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O FRADE

Símbolos cénicos
• a Moça. O Frade, apesar de estar vestido com o
• o equipamento hábito que caracteriza a sua classe, traz
de esgrima consigo um equipamento de esgrima
(escudo, (escudo, espada e capacete) que
espada e representa o seu lado mundano.
capacete) A rapariga que acompanha esta
• o hábito personagem, Florença, é apenas um
símbolo que revela que o Frade
quebrou os seus votos de castidade que
os membros do Clero eram e são
obrigados a jurar.

Argumentos de Defesa Argumentos de Acusação


• O Frade demonstra orgulho em todo o comportamento tão • “Gentil padre mundanal/a
desadequado ao seu estatuto de membro da Igreja, mesmo Berzabu vos encomendo!” –
que isso nada abone em sua defesa. esta argumento de acusação
• “Juro a Deos que nom t’ entendo/E est’ hábito nom me do Diabo põe em evidência a
val?” – O Frade argumenta que usa um hábito, pensando vida “pouco católica” do Frade,
que este bastará para se salvar, uma pouco como o Fidalgo muito dado aos prazeres do
ao referir o seu estatuto nobre. mundo e da carne.
• “Eu hei-de ser condenado?/Um padre tão namorado/e • “Devoto padre marido,/havês
tanto dado à virtude?” – Diz-se virtuoso e orgulha-se de de ser cá pingado…” – O Diabo
viver apaixonado pelos prazeres do mundo e da carne, o acusa-o através de uma
que acaba por não ser uma defesa, mas ajudar à contradição, pois um padre
condenação. nunca poderá ser marido,
• “Nom ficou isso n’ avença.” – O Frade refere em sua defesa segundo as regras da Igreja. O
que no seu “contrato religioso”, não estava previsto que Frade está a ser acusado de ter
pudesse ser condenado ao Inferno, mostrando que não pôs violado os votos de castidade.
em prática a religião que representava.
• “Como? Por ser namorado/e folgar com ua mulher/se há
um frade de perder,/com tanto salmo rezado?” – Tal como
o Fidalgo e como o Sapateiro, o Frade julga salvar-se
apenas por ter rezado algumas orações mecânicas. Aqui se
critica a má prática da religião, sendo ainda mais grave por
se tratar de um membro do Clero.

Percurso cénico

Cais Barca do Diabo Barca do Anjo Barca do Diabo

Caraterização Intenção crítica


• O Frade, apesar de ser uma personagem muito criticada, é É feita uma crítica a todo o Clero,
uma das mais divertidas desta peça. Assume-se como uma vez que o Frade é uma
“cortesão”, frequentador da corte, o que revela o seu lado personagem-tipo (“E eles fazem
pouco espiritual e dado ao prazer. Gostava de actividades outro tanto”), provando que esta
pouco próprias da sua classe (Clero), como a esgrima, e não classe religiosa levava,
tinha cumprido, em vida, o voto de castidade, o que é frequentemente, uma vida
retratado na Moça que o acompanha. desajustada aos votos que jurara
• O Frade é uma personagem-tipo que viveu pensando salvar- de apego aos bens espirituais e
se apenas por ser “frade”, como todo o Clero da época de Gil não materiais. Gil Vicente acusa,
Vicente, provavelmente. A esta cena ajusta-se na perfeição o nesta cena, o Clero de viver em
ditado popular “O hábito não faz o monge.”. desacordo com as suas
obrigações.

Sentença
É condenado ao Inferno.
É bastante importante verificar que o Anjo nem dirige a palavra ao Frade. Talvez esta não intervenção
do Anjo tenha implícita uma simbologia e uma crítica. O Frade é um representante da Igreja e como
tal deveria desempenhar bem este papel, o que não acontece. Assim, é muito mais grave ser
condenado do que qualquer outra personagem, uma vez que deveria ser um exemplo das palavras
pregadas através das suas ações.

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