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 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

Titulo da obra: A escola e o conhecimento reflexão sobre fundamentos


epistemológicos e política dessa relação: 1997.

Autor: Mario Sergio Cortella.

CORTELLA, Mario Sergio. A escola e o conhecimento reflexão sobre


fundamentos epistemológicos e política dessa relação (Tese de obtenção do Grau de
Doutor em Educação – sob orientação de Paulo Reglus Neves Freire). São Paulo:
PUC/SP, 1997.

HUMANIDADE1, CULTURA2 E CONHECIMENTO3

Conhecimento é uma construção cultural – social e histórico. Escola é o veiculo que


transporta o conhecimento = tem um comprometimento político de caráter conservador
e inovador. O conhecimento e a verdade na realidade escolar devem ser concebidos
como descoberta = construção cultural.

O conhecimento é o objecto que todos que trabalham escolarização: os nossos


primeiros ancestrais elaboraram protótipo de instrumento de pedra 4 milhões de anos –
Há 2 milhões de anos. Há 500000 anos usou o fogo, aquilo que virá chamar-se ciência
ocidental tem pouco mais de 2500 anos.

1
HUMANIDADE (lat. humanistas) 1. Como sinônimo de gênero humano, o conceito de
"humanidade" designa o conjunto dos seres humanos. Fala-se, assim, da "história da
humanidade", do devotamento ou trabalho para "o bem da humanidade" ou da "religião da
humanidade" (expressão de Comte, que considera a humanidade um ser coletivo). 2. Conjunto
de características específicas do ser humano que o torna diferente dos outros animais. Assim,
quando pedimos a alguém para "agir com humanidade", pedimos-lhe que aja com bondade
natural, com indulgência, com "humanismo", sem crueldade, com justiça etc. 3. No sentido
atual e forte do termo, humanidades designa "as disciplinas que contribuem para a formação
(Bildung) do homem, independentemente de qualquer finalidade utilitária imediata, isto é, que
não tenham necessariamente como objetivo transmitir um saber científico ou uma competência
prática, mas estruturar uma personalidade segundo uma certa paidea. vale dizer, um ideal
civilizatório e uma normatividade inscrita na tradição, ou simplesmente proporcionar um prazer
lúdico" (S.P. Rouanet, As razões do Iluminismo).
2
CULTURA (lat. cultura) 1. Conceito que serve para designar tanto a formação do espírito
humano quanto de toda a personalidade do homem: gosto, sensibilidade, inteligência. 2. Num
sentido mais filosófico, a cultura pode ser considerada como um feixe de representações, de
símbolos, de imaginário, de atitudes e referências suscetível de irrigar, de modo bastante
desigual, mas globalmente, o corpo social.
3
CONHECIMENTO (do lat. cognoscere: procurar saber, conhecer) 1. Função ou ato da vida
psíquica que tem por efeito tornar um objeto presente aos sentidos ou à inteligência. 2.
Apropriação intelectual de determinado campo empírico ou ideal de dados, tendo em vista
dominá-los e utilizá-los. O termo "conhecimento" designa tanto a coisa conhecida quanto o ato
de conhecer (subjetivo) e o fato de conhecer. 3. A teoria do conhecimento é uma disciplina
filosófica que visa estudar os problemas levantados pela relação entre o sujeito cognoscente e o
objeto conhecido. As teorias empiristas do conhecimento (como a de Hume) se opõem às
intelectualistas (como a de Descartes).
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A ciência é uma obra coletiva: pedra, fogo,... Computador.

O QUE SIGNIFICA SER HUMANO?

Segundo a definição clássica de Aristóteles IV (384 – 322) a.C “Homem é um animal


racional”.

Segundo Platão V (427 – 347) a.C “Homem é um bípede implume4”.

Segundo Fernando Pessoa no século XIX (1888 – 1935) “O Homem é um cadáver


adiado!”.

A ciência como forma mais precisa e eficaz de investigação da realidade diz em forma
de conclusão provisória e ainda submetidas a controvérsias que:

Vivemos num dos universos possíveis, finito, e tem provavelmente o formato de


cilindro; surgiu aproximadamente há 15 milhões de anos, a partir de uma grande
explosão inicial apelidado de “Bing bang” – Fred Hoyle e se extinguirá daqui a tantos
bilhões de anos, nesta explosão se agruparam 100 bilhões de galáxias, uma delas é a via
láctea que é relativamente pequeno (de 5 grandeza) e tem girando a sua volta, nove (9)
já conhecidos planetas (grego planetés = vagabundo, errante). Neste planeta ha vida e
até a pouco se suponha que só nela, estima-se que o nosso planeta tem 3 e 30 milhões de
espécies de vida diferentes = 1,4 milhões tenha sido classificados (750000 insectos,
41000 vertebrados, 250000 plantas e os outros invertebrados, fungos, algas e
microorganismo). Uma desta espécie é nossa, em sua forma mais recente 35000 anos é
designada homo sapiens sapiens =. Esta espécie tem cerca 5,5 bilhões de indivíduos; um
deles é você.

O que é o homem5?

É um individuo existente entre outros 5,5 bilhões de indivíduos pertencente a uma única
espécie entre outras 30 milhões diferentes que vivem no mesmo planetinha que gira em
torno de uma estrelinha entre outras 100 bilhões, que compõem uma mera galáxia em

4
IMPLUME – Sem pena.
5
HOMEM (lat. homo, hominis) O que é o homem? Seria um objeto real ou apenas uma idéia?
Seria uma certa variedade animal, que os antropólogos chamam de Horno sapiens? O fato é que
o homem existe no planeta Terra há dezenas de milhares de anos. Hoje em dia, quando se fala
da ''morte do homem" (M. Foucault), trata-se da idéia ocidental de homem, criada pelo
cristianismo e pela Antigüidade greco-latina. A Biblia afirma a posição dominante do homem
sobre a natureza (Adão. Noé) e conta a Aliança que o Deus único e criador estabeleceu com
urna parte dos descendentes de Adão. Além disso, afirma que o próprio Deus se fez homem para
salvar os homens. O fato de o homem relacionar-se com Deus torna-o diferente do resto da
natureza. Aos poucos, o pensamento grego ela-bora a idéia de que o homem é "um animal
dotado de razão" (Aristóteles). As duas corren-tes vão-se encontrar na Idade Média, graças aos
esforços conceituais da escolástica. Com o Re-nascimento, há uma reviravolta: a Terra deixa de
ser o centro do mundo. gira em torno do Sol. descobre-se a existência de outros homens além do
oceano etc. E a época do humanismo, na qual a idéia de homem vai laicizar-se. Utiliza-se a
matemática para se descrever e conhecer o mundo (Galileu, Newton).
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meio a outras 100 bilhões, presentes em um dos universos existentes e que um dia vai
desaparecer.

Até ao período medieval europeu (V – XV) – pensava-se que tudo esta em ordem: a
terra estava no centro do universo, o homem estava no centro da terra, e a alma estava
no centro do homem e Deus no centro da alma = Este era a Ordem.

Os 500 anos mais recentes: Copérnico6 (XV- 1473 – 1543) e Galileu7 (XVI – 1564 –
1642) abalou a certeza de sermos o centro do universo, Darwin (XIX – 1809 – 1882)
abalou a convicção de estarmos um pouco abaixo dos anjos e nos remeteu a companhia,
superior ainda de outros primatas. Freud (XIX – 1856 -1939) identificou “um porão”
desconhecido e colocou sob suspeita a noção de temos uma alma livre a nos dirigir.

A vida sem edulcorar-se de forma objectiva é o nome que damos ao intervalo de


tempo entre nascer e morrer.

“Viver é muito perigoso, nascer também o é” Guimarães Rosa

Segundo alguns autores a palavra cadáver é resultante da utilização das silabas iniciais
da repugnante expressão latina Caro data vermibus (carne dado aos vermes).

6
NICOLAU COPERNICO (1473-1543) Considerado o fundador da moderna astronomia e
um dos criadores da nova concepção de universo desenvolvida pela ciência moderna, Copérnico
nasceu na Polônia, tendo estudado na Universidade de Cracóvia c depois na Itália. Criticou o
sistema geocêntrico ptolomaico, então universalmente aceito, desenvolvendo um sistema
heliocêntrico inspirado no astrônomo grego Aristarco dc Somos (séc.11l a.C.). Em sua obra
principal As revoluções dos orbes celestes (1543), procurou demonstrar matematicamente as
hipóteses de que a Terra é redonda e gira em torno do Sol através de um movimento uniforme.
Suas teorias encontraram forte reação, sobretudo por parte da Igreja e das doutrinas escolásticas,
por abalarem a visão tradicional de mundo da Idade Média, principalmente ao man-ter que a
Terra não é o centro do universo, o que trazia graves e profundas conseqüências políticas e
religiosas para a ordem hierárquica então em vigor. A "revolução copernicana" foi realizada por
Galileu.
7
GALILEU GALILEU (1564-1642) Considerado um dos criadores da ciência moderna,
Galileo Galilei, geralmente conhecido como Galileu, nasceu em Pisa, Itália, tendo sido professor
em diversas universidades italianas como Pisa e Pádua. Ser-viu a vários Estados italianos como
Veneza e Florença. Sua crítica ao sistema geocêntrico e sua defesa da astronomia de Copérnico
abriram caminho para o desenvolvimento da moderna física e da astronomia. Galileu defendeu o
uso da matemática como linguagem da física, estabelecendo assim um novo método para a
ciência natural e afirmou que "o livro da Natureza é escrito em linguagem matemática". O uso
do telescópio em suas observações astronômicas deu nova base para a comprovação das
hipóteses de Copérnico. A principal contribuição de Galileu ao desenvolvimento da ciência
moderna está precisamente na combinação do uso da lingua-gem matemática na construção das
teorias, o que lhes dá maior rigor e precisão, com o recurso aos experimentos que permitem
comprovar empiricamente as hipóteses científicas. Em 1633, Galileu foi preso pela Inquisição,
já que suas teorias contradiziam a visão tradicional do uni-verso mantida pela *escolástica e iam
contra a doutrina cristã. Forçado a retratar-se, continuou, entretanto. suas pesquisas em silêncio.
Obras principais: O mensageiro das estrelas (1610), 11 Saggiatore (1623). Diálogo sobre os dois
principais sistemas do mundo (1632) e Discurso sobre as duas novas ciências (1638).
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A palavra animal compartilha a mesma raiz com a palavra alma latim em anima =
principio vital, tem como correlato no grego arcaico a palavra pneúma (ar, respiração e
espírito), relaciona-se com a idéia de psykhé (respiração de vida, alma). Gn 2-7.

ALBERT CAMUS8 (1913 – 1960) – obra L’ Home Revolté “O Homem é a única


criatura que se recusa a ser o que ela é”.

Somos nada, construtores de nós mesmos, a partir de uma evolução natural.

UM PASSEIO PELAS NOSSAS ORIGENS.

Para compreendermos a nossa origem temos que recorrer a paleontropologia a ciência


que estuda a evolução humana: nós e os símios somos mamíferos da ordem dos
primatas, temos o mesmo ancestral comum (não se sabe sobre quando e qual é este
primeiro ancestral direito) = registra fosseis de 22 milhões de anos, diz-se
hipoteticamente dizem que viveu entre 8 e 10 milhões a.C. A separação da linhas
evolutivas entre os símios e hominídeos deu-se ha 5 milhões de anos:

Austrolopithecus 4.4 milhões de anos, quase o primeiro bípede humano;

Homo habilis 2 milhões de anos;

Homo erectus, o primeiro a migrar para fora do continente africano, o local de origem
1,6 milhões de anos;

Homo Neanderthalensis (entre 400 mil e 250 mil de anos);

Homo sapiens sapiens mais próximo a nós (35000 anos).

Essas alterações significativas – repartiu o equipamento biológico. De grosso modo


Darwin afirma que “submetidos a exigências do meio foi que as espécies sobreviveram
e transmitiram a seus descendentes, partes de suas características”. Seleção natural.

Álvaro Viera Pinto (1979 – 1985) disse deixamos de ser “produzido pelo produzido
pela natureza e nos tornamos um produzido produtos do que o produz”. Esse meio
ambiente humano, por nós produzidos e no qual somos produzidos, é a CULTURA.

CULTURA: O MUNDO HUMANO

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ALBERT CAMUS (1913-1960) Embora não tenha sido um filósofo propriamente dito. o
argelino Camus (nascido em Mondovi) abordou. em seus ensaios literários, vários ternas
tratados pelos filósofos existencialistas, sobretudo o tema do * absurdo. Sem pretender fazer
filosol ia ou metafísica, dizia que o único problema filosófico relevante é o suicídio, que só
ocorre porque há um divórcio entre o homem e sua vida. E esse divórcio que produz o
sentimento do absurdo e leva o homem a encontrar no suicídio unia solução. A tentação do
absurdo e do suicídio é uma conseqüência do "silêncio não-racional do mundo". Esses temas
são tratados em L 'étranger (1942), Le mythe de Sysiphe (1942) e La peste (1947). Mas o
homem não deve sucumbir â tentação de cair no niilismo. deixar-se dominar pela alienação.
Precisa rebelar-se contra sua situação de alienação. Em L'homme revolté (1951), Camus propõe
uma rebelião autêntica, que não seja apenas individual ou "metafisica", mas que engaje o
pensamento e a ação nas lutas e no destino comuns dos homens.
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A ferramenta que temos de usar para enfrentar a realidade não é apenas a racionalidade,
pois não basta pensar é preciso agir (operacionalizar o pensamento), a noção ação
diferente de outros seres vivos: é transformadora, modificadora, vai além do que
existe (meta-existente) = consciente de forma intencional convertida em trabalho
(práxis).

Cultura é o conjunto dos resultados de ação do humano sobre o mundo por intermédio
do trabalho. Nós somos um produto cultural, pois não ha humano fora da cultura
(valores, usos, costumes, hábitos, regras e episteme), o homem não nasce humano e sim
se torna humano na vida social e histórica no interior da cultura.

Huminização é quando o humano produz-se produzindo cultura e sendo por ela


produzido, portanto este conceito é diferente de humanização que corresponde a um
conceito ético = processo de criar condições de vida mais digna para as pessoas como
um todo. O aparecimento da cultura pressupõe a do homem vice-versa.

Os produtos culturais resultam de duas ordens ideias e as coisas:

Ideias – produtos ideias - estão estranhados de materialidade.

As coisas – produtos materiais – estão impregnadas de idealidade.

NOTA: A característica dos produtos culturais é por hereditariedade e genética


(ninguém nasce sabendo) – A geração seqüente não pode limitar a consumir a cultura já
existente, necessita recriá-la e superá-la.

CONHECIMENTO VALORES: FRONTEIRAS DA NÃO NEUTRALIDADE

Visão de mundo é uma compreensão da realidade.

Como a vida é processo e processo é mudança, o ser humano é ser capaz de ser
diferente.

Os valores e os conhecimentos não têm existência autônoma dependem de humanos


que os elaborem e atribuem significados de forma manifestada. E estes significados não
são unívocos, do mesmo modo para todos, sempre, moldando pela cultura, historia. E
estes estão marcados pela relatividade, só ganha sentido em relação a um determinado
grupo social: comer sapo...

François Laplantine “Presos a uma única cultura, somos não apenas cegos as dos
outros, mas míopes quando se trata da nossa”.

Educação significa levar a um lugar diferente daquele que está.

As três (3) obsessões evolucionistas que ainda vivemos com ela e que se converteram
em preconceitos são:

Primeiro: passado é sinómino de atraso ignorância inocente.


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Segundo: verdade é uma conquista inevitável da racionalidade progressiva.

Terceiro: ciência é instrumento de redenção da humanidade em geral.

“Os filósofos não brotam da terra como cogumelos, eles são


frutos de seu tempo, de seu povo, cujas mais sutis e mais ocultas
se traduzem em ideias filosóficas. O mesmo espírito fabrica as
teorias filosóficas na mente dos filósofos, e constrói estradas de
ferro com as mãos dos operários. A filosofia não é exterior ao
mundo”

Karl Marx

CONHECIMENTO E VERDADE:

A MATRIZ DA NOÇÃO DE DESCOBERTA

Verdade do latim veritatem que está atada ao radical verus (certo, auténtico, correto),
em grego é alétheia = onde o prefixo a significa não e o verbo letho significa esquecer,
deste ponto de vista verdade nos dá idéia de não esquecível, não obscurecido, não
velado, não coberto = desvelamento ou descoberta.

ELOS HISTÓRICOS DE PARADIMAS9 GREGO

A civilização grega é a motriz inicial dos parâmetros lingüísticos, estéticos, políticos,


filosóficos e científicos do ocidente.

Formação da sociedade grega:

1.º Pré-homérico (século XX até XII a.C) - os grupos como os aqueus, jônicos e
eólios eram nômades e pastores e depois sedentarizaram e formaram núcleos “urbanos”
(micenas que era a maior cidade dos aqueus) – se estenderam até a ilha de Creta
(civilização creto-micênica). Os Dóricos no século XII a.C invadiu e destruiu o poder
micénico; e como resultado as populações se agruparam em unidades familiares
chamadas genos.

9
PARADIGMA (gr. paradeigma) 1. Segundo Platão, as *formas ou *idéias são paradigmas, ou
seja, arquétipos, modelos perfeitos, eternos imutáveis dos objetos existentes no mundo natural
que são cópias desses modelos, e que de algum modo participam deles. As noções de paradigma
e de participação, ou seja. da relação entre o modelo e a cópia, levam, no entanto, a vários
impasses que são discutidos por Platão sobretudo no diálogo Parménides (128-134). 2. O
filósofo da ciência Thomas Kuhn utiliza o termo em sua análise do processo de formação e
transformação das teorias científicas — da "revolução" na ciência — considerando que "alguns
exemplos aceitos na prática científica real — exemplos que incluem, ao mesmo tempo, lei,
teoria, aplicação e instrumentação — proporcionam modelos dos quais surgem as tradições
coerentes e específicas da pesquisa científica" (A estrutura das revoluções cientificas). Esses
modelos são os paradigmas, p. ex. A astronomia copernicana, a mecânica de Galileu, a
mecânica quântica etc. Assim, "um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade
partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em indivíduos que partilham um
paradigma" (id.).
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2.º Período homérico (XII – VIII a.C) – é caracterizada pela actividade agropastoreio
que distribuíam os bens de forma igual aos seus membros, chefe era um homem, a
transmissão do poder era hereditários (genos), os que tinham as maiores terras
tornaram-se aristocrata (grego Aristo significa melhor e Kratia significa domínio)
depois nasce a polis (Cidade – estado).

3.º Arcaico (VIII – VI a.C) – consolidação da polis, Esparta, Tebas, Corinto e Atenas
(Atenas fundada no século X a.C, tinha muitos conflitos sociais), poder – grandes
propriedades de terra e escravos. Depois os pequenos proprietários foram sendo
espoliados (transformaram em escravos), os saques, espólios de guerra, escravização de
derrotados ou endividados e também é neste período que surge uma nova forma de
governo chamado democracia que foi implementado por Clistenes – um aristocrata que
liderou a derrota das tiranias), no século VI a.C, resultou a repartição da polis e suas
cercanias em unidades políticas chamadas demós =composta de todos os cidadãos:
homens gregos adultos, livres, dos 400 mil habitantes, 10% eram cidadãos, 50% eram
escravos, 25% estrangeiro residentes e os restos eram mulheres e crianças.

O PERIODO DAS INDAGAÇÕES FILOSÓFICAS

No período pré e homérico as indagações mais fortes articulava-se na ordem do povo,


cosmo10, na busca da identidade, na explicação da existência da realidade e o veiculo
que dava sentido a vida era os mitos (carregados de conteúdos religiosos e desprovido
de uma racionalidade interna: Zeus, Apolo, Afrodite, Aquiles, Hercules, Júpter, Édipo,
Jocasta (deuses, heróis e personagens) = correspondia à cosmogonia11 como Adão e
Eva.

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COSMO (gr. kosmos) 1. Palavra grega que significa "ordem", "universo", "beleza" e
"harmonia" e que designa, em sua origem. o céu estrelado enquanto podernos nele detectar certa
ordem: as constelações astrais e a esfera das estrelas fixas. Por extensão, designa, na lingua-gem
filosófica, o mundo enquanto é ordenado e se opõe aos caos. 2. Na tísica aristotélica, domina o
modelo de um cosmo finito, bem ordenado. Tanto a concepção aristotélica quanto a escolástica
do mundo valorizam o mundo "supralunar" cujos objetos incorruptíveis (planetas, Sol e estrelas
fixas) são organizados numa ordem eterna e per-feita, por oposição ao nosso mundo "sublunar"
desordenado, submetido à corrupção e ao "fluxo do devir". Os movimentos dos objetos do
mundo supralunar são uniformes, circulares (o círculo é a figura perfeita) e eternos. Mas os
objetos do mundo sublunar traduzem uma "intenção de ordem", pois uma pedra lançada no ar,
por um movimento "violento", busca seu lugar "natural". 3. Com a revolução científica e
mecanicista do séc.XVII, j á anunciada por Copérnico, altera-se totalmente a imagem
aristotélico-ptolomaica de um mundo fechado, eterno e finito, que é substituída pela concepção
de uma causalidade cega num espaço geometrizado. Doravante, não é mais a Terra, mas o Sol,
que se encontra no centro do mundo.
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COSMOGONIA (gr. kosmogonia: criação do mundo) Teoria sobre a origem do *universo,
geralmente fundada em lendas ou em *mitos e ligada a uma metafísica. Em sua origem, designa
toda explicação da formação do universo e dos objetos celestes. Atualmente, designa as
explicações de caráter mítico. Ex.: as cosmogonias pré-socráticas de Tales de Mileto,
Anaximandro, Empédocles etc.
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No período arcaico as indagações mais fortes eram: como mundo funciona como é a
realidade e qual é a sua composição = correspondia à cosmologia12. Com excedente os
aristocratas “skholé” – ócio, assim sendo vai se desenvolver um tipo específico de
pensamento metódico e sistemático, não sujeito a aplicabilidade imediata, praticado por
filósofos (philos que equivale à afeição por e Sophia que equivale a sabedoria).

Skholé = schola em latim que significa ócio. Ócio em latim otium negócio e negotuim é
para negar o ócio.

Período clássico propriamente dito (V-IV a.C) tem como principais indagações: do
que é feita a realidade13. Ela é estável ou passageira, como edificar pontos de referencia
para o conhecimento, onde está a verdade. Podemos notar que os escravos não tinham
ócio, já que os aristocratas tinham ócio que os levava a terem tempo para refletir
(filosofo). Foi precisamente por este motivo que os sofistas vão ser os gregos não

12
COSMOLOGÍA (do gr. kosmos: mundo, e logos, ciência, teoria) Conjunto das teorias
científicas que tratam das leis ou das propriedades da matéria em geral ou do universo. Toda
cosmologia supõe a possibilidade de um conhecimento do mundo como sistema e de sua
expressão num discurso. Por isso, a imagem do sistema do mundo é determinante para toda
filosofia que se pretende sistemática. O postulado de uma totalização do mundo, pelo saber,
revela-se indispensável a uma eventual totalização do próprio saber. A cosmologia aristotélica
era uma filosofia que constituía um sistema do mundo e se estruturava em um sistema,
apresentando uma imagem do mundo totalmente fechada, finita, centrada e hierarquizada. A
cosmologia copernicana, em contrapartida, substituiu essa imagem pela imagem de um
universo finito, sem ordem e descentrado. A filosofia transcendental de Kant, ao se comparar
com a revolução copernicana, estabelece que a cosmo-logia não constitui mais um problema
para a filosofia. Doravante, ela se dá por tarefa elaborar urna teoria do conhecimento, de suas
condições de possibilidade, pois numa concepção infinitista do mundo não há mais lugar para a
noção de cosmo, vinculada à noção de totalidade. A natureza (phvsis) é homogênea, sem
regiões do ser separadas, sem relações estruturadas por um centro nem tampouco pela oposição
do alto e do baixo, do céu e da Terra. Enquanto indica a priori os lugares naturais das coisas e as
direções do movimento, a cosmologia constitui um obstáculo à instauração da física como
ciência experimental. Observemos que toda cosmologia supõe a possibilidade de um
conhecimento do mundo como sistema e de sua expressão num discurso sistemático. O
postulado de urna totalização do mundo pelo saber é indispensável para que se opere a
totalização do próprio saber. Por isso, o fato de una filosofia constituir-se num sistema do
mundo torna-se evidente quando possuímos uma imagem do mundo que é a de uma totalidade
fechada, finita e hierarquizada. O mesmo não ocorre quando possuímos urna imagem do
universo infinita, sem ordem e descentrada, corno a copernicano-galileana.
13
REALIDADE (lat. medieval realitas) 1. Tudo aquilo que existe, que é *real. Conjunto de
todas as coisas existentes. 2. Característica ou qualidade daquilo que existe, ex.: a realidade do
mundo exterior. Oposto a aparência. 3. Quando certos filósofos idealistas se perguntam sobre a
realidade do mundo exterior, estão se perguntando se o mundo possui uma existência efetiva
exterior a nosso pensamento ou se não passa de um conjunto de representações de nosso
pensamento. Quer reconheçamos, quer não, ao mundo exterior uma realidade assim entendida,
todos os filósofos estão de acordo em considerar os objetos do pensa-mento como realidades: a
idéia de causa, de igualdade etc. E claro que os objetos matemáticos, por exemplo, não possuem
existência fora do pensamento; não obstante, existe uma realidade do círculo, do ângulo, do
número etc. real. 4. 0 princípio de realidade, enunciado por Freud, é aquele cuja ação modifica,
no funcionamento do psiquismo. a ação do princípio do prazer, regulando a busca das
satisfações em conformidade com as exigências do meio social.
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aristocratas e estrangeiros contratados pelos comerciantes que ensinavam os mesmos, e


estes eram ridicularizados pelos aristocratas, vão ser imputado como: indignos, servil do
trabalho intelectual mediante pagamento: abalavam a ordem aristocrata: Dentre os
sofistas temos a destacar Protágoras14 (485 – 411) e Górgias15 (485 – 380)

A PRESENÇA DE SÓCRATES

Ágora era a praça dos debates políticos publico. Ubi veritas? [Onde esta a verdade?]

Sócrates (469 – 399 a.C) para ele o conhecimento chega até nós através dos sentidos e
da razão (quer os sentidos como a razão nos enganam): ilusão de óptica, pensamos algo
e a realidade é outra. O mesmo gostava de consulta os deuses, situava em Delfo =
respostas dos deuses as questões humanas, que fazia era uma sarcedotisa de Apolo
denominada Pítia. Harvey “em matérias mais profanas seus pronunciamentos eram uma
estranha mistura de sabedoria, charlatice e trivialidade”. No templo dentre as inscrições
gravadas orientada para a solução de sua indagação: conheça-te a ti mesmo.

A verdade está em nós. Quem sou eu? O portador da verdade. Como chegar até ela?
Examinando a mim mesmo. O que é a verdade? Ela é evidente por si mesma; ao
encontrá-la vou sabê-lo se a verdade está em nós e como mortal, não somos seus
geradores e ainda assim ela chegou até nós, quem colocou aí?

Sócrates aos 70 anos foi condenado ao “suicídio”, foi acusado de desvirtualizar o


comportamento dos jovens e ofender a religião ateniense. Na secção 42.ª da Apologia
de Platão “À hora da partida chegou, e nós seguimos nossos caminhos – para mim,
morrer para vocês, viver. Qual é o melhor, só Deus sabe”.

A SÍNTESE PLATÓNICA

14
PROTÁGORAS (séc.V a.C.) O grego Protágoras (nascido em Abdera) é um dos filósofos
sofistas preocupado não com as cosmogonias e os sistemas, mas com a introdução de certo
"humanismo" na filosofia. Ele prega uma espécie de relativismo ou de subjetivismo. De sua
obra, ficou apenas uma frase: "O homem é a medida de todas as coisas, do ser daquilo que é, do
não-ser daquilo que não é". Quer dizer: todo conhecimento depende do indivíduo que conhece;
o vento só é frio para mim e no momento em que sinto frio; as qualidades do mundo variam
com os indivíduos e no mesmo indivíduo; o aspecto do mundo não é sempre o mesmo; não há
verdade nem erro: valem apenas as representações que são proveitosas e salutares. Temos aí
uma espécie de "pragmatismo" humanista.
15
GÓRGIAS (c.485-380 a.C.) O retórico e filósofo grego (nascido na Sicília) sofista Górgias
foi professor de oratória e retórica em Atenas. Como filósofo, não acreditava na existência de
uma ciência real. Para ele, é impossível saber o que existe verdadeiramente e o que não existe.
Nada existe, porque nem o ser nem o não-ser são dados da experiência. Por isso, não há uma
relação do ser com o não-ser, pois o juízo se tornaria impossível caso o ser participasse do não-
ser e vice-versa. Se existisse alguma coisa, não poderíamos eonhecê-la, porque a realidade
sensível não é inteligível, e o que seria inteligível não é dado, portanto é inexistente. Se pode-
mos conhecer alguma coisa, nada podemos dizer sobre ela. Uma vez que a linguagem é
perfeitamente arbitrária, as palavras traem o pensamento. Portanto, todo juízo distinto de "o ser
é" (juízo estéril por sua imobilidade) é absurdo, pois confunde sujeito e atributos.
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Platão – o seu nome ao nascer era Aristocles (427 a.C), era de uma família nobre,
fundou a mais influente academia da antiguidade. Na sua cosmogonia (origem do
mundo) – o nosso mundo é antecedido pelo caos (grego Kháos/abismo, fenda, confusão
composta de matéria bruta = matéria sem forma um dos deuses foi encarregado de dar a
ordem ao caos, esses deus era uma espécie de demiurgo (demos = povo mais ergon =
trabalho, os gregos davam este nome aos artífices ou artesão nas cidades = o demiurgo,
uma divindade masculina, introduziu-se eroticamente no caos e transformou em cosmos
(kosmos = universo, mundo). kháos era feminino em gênero e em sentido e o demiurgo
apenas modelou os originais (eldos = as essenciais ou as verdades de tudo).

Verdades eternas e imutáveis: são aqueles que não são materiais, que se transformam
(não nascem, não se modificam, não parecem).

Ele estabelece a teoria dos dois mundos:

O mundo sensível: o mundo em que eu e você vivemos é o mundo das coisas, das
materialidades, das aparências e das copias. Este mundo é material, mutável, finito e
imperfeito.

O mundo inteligível: é o mundo das verdades, das ideias, das formas, das essenciais,
dos originais. Este mundo é imaterial, imutável, eterno e perfeito.

A criação a partir do nada (ex-nihilo) típico: judaísmo, cristianismo, muçulmano.

Por isso é que o Platão desprezava os artistas plásticos e os poetas: “copiavam a copia”
criam aparência.

O Homem é composto que participa dos dois mundos. A sua essência é a alma que não
é copia, é um original que está presente neste mundo, matéria é o corpo que é copia da
essência do corpo. Cada alma veio para o mundo sensível porque em alguma situação
no mundo das ideias, erramos e fomos castigados pelos deuses. E o castigo é encarnar e
ficar prisioneiro na matéria, a finalidade é purificar-se praticando ascese = grego áskesis
= o corpo ao morrer nesta vida, volta à companhia dos deuses para sempre. Corpo é a
morada terrena de uma alma (que foi exilada) que sofre, tem necessidade, abafa,
esconde as verdades do mundo ideal.

Aprender é recordar, conhecer é descobrir = Teoria Reminiscência.

Como a nossa alma veio do mundo inteligível, neste caso, as verdades estão em nós
precisamos apenas dar luz (grego maieutike = fazer parto). A moral da caverna é que o
filosofo é aquele que descobre ou espalha a luz e é perseguido por causa desta luz, a
guisa de exemplo temos a pessoa de Sócrates.

(Branca, jurema Ponce: numa conferencia: 18.10.1993).

Alguns atropelos interpretativos – A direção política seria uma atividade destinada aos
filósofos – porque estes devotam inteiramente a skolé, estas eram aristocratas (poder
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

dos melhores), daí que bania a democracia impera doxa (opinião) em vez de episteme
(ciência).

A verdade é a relação entre sujeito e o objecto – histórico – não é absoluta, eterna –


coletivamente é uma construção cultural mutável.

“A distinção entre o verdadeiro e o falso aplica-se às


ideias, não aos sentimentos. Um sentimento pose ser
superficial, mas não mentiroso”.

Arthur Koestler

A ESCOLA E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Mídia é um (I) e um duplo (P): instrumento pedagógico poderoso.

A Matemática é a ciência mais humana de todas, pois resulta da pura abstração e da


criação livre de nossas mentes.

Bárbaros: Termo usado no grego antigo = antigo, aos forasteiros – romanos = cruel,
violento e rude.

Vândalo: Germânia que no século V, o povo germânico conquistou romano =


brutalidade, gerando, inclusive.

Selvagens: que vivem nas selvas = ferozes.

Desbravador: nome vindo do latim vulgar brabus, concreção de barbarus que reagiram
furiosamente a destruição de suas culturas, regiões e territórios.

INTENCIONALIDADE, ERRO E PRÉ-OCUPAÇÃO

“fazemos, logo, pensamos, assim, existimos” PAULO FREIRE = método:

1.º Intencionalidade: busco por tem um objetivo = método é a ferramenta dessa


intencionalidade, é escolha que nunca neutro.

2.º Corpo e consciência são ferramentas de intencionalidades, isto é, somos métodos.

3.º Existimos: fazendo. E porque fazemos, pensamos e por pensamos e por pensamos,
fazemos nossa existência.

THOMAS ALVA EDISON (1847 – 1931) – Para fazer uma lâmpada incandescente
teve mais de 1150 experimentos fracassados (MORAIS, 1977, 21)

IAN WILMUT (1945) – 1997 conseguiu criar um clone (copia idêntica) de uma
ovelha, mas ele declarou ter falhado 276 vezes.

MILLOR FERNANDES (1924) – “A humanidade avançou porque o cérebro humano


não tem certezas, experiências e erro é seu destino” (FERNANDES, 1994, 92).
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

ISAAC NEWTON (1642 – 1727) – considerado um dos maiores cientistas de todos os


tempos; sua obra princípios Matemáticos da Filosofia Natural, lançada em 1687, é um
marco do conhecimento cientifico e nela expõe sua teoria sobre a Gravitação Universal
dos corpos, que perdurou incólume por mais de dois séculos. Sofreu abalo significativo
em 1915, quando Albert Einstein apresentou outra visão sobre os fenômenos
gravitacionais na sua Teoria da Relatividade.

A pergunta que se impõe, é será que Newton estava errado e foi corrido por Einstein?
Não; Newton construiu o conhecimento possível naquela época e, por que o fez,
Einstein pode retomá-lo e levar adiante uma nova construção teórica mais completa
(que, por sua vez, vem sendo alterada).

“os corpos se atraem na razão direita de suas massas e na razão inversa do quadrado da
distancia entre elas”.

Não há conhecimento significativo sem pré-ocupação: desta não há conhecimento que


possa se apreendido e recriado se não se mexer, daí que ao ensinar é necessário que o
professor parta das preocupações dos alunos, do contrario o professor conseguirá que os
alunos decorem (constrangidos e sem interesse) os conhecimentos que deveriam se
apropriados (tornados próprios).

O desinteresse e a indisciplina dos alunos atribuem muita das vezes ao distanciamento


dos conteúdos programáticos em relação às preocupações que aqueles trazem para a
escola.

RITUALISMO, ENCANTAMENTO E PRINCÍPIOS

Para alguns educadores, a sala de aula é um lugar de culto, com as seguintes


características:

 A sala é lugar de cerimônia com rituais quase religiosos: a aula. Como interior de
um tempo, requer silencio obsequioso, um celebrante que domine os instrumentos
do culto e fieis conscientes de sua fragilidade na produção da cerimônia.

 Como em um culto, nesse lugar a disposição espacial obedece a hierarquia: o


celebrante a frente, no lugar principal, com espaço para movimentar-se e um
mobiliário diferente e destacado dos demais da sala, com dimensões amplas para
poder espalhar os instrumentos; aos fieis; aos fieis cabe arrumarem-se
ordenadamente, em filas ou círculos, nos moveis menores.

 É o celebrante que dá inicio ao culto, quem o dirige e quem tem o poder de


interrompé-lo ou encerrá-lo; há muitas partes da cerimônia que são recorrentes,
repetitivas até, e isso propicia segurança a todos os presentes.
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

 O que dá legitimidade maior ou menor ao celebrante é sua capacidade de operar as


ferramentas do culto (formulas escritas, procedimentos, enunciados espontâneos e
domínio vocálico (apropriado), instaurado, assim uma ponte de ascendência sobre
os participantes, que devem estar convencido da necessidade de alguém que os guie
no mundo do desconhecido.

 Deve também o celebrante ser dotado de algumas características pessoais, além do


domínio dos instrumentos: ser paciente e compreensivo com as dificuldades inatas
aos participantes – afinal, por tê-las é que estão ali; manifestar uma bondade segura
e uma assepsia moral – sinais de distinção em meio a todos – e, por fim, ser severo
quando preciso, pois é marca da autoridade e meio de correção.

 Dos demais participantes é esperado que se pronunciem quando avocados,


preparem-se previamente para presenciar a exposição de mistérios, confessem e
reconheçam seus erros, submetam-se as provações indispensáveis para se corrigirem
e, finalmente, compreendam que esse é o único meio de ultrapassar as limitações.

Para outros a sala de aula é um ambiente teatral, marcados por situações como
abaixo:

 A sala de aula de um espetáculo com cenas quase teatral: aula. Com o interior de
um teatro, requer atenção continua um ator principal que saiba interpretar e catalisar
os sentidos, e uma platéia dispostos a viver voluntariamente emoções.

 Nessa sala, a distribuição do espaço é orientada, no mais das vezes, para situar o ator
em nível de altura acima da pateia, de modo a ser visto por todos e também
destacar-se, ocupando o sitio de honra; o espaço do ator é bastante amplo em relação
ao restante, permitindo a ele uma liberdade de movimentação que avança, inclusive,
pelo lugar destinado a platéia. Essa, por sua vez, encontra-se disposta em fileiras ou
em formato de arena, desde que o ponto de referencia seja o ator.

 A platéia, quando vem para o lugar, já tem alguma noção do tema da peça, mas
desconhece o enredo, em algumas peças ai representadas a platéia é chamada
também a participar ativamente sem, no entanto, determinar o quê nem quando o
fará.

 É muito difícil nesse lugar a representação de enredo produzido pelo ator,


frequentemente ele desempenha um papel ensaiado, recorrendo, quando preciso, ao
ponto. Contudo, nas oportunidades em que o ator também é o autor, ou quando dá a
sua própria interpretação ao enredo, a representação torna-se uma representação e
as emoções ficam muito mais verdadeiras.

 Nem sempre a peca é adequada para o tipo de platéia ou tem para ela uma
significação explicita; porem, ela a assiste, por habito ou apatia, até o final (os que
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

saem entes são olhados com reprovação pelos outros e pelo artista). Muitos que não
entendem a peça até imaginam que a responsabilidade pela não compreensão é deles
mesmos.

O comportamento infantil e adolescente possui um componente fulcral que é a


ludicidade – uma característica predominante nas varias espécies de primatas,
sinalizando uma relação estreita entre uma inteligência mais complexa e a capacidade
maior de brincar: usualmente, consideramos mais inteligentes os outros animais
(primatas ou não) que conosco demonstram proximidade lúdica. E nos como adultos
represamos em nós esta atitude.

Neste caso, a aula deve ser um lugar de relação afetiva, impõe dedicação, confiança
mutua maleabilidade e prazer compartilhado: o tamanho, arranjo e localização dos
moveis não importa muito, desde que a partilha seja agradável e justa. Cada um dos
envolvidos (professor – alunos) traz o que já tinha para trocar, esta troca não deve levar
a perdas; por ser uma repartição de bens, todos precisam esforçar-se para cada um fique
com tudo. Por ser um lugar de relação afetiva, a sala de aula é espaço para confronto,
conflito, rejeições, adesões, paixões, medos e sabores.

A criação e a recriação do conhecimento na escola não estão apenas em falar


prazerosamente, mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as coisas, ou seja,
quando o educador exala gosto pelo que está ensinando, ele interessa nisso também o
aluno. Deve notar que a seriedade não é sinônima de tristeza, o ambiente alegre é
propicio a aprendizagem e a criatividade, desde que não se ultrapasse a sutil fronteira
entre alegria e desconcentração improdutiva.

Essa alegria é resultado de um processo de encantamento recíproco, no qual a transação


de conhecimento e preocupação não é unilateral. A sala de aula é um lugar de
amorisidade não numa perspectiva simbólica, mas sim num sentir.

Os educadores precisam ter o universo vivencial discente como principio (ponto de


partida) de maneira a atingir a meta (ponto de chegada) do processo pedagógico – A
pratica educacional tem como objectivo central fazer avançar a capacidade de
compreender e intervir na realidade para além do estagio presente, gerando autonomia e
humanização.

Paulo Freire – defensor extremado de uma educação globalmente libertadora, inibe


uma pedagogia dos oprimidos “reféns”.

Por uma questão de sobrevivência, o homem é obrigado a enfrentar, a lutar com o


mundo, alterando este e sendo alterado por ele.

Na historia da humanidade a luta principal Homem Vs Mundo, e foi substituído por


um embate secundário Homem Vs Homem.
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

O conhecimento não é neutro porque é relativo a historia e a sociedade, daí que todos
os conhecimentos têm substancia de impureza, ascética e nodoa. Está impregnado de
mudança cultural.

“Acontece que um homem não atinge a condição


de Galileu simplesmente por ter sido perseguido;
ele também precisa estar certo”

Stephen Jay Gould

CONHECIMENTO ESCOLAR.

EPISTEMOLOGIA E POLÍTICA

JAN AMOS KOMENSKY (1592-1670) – educador nascido na Moravia (parte da


actual República Tcheca) e que buscou empreender reformas educacionais em seu país,
na Suécia, Inglaterra, polônia, Hungria e Países Baixos. Por volta de 1632, anunciou a
sua analise sobre a educação. Para ele as causas da desordem escolar são a ignorância,
inveja maldosa, desamparo e exaustão pessoal.

A RELAÇÃO SOCIEDADE/ESCOLA: ALGUNS APELIDOS


CIRCUNSTANCIAIS

Otimismo ingênuo é um apelido resultante da relação entre a escola e sociedade. Neste


sentido este apelido atribui a ESCOLA uma missão salvífica, ou seja, a ESCOLA teria
um caráter messiânico, nessa concepção o EDUCADOR assemelharia a um sarcedote,
teria uma tarefa quase religiosa e, por isso, seria portador de uma vocação. Na relação
com a SOCIEDADE, a compreensão é a de que a EDUCAÇÃO seria a alavanca do
desenvolvimento e do progresso.

Essa concepção é OTIMISTA porque valoriza a ESCOLA, mas é INGÉNUA porque


atribui a ESCOLA uma autonomia absoluta na sua inserção social e na capacidade de
extinguir a pobreza e miséria que não foram por ela originalmente criadas:

A ESCOLA
SOCIEDADE está do lado de
fora, com a
capacidede de,
por si mesma,
ESCOLA alavancar a
sociedade.

E essa concepção nos traz a idéia que ESCOLA seria suprassocial, não estando ligada
a nenhuma classe social especifica e servindo a todas indistintamente: Educador
desenvolveria a sua atividade marcada pela neutralidade, não estando a serviço de
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

nenhum grupo social, político, partidário, etc. Para ela, o EDUCADOR seria um agente
do bem comum (romantismo).

Aspectos positivos desta concepção: Está na sua capacidade de dar destaque a tarefa da
ESCOLA; ao imaginá-la como politicamente desinteressada (incorrendo na suposição
de que em uma sociedade de desiguais, com conflitos e confrontos internos, seja
possível estar neutramente situado) resulta simplória e pode configurar o que é chamado
de inocência útil.

Pessimismo ingênuo é um apelido resultante da relação entre a escola e sociedade.


Abalou nos meados dos anos 70 do século XX a concepção otimista da educação,
segundo está concepção a EDUCAÇÃO tem tarefa primordial de servir ao poder e não a
de atuar no âmbito global da sociedade e, por isso, não é nada mais do que um
instrumento da dominação. Defende que a função da ESCOLA é a de reprodutora da
desigualdade social, com um caráter dominador; O EDUCADOR é um agente da
ideologia dominante, ou seja, um mero funcionário das elites. Neste caso, a relação da
ESCOLA e SOCIEDADE é a de ser um aparelho ideológico do ESTADO, destinado a
perpetuar o “sistema”.

SOCIEDADE ESCOLA sofreria


uma determinação
absoluta da
ESCOLA SOCIEDADE
(das elites que
controlam.

Nesta concepção, a ESCOLA não tem nenhuma autonomia, sendo determinada, de


maneira absoluta, pela classe dominante da sociedade, que maneja livremente por deter
poder político e econômico. O PESSIMISMO desta posição está no fato de sua
compreensão do papel unicamente discriminatório da ESCOLA, desvalorizando sua
capacidade como ferramenta para conquista da justiça social. É ingênua porque não
radicaliza a analise e sim a sectariza, ao obscurecer a existência de contradições no
interior das instituições sociais, por não serem monolíticas, são permeáveis aos conflitos
sociais e as mudanças contínuas do tecido político em confronto nas sociedades de
classes.

Otimismo crítico é uma concepção que surgiu nos anos 80 do século XX, que viso
resgatar a positividade das anteriores (otimismo desenfreado e pessimismo militante).
Indica o valor da ESCOLA sem cair na noção de neutralidade ou colocá-la como inútil
para transformação social.

Esta concepção aponta a EDUCAÇÃO com uma função conservadora e uma função
inovadora ao mesmo tempo. A ESCOLA pode servir para produzir as injustiças, mas
concomitantemente, também é capaz de funcionar como instrumento para mudanças (a
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

elites utilizam para garantir seu poder, mas por não ser asséptica, ela também serve para
enfrentá-las) estes controlam o sistema educacional: controlando o salário (salários
péssimos para os funcionários abandonarem esta actividade), condições de trabalho,
burocracia, etc.

Para um otimismo critico, o EDUCADOR é alguém que tem um papel


político/pedagógico. Ou seja, a sua actividade não é neutra e nem absolutamente
circunscrita. A EDUCAÇÃO ESCOLAR E OS EDUCADORES têm uma autonomia
relativa:

SOCIEDADE

ESCOLA

OS EDUCADORES estão mergulhados numa dupla faceta: A nossa determinação e


autonomia são relativas.

A CONSTRUÇÃO DA INOVAÇÃO: INQUIETAÇÃO CONTRA O


PEDAGOCÍLO

Pedagocídio é resultante do fracasso escolar. É resultante de causas extra-escolares:


precárias condições econômicas e sociais da população, formação histórica colonizada,
poderes públicos irresponsáveis ou atrelados aos interesses de uma elite predatória, etc.
Causas intra-escolares (existe contradição entre o caráter inovador e conservador da
pratica educativa). O Pedagocídio manifesta-se no uso não refletivo e critico dos livros
didáticos, passa por uma seleção de conteúdos excessivamente abstrata e sem,
integração e chega até a uma culpabilização dos alunos pelo próprio fracasso.

“A tarefa da Escola não é facilitar a aprovação, mas sim dificultar a reprovação inútil e
unepta, que é aquele que acontece por responsabilidade nossa, em função do modo
como nosso trabalho se organiza.”

Quando em EDUCAÇÃO, se analisa o passado, é preciso fazer uma distinção entre o


tradicional e o arcaico. O TRADICIONAL é o que deve ser resguardado, protegido até,
por ter apresentado um nível de eficiência aceitável no trato das questões pedagógicas;
já que o ARCAICO é o ultrapassado, o envelhecido negativamente, aquela que não tem
mais aplicabilidade em novas circunstancias.

SOBRE IDEIAS E PÃES

Em meados dos anos 70 do século XX, dois caciques da nação xavante vieram de avião
visitar a cidade de São Paulo, isto é, Brasil. Chegando lá foram dormir num hotel. No
dia seguinte foram levados para passear. Andaram com eles no metrô, visitaram um
shopping Center e foram até ao mercado municipal: chegando lá ficaram boquiabertos
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

com cenário: pilhas e pilhas de alface, cenoura, tomate, de laranja, etc. Tinha algumas
folhas e frutas esmagados e caídos no piso.

De repente um deles viu uma criança de uns 10 anos de idade, negro, pobre
(vestimentas), que catava verduras e frutas amassadas, estragadas e sujas, e as colocava
em um saquinho plástico. E diante do mesmo perguntou: o que ele esta fazendo?
Responderam de forma obvia: Ele está pegando comida. Passando 10 minutos, disse:
não entendi. Por que o menino está pegando aquela comida podre se tem tanta coisa boa
nas pilhas e caixas? Outra resposta evidente: porque para pegar nas pilhas precisa ter
dinheiro. Insiste o xavante (já irritante, pois está escavando onde a injusta sangra): E por
que ele não tem dinheiro? Réplica enfadonha do civilizado: Porque ele é criança! Torna
o índio: E o pai dele? Tem dinheiro? Outra obviedade: Não, não tem. Questão final:
Então, não entendi de novo. Por que você grande tem dinheiro e o pai do menino, que
também é, não tem? A única saída possível foi responder: Porque aqui é assim!

Os índios pediram para ir embora da cidade. Não tiveram uma revolução ética, mas
cultural; o ser humano é ser junto. É necessário negar a afirmação liberticida de que “a
minha liberdade acaba quando começa a do outro”. A minha liberdade acaba quando
acaba a do outro; se algum humano ou humana não é livre, ninguém é livre.

Ex: Se alguém não for livre da fome ninguém será livre da fome...

Os chineses têm um ditado que diz que, se dois homens vem por uma estrada, cada um
carregando um pão, e, o se encontrarem, eles trocam os Paes, cada homem vai embora
com um, porem, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando
uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as ideias, cada homem vai embora com
duas.

“Não lhe pergunte mais nada. O mestre falou.


Agora, é interpretá-lo, nas nuanças chinesas do seu
falar murado. Ele não tem obrigação de ser claro.
Muitas reputações de mestre faleceriam, submetidas
à prova da clareza.”

Carlos Drummond de Andrade

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REFERÊNCIA DO AUTOR:

MARIO SERGIO CORTELLA é um filosofo escritor e professor da PUC (Pontífice


Universidade Católica) de São Paulo, nasceu aos 05 de Março de 1954, em Londrina,
Paraná, experimentou a vida monástica em um convento de Ordem Carmelitana
Descalça (1973 – 1975), mas abandonou a perspectiva de ser monge para seguir a
carreira acadêmica. Conclui sua graduação em 1975 na Faculdade de Filosofia Nossa
 Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).

Senhora Medianeira. Em 1989 concluiu seu mestrado em Educação pela Pontífice


Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), sob orientação do Prof. Dr. Moacir
Gadotti, e em 1997, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Freire, concluiu seu doutorado
também em Educação pela PUC – SP. É professor titular do Departamento de Teologia
e Ciências da Religião e de pós-graduação em Educação da PUC – SP, na qual está de
1977, também é professor-convidado da Fundação Dom Cabral, desde 1997 a 2012 e foi
no GVPec da Fundação Getúlio Vargas, entre 1998 e 2010. Já foi secretario municipal
de educação de são Paulo (1991 – 1992), durante a administração de Luiza Erundina, e
foi membro- conselheiro do conselho técnico cientifico da educação básica da
CAPES/MEC.

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