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Comunicação, F er rovia e T er ritório: um período na H istória do

Jornalismo1

LOSNAK, Célio José2


Dr. História Social ! UNESP-SP

Resumo: O objetivo deste texto é discutir a produção impressa, particularmente a jornalística, da primeira
metade do século XX, no Estado de São Paulo, em uma área denominada de Oeste, onde inúmeras
cidades surgiam e consolidavam-se. Os escritos de jornalistas remetiam-se a esse processo informando,
noticiando, problematizando e propagandeando. As dinâmicas existentes dessa realidade em níveis locais,
regionais e estaduais apareciam nas páginas publicadas, circulavam e reforçavam determinadas
interpretações sobre esses processos. O recorte de análise é a aproximação de categorias como espaço,
região e território, e fenômenos sociais como cidade e ferrovia, apontando para como essas questões
presentes de maneira intricada nos jornais são oriundos da sociedade que a produz e o consome.
Redatores e leitores compartilham do mesmo universo cultural que aponta para determinadas
interpretações dominantes da realidade cotidiana e revela extrema integração dos jornais à sociedade local
e paulista.

Palavras-chave: jornalismo, imprensa, história, território, ferrovia, representação social

A primeira questão para este texto é chamar a atenção para a aproximação entre
História da Comunicação e História dos Transportes. Na perspectiva da comunicação,
ao observarmos a implantação dos sistemas de transporte e o papel que eles foram
exercendo nas sociedades, durante os últimos séculos, fica claro que tão importante
quanto a elaboração da informação e a sua circulação, é a distribuição dela: a
capacidade de transportar a mensagem possibilitando que ela chegue eficientemente ao
destinatário.
Utilizando significativa bibliografia Briggs e Burke (2004) apontam que os dois
fenômenos sociais foram interligados desde os primórdios das sociedades. Grandes
impérios do passado que se consolidavam por meio de Estados estruturados
demandavam eficiente sistema de comunicação para garantir o funcionamento por meio
da dominação política e da eficiência econômica. No esquema tradicional, o fluxo da
informação demandava o deslocamento dos corpos. Até o início do século XX,

1
GT: História do Jornalismo
2
Professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP com formação em História e
que vem trabalhando com a articulação entre cidade e imprensa em São Paulo na primeira metade do
século XX. E-mail: losnak@faac.unesp.br

1
transporte e comunicação, por meio de vias marítimas e terrestres, formavam um
mesmo sistema e um não existia sem o outro.
A ferrovia foi um dos maiores símbolos da modernidade no século XIX e início
do XX e teve importante papel nesse processo. Ligada à revolução industrial nas
dimensões tecnológicas e de produção, resultou da aceleração da criação de riquezas no
processo de complexização capitalista e constituiu-se em meio fundamental para o
transporte de mercadorias. No passado, o transporte de livros, jornais e revistas em
diversos países foram alavancados pela ferrovia facilitando o acesso e ampliando o
número de leitores.
Processo de interação entre ferrovia e comunicação, ocorrido na Europa e nos
Estados Unidos, deu-se de maneira semelhante em São Paulo. No decorrer do século
XIX, o café teve papel decisivo na economia do estado e exigiu a instalação de ferrovias.
Na virada do século XIX para o XX, as empresas ferroviárias e o Estado programavam-
se para implantar novas vias em áreas do território paulista que começavam a ser
ocupadas e onde apenas iniciavam-se formações urbanas ainda incipientes. No decorrer
de décadas, a instalação dos trilhos rumou para Oeste, atingindo lugares desabitados,
fazendas e cidades, estabelecendo conexão rápida com a Capital e aproximando-a
daqueles então longínquos lugares. Os moradores dessas áreas passavam a ter mais
facilidades de transporte e comunicação.
Além dos transportes de cargas de produtos oriundos da agricultura e da
indústria, os trens permitiam a transmissão e passagem de notícia, informação, boatos,
revistas, livros, manuais, almanaques, jornais, catálogos, vendedores e comerciantes,
encomendas, turistas, trabalhadores, aventureiros, migrantes e imigrantes. Até mesmo o
correio e o telégrafo eram serviços realizados pelas empresas ferroviárias que possuíam
a estrutura necessária.
Um dos desdobramentos da intensificação da circulação de mercadorias no
estado, na segunda metade do século XIX, foi o crescimento vertiginoso da capital
paulista e o aumento de algumas urbes do interior. A complexização da sociedade
também passou pelo fortalecimento da imprensa com o surgimento e consolidação de
alguns jornais que permaneceram ativos por longo tempo e tiveram papel de liderança
política dentre as publicações, com destaque para O Correio Paulistano e O Estado de
S.Paulo. Expressão da vida urbana, o jornalismo tornava públicas as transformações do

2
cotidiano e projetos políticos para uma nova era, a republicana (SCHWARCZ, 2001;
CRUZ, 2000).
Nas primeiras décadas do século XX, foram surgindo outros veículos que
compunham um quadro mais heterogêneo e, em conjunto, buscavam estender-se para
outros lugares e novos leitores além da capital. Moradores do interior beneficiados com
a chegada dos trens em suas localidades, e com poder aquisitivo suficiente, passavam a
assinar periódicos de São Paulo. A leitura diária era a via possível, naquele momento,
para ter contato cotidiano e em primeira mão, por meio da cultura letrada, com as
principais cidades do país e com outros países.
Um dos indícios dessa integração é a publicidade nos jornais das novas cidades
no início do século XX 3. Anúncios presentes nos periódicos de várias localidades do
interior revelam que essa área também constituía-se num mercado potencial para
negócios da capital e que havia circulação de publicações intermediando redatores,
leitores e anunciantes. Citemos alguns exemplos.
O Bauru, surgido em 1906, anuncia, em 17/10/15 p.3, que a agência dos
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3+8/,6-;<#"( #( -$=$6,&">( 3-'-( &( 7,?',&( O Estado de S. Paulo. Alguns anos depois, em
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também informa estarem disponíveis, por meio de um representante, publicações e
assinaturas do O Estado de S. Paulo, o jornal independente de maior circulação no
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vinte contos de reis.
O Diário da Noroeste (DN) surgiu em Bauru em agosto de 1925 e, no ano
seguinte, já estampava propaganda do recém lançado Diário da Noite e informava que
as assinaturas estavam à venda na redação (22/06/1926, p.4). Tanto este anúncio com os
dois anteriormente citados indicam haver integração entre veículos. Era corrente
naquele período, um redator ou a própria empresa ser representante na cidade do jornal
da capital. Ainda no DN, muitas vezes, na mesma página e em quadro ao lado, aparece,

3
No caso de jornais, estamos trabalhando em detalhes neste texto com veículos produzidos em Bauru,
Lins e Penápolis, mas também usaremos alguns exemplos de outras localidades, tais como de Marília,
Tupã, Adamantina, Ourinhos, Assis, Presidente Prudente e São José do Rio Preto.

3
a partir de maio de 1926, uma nota vinda do Rio de Janeiro divulgando o A Manhã de
Mário Rodrigues (DN: 22/06/1926, p.4). :
A questão da circulação de pessoas, informação e impressos fica mais explicita
quando o DN registra, em 04/05/1927 (p.3), que a empresa ORBS, sediada na Rua
Libero Badaró, é encarregada de receber assinaturas e anúncios na capital paulista. No
fim do mesmo ano, já aparece outra firma substituindo a anterior, Ecléctica (04/12/1927,
p.5) No momento da pesquisa, não é possível dimensionar a intensidade de venda do
DN em São Paulo, entretanto nas páginas de publicidade encontram-se vários anúncios,
tais como de hoteis, pensões, lojas, loteamentos e empresas negociadoras de café. Tudo
indica que na década de 1920 começam a aparecer em vários veículos, de diversas
cidades, propagandas vindas de São Paulo, indicando que o interiorano que viajava para
a capital poderia utilizar os jornais como guias para mover-se, hospedar-se, fazer
compras, ter lazer e realizar negócios.
Podemos encontrar também nas páginas do DN divulgação de assinaturas para o
Diário Nacional (órgão oficial do recém criado Partido Democrático), com ênfase de
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número maior de parcelas (03/12/1927, p.3). Havia também avisos de disponibilidade
de assinaturas, para o interior, da revista Phoenix, editada por Victor de Sá, com a
S+"4,N,6-4,5-(7#(L+#(#/-(#'-(7#(-/4-(L+-/,7-7#:(3&,"(6&$4-',-(6&2(6&/-8&'-7&'#"(7#$4'#(9&"(
2#/%&'#"(#/#2#$4&"(7-($&5-(*#'-;T&(-'4U"4,6->(BCIEFCECGDV:(3HIJH
Os exemplos citados indicam uma questão importante a ser explorada neste texto:
com as novas cidades na parte mais ocidental do estado, a sociedade paulista expandia-
se e isso significa dizer que diversas instituições, práticas e fenômenos sociais eram
desenvolvidos nesses lugares. Com o sistema ferroviário implantado, estruturas urbanas
surgiam e consolidavam-se. Umas dessas práticas tipicamente urbanas da modernidade
era a imprensa. Ela se constituía não apenas num meio de comunicação local, mas
também registrando possibilidades de conexão com outras regiões, um meio de
intercambio político, econômico e social indicando que havia convivência de veículos
de diferentes níveis de circulação
No nível propriamente local, destaca-se que pequenas e novas aglomerações
urbanas criavam jornais, publicavam revistas e faziam circular textos que representavam
e discutiam elementos cotidianos locais e mais amplos (LOSNAK, 2004). A imprensa

4
era uma produção da cultura letrada e de difusão de projetos políticos e de debates e
torno dele, um suporte para alguns grupos sociais projetarem imagens idealizadas de si,
uma via de veicular novidades e impasses da vida urbana, um guia para ajudar o
indivíduo a posicionar-se na multiplicidade de acontecimentos que proliferavam em um
universo cada vez mais multifacetado e desafiador (CRUZ, 2000; WALLACE, 2005). O
leitor deparava-se, no impresso, com relatos de experiências pessoais semelhantes às
dele, envolvendo outros personagens e agentes sociais, e isso o possibilitava sentir-se
num mesmo universo de sentido (BARBOSA, 2007). A leitura integrava indivíduos,
grupos, instituições e espaços. Em comunidades pequenas o impresso local surgia como
uma nova via de integração simbólica, e o impresso vindo de fora possibilitava
aproximação por meio de interesses e problemas semelhantes.
Do mesmo modo que nos Estados Unidos da América (SCHUDSON,
TRAQUINA, 2005), no interior de São Paulo, e na capital, a imprensa e o jornalismo
surgem voltados principalmente para um público elitizado (mas não exclusivamente,
porque também havia casos de jornais para segmentos específicos, como operários,
imigrante e determinados bairros). Em seus primórdios, os veículos concentravam seus
leitores dentre os letrados, empresários, negociantes, fazendeiros, profissionais liberais e
políticos (CAPELLATO, 1980; 1989). Além dos assuntos cotidianos e corriqueiros, os
jornais informavam sobre as questões econômicas, novas tecnologias, descobertas
científicas, saber médico, produção artística, ideologias políticas e o debate em torno
delas4. Portanto, eles trabalhavam com valores e representações dominantes, tanto locais
como mais amplas e eram veículos de educação e aprimoramento intelectual, moral e
social. A partir das primeiras décadas do século XX, havia projetos republicanos de
educar a população, torná-la mais saudável, alfabetizá-la com objetivo de criar cidadãos
e inseri-los em uma nova ordem e a divulgação passava pela imprensa (CAPELATO,
1989; LUCA, 1999).
Essas perspectivas de cultura letrada e de projetos políticos e educacionais
presentes no material impresso em circulação imbricavam problemáticas diversas e uma
rede de cidades diferenciadas. Ao observar o conteúdo dos jornais nas novas urbes na
área mais ocidental de São Paulo, no início do século XX, no deparamos com uma

4
Essas sintéticas considerações e estão baseadas em várias pesquisas de iniciação científica sob minha
orientação: BROGIO, 2007; LIMA, 2007; OLIVEIRA, 2007; SILVA, 2007; RODRIGUES, 2008;
RODRIGUES, ; AZEVEDO, 2009; GOBBI, 2010; CASTRO, 2010.

5
categoria importante para entender o papel da imprensa no período, o espaço. E aqui
chegamos a outro movimento deste texto: o espaço é uma categoria importante na
autodefinição e na redação de muitas publicações, apontando para referencialização
identitárias dominantes dos lugares sociais noticiados. E era a ferrovia que definia o
sentido da organização espacial veiculada pelos periódicos do Oeste. Os textos
incorporavam, reproduziam, reforçavam e divulgavam representações dominantes em
torno da ferrovia que estavam difusas pela sociedade, e que eram partilhadas por
diversos segmentos sociais.

Jornais, Fer rovia, Espaço e T er ritório


Os mapas que apresentam o processo de construção da malha ferroviária em São
Paulo, com os trilhos instalados até 1900, revelam vários espaços em branco na área
mais ocidental. Na virada do século, essa área nova começa a ser cortada por quatro
ferrovias, no decorrer do século XX: a 9P"4'-7-( 7#( Q#''&( W'-'-L+-'->, a 9P"4'-7-( 7#(
Q#''&()&'&#"4#(7&(R'-",/>, a 91&23-$%,-(@-+/,"4-(7#(P"4'-7-"(7#(Q#''&> e a 9P"4'-7-(7#(
Ferro Sorocaban->H(
Nos projetos e contratos de construção das ferrovias estava prevista uma área
exclusiva de atuação de cada companhia, garantindo certa eqüidistância entre elas e
definindo as linearidades e paralelismos entre as linhas. Apesar de intenções,
reivindicações e projetos, não foi construída sequer uma via no sentido norte-sul, que as
interligariam e facilitariam o transporte inter-ferrovias direto.
Até a década de 1960, o trem foi o principal meio de comunicação com a capital
do estado e o porto de Santos. Ele cortava São Paulo, de leste a oeste, passando a fazer
parte dos mapas como linhas-chave de organização do espaço 5. Ou seja, as áreas de
abrangência de domínio das companhias, e de exclusividade de negócio, adquiriam seus
nomes. Por isso, o novo Oeste de São Paulo era comumente dividido em região da
Araraquarense, da Noroeste, Paulista e da Soracabana e os habitantes referiam-se aos
locais de moradia como pertencente às companhias e utilizando o nome delas.

5
Em primeira abordagem, espaço é entendido em seu sentido genérico, abstrato e físico: como forma,
extensão relacional entre pontos, linhas e coisas, suportando várias dimensões e contendo corpos e
objetos, mas também dimensionando os corpos e objetos. Em segunda abordagem, essa dimensão física é
entendida como construção social: espaço como forma, instância social, registra uma memória, liga-se as
atividades sociais temporais.

6
Profissionais da administração das empresas mencionavam o espaço cruzado por
elas com essa denominação e a imprensa da capital produzia textos de livros e jornais
também utilizando esses referenciais. A política de disseminação das linhas férreas veio
do Estado ou sob sua chancela e por isso pode-se dizer que havia uma ação organizada
dele na ocupação da região. A ferrovia era entendida como um fluxo de modernização,
de implantação da infra-estrutura necessária para o desenvolvimento econômico, para
transformação do espaço e tinha força de atribuir sentido ao lugar, criando espaços com
significações, os territórios 6. Vamos a alguns exemplos.
Um dos jornais já citado, Diário da Noroeste, foi editado em Bauru entre 1925 e
1930 e era vendido pelas cidades que estavam à beira da linha da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil (NOB). Ele mantinha publicações oficiais da companhia Noroeste,
mas o seu diferencial era referir-"#( 6&2&( '#3'#"#$4-$4#( 7-( 9X&$-( )&'&#"4#>H( P""-(
denominação era atribuída à área correspondente à circulação, abrangência territorial e
de influência da NOB. O nome da empresa era transposto para o título do jornal e
enunciando sua proposta editorial. Ele pretendia veicular todas as informações oficiais
da empresa e abarcar os leitores que estavam assentados em sua circunscrição. Para isso
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cidades à beira da linha, no estado de São Paulo, e mencionava localidades do atual
estado do Mato Grosso do Sul 7 . Eram reportados e discutidos diversos tipos de
acontecimentos e assuntos, tais como, festas, falecimentos, economia regional,
problemas de eficiência da ferrovia, inaugurações e problemas urbanos: doenças e
questões sanitárias, iluminação pública, abastecimento de água, rede de esgoto,
6
Aqui, em definição inicial, território está sob abrangência do poder político e jurídico de um Estado,
9-L+,/&(L+#(M(6&$4'&/-7&(3&'(+2(6#'4&(4,3&(7#(3&7#'>(#(7#2-$7-(-(,7M,-(7#($-6,&$-/,"2&Y(#$L+-$4&('#*,T&(
remete-"#(-($&;T&(9N,"6-/:(-72,$,"4'-4,5-(#(2,/,4-'>Y(2-"(4-28M2(#"4-(-'4,6+/-7-(-(+2-(,7#$4,7-7#(B7?(-(
noção de unidade, unicidade e homogeneidade diante de outras diferenças) e a outras dimensões do
simbólico; é organizado por meio de saberes criando uma ordem descrita e normatizada (delimitada,
recortada, classificada, hierarquizada, sob certo domínio); é definido por práticas discursivas (dispositivo
de saber-poder) que lançam mão de figuras espaciais (FOUCAULT, 1982). Num primeiro momento, esse
território da companhia ferroviária tem exclusivamente a dimensão administrativa, uma ação apoiada pelo
Estado para criar um fluxo moderno de deslocamento e de ocupação e mantém-se presente durante a
predominância do transporte ferroviário. Já na primeira década de implantação dos trens, o território se
desdobra para a dimensão simbólica estabelecendo elos entre moradores e entre cidades com fio condutor
que está além da área de influência de cada ferrovia, embora também se baseie nela. A maneira como os
nomes das companhias são utilizados para referenciar o espaço (a Zona) nos sugere que aí estavam sendo
delineados territórios no sentido em que Guatarri (1985) trabalha: o espaço por onde a identidade de um
grupo se estabelece em rede de significados comuns, é marcada, visível e delimita uma área de autonomia
subjetiva ou física.
7
As principais cidades eram Avaí, Presidente Alves, Pirajuí, Lins, Cafelândia, Penápolis, Promissão,
Araçatuba, Três Lagoas, Campo Grande e Aquidauana.

7
melhoramentos, criminalidade (GOBBI, 2010). Há inclusive artigo em que Bauru é
-/;-7-( Z( 91-3,4-/( 7-( )&'&#"4#>:( $&2#-$7&-a a principal urbe situada na linha, local
onde estava sediada a NOB e era o ponto de convergência de todos que se deslocavam
para e pelos trens da Noroeste. Essa visão era reforçada pela posição de Bauru como
ponto convergente com as outras duas linhas férreas (Paulista e Sorocabana) que
ligavam à São Paulo e à outras regiões. Enfim, o território da ferrovia era definidor de
uma identidade para a rede de cidades e para Bauru e seus moradores, tornando-se
independente do nome da companhia ferroviária a ponto de descolar-se completamente
e permanecer até depois do nome ser extinto em 1957, com a incorporação da NOB pela
Rede Ferroviária Federal.
E o processo continuava. O Diário da Noroeste não teve vida longa. Por não
apoiar o golpe liderado por Getúlio Vargas, em 1930, ele foi empastelado e no ano
seguinte o mesmo grupo criou outro diário, Correio da Noroeste, com perfil editorial
semelhante e que também buscava ter circulação regional, inicialmente pelas linhas da
NOB e, posteriormente, atingindo outro fluxo de comunicação, ou seja, outras vias
ferroviárias. Em suas páginas era constante a presença de propaganda da disponibilidade
de venda de assinaturas e anúncios por meio de representantes nas diversas cidades. O
elenco dessas localidades gradativamente se expandia.
Os títulos do Diário e do Correio remetem-$&"(-&(4#O4&(9A()&2#(7&([&'$-/>(7#(
Mouillaud (2002) em que o autor expõe a tese de que o nome do periódico é um
#$+$6,-7&( 7#( '#N#'\$6,-( L+#( 9&( S&'$-/( &N#'#6#( Z( 5,"T&( $&( #"3-;&( ],$4#'$&^( #( $&( 4#23&(
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indica a identidade e a alteridade em relação a outros veículos, e designa o exemplar do
7,-((#(&(96&$S+$4&(7-(6&/#;T&>H()&(-"3#64&(,$4#'$&:(-6,2-(7#(4&7&"(&"(#$+$6,-7&":(#/#(
torna-"#(+2(#$5#/&3#_(9-""#*+'-(-(6&#'\$6,-(#(6&$4,$+,7-7#(7&"(#$+$6,-7&"(Z(2-$#,'-(
de uma pressuposição. Constitui o princípio de uma espera, por parte do leitor, de certos
#$+$6,-7&">(B3H`VJH(W'4,6+/-(#("+"4#$4-(4&7&"(&"(4U4+/&"(7#(2-4M',-" e guia o leitor nos
contornos da produção impressa remetendo-a ao mundo. Em algumas situações, afirma
Mouillaud, o nome do jornal fala em nome de um outro sujeito, diz ser um agente
autorizado. Na dimensão externa, o título marca sua especificidade em relação aos
outros periódicos e aponta para certo perfil editorial que corresponderia, no mínimo em

8
tese e intenção, ao real social dos leitores, apresentando seus interesses e necessidades,
enfim, representando-os.
Questão importante e iluminadora da pesquisa com periódicos no interior é outro
texto de Mouillaud (2002) em que articula mídia e espaço. Ele afirma que na França,
após a Revolução Francesa, a comunicação é territorializada segundo o contorno da
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do Estado-)-;T&>:(#28&'-(4-28M2(%&+5#""#('#6&'4#(7#N,$,7&(3#/-"(6,'6+$"6',;<#"(7-"(
dioceses. Nas últimas décadas do século XX, as cidades tornam-se o ponto de referencia
e de inserção social, os problemas sociais tendem a serem considerados inicialmente na
escala local e urbana. Os debates em torno do cotidiano são demarcados e
referencializados territorialmente e a comunicação perpassa a convergência para o lugar
específico composto por três elementos: a proximidade, o pertencimento e a
participação. À despeito das eventuais diferenças entre os dois países, tanto na dimensão
temporal quanto social, é possível identificar semelhanças na lógica de representação da
imprensa.
Parte significativa dos jornais das cidades da parte ocidental de São Paulo
buscava representar seus leitores e definir uma faceta da política editorial pelo viés
territorial, a cidade e a área referenciada pela ferrovia 8 . Os dois níveis apresentam
recortes institucionais, administrativos e estatais. O espaço de contorno físico se
desdobra em território, lugar simbólico do pertencimento e da identidade e alimenta a
mobilização política para reivindicar conquistas diante do governo do Estado ou, em
alguns casos, da própria administração municipal. Muitas vezes, a identidade é afirmada
na comparação com outras urbes (recorte administrativo e urbano) e até na disputas
futebolísticas, entre cidades e entre 9a&$-">(N#''oviárias.
Isso significa dizer que a abordagem pela imprensa não apenas reforça as
representações dominantes existentes, mas também reproduz um eixo de recortes dos
problemas sociais com classificações, hierarquizações e aproximações e distanciamento

8
Observando títulos de outros veículos produzidos na Capital Paulista é patente a forte característica de
referencializar o perfil deles em perspectiva espacial administrativa/estatal e urbana. Destacamos alguns
exemplos, com das datas de criação, em que alguns nomes são recorrentemente recuperados por novos
veículos: O Correio Paulistano (1854), A Província de S. Paulo (1875), O Estado de S. Paulo (1890), O
Commércio de S. Paulo (um em 1881 e outro em 1893), Diário de S. Paulo (um em 1898, outro em 1910
e um terceiro em 1929), Correio de S. Paulo (um em 1931 e outro em 1932), Folha de S. Paulo (1962)
(NOBRE, 1950). Muitos periódicos publicados no interior seguem a tendência de referencializar a cidade.
Parte dos títulos citados neste texto são exemplos.

9
específicos e diferentes de outros possíveis. O real reportado e comentando está inscrito
$-(/b*,6-(7-(6,7-7#(#(7-(9a&$->:(7-(-72,$,"4'-;T&(7&(2+$,6U3,&(#(7-(?'#-(7#(7&2U$,&(
ferroviário. A regionalização da abordagem está baseada em jogo político da busca
legítima da representação.
Como já apontou Foucault, a noção de região enfatiza o viés administrativo,
busca a homogeneização e está inserida em relações de saber e poder. Um desses
poderes é realçado por Bourdieu (2005), a luta pela autoridade de definição da região
que é objeto das representações mentais (atos de percepção e de apreciação, de
conhecimento e de reconhecimento), objetais e em estratégias de manipulação simbólica.
A luta das classificações é -( /+4-( 93#/&( 2&$&3b/,&( 7#( N-a#'( 5#'( #( N-a#'( 6'#':( 7#( dar a
conhecer e de fazer reconhecer> (p.113).
Com essas considerações, ficam mais claras as estratégias utilizadas pelos dois
diários em pauta na busca para serem veículos autorizados para publicar os
acontecimentos e questões de interesse da 9Zona Noroeste>. Eles colocavam-se como o
espaço público indissociável de uma sociedade definida regionalmente e delineada com
uma identidade contornada espacialmente pela dinâmica da abrangência administrativa
e econômica da ferrovia.
Na busca da ampliação da circulação, o Correio gradativamente se expandia
atingindo outros territórios e mesclando vários deles. A alternativa para marcar e
anunciar essa representação é o slogan. Em 1934, o Correio estampa impresso logo
-8-,O&( 7#( "#+( $&2#( 9K,?',&( .-4+4,$&( ! Das zonas Noroeste, Alta Paulista e Sul de
.-44&( c'&""&>( #:( #2( CGIV:( 9K,?',&( .-4+4,$&( ! Das Zonas Noroeste, Alta Paulista,
1#$4'-/(#(W/4-(d&'&6-8-$-:("+/(7#(.-44&(c'&""&(#()&'4#(7&(@-'-$?>9. Como forma de
organizar e apresentar a cobertura desses territórios, há nas páginas internas quadros de
diversos tamanhos, separadas por nítidas linhas, para noticiar sobre as principais cidades
existentes em cada eixo ferroviário lançando mão do primeiro título do veículo, tais
como Correio da Alta Paulista , Correio da Sorocabana (SOUZA, 2009). Esse recurso
constituía-se na inserção de um pequeno jornal dentro do jornal, com o título específico
desdobrado do título principal ( Correio) e correspondente aos interesses e identidade
dos moradores daquela região. Seria um precursor antecessor do caderno regional.

9
Esse norte do Paraná também era cortado por uma ferrovia (Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná)
ligando Ourinhos, por onde passavam os trilhos da Companhia Sorocabana, à Londrina, em um sentido, e
à Curitiba, em outro sentido.

10
Ao mesmo tempo, o registro dos acontecimentos não se restringia a essas
colunas, muitas outras localidades apareciam dispersas em notas, notícias e anúncios,
mesmo para aquelas urbes que já apareciam nas seções gerais. Os assuntos variavam
informando sobre acontecimentos sociais, problemas urbanos, ações das administrações
municipais, questões econômicas, assuntos locais relativos à ferrovia, menção à
aniversário dos municípios, visitas de autoridades políticas e reivindicações ao poder
público em relação à problemas estruturais na região.
Com o mesmo objetivo também havia quadros temporários sobre as localidades.
A cada ano, sem lógica aparente, ocorriam mudanças nas denominações e agrupamentos.
Podemos elencar algumas impressas, entre 1931 e 1938, com os seguintes nomes e as
respectivas abrangências_( 9.-4&( c'&""&( - 7,5#'"-"( $&4U6,-">:( 91&''#,&( 7#( e,$">:(
91&''#,&(7&(.-4&(c'&""&>:((91&''#,&(7#(@#$?3&/,">:((9@?*,$-(7#(W5-%f>:((9@?*,$-(7#(
@'&2,""T&>:(9@?*,$-(7#(R,',*+f>:(91&''#,&(7#(@,'-S+U>:(9)&4U6,-"(7#(@,'-S+U>:(91&''#,&(
7#(c-';->:(9@?*,$-(7#(R&4+6-4+>:(>@?*,$-(7#(@#7#'$#,'-">H(
Outros jornais com menor tiragem e circulação mais modestas, restritas à suas
localidades, também se colocavam como representantes do território delimitado pelos
eixos das ferrovias e definiam a sua localização considerando várias instâncias de
abrangência, dentre elas a posição à beira da linha. Em algumas situações, o nome da
companhia aparecia como um ponto geográfico dentre outros: país, estado, cidade e
linha. O Penapolense, um periódico publicado em Penápolis, entre 1915 e 1939,
também utilizou como subtítulo referência à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. A
3-'4,'(7#(CGIF:(#'-(,23'#""&(-8-,O&(7&(4U4+/&(9g'*T&(AN,6,-/(#(7#(,$4#'#""#(7&(.+$,6U3,&(
! e,$%-()&'&#"4#>(#:(-(3-'4,'(7#(CGII:("&2#$4#(9L. Noroeste - Estado de S. Paulo>H
Em cidades situadas è beira da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, em
trecho denominado 7#( 9W/4-( @-+/,"4->( #$6&$4'-2&"( 5?',&"( 5#U6+/&" que de algumas
maneira registram a conexão com a linha (SOUZA, 2010). Em Marília, o jornal Alto
Cafezal registrava abaixo do título, em 1928, o seu primeiro ano de existência:( 91&2(
6,'6+/-;T&( $-( d&'&6-8-$-:( @-+/,"4-( #( )&'&#"4#>H( )&"( -$&"( CGIF:( &( Diário de Marília ,
2-'6-5-( $&( 6-8#;-/%&( 9g'*T&( 7#N#$"&'( 7&"( ,$4#'#""#"( 7-( W/4-( @-+/,"4->H( )&"( -$&"( 7#(
1940, o Jornal de Tupã 7#"4-6-5-( 9g'*T&( 7#( 1,'6+/-;T&( $-( W/4-( @-+/,"4-( #( X&$-( 7-(
.-4->10. Ainda nessa década, a partir de 1947, a Tribuna de Adamantina , observava no

10
Região mais ocidental e além de Tupã para onde rumavam os trilhos da Companhia Paulista.

11
-/4&(7-(3',2#,'-(3?*,$-(9P"4-7&(de São Paulo ! Brasil ! e,$%-(@-+/,"4->H()-(7M6-7-(7#(
1950, foram publicados em Adamantina Correio da Alta Paulista e Tribuna da Alta
Paulista . Nos anos 1960, era lançado em Tupã o Jornal da Alta Paulista .
Fenômeno semelhante é identificado em cidades postadas ao longo das linhas da
Sorocabana (SILVA, 2010). Em 1930, foi impresso em Botucatú, o Diário da
Sorocabana, e em Presidente Prudente, nos anos 1950, os periódicos Folha da
Sorocabana e o Correio da Sorocabana , que se manteve até os anos 1980. O Imparcial
7#( @'#",7#$4#( @'+7#$4#( #"4-23-5-:( $-( 7M6-7-( 7#( CGIF:( -( /&6-/,a-;T&_( h@'#",7#$4#(
@'+7#$4#:(PH(Q(d&'&6-8-$-(BPH(dH(@-+/&J>. O Jornal de Assis publicou um texto sobre a
importância para a região da ação do responsável pela instalação da via férrea B9W(X&$a
7-( W/4-( d&'&6-8-$-( #( &( 1&2#$7-7&'( [&"M( c,&'*,>, 18/10/1934) e lançava mão de
recurso semelhante ao Correio da Noroeste ao publicar matérias que intitulavam Assis
como a Capital da Sorocabana (por exemplo, 9W"","( ! 1-3,4-/( 7-( W/4-( d&'&6-8-$->,
21/04/1934).
Em cidades situadas na Estrada de Ferro Araraquara a dinâmica era semelhante
(ROSSI, 2010). Em São José do Rio Preto circulava desde os anos 1920 o jornal A
Notícia L+#:(#2(CGII:(,$6&'3&'&+(&("/&*-$(9K,?',&(5#"3#'4,$&(7-(X&$-(W'a'-L+-'#$"#>(
e, a partir 7#(CGIV:(3-""&+(&"4#$4-'(9K,?',&(2-4+4,$&(7-(X&$-(W'-'-L+-'#$"#>(#(3+8/,6&+(
textos ufanistas colocando em destaque a cidade no território da araraquarense11. Outro
periódico da mesma cidade publicou matérias que continham o nome da ferrovia, por
exemplo, tratando da construção de uma ponte e sobre a importância dela para o
3'&*'#""&(7-(96-3,4-/(7-(W'-'-L+-'#$"#>12. Por outro lado, o A Notícia também utilizava
recurso ufanista sobre Mirassol inserindo-a no território da ferrovia 13 . A Tribuna,
veículo criado em CGiD(#2(j,&(@'#4&:(,23',2,-(6&2&("/&*-$($-(7M6-7-(7#(CGkF_(9K#(
Rio Preto para a Araraqua'#$"#(#(3#/-(W'-'-L+-'#$"#>H(P2(CGkk:(3-""&+(-(6,'6+/-'(#2(
Rio Preto o Correio da Araraquarense. Em Jales há ainda hoje um diário publicado
desde 1950, denominado Diário da Região L+#('#*,"4'-5-(-8-,O&(7&(4U4+/&_(9l2(b'*T&(
7-(W'-'-L+-'#$"#>H Décadas depois, as representações permanecem. Em 25/12/1972, o
Jornal de Jales noticia a mobilização de duas regiões para construção de uma rodovia

11
Um município que forma com brilho entre os outros da Alta Araraquarense. A Notícia. 03/03/1933.
12
Ponte sobre o Rio Borá. A Folha. 19/12/1941.
13
Mirassol, o rico município da Alta Araraquarense. A Notícia. 06/03/1936.

12
ligando duas cidades, Jales e Araçatuba, que estavam situadas em linhas diferentes
B9)&'&#"4#(#(W'-'-L+-'#$"#(3#7#2('&7&5,-(%?(CD(-$&">JH(((

Considerações F inais
A leitura de jornais produzidos na parte mais ocidental de São Paulo, na primeira
metade do século XX, revela a estreita relação deles com as representações sociais
dominantes em torno da região e do território. Compartilhando espaço com outros
materiais impressos (livros e revistas), os jornalísticos estão mais presentes
numericamente em títulos e nas diversas localidades sobressaindo-se naquele período
como a principal mídia letrada de interação social. Em busca de mercado, público e
representatividade social eles incorporam leituras que a sociedade tem das
espacialidades e as utilizam como vias de enquadramento de notícias e temas. Eles
moldam a realidade segundo o universo cultural de seus leitores e reafirmam a
organização espacial e simbólica já existente apresentando-a como chave de leitura da
lógica dos acontecimentos sociais e políticos. No período pesquisado, é evidente que
redatores e leitores saem do mesmo lugar social, constroem conjuntamente leituras de
suas experiências sociais. A despeito de certa legitima representatividade política do
público, há indícios de estreita interação com as instituições dominantes e a maneira
como o Estado e o Capital interferem na construção do território.

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