Sei sulla pagina 1di 12

4

A VIDA INTELECTUAL DO LÍDER CRISTÃO*

Marcelo Ferreira de Souza Oliveira**

RESUMO

O presente artigo objetivou fazer uma abordagem sobre a importância da leitura e do


conhecimento para o crescimento intelectual do líder cristão. Desde o início do Cristianismo
Deus levantou homens para levarem às Boas Novas ao mundo e, por vezes, esses homens que
foram levantados procuraram se preparar ao máximo para que os seus ministérios fossem
eficazes. No Novo Testamento, temos os exemplos de Paulo, Lucas, Timóteo e Apolo, e
outros tantos. Na Reforma Protestante do século XVI foi enfatizada pelos reformadores a
democratização do ensino, e também, o preparo de líderes cristãos. A Igreja Cristã atual
alcança diversas sociedades, e os desafios se avolumam, necessitando cada vez mais um
preparo por parte dos líderes para atender às demandas que lhes são impostas.

Palavras-chave: Líder Cristão; Intelectualidade; Sociedade.

1 INTRODUÇÃO
*
Artigo Científico apresentado para a conclusão de Bacharelado em Integralização em Teologia, da Faculdade
Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB, FAECAD.
**
OLIVEIRA, Marcelo Ferreira de Souza. Formando da Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e
Biotecnologia da CGADB, FAECAD, no Curso de Integralização em Teologia, da turma de 2016.
5

O hábito da leitura proporciona o desenvolvimento intelectual, como bem nos afirma


Bamberger: “A pesquisa no campo da leitura definiu-se como o ato de ler em si mesmo, como
um processo mental de vários níveis que muito contribuiu para o desenvolvimento do
intelecto”1. E, neste sentido, para o autor supracitado, a leitura é uma forma exemplar de
aprendizado.
A leitura de bons livros proporciona diversos benefícios, entre estes estão:
desenvolvimento pessoal, estímulo da criatividade, ampliação de novos horizontes de saberes
etc. E isso, é de grande valia para o líder cristão, pois o mesmo se depara com diversos
desafios nos dias atuais, e a proposta de aliar os conhecimentos que o líder tem de teologia,
se, aliada for a outras competências disciplinares, trará grandes benefícios ao ministério do
líder. A exemplo pode-se mencionar o pastor que realiza acompanhamentos. Neste caso, se o
mesmo tiver conhecimentos de psicologia e antropologia, entenderá melhor como se
transcorre o desenvolvimento do ser humano.
Sendo assim, o objetivo deste artigo tangia-se na premissa que o homem vive em uma
sociedade que está em constante mudança. Acredita-se, por conseguinte, que toda mudança
gera desafios.
A Igreja do Senhor Jesus, encontra-se inserida dentro deste contexto, e, vez ou outra,
ela é chamada a responder, dentro de uma esfera teológica, a determinadas inquietudes
sociais.
Portanto, parte-se do princípio, de que: ‘contexto histórico precede teologia’. Neste
sentido, a temática a ser abordada refere-se à vida intelectual do líder cristão, como elemento
que propicia a uma melhor leitura do contexto social.
Na primeira abordagem far-se-á uma análise historiográfica da relação púlpito versus
academia. E, em sequência, uma sucinta abordagem sobre o preparo do líder cristão.
Todavia, é sabido que se vivencia uma crise de liderança no século XXI, neste sentido,
pode-se questionar a respeito do que é liderar? Quais os desafios que um líder enfrenta?
Quais são os seus inimigos? Que ferramentas o auxiliarão em seu ministério? Entre outras
tantas interrogações.
Outro questionamento, diz respeito à aplicação da educação nos primórdios do
Cristianismo. Para tal, nos reforça a tese, o autor Justo González, pontuando que: “Não

1
BAMBERGER, Richard. Como Incentivar o Hábito de Leitura. 7. ed. São Paulo: Ática/UNESCO, 2005, p.
10.
6

possuímos muita informação de como se dava a educação após o Novo Testamento (...)” 2.
Contudo, algumas inferências podem ser feitas, como veremos no tópico a seguir.

2 A EDUCAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

No que se refere à educação após o Novo Testamento, sabe-se que, a exigência maior
era que o pastor ou bispo soubesse ler. O culto dominical durava horas, e se dividia em duas
partes: o serviço da palavra e o serviço da mesma. A taxa de alfabetização nas cidades greco-
romanas era baixa. Foi estimado que nas províncias de língua latina, a taxa variava entre 5% a
10%.
Com o avanço do Cristianismo, e, por conseguinte, o seu crescimento, fora criado
aquilo que nós conhecemos como ‘catecumenato’. A palavra catecumenato vem de
‘catequese’, que significa ensino. Os convertidos ao cristianismo que eram chamados de
‘tementes a Deus’. A exemplo de Cornélio e o eunuco etíope; conheciam a história do povo de
Israel, e acreditavam em seu Deus, mas, por motivos desconhecidos, não se converteram ao
judaísmo.
Quando estes aceitavam a Jesus como ‘O Messias’, se dispensava a necessidade de
ensiná-los assuntos concernentes à moralidade e à idolatria, por já possuírem conhecimentos
dos princípios que norteavam o povo de Israel.
Porém, com o avanço da fé cristã, em ambientes onde era desconhecida a religião de
Israel, tornou-se necessário, o desenvolvimento de mecanismos que possibilitassem levar o
conhecimento a esses futuros batizandos, para que os mesmo tivessem noção da decisão que
eles tornaram. Foram essas necessidades que deram origem ao catecumenato.
Em meados do segundo século, Justino Mártir declarou na sua primeira apologia que:

Os que se convencem e têm fé de que essas coisas que ensinamos e dizemos


são verdadeiras, e, prometem viver de acordo com elas, são instruídos antes
de tudo a orar e pedir perdão, com jejum, a Deus por seus pecados cometidos
anteriormente. E nós oramos e jejuamos ao lado deles. Em seguida,
conduzimo-los a um lugar onde haja água e, com a mesma forma de
regeneração com que também fomos regenerados (o batismo) eles são
regenerados.3

2
GONZÁLEZ, Justo. Ministério: Vocação ou profissão? São Paulo: Hagnus, 2012, p. 23.
3
WHITE, James Emery. A Mente Cristã num Mundo sem Deus. 1. Ed. São Paulo: Vida, 2010, p. 29.
7

2.1 AS ESCOLAS DO PRINCÍPIO DA IDADE MÉDIA

As invasões germânicas foram apenas uma das várias séries de invasões que
transtornaram a Europa Ocidental durante os primeiros séculos da Idade Média.
Juntamente com os alemães vieram os hunos. Em seguida, no século VII, toda a Costa
Norte da África foi invadida e conquistada pelos árabes que haviam se convertido ao Islã. No
início do século seguinte, os muçulmanos atravessaram o Estreito de Gibraltar, destruíram o
reino visigodo da Espanha e cruzaram os Pirineus, até que, finalmente, em 732, na Batalha de
Tours ou Poitiers, foram detidos pelos francos sob o comando de Carlos Martel. Tal vitória
permitiu um breve renascimento sob os carolíngios; mas esse renascimento durou pouco, e
uma das causas do declínio foram às invasões dos normandos.
Os normandos saquearam e destruíram mosteiros na Irlanda, nos quais, se conservava
grande parte do conhecimento da Antiguidade.
Em tais condições, a educação, tanto religiosa, quando secular, passou a ser realizada
em duas instituições principais: as escolas catedrais e as monásticas.
O monasticismo, segundo Marknoll: “Despois da comissão de Cristo foi o movimento
institucional mais importante, e de muitas maneiras o mais benéfico ao cristianismo” 4. A
influência do monasticismo na Igreja pode ser claramente percebida na tradução bíblica de
Jerônimo (342-420), nos hinos compostos por Gregório (540-604) e Bernardo de Claroval, na
Teologia de Agostinho (354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274), dentre outros feitos.
Segundo o Pastor Altair Germano: “Nesse período a leitura se destaca, pois era
requerido de todo monge cristão, o investimento em várias horas de leitura das escrituras”5.
Ficher-Wollpert nos diz que: “Um grande colaborador na institucionalização
emergente da leitura foi São Benedito de Núrsia ou São Bento (480-547)”6, que fundou um
monastério em Monte Cassino (529), em uma montanha entre Nápoles e Roma. Os
beneditinos seguiram regras rígidas quem incluíam a prática da leitura conforme abaixo
transcrito:

Durante as refeições dos irmãos, sempre deverá haver leitura; ninguém deve
se atrever a apanhar o livro aleatoriamente e lá começar a ler; mas ele que
4
MARKNOLL, R. N.. Movimentos Decisivos na História do Cristianismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2000,
p. 90.
5
GERMANO, Altair. O Líder Cristão e o Hábito de Leitura. Uma perspectiva conceitual, histórica, bíblica
e prática. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus/CPAD, 2013, p. 35.
6
FICHER-WOLLPERT, Rudolf. O Primeiro Livro da Disciplina, p. 25, apud VIEIRA, Paulo Henrique. Calvino
e a Educação: A configuração da pedagogia reformada no século XVI. 1. ed. São Paulo: Universidade
Presbiteriana Mackenzie, 2008, p. 45.
8

deverá fazer a leitura durante a semana toda, deve iniciar suas obrigações no
domingo. E, iniciando sua tarefa após a missa e a comunhão, ele deve pedir a
todos que rezem por ele, para que Deus o desvie do Espírito de júbilo. E esse
verso deve ser repetido três vezes por todos, sendo, porém, que ele deve
iniciar: “Oh, Deus! Abra meus lábios e minha boca irá exprimir o vosso
louvor”. E assim, tendo recebido a benção, ele deverá dar início às suas
obrigações como leitor. E deverá ser feito silêncio absoluto à mesa, de modo
que nenhum sussurro ou voz, exceto, a do leitor, sejam ouvidas. E tudo o que
for necessário, quanto a alimentos deverá ser passado entre os irmãos, para
que ninguém precise pedir nada.7

3 A VIDA INTELECTUAL DOS REFORMADORES

Trata-se de um período de crucial importância na historia da Igreja Cristã; é sabido que


a partir da Reforma Protestante (século XVI), ouve uma transformação no mundo Ocidental
em diversas áreas: social, econômica, política e religiosa, com destaque para Martinho Lutero
(1483-1546) e João Calvino (1509-1564).

3.1 A FORMAÇÃO EDUCACIONAL DE MARTINHO LUTERO

Martinho Lutero foi, sem dúvida, um leitor voraz. Esta declaração está implícita na
forma como foi educado. Conforme bem expressa Lienhard:

Sua formação escolar ocorreu em três etapas. De 1488 a 1497, frequentou a


Escola Municipal de Mansfield, onde aprendeu os rudimentos do latim, o
canto e as expressões básicas da fé cristã: os Dez Mandamentos, o Pai
Nosso, a Ave Maria e o Credo. De 1997 a 1498, estudou na Escola São
Jorge, que ensinava as três disciplinas fundamentais da gramática, da retórica
e da dialética.8

Em 1501, Lutero começou seus estudos universitários em Erfurt; reconhecida como


uma das principais universidades alemães, da época. A faculdade de Direito à qual o pai de
Lutero o encaminhou, tinha uma boa reputação. Era de costume que se iniciasse nos estudos
na faculdade de Artes por três anos. O currículo se concentrava em torno da Teologia e da
Filosofia, que ainda era escolástica. “Aprendeu um pouco de grego e menos hebraico, porém
leu os principais clássicos latinos”9.
7
FICHER-WOLLPERT, Rudolf. O Primeiro Livro da Disciplina. Disponível em:
<http://www.swrb.com/newslett/actualnls/BOD-ch03.html>. Acesso em: 10 fev. 2016, p. 25, apud VIEIRA,
Paulo Henrique. Op. Cit., p. 49.
8
LIENHARD, Marc. Martim Lutero: tempo, vida, mensagem. São Leopoldo: Sinodal, 1988, p. 32.
9
DURANT, Will. A Reforma: Uma história da civilização europeia da Wyclif a Calvino, 1300-1564. Vol. VI. 3.
ed. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 87.
9

Em 1502 tornou-se bacharel, permitindo-lhe ensinar aos principiantes a gramática, a


retórica e a lógica. No dia 7 de janeiro de 1505, recebeu o grau de mestre em Artes.
O que fez Lutero optar pela vida monástica foi o livramento que recebeu quando em
meio a uma tempestade, em que quase foi atingido por um raio, o que levou a fazer um voto a
Santa Ana, de que se sobrevivesse à tempestade, tornar-se-ia monge.
Em 1505 aos 22 anos ingressou no Mosteiro dos Agostinianos de Erfurt, para desgosto
do pai. No seu preparo para o exército do sacerdócio, estudou um manual sobre a celebração
da missa, do fim da Idade Média, intitulado de Canonis missae expositio, de Gabriele Biel,
“(...) que continha 89 lições abordando o conjunto de problemas teológicos e pastorais
colocados pela celebração da missa”10.
Em 27 de janeiro foi consagrado diácono, e à 3 de abril, ordenado sacerdote. Em 2 de
maio celebrou a primeira missa com a presença de seu pai. Como monge, em uma de suas
prédicas de 1534 afirmou:

Fui monge por 15 anos, sem contar o que tinha vivido antes. Li com zelo
todos os seus (sic) livros e fiz tudo quanto estava ao meu alcance. Em
nenhum momento consegui achar consolo em meu Batismo; ao contrário,
pensava continuamente. Ó, quando finalmente poderás tornar-te piedoso e
fazer o suficiente, para teres um Deus misericordioso? Através de
pensamentos como esses, fui incitado através do jejum, do frio e da vida
severa.11

Não obstante, a Lutero, João Calvino, foi um grande estudioso e proporcionou um


grande legado n área educacional às gerações posteriores.

3.2 A FORMAÇÃO EDUCACIONAL DE JOÃO CALVINO

João Calvino teve a sua educação superior na Universidade de Paris; onde, segundo
ele próprio dizia, ter adquirido uma boa noção das diferenças entre as velhas e as novas ideias
educacionais.
Na Universidade de Orleans, onde estudou Direito, recebeu forte influência do
humanismo do seu tempo, humanismo esse, que sempre o acompanhou. Mesmo convertido ao
protestantismo, sempre se dedicou ao estudo dos clássicos, da retórica e das línguas originais.
Com toda certeza, a grande contribuição de Calvino para a formação de novos líderes
cristãos foi à construção da Academia de Genebra. Desta forma, na academia, os
10
LIENHARD, Marc. Op. Cit., p. 35.
11
LIENHARD, Marc. Op. Cit., p. 36.
10

vocacionados para o ministério pastoral eram moldados para melhor desempenharem o seu
ministério.

4 A EDUCAÇÃO EM GENEBRA ANTES DA ACADEMIA

Antes de João Calvino, a educação em Genebra era extremamente precária. “Em 1365,
o Imperador Carlos IV havia promulgado uma bula estabelecendo uma universidade
genebrina, mas o plano fracassou completamente”12.
Só havia um colégio em Genebra até a época de Calvino. Um mercador local François
de Versonnek, estabeleceu o Collége Versonnek, fundado em 1428-29, com o propósito de
preparar pessoas para o clero.
Todavia, existia muito pouco treinamento acadêmico nesta escola. Quando Calvino
chegou pela segunda vez a Genebra, em 1541, este colégio, que estava decadente e, prestes a
desaparecer, foi reorganizado e passou a oferecer ensino gratuito.
Quando Calvino iniciou as suas atividades em genebra, em 1536, convenceu-se de que
a educação era a grande solução para tirar o povo das ‘trevas espirituais’.

4.1 O PROPÓSITO DA ACADEMIA DE GENEBRA

A academia foi uma das instituições mais importantes de genebra, e seu propósito era
o fortalecimento da religião reformada e ensinada nos lares. A educação dada pelos pais na
época era limitada na sua abrangência, como já fora dito, o ensino em Genebra era precário, e
os pais não tinham acesso a um bom ensino formal e, pro conseguinte, não poderiam ir além
da transmissão de alguns rudimentos básicos da fé cristã.
Calvino, então, objetivou oferecer aos cristãos do seu tempo, essa oportunidade que
lhes fora negada durante o período que precedeu à sua chegada, e isso, o motivou a criar a
academia. Ou seja, o que pode ser observado é que, já no século XVI, houve a necessidade de
que os líderes cristãos tivessem o preparo necessário para responder, apropriadamente, às
demandas de sua época.
Por esta razão, ao atentar para o tempo presente, pode-se observar diversas demandas
sociais que, por vezes, requerem da Igreja uma resposta, não desfazendo aqui, a tese de que a
Igreja traz em seu bojo, respostas para todos os clamores humanos, mas, acredita-se que a
Igreja pode e deve preparar as suas lideranças para os grandes desafios do seu tempo.
12
DURANT, Will. Op. Cit., p. 90.
11

Acredita-se ser impossível fazer a dissociação da teologia e educação. A missão da


Igreja ao mundo está intrinsecamente ligada a uma proposta de transformação de vida aos que
recebem a mensagem do Evangelho, e isso, passa por uma proposta educacional sistemática.
É sabido que a maior ferramenta que a Igreja possui para o preparo de novos líderes é
a Escola Bíblica Dominical, e é no convívio com a comunidade, a troca de experiências e
conhecimentos que muitos líderes são formados. Portanto, a Igreja dispõe de diversos
seminários que se propõem a preparar os vocacionados para o desempenho de suas funções
ministeriais. Sabe-se, também, de sua importância e necessidade, contudo, acredita-se que,
uma escola bíblica dominical bem estruturada poderá auxiliar, de maneira significativa, os
líderes cristãos.
Neste ensinamento, pontua João Martins Ferreira citado por John Stott: “A escola
dominical é fora de dúvida, a mais importante organização na estrutura funcional de uma
igreja”13. Sendo assim, pode-se construir uma educação cristã que seja relevante e atenta para
às demandas do homem moderno.

5 A DIVERSIDADE CULTURAL NA IGREJA E ÀS ATRIBUIÇÕES QUE EM SUA


EXTENSÃO EXIGEM DO LÍDER CRISTÃO PREPARO NECESSÁRIO

O líder cristão é um ser gregário. A sua atuação não se restringe ao contexto de igreja;
sua cadeia de relacionamentos vai do membro da igreja ao comerciante, advogado, médico,
autoridades civis etc.; daí a necessidade do líder se preparar para que, o mesmo, se faça
entendido, tanto pelos que possuem uma cultura mais elevada, como para os que não possuem
tanta cultura.
Portanto, o contexto do mundo atual é bastante desafiador para o líder cristão. E, este,
precisa estar, pelo menos, informado de como funcionam as coisas e os sistemas em que se
encontra inserido.
6 A UNIVERSALIDADE DO SABER

O saber tornou-se amplo e exaustivo. As informações chegam ao homem de uma


forma acelerada, e por vezes, não há como filtrá-las. Desta forma, com o advento da
tecnologia, e, por conseguinte, da internet, o conhecimento às vezes se encontra ‘a dois
cliques’, e, por esta razão, o líder precisa estar consciente que a sociedade deste limiar de
século XXI, é diferente do século que a precedeu. Ela possui uma outra visão de mundo, e
13
Apud STOTT, John W. Crer é Também Pensar. 2. ed. São Paulo: ABU Editora & Ultimato, 2012, p. 56.
12

este líder deve adotar uma máxima Barthiana: “O pregador precisa ter em suas mãos uma
Bíblia e também um jornal, para saber responder de forma satisfatória aos anseios da
sociedade no qual está inserido”14

6.1 ALGUNS EXEMPLOS DE HOMENS INTELECTUAIS NA BÍBLIA

É fato que o Senhor que chama os líderes, também os capacita. Contudo, isso não
isenta de que os mesmos façam a sua parte. Pois, o próprio Deus deu ao homem, capacidade
de escolha e inteligência, entre outros atributos. E, existem diversos exemplos na Bíblia de
homens que possuíam um preparo intelectual para atender às demandas divinas. Os mesmos
estão elencados abaixo:
 Moisés: Entendido em toda a Ciência do Egito.
 Lucas: Médico cujo Evangelho foi escrito aos gregos - a nata intelectual da época -, e
que procurou, apresentar Jesus como o homem perfeito que tanto eles esperavam.
 Paulo: A formação de Paulo para alguns especialistas foi fundamental para que tivesse
sucesso no seu ministério. Paulo viveu numa época em que várias etnias e culturas
estavam associadas; através da universalidade da língua grega. Havia comunicação,
comercialização e um nível cultural altíssimos naquela era. Em Atos dos Apóstolos,
Paulo chegou a debater com filósofos gregos sobre a tese de que Jesus Cristo era o
Filho de Deus ressurreto (Atos 17:18).
 Apolo: Como homem instruído recebeu formação de nível universitário em retórica na
valorizada educação grega. Era um ensino disponível apenas para a elite, por ser de
elevado custo. Segundo Lucas, Apolo era ‘poderoso’ no uso das escrituras. Ele
aprendeu a arte da habilidade nos debates e em sua educação secular, e fazia grande
uso disso.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O propósito deste artigo foi abordar a necessidade dos líderes cristãos se manterem
atualizados no que tange à sua vida intelectual, bem como trazer a lume, à necessidade que a
Igreja Cristã tem, dentro das incumbências que a ela foram imputadas, de se preocupar com o
‘seu chamado magistral’ e, por conseguinte, com o preparo destes novos líderes cristãos.

14
SETILLANGES, A. D.. A Vida Intelectual, seu Espírito, suas Condições, seus Métodos. São Paulo: É
Realizações Editora, 2015, p. 29.
13

Todavia, ao fazer uma abordagem histórica pode-se perceber que desde o início do
Cristianismo, a Igreja, enfrentou desafios, e, por vezes, faz-se necessário um preparo por parte
das lideranças a fim de que as mesmas respondessem de forma satisfatória a esses desafios.
Sendo assim, o Movimento Protestante do século XVI, deu grande ênfase à questão do
preparo de seus futuros líderes. A Academia de Genebra objetivou preparar os obreiros para o
desempenho de suas funções.
Ao remetermos para as páginas do Livro Sagrado, observamos que, diversos líderes,
não obstante, ao chamado divino, usaram dos diversos saberes que possuíam para melhor
desempenharem seus respectivos ministérios.
Ao final, conclui-se que, atualmente, tanto quanto, outrora, a Igreja precisa fazer à
leitura do contexto social em que está inserida, e ao fazer esta leitura, observar o quanto a
sociedade atual está em constante mudança; o que insta a um maior preparo por parte de seus
obreiros.
Por fim, dispõe-se hoje de diversas ferramentas que po9dem promover acesso ao
conhecimento. Contudo, deve-se buscar atentar para as orientações de Paulo a Timóteo,
quando afirmou que um dos princípios de nossa missão, “Persiste em ler, exortar e ensinar até
que eu vá. (1 Tm 4:13).”15.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.

BAMBERGER, Richard. Como Incentivar o Hábito de Leitura. 7. ed. São Paulo:


Ática/UNESCO, 2005.
15
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada: 1 Timóteo 4:13. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995,
p. 238.
14

CPAD, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (Org.). Bíblia de Estudo Palavras-chave:
Hebraico e Grego. Exegese, estudos bíblicos e homilética. 4. ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembleias de Deus/CPAD, 2015. 2.496 p.

DURANT, Will. A Reforma: Uma história da civilização europeia da Wyclif a Calvino,


1300-1564. Vol. VI. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

ELWELL, Walter A.; et al.. Manual do Estudante Bíblico: Um guia para o melhor livro do
mundo. 3. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus/CPAD, 2004. 352
p.

FICHER-WOLLPERT, Rudolf. O Primeiro Livro da Disciplina. Disponível em:


<http://www.swrb.com/newslett/actualnls/BOD-ch03.html>. Acesso em: 10 fev. 2016.

GERMANO, Altair. O Líder Cristão e o Hábito de Leitura. Uma perspectiva conceitual,


histórica, bíblica e prática. 5. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de
Deus/CPAD, 2013. 93p.

GONZÁLEZ, Justo L.. Ministério. Vocação ou profissão? O preparo ministerial ontem,


hoje e amanhã. São Paulo: Hagnus, 2012. 175p.

LIENHARD, Marc. Martim Lutero: tempo, vida, mensagem. São Leopoldo: Sinodal, 1988.

MARKNOLL, R. N.. Movimentos Decisivos na História do Cristianismo. São Paulo:


Cultura Cristã, 2000.

SETILLANGES, A. D.. A Vida Intelectual, seu Espírito, suas Condições, seus Métodos.
São Paulo: É Realizações Editora, 2015. 200p.

STOTT, John W. Crer é Também Pensar. 2. ed. São Paulo: ABU Editora & Ultimato, 2012.
83p.

VIEIRA, Paulo Henrique. Calvino e a Educação: A configuração da pedagogia reformada no


século XVI. 1. ed. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2008. 204p.

WHITE, James Emery. A Mente Cristã num Mundo sem Deus. 1. Ed. São Paulo: Vida,
2010. 110p.
15

Potrebbero piacerti anche