versão para varejo ainda do Windows 7 com o design renovado do Windows 8 e 8.1,
não teve seu preço revelado. criando um ambiente versátil capaz de se adaptar a telas
de todos os tamanhos e perfeito para uso com teclado e
Windows 10 Enterprise mouse, como o tradicional desktop.
Construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10
Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os alvos Podemos citar, dentre outras, as seguintes novidades:
dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e
o SO apresenta capacidades que focam especialmente em Menu Iniciar
tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital O Windows 8 introduziu uma tela inicial que ocupava
e produtividade. A proteção dos dispositivos, aplicações e toda a área do monitor. Muitos usuários não conseguiram
informações sensíveis às empresas é o foco dessa variante. se adaptar muito bem e isto fez com que a Microsoft trou-
A edição vai estar disponível através do programa de xesse o menu Iniciar de volta no Windows 10.
Licenciamento por Volume, facilitando a vida dos consumi- Nesta nova versão do menu Iniciar, os usuários podem
dores que têm acesso a essa ferramenta. O Windows Up- fixar tanto os aplicativos tradicionais como os aplicativos
date for Business também estará presente aqui, juntamente disponibilizados através da Windows Store.
com o Long Term Servicing Branch, como uma opção de O menu também pode ser expandido automaticamen-
distribuição de updates de segurança para situações e am- te no modo Tablet para se comportar como a tela inicial do
bientes críticos. Windows 8 e 8.1.

38
INFORMÁTICA

Cortana
A assistente pessoal Cortana foi introduzida pela Mi- Por exemplo, se você visita o site de um restaurante, a
crosoft no Windows Phone 8.1. Com o Windows 10, ela Cortana encontrará informações como horários de funcio-
também estará presente nos PCs. namento, telefone, endereço e até mesmo reviews.
A Cortana permitirá que os usuários façam chamadas Você também poderá fazer perguntas para a Cortana
no Skype, verifiquem o calendário, agendem e verifiquem durante a navegação.
compromissos agendados, definam lembretes, configurem
o alarme, tomem notas e muito mais. Áreas de trabalho virtuais
Infelizmente, sua disponibilidade no lançamento do O suporte para áreas de trabalho virtuais é uma das
Windows 10 em 29 de julho de 2015 deve variar depen- 10 novidades no Windows 10 listadas neste artigo. Com
dendo da região. este recurso, os usuários podem manter múltiplas áreas de
trabalho com programas específicos abertos em cada uma
delas. Por exemplo, você pode deixar uma janela do In-
ternet Explorer visível em uma área de trabalho enquanto
trabalha no Word em outra.
Vale lembrar que este recurso já foi oferecido no Win-
dows XP através de um Power Toy chamado Virtual Desk-
top Manager. Um detalhe é que este PowerToy suporta no
máximo de quatro áreas de trabalho virtuais, enquanto que
no Windows 10 é possível criar muitas (20+).

Continuum
O modo Continuum foi criado para uso em aparelhos
híbridos que combinam tablet e notebook. Com este modo
o usuário pode alternar facilmente entre o uso do híbrido
como tablet e como notebook, basicamente combinando a
simplicidade do tablet com a experiência de uso tradicional.

Microsoft Edge
A terceira das 10 novidades no Windows 10 listadas
neste artigo é o navegador Microsoft Edge. O navegador
substituirá o Internet Explorer como o navegador padrão
do Windows.
O novo navegador foi desenvolvido como um app Uni-
versal e receberá novas atualizações através da Windows
Store. Ele utiliza um novo mecanismo de renderização de
páginas conhecido também pelo nome Edge, inclui supor-
te para HTML5, Dolby Audio e sua interface se ajusta me-
lhor a diferentes tamanhos de tela.
Com ele os usuários também poderão fazer anotações Quando o usuário usa um híbrido como o HP Pavillion
em sites da Web (imagem abaixo) e até mesmo usar a Cor- x360 ou o Lenovo YOGA, por exemplo, o Windows 10 pode
tana. Basicamente a ideia é permitir que a Cortana navegue ser configurado para que entre no modo Tablet automati-
na Web com você e assim encontre informações úteis que camente. Com isso não é necessário perder tempo mexen-
podem te ajudar. do nas configurações quando for necessário usar o híbrido
como tablet ou como notebook.

39
INFORMÁTICA

O modo Continuum também estará presente no Win-


dows 10 Mobile, a versão do novo sistema operacional da
Microsoft para smartphones e tablets pequenos.
Durante uma demonstração em abril, a Microsoft co-
nectou um smartphone Lumia a um monitor e a um teclado
Bluetooth para usar o aparelho em um modo que oferece
mais produtividade. Com isso o smartphone basicamente
se transformou em um PC com área de trabalho e tudo.

Nova Windows Store

Além de oferecer aplicativos Universais e jogos, a nova


Windows Store inclui a nova seção Filmes & TV. A Micro-
soft também já confirmou que ela também oferecerá apli-
cativos Win32 tradicionais.
Outra novidade é a nova “Windows Store for Business”,
que oferecerá aplicativos para usuários finais e aplicativos Já o app Calendário ganhou uma interface bem mais
privados voltados para ambientes corporativos e organi- intuitiva que a da versão para Windows 8.1, permitindo que
zações. o usuário crie compromissos e alterne entre modos dia/
Por exemplo, uma escola poderá definir um conjunto semana/mês mais facilmente.
específico de aplicativos que serão instalados nos compu-
tadores disponíveis para os alunos.

08 – Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações
do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de
Ações do Windows Phone 8.1 e também oferece acesso
rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação
e VPN.

Novo Painel de Controle moderno


A última das 10 novidades no Windows 10 listadas neste
artigo é o novo Painel de Controle moderno do sistema opera-
cional. Ele oferece bem mais opções que a versão moderna pre-
sente no Windows 8.1, o que é uma boa notícia para os usuários.

Novos aplicativos Email e Calendário

Os novos aplicativos Email e Calendário trazem uma


interface melhorada e oferecem mais recursos do que as
atuais versões para Windows 8.1.
No caso do aplicativo Email, ele conta com um editor
de texto mais rico baseado no app Universal do Word para
Windows 10 e também permite que o usuário utilize um
plano de fundo personalizado para o app. O Explorador de Arquivos é um recurso do Windows
que permite gerenciar arquivos e pastas. Nesse tutorial,
você vai descobrir como usar esse recurso dentro do Win-
dows 10, a versão mais recente do sistema operacional,
vendo o que mudou e o que permaneceu o mesmo no
mais novo sistema operacional da Microsoft.

40
INFORMÁTICA

File Explorer - Explorando Arquivos no Windows 10 No topo da janela do Explorador de Arquivos há vá-
rios menus e controles úteis. Os controles avançar e voltar,
representados por uma seta para a frente ou para trás, po-
dem levá-lo de volta para a tela anterior ou seguinte.
Próximo a eles, logo antes da barra de endereço do
Explorador de Arquivos, há uma seta para cima. Essa opção
vai levá-lo um nível acima. Vamos supor que você esteja
na pasta de Trabalho, dentro da pasta Documentos. Clicar
nesse botão vai levá-lo à pasta Documentos, mesmo que
não estivesse nela antes.
Nessa mesma área há um campo de busca. Digite nele
para procurar arquivos em qualquer lugar do seu compu-
tador ou dentro das pastas que você estiver explorando.

Comece abrindo o Explorador de Arquivos através do


atalho na barra de tarefas. Ele é sinalizado por um ícone de
pastinha, próximo à ferramenta de Pesquisa do Windows
10. A janela que vai se abrir é dividida em duas áreas. A área
da esquerda permite navegar entre várias pastas, como do-
wnloads, fotos ou músicas do seu sistema operacional. A
pasta Documentos é onde a maioria dos seus arquivos es-
tará gravado.

Você irá notar que alguns comandos mudam, depen-


dendo do conteúdo da pasta. Por exemplo, quando você
abre a pasta Música, o menu se adapta para trazer as op-
ções de reproduzir um arquivo ou reproduzir todos.
Na barra de endereços também há atalhos para mudar
de uma pasta para outras. Na frente de cada “passo” do
endereço você poderá ver uma setinha. Clique nela para
abrir um menu suspenso com outras pastas que você pode
abrir diretamente.

Para chegar lá, clique em “Este PC” - que é o novo


nome do Meu Computador. Então, uma lista de subpastas
vai se abrir. Selecione Documentos. Para selecionar qual-
quer pasta na área de navegação, basta clicar uma vez. Para
abrir pastas e arquivos na área principal, clique duas vezes.

Você pode controlar a maneira como os ícones são


exibidos na área principal do Explorador de Arquivos. Essa
opção fica no menu Exibir. As  formas de visualização in-
cluem ícones extra-grandes, grandes, médios, pequenos,
lista, conteúdos e detalhes. Basta colocar o mouse sobre
cada uma para ver um preview.

41
INFORMÁTICA

Onde ficam os documentos?


Qualquer coisa que exista no seu computador está ar-
mazenada em algum lugar e de maneira hierárquica. Em
cima de tudo, estão os dispositivos que são, basicamente,
qualquer peça física passível de armazenar alguma coisa.
Os principais dispositivos são o disco rígido; CD; DVD; car-
tões de memória e pendrives.
Tais dispositivos têm uma quantidade de espaço dispo-
nível limitada, que pode ser dividida em pedaços chama-
dos partições. Assim, cada uma destas divisões é exibida
como umaunidade diferente no sistema. Para que a ideia
fique clara, o HD é um armário e aspartições são as gave-
tas: não aumentam o tamanho do armário, mas permitem
guardar coisas de forma independente e/ou organizada.
A visualização em detalhes permite enxergar facilmen- Em cada unidade estão as pastas que, por sua vez, con-
te diversas informações sobre os arquivos e partas – por tém arquivos ou outras pastas que, por sua vez, podem ter
exemplo, data de modificação, tipo de arquivo, tamanho mais arquivos... e assim, sucessivamente. A organização de
e outros. tudo isso é assim:
Quando estiver usando a visualização em detalhes,
você pode personalizar as informações que são exibidas.
Clique com o botão direito sobre uma coluna para exibir
um menu suspenso com diversas opções de dados; para
acrescentar ou retirar um, clique sobre ele. A opção “More”,
no final da lista, traz centenas de outros metadados. É claro
que alguns podem não estar disponíveis, dependendo do
tipo de conteúdo.
Quando uma pasta tiver muitos arquivos, você pode
organizar os dados para tornar mais fácil localizar algum
item específico. Uma maneira de fazer isso é escolhendo
qual vai ser o critério de organização; por exemplo, data
de criação. Então, clique sobre o título da coluna de dados
correspondente, e todos os itens serão organizados. Ao
lado do título da coluna surgirá uma seta: se ela apontar
para cima, a organização será crescente, e se apontar para
baixo, será decrescente.
Ainda no menu Exibir. você tem duas opções de pre-
visualização. Elas permitem abrir uma área na lateral direi-
ta do Explorador de Arquivos para ver prévias de arquivos
antes de abri-los. Essa opção funciona principalmente para
imagens ou arquivos em PDF.
A opção Painel de Visualização permite ver apenas
uma miniatura do arquivo. Enquanto isso, a opção Painel
de Detalhes inclui também muitas informações sobre os
arquivos. Clique em cima de alguns desses detalhes, como
autor ou artista, para editar as informações diretamente.

1. Dispositivos

42
INFORMÁTICA

São todos os meios físicos possíveis de gravar ou salvar


dados. Existem dezenas deles e os principais são:
HD ou Disco Rígido: é o cérebro da máquina. Nele está
tudo: o sistema operacional, seus documentos, programas e etc.
DVD: Um DVD permite que você leia o conteúdo que
está gravado nele. Há programas gravadores de DVD que
permitem criar DVDs de dados ou conteúdo multimídia.
CD: Como um DVD, mas sem a possibilidade de gravar
vídeos e com um espaço disponível menor.
Pendrive: São portáteis e conectados ao PC por meio
de entradas USB. Têm como vantagem principal o tamanho 3. Pastas
reduzido e, em alguns casos, a enorme capacidade de ar- As pastas - que, há “séculos” eram conhecidas por di-
mazenamento.
retórios - não contém informação propriamente dita e sim
Cartões de Memória: como o próprio nome diz, são
arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organi-
pequenos cartões em que você grava dados e são prati-
zar tudo o que está dentro de cada unidade.
camente iguais aos Pendrives. São muito usados em note-
books, câmeras digitais, celulares, MP3 players e ebooks.
Para acessar o seu conteúdo é preciso ter um leitor insta-
lado na máquina. Os principais são os cartões SD, Memory
Stick, CF ou XD.
HD Externo ou Portátil: são discos rígidos portáteis,
que se conectam ao PC por meio de entrada USB (geral-
mente) e têm uma grande capacidade de armazenamento. 4. Arquivos
Disquete: se você ainda tem um deles, parabéns! O Os arquivos são o computador. Sem mais, nem menos.
disquete faz parte da “pré-história” no que diz respeito a Qualquer dado é salvo em seu arquivo correspondente.
armazenamento de dados. Eram São pouco potentes e de Existem arquivos que são fotos, vídeos, imagens, progra-
curta durabilidade. mas, músicas e etc.
Também há arquivos que não nos dizem muito como,
2. Unidades e Partições por exemplo, as bibliotecas DLL ou outros arquivos, mas
Para acessar tudo o que armazenado nos dispositivos que são muito importantes porque fazem com que o Win-
acima, o Windows usa unidades que, no computador, são dows funcione. Neste caso, são como as peças do motor de
identificadas por letras. Assim, o HD corresponde ao C:; o um carro: elas estão lá para que o carango funcione bem.
leitor de CD ou DVD é D: e assim por diante. Tais letras po-
dem variar de um computador para outro.
Você acessa cada uma destas unidades em “Este Com-
putador”, como na figura abaixo:

5. Atalhos

O conceito é fácil de entender: uma maneira rápida de


abrir um arquivo, pasta ou programa. Mas, como assim?
Um atalho não tem conteúdo algum e sua única função é
“chamar o arquivo” que realmente queremos e que está
armazenado em outro lugar.
A conta não fecha? Aparecem mais unidades do que Podemos distinguir um atalho porque, além de estar na
você realmente tem? Então, provavelmente, o seu HD está área de trabalho, seu ícone tem uma flecha que indicativa
particionado: o armário e as gavetas, lembra? Uma parti- se tratar de um “caminho mais curto”. Para que você tenha
ção são unidades criadas a partir de pedaços de espaço de uma ideia, o menu “Iniciar” nada mais é do que um aglo-
um disco. Para que você tenha uma ideia, o gráfico abaixo merado de atalhos.
mostra a divisão de espaço entre três partições diferentes:

43
INFORMÁTICA

Se você apagar um atalho, não se preocupe: o arquivo Existem outros, outros poderão ser lançados e incremen-
original fica intacto. tados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
- Assistência Rápida
6. Bibliotecas do Windows 7 - Bloco de Notas
O Windows 7 trouxe um novo elemento para a lista bá- - Calculadora
sica de arquivos e pastas: as bibliotecas. Elas servem ape- - Ferramenta de Captura
nas para colocar no mesmo lugar arquivos de várias pastas. - Internet Explorer
Por exemplo, se você tiver arquivos de músicas em “C:\ - Mapa de Caracteres
Minha Música” e “D:\MP3”, poderá exibir todos eles na bi- - Paint
blioteca de música. - Windows Explorer
- WordPad

Vantagens dos Acessórios do Windows


Algumas pessoas desprezam esses programas por
acharem que são muito simples. Na verdade, trata-se de
preconceito por falta de capacitação adequada.
São fáceis de aprender
Rápidos para carregar
De excelente qualidade
Acessórios do Windows são aplicativos Tão úteis quanto a calculadora, bloco de papel, postits
Como pôde ver, computadores necessitam de Sistema e outros itens que você encontra numa mesa de escritório.
Operacional para funcionar. Porém, sem softwares aplicati- São encontrados em quaisquer computadores com
vos de nada serviriam. Se você adquirisse um computador Windows.
com Windows, mas não adquirisse nenhum software apli-
cativo (processador de textos, planilha eletrônica, ....), seu Bloco de Notas
computador seria totalmente inútil.
Assim, para que um consumidor não fique decepcio-
nado ao abrir seu novo computador, a Microsoft incluiu
alguns softwares aplicativos no pacote Windows. Eles não
são “o Windows”, mas acompanham o Sistema Operacio-
nal Windows e, a esse conjunto de aplicativos, foi dado o
nome de Acessórios do Windows.

Como acessar os Acessórios do Windows


Através do botão Iniciar do Windows, clicando a se-
quência:
Botão Iniciar > Todos os Programas > Acessórios (ver-
sões anteriores ao Windows 10)
No Windows 10, após clicar no Botão Iniciar você loca-
lizará na ordem alfabética (veja imagem).
O navegador Internet Explorer é um exemplo. Além
dele, a Microsoft vem mantendo e atualizando uma lista
de aplicativos.

O Bloco de Notas é um editor de textos simples, sem


formatação (significa que você não poderá sublinhar, inse-
rir imagens e outros recursos).
Pela simplicidade, é rápido para carregar e usar, tor-
nando-se ideal para tomar notas ou salvar conversas em
chats, usando Ctrl+C e Ctrl+V (a maioria dos chats não dis-
ponibiliza um recurso para salvar).
Também funciona para editar programas de computa-
Principais Acessórios do Windows 10 dor, como códigos emHTML, ASP, PHP, etc.

44
INFORMÁTICA

WordPad Área de transferência


Área de transferência (conhecida popularmente como
copiar e colar) é um recurso utilizado por um sistema ope-
racional para o armazenamento de pequenas quantidades
de dados para transferência entre documentos ou aplicati-
vos, através das operações de cortar, copiar e colar bastan-
do apenas clicar com o botão direito do mouse e selecio-
nar uma das opções. O uso mais comum é como parte de
uma interface gráfica, e geralmente é implementado como
blocos temporários de memória que podem ser acessados
pela maioria ou todos os programas do ambiente. Imple-
mentações antigas armazenavam dados como texto plano,
sem meta informações como tipo de fonte, estilo ou cor.
As mais recentes implementações suportam múltiplos for-
matos de dados, que variam entre RTF e HTML, passando
por uma variedade de formatos de imagens como bitmap
Diferente do Bloco de Notas, o WordPad (substituto do e vetor até chegar a tipos mais complexos como planilhas
Write) é um editor de textos mais sofisticado. Podemos di- e registros de banco de dados.
zer, uma “miniatura do Word”, inclusive, com muitas com- Ctrl+C para copiar informação para a Área de Transfe-
patibilidades. rência
É uma alternativa gratuita para criar e/ou editar docu- Ctrl+X para cortar informação para a Área de Transfe-
mentos, como contratos, por exemplo, mesmo que tenha rência
sido criado originalmente no Word. Ctrl+V para colar informação da Área de Transferência
Muitos concursos e exames de progressão exigem o
conhecimento do WordPad Integração do office 2016 com Windows 10
O Office 2016 é a primeira versão do programa desde
Ferramenta de Captura o lançamento do Windows 10, com alguns truques incor-
porados a ele como o Windows Hello que é um acumulado
de identificadores biométricos que podem ou não estar
presentes na máquina, como leitores digitais e íris. O outro
é o assistente digital da Microsoft (Cortana), porem ainda
não está disponível no Brasil.

O Office 2016 (que também é compatível com as ver-


sões 7 e 8 do Windows), está completamente otimizado
para extrair o máximo do Windows 10, criando uma solu-
ção ideal de produtividade. Uma das possibilidades está
com o novo recurso Windows Hello, que facilita o proces-
Para você ter uma idéia, a Ferramenta de Captura (Sni- so de login no computador por meio de reconhecimento
pping Tool), é de uma simplicidade incrível, mas extrema- facial, da íris ou da impressão digital. Ele pode ser usado
mente útil. também para acessar o Office de forma segura e simples
Com a Ferramenta de Captura você copia e salva (mas exige uma câmera especial para isso).
qualquer parte da sua tela, transformando num arqui- Graças ao Windows 10, os novos aplicativos do Office
vo png ou jpg, por exemplo. para mobile contam com uma interface ótima para telas de
toque e são universais, o que os torna excelentes para o re-
curso Continuum do sistema operacional. A função permite
que novos smartphones com o sistema da Microsoft pos-

45
INFORMÁTICA

sam ser utilizados como PCs por meio de um dock especí- Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
fico para conectá-lo a um monitor, permitindo a liberdade mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
que o teclado e mouse proporcionam – mas ainda não foi para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjun-
oficialmente lançado. to com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem
do tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanente-
Questões comentadas mente este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que
deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assi- Resposta: C
nale a opção correta.
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Con- arquivos, sem que haja perda de informação?
trole, de modo a garantir a correta remoção dos arquivos (A) Compactação
relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao sistema opera- (B) Deleção
cional. (C) Criptografia
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e (D) Minimização
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos (E) Encolhimento adaptativo
diretórios de programas instalados na máquina em uso.
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
um computador, pois bastam o nome do usuário e a senha nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
da máquina para se ter acesso às contas dos demais usuá- podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
rios possivelmente cadastrados nessa máquina. plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios SolusZip, etc.
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre Resposta: A
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo- 05- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção cor-
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o reta.
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na (A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pas-
tas e arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o
máquina e, em seguida, desligar o computador.
Painel de Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão
Iniciar do Windows.
Comentários: Para desinstalar um programa de forma
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos sal-
segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou
vos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de
remover programas
modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções de
Resposta – Letra A
Modos de Exibição.
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede
2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as in- oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para
formações estão contidas em arquivos de vários formatos, acesso direto a elas.
que são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de (D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e
mídias removíveis do computador, organizados em: a opção Renomear for acionada no Windows Explorer com
(A) telas. o botão direito do mouse,será salva uma nova versão do
(B) pastas. arquivo e a anterior continuará aberta com o nome antigo.
(C) janelas. (E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutu-
(D) imagens. ra de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de bus-
(E) programas. ca Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de
máquinas ligadas à Internet.
Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma
bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui-
mais são do que compartimentos que ajudam a organizar vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu-
os arquivos em endereços específicos, como se fosse um ras e Detalhes.
sistema de armário e gavetas. Resposta: B
Resposta: Letra B
Fonte:
3- Um item selecionado do Windows pode ser excluído http://www.baboo.com.br/windows/10-novidades-no-
permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionan- windows-10/
do-se simultaneamente as teclas http://ziggi.uol.com.br/blog/windows-10-explorador-
(A) Ctrl + Delete. de-arquivos-4671#ixzz4fZmKAUlx
(B) Shift + End. https://www.ciabyte.com.br/faq/acessorios-windows.
(C) Shift + Delete. asp
(D) Ctrl + End. https://olhardigital.uol.com.br/noticia/o-que-ha-de-
(E) Ctrl + X. novo-no-office-2016/51582

46
INFORMÁTICA

PROCESSADOR DE TEXTO MS-WORD PARA


WINDOWS.

EDITOR DE TEXTO MS WORD 2016

Novidades do Word 2016 para Windows1


O Word 2016 para Windows tem todas as funcionalida-
des e recursos conhecidos, com alguns aprimoramentos e
novos recursos do Office 2016.

Veja alguns dos novos recursos.

Realize ações rapidamente com o recurso Diga-me

Observe que há uma caixa de texto na Faixa de Opções


do Word 2016 com a mensagem O que você deseja fazer.
Esse é um campo de texto no qual você insere palavras
ou frases relacionadas ao que deseja fazer e obtém rapi-
damente os recursos que pretende usar ou as ações que
deseja realizar. Se preferir, use o Diga-me para encontrar
ajuda sobre o que está procurando ou para usar a Pesqui-
sa Inteligente para pesquisar ou definir o termo que você
inseriu.

Ideias para o trabalho que está realizando


A Pesquisa Inteligente da plataforma Bing apresenta as
pesquisas diretamente no Word 2016. Quando você sele-
ciona uma palavra ou frase, clica com o botão direito do
mouse sobre ela e escolhe Pesquisa Inteligente, o Painel
de ideias é exibido com as definições, os artigos Wiki e as
principais pesquisas relacionadas da Web.

Trabalhe em grupo em tempo real


Ao armazenar um documento online no OneDrive ou
no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o
Word 2016 ou Word Online, vocês podem ver as alterações
uns dos outros no documento durante a edição. Após sal-
var o documento online, clique em Compartilhar para ge-
rar um link ou enviar um convite por email. Quando seus
colegas abrem o documento e concordam em comparti-
lhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho em
tempo real.

1 Fonte: https://support.office.com/pt-br/article/No-
v i d a d e s - d o - Wo r d - 2 0 1 6 - p a r a - Wi n d o w s - 4 2 1 9 d f b 5 - 2 3 f c - 4 8 5 3 -
-95aa-b13a674a6670?ui=pt-BR&rs=pt-BR&ad=BR

47
INFORMÁTICA

Equações à tinta Interface


Incluir equações matemáticas ficou muito mais fácil.
Vá até Inserir > Equação > Equação à Tinta sempre que
desejar incluir uma equação matemática complexa em um
documento. Se tiver um dispositivo sensível ao toque, use
o dedo ou uma caneta de toque para escrever equações
matemáticas à mão, e o Word 2016 vai convertê-las em
texto. Caso não tenha um dispositivo sensível ao toque, use
o mouse para escrever. Você pode também apagar, sele-
cionar e fazer correções à medida que escreve.

Tela de trabalho do MS Word

No cabeçalho de nosso programa temos a barra de tí-


tulos do documento , que como é
um novo documento apresenta como título “Documento1”.
Na esquerda temos a Barra de acesso rápido, que
permite acessar alguns comandos mais rapidamente como
salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando
no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

Histórico de versões melhorado

Vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista com-


pleta de alterações feitas a um documento e para acessar
versões anteriores.

Compartilhamento mais simples


Clique em Compartilhar para compartilhar seu docu-
mento com outras pessoas no SharePoint, no OneDrive ou Mais à esquerda tem a ABA Arquivo.
no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma
cópia como um anexo de email diretamente do Word.

Formatação de formas mais rápida


Quando você insere formas da Galeria de Formas, é
possível escolher entre uma coleção de preenchimentos
predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o
visual desejado.

48
INFORMÁTICA

Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior.

O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

Explore a galeria de documentos

49
INFORMÁTICA

A galeria de documentos é o local onde você pode criar um documento em branco ou usar um modelo predefinido. A
galeria fica disponível ao abrir o Word ou você pode acessá-la escolhendo Arquivo > Novo se estiver trabalhando em um
documento existente.

Explorar a faixa de opções

Saiba mais sobre a caixa Diga-me

Diga-Me é uma nova ferramenta de pesquisa e está disponível no Word, no PowerPoint e no Excel 2016. Ela exibe os
comandos necessários quando você digita o que deseja fazer. Por exemplo, digite “configurações de fonte” na janela Diga-
me o que você quer fazer. Em seguida, escolha uma das sugestões exibidas ou escolha Obter Ajuda sobre “configurações
de fonte” para abrir o visualizador da Ajuda.

Faça um tour do Word 2016

50
INFORMÁTICA

Quando o Word abrir, clique em Faça um tour ou digite “Bem-vindo ao Word” na caixa Pesquisar modelos online. O
modelo Bem-vindo ao Word é aberto.
Este documento permite que você explore cinco áreas:
- Usar guias dinâmicas de layout e alinhamento
- Colaborar no Modo de Exibição Marcação Simples
- Inserir Imagens e Vídeos Online
- Desfrutar da Leitura
- Editar conteúdo em PDF no Word

Criando um documento

Quando você abre o Word, a galeria de documentos é exibida, permitindo que você escolha o modelo de documento
em branco ou um dos vários outros modelos.

Utilizando um modelo
Quando você inicia um aplicativo do Office, como o Word, o Excel, o PowerPoint, o Visio ou o Access, a primeira coisa
que você vê é uma lista de modelos que podem ser usados para criar seus arquivos e documentos.
Para encontrar modelos para os aplicativos do Office a qualquer momento, selecione Arquivo > Novo. Veja um exem-
plo de como isso é exibido no Word:

Insira uma pesquisa para o tipo de modelo que você está procurando na caixa de pesquisa que diz Procurar modelos
online. Para navegar pelos tipos de modelos populares, selecione qualquer uma das palavras-chave abaixo da caixa de
pesquisa.

Selecione a miniatura de um modelo para ver uma visualização maior de como ele é. Você pode usar as setas em am-
bos os lados da visualização para rolar pelos modelos relacionados. Depois de encontrar um modelo de que você gosta,
selecione Criar.

51
INFORMÁTICA

DICA : Se você usa um modelo com frequência, pode fixá-lo para que esteja sempre à mão quando você inicia o apli-
cativo do Office. Basta selecionar o ícone de pino que aparece abaixo da miniatura na lista de modelos.

Modos de documento e compatibilidade

Quando você abre um documento no Word 2016, ele se encontra em um destes modos:
- Modo Word 2013-2016
- Modo de Compatibilidade do Word 2010
- Modo de Compatibilidade do Word 2007
- Modo de Compatibilidade do Word 97-2003
Caso você veja o Modo de Compatibilidade na barra de título, saiba como descobrir em que modo você está:
- Clique em Arquivo > Informações.
- Na seção Inspecionar Documento, clique em Verificar Problemas e em Verificar Compatibilidade.

Clique em Selecionar versões a exibir para verificar se há uma marca de seleção exibida ao lado do nome do modo em
que o documento se encontra.

Ajustar recuos e espaçamento no Word

Quando você quiser fazer alterações precisas nos recuos e no espaçamento ou quando quiser fazer várias alterações de
uma só vez, use as configurações na guia Recuos e Espaçamento na caixa de diálogo Parágrafo.
Selecione o texto que deseja ajustar.
Clique em Layout e clique na seta para o iniciador da caixa de diálogo no grupo Parágrafo.

Na guia  Recuos e Espaçamento, escolha as configurações (veja abaixo os detalhes de cada configuração) e clique
em OK.

Opções da caixa de diálogo Parágrafo


Escolha uma destas opções na caixa de diálogo Parágrafo. Na parte inferior da caixa de diálogo, a caixa Visualiza-
ção mostra a aparência das opções antes que você as aplique.

52
INFORMÁTICA

Geral
Escolha À Esquerda para alinhar o texto à esquerda com uma margem
Alinhamento
direita irregular (ou use o atalho de teclado CTRL+Q).
EscolhaCentralizar para centralizar o texto com uma borda esquerda e
direita irregulares (CTRL+E).
EscolhaÀ Direita para alinhar o texto à direita com uma margem esquerda
irregular (CTRL+G).
EscolhaJustificar para alinhar o texto à esquerda e à direita, adicionando
espaço entre as palavras (CTRL+J).
O nível no qual o parágrafo aparece no modo de exibição de Estrutura
Nível da estrutura de tópicos
de Tópicos.
Escolha Recolhido por padrão se quiser que o documento seja aberto
com os títulos recolhidos por padrão.

Recuo
Move-se no lado esquerdo do parágrafo de acordo com quantidade que
Para a Esquerda
você escolher.
Move-se no lado direito do parágrafo de acordo com quantidade que você
Para a Direita
escolher.
Especial Escolha Primeira linha > Por para recuar a primeira linha de um parágrafo.
Escolha Deslocamento > Por para criar um recuo deslocado.
Quando você escolher isso, Esquerda e Direita tornam-se Dentro e Fora.
Espelhar recuos
Isso é para impressão de estilo de livro.
Espaçamento
Antes Ajusta a quantidade de espaço antes de um parágrafo.
Depois Ajusta a quantidade de espaço após um parágrafo
Espaçamento entre linhas Escolha Simples para texto com espaçamento simples.
Escolha 1,5 linhas para definir o espaçamento do texto uma vez e meia o do
espaçamento único.
Escolha Duplo para texto com espaçamento duplo.
Escolha Pelo menos > Em para definir a quantidade mínima de espaçamento
necessário para acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Escolha Exatamente > Em para definir o espaçamento de linha fixa, expresso
em pontos. Por exemplo, se o texto estiver em fonte de 10 pontos, você pode
especificar 12 pontos como o espaçamento entre linhas.
EscolhaMúltiplo > Em para definir o espaçamento de linha como um múltiplo
expresso em números maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento
entre linhas como 1,15 aumentará o espaço em 15% e definir o espaçamento
entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300% (espaçamento triplo).
Escolha Não adicionar espaço entre parágrafos do mesmo estilo quando não
Não adicionar …
quiser espaço adicional entre os parágrafos.

Se você quiser salvar as configurações como padrão, clique em Definir como padrão.
Clicar em Guias… abre a caixa de diálogo Guias, onde você pode definir precisamente as guias.

Inserir imagens
As imagens podem ser inseridas (ou copiadas) a partir de vários locais diferentes, inclusive de um computador, de uma
fonte online como o Bing.com ou de uma página da Web.
Inserir uma imagem a partir de um computador
Clique no local em que deseja inserir a imagem no documento.
Clique em Inserir > Imagens.

53
INFORMÁTICA

Navegue até a imagem que você deseja inserir, selecione-a e clique em Inserir.
OBSERVAÇÃO: Por padrão, o Word insere a imagem em um documento. Mas você pode, de forma alternativa, vincular
seu documento à imagem para reduzir seu tamanho. Para fazê-lo, na caixa de diálogo Inserir Imagem, clique na seta ao lado
de Inserir e clique em Vincular ao Arquivo.
Inserir imagem a partir de uma fonte online
Caso não tenha uma imagem ideal no seu computador, experimente inserir uma a partir de uma fonte online, como o
Bing ou o Flickr.
Clique no local onde deseja inserir a imagem no documento.
Clique em Inserir > Imagens Online.

Na caixa de pesquisa, digite uma palavra ou frase que descreva a imagem desejada e pressione Enter.
Na lista de resultados, clique na imagem desejada e em Inserir.
Inserir uma imagem a partir de uma página da Web
Abra seu documento.
Na página da Web, clique com o botão direito do mouse na imagem que deseja e clique em Copiar.
No seu documento, clique com o botão direito do mouse no local que deseja inserir a imagem e clique em Colar.

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela, clique em Inserir > Tabela e mova o cursor sobre a grade até realçar o número
correto de colunas e linhas desejado.

Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferentes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma página ou
remover bordas de uma tabela. Você pode até mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma coluna ou linha
de números em uma tabela.

54
INFORMÁTICA

Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- Se quiser que as tabelas criadas tenham uma aparência
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. semelhante à da tabela que você está criando, marque a
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- caixa Lembrar dimensões para novas tabelas.
tos de largura personalizada Projetar sua própria tabela
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e
colunas, use o comando Inserir Tabela. linhas de sua tabela ou algo diferente de uma grade básica,
a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamen-
te a tabela que você deseja.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células
colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de dentro das células.
largura das colunas. Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O pon-
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela. teiro é alterado para um lápis.
Defina o número de colunas e linhas. Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela.
Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do
retângulo.

Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferra-


Na seção Comportamento de Ajuste Automático, há mentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que
três opções para configurar a largura das colunas: você quer apagar.
Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir
automaticamente a largura das colunas com Automático
ou pode definir uma largura específica para todas as co-
lunas. Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria
colunas muito estreitas que são expandidas conforme você
adiciona conteúdo.
Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
ao tamanho de seu documento.

55
INFORMÁTICA

Adicionar um cabeçalho ou rodapé Se o documento já tem cabeçalhos ou rodapés, você


pode usar o código de campo de Número da Página para
Você pode adicionar muito mais além de números de adicionar números de página sem substituir os cabeçalhos
página aos seus cabeçalhos ou rodapés. Mas para come- ou rodapés.
çar, veja como criar e personalizar um cabeçalho ou rodapé Com mais uma etapa, você poderá exibir o número de
simples. página como Página X de Y.
Clique em Inserir e depois clique em Cabeçalho ou Ro- Usar o código Campo de página para adicionar núme-
dapé. ros de página a um cabeçalho ou rodapé
Clique duas vezes na área do cabeçalho ou rodapé
(próxima à parte superior da ou inferior da página). Isso
abre a guiaDesign em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé.

Dezenas de layouts internos são exibidos. Percorra-os


e clique naquele que você deseja.
O espaço de cabeçalho e rodapé será aberto em seu Posicione o cursor onde você deseja adicionar o núme-
documento, junto com as Ferramentas de Cabeçalho e Ro- ro da página. Para colocar o número da página no centro
dapé. Você precisa fechar as Ferramentas de Cabeçalho e ou no lado direito da página, faça o seguinte:
Rodapé para poder editar o corpo do seu documento no- Para colocar o número de página no centro, na guia De-
vamente. sign, clique em Inserir Tabulação de Alinhamento >Centra-
Digite o texto desejado no cabeçalho ou no rodapé. lizar > OK.
A maioria dos cabeçalhos e rodapés tem texto do espaço Para colocar o número de página no lado direito da
reservado (por exemplo, “Título do documento”) que você página, na guia Design, clique em Inserir Tabulação de Ali-
pode digitar diretamente sobre. nhamento > Direita > OK.
Na guia Inserir, clique em Partes Rápidas e Campo.
DICA: Escolha entre as Ferramentas de Cabeçalho e
Rodapé para adicionar mais ao seu cabeçalho ou rodapé,
como data e hora, uma imagem e o nome do autor ou
outras informações do documento. Você também pode
selecionar opções para cabeçalhos diferentes em páginas
pares e ímpares, além de indicar que não deseja que o ca-
beçalho ou rodapé apareça na primeira página.
Quando terminar, clique em Fechar Cabeçalho e Ro- Na lista Nomes de campos, clique em Página e em OK.
dapé.
OBSERVAÇÕES:  Para mostrar os números de página
como Página X de Y, faça o seguinte:
Digite de após o número de página que você acabou
de adicionar.
Na guia Inserir, clique em Partes Rápidas e Campo.
Na lista Nomes de campos, clique em NumPages e
em OK.
Para alterar o formato de numeração, na guia De-
sign (em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé), clique
em Número de Página > Formatar Números de Página.

DICA: Sempre que você quiser abrir as Ferramentas de


Cabeçalho e Rodapé, clique duas vezes dentro da área de
cabeçalho ou rodapé.

Adicionar números de página a um cabeçalho ou


rodapé no Word
OBSERVAÇÃO: Se você não tiver um cabeçalho ou ro-
dapé, ou se você tiver um cabeçalho ou rodapé que você
não queira manter, para adicionar rapidamente números
de página, clique em Inserir > Número de Página e selecio- Para retornar ao corpo do documento, clique em Fer-
ne o tipo de número da página desejado. Isso substituirá ramentas de Cabeçalho e Rodapé > Fechar Cabeçalho e
qualquer cabeçalho ou rodapé existente. Rodapé.

56
INFORMÁTICA

Adicionar números de página no Word

Clique em Inserir > Número de Página, clique em um


local (como o Início da Página) e escolha um estilo. O Word
numera as páginas de forma automática.

Decida onde salvar seu documento


Quando concluir, clique em Fechar Cabeçalho e Roda-
pé ou clique duas vezes em qualquer lugar fora da área do Use a tabela a seguir para ajudá-lo a escolher um local
cabeçalho ou do rodapé. para salvar seu documento:

LOCAL PARA SAL- USE ESTE PROCEDIMENTO


VAR QUANDO QUISER...
Salvar um documento comercial
que você provavelmente deseja-
rá compartilhar mais tarde com
parceiros de fora de sua equipe
OneDrive
ou organização. As opções de
DICA : O Word numera as páginas de forma auto- -Organização
compartilhamento permitem
mática, mas você pode alterar essa opção se preferir. Por
escolher as pessoas que você
exemplo, caso não pretenda exibir o número da página
deseja permitir que exibam ou
na primeira página do documento, clique duas vezes ou
editem o documento.
dê um toque duplo na parte superior ou inferior da pá-
gina para abrir as ferramentas de cabeçalho e rodapé na Salvar um documento comercial
guia Design e marque a caixa Primeira Página Diferente. que você deseja compartilhar
Escolha Inserir > Número da Página > Formatar Números com sua equipe. Para mantê-lo
Sites -Organização
de Página para saber mais. privado, coloque-o em uma bi-
blioteca que não seja comparti-
lhada com outras pessoas.
Salvar um documento no Word 2016 Salvar um documento pessoal
que você deseja manter privado
OneDrive - Pessoal
O local escolhido para salvar seu documento depende ou que deseja compartilhar com
da forma como você planeja usá-lo. Para acessar um do- amigos e familiares.
cumento em praticamente qualquer lugar, compartilhá-lo Salvar um documento em uma
com outras pessoas ou trabalhar em conjunto com outras Este PC pasta no seu computador. Esco-
pessoas em tempo real, salve-o online. Mas onde você lha Este PC e escolha uma pasta.
deve salvá-lo? Veja algumas dicas para ajudá-lo a decidir: Adicionar um novo local online.
Use o site de equipe do OneDrive for Business ou do Escolha Adicionar um Local e to-
adicionar um local
SharePoint para documentos que serão usados por seus que ou clique em SharePoint do
colegas. Escolha uma pasta pessoal do OneDrive para do- Office 365ou OneDrive.
cumentos particulares que somente você pode ver ou que
deseja compartilhar com seus amigos e familiares. Salvando Arquivos
Se pretende trabalhar com um documento no com- É importante ao terminar um documento, ou durante
putador que você está usando atualmente, salve em uma a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado
pasta neste computador. é longo, salvar seu trabalho. Salvar consiste em armaze-
nar se documento em forma de arquivo em seu compu-
tador, pendrive, ou outro dispositivo de armazenamento.
Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo
da tela. Será aberta uma tela onde você poderá definir o
nome, local e formato de seu arquivo.

57
INFORMÁTICA

Observe na janela de salvar que o Word procura salvar seus arquivos na pasta Documents do usuário, você pode mudar
o local do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da janela. No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche
com o título do documento, como o documento não possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como
nome, é aconselhável colocar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto. “Em Tipo a maior mudança, até
versão 2003, os documentos eram salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos são salvos na versão”.
DOCX”, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele compatível com
versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de títulos.

Abrindo um arquivo do Word


Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

58
INFORMÁTICA

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abaixo de novo, observe também que ele mostra uma relação de
documentos recentes, nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao
clicar em abrir, será necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique no botão Office e escolha Salvar
Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·.
Anterior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento, que podem
também ser acessados pela Aba Exibir.

Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos em miniaturas no rodapé.


• Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é o formato de como seu documento ficará na folha im-
pressa.
• Modo de leitura: Ele oculta as barras de seu documento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do
documento à direita, ele possui uma flecha apontado para a próxima página. Para sair desse modo de visualização, clique
no botão fechar no topo à direita da tela.
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários
postam textos produzidos no Word em sites e blogs na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu documento em tópicos, o formato terá melhor compreensão quando
trabalharmos com marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar diversos recursos de produção de texto, porém não visualiza como
impressão nem outro tipo de meio.

O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom
o Word apresenta a seguinte janela:

59
INFORMÁTICA

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido,


ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visuali-
zar o documento em várias páginas. E finalizando essa aba
temos as formas de exibir os documentos aberto em uma
mesma seção do Word.

Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus


documentos é em relação à configuração da página. A
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui um
manual de regras para documentações, então é comum es-
cutar “o documento tem que estar dentro das normas”, não
vou me atentar a nenhuma das normas especificas, porém
vou ensinar como e onde estão as opções de configuração
de um documento. No Word 2016 a ABA que permite con-
figurar sua página é a ABA Layout da Página.

O grupo “Configurar Página”, permite definir as mar-


gens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-
definidos, como também personalizá-las. Ao personalizar
as margens, é possível alterar as margens superior, es-
querda, inferior e direita, definir a orientação da página, se
retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas,
como normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela te-
mos a guia Papel.

60
INFORMÁTICA

página. Em Página, pode-se definir o alinhamento do con-


teúdo do texto na página. O padrão é o alinhamento supe-
rior, mesmo que fique um bom espaço em branco abaixo
do que está editado. Ao escolher a opção centralizada, ele
centraliza o conteúdo na vertical. A opção números de li-
nha permite adicionar numeração as linhas do documento.

Colunas

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de


alimentação do papel. Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as
suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-
definidas, mas você pode colocar em um número maior de
colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura
e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você
pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso
desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente
também que se preciso adicionar colunas a somente uma
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

Alterar a cor ou a tela de fundo no Word 2016 para


Windows

Para aumentar o apelo visual do documento, adicione


A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A pri- uma cor da tela de fundo usando o botão Cor da Página.
meira opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define Você também pode adicionar uma imagem como marca
como será uma nova seção do documento, vamos apren- d’água de tela de fundo.
der mais frente como trabalhar com seções. Em cabeçalhos Alterar a cor do plano de fundo
e rodapés podemos definir se vamos utilizar cabeçalhos e Clique em Design > Cor da Página.
rodapés diferentes nas páginas pares e ímpares, e se quero Escolha a cor que deseja em Cores do Tema ou Cores
ocultar as informações de cabeçalho e rodapé da primeira Padrão.

61
INFORMÁTICA

Este método é rápido, mas ele não lhe dá muitas op-


ções para a formatação da imagem.

Clique em Design > Marca D’água.

Clique em Marca D’água Personalizada.

Clique em Marca d’água de imagem > Selecionar Ima-


Caso não veja a cor desejada, clique em Mais Cores e gem.
escolha a cor desejada usando qualquer uma das opções Procure (ou pesquise) a imagem desejada e clique em
da caixa Cores. Inserir.
Para adicionar gradiente, textura, padrão ou imagem, Selecione uma porcentagem em Escala para inserir a
clique em Efeitos de Preenchimento e, em seguida, clique imagem com um tamanho específico. Verifique se colocou
nas guias Gradiente, Textura, Padrão ou Imagem para sele- uma porcentagem grande o suficiente para preencher a
cionar as opções desejadas. página ou simplesmente selecione Automático.
Os padrões e texturas são replicados (ou organizados Marque a caixa de seleção Desbotar para clarear a ima-
lado a lado) para preencher a página toda. Se você salvar gem de modo que não interfira no texto.
um documento como página Web, as texturas serão salvas
como arquivos JPEG e os padrões e gradientes como ar- Clique em OK.
quivos PNG. Adicionar uma imagem de tela de fundo com mais op-
Remover a cor da tela de fundo ções de formatação
Para remover a cor da página, clique em Design > Cor Inserir uma imagem de tela de fundo como um cabe-
da Página > Sem Cor. çalho é um pouco mais complexo, mas oferece mais op-
ções de ajuste de fotos.
Adicionar uma imagem como marca d’água em tela
de fundo no Word 2016 para Windows Clique em Inserir > Cabeçalho > Editar Cabeçalho.
Adicionar uma marca d’água de imagem é uma ótima Na guia Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique
maneira de aplicar uma marca em seu documento com um em Imagens.
logotipo ou adicionar uma tela de fundo atraente. Para in-
serir uma imagem de tela de fundo rapidamente, adicione Vá até a imagem e clique em Inserir.
-o como uma marca d’água personalizada. Se você quiser Na guia Ferramentas de Imagem, clique em Posição e
mais opções para ajustar a imagem de tela de fundo, insira clique na opção centralizada em Com Quebra Automática
-a como um cabeçalho. de Texto.

Em Ferramentas de Imagem, clique em Quebra de Tex-


to Automática > Atrás do Texto.
Em Ferramentas de Imagem, selecione as opções de-
sejadas no grupo Ajustar. Por exemplo, para dar à imagem
uma aparência desbotada para que ela não compita com o
texto, clique em Cor e, em Recolorir, clique na opção Des-
botar:

Adicionar uma imagem de tela de fundo como uma


marca d’água

62
INFORMÁTICA

Clique em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé > Fechar Cabeçalho e Rodapé


Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de textos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu texto.
Através da seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho e tipo de fonte, etc.

Selecionando pelo Mouse


Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cursor aponta para a direita.
• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
• Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o
mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final da
seleção desejada. Podemos também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde termina a seleção.
É possível selecionar palavras alternadas. Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecionando as partes do texto
que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho
CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro grupo na ABA Pagina Inicial.

63
INFORMÁTICA

Este é um processo comum, porém um cuidado importante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, por
exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao copiar um
texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar em colar, é necessário clicar na
setinha apontando para baixo no botão Colar, escolher Colar Especial.

Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo,
marque a opção Texto não formatado e clique em OK.

Localizar e Substituir
Ao final da ABA Pagina Inicial temos o grupo edição, dentro dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique
na opção Substituir.

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir
em seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas
de uma única vez clicando-se no botão Substituir Tudo. Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma,
porém com outra cor, ou então somente quando escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você
digitou *ão o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para pa-
lavras em inglês.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere
coringa e semelhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2016 a ABA res-
ponsável pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

64
INFORMÁTICA

Formatação de Fonte Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte.

A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, A janela fonte contém os principais comandos de for-
tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., matação e permite que você possa observar as alterações
para formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção Avan-
para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser çado.
formatar somente uma letra também é necessário selecio-
nar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra,
tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fonte, lim-
par formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao
lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo,
ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Ta-


chado – que coloca um risco no meio da palavra, botão Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento en-
subscrito e sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas. tre os caracteres que pode ser condensado ou comprimido,
a posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo
que se faça algo como: .

Este botão permite alterar a colocação de letras maiús-


culas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos
o de realce – que permite colocar uma cor de fundo para
realçar o texto e o botão de cor do texto.

65
INFORMÁTICA

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras,


pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es-
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.

Formatação de parágrafos

A principal regra da formatação de parágrafos é que


independentemente de onde estiver o cursor a formatação
será aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha
ou mais. Quando se trata de dois ou mais parágrafos será
necessário selecionar os parágrafos a serem formatados. A
formatação de parágrafos pode ser localizada na ABA Pá- Bordas no parágrafo.
gina Inicial, e os recuos também na ABA Layout da Página.

No grupo da Guia Página Inicial, temos as opções de


marcadores (bullets e numeração e listas de vários níveis),
diminuir e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar Marcadores e Numeração
Tudo, na segunda linha temos os botões de alinhamentos:
esquerda, centralizado, direita e justificado, espaçamento Os marcadores e numeração fazem parte do grupo
entre linhas, observe que o espaçamento entre linhas pos- parágrafos, mas devido a sua importância, merecem um
sui uma seta para baixo, permitindo que se possa definir destaque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e
qual o espaçamento a ser utilizado. Numeração.

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto


Cor do Preenchimento do Parágrafo. tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos.

66
INFORMÁTICA

Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar Bordas e Sombreamento


antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio- Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso
nar a tecla TAB no teclado. texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará-
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a
ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto
ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão
de bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma
borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas
e Sombreamento.
Podemos começar escolhendo uma definição de borda
(caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada
Você pode observar que o Word automaticamente uma das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se
adicionou outros símbolos ao marcador, você pode alte- pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da
rar os símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado borda. A Guia Sombreamento permite atribuir um preen-
do botão Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo chimento de fundo ao texto selecionado. Você pode es-
Marcador. colher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto
dessa cor.

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo


de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no
grupo Texto, temos o botão Data e Hora.

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK.


Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque
a opção Atualizar automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos


Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-
selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings, O Word permite que se insira em seus documentos
Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as
poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão opções de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo
importar, poderá utilizar uma imagem externa. ilustrações.

67
INFORMÁTICA

Formas

Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.

68
INFORMÁTICA

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.

Controlar alterações no Word


Quando quiser verificar quem está fazendo alterações em seu documento, ative o recurso Controlar Alterações.
Clique em Revisar > Controlar Alterações.

Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.

O Word mostra um pequeno balão no local em que alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique no res-
pectivo balão.

Para ver as alterações, clique na linha próxima à margem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marcação do
Word.

69
INFORMÁTICA

Clique em Revisar > Próxima > Aceitar ou Rejeitar.

Manter o recurso Controlar Alterações ativado

É possível bloquear o recurso Controlar Alterações com


uma senha para impedir que outra pessoa o desative. (Lem- O Word aceita a alteração ou a remove e depois passa
bre-se da senha para poder desativar esse recurso quando para a próxima alteração.
estiver pronto para aceitar ou rejeitar as alterações.)
Para excluir um comentário, selecione-o e clique
Clique em Revisar. em Revisão > Excluir. Para excluir todos os comentários,
Clique na seta ao lado de Controlar Alterações e clique clique em Excluir >Excluir Todos os Comentários do Docu-
em Bloqueio de Controle. mento.

DICA:  Antes de compartilhar a versão final do seu do-


cumento, é uma boa ideia executar o Inspetor de Docu-
mento. Essa ferramenta verifica comentários e alterações
controladas, além de texto oculto, nomes pessoais em pro-
priedades e outras informações que talvez você não que-
ria compartilhar amplamente. Para executar o Inspetor de
Documento,

Imprimir um documento no Word


Antes de imprimir, você pode visualizar o documento e
especificar as páginas que você deseja imprimir.
Digite uma senha e depois digite-a mais uma vez na
caixa Redigite para confirmar. Visualizar o documento
No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Clique em OK. Para visualizar cada página, clique nas setas para frente
Enquanto as alterações controladas estiverem blo- e para trás, na parte inferior da página.
queadas, você não poderá desativar o controle de altera-
ções, nem poderá aceitar ou rejeitar essas alterações.
Para liberar o bloqueio, clique na seta ao lado de Con-
trolar Alterações e clique novamente em Bloqueio de Con-
trole. O Word solicitará que você digite sua senha. Depois
que você digitá-la e clicar em OK, o recurso Controlar Alte-
rações continuará ativado, mas agora você poderá aceitar
e rejeitar alterações.

Desativar o controle de alterações Quando o texto é pequeno demais e difícil de ler, use
Para desativar esse recurso, clique no botão Controlar o controle deslizante de zoom na parte inferior da página
Alterações. O Word deixará de marcar novas alterações, para ampliá-lo.
mas todas as alterações já realizadas continuarão marcadas
no documento até que você as remova.

Remover alterações controladas


IMPORTANTE:  A única maneira de remover alterações
controladas de um documento é aceitá-las ou rejeitá-las. Escolha o número de cópias e qualquer outra opção
Ao escolherSem Marcação na caixa Exibir para Revisão aju- desejada e clique no botão Imprimir.
da a ver qual será a aparência do documento final, mas isso
apenas oculta temporariamente as alterações controladas.
As alterações não são excluídas e aparecerão novamente
da próxima vez em que o documento for aberto. Para ex-
cluir permanentemente as alterações controladas, aceite
-as ou rejeite-as.

70
INFORMÁTICA

Para imprimir somente determinadas páginas, siga um


destes procedimentos:
Para imprimir a página mostrada na visualização, sele-
cione a opção Imprimir Página Atual.
Para imprimir páginas consecutivas, como 1 a 3, esco-
lha Impressão Personalizada e insira o primeiro e o último
número das páginas na caixa Páginas.
Para imprimir páginas individuais e intervalo de pági-
nas (como a página 3 e páginas 4 a 6) ao mesmo tempo,
escolhaImpressão Personalizada e digite os números das
páginas e intervalos separados por vírgulas (por exemplo,
3, 4-6).

Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações pron-
tas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word dis-
ponibiliza uma grande quantidade de estilos através do
grupo estilos.

Imprimir páginas específicas Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você


No menu Arquivo, clique em Imprimir. clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um esti-
Para imprimir apenas determinadas páginas, algumas das lo existente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém
propriedades do documento ou alterações controladas e co- se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado
mentários, clique na seta em Configurações, ao lado de Im- somente ao que foi selecionado.
primir Todas as Páginas (o padrão), para ver todas as opções.

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Tí-


tulo2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado
somente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na
linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do
estilo foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no
botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas defini-
ções de estilos através da opção Conjunto de Estilos.

71
INFORMÁTICA

Podemos também se necessário criarmos nossos pró- Criar um sumário no Word 2016
prios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo. Para criar um sumário que seja fácil de atualizar, apli-
que estilos de título ao texto que deseja incluir no sumário.
Depois disso, o Word vai compilá-lo automaticamente a
partir desses títulos.
Aplicar estilos de título
Escolha o texto que você deseja incluir no sumário e,
em seguida, na guia Página Inicial, clique em um estilo do
título, comoTítulo 1.

Faça isso para todo o texto que você deseja exibir no


sumário.

Criar um sumário
O Word usa os títulos no documento para construir um
sumário automático que pode ser atualizado quando você
altera o texto do título, sequência ou nível.
Clique no local que deseja inserir o índice analítico,
Será mostrado todos os estilos presentes no documento normalmente perto do início de um documento.
em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três Clique em Referências > Sumário e escolha um estilo
botões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele. de Sumário Automático na lista.
OBSERVAÇÃO: Se você usar um estilo de Sumário Manual,
o Word não utilizará os títulos para criar um sumário e não será
possível atualizá-lo automaticamente. Em vez disso, o Word
usará o texto do espaço reservado para criar um sumário fictí-
cio, e você deverá preencher as entradas manualmente.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defi-


ni que ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação
dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo
parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo definir a
formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de baixo
mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que o
mesmo está disponível somente a este documento. Ao fina-
lizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:

72
INFORMÁTICA

Caso prefira formatar ou personalizar o sumário, é possível fazê-lo. Por exemplo, você pode alterar a fonte, o número
de níveis de título e optar por mostrar linhas pontilhadas entre as entradas e os números de página.

Verificar ortografia e gramática no Word 2016 para Windows


O Word verifica automaticamente possíveis erros de ortografia e gramaticais à medida que você digita. Se preferir es-
perar para verificar a ortografia e a gramática quando terminar de escrever, você pode desabilitar a verificação ortográfica
e gramatical.
Verificar a ortografia e a gramática ao digitar
O Word verifica e marca automaticamente possíveis erros de ortografia com uma linha ondulada vermelha:

O Word também verifica e marca possíveis erros gramaticais com uma linha ondulada azul:

Se os erros de ortografia e gramática não estiverem marcados, talvez seja necessário habilitar a verificação ortográfica
e gramatical automática.
Quando você vir erros ortográficos ou gramaticais, clique com botão direito do mouse ou mantenha pressionada a
palavra ou a frase e escolha uma das opções para corrigir o erro.
Habilitar (ou desabilitar) a verificação ortográfica e gramatical automática
Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.
Você pode optar por verificar a ortografia e a gramática automaticamente, uma ou outra, ambas ou nenhuma delas, ou
até mesmo outras opções, como a verificação ortográfica contextual

Em Exceções para, você pode optar por ocultar os erros de gramática e de ortografia em seu documento aberto ou, se
deixar as opções desmarcadas mas mantiver qualquer uma das opções acima delas marcada, todos os documentos novos
manterão essas configurações.
Clique em OK para salvar suas alterações.
Verificar a ortografia e a gramática ao mesmo tempo
Verificar a ortografia e a gramática no seu documento é útil quando você quer revisar rapidamente seu texto. Você
pode verificar a existência de possíveis erros e então decidir se concorda com o verificador ortográfico e gramatical.
Clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7) para iniciar o verificador ortográfico e gramatical e veja
os resultados nos painéis de tarefas de Ortografia e Gramática.

73
INFORMÁTICA

Se o Word encontrar um possível erro, um painel de tarefas será aberto e mostrará as opções de ortografia e gramática:

Para corrigir um erro, siga um destes procedimentos:


Use uma das sugestões Para usar uma das palavras sugeridas, selecione a palavra na lista de sugestões e clique em
Alterar. (Você também pode clicar em Alterar tudo, se souber que usou essa palavra incorretamente em todo o documento,
para não precisar corrigi-la toda vez que ela aparecer.)
Adicionar uma palavra ao dicionário     Se a palavra estiver correta e se for uma que você deseja que o Word e TODOS
os programas do Office reconheçam, clique em Adicionar para adicioná-la ao dicionário. Isso só funciona para palavras com
grafia incorreta. Não é possível adicionar uma gramática personalizada ao dicionário.
Ignorar a palavra    Clique em Ignorar para ignorar apenas aquela ocorrência ou clique em Ignorar Tudo para ignorar
todas as ocorrências da palavra.
Depois de corrigir ou ignorar algo marcado como um possível erro, o Word passa para o próximo. Quando o Word
concluir a revisão do documento, você verá uma mensagem informando que a verificação ortográfica ou gramatical foi
concluída.
Clique em OK para retornar ao documento.
Verificar novamente problemas de ortografia e gramática
Você também pode forçar uma nova verificação das palavras e da gramática que anteriormente foram ignoradas.
Abra o documento que você deseja verificar novamente.
Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.
Em Ao corrigir ortografia e a gramática no Word, clique em Verificar Documento Novamente.
Quando você vir uma mensagem, clique em Sim e clique em OK para fechar a caixa de diálogo Opções do Word.
Em seguida, no seu documento, clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7).

Proteger um documento com senha


Ajude a proteger um documento confidencial contra edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é possível
evitar que um documento seja aberto.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Documento > Criptografar com Senha.

74
INFORMÁTICA

Habilitar macros no modo de exibição Backstage


Outra maneira de habilitar macros em um arquivo é
possível pelo modo de exibição Microsoft Office Backsta-
ge, o modo de exibição que aparece depois que você clica
na guia Arquivo,quando a Barra de Mensagens amarela é
exibida.
Clique na guia Arquivo.
Na área Aviso de Segurança, clique em Habilitar Con-
teúdo.
Em Habilitar Todo o Conteúdo, clique em Sempre habi-
litar o conteúdo ativo deste documento.
O arquivo se tornará um documento confiável.
A imagem a seguir é um exemplo das opções Habilitar
Conteúdo.

Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e


clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
clique em OK.
Observações : 
Você sempre pode alterar ou remover sua senha.
As senhas diferenciam maiúsculas de minúsculas. Veri- Habilitar macros uma vez quando o Aviso de Seguran-
ça for exibido
fique se a tecla CAPS LOCK está desativada quando digitar
Use as instruções a seguir para habilitar macros en-
uma senha pela primeira vez.
quanto o arquivo permanecer aberto. Quando o arquivo
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não
for fechado e, em seguida, reaberto, o aviso aparecerá no-
conseguirá recuperar suas informações. Portanto, guarde
vamente.
uma cópia da senha em um local seguro ou crie uma senha
Clique na guia Arquivo.
forte da qual se lembrará.
Na área Aviso de Segurança, clique em Habilitar Con-
teúdo.
Selecione Opções Avançadas.
Habilitar ou desabilitar macros em arquivos do Of- Na caixa de diálogo Opções de Segurança do Micro-
fice soft Office, clique em Habilitar conteúdo para esta sessão
para cada macro.
Uma macro é uma série de comandos que podem ser Clique em OK.
usados para automatizar uma tarefa repetida e que po-
dem ser executados durante a tarefa. Este artigo apresenta Alterar configurações de macro na Central de Confia-
informações sobre os riscos envolvidos no trabalho com bilidade
macros, e você poderá saber mais sobre como habilitar ou As configurações de macro estão localizadas na Cen-
desabilitar macros na Central de Confiabilidade. tral de Confiabilidade. Entretanto, se você trabalha em uma
organização, é possível que o administrador do sistema te-
nha alterado as configurações padrão para impedir a alte-
Habilitar macros quando a Barra de Mensagens for ração das configurações.
exibida Importante:  Quando você altera as configurações de
macro na Central de Confiabilidade, elas são alteradas ape-
Quando você abre um arquivo que possui macros, a nas no programa do Office usado no momento. As confi-
barra de mensagens amarela aparece com um ícone de gurações de macro não são alteradas em todos os progra-
escudo e o botão Habilitar Conteúdo. Se você conhecer mas do Office.
a(s) macro(s) como sendo de uma fonte confiável, use as Clique na guia Arquivo.
instruções a seguir: Clique em Opções.
Na Barra de Mensagens, clique em Habilitar Conteúdo. Clique em Central de Confiabilidade e em Configura-
O arquivo é aberto e se trata de um documento con- ções da Central de Confiabilidade.
fiável. Na Central de Confiabilidade, clique em Configurações
A imagem a seguir é um exemplo da Barra de Mensa- de Macro.
gens quando há macros no arquivo. Faça as seleções desejadas.
Clique em OK.
A imagem a seguir é a área Configurações de Macro da
Central de Confiabilidade.

75
INFORMÁTICA

segurança. Um usuário mal-intencionado, também conhe-


cido como hacker, pode introduzir uma macro destrutiva
em um arquivo que possa espalhar vírus no computador
ou na rede da sua organização.

Criar ou executar uma macro


Para poupar tempo em tarefas que você costuma rea-
lizar com frequência, compacte as etapas em uma macro.
Em primeiro lugar, grave a macro. Em seguida, você poderá
executá-la clicando em um botão da Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido ou pressionando uma combinação de
teclas. Isso dependerá de como você a configurar.
Use as informações da seção a seguir para saber mais Vamos começar com a configuração do botão.
sobre as configurações de macro. Clique em Exibir > Macros > Gravar Macro.

Configurações de macro explicadas


Desabilitar todas as macros sem notificação     As ma-
cros e os alertas de segurança sobre macros serão desabi-
litados.
Desabilitar todas as macros com notificação     As ma-
cros serão desabilitadas, mas os alertas de segurança serão
exibidos, se houverem macros. Habilite-as, uma de cada
vez.
Desabilitar todas as macros, exceto as digitalmente as-
sinadas     As macros são desabilitadas, mas alertas de se-
gurança serão apresentados se houver macros. No entanto,
se a macro estiver assinada digitalmente por um fornece- Digite um nome para a macro.
dor confiável, ela será executada se você confiar no forne-
cedor. Se não confiar no fornecedor, você será notificado
para habilitar a macro assinada e confiar no fornecedor.
Habilitar todas as macros (não recomendável, pois
pode executar um código potencialmente perigoso)     To-
das as macros serão executadas. Essa configuração deixa
seu computador vulnerável a códigos potencialmente mal
intencionados.
Confiar no acesso ao modelo de objeto do projeto do
VBA     Permitir ou não permitir o acesso programático ao
modelo de objeto do Visual Basic for Applications (VBA) de
um cliente de automação. Esta opção de segurança desti-
na-se a código escrito para automatizar um programa do
Office e manipular o ambiente e o modelo de objeto VBA.É
uma configuração definida por usuário e por aplicativo, e Para usar essa macro em qualquer novo documento
nega o acesso por padrão, impedindo que programas não que você criar, verifique se a caixa Armazenar macro em
autorizados compilem código de replicação automática exibe Todos os Documentos (Normal.dotm).
prejudicial. Para que os clientes de automação acessem o
modelo de objeto do VBA, o usuário que executa o código
deve conceder acesso. Para ativar o acesso, marque a caixa
de seleção.
Observação : O Microsoft Publisher e o Microsoft Ac-
cess não têm a opção Confiar no acesso ao modelo de ob-
jeto do projeto do VBA.
O que são macros, quem são suas criadoras e qual é o
risco de segurança?
As macros automatizam tarefas que são usadas fre-
quentemente para economizar o tempo de pressiona-
mento de teclas e ações do mouse. Muitas macros foram
criadas com o uso do VBA (Visual Basic for Applications) e
gravadas por desenvolvedores de software. No entanto, al-
gumas macros podem representar um possível risco para a

76
INFORMÁTICA

Para executar uma macro quando você clicar em um Escolha uma imagem de botão, digite o nome deseja-
botão, clique em Botão. do e clique em OK duas vezes.

Clique na nova macro (cujo nome é algo do tipo Nor-


mal.NovasMacros.<nome da sua macro>) e clique em Adi-
cionar.

Agora, chegou a hora de gravar as etapas. Clique nos


comandos ou pressione as teclas para cada etapa na tarefa.
O Word grava seus cliques e pressionamentos de teclas.
Observação : Use o teclado para selecionar texto en-
quanto você grava a macro. Macros não gravam seleções
feitas com o mouse.
Para parar de gravar, clique em Exibir > Macros > Parar
Gravação.

Clique em Modificar.

O botão da sua macro aparece na Barra de Ferramen-


tas de Acesso Rápido.

Para executar a macro, clique no botão.

77
INFORMÁTICA

Criar uma macro com um atalho do teclado Digite uma combinação de teclas na caixa Pressione a
nova tecla de atalho.
Clique em Exibir > Macros > Gravar Macro. Verifique se essa combinação já não está atribuída a
outro item. Se estiver, tente uma combinação diferente.
Para usar esse atalho de teclado em qualquer novo do-
cumento criado, verifique se a caixa Salvar alterações em
indica Normal.dotm.
Clique em Atribuir.
Agora, chegou a hora de gravar as etapas. Clique nos
comandos ou pressione as teclas para cada etapa na tarefa.
O Word grava seus cliques e pressionamentos de teclas.
Observação: Use o teclado para selecionar texto en-
quanto você grava a macro. Macros não gravam seleções
feitas com o mouse.
Para parar de gravar, clique em Exibir > Macros > Parar
Digite um nome para a macro. Gravação.

Para executar a macro, pressione as teclas de atalho


do teclado.
Para usar essa macro em qualquer novo documento
que você criar, verifique se a caixa Armazenar macro em Executar uma macro
exibe Todos os Documentos (Normal.dotm). Para executar uma macro, clique no botão na Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido, pressione o atalho de te-
clado ou executar a macro a partir da lista de Macros.
Clique em Exibir > Macros > Exibir Macros.

Na lista em Nome da macro, clique na macro a ser exe-


Para executar sua macro quando você pressionar um cutada.
atalho do teclado, clique em Teclado. Clique em Executar.
Disponibilizar uma macro em todos os documentos
Para disponibilizar uma macro de um documento em
todos os novos documentos, adicione-a ao modelo Nor-
mal.dotm.
Abra o documento que contém a macro.

78
INFORMÁTICA

Clique em Exibir > Macros > Exibir Macros.

Clique em Organizador.

Clique na macro que você quer adicionar ao modelo Normal.dotm e clique em Copiar.
Adicionar um botão de macro à faixa de opções
Clique em Arquivo > Opções > Personalizar Faixa de Opções.
Em Escolher comandos de, clique em Macros.
Clique na macro desejada.
Em Personalizar a faixa de opções, clique na guia e no grupo personalizado onde você quer adicionar a macro.
Se não tiver um grupo personalizado, clique em Novo Grupo e depois clique em Renomear e digite um nome para o
seu grupo personalizado.
Clique em Adicionar.
Clique em Renomear para escolher uma imagem para a macro e digitar o nome desejado.
Clique em OK duas vezes.

Integração com planilhas

A integração entre diversos aplicativos, sempre foi uma das principais características da suíte Office da Microsoft. Na
versão 2016, além de importar documentos prontos, é possível criar pequenas janelas de outros programas e simular sua
funcionalidade plena.
A partir de um documento do Word, por exemplo, você pode criar planilhas usufruindo dos mesmos recursos do Excel,
contando até com a Barra de tarefas do programa. Em vez de abrir dois programas, esta dica permite que você permaneça
na interface do Word, facilitando seu trabalho.
Dentro da aba “Inserir”, clique sobre a opção “Tabela” e escolha “Planilha do Excel”:

79
INFORMÁTICA

Ao invés de uma tabela comum, o que você encontra é uma verdadeira miniatura do Excel com todos os recursos do
aplicativo.

Repare que até a Barra de ferramentas tradicional do Word dá espaço para a o editor de planilhas. Basta selecionar uma
porção do texto ou da planilha para alternar entre as ferramentas de ambos os programas do Office.

Principais Atalhos
CTRL+O Abrir um novo documento em branco
CTRL+A Abrir um arquivo já existente
CTRL+V Colar o texto selecionado ou movido
CTRL+X Recortar o texto selecionado
CTRL+T Selecionar o documento inteiro
CTRL+ENTER Iniciar uma nova página em um mesmo documento
CTRL+N Formata o texto selecionado negrito
CTRL+I Formata o texto selecionado para itálico 
CTRL+S Formata o texto selecionado para sublinhado 
CTRL+J Formata o parágrafo para justificado
CTRL+C Copiar o texto selecionado
CTRL+P Imprimir documento
CTRL+E Formata o parágrafo para centralizado
CTRL+Q Formata o parágrafo para alinhamento à esquerda
CTRL+B ou F12 Salvar como..
CTRL+Z Desfazer a última ação 
CTRL+Y Refazer a última ação 
CTRL+F10 Maximizar ou restaurar a janela 
CTRL+D Alterar formatação de caracteres 
ALT+F4 Sair do Word
CTRL+SHIFT+> Aumentar o tamanho da fonte do texto selecionado
CTRL+SHIFT+< Diminuir o tamanho da fonte do texto selecionado
CTRL+SHIFT+W Aplicar sublinhado somente em palavras
CTRL+ALT+L Aplicar o estilo lista

80
INFORMÁTICA

Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique


PLANILHA DE CÁLCULO MS-EXCEL. em AutoSoma no grupo Edição.

PLANILHA ELETÔNICA MS EXCEL 2016

Tarefas básicas no Excel2

O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para


tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas
ele também funciona muito bem para cálculos simples e
para rastrear de quase todos os tipos de informações. A A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na
chave para desbloquear todo esse potencial é a grade de célula selecionada.
células. As células podem conter números, texto ou fórmu-
las. Você insere dados nas células e as agrupa em linhas e Criar uma fórmula simples
colunas. Isso permite que você adicione seus dados, classi- Somar números é uma das coisas que você poderá fa-
fique-os e filtre-os, insira-os em tabelas e crie gráficos in- zer, mas o Excel também pode executar outras operações
críveis. Vejamos as etapas básicas para você começar. matemáticas. Experimente algumas fórmulas simples para
adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores.
Criar uma nova pasta de trabalho Escolha uma célula e digite um sinal de igual (=).
Os documentos do Excel são chamados de pastas de Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fór-
trabalho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, nor- mula.
malmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar Digite uma combinação de números e operadores de
quantas planilhas desejar a uma pasta de trabalho ou pode cálculos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de
criar novas pastas de trabalho para guardar seus dados se- menos (-) para subtração, o asterisco (*) para multiplicação
paradamente. ou a barra (/) para divisão.
Por exemplo, insira =2+4, =4-2, =2*4 ou =4/2.
Clique em Arquivo e em Novo. Pressione Enter.
Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco Isso executa o cálculo.
Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você de-
seja que o cursor permaneça na célula ativa).
Aplicar um formato de número
Para distinguir entre os diferentes tipos de números,
adicione um formato, como moeda, porcentagens ou da-
tas.
Selecione as células que contêm números que você de-
seja formatar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na
seta na caixa Geral.

Insira os dados
Clique em uma célula vazia.
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As cé-
lulas são referenciadas por sua localização na linha e na
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula.
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula se-
guinte. Selecione um formato de número

Usar a AutoSoma para adicionar seus dados


Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje so-
má-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que
você deseja adicionar.
2 Fonte: https://support.office.com/pt-br/excel

81
INFORMÁTICA

Clique em Tabelas, mova o cursor para o botão Tabe-


la para visualizar seus dados e, em seguida, clique no bo-
tão Tabela.

Clique na seta   no cabeçalho da tabela de uma co-


luna.
Para filtrar os dados, desmarque a caixa de seleção Se-
lecionar tudo e, em seguida, selecione os dados que você
deseja mostrar na tabela.

Caso você não veja o formato de número que está pro-


curando, clique em Mais Formatos de Número.

Inserir dados em uma tabela


Um modo simples de acessar grande parte dos recur-
sos do Excel é colocar os dados em uma tabela. Isso per-
mite que você filtre ou classifique rapidamente os dados.
Selecione os dados clicando na primeira célula e arras-
tar a última célula em seus dados.
Para usar o teclado, mantenha a tecla Shift pressionada
ao mesmo tempo em que pressiona as teclas de direção
para selecionar os dados.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.

Para classificar os dados, clique em  Classificar de A a


Z ou Classificar de Z a A.

82
INFORMÁTICA

Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior


direito da seleção.
Explore as opções nas guias  Formatação  e  Minigráfi-
cos para ver como elas afetam os dados.

Por exemplo, selecione uma escala de cores na gale-


ria Formatação para diferenciar as temperaturas alta, média
e baixa.

Quando gostar da opção, clique nela.

Mostrar os dados em um gráfico


Clique em OK. A ferramenta Análise Rápida recomenda o gráfico cor-
reto para seus dados e fornece uma apresentação visual
Mostrar totais para os números com apenas alguns cliques.
As ferramentas de Análise Rápida permitem que você Selecione as células contendo os dados que você quer
totalize os números rapidamente. Se for uma soma, média mostrar em um gráfico.
ou contagem que você deseja, o Excel mostra os resultados Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
do cálculo logo abaixo ou ao lado dos números. direito da seleção.
Selecione as células que contêm os números que você Clique na guia Gráficos, mova entre os gráficos reco-
somar ou contar. mendados para ver qual tem a melhor aparência para seus
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior dados e clique no que desejar.
direito da seleção.
Clique em Totais, mova o cursos entre os botões para
ver os resultados dos cálculos dos dados e clique no botão
para aplicar os totais.

OBSERVAÇÃO: O Excel mostra diferentes gráficos nesta


galeria, dependendo do que for recomendado para seus
dados.
Adicionar significado aos seus dados Salvar seu trabalho
A formatação condicional ou minigráficos podem des- Clique no botão Salvar na Barra de Ferramentas de
tacar os dados mais importantes ou mostrar tendências de Acesso Rápido ou pressione Ctrl+S.
dados. Use a ferramenta Análise Rápida para um Visualiza-
ção Dinâmica para experimentar.
Selecione os dados que você deseja examinar mais de-
talhadamente.

83
INFORMÁTICA

Se você salvou seu trabalho antes, está pronto. Clique em Opções para definir ainda mais a pesquisa e
Se esta for a primeira vez que você salva este arquivo: siga um destes procedimentos:
Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de tra- Para procurar dados em uma planilha ou em uma pasta
balho e navegue até uma pasta. de trabalho inteira, na caixa Em, clique em Planilha ou Pasta
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pas- de Trabalho.
ta de trabalho. Para pesquisar dados em linhas ou colunas, na caixa Pes-
Clique em Salvar. quisar, clique em Por Linhas ou Por Colunas.
Para procurar dados com detalhes específicos, na cai-
Imprimir o seu trabalho xa Examinar, clique em Fórmulas, Valores ou Comentários.
Clique em Arquivo e, em seguida, clique em Impri- OBSERVAÇÃO: As opções Fórmulas, Valores e Comentá-
mir ou pressione Ctrl+P. rios só estão disponíveis na guia Localizar, e somente Fórmu-
Visualize as páginas clicando nas setas Próxima Pági- las está disponível na guia Substituir.
na e Página Anterior. Para procurar dados que diferenciam maiúsculas de mi-
núsculas, marque a caixa de seleção Diferenciar maiúsculas
de minúsculas.
Para procurar células que contenham apenas os carac-
teres que você digitou na caixa Localizar, marque a caixa de
seleção Coincidir conteúdo da célula inteira.
A janela de visualização exibe as páginas em preto e Se você deseja procurar texto ou números que também
branco ou colorida, dependendo das configurações de sua tenham uma formatação específica, clique em Formato e faça
impressora. as suas seleções na caixa de diálogo Localizar Formato.
Se você não gostar de como suas páginas serão im- DICA: Se você deseja localizar células que correspondam
pressas, você poderá mudar as margens da página ou adi- a uma formato específico, exclua qualquer critério da cai-
cionar quebras de página. xa Localizar e selecione a célula que contenha a formatação
Clique em Imprimir. que você deseja localizar. Clique na seta ao lado de Formato,
clique em Escolher formato da célula e, em seguida, clique na
Localizar ou substituir texto e números em uma célula que possui a formatação a ser pesquisada.
planilha do Excel 2016 para Windows Siga um destes procedimentos:
Localize e substitua textos e números usando curingas Para localizar texto ou números, clique em Localizar
ou outros caracteres. Você pode pesquisar planilhas, linhas, Tudo ou Localizar Próxima.
colunas ou pastas de trabalho. DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as
Em uma planilha, clique em qualquer célula. ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão lis-
Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Lo- tadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na lista.
calizar e Selecionar. Você pode classificar os resultados de uma pesquisa Localizar
Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres de
substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa em
branco para substituir os caracteres por nada) e clique em Lo-
calizar ou Localizar Tudo.
OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dispo-
nível, clique na guia Substituir.
Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em
andamento pressionando ESC.
Siga um destes procedimentos:
Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocorrências
Para localizar texto ou números, clique em Localizar.
dos caracteres encontrados, clique em Substituir ou Substituir tudo.
Para localizar e substituir texto ou números, clique DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formatação
em Substituir. que você define. Se você pesquisar dados na planilha nova-
Na caixa Localizar, digite o texto ou os números que mente e não conseguir encontrar caracteres que você sabe
você deseja procurar ou clique na seta da caixa Localizar e, que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções de for-
em seguida, clique em uma pesquisa recente na lista. matação da pesquisa anterior. Na caixa de diálogo Localizar e
Você pode usar caracteres curinga, como um asterisco Substituir, clique na guia Localizar e depois em Opções para
(*) ou ponto de interrogação (?), nos critérios da pesquisa: exibir as opções de formatação. Clique na seta ao lado de For-
Use o asterisco para localizar qualquer cadeia de carac- mato e clique em Limpar ‘Localizar formato’.
teres. Por exemplo, s*r localizará “ser” e “senhor”.
Use o ponto de interrogação para localizar um único Alterar a largura da coluna e a altura da linha
caractere. Por exemplo, s?m localizará “sim” e “som”. Em uma planilha, você pode especificar uma largura de
DICA: Você pode localizar asteriscos, pontos de inter- coluna de 0 (zero) a 255. Esse valor representa o número de
rogação e caracteres de til (~) nos dados da planilha prece- caracteres que podem ser exibidos em uma célula forma-
dendo-os com um til na caixa Localizar. Por exemplo, para tada com a fonte padrãoTE000127106. A largura de coluna
localizar dados que contenham “?”, use  ~?  como critério padrão é 8,43 caracteres. Se a largura da coluna for defini-
de pesquisa. da como 0 (zero), a coluna ficará oculta.

84
INFORMÁTICA

Você pode especificar uma altura de linha de 0 (zero) a OBSERVAÇÃO: Para ajustar automaticamente de forma
409. Esse valor representa a medida da altura em pontos (1 rápida todas as colunas da planilha, clique no botão Sele-
ponto é igual a aproximadamente 1/72 pol. ou 0,035 cm). cionar Tudo e, em seguida, clique duas vezes em qualquer
A altura de linha padrão é 12,75 pontos (aproximadamente limite entre dois títulos de coluna.
1/6 pol. ou 0,4 cm). Se a altura da linha for definida como 0
(zero), a linha ficará oculta.
Se estiver trabalhando no modo de exibição de Layout
da Página (guia Exibir, grupo Modos de Exibição da Pasta
de Trabalho, botão Layout da Página), você poderá especi-
ficar uma largura de coluna ou altura de linha em polega-
das. Nesse modo de exibição, a unidade de medida padrão
é polegada, mas você poderá alterá-la para centímetros ou
milímetros (Na guia Arquivo, clique em Opções, clique na
categoria Avançado e, em Exibir, selecione uma opção na
lista Unidades da Régua).

Definir uma coluna com uma largura específica


Selecione as colunas a serem alteradas. Fazer com que a largura da coluna corresponda à de
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For- outra coluna
matar. Selecione uma célula da coluna com a largura deseja-
da.
Pressione Ctrl+C ou, na guia Página Inicial, no gru-
po Área de Transferência, clique em Copiar.

Em Tamanho da Célula, clique em Largura da Coluna.


Na caixa Largura da coluna, digite o valor desejado.
Clique em OK.
DICA: Para definir rapidamente a largura de uma única
coluna, clique com o botão direito do mouse na coluna
selecionada, clique em Largura da Coluna, digite o valor
desejado e clique em OK.
Alterar a largura da coluna para ajustá-la automatica- Clique com o botão direito do mouse na coluna de
mente ao conteúdo (AutoAjuste) destino, aponte paraColar Especial e clique no botão Man-
Selecione as colunas a serem alteradas. ter Largura da Coluna Original 
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.
Alterar a largura padrão de todas as colunas em uma
planilha ou pasta de trabalho
O valor da largura de coluna padrão indica o número
médio de caracteres da fonte padrão que cabe em uma cé-
lula. É possível especificar outro valor de largura de coluna
padrão para uma planilha ou pasta de trabalho.
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a largura de coluna padrão de uma plani-
Em Tamanho da Célula, clique em Ajustar Largura da lha, clique na guia da planilha.
Coluna Automaticamente. Para alterar a largura de coluna padrão da pasta de tra-
balho inteira, clique com o botão direito do mouse em uma
guia de planilha e, em seguida, clique em Selecionar Todas
as Planilhas no menu de atalhoTE000127572.

85
INFORMÁTICA

Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-


matar.

Em Tamanho da Célula, clique em Altura da Linha.


Na caixa Altura da linha, digite o valor que você deseja
e, em seguida, clique em OK.
Em Tamanho da Célula, clique em Largura Padrão. Alterar a altura da linha para ajustá-la ao conteúdo
Na caixa Largura padrão da coluna, digite uma nova Selecione as linhas a serem alteradas.
medida e clique em OK. Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
DICA: Para definir a largura de coluna padrão de todas matar.
as novas pastas de trabalho ou planilhas, você poderá criar
um modelo de pasta de trabalho ou de planilha e utilizá-lo
como base para as novas pastas de trabalho ou planilhas.

Alterar a largura das colunas com o mouse


Siga um destes procedimentos:
Para alterar a largura de uma coluna, arraste o limite
do lado direito do título da coluna até que ela fique do
tamanho desejado. Em Tamanho da Célula, clique em AutoAjuste da Altura
da Linha.
DICA: Para ajustar automaticamente de forma rápi-
da todas as linhas da planilha, clique no botão Selecionar
Tudo e, em seguida, clique duas vezes no limite abaixo de
um dos títulos de linha.

Para alterar a largura de várias colunas, selecione as


colunas desejadas e arraste um limite à direita do título de
coluna selecionado.
Para alterar a largura das colunas a fim de ajustá-la ao
conteúdo, selecione as colunas desejadas e clique duas ve-
zes no limite à direita do título de coluna selecionado.
Para alterar a largura de todas as colunas da planilha,
clique no botãoSelecionar Tudo e arraste o limite de qual-
quer título de coluna.
Alterar a altura das linhas com o mouse
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a altura de uma linha, arraste o limite abai-
xo do título da linha até que ela fique com a altura dese-
jada.

Para alterar a altura de várias linhas, selecione as linhas


Definir uma linha com uma altura específica desejadas e arraste o limite abaixo de um dos títulos de
Selecione as linhas a serem alteradas. linha selecionados.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For- Para alterar a altura de todas as linhas da planilha, cli-
matar. que no botão Selecionar Tudo e arraste o limite abaixo de
qualquer título de linha.

86
INFORMÁTICA

Na caixa de diálogo Formatar Células, na lista Catego-


ria, clique em Moedaou Contábil.

Para alterar a altura da linha a fim de ajustá-la ao con-


teúdo, clique duas vezes no limite abaixo do título da linha.

Formatar números como moeda no Excel 2016


Para exibir números como valores monetários, forma-
te-os como moeda. Para fazer isso, aplique o formato de
número Moeda ou Contábil às células que deseja formatar.
As opções de formatação de número estão disponíveis na
guia Página Inicial, no grupo Número.
Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese-
jado.
OBSERVAÇÃO:  Se desejar exibir um valor monetário
sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
cimais desejadas para o número.
Por exemplo, para exibir R$138.691 em vez de colo-
car R$ 138.690,63 na célula, insira 0 na caixa Casas deci-
Formatar números como moeda mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-
Você pode exibir um número com o símbolo de moe- mero na caixa Amostra. Ela mostra como a alteração das
da padrão selecionando a célula ou o intervalo de célu- casas decimais afetará a exibição de um número.
las e clicando em Formato de Número de Contabilização  Na caixa Números negativos selecione o estilo de exi-
 no grupo Número da guia Página Inicial. (Se desejar bição que você deseja usar para números negativos.
aplicar o formato Moeda, selecione as células e pressione Se não quiser usar as opções existentes para exibir nú-
Ctrl+Shift+$.) meros negativos, você pode criar seu próprio formato de
número.
Alterar outros aspectos de formatação OBSERVAÇÃO:  A caixa  Números negativos  não está
Selecione as células que você deseja formatar. disponível para o formato de número Contábil. O motivo
Na guia Página Inicial, clique no Iniciador de Caixa de disso é que constitui prática contábil padrão mostrar nú-
Diálogo ao lado deNúmero. meros negativos entre parênteses.
Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique
em OK.
Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você
aplicar formatação de moeda em seus dados, isso signifi-
cará que talvez a célula não seja suficientemente larga para
exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique
duas vezes no limite direito da coluna que contém as cé-
lulas com o erro #####. Esse procedimento redimensiona
DICA: Você também pode pressionar Ctrl+1 para abrir automaticamente a coluna para se ajustar ao número. Você
a caixa de diálogoFormatar Células. também pode arrastar o limite direito até que as colunas
fiquem com o tamanho desejado.

87
INFORMÁTICA

Remover formatação de moeda DICA : Em vez de digitar as constantes em sua fórmu-
Selecione as células que têm formatação de moeda. la, você pode selecionar as células que contêm os valores
Na guia Página Inicial, no grupo Número, clique na cai- que deseja usar e inserir os operadores entre as células da
xa de listagem Geral. seleção.
As células formatadas com o formato Geral não têm Pressione Enter.
um formato de número específico. Para adicionar valores rapidamente, você pode usar
a AutoSoma em vez de inserir a fórmula manualmente
Operadores e Funções (guia Página Inicial, grupo Edição ).
Para avançar mais uma etapa, você pode usar as refe-
A função é um método utilizado para tornar mais fácil rências de célula e nomes em vez dos valores reais em uma
e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos fórmula simples.
mais complexos e vários valores. Existem funções para os Exemplos
cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exem-
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
plo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+
le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a fun-
fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
ção o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme o
e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar
um cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a ras das colunas para ver todos os dados.
referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma Dados
função depende do tipo de função a ser utilizada. Os ar- 2
gumentos podem ser números, textos, valores lógicos, re- 5
ferências, etc... Fórmula Descrição Resultado
Adiciona os valores nas
Operadores ‘=A2+A3 =A2+A3
células A1 e A2
Operadores são símbolos matemáticos que permitem Subtrai o valor na célula
‘=A2-A3 =A2-A3
fazer cálculos e comparações entre as células. Os operado- A2 do valor em A1
res são: Divide o valor na célula
‘=A2/A3 =A2/A3
A1 pelo valor em A2
Multiplica o valor na cé-
‘=A2*A3 =A2*A3
lula A1 pelo valor em A2
Eleva o valor na célula A1
‘=A2^A3 ao valor exponencial es- =A2^A3
pecificado em A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
Criar uma fórmula simples ‘=5^2
Eleva 5 à segunda potên-
=5^2
Você pode criar uma fórmula simples para adicionar, cia
subtrair, multiplicar ou dividir valores na planilha. As fór-
mulas simples sempre começam com um sinal de igual (=), Usar referências de célula em uma fórmula
seguido de constantes que são valores numéricos e ope- Ao criar uma fórmula simples ou uma fórmula que usa
radores de cálculo como os sinais de mais (+), menos (-), uma função, você pode fazer referência aos dados das cé-
asterisco (*) ou barra (/). lulas de uma planilha incluindo referências de célula nos
Por exemplo, quando você inserir a fórmula =5+2*3, o argumentos da fórmula. Por exemplo, quando você insere
Excel multiplicará os últimos dois números e adicionará o ou seleciona a referência de célula A2, a fórmula usa o valor
primeiro número ao resultado. Seguindo a ordem padrão dessa célula para calcular o resultado. Você também pode
das operações matemáticas, a multiplicação e executada fazer referência a um intervalo de células.
antes da adição. Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
Na planilha, clique na célula em que você deseja inserir
a fórmula. Na barra de fórmulas  , digite = (sinal de
Digite o = (sinal de igual) seguido das constantes e dos igual).
operadores que você deseja usar no cálculo. Faça o seguinte: selecione a célula que contém o valor
Você pode inserir quantas constantes e operadores fo- desejado ou digite sua referência de célula.
rem necessários em uma fórmula, até 8.192 caracteres.

88
INFORMÁTICA

Você pode fazer referência a uma única célula, a um Departamento Ativos Passivos
intervalo de células, a um local em outra planilha ou a um
Subtrai a
local em outra pasta de trabalho.
soma do
Ao selecionar um intervalo de células, você pode arras-
nome defini-
tar a borda da seleção da célula para mover a seleção ou
‘=SOMA(Ativos)- do “Passivos” =SOMA(Ativos)
arrastar o canto da borda para expandir a seleção.
-SOMA(Passivos) da soma do -SOMA(Passivos)
nome defini-
do “Ativos”.
(293000)
Criar uma fórmula usando uma função
Você pode criar uma fórmula para calcular valores
na planilha usando uma função. Por exemplo, as fórmu-
las =SOMA(A1:A2) e SOMA(A1,A2) usam ambas a função
SOMA para adicionar os valores nas células A1 e A2. As
fórmulas sempre começam com um sinal de igual (=)
1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o
Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
intervalo de células tem uma borda azul com cantos qua-
Para iniciar a fórmula com a função, clique em Inserir
drados.
Função  .
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde
O Excel insere o sinal de igual (=) para você.
e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos
Na caixa Ou selecione uma categoria, selecione Tudo.
quadrados.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em
uma borda codificada por cor, significa que a referência
está relacionada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA :  Você também pode inserir uma referência a um
intervalo ou célula nomeada.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole
-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fór-
mulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e
pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras
das colunas para ver todos os dados. Use o comando De-
finir Nome (guia  Formulas, grupo  Nomes Definidos) para
definir “Ativos” (B2:B4) e “Passivos” (C2:C4).

Departamento Ativos Passivos


TI 274000 71000
Administrador 67000 18000
RH 44000 3000
Se você estiver familiarizado com as categorias de fun-
Fórmula Descrição Resultado
ção, também poderá selecionar uma categoria.
Retorna o to- Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá
tal de ativos digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na
dos três de- caixa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar nú-
partamentos meros” retorna a função SOMA).
no nome defi- Na caixa Selecione uma função, selecione a função que
‘=SOMA(Ativos) nido “Ativos”, =SOMA(Ativos) deseja utilizar e clique em OK.
que é defi- Nas caixas de argumento que forem exibidas para a
nido como o função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracte-
intervalo de res de texto ou referências de célula desejadas.
células B2:B4. Em vez de digitar as referências de célula, você tam-
(385000) bém pode selecionar as células que deseja referenciar. Cli-
que em   para expandir novamente a caixa de diálogo.

Depois de concluir os argumentos para a fórmula, cli-


que em OK.

89
INFORMÁTICA

DICA :  Se você usar funções frequentemente, poderá


inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de di-
gitar o sinal de igual (=) e o nome da função, poderá obter
informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos
da função pressionando F1.

Exemplos
Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em
branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fór-
mulas que usam funções.

Dados
5 4
2 6
3 8
7 1 Barra de Status
Fórmula Descrição Resultado Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre
Adiciona todos tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula
‘=SOMA(A:A) os números na =SOMA(A:A) ou várias células. Se você com o botão direito na barra de
coluna A Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out
exibindo todas as opções que você pode selecionar. Obser-
Calcula a mé-
ve que ele também exibe valores para o intervalo selecio-
dia de todos
‘=MÉDIA(A1:B4) =MÉDIA(A1:B4) nado se você tiver esses atributos marcados. 
os números no
intervalo A1:B4
Usando o Assistente de AutoSoma
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma
Função Soma
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione
A função soma , uma das funções matemáticas e trigo-
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo
nométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valo-
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula
res individuais, referências de células ou intervalos ou uma
na faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assis-
mistura de todos os três.
tente de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo
Este vídeo faz parte de um curso de treinamento cha-
para ser somados e criar a fórmula para você. Ele também
mado Adicionar números no Excel 2013.
pode trabalhar horizontalmente se você selecionar uma
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
célula para a esquerda ou à direita do intervalo a serem
Por exemplo:
somados.
=SUM(A2:A10)
= SUM(A2:A10, C2:C10)

Nome do
Descrição
argumento
O primeiro número que você
deseja somar. O número pode
número1   
ser como “4”, uma referência de
(Obrigatório)
célula, como B6, ou um intervalo
de células, como B2:B8.
Este é o segundo número que
número2-255    você deseja adicionar. Você pode
(Opcional) especificar até 255 números des-
sa forma.

Soma rápida com a barra de Status


Se você quiser obter rapidamente a soma de um inter-
valo de células, tudo o que você precisa fazer é selecionar
o intervalo e procure no lado inferior direito da janela do
Excel.

Use o Assistente de AutoSoma para rapidamente os


intervalos contíguos de soma

90
INFORMÁTICA

A caixa de diálogo de AutoSoma também permite que AutoSoma horizontalmente


você selecione outras funções comuns, como: Exemplo 4 – somar células não-contíguas
Média
Contar números
Máx
Min
Mais funções

Exemplo 2 – AutoSoma verticalmente

Somar células não-contíguas


O Assistente de AutoSoma geralmente só funcionará
para intervalos contíguos, portanto se você tiver linhas ou
colunas vazias no seu intervalo de soma, Excel vai parada o
primeiro espaço. Nesse caso você precisaria soma por sele-
ção, onde você pode adicionar os intervalos individuais, um
por vez. Neste exemplo se você tivesse dados na célula B4,
o Excel seria gerar =SUM(C2:C6) desde que ele reconheça
AutoSoma verticalmente um intervalo contíguo.
O Assistente de AutoSoma detectou automaticamente Você pode selecionar rapidamente vários intervalos
células B2: B5 como o intervalo a serem somados. Tudo o não-contíguas com Ctrl + LeftClick. Primeiro, insira “= soma
que você precisa fazer é pressione Enter para confirmá-la. (“, selecione seu diferentes intervalos e Excel adicionará au-
Se você precisar adicionar/excluir mais células, você pode tomaticamente o separador de vírgula entre intervalos para
manter a tecla Shift > tecla de direção da sua escolha até você. Pressione enter quando terminar.
que corresponde à sua seleção desejado e pressione Enter Dica: você pode usar ALT + = para adicionar rapida-
quando terminar. mente a função soma para uma célula. Tudo o que você
Guia de função Intellisense: a soma (Número1, [núm2]) precisa fazer é selecionar o intervalo (s).
flutuantes marca abaixo a função é o guia de Intellisense. Observação: você pode perceber como o Excel tem
Se você clicar no nome de função ou soma, ele se trans- realçado os intervalos de função diferente por cor, e eles
formará em um hiperlink azul, que o levará para o tópico correspondem dentro da própria fórmula, portanto C2: C3
de ajuda para essa função. Se você clicar nos elementos é azul e C5: C6 é vermelho. Excel fará isso para todas as
de função individual, as peças representantes na fórmula funções, a menos que o intervalo referenciado esteja em
serão realçadas. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas uma planilha diferente ou em outra pasta de trabalho. Para
como há apenas uma referência numérica nesta fórmula. acessibilidade aprimorada com tecnologia assistencial,
A marca de Intellisense será exibido para qualquer função. você pode usar intervalos nomeados, como “Semana1”,
“Semana2”, etc. e, em seguida, fazer referência a eles, sua
Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente fórmula:
=SUM(Week1,Week2)

Práticas Recomendadas
Esta seção aborda algumas práticas recomendadas
para trabalhar com as funções soma. Grande parte desse
pode ser aplicada a trabalhar com outras funções também.
♣ a = 1 + 2 ou = A + B Method – enquanto você pode
inserir = 1 + 2 + 3 ou = A1 + B1 + C2 e obter resultados
totalmente precisos, esses métodos estão sujeitos a erros
por vários motivos:
Erros de digitação – Imagine tentando inserir valores
mais e/ou muito maiores assim:
= 14598.93 + 65437.90 + 78496.23

91
INFORMÁTICA

Em seguida, tente validar se suas entradas estão cor- SOMA ignora valores de texto
retas. É muito mais fácil colocar esses valores em células #REF! Erro de excluir linhas ou colunas
individuais e usar uma fórmula de soma. Além disso, você
pode formatar os valores quando eles estão nas células,
tornando-as muito mais legível e quando ela estiverem em
uma fórmula.

Se você excluir uma linha ou coluna, a fórmula não se-


rão atualizados para excluir a linha excluída e retornará um
#REF! erro, onde uma função soma atualizará automatica-
mente.

#VALUE! erros de referência de texto em vez de nú-


meros.
Se você usar um fórmula como: Fórmulas não atualizar referências ao inserir linhas ou
= A1 + B1 + C1 ou = A1 + A2 + A3 colunas

= Style A + B fórmulas não os atualizará ao adicionar


Evite usar o = 1 + 2 ou = métodos A + B linhas ou colunas
Sua fórmula pode quebrar se houver quaisquer valores Se você inserir uma linha ou coluna, a fórmula não será
não numéricos (texto) nas células referenciadas, que retor- atualizada para incluir a linha adicionada, onde uma função
narão um #VALUE! erro. SOMA ignorará valores de texto e soma atualizará automaticamente (contanto que você não
lhe dar a soma dos valores numéricos. estiver fora do intervalo referenciado na fórmula). Isso é es-
pecialmente importante se você esperar sua fórmula para
atualizar e não, como ele deixará incompletos resultados
que você não pode capturar.

SOMA com referências de célula individuais versus in-


tervalos

92
INFORMÁTICA

Usando uma fórmula como: i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1


=SUM(A1,A2,A3,B1,B2,B3) Você pode fazer isso muito mais fácil com um 3D ou
É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas soma 3 dimensionais:
dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É
muito melhor usar intervalos individuais, como:

=SUM(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem de
desconto para um intervalo de células que você já soma-
dos.

= SUM(Sheet1:Sheet3! A1)
Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da pla-
nilha 1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você
tem uma única folha para cada mês (janeiro a dezembro) e
você precisa total-las em uma planilha de resumo.

= SUM(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a
dezembro.

= SUM(A2:A14) *-25% Observação: se suas planilhas tem espaços em seus


Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto, nomes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um
que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil apóstrofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma
encontrar mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor fórmula:
colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez = SUM(‘January Sales:December Sales’! A2)
disso, onde ele está check-out em Abrir e facilmente alte- SOMA com outras funções
rados, assim: Absolutamente, você pode usar soma com outras fun-
= SUM(A2:A14) * E2 ções. Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média
Dividir em vez de multiplicar você simplesmente subs- mensal:
titua a “*” com “/”: = SUM(A2:A14)/E2
Adicionando ou retirando de uma soma
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma
soma usando + ou - assim:
= SUM(A1:A10) + E2
= SUM(A1:A10)-E2

SOMA 3D
Às vezes você precisa somar uma determinada célula
em várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada pla- =SUM(A2:L2)/COUNTA(A2:L2)
nilha e a célula desejada e use apenas «+» para adicionar a Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de
célula valores, mas que é entediante e pode ser propensa, células não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em
muito mais assim que apenas tentando construir uma fór- branco).
mula que faz referência apenas uma única folha.

93
INFORMÁTICA

Função SE Introdução
A função SE é uma das funções mais populares do Ex- A melhor maneira de começar a escrever uma instru-
cel e permite que você faça comparações lógicas entre um ção SE é pensar sobre o que você está tentando realizar.
valor e aquilo que você espera. Em sua forma mais simples, Que comparação você está tentando fazer? Muitas vezes,
a função SE diz: escrever uma instrução SE pode ser tão simples quanto
SE(Algo for Verdadeiro, faça tal coisa, caso contrário, pensar na lógica em sua cabeça: “o que aconteceria se
faça outra coisa) essa condição fosse atendida vs. o que aconteceria se não
Portanto, uma instrução SE pode ter dois resultados. fosse?” Você sempre deve se certificar de que suas etapas
O primeiro resultado é se a comparação for Verdadeira, o sigam uma progressão lógica; caso contrário, sua fórmula
segundo se a comparação for Falsa. não executará aquilo que você acha que ela deveria exe-
cutar. Isso é especialmente importante quando você cria
Exemplos de SE simples instruções SE complexas (aninhadas).

Mais exemplos de SE

=SE(C2>B2;”Acima do orçamento”;”Dentro do orça-


mento”)
=SE(C2=”Sim”;1,2) No exemplo acima, a função SE em D2 está dizen-
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fór- do SE(C2 é maior que B2, retorne “Acima do orçamento”,
mula retorna um 1 ou um 2) caso contrário, retorne “Dentro do orçamento”)

= SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado
=SE(C2=1;”Sim”;”Não”) de texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a em E2 está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor or-
fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não) çado, subtraia o Valor orçado do Valor real, caso contrário,
Como você pode ver, a função SE pode ser usada não retorne nada).
para avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada
para  avaliar erros. Você não está limitado a verificar ape-
nas se um valor é igual a outro e retornar um único resul-
tado; você também pode usar operadores matemáticos e
executar cálculos adicionais dependendo de seus critérios.
Também é possível aninhar várias funções SE juntas para
realizar várias comparações.

OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será


preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”).
A única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel
reconhece automaticamente.

94
INFORMÁTICA

=SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0) =SE(D3=””;””;SuaFórmula())
Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo SE(E7 = SE(D3 é nada, retorne nada, caso contrário, calcule sua
“Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário, fórmula).
nenhum Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0) Exemplo de SE aninhada
Práticas Recomendadas - Constantes
No último exemplo, você vê dois “Sim” e a Taxa de
Imposto sobre Vendas (0,0825) inseridos diretamente na
fórmula. Geralmente, não é recomendável colocar constan-
tes literais (valores que talvez precisem ser alterados oca-
sionalmente) diretamente nas fórmulas, pois elas podem
ser difíceis de localizar e alterar no futuro. É muito melhor
colocar constantes em suas próprias células, onde elas fi-
cam fora das constantes abertas e podem ser facilmente
encontradas e alteradas. Nesse caso, tudo bem, pois há
apenas uma função SE e a Taxa de Imposto sobre Vendas
raramente será alterada. Mesmo se isso acontecer, será fá-
cil alterá-la na fórmula. Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois
Usar SE para verificar se uma célula está em branco resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas
Às vezes, é preciso verificar se uma célula está em bran- SE podem ter de 3 a 64 resultados.
co, geralmente porque você pode não querer uma fórmula =SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”))
exiba um resultado sem entrada. Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual
a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne
“Não”, caso contrário, retorne “Talvez”).

CONT.SE
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para con-
tar o número de células que atendem a um critério; por
exemplo, para contar o número de vezes que uma cidade
específica aparece em uma lista de clientes.

Sintaxe
CONT.SE(intervalo, critério)
Por exemplo:
=CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
Nesse caso, usamos SE com a função ÉCÉL.VAZIA: =CONT.SE(A2:A5,A4)
=SE(ÉCÉL.VAZIA(D2),”Em branco”,”Não está em bran-
co”)
Que diz  SE(D2 está em branco, retorne “Em branco”, Nome do argumento Descrição
caso contrário, retorne “Não está em branco”). Você também O grupo de células que
poderia facilmente usar sua própria fórmula para a condição você deseja contar. Inter-
“Não está em branco”. No próximo exemplo usamos “” em valo pode conter números,
vez de ÉCÉL.VAZIA. “” basicamente significa “nada”. intervalo    matrizes, um intervalo no-
(obrigatório) meado ou referências que
contenham números. Valo-
res em branco e texto são
ignorados.
Um número, expressão, re-
ferência de célula ou cadeia
de texto que determina
quais células serão conta-
das.
Por exemplo, você pode
usar um número como 32,
critérios    (obrigatório)
uma comparação, como “>
=SE(D3=””,”Em branco”,”Não está em branco”) 32”, uma célula como B4 ou
Essa fórmula diz  SE(D3 é nada, retorne “Em branco”, uma palavra como “maçãs”.
caso contrário, retorne “Não está em branco”). Veja um CONT.SE usa apenas um
exemplo de um método muito comum de usar “” para im- único critério. Use CONT.
pedir que uma fórmula calcule se uma célula dependente SES se você quiser usar vá-
está em branco: rios critérios.

95
INFORMÁTICA

Função SOMASE Porém, quando os argumentos intervalo e intervalo_


Você pode usar a função SOMASE para somar os valo- soma na função SOMASE não contêm o mesmo número
res em uma intervalo que atendem aos critérios que você de células, o recálculo da planilha pode levar mais tempo
especificar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que do que o esperado.
contém números, você quer somar apenas os valores que
são maiores do que 5. Você pode usar a seguinte fórmu- MÁXIMO (Função MÁXIMO)
la: = SOMASE (B2:B25,”> 5”). Descrição
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma]) MÁXIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argu- A sintaxe da função MÁXIMO tem os seguintes argu-
mentos: mentos:
intervalo    Necessário. O intervalo de células a ser ava- Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números sub-
liada por critérios. Células em cada intervalo devem ser nú- sequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor
meros ou nomes, matrizes ou referências que contenham máximo você deseja saber.
Comentários
números. Valores em branco e texto são ignorados. O inter-
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes
valo selecionado pode conter datas no formato padrão do
ou referências que contenham números.
Excel (exemplos abaixo).
Os valores lógicos e representações em forma de texto
critérios   Obrigatório. Os critérios na forma de um de números digitados diretamente na lista de argumentos
número, expressão, referência de célula, texto ou função são contados. Se um argumento for uma matriz ou refe-
que define quais células serão adicionadas. Por exemplo, rência, apenas os números nesta matriz ou referência serão
os critérios podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”, usados. Células vazias, valores lógicos ou texto na matriz
“maçãs” ou HOJE(). ou referência serão ignorados.
IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer Se os argumentos não contiverem números, MÁXIMO
critério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve retornará 0.
estar entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéri- Os argumentos que são valores de erro ou texto que
cos, as aspas duplas não serão necessárias. não podem ser traduzidos em números causam erros.
intervalo_soma   Opcional. As células reais a serem adi- Se você deseja incluir valores lógicos e representações
cionadas, se você quiser adicionar células diferentes das de texto dos números em uma referência como parte do
especificadas no argumento intervalo. Se o argumento in- cálculo, utilize a função MÁXIMOA.
tervalo_soma for omitido, o Excel adicionará as células es- Exemplo
pecificadas no argumento intervalo (as mesmas células às Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
quais os critérios são aplicados). le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de in- fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
terrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento crité- e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
rios. O ponto de interrogação corresponde a qualquer ca- ras das colunas para ver todos os dados.
ractere único; o asterisco corresponde a qualquer sequên-
cia de caracteres. Para localizar um ponto de interrogação Dados
ou asterisco real, digite um til (~) antes do caractere.
Comentários 10
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você 7
a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais de 9
255 caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!. 27
O argumento intervalo_soma não precisa ter o mesmo 2
tamanho e forma que o argumento intervalo. As células
reais adicionadas são determinadas pelo uso da célula na Fórmula Descrição Resultado
extremidade superior esquerda do argumentointervalo_ Maior valor no
soma como a célula inicial e, em seguida, pela inclusão das =MÁXIMO(A2:A6) 27
intervalo A2:A6.
células correspondentes em termos de tamanho e forma Maior valor no
no argumento intervalo. Por exemplo: =MÁXIMO(A2:A6;
intervalo A2:A6 e 30
30)
o valor 30.
Se o intervalo e intervalo_ Então, as células
MÍNIMO (Função MÍNIMO)
for soma for reais serão
Descrição
A1:A5 B1:B5 B1:B5 Retorna o menor número na lista de argumentos.
A1:A5 B1:B3 B1:B5 Sintaxe
MÍNIMO(número1, [número2], ...)
A1:B4 C1:D4 C1:D4
A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argu-
A1:B4 C1:C2 C1:D4 mentos:

96
INFORMÁTICA

Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números sub-


sequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor
MÍNIMO você deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes
ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto
de números digitados diretamente na lista de argumentos
são contados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, ape-
nas os números daquela matriz ou referência poderão ser
usados. Células vazias, valores lógicos ou valores de erro na
matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO Selecione duas ou mais células adjacentes que você
retornará 0. deseja mesclar.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que IMPORTANTE : Verifique se os dados que você deseja
não podem ser traduzidos em números causam erros. agrupar na célula mesclada estão contidos na célula supe-
Se você deseja incluir valores lógicos e representações rior esquerda. Os dados nas outras células mescladas serão
de texto dos números em uma referência como parte do excluídos. Para preservar os dados das outras células, copie
cálculo, utilize a função MÍNIMOA. -os em outra parte da planilha antes de fazer a mesclagem.
Exemplo Clique em Início > Mesclar e Centralizar.
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
ras das colunas para ver todos os dados.

Dados
10
7 Se o botão Mesclar e Centralizar estiver esmaecido, ve-
9 rifique se você não está editando uma célula e se as células
que você quer mesclar não estão dentro de uma tabela.
27
DICA :  Para mesclar células sem centralizar, clique na
2 seta ao lado de Mesclar e Centralizar e clique em Mesclar
Fórmula Descrição Resultado Através ou Mesclar Células.
O menor dos Se você mudar de ideia, é possível dividir as células que
=MÍNIMO(A2:A6) números no 2 foram mescladas.
intervalo A2:A6.
O menor dos Criar um gráfico no Excel 2016 para Windows
=MIN(A2:A6;0) números no 0 Use o comando Gráficos Recomendados na guia Inse-
intervalo A2:A6 e 0. rir para criar rapidamente um gráfico ideal para seus dados.
Selecione os dados que você deseja incluir no seu grá-
Média fico.
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores. Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna
de idade na linha de valores máximos E17 e monte a se-
guinte função =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos
buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor
máximo encontrado.

Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar
uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de
criar um rótulo que se estende por várias colunas. Por Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de ti-
exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para pos de gráficos recomendados pelo Excel para seus dados.
criar o rótulo “Vendas Mensais” e descrever as informações Clique em qualquer tipo de gráfico para ver como os
nas linhas de 2 a 7. seus dados aparecem naquele formato.

97
INFORMÁTICA

DICA : Se não vir um tipo de gráfico que agrade você, clique na guia Todos os Gráficos para ver todos os tipos de gráfico
disponíveis.
Quando você encontrar o tipo de gráfico desejado, clique nele e clique emOK.
Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfico e Filtros de Gráficopróximos ao canto superior direito do gráfico
para adicionar elementos de gráfico como títulos de eixo ou rótulos de dados, para personalizar a aparência do seu gráfi-
co ou alterar os dados exibidos no gráfico.

DICAS : 
Use as opções nas guias Design e Formatar para personalizar a aparência do gráfico.

Se você não vir essas guias, adicione as Ferramentas de gráfico à faixa de opções clicando em qualquer lugar no gráfico.
Criar uma Tabela Dinâmica no Excel 2016 para analisar dados da planilha
A capacidade de analisar todos os dados da planilha pode ajudar você a tomar decisões de negócios melhores. Porém,
às vezes é difícil saber por onde começar, especialmente quando há muitos dados. O Excel pode ajudar, recomendando e,
em seguida, criando automaticamente Tabelas Dinâmicas que são um excelente recurso para resumir, analisar, explorar e
apresentar dados. Por exemplo, veja uma lista simples de despesas:

98
INFORMÁTICA

Aqui estão os mesmos dados resumidos em uma Tabela Dinâmica:

Criar uma Tabela Dinâmica Recomendada


Se você tiver experiência limitada com Tabelas Dinâmicas ou não souber como começar, uma Tabela Dinâmica Reco-
mendada é uma boa opção. Quando você usa este recurso, o Excel determina um layout significativo, combinando os da-
dos com as áreas mais adequadas da Tabela Dinâmica. Isso oferece um ponto inicial para experimentos adicionais. Depois
que uma Tabela Dinâmica básica é criada, você pode explorar orientações diferentes e reorganizar os campos para obter
os resultados desejados.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica Recomendada.

O Excel cria uma Tabela Dinâmica em uma nova planilha e exibe a Lista de Campos da Tabela Dinâmica.
Siga um destes procedimentos:

Para Faça isto

Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por pa-


drão, campos não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de data
Adicionar um campo
e hora são adicionadas à área Coluna e os campos numéricos são adicionados
à área Valores.

99
INFORMÁTICA

Para Faça isto


Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para outra,
Mover um campo
por exemplo, de Colunas para Linhas.
Atualizar a Tabela Dinâmica Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.

Criar uma Tabela Dinâmica manualmente


Se você sabe como organizar seus dados, pode criar uma Tabela Dinâmica manualmente.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica.

Na planilha, os seus dados devem estar envolvidos por uma linha tracejada. Se não estiverem, clique e arraste para
selecionar os dados. Quando você fizer isso, a caixa Tabela/Intervalo será preenchida automaticamente com o intervalo de
células selecionado.
Em Escolher onde deseja que o relatório de tabela dinâmica seja colocado, escolha Nova planilha para colocar a Tabela
Dinâmica em uma nova guia de planilha. Se preferir, clique em Planilha existente e clique na planilha para especificar o local.
DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.
Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por padrão,
Adicionar um campo campos não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de data e hora
são adicionadas à área Colunae os campos numéricos são adicionados à área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para outra, por
Mover um campo
exemplo, de Colunas para Linhas.
Clique na seta ao lado do campo em Valores > Definições do Campo de Valor e, na
caixa Definições do Campo de Valor, altere o cálculo.

Alterar o cálculo usado


em um campo de valor

Atualizar a Tabela Di-


Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.
nâmica

100
INFORMÁTICA

Proteger com senha uma pasta de trabalho


O Excel oferece várias maneiras de proteger uma pasta de trabalho. Você pode solicitar uma senha para abri-la, uma
senha para alterar dados e uma senha para alterar a estrutura do arquivo (adicionar, excluir ou ocultar planilhas). Você pode
também definir uma senha no modo de exibição Backstage para criptografar a pasta de trabalho.
Lembre-se, no entanto, de que esse tipo de proteção nem sempre criptografa os seus dados. Isso só é possível com a
senha criptografada criada no modo de exibição Backstage. Os usuários podem ainda usar ferramentas de terceiros para
ler dados não criptografados.
Vamos começar solicitando senhas para abrir um arquivo e alterar dados.
Clique em Arquivo > Salvar como.
Clique em um local, como Computador ou a página da Web Meu Site.
Clique em uma pasta, como Documentos ou uma das pastas no seu OneDrive, ou clique em Procurar.
Na caixa de diálogo Salvar como, vá até a pasta que você quer usar, abra a lista Ferramentas e clique em Opções Gerais.
Insira a sua senha e clique em OK. Insira a mesma senha para confirmar e clique novamente em OK.
OBSERVAÇÃO:  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.

Você pode digitar uma das duas senhas aqui, uma para abrir o arquivo, outra para mudar o arquivo.

Consulte as anotações abaixo para mais informações.


Para proteger a estrutura da sua pasta de trabalho, faça isto:
Clique em Revisar > Proteger Pasta de Trabalho.
Clique em Estrutura.
Consulte as anotações abaixo para saber mais sobre essa opção e a opçãoWindows.
Digite uma senha na caixa Senha.
Clique em OK e redigite a senha para confirmá-la.
OBSERVAÇÕES : 
Se você digitar a mesma senha para abrir e alterar a pasta de trabalho, os usuários somente precisarão digitar a senha
uma vez.
Se você solicitar somente uma senha para alterar a pasta de trabalho, os usuários podem abrir uma cópia somente
leitura do arquivo, salvá-la com outro nome e alterar seus dados.
Selecionar a opção Estrutura previne outros usuários de visualizar planilhas ocultas, adicionar, mover, excluir ou ocultar
planilhas e renomear planilhas.
Você pode ignorar a opção Windows. Ela está desabilitada nessa versão do Excel.
Sempre é possível saber quando a estrutura da pasta de trabalho está protegida. O botão Proteger Pasta de Traba-
lho acende.

101
INFORMÁTICA

Criptografar a pasta de trabalho com uma senha


No modo de exibição Backstage, você pode definir uma
senha para a pasta de trabalho que fornece criptografia.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Pasta de
Trabalho >Criptografar com Senha.
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e
clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
clique em OK.

OBSERVAÇÃO :  Para remover uma senha, siga as eta-


pas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a
senha em branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo Marque ou desmarque as caixas de seleção em Permi-
de senha usado no Excel. Por que minha senha desaparece tir que todos os usuários desta planilha possam e clique
quando salvo no formato do Excel 97-2003? em OK.
Você deseja enviar a sua pasta de trabalho protegida OBSERVAÇÕES : 
por senha para outras pessoas, mas eles ainda estão usan- Para remover a proteção da planilha, clique em Re-
do o Excel 2003, que salva no formato de arquivo Excel 97- visão, clique emDesproteger Planilha e digite a senha, se
2003 (*.xls). Você escolhe “Salvar como” usando o formato necessário. Se uma macro não pode executar na planilha
97-2003, mas então você descobre que a senha definida na protegida, você verá uma mensagem e a macro será inter-
pasta de trabalho desapareceu. Isso acontece porque a sua rompida
versão do Excel usa um novo esquema para salvar senhas,
e o formato de arquivo anterior não o reconhece. Como Adicionar ou alterar a cor do plano de fundo das
resultado, a senha é descartada ao salvar seu arquivo para células
o formato do Excel 97-2003. Defina a senha no arquivo *.xls É possível realçar dados em células utilizando Cor de
para proteger a pasta de trabalho novamente. preenchimento para adicionar ou alterar a cor do plano de
fundo ou padrão das células. Veja como:
Proteger uma planilha com ou sem uma senha no Selecione as células que deseja realçar.
Excel 2016 DICAS : Para utilizar uma cor de fundo diferente para
a planilha inteira, clique no botão Selecionar Tudo. Isso irá
Para ajudar a proteger seus dados de alterações não ocultar as linhas de grade, mas é possível melhorar a legi-
intencionais ou intencionais, proteja sua planilha, com ou bilidade da planilha exibindo bordas ao redor de todas as
sem senha. Ela impede que outras pessoas removam a células.
proteção da planilha: a senha deve ser inserida para des-
proteger a planilha. Por padrão, quando você protege uma
planilha, o excel bloqueia todas as células nessa planilha.
Antes de proteger a planilha, desbloqueie quaisquer célu-
las que desejar alterar antes de seguir essas etapas.
Clique na guia Revisão e clique em Proteger Planilha.
Verifique se a caixa de seleção Proteger a planilha e o
conteúdo de células bloqueadas está marcada.
Para usar uma senha, digite-a na caixa Senha para des- Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de
proteger a planilha.  Outros usuários podem remover a Preenchimento  .
proteção se você não usar uma senha.

IMPORTANTE :  Anote sua senha e armazene-a em lo-


cal seguro. Nós sinceramente não podemos ajudar você a
recuperar senhas perdidas. Se você digitou uma senha na
etapa 3, redigite-a para confirmá-la.

102
INFORMÁTICA

Em Cores do Tema ou Cores Padrão, selecione a cor


desejada.

Para utilizar um padrão com duas cores, selecione uma


cor na caixa Cor do Padrão e, em seguida, selecione um
padrão na caixa Estilo do Padrão.
Para utilizar um padrão com efeitos especiais, clique
em Efeitos de Preenchimento, e, em seguida, selecione as
opções desejadas.

DICA : Na caixa Amostra, é possível visualizar o plano


de fundo, o padrão e os efeitos de preenchimento selecio-
Para utilizar uma cor personalizada, clique em Mais Co- nados.
res, e em seguida, na caixa de diálogo Cores, selecione a
cor desejada. Remover cores de célula, padrões, ou efeitos de
DICA : Para aplicar a cor selecionada mais recentemen- preenchimento
te, clique em Cor de Preenchimento  . Você também Para remover quaisquer cores de fundo, padrões ou
encontrará até 10 cores personalizadas selecionadas mais efeitos de preenchimento das células, basta selecioná-las.
recentemente em Cores recentes. Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preenchi-
Aplicar um padrão ou efeitos de preenchimento. mento, e então selecione Sem Preenchimento.
Quando você deseja algo mais do que apenas um
preenchimento de cor sólida, experimente aplicar um pa-
drão ou efeitos de preenchimento.
Selecione a célula ou intervalo de células que deseja
formatar.
Clique em Página Inicial > iniciador da caixa de diálo-
go Formatar Células ou pressione Ctrl + Shift + F.

Imprimir cores de célula, padrões ou efeitos de preen-


chimento em cores
Se as opções de impressão estiverem definidas
Na guia Preenchimento, em Cor de Fundo, selecione a como Preto e branco ouQualidade de rascunho — seja
cor desejada. propositalmente ou porque a pasta de trabalho contém
planilhas e gráficos grandes ou complexos que resultaram
na ativação automática do modo de rascunho — não será
possível imprimir as células em cores. Veja aqui como re-
solver isso:

103
INFORMÁTICA

Clique em Layout da Página > iniciador da caixa de diá- CTRL+K — Exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink
logo Configurar Página. para novos hiperlinks ou a caixa de diálogo Editar Hiperlink
para os hiperlinks existentes que estão selecionados.
CTRL+N — Cria uma nova pasta de trabalho em branco
CTRL+O — Exibe a caixa de diálogo Abrir para abrir ou
localizar um arquivo.
CTRL+SHIFT+O — Seleciona todas as células que con-
têm comentários.
CTRL+P — Exibe a caixa de diálogo Imprimir.
CTRL+SHIFT+P — Abre a caixa de diálogo Formatar
Na guia Folha, em Imprimir, desmarque as caixas de Células com a guia Fonte selecionada.
seleção Preto e branco e Qualidade de rascunho. CTRL+R — Usa o comando Preencher à Direita para
OBSERVAÇÃO :  Se você não visualizar cores em sua copiar o conteúdo e o formato da célula mais à esquerda
planilha, talvez esteja trabalho no modo de alto contraste. de um intervalo selecionado nas células à direita.
Se não visualizar cores ao visualizar antes de imprimir, tal- CTRL+B — Salva o arquivo ativo com seu nome de ar-
vez nenhuma impressora colorida esteja selecionada. quivo, local e formato atual.
CTRL+T — Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela.
Principais atalhos CTRL+S — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+Menos (-) — Exibe a caixa de diálogo Excluir CTRL+SHIFT+S — Alterna entre a expansão e a redu-
para excluir as células selecionadas. ção da barra de fórmulas.
CTRL+; — Insere a data atual. CTRL+V — Insere o conteúdo da Área de Transferência
CTRL+` — Alterna entre a exibição dos valores da célu- no ponto de inserção e substitui qualquer seleção. Dispo-
la e a exibição de fórmulas na planilha. nível somente depois de ter recortado ou copiado um ob-
CTRL+’ — Copia uma fórmula da célula que está acima jeto, texto ou conteúdo de célula.
da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas. CTRL+ALT+V — Exibe a caixa de diálogo Colar Especial,
CTRL+1 — Exibe a caixa de diálogo Formatar Células. disponível somente depois que você recortar ou copiar um
CTRL+2 — Aplica ou remove formatação em negrito. objeto, textos ou conteúdo de célula em uma planilha ou
CTRL+3 — Aplica ou remove formatação em itálico. em outro programa.
CTRL+4 — Aplica ou remove sublinhado. CTRL+W — Fecha a janela da pasta de trabalho sele-
CTRL+5 — Aplica ou remove tachado. cionada.
CTRL+6 — Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos CTRL+X — Recorta as células selecionadas.
e exibir espaços reservados para objetos. CTRL+Y — Repete o último comando ou ação, se possível.
CTRL+8 — Exibe ou oculta os símbolos de estrutura CTRL+Z — Usa o comando Desfazer para reverter o
de tópicos. último comando ou excluir a última entrada digitada.
CTRL+9 — Oculta as linhas selecionadas. CTRL+SHIFT+Z — Usa o comando Desfazer ou Refazer
CTRL+0 — Oculta as colunas selecionadas. para reverter ou restaurar a correção automática quando
CTRL+A — Seleciona a planilha inteira. Se a planilha Marcas Inteligentes de AutoCorreção são exibidas.
contiver dados, este comando seleciona a região atual. CTRL+SHIFT+( — Exibe novamente as linhas ocultas
Pressionar CTRL+A novamente seleciona a região atual e dentro da seleção.
suas linhas de resumo. Pressionar CTRL+A novamente se- CTRL+SHIFT+) — Exibe novamente as colunas ocultas
leciona a planilha inteira. dentro da seleção.
CTRL+SHIFT+A — Insere os nomes e os parênteses do CTRL+SHIFT+& — Aplica o contorno às células sele-
argumento quando o ponto de inserção está à direita de cionadas.
um nome de função em uma fórmula. CTRL+SHIFT+_ — Remove o contorno das células se-
CTRL+N — Aplica ou remove formatação em negrito. lecionadas.
CTRL+C — Copia as células selecionadas. CTRL+SHIFT+~ — Aplica o formato de número Geral.
CTRL+C (seguido por outro CTRL+C) — exibe a Área CTRL+SHIFT+$ — Aplica o formato Moeda com duas
de Transferência. casas decimais (números negativos entre parênteses)
CTRL+D — Usa o comando Preencher Abaixo para co- CTRL+SHIFT+% — Aplica o formato Porcentagem sem
piar o conteúdo e o formato da célula mais acima de um casas decimais.
intervalo selecionado nas células abaixo. CTRL+SHIFT+^ — Aplica o formato de número Expo-
CTRL+F — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi- nencial com duas casas decimais.
tuir com a guia Localizar selecionada. CTRL+SHIFT+# — Aplica o formato Data com dia, mês
SHIFT+F5 — Também exibe essa guia, enquanto SHIF- e ano.
T+F4 repete a última ação de Localizar. CTRL+SHIFT+@ — Aplica o formato Hora com a hora
CTRL+SHIFT+F — Abre a caixa de diálogo Formatar e os minutos, AM ou PM.
Células com a guia Fonte selecionada. CTRL+SHIFT+! — Aplica o formato Número com duas
CTRL+G — Exibe a caixa de diálogo Ir para. (F5 tam- casas decimais, separador de milhar e sinal de menos (-)
bém exibe essa caixa de diálogo.) para valores negativos.
CTRL+H — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi- CTRL+SHIFT+* — Seleciona a região atual em torno
tuir com a guia Substituir selecionada. da célula ativa (a área de dados circunscrita por linhas e
CTRL+I — Aplica ou remove formatação em itálico. colunas vazias).

104
INFORMÁTICA

CTRL+SHIFT+: — Insere a hora atual.


CTRL+SHIFT+” –Copia o valor da célula que está acima da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+SHIFT+Mais (+) — Exibe a caixa de diálogo Inserir para inserir células em branco.

Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é dife-
rente.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


=SOMA(A1;A2).
Para aplicar a fórmula de soma você pre- Dica: Sempre separe a indi-
cisa, apenas, selecionar as células que cação das células com pon-
Adição =SOMA(célulaX;célula Y) estarão envolvidas na adição, incluindo a to e vírgula (;). Dessa forma,
sequência no campo superior do progra- mesmo as que estiverem em
ma junto com o símbolo de igual (=) localizações distantes serão
consideradas na adição
Segue a mesma lógica da adição, mas
dessa vez você usa o sinal correspon-
Subtração =(célulaX-célulaY) dente a conta que será feita (-) no lugar =(A1-A2)
do ponto e vírgula (;), e retira a palavra
“soma” da função
Use o asterisco (*) para indicar o símbolo
Multiplicação = (célulaX*célulaY) = (A1*A2)
de multiplicação
A divisão se dá com a barra de divisão
Divisão =(célulaX/célulaY) (/) entre as células e sem palavra antes =(A1/A2)
da função

Fórmulas bastante requisitadas


Outros algoritmos que são bastante importantes nas planilhas são aqueles que mostram valores de média, máxima e
mínimo. Mas para usar essas funções, você precisa estabelecer um grupo de células.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Você deve usar a palavra “me-
dia” antes das células indicadas,
que são sempre separadas por
Média =MEDIA(célula X:célulaY) =MEDIA(A1:A10)
dois pontos (:) e representam o
grupo total que você precisa cal-
cular
Segue a mesma lógica, mas usa
Máxima =MAX(célula X:célulaY) =MAX(A1:A10)
a palavra “max”
Mínima =MIN(célula X:célulaY) Dessa vez, use a expressão “min” =MIN(A1:A10)

Função Se
Essa função trata das condições de valores solicitados. Para que entenda, se você trabalhar em uma loja que precisa
saber se os produtos ainda estão no estoque ou precisam de mais unidades, essa é uma excelente ferramenta. Veja por que:

Cálculo Fórmula Exemplo


Função =se(célulaX<=0 ; “O que =se(B1<=0 ; “a ser enviado” ; “no estoque”)
Se precisa saber 1” ; “o que Essa linguagem diz ao Excel que se o conteúdo da célula B1 é menor ou
precisa saber 2”) igual a zero ele deve exibir a mensagem “a ser enviado” na célula que
contem a fórmula. Caso o conteúdo seja maior que zero, a mensagem
que aparecerá é “no estoque”
*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informatica/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-sua-
vida-no-excel#ixzz48neY9XBW

105
INFORMÁTICA

– controle integrado de informações distribuídas fisi-


BANCO DE DADOS. camente,
COMUNICAÇÃO DE DADOS. – redução de redundância e de inconsistência de in-
formações,
– compartilhamento de dados,
– aplicação automática de restrições de segurança,
Banco de dados – redução de problemas de integridade.

Introdução3 Abstração de Dados


A importância da informação para a tomada de de- – O sistema de bancos de dados deve prover
cisões nas organizações tem impulsionado o desenvolvi- uma visão abstrata de dados para os usuários.
mento dos sistemas de processamento de informações. – A abstração se dá em três níveis:
Algumas ferramentas:
– processadores de texto (editoração eletrônica),
– planilhas (cálculos com tabelas de valores),
– Sistemas de Gerenciamento de Bancos de Dados -
SGBDs (armazenamento de grandes volumes de dados, es-
truturados em registros e tabelas, com recursos para aces-
so e processamento das informações).

Conceitos
Banco de Dados: é uma coleção de dados interrelacio-
nados, representando informações sobre um domínio es-
pecífico [KS94].
Exemplos: lista telefônica, controle do acervo de uma
biblioteca, sistema de controle dos recursos humanos de
uma empresa.
Sistema de Gerenciamento de Bancos de Dados
(SGBD): é um software com recursos específicos para facili-
tar a manipulação das informações dos bancos de dados e Níveis de Abstração
o desenvolvimento de programas aplicativos. ■ Nível físico: nível mais baixo de abstração. Descreve
Exemplos: Oracle, Ingres, Paradox*, Access*, DBase*. como os dados estão realmente armazenados, englobando
* Desktop Database Management Systems. estruturas complexas de baixo nível.
Sistema de Bancos de Dados ■ Nível conceitual: descreve quais dados estão arma-
■ É um sistema de manutenção de registros por com- zenados e seus relacionamentos. Neste nível, o banco de
putador, envolvendo quatro componentes principais: dados é descrito através de estruturas relativamente sim-
– dados, ples, que podem envolver estruturas complexas no nível
– hardware, físico.
– software, ■ Nível de visões do usuário: descreve partes do banco
– usuários. de dados, de acordo com as necessidades de cada usuário,
individualmente.
■ O sistema de bancos de dados pode ser considerado
como uma sala de arquivos eletrônica [Date91]. Modelos Lógicos de Dados
Existe uma série de métodos, técnicas e ferramentas Conjunto de ferramentas conceituais para a descrição
que visam sistematizar o desenvolvimento de sistemas de dos dados, dos relacionamentos entre os mesmos e das
bancos de dados. restrições de consistência e integridade.
Dividem-se em:
Objetivos de um Sistema de Bancos de Dados – baseados em objetos,
– Isolar os usuários dos detalhes mais internos do ban- – baseados em registros.
co de dados (abstração de dados). Modelos lógicos baseados em objetos
– Prover independência de dados às aplicações (estru- Descrição dos dados nos níveis conceitual e de visões
tura física de armazenamento e à estratégia de acesso). de usuários.
Vantagens: Exemplos:
– rapidez na manipulação e no acesso à informação, Entidade-relacionamento, orientado a objetos.
– redução do esforço humano (desenvolvimento e uti- No modelo orientado a objetos, código executável é
lização), parte integrante do modelo de dados.
– disponibilização da informação no tempo necessário, Modelos lógicos baseados em registros
3 Fonte: Arquivado no curso de Engenharia Mecatrônica na – descrição dos dados nos níveis conceitual e de visões
UNESP de usuários;

106
INFORMÁTICA

– o banco de dados é estruturado em registros de for- O Modelo Relacional


matos fixos, de diversos tipos;
– cada tipo de registro tem sua coleção de atributos;
– há linguagens para expressar consultas e atualiza-
ções no banco de dados.
Exemplos:
● relacional,
● rede,
● hierárquico.
No modelo relacional, dados e relacionamentos entre
dados são representados por tabelas, cada uma com suas
colunas específicas.
Exemplo das Informações em um Banco de Dados

O Modelo de Rede
■ Os dados são representados por coleções de regis-
tros e os relacionamentos por elos.
■ Tanto os dados quanto os relacionamentos são re-
presentados por tabelas.
■ Possui fundamento matemático sólido.
■ Prescinde de estruturas de índice eficientes e hard-
ware adequado para alcançar desempenho viável em situa-
ções práticas.

O Banco de Dados no Nível Conceitual (modelo ER)

O Modelo Hierárquico
■ Os dados e relacionamentos são representados por Linguagens de Definição e Manipulação de Dados
registros e ligações, respectivamente.
■ Os registros são organizados como coleções arbitrá- Esquema do Banco de Dados
rias de árvores. É o “projeto geral” (estrutura) do banco de dados.
– não muda com frequência;
– há um esquema para cada nível de abstração e um
subesquema para cada visão de usuário.
Linguagem de Definição de Dados (DDL)
Permite especificar o esquema do banco de dados,
através de um conjunto de definições de dados.
– A compilação dos comandos em DDL é armazenada
no dicionário (ou diretório) de dados.

Manipulação de dados
– recuperação da informação armazenada,
– inserção de novas informações,
– exclusão de informações,
– modificação de dados armazenados.

107
INFORMÁTICA

Linguagem de Manipulação de Dados (DML)


Permite ao usuário acessar ou manipular os dados, vendo-os da forma como são definidos no nível de abstração mais
alto do modelo de dados utilizado.
– Uma consulta (“query”) é um comando que requisita uma recuperação de informação.
– A parte de uma DML que envolve recuperação de informação é chamada linguagem de consulta*.
[Date91] ilustra o papel do sistema de gerência de banco de dados, de forma conceitual:
O usuário emite uma solicitação de acesso. O SGBD intercepta a solicitação e a analisa.
O SGBD inspeciona os esquemas externos (ou subesquemas) relacionados àquele usuário, os mapeamentos entre os
três níveis, e a definição da estrutura de armazenamento.
O SGBD realiza as operações solicitadas no banco de dados armazenado.
Tarefas:
– interação com o sistema de arquivos do sistema operacional,
– cumprimento da integridade,
– cumprimento da segurança,
– cópias de segurança (“backup”) e recuperação,
– controle de concorrência.
Papéis Humanos em um Sistema de Bancos de Dados
■ Usuários do Banco de Dados
Realizam operações de manipulação de dados.
– programadores de aplicações,
– usuários sofisticados,
– usuários especializados,
– usuários “ingênuos”.
■ Administrador do Banco de Dados
Pessoa (ou grupo) responsável pelo controle do sistema de banco de dados.
– Administrador de Dados
– Administrador do SGBD
Administração de Sistemas de Bancos de Dados
Administrador de Dados (DBA)
– definição e atualização do esquema do banco de dados.
Administrador do SGBD
– definição da estrutura de armazenamento e a estratégia (ou método) de acesso,
– concessão de autorização para acesso a dados,
– definição de controles de integridade,
– definição de estratégias para cópia de segurança e recuperação,
– monitoramento do desempenho,
– execução de rotinas de desempenho,
– modificação da organização física.

Tipos de Banco de Dados

Banco de dados Relacional


Um banco de dados relacional consiste em uma coleção de tabelas, que podem ser relacionadas através de seus atri-
butos, ou seja, uma linha de uma tabela pode estar sendo relacionada com uma outra linha em uma outra tabela.
Banco de dados rede
Enquanto no modelo relacional os dados e os relacionamentos entre dados são representados por uma coleção de ta-
belas, modelo de rede representa os dados por coleções de registros e os relacionamentos entre dados são representados
por ligações.
Ou seja, um banco de dados de rede consiste em uma coleção de registros que são conectados uns aos outros por
meio de ligações. Cada registro é uma coleção de campos (atributos), cada um desses campos contendo apenas um valor
de dado. Uma ligação é uma associação entre precisamente dos registros.

108
INFORMÁTICA

Banco de dados Hierárquico • Esquema físico: É a descrição da Implementação da


Assim como no modelo de Redes o modelo Hierárqui- base de dados em memória secundária. Descreve estrutu-
co trabalho com os dados e relacionamentos como uma ras de armazenamento e métodos de acesso.
coleção de registros relacionados por ligações. A única di-
ferença entre os dois é que o modelo Hierárquico os regis- • Tem forte ligação com o DBMS específico.
tros são organizados como coleções de árvores em vez de Resumindo
grafos arbitrários.
• Projeto Conceitual: Não tem dependência com a clas-
se do GBD a ser escolhido.

• Projeto Lógico: Tem dependência com a classe, mas


não com o GBD específico.

• Projeto Físico: Total dependência do GBD específico.


Conclusões

Uma das vantagens em se trabalhar com projeto con-


ceitual está na possibilidade de se adiar a escolha do GBD
(mesmo a sua classe). O projetista deve concentrar o maior
esforço nesta fase do projeto pois, a passagem para as ou-
tras fases é mais ou menos automática.
Outra vantagem está na possibilidade de usuários não
especialistas em bancos de dados darem diretamente a sua
FASES DO PROJETO DE BASE DE DADOS contribuição no projeto conceitual cuja maior exigência é
O Projeto de Base de Dados pode ser decomposto em: a capacidade de abstração. A aproximação com o usuário
final melhora bastante a qualidade do projeto.
Projeto Conceitual
PROJETO CONCEITUAL
O Projeto Conceitual produz um esquema conceitual a
partir de “requisitos” de um mundo real.
• Projeto conceitual usa modelo de dados para descre-
ver a realidade.
• Um modelo de dados se ampara em um conjunto de
blocos de construção primitivo.
• Independe do DBMS escolhido
• Modelo Conceitual: Linguagem usada para descrever Abstração
esquemas conceituais Processo que consiste em mostrar as características e
propriedades essenciais de um conjunto de objetos, ou es-
Projeto Lógico conder as características não essenciais.
Quando pensamos no objeto “bicicleta” de uma forma
abstrata, normalmente “esquecemos” seus detalhes e as
particularidades que as diferem entre si.

Abstrações em Projetos Conceituais


Existem 3 Tipos:
• Classificação
• Modelo lógico: Linguagem usada para especificar es- • Agregação
quemas lógicos • Generalização
• Pertencem a três classes: Relacional, Redes e Hierár-
quico. Classificação
Usada para reunir objetos do mundo real com proprie-
Projeto Físico dades comuns, formando (ou definindo) classes.

109
INFORMÁTICA

Agregação
Usada para definir uma nova classe a partir de um conjunto de classes que representam suas partes componentes.

Generalização
Usada para definir uma classe mais genérica a partir de duas ou mais classes.

110
INFORMÁTICA

Cobertura da Generalização
• Total / Exclusiva
• Total / Não Exclusiva

MODELOS DE DADOS
Conceitos: Modelo e Esquema
Um modelo de dados é uma coleção de conceitos usados para descrever uma dada realidade. Estes conceitos são cons-
truídos com base nos mecanismos de abstração e são descritos através de representações gráficas e linguísticas.
Um esquema é uma representação de uma porção específica da realidade usando -se um particular modelo de dados.

111
INFORMÁTICA

Para exemplificar vamos utilizar o modelo de entidades e relacionamentos (M.E.R.)

Há dois tipos de modelos de dados:


• Modelos Conceituais: são ferramentas que representam a realidade num alto nível de abstração.
• Modelos Lógicos: suportam descrições de dados que podem ser processadas (por um computador). Incluem os mo-
delos relacional, hierárquico e rede.
Obs: projeto de base de dados não é a única aplicação de modelos conceituais. Eles podem ser excelentes ferramentas
para gestão em empresas.
Por recomendação do comitê ANSI/SPARC (metade dos anos 70) todo sistema de base de dados deveria ser organiza-
do de acordo com 3 níveis de abstração de dados:
• Externo: também chamado de visão. Descreve o ponto de vista de grupos específicos de usuários sobre a porção da
base de dados que é interessante preservar para aquele grupo particular.
• Conceitual: representação de alto nível, independente da máquina, sobre toda a base de dados. Também chamada
de “ EnterpriseScheme ”.
• Interno: descrição da implementação física da base de dados. Dependente da máquina.

112
INFORMÁTICA

M. E. R. - O Modelo de Entidades e Relacionamentos


É o mais difundido modelo de dados para projeto con-
ceitual de base de dados. Foi introduzido por Peter Chen
(1976) e posteriormente recebeu extensões.
Elementos básicos do modelo: Entidades e Relacio-
namentos
Entidades
Representam classes de objetos do mundo real.
Exemplos: FUNCIONÁRIOS, ALUNOS, PROFESSORES,
CIDADES, etc.

Vamos considerar o esquema dos relacionamentos en-


tre “Funcionários” e “Cidades”. Para este esquema podería-
mos ter a seguinte instância:
• FUNCIONÁRIOS = { f1, f2, f3, f4 }
• CIDADES = { c1, c2, c3 }
• VIVEM_EM = { <f1,c1>, <f2,c1>, <f3,c2>, <f4,c3> }
• NASCIDOS_EM = { <f1,c1>, <f2,c1>, <f3,c2>, <f4,c2> }
Relacionamentos Cardinalidades podem ser expressas através de valores
mínimos e máximos. Por exemplo:
Representam agregações de duas ou mais entidades. • MIN_CARD (FUNCIONÁRIOS, VIVEM_EM) = 1
Exemplos: “Nascidos em” entre “Funcionários” e “Cida- • MAX_CARD (FUNCIONÁRIOS, VIVEM_EM) = 1
des” e “Vivem em” também entre “Funcionários” e “Cida- • MIN_CARD (CIDADES, VIVEM_EM) = 0
des”. • MAX_CARD (CIDADES, VIVEM_EM) = N
Nós declaramos através desta representação (linguís-
tica) que o relacionamento “Vivem em” é “vários para um”
entre “Funcionários” e “Cidades”, através de “Vivem em”.
A participação de “Funcionários” é obrigatória no rela-
cionamento, enquanto a de “Cidades” é opcional.
Outra forma de declarar as cardinalidades acima seria:
• CARD (FUNCIONÁRIOS, VIVEM_EM) = (1,1)
• CARD (CIDADES, VIVEM_EM) = (0,n)
Representação gráfica correspondente à declaração
linguística acima:

O relacionamento pode conectar mais que duas enti-


dades simultaneamente . Neste caso, é chamado “relacio-
namento múltiplo”.

Outra representação para o exemplo acima é mostrada


através do esquema abaixo. Esta será a representação que
normalmente seguiremos.

Um relacionamento pode conectar entidades de um Existem casos práticos em que um conjunto de entida-
mesmo conjunto. Neste caso temos o “auto relacionamen- des representa elementos do mundo real que se subdivi-
to”. dem em categorias. Esta subdivisão pode ser representada

113
INFORMÁTICA

pelo particionamento do conjunto de entidades o que representa uma abstração de generalização (ou especialização).

Exemplo:

Extensões do Modelo: Agregação

114
INFORMÁTICA

Atributos

Representam propriedades elementares de entidades


ou relacionamentos.

Exemplos:

Essas regras são apresentadas mais abaixo :

Entidades
Entidades
As entidades irão gerar sempre uma tabela no Modelo
Relacional.

Tipos de Atributos

Atributos Multivalorados
Os atributos Multivalorados criarão uma tabela auxiliar,
que receberá os atributos determinantes (chave) da tabela
principal e o próprio atributo se tornará um atributo deter-
minante nessa nova tabela.

Obs: os atributos determinantes determinam univoca-


mente um objeto dentro de um conjunto de entidades.

Mapeamento para o Modelo Relacional

A obtenção de um modelo lógico a partir de um mode-


lo conceitual pode ser feita pela aplicação de um conjunto
de regras bem definidas. Essas regras basicamente atuarão
em dois grupos distintos de elementos: as estruturas de
relacionamento, agregação e especialização de um lado e
as entidades e seus atributos de outro.

115
INFORMÁTICA

Relacionamentos
Relação N:N
Nos relacionamentos N:N, cada entidade e o relaciona-
mento virarão tabelas.

Relação 1:1 com obrigatoriedade


Assim como nos relacionamento 1:N com obrigato-
riedade, nesses relacionamentos a entidade fraca, ou seja
Relação 1:N ou N:1 com obrigatoriedade aquela entidade onde a obrigatoriedade se encontra, irá
“vencer” e receberá o atributo determinante (chave).
Para esses relacionamentos a entidade fraca, ou seja
aquela entidade onde a obrigatoriedade se encontra, irá
“vencer” e receberá o atributo determinante (chave).

Relação 1:1 sem obrigatoriedade


Nesses relacionamentos o próprio mundo que está
sendo modelado deverá identificar qual das duas entida-
des deverá receber o atributo determinante (chave).
Relação 1:N ou N:1 sem obrigatoriedade

Para esses relacionamentos podemos ter duas possi-


bilidades, dependendo do modelamento que está sendo
feito. Podemos ter a entidade recebendo o atributo de-
terminante (chave) ou o relacionamento se tornando mais
uma tabela.

116
INFORMÁTICA

Auto relacionamento 1:N ou N:1 sem obrigatoriedade


Para esses relacionamentos podemos ter duas possi-
Auto relacionamento N:N bilidades, dependendo do modelamento que está sendo
Nesses relacionamentos a entidade e o relacionamen- feito. Podemos ter a entidade recebendo o atributo de-
to gerarão duas tabelas, o relacionamento por sua vez re- terminante (chave) ou o relacionamento se tornando mais
ceberá dois atributos determinantes da entidade. uma tabela.

Auto relacionamento 1:N ou N:1 com obrigatoriedade


Nesses relacionamentos 1:N com obrigatoriedade, a
entidade é fraca, e sendo assim irá receber o atributo de-
terminante (chave).

Agregação

O relacionamento N:N é resolvido da forma já vista an-


teriormente. A agregação nada mais é do que o relaciona-
mento entre relacionamentos, desta forma a relação com

117
INFORMÁTICA

a entidade C vai acontecer conforme as regras mostradas


anteriormente (considerando que o relacionamento A:B
gere uma “entidade” agregada.

Relacionamento Triplo
CONCEITOS GERAIS DE EQUIPAMENTOS
Nesses relacionamentos as regras de atribuição do
E OPERACIONALIZAÇÃO.
atributo determinante vão depender do modelamento,
além se seguir todas as regras determinadas anteriormen-
te. O importante é notar que todas as entidades estão rela-
cionadas ao mesmo tempo.
“CARO CANDIDATO, O TÓPICO ACIMA FOI ABOR-
DADO NO DECORRER DA MATÉRIA”

CONCEITOS BÁSICOS DE INTERNET.

INTERNET

“Imagine que fosse descoberto um continente tão


vasto que suas dimensões não tivessem fim. Imagine
um mundo novo, com tantos recursos que a ganância
do futuro não seria capaz de esgotar; com tantas oportuni-
dades que os empreendedores seriam poucos para apro-
veitá-las; e com um tipo peculiar de imóvel que se
expandiria com o desenvolvimento.”

118
INFORMÁTICA

John P. Barlow xxx = domínio


Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear com = comercial
ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentá- br = brasil
gono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da dé- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
cada de 60, ficou em poder exclusivo do governo conec-
tando bases militares, em quatro localidades. É um serviço disponível na Internet que possui um con-
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
norte-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar bilizados a qualquer um.
a tecnologia, logo vinte e três computadores foram conec- Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
tados, porém o padrão de conversação entre as máquinas liza uma linguagem especial, chamada HTML.
se tornou impróprio pela quantidade de equipamentos.
Era necessário criar um modelo padrão e univer- Domínio
sal para que as máquinas continuassem trocando da- Designa o dono do endereço eletrônico em ques-
dos, surgiu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permi- tão, e onde os hipertextos deste empreendimento estão
tiria portanto que mais outras máquinas fossem inseridas localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem:
àquela rede. .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrô- .edu = Instituição acadêmica
nico, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as .gov = Instituição governamental
máquinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim .mil = Instituição militar norte-americana
no ano seguinte a rede se torna internacional. .net = Provedor de serviços em redes
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do .org = Organização sem fins lucrativos
Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui-
lo que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan- HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de
to o processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a Trasferência em Hipertexto
nível mundial, além de alimentar as forças armadas brasi- É um protocolo ou língua específica da internet, res-
ponsável pela comunicação entre computadores.
leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990
Um hipertexto é um texto em formato digital, e
caísse no domínio público.
pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe-
Com esta popularidade e o surgimento de softwares
ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa
de navegação de interface amigável, no fim da década de
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na
90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de
forma de blocos de textos, imagens ou sons.
informática começaram a utilizar a rede internacional.
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o
mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou
Acesso à Internet outro documento.
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço
de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In- Home Page
ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de Sendo assim, home page designa a página inicial, prin-
sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam cipal do site ou web page.
à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela É muito comum os usuários confundirem um Blog ou
relacionados, e em função do serviço classificam-se em: Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
• Provedores de Backbone: São instituições que cons- tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
troem e administram backbones de longo alcance, ou seja, um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer de um usuário dentro de uma comunidade virtual.
acesso à Internet para redes locais;
• Provedores de Acesso: São instituições que se conec- HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de
tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi- Marcação de Hipertexto
bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações; É a linguagem com a qual se cria as páginas para a
• Provedores de Informação: São instituições que dis- web.
ponibilizam informação através da Internet. Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
Endereço Eletrônico ou URL vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se trabalho);
conhecer o seu endereço. • Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
Este endereço, que é único, também é considerado sua tomizar” diversos elementos do documento, como o tama-
URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recur- nho padrão da letra, as cores, etc);
sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: • Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter
www.xxxx.com.br um tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na
Onde: transmissão através da Internet, evitando longos perío-
www = protocolo da World Wide Web dos de espera e congestionamento na rede).

119
INFORMÁTICA

Browser ou Navegador projetistas decidem quantas camadas incluir em uma rede


É o programa específico para visualizar as páginas da e o que cada camada deve fazer, uma das considerações
web. mais importantes é definir interfaces limpas entre as cama-
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em das. Isso requer, por sua vez, que cada camada desempe-
HTML, apresentando as páginas formatadas para os nhe um conjunto específico de funções bem compreendi-
usuários. das. Além de minimizar a quantidade de informações que
deve ser passada de camada em camada, interfaces bem
ARQUITETURAS DE REDES definidas também tornam fácil a troca da implementação
As modernas redes de computadores são projetadas de uma camada por outra implementação completamente
de forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa- diferente (por exemplo, trocar todas as linhas telefônicas
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação. por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova
implementação é que ela ofereça à camada superior exa-
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS tamente os mesmos serviços que a implementação antiga
oferecia.
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das
O conjunto de camadas e protocolos é chamado de
redes é organizada em camadas ou níveis, cada uma cons-
arquitetura de rede. A especificação de arquitetura deve
truída sobre sua predecessora. O número de camadas, o
conter informações suficientes para que um implementa-
nome, o conteúdo e a função de cada camada diferem de dor possa escrever o programa ou construir o hardware de
uma rede para outra. No entanto, em todas as redes, o pro- cada camada de tal forma que obedeça corretamente ao
pósito de cada camada é oferecer certos serviços às cama- protocolo apropriado. Nem os detalhes de implementação
das superiores, protegendo essas camadas dos detalhes de nem a especificação das interfaces são parte da arquitetura,
como os serviços oferecidos são de fato implementados. pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e
A camada n em uma máquina estabelece uma con- não são visíveis externamente. Não é nem mesmo neces-
versão com a camada n em outra máquina. As regras e sário que as interfaces em todas as máquinas em uma rede
convenções utilizadas nesta conversação são chamadas sejam as mesmas, desde que cada máquina possa usar cor-
coletivamente de protocolo da camada n, conforme ilus- retamente todos os protocolos.
trado na Figura abaixo para uma rede com sete camadas.
As entidades que compõem as camadas correspondentes O endereço IP
em máquinas diferentes são chamadas de processos par- Quando você quer enviar uma carta a alguém, você...
ceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um
se comunicam utilizando o protocolo. recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo:
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente quando você quer enviar um presente a alguém, você ob-
da camada n em uma máquina para a camada n em outra tém o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma
máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e infor- transportadora para entregar. É graças ao endereço que é
mações de controle para a camada imediatamente abaixo, possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada.
até que o nível mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível Também é graças ao seu endereço - único para cada resi-
1 está o meio físico de comunicação, através do qual a co- dência ou estabelecimento - que você recebe suas contas
municação ocorre. Na Figura abaixo, a comunicação virtual de água, aquele produto que você comprou em uma loja
é mostrada através de linhas pontilhadas e a comunicação on-line, enfim.
física através de linhas sólidas. Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede
mundial de computadores, necessita ter um endereço úni-
co. O mesmo vale para websites: este fica em um servidor,
que por sua vez precisa ter um endereço para ser localiza-
do na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address),
recurso que também é utilizado para redes locais, como a
existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
O endereço IP é uma sequência de números composta
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10
é um exemplo. Repare que cada octeto é formado por nú-
meros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.

Entre cada par de camadas adjacentes há uma interfa-


ce. A interface define quais operações primitivas e serviços
a camada inferior oferece à camada superior. Quando os

120
INFORMÁTICA

A divisão de um IP em quatro partes facilita a organi- - Os endereços IP da classe C são usados em locais que
zação da rede, da mesma forma que a divisão do seu en- requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
dereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
a organização das casas da região onde você mora. Neste são usados para identificar a rede e o último é utilizado
sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP po- para identificar as máquinas.
dem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
uma escola que tem, por exemplo, uma rede para alunos peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma especiais para a comunicação entre os computadores, en-
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
octetos são usados na identificação de computadores. ras ou experimentais.
Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-
Classes de endereços IP dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto
ser utilizados tanto para identificar o seu computador den- é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço
tro de uma rede, quanto para identificá-lo na internet. 127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou seja,
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com- ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de
putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma má- localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado para
quina em outra rede pode ter este mesmo número, afinal, propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
ambas as redes são distintas e não se comunicam, sequer maneira simultânea.
sabem da existência da outra. Mas, como a internet é uma
rede global, cada dispositivo conectado nela precisa ter um Endereços IP privados
endereço único. O mesmo vale para uma rede local: nesta, Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são
cada dispositivo conectado deve receber um endereço úni- privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados
co. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se na internet, sendo reservados para aplicações locais. São,
então um problema chamado “conflito de IP”, que dificulta
essencialmente, estes:
a comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapa-
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
lhar toda a rede.
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re-
-Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
des locais quanto para utilização na internet, contamos com
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede
um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades
com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para es-
IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In-
tas máquinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50,
ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O
basicamente, divide os endereços em três classes principais
e mais duas complementares. São elas: que fazer? Adicionar mais um IP para cada uma delas? Não.
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipa-
redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta- mento de rede - como um roteador - que receba a cone-
dos; xão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até conectados a ele. Com isso, somente este equipamento
16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até de computadores.
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast; Máscara de sub-rede
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re- As classes IP ajudam na organização deste tipo de en-
servado. dereçamento, mas podem também representar desperdí-
As três primeiras classes são assim divididas para aten- cio. Uma solução bastante interessante para isso atende
der às seguintes necessidades: pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte
dos números que um octeto destinado a identificar dis-
positivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a
- Os endereços IP da classe A são usados em locais capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos en-
onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan- xergar as classes A, B e C da seguinte forma:
tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili- - A: N.H.H.H;
zado como identificador da rede e os demais servem como - B: N.N.H.H;
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso- - C: N.N.N.H.
ras, etc); N significa Network (rede) e H indica Host. Com o
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante “transformar” em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os são destinados para a identificação da rede e quantos são
restantes para identificar os dispositivos; utilizados para identificar os dispositivos.

121
INFORMÁTICA

Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: IP estático e IP dinâmico


se um octeto é usado para identificação da rede, este re- IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanen-
ceberá a máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é temente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda,
aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub exceto se tal ação for executada manualmente. Como
-rede será 0 (zero). A tabela a seguir mostra um exemplo exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via
desta relação: ADSL onde o provedor atribui um IP estático aos seus as-
sinantes. Assim, sempre que um cliente se conectar, usará
Identifica- o mesmo IP.
Identifica- dor O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado
Clas- Máscara a um computador quando este se conecta à rede, mas que
Endereço IP dor do
se de sub-rede muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que
da rede computa-
dor você conectou seu computador à internet hoje. Quando
você conectá-lo amanhã, lhe será dado outro IP. Para en-
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
tender melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0 tem 80 computadores ligados em rede. Usando IPs dinâ-
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0 micos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais
máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador rece-
Você percebe então que podemos ter redes com más- berá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que
cara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indi- não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os
cando uma classe. Mas, como já informado, ainda pode ha- provedores de internet trabalham.
ver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâ-
que uma faculdade tenha que criar uma rede para cada um micos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration
de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores. Protocol).
A solução seria então criar cinco redes classe C? Pode ser
melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desper- IP nos sites
dício. Uma forma de contornar este problema é criar uma Você já sabe que os sites na Web também necessitam
rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in-
máscaras novamente entram em ação. fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá
estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). -lo?
255 em binário é 11111111. O número zero, por sua vez, Quando você digitar um endereço qualquer de um site,
é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C, um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado.
255.255.255.0, é: Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis-
11111111.11111111.11111111.00000000 tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante
Perceba então que, aqui, temos uma máscara forma- a uma árvore (termo conhecido por programadores). Se,
da por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para por exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o
criarmos as nossas sub-redes, temos que ter um esquema sistema envia a solicitação a um servidor responsável por
com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as pos- terminações “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do
sibilidades. Em outras palavras, precisamos trocar alguns endereço e responderá à solicitação. Se o site solicitado
zeros do último octeto por 1. termina com “.br”, um servidor responsável por esta termi-
Suponha que trocamos os três primeiros bits do últi- nação é consultado e assim por diante.
mo octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita),
resultando em: IPv6
11111111.11111111.11111111.11100000 O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de passado não muito distante, você conectava apenas o PC
bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-re- da sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu
des. Em nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possi- notebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e
bilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para assim por diante. Somando este aspecto ao fato de cada
o endereçamento dos host. Fazemos a mesma conta: 2^5 vez mais pessoas acessarem a internet no mundo inteiro,
= 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (esta- nos deparamos com um grande problema: o número de
mos fazendo estes cálculos sem considerar limitações que IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras)
possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes). aplicações.
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultan- A solução para este grande problema (grande mesmo,
te é 255.255.255.224. afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar
empregado também em endereços classes A e B, conforme até - respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.
a necessidade. Vale ressaltar também que não é possível 431.768.211.456 de endereços, um número absurdamente
utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara. alto!

122
INFORMÁTICA

No Brasil, a maioria dos provedores está conectada


à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra-
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave-
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au- os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun-
mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
pode ser, por exemplo: que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF e um endereço eletrônico na Internet.

Finalizando URL - Uniform Resource Locator


Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden-
a especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do tificação de onde está localizado o computador e quais re-
mapa. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL:
Durante essa fase, que podemos considerar de transição, http://www.novaconcursos.com.br
o que veremos é a “convivência” entre ambos os padrões. Será mais bem explicado adiante.
Não por menos, praticamente todos os sistemas operacio-
nais atuais e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos Como descobrir um endereço na Internet?
a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se você
é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes Para que possamos entender melhor, vamos exempli-
ou simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se ficar.
aprofundar nas duas especificações. Você estuda em uma universidade e precisa fazer algu-
A esta altura, você também deve estar querendo des- mas pesquisas para um trabalho. Onde procurar as infor-
cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma mações que preciso?
forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de
exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do procura, que são sites que possuem um enorme banco de
Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all dados (que contém o cadastro de milhares de Home Pa-
e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig. ges), que permitem a procura por um determinado assun-
to. Caso a palavra ou o assunto que foi procurado exista
em alguma dessas páginas, será listado toda esta relação
de páginas encontradas.
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, refe-
rente ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesqui-
sar sobre amortecedores, caso não encontre nada como
amortecedores, procure como autopeças, e assim suces-
sivamente.

Barra de endereços

Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar
partir de uma rede local - tal como uma rede wireless - em páginas da internet, bastando para isto digitar o ende-
visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para reço da página.
saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede, Alguns sites interessantes:
você pode visitar sites como whatsmyip.org. • www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
Provedor • www.cefetrs.tche.br (Cefet)
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que • www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor pú-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- blico)
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- • www.siapenet.gog.br (contracheque)
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- • www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. • www.mec.gov.br (Ministério da Educação)

123
INFORMÁTICA

Identificação de endereços de um site • Shareware: Programa demonstração que pode ser


Exemplo: http://www.pelotas.com.br utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra-
comunicação ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando
.com -> tipo de organização que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm
......br -> identifica o país tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de
Tipos de Organizações: teste, é necessário que seja feito a compra deste programa.
.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.
edu Navegar nas páginas
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft. Consiste percorrer as páginas na internet a partir de
com um documento normal e de links das próprias páginas.
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
Como salvar documentos, arquivos e sites
.net -> computadores com funções de administrar re-
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
des. Exemplo: embratel.net
.org -> organizações não governamentais. Exemplo:
care.org Como copiar e colar para um editor de textos
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com
Home Page o botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.
Pela definição técnica temos que uma Home Page é
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu-
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações
dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html
Abra o editor de texto clique em colar
PLUG-INS
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- Navegadores
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por O navegador de WWW é a ferramenta mais importante
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes para o usuário de Internet. É com ele que se podem vi-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- sitar museus, ler revistas eletrônicas, fazer compras e até
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- participar de novelas interativas. As informações na Web
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- são organizadas na forma de páginas de hipertexto, cada
g-ins são encontradas na página: um com seu endereço próprio, conhecido como URL. Para
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- começar a navegar, é preciso digitar um desses endereços
ware/Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- no campo chamado Endereço no navegador. O software
ces/
estabelece a conexão e traz, para a tela, a página corres-
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
pondente.
temos uma relação de alguns deles:
O navegador não precisa de nenhuma configuração
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.). especial para exibir uma página da Web, mas é necessário
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). ajustar alguns parâmetros para que ele seja capaz de enviar
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, e receber algumas mensagens de correio eletrônico e aces-
PCX, etc.). sar grupos de discussão (news).
- Negócios e Utilitários O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no
- Apresentações Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la
Recherche Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era
FTP - Transferência de Arquivos um meio para físicos da CERN trocar experiências sobre
Permite copiar arquivos de um computador da Internet suas pesquisas através da exibição de páginas de texto. Fi-
para o seu computador. cou claro, desde o início, o imenso potencial que o WWW
Os programas disponíveis na Internet podem ser: possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive não
• Freeware: Programa livre que pode ser distribuí- científicas.
do e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para O WWW não dispunha de gráficos em seus primór-
sua utilização, e não é considerado “pirataria” a cópia deste dios, apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto
programa. WWW ganhou força extra com a inserção de um visualiza-

124
INFORMÁTICA

dor (também conhecido como browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas também de exibir gráficos,
som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado por Mark Andree-
sen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.

Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic.
Mark Andreesen partiu para a criação da Netscape Communications, criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros
browsers.

Busca e pesquisa na web

Os sites de busca servem para procurar por um determinado assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/

Como fazer a pesquisa

Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa. Por exemplo:


www.google.com.br

Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa.

Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras
com ou sem acento.
Opções de pesquisa

Web: pesquisa em todos os sites


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. Exemplo do resultado se uma pesquisa.

125
INFORMÁTICA

O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte for-


ma:

Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet.


Exemplo: INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In-
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor-
mações particulares dentro da estrutura de comunicações
Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organiza- da empresa.
dos por assunto em categorias. Exemplo: O grande sucesso da Internet, é particularmente da
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
evolução da informática nos últimos anos.
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
ram o acesso à informação através de redes de computa-
dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Como escolher palavra-chave usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
• Busca com uma palavra: retorna páginas que in- ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
cluam a palavra digitada. queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
sequência de termos que foram digitadas. nante explosão na informação disponível na Internet, que
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
páginas que incluam todas Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
• as palavras aleatoriamente na página. que tem interessado um número cada vez maior de em-
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que fi- presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
cam antes do sinal de sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
• menos são excluídas da pesquisa. advento e disseminação promete operar uma revolução
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
cálculo em um site de pesquisa. cimento das primeiras redes locais de computadores, no
final da década de 80.

Por exemplo: 3+4 O que é Intranet?


O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
Irá retornar: projetadas para a comunicação por computador entre em-
presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
O resultado da pesquisa de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na

126
INFORMÁTICA

tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, são que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servi-
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre dor). A vantagem da intranet é que esses programas são
as razões para este sucesso, estão o custo de implantação ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande
programas de navegação na Web, os browsers. importância no desenvolvimento de softwares aplicativos
que obedeçam aos três conceitos anteriores.
Objetivo de construir uma Intranet
Organizações constroem uma intranet porque ela é Como montar uma Intranet
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente Basicamente a montagem de uma intranet consiste em
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- usar as estruturas de redes locais existentes na maioria das
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital- empresas, e em instalar um servidor Web.
funcionários com conhecimentos das operações e produ- Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repo-
tos da empresa. sitório das informações contidas na intranet. É lá que os
clientes vão buscar as páginas HTML, mensagens de e-mail
Aplicações da Intranet ou qualquer outro tipo de arquivo.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o Protocolos - São os diferentes idiomas de comunica-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. ção utilizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos.
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet O primeiro é o HTTP, responsável pela comunicação do
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os browser com o servidor, em seguida vem o SMTP ligado ao
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas envio de mensagens pelo e-mail, e o FTP usado na transfe-
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: rência de arquivos. Independentemente das aplicações uti-
• Marketing e Vendas - Informações sobre produ- lizadas na intranet, todas as máquinas nela ligadas devem
tos, listas de preços, promoções, planejamento de eventos; falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo da Internet.
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação
de Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades Identificação do Servidor e das Estações - Depois de
de membros das equipes, situações de projetos; definidos os protocolos, o sistema já sabe onde achar as
• Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- informações e como requisitá-las. Falta apenas saber o
nome de quem pede e de quem solicita. Para isso existem
temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
dois programas: o DNS que identifica o servidor e o DHCP
nuais de qualidade;
(Dinamic Host Configuration Protocol) que atribui nome às
• Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
estações clientes.
tilas, políticas da companhia, organograma, oportunidades
Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcio-
de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, be-
nários acessam as informações colocadas à sua disposição
nefícios.
no servidor. Para isso usam o Web browser, software que
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- permite folhear os documentos.
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado.
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume Comparando Intranet com Internet
quase somente em clicar nos links que remetem às novas Na verdade as diferenças entre uma intranet e a In-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- ternet, é uma questão de semântica e de escala. Ambas
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa utilizam as mesmas técnicas e ferramentas, os mesmos
complexa e exige a presença de profissionais especializa- protocolos de rede e os mesmos produtos servidores. O
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet, conteúdo na Internet, por definição, fica disponível em es-
sua diversidade de funções e a quantidade de informações cala mundial e inclui tudo, desde uma home-page de al-
nela armazenadas. guém com seis anos de idade até as previsões do tempo.
A intranet é baseada em quatro conceitos: A maior parte dos dados de uma empresa não se destina
• Conectividade - A base de conexão dos computa- ao consumo externo, na verdade, alguns dados, tais como
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir as cifras das vendas, clientes e correspondências legais, de-
qualquer tipo de informação digital entre si; vem ser protegidos com cuidado. E, do ponto de vista da
• Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- escala, a Internet é global, uma intranet está contida den-
dores e sistemas operacionais podem ser conectados de tro de um pequeno grupo, departamento ou organização
forma transparente; corporativa. No extremo, há uma intranet global, mas ela
• Navegação - É possível passar de um documento a ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão,
facilitam o acesso não linear aos documentos; por serem uma mistura caótica de informações úteis e ir-
• Execução Distribuída - Determinadas tarefas de relevantes, o meteórico aumento da popularidade de sites
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra- da Web dedicados a índices e mecanismos de busca é uma
ças à execução de programas aplicativos, que podem es- medida da necessidade de uma abordagem organizada.
tar no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a Uma intranet aproveita a utilidade da Internet e da Web
rede (também chamados de clientes, daí surgiu à expres- num ambiente controlado e seguro.

127
INFORMÁTICA

Vantagens e Desvantagens da Intranet Como a Intranet é ligada à Internet

Alguns dos benefícios são:


• Redução de custos de impressão, papel, distribuição
de software, e-mail e processamento de pedidos;
• Redução de despesas com telefonemas e pessoal no
suporte telefônico;
• Maior facilidade e rapidez no acesso as informações
técnicas e de marketing;
• Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações
remotas;
• Incrementando o acesso a informações da concor-
rência;
• Uma base de pesquisa mais compreensiva;
• Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e par-
ceiros (revendas);
• Aumento da precisão e redução de tempo no acesso
à informação;
• Uma única interface amigável e consistente para Segurança da Intranet
aprender e usar;
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); Três tecnologias fornecem segurança ao armazena-
• As informações disponíveis são visualizadas com cla- mento e à troca de dados em uma rede: autenticação, con-
reza; trole de acesso e criptografia.
• Redução de tempo na pesquisa a informações;
Autenticação - É o processo que consiste em verificar
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e
se um usuário é realmente quem alega ser. Os documen-
informação;
tos e dados podem ser protegidos através da solicitação
• Redução no tempo de configuração e atualização dos
de uma combinação de nome do usuário/senha, ou da ve-
sistemas;
rificação do endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os
• Simplificação e/ou redução das licenças de software
usuários autenticados têm o acesso autorizado ou negado
e outros;
a recursos específicos de uma intranet, com base em uma
• Redução de custos de documentação;
ACL (Access Control List) mantida no servidor Web;
• Redução de custos de suporte;
• Redução de redundância na criação e manutenção Criptografia - É a conversão dos dados para um for-
de páginas; mato que pode ser lido por alguém que tenha uma chave
• Redução de custos de arquivamento; secreta de descriptografia. Um método de criptografia am-
• Compartilhamento de recursos e habilidade. plamente utilizado para a segurança de transações Web é a
tecnologia de chave pública, que constitui a base do HTTPS
- um protocolo Web seguro;
Alguns dos empecilhos são:
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola- Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação
boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pe- segura entre uma intranet e a Internet através de servi-
los programas para grupos de trabalho tradicionais. É ne- dores proxy, que são programas que residem no firewall
cessário configurar e manter aplicativos separados, como e permitem (ou não) a transmissão de pacotes com base
e-mail e servidores Web, em vez de usar um sistema unifi- no serviço que está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por
cado, como faria com um pacote de software para grupo exemplo, pode permitir que navegadores Webs internos
de trabalho; da empresa acessem servidores Web externos, mas não o
contrário.
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
limitado de ferramentas para conectar um servidor Web a Os dispositivos para a realização de cópias de seguran-
bancos de dados ou outros aplicativos back-end. As intra- ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial
nets exigem uma rede TCP/IP, ao contrário de outras solu- importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis
ções de software para grupo de trabalho que funcionam com grande capacidade de armazenamento, tapes...
com os protocolos de transmissão de redes local existentes; Queremos ainda referir que para o funcionamento de
uma rede existem outros conceitos como topologias/con-
• Ausência de Replicação Embutida – As intranets não figurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede
apresentam nenhuma replicação embutida para usuários em árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos
remotos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desen- de cabos, protocolos de comunicação, velocidade de trans-
volver aplicativos cliente/servidor. missão …

128
INFORMÁTICA

EXTRANET Comentários: Para desinstalar um programa de forma


A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou
computadores que faz uso da Internet para partilhar com remover programas
segurança parte do seu sistema de informação. Resposta – Letra A
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
computadores que faz uso da Internet para partilhar com 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as in-
segurança parte do seu sistema de informação. formações estão contidas em arquivos de vários formatos,
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o concei- que são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de
to confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode mídias removíveis do computador, organizados em:
ser vista como uma parte da empresa que é estendida a (A) telas.
(B) pastas.
usuários externos (“rede extra-empresa”), tais como repre-
(C) janelas.
sentantes e clientes. Outro uso comum do termo Extranet (D) imagens.
ocorre na designação da “parte privada” de um site, onde (E) programas.
somente “usuários registrados” podem navegar, previa-
mente autenticados por sua senha (login). Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma
bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada
Empresa estendida mais são do que compartimentos que ajudam a organizar
O acesso à intranet de uma empresa através de um os arquivos em endereços específicos, como se fosse um
Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas sistema de armário e gavetas.
e funcionários de uma empresa consigam ter acesso à in- Resposta: Letra B
tranet através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser ex-
Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma in- cluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pres-
tranet é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas sionando-se simultaneamente as teclas
tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages, (A) Ctrl + Delete.
servidor FTP etc. (B) Shift + End.
A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en- (C) Shift + Delete.
(D) Ctrl + End.
tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base
(E) Ctrl + X.
de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar
novas soluções. Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
Exemplificando uma rede de conexões privadas, basea- mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
da na Internet, utilizada entre departamentos de uma em- para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjun-
presa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento, to com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem
trocando informações sobre compras, vendas, fabricação, do tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanente-
distribuição, contabilidade entre outros. mente este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que
deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
QUESTÕES GERAIS Resposta: C

1- Com relação ao sistema operacional Windows, assi- 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
nale a opção correta. arquivos, sem que haja perda de informação?
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve (A) Compactação
ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Con- (B) Deleção
trole, de modo a garantir a correta remoção dos arquivos (C) Criptografia
relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao sistema opera- (D) Minimização
(E) Encolhimento adaptativo
cional.
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e
Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
diretórios de programas instalados na máquina em uso. podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
um computador, pois bastam o nome do usuário e a senha SolusZip, etc.
da máquina para se ter acesso às contas dos demais usuá- Resposta: A
rios possivelmente cadastrados nessa máquina.
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo-
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na
máquina e, em seguida, desligar o computador.

129
INFORMÁTICA

Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e co- A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em ne-
lado (Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: grito os mais conhecidos e utilizados atualmente):
(A) 7 Microsoft Office Outlook
(B) 56 Microsoft Outlook Express;
(C) 448 Mozilla Thunderbird;
(D) 511 IcrediMail
(E) uma mensagem de erro Eudora
  Pegasus Mail
Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando
Apple Mail (Apple)
copiamos uma célula que contém uma fórmula e colamos
em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova po- Kmail (Linux)
sição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser Windows Mail
copiada de D1 para D3: A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL,
  ou seja, não é instalado no computador local. Logo, é o
  gabarito da questão.
Resposta: B.

7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e cor-


reio eletrônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos
navegadores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Goo-
gle Chrome) para localizar recursos e páginas da Internet
(Exemplo: http://www.google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a trans-
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para so- ferência de dados de um servidor ou computador remoto
mar todas as células de A3 até C3(dois pontos significam para um computador local.
‘até’), sendo assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obten- III. Upload é a transferência de dados de um computa-
do-se o resultado 448. dor local para um servidor ou computador remoto.
Resposta: C. IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail signifi-
ca movê-lo definitivamente da máquina local, para envio a
6- “O correio eletrônico é um método que permite um destinatário, com endereço eletrônico.
compor, enviar e receber mensagens através de sistemas Estão corretas apenas as afirmativas:
eletrônicos de comunicação”. São softwares gerenciadores A) I, II, III, IV
de email, EXCETO: B) I, II
A) Mozilla Thunderbird. C) I, II, III
B) Yahoo Messenger.
D) I, II, IV
C) Outlook Express.
E) I, III, IV
D) IncrediMail.
E) Microsoft Office Outlook 2003. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recur-
so na Internet. A questão parece diferenciar um recurso de
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de página, mas na verdade uma página é um recurso (o mais
e-mail (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos conhecido, creio) da Web. Item verdadeiro.
memorizar que os sistemas que trabalham o correio eletrô- É comum confundir os itens II e III, por isso memorize:
nico podem funcionar por meio de um software instalado down = baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e
em nosso computador local ou por meio de um progra- III são verdadeiros.
ma que funciona dentro de um navegador, via acesso por
Internet. Este programa da Internet, que não precisa ser
instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o software
local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.
Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando
está desconectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no
computador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo
tempo;
Maiores Desvantagens: No item IV encontramos o item falso da questão, o que
• Ocupam espaço em disco; nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em men-
• Compatibilidade com os servidores de e-mail sagem de e-mail significa copiar e não mover!
(nem sempre são compatíveis). Resposta: C.

130
INFORMÁTICA

8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do servidor central impede o acesso aos usuários clientes, no
ambiente MS Office, assinale a opção correta. segundo mesmo que um servidor “caia” outros servidores
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo que
com a extensão .xls a partir do Meu Computador, o Win- o download continue. Ex: programas torrent, Emule, Lime-
dows ativa o MS Access para a abertura do documento em ware, etc.
tela. Em relação às outras letras:
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve
ao se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL para localizar e identificar conjuntos de computadores na
+ V,respectivamente, estão disponíveis no menu Editar de Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na-
todos os aplicativos da suíte MS Office. vegador.
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das apli- letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma
cações do MS Office, permite que o usuário salve o docu- forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede
mento correntemente aberto com outro nome. Nesse caso,
é restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
a versão antiga do documento é apagada e só a nova ver-
letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
são permanece armazenada no computador.
tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma
(D) O menu Exibir permite a visualização do documen-
forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim
to aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS
Word para ser aberto no MS PowerPoint. acessar redes locais.
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela- letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com-
boração de apresentações de slides que utilizem conteúdo putação que fornece serviços a uma rede de computado-
e imagens de maneira estruturada e organizada. res. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/
ou restringe acessos.
Comentários: O menu editar geralmente contém os co- Resposta: D
mandos universais dos programas da Microsoft como é o
caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
localizar. (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Inter-
Em relação às outras letras: net, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo está localizada tal máquina.
Excel e não o Access (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma se conectarem a uma mesma máquina simultaneamente,
cópia do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. como no caso de salas de bate-papo.
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
exibição do documento dentro do contexto de cada pro- mento de arquivos na Internet.
grama e não de um programa para o outro como é o caso (D) Quando se digita o endereço de uma página web,
da afirmativa. o termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação formato HTML, por exemplo.
de slides e sim o Ms Power Point. (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
Resposta: B correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para
outro destinatário de correio eletrônico.
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assi- Comentários: Os itens apresentados nessa questão es-
nale a opção correta. tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla
protocolos mais comuns:
a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre
- HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de car-
na Internet.
regamento de páginas de Hipertexto –  HTML
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da
- IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma
Internet que possuam uma conexão http, ao digitarem na
barra de endereços do navegador: http://intranet.com. máquina na rede
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen-
rede local, pois sua função é conectar um computador à to de emails direto no PC via gerenciador de emails
rede de telefonia fixa. - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa-
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina drão de envio de emails
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada - IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhan-
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet. te ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que ar- a possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensa-
mazena os nomes dos usuários que possuem permissão de gens de email direto no servidor.
acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet. - FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe-
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado rência de arquivos
em termos de internet pois não é tão robusto quanto re-
des P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda do Resposta: D

131
INFORMÁTICA

11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção cor- (B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
reta. (C) somente podem ser copiadas para o editor de tex-
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pas- tos dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco co-
tas e arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o lunas.
Painel de Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão (D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma
Iniciar do Windows. a uma.
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos sal- (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e
vos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de “coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de
modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções de tabela.
Modos de Exibição.  
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede Comentários: Sempre que se copia células de uma pla-
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam
acesso direto a elas. como uma tabela simples, onde as fórmulas são esqueci-
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e das e só os números são colados.
a opção Renomear for acionada no Windows Explorer com Resposta: E
o botão direito do mouse,será salva uma nova versão do
arquivo e a anterior continuará aberta com o nome antigo.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutu- 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio
ra de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de bus- do correio eletrônico, deve considerar as operações de
ca Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços
máquinas ligadas à Internet. eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
(B) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu- (C) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ras e Detalhes. ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
Resposta: B (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Atenção: Para responder às questões de números (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo: ços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão  
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede mundial correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
de computadores. seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve- os endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, va- de a segurança solicitada no enunciado.
lores e totais. Resposta: A
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de- 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
vem ser tomados para a recuperação em caso de perda e Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas às de arquivos em lotes, também denominados scripts, o
informações guardadas. shell de comando é um programa que fornece comuni-
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas cação entre o usuário e o sistema operacional de forma
na internet visando o atendimento do nível de qualidade da direta e independente. Nos sistemas operacionais Win-
informação prestada à sociedade, pelo órgão. dows XP, esse programa pode ser acessado por meio de
O ambiente operacional de computação disponível para um comando da pasta Acessórios denominado
realizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do (A) Prompt de Comando
MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e de correio (B) Comandos de Sistema
eletrônico, em português e em suas versões padrões mais (C) Agendador de Tarefas
utilizadas atualmente. (D) Acesso Independente
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, (E) Acesso Direto
CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acopla-
da em portas do tipo USB) e outras funcionalmente seme- Resposta: “A”
lhantes.
Comentários
12- As células que contêm cálculos feitos na planilha Prompt de Comando é um recurso do Windows que ofe-
eletrônica, rece um ponto de entrada para a digitação de comandos do
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e outros coman-
resultados diferentes do original. dos do computador. O mais importante é o fato de que, ao

132
INFORMÁTICA

digitar comandos, você pode executar tarefas no computa- Comentário:


dor sem usar a interface gráfica do Windows. O Prompt de • Ação numerar - “INSERIR”
Comando é normalmente usado apenas por usuários avan- • Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
çados. • Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”

15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
Novo - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir di-
gitado no aplicativo Word. Aplicativos para edição de
textos. Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Ta-
chado, o resultado obtido será

Resposta: “C”

Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d,
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens a) 3, 0 e 7.
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa b) 5, 0 e 7.
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras c) 5, 1 e 2.
formatações foi o item c. d) 7, 5 e 2.
e) 8, 3 e 4.
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
Novo - CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento Resposta: “C”
de um arquivo de textos ou de imagens na internet, en-
tre um servidor e um cliente, constituem, em relação ao Comentário:
cliente, respectivamente, um Expressão =MÉDIA(A1:A3)
(A) download e um upload São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é
(B) downgrade e um upgrade dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
(C) downfile e um upfile Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(D) upgrade e um downgrade Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número,
(E) upload e um download que seria o número 1. Para facilitar coloque esses números
em ordem crescente.
Resposta: “E”. Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número,
Comentários: que seria o número 2. Para facilitar coloque esses números
 Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar; em ordem decrescente.
Upload – Carregar para cima (enviar).
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”) 19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)

17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)


Assinale a alternativa que contém os nomes dos menus
do programa Microsoft Word XP, em sua configuração
padrão, que, respectivamente, permitem aos usuários:
(I) numerar as páginas do documento, (II) contar as pa-
lavras de um parágrafo e (III) adicionar um cabeçalho
ao texto em edição.
a) Janela, Ferramentas e Inserir.
b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.
d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
Resposta: “B”

133
INFORMÁTICA

a) 1 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Po-


b) 2 werPoint 2007, a inserção de um novo comentário pode
c) 3 ser feita na guia
d) 4 a) Geral.
e) 5 b) Inserir.
c) Animações.
Resposta: “D” d) Apresentação de slides.
e) Revisão.
Comentário: Resposta: “E”
Passo 1 Comentário:
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbi-


to das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.
zzz.br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em
inglês) utilizado para classificar o tipo de instituição, no
exemplo dado acima, é o
Passo 2 a) protocolo.
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 b) xxx.
e A3 c) zzz.
d) yyy.
e) br.

Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012)


Analise a régua horizontal do Microsoft Word, na sua
configuração padrão, exibida na figura.
Click na imagem para melhor visualizar
Passo 3
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a
propagação, o resultado

Assinale a alternativa que contém apenas os indica-


dores de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.
Resposta: D
Comentário:

134
INFORMÁTICA

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais


no lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do do-
cumento não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir
Régua no topo da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no
seletor de tabulação na extremidade esquerda da régua
até que ela exiba o tipo de tabulação que você deseja. Em
seguida, clique na régua no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrin-
à direita. Conforme você digita, o texto é movido para a es- chadas no exemplo acima (arredondamento, mínimo e so-
querda. matório) em uma única questão. A função ARRED é para
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de arredondamento e pertence a mesma família de INT(parte
um ponto decimal. Independentemente do numero de dígi- inteira) e TRUNCAR (parte do valor sem arredondamento).
tos, o ponto decimal ficará na mesma posição. A resposta está no item 2 que indica a quantidade de casas
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere decimais. Sendo duas casas decimais, não poderia ser letra
uma barra vertical na posição de tabulação. A, C ou D. A função SOMA efetua a soma das três células
(B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre o menor
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012)
entre os dois valores informados (2,66666 - dízima periódi-
Uma planilha do Microsoft Excel, na sua configuração
ca - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
padrão, possui os seguintes valores nas células: B1=4,
casas decimais.
B2=1 e B3=3. A fórmula =ARRED(MÍNIMO(SOMA
Considere a figura que mostra o Windows Explorer
(B1:B3)/3;2,7);2) inserida na célula B5 apresentará o se-
do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi-
guinte resultado:
(A) 2 nal, e responda às questões de números 24 e 25.
(B) 1,66
(C) 2,667
(D) 2,7
(E) 2,67
Resposta: E
Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O


arquivo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.
Resposta: E

135
INFORMÁTICA

Comentário: EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil 01. (POLÍCIA FEDERAL - PAPILOSCOPIS-
para copiar e mover arquivos. TA DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/2012) - Acer-
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: ca de conceitos de hardware, julgue o item seguinte.
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza- Diferentemente dos computadores pessoais ou PCs tradi-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área cionais, que são operados por meio de teclado e mouse, os
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); tablets, computadores pessoais portáteis, dispõem de re-
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à curso touch-screen. Outra diferença entre esses dois tipos
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu de computadores diz respeito ao fato de o tablet possuir
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a firmwares, em vez de processadores, como o PC.
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando ( ) Certo
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) ( ) Errado

25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao Firmwares não são hardwares, e sim códigos de pro-
se clicar em , localizado abaixo do menu Favori- gramação existentes no próprio hardware, inclusos em
chips de memória (ROM, PROM, EPROM, EEPROM, flash)
tos, será fechado durante sua fabricação. Sua natureza, na maioria das vezes,
é não volátil, ou seja, não perde seus dados durante a au-
(A) o Meu computador. sência de energia elétrica, mas quando presentes em tipos
(B) o Disco Local (C:). de memória como PROM ou EPROM, podem ser atualiza-
(C) o painel Pastas. dos.
(D) Meus documentos. Por esse motivo, os firmwares não substituem proces-
(E) o painel de arquivos. sadores inteiros.
A seguir, veja alguns modelos de tablets e observe a
Resposta: C presença do processador em sua configuração:

Comentário:

Tablet Softronic PHASER KINNO 4GB Android 2.3.4


Tela 7 Polegadas
Características do Produto
Tablet 4GB - Softronic
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO: Com o novo Phaser-
kinno Plus, você possui muito mais interatividade e rapidez
na palma de suas mãos, graças ao seu poderoso processa-
dor A10 de 1.2 Ghz, ele consegue ser totalmente multi-ta-
refas para você que se desdobra em dez durante o seu dia
a dia, podendo ler um livro, escutar suas músicas e conti-
Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/ nuar acompanhando sua vida em redes sociais e sincroni-
oculta o painel PASTAS. zando e-mails. Tudo isso sem se preocupar com a lentidão
do sistema. Para você que precisa estar conectado a todo
o momento, o PhaserKinno Plus ainda oferece suporte a
modem externo. Ele conta com uma tela touchscreen capa-
citiva de 7 polegadas que permite uma maior sensibilidade

136
INFORMÁTICA

e leveza ao tocar na tela de seu tablet, dispensando total- 02. (UFFS - TÉCNICO DE LABORATÓRIO ÁREA IN-
mente o uso das inconvenientes canelas stykus. Possui saí- FORMÁTICA – FEPESE/2012)- São componentes de hard-
da mini HDMI, para curtir seus vídeos favoritos da internet ware de um micro-computador:
ou de seu computador, na sua televisão ou projetor, com a. ( ) Disco rígido, patch-panel, BIOS, firmware, mouse.
entrada HDMI. Além de acompanhar um lindo case com b. ( ) RJ-11, processador, memória RAM, placa de
teclado para utilização de tablet comparada com a de um rede, pen-drive.
notebook com grande performance. c. ( ) Memória ROM, placa de vídeo, BIOS, processa-
- Modelo: PHASER KINNO. dor, placa mãe.
- Capacidade: 4GB. Expansível para 32GB via Micro SD. d. ( ) Memória RAM, Memória ROM, Disco rígido, pro-
- Memória: 512MB. cessador, placa e rede.
- Tela:7 Polegadas capacitiva, sensível ao toque. e. ( ) Memória RAM, BIOS, Disco rígido, processador,
- Câmera:frontal 2 megapixels. placa de rede.
- Conectividade: Wi-Fi - LAN 802.11b/g/n.
- Processador:Allwinner A10 de 1.0~1.2 Ghz. Já vimos a respeito de Memória RAM, Memória ROM,
- Sistema Operacional:Android 2.3.4. Disco Rígido e Processador.
Placa de rede é um hardware especificamente proje-
tado para possibilitar a comunicação entre computadores.

Placa de rede

RESPOSTA: “D”.

03. (TRE - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) - Em


Tablet Multilaser Diamond NB005 8GB Android 2.3
relação a hardware e software, é correto afirmar:
Tela 7 Polegadas
a) Para que um software aplicativo esteja pronto para
Wi-Fi HDMI
execução no computador, ele deve estar carregado na me-
Informações técnicas
mória flash.
Marca: Multilaser
b) O fator determinante de diferenciação entre um
Capacidade :8 Gb. Memória expansível até 32 GB por processador sem memória cache e outro com esse recurso
cartão micro SD. reside na velocidade de acesso à memória RAM.
Processador: Boxchip 1.5 GHz. c) Processar e controlar as instruções executadas no
Sistema Operacional: Android. 2.3. computador é tarefa típica da unidade de aritmética e ló-
TV e vídeo: Somente vídeo: Vídeos suportados - MKV gica.
(H.264HP), AVI, RM/BMVB, FLV eMPEG-1/2. d) O pendrive é um dispositivo de armazenamento
Tamanho da tela: 7 “. LCD Multi toque. removível, dotado de memória flash e conector USB, que
Resolução: 800 x 480. pode ser conectado em vários equipamentos eletrônicos.
Wi-Fi:Sim. e) Dispositivos de alta velocidade, tais como discos rí-
Resolução: 1.3 megapixels e filmadora digital. gidos e placas de vídeo, conectam-se diretamente ao pro-
Localização cessador.
Sensores: Sensor de gravidade: gira a tela conforme a O pendrive, por ser um dispositivo portátil, de grande
posição do tablet. poder de armazenamento e conector USB (Universal Serial
Bus) que permite sua rápida aceitação em vários disposi-
Áudio Formatos suportados: tivos de hardware, popularizou-se rapidamente. Hoje, en-
MP3, WMA, WAV, APE, AC3, FLAC e AAC. contramos pendrives de vários GBs, como 2, 4, 8, 16 e até
Duração aproximada da bateria: 512GB.
- 06 horas reproduzindo vídeo ou wi-fi ligado; A tecnologia USB está sendo largamente utilizada para
- 48 horas em standby. padronizar entradas e conectores, possibilitando um mes-
Alimentação do Tablet: mo tipo de conector para diversos tipos de equipamentos
Bateria recarregável. como mouses, teclados, impressoras e outros. Por esse mo-
tivo, os equipamentos atuais possuem uma grande quan-
RESPOSTA: “ERRADO”. tidade de conectores USB. Além disso, a tecnologia usada

137
INFORMÁTICA

por esses conectores é a Plugand Play, onde basta conectar Veja a seguir imagens ilustrativas da memória RAM.
o dispositivo para que o sistema o reconheça precisando
de poucos ou quase nenhum caminho de configuração
para poder utilizá-lo.
O tipo de memória que o pendrive utiliza - memó-
ria flash - é do tipo EEPROM (Electrically-ErasablePro-
grammableRead-OnlyMemory), uma memória não volátil,
ou seja, não depende da permanência de energia elétrica
para manter os dados,de leitura e gravação. Os chips de
memória flash ocupam pouco espaço físico, mas grande
poder de armazenamento.
Veja imagens de pendrives:

Tipos de memória RAM

RESPOSTA: “A”.

05. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA


– FCC/2012) - Sobre os computadores é correto afirmar:
a) O BIOS é um software armazenado em um chip de
Tipos de pendrive memória RAM fixado na placa mãe. Tem a função de arma-
zenar o Sistema Operacional.
RESPOSTA: “D”. b) A fonte de alimentação transforma a tensão elétrica
que entra no computador, de 240 V para 110 V, pois os
04. (ANE - ANALISTA EDUCACIONAL – NÍVEL I – GRAU componentes internos suportam apenas a tensão de 110 V.
A – INSPETOR ESCOLAR – FCC/2012) - Marco Aurélio es- b) Barramentos são circuitos integrados que fazem a
tava digitando um documento na sala dos professores da transmissão física de dados de um dispositivo a outro.
escola ABCD quando uma queda de energia fez com que o d) Quando o sistema de fornecimento de energia fa-
computador que usava desligasse. lha, um estabilizador comum tem como principal objetivo
Após o retorno da energia elétrica, Marco Aurélio ligou manter o abastecimento por meio de sua bateria até que a
o computador e percebeu que havia perdido o documento energia volte ou o computador seja desligado.
digitado, pois não o havia gravado. Como tinha conheci- e) Um bit representa um sinal elétrico de exatos 5 V
mentos gerais sobre informática, concluiu que perdera o que é interpretado pelos componentes de hardware do
documento porque, enquanto estava digitando, ele estava computador.
armazenado em um dispositivo de hardware que perde seu
conteúdo quando o computador desliga. O nome desse (A)BIOS é a sigla do termo Basic Input/Output System,
dispositivo é ou Sistema Básico de Entrada/Saída. É um software grava-
a) memória RAM. do na memória não volátil ou memória ROM, que é a sigla
b) HD. para ReadOnlyMemory, ou Memória de Somente Leitura,
c) memória ROM. que não altera ou perde os dados com o desligamento ou
d) pen drive. ausência de energia do computador. Esse software não ar-
mazena o Sistema Operacional. É o primeiro software que
RAM – Randon AcessMemory, ou Memória de Acesso é executado quando ligamos o computador.
Randômico, é um hardware considerado como memória (B)A fonte de alimentação do computador é um equi-
primária, volátil. Ela mantém os dados armazenados en- pamento eletrônico, fixada ao gabinete e ligada aos conec-
quanto estes estão à disposição das solicitações do proces- tores da placa mãe e alguns drives. Fornece energia aos de-
sador, mantendo-os através de pulsos elétricos. As infor- mais componentes da máquina. Ela transforma a corrente
mações mantidas nesse tipo de memória são informações elétrica alternada (que tem o sentido variável com o tempo)
que estão em uso em um programa em execução, como no em uma corrente constante ao longo do tempo.
caso de textos que estão sendo digitados e não foram sal- (C)Os barramentos são como vias de tráfego presentes
vos no disco rígido ainda. Como as informações são man- na placa mãe, por onde sinais elétricos (representando da-
tidas por pulsos elétricos, caso haja falta de energia, seja dos) podem percorrer toda sua extensão se comunicando
pelo desligamento do computador, seja por uma queda com todos os dispositivos.
brusca que cause o desligamento inesperado do equipa- (D)O estabilizador é um equipamento eletrônico exter-
mento, os dados presentes nesse tipo de memória serão no ao gabinete do computador, onde os demais cabos de
perdidos. energia da máquina são ligados. Geralmente, o estabilizador

138
INFORMÁTICA

é ligado diretamente na rede elétrica e tem a função de es- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
tabilizar a tensão desta para evitar danos ao equipamento para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
devido às variações e picos de tensão. cia, o Hertz.
(E)BIT é a sigla para BinaryDigit, ou Dígito Binário, que
pode ser representado apenas pelo 0 ou pelo 1 (verdadeiro RESPOSTA: “E”.
ou falso) que representam a menor unidade de informação
transmitida na computação ou informática. 07. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA –
FCC/2012) - O armazenamento de informações em compu-
RESPOSTA: “C”. tadores é feito pela utilização de dispositivos chamados de
memória, que as mantêm de forma volátil ou permanente.
06. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA Entre esses dispositivos, está a memória RAM ou memória
– FCC/2012) - O processador do computador (ou CPU) é a) magnética.
uma das partes principais do hardware do computador e é b) secundária.
responsável pelos cálculos, execução de tarefas e processa- c) cache.
mento de dados. Sobre processadores, considere: d) principal.
I. Contém um conjunto restrito de células de memória e) de armazenamento em massa.
chamados registradores que podem ser lidos e escritos mui-
to mais rapidamente que em outros dispositivos de memó- A memória RAM, sigla de Random Access Memory, ou
ria. memória de acesso randômico, é um dispositivo eletrônico
II. Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos de armazenamento temporário de dados que permite a lei-
RISC (ReducedInstruction Set Computer) e CISC (Comple- tura e escrita, ou seja, as informações ocupam lugar nessa
xInstruction Set Computer). memória enquanto aguardam serem usadas pelo proces-
III. Possuem um clock interno de sincronização que defi- sador. Os dados da memória RAM são representados por
ne a velocidade com que o processamento ocorre. Essa ve- pulsos elétricos e são descartados assim que o fornecimento
locidade é medida em Hertz. de energia elétrica é interrompido, seja pelo desligamento
Está correto o que se afirma em
do computador, ou por uma queda de energia. Por esse mo-
tivo, essas memórias também são chamadas de memórias
a) III, apenas.
voláteis. Devido a sua importância para o funcionamento
b) I e II, apenas.
do computador, a memória RAM é considerada um tipo de
c) II e III, apenas.
memória principal. Existem ainda outros tipos de memórias
d) II, apenas.
que são consideradas desse grupo, como a memória ROM,
e) I, II e III.
sigla de ReadOnlyMemory, ou memória de somente leitura,
onde os dados são geralmente gravados na fábrica e não
O processador é um chip que executa instruções inter-
nas do computador (em geral, operações matemáticas e são perdidos em caso de ausência de energia. Por esse mo-
lógicas, leitura e gravação de informações). Todas as ações tivo, a memória ROM é considerada memória não volátil.
estão presentes na memória do computador e requisitadas
pelo sistema. A velocidade do processador é medida em RESPOSTA: “D”.
ciclos denominados clocks e sua unidade é expressa atra-
vés de Hz. 08. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
Os registradores são unidades de memória que repre- MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de Com relação aos fatores que podem levar ao travamento
dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos aleatório em um computador:
processadores. I. Aquecimento excessivo do processador;
Quanto às arquiteturas RISC e CISC, podemos nos valer II. Defeito na memória RAM;
das palavras de Nicholas Carter, em seu livro Arquitetura de III. Inconstância na rede elétrica;
Computadores, editora Bookman: IV. Bateria da placamãe descarregada.
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite que Dentre os fatores listados anteriormente, estão corre-
outras operações também façam referência à memória. tos
Podemos citar também o autor Rogério Amigo De Oli- a) apenas I, III e IV.
veira, que em seu livro Informática – Teoria e Questões de b) apenas II, III e IV.
Concursos com Gabarito, editora Campus, fala a respeito do c) apenas I, II e III.
clock, da seguinte maneira: d) apenas I e II.
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao e) apenas III e IV.
número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
(dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o Dizemos que um computador está travado quando sua
tempo necessário para o processador executar uma instru- tela fica estática, impossibilitando abertura, fechamento ou
ção. Assim para avaliar a performance de um processador, execução de qualquer tarefa no computador. Um trava-

139
INFORMÁTICA

mento aleatório é aquele que não ocorre sempre em um 10. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
mesmo programa ou em determinado momento do traba- MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
lho do computador. Quando o computador começa a exibir a mensagem de
I – O processador é a peça do computador responsável erro “CMOS CHECKSUM FAILURE” após ser ligado, significa
pela execução lógica e aritmética das tarefas e operações que o usuário deve realizar
de busca, leitura e gravação de dados do computador. A a) a substituição da RAM.
entrada e saída contínua de informações transformadas b) a troca da bateria da placamãe.
em linguagem de máquina e os registradores presentes no c) a formatação do HD.
processador são todos mantidos por pulsos elétricos e o d) a inicialização do computador.
aquecimento é resultado da aceleração dos processadores. e) a operação de Boot pelo CD.
Processadores mais velozes tendem a ser mais aquecidos.
Por esse motivo os processadores são utilizados sob pastas
CMOS é a sigla para Complementary Metal Oxide Se-
térmicas e coolers, que são apropriados para cada tipo de
processador. O aquecimento do processador pode causar miconductor, uma tecnologia usada em semicondutores
travamentos e inclusive o desligamento inesperado da má- que requerem pouquíssima energia. O termo se popula-
quina. rizou com o significado de uma pequena área de arma-
II- A memória RAM é o hardware responsável pelo zenamento em que o sistema controla determinados pa-
armazenamento temporário das informações que serão râmetros de hardware como, por exemplo, o tamanho do
usadas pelo computador. Essas informações também são disco rígido, o número de portas seriais que o computador
mantidas por pulsos elétricos, o que faz com que se per- possui e assim por diante.
cam caso haja a interrupção no fornecimento de energia. Checksum é um controlador de erro que funciona rea-
Vários erros no sistema são causados por defeitos na me- lizando soma e conferência de bits.
mória RAM como a “tela azul”, a reinicialização inesperada Failure significa falha.
do sistema e travamentos aleatórios. Um dos motivos des- Então, com a mensagem CMOS CHECKSUM FAILURE,
ses travamentos ocorre quando o computador tenta gravar nós temos a informação de que houve uma falha na checa-
momentaneamente uma informação na RAM e não recebe gem dos dados que o CMOS é responsável por armazenar.
permissão para essa tarefa devido a um defeito no local de Esses dados são preservados pela bateria da placa mãe e
locação da memória, ou quando a informação não conse- por esse motivo sua troca pode resolver o problema.
gue ser lida pelo processador.
III – Todo o funcionamento do computador é impulsio-
nado pela eletricidade. Picos ou ausências dela causam de-
feitos em hardware, problemas no funcionamento correto
dos procedimentos computacionais e podem ocasionar os
travamentos aleatórios.

RESPOSTA: “C”.
09. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) - São
vários os fatores que causam a não detecção do HD pelo
Setup. Assim sendo, todas as alternativas abaixo são res-
ponsáveis por esse defeito, EXCETO:
a) HD com defeito físico Bateria de placa mãe
b) Defeito na placamãe
c) Defeito no cabo de alimentação do HD RESPOSTA: “B”.
d) Defeito no cabo de dados do HD
e) HD sem formatação 11. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) - As-
HD é a sigla para Hard Disk e representa o hardwa- sinale a alternativa correta, que especifica o tempo de re-
re responsável pelo armazenamento das informações de
produção de um CD, cuja capacidade de armazenamento
dados salvos pelo usuário, de programas instalados e até
é de 650 MB:
informações presentes em memória virtual para posterior
uso em processamentos de informação. a) 70 min
O HD é ligado por um cabo flat ao conector IDE da b) 76 min
placa mãe. Além dessa conexão, há também a conexão do c) 80 min
cabo da fonte de alimentação de energia. d) 74 min
Se conectarmos um HD não formatado e ligarmos o e) 84 min
computador, a mensagem de detecção ocorrerá normal-
mente, mas aparecerá outra mensagem que indica que não CD é a sigla para CompactDisc, que pode ser um CD
há sistema operacional instalado. -RCompactDiscRecordable) e CD-RW (CompactDiscRecor-
dableRewritable),respectivamente gravado uma única vez e
RESPOSTA: “E”. depois apenas lido e gravado e regravado.

140
INFORMÁTICA

A informação de quantos minutos a reprodução terá IDE é a sigla para Intergrated Drive Electronics e trata-
em um CD de 650 MB pode ser conseguida através dos se dos conectores presentes na placa mãe para o encaixe
seguintes dados: do cabo flat que terá uma de suas extremidades ligadas ao
HD ou a um drive de gravação de CD/DVD.
X = 150 KB por segundo
1Byte= 8 bits
1kiloByte ( kb ) = 1 024 Bytes
1megaByte(Mb) = 1 024 kb = 1 048 576 Bytes
1 gigaByte (Gb) = 1 024 Mb = 1 073 741 824 Bytes
1 teraByte (Tb) = 1 024 Gb = 1 099 511 627 776 Bytes
1 petaByte (Pb) = 1 024 Tb = 1 125 899 906 842 624
Bytes
650 MB = 665600 kb
665600/150=4437,33 (dados gravados por segundo).

Um minuto tem 60 segundos, então,4437,33/60=


73,9555 que, aproximando e devido à dízima periódica,
será equivalente a 74 minutos. Conectores IDE em uma placa mãe

RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “B”.

12. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM 13. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)- To- MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) -
das as alternativas abaixo representam as partes de um dis- Qual das alternativas abaixo NÃO representa uma tecnolo-
co rígido, EXCETO: gia relacionada ao padrão SATA?
a) placa controladora lógica; a) Staggered Spin-UP.
b) conectores internos padrão IDE; b) Enhanced IDE.
c) cabeças de leitura e gravação; c) Hot Plug.
d) platter; d) Link Power Management.
e) componentes internos de controle do atuador. e) Native Command Queuing.

As imagens a seguir, retiradas do site www.infowester. 1. SATA é a sigla para Serial Advanced Technology
com, permitem a comprovação das opções corretas. Attachment.É o nome dado para uma tecnologia emprega-
da em HDs, unidades óticas e outros dispositivos de arma-
zenamento. Com essa tecnologia, a transmissão dos bits é
em série.
2. As tecnologias relacionadas ao SATA são:
3. Staggered Spin-Up: entre outras funções, permite
o trabalho com um dos discos do HD, independente de in-
terferência com outros, e melhora a distribuição de energia
entre os discos.
4. Hot Plug: recurso usado principalmente para HDs
externos ou removíveis, que permite a conexão desse har-
dware com o computador ligado.
HD indicando a placa lógica e o motor 5. Link Power Management: interfere na gestão da
energia elétrica, fazendo com que o HD receba energia
conforme um dos seus estados: ativo, parcialmente ativo
ou inativo.
6. NativeCommandQueuing:é uma tecnologia que
permite ao HD organizar as solicitações de gravação ou lei-
tura de dados numa ordem que faz com que as cabeças se
movimentem o mínimo possível, aumentando (pelo menos
teoricamente) o desempenho do dispositivo e sua vida útil.

EnhancedIDE é a sigla para EnhancedIntegrated Drive


Electronics, que se trata de uma outra tecnologia para dis-
cos rígidos, que não faz parte das tecnologias SATA.
HD indicando os discos, motor, atuador, cabeça de
leitura e gravação e braço RESPOSTA: “B”.

141
INFORMÁTICA

14. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) -
Qual das alternativas abaixo especifica a menor quantida-
de de informação que um sistema operacional consegue
gerenciar em um disco rígido?
a) cilindro.
b) cluster.
c) trilha.
d) segmento.
e) setor.

Um cluster é a menor parte do disco rígido reconheci-


da pelo sistema operacional, e pode ser formada por vários Detalhes do conector USB
setores. Um cluster não armazena mais de um arquivo, mas
se o tamanho do arquivo exceder o tamanho do cluster, ele
será gravado em mais de um cluster.

Detalhes do barramento da placa de circuitos.

RESPOSTA: “D”.

Esquema para demonstração de cluster

RESPOSTA: “B”.

15. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM MA-


NUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012) - Em um
computador o termo barramento refere-se aos contatos fí-
sicos que conduzem sinais entre o processador e qualquer
dispositivo periférico. Assim sendo, assinale a alternativa
que contém o padrão de barramento de dados que permi-
te a conexão de vários periféricos externos ao computador,
por meio de uma única interface e um único protocolo, eli-
minando a necessidade de instalação de placas externas:
a) DDR
b) PCI
c) DIMM
d) USB
e) AGP

Conector USB, ou Universal Serial BUS, é um barramen-


to com uma entrada (porta-conector) única para diversos
tipos de periféricos como teclados, mouses, impressoras e
outros. Além de simplificar a vida do usuário na hora de co-
nectar os periféricos, esse padrão utiliza a tecnologia plug
and play, que oferece suporte rápido para a configuração
do software necessário para o funcionamento do hardware
conectado, com poucos ou nenhum clique do usuário.

142
CONHECIMENTOS GERAIS

Domínio de tópicos relevantes de diversas áreas, tais como: política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas a nível
municipal, regional, nacional e internacional..........................................................................................................................................................01
CONHECIMENTOS GERAIS

Alvo da operação usou Lei de Repatriação para


lavar dinheiro
DOMÍNIO DE TÓPICOS RELEVANTES DE
DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO: POLÍTICA, Pelo menos um dos alvos da Operação Asfixia, 40ª fase
ECONOMIA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (4) no Rio de Janei-
TECNOLOGIA, ENERGIA, RELAÇÕES ro, em São Paulo e em Minas Gerais, usou a Lei de Repatria-
INTERNACIONAIS, DESENVOLVIMENTO ção para lavar dinheiro de propina, segundo o Ministério
SUSTENTÁVEL, SEGURANÇA, ARTES Público Federal (MPF). A lei foi sancionada em janeiro do
E LITERATURA E SUAS VINCULAÇÕES ano passado e permite que cidadãos com valores não-de-
HISTÓRICAS A NÍVEL MUNICIPAL, clarados no exterior regularizem estes recursos junto ao
REGIONAL, NACIONAL E INTERNACIONAL. Fisco.
O esquema de corrupção no setor de Energia e Gás
da Diretoria de Engenharia da Petrobras foi detalhado por
representantes do MPF, da Polícia Federal (PF) e da Receita
POLÍTICA
Federal, em entrevista coletiva, nesta manhã (4), em Curi-
tiba.
Segundo as investigações, o ex-gerente da Petrobras
Comissão da OAB-RJ aprova pedido de impeach-
Marcio de Almeida Ferreira, preso nesta manhã no Rio de
ment de Pezão
Janeiro, usou a repatriação para “esquentar” cerca de R$ 48
milhões proveniente de propinas que estavam depositados
A Comissão de Direito Constitucional da Ordem dos
em contas nas Bahamas.
Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro (OAB-RJ) apro-
O procurador Diogo Castor de Mattos, integrante da
vou hoje (4) o pedido de impeachment do governador Luiz
força-tarefa da Lava Jato no MPF, disse que Ferreira fez a
Fernando Pezão e encaminhou a matéria ao conselho da
regularização dos recursos ilícitos no final do ano passado.
instituição para decisão final.
“Ele declarou que esses valores, em tese, teriam sido anga-
O presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, disse que
riados da venda de um imóvel, pagou tributo de cerca de
a questão foi encaminhada ao conselho porque existem
R$ 14 milhões e, dessa forma, ‘esquentou’ o dinheiro que,
alternativas ao impeachment, que devem ser considera-
certamente, tem origem em propina proveniente da Petro-
das. Segundo Santa Cruz, alguns conselheiros defendem
bras”, contou Mattos. O MPF não descarta que a prática
intervenção federal e outros, uma ação de improbidade
tenha sido replicada por outros agentes criminosos.
que afastaria tanto o governador quanto o vice, Francisco
“Eles usaram a legislação para lavar dinheiro. Isso é
Dornelles. “O conselho, agora politicamente, vai tomar a
usar a lei para legalizar corrupção. Precisamos combater
decisão.”
essa prática e abrir a caixa-preta da Lei de Repatriação”,
De acordo com Santa Cruz, a Comissão de Direito
afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos
Constitucional apenas mostrou que, tecnicamente, existem
Santos Lima. Ele também destacou a “ousadia” dos crimi-
elementos que justificam o pedido de impedimento.
nosos, que receberam pagamentos de propina até meados
No próximo dia 12, a OAB-RJ reunirá o que Santa Cruz
de 2016, em pleno andamento da Operação Lava Jato.
chamou de “conselhão da sociedade civil”, para discutir a
As investigações contabilizaram ao menos 15 contra-
situação de calamidade no estado do Rio. “Não adianta o
tos usados para pagamento de propina envolvendo as em-
governo federal e o governo estadual ficarem nesse jogo
presas de consultoria Liderrol e Arxo, que também foram
de empurra, com medidas ofensivas até, como foi o envio
alvos da operação de hoje. A PF afirmou que estes contra-
de apenas 100 soldados para o Rio de Janeiro nesta se-
tos foram revelados durante a delação premiada de Edison
mana. A sociedade civil vai dizer o seu basta”, afirmou o
Krummenauer, ex-gerente de Empreendimentos da área
advogado.
de Gás e Energia da Petrobras.
No dia 18, o conselho seccional da Ordem se reuni-
“Estes contratos foram minuciosamente detalhados
rá para definir o melhor encaminhamento político-jurídico
pelo colaborador. Contratos em que ele afirma que rece-
para o caso.
beu propina para agilizar procedimentos, aprovar aditivos,
Caso o conselho aprove o pedido de impeachment,
ou seja, o modus operandi que a gente já viu no curso da
este será encaminhado à Assembleia Legislativa, explicou
Operação Lava Jato”, afirmou a delegada da Polícia Federal
Santa Cruz. Se o conselho optar pelo pedido de interven-
Renata da Silva Rordigues.
ção federal, o tema será levado a exame da Procuradoria-
Além de Marcio de Almeida Ferreira, foram presos ex-
Geral da República. No caso de ação de improbidade, esta
gerente da Petrobras, Maurício de Oliveira Guedes, e dois
será ajuizada no Poder Judiciário.
representantes das empresas Liderrol e Arxo, Marivaldo do
Fonte: Terra.com.br/ Acessado em 05/2017
Rozário Escalfoni e Paulo Roberto Gomes Fernandes. A PF
informou que os quatro serão levados a Curitiba ainda nes-
ta quinta-feira.

1
CONHECIMENTOS GERAIS

O nome desta nova fase da Operação Lava Jato - Asfi- A vigência da união valerá até a véspera da data inicial
xia - é referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio do prazo para a realização das convenções para as elei-
de recursos públicos em áreas da estatal destinadas à pro- ções federais subsequentes. O fundo partidário será pro-
dução, distribuição e comercialização de gás combustível. porcional ao quociente de votos válidos obtidos por cada
Fonte: terra.com.br/ acessado em 05/2017 um dos partidos para a Câmara dos Deputados e o tempo
de propaganda eleitoral será proporcional ao número de
Maia cria comissão para PEC que pode acabar com deputados federais eleitos pela federação.
coligações Câmaras municipais
No caso das câmaras municipais, a federação só terá
Um dia após ter a admissibilidade aprovada na Comis- validade a partir do primeiro dia do prazo para a realização
são de Constituição e Justiça (CCJ), o presidente da Câma- das convenções para as eleições municipais subsequentes.
ra, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criou uma comissão especial Contudo, a reprodução da federação não será automática,
para analisar o mérito da Proposta da Emenda à Constitui- pois os partidos poderão decidir pela não reprodução da
ção (PEC) 282/16, que acaba com as coligações proporcio- federação nas eleições municipais até a véspera do último
nais nas eleições federal e estadual do ano que vem e para dia do prazo para filiação partidária para concorrer às res-
vereador a partir de 2020 e institui a cláusula de barreira a pectivas eleições.
partir de 2018. Qualquer partido poderá deixar a federação antes do
O ato criando a comissão foi lido hoje (4) pelo vice-pre- término de sua vigência, por decisão do respectivo dire-
sidente da Casa, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), tório nacional, mas a saída implicará o cancelamento dos
que ocupa a presidência da casa legislativa enquanto Maia repasses do fundo partidário e impedimento do acesso
está em viagem oficial ao Líbano. A comissão especial terá gratuito partidário e eleitoral ao rádio e à televisão, os
35 membros titulares e igual número de suplentes. Os lí- quais serão redistribuídos proporcionalmente entre todos
deres partidários têm 48 horas para indicar os integrantes. os partidos com funcionamento parlamentar.
Aprovada no ano passado pelos senadores, a proposta Fonte: terra.com.br/Acessado em 05/2017
recebeu parecer pela aprovação do relator na CCJ, depu-
tado Betinho Gomes (PSDB-PE). Ele também recomendou CCJ aprova reconhecimento da união de pessoas do
a aprovação de duas PECs (84/11 e 22/15), que tramitam mesmo sexo
apensadas à 282.
Pela proposta, a cláusula de barreira estabelece que A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado
nas eleições de 2018 apenas os partidos que obtiverem 2% aprovou hoje (3), em turno suplementar, projeto de lei que
dos votos válidos em pelo menos 14 estados, com no mí- altera o Código Civil para reconhecer a união estável entre
nimo 2% de votos válidos em cada um deles, terão direito
pessoas do mesmo sexo e possibilitar a conversão dessa
aos recursos do Fundo Partidário, ao acesso gratuito  parti-
união em casamento.
dário e eleitoral ao rádio e à televisão e ao uso da estrutura
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado
própria e funcional nas casas legislativas.
aprovou hoje (3), em turno suplementar, projeto de lei que
A partir de 2022, a cláusula de barreira sobe para 3%
altera o Código Civil para reconhecer a união estável entre
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 14 estados,
pessoas do mesmo sexo e possibilitar a conversão dessa
com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada um de-
les. união em casamento.
O texto, que tem a relatoria do senador Roberto Re-
Federação quião (PMDB-RR), havia sido aprovado na CCJ em março,
No caso das coligações, em seu lugar, a PEC deter- mas ainda era preciso passar pela votação suplementar.
mina que os partidos políticos com afinidade ideológica Hoje, a proposta foi aprovada em votação simbólica, sem a
e programática poderão se juntar em federação que terá contagem de votos.
os mesmos direitos e atribuições regimentais dos partidos O Código Civil reconhece como entidade familiar “a
nas casas legislativas e deverá atuar com identidade políti- união estável entre o homem e a mulher, configurada na
ca única, resguardada a autonomia estatutária dos partidos convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
que a compõem. com o objetivo de constituição de família”. O projeto esta-
Para integrar a federação, os partidos terão que re- belece que a lei seja alterada para estabelecer como família
gistrar a deliberação do diretório nacional nesse sentido “a união estável entre duas pessoas”, mantendo o restante
no Tribunal Superior Eleitoral até a véspera do último dia do texto do artigo.
do prazo para filiação partidária para concorrer às eleições O projeto é de autoria da senadora Marta Suplicy (PM-
federais. Após o registro, os partidos terão que se reunir DB-SP). Para ela, a aprovação na CCJ foi um “avanço ex-
para a escolha do presidente, do nome da federação e dos traordinário”. “Desde 2008 tentamos aprovar o casamento
candidatos. homoafetivo, primeiro na Câmara, passou pelas comissões
“Após aprovada pela maioria absoluta dos integrantes e está até hoje no plenário. Hoje conseguimos aprovar o
das convenções nacionais dos partidos que a compõem, a projeto com relatório do senador Requião que dá um pas-
federação será reproduzida no Senado Federal, na Câmara so muito grande em relação à situação que hoje vivem as
dos Deputados, nas Assembleias Legislativas e na Câmara pessoas do mesmo sexo que desejam ter uma união sacra-
Legislativa do Distrito Federal”, diz a PEC. mentada, um casamento, na verdade”, disse.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu, por Lava Jato ‘distorce’ a reforma políticaPesquisado-
unanimidade, a união estável entre casais do mesmo sexo res afirmam que desdobramentos da operação refletem
como entidade familiar. Na prática, a decisão significou nos debates do Congresso ligados a financiamento e
que as regras que valem para relações estáveis entre ho- sistema eleitoral
mens e mulheres serão aplicadas aos casais gays.
No relatório que acompanha o substitutivo, o relator A Operação Lava Jato provoca impactos no debate
Roberto Requião citou a decisão do Supremo e registrou atual da reforma política em pelo menos dois temas: finan-
que é responsabilidade do Legislativo adequar a lei em vi- ciamento de campanha e sistema eleitoral. O que deveria
gor ao entendimento consagrado pelo STF. ser modernizado por necessidade política acaba por repre-
Em 2013, em função das divergências de interpretação sentar oportunismo dos envolvidos hoje investigados pelo
sobre o tema, o Conselho Nacional de Justiça aprovou re- Supremo Tribunal Federal (STF). É o que concluem cientis-
solução que obriga os cartórios a celebrar o casamento ci- tas políticas ouvidos pelo Estado.
vil e converter a união estável homoafetiva em casamento. A partir do momento em que Marcelo Odebrecht as-
Fonte: terra.com.br/Acessado em 05/2017 sume à Justiça não haver campanha eleitoral no País sem
caixa 2, a tese de financiamento público de campanha da
TSE desaprova contas do PSDB de 2011; sanção é Comissão da Reforma Política na Câmara ganha ainda mais
de R$ 10 mi fôlego do que aquele obtido após a decisão do Supremo
de proibir doações empresariais aos candidatos, em 2015.
O colegiado acredita que R$ 4 bilhões seriam suficientes
Em um de seus últimos atos como ministro do Tribunal
para financiar partidos e candidatos a partir de 2018. Para
Superior Eleitoral (TSE), o jurista Henrique Neves não apro-
isso, terá de combater a impopularidade da ideia agravada
vou, no último dia 11 de abril, as contas do PSDB referentes
ao ano de 2011. pelo descrédito dos partidos perante os eleitores.
Neves determinou que o partido devolva cerca de R$ Outro fator que estimula a aprovação do fundo público
4 milhões ao erário, bem como que deixe de receber uma de campanha é o discurso de criminalização do caixa 1 por
das doze parcelas mensais do fundo partidário referentes integrantes da força-tarefa. “Como você vai arrecadar em
a 2017 o que, no caso do PSDB, corresponde a R$ 6,6 mi- larga escala se mesmo a doação legal pode ser tomada
lhões. O diretório tucano também deverá destinar R$ 2,1 como prova de crime? Só que eles (deputados) estão pe-
milhões para o incentivo à participação de mulheres na gando um sistema altamente inflacionário, de campanhas
política. anteriores caríssimas, porque estão sendo impedidos de
Entre as principais irregularidades identificadas pelo arrecadar pela jurisprudência”, afirmou Bruno Reis, da Uni-
ministro do TSE estão: despesas com passagens aéreas versidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
sem a comprovação de utilização dos bilhetes, despesas Para o procurador regional da Lava Jato Carlos Fernan-
dos diretórios estaduais sem comprovação da prestação do dos Santos Lima, não cabe à operação apontar soluções,
de serviços e da vinculação com atividade partidária, não mas “uma democracia de coalizão baseada em um sistema
apresentação de notas fiscais de hospedagem e pagamen- eleitoral criminógeno, em uma divisão de cargos que não
to de hospedagem sem utilização de diária, entre outros. leva em consideração o mérito, mas a indicação política,
A decisão monocrática do ministro Henrique Neves em um controle frágil pela Justiça Eleitoral das prestações
não precisou ser referendada pelo plenário do TSE, pois de contas, em um sistema de financiamento ilegal que re-
uma resolução aprovada recentemente pelo tribunal auto- vela um capitalismo de compadrio, somente pode chegar
rizou que, em determinados casos, a reprovação das contas aonde chegou”, disse ao Estado.
seja decidida individualmente pelo relator. Reis vê como ingenuidade a percepção da Lava Jato
O mandato de Henrique Neves como ministro do TSE de que há uma sociedade virtuosa maculada por “forças
terminou no último dia 16 de abril. Ele foi substituído pelo do mal”. “Não é isso. Como nossa legislação dá poder ao
jurista Admar Gonzaga. grande financiador, o plenário acaba representando antes
Por email, o PSDB disse que seus advogados já apre- os interesses desses financiadores. Quando você faz acor-
sentaram recurso contra a decisão, que, para o partido,
dos de leniência com o doador para pegar o deputado,
“deixa de cumprir uma etapa importante da análise das
você está fazendo acordo com Dom Corleone para pegar o
contas do PSDB, conforme determina a própria resolução
gângster da esquina”, disse.
do TSE”. O partido não esclareceu qual etapa de análise
teria sido descumprida.
Fonte: terra.com.br/Acessado em 05/2017 Lista fechada. O professor Leonardo Avritzer, também
da UFMG, acredita que o combate à corrupção não deve
ser a “única preocupação” da reforma política. Ele aponta a
força que tem adquirido com os desdobramentos da Lava
Jato, por exemplo, a lista fechada, sistema em que o eleitor
vota no partido. Em tese, esse modelo poderia abrigar po-
líticos com pendências na Justiça.

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CONHECIMENTOS GERAIS

“Hoje ela está sendo discutida em termos de se vai ser- Hoje nós temos um projeto que já não é mais aquele en-
vir para dar foro privilegiado, o que me parece uma dis- viado pelo governo. É um projeto que foi construído pela
torção da própria ideia de reforma política”, disse. A Lava sociedade brasileira”, declarou o relator.
Jato não é favorável à lista aberta hoje em vigor. “Ques-
tionamentos como o excesso de partidos, a onerosidade VEJA OS PRINCIPAIS PONTOS DA REFORMA
do sistema eleitoral de listas abertas, entre outros, foram
levantados em diversas palestras e artigos pelos próprios Maia afirmou também que o plenário da Câmara é so-
membros da força-tarefa”, lembrou o procurador. berano para a votação dos dez destaques (sugestões de
O relator da comissão, deputado Vicente Cândido mudanças ao texto) que ainda precisam ser analisados e
(PT-SP), no entanto, diz que se fosse verdade que a Lava que o governo não tem interferido nessa questão.
Jato altera os debates do colegiado, “teríamos 500 votos Com relação à proposta de incluir os agentes peniten-
no plenário hoje, e não temos”. “Não é a Lava Jato que vai ciários federais na categoria que teria direito a aposenta-
mover o Congresso para fazer a reforma”, afirmou. doria especial, assim como os policiais federais, que pode-
Como não há consenso, como diz Cândido, em torno rão se aposentar aos 55 anos de idade, Maia afirmou que
das várias propostas da comissão, talvez não seja o mo- essa não é uma “questão nuclear”. Segundo ele, nuclear é,
mento de colocá-las em votação, segundo os acadêmicos. por exemplo, a fixação de uma idade mínima para aposen-
“A reforma é necessária, mas não é conveniente fazê-la tadoria e tempo de contribuição.
agora. Dada a circunstância em jogo relacionada com a
Lava Jato, com vários parlamentares investigados, minis- Votação no plenário
tros arrolados nas denúncias, cria-se uma inconveniência O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbas-
política e moral agora”, destacou Aldo Fornazieri, professor sahy, afirmou que o governo não tem uma previsão de
da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. quando o projeto da reforma da Previdência será levado
Se por um lado a Lava Jato impulsiona a comissão em para votação no Plenário da Câmara. Imbassahy afirmou
direção ao dinheiro e blindagem, por outro, mais otimista, que “quando o governo tiver a avaliação de que o projeto
provoca uma revisão do papel dos partidos. “O que temos, tem condição para ir a plenário acontecerá a votação”.
por enquanto, é a aprovação da cláusula de barreira (restri- “Não podemos precisar quando será essa dada, por-
ção de atuação parlamentar e de acesso ao fundo partidário que é uma data que depende de uma avaliação permanen-
e tempo de TV) pelo Senado, mas a Câmara dá sinais de ir te e constante dos parlamentares”, disse Imbassahy.
nessa direção”, disse José Álvaro Moisés, da USP. Fonte: g1.com/ Acessado em 05/2017
Fonte: Estadao.com.br/Acessado em 05/2017
ECONOMIA
Previdência: relator vê ‘mudança considerável’ no
‘sentimento’ da Câmara Mercado baixa estimativa de inflação para 2017 e
Para Arthur Maia (PPS-BA), proposta inicial do go- vê PIB maior
verno foi ‘profundamente’ modificada por deputados. Expectativa dos economistas de bancos, divulgada
Relator participou de reunião com Temer e ministros nesta segunda (8) pelo Banco Central, é de inflação em
neste domingo. 4,01% e alta do PIB de 0,47% neste ano.

O relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Os economistas do mercado financeiro reduziram sua
Maia (PPS-BA), disse neste domingo (7) que, após a apro- previsão de inflação e passaram a estimar um crescimento
vação do texto-base da reforma da Previdência na co- maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.
missão especial que analisa o tema, houve uma «mudança As expectativas dos analistas do mercado financeiro
considerável no sentimento» dos deputados. foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e
Para Maia, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) divulgadas nesta segunda-feira (8) por meio do relatório
que altera as regras de aposentadoria inicialmente envia- de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem
da pelo governo federal foi “profundamente” modificada instituições financeiras foram ouvidas.
pelos parlamentares e o texto-base foi “construído pela Para o comportamento do Índice Nacional de Preços
sociedade”. ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017, a “inflação oficial”
A declaração foi dada depois de reunião no Palácio do país, o mercado baixou sua previsão de 4,03% para
da Alvorda da qual participaram, além de Maia, o presi- 4,01%. Foi a nona redução seguida do indicador.
dente da República, Michel Temer, os ministros Henrique Com isso, manteve a expectativa de que a inflação des-
Meirelles (Fazenda), Moreira Franco (Secretaria-Geral da te ano ficará abaixo da meta central, que é de 4,5%. A meta
Previdência) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) também compa- (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que para
receu ao encontro. isso eleva ou reduz a taxa de juros (Selic).
“Posso dizer que tivemos uma mudança considerável A meta central de inflação não é atingida no Brasil des-
no sentimento da Casa depois da aprovação que tivemos de 2009. Naquele momento, o país ainda sentia os efeitos
na semana passada lá na comissão especial. Porque ficou da crise financeira internacional de forma mais intensa, que
provado que o projeto foi profundamente modificado. acabou se espalhando pelo mundo.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é con- A projeção do relatório Focus para o resultado da ba-
siderada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro lança comercial (resultado do total de exportações menos
do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN. Para as importações) em 2017 subiu de US$ 53,15 bilhões para
2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo US$ 53,3 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano,
ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit
a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%. avançou de US$ 41,1 bilhões para US$ 42,3 bilhões.
No ano passado, a inflação ficou acima da meta central, A projeção do relatório para a entrada de investimen-
mas dentro do intervalo definido pelo CMN. Já em 2015, a tos estrangeiros diretos no Brasil em 2017 recuou de US$
meta foi descumprida pelo BC - naquele ano, a inflação 78 bilhões para US$ 76 bilhões. Para 2018, a estimativa dos
superou a barreira dos 10%. analistas caiu de US$ 80 bilhões para US$ 75 bilhões.
Para 2018, porém, a previsão do mercado financeiro Fonte: g1.com/ Acessado em 05/2017
para a inflação subiu de 4,30% para 4,39%. Mesmo assim,
o índice está abaixo da meta central de inflação para o pe- Dólar opera em alta, aguardando a reforma da Pre-
ríodo (4,5%) e também do teto de 6% fixado para o ano vidência
que vem. Na sexta-feira (5), a moeda fechou em queda de
0,24%, cotada a R$ 3,17.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado O dólar opera em alta ante o real nesta segunda-feira
(8), com o mercado acompanhando a valorização da moe-
financeiro elevou sua estimativa de crescimento de 0,46%
da norte-americana no exterior em dia de fraqueza das
para 0,47%.
commodities e em compasso de espera em torno da trami-
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no
tação da reforma da Previdência no Congresso, segundo a
país, independentemente da nacionalidade de quem os
agência Reuters.
produz, e serve para medir o comportamento da economia Às 9h07, a moeda norte-americana subia 0,53% vendi-
brasileira. da a R$ 3,1917. Veja a cotação.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano segui- Na terça-feira (9), os destaques ao projeto de reforma
do e confirmou a pior recessão da história do país, segun- da Previdência deverão ser votados em comissão especial
do dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia da Câmara, que na semana passada aprovou o texto-base.
e Estatística (IBGE). Em seguida, a proposta será encaminhada para tramitação
Para 2018, os economistas das instituições financeiras em plenário.
mantiveram sua estimativa de expansão do PIB estável em O Banco Central não anunciou qualquer intervenção
2,50%. para o mercado de câmbio para esta sessão, por ora. Em ju-
nho, vencem US$ 4,4 bilhões em swap cambial tradicional,
Taxa de juros equivalente à venda futura de dólares
O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa Na sexta-feira (5), a moeda fechou em queda de 0,24%,
básica de juros da economia, a Selic, em 8,5% ao ano no cotada a R$ 3,17, com o mercado aliviado após os dados
fechamento de 2017. Ou seja, os analistas continuam esti- sobre emprego nos Estados Unidos não endossarem apos-
mando novas reduções de juros neste ano. Atualmente, a tas de altas adicionais de juros no país, avalia a Reuters.
Selic está em 11,25% ao ano. No mês, o dólar tem alta de R$1,98%. No ano, a moeda
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos econo- acumula queda de 2,30%.
mistas dos bancos para a taxa Selic continuou em 8,5% ao Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017
ano. Com isso, estimaram que os juros ficarão estáveis no
ano que vem. Lucro líquido ajustado da BB Seguridade cresce
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC 3,7% no 1º tri, a R$ 992,8 milhões
para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem Volume total de prêmios de seguros emitidos, con-
de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados tribuições de previdência e arrecadação com títulos de
pelo sistema de metas de inflação brasileiro. capitalização somou R$ 14,8 bilhões no período.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o
A BB Seguridade, que reúne as participações do Ban-
crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
co do Brasil em seguros e previdência, teve lucro líquido
Entretanto, também prejudicam a economia e geram de-
ajustado de R$ 992,8 milhões no primeiro trimestre, alta
semprego.
de 3,7% sobre o mesmo período de 2016 e em linha com
a projeção de 1 a 5% de crescimento estipulada pela com-
Câmbio, balança e investimentos panhia.
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção Conforme material de divulgação do balanço, o de-
do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de sempenho no período é explicado pela alta de 11% do
2017 permaneceu em R$ 3,23. Para o fechamento de 2018, resultado operacional não decorrente de juros, o que com-
a previsão dos economistas para o dólar subiu de R$ 3,38 pensou a queda de 10,4% do resultado financeiro em meio
para R$ 3,40. à queda da taxa Selic.

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CONHECIMENTOS GERAIS

O retorno anualizado sobre patrimônio líquido médio rádios de todo o Brasil que possuem cadastro na Secretaria
foi de 47,3% nos três primeiros meses do ano, queda de 2,6 de Comunicação da Presidência. Uma nova cartilha será
pontos percentuais na comparação anual. Já as despesas distribuída aos deputados, explicando as mudanças ponto
gerais e administrativas encolheram 23,7% na mesma base, a ponto. Para evitar confusão, o documento trará apenas as
para R$ 15,257 milhões. novas regras segundo o texto aprovado na comissão espe-
O volume total de prêmios de seguros emitidos, con- cial, sem incluir como é hoje.
tribuições de previdência e arrecadação com títulos de ca-
pitalização somou R$ 14,8 bilhões entre janeiro e março, Agrados
superando em 17,2% o montante apurado em igual perío-
do de 2016. Integrantes da base também começam nesta semana
Por segmento, a área de seguros de vida, habitação e a montar um mapa de votos. O trabalho será coordenado
rural, chamada pela BB Seguridade de SH1, teve lucro lí- pelo deputado Beto Mansur (PRB-SP) e pelo ministro-chefe
quido ajustado de R$ 391,5 milhões no primeiro trimestre, da Casa Civil, Eliseu Padilha. A ideia é identificar a posição
alta anual de 3,2%. Os prêmios emitidos somaram R$ 1,6 de cada deputado para saber com quem é preciso nego-
bilhão, um volume 9,1% maior sobre um ano atrás. ciar. O governo só vai colocar a reforma em votação no
Já a divisão de automóvel e patrimônio (SH2) teve pre- plenário quando contabilizar mais de 320 votos favoráveis.
juízo líquido ajustado de R$ 4,6 milhões nos três primeiros
meses de 2017, ante resultado positivo de R$ 50,5 milhões Dificuldade
no mesmo intervalo de 2016. Enquanto isso, os prêmios
emitidos aumentaram 1,7% na mesma comparação, para O Placar da Previdência feito pelo Grupo Estado já
2,2 R$ bilhões. mostra que o desafio será grande. Até a noite de sexta-fei-
Em previdência, o lucro líquido ajustado entre janei- ra, havia 232 votos “não”, contra 87 votos a favor. Com esse
ro e março cresceu 11,5% ano a ano, atingindo R$ 248,4 cenário, o governo sabe que terá de atuar firme no campo
milhões, beneficiado pelo aumento de receitas com taxas político, com liberação de recursos de emendas parlamen-
de gestão em função da expansão do volume de recursos tares, nomeação de cargos para aliados e atendimento a
administrados e da melhora no índice de eficiência. demandas que vão além da reforma, como o parcelamento
O volume de contribuições de previdência subiu 26,7% de dívidas previdenciárias do setor rural.
no primeiro trimestre, enquanto a captação líquida totali-
zou R$ 4,5 bilhões, evolução de 19,9% ante um ano atrás. As mudanças no texto feitas em plenário integram a
Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017 ação de convencimento dos deputados, que se viram pres-
sionados por categorias como juízes e procuradores por al-
terações na transição dos servidores. No dia da aprovação
Governo parte para ‘‘vale-tudo’’ para aprovar re-
do texto na comissão especial, o relator, deputado Arthur
forma da Previdência
Oliveira Maia (PPS-BA), disse que é preciso deixar os par-
lamentares “mais confortáveis” para votar. As informações
O presidente Michel Temer se prepara para a principal
são do jornal O Estado de S. Paulo.
batalha na reforma da Previdência: a aprovação da pro-
Fonte: atarde.uol.com.br/Acessado em 05/2017
posta no plenário da Câmara dos Deputados, com o apoio
de pelo menos 308 deputados. O governo ainda não tem Mercado disputa clientes ‘premium’ de grandes
esses votos, mas já traçou os movimentos que fará daqui bancos
para a frente para conquistar a vantagem necessária. Para
isso, o Palácio do Planalto vai partir para o “vale-tudo” na O banco BTG Pactual, a exemplo das corretoras, tam-
articulação política, lançando mão de agrados à base alia- bém entrou na disputa pelo cliente de alta renda que hoje
da, além de melhorar a estratégia de comunicação. está na carteira “premium” das grandes instituições finan-
ceiras. O cliente-alvo dos bancos são as pessoas físicas com
As concessões no texto, porém, estão no limite, na ava- renda superior a R$ 10 mil.
liação do governo. A ordem agora é barrar movimentos No BTG, a plataforma digital começou a ser gestada
de novas categorias que tentem obter direito a aposen- em 2014 e passou a ser testada no ano passado por fun-
tadoria especial, como os guardas municipais. A margem cionários e familiares do banco. No fim de 2016, foi aberto
de negociação no plenário prevê a inclusão dos agentes a todos, que podem investir em fundos de investimentos
penitenciários na regra que permite idade mínima menor, de, no mínimo, R$ 3 mil, disse Marcelo Flora, sócio do BTG
de 55 anos, e a revisão das exigências para que servidores e responsável pelo projeto.
públicos que ingressaram até 2003 se aposentem com sa-
lário integral. Os dois pontos devem ser aprovados separa- A meta é abocanhar, em até cinco anos, 10% do mer-
damente, em votação dos chamados destaques. cado de alta renda, que hoje soma cerca de R$ 700 bilhões.
O governo pretende ainda melhorar a comunicação Se atingir o objetivo, o segmento será tão importante
com os parlamentares e a população ao longo da sema- quanto sua área de gestão de fortunas, que hoje soma R$
na, depois de reconhecer que enfrenta problemas na área. 80 bilhões. “A tecnologia permitiu ter grande escala e ofe-
Segundo um interlocutor da área política, a previsão é vei- recer produtos que antes eram só para o segmento ‘wealth
cular propagandas em defesa da reforma em cerca de 4 mil manegement’ (grandes fortunas)”, disse Flora.

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CONHECIMENTOS GERAIS

O Banco Original, da holding J&F (dona da Friboi), Vale prevê economia de mais de US$ 70 milhões
também quer avançar nesse segmento e oferece opção de com novo sistema até 2020
investimentos a partir de R$ 1 mil. Segundo a executiva Desenvolvimento começou em 2014, e implantação
Sinara Polycarpo, do Original, o fato de não ter uma estru- teve início em 2016.
tura de agência, faz com que o banco, que já nasceu digital,
possa oferecer taxas administrativas mais atraentes. A mineradora Vale prevê economizar mais de US$ 70
Percebendo o movimento de instituições independen- milhões até 2020 com a implantação de um novo sistema
tes, os bancos de varejo têm revisto suas estratégias. Antes, de gestão das unidades de minério de ferro e manganês,
os gigantes só ofereciam seus próprios fundos. Agora, co- chamado de Gestão da Produção Vale - Mineração (GP-
meçam a se abrir para opções de terceiros. V-M), que substitui outros 17 sistemas que vinham sendo
O Itaú, por exemplo, criou a plataforma digital Inves- usados.
timento 360, destinada aos clientes Personnalité e que A empresa afirmou nesta sexta-feira (5) que serão 38
oferece fundos de outras instituições. Essa plataforma foi minas, plantas e entrepostos com o novo sistema, e que
lançada como uma campanha de marketing agressiva no a implantação já foi concluída em 20 unidades de Minas
mercado. Gerais, Maranhão e Pará.
Já o Bradesco afirma que passou a oferecer uma as- Com o início do desenvolvimento em 2014 - pelas
sessoria financeira “mais proativa”, com consultores de in-
áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Ferrosos em par-
vestimentos a todos os clientes de alta renda. Até 2016,
ceria com a empresa Chemtech - o novo sistema da Vale
era mais restrito. Fundos de outras instituições, porém, são
começou a ser implantado em outubro de 2016.
ofertados a clientes do chamado private banking, que exi-
O GPV-M faz parte da plataforma tecnológica única de
ge cifras maiores. O diretor executivo do Bradesco, Cassia-
no Scarpelli, afirma que remunerar bem é um desafio para gestão da cadeia de valor do negócio de ferrosos, compos-
o setor. ta por mina, ferrovia e porto, e engloba todo o processo de
Em um evento, Sérgio Rial, presidente do Santander, produção, desde a mina e o beneficiamento até a expedi-
afirmou que o setor está em uma transformação cultural ção do produto.
e a plataforma digital vem para eliminar a fricção huma- A economia, segundo a Vale, vem da redução do custo
na que ele considera desnecessária, mas não é apenas um de TI, com a manutenção e evolução de diferentes sistemas
“software”. Procurados, Itaú, Caixa e Banco do Brasil não e plataformas, e com a redução de impactos operacionais
retornaram os pedidos de entrevista. causados por indisponibilidade do sistema.
Para Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating, a inves- Além disso, segundo a mineradora, “são esperados ga-
tida dos grandes bancos nas plataformas abertas não se nhos relevantes com maior produtividade de mão de obra
trata de uma reação ao avanço de corretoras, mas do en- e redução de horas improdutivas dos ativos, suportados
tendimento que a variedade de opções pode ser uma op- pela melhor usabilidade do sistema e maior disponibilida-
ção rentável de negócio. Segundo uma fonte, no entanto, o de de informações para tomada de decisão”.
trabalho dos bancos nessas plataformas traz risco de “cani- O GPV-M é capaz de processar 1,2 terabyte de infor-
balização”. Isso porque a oferta de fundos de terceiros, por mações em tempo real e atender a mil usuários simultâ-
vezes com menores taxas de administração, é uma ameaça neos. Desde que começou a ser implantado o sistema já foi
aos fundos próprios dos bancos. utilizado por 1 mil usuários diferentes, com acessos simul-
tâneos de 150 usuários.
Diversificação de receita
Após 15 anos de trabalho com educação financeira Nova campanha
para tentar atrair investimentos de clientes, a corretora XP O anúncio foi feito pela Vale nesta sexta-feira, junta-
começa a mudar de foco e avança em diferentes frentes mente com o lançamento de uma campanha no ambiente
para diversificar sua receita. digital, que tem como tema a inovação e a evolução da
A empresa espera licença do Banco Central para poder empresa. O primeiro passo foi a publicação de um vídeo
atuar como banco na área de empréstimos para pessoas
manifesto chamado “O caminho é evoluir”.
físicas. No segmento institucional, a corretora já participou,
“Na segunda etapa da campanha, os vídeos contarão
neste ano, da coordenação do IPO (oferta pública de ações,
histórias reais relacionadas ao papel da mineração na vida
na sigla em inglês) da locadora de veículos Movida e co-
e no dia a dia das pessoas e mostrarão inovações que só
meça a trabalhar com emissões de títulos de dívida para
empresas. Procurada pela reportagem, a companhia não foram possíveis na nossa sociedade graças à atividade de
quis falar sobre o assunto. mineração”, disse a Vale.
Fonte: atarde.com.br/acessado em 05/2017 A empresa destacou que a campanha será voltada para
o público formador de opinião e vai ao ar no ano em que a
Vale completa 75 anos.
Fonte: g1.com.br/ Acessado em 05/2017

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CONHECIMENTOS GERAIS

Conexão entre o Rio e o Ceará busca democratizar A notícia foi divulgada após uma reunião de emergên-
a dança cia no Palácio de Buckingham convocada nesta manhã com
todos os funcionários do local, o que gerou curiosidade
A democratização da dança e a troca de experiências en- e especulações na imprensa. Conhecido por seu senso de
tre profissionais de dois estados é o objetivo do projeto de humor e por sua lealdade à rainha, Philip é o príncipe con-
ocupação Conexão Dança Ceará/Rio de Janeiro, que até o pró- sorte mais longevo da história britânica e vai completar 96
ximo dia 14 toma conta do Teatro Cacilda Becker, espaço da anos em junho.
Fundação Nacional de Arte (Funarte) no bairro do Catete, zona Aos 95 anos de idade, o príncipe Philip, marido da ra-
sul do Rio. inha Elizabeth II da Inglaterra, abandonará a vida pública e
A programação, aberta na quarta-feira (3), conta com ofi- os compromissos oficiais da realeza, de acordo com anún-
cinas, palestras e debates gratuitos, além de espetáculos a pre- cio feito nesta quinta-feira (4) pelo Palácio de Buckingham.
ços populares, todos por iniciativa da Associação Dança Cariri,
“O duque de Edimburgo decidiu não participar mais de
criada em Juazeiro do Norte (CE), em parceria com a Funarte.
compromissos públicos a partir do outono [no Hemisfé-
No Cariri, região onde o grupo tem sede, o intercâmbio
já ocorre por meio da Semana Dança Cariri, que realizou em rio Norte] deste ano”, informou um comunicado da família
abril sua oitava edição. É a primeira vez que o projeto chega real. O príncipe cumprirá sua agenda até agosto e, depois,
ao Rio de Janeiro, reunindo companhias de dança e bailarinos não aceitará mais convites para eventos, em um espécie de
dos dois estados. “aposentadoria”. Por sua vez, Elizabeth II, que está com 91
De acordo com o cearense Alysson Amâncio, idealizador anos, manterá seus compromissos oficiais.
do projeto, o Rio mantém uma relação estreita com a dança A notícia foi divulgada após uma reunião de emergên-
cearense desde os anos 70, quando os bailarinos e coreógra- cia no Palácio de Buckingham convocada nesta manhã com
fos Dennis Gray e Jane Blauth se mudaram da capital flumi- todos os funcionários do local, o que gerou curiosidade
nense para Fortaleza e implantaram a Escola de Dança do Sesi. e especulações na imprensa. Conhecido por seu senso de
“Muitos bailarinos do Ceará mudaram para o Rio em busca humor e por sua lealdade à rainha, Philip é o príncipe con-
de uma formação mais aprimorada, bem como muitos pro- sorte mais longevo da história britânica e vai completar 96
fessores e grupos cariocas estiveram pelo Ceará para ministrar anos em junho.
oficinas e realizar espetáculos”, conta. Príncipe Philip da Grécia e da Dinamarca é bisneto da
São três espetáculos cariocas – Delicadeza, da Cia da Ideia, rainha Victoria, assim como a própria Elizabeth II. Porém,
Sobre cisnes, de Giselda Fernandes, e O céu de Basquiat, da em 1922, sua família teve de se exilar.
Marcio Cunha Cia de Dança Contemporânea – e dois cearen- Ingressou na Marinha britânica, participou da Segun-
ses – Mulata, da Cia Dita, e Manga com Leite, da Cia Alysson
da Guerra Mundial e se casou com Elizabeth em 1947. Em
Amâncio – com apresentações de quarta-feira a domingo,
1952, quando a esposa assumiu o trono, Philip deixou sua
sempre às 20h, até o final do evento.
Em O Céu de Basquiat, o intérprete e criador Márcio carreira para apoiar a rainha.
Cunha apresenta um espetáculo que trata de discriminação, Em vários momentos, Philip foi criticado por fazer co-
preconceito e sociedade, inspirado no universo instigante das mentários inadequados e até racistas em compromissos
obras do pintor neo-expressionista norte-americano Jean Mi- oficiais da monarca.
chel Basquiat (1960-1988). Em 1986, na China, ele recomendou que estudantes
Já o espetáculo Mulata marca as comemorações dos 50 não ficassem muito tempo no país para não terminarem
anos de vida e 40 de dança da bailarina cearense Wilemara com “os olhos rasgados”.
Barros e ganha narrativa com o corpo e a voz da artista. Ainda Em 2002, na Austrália, ele perguntou a um aborígene
na programação, serão realizadas oficinas de balé clássico e se “ainda disparava feclas”. Gafe- A notícia da aposentado-
dinâmica muscular, aula de dança contemporânea, e no último ria do príncipe gerou uma gafe no tabloide “The Sun”. Em
dia (14), às 16h, um debate sobre políticas e micropolíticas de vez de informar o afastamento de Philip, o jornal noticiou
circulação da dança no Brasil, com coreógrafos convidados. sua morte. Aparentemente, o texto publicado era uma pá-
Fonte: JornaldoBrasil.com.br/ Acessado em 05/2017 gina pronta sobre o falecimento do marido da rainha.
Fonte: Jornaldobrasil.com.br/Acessado em 05/2017
Aos 95 anos, príncipe Philip abandona vida pública
Perder-se na rua pode ser um dos primeiros sinais
Aos 95 anos de idade, o príncipe Philip, marido da rainha
do Alzheimer, indicam cientistas
Elizabeth II da Inglaterra, abandonará a vida pública e os com-
promissos oficiais da realeza, de acordo com  anúncio feito
nesta quinta-feira (4) pelo Palácio de Buckingham.    “O duque RIO - Perder a habilidade de se localizar ou até mesmo
de Edimburgo decidiu não participar mais de compromissos se desencontrar em um ambiente que seja familiar podem
públicos a partir do outono [no Hemisfério Norte] deste ser sinais de que o mal Alzheimer poderá chegar na terceira
ano”, informou um comunicado da família real. O prínci- idade. Estas resultados preliminares são fruto de um estu-
pe cumprirá sua agenda até agosto e, depois, não aceitará do de longo prazo sobre a doença que está sendo desen-
mais convites para eventos, em um espécie de “aposen- volvido por pesquisadores da Universidade de Edimburgo,
tadoria”. Por sua vez, Elizabeth II, que está com 91 anos, na Escócia, e deverão ser publicados em breve.
manterá seus compromissos oficiais.

8
CONHECIMENTOS GERAIS

O estudo, que tem o nome “Projeto Prevenção” e conta VIOLÊNCIA


também com a parceria de cientistas ingleses, visa mapear
de que forma o Alzheimer age inicialmente no cérebro. Por Onda de violência em Florianópolis assusta mora-
isso, adultos com menos de 60 anos estão sendo acom- dores
panhados — é somente depois das seis décadas de vida Guerras de traficantes e tiroteios nas comunidades
que o sintomas mais consistentes da doença começam a viraram rotina em uma cidade conhecida pelas belezas
aparecer, quando o cérebro já está consideravelmente da- naturais e pela tranquilidade.
nificado pelo Alzheimer.
O que o “Projeto Prevenção” vem indicando é que, Uma onda de assassinatos tem assustado os morado-
para além da memória — que leva a “fama” como a ha- res de Florianópolis. Guerras de traficantes e tiroteios nas
bilidade mais afetada pelo Alzheimer —, a capacidade de comunidades viraram rotina em uma cidade conhecida pe-
se localizar espacialmente é também um ponto importante las belezas naturais e pela tranquilidade
para se entender a doença. Só nesta semana três homens morreram durante uma
“O Alzheimer é considerado uma doença da memória, troca de tiros entre facções criminosas no meio de uma
mas nós agora vemos, a partir de trabalhos anteriores, que comunidade.
a dificuldade que as pessoas estão realmente tendo — ao Esse clima de insegurança não é de hoje. No mês pas-
menos para começar — não tem a ver com o declínio da sado, um homem foi morto a tiros, à luz do dia, em frente
memória, mas com a decadência da habilidade de visuali- ao Mercado Público, um dos lugares mais movimentados
zar a localização das coisas e delas mesmas”, disse uma das
do Centro de Florianópolis.
pesquisadoras do grupo, Karen Ritchie, ao jornal britânico
O número de roubos também não para de crescer. De
“The Guardian”. “É a perda da habilidade de navegação”.
janeiro a março deste ano foram 868, quase 100 a mais que
O projeto, financiado pela Sociedade do Alzheimer,
envolve o estudo de dois grupos. O primeiro é de pessoas nos três primeiros meses do ano passado.
com idades entre 41e 59 anos com parentes próximos que A polícia e especialistas em segurança não têm dúvidas
desenvolveram a doença e têm alto risco de serem afeta- de que a escalada da violência em Santa Catarina está dire-
das por ela. O segundo consiste em indivíduos cujas vidas tamente ligada à guerra entre grupos rivais, que disputam
nunca foram afetadas pelo Alzheimer. pontos de venda de drogas. Na capital, só este ano, foram
Fonte: oglobo.com/Acessado em 05/2017 57 homicídios. O número é quase três vezes maior do que
o registrado no mesmo período do ano passado.
Novo encontro definirá metas contra mudanças cli- Fonte: g1.com/ Acessado em 05/2017
máticas
Países começarão a delinear operações para limitar Enfrentamento à violência contra a mulher é tema
o aquecimento global de seminário
Evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas
As negociações sobre mudanças climáticas inicia- no local.
das em 2015, com o Acordo de Paris, serão retomadas Ação ocorre em Aracaju (SE) e celebra o Dia Inter-
esta segunda-feira em Bonn, na Alemanha. A reunião dos nacional da Mulher.
196 países que participaram da elaboração do documen-
to ocorrerá em meio à ameaça do governo americano de Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher,
retirar-se do pacto internacional, cujo objetivo é limitar o ocorre o 1º Seminário “Conhecendo a Rede de Enfrenta-
aquecimento do planeta. mento à Violência contra a Mulher” a partir das 9h, no au-
ditório do Palácio da Justiça Tobias Barreto de Menezes,
Área de Mata Atlântica no Rio: bioma é um dos que localizado na Praça Fausto Cardoso, 112, Centro de Aracaju
pesquisa aponta que crescimento e absorção de carbono (SE). O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas
vão aumentar junto com alta na temperatura e chuva no local.
Mudanças climáticas podem fomentar crescimento de O seminário é uma promoção da Secretaria de Estado
florestas tropicais
da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos
— Precisamos definir as operações do Acordo de Paris
Direitos Humanos (Seidh) em parceria com o Tribunal de
antes da próxima Conferência do Clima (COP-23), que será
Justiça de Sergipe (TJ/SE) sendo uma ação de fortalecimen-
realizada no fim do ano — alerta David Levai, investigador
do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e de Relações to e integração das entidades que atuam no atendimento
Internacionais. e proteção à mulher vítima de violência.
Na COP-21, em Paris, 195 países e a União Europeia “Existem alguns pontos de estrangulamento. Inter-
concordaram em limitar o aumento da temperatura global rupções no atendimento a essa mulher vítima. A partir de
a, no máximo, 2 graus Celsius. A Palestina anunciou a ade- uma unificação de procedimentos, poderemos ter uma
são ao acordo depois. Para não ultrapassar esta marca, será continuidade salutar entre os diversos serviços aos quais
necessária, entre outras medidas, uma radical transição a mulher deve recorrer em caso de violência, tornando o
energética, que substitua os combustíveis fósseis (carvão atendimento mais acolhedor e mais eficaz”, explica a coor-
e petróleo) por fontes renováveis (biomassa, solar, eólica). denadora Estadual de Políticas para as Mulheres da Seidh,
Fonte: oglobo.com/Acessado em 05/2017 Edivaneide Paes.

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CONHECIMENTOS GERAIS

O evento contará com a palestrante Jane Curbani, que governo americano, Michelle Roulbet, chegou a atacar a
vai falar sobre “Redes Intersetoriais: encontros possíveis”, “corrupção nas prisões” e a necessidade de se buscar penas
destacando a importância do trabalho em rede para ga- alternativas. A Casa Branca também recomendou o Brasil
rantir a proteção e o acolhimento da mulher vítima de vio- a acelerar julgamentos, diante de 40% de seus detentos
lência. Com a juíza coordenadora da Mulher do Tribunal de ainda aguardarem julgamento. 
Justiça de Sergipe, Isabela Sampaio, que vai apresentar o A Alemanha, por exemplo, recomendou que o governo
fluxograma da rede, contendo os diversos caminhos que a amplie o programa de audiências de custódia através da
mulher pode percorrer a partir das diferentes portas de en- aprovação do projeto de lei 554/11 e demandou que juí-
trada, incluindo o acesso através de denúncia pelo disque zes e promotores que atuam nessas audiências passem por
180, 190 e 181. A delegada Thais Lemos Santiago também treinamento específico para combater a tortura.
participa com a palestra “Denunciei: o que fazer?”, sobre o  
atendimento à mulher vítima de violência no DAGV. Polícia.  Outra preocupação é a violência policial. Da-
Fonte: g1.com/ Acessado em 2017 dos da Anistia Internacional apontam que, entre a última
sabatina do Brasil na ONU em 2012 e hoje, as mortes por
Governos e ONU denunciam ‘violência generaliza- policiais aumentaram de 419 casos no Rio de Janeiro para
da’ no Brasil 920 em 2016. 
Brasil anuncia meta de redução de 10% da popula- Por isso, o governo do Reino Unido quer que a polícia
ção carcerária, mas não diz como isso será feito; ongs brasileira seja treinada e que, em quatro anos, as mortes
acusam ‘demagogia’ ocorridas pelas forças de ordem sejam reduzidas em 10%.
Mesmo a Guatemala, um dos países mais violentos do
A violência no Brasil, nos centros urbanos, no campo mundo, usou seu discurso para dizer que estava “preocu-
ou dentro das prisões, é o maior desafio de direitos huma- pada com o aumento de violência no Brasil”. 
nos do País e se transformou em um fenômeno generali- Em seu discurso, a ministra brasileira indicou que tem
zado. Esse foi o resultado da sabatina realizada pela ONU “investido na qualificação das forças policiais, na garantia
sobre a situação no Brasil e que levou governos de todo
do acesso à justiça, no fortalecimento das Defensorias Pú-
o mundo a soar o alerta para o aumento da violência nos
blicas, e no combate à impunidade nos casos de uso ex-
últimos anos no País e pedir medidas concretas para lidar
cessivo da força policial”. “Cabe ressaltar nesse sentido um
com o fenômeno.
conjunto de iniciativas, tanto do Ministério Público, quanto
Pressionado, o governo brasileiro sinalizou na quinta-
das Forças Policiais no sentido de abolir os ‘autos de resis-
feira, 4, em Genebra, que irá reduzir em 10% a população
tência’ e de conduzir com prioridade inquéritos que envol-
carcerária do País até 2019, cerca de 70 mil pessoas. Mas
vam mortes por oposição à ação policial”, garantiu.
não explicou como isso ocorreria, levando ongs brasileiras
Sobre as prisões, a ministra insistiu na meta de reduzir
e internacionais a acusar o governo de fazer “demagogia”. 
Durante o debate, países cobraram explicações e me- a população carcerária em 10% em dois anos. Mas apenas
dida por parte do Brasil para lidar com a violência da polí- indicou que “a situação do sistema penitenciário é reflexo
cia, intolerância, assassinatos, violência nas prisões, contra também dos desafios em matéria de segurança pública”. “É
mulheres, negros, crianças, gays, defensores de direitos hu- preciso reduzir a superpopulação carcerária e humanizar
manos e jornalistas, além de indígenas. Por todos critérios os presídios”, defendeu, sem explicar como isso seria feito.
apresentados, a taxa de violência hoje é mais alta que em “O Departamento Penitenciário Nacional tem promo-
2012, ano da última vez que o Brasil foi examinado pela vido a adoção de penas alternativas para crimes de baixa
ONU.  gravidade como forma de reverter a preocupante tendên-
Não por acaso, relatores das Nações Unidas alertam cia de aumento das taxas de encarceramento no país, além
que existe uma “violência generalizada” e respostas insu- de forças tarefas, em coordenação com a Defensoria Públi-
ficientes, levando o país a regredir na defesa dos direitos ca, para verificar a situação de presos que podem postular
humanos. O governo brasileiro, porém, foi à sabatina sem seu retorno ao convívio familiar”, disse. “Outro avanço po-
sequer um representante do Ministério da Justiça, o que sitivo foi o Programa de Promoção de Audiências de Cus-
deixou delegações e ativistas surpresos.  tódia, que levou, segundo estudos, a uma redução de 50%
Durante o encontro oficial, pelo menos 17 recomen- nas detenções provisórias e que contribui para o combate
dações sobre as condições do sistema prisional e acesso às detenções arbitrárias”, completou.
à Justiça foram feitas ao Brasil por países como Estados Ativistas.  Outro tema recorrente foi o ataque contra
Unidos, Espanha, Itália, Tailândia, Japão, África do Sul, Sué- ativistas de direitos humanos, assunto tratado pelo gover-
cia, Reino Unido e Dinamarca. Citando dados da ONU, a no dos EUA, Holanda, Noruega, Eslováquia e outros. Os Es-
Alemanha chegou a indicar em documentos que existe um tados Unidos, por exemplo, pediram investigação dos ca-
“retrocesso” na garantia do direito à vida de determinados sos de execuções extrajudiciais. A Eslováquia recomendou
grupos minoritários.  que a polícia brasileira adote um código de conduta sobre
As autoridades da República Checa, da Namíbia e Sér- uso da força em protestos, enquanto os relatores da ONU
via foram alguns dos que criticaram a superlotação das indicaram em seus informes que o número de assassinatos
prisões. Segundo os suecos, a população carcerária é o do- tem aumentado. Em 2016, foram 61 casos e, para muitos
bro da capacidade hoje das detenções. A representante do governos, isso seria um sinal da impunidade. 

10
CONHECIMENTOS GERAIS

Com a ONU usando dados do IPEA que apontam para Ele foi esperto
5 mil mulheres assassinadas por ano no Brasil e 500 mil A sorte não explica toda a história.
tentativas de estupros, a violência contra a mulher também Macron poderia ter tentado a candidatura dentro do
chamou a atenção. O tema foi levantado por governos Partido Socialista, mas percebeu, após anos de poder e
como Rússia e Itália. A Espanha, por exemplo, pediu “medi- popularidade baixa da gestão, que seria muito difícil fazer
das concretas”. Essa violência, segundo a Suécia, continua com que o público ouvisse a voz do partido.
na prisão, onde existe apenas uma ginecologista para cada “Ele conseguiu ver uma oportunidade onde ninguém
900 detentas no País.  viu”, afirma Padis.
Macron analisou movimentos políticos que tinham sur-
Críticas. O discurso brasileiro e a falta de medidas con- gido pela Europa - como o Podemos na Espanha e o Cinco
cretas foi duramente criticado pelas entidades da socieda- Estrelas na Itália - e viu que não havia na França nenhuma
de civil. Renata Neder, da Anistia Internacional, alertou que, força semelhante com possibilidade de embaralhar a luta
desde a última sabatina em 2012 na ONU, o que se viu foi pelo poder.
“um grande aumento da violência e violações de direitos Em abril de 2016, ele lançou o seu movimento En Mar-
humanos no Brasil”. “Não foi um período de avanços. Mas che! (Em Marcha) e quatro meses depois deixou a gestão
um período de retrocesso no campo e nas cidades”, disse. do presidente François Hollande.
“Os homicídios aumentaram, inclusive pela polícia. O Es-
tado brasileiro não agiu. Não há um plano de redução de Ele tentou algo novo na França
homicídios”, insistiu.   Após a fundação do En Marche, Macron seguiu as pis-
Para a entidade Conectas, o que o governo sugere não tas da campanha de 2008 do ex-presidente americano Ba-
basta. “Essa promessa não dialoga com o tamanho dos de- rack Obama e apostou na ajuda de voluntários, diz a jorna-
safios do sistema prisional. O Brasil prende cerca de 40 mil lista freelancer baseada em Paris Emily Schultheis.
pessoas por ano, ou seja, quando a ‘meta’ anunciada for A primeira grande ação do movimento foi a Grande
cumprida, o país já terá prendido outras 120 mil”, afirma Marche (Grande Marcha), quando mobilizou um crescente
Camila Asano, coordenadora do programa de Política Ex- contingente de ativistas inexperientes mas cheios de ener-
terna da Conectas. gia.
“Da maneira como foi apresentado, o compromisso é “A campanha usou algoritmos de uma empresa de
demagógico. Não há nada que indique que a política atual consultoria política com a qual trabalharam - e que já tinha
esteja mudando. Ao contrário: o Plano Nacional de Segu- sido voluntária na campanha de Obama em 2008 - para
rança apresentado pela ministra Valois como um ‘sucesso’ identificar distritos e setores mais representativos da Fran-
apenas reforça a militarização que está na base do encarce- ça como um todo”, afirma Schultheis.
ramento massivo de jovens pobres e negros das periferias”, “Eles enviaram pessoas para bater em 300 mil portas.”
completa. Esses voluntários não só entregaram panfletos - eles
Fonte: estadão.com/Acessado em 05/2017 conduziram 25 mil entrevistas em profundidade de cerca
de 15 minutos com eleitores de todo o país. Essas infor-
mações foram incluídas em um amplo banco de dados que
INTERNACIONAL subsidiou a definição de prioridades e propostas para a
Eleições na França: cinco razões para entender a vi- campanha.
tória de Macron “Foi uma enorme pesquisa qualitativa para medir a
temperatura do país, mas também possibilitou que as pes-
Há um ano, ele integrava o gabinete de um dos presi- soas logo tivessem contato com seu movimento. Foi um
dentes mais impopulares da história recente do país. treinamento que preparou o terreno para o que ele fez
Quem é Emmanuel Macron, o novo presidente elei- neste ano”, diz a jornalista.
to da França
Agora, aos 39 anos, venceu a eleição presidencial, der- Ele tinha uma mensagem positiva
rotando primeiramente a centro-esquerda e a centro-direi- A imagem política de Macron parece cheia de contra-
ta que predominavam no país, e depois a extrema direita. dições.
Ele teve sorte O “novato” que era protegido do presidente Hollande
Não há dúvida: os ventos da sorte sopraram para Ma- e depois seu ministro da Economia, o ex-alto funcionário
cron e impulsionaram seu triunfo eleitoral. de banco liderando um movimento popular, o centrista
Um escândalo de nepotismo derrubou as chances do com um programa radical de reforma do setor público.
favorito no começo da disputa, o candidato da centro-di- Era a munição perfeita para sua rival no segundo turno,
reita François Fillon. E o candidato do Partido Socialista Marine Le Pen, que afirma que ele foi o candidato da elite,
(centro-esquerda), Benoît Hamon, de ala mais à esquerda e não o iniciante que dizia ser.
dentro do próprio partido, sofreu com o abandono de elei- Fonte: bbc.com/Acessado em 05/2017
tores mais tradicionais, que buscaram outros nomes.
“Ele foi muito sortudo, porque encontrou uma situa-
ção totalmente inesperada”, afirmou Marc-Olivier Padis, do
centro de estudos Terra Nova, de Paris.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Kim contra Kim? O que diz o ‘plano’ para matar lí- Policiais israelenses matam palestina que tentou
der que a Coreia do Norte alega ter descoberto atacá-los com faca
Jovem foi identificada como Fatima Hajiji, de 16
A escalada nas tensões entre Estados Unidos e Co- anos, originária de Qarawat Beni Zeid, ao norte de Ra-
reia do Norte ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira, mallah.
quando o governo norte-coreano acusou os EUA e a Coreia
do Sul de orquestrarem um “plano” para matar o líder Kim Policiais israelenses mataram neste domingo (7) uma
Jong-un. palestina de 16 anos que tentou atacá-los com uma faca
O suposto plano, segundo um comunicado norte-co- em uma entrada da Cidade Velha de Jerusalém, informou
reano, seria executado por um homem identificado apenas a polícia de Israel.
como “Kim”, também norte-coreano, contratado pelos paí- A mulher “brandiu uma faca em direção aos policiais
ses “inimigos” para fazer o serviço. no Portão de Damasco”, uma das principais entradas da
O ataque seria feito com “substâncias bioquímicas”, Cidade Velha, indicou a polícia em um comunicado.
mas foi “frustrado” antes de ser executado, diz a Coreia do Os policiais atiraram e a mulher morreu devido aos fe-
Norte. Não se sabe, porém, o paradeiro do homem cha- rimentos, acrescentou.
mado “Kim”. O ministro palestino da Saúde identificou a jovem
Até agora, nem a CIA, agência de inteligência america- como Fatima Hajiji, de 16 anos, originária de Qarawat Beni
na, nem a Coreia do Sul se pronunciaram sobre o assunto. Zeid, ao norte de Ramallah.
Mas analistas dizem que uma operação desse nível se- Onda de violência
ria muito difícil de planejar e executar, considerando-se o Desde 1º de outubro de 2015, uma onda de violência
forte esquema de segurança em torno do líder coreano. em Israel e nos Territórios Palestinos ocupados causou a
O plano morte de 262 palestinos, 41 israelenses, dois americanos,
O governo norte-coreano não forneceu provas das um jordaniano, um eritreu, um sudanês e um britânico, se-
acusações nem detalhes sobre como o plano teria sido gundo um balanço de AFP.
descoberto. A maioria dos palestinos mortos eram autores ou su-
Mas, em comunicado divulgado pelo Ministério de Se- postos autores de ataques contra israelenses, cometidos
gurança de Estado, diz que a CIA e a inteligência da Coreia muitas vezes com armas brancas.
do Sul elaboraram um “plano perverso para ferir o líder su- Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017
premo (como os norte-coreanos se referem a Kim Jong-un)
Trump sanciona lei sobre gastos e evita paralisação
da República Democrática da Coreia do Norte”.
do governo dos EUA
O texto alega que seria usada uma “bomba terrorista”
Lei prevê orçamento de US$ 1,2 trilhão, e ocorreu
para alvejar o líder supremo durante um desfile militar ou
após acordo que tirou do orçamento recursos para a
em um evento no Palácio Kumsusan do Sol, o mausoléu de
construção do muro na fronteira com o México.
Kim II-sung, o fundador do regime norte-coreano.
Segundo o comunicado, “Kim” teria recebido a orien-
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, san-
tação de que o melhor método seria “usar substâncias
cionou nesta sexta-feira (5) uma lei de gastos de US$ 1,2
bioquímicas, incluindo substâncias radioativas e nanosubs- trilhão aprovada pelo Congresso, evitando uma paralisação
tâncias venenosas, cujos resultados apareceriam depois de do governo que começaria à meia-noite.
seis a 12 meses”. A porta-voz da Casa Branca Sarah Huckabee Sanders
“Apenas a CIA poderia fazer algo desse tipo”, diz o co- confirmou durante briefing à imprensa que o presidente
municado, acrescentando que a Coreia do Sul teria ajuda- havia sancionado a lei.
do a financiar o plano. Ainda de acordo com o ministério, No início da semana, líderes do Congresso apresenta-
o homem norte-coreano contratado foi recrutado pelas ram um acordo para dotar o governo federal de um orça-
inteligências americana e sul-coreana enquanto trabalhava mento que mantém o plano da Casa Branca para a defesa,
na Rússia, em 2014. mas não inclui no orçamento recursos para a construção
O ministério diz que foram feitos dois pagamentos a do muro na fronteira com o México.
“Kim”, de US$ 20 mil, e mais outros dois de US$ 100 mil O acordo alcançado é o resultado de semanas de ne-
como “suborno” e para pagar os equipamentos. O comu- gociações entre legisladores republicanos e democratas e
nicado também menciona outros US$ 50 mil, mas não fica permite financiar o funcionamento federal pelo menos até
claro se foram adicionais ao que já havia sido combinado. 30 de setembro sem o risco de uma paralisação do gover-
Ao voltar para a Coreia do Norte, o homem teria sido no por falta de orçamento.
instruído a providenciar informações detalhadas sobre um Fonte: g1.com/ Acessado em 05/2017
possível local onde o atentado poderia ser realizado.
O ministério disse que as “organizações de inteligência
e de conspiração dos imperialistas dos EUA e seus fanto-
ches” seriam “varridas”.
Fonte: bbc.com/ Acessado em 05/2017

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CONHECIMENTOS GERAIS

Hillary Clinton diz que Rússia, WikiLeaks e FBI con- Papa Francisco envergonhado com a “mãe de todas
tribuíram para sua derrota nas eleições as bombas”
‘Razão pela qual perdemos está nos acontecimen-
tos dos 10 últimos dias de campanha’, diz ex-candidata O Papa Francisco criticou a chamada “mãe de todas as
presidencial. bombas”, o explosivo mais potente do arsenal não-nuclear
dos Estados Unidos, lançada no Afeganistão no último mês
A ex-candidata presidencial Hillary Clinton afirmou de abril. Um vídeo mostra poder de destruição do engenho
nesta terça-feira (2) que teria sido eleita presidente dos Es- que matou 36 combatentes do grup Estado Islâmico. A de-
tados Unidos, se não fosse pela intervenção do WikiLeaks e claração foi feita, sábado, num encontro com jovens no Va-
da Rússia e pelo diretor do FBI, James Comey, nas últimas ticano, durante o qual o líder da Igreja Católica respondeu
semanas da campanha. a perguntas sobre diversos assuntos.
“Estava no caminho para a vitória até que a carta de “Fiquei envergonhado pelo nome de uma bomba, cha-
Jim Comey de 28 de outubro e o WikiLeaks russo geraram mada “mãe de todas as bombas”. Mas a mãe dá a vida, e
dúvidas na cabeça das pessoas que se inclinavam a meu essa dá a morte, e chamamos mãe a esse artefato, o que
favor e que acabaram ficando com medo”, declarou a ex- está a acontecer?
candidata democrata à Casa Branca em Nova York, ao ser Em momento algum o Sumo Pontífice mencionou os
entrevistada por um jornalista durante uma atividade da EUA, mas referia-se ao armamento conhecido pelo acrô-
ONG Women for Women International. nimo “Maob”, que significa, em inglês, “Munição Maciça
“Se a eleição tivesse acontecido no dia 27 de outubro, de Destruição Aérea” ou “Mãe de Todas as Bombas”. O
eu teria sido presidente”, disse. explosivo foi lançado pela primeira vez em abril passado,
Em 7 de outubro, um mês antes das eleições, o site na província de Nangarhar, no leste do Afeganistão, para
WikiLeaks vazou mensagens do presidente da equipe de atingir alvos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Se-
campanha de Hillary, John Podesta, menos de uma hora gundo o governo afegão, cerca de 80 jihadistas morreram
depois de a imprensa divulgar um vídeo de 2005, no qual no ataque.
Donald Trump falava de mulheres em um tom grosseiro. Este poderá ser um dos temas a ser invocados durante
“Que coincidência”, ironizou Hillary Clinton, sugerindo o encontro, no próximo dia 24 de maio, entre o Papa e
que Wikileaks e Rusia agiram para atenuar o impacto do o presidente Donald Trump recebido no Vaticano, no que
vídeo de Trump. será o primeiro encontro entre os dois líderes.
Semanas depois, em 27 de outubro, James Comey Fonte: euronews.com/Acessado em 05/2017
anunciou ao Congresso que agentes do FBI (a Polícia Fe-
deral americana) haviam encontrado novas mensagens Coreia do Sul vota em eleições presidenciais ante-
que justificavam reabrir as investigações sobre os e-mails cipadas
apagados pela democrata na época em que utilizava um
servidor privado quando era secretária de Estado. Depois do escândalo que resultou na destituição de
O FBI não encontrou, porém, qualquer dado incrimina- Park Geun-hye enquanto Presidente da República da Co-
tório nos e-mails de Hillary Clinton e arquivou as investiga- reia – a primeira a figurar na história do país – a votação
ções dois dias antes das eleições de 8 de novembro. para eleger um novo Presidente está em jogo na terça feira,
“Cometi erros? Por Deus, sim”, acrescentou Hillary. 9 de maio.
“Mas a razão, pela qual perdemos, está nos acontecimen- Os 3 principais candidatos
tos dos dez últimos dias” da campanha, disse a ex-candida- Moon Jae-in pode ser o primeiro Presidente liberal da
ta, insistindo em que os votos antecipados e as pesquisas Coreia do Sul em 9 anos, se vencer as eleições presidenciais
lhe davam a vitória. antecipadas na Coreia do Sul, esta terça feira. Tudo aponta
Seguindo as conclusões do governo de Barack Obama, para que isso aconteça.
ela acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de ter opera- Apresenta-se pelo Partido Democrático, de oposição,
do contra ela pelo ódio que sentia desde 2011. Na época, e as últimas sondagens davam-lhe 40% dos votos. Con-
a então chefe da diplomacia americana criticou as eleições correu nas presidenciais de 2012, mas Geun-hye obteve a
na Rússia. vitória.
“Quando se observa meu adversário e as declarações Moon Jae-in quer mais bombeiros, professores e polí-
de sua equipe de campanha, vê-se que estavam bastante cia, mas o objectivo principal é proteger a frágil recupera-
coordenados com os objetivos do líder, cujo nome não di- ção da quarta maior economia asiática. Tem um conserva-
rei”, afirmou, referindo-se a Putin. dor ao seu lado para a área de economia, Kim Kwang-doo,
“Tive três milhões de votos a mais do que meu adver- que os media apontam como provável primeiro-ministro.
sário”, lembrou a democrata. Trump perdeu pelo sufrágio Defende negociações com a Coreia do Norte em vez
popular, mas ganhou pelo voto indireto. de persistir nas agressões mútuas e já apelou a alguma
“Sou outra vez uma cidadã ativa, membro da resistên- contenção por parte de Donald Trump quanto a Pyongya-
cia”, anunciou Hillary, somando-se ao movimento informal ng, manifestando-se contra um primeiro ataque america-
de resistência ao presidente republicano. no, para além de exprimir preocupação quanto ao massivo
Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017 sistema defensivo Thaad, dos Estados Unidos, instalado no
sul do país.

13
CONHECIMENTOS GERAIS

É um defensor dos direitos humanos. Mas a oposição sustenta que a intenção do processo
Já  Ahn Cheol-so, ex líder do Partido do Povo, é vis- é adiar duas eleições regionais previstas para este ano e as
to como o único candidato a poder fazer frente a Moon presidenciais, no que chamam de um auto-golpe de Estado
Jae-in, mas as sondagens davam-lhe apenas 20% dos vo- promovido por Maduro para perpetuar-se no poder.
tos. Por vezes comparado a Bernie Sanders, quer reformar Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017
educação, saúde e economia e desnuclearizar a península
coreana, para além de querer reduzir o poderio económico
controlado por algumas famílias sul-coreanas. MEIO-AMBIENTE
Nas presidenciais de 2012 desistiu da candidatura a fa-
vor de Moon para poder consolidar votos contra Park Ge- Com 90 milhões de anos, raro fóssil de réptil mari-
un-hye, objetivo gorado. nho é encontrado na França
Hong Joon-pyo, do Partido Liberdade da Coreia, Ossos fossilizados pertencem à família dos plesios-
emergido do Partido conservador depois do escân- sauros e foram descobertos em 2013; eles foram apre-
dalo que destituiu a presidente Park Geun-hye, é leal sentados nesta quinta no Museu de Ciências Naturais
à ex-Presidente que vai ser agora julgada por subor- de Angers.
no, coerção e abuso de poder entre outras acusações.
Segundo as projeções, encontra-se ombro a ombro com O fóssil de um grande réptil marinho de 90 milhões de
o segundo candidato e cerca de 20% de intenção de voto. anos, encontrado em uma caverna no centro da França, foi
Viu o escândalo bater-lhe à porta quando escreveu
apresentado como uma “rara descoberta” nesta quinta-fei-
que, em 2005, teria dado um pó afrodisíaco a um amigo
ra (4) no Museu de Ciências Naturais de Angers.
que lhe terá confessado a intenção de violar uma colega.
Os ossos fossilizados desse predador pertencem à fa-
Afirmações como “os homens têm trabalho para homens e
mília dos plesiossauros, grandes répteis que viveram na
as mulheres têm o trabalho próprio de mulheres” ou “lavar
época dos dinossauros nos mares e oceanos, e foram des-
pratos é trabalho de mulheres” não fizeram crescer a popu-
cobertos em 2013, conta Benoît Mellier, responsável pelo
laridade do candidato.
acervo do museu de Angers.
Fonte: euronews.com/Acessado em 05/2017
Os fósseis foram extraídos e levados para o museu em
fevereiro, e serão submetidos a um estudo paleontológico
Oposição venezuelana diz que não participará de
Constituinte convocada por Maduro aprofundado antes de serem expostos ao público.
Poder eleitoral deu nesta semana aval para uma As- Foram encontrados um fêmur de 51 cm de extensão,
sembleia Constituinte, em meio a uma onda de protes- “peças de um punho ou de um pé”, uma série de “peque-
tos comandados pela oposição. nos ossos da mão”, e uma mandíbula completa de um me-
tro de comprimento.
A oposição venezuelana disse neste domingo (07) que A descoberta desse exemplar, que provavelmente me-
não participará da Assembleia Nacional Constituinte con- dia de cinco a seis metros de comprimento, representa
vocada pelo presidente Nicolás Maduro, que buscará rees- algo “excepcional, e será interessante para todos os pes-
crever a Constituição, por considerar que ela se trata de quisadores que trabalham com répteis marinhos no mun-
uma “fraude”. do”, disse Peggy Vincent, paleontóloga do Museu de His-
O poder eleitoral venezuelano deu nesta semana aval tória Natural de Paris.
para que Maduro convoque uma Assembleia Constituinte, “Esse animal foi achado em níveis que datam de quase
em meio a uma onda de protestos comandados pela opo- 90 milhões de anos atrás. Não sabíamos nada sobre o gru-
sição nos quais já morreram 37 pessoas em pouco mais de po dos plesiossauros dessa idade em território europeu, a
um mês. não ser pequenos elementos isolados, mas nada tão signi-
“Essa não é uma Constituinte, nós não poderíamos ficativo e completo”, complementou.
participar de um processo absolutamente fraudulento, não Fósseis de répteis marinhos dessa idade já tinham sido
vamos fazer com que os venezuelanos sejam parte de uma encontrados no norte da África e nos Estados Unidos. “Sa-
fraude”, disse o líder da coalizão de oposição Mesa da Uni- ber que existiam na Europa muda muitas coisas. (...) Não
dade Democrática (MUD), Henrique Capriles. é certo, mas é provável que seja uma nova espécie. Se for
MAIS: Mais um ferido em protesto morre na Venezuela; uma espécie que já existe, significa que houve imigrações”,
número de mortos sobe para 37 concluiu Vincent.
“Esses personagens que não querem se submeter ao Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017
escrutínio popular inventaram um processo que não está
na Constituição, porque eleições setoriais não existem”,
adicionou Capriles.
O governo socialista de Maduro insiste que a Consti-
tuinte buscará criar “condições” de normalidade que per-
mitam realizar processos eleitorais normais que estão em
andamento, como as eleições presidenciais de 2018.

14
CONHECIMENTOS GERAIS

Pregão para contratar monitoramento por satélite Levantamento mostra que Brasil perdeu 20% dos
na Amazônia e outras regiões é suspenso manguezais em 17 anos
Licitação é alvo de polêmica porque edital previa Observatório do Clima divulgou mapeamento dos
monitoramento da região amazônica, que já é monito- biomas brasileiros feito em parceria com outras enti-
rada pelo Inpe. Novas datas serão anunciadas em breve. dades. 70 a 80% dos peixes, crustáceos e moluscos que
a população consome precisam do mangue em alguma
Um pregão eletrônico do Ministério do Meio Ambiente fase da vida.
(MMA) para contratar serviços de monitoramento ambien-
tal por imagens de satélite foi suspenso nesta quinta-feira O Brasil perdeu 20% de sua área de manguezais em 17
(4), conforme aviso da pregoeira Simone Marcia Borges anos, em parte destruídos pela expansão urbana. O dado faz
publicado no site da pasta. O documento diz que haverá parte da segunda coleção de mapas do Projeto de Mapea-
ajustes no termo de referência da licitação e que em breve mento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBio-
serão anunciadas novas datas para sua realização. mas), feito pelo Observatório do Clima em colaboração com
O processo de R$ 78,5 milhões estava gerando polê- 18 instituições. 
mica porque, entre os diversos serviços previstos no edital Universidades, organizações não governamentais e
da licitação, há o monitoramento ambiental na região da empresas de tecnologia contribuíram para o trabalho, con-
siderado o maior levantamento sobre a cobertura vegetal
Amazônia, algo que o Instituto Nacional de Pesquisas Es-
do Brasil. A mais recente radiografia dos biomas brasileiros
paciais (Inpe), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia
comparou imagens de satélite nos últimos 17 anos.
e Inovações e Comunicações (MCTIC), já faz há mais de 20
A pesquisa mostra que, no Paraná, os manguezais di-
anos por meio dos projetos Prodes e Deter, que vigiam o minuíram 23%. Na Bahia, a redução foi 21%, enquanto em
desmatamento na região. O ministério, no entanto, afirma Alagoas foi de 14%. A redução da área de mangue é ligada
que os novos serviços contratados serão complementares a uma série de fatores, mas a expansão urbana se destaca.
aos do Inpe. “Principalmente ocupação imobiliária, tanto causada
Em nota, o MMA disse que “pretende aumentar a efi- pelo crescimento do turismo, a instalação de novos resorts,
ciência e capacidade da gestão ambiental, auxiliando a exe- hotéis, pousadas como também pela ocupação também das
cução e avaliação das políticas públicas ambientais, com comunidades. Algumas comunidades vulneráveis acabam
maior transparência e padronização dos procedimentos”. sendo pressionadas e ocupando as margens dos mangue-
Além disso, o Ministério do Meio Ambiente também zais, construindo suas casas com a madeira do mangue,
informou que “nenhuma dessas tarefas [que estão previs- inclusive”, explica José Ulisses Santos, analista ambiental e
tas no novo edital] se sobrepõe aos trabalhos realizados chefe substituto da área de Proteção Ambiental Costa dos
pelo Inpe, que continuará a produzir os dados oficiais do Corais AL/PE.
desmatamento da Amazônia e outros relacionados às suas O mangue é o berçário da inúmeras espécies marinhas:
competências institucionais.” 70 a 80% dos peixes, crustáceos e moluscos que a popula-
Dependência de serviço terceirizado ção consome precisam do bioma em alguma fase da vida.
Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa “Tem diversos peixes que utilizam a área de reprodução e
de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do depois voltam pro mar, espécies economicamente impor-
Clima (SEEG), observa que a contratação de uma empre- tantes. Então você acaba afetando não só a biodiversidade
sa para realizar as atividades descritas no edital do MMA como a própria economia”, explica Fernanda Niemeyer, ve-
pode tornar o ministério dependente de um serviço tercei- terinária do Centro de Pesquisas do Nordeste (Cepene).
rizado muito caro e de formato antiquado. Sem o mangue, várias espécies correm o risco de desa-
“Tecnologias novas permitem gerar plataformas que parecer do planeta. Entre elas está o peixe-boi, que frequen-
usam inteligência artificial e algoritimos de classificação au- ta o mangue pra procriar, se alimentar e beber água doce. O
tomática que permitem fazer interpretação de imagens de peixe-boi é o mamífero marinho mais ameaçado de extinção
do país e o manguezal é o seu principal refúgio.
satélite em escala maior, mais rápida e barata”, diz Azeve-
“Se não forem tomadas medidas urgentes, essas espé-
do. Investir em uma plataforma do tipo seria uma alterna-
cies que vivem diretamente em volta do mangue elas podem
tiva mais razoável ao formato previsto pelo MMA, segundo
ser totalmente afetadas, inclusive vir a se extinguir algumas
o pesquisador, já que permitiria que analistas entrassem espécies ou acabar, ou quase acabar com outras que pos-
na plataforma e gerassem as informações no momento em sam estar dependendo deste ambiente”, alerta a veterinária.
que necessitassem, em vez de depender de análises gera- As fazendas de produção de camarão, a construção de
das por uma empresa. estradas e o assoreamento dos estuários - braços de mar
“É importante lembrar que temos no Brasil hoje, já im- que encontram os rios - também estão devastando os man-
plantadas, as melhores tecnologias de monitoramento de guezais.
cobertura e uso do solo no mundo. O Brasil é referência A regeneração do mangue pode demorar décadas, aler-
por trabalhos feitos tanto por órgãos públicos, como o tam os especialistas. “São árvores jovens, não muito velhas,
Inpe, quanto pela sociedade civil e instituições de pesqui- duram até 60, 70 anos, mas em 30 anos, até no máximo 20,
sa. Com tantas coisas disponíveis, seria importante investir 30 anos a gente pode ter uma floresta de mangue com a
nessas iniciativas”, conclui Azevedo. sua fauna associada”, aponta o oceanógrafo e biólogo da
Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017 Universidade de Pernambuco (UPE), professor Clemente
Coelho Junior.

15
CONHECIMENTOS GERAIS

Esperança Tillerson, ex-diretor da petroleira Exxon Mobil Corp, e


Por outro lado, a volta gradual da floresta atlântica é Perry disseram que os EUA deveriam permanecer no acor-
um exemplo de que é possível reverter o processo. O bio- do, e McMaster compartilha essa opinião, disse uma fonte
ma, que teve sua cobertura original reduzida a 12,5%, cres- de fora do governo.
ceu de 276 mil quilômetros quadrados em 2001 para 301 Entre os opositores do pacto estão o diretor da Agên-
mil quilômetros quadrados em 2015. cia de Proteção Ambiental, Scott Pruitt –ex-procurador-ge-
No Paraná, houve um crescimento de 5 mil quilôme- ral de Oklahoma, Estado produtor de petróleo–, e o estra-
tros quadrados de mata, principalmente por recuperação tegista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon.
de áreas de preservação permanente, como margens de Fonte:g1.com/Acessado em 05/2017
rios. Em relação à área total, o Rio de Janeiro teve 17,8%
de florestas a mais em 2015 em comparação com 2001, um CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
crescimento de 10 mil para 12 mil quilômetros quadrados.
Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017 Um adolescente mexicano diz ter criado um sutiã que
consegue, em até 90 minutos, detectar o câncer de mama
Trump diz que EUA querem tratamento justo em em mulheres.
acordo climático Com um protótipo do sutiã Eva, Julian Rios Cantu, de
Presidente americano disse que vai anunciar deci- 18 anos, e três amigos, arrecadaram dinheiro para dar co-
são sobre permanência do EUA no pacto em duas sema- meçar os testes e ganharam o primeiro prêmio do Global
nas. Em campanha, Trump prometeu que iria retirar os Student Entrepreneur Awards - uma premiação internacio-
EUA do pacto de Paris. nal para universitários empreendedores.
A empresa dos mexicanos, Higia Technologies, ganhou
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quei- US$ 20 mil para desenvolver comercialmente o produto.
xou-se na quinta-feira (27) de que seu país está recebendo Mas como um sutiã que detecta câncer funcionaria?
um tratamento injusto no Acordo Climático de Paris e disse Tumores malignos podem aumentar a temperatura da
à Reuters que vai anunciar uma decisão em cerca de duas pele por causa de um aumento no fluxo de sangue para a
semanas sobre a permanência dos EUA no pacto. região onde estão. Biossensores colocados no sutiã Eva to-
O republicano Trump, eleito em novembro, prometeu mariam medidas de temperatura periódicas da mulher que
durante a campanha que iria retirar os EUA do pacto de seriam registradas em um aplicativo de celular.
Paris até 100 dias depois de assumir a Presidência, parte de O aplicativo, por sua vez, alerta a usuária caso os sen-
um plano mais amplo para revogar as proteções ambien- sores detectem mudanças de temperatura que possam ser
preocupantes.
tais do governo de seu antecessor, Barack Obama, que ele
Seria necessário usar o sutiã por 60 a 90 minutos para
disse estarem prejudicando a economia.
ter medições precisas.
Desde então ele afirmou estar aberto a continuar no
Ressalvas
acordo se Washington tiver termos melhores, e dezenas de
Julian afirmou que a ideia de colocar os sensores den-
grandes empresas norte-americanas e vários parlamenta-
tro de um sutiã pode melhorar a precisão das medições, já
res de seu partido o exortaram a manter a filiação como
que os seios da mulher estariam na mesma posição a cada
forma de proteger os interesses industriais de seu país no vez que sua temperatura for medida.
exterior. Mas, como o protótipo ainda não foi testado, especia-
Trump, que completa 100 dias no cargo no sábado, dis- listas têm ressalvas em relação a sua edicácia para detectar
se à Reuters em uma entrevista que irá anunciar sua deci- o câncer.
são “em cerca de duas semanas”, mas reclamou que China, “Sabemos que tumores costumam ter um sistema
Índia, Rússia e outros países estão pagando muito pouco anormal de vasos sanguíneos, mas também sabemos que
para ajudar nações mais pobres a combaterem a mudança o aumento do fluxo sanguíneo para uma região não é ne-
climática nos termos do Fundo Clima Verde. cessariamente um indicativo confiável de câncer”, disse à
“Não é uma situação justa porque eles não estão pa- BBC Anna Perman, do instituto de pesquisa Cancer Resear-
gando virtualmente nada, e nós estamos pagando quanti- ch UK.
dades enormes de dinheiro.” “É ótimo ver jovens como Julian se envolvendo com
Instado a dar uma dica sobre sua decisão, ele respon- ciência e tendo ideias que podem ajudar no diagnóstico,
deu: “Posso dizer isto: queremos ser tratados justamente.” mas uma parte importante da ciência são os testes rigoro-
Mais cedo, uma fonte do governo disse à Reuters que sos para garantir que uma inovação realmente beneficiará
autoridades da gestão Trump provavelmente irão se reunir os pacientes.”
em maio para decidir se mantêm os EUA no acordo climá- Julian quase perdeu a mãe para o câncer de mama
tico. Eles já fizeram uma reunião inicial na quinta-feira na quando tinha 13 anos de idade, porque a doença foi diag-
Casa Branca. nosticada tardiamente.
O grupo de conselheiros, que inclui o secretário de Es- O médico que a acompanhava disse que os caroços
tado, Rex Tillerson, o secretário de Energia, Rick Perry, e o encontrados em seu seio não eram malignos, mas ele es-
conselheiro de Segurança Nacional, H.R. McMaster, deve tava errado. Seis meses depois, uma segunda mamografia
tomar uma decisão antes da cúpula do G7 em 26 de maio, revelou o câncer. A mãe de Julian teve ambos os seios re-
segundo a fonte. movidos.

16
CONHECIMENTOS GERAIS

Depois de pesquisar sobre a doença e seus atuais mé- Mar do Caribe invadiu Amazônia duas vezes há mi-
todos de diagnósticos, o adolescente teve a ideia, registrou lhões de anos
a patente e pediu a ajuda de amigos para administrar a em- Estudo foi publicado na revista “Science Advances”
presa. Eles esperam poder vender o sutiã no fim de 2018.
Mar do Caribe invadiu Amazônia duas vezes há mi-
Sinais lhões de anos
De acordo com Perman, detectar o câncer de mama Estudo foi publicado na revista “Science Advances”
em seu estágio inicial pode aumentar muito as chances de Agência ANSA
sobreviver à doença. Partes da Floresta Amazônica na Colômbia e no Brasil
“Nosso conselho é que a pessoa conheça seu corpo, foram inundadas pela água do Mar do Caribe em dois mo-
saiba o que é normal para ela e, se vir algo incomum, pro- mentos no período Mioceno, cerca de 23 milhões de anos
cure um clínico geral”, diz. atrás, revelou um estudo publicado pela revista Science
Alguns dos primeiros sinais de câncer de mama são: Advances.
- Caroços na área do peito ou das axilas; De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira
- Mudanças no tamanho, no formato ou na sensação
(3), a descoberta foi possível graças a 933 tipos de evidên-
do seio;
cias que incluem um minúsculo dente de tubarão, partes
- Vazamento de fluido pelo bico do seio, que não seja
de camarões, pólen e diversos organismos marinhos.
leite materno.
Fonte:g1.com/Acessado em 05/2017 O estudo foi realizado por cientistas do Instituto de
Pesquisa Tropical Smithsonian, com sede no Panamá, e li-
Universidade dos EUA descobre anticorpo que pode derado pelo geólogo colombiano Carlos Jaramillo. O gru-
virar vacina contra a zika po examinou sedimentos da bacia Llanos, no leste da Co-
Cientistas usaram amostras de sangue de mais de lômbia, e a bacia do Amazonas e Solimões, no Noroeste
400 pessoas do Brasil e do México. Cinco delas conti- do Brasil.
nham anticorpos praticamente idênticos gerados em De acordo com o pesquisador, as inundações foram
um contato anterior com vírus da zika. “rápidas”, com duração de menos de um milhão de anos
cada uma. A questão é um tema de debate entre os cien-
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Rocke- tistas por se tratar de um terreno que continua sendo difícil
feller de Nova York afirmou ter identificado uma possível de estudar, e os dados consistentes são poucos.
nova forma de lutar contra o vírus da zika e que também Fonte: jb.com.br/Acessado em 05/2017
pode resultar no desenvolvimento de uma vacina contra a
doença. Hackers usam e-mails falsos para acessar dados de
A instituição indicou em um artigo publicado em seu usuários do Google
site que os cientistas encontraram em amostras de sangue Empresa informou que já trabalha na resolução do
coletadas de pessoas do México e do Brasil anticorpos em problema. Criminosos enviavam links do Google Docs
formas de proteínas produzidas pelo sistema imunológico para ter acesso a contas de usuários.
que previnem que o vírus se desenvolva.
Esses anticorpos, segundo a pesquisa, teriam sido ge- Google alertou seus usuários para que tomem cuidado
rados inicialmente em uma resposta a uma infecção ante- com e-mails de contatos conhecidos pedindo-lhes para cli-
rior do vírus, indica o texto. car em um link do Google Docs, após um grande número
“Em futuro próximo, esses anticorpos poderiam ser de pessoas reclamar nas redes sociais de terem suas contas
muito úteis. Poderíamos, por exemplo, administrá-los de hackeadas.
forma segura para prevenir o zika em mulheres grávidas ou
A empresa informou nesta quarta-feira (3) que tomou
em outras pessoas sob risco de contrair a doença”, explicou
medidas para proteger os usuários dos ataques: desativou
o pesquisador Davide Robbiani.
contas ofensivas e removeu páginas mal-intencionadas.
Além disso, a equipe de cientistas descobriu que os
anticorpos podem ser usados na produção de uma vacina. “Nossa equipe está trabalhando para evitar que este
Os pesquisadores da Universidade Rockefeller tiveram tipo de fraude aconteça novamente”, informou a empresa
acesso a amostras de sangue de mais de 400 pessoas atra- em um e-mail.
vés de colaboradores no Brasil e no México. Segundo especialistas em segurança que analisaram
Uma análise profunda mostrou que cinco delas conti- o esquema, usuários recebem por e-mail um pedido para
nham anticorpos praticamente idênticos e que sugeriram clicar em um link para visualizar um documento do Google
que essas moléculas eram especialmente efetivas na luta Docs e, sem saber, fornecem aos hackers acesso ao conteú-
contra o vírus da zika. do de suas contas do Google, incluindo o correio de e-mail,
Os anticorpos, batizados como Z004, foram inseridos contatos e documentos online.
em ratos de laboratório que desenvolveram uma proteção “Esta é uma situação muito séria para quem está infec-
contra uma infecção séria da doença. Eles também parece- tado porque as vítimas têm suas contas controladas por
ram ser efetivos na luta contra a dengue, um vírus muito alguém mal-intencionado”, disse Justin Cappos, professor
parecido com o da zika. de segurança cibernética da Tandon School of Engineering
Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017 da Universidade de Nova York.

17
CONHECIMENTOS GERAIS

Cappos afirmou que recebeu sete desses e-mails mali-


ciosos em três horas na tarde de quarta-feira, uma indica- ANOTAÇÕES
ção de que os hackers estavam usando um sistema auto-
matizado para realizar os ataques.
Ele disse não saber o objetivo do golpe, mas ressaltou __________________________________________________
que as contas comprometidas podem ser usadas para re-
definir senhas de contas de bancos online ou dar acesso a ___________________________________________________
informações financeiras.
___________________________________________________
Fonte: g1.com/Acessado em 05/2017
___________________________________________________
Questões
___________________________________________________
01) Sobre as investigações da chamada “Lava-Jato”,
analise as seguintes afirmativas. ___________________________________________________

___________________________________________________
I. O promotor público Sergio Moro é um dos principais
agentes no que se refere ao andamento das investigações, ___________________________________________________
o que fez com que ele ficasse conhecido nacionalmente.
II. Até o momento, diversos políticos e representantes ___________________________________________________
de empreiteiras foram denunciados, sendo que alguns já
foram presos. ___________________________________________________
III. A denominação dada à operação é proveniente de ___________________________________________________
uma investigação semelhante ocorrida em postos de gaso-
lina nos Estados Unidos nos anos 90. ___________________________________________________
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente. ___________________________________________________
b) I e II, somente.
___________________________________________________
c) I e III, somente.
d) II, somente. ___________________________________________________
e) todas.
___________________________________________________
Resposta : D
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

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___________________________________________________

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18
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(LÍNGUA PORTUGUESA) (Andrade, Oswald. Pau-Brasil. Obras completas de Os-


wald de Andrade. São Paulo, Globo, Secretaria de Estado
01-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – da Cultura, 1990, p. 63)
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de Texto II
concordância verbal e nominal em: O texto abaixo reproduz algumas afirmativas do
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais Manifesto Pau-Brasil, que Oswald de Andrade, um dos
como entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais mentores do movimento modernista brasileiro de 1922,
sofisticadas às mais humildes, são cada vez mais co- lançou no Correio da Manhã em 18 de março de 1924.
muns nos dias de hoje. A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e
b) A importância de intelectuais como Edward Said de ocre nos verdes da Favela, sob o sol cabralino, são
e Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre ques- fatos estéticos. O carnaval do Rio é o acontecimento
tões polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos li- religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os
vros que escreveram. cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação ét-
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- nica rica.
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e A poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma
tanto sofrimento, estejam próximos de serem resolvi- criança.
dos ou pelo menos de terem alguma trégua. A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a neológica. A contribuição milionária de todos os erros.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo Como falamos. Como somos.
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detra- Nenhuma fórmula para a contemporânea expres-
tores que admiradores. são do mundo. Ver com olhos livres.
e) No final do século XX já não se via muitos inte- Temos a base dupla e presente − a floresta e a es-
lectuais e escritores como Edward Said, que não apenas cola. A raça crédula e dualista e a geometria, a álge-
era notícia pelos livros que publicavam como pelas po- bra e a química logo depois da mamadeira e do chá de
sições que corajosamente assumiam. erva-doce. Um misto de “dorme nenê que o bicho vem
pegá” e de equações.
Fiz as correções entre parênteses: Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia ínti-
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis-
ma. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amo-
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
rosa.
(comum) nos dias de hoje.
(http://www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald/ma-
b) A importância de intelectuais como Edward Said e
nifpaubr.html acesso em 11/02/2012)
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
02-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
que escreveram.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- FCC/2012) Wagner submerge ante os cordões de Bota-
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto fogo.
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem A afirmativa que exprime corretamente, com ou-
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) tras palavras, o sentido original da frase acima é:
alguma trégua. (A) Os cordões de Botafogo superam Wagner.
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a (B) Wagner supera o que se faz nos cordões de Bo-
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo tafogo.
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores (C) Botafogo, com seus cordões, retoma a superio-
que admiradores. ridade de Wagner.
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos (D) Diante dos cordões de Botafogo, Wagner será
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas a superação.
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas (E) Para os cordões de Botafogo, Wagner é superior.
posições que corajosamente assumiam.
Pela leitura do texto e analisando a afirmativa do enun-
RESPOSTA: “D”. ciado, entende-se que os cordões de Botafogo superam
Wagner.
(TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012
- ADAPTADO) Atenção: As questões de números 102 e RESPOSTA: “A”.
103 baseiam-se nos Textos I e II, a seguir.
Texto I 03-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
No Pão de Açúcar FCC/2012) ... o tema das mudanças climáticas pressiona
De cada dia os esforços mundiais para reduzir a queima de combus-
Dai-nos Senhor tíveis.
A Poesia A mesma relação entre o verbo grifado e o comple-
De cada dia mento se reproduz em:

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(A) ... a Idade da Pedra não acabou por falta de pe- (C) A casa pertence aos Nemer desde 1982.
dras... (D) Patrocinou o evento do último sábado.
(B) ... o estilo de vida e o modo da produção (...) são (E) Encontraram com um comerciante essas anota-
os principais responsáveis... ções.
(C) ... que ameaçam a nossa própria existência.
(D) ... e a da China triplicou. Regência do verbo “gostar”: transitivo indireto.
(E) Mas o homem moderno estaria preparado... A – desfilaram – intransitivo
B – junte – transitivo direto
O verbo grifado é transitivo direto (pressiona quem? C – pertence – transitivo indireto
o quê?): D – patrocinou – transitivo direto
A – acabou – intransitivo E – transitivo direto preposicionado
B – são – verbo de ligação
C – ameaçam quem? – transitivo direto RESPOSTA: “C”.
D – triplicou = no contexto: intransitivo
06-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
E – estaria – verbo de ligação
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na
seguinte frase:
RESPOSTA: “C”.
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de pas-
04-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
sageiros nos aeroportos.
FCC/2012) O verbo que, dadas as alterações entre pa- (B) Comete muitos deslises, talvez por sua esponta-
rênteses propostas para o segmento grifado, deverá ser neidade, mas nada que ponha em cheque sua reputa-
colocado no plural, está em: ção de pessoa cortês.
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvi- (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do
das) sócio de descançar após o almoço sob a frondoza ár-
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do vore do pátio.
planeta) (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O mágoa pode estar sendo o grande impecilho na supe-
consumo mundial de barris de petróleo) ração dessa sua crise.
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete- (E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta
-se no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos) quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na con-
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os cessão de privilégios ilegítimos.
esforços mundiais... (a preocupação em torno das mu-
danças climáticas) Fiz a correção entre parênteses:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa-
“há” permaneceria no singular geiros nos aeroportos.
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla- (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua
neta) = “sabe” permaneceria no singular espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque)
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua sua reputação de pessoa cortês.
... (O consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
permaneceria no singular de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se (frondosa) árvore do pátio.
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência
flete” passaria para “refletem-se” dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe-
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- cilho) na superação dessa sua crise.
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças (E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni-
vente na concessão de privilégios ilegítimos.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “A”.
05-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2011) “Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth 07-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
ao poeta Robert Lowell... FCC/2010) A substituição do elemento grifado pelo
No segmento acima, o verbo “gostar” está empre- pronome correspondente, com os necessários ajustes
gado exatamente com a mesma regência com que está no segmento, está INCORRETA em:
empregado o verbo da seguinte frase: a) continua a provocar irritação = continua a pro-
(A) Os manifestantes de todas as idades desfilaram vocá-la.
pelas ruas da cidade. b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir.
(B) Não junte este líquido verde com aquele abra- c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra
sivo. ela.

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

d) que treinavam a elite = que a treinavam. 10-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁ-
e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a. RIA – VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que a
frase – É ela que faz o interlocutor se emocionar... – está
a) continua a provocar irritação = continua a provocá- corretamente reescrita, tendo um pronome assumindo
-la. as mesmas relações de sentido expressas pela expres-
b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir. = são destacada, de acordo com a norma--padrão.
constituí-lo (A) É ela que emociona-o.
c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra ela. (B) É ela que o emociona.
d) que treinavam a elite = que a treinavam. (C) É ela que emociona-lhe.
e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a. (D) É ela que emociona ele.
(E) É ela que ele emociona.
RESPOSTA: “B”.
Como temos a presença do “que” (independente de
08-) (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) sua função), devemos usar a próclise: É ela que o emociona.
Assinale a alternativa em que a concordância das for-
mas verbais destacadas está de acordo com a norma- RESPOSTA: “B”.
-padrão da língua.
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em hi- 11-) (PREFEITURA MUNICIPAL DE JAPERI/RJ -
gienização subterrânea. ORIENTADOR PEDAGÓGICO - FUNDAÇÃO BENJAMIN
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os CONSTANT/2013) Assinale o item em que a vírgula foi
trabalhadores da área de limpeza. usada para isolar o aposto.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos (A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São
riscos de se contrair alguma doença. Paulo.
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era (B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos.
sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço. (C) Com muito cuidado, a advogada analisou o do-
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemen- cumento.
te, começou a adotar medidas mais rigorosas para a (D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, hu-
proteção de seus funcionários.
mildes.
(E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a
Fiz as correções:
vida é difícil.
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
= enumeração
riscos
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era (B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. =
sete da manhã = eram explicação de um termo anterior (aposto)
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, (C) Com muito cuidado, a advogada analisou o docu-
começou = começaram mento. = advérbio
(D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes.
RESPOSTA: “C”. = zeugma
(E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida é
09-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – difícil. = vocativo
ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
Apenas uma das opções abaixo está correta quanto à RESPOSTA: “B”.
concordância nominal. Aponte-a.
A) O Brasil apresenta bastante problemas sociais. 12-) (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO
B) A situação ficou meia complicada depois das mu- – FCC/2012) Atente para as seguintes frases:
danças. I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotó-
C) É necessário segurança para se viver bem. grafos, que andam em volta dos objetos à procura de
D) Esses cidadãos estão quite com suas obrigações. novos ângulos.
E) Os soldados permaneceram alertas durante a II. Felizes as pessoas que, todos os dias, sabem en-
manifestação. contrar companhia em tudo o que as cerca.
III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda compa-
Fiz as correções: nhia.
A) O Brasil apresenta bastante = bastantes. A supressão da(s) vírgula(s) acarretará mudança de
B) A situação ficou meia = meio sentido para o que está APENAS em
C) É necessário segurança para se viver bem. (A) I.
D) Esses cidadãos estão quite = quites (B) II.
E) Os soldados permaneceram alertas = alerta (C) II e III.
(D) I e II.
RESPOSTA: “C”. (E) III.

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógra- (A) ameaçavam.


fos que andam em volta dos objetos à procura de novos (B) foram ameaçadas.
ângulos. = agora teremos uma restrição (adjetiva restritiva) (C) ameaçarem.
II. Felizes as pessoas que todos os dias sabem encon- (D) estiver sendo ameaçada.
trar companhia em tudo o que as cerca. = facultativo o uso (E) forem ameaçados.
da vírgula (advérbio)
III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia. = Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa
facultativo o uso da vírgula (advérbio) Quando os peixes forem ameaçados pela prolifera-
ção... = voz passiva
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
13-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) 16-) (COPERGÁS - TÉCNICO OPERACIONAL MECÂ-
Apenas uma das frases abaixo foge à norma culta no NICO - FCC/2011 - ADAPTADA)
que se refere à colocação pronominal. Aponte-a. ... para desovar e criar seus filhotes até que sejam
A) Enviar-lhe-ei por Sedex os documentos solicita- capazes de seguir para o oceano.
dos. O verbo que se encontra conjugado nos mesmos
B) Quem se candidataria à prefeito nesse momen- tempo e modo que o grifado na frase acima está em:
to? (A) ... espaços que misturam água do mar e de rios
C) O jogo que realiza-se hoje contará com a presen- em meio a árvores de raízes expostas.
ça de políticos eminentes. (B) ... que ela prejudique ainda mais a vida dos pei-
D) Viu-se obrigado a tomar uma atitude que não xes e das pessoas.
desejava. (C) ... Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre
E) Realizar-se-á uma nova eleição. os estuários da América do Sul.
(D) ... que várias espécies de peixes precisam de re-
A) Enviar-lhe-ei por Sedex os documentos solicitados. dutos distintos no mangue ...
= correta (E) ... uma equipe da Universidade Federal de Per-
B) Quem se candidataria à prefeito nesse momento? nambuco verificou que várias espécies de peixes ...
= correta
C) O jogo que realiza-se = o jogo que se realiza “Sejam” está no presente do Subjuntivo.
D) Viu-se obrigado a tomar uma atitude que não de- (A) ... espaços que misturam = presente do Indicativo
sejava. = correta (B) ... que ela prejudique = presente do Subjuntivo
E) Realizar-se-á uma nova eleição. = correta (C) ... Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre =
presente do Indicativo
RESPOSTA: “C”. (D) ... que várias espécies de peixes precisam = presen-
te do Indicativo
14-) (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO (E) ... uma equipe da Universidade Federal de Pernam-
– FCC/2012) Ficava difícil se apoiar em algum chavão. buco verificou = pretérito perfeito do Indicativo
O período acima passa de composto a simples caso
se substitua o elemento sublinhado por RESPOSTA: “B”.
(A) para algum chavão apoiá-lo.
(B) que algum chavão o apoiasse. 17-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substi-
(C) apoiá-lo em algum chavão. tuição do elemento grifado pelo pronome correspon-
(D) algum chavão vir a apoiá-lo. dente foi realizada de modo INCORRETO em:
(E) o apoio em algum chavão. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Para que tenhamos um período simples é necessária a (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
presença de um único verbo. Fazendo a alteração e man- (D) que desviava a água = que lhe desviava
tendo o sentido da frase inicial, a alternativa “o apoio em (E) supriam a necessidade = supriam-na
algum chavão” é a que está escrita de maneira correta.
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
RESPOSTA: “E”. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
15-) (SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
E PROFESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
...permite que os criadores tomem atitudes quando a desviava
proliferação de algas tóxicas ameaça os peixes. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
A transposição para a voz passiva da oração grifada
acima teria, de acordo com a norma culta, como forma RESPOSTA: “D”.
verbal resultante:

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

18-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Conside- 20-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
rada a substituição do segmento grifado pelo que está FCC/2010) Se a tendência se mantiver, teremos cada
entre parênteses ao final da transcrição, o verbo que vez mais...
deverá permanecer no singular está em: Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso
(A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os a tendência”, a continuação que mantém a correção e o
pesquisadores) sentido da frase original é:
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu a) se mantenha, teremos cada vez mais...
para a ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima) b) fosse mantida, teríamos cada vez mais...
(C) No sistema havia também uma estação... (várias c) se manter, teremos cada vez mais...
estações) d) for mantida, teremos cada vez mais...
(D) ... a civilização maia da América Central tinha e) seja mantida, teríamos cada vez mais...
um método sustentável de gerenciamento da água. (os
povos que habitavam a América Central) Ao empregarmos o termo “caso a”, conjugaremos o
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que verbo utilizando o modo hipotético (Subjuntivo). A trans-
formação será: Caso a tendência se mantenha, teremos
a civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser
cada vez mais...
publicado).
RESPOSTA: “A”.
(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- 21-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
tribuíram) (as mudanças do clima) FCC/2010) Não se trata de negar ...... crianças o aces-
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá so aos meios eletrônicos, tarefa indesejável e mesmo
no singular impossível de ser realizada, mas de impor limites ......
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- utilização desses equipamentos tão sedutores, para que
nham) (os povos que habitavam a América Central) elas também possam se dedicar ...... outras atividades
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- fundamentais para o seu desenvolvimento.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
na ordem dada:
RESPOSTA: “C”. a) às - a - à
b) as - a - à
19-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante c) às - à - a
que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultu- d) as - à - a
ra empresarial, por meio das ações e projetos de Educa- e) às - à – à
ção Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo Não se trata de negar às (regência verbal de “negar”
que o verbo grifado na frase acima está em: pede objeto direto – o acesso – e indireto – às crianças)
(A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, crianças o acesso aos meios eletrônicos, tarefa indesejável
políticas... e mesmo impossível de ser realizada, mas de impor limites
(B) ... as definições de Educação Ambiental são à (regência verbal de “impor” pede objeto direto – limites
abrangentes... – e indireto – à utilização) utilização desses equipamentos
(C) ... também se associa o Desenvolvimento Sus- tão sedutores, para que elas também possam se dedicar
tentável... a (regência verbal de “dedicar” pede preposição, mas há
(D) ... e incorporou [...] também aspectos de desen- presença de pronome indefinido) outras atividades funda-
mentais para o seu desenvolvimento.
volvimento humano.
(E)... e reforce a identidade das comunidades.
RESPOSTA: “C”.
O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo.
22-) (SABESP – TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRA-
(A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo BALHO - FCC/2014) Reconstroem o pátio da escola -
(B) ... as definições de Educação Ambiental são = pre- entender essa estranha melancolia - restabelecer o elo
sente do Indicativo Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
(C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá- grifados acima foram corretamente substituídos por
vel... = presente do Indicativo um pronome, na ordem dada, em:
(D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo (A) Reconstroem-no - entendê-la - restabelecê-lo
(E)... e reforce a identidade das comunidades. = pre- (B) Reconstroem-lhe - a entender - restabelecer-lhe
sente do Subjuntivo. (C) O reconstroem - entender-lhe - restabelecê-lo
(D) Reconstroem-no - lhe entender - restabelecer-
RESPOSTA: “E”. -no
(E) O reconstroem - entendê-la - restabelecer-lhe

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

O verbo “reconstruir” é transitivo direto. O objeto dire- 25-) (POLÍCIA CIVIL/SP – PERITO CRIMINAL – VU-
to será “no”, sobrando-nos as alternativas A e D. “ E n - NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à
tender” também requer objeto direto (em D, o “lhe” exer- concordância verbal e à colocação pronominal, de acor-
ce a função de indireto). Então, temos: reconstroem-no / do com a norma-padrão.
entendê-la / restabelecê-lo. (A) Em sua dissertação, Jason Lindo e Charles Stoe-
cker expõem que se manifestam até hoje, na vida civil
RESPOSTA: “A”. dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada
por estes no Vietnã.
23-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – (B) Se manifesta até hoje, na vida civil dos soldados
FCC/2010) ... o aparelho de tevê era um móvel exclusivo dos EUA, a violência vivida e praticada por eles no Viet-
nã, segundo expõem Jason Lindo e Charles Stoecker em
da sala de estar ...
sua dissertação.
A frase cujo verbo está flexionado nos mesmos
(C) Em sua dissertação, Jason Lindo e Charles Stoe-
tempo e modo que o grifado na frase acima é: cker expõe que manifesta-se até hoje, na vida civil dos
a) ... adultos que passaram a maior parte de sua in- soldados dos EUA, a violência vivida e praticada por es-
fância e adolescência ... tes no Vietnã.
b) ... com que aumentasse a exposição aos meios (D) Se manifestam até hoje, na vida civil dos solda-
eletrônicos. dos dos EUA, a violência vivida e praticada por eles no
c) ... que não roubavam muito tempo dos estudos e Vietnã, segundo expõe Jason Lindo e Charles Stoecker
das brincadeiras com amigos. em sua dissertação.
d) ... a tevê ganhou tempo de programação, varie- (E) Manifesta-se até hoje, na vida civil dos soldados
dade de canais e cores... dos EUA, a violência vivida e praticada por eles no Viet-
e) O leitor com 50 anos talvez resgate na memória nã, segundo Jason Lindo e Charles Stoecker expõem em
uma época... sua dissertação.
Era = pretérito imperfeito do Indicativo
a) ... adultos que passaram = pretérito imperfeito (e (A) Em sua dissertação, Jason Lindo e Charles Stoecker
mais-que-perfeito) do Indicativo expõem que se manifestam (manifesta) até hoje, na vida
b) ... com que aumentasse = pretérito do Subjuntivo civil dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada
c) ... que não roubavam pretérito imperfeito do Indi- por estes no Vietnã.
(B) Se manifesta (manifesta-se) até hoje, na vida civil
cativo
dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada por
d) ... a tevê ganhou = pretérito perfeito do Indicativo
eles no Vietnã, segundo expõem Jason Lindo e Charles
e) O leitor com 50 anos talvez resgate = presente do Stoecker em sua dissertação.
Subjuntivo (C) Em sua dissertação, Jason Lindo e Charles Stoecker
expõe (expõem) que (se) manifesta-se (X) até hoje, na vida
RESPOSTA: “C”. civil dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada
por estes no Vietnã.
24-) (TRF/4ª REGIÃO – ENFERMAGEM – FCC/2010) (D) Se manifestam (manifesta-se) até hoje, na vida civil
Não é raro que a escola esteja completamente desvincu- dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada por
lada das atividades culturais .... eles no Vietnã, segundo expõe Jason Lindo e Charles Stoe-
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em cker em sua dissertação.
que se encontra o grifado acima está na frase: (E) Manifesta-se até hoje, na vida civil dos soldados
a) Mas raramente há referência ao analfabetismo dos EUA, a violência vivida e praticada por eles no Vietnã,
funcional daquela larga parcela da população... segundo Jason Lindo e Charles Stoecker expõem em sua
b) ...porque está aquém do manejo minimamente dissertação.
competente da informação cultural ...
c) ...ainda que saiba ler e escrever ... RESPOSTA: “E”.
d) ... que se esmeram em falar o “computacionês”
26-) (POLÍCIA CIVIL/SP – PERITO CRIMINAL – VU-
incompreensível.
NESP/2013) Observe os enunciados:
e) ... e permitem a qualquer semialfabetizado ... • A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje.
• A probabilidade de um veterano branco ser preso
Esteja = presente do Subjuntivo por um crime violento é significativamente mais alta
a) Mas raramente há = presente do Indicativo do que...
b) ... porque está = presente do Indicativo Os advérbios em destaque expressam, respectiva-
c) ... ainda que saiba = presente do Subjuntivo mente, circunstâncias de
d) ... que se esmeram = presente do Indicativo (A) lugar e modo.
e) ... e permitem = presente do Indicativo (B) tempo e intensidade.
(C) modo e intensidade.
RESPOSTA: “C”. (D) tempo e causa.
(E) tempo e modo.

24
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

“Hoje” = tempo; geralmente os advérbios terminados b) Pesquisas genéticas abre caminho para a desco-
em “-mente” são de modo (= com significância). berta do tratamento de certas doenças, pois sabem-se
que pessoas de grupos diferentes reagem de forma di-
RESPOSTA: “E”. ferenciada aos medicamentos.
c) O mapeamento genético de povos africanos têm
27-) (POLÍCIA CIVIL/SP – PERITO CRIMINAL – VU- sido negligenciados porque, segundo pesquisadores, o
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à re- acesso aos locais onde vivem é difícil e ocorre limita-
gência nominal e verbal. ções em razão de hábitos e de crenças.
(A) Quando o bebedor tem consciência que precisa d) Será importante para o tratamento de doenças
de ajuda, não se opõe interromper e controlar o pro- genéticas de populações, até mesmo as que se localiza
cesso destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo em regiões distantes e de difícil acesso, os resultados
de uma vida saudável. obtidos nas mais recentes pesquisas.
(B) Quando o bebedor tem consciência de que pre- e) A reconstituição feita a partir de fósseis faciais
cisa de ajuda, não se opõe de interromper e controlar o mostram como deveria ser o rosto dos homens primiti-
processo destrutivo, o que o permitirá retomar o ritmo vos, ou seja, daqueles que teria dado origem às atuais
populações dos países europeus.
de uma vida saudável.
(C) Quando o bebedor tem consciência que preci-
Fiz as correções entre parênteses e sublinhei os termos
sa de ajuda, não se opõe em interromper e controlar
que se relacionam:
o processo destrutivo, o que lhe permitirá retomar o a) Os dados obtidos nas pesquisas levam os especialis-
ritmo de uma vida saudável. tas à conclusão de que um pequeno grupo de uma das tri-
(D) Quando o bebedor tem consciência de que pre- bos africanas teria saído em busca de melhores condições
cisa de ajuda, não se opõe a interromper e controlar de vida em lugares mais distantes.
o processo destrutivo, o que lhe permitirá retomar o b) Pesquisas genéticas abre (abrem) caminho para
ritmo de uma vida saudável. a descoberta do tratamento de certas doenças, pois (se)
(E) Quando o bebedor tem consciência de que pre- sabem-se (sabe) que pessoas de grupos diferentes reagem
cisa de ajuda, não se opõe contra interromper e contro- de forma diferenciada aos medicamentos.
lar o processo destrutivo, o que o permitirá retomar o c) O mapeamento genético de povos africanos têm
ritmo de uma vida saudável. (tem) sido negligenciados (negligenciado) porque, segun-
do pesquisadores, o acesso aos locais onde vivem é difícil
(A) Quando o bebedor tem consciência (de) que pre- e ocorre (ocorrem) limitações em razão de hábitos e de
cisa de ajuda, não se opõe (a) interromper e controlar o crenças.
processo destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo d) Será (SERÃO) importante (IMPORTANTES) para o
de uma vida saudável. tratamento de doenças genéticas de populações, até mes-
(B) Quando o bebedor tem consciência de que precisa mo as que se localiza (localizam) em regiões distantes e de
de ajuda, não se opõe de (a) interromper e controlar o pro- difícil acesso, OS RESULTADOS obtidos nas mais recentes
cesso destrutivo, o que o (lhe) permitirá retomar o ritmo de pesquisas.
uma vida saudável. e) A reconstituição feita a partir de fósseis faciais mos-
(C) Quando o bebedor tem consciência (de) que pre- tram (mostra) como deveria ser o rosto dos homens primi-
cisa de ajuda, não se opõe em (a) interromper e controlar tivos, ou seja, daqueles que teria (teriam) dado origem às
o processo destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo atuais populações dos países europeus.
de uma vida saudável.
(D) Quando o bebedor tem consciência de que precisa RESPOSTA: “A”.
de ajuda, não se opõe a interromper e controlar o processo
29-) (TRF/4ª REGIÃO – ODONTOLOGIA –
destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma vida
FCC/2010) Ao se reconstruir uma frase do texto, houve
saudável.
deslize quanto à concordância verbal em:
(E) Quando o bebedor tem consciência de que precisa a) Deveram-se às manobras de desconversas, na de-
de ajuda, não se opõe (a) contra interromper e controlar finição das tarefas dos países, o impasse final das nego-
o processo destrutivo, o que o (lhe) permitirá retomar o ciações entabuladas em Copenhague.
ritmo de uma vida saudável. b) Sequer foi possível, na COP-15, estabelecer um
financiamento para os países pobres a quem coubesse
RESPOSTA: “D”. adotar políticas de mitigação das emissões.
c) Se todos esperávamos um bom acordo na COP-
28-) (TRF/4ª REGIÃO – ENFERMAGEM – FCC/2010) 15, frustrou-nos o que dela acabou resultando.
A concordância verbal e nominal está inteiramente cor- d) Acabou culminando num final dramático, naque-
reta na frase: le 18 de dezembro de 2009, o período de duas semanas
a) Os dados obtidos nas pesquisas levam os espe- de acaloradas discussões.
cialistas à conclusão de que um pequeno grupo de uma e) Às nações pobres propôs-se uma ajuda de US$ 30
das tribos africanas teria saído em busca de melhores bilhões, medida a que não deu aval nenhum dos países
condições de vida em lugares mais distantes. insatisfeitos com as conversas finais.

25
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Fiz as correções entre parênteses e sublinhei os termos A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo
que se relacionam: e substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do
a) Deveram-se (deveu-se) às manobras de desconversas, dia)
na definição das tarefas dos países, o impasse final das ne- B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (an-
gociações entabuladas em Copenhague. tes de pronome demonstrativo)
b) Sequer foi possível, na COP-15, estabelecer um fi- C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (arti-
nanciamento para os países pobres a quem coubesse ado- go e substantivo, no caso. Diferente da conjunção propor-
tar políticas de mitigação das emissões. cional: À medida que lia, mais aprendia)
c) Se todos esperávamos um bom acordo na COP-15, D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (ad-
frustrou-nos o que dela acabou resultando. vérbio de modo = apressadamente)
d) Acabou culminando num final dramático, naquele E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. =
18 de dezembro de 2009, o período de duas semanas de palavra masculina
acaloradas discussões.
e) Às nações pobres propôs-se uma ajuda de US$ 30 RESPOSTA: “D”.
bilhões, medida a que não deu aval nenhum dos países
insatisfeitos com as conversas finais. 32-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE
COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) Quanto ao
RESPOSTA: “A”. emprego da(s) vírgula(s), assinale a alternativa em que
a frase está escrita corretamente, de acordo com a nor-
30-) (METRÔ/SP – AGENTE DE ESTAÇÃO – FCC/2010 ma-padrão da língua portuguesa.
- ADAPTADA) ... estima-se que sejam 20 línguas. (A) Câmeras e fotocopiadoras quando utilizadas,
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que produzem radiação ultravioleta para gerar luz.
o grifado acima está na frase: (B) Câmeras e fotocopiadoras, quando utilizadas,
(A) ... cada um dos homens começou a falar uma produzem radiação ultravioleta para gerar luz.
língua diferente... (C) Câmeras e fotocopiadoras, quando utilizadas
(B) Se na Bíblia a pluralidade linguística era uma produzem radiação ultravioleta para gerar, luz.
condenação... (D) Câmeras e fotocopiadoras quando utilizadas,
(C) ... guardam a alma de um povo, sua história, produzem radiação ultravioleta para gerar, luz.
seus costumes e conhecimentos... (E) Câmeras e fotocopiadoras, quando utilizadas,
(D) Por isso, caíram em desuso. produzem, radiação ultravioleta para gerar luz.
(E) ... que um idioma mais forte (...) sufoque um
mais fraco. Como os itens possuem o mesmo texto, não identifi-
quei as incorreções nos demais, já que a alternativa correta
indica quais são as pontuações inadequadas.
“Sejam” – presente do Subjuntivo.
(A) ... cada um dos homens começou = pretérito per-
RESPOSTA: “B”.
feito do Indicativo
(B) Se na Bíblia a pluralidade linguística era = pretérito
(PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
imperfeito do Indicativo
NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) Leia o poema para
(C) ... guardam a alma = presente do Indicativo
responder às questões de números 33 e 34.
(D) Por isso, caíram em desuso. = pretérito mais-que-
-perfeito do Indicativo
DA DISCRIÇÃO
(E) ... que um idioma mais forte (...) sufoque um mais
Mário Quintana
fraco. = presente do Subjuntivo Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
RESPOSTA: “E”. E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...
31-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – (http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
Em qual das opções abaixo o acento indicativo de crase 33-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE
foi corretamente indicado? COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo
A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e es- com o poema, é correto afirmar que
cura. (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de ami-
B) Ninguém se referira à essa ideia antes. zade é algo ruim.
C) Esta era à medida certa do quarto. (B) amigo que não guarda segredos não merece
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. respeito.
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. (C) o melhor amigo é aquele que não possui outros
amigos.

26
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(D) revelar segredos para o amigo pode ser arris- 36-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
cado. ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012
(E) entre amigos, não devem existir segredos. - ADAPTADA) “É justo RECONHECER que medidas vêm
sendo tomadas no sentido de reverter o quadro atual.”
Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informa- A oração destacada exerce, em relação à primeira,
ção contida na alternativa: revelar segredos para o amigo a função de:
pode ser arriscado. A) sujeito.
B) objeto direto.
RESPOSTA: “D”.
C) objeto indireto.
34-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE D) aposto.
COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – E) predicativo.
Não te abras com teu amigo – o verbo em destaque foi
empregado em sentido figurado. Se substituirmos a oração “reconhecer” pelo prono-
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo me “isso” teremos: É justo isso, ou, ISSO é justo. Temos um
“abrir” continua sendo empregado em sentido figura- exemplo de oração subordinada substantiva subjetiva - re-
do. duzida de infinitivo (função de sujeito da oração principal).
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um RESPOSTA: “A”.
abridor.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente. (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN-
casa.
CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
às questões de números 37 a 40.
Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre-
gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo Casamento
(“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
Há mulheres que dizem:
RESPOSTA: “C”. Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
35-) (TRF/4ª REGIÃO – ODONTOLOGIA – FCC/2010) Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
forma do plural para preencher de modo correto a la- É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
cuna da frase: de vez em quando os cotovelos se esbarram,
a) Orson Welles talvez não imaginasse o risco da ele fala coisas como “este foi difícil”
tragédia que ...... (poder) provocar as dramatizações de
“prateou no ar dando rabanadas”
sua transmissão radiofônica.
e faz o gesto com a mão.
b) Quaisquer que sejam as técnicas, não lhes ......
(caber) determinar por si mesmas o sentido que ganha- O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
rá sua aplicação. atravessa a cozinha como um rio profundo.
c) Muito do que se ...... (prever) nos usos de uma Por fim, os peixes na travessa,
nova técnica depende, para realizar-se, do que se cha- vamos dormir.
ma “vontade política”. Coisas prateadas espocam:
d) Nenhuma das vantagens que ...... (oferecer) a somos noivo e noiva.
tecnologia mais ousada é capaz de satisfazer as aspira- (Adélia Prado, Poesia Reunida)
ções humanas.
e) Quando não se ...... (reconhecer) nas ciências 37-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
o bem que elas nos trazem, as saídas místicas surgem – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENI-
como solução. TENCIÁRIO – VUNESP/2013) A ideia central do poema
de Adélia Prado é mostrar que
a) Orson Welles talvez não imaginasse o risco da tragé-
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e
dia que ... (poder) provocar as dramatizações = poderiam
b) Quaisquer que sejam as técnicas, não lhes ... (caber) não gostam que os maridos frequentem pescarias, pois
= cabe (não cabe a elas...) acham difícil limpar os peixes.
c) Muito do que se ...... (prever) nos usos = prevê (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mu-
d) Nenhuma das vantagens que ...... (oferecer) a tecno- lheres que não gostam de limpar os peixes, embora va-
logia = oferece lorizem os esbarrões de cotovelos na cozinha.
e) Quando não se ...... (reconhecer) = reconhece (C) há mulheres casadas que não gostam de ficar
sozinhas com seus maridos na cozinha, enquanto lim-
RESPOSTA: “A”. pam os peixes.

27
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(D) as mulheres que amam valorizam os momentos 40-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENI-
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da TENCIÁRIO – VUNESP/2013) As aspas empregadas nos
noite, para limpar, abrir e salgar o peixe. versos 8.º e 9.º servem para
(A) indicar uma citação do autor.
Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a au- (B) explicar uma expressão.
tora narra um momento simples, mas que é prazeroso ao (C) salientar expressão de outra língua.
casal. (D) isolar falas de personagem do restante do texto.
(E) intercalar ideia complementar ao texto.
RESPOSTA: “D”.
Através da leitura do poema percebemos o porquê das
38-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO aspas: servem para indicar as falas da personagem.
– SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PE-
NITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia as afirmações se- RESPOSTA: “D”.
guintes.
I. Em – Há mulheres que dizem ... – substituindo-se (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO –
a forma verbal em destaque pelo verbo existir, tem-se, FCC/2013 - ADAPTADA) Considere a frase abaixo para
de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa: responder às questões de números 41 e 42.
Existem mulheres que dizem ... ... que o trabalho dá sentido à vida.
II. A expressão “por fim” (13.º verso) pode ser subs- 41-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO –
tituída, sem alteração de sentido, por “finalmente”. FCC/2013) O verbo que apresenta idêntica regência
III. Conservando-se o mesmo tempo verbal de – ... está na frase:
se quiser pescar, pesque, ... – e substituindo-se por ou- (A) A satisfação, então, vem de fora...
tros verbos, a forma correta será – se querer navegar, (B) ... enfrentar a situação de filho de beltrano e de
navegue. sicrana...
Está correto apenas o que se afirma em (C) ... antes dividir com alguém o sucedido...
(A) I e II. (D) Assim, fracassar na execução de uma profissão
(B) I e III. ou ofício...
(C) II e III. (E) ... preencher o vazio de uma existência sem ros-
(D) II. to.
(E) I.
O verbo “dar” é transitivo direto e indireto: dar algo a
As únicas afirmações corretas são as dos itens I e II. alguém ou a algo.
(A) A satisfação, então, vem de fora... = intransitivo
RESPOSTA: “A”. (B) ... enfrentar a situação = transitivo direto
(C) ... antes dividir com alguém o sucedido...= transitivo
39-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO direto e indireto
– SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PE- (D) Assim, fracassar = intransitivo
NITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Considere o trecho a (E) ... preencher o vazio = transitivo direto
seguir.
Meu marido, se quiser pescar, pesque, (2.º verso) RESPOSTA: “C”.
[...]
ele fala coisas como “este foi difícil” 42-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO –
[...] FCC/2013) O sinal indicativo de crase deverá ser manti-
e faz o gesto com a mão (10.º verso) do se a palavra vida for substituída por:
As conjunções em destaque – se e e – estabelecem, (A) toda circunstância que nos faça felizes.
correta e respectivamente, relações de (B) muitas coisas boas que a vida nos oferece.
(A) causa e adição. (C) que seja possível a obtenção do sucesso.
(B) conclusão e explicação. (D) contingência de viver que recebemos ao nascer.
(C) tempo e oposição. (E) investir em nossa realização pessoal.
(D) oposição e condição.
(E) condição e adição. dá sentido a toda / dá sentido a muitas coisas / dá
sentido a que seja / dá sentido à contingência / dá sentido
“Se” = conjunção condicional / “e” = conjunção aditiva a investir

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “D”.

28
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

43-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO – 45-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO


FCC/2013) Não existe neles beleza específica. – VUNESP/2012) Assinale a frase correta quanto à con-
A mesma função sintática do termo grifado acima cordância.
está no segmento também grifado em: (A) Adentra as fronteiras do Brasil, a cada dia, cen-
(A) ... ela me parece colocar a poesia em sua real tenas de haitianos em busca de abrigo e trabalho.
posição diante das outras artes... (B) A população de haitianos não tem sido bem re-
(B) A comparação pode parecer orgulhosa... cebida por brasileiros, que a consideram ameaça a seus
(C) ... insistem filósofos, críticos e mesmo os pró- postos de trabalho.
prios poetas... (C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algu-
(D) ... a de ser expressão verbal rítmica ao mundo mas ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente
informe de sensações, sentimentos e pressentimentos para atender a todos.
dos outros...
(D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a
(E) Ele vive no vórtice dessas contradições, no eixo
seu país, alegando que não haverão condições dignas
desses contrários.
de subsistência para eles no Brasil.
Beleza não existe neles = sujeito (E) Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços
(A) ... ela me parece colocar a poesia = objeto direto como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido rea-
(B) A comparação pode parecer orgulhosa...= predica- lizado por mão de obra haitiana.
tivo
(C) ... insistem filósofos, críticos e mesmo os próprios (A) Adentra (adentram) as fronteiras do Brasil, a cada
poetas... = sujeito dia, centenas de haitianos em busca de abrigo e trabalho.
(D) ... a de ser expressão verbal rítmica ao mundo in- (B) A população de haitianos não tem sido bem recebi-
forme de sensações, sentimentos e pressentimentos dos da por brasileiros, que a consideram ameaça a seus postos
outros... = adjunto adverbial de trabalho.
(E) Ele vive no vórtice dessas contradições, no eixo des- (C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algumas
ses contrários. = adjunto adverbial ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente (insufi-
cientes) para atender a todos.
RESPOSTA: “C”. (D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a seu
país, alegando que não haverão (haverá) condições dignas
44-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO
de subsistência para eles no Brasil.
– VUNESP/2012) Assinale a alternativa em que a frase
(E) Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços
está pontuada corretamente, de acordo com a norma-
-padrão da língua portuguesa. como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido realiza-
(A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, é uma do (realizados) por mão de obra haitiana.
ótima oportunidade para refletir sobre o que transfor-
ma, grupos de pessoas em povos. RESPOSTA: “B”.
(B) A distinção, mais do que uma minudência jurí-
dica traz consigo, duas visões de mundo antagônicas. 46-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO
(C) O que definia um povo para ele, era a vontade – VUNESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto
das pessoas de construir um futuro juntas. ao uso do acento indicativo de crase.
(D) Que quase todos os países do Novo Mundo, te- (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras.
nham adotado o jus soli, não é coincidência. (B) O mar se impõe à qualquer embarcação.
(E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitia- (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra.
nos, como parece querer parte do governo, é uma ideia (D) O medo de partir equipara-se à esperança de
que vai contra o espírito que presidiu a criação do Brasil. voltar.
Assinalei com “X” as pontuações faltantes ou inadequa- (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa.
das:
(A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, (X) é uma (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras = a diver-
ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma,
sas
(X) grupos de pessoas em povos.
(B) O mar se impõe à qualquer embarcação.= a qual-
(B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica
(X) traz consigo, (X) duas visões de mundo antagônicas. quer
(C) O que definia um povo (X) para ele, (X) era a vontade (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra.
das pessoas de construir um futuro juntas. = a esta
(D) Que quase todos os países do Novo Mundo, (X) te- (D) O medo de partir equipara-se à esperança de vol-
nham adotado o jus soli, não é coincidência. tar.
(E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos, (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. = a
como parece querer parte do governo, é uma ideia que vai uma missão
contra o espírito que presidiu a criação do Brasil.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.

29
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

47-) (CREMESP/SP – ANALISTA CONTÁBIL – VU- I. Uma lei que, devido a todo esse empenho do gover-
NESP/2011 - adaptada) Assinale a alternativa que no estadual, “pegou”. = correta
preenche, respectivamente, as lacunas: II. Uma lei que, devido (a) esse empenho todo do go-
Morador de Bruxelas, morto em junho, teria con- verno estadual, “pegou”.
traído _____ bactéria resistente ______ vacina aplicada, III. Uma lei que, devido à (a) todo esse empenho do
no país asiático, após o acidente e _______ hospitaliza- governo estadual, “pegou”.
ção. IV Uma lei que, devido ao empenho todo do governo
(A) a ... à ... à estadual, “pegou”. = correta
(B) à ... a ... à I e IV estão corretas
(C) à ... a ... a
(D) a ... à ... a RESPOSTA: “B”.
(E) à ... à ... a
50-) (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
Contraído o quê? A bactéria (objeto direto, sem pre- NISTRATIVA – FCC/2012) Está inteiramente adequada
posição) = a a pontuação da frase:
Resistente a quê? À vacina (com preposição) = à (A) Objetos voadores não identificados, mais co-
Após o quê? A hospitalização = a nhecidos como óvnis foram, não apenas objeto, de
A/à/a– acaloradas controvérsias, como tema de inúmeros fil-
mes de sucesso, principalmente aqueles produzidos em
RESPOSTA: “D”. Hollywood essa verdadeira fábrica de sonhos.
(B) Objetos voadores, não identificados, mais co-
(CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU- nhecidos como óvnis foram, não apenas objeto de aca-
NESP/2012 - ADAPTADA) Para responder às questões loradas controvérsias, como tema de inúmeros filmes
de números 48 e 49, considere o trecho a seguir. de sucesso, principalmente, aqueles produzidos em
Uma lei que, por todo esse empenho do governo es- Hollywood essa verdadeira fábrica de sonhos.
tadual, “pegou”. E justamente no Rio, dos tantos jeiti- (C) Objetos voadores não identificados mais conhe-
nhos e esquemas e da vista grossa. cidos, como óvnis foram não apenas, objeto de acalo-
radas controvérsias, como tema de inúmeros filmes,
48-) (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU-
de sucesso, principalmente aqueles produzidos, em
NESP/2012) No contexto em que está empregada, a
Hollywood, essa verdadeira fábrica de sonhos.
expressão “pegou” assume um sentido que também
(D) Objetos voadores não identificados, mais co-
está presente em:
nhecidos como óvnis, foram não apenas objeto de aca-
(A) Já não há dúvidas de que essa moda pegou.
loradas controvérsias, como tema de inúmeros filmes
(B) O carro a álcool não pegou por causa do frio.
de sucesso, principalmente aqueles produzidos em
(C) O trem pegou o ônibus no cruzamento.
Hollywood, essa verdadeira fábrica de sonhos.
(D) Ele, sem emprego, pegou o serviço temporário.
(E) Ele correu atrás do ladrão e o pegou. (E) Objetos voadores, não identificados, mais co-
nhecidos como óvnis foram não apenas, objeto de
A alternativa que apresenta o verbo “pegou” em seu acaloradas controvérsias, como tema de inúmeros fil-
sentido conotativo é a letra “A”. mes, de sucesso principalmente aqueles produzidos em
Hollywood, essa verdadeira fábrica de sonhos.
RESPOSTA: “A”.
Como as alternativas apresentam o mesmo assunto,
49-) (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU- não identifiquei as inadequações nas demais, já que a cor-
NESP/2012) Considere os enunciados a seguir. reta indica qual a pontuação adequada.
I. Uma lei que, devido a todo esse empenho do go-
verno estadual, “pegou”. RESPOSTA: “D”.
II. Uma lei que, devido esse empenho todo do go-
verno estadual, “pegou”.
III. Uma lei que, devido à todo esse empenho do
governo estadual, “pegou”.
IV. Uma lei que, devido ao empenho todo do gover-
no estadual, “pegou”.
Quanto à regência e ao uso ou não do acento in-
dicativo da crase, estão corretos apenas os enunciados
(A) I e II.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.

30
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Domínio de tópicos relevantes de diversas áreas, tais como: política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas a nível
municipal, regional, nacional e internacional..........................................................................................................................................................01
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Art. 7º Todos têm, no Município, direito a uma vida digna.


LEI ORGÂNICA MUNICIPAL (LEI MUNICIPAL § 1º A alimentação, a saúde, a moradia, o trabalho, o sanea-
N.° 2.343/1990) E SUAS ALTERAÇÕES ATÉ A mento básico, o transporte coletivo, a educação, o lazer, o meio
EMENDA N.° 55/2017. ambiente e renda, consubstanciam o mínimo necessário ao pleno
exercício do direito a existência digna, e garanti-lo é o primeiro
dever do Município.
§ 2º A dotação necessária para o cumprimento do dever pre-
PREÂMBULO visto no parágrafo primeiro constará do orçamento como pri-
Nós, os Representantes do Povo de Nova Friburgo, consti- meira prioridade.
tuídos em Poder Legislativo Orgânico deste Município, reunidos § 3º Na impossibilidade comprovada, de exercer imediata e
em Câmara Municipal, com as atribuições previstas no art. 29,
eficazmente, a garantia prevista no parágrafo primeiro, o Municí-
da Constituição Federal, votamos e promulgamos sob a prote-
ção de Deus, a seguinte Lei Orgânica. pio tem o dever de estabelecer programas e organizar planos para
a erradicação da pobreza absoluta, hipótese em que a exigibili-
TÍTULO I - dade do direito a existência digna se circunscreve a execução tem-
DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO pestiva das etapas previstas nos aludidos planos e programas.
MUNICIPAL § 4º O Município, nos limites de sua competência, exercerá a
fiscalização garantindo o livre acesso as áreas consideradas de tu-
Art. 1º O povo é o sujeito da Vida Política e da História do rismo e lazer, que a lei especificar, proibindo quaisquer edificações
Município de Nova Friburgo. ou cercas divisórias particulares nos referidos locais.
Art. 2º O Município de Nova Friburgo, parte integrante do Art. 8º Será estabelecido por lei, sanções de natureza admi-
Estado do Rio de Janeiro, e formando a União indissolúvel da
nistrativa, econômica e financeira a quem incorrer em qualquer
República Federativa do Brasil, tem como fundamentos:
I - a autonomia; tipo de discriminação, independentemente de sanções criminais
II - a cidadania; previstas em lei, conforme disposto no art. 5º, inciso V, desta Lei
III - a dignidade da pessoa humana; Orgânica.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Art. 9º As omissões do Poder Público que tornem inviável o
V - o pluralismo político. exercício dos direitos constitucionais serão sanadas na esfera ad-
Art. 3º Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio ministrativa, sob pena de responsabilidade da autoridade compe-
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos das Consti- tente, no prazo fixado em lei, após requerimento do interessado,
tuições Federal e Estadual e desta Lei Orgânica. sem prejuízo das demais medidas judiciais cabíveis.
Art. 4º Todos têm direito a participar, pelos meios legais, das Art. 10. São assegurados a todos, independentemente do
decisões do Município e do aperfeiçoamento democrático de pagamento de taxas ou emolumentos de qualquer natureza, os
suas instituições, exercendo-se a soberania popular pelo sufrágio
seguintes direitos:
universal e pelo voto direto e secreto, além do plebiscito, do refe-
I - de petição e representação ao Poder Público Municipal em
rendo e da iniciativa popular no processo legislativo.
defesa de direitos ou para coibir ilegalidade ou abuso de poder;
Parágrafo único. O Município, assegura e garante, nos ter-
mos da lei, a participação da coletividade na formulação e exe- II - de obtenção de certidões em repartições públicas para
cução das políticas públicas em seu território, como, também, no a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse
permanente controle popular da legislação e da moralidade dos pessoal.
atos dos Poderes Municipais. Art. 11. Os procedimentos administrativos respeitarão a
Art. 5º São objetivos fundamentais dos cidadãos deste Muni- igualdade entre os administrados e o devido processo legal, es-
cípio e de seus representantes: pecialmente quanto a exigência da publicidade, do contraditório,
I - assegurar a construção de uma sociedade livre, justa, soli- da ampla defesa, da moralidade e da motivação.
dária e participativa; Art. 12. Todos têm direito de receber informações objetivas,
II - garantir o desenvolvimento local e regional; de interesse particular, acerca dos atos e projetos do Município,
III - contribuir para o desenvolvimento estadual e nacional; bem como dos respectivos órgãos da administração pública direta
IV - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- ou indireta, no prazo improrrogável de 10 (dez) dias, ressalvadas
gualdades sociais na área urbana e na área rural; aquelas cujo sigilo seja imprescindível a segurança da sociedade
V - promover o bem de todos, sem preconceitos de origens, e do Estado.
raça, sexo, cor, idade, religião, convicções políticas ou filosóficas e Art. 13. É garantido ao cidadão, o exercício de reunião e de-
quaisquer outras formas de discriminação. mais liberdades constitucionais, inclusive para a defesa do pa-
TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS trimônio público e privado, cabendo sua responsabilização pelos
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E excessos que cometer, nos termos da Lei.
COLETIVOS
CAPÍTULO II
Art. 6º Os direitos e deveres individuais e coletivos, na forma DOS DIREITOS SOCIAIS
prevista na Constituição Federal e na Constituição do Estado do
Rio de Janeiro, integram Esta Lei Orgânica, constituindo obriga- Art. 14. O Município, assegurará o pleno exercício dos direi-
ção do Município e de todos os seus cidadãos a darem plena tos sociais contemplados nas Constituições Federal e
efetividade aos referidos. Estadual, nesta Lei Orgânica e demais leis.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

CAPÍTULO III CAPÍTULO IV


DAFAMÍLIA, DACRIANÇA, DO DADEFESADO CONSUMIDOR
ADOLESCENTE, DO IDOSO
Art. 18. O consumidor tem direito a proteção do Municí-
Art. 15. É dever da família, da sociedade e dos Poderes Públi- pio.
cos constituídos, assegurar a criança, ao adolescente e ao idoso, Parágrafo único. Aproteção far-se-á, entre outras medidas
com absoluta prioridade, os direitos previstos em Lei. criadas em lei, através de:
Parágrafo único. Para a execução do previsto neste artigo, I - criação de organismos de defesa do consumidor, órgão
serão adotadas, entre outras, as seguintes medidas: interno da Câmara Municipal;
I - amparo às famílias numerosas e sem recursos; II - desestímulo a propaganda enganosa, ao atraso na entre-
II - ação contra os males que são instrumentos da dissolução ga de mercadorias e ao abuso na fixação de preços;
da família; III - responsabilidades das empresas comerciais, industriais e
III - estímulos aos pais e as organizações sociais para forma- de prestação de serviços pela garantia dos produtos que comer-
ção moral, cívica, física e intelectual da juventude; cializam, pela segurança e higiene das embalagens, pela validade
IV - colaboração com as entidades assistências que visem a e pela troca dos produtos defeituosos;
proteção e educação das crianças; IV - informação para que os consumidores sejam esclarecidos
V - amparo as pessoas idosas, assegurando sua participação acerca do preço máximo de venda e do montante do imposto a
na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garan- que estão sujeitas as mercadorias comercializadas;
tindo-lhe o direito a vida; V - estudos sócio-econômicos, de mercado, a fim de esta-
belecer sistemas de planejamento, acompanhamento e orien-
VI - colaboração com a União, com o Estado e com outros
tação de consumo capazes de corrigir as distorções e promover
Municípios para a solução do problema dos menores desampa-
seu crescimento;
rados ou desajustados, através de processos adequados de per-
VI - instituição de normas que regulam supletivamente as
manente recuperação.
relações protecionais aos consumidores, baixadas por lei com-
Art. 16. As empresas públicas e as fundações mantidas pelo
plementar.
Poder Público Municipal que receberem menores de 14 a 18 anos
incompletos, para exercerem estágio supervisionado, educativo e TÍTULO III
profissionalizante, se obrigam a ministrar-lhes curso específico de DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
profissionalização, remuneração condizente e alimentação ade- CAPÍTULO I - DAORGANIZAÇÃO POLÍTICO
quada, nos termos da lei. ADMINISTRATIVA
§ 1º Considera-se estágio supervisionado educativo e profis-
sionalizante as atividades realizadas sob forma de iniciação, trei- Art. 19. O município de Nova Friburgo, com sede na cidade
namento e encaminhamento profissional do menor estagiário. que lhe dá o nome, dotado de autonomia política, administrativa
§ 2º À criança e ao adolescente trabalhadores, inclusive aque- e financeira, rege-se por Esta Lei Orgânica, e pelas leis que adotar,
les na condição de aprendiz, ficam assegurados todos os direitos observados os princípios constitucionais da República Federativa
sociais previstos na Constituição Federal e Estadual. do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro.
§ 3º Caberá ao Município em conjunto com a União e o Esta- Art. 20. São poderes do Município, independentes e harmô-
do o atendimento aos jovens entre 12 e 18 anos, oferecendo-lhes nicos entre si, o Legislativo e o Executivo.
condições de aprendizados técnicos, carentes na sociedade, que Art. 21. São símbolos do Município sua bandeira, seu hino e
habilitem sua absorção no mercado de trabalho. seu brasão.
§ 4º O Município se utilizará preferencialmente da orientação Parágrafo único. Alei poderá estabelecer outros símbolos,
de profissionais aposentados e idosos, para o exercício de ensino dispondo sobre o seu uso no território do Município, de acordo
e treinamento dos jovens em diferentes ofícios. com o art. 128 desta Lei Orgânica.
§ 5º Serão oferecidos como incentivo aos serviços de orienta-
ção dos aposentados e idosos, área de lazer, recreação, atividades CAPÍTULO II
sócio-culturais e atividades de grupos que os mantenham integra- DADIVISÃOADMINISTRATIVADO
dos socialmente. MUNICÍPIO
§ 6º Os materiais necessários ao funcionamento da instituição SEÇÃO I - Disposições Gerais
e ao desenvolvimento de ensino e treinamento, deverão ser ob-
tidos através da Administração Municipal, do Convênio e doações Art. 22. O Município poderá dividir-se, para fins exclusiva-
por órgãos particulares. mente administrativos, em bairros, distritos e vilas.
§ 7º A distribuição de verbas obtidas no desenvolvimento do o meras divisões geográficas desta.
trabalho realizado na instituição reverterá, de acordo com o ren- § 2º É facultada a descentralização administrativa com a cria-
dimento em: ção, nos bairros, de subsedes da Prefeitura, na forma de lei de
a) aquisição de material interno; iniciativa do Poder Executivo.
b) distribuição entre os jovens aprendizes;
c) distribuição entre os instrutores. SEÇÃO II - Dos Distritos e Vilas
Art. 17. Poderá ser constituído núcleo municipal de defesa
dos direitos humanos e núcleo municipal de defesa da criança e Art. 23. Distrito é parte do território do Município, divididos
do adolescente, de acordo com o disposto no Título VIII - Capítulo para fins administrativos de circunscrição territorial e de jurisdição
VIII - Seção II desta Lei Orgânica, sem ônus para o Município. municipal, com denominação própria.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 1º Aplica-se ao distrito o disposto no parágrafo 2º do artigo Art. 28. Todos os bens municipais deverão ser cadastrados,
anterior. com a identificação respectiva, numerando-se os móveis segundo
§ 2º O distrito poderá subdividir-se em vilas, de acordo com o que for estabelecido em regulamento, os quais ficarão sob a
a lei. responsabilidade do chefe da Secretaria ou Diretoria a que forem
Art. 24. A criação, organização, supressão ou fusão de distri- distribuídos.
tos depende de lei, após consulta plebiscitária às populações di- Parágrafo único. O Município utilizará, exclusivamente, as
retamente interessadas, observada a legislação estadual específica cores de sua bandeira para reconhecimento dos seus bens.
e o atendimento aos requisitos estabelecidos no art. 25 desta Lei Art. 29. Os bens patrimoniais do Município deverão ser clas-
Orgânica. sificados:
Parágrafo único. O distrito pode ser criado mediante fusão I - pela sua natureza;
de dois ou mais distritos, ou desmembramento de um, aplicando- II - em relação a cada serviço.
se, neste caso, as normas estaduais e municipais cabíveis relativas Parágrafo único. Deverá ser feita, anualmente, a conferência
à criação e à supressão. da escrituração patrimonial com os bens existentes,
Art. 25. São requisitos para a criação de distritos: e, na prestação de contas de cada exercício, será incluído o
I - população, eleitorado e arrecadação não inferiores a sexta inventário de todos os bens Municipais.
parte exigida para a criação do município; Art. 30. A alienação de bens municipais, subordinada a exis-
II - existência, na povoação-sede, de pelo menos, 6.500 (seis tência de interesse público devidamente justificado, será sempre
mil e quinhentas) moradias, escola pública, posto de saúde e pos- precedida de avaliação e obedecerá as seguintes normas:
to policial. I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e
Parágrafo único. Comprova-se o atendimento as exigências concorrência pública, dispensada esta nos casos de doação e per-
enumeradas neste artigo mediante. muta;
a) declaração, emitida pela Fundação Instituto Brasileiro de II - quando móveis, dependerá apenas de licitação, dispen-
Geografia e Estatística - IBGE, de estimativa da população; sada esta nos casos de doação e permuta, que será permitida
b) certidão, emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral, compro- exclusivamente para fins assistenciais ou quando houver interesse
vando o número de eleitores; público relevante, justificado pelo Executivo.
c) certidão, emitida pelo agente municipal de estatística ou Art. 31. O Município, preferentemente à venda ou doação
pela repartição competente do Município, comprovando o nú- de seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso,
mero de moradias; mediante prévia autorização legislativa e concorrência pública.
d) certidão, do órgão fazendário estadual ou do município, § 1º A concorrência poderá ser dispensada, por lei, quando
comprovando a arrecadação na respectiva área territorial; o uso se destinar a concessionária de serviço público, a entidades
e) certidão, emitida pela Prefeitura ou pelas Secretarias de assistenciais, ou quando houver relevante interesse público, devi-
Educação, de Saúde e de Segurança Pública do Estado, compro- damente justificado.
vando a existência de escola pública e de postos de saúde e poli- § 2º A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas
cial na povoação-sede. urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificações, resul-
Art. 26. Na fixação das divisas distritais devem ser observa- tantes de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação
das as seguintes normas: e dispensada a licitação As áreas resultantes de modificações de
I - sempre que possível, serão evitadas formas assimétricas, alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, quer sejam
estrangulamentos e alongamentos exagerados; aproveitáveis ou não.
II - preferência, para a delimitação, as linhas naturais, facil- Art. 32. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permu-
mente identificáveis; ta, dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
III - na inexistência de linhas naturais, utilização de linha reta, Art. 33 É proibida a doação e venda de qualquer fração dos
cujos extremos, pontos naturais ou não, sejam facilmente iden- parques, praças, ruas, jardins ou largos públicos, permitindo-se
tificáveis; tão somente a concessão de uso de pequenos espaços destinados
IV - é vedada a interrupção da continuidade territorial do Mu- à venda de jornais e revistas.
nicípio ou do distrito de origem. Art. 34. O uso de bens municipais, por terceiros, só poderá
Parágrafo único. As divisas distritais devem ser descritas ser feito mediante concessão, ou permissão a título precário e por
trecho a trecho, salvo, para evitar duplicidade, nos trechos que tempo determinado, conforme o interesse público o exigir.
coincidirem com os limites municipais. § 1º A concessão de uso dos bens públicos, especial e do-
minicais dependerá de lei e concorrência e será feita mediante
CAPÍTULO III contrato, sob pena de nulidade do ato, ressalvada a hipótese do §
DOS BENS MUNICIPAIS 1º do art. 31, desta Lei Orgânica.
§ 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso co-
Art. 27. Incluem-se entre os bens do Município os imóveis, mum também poderá ser outorgada para finalidades escolares,
por natureza ou acessão física, e os móveis que atualmente sejam de assistência social ou turística, mediante autorização legislativa.
do seu domínio, ou a ele pertençam, bem assim os que lhe vierem § 3º A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer
a ser atribuídos por lei e os que se incorporarem ao seu patrimô- bem público, será feita, a título precário, por ato unilateral do Pre-
nio por ato jurídico perfeito. feito, através de decreto.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Art. 35. A utilização e administração dos bens públicos de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
uso especial, como mercados, matadouros, estações, recintos de lei;
espetáculos e campos de esportes, serão feitas na forma da lei e V - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços públicos;
regulamentos respectivos. VI - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legisla-
ção estadual;
CAPÍTULO IV VII - dispor sobre organização, administração e execução dos
DA STRUTURA ADMINISTRATIVA serviços municipais;
VIII - dispor sobre administração, utilização e alienação dos
Art. 36. A Administração Municipal é constituída dos órgãos bens públicos;
integrados na estrutura administrativa da Prefeitura e de entida- IX - instituir o quadro, os planos de carreira e o regime jurídi-
des dotadas de personalidade jurídica própria. co único dos servidores públicos;
§ 1º Os órgãos da administração direta que compõem a es- X - organizar e prestar, diretamente, ou sob o regime de con-
trutura administrativa da Prefeitura se organizam e se coordenam, cessão ou permissão, os serviços públicos locais, inclusive o de
atendendo a princípios técnicos recomendáveis ao bom desempe- transporte coletivo, que tem caráter essencial;
nho de suas atribuições. a) Excetua-se a regra acima os serviços de estacionamento
§ 2º As entidades dotadas de personalidade jurídica própria rotativo, que não poderão ser concedidos, permissionados ou
que compõem a Administração indireta do Município se classi- delegados à iniciativa privada, devendo o mesmo ser executado
ficam em: pelo próprio Município, pela Administração Direta, pela Adminis-
I - autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per- tração Indireta ou por Instituições Filantrópicas. (AC) (alínea acres-
sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar centada pela Emenda à LOMnº 050 , de 06.10.2015)
atividades típicas da administração pública, que requeiram, para XI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fun-
descentralizadas; damental;
II - empresa pública - a entidade dotada de personalidade XII - instituir, executar e apoiar programas educacionais e
jurídica de direito privado, com patrimônio e capital exclusivo do
culturais que propiciem o pleno desenvolvimento da criança e do
Município, criada por lei, para exploração de atividades econômi-
adolescente;
cas que o governo municipal seja levado a exercer, por força de
XIII - amparar, de modo especial, os idosos e os portadores
contingência ou conveniência administrativa, podendo revestir-se
de deficiência;
de qualquer das formas admitidas em direito;
XIV - estimular a participação popular na formulação de polí-
III - sociedade de economia mista - a entidade dotada de per-
ticas públicas e sua ação governamental, estabelecendo progra-
sonalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para explora-
mas de incentivo a projetos de organização comunitária nos cam-
ção de atividades econômicas, sob a forma de sociedade anônima,
pos social e econômico, cooperativas de produção e mutirões;
cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, ao
Município ou a entidade da Administração indireta; XV - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
IV - fundação pública - a entidade dotada de personalidade e do Estado, serviços de atendimento integral à saúde da popula-
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude ção, com recursos próprios ou mediante convênio, com entidade
de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades especializada, na forma da lei, sendo vedada a celebração de con-
que não exijam execução por órgão ou entidade de direito pú- tratos de gestão entre o Poder Executivo Municipal e as pessoas
blico, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido jurídicas de direito privado qualificadas como Organizações So-
pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado ciais, salvaguardadas, nesses casos, as Unidades de Pronto Aten-
por recursos do Município e de outras fontes. dimento (UPA) e a contratação exclusiva de médicos das diversas
§ 3º A entidade de que trata o inciso IV do § 2º deste artigo especialidades para a rede municipal de saúde; (NR) (redação es-
adquire personalidade jurídica com a inscrição da escritura públi- tabelecida pelo art. 1º da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
ca de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não XVI - planejar e controlar o uso, o parcelamento e a ocupação
se lhe aplicando as demais disposições do Código Civil concer- do solo em seu território, especialmente o de sua zona urbana;
nentes às fundações. XVII - estabelecer normas de edificação, de loteamento, de
arruamento e de zoneamento urbano e rural, bem como as li-
CAPÍTULO V mitações urbanísticas convenientes à ordenação do seu território,
DA COMPETÊNCIADO MUNICÍPIO observadas as diretrizes da lei federal;
SEÇÃO I - Da Competência Privativa XVIII - instituir, planejar e fiscalizar programas de desenvol-
vimento urbano nas área de habitação e saneamento básico, de
Art. 37. Compete ao Município: acordo com as diretrizes estabelecidas na legislação federal, sem
I - legislar sobre assuntos de interesse local; prejuízo do exercício da competência comum correspondente;
II - suplementar a legislação federal e estadual, no que couber XIX - prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos,
e naquilo que disser respeito ao seu peculiar interesse, visando a remoção e destino do lixo domiciliar ou não, bem como de outros
adaptá-la à realidade e às necessidades locais; detritos e resíduos de qualquer natureza;
III - elaborar o plano plurianual e o orçamento anual; XX - conceder e renovar licença para localização e funciona-
IV - instituir e arrecadar os tributos municipais, bem como mento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestação de
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de serviços e quaisquer outros;

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

XXI - cassar a licença que houver concedido ao estabeleci- § 2º As normas de edificação, de loteamento e arruamento a
mento cuja atividade venha a se tornar prejudicial à saúde, à higie- que se refere o inciso XVII deste artigo deverão exigir reserva de
ne, à segurança, ao sossego e aos bons costumes; áreas destinadas a:
XXII - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e ho- a) zonas verdes e demais logradouros públicos;
rários para funcionamento de estabelecimentos industriais, co- b) vias de tráfego e de passagem de canalizações públicas, de
merciais, de serviços e outros, atendidas as normas da legislação esgotos e de águas pluviais;
federal aplicável; c) passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas
XXIII - organizar e manter os serviços de fiscalização necessá- pluviais nos fundos dos lotes, obedecidas as dimensões e demais
rios ao exercício do seu poder de polícia administrativa; condições estabelecidas na legislação.
XXIV - fiscalizar, nos locais de venda, peso, medidas e condi- § 3º Alei que dispuser sobre a guarda municipal, destinada à
ções sanitárias dos gêneros alimentícios, observada a legislação proteção dos bens, serviços e instalações municipais, estabelece-
pertinente; rá sua organização e competência.
XXV - dispor sobre o depósito, destino e vendas de animais § 4º Apolítica de desenvolvimento urbano, com o objetivo
e mercadorias apreendidas em decorrência de transgressão da le- de ordenar as funções sociais da cidade e garantir o bem-estar
gislação municipal; de seus habitantes, deve ser consubstanciada em Plano Diretor
XXVI - dispor sobre registro, guarda, vacinação e captura de de Desenvolvimento integrado, nos termos do art. 182, § 1º, da
animais, com a finalidade precípua de controlar e erradicar molés- Constituição Federal.
tias de que possam ser portadores ou transmissores; Art. 38. Compete ao Município, executar diretamente ou por
XXVII - disciplinar os serviços de carga e descarga, bem como intermédio de autarquia ou empresa pública municipal ou atra-
fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que circulem em vés de concessão à iniciativa privada, os serviços de captação e
vias públicas municipais, inclusive nas vicinais cuja conservação distribuição de água potável, bem como o recolhimento e trata-
seja de sua competência; mento do esgoto sanitário, após a aprovação do Legislativo. (NR)
XXVIII - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem (caput com redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 015 , de
como regulamentar e fiscalizar sua utilização; 29.08.1997)
XXIX - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e, Parágrafo único. Aempresa pública poderá executar ou ad-
ministrar planos de construção de moradias populares para ven-
especialmente no perímetro urbano, determinar o itinerário e os
da às famílias comprovadamente carentes.
pontos de parada obrigatória de veículos de transporte coletivo;
XXX - fixar e sinaliza as zonas de silêncio e de trânsito e tráfe-
SEÇÃO II
go em condições especiais;
Da Competência Comum
XXXI - regular as condições de utilização dos bens públicos
de uso comum;
Art. 39. É da competência comum do Município, da União e
XXXII - regular, executar, licenciar, fiscalizar, conceder, per-
do Estado, na forma prevista em lei complementar ou ordinária
mitir ou autorizar, conforme o caso:
federal:
a) o serviço de carros de aluguel, inclusive o uso de taxíme- I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
tro; democráticas e conservar o patrimônio público;
b) os serviços funerários e os cemitérios; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e ga-
c) os serviços de mercados, feiras e matadouros públicos; rantia das pessoas portadoras de deficiência;
d) os serviços de construção e conservação de estradas, ruas, III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
vias ou caminhos municipais; histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens natu-
e) os serviços de iluminação pública; rais notáveis e os sítios arqueológicos;
f) a afixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, nos locais obras de artes e de outros bens de valor histórico, artístico ou
sujeitos ao poder de polícia municipal. cultural;
XXXIII - fixar os locais de estacionamento público de táxis e V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e
demais veículos; à ciência;
XXXIV - estabelecer servidões administrativas necessárias à VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
realização de seus serviços, inclusive à dos seus concessionários; qualquer de suas formas;
XXXV - adquirir bens, inclusive por meio de desapropria- VII - preservar e conservar as florestas, a fauna e a flora;
ção; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abas-
XXXVI - assegurar a expedição de certidões, quando reque- tecimento alimentar;
ridas às repartições municipais, para defesa de direitos e esclare- IX - promover programas de construção de moradias e a me-
cimento de situações; lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
XXXVII - regulamentar jogos, espetáculos e divertimentos X - combater as causas da pobreza e os fatores de margina-
públicos, observadas as prescrições da lei. lização, promovendo a integração social dos setores desfavo-
§ 1º As competências previstas neste artigo não esgotam o recidos;
exercício privativo de outras, na forma da lei, desde que atenda ao XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direi-
peculiar interesse do Município e ao bem-estar de sua população tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em
e não conflite com a competência federal e estadual. seus territórios;

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

XII - estabelecer e implantar política de educação para a se- II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
gurança do trânsito; aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
XIII - fiscalizar as condições sanitárias e todo e qualquer pro- títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão decla-
duto nos locais de produção, estocagem ou venda direta ao con- rado em lei de livre nomeação e exoneração;
sumidor; III - o prazo de validade de concurso público é de até dois
XIV - aprovar locais para construção ou instalação de torres anos, prorrogável uma vez, por igual período;
de telefonia, radiodifusão sonora e de imagem, impondo criati- IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
vidade nos respectivos projetos de maneira a adequar-se ao am- vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
biente e proporcionar aceitável aspecto de efeito visual. provas e títulos deve ser convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira, através
CAPÍTULO VI de publicação no órgão oficial e por correspondência (aviso de
DAS VEDAÇÕES recebimento - AR);
V - os cargos em comissão e as funções de confiança devem
Art. 40. Além de outros casos previstos nesta Lei Orgânica,
ser exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de
ao Município é vedado:
cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos e condições
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
previstos em lei;
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus re-
presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na VI - é garantido ao servidor público o direito à livre associa-
forma da lei, a colaboração de interesse público; ção sindical;
II - recusar fé aos documentos públicos ou exigir reconheci- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
mento de firma; definidos em lei complementar federal;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si; VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públi-
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer forma, com re- cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os crité-
cursos públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, serviço de rios de sua admissão;
alto-falante, cartazes, anúncios ou outro meio de comunicação, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
propaganda político-partidária ou a que se destinar a campanhas terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
ou objetivos estranhos à administração e ao interesse público. interesse público;
V - celebrar contrato de parceria público-privada, ainda que X - a remuneração dos servidores públicos e os subsídios dos
em programa previsto em legislação própria, sem prévia autori- agentes políticos municipais somente poderão ser fixados ou al-
zação legislativa, área por área, por voto qualificado de 213 (dois terados por lei específica, observada a iniciativa exclusiva, em cada
terços) dos membros da Câmara. (AC) caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e
(inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à LOMnº 055 , de sem distinção de índices; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à
08.03.2017) LOMnº 018 , de 25.02.1999)
VI - firmar quaisquer contratos de gestão entre o Poder Exe- XI - a remuneração e o subsídios dos ocupantes de cargos,
cutivo Municipal e as pessoas jurídicas de direito privado qualifi- funções e empregos públicos da administração direta, autárqui-
cadas como Organizações Sociais, excetuadas, na área de saúde, ca e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes do Mu-
as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e a contratação exclu- nicípio, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
siva de médicos das diversas especialidades para a rede municipal políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remunerató-
de saúde. (AC) (inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à LOM- ria, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
nº 055 , de 08.03.2017) pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
Parágrafo único. As vedações de que tratam os incisos sujei- subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
tam ao ato em contrário plena nulidade, aplicando-se, na hipóte-
Federal; (NR) (redação estabelecida pela Emenda
se de descumprimento, as penalidades constantes da Lei Federal
à LOMnº 018, de 25.02.1999)
nº 8.429, de 02 de junho de 1992. (AC)
XII - nenhum servidor será designado para funções não cons-
(parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à LOMnº 055
, de 08.03.2017) tantes das atribuídas ao cargo que ocupa, a não ser em subs-
tituição e, se acumulada, com gratificação de lei; (NR) (redação
CAPÍTULO VII estabelecida pela Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
SEÇÃO I - Disposições Gerais pécies remuneratórias, para efeito de remuneração do pessoal do
serviço público municipal; (NR) (redação estabelecida pela Emenda
Art. 41. A administração pública municipal direta, indireta ou à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
fundacional de ambos os Poderes, obedecerá aos princípios da XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, e blico não serão computados nem acumulados para fins de con-
também ao seguinte: (NR) (caput com redação estabelecida pela cessão de acréscimos anteriores, sob o mesmo título ou idêntico
Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999) fundamento;
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos XV - os subsídios e os vencimentos dos ocupantes de car-
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as- gos e empregos públicos municipais são irredutíveis, ressalvado
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; (NR) (redação estabe- o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e no § 9º do artigo 42;
lecida pela Emenda à LOMnº 018, de 25.02.1999) (NR) (redação estabelecida pela

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999) § 5º Os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qual-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, quer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
exceto quando houver compatibilidade de horários: ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento, são os estabe-
a) a de dois cargos de professor; lecidos em lei federal.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou cien- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
tífico; vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
c) a de dois cargos privativos de médico. que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de ou culpa.
economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público; § 7º Será assegurada às entidades profissionais participação
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- na organização e nas bancas examinadoras, dos concursos públi-
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên- cos, quando nele se exigir conhecimentos técnicos profissionais.
cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; § 8º É assegurada a participação de servidores, nos colegia-
XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empre- dos dos órgãos públicos municipais, da administração direta e in-
sa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação direta, onde seus interesses profissionais ou previdenciários sejam
pública; objetos de discussão e deliberação.
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso a cria- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso ante- e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que re-
rior, assim como a participação de qualquer delas em empresa ceberem recursos do município para pagamento de despesas de
privada; pessoal ou de custeio em geral. (AC) (parágrafo acrescentado pela
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
obras, os serviços, compras e alienações serão contratados me-
diante processo de licitação pública que assegure igualdade de SEÇÃO II - Dos Servidores Públicos
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-
çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
Art. 42. O Município instituirá regime jurídico único e planos
proposta, nos termos da lei, exigindo-se a qualificação técnica e
de carreira para os servidores da administração pública direta,
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obri-
das autarquias e das fundações públicas, com a participação dos
gações;
mesmos.
XXII - os cargos de natureza técnica, só poderão ser ocu-
§ 1º Alei assegurará, aos servidores da administração dire-
pados por profissionais legalmente habilitados e de comprovada
ta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
atuação na área;
assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes
XXIII - o número de servidores do Município, não ultrapassará
Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter indi-
os limites definidos em lei;
vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
XXIV - o servidor municipal, terá direito a licença especial, na
forma da lei; § 2º Aplicam-se aos servidores públicos municipais os seguin-
XXV - os servidores públicos, não poderão ser colocados a tes direitos:
disposição de outros setores da administração pública da União, I - salário mínimo;
dos Estados e dos Municípios, antes de completarem dois anos de II - irredutibilidade do salário;
efetivo exercício funcional, no órgão de origem; III - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
XXVI - o valor incorporado a qualquer título pelo servidor percebam remuneração variável;
ativo ou inativo, como direito pessoal, pelo exercício de cargo IV - décimo terceiro salário com base na remuneração inte-
em comissão, função gratificada ou de mandato, será revisto na gral ou no valor dos proventos da aposentadoria;
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a V - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
remuneração do cargo que lhe deu causa. VI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e mo, em cinquenta por cento à do normal;
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- VII - salário família para os seus dependentes;
formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- VIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
de autoridades ou de servidores públicos. horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção
§ 2º Anão-observância do disposto nos incisos II e III deste coletiva de trabalho, quando couberem;
artigo implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res- IX - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ponsável, nos termos da lei. ininterruptos de revezamento;
§ 3º As reclamações relativas à prestação de serviços públicos X - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
serão disciplinadas em lei. mingos;
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- XI - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in- terço a mais do que o salário normal;
disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e XII - será concedida licença à gestante, sem prejuízo do em-
gradação previstas em lei, sem prejuízo de ação penal cabível. prego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

XIII - será concedida licença paternidade, sem prejuízo do § 10. Lei Municipal disciplinará a aplicação de recursos or-
emprego e do salário, com a duração de 30 (trinta) dias, mesmo çamentários provenientes da economia com despesas correntes
em caso de perda gestacional da esposa ou companheira; (NR) em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvol-
(redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 054, de 09.11.2016) vimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento
XIV - licença especial para os adotantes de recém-nascido, e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionaliza-
nos termos fixados em lei, os mesmos direitos do item XII; ção do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prê-
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante mio de produtividade. (AC) (parágrafo acrescentado pela Emenda à
incentivos específicos, nos termos da lei; LOMnº 018, de 25.02.1999)
XVI - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de Art. 43. O servidor será aposentado:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
normas de saúde, higiene e segurança;
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
XVII - indenização em caso de acidente de trabalho, na forma
ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e
da lei; proporcionais nos demais casos;
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro-
insalubres ou perigosas, na forma da lei; ventos proporcionais ao tempo de serviço;
XIX - garantia de atendimentos em creches para os filhos dos III - voluntariamente:
servidores municipais, nos termos da lei. a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta,
§ 3º Alei disporá sobre a licença sindical para os dirigentes de se mulher, com proventos integrais;
Federações, Confederações ou Sindicatos de servidores públicos, b) aos trinta anos em efetivo exercício em funções de magis-
durante o exercício do mandato, resguardados os direitos e vanta- tério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos
gens inerentes à carreira de cada um. integrais;
§ 4º O desconto em folha de pagamento autorizado pelo ser- c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco ,
vidor à entidade de classe, devidamente registrada, é procedimen- se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
to obrigatório dos órgãos competentes do Município e o repasse d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos ses-
da aludida importância observará prazo de até 10 dias. senta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de ser-
§ 5º O Plano de Carreira, independente do regime jurídico, viço.
será único, abrangendo todos os servidores públicos municipais, § 1º Alei poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso
e garantirá progressão nos sentidos vertical por antiguidade e ho- III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas pe-
nosas, insalubres ou perigosas.
rizontal, por formação, assegurando a oportunidade de acesso à
§ 2º Alei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empre-
aposentadoria no último nível de carreira. O Plano de Carreira ga-
gos temporários.
rantirá ainda: § 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou munici-
a) piso salarial profissional; pal será computado integralmente para os efeitos de aposentado-
b) progressão automática por tempo de serviço. ria e de disponibilidade.
§ 6º O Município instituirá conselho de política de adminis- § 4º É assegurada a contagem recíproca do tempo de con-
tração e remuneração de pessoal, integrado por servidores desig- tribuição na administração pública e na atividade privada, rural
nados pelos respectivos Poderes. (AC) (parágrafo acrescentado pela e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência
Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999) social se compensarão financeiramente, segundo critério esta-
§ 7º Afixação dos padrões de vencimento e dos demais com- belecido em lei.
ponentes do sistema remuneratório observará: (AC) § 5º Na incorporação de vantagens ao vencimento ou pro-
(parágrafo acrescentado pela Emenda à LOMnº 018 , de vento do servidor decorrente do exercício de cargo em comissão
25.02.1999) ou função gratificada, será computado o tempo de serviço pres-
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade tado ao Município nesta condição, na esfera federal, estadual ou
dos cargos componentes de cada carreira; municipal, mantidos, para todos os efeitos financeiros, exclusiva-
II - os requisitos para a investidura; mente os valores que lhe são atribuídos no Município.
III - as peculiaridades dos cargos. § 6º Os proventos da aposentadoria serão revistos na mesma
§ 8º O Município manterá escolas de governo para a forma- proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remu-
neração dos servidores em atividade, sendo também estendidos
ção e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decor-
na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou con- rentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em
tratos com os outros entes federados. (AC) (parágrafo acrescentado que se deu a aposentadoria, na forma da lei.
pela Emenda à LOMnº 018, de 25.02.1999) § 7º O benefício da pensão por morte corresponderá à tota-
§ 9º O membro do Poder, o detentor de mandato eletivo, e os lidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até
Secretários Municipais serão remunerados exclusivamente por o limite estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer anterior.
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação § 8º Aaposentadoria por invalidez poderá, por requerimento
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o do servidor, ser transformada em seguro-reabilitação profis-
disposto no artigo 41, X e XI. (AC) (parágrafo acrescentado pela sional, custeado pelo Município, visando reintegrá-lo em novas
Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999) funções compatíveis com suas aptidões, conforme dispuser a Lei.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 9º Considera-se como proventos de aposentadoria o valor § 1º A contratação do órgão de imprensa para divulgação
resultante da soma de todas as parcelas a eles incorporados pelo das leis e atos municipais será precedida de licitação, em que se
Poder Público, nos termos da Lei. levarão em conta não só as condições de preço, como as circuns-
Art. 44. São estáveis, após três anos de efetivo exercício, os tâncias de frequência, horário, tiragem
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtu- e distribuição.
de de concurso público. (NR) (redação estabelecida pela Emenda à § 2º Nenhum ato produzirá efeito antes de sua publicação.
LOMnº 018 , de 25.02.1999) § 3º A publicação dos atos não normativos, pela imprensa,
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: poderá ser resumida.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; § 4º Todo reajuste de tarifas deve ser explícita e antecipada-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja asse- mente divulgado.
gurada ampla defesa; Art. 47. Os Poderes Públicos Municipais poderão promover
III - mediante procedimento de avaliação periódica de de- por meio de edição popular, a divulgação desta Lei Orgânica, do
sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla Plano Diretor e do Código de Postura e de Obras.
defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor Art. 48. O Prefeito fará publicar:
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se I - mensalmente, o balancete resumido da receita e da des-
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeni- pesa;
zação, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade II - mensalmente, os montantes de cada um dos tributos ar-
com remuneração proporcional ao tempo de serviço. recadados e os recursos recebidos;
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o III - anualmente, até 15 de março, pelo órgão oficial do Mu-
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração pro- nicípio ou jornal local, as contas de administração, constituídas
porcional ao tempo de serviço até seu adequado aproveitamento do balanço financeiro, do balanço patrimonial, do balanço orça-
em outro cargo. mentário e demonstração das variações patrimoniais, em forma
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obri- sintética.
gatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituí-
da para essa finalidade.
SEÇÃO II
Art. 45. Ao servidor público municipal da administração dire-
Dos Livros e Registros
ta, autárquica ou fundacional, no exercício de mandato eletivo,
aplicam-se as seguintes disposições: (NR) (caput com redação es-
Art. 49. O Município manterá os livros que forem necessários
tabelecida pela Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
ao registro de suas atividades e de seus serviços.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
§ 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo
tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por
(NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 018 , de
funcionário designado para tal fim.
25.02.1999)
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, § 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu- por fichas ou outro sistema, inclusive processamento de dados,
neração; convenientemente autenticados.
III - investido no mandato de vereador, havendo compatibili- § 3º Dentre outros, o Município adotará os seguintes livros
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou fichas:
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não I - do termo de compromisso e de posse;
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso ante- II - de registros de leis, resoluções, decretos, regulamentos,
rior; instruções, portarias e ordem de serviço;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercí- III - de atas das sessões da Câmara Municipal;
cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para IV - de cópias de correspondências oficiais;
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V - de contratos em geral;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas- VI - de concessões, permissões e autorizações de serviços
tamento, os valores serão determinados como se no exercício públicos;
estivesse. VII - de cessões, concessões e permissões de uso de bens
públicos;
CAPÍTULO VIII VIII - de protocolo de indicações de arquivamento de livros
DOS ATOS MUNICIPAIS e documentos;
SEÇÃO I IX - de registro da dívida ativa;
Da Publicidade dos Atos Municipais X - de declaração de bens dos ocupantes de cargos eletivos e
de cargos e funções em confiança;
Art. 46. A publicação das leis e atos municipais far-se-á em XI - de tombamento de bens imóveis;
órgão oficial do Município ou, na ausência do referido, em jornal XII - de inventário patrimonial de bens móveis e semoven-
local de comprovada penetração nos meios sociais, e dois anos de tes;
circulação ininterrupta. XIII - de loteamentos aprovados.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

SEÇÃO III Parágrafo único. Não se incluem nesta proibição os contratos


Da Forma dos Atos Administrativos cujas cláusulas e condições sejam uniformes para todos os inte-
ressados. todos os interessados.
Art. 50. A formalização dos atos administrativos, observará o Art. 54. A pessoa jurídica em débito com o sistema segurida-
procedimento e a técnica de elaboração definida no Regimento de social, como estabelecido em lei federal, não poderá contratar
Interno da Câmara Municipal e demais regulamentos pertinen- com o Poder Público municipal nem dele receber benefícios ou
tes. incentivos fiscais.
Art. 51. Os atos administrativos de competência do Prefeito
devem ser expedidos com obediência às seguintes normas: SEÇÃO V
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes
Informações e Certidões
casos:
a) regulamentação de lei;
b) criação ou extinção de função gratificada, quando autori- Art. 55. A Prefeitura, a Câmara, Autarquias, Empresas Públicas
zada em lei; e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público são obri-
c) instituição, modificação ou extinção de atribuições não gadas as fornecer a qualquer interessado, no prazo máximo de
constantes de lei; quinze dias, certidões dos atos, e decisões, desde que requeridas
d) criação, alteração ou extinção de órgãos da administração para fim de direito determinado, sob pena de responsabilidade da
Municipal, inclusive fixando suas competências e atribuições; autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição No
e) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite mesmo prazo deverão atender às requisições judiciais se outro
autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários; não for fixado pelo juiz.
f) declaração de utilidade pública ou necessidade social, para Parágrafo único. As certidões relativas ao Poder Executivo
fins de desapropriação ou de servidão administrativa; serão fornecidas pelo Secretário ou Diretor da Administração da
g) aprovação de regulamentos ou de regimentos dos órgãos Prefeitura, exceto as declaratórias de efetivo exercício do Prefeito,
que compõem a administração municipal, bem como, dos estatu- que serão fornecidas pelo Presidente da Câmara.
tos de empresas públicas e fundações instituídas pelo Município; Art. 56. O requerente ou o seu procurador investido de po-
h) permissão e autorização de uso dos bens públicos muni- deres específicos, terá vista em processo ou documento na pró-
cipais; pria repartição em que se encontre, na forma da lei.
i) medidas executórias do Plano Diretor do Município; § 1º Mediante requerimento escrito, cópias reprográficas das
j) normas de efeitos externos, não privativas da lei;
peças processuais poderão ser solicitadas pelos interessados, re-
l) fixação e alteração de preços e tarifas dos serviços públi-
colhendo no ato a taxa devida.
cos.
II - Portaria, nos seguintes casos: § 2º O poder público observará o prazo de:
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos a) até 10 dias para informações verbais e vista nos autos do
de efeitos individuais; processo ou documento;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal; b) até 10 dias para informações escritas;
c) abertura de sindicância e processos administrativos, aplica- c) até 15 dias para a expedição de certidões.
ção de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos; § 3º Os pedidos e requisições de informações e certidões,
d) criação de comissões e designação de seus membros, ou formulados por órgãos e entidades dos demais Poderes Públicos
de grupos de trabalho; serão atendidos na forma e nos prazos deste artigo, ressalvados
e) outros atos que, por sua natureza e finalidade, não sejam aqueles que, em face do interesse público, foram indicados como
objeto de lei ou decreto. urgentes e que terão, assim preferência sobre os demais.
III - Contrato, nos seguintes casos:
a) admissão de servidores para serviços de caráter temporá- TÍTULO IV - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
rio, nos termos do art. 41, IX, desta Lei Orgânica; CAPÍTULO I - DO PODER LEGISLATIVO
b) execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei. SEÇÃO I - Da Câmara Municipal
§ 1º Os atos constantes dos itens II e III deste artigo poderão
ser delegados.
Art. 57. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Munici-
§ 2º Os casos não previstos neste artigo obedecerão a forma
pal. (NR) (redação estabelecida pelo art. 3º da Emenda à LOMnº
de atos, instruções ou avisos da autoridade responsável.
Art. 52. As decisões dos órgãos colegiados da administração 055, de 08.03.2017)
Municipal terão a forma de deliberações, observadas as disposi- Parágrafo único. Cada legislatura tem a duração de quatro
ções dos respectivos regimentos internos. anos, correspondendo cada ano a uma sessão legislativa.
Art. 58. ACâmara Municipal compõe-se de vereadores elei-
SEÇÃO IV tos pelo sistema proporcional, como representantes do povo, com
Das Proibições mandato de quatro anos.
§ 1º São condições de elegibilidade para o exercício do man-
Art. 53. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os servi- dato de vereador, na forma da lei federal:
dores municipais, bem como as pessoas ligadas a qualquer deles I - a nacionalidade brasileira;
por matrimônio ou parentescos, afim ou consanguíneo, até o ter- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
ceiro grau, ou por adoção, não poderão contratar com o Muni- III - o alistamento eleitoral;
cípio. IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

V - a filiação partidária; Art. 63. As sessões serão públicas, mas excepcionalmente


VI - a idade mínima de dezoito anos; poderão ser secretas, por deliberação tomada por 2/3 (dois ter-
VII - ser alfabetizado. ços) dos Vereadores da Câmara quando seja o sigilo extremamente
§ 2º ACâmara Municipal de Nova Friburgo é composta por 21 necessário. (NR) (redação estabelecida pelo art. 8º da Emenda à
(vinte e um) Vereadores, conforme artigo 29, inciso IV, letra g, da LOMnº 055 , de 08.03.2017)
Constituição Federal da República. (NR) (redação estabelecida pela
Emenda à LOMnº 049 , de 17.06.2015) Art. 64. As sessões terão início com a presença de, no míni-
mo, 1/3 (um terço) dos membros da Câmara. (NR)
SEÇÃO II (redação estabelecida pelo art. 9º da Emenda à LOMnº 055 ,
Das Sessões Legislativas, de 08.03.2017)
Quorum e Convocação Art. 65. ACâmara Municipal realizará semanalmente duas
sessões ordinárias, correspondentes aos períodos definidos no
Art. 59. ACâmara Municipal reunir-se-á, anual e ordinaria- art. 59, desta Lei Orgânica. (NR) (redação estabelecida pelo art. 10
mente, na sede do Município, de 02 de fevereiro a 17 de julho da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
e de 1º de agosto a 15 de dezembro. (NR) (caput com redação Art. 66. (Este artigo foi revogado pelo art. 11 da Emenda à
estabelecida pela Emenda à LOMnº 036 , de 22.12.2008) LOMnº 055 , de 08.03.2017).
§ 1º As sessões ordinárias inaugurais de cada sessão legislati-
va, marcadas para as datas que lhes CAPÍTULO II
correspondem, nos termos do caput, serão transferidas para DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL
a primeira terça ou quinta-feira subsequente, quando recair em
feriado ou outro impedimento. (NR) (redação estabelecida pelo art. Art. 67. Cabe à Câmara Municipal, com sanção do Prefeito,
4º da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) dispor sobre todas as matérias de competência do Município, es-
§ 2º A convocação da Câmara é feita no período e nos termos pecialmente sobre:
estabelecidos no “caput” deste artigo, I - tributos municipais, arrecadação e dispêndio de suas ren-
correspondendo à sessão legislativa ordinária. das;
§ 3º A sessão extraordinária será convocada pelo Presidente II - isenção e anistia em matéria tributária, bem como remis-
da Câmara, de oficio, mediante solicitação do Prefeito, pelo Co- são de dívidas;
légio de Lideres ou por deliberação do Plenário, a requerimento III - orçamento anual, plano plurianual e autorização para
de pelo menos 1/3 (um terço) dos Vereadores, exclusivamente abertura de créditos suplementares e especiais;
destinada à discussão e votação das matérias constantes do ato IV - operações de crédito, auxílios e subvenções;
de convocação, atendendo, em especial, casos de urgência ou de V - concessão, permissão e autorização de serviços públicos;
interesse público relevante. (NR) (redação estabelecida pelo art. 4º VI - concessão administrativa de uso dos bens municipais;
da Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017) VII - alienação de bens imóveis;
§ 4º (Este parágrafo foi revogado pelo art. 4º da Emenda à VIII - aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de
LOMnº 055 , de 08.03.2017). doação sem encargos;
§ 4º (Este parágrafo foi revogado pelo art. 4º da Emenda à IX - organização administrativa municipal; criação, transfor-
LOMnº 055 , de 08.03.2017). mação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, bem
Art. 60. As deliberações da Câmara serão tomadas por maio- como a fixação dos respectivos vencimentos;
ria simples sempre que não se exija a maioria absoluta ou a maioria X - criação e estruturação de Secretarias Municipais e demais
de 2/3 (dois terços), conforme as determinações constitucionais, órgãos da administração pública, bem assim a definição das res-
legais ou regimentais aplicáveis em cada caso, respeitado o de- pectivas atribuições;
vido quorum qualificado de presença dos Vereadores no Plenário XI - aprovação do Plano Diretor e demais Planos e Programas
quando a matéria assim exigir para a sua votação. (NR) (redação de Governo;
estabelecida pelo art. 5º da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) XII - delimitação do perímetro urbano;
Art. 61. ACâmara não poderá encerrar: (NR) (redação estabe- XIII - transferência temporária da sede do governo munici-
lecida pelo art. 6º da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) pal;
I - o primeiro semestre do ano parlamentar sem deliberar XIV - autorização para mudança de denominação de pró-
acerca do projeto de lei de diretrizes orçamentárias; prios, vias e logradouros públicos; (Vide LC 007/1991)
II - o ano parlamentar, sem deliberar sobre a lei orçamentária XV - normas urbanísticas, particularmente as relativas a zo-
anual e, na primeira sessão legislativa de cada legislatura, sem neamento e loteamento;
votar o projeto concernente ao plano plurianual. XVI - autorizar convênios com entidades públicas ou particu-
Art. 62. As sessões da Câmara realizar-se-ão em recinto desti- lares e consórcios com outros Municípios.
nado ao seu funcionamento. (NR) (redação estabelecida pelo art. Art. 68. É de competência exclusiva da Câmara Municipal:
7º da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) I - dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito, conhecer de sua re-
§ 1º O horário das sessões ordinárias e extraordinárias da Câ- núncia e determinar o afastamento nos casos previstos em lei;
mara Municipal estabelecido em Regimento Interno. II - eleger os membros da mesa diretora;
§ 2º Poderão ser realizadas sessões ordinárias, nos termos do III - elaborar o Regimento Interno;
Programa Câmara itinerante, conforme resolução específica, ou IV - organizar os serviços administrativos internos e prover os
solenes fora do recinto da Câmara. cargos respectivos;

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

V - propor a criação ou a extinção dos cargos dos serviços ad- XVIII - criar comissão parlamentar de inquérito sobre fato
ministrativos internos e a fixação dos respectivos vencimentos; determinado e prazo certo, mediante requerimento de 1/3 (um
VI - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Ve- terço) de seus membros; (NR) (redação estabelecida pelo art. 12 da
readores; Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
VII - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município, quando XIX - conceder a Comenda Barão de Nova Friburgo e Títulos
a ausência exceder a quinze dias; de Cidadania Friburguense mediante os critérios estabelecidos no
VIII - exercer a fiscalização contábil, financeira e orçamentá- Regimento Interno da Câmara ou por resolução especifica. (NR)
ria do Município, mediante controle externo, e pelos sistemas de (redação estabelecida pelo art. 12 da Emenda à LOMnº 055, de
controles interno do Poder Executivo; 08.03.2017)
IX - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre XX - solicitar a intervenção do Estado no Município, nos ter-
o parecer do Tribunal de Contas do Estado no prazo máximo de mos da lei;
sessenta dias de seu recebimento, observados os seguintes pre- XXI - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos
ceitos: casos previstos em lei federal;
a) o parecer do Tribunal somente deixará de prevalecer por XXII - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluí-
decisão de dois terços (2/3) dos membros da Câmara; dos os da Administração Indireta;
b) decorrido o prazo de trinta dias do recebimento formal do XXIII - propor, através de iniciativa da Mesa Diretora, o pro-
parecer sobre as contas do Prefeito emitido pelo Tribunal de Con- jeto de lei que fixa os subsídios dos Vereadores, do Prefeito, do
tas do Estado, o Presidente da Câmara terá três dias para publicar Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, observado o que dis-
o parecer para todos os Vereadores, e trinta dias para a matéria põe o art. 41, XI e XV; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à
ser apreciada pelo Plenário, na ordem do dia de sessão ordinária, LOMnº 018 , de 25.02.1999)
sob pena de, ultrapassado esse prazo, trancar a pauta das demais XXIV - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
matérias desta Casa; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
LOMnº 044 , de 02.04.2014) exclusiva. (AC) (inciso acrescentado pela Emenda à LOMnº 052 , de
c) no decurso do prazo previsto na alínea anterior, as contas 13.09.2016)
do Prefeito ficarão à disposição de qualquer contribuinte do Mu-
Art. 68-A. O Poder Executivo deverá protocolizar a entre-
nicípio, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
ga dos relatórios de prestação de contas quadrimestralmente na
legitimidade, nos termos da lei;
Câmara Municipal, 10 (dez) dias após a sua publicação, para a Co-
d) rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente, remetidas
missão Permanente de Finanças e Orçamento, proceder a confe-
ao Ministério Público para os fins de direito.
rência, a fiscalização e o acompanhamento das contas do exercício
X - decretar a perda do mandato do Prefeito e dos Vereado-
em curso. (AC) (artigo acrescentado pela Emenda à LOMnº 045 ,
res, nos casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgâ-
de 26.11.2014)
nica e na legislação federal aplicável;
§ 1º Recebidos os relatórios, o Presidente da Câmara, por
XI - autorizar a realização de empréstimos ou de crédito in-
terno ou externo de qualquer natureza, de interesse do meio da Secretaria, num prazo de 3 (três) dias, fará a inclusão no
Município; expediente da próxima sessão e protocolizará a entrega dos re-
XII - proceder à tomada de contas do Prefeito, através de latórios ao Presidente da Comissão Permanente de Finanças e
Comissão especial, quando não apresentadas à Orçamento.
Câmara, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão § 2º A Comissão Permanente de Finanças e Orçamento terá
legislativa; o prazo de 60 (sessenta) dias para apresentar por escrito uma
XIII - estabelecer e mudar temporariamente o local de suas justificativa de conferência e acompanhamento dos relatórios da
reuniões; prestação de contas ou requerer ao plenário sua prorrogação por
XIV - convidar o Prefeito e o Vice-Prefeito e convidar ou con- mais 60 (sessenta) dias, que deliberará por maioria o novo prazo.
vocar Secretário do Município ou autoridade equivalente para § 3º O não cumprimento do estabelecido no caput do pre-
prestar esclarecimento sobre matéria constante de projeto de lei sente artigo, sem apresentação de justificativa de prorrogação de
em tramitação ou sobre assunto relativo ás suas atribuições e prazo em plenário, implicará na suspensão das prerrogativas e das
Pasta, aprazando dia e hora para o comparecimento, importando excepcionalidades concedidas em lei ao Poder Executivo, quanto
infração político-administrativa e crime de responsabilidade, ao direito de inclusão de qualquer documento e de projetos de lei
punível na forma da lei, a ausência sem justificativa adequada no de sua iniciativa no plenário da Câmara Municipal.
caso exclusivo de convocação; (NR) (redação estabelecida pelo art. § 4º O não cumprimento do estabelecido nos § 1º e § 2º,
12 da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) trancará a Pauta do Poder Legislativo, tão logo constatada a ir-
XV - encaminhar pedidos escritos de informação ao Prefeito, regularidade.
Secretário do Município ou autoridades equivalentes;
XVI - ouvir Secretários do Município ou autoridades equiva- CAPÍTULO III
lentes, quando, por sua iniciativa e mediante entendimentos pré- DOS VEREADORES SEÇÃO I
vios com a Mesa, comparecerão à Câmara Municipal para expor Das Inviolabilidades e Imunidades
assuntos de relevância da Secretaria ou do órgão da administra-
ção de que forem titulares; Art. 69. Os vereadores são invioláveis, no exercício do man-
XVII - deliberar sobre o adiamento e a suspensão de suas dato e na circunscrição do Município, por suas opiniões, palavras
reuniões; e votos.

12
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 1º Desde a expedição do diploma, os membros da Câmara veis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a, resguardados
Municipal não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime os casos passíveis de licença nos termos do inciso V do art. 74;
inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença (NR) (redação estabelecida pelo art. 16 da Emenda à LOMnº 055,
da Casa, observado o disposto no § 2º, do art. 102, da Constitui- de 08.03.2017)
ção Estadual. b) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal;
§ 2º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos se- c) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que
rão remetidos, dentro de vinte e quatro horas, à Câmara Municipal, goze de favor decorrente de contrato de pessoa jurídica de di-
para que, pelo voto nominal da maioria de seus membros, resolva reito público do Município, ou nela exercer função remunerada;
sobre a prisão e autorize, ou não, a formação de culpa. (NR) (subs- d) patrocinar causa junto ao Município em que seja interessa-
tituição de expressão pela Emenda à LOMnº 025 , de 08.08.2001) da qualquer das entidades a que se refere a alínea
§ 3º Os vereadores serão submetidos a julgamento perante “a” do inciso I.
o Tribunal de Justiça. (NR) (redação estabelecida pelo art. 13 da
Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) SEÇÃO IV
§ 4º As imunidades dos vereadores subsistirão perante o es- Perda do Mandato
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da respectiva Casa, nos casos de atos, prati- Art. 73. Perderá o mandato o Vereador:
cados fora do recinto da Câmara, que sejam incompatíveis com a I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no ar-
execução da medida. tigo anterior;
§ 5º Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar so- II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de-
bre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício coro parlamentar ou atentatório às instituições vigentes;
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles III - que se utilizar do mandato para prática de atos de cor-
receberam informações. rupção ou de improbidade administrativa;
IV - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa
SEÇÃO II anual, à terça parte das reuniões ordinárias da Câmara, salvo
Dos Impedimentos do Uso do Voto doença comprovada, licença ou missão autorizada pela edilidade;
V - que fixar residência fora do Município;
Art. 70. O vereador presente á sessão ordinária, extraordiná- VI - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
ria ou à reunião de Comissão não poderá votar se houver impe- VII - quando decretar a Justiça Eleitoral;
dimento decorrente de matéria de seu interesse particular ou do VIII - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
seu cônjuge, ou de parente consanguíneo ou afim até o terceiro em julgado, tratando-se de crime doloso.
grau. (NR) (redação estabelecida pelo art. 14 da Emenda à LOMnº § 1º Além de outros casos definidos no Código de Ética e
055 , de 08.03.2017) Decoro Parlamentar, no Regimento Interno da Câmara Munici-
Parágrafo único. Será nula a votação em que haja votado pal, considerar-se-á incompatível com o decoro parlamentar o
vereador impedido nos termos do caput. abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou á percepção
Art. 71. O vereador que se ausentar na hora da votação, sem de vantagem indevida. (NR) (redação estabelecida pelo art. 17 da
que seja impedido, poderá ser considerado como não tendo com- Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
parecido à sessão ou reunião, no caso de Comissão, nos termos do § 2º Nos casos previstos nos incisos I, II, III e VIII, a perda do
Regimento Interno da Casa. (NR) (redação estabelecida pelo art. mandato será declarada pela Câmara Municipal pelo voto nomi-
15 da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) nal de dois terços de seus membros, mediante provocação da Mesa
Diretora, de Partido Político com representação na Câmara Muni-
SEÇÃO III cipal ou do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, assegurada
Das Vedações ampla defesa.
(NR) (redação estabelecida pelo art. 17 da Emenda à LOMnº
Art. 72. É vedado ao Vereador: 055 , de 08.03.2017)
I - desde a expedição do diploma: § 3º Nos casos previstos nos incisos IV a VII, a perda será
a) firmar ou manter contrato com a Administração Direta do declarada pela Mesa Diretora, de ofício ou mediante provocação
Município, com suas autarquias, fundações, empresas públicas, de qualquer dos Vereadores, de Partido Político representado na
sociedades de economia mista, agências reguladoras ou com em- Câmara Municipal ou pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamen-
presas concessionárias e permissionárias de serviço público, salvo tar. (NR) (redação estabelecida pelo art. 17 da Emenda à LOMnº
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; (NR) (redação 055 , de 08.03.2017)
estabelecida pelo art. 16 da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, SEÇÃO V
inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades Concessão de Licenças
constantes da alínea anterior, resguardado o ingresso mediante
aprovação em concurso público. Art. 74. O Vereador poderá obter licença para: (NR) (redação
(NR) (redação estabelecida pelo art. 16 da Emenda à LOMnº estabelecida pelo art. 18 da Emenda à LOMnº 055 , de
055 , de 08.03.2017) 08.03.2017)
II - desde a posse: I - desempenhar missão temporária de caráter diplomático ou
a) ocupar cargo, função ou emprego de que sejam demissí- cultural de interesse do Município;

13
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

II - tratamento de saúde em razão de doença; c) fica assegurado o direito à revisão geral anual aos subsí-
III - tratar, sem remuneração, de interesses particulares, des- dios dos vereadores, obedecidos os termos constitucionais do
de que o afastamento não ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por art. 37,X e XI, conforme garantia constante do § 4º do art. 39; (NR)
sessão legislativa; (redação estabelecida pelo art.
IV - licença-maternidade ou licença-paternidade; 20 da Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017)
V - investidura em qualquer dos seguintes cargos: d) (Esta alínea foi revogada pela Emenda à LOMnº 033 , de
a) Secretário Municipal ou função afim correlata se em órgão 19.10.2007).
da Administração Indireta; Art. 77. APrefeitura fica obrigada a fornecer até o décimo dia
b) de nível público estadual ou federal de grande relevância do mês seguinte, a certidão da receita efetivamente arrecadada
e que não seja eletivo, atendendo a condição determinada pelo no mês anterior.
Regimento Interno da Câmara Municipal. Parágrafo único. AMesa Diretora da Câmara de Nova Fri-
§ 1º As Vereadoras poderão obter licença-maternidade por burgo, de posse das informações, determinará, por ato próprio, a
120 (cento e vinte) dias, sendo-lhes extensivo o direito de prorro- atualização dos valores das alíneas do art. 76 desta Lei Orgânica.
gação constante da Lei Municipal nº 3.772/2009; e os Vereadores, (NR) (alínea com redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 006
licença-paternidade até o prazo previsto no art. 42, XIII. , de 21.06.1996)
§ 2º Alicença depende de requerimento fundamentado, diri-
gido ao Presidente da Câmara, e lido na primeira sessão após o CAPÍTULO IV
seu recebimento. ESTRUTURAE FUNCIONAMENTO DACÂMARA
§ 3º O Vereador licenciado nos termos do inciso II fará jus à SEÇÃO I - Da Posse dos Vereadores
integralidade dos vencimentos.
§ 4º Salvo nos casos de prorrogação da sessão legislativa or- Art. 78. Os vereadores tomarão posse em sessão preparató-
dinária ou de convocação extraordinária da Câmara Municipal, ria, sob presidência segundo os termos do Regimento Interno,
não se concederão as licenças referidas nos incisos II e III durante e prestarão o compromisso de cumprir fielmente o mandato, pe-
os períodos de recesso parlamentar. rante as Constituições Federal e Estadual e esta Lei Orgânica. (NR)
§ 5º Suspender-se-á a contagem do prazo da licença que se (redação estabelecida pelo art. 21 da Emenda à LOMnº 055 , de
08.03.2017)
haja iniciado anteriormente ao encerramento de cada semi perío-
Parágrafo único. Salvo motivo de força maior ou enfermida-
do da respectiva sessão legislativa, exceto na hipótese do inciso II
de devidamente comprovados, a posse dar-se-á no prazo de 15
quando tenha havido assunção de Suplente.
(quinze) dias, prorrogável por igual período ou mais, se por motivo
§ 6º A licença para tratar de interesse particular, consoante o
de força maior, a requerimento do interessado, contado:
disposto no inciso III, não será inferior a 30 (trinta) dias.
I - da primeira sessão preparatória para instalação da primeira
§ 7º O Vereador que se licenciar por tempo determinado, com sessão legislativa da legislatura;
assunção de Suplente, poderá reassumir o mandato antes de fin- II - da diplomação, se eleito Vereador durante a legislatura; e
do o respectivo prazo da licença. III - da ocorrência do fato que a ensejar, por convocação do
§ 8º Independentemente de requerimento, considerar-se-á Presidente.
como licença o não comparecimento às sessões ou reuniões do
Vereador que, temporariamente, encontrar-se privado de sua li- SEÇÃO II
berdade, em virtude de processo criminal em curso. Da Mesa Diretora
§ 9º A licença será concedida pelo Presidente, exceto na hipó-
tese do inciso I, quando caberá à Mesa decidir. Art. 79. ACâmara Municipal reunir-se-á no dia útil seguinte
à posse, no primeiro ano da legislatura, para eleição de sua Mesa
Art. 75. Dar-se-á a convocação do Suplente de Vereador nos Diretora, por voto nominal e maioria simples, considerando-se au-
casos de vaga ou de licença, nos tensos da legislação comple- tomaticamente empossados os eleitos, nos termos do Regimento
mentar especifica. (NR) (redação estabelecida pelo art. 19 da Emen- Interno. (NR) (redação estabelecida pelo art. 22 da Emenda à LOM-
da à LOMnº 055 , de 08.03.2017) nº 055 , de 08.03.2017)
Art. 80. O mandato da Mesa Diretora será de dois anos, per-
SEÇÃO VI mitida a reeleição. (Vide RL 882/1990) (NR) (caput com redação
Dos Subsídios e da Verba de Representação estabelecida pela Emenda à LOMnº 040 , de 19.10.2010)
Parágrafo único. Aúltima sessão do mês de novembro da
Art. 76. Os subsídios dos Vereadores serão fixados, obrigato- 2ª sessão legislativa assumirá caráter preparatório, a fim de ser
riamente, no segundo semestre do último ano de cada legislatura, realizada a eleição do Presidente e dos demais membros da Mesa
para vigorar na seguinte, obedecidos os seguintes critérios: (NR) para o segundo biênio da legislatura, empossando-se automati-
(caput com redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 023 , de camente os eleitos em 1º de janeiro do ano relativo à 3ª sessão
26.06.2000) legislativa. (NR) (parágrafo com redação estabelecida pelo art. 23
a) a remuneração dos Vereadores corresponderá a, no má- da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
ximo, cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Esta- Art. 81. AMesa da Câmara se compõe do Presidente, do Pri-
duais; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 023 , de meiro Vice-Presidente, do Segundo Vice-Presidente, do Primeiro
26.06.2000) Secretário e do Segundo Secretário, os quais se substituirão nessa
b) o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não ordem.
poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do § 1º Na constituição da Mesa é assegurada, tanto quanto
Município; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 023 possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
, de 26.06.2000) parlamentares que participam da Casa.

14
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 2º Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído da § 2º As comissões especiais, criadas por deliberação do Ple-
mesma, pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, nário, serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e às
quando comprovadamente faltoso, omisso, desidioso, ineficiente representação da Câmara em congressos, solenidades ou outros
no desempenho de suas atribuições regimentais, ou quando se atos públicos.
tenha prevalecido do cargo para fins ilícitos, elegendo-se outro § 3º Na formação das Comissões, assegurar-se-á tanto quan-
Edil para a complementação do mandato, acolhendo a representa- to possível, a representação proporcional dos Partidos ou dos
ção de qualquer Vereador. (NR) (redação estabelecida pelo art. 24 blocos parlamentares que participarem da Câmara, incluindo-se
da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) sempre um membro da Minoria, pelo menos nas Comissões com
Art. 82. À Mesa, dentre outras atribuições, compete: o mínimo de 5 (cinco) integrantes, ainda que pela proporcionali-
I - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos dade não lhe caiba lugar. (NR) (redação estabelecida pelo art. 26
trabalhos legislativos; da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
II - propor projetos que criem ou extingam cargos nos servi- § 4º Será obrigatória a existência de Comissão Permanente
ços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos; de Constituição e Justiça, para exame prévio, entre outras atribui-
III - apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de ções, da constitucionalidade e da legalidade de qualquer projeto.
créditos suplementares ou especiais, através do aproveitamento § 5º As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão po-
total ou parcial das consignações orçamentárias da Câmara; deres de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
IV - representar, junto ao Executivo, sobre necessidades de outros previstos no Regimento Interno da Casa, serão criadas pela
economia interna; Câmara Municipal, mediante requerimento de 1/3 (um terço) de
V - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para seus membros, para a apuração de fato determinado por prazo
atender a necessidade temporária de excepcional interesse pú- certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
blico; Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
VI - promulgar a Lei Orgânica e suas emendas. criminal dos infratores. (NR) (redação estabelecida pelo art. 26 da
Parágrafo único. Cumpre ainda à Mesa Diretora: Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
a) elaborar e encaminhar ao Prefeito, até 15 de agosto de Art. 84. Às comissões nas matérias de suas respectivas com-
cada ano, a proposta orçamentária da Câmara Municipal, a ser petências cabe além de outras atribuições definidas no Regimen-
to Interno:
incluída na proposta do Município e fazer, mediante ato, a dis-
I - discutir e oferecer parecer sobre projeto de lei;
criminação analítica das dotações respectivas, que não poderá
II - apreciar programas de obras, planos municipais, distritais
ultrapassar a 9,5% (nove e meio por cento) do orçamento global
e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer, se-
do Município, bem como alterá-las quando necessário. Se a pro-
gundo o Orçamento Plurianual de Investimentos;
posta não for encaminhada no prazo previsto será tomado como
III - solicitar cópias de documentos ou de atos que envolvam
base o orçamento vigente para a Câmara Municipal; (NR) (redação
a matéria sobre apreciação;
estabelecida pela Emenda à LOMnº 016 , de 09.12.1997) IV - propor ao Presidente da Câmara a criação de Comissão
b) (Esta alínea foi revogada pelo art. 25 da Emenda à LOMnº Parlamentar de Inquérito.
055 , de 08.03.2017); Parágrafo único. A Comissão encerrará seus trabalhos com a
c) enviar ao Tribunal de Contas no prazo de 180 (cento e oi- apresentação de relatórios circunstanciados, o qual
tenta) dias do encerramento do exercício financeiro sua presta- será encaminhado em dez dias ao Presidente da Câmara Mu-
ção de contas; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº nicipal para que este:
012 , de 17.07.1997) a) dê ciência imediata ao Plenário;
d) administrar os recursos organizacionais, humanos, mate- b) remeta ao Prefeito, em cinco dias, cópia de inteiro teor,
riais e financeiros da Câmara Municipal. quando se tratar de fato relativo ao Poder Executivo.
SEÇÃO III SEÇÃO IV
Das Comissões Permanentes e Especiais Das Lideranças

Art. 83. ACâmara terá comissões permanentes e especiais. Art. 85. A Maioria, as Representações Partidárias, mesmo
§ 1º Às comissões permanentes em razão da matéria de sua com apenas um membro, e os blocos parlamentares terão Líder
competência, cabe: e, quando for o caso, Vice-Líder.
I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade § 1º A indicação dos Líderes será feita em documento subs-
civil; crito pelos membros das representações majoritárias, minoritá-
II - convocar os Secretários municipais ou Diretores equiva- rias, blocos parlamentares ou Partidos Políticos à Mesa, nas vinte
lentes, para prestar informações sobre assuntos inerentes às ma- e quatro horas que se seguirem à instalação do primeiro período
térias em tramitação; legislativo anual.
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas § 2º Os Líderes indicarão os respectivos Vice-Líderes, se for
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou o caso, dando conhecimento à Mesa da Câmara dessa desig-
entidades públicas; nação.
IV - exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização Art. 86. Além de outras atribuições previstas no Regimento
dos atos do Executivo, da Administração Indireta e empresas con- Interno, os Líderes indicarão os representantes partidários nas
cessionárias e permissionárias de serviço público municipal. (NR) comissões da Câmara.
(redação estabelecida pelo art. 26 da Emenda à LOMnº 055, de Parágrafo único. Ausente ou impedido o Líder, suas atribui-
08.03.2017) ções serão exercidas pelo Vice-Líder.

15
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

SEÇÃO V XI - declarar extinto o mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito


Do Regimento Interno e dos Vereadores nos casos previstos em lei;
XII - manter a ordem no recinto da Câmara Municipal, poden-
Art. 87. À Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei do solicitar força policial necessária para esse fim;
Orgânica, compete elaborar seu Regimento Interno, dispondo XIII - requisitar o numerário destinados às despesas da Câ-
sobre sua organização, polícia e provimento de cargos de seus mara Municipal, apresentar ao Plenário, até dez dias antes do tér-
serviços e, especialmente, sobre: mino cada período de sessões, o balancete relativo aos recursos
I - sua instalação e funcionamento; recebidos e as despesas realizadas;
II - posse de seus membros; XIV - devolver à Fazenda Municipal até o dia 31 (trinta e um)
III - eleição da Mesa, sua composição e suas atribuições; de dezembro eventual saldo do numerário que lhe foi liberado
IV - periodicidade das sessões; (NR) (redação estabelecida durante o exercício para a execução do seu orçamento. (AC) (inciso
pelo art. 27 da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) acrescentado pelo art. 28 da Lei Municipal nº 055, de 08.03.2017)
V - comissões; Parágrafo único. O Presidente, ou seu substituto quando em
VI - reuniões; exercido, terá faculdade de discutir e votar projetos, emendas,
VII - deliberações;
indicações e requerimentos de qualquer espécie quando forem de
VIII - todo e qualquer assunto de sua administração interna.
sua autoria ou de qualquer outro proponente, devendo votar ain-
Parágrafo único. O Regimento Interno da Câmara Municipal
da nos seguintes casos: (NR) (redação estabelecida pelo art. 29 da
e o seu Código de Ética e Decoro Parlamentar conterão normas
Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017)
referentes á conduta dos Vereadores, observados os seguintes
principies: (NR) (caput com redação estabelecida pelo art. 27 da a) nas eleições da Mesa Diretora;
Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) b) quando a matéria exigir, para sua aprovação, maioria abso-
a) fidelidade aos fins democráticos e às funções político-ad- luta ou quórum de 2/3 (dois terços); e
ministrativas da Câmara Municipal; c) quando houver empate em qualquer votação no Plenário.
b) dignificação dos poderes constituídos, dispensando trata-
mento respeitoso e independente às autoridades, não prescin- CAPÍTULO V
dindo de igual tratamento; Do Processo Legislativo
c) dever de comparecimento às sessões, reuniões de Comis-
sões e demais atividades institucionais da Câmara Municipal su- Art. 89. O processo legislativo municipal compreende a ela-
jeitando-se o faltoso, salvo motivo de força maior devidamente boração de:
comprovado, à sanção pecuniária sem prejuízo de perda do man- I - emendas à Lei Orgânica Municipal;
dato, quando couber; (NR) (redação estabelecida pelo art. 27 da II - leis complementares;
Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) III - leis ordinárias;
d) defesa dos direitos e prerrogativas do cargo; IV - resoluções;
e) zelo pela própria reputação mesmo fora do exercício do V - decretos legislativos;
mandato. VI - indicações legislativas. (AC) (inciso acrescentado pela
Emenda à LOMnº 039 , de 14.10.2009)
SEÇÃO VI § 1º As deliberações da Câmara Municipal serão tomadas em
Do Presidente dois turnos de discussão e votação ou em turno único, nos termos
do Regimento Interno. (NR) (redação estabelecida pelo art. 30 da
Art. 88. Dentre outras atribuições, compete ao Presidente da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017)
Câmara: § 2º As proposições encaminhadas pelo Poder Executivo para
I - representar a Câmara em juízo e fora dele; apreciação da Câmara Municipal deverão, obrigatoriamente, ser
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e
acompanhadas de cópias digitalizadas armazenadas em mídia re-
administrativos da Câmara;
movível ou por meio virtual, para sua regular tramitação. (NR)
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
(redação estabelecida pelo art. 30 da Emenda à LOMnº 055 , de
IV - promulgar as resoluções e decretos legislativos;
08.03.2017)
V - promulgar as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha
sido rejeitado pelo Plenário, desde que não aceita esta decisão, § 3º Todas as proposições que revoguem disposições ante-
em tempo hábil, pelo Prefeito; riores devem indicar, expressamente, o dispositivo objeto de re-
VI - fazer publicar os atos da Mesa, as resoluções, decretos missão, em vez de usar as expressões “anterior”, “seguinte” ou
legislativos e as leis que vier a promulgar; “equivalentes”, conforme determina a
VII - autorizar as despesas da Câmara; Lei Complementar 107 de 26 de abril de 2001. (AC) (parágrafo
VIII - representar, por decisão da Câmara, sobre a inconstitu- acrescentado pela Emenda à LOMnº 046 , de 26.11.2014)
cionalidade de lei ou ato municipal; § 4º Lei Complementar disporá sobre a elaboração, redação,
IX - solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a alteração e consolidação das leis municipais. (AC)
intervenção no Município nos casos admitidos pela Constituição (parágrafo acrescentado pela Emenda à LOMnº 051 , de
Federal e pela Constituição Estadual; 18.08.2016)
X - encaminhar, para parecer prévio, a prestação de contas § 5º O Presidente da Câmara poderá, de oficio, ou se reque-
do Município ao Tribunal de Contas do Estado ou órgão a que for rido por 1/3 (um terço) dos Vereadores, não designar Ordem do
atribuída tal competência; Dia, por número limitado de 4 (quatro) sessões sequenciais ou

16
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

intercaladas, para prover discussões de matérias de alta complexi- II - servidores públicos do Poder Executivo, da Administração
dade e/ou de grande impacto aos servidores públicos municipais Indireta e autarquias, seu regime Jurídico, provimento de cargos,
ou á sociedade, antes estabilidade e aposentadoria;
da deliberação das respectivas matérias. (AC) (parágrafo acres- III - criação, estruturação e atribuições das Secretarias, Depar-
centado pelo art. 30 da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) tamentos ou Diretorias equivalentes e órgãos da Administração
Art. 90. A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada me- Pública;
diante proposta: IV - matéria orçamentária, e a que autorize a abertura de cré-
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Mu- ditos ou conceda auxílios e subvenções;
nicipal; V - lei que aumente a despesa pública.
II - do Prefeito Municipal. Parágrafo único. Não será admitido aumento da despesa
§ 1º A proposta será votada em dois turnos com interstício prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Municipal, ressalvado o disposto no § 3º, do art. 166, da Cons-
Câmara Municipal. tituição Federal.
§ 2º A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada Art. 94. É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a
pela Câmara com o respectivo número de ordem. iniciativa das leis que disponham sobre:
§ 3º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de I - autorização para abertura de créditos suplementares ou
estado de sítio ou de intervenção no Município. especiais, através do aproveitamento total ou parcial das consig-
§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou nações orçamentárias da Câmara;
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na II - organização dos serviços administrativos da Câmara, cria-
mesma sessão Legislativa. ção, transformação ou extinção de seus cargos, empregos, fun-
Art. 91. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe ções e fixação da respectiva remuneração.
a qualquer Vereador, à Mesa Diretora ou a qualquer Comissão Parágrafo único. Nos projetos de competência exclusiva da
Permanente na Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos, que a exer- Mesa da Câmara não serão admitidas emendas que aumentem a
cerão sob a forma de moção articulada, subscrita, no mínimo, despesa prevista, ressalvado o disposto na parte final do inciso II
por um centésimo do eleitorado municipal. (NR) (caput com re- deste artigo, se assinada por dois terços, no mínimo, dos Verea-
dação estabelecida pelo art. 31 da Emenda à LOMnº 055, de dores.
08.03.2017) Art. 95. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação
§ 1º As Comissões Permanentes somente terão a iniciativa de de projetos de sua iniciativa.
projetos de lei em matéria de sua especialidade. § 1º Solicitada a urgência a Câmara deverá se manifestar em
§ 2º Os projetos de lei de iniciativa popular serão apresen- até trinta dias sobre a pro posição, contados da data em que for
tados à Câmara Municipal, firmados pelos interessados, com a feita a solicitação.
identificação de seu nome por extenso, números do título de elei- § 2º Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior sem de-
tor e da zona eleitoral de cada um. liberação pela Câmara, será a proposição incluída na Ordem do
§ 3º O Presidente da Câmara Municipal, verificadas as condi- Dia, sobrestando-se as demais proposições, para que se ultime a
ções de admissibilidade dos projetos de iniciativa popular, não votação.
poderá negar seu seguimento, devendo encaminhá-lo às comis- § 3º O prazo do § 1º não corre no período de recesso da Câ-
sões competentes, adotado o procedimento legislativo ordinário. mara nem se aplica aos projetos de lei complementar.
§ 4º Admite-se iniciativa popular, com os mesmos requisitos Art. 96. Aprovado o projeto de lei será este enviado ao Pre-
do parágrafo anterior ou do Titulo VIII, Capítulos I e II do Re- feito, que, aquiescendo, o sancionará.
gimento Interno da Câmara Municipal, para solicitar urgência de § 1º O Prefeito, considerando o projeto, no todo ou em parte,
proposição em andamento na Câmara Municipal, nos respectivos inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total
termos regimentais e nas condições e prazos dos §§ 1º, 2º e 3º do ou parcialmente, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados da
art. 95 desta Lei Orgânica. (NR) (redação estabelecida pelo art. 31 data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito
da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) horas, ao Presidente da Câmara os motivos do veto. (NR) (redação
§ 5º O Título VIII, Capítulos I e II do Regimento Interno da estabelecida pelo art. 33 da Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017)
Câmara Municipal, bem como a resolução especifica nele men- § 2º Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o silêncio do
cionada regulamentam o exercício da iniciativa popular previstas Prefeito importará sanção.
nos §§ 2º e 3º. (NR) (redação estabelecida pelo art. 31 da Emenda § 3º O veto parcial somente abrangerá texto integral de arti-
à LOMnº 055 , de 08.03.2017) go, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
Art. 92. As leis complementares somente serão aprovadas § 4º A apreciação do veto, pelo plenário da Câmara, será feita
se obtiverem maioria absoluta dos votos dos membros da Câ- dentro de trinta dias a contar do seu recebimento, em uma só
mara Municipal, observados os demais termos de votação das leis discussão e votação, com parecer ou sem ele, só podendo ser re-
ordinárias. (NR) (redação estabelecida pelo art. 32 da Emenda à jeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores, em voto
LOMnº 055 , de 08.03.2017) nominal. (NR) (substituição de expressão pela Emenda à LOMnº 025
Art. 93. São de iniciativa exclusiva do Prefeito as leis que dis- , de 08.08.2001)
ponham sobre: § 5º Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito para
I - criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou que este o promulgue no prazo de 2 (dois) dias úteis.
empregos públicos na Administração Direta e autárquica ou au- (NR) (redação estabelecida pelo art. 33 da Emenda à LOMnº
mento de sua remuneração; 055 , de 08.03.2017)

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, cumprir a Constituição, observar as leis e administrar o Município
o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão imediata, so- visando o seu bem geral. (NR) (substituição de expressão pelo art.
brestadas as demais proposições, até a sua votação final, ressalva- 36 da Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017)
das as matérias de que trata o art. Parágrafo único. Decorridos dez dias da data fixada para
97 desta Lei Orgânica. (NR) (redação estabelecida pelo art. 33 a posse, se o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força
da Emenda à LOMnº 055 , de 08.03.2017) maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
§ 7º Anão promulgação da lei no prazo de até 15 (quinze)
dias úteis pelo Prefeito, no caso do § 2º, e de 2 (dois) dias úteis, SEÇÃO III
no caso do § 5º, autoriza o Presidente da Câmara a fazê-lo em Da Substituição do Prefeito
igual prazo. (NR) (redação estabelecida pelo art. 33 da Emenda à
LOMnº 055 , de 08.03.2017) Art. 104. O Vice-Prefeito substituirá o Prefeito em seus impe-
Art. 97. Os projetos de resolução disporão sobre matérias de dimentos e ausências e suceder-lhe-á no caso de vaga.
interesse interno da Câmara e os projetos de decreto legislativo § 1º O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Pre-
feito, sob pena de extinção do mandato, salvo motivo de força
sobre os demais casos de sua competência privativa.
maior ou de doença comprovada.
Parágrafo único. Nos casos de projeto de resolução e de pro-
§ 2º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe fo-
jeto de decreto legislativo, considerar-se-á concluída a deliberação
rem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele for
com a votação final a elaboração da norma jurídica, que será pro- convocado para missões especiais.
mulgada pelo Presidente da Câmara. Art. 105. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Pre-
Art. 98. A matéria constante de projeto de lei rejeitado so- feito, ou vacância do cargo, assumirá a administração municipal
mente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma ses- o Presidente da Câmara.
são legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos mem- Parágrafo único. A recusa do Presidente da Câmara, por
bros da Câmara, ou, nos casos previstos no Regimento Interno, qualquer motivo, a assumir o cargo de Prefeito, importará em
por iniciativa da Comissão de Legislação Participativa, Revisão da automática renúncia à sua função de dirigente do Legislativo, en-
Lei Orgânica e do Regimento Interno, aprovada pela maioria ab- sejando, assim, a eleição de outro membro para ocupar, como
soluta dos vereadores. (NR) (redação estabelecida pelo art. 34 da Presidente da Câmara, a chefia do Poder Executivo.
Emenda à LOM nº 055, de 08.03.2017) Art. 106. Verificando-se a vacância do cargo de Prefeito e
Art. 99. As deliberações da Câmara Municipal serão tomadas inexistindo Vice-Prefeito, observar-se-á o seguinte:
por maioria de votos, presente a maioria dos seus membros ou o I - ocorrendo a vacância nos dois primeiros anos do mandato,
devido quórum qualificado quando a matéria assim exigir, salva- dar-se-á eleição noventa dias após a sua abertura, cabendo aos
guardadas as regulações especificas constantes desta Lei Orgâni- eleitos completar o período de seus antecessores;
ca e do Regimento Interno. (NR) (redação estabelecida pelo art. 35 II - ocorrendo a vacância nos dois últimos anos de mandato,
da Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017) assumirá o Presidente da Câmara, que completará o período.

TÍTULO V - DO PODER EXECUTIVO SEÇÃO IV


CAPÍTULO I - DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO Do Afastamento e da Licença
SEÇÃO I - Disposições Gerais
Art. 107. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do
Art. 100. O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Pre- cargo não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-
feito, auxiliado pelos Secretários Municipais e Diretores com atri- se do Município por período superior a quinze dias, sob pena de
buições equivalentes ou assemelhadas. perda do cargo ou de mandato.
Parágrafo único. O Prefeito e o Vice-Prefeito regularmente
Parágrafo único. Aplica-se à elegibilidade para Prefeito e Vi-
licenciados terão direito a perceber a remuneração, quando:
ce-Prefeito o disposto no § 1º do art. 63, desta Lei Orgânica, no
I - impossibilitados de exercer o cargo, por motivo de doença
que couber, e a idade mínima de vinte e um anos.
devidamente comprovada;
Art. 101. O mandato do Prefeito é de quatro anos, vedada II - em gozo de férias;
a reeleição para o período subsequente, e terá início em 1º de III - a serviço ou em missão de representação do Município;
janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. IV - quando gestante, por 120 dias.
Art. 102. A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se Art. 108. O Prefeito gozará férias anuais de 30 trinta dias,
-á simultaneamente com a de Vereadores, nos termos estabeleci- sem prejuízo da remuneração, ficando a seu critério a época para
dos no art. 29, incisos I e II da Constituição Federal. usufruir do descanso.
Parágrafo único. A eleição do Prefeito importará a do Vice
-Prefeito com ele registrado. SEÇÃO V
Da Remuneração
SEÇÃO II
Da Posse Art. 109. Os subsídios do Prefeito e do Vice-Prefeito serão
fixados, obrigatoriamente, no segundo semestre do último ano de
Art. 103. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse na ses- cada legislatura, para vigorar na seguinte, obedecidos os seguin-
são solene de instalação da Câmara Municipal após a posse dos tes critérios: (NR) (caput com redação estabelecida pela Emenda à
Vereadores e prestarão o compromisso de manter, defender e LOMnº 023 , de 26.06.2000)

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

a) para o subsídio do Prefeito, o valor equivalente a, no má- XVIII - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como
ximo, o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo revê-las quando impostas irregularmente;
Tribunal Federal; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº XIX - resolver sobre os requerimentos, reclamações ou repre-
023 , de 26.06.2000) sentação que lhe forem dirigidas;
b) para o subsídio do Vice-Prefeito, 50% (cinquenta por cen- XX - oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis,
to) do valor do subsídio do Prefeito. (NR) (redação estabelecida as vias e logradouros públicos, mediante denominação aprovada
pela Emenda à LOMnº 024 , de 11.09.2000) pela Câmara;
XXI - convocar extraordinariamente a Câmara quando o inte-
CAPÍTULO II resse da administração o exigir;
Das Atribuições do Prefeito XXII - aprovar projetos de edificação e planos de loteamento,
arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos;
Art. 110. Compete ao Prefeito, entre outras atribuições: XXIII - apresentar, anualmente, à Câmara, relatório circunstan-
I - iniciar o processo legislativo, na forma e casos previstos ciado sobre o estado das obras e dos serviços municipais;
nesta Lei Orgânica; XXIV - organizar os serviços internos das repartições criadas
II - representar o Município em Juízo e fora dele; por lei, com observância do limite das dotações a elas destina-
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas das;
pela Câmara e expedir os regulamentos para sua fiel execução; XXV - contrair empréstimos e realizar operações de crédito,
IV - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados mediante prévia autorização da Câmara;
pela Câmara; XXVI - providenciar sobre a administração dos bens do Mu-
V - nomear exonerar os Secretários Municipais e os Diretores nicípio e sua alienação, na forma da lei;
dos órgãos da Administração Pública Direta e Indireta; XXVII - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços rela-
VI - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por neces- tivos às terras do Município;
sidade ou utilidade pública, ou por interesse social; XXVIII - desenvolver o sistema viário do Município;
VII - expedir decretos, portarias e outros atos administra- XXIX - conceder auxílios e subvenções, nos limites das res-
tivos; pectivas verbas orçamentárias e do plano de distribuição, prévia e
VIII - Todas as matérias que tratam de permissão de uso, tro- anualmente aprovado pela Câmara;
ca, venda ou doação de bens municipais deverão ser encaminha- XXX - providenciar o incremento do ensino;
das, através de projetos de lei, à Câmara Municipal para sua apre- XXXI - estabelecer a divisão administrativa do Município, de
ciação; (NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 008 , acordo com a lei;
de 10.12.1996) XXXII - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado
IX - prover os cargos públicos e expedir os demais atos refe- para garantia do cumprimento de seus atos;
rentes à situação funcional dos servidores; XXXIII - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara,
X - enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao orçamento para ausentar-se do Município por tempo superior a quinze dias;
anual e ao plano plurianual do Município e seus entes, já incorpo- XXXIV - adotar providências para a conservação e salvaguar-
radas as prioridades e ações estratégicas do Programa de Metas e da do patrimônio municipal;
da Lei do Plano Diretor Participativo; (NR) (redação estabelecida XXXV - publicar, até trinta dias após o encerramento de cada
pela Emenda à LOMnº 035 , de 12.12.2008) bimestre, relatório resumido da execução orçamentária;
XI - Encaminhar à Câmara, no prazo de 120 (cento e vinte) XXXVI - estimular a participação popular e estabelecer pro-
dias do encerramento do exercício financeiro, a prestação de con- grama de incentivo para os fins previstos no art. 39, XIV, desta Lei
tas bem como os balanços do exercício findo; (NR) (redação esta- Orgânica;
belecida pela Emenda à LOMnº 013, de 17.07.1997) XXXVII - revogar atos administrativos por razão de interesse
XII - encaminhar aos órgãos competentes os planos de apli- público e anulá-los por vício de ilegalidade, observado o devido
cação e as prestações de contas exigidas em lei; processo legal;
XIII - fazer publicar os atos oficiais; XXXVIII - celebrar convênios, acordos ou qualquer outro ins-
XIV - prestar à Câmara, dentro de trinta dias, as informações trumento, com a União, Estados ou Municípios, inclusive com
pela mesma solicitadas, salvo prorrogação, a seu pedido e por empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações e
prazo determinado, em face da complexidade da matéria ou da outros órgãos da administração direta e indireta, na forma da lei;
dificuldade de obtenção, nas respectivas fontes, de dados neces- XXXIX - enviar ao Tribunal de Contas no prazo de 180 (cento
sários ao atendimento do pedido; e oitenta) dias do encerramento do exercício financeiro sua res-
XV - prover os serviços e obras da administração pública; pectiva prestação de contas; (NR) (redação estabelecida pela Emen-
XVI - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a da à LOMnº 014 , de 17.07.1997)
guarda e aplicação da receita, autorizando as despesas e paga- XL - devolver, dentro do prazo de 30 (trinta) dias úteis, de seu
mentos dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos recebimento, todos os processos encaminhados para audiên-
votados pela Câmara; cia, e não o fazendo o mesmo será votado pela cópia. (AC) (inciso
XVII - colocar à disposição da Câmara, dentro de quinze dias acrescentado pela Emenda à LOMnº 007, de 10.12.1996)
de sua requisição, as quantias que devam ser despendidas de uma XLI - o Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa de
só vez e, até o dia dez de cada mês, os recursos correspondentes Metas de sua gestão, até 100 (cem) dias após sua posse, que con-
às suas dotações orçamentárias, compreendendo os créditos su- terá as prioridades, as ações estratégicas, os indicadores e metas
plementares e especiais; quantitativas para cada um dos setores da Administração Pública

19
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Municipal, Secretarias, Autarquias, Superintendências, Progra- CAPÍTULO III


mas, Administrações de Distritos e Bairros da cidade, observando, DAS VEDAÇÕES E PERDADO MANDATO
no mínimo, as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, SEÇÃO I - Dos Impedimentos e Incompatibilidades
diretrizes, ações estratégicas e demais normas da Lei do Plano Di-
retor Participativo. (AC) (inciso acrescentado pela Emenda à LOM- Art. 112. É vedado ao Prefeito assumir outro cargo ou função
na Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em
nº 035 , de 12.12.2008)
virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, II,
§ 1º O Programa de Metas será amplamente divulgado, por IV e V, da Constituição Federal, e no art.
meio eletrônico, pela mídia impressa, radiofônica e televisiva e pu- 41, desta Lei Orgânica.
blicado no Diário Oficial da Cidade no dia imediatamente seguin- § 1º Ao Prefeito e ao Vice-Prefeito é vedado desempenhar
te ao do término do prazo referido neste inciso. (AC) (parágrafo função, a qualquer título, em empresa privada, que mantenha
acrescentado pela Emenda à LOMnº 035 , de 12.12.2008) contrato com o Município e qualquer de suas autarquias, empre-
§ 2º O Poder Executivo promoverá, dentro de trinta dias após sas públicas ou fundações, ressalvado o disposto no parágrafo
o término do prazo a que se refere este artigo, o debate público único, do art. 53, desta Lei Orgânica.
sobre o Programa de Metas mediante audiências públicas gerais, § 2º A infringência ao disposto neste artigo e em seu § 1º
temáticas e distritais (Centro, Riograndina, Campo do Coelho, implicará perda do mandato.
Amparo, Lumiar, Conselheiro Paulino, São Pedro da Serra e Mury). Art. 113. As incompatibilidades declaradas no art. 74, seus
(AC) (parágrafo acrescentado pela Emenda à LOMnº 035 , de incisos e alíneas desta Lei Orgânica, estendem-se, no que forem
12.12.2008) aplicáveis, ao Prefeito e aos Secretários Municipais ou autoridades
equivalentes.
§ 3º O Poder Executivo divulgará semestralmente os indica-
dores de desempenho relativos à execução dos diversos itens do SEÇÃO II
Programa de Metas. (AC) (parágrafo acrescentado pela Emenda à Dos Crimes de Responsabilidades Comuns
LOMnº 035 , de 12.12.2008)
§ 4º O Prefeito poderá proceder alterações no Programa de Art. 114. São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito
Metas sempre em conformidade com a lei do Plano Diretor Parti- que atentem contra a Constituição Federal, a Constituição Esta-
cipativo, justificando-as por escrito e divulgando-as amplamente dual e, a Lei Orgânica do Município, e, especificamente contra:
pelos meios de comunicação previstos neste artigo. (AC) (pará- I - o livre exercício dos poderes constituídos;
grafo acrescentado pela Emenda à LOMnº 035 , de 12.12.2008) II - o exercício dos direitos individuais, políticos e sociais;
§ 5º Os indicadores de desempenho serão elaborados e fixa- III - a probidade na administração;
dos conforme os seguintes critérios: (AC) (parágrafo acrescentado IV - a lei orçamentária;
pela Emenda à LOMnº 035 , de 12.12.2008) V - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
a) promoção do desenvolvimento com sustentabilidade am- Parágrafo único. Admitida a acusação por dois terços da Câ-
mara Municipal, o Prefeito será submetido a julgamento perante o
biental, social e econômica;
Tribunal de Justiça do Estado.
b) inclusão social com redução das desigualdades regionais
Art. 115. São crimes comuns do Prefeito os previstos em Lei
e sociais; Federal.
c) atendimento das funções sociais da cidade com melhoria Parágrafo único. O Prefeito ficará suspenso de suas funções
da qualidade de vida urbana; nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa
d) promoção do cumprimento da função social da proprie- pelo Tribunal de Justiça do Estado, mediante despacho circuns-
dade; tanciado.
e) promoção e defesa dos direitos fundamentais individuais e SEÇÃO III
sociais de toda pessoa humana; Dos Crimes de Responsabilidades
f) promoção de meio ambiente ecologicamente equilibrado e Político-Administrativas
combate à poluição sob todas as suas formas;
g) universalização do atendimento dos serviços públicos mu- Art. 116. São infrações político-administrativas do Prefeito as
nicipais com regularidade; continuidade; eficiência, rapidez e previstas em lei federal.
§ 1º Se, ocorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-
cortesia no atendimento ao cidadão; segurança; atualidade com
to não estiver concluído, cessará a suspensão sem prejuízo do
as melhores técnicas, métodos, processos e equipamentos; e mo-
regular prosseguimento do processo.
dicidade das tarifas e preços públicos que contemplem diferente- § 2º O Prefeito, na vigência do seu mandato, não pode ser
mente as condições econômicas da população. responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
§ 6º Ao final de cada ano, o Prefeito divulgará o relatório da
execução do Programa de Metas, o qual será disponibilizado in- SEÇÃO IV
tegralmente pelos meios de comunicação previstos neste artigo. Da Vacância do Cargo
(AC) (parágrafo acrescentado pela Emenda à LOMnº 035 , de
12.12.2008) Art. 117. Será declarado vago, pela Câmara Municipal, o car-
go de Prefeito quando:
Art. 111. O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus au- I - ocorrer falecimento, renúncia, interdição que o incapacite
xiliares, as funções administrativas, prevista nos incisos IX, XII, XV, para o exercício do cargo ou condenação por crime funcional ou
XVIII, XXIV e XXXVIII do art. 110, desta Lei Orgânica. eleitoral;

20
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

II - deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câ- CAPÍTULO V
mara, dentro do prazo de dez dias; DA SEGURANÇA PÚBLICA
III - infringir as normas dos artigos 53 e 107, desta Lei Or-
gânica; Art. 125. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
IV - perder ou tiver suspensos os direitos políticos. ponsabilidade de todos, é exercida no âmbito Municipal, para
preservação do meio ambiente, dos bens do Município e a disci-
CAPÍTULO IV plina do trânsito, observada a legislação estadual.
Dos Auxiliares Diretos do Prefeito Art. 126. A Guarda Municipal é órgão permanente da Admi-
nistração Pública Municipal e sua organização e funcionamento
Art. 118. São auxiliares diretos do Prefeito: deverão estar em consonância com a Lei Federal nº 13.022/2014
I - os Secretários Municipais; (Estatuto Geral dos Guardas Municipais). (NR) (caput com reda-
II - os Diretores de órgãos da Administração Pública Direta. ção estabelecida pela Emenda à LOMnº 048 , de 01.04.2015)
Parágrafo único. Os cargos são de livre nomeação e demis- § 1º Alei complementar de criação de guarda municipal dis-
são do Prefeito. porá sobre o acesso, direitos, deveres, vantagens e regime de tra-
Art. 119. Alei municipal estabelecerá as atribuições dos auxi- balho, com base na hierarquia e disciplina.
liares diretos do Prefeito, definindo-lhes a competência, deveres § 2º A investidura nos casos da guarda municipal far-se-á me-
e responsabilidades. diante concurso público de provas ou de provas e títulos.
Art. 120. São condições essenciais para a investidura no car-
go de Secretário ou Diretor: CAPÍTULO VI
I - ser brasileiro; DA CONSULTA POPULAR
II - estar no exercício dos direitos políticos;
III - ser maior de vinte e um anos. Art. 127. O Prefeito Municipal, realizará consultas populares
Art. 121. Além das atribuições fixadas em lei, compete aos para decidir sobre assuntos de interesse específico do Município,
Secretários ou Diretores: de bairro ou de distrito, cujas medidas deverão ser tomadas dire-
I - subscrever atos e regulamentos referentes aos seus ór- tamente pela Administração Municipal.
gãos; Art. 128. A consulta popular será realizada sempre que dois
II - expedir instruções para a boa execução das leis, decretos terços dos membros da Câmara ou pelo menos 5% (cinco por
e regulamentos; cento) do eleitorado inscrito no Município, no bairro ou no distri-
III - apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços reali- to, com a identificação do título eleitoral, apresentarem proposi-
zados por sua Secretarias ou órgãos; ção nesse sentido.
IV - comparecer à Câmara Municipal, sempre que convocados Art. 129. A votação será organizada pelo Poder Executivo no
pela mesma, para prestação de esclarecimentos oficiais sobre prazo de dois meses após a apresentação da proposição, adotan-
matéria em tramitação. do-se cédula oficial que conterá a palavra SIMe NÃO, indicando
Parágrafo único. Os decretos, atos e regulamentos referentes respectivamente, aprovação ou rejeição da proposição.
aos serviços autônomos ou autárquicos serão referendados pelo § 1º A proposição será considerada aprovada se o resulta-
Secretário ou Diretor da Administração. do lhe tiver sido favorável pelo voto da maioria dos eleitores que
Art. 122. O Prefeito pode delegar aos secretários e demais comparecerem às urnas, em manifestação a que se tenham apre-
agentes públicos municipais com autoridade administrativa a sentado pelo menos 50% (cinquenta por cento) da totalidade dos
competência de ser ordenador de despesa das contas de suas res- eleitores envolvidos.
pectivas pastas, sem prejuízo do disposto na legislação federal, § 2º É vedada a realização de consulta popular nos quatro
especialmente na Constituição da República e na Lei Complemen- meses que antecederem as eleições para qualquer nível de Go-
tar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). (NR) (redação verno.
estabelecida pela Emenda à LOMnº 043 , de 27.02.2013) Art. 130. O Prefeito Municipal proclamará o resultado da
consulta popular, que será considerado como decisão sobre a
Art. 123. Aos Administradores de Bairros ou dos Distritos, questão proposta, devendo o Governo Municipal, quando couber,
como delegados do poder Executivo, compete: adotar as providências legais para sua consecução.
I - cumprir e fazer cumprir as leis, resoluções, regulamentos e,
mediante instruções expedidas pelo Prefeito, os atos pela Câmara CAPÍTULO VI
e por ele aprovados; DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA
II - atender as reclamações das partes e encaminhá-las ao
Prefeito, quando se tratar de matéria estranha às suas atribuições Art. 131. Quinze (15) dias após as eleições municipais, o Pre-
ou quando for o caso; feito convidará o Prefeito eleito a tomar ciência do real estado da
III - indicar ao Prefeito as providências necessárias ao Bairro Administração Municipal, oportunidade em que colocará à dispo-
ou Distrito; sição todos os elementos e informes necessários à transição do
IV - fiscalizar os serviços que lhes são afetos; governo.
V - prestar contas ao Prefeito mensalmente ou quando lhes Art. 132. No atendimento ao disposto no artigo anterior, o
forem solicitadas. Prefeito Municipal deverá preparar, para entrega ao seu futuro
Art. 124. O Administrador, em caso de licença ou impedido, sucessor, relatório da situação da Administração Municipal que
será substituído por pessoa de livre escolha do Prefeito. conterá, entre outras, informações atualizadas sobre:

21
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

I - dívidas do Município, por credor, com as datas dos respec- CAPÍTULO II


tivos vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e encargos DO SISTEMA
decorrentes de operações de crédito, informando sobre o estado TRIBUTÁRIO MUNICIPAL
econômico-financeiro da Administração Municipal, para realizar
os aludidos pagamentos; Art. 136. São tributos municipais os impostos, as taxas e a
II - medidas necessárias à regularização das contas munici- contribuição de melhoria decorrente de obras públicas, instituí-
pais perante o Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se for dos por lei municipal, atendidos os princípios estabelecidos na
o caso; Constituição Federal e nas normas gerais de direito tributário.
III - prestação de contas de convênios celebrados com orga- § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
nismos da União e do Estado, bem como o recebimento de sub- e serão graduados segundo a capacidade econômica do contri-
venções ou auxílios; buinte, facultado à administração municipal, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
IV - situação dos contratos com concessionários e permissio-
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
nárias de serviços públicos;
mentos e as atividades econômicas do contribuinte.
V - estado dos contratos de obras e serviços em execução ou § 2º Lei específica estabelecerá tratamento diferenciado às
apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago microempresas, quer no aspecto da tributação, quer ainda no
e o que há por executar e pagar, com os prazos respectivos; cumprimento das obrigações acessórias.
VI - transferências a serem recebidas da União e do Estado
por força de mandamento constitucional ou de convênios; CAPÍTULO III
VII - projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
na Câmara Municipal, para permitir que a nova Administração de- SEÇÃO I
cida quanto à conveniência de lhes dar prosseguimento, acelerar Dos Impostos
seu andamento ou retirá-los;
VIII - situação dos servidores do Município, seu custo, quan- Art. 137. Compete ao Município instituir impostos sobre:
tidade e órgãos em que estão lotados e em exercício; I - propriedade predial e territorial urbana;
IX - situação dos processos judiciais em andamento, inclusive II - transmissão, inter vivos, a qualquer título, por ato onero-
com a estimativa dos respectivos valores em discussão. so, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
Parágrafo único. Complementarmente, designará os respec- reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
tivos Secretários e Diretores para prestar Esclarecimentos adicio- direitos a sua aquisição;
III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, ex-
nais à equipe indicada pelo Prefeito eleito.
ceto óleo diesel;
Art. 133. É vedado ao Prefeito Municipal assumir por qual-
IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
quer forma, compromissos financeiros para execução de progra- competência do Estado, definidos na lei complementar prevista
mas ou projetos após o término do seu mandato, não previstos na no art. 156, IV, da Constituição Federal e excluídas de sua incidên-
legislação orçamentária. cia as exportações de serviços para o exterior.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica nos casos compro- § 1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo,
vados de calamidade pública. nos termos da lei, de forma a assegurar o cumprimento da fun-
§ 2º Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empe- ção social da propriedade.
nhos e atos praticados em desacordo com este artigo, sem pre- § 2º O imposto previsto no inciso II não incide sobre a trans-
juízo da responsabilidade do Prefeito Municipal. missão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pes-
soa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de
TÍTULO VI bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO, FINANÇAS E DO extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade pre-
ORÇAMENTO ponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
CAPÍTULO I direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS § 3º São isentas do tributo previsto no inciso II, as operações
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma
Art. 134. O sistema tributário municipal será regulado pelo agrária e reassentamento de população carente em áreas urba-
nas.
disposto nas Constituições da República e Estadual, nesta Lei Or-
§ 4º Fica desobrigado de pagamento do Imposto Sobre Ser-
gânica e leis complementares e ordinárias.
viços, o segurado da previdência social, pessoa física, que estiver
Art. 135. O Município balizará a sua ação no campo da tribu- afastado da profissão por motivo de doença através de comprova-
tação pelo princípio da justiça fiscal e pela utilização dos mecanis- ção da perícia médica do I.N.P.S.
mos tributários, prioritariamente, como instrumento de realização
social. SEÇÃO II
Parágrafo único. A instituição de tributos, a fixação de alí- Das Taxas
quotas, a concessão de isenções tributárias, a concessão de in-
centivos, anistia, remissão de dívidas ou benefícios fiscais serão Art. 138. As taxas serão instituídas em razão do exercício do
feitas por leis específicas, aprovadas por maioria absoluta do Po- Poder de Polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de servi-
der Legislativo, que atenderá dentre outras, a destinação social da ços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
propriedade. postos à disposição pelo Município.

22
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 1º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im- Art. 142. Alei determinará medidas para que os contribuintes
postos. sejam esclarecidos acerca dos impostos municipais.
§ 2º Os contribuintes ficarão desobrigados de pagar as taxas a Art. 143. As empresas públicas e as sociedades de economia
que estão obrigados se houver, comprovadamente, interrupção mista, não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos ao
dos respectivos serviços, mediante processo regular. setor privado, salvo os casos de concessão exclusiva de prestação
de serviços públicos.
SEÇÃO III
Da Contribuição de Melhoria CAPÍTULO V
DA UNIDADE FISCAL DO MUNICÍPIO
Art. 139. A contribuição de melhoria poderá ser instituída e
Art. 144. A Unidade Fiscal do Município de Nova Friburgo, a
cobrada em decorrência de obras públicas, nos termos e limites
ser utilizada para cobrança dos tributos municipais terá seu valor
definidos na lei complementar a que se refere o art. 146 da Cons- fixado em lei
tituição Federal.
CAPÍTULO VI
SEÇÃO IV DA RECEITA DE PARTICIPAÇÃO
Da Contribuição Previdenciária e Assistencial
Art. 145. Constituem receita municipal os valores recebidos
Art. 140. O Município poderá instituir contribuição, cobrada decorrentes da participação em impostos da União e do Estado,
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do siste- dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos Municípios
ma de previdência e assistência social que criar e administrar, na e da utilização de seus bens, serviços, atividades e de outros in-
forma da lei. gressos.
Parágrafo único. O Município tem direito à participação no
CAPÍTULO IV resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recur-
sos minerais de seu território.
Art. 141. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao Art. 146. Pertencem ao Município:
contribuinte, é vedado ao Município: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre ren-
da e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Município, suas autar-
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
quias e fundações por ele mantidas;
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do im-
em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, posto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, aos imóveis situados no Município;
títulos e direitos; III - setenta por cento do produto da arrecadação do imposto
III - cobrar tributos: da União sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relati-
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vas a títulos ou valores mobiliários, incidente sobre o ouro, quan-
vigência da lei que houver instituído ou aumentado; do definido por lei federal como ativo financeiro ou instrumento
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada cambial, observado o disposto no art. 153, § 5º, da Constituição
a lei que os instituiu ou aumentou. Federal;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; IV - cinquenta por cento do produto da arrecadação do im-
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, ou posto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, licenciados no território municipal;
em razão de sua procedência ou destino, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI - instituir impostos sobre: V - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do im-
posto do Estado sobre operações relativas à circulação de mer-
a) patrimônio, renda ou serviços de outros municípios, do Es-
cadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual
tado ou da União;
e intermunicipal e de comunicação;
b) templos de qualquer culto; VI - a respectiva cota do Fundo de Participação dos Municí-
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, in- pios, a que se refere o art. 159, inciso I, alínea “b”, da Constituição
clusive entidades sindicais dos trabalhadores, das associações de Federal.
classe, das instituições de educação e de assistência social, sem VII - vinte e cinco por cento dos recursos recebidos pelo esta-
fins lucrativos, observados os requisitos da lei; do nos termos do art. 159, § 3º, da Constituição Federal.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua im-
pressão. CAPÍTULO VII
§ 1º As vedações expressas nas alíneas “b” e “c” do inciso VI, DOS PREÇOS PÚBLICOS E TARIFAS
compreendem somente o patrimônio e os serviços relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nela mencionadas. Art. 147. Afixação dos preços públicos, devidos pela utiliza-
§ 2º Não constitui aumento de tributo a atualização monetá- ção de bens, serviços e atividades municipais, será feita pelo Pre-
ria da respectiva base real de cálculo. feito mediante edição de decreto.

23
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Parágrafo único. As tarifas dos serviços públicos deverão CAPÍTULO X


cobrir os seus custos e a justa remuneração do capital, sendo DADESPESA
reajustáveis quando se tornarem deficientes ou excedentes.
Art. 148. Para efeito de imposto sobre propriedade predial e Art. 153. A despesa pública atenderá aos princípios estabele-
territorial urbana: cidos na Constituição Federal e às normas de direito financeiro.
I - considera-se o valor venal, para fins de tributação, no caso Art. 154. Na priorização dos gastos públicos, serão obser-
de imóvel não edificado, o valor do terreno; vados:
II - o imóvel que fizer frente para vários logradouros, terá I - a satisfação das necessidades coletivas, visando o maior
como base de estimativa do seu valor venal a referência no que rendimento com menor sacrifício, em proveito da comunidade
for mais valorizado. carente.
Art. 149. O lançamento do valor venal de imóvel, para efeito Art. 155. Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem
de cobrança de imposto, será efetuado segundo critérios de zo- que exista recurso disponível e crédito votado pela Câmara Mu-
neamento urbano e rural. nicipal, salvo a que correr por conta de crédito extraordinário.
Parágrafo único. O contribuinte poderá requerer, a qualquer Art. 156. Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será
tempo, a reavaliação do valor venal de sua propriedade. executada sem que dela conste a indicação do recurso para aten-
dimento do correspondente encargo.
CAPÍTULO VIII Art. 157. A despesa com o pessoal ativo e inativo do Muni-
DAS NOTIFICAÇÕES DE LANÇAMENTOS cípio não poderá exceder os limites estabelecidos em lei comple-
E RECURSOS mentar federal. (NR) (caput com redação estabelecida pela Emenda
à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
Art. 150. Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de re-
de qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notifi- muneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de car-
cação. reiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, e aos
§ 1º Considera-se notificação a entrega do aviso de lança- órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
mento no domicílio fiscal do contribuinte ou sua publicação no fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão
jornal local que divulga os atos oficiais da Municipalidade, ou sua ser feitas:
afixação no átrio de entrada da Prefeitura. I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
§ 2º Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito, asse- atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
gurado para sua interposição o prazo de 15 (quinze) dias, conta- decorrentes;
dos da data da notificação. II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça-
mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
CAPÍTULO IX economia mista.
DAS FINANÇAS PÚBLICAS § 2º Ficam ressalvadas da proibição prevista no artigo ante-
rior as contratações de pessoal, por períodos determinados, para
Art. 151. O exercício financeiro abrange as operações relati- atender às necessidades urgentes e inadiáveis do Município.
vas às receitas e despesas autorizadas por lei, dentro do respec- § 3º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar re-
ferida no “caput” deste artigo para adaptação aos parâmetros ali
tivo ano financeiro, bem como todas as variações verificadas no
previstos, e não atendido os limites com as despesas de pessoal,
patrimônio municipal, decorrentes da execução do orçamento.
aplicar-se-á o contido no seguinte
§ 1º Além dos tributos municipais, receitas patrimoniais, re-
§ 4º. (NR) (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 018 ,
ceitas de capital e das receitas de participação nos impostos fede-
de 25.02.1999)
rais e estaduais, incorporar-se-á à receita do município, o resulta-
§ 4º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
do das aplicações de capital no mercado financeiro.
neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar, referida
§ 2º O resultado das aplicações financeiras das verbas espe-
no “caput”, o Município adotará as seguintes providências: (NR)
cíficas, conveniadas e de transferências federal e estadual, serão
(redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
obrigatoriamente aplicadas em sua área de origem. I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
§ 3º Constitui receita patrimonial do Município, os seguintes cargos em comissão e funções de confiança;
ingressos: II - exoneração dos servidores não estáveis.
I - receitas imobiliárias; § 5º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
II - alugueis e arrendamento de imóveis; não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determi-
III - foros e laudêmios; nação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
IV - receitas de valores imobiliários; poderá perder o cargo desde que ato normativo motivado de
V - participação, dividendos e juros de rendas; cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão
VI - outras receitas patrimoniais. ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (NR)
Art. 152. As disponibilidades de caixa do Município, de suas (redação estabelecida pela Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999)
autarquias, fundações e das empresas por ele controladas serão § 6º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo
depositadas em instituições financeiras oficiais, prioritariamente anterior fará jus à indenização correspondente a um mês de re-
aqueles dos Estado do Rio de Janeiro, salvo os casos previstos muneração por ano de serviço. (AC) (parágrafo acrescentado pela
em lei. Emenda à LOMnº 018 , de 25.02.1999)

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 7º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos SEÇÃO II


anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, Das Leis Orçamentárias
emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas, pelo
prazo de quatro anos. (AC) (parágrafo acrescentado pela Emenda Art. 160. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelece-
à LOMnº 018 , de 25.02.1999) rão:
§ 8º O Município aplicará, ao seu pessoal, o disposto na Lei I - o Plano Plurianual;
Federal sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação II - as Diretrizes Orçamentárias;
do contido no § 5º. (AC) (parágrafo acrescentado pela Emenda à III - os Orçamentos Anuais.
LOMnº 018 , de 25.02.1999) § 1º Alei que instituir o plano plurianual, as diretrizes, objetos
Art. 157-A. A despesa com pessoal ativo e inativo do Muni- e metas da administração do Município, para as despesas de ca-
cípio de Nova Friburgo, das entidades da Administração Direta pital e outras dela decorrentes, e para as relativas aos programas
ou Indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder de duração continuadas, assegurará o investimento nos distritos,
Público, não poderão ser parceladas nem preteridas por outras garantindo seu desenvolvimento de acordo com suas característi-
despesas, excetuadas as aplicações e repasses constitucionais obri- cas e necessidades básicas.
gatórios. (AC) (artigo acrescentado pela Emenda à LOMnº 053 , de § 2º Alei orçamentária compreenderá:
22.09.2016) I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Município,
Parágrafo único. A regra do não parcelamento do caput não seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e in-
se aplica ao 13º salário dos servidores públicos do Município, que direta;
poderá ser parcelado em duas vezes, dentro do exercício em que II - o orçamento de investimento das empresas em que o
seja devido. Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto;
CAPÍTULO XI III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
DO ORÇAMENTO entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta e
SEÇÃO I - Normas Gerais indireta, bem como os fundos instituídos pelo Poder Público.
Art. 161. O Prefeito enviará à Câmara, no prazo consignado
Art. 158. A elaboração e a execução da lei orçamentária na lei complementar federal, a proposta de orçamento anual do
anual e do plano plurianual obedecerão as regras estabelecidas
Município para o exercício seguinte.
na Constituição Federal, na Constituição do Estado, nas normas de
§ 1º O não cumprimento do disposto no caput deste artigo
Direito Financeiro e Orçamentário.
implicará a elaboração pela Câmara, independentemente do en-
Art. 159. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual e ao
vio da proposta, da competente Lei de Meios, tomando por base
orçamento anual, bem como os créditos adicionais serão apre-
a lei orçamentária em vigor.
ciados pela Comissão Permanente de Orçamento e Finanças, à
§ 2º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara, para pro-
qual caberá:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e as contas por a modificação do projeto de lei orçamentária, enquanto não
apresentadas anualmente pelo Prefeito Municipal; iniciada a votação da parte que deseja alterar.
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
de investimentos e exercer o acompanhamento e fiscalização or- Art. 162. A Câmara não enviando, no prazo consignado na
çamentária, sem prejuízo de atuação das demais Comissões da lei complementar federal, o projeto de lei orçamentária à sanção,
Câmara. será promulgada como lei, pelo Prefeito, o projeto originário do
§ 1º As emendas serão apresentadas na Comissão, que sobre Executivo.
elas emitirá parecer, e apreciadas na forma regimental. Art. 163. Rejeitado pela Câmara o projeto de lei orçamentária
§ 2º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos anual, prevalecerá, para o ano seguinte, o orçamento do exercí-
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovados caso: cio em curso, aplicando-se-lhe a atualização dos valores.
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de Art. 164. Aplicam-se ao projeto de lei orçamentária, no que
diretrizes orçamentárias; não contrariarem o disposto neste Capítulo, as regras do processo
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os legislativo.
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam Art. 165. O orçamento será uno, incorporando-se, obriga-
sobre: toriamente, na receita, todos os tributos, rendas e suprimentos
a) dotações para pessoal e seus encargos; de fundos, e incluindo-se discriminadamente, na despesa, as do-
b) serviço da dívida; ou tações necessárias ao custeio de todos os serviços municipais.
III - sejam relacionados: Parágrafo único. Na parte do orçamento referente aos ór-
a) com a correção de erros ou omissões; ou gãos da administração indireta, serão especificadas as dotações
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. que constituam subvenções, transferências ou quaisquer outros
§ 3º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias recursos destinados às suas operacionalidades.
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano Art. 166. O orçamento não conterá dispositivo estranho à
plurianual. previsão da receita, nem à fixação da despesa anteriormente au-
§ 4º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou torizada.
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem des- Parágrafo único. Não se incluem nesta proibição a:
pesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, I - autorização para abertura de créditos suplementares;
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e es- II - contratação de operações de crédito, ainda que por ante-
pecífica autorização legislativa. cipação de receita, nos termos da lei.

25
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

SEÇÃO III nomicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será


Das Vedações exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pe-
los sistemas de controle interno do Executivo, instituídos em lei.
Art. 167. São vedados: § 1º O controle externo da Câmara será exercido com o auxí-
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei or- lio do Tribunal de Contas do Estado e compreenderá a apreciação
çamentária anual; das Contas do Prefeito e da Mesa da Câmara, o acompanhamento
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações das atividades financeiras e orçamentárias, bem como o julga-
diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; mento das contas dos administradores e demais responsáveis por
III - a realização de operações de créditos que excedam o bens e valores públicos.
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas me- § 2º Somente por decisão de dois terços dos membros da
diante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, Câmara Municipal deixará de prevalecer o parecer emitido pelo
aprovadas pela Câmara por maioria absoluta; Tribunal de Contas do Estado.
IV - a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou § 3º As contas do Município ficarão, no decurso do prazo pre-
despesa, ressalvadas a repartição do produto de arrecadação dos
visto no parágrafo 2º deste artigo, à disposição de qualquer con-
impostos a que se refere os arts. 158 e 159 da Constituição Fede-
tribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes
ral, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimen-
a legitimidade, nos termos da lei.
to do ensino e a prestação de garantias às operações de crédito
por antecipação de receita, previstas nesta Lei Orgânica. § 4º As contas relativas à aplicação dos recursos transferidos
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia pela União e Estado serão prestadas na forma da legislação fede-
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspon- ral e estadual em vigor, podendo o Município suplementá-las, sem
dentes; prejuízo de sua inclusão na prestação anual das contas.
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de § 5º Qualquer cidadão partido político, associação ou sindi-
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um cato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar ilegalidade
órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; perante o Tribunal de Contas do Estado.
VII - a concessão ou autorização de créditos ilimitados; Art. 170. O Executivo manterá sistema de controle interno,
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de re- a fim de:
cursos dos orçamentos fiscais e da seguridade social para suprir I - criar condições indispensáveis para assegurar eficácia ao
necessidades ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, controle externo e regularidade à realização da receita e despesa;
inclusive dos mencionados no art. 160, III, desta Lei Orgânica; II - acompanhar as execuções de programas de trabalho e do
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia orçamento;
autorização legislativa. III - avaliar os resultados alcançados pelos administradores;
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer- IV - verificar a execução dos contratos;
cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano V - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
plurianual, ou sem lei que autoriza a inclusão, sob pena de crime pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei,
de responsabilidade. que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no dano causado ao erário.
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de Parágrafo único. São sujeitos à tomada ou à prestação de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele contas os agentes da Administração Municipal responsáveis por
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão bens e valores pertencentes ou confiados à Fazenda Pública Mu-
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. nicipal.
§ 3º Aabertura de crédito extraordinário será admitida para
atender às despesas imprevisíveis e urgentes, inclusive as decor-
TÍTULO VII
rentes de calamidade pública, ficando o Poder Executivo obrigado
DA ORDEM ECONÔMICA, FINANCEIRA E
à prestação de contas dos referidos recursos tão logo cessem as
DO MEIO AMBIENTE
causas e respectivos efeitos.
CAPÍTULO I
SEÇÃO IV DISPOSIÇÕES GERAIS
Dos Recursos Suplementares e
Especiais Destinados à Câmara Municipal Art. 171. O Município, dentro de sua competência, organiza-
rá a ordem econômica, financeira e de proteção ao meio ambien-
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamen- te, conciliando a liberdade de iniciativa com os superiores interes-
tárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, des- ses da coletividade.
tinados à Câmara Municipal, ser-lhes-ão entregues até o dia 10 de Art. 172. Aintervenção do Município, no domínio econômico,
cada mês. terá por objetivo estimular e orientar a produção, defender os
CAPÍTULO XII interesses do povo e promover a justiça e solidariedade sociais.
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA Art. 173. O trabalho é obrigação social, garantido a todos o
E ORÇAMENTÁRIA direito ao emprego e à justa remuneração, que proporcione exis-
tência digna na família e na sociedade.
Art. 169. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, Art. 174. O Município considerará o capital não apenas como
operacional e patrimonial do Município e das entidades da admi- instrumento produtor de lucro, mas também como meio de ex-
nistração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, eco- pansão econômica e de bem estar coletivo.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Art. 175. O Município, em ação conjunta com o Estado, as- Art. 181. Alei estabelecerá as diretrizes e bases do desen-
sistirá aos trabalhadores rurais e suas organizações legais, ob- volvimento equilibrado, consideradas as características e as ne-
jetivando proporcionar a eles, entre outros benefícios, meios de cessidades do Município, seus Distritos e Vilas, bem como a sua
produção e de trabalho, crédito fácil e preço justo, saúde e bem integração.
-estar social. Art. 182. Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público,
Parágrafo único. O Poder Público apoiará e estimulará o as- por seus órgãos da administração direta e indireta, dará trata-
sociativismo, o cooperativismo e as microempresas. mento preferencial a empresa sediada no Município, dispensando
Art. 176. Aplica-se ao Município o disposto nos arts. 171, nas licitações tratamento diferenciado as microempresas, na for-
parágrafo 2º, e 175, e parágrafo único da Constituição Federal. ma da lei.
Parágrafo único. Observada a legislação federal, a lei disporá Parágrafo único. A pessoa jurídica em débito com o fisco,
sobre o regime das empresas concessionárias e permissionárias com obrigações trabalhistas ou com o sistema de seguridade so-
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua cial não poderá contratar com o poder público nem dele receber
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização benefícios ou incentivos fiscais.
e rescisão da concessão ou permissão, estabelecendo ainda: Art. 183. O Município garantirá a função social da proprie-
I - os direitos dos usuários; dade urbana e rural.
II - política tarifária; § 1º A função social é cumprida quando a propriedade urbana
III - a obrigação de manter serviço adequado. e rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
Art. 177. O Município, em ação conjunta com o Estado, ado- exigências estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
tará política integrada de fomento à indústria, ao comércio e aos I - aproveitamento racional adequado;
serviços, em especial ao turismo, à produção agrícola e à agro- II - utilização adequada dos recursos disponíveis e de preser-
pecuária, à produção avícola, à produção de pequenos animais, vação do meio ambiente;
à produção mineral, bem como estimulará o abastecimento, me- III - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
diante a instalação de mercados e feiras, construção e conser- dos trabalhadores.
vação das vias de transporte para o escoamento e circulação dos § 2º Em caso de perigo público iminente, a autoridade com-
produtos, suprimentos de energia elétrica, delimitando as zonas
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
industriais e rurais que receberão incentivo prioritário do Poder
proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Público.
Art. 184. As empresas públicas municipais ou sociedades de
Parágrafo único. O Poder Público estimulará a empresa pú-
economia mista em que o Município detenha, ou venha a deter,
blica ou privada que gerar produto novo e sem similar, destinado
direta ou indiretamente, a maioria do capital com direito a voto, só
ao consumo da população de baixa renda, ou realizar novos inves-
poderão ser extintas, fundidas ou ter alienado o controle societá-
timentos em seu território, úteis aos seus interesses econômicos
e sociais, e especialmente às atividades relacionadas com a cons- rio, mediante lei.
trução de moradias destinadas aos trabalhadores, bem como ao Art. 185. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
desenvolvimento de pesquisas e produção de material ou equi- atividade econômica, independentemente da autorização de ór-
pamento especializado para pessoas portadoras de deficiências. gãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 178. O Município dará prioridade ao desenvolvimento
da região onde a pobreza e as desigualdades sociais sejam maio- CAPÍTULO II
res, estimulando inclusive a construção de moradias sob o regime DA POLÍTICA INDUSTRIAL,
de mutirão. COMERCIAL E DE SERVIÇOS
Art. 179. Não haverá limite para localizações de estabeleci-
mentos que exerçam atividades congêneres, respeitadas as limi- Art. 186. As políticas industrial, comercial e de serviços, a se-
tações da legislação federal. rem implantadas pelo Município, priorizarão as ações que, tendo
Art. 180. O Município manterá órgãos especializados, incum- impacto social relevante, estejam voltadas para geração de em-
bidos de exercer ampla fiscalização dos serviços públicos por ele pregos, elevação dos níveis de renda e da qualidade de vida e
concedidos e da revisão de suas tarifas. redução das desigualdades regionais, possibilitando o acesso da
§ 1º A fiscalização de que trata este artigo compreende, den- população ao conjunto de bens socialmente prioritários.
tre outros, o exame contábil e as perícias necessárias à apuração Parágrafo único. Na elaboração e execução dos planos de
das inversões de capital e dos lucros auferidos pelas empresas governo, o Município assegura e garante a efetiva participação
concessionárias. dos diversos setores produtivos, especialmente as representações
§ 2º As empresas concessionárias e permissionárias de ser- empresariais e sindicais.
viços públicos sujeitam-se a permanente controle e fiscalização Art. 187. O Município elaborará uma política específica para
do Poder Público, cumprindo-lhes manter adequada execução de o setor industrial, privilegiando os projetos que promovam a des-
serviço e a plena a satisfação dos direito dos usuários. concentração espacial da indústria e o melhor aproveitamento das
§ 3º As concessões e permissões serão conferidas de modo suas potencialidades regionais.
a impedir qualquer forma de monopólio ou subutilização de ser- Parágrafo único. Alei poderá conceder estímulos e incenti-
viços em geral. vos fiscais para relocalização de empresas fora da área urbana do
§ 4º As concessões de que trata este artigo não poderão ex- município ou para distritos industriais que venham a ser implan-
ceder o prazo de 25 (vinte e cinco) anos, prorrogável por lei e a tados.
critério do Poder Público, observada a legislação vigente, exce- Art. 188. O Município promoverá e incentivará o turismo,
tuando as de transporte coletivo. (NR) (redação estabelecida pela como fator de desenvolvimento econômico e social, bem como
Emenda à LOMnº 015 , de 29.08.1997) de divulgação, valorização e preservação do patrimônio cultural

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

e natural, cuidando para que sejam respeitadas as peculiaridades potável, coleta de lixo, drenagem das vias de circulação, conten-
locais, não permitindo efeitos desagregadores sobre a vida das ção de encostas, segurança e preservação do patrimônio am-
comunidades envolvidas, assegurando sempre respeito ao meio biental e cultural.
ambiente e à cultura das localidades onde vier a ser explorado. § 1º O exercício do direito de propriedade atenderá à função
§ 1º O instrumento básico de intervenção do Município no social quando condicionado às funções sociais da cidade e às exi-
setor será o plano diretor de turismo, que deverá estabelecer, gências do plano diretor.
com base no inventário de potencial turístico das diferentes re- § 2º O direito de construir submete-se aos princípios previs-
giões, as ações de planejamento, promoção e execução da polí- tos no “caput” e ao disposto no parágrafo seguinte.
tica de que trata este artigo. § 3º Constitui área de servidão administrativa a divisa de lotes
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, e terrenos para passagem de redes de esgotos, de águas pluviais
caberá ao Município, em ação conjunta com o Estado, promover e de água potável.
especialmente: § 4º Para os fins previstos neste artigo, o Poder Público Mu-
I - o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e frui- nicipal direcionará a propriedade para o uso produtivo de forma
ção dos bens naturais e culturais de interesse turístico; a assegurar:
II - autorizar e fiscalizar todas as obras de infra-estrutura que a) acesso à propriedade e à moradia para todos;
venham a ser construídas nos locais; b) justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do
III - a adoção de medidas específicas para o desenvolvimento processo de urbanização;
dos recursos humanos para o setor. c) prevenção e correção das distorções da valorização da
Art. 189. O Município, com prévia autorização legislativa propriedade;
e mediante concessão de direito real de uso, poderá transferir d) regularização fundiária e regularização específica para
áreas de seu patrimônio para implantação de indústrias ou for- áreas ocupadas por população de baixa renda.
mação de distritos industriais, podendo ainda, dispor sobre as Art. 193. Para assegurar as funções sociais da cidade e da
respectivas alienações, em valores parcelados, atualizados mensal- propriedade, o Município, nos limites de sua competência, poderá
mente, respeitado o prazo máximo de dez anos. utilizar os seguintes instrumentos:
I - tributários e financeiros:
CAPÍTULO III
a) imposto predial e territorial urbano progressivo e diferen-
DAPOLÍTICAURBANA
ciado por zonas e outros critérios de ocupação e uso do solo;
b) taxas e tarifas diferenciadas por zonas, segundo os serviços
Art. 190. Apolítica de desenvolvimento urbano, executada
públicos oferecidos;
pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas
c) contribuição de melhoria;
em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
d) incentivos e benefícios fiscais, nos limites das legislações
funções sociais da cidade e garantir o bem- estar dos habitantes.
próprias;
§ 1º O plano diretor, elaborado com a participação das enti-
e) fundos destinados ao desenvolvimento urbano.
dades representativas da comunidade diretamente interessada e
aprovado pela Câmara Municipal, é o instrumento básico da polí- II - institutos jurídicos:
tica de desenvolvimento e de expansão urbana. a) discriminação de terras públicas;
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando b) desapropriação, conforme estabelecido no § 3º, do artigo
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade, ex- 190 e no inciso III, do artigo 191, desta Lei Orgânica.
pressas no plano diretor. c) parcelamento ou edificação compulsórios;
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com d) servidão administrativa;
prévia e justa indenização em dinheiro. e) limitação administrativa;
Art. 191. O Município poderá, mediante lei específica para f) tombamento de imóveis;
área incluída no plano diretor, exigir nos termos da lei federal, do g) declaração de área de preservação ou proteção ambien-
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não tal;
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, h) cessão ou permissão;
sucessivamente, de: i) concessão real de uso ou domínio;
I - parcelamento ou edificação compulsória; j) poder de polícia;
II - imposto sobre propriedade predial e territorial urbana l) outras medidas previstas em lei.
progressivo no tempo; Art. 194. O plano diretor é parte integrante de um processo
III - desapropriação, com pagamento mediante título da dí- contínuo de planejamento a ser conduzido pelo Município, abran-
vida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Fe- gendo a totalidade do respectivo território e contendo diretrizes
deral, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, de uso e ocupação do solo, vocação das áreas rurais, defesa dos
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os mananciais e demais recursos naturais, vias de circulação integra-
juros legais. das, zoneamento, índices urbanísticos, áreas de interesse especial
Art. 192. As funções sociais da cidade são compreendidas e social, diretrizes econômico-financeiras e administrativas.
como o direito de todo cidadão de acesso a moradia, transporte § 1º As intervenções de órgãos federais, estaduais e muni-
público, saneamento básico, energia elétrica, abastecimento, ilu- cipais deverão estar de acordo com as diretrizes definidas pelo
minação pública, saúde, educação, cultura, creche, lazer, água plano diretor.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 2º O projeto de plano diretor e a lei de diretrizes gerais Parágrafo único. Os projetos, aprovados pelo Município, só
previstos neste artigo regulamentarão, segundo as peculiaridades poderão ser modificados com a concordância de todos os inte-
locais, as seguintes normas básicas entre outros: ressados ou por decisão judicial, observados os preceitos legais
I - proibição de construção de edificações sobre dutos, canais, regedores de cada espécie.
valões e vias similares de esgotamento ou passagem de cursos Art. 201. A prestação dos serviços públicos a comunidade
de água; de baixa renda independerá do reconhecimento de logradouros
II - restrição à utilização de área que apresente riscos geo- e da regularização urbanística ou registrária das áreas em que se
lógicos. situem e de suas edificações ou construções.
Art. 195. O direito de propriedade não pressupõe o direito Art. 202. Incumbe ao Município, em comum com o Estado,
de construir, cujo exercício deverá ser autorizado pelo Poder Exe- promover e executar programas de construção de moradias po-
cutivo Municipal, segundo os critérios estabelecidos em lei. pulares e garantir condições habitacionais e infraestrutura urbana,
Parágrafo único. O abuso de direito pelo proprietário urba- em especial as de saneamento básico, escola pública, posto de
no acarretará, independentemente da responsabilidade civil e saúde e transporte.
criminal, sanções administrativas na forma da lei. Art. 203. O Poder Executivo Municipal estimulará a criação
de cooperativas de moradores, destinadas à construção da casa
Art. 196. As terras públicas municipais não utilizadas, subu-
própria e auxiliará o esforço das populações de baixa renda na
tilizadas e as discriminadas serão prioritariamente destinadas
edificação de suas habitações.
a assentamentos de população de baixa renda e a instalação de
Art. 204. O Município criará mecanismo necessário ao estu-
equipamentos coletivos, respeitados o plano diretor, ou as diretri- do, pesquisa, planejamento e realização de coleta de lixo, visando
zes gerais de ocupação do território. seu aproveitamento e tratamento, devendo ainda:
Parágrafo único. Nos assentamentos em terra pública e ocu- I - estimular através da educação e conscientização da popu-
pados por população de baixa renda ou em terras não utilizadas lação a separação e seleção do lixo aproveitável, acondicionando
ou subutilizadas, o domínio ou a concessão real de uso serão con- -o em recipientes adequados;
cedidos ao homem ou à mulher ou a ambos, independentemente II - o lixo contaminado ou contaminante deverá ser objeto de
de estado civil. regulamentação a ser baixada pelo órgão competente.
Art. 197. É obrigação do Município manter atualizados os Parágrafo único. O despejo de lixo ou seu não acondicio-
cadastros imobiliários e de terras públicas, inclusive planos de namento adequado, sujeita o infrator às penalidades previstas
desenvolvimentos urbanos abertos a consulta dos cidadãos. em lei.
Art. 198. No estabelecimento de diretrizes e normas relativos CAPÍTULO IV
ao desenvolvimento urbano, o Município, contando com a assis- DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS
tência do Estado, assegurará: SEÇÃO I
I - urbanização, regularização fundiária e titulação das áreas Normas gerais
ocupadas por pessoas de baixa renda, sem remoção dos mora-
dores, salvo quando as condições físicas da área imponham risco Art. 205. Nenhum empreendimento de obras e serviços do
à vida dos seus habitantes; Município poderá ter início sem prévia elaboração do plano res-
II - regularização de loteamentos clandestinos, abandonados pectivo, no qual, obrigatoriamente, conste:
ou não titulados, não dispensada, no entanto, a responsabilidade I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e
das obrigações previstas na legislação aos proprietários ou pro- oportunidade para o interesse comum;
motores dos loteamentos; II - o projeto e o orçamento para sua execução;
III - preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária III - os recursos para o atendimento das respectivas despe-
e estímulo a essas atividades primárias; sas;
IV - preservação, proteção e recuperação do meio ambiente IV - os prazos para o seu início e conclusão, acompanhados
da respectiva justificação.
urbano e cultural;
§ 1º Nenhuma obra, serviço ou melhoramento, salvo casos
V - criação de áreas de especial interesse urbanístico, social,
de extrema urgência, será executada sem prévio orçamento de
ambiental, turístico e de utilização pública;
seu custo.
VI - especialmente às pessoas portadores de deficiência, livre § 2º As obras públicas poderão ser executadas pela Prefeitura,
acesso a edifícios públicos e particulares de frequência aberta ao por suas autarquias e demais entidades da administração indireta,
público e a logradouros públicos, mediante eliminação de barrei- e, por terceiros, mediante licitação.
ras arquitetônicas e ambientais; Art. 206. A permissão de serviço público, a título precário,
VII - utilização racional do território e dos recursos naturais, será outorgada por decreto do Prefeito, sendo que a concessão
mediante controle da implantação e do funcionamento de ativi- só será feita com autorização legislativa, mediante contrato, pre-
dades industriais, comerciais, residenciais e viárias. cedido de concorrência pública.
Art. 199. Quaisquer projetos, obras e serviços, a serem ini- § 1º Serão nulas de pleno direito as permissões, as conces-
ciados no território do Município, independentemente da origem sões, bem como quaisquer outros ajustes feitos em desacordo
da solicitação, submetem-se às normas vigentes e à aprovação do com o estabelecido neste artigo.
Poder Público Municipal. § 2º Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre su-
Art. 200. Os direitos decorrentes da concessão de licença jeitos à regulamentação e fiscalização do Município, incumbindo,
manterão sua validade nos prazos e limites estabelecidos na le- aos que os executem, sua permanente atualização e adequação às
gislação municipal. necessidades dos usuários.

29
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 3º O Município poderá promover intervenção administrati- Art. 213. Na fixação das tarifas ou sua revisão, além dos
va ou retomar, sem indenização, os serviços permitidos ou con- elementos previstos no parágrafo único, do art. 135, desta Lei
cedidos, desde que executados em desconformidade com o ato Orgânica, proceder-se-á à análise dos controles estatísticos opera-
ou contrato, bem como aqueles que se revelarem insuficientes cionais, envolvendo quantidades de veículos utilizados, números
para o atendimento dos usuários. de horários e linhas, bem como, o real aproveitamento de lugares
§ 4º As concorrências para a concessão de serviço público oferecidos e ocupados pelos usuários.
deverão ser precedidas de ampla publicidade, em jornais e rádios Art. 214. As concessões serão feitas por período definido pelo
locais, mediante edital ou comunicado resumido. Poder Público Municipal.
Art. 207. As tarifas dos serviços públicos deverão ser fixadas Art. 215. Fica proibido o monopólio no serviço de transporte
pelo Executivo, atendendo, no efeito, o disposto no parágrafo úni- coletivo no município.
co, do art. 135, desta Lei Orgânica. Art. 216. Serão afixados nos terminais de ônibus e no seu
Parágrafo único. Em se tratando de permissão ou concessão interior os horários, e o itinerário dos referidos veículos.
de serviço público, as tarifas serão reajustadas ou revisadas, de
acordo com o estabelecido no contrato de concessão ou permis-
CAPÍTULO V
são, e homologadas pelo Executivo. (AC) (parágrafo acrescentado
DA POLÍTICA AGRÍCOLA
pela Emenda à LOMnº 015 , de 29.08.1997)
Art. 208. Nos serviços, obras e concessões do Município,
bem como nas compras e alienações, será adotada a licitação, nos Art. 217. Apolítica agrária do Município, formulada em co-
termos da lei. mum acordo com o Estado, será orientada no sentido de promo-
Art. 209. O Município poderá realizar obras e serviços de ver o desenvolvimento econômico e a preservação da natureza,
interesse comum, mediante convênio com o Estado, a União ou mediante prática científicas e tecnológicas, propiciando a justiça
entidades particulares, assim como, através de consórcio, com ou- social e a manutenção do homem no campo, pela garantia às co-
tros municípios. munidades do acesso à formação profissional, educação, cultura,
lazer e infraestrutura.
SEÇÃO II Art. 218. As terras públicas municipais, situadas fora da área
Do Transporte Coletivo de Passageiros urbana, serão destinadas preferencialmente ao assentamento de
famílias de origem rural, projetos de proteção ambiental ou pes-
Art. 210. Compete ao Município organizar e prestar, direta- quisa e experimentação agropecuária.
mente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços de Art. 219. O Município poderá estabelecer convênios com en-
transporte coletivo, que tem caráter essencial. tidades públicas federais para implementação dos planos e proje-
Parágrafo único. No acompanhamento da fiscalização dos tos especiais de reforma agrária.
serviços concedidos, inclusive nas revisões tarifárias, o Município
assegura e garante a participação empresarial e a representação CAPÍTULO VI
dos usuários por intermédio da respectiva entidade representati- DA POLÍTICA AGRÍCOLA
va, de nível municipal e da categoria funcional do ramo.
Art. 211. São isentos do pagamento de tarifas nos transpor- Art. 220. O Município, nos limites de sua competência, dará
tes coletivos municipais: prioridade e atenção específica ao pequeno e médio produtor e
a) cidadãos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, trabalhadores rurais, cuidando especialmente das vias de comuni-
desde que apresentem, no momento do embarque, ao condutor cação para escoamento do produto e sua comercialização direta
do respectivo transporte a devida prova documental; (NR) (reda- com os consumidores e demais fontes de mercado.
ção estabelecida pela Emenda à LOMnº 042 , de 02.10.2012) Parágrafo único. Na elaboração e execução dos planos de
b) colegiais de escolas públicas devidamente uniformizados
governo, o Município assegura e garante a efetiva participação
ou portando documento oficial desta, em dias úteis e horários es-
dos diversos setores produtivos através de suas representações
colares;
sindicais e organizações similares. I - O Município, poderá firmar
c) os deficientes físicos e mentais, devidamente documenta-
dos através de laudo comprobatório, bem como, o acompanhante convênio com o Estado, com objetivo de subvencionar a EMATER
no caso que se requer; (AC) (alínea acrescentada pela Emenda à -RJ, no que se refere aos seus limites territoriais.
LOMnº 027 , de 24.06.2003) Art. 221. O Município, em ação conjunta com o Estado, exer-
d) além dos deficientes mencionados na alínea “c” deste arti- cerá a fiscalização e controle do armazenamento, do abasteci-
go, também terão direito à gratuidade nos transportes coletivos mento de produtos agropecuários, bem como, a comercialização
do município de Nova Friburgo os deficientes visuais e auditivos, de insumos agrícolas em seu território, estimulando a adubação
bem como seus acompanhantes, desde que estejam devidamen- orgânica e o combate das pragas e doenças, direcionando ainda
te documentados através de laudos médicos e autorização da(s) sua atuação no sentido dos seguintes objetivos:
empresa(s) concessionária(s) através de cadastro prévio. (AC) I - expansão da rede de eletrificação rural;
(alínea acrescentada pela Emenda à LOMnº 029 , de 03.03.2006) II - instalação e ampliação de serviços telefônicos nas sedes
Art. 212. Somente será permitida a entrada em circulação de dos Distritos e Vilas;
novos veículos de transportes coletivos, quando forem fabricados III - estimular à policultura e à implantação de sistemas de
para uso específico e respeitarem, ainda, o livre acesso e circula- produção integrados;
ção de gestantes, idosos e de pessoas portadoras de deficiência IV - erradicar a prática de queimadas e prestar orientação so-
física. bre o uso adequado de preparação do solo para o plantio;

30
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

V - participar na distribuição de mudas e sementes, incenti- II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio


vando sua produção local; genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
VI - exercer fiscalização e vistorias nas áreas reservadas de manipulação de material genético;
matas e florestas, exigindo restauração em caso de devastações; III - definir espaços territoriais e seus componentes a serem
VII - impor e determinar proteção às nascentes de água po- especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão per-
tável e de outras fontes aproveitáveis ou utilizadas na irrigação; mitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
VIII - apoiar a prestação de serviço de assistência técnica e de comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua pro-
extensão rural, objetivando prioritariamente o atendimento em teção;
benefício dos pequenos e médios produtores, dos trabalhadores IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ativi-
rurais, suas famílias e suas organizações; dade potencialmente causadora de significativa degradação do
IX - prestar serviços de saúde, ou designar agentes de saúde meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
nos Distritos e Vilas, inclusive fornecer atendimento odontológi- publicidade;
co por meio de gabinete instalado em unidade móvel itinerante; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
X - proceder o levantamento das terras agricultáveis próximas técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
às áreas urbanas e adoção de medidas com o objetivo de preser- vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
vá-las quanto aos efeitos da expansão urbana; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de
XI - promover o levantamento de áreas agrícolas ocupadas ensino e a conscientização pública para a
por posseiros e, quando identificados como indivíduos e famílias preservação do meio ambiente;
que trabalham diretamente a gleba, encaminhá-los a Defensoria VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei,
Pública do Estado para fins de assistência jurídica com respeito às as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provo-
ações de proteção, legitimação e reconhecimento da posse e da quem a extinção de espécies ou submetam os animais a cruel-
propriedade da terra, inclusive das ações de usucapião especial; dade;
XII - realizar o cadastramento das terras ociosas e inadequa- VIII - coibir aterros sanitários à margem de rios e nas proximi-
damente aproveitadas, indicando-as ao órgão competente para dades das nascentes e outros mananciais;
fins de desapropriação e reforma agrária.
IX - fiscalizar padrões de qualidade ambiental, consideran-
Parágrafo único. A enumeração supra não esgota a compe-
do os efeitos sinérgicos e cumulativos da exposição às fontes
tência do Município, cujos agentes públicos atuarão no sentido de
de poluição, incluída a absorção de substâncias químicas através
propiciar medidas que levem à justiça social e à manutenção do
da dieta alimentar, com especial atenção para aquelas efetivas
homem no campo, de modo a apoiá-lo em todas as suas iniciati-
ou potencialmente cancerígenas, mutagênicas e teratogênicas, na
vas particulares e nas que conduzam à melhoria das comunidades
forma da Lei;
que habitam.
X - buscar a integração das universidades, centros de pes-
Art. 222. Nas escolas públicas municipais situadas na zona
rural, o Município poderá instituir programa de ensino agrícola quisas, associações civis, organizações sindicais nos esforços para
associado ao ensino não formal e à educação para preservação do garantir e aprimorar o controle da poluição, inclusive no ambiente
meio ambiente. de trabalho;
XI - o Município poderá estabelecer política tributária visan-
CAPÍTULO VII do a efetivação do princípio poluidor-pagador e o estímulo ao
DO MEIO AMBIENTE desenvolvimento e a implantação de tecnologia de controle e re-
cuperação ambiental mais aperfeiçoadas, vedadas concessão de
Art. 223. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamen- incentivos fiscais e a cessão de uso de áreas de domínio público
te equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia às atividades ou pessoas que desrespeitem as normas e padrões
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à co- de proteção do meio ambiente.
letividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes § 3º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado e
e futuras gerações. recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução
§ 1º O Município, em articulação com a União e o Estado, técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da Lei.
observadas as disposições pertinentes do art. 23 da Constituição
Federal, desenvolverá as ações necessárias para o atendimento do Art. 224. O Município, respeitada a competência da União e
previsto neste Capítulo. do Estado, desenvolverá suas atividades no sentido de recuperar
a) unidade de administração da quantidade de qualidade das o ambiente e as áreas degradadas, promovendo nos limites de sua
águas; capacidade de recursos as seguintes medidas:
b) compatibilização entre os múltiplos, efetivos e potenciais; I - estimular o reflorestamento com espécies nativas objeti-
c) participação dos usuários no gerenciamento obrigatório de vando a recuperação de áreas degradadas especialmente a pro-
contribuição para recuperação e manutenção da teção de encostas e dos recursos hídricos, inclusive a adoção das
qualidade em função do tipo e da intensidade do uso; bacias e sub-bacias existentes no território municipal;
d) ênfase no desenvolvimento e no emprego de métodos e II - apoiar o reflorestamento econômico integrado, com es-
critérios biológicos de avaliação da qualidade das águas. sências diversificadas, em áreas ecologicamente adequadas, vi-
§ 2º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao sando suprir a demanda de matérias-primas de origem vegetal;
Poder Público: III - determinar a realização periódica, preferencialmente por
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e instituições científicas e sem fins lucrativos, de auditorias nos sis-
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; temas de controle de poluição e prevenção de riscos de acidentes

31
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

das instalações e atividades de significativo potencial poluidor, in- a) implantação anterior à remoção, de programa sócio eco-
cluindo a avaliação detalhada dos efeitos de sua operação sobre nômico que permitam as populações atingidas restabelecer seu
a qualidade física, química e biológica de recursos ambientais; sistema produtivo com a elevação com sua qualidade de vida;
IV - informar sistematicamente à população sobre os níveis b) implantação prévia de programas de defesa ambiental que
de poluição, a qualidade do meio ambiente, as situações de risco reduzam ao mínimo os impactos do empreendimento sob a fau-
e acidente e a presença de substâncias danosas à saúde na água na, a flora e as riquezas naturais arqueológicas;
potável e nos alimentos; c) publicação de comunicação social do município desde o
V - acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos e de inciso das obras, dos relatórios bimestrais, pormenorizados na
pesquisas e exploração de recursos hídricos e minerais efetuadas análise do cumprimento das exigências anteriores e elaborados
no território municipal; por uma comissão paritária de técnicos, indicados pelo governo
VI - implementar política setorial visando a coleta seletiva, e pelas entidades ambientais, comunitárias e sindicais interessa-
transporte, tratamento e disposição final de resíduos urbanos, das.
hospitalares e industriais, com ênfase nos processos que envolvam Art. 229. O Município promoverá com a participação do
sua reciclagem; Conselho Municipal de Meio Ambiente e da comunidade, o zo-
VII - garantir o acesso dos interessados às informações sobre neamento econômico e ecológico de seu território.
as fontes e causas da degradação ambiental; Parágrafo único. A efetiva implantação de áreas, núcleos ou
VIII - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização pólos industriais, bem como as transformações de uso do solo,
de tecnologias poupadoras de energia, bem como de fontes ener- dependerá de estudo de impacto ambiental, e do correspondente
géticas alternativas que possibilitem, em particular nas indústrias e licenciamento.
nos veículos a redução das emissões poluentes; Art. 230. A extinção ou alteração das finalidades das áreas de
IX - promover medidas judiciais e administrativas de respon- unidades de conservação dependerá de lei específica.
sabilização dos causadores de poluição ou de degradação am- Art. 231. A implantação de áreas ou polos industriais, bem
biental, e dos que praticarem pesca predatória; como as transformações de uso do solo, dependerão de estudo
X - estabelecer política administrativa visando a não conces- de impacto ambiental, e do correspondente licenciamento.
são de licença de localização, suspensão ou revogação, às ativi-
Art. 232. O registro dos projetos de loteamento depende-
dades que desrespeitem padrões e normas de proteção ao meio
rá de prévio licenciamento, na forma da legislação de proteção
ambiente, observado o devido processo legal;
ambiental.
XI - criar o Conselho Municipal de Meio Ambiente, de com-
Art. 233. Os proprietários rurais ficam obrigados, na forma
posição paritária no qual participarão os Poderes Executivo e Le-
da lei, a preservar e a recuperar com espécies nativas suas pro-
gislativo, comunidades científicas e associações civis, na forma da
priedades.
lei. (Vide LM 3.694/08)
Art. 234. São áreas de preservação permanente e de rele-
Art. 225. Os servidores públicos diretamente encarregados
da execução da política municipal do meio ambiente que tiverem vante interesse municipal: I - as coberturas florestais nativas, de
conhecimento de infrações persistentes, intencionais ou por omis- acordo com o percentual estipulado em Lei; II - as nascentes e as
são as normas e padrões ambientais, deverão, imediatamente, faixas marginais de proteção de águas superficiais;
comunicar o fato a quem de direito e, no prazo máximo de 10 dias III - as áreas que abriguem exemplares ameaçados de ex-
apresentar os seus relatórios técnicos sobre pena de responsabi- tinção, raros, vulneráveis ou menos conhecidos, na fauna e flora,
lidade administrativa e penal, na forma da lei. bem como aquelas que sirvam como local de pouso, alimentação
Art. 226. O Poder Público estabelecerá taxa sobre a utiliza- ou reprodução;
ção de recursos naturais urbanos, correspondentes aos custos dos IV - a Reserva Ecológica de Macaé de Cima;
investimentos necessários a recuperação e a manutenção dos pa- V - as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico,
drões de qualidade ambiental. paisagístico e cultural;
§ 1º Poderá ser criado o Fundo Municipal de Preservação VI - outras declaradas por lei.
Ambiental, destinado único e exclusivamente ao desenvolvimento Art. 235. As áreas de preservação permanentes e as áreas
de tecnologia, e a implementação de projetos de recuperação do de relevante interesse ecológico, bem como as terras públicas,
meio ambiente, bem como do custeio de ações de responsabili- devolutas ou de proteção ambiental, não poderão ser objeto de
dade civil por danos ao meio ambiente. edificação, salvo autorização por lei.
§ 2º Caberá ao Conselho Municipal do Meio Ambiente a ela- Art. 236. O Poder Público poderá estabelecer restrições ad-
boração de programas para a aplicação dos recursos a que se re- ministrativas de uso de áreas privadas para fins de proteção a
fere o § 1º deste artigo. ecossistemas.
Art. 227. A instalação e a operação de atividades efetivas ou Art. 237. As restrições administrativas de uso a que se refere
potencialmente causadora de alterações significativas do meio o artigo anterior deverão ser averbadas no registro imobiliário
ambiente poderão ser condicionadas à aprovação, por plebiscito, no prazo máximo de um ano a contar de seu estabelecimento.
mediante convocação dos poderes executivo e legislativo muni- Art. 238. As coberturas florestais nativas existentes no Muni-
cipal ou por 5% (cinco por cento) do eleitorado das áreas afetada, cípio são consideradas indispensáveis ao processo de desenvolvi-
nos termos do artigo 14 da Constituição Federal. mento equilibrado e à sadia qualidade de vida de seus habitantes
Art. 228. Os projetos governamentais da administração dire- e não poderão ter suas áreas reduzidas, na forma da Lei.
ta ou indireta, incluindo-se suas subsidiárias que exigem a remo- Art. 239. As empresas concessionárias ou permissionárias de
ção involuntária de contingente da população, deverão cumprir serviços públicos deverão atender ao dispositivo de proteção am-
dentre outras, as seguintes exigências: biental em vigor.

32
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Art. 240. Fica proibida a introdução no meio ambiente de CAPÍTULO III


substâncias cancerígenas, mutagênicas e teratogênicas, além DA SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL
dos limites e das condições permitidas pelos regulamentos dos EÇÃO I - Da Saúde
órgãos do controle ambiental.
Art. 241. A implantação e a operação de atividades efetiva Art. 253. A saúde é direito de todos e dever do Poder Pú-
ou potencialmente poluidoras dependerão de adoção das melho- blico, assegurada mediante políticas sociais e econômicas que
res tecnologias de controle para proteção do meio ambiente, na visem à eliminação do risco de doenças e de outros agravos, ao
forma da lei. acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo-
Art. 242. O Município, em ação articulada com o Estado, ção, proteção e recuperação.
manterá permanente fiscalização e controle sobre os veículos, Parágrafo único. A saúde tem como fatores determinantes
que só poderão trafegar com equipamentos antipoluentes, que e condicionantes entre outros, alimentação, a moradia, o sanea-
eliminem ou diminuam ao máximo o impacto nocivo da gaseifica- mento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
ção de seus combustíveis. transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços especiais. Seus
Art. 243. Os lançamentos finais dos sistemas públicos e parti-
níveis expressam a organização social e econômica.
culares de coleta de esgotos sanitários deverão ser precedidos, no
Art. 254. Para atingir os objetivos estabelecidos no artigo an-
mínimo, de tratamento primário completo, na forma da lei.
terior o Município promoverá, por todos os meios ao seu alcance,
§ 1º Fica vedada a implantação de sistemas de coleta conjun-
ta de águas pluviais e esgotos domésticos ou industriais. principalmente condições satisfatórias de saneamento, assistência
§ 2º As atividades poluidoras deverão dispor de bacias de con- alimentar e de nutrição, educação preventiva contra moléstias e
tenção para as águas de drenagem, nas forma da lei. controle da poluição ambiental.
Art. 244. Nenhum padrão ambiental do Município, poderá Art. 255. As ações e serviços de saúde são de relevância pú-
ser menos restritivo do que os padrões fixados pela Organização blica, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre
Mundial de Saúde. sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execu-
Art. 245. As empresas concessionárias do serviço de abas- ção ser feita, com prioridade, diretamente ou através de tercei-
tecimento público de água, deverão divulgar, semestralmente, ros, preferencialmente por entidades filantrópicas e, também, por
relatório de monitoragem da água distribuída à população, a ser pessoa física ou jurídica de direito privado.
elaborado por instituição de reconhecida capacidade técnica e Art. 256. As ações e serviços executados diretamente pelo
científica. Poder Público ou através da participação complementar da
Art. 246. Alei instituirá normas para coibir a poluição sonora. iniciativa privada, no âmbito do Município, com comando único
exercido pelo Prefeito, por intermédio da Secretaria Municipal de
TÍTULO VIII saúde, constituem o Sistema Único de Saúde - SUS -, de acordo
DAORDEM SOCIAL com as seguintes diretrizes:
CAPÍTULO I I - integração das ações e serviços de saúde do Município
DISPOSIÇÕES GERAIS ao Sistema Único de Saúde, evitando as dicotomias preventivo/
curativo, ambulatorial/hospitalar e individual/coletiva;
Art. 247. O Município, no âmbito de sua competência, de- II - descentralização político-administrativa, com direção úni-
senvolverá ações integradas com a União e o Estado, objetivando ca exercida pela Secretaria de Saúde do Município;
assegurar um conjunto de iniciativas no campo social, tendo como III - integralidade e continuidade na prestação de serviços e
base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a ações preventivas, curativas e reabilitadoras, adequadas às di-
justiça sociais. versas realidades epidemiológicas, respeitada a autonomia dos
cidadãos;
CAPÍTULO II - DASEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO I - Dis-
IV - universalização e equidade em todos os níveis de atenção
posições Gerais
à saúde, à população urbana e rural, sem qualquer discrimina-
ção;
Art. 248. A seguridade social compreende um conjunto in-
tegrado de ações de iniciativas dos Poderes Públicos e da socie- V - prioridade para as atividades preventivas e de atendimen-
dade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previ- to de emergência e urgência, sem prejuízo dos demais serviços
dência e assistência sociais. assistências;
Art. 249. A seguridade social será financiada por toda so- VI - resolutividade dos serviços e sua organização em todos
ciedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante os níveis de assistência à saúde de modo a evitar capacidade ins-
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do talada ociosa;
Distrito Federal e dos Municípios, além das contribuições de que VII - gratuidade dos serviços e das ações de assistência à saú-
tratam os incisos I, II e III, do art. 195, da Constituição Federal. de dos usuários, em todos os níveis;
Art. 250. A receita do Município destinada à seguridade so- VIII - indicação, por voto direto, em cada unidade do Sis-
cial constará do orçamento. tema Único de Saúde - SUS -, dos cargos de Direção e Chefias,
Art. 251. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social com apresentação de lista tríplice para escolha pela autoridade
poderá ser criado, majorado, ou estendido sem a correspondente competente;
fonte de custeio total. IX - direito do indivíduo de obter informações quanto ao po-
Art. 252. Será garantida pensão por morte do servidor, ho- tencial dos serviços de saúde, sua utilização pelo usuário e es-
mem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, na clarecimentos sobre assuntos pertinentes à promoção, proteção e
forma da Lei. recuperação de sua saúde e da coletividade;

33
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio V - coordenar e estabelecer diretrizes e estratégias das ações
ambiente e saneamento básico; de vigilância sanitária e epidemiológica e colaborar no controle
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate- do meio ambiente e saneamento;
riais e humanos da União, do Estado e do Município na prestação VI - participar na fiscalização das operações de produção
de serviços de assistência à saúde da população, na forma da lei; transporte, guarda e utilização, executadas com substâncias e
XII - participação da comunidade na formulação, gestão, fis- produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
calização e acompanhamento das ações e serviços de saúde; VII - colaborar com as atividades de ensino e pesquisa na
XIII - outras, que venham a ser adotadas em lei comple- área de saúde, mediante normas específicas elaboradas conjun-
mentar. tamente pelo Sistema Único de Saúde e o sistema educacional;
Art. 257. À direção municipal do Sistema Único de Saúde - VIII - determinar que todo estabelecimento, público ou pri-
SUS - compete: vado, sob fiscalização de órgãos do Sistema Único de Saúde, seja
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os ser- obrigado a utilizar coletor seletivo de lixo hospitalar;
viços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; IX - formular e implantar política de atendimento à saúde
II - participar do planejamento, programação e organização de portadores de deficiência, bem como coordenar e fiscalizar os
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde serviços e ações específicas, de modo a garantir a prevenção de
- SUS - em articulação com sua direção estadual; doenças ou condições que favoreçam o seu surgimento, assegu-
III - participar da execução, controle e avaliação das ações rando o direito à habilitação, reabilitação e integração social, com
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; todos os recursos necessários, inclusive o acesso aos materiais e
IV - executar serviços: equipamentos de reabilitação;
a) de vigilância epidemiológica; X - implantar política de atendimento à saúde das pessoas
b) de vigilância sanitária e controle das Zoonoses; consideradas doentes mentais, devendo ser observados os se-
c) de alimentação e nutrição; guintes princípios:
d) de saneamento básico; a) rigoroso respeito aos Direitos Humanos dos usuários dos
e) de saúde do trabalhador. serviços de saúde mental;
V - dar execução no âmbito municipal à política de insumos e b) integração dos serviços de emergência psiquiátrica e psi-
equipamentos para a saúde; cológicos aos serviços de emergência geral;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente c) prioridade e atenção extra-hospitalar, incluindo atendi-
que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos mento ao grupo familiar, bem como ênfase na
órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para con- abordagem interdisciplinar;
trolá-las; d) ampla informação aos doentes, familiares e à sociedade
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais para organizada sobre os métodos de tratamento a serem utilizados;
desenvolver, em conjunto, as ações e os serviços de saúde que e) garantia da destinação de recursos materiais e humanos
lhes correspondam; para proteção e tratamento adequado ao doente mental nos ní-
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; veis ambulatorial e hospitalar, de acordo com as atribuições do
IX - observado o disposto no § 2º do art. 262, celebrar contra- Município e dos recursos orçamentários disponíveis.
tos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados XI - garantir destinação de recursos materiais e humanos na
de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; assistência integral à saúde do idoso e às doenças crônicas uti-
X - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços pri- lizando recursos da capacidade instalada, própria ou através de
vados de saúde; convênios, a serem firmados preferencialmente, com instituições
XI - normatizar complementarmente as ações e serviços pú- filantrópicas ou sem fins lucrativos, prioritariamente;
blicos de saúde no seu âmbito de atuação; XII - incentivar, através de campanhas promocionais educati-
XII - autorizar a instalação de serviços privados de saúde e vas e outras iniciativas, a doação de órgãos, tecidos e substâncias,
fiscalizar-lhes o funcionamento. para fins de transplantes e pesquisas;
Art. 258. À direção municipal do Sistema Único de Saúde XIII - prover a criação de programa suplementar que garanta
compete, além das atribuições estabelecidas nesta Lei fornecimento de medicação às pessoas portadoras de necessida-
Orgânica: des especiais, no caso em que seu uso seja imprescindível à vida;
I - dispor sobre a fiscalização e da remoção de órgãos, teci- XIV - assegurar a existência de locais para prevenção e aten-
dos, e substâncias, para fins de transplante, pesquisa, especial- dimento especializado à criança, ao adolescente e ao adulto de-
mente sobre a reprodução humana e tratamento, vedada a sua pendente de entorpecentes e drogas afins, por equipe técnica
comercialização; multidisciplinar;
II - prestar informações aos trabalhadores a respeito de ati- XV - elaborar e divulgar programas de saúde visando à pre-
vidades que comportem riscos à saúde e dos métodos para seu venção de doenças de várias naturezas, com campanhas educa-
controle; tivas da população, nas instituições de saúde, nas associações de
III - expedir notificação compulsória, pelos ambulatórios mé- moradores, clubes, sindicatos e em qualquer outra entidade civil:
dicos dos órgãos ou empresas públicas ou privadas, das doenças a) em todo estabelecimento de ensino público ou privado
profissionais e acidentes de trabalho; situado no Município;
IV - intervir, interrompendo as atividades em locais de tra- b) garantindo a instalação de água potável e canalizada para
balho em que haja risco iminente ou naqueles em que tenham toda a população e nas escolas públicas do Município, com prio-
ocorrido graves danos à saúde do trabalhador; ridade;

34
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

c) com informações sobre usinas de tratamento de lixo, visan- § 5º Cabe a entidade representativa indicar ou destituir seu
do seu aproveitamento econômico sob a forma de adubo orgâni- representante no Conselho Municipal de Saúde.
co, com reciclagem de outros materiais; § 6º Os membros do Conselho Municipal de Saúde, mesmo
d) exercendo controle rigoroso do uso de substâncias ou pro- aqueles que ocuparem função executiva, não perceberão remune-
dutos de origem radioativa, garantindo aos munícipes, através de ração pelo trabalho realizado, sendo este de caráter voluntário e
suas associações civis, o acesso ao cadastramento para controle. compreendido como de grande relevância social.
XVI - preparar agentes de saúde, aproveitando pessoas dis- § 7º O Conselho Municipal de Saúde apresentará relatório
poníveis da comunidade, com treinamento e aperfeiçoamento anual de prestação de contas à sociedade sobre o orçamento e a
garantido pela autoridade pública, preservando seu conhecimen- política de saúde desenvolvida no Município, visando a transpa-
to de medicina popular, com vista a colaborar em futuras ações rência da Administração.
preventivas integradas em saúde, sem ônus para o Sistema Único § 8º O Conselho Municipal de Saúde criará Comissão de Ava-
de Saúde - SUS; liação Funcional em cada, Unidade de Atendimento.
XVII - executar política de Odontologia Social que corres- § 9º A Comissão de Avaliação Funcional contará com a parti-
ponda às necessidades do Município com recursos econômicos, cipação de representantes técnicos e administrativos da Unida-
técnicos e administrativos próprios, ou através de convênios com de de Atendimento e dos usuários e terá representação no Con-
entidades de ensino especializado, com ênfase especial às ativi- selho Municipal de Saúde, se atendido o que dispõe a resolução
dades preventivas; especifica do Conselho Nacional de Saúde.
XVIII - Estabelecer cooperação com a rede pública de ensino Art. 260. O Conselho Municipal de Saúde criará Comissões
de modo a promover acompanhamento constante às crianças em intersetoriais de âmbito municipal, integradas pelos órgãos com-
fase escolar, prioritariamente aos estudantes do primeiro grau; petentes e por entidades representativas da comunidade.
XIX - organizar distritos sanitários com alocação de recursos, § 1º As Comissões intersetoriais terão a finalidade de articular
técnicas e práticas de saúde adequadas à realidade epidemioló- políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução
gica local; envolva outras áreas não compreendidas no âmbito do Sistema
Parágrafo único. Os limites dos distritos sanitários referidos Único de Saúde.
no inciso XIX constarão do Plano Municipal de Saúde § 2º Aarticulação das políticas e programas, a cargo das co-
e serão fixados segundo os seguintes critérios:
missões intersetoriais, abrangerão, em especial, as seguintes ati-
I - área geográfica de abrangência;
vidades:
II - adscrição da clientela;
I - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
III - resolutividade de serviços à disposição da população.
II - alimentação e nutrição;
Art. 259. O Sistema Único de Saúde - SUS - contará, sem
III - respeito ao meio ambiente, controle da poluição ambien-
prejuízo das funções do Poder Legislativo, com duas instâncias
tal e saneamento básico;
colegiadas, a Conferência Municipal de Saúde e o Conselho Mu-
IV - integração social do cidadão portador de deficiência fí-
nicipal de Saúde, cuja organização e normas de funcionamento
serão definidas em lei especifica. (NR) (redação estabelecida pelo sica;
art. 37 da Emenda à LOMnº 055, de 08.03.2017) V - ciência e tecnologia;
§ 1º AConferência Municipal de Saúde reunir-se-á anualmen- VI - recursos humanos;
te com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar VII - segurança e saúde do trabalhador;
a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da VIII - saúde escolar com prioridade aos estudantes do pri-
política de saúde do Município, convocada pelo Poder Executivo meiro grau;
ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho Municipal de IX - informações em saúde com ênfase aos cuidados primá-
Saúde. rios de saúde com formação de consciência sanitária individual,
§ 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e delibe- principalmente nas primeiras séries do ensino fundamental.
rativo, órgão colegiado composto por representantes do Poder Art. 261. É assegurada, na área de saúde, a liberdade de exer-
Executivo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuá- cício profissional e de organização de serviços privados, na forma
rios, nos termos da resolução especifica do Conselho Nacional de de lei, de acordo com os princípios da política nacional e estadual
Saúde, atua na formulação de estratégias e no controle da execu- de saúde e das normas gerais estabelecidas pelo Conselho Mu-
ção da política de saúde na instância correspondente, inclusive nicipal de Saúde.
nos aspectos econômicos e financeiros. Art. 262. As instituições privadas, poderão participar de forma
§ 3º O Conselho Municipal de Saúde será presidido por mem- complementar do Sistema Único de Saúde, mediante o contrato
bro eleito, nos termos da resolução específica do Conselho Nacio- de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
nal de Saúde e, sob sua convocação ou de 1/3 (um terço) de seus filantrópicas e as sem fins lucrativos.
integrantes, reunir-se-á anualmente para a elaboração do Plano § 1º Aparticipação da iniciativa privada, ocorrerá quando as
Municipal de Saúde e periodicamente para fiscalizar a eficiência disponibilidades do serviço público de saúde forem insuficientes
da aplicação dos recursos de saúde. para garantir a plena cobertura assistencial à população de deter-
§ 4º O Plano Municipal de Saúde será elaborado e atualizado minada área.
periodicamente pelo Conselho Municipal de Saúde em consonân- § 2º Adecisão sobre a contratação de serviços privados deve-
cia com os Planos Nacional e Estadual de Saúde, com utilização do rá ser precedida de audiência do Conselho Municipal de Saúde:
método epidemiológico e organização dos serviços do Município, I - as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos, partici-
como parâmetros no estabelecimento de prioridades e estratégias parão do Sistema Único de Saúde mediante contrato de direito
na orientação programática e na alocação de recursos. público para realização de atividades específicas ou convênio.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

§ 3º As entidades contratadas e conveniadas submeter-se-ão Parágrafo único. O Plano Municipal de Saúde, será a base
às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes das atividades e programações da instância gestora do Município
do Sistema Único de Saúde - SUS -, mantido o equilíbrio econô- e sua execução submeter-se-á ao orçamento aprovado.
mico e financeiro do contrato. Art. 266. Apolítica de recursos humanos na área de saúde
§ 4º As cláusulas essenciais de convênios e de contratos, os será formalizada e executada, articuladamente, com as diferentes
critérios e os valores para remuneração dos serviços, os parâme- esferas de governo em cumprimento dos seguintes objetivos:
tros de cobertura assistencial e a forma de realização de convênios I - organização de um sistema de formação de recursos hu-
serão estabelecidos pelo Conselho Municipal de Saúde, de acordo manos na área de saúde com capacitação técnica e reciclagem
com as normas estabelecidas pelas direções Nacional e Estadual permanente em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-gra-
do Sistema Único de Saúde. duação com programas de aperfeiçoamento de profissionais que
§ 5º Aos Serviços de Saúde de natureza privada que descum- complementem a prestação de serviços e ações preventivas, cura-
pram, as diretrizes do SUS, ou os termos previstos nos contratos tivas e reabilitadoras;
e convênios firmados com o Poder Público, aplicar-se-ão sanções II - instituição, no Município, de planos de cargos e salários e
previstas em lei. de carreira para o pessoal do Sistema Único de Saúde - SUS - da
§ 6º É vedada a participação direta ou indireta de empresas administração direta e indireta, baseados em critérios definidos
estrangeiras ou brasileiras de capital estrangeiro na assistência à nacionalmente;
saúde do Município, salvo através de doações previstas na lei. III - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Siste-
§ 7º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ma Único de Saúde - SUS.
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 1º Os serviços públicos que integram o Sistema Único de
§ 8º Aos proprietários, administradores e dirigentes de enti- Saúde - SUS -, constituem campo de prática para ensino e pesqui-
dades ou serviços contratados, é vedado exercer cargo de chefia sa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com
ou função de confiança no Sistema Único de Saúde. o sistema educacional.
Art. 263. O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Municí- § 2º O Município, como agente do programa do Sistema Úni-
pio, será financiado com recursos do orçamento do co de Saúde - SUS -, fica, em relação a norma de fixação de salário
Município, do Estado, da União e da seguridade social, além para cada categoria, adstrito aos recursos que lhe forem repassa-
de outras fontes. dos pela União com referência ao Plano de Cargos e Salários.
§ 1º O montante das despesas com saúde não será inferior Art. 267. Os cargos e funções de chefia, direção e assessora-
a 10% (dez por cento) das despesas globais do orçamento anual mento no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS -, só poderão
do Município, excluídas as decorrentes de receitas específicas, ser exercidos em regime de tempo integral.
computadas as das aplicações de transferências constitucionais, § 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou
no que se refere à participação do Município no Sistema Único de empregos poderão exercer suas atividades em mais de um esta-
Saúde - SUS. belecimento do Sistema Único de Saúde - SUS.
§ 2º São considerados de outras fontes os recursos prove- § 2º disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos ser-
nientes de: vidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupan-
I - serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis- tes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento.
tência à saúde; Art. 268. O Sistema Único de Saúde garantirá assistência in-
II - ajuda, contribuições, doações e donativos; tegral à saúde da mulher, da criança e do adolescente em todas
III - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; as fases de sua vida, através da implantação da política municipal
IV - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecada- adequada, em consonância com a do Estado e da União, asse-
dos no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS; gurando:
V - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. I - assistência à gestação, ao parto e ao aleitamento;
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas II - direito à auto-regulação da fertilidade como livre decisão
supletivamente pelo Sistema Único de Saúde - SUS -, serão fi- da mulher, do homem ou do casal, tanto para a procriação quanto
nanciadas por recursos tarifários específicos e outros da União, para evitá-la;
Estados, Municípios e em particular, do III - fornecimento de recursos educacionais, científicos e as-
Sistema Financeiro da Habitação - SFH. sistências, bem como acesso gratuito aos métodos anticoncep-
§ 4º As ações de promoção nutricional, executadas no âmbito cionais, esclarecendo os resultados, indicações e contra-indica-
do Sistema Único de Saúde - SUS -, serão financiadas com recur- ções, vedada qualquer forma coercitiva ou de indução por parte
sos do orçamento diversos daqueles da Saúde. de instituições públicas ou privadas;
Art. 264. Fica criado o Fundo Municipal de Saúde, que será IV - assistência à mulher, em caso de aborto, provocado ou
administrado pela Secretaria Municipal de Saúde, subordinado não, como também no caso de violência sexual, asseguradas de-
ao planejamento e ao controle do Conselho Municipal de Saúde. pendências especiais nos serviços garantidos direta ou indireta-
Parágrafo único. O Fundo Municipal de Saúde, será consti- mente pelo Poder Público;
tuído por recursos provenientes das transferências V - adoção de novas práticas de atendimento relativas ao di-
Federal e Estadual do orçamento da Prefeitura, além de ou- reito de reprodução mediante consideração da experiência dos
tras fontes. grupos ou instituições de defesa da saúde da mulher;
Art. 265. O processo de planejamento e orçamento do Sis- VI - assistência às crianças portadoras de Síndrome de ima-
tema Único de Saúde, será compatível com as necessidades da turidade Cerebral e às que apresentem distúrbio do aprendizado
política de saúde e a disponibilidade de recursos do Fundo Muni- através da Secretaria Municipal de Saúde ou de convênios com
cipal de Saúde. áreas especializadas;

36
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

VII - atendimento às crianças em geral, com ênfase aos cui- Parágrafo único. O pagamento será de responsabilidade das
dados primários de saúde e aos adolescentes através de conhe- empresas a que estejam associadas as pessoas atendidas em uni-
cimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis e uso de dro- dades de saúde do Município.
gas, entorpecentes e afins. Art. 280. Compete ao Município suplementar, se necessário,
Art. 269. O Sistema Único de Saúde, abrangerá outras prá- a legislação federal e estadual, que disponha sobre a regulamen-
ticas terapêuticas, tais como Homeopatia, Acupuntura e Fitotera- tação, fiscalização e controle das ações e serviços de saúde, que se
pia, que integrarão a rede oficial de assistência à população, ga- organizam em sistemas único, observados os preceitos estabele-
rantindo inclusive suprimento dos insumos específicos para este cidos na Constituição Federal.
atendimento.
Art. 270. Cabe ao Município, mediante convênio com o Es- SEÇÃO II
tado, criar e implantar o Sistema Municipal de Serviços de Ur- Da Assistência Social
gências, assegurando na sua composição, órgãos operacionais de
comunicação, transporte, atenção médica pré e intra-hospitalar.
Art. 281. O Município, no âmbito de sua atuação, prestará
Art. 271. O Município, através dos órgãos competentes, de-
e desenvolverá o serviço social, favorecendo e coordenando as
terminará a fluoretização da água de abastecimento, na propor-
iniciativas particulares que visem a este objetivo.
ção fixada pela autoridade responsável.
§ 1º Caberá ao Município, promover e executar as obras e
Art. 272. A assistência farmacêutica será integrada ao Siste-
ma Único de Saúde - SUS - mediante convênio com a União e o serviços sociais que, por sua natureza e extensão, não possam ser
Estado de modo a garantir: atendidas pelas instituições de caráter privado.
I - o acesso da população carente aos medicamentos básicos, § 2º O plano de assistência social do Município, nos termos
através da elaboração e aplicação da lista padronizada dos medi- em que a lei estabelecer, terá por objetivo a correção dos dese-
camentos essenciais; quilíbrios do sistema social, visando a um desenvolvimento social
II - estabelecer mecanismos de controle sobre postos de ma- harmônico, consoante norma prevista no art. 203 da Constituição
nipulação, dispensação e/ou venda de medicamentos, drogas e Federal.
insumos farmacêuticos destinados ao uso e consumo humano. Art. 282. Poderá ser criado o Núcleo Municipal de Assistência
Art. 273. O Município só poderá adquirir medicamentos e Social, sem ônus para o Município.
soros imunobiológicos produzidos pela rede privada, quando a I - o Núcleo Municipal de Assistência Social poderá participar
rede pública não estiver capacitada a fornecê-lo. na formulação controle e execução da política e ações de assistên-
Art. 274. O Poder Público, mediante ação conjunta de suas cia social no Município.
áreas de educação e saúde, garantirá aos alunos da rede pública Art. 283. O Município assegurará a presença de pessoal qua-
de ensino, acompanhamento médico-odontológico, e às crianças lificado para orientação técnica, pedagógica e administrativa nos
que ingressem no pré-escolar, exames e tratamentos oftalmoló- projetos sociais.
gico e fonoaudiólogo. Art. 284. O Município, em ação conjunta com o Estado e a
Art. 275. O Poder Público deverá assegurar a inclusão de União, prestará assistência social a quem dela necessitar, direcio-
profissionais especializados como psicólogos, assistentes sociais, nando especialmente sua atuação no sentido dos seguintes ob-
fisioterapeutas e outros que se façam necessário para assistência jetivos:
à saúde. I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adoles-
Art. 276. O Município no âmbito de sua competência, es- cência e à velhice;
tabelecerá medidas de proteção à saúde dos cidadãos não fu- II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
mantes em escolas, restaurantes, hospitais, transportes coletivos, III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
repartições públicas, cinemas, teatros e demais estabelecimentos IV - criação de um centro para habilitação e reabilitação das
de grande afluência de público.
pessoas portadoras de deficiências e a promoção e integração à
Art. 277. O Município instituirá mecanismos de controle e
vida comunitária;
fiscalização adequados para coibir a imperícia, a negligência, a
V - criação de um centro para recebimento e encaminha-
imprudência e a omissão de socorro nos estabelecimentos hos-
mento do menor, em caso de abandono, delinquência e outras
pitalares oficiais e particulares, cominando penalidades severas
para os culpados. causas;
Parágrafo único. Quando se tratar de estabelecimentos par- VI - cadastramento municipal único das pessoas realmente
ticulares, as penalidades poderão variar da imposição de multas carentes.
pecuniárias à cassação da licença de funcionamento. Art. 285. Alei estabelecerá estímulos e incentivos para ado-
Art. 278. O Município, na forma da lei, concederá estímulos ção de menor abandonado ou seu recolhimento por famílias ou
especiais às pessoas que doarem órgãos, tecidos ou substâncias instituições sociais.
possíveis de serem utilizadas, quando de sua morte, com o propó- Art. 286. Toda distribuição de alimentos ou outros bens pelos
sito de restabelecer funções vitais à saúde. órgãos ou entidades públicas do Município serão feitas mediante
Art. 279. As empresas privadas prestadoras de serviços de prévia consulta ao cadastro único de pessoas carentes e visitas dos
assistência médica, administradoras de planos de saúde, deverão agentes municipais aos lares a serem beneficiados.
ressarcir o Município das despesas com o atendimento dos segu-
rados respectivos em unidades de saúde pertencentes ao Sistema
Único de Saúde.

37
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

CAPÍTULO IV § 3º A assistência à saúde a que se refere o inciso VIII, obje-


DACULTURA, DAEDUCAÇÃO E DO DESPORTO tiva a assegurar as condições físicas, mentais, psíquicas e sociais
SEÇÃO I - Da Educação necessárias à eficiência escolar e à promoção humana, devendo
SUBSEÇÃO I - Disposições Gerais ser realizada por equipe multidisciplinar, encarregada do plane-
jamento e da execução ou mediante programas e convênios com
Art. 287. Aeducação, direito de todos e dever do Poder Públi- instituições públicas.
co e da família, será promovida e incentivada com a colaboração § 4º O Município orientará e estimulará, por todos os meios,
da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu a educação física, que será obrigatória nos estabelecimentos mu-
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o nicipais de ensino.
trabalho. Art. 289. O ensino fundamental regular será ministrado em
§ 1º Constitui dever da família, representada pelos pais ou língua portuguesa.
responsáveis, matricular e acompanhas as crianças em idade de Art. 290. Compete ao Poder Público:
escolarização obrigatória nos estabelecimentos de ensino que I - recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes
promovam a educação formal e especial, sob pena de responsabi- a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
lidade previstas em lei. pela frequência à escola;
§ 2º É dever da sociedade comunicar à autoridade escolar a II - recensear as crianças em idade escolar, com a finalidade
existência de crianças que não estejam recebendo a escolarização de orientar a política de expansão da rede pública
obrigatória. mediante ampliação do número de salas de aulas e/ou cons-
SUBSEÇÃO II trução de novas unidades escolares.
Do Ensino Fundamental Art. 291. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
seguintes condições:
Art. 288. O dever do Município com a educação será efetiva- I - cumprimento das normas gerais de educação nacional;
do mediante a garantia de: II - autorização e avaliação de qualidade pelos órgãos com-
I - ensino fundamental obrigatório e gratuito com o estabe- petentes.
lecimento progressivo do turno único, nas escolas municipais, in- Art. 292. O Município aplicará, anualmente, nunca menos de
clusive aos que não tiverem acesso a ele na idade própria; 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante
II - atendimento educacional especializado aos portadores de de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; manutenção e desenvolvimento do ensino.
III - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero Art. 293. Os recursos do Município serão destinados exclusi-
a seis anos de idade, dirigidas preferentemente às camadas popu- vamente às escolas públicas.
lares de baixa renda; Parágrafo único. Quando houver falta de vagas e cursos re-
IV - ensino noturno regular, adequado às necessidades de gulares da rede pública na localidade da residência do educando,
aprendizado do educando; fica o Município obrigado a investir prioritariamente na expansão
V - atendimento ao educando, no ensino fundamental, atra- de sua rede no local.
vés de programas suplementares de material didático- escolar, Art. 294. O Município manterá o professorado municipal em
transporte, alimentação e assistência à saúde; nível econômico, social e moral à altura de suas funções, garan-
VI - liberdade de organização dos alunos, professores, fun- tindo, ao efetivo ou estável, estatuto próprio e plano de carreira,
cionários e pais de alunos, sendo facultada a utilização das insta- atendidos os princípios de progressão vertical e horizontal, tempo
lações do estabelecimento de ensino, sem prejuízo das atividades de serviço, escolaridade, preservando o interstício legal e o con-
normais; curso de acesso, garantindo ainda:
VII - submissão, quando necessário, dos alunos matriculados a) gratificação adicional, por difícil acesso, ao professorado
na rede municipal de ensino a testes de acuidade visual e audi- da zona rural;
tiva, a fim de detectar possíveis desvios de desenvolvimento; b) ingresso na carreira do magistério exclusivamente por con-
VIII - assistência à saúde no que respeita ao tratamento mé- curso público, salvo os casos de necessidade;
dico-odontológico e atendimento aos portadores de problemas c) piso salarial profissional, a ser definido no Plano de Car-
psicológicos ou destes decorrentes; reira.
IX - o ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui dis- Parágrafo único. Agratificação adicional por difícil acesso,
ciplina dos horários das escolas oficiais do Município e será minis- de que trata a alínea “a”, é estendida aos demais profissionais de
trada de acordo com a confissão religiosa do aluno, manifestada educação.
por ele, se for capaz, ou por seu representante legal ou respon- Art. 295. Alei regulará a composição, o funcionamento e as
sável; atribuições do Conselho Municipal de Educação, observada a le-
X - o órgão municipal de educação, publicará, anualmente, gislação federal e estadual.
relatório globalizando o trabalho realizado, bem como os resul- Art. 296. O sistema de ensino municipal será organizado em
tados obtidos. regime de colaboração com o da União e o do Estado.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito pú- § 1º O ensino municipal será ministrado com base nos se-
blico subjetivo. guintes princípios:
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Municí- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
pio, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autori- escola, assegurado aos necessitados condições de eficiência es-
dade competente. colar;

38
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o h) efeitos nocivos das drogas, do álcool e do tabaco;
pensamento, a arte e o saber; i) noções técnicas administrativas, agrícolas, agropecuárias,
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coe- comerciais, industriais e informáticas, a nível de formação espe-
xistência de instituições públicas e privadas de ensino; cial, como componente da grade curricular;
IV - valorização dos profissionais de ensino segundo dispuser j) estudos fluminenses, abrangendo os aspectos históricos,
a lei; geográficos, econômicos, sociológicos do Estado e seus Municí-
V - gestão democrática do ensino público, na forma da lei, pios, especialmente o de Nova Friburgo.
atendendo as seguintes diretrizes: § 3º - O Município garantirá a participação dos professores
a) participação da sociedade na formulação da política edu- do ensino Municipal na elaboração do Plano Municipal de Edu-
cacional e no acompanhamento de sua execução; cação e do Regimento das Escolas.
b) criação de mecanismo para prestação de contas à socieda- Art. 299. Lei Municipal regulamentará:
de da utilização dos recursos destinados à educação; I - a instalação de creches, unidades de educação pré escolar
e escolas municipais sempre que venham a ser aprovados proje-
c) participação de estudantes, professores, pais e funcionários
tos para loteamento e conjuntos habitacionais;
através de funcionamento de conselhos comunitários em todas
II - a organização do sistema municipal integrado de ensino
a unidades escolares, com o objetivo de acompanhar e colaborar
com a União e o estado, observada a legislação federal e esta-
para o bom nível pedagógico da escola. dual.
VI - garantia de padrão de qualidade; SUBSEÇÃO III
VII - educação não diferenciada entre sexos, seja no compor- Do Ensino Superior
tamento pedagógico ou no conteúdo do material didático.
§ 2º O Município assegurará padrão de qualidade mediante Art. 300. (Este artigo foi revogado pelo art. 38 da Emenda à
garantia de: LOMnº 055 , de 08.03.2017).
I - aperfeiçoamento e reciclagem dos profissionais de ensino; Art. 301. Alei poderá conceder estímulos e incentivos às ins-
II - regionalização do ensino, segundo as características sócio tituições públicas e privadas que venham instalar unidades de
-econômicas e culturais, adotando e ensino no Município.
implementando:
a) calendário ajustado às características regionais; SEÇÃO II
b) progressiva oferta das oito séries do ensino fundamental Da Cultura
nos distritos;
c) regionalização dos currículos e dos programas. Art. 302. O Município, em ação conjunta com o Estado e a
§ 3º Fica assegurado ao servidor público municipal preferên- União, garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
cia para matrícula na rede pública municipal. acesso às fontes da cultura municipal, estadual e nacional, imple-
Art. 297. O ensino fundamental público terá como fonte adi- mentando, no âmbito de sua competência, apoios e incentivos a
cional de financiamento a contribuição social do salário- educa- valorização e a difusão das manifestações culturais, inclusive, por
ção, recolhida, na forma da lei, pelas empresas, que dela poderão meio de:
deduzir a aplicação realizada no ensino fundamental de seus em- I - articulação das ações governamentais no sentido de prote-
pregados e dependentes. ção às manifestações das culturas populares, indígenas, afro-bra-
Art. 298. Na elaboração do Plano Municipal de Educação, o sileiras e das de outros grupos participantes do processo civiliza-
Município considerará o Plano Nacional de Educação de duração tório nacional, especialmente dos que contribuíram na formação
plurianual, visando a articulação e o desenvolvimento do ensino, do povo friburguense;
II - criação e manutenção de espaços públicos devidamente
em seus diversos níveis, bem como a integração das ações do
equipados e acessíveis à população para as diversas manifesta-
Poder Público que conduzam a:
ções culturais, inclusive através do uso de próprios municipais, ve-
I - erradicação do analfabetismo;
dada a extinção de qualquer espaço cultural público ou privado,
II - universalização do atendimento escolar; sem criação, na mesma área, de espaço equivalente;
III - melhoria da qualidade do ensino; III - estímulo à instalação de biblioteca nas diversas áreas do
IV - promoção humanística. Município, especialmente nas sedes dos Distritos e nos bairros de
§ 1º O Plano Municipal de Educação será elaborado a cada elevada densidade populacional, assim como atenção especial a
período de quatro anos e, anualmente, submetido a revisão. aquisição de obras de arte e outros bens particulares de reconhe-
§ 2º Os currículos das escolas municipais serão elaborados a cido valor cultural;
partir dos conteúdos mínimos, fixados em lei, de maneira a asse- IV - incentivo ao intercâmbio cultural com países estrangeiros
gurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais, e com outros Estados da Federação, bem como, o intercâmbio
nacionais, regionais e latino- americanos, desenvolvendo em seus cultural com os demais municípios fluminenses;
programas dentre outros noções específicas de: V - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profis-
a) direitos humanos; sionais da cultura, da criação artística, grupos folclóricos, grupos
b) defesa civil; de teatros, cine-clubes, artes plásticas, ciências e letras, música e
c) ecologia e meio ambiente; dança, artesanatos e outras manifestações culturais;
d) normas de trânsito; VI - proteção dos documentos, das obras e outros bens de
e) direitos do consumidor; valor histórico, artístico, cultural e científico, os monumentos, as
f) cuidados primários de saúde; paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos, espeleológi-
g) sexologia; cos, paleontológicos e ecológicos;

39
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

VII - manutenção de suas instituições culturais devidamente Art. 312. O Município incentivará as práticas esportivas, de-
dotadas de recursos humanos, materiais e financeiros, promoven- senvolvendo sua atuação no sentido dos seguintes objetivos:
do pesquisa, preservação, veiculação e ampliação de seus acer- I - criação e manutenção de espaços adequados para prática
vos; de esporte nas escolas, praças e parques públicos;
VIII - preservação, conservação e recuperação de bens na II - ações governamentais com vista a garantir aos interes-
cidade e sítios considerados instrumentos históricos e arquite- sados a possibilidade de construir e manterem espaços próprios
tônicos. para a prática de esportes;
Parágrafo único. Ao Município compete suplementar a le- III - promoção, em conjunto com os outros municípios, de
gislação federal e estadual que dispuser sobre a cultura. jogos e competições esportivas amadoras, regionais e estaduais,
Art. 303. Alei disporá sobre a fixação de datas comemorati- inclusive de alunos da rede pública;
vas de alta significação para o Município. IV - convênios com clubes, instituições desportivas e sociais
Art. 304. O Poder Público, com a colaboração da comunida- no sentido de locação e cessão de seus complexos esportivos
de, promoverá e protegerá o patrimônio cultural localizado no para realização de competições.
Município, por meio de inventários, registros, vigilância, tomba-
Art. 313. A educação física é disciplina curricular, regular e
mentos e desapropriação e outras formas de acautelamento e
obrigatória no ensino fundamental.
preservação.
Parágrafo único. Nos estabelecimentos de ensino público
Art. 305. ÀAdministração Municipal, cabe, na forma da lei, a e privado, deverão ser reservados espaços para prática de ativi-
gestão e guarda da documentação governamental, bem como as dades físicas, equipados materialmente e com recursos humanos
providências para franquear sua consulta a quantos dela neces- qualificados.
sitem. Art. 314. O atleta selecionado para representar o Município,
Art. 306. Alei estabelecerá incentivos para a produção e o o Estado ou o País em competições oficiais, terá, quando servidor
descobrimento dos bens e valores culturais. público, garantido os seus vencimentos integrais, e quando aluno
Art. 307. Aguarda, conservação e a preservação dos bens da rede pública escolar, justificada a frequência na escola, duran-
que compõem o patrimônio histórico, artístico e cultural do Mu- te o período da competição.
nicípio, compete à Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Art. 315. Os estabelecimentos especializados em atividades
através de órgão próprio do Departamento de Cultura - PRO- de educação física, esportes e recreação, ficam sujeitos a fiscali-
MEMÓRIA. zação de suas instalações pelo Poder Público Municipal, conforme
Art. 308. Lei criará o Conselho Municipal de Cultura, dispon- dispuser a lei.
do sobre sua composição, funcionamento e respectivas atribui- Art. 316. O Município auxiliará, pelos meios ao seu alcance,
ções. as organizações beneficentes, que se dediquem ao desporto ama-
Art. 309. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão dor, nos termos da lei.
punidos, na forma da lei. Art. 317. O uso de ginásios esportivos, estádios, campos e
instalações de propriedade do Município, poderão ser utilizados
SEÇÃO III por entidades amadoristas e preferencialmente por instituições
Do Desporto colegiais, conforme regulamentação própria.

Art. 310. É dever do Município fomentar práticas esportivas CAPÍTULO V


formais e não formais, inclusive para pessoas portadoras de defi- DA CIÊNCIAE TECNOLOGIA
ciências, como direito de cada um, observados:
I - autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa- Art. 318. O Município, observada sua capacidade de recur-
sos, promoverá e incentivará a pesquisa e a capacitação científica
ções, quanto à sua organização e ao seu funcionamento;
e tecnológica, bem como a difusão do conhecimento, visando o
II - a destinação de recursos públicos à promoção prioritária
progresso da ciência e ao bem estar da população.
do desporto educacional, e, em casos específicos, para o despor-
§ 1º A pesquisa e a capacitação tecnológicas voltar-se-ão
to de alto rendimento; preponderadamente para o desenvolvimento econômico e social
III - o tratamento diferenciado para o desporto amador e do Município de Nova Friburgo.
profissional; § 2º O Poder Público, nos termos da lei, apoiará e estimulará
IV - a proteção e o incentivo a manifestações esportivas de as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia ade-
criação nacional e olímpicas. quada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos hu-
Parágrafo único. Para a efetividade do disposto supra, as ati- manos, que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem
vidades deverão ser direcionadas de modo a abranger preferen- ao empregado, desvinculado do salário, participação dos ganhos
cialmente o seguinte universo: econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho e que
a) caráter educativo; se voltem especialmente às atividades relacionadas ao desenvol-
b) promoção humana e social; vimento de pesquisas e produção de material ou equipamento
c) recreação e lazer; especializado para pessoas portadoras de deficiência.
d) criação de áreas públicas; Art. 319. As políticas científicas e tecnológicas tomarão como
e) programas específicos visando atender as diversas faixas princípios o respeito à vida e à saúde humana, o aproveitamento
etárias. racional e não predatório dos recursos naturais, a preservação e a
Art. 311. O Poder Público ao formular a política de esportes recuperação do meio ambiente, bem como o respeito aos valores
considera as características sócio-culturais interessadas. culturais do povo.

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Art. 320. As faculdades e demais instituições de pesquisa se- IV - com a participação estimulada de entidades não gover-
diadas no Município devem participar no processo de formulação namentais, prover a criação de programas de prevenção de doen-
e acompanhamento da política científica e tecnológica. ças ou condições que levem à deficiência física, sensorial ou men-
Art. 321. O Município garantirá, na forma da lei, o acesso às tal; e de integração social do adolescente portador de deficiência,
informações que permitam ao indivíduo, às entidades e à socie- mediante treinamento para o trabalho e a convivência;
dade o acompanhamento das atividades de impacto social, tecno- V - Alei disporá sobre normas de construção dos logradouros,
lógico, econômico e ambiental. edifícios oficiais e particulares de frequência aberta ao público, e
Art. 322. No interesse das investigações realizadas nas facul- sobre a adaptação de veículos de transporte coletivo, a fim de ga-
dades, institutos de pesquisas ou por pesquisadores isolados, rantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiências;
fica assegurado o amplo acesso às informações coletadas por ór- VI - participação das entidades representativas das diferentes
gãos oficiais, sobretudo no campo dos dados estatísticos de uso áreas de deficiência na formulação, gestão, fiscalização e acom-
técnico e científico. panhamento da política de apoio à pessoa portadora de deficiên-
Art. 323. A implantação ou expansão de sistemas tecnológi- cia;
cos de grande impacto social, econômico ou ambiental devem VII - assegurar a formação de recursos humanos, em todos os
ser objeto de consulta à sociedade, na forma da lei. níveis, especializados no tratamento, na assistência e na educação
Art. 324. O Município acompanhará o desenvolvimento, dos dos portadores de deficiência;
projetos do instituto Politécnico em funcionamento do prédio da VIII - garantir o direito à informação e à comunicação, consi-
antiga F.G.V. bem como de sua Escola Ambiental, resguardados os derando-se as adaptações necessárias para as pessoas portadoras
direitos estabelecidos em Lei. de deficiência;
IX - conceder gratuidade nos transportes coletivos do Muni-
CAPÍTULO VI cípio para as pessoas portadoras de deficiência, com reconhecida
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL dificuldade de locomoção, e seu acompanhante;
X - participar da regulamentação e organização do trabalho
Art. 325. A manifestação do pensamento, a criação, a expres- das oficinas abrigadas para pessoas portadoras de deficiência,
enquanto estas não possam integrar-se no mercado de trabalho
são e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não
competitivo;
sofrerão qualquer restrição, observados os princípios da Constitui-
XI - estabelecer obrigatoriedade de utilização de tecnologia
ção da República e da legislação própria.
e normas de segurança destinadas à prevenção de doenças ou
Parágrafo único. O Município não permitirá veiculação de
condições que levem a deficiências.
propaganda discriminatória de raça, cor, credo, sexo e condição
Art. 329. O Município promoverá, diretamente ou por meio
social.
de convênios, censos periódicos de sua população portadora de
Art. 326. Os órgãos de comunicação social pertencentes ao
deficiência.
Município, a fundações instituídas pelo Poder Público ou a quais-
Art. 330. O Município garantirá a existência de sistemas de
quer entidades sujeitas, direta ou indiretamente, ao seu controle aprendizagem e comunicação para o deficiente visual ou auditi-
econômico, serão utilizados de modo a assegurar a possibilidade vo, de forma a atender às suas necessidades educacionais e so-
de expressão e confronto das diversas correntes de opinião. ciais.
Art. 327. A Câmara Municipal de Nova Friburgo destinará, Art. 331. Cabe ao Poder Público celebrar os convênios neces-
anualmente, recursos orçamentários para divulgação de suas ati- sários a garantir aos deficientes físicos as condições ideais para
vidades através de bancadas partidárias, em horário semanal em o convívio social, o estudo, o trabalho e a locomoção, inclusive
rádio de difusão local. mediante reservas de vagas nos estacionamentos públicos.
Art. 332. O Município reservará percentual dos cargos e em-
CAPÍTULO VII pregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e defi-
DAS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS nirá os critérios de sua admissão, nos termos da lei.
Parágrafo único. Poderá ser criado núcleo defesa dos direitos
Art. 328. É dever do Município, em ação conjunta com o do portador de deficiência, conforme Título VIII, Capítulo VIII,
Estado, assegurar às pessoas portadoras de qualquer deficiência Seção II, desta Lei Orgânica, sem ônus para o Município.
plena inserção na vida econômica e social e o total desenvolvi-
mento de suas potencialidades, obedecendo os seguintes prin- CAPÍTULO VIII
cípios: DA COLABORAÇÃO POPULAR
I - proibir a adoção de critérios diferentes para a admissão, a SEÇÃO I - Disposições Gerais
promoção, a remuneração e a dispensa no serviço público muni-
cipal garantindo-se a adaptação de provas, na forma da lei; Art. 333. Além da participação dos cidadãos, nos casos pre-
II - assegurar às pessoas portadoras de deficiências o direito à vistos nesta Lei Orgânica, será admitida e estimulada a colabora-
assistência desde o nascimento, incluindo a estimulação precoce, ção popular em todos os campos de atuação do Poder Público.
a educação de primeiro grau, obrigatória e gratuita, sem limite de § 1º O disposto neste Título tem fundamento nos artigos 5º,
idade; XVII e XVIII, 29, X e XI, 174, parágrafo 2º, e 194, VII, entre outros,
III - garantir às pessoas portadoras de deficiências o direito da Constituição Federal.
à habilitação e reabilitação com todos os equipamentos neces- § 2º As entidades da sociedade civil do Município, poderão
sários; agrupar-se formando um conselho municipal de caráter consul-

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LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

tivo, na forma da Lei. Parágrafo único. Aplica-se às cooperativas, no que couber, o


Art. 334. Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear previsto no § 2º, do art. 336, desta Lei Orgânica.
a declaração de nulidade ou anulação dos atos lesivos ao patri- Art. 338. O Poder Público estabelecerá programas especiais
mônio municipal. de apoio à iniciativa popular que implementar a organização da
Art. 335. Incumbe ao Município: comunidade local de acordo com as normas deste Capítulo.
I - auscultar, permanentemente, a opinião pública e, sempre Art. 339. O Governo Municipal incentivará a colaboração po-
que o interesse público não aconselhar o contrário, os Poderes pular para a organização de mutirões de colheita, de roçado, de
Executivo e Legislativo divulgarão, com a devida antecedência, os plantio, de construção e outros, quando assim o recomendar o
projetos de lei para o recebimento de sugestões; interesse da comunidade diretamente beneficiada.
II - adotar medidas para assegurar a celeridade na tramitação
e solução dos expedientes administrativos, punindo, disciplinar- TÍTULO IX
mente, nos termos da lei, os servidores faltosos; DISPOSIÇÕES GERAIS
III - facilitar, no interesse educacional do povo, a difusão de
jornais e outras publicações periódicas, assim como das transmis- Art. 340. O Município não poderá dar nome de pessoas vivas
sões pelo rádio e pela televisão. a bens e serviços públicos de qualquer natureza.
Art. 341. Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter
SEÇÃO II secular, e serão administrados pela autoridade municipal, sendo
Das Associações permitido a todas as confissões religiosas praticar neles os seus
ritos.
Art. 336. A população do Município poderá organizar-se em Parágrafo único. As associações religiosas e os particulares
associações, observadas as disposições da Constituição Federal e poderão, na forma da lei, manter cemitérios próprios, fiscaliza-
do Estado, desta Lei Orgânica, da legislação aplicável e de estatuto dos, porém, pelo Município.
próprio, o qual, além de fixar o objetivo da atividade associativa, Art. 342. O Município poderá criar e organizar quadro de
estabeleça, entre outras vedações: voluntários para o combate a incêndio, socorro em caso de cala-
a) atividades político-partidárias; midade pública ou de defesa permanente do meio ambiente, nos
b) participação de pessoas residentes ou domiciliadas fora do termos da lei, observado o que dispõe o art. 347, da Constituição
Município, ou ocupantes de cargo de confiança da do Estado.
Administração Municipal; Art. 343. O Município pode celebrar convênios para a execu-
c) discriminação a qualquer título. ção de suas leis, de seus serviços ou de suas decisões por outros
§ 1º Nos termos deste artigo, poderão ser criadas associações órgãos ou servidores públicos federais, estaduais ou de outros
com os seguintes objetivos, entre outros: municípios.
I - proteção e assistência à criança, ao adolescente, aos de- Parágrafo único. O Município, mediante autorização prévia
sempregados, aos portadores de deficiência, aos usuários de e específica da Câmara Municipal, poderá celebrar convênios
transporte coletivo, aos pobres, aos idosos, à mulher, à gestante, com um ou mais municípios circunvizinhos, para criar entidades
aos doentes e ao presidiário; intermunicipais de administração indireta para a realização de
II - representação dos interesses de moradores de bairros e obras, atividades e serviços específicos de interesse comum, dota-
distritos, de consumidores, de donas-de-casa, de pais de alunos, das de personalidade jurídica própria, com autonomia administra-
de alunos, de professores e de contribuintes; tiva e financeira e sediada em um dos municípios convenentes.
III - colaboração com a educação e a saúde; Art. 344. Fica assegurado aos servidores públicos estatutá-
IV - proteção e conservação da natureza e do meio ambien- rios do Município que não disponham de órgão de previdência e
te; assistência médico hospitalar, o direito de filiarem-se aos corres-
V - promoção e desenvolvimento da cultura, das artes, do pondentes órgãos do Estado, na forma estabelecida na lei esta-
esporte e do lazer. dual.
§ 2º O Poder Público incentivará a organização de associa- Art. 345. Alei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurí-
ções com objetivo diversos dos previstos no parágrafo anterior, dico perfeito e a coisa julgada.
sempre que o interesse social e o da administração convergirem Art. 346. São mantidos os atuais símbolos, brasão, hino e
para a colaboração comunitária e a participação popular na for- bandeira do Município.
mulação e execução de políticas públicas. Art. 347. O Município comemorará, anualmente no dia 16 de
maio a data de sua fundação.
SEÇÃO III Art. 348. Ressalvadas as modificações introduzidas por Esta
Das Cooperativas Lei Orgânica, permanece em pleno vigor a legislação municipal.
Parágrafo único. Na aplicação, integração e interpretação
Art. 337. Respeitado o disposto na Constituição Federal e do das leis, decretos e outros atos normativos municipais, obser-
Estadual, desta Lei Orgânica e da legislação aplicável, o Município var-se-ão, no caso de omissão de norma específica, os princípios
estimulará e incentivará a criação de cooperativas para o fomento vigentes da Constituição da República e das leis federais.
de atividades nos seguintes setores: Art. 349. Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos mem-
I - agricultura e pecuária; bros da Câmara Municipal, é promulgada pela Mesa e entra em
II - construção de moradias; vigor na data de sua publicação.
III - abastecimento urbano e rural.

42
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

LÍNGUA PORTUGUESA (A) Daqui à pouco teremos à passagem gratuita.


(B) Não existe condições de se implantar a passagem gra-
tuita.
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (C) É necessário a implementação da passagem gratuita.
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Falha no Facebook (D) O povo prefere mais passagem paga que gratuita.
______________ dados de 6 milhões de usuários. Núme- (E) A passagem barata é preferível à gratuita.
ros de telefone e e-mails de parte dos usuários do site
______________ para download a partir da ferramenta “Baixe Fiz as correções entre parênteses:
uma cópia dos seus dados”, presente na seção “Geral” da (A) Daqui à (a) pouco teremos à (a) passagem gratuita.
categoria “Privacidade”, sem o consentimento dos cadas- (B) Não existe (existem) condições de se implantar a pas-
trados da rede social. sagem gratuita.
(http://veja.abril.com.br, 21.06.2013. Adaptado) (C) É necessário (necessária) a implementação da passa-
gem gratuita.
Em norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do (D) O povo prefere mais passagem paga que (paga à)
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com gratuita.
(A) expõe … estava disponível (E) A passagem barata é preferível à gratuita.
(B) expõe … estavam disponíveis O verbo “preferir” pede preposição: Prefiro água a vinho
(C) expõem … estavam disponível (e não: “do que vinho”)
(D) expõem … estava disponível
(E) expõem … estava disponíveis RESPOSTA: “E”.

Sublinhei os sujeitos das orações para facilitar a per- 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
cepção da concordância verbal: – ADVOGADO - VUNESP/2013) Na passagem – ... e ausência
Falha no Facebook expõe dados de 6 milhões de usuá- de candidatos para preenchê-las. –, substituindo-se o verbo
rios. preencher por concorrer e atendendo-se à norma-padrão,
Números de telefone e e-mails de parte dos usuários obtém-se:
do site estavam disponíveis (A) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
(B) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
“expõe” e “estavam disponíveis”.
(C) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
(D) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
RESPOSTA: “B”.
(E) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não te-
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto
mos acento indicativo de crase antes de pronome pessoal;
para responder às questões de números 37 e 38.
quando temos um verbo no infinitivo, podemos usar a cons-
Metrópoles desenvolvidas arcam com parte do custo
trução: verbo + preposição + pronome pessoal. Por exemplo:
do transporte público. Fazem-no não só por populismo Dar a eles (ao invés de “dar-lhes”).
dos políticos locais mas também para imprimir mais efi-
ciência ao sistema. E, se a discussão se dá em termos de RESPOSTA: “A”.
definir o nível ideal de subsídio, a gratuidade deixa de ser
um delírio para tornar-se a posição mais extrema num le- 4-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO –
que de possibilidades. ADVOGADO - VUNESP/2013) A Polícia Militar prendeu, nesta
Sou contra a tarifa zero, porque ela traz uma outra clas- semana, um homem de 37 anos, acusado de ____________ de
se de problemas que já foi bem analisada pelo pessoal da drogas e ____________ à avó de 74 anos de idade. Ele foi preso
teoria dos jogos: se não houver pagamento individual, au- em __________ com uma pequena quantidade de drogas no
menta a tendência de as pessoas usarem ônibus até para bairro Irapuá II, em Floriano, após várias denúncias de vizi-
andar de uma esquina a outra, o que é ruim para o sistema nhos. De acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado
e para a saúde. era conhecido na região pela atuação no crime.
Para complicar mais, vale lembrar que a discussão sur- (www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em
ge no contexto de prefeituras com orçamentos apertados 23.06.2013. Adaptado)
e áreas ainda mais prioritárias como educação e saúde para
atender. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
(Hélio Schwartsman, Tarifa zero, um delírio? Folha de as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamen-
S.Paulo, 21.06.2013. Adaptado) te, com:
(A) tráfico … mal-tratos … flagrante
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (B) tráfego … maltratos … fragrante
– ADVOGADO - VUNESP/2013) A ideia central do texto pode (C) tráfego … maus-trato … flagrante
ser sintetizada da seguinte forma, em conformidade com a (D) tráfico … maus-tratos … flagrante
norma-padrão da língua portuguesa: (E) tráfico … mau-trato … fragrante

43
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Questão de ortografia. Vamos às exclusões: Polícia tra- (D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo)
balha com criminosos pegos em “flagrante”, no “flagra”; (E) … botei numa tigela na varanda e comemos um por
“fragrante” relaciona-se a aroma, fragrância. Assim, já des- um… (1.º parágrafo)
cartamos os itens “B” e “E”. “Tráfego” tem relação com trân-
sito, transitar, trafegar. “Tráfico” é o que consideramos ile- Sublinhei os termos que estão relacionados (os prono-
gal, praticado por traficante. Descartamos o item “C” tam- mes e verbos retomam os seguintes substantivos abaixo):
bém. Sobrou-nos “Maus-tratos”/mal-tratos. O tratamento Meus amigos e amigas e parentes queridos são como
dado à avó foi ruim, mau (adjetivo). Sendo assim, o correto os caquis...
é “maus-tratos”. Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê
-los...
RESPOSTA:”D”. devem ficar escondidos de mim, guardados numa cai-
xa, lá em Sorocaba...
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Através da leitura acima, percebemos que o autor re-
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto fere-se aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam
para responder às questões de números 40 e 41. guardados em caixas, obviamente, está utilizando uma lin-
Outro dia, meu pai veio me visitar e trouxe uma caixa guagem conotativa, figurada.
de caquis, lá de Sorocaba. Eu os lavei, botei numa tigela
na varanda e comemos um por um, num silêncio reveren- RESPOSTA: “C”.
cial, nos olhando de vez em quando. Enquanto comia, eu
pensava: Deus do céu, como caqui é bom! Caqui é maravi- 7-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
lhoso! O que tenho feito eu desta curta vida, tão afastado NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Com as alte-
dos caquis?! rações propostas entre parênteses para o segmento grifa-
Meus amigos e amigas e parentes queridos são como do nas frases abaixo, o verbo que se mantém corretamente
os caquis: nunca os encontro. Quando os encontro, relem- no singular é:
bro como é prazeroso vê-los, mas depois que vão embo-
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de
ra me esqueço da revelação. Por que não os vejo sempre,
modernização)
toda semana, todos os dias desta curta vida?
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
Já sei: devem ficar escondidos de mim, guardados
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do
numa caixa, lá em Sorocaba.
Brasil (as mais belas cidades do Brasil)
(Antônio Prata, Apolpando. Folha de S.Paulo,
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
29.05.2013)
Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
5-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
– ADVOGADO - VUNESP/2013) A oração – … nunca os en- cidade)
contro. (2.º parágrafo) – assume, em voz passiva, a seguinte Fiz as anotações ao lado:
redação: (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de mo-
(A) … eu nunca encontro eles. dernização) = se teriam feito
(B) … eles nunca têm sido encontrados por mim. (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) = se
(C) … nunca se encontram eles. esquecem
(D) … eu nunca os tenho encontrado. (C) por que vem passando a mais bela das cidades do
(E) … eles nunca são encontrados por mim. Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm pas-
sando
“Traduzindo” a oração destacada: “eu nunca encontro (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
eles” (Observação: colocação pronominal feita dessa forma Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver
apenas para esclarecer a voz verbal!). Ao passarmos da voz (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
ativa para a voz passiva, teremos a seguinte construção: cidade) = parecem ter
“eles nunca são encontrados por mim”.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
8-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
6-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Os verbos que
– ADVOGADO - VUNESP/2013) Considerando o contexto, exigem o mesmo tipo de complemento estão empregados
assinale a alternativa em que há termos empregados em nos segmentos transcritos em:
sentido figurado. (A) A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos de
(A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º parágrafo) corpo e alma no cafezinho.
(B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Sorocaba. (1.º (B) ... alguém dará o nosso recado sem endereço. // A vida
parágrafo) é triste e complicada.
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados numa (C) Tinha razão o rapaz... // Depois de esperar duas ou
caixa… (último parágrafo) três horas...

44
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(D) Para quem espera nervosamente... // Depois de espe- 11-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
rar duas ou três horas... LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE
(E) Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de corpo e DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Leia o texto para res-
alma no cafezinho. ponder à questão.

Análise abaixo: Tufão “Tembin” causa destruição em Taiwan; 5 mil eva-


(A) A vida é = verbo de ligação // ... mergulhemos = cuaram
intransitivo
(B) ... alguém dará = transitivo direto e indireto (no con-
texto, apenas direto) // A vida é = verbo de ligação
(C) Tinha = transitivo direto // Depois de esperar = tran-
sitivo direto
(D) Para quem espera = pode ser considerado intransitivo
– (NESTE CONTEXTO) // Depois de esperar = transitivo direto
(E) Tinha = transitivo direto // ... mergulhemos = intran-
sitivo

RESPOSTA: “C”.
Imagem mostra morador entre árvores que foram der-
9-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA- rubadas nesta sexta-feira (24), durante passagem do tufão
NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) A frase que ad- Tembin, em Taitung, no leste de Taiwan. Segundo a agência
mite transposição para a voz PASSIVA é: AFP, ao menos 5 mil pessoas foram evacuadas das regiões
(A) Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes... expostas a deslizamentos de terra diante da ameaça do tu-
(B) O chapéu dele está aí... fão, de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (1 a 5), que
(C) ... chegou à conclusão de que o funcionário... atingiu o condado de Pingtung às 5h (18h de Brasília), se-
(D) Leio a reclamação de um repórter irritado... gundo a agência nacional de meteorologia.
(E) ... precisava falar com um delegado... (Disponível em http://noticias.uol.com.br/album/
album-do-dia/2012/08/24/imagens-do-dia-24-de-agosto-
A única alternativa que possibilita a transposição para a
de-2012.htm?abrefoto=9. Acesso em 24.08.2012)
voz passiva é a: A reclamação de um repórter irritado foi lida
A respeito do emprego de verbos nessa notícia, pode-
por mim”.
se afirmar que:
RESPOSTA: “D”. I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA- pregado na voz ativa ou na passiva;
NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) ... e chegou à II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na
conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando voz passiva e indicam tempo pretérito;
café. III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam,
Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de cra- respectivamente, tempo pretérito e tempo presente;
se em destaque na frase acima, está correto o seu emprego IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva
em: e indicam tempo passado.
(A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. Está correto o que se afirma apenas em
(B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. (A) I e II.
(C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. (B) I e III.
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (C) I e IV.
(E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. (D) II e III.
(E) II e IV.
Vamos por exclusão:
(A) e chegou à uma = não há acento grave antes de ar-
Questão que envolve intepretação, conhecimento de
tigo indefinido
Vozes e Tempos Verbais, além de Ambiguidade. Farei as
(B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes de
verbo no infinitivo observações nos itens:
(C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
palavra masculina pregado na voz ativa ou na passiva;
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. = tanto “evacuaram” quanto “foram evacuadas” apre-
(E) e chegou à conclusões = não há acento grave quando sentam duplo sentido
a preposição está no singular e a palavra que a acompanha II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na
não tem a presença do artigo definido (há generalização). Ha- voz passiva e indicam tempo pretérito;
veria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam,
mais disparatadas”. respectivamente, tempo pretérito e tempo presente; =
houve uma inversão: “mostra” está no presente e “atingiu”
RESPOSTA: “D”. está no pretérito perfeito

45
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva Preserva-se o mesmo sentido e regência do verbo che-
e indicam tempo passado. gar da frase em:
= “mostra” está na voz ativa e tempo presente; “foram (A) O dinheiro não chegou para as despesas do mês.
derrubadas” sim, está na voz passiva e tempo passado. (B) Ela não chega à mãe em beleza e inteligência.
Itens corretos: I e II. (C) Uma desgraça nunca chega só.
(D) Chega de reclamações, disse o juiz.
RESPOSTA: “A”. (E) Apesar de chegar cedo à seção eleitoral, não con-
seguiu votar.
12-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO No enunciado, o verbo “chegar” exerce a função de
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma verbo transitivo indireto, pedindo preposição: chegar a que
regra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxíto- lugar, aonde? A alternativa que também apresenta o mes-
nas: mo sentido é a: chegou à seção eleitoral.
(A) probatório; condenatório; crédito.
(B) máquina; denúncia; ilícita. RESPOSTA: “E”.
(C) denúncia; funcionário; improcedência.
(D) máquina; improcedência; probatório. 15-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(E) condenatório; funcionário; frágil. LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o tre-
Vamos a elas: cho.
(A) probatório = paroxítona terminada em ditongo; Em audiência pública realizada na última sexta-feira
condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito (24), o ministro Marco Aurélio se mostrou preocupado e
= proparoxítona. afirmou que tem receio de que o julgamento do mensalão
(B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona não termine até o final do ano.
terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona. Nesse trecho, a relação estabelecida entre as orações
(C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; fun- ligadas pela conjunção “e” é de
cionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedên- (A) contraposição.
cia = paroxítona terminada em ditongo (B) exclusão.
(D) máquina; improcedência; probatório = classifica- (C) tempo.
ções apresentadas acima (D) adição.
(E) condenatório; funcionário = classificações apresen- (E) alternância.
tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l”
A ideia apresentada pela conjunção “e”, nesse texto, é
RESPOSTA: “C”. de adição.

13-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- RESPOSTA: “D”.


LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Em – os procedi- 16-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
mentos se tornaram muito mais céleres e fáceis – o termo LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
destacado apresenta como antônimo: DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012 - ADAPTADA) A
(A) ágeis. corte seguiu à risca um artigo do Estatuto da Criança e do
(B) modernos. Adolescente (ECA).
(C) desenvoltos. Segue essa mesma regra de uso da crase a alternativa:
(D) arcaicos. (A) (A lei) ameaça despejar milhares de marginais preco-
(E) morosos. ces de volta às ruas.
(B) A felicidade é o sonho que se oferece às pessoas.
Ao estudarmos conteúdo de Direito, percebemos que (C) Telefonei ontem à sua tia.
um dos princípios da Justiça é o da celeridade, da rapidez (D) Ficou rodando de carro à toa por muito tempo.
no julgamento/andamento do processo, o que nos facilita (E) Não ceda à tentação.
responder à questão: antônimo de célere, rápido = moroso.
O termo “seguiu à risca” dá-nos uma ideia de “modo”.
RESPOSTA: “E”. Dentre as alternativas apresentadas, o item que nos passa o
mesmo sentido é: Ficou rodando de carro à toa por muito
14-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- tempo.
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere a frase RESPOSTA: “D”.
a seguir.
Esses recursos chegam ao STF depois de passar por
uma “peneira” no tribunal de origem.

46
REGIMENTO INTERNO

Regimento Interno da Câmara de Nova Friburgo: Das disposições preliminares; Dos órgãos da Câmara Municipal; Das
Sessões da Câmara. Das Proposições; Da apreciação das Proposições; Da participação da sociedade civil; Da Administração
e da Economia Interna;.....................................................................................................................................................................................................01
REGIMENTO INTERNO

§ 1º A função representativa concentra-se na expres-


REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA DE são da soberania popular, atuando em favor dos interesses
da coletividade em respeito às leis.
NOVA FRIBURGO: DAS DISPOSIÇÕES
§ 2º A função de fiscalização e controle dos atos do
PRELIMINARES; DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA Executivo Municipal de maneira externa, conforme previsto
MUNICIPAL; constitucionalmente e na Lei Orgânica Municipal, expressa-
DAS SESSÕES DA CÂMARA. DAS se especialmente através de requerimentos de informação,
PROPOSIÇÕES; DA APRECIAÇÃO DAS em diligências, na atuação das Comissões Permanentes, na
PROPOSIÇÕES; DA PARTICIPAÇÃO DA instituição de Comissões Especiais e de Comissões Parla-
SOCIEDADE CIVIL; DA ADMINISTRAÇÃO E mentares de Inquérito, na expedição de decretos legislati-
DA ECONOMIA INTERNA; vos, dentre os quais o relativo ao julgamento das contas do
Prefeito, integradas estas àquelas da própria Câmara, além
de implicarem na vigilância dos negócios do Executivo em
geral, sob os princípios da legalidade, impessoalidade, mo-
RESOLUÇÃO LEGISLATIVA Nº 2.218
ralidade, eficiência e da ética político-administrativa, com a
A CÂMARA MUNICIPAL DE NOVA FRIBURGO decre-
tomada de medidas sanatórias que se fizerem necessárias,
ta e eu promulgo a seguinte Resolução Legislativa:
sempre mediante o auxílio do Tribunal de Contas do Estado
Estabelece o Regimento Interno da Câmara Municipal
de Nova Friburgo, e dá outras providências. ou órgão equivalente.
§ 3º A função de legitimação manifesta-se como es-
TÍTULO I paço de consenso ou dissenso em relação às estruturas de
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES governo e às propostas dele emanadas.
CAPÍTULO I § 4ºA função legiferante caracteriza-se em atuar pela
DA SEDE organização e funcionamento do Município por meio da
elaboração, apreciação e deliberação de normas de sua al-
Art. 1º O Poder Legislativo Municipal é exercido pela çada, nos termos da Lei Orgânica e deste Regimento, além
Câmara Municipal e tem sede na Rua Farinha Filho, nº 50, da análise e votação de propostas de iniciativa do Poder
Centro. Executivo ou popular, referentes aos assuntos de compe-
§ 1º Havendo motivo relevante, ou de força maior, a tência e interesse do Município e, quando for o caso, su-
Câmara poderá, por deliberação da Mesa Diretora, ad refe- plementando, respeitadas suas reservas constitucionais, as
rendum da maioria absoluta dos Vereadores, reunir-se em legislações da União e do Estado.
outro edifício ou em ponto diverso no território municipal, § 5º A função de assessoramento realiza-se por meio
inclusive conforme os termos da Resolução Legislativa n.º de sugestões do Poder Legislativo ao Poder Executivo, so-
1.996/2012, que institui o Programa Câmara Itinerante no bre atos, medidas e soluções administrativas de competên-
Município de Nova Friburgo. cia exclusiva do Prefeito, bem como aos órgãos da Admi-
§ 2º A sede é destinada para ações próprias do Poder nistração Indireta e às empresas em exercício de concessão
Legislativo Municipal, sendo permitida a cessão do espaço de serviços públicos e as permissões.
regulada em resolução específica. § 6º A função administrativa relaciona-se à organização
§ 3º No recinto de sessões do Plenário, não poderão interna do Poder Legislativo, a exemplo da eleição da sua
ser afixados quaisquer símbolos, quadros, faixas, cartazes Mesa Diretora e das Comissões, organização e estrutura-
ou fotografias que impliquem propaganda político-parti- ção de suas atividades e serviços conexos para o regular e
dária, ideológicas, religiosa ou de cunho promocional de permanente funcionamento da Câmara.
pessoas vivas ou de entidades de qualquer natureza.
§ 7º A função de julgamento é restrita e delimita-se a
§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica à
situações relacionadas às Contas do Executivo Municipal
colocação de brasão ou bandeira do país, do estado, do
município ou dos “países formadores” e nações amigas, e ou em situações decorrentes da instalação de Comissões
a convenções partidárias, na forma da legislação aplicável, Processantes, de processos derivados do Conselho de Ética
com autorização da Mesa Diretora ou do Presidente, nos e Decoro Parlamentar e dos casos de impedimento (impea-
termos de resolução específica. chment), especialmente daqueles concernentes a eventuais
infrações político-administrativas, nas hipóteses em que é
CAPÍTULO II necessário julgar agentes políticos conforme previsto na
DAS FUNÇÕES DA CÂMARA Constituição Federal e nas leis.

Art. 2º A Câmara Municipal, concorrendo para a im- CAPÍTULO III


prescindibilidade do parlamento no contexto do processo DAS SESSÕES LEGISLATIVAS
democrático nos termos da Constituição Federal, possui as
funções de representação, fiscalização financeira e dos atos Art. 3º A Câmara Municipal reunir-se-á durante as ses-
da Administração Pública, controle externo do Executivo, sões:
legitimação, legiferação e assessoramento, além daquelas I - preparatórias, as que precedem a inauguração dos
relativas à sua própria administração e ao julgamento polí- trabalhos da Câmara Municipal, relativos a cada biênio da
tico-administrativo nas situações previstas em lei. legislatura;

1
REGIMENTO INTERNO

II - ordinárias, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º § 4º A relação, inclusive quando da programação do


de agosto a 15 de dezembro, nos termos da Lei Orgânica; painel eletrônico, será feita na sucessão alfabética dos no-
III - extraordinárias, quando, com este caráter, for con- mes parlamentares, com as respectivas legendas partidá-
vocada a Câmara Municipal nos termos do art. 80. rias.
IV - solenes, nos termos do art. 81.
§ 1º Cada sessão legislativa corresponde a um ano par- Seção II
lamentar, constituindo-se em quatro que totalizam uma Da Sessão Preparatória de Instalação
legislatura.
§ 2º As sessões marcadas para as datas a que se refere Art. 6º No dia e mês do primeiro ano de cada legislatu-
o inciso II serão transferidas para a primeira terça ou quin- ra, conforme estabelecido pela Lei Orgânica do Município,
ta-feira subsequente, quando recair em feriado ou outro os Vereadores diplomados reunir-se-ão em sessão prepa-
impedimento. ratória de instalação, na sede da Câmara Municipal, inde-
§ 3º A primeira e a segunda sessões legislativas, esta pendente de convocação e número, sob a presidência pro-
em consonância com o que dispõe o § 10 do art. 9º, conta- visória do último Presidente, se reeleito Vereador, e, na sua
rão com sessões preparatórias. falta, do Vereador mais idoso dentre os de maior número
§ 4º A sessão legislativa ordinária não será interrom- de legislaturas, para prestar compromisso e tomar posse.
pida em 17 de julho enquanto não for apreciada e votada § 1º Aberta a sessão, o Presidente da sessão convidará
a Lei de Diretrizes Orçamentárias pela Câmara Municipal e quatro Vereadores, de Partidos diferentes, para ocuparem
nem findada em 15 de dezembro até a apreciação e vota- ad hoc os cargos da Mesa e proclamará os nomes dos Ve-
ção da Lei Orçamentária Anual e, no caso do primeiro ano readores diplomados, constantes da relação a que se refere
parlamentar, também da Lei que trata do Plano Plurianual. o artigo anterior.
§ 5º Quando convocada extraordinariamente, a Câma- § 2º Em ação seguinte, o Presidente convidará a todos
ra Municipal somente deliberará sobre a(s) matéria(s) obje- para a execução dos hinos nacional e de Nova Friburgo.
to(s) da convocação. § 3º Examinadas e decididas pelo Presidente as recla-
§ 6º As sessões extraordinárias poderão ser convocadas mações atinentes à relação nominal dos Vereadores, será
durante o período ordinário da sessão legislativa, quando tomado o compromisso solene dos empossados. De pé
se verificar necessário. todos os presentes, o Presidente ou Vereador por ele de-
Art. 4º As sessões ordinárias e extraordinárias da Câ- signado proferirá a seguinte declaração: “Prometo cumprir
mara Municipal deverão ser acessíveis a qualquer cidadão, a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Or-
na íntegra, por meios televisivos e de internet, inclusive por gânica Municipal, observar as leis, desempenhar o mandato
meio de download ou se solicitada cópia à Secretaria de que me foi confiado e trabalhar pelo progresso do Município
Expediente, devendo ser assegurada a qualidade de trans- e pelo bem-estar de seu povo”. Ato contínuo, feita a cha-
missão. mada, cada Vereador, de pé, a ratificará dizendo: “Assim o
Parágrafo único. As sessões solenes igualmente devem prometo”, permanecendo os demais Vereadores sentados
ser acessíveis a qualquer cidadão, observado o § 2º do art. e em silêncio.
81. § 4º O conteúdo do compromisso e o ritual de sua
prestação não poderão ser modificados; o compromissan-
CAPÍTULO IV do não poderá apresentar, no ato, declaração oral ou escri-
DAS SESSÕES PREPARATÓRIAS ta nem ser empossado através de procurador.
Seção I § 5º O Presidente franqueará a palavra, pelo tempo de
Da Posse dos Vereadores até 7 (sete) minutos, aos Vereadores que desejarem gozar
do direito ao pronunciamento de posse.
Art. 5º O candidato diplomado Vereador deverá apre- § 6º O Vereador empossado posteriormente prestará
sentar à Secretaria de Expediente, pessoalmente ou por o compromisso em sessão e junto à Mesa, exceto durante
intermédio do seu Partido, até o dia 30 de dezembro do período de recesso da Câmara Municipal, quando o fará
ano do respectivo processo eleitoral, o diploma expedido perante o Presidente.
pela Justiça Eleitoral, juntamente com a comunicação de § 7º Salvo motivo de força maior ou enfermidade de-
seu nome parlamentar, legenda partidária e declaração de vidamente comprovados, a posse dar-se-á no prazo de 15
bens e rendimentos. (quinze) dias, prorrogável por igual período ou mais, a re-
§ 1º O nome parlamentar compor-se-á, salvo quando, querimento do interessado, contado:
a juízo do Presidente, devam ser evitadas confusões, ape- I - da primeira sessão preparatória para instalação da
nas de um prenome e o nome, dois nomes, dois prenomes, primeira sessão legislativa da legislatura;
titulação e nome, ou alcunha, devendo o Vereador respei- II - da diplomação, se eleito Vereador durante a legis-
tar a legislação pertinente. latura;
§ 2º Quando da apresentação do diploma expedido III - da ocorrência do fato que a ensejar, por convoca-
pela Justiça Eleitoral, o candidato diplomado será formal- ção do Presidente.
mente comunicado das sessões de posse e para eleição da § 8º Tendo prestado o compromisso uma vez, fica o su-
Mesa Diretora. plente de Vereador dispensado de fazê-lo em convocações
§ 3º Caberá à Secretaria de Expediente organizar a rela- subsequentes, bem como o Vereador ao reassumir o lugar,
ção dos Vereadores diplomados, que deverá estar concluí- sendo a sua volta ao exercício do mandato comunicada a
da antes da instalação da sessão de posse. Casa pelo Presidente.

2
REGIMENTO INTERNO

§ 9º Não se considera investido no mandato de Ve- § 3º Se aprovado o processo constante do inciso I do


reador quem deixar de prestar o compromisso nos estritos parágrafo anterior:
termos regimentais. a) Na sequência constante do § 1º, o Presidente da ses-
Art. 7º Após o processo eleitoral da Mesa Diretora, são procederá à consulta e inscrição dos candidatos a cada
constante do art. 9º, o Presidente fará publicar, no Diário cargo, preenchendo-se, um a um, através de cinco proces-
Oficial da Câmara Municipal em imediata oportunidade, a sos de consulta, inscrição e votação, atendendo, dentro do
relação dos Vereadores investidos no mandato, com seus possível, ao princípio constitucional da proporcionalidade
respectivos nomes parlamentares e siglas partidárias. dos Partidos e dos Blocos Parlamentares;
b) Os candidatos receberão um número respectivo,
Seção III com o qual concorrerão ao cargo pretendido;
Da posse do Prefeito e do Vice-Prefeito c) É vedada a inscrição de mesmo candidato para mais
de um cargo na Mesa, sendo facultado ao Partido ou Bloco
Art. 8º O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse pe- Parlamentar com direito a vaga, em razão de sua repre-
rante a Câmara Municipal na mesma data dos Vereadores, sentação, indicar outros para concorrer, observado o § 2º
em seguida a estes, em sessão solene própria, nos termos do art. 10, aos demais cargos até que lhe seja assegurado,
da Lei Orgânica do Município. tanto quanto possível, espaço na Mesa;
§ 1º A sessão solene de que trata o caput será presidida d) O voto nominal será feito pela chamada dos Verea-
pelo mesmo Vereador que conduziu a solenidade de posse dores e o candidato que obtiver o maior número de votos
dos Vereadores. será consagrado vencedor;
§ 2º O Prefeito prestará compromisso tomado pela e) Na hipótese de empate, será eleito o Vereador mais
presidência da sessão solene de posse. De pé todos os pre- idoso dentre os de maior número de legislaturas.
sentes, o Prefeito proferirá a seguinte declaração: “Prometo § 4º Se aprovado o processo constante do inciso II do
cumprir a Constituição Federal, a Constituição Estadual e parágrafo anterior:
a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, desempenhar o a) as chapas concorrentes à Mesa Diretora deverão re-
mandato que me foi confiado e trabalhar pelo progresso do gistrar-se por meio de requerimento escrito ao Presidente,
Município e pelo bem-estar de seu povo”. atendendo, dentro do possível, ao princípio constitucional
§ 3º O disposto no parágrafo anterior aplica-se ao Vi- da proporcionalidade dos Partidos e dos Blocos Parlamen-
ce-Prefeito. tares, apresentando-lhe os nomes correspondentes a cada
§ 4º A presidência convidará, a seguir, o Prefeito e o Vi- um dos cargos;
ce-Prefeito a assinarem o termo de posse em livro próprio b) Cada chapa, na ordem de inscrição, receberá um nú-
e os declarará empossados. mero respectivo, com o qual concorrerá ao processo elei-
§ 5º Proclamados e empossados Prefeito e Vice-Prefei- toral;
to, o Presidente, respectivamente, franquear-lhes-á a pala- c) O voto nominal será feito pela chamada dos Verea-
vra, pelo tempo de até 20 (vinte) minutos e de até 10 (dez) dores e a chapa que obtiver o maior número de votos será
minutos, bem como, se entender oportuno, a outras au- consagrada vencedora;
toridades presentes, pelo tempo de até 5 (cinco) minutos. d) Na hipótese de empate, em razão de eventual au-
sência de Vereador(es), considerar-se-á a chapa cujo so-
Seção IV matório da idade de seus membros seja superior; ainda
Da Eleição da Mesa assim persistindo empate, vencerá aquela cujo candidato a
Presidente seja o mais idoso dentre os de maior número de
Art. 9º No dia útil seguinte à posse dos Vereadores e legislaturas, sucedendo-se, caso necessário, o cotejo car-
do Prefeito e Vice-Prefeito, sempre que possível sob a di- go a cargo, na sequência constante do § 1º, sob o mesmo
reção da Mesa da sessão anterior, realizar-se-á a eleição critério;
do Presidente e dos demais membros da Mesa, havendo e) Em havendo Blocos Parlamentares, a cada um, ficam
maioria absoluta dos membros da Câmara, para manda- limitadas duas vagas na Mesa, somente possível se preen-
to de 2 (dois) anos, observados os termos da Lei Orgânica chidas por candidatos de siglas partidárias diversas.
Municipal. § 5º O suplente de Vereador não poderá ser eleito para
§ 1º O Presidente da sessão apresentará a lista de can- cargo da Mesa.
didatos a cada um dos cargos da Mesa Diretora ─ Presiden- § 6º A abstenção é peremptoriamente vedada nos pro-
te, 1º Vice-Presidente, 2º Vice-Presidente, 1º Secretário, 2º cessos eleitorais à Mesa.
Secretário e, se requerido, concederá tempo isonômico aos § 7º Não havendo o quórum necessário, constante do
candidatos a Presidente para manifestarem suas propostas caput, o Presidente convocará nova sessão para o dia ime-
e compromissos frente ao Poder Legislativo. diato, no caso de eleição para o primeiro biênio, ou sessão
§ 2º Observado o disposto no art. 10, a eleição far-se-á seguinte, no caso de eleição para o segundo biênio, à mes-
em votação através de um dos seguintes processos, que ma hora e assim sucessivamente, até o comparecimento da
será previamente definido por deliberação dos Vereadores: maioria absoluta.
I - cargo a cargo, por maioria simples, obedecendo a § 8º Não se considera recondução a eleição para igual
sequência apresentada no parágrafo anterior; cargo na mesma legislatura ou em legislaturas diferentes,
II - formação de chapa para os cargos da Mesa. ainda que sucessivas.

3
REGIMENTO INTERNO

§ 9º Proclamada e empossada, a Mesa Diretora eleita § 7º No Pequeno Expediente das sessões de terça-feira,
assumirá a condução dos trabalhos. o líder poderá designar a qualquer membro da bancada a
§ 10. A última sessão do mês de novembro da 2ª sessão comunicação pela liderança.
legislativa assumirá caráter preparatório, a fim de ser realiza- Art. 12. O líder, além de outras atribuições regimentais,
da a eleição do Presidente e dos demais membros da Mesa tem as seguintes prerrogativas:
para o segundo biênio da legislatura, empossando-se auto- I - fazer uso da palavra, pessoalmente, em defesa da
maticamente os eleitos em 1º de janeiro do ano relativo à 3ª respectiva linha política, no período das comunicações;
sessão legislativa. II - participar dos trabalhos de qualquer Comissão de
Art. 10. A composição da Mesa Diretora deverá respeitar que não seja membro:
a proporcionalidade partidária, tanto quanto possível, obser- a) sem direito a voto, mas tendo voz nos debates e
vados os processos de eleição. podendo encaminhar a votação, se presente aos traba-
§ 1º O preenchimento das vagas da Mesa nortear-se-á lhos, figurando como titular da respectiva Comissão, outro
pela representação dos Partidos ou dos Blocos Parlamenta- membro da bancada;
res, garantida a participação de pelo menos 1 (um) membro b) com direito a voto e demais prerrogativas, desde
da Minoria, ainda que pela proporcionalidade não lhe caiba
que ausente membro da bancada que figure como titular
lugar.
na Comissão, sendo-lhe vedado exercer a função de Presi-
§ 2º É permitido a Partido ou Bloco Parlamentar apoiar
dente ou relator;
e/ou indicar Vereador de outra agremiação para ocupar-
lhe vaga correspondente, a qual deverá ser expressamente III - encaminhar a votação de qualquer proposição su-
apontada. jeita à deliberação do Plenário, para orientar sua bancada
§ 3º É assegurado direito à candidatura avulsa de qual- ou para contraditar proposição de outra liderança, sem di-
quer Vereador, se contemplado processo do inciso I do § 2º reito à réplica, por tempo não superior a 1 (um) minuto.
do art. 9º. Art. 13. O Chefe do Executivo indicará, através de ofí-
§ 4º Em havendo vacância de qualquer cargo da Mesa, cio, Vereadores para exercerem a liderança do Governo,
será ele preenchido mediante eleição, seguindo a regulação composta de líder e vice-líder, com as prerrogativas cons-
das alíneas do § 3º do art. 9º. tantes do art. 12.
§ 5º Em caso de mudança de legenda partidária, apenas Art. 14. As lideranças da Maioria e da Minoria, nos ter-
se for rompida a proporcionalidade, o membro da Mesa per- mos do art. 16, gozarão das prerrogativas constantes dos
derá automaticamente o cargo que ocupa, aplicando-se para incisos I e III do art. 12.
o preenchimento da vaga o disposto no parágrafo anterior.
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO V DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA E DA
DOS LÍDERES MINORIA

Art. 11. Líder é o Vereador que fala em nome da bancada Art. 15. As representações de 2 (dois) ou mais Partidos,
de seu Partido, ainda que de representação unitária ou de por deliberação das respectivas bancadas, poderão consti-
Bloco Parlamentar. tuir Bloco Parlamentar, sob liderança comum.
§ 1º O líder será eleito, por maioria simples dos compo- § 1º O Bloco Parlamentar terá, no que couber, o tra-
nentes do Partido ou do Bloco Parlamentar logo após for- tamento dispensado por este Regimento às organizações
mado e, no caso de empate, terá preferência o mais idoso partidárias com representação na Casa.
dentre os de maior número de legislaturas. § 2º As lideranças dos Partidos que se coligarem em
§ 2º A indicação do líder será comunicada, mediante ofí- Bloco Parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas
cio, à Mesa, nos termos da Lei Orgânica, no início de cada
regimentais.
legislatura, ou em sucessiva criação de Bloco Parlamentar, em
§ 3º Se o desligamento de uma bancada implicar a per-
documento subscrito pela maioria absoluta dos integrantes
da representação na Câmara. da do quórum fixado no parágrafo anterior, extingue-se o
§ 3º Os líderes permanecerão no exercício de suas fun- Bloco Parlamentar e impacta-se diretamente na proporcio-
ções até que nova indicação venha a ser feita pela respectiva nalidade.
representação. § 4º O Bloco Parlamentar tem existência circunscrita a
§ 4º Cada líder poderá indicar vice-líder para que este, na cada sessão legislativa, devendo o ato de sua criação e as
ausência daquele, responda eventualmente pela liderança, alterações posteriores ser apresentados à Mesa para regis-
inclusive no Colégio de Líderes. tro e publicação.
§ 5º A indicação do vice-líder será feita à Mesa pelo res- § 5º A agremiação que integrava Bloco Parlamentar
pectivo líder, dentro de 5 (cinco) dias úteis após assumir a dissolvido, ou a que dele se desvincular, não poderá cons-
liderança. tituir ou integrar outro na mesma sessão legislativa.
§ 6º Na falta de indicação, automaticamente conside- § 6º A agremiação integrante de Bloco Parlamentar não
rar-se-ão líder e vice-líder, respectivamente, o primeiro e o poderá fazer parte de outro concomitantemente.
segundo Vereadores mais votados de cada bancada, exceto § 7º Quanto à distribuição das vagas nas Comissões
se for formalmente declarado por membro da respectiva Permanentes, a formação de Bloco Parlamentar deverá ser
agremiação ocorrência de algum impedimento para efeti- comunicada à Mesa ─ salvo na primeira sessão legislati-
vação do que consta o §1º. va, em razão da eleição do respectivo colegiado, quando

4
REGIMENTO INTERNO

ocorre anteriormente ─, na mesma data da sessão ordi- IV - propor ao Plenário os projetos que fixem ou atuali-
nária destinada à eleição dos respectivos membros que as zem, mediante revisão geral anual, nos termos constitucio-
constituirão, em cada ano parlamentar, valendo, no caso nais, a remuneração do Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários
específico da segunda sessão legislativa, para o processo Municipais e ocupantes de cargos correlatos, Vereadores e
eleitoral relativo ao segundo biênio de mandato da Mesa, dos funcionários da Câmara;
nos termos do § 10 do art. 9º. V - propor ao Plenário os projetos de decreto legislati-
Art. 16. Constitui a Maioria o Partido ou Bloco Parla- vo e de resolução concessivos de licenças e afastamento ao
mentar integrado pela maioria absoluta dos membros da Prefeito e aos Vereadores, respectivamente;
Casa, considerando-se Minoria a representação imediata- VI - elaborar e encaminhar ao Prefeito, até o dia 15 de
mente inferior que, em relação ao Governo, expresse posi- agosto, após a aprovação pelo Plenário, a proposta par-
ção diversa da Maioria. cial do orçamento da Câmara, para ser incluída na propos-
§ 1º A respectivas lideranças da Maioria e da Minoria ta geral do Município, prevalecendo, na hipótese da não
serão eleitas entre seus membros. aprovação pelo Plenário, a proposta elaborada pela Mesa;
§ 2º Se nenhuma representação atingir a maioria ab- VII - enviar ao Tribunal de Contas do Estado as contas
soluta, assume as funções regimentais e constitucionais da do exercício anterior dentro do prazo estipulado pelo § 4º
Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar que tiver o maior do art. 249;
número de representantes. VIII - declarar, de ofício ou por provocação de qualquer
dos membros da Câmara, a perda do mandato de Verea-
TÍTULO II dor, por simetria, nos casos previstos nos incisos do art. 55
DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA MUNICIPAL da Constituição Federal, observado o disposto no § 3º do
CAPÍTULO I mesmo artigo, e nos casos previstos na Lei Orgânica Muni-
DA COMPETÊNCIA DA MESA cipal, assegurada ampla defesa;
Seção I IX - deliberar sobre convocação de sessões extraordi-
Disposições Gerais nárias da Câmara;
X - assinar, pela maioria de seus membros, as resolu-
Art. 17. À Mesa, na qualidade de Comissão Diretora, ções e decretos legislativos;
incumbe a direção dos trabalhos legislativos e dos serviços XI – autografar, pelo menos pela maioria dos membros,
administrativos da Câmara. as leis aprovadas, para a sua remessa ao Executivo;
§ 1º A Mesa compõe-se de Presidência e de Secretaria, XII - deliberar sobre a realização de sessões fora da
constituindo-se, a primeira, do Presidente e de 2 (dois) Vi- sede da Edilidade, observados os termos da Resolução Le-
ce-Presidentes e, a segunda, de dois Secretários. gislativa n.º 1.996/2012;
§ 2º A Mesa reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por XIII - determinar, no início da legislatura, o arquivamen-
quinzena, em dia e hora prefixados, e, extraordinariamente, to das proposições não apreciadas na legislatura anterior.
sempre que convocada pelo Presidente ou por 3 (três) de XIV -conferir aos seus membros atribuições ou encar-
seus membros efetivos. gos referentes aos serviços legislativos e administrativos da
§ 3º Qualquer componente da Mesa poderá ser des- Casa;
tituído da mesma, nos termos do art. 230, quando com- XV -encaminhar pedidos escritos de informação, quan-
provadamente omisso, desidioso, ineficiente e/ou faltoso, do de autoria da própria Mesa, a Secretários Municipais e
observado o que dispõe o § 1º do art. 77, no desempenho funções administrativas correlatas, simetricamente ao que
de suas atribuições regimentais, ou quando se tenha pre- dispõe o art. 50, § 2º, da Constituição Federal;
valecido do cargo para fins ilícitos, elegendo-se outro Edil XVI - apresentar à Câmara, na sessão de encerramento
para a complementação do mandato, acolhendo a repre- do ano legislativo, resenha dos trabalhos realizados, prece-
sentação de qualquer Vereador. dida de sucinto relatório sobre o seu desempenho;
Art. 18.À Mesa compete, privativamente em colegiado, § 1º Em caso de matéria inadiável, poderá o Presidente,
dentre outras atribuições estabelecidas em lei, neste Regi- ou quem o estiver substituindo, decidir, ad referendum da
mento ou por resolução da Câmara, ou delas implicitamen- Mesa, sobre assunto de competência desta.
te resultantes: § 2º Os atos da Mesa serão decididos sempre por
I - assinar os atos administrativos, cuja validade de- maioria de seus membros.
manda assinatura, no mínimo, pela maioria dos integrantes
da Mesa. Seção II
II - criar instrumentos administrativos para o bom uso e Da Presidência
o zelo dos bens públicos em posse da Câmara;
III - propor ao Plenário projetos que criem, transfor- Art. 19.O Presidente é o representante da Câmara
mem e extingam cargos, empregos ou funções da Câmara quando ela se pronuncia coletivamente e o supervisor dos
Municipal, bem como fixem as respectivas remunerações seus trabalhos e da sua ordem, nos termos deste Regimen-
iniciais, cabendo ainda exclusivamente à Mesa Diretora a to.
iniciativa de proposição de toda e qualquer matéria que Parágrafo único. O cargo de Presidente é privativo de
trate da estrutura organizacional da Câmara Municipal; brasileiro nato.

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REGIMENTO INTERNO

Art. 20.São atribuições do Presidente, além das que es- III -quanto às Comissões:
tão expressas neste Regimento ou decorram da natureza a) designar seus membros titulares e, quando for o
de suas funções e prerrogativas: caso, mediante comunicação dos líderes, ou independen-
I -quanto às sessões da Câmara: temente desta, se expirado o prazo fixado, consoante o §
a) presidi-las e dirigir os serviços da Casa durante as 5º do art. 77;
sessões legislativas; b) declarar a perda de lugar, por motivo de falta;
b) convocar sessões ordinárias e extraordinárias da Câ- c) assegurar os meios e condições necessários ao seu
mara, e comunicar aos Vereadores as convocações partidas pleno funcionamento;
do Prefeito, inclusive no recesso; d) convidar o Relator, ou outro membro da Comissão,
c) organizar, ouvido o Colégio de Líderes, a agenda para esclarecimento de parecer, quando não houver clare-
com a previsão das proposições a serem apreciadas na se-
za ou inadequação temática;
quência de sessões;
e) designar as Comissões Especiais e nomear seus
d) designar a Ordem do Dia das sessões, na confor-
midade da agenda de votação, ressalvadas as alterações membros nos termos regimentais, ouvido o Colégio de Lí-
permitidas por este Regimento; deres;
e) determinar a leitura, pelo Secretário, das atas, pare- f) encaminhar os processos e expedientes às Comis-
ceres, requerimentos e outras peças escritas sobre as quais sões Permanentes, para parecer, controlando-lhes o prazo,
deva deliberar o Plenário; e, esgotado este sem pronunciamento, nomear relator ad
f) decidir as questões de ordem e as reclamações; hoc nos casos previstos neste Regimento;
g) anunciar e dirigir a Ordem do Dia; g) verificar o atendimento aos requisitos legais míni-
h) submeter a discussão e votação a matéria a isso des- mos quando de requerimento para instauração de Comis-
tinada, bem como estabelecer o ponto da questão que será são Parlamentar de Inquérito, observado o disposto no art.
objeto da votação; 67;
i) desempatar as votações, contando-se a sua presença IV -quanto à Mesa:
para efeito de quórum; a) presidir suas reuniões;
j) proclamar o resultado das votações e declarar a pre- b) tomar parte nas discussões e deliberações, com di-
judicialidade; reito a voto;
k) interpretar o Regimento Interno, para aplicação às c) distribuir a matéria que dependa de parecer;
questões emergentes, sem prejuízo de competência do d) executar as suas decisões, quando talincumbência
Plenário para deliberar a respeito, se o requerer qualquer
não seja atribuída a outro membro;
Vereador;
l) manter a ordem no recinto da Câmara, concedendo a e) assinar os atos da Mesa e fazer publicá-los;
palavra aos oradores inscritos, disciplinando todos os que V -quanto às publicações e à divulgação:
incidirem em excessos; a) prover publicidade aos atos da Câmara e aos traba-
m) convidar o orador a declarar, quando for o caso, se lhos legislativos das Comissões;
irá falar a favor da proposição ou contra ela; b) determinar a publicação,no Diário Oficial, de maté-
n) advertir o orador ou o aparteante quanto ao tempo ria referente à Câmara;
de que dispõe, ordinariamente não permitindo que ultra- c) não permitir a publicação de pronunciamento ou ex-
passe o tempo regimental; pressões atentatórias ao decoro parlamentar;
o) interromper o orador que se desviar da questão ou d) divulgar as decisões do Plenário, das reuniões da
falar do vencido, advertindo-o, e, em caso de insistência, Mesa, do Colégio de Líderes, das Comissões e dos presi-
retirar-lhe a palavra; dentes das Comissões, encaminhando cópia ao órgão de
p) autorizar o Vereador a falar da bancada; informação da Câmara;
q) aplicar censura verbal a Vereador; e) credenciar agente de imprensa, rádio, televisão e in-
r) convidar o Vereador a retirar-se do recinto do Plená- ternet para o acompanhamento dos trabalhos legislativos,
rio, quando perturbar a ordem; podendo delegar a outro integrante da Mesa ou a setor
s) suspender ou levantar a sessão quando necessário; específico da Casa;
t) autorizar a publicação de informações ou documen- VI - quanto aos atos essenciais de intercomunicação
tos em inteiro teor, em resumo ou apenas mediante refe-
com o Poder Executivo:
rência na ata;
II -quanto às proposições: a) receber as mensagens de proposta legislativa, nos
a) proceder, mediante a Secretaria de Expediente, à termos deste Regimento e da Lei Orgânica;
distribuição de matéria às Comissões Permanentes ou Es- b) encaminhar ao Prefeito, por ofício, as leis aprovadas
peciais; bem como os vetos rejeitados ou mantidos;
b) tomar as medidas regimentais de sua competência c) solicitar ao Prefeito as informações pretendidas pelo
para assegurar a tramitação ininterrupta das proposições; Plenário e convidá-lo a comparecer ou fazer que compare-
c) deferir, nos termos regimentais, inclusão ou retirada çam à Câmara os seus auxiliares, para explicações, quando
de proposição da Ordem doDia; haja convocação da Edilidade em forma regular;
d) despachar requerimentos; d) solicitar mensagem com propositura de autorização
e) determinar o arquivamento ou desarquivamento, legislativa para suplementação dos recursos da Câmara,
nos termos regimentais; quando necessário;

6
REGIMENTO INTERNO

e) devolver à Fazenda Municipal até o dia 31 (trinta e XV - promulgar emendas à Lei Orgânica, resoluções
um) de dezembro eventual saldo do numerário que foi li- e decretos legislativos, bem como as leis que receberem
berado à Câmara durante o exercício para a execução do sanção tácita e aquelas cujo veto tenha sido rejeitado pelo
seu orçamento; Plenário e não tenham sido promulgadas pelo Prefeito Mu-
§ 1º O Presidente, em sua competência geral, ainda nicipal;
possui as seguintes atribuições, dentre outras: XVI -assinar a correspondência destinada às autorida-
I - dirigir as atividades legislativas da Câmara em ge- des representativas de demais instituições públicas de esfe-
ral, em conformidade com as normas legais e deste Regi- ra municipal, estadual, nacional e internacional, inclusive às
mento, praticando todos os atos que, explícita ou implici- autoridades judiciárias quando em resposta a pedidos dein-
tamente, não caibam ao Plenário, à Mesa em conjunto, às formação sobre assuntos pertinentes à Câmara, no curso de
Comissões, ou a qualquer integrante de tais setores indivi- feitos judiciais;
dualmente. XVII - mandar prestar informações por escrito e expedir
II - representar a Câmara junto ao Prefeito, às autori- certidões requeridas para a defesa de direitos e esclareci-
dades federais, estaduais e distritos, perante as entidades mentos de situações;
privadas em geral, além de representá-la em juízo, inclusive XVIII - realizar audiências públicas com entidades da so-
prestando informações em mandado de segurança contra ciedade civil e com membros da comunidade;
XIX - fazer expedir convites para as sessões solenes da
ato da Mesa ou do Plenário;
Câmara Municipal às pessoas que, por qualquer título, me-
III -substituir, nos termos da Lei Orgânica Municipal ou
reçam a honraria;
por determinação judicial, o Chefe do Executivo; XX -conceder audiência ao público, a seu critério, em
IV -dar posse aos Vereadores diplomados nos termos dias e horas prefixados;
legais e regimentais, inclusive de retardatários e suplentes, XXI - ordenar as despesas da Câmara Municipal e assinar
quando por ele estes forem convocados, e declarar empos- cheques nominativos ou ordens de pagamento juntamente
sados o Prefeito e o Vice-Prefeito, após a investidura dos com os funcionários encarregados pelo movimento finan-
mesmos nos respectivos cargos perante o Plenário; ceiro;
V - declarar extintos os mandatos do Prefeito, do Vi- XXII - determinar licitação para contratações administra-
ce-Prefeito, de Vereador e de suplente, nos casos previstos tivas de competência da Câmara, quando exigível;
em lei, e, em face de deliberação do Plenário, expedir de- XXIII - administrar o pessoal da Câmara, fazendo lavrar e
creto legislativo de perda do mandato; assinando os atos de nomeação, promoção, reclassificação,
VI - declarar destituído membro da Mesa ou de Co- exoneração, aposentadoria, concessão de férias e de licença;
missão Permanente, nos casos previstos neste Regimento; atribuindo aos funcionários do Legislativo vantagens legal-
VII -conceder licença a Vereadores nos casos previstos mente autorizadas; determinando a apuração de respon-
neste Regimento e na Lei Orgânica Municipal; sabilidades administrativa, civil e criminal de funcionários
VIII -declarar a vacância do mandato nos casos de fale- faltosos e aplicando-lhes penalidades; julgando os recursos
cimento ou renúncia de Vereador; hierárquicos de funcionários da Câmara; e praticando quais-
IX -zelar pelo prestígio e decoro da Câmara, bem como quer outros atos atinentes a essa área de sua gestão;
pela dignidade e respeito às prerrogativas constitucionais XXIV - autorizar a contratação de assessoria de órgão
de seus membros, em todo o território municipal; de assistência técnica ou parecer de especialista na matéria,
X -adotar medidas adequadas para promover e valori- desde que haja recursos para atender à despesa específica
zar o Poder Legislativo e desenvolver-lhe os trabalhos, in- e, conforme a disposição orçamentária, suspender a trami-
clusive por meio da instituição de parcerias, convênios e da tação de matéria;
Escola do Legislativo; XXV -requisitar servidores da Administração Pública Di-
XI -adotar as providências cabíveis, por solicitação do reta ou Indireta para quaisquer de seus serviços, quando se
julgar necessário;
interessado, para a defesa judicial e extrajudicial de Verea-
XXVI - exercer atos de poder de polícia em quaisquer
dor contra a ameaça ou a prática de ato atentatório do livre
matérias relacionadas com as atividades da Câmara Munici-
exercício e das prerrogativas constitucionais do mandato
pal, dentro ou fora do recinto da mesma;
parlamentar; XXVII -requisitar reforço policial, quando a situação de-
XII -convocar e reunir, periodicamente, sob sua presi- mandar;
dência, os líderes e os presidentes das Comissões Perma- XXVIII - receber petições, reclamações, representações
nentes para avaliação dos trabalhos da Casa, exame das ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões, das
matérias em trâmite e adoção das providências julgadas autoridades ou entidades públicas, encaminhando-as à Co-
necessárias ao bom andamento das atividades legislativas missão própria;
e administrativas; XXIX - deliberar, ad referendum da Mesa, nos termos do
XIII -encaminhar, aos órgãos ou entidades referidos no § 1º do art. 17;
§ 7º do art. 69, as conclusões de Comissão Parlamentar de XXX -cumprir e fazer cumprir o Regimento.
Inquérito, se esta não fazê-lo; § 2º O Presidente, ou seu substituto quando em exer-
XIV -autorizar, por si ou mediante delegação, a realiza- cício, terá faculdade de discutir e votar projetos, emendas,
ção de conferências, exposições, palestras, seminários ou indicações e requerimentos de qualquer espécie quando
reuniões no edifício da Câmara, e fixar-lhes data, local e forem de sua autoria ou de qualquer outro proponente,
horário, ressalvada a competência das Comissões; devendo votar ainda nos seguintes casos:

7
REGIMENTO INTERNO

a) nas eleições da Mesa Diretora; V - decidir, em primeira instância, recursos contra atos
b) quando a matéria exigir, para sua aprovação, maio- do Secretário-Geral da Câmara;
ria absoluta ou quórum de 2/3 (dois terços) VI - fiscalizar as despesas e fazer cumprir normas re-
c) quando houver empate em qualquer votação no Ple- gulamentares;
nário. VII - interpretar e fazer observar o ordenamento jurí-
§ 3º Para tomar parte em qualquer discussão, o Presi- dico de pessoal e dos serviços administrativos da Câmara;
dente transmitirá a presidência ao seu substituto, e não a VIII - dar posse ao membro da Secretaria de Expedien-
reassumirá enquanto se debater a matéria que se propôs te que ocupará a função de Secre-tário-Geral da Mesa e ao
discutir. servidor da Câmara que desempenhará a função de asses-
§ 4º O Presidente poderá, em qualquer momento, da sor da Mesa.
sua cadeira, fazer ao Plenário comunicação de interesse da § 1º Em sessão, os Secretários substituir-se-ão confor-
Câmara ou do Município. me sua numeração ordinal, e assim substituirão o Presiden-
§ 5º O Presidente poderá delegar aos Vice-Presidentes te, na falta dos Vice-Presidentes; na ausência dos Secretá-
competência que lhe seja própria. rios, o Presidente convidará quaisquer Vereadores para os
Art. 21. Compete ao 1º Vice-Presidente da Câmara, e, substituírem.
na falta deste, ao 2º Vice-Presidente: § 2º Além de substituir o 1º Secretário em suas faltas,
I -substituir o Presidente da Câmara em suas faltas, au- impedimentos ou licenças, compete ao 2º Secretário auxi-
sências, impedimentos ou licenças; liá-lo nas atribuições que lhes sejam próprias.
II -auxiliá-lo em suas prerrogativas;
III -promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as CAPÍTULO II
resoluções e os decretos legislativos, sempre que o Presi- DO COLÉGIO DE LÍDERES
dente, ainda que se ache em exercício, deixar de fazê-lo no
prazo estabelecido; Art. 23.Os líderes da Maioria, da Minoria, dos Partidos,
IV -promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as dos Blocos Parlamentares e do Governo constituem o Co-
leis, quando o Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara, légio de Líderes.
sucessivamente, tenham deixado de fazê-lo, sob a pena de § 1º O Colégio de Líderes reunir-se-á periodicamente
perda do mandato de membro da Mesa; para tratar do debate prévio de proposições e pareceres,
§ 1º Sempre que tiver de se ausentar do Município por
preferencialmente nos dias de sessões, bem como delibe-
mais de 96 (noventa e seis) horas, em dias úteis, o Presi-
rar sobre a inclusão ou retirada de matéria do Expediente e
dente passará o exercício da presidência ao 1º Vice-Presi-
da Ordem do Dia, desde que não sejam violadas as normas
dente ou, na ausência deste, ao 2º Vice-Presidente.
regimentais quanto a prazo.
§ 2º À hora do início dos trabalhos da sessão, desde
§ 2º Os líderes de Partidos que participem de Bloco
que constando quórum mínimo para início da sessão, não
Parlamentar e o líder de Governo terão direito a voz, mas
se achando o Presidente no recinto, será ele substituído,
não perceberão direito a voto.
sucessivamente e na série ordinal, pelos Vice-Presidentes,
§ 3º Sempre que possível, as deliberações do Colégio
Secretários e, finalmente, pelo Vereador mais idoso dentre
os de maior número de legislaturas que estiver presente, de Líderes serão tomadas mediante consenso entre seus
que convidará qualquer dos demais Vereadores para a fun- integrantes; quando isto não for possível, prevalecerá o cri-
ção de Secretário ad hoc. tério da maioria absoluta, ponderados os votos dos líderes
em função da representatividade de cada bancada.
Seção III
Da Secretaria CAPÍTULO III
DA PROCURADORIA
Art. 22. Os Secretários terão as designações de primei-
ro e segundo, cabendo ao primeiro superintender os ser- Art. 24. São atribuições da Procuradoria:
viços administrativos da Câmara que lhe forem delegados, I - Representar a Câmara em juízo e fora dele nas ações
além das atribuições que decorrem desta competência: judiciais e processos administrativos;
I -ler, em Plenário, as proposições e demais documen- II - Prestar assistência técnica e jurídica diretamente em
tos que devam ser do conhecimento da Casa; matérias pertinentes à Câmara Municipal, à presidência da
II -receber convites, representações, petições e memo- Câmara e à Mesa Diretora;
riais dirigidos à Câmara; III - Acompanhar a aplicação de normas e leis, sempre
III -fazer prover: que provocado, fazendo observar os preceitos constitucio-
a) a correspondência oficial da Casa, exceto a das Co- nais, a legislação pertinente e, principalmente, o cumpri-
missões; mento ao Regimento Interno da Câmara Municipal;
b) a norma relativa à redação oficial do Poder Legisla- IV - Emitir parecer em processos administrativos, sendo
tivo; expressamente vedadas manifestações atinentes a proces-
IV - Realizar o registro das proposições da Mesa, ou sos legislativos de modo geral, excetuando-se os casos de
sob competência dela, no Sistema de Apoio ao Processo matéria interna, se solicitado apenas pela presidência da
Legislativo (SAPL); Câmara;

8
REGIMENTO INTERNO

V - Exarar pareceres nos processos de licitação, quanto CAPÍTULO V


ao edital e à homologação do resultado das licitações rea- DAS COMISSÕES
lizadas, bem como nos processos de dispensas de licitação
e afins; Art. 26. As Comissões são órgãos técnicos, compostos
VI - Cumprir e fazer cumprir as atribuições contidas nas por Vereadores, quando não de representação, com a fi-
deliberações do Tribunal de Contas do Estado do Rio de nalidade de examinar matéria em tramitação na Câmara e
Janeiro; emitir parecer sobre a mesma, ou de proceder a estudos
VII - Assessorar a Mesa Diretora durante as sessões da sobre assuntos de sua competência, ou ainda, de investigar
Câmara, observando o Regimento Interno da Câmara Mu- fatos determinados de interesse do Município, podendo,
nicipal e demais legislações pertinentes; em situação específica, nos termos da lei, exercer função
VIII - Na interpretação da Lei Orgânica Municipal e do de julgamento.
Regimento Interno, observar o princípio da simetria com a Art. 27. As Comissões da Câmara são permanentes ou
Lei Maior; temporárias e não poderão se reunir no horário das ses-
IX - Supervisionar as atividades do Assessor Jurídico. sões, salvo:
I - por solicitação do Presidente, para emitir parecer em
CAPÍTULO IV matéria, nos termos do § 11 do art. 143, art. 152, art. 155 e/
DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMEN- ou § 5º do 195;
TAR II - para ocasionalmente emitir parecer a emendas ou
subemendas, surgidas em Plenário, nos termos dos arts.
Art. 25. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, 122, a projeto constante da Ordem do Dia.
composto de 5 (cinco) membros titulares e 3 (três) suplen- Parágrafo único. Em ocorrendo o previsto nos incisos I
tes ― que assumirão quando da falta ou impedimento de ou II, a sessão será suspensa, de ofício, pelo Presidente da
algum membro ―, mediante processo eleitoral, simetrica- Câmara, por tempo a ser deliberado pelo Plenário, desde
mente nos termos dos arts. 9º e 10, é o órgão da Câmara que não haja regulação específica.
Municipal competente para examinar as condutas puníveis Art. 28. Na constituição das Comissões assegurar-se
e propor as penalidades aplicáveis aos Vereadores e asses- -á, tanto quanto possível, a representação proporcional
sores submetidos ao processo disciplinar previsto no Códi- dos Partidos e dos Blocos Parlamentares que participem
go de Ética e Decoro Parlamentar, disposto em resolução da Casa, incluindo-se sempre um membro da Minoria,pe-
própria, que complementa este Regimento. lo menos nas Comissões de 5 (cinco) membros, ainda que
§ 1º Os membros do Conselho de Ética e Decoro Par- pela proporcionalidade não lhe caiba lugar.
lamentar da Câmara Municipal serão designados para § 1º Serão constituídas por 5 (cinco) membros as Co-
mandato de um ano, os quais elegerão, dentre os titulares, missões Permanentes de:
um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário, ob- I - Constituição e Justiça e de Cidadania;
servados o período e os procedimentos estabelecidos para II - Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento;
composição das Comissões Permanentes neste Regimento, III - Educação e Cultura;
no que couber. IV - Saúde, Prevenção e Combate ao Uso de Drogas;
§ 2º Perante o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, V - Acompanhamento e Fiscalização dos Serviços Pú-
observado o art. 230, deverão ser diretamente oferecidas, blicos e Concedidos e Apoio aos Usuários;
por qualquer Vereador, cidadão ou pessoa jurídica, repre- VI - Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventu-
sentações relativas ao descumprimento, por Vereador, de de;
preceitos da Lei Orgânica, do Regimento Interno, do Códi- VII - Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica e
go de Ética e Decoro Parlamentar ou qualquer fato incom- do Regimento Interno.
patível com a Ética e o Decoro Parlamentar. § 2º As demais Comissões Permanentes, constantes do
§ 3º As decisões do Conselho de Ética e Decoro Parla- parágrafo único do art. 29, serão constituídas por 3 (três)
mentar serão tomadas sempre com a presença obrigatória membros.
de 5 (cinco) membros, por maioria absoluta. § 3º As Comissões Temporárias são formadas por 3
§ 4º Diferentemente das Comissões, as reuniões do (três), 5(cinco) ou 7 (sete) membros, conforme sua finalida-
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ocorrerão so- de e complexidade.
mente se provocadas por alguma representação ou ato de § 4º A distribuição das vagas nas Comissões Permanen-
natureza similar ou eventualmente para organizar os tra- tes, por Partidos ou Blocos Parlamentares, será organizada
balhos ou analisar aspectos relativos ao Código de Ética pela Mesa logo após a fixação da respectiva composição
e Decoro Parlamentar, aplicando-se, nesses casos, em re- numérica e mantida durante toda a sessão legislativa.
lação às reuniões, as regulações do inciso II do § 1º do art. § 5º Especificamente, a representação numérica das
77 e do art. 215. bancadas em cada Comissão será estabelecida com a di-
§ 5º Aplica-se ao Conselho de Ética e Decoro Parlamen- visão do número de membros do Partido ou Bloco Parla-
tar o disposto no art. 32. mentar, pelo quociente resultante da divisão do número
§ 6º Compete ao Presidente, no que couber, as mes- de membros da Câmara pelo número de membros da Co-
mas atribuições dos presidentes das Comissões. missão; o inteiro do quociente assim obtido, denominado
quociente partidário, representará o número de lugares a

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REGIMENTO INTERNO

que o Partido ou Bloco Parlamentar poderá concorrer na Subseção II


Comissão, atendendo na medida do possível, a proporcio- Do Processo de Composição
nalidade partidária.
§ 6º O Vereador que se desvincular de sua bancada Art. 30. Fixada a representatividade partidária, nos ter-
perde, somente se afetada a proporcionalidade, o direito mos do art. 28, e ouvido o Colégio de Líderes, os presiden-
à vaga que ocupava. tes e membros das Comissões Permanentes serão eleitos,
observadas, por simetria, as regulações dos arts. 9º e 10,
Seção I por período de 1 (um) ano, mediante escrutínio público,
Das Comissões Permanentes realizado preferencialmente na primeira sessão ordinária
Subseção I de cada exercício, ou até a terceira, na hipótese de apre-
Disposições Gerais ciação e votação de matéria relevante nesse interstício, por
maioria simples, presente a maioria absoluta dos Vereado-
Art. 29. As Comissões Permanentes são de caráter téc- res.
§ 1º Na reunião do Colégio de Líderes, haverá indica-
nico-legislativo ou especializado integrantes da estrutura
ção, em caso de acordo total ou parcial, dos nomes dos
institucional da Casa, copartícipes e agentes do processo
membros para as Comissões, os quais deverão ser apre-
legiferante, que têm por finalidade apreciar os assuntos ou
sentados à Mesa no início da sessão ordinária concernente.
proposições submetidos ao seu exame e sobre eles deli-
§ 2º A cada Bloco Parlamentar fica limitada 1 (uma)
berar, assim como exercer o acompanhamento dos planos vaga na Comissão Permanente se constituída de 3 (três)
e programas governamentais e a fiscalização orçamentária membros e a 2 (duas) vagas, desde que com siglas parti-
do Município, no âmbito dos respectivos campos temáti- dárias diversas, na Comissão Permanente se formada de
cos e áreas de atuação. 5 (cinco) membros, facultando-lhe apoio e/ou indicação a
Parágrafo único. As Comissões Permanentes são as se- candidato de Partido não constituinte do respectivo Bloco
guintes: ou a candidato de outro Bloco Parlamentar, nos termos do
I - Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC); § 2º do art. 10.
II - Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento § 3º Em havendo dissenso quanto ao preenchimento
(CFOTP); dos cargos das Comissões, deverá ocorrer eleição interna,
III - Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (CC- no âmbito dos respectivos colegiados, observado o § 2º
TIC); do art. 32.
IV - Educação e Cultura (CEC); § 4º Em caso de empate nas eleições para Presiden-
V - Esporte e Lazer (CEL); te ou membro de Comissão, será eleito o Vereador ainda
VI - Saúde, Prevenção e Combate ao Uso de Drogas não contemplado em nenhuma Comissão, ou, finalmente,
(CSPCD); o Vereador mais idoso dentre os de maior número de le-
VII - Promoção e Assistência Social, da Igualdade Racial gislaturas.
e da Diversidade Sexual (CPASIRDS); § 5º Nenhum Vereador poderá presidir mais de 2 (duas)
VIII - Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sus- Comissões Permanentes.
tentável e Defesa Civil (CMADUSDC); § 6º O suplente de Vereador não poderá presidir Co-
IX - Obras e Habitação (COH); missão Permanente.
X - Apoio aos Servidores Públicos (CASP); § 7º Perderá o lugar o membro de Comissão Perma-
XI - Acompanhamento e Fiscalização dos Serviços Pú- nente que deixar de comparecer a pelo menos 3 (três) reu-
blicos e Concedidos e Apoio aos Usuários (CAFSPCAU); niões ordinárias consecutivas, sem causa justificada, obser-
XII - Turismo, Integração Regional, Relações Exteriores, vados o inciso II do art. 77 e o art. 215.
§ 8º Em havendo vacância de qualquer cargo de Co-
História e Patrimônio (CTIRREHP);
missão Permanente, será ele preenchido mediante eleição,
XIII - Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio
dentro de 3 (três) sessões, observadas as disposições deste
e Serviços (CDEICS);
artigo.
XIV - Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Desenvolvi-
Art. 31. Constituídas as Comissões com seus respecti-
mento Rural (CAPADER); vos presidentes e membros, o Presidente da Câmara Mu-
XV - Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventu- nicipal fará publicar no Diário Oficial e na página oficial na
de (CDCAJ); internet a composição de cada uma delas.
XVI - Direitos do Idoso e de Proteção à Família (CDIPF); Parágrafo único. Em eventual alteração de composição
XVII - Direitos Humanos, da Mulher e das Pessoas com das Comissões durante o respectivo exercício legislativo, o
Deficiência (CDHMPD); Presidente tomará as mesmas medidas dispostas no caput
XVIII - Defesa do Consumidor (CDC); tão-somente em relação às modificações.
XIX - Mobilidade, Ordem Urbana e Paz Social (CMOUPS); Art. 32.As Comissões constituídas, independentemen-
XX - Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica e te do número de membros, terão um Presidente, um Vi-
do Regimento Interno (CLPRLORI); ce-Presidente e um Secretário, eleitos quando da compo-
XXI - Direitos e de Defesa dos Animais (CDDA). sição da Comissão, com mandato até a posse dos novos
componentes eleitos.

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REGIMENTO INTERNO

§ 1º As atribuições de Presidente constam do art. 34 dos, correlatamente ao art. 166, § 4º, para devido cum-
e de Vice-Presidente e Secretário das Comissões serão si- primento do que dispõe o inciso XII, somente tornando aos
métricas às dos respectivos cargos da Mesa, naquilo que respectivos processos quando concluída a manifestação de
couber. todos os membros da Comissão sobre determinada ma-
§ 2º Se contemplada a hipótese do § 3º do art. 30, res- téria.
peitada a determinação do § 6º do mesmo dispositivo, a § 5º Dos atos dos presidentes das Comissões com os
eleição será determinada, cargo a cargo, por maioria de quais não concorde qualquer de seus membros, caberá re-
votos, observando a mesma ordem constante do caput e curso ao Plenário no prazo de 3 (três) dias úteis, salvo se se
segundo os termos do § 3º do art. 9º, no que permitir con- tratar de parecer.
formidade. Art. 35. Os presidentes das Comissões Permanentes
§ 3º As condições dispostas no § 3º do art. 17 sujeitam reunir-se-ão com o Colégio de Líderes sempre que isso
qualquer dos membros de Comissão à penalidade cons- lhes pareça conveniente, ou por convocação do Presidente
tante do art. 230. da Câmara, sob a presidência deste, para o exame e assen-
Art. 33.O Presidente será, nos seus impedimentos, tamento de providências relativas à eficiência do trabalho
substituído pelo Vice-Presidente, e, na ausência deles, pelo legislativo.
Secretário da Comissão, no caso das Comissões com 5 (cin- Parágrafo único. Na reunião seguinte de cada Co-
co) membros, podendo-se havercomposição pelo líder da missão, o respectivo Presidente comunicará aos demais
bancada, consoante alínea bdo inciso II do art. 12, ou, na membros o que dela tiver resultado.
impossibilidade deste, nomeação ad hocpelo Presidente
da Câmara para eventual composição de Comissão Perma- Subseção IV
nente, ouvida a respectiva liderança. Das Competências Comuns
§ 1º Se vagar algum cargo da Comissão, proceder-se-á
a nova eleição para escolha do sucessor, salvo se faltarem Art. 36. São competências comuns a todas as Comis-
menos de 90 (noventa) dias para o término do mandato, sões Permanentes, consideradas ainda as matérias que lhes
caso em que será provido na forma indicada no caput des- são de atribuição específica:
te artigo. I - emitir parecer às proposições que lhes forem distri-
§ 2º Em caso de mudança de legenda partidária, o buídas, sujeitas à deliberação do Plenário;
membro da Comissão, se prejudicada a proporcionalidade, II - realizar audiências públicas com entidades da so-
perderá automaticamente o cargo que ocupa, aplicando- ciedade civil, com representantes da população e/ou com
se para o preenchimento da vaga o disposto no parágrafo demais autoridades públicas;
anterior. III - fiscalizar, no âmbito do Município, a aplicação das
legislações federais, estaduais e municipais tematicamente
Subseção III atinentes;
Das Atribuições dos Presidentes IV - acompanhar e apoiar a atuação dos conselhos
de direitos e demais conselhos municipais instituídos
Art. 34.Ao Presidente de Comissão compete, além do por lei;
que lhe for atribuído neste Regimento: V - convidar ou convocar Secretários Municipais ou
I -assinar a correspondência e demais documentos ex- ocupantes de cargos de mesma natureza para prestar in-
pedidos pela Comissão; formações sobre assuntos inerentes às suas atribuições ou
§ 2º Na hipótese antirregimental de não ter sido asse- conceder-lhes audiência para expor assunto de relevância
gurado a membro de Comissão o direito de se manifestar de sua pasta;
sobre respectiva matéria, nos termos do inciso XII, o mes- VI - solicitar depoimento de qualquer autoridade, fun-
mo poderá reclamar e solicitar em Plenário o pedido de cionário público municipal ou cidadão;
vista, cujo deferimento, excetuado o que dispõe o § 7º do VII - encaminhar pedidos escritos de informação ao
art. 155, deverá ser automático e os prazos, nesse caso em Prefeito, Vice-Prefeito, Secretário Municipal ou ocupante
específico, os seguintes: de cargo correlato na Administração Indireta ou a órgãos
I - em regime regular: o pedido de vistas será concedi- paraestatais;
do pelo prazo de 5 (cinco) dias úteis a cada membro com VIII - receber petições, reclamações ou representações
direito de requerer; de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autorida-
II - em regime de urgência: o pedido de vista será con- des ou entidades públicas, na forma do art. 234;
cedido pelo prazo de 3 (três) dias úteis a cada membro com IX - acompanhar e apreciar programas e planos seto-
direito de requerer. riais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
§ 3º Quando mais de um membro da Comissão, simul- X - acompanhar junto ao Executivo Municipal, no que
taneamente, pedir vista, ela será conjunta, não podendo diz respeito à sua competência temática, a elaboração da
haver atendimento a pedidos sucessivos. proposta orçamentária, bem como a sua posterior execu-
§ 4º No caso de ocorrência do que dispõe o § 2º, se a ção;
matéria estiver inserida na Ordem do Dia, os processos de XI - exercer o acompanhamento e a fiscalização
discussão e votação deverão, ressalvado o disposto no § 7º contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri-
do art. 155, ser extraordinária e peremptoriamente adia- monial do Município e das entidades da Administração

11
REGIMENTO INTERNO

Direta e Indireta, incluídas as fundações, autarquias e e) assunto de natureza jurídica ou constitucional que
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público lhe seja submetido, em consulta, pelo Presidente da Câma-
municipal, além do funcionamento e aplicação dos recur- ra, pelo Plenário ou por outra Comissão, ou em razão de
sos dos fundos geridos pelo Município; recurso previsto neste Regimento;
XII - determinar a realização, com o auxílio do f) criação, organização e atribuições dos órgãos e enti-
Tribunal de Contas do Estado, de diligências, perícias, dades da Administração Municipal;
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, g) direitos e deveres do mandato; perda de mandato
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades ad- de Vereador, nas hipóteses previstas na Lei Orgânica;
ministrativas dos Poderes Legislativo e Executivo, da Admi- II - Desincumbir-se de outras atribuições que lhe con-
nistração Direta e Indireta, incluídas as fundações e socie- fere este Regimento, além de manifestar-se sobre o mérito
dades instituídas e mantidas pelo Poder Público municipal; da proposição, assim entendida a colocação do assunto
XIII - acompanhar e fiscalizar os processos licitatórios e sob o prisma de sua conveniência, utilidade e oportunida-
administrativos, inclusive os de caráter emergencial, inicia- de, nos seguintes casos:
dos pelo Executivo Municipal ou que tenham participação a) organização administrativa da Prefeitura e da Câma-
financeira proveniente do erário municipal. ra;
XIV - exercer a fiscalização e o controle dos demais b) criação de entidade da Administração Indireta;
atos do Poder Executivo, além daqueles por intermédio da c) uso dos símbolos municipais;
Administração Indireta ou de órgãos paraestatais; d) aquisição de bens imóveis, à alienação de bens pú-
XV - propor a sustação dos atos normativos do Poder blicos e à utilização e administração de bens públicos de
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos uso especial, nos termos previstos pela Lei Orgânica;
limites de delegação legislativa, elaborando o respectivo e) participação em consórcios;
projeto de decreto legislativo, nos termos do art. 109, § 2º; f) concessão de licença ao Prefeito ou a Vereador;
XVI - estudar qualquer assunto compreendido no res- g) alteração de denominação de próprios municipais e
pectivo campo temático ou área de atividade, podendo logradouros públicos, nos termos da Lei Orgânica;
promover, em seu âmbito, conferências, exposições, pales- h) criação de novos bairros, distritos; incorporação,
tras, seminários, oficinas ou audiências públicas; subdivisão ou desmembramento de áreas municipais.
XVII - acompanhar as discussões, em âmbito estadual,
§ 1º. É obrigatória a audiência da Comissão de Cons-
nacional e internacional, nas áreas de atuação;
tituição e Justiça e de Cidadania sobre todos os processos
XVIII - solicitar audiência ou colaboração de órgãos ou
que tramitam pela Câmara.
entidades da Administração Pública Direta ou Indireta, e
§ 2º. Nos termos do § 8º art. 143, é competência da
da sociedade civil, para elucidação de matéria sujeita a seu
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania enca-
pronunciamento, não implicando a diligência dilação dos
minhar as proposições para o Plenário, após a análise de
prazos;
todos os seus membros, por despacho de seu Presidente,
XIX - propor medidas que concorram para a otimiza-
em quaisquer projetos que por ela tramitem.
ção das áreas relacionadas à sua competência temática;
XX - propor e realizar, mediante recursos próprios da § 3º. Apresentar projetos de decreto legislativo decla-
Câmara Municipal ou mediante parcerias, publicações de rando a suspensão dos efeitos de norma considerada in-
natureza institucional acerca das legislações municipais constitucional por decisão judicial transitada em julgado.
que impactam diretamente no conhecimento de direitos e Art. 38. Compete à Comissão de Finanças, Orçamento,
deveres, além da descoberta de possibilidades e oportuni- Tributação e Planejamento:
dades pelos munícipes; I - opinar e emitir obrigatoriamente parecer sobre to-
XXI - lavrar atas das reuniões, as quais deverão ser en- das as matérias de caráter financeiro e orçamentário, espe-
caminhadas, com a assinatura dos membros presentes a cialmente quando for o caso de:
cada reunião, à Secretaria de Expediente que as arquivará. a) plano plurianual;
b) diretrizes orçamentárias;
Subseção V c) proposta orçamentária;
Das Matérias ou Atividades de Competência Espe- d) proposições referentes a matérias tributárias, aber-
cífica turas de crédito, empréstimos e dívida pública, anistias e
remissões de dívidas, e outras que, direta ou indiretamente,
Art. 37. Compete à Comissão de Constituição e Justiça alterem a despesa ou receita do Município, acarretem res-
e de Cidadania: ponsabilidade ao erário municipal ou interessem ao crédito
I - Opinar e/ou emitir parecer sobre: e ao patrimônio público municipal;
a) aspectos de constitucionalidade, legalidade, juridici- e) proposições que fixem, aumentem ou revisem a
dade, regimentalidade e de técnica legislativa das matérias; remuneração dos servidores e que fixem ou atualizem a
b) emendas que se propõem sanear proposições que remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito, Secretários Mu-
padecem de algum vício; nicipais e funções correlatas, e dos Vereadores;
c) admissibilidade das proposições, conforme inciso I f) emenda para sanar inadequação ou incompatibilida-
do § 8º do art. 143; de financeira ou orçamentária;
d) as razões de vetos, mesmo quanto ao mérito; g) veio em matéria orçamentária;

12
REGIMENTO INTERNO

II - proceder, nos termos da Lei Orgânica e dos arts. II - estabelecer vínculo direto com o setor de comu-
196, 197 e 198 deste Regimento, à analise fundamentada nicação da Câmara Municipal para prover, pelos meios
do parecer do Tribunal de Contas do Estado e apresentar disponíveis, entre os quais televisão, rádio, internet
decreto legislativo acompanhando ou contrariando o refe- e publicações em impressos, além da imprensa local, a
rido parecer; transparência dos atos administrativos e institucionais do
III - conferir e acompanhar os relatórios de prestação Legislativo Municipal, por intermédio da Mesa, das Comis-
de contas quadrimestrais do Poder Executivo, nos termos sões e dos Vereadores, bem como das matérias em trami-
estabelecidos pela Lei Orgânica; tação, apreciação e finalmente deliberadas;
IV - fiscalizar, no âmbito do Município, a aplicação das III - fiscalizar, no âmbito do Município, a aplicação
normas constitucionais referentes às matérias financeiras, das normas constitucionais vinculadas à ciência, tecnolo-
tributárias e orçamentárias, da Lei Federal n.º 4.320/1964, gia, inovação e à comunicação social, da Lei Federal n.º
da Lei Federal n.º 8.666/1993 (Lei de Licitações), da Lei 10.973/2004 (Dispõe sobre incentivos à inovação e à pes-
Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade quisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá
Fiscal) e das demais legislações específicas relaciona- outras providências), da Lei Federal n.º 13.243/2016
das a quaisquer dessas matérias; (Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científ
V - acompanhar a execução orçamentária e a fiscali- ico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à
zação contábil, financeira, operacional e patrimonial do inovação e altera as leis que especifica), da Lei Federal n.º
Executivo e do Legislativo Municipal, podendo para tanto 4.117/1962 (Institui o Código Brasileiro de Telecomunica-
requisitar informações, relatórios, balanços e realizar inspe- ções),do art. 74 da Lei Federal n.º 9.472/1997 (Dispõe sobre
ções sobre as contas ou autorizações de despesas públicas a organização dos serviços de telecomunicações, a criação
de ambos os Poderes; e funcionamento de um órgão regulador e outros aspec-
VI - acompanhar e fiscalizar as ações derivadas do pla- tos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº
nejamento de governo, em especial a execução do planeja- 8, de 1995), da Lei Estadual n.º 5.361/2008 (Dispõe sobre
mento derivado das matérias orçamentárias especificadas incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológi-
nas alíneas de a a c do inciso I deste artigo; ca no ambiente produtivo no âmbito do Estado do Rio de
VII - discutir e propor, junto à sociedade civil e ao Exe- Janeiro, e dá outras providências) e das demais legislações
específicas relacionadas a cada uma dessas matérias.
cutivo, formulação de planejamentos estratégicos para o
Art. 40. Compete à Comissão de Educação e Cultura:
desenvolvimento socioeconômico e da infraestrutura do
I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
Município, com vistas também ao desenvolvimento regio-
térias que disponham sobre:
nal;
a) assuntos atinentes à educação e ao ensino em geral,
VIII - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal
especialmente aquelas da educação infantil e fundamen-
em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por
tal, inclusive aspectos institucionais, estruturais, funcionais
ele subvencionadas a instituições, especialmente daquelas
e legais;
vinculadas ao gabinete do Chefe do Executivo.
b) plano de educação do Município e suas alterações
Art. 39. Compete à Comissão de Ciência, Tecnologia, e atualizações;
Inovação e Comunicação c) educação inclusiva;
I - opinar e emitir parecer sobre proposições que tra- d) recursos humanos e financeiros para a educação e
tem de: a cultura;
a) desenvolvimento científico e tecnológico; organi- e) cultura, sua promoção e desenvolvimento;
zação institucional e estratégica do setor; acordos de coo- f) incentivos às atividades culturais, artísticas e correla-
peração com outros municípios, com o estado, a União, tas, e seus aspectos estratégicos para o desenvolvimento
países e organismos internacionais; municipal e regional;
b) assuntos relativos a comunicações, telecomuni- g) preservação e promoção das culturas populares e
cações, tecnologia da informação, informática, telemáti- étnicas;
ca, sistemas de monitoramento e robótica em geral, bem h) sistema municipal de cultura e suas alterações e
como de seus aspectos estratégicos para a modernização atualizações;
e o desenvolvimento do Município; II - fiscalizar a aplicação das normas constitucio-
c) instituição de política municipal de ciência, tecnolo- nais referentes à educação e à cultura, da Lei Federal n.º
gia, inovação, informática, automação e telecomunicações; 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), da Lei
d) modernização dos serviços públicos nas diversas Federal n.º 9.424/1996 (Dispõe sobre o Fundo de Manu-
áreas da Administração Direta e Indireta ou dos serviços tenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
públicos concedidos e permissionados; Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60,
f) incentivos à instalação e à manutenção de pesquisas § 7º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
e de empresas e micro e pequenas empresas na área de e dá outras providências), da Lei Federal n.º 10.880/2004
ciência, tecnologia, inovação e seus aspectos estratégicos; (Institui o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do
g) normas específicas para a instalação de infraes- Escolar - PNATE e o Programa de Apoio aos Sistemas de
truturas de suporte e antenas de telecomunicação em Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos,
áreas públicas e privadas; dispõe sobre o repasse de recursos financeiros do Progra-

13
REGIMENTO INTERNO

ma Brasil Alfabetizado, altera o art. 4o da Lei no 9.424, de g) questões sanitárias, em todos os seus aspectos;
24 de dezembro de 1996, e dá outras providências), da Lei h) prevenção e combate ao uso de drogas e tratamen-
Federal n.º 11.494/2007 (Regulamenta o Fundo de Manu- to de dependentes químicos;
tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valo- i) recursos humanos e financeiros para a saúde e para a
rização dos Profissionais da Educação – FUNDEB), da Lei prevenção e combate ao uso de drogas, além de tratamen-
Federal n.º 11.947/2009 (Dispõe sobre o atendimento da to de dependentes químicos;
alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Es- j) demais assuntos atinentes à política de saúde e ao
cola aos alunos da educação básica), do Decreto Federal processo de prevenção e combate ao uso de drogas;
n.º 7.352/2010 (Dispõe sobre a política de educação do II - fiscalizar a aplicação das normas constitucionais re-
campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma ferentes à saúde, da Lei Federal n.º 8.080/1990 (Dispõe so-
Agrária – PRONERA), do Plano de Educação do Município, bre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da Lei Federal n.º 12.343/2010 (Plano Nacional de Cultu- da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
ra), da Lei Municipal n.º 4.199/2012 (Sistema Municipal de correspondentes e dá outras providências), da Lei Federal
Cultura) e das demais legislações específicas relacionadas a n.º 8.142/1990 (Dispõe sobre a participação da comunida-
cada uma dessas matérias; de na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as
III - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal transferências intergovernamentais de recursos financeiros
em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por na área da saúde e dá outras providências), da Lei Comple-
ele subvencionadas a instituições educacionais e culturais. mentar n.º 141/2012 (Regulamenta o § 3o do art. 198 da
Art. 41. Compete à Comissão de Esporte e Lazer: Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos
I - opinar e emitir parecer sobre proposições e matérias a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito
que tratem de: Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saú-
a) esporte e sua promoção, além de sua diversidade no de; estabelece os critérios de rateio dos recursos de trans-
âmbito municipal; ferências para a saúde e as normas de fiscalização, avalia-
b) oferta e desenvolvimento de políticas públicas de ção e controle das despesas com saúde nas três esferas de
recreação e lazer; governo; revoga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de
c) instituição de política municipal de esporte e lazer; setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá
d) incentivos às atividades esportivas e afins, e seus outras providências), da Lei Federal n.º 11.343/2006 (Insti-
aspectos estratégicos para o desenvolvimento municipal e tui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
regional; - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevi-
do, atenção e reinserção social de usuários e dependentes
e) recursos humanos e financeiros para o esporte;
de drogas; estabelece normas para repressão à produção
II - fiscalizar, no âmbito do Município, a aplicação das
não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes
normas constitucionais referentes ao desporto, da Lei Fe-
e dá outras providências), da Norma Regulamentadora 32,
deral n.º 11.438/2006 (Dispõe sobre incentivos e benefícios
do Plano Municipal de Saúde, dos recursos e programas
para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá ou-
do Fundo Municipal de Saúde e das demais legislações e
tras providências), da Política Nacional do Esporte (Ministé-
normas específicas relacionadas às respectivas matérias;
rio do Esporte) e das demais legislações e políticas públicas III - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal
específicas relacionadas ao esporte e ao lazer; em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por
III - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal ele subvencionadas a instituições vinculadas à saúde e ao
em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por tratamento de dependentes químicos.
ele subvencionadas a instituições de natureza esportiva. Art. 43. Compete à Comissão de Promoção e Assistên-
Art. 42. Compete à Comissão de Saúde, Prevenção e cia Social, da Igualdade Racial e Diversidade Sexual:
Combate ao Uso de Drogas: I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
I - opinar e emitir parecer sobre proposições e matérias térias que abordem:
que abordem: a) conjunto de políticas de promoção e assistência
a) conjunto de políticas sobre a saúde, no âmbito do social, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social
Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive aspectos institu- (SUAS) e da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS);
cionais, estruturais, funcionais e legais; b) promoção de bem-estar e proteção social a famílias
b) plano municipal de saúde e suas alterações e atua- e grupos socioeconômicos e étnicos em situação de vulne-
lizações; rabilidade e risco pessoal;
c) ações, serviços e campanhas de saúde pública, como c) ações e regulações complementares de prestação de
em relação a medidas municipais complementares para er- serviços de natureza pública e privada no campo da assis-
radicação de doenças endêmicas, vigilância epidemiológi- tência social municipal;
ca, bioestatística e imunizações; d) medidas de amparo às pessoas que sofrem de aban-
d) incremento de programas constantes do SUS; dono e isolamento social;
e) instituição de consórcios intermunicipais ou regio- e) propostas de diagnóstico intersetorial da realidade
nais de saúde; social do município, com apresentação de indicadores e
f) condições sanitárias de produção, armazenamento meios para monitorização social;
e comercialização de gêneros alimentícios, bem como de f) políticas públicas de igualdade racial e de respeito à
medicamentos; diversidade sexual;

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REGIMENTO INTERNO

g) assuntos referentes a questões étnicas e sociais, em Federal n.º 12.651/2012 (Código Florestal), da Lei Federal
especial na tentativa de inibir ações preconceituosas e de n.º 9.985/2000 (Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II,
apartação; III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional
II - fiscalizar a aplicação das normas constitucionais de Unidades de Conservação da Natureza), da Lei Comple-
aplicáveis, da Lei Federal n.º 8.742/1993 (Lei Orgânica da mentar n.º 24/2007 (Plano Diretor Participativo), n.º da Lei
Assistência Social), da Lei Federal n.º 10.836/2004 e Decre- Municipal n.º 3.792/2009 (Oficializa as unidades de plane-
to nº 5.479/2006 – Programa Bolsa Família), da Lei Federal jamento – bairros - do 1º e 6 distritos de Nova Friburgo,
n.º 12.435 (Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, com seus respectivos nomes, e dá outras providências), Lei
que dispõe sobre a organização da Assistência Social), da Federal n.º 12.608/2012 (Institui a Política Nacional de Pro-
Lei Federal n.º 7.716/1989 (Define os crimes resultantes de teção e Defesa Civil) e das demais legislações específicas
preconceito de raça ou de cor), da Lei Federal n.º relacionadas ao meio ambiente, ao desenvolvimento urba-
12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), da Lei no, à sustentabilidade e à defesa civil.
Estadual n.º 7.041/2015 (Estabelece penalidades admi- Art. 45. Compete à Comissão de Obras e Habitação:
nistrativas aos estabelecimentos e agentes públicos que I - opinar e emitir parecer sobre proposições e matérias
discriminem as pessoas por preconceito de sexo e orien- que envolvam:
tação sexual e dá outras providências), da Lei Municipal n.º a) regulações relativas a obras de qualquer natureza no
3.892/11 (Proíbe qualquer forma de discriminação a pes- âmbito do município;
soas em razão de sua orientação sexual e dá outras pro- b) políticas habitacionais, inclusive daquelas concer-
vidências), dos recursos e programas do Fundo Municipal nentes ao Fundo Municipal de Habitação de Interesse So-
de Assistência Social e das demais legislações específicas cial e de programas habitacionais dos governos estadual e
relacionadas às matérias desta Comissão; federal;
III - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem II - acompanhar os atos relativos à aquisição de insu-
como os ganhos sociais e o desempenho dos programas e mos, compra e manutenção de equipamentos e máquinas,
projetos em execução no Município; além da execução de obras de natureza diversa;
IV - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal III - supervisionar e fiscalizar os processos de desapro-
em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por priação pretendidos pelo Executivo Municipal vinculados à
ele subvencionadas a instituições vinculadas à promoção e realização de obras e à construção de unidades habitacio-
à assistência social e a outra atividade com temática pró- nais ou de prédios públicos.
pria desta Comissão. IV - acompanhar, no âmbito do Município, a aplica-
Art. 44. Compete à Comissão de Meio Ambiente, De- ção da Lei Federal n.º 11.124/2005 (Dispõe sobre o Sistema
senvolvimento Urbano e Sustentável e Defesa Civil: Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o
I - opinar e emitir parecer sobre proposições e matérias Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS
que disponham sobre: e institui o Conselho Gestor do FNHIS) e de demais leis e
a) conjunto de políticas sobre o meio ambiente, tais normas relativas a matérias desta Comissão.
como poluição ambiental, recursos hídricos, saneamento Art. 46. Compete à Comissão de Apoio aos Servidores
ambiental, coleta e destinação de resíduos sólidos, zonea- Públicos:
mento, ocupação, uso e parcelamento do solo, regulari- I - opinar e emitir parecer sobre proposições e matérias
zação fundiária, conservação e recuperação dos recursos que disponham sobre:
naturais, edafologia e unidades de conservação; a) servidores públicos, seu regime jurídico, criação, ex-
b) promoção de políticas públicas pautadas no desen- tinção e transformação de cargos, fixação ou alteração de
volvimento sustentável; sua remuneração;
c) Plano Diretor Participativo do Município, suas altera- b) concessão ou retirada de direitos e/ou benefícios
ções e atualizações; aos servidores públicos;
d) controle, normatização e fiscalização do meio am- c) planos de cargos, carreiras e salários e ao estatuto
biente, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, e dos servidores públicos;
licenciamento ambiental; d) relativas à estrutura administrativa e organizacional
e) assuntos atinentes a urbanismo e arquitetura, bem do Executivo e do Legislativo Municipal;
como à política de desenvolvimento urbano e de delimita- e) concursos públicos;
ção dos territórios que compõem o município; f) criação, regulação ou extinção de contratos tempo-
f) demais assuntos próprios das políticas de meio am- rários, nos termos constitucionais;
biente, desenvolvimento urbano e sustentável; g) qualificação do servidor público ou a melhorias nas
g) mapeamento, prevenção e proteção relativas a áreas condições de trabalho.
de risco; II - acompanhar e fiscalizar a execução dos planos de
h) promoção de políticas públicas de defesa civil; cargos, carreiras e salários dos servidores municipais, do
II - acompanhar a aplicação das normas constitucionais Estatuto dos Servidores, da Consolidação das Leis do Tra-
referentes ao meio ambiente, da Lei Federal n.º 6.938/1981 balho (CLT), nos casos a ela aplicáveis, e, em havendo de-
(Política Nacional do Meio Ambiente), da Lei Federal n.º terminação proveniente de lei federal, notificar o Executivo
10.257/2001 (Estatuto das Cidades), da Lei Federal n.º e, se necessário, exigir pelos meios cabíveis concessão de
12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), da Lei direitos e condições que já lhes sejam assegurados;

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REGIMENTO INTERNO

III - recepcionar eventuais denúncias de assédio moral g) conjunto de conhecimentos tendentes a garantir a
ou sexual a servidores(as), a funcionários de concessioná- preservação da memória e a fortalecer a identidade do mu-
rias de serviços públicos municipais ou a contratados(as) nicípio;
temporariamente pelo Município, nos termos das legisla- h) patrimônio histórico, cultural, artístico, arquitetônico
ções e normas específicas, e, se encontrado indícios do ato, e ambiental do município;
tomar medidas cabíveis junto aos órgãos competentes. i) plano estético e paisagístico do município;
Art. 47. Compete à Comissão de Acompanhamento e II - acompanhar a aplicação da Lei Federal n.º
Fiscalização dos Serviços Públicos e Concedidos e Apoio 11.771/2008 (Lei Geral do Turismo), da Lei Municipal n.º
aos Usuários: 4.545/2016 (Dispõe sobre as atividades de guia de turismo
I - opinar e emitir parecer sobre proposições e matérias local/regional no Município de Nova Friburgo e dá outras
que disponham sobre: providências) e das demais legislações específicas relacio-
a) serviços públicos sob execução dos respectivos ór- nadas ao turismo, às políticas de integração, às relações
gãos municipais ou sob o regime de outorga e concessão exteriores, à história e ao patrimônio municipal, e quando
ou permissão administrativas; em associação com o regional;
b) regulamentações municipais complementares às leis III - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal
federais relativas a concessões; em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por
c) complementações legais a termos dos contratos de ele subvencionadas a instituições vinculadas ao turismo.
concessão ou permissão; Art. 49. Compete à Comissão de Desenvolvimento Eco-
d) venda, hipoteca, permuta, cessão ou permissão de nômico, Indústria, Comércio e Serviços:
uso e outorga de direito real de concessão de uso de bens I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
imóveis de propriedade do Município; térias que tratem de:
e) garantias de direitos aos usuários. a) assuntos relativos à economia municipal;
b) incentivos a atividades econômicas ou àquelas que
II - supervisionar e fiscalizar, inclusive no que se con-
se pretenda atrair ou fortalecer;
cerne a aspectos financeiros, o cumprimento de contratos
c) diretrizes e bases do planejamento do desenvolvi-
e o desenvolvimento dos serviços públicos concedidos e
mento econômico municipal equilibrado;
permitidos, além do acompanhamento daqueles legal-
d) instituição de planos municipais ou setoriais de de-
mente instituídos como de utilidade pública municipal;
senvolvimento;
III - promover o acompanhamento periódico da evolu- e) política e atividade industrial, comercial e concer-
ção das planilhas de custos dos serviços, solicitando à Mesa nente ao setor econômico terciário;
apoio técnico quando necessário; f) medidas de fomento e incentivo às micro e pequenas
IV - provocar e acompanhar a execução de auditagens empresas;
periódicas; g) ações propositivas à geração de emprego e renda.
V - acompanhar a execução dos serviços públicos de II - acompanhar os indicadores de desenvolvimento
concessão, permissão ou autorização da competência da econômico, das atividades industriais, das micro e peque-
União ou do Estado que interessem ao Município; nas empresas e do setor econômico terciário do município,
VI - acompanhar a aplicação da Lei Federal n.º com vistas a propor, após estudos e consultas, medidas de
8.987/1995 (Lei Geral de Concessões e Permissões), da Lei recuperação ou otimização dos respectivos setores econô-
Federal n.º 9.074/1995, da Lei Orgânica Municipal, em es- micos.
pecial na seção que trata do transporte coletivo de pas- Art. 50. Compete à Comissão de Agricultura, Pecuária,
sageiros, e das demais legislações específicas relacionadas Aquicultura e Desenvolvimento Rural:
aos temas atinentes a esta Comissão. I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
Art. 48. Compete à Comissão de Turismo, Integração térias que tratem de:
Regional, Relações Exteriores, História e Patrimônio: a) assuntos atinentes à agricultura, à pecuária, à aqui-
I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma- cultura,
térias que tratem de: b) política de planejamento e de fomento à atividade
a) política e sistema municipal de turismo e sua pro- agrícola;
moção; c) política de desenvolvimento sustentável e tecnoló-
b) incentivo à exploração das atividades e dos serviços gico do campo;
turísticos, inclusive como fator de desenvolvimento social d) organização e desenvolvimento do setor rural;
e econômico; e) política municipal de apoio e incentivo ao coopera-
c) aproximação com entidades públicas e não governa- tivismo no campo;
mentais nacionais e internacionais, que atuem na formação f) condições sociais no meio rural e migrações rural-ur-
de política de turismo; banas no âmbito do município;
d) inventário, infraestrutura e sinalização turísticas; g) questões de regularização fundiária nos distritos
e) aproximação e integração política, socioeconômica, com atividade agrícola e pecuária.
histórica e cultural, por meio de medidas e finalidades de II - identificar as potencialidades e diversidades das ati-
natureza diversa, com outros municípios da região; vidades agrícolas, pecuárias e de aquicultura no município,
f) cidades irmanadas, povos formadores e nações ami- avaliando indicadores de produção, de comercialização e
gas do Município, inclusive em propostas de aproximação de desenvolvimento econômico e social do campo, a fim
nas relações culturais, educacionais, históricas e comerciais; de propor medidas de natureza legislativa;

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REGIMENTO INTERNO

III - acompanhar, no âmbito do Município, a aplicação III - fiscalizar as instituições públicas ou subvenciona-
das normas constitucionais sobre a política agrícola, da Lei das que prestam serviços a idosos, ou também os abrigam,
Federal n.º 8.171/1991 (Dispõe sobre a política agrícola), da além de ouvir-lhes as demandas para tomar medidas jun-
Lei Federal n.º 11.326/2006 (Estabelece as diretrizes para a to aos órgãos executivos competentes e, se esgotadas as
formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e solicitações, tomar providências perante as instituições de
Empreendimentos Familiares Rurais), do art. 14 da Lei Fe- atribuição fiscalizadora e judicial.
deral n.º 11.947/2009 (Dispõe sobre o atendimento da ali- Art. 53. Compete à Comissão dos Direitos Humanos, da
mentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola Mulher e das Pessoas com Deficiência:
aos alunos da educação básica; altera as Leis nos 10.880, I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, térias que abordem:
11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Me- a) assuntos atinentes aos direitos humanos, das mulhe-
dida Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a res e das pessoas com deficiência;
Lei nº 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providên- b) concessão ou regulamentação de direitos;
cias) e das demais legislações específicas relacionadas aos c) instituição de planos municipais para execução de
temas atinentes a esta Comissão. políticas públicas;
IV - acompanhar a fiscalização do Executivo Municipal d) acessibilidade para pessoas com deficiência ou com
em relação à disponibilização e à aplicação de verbas por mobilidade reduzida às edificações, vias e espaços públi-
ele subvencionadas a cooperativas ou demais instituições cos, transporte, mobiliário, equipamentos urbanos e siste-
vinculadas à agricultura, à pecuária e à aquicultura. mas de meios de comunicação;
Art. 51. Compete à Comissão dos Direitos da Criança, II - acompanhar, no âmbito do Município, a aplicação
do Adolescente e da Juventude: da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de normas
I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma- constitucionais aplicáveis, da Lei Federal n.º 10.048/2000
térias que envolvam: (Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica,
a) temas relativos à criança, ao adolescente e ao jovem; e dá outras providências), da Lei Federal n.º 11.340/2006
b) concessão ou regulamentação de direitos; (Lei Maria da Penha), da Lei Federal n.º 13.146/2015 (Esta-
c) instituição de planos municipais para execução de tuto da Pessoa com Deficiência) e das demais legislações
políticas públicas; específicas sobre os direitos humanos, das mulheres e das
II - acompanhar a aplicação de normas da Constituição pessoas com deficiência.
Federal constantes do art. 227, da Lei Federal n.º 8.069/1990 III - receber, avaliar e investigar denúncias relativas à
(Estatuto da Criança e do Adolescente), da Lei Federal n.º ameaça ou violação de direitos humanos, das mulheres e
12.852/2013 (Estatuto Nacional da Juventude), da Lei Mu- das pessoas com deficiência;
nicipal n.º 3.871/2010 (Estatuto Municipal da Juventude), IV - fiscalizar e acompanhar, no âmbito do município,
dos recursos e programas do Fundo Municipal da Criança e programas governamentais relativos à proteção dos direi-
do Adolescente e das demais legislações específicas sobre tos humanos das mulheres e das pessoas com deficiência;
a criança, o adolescente e o jovem; V - colaborar com entidades não governamentais que
III - fiscalizar as instituições públicas ou subvencionadas atuem na defesa dos direitos humanos, das mulheres e das
que prestam serviços a crianças, adolescentes ou jovens, ou pessoas com deficiência;
também os abrigam, além de ouvir-lhes as demandas para VI - pesquisar e realizar estudos relativos à situação
tomar medidas junto aos órgãos executivos competentes dos direitos humanos, das mulheres, nas áreas da tutela da
e, se esgotadas as solicitações, tomar providências perante pessoa com deficiência, no município, no estado, no país e
as instituições de atribuição fiscalizadora e judicial. no mundo,
Art. 52. Compete à Comissão dos Direitos do Idoso e inclusive para efeito de divulgação pública e forneci-
de Proteção à Família: mento de subsídios para as demais Comissões da Casa.
I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma- Art. 54. Compete à Comissão de Defesa do Consumi-
térias que envolvam: dor:
a) temas relativos ao idoso e à família; I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
b) concessão ou regulamentação de direitos; térias que abordem:
c) instituição de planos municipais para execução de a) relações de consumo e medidas de defesa do con-
políticas públicas; sumidor;
II - acompanhar a aplicação de normas da Constituição b) regulações complementares às demais legislações
Federal constantes dos arts. 226, especialmente os §§ 7º e sobre o tema;
8º, e 227, da Lei Federal n.º 8.842/1994 (Dispõe sobre a po- c) demais assuntos referentes à defesa do consumidor;
lítica nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso II - acompanhar, no âmbito do Município, a aplicação
e dá outras providências), da Lei Federal n.º 10.048/2000 da Lei Federal n.º 8.078/1990 (Código de Defesa do Consu-
(Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e midor) e das demais legislações específicas atinentes;
dá outras providências), da Lei Federal n.º 10.741/2003 (Es- III - receber, avaliar e investigar denúncias relativas à
tatuto do Idoso) e das demais legislações específicas sobre ameaça ou violação dos direitos dos consumidores e enca-
o idoso e a família; minhamento ao órgão competente.

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REGIMENTO INTERNO

Art. 55. Compete à Comissão de Mobilidade, Ordem IV - fiscalizar a aplicação do Regimento Interno e da Lei
Urbana e Paz Social: Orgânica Municipal e atuar pelo aprimoramento de ambas
I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma- as normas sempre que se perceber necessário;
térias que tratem de: Parágrafo único. Quando da formação de Comissão Es-
a) instituição de Sistema Municipal de Mobilidade e pecial que trate da reforma da Lei Orgânica Municipal ou
Acessibilidade e de Plano Municipal de Mobilidade e Aces- do Regimento Interno, os membros da Comissão de Legis-
sibilidade; lação Participativa, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento
b) estabelecimento de diretrizes da política urbana e Interno deverão automaticamente integrá-la.
de gestão do território municipal; Art. 57. Compete à Comissão de Direitos e de Defesa
c) ordenamento e monitoramento urbano e da paz so- dos Animais:
cial; I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma-
d) regulação da proteção patrimonial em relação aos térias que disponham sobre:
próprios públicos e à guarda municipal; a) políticas de bem-estar e proteção aos animais;
e) Código de Posturas, suas alterações e atualizações, b) regulações relativas a animais domésticos, soltos,
e propostas afins; abandonados e bravios;
f) medidas para diminuição de incidentes de trânsito;
c) registro de animais; identificação eletrônica;
g) ações práticas, além das educativas, quanto à mobi-
d) mecanismos de controle da população e vacinação
lidade de pessoas, de veículos não motorizados e de veícu-
animal;
los motorizados;
h) ciclovias, suas condições, localização e abrangência; e) abrigamento de animais abandonados;
i) sinalização específica; f) instituição de programas de educação continuada e
j) condições de circulação de veículos de grande porte de conscientização da população a respeito da proprieda-
no perímetro urbano municipal; de responsável de animais domésticos;
k) circulação de veículos com carga perigosa e even- g) transporte de animais;
tualmente danosa ao meio ambiente; h) circulação de veículos de tração animal e exploração
l) demais assuntos referentes à mobilidade, à acessibi- de atividade econômica com animais de montaria;
lidade, à ordem urbana e à paz social; i) regulação de atividades que envolvam comercializa-
II - fiscalizar e acompanhar a implantação e a imple- ção de animais de estimação;
mentação do Plano Municipal de Mobilidade e Acessibili- j) controle de zoonoses;
dade, inclusive no que tange a seus aspectos financeiros; k) demais assuntos referentes aos animais;
III - acompanhar as ações de normatização relativas à II - acompanhar a aplicação da Declaração Univer-
mobilidade, à postura e à paz social emanadas pelo órgão sal dos Direitos dos Animais (Unesco), da Lei Federal n.º
municipal competente; 9.605/1998 (Dispõe sobre as sanções penais e administrati-
IV - acompanhar o cumprimento pelo Município das vas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio am-
determinações constantes da Lei Federal nº 9.503/1997 biente, e dá outras providências), nos dispositivos relativos
(Código de Trânsito Brasileiro), em especial do art. 24, da aos animais, da Lei Municipal n.º 4.443/2016 (Institui a lei
Lei Federal n.º 12.587/2012 (Política Nacional de Mobilida- municipal de proteção e bem estar de animais domésticos
de Urbana) e das demais legislações específicas sobre as no Município de Nova Friburgo e dá outras providências) e
matérias próprias desta Comissão. das demais legislações e normas específicas sobre os ani-
Art. 56. Compete à Comissão de Legislação Participati- mais;
va, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento Interno: III - fiscalizar os abrigos de animais mantidos ou sub-
I - opinar e emitir parecer sobre as proposições e ma- vencionados pelo Executivo Municipal, assim como ouvir
térias que abordem: eventuais demandas das entidades responsáveis;
a) sugestões de iniciativa legislativa apresentadas por
IV - receber, avaliar e investigar denúncias relativas a
cidadãos, associações e órgãos de classe, sindicatos e enti-
maus tratos de animais, bem como ameaça e violação de
dades organizadas da sociedade civil, membros da Câmara
direitos a eles assegurados.
Municipal Jovem, exceto Partidos Políticos, organismos in-
ternacionais, órgãos e entidades da Administração Pública
Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, Esta- Subseção VI
dos, Distrito Federal e Municípios, salvo aqueles com parti- Das Reuniões
cipação paritária da sociedade civil, observados os termos
da resolução legislativa específica; Art. 58. As reuniões das Comissões serão públicas, sal-
b) alterações totais e parciais deste Regimento Interno; vo deliberação em contrário.
c) modificações totais e parciais da Lei Orgânica Mu- Art. 59. As Comissões reunir-se-ão na sede da Câmara,
nicipal; em dias e horas designados pela respectiva Comissão, or-
II -recepcionar, em audiência, agentes de iniciativa le- dinariamente de segunda a sexta-feira.
gislativa para debater acerca de propostas; § 1º O horário de reunião de Comissão não poderá
III -acolher e apresentar pareceres técnicos, exposições coincidir com o da sessão ordinária ou extraordinária da
e propostas oriundas de entidades científicas e culturais e Câmara, exceto para apreciação na Ordem do Dia de ma-
de qualquer das entidades mencionadas na alínea a do in- téria, quando esta for incluída, nos termos do art. 122, § 11
ciso I; do art. 143, art. 152, art. 155 e/ou § 5º do 195.

18
REGIMENTO INTERNO

§ 2º O sítio eletrônico da Câmara publicará a relação § 1º Essa ordem poderá ser alterada pela Comissão, a
das Comissões Permanentes, Especiais e de Inquérito, com requerimento de qualquer de seus membros, para tratar de
a designação dos locais, dias e horários em que se reali- matéria em regime de urgência, de tramitação de preferên-
zarem as reuniões, os quais deverão ser informados pela cia ou ordinária,
Comissão ao setor de comunicação da Casa Legislativa. ou ainda no caso de comparecimento, em audiência,
§ 3º O agendamento das reuniões das Comissões deve de Secretário Municipal, de qualquer autoridade ou de re-
ser confirmado na Secretaria de Expediente, a qual previa- presentantes da comunidade.
mente deverá ser consultada acerca da disponibilidade dos § 2º As reuniões ordinárias podem ser de abrangên-
espaços destinados às Comissões ou do Plenário. cia temática, sob a forma de audiência pública, ocasião em
§ 4º As reuniões extraordinárias das Comissões serão que não haverá deliberação de qualquer matéria, exceto se
convocadas, de ofício, pela respectiva presidência, ou por se tratar de matéria em regime de urgência ou de matéria
requerimento da maioria absoluta de seus membros. posta sob apreciação por decisão da totalidade dos mem-
§ 5º As reuniões extraordinárias serão anunciadas com bros presentes.
a devida antecedência, exceto se os membros aquiescerem § 3º A reunião de abrangência temática pode ser reali-
em contrário, e deverão ser comunicadas, designando-se zada em conjunto por mais de uma Comissão, sendo pre-
dia, hora, local e objeto da reunião, durante a realização sidida pelo Presidente da Comissão proponente ou, se não
de reunião da Comissão ou mediante aviso protocolizado atendida essa hipótese, pelo Presidente mais idoso dentre
do Presidente a cada membro, e, na hipótese de mediar os de maior número de legislaturas.
tempo entre 96 (noventa e seis) e 24 (vinte e quatro) horas § 4º O quórum para deliberação de qualquer matéria
para convocação, também fica facultada a via telegráfica, exige a presença da maioria absoluta dos membros da Co-
de mensagem eletrônica ou telefônica aos Vereadores. missão, regra que se repete se se tratar de reunião conjun-
§ 6º As reuniões durarão o tempo necessário ao exame ta entre Comissões.
da pauta respectiva, a juízo da presidência, desde que não § 5º É vedado abster-se de votação no âmbito das re-
adentre o horário destinado às sessões plenárias. uniões de Comissão.
§ 7º As Comissões Permanentes deverão destinar reu- § 6º. Para efeito do quórum de abertura, o compareci-
niões específicas para análise de proposições e deliberação mento dos Vereadores verificar-se-á pela sua presença na
de pareceres. Casa, e do quórum de votação por sua presença no recinto
Art. 60. O Presidente da Comissão Permanente organi-
onde se realiza a reunião.
zará a Ordem do Dia de suas reuniões ordinárias e extraor-
§ 7ºO Vereador poderá participar, sem direito a voto,
dinárias, de acordo com os critérios fixados no art. 62.
mas a voz, dos trabalhos e debates de qualquer Comissão
Parágrafo único. O Presidente comunicará a Ordem do
de que não seja membro.
Dia da reunião seguinte aos seus membros com antece-
§ 8º O Vereador poderá designar assessor para acom-
dência de pelo menos 1 (um) dia útil.
panhar reuniões de qualquer Comissão, ficando a critério
Art. 61. As Comissões a que for distribuída uma propo-
sição poderão estudá-la em reunião conjunta, por acordo do Presidente conceder-lhe direito à palavra.
dos respectivos presidentes, com um só relator, devendo § 9º As atas aprovadas deverão ser assinadas pelo Pre-
os trabalhos ser dirigidos pelo Presidente mais idoso den- sidente e rubricada em todas as folhas, protocolizadas e
tre os de maior número de legislaturas. encaminhadas à Secretaria de Expediente para necessário
Parágrafo único. Na hipótese de reunião conjunta, o registro no livro constante do inciso II do art. 247, e obede-
prazo para emissão de parecer será o mesmo concedido cerão, na sua redação, além de outras normas específicas,
à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, nos padrão uniforme de que conste o seguinte:
termos do art. 143, § 8º, III. I - data, hora e local da reunião;
Art. 62. Os trabalhos das Comissões serão iniciados II - nomes dos membros presentes e dos ausentes,
com a presença da maioria simples de seus membros, ou com expressa referência às faltas justificadas;
com qualquer número, se não houver matéria sujeita a de- III - resumo do expediente;
liberação, e obedecerão à seguinte ordem: IV - relação das matérias recebidas e distribuídas, com
I - discussão e votação da ata da reunião anterior; a designação do(s) relator(es);
II - Expediente: V - registro das proposições apreciadas e das respec-
a) sinopse da correspondência e outros documentos tivas conclusões.
recebidos e da agenda da Comissão;
b) comunicação das matérias recebidas e distribuídas Subseção VII
para relatoria; Das Subcomissões
III - Ordem do Dia:
a) conhecimento, exame ou instrução de matéria de Art. 63.As Comissões Permanentes poderão constituir,
natureza legislativa, fiscalizatória ou informativa, ou outros sem poder decisório:
assuntos da alçada da Comissão; I -No caso de Comissões constituídas de 5 (cinco)
b) discussão e votação de requerimentos e relatórios membros: subcomissão temporária, dentre seus próprios
em geral; componentes e mediante proposta da maioria destes, re-
c) discussão e votação de proposições e respectivos servando-lhes parte das matérias do respectivo campo te-
pareceres sujeitos à aprovação do Plenário da Câmara. mático ou área de atuação;

19
REGIMENTO INTERNO

II -No caso de Comissões constituídas de 5 (cinco) ou Subseção I


3 (três) membros: subcomissões temporárias, dentre mem- Das Comissões Especiais
bros de mais de uma Comissão, para tratar de assuntos
transversais; Art. 66. As Comissões Especiais serão constituídas para:
§ 1ºAs Comissões de que trata o inciso I não poderão I - investigar atos e matérias que não sejam específicas
contar com mais de uma subcomissão temporária em fun- de Comissão Permanente, exceto se em razão de omissão,
cionamento simultâneo. inação ou declínio justificado desta;
§ 2º O Plenário da Comissão ou do conjunto delas fi- II - promover estudos aprofundados de temáticas ou
xará o número de membros de cada subcomissão, respei- problemas municipais de natureza transversal, a fim de
tando, sempre que possível, o princípio da representação propor encaminhamentos nesses assuntos de relevante in-
proporcional, e definirá as matérias e objetivos reservados teresse público;
a tais subcomissões. III - avaliar propostas de homenagens legislativas, que
§ 3ºNo funcionamento das subcomissões aplicar-se não aquelas já delegadas a Comissão Permanente em reso-
-ão, no que couber, as disposições deste Regimento relati- lução legislativa específica.
vas ao funcionamento das Comissões Permanentes.
Parágrafo único. As Comissões Especiais deverão, ao
§ 4º A matéria apreciada em subcomissão temporária
concluirá por um relatório, sujeito à deliberação do Plená- final dos trabalhos, apresentar relatório consubstanciado
rio da respectiva Comissão ou das Comissões envolvidas, nos casos previstos nos incisos I e II, com as suas conclu-
se contemplada a hipótese do inciso II. sões encaminhadas ao Plenário, através de seu Presidente,
sob a forma de parecer fundamentado, e, se houver que
Seção II propor medidas, oferecerá projeto de resolução ou outro
Das Comissões Temporárias instrumento legislativo cabível.

Art. 64. As Comissões Temporárias serão criadas para Subseção II


tratar de assuntos específicos com tempo determinado, Das Comissões Parlamentares de Inquérito
alheios à competência das Comissões Permanentes, que se
extinguem quando não instaladas no prazo regimental, ao Art. 67. A Câmara Municipal, a requerimento de 1/3
término da legislatura, ou antes, quando alcançado o fim (um terço) de seus membros, instituirá Comissão Parlamen-
a que se destinam, ou expirado seu prazo de duração nos tar de Inquérito para apuração de fato determinado e por
termos regimentais ou da legislação específica. prazo certo, a qual terá poderes de investigação próprios
§ 1º Será assegurada, tanto quanto possível, a repre- das autoridades judiciais, além de outros previstos em lei e
sentação proporcional dos Partidos ou dos Blocos Parla- neste Regimento.
mentares constituídos no âmbito da Câmara.
§ 1ºConsidera-se fato determinado o acontecimento
§ 2º Excetua-se, em caso de eventual reforma da Lei
de relevante interesse para a vida pública e a ordem cons-
Orgânica e deste Regimento, a vedação de competência
constante do caput, observado ainda a ressalva constante titucional, legal, econômica e social do Município, que esti-
do inciso I do art. 66. ver devidamente caracterizado no requerimento de consti-
Art. 65. As Comissões Temporárias são: tuição da Comissão.
I -Especiais; § 2ºA Comissão Parlamentar de Inquérito terá sua com-
II -de Inquérito; posição numérica indicada no requerimento ou projeto de
III -Processantes; criação, com 5 (cinco) ou 7 (sete) membros, de acordo com
IV -Externas. possibilidades constantes do art. 28, § 3º.
§ 1ºAs Comissões Temporárias, exceto se previsto em § 3º O requerimento deverá ser encaminhado para o
resolução legislativa específica, compor-se-ão do número Presidente, a fim de que este, na prerrogativa constante
de membros que for previsto no ato ou requerimento de da alínea g, do inciso III do art. 20, pronuncie-se acerca da
sua constituição, observados os limites regimentais, desig- instauração da Comissão no prazo de até 2 (duas) sessões.
nados pelo Presidente por indicação dos líderes, ou inde- § 4º Recebido o requerimento pelo Presidente, os
pendentemente desta se, no prazo de 3 (três) dias úteis membros da Comissão serão indicados pelos lideres de
após criar-se a Comissão, não se fizer a escolha. seus Partidos, devendo observar quando possível, a pro-
§ 2ºNa constituição das Comissões Temporárias, obser- porcionalidade das representações de Partidos ou de Blo-
var-se-á o rodízio entre as bancadas não contempladas, de cos Parlamentares.
tal forma que todos os Partidos ou Blocos Parlamentares
§ 5ºApós ouvidos os líderes, o Presidente nomeará os
possam fazer-se representar.
seus membros e o mandará à publicação, desde que sa-
§ 3º A participação do Vereador em Comissão Tempo-
rária cumprir-se-á sem prejuízo de suas funções em Comis- tisfeitos os requisitos regimentais, observado o direito da
sões Permanentes. Minoria.
§ 4º O Vereador que não comparecer a 3 (três) reuniões § 6º Se o Presidente rejeitar o requerimento, mediante
consecutivas de uma Comissão Temporária, sem devida parecer fundamentado, devolvê-lo-á ao primeiro signatá-
justificativa, terá sua substituição solicitada pelo Presidente rio para que este proceda ao atendimento dos requisitos
da respectiva Comissão. mínimos, cabendo da decisão do Presidente recurso para a
Mesa Diretora, no prazo de 2 (duas) sessões.

20
REGIMENTO INTERNO

§ 7º Na hipótese de o titular da presidência recusar ins- Art. 69. A Comissão Parlamentar de Inquérito concluirá
taurar a Comissão que atender os requisitos legais, adotará seus trabalhos por relatório final, que deverá conter:
essas providências os Vice-Presidentes respectivos, na or- I - a exposição dos fatos submetidos à apuração;
dem de sucessão, ou os demais membros da Mesa Diretora II - a exposição e análise das provas recolhidas;
que os substituírem, na forma regimental. III - a conclusão sobre a autoria dos fatos apurados
§ 8ºA Comissão, que poderá atuar também durante o como existentes;
recesso parlamentar, poderá prorrogar o prazo certo in- IV - a conclusão sobre a comprovação ou não da exis-
formado quando do requerimento de instauração do pro- tência dos fatos;
cesso de investigação, a fim de concluir seus trabalhos, V - a sugestão das medidas a serem tomadas, com sua
mediante deliberação interna dos membros que deverá ser fundamentação legal e indicação das autoridades ou pes-
ratificada pelo Plenário. soas que tiverem competência para a adoção das provi-
§ 9ºO primeiro signatário do requerimento de instaura- dências reclamadas.
ção daComissão Parlamentar de Inquérito terá prioritaria- § 1º Considera-se relatório final o elaborado pelo rela-
mente a prerrogativa de exercer a função de Presidente ou tor eleito, desde que aprovado pela maioria dos membros
Relator, conforme sua conveniência, restando à função não da Comissão; se aquele tiver sido rejeitado, considera-se
preenchida ser submetida a processo eleitoral no âmbito relatório final, então, o elaborado por um dos membros
do respectivo colegiado. do voto vencedor, designado pelo Presidente da Comissão.
§ 10 Do ato de criação, constarão a provisão de meios § 2º O Relatório será assinado, primeiramente, por
ou recursos administrativos, as condições organizacionais quem o redigiu e, em seguida, pelos demais membros da
e o assessoramento necessários ao bom desempenho da Comissão que acompanharam o voto vencedor.
Comissão, incumbindo à Mesa e à Administração da Casa § 3º Poderá o membro da Comissão exercer o direito
de dar o voto em separado.
o atendimento preferencial das providências por ela soli-
§ 4º Elaborado o relatório final, este será protocolado
citadas.
e encaminhado à Secretaria de Expediente, para ser lido
§ 11 Não será criada Comissão Parlamentar de Inqué-
em Plenário, no expediente da primeira sessão ordinária
rito enquanto estiverem funcionando pelo menos 2 (duas)
subsequente.
na Câmara, salvo mediante projeto de resolução com o
§ 5º A Secretaria de Expediente deverá fornecer cópia
mesmo quórum de apresentação previsto no caputdeste do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito,
artigo. facultada a forma digital, ao Vereador que a demandar,
Art. 68. A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá, mediante requerimento.
observada a legislação e normas específicas: § 6º O relatório final independerá de apreciação do Ple-
I -requisitar funcionários dos serviços administrativos nário, devendo a Mesa da Câmara dar-lhe encaminhamen-
da Câmara, bem como, em caráter transitório, os de qual- to de acordo com as recomendações propostas, oferecen-
quer órgão ou entidade da Administração Pública Direta do, conforme o caso, projeto de lei, de decreto legislativo,
ou Indireta ou do Poder Judiciário, necessários aos seus de resolução ou indicação legislativa, que será incluída na
trabalhos; Ordem do Dia da sessão ordinária subsequente, permitida,
II -determinar diligências, ouvir investigados, inqui- nos termos regimentais, realização de sessão extraordiná-
rir testemunhas sob compromisso, requisitar de órgãos e ria se no limite do último exercício legislativo.
entidades da Administração Pública informações e docu- § 7ºNos termos expostos no relatório final, o inquérito
mentos, requerer a audiência de Vereadores e Secretários deverá ser encaminhado:
Municipais e agentes públicos de função correlata, tomar I -à Mesa, para as providências de alçada desta ou do
depoimentos de autoridades de quaisquer esferas, e requi- Plenário, oferecendo, conforme o caso, projeto de lei, de
sitar os serviços de quaisquer autoridades, inclusive poli- decreto legislativo ou de resolução, ou indicação, que será
ciais; incluída em Ordem do Dia dentro de 5 (cinco) sessões;
III -incumbir qualquer de seus membros, ou funcioná- II -ao Ministério Público e/ou à Procuradoria do Poder
rios requisitados dos serviços administrativos da Câmara, Executivo, com a cópia da documentação, para que pro-
da realização de sindicâncias ou diligências necessárias aos movam a responsabilidade civil ou criminal por infrações
seus trabalhos, dando conhecimento prévio à Mesa; apuradas e adotem outras medidas decorrentes de suas
IV -deslocar-se a qualquer ponto do território munici- funções institucionais;
pal, estadual ou nacional para a realização de investigações III - ao Poder Executivo, para adotar as providências sa-
e audiências públicas; neadoras de caráter disciplinar e administrativo decorren-
V -estipular prazo para o atendimento de qualquer tes do art. 37, §§ 2º a 6º, da Constituição Federal e demais
providência ou realização de diligência sob as penas da lei, dispositivos constitucionais e legais aplicáveis, assinalando
exceto quando da alçada de autoridade judiciária; prazo hábil para seu cumprimento;
VI -se forem diversos os fatos inter-relacionados obje- IV -à Comissão Permanente que tenha maior pertinên-
to do inquérito, dizer em separado sobre cada um, mesmo cia com a matéria, à qual incumbirá fiscalizar o atendimen-
antes de finda a investigação dos demais. to do prescrito no inciso anterior;
Parágrafo único. As Comissões Parlamentares de In- V -aos demais órgãos de controle, quando houver per-
quérito serão reguladas em resolução própria e valer-se tinência;
-ão, subsidiariamente, das normas contidas no Código de VI - a outras instituições da sociedade civil que a Co-
Processo Penal. missão entender oportuno.

21
REGIMENTO INTERNO

Subseção III § 1º Se, por falta de comparecimento de membro efe-


Das Comissões Processantes tivo, estiver sendo prejudicado o trabalho de qualquer Co-
missão, o Presidente da Câmara, a requerimento do Pre-
Art. 70. As Comissões Processantes destinam-se a ins- sidente da Comissão ou de qualquer Vereador, designará
trumentalizar, observada a legislação e normas específicas: substituto para o membro faltoso, por indicação do líder
I - procedimento instaurado em face de denúncia con- da respectiva bancada.
tra o Chefe do Executivo ou seu substituto legal, por infra- § 2º Cessará a substituição logo que o titular voltar ao
ções político-administrativas, cominadas com a perda do exercício.
mandato, observadas as disposições da legislação federal § 3º Em caso de matéria urgente ou relevante, caberá
pertinente; ao líder, mediante solicitação do Presidente da Comissão,
II - procedimento instaurado em face de denúncia con- indicar outro membro da sua bancada para substituir, em
tra Vereador, por infrações previstas em lei e neste Regi- reunião, o membro ausente.
mento, cominadas com a perda do mandato; § 4º Na hipótese de impossibilidade de substituição
III - procedimento instaurado em face de representa- por membro da bancada, recorrer-se-á à indicação do Pre-
ção contra membros da Mesa da Câmara ou de Comissão sidente da Câmara.
Permanente, nas situações previstas neste Regimento, co-
Seção IV
minadas com a destituição do cargo.
Da Fiscalização e Controle
Parágrafo único. As Comissões Processantes serão re-
guladas em resolução própria e valer-se-ão, subsidiaria- Art. 74. Constituem atos ou fatos sujeitos à fiscalização
mente, das normas contidas no Decreto-lei n.º 201/1967 e e controle da Câmara Municipal e de suas Comissões:
no Código de Processo Penal. I - os passíveis de fiscalização contábil, financeira, orça-
mentária, operacional, patrimonial e de eficiência referida
Subseção IV no art. 70 da Constituição Federal e respectivos da Lei Or-
Das Comissões Externas gânica Municipal;
II - os atos de gestão administrativa do Poder Executi-
Art. 71. As Comissões Externas poderão ser instituídas vo, incluídos os da Administração Indireta, seja qual for a
pelo Presidente, de ofício, ou a requerimento de qualquer autoridade que os tenha praticado;
Vereador ou Comissão Permanente, para cumprir missão III - os atos do Prefeito e Vice-Prefeito e dos Secretá-
temporária autorizada, sujeitas à deliberação do Plenário rios Municipais e funções correlatas, do Procurador-Geral
quando importarem ônus para a Casa. do Município, que importarem, tipicamente, infração po-
§ 1º Para os fins deste artigo, considera-se missão au- lítico-administrativa, sem prejuízo de imputação de crime
torizada aquela que implicar o afastamento do parlamentar de responsabilidade, nos termos da legislação específica;
pelo prazo máximo de 4 (quatro) sessões, se exercida no IV - os de que trata o art. 234.
país, e 8 (oito), se desempenhada no exterior, para repre- Art. 75. A fiscalização e controle dos atos do Poder Exe-
sentar a Câmara nos atos a que esta tenha sido convidada cutivo, incluídos os da Administração Indireta, pelas Comis-
ou a que tenha de assistir. sões, sobre matéria de competência destas, obedecerão às
§ 2º Quando a Câmara se fizer representar em con- regras seguintes:
ferências, congressos e simpósios, não exclusivamente de I - a proposta da fiscalização e controle poderá ser
Vereadores, serão preferencialmente indicados os Edis que apresentada por qualquer cidadão ou Vereador à Comis-
desejarem apresentar trabalhos relativos ao temário e os são, com específica indicação do ato e fundamentação da
membros das Comissões Permanentes de atribuições cor- providência objetivada;
relatas. II - a proposta será relatada previamente quanto à
oportunidade e conveniência da medida e o alcance jurídi-
co, administrativo, político, econômico, social ou orçamen-
Seção III
tário do ato impugnado, definindo-se o plano de execução
Dos Impedimentos e Ausências
e a metodologia de avaliação;
III - aprovado pela Comissão o relatório prévio, o mes-
Art. 72. Nenhum Vereador poderá presidir reunião de mo relator ficará encarregado de sua implementação, sen-
Comissão quando se debater ou votar matéria da qual seja do aplicável à hipótese o disposto no § 10 do art. 67;
autor ou relator. IV - o relatório final da fiscalização e controle, em ter-
§ 1º Não poderá o autor de proposição ser dela relator, mos de comprovação da legalidade do ato, avaliação po-
ainda que substituto ou parcial. lítica, administrativa, social e econômica de sua edição, e
§ 2º Excetuam-se as vedações deste artigo somente em quanto à eficácia dos resultados sobre a gestão orçamen-
se constatando impossibilidade da respectiva composição tária, financeira e patrimonial, atenderá, no que couber, ao
no âmbito da Comissão, a qual deverá ser devidamente que dispõe o art. 69, § 7º.
justificada. § 1º A Comissão, para a execução das atividades de
Art. 73. Sempre que um membro de Comissão não pu- que trata este artigo, poderá solicitar ao Tribunal de Contas
der comparecer às reuniões deverá comunicar o fato ao do Estado informações complementares ou elucidadoras
seu Presidente, que fará publicar em ata a escusa. de quaisquer de suas observações e avaliações.

22
REGIMENTO INTERNO

§ 2º Serão assinados prazos não inferiores a 7 (sete) I - na Mesa, a ela não poderá retornar até o fim do
dias úteis para cumprimento das convocações, prestação biênio;
de informações, atendimento às requisições de documen- II - em Comissão, a ela não poderá retornar na mesma
tos públicos e para a realização de diligências e perícias. sessão legislativa.
§ 3º. O descumprimento do disposto no parágrafo an- § 4º A vaga na Mesa será preenchida por processo elei-
terior ensejará a apuração da responsabilidade do infrator, toral nos termos do inciso I do § 2º e do § 3º do art. 9º,
na forma da lei. naquilo que couber.
§ 4º Quando se tratar de documentos de caráter si- § 5º A vaga em Comissão será preenchida por designa-
giloso, reservado ou confidencial, identificados com estas ção do Presidente da Câmara, no interregno de até 3 (três)
sessões, de acordo com a indicação feita pelo líder parti-
classificações, observar-se-á o prescrito no § 2º do art. 100.
dário ou do Bloco Parlamentar a que pertencer o lugar, ou
independentemente dessa comunicação, se não for feita
Seção V naquele prazo.
Do Assessoramento Legislativo
TÍTULO III
Art. 76. A Comissão de Constituição e Justiça e de Ci- DAS SESSÕES DA CÂMARA
dadania e a Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação CAPÍTULO I
e Planejamento contarão, para o desempenho das suas DISPOSIÇÕES GERAIS
atribuições, com assessoramento técnico-legislativo espe-
cializado em suas áreas de competência, nos termos de re- Art. 78. As sessões da Câmara serão:
gulação própria atinente ao Poder Legislativo. I - preparatórias, as que precedem a inauguração dos
§ 1º Consoante demanda específica, devidamente em- trabalhos da Câmara Municipal na primeira e na terceira
basada, poderão outras Comissões, ainda que tempora- sessões legislativas de cada legislatura;
riamente, contarem com o respectivo assessoramento em II - ordinárias, as de qualquer sessão legislativa, reali-
suas áreas de competência. zadas apenas uma vez por dia, normativamente às terças e
§ 2º As Comissões poderão contar com consultorias quintas-feiras, podendo ser transferidas oportuna e excep-
mediante constituição de grupos de apoio técnico, neces- cionalmente, com aquiescência unânime do Plenário, para
sariamente qualificados e com experiência profissional e/ demais dias úteis: segunda, quarta ou sexta-feira;
III - extraordinárias, as realizadas em dias ou horas di-
ou convênios devidamente formalizados entre a Câmara
versos dos regularmente prefixados para as ordinárias, sal-
Municipal e instituições fomentadoras do conhecimento
vo em período de recesso;
ou com expertise específica, para apoio e desenvolvimento IV - solenes, as realizadas para grandes comemorações
de propostas e ações públicas nas áreas de competência. ou homenagens especiais, em dias diversos dos prefixados
para as ordinárias.
Seção VI Parágrafo único. As sessões ordinárias poderão, em
Das Vagas modo e assiduidade restritos, caracterizar-se como de de-
bates, consoante regulamentação do § 3º do art. 79.
Art. 77. A vaga na Mesa ou em Comissão verificar-se-á Art. 79. As sessões ordinárias serão realizadas às terças
em virtude de término do mandato, renúncia, falecimento e quintas-feiras com duração de até três horas e cinquen-
ou perda do lugar. ta minutos, iniciando-se às dezoito horas, respectivamente
§ 1º Preservados os casos relacionados à suplência ou sob a seguinte disposição:
a licenciamento, poderá perder o lugar, sujeito ao processo I - As sessões de terça-feira constarão de:
constante do inciso III do art. 70, regulado pelo art. 230: a) Pequeno Expediente, com duração máxima de 90
I - o membro da Mesa que, além de apresentar condi- (noventa) minutos improrrogáveis, destinado à apreciação
ções do § 3º do art. 17, não comparecer a 5 (cinco) reuniões da ata da sessão anterior, à matéria do expediente e aos
ordinárias consecutivas do colegiado, ou a 1/3 (um terço) oradores inscritos, semanalmente intercalados, que te-
das reuniões, intercaladamente, durante a sessão legisla- nham pronunciamento a fazer, observado o inciso I do art.
92, além das comunicações dos líderes ou, por designação
tiva, salvo se com devida justificativa por escrito, em até
destes, a membros da bancada que se pronunciarem pela
2 (dois) dias úteis, ao Presidente da Câmara ou a quem o liderança;
substituir, na hipótese de este estar enquadrado na situa- b) Grande Ordem do Dia, com duração de até 140
ção; (cento e quarenta) minutos ou mais, para apreciação da
II - o membro de Comissão que, além de apresentar pauta das matérias, na hipótese de o Pequeno Expediente
condições do § 3º do art. 17, for ausente a 3 (três) reuniões ser inferior ao tempo máximo constante da alínea a.
ordinárias consecutivas de Comissão, durante a sessão le- II - As sessões de quinta-feira constarão de:
gislativa, salvo se com devida justificativa por escrito ao a) Pequeno Expediente, com duração de até 10 (dez)
Presidente da Comissão, em até 2 (dois) dias úteis. minutos, para apreciação da ata da sessão anterior e leitura
§ 2º A perda do lugar será declarada pelo Presidente da restrita das ementas das matérias já protocoladas no Siste-
Câmara ou a quem o substituir, na hipótese de este estar ma de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL) e, em haven-
enquadrado na situação. do, de comunicações compreendidas como urgentes pela
§ 3º O Vereador que perder o lugar: Mesa;

23
REGIMENTO INTERNO

b) Pequena Ordem do Dia, com duração de até 50 § 7º A medida constante do parágrafo anterior auto-
(cinquenta) minutos, para apreciação da pauta das maté- maticamente suspende o prazo constante do § 12 do art.
rias, podendo, para atender interesse da Casa Legislativa, o 143 e amplia-o em 1/3 (um terço).
tempo ser estendido em situação deliberada pela maioria § 8º As sessões ordinárias de quinta-feira poderão
do Plenário, que deverá excepcionalmente determinar re- ser precedidas da Tribuna Livre, observados os termos da
dução ou extinção do tempo destinado ao Grande Expe- Resolução Legislativa n.º 1.995/2012, como uma das for-
diente; mas de participação autônoma de munícipes ou entidades
c) Grande Expediente, com livre pronunciamento te- constituídas.
mático entre os oradores inscritos com duração total de § 9º Duas vezes por mês, atendidas as normas cabíveis
até 170 (cento e setenta) minutos, sendo-lhes facultado, da Resolução Legislativa n.º 1.995/2012, os munícipes au-
mediante aprovação de requerimento pelo Plenário, esta- tonomamente poderão participar do Pequeno Expediente
belecer, entre si, assunto(s) específico(s) acerca dos temas das sessões de terça-feira, na segunda e quarta semanas de
mais relevantes da sociedade, nos termos do §§ 3º, 4º e 5º. cada mês, com pronunciamento precedente e pelo mesmo
§ 1º Quando do Pequeno Expediente, além do pronun-
tempo concedido aos Vereadores inscritos.
ciamento parlamentar dos Vereadores inscritos, os líderes
§ 10 Um mesmo munícipe terá direito a 1 (um) pro-
dos Partidos ou dos Blocos Parlamentares, bem como do
nunciamento por semestre do respectivo ano parlamentar
Governo, da Maioria e da Minoria, pessoalmente ou dele-
gando a membro da bancada por ele designado, em nome e previamente deverá assinar termo de compromisso em
da liderança, poderão fazer comunicações em defesa da relação às normas cabíveis constantes da Resolução Legis-
respectiva linha político-partidária, vinculadas a assuntos lativa n.º 1.995/2012 e ao integral acompanhamento, na
de relevância municipal ou estadual e nacional quando es- assistência, da sessão ordinária em que figurar como ora-
tes impactarem na realidade local, observado o disposto dor, salvo se no decorrer sobrevier motivo de força maior.
art. 98. Art. 80. A sessão extraordinária, com duração de até
§ 2º Por meio de requerimento de Vereador, de Co- três horas e cinquenta minutos, será destinada exclusiva-
missão Permanente, da Escola do Legislativo ou da Mesa, mente à discussão e votação das matérias constantes da
limitado a um pronunciamento dessa natureza por mês, Ordem do Dia.
por representantes de associações e de demais instituições § 1º A sessão extraordinária será automaticamente
públicas ou privadas de natureza diversa ou membros de convocada pelo Presidente, de ofício, mediante solicita-
Conselho Municipal, desde que antecipadamente por ofí- ção do Prefeito ou pelo Colégio de Líderes ou ainda por
cio que explicite o objeto do pronunciamento e com cópia deliberação do Plenário, a requerimento de pelo menos
anexa de ata de reunião designando membro para respec- 1/3 (um terço) dos Vereadores, exclusivamente destinada
tiva representação junto ao Poder Legislativo, poderão fa- à discussão e votação das matérias constantes do ato de
zer uso da palavra por tempo determinado pelo § 6º do art. convocação, atendendo, em especial, casos de urgência ou
92, nas sessões de terça-feira, durante o Pequeno Expe- de interesse público relevante.
diente, se houver aprovação do Plenário. § 2º Poderá ser constituído, em razão de necessidade
§ 3º Nos termos da faculdade constante da alínea c do legislativa, período de sessões extraordinárias automatica-
inciso II, o Presidente da Câmara Municipal, por requeri- mente pelo Presidente da Câmara, de ofício, ou por pro-
mento de Vereador, Vereadores ou de Comissão Perma- posta da maioria dos membros do Colégio de Líderes, ha-
nente, devidamente submetido à aprovação do Plenário, vendo ainda possibilidade de deliberação do Plenário por
poderá estabelecer sessão de debate(s) específico(s) que meio de requerimento de pelo menos um 1/3 (um terço)
compreenderá o Grande Expediente da sessão de quinta- dos Vereadores.
feira e que poderá contar com presença de autoridades ou
§ 3º O Presidente prefixará o dia, a hora e a Ordem do
especialistas no(s) respectivo(s) assunto(s), os quais partici-
Dia de sessão extraordinária, conforme § 1º, ou dias, horas
parão da discussão, ocupando a Mesa ou o Plenário, e go-
e as ordens do dia do período de sessões extraordinárias,
zarão do direito à palavra por tempo previamente determi-
nado pelo Colégio de Líderes, garantido o tempo mínimo consoante § 2º, cujas respectivas comunicações serão reali-
de 5 (cinco) minutos a cada Vereador inscrito, na hipótese zadas em sessão ou por comunicação escrita do Presiden-
da presença de convidado(s). te, e, na hipótese de mediar tempo entre 96 (noventa e
§ 4º A frequência de sessões de debate específico limi- seis) e 24 (vinte e quatro) horas para convocação, também
tar-se-á a 2 (duas) a cada mês. por via telegráfica, mensagem eletrônica ou telefônica aos
§ 5º O requerimento de sessão de debate específico Vereadores.
que for protocolado em primeiro lugar junto ao setor le- § 4º Durante o período de realização de sessões a que
gislativo pertinente terá preferência para deliberação do se refere o § 2º, não serão realizadas sessões ordinárias
Plenário. nem funcionarão as Comissões Permanentes, exceto para
§ 6º O Presidente poderá, de ofício, ou se requerido emissão de parecer.
por 1/3 (um terço) dos Vereadores, não designar Ordem do Art. 81. A Câmara poderá realizar sessão solene para
Dia, por número limitado de 4 (quatro) sessões sequenciais comemorações especiais ou recepção de altas personalida-
ou intercaladas, para prover discussões de matérias de alta des, por deliberação do Plenário, mediante requerimento
complexidade e/ou de grande impacto aos servidores pú- 1/7 (um sétimo) dos Vereadores, atendendo-se que:
blicos municipais ou à sociedade, antes da deliberação das I - em sessão solene, poderão ser admitidos convida-
respectivas matérias. dos à Mesa e no Plenário;

24
REGIMENTO INTERNO

II - na sessão solene só usarão da palavra os orado- Art. 83. Poderá a sessão ser suspensa por conveniência
res previamente designados pelo Presidente da respectiva da manutenção da ordem ou em razão de questão de na-
sessão; tureza técnica ou legislativa, conforme previsões regimen-
III - será admitida a realização de até 2 (duas) sessões tais específicas, não se computando o tempo da suspensão
solenes, incluindo e garantidas aquelas previstas neste Re- no prazo regular.
gimento, por deliberação do Plenário, a cada mês, em dias Art. 84. A sessão da Câmara só poderá ser interrompi-
que não forem os de sessão ordinária ou extraordinária, da, antes do término dos seus trabalhos, no caso de:
sendo peremptoriamente vedada qualquer ação em con- I - tumulto grave;
II - falecimento de autoridade dos Poderes municipais,
trário;
havendo decretação de luto oficial;
IV - para ser submetido ao Plenário, o requerimento
III - mal súbito de Vereador, assessor, funcionário da
para homenagem deverá constar da Ordem do Dia; Câmara ou cidadão durante a sessão;
V - terá preferência para deliberação do Plenário o re- IV - presença nos debates de menos de um 1/3 (um
querimento que for protocolado em primeiro lugar junto terço) do total de Vereadores;
ao setor legislativo específico. V - impedimento de outra natureza conforme entendi-
§ 1º Dentro do limite disposto no inciso III, fica assegu- mento da Mesa.
rada a realização das sessões solenes regulamentadas em Art. 85. A prorrogação das sessões ordinárias ou ex-
resoluções próprias, as quais tratam da entrega: traordinárias, permitida mais de uma ocorrência por ses-
a) da Medalha Mulher Cidadã Heloneida Studart, em 08 são, será deliberada pelo Plenário, por proposta do Presi-
de março ou data próxima; dente ou por requerimento verbal de Vereador, pelo tem-
b) da Medalha de Mérito Desportivo Swian Zanoni, em po entendido como necessário à conclusão de discussão
26 de abril ou data próxima; ou votação de matéria constante da Ordem do Dia ou, ain-
c) da Comenda Barão de Nova Friburgo e dos títulos da, em se tratando de sessão de debate específico, se com
a presença de convidados, para conclusão das discussões.
de cidadania friburguense, em 16 de maio ou data próxima;
§ 1º Quando esgotado o período da sessão, se em ma-
d) da Medalha de Mérito Social Dom Clemente Isnard, téria com discussão já iniciada, a prorrogação será auto-
em 08 de julho ou data próxima; mática pelo tempo necessário à conclusão da discussão e
e) da homenagem intitulada Profissional da Educação da votação, respeitados os prazos regimentais destinados
Nota 10, em 06 de agosto ou data próxima; a cada proposição.
f) da Medalha de Mérito Empreendedor Francisco Faria, § 2º Na hipótese de haver 2 (dois) ou mais pedidos si-
em 05 de outubro ou data próxima; multâneos de prorrogação, será votado o que visar menor
g) da Medalha “Somos quem fomos”, na última semana prazo, prejudicados os demais.
de outubro; § 3º A prorrogação destinada à votação da matéria da
h) da Medalha de Mérito Cultural Carlito Marchon, em Ordem do Dia só poderá ser concedida com a presença da
05 de novembro ou data próxima, maioria absoluta dos Vereadores ou de 2/3 (dois terços)
i) da premiação do Concurso Literário da Câmara Mu- deles se se tratar de matéria que exija quórum qualificado.
nicipal, em novembro. § 4º Se, ao ser requerida prorrogação de sessão, hou-
ver orador na tribuna, o Presidente o interromperá para
§ 2º As sessões solenes, em especial as previstas no
submeter a votos o requerimento, resguardada situação de
parágrafo anterior, poderão ser acessíveis mediante trans- que trata do § 1º.
missão pela TV Câmara e demais meios constantes do art. Art. 86. Para a manutenção da ordem, respeito e auste-
4º, desde que haja recursos próprios para fazê-lo, inclusive ridade das sessões, serão observadas as seguintes regras:
por intermédio de convênio ou parceria com órgãos con- I - somente os Vereadores podem ter assento na Mesa
gêneres de outras esferas de Poder, ou através de previsão ou no Plenário, exceto quando se tratar de sessões solenes
contratual, no caso de empresa contratada para prestação ou ordinárias de debate específico;
dos respectivos serviços. II - não será permitida conversação que perturbe a lei-
§ 3º Demais formas de homenagem poderão ser ex- tura de documento, chamada para votação, comunicações
cepcionalmente prestadas em sessão ordinária durante o da Mesa, discursos e debates;
Grande Expediente, nas sessões de quinta-feira, no tempo III - a nenhum Vereador será permitido falar sem pedir
do Vereador propositor necessariamente inscrito, o qual a palavra e sem que o Presidente a conceda, salvaguarda-
poderá contar com o tempo parcial de outro edil inscrito dos os apartes;
IV - se o Vereador pretender falar ou permanecer na
se este assim aquiescer, desde que atendidas as regulações
tribuna antirregimentalmente, o Presidente adverti-lo-á;
do § 3º do art. 97.
se, apesar dessa advertência, o Vereador insistir em falar, o
§ 4º O Vereador terá direito a prestar homenagem, nos Presidente dará o seu discurso por terminado;
termos do parágrafo anterior, a no máximo 1 (uma) pessoa V - sempre que o Presidente der por findo o discurso,
física ou jurídica, a cada bimestre. o áudio do microfone será cortado;
Art. 82. As sessões serão públicas, mas excepcional- VI - se o Vereador perturbar a ordem ou o andamento
mente poderão ser secretas, por deliberação tomada por regimental da sessão, o Presidente poderá censurá-lo oral-
2/3 (dois terços) dos Vereadores da Câmara quando seja o mente ou, conforme a gravidade, promover a aplicação das
sigilo extremamente necessário. sanções previstas neste Regimento;

25
REGIMENTO INTERNO

VII - o Vereador, ao falar, dirigirá a palavra ao Presiden- Parágrafo único. A gravação da integralidade das ses-
te, aos Vereadores de modo geral, a eventuais represen- sões só poderá ser realizada por meios próprios da Câma-
tantes institucionais envolvidos nos trabalhos ou, somente ra, inclusive por intermédio de convênio ou parceria com
sob a forma de cumprimento, aos presentes na assistência; órgãos congêneres de outras esferas de Poder, ou por em-
VIII - referindo-se, em discurso, a colega, o Vereador presa contratada para prestação do respectivo serviço.
deverá fazer preceder o seu nome do tratamento de se-
nhor(a) ou de Vereador; quando a ele se dirigir, o Vereador CAPÍTULO II
dar-lhe-á o tratamento de Excelência; DAS SESSÕES PÚBLICAS
IX - nenhum Vereador poderá referir-se de forma des- Seção I
cortês ou injuriosa a membros do Poder Legislativo ou às Do Pequeno Expediente
autoridades constituídas deste e dos demais Poderes cons-
tituídos, às instituições municipais ou a representantes de Art. 90. À hora do início da sessão, os membros da
Estado estrangeiro com o qual o Município mantenha rela- Mesa e os Vereadores ocuparão os seus lugares.
ções diplomáticas; § 1º Achando-se presente no Plenário 1/3 (um terço)
X - não se poderá interromper o orador, salvo conces- do total de Vereadores, sendo obrigatório o registro no
são especial deste para levantar questão de ordem, pedido
painel eletrônico, o Presidente declarará aberta a sessão
pela ordem ou para aparteá-lo, e no caso de comunicação
proferindo as seguintes palavras: “Sob a proteção de Deus e
relevante que o Presidente tiver de fazer;
em nome do povo friburguense iniciamos nossos trabalhos”.
XI - o cidadão que assistir às sessões da Câmara, na
parte do recinto reservada ao público: § 2º Não se verificando o quórum de presença, o Pre-
a) deverá apresentar-se, dentro do possível, conve- sidente aguardará, durante 20 (vinte) minutos, que ele se
nientemente trajado; complete; e, na hipótese de se persistir a falta de número,
b) ser-lhe-á vedado fumar; o Presidente declarará que não pode haver sessão, deter-
c) não poderá portar arma; minando a atribuição de falta aos ausentes, que sofreram
d) procurará conservar silêncio durante os trabalhos; a penalidade constante do § 4º do art. 215, salvo se de-
e) atenderá às determinações do Presidente. vidamente contemplado o que dispõe o § 1º do referido
Parágrafo único. O Presidente determinará a retirada dispositivo.
do assistente que se conduza de forma a perturbar os tra- § 3º O disposto nos parágrafos anteriores se aplica às
balhos e evacuará o recinto sempre que julgar necessário. Comissões, exceto quanto ao quórum que deverá atender
Art. 87. O Vereador só poderá falar, nos expressos ter- ao que regula o caput do art. 62.
mos deste Regimento: Art. 91. Abertos os trabalhos, o 2º Secretário submete-
I - para apresentar proposição; rá ao Plenário a aprovação da ata da sessão anterior, cujo
II - para fazer comunicação ou versar assuntos diversos, teor deverá estar previamente disponível aos Vereadores
à hora do expediente ou das comunicações parlamentares; por meio de arquivo virtual, digital e/ou impresso.
III - sobre proposição em discussão; § 1º O Vereador que pretender retificar a ata poderá
IV - para questão de ordem; fazê-lo oralmente, cuja retificação será inserta em ata se o
V - para reclamação; Presidente considerar procedente; caso não entenda pela
VI - para encaminhar a votação; procedência do pedido de retificação, caberá recurso ao
VII - a juízo do Presidente, para contestar acusação Plenário.
pessoal à própria conduta, feita durante a discussão, ou § 2º O 1º Secretário procederá de imediato à leitura
para contradizer o que lhe for indevidamente atribuído da matéria do expediente, observando a seguinte ordem
como opinião pessoal. quanto à natureza da matéria legislativa:
Art. 88. No recinto do Plenário, durante as sessões or- I - Ementas das matérias em regime de urgência:
dinárias e extraordinárias, só serão admitidos Vereadores,
a) veto;
assessores parlamentares demandados pelos Edis e os fun-
b) proposta de emenda à Lei Orgânica;
cionários da Câmara em serviço local.
c) projeto de lei complementar;
§ 1º Quando em momento de homenagem, nos termos
do art. 81, § 3º, ou de concessão de palavra, consoante art. d) projeto de lei ordinária;
79, § 2º, o recinto do Plenário poderá receber temporaria- e) projeto de decreto legislativo;
mente, conforme o caso, homenageados, representantes f) projeto de resolução;
institucionais ou membros de Conselho. II - Ementas de matérias em tramitação ordinária:
§ 2º Nas sessões solenes e nas ordinárias de debate a) proposições do Executivo, da alínea a até a d;
específico, quando permitido o ingresso de convidados ao b) proposições do Legislativo, da alínea b até a f;
Plenário, os convites serão feitos de maneira a assegurar- c) projetos de indicação legislativa;
lhes como aos Vereadores lugares determinados. d) requerimentos de informação;
§ 3º Ao público, será franqueado o acesso à assistência e) demais requerimentos, que não disponham sobre
para acompanhar as sessões, mantendo-se a incomunica- proposição da Ordem do Dia;
bilidade com o recinto do Plenário. f) pareceres ou de relatórios de Comissões Temporá-
Art. 89. A gravação de audiovisual de partes das ses- rias;
sões da Câmara obedecerá às normas fixadas pela Mesa. g) emendas e subemendas;

26
REGIMENTO INTERNO

h) moções especiais de louvor e de votos sujeitos ao § 8º Quando de sessão que tratar da Câmara Jovem, o
Plenário; tempo do Pequeno Expediente será destinado ao respecti-
i) a correspondência em geral, as comunicações, as pe- vo fim, sendo assegurada, pelo menos, a apreciação da ata
tições e outros documentos recebidos pela Câmara e de in- da sessão anterior, a leitura restrita das ementas das matérias
teresse do Plenário. a serem protocoladas no Sistema de Apoio ao Processo Le-
§ 3º Os substitutivos aos respectivos projetos figurarão gislativo (SAPL) e, em havendo, a leitura das comunicações
no mesmo ordenamento do correspondente tipo de pro- compreendidas como urgentes pela Mesa ou pela maioria do
posta legislativa. Plenário.
§ 4º A Secretaria da Mesa, excetuados os casos excep-
cionais, disponibilizará aos Vereadores o ementário do expe- Seção II
diente por meio de arquivo impresso no início das sessões e Da Ordem do Dia
pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes por meio virtual
ou digital através de sistema interno, obedecendo o mesmo Art. 93. A Ordem do Dia divide-se em dois perfis:
ordenamento constante dos incisos I e II. I - Grande Ordem do Dia, nos termos do art. 79, I, b;
Art. 92. Nas sessões de terça-feira, o tempo que se se- II - Pequena Ordem do Dia, nos termos do art. 79, II, b.
guir à leitura da matéria do expediente será destinado: Art. 94. Após o Pequeno Expediente, passar-se-á a tratar
I - aos Vereadores inscritos, no máximo entre 10 (dez) das matérias destinadas à Ordem do Dia, sendo previamente
e 11 (onze) inscrições, conforme alternância semanal, para verificado o número de Vereadores presentes no recinto do
breves pronunciamentos, especificamente, sem exceção, Plenário, através do sistema eletrônico.
sobre indicações executivas propostas, a interação com as § 1º A Secretaria da Mesa, salvaguardados os casos ex-
comunidades e suas demandas e/ou a fiscalização dos ser- cepcionais, disponibilizará aos Vereadores o ementário da Or-
viços públicos, inclusive os concedidos e permissionados, dem do Dia por meio de arquivo impresso no início das ses-
podendo cada um falar por até 5 (cinco) minutos, não sendo sões e pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes por meio
permitidos apartes. virtual ou digital através de sistema interno.
II - aos líderes inscritos ou àqueles membros da banca- § 2º Caberá ao 1º Secretário, podendo ser auxiliado pelo
da, devidamente autorizados pelo líder, a quem for tempo- 2º Secretário, a leitura das matérias constantes da Ordem do
rariamente designada a comunicação pela liderança, obser- Dia; e, na impossibilidade de ambos, o Presidente nomeará
vados os termos do art. 98; Secretário ad hoc.
III - à eventual representação de que trata o § 2º do art. § 3º O tempo reservado à Ordem do Dia poderá ser pror-
79. rogado pelo Presidente, de ofício, pelo Colégio de Líderes, ou
§ 1º A inscrição dos oradores mencionados nos incisos pelo Plenário, a requerimento verbal de qualquer Vereador,
I e II será feita junto ao Secretário da Mesa, em caráter pes- respeitando-se o que dispõe o art. 79.
soal, em livro próprio, das 17h às 18h, restando, no caso do Art. 95. Presente em Plenário a maioria absoluta dos Ve-
inciso I, para a semana seguinte e automaticamente os que readores, mediante verificação de quórum, dar-se-á início à
não se hajam inscrito para a respectiva sessão, mas que, ain- apreciação da pauta, na seguinte ordem:
da assim, deverão fazê-lo para efeitos de ordem de pronun- I - requerimentos escritos, a começar pelos de informa-
ciamento. ção seguidos dos de audiência pública e demais tipos;
§ 2º Completado o ciclo em duas semanas nas quais te- II - vetos;
nha sido oportunizado pronunciamento parlamentar aos 21 III - demais matérias em regime de urgência;
(vinte e um) Vereadores, volta a repetir-se o processo cons- IV - matérias em tramitação ordinária, dando-se prefe-
tante do parágrafo anterior. rência, em cada classificação, àquelas que tenham sido even-
§ 3º O Vereador ausente ou que, chamado a ocupar o tualmente adiadas em sessão anterior, e respeitando-se o
microfone, não se apresentar, perderá a prerrogativa a que seguinte ordenamento:
se refere o § 1º. a) proposta de emenda à Lei Orgânica;
§ 4º Na ausência do orador inscrito, somente poderá b) projeto de lei complementar;
representá-lo no ato da cessão ou da permuta o seu líder. c) projeto de lei ordinária;
§ 5º As permutas somente serão feitas entre os Verea- d) projeto de indicação legislativa;
dores inscritos, anotando-se de próprio punho no livro com- e) projeto de decreto legislativo;
petente. f) projeto de resolução;
§ 6º Na hipótese de ocorrer o que prevê o art. 79, § 2º, o g) moção especial de louvor.
Presidente concederá prazo de até 15 (quinze) minutos para V - parecer ou relatório de comissão temporária;
a respectiva manifestação, exceto se o Plenário, previamente VI - deliberação sobre recurso submetido ao Plenário.
ao pronunciamento parlamentar dos Vereadores, aquiescer § 1º A proposição entrará em Ordem do Dia desde que
em contrário, no sentido de reduzir ou de ampliar o tempo, em condições regimentais e com os pareceres das Comissões
conforme a densidade ou complexidade do assunto. a que foi distribuída, salvaguardadas as condições estabeleci-
§ 7º Em havendo necessidade de mais tempo para a das pelo art. 122, § 11 do art. 143, art. 152, art. 155 e/ou § 5º
manifestação de que trata o art. 79, § 2º, o Presidente deve- do 195.
rá deduzir do tempo concedido aos Vereadores, desde que § 2º As deliberações constantes da Ordem do Dia só po-
haja concordância entre os envolvidos, e/ou aos líderes derão ser tomadas por maioria de votos, presente a maioria
inscritos, conforme prévia aquiescência previamente deci- dos Vereadores, salvo disposição em contrário prevista na
dida no Colégio de Líderes. Constituição Federal, na Lei Orgânica e neste Regimento.

27
REGIMENTO INTERNO

§ 3º As matérias que exigem quórum qualificado de Seção IV


2/3 (dois terços) dos Vereadores da Casa, para serem apre- Das Comunicações de Lideranças
ciadas, também carecerão do respectivo número para se-
rem aprovadas. Art. 98. As comunicações de lideranças previstas para
§ 4º Se inexistir quórum quando iniciada a votação, ou, o Pequeno Expediente das sessões ordinárias de terça-feira
ainda, se sobrevier a falta de quórum durante a Ordem do destinam-se aos líderes que queiram fazer uso da palavra,
Dia, o Presidente retirará de pauta as matérias impactadas por período de até 3 (três) minutos, não sendo permitido
pela ausência de quórum e as incluirá em sessão ordinária apartes, destinando-se à liderança do Governo e às repre-
seguinte, devendo aplicar aos Vereadores ausentes a pena- sentações da Maioria e da Minoria 1 (um) minuto a mais
lidade constante do § 4º do art. 215, exceto se protegidos, em seus pronunciamentos.
se couber, pelo que dispõem os §§ 1º e 2º do referido dis- § 1º É facultada aos líderes a cessão, entre si, do tem-
positivo. po, total ou parcial, que lhes for atribuído na forma deste
§ 5º Ocorrendo verificação de votação e comprovan- artigo.
do-se presenças suficientes em Plenário, o Presidente de- § 2º A comunicação das lideranças será regular nas ses-
terminará, se não houver justificativa formalizada e passível
sões ordinárias de terça-feira, salvo nas hipóteses constan-
de deferimento, a atribuição de falta aos ausentes nos ter-
tes dos §§ 6º, 7º e 8º do art. 92 ou no art. 69, além de outros
mos regimentais.
casos previstos no Regimento.
§ 6º Da decisão do Presidente constante do parágrafo
anterior, caberá recurso, protocolado em até 5 (cinco) dias § 3º As inscrições das lideranças que não puderem ser
úteis, o qual deverá ser avaliado recebimento ou não pela atendidas em virtude de não realização da sessão ou de
Mesa. impossibilidade da realização das comunicações transferir-
§ 7º A ausência às votações equipara-se, para todos os se-ão para a sessão ordinária da terça-feira seguinte.
efeitos, à ausência à sessão, ressalvada a que se verificar a § 4º As comunicações de que trata este artigo restrin-
título de obstrução parlamentar legítima, assim considera- gem-se a matérias relacionadas com o programa político
da a que for aprovada pelas bancadas ou suas lideranças e -partidário das agremiações representadas pelos respec-
comunicada à Mesa. tivos líderes ou membros da bancada por ele designados
Art. 96. Antes da discussão de projeto, bancada parti- para pronunciarem-se pela liderança.
dária ou Bloco Parlamentar poderá apresentar requerimen- § 5º A violação do que estipula o parágrafo anterior
to de destaque, nos termos dos arts. 156 e 157. permite ao Presidente cassar a palavra do líder ou do mem-
bro da bancada que estiver proferindo pela liderança.
Seção III
Do Grande Expediente CAPÍTULO III
DA ATA
Art. 97. Encerrada Ordem do Dia das sessões ordinárias
de quinta-feira, será concedida a palavra aos Vereadores Art. 99. Lavrar-se-á ata com a sinopse dos trabalhos de
inscritos para o Grande Expediente, a fim de abordarem cada sessão, cuja redação obedecerá a padrão uniforme
tema livre, pelo prazo mínimo de até 8 (oito) minutos para adotado pela Mesa.
cada orador, se todos se inscreverem, incluídos nesse tem- § 1º As atas impressas serão organizadas em livro pró-
po os apartes. prio, segundo disposto no art. 247, por ordem cronológica,
§ 1º A inscrição dos oradores para o Grande Expediente encadernadas por sessão legislativa e recolhidas ao arqui-
será feita junto ao Secretário da Mesa, em caráter pessoal e vo da Câmara.
intransferível, em livro próprio, das 17h às 18h, salientando § 2º Da ata constará a lista nominal de presença e de
que a ordem de inscrição corresponderá à ordem de pro-
ausência às sessões ordinárias, extraordinárias e solenes da
nunciamento.
Câmara, não imputando a ausência a estas as penalidades
§ 2º Na hipótese de não haver inscrição da totalidade
dos Vereadores, o Presidente dividirá igualmente o tempo, constantes do art. 215.
do total destinado ao Grande Expediente, conforme art. 79, § 3º A ata da última sessão, ao encerrar-se a sessão
II, c, para o respectivo número de Vereadores inscritos. legislativa, será redigida, em resumo, e submetida à ava-
§ 3º Quanto à cessão de tempo de um orador a outro, liação dos Vereadores em até 24 horas antes da próxima
deverão ser observadas as seguintes normas: sessão legislativa, disponível em meio virtual, digital e/ou
I - A transmissão de tempo de um orador a outro ou a impresso, a fim de se proceder ao que dispõe o art. 79,
outros oradores limitar-se-á a 4 (quatro) minutos; quando do Pequeno Expediente.
II - A recepção de tempo por um orador não poderá § 4º Quanto às atas das reuniões de Comissões Perma-
exceder a 4 (quatro) minutos, seja por cessão de um ou nentes ou Temporárias, aplicar-se-á, em específico, o que
mais oradores. regula os §§ 1º e 2º deste artigo e o § 9º do art. 62; e sua
§ 4º A Câmara poderá destinar o Grande Expediente apreciação pelos membros dar-se-á no âmbito da próxima
para atender as previsões regimentais estabelecidas pelo reunião da Comissão.
art. 69 ou, diversamente do que prevê o caput, pelas hipó- § 5º As atas das reuniões de Comissões Parlamentares
teses reguladas pelos §§ 3º, 4º, 5º e 6º do art. 79, além de de Inquérito, Processantes e Especiais não serão arquiva-
outros casos previstos no Regimento ou excepcionalmente das sob as condições previstas no art. 247, mas no próprio
demandados pelo Plenário. processo que as constituem.

28
REGIMENTO INTERNO

Art. 100. Serão publicadas, semanalmente, no sítio ele- sua tramitação deverá ser iniciada por meio da Comissão
trônico da Câmara Municipal, as atas das sessões legislati- de Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica, obser-
vas relativas ao respectivo período, com toda a sequência vada a resolução que a regula, e do Regimento Interno,
dos trabalhos, em atendimento ao princípio de publicidade para depois ser direcionada à Comissão de Constituição e
determinado pelo caput do art. 37 da Constituição Federal. Justiça e de Cidadania, a qual procederá nos termos do art.
§ 1º As informações e documentos de representantes 143, §8º, I e II.
de outro Poder que não tenham sido integralmente lidos § 3º Em Plenário, desde que submetido ao Colégio de
pelo Secretário serão somente indicados na ata, com a de- Líderes, poderão ser admitidas inclusões no Expediente ou
claração do objeto a que se referirem, salvo se a publicação na Ordem do Dia de matérias que tenham completado o
integral for autorizada pela Mesa, a requerimento do Ve- processo regular de tramitação, dos casos previstos no art.
reador; em caso de indeferimento, poderá este recorrer ao 122, § 11 do art. 143, art. 152, art. 155 e/ou § 5º do art.
Plenário, aplicando-se o disposto no §§ 5º e 6º do art. 116. 195, de moções especiais de louvor, de requerimentos de
§ 2º Não se dará publicidade a informações e docu- informações ou de natureza diversa sujeitos à deliberação,
mentos oficiais de caráter reservado. desde que registrados no Sistema de Apoio ao Processo
§ 3º As informações de caráter reservado solicitadas Legislativo (SAPL).
por Comissão serão confiadas ao Presidente desta pelo § 4º Em Plenário, quando se tratar de matéria constan-
Presidente da Câmara para que as leia a seus pares e as te da Ordem do Dia, poderão ser inclusos requerimentos
solicitadas por Vereador destinadas a ele para, tomado o concernentes à matéria no momento em que for anunciada
conhecimento, prover o necessário arquivamento. ou após a sua leitura, antes de iniciada:
I - a discussão:
TÍTULO IV a) solicitação de destaque para votação de dispositi-
DAS PROPOSIÇÕES vo(s);
CAPÍTULO I b) inclusão de emendas e subemendas;
DISPOSIÇÕES GERAIS c) emissão de parecer por Comissão Permanente acer-
ca de matéria de competência, desde que acatada recla-
Art. 101. Proposição é toda matéria sujeita à delibera- mação pelo Presidente em atendimento a disposições re-
ção da Câmara. gimentais.
§ 1º As proposições poderão consistir em proposta de II - a deliberação:
emenda à Lei Orgânica Municipal, projeto de lei, projeto de a) retirada de proposição constante da Ordem do Dia;
decreto legislativo, projeto de resolução, indicação legisla- b) Inclusão de emenda ou subemenda sanatória de al-
tiva, emenda, subemenda, requerimento, recurso, parecer, gum vício, irregularidade ou equívoco de redação.
relatório e moção. Art. 103. A proposição de iniciativa de Vereador poderá
§ 2º Toda proposição deverá ser redigida com clareza, ser apresentada individual ou coletivamente.
em termos explícitos e concisos, acompanhadas de justi- § 1º Consideram-se autores da proposição todos os
ficação por escrito, e apresentada em duas vias, as quais seus signatários, observadas, nos termos constitucionais,
serão protocoladas no setor específico da Câmara: da Lei Orgânica ou regimentais, as matérias que exigem
I - a primeira via será destinada à Secretaria de Expe- quantitativo de assinaturas para a admissibilidade.
diente, respeitadas as finalidades tipológicas: § 2º As atribuições ou prerrogativas regimentais confe-
a) para dar início ao processo de tramitação nas Co- ridas ao autor serão exercidas em Plenário por um só dos
missões; signatários da proposição, regulando-se a precedência se-
b) para ser diretamente inclusa na Ordem do Dia. gundo o protocolo no Sistema de Apoio ao Processo Le-
II - a segunda via ficará em posse do propositor, a título gislativo (SAPL) ou, se não contemplada esta situação nas
de recibo. situações regimentais previstas, segundo a ordem em que
§ 3º. Nenhuma proposição poderá conter matéria es- a subscreveram.
tranha ao enunciado objetivamente declarado na ementa, § 3º O quórum para a iniciativa coletiva das proposi-
ou dele decorrente. ções, exigido pela Constituição Federal, pela Lei Orgânica
Art. 102. Ressalvadas as hipóteses do § 2º e daquelas ou por este Regimento Interno, pode ser obtido por meio
enumeradas no § 3º deste artigo, a apresentação de propo- das assinaturas de cada Vereador ou, quando expressa-
sição será feita por meio do Sistema de Apoio ao Processo mente permitido pela totalidade da bancada partidária ou
Legislativo (SAPL), mas também deverá ser protocolada em de Bloco Parlamentar, de líder ou líderes, representando
via impressa no setor específico da Câmara. estes últimos exclusivamente o número de Vereadores de
§ 1º As proposições encaminhadas pelo Poder Executi- sua legenda partidária ou parlamentar, na data da apresen-
vo para apreciação da Câmara Municipal também deverão, tação da proposição.
obrigatoriamente, ser acompanhadas de cópias digitali- § 4º Nos casos em que as assinaturas de uma propo-
zadas armazenadas em mídia removível ou enviadas por sição sejam necessárias ao seu trâmite, não poderão ser
meio virtual, para sua regular tramitação. retiradas ou acrescentadas após sua apresentação à Mesa.
§ 2º Quando se tratar de projeto de iniciativa de outro Art. 104. A proposição deverá ser fundamentada por
Poder que não o Executivo, da Câmara Jovem, de entidades escrito ou verbalmente pelo autor e, em se tratando de
da sociedade civil ou de cidadãos, o mesmo deverá ser pro- iniciativa coletiva, pelo primeiro signatário ou quem este
tocolado em via impressa no setor específico da Câmara e indicar, mediante prévia inscrição junto à Mesa.

29
REGIMENTO INTERNO

Art. 105. A retirada de proposição do Expediente ou III - de resolução a regular, com eficácia de lei ordiná-
da Ordem do Dia será requerida pelo autor, no caso do ria, matérias da competência privativa do Poder Legislativo,
Executivo pelo líder de Governo, ao Presidente da Câmara. de caráter político, processual, legislativo ou administrati-
§ 1º No caso de iniciativa coletiva, a retirada será feita a vo, ou quando deva a Câmara pronunciar-se em casos con-
requerimento de, pelo menos, metade mais um dos subs- cretos como:
critores da proposição. a) perda de mandato de Vereador;
§ 2º A proposição de Comissão ou da Mesa só poderá b) conclusões de Comissão Permanente sobre propos-
ser retirada a requerimento de seu Presidente, com prévia ta de fiscalização e controle;
autorização do colegiado. c) conclusões sobre as petições, representações ou re-
§ 3º Às proposições de iniciativa de outro Poder que clamações da sociedade civil;
não o Executivo, da Câmara Jovem, de entidades da socie- d) matéria de natureza regimental;
dade civil ou de cidadãos aplicar-se-ão as mesmas regras, e) assuntos de sua economia interna e dos serviços ad-
tendo sido o requerimento de retirada de lavra da Comis- ministrativos.
são de Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica e IV - de indicação legislativa, também em função de as-
do Regimento Interno. sessoramento, a fim de sugerir ao Poder Executivo matéria
§ 4º A proposição retirada na forma deste artigo não que lhe é de iniciativa exclusiva, que pode ser convenien-
pode ser reapresentada na mesma sessão, todavia em ses- temente acolhida ou rejeitada pelo Prefeito, após a ele en-
sões seguintes a pedido do autor, atendido, no que couber, caminhada.
ao disposto nos parágrafos anteriores. V - de emenda à Lei Orgânica, promulgada pelo Presi-
Art. 106. Finda a legislatura, arquivar-se-ão todas as dente da Câmara;
proposições que no seu decurso tenham sido submetidas § 1º A iniciativa de projetos de lei na Câmara será, si-
à deliberação da Câmara e ainda se encontrem em trami- metricamente nos termos do art. 62 da Constituição Fede-
tação, bem como as que abram crédito suplementar, com ral, no que couber, da Lei Orgânica e deste Regimento:
pareceres ou sem eles, salvo as: I - de Vereadores, individual ou coletivamente;
I - com pareceres favoráveis de todas as Comissões; II - de Comissão ou da Mesa;
II - já aprovadas em turno único, em primeiro ou se- III - do Prefeito Municipal;
gundo turno; IV - de outro Poder que não o Executivo;
III - de iniciativa popular ou de entidades da sociedade V - da Câmara Jovem;
civil; VI - dos cidadãos e de entidades da sociedade civil.
IV - de iniciativa de outro Poder que não o Executivo ou § 2º Os projetos de decreto legislativo e de resolução
da Câmara Jovem. podem ser apresentados por qualquer Vereador ou Comis-
Parágrafo único. A proposição poderá ser desarquiva- são, quando não sejam de iniciativa privativa da Mesa ou
da mediante requerimento do autor, autores, outro Verea- de outro colegiado específico.
dor ou Comissão, retomando a tramitação desde o estágio Art. 110. A matéria constante de projeto de lei rejeita-
em que se encontrava e preservando-se a autoria. do somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
Art. 107. Quando, por extravio ou retenção indevida, mesma sessão legislativa, mediante proposta de 2/3 (dois
não for possível o andamento de qualquer proposição, terços) dos membros da Câmara, ou, nos casos dos incisos
vencidos os prazos regimentais, a Mesa fará reconstituir o IV, V e VI do § 1º do artigo anterior, por iniciativa da Co-
respectivo processo pelos meios ao seu alcance para a tra- missão de Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica
mitação ulterior e, se expirados os prazos, observar-se-á o e do Regimento Interno, aprovada sob o quórum de 2/3
que preceitua o § 10 do art. 143 e, conforme o caso, o §11. (dois terços) dos Vereadores.
Art. 111. Os projetos deverão ser divididos em artigos
CAPÍTULO II numerados, redigidos de forma concisa e clara, precedidos,
DOS PROJETOS sempre, da respectiva ementa.
§ 1º O projeto será apresentado em duas vias, ambas
Art. 108. A Câmara de Vereadores exerce a sua função subscritas pelo autor e demais signatários, se houver.
legislativa por via de projeto de lei ordinária ou comple- § 2º Cada projeto deverá conter, simplesmente, a
mentar, de decreto legislativo, de resolução ou de indica- enunciação da vontade legislativa, em conformidade com
ção legislativa, além da proposta de emenda ou reforma o § 3º do art. 101, retornando-o ao autor, caso se verifique
plena à Lei Orgânica. o contrário.
Art. 109. Destinam-se os projetos: § 3º Nenhum artigo de projeto poderá conter duas ou
I - de lei a regular as matérias de competência do Po- mais matérias diversas.
der Legislativo, com a sanção do Prefeito Municipal; Art. 112. Os projetos que forem apresentados sem ob-
II - de decreto legislativo a regular as matérias de ex- servância dos preceitos fixados no artigo anterior e seus
clusiva competência do Poder Legislativo, sem a sanção do parágrafos, bem como os que, explícita ou implicitamente,
Prefeito Municipal, além de sustar os atos normativos do contenham referências a lei, artigo de lei, decreto ou re-
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou gulamento, contrato ou concessão, ou qualquer ato admi-
dos limites de delegação legislativa, nos termos da Lei Or- nistrativo e não se façam acompanhar de sua transcrição,
gânica e da Constituição Federal; ou, por qualquer modo, se demonstrem incompletos e sem

30
REGIMENTO INTERNO

esclarecimentos, só serão enviados, nos termos do inciso II I - a palavra ou a desistência desta;


do § 8º do art. 143, às demais Comissões pela Comissão de II - permissão para falar sentado, no caso de matéria
Constituição e Justiça e de Cidadania, cientes os autores do proferível da tribuna;
retardamento, depois de completada sua instrução. III - leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimen-
to do Plenário;
CAPÍTULO III IV - observância de disposição regimental;
DAS INDICAÇÕES V - pela ordem dos trabalhos;
VI - verificação de quórum;
Art. 113. Os Vereadores e as Comissões possuem prer- VII - retirada de proposição do Expediente ou da Or-
rogativa de apresentar indicações de natureza: dem do Dia, nos termos do art. 105
I - executiva: VIII - de vistas;
a) sugerem medidas de interesse público, cuja gestão IX - retirada do regime de urgência
e execução administrativas sejam de competência própria X – arquivamento ou desarquivamento de proposição;
do Poder Executivo, por intermédio de sua Administração XI - verificação de votação;
Direta ou Indireta ou por meio das Concessionárias e Per- XII - retificação de ata;
missionárias de Serviços Públicos; XIII - inclusão de documentos em ata;
b) sugerem ao Presidente, à Mesa ou a setor específico XIV - justificativa de voto, facultada sua transcrição em
medidas de gestão e de execução administrativa afeitas à ata;
Câmara Municipal; XV - prorrogação de prazo para o orador na tribuna;
c) sugerem a outro Poder a adoção de providência, a XVI - emissão de comunicação inadiável;
realização de ato administrativo ou de gestão. XVII - supressão de vacância temporária ou permanen-
II - legislativa: te em Comissão;
a) sugerem, por meio de projeto legislativo ao Poder XVIII - esclarecimento sobre ato da administração ou
Executivo, matéria de iniciativa exclusiva deste, afeitas ao economia interna da Câmara;
que dispõe o art. 93 da Lei Orgânica; XIX - relativo à licença de Vereador, nos termos do § 5º
b) sugerem a manifestação de uma ou mais Comissões do art. 220.
acerca de determinado assunto, visando a elaboração de Parágrafo único. Em caso de indeferimento e a pedido
projeto sobre matéria de iniciativa da Câmara.
do autor, o Plenário será consultado, sem discussão nem
§ 1º As indicações executivas, constantes das alíneas a
encaminhamento de votação, devendo esta ser feita pelo
e c do inciso I, não constarão dos expedientes legislativos e
processo simbólico.
serão diretamente encaminhadas pelo(s) propositor(es) aos
órgãos e setores destinatários por meio de ofício, obede-
Seção II
cidas as regulações de redação oficial do Poder Legislativo.
§ 2º A indicação executiva, constante da alínea b do in- Sujeitos à Deliberação do Plenário
ciso I, não constará dos expedientes legislativos e será pro-
tocolada no setor específico e encaminhada ao Presidente, Art. 115. Dependerão de deliberação do Plenário os re-
à Mesa ou ao setor administrativo destinatário por meio querimentos não especificados neste Regimento e os que
de memorando, observadas as normas de redação oficial. solicitem:
§ 3º A indicação legislativa constante da alínea a do in- I - por meio verbal:
ciso II deverá tramitar apenas na Comissão de Constituição a) prorrogação de prazo da sessão ou de reunião de
e Justiça e de Cidadania, exceto se houver requisição de Comissão, ou dilatação da própria prorrogação;
Comissão Permanente com temática atinente para mani- b) dispensa da leitura ou de discussão da matéria cons-
festar-se sobre a respectiva matéria. tante da Ordem do Dia;
§ 4º Os Vereadores poderão utilizar seus pronuncia- c) inversão de pauta;
mentos nas sessões legislativas, especialmente aqueles re- d) retirada de proposição antes de colocada em delibe-
lativos ao Pequeno Expediente, para comunicarem o enca- ração pelo Plenário;
minhamento de indicações executivas constantes do inciso e) inclusão em Ordem do Dia de proposta com parecer,
I, especialmente a constante da alínea a, nos termos do em condições regimentais de nela figurar;
inciso I do art. 92. f) emissão, por Comissão, de parecer em matéria de
§ 5º O prazo para tramitação da indicação legislativa sua competência;
referida no § 3º observará a regulação constante do inciso g) preferência de discussão e votação;
III do § 8º do art. 143. h) adiamento de discussão ou de votação;
i) encerramento de discussão;
CAPÍTULO IV j) votação por determinado processo;
DOS REQUERIMENTOS k) discussão e/ou votação de proposição, por títulos,
Seção I capítulos, seções ou grupos de dispositivos;
Sujeitos a Despacho apenas do Presidente l) votação em bloco;
m) de prejudicialidade;
Art. 114. Serão verbais ou escritos, e imediatamente n) impugnação de ata;
despachados pelo Presidente, além daqueles com previsão o) alteração circunstancial de datas e/ou horários de
regimental, os requerimentos que solicitem: sessão, conforme conveniência do Plenário;

31
REGIMENTO INTERNO

II - por meio escrito: IV - a Secretaria de Expediente deverá despachar, aos


a) informação diretamente ao Prefeito, Vice-Prefeito, respectivos destinatários constantes do caput, no prazo de
a Secretário Municipal ou a detentor de cargo de gestão até 3 (três) dias úteis da aprovação em Plenário, cópia dos
afim a este; requerimentos de informação, devendo os originais serem
b) convite a Prefeito e/ou Vice-Prefeito; resguardados no arquivo legislativo;
c) convite ou convocação de Secretário ou detentor de V - a Secretaria de Expediente deverá entregar cópia
cargo de gestão afim, demais possuidores de cargos em de resposta a requerimento de informação à Câmara ao
nomeação, funcionário público, perante o Plenário, quando Vereador, à Comissão solicitante ou à Mesa e aos Edis ou
das sessões previstas no art. 79, § 3º; Comissões que se manifestarem interessados, pelo prazo
d) cessão de tempo para uso da palavra por represen- de até 2 (dois) dias úteis, devendo a resposta original ser
tantes de instituições públicas ou privadas de natureza di- resguardada em arquivo legislativo.
versa ou membros de Conselho Municipal; § 3º Os Edis ou Comissões interessados deverão ma-
e) sessão ordinária de debate específico; nifestar interesse por cópia de resposta a requerimento de
f) manifestação de setor interno ou órgão externo so- informação por meio de memorando destinado à Secreta-
bre matéria em tramitação;
ria de Expediente.
g) representação da Câmara por Comissão Externa;
§ 4º O registro de informação frente resposta a reque-
h) constituição de Comissões Temporárias, salvo quan-
rimento de informação no Sistema de Apoio ao Processo
do se tratar de Comissão Parlamentar de Inquérito, nos ter-
Legislativo (SAPL) deverá corresponder ao atendimento to-
mos do caput do art. 67;
i) prorrogação de prazo para a apresentação de pare- tal, parcial, insatisfatório ou dissonante do que tenha sido
cer por qualquer Comissão; solicitado, cabendo ao Vereador, à Comissão ou à Mesa
j) audiência pública, excetuada se proposta por Comis- prestar a respectiva informação à Secretaria de Expediente
são; por meio de memorando.
k) urgência; § 5º Na hipótese de a resposta a requerimento de in-
l) destaque; formação ser volumosa, a Secretaria de Expediente poderá
m) anexação de proposições com objeto idêntico; entregar ao Vereador requerente os originais, solicitando
n) licença de Vereador; que, após análise dos documentos, remeta-os de volta ao
o) renúncia de cargo na Mesa ou Comissão; setor para necessário arquivamento.
p) cumprir missão externa temporária; § 6º Uma vez digitalizados ou microfilmados, e devida-
q) efeito suspensivo a recurso. mente catalogados, a Câmara poderá prescindir dos docu-
Art. 116. Os requerimentos de informação diretamente mentos originais impressos.
ao Prefeito, Vice-Prefeito, a Secretário Municipal ou a de- § 7º Nas hipóteses do inciso III, caberá recurso ao Ple-
tentor de cargo de gestão afim, importando infração políti- nário em até 3 (três) sessões a contar do despacho indefe-
co-administrativa e crime de responsabilidade a recusa ou ritório da Mesa.
o não atendimento no prazo de 30 (trinta) dias, observado § 8º O recurso será decidido pelo processo simbólico,
o disposto na Lei Orgânica, bem como a prestação de in- sem discussão, sendo permitido o encaminhamento de vo-
formações falsas, serão encaminhados pela Secretaria de tação pelo autor do ato recursal e pelos líderes por até 2
Expediente. (dois) minutos cada um.
§ 1º Os pedidos escritos de informação de autoria da Art. 117. Os requerimentos de:
Mesa Diretora, constantes do inciso XV do art. 18, não care- I - sessão ordinária de debate específico, prevista e re-
cem de deliberação do Plenário, devendo ser diretamente gulada no art. 79, § 3º, por iniciativa de Vereador, Verea-
remetidos ao requerido pela Secretaria de Expediente. dores ou de Comissão Permanente, devem apresentar a(s)
§ 2º Acerca dos requerimentos de informação, serão proposta(s) temática(s) que serão tratadas.
observadas as seguintes regras:
II - audiência pública, prevista e normatizada no art.
I - somente poderão referir-se a ato ou fato, na área de
235, propostos por Vereador ou conjunto de Vereadores
competência da autoridade a que se dirige:
sem constituir Comissão Permanente, são matérias passí-
a) sujeito à fiscalização e ao controle da Câmara ou Co-
veis de aprovação pelo Plenário.
missões;
b) relacionado com matéria legislativa em trâmite ou § 1º Como todas as outras formas de requerimento, os
qualquer assunto submetido à apreciação da Câmara Mu- constantes dos incisos I e II não carecem de processo de
nicipal; tramitação.
c) pertinente às atribuições da Câmara Municipal; § 2º As audiências públicas propostas por Comissão
II - não cabem, em requerimento de informação, pro- Permanente, conforme disposto no inciso II do art. 34, não
vidências a tomar, consulta, sugestão, conselho ou interro- necessitam de aprovação pelo Plenário, podendo ser au-
gação sobre propósitos da autoridade requisitada; tomaticamente convocadas por seu Presidente ou por re-
III - a Mesa tem a faculdade de recusar requerimento querimento subscrito pela maioria absoluta dos membros
de informação formulado de modo inconveniente, ou que da Comissão e apresentado em reunião do respectivo co-
contrarie o disposto neste artigo, sem prejuízo do recurso legiado.
mencionado no §§ 5º e 6º deste artigo.

32
REGIMENTO INTERNO

CAPÍTULO V § 6º Emenda aditiva é a que se acrescenta a outra pro-


DAS MOÇÕES posição.
§ 7º Denomina-se subemenda a emenda apresentada
Art. 118. A Câmara possui a prerrogativa de conceder em Comissão ou por Vereador a outra emenda e que pode
moções de: ser, por sua vez, supressiva, substitutiva ou aditiva, desde
I - congratulação; que não incida, a supressiva, sobre emenda com a mesma
II - pesar; finalidade.
III - repúdio; § 8º Denomina-se emenda de redação a modificativa
IV - especial de louvor. que visa a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica
§ 1º As moções constantes dos incisos I, II e III, apesar legislativa ou lapso manifesto.
de demandarem protocolo no Sistema de Apoio ao Pro- Art. 120. As emendas poderão ser apresentadas:
cesso Legislativo (SAPL), serão reguladas pela Secretaria de I - a partir de registro no Sistema de Apoio ao Processo
Expediente e não deverão constar do Pequeno Expediente Legislativo (SAPL), por qualquer Vereador, individualmente
nem da Ordem do Dia das sessões legislativas; e a delibe- e, se for o caso, com o apoiamento necessário de outros
ração das respectivas proposições se dará no âmbito das Vereadores, ou por Comissão temática atinente;
reuniões da Comissão de Constituição e Justiça e de Cida- II - a substitutivo oferecido pelo relator de matéria em
dania. Comissão, por qualquer dos membros do colegiado ou in-
§ 2º Caberá recurso ao Plenário, por parte de Verea- dividualmente por Vereador ou conjunto de Vereadores;
dor(es), aplicando-se o prazo do § 5º e os termos do § 6º do III - por iniciativa exclusiva do líder de Governo, poden-
art. 116, em relação à discordância de decisão da Comissão do ser apoiada por outros Vereadores, quando se tratar de
de Constituição e Justiça e de Cidadania pela aprovação matéria de competência restrita ao Poder Executivo.
ou rejeição das moções de que trata o parágrafo anterior. § 1º A emenda somente será tida como da Comissão,
§ 3º A proposta de moção constante do inciso IV deve para efeitos posteriores, se versar sobre matéria de seu
constar do Pequeno Expediente e da Ordem do Dia das campo temático ou área de atividade e for por ela apro-
sessões legislativas, devendo, portanto, ser submetida, sem vada.
discussão, ao Plenário. § 2º A apresentação de substitutivo por Comissão
constitui atribuição da que for competente para opinar so-
§ 4º Para ser inserta no Pequeno Expediente, a propos-
bre o mérito da proposição, exceto quando se destinar a
ta de moção especial de louvor deve ser protocolada no
aperfeiçoar a técnica legislativa.
Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL) e conter
§ 3º As emendas de Plenário, reguladas pelo art. 121 e
assinatura de pelo menos 2/3 (dois terços) dos membros
122, terão especificação própria.
da Câmara e, observado este mesmo quórum qualificado,
§ 4º Considerar-se-ão como não escritos emendas ou
ser aprovada pelo Plenário em votação única. substitutivos que infringirem o disposto nos parágrafos
§ 5º A moção especial de louvor deverá ser entregue ao anteriores, desde que provida reclamação apresentada an-
homenageado após acondicionada em moldura apropria- tes da aprovação definitiva da matéria pelas Comissões ou
da e limitar-se-á a 10 (dez) por ano por Vereador, abrangi- pelo Plenário.
das, nesse limite, as proposições em conjunto ou aquelas Art. 121. As emendas de Plenário serão apresentadas:
de iniciativa de Comissão Permanente da qual o Vereador I - durante a discussão em apreciação preliminar, pri-
seja membro ou Presidente. meiro turno, ou turno único por qualquer Vereador ou Co-
missão;
CAPÍTULO VI II - durante a discussão em segundo turno:
DAS EMENDAS a) por Comissão, se aprovada pela maioria absoluta de
seus membros;
Art. 119. Emenda é a proposição apresentada como b) desde que subscritas por pelo menos 1/7 (um séti-
acessória de outra, sendo a principal qualquer uma dentre mo) dos membros da Casa, ou líder(es) que represente(m)
as referidas nas alíneas a a g do inciso I do art. 136. esse número.
§ 1º As emendas são supressivas, aglutinativas, subs- Art. 122. As emendas de Plenário serão distribuídas,
titutivas, modificativas, incluída a de redação, ou aditivas. uma a uma, às Comissões, de acordo com a matéria de sua
§ 2º Emenda supressiva é a que manda erradicar qual- competência.
quer parte de outra proposição. Parágrafo único. O exame do mérito, da adequação
§ 3º Emenda aglutinativa é a que resulta da fusão de financeira ou orçamentária e dos aspectos jurídicos e le-
outras emendas, ou destas com o texto, por transação ten- gislativos das emendas poderá ser feito mediante parecer
dente à aproximação dos respectivos objetos. apresentado diretamente em Plenário, sempre que possível
§ 4º Emenda substitutiva é a apresentada como su- pelos mesmos relatores da proposição principal junto às
cedânea a parte de outra proposição, denominando-se Comissões que opinaram sobre a matéria.
“substitutivo” quando a alterar, substancial ou formalmen- Art. 123. As emendas aglutinativas podem ser apresen-
te, em seu conjunto; considera-se formal a alteração que tadas em Plenário, quando da votação da parte da propo-
vise exclusivamente ao aperfeiçoamento da técnica legis- sição ou do dispositivo a que elas se refiram, pelos autores
lativa. das emendas objeto da fusão, por um 1/7 (um sétimo) dos
§ 5º Emenda modificativa é a que altera a proposição membros da Casa ou por líder(es) que represente(m) esse
sem a modificar substancialmente. número.

33
REGIMENTO INTERNO

§ 1º Quando apresentada pelos autores, a emenda Art. 127. As Comissões deliberarão, por maioria de vo-
aglutinativa implica a retirada das emendas das quais re- tos, sobre o pronunciamento do relator, o qual se aprova-
sulta. do prevalecerá como parecer.
§ 2º Recebida a emenda aglutinativa, a Mesa poderá § 1º Se forem rejeitadas as conclusões do relator, o pa-
adiar temporariamente a votação da matéria, para fazer co- recer consistirá da manifestação em contrário, assinando-o
nhecer ao Plenário o texto resultante da fusão. o relator como vencido.
Art. 124. Não serão admitidas emendas que impliquem § 2º O membro de Comissão que concordar com o re-
aumento da despesa prevista: lator, aporá ao pé do pronunciamento daquele a expressão
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, res- «de acordo» seguida de sua assinatura.
salvado o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição § 3º A aquiescência às conclusões do relator, além de
Federal; integral, poderá ser:
II - nos projetos sobre organização dos serviços adminis- I – parcial, razão em que o membro da Comissão que
trativos da Câmara de Vereadores. a manifestar usará a expressão “de acordo, com restrições”,
Parágrafo único. Quanto ao inciso I, ficam resguardadas necessariamente justificando-as, e, não o fazendo, o voto
as emendas de iniciativa exclusiva do líder de Governo, desde será considerado integralmente favorável;
que apresentados pelo Poder Executivo os requisitos exigi- II - por fundamento diverso, motivo em que o membro
dos pela Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabi- da Comissão que a manifestar usará a expressão “de acordo,
lidade Fiscal) e atendidas demais exigências legais. por outras razões”, as quais deverão ser especificadas, e, não
Art. 125. O Presidente da Câmara ou de Comissão tem a o fazendo, o voto será considerado integralmente conso-
faculdade de recusar emenda formulada de modo inconve- nante e, portanto, favorável.
niente, ou que verse sobre assunto estranho ao projeto em § 4º O parecer de Comissão poderá sugerir substitutivo,
discussão ou contrarie prescrição regimental. conforme § 4º do art. 126, ou apresentando emendas ou
Parágrafo único. No caso de reclamação ou recurso, será subemendas ao respectivo projeto.
consultado o respectivo Plenário, sem discussão nem enca- § 5º O parecer de Comissão deverá ser assinado pela
minhamento de votação, a qual se fará pelo processo sim- maioria dos seus membros, sem prejuízo da apresentação
bólico. do voto vencido em separado, quando o requeira o seu au-
tor ao Presidente da Comissão.
CAPÍTULO VII
Art. 128. Sempre que o parecer não unânime da Comis-
DOS PARECERES
são de Constituição e Justiça e de Cidadania ou da Comissão
de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento for pela
Art. 126. Parecer é o pronunciamento por escrito de Co-
rejeição de projeto ou emenda, deverá o Plenário deliberar
missão Permanente, da Mesa Diretora, da Procuradoria, de
setor do Executivo, de órgão externo de caráter técnico ou primeiro sobre o parecer, antes de entrar na consideração
Conselho constituído em lei. da matéria.
§ 1º Toda matéria legislativa carece de parecer funda- Art. 129. A emissão de parecer contrário por todos os
mentado, sendo vedado, em qualquer situação, inexigência membros da Comissão de Constituição e Justiça e de Ci-
de parecer, em especial da Comissão de Constituição e Jus- dadania, cumpridas todas as etapas constantes dos incisos
tiça e de Cidadania e da Comissão de Finanças, Orçamento, do § 8º do art. 143, salvaguardados os casos excepcionais
Tributação e Planejamento, neste último caso, nas ocasiões previstos neste Regimento, e/ou da Comissão de Finanças,
em que a emissão de parecer lhe seja obrigatória. Orçamento, Tributação e Planejamento resultará em arqui-
§ 2º O parecer às moções de que trata o art. 118, res- vamento da matéria pela Secretaria de Expediente.
peitados o objeto e tipo de cada uma delas, nos termos dos § 1º Dentro da legislatura, caberá recurso contra o pa-
incisos de I a IV, poderá ser comum, restando apenas serem recer unanimemente contrário que não chegar a Plenário.
fundamentadas nas previsões regimentais. § 2º O recurso deverá ser protocolado no setor específi-
§ 3º O parecer só poderá ser verbal, sem perder a neces- co da Câmara e encaminhado pela Secretaria de Expediente
sária fundamentação, nos casos em que forem contemplados ao Presidente da Comissão que determinou o rompimento
o art. 122, § 11 do art. 143, art. 152, art. 155 e/ou § 5º do 195. da tramitação, o qual deverá se manifestar pelo acolhimento
§ 4º O parecer poderá ser acompanhado de projeto ou recusa do pedido no prazo de até 15 (quinze) dias úteis.
substitutivo a emenda à Lei Orgânica, a projeto de lei, a de § 3º Se recusado o recurso, a matéria vai definitivamente
decreto legislativo, a de resolução ou a indicação legislativa a arquivo; se acolhido, seguirá a tramitação, partindo-se de
que suscitou a manifestação da Comissão. onde foi interrompida, cumprindo-se os prazos regimentais.
§ 5º Nos termos do art. 143, § 9º, I, a, a Mesa Direto-
ra exarará parecer ou solicitará diligências sobre as matérias TÍTULO V
que lhe forem sujeitadas, exceto as ocorrências compreen- DA APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES
didas como urgentes, em que o parecer deverá ser emitido CAPÍTULO I
dentro do prazo análogo ao regulado pelo art. 154, II. DA TRAMITAÇÃO
§ 6º Conforme disposto no art. 143, § 9º, I, b, o Procura-
dor emitirá parecer ou requererá diligências sobre as maté- Art. 130. Cada proposição, salvo emenda, recurso ou pa-
rias que lhe forem submetidas, salvo as situações concebi- recer, terá curso próprio, nos termos do art. 143, quando
das como urgentes, em que o parecer deverá ser exarado das matérias em tramitação regular, ou do art. 154, quando
no prazo correspondente ao do art. 154, II. das matérias sob o regime de urgência.

34
REGIMENTO INTERNO

Art. 131. Apresentada e lida perante o Plenário, a pro- § 4º Além do que estabelece o art. 137, por despacho
posição será objeto de decisão: do Presidente da Câmara ou de Comissão, devidamente
I - do Presidente, nos casos do art. 114; fundamentado, será devolvido ao autor, por intermédio da
II - da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidada- Secretaria de Expediente, qualquer proposição que não es-
nia, nos casos previstos no art. 118; tiver devidamente formalizada e em termos, a fim de que,
III - do Plenário, nos demais casos. uma vez ajustada, volte à tramitação, retornando a conta-
Parágrafo único. Antes de ir a Plenário, haverá manifes- gem de prazo, de onde parou.
tação das Comissões competentes para estudo da matéria, Art. 136. As proposições serão numeradas de acordo
exceto quando se tratar de requerimento. com as seguintes normas:
I - terão numeração por legislatura, em séries especí-
Art. 132. Após emissão dos pareceres demandados pe-
ficas:
las demais Comissões Permanentes, cabe à Comissão de
a) as propostas de emenda à Lei Orgânica;
Constituição e Justiça e de Cidadania encaminhar a maté- b) os projetos de lei complementar;
ria para votação em Plenário, nos termos do inciso III do § c) os projetos de lei ordinária;
8º do art. 143, só não o fazendo quando todos os seus 5 d) os projetos de decreto legislativo;
(cinco) membros emitirem parecer contrário, nos termos e) os projetos de resolução;
do art. 129. f) as indicações legislativas;
Art. 133. A proposição que receber pareceres contrá- g) os requerimentos escritos;
rios, quanto ao mérito, de todas as Comissões a que for h) as moções especiais de louvor.
distribuída, não será tida como rejeitada de modo termi- II - as emendas serão numeradas pela ordem de en-
nativo, importando ao Plenário, em havendo parecer fa- trada e organizadas pela ordem dos artigos do projeto,
vorável da Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação guardada a sequência determinada pela sua natureza, a sa-
e Planejamento e da Comissão de Constituição e Justiça ber, supressivas, aglutinativas, substitutivas, modificativas
e de Cidadania, considerado ainda o disposto no art. 128, e aditivas;
III - as subemendas de Comissão ou de Vereador fi-
deliberar sobre a matéria.
gurarão ao fim da série das emendas a que se referirem,
Parágrafo único. Às emendas, aplica-se a mesma regu- subordinadas ao título “Subemendas”, com a indicação das
lação constante do caput. emendas a que correspondam; quando à mesma emenda
Art. 134. As deliberações do Plenário ocorrerão na forem apresentadas várias subemendas, terão estas nume-
mesma sessão, no caso de requerimentos que devam ser ração ordinal em relação à emenda respectiva;
imediatamente apreciados, ou mediante inclusão na Or- IV - as emendas a projeto ou Substitutivo serão anexa-
dem do Dia, nos demais casos. dos ao projeto primitivo para serem analisados;
Parágrafo único. O processo referente a proposição fi- § 1º Ao número correspondente a cada emenda de Co-
cará sobre a Mesa durante sua tramitação em Plenário. missão acrescentar-se-ão as iniciais desta, nos termos do
parágrafo único do art. 29.
CAPÍTULO II § 2º Excetuadas as moções especiais de louvor, as de-
DO RECEBIMENTO E DA DISTRIBUIÇÃO DAS PRO- mais de que tratam os incisos I, II e III do art. 118 possuem
POSIÇÕES normatização constante do § 1º do respectivo artigo.
Art. 137. Uma vez encaminhada pela Secretaria de Ex-
pediente à Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-
Art. 135. Toda proposição recebida pela Secretaria de dania, em havendo parecer pela admissibilidade, a distri-
Expediente será numerada, datada, e despachada à Co- buição da matéria às Comissões será feita de acordo com
missão de Constituição e Justiça e de Cidadania, para, nos o que dispõe o art. 143, § 8º, II, observadas as seguintes
termos do art. 143, § 8º, I e II, em havendo parecer pela ad- normas complementares:
missibilidade, distribuí-la às demais Comissões atinentes, I - nenhuma proposição será distribuída a mais do que
ressalvados as regulações específicas constantes do arts. três Comissões de mérito, não incluídas nessas limitações
147, § 2º do art. 194 e inciso V do art. 231. a Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planeja-
§ 1º Chegada a proposição do setor específico de pro- mento, se contemplado o inciso IV, e Comissão de Legisla-
tocolo, a Secretaria de Expediente verificará se existe pro- ção Participativa, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento
posição em trâmite que trate de matéria análoga ou co- Interno, se necessária análise do atendimento ou não das
nexa ou em relação à legislação já existente; e, em caso referidas normas;
afirmativo, concederá informação especificada ao autor, II - a remessa de processo distribuído a mais de uma
Comissão será feita diretamente de uma a outra, na ordem
devolvendo-lhe a respectiva proposta.
em que tiverem de manifestar-se, com os necessários re-
§ 2º Optando pela manutenção do protocolo, o autor
gistros de acompanhamento;
da proposição deverá esclarecer à Secretaria de Expediente III - a proposição em regime de urgência deverá ser
a razão pela qual não se aplica a identidade ou semelhança apreciada em reunião conjunta pelas Comissões de mérito,
eventualmente apontada. para ser discutida e votada ao mesmo tempo, em cada uma
§ 3º Acolhendo a indicação feita pela Secretaria de Ex- delas, e encaminhada para parecer conclusivo da Comissão
pediente, o autor deverá requerer a esta o arquivamento de Constituição e Justiça e de Cidadania, observado o dis-
da respectiva proposta. posto no inciso IV;

35
REGIMENTO INTERNO

IV - quando envolver aspectos financeiro ou orça- 3º A autoria do projeto será de todos os signatários
mentário públicos, deverá ser encaminhada à Comissão dos projetos aglutinados, considerando primeiro signatário
de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento, para o autor da proposição mais antiga.
o exame da compatibilidade ou adequação orçamentária, 4º A proposta que proporcionar as modificações será
além da avaliação do atendimento às legislações temáticas arquivada sob a forma de projeto tornado emenda por de-
específicas. cisão do Plenário.
Art. 138. Qualquer Comissão poderá requerer análise
de matéria se esta não lhe for distribuída pela Comissão CAPÍTULO III
de Constituição e Justiça e de Cidadania, desde que res- DO REGIME DE TRAMITAÇÃO
peitado o limite constante do inciso I do art. 137, ou em se Seção I
tratando das Comissões excetuadas no referido dispositivo. Disposições Gerais
§ 1º A reclamação realizada pela Comissão interessada,
retida exclusivamente sobre a questão formulada, deverá Art. 142. Quanto à natureza de sua tramitação podem
ser levada ao Presidente em Plenário, para que os Verea- ser:
dores deliberem em caráter terminativo sobre a pertinência I - de tramitação com urgência: vetos e as proposições,
do pedido. conforme art. 151, que se justificarem de grande interesse
§ 2º Acatado o pedido pelo Plenário nos termos regi- público municipal ou administrativo, excluídas as matérias
mentais, a Comissão terá prazo constante do art. 143 ou, constantes do § 6º do art. 143, nos termos do § 3º do art.
se em regime de urgência, do art. 154, para manifestar-se, 95 da Lei Orgânica;
respeitado o inciso III do art. 137, se couber. II - de tramitação com preferência:
Art. 139. Se a Comissão a que for distribuída uma pro- a) os projetos de iniciativa do Poder Executivo, da
posição se julgar incompetente para apreciar a matéria Mesa, de Comissão Permanente ou Especial, dos cidadãos
ou se qualquer Vereador ou Comissão suscitar conflito de ou de qualquer matéria oriunda do processo de legislação
competência em relação a ela, será este dirimido pela Co- participativa;
missão de Constituição e Justiça e de Cidadania, facultado b) os projetos:
ao requerente recorrer da respectiva decisão, nos termos 1 - que se destinem a regulamentar dispositivo da Lei
dispostos pelo § 1º do art. 138. Orgânica e suas alterações;
Art. 140. Estando em curso duas ou mais proposições 2 - que se destinem a regulamentar dispositivo do Pla-
da mesma espécie, que regulem matéria idêntica ou corre- no Diretor Participativo e suas alterações;
lata, é lícito promover sua tramitação conjunta, mediante 3 - com prazo determinado;
requerimento de qualquer Comissão ou Vereador ao Presi- 4 - de consolidação;
dente da Câmara, observando-se que: 5 - que se destinem a criar ou alterar resolução pre-
I - do despacho do Presidente caberá recurso para o vista no Regimento Interno ou que o altere ou o reforme
Plenário, no prazo de até 3 (três) sessões do referido ato; plenamente;
II - considera-se um só o parecer da Comissão sobre as III - de tramitação ordinária: os projetos não com-
proposições apensadas. preendidos nas hipóteses dos incisos anteriores.
Parágrafo único. A tramitação conjunta só será defe- § 1º Tramitação com preferência é a prevalência de
rida se solicitada antes da emissão de parecer conclusivo análise de uma proposição sobre outra de tramitação or-
pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, dinária no âmbito das Comissões e na inserção em pauta
ou, na hipótese do inciso IV do art. 137, da emissão de da Ordem do Dia, nos termos do art. 143, de modo que
parecer pela Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação prossiga, dentro dos limites dos prazos regimentais, com
e Planejamento. mais celeridade,
Art. 141. Na tramitação em conjunto, serão obedecidas § 2º A Secretaria de Expediente, antes da distribuição à
as seguintes normas: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deverá
I - ao processo da proposição que deva ter precedência apor, na capa dos respectivos processos de que tratam as
serão apensos, sem incorporação, os demais; matérias dos incisos I e II, “MATÉRIA URGENTE” e “MATÉRIA
II - terá precedência a mais antiga sobre as mais recen- PREFERENCIAL”.
tes proposições; § 3º Na hipótese de matéria ordinária do Poder Legis-
III - em qualquer caso, as proposições serão incluídas lativo ter protocolo anterior a matérias de mesmo escopo
conjuntamente na Ordem do Dia da mesma sessão. constantes do inciso I, prevalecerá a matéria precedente,
§ 1º A eventual alteração de regime de tramitação de que assumirá o regime de preferência, podendo, ainda, as
uma proposição estende-se às demais que lhe estejam Comissões incorporar dispositivos da matéria ulterior à an-
apensas. terior, naquilo que couber quanto à iniciativa, facultando
2º Nos termos do inciso III, o Plenário poderá decidir a inserção de artigo que preveja regulamentação no caso
pela aglutinação das propostas, cabendo à Comissão de de existência de disposição de competência exclusiva em
Constituição e Justiça e de Cidadania adequar o processo proposta proveniente do Poder Executivo.
para votação em segundo turno, valendo como texto-base § 4º É facultado a autor de matéria ordinária, se en-
a proposta que sofrer menos modificações, cuja numera- tender conveniente, renunciar o tratamento constante do
ção será mantida. parágrafo anterior.

36
REGIMENTO INTERNO

Art. 143. O prazo para emissão de parecer de quais- sará a interrupção da tramitação da matéria, a qual deverá
quer projetos de natureza legislativa, a ser contado do dia ser devolvida ao autor para realizar a necessária adequa-
útil seguinte ao recebimento da matéria, e suas condições ção, caso possível, ou, em hipótese adversa, ser encami-
observarão as seguintes regulações: nhada ao arquivamento.
§ 1º Todo parecer deverá estar devidamente funda- II - Havendo parecer pela admissibilidade, terá prazo
mentado, sendo inexistente caso não o esteja, ressalvado, de 5 (cinco) dias úteis para encaminhar a matéria, se as-
nos termos do art. 127, os casos em que houver acompa- sim se recomendar, a setores internos do Poder Legislativo,
nhamento de parecer do relator pelos demais membros. ao Poder Executivo, no caso especificado no § 9º, a órgão
§ 2º Cada Comissão Permanente terá 10 (dez) dias úteis, externo ou a Conselho constituído em lei, dispensadas as
no caso de tramitação preferencial, e 12 (doze) dias úteis, moções especiais de louvor, obrigatoriamente a todas as
no caso de tramitação ordinária, para examinar as propo- Comissões Permanentes cuja temática seja atinente à ma-
sições e sobre elas decidir, através de emissão de parecer, téria em tramitação, respeitado o limite constante do inciso
sendo-lhe facultada, dentro do respectivo prazo, realização I do art. 137, sendo que as proposições em regime de ur-
de audiência pública, nos termos do inciso II do art. 36. gência deverão atender ao disposto no art. 154, a fim de se
§ 3º As matérias orçamentárias de que trata o art. 149 assegurar o prazo estipulado pelo art. 95 da Lei Orgânica;
possuem prazos específicos para examinar as proposições III - terá prazo de 15 (quinze) dias úteis, no caso de
e sobre elas decidir, conforme regulado pelo respectivo tramitação preferencial, e de 24 (vinte e quatro) dias úteis,
dispositivo, sendo-lhe obrigatória realização, dentro do no caso de tramitação ordinária, salvo aquelas em urgên-
respectivo prazo, de pelo menos 3 (três) audiências públi- cia ou daquelas constantes do art. 149, para emitir parecer
cas, por matéria, nos termos do inciso II do art. 36. conclusivo concernente a qualquer matéria e, nos termos
§ 4º Sobre as contas do Prefeito, a Comissão de Fi- regimentais, remetê-la à Secretaria de Expediente para in-
nanças, Orçamento, Tributação e Planejamento seguirá os serção em Ordem do Dia.
prazos determinados pelo art. 196. § 9º No caso de requisição:
§ 5º A Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação I - de parecer ou consulta à Mesa Diretora ou à Procu-
e Planejamento terá 12 (doze) dias úteis, no caso de tra- radoria, sendo expressamente vedadas manifestações ati-
mitação preferencial, e 15 (quinze) dias úteis, no caso de nentes a processos legislativos de modo geral, excetuan-
tramitação ordinária, para se pronunciar em relação às de- do-se os casos de matéria interna, ressalvado o disposto
mais matérias de natureza orçamentária ou financeira, sen- no art. 205, § 2º, II:
do-lhe facultada, dentro do respectivo prazo, realização de a) prazo de 12 (doze) dias úteis para a Mesa Diretora
se pronunciar;
audiência pública, nos termos do inciso II do art. 36.
b) prazo de 10 (dez) dias úteis para a Procuradoria se
§ 6º No caso de alteração ─ que seja total ou com re-
pronunciar.
percussão direta em setor(es) da sociedade ou do funcio-
II - de parecer ou consulta a demais setores internos
nalismo público ─ dos Códigos Tributário Municipal, de
do Legislativo Municipal: prazo de 5 (cinco) dias úteis para
Obras, de Posturas, demais codificações, lei instituidora do
cada setor se pronunciar, ficando prejudicada a requisição
regime jurídico único ou próprio dos servidores municipais,
se o mesmo se expirar, devendo ser retornada de ofício
lei que institua plano de cargos, carreiras e salários, lei de à Comissão solicitante, que deverá prover imediato segui-
criação de cargos, funções ou empregos públicos, lei que mento à tramitação da matéria;
institua o Plano Diretor Participativo do Município, o prazo III - de parecer ou consulta ao Executivo, neste caso,
para cada Comissão Permanente com temática específica somente se em matérias concernentes à denominação de
passa a ser de 18 (dezoito) dias úteis. logradouros, a outro órgão externo de caráter técnico ou
§ 7º A realização de audiências públicas atinentes às a Conselho devidamente constituído em lei, sendo obriga-
matérias e condições constantes do § 6º, nos termos do in- tória justificativa fundamentada para a referida requisição,
ciso II do art. 36, são obrigatórias em caso de alteração to- sob pena de vedação da remessa externa, assegurando-se
tal ou de repercussão direta em setor(es) da sociedade ou o curso regular de tramitação: prazo, em harmonia com
do funcionalismo público, determinando-se a efetuação de o disposto no art. 144 quanto à tramitação, de 30 (trinta)
pelo menos 3 (três) audiências antes da emissão de parecer dias, para se manifestar, ficando prejudicada a requisição
pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. se o mesmo se expirar, devendo ser retornada de ofício
§ 8º A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidada- pela Secretaria de Expediente à Comissão solicitante, que
nia, em regramento específico: deverá prover imediato seguimento à tramitação da ma-
I - terá prazo de 12 (doze) dias úteis para emitir parecer téria.
pela: § 10 Findo quaisquer dos prazos regulamentados neste
a) admissibilidade, se o entendimento total ou parcial artigo, com ausência de emissão de parecer pela respec-
dos membros da Comissão for pela constitucionalidade, le- tiva Comissão delegada, o Presidente da Câmara deverá
galidade, juridicidade, regimentalidade e adequada técnica assegurar tramitação ininterrupta da matéria, nomeando
legislativa da proposição; imediatamente relator ad hoc, cujo período para emissão
b) inadmissibilidade, se o entendimento da totalidade de parecer será de no máximo:
dos membros da Comissão for pela inconstitucionalidade, I - no caso de matérias relativas à Comissão de Cons-
ilegalidade, injuridicidade, antirregimentalidade ou inade- tituição e Justiça e de Cidadania e à Comissão de Finanças,
quação da técnica legislativa da proposição, razão que cau- Orçamento, Tributação e Planejamento, 8 (oito) dias úteis;

37
REGIMENTO INTERNO

II - para as demais Comissões permanentes, 4 (quatro) Seção II


dias úteis. Das Contas e das Matérias Orçamentárias
§ 11 Na hipótese de não ser exarado parecer pela Co-
missão de Constituição e Justiça e de Cidadania ou pela Art. 147. À Comissão de Finanças, Orçamento, Tribu-
Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planeja- tação e Planejamento, serão diretamente distribuídos a
mento, esta última em relação aos projetos mencionados proposta orçamentária e o processo referente às Contas
pelo art. 149 e, posteriormente, pelo relator ad hoc nomea- do Executivo, acompanhado, neste último caso, do parecer
do pelo Presidente da Câmara, a matéria em tramitação prévio correspondente, sendo-lhe vedado solicitar audiên-
será peremptoriamente inserida na Ordem do Dia da ses- cia de outra Comissão.
são ordinária imediatamente posterior ao fim do respectivo Parágrafo único. Os preceitos, inclusive de prazo, rela-
prazo, obrigando-se as Comissões que não se manifesta- tivos às Contas do Executivo constam do art. 196 ao 199, e
ram a emitir o parecer no Plenário, sem direito a pedido de o processo concernente à proposta orçamentária, dos arts.
vista, sob pena de trancamento da pauta até concluído o 148 e 149 deste Regimento Interno.
processo de votação da respectiva matéria. Art. 148. Uma vez recebidas do Prefeito as matérias
§ 12 Uma vez na Secretaria de Expediente, com os pa- reguladas pelo art. 149, dentro dos prazos específicos e
receres necessários exarados pelas Comissões atinentes, nos termos legais, o Presidente da Câmara, por meio da
o projeto deverá ser incluído na Ordem do Dia no prazo Secretaria de Expediente, diretamente enviará a matéria à
máximo de 18 (dezoito) dias úteis, no caso de matéria em Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planeja-
regime de tramitação preferencial, e de 24 (vinte e quatro) mento, assegurando aos demais Vereadores acesso através
dias úteis, caso de proposição em regime de tramitação do Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL).
ordinária, sob pena de a pauta ficar trancada até votação § 1º O Presidente da Câmara fará executar as ações
da respectiva matéria. constantes do caput no prazo de até 2 (dois) dias úteis, que
Art. 144. Em necessitando requerer manifestação so- serão contados a partir do dia útil seguinte à data de rece-
bre matéria em tramitação ao Executivo, a órgão externo bimento de cada uma das respectivas matérias.
§ 2º A partir da inclusão da respectiva matéria orça-
de caráter técnico ou a Conselho constituído em lei, nos
mentária no expediente de sessão ordinária, os Vereadores
termos do inciso III, § 9º do art. 143, a respectiva Comissão
poderão apresentar emendas à proposta:
Permanente deverá fazê-lo expondo os motivos ao Plená-
I - de Diretrizes Orçamentárias em até 30 (trinta) dias
rio, o qual deliberará sobre a aprovação ou reprovação do
úteis;
pedido em maioria simples durante a Ordem do Dia de
II - de Orçamento Anual em até 40 (quarenta) dias úteis;
sessão ordinária através de requerimento escrito. III - de Plano Plurianual em até 40 (quarenta) dias úteis;
§ 1º Em havendo aprovação, o prazo para a emissão de § 3º Findos os respectivos prazos constantes do § 2º,
parecer pela Comissão solicitante ficará automaticamente a Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planeja-
paralisado a partir do dia útil seguinte até o retorno da mento concluirá a análise das emendas, podendo, inclusive,
matéria, respeitadas as condições estipuladas pelo inciso modificar o texto-base e seus anexos ou mesmo promover
III, § 9º do art. 143. subemendas, emitindo, por fim, seu parecer conclusivo até
§ 2º Em havendo reprovação, o prazo para a emissão o limite de prazo constante para cada matéria, conforme
de parecer pela Comissão transcorre regularmente dentro disposto no art. 149.
das condições determinadas pelo art. 143. Art. 149. A Comissão de Finanças, Orçamento, Tributa-
Art. 145. Quando a proposição for distribuída a mais ção e Planejamento exarará, conforme os seguintes prazos,
de uma Comissão Permanente da Câmara, cada uma delas parecer relativo:
emitirá o respectivo parecer, a começar pela Comissão de I - à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), até a pe-
Constituição e Justiça e de Cidadania, nos termos dos in- núltima sexta-feira do mês de junho de cada exercício le-
cisos I e II do § 8º do art. 143, salvaguardados os casos di- gislativo;
versamente previstos, devendo manifestar-se, na existência II - à Lei Orçamentária Anual (LOA), até a penúltima
de outras Comissões delegadas e, nos casos concernentes, sexta-feira do mês de novembro de cada exercício legis-
a Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planeja- lativo;
mento antes da apresentação de parecer conclusivo pela III - ao Plano Plurianual (PPA), até a penúltima sexta-
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. feira do mês de novembro do primeiro exercício legislativo.
§ 1º Os expedientes serão diretamente encaminhados § 1º Findo cada um dos prazos estabelecidos nos inci-
de uma Comissão para outra pelo respectivo Presidente. sos, com ou sem parecer, a respectiva matéria orçamentá-
§ 2º Quando se tratar de veto somente se pronunciará ria será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça
a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, salvo e de Cidadania que emitirá e remeterá à Secretaria de Ex-
se esta solicitar a audiência de outra Comissão, com a qual pediente seu parecer em no máximo 10 (dez) dias úteis,
poderá reunir-se em conjunto. para em seguida ser incluída como item único da Ordem
Art. 146. Sempre que determinada proposição tenha do Dia antes do início do recesso parlamentar, sob pena
tramitado de uma para outra Comissão, ou somente por de convocação obrigatória pelo Presidente da Câmara de
determinada Comissão, sem que haja oferecido, no prazo, sessão extraordinária para a sua deliberação.
o parecer respectivo, o Presidente da Câmara designará re- § 2º No caso do primeiro exercício legislativo, a Lei Or-
lator ad hoc para produzi-lo nas condições de prazo cons- çamentária Anual (LOA) será votada na sessão subsequente
tantes do § 10 do art. 143. à votação do Plano Plurianual (PPA).

38
REGIMENTO INTERNO

Seção III § 2º Nos casos dos incisos I e III, o orador favorável ao


Do Regime de Urgência requerimento de urgência será, respectivamente, o mem-
bro da Mesa e de Comissão designado pelos presidentes
Art. 150. Urgência é a dispensa de exigências ou forma- das Comissões envolvidas.
lidades regimentais, salvo as referidas no § 1º deste artigo, § 3º Estando em tramitação duas matérias em regime
para que determinada proposição, nas condições previstas de urgência, em razão de requerimento aprovado pelo Ple-
no artigo 151, seja de logo considerada, até sua decisão nário, não se votará outro até que as duas matérias sejam
final. apreciadas terminativamente no prazo e condições estipu-
§ 1º Não se dispensam os seguintes requisitos: lados pelo art. 95 da Lei Orgânica, excluída a hipótese de
I - protocolo no Sistema de Apoio ao Processo Legis- projeto constante do § 3º do respectivo artigo.
lativo (SAPL); Art. 153. A retirada do requerimento de urgência ou da
II - pareceres das Comissões; urgência de matéria do Executivo inicialmente protocolada
III - quórum para deliberação. sob o respectivo regime poderá ser feita ao Plenário pelo
§ 2º As proposições urgentes em virtude da natureza autor, no caso do Executivo pelo seu líder, através de co-
da matéria ou de requerimento aprovado pelo Plenário, na municação escrita ou verbal, com registro em ata, dispen-
forma do artigo subsequente, terão o mesmo tratamento e sando-se deliberação, e passando a tramitar nos termos
trâmite regimental. regulares dispostos pelo art. 143.
Art. 151. O regime de urgência, devidamente funda- Art. 154. Sob o regime de urgência, as Comissões Per-
mentado, poderá ser requerido quando: manentes terão prazo reduzido para emitirem parecer em
I - tratar-se de matéria que envolva justificado interes- relação ao que dispõe o art. 143, nos seguintes termos:
se público municipal ou administrativo; I - Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania:
II - tratar-se de providência para atender a calamidade 10 (dez) dias úteis;
pública; II - Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Pla-
III - visar à prorrogação de prazos legais a se findarem, nejamento: 6 (seis) dias úteis;
ou à adoção ou alteração de lei para aplicar-se em época III - Demais Comissões Permanentes atinentes à maté-
certa e próxima; ria: 4 (quatro) dias úteis.
IV - pretender-se a apreciação da matéria na mesma Parágrafo único. É peremptoriamente vedada aprecia-
sessão. ção de projeto de lei em regime de urgência sem a regular
tramitação, exceto se no decorrer do processo assumir o
§ 1º O prazo como as demais regulações relativas a
caráter excepcional a que se refere o art. 155.
projetos em regime de urgência deverão corresponder ao
Art. 155. Excepcionalmente, poderá ser incluída no Ex-
que dispõe o art. 95 da Lei Orgânica Municipal.
pediente e na Ordem do Dia para discussão e votação no
§ 2º O prazo relativo ao parágrafo anterior não se apli-
mesmo dia, sem regular tramitação, proposição do Poder
ca nos períodos de recesso da Câmara e nem aos projetos
Executivo ou do Poder Legislativo que verse sobre matéria
de lei complementar, os quais estão sujeitos ao prazo esta-
altamente relevante ao interesse municipal, que assuma
belecido pelo § 6º do art. 143, observado o respectivo § 7º. caráter urgentíssimo e, conforme o caso inadiável, a reque-
§ 3º Às matérias em regime de urgência, fica vedada rimento I - do líder de Governo ou, na falta deste, do res-
aplicação do que dispõe o § 9º do art. 143. pectivo vice-líder, no caso de a proposição ser de autoria
Art. 152. Somente matérias de iniciativa do Executivo, do Poder Executivo, desde que atendido o disposto no § 1º
incluídos os vetos, poderão desde o protocolo tramitarem do art. 102;
em regime de urgência se houver expressa e fundamen- II - do Vereador ou Comissão proponente, se a matéria
tada solicitação do Prefeito, observadas as disposições do for de iniciativa do Poder Legislativo, resguardada a inicia-
art. 95 da Lei Orgânica Municipal e deste Regimento, sendo tiva popular, de outro Poder ou da Câmara Jovem no caso
as demais matérias em tramitação inicialmente ordinária de proposta inserida pela Comissão de Legislação Partici-
ou preferencial sujeitas à mudança de regime de tramita- pativa, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento Interno.
ção, desde que apresentado requerimento de urgência sob § 1º Para haver a inserção no Expediente e na Ordem
deliberação do Plenário e proposto por: do Dia da sessão, sem regular processo de tramitação, de-
I - dois terços dos membros da Mesa, quando se tratar verá ser explicitado pelo proponente o caráter relevante e
de matéria da competência desta; urgentíssimo da proposição e, consoante a situação, ina-
II - dois terços dos membros da Câmara ou totalidade diável, e protocolá-la até 4 (quatro) horas antes do horário
dos líderes; regimental de início da sessão, sob pena de invalidação do
III - membros, em sua totalidade, das Comissões em requerimento de inclusão, regulado nos termos do caput e,
que a matéria estiver submetida; respectivamente, dos incisos I e II.
IV - um centésimo dos eleitores do Município, confor- § 2º Caberá ao setor de protocolo da Câmara enca-
me art. 231, ou das entidades da sociedade civil, nos ter- minhar a proposição imediatamente à Secretaria de Expe-
mos do art. 232. diente para que esta, prontamente, registre e disponibilize
§ 1º O requerimento de urgência não tem discussão, o texto da matéria no Sistema de Apoio ao Processo Legis-
mas a sua votação pode ser encaminhada pelo autor ou lativo (SAPL) e emita comunicação aos gabinetes de todos
por Vereador que lhe seja contrário, com o prazo improrro- os Vereadores sobre a existência de projeto urgentíssimo
gável de 3 (três) minutos para cada um. passível do requerimento constante do caput.

39
REGIMENTO INTERNO

§ 3º A aprovação do requerimento de inclusão de que VI - concedido o destaque para votação em separado,


trata o caput carecerá de aprovação da maioria absoluta submeter-se-á a votos, primeiramente, a matéria principal
dos Vereadores. e, em seguida, a destacada, que somente integrará o texto
§ 4º Aprovada a inclusão, antes da discussão da ma- se for aprovada;
téria, o Presidente determinará interstício na sessão para VII - o pedido de destaque de emenda ou subemenda
que os Vereadores analisem a matéria e as Comissões com- para ser votada separadamente, ao final, deve ser feito an-
petentes emitam os respectivos pareceres em reunião ex- tes de anunciada a votação;
traordinária conjunta. VIII - havendo retirada do requerimento de destaque, a
§ 5º Na hipótese da necessidade de emendas de plená- matéria destacada voltará ao grupo a que pertencer;
rio, deverá ser atendido o que dispõe o art. 122. IX - considerar-se-á insubsistente o destaque se, anun-
§ 6º Se a proposição for desprovida de objeto de uti- ciada a votação de dispositivo ou emenda destacada, o
lidade imediata e se a maioria absoluta dos membros de autor do requerimento não pedir a palavra para encaminhá
Comissão ou de Comissões que tiverem de opinar sobre a -la, voltando a matéria ao texto ou grupo a que pertencia;
matéria não se julgarem habilitados a emiti-lo na referida X - em caso de mais de um requerimento de destaque,
sessão, terão direito, para isso, a prazo conjunto não exce- poderão os pedidos ser votados em globo, se requerido
dente a 5 (cinco) dias úteis, que lhes será concedido pelo por líder e aprovado pelo Plenário.
Presidente e comunicado ao Plenário.
§ 7º Na hipótese de o objeto da proposição ser passível CAPÍTULO V
de perder a utilidade imediata, o Presidente interromperá DA PREJUDICIALIDADE
a sessão por até 60 (sessenta) minutos, a fim de que as
Comissões competentes emitam seus pareceres e a propo- Art. 158. Consideram-se prejudicados:
sição obrigatoriamente seja submetida à votação, vedada, I - a discussão ou a votação de qualquer projeto idên-
nessa situação, qualquer pedido de vistas. tico a outro que já tenha sido aprovado ou rejeitado na
mesma sessão legislativa, resguardado o disposto no art.
CAPÍTULO IV 110, ou transformado em diploma legal;
II - a discussão ou a votação de qualquer projeto se-
DO DESTAQUE
melhante a outro considerado inconstitucional de acordo
com o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de
Art. 156. Poderá ser concedido, mediante requerimen-
Cidadania, desde que não tenha sido sanado o vício através
to aprovado pelo Plenário, destaque para:
de nova redação ou de nova forma de proposição;
I - votação em separado de parte de proposição;
III - a discussão ou a votação de proposição apensa
II - votação de emenda, subemenda, parte de emenda quando a aprovada for idêntica ou de finalidade oposta à
ou subemenda; apensada;
III - suprimir, total ou parcialmente, dispositivo de pro- IV - a discussão ou a votação de proposição apensa
posição; quando a rejeitada for idêntica à apensada;
IV - votação de projeto ou substitutivo, ou de parte V - a proposição, com as respectivas emendas, que ti-
deles, quando a preferência recair sobre o outro ou sobre ver substitutivo aprovado, ressalvados os destaques;
proposição apensada. VI - a emenda de matéria idêntica à de outra já apro-
§ 1º Independerá de aprovação do Plenário o requeri- vada ou rejeitada;
mento de destaque apresentado em conjunto por banca- VII - a emenda em sentido absolutamente contrário ao
das de Partido ou de Bloco Parlamentar que representem de outra, ou ao de dispositivo, já aprovados;
pelo menos 1/3 (um terço) dos membros da Câmara. VIII - o requerimento com a mesma, ou oposta, finali-
§ 2º Não haverá destaque quando se tratar de julga- dade de outro já aprovado.
mento das contas do Executivo e em quaisquer casos em § 1º Comissão, à qual a matéria for submetida, poderá
que essa providência se revele impraticável. declarar prejudicialidade de proposição nos termos deste
Art. 157. Em relação aos destaques, serão obedecidas artigo se demonstrado com necessária fundamentação,
as seguintes normas: permitida a subscrição por outra Comissão competente em
I - o requerimento deve ser formulado até ser anuncia- que a matéria estiver sob análise.
da a votação da proposição, se o destaque atingir alguma § 2º A provocação de prejudicialidade também poderá
de suas partes ou emendas; ser requerida, com devido embasamento regimental, por
II - antes de iniciar a votação da matéria principal, a qualquer Vereador:
presidência dará conhecimento ao Plenário dos requeri- I - à Comissão que estiver incumbida de analisar a ma-
mentos de destaque apresentados à Mesa; téria; ou
III - não será permitido destaque de expressão cuja II - ao Plenário, somente quando terminado o proces-
retirada inverta o sentido da proposição ou a modifique so de tramitação nas Comissões, por 1/7 (um sétimo) dos
substancialmente; membros da Câmara.
IV - o destaque será possível quando o texto destacado § 3º Na hipótese do § 1º ou do acolhimento por Co-
possa ajustar-se à proposição em que deva ser integrado e missão da decorrente do § 2º, I, o requerimento de pre-
forme sentido completo; judicialidade será apensado ao processo e deliberado em
V - não se admitirá destaque de emendas para cons- definitivo pelo Plenário após a leitura da matéria e antes do
tituição de grupos diferentes daqueles a que pertençam; processo de discussão e votação.

40
REGIMENTO INTERNO

§ 4º Em contemplado o caso do § 2º, II, o requerimento § 3º. Em qualquer das alternativas expressas nos §§ 1º
de prejudicialidade será apresentado para deliberação do e 2º, o Presidente disponibilizará aos Vereadores crono-
Plenário após a leitura da matéria e antes do processo de grama de discussão dos projetos cujo número de sessões
discussão e votação. for superior ao do caput, bem como do número total de
discussões a ser destinada a projeto do conjunto daqueles
CAPÍTULO VI mencionados no § 6º do art. 143 ou de reforma total ou
DA DISCUSSÃO substancial da Lei Orgânica, ou compreendidos pelo Plená-
Seção I rio como necessários.
Disposições Gerais § 4º O Presidente poderá usar a prerrogativa do § 2º do
art. 159, como os demais Vereadores da alínea k do inciso I
Art. 159. Discussão é a fase dos trabalhos destinada ao do art. 115, para organizar a pauta e o cronograma de dis-
debate em Plenário de proposição figurante na Ordem do cussões das matérias referidas nos parágrafos anteriores.
Dia antes de se passar à deliberação sobre a mesma. Art. 163. Na discussão única e na primeira discussão,
§ 1º A discussão será feita sobre o conjunto da propo- serão recebidas emendas, subemendas e projetos substi-
sição e das emendas, se houver. tutivos apresentados por ocasião dos debates; em segunda
§ 2º O Presidente, aquiescendo o Plenário, poderá discussão, somente se admitirão emendas e subemendas.
anunciar o debate por títulos, capítulos, seções ou grupos Parágrafo único. A discussão única fica prejudicada se
de dispositivos. apresentado projeto substitutivo, carecendo pelo menos
§ 3º O Presidente declarará a prejudicialidade da dis- segunda discussão.
cussão de projetos, observadas as disposições do art. 158. Art. 164. Sempre que a pauta dos trabalhos incluir mais
Art. 160. A discussão de matéria constante da Ordem de uma proposição sobre o mesmo assunto, a discussão
do Dia só poderá ser efetuada com a presença, no Plenário, obedecerá à ordem cronológica de apresentação.
da maioria dos membros da Câmara ou com a presença da Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
a projeto substitutivo do mesmo autor de proposição ori-
maioria absoluta dos Vereadores ou de 2/3 (dois terços)
ginária.
deles se se tratar de matéria que exija quórum qualificado.
Art. 165. A proposição com todos os pareceres favo-
Art. 161. As proposições passíveis de discussão única
ráveis poderá ter a discussão dispensada por deliberação,
são as seguintes:
com aquiescência do Plenário, mediante requerimento do
I - requerimentos sujeitos a debates;
autor ou do líder da respectiva bancada.
II - matérias em regime de urgência;
Parágrafo único. A dispensa da discussão deverá ser
III - vetos;
requerida ao ser anunciada a matéria e não prejudica a
IV - projetos em regime preferencial;
apresentação de emendas ou subemendas.
V - projetos de resolução;
VI - indicações legislativas; Seção II
VII - emendas e subemendas, excetuadas às relativas à Do Adiamento da Discussão
Lei Orgânica.
Parágrafo único. O autor de proposição constante dos Art. 166. Antes de ser iniciada a discussão de um proje-
incisos IV a VI deste artigo ou a maioria dos membros da to, será permitido o seu adiamento mediante requerimento
Câmara poderão, prevalecendo esta possibilidade sobre a submetido à deliberação do Plenário, salvo se a pedido do
outra no caso de duplo pedido, solicitar, com direito asse- autor da proposta.
gurado, mais uma discussão, nos mesmos termos do artigo § 1º O adiamento será sempre por tempo determina-
seguinte, conforme complexidade ou extensão da matéria do, informado pelo proponente quando da solicitação.
em comento. § 2º Não admite adiamento de discussão a proposição
Art. 162. Terão 2 (duas) discussões todas as proposi- em regime de urgência, salvo se requerido por 1/3 (um ter-
ções não incluídas no art. 161, com interstício de no máxi- ço) dos membros da Câmara ou pela maioria dos líderes,
mo 3 (três) sessões entre elas, resguardadas as regulações desde que não viole o prazo e as condições constantes do
próprias. art. 95 da Lei Orgânica, ressalvada a determinação do inciso
§ 1º Os projetos mencionados o § 6º do art. 143, de XII do art. 34.
reforma total ou substancial da Lei Orgânica ou compreen- § 3º Quando para a mesma proposição forem apre-
didos pelo Plenário como necessários gozarão da prerro- sentados dois ou mais requerimentos de adiamento, será
gativa de serem discutidos em mais de 2 (duas) sessões, votado em primeiro lugar o de prazo menor, nos termos
considerada a complexidade e/ou extensão da matéria, das limitações do art. 95 da Lei Orgânica, resguardada a
conforme solicitação, com direito assegurado, de Comis- determinação do inciso XII do art. 34.
são que tenha emitido parecer sobre a proposição ou por § 4º O adiamento poderá ser motivado por pedido de
determinação do Presidente da Câmara. vista na hipótese de violação do que dispõe o inciso XII do
§ 2º Se a complexidade e/ou extensão da matéria de- art. 34, devendo-se cumprir o que determinam os §§ 2º, 3º
mandar mais análise pelo Plenário, faculta-se a aplicação e 4º do respectivo artigo.
do disposto no § 6º do art. 79.

41
REGIMENTO INTERNO

Seção III VII - para explicação pessoal;


Do Encerramento da Discussão VIII - para levantar questão de ordem, pela ordem ou
pedir esclarecimento à Mesa;
Art. 167. O encerramento da discussão de qualquer IX - para apresentar requerimento verbal de qualquer
proposição dar-se-á pela ausência de oradores, pelo de- natureza;
curso dos prazos regimentais ou por requerimento apro- X - quando for designado para saudar qualquer visi-
vado pelo Plenário. tante ilustre.
§ 1º O requerimento de encerramento de discussão Art. 171. Quando simultaneamente mais de 1 (um) Ve-
será submetido pelo Presidente à votação, desde que o reador solicitar a palavra para posicionar-se em relação a
pedido seja subscrito por 1/3 (um terço) dos membros da proposição posta em debate, o Presidente concedê-la-á
Casa ou por pelo menos líderes que representem o quanti- prioritariamente ao autor da matéria e alternadamente a
tativo de parlamentares da respectiva fração, após 2 (dois) quem seja contra e pró a ela.
oradores favoráveis e 2 (dois) contrários. § 1º Os Vereadores, ao se inscreverem para discussão,
2º Se a discussão se proceder por partes, o encerra- deverão declarar-se favoráveis ou contrários à proposição
mento de cada parte só poderá ser pedido depois de terem
em debate, para que a um orador favorável suceda, sempre
falado, no mínimo, 2 (dois) oradores.
que possível, um contrário, e vice-versa.
§ 2º No caso de requerimentos de informação, somen-
Seção IV
Do Uso da Palavra te terá direito à palavra o autor da proposição ou, na au-
Subseção I sência deste, representando-o, o líder de sua bancada, não
Das Normas Básicas e Disciplinares dos Debates cabendo contraditório a outro orador.
§ 3º O primeiro subscritor de projeto de iniciativa po-
Art. 168. Os debates deverão realizar-se com dignida- pular, ou quem este houver indicado para defendê-lo, ou
de e ordem, cumprindo ao Vereador atender às seguintes representante da entidade da sociedade civil proponente
determinações regimentais: falará anteriormente aos oradores inscritos para seu de-
I - quando se tratar de proposição com discussão igual bate.
ou superior a 4 (quatro) minutos, nos termos do art. 173, Art. 172. Nenhum Vereador poderá solicitar a palavra
falará necessariamente da tribuna, sendo-lhe facultado, in- quando houver orador na tribuna, exceto para requerer
clusive se impossibilitado de fazê-lo, requerer ao Presiden- prorrogação de prazo, levantar questão de ordem, pela or-
te autorização para falar sentado; dem ou fazer comunicação de natureza urgentíssima, sem-
II - não usar da palavra sem a solicitar e sem receber pre, em todos os casos, com permissão do orador, sendo o
consentimento do Presidente; tempo de fala deste preservado com os necessários acrés-
III - referir-se ou dirigir-se a outro Vereador pelo trata- cimos.
mento de Excelência. Art. 173. Os oradores terão os seguintes prazos para
Art. 169. O Vereador a que for dada a palavra deverá uso da palavra:
inicialmente declarar a que título se pronuncia e não po- I - até 1 (um) minuto para encaminhamento de votação
derá: ou declaração de voto, salvo as regulações específicas;
I - usar da palavra com finalidade diferente do motivo II - até 2 (dois) minutos para apresentar requerimen-
alegado para a solicitar; to de retificação ou impugnação de Ata, falar pela ordem,
II - desviar-se da matéria em debate; manifestar-se sobre questão de ordem, emitir reclamação
III - falar sobre matéria vencida; ou requerimento para comunicação inadiável ou de outra
IV - usar de linguagem imprópria; natureza não sujeita a debate, observadas as especificida-
V - ultrapassar o prazo que lhe competir, assegurado-
des regimentais;
lhe o direito de solicitar ao Presidente prorrogação de tem-
III - até 3 (três) minutos para apartear;
po;
IV - até 4 (quatro) minutos para dispositivo em desta-
VI - deixar de atender às advertências do Presidente.
Art. 170. O Vereador somente usará da palavra, além de que;
outros casos especificados neste Regimento: V - até 5 (cinco) minutos para requerimentos sujeitos a
I - no Pequeno Expediente, quando for para solicitar debate que não os de informação;
retificação ou impugnação de Ata; VI - até 8 (oito) minutos para discutir requerimento de
II - nos pronunciamentos parlamentares do Pequeno informação;
Expediente, nas sessões de terça-feira; VII - até 10 (dez) minutos para projeto de indicação
III - quando sob a condição de líder, ou na ausência ou legislativa, projeto de resolução e parecer pela inconstitu-
por designação deste, de vice-líder para comunicações no cionalidade ou ilegalidade de projeto;
Pequeno Expediente das sessões de terça-feira; VIII - até 12 (doze) minutos para veto e decreto legis-
IV - para discutir matéria em debate na Ordem do Dia, lativo;
encaminhar votação ou justificar seu voto; IX - até 15 (quinze) minutos para emenda à Lei Orgâni-
V - para apartear, na forma regimental; ca, projetos de lei, processo de cassação do Vereador;
VI - proferir seu discurso durante o Grande Expediente, § 1º Será permitida a cessão de tempo de um para ou-
nas sessões de quinta-feira; tro orador.

42
REGIMENTO INTERNO

§ 2º Quando se tratar de matérias de grande extensão CAPÍTULO VII


e/ou complexidade propensas a debates mais densos, os DA VOTAÇÃO
tempos de discussão estipulados pelos incisos deste artigo Seção I
poderão ser estendidos pelo Presidente se a maioria do Disposições Gerais
Plenário aquiescer.
§ 3º Nos termos do § 6º do art. 79 e do art. 162, as Art. 176. A votação completa o turno regimental da
proposições de que trata o parágrafo anterior gozarão da discussão.
prerrogativa de mais de 2 (duas) sessões para ser discutida. § 1º A votação das matérias com a discussão encerra-
Art. 174. O Presidente solicitará ao orador que estiver da e das que se acharem sobre a Mesa será realizada em
discursando que interrompa seu pronunciamento, nos se- qualquer sessão:
guintes casos para: I - imediatamente após a discussão, se houver número;
I - comunicação importante à Câmara que o Presidente II - após as necessárias providências regimentais, caso
queira fazer; a proposição tenha sido emendada na discussão.
II - na hipótese de requerimento de urgência; § 2º O Vereador poderá escusar-se de tomar parte na
III - levantamento de questão de ordem, pela ordem ou votação, registrando simplesmente “abstenção”, observa-
das as vedações constantes do § 6º do art. 9º e do § 5º do
para aparteá-lo, em ambos os casos, desde que o orador
art. 62.
conceda;
§ 3º Havendo empate na votação, cabe ao Presidente
IV - recepção de Chefe de qualquer Poder, de autori-
desempatá-la.
dade de país estrangeiro ou personalidade de excepcional
§ 4º Se o Presidente se abstiver de desempatar vota-
relevo, assim reconhecida pelo Plenário; ção, o substituto regimental o fará em seu lugar.
V - requerimento de prorrogação da sessão com cor- § 5º Em se tratando de eleição, havendo empate, será
respondente votação; vencedor o Vereador mais idoso dentre os de maior núme-
VI - interrupção por motivo de natureza técnica relativa ro de legislaturas.
à TV Câmara ou razão de natureza congênere; § 6º O voto do Vereador será acolhido para todos os
VII - no caso de tumulto ou incidente grave no recinto, efeitos, ainda que contrarie o da respectiva representação
ou no edifício da Câmara, que reclame a suspensão ou o ou sua liderança.
levantamento da sessão; § 7º Tratando-se de causa própria ou de assunto em
VIII - o Presidente requerer ordem aos trabalhos e dis- que tenha interesse individual, deverá o Vereador dar-se
cipliná-los, em respeito ao orador. por impedido e fazer comunicação nesse sentido à Mesa,
sendo seu voto considerado em branco, para efeito de
Subseção II quórum.
Do Aparte § 8º Poderá Vereador solicitar impugnação de votação
quando dela tenha participado Vereador impedido.
Art. 175. Aparte é a interrupção, breve e oportuna, do § 9º Na hipótese do parágrafo anterior, acolhida a im-
orador para indagação, esclarecimento ou complementa- pugnação, repetir-se-á a votação sem se considerar o voto
ção, relativos à matéria em debate. que motivou o incidente.
§ 1º O Vereador só poderá apartear o orador se lhe Art. 177. Só se interromperá a votação de uma propo-
solicitar e obtiver permissão. sição por falta de quórum.
§ 2º O aparte deverá ser expresso em termos corteses § 1º Quando esgotado o período da sessão, ficará esta
e não poderá exceder a 3 (três) minutos. automaticamente prorrogada pelo tempo necessário à
§ 3º Os apartes subordinam-se às disposições relativas conclusão da discussão e da votação, correlatamente ao §
à discussão, em tudo que lhes for aplicável, e incluem-se no 1º do art. 85.
tempo destinado ao orador. § 2º Ocorrendo falta de número para deliberação, a
mesma ficará adiada para a próxima sessão desimpedida,
§ 4º Não será admitido aparte:
nos termos do § 4º do art. 95.
I - à palavra do Presidente;
Art. 178. Terminada a apuração, o Presidente procla-
II - paralelo a discurso;
mará o resultado da votação, especificando os votos favo-
III - por ocasião do encaminhamento de votação ou da
ráveis, contrários e abstenções, e também, em havendo, os
declaração de voto; brancos.
IV - quando o orador declarar, de modo geral, que não Parágrafo único. É lícito aos Vereadores, depois da vo-
o permite; tação, se permitido pelo Presidente, declarar voto.
V - quando o orador estiver suscitando questão de or- Art. 179. As deliberações do Plenário serão tomadas
dem, falando pela ordem ou falando para reclamação; por maioria simples sempre que não se exija a maioria ab-
VI - em comunicações dos líderes, quando no Pequeno soluta ou a maioria de 2/3 (dois terços), conforme as deter-
Expediente das sessões de terça-feira, ou em comunica- minações constitucionais, legais ou regimentais aplicáveis
ções inadiáveis. em cada caso, respeitado o devido quórum qualificado de
presença dos Vereadores no Plenário quando a matéria as-
sim exigir para a sua votação.

43
REGIMENTO INTERNO

§ 1º Para efeito de quórum, computar-se-á a presença Seção III


de Vereador impedido de votar. Do Processamento da Votação
§ 2º Os projetos de lei complementar somente serão
aprovados se obtiverem maioria absoluta dos votos dos Art. 183. A proposição, ou seu substitutivo, será votada
membros da Câmara, observadas, na sua tramitação, as sempre em globo, ressalvada a matéria destacada ou deli-
demais normas regimentais para discussão e votação. beração diversa do Plenário.
§ 3º Os votos em branco, conforme art. 176, § 7º, e § 1º As emendas serão votadas em grupos, nos casos
as abstenções verificadas pelo sistema eletrônico só serão possíveis, conforme tenham parecer favorável ou parecer
computados para efeito de quórum. contrário de todas as Comissões, considerando-se que:
I - no grupo das emendas com parecer favorável in-
Seção II cluem-se as de Vereador ou de Comissão, quando sobre
Das Modalidades e Processos de Votação elas não haja manifestação em contrário de outra;
II - no grupo das emendas com parecer contrário in-
Art. 180. A votação deverá ser ostensiva, adotando-se cluem-se aquelas sobre as quais se tenham manifestado
o processo simbólico ou o nominal por meio do sistema pela rejeição as Comissões competentes para o exame do
eletrônico. mérito, embora consideradas constitucionais e orçamenta-
§ 1º Concluída a votação, em quaisquer dos processos, riamente compatíveis.
será registrado em ata: § 2º A emenda que tenha pareceres divergentes e as
I - a matéria objeto da votação; emendas destacadas serão votadas uma a uma, conforme
II - o resultado da votação; sua ordem e natureza.
III - os nomes dos Vereadores votantes, discriminando- § 3º O Plenário poderá conceder, a requerimento de
se os que votaram a favor, os que votaram contra e os que qualquer Vereador, que a votação das emendas se faça
se abstiveram; destacadamente.
IV - as declarações de voto, se permitidas e solicitado § 4º Também poderá ser deferido pelo Plenário divi-
o registro em ata. dir-se a votação da proposição por título, capítulo, seção,
§ 2º Só poderão ser feitas e aceitas reclamações quanto artigo ou grupo de artigos, parágrafos ou grupo de pará-
ao resultado de votação antes de ser iniciada a discussão grafos, incisos ou grupos de incisos, alíneas ou grupo de
alíneas.
ou votação de nova matéria.
§ 5º Somente será permitida a votação parcelada a que
Art. 181. O processo nominal por meio do sistema ele-
se referem os §§ 3º e 4º se solicitada durante a discussão,
trônico será adotado como o regular na votação das pro-
salvo quando o pedido tenha sido manifestado no parecer
posições em geral, obedecidas as instruções estabelecidas
do relator de alguma das Comissões a que o projeto tenha
pela Mesa e do próprio sistema para sua utilização.
sido submetido.
Parágrafo único. Quando o sistema eletrônico não es-
§ 6º Não será submetida a votos emenda declarada in-
tiver em condições de funcionamento, a votação nominal
constitucional ou injurídica pela Comissão de Constituição
será feita pela chamada dos Vereadores, observando-se
e Justiça e de Cidadania, ou financeira e orçamentariamen-
que : te incompatível pela Comissão de Finanças, Orçamento,
I - os Vereadores responderão favorável ou contrário, Tributação e Planejamento, observado o disposto no art.
ou sim ou não, conforme aprovem ou rejeitem a matéria 128.
em votação; Art. 184. Além das regras contidas nos arts. 95, 142 e
II - as abstenções serão também registradas. 158, serão obedecidas ainda na votação as seguintes nor-
Art. 182. Pelo processo simbólico, o Presidente, ao mas de precedência, preferência e prejudicialidade:
anunciar a votação de qualquer matéria, convidará os Ve- I - a proposta de emenda à Lei Orgânica tem preferên-
readores a favor a permanecerem como se encontram e cia na votação em relação às proposições em tramitação
proclamará o resultado manifesto dos votos. ordinária;
§ 1º Havendo votação divergente, o Presidente consul- II - o substitutivo de Comissão tem preferência na vo-
tará o Plenário se há dúvida quanto ao resultado proclama- tação sobre o projeto;
do, assegurando a oportunidade de formular-se pedido de III - votar-se-á em primeiro lugar o substitutivo de Co-
verificação de votação. missão; havendo mais de um, a preferência será regulada
§ 2º Não se admitirá segunda verificação de resultado pela ordem inversa de sua apresentação;
da votação. IV - aprovado o substitutivo, ficam prejudicados o pro-
§ 3º Nenhuma questão de ordem, reclamação ou qual- jeto e as emendas a este oferecidas, ressalvadas as emen-
quer outra intervenção será aceita pela Mesa antes de ou- das ao substitutivo e todos os destaques;
vido o Plenário sobre eventual pedido de verificação. V - na hipótese de rejeição do substitutivo, ou na vo-
§ 4º Ocorrendo requerimento de verificação de vota- tação de projeto sem substitutivo, a proposição inicial será
ção, se for notória a ausência de quórum no Plenário, o votada por último, depois das emendas que lhe tenham
Presidente poderá, desde logo, determinar a votação pela sido apresentadas;
chamada nominal dos Vereadores. VI - a rejeição do projeto prejudica as emendas a ele
oferecidas;

44
REGIMENTO INTERNO

VII - a rejeição de qualquer artigo do projeto, votado § 6º Não haverá encaminhamento de votação quan-
artigo por artigo, prejudica os demais artigos que forem do se tratar da proposta orçamentária, de julgamento das
uma consequência daquele; contas do Executivo, quando da concessão de moção, de
VIII - dentre as emendas de cada grupo, oferecidas res- processo cassatório, eleitoral ou de requerimento que não
pectivamente ao substitutivo ou à proposição original, e seja sujeito à discussão.
as emendas destacadas, serão votadas, pela ordem, as su- § 7º Sempre que o Presidente julgar necessário, ou for
pressivas, as aglutinativas, as substitutivas, as modificativas solicitado a fazê-lo, convidará ou relator ou outro membro
e, finalmente, as aditivas; da Comissão com a que tiver mais pertinência com a maté-
IX - as emendas com subemendas serão votadas uma a ria a esclarecer, em encaminhamento da votação, as razões
uma, salvo deliberação do Plenário, mediante proposta de do parecer.
qualquer Vereador ou Comissão; aprovado o grupo, serão
consideradas aprovadas as emendas com as modificações Seção V
constantes das respectivas subemendas; Do Adiamento da Votação
X - as subemendas substitutivas têm preferência na vo-
tação sobre as respectivas emendas; Art. 186. O adiamento da votação de qualquer propo-
XI - a emenda com subemenda, quando votada sepa- sição pode ser solicitado se:
radamente, sê-lo-á antes e com ressalva desta, exceto nos I - constatada falta de quórum especifico;
seguintes casos, em que a subemenda terá precedência: II - constatado um dos impedimentos concernentes
a) se for supressiva; aos incisos I, II, III e V do art. 84, casos em que os votos
b) se for substitutiva de artigo da emenda, e a votação já colhidos serão considerados prejudicados se iniciado o
desta se fizer artigo por artigo; processo de votação.
XII - quando, ao mesmo dispositivo, forem apresenta- III - apresentado requerimento assinado pelo autor.
das várias emendas da mesma natureza, terão preferên- § 1º O adiamento da votação só poderá ser concedido
cia as de Comissão sobre as demais; havendo emendas de uma vez e por prazo previamente fixado, não superior a 5
mais de uma Comissão, a precedência será regulada pela (cinco) sessões.
ordem inversa de sua apresentação; § 2º Solicitado, simultaneamente, mais de um adiamen-
XIII - o dispositivo destacado de projeto para votação to, a adoção de um requerimento prejudicará os demais.
§ 3º Não será admitido requerimento de adiamento
em separado precederá, na votação, às emendas, indepen-
de votação à proposição em regime de urgência, salvo se
derá de parecer e somente integrará o texto se aprovado;
requerido por 1/3 (um terço) dos membros da Câmara, ou
XIV - se a votação do projeto se fizer separadamente
pelo líder do Governo quando se tratar de projeto de lei
em relação a cada artigo, o texto deste será votado antes
do Poder Executivo, ou pela maioria dos líderes, desde que
das emendas aditivas a ele correspondentes.
não viole o prazo e as condições do disposto no art. 95 da
Lei Orgânica.
Seção IV
Do Encaminhamento da Votação CAPÍTULO VIII
DA REDAÇÃO FINAL E DOS AUTÓGRAFOS
Art. 185. Anunciada uma votação, é lícito o uso da pa-
lavra para encaminhá-la, salvo disposição regimental em Art. 187. Concluído o processo de votação, a propo-
contrário, pelo prazo de 1 (um) minuto, ainda que se trate sição será encaminhada pela Secretaria da Mesa ao setor
de matéria não sujeita a discussão, ou que esteja em regi- técnico específico da Câmara para este proceder à redação
me de urgência. final, nos mesmos termos como aprovada pelo Plenário.
§ 1º Só poderão usar da palavra, em uma única sessão, Parágrafo único. A redação será dispensada, salvo se
até seis oradores, três a favor e três contrários, assegurada houver incorporação de emenda(s) e necessidade de cor-
a preferência, em cada grupo, o autor de proposição prin- reção redacional, caso se verifique equívocos de forma,
cipal ou acessória. vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir,
§ 2º Dentro da prerrogativa do parágrafo anterior, tam- sem atingir de qualquer maneira a substância semântica
bém no prazo de até 1 (um) minuto, cada líder poderá ma- do projeto.
nifestar-se para orientar sua bancada ou indicar Vereador Art. 188. A proposição aprovada em definitivo pela Câ-
para fazê-lo em nome da liderança. mara será encaminhada em autógrafos à sanção e à pro-
§ 3º. Aprovado requerimento de votação de um proje- mulgação do Prefeito ou ao veto total ou parcial, conforme
to por partes, será lícito o encaminhamento da votação de o caso.
cada parte por dois oradores, um a favor e outro contra, § 1º Os autógrafos reproduzirão a redação aprovada
além dos líderes. pelo Plenário, salvaguardado o disposto no parágrafo úni-
§ 4º No encaminhamento da votação de emenda des- co do art. 187.
tacada, somente poderão falar o autor do requerimento de § 2º As emendas à Lei Orgânica, os decretos legislati-
destaque e o líder, facultado a este indicar outro Vereador vos, as resoluções da Câmara, os projetos sob sanção táci-
para falar pela liderança. ta e os vetos rejeitados não acolhidos pelo Prefeito serão
§ 5º Quando houver mais de um requerimento de des- promulgados pelo Presidente após o recebimento dos au-
taque para a mesma emenda, só será assegurada a palavra tógrafos; não o fazendo, caberá aos Vice-Presidentes, se-
ao autor do requerimento apresentado em primeiro lugar. gundo a sua numeração ordinal, exercer essa atribuição.

45
REGIMENTO INTERNO

§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo aos requeri- § 1º O Presidente indicará membros, nos termos do §
mentos, às indicações legislativas, às moções, pareceres ou 3º do art. 28, para constituir Comissão Especial de Trabalho
relatórios de Comissões Temporárias, exceto o que regula de Consolidação das Leis, sendo facultada solicitação de
o § 4º. apoio a servidores com expertise legislativa.
§ 4º Os originais das proposições aprovadas serão ar- § 2º Após protocolado e registrado no Sistema de
quivados na Secretaria da Câmara. Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), a Secretaria de Ex-
pediente remeterá o projeto diretamente para a Comissão
TÍTULO VI Especial de Trabalho de Consolidação das Leis, a fim de
DAS MATÉRIAS SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPE-
que, no prazo de 24 (vinte e quatro) dias úteis, a ele sejam
CIAIS
CAPÍTULO I oferecidas sugestões ― vedadas quaisquer alterações de
DA PROPOSTA DE EMENDA À LEI ORGÂNICA mérito ―, as quais, se for o caso, serão incorporadas ao
texto inicial, a ser encaminhado, em seguida, ao exame da
Art. 189. A Câmara apreciará proposta de Emenda à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Lei Orgânica apresentada pela terça parte, no mínimo, dos Art. 195. O projeto de consolidação, após a apreciação
Vereadores ou pelo Prefeito. da Comissão Especial de Trabalho de Consolidação das Leis
Art. 190. A proposta de emenda à Lei Orgânica será e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania,
encaminhada pela Secretaria de Expediente à Comissão de será submetido ao Plenário da Casa.
Constituição e Justiça e de Cidadania, que tomará as medi- § 1º As emendas aditivas apresentadas ao texto do
das contidas no art. 143, § 8º. projeto visam à adoção de normas excluídas, e as emendas
§ 1º Uma vez incluída na Ordem do Dia, a proposta supressivas, à retirada de dispositivos conflitantes com as
será submetida a dois turnos de discussão e votação, com regras legais em vigor.
interstício de, no mínimo, 10 (dez) dias.
§ 2º O relator proporá, em seu parecer, que as emendas
§ 2º Será aprovada a proposta que obtiver, em ambos
os turnos, 2/3 (dois terços) dos votos dos membros da Câ- consideradas de mérito, isolada ou conjuntamente, sejam
mara. destacadas para fins de constituírem projeto autônomo, o
§ 3º Quando ultimada a aprovação da proposta, ao qual deverá ser apreciado pela Casa, dentro das normas
Presidente da Câmara caberá a promulgação da emenda à regimentais aplicáveis à tramitação dos demais projetos de
Lei Maior do Município. lei.
Art. 191. Em se tratando de plena Reforma da Lei Or- § 3º Após o pronunciamento definitivo da Comissão de
gânica, a proposta deverá passar por todas as Comissões Constituição e Justiça e de Cidadania, o projeto de conso-
e serem realizadas audiências públicas tantas quantas ne- lidação será encaminhado ao Plenário, tendo preferência
cessárias para compilação do texto com participação dos para inclusão em Ordem do Dia.
Conselhos Municipais, de setores do Poder Executivo e da § 4º Verificada a existência de dispositivos visando à
sociedade civil. alteração ou supressão de matéria de mérito, deverão ser
formuladas emendas, visando à manutenção do texto da
CAPÍTULO II
consolidação.
DOS PROJETOS DE CÓDIGO
§ 5º As emendas apresentadas em Plenário consoante
Art. 192. Código é a reunião de disposições legais so- o disposto no parágrafo anterior, observado o art. 122, de-
bre a mesma matéria, de modo orgânico e sistemático, vi- verão ser avaliadas pela Comissão de Constituição e Justiça
sando a estabelecer os princípios gerais do sistema adota- e de Cidadania, que sobre elas emitirá parecer, sendo-lhe
do e prover completamente a matéria tratada. facultada, para tanto e se for o caso, a requisição de infor-
Art. 193. Os projetos de codificação, seguidas as dis- mações junto à Comissão de Trabalho de Consolidação das
posições constantes dos §§ 6º e 7º do art. 143, estarão su- Leis.
jeitos à apreciação em audiências públicas obrigatórias e a § 6º As alterações propostas ao texto, formuladas com
emendas nos termos regimentais. fulcro nos dispositivos anteriores, deverão ser fundamenta-
Parágrafo único. Em caso de prover celeridade ao pro- das com a indicação do dispositivo legal pertinente.
cesso de análise, as Comissões a que forem distribuídos os
projetos de codificação para emissão de parecer poderão CAPÍTULO IV
realizar reuniões conjuntas, bem como audiências públicas. DA TOMADA DE CONTAS DO PREFEITO
CAPÍTULO III
DOS PROJETOS DE CONSOLIDAÇÃO Art. 196. Recebido o parecer prévio do Tribunal de Con-
tas, independentemente de leitura em Plenário, o Presi-
Art. 194. A Mesa Diretora, qualquer membro ou Comis- dente imediatamente encaminhará o processo à Comissão
são da Câmara dos Vereadores poderá formular projeto de de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento, que
consolidação, visando à sistematização, à correção, ao adi- disporá de 60 (sessenta) dias, nos termos da Lei Orgânica,
tamento, à supressão e à conjugação de textos legais, cuja para apresentar ao Plenário seu pronunciamento, acompa-
elaboração cingir-se-á aos aspectos formais, resguardada nhado do projeto de decreto legislativo pela aprovação ou
a matéria de mérito. rejeição das contas.

46
REGIMENTO INTERNO

§ 1º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias do recebi- Art. 202. Considera-se questão de ordem toda dúvida
mento formal do parecer sobre as contas do Prefeito emi- sobre a interpretação deste Regimento, na sua prática ex-
tido pelo Tribunal de Contas do Estado, o Presidente da clusiva ou relacionada com a Lei Orgânica do Município ou
Câmara terá 3 (três) dias para publicar o parecer para todos com as normas constitucionais.
os Vereadores e 30 (trinta) dias para a matéria ser apre- § 1º Durante a Ordem do Dia só poderá ser levantada
ciada pelo Plenário, na Ordem do Dia de sessão ordinária, questão de ordem diretamente atinente à matéria que nela
sob pena de, ultrapassado esse prazo, trancar a pauta das figure.
demais matérias da Câmara. § 2º Nenhum Vereador poderá exceder o prazo de 2
§ 2º No decurso do prazo previsto no parágrafo ante- (dois) minutos para formular questão de ordem, nem falar
rior, as contas do Prefeito ficarão à disposição de qualquer sobre a mesma mais de uma vez.
contribuinte do Município, para exame e apreciação, o qual § 3º No momento de votação, a palavra para formular
poderá lhes questionar a legitimidade, nos termos da lei. questão de ordem só poderá ser concedida uma vez a cada
Art. 197. A Comissão de Finanças, Orçamento, Tribu- relator das Comissões por onde a matéria tramitou ou de
tação e Planejamento terá amplos poderes, mormente os preferência ao autor da proposição principal ou acessória
referidos nos §§ 1º a 4º do art. 75, cabendo-lhe convocar em votação.
os responsáveis pelo sistema de controle interno e todos § 4º A questão de ordem deve ser objetiva, claramente
os ordenadores de despesa da Administração Pública Di- formulada, com a indicação precisa das disposições regi-
reta e Indireta do Poder Executivo, para apurar quaisquer mentais, da Lei Orgânica ou constitucionais cuja observân-
informações constantes do processo do Tribunal de Contas cia se pretenda elucidar, e referir-se à matéria tratada na
remetido à Câmara. ocasião.
Art. 198. O projeto de decreto legislativo apresentado § 5º Se o Vereador não indicar, inicialmente, as dispo-
pela Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Pla- sições em que se assenta a questão de ordem, enuncian-
nejamento sobre a prestação de contas será submetido a do-as, o Presidente não permitirá a continuidade de sua
uma única discussão e votação, assegurado aos Vereadores manifestação.
debater a matéria. § 6º Depois de falar somente o autor e outro Vereador
§ 1º Não se admitirão emendas ao projeto de decreto que contra-argumente, a questão de ordem será resolvida
legislativo. pelo Presidente da sessão, não sendo lícito ao Vereador
§ 2º Na sessão ordinária em que se discutir as con- opor-se à decisão ou criticá-la na sessão em que for pro-
tas do Prefeito, o Pequeno Expediente será equivalente ao ferida.
constante do art. 79, II, a e a Ordem do Dia será destinada § 7º O Vereador que quiser comentar, criticar a decisão
exclusivamente à matéria, assegurado Grande Expediente do Presidente ou contra ela protestar poderá fazê-lo na
se restar tempo suficiente para pronunciamento dos Ve- próxima sessão ordinária de terça-feira, tendo preferência
readores inscritos. para uso da palavra, durante 5 (cinco) minutos, à hora do
§ 3º O parecer do Tribunal de Contas somente deixará Pequeno Expediente.
de prevalecer por decisão de 2/3 (dois terços) dos mem- § 8º O Vereador, em qualquer caso, poderá recorrer
bros da Câmara. da decisão da presidência para o Plenário, sem efeito sus-
§ 4º Se a deliberação da Câmara for contrária ao pare- pensivo, ouvindo-se a Comissão de Constituição e Justiça e
cer prévio do Tribunal de Contas, o projeto de decreto le- de Cidadania, que terá o prazo máximo de 3 (três) sessões
gislativo conterá os motivos da discordância, que deverão para se pronunciar, e cujo parecer acerca do recurso será
ser remetidos ao Ministério Público para os fins de direito. submetido ao Plenário.
Art. 199. Após a publicação do decreto legislativo rela- § 9º Na hipótese do parágrafo anterior, o Vereador,
tivo às contas do Prefeito, a Mesa comunicará o resultado com o apoiamento de pelo menos 1/3 (um terço) dos pre-
da votação ao Tribunal de Contas do Estado. sentes, poderá requerer que o Plenário decida, de imedia-
to, sobre o efeito suspensivo ao recurso.
CAPÍTULO V § 10 As decisões sobre questão de ordem serão regis-
DO REGIMENTO INTERNO tradas em ata; e a Mesa elaborará projeto de resolução
Seção I propondo, se for o caso, as alterações regimentais delas
Da Interpretação e Observância: Questões de Or- decorrentes, para apreciação em tempo hábil, antes de fin-
dem, Pela Ordem e dos Precedentes do o biênio.
§ 11. A dinâmica constante desse artigo aplica-se às
Art. 200. As interpretações de disposições do Regi- reuniões das Comissões.
mento feitas pelo Presidente da Câmara em assuntos con- Art. 203. O Vereador poderá recorrer ao instrumento
troversos, desde que o mesmo assim o declarar perante o regimental Pela Ordem com o objetivo de solicitar infor-
Plenário, de ofício ou a requerimento de Vereador, consti- mações sobre o andamento dos trabalhos da sessão, fazer
tuirão precedentes regimentais. reclamação quanto à observância deste Regimento e apon-
Art. 201. Os casos não previstos ou regulados neste tar falha ou equívoco em relação à proposição da pauta.,
Regimento serão resolvidos soberanamente pelo Plenário, devendo ser aplicado o disposto no § 1º do artigo anterior.
cujas decisões serão objeto de avaliação da Comissão de Art. 204. Os precedentes a que se referem os arts. 200
Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica e do Re- e 202, sempre que necessário, serão registrados em livro
gimento Interno, que proporá projeto de resolução com o próprio, conforme inciso IX do art. 247, pelo 1º Secretário
escopo de ajustar esta norma. ou pelo 2º Secretário para aplicação aos casos análogos.

47
REGIMENTO INTERNO

Seção II Seção IV
Das Alterações e Reforma Regimentais Das Reclamações

Art. 205. O Regimento Interno poderá ser alterado ou Art. 207. Em qualquer fase da sessão da Câmara ou de
reformado, através de deliberação pela maioria absoluta reunião de Comissão, poderá ser usada a palavra para re-
dos membros da Câmara, por meio de projeto de reso- clamação, restrita durante a Ordem do Dia quando do tér-
lução de iniciativa de 1/3 (um terço) dos Vereadores, da mino da leitura, do processo de discussão e antes de inicia-
Mesa, de Comissão Permanente ou de Comissão Especial da a votação de matéria ou às matérias que nela figurem.
para esse fim criada, da qual deverá fazer parte pelo menos § 1º Caberá reclamação quando a Comissão manifes-
um membro da Mesa. tar-se sobre o que não for de sua atribuição específica,
§ 1º O projeto, após publicado no Sistema de Apoio ao considerando como não escrito o parecer, ou parte dele,
Processo Legislativo (SAPL), tramitará pelas Comissões ati- que infringir esta disposição, o mesmo acontecendo em
nentes e pela Mesa Diretora dentro dos prazos regimentais relação às emendas ou substitutivos elaborados com vio-
para o recebimento de emendas. lação do art. 120, §§ 2º e 3º, desde que provida reclamação
§ 2º O projeto necessariamente tramitará, respeitados apresentada antes da aprovação definitiva da matéria pelo
os prazos regimentais, pela: Plenário.
I - Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, § 2º O uso da palavra, no caso da sessão da Câmara,
para inicialmente emitir parecer pela admissibilidade ou destina-se exclusivamente à reclamação quanto à obser-
inadmissibilidade da proposição, para posterior e respec- vância de expressa disposição regimental ou relaciona-
tivo despacho consultivo ou condução ao arquivamento, da com o funcionamento dos serviços administrativos da
conforme art. 143, § 8º, I e II; Casa, na hipótese prevista no art. 242.
II - Mesa Diretora, para apreciar as emendas e o pro- § 3º O membro de Comissão pode formular reclamação
jeto; sobre ação ou omissão do assessoramento técnico-legisla-
III - Comissão de Legislação Participativa, Revisão da tivo especializado que eventualmente a integre ou acerca
Lei Orgânica e do Regimento Interno; do que dispõe o art. 76; somente depois de resolvida, con-
IV - Comissão Especial, se constituída no caso de refor- clusivamente, pelo seu Presidente, poderá o assunto ser
ma, para analisar as emendas; levado, em grau de recurso, por escrito ou oralmente, ao
V - Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, Presidente da Câmara ou ao Plenário.
para emitir parecer conclusivo, segundo art. 143, § 8º, III. § 4º Aplicam-se às reclamações as normas referentes
§ 3º A Comissão Especial, se constituída nos termos às questões de ordem, constantes dos §§ 1º a 7º do artigo
do inciso IV, gozará de 10 (dez) dias úteis para analisar as 202.
emendas ao projeto que propor reforma e manifestar seu
parecer sobre elas. CAPÍTULO VI
§ 4º Em se tratando de reforma, o prazo de avaliação DO PROCESSO NAS INFRAÇÕES POLÍTICO-ADMI-
NISTRATIVAS DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
da Mesa Diretora e da Comissão de Legislação Participati-
va, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento Interno será de
Art. 208. É permitido a qualquer cidadão denunciar à
18 (dezoito) dias úteis.
Câmara dos Vereadores o Prefeito e/ou o Vice-Prefeito por
§ 5º Protocolado no Sistema de Apoio ao Processo Le-
infrações político-administrativas.
gislativo (SAPL) o parecer conclusivo da Comissão de Cons-
§ 1º A denúncia, assinada pelo denunciante e com fir-
tituição e Justiça e de Cidadania, o projeto de alteração ou
ma reconhecida, deverá ser acompanhada de documentos
de reforma será encaminhado à Secretaria de Expediente
que a comprovem ou da declaração de impossibilidade de
para ser incluso na Ordem do Dia, nos termos do art. 143,
apresentá-los, com indicação do local onde possam ser en-
§ 12.
contrados, bem como, se for o caso, do rol das testemu-
nhas, em número de 3 (três), no mínimo.
Seção III § 2º Recebida a denúncia pelo Presidente, verificada
Da Divulgação do Regimento a existência dos requisitos de que trata o parágrafo ante-
rior, será lida no Pequeno Expediente da sessão seguinte e
Art. 206. A Câmara Municipal, por intermédio da Mesa despachada à Comissão Especial eleita, da qual participem,
Diretora, da Comissão de Legislação Participativa, Revisão observada a respectiva proporção, representantes de Parti-
da Lei Orgânica e do Regimento Interno e da Escola do dos e/ou Blocos Parlamentares, assegurada a participação
Legislativo, divulgará o Regimento Interno por meio virtual, de membro da Minoria.
digital e/ou impresso a todas as instituições que entender § 3º Do despacho do Presidente que indeferir o recebi-
interessadas em assuntos municipais, aos Vereadores e ao mento da denúncia, caberá recurso ao Plenário.
próprio corpo funcional, permanente e nomeado. § 4º Do recebimento da denúncia será notificado o
denunciado para manifestar-se, querendo, no prazo de 8
(oito) sessões.

48
REGIMENTO INTERNO

§ 5º A Comissão Especial se reunirá dentro de 48 (qua- § 3º O Secretário Municipal ou ocupante de cargo cor-
renta e oito) horas e, depois de eleger seu Presidente e relato somente poderá ser aparteado ou interpelado sobre
Relator, emitirá parecer em 5 (cinco) sessões contadas do assunto objeto de sua exposição ou matéria pertinente ao
oferecimento da manifestação do acusado ou do término convite ou à convocação.
do prazo previsto no parágrafo anterior, concluindo pelo de- § 4º Exceto se aprovado pela maioria dos membros da
ferimento ou indeferimento do pedido de autorização. Câmara, a presença de Secretário Municipal ou ocupante
§ 6º O parecer da Comissão Especial será lido no Pe- de cargo correlato no Plenário poderá ultrapassar o horário
queno Expediente de sessão de terça-feira da Câmara dos normal da sessão ordinária da Câmara.
Vereadores e publicado na íntegra, juntamente com a de- Art. 211. Na hipótese de convite ou convocação, o Se-
núncia, no Diário Oficial. cretário Municipal ou ocupante de cargo correlato enca-
§ 7º Decorridas 48 (quarenta e oito) horas da publicação minhará ao Presidente da Câmara ou da Comissão, até a
do parecer da Comissão Especial, será o mesmo incluído na sessão da véspera da sua presença na Casa, sumário da
Ordem do Dia da sessão seguinte. matéria de que virá tratar, para distribuição aos Vereadores.
§ 8º Encerrada a discussão do parecer, será o mesmo § 1º O Secretário Municipal ou ocupante de cargo cor-
submetido à votação nominal, pelo processo de chamada relato poderá falar até 20 (vinte minutos), prorrogáveis por
dos Vereadores. mais 10 (dez), pelo Plenário da Casa ou da Comissão, só
§ 9º Será admitida a instauração do processo contra o podendo ser aparteado durante a prorrogação.
denunciado e aberta Comissão Processante se obtidos 2/3 § 2º Encerrada a exposição do Secretário Municipal ou
(dois terços) dos votos dos membros da Casa, tomando-se ocupante de cargo correlato, poderão ser formuladas in-
todas as medidas de publicidade e administrativas cabíveis. terpelações pelos Vereadores que se inscreveram previa-
mente, não podendo cada um fazê-lo:
CAPÍTULO VII I - no caso de Comissão Geral: por mais de 3 (três) ou
DO COMPARECIMENTO DE SECRETÁRIO MUNICI- 5 (cinco) minutos, conforme número de inscritos, exceto o
PAL OU DE OCUPANTE DE CARGO CORRELATO autor do requerimento, que terá o prazo de 7 (sete) minu-
tos;
Art. 209. O Secretário Municipal ou ocupante de cargo II - no caso de Comissão Permanente ou Especial: por
correlato comparecerá perante a Câmara ou suas Comissões: mais de 6 (seis) minutos, exceto o autor do requerimento,
I - quando convidado ou convocado para prestar, pes- que terá o prazo de 10 (dez) minutos.
soalmente, informações sobre assunto previamente deter- § 3º Para responder a cada interpelação, o Secretário
minado; Municipal ou ocupante de cargo correlato terá o mesmo
II - por sua iniciativa, mediante entendimentos com a tempo que o Vereador para formulá-la.
Mesa ou a Presidência da Comissão, respectivamente, para § 4º Serão permitidas, em havendo tempo, a réplica e a
expor assunto de relevância de sua Pasta. tréplica, pelo prazo improrrogável:
§ 1º. O convite ou a convocação do Secretário Municipal I - no caso de Comissão Geral: de 2 (dois) minutos;
ou ocupante de cargo correlato será resolvida pela Câmara II - no caso de Comissão Permanente ou Especial: de 3
ou Comissão, por deliberação da maioria da respectiva com- (três) minutos.
posição plenária, a requerimento de qualquer Vereador ou § 5º É lícito aos líderes, ou, se em ausência ou por de-
membro da Comissão, conforme o caso. legação de algum destes, ao vice-líder, após o término dos
§ 2º. O convite ou a convocação do Secretário Munici- debates, usar da palavra por 3 (três) minutos, sem apartes.
pal ou ocupante de cargo correlato ser-lhe-á comunicada, Art. 212. No caso do comparecimento espontâneo às
conforme o requerente, mediante ofício do Secretário ou do reuniões de Comissões, o Secretário Municipal ou ocupan-
Presidente da Comissão, que definirá o local, dia e hora da te de cargo correlato usará da palavra para expor assuntos
sessão ou reunião a que deva comparecer, com a indicação da sua Pasta, de interesse da Casa e do Município ou para
das informações pretendidas, importando, no caso de con- falar de proposição legislativa em trâmite, relacionada com
vocação, crime de responsabilidade a ausência sem justifica- a Secretaria, Fundação ou Autarquia sob sua direção.
ção adequada, aceita pela Casa ou pelo Colegiado. § 1º O Secretário Municipal ou ocupante de cargo
Art. 210. A Câmara reunir-se-á em Comissão Geral, sob a correlato entregará sumário da matéria de que irá tratar,
direção de seu Presidente, toda vez que perante o Plenário, para distribuição aos Vereadores participantes da reunião
observado os termos do § 3º do art. 79, comparecer Secretá- da Comissão, observada a hipótese de reuniões conjuntas
rio Municipal ou ocupante de cargo correlato. entre colegiados.
§ 1º O Secretário Municipal ou ocupante de cargo cor- § 2º Ser-lhe-á concedida a palavra durante 15 (quin-
relato terá assento na Mesa, até o momento de ocupar a tri- ze) minutos, podendo o prazo ser prorrogado por mais 5
buna, ficando subordinado às normas estabelecidas para o (cinco) minutos, por deliberação dos membros, só sendo
uso da palavra pelos Vereadores; perante Comissão, ocupará permitidos apartes durante a prorrogação.
o lugar à direita do Presidente. § 3º Findo o discurso, o Presidente da Comissão conce-
§ 2º Não poderá ser marcado o mesmo horário para o derá a palavra aos vereadores membros e aos líderes pre-
comparecimento de mais de um Secretário Municipal ou sentes, respeitada a ordem de inscrição, para, no prazo de
ocupante de cargo correlato à Casa, salvo em caráter excep- 5 (cinco) minutos, cada um, formular suas considerações
cional, quando a matéria lhes disser respeito conjuntamen- ou pedidos de esclarecimentos, dispondo o Secretário Mu-
te, nem se admitirá convite ou convocação simultânea por nicipal ou ocupante de cargo correlato do mesmo tempo
mais de um requerente. para a resposta.

49
REGIMENTO INTERNO

§ 4º Serão permitidas a réplica e tréplica, pelo prazo de § 4° A cada falta injustificada às sessões, reuniões de
3 (três) minutos, improrrogáveis. Comissões ou da Mesa, ou votações, o Vereador sofrerá
§ 5º É aplicável o disposto no § 5º do artigo precedente. desconto equivalente a 01/30 (um trinta avos) dos seus
Art. 213. Na eventualidade de não ser atendida convo- subsídios referentes ao respectivo mês.
cação feita de acordo com o art. 50, caput, da Constituição § 5º O Vereador faltoso terá prazo de até 2 (dois) dias
Federal, o Presidente da Câmara promoverá a instauração úteis para apresentar sua justificativa ao Presidente da Câ-
do procedimento legal cabível. mara ou, no caso das Comissões, ao respectivo Presidente
do colegiado.
TÍTULO VII § 6º Antes do fechamento mensal da folha de paga-
DOS VEREADORES mento, a Secretaria de Expediente, o Presidente da Câmara,
CAPÍTULO I no caso da Mesa, e os presidentes de Comissões remete-
DO EXERCÍCIO DO MANDATO rão relatório de presença dos Vereadores nas respectivas
reuniões, incluídas as respectivas justificativas de ausência
Art. 214. O Vereador deve apresentar-se à Câmara du- que inibirão quaisquer descontos, ao Departamento de
rante a sessão legislativa ordinária ou extraordinária, para Recursos Humanos da Câmara Municipal, que tomará as
participar das sessões do Plenário e das reuniões de Co- providencias cabíveis.
missão de que seja membro, sendo-lhe assegurado o direi- Art. 216. O Vereador apresentará à Mesa, para efeito
to, nos termos deste Regimento, de: de posse e antes do término do mandato, declaração de
I - oferecer proposições em geral, discutir e deliberar bens e de suas fontes de renda, importando infração ao
sobre qualquer matéria em apreciação na Casa, integrar o Código de Ética e Decoro Parlamentar a inobservância des-
Plenário e demais colegiados e neles votar e ser votado; te preceito.
II - formular requerimentos de informação ao Prefeito, Art. 217. O Vereador que se afastar do exercício do
ao Vice-Prefeito, a Secretário Municipal ou a ocupante de mandato para ser investido em cargos referidos no inciso V
cargo correlato na Administração Indireta, além de demais do art. 220 fará comunicação escrita à Casa, bem como ao
pedidos escritos de informação, os quais também podem reassumir o lugar tão logo deixe o respectivo cargo.
ser dirigidos, como fiscalização indireta, a diretores ou a § 1º Ao comunicar o seu afastamento, o Vereador apre-
superintendentes de Concessionárias de Serviços Públicos; sentará o ato de nomeação e o termo de posse.
III - fazer uso da palavra; § 2º Ao reassumir o lugar, o Vereador apresentará o ato
IV - integrar e participar das Comissões e representa- de exoneração.
ções externas e desempenhar missão autorizada; § 3º É de 15 (quinze) dias, salvo por motivo de força
V - promover, perante quaisquer autoridades, entida- maior, o prazo para o Vereador reassumir o exercício do
des ou órgãos da Administração Municipal, Direta ou Indi- mandato, quando exonerado dos cargos a que se refere
reta, os interesses públicos ou reivindicações coletivas de o caput, sob pena de sua omissão tipificar falta de decoro
âmbito municipal ou das comunidades representadas; parlamentar.
VI - realizar outros cometimentos inerentes ao exercí- § 4º Enquanto não for feita a comunicação a que se
cio do mandato ou atender a obrigações político-partidá- refere o § 2º, o Suplente em exercício participará normal-
rias decorrentes da representação. mente dos debates e das votações.
Art. 215. O comparecimento efetivo do Vereador às Art. 218. No exercício do mandato, ainda que licen-
sessões será registrado sob responsabilidade do Presiden- ciado, o Vereador atenderá às prescrições constitucionais
te da Câmara e da presidência das Comissões, da seguinte e regimentais e às contidas no Código de Ética e Decoro
forma: Parlamentar, sujeitando-se às medidas disciplinares nelas
I - às sessões ordinárias e extraordinárias, mediante re- previstas.
gistro eletrônico e/ou em livro de presença até o início dos § 1º Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões,
processos de votação na Ordem do Dia, e participe dos palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscri-
trabalhos até o encerramento das deliberações da referida ção do Município.
parte. § 2º Desde a expedição do diploma, os Vereadores não
II - nas Comissões, pelo controle da presença às suas poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançá-
reuniões, com assinaturas nas atas. vel, situação que também lhe imputará perda do direito aos
§ 1º Em caso de ausência, o Vereador deverá apre- subsídios de parlamentar desde que transitado em julgado.
sentar justificativa formalizada junto ao Presidente, a qual § 3º Os Vereadores serão submetidos a julgamento pe-
comprove atividade de natureza legislativa ou exponha rante o Tribunal de Justiça.
outro motivo cabível que demonstre a razão do não com- § 4º Os Vereadores não serão obrigados a testemu-
parecimento. nhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
§ 2º O exercício do direito à obstrução parlamentar, do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
nos termos do § 7º do art. 95, não imputa a penalidade confiaram ou deles receberam informações.
constante do § 4º aos Vereadores. § 5º As imunidades dos vereadores subsistirão perante
§ 3º O Vereador que se ausentar do processo de vo- o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
tação em quaisquer momentos injustificadamente e sem voto de 2/3 (dois terços) dos membros da respectiva Casa,
aquiescência do Plenário se sujeitará à sanção constante nos casos de atos, praticados fora do recinto da Câmara,
do § 4º. que sejam incompatíveis com a execução da medida.

50
REGIMENTO INTERNO

§ 6º As imunidades parlamentares subsistirão quando § 3º O Vereador licenciado nos termos do inciso II fará
os Vereadores forem investidos nos cargos previstos no in- jus à integralidade dos vencimentos.
ciso V do art. 220. § 4º Salvo nos casos de prorrogação da sessão legisla-
§ 7º Os Vereadores não poderão: tiva ordinária ou de convocação extraordinária da Câmara
I - desde a expedição do diploma: Municipal, não se concederão as licenças referidas nos in-
a) firmar ou manter contrato com a Administração Di- cisos II e III durante os períodos de recesso parlamentar.
reta do Município, com suas autarquias, fundações, em- § 5º Suspender-se-á a contagem do prazo da licença
presas públicas, sociedades de economia mista, agências que se haja iniciado anteriormente ao encerramento de
reguladoras ou com empresas concessionárias e permis- cada semiperíodo da respectiva sessão legislativa, exceto
sionárias de serviço público, salvo quando o contrato obe- na hipótese do inciso II quando tenha havido assunção de
decer a cláusulas uniformes; Suplente.
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu- § 6º A licença para tratar de interesse particular, con-
nerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, soante o disposto no inciso III, não será inferior a 30 (trinta)
nas entidades constantes da alínea anterior, resguardado o dias.
ingresso mediante aprovação em concurso público; § 7º O Vereador que se licenciar por tempo determina-
II - desde a posse: do, com assunção de Suplente, poderá reassumir o manda-
a) ser proprietários, controladores ou diretores de em- to antes de findo o respectivo prazo da licença.
presa que goze de favor decorrente de contrato com pes- § 8º Independentemente de requerimento, considerar-
soa jurídica de direito público do Município, ou nela exer- se-á como licença o não comparecimento às sessões ou
cer função remunerada; reuniões do Vereador que, temporariamente, encontrar-se
b) ocupar cargo, função ou emprego de que sejam de- privado de sua liberdade, em virtude de processo criminal
missíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a, em curso.
resguardados os casos mediante licenciamento previstos § 9º A licença será concedida pelo Presidente, exceto
no inciso V do art. 220; na hipótese do inciso I, quando caberá à Mesa decidir.
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer Art. 221. Ao Vereador que, por motivo de doença com-
das entidades a que se refere o inciso I, a; provada, se encontre impossibilitado de atender aos deve-
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público res decorrentes do exercício do mandato, será concedida
eletivo. licença para tratamento de saúde.
Parágrafo único. Para obtenção ou prorrogação da li-
Art. 219. O Vereador que se desvincular de sua ban-
cença, será necessário laudo de inspeção de saúde, firmado
cada perde, para efeitos regimentais, se não for possível a
por 3 (três) médicos de reputada idoneidade profissional,
manutenção da proporcionalidade, o direito a cargos ou
com a expressa indicação de que o paciente não pode con-
funções que ocupar em razão dela.
tinuar no exercício ativo de seu mandato.
Art. 222. Em caso de incapacidade civil absoluta, jul-
CAPÍTULO II
gada por sentença de interdição ou comprovada median-
DA LICENÇA te laudo do corpo médico mencionado no artigo anterior,
será o Vereador suspenso do exercício do mandato, sem
Art. 220. O Vereador poderá obter licença para: perda da remuneração, enquanto durarem os seus efeitos.
I - desempenhar missão temporária de caráter diplo- § 1º No caso de o Vereador se negar a submeter-se
mático ou cultural de interesse do Município; ao exame de saúde, poderá o Plenário, por deliberação da
II - tratamento de saúde em razão de doença; maioria absoluta dos seus membros, aplicar-lhe a medida
III - tratar, sem remuneração, de interesses particulares, suspensiva.
desde que o afastamento não ultrapasse 120 (cento e vin- § 2º A junta deverá ser constituída por, no mínimo, 3
te) dias por sessão legislativa; (três) médicos de reputada idoneidade profissional, que
IV - licença-maternidade ou licença-paternidade, nos não aqueles que proveram o laudo constante do artigo an-
termos legais; terior.
V - investidura em qualquer dos seguintes cargos:
a) Secretário Municipal ou função correlata se em ór- CAPÍTULO III
gão da Administração Indireta; DA VACÂNCIA
b) de nível público estadual ou federal de grande rele-
vância e que não seja eletivo, sendo dada ciência ao Ple- Art. 223. As vagas, na Câmara, verificar-se-ão em vir-
nário. tude de:
§ 1º As Vereadoras poderão obter licença-maternidade I - falecimento;
por 120 (cento e vinte) dias, sendo-lhes extensivo o direito II - renúncia;
de prorrogação constante da Lei Municipal n.º 3.772/2009; III - perda de mandato.
e os Vereadores, licença-paternidade até o limite do prazo Art. 224. A declaração de renúncia do Vereador ao
previsto na Lei Orgânica. mandato deve ser dirigida por escrito à Mesa, e independe
§ 2º A licença depende de requerimento fundamen- de aprovação da Câmara, mas somente se tornará efetiva
tado, dirigido ao Presidente da Câmara, e lido na primeira e irretratável depois de lida no expediente e publicada no
sessão após o seu recebimento. Diário Oficial da Câmara Municipal.

51
REGIMENTO INTERNO

§ 1º Considera-se também haver renunciado: V - o julgamento do representado dar-se-á no primeiro


I - o Vereador que não prestar compromisso no prazo item da Ordem do Dia;
estabelecido neste Regimento; VI - após o pronunciamento do relator, poderão falar
II - o Suplente que, convocado, não se apresentar para por 5 (cinco) minutos cada, 2 (dois) Vereadores a favor e 2
entrar em exercício no prazo regimental, constante do art. (dois) contra, na ordem de inserção e, após, o representado
6º, § 7º. ou seu advogado por 15 (quinze) minutos;
§ 2º A vacância, nos casos de renúncia, será declarada VII - em seguida o Presidente colherá os votos nomi-
em sessão pelo Presidente. nais pelo sistema eletrônico e declarará o resultado da vo-
§ 3º Não terá direito à renúncia o Vereador submetido tação;
ao processo de perda do mandato. VIII - Atendido o quórum necessário e aprovada a per-
Art. 225. Perde o mandato o Vereador: da do mandato, expedir-se-á o respectivo decreto legisla-
I - que infringir as proibições constantes dos incisos do tivo, o qual deverá ser noticiado à Justiça Eleitoral; rejeitada
§ 7º do art. 218; a perda de mandato, o projeto de decreto legislativo deve-
II - cujo procedimento for declarado incompatível com rá ser arquivado.
o decoro parlamentar;
III - que se utilizar do mandato para prática de atos de CAPÍTULO IV
corrupção ou de improbidade administrativa; DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE
IV - que deixar de comparecer, em cada sessão legis-
lativa ordinária, à terça parte das sessões ordinárias da Câ- Art. 226. A Mesa convocará, de imediato, o Suplente de
mara, salvo licença ou missão autorizada; Vereador nos casos de:
V - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; I - ocorrência de vaga;
VI - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos II - investidura do titular nas funções definidas no inci-
previstos na Constituição Federal; so V do art. 220;
VII - que fixar residência fora do Município; III - outro tipo de licença, prevista no art. 220, se por
VIII - que sofrer condenação criminal em sentença prazo igual ou superior a 60 (sessenta) dias, exceto em caso
transitada em julgado, tratando-se de crime doloso. de licença-maternidade.
§ 1º Nos casos dos incisos I, II, III e VIII, a perda do § 1º A licença-maternidade, uma vez solicitada, exige
mandato será decidida pela Câmara dos Vereadores, por imediata convocação de Suplente.
maioria absoluta de votos, mediante provocação da Mesa § 2º Assiste ao Suplente que for convocado o direito
ou de Partido com representação na Câmara Municipal ou de se declarar impossibilitado de assumir o exercício do
do Conselho de Ética e de Decoro Parlamentar, assegurada mandato, dando ciência por escrito à Mesa, que convocará
ampla defesa. o Suplente imediato.
§ 2º Nos casos previstos nos incisos IV a VII, a perda do § 3º Ressalvadas as hipóteses de que trata o parágrafo
mandato será declarada pela Mesa, de ofício, ou mediante anterior, de doença comprovada na forma do art. 221, ou
provocação de qualquer Vereador ou de Partido com re- de estar investido nos cargos de que tratam o inciso V do
presentação na Câmara Municipal ou do Conselho de Éti- art. 220, o Suplente que, convocado, não assumir o man-
ca e de Decoro Parlamentar, assegurada ao representado, dato no período fixado no art. 6º, § 7º, perde o direito à
consoante procedimentos específicos estabelecidos em suplência, sendo convocado o Suplente imediato.
Ato, ampla defesa perante a Mesa. Art. 227. Ocorrendo vaga mais de 15 (quinze) meses
§ 3º A representação, nos casos dos incisos I e VIII, será antes do término do mandato e não havendo Suplente, o
encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça e de Presidente comunicará o fato à Justiça Eleitoral para o efei-
Cidadania, observadas as seguintes normas: to do art. 56, § 2º, da Constituição Federal.
I - recebida e processada na Comissão, será fornecida Art. 228. O Suplente de Vereador, quando convocado
cópia da representação ao Vereador, que terá o prazo de em caráter de substituição, não poderá ser escolhido para
5 (cinco) sessões para apresentar defesa escrita e indicar os cargos da Mesa, nem para Presidente de Comissão ou
provas; integrar Comissão Parlamentar de Inquérito ou Processan-
II - se a defesa não for apresentada, o Presidente da te.
Comissão nomeará defensor dativo para oferecê-la rea-
brindo o mesmo prazo; CAPÍTULO V
III - apresentada a defesa, a Comissão procederá às DO DECORO PARLAMENTAR
diligências e à instrução probatória que entender necessá-
rias, findas as quais proferirá parecer no prazo de 20 (vinte) Art. 229. O Vereador que descumprir os deveres ine-
dias úteis, concluindo pela procedência da representação rentes a seu mandatoou praticar ato que afete a sua digni-
ou pelo arquivamento desta; procedente a representação, dade estará sujeito ao processo e às medidas disciplinares
a Comissão oferecerá também o projeto de decreto legis- previstas neste Regimento Interno e no Código de Ética e
lativo no sentido de cassação do mandato; Decoro Parlamentar, que poderá definir outras infrações e
IV - o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e penalidades, além das seguintes:
de Cidadania, uma vez lido no expediente de sessão ordi- I -censura;
nária de terça-feira, distribuído em avulsos, será incluído II -suspensão temporária do exercício do mandato, não
com o respectivo projeto de decreto legislativo na Ordem excedente de trinta dias;
do Dia da sessão ordinária seguinte; III -perda do mandato.

52
REGIMENTO INTERNO

§ 1º. É incompatível com o decoro parlamentar: § 4º Se houver defesa, quando esta for anexada aos au-
I - abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas tos, com os documentos que a acompanharem nos autos,
a expediente da Câmara Municipal; o Presidente da Comissão Processante de Destituição de
II - a percepção de vantagens indevidas; Cargo mandará notificar o representante para confirmar a
III - a prática de irregularidades graves no desempenho representação ou retirá-la, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
do mandato ou de encargos dele decorrentes; § 5º Se não houver defesa, ou se havendo, o represen-
IV - celebrar com instituição financeira controlada pelo tante confirmar a acusação, convocar-se-á reunião para a
Poder Público, incluídos nesta vedação, além do Vereador apreciação da matéria, na qual serão inquiridas as teste-
como pessoa física, seu cônjuge ou companheira e pessoas munhas de defesa e de acusação, até o máximo de 3 (três)
jurídicas direta ou indiretamente por ele controladas, atra- para cada lado, podendo qualquer Vereador, além dos
vés de cônjuges ou filhos; membros da Comissão Processante de Destituição de Car-
V - praticar abuso de poder econômico no processo go, formular-lhes perguntas do que se lavrará assentada.
eleitoral; § 6º O relator disponibilizará, no prazo máximo de 12
VI - envolver-se em fatos que comprometam o nome (doze) dias úteis, contados do dia útil seguinte à reunião de
da Câmara Municipal e impliquem comprometimento da inquirição, o parecer mediante o setor específico de proto-
dignidade de seus membros; colo, que o encaminhará para a Secretaria de Expediente,
VII - intermediar ou advogar interesses privados junto que o deixará disponível às partes para vistas, pelo prazo
aos poderes públicos; de 5 (cinco) dias úteis.
VIII - receber comissões, propinas ou vantagens de § 7º O Presidente da Comissão Processante de Desti-
qualquer espécie em troca de atos em que prevaleça sua tuição de Cargo convocará reunião de julgamento dentro
condição de parlamentar, seja através de votos em maté- de 10 (dez) dias úteis após findado o prazo de vistas.
rias ou de articulação e pressão caracterizadamente dire- § 8º Na reunião de julgamento, o Presidente da Co-
cionadas para favorecer a interesses particulares em pre- missão Processante de Destituição de Cargo concederá 30
juízo do erário; (trinta) minutos para se manifestarem individualmente o
IX - a prática de irregularidades graves no desempenho representante, o representado e o relator, que apresentará
do mandato ou de encargos decorrentes. seu voto, seguindo-se a votação da matéria pelos mem-
§ 2º O processo disciplinar regulamentado pelo Código bros da Comissão.
de Ética e Decoro Parlamentar não será interrompido pela § 9º O resultado da Comissão Processante de Destitui-
renúncia do Vereador ao seu mandato, nem serão pelas ção de Cargo deverá ser ratificado pelo Plenário, por 2/3
mesmas elididas as sanções eventualmente aplicáveis e os (dois terços) de votos dos Vereadores, pela destituição, que
seus efeitos. redundará na elaboração de projeto de resolução pelo Pre-
sidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-
dania e, na impossibilidade deste, seu substituto imediato.
CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE DESTITUIÇÃO
TÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
Art. 230. Sempre que qualquer Vereador propuser a
CAPÍTULO I
destituição de membro da Mesa ou de Comissão, consoan- DA INICIATIVA POPULAR DE LEI
te as condições dispostas no § 3º do art. 17, o Plenário, co-
nhecendo da representação, deliberará, preliminarmente, Art. 231. A iniciativa popular, sob sugestão de proposta
em face de provas documentais oferecidas por antecipação legislativa apresentada por associações, órgãos de classe
pelo representante, sobre a abertura do processo de des- sindicatos, organizações não-governamentais e entidades
tituição. organizadas e representativas da sociedade civil, exceto
§ 1º Caso o Plenário se manifeste pelo processamento Partidos Políticos, ou, no mínimo, um centésimo do eleito-
da representação, o Presidente ou seu substituto legal, se rado municipal, poderá ser exercida mediante a Comissão
for ele o denunciado, procederá à instauração de Comissão de Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica e do
Processante de Destituição de Cargo, nos termos do art. 28, Regimento Interno, com as seguintes regulações:
§ 3º, do art. 64, § 1º e do art. 70, III. I - a assinatura de cada eleitor deverá ser acompa-
§ 2º Constituída a Comissão Processante de Destitui- nhada de seu nome completo e legível, endereço e dados
ção de Cargo, assegurada a publicação do ato, proceder-se identificadores de seu título eleitoral;
-á entre os membros à eleição do relator e presidente, que II - as listas de assinatura serão organizadas tendo
determinará a notificação do acusado para oferecer defesa como referência as zonas eleitorais do Município, em for-
no prazo de 15 (quinze) dias úteis e arrolar testemunhas mulário padronizado pela Mesa da Câmara;
até o máximo de 3 (três), sendo-lhe enviada cópia da peça III - é lícito entidades da sociedade civil apresentarem
acusatória e dos documentos que tenham instruído. proposições legislativas, nos termos de resolução específi-
§ 3º Não poderá funcionar como relator qualquer ca que regula essa participação;
membro: IV - o projeto será instruído com documento hábil da
I - da Mesa, se a representação versar sobre sua com- Justiça Eleitoral quanto ao contingente de eleitores alista-
posição; dos em cada zona eleitoral, aceitando-se, para esse fim, os
II - de respectiva Comissão, se um dos membros confi- dados referentes ao ano anterior, se não disponíveis outros
gurar como representado. mais recentes;

53
REGIMENTO INTERNO

V - o projeto de lei será protocolizado no setor espe- § 1° As petições revogatórias acolhidas serão, igual-
cífico da Câmara e diretamente encaminhado ao Presiden- mente, transformadas em proposições de iniciativa da Co-
te da Comissão de Legislação Participativa, Revisão da Lei missão de Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica
Orgânica e do Regimento Interno, a fim de apreciá-lo, nos e do Regimento
termos da resolução que a regula, e verificar-lhe o cum- Interno, com vistas à revogação de leis e atos normati-
primento das exigências para sua apresentação, providen- vos considerados prejudiciais à população de Nova Fribur-
ciando sua adequação formal, se for o caso; go, sendo encaminhadas à Secretaria de Expediente para
VI - a proposta de iniciativa popular, uma vez acolhida, regular tramitação junto à Comissão de Constituição e Jus-
terá a mesma tramitação dos demais, integrando a nume- tiça e de Cidadania.
ração geral das proposições; § 2° Para instruir a petição revogatória, deverá ser in-
VII - nas Comissões ou em Plenário, transformado em dicado, na forma de petição e de modo preciso, o diploma
Comissão Geral, poderá usar da palavra para discutir o pro- legal ou o ato normativo impugnado, acompanhado de ex-
jeto, pelo prazo de 15 (quinze) minutos, nos termos do inci- posição de motivos.
so IX do art. 173, o representante da entidade da sociedade
civil proponente, o primeiro signatário, ou quem este tiver CAPÍTULO II
indicado quando da apresentação do projeto; DAS PETIÇÕES E REPRESENTAÇÕES E OUTRAS
VIII - cada projeto deverá circunscrever-se a um único FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
assunto, podendo, caso contrário, ser desdobrado pela Co-
missão de Legislação Participativa, Revisão da Lei Orgânica Art. 233. As representações de que trata o art. 231,
e do Regimento Interno em proposições autônomas, para caput e § 3º, poderão apresentar à Mesa requerimento de
tramitação em separado; urgência para apreciação de matérias em tramitação, nos
IX - não se rejeitará, liminarmente, projeto de iniciativa termos do art. 152.
popular por vícios de linguagem, lapsos ou imperfeições Parágrafo único. Caberá à Comissão de Legislação Par-
de técnica legislativa, incumbindo à Comissão de Legisla- ticipativa, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento Interno
ção Participativa, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento ajustar o formato da redação nos termos legislativos e pro-
Interno escoimá-lo dos vícios formais para sua regular tra- ver o registro no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo
mitação, observada a resolução específica. (SAPL).
§ 1º As sugestões de iniciativa legislativa por entidades Art. 234. As petições, reclamações, representações ou
da sociedade civil, conforme disposto no inciso III, serão queixas apresentadas por pessoas físicas ou jurídicas con-
permitidas a associações, órgãos de classe, sindicatos, or- tra atos ou omissões das autoridades ou entidades públi-
ganizações não-governamentais e demais instituições or- cas, ou imputados a membros da Casa, serão recebidas e
ganizadas e representativas, exceto Partidos Políticos. examinadas pela Ouvidoria, pelas Comissões ou pela Mesa,
§ 2° As matérias de iniciativa popular que receberem conforme o caso, desde que:
parecer favorável serão transformadas em proposições le- I - encaminhadas por escrito ou por meio eletrônico,
gislativas de iniciativa da Comissão de Legislação Partici- devidamente identificadas em formulário próprio, ou por
pativa, Revisão da Lei Orgânica e do Regimento Interno, telefone, com a identificação detalhada do autor;
as quais serão encaminhadas à Secretaria de Expediente II - o assunto envolva matéria de competência da Câ-
para regular tramitação, instruídas com todo o processado, mara Municipal.
na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, nos
termos art. 143, § 8º, I e II. CAPÍTULO III
§ 3° As entidades legitimadas no § 1º deverão ter regis- DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
tro de seus atos constitutivos em cartório ou em órgão ofi-
cial, além de documentação comprobatória da composição Art. 235. Cada Comissão por iniciativa própria pode-
da diretoria efetiva e responsáveis, judicial e extrajudicial, rá realizar reunião de audiência pública com entidade da
pela entidade. sociedade civil para instruir matéria legislativa em trâmi-
§ 4° As sugestões, propostas e moções que receberem te, bem como para tratar de assuntos de interesse público
parecer contrário da Comissão serão encaminhadas ao ar- relevante, atinentes à sua área de atuação, mediante pro-
quivo. posta de qualquer membro ou a pedido de entidade inte-
Art. 232. A iniciativa popular poderá, ainda, observadas ressada.
as disposições do art. 231, ser exercida mediante o ofere- Parágrafo único. Além das Comissões, a iniciativa de
cimento de: Audiência Pública é facultada a Vereador ou conjunto de
I - pareceres técnicos, exposições e propostas oriundas Vereadores, nos termos do art. 117.
de entidades científicas e culturais e de qualquer das enti- Art. 236. Marcada a reunião de audiência pública, a Co-
dades mencionadas no § 1º do artigo anterior; missão, Vereador ou conjunto de Vereadores selecionarão,
II - petição revogatória, visando à revogação de leis e para serem ouvidas, as autoridades, as pessoas interessa-
atos normativos, que causem prejuízo ou lesão à popula- das e os especialistas ligados às entidades participantes,
ção do Município de Nova Friburgo em seus direitos e ga- cabendo aos propositores ― no caso de Comissão, o Pre-
rantias constitucionais fundamentais. sidente ― expedir os convites.

54
REGIMENTO INTERNO

§ 1º O agendamento de audiência pública deve ser Art. 239. Os órgãos de imprensa, do rádio, da televisão
confirmado na Secretaria de Expediente, a qual previamen- e da internet poderão credenciar seus profissionais perante
te deverá ser consultada acerca da disponibilidade dos es- o Presidente da Câmara, nos termos da alínea e do inciso
paços destinados às Comissões ou do Plenário. V do art. 20, para exercício das atividades jornalísticas, de
§ 2º Na hipótese de haver defensores e opositores re- informação e divulgação, pertinentes à Casa e a seus mem-
lativamente à matéria objeto de exame, a Comissão pro- bros.
cederá de forma que possibilite a audiência das diversas § 1º Somente terão acesso às dependências privativas
correntes de opinião. da Casa os jornalistas e profissionais de imprensa creden-
§ 3º O convidado deverá limitar-se ao tema ou ques- ciados, salvo as exceções previstas em regulamento.
tão em debate e disporá, para tanto, de 20 (vinte) minutos, § 2º Os jornalistas e demais profissionais de imprensa
prorrogáveis a juízo do presidente da reunião, não poden- credenciados pela Câmara poderão congregar-se em co-
do ser aparteado. mitê, como seu órgão representativo junto à Mesa.
§ 4º Caso o expositor se desvie do assunto ou pertur- § 3º O Comitê de Imprensa reger-se-á por regulamen-
be a ordem dos trabalhos, o presidente da reunião poderá to aprovado pela Mesa.
adverti-lo, cassar-lhe a palavra ou determinar a sua retirada Art. 240. O credenciamento previsto nos artigos prece-
do recinto. dentes será exercido sem ônus ou vínculo trabalhista com
§ 5º A parte convidada poderá valer-se de assessores a Câmara dos Vereadores.
credenciados, se para tal fim tiver obtido o consentimento
do presidente da reunião. TÍTULO IX
§ 6º Os Vereadores inscritos para interpelar o expositor DA ADMINISTRAÇÃO E DA ECONOMIA INTERNA
poderão fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposi- CAPÍTULO I
ção, pelo prazo de 5 (cinco) minutos, tendo o interpelado DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
igual tempo para responder, facultadas a réplica e a trépli-
ca, pelo prazo de 3 (três) minutos, vedado ao orador inter- Art. 241. Os serviços administrativos da Câmara reger-
pelar qualquer dos presentes. se-ão por regulamentos especiais, aprovados pelo Plenário,
Art. 237. Da reunião de audiência pública, lavrar-se-á considerados partes integrantes deste Regimento, e serão
ata, anexando-lhe os documentos que eventualmente ve- dirigidos pela Mesa, que expedirá as normas ou instruções
nham a ser apresentados. complementares necessárias.
Parágrafo único. Será admitido, a qualquer tempo, o Parágrafo único. Os regulamentos mencionados no
traslado de peças ou fornecimento de cópias aos interes- caput obedecerão ao disposto no art. 37 da Constituição
sados. Federal e ao seguinte:
I - descentralização administrativa e agilização de pro-
CAPÍTULO IV cedimentos, com a utilização do processamento eletrônico
DO CREDENCIAMENTO DE ENTIDADES E DA IM- de dados;
PRENSA II - orientação da política de recursos humanos da Casa
no sentido de que as atividades administrativas e legislati-
Art. 238. Além das Secretarias e entidades da Adminis- vas, inclusive a indicativa de assessoramento institucional,
tração Municipal Indireta, poderão as entidades de classe sejam executadas por integrantes de quadros ou tabelas
de grau superior, de empregados e empregadores, autar- de pessoal adequados às suas peculiaridades, cujos ocu-
quias profissionais e outras instituições de âmbito munici- pantes tenham sido recrutados mediante concurso público
pal e da sociedade civil credenciar junto à Mesa, resguar- de provas ou de provas e títulos, ressalvados os cargos em
dado o disposto na alínea e do inciso V do art. 20, repre- comissão destinados a recrutamento interno preferencial-
sentantes que possam, eventualmente, prestar esclareci- mente dentre os servidores de carreira técnica ou profis-
mentos específicos à Câmara, através de suas Comissões, sional, ou declarados de livre nomeação e exoneração, nos
às lideranças, aos Vereadores em geral e aos respectivos termos de norma legal específica;
setores administrativos. III - adoção de política de valorização de recursos hu-
§ 1º Cada Secretaria ou entidade poderá indicar um manos, através de programas e atividades permanentes e
representante, que será responsável perante a Casa por sistemáticas de capacitação, treinamento, desenvolvimen-
todas as informações que prestar ou opiniões que emitir to e avaliação profissional, inclusive por meio da Escola do
quando solicitadas pela Mesa, por Comissão ou Vereador. Legislativo; da instituição do sistema de carreira e do mé-
§ 2º Esses representantes fornecerão aos relatores, rito, e de processos de reciclagem e realocação de pessoal
membros das Comissões, às lideranças e aos demais Ve- entre as diversas atividades administrativas e legislativas;
readores interessados e aos setores administrativos exclu- IV - existência, pelo menos, de assessoria técnica para
sivamente subsídios de caráter técnico, documental, infor- as Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania, bem
mativo e instrutivo. como de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento,
§ 3º Caberá à Secretaria da Mesa fazer prover, de modo para atendimento às respectivas Comissões Permanentes,
coordenado entre os Vereadores que a compõem, a expe- além de cessão de apoio jurídico e técnico-legislativo às
dição de credenciais a fim de que os representantes indica- Comissões Parlamentares de Inquérito, Processantes ou Es-
dos possam ter acesso às dependências da Câmara, excluí- peciais da Casa, relacionada ao âmbito de atuação destas,
das as privativas dos Vereadores. quando por elas demandado.

55
REGIMENTO INTERNO

Art. 242. Nenhuma proposição que modifique os servi- § 2º A movimentação financeira dos recursos orçamen-
ços administrativos da Câmara poderá ser submetida à deli- tários da Câmara será efetuada junto ao Banco do Brasil
beração do Plenário sem parecer da Mesa. S.A. ou à Caixa Econômica Federal.
Art. 243. As reclamações sobre irregularidades nos servi- § 3º Serão encaminhados mensalmente à Mesa, para
ços administrativos deverão ser encaminhadas à Mesa, para apreciação, os balancetes analíticos e demonstrativos com-
providência em até 120 (cento e vinte) horas. plementares da execução orçamentária, financeira e patri-
Parágrafo único. Decorrido o prazo, as reclamações de monial.
que trata o caput poderão ser levadas ao Plenário § 4º Até 30 (trinta) de junho de cada ano, a Mesa en-
caminhará ao Tribunal de Contas do Estado a prestação de
CAPÍTULO II contas relativa ao exercício anterior.
DA SECRETARIA DE EXPEDIENTE § 5º A gestão patrimonial e orçamentária obedecerá
às normas gerais de Direito Financeiro e sobre licitações e
Art. 244. Os serviços da Secretaria de Expediente, além
contratos administrativos em vigor e à legislação interna
daqueles regimentalmente previstos, orientar-se-ão por ato
aplicável.
regulamentar próprio baixado pelo Presidente.
Art. 250. O patrimônio da Câmara é constituído de
Art. 245. As determinações do Presidente à Secretaria so-
bre expediente serão objeto de ordem de serviço e as instru- bens móveis e imóveis do Município, que adquirir ou forem
ções aos servidores sobre o desempenho de suas atribuições colocados à sua disposição.
constarão de portarias.
Art. 246. A Secretaria de Expediente fornecerá aos inte- CAPÍTULO IV
ressados, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, as certidões que DA ORDEM E DA DISCIPLINA NO EDIFÍCIO
tenham requerido ao Presidente para defesa de direitos e es-
clarecimentos de situações de interesse pessoal, bem como Art. 251. A Mesa fará manter a ordem e a disciplina no
preparará os expedientes de atendimentos às requisições edifício da Câmara.
judiciais, independentemente de despacho, no prazo de 5 Parágrafo único. A Mesa designará, logo depois de
(cinco) dias úteis. eleita, 2 (dois) membros da Câmara para atuarem, ainda
Art. 247. A Secretaria de Expediente manterá os registros que cumulativamente, como Corregedor Administrativo e
necessários aos serviços da Câmara. Corregedor substituto, a fim de serem responsáveis diretos
§ 1º São obrigatórios os seguintes livros de: pela manutenção do decoro, da ordem e da disciplina no
I - Atas das sessões; âmbito da Casa.
II - Atas das reuniões das Comissões Permanentes; Art. 252. Se algum Vereador ou membro de sua asses-
III - Registro de Leis; soria, no âmbito da Casa, cometer qualquer excesso que
IV - Decretos Legislativos; deva ter repressão disciplinar, o Presidente da Câmara ou
V - Resoluções; de Comissão conhecerá do fato e promoverá a abertura de
VI - Atas da Mesa e atos da Presidência; sindicância destinada a apurar responsabilidades e propor
VII - Termos de posse de servidores; as sanções cabíveis.
VIII - Termos de contratos; Art. 253. Quando, no edifício da Câmara, for cometido
IX - Precedentes regimentais. algum delito, o setor de segurança da Câmara comunicará
§ 2º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo o fato ao Presidente, que tomará as providências cabíveis
1º Secretário ou 2º Secretário da Mesa. junto aos órgãos policiais competentes.
§ 3º Quanto às Comissões Parlamentares de Inquérito,
Parágrafo único. A segurança da Câmara será prefe-
Processantes e Especiais, observar-se-á o disposto no § 5º
rencialmente exercida por membros da Guarda Municipal
do art. 99.
Art. 248. Os papéis da Câmara serão confeccionados e cedidos e/ou por meios próprios, através de concurso pú-
timbrados com o símbolo identificativo, conforme ato que blico, e/ou por empresa privada que preste o serviço.
estabeleça a redação oficial do Poder Legislativo Municipal. Art. 254. A segurança do edifício da Câmara e da
área do estacionamento externo
DA ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, compete, privativamente, à Mesa, sob a suprema di-
ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA, OPERACIONAL E PATRI- reção do Presidente, sem intervenção de qualquer outro
MONIAL Poder.
Parágrafo único. Este serviço será feito, ordinaria-
Art. 249. A administração contábil, orçamentária, finan- mente, pelo setor de segurança da Câmara ou, se de-
ceira, operacional e patrimonial e o sistema de controle inter- mandado, por efetivos da polícia civil e militar, requisitados
no serão coordenados e executados por setores próprios, in- aos respectivos órgãos estaduais locais, postos à inteira e
tegrantes da estrutura dos serviços administrativos da Casa. exclusiva disposição da Mesa e dirigidos por pessoas que
§ 1º As despesas da Câmara, dentro dos limites das dis- ela designar.
ponibilidades orçamentárias consignadas no Orçamento do Art. 255. Excetuados os membros de órgãos de segu-
Município e dos créditos adicionais discriminados no orça- rança pública, com devida permissão em lei, é proibido o
mento analítico, devidamente aprovado pela Mesa, serão porte de arma de qualquer espécie no edifício da Câmara,
ordenadas e ratificadas pelo Tesoureiro, pelo Diretor de constituindo infração disciplinar, além de contravenção, o
Contabilidade e pelo Presidente. desrespeito a esta proibição.

56
REGIMENTO INTERNO

Parágrafo único. Incumbe ao Corregedor Adminis- § 2º No caso de Comissão Temporária, o prazo de tra-
trativo, ou Corregedor substituto, supervisionar a proibi- balho será computado durante a totalidade de dias de re-
ção do porte de arma, com poderes para mandar revistar cesso da Câmara Municipal se houver opção pela maioria
e desarmar. dos membros da Comissão pela sequência das atividades
Art. 256. Será permitido a qualquer pessoa, conve- no respectivo período.
nientemente trajada e portando crachá de identificação, Art. 262. Os atos ou providências, cujos prazos se
ingressar e permanecer no edifício da Câmara durante o achem em fluência, devem ser praticados durante o perío-
expediente para: do de expediente normal da Câmara ou das suas sessões
I - ter acesso aos setores administrativos, de imprensa ordinárias, conforme o caso.
e à Secretaria de Expediente; Art. 263. Não haverá expediente do Legislativo nos dias
II - ter acesso aos gabinetes dos Vereadores; de ponto facultativo decretado pelo Município.
III - acompanhar as sessões do Plenário da assistência; Art. 264. Nos dias de sessão, deverão estar hasteadas,
IV - assistir e/ou participar das reuniões das Comissões. no edifício e no recinto do Plenário, as bandeiras do País,
§ 1º Quando do acesso ao edifício da Câmara, do Estado e do Município, observada a legislação federal.
qualquer pessoa que não estiver devidamente credencia- Art. 265. É vedado dar denominação de pessoas vivas
da, deverá informar ao setor de recepção o(s) destino(s) do
a qualquer das dependências ou edifício da Câmara Mu-
ingresso e permanência no edifício da Câmara.
nicipal.
§ 2º Os espectadores ou visitantes que se comportarem
Art. 266. Ficam convalidados e inalterados todos os
de forma inconveniente, a juízo do Presidente da Câmara
ou de Comissão, bem como qualquer pessoa que perturbar atos praticados na atual legislatura quando ainda em vigor
a ordem em recinto da Casa, serão compelidos a sair, ime- da Resolução Legislativa n.º 882/1990.
diatamente, do edifício da Câmara. Art. 267. Esta Resolução Legislativa entra em vigor na
Art. 257. É proibido o exercício de comércio nas depen- data de sua publicação, revogadas as disposições da Re-
dências da Câmara, salvo em caso de expressa autorização solução Legislativa n.º 882/1990 e todos os precedentes
da Mesa. vinculados firmados sob o seu império.
Nova Friburgo, 08 de fevereiro de 2017.
CAPÍTULO V
DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Art. 258. A delegação de competência será utilizada


como instrumento de descentralização administrativa, vi-
sando a assegurar maior rapidez e objetividade às de-
cisões, e situá-las na proximidade dos fatos, pessoas ou
problemas a atender.
§ 1º É facultado à Mesa, a qualquer de seus membros,
ao Secretário-Geral, ao Secretário- Geral da Mesa e às
demais autoridades dos serviços administrativos da Câ-
mara delegar competência para a prática de atos adminis-
trativos.
§ 2º O ato de delegação indicará, com precisão, a au-
toridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições
objeto da delegação.

TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 259. A Mesa, na designação da legislatura pelo


respectivo número de ordem, tomará por base a que se
iniciou em 1829, de modo a ser mantida a continuidade
histórica da instituição parlamentar do Município.
Art. 260. A publicação dos expedientes da Câmara ob-
servará o disposto no ato normativo a ser baixado pela
Mesa.
Art. 261. Salvo disposição em contrário, em razão de
correlação com outras normas, os prazos assinalados em
dias ou sessões neste Regimento computar-se-ão, respec-
tivamente, como dias úteis ou por sessões ordinárias da
Câmara efetivamente realizadas.
§ 1º Os prazos, salvo disposição em contrário, ficarão
suspensos durante os períodos de recesso da Câmara Mu-
nicipal.

57
REGIMENTO INTERNO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Privacidade: não ser de domínio público. Garante


SOBRE: INFORMÁTICA especificar quais partes da informação serão acessíveis a
todos e, a quem serão acessíveis.
1. (SEFAZ/RJ - AUDITOR FISCAL DA RECEITA ES-
TADUAL - PROVA 1 – FCC/ 2014) - A política de segu- RESPOSTA: “C”.
rança da informação da Receita Estadual inclui um con-
junto de diretrizes que determinam as linhas mestras 2. (ANS - TÉCNICO ADMINISTRATIVO CES-
que devem ser seguidas pela instituição para que sejam PE/2013) - Com relação aos sistemas operacionais Li-
assegurados seus recursos computacionais e suas infor- nux e Windows e às redes de computadores, julgue os
mações. Dentre estas diretrizes encontram-se normas itens seguintes:As empresas e os órgãos públicos têm
que garantem: utilizado as redes sociais como ambiente de divulgação
I.  a fidedignidade de informações, sinalizando a de suas ações, o que as torna um relevante meio de co-
conformidade dos dados armazenados com relação municação para as instituições.
às inserções, alterações e processamentos autorizados
efetuados. Sinalizam, ainda, a conformidade dos da- ( ) Certo
dos transmitidos pelo emissor com os recebidos pelo ( ) Errado
destinatário, garantindo a não violação dos dados com
intuito de alteração, gravação ou exclusão, seja ela aci- As redes sociais como Facebook, Twitter, Baboo, You-
dental ou proposital. tube e outras, são utilizadas indistintamente por entidades
II. que as informações estejam acessíveis às pessoas físicas, jurídicas e inclusive órgãos públicos. Segue man-
e aos processos autorizados, a qualquer momento re- chete publicada site:
querido, assegurando a prestação contínua do serviço, http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/
sem interrupções no fornecimento de informações para sys/start.htm?infoid=32213&sid=11#.U1GCBPldX1w, que
quem é de direito.  vai ao encontro a assertiva da questão: “Governo publica
III. que somente pessoas autorizadas tenham aces- manual para uso das redes sociais por órgãos públicos”.
so às informações armazenadas ou transmitidas por E ainda: “Governo define regras para uso das redes so-
meio das redes de comunicação, assegurando que as ciais nos órgãos públicos”, acessado em:
pessoas não tomem conhecimento de informações, de http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/
forma acidental ou proposital, sem que possuam auto- sys/start.htm?infoid=30910&sid=11#.U1GCY_ldX1w.
rização para tal procedimento. 
Em relação às informações, as normas definidas em RESPOSTA: “CERTO”.
I, II e III visam garantir 
a) confidencialidade, integridade e disponibilidade. 3. (CPRM - TÉCNICO DE GEOCIÊNCIAS - CONHE-
b) fidedignidade, acessibilidade e disponibilidade. CIMENTOS BÁSICOS – CESPE/2013) - Acerca de redes
c) integridade, disponibilidade e confidencialidade. de computadores, julgue os itens a seguir. Em intranet,
d) confidencialidade, integridade e autenticidade. podem ser criados grupos de discussão ou redes sociais
e) integridade, ininterruptibilidade e autenticidade. corporativas para se tratar, por exemplo, de resultados
de pesquisas realizadas em determinado período pela
São alguns conceitos de segurança da informação: organização que utiliza a intranet
Confidencialidade:garantir que a informação é confi-
dencial. Acessível apenas às pessoas autorizadas. ( ) Certo
Integridade: é a garantia de que as informações ( ) Errado
recebidas no destino são as exatamente as mesmas A intranet é semelhante a Internet, pois utiliza os mes-
enviadas pela origem dos dados. São formas de garantir mos protocolos, serviços e programas. A grande diferença
que a não haverá mudanças nos dados durante o trajeto está no tratamento dado às informações, pois são cercadas
origem x destino. de regras de acesso, política de senhas, configuração de
Disponibilidade: é a garantia de que os dados estarão firewall e outros procedimentos de segurança para que se-
disponíveis para uso sempre que forem necessários. São jam mantidas no ambiente coorporativo e não se tornem
formas de garantir que, mesmo que haja algum problema públicas, como as informações da Internet.
com uma das fontes desses dados, outra estará disponível
para que os usuários não fiquem se a informação no mo- RESPOSTA: “CERTO”.
mento que precisarem dela, que não ocorram mensagens
de “Serviço indisponível no momento”, “página não encon- 4. (MDIC - AGENTE ADMINISTRATIVO – CES-
trada” e outros tipos de negação de acesso. PE/2014) - Julgue os itens a seguir, referentes a progra-
Autenticidade: garantia da identidade dos indivíduos mas de navegação, programas de correio eletrônico e
e sistemas com que nos comunicamos. Envolve a identifi- sítios de busca e pesquisa na Internet.
cação dos autores dos dados recebidos. A pesquisa pelo termo intitle «cloud” feita no Goo-
Irretratabilidade (não repúdio): garantia de que o gle retorna todas as páginas que contenham a palavra
usuário não vai negar falsamente a autoria de uma infor- cloud em sua URL.
mação.

58
REGIMENTO INTERNO

( ) Certo 7. (STF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMI-


( ) Errado NISTRATIVA – CESPE/2013) - Considerando que uma
organização possua uma intranet com servidor web e
O comando intitle busca conteúdo na web pesquisan- servidor de correio eletrônico, julgue os itens a seguir.
do através dos títulos. A palavra deixada entre “” (aspas) é Tanto no caso do servidor web como no do servi-
o título procurado. dor de correio eletrônico, é necessário haver um serviço
DNS para converter nomes em endereços IPs.
RESPOSTA: “ERRADO”.
( ) Certo
5. (MDIC - AGENTE ADMINISTRATIVO – CES- ( ) Errado
PE/2014) - Julgue os itens a seguir, referentes a progra-
mas de navegação, programas de correio eletrônico e O servidor DNS (Domain Name Services) transforma
sítios de busca e pesquisa na Internet. o endereço IP em nome. Este recurso evita, por exemplo,
Apesar de o Mozilla Firefox apresentar alguns mo- que um site endereçado com determinado endereço IP, ao
tores de busca disponíveis para o usuário, é possível ser trocado de servidor, não seja mais localizado, pois será
incluir novos motores de busca disponibilizados por procurado pelo nome e não pelo seu endereço IP.
sítios na Web.
RESPOSTA: “CERTO”.
( ) Certo
( ) Errado 8. (TRT 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) - No dia a dia de
trabalho é comum a utilização do e-mail como veículo
de troca de informações entre os funcionários. Saber
utilizar as ferramentas de correio eletrônico de maneira
correta nas mais diversas situações e utilizando os re-
cursos disponíveis é essencial para melhorar as comu-
nicações pessoais e corporativas. 
Sobre a troca de e-mail e uso das ferramentas de
correio eletrônico, é correto afirmar:
a) As ferramentas de correio eletrônico permitem o
envio de arquivos anexados, porém, esses arquivos não
Motores de busca Mozilla podem ter mais que 5 MB de tamanho.
b) Quando uma mensagem de e-mail é enviada,
Pela figura acima vemos o motor de busca Mysear- ela normalmente fica armazenada em uma pasta de e-
chdial configurado como padrão no navegador Mozilla -mails enviados e pode ser acessada posteriormente,
Firefox. Na lista que abaixo deste buscador, temos uma exceto aquelas que contêm anexos pois, por serem
lista com diversas opções para substituí-lo. grandes, são apagadas automaticamente.
c) Quando se envia um e-mail para uma lista de
RESPOSTA: “CERTO”. destinatários com uma pessoa A em cópia oculta, se
qualquer um dos destinatários da lista acionar a opção
6. (STF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMI- para responder a todos, a pessoa A também receberá a
NISTRATIVA – CESPE/2013) - Considerando que uma resposta.
organização possua uma intranet com servidor web e d) Uma mensagem recebida com um arquivo anexo
servidor de correio eletrônico, julgue os itens a seguir. contendo vírus é sempre desinfectada pelos mecanis-
Se o usuário da organização desejar configurar o mos de proteção da ferramenta de correio eletrônico
cliente de correio eletrônico Microsoft Outlook para utilizada, dessa forma, abrir um arquivo anexo em uma
acessar o servidor de emails da organização, ele deverá mensagem representa uma ação segura.
escolher uma senha de até doze caracteres, devido às e) Ler uma mensagem de e-mail e, em seguida, acio-
restrições de políticas de segurança de senhas do Mi- nar a opção “Encaminhar” normalmente indica o dese-
crosoft Outlook. jo de enviar a mensagem a outros destinatários que não
estavam na lista de copiados da mensagem recebida.
( ) Certo
( ) Errado Encaminhar uma mensagem é enviá-la para outros en-
dereços de e-mail. A linha onde são digitados os endereços
A política de senhas de servidores Microsoft, quando dos destinatários para os quais a mensagem será enviada
habilitada para o nível mais alto, exige letras, números e é diferenciada, separando os destinatários que receberão
símbolos, não pode ter partes do nome do usuário e tama- cópias dos que receberão a mensagem encaminhada.
nho mínimo (configurável) de 10 caracteres.
RESPOSTA: “ERRADO”. RESPOSTA: “E”.

59
REGIMENTO INTERNO

9. (MINC - TÉCNICO EM CONTABILIDADE – FUNI- .com: indica que o servidor de e-mail escolhido é uma
VERSA/2013) - O uso do correio eletrônico passou a ser instituição comercial.
comum para a comunicação entre pessoas, em substi- .br: indica que o servidor de e-mail está localizado no
tuição às cartas e aos telegramas convencionais. Vários Brasil.
aplicativos permitem a escrita e a leitura de mensagens @: caracteriza o endereço de correio eletrônico. Em
eletrônicas em computadores com sistema operacional inglês, significa “na” ou “no”, então, nomecadastrado@no-
Windows. Assinale a alternativa que apresenta o nome medoservidor.com.br, quer dizer: que o nomecadastrado é
de um aplicativo de correio eletrônico.  usuário de e-mail no servidor nomedoservidor, que é um
a) Internet Explorer servidor de fins comerciais e está no Brasil.
b) Windows Explorer Existem vários tipos de endereços, sendo alguns deles:
c) Microsoft Word gov: governamental; com: comercial; edu: educacional.
d) Mozilla Thunderbird II - Para criar uma categoria personalizada:
e) WordPad 1. Clique no botão Categorise na barra do Ms Ou-
tlook e selecione AllCategories.
Mozilla Thunderbird é o programa de mensagens ele- 2. A janela Color Categories irá aparecer; clique
trônicas da família do Mozilla Firefox. A Mozilla é uma co- em New para adicionar uma nova categoria.
munidade mundial que distribui gratuitamente softwares 3. A janela de New Category irá aparecer; preencha o
livres. O Thunderbird pode ser baixado, instalado e usado nome da categoria, escolha uma cor para representá-la e,
gratuitamente. opcionalmente, uma tecla de atalho.
4. Clique em OK e automaticamente a nova categoria
RESPOSTA: “D”. estará disponível na janela de Color category.
IV – É possível criar novas pastas e definir regras para
10. (CRA/SC - AGENTE ADMINISTRATIVO – IE- que a configuração seja adequada às necessidades do
SES/2013) - Após a leitura a seguir sobre o correio ele- usuário.
trônico Microsoft Outlook 2007, identifique a afirma-
ção correta:  RESPOSTA: “D”.
I. O endereço digital que compõe o correio eletrô-
nico é constituído por várias partes. A tipagem indica o 11. (ELETROBRÁS - PROFISSIONAL DE NÍVEL SU-
tipo do endereço, que normalmente é definido pelo tipo PERIOR - ENGENHARIA ELÉTRICA - BIO-RIO/2013)
de provedor de acesso a Internet. Como por exemplo: - Em um programa cliente de correio eletrônico, um
protocolo usado para receber mensagens de correio (e-
gov: governamental; com: comercial; edu: educacional. 
-mails) em seu computador local é o:
II. Na barra de ferramentas do Microsoft Outlook
a) POP3;
2007, o comando categorizar tem como função: as ca-
b) ARP;
tegorias de cores podem ser atribuídas a mensagens,
c) UDP;
contatos, compromissos, tarefas e outros. Atribuir ca-
d) NTP;
tegorias de cores a mensagens permite identificá-las
e) RS-232.
rapidamente e associá-las a itens relacionados. 
III. Na barra de ferramentas avançada, o coman- O protocolo POP (Post Office Protocol) é responsável
do avançar do Microsoft Outlook 2007 tem como fun- por buscar as mensagens na caixa de mensagens da Inter-
ção navegar entre a árvore de pastas deslocando- se de net e trazê-las para o computador onde o programa de
um nível inferior para o nível imediatamente superior.  mensagens eletrônicas está instalado.
IV. Nas pastas de navegação, as  pastas de pesqui-
sa são pastas em que o usuário pode personalizar os cri- RESPOSTA: “A”.
térios de visualização para organizar suas mensagens. 
A sequência correta é:  12. (PC/RJ - PERITO CRIMINAL - ENGENHARIA
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.  DA COMPUTAÇÃO – IBFC/2013) - Correio eletrônico é
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. um dos componentes do Linux responsável por enviar
c) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.  e receber mensagens (e-mail). Marque a opção que é
d) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.  um programa de recuperação de mensagens de correio
eletrônico, que não é inicializado com o Linux:
Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas, visto que: a) Mail
I - Existe um padrão para os endereços de e-mail: b) Fetchmail.
nomecadastrado@nomedoservidor.com.br c) Mrd
Onde: d) Uname.
nomecadastrado: é o nome escolhido pelo usuário na e) Sort.
hora de cadastrar sua conta no servidor de e-mail escolhi- O Fetchmail é um utilitario para Linux e Unix usado para
do. Como vimos nos estudos sobre o Google. funcionar como uma espécie de cliente de email, ele recebe
nomedoservidor: é o nome do servidor de e-mail. Por os emails de uma conexão remota baseada no lixo do POP3
exemplo: terra, uol, gmail, yahoo, bol e outros. e no poderoso IMAP e tb em ETRN e ODMR servers. O Fe-

60
REGIMENTO INTERNO

tchmail é uma das unicas soluções para resolver problemas 15. (SEFAZ/ES - AUDITOR FISCAL DA RECEITA
de maquinas UNIX desde muito e conexões a servidores de ESTADUAL – CESPE/2013) - Serviços de correio eletrô-
email com IPsdinamicos com conexões SLIP ou PPPDialup. nico gratuitos, como o Gmail, o Hotmail e o Outlook
Ele tem a mesma função de um cliente de email, ele Express, utilizam, pelo menos, dois protocolos de apli-
baixa os emails se conectando ao servidor e mantém no cação na Internet. A interface desses serviços é web,
mailbox do usuario seja ele em .MailDir OU /var/mail (/var/ logo eles suportam o protocolo HTTP. No entanto, para
spool/mail) do usuario e mantem a mensagem no servidor. o envio de correio eletrônico para domínios de email
Ele depende do uso do sendmail ou postfix em funcionando. diferentes do domínio de origem, esses serviços utili-
(Fonte: http://www.aprigiosimoes.com.br/2010/05/22/ zam, pelo menos, o protocolo.
fetchmail-em-linux-e-freebsd/, acessado em 18/04/2014) a) IMAP.
b) SNMP.
RESPOSTA: “B”. c) RTSP.
d) POP3.
13. (RIOPREVIDÊNCIA - ESPECIALISTA EM PRE- e) SMTP.
VIDÊNCIA SOCIAL - GESTÃO DE TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO – CEPERJ/2014) - No browser Internet Para o envio de mensagens eletrônicas é indispensável
Explorer 10 BR, o acionamento do ícone   tem por o endereço do destinatário. O protocolo responsável por
significado: verificar o endereço do destino da mensagem e entregá-la
a) adicionar site à Barra de Favoritos ao seu servidor é o SMTP.
b) configurar site como homepage inicial
c) imprimir tela do site exibido no monitor de vídeo RESPOSTA: “E”.
d) salvar logomarca do site mostrado na tela 
e) bloquear Barra de Ferramentas 16. (TRE/MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - CONHE-
O símbolo da questão já é conhecido de outras versões CIMENTOS BÁSICOS - CARGOS 1 E 3 – CESPE/2013)
do Internet Explorer e de outros navegadores. Este ícone, - Assinale a opção correta com referência a programas
quando acionado, adiciona o site em exibição no navega- de correio eletrônico.
dor à pasta favoritos, que é o local que armazenamos os
a) No Outlook Express, a opção de envio de cópia oculta
sites que frequentemente acessamos e gostamos de na-
— Cco — indica que o(s) destinatário(s) indicado(s)
vegar.
nesse campo será(ão) ocultado(s) dos demais destina-
tários.
RESPOSTA: “A”.
b) O Mozilla Thunderbird é um serviço disponível
na Web capaz de armazenar arquivos em cloudstorage.
14. (STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - SUPORTE EM
c) O Outlook Express possui sistema de checape de
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – CESPE/2013) - A
respeito do gerenciamento de serviço de correio eletrô- dados próprio que garante a integridade dos dados en-
nico com o uso de SMTP, julgue os itens subsequentes. viados e recebidos.
Caso o emissor da mensagem não envie nenhum co- d) O Mozilla Thunderbird possui antivírus cuja fun-
mando ao servidor SMTP, servidores de correio eletrô- ção é checar a qualidade dos dados de determinado
nico modernos com suporte ao SMTP implementarão email antes de este ser enviado.
técnicas de timeout. e) Os serviços de webmail podem ser acessados de
qualquer lugar, mas não permitem a anexação de arqui-
( ) Certo vos às mensagens.
( ) Errado
A opção CCo (Com Cópia Oculta) está presente em to-
SMTP (Simple Mail TransferProtocol – protocolo de dos os programas de mensagens eletrônicas e webmails.
transferência de correio simples) transfere as mensagens Sua função é oferecer ao usuário uma forma de enviar a
de um servidor a outro, ou seja, do servidor de correio mesma mensagem para vários destinatários sem que estes
do remetente ao servidor de correio do destinatário, em vejam a lista dos outros destinos para os quais a mensa-
uma conexão ponto a ponto. O SMTP conversa com outros gem seguiu. Um exemplo da utilidade desta função é uma
servidores SMTP para enviar uma mensagem. Ele separa empresa que precisa solicitar orçamentos de determinado
o nome do usuário e o nome do servidor, e envia a men- material, mas julga que não convém que os possíveis for-
sagem para o servidor SMTP do destinatário. Caso exista necedores fiquem sabendo quais são seus concorrentes.
algum motivo que evite que o servidor SMTP do remetente
entregue a mensagem para o servidor SMTP do destinatá- RESPOSTA: “A”.
rio, a mensagem vai aguardar em uma lista, e haverá várias
tentativas de reenvio. O tempo limite (timeout) do servidor
SMTP pode ser configurado para que a espera para o envio
de suas mensagens seja maior.

RESPOSTA: “CERTO”.

61
REGIMENTO INTERNO

17. (TRE/MS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - CONTABI- 18. (EBSERH - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN-
LIDADE – CESPE/2013) - FORMAÇÃO - TELECOMUNICAÇÕES – IADES/2013) -
Qual dos protocolos, a seguir, é responsável pelo envio
de mensagens de correio eletrônico?
a) POP3.
b) IMAP.
c) NTP.
d) DHCP.
e) SMTP.

SMTP (Simple Mail TransferProtocol – protocolo de


transferência de correio simples) transfere as mensagens
de um servidor a outro, ou seja, do servidor de correio do
remetente ao servidor de correio do destinatário, em uma
conexão ponto a ponto. Para o envio de mensagens eletrô-
A figura acima ilustra uma lista que é exibida, no
aplicativo para uso de correio eletrônico MozzillaThun- nicas é indispensável o endereço do destinatário. O pro-
derbird, no processo de edição e envio de mensagens tocolo responsável por verificar o endereço do destino da
de email. Com relação ao funcionamento da opção Cco mensagem e entregá-la ao seu servidor é o SMTP.
para a transmissão de uma mensagem no citado aplica-
tivo, assinale a opção correta. RESPOSTA: “E”.
a) A mensagem será recebida por todos os deten-
tores de endereços de email listados no campo corres-
pondente a essa opção; entretanto, somente os desti- 19. (PC/GO - AGENTE DE POLÍCIA – UEG/2013) -
natários cujos endereços eletrônicos estejam listados Os softwares de navegação na internet como o Inter-
no campo correspondente à opção Cc: poderão ver net Explorer, Firefox, Chrome, entre outros, possuem
osemails de cada destinatário incluído no campo cor- recursos que visam tornar mais segura a navegação do
respondente à opção Cco:. usuário. Sobre fundamentos de segurança e recursos
b) A mensagem deverá ser recebida por todos os do Internet Explorer 7, constata-se o seguinte: 
detentores de endereços de email listados no cam- a) o navegador possui recurso de notificação de
po correspondente a essa opção; entretanto, somente quando um site está tentando baixar arquivos ou soft-
os destinatários cujos endereços estejam listados nos wares para o seu computador. 
campos correspondentes às opções Cc: e Cco: pode- b) para ver quais configurações de segurança não
rão ver osemails de cada destinatário incluído no campo estão nos níveis recomendados, o usuário pode esco-
correspondente à opção Cco:. O destinatário principal, lher o menu Ferramentas, submenu Firewall, em segui-
incluído no campo correspondente à opção Para:, não da o item Nível de segurança. 
terá esse mesmo acesso. c) ao se inserir um site em seus favoritos, por pa-
c) A mensagem deverá ser recebida por todos os drão o navegador entende que ele é confiável e, por-
detentores de endereços de email listados no cam-
tanto, não utilizará os recursos de segurança para con-
po correspondente a essa opção e os destinatários da
teúdos oriundos desse site. 
mensagem poderão ter acesso à lista de todos os ou-
d) a configuração de recursos de privacidade per-
tros emails incluídos na mesma lista.
d) A mensagem deverá ser recebida por todos os mite ao usuário navegar de forma anônima, dificultan-
detentores de endereços de email listados no campo do a sua rastreabilidade na internet.
correspondente a essa opção, e os destinatários da
mensagem poderão ter acesso à lista de todos os ou- Segundo o site oficial do Internet Explorer, o recurso
tros emails incluídos na mesma lista; entretanto, o des- de notificação presente no navegador exibe informações
tinatário principal, listado no campo correspondente à sobre o status do navegador, de uma página da Web ou de
opção Para:, poderá ver os emails de cada recipiente um download. Ela geralmente fornece a você uma ou mais
incluído na opção Cc: . ações que podem ser executadas, como Abrir ou Salvar,
e) A mensagem será enviada a todos os detentores e, em seguida, desaparece se você navegar para fora da
de endereços de email listados no campo correspon- página da Web.
dente a essa opção, mas nenhum destinatário terá co-
nhecimento dos emails dos demais destinatários. RESPOSTA: “A”.

CCo, sigla para Com Cópia Oculta é a opção de enviar


uma mesma mensagem para vários destinatários. A dife-
rença entre ele e o CC (Com Cópia) está no fato de quando
usado, ocultar a lista de destinatários que for inserida em
seu campo, dos destinatários da mensagem.
RESPOSTA: “E”.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: Noções de organização administrativa: Administração direta e indireta. Autar-
quias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. .......................................................................................... 01
Princípios Administrativos..................................................................................................................................................................................... 03
Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. Agentes públicos. Cargo, emprego e função
pública. ........................................................................................................................................................................................................................ 08
Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder. ................................ 11
Licitação: Princípios; Contratação direta: dispensa e inexigibilidade; Modalidades; Tipos......................................................... 12
Controle da administração pública. Controle legislativo. ........................................................................................................................ 16
Improbidade Administrativa. .............................................................................................................................................................................. 22
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos e Garantias Fundamentais................................................................................ 23
Poder legislativo. Do Processo Legislativo. Do Município. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E O LEGISLATIVO MUNICIPAL:
Maioria e a minoria; O princípio do pluralismo político; O princípio do contraditório e da ampla defesa; Princípios da
administração pública aplicáveis à atividade legislativa; Princípios específicos do direito parlamentar. AS FUNÇÕES DO
PODER LEGISLATIVO: A função representativa; A função legislativa; A função socializadora/controladora e seus instru-
mentos. A função de orientação política. A função comunicativa. A função informativa; A função educativa. ................ 60
NOÇÕES DE RECURSOS HUMANOS: Políticas de administração de Recursos Humanos. Planejamento estratégico de Recur-
sos Humanos. Recrutamento e seleção de recursos humanos; Aplicação: desenho, descrição e análise de cargos; .................63
Avaliação de desempenho; .................................................................................................................................................................................. 72
Desenvolvimento: treinamento e desenvolvimento de pessoal;........................................................................................................... 72
Remuneração e proteção: salários e benefícios........................................................................................................................................... 73
Ética profissional....................................................................................................................................................................................................... 74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: poder, com autonomia funcional, porém subordinados po-
NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO liticamente aos independentes. É o caso de todos os minis-
ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA térios de Estado.
E INDIRETA. AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia
ou independência, sendo plenamente vinculados aos ór-
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE
gãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vin-
ECONOMIA MISTA. culada ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamen-
to da Polícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça.
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos
Administração Pública Direta que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais
Administração Pública direta é aquela formada pelos do MTE.
entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas
Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fede- e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura,
ral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada de sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade,
soberania, todos os demais são dotados de autonomia. para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos
A administração direta é formada por um conjunto de não pertencem nem mesmo aos três poderes.
núcleos de competências administrativas, os quais já foram Administração Pública Indireta
tidos como representantes do poder central (teoria da re- A Administração Pública indireta pode ser definida
presentação) e como mandatários do poder central (teoria como um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou
do mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica, que
Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos ad- atuam paralelamente à Administração direta na prestação
ministrativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas de serviços públicos ou na exploração de atividades econô-
que podem ser organizados por decretos autônomos do micas. Em que pese haver entendimento diverso registrado
Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personali- em nossa doutrina, integram a Administração indireta do
dade jurídica própria. Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a saber: as Au-
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem tarquias, as Fundações, as Sociedades de Economia Mista e
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome as Empresas Públicas. Ao lado destas, podemos encontrar
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser ainda entes que prestam serviços públicos por delegação,
autor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de man- embora não integrem os quadros da Administração, quais
dado de segurança – tanto como impetrante como quan- sejam, os permissionários, os concessionários e os autori-
to impetrado). Já que não possuem personalidade, atuam zados.
apenas no cumprimento da lei, não atuando por vontade Essas quatro pessoas integrantes da Administração
própria. Logo, órgãos e agentes públicos são impessoais indireta serão criadas para a prestação de serviços públi-
quando agem no estrito cumprimento de seus deveres, cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômicas,
não respondendo diretamente por seus atos e danos. como no caso das empresas públicas e sociedades de eco-
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res- nomia mista, e atuam com o objetivo de aumentar o grau
ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que de especialidade e eficiência da prestação do serviço públi-
estejam exercendo atribuições da Administração direta é co ou, quando exploradoras de atividades econômicas, vi-
denominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, sando atender a relevante interesse coletivo e imperativos
que institui o princípio da impessoalidade. da segurança nacional.
Quanto se faz desconcentração da autoridade central Com efeito, de acordo com as regras constantes do
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só po-
diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em derá explorar atividade econômica a título de exceção, em
simples ou complexos (simples se possuem apenas uma duas situações, conforme se colhe do caput do referido ar-
estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede tigo, a seguir reproduzido:
de estruturas administrativas) e em unitários ou colegiados Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons-
(unitário se o poder de decisão se concentra em uma pes- tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
soa, colegiado se as decisões são tomadas em conjunto e Estado só será permitida quando necessária aos imperati-
prevalece a vontade da maioria): vos de segurança nacional ou a relevante interesse coleti-
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- vo, conforme definidos em lei.
trutura do Estado, gozando de independência para agir e Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras cons-
não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as titucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao
políticas que serão implementadas. É o caso da Presidên- Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta de-
cia da República, órgão complexo composto pelo gabinete, ferida ao setor privado. Assim, apenas explora atividades
pela Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da Repúbli- econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto
ca, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente Constitucional. Quando atuar na economia, concorre em
da República é o único que toma as decisões). grau de igualdade com os particulares, e sob o regime do

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre concor- ços, empresa responsável pelo gerenciamento da execução
rência, submetendo-se ainda a todas as obrigações cons- de contratos que envolvem obras e serviços públicos no
tantes do regime jurídico de direito privado, inclusive no Estado de São Paulo).
tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri- Empresas públicas
butárias. Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri-
vado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para
Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades a exploração de atividades econômicas, que contam com
de economia mista capital exclusivamente público, e são constituídas por qual-
quer modalidade empresarial, após autorização legislativa
Autarquias do ente federativo criador.
As autarquias são pessoas jurídicas de direito públi-
co, de natureza administrativa, criadas para a execução de Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços
serviços públicos, antes prestados pelas entidades estatais públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
que as criam. Contam com patrimônio próprio, constituído que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito
a partir de transferência pela entidade estatal a que se vin- Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade
culam, portanto, capital exclusivamente público. Logo, as econômica, estará submetida a regime jurídico denomina-
autarquias são regidas integralmente pelo regime jurídico do pela doutrina como semi público, ante a necessidade de
de direito público, podendo, tão-somente, ser prestado- observância, ao menos em suas relações com os adminis-
ras de serviços públicos, contando com capital oriundo da trados, das regras atinentes ao regime da Administração, a
Administração direta. A título de exemplo, citamos as se- exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37
guintes autarquias: Instituto Nacional de Colonização e Re- da Constituição Federal.
forma Agrária (Incra), Instituto Nacional do Seguro Social Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre-
(INSS), Departamento Nacional de Estradas de Rodagem sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como
(DNER), Conselho Administrativo de Defesa Econômica o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau-
(CADE), Departamento nacional de Registro do Comércio
lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(DNRC), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),
(ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-
turais Renováveis (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen).
Agências reguladoras
Fundações
São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju-
As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um
rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime
patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor
especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com ca-
para atingir uma finalidade específica, denominadas, em
pacidade administrativa, aplicando-se a elas todas as re-
latim, universitas bonorum. gras das autarquias.
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução
para aquelas que não integram a Administração indireta de serviços públicos. Elas não executam o serviço propria-
(não-governamentais). No caso das fundações que inte- mente, elas o fiscalizam.
gram a Administração indireta (governamentais), quando
forem dotadas de personalidade de direito público, serão Entidades Paraestatais
regidas integralmente por regras de direito público. Quan- Entidades paraestatais “são aquelas pessoas jurídicas
do forem dotadas de personalidade de direito privado, se- que atuam ao lado e em colaboração com o Estado. [...] Há
rão regidas por regras de direito público e direito privado. juristas que entendem serem entidades paraestatais aque-
las que, tendo personalidade jurídica de direito privado
Sociedades de economia mista (não incluídas, pois, as autarquias), recebem amparo oficial
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- do Poder Público, como as empresas públicas, as socieda-
cas de Direito Privado criadas para a prestação de servi- des de economia mista, as fundações públicas e as enti-
ços públicos ou para a exploração de atividade econômica, dades de cooperação governamental (ou serviços sociais
contando com capital misto e constituídas somente sob a autônomos), como o SESI, SENAI, SESC, SENAC etc. Outros
forma empresarial de S/A. pensam exatamente o contrário: entidades paraestatais se-
As sociedades de economia mista são: pessoas jurídi- riam as autarquias. Alguns, a seu turno, só enquadram nes-
cas de Direito Privado, exploradoras de atividade econômi- sa categoria as pessoas colaboradoras que não se preorde-
ca ou prestadoras de serviços públicos, empresas de capital na a fins lucrativos, estando excluídas, assim, as empresas
misto, constituídas sob forma empresarial de S/A. públicas e as sociedades de economia mista. Para outros,
Alguns exemplos de sociedade mista: ainda, paraestatais seriam as pessoas de direito privado
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil integrantes da Administração Indireta, excluindo-se, por
e Banespa. conseguinte, as autarquias, as fundações de direito público
- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, e os serviços sociais autônomos. Por fim, já se considerou
Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacio- que na categoria se incluem além dos serviços sociais au-
nal Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Servi- tônomos até mesmo as escolas oficializadas, os partidos

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
políticos e os sindicatos, excluindo-se a administração in- Não há possibilidade de estabelecer-se, aprioristica-
direta. Na prática, tem-se encontrado, com frequência, o mente, todas as hipóteses em que a Administração pode
emprego da expressão empresas estatais, sendo nelas en- atuar sob regime de direito privado; em geral, a opção é
quadradas as sociedades de economia mista e as empresas feita pelo próprio legislador, como ocorre com as pessoas
públicas. Há também autores que adotam o referido sen- jurídicas, contratos e bens de domínio privado do Estado.
tido” . Para o autor que se toma como referencial teórico, Como regra, aplica-se o direito privado, no silêncio da nor-
“deveria abranger toda pessoa jurídica que tivesse vínculo ma de direito público.
institucional com a pessoa federativa, de forma a receber O que é importante salientar é que, quando a Adminis-
desta os mecanismos estatais de controle. Estariam, pois, tração emprega modelos privatísticos, nunca é integral a
enquadradas como entidades paraestatais as pessoas da sua submissão ao direito privado; às vezes, ela se nivela ao
administração indireta e os serviços sociais autônomos” . particular, no sentido de que não exerce sobre ele qualquer
prerrogativa de Poder Público; mas nunca se despe de de-
terminados privilégios, como o juízo privativo, a prescrição
quinquenal, o processo especial de execução, a impenho-
rabilidade de seus bens; e sempre se submete a restrições
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS.
concernentes à competência, finalidade, motivo, forma,
procedimento, publicidade. Outras vezes, mesmo utilizan-
do o direito privado, a Administração conserva algumas de
suas prerrogativas, que derrogam parcialmente o direito
A autora Di Pietro nos ensina que: a Administração Pú- comum, na medida necessária para adequar o meio utili-
blica pode submeter-se a regime jurídico de direito privado zado ao fim público a cuja consecução se vincula por lei.
ou a regime jurídico de direito público. A opção por um Por outras palavras, a norma de direito público sempre
regime ou outro é feita, em regra, pela Constituição ou pela impõe desvios ao direito comum, para permitir à Adminis-
lei. Exemplificando: o artigo 173, §1º, da Constituição, prevê tração Pública, quando dele se utiliza, alcançar os fins que o
lei que estabeleça o estatuto jurídico da empresa pública, ordenamento jurídico lhe atribui e, ao mesmo tempo, pre-
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que servar os direitos dos administrados, criando limitações à
explorem atividade econômica de produção ou comerciali-
atuação do Poder Público.
zação de bens ou de prestação de serviços, dispondo, entre
outros aspectos, sobre “a sujeição ao regime jurídico pró-
A expressão regime jurídico da Administração Pública
prio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos
é utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”.
direito público e de direito privado a que pode submeter-
Não deixou qualquer opção à Administração Pública e nem
mesmo ao legislador; quando este instituir, por lei, urna se a Administração Pública. Já a expressão regime jurídico
entidade para desempenhar atividade econômica, terá que administrativo é reservada tão somente para abranger o
submetê-la ao direito privado. conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito
Já o artigo 175 outorga ao Poder Público a incum- Administrativo, colocando a Administração Pública numa
bência de prestar serviços públicos, podendo fazê-lo di- posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-adminis-
retamente ou sob regime de concessão ou permissão; e trativa. Basicamente, pode-se dizer que o regime adminis-
o parágrafo único deixa à lei ordinária a tarefa de fixar o trativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e
regime das empresas concessionárias e permissionárias de sujeições.
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato, de sua É o que decorre do ensinamento de Rivera (1973:35),
prorrogação, bem corno as condições de execução, fiscali- quando afirma que as particularidades do Direito Adminis-
zação e rescisão da concessão ou permissão. Vale dizer que trativo parecem decorrer de duas ideias opostas: «as nor-
a Constituição deixou à lei a opção de adotar um regime mas do Direito Administrativo caracterizam-se, em face das
ou outro. do direito privado, seja porque conferem à Administração
Isto não quer dizer que a Administração Pública não prerrogativas sem equivalente nas relações privadas, seja
participe da decisão; ela o faz à medida que, detendo o porque impõem à sua liberdade de ação sujeições mais
Poder Executivo grande parcela das decisões políticas, dá estritas do que aquelas a que estão submetidos os parti-
início ao processo legislativo que resultará na promulgação culares”.
da lei contendo a decisão governamental. Normalmente, O Direito Administrativo nasceu sob a égide do Esta-
é na esfera dos órgãos administrativos que são feitos os do liberal, em cujo seio se desenvolveram os princípios do
estudos técnicos e financeiros que precedem o encaminha- individualismo em todos os aspectos, inclusive o jurídico;
mento de projeto de lei e respectiva justificativa ao Poder paradoxalmente, o regime administrativo traz em si traços
Legislativo. de autoridade, de supremacia sobre o indivíduo, com vistas
O que não pode é a Administração Pública, por ato à consecução de fins de interesse geral.
próprio, de natureza administrativa, optar por um regime Garrido Falla (1962:44-45) acentua esse aspecto. Em
jurídico não autorizado em lei; isto em decorrência da sua suas palavras, “é curioso observar que fosse o próprio fe-
vinculação ao princípio da legalidade. nômeno histórico-político da Revolução Francesa o que

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
tenha dado lugar simultaneamente a dois ordenamentos Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a
distintos entre si: a ordem jurídica individualista e o regime Administração em posição de supremacia perante o par-
administrativo. O regime individualista foi se alojando no ticular, sempre com o objetivo de atingir o benefício da
campo do direito civil, enquanto o regime administrativo coletividade, as restrições a que está sujeita limitam a sua
formou a base do direito público administrativo”. atividade a determinados fins e princípios que, se não ob-
Assim, o Direito Administrativo nasceu e desenvolveu- servados, implicam desvio de poder e consequente nulida-
se baseado em duas ideias opostas: de um lado, a pro- de dos atos da Administração.
teção aos direitos individuais frente ao Estado, que serve O conjunto das prerrogativas e restrições a que está
de fundamento ao princípio da legalidade, um dos esteios sujeita a Administração e que não se encontram nas rela-
do Estado de Direito; de outro lado, a de necessidade de ções entre particulares constitui o regime jurídico adminis-
satisfação dos interesses coletivos, que conduz à outorga trativo.
de prerrogativas e privilégios para a Administração Pública, Muitas dessas prerrogativas e restrições são expressas
quer para limitar o exercício dos direitos individuais em be- sob a forma de princípios que informam o direito público
nefício do bem-estar coletivo (poder de polícia), quer para e, em especial, o Direito Administrativo.
a prestação de serviços públicos. Já o professor Aragão nos ensina que: dentre as várias
Daí a bipolaridade do Direito Administrativo: liberda- definições de princípio jurídico, podemos aludir à clássica
de do indivíduo e autoridade da Administração; restrições formulação de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO, que
e prerrogativas. Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se o considera como “mandamento nuclear de um sistema,
a Administração Pública à observância da lei e do direito verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se
(incluindo princípios e valores previstos explícita ou implici- irradia sobre diferentes normas compondo-lhe o espírito
tamente na Constituição); é a aplicação, ao direito público, e servindo de critério para sua exata compreensão e inte-
do princípio da legalidade. Para assegurar-se a autoridade ligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade
da Administração Pública, necessária à consecução de seus do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá
fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe sentido harmônico”. As regras jurídicas possuem hipóteses
permitem assegurar a supremacia do interesse público so- de incidência abstratas, que dizem respeito a situações hi-
bre o particular. potéticas, que, concretizando-se na vida prática, acarretam
determinadas consequências jurídicas.
Isto significa que a Administração Pública possui prer-
rogativas ou privilégios, desconhecidos na esfera do direito Trata-se do conhecido esquema “preceito – sanção”,
privado, tais como a autoexecutoriedade, a autotutela, o pelo qual, ocorrendo o fato previsto na regra, a ele devem
poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de suceder os efeitos jurídicos nela também já preestabeleci-
ocupar temporariamente o imóvel alheio, o de instituir ser- dos. Num exemplo de regra de Direito Administrativo, se o
vidão, o de aplicar sanções administrativas, o de alterar e servidor público federal deixar injustificadamente de com-
rescindir unilateralmente os contratos, o de impor medidas parecer à repartição por mais de trinta dias consecutivos
de polícia. Goza, ainda, de determinados privilégios como – este é o preceito –, haverá cometido a infração funcional
a imunidade tributária, prazos dilatados em juízo, juízo pri- grave conhecida como “abandono de cargo” (subsunção),
vativo, processo especial de execução, presunção de vera- para a qual é cominada a penalidade (a consequência)
cidade de seus atos. da demissão (cf. art. 132, II, c./c. art. 138, ambos da Lei n.
Segundo Cretella Júnior (Revista de Informação Legis- 8.112/90).
lativa, v. 97:13), as prerrogativas públicas são “as regalias O mecanismo de aplicação dos princípios é mais com-
usufruídas pela Administração, na relação jurídico-adminis- plexo do que o esquema binário característico das regras
trativa, derrogando o direito comum diante do adminis- (se o fato ocorreu, se aplica a regra; se não ocorreu, não se
trador, ou, em outras palavras, são as faculdades especiais aplica). Os princípios não preveem situações determinadas
conferidas à Administração, quando se decide a agir contra e, muito menos, efeitos jurídicos específicos que delas de-
o particular”. correriam. É claro que normatizam situações e que podem
acarretar efeitos jurídicos, mas, devido a seu caráter fluido,
Mas, ao lado das prerrogativas, existem determinadas suas consequências, além de não poderem ser previamen-
restrições a que está sujeita a Administração, sob pena te estabelecidas, dependem das características de cada
de nulidade do ato administrativo e, em alguns casos, até caso concreto e dos demais princípios que forem em tese
mesmo de responsabilização da autoridade que o editou. aplicáveis.
Dentre tais restrições, citem-se a observância da finalidade
pública, bem como os princípios da moralidade adminis- É comum que mais de um princípio seja aplicável à
trativa e da legalidade, a obrigatoriedade de dar publici- mesma situação. O intérprete, contudo, deverá adotar
dade aos atos administrativos e, como decorrência dos metodologia diferente da que emprega diante de (meras)
mesmos, a sujeição à realização de concursos para seleção regras contraditórias entre si, quando a aplicação de uma
de pessoal e de concorrência pública para a elaboração de deve, necessariamente, implicar a exclusão da outra. Para
acordos com particulares. a solução dos conflitos entre regras, há classicamente o

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
emprego dos critérios da hierarquia (vale a regra de maior no qual o agente público emprega sua força de trabalho.
hierarquia), da especialidade (a regra especial prevalece Porém, o direito de regresso oferece a possibilidade de a
sobre a geral) e da cronologia (a regra posterior revoga pessoa jurídica agir contra o responsável pelo dano. Sob a
a anterior), via de regra nessa ordem. Em se tratando de ótica da isonomia, é o tratamento igualitário dispensado a
conflitos entre princípios, devem eles ser ponderados, bus- todos os administrados, independentemente de qualquer
cando-se, sempre que possível, alcançar solução que não interesse político.
exclua por completo nenhum deles. “Assim, é possível que
um princípio seja válido e pertinente a determinado caso - Princípio da Moralidade: É a atuação administrati-
concreto, mas que suas consequências jurídicas não sejam va baseada na boa fé, em conformidade com a moral, os
deflagradas naquele caso, ou não o sejam inteiramente, em princípios éticos e a lealdade, não podendo contrariar os
razão da incidência de outros princípios também aplicáveis. bons costumes, a honestidade e os deveres de boa admi-
Há uma ‘calibragem’ entre os princípios, e não a opção pela nistração. O princípio da moralidade não se refere a moral
aplicação de um deles”. comum, mas aquela moral tirada da conduta interna da
Administração Pública. A moralidade comum é o certo e
A ponderação de princípios, portanto, é a técnica de o errado, o correto e o incorreto, é o senso comum; já a
solução de conflitos nessa espécie normativa: o intérpre- moralidade administrativa é mais rigorosa, é a boa-fé da
te deve precisar quais princípios estão em jogo naquela administração, é a melhor escolha possível, é uma adminis-
situação concreta e buscar um ponto intermediário (que tração eficiente. Logo, a moral relacionada ao princípio não
às vezes não será possível) em que se preserve a máxima é a moral subjetiva, mas a moral jurídica, ligada a outros
incidência de todos os princípios em jogo. Por exemplo, princípios da própria Administração como também aos
ao ponderar, de um lado, a liberdade de expressão e de princípios gerais do direito. Quando a doutrina adminis-
reunião de manifestantes que desejam fazer uma passeata, trativista menciona a imoralidade administrativa na forma
e, de outro, a liberdade de ir e vir dos demais cidadãos e qualificada ela está se referindo ao ato imoral configurado
a ordem urbana, a Administração Pública não deve nem como ato de improbidade (art. 37, § 4°, CF; Lei n° 8.429/92).
Todo ato imoral é também ato de improbidade, porém
proibir de forma absoluta a passeata, nem permiti-la de
nem todo ato de improbidade é um ato imoral (art. 11, Lei
maneira indiscriminada, devendo, ao revés, por exemplo,
n° 8.429/92).
admiti-la, mas apenas em metade das pistas da avenida
O controle jurisdicional dos atos que violem a mora-
onde se deseja fazer a manifestação.
lidade administrativa também pode ocorrer via promo-
ção da ação popular com a finalidade de invalidar o ato
São cinco os princípios constitucionais básicos da Ad-
lesivo ou contrário à moralidade (art. 5°, LXXIII, CF; Lei n°
ministração Pública: legalidade, impessoalidade, moralida-
4.717/65).
de, publicidade e eficiência.
O princípio da impessoalidade está ligado ao princí-
pio da isonomia, já o princípio da moralidade está ligado
- Princípio da Legalidade: É o princípio basilar do Es- ao princípio da lealdade e da boa-fé. Por isso o princípio
tado de Direito. É a atuação da Administração Pública (ór- da moralidade rege o comportamento não só dos agentes
gãos/agentes) dentro dos parâmetros definidos em lei, públicos, mas de todos aqueles que de qualquer forma se
sendo vedada sua atuação sem prévia e expressa permis- relacionam com a Administração Pública. Desta forma, os
são legislativa. particulares também deverão agir com boa fé e honesti-
dade, podendo também responder por ato que violem tal
- Princípio da Impessoalidade: O princípio da impes- preceito.
soalidade é estudado sob três óticas diferentes: finalidade,
imputação e isonomia. - Princípio da Publicidade: É a atuação transparente
dos atos da Administração Pública, facilitando seu contro-
Sob a ótica da finalidade, é a atuação impessoal e ge- le. O princípio constitucional oferece a oportunidade das
nérica da Administração Pública, visando à satisfação do pessoas de obterem informações, certidões e atestados
interesse coletivo, sem corresponder ao atendimento do da Administração Pública, além de apresentarem petição
interesse exclusivo do administrado. Se aproveitar da pu- sem o pagamento de taxas. Tais informações deverão se
blicidade governamental, custeado pelo erário público, prestadas dentro do prazo estipulado sob pena de respon-
para fazer promoção pessoal é ato de improbidade admi- sabilidade.
nistrativa, pois viola o princípio da impessoalidade (Lei nº O princípio da publicidade também determina que to-
8.429/92). Os símbolos que são utilizados durante o pe- dos os julgamentos realizados pelo Poder Judiciário sejam
ríodo de campanha eleitoral não podem ser empregados públicos. Mesmo que a publicidade seja a regra, existem
durante o governo, pois serve de promover a figura indi- algumas informações que, mesmo possuindo um caráter
vidualizada do gestor, e não a instituição pública. Sob a coletivo, não podem ser prestadas à população em geral.
ótica da imputação, o ato praticado é atribuído ao órgão Tais situações podem ser consideradas como verdadeiras
(pessoa jurídica) e não ao agente público (pessoa física). exceções ao princípio da publicidade, permitindo a manu-
Desta forma, a responsabilidade civil recairá sob a entidade tenção do sigilo. São alguns exemplos: em nome da se-

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
gurança da sociedade e do estado, poderá ser negada a trânsito em julgado da decisão, ainda é possível invocar a
publicidade (art. 5º, XXXIII, CF); atos processuais correm em esfera jurisdicional, nos termos do princípio da inafastabi-
sigilo na forma da lei, logo, o processo administrativo tam- lidade desta esfera. A presunção de inocência não significa
bém pode ser sigiloso (art. 5º, LX, CF). afirmar intangibilidade dos investigados e cerceamento de
- Princípio da Eficiência: Mesmo o Princípio da Eficiên- medidas acautelatórias. Certos atos administrativos podem
cia tenha sido oficialmente inserido no texto constitucional ser tomados a fim de melhor conduzir o processo inves-
pela EC 19/98, denominada de reforma administrativa, os tigativo no intuito de alcançar um julgamento mais justo.
gestores públicos já utilizavam sua premissa como vetor - Princípio da Razoável Duração do Processo O princí-
na condução do interesse público. Vale ressaltar que o art. pio da razoável duração do processo, também denomina-
2º da Lei nº 9.784/99, responsável pela regulamentação do de princípio da celeridade processual, foi introduzido
do processo administrativo na seara federal, também traz pela EC 45/04. A agilidade e a desburocratização do pro-
a previsão da eficiência como princípio a ser necessaria- cesso devem caminhar sempre juntas com a manutenção
mente observado. Sob a ótica do agente público, significa das garantias fundamentais do cidadão.
afirmar que deve buscar a consecução do melhor resulta-
do possível. Sob a ótica da forma de organização, significa - Princípio do Concurso Público: O princípio do concur-
afirmar que deve a Administração Pública atentar para os so público tem por escopo preservar a moralidade pública,
padrões modernos de gestão ou administração, vencendo pois através do sistema de mérito, com critérios objetivos
o peso burocrático, atualizando-se e modernizando-se. e técnicos, seleciona aqueles candidatos mais preparados
para melhor desempenhar a função administrativa.
Já em relação aos Princípios Constitucionais Explícitos,
estes ao longo do texto constitucional também podem ser - Princípio da Licitação: A licitação pública tem conteú-
encontrados diversos princípios explícitos ligados a Admi- do principiológico na medida em que, através da escolha
nistração Pública, auxiliando na boa condução da res co- da proposta mais vantajosa para a administração, assegu-
letiva. rando oportunidades iguais a todos os interessados, ga-
rante a observância da isonomia constitucional.
- Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF):
O devido processo legal é aquele estabelecido em lei, con- - Princípio da Participação Popular: O princípio da par-
figurando uma verdadeira garantia para ambas as partes, ticipação popular é inerente ao próprio Estado Democrá-
onde visualizam um processo administrativo tipificado e tico de Direito, pois através de inúmeras ferramentas co-
determinado, sem supressão de atos essenciais. locadas à disposição da sociedade, o administrado exerce
um maior controle sobre a condução do interesse público.
- Princípio do Contraditório: Contraditório é a ciência, Dentre eles estão o direito de denunciar irregularidades às
é a bilateralidade, é o conhecimento de todos os atos pra- ouvidorias e corregedorias junto aos órgãos públicos, o
ticados no processo administrativo. Deve ser dada a possi- acesso às informações sobre atos do governo, a represen-
bilidade das partes influírem no convencimento do magis- tação contra atos irregulares doas agentes públicos.
trado (binômio: ciência e participação). Para toda alegação
fática ou apresentação de prova, feito no processo por uma - Princípio da Motivação das Decisões Administrativas:
das partes, gera para o adversário o direito de se manifes- Os atos administrativos devem ser motivados. Como as
tar, ocasionando um equilíbrio entre a força imperativa do decisões exaradas na seara administrativa nada mais são
Estado e a manutenção do estado de inocência. do que atos administrativos dotados de caráter resolutivo,
também necessitam ser motivados.
- Princípio da Ampla Defesa: Ampla defesa é dar a
chance, a oportunidade para a outra parte envolvida no Em relação aos Princípios Constitucionais Implícitos,
litígio se defender das alegações realizadas. Deve ser asse- estes podem ser encontrados no decorrer do texto consti-
gurada a ampla possibilidade de defesa, lançando-se mão tucional e conforme o professor Marco Antonio Praxedes
dos meios e recursos disponíveis. A doutrina mais abaliza- de Moraes Filho são:
da costuma fazer uma divisão didática do assunto: deter-
mina a ampla defesa como o gênero, e nomeia a defesa - Princípio da Isonomia: Este princípio está disciplinado
técnica e autotutela como espécies. no art. 5º, caput da Constituição Federal. Na esfera admi-
nistrativa, significa afirmar a existência de um dever geral
- Princípio da Vedação da Prova Ilícita: Assim como na de prestar tratamento uniforme para todos aqueles que se
esfera jurisdicional, a produção probatória na área admi- encontrem em uma situação de igualdade e equivalência.
nistrativa também deve ser obtida de forma lícita, seguindo Podemos encontrar a incidência do princípio da isonomia
as normas previamente estabelecidas. servindo de fundamento valorativo para diversos institutos
administrativos, tais como o concurso público e a licitação
- Princípio da Presunção de Inocência: Na esfera admi- pública.
nistrativa também somos todos presumivelmente inocentes Todavia, seguindo as premissas aristotélicas, há inú-
até o trânsito em julgado da decisão final acusatória. Vale meras situações onde o princípio da isonomia recomenda
ressaltar que, mesmo exaurido a via administrativa, após o um tratamento diferenciado entre certos administrados,

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
dependendo das condições pessoais destes. Por exemplo, - Princípio da Especialidade: Com a evolução das so-
reserva de vagas para portadores de deficiência em con- ciedades modernas e a complexidade das relações verti-
cursos públicos, tempo de aposentadoria diferenciado para calizadas, o Estado vem se desobrigando de uma série de
mulheres, preferência no tratamento processual para ido- obrigações, repassando tais incumbências para órgãos pú-
sos, dentre outros. blicos especializados ou para a iniciativa privada. O princí-
A verdadeira igualdade consiste em tratar-se igual- pio da especialidade pode ser facilmente detectado no art.
mente os iguais e desigualmente os desiguais na medida 37, XIX da Constituição Federal de 1988 com a criação das
em que se desigualem.(Aristóteles). autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
Igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais. (Rui Barbosa).
- Princípio da Autotutela: Também denominado de
No que tange a temática dos concursos públicos exis-
princípio da sindicabilidade, significa afirmar que a Admi-
tem diversos verbetes publicados onde são firmados os nistração Pública tem o poder de regular e verificar seus
entendimentos já pacificados dos tribunais superiores tra- próprios atos sem a necessidade da provocação jurisdi-
zendo como pano de fundo o princípio da isonomia. cional. Esta possibilidade conferida ao Estado de rever e
- Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Assegura a corrigir seus próprios atos administrativos pode ocorrer
possibilidade de revisão das decisões judiciais, através do mediante um controle de legalidade, ocasionando a anu-
sistema recursal, onde as decisões do Juízo a quo podem lação do ato,ou um controle de mérito, ocasionando uma
ser reapreciadas pelo juízo ad quem. É o direito que possui revogação do ato.
a parte de buscar o reexame da causa por órgão jurisdicio- Porém, entende-se que não se trata de uma simples
nal de instância superior. faculdade, mas de uma obrigação, tendo em vista ao inte-
resse público em análise. Desta forma, o princípio da au-
- Princípio do Interesse Público: A principal finalidade totutela contém, na verdade, um poder-dever de verificar e
da lei é a satisfação do interesse público. Cada norma tem rever seus próprios atos.
por escopo a satisfação de um determinado interesse pú- - Princípios Infraconstitucionais Explícitos: O ordena-
blico. Podemos conceituar interesse público como sendo mento jurídico administrativo revela inúmeros princípios
aquele resultante do conjunto de interesses dos indivíduos explícitos, servindo para regulamentar aquela temática em
que compõe determinada sociedade. especial, como também funciona de vetor interpretativo
para a Administração Pública.
A doutrina mais abalizada e jurisprudência dos tribu-
nais superiores costuma fazer uma distinção entre interesse
- Princípios Infraconstitucionais Implícitos: O ordena-
público primário e interesse público secundário. Enquanto mento jurídico administrativo também revela inúmeros
o primeiro representa o interesse da coletividade, o segun- princípios implícitos, servindo para regulamentar aquele
do reproduz o interesse da pessoa jurídica. O ideal é que os assunto em especial, como também funciona de vetor in-
interesses primários e secundários coincidam, andem sem- terpretativo para a Administração Pública. Dentre eles po-
pre juntos, fazendo com que as pretensões da população demos citar dois em especial, o princípio da supremacia
sejam de fato materializadas pelo gestor público. do interesse público e o princípio da indisponibilidade do
interesse público, pois mesmo sendo implícitos funcionam
- Princípio da Hierarquia: Os órgãos da Administração de referência para todos os demais.
Pública estão organizados com atribuições definidas em
lei, gerando entre eles uma relação de coordenação e su- - Princípio da Supremacia do Interesse Público: O
bordinação. Como consequência, surge a possibilidade de princípio da supremacia do interesse público retrata que
revisão dos atos subordinados, delegação e avocação de os interesses da coletividade possuem uma carga de im-
atribuições, aplicação de penalidades administrativas, den- portância maior do que os interesses dos particulares. Esta
tre outros. Essa relação de hierarquia é encontrada apenas superioridade do interesse estatal em face dos interesses
na seara administrativa, não havendo sua incidência nas privados é plenamente justificável em decorrência da fun-
esferas legislativas e jurisdicionais quando exercidas suas ção coletiva das ações dos agentes públicos.
funções típicas.
A fim de legitimar a desigualdade jurídica entre o
exercício da função estatal e a esfera privada, o ordena-
- Princípio da Presunção de Legitimidade: Os atos ad-
mento jurídico prevê uma série de prerrogativas inerentes
ministrativos gozam de uma presunção de legitimidade, ao Poder Público, tais como a presunção de legitimidade
ou seja, de que foram praticados em conformidade com o dos atos administrativos, a desapropriação, a requisição
ordenamento jurídico. A fundamentação reside no fato de de bens, os prazos processuais diferenciados, as cláusulas
que os atos da seara administrativa existem para aplicar a exorbitantes em contratos administrativos, dentre outros.
lei, dar materialidade e concretude à norma em abstrato.
Desta forma, tendo em vista seu caráter exclusivamente de Há uma necessidade existencial da inafastabilidade
execução, tais atos são dotados do benefício democrático desta supremacia para a convivência harmônica em socie-
da legitimidade. dade. Um dos elementos que compõe a formação do Es-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
tado é o poder soberano, ou seja, não basta o mero poder administrativo em qualquer dos Poderes. [...] Na verdade,
formal, ele precisa se alocar em uma posição diferenciada entre os atos da Administração se enquadram atos que
para fazer valer sua vontade. Desta forma, a existência de não se caracterizam propriamente como atos adminis-
uma força superior conduzindo a vontade coletiva é ine- trativos, como é o caso dos atos privados da Administra-
rente à própria estrutura originária do estado. ção. Exemplo: os contratos regidos pelo direito privado,
como a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano
O exercício do poder de polícia é uma das mais claras estão os atos materiais, que correspondem aos fatos ad-
manifestações da supremacia da vontade do Estado e do ministrativos, noção vista acima: são eles atos da Adminis-
interesse coletivo. tração, mas não configuram atos administrativos típicos.
Alguns autores aludem também aos atos políticos ou de
- Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: O governo”2.
princípio da indisponibilidade do interesse público retrata Com efeito, a expressão atos da Administração é mais
que o interesse da coletividade não pode ser afastado em ampla. Envolve, também, os atos privados da Administra-
decorrência do interesse dos gestores estatais. O interes- ção, referentes às ações da Administração no atendimento
se público é indisponível, é obrigado a ser seguido, não de seus interesses e necessidades operacionais e instru-
podendo ser dispensado em face do proveito alheio. No mentais agindo no mesmo plano de direitos e obrigações
exercício da função pública os agentes públicos agem não que os particulares. O regime jurídico será o de direito pri-
em nome próprio, mas em nome da coletividade, fazendo vado. Ex.: contrato de aluguel de imóveis, compra de bens
valer o interesse coletivo. Por exemplo, não pode deixar de de consumo, contratação de água/luz/internet. Basicamen-
realizar concurso quando necessário, não pode deixar de te, envolve os interesses particulares da Administração, que
licitar quando necessário, dentre outros. são secundários, para que ela possa atender aos interesses
primários – no âmbito destes interesses primários (inte-
resses públicos, difusos e coletivos) é que surgem os atos
administrativos, que são atos públicos da Administração,
ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, sujeitos a regime jurídico de direito público.
REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO
E ESPÉCIES. AGENTES PÚBLICOS. CARGO, Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA. Atos privados da Administração = atos da Adminis-
tração → regime jurídico de direito privado.
Atos públicos da Administração = atos administra-
tivos → regime jurídico de direito público.
Os atos administrativos se situam num plano superior
de direitos e obrigações, eis que visam atender aos interes-
ses públicos primários, denominados difusos e coletivos.
Ato administrativo: conceito; requisitos; atributos; clas- Logo, são atos de regime público, sujeitos a pressupostos
sificação; espécies; anulação; revogação; convalidação; dis- de existência e validade diversos dos estabelecidos para
cricionariedade e vinculação os atos jurídicos no Código Civil, e sim previstos na Lei de
O ato administrativo é uma espécie de fato administra- Ação Popular e na Lei de Processo Administrativo Federal.
tivo e é em torno dele que se estrutura a base teórica do Ao invés de autonomia da vontade, haverá a obrigatorie-
direito administrativo. dade do cumprimento da lei e, portanto, a administração
Fato administrativo é a “atividade material no exercí- só poderá agir nestas hipóteses desde que esteja expressa
cio da função administrativa, que visa a efeitos de ordem e previamente autorizada por lei3.
prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos
podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos Atributos do ato administrativo
voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por atos
administrativos, que formalizam a providência dese- 1) Imperatividade: em regra, a Administração decreta
jada pelo administrador através da manifestação da e executa unilateralmente seus atos, não dependendo da
vontade; 2ª) por condutas administrativas, que refletem participação e nem da concordância do particular. Do po-
os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou der de império ou extroverso, que regula a forma unilateral
não precedidas de ato administrativo formal. Já os fatos e coercitiva de agir da Administração, se extrai a imperati-
administrativos naturais são aqueles que se originam de vidade dos atos administrativos.
fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na órbita
administrativa. Assim, quando se fizer referência a fato ad- 2) Auto executoriedade: em regra, a Administração
ministrativo, deverá estar presente unicamente a noção de pode concretamente executar seus atos independente da
que ocorreu um evento dinâmico da Administração”1. manifestação do Poder Judiciário, mesmo quando estes
Por seu turno, “a expressão atos da Administração afetam diretamente a esfera jurídica de particulares.
traduz sentido amplo e indica todo e qualquer ato que
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
se origine dos inúmeros órgãos que compõem o sistema ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- 3 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São Pau-
ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. lo: Prima Cursos Preparatórios, 2004.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
3) Presunção de veracidade: todo ato editado ou pu- 5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou declara,
blicado pela Administração é presumivelmente verdadeiro, manifestando a vontade do Estado. A lei não fixa qual deve
seja na forma, seja no conteúdo, o que se denomina “fé pú- ser o conteúdo ou objeto de um ato administrativo, restan-
blica”. Evidente que tal presunção é relativa (juris tantum), do ao administrador preencher o vazio nestas situações. O
mas é muito difícil de ser ilidida. Só pode ser quebrada ato é branco/indefinido. No entanto, deve se demonstrar
mediante ação declaratória de falsidade, que irá argumen- que a prática do ato é oportuna e conveniente.
tar que houve uma falsidade material (violação física do Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e do ob-
documento que traz o ato) ou uma falsidade ideológica jeto do ato é discricionária não significa que seja arbitrária,
(documento que expressa uma inverdade). pois deve se demonstrar a oportunidade e a conveniência.

4) Presunção de legitimidade: Sempre que a Ad- Mérito = oportunidade + conveniência


ministração agir se presume que o fez conforme a lei. Tal
presunção é relativa (juris tantum), podendo contudo ser Perfeição e validade
ilidida por qualquer meio de prova. Destaca-se esquemática trazida por Baldacci4:
Obs.: Todo ato administrativo tem presunção de vera- - Quando todos os pressupostos especiais exigidos por
cidade e de legitimidade, mas nem todo ato administrativo lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito (P).
é imperativo (pode precisar da concordância do particular, - Quanto estes pressupostos preenchidos respeitarem
a exemplo dos atos negociais). o que a lei exige, falamos que é válido (V).
- Quanto está apto a surtir seus efeitos próprios fala-
Elementos mos que é eficaz (E).
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes
1) Competência: é o poder-dever atribuído a determi- em regra.
nado agente público para praticar certo ato administrativo.
A pessoa jurídica, o órgão e o agente público devem estar 2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos podem
revestidos de competência. A competência é sempre fixada
não ser eficazes se estiver pendente o implemento de con-
por lei.
dição.
2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato ad-
3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido é,
ministrativo foi abstratamente criado pela ordem jurídica.
em regra, ineficaz.
A lei estabelece que os atos administrativos devem ser
praticados visando a um fim, notadamente, a satisfação do
4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido pode
interesse público. Contudo, embora os atos administrativos
ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for relevante
sempre tenham por objeto a satisfação do interesse públi-
co, esse interesse é variável de acordo com a situação. Se para a segurança jurídica manter tais efeitos.
a autoridade administrativa praticar um ato fora da finali-
dade genérica ou fora da finalidade específica, estará prati- 5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito
cando um ato viciado que é chamado “desvio de poder ou não é válido e nem eficaz.
desvio de finalidade”.
6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfeito
3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no pode gerar efeitos impróprios, que não dependem da exe-
mundo jurídico. Usualmente, adota-se a forma escrita. cução do ato, como o efeito impróprio reflexo (repercussão
Eventualmente, pode ser praticado por sinais ou gestos (ex: em outros atos ou situações jurídicas) e o efeito impróprio
trânsito). A forma é sempre fixada por lei. prodrômico (efeito de natureza procedimental que impli-
ca numa providência ou etapa necessária para aperfeiçoa-
4) Motivo (vontade): vontade é o querer do ato admi- mento do ato, como a manifestação de um segundo agen-
nistrativo e dela se extrai o motivo, que é o acontecimento te ou órgão).
real que autoriza/determina a prática do ato administrati-
vo. É o ato baseado em fatos e circunstâncias, que o ad- 7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito
ministrador por escolher, mas deve respeitar os limites e pode preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar
intenções da lei. Nem sempre os atos administrativos pos- um pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz.
suem motivo legal. Nos casos em que o motivo legal não
está descrito na norma, a lei deu competência discricio- Espécies5
nária para que o sujeito escolha o motivo legal (o motivo a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visando
deve ser oportuno e conveniente). A teoria dos Motivos a correta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regula-
Determinantes afirma que os motivos alegados para a prá- mentos, regimentos, resoluções, deliberações.
tica de um ato administrativo ficam a ele vinculados de tal
4 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São Pau-
modo que a prática de um ato administrativo mediante a lo: Prima Cursos Preparatórios, 2004.
alegação de motivos falsos ou inexistentes determina a sua 5 BARBOSA, Carlos. Atos administrativos. Disponível em:
invalidade. <http://www.stf.jus.br/>. Acesso em: 06 mar. 2016.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da d) Quanto ao seu objeto:
Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de 1) Atos de império: praticados com supremacia em
instruções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos relação ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório
administrativos, decisões administrativas. cumprimento.
c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Ad-
ministração e administrado em consenso. É o caso de licen- 2) Atos de gestão: praticados em igualdade de condi-
ças, autorizações, permissões, aprovações, vistos, dispensa, ção com o particular, ou seja, sem usar de suas prerrogati-
homologação, renúncia. vas sobre o destinatário.
d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Administra-
ção certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu conteú- 3) Atos de expediente: praticados para dar andamen-
do. É o caso de atestados, certidões, pareceres. to a processos e papéis que tramitam internamente na ad-
e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições ministração pública. São atos de rotina administrativa.
aos particulares e servidores.
e) Quanto a formação (processo de elaboração):
Classificação6 1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de
vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente
a) Quanto ao seu regramento: da Administração.
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os 2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade
pressupostos e elementos necessários para sua prática e de mais de um órgão ou agente administrativo.
perfeição previamente estabelecidos em lei que autoriza a
prática daquele ato. O administrador é um “mero cumpri- 3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade
dor de leis”. Também se denomina ato de exercício obri- de um órgão ou agente, mas depende de outra vontade
gatório. que o ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível.
2) Atos discricionários: são os atos que possuem par-
Extinção
te de seus pressupostos e elementos previamente fixados
Pode se dar nas seguintes situações:
pela lei autorizadora. No mínimo, a competência, a fina-
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos
lidade e a forma estão previamente fixados na lei – são
os seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto
os pressupostos vinculados. Aquilo que está em branco ou
de vista jurídico.
indefinido na lei será preenchido pelo administrador. Tal
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do
preenchimento deve ser feito motivadamente com base
Ato: Se o sujeito ou o objeto perecer, o ato será conside-
em fatos e circunstâncias que somente o administrador
pode escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os fatos e rado extinto.
circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e propor- 3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que
cionais) aos limites e intenções da lei. elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada
do ato administrativo em decorrência de sua invalidade,
b) Quanto ao destinatário: reconhecida judicial ou administrativamente, preservando-
1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com se os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação, que
finalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas que é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua
estejam na mesma situação jurídica nele estabelecida. O inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses
particular não pode impugnar, pois os efeitos são para to- públicos, sendo o ato válido e praticado dentro da Lei, efe-
dos. tuando-se a revogação na via administrativa; cassação, que
é a retirada do ato administrativo em decorrência do bene-
2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e deter- ficiário ter descumprido condição tida como indispensável
minada, criando situações jurídicas individuais. O particular para a manutenção do ato; contraposição ou derrubada,
atingido pode impugnar. que é a retirada do ato administrativo em decorrência de
ser expedido outro ato fundado em competência diversa
c) Quanto ao seu alcance: da do primeiro, mas que projeta efeitos antagônicos ao
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da Ad- daquele, de modo a inibir a continuidade da sua eficácia;
ministração, incidindo sobre órgãos e agentes administra- caducidade, que é a retirada do ato administrativo em
tivos. decorrência de ter sobrevindo norma superior que torna
incompatível a manutenção do ato com a nova realidade
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da jurídica instaurada.
Administração, atingindo administrados e contratados. São
obrigatórios a partir da publicação. 4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo efi-
6 BARBOSA, Carlos. Atos administrativos. Dis- caz em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua
ponível em: <http://www.stf.jus.br/>. Acesso em: 06 mar. continuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que
2016. concedem privilégios e prerrogativas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz dos limites que a lei traçou, pode dizer-se que usaram
em decorrência do seu futuro beneficiário não manifestar normalmente os seus poderes.
concordância, tida como indispensável para que o ato pu- Uso do poder, portanto, é a utilização normal, pelos
desse projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro bene- agentes públicos, das prerrogativas que a lei lhes confere” .
ficiário recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse será Neste sentido, “os poderes administrativos são ou-
extinto. torgados aos agentes do Poder Público para lhes permi-
tir atuação voltada aos interesses da coletividade. Sendo
Convalidação do Ato Administrativo assim, deles emanam duas ordens de consequência: 1ª)
É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, são eles irrenunciáveis; e 2ª) devem ser obrigatoriamente
sana vício de ato antecedente, de modo a torná-lo válido exercidos pelos titulares. Desse modo, as prerrogativas pú-
desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que blicas, ao mesmo tempo em que constituem poderes para
sana um vício de um ato anterior, transformando-o em vá- o administrador público, impõem-lhe o seu exercício e lhe
lido desde o momento em que foi praticado. vedam a inércia, porque o reflexo desta atinge, em última
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos instância, a coletividade, esta a real destinatária de tais po-
atos, sustentando que os atos administrativos somente po-
deres. Esse aspecto dúplice do poder administrativo é que
dem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convali-
se denomina de poder-dever de agir” . Percebe-se que, di-
dação seriam os atos anuláveis.
ferentemente dos particulares aos quais, quando conferido
Existem três formas de convalidação:
- Ratificação: é a convalidação feita pela própria auto- um poder, podem optar por exercê-lo ou não, a Adminis-
ridade que praticou o ato; tração não tem faculdade de agir, afinal, sua atuação se dá
- Confirmação: é a convalidação feita por autoridade dentro de objetos de interesse público. Logo, a abstenção
superior àquela que praticou o ato; não pode ser aceita, o que transforma o poder de agir tam-
- Saneamento: é a convalidação feita por ato de tercei- bém num dever de fazê-lo: daí se afirmar um poder-dever.
ro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem Com efeito, o agente omisso poderá ser responsabilizado.
por autoridade superior.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão Havendo poderes, naturalmente será possível o abuso
do ato administrativo. Há um ato viciado e, para regulari- deles: “A conduta abusiva dos administradores pode de-
zar a situação, ele é transformado em outro, de diferente correr de duas causas: 1ª) o agente atua fora dos limites
tipologia. O ato nulo, embora não possa ser convalidado, de sua competência; e 2ª) o agente, embora dentro de sua
poderá ser convertido, transformando-se em ato válido. competência, afasta-se do interesse público que deve nor-
tear todo o desempenho administrativo. No primeiro caso,
diz-se que o agente atuou com ‘excesso de poder’ e no
segundo, com ‘desvio de poder’” . Basicamente, havendo
PODERES ADMINISTRATIVOS: abuso de poder é possível que se caracterize excesso de
poder ou desvio de poder. No excesso de poder, o agente
HIERÁRQUICO, DISCIPLINAR,
nem teria competência para agir naquela questão e o faz.
REGULAMENTAR E DE POLÍCIA. USO E No abuso de poder, o agente possui competência para agir
ABUSO DO PODER. naquela questão, mas não o faz em respeito ao interesse
público, ou seja, desvirtua-se do fim que deveria atingir o
seu ato, por isso o desvio de poder também é denominado
desvio de finalidade. A conduta abusiva é passível de con-
Os poderes conferidos à administração surgem como trole, inclusive judicial.
instrumentos para a preservação dos interesses da coletivi-
“Pela própria natureza do fato em si, todo abuso de
dade. Caso a administração se utilize destes poderes para
poder se configura como ilegalidade. Não se pode conce-
fins diversos de preservação dos interesses da sociedade,
estará cometendo abuso de poder, ou seja, incidindo em ber que a conduta de um agente, fora dos limites de sua
ilegalidade. Neste caso, o Poder Judiciário poderá efetuar competência ou despida da finalidade da lei, possa com-
controle dos atos administrativos que impliquem em ex- patibilizar-se com a legalidade. É certo que nem toda ile-
cesso ou abuso de poder. galidade decorre de conduta abusiva; mas todo abuso se
Quanto aos poderes administrativos, eles podem ser reveste de ilegalidade e, como tal, sujeita-se à revisão ad-
colocados como prerrogativas de direito público conferi- ministrativa ou judicial” .
das aos agentes públicos, com vistas a permitir que o Esta- Se é possível o excesso ou o abuso de poder, é claro
do alcance os seus fins. Evidentemente, em contrapartida a que a legislação não apenas confere poderes ao adminis-
estes poderes, surgem deveres ao administrador. trador, mas também estabelece deveres.
“O poder administrativo representa uma prerrogativa Os poderes da Administração se dividem em: vincula-
especial de direito público do, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e
outorgada aos agentes do Estado. Cada um desses de polícia, cujo estudo será aprofundado adiante.
terá a seu cargo a execução de certas funções. Ora, se tais
funções foram por lei cometidas aos agentes, devem eles 1) Poder vinculado: o administrador se encontra diante
exercê-las, pois que seu exercício é voltado para beneficiar de situações que comportam solução única anteriormente
a coletividade. Ao fazê-lo, dentro prevista por lei. Portanto, não há espaço para que o ad-

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
ministrador faça um juízo discricionário, de conveniência 6) Poder de polícia: é o poder conferido à administra-
e oportunidade. Ele é obrigado a praticar o ato daquela ção para limitar, disciplinar, restringir e condicionar direitos
forma, porque a lei assim prevê. Ex.: pedido de aposenta- e atividades particulares para a preservação dos interesses
doria compulsória por servidor que já completou 70 anos; da coletividade. É ainda, fato gerador de tributo, notada-
pedido de licença para prestar serviço militar obrigatório. mente, a taxa (artigo 145, II, CF).
Além de poderes, os agentes administrativos, obvia-
2) Poder discricionário: é aquele em que o administra- mente, detêm deveres, em razão das atribuições que exer-
dor não está diante de situações que comportam solução cem. Dentre os principais, podem ser citados os seguintes,
única. Possui espaço para exercer um juízo de valores de conforme aponta doutrina a respeito do assunto:
conveniência e oportunidade. Há quem diga que, por haver - Dever de probidade: trata-se de um dos deveres mais
tal liberdade, não existe o dever de motivação, mas isso relevantes, correspondendo à obrigação do agente público
não está correto: aqui, mais que nunca, o dever de moti- de agir de forma honesta e reta, respeitando a moralidade
var se faz presente, demonstrando que não houve arbítrio administrativa e o interesse público. A violação deste dever
na decisão tomada pelo administrador. Basicamente, não caracteriza ato de improbidade, punível, conforme artigo
é porque o administrador tem liberdade para decidir de 37, §4º, CF e Lei nº 8.429/92.
outra forma que o fará sem cometer arbitrariedades e, caso - Dever de Prestar Contas: como o que é gerido pelo
o faça, incidirá em ilicitude. O ato discricionário que ofenda administrador não lhe pertence, é seu dever prestar contas
os parâmetros da razoabilidade é atentatório à lei. do que realizou à coletividade, isto é, informar em detalhes
qual o destino dado às verbas e aos bens sob sua gestão.
3) Poder hierárquico: trata-se do poder conferido à Este dever abrange não só aqueles que são agentes públi-
administração de fixar campos de competência quanto às cos, mas a todos que tenham sob sua responsabilidade di-
figuras que compõem sua estrutura. É um poder de auto nheiros, bens ou interesses públicos, independentemente
-organização. É exercido tanto na distribuição de compe- de serem ou não administradores públicos.
tências entre os órgãos quanto na divisão de deveres entre
- Dever de Eficiência: a atividade administrativa deve
os servidores que o compõem.
ser célere e técnica, mesclando qualidade e quantidade.
- Dever de Agir: o administrador possui um poder-de-
4) Poder disciplinar: é o poder conferido à administra-
ver de agir, o qual é irrenunciável. Logo, poderá ser respon-
ção para aplicar sanções aos seus servidores que pratiquem
sabilizado por omissão ou silêncio, abrindo possibilidade
infrações disciplinares. Estas sanções aplicadas são apenas
de obter o ato não realizado por via judicial, notadamente,
as que possuem natureza administrativa, não envolvendo
por intermédio de mandado de segurança, quando ferir di-
sanções civis ou penais. Entre as penas que podem ser apli-
reito líquido e certo do interessado.
cadas, destacam-se a de advertência, suspensão, demissão
e cassação de aposentadoria. Evidentemente que tais puni-
ções não podem ser aplicadas sem alguns requisitos, como
a abertura de sindicância ou processo disciplinar em que
se garanta o contraditório e a ampla defesa (obs.: existem LICITAÇÃO: PRINCÍPIOS; CONTRATAÇÃO
cargos que somente são passíveis de demissão por senten- DIRETA: DISPENSA E INEXIGIBILIDADE;
ça judicial, que são os vitalícios, como os de magistrado e
MODALIDADES; TIPOS.
promotor de justiça).

5) Poder regulamentar: é o poder conferido à admi-


nistração de elaborar decretos e regulamentos. Tanto os
decretos quanto os regulamentos podem ser autônomos Licitação é um procedimento administrativo, de ocor-
ou de execução. O regulamento autônomo pode ser edi- rência obrigatória pelas entidades do governo para ce-
tado independentemente da existência de lei anterior, se lebração de contrato administrativo, em que, atendida a
encontrando no mesmo patamar hierárquico que a lei – igualdade entre os participantes, deve ser escolhida a me-
por isso, é passível de controle de constitucionalidade. Os lhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados, e
regulamentos de execução dependem da existência de lei com elas travar determinadas relações de conteúdo patri-
anterior para que possam ser editados e devem obedecer monial, verificado o preenchimento dos requisitos mínimos
aos seus limites, sob pena de ilegalidade – deste modo, se e necessários ao bom cumprimento das obrigações que fo-
sujeitam a controle de legalidade. rem assumidas perante a Administração Pública.
Nos termos do artigo 84, IV, CF, compete privativamen- Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de
te ao Presidente da República expedir decretos e regula- disputa igualitária entre os concorrentes, com a finalida-
mentos para a fiel execução da lei, atividade que não pode de de selecionar a proposta mais vantajosa aos interesses
ser delegada, nos termos do parágrafo único. Em razão dis- da Administração, visando à celebração de um contrato
so, há quem entenda que não existem decretos autônomos administrativo, entre ela e o particular vencedor da con-
no Brasil. Contudo, o próprio STF já reconheceu decretos corrência, para a realização de obras, serviços, concessões,
autônomos como válidos em situações excepcionais. permissões, alienações, compras ou locações.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Dai surge então à necessidade de regulamentar a prá- - Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos
tica licitatória, atendendo disposição da Constituição Fede- que a Administração Pública tem que manter uma posição
ral, mais precisamente no artigo 37, inciso XXI, que assim de neutralidade em relação aos seus administrados, não
dispõe: podendo prejudicar nem mesmo privilegiar quem quer que
seja.
“Art. 37: XXI - ressalvados os casos especificados na Pelo princípio da impessoalidade, quando aplicável as
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão Licitações, a impessoalidade em relação aos licitantes (par-
contratados mediante processo de licitação pública que as- ticulares interessados em participar das licitações), não de-
segure igualdade de condições a todos os concorrentes, com vendo os atos licitatórios serem emanados com o objetivo
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, man- de atender a interesses pessoais do agente público ou de
tidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o terceiros, devendo ter a finalidade exclusivamente ao que
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica dispõe a lei, de maneira eficiente e impessoal.
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade
obrigações”. possui estreita relação com o também principio constitu-
cional da isonomia, ou igualdade, sendo dessa forma veda-
Assim, visando à regulamentação do processo de esco- das perseguições ou benesses pessoais.
lha da melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93,
que traz a normatização da atividade. - Princípio da Moralidade: A falta da moral comum
impõe, nos atos administrativos e licitatórios a presença
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DAS LICITAÇÕES: coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se
constitui de um conjunto de regras e normas de conduta
O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente impostas ao administrador da coisa pública.
princípios que devem ser observados pela administração Assim o legislador utilizando-se dos conceitos da Mo-
pública na realização de licitações. Alguns dos princípios ral e dos Costumes (fonte subsidiária do Direito Positivo),
expressos no referido artigo tratam-se de princípios gerais,
como forma de impor à Administração Pública, por meio
quais são: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, que
de juízo de valor, um comportamento obrigatoriamente
norteiam toda a atuação administrativa, sem particularida-
ético e moral no exercício de suas atribuições administrati-
des no tocante a licitações públicas.
vas, através do pressuposto da moralidade.
Assim, visando conhecer na integra os princípios que
regem as Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei
- Princípio da Publicidade: Por este principio, temos
8.666/93, que assim dispõe:
que a administração tem o dever de oferecer transparência
de todos os atos que praticar, e de todas as informações
“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
que estejam armazenadas em seus bancos de dados refe-
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do de- rentes aos administrados.
senvolvimento nacional sustentável e será processada e jul- Portanto, se a Administração Pública tem atuação na
gada em estrita conformidade com os princípios básicos da defesa e busca aos interesses coletivos, todas as informa-
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, ções e atos praticados devem ser acessíveis aos cidadãos.
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação Por tal razão, os atos licitatórios devem ter divulgação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos oficial como requisito de sua eficácia, salvo as exceções
que lhes são correlatos.” Grifo nosso. previstas em lei, onde o sigilo deve ser mantido e preser-
vado.
Assim temos:
- Principio da Probidade Administrativa: Por tal prin-
- Princípio da Legalidade: Para que a administração cipio temos que o agente público no exercício regular de
possa atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é suas funções não pode violar, ao realizar procedimento li-
necessária para tanto a existência de determinação ou au- citatório, os princípios gerais e constitucionais da adminis-
torização de atuação administrativa na lei. tração pública, que são: legalidade, da impessoalidade, da
Assim, a Licitação Pública possui seu embasamento na moralidade, da eficiência, da publicidade, além de exigir do
Constituição Federal e na Lei (Lei 8.666/93), devendo todos agente público atuação leal e de boa-fé nos procedimen-
os seus procedimentos obedecer o que dispõe a norma tos licitatórios em que atuar.
legal.
Importante ainda esclarecer que a administração públi- - Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório:
ca está obrigada, no exercício de suas atribuições, à obser- Tal principio veda a Administração Pública o descumpri-
vância não apenas dos dispositivos legais, mas também em mento das normas e condições previamente estipuladas no
respeito aos princípios jurídicos como um todo, inclusive edital, ao qual deve estar estritamente vinculado. O edital
aos atos e normas editadas pela própria administração pú- é a lei interna da licitação, vinculando os seus termos tanto
blica. aos licitantes como a administração que o emitiu.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
- Princípio do Julgamento Objetivo: É o que se baseia Trata-se do julgamento das propostas apresentadas
no critério indicado no edital e nos termos específicos das pelos licitantes, que deverá sempre obediência aos critérios
propostas para o seu julgamento. Em linhas gerais, não objetivos de julgamento constante no edital, sendo que a
pode haver qualquer discricionariedade na apreciação das responsabilidade de efetuar o julgamento, via de regra, fica
propostas pela administração, julgando vencedora a que a cargo da comissão de licitação.
melhor atende aos enunciados do edital, de maneira ob- A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser sub-
jetiva. dividida em duas fases:

FASES DA LICITAÇÃO: - Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que


a administração verifica a conformidade de cada proposta
São fases da licitação o edital, a habilitação, a classifica- com os requisitos do edital, especificações técnicas e com-
ção, a homologação e a adjudicação. patibilidade com os preços aplicáveis no mercado. Assim,
as propostas que estiverem em desconformidade serão eli-
Edital: O edital é o instrumento por meio do qual a ad- minadas, ou então, desclassificadas.
ministração torna pública a realização de licitação, sendo o
meio utilizado por todas as modalidades de licitação, exce- - Ordem de Classificação: as propostas já classificadas,
to na modalidade convite. ou seja, que estão de acordo com os critérios estabelecidos
Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é no edital, será estabelecida a ordem de classificação das
ainda a lei interna da licitação, pois nele devem estar pre- propostas, de acordo com o julgamento objetivo previsto
vistas todas as regras que regerão o procedimento licitató- em edital e da proposta que melhor atenda aos interesses
rio, e uma vez publicadas devem ser seguidas, tanto pela da coletividade.
administração quanto pelos licitantes.
Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os
ser licitado, os documentos a serem trazidos no momento licitantes forem inabilitados ou então todas as propostas
da habilitação, o critério objetivo de julgamento das pro- desclassificadas, a administração pública poderá fixar prazo
postas, entre outras normas que forem pertinentes.
de 08 (oito) dias aos licitantes para a apresentação de nova
A publicação do edital deve observar um prazo mí-
documentação, ou então a correção das propostas desclas-
nimo de antecedência para o recebimento das propostas
sificadas, objetivando sanar as irregularidades. No caso da
ou então da realização da licitação, sendo que qualquer
modalidade de convite, o prazo reduz para 03 (três) dias
modificação que se faça necessário no edital exige a di-
úteis.
vulgação pela mesma forma que se deu seu texto inicial e
original, tornando a abrir o prazo antes estabelecido para
Homologação: A homologação é a fase da licitação na
a apresentação das propostas, exceto quando a alteração
qual todos os seus atos e procedimentos são levados ao
não afetar a formulação das propostas.
conhecimento e avaliação da autoridade que conduziu a
Habilitação: É a fase em que a Administração Pública licitação, para a confirmação ou não de todas as decisões
procura averiguar as condições pessoais de cada licitante, tomadas. É a confirmação ou não de todos os atos pratica-
efetuando análise com o objetivo de averiguar a documen- dos no procedimento licitatório, conferindo a validade do
tação e requisitos pessoais dos licitantes, tendo em vista certame licitatório.
futura contratação, e verificando ainda as condições que Nesta etapa é feito o controle de legalidade do pro-
o licitante tem de cumprir o objeto da futura contratação. cedimento licitatório, sendo que verificado irregularidades
A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitan- nas fases da licitação, a autoridade competente não homo-
te, futuro vencedor do certame, tenha condições técnicas, logará o procedimento, remetendo o processo à comissão
financeiras e de idoneidade para cumprirem o objeto con- de licitação, para a correção das etapas com falhas, e a re-
tratado por meio de licitação. petição dos atos com vícios.
É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu
todo ou em parte, nos casos da modalidade de convite, Adjudicação: É a ultima fase que temos no procedi-
concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e ain- mento da licitação, que nada mais é do que a entrega do
da leilão. objeto da licitação ao vencedor.
Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, A adjudicação é o ato pelo qual a administração pú-
o licitante aprovado para participar do certame não pode- blica atribui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora
rá mais desistir da proposta já apresentada, exceto quan- licitado, sendo que esta etapa tem a finalidade única de
do houver motivo justo decorrente de fato superveniente, garantir ao vencedor que, quando a administração for ce-
desde que aceito pela comissão da licitação. lebrar o contrato referente ao objeto licitado, assim o fará
com o vencedor.
Classificação: É a fase em que o Poder Público analisa Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais
as propostas comerciais dos licitantes que já foram habi- licitantes perdedores de cumprimento de suas propostas,
litados, e posteriormente escolhe a melhor proposta que e ao contrário, vincula o vencedor a obrigatoriedade de
atendem aos interesses da administração. manter os termos propostos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
MODALIDADE DE LICITAÇÃO: Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da
competitividade, é possível a participação de interessados
Modalidade de Licitação é forma específica de condu- que não tenham sido formalmente convidados, mas que
zir o procedimento licitatório, a partir de critérios pré defi- sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados
nidos em lei. O valor estimado para a contratação é o prin- no órgão ou entidade licitadora. Esses interessados devem
cipal fator de escolha da modalidade a ser adotada pelo solicitar o convite com antecedência de até 24 horas da
administrador público, exceto quando se tratar de pregão, apresentação das propostas.
que não está limitado a valores.
Alem do leilão e do concurso, as demais modalidades Na modalidade de Convite, para que a contratação seja
de licitação admitidas são exclusivamente: Concorrência, possível, são necessárias pelo menos três propostas váli-
Tomada de Preços e Convite. das, isto é, que atendam a todas as exigências do ato con-
vocatório. Não é suficiente a obtenção de três propostas,
Concorrência: De todas as modalidades de licitação é preciso para tanto que as três sejam válidas. Caso isso
existentes no ordenamento jurídico brasileiro, esta se reve- não ocorra, a Administração deve repetir o convite e con-
la a mais complexa, e uma das diferenças entre as demais vidar mais um interessado, no mínimo, enquanto existirem
modalidades é possuir a fase da habilitação preliminar, cadastrados não convidados nas últimas licitações, ressal-
logo após a abertura do procedimento. vadas as hipóteses de limitação de mercado ou manifesto
Modalidade da qual podem participar quaisquer inte- desinteresse dos convidados, circunstâncias estas que de-
ressados que na fase de habilitação preliminar comprovem vem ser justifica das no processo de licitação.
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
edital para execução do objeto da licitação. Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer
Presta-se a contratação de obras, serviços e compras interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou
de produtos, independente do valor a ser contratado, além artístico, mediante a instituição de prêmios ou remunera-
disso, é a modalidade exigida por lei, com regra, para a ção aos vencedores, conforme critérios constantes do edi-
compra de imóveis e para a alienação de imóveis públicos, tal publicado na imprensa oficial com antecedência mínima
para a concessão de direito real de uso, para licitações in- de 45 dias.
ternacionais, para a celebração de contrato administrativo Dessa forma, o que determina a necessidade de esco-
de concessão de serviços públicos e para a contratação de lha da modalidade de licitação de Concurso, é a natureza
parcerias públicos-privadas. do seu objeto, e não o seu valor contratado.

Tomada de Preço: Modalidade realizada entre interes- Leilão: É a modalidade de licitação, entre quaisquer in-
sados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas teressados, para a venda, a quem oferecer o maio lance,
as condições exigidas para cadastramento até o terceiro igual ou superior ao valor da avaliação de bens móveis e
dia anterior à data do recebimento das propostas, obser- imóveis.
vada a necessária qualificação.
Na modalidade de tomada de preços, a fase da habi- DISPENSA DE LICITAÇÃO:
litação corresponde ao próprio cadastramento exigido em
lei, é prévia a abertura do procedimento licitatório, e assim, Podemos afirma de maneira genérica que, a dispensa
objetivando dar cumprimento ao princípio da competitivi- de licitação engloba hipóteses que, muito embora exista
dade entre os licitantes, os interessados em participar do possibilidade jurídica de competição, a lei autoriza a cele-
certame não cadastrados previamente têm a possibilidade bração direta do contrato ou mesmo determina a não rea-
de se inscreverem até o terceiro dia anterior à data do rece- lização do procedimento licitatório.
bimento das propostas, desde que satisfaçam as condições Nos casos em que a lei autoriza a contratação sem a
de qualificações exigidas. realização de licitação, diz que ela é dispensável. Esclarece
Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços que nessas hipóteses, a competição é viável e possível, en-
será adotada para a celebração de contratos relativos às tretanto a lei autoriza a administração pública decidir sobre
obras, serviços e compras de produtos de menor vulto do a sua ocorrência ou não, de acordo com critérios de opor-
que é exigido para participar da modalidade de concor- tunidade e conveniência, dispensar a sua realização.
rência. Entretanto, em outras situações, ha própria lei, direta-
mente dispensa compulsoriamente a realização da licita-
Convite: Modalidade realizada entre interessados do ção. Nessas hipóteses temos que a lei denominou licitação
ramo de que trata o objeto da licitação, escolhidos e con- dispensada. Neste caso não cabe a Administração Pública
vidados em número mínimo de três pela Administração. decidir sobre a realização ou não da licitação. Não ocor-
O convite é a modalidade de licitação mais simples, rerá a licitação porque a própria lei garantiu que, mesmo
sendo que a Administração escolhe quem quer convidar, sendo juridicamente possível a realização da licitação, fica
entre os possíveis interessados, cadastrados ou não. A di- dispensada.
vulgação deve ser feita mediante afixação de cópia do con- A Lei 8.666/93 traz o rol taxativo das situações em que
vite em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado a licitação é dispensável, mais precisamente nos termos
em lugar de ampla divulgação. do artigo 24 da referida lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Há inexigibilidade quando a licitação é juridicamente CONTROLE LEGISLATIVO.
impossível. A impossibilidade jurídica de realização de lici-
tação decorre da inviabilização de competição, pelo motivo
de não existir a pluralidade de potenciais proponentes, e
assim inviáveis a disputa entre licitantes. O servidor público sujeita-se à responsabilidade civil,
penal e administrativa decorrente do exercício do cargo,
A lei 8.666/93 dispõe sobre o rol taxativo das situações emprego ou função . Por outras palavras, ele pode praticar
em que é juridicamente impossível a realização da licitação, atos ilícitos no âmbito civil, penal e administrativo. Isto é o
constituindo então a inexigibilidade da licitação, devida- que nos ensina a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
mente elencado no artigo 25 da referida lei. conforme segue:
A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e de-
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO corre do artigo 186 do Código Civil, que consagra a regra,
DA LICITAÇÃO: aceita universalmente, segundo a qual todo aquele que
causa dano a outrem é obrigado a repará-lo.
A anulação de um procedimento licitatório segue basi- Analisando-se aquele dispositivo, verifica-se que, para
camente as mesmas regras a anulação dos atos administra- configurar-se o ilícito civil, exige-se:
tivos, com base no princípio da autotutela, a administração
anulará a licitação todas as vezes que ficar constatada ou 1. ação ou omissão antijurídica;
então demonstrada à ilegalidade ou ilegitimidade durante
o procedimento. 2. culpa o u dolo; com relação a este elemento, à s
Da mesma forma, temos que o Poder Judiciário, este vezes de difícil comprovação, a lei admite alguns casos de
desde que provocado, também possui competência para responsabilidade objetiva (sem culpa) e também de culpa
apurar a existência de ilegalidade ou ilegitimidade durante presumida; uma e outra constituem exceções à regra ge-
a realização da licitação, e respeitado o devido processo ral de responsabilidade subjetiva, somente sendo cabíveis
legal, bem como o contraditório e a ampla defesa, anulará diante de norma legal expressa;
a licitação, quando comprovado a existência de vício no
certame licitatório. 3. relação de causalidade entre a ação ou omissão e o
dano verificado;
Quanto à revogação de licitação pública, temos que,
do mesmo modo que se opera a revogação dos atos admi- 4. ocorrência de um dano material ou moral.
nistrativos, a regra é que há a possibilidade de a adminis- Quando o dano é causado por servidor público, é ne-
tração pública, revogar seus atos discricionários, após aná- cessário distinguir duas hipóteses:
lise da conveniência e oportunidade da celebração ou não
da contratação do objeto licitado. Quando a administração 1. dano causado ao Estado;
pública não tem mais interesse em contratar o vencedor da
licitação, poderá revogá-la. 2. dano causado a terceiros.
No primeiro caso, a sua responsabilidade é apurada
Entretanto, para que seja possível revogar uma licita-
pela própria Administração, por meio de processo adminis-
ção, somente será possível em duas hipóteses:
trativo cercado de todas as garantias de defesa do servidor.
As leis estatutárias em geral estabelecem procedimentos
- Por motivo de interesse público decorrente de com-
autoexecutórios (não dependentes de autorização judicial)
provação da ocorrência de fato superveniente, desde que , pelos quais a Administração desconta dos vencimentos
seja pertinente e suficiente para justificar tal medida, por do servidor a importância necessária ao ressarcimento dos
meio de motivação e fundamentação, e; prejuízos, respeitado o limite mensal fixado em lei, com
vistas à preservação do caráter alimentar dos estipêndios.
- A critério da administração, quando o adjudicatá- Quando o servidor é contratado pela legislação traba-
rio, tendo sido por ela convocado para assinar o termo de lhista, o artigo 462, § 1º, da CLT s ó permite o desconto
contrato ou aceitar ou retirar o instrumento equivalente, com a concordância d o empregado ou em caso de dolo.
recusa-se a fazê-lo ou então não comparece. O desconto dos vencimentos, desde que previsto em lei,
é perfeitamente válido e independe do consentimento do
Após a assinatura do contrato administrativo, não se servidor, inserindo-se entre as hipóteses de autoexecuto-
pode mais revogar a licitação, enquanto que a anulação da riedade dos atos administrativos. Isto não subtrai a medida
licitação poderá ser feita mesmo depois da celebração do ao controle judicial, que sempre pode ser exercido median-
contrato entre a administração e o licitante vencedor, visto te provocação do interessado, quer como medida cautelar
que a nulidade da licitação resulta, consequentemente, na que suste a decisão administrativa, quer a título de indeni-
nulidade do contrato firmado dela decorrente. zação, quando o desconto já se concretizou.

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Em caso de crime de que resulte prejuízo para a Fazen- e impedir o arbítrio da Administração. Normalmente essa
da Pública ou enriquecimento ilícito do servidor, ele ficará motivação consta do relatório da comissão ou servidor que
sujeito a sequestro e perdimento de bens, porém com in- realizou o procedimento; outras vezes, consta de pareceres
tervenção do Poder Judiciário, na forma do Decreto-lei nº proferidos por órgãos jurídicos preopinantes aos quais se
3.240, de 8-5-41, e Lei nº 8.429, de 2-6-92 (arts. 16 a 18). remete a autoridade julgadora; se esta não acatar as mani-
Esta última lei dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agen- festações anteriores, deverá expressamente motivar a sua
tes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercí- decisão.
cio do mandato, cargo, emprego ou função na Administra- Como medidas preventivas, a Lei nº 8.112/90, no arti-
ção Pública Direta, Indireta ou Fundacional. É a chamada lei go 147, estabelece o afastamento preventivo por 60 dias,
de improbidade administrativa, que disciplina o artigo 37, prorrogáveis por igual período, quando o afastamento for
§4º, da Constituição. necessário para que o funcionário não venha a influir na
Quando se trata de dano causado a terceiros, aplica- apuração da falta cometida. Isto sem falar no sequestro e
se a norma do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, em perdimento de bens, já referidos.
decorrência da qual o Estado responde objetivamente, ou O servidor responde penalmente quando pratica crime
seja, independentemente de culpa ou dolo, mas fica com ou contravenção. Existem, no ilícito penal, os mesmos ele-
o direito de regresso contra o servidor que causou o dano, mentos caracterizadores dos demais tipos de atos ilícitos,
desde que este tenha agido com culpa ou dolo. porém com algumas peculiaridades:
O servidor responde administrativamente pelos ilícitos 1. a ação ou omissão deve ser antijurídica e típica, o u
administrativos definidos na legislação estatutária e que seja, corresponder ao tipo, ao modelo de conduta definido
apresentam os mesmos elementos básicos do ilícito civil: na lei penal como crime ou contravenção;
ação ou omissão contrária à lei, culpa ou dolo e dano. 2. dolo ou culpa, sem possibilidade de haver hipóteses
Nesse caso, a infração será apurada pela própria Admi- d e responsabilidade objetiva;
nistração Pública, que deverá instaurar procedimento ade- 3. relação de causalidade;
quado a esse fim, assegurando ao servidor o contraditório 4. dano ou perigo de dano: nem sempre é necessá-
e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, rio que o dano se concretize; basta haver o risco de dano,
nos termos do artigo 52, inciso LV, da Constituição. como ocorre na tentativa e em determinados tipos de cri-
Os meios de apuração previstos nas leis estatutárias me que põem em risco a incolumidade pública.
são os sumários, compreendendo a verdade sabida e a Para fins criminais, o conceito de servidor público é am-
sindicância, e o processo administrativo disciplinar, impro- plo, mais se aproximando do conceito de agente público. O
priamente denominado inquérito administrativo. artigo 327 do Código Penal, com a redação dada pela Lei
Comprovada a infração, o servidor fica sujeito a penas nº 9.983, de 13-7-00, considera “funcionário público, para
disciplinares. os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
Na esfera federal, a Lei nº 8.112/90 prevê, no artigo remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. O
127, as penas de advertência, destituição de cargo em co- § 1 º equipara a funcionário “quem exerce cargo, emprego
missão, destituição de função comissionada, suspensão, ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
demissão e cassação de aposentadoria; e define, nos arti- empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
gos subsequentes, as hipóteses de cabimento de cada uma para a execução de atividade típica da Administração Pú-
delas. blica”. O sentido da expressão entidade paraestatal, nesse
Não há, com relação ao ilícito administrativo, a mesma dispositivo, tem sido objeto de divergências doutrinárias,
tipicidade que caracteriza o ilícito penal. A maior parte das alguns entendendo que só abrange as autarquias, outros
infrações não é definida com precisão, limitando-se a lei, incluindo as empresas públicas e sociedades de economia
em regra, a falar em falta de cumprimento dos deveres, mista. Razão assiste aos que defendem este último enten-
falta de exação no cumprimento do dever, insubordinação dimento, pois, se o empregado de entidade privada é con-
grave, procedimento irregular, incontinência pública; pou- siderado funcionário público, para fins criminais, pelo fato
cas são as infrações definidas, como o abandono de cargo de a mesma prestar atividade típica da Administração Pú-
ou os ilícitos que correspondem a crimes ou contravenções. blica, com muito mais razão o empregado das sociedades
Isso significa que a Administração dispõe de certa mar- de economia mista, empresas públicas e demais entidades
gem de apreciação no enquadramento da falta dentre os sob controle direto ou indireto do poder público.
ilícitos previstos na lei, o que não significa possibilidade O fato de o Estado ser primariamente responsável pe-
de decisão arbitrária, já que são previstos critérios a se- los danos causados pelos seus comportamentos não quer
rem observados obrigatoriamente; é que a lei (artigos 128 dizer que os agentes públicos que materialmente execu-
da Lei Federal e 256 do Estatuto Paulista) determina que taram tais comportamentos também não possam sê-lo,
na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a mas dessa responsabilidade se exigirá a ilicitude. Ou seja,
natureza e a gravidade da infração e os danos que dela os agentes públicos só são responsáveis pelos danos que,
provierem para o serviço público. nessa qualidade, causarem, se tiverem culpa ou dolo (res-
É precisamente essa margem de apreciação e ou discri- ponsabilidade subjetiva).
cionariedade limitada pelos critérios previstos em lei) que O direito de regresso pode ser satisfeito através de
exige a precisa motivação da penalidade imposta, para de- ação judicial ou por acordo. Fora disso, é muito questio-
monstrar a adequação entre a infração e a pena escolhida nável a possibilidade de o Estado exercer este direito des-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
contando em folha, coativa e unilateralmente, os valores art. 37, §6º, da Constituição Federal: “O Estado responderá
do regresso, já que, sem a autorização do servidor, este pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem
desconto em folha consistiria em uma autoexecutoriedade a terceiros”, independentemente de dolo ou culpa, os quais
de valores pecuniários. somente terão importância para se estabelecer o direito de
Por derradeiro, assinalamos que, como se trata de regresso do ente contra o seu funcionário ou empregado.
direito patrimonial, o Estado poderá exercer o direito de Para ele o caráter objetivo da responsabilidade pela
regresso contra os sucessores do servidor que causou o prestação de serviços públicos em sentido estrito (não
ilícito que gerou a despesa pública de indenização do ter- qualquer atividade administrativa) pode fundamentar-se,
ceiro lesado. hoje, não apenas no art. 37, § 6º, CF, mas também, pelo
As diversas instâncias de responsabilização dos agen- simples fato de serem serviços, no art. 12 do CDC (respon-
tes públicos são autônomas, mas, para evitar contradições sabilidade pelo fato do produto e do serviço) e no art. 927,
entre atos estatais, são parcialmente inter-relacionadas, já parágrafo único, do Código Civil (responsabilidade objetiva
que em tese os agentes públicos estão sujeitos concomi- das atividades de risco).
tantemente às esferas civil, administrativa e penal de res- A existência de tantas normas aptas a justificar a inde-
ponsabilização (ex.: em caso de tortura praticada em dele- nização fortalece a posição jurídica dos particulares – usuá-
gacia policial). rios ou terceiros prejudicados pelo serviço público –, uma
Normalmente a relação se dá entre as esferas civil e vez que, em caso de eventual conflito entre elas, o que,
administrativa, de um lado, e a penal, de outro, já que esta, todavia, nos parece difícil de ocorrer diante da semelhança
em face da gravidade de suas potenciais sanções, é a que das suas hipóteses de incidência, poderá invocar a que for
possui o procedimento dotado de maior teor garantístico. capaz de melhor embasar a sua pretensão.
Diante dela, podemos estar diante de quatro situações (arg
ex art.935, CC): O art. 37, § 6º, CF, disciplina a responsabilidade do Es-
tado por qualquer de suas atividades, não apenas pelos
1) Condenação penal: leva à culpa também no proces- seus serviços públicos em sentido técnico estrito. A única
so cível e no administrativo; exceção que faríamos são as atividades econômicas que o
Estado explorar em concorrência com a iniciativa privada,
2) Absolvição penal pela negativa do fato ou da au-
pois, à luz do que vimos no capítulo referente à Organiza-
toria: também produz efeitos no cível e no administrativo;
ção Administrativa, a responsabilidade objetiva dessas es-
tatais as colocariam em desvantagem diante de seus con-
3) Absolvição penal por ausência de ilicitude (legítima
correntes privados (art. 173, § 1º, CF).
defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de de-
A ação ou omissão estatal que gerar prejuízo a tercei-
ver legal e exercício regular de direito): produz efeito no
ros (particulares ou mesmo outra entidade pública) engen-
cível e no administrativo (art. 65, CPP);
dra responsabilidade civil objetiva (independentemente de
culpa ou ilicitude, bastando o nexo causal) dos entes da
4) Absolvição penal por ausência de prova: não produz
efeitos tanto no cível como no administrativo, já que as Federação, das pessoas jurídicas de direito público da Ad-
provas, nestes, menos rígidos, podem ser suficientes para ministração Indireta, das pessoas jurídicas de direito priva-
configurar o que a Súmula n. 18 do STF denomina “falta do da Administração Indireta que não exerçam atividades
residual”. econômicas stricto sensu em concorrência com a iniciativa
privada (art. 173, § 1º, CF) e dos delegatários privados de
Em relação à Responsabilidade Civil do Estado no Di- serviços públicos (ex.: concessionários de serviços públi-
reito Brasileiro iremos trazer os ensinamentos do professor cos).
Alexandre Santos de Aragão que defende que a responsa- Especificamente em relação à responsabilidade civil
bilidade civil do Estado: possui contornos próprios e, his- das delegatárias de serviços públicos, em caso de acidente
toricamente, tem evoluído no sentido da sua maior ampli- de trânsito, o STF adotou posição em caso isolado (RE n.
tude e publicização: desde a impossibilidade de o Estado 302622/MG), já em vias de superação, de que essas enti-
ser civilmente responsabilizado (the king can do no wrong), dades são objetivamente responsáveis, nos termos do art.
passando pela responsabilidade por culpa em diversas mo- 37, § 6º, CF, apenas pelos danos que causarem aos usuários
dalidades (ex.: culpa presumida), até a atual responsabili- dos serviços públicos delegados, não a terceiros que não
dade objetiva (independentemente de culpa ou ilícito), por os estejam utilizando (no caso o proprietário do veículo
risco administrativo ou até mesmo por risco integral, casos particular com o qual o ônibus da concessionária colidiu).
excepcionais esses (de risco integral) em que se prescinde Apesar da grande perplexidade gerada pela decisão,
até mesmo do nexo de causalidade entre o dano sofrido ela tem, embora não citada expressamente pelo acórdão,
pelo particular e o Estado. apoio em alguma doutrina, como a de FRANCIS-PAUL BÉ-
O autor nos ensina que: estágio atual de evolução em NOIT, que distingue o fundamento da responsabilidade
nosso Direito Positivo é, desde a Constituição de 1946, o da da Administração Pública conforme se trate de usuário do
responsabilidade objetiva por risco administrativo, decor- serviço público ou de terceiro. Em relação àqueles o seu
rência de os danos causados pelo Estado advirem de ativi- fundamento seria o direito que possuem ao bom funcio-
dade do interesse de toda a coletividade. É o que dispõe o namento do serviço; ao passo que para terceiros o fun-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
damento seria mais genérico, consubstanciado no direito outubro de 2003, que, adotando a Teoria do Risco Integral,
a não sofrer nenhum dano anormal por fatos produzidos propicia à União arcar com os prejuízos que venham a ser
pela Administração Pública. causados por atos terroristas.
Pois bem, no Recurso Extraordinário n. 459.749, no O entendimento do referido autor segue no sentido de
qual se discutiu acórdão do Tribunal de Justiça do Estado que são condutas geradoras da responsabilidade:
de Pernambuco que condenara empresa privada conces- - Ação do Estado
sionária de serviço público de transporte ao pagamento de Nesta hipótese, o dano é causado diretamente pelo
indenização por dano moral a terceiro não usuário, atro- próprio Estado, que terá responsabilidade objetiva, ou seja,
pelado por veículo da empresa, os quatro votos até então independente de culpa e da ilicitude do ato.
proferidos – Ministro Relator JOAQUIM BARBOSA, Minis- Mesmo que o Estado sem culpa e licitamente cause
tra CÁRMEN LÚCIA, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI e dano a outrem, deverá indenizá-lo com fundamento no
Ministro CARLOS BRITTO – afirmaram a responsabilidade princípio da solidariedade social, conforme vimos ao anali-
objetiva das prestadoras de serviços públicos também rela- sarmos os fundamentos da responsabilidade civil do Esta-
tivamente aos terceiros não usuários de serviços públicos. do. Não é porque uma conduta do Estado é lícita que um
Em seu voto, o relator reputou indevido diferenciar a siste- indivíduo pode sofrer sem qualquer espécie de proteção
mática de responsabilidade aplicável conforme a qualidade um prejuízo em prol de toda a coletividade, observados os
da vítima, uma vez que a responsabilidade objetiva do art. requisitos do dano que veremos no tópico XIX.
37, § 6º, da Constituição Federal decorre, tão somente, da A responsabilidade por ato ou fato lícito é um dos da-
natureza da atividade administrativa, não fazendo qualquer dos distintivos da responsabilidade objetiva em relação à
distinção quanto ao lesado. subjetiva ou por culpa. Se a sociedade teve os proveitos,
O julgamento em questão havia sido suspenso em também deve arcar com os ônus sofridos especialmente
virtude de pedido de vista formulado pelo Ministro EROS por um(s) dos seus membros (art. 37, § 6º, CF).
GRAU e constitui uma esperança de que o entendimento É lógico que, muitas vezes, o comportamento comissi-
esposado no primeiro caso acima mencionado seja defi- vo lesivo será ilícito. Mas este aspecto é irrelevante para a
nitivamente sepultado pela Corte. Deveremos, no entanto, responsabilização do Estado, sendo de se considerar ape-
aguardar mais um pouco para que isso seja consolidado, nas a responsabilidade objetiva. Em outras palavras, mes-
já que, segundo o site do STF, as partes chegaram a um mo que o ato estatal tenha sido ilícito, o particular, para
acordo, requerendo a sua homologação e a consequente deflagrar a responsabilidade do Estado, não precisa provar
extinção do processo. tal ilicitude, bastando demonstrar o nexo de causalidade.
Outra possível exclusão da aplicação do art. 37, § 6º, Apenas a responsabilidade pessoal do próprio agente pú-
CF, às delegatárias de serviços públicos se deve ao fato de blico exige aquela comprovação.
que muitos dos comportamentos dessas empresas não po- Resumindo a responsabilidade comissiva do Estado,
dem ser considerados oriundos de decisões próprias, mas sempre objetiva, pode se dar tanto nos casos de atos jurí-
sim de determinações do Poder concedente. Nesses casos, dicos lícitos (ex.: proibição do trânsito em rua em que até
se ocasionarem prejuízos a particulares, a responsabilidade então funcionava um edifício-garagem privado, que natu-
do Estado (ou de eventual autarquia reguladora) não será ralmente não terá mais como subsistir); atos materiais líci-
meramente subsidiária (apenas em caso de insolvência da tos (ex.: nivelamento de rua, em que as janelas das casas
prestadora privada de serviço público), como é a regra, possam ficar abaixo do nível da rua); atos jurídicos ilícitos
mas direta e exclusiva. (ex.: apreensão de jornais contrariamente ao direito de livre
A assertiva se deve ao fato de, em casos tais, o nexo expressão) e atos materiais ilícitos (ex.: espancamento de
de causalidade existir diretamente entre o prejuízo do par- prisioneiro pelo carcereiro).
ticular e a atuação ou omissão do Poder concedente, não - Omissão do Estado
sendo relevante para esse efeito a execução meramente Quanto aos atos comissivos (ação estatal), objeto do
material pelo concessionário das determinações estatais. O subtópico anterior, o ordenamento pátrio claramente ado-
concessionário é, nesses casos, mera longa manus do Poder tou a teoria objetiva da responsabilidade, sob a modalida-
concedente ou do regulador, sem atitude volitiva própria. de do risco criado, emergindo o dever de indenizar o dano
O ponto extremo da responsabilidade civil estatal é a causado pela atividade estatal, seja ela lícita ou ilícita.
teoria do risco social ou risco integral, em que o Estado Todavia, em relação à responsabilidade do Estado por
é responsável até por danos não imputáveis ao seu com- omissão, a doutrina e a jurisprudência dominantes exigem
portamento independentemente até mesmo de nexo de a presença do elemento culpa, sendo suficiente para carac-
causalidade, sem possibilidade de causas de exclusão (caso terizá-la provar que a situação impunha um dever de agir
fortuito, força maior, culpa de terceiros, da própria vítima ao Estado, e esse quedou inerte por dolo, desídia ou negli-
etc.). Além da responsabilidade por danos nucleares (art. gência, ainda que anônima do serviço (sem identificação
21, XXIII, d, CF, regulamentado pela Lei n.6.453/77), outro de um servidor concretamente culpado).
exemplo dessa espécie de obrigação pecuniária do Esta- Realmente, a imputação de um dano decorrente de
do, mais de seguridade social que de responsabilidade civil omissão estatal não pode ser realizada de forma imediata,
propriamente dita, é a instituída pela Lei n.10.744, de 09 de uma vez que a inércia não é a causa direta do dano, mas

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
sim um fato da natureza, da própria vítima ou de terceiros, a atuação do Estado em situações análogas e a expectativa
não evitado pelo Estado (ex.: um assalto não evitado; uma do próprio Estado em relação aos seus serviços, inferida,
enchente que levou à perda total de carros). principalmente, da legislação (ex.: o Estado é civilmen-
Como não temos nesses casos uma ação do Estado, te responsável pelo assalto que tenha sido realizado em
logicamente não foi ele o autor direto do dano. O dano frente a uma cabine da Polícia Militar; morte de pessoa em
adveio de força humana ou natural, mas o Estado será res- incêndio em razão de o Estado não possuir escada magirus
ponsável se, naquele caso concreto, tinha o dever jurídico com altura suficiente para efetuar o salvamento, apesar de
de evitar o dano. ter licenciado a construção naquele gabarito; ambulância
Sendo assim, a omissão que pode ensejar a responsa- que demora horas para chegar; inundação conjugada com
bilidade do Estado é sempre ilícita, ao contrário do que se a má manutenção das galerias pluviais; prejuízo causado
dá com a ação, que pode ser lícita ou ilícita para responsa- por um particular a outro por omissão do poder de polí-
bilizar o Estado. A responsabilização por omissão terá lugar cia mesmo tendo a ação do Estado sido solicitada diversas
apenas se o Estado tinha o dever de agir, ou seja, se estava vezes sem nada acontecer; danos advindos de protestos
legalmente obrigado a impedir a ocorrência do evento da- populares quando fosse razoavelmente possível ao Estado
noso, e se omitiu. prevê-los etc.).
Esta “culpa” pela omissão a que a doutrina alude, que Advém muitas vezes a responsabilidade civil do Estado
seria mais bem traduzida (faute du service) como “falta”, por omissão de uma combinação da proteção da confian-
pode consistir em um não funcionamento do serviço, um ça legítima dos cidadãos em relação à atuação do Estado
funcionamento tardio ou um funcionamento ineficiente. com a proteção da sua dignidade humana e da efetividade
Não se refere necessariamente a um agente público deter- de direitos fundamentais, inclusive de natureza prestacio-
nal, a que façam jus. Se, observados os requisitos da teoria
minado, mas ao aparato estatal como um todo. Em alguns
dos direitos fundamentais como a reserva do possível e o
casos, por disposição legal (cf. v.g. presunções probatórias
núcleo essencial, o Estado não atender o cidadão nessa
estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor) ou
esfera, estará sujeito, não apenas à imposição judicial da
por questões práticas concernentes ao ônus da prova (ex.:
obrigação de fazê-lo, como também a indenizar o cidadão
dificuldade de prova negativa), poderá haver uma presun-
pelo direito fundamental não adimplido.
ção relativa da culpa do Estado.
Eventual incúria do Estado em ajustar-se aos padrões
A tese da responsabilidade subjetiva do Estado para
civilizatórios não ilide a sua responsabilidade. Não se pode
as omissões decorre também de o art. 43 do Código Ci-
dizer que o serviço é realmente ruim, mas que sempre foi
vil aplicar-se apenas aos atos comissivos e de, no sistema
assim e que todos já sabiam disso. Haverá a responsabili-
do Código, a responsabilidade objetiva somente ter lugar dade do Estado por omissão, portanto, se descumpriu o
quando expressamente prevista (art. 927, parágrafo único), dever jurídico de agir, ou se agiu, mas atuou abaixo dos
sendo que não haveria norma determinando a responsabi- padrões a que estava obrigado, surgindo assim o neces-
lidade objetiva estatal em casos de omissão, nem mesmo sário nexo de causalidade. Pouco importa se esta culpa é
o art. 37, § 6º, da Constituição Federal, cuja redação pres- específica de algum agente individualmente considerado
supõe uma causalidade comissiva (“causarem a terceiros”). ou se é a chamada “culpa” anônima do serviço.
Em nossa opinião não há como se objetivar uma res- - Situação de risco criada pelo Estado
ponsabilidade civil por omissão, na qual inexiste um ato Nesses casos, não há ação, ou mesmo omissão culpo-
que possa representar o elemento primordial do nexo de sa, do Estado, que tenha causado o dano, que ocorreu di-
causalidade. Se a omissão do prestador do serviço públi- retamente por força natural ou humana alheia.
co fosse objetivamente considerada como fato gerador de Nos casos objeto do presente subtópico – riscos cria-
responsabilidade civil, o Estado seria um segurador univer- dos pelo Estado –, como em nosso Direito não é adotada
sal dos membros da coletividade, arcando com todos os a Teoria do Risco Integral, o Estado só será responsável na
prejuízos que não conseguisse evitar. hipótese em que, em prol de toda a coletividade, comissi-
Portanto, a omissão, quando caracterizar um ilícito ad- vamente constituiu uma situação de risco que propiciou,
ministrativo e gerar danos – individuais, coletivos ou difu- somado ao fato humano ou da natureza, o dano.
sos –, desencadeará, além naturalmente do dever de agir Com esses aspectos (aspecto comissivo na criação da
para suprir a omissão, a responsabilidade civil da pessoa situação de risco e igualdade na repartição dos ônus so-
pública que não cumpriu o seu dever. ciais), os danos decorrentes de situações de risco equiva-
Não é suficiente apenas haver relação entre um dano lem aos decorrentes da própria ação do Estado, aplicando-
não evitado com o qual estaríamos adotando a Teoria do se-lhes a responsabilidade objetiva. Exemplo: fuga de pre-
Risco Integral ou Social (ex.: todos os assaltos seriam inde- so ou de doente mental que causa danos nas imediações
nizáveis pelo Estado), exigindo-se também a falha do ser- do presídio ou do manicômio; raio que cai sobre depósito
viço do Estado. de munições do exército; assassinato de um presidiário por
Como expõe CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, outro etc.)
deve se ter em vista mais especificamente o padrão “nor- Os casos mais comuns são realmente os danos oriun-
mal” do serviço, conceito subjetivo, mas aferível por ele- dos da guarda de coisas ou pessoas perigosas, mas há
mentos como o nível de expectativa comum da sociedade, também outras hipóteses em que o Poder Público tem que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
em prol da sociedade criar situações que coloca terceiros (estes, para poder gerar a responsabilidade do Estado, são,
em risco (ex.: acidente decorrente de sinal de trânsito que- segundo nosso entendimento, sempre ilícitos, como visto
brado por ter um defeito imprevisível no semáforo; bala acima).
perdida em confronto da polícia com bandidos etc.). Nos casos de responsabilidade do Estado por atos
Há de se ter uma relação de causalidade direta do lícitos (só verificada se por ação ou situação de risco), o
dano com o risco suscitado pelo Estado. Do contrário, o dano, além de jurídico e certo, também deverá ser ainda
Estado não será responsável (ex.: não haverá a responsa- (c) especial, isto é, não pode ser genérico, disseminado
bilidade do Estado por risco criado se os presidiários fora- em toda a sociedade (ex.: medida econômica que reduz
gidos vierem a causar danos longe da fonte de risco que o poder aquisitivo da moeda não gera indenização) e (d)
é o presídio; ou por detento que morre no presídio em ra- anormal, ou seja, não inerente às próprias condições incô-
zão de raio). Nesses casos, não haverá a responsabilidade modas, mas naturais ao convívio social (ex.: poeira de obra
objetiva por situação de risco criada pelo Estado, mas até que suja a pintura de muro; interdição por poucas horas
poderemos ter a responsabilidade por faute du service (ex.: da rua, fazendo com que seus moradores tenham que pôr
se o assalto cometido pelo foragido foi em frente a cabine seus carros em garagem paga, fora da rua, não gera direito
policial), se os requisitos da responsabilidade por omissão a ressarcimento (obra que atrapalha o comércio não gera
estiverem presentes. dano indenizável, mas se o interditar totalmente, gerará);
abordagens policiais normais não causam dano moral etc.).
Requisitos da indenizabilidade do dano Constata-se que esses dois últimos requisitos do dano
Continua nos ensinado Aragão: há duas exigências para gerar a responsabilidade do Estado por atos lícitos
gerais (dano jurídico e certo) e duas exigências aplicáveis identificam-se com os requisitos da indenizabilidade de
apenas à responsabilidade civil do Estado por comporta- certas limitações administrativas e da caracterização de de-
mentos lícitos (danos especiais e anormais). terminadas intervenções regulatórias na liberdade econô-
Em primeiro lugar, portanto, o dano há de sempre ser mica e na propriedade como desapropriações indiretas. E
(a) jurídico. Se a lesão for econômica, mas não for jurídica, nada mais natural, pois, na verdade, como concluímos nos
isto é, se, apesar de haver prejuízo, não houver gravame respectivos capítulos, cuja remissão se faz essencial, essas
em um direito, não eclodirá a responsabilidade civil. Deve duas nada mais são do que exemplos de atos lícitos capa-
haver lesão a algo que a ordem jurídica reconhece como zes de gerar a responsabilidade civil do Estado.
garantido em favor do sujeito.
Não se considera dano em seu sentido jurídico, por Excludentes da Responsabilidade
exemplo, as limitações administrativas, que apenas defi- De acordo com o referido autor a responsabilidade ob-
nem o conteúdo do próprio direito; o fechamento de esco- jetiva do Estado não exige a presença de comportamentos
la pública que gerará prejuízos ao dono da lanchonete em ilícitos, contentando-se com a relação de causa e efeito en-
frente a ela etc. Muito relevante para a caracterização do tre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo terceiro.
dano como jurídico são as eventuais expectativas legítimas Ele nos ensina quer: toda excludente da responsabili-
criadas pelo Estado para o particular. Assim, se, no exemplo dade civil do Estado será, substancialmente, então, uma ex-
da lanchonete em frente à escola pública, o Estado incen- cludente do nexo de causalidade entre o comportamento
tivou o particular a instalar uma lanchonete naquele local estatal e o dano, advertindo-se que uma visão muito ampla
para atender os alunos e deixar a área menos deserta e de “nexo de causalidade” pode acabar levando à Teoria do
logo depois fecha a escola, será cogitável a sua responsa- Risco Integral na responsabilidade civil do Estado enquan-
bilidade objetiva por ação lícita. to o art. 37, § 6º, CF, adota a responsabilidade sem culpa,
A responsabilidade do Estado pode se dar por um ato mas não sem causa.
lícito, mas este ato tem de retirar algo da esfera jurídica do Surgiram, ao longo da história, inúmeras teorias que
particular. Substancialmente, trata-se da mesma distinção pretendiam explicar o que se entende por causa do dano
que vimos entre as limitações administrativas ordinárias em geral. Entre nós foi o próprio Legislador que se ocu-
ou não indenizáveis e as indenizáveis; é uma questão de pou de solucionar a questão, atestando, pela primeira vez,
grau: apesar de ambas poderem gerar diminuição no valor no art. 1.060 do Código Civil de 1916, que, “ainda que a
do patrimônio das pessoas, esta tem maior intensidade, e inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só
anormalidade, já que, sendo o patrimônio um conceito ju- incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
rídico, na verdade toda diminuição patrimonial seria uma dela direto e imediato” – regra mantida, com redação pra-
diminuição na esfera jurídica do seu titular. ticamente inalterada, pelo art. 403 do novo Código Civil.
O dano para ser indenizável também tem de ser (b) No Brasil, portanto, independentemente da espécie de
certo, ainda que atual ou futuro (ex.: verba que a vítima responsabilidade (contratual ou extracontratual, objetiva
terá de despender ainda por muitos anos com fisioterapia). ou subjetiva), somente são indenizáveis os danos que se-
O dano não pode é ser meramente eventual (ex.: lucro ces- jam consequência direta e imediata da conduta do agente.
sante da empresa que a pessoa teria aberto se não tivesse Tal entendimento assentou-se, no acórdão da 1ª Turma do
sofrido o acidente). Supremo Tribunal Federal, no RE n. 130764/PR. Na ocasião,
Os caracteres jurídico e certo do dano serão suficientes afirmou-se: “(…) Em nosso sistema jurídico, como resulta
para fazer surgir a responsabilidade do Estado por com- do disposto no art. 1.060 do Código Civil, a teoria adotada
portamentos ilícitos, sejam eles comissivos ou omissivos quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano dire-

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
to e imediato, também denominada teoria da interrupção ela está pela falta de nexo causal entre a ação estatal e o
do nexo causal. Não obstante aquele dispositivo da codi- dano (ex.: acidete sofrido pelos ditos “surfistas de trem”,
ficação civil diga respeito à impropriamente denominada usuários que pela emoção preferem viajar sobre o teto dos
responsabilidade contratual, aplica-se ele também à res- trens; criança que morre afogada em ilha deserta, onde
ponsabilidade extracontratual, inclusive a objetiva, até por não se poderia esperar que o Estado dispusesse de um sal-
ser aquela que, sem quaisquer considerações de ordem va-vidas; assalto cometido em zona erma, de madrugada;
subjetiva, afasta os inconvenientes das outras duas teorias dano sofrido por uma lavoura ou acidente automobilístico
existentes: a da equivalência das condições e a da causali- ocorrido em razão de geada). O nexo de causalidade se dá,
dade adequada.” outrossim, com o fato da vítima, de terceiro ou da natureza.
Os vocábulos “direto” e “imediato” devem ser interpre- O Estado terá, no entanto, responsabilidade parcial
tados “em conjunto”, conforme leciona GISELA SAMPAIO (haverá uma causa de exclusão parcial da sua responsabi-
DA CRUZ. A expressão utilizada pela codificação tem, as- lidade) se o seu comportamento for causa concorrente do
sim, o sentido de necessário, isto é, somente são indeni- dano, ou seja, se ele se somar à culpa da vítima, de terceiro,
záveis os danos necessariamente decorrentes da atividade
ou à força maior (ex.: se durante tiroteio em favela o cida-
ou do ato ilícito.
dão deliberadamente decide não se resguardar).
GUSTAVO TEPEDINO salienta que, para explicar a teo-
YUSSEF SAHID CAHALI, louvando-se nas lições de THE-
ria do “nexo causal direto e imediato”, adotada entre nós,
MISTOCLES CAVALCANTI, sustenta que o caso fortuito, ao
surgiu a “subteoria da necessariedade da causa”, segundo
a qual “o dever de reparar surge quando o evento danoso contrário da força maior, por ele conectada a eventos da
é efeito necessário de certa causa”, ou seja, “uma conse- natureza, não constitui causa de exclusão da responsabili-
quência certa do ato ilícito”. Esta é, conclui, a tendência dade civil do Estado. Isso se deve ao fato de que este, ao
jurisprudencial brasileira, com esteio no art. 403 do Código contrário da força maior, é interno, inerente à própria ati-
Civil e na orientação do Pretório Excelso: a “busca de um vidade do Estado que ocasionou o dano (ex.: trem público
liame de necessariedade entre causa e efeito, de modo que que, por caso fortuito, descarrilha).
o resultado danoso seja consequência direta do fato lesi-
vo”.
Isto porque o Legislador “se recusou a sujeitar o au-
tor do dano a todas as nefastas consequências do seu ato, IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
quando já não ligadas a ele diretamente”, o que possibilita
que o nexo causal cumpra “dupla função” no âmbito da
responsabilidade civil: “Por um lado, permite determinar
a quem se deve atribuir um resultado danoso, por outro, A Lei n° 8.429/92 trata da improbidade administrativa,
é indispensável na verificação da extensão do dano a se que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinônimo de
indenizar.” desonestidade administrativa. A improbidade é uma lesão
É evidente, pois, que se excluem do dever de indenizar ao princípio da moralidade, que deve ser respeitado estri-
os chamados danos par ricochet ou reflexos, isto é, os da- tamente pelo servidor público. O agente ímprobo sempre
nos decorrentes de outros danos, infligidos sobre pessoa será um violador do princípio da moralidade, pelo qual “a
diversa do lesado. A “regra no direito brasileiro é a indeni- Administração Pública deve agir com boa-fé, sinceridade,
zação do dano direto e imediato, assim entendido o dano probidade, lhaneza, lealdade e ética” .
derivado necessariamente da conduta do ofensor. Por con- A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada
ta disso, no comum dos casos, é a vítima imediata do dano devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes
a pessoa legitimada a pleitear indenização. Exceção a esta do serviço público que se intensificavam com a ineficácia
regra ocorre, no Brasil, na chamada responsabilidade por
do diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. De-
dano-morte ou por homicídio, em que se indeniza não o
correu, assim, da necessidade de acabar com os atos aten-
falecido, mas as pessoas atingidas pela morte da vítima,
tatórios à moralidade administrativa e causadores de pre-
e, portanto, apenas indiretamente pelo evento que lhe
juízo ao erário público ou ensejadores de enriquecimento
deu causa. Assim é que os danos indiretos, reflexamente
causados a terceiros (‘danos por ricochete’), sem qualquer ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil.
violação à relação contratual ou extracontratual, não en- Com o advento da Lei nº 8.429/92, os agentes públicos
contram guarida no ordenamento jurídico brasileiro justa- passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos atos
mente porque não decorrem direta e imediatamente do de improbidade administrativa descritos nos artigos 9º, 10
ato ilícito”. e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A existência de
Postos esses limites à noção de nexo de causalidade, esferas distintas de responsabilidade (civil, penal e admi-
teremos que verificar se o dano sofrido pela pessoa tem nistrativa) impede falar-se em bis in idem, já que, onto-
como causa a sua própria culpa, de terceiros, ou de fatos logicamente, não se trata de punições idênticas, embora
da natureza (força maior). baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização em
Mais correto tecnicamente nesses casos do que dizer esferas distintas do Direito.
que a culpa da vítima, de terceiros ou a força maior excluem A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de
a responsabilidade civil do Estado seria dizer que excluída improbidade administrativa em três categorias:

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
a) Ato de improbidade administrativa que importe en- b) Universalidade: os direitos fundamentais perten-
riquecimento ilícito; cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes
b) Ato de improbidade administrativa que importe le- no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na
são ao erário; perspectiva de prevalência dos direitos humanos.

c) Ato de improbidade administrativa que atente con- c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não
tra os princípios da administração pública. possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in-
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do
ATENÇÃO: os atos de improbidade administrativa não comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da
são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na es- autonomia privada.
fera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure simul-
taneamente um ato de improbidade administrativa desta d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po-
lei e um crime previsto na legislação penal, o que é comum dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta-
no caso do artigo 9°, responderá o agente por ambos, nas lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa
duas esferas.
humana.
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito pas-
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio-
sivo) e daqueles que podem praticar os atos de improbida-
de administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a reparação nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu-
do dano ao lesionado e o ressarcimento ao patrimônio lidades.
público; após, traz a tipologia dos atos de improbidade ad-
ministrativa, isto é, enumera condutas de tal natureza; se- f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem
guindo-se à definição das sanções aplicáveis; e, finalmente, um único conjunto de direitos porque não podem ser ana-
descreve os procedimentos administrativo e judicial. lisados de maneira isolada, separada.

g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não


se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: falta de uso (prescrição).
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po-
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas
ou como argumento para afastamento ou diminuição da
O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não
e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin- são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais igualmente consagrados como humanos.
e coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente
previstos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 1) Direitos e deveres individuais e coletivos.
12 e 13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF). O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deve-
res individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do
Em termos comparativos à clássica divisão tridimen- capítulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos
sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior
do indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na
alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucio-
segunda dimensão (direitos econômicos, sociais e cultu-
rais) e os direitos coletivos na terceira dimensão. Contu- nais próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.:
do, a enumeração de direitos humanos na Constituição vai mandado de segurança coletivo).
além dos direitos que expressamente constam no título II
do texto constitucional. 1.1) Direitos e garantias
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac- Não obstante, o capítulo vai além da proteção dos di-
terísticas principais: reitos e estabelece garantias em prol da preservação des-
tes, bem como remédios constitucionais a serem utilizados
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem caso estes direitos e garantias não sejam preservados. Nes-
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos, te sentido, dividem-se em direitos e garantias as previsões
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en- do artigo 5º: os direitos são as disposições declaratórias e
quadra a noção de dimensões de direitos. as garantias são as disposições assecuratórias.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo como destinatário de um dever fundamental. Neste senti-
o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: do, um direito fundamental, enquanto protegido, pressu-
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade intelec- poria um dever correspondente”. Com efeito, a um direito
tual, artística, científica e de comunicação, independente- fundamental conferido à pessoa corresponde o dever de
mente de censura ou licença. respeito ao arcabouço de direitos conferidos às outras
pessoas.
O direito é o de liberdade de expressão e a garantia é
a vedação de censura ou exigência de licença. Em outros 1.4) Direitos e garantias em espécie
casos, o legislador traz o direito num dispositivo e a garan- Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu
tia em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada caput:
no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da
prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem
artigo 5º, LXV7. distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio- ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu- do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
cionais. propriedade, nos termos seguintes [...].
Atenção para o fato de o constituinte chamar os re-
médios constitucionais de garantias, e todas as suas fór- O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um
mulas de direitos e garantias propriamente ditas apenas dos principais (senão o principal) artigos da Constituição
de direitos. Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que mere-
1.2) Brasileiros e estrangeiros cem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segurança
O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam vários
conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notada- direitos e garantias que se enquadram em alguma destas
mente, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas es-
País”. No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem
pecíficas que ganham também destaque no texto consti-
sido interpretada no sentido de que os direitos estarão
tucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e direitos
protegidos com relação a todas as pessoas nos limites da
constitucionais-penais.
soberania do país.
Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
- Direito à igualdade
gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
Abrangência
então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o
seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
Somente alguns direitos não são estendidos a todas as constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual-
pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi- dade:
ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
titulares de direitos políticos. Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
1.3) Relação direitos-deveres ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan- do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação propriedade, nos termos seguintes [...].
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen-
tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a premis- Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro
sa reconhecida nos direitos fundamentais de que não há inciso:
direito que seja absoluto, correspondendo-se para cada
direito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamen- Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direi-
tais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por tos e obrigações, nos termos desta Constituição.
parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre
relativos. Este inciso é especificamente voltado à necessidade de
Explica Canotilho8 quanto aos direitos fundamentais: igualdade de gênero, afirmando que não deve haver ne-
“a ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser en- nhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo
tendida como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e
Como ao titular de um direito fundamental corresponde obrigações.
um dever por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito
que o particular está vinculado aos direitos fundamentais mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers-
pectiva mais ampla.
7 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em
teleconferência.
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores
8 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro
teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 479. enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil,

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a renças9. Tem predominado em doutrina e jurisprudência,
todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi- inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as ações afirma-
tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual- tivas são válidas.
dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos
demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se - Direito à vida
falando na igualdade perante a lei. Abrangência
No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
que não bastava igualar todos os homens em direitos e ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio-
deveres para torná-los iguais, pois nem todos possuem nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa
as mesmas condições de exercer estes direitos e deveres. humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi-
Logo, não é suficiente garantir um direito à igualdade for- cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con-
mal, mas é preciso buscar progressivamente a igualdade ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa
material. No sentido de igualdade material que aparece o possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida.
direito à igualdade num segundo momento, pretendendo- Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, é
se do Estado, tanto no momento de legislar quanto no de o primeiro valor moral inerente a todos os seres humanos10.
aplicar e executar a lei, uma postura de promoção de polí- No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de
ticas governamentais voltadas a grupos vulneráveis. nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como
Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá- pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e
veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que
uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda- engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral,
de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi- incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como
dade de discriminações positivas com relação a grupos vul- a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig-
neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal. nidade.
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado
Ações afirmativas nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais
Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi-
vas,que são políticas públicas ou programas privados cria-
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com
dos temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc.
reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou
de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio da
Vedação à tortura
concessão de algum tipo de vantagem compensatória de
De forma expressa no texto constitucional destaca-se
tais condições.
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme
Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
previsão no inciso III do artigo 5º:
em uma sociedade pluralista, a condição de membro de um
grupo específico não pode ser usada como critério de inclu- Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem
são ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que elas a tratamento desumano ou degradante.
desprivilegiam o critério republicano do mérito (segundo
o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo pú- A tortura é um dos piores meios de tratamento de-
blico pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer a sumano, expressamente vedada em âmbito internacional,
determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio; como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina
bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define
discriminação reversa. os crimes de tortura e dá outras providências, destacando-
se o artigo 1º:
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
defende que elas representam o ideal de justiça compen- Art. 1º Constitui crime de tortura:
satória (o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas I - constranger alguém com emprego de violência ou
históricas, como uma compensação aos negros por tê-los grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça dis- a) com o fim de obter informação, declaração ou confis-
tributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca-se são da vítima ou de terceira pessoa;
uma concretização do princípio da igualdade material); bem b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi-
como promovem a diversidade. nosa;
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirma- 9 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e II.
tivas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do me- In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
nor, as garantias aos portadores de deficiência, entre outras Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 08.
10 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambitte.
medidas que atribuam a pessoas com diferentes condições, Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.).
iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas dife- Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília:
Fortium, 2008, p. 15.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori- pensamento e da liberdade de expressão.
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de
pessoal ou medida de caráter preventivo. reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
Pena - reclusão, de dois a oito anos. mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pen-
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico samento, imprime a existência jurídica ao chamado direito
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto de opinião”11. Em outras palavras, primeiro existe o direito
em lei ou não resultante de medida legal. de ter uma opinião, depois o de expressá-la.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, No mais, surge como corolário do direito à liberdade
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na de pensamento e de expressão o direito à escusa por con-
pena de detenção de um a quatro anos. vicção filosófica ou política:
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
I - se o crime é cometido por agente público; legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al-
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por- ternativa, fixada em lei.
tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos;  Trata-se de instrumento para a consecução do direito
III - se o crime é cometido mediante sequestro. assegurado na Constituição Federal – não basta permitir
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona-
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo mento.
dobro do prazo da pena aplicada.
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na
graça ou anistia.
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria certa
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
e determinada, permitindo eventuais responsabilizações
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regi-
por manifestações que contrariem a lei.
me fechado.
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
- Direito à liberdade
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade in-
teção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos
que o seguem. telectual, artística, científica e de comunicação, inde-
pendentemente de censura ou licença.
Liberdade e legalidade
Prevê o artigo 5º, II, CF: Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres-
são, referente de forma específica a atividades intelectuais,
Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou dei- artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com
xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. relação a estas, a exigência de licença para a manifestação
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia.
O princípio da legalidade se encontra delimitado nes- A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe-
te inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a dir a divulgação e o acesso a informações como modo de
fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei controle do poder. A censura somente é cabível quando
assim determine. Assim, salvo situações previstas em lei, necessária ao interesse público numa ordem democrática,
a pessoa tem liberdade para agir como considerar conve- por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de
niente. exploração sexual infanto-juvenil é adequado.
Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela- O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in-
ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar-
à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expres- tida para aquele que teve algum direito seu violado (no-
samente estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade)
tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de
maneira que a lei não proíba. expressão.

Liberdade de pensamento e de expressão Liberdade de crença/religiosa


O artigo 5º, IV, CF prevê: Dispõe o artigo 5º, VI, CF:

Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen- 11 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano.
to, sendo vedado o anonimato. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên- Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in-
cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção sário ao exercício profissional.
aos locais de culto e a suas liturgias.
Trata-se da liberdade de informação, consistente na
Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé liberdade de procurar e receber informações e ideias por
como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe-
crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a rência.
profissão desta fé possa se realizar em locais próprios. A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao
Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís-
distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda- tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo
des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liber- e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento:
dade de organização religiosa.
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é
Consoante o magistério de José Afonso da Silva12, entra
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade
na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para
a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
a sociedade.
(ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de
descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos- todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a
ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber- pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli-
dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível
os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou que a imprensa divulgue com quem obteve a informação
em público, bem como a de recebimento de contribuições divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre-
para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao
refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização público.
de igrejas e suas relações com o Estado. Especificadamente quanto à liberdade de informação
Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as- no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas
segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF: previsões.
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF:
Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili- Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos
tares de internação coletiva. órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
prisionais civis e militares, mas também a hospitais. cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli- do Estado.
giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po- art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Infor-
lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
mação.
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF:
tiva, fixada em lei.
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen-
Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis- dentemente do pagamento de taxas:
tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó- de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não para defesa de direitos e esclarecimento de situações de in-
contrarie tais preceitos. teresse pessoal.

Liberdade de informação Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum-


O direito de acesso à informação também se liga a uma pre observar que o direito de petição deve resultar em uma
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol-
artigo 5º, XIV, CF: vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercí-
12 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi- cio contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que
tivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. regulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
a apreciação de um pedido que um cidadão quer apre- Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
sentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
“demora para responder aos pedidos formulados” (admi- qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a
nistrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe res- única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento
trições e/ou condições para a formulação de petição”, traz é a que se refere à obrigação alimentícia.
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e
faz proliferar as desigualdades e as injustiças. Liberdade de trabalho
Dentro do espectro do direito de petição se insere, por O direito à liberdade também é mencionado no artigo
exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar 5º, XIII, CF:
cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra-
balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
fissionais que a lei estabelecer.
cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que
gera confusões conceituais no sentido do direito de obter
O livre exercício profissional é garantido, respeitados os
certidões ser dissociado do direito de petição.
limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de
Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX, advogado aquele que não se formou em Direito e não foi
CF: aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil;
não pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade
Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicida- de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no
de dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou Conselho Regional de Medicina.
o interesse social o exigirem.
Liberdade de reunião
Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF:
o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
cesso criminal de estupro ou causas de família em geral) ou Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen-
quando o interesse social exigir (ex: investigações que pos- te, sem armas, em locais abertos ao público, independen-
sam ser comprometidas pela publicidade). A publicidade é temente de autorização, desde que não frustrem outra re-
instrumento para a efetivação da liberdade de informação. união anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Liberdade de locomoção
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de-
Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar- mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever
tigo 5º, XV, CF: de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes-
Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do
bens. poder público para que ele organize o policiamento e a as-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso
A liberdade de locomoção é um aspecto básico do di-
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias
reito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido autori-
território do país em tempos de paz (em tempos de guerra
zada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela tal
é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A
substância ilícita fosse utilizada).
liberdade de sair do país não significa que existe um direito
de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no Liberdade de associação
exercício de sua soberania, controlar tal entrada. No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º,
Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liber- XVII, CF:
dade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser pre-
sa nos casos autorizados pela própria Constituição Federal. Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação
A despeito da normativa específica de natureza penal, re- para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
força-se a impossibilidade de se restringir a liberdade de
locomoção pela prisão civil por dívida. A liberdade de associação difere-se da de reunião por
Prevê o artigo 5º, LXVII, CF: sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso-
Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi- ciação implica na formação de um grupo organizado que
da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e se mantém por um período de tempo considerável, dotado
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. de estrutura e organização próprias.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso- O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas dispositivo legal os direitos à privacidade e à personalidade.
e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à es- Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
tatal. de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu-
O texto constitucional se estende na regulamentação mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio
da liberdade de associação. e de círculos de amigos –, Silva13 entende que “o segredo
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: da vida privada é condição de expansão da personalidade”,
mas não caracteriza os direitos de personalidade em si.
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma A união da intimidade e da vida privada forma a pri-
da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais
vedada a interferência estatal em seu funcionamento. estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um
grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e
Neste sentido, associações são organizações resultan- dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da
tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria
sem personalidade jurídica, para a realização de um obje-
dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão,
tivo comum; já cooperativas são uma forma específica de
quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser
associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns
conferida à esfera (as esferas são representadas pela inti-
em suas atividades econômicas.
Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF: midade, pela vida privada, e pela publicidade).

Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser compul- “O direito à honra distancia-se levemente dos dois an-
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa-
julgado. zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi-
lidade no meio social. O direito à imagem também pos-
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja, sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido
a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por
preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que assim meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido
determine, pois antes disso sempre há possibilidade de re- subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas
verter a decisão e permitir que a associação continue em pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”14.
funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode suspender
atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou seja, no Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon-
curso de um processo judicial. dência
Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF: Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a invio-
labilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e
Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex- comunicações.
pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen- Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo,
Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi- ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
A liberdade de associação envolve não somente o direi-
to de criar associações e de fazer parte delas, mas também
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode
o de não associar-se e o de deixar a associação, conforme
artigo 5º, XX, CF: nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser
EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a as- morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu
sociar-se ou a permanecer associado. domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está
- Direitos à privacidade e à personalidade sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por
determinação judicial.
Abrangência Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica-
Prevê o artigo 5º, X, CF: ções, prevê o artigo 5º, XII, CF:

Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida


13 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional po-
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o sitivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente 14 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito consti-
de sua violação. tucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- de resposta não é possível reverter plenamente os da-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nos causados pela manifestação ilícita de pensamento,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
investigação criminal ou instrução processual penal. A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
O sigilo de correspondência e das comunicações está pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. mico e não econômico.
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (ma-
Personalidade jurídica e gratuidade de registro terial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado fi-
Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe- nanceiramente e indenizado.
rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos “Dano moral direto consiste na lesão a um interesse
direitos de personalidade, consistente na personalidade ju- que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa-
rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
como pessoa perante a lei. vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro,
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem)
necessário o registro. Por ser instrumento que serve como ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o
pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse- estado de família)”16.
gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có-
com ele arcar. digo Civil:
Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci- administração da justiça ou à manutenção da ordem públi-
damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas- ca, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
cimento; b) a certidão de óbito. publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem pre-
O reconhecimento do marco inicial e do marco final juízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,
da personalidade jurídica pelo registro é direito individual, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria comerciais.
absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
ção de documentos para que ela seja reconhecida como - Direito à segurança
viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
menos favorecidos. teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo,
Direito à indenização e direito de resposta desde sua integridade física e mental, até a própria segu-
Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di- rança jurídica.
reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes-
dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli-
resposta, conforme as necessidades do caso concreto. dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de
Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF: garantir o direito à vida.
Nesta linha, para Silva17, “efetivamente, esse conjunto
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta, de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro-
proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma- cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de
terial, moral ou à imagem. algum direito individual fundamental (intimidade, liberda-
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”.
“A manifestação do pensamento é livre e garantida Especificamente no que tange à segurança jurídica,
em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF:
diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa- Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad-
mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju- quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju- Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade
riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle da lei.
da matéria que divulga”15. Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do
O  direito de resposta é o direito que uma pessoa Direito Brasileiro:
tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
16 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. Bue-
em que foram publicadas garantida exatamente a mes- nos Aires: Astrea, 1982.
15 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. 17 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi-
São Paulo: Malheiros, 2011. tivo... Op. Cit., p. 437.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido volvimento e de expansão urbana.
e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. função social quando atende às exigências fundamentais de
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o ordenação da cidade expressas no plano diretor19.
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi- Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro-
ção pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requi-
judicial de que já não caiba recurso. sitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
- Direito à propriedade II - utilização adequada dos recursos naturais disponí-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- veis e preservação do meio ambiente;
teção do direito à propriedade, tanto material quanto inte- III - observância das disposições que regulam as relações
lectual, delimitada em alguns incisos que o seguem. de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie-
Função social da propriedade material tários e dos trabalhadores.
O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
Desapropriação
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
dade. No caso de desrespeito à função social da propriedade
cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que po-
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o de-se depreender do texto constitucional duas possibilida-
principal fator limitador deste direito:
des de desapropriação: por desrespeito à função social e por
Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
necessidade ou utilidade pública.
ção social.
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desa-
propriação por desatendimento à função social:
A propriedade, segundo Silva18, “[...] não pode mais ser
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público mu-
considerada como um direito individual nem como institui-
nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano
ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do
individuais, ela não mais poderá ser considerada puro direito
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utiliza-
individual, relativizando-se seu conceito e significado, espe-
cialmente porque os princípios da ordem econômica são do, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
preordenados à vista da realização de seu fim: assegurar a sucessivamente, de:
todos existência digna, conforme os ditames da justiça so- I - parcelamento ou edificação compulsórios;
cial. Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais, II - imposto sobre a propriedade predial e territorial ur-
tem que atender a sua função social, fica vinculada à conse- bana progressivo no tempo;
cução daquele princípio”. III - desapropriação com pagamento mediante títulos
Com efeito, a proteção da propriedade privada está li- da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral é da indenização e os juros legais20.
um direito assegurado na Constituição Federal e, como to-
dos os outros, se encontra limitado pelos demais princípios Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por in-
conforme melhor se atenda à dignidade do ser humano. teresse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
A Constituição Federal delimita o que se entende por que não esteja cumprindo sua função social, mediante
função social: prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
19 Instrumento básico de um processo de planejamento mu-
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urbano, nicipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano,
executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes norteando a ação dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen- - Estatuto da cidade).
volvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-es- 20 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de
tar de seus habitantes. imóvel urbano por desatendimento à função social é necessário to-
mar duas providências, sucessivas: primeiro, o parcelamento ou edi-
ficação compulsórios; depois, o estabelecimento de imposto sobre a
Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ- propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo. Se am-
18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi- bas medidas restarem ineficazes, parte-se para a desapropriação por
tivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. desatendimento à função social.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
emissão, e cuja utilização será definida em lei21. trução ou ampliação de distritos industriais;
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias k) a preservação e conservação dos monumentos his-
serão indenizadas em dinheiro. tóricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos
urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a
No que tange à desapropriação por necessidade ou manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou ca-
utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF: racterísticos e, ainda, a proteção de paisagens e locais par-
ticularmente dotados pela natureza;
Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento l) a preservação e a conservação adequada de arqui-
para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, vos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização
artístico;
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
m) a construção de edifícios públicos, monumentos co-
ção.
memorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de
Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
pouso para aeronaves;
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba- o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de na-
nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. tureza científica, artística ou literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais.
Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:
Um grande problema que faz com que processos
Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel que tenham a desapropriação por objeto se estendam é
como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto- a indevida valorização do imóvel pelo Poder Público, que
riza a União a propor a ação de desapropriação. geralmente pretende pagar valor muito abaixo do devi-
do, necessitando o Judiciário intervir em prol da correta
Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer avaliação.
procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o Outra questão reside na chamada tredestinação, pela
processo judicial de desapropriação. qual há a destinação de um bem expropriado (desapro-
priação) a finalidade diversa da que se planejou inicial-
A desapropriação por utilidade ou necessidade pública mente. A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita
deve se dar mediante prévia e justa indenização em di- quando resultante de desvio do propósito original; e será
nheiro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimi- lícita quando a Administração Pública dê ao bem finalida-
tando o procedimento e conceituando utilidade pública, de diversa, porém preservando a razão do interesse pú-
em seu artigo 5º: blico.

Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca- Política agrária e reforma agrária
sos de utilidade pública: Enquanto desdobramento do direito à propriedade
a) a segurança nacional; imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda
b) a defesa do Estado; o artigo 5º, XXVI, CF:
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população,
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as-
seu abastecimento regular de meios de subsistência;
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
minerais, das águas e da energia hidráulica; será objeto de penhora para pagamento de débitos decor-
g) a assistência pública, as obras de higiene e decora- rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
ção, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes me- meios de financiar o seu desenvolvimento.
dicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe-
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou quena propriedade será assegurado que permaneça com
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; ela e a torne mais produtiva.
A preservação da pequena propriedade em detrimento
21 A desapropriação em decorrência do desatendimento da dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes-
função social é indenizada, mas não da mesma maneira que a desa- guias da regulamentação da política agrária brasileira, que
propriação por necessidade ou utilidade pública, já que na primeira
há violação do ordenamento constitucional pelo proprietário, mas na
tem como principal escopo a realização da reforma agrária.
segunda não. Por isso, indeniza-se em títulos da dívida agrária, que na Parte da questão financeira atinente à reforma agrária
prática não são tão valorizados quanto o dinheiro. se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF:

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física
montante de recursos para atender ao programa de reforma ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que depen-
agrária no exercício. derão de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190,
CF).
Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es-
taduais e municipais as operações de transferência de imó- Usucapião
veis desapropriados para fins de reforma agrária. Usucapião é o modo originário de aquisição da pro-
priedade que decorre da posse prolongada por um longo
tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em outras pa-
Como a finalidade da reforma agrária é transformar
lavras, usucapião é uma situação em que alguém tem a pos-
terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à
se de um bem por um tempo longo, sem ser incomodado,
função social, alguns imóveis rurais não podem ser abran- a ponto de se tornar proprietário.
gidos pela reforma agrária: A Constituição regulamenta o acesso à propriedade
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em
Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para casos específicos, denominados usucapião especial urbana
fins de reforma agrária: e usucapião especial rural.
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião
em lei, desde que seu proprietário não possua outra; especial urbana:
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urba-
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento na de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco
dos requisitos relativos a sua função social. anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des-
Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
187: § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen-
Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e exe- dentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo pos-
cutada na forma da lei, com a participação efetiva do setor
suidor mais de uma vez.
de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usu-
bem como dos setores de comercialização, de armazena- capião.
mento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais; Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
garantia de comercialização; seguintes requisitos específicos:
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localiza-
IV - a assistência técnica e extensão rural; ção, área urbana é a que está dentro do perímetro urbano.
V - o seguro agrícola; Pela teoria da destinação, mais importante que a localiza-
VI - o cooperativismo; ção é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e
VII - a eletrificação rural e irrigação; estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para
VIII - a habitação para o trabalhador rural. fins de usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades localização.
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agríco- maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris-
la e de reforma agrária. prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve ter
250m², não a área construída (a área de um sobrado, por
As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
exemplo, pode ser maior que a de um terreno).
me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrá-
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição
ria (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de
concessão, a qualquer título, de terras públicas com área 05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física do limite da usucapião urbana? Predominou que só corria o
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prazo a partir da criação do instituto, não só porque antes
prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso de não existia e o prazo não podia correr, como também não
alienações ou concessões de terras públicas para fins de re- se poderia prejudicar o proprietário.
forma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF). d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
Os que forem favorecidos pela reforma agrária (ho- é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família,
mens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF). Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al- Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re- situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos. do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des- mais favorável a lei pessoal do de cujus.
taca-se o artigo 191, CF:
O direito à herança envolve o direito de receber – seja
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imó- devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens de
vel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos inin- uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa para ou-
terruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não tra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou a lei de-
superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu termine. A Constituição estabelece uma disciplina específica
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adqui- para bens de estrangeiros situados no Brasil, assegurando
rir-lhe-á a propriedade. que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos brasileiros nos
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adqui- termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do país estrangeiro).
ridos por usucapião.
Direito do consumidor
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF:
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
seguintes requisitos específicos: Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei,
a) Imóvel rural a defesa do consumidor.
b) 50 hectares, no máximo – há também legislação
que estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade
da Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo a partir do momento em que garante à pessoa que irá adqui-
rural? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas rir bens e serviços que estes sejam entregues e prestados da
é assunto muito controverso. forma adequada, impedindo que o fornecedor se enrique-
c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 ça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da posição
de outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se menos favorável e de vulnerabilidade técnica do consumidor.
a área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibili- O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo
dade antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 recente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamen-
ha) não. tou foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve mo- 11 de setembro de 1990, conforme determinado pela Cons-
rar na área rural. tituição Federal de 1988, que também estabeleceu no artigo
e) Nenhum outro imóvel. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:
f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e
labore”. Dependerá do caso concreto. vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código
de defesa do consumidor.
Uso temporário
No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di- A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi
reito de propriedade que não possui o caráter definitivo um grande passo para a proteção da pessoa nas relações
da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º, de consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de
XXV, CF: hipossuficiente técnico daquele que adquire um bem ou faz
uso de determinado serviço, enquanto consumidor.
Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
co, a autoridade competente poderá usar de propriedade Propriedade intelectual
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, Além da propriedade material, o constituinte protege
se houver dano. também a propriedade intelectual, notadamente no artigo
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF:
Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação
de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: mon- Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusi-
tar uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse vo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
da coletividade é maior que o do indivíduo proprietário. transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

Direito sucessório Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:
O direito sucessório aparece como uma faceta do di- a) a proteção às participações individuais em obras
reito à propriedade, encontrando disciplina constitucional coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in-
no artigo 5º, XXX e XXXI, CF: clusive nas atividades desportivas;

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
mico das obras que criarem ou de que participarem aos básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
sindicais e associativas; reito moderno conforme implementadas as bases da onda
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de in- anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
ventos industriais privilégio temporário para sua utiliza- cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
ção, bem como proteção às criações industriais, à proprie- premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- pleno atendimento em todas as ondas).
mento tecnológico e econômico do País. Primeiro, Cappelletti e Garth23 entendem que surgiu
uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
sob o patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, de um aparato estrutural para a prestação da assistência
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os pelo Estado.
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth24,
são conexos”. veio a onda de superação do problema na representação
O artigo 7° do referido diploma considera como obras dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor processo como algo restrito a apenas duas partes indivi-
os textos de obras de natureza literária, artística ou científi- dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui-
ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras ções, como o Ministério Público.
cinematográficas e televisivas; as composições musicais; Finalmente, Cappelletti e Garth25 apontam uma terceira
fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ- onda consistente no surgimento de uma concepção mais
neas e enciclopédias; entre outras. ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins-
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di-
“[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla va-
reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul-
riedade de reformas, incluindo alterações nas formas de
gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou
procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a
modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron-
criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa-
tar sua honra ou imagem.
raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos
modificações no direito substantivo destinadas a evitar lití-
artigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos
gios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos
contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque,
falecimento do último coautor, ou contados do primeiro
ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza em suma, não receia inovações radicais e compreensivas,
audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem, que vão muito além da esfera de representação judicial”.
basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi- Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos as-
ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de pectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o
dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas as
que estas modalidades de utilização podem se dar a título pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta garantir
oneroso ou gratuito. meios de acesso se estes forem insuficientes, já que para
“Os direitos autorais, também conhecidos como co- que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário que se
pyright (direito de cópia), são considerados bens móveis, aplique o direito material de maneira justa e célere.
podendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Res- Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça,
salte-se que a permissão a terceiros de utilização de cria- prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
ções artísticas é direito do autor. [...] A proteção consti-
tucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda
configura a reprodução de obra alheia sem a necessária O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princí-
permissão do autor”22. pio de Direito Processual Público subjetivo, também cunha-
do como Princípio da Ação, em que a Constituição garante
- Direitos de acesso à justiça a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida
A formação de um conceito sistemático de acesso à em sociedade. Sempre que uma controvérsia for levada ao
justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
23 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tra-
22 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: dução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Edi-
teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da Repú- tor, 1998, p. 31-32.
blica Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 24 Ibid., p. 49-52
1997. 25 Ibid., p. 67-73

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de admissibili- b) o sigilo das votações;
dade, ela será resolvida, independentemente de haver ou c) a soberania dos veredictos;
não previsão específica a respeito na legislação. d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, no contra a vida.
que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos favo-
recidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí- o de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência não magistrados, no caso de determinados crimes que por
de recursos. sua natureza possuem fortes fatores de influência emocio-
nal.
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces- Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti- a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº
ampla defesa assegurada em todos os procedimentos judi-
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição:
ciais e administrativos.
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad-
Sigilo das votações envolve a realização de votações
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro-
secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami-
tação. põem o conselho que irá julgar o ato praticado.
  A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo,
Com o tempo se percebeu que não bastava garantir a soberania dos veredictos veda a alteração das decisões
o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tri-
significa que se deve acelerar o processo em detrimento bunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar
preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de
menos que o necessário para a efetiva realização da justiça jurisdição.
no caso concreto. Por fim, a competência para julgamento é dos crimes
dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o risco
- Direitos constitucionais-penais de produção do resultado) contra a vida, que são: homicí-
dio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex- infanticídio. Sua competência não é absoluta e é mitigada,
ceção por vezes, pela própria Constituição (artigos 29, X / 102, I, b)
Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona: e c) / 105, I, a) / 108, I).

Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen- Anterioridade e irretroatividade da lei
tenciado senão pela autoridade competente”, consolida o O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito
de conhecer previamente daquele que a julgará no processo Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que
em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição com- o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
petente para a matéria específica do caso antes mesmo do
fato ocorrer. É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio
Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há
tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há crime
Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
sem lei anterior que o defina.
exceção.
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-
Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente se o artigo 5º, XL, CF:
criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
nhecido como legítimo pela Constituição do país. Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.
Tribunal do júri
A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o O dispositivo consolida outra faceta do princípio da an-
artigo 5º, XXXVIII, CF: terioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha
definido um fato como crime e dado certo tratamento penal
Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo de
com a organização que lhe der a lei, assegurados: pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier uma
a) a plenitude de defesa; lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou que

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena ou al- Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im-
terando o regime de cumprimento, notadamente), ela será prescritível a ação de grupos armados, civis ou milita-
aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da irretroa- res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
tividade da lei penal in pejus quanto o da retroatividade da
lei penal mais benéfica. Personalidade da pena
A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
Menções específicas a crimes 5º, XLV, CF:
O artigo 5º, XLI, CF estabelece:
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao limite do valor do patrimônio transferido.
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No en- O princípio da personalidade encerra o comando de
tanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamento o crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por
específico a certas práticas criminosas. seu turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: flagrante a injustiça se fosse possível alguém responder
pelos atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes.
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, Contudo, se uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este
nos termos da lei. patrimônio responderá pelas repercussões financeiras do
ilícito.
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles Individualização da pena
não cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão A individualização da pena tem por finalidade concre-
provisória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda tizar o princípio de que a responsabilização penal é sem-
de pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo de- pre pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as pe-
curso do tempo). culiaridades do agente.
Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF: A primeira menção à individualização da pena se en-
contra no artigo 5º, XLVI, CF:
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafian-
çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles a) privação ou restrição da liberdade;
respondendo os mandantes, os executores e os que, poden- b) perda de bens;
do evitá-los, se omitirem. c) multa;
d) prestação social alternativa;
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes e) suspensão ou interdição de direitos.
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve
apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe-
anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in- cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in-
dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde-
Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência nado, consideradas as características do agente e do delito.
exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser A pena privativa de liberdade é aquela que restringe,
concedida antes da sentença final ou depois da condena- com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena-
ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito do, consistente em permanecer em algum estabelecimento
em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto prisional, por um determinado tempo.
apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição
do crime, apagados na anistia; graça é em regra individual do patrimônio do indivíduo delituoso.
e solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo. A prestação social alternativa corresponde às penas
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas
que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có-
crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos digo Penal.
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além Por seu turno, a individualização da pena deve também
disso, são crimes que não aceitam fiança. se fazer presente na fase de sua execução, conforme se
Por fim, prevê o artigo 5º, XLIV, CF: depreende do artigo 5º, XLVIII, CF:

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
a idade e o sexo do apenado. mento contrário à dignidade do recluso, embora o trabalho
forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das condi-
A distinção do estabelecimento conforme a natureza ções do apenado, não podendo ser cruel ou menosprezar
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade a capacidade física e intelectual do condenado; como o
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi- trabalho não existe independente da educação, cabe in-
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta- trabalho deve se aproximar da realidade do mundo exter-
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida no, será remunerado; além disso, condições de dignidade e
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam segurança do trabalhador, como descanso semanal e equi-
ser exclusivamente para homens ou para mulheres. pamentos de proteção, deverão ser respeitados.
Também se denota o respeito à individualização da
Respeito à integridade do preso
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF:
Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con-
Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
dições para que possam permanecer com seus filhos duran- à integridade física e moral.
te o período de amamentação.
Obviamente, o desrespeito à integridade física e mo-
Preserva-se a individualização da pena porque é toma- ral do preso é uma violação do princípio da dignidade da
da a condição peculiar da presa que possui filho no perío- pessoa humana.
do de amamentação, mas também se preserva a dignidade Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade
da criança, não a afastando do seio materno de maneira estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição
precária e impedindo a formação de vínculo pela amamen- Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura
tação. e de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III,
CF), o que vale na execução da pena.
Vedação de determinadas penas No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas: previstas em lei.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; Se uma pessoa possui identificação civil, não há por-
b) de caráter perpétuo; que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos,
c) de trabalhos forçados; etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora des-
d) de banimento; necessária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade
e) cruéis. moral.

Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani- Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”26 .
de seus bens sem o devido processo legal.
Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizan-
Pelo princípio do devido processo legal a legislação
do-a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al-
respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a le- guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre
gislação deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser de vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob
praticado. No ordenamento brasileiro, este papel é cumpri- pena de nulidade processual.
do pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969), Surgem como corolário do devido processo legal o
que prevê a pena de morte a ser executada por fuzilamento contraditório e a ampla defesa, pois somente um procedi-
nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes mento que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido,
militares em tempo de guerra. o artigo 5º, LV, CF:
Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de traba- Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou
lhos forçados, de banimento e cruéis. administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
26 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1. ela inerentes.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
O devido processo legal possui a faceta formal, pela Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
qual se deve seguir o adequado procedimento na aplica- delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
ção da lei e, sendo assim, respeitar o contraditório e a am- em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas pri-
pla defesa. Não obstante, o devido processo legal tem sua meiras independente do trânsito em julgado, preenchidos
faceta material que consiste na tomada de decisões justas, requisitos legais e a última pela irreversibilidade da conde-
que respeitem os parâmetros da razoabilidade e da pro- nação).
porcionalidade. Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao
juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Vedação de provas ilícitas
Conforme o artigo 5º, LVI, CF:
Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro-
vas obtidas por meios ilícitos. competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti- Não obstante, o preso deverá ser informado de todos os
go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons- seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo entrar
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra em contato com sua família e com um advogado, conforme
de direito material, constitucional ou legal, no momento artigo 5º, LXIII, CF:
da sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar
o descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir: Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direi-
seria paradoxal. tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asse-
gurada a assistência da família e de advogado.
Presunção de inocência
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII: Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:

Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório po-
licial.
Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo,
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata
o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e
garantias constitucionais. do depoimento do interrogatório são assinados pelas auto-
ridades envolvidas nas práticas destes atos procedimentais.
Ação penal privada subsidiária da pública Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para
Nos termos do artigo 5º, LIX, CF: que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento,
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF:
Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri-
mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente
legal. relaxada pela autoridade judiciária.

A chamada ação penal privada subsidiária da pública Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ-
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis- são do artigo 5º, LXVI, CF:
são do poder público na atividade de persecução criminal
não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela
interessado a proponha. mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança.
Prisão e liberdade
O constituinte confere espaço bastante extenso no ar-
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido ao
tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente
princípio da presunção de inocência, entende-se que ela não
por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. Ob-
viamente, a prisão não é vedada em todos os casos, porque deve ser mantida presa quando não preencher os requisi-
práticas atentatórias a direitos fundamentais implicam na tos legais para prisão preventiva ou temporária.
tipificação penal, autorizando a restrição da liberdade da-
quele que assim agiu. Indenização por erro judiciário
No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se: A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF:
Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagran-
te delito ou por ordem escrita e fundamentada de autori- Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por
dade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. fixado na sentença.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e 1.7) Remédios constitucionais
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- Remédios constitucionais são as espécies de ações ju-
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. diciárias que visam proteger os direitos fundamentais re-
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do conhecidos no texto constitucional quando a declaração e
tempo que foi condenada a cumprir. a garantia destes não se mostrar suficiente. Assim, o Poder
Judiciário será acionado para sanar o desrespeito a estes
1.5) Direitos fundamentais implícitos direitos fundamentais, servindo cada espécie de ação para
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal: uma forma de violação.

Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta 1.7.1) Habeas corpus
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos No que tange à disciplina do habeas corpus, prevê a
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em Constituição em seu artigo 5º, LXVIII:
que a República Federativa do Brasil seja parte.
Artigo 5º, LXVIII, CF. Conceder-se-á habeas corpus sem-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem
pre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo
lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas
exemplificativo, não taxativo. lidade ou abuso de poder.

1.6) Tribunal Penal Internacional Trata-se de ação gratuita, nos termos do artigo 5º, LXX-
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: VII, CF.
a) Antecedentes históricos: A Magna Carta inglesa,
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tri- de 1215, foi o primeiro documento a mencionar este remé-
bunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado dio e o Habeas Corpus Act, de 1679, o regulamentou.
adesão.
  b) Escopo: ação que serve para proteger a liberdade
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi de locomoção. Antes de haver proteção no Brasil por ou-
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de setem- tros remédios constitucionais de direitos que não este, o
bro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Roma, habeas-corpus foi utilizado para protegê-los. Hoje, apenas
no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência e o fun- serve à lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e vir.
cionamento deste Tribunal voltado às pessoas responsáveis
por crimes de maior gravidade com repercussão internacional c) Natureza jurídica: ação constitucional de cunho
(artigo 1º, ETPI). predominantemente penal, pois protege o direito de ir e
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja juris- vir e vai contra a restrição arbitrária da liberdade.
dição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional com-
pete o processo e julgamento de violações contra indivíduos; d) Espécies: preventivo, para os casos de ameaça de
e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra da Iugos- violação ao direito de ir e vir, conferindo-se um “salvo con-
lávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes cometidos duto”, ou repressivo, para quando ameaça já tiver se ma-
durante esses conflitos, sua jurisdição não está restrita a uma terializado.
situação específica”27.
e) Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode manejá
Resume Mello28: “a Conferência das Nações Unidas so-
-lo, em próprio nome ou de terceiro, bem como o Ministé-
bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida
rio Público (artigo 654, CPP). Impetrante é o que ingressa
em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma-
com a ação e paciente é aquele que está sendo vítima da
nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter-
restrição à liberdade de locomoção. As duas figuras podem
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra a
humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. Para se concentrar numa mesma pessoa.
o crime de genocídio usa a definição da convenção de 1948.
Como crimes contra a humanidade são citados: assassinato, f) Legitimidade passiva: pessoa física, agente público
escravidão, prisão violando as normas internacionais, violação ou privado.
tortura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada, es-
terilização, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional, g) Competência: é determinada pela autoridade coa-
destruição de bens não justificada pela guerra, deportação, tora, sendo a autoridade imediatamente superior a ela. Ex.:
forçar um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”. Delegado de Polícia é autoridade coatora, propõe na Vara
Criminal Estadual; Juiz de Direito de uma Vara Criminal é a
autoridade coatora, impetra no Tribunal de Justiça.
27 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público &
Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
28 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Interna- h) Conceito de coação ilegal: encontra-se no artigo
cional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. 648, CPP:

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Artigo 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal: I - a) Origem: Veio com a finalidade de preencher a lacu-
quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver na decorrente da sistemática do habeas corpus e das limi-
preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando nares possessórias.
quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coa- b) Escopo: Trata-se de remédio constitucional com
ção; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, natureza subsidiária pelo qual se busca a invalidação de
nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for atos de autoridade ou a suspensão dos efeitos da omissão
manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade. administrativa, geradores de lesão a direito líquido e certo,
por ilegalidade ou abuso de poder. São protegidos todos
i) Procedimento: regulamentado nos artigos 647 a os direitos líquidos e certos à exceção da proteção de di-
667 do Código de Processo Penal. reitos humanos à liberdade de locomoção e ao acesso ou
retificação de informações relativas à pessoa do impetran-
1.7.2) Habeas data te, constantes de registros ou bancos de dados de entida-
O artigo 5º, LXXII, CF prevê: des governamentais ou de caráter público, ambos sujeitos
a instrumentos específicos.
Artigo 5º, LXXII, CF. Conceder-se-á habeas data: a) para
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados civil, independente da natureza do ato impugnado (admi-
de entidades governamentais ou de caráter público; b) para nistrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista).
a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo. d) Espécies: preventivo, quando se estiver na iminên-
cia de violação a direito líquido e certo, ou reparatório,
Tal como o habeas corpus, trata-se de ação gratuita (ar- quando já consumado o abuso/ilegalidade.
tigo 5º, LXXVII, CF).
a) Antecedente histórico: Freedom of Information Act, e) Direito líquido e certo: é aquele que pode ser de-
de 1974.
monstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem
b) Escopo: proteção do acesso a informações pessoais
a necessidade de dilação probatória, isto devido à natureza
constantes de registros ou bancos de dados de entidades
célere e sumária do procedimento.
governamentais ou de caráter público, para o conhecimen-
to ou retificação (correção).
f) Legitimidade ativa: a mais ampla possível, abran-
c) Natureza jurídica: ação constitucional que tutela o
gendo não só a pessoa física como a jurídica, nacional ou
acesso a informações pessoais.
estrangeira, residente ou não no Brasil, bem como órgãos
d) Legitimidade ativa: pessoa física, brasileira ou es-
públicos despersonalizados e universalidades/pessoas for-
trangeira, ou por pessoa jurídica, de direito público ou pri-
vado, tratando-se de ação personalíssima – os dados de- mais reconhecidas por lei.
vem ser a respeito da pessoa que a propõe. g) Legitimidade passiva: A autoridade coatora deve
e) Legitimidade passiva: entidades governamentais ser
da Administração Pública Direta e Indireta nas três esferas, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídi- exercício de atribuições do Poder Público. Neste viés, o art.
cas privadas prestadores de serviços de interesse público 6º, §3º, Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se auto-
que possuam dados relativos à pessoa do impetrante. ridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugna-
f) Competência: Conforme o caso, nos termos da do ou da qual emane a ordem para a sua prática”.
Constituição, do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”),
do Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribu- h) Competência: Fixada de acordo com a autoridade
nais Regionais Federais (art. 108, I, “c”), bem como dos juí- coatora.
zes federais (art. 109, VIII).
g) Regulamentação específica: Lei nº 9.507, de 12 de i) Regulamentação específica: Lei nº 12.016, de 07 de
novembro de 1997. agosto de 2009.
h) Procedimento: artigos 8º a 19 da Lei nº 9.507/1997.
j) Procedimento: artigos 6º a 19 da Lei nº 12.016/09.
1.7.3) Mandado de segurança individual
Dispõe a Constituição no artigo 5º, LXIX: 1.7.4) Mandado de segurança coletivo
A Constituição Federal prevê a possibilidade de ingres-
Artigo 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segu- so com mandado de segurança coletivo, consoante ao ar-
rança para proteger direito líquido e certo, não amparado tigo 5º, LXX:
por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do pode ser impetrado por: a) partido político com representa-
Poder Público. ção no Congresso Nacional; b) organização sindical, entida-

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
de de classe ou associação legalmente constituída e em fun- a) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que
cionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses seja proposto o mandado de injunção são a existência de
de seus membros ou associados. norma constitucional de eficácia limitada que prescreva di-
reitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes
a) Origem: Constituição Federal de 1988. à nacionalidade, à soberania e à cidadania; além da falta de
norma regulamentadores, impossibilitando o exercício dos
b) Escopo: preservação ou reparação de direito líqui- direitos, liberdades e prerrogativas em questão. Assim, visa
do e certo relacionado a interesses transindividuais (indi- curar o hábito que se incutiu no legislador brasileiro de não
viduais homogêneos ou coletivos), e devido à questão da regulamentar as normas de eficácia limitada para que elas
legitimidade ativa, pertencente a partidos políticos e deter- não sejam aplicáveis.
minadas associações.
b) Natureza jurídica: ação constitucional que objetiva
a regulamentação de normas constitucionais de eficácia li-
c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza
mitada.
civil, independente da natureza do ato, de caráter coletivo.
c) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou
d) Objeto: o objeto do mandado de segurança coleti-
estrangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titula-
vo são os direitos coletivos e os direitos individuais homo- rize direito fundamental não materializável por omissão le-
gêneos. Tal instituto não se presta à proteção dos direitos gislativa do Poder público, bem como o Ministério Público
difusos, conforme posicionamento amplamente majoritá- na defesa de seus interesses institucionais. Não se aceita a
rio, já que, dada sua difícil individualização, fica improvável legitimidade ativa de pessoas jurídicas de direito público.
a verificação da ilegalidade ou do abuso do poder sobre tal
direito (art. 21, parágrafo único, Lei nº 12.016/09). d) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a
elaboração de norma regulamentadora for atribuição do
e) Legitimidade ativa: como se extrai da própria disci- Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câma-
plina constitucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº 12.016/09, ra dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
é de partido político com representação no Congresso Na- dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União,
cional, bem como de organização sindical, entidade de de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
classe ou associação legalmente constituída e em funcio- Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Tribunal de
namento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora
líquidos e certos que atinjam diretamente seus interesses for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
ou de seus membros. administração direta ou indireta, excetuados os casos da
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da
f) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09: Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
da Justiça Federal (art. 105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior
Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança Eleitoral, quando as decisões dos Tribunais Regionais Elei-
coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos torais denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetran- habeas data ou mandado de injunção (art. 121, §4º, V, CF);
te. e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a ele
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz li- vinculados.
tispendência para as ações individuais, mas os efeitos da
e) Procedimento: aplicação analógica da Lei nº
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título indi-
12.016/09, não havendo lei específica.
vidual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
1.7.6) Ação popular
comprovada da impetração da segurança coletiva.
Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF:
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só
poderá ser concedida após a audiência do representante Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. trimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
1.7.5) Mandado de injunção histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF: isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injun- a) Origem: Constituição Federal de 1934.
ção sempre que a falta de norma regulamentadora torne b) Escopo: é instrumento de exercício direto da demo-
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais cracia, permitindo ao cidadão que busque a proteção da
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e coisa pública, ou seja, que vise assegurar a preservação dos
à cidadania. interesses transindividuais.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
c) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional, à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais
que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de enti- se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes
dade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que
tais direitos eram menos importantes devido ao princípio da
d) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aquele primazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos.
nacional que esteja no pleno gozo dos direitos políticos. Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional
nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição
e) Legitimidade passiva: ente da Administração Públi- Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos
ca, direta ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum humanos foram equiparados às emendas constitucionais,
modo lide com a coisa pública. desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa
do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos
f) Competência: Será fixada de acordo com a origem e com três quintos dos votos dos respectivos membros:
do ato ou omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº
4.717/65). Artigo 5º, §3º, CF. Os tratados e convenções interna-
cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
g) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
junho de 1965. quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen-
tes às emendas constitucionais.
h) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65.  
Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de
1.8) Direitos humanos, tratados internacionais de direitos humanos que ingressarem no ordenamento jurídi-
proteção aos direitos humanos e repercussão no Direito co brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos,
brasileiro irão passar por um processo de aprovação semelhante ao da
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan- emenda constitucional.
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados in- Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à
ternacionais em que a República Federativa do Brasil seja possibilidade de considerar como hierarquicamente cons-
parte”. titucional os tratados internacionais de direitos humanos
Para o tratado internacional ingressar no ordenamen- que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante-
to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne- deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José
do Presidente da República), submissão do tratado assinado da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado an-
ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio do de- tes da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal
creto legislativo), ratificação do tratado (confirmação da obri- firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
gação perante a comunidade internacional) e a promulgação direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição
e publicação do tratado pelo Poder Executivo29. Notadamen- que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
te, quando o constituinte menciona os tratados internacio- revogaria a Constituição no ponto controverso).
nais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que tenham por
fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou seja, tratado 2) Direitos sociais
internacional de direitos humanos. A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá- capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia normas programáticas e que necessitam de uma postura in-
dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio terventiva estatal em prol da implementação.
da primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela Os direitos assegurados nesta categoria encontram
doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio menção genérica no artigo 6º, CF:
da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais
implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quanto Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los. saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
Implica, também em que as normas voltadas à proteção da te, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil maternidade e à infância, a assistência aos desampara-
em caráter prioritário em relação a outras normas”30. dos, na forma desta Constituição. 
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico bra- Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado
sileiro porque somente existe previsão constitucional quanto Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma-
nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direi-
29 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e
Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008.
tos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos
30 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional sociais envolvem prestações positivas do Estado (diferente
Público e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009. dos de liberdade, que referem-se à postura de abstenção

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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estatal), ou seja, políticas estatais que visem consolidar o determinador de que particulares respeitem os direitos fun-
princípio da igualdade não apenas formalmente, mas ma- damentais, já que sequer eles próprios, os administradores,
terialmente (tratando os desiguais de maneira desigual). conseguem cumprir o que consta de seu Estatuto Máximo31.
Por seu turno, embora no capítulo específico do Título Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar a
II que aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa cláusula da reserva do possível como argumento para a não
regulamentação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, o implementação de determinado direito social – seja pela ab-
Título VIII da Constituição Federal, que aborda a ordem social, soluta ausência de recursos (reserva do possível fática), seja
se concentra em trazer normativas mais detalhadas a respei- pela ausência de previsão orçamentária nos termos do arti-
tos de direitos indicados como sociais. go 167, CF (reserva do possível jurídica).
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que
2.1) Igualdade material e efetivação dos direitos so- os direitos sociais “não pode converter-se em promessa
ciais constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Públi-
Independentemente da categoria de direitos que esteja co, fraudando justas expectativas nele depositadas pela co-
sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num sen- letividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento
tido meramente formal, mas necessariamente material. Signi- de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de
fica que discriminações indevidas são proibidas, mas existem infidelidade governamental ao que determina a própria Lei
certas distinções que não só devem ser aceitas, como tam- Fundamental do Estado”32.
bém se mostram essenciais. Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do
No que tange aos direitos sociais percebe-se que a igual- possível, embora viável, não pode servir de muleta para
dade material assume grande relevância. Afinal, esta categoria que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
de direitos pressupõe uma postura ativa do Estado em prol viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada,
da efetivação. Nem todos podem arcar com suas despesas de entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se
saúde, educação, cultura, alimentação e moradia, assim como eximir de garantir direitos sociais com o simples argumen-
nem todos se encontram na posição de explorador da mão- to de que não há orçamento específico para isso – ele de-
de-obra, sendo a grande maioria da população de explora- veria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para
dos. Estas pessoas estão numa clara posição de desigualdade atender esta demanda.
e caberá ao Estado cuidar para que progressivamente atinjam Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial,
uma posição de igualdade real, já que não é por conta desta que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad-
posição desfavorável que se pode afirmar que são menos dig- ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas
nos, menos titulares de direitos fundamentais. a serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Po-
Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser der Judiciário em prol de sua efetivação.
alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igualdade
material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente aperfei- 2.3) Princípio da proibição do retrocesso
çoamento da oferta de serviços públicos com qualidade para Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que
que todos os nacionais tenham garantidos seus direitos fun- uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
damentais de segunda dimensão da maneira mais plena pos- retrocesso, de modo que um direito social garantido não
sível. pode deixar de o ser.
Há se ressaltar também que o Estado não possui apenas Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso
um papel direto na promoção dos direitos econômicos, so- deve ser tomada com reservas, até mesmo porque segun-
ciais e culturais, mas também um indireto, quando por meio do entendimento predominante as normas do artigo 7º,
de sua gestão permite que os indivíduos adquiram condições CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alte-
para sustentarem suas necessidades pertencentes a esta cate- ração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista
goria de direitos. assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo
evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração
2.2) Reserva do possível e mínimo existencial do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, no- agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é
tadamente porque estão previstos em normas programáticas um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria de
e porque a implementação deles gera um ônus para o Estado. direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja dimi-
Diferentemente dos direitos individuais, que dependem de nuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: ex-
uma postura de abstenção estatal, os direitos sociais precisam cluindo o ensino médio gratuito).
que o Estado assuma um papel ativo em prol da efetivação Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso:
destes. se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito
social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador
A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado,
Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado de a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito
palavras promovido pelo constituinte, pode levar à negativa,
31 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e mí-
paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequência de uma nimo existencial: a pretensão de eficácia da norma constitucional em
Carta Magna cujas finalidades não condigam com seus pró- face da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57.
prios prescritos, fato que deslegitima o Poder Público como 32 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro Trata-se de uma visível norma programática da Cons-
lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma, tituição que tem por pretensão um salário mínimo que
o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e
de prever que aquela decisão judicial não está incorporada de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o
na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo
entendimento dominante. do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e
2.4) Direito individual do trabalho da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07,
O artigo 7º da Constituição enumera os direitos indi- pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
viduais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos Socioeconômicos (Dieese)”33.
individuais tipicamente trabalhistas, mas que não excluem
os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um direito Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e
no espaço de trabalho, sob pena de se incidir em prática à complexidade do trabalho.
de assédio moral).
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre-
Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário,
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, cha-
lei complementar, que preverá indenização compensatória, mado de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento
dentre outros direitos. dentro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é
Significa que a demissão, se não for motivada por justa estabelecido em conformidade com a data base da cate-
causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização goria, por isso ele é definido em conformidade com um
compensatória, entre outros, a serem arcados pelo empre- acordo, ou ainda com um entendimento entre patrão e
gador. trabalhador.
Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de de-
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o
semprego involuntário.
disposto em convenção ou acordo coletivo.
Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão
do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente
redução implique num prejuízo maior, por exemplo, de-
desempregado – entendendo-se por desemprego invo-
missão em massa durante uma crise, situações que devem
luntário o que tenha origem num acordo de cessação do
ser negociadas em convenção ou acordo coletivo.
contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego,
a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de
assistência financeira temporária. Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior
ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.
Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de ser-
viço. O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores,
mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.:
Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para pro- baseada em comissões por venda e metas);
teger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é
constituído de contas vinculadas, abertas em nome de Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
cada trabalhador, quando o empregador efetua o primei- remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
ro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos
depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalen- Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
tes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
ser sacado em momentos especiais, como o da aquisição pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao apo-
da casa própria ou da aposentadoria e em situações de sentado no final de cada ano.
dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa
causa ou em caso de algumas doenças graves. Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno
superior à do diurno.
Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio-
nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta- durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a re-
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans- dução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acrés-
porte e previdência social, com reajustes periódicos que cimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- 33 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-mini-
ção para qualquer fim. mo-deveria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre A legislação trabalhista vigente estabelece que a du-
as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas ração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de
atividades rurais, é considerado noturno o trabalho execu- 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais,
tado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho
do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 dos empregados maiores ser acrescida de horas suple-
horas do dia seguinte. mentares, em número não excedentes a duas, no máximo,
para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo in-
Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei, dividual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença
constituindo crime sua retenção dolosa. normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade im-
periosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente
Quanto ao possível crime de retenção de salário, não permitido. A remuneração do serviço extraordinário, des-
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a de a promulgação da Constituição Federal, deverá cons-
ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo tar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença
7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário, normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende superior à da hora normal.
de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal
incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º, Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o traba-
XXXIX, CF). lho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva.
Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resul-
tados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 ho-
participação na gestão da empresa, conforme definido em ras para os turnos ininterruptos de revezamento, expres-
lei. samente ressalvando a hipótese de negociação coletiva,
objetivou prestigiar a atuação da entidade sindical. Entre-
A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é
tanto, a jurisprudência evoluiu para uma interpretação res-
conhecida também por Programa de Participação nos Re-
tritiva de seu teor, tendo como parâmetro o fato de que
sultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do
o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgas-
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro
tante, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisio-
de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo
lógica para o trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito
empregador e negociado com uma comissão de trabalha-
psicossocial já que dificulta o convívio em sociedade e com
dores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne-
a própria família.
cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.
Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, pre-
Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do
ferencialmente aos domingos.
dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.

Salário-família é o benefício pago na proporção do O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e


respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido prefe-
condição até a idade de quatorze anos ou inválido de qual- rencialmente aos domingos, sendo garantido a todo traba-
quer idade, independente de carência e desde que o salá- lhador urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade
rio-de-contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo de trabalho aos domingos, desde que previamente auto-
permitido. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/ rizados pelo Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é
MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será de assegurado pelo menos um dia de repouso semanal re-
R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, munerado coincidente com um domingo a cada período,
para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que dependendo da atividade (artigo 67, CLT).
receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário-
família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
qualquer idade será de R$ 24,66. com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.

Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não su- O salário das férias deve ser superior em pelo menos
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
facultada a compensação de horários e a redução da jorna- adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direi-
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. to. A cada doze meses de trabalho – denominado período
aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos
Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraor- de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de
dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias
normal. serão diminuídos de acordo com o número de faltas).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as
do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
dias. lei.
O salário da trabalhadora em licença é chamado de Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo-
salário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que
descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previ- não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção
dência Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação
do último mês de gestação, sendo que o período de licen- específica previsão sobre o adicional de penosidade.
ça é de 120 dias. A Constituição também garante que, do São consideradas atividades ou operações insalubres as
momento em que se confirma a gravidez até cinco meses que se desenvolvem excesso de limites de tolerância para:
após o parto, a mulher não pode ser demitida. ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, exposi-
ção ao calor e ao frio, radiações, certos agentes químicos e
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fi- biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de trabalho
xados em lei.
em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a
percepção de adicional, incidente sobre o salário base do
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade
empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais benéfi-
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a
ca em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalente a 40%
mãe nos processos pós-operatórios.
(quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

Embora as mulheres sejam maioria na população de O adicional de periculosidade é um valor devido ao em-
10 anos ou mais de idade, elas são minoria na população pregado exposto a atividades perigosas. São consideradas
ocupada, mas estão em maioria entre os desocupados. atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua
Acrescenta-se ainda, que elas são maioria também na po- natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acen-
pulação não economicamente ativa. Além disso, ainda há tuado em virtude de exposição permanente do trabalha-
relevante diferença salarial entre homens e mulheres, sen- dor a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a roubos
do que os homens recebem mais porque os empregadores ou outras espécies de violência física nas atividades pro-
entendem que eles necessitam de um salário maior para fissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor do
manter a família. Tais disparidades colocam em evidência adicional de periculosidade será o salário do empregado
que o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de grati-
de forma especial. ficações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem entendi-
Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tem- mento unânime sobre a possibilidade de cumulação destes
po de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos adicionais.
da lei.
Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
Nas relações de emprego, quando uma das partes de-
seja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por A aposentadoria é um benefício garantido a todo traba-
prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à lhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que te-
outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem nha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade Social
por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de
(INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previdência
trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento
Social e tenha atingido as idades mínimas previstas. Aliás, o
do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no
direito à previdência social é considerado um direito social
mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser
no próprio artigo 6º, CF.
trabalhado ou indenizado.
Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao tra-
balho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente em creches e pré-escolas.
do trabalho salubre. Fiorillo34 destaca que o equilíbrio do
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubrida- Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
de e na ausência de agentes que possam comprometer a com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores. paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
34 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Am- lher para que ela pague uma creche para o bebê de até
biental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. 6 meses. O valor desse auxílio será determinado conforme

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Adjunto Legislativo
negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou de cumulação do benefício previdenciário, assim compreen-
convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias dido como prestação garantida pelo Estado ao trabalhador
registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É acidentado (responsabilidade objetiva) com a indenização
facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida- devida pelo empregador em caso de culpa (responsabilida-
de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e de subjetiva), é pacífica, estando amplamente difundida na
incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva
na empresa. Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resul-
tantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até
acordos coletivos de trabalho.
o limite de dois anos após a extinção do contrato de tra-
balho.
Neste dispositivo se funda o direito coletivo do traba-
lho, que encontra regulamentação constitucional nos artigo
8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acordos coleti- Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela
vos, entidades representativas da categoria dos trabalhado- jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim,
res entram em negociação com as empresas na defesa dos há um período de tempo que o empregado tem para re-
interesses da classe, assegurando o respeito aos direitos querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra-
sociais; balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, 5 (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a
na forma da lei. vigência do contrato de trabalho.

Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários,
homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
profissional para exercer trabalhos que não possam ser de- de sexo, idade, cor ou estado civil.
sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma máqui-
na que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado para Há uma tendência de se remunerar melhor homens
que possa operá-la). brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo
patente a diferença remuneratória para com pessoas de
Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra-
diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta
balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo consti-
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
tuinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sa-
Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar larial judicialmente.
do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a defi-
nição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina-
legislação específica sobre o tema, mas sim de uma norma ção no tocante a salário e critérios de admissão do traba-
que dispõe sobre as modalidades de benefícios da previ- lhador portador de deficiência.
dência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua
que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li-
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba- mitações, possui condições de ingressar no mercado de
lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional trabalho e não pode ser preterida meramente por conta
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou de sua deficiência.
temporária, da capacidade para o trabalho.
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri- Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba-
buição com natureza de tributo que as empresas pagam lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de respectivos.
trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen-
Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas
igualmente relevantes e contribuem todos para a socieda-
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos,
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia- de, não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas por se enquadrar numa ou outra categoria.
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res- perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando o quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibilidade condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se negociações coletivas de trabalho;
o trabalho em condições desfavoráveis. VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo-
tado nas organizações sindicais;
Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali-
balhador com vínculo empregatício permanente e o tra- zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
balhador avulso. ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em- grave nos termos da lei.
presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se
de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes-
trabalhador com vínculo empregatício permanente. cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como O direito de greve, por seu turno, está previsto no ar-
PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único tigo 9º, CF:
do artigo 7º:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate-
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
sobre os interesses que devam por meio dele defender.
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum- e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
primento das obrigações tributárias, principais e acessórias, da comunidade.
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como penas da lei.
a sua integração à previdência social. 
A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre
2.5) Direito coletivo do trabalho o exercício do direito de greve, define as atividades essen-
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos ciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis
dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha- da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não
dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida- for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos,
de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve, esta é a legislação que se aplica, segundo o STF.
substituição processual, participação e representação clas- O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
sista35.
A liberdade de associação profissional ou sindical tem Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba-
escopo no artigo 8º, CF: lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú-
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá-
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi- rios sejam objeto de discussão e deliberação.
cal, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Por fim, aborda-se o direito de representação classista
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão no artigo 11, CF:
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical; Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em-
II - é vedada a criação de mais de uma organização pregados, é assegurada a eleição de um representante
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten-
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
dimento direto com os empregadores.
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes-
sados, não podendo ser inferior à área de um Município;
3) Nacionalidade
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que
questões judiciais ou administrativas; vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em um nacional pode adquirir direitos políticos.
se tratando de categoria profissional, será descontada em Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
prevista em lei; assim de direitos e obrigações.
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
filiado a sindicato; não é a mesma coisa que população. População é o con-
35 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquemati- junto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os es-
zado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. trangeiros residentes no país e os apátridas.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
3.1) Nacionalidade como direito humano funda- diferente de nacionalidade – naturalidade é apenas o local
mental de nascimento, nacionalidade é um efetivo vínculo com o
Os direitos humanos internacionais são completamen- Estado.
te contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira
indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com tanto por ter nascido no território brasileiro quanto por
nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pes- voluntariamente se naturalizar como brasileiro, como se
soa humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrá- percebe no teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num con-
ria. Não há privação arbitrária quando respeitados os crité- ceito tomado à base de exclusão, é todo aquele que não é
rios legais previstos no texto constitucional no que tange à nacional brasileiro.
perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte
brasileiro não admite a figura do apátrida. a) Brasileiros natos
Contudo, é exatamente por ser um direito que a na- Art. 12, CF. São brasileiros:
I - natos:
cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à
a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por
a serviço de seu país;
um processo conhecido como naturalização.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio- da República Federativa do Brasil;
nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”. mãe brasileira, desde que sejam registrados em reparti-
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos ção brasileira competente ou venham a residir na Repú-
aprofunda-se em meios para garantir que toda pessoa te- blica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
nha uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade bra-
o critério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa sileira.
terá a nacionalidade do território onde nasceu, quando não Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a
tiver direito a outra nacionalidade por previsões legais di- atribuição da nacionalidade primária – nacional nato –,
versas. notadamente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido
“Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa em território do país independentemente da nacionalida-
humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um de dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não
indivíduo não pode ficar ao mero capricho de um governo, depende do local de nascimento mas sim da descendên-
de um governante, de um poder despótico, de decisões cia de um nacional do país (critério comum em países que
unilaterais, concebidas sem regras prévias, sem o contra- tiveram êxodo de imigrantes).
ditório, a defesa, que são princípios fundamentais de todo O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce
sistema jurídico que se pretenda democrático. A questão no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho
não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui- de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros
to séria”36. que estejam a serviço de seu país ou de organismo inter-
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in- nacional (o que geraria um conflito de normas). Contudo,
ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no também é possível ser brasileiro nato ainda que não se
direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do tenha nascido no território brasileiro.
qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro
nato também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer
perseguição não pode ter motivos legítimos, como a práti-
dos pais estiver a serviço do Brasil, é considerado brasilei-
ca de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios
ro nato, mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos
das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade
pais não estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer
desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direi-
no exterior é exigido que o nascido do exterior venha ao
to de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos território brasileiro e aqui resida ou que tenha sido re-
humanos de uma pessoa por parte daqueles que deve- gistrado em repartição competente, caso em que poderá,
riam protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais aos 18 anos, manifestar-se sobre desejar permanecer com
como um todo –, e não proteger pessoas que justamente a nacionalidade brasileira ou não.
cometeram tais violações.
b) Brasileiros naturalizados
3.2) Naturalidade e naturalização
O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem Art. 12, CF. São brasileiros: [...]
são os nacionais brasileiros, dividindo-os em duas catego- II - naturalizados:
rias: natos e naturalizados. Percebe-se que naturalidade é a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
36 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV e
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Univer- portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
sal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 87-88. e idoneidade moral;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi- Percebe-se que a Constituição simultaneamente es-
dentes na República Federativa do Brasil há mais de quin- tabelece a não distinção e se reserva ao direito de esta-
ze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde belecer as hipóteses de distinção.
que requeiram a nacionalidade brasileira. Algumas destas hipóteses de distinção já se encon-
tram enumeradas no parágrafo seguinte.
A naturalização deve ser voluntária e expressa.
O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato
questão da naturalização em mais detalhes, prevendo no os cargos:
artigo 112: I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a con- III - de Presidente do Senado Federal;
cessão da naturalização: IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; V - da carreira diplomática;
II - ser registrado como permanente no Brasil; VI - de oficial das Forças Armadas;
III - residência contínua no território nacional, pelo VII - de Ministro de Estado da Defesa.
prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores
ao pedido de naturalização; A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as no exercício da presidência da República ou de cargo
condições do naturalizando; que possa levar a esta posição provisoriamente deve ser
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à natural do país (ausente o Presidente da República, seu
manutenção própria e da família; vice-presidente desempenha o cargo; ausente este as-
VI - bom procedimento; sume o Presidente da Câmara; também este ausente, em
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condena- seguida, exerce o cargo o Presidente do Senado; e, por
ção no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja fim, o Presidente do Supremo pode assumir a presidên-
cominada pena mínima de prisão, abstratamente conside- cia na ausência dos anteriores – e como o Presidente
rada, superior a 1 (um) ano; e do Supremo é escolhido num critério de revezamento
VIII - boa saúde. nenhum membro pode ser naturalizado); ou a de que o
cargo ocupado possui forte impacto em termos de re-
Destaque vai para o requisito da residência contínua. presentação do país ou de segurança nacional.
Em regra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos Outras exceções são: não aceitação, em regra, de
contínuos, conforme o inciso III do referido artigo 112. No brasileiro naturalizado como membro do Conselho da
entanto, por previsão constitucional do artigo 12, II, “a”, República (artigos 89 e 90, CF); impossibilidade de ser
se o estrangeiro foi originário de país com língua por- proprietário de empresa jornalística, de radiodifusão so-
tuguesa o prazo de residência contínua é reduzido para nora e imagens, salvo se já naturalizado há 10 anos (artigo
1 ano. Daí se afirmar que o constituinte estabeleceu a 222, CF); possibilidade de extradição do brasileiro natura-
naturalização ordinária no artigo 12, II, “b” e a naturali- lizado que tenha praticado crime comum antes da natura-
zação extraordinária no artigo 12, II, “a”. lização ou, depois dela, crime de tráfico de drogas (artigo
Outra diferença sensível é que à naturalização ordi- 5º, LI, CF).
nária se aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro,
segundo o qual “a satisfação das condições previstas 3.3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses
nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à natura- Nos termos do artigo 12, § 1º, CF:
lização”. Logo, na naturalização ordinária não há direito
subjetivo à naturalização, mesmo que preenchidos to- Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência
dos os requisitos. Trata-se de ato discricionário do Mi- permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
nistério da Justiça. O mesmo não vale para a naturaliza- brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra-
ção extraordinária, quando há direito subjetivo, cabendo sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
inclusive a busca do Poder Judiciário para fazê-lo valer37.
É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o
c) Tratamento diferenciado mesmo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado
A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Fe-
ou naturalizado, deverá receber o mesmo tratamento. derativa do Brasil e a República Portuguesa, assinado em
Neste sentido, o artigo 12, § 2º, CF: 22 de abril de 2000 (Decreto nº 3.927/2001).
As vantagens conferidas são: igualdade de direitos ci-
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer dis- vis, não sendo considerado um estrangeiro; gozo de direi-
tinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo tos políticos se residir há 3 anos no país, autorizando-se
nos casos previstos nesta Constituição. o alistamento eleitoral. No caso de exercício dos direitos
políticos nestes moldes, os direitos desta natureza ficam
37 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em telecon- suspensos no outro país, ou seja, não exerce simultanea-
ferência. mente direitos políticos nos dois países.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
3.4) Perda da nacionalidade A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um
Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da nacio- nacional a um tribunal internacional do qual o próprio país
nalidade do brasileiro que: faz parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil entre-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença gasse um brasileiro para julgamento pelo Tribunal Penal In-
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse na- ternacional (competência reconhecida na própria Constitui-
cional; ção no artigo 5º, §4º).
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela 3.6) Extradição
lei estrangeira; A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão
b) de imposição de naturalização, pela norma estran- e da entrega. Extradição é um ato de cooperação interna-
geira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como cional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou
condição para permanência em seu território ou para o condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama.
exercício de direitos civis. O Brasil, sob hipótese alguma, extraditará brasileiros natos
mas quanto aos naturalizados assim permite caso tenham
A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818, praticado crimes comuns (exceto crimes políticos e/ou de
de 18 de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois da natu-
e a reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos ralização, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito de
políticos. No processo deve ser respeitado o contraditório entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF).
e a iniciativa de propositura é do Procurador da República. Aplicam-se os seguintes princípios à extradição:
No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangeiro
percebe-se a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea só pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime ob-
“a” aceita-se que a pessoa tenha nacionalidade brasileira jeto do pedido de extradição. O importante é que o extra-
e outra se ao seu nascimento tiver adquirido simultanea- ditado só seja submetido às penas relativas aos crimes que
mente a nacionalidade do Brasil e outro país; na alínea “b” foram objeto do pedido de extradição.
é reconhecida a mesma situação se a aquisição da nacio- b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado
nalidade do outro país for uma exigência para continuar deve ser punível no Estado requerente e no Brasil. Logo,
lá permanecendo ou exercendo seus direitos civis, pois se além do fato ser típico em ambos os países, deve ser punível
assim não o fosse o brasileiro seria forçado a optar por em ambos (se houve prescrição em algum dos países, p. ex.,
uma nacionalidade e, provavelmente, se ver privado da não pode ocorrer a extradição).
nacionalidade brasileira. c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de
um tratado de extradição entre dois países ter sido celebra-
3.5) Deportação, expulsão e entrega do após a ocorrência do crime não impede a extradição.
A deportação representa a devolução compulsória d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos):
de um estrangeiro que tenha entrado ou esteja de forma Se o crime for apenado por qualquer das penas vedadas
irregular no território nacional, estando prevista na Lei nº pelo artigo 5º, XLVII da CF, a extradição não será autorizada,
6.815/1980, em seus artigos 57 e 58. Neste caso, não houve salvo se houver a comutação da pena, transformação para
prática de qualquer ato nocivo ao Brasil, havendo, pois, mera uma pena aceita no Brasil.
irregularidade de visto. Por ser tema incidente, vale observar a disciplina da Lei
A expulsão é a retirada “à força” do território brasileiro nº 6.815/1980 a respeito da extradição e de seu procedi-
de um estrangeiro que tenha praticado atos tipificados no mento:
artigo 65 e seu parágrafo único, ambos da Lei nº 6.815/1980:
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o go-
Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o es- verno requerente se fundamentar em tratado, ou quando
trangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança prometer ao Brasil a reciprocidade. 
nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou mora-
lidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o Art. 77. Não se concederá a extradição quando: 
torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o es- nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;
trangeiro que: II - o fato que motivar o pedido não for considerado
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou perma- crime no Brasil ou no Estado requerente;
nência no Brasil; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para
b) havendo entrado no território nacional com infração à julgar o crime imputado ao extraditando;
lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão
fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação; igual ou inferior a 1 (um) ano;
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou V - o extraditando estiver a responder a processo ou já
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mes-
para estrangeiro. mo fato em que se fundar o pedido;

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição § 2o  O encaminhamento do pedido pelo Ministério da
segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; Justiça ou por via diplomática confere autenticidade aos
VII - o fato constituir crime político; e documentos. 
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado re- § 3o  Os documentos indicados neste artigo serão
querente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. acompanhados de versão feita oficialmente para o idio-
§ 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição ma português. 
quando o fato constituir, principalmente, infração da lei
penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao Art. 81.  O pedido, após exame da presença dos pressu-
delito político, constituir o fato principal. postos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal tratado, será encaminhado pelo Ministério da Justiça ao
Supremo Tribunal Federal. 
Federal, a apreciação do caráter da infração.
Parágrafo único.  Não preenchidos os pressupostos de
§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de
que trata o caput, o pedido será arquivado mediante de-
considerar crimes políticos os atentados contra Chefes cisão fundamentada do Ministro de Estado da Justiça, sem
de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos prejuízo de renovação do pedido, devidamente instruído,
de anarquismo, terrorismo, sabotagem, sequestro de uma vez superado o óbice apontado. 
pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de
processos violentos para subverter a ordem política ou Art. 82.  O Estado interessado na extradição poderá,
social. em caso de urgência e antes da formalização do pedido de
extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão
Art. 78. São condições para concessão da extradição:  cautelar do extraditando por via diplomática ou, quan-
I - ter sido o crime cometido no território do Estado do previsto em tratado, ao Ministério da Justiça, que, após
requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis exame da presença dos pressupostos formais de admis-
penais desse Estado; e sibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará
II - existir sentença final de privação de liberdade, ou ao Supremo Tribunal Federal.  (Redação dada pela Lei nº
estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tri- 12.878, de 2013)
bunal ou autoridade competente do Estado requerente, § 1o  O pedido de prisão cautelar noticiará o crime
salvo o disposto no artigo 82. cometido e deverá ser fundamentado, podendo ser apre-
sentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer
outro meio que assegure a comunicação por escrito.  (Reda-
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradi-
ção dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
ção da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência
§ 2o  O pedido de prisão cautelar poderá ser apresen-
o pedido daquele em cujo território a infração foi co-
tado ao Ministério da Justiça por meio da Organização
metida. Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devidamente
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferên- instruído com a documentação comprobatória da existência
cia, sucessivamente: de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro.  (Reda-
I - o Estado requerente em cujo território haja sido co- ção dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
metido o crime mais grave, segundo a lei brasileira; § 3o  O Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 (no-
II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega venta) dias contado da data em que tiver sido cientificado
do extraditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e da prisão do extraditando, formalizar o pedido de extradi-
III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar ção. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
do extraditando, se os pedidos forem simultâneos. § 4o  Caso o pedido não seja formalizado no prazo pre-
§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a prefe- visto no § 3o, o extraditando deverá ser posto em liberdade,
rência o Governo brasileiro. não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mes-
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos mo fato sem que a extradição haja sido devidamente reque-
Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que rida. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
disserem respeito à preferência de que trata este artigo. 
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem pré-
Art. 80.  A extradição será requerida por via diplomáti- vio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal
ca ou, quando previsto em tratado, diretamente ao Minis- Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo
tério da Justiça, devendo o pedido ser instruído com a cópia recurso da decisão. 
autêntica ou a certidão da sentença condenatória ou
decisão penal proferida por juiz ou autoridade competente.  Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81),
§ 1o  O pedido deverá ser instruído com indicações pre- o pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. 
cisas sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento
do fato criminoso, a identidade do extraditando e, ain- final do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas
da, cópia dos textos legais sobre o crime, a competência, a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão al-
a pena e sua prescrição.  bergue.

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis
hora para o interrogatório do extraditando e, conforme brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com
o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, cor- os objetos e instrumentos do crime encontrados em seu
rendo do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa.  poder. 
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos
reclamada, defeito de forma dos documentos apresentados neste artigo poderão ser entregues independentemente
ou ilegalidade da extradição. da entrega do extraditando.
§ 2º Não estando o processo devidamente instruído,
o Tribunal, a requerimento do Procurador-Geral da Re- Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Es-
pública, poderá converter o julgamento em diligência
tado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se
para suprir a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta)
no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedi-
dias, decorridos os quais o pedido será julgado independen-
temente da diligência. do feito diretamente por via diplomática, e de novo entre-
§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da gue sem outras formalidades. 
data da notificação que o Ministério das Relações Exterio-
res fizer à Missão Diplomática do Estado requerente. Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser per-
mitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território
Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comuni- nacional, de pessoas extraditadas por Estados estrangeiros,
cado através do Ministério das Relações Exteriores à Missão bem assim o da respectiva guarda, mediante apresentação
Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessen- de documentos comprobatórios de concessão da medi-
ta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do da. 
território nacional. 
3.7) Idioma e símbolos
Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extra- Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da
ditando do território nacional no prazo do artigo anterior, República Federativa do Brasil.
será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
processo de expulsão, se o motivo da extradição o reco- bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
mendar.  § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão ter símbolos próprios.
Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo
pedido baseado no mesmo fato. 
Idioma é a língua falada pela população, que confere
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo proces- caráter diferenciado em relação à população do resto do
sado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível mundo. Sendo assim, é manifestação social e cultural de
com pena privativa de liberdade, a extradição será exe- uma nação.
cutada somente depois da conclusão do processo ou do Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da
cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto nação e permitem o seu reconhecimento nacional e inter-
no artigo 67.  nacionalmente.
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igual- Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a pre-
mente adiada se a efetivação da medida puser em risco a visão é feito dentro do capítulo do texto constitucional que
sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por aborda o tema.
laudo médico oficial.
4) Direitos políticos
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ain- Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos di-
da que responda a processo ou esteja condenado por reitos políticos, já que somente um nacional pode adquirir
contravenção.  direitos políticos. No entanto, nem todo nacional é titular
de direitos políticos. Os nacionais que são titulares de direi-
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Esta- tos políticos são denominados cidadãos. Significa afirmar
do requerente assuma o compromisso: 
que nem todo nacional brasileiro é um cidadão brasileiro,
I - de não ser o extraditando preso nem processado por
mas somente aquele que for titular do direito de sufrágio
fatos anteriores ao pedido;
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, universal.
foi imposta por força da extradição;
III - de comutar em pena privativa de liberdade a 4.1) Sufrágio universal
pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à última, A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a sobera-
os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação; nia popular será exercida pelo sufrágio universal [...]”.
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consen- Sufrágio universal é a soma de duas capacidades elei-
timento do Brasil, a outro Estado que o reclame; e torais, a capacidade ativa – votar e exercer a democracia
V - de não considerar qualquer motivo político, para direta – e a capacidade passiva – ser eleito como represen-
agravar a pena. tante no modelo da democracia indireta. Ou ainda, sufrá-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
gio universal é o direito de todos cidadãos de votar e ser Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são:
votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio, I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
deverá ser direto e secreto. II - facultativos para:
Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, a) os analfabetos;
mas não apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim, b) os maiores de setenta anos;
nem toda pessoa que tem capacidade ativa tem também c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
capacidade passiva, embora toda pessoa que tenha capa-
cidade passiva tenha necessariamente a ativa. No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais
brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF:
4.2) Democracia direta e indireta
Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo su- Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores
frágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obri-
para todos, e, nos termos da lei, mediante: gatório, os conscritos.
I - plebiscito;
II - referendo; Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestan-
III - iniciativa popular. do serviço militar obrigatório, pois são necessárias tropas
disponíveis para os dias da eleição.
A democracia brasileira adota a modalidade semidire-
ta, porque possibilita a participação popular direta no po- 4.4) Elegibilidade
der por intermédio de processos como o plebiscito, o refe- O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de
rendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas, elegibilidade, ou seja, os requisitos que devem ser preen-
pode-se afirmar que a democracia indireta é predominan- chidos para que uma pessoa seja eleita, no exercício de sua
temente adotada no Brasil, por meio do sufrágio univer- capacidade passiva do sufrágio universal.
sal e do voto direto e secreto com igual valor para todos.
Quanto ao voto direto e secreto, trata-se do instrumento Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na
para o exercício da capacidade ativa do sufrágio universal. forma da lei:
Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do refe- I - a nacionalidade brasileira;
rendo é o momento da consulta à população: no plebis- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
cito, primeiro se consulta a população e depois se toma a III - o alistamento eleitoral;
decisão política; no referendo, primeiro se toma a decisão IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
política e depois se consulta a população. Embora os dois V - a filiação partidária;
partam do Congresso Nacional, o plebiscito é convocado, VI - a idade mínima de:
ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV, CF), am- a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
bos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha é da República e Senador;
que os dois são “formas de consulta ao povo para que de- b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
libere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza Estado e do Distrito Federal;
constitucional, legislativa ou administrativa”38. c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Na iniciativa popular confere-se à população o poder Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, d) dezoito anos para Vereador.
mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional, distri-
buído por 5 Estados no mínimo, com não menos de 0,3% Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
dos eleitores de cada um deles. Em complemento, prevê o analfabetos.
artigo 61, §2°, CF:
Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à
Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida nacionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo,
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei para ser eleito é preciso ser cidadão.
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacio- O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista
nal, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me- como eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. pode não o ser caso analisados aspectos como o vínculo
de afeto com o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto
4.3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do Alegre – RS, embora resida em Brasília – DF). Sendo assim,
voto para se candidatar a cargo no município, deve ter domicílio
O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, deve
dezoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultativi- ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; para se
dade para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. em uma das unidades federadas do país. Aceita-se a trans-
38 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquema- ferência do domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes das
tizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. eleições.

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
A filiação partidária implica no lançamento da candi- Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos,
datura por um partido político, não se aceitando a filiação o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
avulsa. Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respec-
Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisi- tivos mandatos até seis meses antes do pleito.
to etário, com faixa etária mínima para o desempenho de
cada uma das funções, a qual deve ser auferida na data da São inelegíveis absolutamente, para quaisquer car-
posse. gos, os chefes do Executivo que não renunciarem aos seus
mandatos até seis meses antes do pleito eleitoral, antes
4.5) Inelegibilidade das eleições. Ex.: Se a eleição aconteceu em 05/10/2014,
Atender às condições de elegibilidade é necessário necessário que tivesse renunciado até 04/04/2014.
para poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso
não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegi- Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de ju-
bilidade. risdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na ab- ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presiden-
soluta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são te da República, de Governador de Estado ou Território, do
atingidos determinados cargos. Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os de mandato eletivo e candidato à reeleição.
analfabetos.
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibi- cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o se-
lidade, que são absolutas, atingem todos os cargos. Para gundo grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou
ser elegível é preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm de quem os tenha substituído ao final do mandato, a não
a faculdade de votar, mas não podem ser votados) e é ser que seja já titular de mandato eletivo e candidato à
preciso possuir a capacidade eleitoral ativa – poder vo- reeleição.
tar (inalistáveis são aqueles que não podem tirar o título
de eleitor, portanto, não podem votar, notadamente: os Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, aten-
estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar obri- didas as seguintes condições:
gatório). I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas-
tar-se da atividade;
Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Go- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
vernadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica-
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mente, no ato da diplomação, para a inatividade.
mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente. São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
os militares que não podem se alistar ou os que podem,
Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibi- mas não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF,
lidade relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qual- ou seja, se não se afastar da atividade caso trabalhe há me-
quer das esferas for substituído por seu vice no curso do nos de 10 anos, se não for agregado pela autoridade supe-
mandato, este vice somente poderá ser eleito para um pe- rior (suspenso do exercício das funções por sua autoridade
ríodo subsequente. sem prejuízo de remuneração) caso trabalhe há mais de
10 anos (sendo que a eleição passa à condição de inativo).
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu
último ano de governo para concorrer ao Senado Federal Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá ou-
e é substituído pelo seu vice-governador. Se este se can- tros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
didatar e for eleito, não poderá ao final deste mandato fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
se reeleger. Isto é, se o mandato o candidato renuncia no para exercício de mandato considerada vida pregressa do
início de 2010 o seu mandato de 2007-2010, assumindo o candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições con-
vice em 2010, poderá este se candidatar para o mandato tra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício
2011-2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger de função, cargo ou emprego na administração direta ou
para o mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que indireta.
aconteceu com o ex-governador de Minas Gerais, Antônio
Anastasia, que assumiu em 2010 no lugar de Aécio Neves O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos
o governo do Estado de Minas Gerais e foi eleito gover- do artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode
nador entre 2011 e 2014, mas não pode se candidatar à estabelecer outros casos, tanto de inelegibilidades absolu-
reeleição, concorrendo por isso a uma vaga no Senado tas como de inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei
Federal. Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, estabelece

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de
outras providências. Esta lei foi alterada por aquela que fi- cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
cou conhecida como Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar insanável que configure ato doloso de improbidade admi-
nº 135, de 04 de junho de 2010, principalmente em seu nistrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente,
artigo 1º, que segue. salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito)
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis: anos seguintes, contados a partir da data da decisão, apli-
I - para qualquer cargo: cando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição
a) os inalistáveis e os analfabetos; Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias mandatários que houverem agido nessa condição; (Redação
Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Munici- dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
pais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infrin- h) os detentores de cargo na administração pública di-
gência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Consti-
reta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a
tuição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de
terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que
mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos
forem condenados em decisão transitada em julgado ou
Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se rea-
proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na
lizarem durante o período remanescente do mandato para o
qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como
da legislatura; para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Re-
d) os que tenham contra sua pessoa representação jul- dação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
gada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada i) os que, em estabelecimentos de crédito, financia-
em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de mento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto
apuração de abuso do poder econômico ou político, para a de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam
eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva de-
como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; cretação, cargo ou função de direção, administração ou re-
(Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) presentação, enquanto não forem exonerados de qualquer
e) os que forem condenados, em decisão transitada em responsabilidade;
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a j) os que forem condenados, em decisão transitada em
condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleito-
o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela ral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrá-
Lei Complementar nº 135, de 2010) gio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de
1. contra a economia popular, a fé pública, a adminis- campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em
tração pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro
Complementar nº 135, de 2010) ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da elei-
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o ção; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falên- k) o Presidente da República, o Governador de Estado e
cia; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Na-
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído cional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa,
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa desde o oferecimento de representação ou petição capaz de
de liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositi-
2010)
vo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Muni-
condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exer-
cípio, para as eleições que se realizarem durante o período
cício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº
remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8
135, de 2010)
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, l) os que forem condenados à suspensão dos direitos
tortura, terrorismo e hediondos; políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluí- por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
do pela Lei Complementar nº 135, de 2010) administrativa que importe lesão ao patrimônio público e
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em
Complementar nº 135, de 2010) julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar nº
bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 135, de 2010)
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por
com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação decisão sancionatória do órgão profissional competente, em
dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
(oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores
pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em
135, de 2010) qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de no-
n) os que forem condenados, em decisão transitada em meação pelo Presidente da República, sujeito à aprovação
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão prévia do Senado Federal;
de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou c) (Vetado);
de união estável para evitar caracterização de inelegibilida- d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem
de, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no
a fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas
o) os que forem demitidos do serviço público em decor- e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais,
rência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades;
8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham
suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei exercido cargo ou função de direção, administração ou re-
Complementar nº 135, de 2010) presentação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5°
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res- da Lei n° 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo
ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão âmbito e natureza de suas atividades, possam tais empresas
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da influir na economia nacional;
Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de
observando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísti-
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) cas previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na
q) os magistrados e os membros do Ministério Público alínea anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6
que forem aposentados compulsoriamente por decisão san- (seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar
cionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que o abuso apurado, do poder econômico, ou de que transferi-
tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na ram, por força regular, o controle de referidas empresas ou
pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo grupo de empresas;
de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anterio-
2010) res ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, admi-
II - para Presidente e Vice-Presidente da República: nistração ou representação em entidades representativas de
classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e
de seus cargos e funções: repassados pela Previdência Social;
1. os Ministros de Estado: h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e funções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou
militar, da Presidência da República; Superintendente de sociedades com objetivos exclusivos de
3. o chefe do órgão de assessoramento de informações operações financeiras e façam publicamente apelo à pou-
da Presidência da República; pança e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da
4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; empresa ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer for-
5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da ma, de vantagens asseguradas pelo poder público, salvo se
República; decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas unifor-
6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e mes;
da Aeronáutica; i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito,
7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica; hajam exercido cargo ou função de direção, administração
8. os Magistrados; ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que
9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de au- mantenha contrato de execução de obras, de prestação de
tarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder
e fundações públicas e as mantidas pelo poder público; Público ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que
10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de obedeça a cláusulas uniformes;
Territórios; j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham
11. os Interventores Federais; afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao
12. os Secretários de Estado; pleito;
13. os Prefeitos Municipais; I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos
14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta
Estados e do Distrito Federal; da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal; dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder
16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao
Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministé- pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos
rios e as pessoas que ocupem cargos equivalentes; integrais;

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do § 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titu-
Distrito Federal; lar, o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Pre- segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
sidente da República especificados na alínea a do inciso II de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tra- de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6
tar de repartição pública, associação ou empresas que ope- (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de man-
rem no território do Estado ou do Distrito Federal, observa- dato eletivo e candidato à reeleição.
dos os mesmos prazos; § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles
de seus cargos ou funções:
definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador
aos crimes de ação penal privada. (Incluído pela Lei Com-
do Estado ou do Distrito Federal;
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e plementar nº 135, de 2010)
Zona Aérea; § 5º A renúncia para atender à desincompatibilização
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de as- com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção
sistência aos Municípios; de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea
4. os secretários da administração municipal ou mem- k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao dis-
bros de órgãos congêneres; posto nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Comple-
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito: mentar nº 135, de 2010).
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente 4.6) Impugnação de mandato
da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a im-
Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para pugnação de mandato.
a desincompatibilização;
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Públi- Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser im-
ca em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores pugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais; contados da diplomação, instruída a ação com provas de
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercí- abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
cio no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
V - para o Senado Federal:
Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Pre-
sidente da República especificados na alínea a do inciso II tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tra- forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
tar de repartição pública, associação ou empresa que opere
no território do Estado, observados os mesmos prazos; 4.7) Perda e suspensão de direitos políticos
b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos,
para os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mes- cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
mas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos; I - cancelamento da naturalização por sentença transi-
VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legisla- tada em julgado;
tiva e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por iden- II - incapacidade civil absoluta;
tidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, III - condenação criminal transitada em julgado, en-
nas mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos quanto durarem seus efeitos;
prazos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
VII - para a Câmara Municipal: prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos § 4º.
Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a de-
sincompatibilização;
O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização,
b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de
o que faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, por-
Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses
para a desincompatibilização . tanto, deixe de ser titular de direitos políticos.
§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja,
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal da interdição da pessoa para a prática de atos da vida civil,
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos entre os quais obviamente se enquadra o sufrágio univer-
até 6 (seis) meses antes do pleito. sal.
§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Pre- O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da con-
feito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando denação criminal, que é a suspensão de direitos políticos.
os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação mi-
(seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou litar ou a prestação substitutiva imposta em caso de escusa
substituído o titular. moral ou religiosa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
O inciso V se refere à ação de improbidade administra- acordo com a lei. Ainda, a lei veda a utilização de organi-
tiva, que tramita para apurar a prática dos atos de improbi- zação paramilitar por parte dos partidos políticos (artigo
dade administrativa, na qual uma das penas aplicáveis é a 17, §4º, CF).
suspensão dos direitos políticos. O respeito a estes ditames permite o exercício do par-
Os direitos políticos somente são perdidos em dois tidarismo de forma autônoma em termos estruturais e or-
casos, quais sejam cancelamento de naturalização por ganizacionais, conforme o §1º do artigo 17, CF:
sentença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado
volta à condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos auto-
brasileira em virtude da aquisição de outra (brasileiro se nomia para definir sua estrutura interna, organização e fun-
naturaliza em outro país e assim deixa de ser considera- cionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime
do um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vincu-
demais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de lação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
direitos políticos pela prática de atos atentatórios contra a distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
Administração Pública por parte do servidor, mas apenas normas de disciplina e fidelidade partidária. 
suspensão.
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada Os estatutos que tecem esta regulamentação devem
dos direitos políticos por ato unilateral do poder público, ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º,
sem observância dos princípios elencados no artigo 5º, LV, CF).
CF (ampla defesa e contraditório), é um procedimento que Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à
só existe nos governos ditatoriais e que é absolutamente mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:
vedado pelo texto constitucional.
Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a re-
4.8) Anterioridade anual da lei eleitoral cursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei.
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à elei-
ção que ocorra até um ano da data de sua vigência. 
PODER LEGISLATIVO. DO PROCESSO
É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo me-
nos 1 ano antes da próxima eleição, sob pena de não se LEGISLATIVO. DO MUNICÍPIO.
aplicar a ela, mas somente ao próximo pleito. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E O
LEGISLATIVO MUNICIPAL: MAIORIA E A
4.9) Partidos políticos MINORIA; O PRINCÍPIO DO PLURALISMO
O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo POLÍTICO; O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
político e encontra respaldo enquanto direito fundamental, E DA AMPLA DEFESA; PRINCÍPIOS DA
já que regulamentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA APLICÁVEIS
Fundamentais”, capítulo V, “Dos Partidos Políticos”. À ATIVIDADE LEGISLATIVA; PRINCÍPIOS
O caput do artigo 17 da Constituição prevê: ESPECÍFICOS DO DIREITO PARLAMENTAR.
AS FUNÇÕES DO PODER LEGISLATIVO: A
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção FUNÇÃO REPRESENTATIVA; A FUNÇÃO
de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o LEGISLATIVA; A FUNÇÃO SOCIALIZADORA/
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos funda- CONTROLADORA E SEUS INSTRUMENTOS.
mentais da pessoa humana [...]. A FUNÇÃO DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA.
A FUNÇÃO COMUNICATIVA. A FUNÇÃO
Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabe- INFORMATIVA; A FUNÇÃO EDUCATIVA.
lecendo a Constituição um limite de números de partidos
políticos que possam ser constituídos, permitindo também
que sejam extintos, fundidos e incorporados.
Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os pre-
ceitos a serem observados na liberdade partidária: caráter 1) Do Congresso Nacional
nacional, ou seja, terem por objetivo o desempenho de O Legislativo Federal brasileiro adota um sistema bica-
atividade política no âmbito interno do país; proibição de meral, contando com uma casa representativa do Povo e
recebimento de recursos financeiros de entidade ou gover- uma casa representativa dos Estados-membros. No caso,
no estrangeiros ou de subordinação a estes, logo, o Poder a Câmara dos Deputados desempenha um papel de re-
Público não pode financiar campanhas eleitorais; prestação presentação do povo; ao passo que o Senado Federal é
de contas à Justiça Eleitoral, notadamente para resguardar responsável pela representação das unidades federadas da
a mencionada vedação; e funcionamento parlamentar de espécie Estados-membros.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
No Congresso Nacional se desempenham as ativida- O Senado Federal é composto por 81 Senadores, sen-
des legislativas e determinadas atividades fiscalizatórias. do que 78 representam cada um dos Estados brasileiros,
Uma legislatura tem a duração de quatro anos, ao passo que são 26, e 3 representam o Distrito Federal. O man-
que uma sessão legislativa tem duração de um ano, sen- dato do Senador é de duas legislaturas, ou seja, 8 anos.
do esta dividida em dois períodos legislativos cada qual No entanto, a cada 4 anos sempre são eleitos Senadores,
com duração de 6 meses. Por seu turno, o Deputado Fe- garantindo a alternância no Senado a cada novas eleições.
deral tem mandato equivalente a uma legislatura (4 anos), Por isso, nunca vagam as 3 cadeiras no Senado Federal de
ao passo que o Senador tem mandato equivalente a duas um Estado para a mesma eleição; alternadamente, vagam 2
legislaturas (8 anos). cadeiras ou 1 cadeira (ex.: nas eleições de 2014 vagou ape-
A respeito, destaca-se o artigo 44 da Constituição Fe- nas 1 cadeira no Senado para cada unidade federativa com
deral: representação; nas eleições de 2010 vagaram 2 cadeiras).
Note que, diferente do que ocorre na Câmara dos De-
Artigo 44, CF. O Poder Legislativo é exercido pelo Con- putados, não há um maior número de representantes por
gresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputa- ser a unidade federativa mais populosa, o número de ca-
deiras é fixo por Estado/Distrito Federal. Adota-se, assim, o
dos e do Senado Federal.
princípio majoritário e não o princípio proporcional.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de
Finalmente, o artigo 47 da Constituição prevê:
quatro anos.
Art. 47, CF. Salvo disposição constitucional em contrário,
Por sua vez, o artigo 45 da Constituição Federal expõe as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão to-
como se dá a composição da Câmara dos Deputados: madas por maioria dos votos, presente a maioria absolu-
ta de seus membros.
Artigo 45, CF. A Câmara dos Deputados compõe-se de
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio- Logo, em regra, o quórum de instalação de sessão é
nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. de maioria absoluta dos membros da Casa ou Comissão
§ 1º O número total de Deputados, bem como a repre- (metade mais um), ao passo que o quórum de deliberação
sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabe- é de maioria simples (metade mais um dos membros pre-
lecido por lei complementar, proporcionalmente à popu- sentes).
lação, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano an-
terior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades 2) Fiscalização contábil, financeira e orçamentária
da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Estabelece o caput do artigo 70 da Constituição:
Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. Artigo 70, caput, CF. A fiscalização contábil, financei-
ra, orçamentária, operacional e patrimonial da União e
Nota-se que na Câmara dos Deputados é adotado um das entidades da administração direta e indireta, quanto à
sistema proporcional de composição – quanto maior a po- legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das sub-
pulação de um Estado, maior o número de representantes venções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congres-
que terá, respeitado o limite de setenta deputados; quanto so Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
menos a população de um Estado, menor o número de re- de controle interno de cada Poder.
presentantes que terá, respeitado o limite mínimo de oito
deputados. O Distrito Federal recebe o mesmo tratamento A fiscalização contábil, financeira e orçamentária regu-
de um Estado e por ser menos populoso possui a represen- lada pela Constituição recai sobre as receitas da União e
tação mínima – quatro deputados. Já os Territórios, se exis- demais entidades da administração direta e indireta nesta
esfera. Tal fiscalização se dá mediante controle externo, a
tentes, teriam cada qual 4 deputados. No total, a Câmara é
ser exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribu-
composta por 513 deputados.
nal de Contas da União, e mediante controle interno, con-
O artigo 46 da Constituição Federal disciplina a com-
soante órgãos instituídos pelo próprio Poder fiscalizado
posição do Senado Federal nos seguintes termos:
em seu âmbito interno.
Para que se viabilize esta atividade de fiscalização é
Artigo 46, CF. O Senado Federal compõe-se de represen- necessária a instituição de obrigação de prestar contas, re-
tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o gulada no próprio artigo 70, CF em seu parágrafo único:
princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Se- Artigo 70, parágrafo único, CF. Prestará contas qual-
nadores, com mandato de oito anos. quer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Fe- utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
deral será renovada de quatro em quatro anos, alterna- bens e valores públicos ou pelos quais a União responda,
damente, por um e dois terços. ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes. pecuniária. 

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
a) Controle externo – Tribunal de Contas da União II - julgar as contas dos administradores e demais res-
Com efeito, o principal órgão que colabora com o con- ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adminis-
trole externo na fiscalização exercida pelo Congresso Na- tração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
cional é o Tribunal de Contas da União. A composição do instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as con-
Tribunal de Contas da União está regulamentada no artigo tas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
73 da Constituição Federal, conferindo-se a capacidade de irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
auto-organização e autoadministração assegurada aos ór- III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
gãos do Poder Judiciário: atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na admi-
nistração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
Artigo 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro para cargo de provimento em comissão, bem como a das
próprio de pessoal e jurisdição em todo o território na- concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalva-
cional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas das as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
no art. 96. legal do ato concessório;
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos De-
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes putados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de in-
requisitos: quérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, fi-
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
anos de idade; unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Execu-
II - idoneidade moral e reputação ilibada; tivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, eco- V - fiscalizar as contas nacionais das empresas su-
nômicos e financeiros ou de administração pública; pranacionais de cujo capital social a União participe, de
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos re-
mencionados no inciso anterior. passados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Fede-
escolhidos: ral ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Con-
I - um terço pelo Presidente da República, com apro-
gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qual-
vação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
quer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização con-
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribu-
tábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
nal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os cri-
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
térios de antiguidade e merecimento;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções pre-
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União te-
vistas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
rão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,
multa proporcional ao dano causado ao erário;
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tri-
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote
bunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentado-
as providências necessárias ao exato cumprimento da
ria e pensão, as normas constantes do art. 40.  lei, se verificada ilegalidade;
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá X - sustar, se não atendido, a execução do ato im-
as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Depu-
no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz tados e ao Senado Federal;
de Tribunal Regional Federal. XI - representar ao Poder competente sobre irregula-
ridades ou abusos apurados.
Por seu turno, as atribuições do Tribunal de Contas da § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será ado-
União encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição, tado diretamente pelo Congresso Nacional, que solici-
envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso Nacional tará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
no controle externo (tanto é assim que o Tribunal não susta § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
diretamente os atos ilegais, mas solicita ao Congresso Na- prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
cional que o faça): no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação
Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
da União, ao qual compete: trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre- Após, o artigo 72 regulamenta a atuação da Comissão
sidente da República, mediante parecer prévio que deverá Mista Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fis-
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; calização:

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Artigo 72, CF. A Comissão mista permanente a que se c) Simetria quanto aos demais entes federados
refere o art. 166, §1º39, diante de indícios de despesas não O artigo 75 da Constituição estabelece normativa míni-
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não ma a ser aplicada à fiscalização contábil, financeira e orça-
programados ou de subsídios não aprovados, poderá soli- mentária das demais unidades federativas, respeitando uma
citar à autoridade governamental responsável que, no simetria constitucional.
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. Artigo 75, CF. As normas estabelecidas nesta seção apli-
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considera- cam-se, no que couber, à organização, composição e fiscali-
dos estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal zação dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas
trinta dias. dos Municípios.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Co- Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão
missão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integra-
ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso dos por sete Conselheiros.
Nacional sua sustação.

b) Controle interno
O controle interno será exercido em todos os Poderes NOÇÕES DE RECURSOS HUMANOS:
mediante sistema integrado entre os órgãos do controle POLÍTICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
interno, bem como entre estes e o Tribunal de Contas da RECURSOS HUMANOS. PLANEJAMENTO
União, cuja finalidade está descrita no artigo 74 da Cons- ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS.
tituição. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE RECURSOS
HUMANOS; APLICAÇÃO: DESENHO,
Artigo 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Ju- DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE CARGOS
diciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos or-
Em relação ao tipo de organização, há dois tipos diver-
çamentos da União;
gentes: mecânico e orgânico. No primeiro, a estrutura hie-
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
rarquizada da empresa é muito valorizada, com atividades
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, fi-
especializadas e determinadas pela posição funcional do
nanceira e patrimonial nos órgãos e entidades da adminis-
funcionário perante à empresa; decisões são centralizadas;
tração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
sistema rígidos de controle, entre outros.
por entidades de direito privado; Já no modelo orgânico ocorre descentralização da de-
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e cisão, comunicação lateral mais frequente que a vertical,
garantias, bem como dos direitos e haveres da União; além de serem organizações menos enrijecidas e mais mu-
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua mis- táveis que as organizações mecânicas.
são institucional. É importante ressaltar que entre as estruturas mecâ-
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao toma- nicas ou orgânicas, existem modelos intermediários ou
rem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, mistos, os quais englobam características de ambos os pa-
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob drões. Dentre as quais podemos citar as ferramentas do
pena de responsabilidade solidária. RH.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação No ambiente de trabalho quando cada administrador
ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denun- desempenha as quatro funções administrativas (planejar,
ciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de organizar, dirigir e controlar). A ARH realiza a ligação de
Contas da União. cooperação entre subordinados e seu superior através de
políticas e práticas que podem ser resumidas em seis pro-
cessos básicos, dinâmicos e interativos.
39 Disciplina o referido dispositivo: “Art. 166. Os projetos de lei A nova tendência nas organizações de administração
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas
de recursos humanos ou gestão de pessoas é obter por
do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a meio de consultorias interna em conjunto e apoiando o
uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - exa- gerente de linha à detenção de recursos humanos espe-
minar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre cializado, de alto nível e com conhecimento específicos do
as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II setor, assim como um domínio satisfatório do contexto da
- examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, organização como um todo.
regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompa-
nhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
O sentido de linha e staff (assessoria), onde os órgãos
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de de linha atuam em atividades de execução e comando
acordo com o art. 58”. como responsáveis diretos pelas atividades- fins de nego-

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
cio. Enquanto as assessorias ou staffs influenciam e acon- Embora sejam diversas as classificações, as quatro
selham as unidades de linha, ou seja, inferindo na ativida- grandes marcos dos modelos de gestão de pessoas: mo-
de-meio da empresa. delo clássico, modelo motivacional, modelo estratégico e
Os objetivos da gestão de pessoas ou ARH passaram a modelo competitivo.
ser estratégicos e os seus processos são: agregar, aplicar, Þ Modelo estratégico de gestão de pessoas
recompensar, manter, desenvolver e monitorar pessoas. Até 1970 as organizações eram classificadas em es-
Contudo, a ARH é uma responsabilidade de linha e uma colas que enfocavam apenas um aspecto como fator de
função de staff, o que requer compartilhamento entre os produtividade no trabalho. Foram citadas duas dessas es-
especialistas de RH e os gerentes de linha. colas: uma com foco na melhor tarefa, e outra com foco
Diante da necessidade de contabilizar, registrar e ge- no funcionário mais satisfeito. Por volta de 1970 um novo
renciar as entradas e saídas de empregados na organiza- conceito surge: o de que as organizações se comportam
ção, assim como quantificar sua produtividade, ausências, como sistemas. Esse conceito, importado da biologia e re-
faltas e atrasos com descontos nas folhas de pagamentos latado por Ludwing von Bertalanffy, apresenta um modelo
ou descontos. Surgindo a administração de recursos hu- no qual a organização é composta de diversos subsistemas
manos, que difere da área de recursos humanos. Dentre que interagem entre si, se influenciam e se potencializam.
as quais destacam se as cinco fases de evolução de perfil, Além disso, essa organização interage com o ambiente ex-
como a fase contábil, a fase legal, a fase tecnicista, a fase terno, influenciando e sofrendo sua influência. Esse novo
administrativa (ou sindicalista), a fase estratégica, e o surgi- conceito revolucionou os modelos de organização, e todas
mento do cargo de gerente de recursos humanos, tentan- as classificações a partir de então passam a se basear nesse
do assim humanizar o cargo. Assim, surgindo a todo o mo- conceito.
mento, novos paradigmas para os usos do conhecimento Em função das pressões externas e da interação com
aplicados de forma rentável para os negócios, uma vez que o ambiente, desenvolve-se entre 1970 e 1990 a organiza-
o mesmo se torna mutável. ção estratégica. Nos modelos anteriores, o foco de gestão
A gestão de recursos humanos passou a desempenhar se voltava principalmente para aspectos internos, como a
um papel fundamental nas organizações, tornando se res- preocupação com tarefas, a satisfação dos funcionários, a
ponsável pelas políticas de RH, pela elaboração das estra- melhoria dos processos e da estrutura hierárquica. O cliente
tégias correlacionadas com os objetivos organizacionais, exercia pouca influência na confecção dos produtos oferta-
assim como as demais áreas. As organizações passaram dos pelas empresas e, por conseguinte, no funcionamento
a perceber a importância do trabalho integrado entre os da própria empresa. No modelo estratégico de gestão de
recursos humanos e as demais áreas da empresa, e a ne- pessoas, que surge na década de 90, os clientes passam a
cessidade de enriquecimento das atividades tradicionais, exercer um papel mais ativo em relação às organizações.
estabelecendo e desenvolvendo políticas de estratégias O cenário tem um desenho diferente: níveis mais altos
centradas na qualidade, como recrutamento e seleção, de produtividade foram alcançados em função da elevada
treinamento e desenvolvimento, qualidade de vida, cargos automação dos processos produtivos. Com o aumento da
e salários, avaliação de desempenho e processo de comu- produtividade e do número de empresas, o mercado não
nicação. é mais aquele em que as demandas por produtos eram
Portanto as mudanças que ocorreram nos últimos anos maiores que a oferta. O cliente, que antes aceitava o pro-
na administração de recursos humanos em diversas orga- duto da forma que a empresa oferecia, se vê diante de um
nizações são alterações de terminologia que refletem tam- cenário em que pode escolher entre opções diferentes. As
bém no resultado positivo na evolução do departamento empresas de maior sucesso são aquelas que compreendem
de pessoal para a administração de pessoas, quanto à for- melhor as necessidades dos clientes. O foco da organiza-
ma de gerir pessoas, verificando alterações profundas na ção se volta para o mundo externo, as relações da empresa
administração de recursos humanos ou gestão de pessoas, se ampliam, e o cliente se torna peça chave. Surgem os
podendo de ser incorporada na estratégia organizacional primeiros estudos sobre estratégia empresarial. As organi-
através da implementação de políticas por subsetores den- zações passam a definir sua proposta de valor e segmento
tro da área recursos humanos a administrativa inferida no de mercado. Definições de missão, visão, negócio e estra-
texto. tégia para atingimento dos objetivos organizacionais vêm
à reboque desse movimento.
A EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES E DE SEUS MODE- Nesse novo cenário as empresas não podem contar
LOS DE GESTÃO DE PESSOAS apenas com pessoas que saibam executar bem suas tare-
A evolução dos modelos de gestão de pessoas está fas, e que estejam motivadas. Os funcionários passam a ser
atrelada à evolução das próprias organizações. Se geren- considerados colaboradores, envolvidos e comprometidos
ciar pessoas é gerenciar a relação entre as pessoas e as com os objetivos estratégicos da empresa. Nos modelos
organizações, unindo os anseios daquelas aos objetivos citados anteriormente a relação gerente-subordinado era
organizacionais , pode-se afirmar que para cada modelo quase paternal. O gestor tinha ascensão sobre o funcioná-
de organização haverá um modelo de gestão de pessoas rio, ora cobrando sua máxima produtividade, ora motivan-
correspondente. do-o para o trabalho. Além de motivar e cobrar resultados,

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
os novos gerentes passam a ter o desafio de comunicar a OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS
estratégia e de alinhar processos e pessoas a essas estra- As organizações encontram-se diante da necessidade
tégias. de adaptação de seus modelos de gestão organizacional e
de gestão de pessoas aos desafios da era moderna: globa-
Þ Modelo competitivo de gestão de pessoas lização, necessidade de aumentar a lucratividade por meio
A partir de 2000 as organizações entraram na era da do crescimento, e clientes cada vez mais conscientes e exi-
extrema competição. As organizações modernas sofrem gentes. Em comum, as organizações modernas são carac-
pressões ainda maiores do ambiente externo: a globaliza- terizadas por serem sistemas abertos, que realizam trocas
ção traz um novo patamar de concorrência no mercado. com o ambiente externo em um grau muito mais elevado
As organizações, que antes se preocupavam apenas com que o existente há poucas décadas atrás. O foco em es-
os concorrentes locais, agora se preocupam com empre- tratégia e competências é essencial nos dias de hoje. Des-
sas virtuais, que atingem seus mercados. Por outro lado, sa forma, empresas modernas alternam seus modelos de
os próprios clientes, diante de tantas ofertas e de tama- gestão entre o estratégico e o competitivo, ora focalizando
nha concorrência, tornam-se mais exigentes e percebem mais a estratégia, ora focalizando mais o desenvolvimento
o poder que têm de influenciar produtos e serviços. Nesse de competências.
cenário de alta pressão externa, surge um novo modelo de Tanto o modelo estratégico de gestão de pessoas
gestão de pessoas, conhecido como modelo competitivo quanto o modelo competitivo ocorrem em organizações
.Nesse modelo o foco da organização é na sua capacidade que se comportam como sistemas abertos. Conforme re-
de adaptação a esse ambiente de constantes mudanças e latado, esses modelos possuem características próprias
demandas dos clientes. que os distinguem, mas também possuem características
comuns, que permitem que sejam qualificados, para fins
As pessoas geridas por um modelo competitivo de ges- deste trabalho, como os “novos modelos de gestão de
tão de pessoas são acima de tudo conscientes da respon- pessoas”. Essas características envolvem a atuação da área
sabilidade pelo seu desenvolvimento pessoal. Esse modelo de recursos humanos em várias dimensões estratégicas de
de gestão afasta o viés paternalista das escolas humanistas gestão e a execução de novos papéis no contexto organi-
e amplia a responsabilidade dos participantes das organi-
zacional.
zações para além do cumprimento das metas estabelecidas
Þ Dimensões dos novos modelos de gestão de pes-
no planejamento estratégico. Os profissionais nesse mode-
soas
lo são levados a pensar na melhoria contínua de seus pro-
As cinco dimensões estratégicas que definem os novos
cessos de trabalho, na importância da inovação, na geração
modelos de gestão de pessoas: gestão por competências,
de capital intelectual para a organização, nas parceiras es-
gestão estratégica da mudança, gestão do clima organi-
tratégicas e na importância do processo de aprendizagem
zacional, gestão da cultura organizacional e gestão do co-
e conhecimento para o sucesso organizacional.
nhecimento e da aprendizagem.
Os gerentes têm como foco os resultados do negócio,
e atuam como orientadores do desenvolvimento das pes- Essas dimensões interagem como engrenagens de um
soas e das competências organizacionais. modelo integrado, no qual o investimento em uma das di-
A área de recursos humanos assume um papel total- mensões colabora para o crescimento das demais.
mente diferente nesse novo contexto. Seu posicionamento
e sua forma de atuação torna-se cada vez mais importante Teorias Motivacionais em Recursos Humanos
para conseguir direcionar a energia das pessoas para as A partir do século XX, a motivação humana tornou se
necessidades organizacionais. O RH torna-se um parceiro foco de pesquisas e estudos científicos. Surgi o primeiro
estratégico: aquele que ajuda a comunicar e disseminar a grande estudo dos cientistas do comportamento, denomi-
estratégia organizacional para todas as pessoas. Também nado Estudo Hawthorne, que tinha como objetivo compro-
exerce um papel importantíssimo como agente da mudan- var a existência da relação entre as condições de trabalho
ça, num cenário em que a empresa sofre influências cons- e a incidência de fadiga ou monotonia entre os emprega-
tantes e precisa se adaptar rapidamente para sobreviver. dos. Porém, foi possível identificar através do estudo que
O modelo competitivo é assim denominado em função a “atenção” dada ao trabalhador conseguia refletir na sua
de dois fatores principais: o ambiente competitivo no qual produtividade. Assim, posteriormente a tais constatações
atua e o foco no desenvolvimento de competências. deram se inicio aos estudos sobre processo motivacional,
em 1950.
Este relato sobre a evolução das organizações e dos Muitas são as teorias inferidas as seguir, como a de
modelos de gestão de pessoas mostra que para cada orga- Maslow, McGregor, Herzberg, Skinner, Vromm e Rotter.
nização, inserida em seu respectivo contexto organizacio- Abraham H. Maslow é o responsável pela teoria da hie-
nal e social, existe um modelo de gestão de pessoas cor- rarquização das necessidades humanas. McGregor com-
respondente e coerente com as necessidades e os fatores plementa que tais necessidades encontram satisfação no
condicionantes da época. Não existem modelos certos ou próprio trabalho, assim como Herzberg que também apon-
errados. Existem modelos adequados ou não adequados tava fatores motivacionais e higiênicos. Posteriormente o
para uma organização que funciona em um contexto am- cientista Skinner defendia o conceito de reforço no com-
biental com fatores condicionantes externos e internos. portamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
B. F. Skinner apontava o trabalhador que obtinha su- mas, os quais são inconscientes como questões relaciona-
cesso tendia dentro do comportamento recompensador a das à natureza humana, da ética, do lazer e relacionamento
repetir o mesmo comportamento em busca de um novo com o ambiente.
sucesso. Assim como reprimir comportamentos inapropria- É importante ressaltar que a cultura organizacional
dos. Nessa ordem de pensamento a última teoria é basea- de uma empresa inicia-se com seus fundadores, os quais
da pelos cientistas por modelos empíricos de expectativa e tendem a contratar pessoas com a mesma linha de pensa-
de teoria do aprendizado social, ou seja, a linha central de mento. Além dos fundadores, os líderes também têm maior
trabalho de trabalho de Vromm e Rotter permeia a refle- possibilidade de reforçar ou criar as principais característi-
xão de que o comportamento humano é sempre orientado cas de uma cultura organizacional.
para resultados: as pessoas fazem coisas esperando sem- A gestão da cultura de uma empresa é feita pela área
pre outras em troca. Segundo o modelo desses autores, há de recursos humanos, o qual a faz por ações como: a prá-
duas variáveis que determinam a ação (leia- se motivação tica de recrutamento é feita baseado nos valores organiza-
das pessoas) das pessoas: o valor da recompensa e o que cionais; os programas de treinamento promovem destaque
se espera como recompensa. Assim, para conhecer a im- para a história da empresa; sistemas de recompensa valo-
portância do sentido de motivações baseadas nas teorias rizam o comprometimento com os valores da organização;
motivacionais é necessário saber quais são as causas que o mapeamento do sistema de comunicações seja formal ou
indivíduo é influenciado, quais as condições que determi- informal, entre outros.
nam a motivação. Dessa forma, a cultura organizacional de uma empre-
sa não é estática e atemporal, entretanto, suas mudanças
Þ Resultados relativos à gestão de pessoas requerem tempo e ações especificas a fim de alterar os va-
A operacionalização da lógica da racionalidade social lores e crenças da organização.
ocorre através do exercício da responsabilidade social, po-
dendo ser considerada dinâmica e de intensa observação. Þ Clima Organizacional
Segundo o Instituto Ethos, a responsabilidade social O clima de uma empresa está relacionado com a iden-
corporativa é “forma de gestão que se define pela relação tificação, motivação e lealdade dos seus trabalhadores com
ética e transparente da empresa com todos os públicos a organização. Além disso, está ligado com a cultura orga-
com os quais ela se relaciona.” nizacional, uma vez que o funcionário pode ou não estar
Existem duas linhas quanto à mudança social: a exter- em acordo com os valores, crenças e hábitos da empresa.
na, a qual requer novos comportamentos com público-alvo No caso do clima organizacional ser positivo e agradá-
exterior e a interna, que se relaciona com o público interno vel, os funcionários tendem a ter maior proatividade, con-
da organização. fiança nos seus superiores, compartilhar o conhecimento e
Podemos classificar os argumentos a favor da respon- inovar. Porém, se o ambiente possuir um clima ruim, há a
sabilidade social corporativa em uma linha ética e instru- maior probabilidade de aumentar a rotatividade dos tra-
mental. Os argumentos éticos consideram dever das em- balhadores bem como a acomodação em fazer o mínimo
presas praticar ações sócias, por considerar dever de a para manter seu emprego.
mesma possuir uma atitude moralmente correta. Porém a Um bom clima organizacional provê honestidade e in-
linha instrumental defende a responsabilidade social cor- tegridade por parte de todos da empresa; o funcionário
porativa como vantagem competitiva às organizações. possui voz ativa nas discussões; a comunicação é aberta
O desenvolvimento de questões externas e internas da em todos os sentidos e há um real interesse em resolver os
empresa em conjunto faz parte do desenvolvimento ge- problemas da organização.
rencial e dos talentos da empresa.
Portanto os resultados inferem e correlacionam entre Þ Competências
si, pois diante da atual inovação contemporânea as exigên- As competências organizacionais é um conjunto de
cias externas de um padrão socialmente correto transfor- ações, processos organizacionais e habilidades que servem
mam se em fator decisivo no âmbito competitivo. a fim de atender as necessidades dos clientes, sendo carac-
terísticas singulares que geram valor e garantem vantagem
Þ Cultura Organizacional competitiva sustentável.
É importante ressaltar que a competência organizacio-
A cultura organizacional compreende aos hábitos e nal é algo mais amplo que a somatória das competências
crenças da empresa, os quais são determinados por nor- individuais dos colaboradores, uma vez que essas juntas
mas, atitudes, valores e expectativas divididos a todos os promovem sinergia e potencialização das habilidades e re-
membros da organização. cursos.
A cultura organizacional atua em três níveis: no primei- Existe diferenciação sobre competências individuais
ro, são os sintomas visíveis, ou seja, os comportamentos nos estudos sobre o tema: a abordagem norte-americana
dos membros, as vestimentas dos empregados, o layout do adota competência como input do individuo, ou seja, ca-
escritório, nos processos de trabalho, entre outros. racterísticas como habilidades, atitudes e conhecimentos;
No segundo nível, há a presença dos valores conscien- já a abordagem francesa, adota competência como output
tes como lealdade, respeito à hierarquia e capacidade de que analisa a atitude individual e seu comportamento me-
inovação. Já no último nível, são os princípios ou paradig- diante uma determinada situação e resultado obtido.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
A abordagem brasileira procura unir as abordagens • MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DEDESEMPENHO
concluindo que competências individuais são conhecimen- A avaliação de desempenho humano pode ser efetua-
tos, habilidades e atitudes conferidos a organização e que da por intermédio de técnicas que podem variar intensa-
agregam valor econômico para a empresa e valor social mente, não se de uma organização para outra, mas dentro
para a pessoa. da mesma organização quer se trate de níveis diferentes
de pessoal ou áreas de atividades diversas. Geralmente a
Metodologias e práticas de avaliação de desempenho sistemática avaliação de desempenho humano atende a
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferra- determinados objetivos, traçados com base uma política
menta de Gestão de Pessoas que corresponde a uma aná- de RH. Assim, como as políticas de RH variam conforme a
lise sistemática do desempenho do profissional em função organização, não é de se estranhar que cada organização
das atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos re- desenvolva a sua própria sistemática para medir a condu-
sultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimen- ta de seus empregados. Como, de maneira geral, a aplica-
to. O objetivo final da Avaliação de Desempenho é contri- ção do pessoal é definida conforme o nível e as posições
buir para o desenvolvimento das pessoas na organização. dos cargos, geralmente as organizações utilizam mais de
A Avaliação do Desempenho é um procedimento que uma avaliação de desempenho. E relativamente comum
avalia e estimula o potencial dos funcionários na empresa. encontrar organizações que desenvolvem sistemáticas
Seu caráter é fundamentalmente orientativo, uma vez que específicas conforme o nível e as áreas de distribuição de
redireciona os desvios, aponta para as dificuldades e pro- seu pessoal. Cada sistemática atende a determinados ob-
move incentivos em relação aos pontos fortes. jetivos específicos e a determinadas características das vá-
A avaliação deve ocorrer todos os dias e não apenas rias categorias de pessoal. A que diga que a avaliação de
em momentos formais. desempenho no fundo não passa de uma boa sistemática
O esforço individual é direcionado pelas capacidades de comunicações, atuando no sentido horizontal e vertical
e habilidades do indivíduo e pelas percepções que ele tem da organização. As avaliações de desempenho para serem
do papel a desempenhar e função do valor de as recom- eficazes devem basear-se inteiramente nos resultados das
pensas dependerem do esforço. Na maior parte das vezes, atividades do homem no trabalho e nunca apenas em suas
a avaliação do desempenho é responsabilidade de linha e características de personalidade.
função de staff (consultoria) com a assistência do órgão
de ARH. Quem avalia é o superior imediato, que, melhor • MÉTODO DA ESCALA GRÁFICA.
do que ninguém tem condições de acompanhar e verificar Este método é incontestavelmente o método de ava-
o desempenho de cada subordinado, diagnosticando com liação mais utilizado e divulgado. Aparentemente, é o mé-
precisão os pontos fortes e fracos. todo mais simples, mas sua aplicação requer uma multipli-
Os objetivos fundamentais da avaliação de desempe- cidade de cuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e o
nho: prejulgamento do avaliador que podem ter enorme inter-
- Permitir condições de medição do potencial humano ferência. Utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as
no sentido de determinar plena aplicação. linhas representam os fatores de avaliação de desempenho
- Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como e as colunas representam os graus de avaliação dos fatores.
um recurso básico da organização e cuja produtividade Os fatores são selecionados para definir as qualidades a
pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo, ob- serem avaliadas. Cada fator é definido com uma descrição
viamente, da forma de administração. simples e objetiva para não haver distorções.
- Fornecer oportunidades de crescimento e condições
de efetiva participação a todos os membros da organiza- Vantagens do método das escalas gráficas.
ção, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacio- 1. Permite aos avaliadores um instrumento de avalia-
nais e, de outro, os objetivos individuais. ção de fácil entendimento e avaliação simples.
APLICAÇÃO: A Avaliação de Desempenho é uma sis- 2. Permite uma visão integrada e resumida dos fatores
temática apreciação do comportamento das pessoas nos de avaliação, ou seja, das características do desempenho
cargos que ocupam. Apesar de ser uma responsabilidade mais realçadas pela empresa e a situação de cada empre-
de linha é uma função de Staff, em algumas empresas, a gado diante delas; e
avaliação do desempenho pode ser um encargo do su- 3. Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro
pervisor direto do próprio empregado, ou ainda de uma de avaliação.
comissão de avaliação, dependendo dos objetivos da ava-
liação. A avaliação com o empregado avaliado constitui o Desvantagens do método das escalas gráficas.
ponto principal do sistema: a comunicação que serve de 1. Não permite muita flexibilidade ao avaliador que
retroação e que reduz as distâncias entre o superior e o deve ajustar-se ao instrumento e não as características do
subordinado. avaliado;
BENEFÍCIOS: Quando um programa de avaliação é bem 2. É sujeito a distorções e interferências pessoais dos
planejado, coordenado e desenvolvido, traz benefícios a avaliadores, que tendem a generalizar sua apreciação sob
curto, médio e longo prazo. os subordinados para todos os fatores de avaliação. Cada

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
pessoa percebe e interpreta as situações segundo seu • MÉTODO DE AUTO AVALIAÇÃO
“campo psicológico”. Esta interferência subjetiva e pessoal É o método por meio do qual o próprio empregado
de ordem emocional e psicológica releva alguns avaliados é solicitado a fazer uma sincera analise de suas próprias
afetos da esterotipação; características de desempenho. Podem utilizar sistemáti-
3. Tende a rotinizar e bitolar os resultados das avalia- cas variadas, inclusive formulários baseados nos esquemas
ções; Necessita de procedimentos matemáticos e estatís- apresentados nos diversos métodos de avaliação de de-
ticos para corrigir distorções e influencia pessoal dos ava- sempenho.
liadores.
• MÉTODO DA AVALIAÇÃO POR RESULTADOS
• MÉTODO DA ESCOLHA FORÇADA Muito ligado aos programas de administração por ob-
Desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para jetivos, este método baseia-se numa comparação periódi-
a escolha de oficiais a serem promovidos. Esse método, ca entre os resultados fixados ou esperados para cada fun-
aplicado experimentalmente, possibilitou resultados am- cionário e os resultados efetivamente alcançados. As con-
plamente satisfatórios, sendo posteriormente adaptado e clusões a respeito dos resultados permitem a identificação
implantado em várias empresas. Ele consiste em avaliar o
dos pontos fortes e fracos dos funcionários bem como as
desempenho dos indivíduos por intermédio das frases des-
providências necessárias para o próximo período. É sobre
critivas de determinadas alternativas de tipos de desempe-
tudo um método prático, embora o seu funcionamento de-
nho individual. Em cada bloco, ou conjunto composto de
penda sobremaneira das atitudes e dos pontos de vista do
duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher obri-
gatoriamente apenas uma ou duas que mais se aplicam ao supervisor a respeito da avaliação do desempenho.
desempenho do avaliado.
a) Dentro de cada bloco há duas frases de significado • MÉTODOS MISTOS
positivo e duas de significado negativo. O avaliador esco- As organizações recorrem a uma mistura de métodos
lhe a frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao na composição do modelo de avaliação de desempenho
desempenho do avaliado. por ter uma grande complexidade em seus cargos. Os mé-
b) Em cada bloco há quatro frases de significado ape- todos de avaliação são extremamente variados, em todos
nas positivo. São escolhidas as frases que mais se aplicam os aspectos, pois cada organização ajusta os métodos às
ao desempenho do avaliado. No formulário com blocos suas peculiaridades e necessidades. Cada organização tem
de significados positivo e negativo, o avaliador localiza as seus próprios sistemas de avaliação do desempenho ade-
frases que possivelmente contam pontos, podendo assim, quado às circunstâncias, à sua história e a seus objetivos.
distorcer o resultado da avaliação. No entanto, no formu- Þ Gestão do conhecimento e da aprendizagem
lário com blocos de significado apenas positivo, a presença Nos dias de hoje, as organizações têm sido pressiona-
de frases com um único sentido dificulta a avaliação diri- das a evoluir rapidamente a fim de se adaptar às constantes
gida, levando o avaliador a refletir e ponderar sobre cada inovações requeridas. Surge uma nova forma de riqueza
bloco, escolhendo a frase mais descritiva do desempenho que consiste no tratamento de informação para a geração
do avaliado. de conhecimento como principal fator para agregar valor
As frases são selecionadas por meio de um procedi- ao processo produtivo. É notável a crescente substituição,
mento estatístico que visa verificar a adequação do funcio- em todos os níveis organizacionais da sociedade, das ativi-
nário à empresa. dades que requerem força física por aquelas que utilizam
intensivamente a capacidade cerebral.
Vantagem do método da escolha forçada Para as organizações modernas, as riquezas incluem
1. Propicia resultados mais confiáveis e isentos de in- os produtos do conhecimento e não apenas os recursos
fluencias subjetivas e pessoais, pois elimina o efeito da es-
naturais, materiais e financeiros. O valor contábil de uma
tereotipação (hallo effect);
organização está em seus ativos, que constituem toda a
2. Sua aplicação e simples e não exige preparo intenso
propriedade de uma empresa que pode ser expressa por
ou sofisticado dos avaliadores.
um valor monetário. Os ativos se apresentam basicamente
Desvantagens do método de escolha forçada de duas formas: os tangíveis - palpáveis, precisos e mensu-
1. Sua elaboração e montagem são complexas, exigin- ráveis, como, por exemplo, contas a receber, plantas indus-
do um planejamento muito cuidadoso e demorado; triais, equipamentos, imóveis, investimentos, entre outros;
2. É um método fundamentalmente comparativo e dis- e os chamados intangíveis: aqueles que não possuem exis-
criminativo e apresenta resultados globais; Discrimina ape- tência física, mas mesmo assim, representam valor para a
nas empregados bons, médios e fracos, sem informações empresa. Hoje o conhecimento - ativo intangível - é mais
maiores; valioso que o conjunto de ativos tangíveis de uma organi-
3. Quando utilizado para fins de desenvolvimento de zação.
RH necessita de uma complementação de informações de As pessoas possuem ideias livres e abundantes. O
necessidade de treinamento, potencial de desenvolvimen- grande desafio gerencial está no desenvolvimento orga-
to etc. nizado de ideias construtivas. Para se adaptar às novas ne-
4. Deixa o avaliador sem noção alguma do resultado da cessidades e exigências, as empresas devem ser capazes de
avaliação que faz a respeito de seus subordinados. aprender e de gerir o conhecimento.

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
A gestão do conhecimento passa pela definição de sua custos, empresas instalam-se em regiões que tenham mão
importância para a organização, pela sua adequada disse- de obra mais barata e menor carga tributária, estabelecem
minação, e pela proteção do conhecimento organizacional parcerias com fornecedores off-shore para obtenção de in-
que gera vantagem competitivo. O processo de gestão do sumos mais baratos, utilizam o just-in-time e a automação
conhecimento nas organizações em geral segue três pas- extrema; mas uma vez implantados em seu nível ideal de
sos: aquisição e desenvolvimento, disseminação, e constru- maturidade, não há como avançar em termos de redução
ção do conhecimento organizacional. de custos. Nesse caso, o aumento da lucratividade é per-
As ações relacionadas com a criação e a transferência seguido pela expansão do mercado, seja em número de
de conhecimento devem estar comprometidas com o de- clientes, seja em diversidade de produtos e serviços ofer-
senvolvimento das competências estratégicas definidas, e tados.
ocorre por meio de processos de aprendizagem. A necessidade de expansão do mercado pelo aumento
Portanto, o desenvolvimento das capacidades das pes- da lucratividade e a crescente diversidade das necessida-
soas pode e deve ser realizado de forma alinhada à ges- des dos clientes resultam em grande variedade de produ-
tão por competências, na qual as competências necessá- tos e serviços, com ciclos de vida cada vez mais curtos. Esse
rias para a organização são definidas, as competências das cenário exige atuação mais rápida da organização na idea-
pessoas são mapeadas, e trilhas de desenvolvimento são lização e adaptação de modelos que sirvam de base para a
criadas. Ao desenvolver processos de aprendizagem com formulação da estratégia competitiva. Inovar, adaptar-se e
base nessas trilhas de desenvolvimento, a organização e mudar torna-se estratégico.
o funcionário estarão investindo na capacitação necessária Outro fator que contribui para a crescente preocupa-
para a realização das entregas desejadas pela organização. ção com a mudança nas organizações são os altos índices
Os recursos investidos - tempo, dinheiro, esforço - tanto da de falhas em iniciativas estratégicas por processos de mu-
organização quanto do funcionário estarão alinhados aos danças mal conduzidos.
objetivos estratégicos da organização. O próprio processo de construção de uma estratégia
Todo esse processo de aprendizagem individual e orga- pode ser pensado como um componente cognitivo de um
nizacional ocorre por meio de ciclos contínuos e dinâmicos processo de mudança. Ou seja, a própria estratégia organi-
de aquisição de conhecimento, envolvido num processo zacional surge a partir da necessidade de mudar.
de mudança permanente que garante a adaptabilidade da A gestão da mudança é tarefa difícil, mas importante
organização às necessidades por novas competências em nas organizações, especialmente quando estas são gran-
função da espiral de necessidades crescentes dos clientes. des e complexas. Mudar envolve não apenas a alteração
de políticas, processos, procedimentos e estruturas, mas
Þ Gestão estratégica da mudança também do comportamento de pessoas e equipes, e de
A cada dia que passa aumenta o nível de exigência dos transformar, em maior ou menor escala, a cultura da orga-
clientes por novos produtos e serviços. A cultura do consu- nização.
mismo descartável despertou nas organizações a necessi- O gerenciamento da mudança é bem sucedido quando
dade de criação e produção de bens em larga escala e de a organização consegue mover-se do estado em que se
modo tempestivo para atender o mercado. Uma indústria encontrava para o estado pretendido, quando o funciona-
de guardanapos no mercado americano precisa desenvol- mento no estado futuro atende às expectativas, e quando
ver, além do modelo básico em cores diversas, modelos a transição é realizada sem custos indevidos para a organi-
específicos para o natal, o dia das bruxas, dos namora- zação e para as pessoas.
dos, de ação de graças e para a festa da independência.
Os consumidores querem produtos específicos, altamente Þ Processos de RH
descartáveis, e que só serão válidos se adquiridos e utiliza- As políticas e processos de RH nos novos modelos de
dos naquela exata época do ano. Além disso, a cada ano o gestão de pessoas devem estar alinhados com a estratégia
modelo deve ser diferente do apresentado no ano anterior. da organização e devem favorecer a disseminação do co-
Embora o exemplo utilizado seja específico, a globalização nhecimento e a aprendizagem.
de costumes e o aumento da capilaridade das indústrias Essa relação “dimensão - processos” facilita o alinha-
no mundo têm contribuído para levar a outros países e a mento das ações de RH ao definir processos e políticas. Ao
outros produtos e serviços esse comportamento de con- levar em consideração essas relações, é viabilizado o ali-
sumo rápido, fortemente contextualizado, descartável e nhamento entre os diversos processos de RH, assim como
mutável. As organizações têm que captar a necessidade do destes com a estratégia organizacional.
mercado, produzir e entregar em prazos exíguos os produ- Ulrich afirma que historicamente a área de recursos
tos exigidos pelos clientes. Na era da extrema competição, humanos tem se preocupado exclusivamente com os pro-
o crescimento ou a sobrevivência da organização depende cessos de RH. Essa afirmação, que soa tão óbvia, é ponto
de seu poder de inovação para adaptar-se à sociedade que de partida para a discussão sobre o novo papel do RH. E
está em rápida e constante evolução. ilustra da seguinte forma a evolução dos processos de RH:
Por outro lado, os esforços por aumento da lucrativida- a) década de 80: quatro grandes grupos de processos
de das empresas por meio da redução de custos, quando de RH - recrutamento e seleção, desenvolvimento, avalia-
bem sucedidos, estão atingindo seus limites. Para reduzir ção e recompensas;

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
b) década de 90: adicionados dois grupos - desenvolvi- Nesse contexto, a gestão de pessoas assume papel es-
mento organizacional e comunicação, somando 6 grandes sencial na consecução dos passos necessários ao processo
grupos; de gerenciamento das mudanças necessárias à adaptação
c) estudos recentes: classificações de processos de RH das organizações a um mundo globalizado, no qual a tôni-
que somam 19 diferentes grupos. ca do mercado é a crescente diversidade de necessidades
Embora o RH tenha evoluído ao passar dos anos, dos clientes, associada a uma grande variedade de produ-
acompanhando a evolução das organizações, o foco conti- tos e serviços.
nuou sendo nos processos executados.
Ter como foco central de RH a execução de processos Planejamento e estruturação de planos de treinamento
era suficiente nas antigas organizações, uma vez que eram e desenvolvimento.
mais voltadas para questões internas. Por mais que os pro- O ser humano vive em constante interação com seu
cessos de RH tenham evoluído, sua simples execução não é meio ambiente, recebendo e exercendo influências em
papel suficiente para a nova gestão de pessoas. As moder- suas relações com ele.
nas organizações, que precisam adaptar-se rapidamente às Educação é toda influência que o ser humano recebe
mudanças ambientais e às novas requisições dos clientes, do ambiente social, para se adaptar às normas e valores
precisam implantar um modelo de gestão de pessoas com- sociais vigentes e aceitos, de acordo com suas inclinações
patível com sua dinâmica organizacional, e que ofereça re- e predisposições e enriquece ou modifica seu comporta-
sultados de valor para a organização. Não que RH não deva mento, dentro de seus próprios padrões pessoais.
executar processos de RH, mas o novo cenário em que as Alguns autores consideram treinamento como um
organizações modernas estão inseridas exigem um novo meio para desenvolver a força de trabalho nas organiza-
papel da gestão de pessoas. Para o RH conseguir dar esse ções, outros se referem ao desenvolvimento como uma
salto, ele precisa retirar o foco da mera execução de pro- área que se divide em educação e treinamento, sendo trei-
cessos e tarefas, e mudar seu foco para resultados. namento o preparo da pessoa para o cargo, enquanto a
educação é preparar a pessoa para o ambiente dentro ou
Þ Papel do novo RH fora do seu trabalho.
A área de gestão de pessoas pode mudar seu foco e Desenvolvimento profissional: aperfeiçoa a pessoa (em
contribuir efetivamente para os resultados institucionais ao médio prazo) para uma carreira dentro de uma profissão.
exercer as seguintes capacidades: Visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu
a) clareza estratégica: ser parceiro estratégico, contri- crescimento profissional, preparando-o para assumir fun-
buindo para a compreensão e disseminação da estratégia ções mais complexas (dentro das organizações ou em em-
organizacional; presas especializadas em desenvolvimento de pessoal).
b) agente da mudança: fazer com que as mudanças
ocorram, contribuindo efetivamente para o processo de Treinamento: adapta a pessoa (em curto prazo), prepa-
mudança; rando-o adequadamente para um cargo ou função, dentro
c) desenvolver capital intelectual: ser defensor dos em- da própria empresa ou em empresa especializada em trei-
pregados, colaborando para o aumento das suas compe- namento. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da
tências e do seu comprometimento; e empresa, obedece a um programa preestabelecido e geral-
d) exemplo de excelência operacional: ser consultor es- mente é delegado ao chefe imediato.
pecializado na sua área de competência, e atuar de forma
coerente com os processos que implanta. Treinamento é o processo educacional de curto prazo,
Kotter apresenta 8 aspectos chave para o sucesso da aplicado de maneira sistemática e organizada, através do
transformação organizacional: qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e
1. Estabelecimento de um senso de urgência; atitudes em função de objetivos definidos.
2. Criação de uma coalizão administrativa; Envolve a transmissão de conhecimentos específicos
3. Desenvolvimento de visão e estratégia; relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organi-
4. Comunicação da visão da mudança; zação, da tarefa e do ambiente e também desenvolvimento
5. Capacitação de outras pessoas para atuar conforme de habilidades e competências.
a visão; Tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos da
6. Planejamento e promoção de vitórias a curto prazo; empresa, proporcionando oportunidades aos empregados
7. Consolidação de ganhos e desenvolvimento de no- de todos os níveis de obter o conhecimento, a prática e a
vas mudanças; e conduta requeridos pela organização. O treinamento não
8. Estabelecimento de novos métodos na cultura. é despesa, mas um investimento cujo retorno é altamente
Os passos propostos por Kotter envolvem aspectos de compensador para a organização.
desenvolvimento estratégico, e principalmente aspectos de O Conteúdo do treinamento pode envolver quatro ti-
adaptação humana. Senso de urgência, coalizão, comuni- pos de mudanças, a saber:
cação, capacitação, alinhamento de pessoas, cultura: temas - Transmissão de informações: genéricas sobre o traba-
a serem tratados pela gestão de pessoas para obtenção de lho, sobre a empresa, seus produtos e serviços, sua organi-
sucesso em processos de mudança. zação e políticas, regras, regulamentos e mercado;

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
- Desenvolvimento de habilidades: destrezas e conhe- citados em termos de conteúdo para exercê-las, mas não
cimentos relacionados ao desempenho do cargo atual ou foram, por vezes, avaliados em suas idiossincrasias psico-
de possíveis ocupações futuras. Orientado para as tarefas lógicas.
e operações a serem executadas (preenchimento de pedi- A falta de motivação enraizada na cultura organizacio-
dos, cálculos de preços, etc.); nal pública, causada, por exemplo, pela dificuldade em im-
- Desenvolvimento ou modificação de atitudes: mu- plantar políticas de recompensa a servidores exemplares, é
dança de atitudes negativas para atitudes mais favoráveis conhecida de longa data, e constitui um dos entraves para
entre as pessoas, aumento da motivação, desenvolvimento levar a termo um complexo processo de gestão de pessoas
da sensibilidade do pessoal de gerência e supervisão quan- baseado nas suas competências. A implementação desse
modelo ainda é um grande desafio, uma vez que a cultura
to aos sentimentos e reações das pessoas. Pode envolver
de gestão pública permanece, na maioria dos casos, volta-
aquisição de novos hábitos e atitudes em relação a clientes,
da para cargos, e não para entregas.
usuários ou técnicas de vendas.
As instituições públicas têm a captação de novos ta-
- Desenvolvimento de conceitos: elevar o nível de abs- lentos limitada legalmente por concurso público; a exce-
tração e conceitualização de ideias e filosofias, seja para ção são os cargos de confiança comissionados, em número
facilitar a aplicação de conceitos na prática administrativa, bem menor que o dos servidores concursados. Enquanto
seja para elevar o nível de generalização, desenvolvendo as organizações privadas possuem inúmeros instrumentos
gerentes que possam pensar em termos globais e amplos para a melhor escolha, como entrevistas e dinâmicas de
(filosofia da empresa, ética profissional); grupo, as públicas ficam restritas a esse instrumento legal,
sob pena de serem questionadas judicialmente. No entan-
• OBJETIVOS DO TREINAMENTO to, poderão valer-se de outros meios para melhor alocação
- Preparar as pessoas para execução imediata das ta- do candidato aprovado.
refas do cargo; Por exemplo, apesar de muitas mudanças depende-
- Proporcionar oportunidades para o contínuo desen- rem de legislação própria, isso não constitui entrave para
volvimento pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas que se atue, no setor público, por meio de outras fontes
também para outras funções mais complexas e elevadas; legais, como concursos com áreas específicas de atuação,
- Mudar a atitude das pessoas seja para criar um clima avaliação do perfil comportamental dos aprovados para
mais satisfatório entre eles ou para aumentar-lhes a mo- sua melhor alocação, ou ainda, ações de desenvolvimento
profissional, promovendo educação contínua e não apenas
tivação e torná-las mais receptivas às novas técnicas de
treinamentos pontuais - a educação ampla das pessoas é
gestão.
fundamental nesse contexto, englobando o desenvolvi-
mento das mesmas com foco em sua carreira profissional, e
OS LIMITES DA GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚ- não apenas no treinamento para as funções do cargo atual.
BLICO No que tange ao desligamento de colaboradores, res-
A atuação estratégica da gestão de pessoas está inti- trições legais também devem ser obedecidas. Apesar de o
mamente conectada à gestão de competências. ordenamento jurídico prever que os servidores podem ser
Essa moderna abordagem volta-se para o desenvolvi- demitidos por avaliação de desempenho insuficiente, essa
mento e manutenção das competências individuais dos co- ainda não é uma prática comum no setor público. Sendo
laboradores, visando ao alcance dos objetivos estratégicos assim, o ideal é motivá-los, de tal forma que se sintam par-
organizacionais. te importante no processo e desejem atingir um melhor
Do individual parte-se para o coletivo, sem deixar de desempenho no trabalho. Afinal de contas, prever prazos,
lado, contudo, a essência e a cultura de cada organização. controles, orçamentos e indicar responsáveis para as ativi-
É como reger uma orquestra, em que o talento e o trabalho dades faz parte de um planejamento indispensável tanto
individual de cada músico são incentivados e valorizados, na gestão privada como na pública.
mas cujo desempenho deve se ater à proposta melódica a A fim de obter resultados positivos, a área de gestão de
ser executada e à gestão do regente. Na regência da or- pessoas deve procurar manter um clima positivo e profis-
questra pública, o interesse público deve ser o resultado sional na organização, através de práticas de planejamen-
alcançado por qualquer estratégia organizacional. to, gerenciamento, avaliação e recompensas, que conciliem
os interesses individuais com os objetivos estratégicos do
O modelo de gestão de competências, apesar de reunir
negócio público. Deve-se buscar um direcionamento para
muitas qualidades, é de complexa implementação prática,
resultados nos níveis individual e organizacional, além de
em sua totalidade, no setor público. Diferentemente do se- preservar a correta e eficaz gestão do bem público.
tor privado, o gestor público se atém a um cabedal de limi- No setor público, portanto, o papel da área de gestão
tações legais que devem ser respeitadas, como a exigência de pessoas, no contexto da gestão de competências, deve
de concurso público para contratação de novos talentos. ser o de facilitar o desenvolvimento das competências indi-
Dentre as dificuldades para a implantação de um mo- viduais e consequentes entregas, para a implementação da
delo de gestão de competências estão também limitações estratégia escolhida, sempre de acordo com o bem maior,
tecnológicas e estruturais, bem como aspectos comporta- que é o interesse público.
mentais dos servidores que, ao serem avaliados para seu *Texto adaptado de Marisa Rodrigues Alho e Pau-
ingresso em determinadas funções, mostraram-se capa- lo André Mattos de Carvalho./ Rebecca hoffmann

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
avaliar se cumpriram ou não seus objetivos, caracterizan-
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO; do-se como um instrumento de aprimoramento organiza-
cional essencialmente necessário à tomada de decisões.

O CONTROLE GERENCIAL E O PROCESSO DE AVA-


LIAÇÃO DE DESEMPENHO
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL
Constituir e manter uma organização que consiga per- Segundo Müller (2003, p. 103) a avaliação de desem-
durar por um longo período de tempo é o que todo em- penho “encontra-se incorporada nas funções administra-
presário almeja, idealizando-a de forma a mantê-la ativa tivas de controle operacional e planejamento estratégico
e competitiva para colher os frutos de seu investimento; [...] o planejamento estratégico deve, portanto, incluir uma
entretanto, não esse processo não é uma tarefa fácil e nem abordagem estruturada para executar sua monitoração e
tampouco simples, pois a constituição, a manutenção e a medição”.
gestão de uma organização formam um complexo conjun- Na concepção de Schmidt et al. (2006, p. 37) as em-
to de funções que muito exige dos gestores e de outros presas mais preparadas para enfrentar o ambiente com-
interessados em seu desenvolvimento econômico, finan- petitivo atual são as que possuem um sistema integrado
ceiro, social e ambiental (FREZATTI et al., 2009). e harmônico de gerenciamento apoiado na formulação de
Segundo Müller (2003) a manutenção da competitivi- estratégias, no planejamento de execução das estratégias,
dade empresarial está relacionada ao modo pelo qual a or- na medição do desempenho em todas as fases da imple-
ganização se projeta para alcançar seus objetivos e cumprir mentação da estratégia, com um sistema de controle sufi-
suas metas, alinhadas, sobretudo, com a estratégia esco- cientemente eficiente para detectar e analisar rapidamente
lhida. No entanto, a implementação de um bom planeja- os desvios para, em seguida, retroalimentar o sistema para
mento estratégico não é garantia de sucesso empresarial, corrigir os rumos.
sendo necessário também que seja implementado um pro- A efetivação do processo de avaliação de desempenho
cesso de mensuração e avaliação de resultados (BORTO- como ferramenta de auxílio à gestão empresarial depende
LUZZI et al., 2010), geralmente realizado por meio de sis- de um eficiente sistema de controle gerencial, pois somen-
temas de avaliação de desempenho, o qual Simons (2000) te pode ser medido e avaliado aquilo que é gerenciado
apud Corrêa e Júnior (2008, p. 53) define como “sistema de (KAPLAN; NORTON, 1997 apud DUTRA, 2005). Todavia, há
informações que os administradores usam para rastrear a diferentes métodos de controle gerencial em razão dos di-
implementação da estratégia do negócio, comparando-se ferentes modelos de gestão implementados, apresentan-
os resultados reais aos objetivos e metas estratégicas”. do diferenças de uma organização para outra; no entanto,
Na concepção de Neely et al. (1995) um sistema de embora haja algumas oscilações, o ciclo do processo de
avaliação de desempenho é compreendido como a inte- controle gerencial quando completo compreende no míni-
gração dos processos de coleta de dados (input), trata- mo quatro fases distintas: “(i) estabelecimento de padrões;
mento, análise, interpretação e disseminação dos indica- (ii) comparação do desempenho real com o esperado; (iii)
dores (output) que norteiam o processo organizacional. A identificação de eventuais desvios; e (iv) ações corretivas,
expressão avaliação de desempenho, entretanto, possui quando necessário” (FREZATTI et al., 2009, p. 156).
sentido amplo, oscilando conforme o emprego do termo Nota-se, portanto, a importância do planejamento
desempenho e do contexto relativo à avaliação; portanto, a gerencial conjecturado no modelo administrativo organi-
correta compreensão do processo de avaliação de desem- zacional, bem como, a importância da implementação de
penho requer a preliminar compreensão desses conceitos, um sistema de avaliação de desempenho como auxílio ao
os quais referem-se, respectivamente: i) à apuração dos planejamento estratégico.
resultados auferidos em determinado período que podem
ser mensurados; e ii) à análise de determinada situação,
julgando se o planejamento foi ou não cumprido com a
atribuição de valor (SANTOS, 2010).
Nesse sentido, o processo de avaliação de desempe- DESENVOLVIMENTO: TREINAMENTO E
nho pode ser compreendido como o ato ou efeito de julgar DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL;
ou atribuir valor a determinado resultado, em consonân-
cia com as expectativas preestabelecidas (SILVA; NIYAMA,
2011), concretizando-se com a mensuração, compreen-
dida como a quantificação da eficácia e da eficiência das A importância do treinamento e desenvolvimento de
atividades empresariais por meio de um indicador, o qual pessoas nas organizações
é a métrica utilizada nessa quantificação; dessa forma, os
indicadores empregados para quantificar a eficiência e a A algum tempo atrás, o treinamento estava voltado so-
eficácia dessas atividades formam um sistema de medição mente para a preparação de atividades, visando o conheci-
de desempenho (CATELLI, 2010; NEELY et al., 1995). Tem- mento técnico sobre a realização destas, mas atualmente,
se, portanto, que a avaliação de desempenho é o processo percebe-se sua importância não mais somente para a pre-
que permite às organizações mensurar seus resultados e a paração técnica, mas também para o desenvolvimento de

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
competências comportamentais que auxiliem as pessoas a Feito isso, ambos, colaboradores e organização sairão
desenvolverem suas atividades da forma mais eficaz pos- ganhando, os primeiros em crescimento pessoal e profis-
sível, trazendo com isso, um crescimento para a pessoa, sional, o segundo com uma força de trabalho qualificada e
que adquire novos conhecimentos e desenvolve suas habi- preparada para enfrentar o mercado, cada vez mais com-
lidades e para a empresa, que alcança o sucesso com uma petitivo e segmentado.
força de trabalho bem mais preparada, podendo desenvol- Cabe ao profissional de RH, estar atento as novas ten-
ver-se de forma mais competitiva e destacada no mercado. dências da área, para que possa realizar um trabalho eficaz
Percebe-se a importância do treinamento como uma e de qualidade. É preciso manter-se atualizado sobre as
função de apoio aos setores da organização, na medida ferramentas de treinamento, com o intuito de tornar o RH
em que o RH deve adotar uma postura de assessoria frente como uma assessoria aos diversos setores. Devemos sair
aos outros setores da empresa. Desta forma, no momento “das mesas” e mostrar nosso trabalho em campo, na práti-
em que há uma necessidade de treinamento, não só o RH ca. O T&D deve ser atual, dinâmico. Desta forma, as orga-
pode auxiliar neste diagnóstico, mas os próprios setores nizações tendem a ver nosso papel como imprescindível ao
podem e devem sinalizar tal necessidade. desenvolvimento e bom andamento da organização.
O treinamento deve ser precedido de uma análise cri- Fonte: http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/a-im-
teriosa, onde seja levado em consideração o ambiente so- portncia-do-treinamento-e-desenvolvimento-de-pessoas-
cioeconômico onde a empresa se insere, as pessoas que nas-organizaes/
fazem parte da organização e os papéis que estas desem-
penham na empresa. Feito isso, parte-se para o levanta-
mento das necessidades, a programação dos treinamentos
e por fim a análise dos resultados alcançados. REMUNERAÇÃO E PROTEÇÃO: SALÁRIOS E
Percebe-se neste contexto, a importância das chefias BENEFÍCIOS.
no sucesso dos programas de treinamento, visto que sem
o apoio da gestão, pouco poderá ser feito por parte do
responsável pela área de treinamento e desenvolvimento.
Atualmente, torna-se de suma importância a necessi-
O processo para execução da folha de pagamento tem
dade de descentralização, a participação de todos os ges-
fator importante junto ao departamento pessoal, em razão
tores de áreas no sentido de valorizar e contribuir com os
da riqueza técnica que existe para transformar todas as in-
objetivos dos treinamentos, só assim, estes serão alcança-
formações do empregado e da empresa num produto final
dos de forma mais eficaz.
que é a folha de pagamento.
Também devemos considerar que a aprendizagem de
A Folha de pagamento, por sua vez, tem função opera-
adultos é diferente, pois deve levar em consideração os co-
cional, contábil e fiscal, devendo ser constituída com base
nhecimentos já adquiridos e o fato de que o adulto tem em todas as ocorrências mensais do empregado. É a des-
uma tendência a atualização, no sentido de estar sempre crição dos fatos que envolveram a relação de trabalho, de
buscando a concretização de suas potencialidades, o enri- maneira simples e transparente, transformado em fatores
quecimento amplo de sua vida, no campo do saber, do po- numéricos, através de códigos, quantidade, referências,
der, do fazer, do ter, do sentir-se gratificado por suas con- percentagens e valores, em resultados que formarão a fo-
quistas. Nessa busca, o adulto orienta seus esforços para lha de pagamento.
atingir objetivos específicos, plenos de significado para si. O recibo de pagamento de cada empregado é a parce-
Sabendo dessas características, que vão interagir e la que contribuirá com a formação da folha de pagamento.
interferir em todas suas atividades, inclusive no aprendi- Será ele constituído de vencimentos, descontos, demons-
zado, o adulto aprendiz requer uma filosofia educacional tração da base de cálculo de INSS, IRRF e FGTS, bem como
específica, realizada através de técnicas que utilizem estas seus respectivos descontos, e o seu resultado como valor
peculiaridades para potencializar seu aprendizado. A An- líquido que o empregado receberá.  
dragogia é a resposta para esta necessidade educacional.
A palavra Andragogia deriva das palavras gregas andros Salário: é o valor fixo ou variável, sua forma de cálculo
(homem) + agein (conduzir) + logos (tratado, ciência), re- pode ser por hora  (quantidade de horas por dia vezes os
ferindo-se à ciência da educação de adultos. dias trabalhados no mês, acrescidos de DSR), diário (quanti-
A andragogia propõe uma educação baseada na liber- dade de dias vezes os dias trabalhados no mês, acrescidos de
dade, nos moldes concebidos por Carl Rogers, na educação DSR),ou mensal (será o valor acertado para o mês, indepen-
por toda a vida, no aproveitamento das experiências viven- dente da quantidade de dias do mês, já está incluso o DSR).
ciais dos adultos, tão valorizadas hoje nos treinamentos. Adicional Noturno: percentagem de no mínimo 20%
O facilitador deve estar atento a tais tendências, afim acrescida à jornada de trabalho contratual desempenhada
de que possa realizar treinamentos ricos de participação, entre 22h00 e 05h00, considerando o salário base como
atrativos e condizentes ao público alvo. Desta forma, com forma de cálculo. Assim, a proporção de horasentre 22h00
certeza terá uma chance maior de sucesso em seu progra- e 05h00 deve sofrer o acréscimo, integrando o salário para
ma de treinamento. todos os fins legais.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Insalubridade: é um adicional instituído conforme o Vale Refeição: é muito comum encontrar empresas
grau de risco existente na empresa e exercido pela função que forneçam o vale refeição ao empregado, represen-
do empregado, podendo variar entre 10% (mínimo), 20% tando tal procedimento um benefício concedido pelo em-
(médio) e 40% (máximo) sobre  salário mínimo. Normal- pregador, pois não há lei que obrigue a tal prática, salvo
mente é determinado pelo médico do trabalho (PCMSO), existindo acordo ou convenção coletiva, seu desconto é
com o acompanhamento de tabelas do Ministério do Tra- limitado por lei a 20% do valor entregue.
balho, após avaliação das condições de risco que a saúde Vale Transporte: é um benefício entregue por força de
do empregado encontra-se exposta, integrando o salário lei, do valor entregue ao empregado, o empregador pode
para todos os fins legais. descontar no máximo 6% do salário base, isso se o valor
entregue for maior, caso contrário, descontar o valor en-
tregue. Exemplo: salário R$ 600,00, valor gasto com vale
Periculosidade: também é um adicional, porém espe-
transporte R$ 80,00, 6% do salário R$ 36,00, valor de des-
cíficos para funções de inflamáveis ou explosivos. Sua per-
conto R$ 36,00.
centagem é de 30% sobre o salário base, também acom-
panhado pelo médico do trabalho (PCMSO), integrando o Desconto de DSR: ocorre a perda do descanso sema-
salário para todos os fins legais. nal remunerado quando o empregado não cumpre sua
jornada de trabalho integralmente, dessa forma o empre-
Comissão: pode ser valor ou percentagem.  gador pode descontar o domingo ou feriado da semana.

Horas Extras: Hora extra, hora suplementar ou hora Adiantamento Salarial: é comum acordos ou normas
extraordinária é todo período de trabalhado excedente à coletivas determinarem percentual de adiantamento do
jornada contratualmente acordada. Assim, podemos admi- salário, dessa forma será descontado no momento do pa-
tir que antes do início, durante o intervalo ou após o fim gamento.
da jornada, estando o empregado exercendo trabalho ou
estando à disposição do empregador, configura-se hora Contribuição Sindical: é devida pelo empregado a
extra. (fundamento e forma de calcular) contribuição de 01 dia de trabalho no exercício anual de
sua atividade, normalmente ocorre o desconto em março
Descanso Semanal Remunerado: DSR é o valor pago de cada ano, porém caso não tenha sido descontada deve-
para horas extras, comissão ou adicionais que ainda não rá ser feita no mês seguinte à admissão.
foram computados o descanso. Sua forma de cálculo deve
Contribuição Previdenciária: todo empregado sofre
ser interpretada como a somatória dos dias úteis, inclusive
com a contribuição compulsória instituída pelo sistema
o sábado, dividido pelos domingos e feriados no mês, por previdenciário do Brasil, segue escalonamento com base
exemplo (horas extras / 26 * 4 = DSR). na tabela divulgada pela Previdência Social. Sua base de
cálculo depende do evento que comporá a remuneração. O
Salário Família: valor fixo devido ao empregado que valor descontado é recolhido aos cofres públicos da União,
tiver dependente menor de 14 (quatorze) anos de idade através da guia GPS, no dia 02 do mês seguinte de referên-
ou nos casos específicos determinados pela previdência cia da folha de pagamento.
social. Esse valor fixo é fornecido pela Previdência Social,
com base no limite da faixa inicial de 7,65% de contribuição Imposto de Renda: desconto compulsório determina-
inicial do INSS (vide tabela de INSS). do pelo Governo sobre o rendimento assalariado, depende
do evento pago no recibo de pagamento; após o desconto,
Ø  Assim como os vencimentos, se destacam nos des- o valor é recolhido aos cofres públicos da União no terceiro
contos: dia útil da semana seguinte ao pagamento, através da guia
Faltas Dias: são os dias que efetivamente o empre- DARF.
gado não compareceu e não houve nenhuma forma que Fonte: http://www.professortrabalhista.adv.br/roti-
autorizasse o pagamento. Esses dias são utilizados para na_folha_de_pagamento.htm
dedução da base de cálculo do INSS, IRRF e FGTS, tam-
bém prejudicam no escalonamento das férias e 13º salário,
podendo sofrer o desconto dos feriados e domingos em ÉTICA PROFISSIONAL
razão da falta.

Atrasos horas: essas horas são as que efetivamente o


empregado não compareceu e não houve nenhuma forma Ética e Postura Profissional
que autorizasse o pagamento. Essas horas são utilizadas
para dedução da base de cálculo do INSS, IRRF e FGTS, Em um mundo empresarial onde a competição é cada
também pode acarretar o desconto dos feriados e domin- vez mais acirrada, termos como ética e moral são cada vez
gos em razão do descumprimento da jornada diária. menos valorizados. Mas os bons profissionais de qualquer

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
ramo de atividade devem manter uma postura ética para E por que vale a pena ser ético?
que possam ter sucesso em suas carreiras. O comporta- Para que possamos agir de modo que as consequên-
mento ético do bom profissional traz a garantia do respeito cias de nossas ações possibilitem a aceitação e aprovação
e da estabilidade no emprego. A atuação de acordo com de nosso comportamento pelo grupo social que nos cer-
os valores morais da sociedade e da organização valoriza ca e ao mesmo tempo para garantir a nossa qualidade de
o profissional e o transforma em um elemento importante vida. Quando agimos de forma ética (de acordo com os
dentro da estrutura da empresa. princípios básicos de convivência e civilidade difundidos
Porém, o que são a ética e a moral? Como podemos em nossa sociedade) e respeitamos a moral (as regras es-
aplicá-las no dia a dia do trabalho? Como pensar em ser critas e não escritas que determinam o comportamento de
ético em uma sociedade onde a ética é cada vez menos todos os membros de uma sociedade) somos respeitados
valorizada? A resposta a estas perguntas nos mostrará por nossos atos e passamos a ser mais valorizados no jul-
como é importante o comportamento ético no ambiente gamento de todos que nos cercam.
empresarial. Muitas vezes, confundimos ética com moral Um comportamento sempre ético não dá margens a
e, por isso, vamos definir cada um desses termos, para que dúvidas com relação ao nosso caráter e à nossa integridade
possamos compreender a diferença e a relação existente e nos confere o status de bom cidadão e bom profissional.
entre eles. O nosso comportamento ético tem o poder de mudar o
Ética vem do grego ethos, que significa morada, lugar meio em que vivemos. Por mais corrompido e difícil que
certo. São princípios universalizantes, perenes. Ética é a seja o ambiente externo (seja ele profissional ou não) cada
parte da filosofia que se preocupa com a reflexão a respei- um de nós possui a capacidade da alterá-lo por meio de
to das noções e princípios que fundamentam a vida moral. nossa postura individual.
Moral vem do latim mos, moris, que significa o modo de Se o meu comportamento é sempre ético, eu passo
proceder regulado pelo uso ou costume. Moral é o conjun- a ter a capacidade de exigir que o comportamento das
outras pessoas para comigo seja da mesma forma ético.
to de normas livres e conscientemente adotadas que visam
O relacionamento com todos se altera a partir da minha
organizar as relações das pessoas na sociedade, tendo em
mudança individual. O meu comportamento ético fará com
vista o certo e o errado.
que as pessoas passem a me tratar de forma mais respei-
A Ética é a teoria e a Moral é a prática. A ética tem a ver
tosa e justa. Dessa maneira, a minha opinião passa a ter
com os princípios mais abrangentes e universais, enquanto
mais valor, minhas ações passam a ter mais peso e por fim
a moral se refere à conduta humana. A primeira aparece
minha influência positiva na sociedade passa a ser sentida
como um horizonte que inspira, atrai e define o ser huma-
e me traz retornos positivos.
no, e a segunda seria o caminho que nos possibilita agir
Por mais que meu comportamento ético não consiga
com ética. Assim, um termo nasce do outro.
alterar a situação global do meio social onde estou inse-
Podemos então afirmar que os princípios éticos são
rido, com certeza ele fará com que ocorra uma mudança
aqueles princípios básicos que definem o comportamento positiva da atitude das pessoas para comigo e isso me traz
de todos os seres humanos. Mais abrangentes que as leis, efeitos muito positivos ao nível pessoal. Vale à pena ten-
os regulamentos e mesmo os costumes, os princípios da tar! O maior beneficiado com a minha postura ética sou eu
ética valem para toda a sociedade e devem ser respeitados mesmo e, portanto, trabalhar e viver com ética é o melhor
por todos. Existem atos como o homicídio, o preconceito e caminho para trabalhar e viver com paz e tranquilidade e
a discriminação que são vistos de forma negativa por toda ser respeitado como profissional e cidadão.
a sociedade e esta noção do que é certo e do que é errado O comportamento ético é traduzido no ambiente de
nos é transmitida por meio das gerações e se transforma trabalho por uma postura profissional adequada. Enten-
no padrão ético de uma sociedade. de-se por postura o modo como nos apresentamos junto
A moral representa a interpretação e consolidação aos nossos colegas profissionais e clientes. É a forma como
dos princípios éticos para a sua aplicação na sociedade. As podemos externalizar o nosso profissionalismo interior por
leis de um país ou o regulamento de uma empresa repre- intermédio de atitudes, gestos e dizeres. Logo, é impor-
sentam o código moral que deve ser seguido por todos e tante que nosso comportamento seja adequado para que
representam de forma prática os preceitos éticos que são possamos transmitir uma boa imagem pessoal em nosso
aceitos por todos os membros daquele grupo. Portanto, ambiente de trabalho.
todos sabem o que é ou não é ético. Todos sabem distin- O depoimento de um funcionário do restaurante de
guir o certo do errado em nossa sociedade. Todos devem um hotel de alto padrão, em Belo Horizonte nos mostra
conhecer as regras e normas de conduta que regem os có- como o setor de alimentos e bebidas valoriza a boa postura
digos morais de nosso grupo social. profissional:
Todos também têm a opção de agir ou não de forma [...] o mais difícil são as atitudes, os aspectos comporta-
ética. Cada ser humano, independente da sua origem, da mentais. O comportamento é que faz a diferença no aten-
sua história e de seus antecedentes pode escolher o seu dimento. (...) Pode saber fazer, mas se não quiser, não faz.
caminho. Os atos de cada um são uma escolha pessoal e a (...) Depois do comportamento é que vem o saber fazer,
forma como cada um age depende de si próprio. para manter o padrão do hotel. (AUTOR, ano, p.).

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
Muitos bons profissionais não são valorizados, pois Neste processo o emissor (pessoa que tem uma infor-
transmitem uma imagem ruim de si, ou seja, não têm uma mação para repassar), utilizará algum tipo de código (ou
postura adequada. A busca por um profissional capaz de linguagem) para que o receptor (pessoa ou grupo de pes-
realizar um bom atendimento representa hoje uma grande soas a que se destina a informação) a compreenda. Após
preocupação dos estabelecimentos de alimentos e bebi- a sua codificação, a informação transforma-se em mensa-
das, sejam estes de qualquer perfil ou porte. gem que será transmitida do emissor para o receptor (ou
Os desafios do mercado são muitos, mas a postura receptores) por meio de um meio específico.
como encaramos estes desafios faz toda a diferença. Se O processo de comunicação é bem-sucedido quando
nos posicionarmos de forma ética, dinâmica, colaborativa o receptor capta a informação transmitida com o mínimo
de distorção (ou diferenças) em relação à informação ori-
e hospitaleira estaremos de fato contribuindo para o nos-
ginal. É um processo que parece simples, mas que pode
so crescimento profissional e para o sucesso da empresa
ser prejudicado por vários fatores, que são chamados de
como um todo. O bom profissional deve combinar um co-
ruídos de comunicação. Os ruídos podem partir do emis-
nhecimento técnico adequado com um comportamento sor, do receptor ou do meio ambiente onde se desenvolve
desejável. Nenhum desses dois ingredientes sozinho pode o processo de comunicação. Quanto menor a quantidade
construir um bom profissional. Somente a boa postura de de ruído presente na comunicação maior às chances de se
um profissional sem conhecimento técnico não conduz ao obter um bom resultado.
sucesso, ao mesmo tempo em que os conhecimentos téc- Para que o ruído seja reduzido e o processo de comu-
nicos de um profissional não bastam se este não souber se nicação ocorra sem problemas deve haver a colaboração
comportar da maneira correta. do emissor e do receptor. As principais formas de cada um
Algumas ferramentas comportamentais podem ser de destes elementos colaborar no bom processo de comuni-
grande auxílio na formação de um profissional com pos- cação são.
tura mais adequada. A comunicação interpessoal é um No ato da comunicação cada pessoa sempre atua
aspecto básico muito importante e pode auxiliar muito o como emissor e receptor simultaneamente, daí a necessi-
profissional a melhorar seus aspectos comportamentais. dade da atenção constante para que o processo se efetive
Deve ser entendida como uma das principais ferramentas com eficácia. Outro elemento da comunicação que é mui-
de trabalho no restaurante. Independente do cargo e da to importante para seu sucesso é o feedback, que pode
função exercida por cada um, todos têm que se comunicar ser definido como retorno dado pelo receptor ao emissor,
após ter recebido uma mensagem.
durante todo o tempo, seja com os clientes, com os cole-
Um bom feedback dá fluidez à comunicação a partir
gas, ou com os outros setores.
do momento em que auxilia emissor e receptor a certifi-
Se cada funcionário souber a melhor forma de se co-
carem-se de que as informações estão sendo transmitidas
municar o trabalho fica muito mais fácil e os problemas são e entendidas de forma adequada. No processo de comu-
evitados, tornando o ambiente mais agradável e produti- nicação do restaurante é muito importante recebermos e
vo. A boa comunicação deve partir de cada um de nós. É valorizarmos o feedback de nossos clientes. Se levarmos
muito comum encontrarmos excelentes profissionais que em consideração tudo àquilo que o cliente nos transmite
não conseguem mostrar todo o seu potencial no trabalho saberemos de forma mais exata o que ele deseja, necessita,
devido a dificuldades de comunicação. A forma de se ex- pensa, sente e teremos melhores condições de satisfazê-lo.
pressar é muito importante e pode ser a diferença entre um Escutar sempre nossos clientes e procurar sempre dar
profissional medíocre de um funcionário eficiente e com um feedback positivo é uma ótima maneira de aprimorar o
condições de progredir na carreira. processo de comunicação e melhorar a qualidade do servi-
Algumas regras básicas devem ser entendidas e apli- ço prestado. Além da comunicação outras pequenas atitu-
cadas para que cada um consiga se comunicar da melhor des podem fazer a diferença no momento do atendimento
maneira possível. Isso não significa que existe um modo ao cliente.
único de nos comunicarmos. Na verdade cada um tem seu FONTE: http://www.portaleducacao.com.br/inicia-
próprio estilo de comunicação e isso deve ser respeitado. cao-profissional/artigos/17750/etica-e-postura-profissio-
Porém todos os tipos de pessoa (os tímidos, os extroverti- nal#!4#ixzz4DqBCNcjy
dos, os falantes, os calados, etc.) podem aprimorar a forma
Exercícios
como se comunicam com os outros e utilizar a boa comu-
nicação como ferramenta de trabalho.
1. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
O termo comunicação vem do latim communicatione FCC/2013) Na atuação da Administração Pública Federal,
e significa tornar comum, transmitir. A comunicação não a segurança jurídica é princípio que;
inclui apenas mensagens que as pessoas trocam de for- a) justifica a mantença de atos administrativos inváli-
ma voluntária entre si. As mensagens podem ser trocadas dos, desde que ampliativos de direitos, independentemen-
consciente ou inconscientemente. A comunicação é uma te da boa-fé dos beneficiários.
transmissão e recepção de ideias, de informações e de sen- b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos
timentos e tem como principais componentes o emissor, o administrativos inválidos, visto que não há prazos prescri-
receptor, a mensagem e o código (veículo em que a infor- cionais ou decadenciais para o exercício de autotutela em
mação é transmitida). caso de ilegalidade.

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de e) impessoalidade, eficiência, indisponibilidade do
até duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor da- interesse público e supremacia do interesse público são
quele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano princípios implícitos, mas de igual hierarquia aos princípios
ou rural, exerça a posse sobre tal imóvel por cinco anos, expressos.
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família. 3. Resposta: “B”. Os princípios da Supremacia do
d) impede que haja aplicação retroativa de nova inter- Interesse Público e da Indisponibilidade do Interesse Pú-
pretação jurídica, em desfavor dos administrados. blico, apesar de implícitos no ordenamento jurídico, são
e) impede que a Administração anule ou revogue atos tidos como pilares do regime jurídico-administrativo. Isto
que geraram situações favoráveis para o particular, pois tal se deve ao fato de que todos os demais princípios da ad-
desfazimento afetaria direitos adquiridos. ministração pública são desdobramentos desses dois prin-
cípios em questão, cuja relevância é tanta que são conheci-
1. Resposta: “D”. Para Dirley da Cunha Júnior, “o valor dos como supraprincípios da administração pública.
segurança jurídica é consagrado por vários outros princí- Letra “A”: incorreta. Não há hierarquia entre os princí-
pios: direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, pios, eles se resolvem por ponderação.
irretroatividade da lei entre outros. Este princípio enaltece Letra “C”: incorreta. O princípio da supremacia do inte-
a ideia de proteger o passado (relações jurídicas já consoli- resse público e indisponibilidade do interesse público não
dadas) e tornar o futuro previsível, de modo a não infringir  são expressos.
surpresas desagradáveis ao administrado. Visa à proteção Letra “D”: incorreta. O princípio da indisponibilidade
da confiança e a garantia de certeza e estabilidade das re- do interesse público não é um princípio expresso. Não há
lações e situações jurídicas”. hierarquia entre os princípios expressos em relação aos im-
plícitos.
2. (SMA-RJ – CONTADOR - FJG-RIO/2013) Segundo Letra “E”: incorreta. Os princípios da impessoalidade e
exposição doutrinária, o princípio da impessoalidade não eficiência são princípios expressos.
raramente é chamado de princípio da: OBS: Cuidado porque algumas bancas consideram
a) igualdade legal princípios expressos apenas o que estão previstos na Cons-
tituição Federal e outras consideram que os princípios ad-
b) razoabilidade dos meios
ministrativos que estiverem escritos em lei são explícitos.
c) finalidade administrativa
Proporcionalidade, razoabilidade, finalidade, motivação,
d) subjetividade coletiva
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica e interes-
se público constam expressamente no artigo 2º da Lei nº
2. Resposta: “C”. Para Hely Lopes Meirelles, o princí-
9784/99.
pio da impessoal idade “nada mais é do que o clássico
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador
4. (SESACRE – FISIOTERAPEUTA - FUNCAB/2013) O
público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim
princípio administrativo que impõe o controle de resulta-
legal é unicamente aquele que a norma de Direito dos da Administração Pública, a redução do desperdício e
indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, a execução do serviço público com rendimento funcional é
de forma impessoal”. denominado princípio da:
a) legalidade.
3. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA b) impessoalidade.
ADMINISTRATIVA - FCC/2013) c) eficiência.
Os princípios que regem a Administração pública po- d) publicidade.
dem ser expressos ou implícitos. A propósito deles é pos- e) moralidade.
sível afirmar que:
a) moralidade, legalidade, publicidade e impessoalida- 4. Resposta: “C”. Segundo Alexandre Mazza: “Eco-
de são princípios expressos, assim como a eficiência, hie- nomicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez,
rarquicamente superior aos demais. produtividade e rendimento funcional são valores encare-
b) supremacia do interesse público não consta como cidos pelo princípio da eficiência”.
princípio expresso, mas informa a atuação da Administra-
ção pública assim como os demais princípios, tais como 5. (TCE-ES - ANALISTA ADMINISTRATIVO – DIREITO
eficiência, legalidade e moralidade. - CESPE/2013) No que se refere aos poderes e princípios
c) os princípios da moralidade, legalidade, supremacia da administração pública, assinale a opção correta.
do interesse público e indisponibilidade do interesse públi- a) O estágio probatório configura exemplo de instituto
co são expressos e, como tal, hierarquicamente superiores relacionado ao princípio da eficiência, norteador da atua-
aos implícitos. ção administrativa.
d) eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade b) O poder discricionário confere ao administrador pú-
e indisponibilidade do interesse público são princípios ex- blico a faculdade de valer-se do juízo de conveniência e
pressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos im- oportunidade para praticar ato, o qual não comporta con-
plícitos. trole pelo Poder Judiciário.

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
c) A edição de ato normativo de conteúdo genérico e b) gozam de privilégios processuais como o prazo em
abstrato tem relação direta com o exercício do poder regu- quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
lamentar, e não com o do poder de polícia, visto que esse c) não estão sujeitas à fiscalização pela Comissão de
último será cabível exclusivamente mediante a prática de Valores Mobiliários.
atos concretos, preordenados a determinados indivíduos. d) necessitam de autorização legislativa específica para
d) Com fundamento no poder hierárquico, pode a ad- criação de cada subsidiária.
ministração pública direta anular ato ilegal praticado por e) são obrigadas a ter em sua estrutura um Conselho
entidade da administração indireta. de Administração, assegurada participação aos acionistas
e) O princípio da moralidade administrativa não exige minoritários.
do agente público a obediência a padrões éticos especí-
ficos no exercício de suas atribuições, basta que atenda à 7. Resposta: “E”. O amparo da reposta está no art.
moral comum vigente na sociedade. 239 da Lei nº 6404/76: “As companhias de economia mista
terão obrigatoriamente Conselho de Administração, asse-
5. Resposta: “A”. Estágio probatório e principio da gurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros,
eficiência estão diretamente ligados, uma vez que antiga- se maior número não lhes couber pelo processo de voto
mente a administração pública não tinha essa preocupação múltiplo”.
com o servidor público de certificar se seu serviço estava
sendo executado de maneira correta, o que prejudicava a 8. (SMA-RJ – CONTADOR – FJG-RIO/2013) A pessoa
eficiência da Administração. jurídica de direito privado, criada por autorização legal, sob
Alternativa “B”: incorreta. O poder discricionário com- qualquer forma jurídica, para que o Governo exerça ativi-
porta apreciação pelo poder judiciário, que poderá anular dades gerais de caráter econômico, corresponde à:
o ato ilegalidade a) sociedade de economia mista
Alternativa “C”: incorreta. O poder de polícia pode ser b) agência reguladora
fiscalizatório, repressivo ou preventivo. c) autarquia
Alternativa “D”: incorreta. Não há hierarquia entre as
d) empresa pública
entidades da Administração indireta e a entidade política
criadora, há o controle finalístico.
8. Resposta: “D”. O conceito legislativo tem previsão
Alternativa “E”: incorreta. Moralidade administrativa é a
no art. 5º, II, do Decreto-Lei nº 200/67: “empresas pú-
ética específica funcional, em geral efetiva-se em  normas
blicas são entidades dotadas de personalidade jurídica
previstas em  estatutos internos das entidades. 
de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, criadas por lei para exploração
6. (SEPLAG-MG – DIREITO - IBFC/2013) “O interesse
de atividade econômica que o Governo seja levado a
público, sendo qualificado como próprio da coletividade,
não se encontra à livre disposição de quem quer que seja, exercer por força de contingência, ou de conveniência
por inapropriáveis. Ao próprio órgão administrativo que o administrativa, podendo revestir-se de quaisquer das
representa incumbe apenas guardá-lo e realizá-lo”. O texto formas admitidas em direito”.
refere-se ao:
a) Princípio da Legalidade. 9. (SMA-RJ – CONTADOR – FJG-RIO/2013) Constitui
b) Princípio da Eficiência. pessoa jurídica de Direito Público Interno:
c) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. a) o Estado Federal
d) Princípio da Impessoalidade. b) a União
c) a Presidência da República
6. Resposta: “C”. Alexandre Mazza ensina que “O d) o Governo Federal
supraprincípio da indisponibilidade do interesse público
enuncia que os agentes públicos não são donos do interes- 9. Resposta: “B”. O art. 41 do Código Civil estabelece
se por eles defendido. Assim, no exercício da função admi- que: “São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a
nistrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III
segundo sua própria vontade, mas do modo determinado - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações
pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade, públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas
não se admite tampouco que os agentes renunciem aos por lei”.
poderes legalmente conferidos ou que transacionem em
juízo”. 10. (OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XII -
PRIMEIRA FASE - FGV/2013) O Estado ABCD, com vistas
7. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO - à interiorização e ao incremento das atividades econômi-
FCC/2013) No tocante ao regime jurídico aplicável às so- cas, constituiu empresa pública para implantar distritos in-
ciedades de economia mista, que explorem atividade eco- dustriais, elaborar planos de ocupação e auxiliar empresas
nômica em sentido estrito, é correto afirmar que; interessadas na aquisição dessas áreas. Considerando que
a) dependem de autorização legislativa para alienação esse objeto significa a exploração de atividade econômica
de bens de seu patrimônio pelo Estado, assinale a afirmativa correta.

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
a) Não é possível a exploração de atividade econômica a) agência reguladora, consórcio público e empresa
por pessoa jurídica integrante da Administração direta ou pública.
indireta. b) autarquia, empresa pública e agência bancária.
b) As pessoas jurídicas integrantes da Administração c) empresa pública, agência bancária e sociedade de
indireta não podem explorar atividade econômica. economia mista.
c) Dentre as figuras da Administração Pública indireta, d) fundação pública, órgão público e autarquia.
apenas a autarquia pode desempenhar atividade econômi- e) sociedade de economia mista, órgão público e con-
ca, na qualidade de agência reguladora. sórcio público.
d) A constituição de empresa pública para exercer ati- 13. Resposta: “A”. Cumpre lembrar que agência regu-
vidade econômica é permitida quando necessária ao aten- ladora é uma autarquia de regime especial, portanto inte-
dimento de relevante interesse coletivo. gra a Administração Pública Indireta. O artigo 6º, §1º da Lei
nº 11107/05 estabelece que o consórcio público com per-
10. Resposta: “D”. O fundamento da resposta está no sonalidade jurídica de direito público integra a administra-
art. 173, § 1º da Constituição Federal: “A lei estabelecerá o ção indireta de todos os entes da Federação consorciados.
estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de eco-
nomia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade 14. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
econômica de produção ou comercialização de bens ou de FCC/2013) O exercício do poder de polícia administrativo,
prestação de serviços”. no âmbito da Administração Pública Federal,
a) no que tange à aplicação de punições, está sujei-
11. (PGM-RJ - AUXILIAR DE PROCURADORIA - FJG to a prazo prescricional de 5 anos, exceto se a conduta a
-RIO/2013) Como órgão da Administração municipal, po- ser sancionada constituir crime, aplicando-se nesse caso a
de-se afirmar que a Procuradoria Geral do Município tem a prescrição da legislação penal.
seguinte classificação: b) independe de previsão legal, haja vista a existência
a) autarquia do poder regulamentar autônomo da Administração nesta
b) empresa pública
matéria.
c) administração direta
c) pode ser delegado a entidade privada sem fins lucra-
d) fundação
tivos instituída por particulares, desde que seja celebrado
11. Resposta: “C”. Procuradoria Geral do Município é
instrumento convenial, após prévia autorização legislativa.
um órgão diretamente vinculado à unidade federativa Mu-
d) é atributo exclusivo de órgãos do Poder Executivo.
nicípio, sendo assim, pertence à administração direta.
e) é sempre dotado dos atributos de imperatividade,
discricionariedade e autoexecutoriedade.
12. (TRT - 18ª REGIÃO (GO) - ANALISTA JUDICIÁRIO
- ÁREA JUDICIÁRIA - FCC/2013) As autarquias integram a
14. Resposta: “A”. De acordo com o art. 1º da Lei nº
Administração indireta. São pessoas
a) políticas, com personalidade jurídica própria e têm 9873/99: “Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Ad-
poder de criar suas próprias normas. ministração Pública Federal, direta e indireta, no exercício
b) jurídicas de direito público, cuja criação e indicação do poder de polícia, objetivando apurar infração à legisla-
dos fins e atividades é autorizada por lei, autônomas e não ção em vigor, contados da data da prática do ato ou, no
sujeitas à tutela da Administração direta. caso de infração permanente ou continuada, do dia em
c) jurídicas de direito semipúblico, porque sujeitas ao que tiver cessado. §2º Quando o fato objeto da ação puni-
regime jurídico de direito público, excepcionada a aplica- tiva da Administração também constituir crime, a prescri-
ção da lei de licitações. ção reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal”.
d) políticas, com personalidade jurídica própria, criadas
por lei, com autonomia e capacidade de autoadministra- 15. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
ção, não sujeitas, portanto, ao poder de tutela da Admi- ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) Caracteriza-se o
nistração. poder de polícia administrativa, de forma não exaustiva,
e) jurídicas de direito público, criadas por lei, com ca- pela prática de atos.
pacidade de autoadministração, mas sujeitas ao poder de a) concretos e específicos, que envolvem fiscalização e
tutela do ente que as criou. repressão, tal como a apreensão de mercadorias farmacêu-
12. Resposta: “E”. De acordo com as palavras de Ale- ticas armazenadas irregularmente.
xandre Mazza, autarquias são pessoas jurídicas de direito b) impositivos de obrigações de não fazer, jamais im-
público interno, pertencentes à Administração Pública Indi- pondo obrigações positivas.
reta, criadas por lei específica para o exercício de atividades c) preventivos, no sentido de conformar a conduta dos
típicas da Administração Pública. administrados à lei, ficando os atos repressivos na esfera da
polícia judiciária.
13. (MPE-ES - AGENTE DE APOIO – ADMINISTRA- d) normativos gerais inovados, cuja finalidade é sem-
TIVO - VUNESP/2013) São, entre outras, entidades que pre estabelecer as condutas esperadas dos administrados
integram a Administração Pública Indireta: e aquelas passíveis de reprimenda.

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
e) repressivos, mediante provocação de administrados 17. Resposta: “D”. Para Hely Lopes Meirelles, “poder
diante de danos verificados, não havendo espaço para a de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração
prática de atos de fiscalização preventiva. Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens,
atividades e direitos individuais, em benefício da coletivi-
15. Resposta: “A”. Celso Antônio Bandeira de Mello dade ou do próprio Estado”.
aduz que: “a atividade da Administração Pública, expres-
sa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com 18. (PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO - IBFC/2013)
fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, Conforme tradicional classificação doutrinária, conside-
a liberdade e propriedade dos indivíduos, mediante ação ram-se atributos do poder de polícia:
ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo a) Legalidade, moralidade e impessoalidade.
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção a b) Presunção da legitimidade, autoexecutoriedade e
fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses imperatividade.
sociais consagrados no sistema normativo”. c) Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibili-
Alternativa “B”: incorreta. O poder de polícia não impõe dade.
apenas obrigações de não fazer mas também obrigações d) Necessidade, proporcionalidade e adequação.
de fazer, como se verifica no art. 78 do Código Tributário e) Presunção de legitimidade, discricionariedade e im-
Nacional. peratividade.
Alternativa “C” e “E”: incorretos. Como já mencionado
o poder de polícia instrumentaliza-se ora por ação fiscali- 18. Resposta: “C”. Segundo os entendimentos de Ma-
zadora, ora preventiva, ora repressiva. ria Sylvia Zanela di Pietro e Hely Lopes Meirelles, os atribu-
Alternativa “D”: Segundo Alexandre Mazza: “normal- tos do poder de polícia são: discricionariedade, autoexecu-
mente o poder de polícia estabelece deveres negati- toriedade e coercibilidade.
vos aos particulares, estabelecendo obrigações de não
fazer. Em casos raros, pode gerar deveres positivos, por 19. (TRT - 15ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
exemplo, na obrigação de atendimento da função social ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) Os atos adminis-
da propriedade”. trativos gozam de atributos específicos, dos quais não dis-
põem os atos praticados sob a égide do regime jurídico de
16. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
direito privado. Dentre eles, a:
ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) A possibilidade
a) presunção de exigibilidade, que possibilita a coação
de autoridade superior de órgão da Administração direta
material dos atos administrativos mediante autorização su-
revogar ou anular atos praticados por seus subordinados,
perior.
nos termos da lei, é exteriorização do poder.
b) presunção de validade entre as partes, somente po-
a) de Tutela.
dendo haver descumprimento mediante desconstituição
b) Hierárquico.
c) Disciplinar. do ato no âmbito judicial.
d) Regulamentar. c) presunção de validade, que se consubstancia na
e) Normativo. consideração de que os atos administrativos, enquanto
existentes, são válidos e gozam de autoexecutoriedade.
16. Resposta: “B”. José dos Santos Carvalho Filho ex- d) exigibilidade, que garante a execução material dos
plica: “Decorre também da hierarquia o poder de revisão atos administrativos, independentemente de intervenção
dos atos praticados por agentes de nível hierárquico judicial.
mais baixo. Se o ato contiver vício de legalidade, ou e) imperatividade, que atribui aos atos administrativos
não se coadunar com a orientação administrativa, pode o a capacidade de imposição a terceiros, com ou sem sua
agente superior revê-lo para ajustamento a essa orientação concordância.
ou para restaurar a legalidade”.
19. Resposta: “E”. Segundo Alexandre Mazza, “o atri-
17. (RIOPREVIDÊNCIA - ESPECIALISTA EM PREVI- buto da imperatividade significa que o ato adminis-
DÊNCIA SOCIAL - CIÊNCIAS CONTÁBÉIS - CEPERJ/2013) trativo pode criar unilateralmente obrigações aos parti-
O Governo do Estado, apoiando o programa de criação das culares, independentemente da anuência destes. É uma
Unidades de Polícia Pacificadora, realiza várias outras in- capacidade de vincular terceiros a deveres jurídicos deri-
tervenções. Em relação aos pequenos comerciantes locais, vada do chamado poder extroverso. Ao contrário dos
atua na sua regularização para efeito de futuro recolhimen- particulares, que só possuem poder de auto-obrigação
to de impostos, bem como da regularidade dos alimentos (introverso), a Administração Pública pode criar deveres
comercializados. Nesse caso, os agentes estaduais atuam para si e também para terceiros”.
em decorrência do seguinte tipo de poder:
a) político 20. (TRT - 15ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
b) executivo ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013)
c) alimentar A discricionariedade pode ser qualificada como atribu-
d) de polícia to dos atos administrativos em geral. Quando se fala que
e) interventivo determinado ato tem essa característica significa que:

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
a) é manifestação de vontade legítima do administra- a) Autoexecutoriedade.
dor, prevista ou não em lei, cuja edição configura direito b) Imperatividade.
subjetivo do interessado. c) Eficiência.
b) foi editado levando em conta fatores externos e in- d) Presunção de legitimidade.
ternos do processo, sendo assim considerado ainda que
fosse a única decisão passível de ser tomada, nos termos 22. Resposta: “D”. De fato a presunção de legitimi-
da lei. dade autoriza a imediata execução do ato administrativo
c) é o resultado de opção do administrador, dentre al- porque o ato é válido até prova em contrário. Trata-se de
gumas alternativas, que a legislação lhe confere, proferi- uma presunção relativa.
da no âmbito do exercício de seu juízo de oportunidade e
conveniência. 23. (CAU-BR – ADVOGADO - IADES/2013) Assinale a
d) foi proferido como manifestação do juízo de opor- alternativa correta quanto aos requisitos dos atos adminis-
tunidade e conveniência, inovando a ordem jurídica e pos- trativos que podem estar no âmbito do poder discricioná-
sibilitando a autoexecutoriedade de seu conteúdo. rio da Administração Pública.
e) foi proferido em estrito cumprimento de disposição a) Competência e Objeto.
legal, exteriorizando direito subjetivo do interessado. b) Motivo e Objeto.
c) Finalidade e Competência.
20. Resposta: “C”. José dos Santos Carvalho Filho en- d) Forma e Motivo.
sina que “diversamente sucede nos atos discricionários . e) Objeto e Finalidade.
Nestes é própria a lei que autoriza o agente a proceder
a uma avaliação de conduta, obviamente tomando em 23. Resposta: “B”. Segundo Hely Lopes Meirelles, essa
consideração a inafastável finalidade do ato. A valoração margem de liberdade pode residir no motivo ou no objeto
incidirá sobre o motivo e o objeto do ato, de modo que do ato discricionário.
este, na atividade discricionária, resulta essencialmente
da liberdade de escolha entre alternativas igualmente 24. (TRE-RO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMI-
justas, traduzindo, portanto, um certo grau de subjeti- NISTRATIVA - FCC/2013Considere as seguintes assertivas:
vismo”. I. A Administração pública ao revogar um ato adminis-
trativo assim o faz com efeitos ex tunc.
21. (SEAP-DF - PROFESSOR – SOCIOLOGIA - II. Mesmo anulado um ato administrativo, o princípio
IBFC/2013) Visando a execução de determinado decreto, da boa-fé e a teoria da aparência resguardam os efeitos já
o Ministro de Estado, no âmbito das suas competências, produzidos em relação aos terceiros de boa-fé.
poderá editar o seguinte ato: III. A Administração pública ao convalidar um ato admi-
a) Circular nistrativo assim o faz com efeitos ex nunc.
b) Portaria. Está correto o que consta em
c) Resolução. a) II, apenas.
d) Instrução. b) I e II, apenas.
21. Resposta: “D”. Fernanda Marinela leciona a dife- c) I, apenas.
rença destes institutos: d) I, II e III.
“- Circular: é fórmula pela qual autoridades superiores e) III, apenas.
transmitem ordens uniformes a funcionários subordinados.
Portaria: são atos administrativos internos pelos quais 24. Resposta: “A”. Alexandre Mazza expõe: “Revoga-
os chefes de órgãos e repartições públicas expedem de- ção é a extinção do ato administrativo perfeito e eficaz,
terminações gerais ou especiais a seus subordinados, ou com eficácia ex nunc, praticada pela Administração Pública
designam servidores para funções e cargos secundários. e fundada em razões de interesse público (conveniência e
Resoluções: são atos normativos ou individuais, ema- oportunidade). Em princípio, a anulação de ato administra-
nados de autoridades de elevado escalão administrativo tivo não gera dever de indenizar o particular prejudicado,
como, por exemplo, Ministros e Secretários de Estado ou exceto se comprovadamente sofreu dano especial para a
Municípios, ou pelos Presidentes de Tribunais, órgãos le- ocorrência do qual não tenha colaborado. O ato convalida-
gislativos e colegiados administrativos, para disciplinar ma- tório tem natureza vinculada (corrente majoritária), consti-
téria de sua competência específica. tutiva, secundária e eficácia ex tunc”.
Instrução :é fórmula de expedição de normas gerais e
abstratas de orientação internadas repartições, emanadas 25. (TRE-RO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMI-
de seus chefes, a fim de prescrever o modo pelo qual seus NISTRATIVA - FCC/2013) A imperatividade dos atos ad-
subordinados deverão dar andamento aos seus serviços”. ministrativos
a) é característica pela qual os atos administrativos im-
22. (SEPLAG-MG – DIREITO - IBFC/2013) “É o atribu- põem-se a terceiros independentemente de sua concor-
to do ato administrativo que autoriza sua imediata execu- dância.
ção, ainda que arguido de vícios ou defeitos que possam b) é característica presente também nos atos de direito
levar a sua invalidade.” O texto refere-se ao atributo da: privado

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
c) significa o poder de executar os atos administrativos a) são consideradas a natureza e gravidade da infra-
de forma autônoma pela Administração pública, isto é, sem ção, mas também são sopesados os danos advindos para
necessidade de intervenção do Judiciário. o serviço público.
d) não é considerada atributo de tais atos. b) são considerados os antecedentes funcionais, como
e) existe em todos os atos administrativos. avaliação de desempenho, análise crítica de desempenho e
relatórios correicionais.
25. Resposta: “A”. A imperatividade implica que a im- c) são considerados apenas elementos objetivos, não
posição do ato independe da anuência do administrado. sofrendo influência de circunstâncias atenuantes ou agra-
vantes.
26. (IF-RR - CONTADOR - FUNCAB/2013) Com rela- d) devem ser considerados todos os elementos subje-
ção ao regime disciplinar dos servidores públicos federais, tivos e objetivos, tais como tempo de serviço, histórico de
assinale a opção correta. apostilamento e avaliação de desempenho.
a) O servidor, já aposentado, não pode ser punido em e) podem ser considerados outros elementos, além
razão de infração administrativa praticada na ativa e cuja dos critérios de tipificação legais, tais como avaliação de
penalidade prevista seja a de demissão. desempenho, pontualidade e assiduidade
b) Para defender o indiciado revel, a autoridade ins-
tauradora do processo não está obrigada a designar um 27. Resposta: “A”. Dispõe o artigo 128, Lei nº 8.112/90:
servidor como defensor dativo. “Na aplicação das penalidades serão consideradas a natu-
c) No âmbito do processo administrativo, a autoridade reza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
superior não pode aplicar pena mais gravosa do que a im- provierem para o serviço público, as circunstâncias agravan-
posta pela autoridade inferior. tes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Parágrafo
d) O servidor que foi condenado à demissão, após ul- único. O ato de imposição da penalidade mencionará sem-
trapassados os cento e vinte dias do processo administra- pre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar”.
tivo, não pode pedir a anulação porque o julgamento, fora
do prazo legal, não implica nulidade do processo 28. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
e) Havendo regular apuração criminal, não deve ser SEGURANÇA - FCC/ 2013) Ao entrar em exercício, todo
aplicada a legislação penal para o cômputo da prescrição servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
sujeito a estágio probatório, período em que será avaliado
no processo administrativo
para o desempenho do cargo sob os fatores da assidui-
dade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e
26. Resposta: “D”. Disciplina o §1º do artigo 169, Lei
responsabilidade. Durante o estágio probatório poderá ser
nº 8.112/90: “O julgamento fora do prazo legal não implica
concedida ao servidor a licença
nulidade do processo”.
a) para capacitação.
Alternativa “a”: incorreta. Exatamente a estas situa-
b) por prêmio de assiduidade.
ções que se aplica a pena de cassação de aposentadoria c) para atividade política.
(artigo 134, Lei nº 8.112/90). d) para tratar de interesses particulares.
Alternativa “b”: incorreta. Prevê o §2º do artigo 164, e) para desempenho de mandato classista.
Lei nº 8.112/90: “Para defender o indiciado revel, a auto-
ridade instauradora do processo designará um servidor 28. Resposta: “C”. Prevê o artigo 20, §4º, Lei nº
como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo 8.112/90: “Ao servidor em estágio probatório somente po-
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escola- derão ser concedidas as licenças e os afastamentos previs-
ridade igual ou superior ao do indiciado”. tos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afas-
Alternativa “c”: incorreta. Dispõem os §§ 1º e 2º do tamento para participar de curso de formação decorrente
artigo 167, Lei nº 8.112/90: “§ 1º Se a penalidade a ser de aprovação em concurso para outro cargo na Adminis-
aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do tração Pública Federal”. Neste sentido, somente tem direi-
processo, este será encaminhado à autoridade competen- to a licenças por motivo de doença em pessoa da família,
te, que decidirá em igual prazo. § 2º Havendo mais de um por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro,
indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá para o serviço militar, para atividade política, além de afas-
à autoridade competente para a imposição da pena mais tamentos para exercício de mandato eletivo, para estudo
grave”. ou missão no exterior e para participação em programa de
Alternativa “e”: incorreta. Prevê o §2º do artigo 142, pós-graduação stricto sensu no país.
Lei nº 8.112/90: “os prazos de prescrição previstos na lei
penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas 29. (IPREV - ADVOGADO – AUTÁRQUICO - FEPE-
também como crime”. SE/2013) Assinale a alternativa correta em matéria de Di-
reito Administrativo.
27. (TRT - 15ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - a) O Estado não poderá ser responsabilizado civilmen-
ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) A Lei nº 8.112/90 te por casos de omissão.
estabelece uma série de deveres e proibições aos servido- b) É objetiva a responsabilidade do Estado por atos
res públicos. Também estabelece o rol de penalidades apli- praticados por seus agentes mediante dolo, culpa ou omis-
cáveis, para cuja aplicação. são.

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
c) A ação regressiva é o procedimento administrativo 30. Resposta: “A”. A culpa é excluída na responsabi-
pelo qual a vítima do dano busca o ressarcimento do agen- lidade civil objetiva do Estado, mas a necessidade de de-
te público causador do dano. monstração dos demais elementos permanece.
d) O ordenamento jurídico brasileiro adota a Teoria do Alternativa “c”: incorreta. A responsabilidade civil
Risco Integral, sendo objetiva a responsabilidade em rela- que independe da culpa é a objetiva, o que gera automati-
ção ao terceiro usuário do serviço, e subjetiva a responsa- camente a exclusão da alternativa “c”.
bilidade ao não usuário. Alternativas “b” e “e”: incorretas. O nexo causal, o
e) O caso fortuito, a força maior ou culpa exclusiva da dano e a ação/omissão devem ser provados.
vítima afastam a responsabilização civil das pessoas jurídi- Alternativa “d”: incorreta. A responsabilidade por
cas de direito público e as de direito privado prestadoras ação é objetiva e a por omissão é subjetiva.
de serviços públicos
29. Resposta: “E”. Nas hipóteses de caso fortuito, for- 31. (AL-MT – Procurador – FGV/2013) Devido à des-
ça maior e culpa exclusiva da vítima resta afastado o nexo coberta da pavimentação original em ladrilhos e pedras do
causal, sendo este um dos elementos essenciais para a século XIX, e com vistas ao incremento do turismo, o Mu-
configuração da responsabilidade ao lado da ação/omis- nicípio ABC decide restaurar o seu centro histórico. Para
são e do dano. isso, inicia obras de restauro de fachadas e de recuperação
Alternativas “a” e “b”: incorretas. O Estado pode ser do piso original, com a retirada das camadas recentes de
responsabilizado por omissão, mas neste caso a responsa- asfalto.
bilidade é subjetiva e não objetiva. Com a interdição de algumas ruas para a realização das
Alternativa “c”: incorreta. Ação regressiva é o proce- obras, um posto de gasolina localizado em uma das vias
dimento mediante o qual o Estado, após ressarcir a vítima fechadas ao trânsito perderá todo o seu faturamento pelo
do dano, processa o agente público causador deste para período de dois meses.
ser ressarcido. Tendo em vista o caso descrito, e considerando a dis-
Alternativa “d”: incorreta. A teoria do risco integral, ciplina do ordenamento brasileiro acerca do tema da res-
adotada na última fase da construção teórica da Respon- ponsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que
sabilidade Civil do Estado, estabelece que esta respon-
a) o ato praticado é lícito, mas, ainda assim, o Municí-
sabilidade é objetiva independente da culpabilidade do
pio responde de forma objetiva pelos danos causados.
agente, da natureza do ou das condicionantes do serviço,
b) o Município não responde de forma objetiva pelos
bem como independente da vítima ser ou não usuária do
atos lícitos, mas apenas pelos ilícitos, o que não resta ca-
serviço.
racterizado no caso em tela.
c) por ter causado dano a terceiros, resta configurada a
30. (TRT - 15ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
prática de ilícito administrativo, e, portanto, a responsabili-
OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR - FCC/2013) Diz-se,
dade objetiva do Município.
na linguagem comum, que o Poder Público responde civil-
mente com ou sem culpa. Quando se diz que a responsabi- d) no caso em tela, resta configurada a responsabilida-
lidade civil dos entes públicos é “sem culpa”, tecnicamente de do município por omissão, que é subjetiva.
se está querendo explicar a modalidade de responsabili- e) o Município não responde pela prática de atos líci-
dade civil aplicável aos mesmos, ou seja, fazer referência à tos.
Responsabilidade
a) objetiva, modalidade de responsabilidade civil que 31. Resposta: “A”. Se no exercício de um direito se ex-
prescinde de comprovação de culpa do agente público, cede manifestamente nos seus padrões de razoabilidade,
embora não afaste a necessidade de demonstração do há responsabilidade civil. Por mais que o interesse público
nexo de causalidade entre o ato e os danos por este cau- esteja em jogo, o prejuízo causado não pode ser ignorado.
sados. Sendo assim, há responsabilidade civil do Estado e, tratan-
b) objetiva, modalidade de responsabilidade civil que do-se de responsabilidade por ação,é objetiva.
independe da comprovação de culpa e nexo de causali-
dade entre ação ou omissão de agente público e os danos 32. (TCE-ES - ANALISTA ADMINISTRATIVO - DIREI-
causados em decorrência desses. TO - CESPE/2013) Determinado agente, vinculado a uma
c) subjetiva, modalidade de responsabilidade civil que sociedade de economia mista prestadora de serviço públi-
depende de comprovação de culpa do agente ou do servi- co, no exercício de sua atividade, causou prejuízo a tercei-
ço público para configuração do nexo de causalidade, apli- ro. A ação de indenização ajuizada pelo lesado contra a en-
cável nos casos de ação e omissão. tidade foi julgada procedente com fundamento na respon-
d) objetiva ou subjetiva, aplicável a primeira nos casos sabilidade objetiva do Estado, e a entidade foi condenada
de omissão e a segunda nos casos de atos comissivos pra- ao pagamento dos danos materiais e morais postulados,
ticados por agentes públicos, cuja culpa deve obrigatoria- acrescidos dos juros moratórios. Cinco anos após o trân-
mente ser demonstrada. sito em julgado da decisão condenatória, a sociedade de
e) objetiva pura, que independe da existência de cul- economia mista ajuizou ação regressiva contra o agente.
pa, da comprovação de nexo de causalidade e não admite Considerando a situação hipotética apresentada, assinale
qualquer excludente de responsabilidade. a opção correta.

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
a) Diante da existência de decisão condenatória da 34. (IPREV – ADVOGADO - FEPESE/2013) Assinale a
sociedade de economia mista, o agente responderá ob- alternativa correta de acordo com a Lei de Improbidade
jetivamente, na ação regressiva, pelo prejuízo que tenha Administrativa.
causado à entidade. a) Constitui ato de improbidade administrativa que
b) A ação não poderia ter sido julgada procedente com atenta contra os princípios da administração pública negar
fundamento na responsabilidade objetiva do Estado, já que publicidade aos atos oficiais.
o agente causador do dano é vinculado a sociedade de b) Em razão do princípio da individualização da pena,
economia mista, que se submete exclusivamente à respon- as sanções aplicadas não poderão passar da pessoa do
sabilidade subjetiva. acusado.
c) Independentemente da natureza da atividade de- c) O Ministério Público, se não for o autor da ação, po-
senvolvida pela sociedade de economia mista, a responsa- derá requerer o ingresso no feito a qualquer tempo e grau
bilidade pelo prejuízo que seus agentes causarem a tercei- de jurisdição.
ros será objetiva. d) Constitui ato de improbidade administrativa impor-
d) A ação de regresso proposta contra o agente deve tando enriquecimento ilícito ordenar ou permitir a realiza-
ser ajuizada no prazo de cinco anos, contados do trânsito ção de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
em julgado da decisão condenatória, sob pena de prescri- e) Prescreve em dez anos, após o término do exercício
ção. de mandato, de cargo em comissão ou de função de con-
e) É possível a condenação da entidade ao pagamento fiança, as ações destinadas a levar a efeito as sanções por
de danos de natureza material e moral, bem como dos ju- atos de improbidade administrativa.
ros moratórios, os quais devem incidir a partir da data do
evento danoso, e não a partir da citação. 34. Resposta: “A”. Neste sentido, o artigo 11 da Lei nº
8.429/92: “Constitui ato de improbidade administrativa que
32. Resposta: “E”. O dano causado por agente de so- atenta contra os princípios da administração pública qual-
ciedade de economia mista, seja moral, seja material, além quer ação ou omissão que viole os deveres de honestida-
dos juros contados da data do evento danoso, deve ser de, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
indenizado pela instituição. notadamente: [...] IV - negar publicidade aos atos oficiais”.
Alternativa “a”: incorreta. O agente responde subje-
tivamente. Alternativa “b”: incorreta. Até o limite da herança é
Alternativas “b” e “c”: incorretas. Aplica-se esta re- possível atingir o patrimônio dos sucessores (artigo 8º, Lei
gra de responsabilidade civil tanto na administração dire- nº 8.429/92).
ta quanto na indireta. Com efeito, a natureza da atividade
desenvolvida pode influenciar na previsão de responsabili- Alternativa “c”: incorreta. O Ministério Público nem
dade objetiva ou subjetiva em relação às entidades de ad- precisa requerer o ingresso porque o § 4º do artigo 17 da
ministração indireta. Lei nº 8.429/92 prevê: “O Ministério Público, se não intervir
Alternativa “d”: incorreta. Quanto ao prazo de pres- no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como
crição da ação regressiva, a decisão do STJ – Recurso Es- fiscal da lei, sob pena de nulidade”.
pecial nº 182.368 – ressalta que prescreve em três anos a
pretensão de reparação civil e que, em caso de ação de Alternativa “d”: incorreta. Em verdade, prevê o ar-
regresso por quem reparou o dano contra o seu efetivo tigo 10 da Lei nº 8.429/92: “Constitui ato de improbidade
causador, esse prazo começa a contar do pagamento da administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
indenização. omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
33. (MPE-RS - AGENTE ADMINISTRATIVO - MPE bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei,
-RS/2013) O artigo 37, §6°, da Constituição Federal dispõe e notadamente: [...] IX - ordenar ou permitir a realização de
que “[...] as pessoas jurídicas de direito público e as de di- despesas não autorizadas em lei ou regulamento”. Não se
reito privado prestadoras de serviços públicos responderão enquadra assim, em ato descrito no artigo 9º.
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o res- Alternativa “e”: incorreta. Dispõe o artigo 23 da Lei
ponsável nos casos de dolo ou culpa”. Isto significa que o nº 8.429/92: “As ações destinadas a levar a efeitos as san-
direito pátrio consagra a ções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco
a) Teoria da Irresponsabilidade. anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
b) Teoria da Responsabilidade Objetiva. comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo
c) Teoria da Responsabilidade com Culpa. prescricional previsto em lei específica para faltas discipli-
d) Teoria da Culpa Administrativa. nares puníveis com demissão a bem do serviço público,
e) Teoria da Culpa Administrativa Relativa. nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego”.

33. Resposta: “B”. Fala-se que as pessoas jurídicas re- 35. (TRT-17ª REGIÃO (ES) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
pararão os danos que seus agentes causarem, presentes CESPE/2013) Considerando a disciplina constitucional re-
os elementos ação, nexo causal e dano, que configuram a lativa à administração pública, julgue os itens subsequen-
responsabilidade civil objetiva, independente de culpa. tes.

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
A CF expressamente dispõe que, independentemente 37. Resposta: “Certo”. Preconiza o artigo 13 da Lei nº
das sanções penais, civis e administrativas previstas na le- 8.429/92: “Art. 13. A posse e o exercício de agente públi-
gislação específica, o responsável pelo ato de improbidade co ficam condicionados à apresentação de declaração dos
terá obrigatoriamente decretada a suspensão dos seus di- bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a
reitos políticos pelo período de oito a dez anos. fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semo-
35. Resposta: “Errado”. Na verdade, consta no §4º do ventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie
artigo 37 da Lei nº 8.429/92: “Os atos de improbidade ad- de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no
ministrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em outras pessoas que vivam sob a dependência econômica
lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de
uso doméstico. § 2º A declaração de bens será anualmen-
36. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - te atualizada e na data em que o agente público deixar o
FCC/2013) Mario Alberto é empregado de uma empresa exercício do mandato, cargo, emprego ou função. § 3º Será
pública, cujo capital e controle pertencem integralmente a punido com a pena de demissão, a bem do serviço público,
ente público federal. No regular exercício de suas funções, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
promoveu, em nome de sua empregadora e sem realização que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
de licitação, a contratação de empresa para prestação de prazo determinado, ou que a prestar falsa. § 4º O decla-
serviços de informática nas diversas dependências da sede. rante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
Agradecidos, os diretores dessa empresa gratificaram Ma- anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal
rio Alberto em espécie. A conduta de Mario Alberto. na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
a) pode ser enquadrada como ato de improbidade re- proventos de qualquer natureza, com as necessárias atua-
sidual, caso não se tipifique nenhuma outra infração fun- lizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2°
cional, tendo em vista que não ficou comprovado prejuízo deste artigo”.
à empresa e dolo por parte de Mario Alberto.
b) não pode ser enquadrada como ato de improbida- 38. (STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2013) No
que tange às disposições da Lei nº 8.429/1992, julgue os
de, uma vez que a gratificação foi dada após a contratação.
itens subsequentes.
c) não pode ser enquadrada como ato de improbidade,
O ressarcimento integral do dano, em matéria de im-
tendo em vista que Mario Alberto é empregado celetista,
probidade administrativa, dar-se-á se houver lesão ao pa-
condição que não se enquadra no conceito de funcionário
trimônio público por conduta comissiva ou omissiva, ex-
para os fins da lei de improbidade.
clusivamente dolosa, praticada por agente público ou por
d) pode ser considerada ato de improbidade, uma vez
terceiro. Nesse caso, caberá à autoridade administrativa
que os empregados públicos se enquadram no conceito de responsável pelo inquérito representar ao Ministério Públi-
agente público da lei de improbidade. co para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
e) pode ser considerada ato de improbidade desde 38. Resposta: “Errado”. O ressarcimento integral do
que tenha havido dolo por parte de Mario Alberto e que dano se dará sempre que o ato de improbidade adminis-
este seja empregado público efetivo, contratado por meio trativo praticado gerar dano.
de concurso público.
36. Resposta: “D”. Trata-se de ato de improbidade 39. (TJ-RR – Titular de Serviços de Notas e de Re-
administrativa na modalidade mais grave, aplicando-se o gistros – CESPE/2013) Com base no disposto na Lei n.º
artigo 9º da Lei nº 8.929/92. Mário Alberto é considerado 9.784/1999, que regula os processos administrativos, assi-
servidor, conforme artigo 2º da Lei de Improbidade: “Repu- nale a opção correta.
ta-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele a) A competência, irrenunciável, pode ser delegada
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune- a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam
ração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou hierarquicamente subordinados ao órgão originalmente
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, competente, quando for conveniente, em razão de circuns-
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou ter-
artigo anterior”. ritorial.
b) O não atendimento da intimação para ciência de de-
37. (STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2013) No cisão importa o reconhecimento da verdade dos fatos pelo
que tange às disposições da Lei n.º 8.429/1992, julgue os administrado.
itens subsequentes. c) O andamento do processo administrativo deve ser
Considere que, alegando direito à privacidade, deter- feito mediante atuação do interessado, vedada a impulsão
minado servidor, ao tomar posse em cargo público, tenha de ofício.
negado entregar a devida declaração dos bens e valores d) A edição de atos de caráter normativo poderá ser
que compõem o seu patrimônio privado. Nessa situação, delegada, desde que a delegação se mostre conveniente,
persistindo a recusa, o servidor poderá ser demitido a bem em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econô-
do serviço público. mica, jurídica ou territorial.

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adjunto Legislativo
e) O descumprimento do regime de tramitação priori-
tária dos processos em que figurem como parte ou interes-
ANOTAÇÕES
sado maiores de sessenta anos de idade e portadores de
deficiência física ou mental sujeitará o magistrado ou ser-
vidor público responsável às penalidades previstas em lei e ___________________________________________________
à reparação das perdas e danos sofridos pelo beneficiado.
___________________________________________________
39. RESPOSTA: A.
Neste sentido, estabelece o art. 12 da Lei nº 9.784/99: ___________________________________________________
“Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não ___________________________________________________
houver impedimento legal, delegar parte da sua compe-
tência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe ___________________________________________________
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conve-
niente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, ___________________________________________________
econômica, jurídica ou territorial”.
___________________________________________________
40. (TRT - 9ª REGIÃO – Técnico Judiciário – FCC/2013) ___________________________________________________
As normas sobre processo administrativo postas na Lei n°
9.784/99 aplicam-se aos ___________________________________________________
a) servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, na
realização de suas funções típicas, excluído o Poder Judi- ___________________________________________________
ciário em razão de sua competência judicante.
b) órgãos do Poder Executivo integrantes da Admi- ___________________________________________________
nistração direta ou indireta, excluídos os órgãos do Poder
___________________________________________________
Legislativo e do Poder Judiciário quando se tratar de reali-
zação de função administrativa. ___________________________________________________
c) órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário da
União, no que se referir ao desempenho de funções admi- ___________________________________________________
nistrativas atípicas.
d) órgãos do Poder Executivo e aos servidores inte- ___________________________________________________
grantes do quadro da Administração direta, excluídos os ___________________________________________________
afastados e os órgãos dos demais Poderes.
e) órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá- ___________________________________________________
rio, no exercício de suas funções típicas.
___________________________________________________
40. RESPOSTA: C.
___________________________________________________
Estabelece o § 1° do art. 1° da Lei n° 9.784/99: “Os pre-
ceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Pode- ___________________________________________________
res Legislativo e Judiciário da União, quando no desem-
penho de função administrativa”, sendo que função admi- ___________________________________________________
nistrativa é função atípica, posto que as funções típicas do
Legislativo e do Judiciário são, respectivamente, legislativa ___________________________________________________
e jurisdicional.
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

86
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

LÍNGUA PORTUGUESA Rockfeller; ainda hoje fala de futebol com Roberto Carlos
e ouve conselhos de João Gilberto. Continua tão nobre
quanto sempre foi, seu orgulho permanece intacto.
1-) (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU- Até que chega esse paulista, esse homem bidimensio-
NESP/2013) De acordo com a norma- padrão da língua nal e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatê-
portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente nis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá
empregado em: universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta
(A) A população, de um modo geral, está à espera de otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que car-
que, com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes. regas no peito - pensa o garçom, antes de conduzi-lo à
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à re- última mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali
pensarem a sua postura. esquecê-lo para todo o sempre.
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à Veja, veja como ele se debate, como se debaterá ama-
punições muito mais severas. nhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, mal-
(D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a dizendo a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde
vida dos demais motoristas e de pedestres. a desigualdade é tão mais organizada: “Ô, companheirô,
(E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!”.
da nova lei para que ela possa funcionar. Acalme-se, conterrâneo.
Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom ca-
rioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante
(A) A população, de um modo geral, está à espera (dá
para homenageá-lo.
para substituir por “esperando”) de que
(Antonio Prata, Cliente paulista, garçom carioca. Folha
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à re-
de S.Paulo, 06.02.2013)
pensarem (antes de verbo)
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à (*) Um tipo de coreografia, de dança.
punições (generalizando, palavra no plural)
(D) À ninguém (pronome indefinido) 2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(E) Cabe à todos (pronome indefinido) LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa contendo passagem em que o autor
RESPOSTA: “A”. simula dialogar com o leitor.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (A) Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - existência plebeia.
ADAPTADO) Leia o texto, para responder às questões de (B) Ô, companheiro, faz meia hora que eu cheguei...
números 21 e 22. (C) Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de
Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de deux” deux”.
(*): sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista (D) Sim, meu caro paulista...
acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; (E) Ah, paulishhhhta otááário...
encostado à parede, marmóreo e impassível, o garçom ca-
rioca o ignora com redobrada atenção. O paulista estre- Em “meu caro paulista”, o autor está dirigindo-se a nós,
bucha: “Amigô?!”, “Chefê?!”, “Parceirô?!”; o garçom boceja, leitores.
tira um fiapo do ombro, olha pro lustre.
Eu disse “cliente paulista”, percebo a redundância: o RESPOSTA: “D”.
paulista é sempre cliente. Sem querer estereotipar, mas já
estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
crédito?”.[...] Como pode ele entender que o fato de es- O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou
tar pagando não garantirá a atenção do garçom carioca? de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a
Como pode o ignóbil paulista, nascido e criado na crua ba- servir reis e rainhas do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir,
corretamente, que a menção a
talha entre burgueses e proletários, compreender o discre-
(A) príncipes e princesas constitui uma referência em
to charme da aristocracia?
sentido não literal.
Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de
(B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido
tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde,
não literal.
por trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata (C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma re-
borboleta, saudades do imperador. [...] Se deixou de bajular ferência em sentido não literal.
os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis (D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma re-
e rainhas do 20: levou gim tônicas para Vinicius e caipiri- ferência em sentido literal.
nhas para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, (E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido
recebeu gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de literal.

87
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” (D) tempo, referindo-se ao momento em que termi-
do século 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” nam as interações sociais.
e “famosas”. Quanto a príncipes e princesas do século 19, (E) condição em que se deve dar a transação financeira
esses eram da corte, literalmente. mencionada.

RESPOSTA: “B”. O pronome “cujo” geralmente nos dá o sentido de


posse: O livros cujas folhas (lê-se: as folhas dos livros).
4-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O RESPOSTA: “B”.
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões 7-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala- LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa em que a oração destacada expressa
vras ígneo e pétreo.
finalidade, em relação à outra que compõe o período.
(A) De corda; de plástico.
(A) Se deixou de bajular os príncipes e princesas do
(B) De fogo; de madeira.
século 19, passou a servir reis e rainhas do 20...
(C) De madeira; de pedra.
(B) Pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa
(D) De fogo; de pedra. do restaurante...
(E) De plástico; de cinza. (C) Você é que foi ao restaurante para homenageá-lo.
(D) ... nenhum emblema preencherá o vazio que carre-
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as- gas no peito ...
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos (E) O garçom boceja, tira um fiapo do ombro...
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a respos-
ta? Vamos às análises:
A - Se deixou de bajular os príncipes e princesas do
RESPOSTA: “D”. século 19 = a conjunção inicial é condicional.
B - antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante =
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO conjunção temporal (dá-nos noção de tempo)
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - C - para homenageá-lo = nessa oração temos a noção
ADAPTADO) Para responder às questões de números 24 e do motivo (qual a finalidade) da ação de “ter ido ao restau-
25, considere a seguinte passagem: Sem querer estereoti- rante”, segundo o texto
par, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas intera- D - que carregas no peito – o “que” funciona como
ções sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta pronome relativo (podemos substituí-lo por “o qual” car-
“débito ou crédito?”. regas no peito)
E - tira um fiapo do ombro – temos aqui uma oração
5-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO assindética (sem conjunção “final”)
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Nes-
se contexto, o verbo estereotipar tem sentido de RESPOSTA: “C”.
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido 8-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
dela. LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2011)
Em – A falta de modos dos homens da Casa de Windsor é
(C) adotar como referência de qualidade.
proverbial, mas o príncipe Edward dizendo bobagens para
(D) julgar de acordo com normas legais.
estranhos no Quirguistão incomodou a embaixadora ame-
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
ricana.
A conjunção destacada pode ser substituída por
Classificar conforme regras conhecidas, mas não con- A) portanto.
firmadas se verdadeiras. (B) como.
(C) no entanto.
RESPOSTA: “E”. (D) porque.
(E) ou.
6-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O “mas” é uma conjunção adversativa, dando a ideia de
Nessa passagem, a palavra cujas tem sentido de oposição entre as informações apresentadas pelas orações,
(A) lugar, referindo-se ao ambiente em que ocorre a o que acontece no enunciado da questão. Em “A”, temos
pergunta mencionada. uma conclusiva; “B”, comparativa; “C”, adversativa; “D”, ex-
(B) posse, referindo-se às interações sociais do paulista. plicativa; “E”, alternativa.
(C) dúvida, pois a decisão entre débito ou crédito ainda
não foi tomada. RESPOSTA: “C”.

88
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

9-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Coloquei entre parênteses a correção:
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) As- (A) Pensava na necessidade de ser substituído (serem
sinale a alternativa contendo palavra formada por prefixo. substituídos) de imediato os métodos existentes.
(A) Máquina. (B) Substitui-se (substituem-se) os métodos de recu-
(B) Brilhantismo. peração de informações que se ligava (ligavam) especial-
(C) Hipertexto. mente à pesquisa acadêmica.
(D) Textualidade. (C) No hipertexto, a textualidade funciona por se-
(E) Arquivamento. quências fixas que se estabeleceram previamente.
(D) O inventor pensava em textos que já deveria (de-
A – Máquina = sem acréscimo de afixos (prefixo ou veriam) estar disponíveis em rede.
sufixo) (E) Era procurado (eram procuradas) por ele máquinas
B - Brilhantismo. = acréscimo de sufixo (ismo) com as quais pudesse capturar o brilhantismo anárquico
C – Hipertexto = acréscimo de prefixo (hiper) da imaginação humana.
D – Textualidade = acréscimo de sufixo (idade)
E – Arquivamento = acréscimo de sufixo (mento)
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “C”.
12-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segun-
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as do as regras de acentuação, respectivamente, de inter-
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto: câmbio e antropológico.
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... (A) Distúrbio e acórdão.
... informações ligadas especialmente à pesquisa aca- (B) Máquina e jiló.
dêmica, (C) Alvará e Vândalo.
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por (D) Consciência e características.
analogia e associação... (E) Órgão e órfãs.
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a
ideia de hipertexto... Para que saibamos qual alternativa assinalar, primeiro
... 20 anos depois de seu artigo fundador... temos que classificar as palavras do enunciado quanto à
posição de sua sílaba tônica:
10-) As palavras destacadas que expressam ideia de Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
tempo são: tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Ago-
(A) algo, especialmente e Quando. ra, vamos à análise dos itens apresentados:
(B) Desde, especialmente e algo. (A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo;
(C) especialmente, Quando e depois. acórdão = paroxítona terminada em “ão”
(D) Desde, Quando e depois. (B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada
(E) Desde, algo e depois. em “o”
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro-
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: paroxítona
desde, quando e depois. (D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo;
características = proparoxítona
RESPOSTA: “D”.
(E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em
“ão” e “ã”, respectivamente.
11- (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa contendo frase com redação de RESPOSTA: “D”.
acordo com a norma-padrão de concordância.
(A) Pensava na necessidade de ser substituído de ime- 13-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
diato os métodos existentes. LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
(B) Substitui-se os métodos de recuperação de infor- Na passagem – Nesse contexto, governos e empresas es-
mações que se ligava especialmente à pesquisa acadê- tão fechando o cerco contra a corrupção e a fraude, valen-
mica. do-se dos mais variados mecanismos... – a oração destaca-
(C) No hipertexto, a textualidade funciona por se- da expressa, em relação à anterior, sentido que responde
quências fixas que se estabeleceram previamente. à pergunta:
(D) O inventor pensava em textos que já deveria estar (A) “Quando?”
disponíveis em rede. (B) “Por quê?”
(E) Era procurado por ele máquinas com as quais pu- (C) “Como?”
desse capturar o brilhantismo anárquico da imaginação (D) “Para quê?”
humana. (E) “Onde?”

89
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Questão que envolve conhecimento de coesão e coe- * Sujeitar A + A corrupção;


rência. Se perguntássemos à primeira oração “COMO o * ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto
governo está fechando o cerco contra a corrupção?”, ob- indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhu-
teríamos a resposta apresentada pela oração em destaque. ma” é pronome indefinido);
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no
RESPOSTA: “C”. caso, oração subordinada com função de objeto indireto.
Não há acento indicativo de crase porque temos um verbo
14-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- no infinitivo – “prejudicar”).
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa em que todos os verbos estão em- RESPOSTA: “C”.
pregados de acordo com a norma-padrão.
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da 16-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
impressão definitiva. LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em do programa 5inco Minutos.
silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra-
balhar no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque-
ra a seu superior.
Realizei a correção entre parênteses:
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
impressão definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter
(mantiver) em silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem (dispu-
serem) a trabalhar no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem (virem) com a
toga...
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque-
ra (requeira) a seu superior. Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da
propaganda, adaptada, assume a seguinte redação:
RESPOSTA: “A”. (A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma-
tem-na porisso.
15-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) tem-na por isso.
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a (C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo matem por isso.
com a norma-padrão. (D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cede- matem por isso.
remos espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ (E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
prejudicar nossas instituições. matem porisso.
(A) à … à … à
(B) a … à … à A questão envolve colocação pronominal e ortografia.
(C) à … a … a Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra “por isso”
(D) à … à … a é escrita separadamente. Assim, já descartamos duas alter-
(E) a … a … à nativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronominal, temos
a presença do advérbio “não”, que sabemos ser um “ímã”
Vamos por partes! para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a regra da
- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, por- próclise (pronome antes do verbo). Então, a forma correta
tanto: pede preposição; é “mas não A matem” (por que A e não LHE? Porque quem
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos ob- mata, mata algo ou alguém, objeto direto. O “lhe” é usado
jeto direto e indireto; para objeto indireto. Se não tivéssemos a conjunção “mas”
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa. nem o advérbio “não”, a forma “matem-na” estaria correta,
Vejamos: já que, após vírgula, o ideal é que utilizemos ênclise – pro-
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cedere- nome oblíquo após o verbo).
mos espaço A nenhuma ação que se proponha A prejudi-
car nossas instituições. RESPOSTA: “C”.

90
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

17-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO (C) É necessário a implementação da passagem gratuita.
PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Falha no Face- (D) O povo prefere mais passagem paga que gratuita.
book ______________ dados de 6 milhões de usuários. Nú- (E) A passagem barata é preferível à gratuita.
meros de telefone e e-mails de parte dos usuários do site
______________ para download a partir da ferramenta “Baixe Fiz as correções entre parênteses:
uma cópia dos seus dados”, presente na seção “Geral” da (A) Daqui à (a) pouco teremos à (a) passagem gratuita.
categoria “Privacidade”, sem o consentimento dos cadas- (B) Não existe (existem) condições de se implantar a pas-
trados da rede social. sagem gratuita.
(http://veja.abril.com.br, 21.06.2013. Adaptado) (C) É necessário (necessária) a implementação da passa-
gem gratuita.
Em norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do (D) O povo prefere mais passagem paga que (paga à)
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com gratuita.
(A) expõe … estava disponível
(E) A passagem barata é preferível à gratuita.
(B) expõe … estavam disponíveis
O verbo “preferir” pede preposição: Prefiro água a vinho
(C) expõem … estavam disponível
(e não: “do que vinho”)
(D) expõem … estava disponível
(E) expõem … estava disponíveis
RESPOSTA: “E”.
Sublinhei os sujeitos das orações para facilitar a per-
cepção da concordância verbal: 19-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Falha no Facebook expõe dados de 6 milhões de usuá- – ADVOGADO - VUNESP/2013) Na passagem – ... e ausência
rios. de candidatos para preenchê-las. –, substituindo-se o verbo
Números de telefone e e-mails de parte dos usuários preencher por concorrer e atendendo-se à norma-padrão,
do site estavam disponíveis obtém-se:
“expõe” e “estavam disponíveis”. (A) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
(B) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
RESPOSTA: “B”. (C) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
(D) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (E) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto
para responder às questões de números 37 e 38. Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não te-
Metrópoles desenvolvidas arcam com parte do custo mos acento indicativo de crase antes de pronome pessoal;
do transporte público. Fazem-no não só por populismo quando temos um verbo no infinitivo, podemos usar a cons-
dos políticos locais mas também para imprimir mais efi- trução: verbo + preposição + pronome pessoal. Por exemplo:
ciência ao sistema. E, se a discussão se dá em termos de Dar a eles (ao invés de “dar-lhes”).
definir o nível ideal de subsídio, a gratuidade deixa de ser
um delírio para tornar-se a posição mais extrema num le- RESPOSTA: “A”.
que de possibilidades.
Sou contra a tarifa zero, porque ela traz uma outra clas- 20-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
se de problemas que já foi bem analisada pelo pessoal da – ADVOGADO - VUNESP/2013) A Polícia Militar prendeu, nes-
teoria dos jogos: se não houver pagamento individual, au- ta semana, um homem de 37 anos, acusado de ____________
menta a tendência de as pessoas usarem ônibus até para
de drogas e ____________ à avó de 74 anos de idade. Ele foi
andar de uma esquina a outra, o que é ruim para o sistema
preso em __________ com uma pequena quantidade de drogas
e para a saúde.
no bairro Irapuá II, em Floriano, após várias denúncias de vizi-
Para complicar mais, vale lembrar que a discussão sur-
nhos. De acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado
ge no contexto de prefeituras com orçamentos apertados
era conhecido na região pela atuação no crime.
e áreas ainda mais prioritárias como educação e saúde para
atender. (www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em
(Hélio Schwartsman, Tarifa zero, um delírio? Folha de 23.06.2013. Adaptado)
S.Paulo, 21.06.2013. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
18-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamen-
– ADVOGADO - VUNESP/2013) A ideia central do texto pode te, com:
ser sintetizada da seguinte forma, em conformidade com a (A) tráfico … mal-tratos … flagrante
norma-padrão da língua portuguesa: (B) tráfego … maltratos … fragrante
(A) Daqui à pouco teremos à passagem gratuita. (C) tráfego … maus-trato … flagrante
(B) Não existe condições de se implantar a passagem gra- (D) tráfico … maus-tratos … flagrante
tuita. (E) tráfico … mau-trato … fragrante

91
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Questão de ortografia. Vamos às exclusões: Polícia tra- (D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo)
balha com criminosos pegos em “flagrante”, no “flagra”; (E) … botei numa tigela na varanda e comemos um por
“fragrante” relaciona-se a aroma, fragrância. Assim, já des- um… (1.º parágrafo)
cartamos os itens “B” e “E”. “Tráfego” tem relação com trân-
sito, transitar, trafegar. “Tráfico” é o que consideramos ile- Sublinhei os termos que estão relacionados (os prono-
gal, praticado por traficante. Descartamos o item “C” tam- mes e verbos retomam os seguintes substantivos abaixo):
bém. Sobrou-nos “Maus-tratos”/mal-tratos. O tratamento Meus amigos e amigas e parentes queridos são como
dado à avó foi ruim, mau (adjetivo). Sendo assim, o correto os caquis...
é “maus-tratos”. Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê
-los...
RESPOSTA:”D”. devem ficar escondidos de mim, guardados numa cai-
xa, lá em Sorocaba...
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Através da leitura acima, percebemos que o autor re-
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto fere-se aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam
para responder às questões de números 40 e 41. guardados em caixas, obviamente, está utilizando uma lin-
Outro dia, meu pai veio me visitar e trouxe uma caixa guagem conotativa, figurada.
de caquis, lá de Sorocaba. Eu os lavei, botei numa tigela
na varanda e comemos um por um, num silêncio reveren- RESPOSTA: “C”.
cial, nos olhando de vez em quando. Enquanto comia, eu
pensava: Deus do céu, como caqui é bom! Caqui é maravi- 23-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
lhoso! O que tenho feito eu desta curta vida, tão afastado JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Com as
dos caquis?! alterações propostas entre parênteses para o segmento
Meus amigos e amigas e parentes queridos são como grifado nas frases abaixo, o verbo que se mantém correta-
os caquis: nunca os encontro. Quando os encontro, relem- mente no singular é:
bro como é prazeroso vê-los, mas depois que vão embo-
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de
ra me esqueço da revelação. Por que não os vejo sempre,
modernização)
toda semana, todos os dias desta curta vida?
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
Já sei: devem ficar escondidos de mim, guardados
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do
numa caixa, lá em Sorocaba.
Brasil (as mais belas cidades do Brasil)
(Antônio Prata, Apolpando. Folha de S.Paulo,
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
29.05.2013)
Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
21-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A oração – … nunca os cidade)
encontro. (2.º parágrafo) – assume, em voz passiva, a se- Fiz as anotações ao lado:
guinte redação: (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de mo-
(A) … eu nunca encontro eles. dernização) = se teriam feito
(B) … eles nunca têm sido encontrados por mim. (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) = se
(C) … nunca se encontram eles. esquecem
(D) … eu nunca os tenho encontrado. (C) por que vem passando a mais bela das cidades do
(E) … eles nunca são encontrados por mim. Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm pas-
sando
“Traduzindo” a oração destacada: “eu nunca encontro (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
eles” (Observação: colocação pronominal feita dessa forma Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver
apenas para esclarecer a voz verbal!). Ao passarmos da voz (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
ativa para a voz passiva, teremos a seguinte construção: cidade) = parecem ter
“eles nunca são encontrados por mim”.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
24-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
22-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Os verbos que
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Considerando o contex- exigem o mesmo tipo de complemento estão empregados
to, assinale a alternativa em que há termos empregados em nos segmentos transcritos em:
sentido figurado. (A) A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos de
(A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º parágrafo) corpo e alma no cafezinho.
(B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Sorocaba. (1.º (B) ... alguém dará o nosso recado sem endereço. // A vida
parágrafo) é triste e complicada.
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados numa (C) Tinha razão o rapaz... // Depois de esperar duas ou
caixa… (último parágrafo) três horas...

92
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(D) Para quem espera nervosamente... // Depois de espe- não tem a presença do artigo definido (há generalização). Ha-
rar duas ou três horas... veria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as
(E) Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de corpo e mais disparatadas”.
alma no cafezinho.
RESPOSTA: “D”.
Análise abaixo:
(A) A vida é = verbo de ligação // ... mergulhemos = 27-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
intransitivo LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE
(B) ... alguém dará = transitivo direto e indireto (no con- DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Leia o texto para res-
texto, apenas direto) // A vida é = verbo de ligação ponder à questão.
(C) Tinha = transitivo direto // Depois de esperar = tran-
sitivo direto Tufão “Tembin” causa destruição em Taiwan; 5 mil eva-
(D) Para quem espera = pode ser considerado intransitivo cuaram
– (NESTE CONTEXTO) // Depois de esperar = transitivo direto
(E) Tinha = transitivo direto // ... mergulhemos = intran-
sitivo

RESPOSTA: “C”.

25-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-


NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) A frase que ad-
mite transposição para a voz PASSIVA é:
(A) Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes...
(B) O chapéu dele está aí...
(C) ... chegou à conclusão de que o funcionário... Imagem mostra morador entre árvores que foram der-
rubadas nesta sexta-feira (24), durante passagem do tufão
(D) Leio a reclamação de um repórter irritado...
Tembin, em Taitung, no leste de Taiwan. Segundo a agência
(E) ... precisava falar com um delegado...
AFP, ao menos 5 mil pessoas foram evacuadas das regiões
expostas a deslizamentos de terra diante da ameaça do tu-
A única alternativa que possibilita a transposição para a
fão, de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (1 a 5), que
voz passiva é a: A reclamação de um repórter irritado foi lida
atingiu o condado de Pingtung às 5h (18h de Brasília), se-
por mim”.
gundo a agência nacional de meteorologia.
(Disponível em http://noticias.uol.com.br/album/
RESPOSTA: “D”.
album-do-dia/2012/08/24/imagens-do-dia-24-de-agosto-
de-2012.htm?abrefoto=9. Acesso em 24.08.2012)
26-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) ... e chegou à A respeito do emprego de verbos nessa notícia, pode-
conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando se afirmar que:
café. I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de cra- pregado na voz ativa ou na passiva;
se em destaque na frase acima, está correto o seu emprego II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na
em: voz passiva e indicam tempo pretérito;
(A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam,
(B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. respectivamente, tempo pretérito e tempo presente;
(C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. e indicam tempo passado.
(E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. Está correto o que se afirma apenas em
(A) I e II.
Vamos por exclusão: (B) I e III.
(A) e chegou à uma = não há acento grave antes de ar- (C) I e IV.
tigo indefinido (D) II e III.
(B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes de (E) II e IV.
verbo no infinitivo
(C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de Questão que envolve intepretação, conhecimento de
palavra masculina Vozes e Tempos Verbais, além de Ambiguidade. Farei as
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. observações nos itens:
(E) e chegou à conclusões = não há acento grave quando I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
a preposição está no singular e a palavra que a acompanha pregado na voz ativa ou na passiva;

93
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

= tanto “evacuaram” quanto “foram evacuadas” apre- 30-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
sentam duplo sentido LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere a frase
voz passiva e indicam tempo pretérito; a seguir.
III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam, Esses recursos chegam ao STF depois de passar por
respectivamente, tempo pretérito e tempo presente; = uma “peneira” no tribunal de origem.
houve uma inversão: “mostra” está no presente e “atingiu” Preserva-se o mesmo sentido e regência do verbo che-
está no pretérito perfeito gar da frase em:
IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva (A) O dinheiro não chegou para as despesas do mês.
e indicam tempo passado. (B) Ela não chega à mãe em beleza e inteligência.
= “mostra” está na voz ativa e tempo presente; “foram
(C) Uma desgraça nunca chega só.
derrubadas” sim, está na voz passiva e tempo passado.
(D) Chega de reclamações, disse o juiz.
Itens corretos: I e II.
(E) Apesar de chegar cedo à seção eleitoral, não con-
RESPOSTA: “A”. seguiu votar.

28-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- No enunciado, o verbo “chegar” exerce a função de
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO verbo transitivo indireto, pedindo preposição: chegar a que
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma lugar, aonde? A alternativa que também apresenta o mes-
regra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxíto- mo sentido é a: chegou à seção eleitoral.
nas:
(A) probatório; condenatório; crédito. RESPOSTA: “E”.
(B) máquina; denúncia; ilícita.
(C) denúncia; funcionário; improcedência. 31-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(D) máquina; improcedência; probatório. LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
(E) condenatório; funcionário; frágil. DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o tre-
cho.
Vamos a elas:
(A) probatório = paroxítona terminada em ditongo; Em audiência pública realizada na última sexta-feira
condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito
(24), o ministro Marco Aurélio se mostrou preocupado e
= proparoxítona.
afirmou que tem receio de que o julgamento do mensalão
(B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona
terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona. não termine até o final do ano.
(C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; fun- Nesse trecho, a relação estabelecida entre as orações
cionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedên- ligadas pela conjunção “e” é de
cia = paroxítona terminada em ditongo (A) contraposição.
(D) máquina; improcedência; probatório = classifica- (B) exclusão.
ções apresentadas acima (C) tempo.
(E) condenatório; funcionário = classificações apresen- (D) adição.
tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l” (E) alternância.

RESPOSTA: “C”. A ideia apresentada pela conjunção “e”, nesse texto, é


de adição.
29-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO RESPOSTA: “D”.
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Em – os procedi-
mentos se tornaram muito mais céleres e fáceis – o termo
destacado apresenta como antônimo:
(A) ágeis.
(B) modernos.
(C) desenvoltos.
(D) arcaicos.
(E) morosos.

Ao estudarmos conteúdo de Direito, percebemos que


um dos princípios da Justiça é o da celeridade, da rapidez
no julgamento/andamento do processo, o que nos facilita
responder à questão: antônimo de célere, rápido = moroso.

RESPOSTA: “E”.

94

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