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25/07/13 CURTA-METRAGEM: BISTURI

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DO M I NG O , 18 DE M AR ÇO DE 2012 P A R C ER I A C ULT UR A L

BISTURI
Delírio na Lira
Depois de algum tempo pesquisando, dando aula e atuando, acabo
chegando à conclusão que o que o ator encena é a sua relação com
S EG UI DO R ES
as coisas. Não existe personagem ou existe. Se existe, fragmentado
em uma construção estelar: cacos que se harmonizam ou se chocam,
Participar deste site
uma complexa construção de significantes em oposições e Google Friend Connect
deslizamentos, por onde o seu desejo desliza e encontra o corpo. Se
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não existe, se é o ator se relacionando com os fatos e cutucado por
uma direção, qual a diferença? De qualquer forma o que se encena é
um relacionar-se com materiais que chegam até ele ou ele busca,
com sede de encenar justamente alguma coisa que o condena a ser o
que é.

Quando vejo um filme como “A Lira do Delírio”, encontro a simplicidade


deste tipo de encenação. Aquilo simplesmente é assim. Há um
relacionar-se com o carnaval e o seu excesso, a alegria, o desbunde, Já é um membro? Fazer login
o êxtase e o outro – que é filmado, e montado. Se isto é textual (dito
por Walter Lima Jr) tanto melhor. O filme dá testemunho de que
situações ficcionais são invadidas pelo desejo do ator. Pelo que traz A R Q UI V O DO B LO G
em improvisação – já que se estimula.
► 201 3 (1 07 )

O texto improvisado implica as escolhas momentâneas das palavras e ▼ 201 2 (249)


os “ajustamentos” ao que o outro entrega para o jogo. Se há uma ► Dezembro (4)
relação estabelecida, nova, naquele instante, com o que o outro dá, ► Nov embro (1 5)

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não é possível dela escapar. O que resta ao ator é encená-la, ► Outubro (27 )
inventando no momento as palavras, já que tem um guia: a situação ► Setembro (1 5)
pré-estabelecida.
► Agosto (24)

A lógica desta situação então lhe serve de morada, já que decorada ► Julho (20)
pelo seu imaginário, pelo seu desejo e repertório de vida. Colocar-se ► Junho (1 8)
na situação da personagem nada mais é do que estimular-se a entrar
► Maio (23)
em um cômodo vazio. Se não há desejo a imperar ali e desenhar nas
► Abril (20)
paredes, não há o que fazer. O que estimula o ator é a perspectiva de
encenar a sua relação com o que pode pôr de seu naquela casa. O ▼ Março (25)
ator dá a ver algo que possui de próprio e que cabe naquela casa. A Guilherme Fontes
situação da personagem é um lugar de depósitos de materiais antigos. Lírio Ferreira
Homenagem
1 Ver em FERREIRA, Jairo. “O Cinema Delirante de Walter Lima Jr”. São Paulo:
catálogo da mostra “Jairo Ferreira: Cinema de Invenção”, 2012. Pg 86-89. Gabriela Portieri
José Roberto Eliezer
2 Conceito desenvolvido por Stanislavski. Ver em STANISLAVSKI, C. “A Paula Franco
Preparação do Ator”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989.
BIRD
Polly anna Ferrer
Há de se respeitar o que o ator tem a dar, portanto. O diretor muitas
vezes, bêbado também de desejo, quer outra coisa, e força o ator a BISTURI
mostrar-lhe o que não tem. Se a incidência e a encenação dependem Roberto Berliner
de materiais próprios, o que podem os diretores a não ser usar da
Alex Sernambi
melhor forma possível o que os atores tem a dar? Se dali pode sair
uma riqueza de singularidade sem tamanho porque centram seus Ator, profissão super-héroi
olhos em um ideal? Beatriz Seigner
Charge
Oferecer para o ator procedimentos para que ele possa alinhavar suas
Tonico Pereira
estrelas, acho que deve ser a tarefa dos diretores. Assim leio o
trabalho de Walter Lima Jr no filme “A Lira do Delírio”, onde vemos as Div ulgação
atuações geniais de Anecy Rocha, Paulo César Pereio, Cláudio Sady Baby , Mago do Eterno
Marzo, Antônio Pedro, Tonico Pereira, Otoniel Serra, João Loredo,
Luciano Amaral
Lene Nunes, Rozita Thomaz Lopes.
Luciano Chirolli
CURTA PASSIONAL
Rejane Kasting Arruda, é atriz e pesquisadora. Atua em cinema e Murilo Salles
teatro. Faz pesquisa na Universidade de São Paulo junto ao Centro de
EU CURTO
Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator. Ministra aulas de
atuação para cinema. Participou dos filmes Corpo, O Veneno da Div ulgação
Madrugada, Tanta, Iminente, Edifício do Tesouro e Medo de Sangue, Tatiana Lohmann
entre outros. É também colunista do blog 'Os Curtos Filmes', onde
Rev ista Cinema Caipira de
assina uma coluna mensal. março
P O S T A DO P O R R A FA EL S P A C A À S 06: 50
► Fev ereiro (23)
► Janeiro (35)

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Q UEM S O U EU

RA F A E L SP A CA

Radialista e
Produtor Cultural.
Sou autor do blog
Os Curtos Filmes, no "ar" desde
agosto de 2008. Colaboração em
tex tos e artigos para ‘Bigorna.net’;
‘Rev ista de Cinema Caipira’; ‘Jornal
do Cinema – Cineclube Cauim’ e;
‘Punctum’.
V I S UA LI Z A R M EU P ER FI L C O M P LET O

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