A luta pela terra Os donos da terra O amor pela terra O orgulho Calder A grama verde dos Calder A mudança do vento Calder A promessa Calder A solitária estrela Calder A tempestade Calder
Título original: Santa in Montana
Um Natal Calder Os invernos de Montana são ásperos, mas o mau tempo não estará no caminho da reunião de Natal dos Calders. No entanto o Patriarca Chase Calder está determinado a tornar este feriado o mais feliz ― especialmente para sua filha, Cat. E Chase sabe que os melhores presentes nem sempre são feitos com papel e fita. Capítulo Um Um chinook, um vento quente que varre a área durante o inverno, há muito conhecido como a neve comedora pelas tribos nativas, varria as vastas planícies de Montana. Sua respiração era quente, derretendo o cobertor branco invernal que cobria as gramíneas ricas da terra. Sobre a terra ondulante da alta pradaria, ele corria e invadia a sede do famoso rancho Triplo C., girando em torno dos muitos edifícios que davam ao local a aparência de uma pequena cidade. Inevitavelmente, o chinook se virava para cima da colina em um túnel, através das colunas altas que revestiam o pórtico da grande casa branca, que continha uma visão dominante do pátio do rancho. Seu próximo alvo foi o da ondulação da fumaça da chaminé, achatando-a e levando ao longo de sua carreira sobre a terra. A fonte da fumaça era o fogo, que ardia na lareira de pedra maciça da sala de estar. Seu calor era uma concessão ao patriarca do Triplo C., Chase Calder. Ele se sentava em sua cadeira habitual, por trás da grande mesa de carvalho da sala, sua bengala enganchada na borda da cadeira. Os anos tinham tomado muito de seu vigor, assim como tinham encolhido a sua grande estrutura, e esculpido uma rede de linhas profundas em seu rosto ossudo. Mas nada que tivesse embotado o brilho acentuado nos seus profundos olhos vivos. Chase Calder podia estar velho, mas só um tolo poderia pensar que a idade tinha diminuído sua percepção das coisas que aconteciam ao seu redor. Seu olhar vagava para sua nora viúva. Jessy Calder se sentava em uma das cadeiras em asa, de frente para o balcão. Vestida em trajes de fazendeira típica, com botas de cowboy, jeans e uma camisa, ela ainda possuía a figura da menina magra de sua juventude. Apenas as linhas da idade, atraentes ao redor dos olhos, e da ligeira cor prata de seus cabelos castanhos, revelavam que Jessy também tinha ficado mais velha. Atualmente, as rédeas do Triplo C. estavam em suas mãos, coisa que ela conduzia com facilidade, mostrando tanto a tutela tranquila de Chase, como a sua própria capacidade inata. Como muitos outros trabalhadores do Rancho, tinha suas raízes muito bem firmes nas profundezas da terra. Jessy tinha nascido no Rancho, e passara seus primeiros anos como um peão normal, antes de se casar com o único filho de Chase. Seu sólido conhecimento do negócio de gado, e seu respeito permanente para com a terra que a apoiava, juntamente com a sua própria força tranquila, lhe forneceram a base para uma líder de categoria. Cedo, Jessy tinha passado mais da responsabilidade pelas operações diárias do Rancho, para seu filho Trey, preparando-o para o dia em que ele fosse assumir o controle, assim como Chase a havia preparado. Era esta liberdade das minúcias do dia a dia, que permitia a Jessy relaxar na sala e desfrutar de um copo de café no meio da manhã, com seu sogro. Uma forte rajada do vento típico da região, atingiu um dos vidros da janela. Automaticamente Jessy olhou em sua direção, fazendo uma pausa no ato de levantar a xícara de café aos lábios. — Eu gosto do som disso. — Jessy comentou passivamente. — Isso significa que não terá feno para o gado. Quanto mais tempo eles tiverem a boa grama Calder para pastar, melhor será para o nosso balanço financeiro. Mesmo com o brilho de um sorriso confirmando, os cantos da boca de Chase se aprofundaram, e o cowboy alto e magro em pé ao lado da lareira, enviou um sorriso de lado na direção de Jessy. — Falou como uma verdadeira pecuarista. — a observação veio de Laredo Smith, com uma sugestão de sotaque em sua voz, que ele atrelava como sendo de algum lugar bem ao sul de Montana. — Agora, eu estava pensando sobre como deve estar lamacento o chão no Ninho do Javali. Quando este solo descongela, ele se transforma em quiabo. Ninho do Javali era o nome dado a uma velha barraca de linha, no Triplo C., que Laredo chamava de casa e onde ele e Jessy haviam roubado muitos momentos de prazer. Uma risada divertida escorregou dela, seu calor combinando o brilho de amor que estava no olhar que lhe deu. — Depois de todo esse tempo, nós ainda não fizemos de você um verdadeiro vaqueiro, não é, Laredo? — Não por falta de tentar. — seus olhos azuis mostravam um brilho de entendimento. Era o tipo de olhar trocado entre os amantes. Apenas por um momento, Chase teve a sensação de não se sentir confortável. Ao mesmo tempo, se lembrava da forma como sua falecida esposa Maggie costumava olhar para ele. Ela tinha ido deste mundo pela metade da vida, mas o amor que sentia por ela era tão profundo e forte como nunca. Era algo sobre o qual Chase nunca falava, cumpridor do código não escrito do Velho Oeste, que insistia em que os sofrimentos de um homem eram uma coisa privada. Fora, o barulho revelador do motor de um veículo se fez ouvir na sala. Chase levantou a cabeça com uma leve curiosidade. — Parece que está chegando alguém. Virando-se, Laredo olhou para fora da janela da frente. — É um carro de patrulha do estado. — Sério? Eu me pergunto por que eles estão aqui. — foi a curiosidade em vez da preocupação, que levou Jessy a ,distraidamente, colocar seu copo para baixo. — Estou supondo que em breve você vai descobrir, — Laredo respondeu, quando o baque surdo do fechamento da porta do carro penetrou no salão. — Vou verificar se há uma jarra de café na cozinha. Chase assistiu o cowboy de pernas longas fazer a sua saída do salão. — Ele não perde o hábito de não se arriscar, não é? — comentou com Jessy. — Eu duvido que ele consiga algum dia. — ela fez a resposta ao assunto com um encolher de ombros e saiu da sala para cumprimentar o oficial que chegava à porta da frente. A troca de palavras foi um reconhecimento raro da consciência mútua, que o homem que se apresentava como Laredo Smith, tinha um passado que não suportaria um exame minucioso. Sua falta de preocupação, era outro exemplo dos antigos códigos ocidentais em jogo, especificamente aquele que insistia que um homem fosse julgado como estava diante deles, e não por aquilo que ele poderia ou não ter feito, antes de o conhecerem. Da entrada da frente chegaram as vozes moduladas da troca de gentilezas, logo seguida pelo som de dois conjuntos de passos se aproximando da sala. Jessy entrou pela porta acompanhada por um soldado uniformizado, com sua pesada jaqueta de zíper mas não retirada, um sinal claro que sua visita seria, provavelmente, curta. — Este é Trooper Van Fleet. — Jessy disse a Chase, como uma introdução, em seguida se dirigiu ao patrulheiro. — Eu acredito que você conhece meu sogro, Chase Calder. — Claro! Bom vê-lo novamente. — retirando as luvas, o soldado estendeu a mão sobre a mesa para apertar brevemente a mão de Chase. Chase foi direto ao ponto. — Esta é uma visita de negócio ou social? — Um pouco dos dois. — o homem reconheceu, e acrescentou ironicamente: — Pelo menos, é negócio de uma espécie. Eu sei que ainda estamos alguns dias longe da Ação de Graças, mas estamos tentando nos adiantar ao início do Natal. Veja, este ano estamos nos juntando com os fuzileiros navais em sua campanha de brinquedos total. Naturalmente, gostaríamos de obter o apoio do Triplo C., se pudermos. — É uma causa digna, — Chase declarou. — Especialmente agora quando tantas pessoas estão tendo tempos difíceis. Desviado por seu próprio comentário, Chase pensou sobre todas as crises econômicas mais graves do que outras, que o Triplo C. tinha sofrido e sobrevivido, em seu quase século e meio de existência. Não tinha dúvida que iria enfrentar uma no presente também, mas graças à gestão cuidadosa da mulher no comando, não ficava indiferente às dificuldades dos outros. Ele balançou a cabeça muito ligeiramente para a nora. Como sempre, Chase delegava qualquer decisão final para Jessy, confiante que ela prontamente concordaria em ter o Triplo C., participando da movimentação dos brinquedos. Depois de se sentar na segunda poltrona, o policial começou a explicar tudo, desde o objetivo final para o calendário até a logística da campanha. Tais mundanos detalhes ainda que essenciais, não conseguiram prender a atenção de Chase, menos ainda quando ele reconheceu as pisadas fora da porta. Meros segundos depois, Cat, sua filha, entrou no salão com uma garrafa de café e xícaras extras, equilibradas sobre a bandeja que ela carregava. De figura pequena, Cat era a imagem de sua falecida mãe, possuindo os mesmos olhos verdes e cabelos escuros meia- noite. Usava os cabelos mais curtos que os de Maggie. Quando Chase uma vez comentou sobre o corte de cabelos de Cat, tinha sido rápido em afirmar que era fácil para cuidar e chique. Em seus pensamentos, Chase reconheceu que era bonito e a fazia parecer muito mais jovem para sua idade. Chase observava com orgulho de um pai, como o soldado prontamente parou com a entrada de Cat. — Senhora Echohawk. — ele falou o nome dela com animação. — É um prazer vê-la hoje. Por um breve momento, o olhar de Cat fez um exame de seu rosto. Em seguida, um leve sorriso de reconhecimento tocou seus lábios. — Nós nos conhecemos no escritório do Xerife, — ela se lembrou. — Trooper Van Fleet, não é? — Sim, senhora. — ele parecia satisfeito por ela ter se lembrado de seu nome. Seu sorriso se alargou. — Bem-vindo ao Triplo C. — ela colocou a bandeja em cima da mesa e pegou a garrafa para servi-lo. — Você gostaria de um pouco de café? Feito agora. — Sim, obrigado. — Eu nunca vi um homem em uniforme recusar uma xícara. — Cat sorriu quando lhe entregou a xícara cheia. — É verdade. — admitiu ele, hesitando, e acrescentou um pouco consciente. — Eu tive o prazer de trabalhar com o seu falecido marido em várias ocasiões. Logan era um bom Xerife e um bom homem. — Obrigada. — Cat respondeu, mas esta era uma casa na qual não se falava sobre o sofrimento pessoal. Antes do momento se tornar difícil, Jessy falou: — Trooper Van Fleet está aqui em nome dos fuzileiros navais, pela Campanha Total dos Brinquedos. — Eu estava esperando que esta fosse uma visita social. — Cat admitiu, e sorriu um pouco triste. — O Natal não está muito longe, não é? — Pouco mais de um mês. — com a xícara na mão, o oficial voltou ao seu lugar na lateral. — E isso vai passar rápido. — Cat murmurou e se virou para Jessy. — Quer uma recarga do café? — Claro. — ela estendeu a xícara e esperou enquanto Cat a servia. — Encha a minha também enquanto você está aqui. — Chase empurrou a xícara para frente. — Desculpe, pai, mas este é o café normal. — Cat informou. — Eu vou voltar com o seu descafeinado. — Evite a viagem para a cozinha, e apenas encha o meu copo com o que você tem na garrafa. — Chase declarou. — Agora, papai... — ela começou. Mas Chase interrompeu suas palavras antes que ela pudesse completar sua admoestação. — Minha filha gosta de pensar que sabe o que é melhor para mim. — ele dirigiu o comentário para o oficial, com a frieza de sua voz indicando, claramente, sua opinião sobre aquilo. — Você sabe que deveria cortar a cafeína, pai. — Cat lembrou. — Há um monte de coisas que eu deveria fazer e não faço. Agora, encha o meu copo. — esta última afirmação tinha o tom familiar de um homem acostumado a ser obedecido. Com os lábios pressionados firmemente juntos em desaprovação, Cat derramou café em sua xícara, e tentou assumir seu papel como anfitriã voltando-se para o soldado. — Eu posso perguntar se você toma com creme ou açúcar? Eu tenho tudo sobre a bandeja. — Preto está bem. — assegurou ele, e pegando vários papéis dobrados de um bolso interno, os entregou a Jessy. — Imprimi tudo o que você precisa saber. Nós realmente apreciamos se você os assinar. O apoio do Triplo C. vai significar muito. — Fico feliz em ajudar. — Jessy respondeu e colocou os papéis sobre a mesa. — Eu vou lê-los mais tarde. Com toda a curiosidade de uma gata, Cat deslizou uma olhada nos papéis. — Você está em parceria com os brinquedos para as crianças este ano? Isso é bom de ouvir. — Ninguém gosta de ver as crianças sem nada, em qualquer época do ano. — algo em seu tom implicitava que tinha visto mais do que ele queria. Chase não permitiu que a conversa ficasse atolada nos atuais problemas econômicos. — Toda vez que os pais têm de apertar o cinto, o saco de Papai Noel só se torna maior, como ele vai ficar este ano. Todo mundo sorriu, concordando, e a conversa ficou centrada em torno da campanha atual. Uma vez que o soldado terminou o café, não se demorou, dizendo que havia outras paradas para fazer. Cat o acompanhou à porta. — Eu vou espalhar a palavra sobre os brinquedos pelo caminho, e verificar que seja afixado na loja do rancho. — Jessy disse, falando vagamente os seus pensamentos. — Minha mãe seria boa em organizar isso. Ela estava reclamando no outro dia que precisava de algum tipo de projeto. — Stumpy apreciará isso. — Chase comentou, referindo-se ao seu pai. — Ele me disse outro dia que ela estava se transformando em uma chata, importunando ele. Laredo retornou ao salão a tempo de ouvir a última observação. — Você está falando sobre Cat, de novo? — O sapato se encaixa nela também, mas, neste caso, estamos nos referindo à mãe de Jessy. — Chase respondeu. — Acho que vou esquecer que ouvi isso. — Laredo serviu- se de outra xícara de café e olhou na direção da janela da frente, enquanto o carro de patrulha se afastava. O olhar de verificação não escapou a Chase. Mas ele não comentou sobre aquilo, assim como ele não disse nada sobre o retorno de Laredo na esteira da partida do soldado. Em vez disso, simplesmente tomou um gole de seu próprio café. Cat parou na porta, atraindo seu olhar. — Você quer alguma coisa, Cat? Quando ela abriu a boca para responder, o silêncio da casa foi quebrado pelo som pesado de pés correndo, e chamadas de voz de um menino: — Vovô, vovô! — Aqui, Jake. — Chase gritou desnecessariamente, quando seu bisneto de quatro anos invadiu a sala, quase derrubando Cat na corrida. Chase balançou sua cadeira giratória ao redor, para enfrentar o jovem que veio de roldão em torno da mesa para ele, com o queixo se projetando para coincidir com o olhar fixo de determinação em seu rosto, numa expressão quase chocantemente familiar do que Chase tinha conhecido no passado. Inclinando-se para frente, Chase correu um olhar de inspeção sobre o cocar em sua cabeça, quase cobrindo o menino que o usava. Ele se assentou ligeiramente torto, apesar da faixa preta que tinha a intenção de mantê-lo no lugar. Lutando contra um sorriso, perguntou: — Qual é o problema, filho? — É a mãe. — Jake declarou e manteve a boca fechada em uma linha firme. Como na sugestão, sua mãe Sloan entrou na sala. A mistura de diversão e exasperação ondulando em seu rosto, quando ela localizou o filho atrás da mesa. — É a sua mãe? — Chase queria saber. — Ela disse que não posso usar minhas botas de cowboy na peça de Natal. Ela disse que eu tenho que usar sandálias. Eu não vou, não é? — Jake insistiu, confiante que tivesse um aliado no seu bisavô. — Você deverá ser um menino pastor, não é? A testa franzida em uma careta infeliz. — Sim mas… — Sem mas, Jake. — Chase levantou a mão em silenciamento. — Deixe-me lhe explicar desta forma: se Jesus tivesse nascido aqui no Triplo C., os vaqueiros teriam vindo para adorá-lo em suas botas de cowboy. Mas Jesus nasceu em Belém. Então os pastores se ajoelharam diante dele e eles usavam sandálias. — Sandálias são para meninas, Greypa. — Jake protestou, usando o nome que tinha inventado para ele quando começou a falar, e não conseguia pronunciar algo como bisavô. — Meninas e meninos pastores, certo? — a única pergunta desafiava o menino a concordar. Jake deu um grande suspiro, descontente. — Certo. Da porta, Sloan ficou maravilhada: — Eu não sabia como fazê-lo, Chase. Eu dei voltas e voltas com ele sobre esta questão das sandálias. Você diz algumas palavras para ele e é um negócio feito. — Papai sempre teve um jeito com crianças pequenas. — Cat sorriu largamente, em uma mistura de orgulho e aprovação. Chase lhe dirigiu um olhar rápido. — São os mais velhos que me dão problemas. Laredo riu e enganchou a perna por cima de um canto da mesa. — Diga-me, Jake, você já começou a fazer uma lista do que você quer que o Papai Noel traga para o Natal? Iluminando-se visivelmente na mudança de assunto, Jake se virou para ele. — Sim, eu tenho muitas coisas que estou colocando na lista. — Como o quê? — Eu preciso de calções de couro, um cinto e uma corda. — Você já tem uma corda. — Laredo lembrou. A resposta foi um enrugamento rápido do nariz. — Aquela corda é para os bebês. Eu preciso de uma boa corda. — O meu erro. — Laredo lutou para conter um sorriso. — Você acha que Papai Noel me traria uma sela? Eu com certeza poderia usar uma. — Jake acrescentou como um adulto com gesto de ênfase. — E poderia ser útil você pedir jeans, um casaco de inverno, meias e roupa interior. — Sloan inseriu. — Ele está ultrapassando tudo o que ele já tem. — Você foi crescendo como uma pequena erva. — Laredo deu ao topo do cabelo castanho de Jake uma mexida brincalhona. Jake começou a protestar contra a falta e de repente se lembrou e deixou escapar: — E um ATV meu. Laredo riu abertamente. — Agora há um cowboy moderno em você. Por que andar quando você pode montar um ATV? — Papai Noel me traria um, não é? — Jake procurou a confirmação de Chase. Com o canto do olho, Chase percebeu o movimento negativo da cabeça de Sloan. — Algo me diz que Papai Noel vai pensar em um presente assim quando você for mais velho. — Quantos anos? — Jake queria saber. Chase deu de ombros. — Você terá que perguntar ao Papai Noel. Jake pensou por um segundo e balançou a cabeça, dando a Chase um olhar brilhante. — O que você quer que Papai Noel lhe traga para o Natal, Greypa? — Sim, diga-nos. — Cat pediu. — Eu já estou conseguindo o que eu quero: todos os meus netos estão voltando para casa para o Natal. Jake franziu a testa. — Isso não é um presente. — Às vezes, os melhores presentes não vêm todos embrulhados em pacotes bonitos. — Chase disse a ele. Claramente não se compra isso. — Jake voltou sua atenção para Laredo. — O que você colocou na sua lista? — Eu sou como o seu bisavô, aqui. — Laredo respondeu. — Eu já tenho praticamente tudo o que um homem pode desejar. Chase correu um breve olhar sobre o cowboy magro, perguntando-se se mais alguém entendera o significado da frase pequena que Laredo tinha usado. Mas com Jake na sala, não havia tempo para meditar sobre aquilo quando o menino correu para Jessy. — Você quer um presente de verdade, não é, vovó? Jessy fez uma demonstração de um pensamento sério para a pergunta. — Eu gostaria de um novo chuveiro. O meu está ficando um pouco velho. — mas seu neto poderia falar que aquilo não era um presente. — E talvez um novo conjunto de esporas. Seu rosto se iluminou. — Eu quero umas esporas, também. — Se a sua lista ficar mais tempo, Jake, Papai Noel vai pensar que você está ficando ganancioso. — Sloan se aproximou dele e tirou o cocar torto. — É melhor me deixar pegar isso antes de sujá-lo. — É melhor eu começar o almoço. — Cat saiu da sala e fez uma pausa para olhar para Chase. — Você quer se deitar um pouco antes do almoço? — Não. — Sua resposta foi rápida e firme. — Você é quem sabe. — ela respondeu. A breve troca levou a atenção de Jake para Cat. — O que você quer para o Natal, tia Cat? — Eu posso lhe dizer o que ela precisa. — Chase declarou antes que Cat tivesse uma chance de responder. — Um marido. — Pai. — o nome dele saiu em uma respiração chocada. — Bem, é a verdade. — ele insistiu. — Se você tivesse um marido, não estaria oscilando em torno de me chatear o tempo todo. — Eu não o chateio. — ela se irritou um pouco com a sugestão. — Não muito. — Chase murmurou. Com os olhos arregalados de espanto, Jake olhou para ela. — Papai Noel pode lhe trazer um marido? Cat jogou ao seu pai um olhar: “veja o que você começou” irritado, e forçou um sorriso. — Não, querido. Papai Noel não pode trazer esse tipo de presente. — Mas se ele pode trazer um cachorro para alguém, por que não pode lhe trazer um marido? — ele fundamentou. — Um marido é algo que uma mulher gosta de escolher para si mesma. — Cat explicou com uma grande mostra de paciência. — E Deus sabe, as colheitas são muito escassas por aqui. Supondo que eu estivesse procurando, é claro. — ela acrescentou, atirando a Chase outro olhar irritado. — Claro. — Chase assentiu, sua expressão se suavizando. Havia uma riqueza de conhecimento em seu olhar. Cat sabia que ele estava totalmente ciente daqueles momentos de solidão que se infiltravam em uma pessoa, depois de terem perdido a pessoa que amavam, para não mencionar todos aqueles desejos sem nome que visitavam uma pessoa ao cair da noite. — Se você quiser, tia Cat, eu posso ajudá-la a procurar um. — Jake se ofereceu. Um olhar para a sua expressão séria, e Cat não teve dificuldade em manter um sorriso. — Agradeço a oferta, mas prefiro eu mesma procurar. Ele inclinou a cabeça em um ângulo curioso. — Onde é que você vai encontrar um? Sua pergunta tinha feito Cat disparar um olhar exasperado a Chase. Sloan viu e veio em seu socorro, segurando seu filho pelos ombros com o cocar dobrado debaixo do braço. — Perguntas suficientes, Jake. — ela o virou para a sala de estar. — Vamos colocar sua roupa. — E depois? — ele queria saber mesmo enquanto ela o conduzia na direção da grande escadaria de carvalho, que levava ao segundo andar expansivo da casa. — Podemos ir até o celeiro e alimentar os cavalos? — Vamos ver. — a resposta murmurada de Sloan voltavam-se à sala. Laredo deu uma sacudida irônica em sua cabeça. — Esse menino não se acalma. Se ele está acordado, tem que estar em movimento. — Trey era igual a ele nessa idade. — Jessy recordou, e se despertou. — Eu preciso me mover. É hora de verificar as coisas no escritório da fazenda. Quando ela levantou, Laredo se afastou da mesa. — Vou junto com você. Eu preciso ver se as peças para o gerador foram entregues e pegá-las mais tarde. — ele virou um olhar ocasional na direção de Chase e seguiu Jessy para fora da sala. Quando o par se voltou para a porta da frente, Cat hesitou, e reentrou na sala, começando a recolher as xícaras de café e as colocando na bandeja. Chase observava enquanto ela pegava a bandeja agora mais pesada e equilibrada em seu antebraço. No momento em que ela parecia pronta para se afastar da mesa, ele disse: — Você quer dizer que não está começando esse negócio de novo sobre eu me deitar antes do almoço? — E ser acusada de chatear você de novo? Não é provável. — ela atirou de volta. — Você faz isso, por vezes, Cat. — Chase combateu. — Se eu faço isso, é apenas para o seu próprio bem. — Cat insistiu, segurando-se um pouco tensa. Orgulho. Sua filha sempre teve uma abundância dele. Mas foi a consciência do relâmpago do seu temperamento explosivo que levou Chase a ignorar aquela inclinação orgulhosa e combativa de seu queixo. — Estou bem ciente disso, Cat, — assegurou. — Mas é preciso reconhecer que, embora eu possa estar velho, não estou inválido. — Eu sei disso. — mas havia um toque de nitidez em sua voz. — Você tem muito tempo em suas mãos e um pouco mais em que pensar além de mim. — Oh, por favor. — a exasperação crivada em suas palavras. — Você não está começando a falar sobre um marido novamente, não é? — Por que é um assunto tão doloroso? — ele se recostou na cadeira em uma mostra de relaxamento para mascarar seu estudo perto da sua reação. — Você está absolutamente contra a se casar de novo? — Claro que não. — Sua resposta foi enfática e rápida. — Por que eu iria ser quando vi dois exemplos perfeitos. Primeiro foi você e Hattie... Independentemente do quanto você amava minha mãe, eu sei que seu segundo casamento com Hattie foi muito gratificante, mas em um tipo de caminho diferente. E qualquer um pode ver como Jessy está feliz com Laredo. — ela fez uma pausa, com a irritação piscando através de sua expressão. — Embora, às vezes eu fico tão brava com Laredo, que quero puxá-lo para fora e acertá-lo! — Por que? — Chase franziu as sobrancelhas em surpresa. — Porque ele obviamente deixa seu orgulho ficar no caminho, ao invés de ir para o próximo passo e realmente se casar com ela. E por quê? Só porque Jessy dirige este rancho e ele é apenas um cowboy comum. É ridículo. — Eu acho que o orgulho não tem nada a ver com isso, Cat. — Então por que ele não se casa com ela? — desafiou. — Suspeito que ele tem outras razões. Aquelas que não preocupam Jessy, mas que devem ser incômodas para nós. Cat foi rápida para ler entre as linhas, todos os seus sentidos em alerta máximo. — Você está dizendo que há alguma verdade nos rumores de que Laredo seja um homem procurado? — Eu nunca perguntei e nunca farei isso. — não o expressava, mas era a ordem que ela também não deveria fazer. — Logan sempre gostou muito dele. — Cat lembrou em um olhar ausente se refletindo. — Talvez você deva pensar em fazer uma viagem, após o primeiro dia do ano. — Chase sugeriu em uma mudança deliberada de assunto. Uma pequena risada, ofegante de surpresa escorregou dela. — De onde veio isso? Primeiro você me acusa de me transformar em uma chata, e agora você está tentando se livrar de mim? Chase sorriu meio que em uma provocação lúdica. — Esse pensamento não tinha passado pela minha cabeça, mas é mais uma boa razão. Na verdade, eu estava lembrando do comentário que você fez sobre a escassez de homens elegíveis por aqui. Se gastar todo o seu tempo aqui no Triplo C., você não será susceptível de satisfazer ninguém. A mudança de cenário seria boa para você de qualquer maneira. — E para onde eu iria? — ela respondeu, sem se impressionar com a sua sugestão. — Vá para o Texas. Passe um mês ou dois com Quint e Dallas. Há um bom tempo você não vai passar algum tempo com seu filho e sua família. — E trocar um rancho por outro? Eu não penso assim. — Então voe para a Inglaterra e fique com Laura. Se é uma vida social que quer, ela vai fazer você começar uma. Você sabe como é cheio o seu calendário o tempo todo. Estou surpreso que ela consiga pensar em vir para o Natal deste ano. Cat respondeu com um movimento rápido de sua cabeça. — O tempo seria desagradável nesta época do ano por lá. — Então vá em um cruzeiro para algum lugar quente. — Chase argumentou, aumentando um pouco a irritação por suas desculpas rápidas. — Sozinha? Eu não penso assim. — desta vez, o balanço de cabeça era firme e decisivo. — Talvez eu voe de volta para o Texas com Quint depois do Natal. Mas se eu o fizer, será para passar algum tempo com o meu novo neto, Josh. — Cat sorriu só de pensar na criança de cabelos vermelhos com quase dois anos de idade. — Aceita, papai, nem todos recebem uma segunda chance no amor. — E você na sua maldita certeza, não vai se sentar aqui esperando por ele para vir até você. — Chase a informou. Desta vez, ela não se levantou para seu tom de isca. — Chega, papai. Por que você não vai para a cozinha e me dá uma mão com o almoço? Como você tão sucintamente colocou, você está velho, mas não é um inválido. — Não fique esperta comigo, menina. — alertou, mas com um meio sorriso. — Desta vez você vai cuidar do almoço sozinha. Eu tenho algumas reflexões a fazer. Travando a nota séria em sua voz, Cat olhou-o com curiosidade. — Sobre o que? — Acho que você pode culpar Jake e toda a sua conversa sobre o Natal e os presentes. — seu olhar se deslocou para a janela da frente, enquanto a luz solar queimava fora do para- brisa de uma picape deixando a casa, na distância. Jessy se sentava no banco do passageiro da picape. — Por uma razão ou outra, tem sido um bom número de anos desde que todos nós estivemos juntos para os feriados. Seria bom se eu pudesse ter presentes especiais para cada um de vocês para marcar a ocasião. — Seria, — Cat concordou prontamente e se virou para sair, acrescentando por cima do ombro: — Apenas me dê sua lista uma vez que você a tenha feito, e eu vou vê-los para você. Sua resposta foi uma risada rouca. — Sim, você gostaria de saber o que vai ser o seu presente. Eu conheço você. Este ano eu vou fazer minhas próprias compras, obrigado. Cat começou a protestar, depois sacudiu a cabeça divertida. — É o que você diz, mas vai descobrir que o shopping não estará tão fácil como parece que você pensa que é. — ela continuou fora do salão saindo para a cozinha. Chase poderia ter dito a ela que a dificuldade geralmente dependia do objeto que uma pessoa quisesse comprar. Mas ele não estava prestes a despertar a sua curiosidade ainda mais, e sabiamente manteve o silêncio enquanto ponderava as possibilidades. Uma delas era óbvia; o resto não. Capítulo Dois Ao meio-dia, o vento Chinook tinha diminuído em força para um vento forte. A maior parte da neve que cobria o pátio do rancho se derretera; apenas, ocasionalmente, flutuava reduzida à deriva, permanecendo nas áreas protegidas. Atravessando o pátio do rancho, Trey Calder se inclinava em direção ao forte balcão de madeira. Batizado como Chase Benteen no nascimento, ele era o terceiro Calder a ostentar aquele nome. A distinção tinha no início lhe rendido o apelido de Trey, e ele respondia a Trey desde então. A vida ao ar livre de um fazendeiro, tinha deixado um expressivo bronzeado nos ângulos duros e planos de seu rosto, características essas que eram a característica dos homens Calder. Ele tinha quase um metro e noventa de altura em pés de meia. Os saltos de equitação de suas botas de vaqueiro acrescentavam mais alguns centimetros à sua altura. Ao se aproximar do celeiro, a porta holandesa ao lado se abriu e seu jovem filho saiu, imediatamente fechando a mão em cima de seu chapéu de vaqueiro para mantê-lo contra o vento que soprava. Trey permitiu que um pequeno sorriso brincasse nos cantos de sua boca, ao observar a ação de Jake, em seguida, com uma breve olhada, identificou Sloan, quando ela apareceu na porta atrás de seu filho. Até então Jake não o tinha visto. — Oi, pai. — ele começou a correr, mas o chão lamacento sugava suas botas, lhe dando um andar desajeitado. — O que você está fazendo? — Olhando para você. — Acho que você não tem que olhar mais porque eu estou aqui, hein? — Jake fundamentou. — Isso é certo. — Trey passou o braço em torno de Sloan quando ela se juntou a eles. — O que vocês dois têm feito? — Eu vim trabalhar, pai. — Jake declarou o assunto com naturalidade. Lutando contra um sorriso, Trey se esforçou para coincidir com o tom de seu jovem filho. — Você fez muito, não é? — Sim. — Realmente. — mas o olhar de lado que Sloan deu estava cético. — É verdade. — ela lhe assegurou, com falsa seriedade. — Ele ajudou a alimentar os cavalos e deu uma mão a Jobe, limpando as barracas, e segurou um cavalo para o Tank enquanto ele aparava os cascos. — Tank disse que eu era um bom ajudante de verdade. — Jake sorriu com bastante orgulho lembrando-se do elogio. — Com todo o trabalho que tem feito, eu aposto que você está com fome. — Trey adivinhou. — Faminto — Jake confirmou com um aceno enfático. — E muito alegre que seja hora do almoço. Mamãe e eu estávamos indo para casa para comer. Ela disse que é possivel que a tia Cat já tenha a comida na mesa, agora. — Vamos esperar que sim. — de comum acordo, todos se dirigiram para a Casa Grande, mas a um ritmo que as pernas mais curtas de Jake poderia igualar. — Ei, mãe. — ele se virou, andando para os lados. — Você acha que Greypa já encontrou um marido para a tia Cat? — Um marido? — Trey olhou para Sloan com uma expressão intrigada. — É uma longa história. — ela murmurou em resposta, então disse a Jake: — Eu duvido. — Pode eu ir perguntar a ele? — perguntou Jake com vontade. — Eu posso? — Sloan corrigiu automaticamente. — Mas eu quero lhe perguntar, mãe, — Jake insistiu, uma expressão determinada em seu queixo. — Não, eu quis dizer que você deveria ter dito “Eu posso” não “pode eu ir perguntar a ele. — ela achou difícil esconder um pequeno sorriso. — Bem, eu posso? Sloan desistiu de corrigir a sua gramática e acenou com a mão em direção à casa. — Vá. Com a permissão concedida, Jake correu para a Casa Grande. — ela gritou imediatamente depois dele, — Não se atreva a entrar com as botas enlameadas, Jake Calder! Tire-as do lado de fora. — Sim, mamãe. — ele gritou de volta. — Então, qual é esta longa história sobre vovô arrumando um marido para Cat? — Trey perguntou agora que Jake estava fora do alcance da voz. Enquanto ela lhe contava sobre o incidente da manhã, manteve um olho em seu filho só para ter certeza que ele se lembrasse de tirar as botas antes de entrar. Mas Jake correu por todo o assoalho de madeira da varanda direto para o Bootjack, o dispositivo para facilitar a retirada da lama das botas, perto da porta da frente, arrancou um pé fora da primeira bota enlameada depois o outro, e se lançou à porta, jogando seu peso contra sua pesada madeira para abri-la. Lá dentro, ele fez uma pausa longa o suficiente para empurrá-la e fechando-a, correu para o escritório. Descalço, teve dificuldade para conseguir correr na superfície de madeira do corredor e reduziu seu ritmo para um trote rápido. Quando chegou à porta aberta do escritório, deslizou para fazer a volta para o interior. — Ei, Greypa, você encontrou o marido para tia Cat? — interrompeu o resto da sua pergunta e franziu a testa, perplexo, quando viu seu avô abaixado atrás da mesa, apenas com a cabeça e ombros visíveis. Jake se mudou para o lado da mesa para um olhar mais atento. — Ei, Greypa, o que você está fazendo? — Procurando algo. — Chase não olhou para cima de sua busca do conteúdo da gaveta do meio. — Posso ajudar? Eu sou um bom ajudante, Greypa. — Não, eu vou encontrá-lo sozinho. — rosnou metade da resposta, empurrou a gaveta do meio fechando-a, empurrou a cadeira para trás e se abaixou fora dela em um joelho quando abriu a gaveta inferior. — O maldito tem de estar aqui em algum lugar. Um protesto se formando, mas parou quando ouviu o som da abertura da porta da frente, acompanhado pelas vozes familiares de seus pais. Ele se afastou da mesa e correu de volta para a entrada, chegando quando Cat se juntou a ele. — Chegaram em boa hora. — Cat declarou. — Eu estava para avisar o paizinho que o almoço está na mesa. — Jake, você corre e diz a ele? — Ok, mas... — ele hesitou: — acho que Greypa precisa de alguma ajuda em primeiro lugar. — Por quê? Onde ele está? — perguntou Cat, com o primeiro vislumbre de preocupação mostrando-se em sua expressão. — No chão atrás da mesa. — No chão? Oh, meu Deus, ele está caído? — antes que ela terminasse a frase, Cat estava correndo para o escritório e Trey e Sloan apenas a alguns passos atrás dela. Não entendendo o porque de toda a urgência, Jake estava na traseira. Cat correu atrás da mesa. — Eu vou ajudá-lo, pai. — inclinando-se, ela agarrou seu braço. — Deixe-me. — ele a empurrou e lhe dirigiu um olhar quando ela estendeu a mão para ele novamente. — Que diabos está fazendo? — Estou tentando ajudá-lo. — ela retrucou, então acusando: — Você teve uma tontura, não foi? — O inferno eu tive. — Chase disparou de volta, combinando a explosão de temperamento. — Oh, realmente. — Cat enfiou as mãos nos quadris, fazendo uma pose desafiadora. — Então por que você está no chão? — Porque eu queria ver. Como inferno eu poderia olhar para qualquer coisa no fundo da gaveta. — ele fez um gesto meio selvagem em seu conteúdo. Tardiamente Cat notou Jake, de pé na frente da mesa, olhando e ouvindo tudo. — Cuidado com a língua. — Cat sussurrou para seu pai e virou a cabeça na direção de Jake. — Eu não teria qualquer maldita razão para praguejar, se as pessoas apenas colocassem as coisas de volta no lugar. — Chase murmurou e começou a remexer na gaveta. — O que você está tentando encontrar? — Cat exigiu, totalmente exasperada com ele. — Meu livro de endereços. O que fica na gaveta de cima. — Endireitando-se, ele apontou o dedo para o local adequado. — Mas não parece estar lá. — Isso é culpa minha, vovô. — Trey falou. — Depois de ter transferido todos os nomes e números para o computador, coloquei o livro aqui no armário. Quando Trey se mudou para recuperá-lo, Chase perguntou: — Por que diabos você fez isso? — Que diferença faz porque ele fez isso? — Cat argumentou e se afastou, dando um passo para o teclado do computador, atrás da mesa. — Foi feito. Agora qual número que você quer? Posso chamá-lo mais rápido do que você pode encontrá-lo no estúpido livro. — Se eu quisesse que você procurasse um número para mim, eu teria falado, agora, não teria? — Chase agarrou a borda da mesa e a usou para se alavancar atrás em sua cadeira. — Você está se transformando em um urso velho e rabugento, pai. Eu estava simplesmente tentando ajudá-lo e você fica rosnando para mim. — Talvez eu não devesse ter feito isso, — admitiu a contragosto. — mas eu fico irritado. Na minha idade, eu não tenho um monte de tempo a perder à procura de coisas. — Aqui está, vovô. — com o catálogo de endereços recuperado do armário, Trey colocou sobre a mesa na frente dele. — O almoço está na mesa. E se a sopa esfriar, a culpa é sua, porque você só precisava ter o seu livro de endereços. — claramente ainda irritada com ele, Cat girou bruscamente e saiu do escritório. Um leve suspiro de pesar escorregou dele quando Chase a viu sair. Ele lançou um olhar para Trey. — Algo me diz que feri seus sentimentos. — Eu acho que talvez você o tenha feito. — Trey sorriu com comiseração, em uma daquelas trocas de homem a homem sobre a suscetibilidade das mulheres. Antes que Sloan pudesse falar em defesa do seu sexo, Jake entrou na conversa, oferecendo a Chase alguma justificação para a sua ação. — Mas você só ficou com raiva porque tia Cat foi exagerada com você novamente. Ela precisa de um marido, hein, Greypa? — Seria certo tirar o foco de mim. — ele concordou distraidamente e chegou em torno de sua bengala. — Nós todos precisamos chegar lá para o almoço ou ela nunca vai me dar alguma paz. — Você está procurando um marido? — Jake perguntou, se movendo para o lado de Chase depois que ele se pôs de pé. — Digamos que vamos manter nossos olhos abertos para um. — Chase sugeriu. — Ok. — Jake falou um pouco mais alto, orgulhoso por ter sido convidado a participar da pesquisa. — Uma palavra de advertência, todavia, — Chase inclinou a cabeça na direção de Jake, baixando a voz em conspiração — não diga nada à tia Cat sobre isso. — Por que? — Bem, se ela pensar que tenho alguma coisa a ver com encontrar o seu alguém, ela é capaz de empacar e se recusar a ter qualquer coisa a ver com ele. — Chase explicou. — As mulheres podem ser contrárias dessa forma. A partir de agora temos de manter essa coisa de marido entre você e eu. De acordo? — Chase estendeu uma mão aberta. Jake prontamente lhe deu um tapa de acordo. — Combinado. Mas para os ouvidos de Sloan, os comentários de Chase continham um tom de chauvinismo. — Diga-me que isso não é sério. — ela murmurou para Trey. — Parcialmente, — ele admitiu, divertindo-se com toda a cena. — mas, definitivamente, ele sabe como lidar com os meninos. — Quando eu tinha a idade dele, não havia nada mais emocionante do que ter um pacto secreto. — Pode ser. — Sloan murmurou, apenas meio convencida. — Se você puder pensar em uma maneira melhor de parar Jake, de falar sobre um marido para Cat... — deixou-a como um desafio inacabado. — Você venceu. — ela admitiu. Na sala de jantar, cada um tomou seu lugar habitual à mesa; Chase se sentou à cabeceira da mesa com Trey à sua direita e Sloan ao lado dele, enquanto Cat ocupou a cadeira ao pé da mesa. As duas cadeiras no lado esquerdo de Chase estavam vazias, mas apenas momentaneamente quando Jessy e Laredo fizeram sua aparição tardia na sala. Chase ofereceu a bênção depois que todos estavam sentados. Após a sua conclusão, ele levantou a cabeça e lançou um olhar de soslaio para a mulher de cabelos acobreados à sua esquerda. — Fico feliz em ver que eu não fui o último a chegar. Cat me informou que, se a sopa estivesse fria, seria minha culpa. — ele tirou a tampa da pequena tigela individual do seu prato de sopa, e respirou o vapor, antes de enviar um olhar piscando para Cat, na extremidade oposta da mesa. — A sopa não apenas está quente, mas o cheiro é delicioso. — Um monte de elogios não vai melhorar seu lado para mim. — foi sua resposta rápida e definitiva para aquilo. A resposta que ele lhe lançou foi como uma respiração meio divertida. — Você está ficando mais parecida com sua mãe todos os dias. Não posso dizer que o meu caminho em torno dela também fosse um falar doce. — Penso que não. — Cat mergulhou uma colher em sua sopa. Optando por não irritá-la ainda mais, Chase dirigiu a sua atenção para as chegadas tardias. — Então, o que atrasou vocês dois? Sem problemas, eu espero. — Nenhum. Eu estava ao telefone com Quint passando algumas coisas relativas ao Cee Bar. — Jessy parou um momento. — Essa seca no Texas irá reduzir drasticamente o número de bovinos que ele esperava ter no inverno. O pasto apenas não será o suficiente, e o lápis não pode diminuir o alto custo do trabalho do feno. — Quint sabe que se ele cuidar da terra, a terra irá cuidar dele. Isso poderia levar um ano ou dois. — Chase declarou, sem se preocupar com a notícia. — Ele aprendeu isso de você. — Jessy disse de acordo, e olhou para Cat. — A propósito, ele pediu para lhe dizer “oi” por ele, e para lembrá-la que não é tarde demais para você voar para lá e passar a Ação de Graças com eles. — Eu pensei sobre isso, — Cat admitiu. — Mas seria tolice ir para lá por apenas um dia. — Quem disse que teria de ser por um dia? — Chase a desafiou. — Eu tenho certeza que você gostaria que eu ficasse lá mais tempo, então eu não estaria aqui para chateá-lo, não é? A doçura de sua voz era como sacarina. Chase levantou as sobrancelhas, mas optou por não responder. Antes que o silêncio pudesse se tornar difícil, Sloan preencheu o vazio. — Existe algum motivo pelo qual você não pode ficar com Quint por alguns dias? — Na verdade não. Só que eu sei como ele está ocupado no momento. Quint teve pouco tempo livre desde que você comprou o rancho de Slash R. da propriedade Rutledge no ano passado. Como você bem sabe, mais do que triplicou o tamanho de suas participações no Texas. — Cat lembrou. — Quint tem o suficiente em seu prato agora. E apesar de Slash R ser adjacente ao Cee Bar, o acesso é difícil. — Eu acho que você pode agradecer a Tara, ou culpá-la por isso, dependendo do seu ponto de vista. — Trey inseriu, referindo-se a primeira mulher de seu pai. — Comprar Slash R. era um bom investimento de negócios, mas eu duvido que teria comprado se Tara não tivesse deixado a maior parte de sua propriedade para Laura e para mim. — Mesmo na morte aquela mulher conseguia se envolver de alguma forma nos assuntos Calder. — Chase observou com um aceno irônico de sua cabeça. — Ela tinha um talento especial para isso. — Cat concordou, em seguida, de braços cruzados lembrou: — Eu não posso dizer que fiquei surpresa quando soube que ela tinha nomeado você e Laura como os principais beneficiários. Quase desde o dia em que vocês nasceram, ela olhava para vocês dois como os filhos que ela e Ty poderiam ter tido se ela não o tivesse abandonado. Um resmungo saiu de Chase, no final da mesa. — Esse casamento estava numa situação precária bem antes disso. — declarou. Durante toda aquela discussão sobre Tara, Jessy não tomara nenhuma parte na conversa. Laredo foi rápido a notar seu silêncio sobre o assunto. Ele observou rapidamente seu perfil com um olhar de soslaio, tentando obter uma leitura sobre ela. Mas Jessy havia há muito se educado para não revelar seus sentimentos internos, e agora ela se destacava para ele, numa característica que qualquer jogador de poquer teria inveja. Nunca houve qualquer dúvida na mente de Laredo que Jessy não gostava de Tara. Mas a outra mulher sempre teve uma habilidade fantástica para se insinuar para a vida da família Calder. Sabiamente Tara tinha centrado a sua atenção sobre as crianças de seu ex-marido, plenamente consciente de que o resto da família apenas tolerava a sua presença. Laredo tinha decidido há muito tempo que Tara encontrava alguma forma perversa de prazer naquilo. Quanto mais pensava sobre aquilo, mais convencido se tornava que Chase estava certo; Tara estava fazendo aquilo de novo e desta vez da sepultura. E isso poderia ser a mesma coisa que estava furando a garganta de Jessy no momento. Decidir uma ligeira mudança de assunto seria bem vindo, e Laredo deu a abertura para Jessy. — Este pode ser um bom momento para mencionar a sugestão feita por Dallas. — Que sugestão é essa? — Trey perguntou. — Vender a casa principal do rancho Slash R. juntamente com a área cultivada necessária para abranger o heliporto e o acesso à auto-estrada. — Jessy respondeu. — Eu pensei que seria uma ideia muito prática, considerando que nós já decidimos que queremos manter a nossa sede no Cee Bar. A casa do rancho de Slash R. é demasiado grande para ser usada como alojamento de um chefe. — Você estaria confortável com essa decisão? — Chase dirigiu sua pergunta para Sloan, consciente como todos estavam que Max Rutledge tinha sido seu tutor na infância. — Absolutamente. — respondeu ela sem hesitação. — Eu não tenho boas lembranças do lugar. Trey trocou um olhar com sua mãe. — Parece que podemos acrescentar mais uma coisa à lista para as discussões com Quint. — O que é mais uma razão para eu não ir para o Texas para a Ação de Graças. — Cat declarou e começou a limpar os pratos de sopa, enquanto Jessy repassava os ingredientes para os sanduíches. — Ninguém mais vai abrir outro elefante na sala? — Chase desafiou. — O elefante, Greypa? — Jake olhou ao redor da sala de jantar com o interesse de olhos arregalados. — Eu não o vejo. Cadê? — É apenas uma figura de linguagem, garoto. — Trey lhe disse. — Não há um verdadeiro elefante aqui. — ele sorriu para a óbvia decepção de Jake e olhou para Chase. — Eu acho que vamos falar com o avô, sobre a casa de veraneio que Tara construiu sobre Lobo Prado. — Casa de Verão. — Chase bufou com a frase. — Se isso é o que você vai chamar, então a Casa Grande é uma cabana. Aquele lugar não rivaliza nada com a que Rutledge construiu no Slash R, mas ela acrescentou uma pista de pouso. Ele só tinha um pequeno heliporto. — Trey e eu estávamos conversando sobre isso outro dia. — começou Sloan. Chase a imobilizou com um olhar afiado. — Vocês dois estão pensando em se mudar e viver lá? Recuperando o tom combativo, Cat falou. — Isso lhes daria muito mais privacidade do que eles têm aqui. — Eu não estou interessada em vivermos lá. — Sloan disse rapidamente. — Mas estou convencida que você não teria nenhum problema em usar o lugar como um retiro de verão para várias empresas, ou mesmo indivíduos. Houve um segundo de silêncio pesado na mesa. Quando Chase falou, foi num tom cuidadosamente controlado, mas conciso. — O Triplo C. não vai ser transformado em um rancho enquanto eu estiver vivo. — Trey me disse a mesma coisa. — Sloan admitiu. — Ainda assim, parece um desperdício para o lugar permanecer sem uso e todo trancado. — Ela tem razão. — Cat concordou. — Alguém deveria estar vivendo lá. Caso contrário só vai se deteriorar lentamente. — no momento em que as palavras saíram de sua boca, ela apontou um dedo de advertência ao Chase. — E não se atreva a sugerir que eu vá viver lá! — Eu não perderia meu fôlego em sugerir isso. — Espero que não. — Uma decisão de algum tipo deve ser tomada sobre aquilo. Não podemos continuar a deixá-la fora. — Chase declarou e olhou para Jessy. — Quando foi a última vez que alguém verificou o lugar? — No nosso último ajuntamento. — ela respondeu. — Quando fizemos o nosso rodeio em Lobo Prado, eu andei olhando ao redor, mas não tinha uma chave para olhar por dentro e tudo parecia bem. — Da mesma forma, você pode voar para lá esta tarde e inspecionar a casa por dentro e por fora, bem como todas as dependências. Ver se ela pode ser transformada em um camping naquele canto da fazenda. — Isso significaria a construção de uma estrada para ela, vovô. — Trey inseriu, lembrando a Chase que o lugar era acessível apenas por via aérea. — Isso será um custo que teremos que pesar contra o seu uso potencial. — Chase respondeu. — Tenho uma reunião esta tarde, mas eu posso voar para lá de manhã. — Jessy lhe disse. — Será que você quer andar junto, Chase? Ele balançou sua cabeça. — Depois de andar uma hora em uma cabine apertada, minha artrite me deixaria tão estufado que você teria que me erguer para fora do avião. Você e Laredo podem ir. Por que você não vai junto com eles, Cat? — sugeriu. — Seria bom para se afastar um pouco e ter uma mudança de cenário. — Você só quer me ver fora de casa para que eu não fique por perto para importuná-lo. — Cat respondeu. — Essa não foi minha razão. — Chase afirmou, mostrando sua exasperação. — Tenho certeza que não era. — Cat concordou. — Mas eu não posso ir amanhã de qualquer maneira. Eu quero começar a fazer as tortas de Ação de Graças, e se fizer algumas caçarolas antes só terei que colocá-las no forno. — Posso ir com você, vovó? — Jake saltou, olhando Jessy com entusiasmo ousado. — Eu gosto de andar em aviões. — Verdade. De vez em quando você voa. — Trey brincou, mas a observação passou sobre a cabeça de Jake. — Eu adoraria ter você voando comigo, desde que sua mãe diga que está tudo bem. — Jessy sorriu sua resposta. — Mãe, você não vai se importar, vai, mãe? — ele virou um olhar sério sobre Sloan. — Você pode ir, desde que você prometa ser obediente. — Sloan condicionou a sua permissão. — Eu sou sempre obediente. Não sou, vovó? — ele afirmou com confiança. — Quase sempre. Durante o resto da refeição Jake recheou todos com perguntas. Quanto alto eles iriam voar? Será que passariam por alguma nuvem? Como é que um avião permanece no ar? Se ele poderia levar a arma de brinquedo para atirar em algum coiote que ele visse? Por que algumas nuvens são cinza e algumas brancas? Jessy tentou responder às suas perguntas com sinceridade, mas tinha que ser rápida para impedir Laredo de oferecer uma de suas respostas espirituosas. Terminando com a sua própria refeição, Cat perguntou: — Alguém quer sobremesa? Há um pouco de bolo na cozinha. Ou frutas se vocês quiserem. — Eu não. — Chase empurrou sua cadeira para trás da mesa e pegou sua bengala. — Tenho alguns telefonemas para fazer. Estarei na sala, se alguém precisar de mim. Cat o viu sair, então pensou em voz alta: — Eu queria saber quem ele vai chamar? — Pergunte a ele. — Laredo disse. — Eu perguntei. Ele não quis me dizer, só ficou misterioso e disse que não era da minha conta. — uma resposta que ela claramente não gostara. — Talvez não seja. — Laredo respondeu. — Provavelmente ele está ligando para alguma loja, para comprar um presente de Natal para um de nós. — Cat decidiu. — Após o policial partir esta manhã, meu pai falou sobre este ser um Natal especial, que estaremos celebrando este ano com toda a família se reunindo. — Eu aposto que sei o que ele vai comprar. — Jake declarou, e presunçosamente apertou os lábios com força, em vez de confessar o segredo que compartilhava com seu bisavô. Ele ficou um pouco decepcionado quando ninguém mordeu a isca e lhe perguntou o que seria.
O monomotor Cessna Skylane varria a largura do céu
azul, enquanto sua sombra corria sobre toda a terra áspera e rachada abaixo dele. Jessy estava nos controles, automaticamente monitorando o lugar diante dela. Cada ravina baixa, ou mesa larga tinha uma característica distinta que permitia a Jessy identificar sua localização naquele imenso vazio. Laredo ocupava o lugar do co-piloto, de braços cruzados se virando para olhar pela janela lateral. Afivelado no assento de seu filho diretamente atrás de Jessy, Jake se esticava tenso para a frente, para tocar a parte de trás de seu assento. — Ei, vovó. Já estamos lá? — Quase. — Jessy respondeu com um leve giro da cabeça em sua direção, então apontou para um lugar um pouco à esquerda do nariz do avião. — Você viu aquele montículo à frente de nós? Jake esticou a cabeça para o lado. — O grande? — Aquele é o Antelope Butte. — como sempre, Jessy usava qualquer excursão com seu neto para lhe ensinar mais sobre o Triplo C. — A pista de pouso é logo abaixo. Não vai demorar muito agora. Atrás dela, Jake se acomodou em seu assento, sabendo que seu confinamento não iria durar muito tempo mais. Jessy empurrou o nariz do avião ligeiramente abaixo da linha do horizonte para começar a descida. Sentindo o movimento, Laredo olhou para Jake. — Estamos começando a descer, garoto. Certifique-se que seu cinto de segurança esteja apertado. — Certo. — obediente, Jake lhe deu um puxão de aperto. — Eu quero fazer um sobrevôo para me certificar se a pista está em boa forma. — Jessy disse a Laredo. — Mantenha os olhos abertos para qualquer deformação do concreto. — Vou olhar. Jessy fez um passe baixo sobre a faixa. A sua falta de uso nos últimos anos ficava evidente na mistura de grama alta e ervas daninhas que abraçavam as bordas da pista. Algumas tinham raízes onde quer que houvesse uma fenda na superfície de concreto. Mas o exame visual não encontrou trincas ou desniveis potencialmente perigosos. O avião pousou sem incidentes e taxiou para o hangar fechado. Depois de quase quarenta minutos de inatividade forçada, Jake era só energia crua quando Laredo o ajudou a descer. — Onde é que vamos primeiro, vovó? Respirando profundamente, Jessy deixou o olhar fazer uma varredura ao longo dos estábulos e currais adjacentes à esquerda, as lâminas ociosas de onze moinhos de vento, e os aposentos meio escondidos, antes de chegar a um impasse sobre o perfil baixo do principal alastrado da casa. Tinha sido a base de verão de Tara, construída em terreno que tinha comprado do governo, impedindo Chase de ganhar o título de direito até depois de sua morte. Como sempre, a visão evocava lembranças, algumas amargas, mas a maioria apenas lembranças do passado. — Esse primeiro edifício. — disse Jake, balançando a cabeça em sua direção. — Aposto que venço você até lá. — ele desafiou. — Aposto que você consegue. — Jessy concordou e o observou correr. Ela e Laredo seguiram em seu ritmo de caminhada habitual. — Tem muitos anos desde que estive aqui no passado. — comentou Laredo. — Não que eu não venha aqui frequentemente. Ainda assim, eu esqueci como ele se mistura bem com o resto do montículo. Jessy estudou o telhado que era quase da mesma cor acastanhada como a parede de terra por trás dele. — É uma das raras vezes em que Tara mostrou alguma contenção. — Um sorriso repentino atravessou sua expressão. — Pelo menos até chegar ao interior. Ao atravessarem a calçada de pedras da pavimentação para se aproximarem da casa, Jake voltou correndo para encontrá-los. — Toquei a campainha, vovó, mas ninguém veio abrir a porta. — É porque ninguém vive aqui. — continuando para a porta da frente, Jessy deslizou a chave do bolso do casaco. — Como assim? — Jake persistiu. — Para meninos como você fazer perguntas. — Laredo estendeu a mão para dar à borda frontal do chapéu de vaqueiro de Jake, uma pressão para baixo sobre os olhos. — Laredo, não. — Jake franziu a testa em desgosto e o inclinou de volta, mas serviu para distraí-lo da linha de questionamento. — Nós vamos para dentro, vovó? — Temos certeza que sim. A perspectiva de explorar a casa desocupada claramente o percorreu, como ficou evidenciado pela forma como ele correu de volta para a porta da frente. Com impaciência mal disfarçada, Jake esperou enquanto Jessy a destrancava. Correu através da abertura no instante em que ela empurrou a porta para dentro. Tudo dentro estava como Tara havia deixado. Mas, para decepção de Jake, havia pouco a ser visto. Todos os móveis estavam envoltos em panos protetores de poeira, mesmo o lustre de chifres que pendia do teto de caixotões. A inspeção de Jessy da casa constou de um pouco mais do que uma caminhada rápida por meio de cada quarto, para verificar se havia sinais de algum vazamento no telhado ou janelas quebradas. Quando eles saíram do último quarto e começaram a descer o corredor, Jake deu um grande suspiro, entediado, e olhando esperançosamente para Jessy. — Já terminamos, vovó? — Já. — ela sorriu, tão contente quanto ele com a tarefa completa. Com um grito desinibido de: — Yuppee! — Jake correu à frente deles, rápido com suas botas ecoando no vazio. Ele chegou à porta da frente, mas ainda estava lutando com sua alça de grandes dimensões quando se juntaram a ele. Laredo abriu para ele, em seguida, esperou fora enquanto Jessy a trancava com a chave. — Chase acerta quando chama este lugar de elefante branco. — Laredo comentou quando Jessy virou, colocando a chave no bolso. — O que você vai fazer com isso? Jessy sacudiu a cabeça. — Eu gostaria de saber. — Onde agora, vovó? — Jake se colocou à beira da erva que invadia a pedra. — Nós vamos verificar as outras construções. — ela disse. — Você pode ir andando na frente. Imediatamente ele correu e Laredo seguiu no passo com Jessy. — Deixe-me reformular a minha pergunta: — disse ele. — Se você pudesse fazer qualquer coisa que gostasse, o que faria com ele? — Qualquer coisa? — Qualquer coisa. — Laredo confirmou. — Isso é fácil. Eu o derrubaria. — Então, faça-o colocar o lugar abaixo, leiloar tudo e dar os recursos para alguma instituição de caridade. — Você está falando sério? — ela olhou para ele com uma mistura de esperança e incerteza. — Você esteja certa que estou. O que mais você vai fazer com um elefante branco no meio do nada, que você não pode vender ou doar? — É verdade. — Jessy concordou, mas ele poderia dizer que ela não estava convencida. — Você está deixando que a prática fique no caminho. — Laredo repreendeu. — Elefantes brancos e praticidade não andam juntos. Se eles o fizessem, alguém nesta família teria chegado a uma solução alguns anos atrás, depois que toda a papelada deste lugar veio através do título claro para o Triplo C. — Você tem uma ideia. — Jessy admitiu. — Sugira a Chase. — Laredo sorriu. — Aposto que ele vai pensar que é um inferno de uma boa ideia. — Eu acho que vou. — no momento em que as palavras saíram, Jessy sentiu que a tensão que lhe incomodava a abandonou. Dirigiu-se para as dependências com um novo interesse em avaliar o seu uso potencial. Laredo observou a mudança sutil no seu humor, mas sabiamente não expressou aquilo. Em vez disso ele manteve Jake ocupado, deixando Jessy livre para olhar as coisas sem distrações. Quando Jessy emergiu das casas, Laredo estava a uma curta distância, assistindo Jake galopar seu cavalo imaginário em um grande círculo. Sua atenção se voltou para ela quando ela se aproximou. — Está tudo bem lá, também? Ela respondeu com um aceno de cabeça ausente. — Eu tinha esquecido que a casa tinha três quartos. Nós só poderiamos ser capazes de usar Lobo Prado como um camping. Nossa mão de obra iria se espalhar um pouco neste setor. Normalmente não tem sido um grande problema a menos que tenhamos um inverno duro. — Isso significaria colocar uma estrada de ligação. — Laredo lembrou. — Uma das velhas estradas do rancho costumava vir dentro de três quartos de milha ao moinho de vento onze. Chase a fechou quando Tara ganhou o título para o Lobo Prado. Ele queria ter certeza que ela não poderia usá-lo. — ela lançou um olhar pensativo na direção da estrada velha. — Vai dar algum trabalho tornar essa estrada utilizável novamente, mas não seria tão caro como abrir toda uma nova estrada. — Parece que você veio acima com... pelo menos uma solução parcial para este lugar. — Laredo disse. Assim quando Jessy abriu a boca para responder, veio um grito: — Whoa! — de Jake. Ambos se viraram para olhar. Laredo sorriu, divertido, com a visão do menino virando fora de seu amplo círculo em alguma grama alta. — Parece que Jake está fingindo ser um fugitivo. — Laredo trocava olhares com Jessy, sorrindo. Como sempre, Jessy aproveitou a oportunidade para ensinar seu neto. — Deixe o seu cavalo correr um pouco. — ela chamou. — Não puxe as rédeas de imediato. Ele vai lutar com você. Faça-o ir em um círculo em vez disso. Isso vai cansá-lo. Ela assistiu com aprovação, enquanto Jake seguia suas instruções e levava a imaginária montagem sob controle e começava a voltar para eles. De repente, parou e olhou para algo à sua esquerda. Jake apontou para ela. — O que é aquele pequeno curral, vovó? Lá, meio escondido pelas altas ervas daninhas, estava uma série de postes de cercas que encaixotavam uma área de aproximadamente dez pés quadrados. Jessy olhou para ele por um segundo sem compreender, antes de perceber o que era. — Aquilo é uma cerca de cemitério, Jake. — ela disse. — Quer dizer, como aquele lugar que chegamos à beira do rio, onde vovô... enterrado? — ele franziu a testa com a incerteza do significado da palavra. — Isso mesmo. — Jessy confirmou. — Só que este é menor. E mal cuidado, também. — acrescentou em um tom baixo para Laredo, e caminhou para dar um olhar mais atento, seguida por Laredo e Jake. — Quem está enterrado aqui? — Laredo tentou ver o nome na lápide através das altas ervas daninhas. — Buck Haskell e seu pai. — Jessy respondeu. — Realmente. — Laredo franziu as sobrancelhas em surpresa. — Eu não me lembrava disso. — Provavelmente não. Você ainda não estava aqui no Triplo C., quando Buck foi morto naquela colisão frontal. Nós oferecemos para enterrá-lo no cemitério do rancho, mas o pai dele não quis ouvir nada daquilo. Claro, Vernon sempre culpou Chase pela forma como Buck girou para fora, insistindo que se Chase não tivesse testemunhado contra ele, Buck nunca teria ido para a prisão pela primeira vez. — A prisão pode trazer para fora o pior de uma pessoa. Para os ouvidos de Jessy, o comentário de Laredo parecia uma declaração de fato, como se fosse de conhecimento pessoal. Ela se lembrou de como sabia pouco sobre o seu passado. Apenas por um momento ficou curiosa, mas rapidamente fechou a porta sobre as questões, deixando o passado no passado, plenamente consciente que o conhecimento não mudaria nada. — Você já reparou como o silêncio domina por aqui? — Laredo perguntou. — Tão sossegado. — Jessy concordou e deixou seu olhar vagar sobre o local isolado, ouvindo o murmúrio de uma brisa através da grama. — O silêncio é algo que sempre me impressionou quando eu ficava longe das idas e vindas constantes na sede. — Isso é verdade, mas eu não estava me referindo a esse tipo de calma. — Laredo disse. Seu olhar de soslaio foi meio divertido e meio intrigado. — Exatamente que tipo você quer dizer? Seus ombros se moveram encolhendo-se vagamente. — Parece que tivemos um longo período sem ninguém causando problemas. — Esta é uma reclamação, ou apenas uma observação? — durante aqueles anos que estiveram juntos, Jessy tinha aprendido a confiar em seus instintos. Isso a fez se perguntar se ele estava sentindo alguma coisa agora, o suficiente para que ela não pudesse rir. — Não tenho certeza o que é. — Laredo admitiu. — Só tenho essa sensação desconfortável que não posso explicar. — com rapidez, um sorriso preguiçoso despojou o olhar sério de seu rosto. — Provavelmente nada. — Provavelmente. — Jessy concordou, consciente que sentia uma nova necessidade de vigilância. Um suspiro ligeiramente entediado veio de Jake. — Ok, avó, para onde vamos? — Eu acho que talvez seja hora de voltarmos para casa. O que você acha? — Sim! — gritou ele, levantando o punho para dar ênfase. Na cozinha da Casa Grande, Cat experimentou os cranberries ferventes. Ciente de que estavam bem cozidos, ela pegou a panela e começou a derramá-los em uma tigela de vidro lapidado. Com o primeiro respingo do fruto vermelho- rubi, o timer tocou com um zumbido estridente. — As tortas devem estar prontas. — murmurou, meio irritada. — Vou levá-las para fora. — Sloan ofereceu e pegou um par de luvas de forno do balcão. — Você é uma jóia. — Cat declarou em apreço. — Você entende que uma vez que essas tortas sairem do forno, nós terminamos? O molho está feito, e todas as três caçarolas estão na geladeira, prontas para serem cozidas amanhã. Se você não tivesse se oferecido para ajudar, eu ainda estaria fazendo isso esta tarde. — Os agradecimentos vão para Jessy que levou Jake com ela. — Sloan verificou o cozimento dos centros de ambas as tortas de abóbora. — Uma delas pode precisar de mais cinco minutos. — Uma fôrma de torta era mais profunda do que a outra, então eu a enchi totalmente. — Cat lembrou e colocou a panela vazia na pia. Antes que ela pudesse levar a taça de cranberries para o refrigerador, o telefone tocou. Consciente que Sloan estava transferindo uma torta quente para o seu rack de esfriamento, Cat disse: — Minhas mãos estão livres, vou atender a isso. — pegou a extensão sem fio da cozinha. — Rancho Triplo C, a residência Calder. — Eu gostaria de falar com Chase Calder. Ele está? — a voz do outro lado era um tom de barítono quente, muito masculina e atraente. E não era uma voz que Cat conhecesse, o que só despertou sua curiosidade sobre seu dono. — Posso perguntar quem está ligando? — Wade Rogers. Não era um nome com o qual ela estivesse familiarizada. Para seu pesar, ele não ofereceu qualquer informação adicional. — É a respeito de negócios? — ela perguntou, com uma voz determinada como a de quem não iria vender nada a ninguém. Houve uma hesitação definitiva antes de responder: — É pessoal. — ele respondeu de maneira uniforme, bloqueando efetivamente mais dúvidas. — Só um momento e vou ver se ele está disponível. — Obrigado. Mantendo o telefone em sua orelha, Cat saiu da cozinha e fez o caminho para o escritório. Chase estava atrás da mesa, balançando para trás em sua cadeira, e de braços cruzados olhando pela janela. Ela parou na porta. — Você tem uma chamada de telefone, pai. Mr. Wade Rogers. — Rogers? — ele repetiu com uma ligeira careta. — Sim. Wade Rogers. Ele disse que era pessoal. — Rogers. — desta vez, o nome foi dito com reconhecimento. — Claro. — ele balançou a cadeira para a frente e pegou a extensão da mesa. — Aqui é Chase Calder. — Sr. Calder. É Wade Rogers. Espero que não esteja ligando em um momento ruim. — Nem um pouco. — Chase lhe assegurou e deslizou um olhar para Cat, que permaneceu na porta, a extensão da cozinha ainda segura em sua orelha. — Você pode desligar a extensão agora, Cat. E fechar as portas quando sair. Assustada com aquele pedido inesperado, Cat foi lenta para reagir. Quando Chase continuou a olhar para ela, sem retomar sua conversa com Wade Rogers, ela tardiamente apertou o botão, cortando a ligação em seu telefone e saiu fechando as portas duplas do escritório. Chase assentiu seus agradecimentos e disse ao telefone: — Acabei de falar com o seu pai no outro dia. Fico feliz em dizer que ele parecia bem. Quando ela puxou as portas em conjunto, a porta da frente se abriu e o silêncio na casa foi quebrado pelos gritos de Jake: — Mãe! Mãe, estamos de volta! Onde está você? De repente, deixou de pensar no pedido de Chase que parecia tão incomum a Cat, quando ela imaginou que ele provavelmente tinha visto Jessy chegar e sabia que Jake iria estourar na Casa Grande, gritando a notícia de sua chegada. E ultimamente Chase às vezes tinha dificuldade para ouvir se houvesse muito barulho de fundo. Com as portas fechadas, Cat cruzou para a entrada. — Sua mãe está na cozinha. — disse a Jake quando Jessy e Laredo entraram. — Você voltou cedo. Eu pensei que ficaria mais tempo em Lobo Prado. — Não demorou tanto tempo quanto eu pensei que fosse. — Jessy entrou e começou a atravessar o corredor. — Chase está no escritório? — Sim, mas ele está ao telefone agora. — Cat respondeu, e acrescentou: — Alguém chamado Wade Rogers. Esse nome significa alguma coisa para você? — Não, não realmente. — Jessy disse com um pequeno movimento de cabeça. — Por quê? — Apenas curiosidade. Ouvi meu pai dizendo que ele tinha falado com seu pai no outro dia, mas não me lembro de ninguém chamado Rogers. — Chase tem lidado com tantas pessoas ao longo dos anos, que você não pode esperar conhecê-los todos. Alguns deles foram antes de nosso tempo. — Jessy o tratou como não tendo importância. — É verdade. — Cat reconheceu e deixou o assunto. No entanto, não foi tão fácil bloquear a lembrança daquela voz de barítono. Seu timbre quente permanecia na borda de sua mente. — Algo cheira delicioso. — Laredo cheirou o ar. — Você fez alguma coisa assada enquanto estávamos fora. — Muito. E é tudo para a Ação de Graças. Sem amostras antes. — Cat avisou. — Você tem café feito, espero. — Laredo disse, usando a inflexão de sua voz para fazer uma pergunta. — Sempre. De fato. — Cat hesitou, um pensamento se formando. — Acho que vou ver se o pai gostaria de um copo. Vocês dois se sirvam sozinhos. Antes de se dirigir à cozinha, Cat deu uns passos ao escritório, bateu de leve na porta e empurrando-a colocou a cabeça para dentro. Chase olhou com uma careta e segurou sua mão sobre o bocal do telefone. — O que é? — Vim ver se você gostaria de uma xícara de café. — Não, mas eu bem que gostaria de receber alguma privacidade. Irada por sua resposta abrupta, Cat murmurou um seco: — Tudo bem. — e fechou a porta, murmurando baixinho: — Urso velho. Capítulo Três Um prato do peru suculento, assado com perfeição, fez o seu caminho em torno da mesa de Ação de Graças, com cada um espetando uma fatia grossa para seu prato, com exceção de Jake, que reivindicou a baqueta. O aroma fermentado de pãezinhos recém-assados, misturava-se com a fragrância afiada de sálvia e o cheiro do doce de batata doce cristalizado. Logo, cada prato estava cheio de porções da panela de feijão verde, purê de batatas, molho e torta de cereja com molho vermelho. Apenas Chase e Jake restringiram suas porções a uma pequena amostra de tudo. A conversa durante as primeiras mordidas estavam centradas em torno do alimento a ser consumido. Somente após a fome diminuir, a conversa na mesa se fez oscilante em torno do tema habitual do rancho. Trey começou. — Eu fico pensando sobre essa idéia de vocês, mamãe, de demolir o lugar de Tara em Lobo Prado. Antes que ele pudesse terminar o seu comentário, Chase interrompeu. — Eu acho que é a melhor sugestão que eu já ouvi para o condenado lugar. — Eu não discordo. — Trey qualificou. — Mas vai exigir alguma organização para realizá-la. — Só até a casa estar nivelada. — Chase fundamentou. — Então, nós demolimos o lugar tranquilamente. — É verdade, mas enquanto isso vamos precisar entrar em contato com várias casas de leilão e decidir qual queremos usar. Naturalmente o conteúdo terá de ser discriminado, talvez até mesmo fotografado. — enviou um rápido olhar sobre Sloan. — Isso é algo que você poderia fazer. — Tudo bem. — ela concordou. — E eu também tenho contatos em algumas casas de leilões. Eu poderia chamá-los se quiser. — Eu, por exemplo, ficaria grata por qualquer ajuda que você pudesse nos dar. — Jessy afirmou. — A pecuária, eu sei bem, mas isso, está fora da minha alçada. — O que me lembra, — disse Sloan. — que vamos precisar escolher uma instituição de caridade ou instituições de caridade que irão se beneficiar das receitas dos leilões. — Isso não será tão difícil. — Trey disse. — É a logística de toda a coisa que eu continuo pensando. Você percebe que tudo naquela casa tem que ser encaixotado e arrastado para fora de lá, não é? — Você acabou de identificar a sua primeira prioridade. — Chase disse. — Colocar tudo em uma estrada. Trey respondeu com um aceno de cabeça concordando. — Nós vamos começar isso amanhã. Acho que nós temos um caminho antigo no intervalo sul. Vou trazê-lo até aqui na sede. Enquanto isso, Mike e eu podemos juntar nossas cabeças e descobrir a melhor rota para ligar essa última milha. — Uma vez na estrada, uma das primeiras coisas que eu quero que você faça é desenterrar aquelas sepulturas. É hora de Buck e seu pai chegarem em casa. — Chase declarou. O anúncio trouxe um momento de silêncio para a mesa e Cat o quebrou: — Você tem certeza que é isso que quer, pai? Ele respondeu dizendo: — Ruth iria querer seu filho ao seu lado. — Então é isso que vamos fazer. — Jessy acabou com qualquer discussão mais aprofundada da questão. Chase na certeza de mudar de assunto, disse: — Você já falou com sua mãe sobre a movimentação dos brinquedos para os fuzileiros navais? — Falei com ela? — Jessy repetiu sua pergunta com uma nota de riso. — Eu fui até lá para lhe dizer sobre isso e quase antes que eu tivesse as palavras na minha boca, ela estava ao telefone chamando outras esposas do rancho. Até agora, ela provavelmente finalizou uma lista de brinquedos para obter, e organizar uma viagem de compras. — Falando de Natal, — Cat começou e dividiu seu olhar entre Jessy e Trey — se você puder poupar um par de mãos na segunda-feira, eu quero puxar as decorações para fora do sótão e começar a pendurar as de fora. — Não há problema. — Trey assegurou. — A menos que neve. — Laredo inseriu. — É a previsão para este fim de semana. — Desde que ela não comece a cair na segunda-feira, não será um problema. — disse Cat. — Na verdade, ela vai tornar tudo um ambiente de férias. — Isso me lembra, — disse Chase. — de colocar um lugar extra para o almoço na segunda-feira. O filho de um velho amigo deverá estar por perto. A frase atingiu um acorde familiarizado o que provocou seu interesse imediato. — Aquele filho não seria Wade Rogers, não é? Chase lhe deu um olhar interrogativo. — Como você sabia o nome dele? — Eu atendi o telefone quando ele ligou e pediu para falar com você. — Cat o lembrou, lutando para fazer o assunto de fato e consciente que ela se sentia à beira de corar. — Mesmo assim, estou surpreso por você se lembrar. Não era provável que se esquecesse daquela voz, mas Cat manteve aquela informação para si mesma e perguntou em vez disso: — Será que ele vai ficar muito tempo? — Eu duvido. Mais do que provável que ele nos deixe no início da tarde. — Chase respondeu e levantou a cabeça. — Por quê? — Eu apenas queria saber para ter certeza de ter um quarto pronto para ele. — ela se sentiu estranhamente desapontada que a estada de Wade Rogers seria curta. O que era uma bobagem, porque ela ainda não tinha encontrado o homem. Por tudo o que sabia, ele poderia ser gordo e careca com cabelo crescendo para fora de suas orelhas. Em vez de se debruçar sobre aquela imagem, Cat empurrou quaisquer pensamentos de Wade Rogers fora de sua cabeça. Na segunda-feira de manhã, sete polegadas de neve fresca cobriam as vastas extensões da fazenda Triplo C. A ausência de nuvens permanecia, deixando o sol como único ocupante do vívido céu azul. O ar estava vivo e o vento era ainda uma cena em linha reta como uma pintura num quadro. Aquele era o cenário para as férias, exceto pelo barulho atual. Cat apertava as mãos enluvadas sobre os ouvidos, em uma tentativa fútil para bloquear o barulho ensurdecedor do limpador de neve, no trabalho de limpar a área em frente à Casa Grande. Ela queria gritar para o motorista ir para outro lugar, mas, suspirou em frustração, sabendo que não se faria ouvir acima do motor a diesel do arado. Com os dentes cerrados, Cat abaixou as mãos e atacou as abas da caixa de papelão na frente dela, uma das várias espalhadas na varanda de pilares, algumas vazias e algumas esperando para serem abertas. Dentro de uma caixa particular, estava uma árvore artificial com três pés de altura, uma das duas que ocupariam as urnas decorativas que ladeavam a porta da frente. Enquanto lutava para removê-la, primeiro uma aba e depois outra, uma entrava em seu caminho. Por mais que tentasse, Cat não conseguia movê-la. Assim, quando estava prestes a desistir e começar de novo, um par de mãos enluvadas alcançaram-na e deram o puxão final na árvore, a suspendendo livre da caixa. Quase no mesmo instante, um apito estridente superou os barulhos altos. Cat olhou para cima e viu Laredo no meio de uma escada, segurando uma pequena coroa de flores em uma das janelas da frente. Ele apontou para chamá-la. Entregando a árvore para seu auxiliar, Cat apontou para a urna mais próxima lhe indicando que a colocasse lá, então, foi até Laredo. Com os ruidos do limpador de neve tornando a conversa impossível, Laredo colocou a primeira coroa de flores no alto da janela e usando mímica, perguntou onde deveria pendurá-la. Cat respondeu na mesma moeda, usando gestos com as mãos até que ele teve a coroa centrada na janela. Depois de fixá-la no lugar, Laredo desceu os degraus da escada e inclinou a cabeça perto dela, seu olhar passando rapidamente a um ponto além. — Quem é a raposa de prata? Surpreso que ela pudesse ouvi-lo, Cat olhou para confirmar se o limpador de neve já estava a alguma distância da casa e se afastando; e respondeu a pergunta de Laredo. De repente, teve consciência de um SUV estranho visível na sua visão lateral, mas era o homem alto de pé na porta da frente que reivindicava sua atenção. Tudo nele gritava a cidade, do seu sobretudo cor de carvão à silenciosa manta de renda em seus sapatos pretos salpicados com pedaços de neve. Nem um fio de cabelo na cabeça nua estava fora do lugar e a cor fazia juz à descrição de Laredo, singularmente apropriada de "raposa de prata"; era de um rico tom de estanho polido com destaques de prata. — Ele deve ser Wade Rogers. — ela percebeu. — Papai disse que estaria vindo hoje. Sem esperar por uma resposta, Cat correu para cumprimentar seu hóspede. Quando chegou, ele estava prestes a bater na porta, uma ação que definitivamente o marcava como um visitante de primeira vez. Somente estranhos batiam; todos os outros simplesmente entravam. — Sr. Rogers? Você é Wade Rogers, não é? — Cat procurava a confirmação quando ele se virou para ela. — Sim, sou eu. — no instante em que ele falou, sua voz forneceu mais uma prova da sua identidade. Um olhar para as suas características fortes, masculinas, as ranhuras atraentes que faziam um parêntese em sua boca e o brilho atraente de seus escuros olhos quase pretos, fez Cat querer rir por ter pensado que ele pudesse ser careca e gordo. Aquele era um homem tão bonito quanto sua voz. — Bem- vindo ao Triplo C. Eu sou filha de Chase, Cat Echohawk. — ela estendeu a mão para ele. — Acredito que nós falamos ao telefone. — Nós o fizemos. — ela estava secretamente satisfeita porque ele reconhecera sua voz, enquanto ela absorvia a sensação de seu aperto de mão agradavelmente firme. A lembrança permaneceu depois que ela soltou sua mão e a estendeu para a maçaneta da porta. — Por favor, entre. Eu sei que meu pai está esperando por você. Ele deu um passo para trás, permitindo a ela precedê-lo para a casa. Uma vez lá dentro, ele parou no tapete e deu uma limpada na parte inferior de seus sapatos. Cat primeiro puxou as luvas, então seu gorro, e empurrou-os nos bolsos de seu casaco antes de chegar até as pontas dos cabelos, de repente, consciente sobre sua aparência. — Deixe-me tirar o seu casaco para você. — ela ofereceu. — Obrigado. — ele desceu os ombros deslizando o casaco para fora e passou tanto o casaco quanto o cachecol para Cat, depois enfiou as luvas em um bolso. Por baixo, usava uma jaqueta esportiva escura sobre uma camisa cor de marfim. A maior parte não prejudicava sua aparência, Cat notou. — Eu imagino que vamos encontrar meu pai no escritório. — ela disse e seguiu naquela direção. — Espero que você tenha feito uma boa viagem até aqui. — acrescentou, sentindo a necessidade de preencher o silêncio. — As estradas não estavam muito desagradáveis, estavam? — Na maior parte elas estavam claras. Eu não tive problemas. — Estou feliz em ouvir isso. — como de costume, as portas duplas para o escritório estavam abertas. Cat se orientou para encontrar Chase sentado atrás da mesa, como ela esperava. — Pai, o Sr. Rogers chegou. — Então eu o vejo. — com algum esforço, se empurrou fora de sua cadeira para ficar de pé com a ajuda de sua bengala. Cat ficou satisfeita ao ver a rapidez com que Wade Rogers se mudou para o lado da mesa, sem qualquer aparência de pressa, eliminando a necessidade do homem mais velho vir ao redor para cumprimentá-lo. — É um prazer finalmente conhecê-lo face a face, Sr. Calder. — O mesmo digo eu, — respondeu, apertando-lhe as mãos. — e use o nome Chase. Nós não ficamos com formalidades aqui no Triplo C. — Chase. — disse ele com um aceno de compreensão. — Sente-se. — Chase apontou para as cadeiras em frente à mesa e se deslocou para retomar o seu próprio assento. — Cat, traga-nos um pouco de café. Você gostaria de um copo, não é, Wade? — Preto. Nenhum creme e sem açúcar. Se não for demais. — acrescentou, dirigindo um olhar sorridente a Cat. — Não será nenhum problema, — ela assegurou. — nós sempre temos um pote fresco. No seu caminho para a cozinha, Cat fez uma pausa na entrada para remover e pendurar o casaco. Quando levantou seu casaco para o gancho da parede, ela passou a olhar para uma de suas mangas. A textura e a cor dele trouxe uma outra imagem piscando no olho de sua mente. Ela se virou com um sobressalto e olhou em direção ao escritório, de repente percebendo que Wade Rogers tinha sido o único que tinha ajudado a retirar a árvore fora de sua caixa. Um sorriso se formando quando ela considerou a delicadeza do gesto, ciente que ele não poderia possivelmente ter sabido quem era ela. Mais uma marca em seu favor. Ela quase riu alto com o pensamento. Calculando os prós e os contras em um atraente estranho, com um traço de uma colegial, e ela era tudo menos uma estudante interessada na atenção de um homem. No entanto, mesmo com o último pensamento registrado, Cat sentia um pouco e ainda o deslizamento de um suspiro que a agitava; pendurou o casaco e retomou seu caminho para a cozinha. Cinco minutos depois, entrou novamente no escritório carregando uma bandeja com uma garrafa de café e dois copos. Depois que a colocou sobre a mesa, pegou a garrafa apenas para ser parada por Chase. — Não se preocupe, Cat. Vamos servir o nosso próprio café. — disse a ela. — E você se importaria de fechar as portas no seu caminho? Jake pode aparecer de roldão em breve e não quero que minha conversa com Wade seja interrompida. — Claro. — Cat sorriu compreensiva, dividindo-o entre o pai e o homem na poltrona que ficava em frente da escrivaninha. Como seu olhar permanecia sobre ele por um momento, ela foi rápida a notar a maneira como Wade Rodgers casualmente descansava na cadeira, tanto quanto um visitante frequente o faria. — Estamos quase terminando as decorações exteriores. Então eu começarei o almoço. — Parece uma adolescente explicando seu paradeiro a mim, não é? — Chase disse a Wade, com um brilho nos seus olhos. Um pouco confusa e consciente, Cat foi rápida para justificar o seu comentário. — Só queria que você soubesse onde eu estaria no caso de você precisar de alguma coisa. — com isso, ela saiu do escritório com o máximo de dignidade possível. Quando fez uma pausa para fechar as portas, ouviu a observação de Wade: — Isso na parede atrás é o mapa original do rancho, não é? Meu pai o descreveu para mim muitas vezes. A resposta de seu pai ficou perdida para ela quando as portas duplas clicaram juntas.
O aroma da levedura de pães recém-assados encheu a
cozinha quando Cat abriu a porta do forno para remover os pães. Pouco depois, Jake apareceu ao seu lado , quase que instantaneamente sombreando-a quando ela os levou até o balcão e ao rack de esfriamento que os aguardava. — Eles cheiram bem, tia Cat. — Jake declarou veemente. — Posso comer um agora? Estou com fome. — Eu posso? — corrigiu automaticamente sua gramatica. Ele lhe deu um olhar confuso. — Você não sabe se você pode? Cat levou um instante para registrar sua resposta. Quando o fez, ela riu. — Eu acho que eles estão muito quentes no momento. Quando ele suspirou seu pesar, Sloan veio e alvoroçou seu cabelo. — Você não precisa de qualquer maneira. Vai estragar o seu almoço. — Não, não vai. A minha barriga realmente está um verdadeiro vazio. — ele apertou a mão contra o estômago dando ênfase. — Vamos comer logo que sua avó e Laredo chegarem aqui. — Sloan prometeu e se dirigiu para o forno. — A pedra de aquecimento para os rolos ainda está aqui, Cat? — Na prateleira superior. — foi a resposta. — E nós temos que esperar o papai, também, eu suponho. — Jake disse com espanto evidente olhando os rolos com desejo óbvio. — Seu pai não virá aqui para o almoço. — usando uma luva de forno, Sloan removeu a pedra e a colocou no fundo redondo do cesto. — Por quê? — Ele está no Campo Sul, ajudando com o feno para o gado. Eu imagino que ele e seu outro bisavô irão almoçar juntos. — Sloan pôs um grande pano de prato resistente sobre a pedra de aquecimento e colocou as pontas sobre a borda da cesta. — E vovó, também. — Jake supôs. — Não, ela não está lá. — Sloan lhe disse. — Você não se lembra? Você a viu com as outras senhoras no boxe do comissário com os brinquedos. — e para Cat, ela disse: — Eles marcaram algumas pechinchas incríveis nas compras da sexta- feira negra. — Bom. Isso significa que todo o dinheiro que foi doado vai se espalhar ainda mais. — Cat verificou a grande panela de carne e macarrão e reduziu o queimador para menos calor. O tédio se instalou em Jake. Com rudeza típica, ele se afastou dos rolos tentadores e saiu para a porta de entrada para a sala de jantar. — Onde você pensa que vai, Jake? — Sloan perguntou com a suspeita natural de uma mãe atenta. Puxado pelo short, Jake balançou de volta exasperado. — Vou ver se vovô já abriu a porta. — Não se preocupe com essa porta. Basta ficar aqui com a gente. — Sloan ordenou. — Mas, mãe, — protestou com grande drama. — Quero dizer ao vovô sobre o forte de neve que eu e Luke e Danny construímos. — Luke, Danny, e eu construímos. — Cat corrigiu sem pensar. — Você não estava lá, tia Cat. — Jake declarou. Antes que Cat pudesse explicar sobre o seu mau uso de pronomes, Sloan inseriu: — Haverá tempo de sobra para você dizer ao vovô sobre o seu forte na hora do almoço. Ele abriu a boca para discutir a questão, mas interpretando corretamente o olhar severo de sua mãe, ao lhe advertir que aquele ponto não estava aberto ao debate, se aquietou para simplesmente perguntar: — Quanto tempo antes do almoço? — Está tudo pronto. Podemos começar a nos servir assim que sua avó e Laredo chegarem aqui. — rápida para ver a próxima pergunta se formando nos olhos de Jake, Sloan acrescentou: — E não, eu não sei quanto tempo isso vai demorar. Com uma grande mostra de relutância, ele se arrastou de volta para a mesa da cozinha e se atirou em uma das cadeiras. Descontente e zangado, ele exigiu: — De qualquer maneira, como é que vovô tem as portas fechadas? — Assim ele pode conversar com seu amigo em particular. — Mas vovô vai querer me ver se souber que estou aqui. — Jake fundamentou. Sloan apenas sorriu. — Boa tentativa. Os cantos de sua boca se voltaram para baixo na derrota quando ele se abaixou ainda mais na cadeira. A partir da porta de entrada, veio o som da abertura, de passos e da voz baixa de um homem. Jake imediatamente se iluminou. — Esse é Laredo. Cat sorriu divertida com a reação dele. — Então é. Digo- lhe, por que você não vai bater na porta de cima e lhes dizer que o almoço está pronto? — Oh rapaz! — Jake saiu da cadeira como um raio e correu para fora da cozinha. — Apenas bata. — Sloan avisou. — Não abra a porta. — Ok, mãe. — a resposta dele flutuou de volta da sala de jantar. — Esse menino. — Sloan murmurou, mas com afeto óbvio e genuíno quando Jessy e Laredo entraram para a cozinha. — Eu juro que Jake só tem duas velocidades. Andar e parar. — declarou Laredo, esfregando as mãos para aquecê-las. — Trey era como ele na sua idade. — Jessy recordou e fez uma varredura de avaliação dos preparativos do almoço em andamento. — Precisa de alguma ajuda? — Está tudo pronto. Só precisa ser servido. — Cat respondeu. Com tantas mãos para ajudar, a tarefa foi cumprida em pouco tempo, deixando apenas Cat na cozinha. Ela lançou um olhar ao redor do balcão e do fogão para garantir que nada fosse esquecido e teve um vislumbre de seu próprio reflexo no vidro frontal da porta do forno. Inclinou-se ligeiramente para verificar sua aparência, tocando os dedos nos cabelos escuros. Com os lábios se curvando em diversão, ela enviou um olhar para o céu. — Aposto que você está lá em cima sorrindo para mim, Logan, por ser tão feminina e querer ficar bonita para Wade Rogers pensar que eu estou atraente. — ela ficou um pouco séria. — É bom sentir isso outra vez ao vivo, apesar de tudo. Você não se importa, não é? — no momento em que a pergunta suave escorregou, uma paz fácil caiu sobre ela. — Claro que você não o faz. Ela entrou na sala de jantar, no mesmo momento em que Wade Rogers passava ao lado de Chase muito mais lento em seus movimentos. Houve um contato visual instantâneo entre eles, o que foi uma coisa inebriante. Eles trocaram pequenos acenos de saudação. No momento em que Chase parou na porta, Jake estava ao seu lado. — Vovô, eu estive esperando você sair. Danny, Lucas e eu fizemos um forte de neve. Tia Cat pensa que ela ajudou, mas fui eu. E... — Uau, filho. — Chase levantou a mão calando-o. — Você precisa se lembrar de suas maneiras. A primeira coisa a fazer é saudar o nosso convidado. Wade, este turbilhão é o meu bisneto, Jake Calder. Jake conheça o Sr. Rogers. Com os ombros retos e sua expressão solene e um pouco impaciente, Jake estendeu a mão. — Como você está, senhor? Adotando a atitude de homem para homem de Jake, Wade se inclinou ligeiramente para apertar sua mão. — Como você está senhor? Eu tenho interesse em ouvir sobre o seu forte de neve mais tarde. Os olhos de Jake ficaram grandes de excitação. — Sério? — Realmente. — Wade assegurou. — Ele disse mais tarde. — Chase lhe lembrou e continuou com as apresentações, passando Cat por cima com um simples — Claro que você já conheceu minha filha — e terminando com Laredo. — Por último, mas não menos importante Laredo Smith, que é um membro da família em tudo, menos no nome. — Um prazer. — Wade disse quando apertou sua mão. — Laredo. Esse é um nome incomum. — Definitivamente colorido. — Laredo concordou. — Eu acho que alguns pais fazem isso quando tem um sobrenome tão comum como Smith. — Faz sentido. — Wade admitiu, combinando com o sorriso fácil de Laredo. Jessy sorriu para si mesma, com a maneira hábil com a qual Laredo havia desviado o comentário sem revelar nada. Ele era um mestre naquilo, assim como aquele ar de simpatia que ele projetava o tempo todo dimensionando o homem acima, avaliando e pesando tudo, desde as nuances de seu padrão de fala até sua linguagem corporal. Todos os peões estavam convencidos que Laredo simplesmente tinha um nariz para o problema. Ele o fazia, Jessy acreditava, com base na sua capacidade de ler as pessoas. Jessy estava curiosa para saber qual seria a conclusão que Laredo tinha chegado sobre seu convidado, quando todos tomaram seus assentos em torno da mesa. Sua primeira impressão era favorável, mas como sempre, ela reservava sua decisão até ouvir a opinião de Laredo, tendo aprendido ao longo dos anos a confiar em seus instintos. Após a bênção, os pratos que serviam foram passados à volta da mesa e qualquer conversa era centrada principalmente sobre a comida. Com todos envolvidos com sua refeição, houve uma calmaria momentânea na conversa. Cat preencheu o silêncio. — Papai nos disse que é a sua primeira visita ao Triplo C. — É isso mesmo, embora meu pai tenha falado tanto que tudo aqui parece muito familiar para mim. Wade parou um segundo e sorriu um momento para si mesmo. — Depois que eu virei naquela estrada e atravessei o portão dirigindo pelas quarenta milhas até aqui, eu tive uma compreensão clara do que meu pai estava falando quando dizia: — É preciso um grande pedaço de terra para caber no âmbito de um céu Calder. — Como isso é verdade. — Sloan concordou. — Na primeira vez que Trey me trouxe aqui eu senti um pouco isso. Não importa o quanto você ouça ou leia sobre o Triplo C, você realmente não entende nada disso até que esteja realmente aqui. — Em que parte do país é a sua casa, Sr. Rogers? — perguntou Laredo e Jessy adivinhou imediatamente que Laredo não conseguira definir o sotaque do homem. — Aqui, ali e em toda parte. — ele respondeu. — Nasci enquanto meu pai servia no Congresso. Após a faculdade, fui trabalhar para o Departamento de Estado e acabei sendo colocado em meia dúzia ou mais de países ao redor do mundo. — Essa deve ser uma carreira interessante. — Sloan afirmou. — É como a maioria dos trabalhos que parecem muito glamourosos, mas na realidade são geralmente algo mais simples. — Você está estabelecido aqui nos Estados Unidos, agora? — Cat perguntou. Depois de uma ligeira hesitação, ele respondeu: — É uma maneira de falar. Você vê, eu me demiti do Departamento de Estado há alguns anos. Agora eu trabalho como um consultor privado, geralmente por empresas com interesses comerciais no exterior. — Então o que o traz para Montana? — Laredo o olhou com curiosidade, enquanto mergulhava a faca na manteiga. — Eu tinha alguns negócios na área e com alguns dias livres no meu calendário, decidi tocar na amizade de meu pai com Chase e disputar um convite. Depois de ouvir tantas histórias sobre o Triplo C, o pensamento de estar tão perto e não vê-lo por mim mesmo, bem, eu só não queria deixar passar a oportunidade. — concluiu. — Estamos felizes por você não tê-lo feito. — Cat disse com um largo sorriso. — Eu também. — Wade respondeu, devolvendo o sorriso dela e segurando seu olhar tempo suficiente para que Jessy o observasse. Ela lançou um olhar para Cat e observou aquele brilho em seu rosto. Deu um empurrãozinho em Laredo e inclinou a cabeça na direção de Cat. Como Jessy, ele observou o interesse muito pessoal que Cat estava tendo pelo seu convidado. E sua reação foi fazer um estudo mais profundo sobre Wade Rogers. — Então, onde você mora agora? — Cat perguntou com curiosidade aparentemente educada. — Em um dos subúrbios de DC, no lado de Maryland. — Talvez a seguir, você devesse perguntar se ele é casado, Cat. — Chase sugeriu, com a cabeça inclinada em sua direção. — Pai! — ela pronunciou seu nome em um protesto sem fôlego e lançou um olhar consciente e constrangido em Wade. Ele evitou o contato visual, direcionando sua atenção para a comida em seu prato. No entanto, Jessy tinha quase certeza que ele estava lutando contra um sorriso. — Bem, a maneira como você o está bombardeando com perguntas, — Chase começou em defesa de seu comentário — pensei que você pudesse estar verificando-o para ver se ele seria um bom marido em potencial. — Pai! — Cat olhou lhe pedindo para calar a boca. Antes que Chase pudesse responder, Wade falou. — Nesse caso, eu informo que sou viúvo. Perdi minha esposa para o câncer há alguns anos. — nada em sua expressão ou tom de voz, revelava qualquer consciência de que o assunto pudesse ser um pouco estranho. Despercebido, Jake escorregou da cadeira e correu para o lado de Chase, colocando a mão em seu braço para reivindicar a sua atenção. — Vovô, ele é o cara que você está conseguindo para ser o novo marido de tia Cat? Você sabe, para o Natal? No mesmo momento em que Chase bateu um dedo silenciador contra a boca de Jake, para o lembrar que era o seu segredo, Sloan deixou escapar uma reprimenda embaraçada: — Jake, você não deve fazer perguntas como essa. Volte aqui nessa cadeira agora. — ela insistiu e lançou um olhar de desculpas para Cat. Cat estava furiosa demais para falar, certa que nunca tinha sido tão humilhada em sua vida. Em sua juventude ela teria jogado o guardanapo na mesa e saído da sala. Agora, ela se sentava em silêncio duro e cutucava sua comida, fervendo por dentro. — Eu não sei o que você deve pensar desta família, Sr. Rogers. — Sloan começou, falando para cobrir o silêncio de Cat. — Meu filho... Chase a interrompeu, sorrindo para Wade com um brilho de sabedoria em seus olhos. — O que ela está tentando explicar, é que é uma daquelas guerras familiares privadas que estou tendo com a minha filha. E o Jake aqui é um bom antagonista. Ele bateu no ombro do rapaz e o empurrou para sua cadeira. — Obviamente é uma piada interna que é melhor ser ignorada. — Wade dirigiu a sua resposta ao Chase, mas fez questão de incluir Cat por meio de um olhar lateral tranquilizador. Apenas ligeiramente amolecida, Cat murmurou: — Você está entendendo e isto é apreciado. — por mais que tentasse não conseguia manter a rigidez de sua voz, ou diminuir a coisa toda tão facilmente quanto ele parecia estar fazendo. — Diga Jake, — Chase inseriu quando o menino subiu em sua cadeira — você não me contou sobre o forte de neve que você construiu. — É um bom, vovô. — Jake declarou e imediatamente se lançou a uma descrição completa do mesmo, do que trabalhou nele e o que cada um fez. Quando os outros se juntaram aos comentários e perguntas, Cat ficou feliz de ter um assunto tão absurdo dominando a conversa. Ao longo do caminho ela fez a sua parte para mantê-lo, determinada a levá-lo pelo resto da refeição se possível. — Parece bastante forte. — comentou Wade. — Você quer vê-lo? — Jake se sentou para frente com toda avidez. — Eu vou mostrá-lo depois que terminarmos de comer. — Talvez outra hora. — Wade respondeu, então deixou seu olhar abranger todos na mesa. — Eu sei que não é educado comer e correr, mas eu vou ter que sair logo depois do almoço para não perder o meu voo. — Mas isso não vai demorar muito. — Jake começou em protesto. Sloan colocou uma mão em sinal de silenciamento em seu braço. — Eu acho que você esqueceu que irá de trenó com Lucas e Dan esta tarde. — Oh, sim. — Jake apertou os lábios em pensamentos profundos, em seguida olhou para Wade. — Eu vou lhe mostrar em outra hora. — Parece bom. — Wade concordou sorrindo. Cat permaneceu em silêncio, lutando com uma estranha mistura de decepção e alívio por Wade sair tão cedo. — Talvez outra hora. — isso foi o que ele disse a Jake. Ela suspeitava que ele tinha sido deliberadamente vago porque sabia que provavelmente não haveria outra vez. Ela sabia que lamentava e cuidadosamente não examinava a razão para aquilo, muito de perto. Na conclusão do almoço, Wade se demorou para mais uma xícara de café, em seguida, empurrou a cadeira para trás da mesa. — Por mais que eu gostasse de ficar é hora de me despedir de todos. — levantando-se, estendeu a mão para Chase evitando a necessidade dele levantar. — Foi bom conhecê-lo no passado. — O prazer foi todo meu. — Chase apertou brevemente a mão de Wade, segurando seu olhar. — Mantenha contato. — Vou manter. — Wade acenou com a cabeça, mas Cat sentiu que era mais uma resposta superficial do que um compromisso. Quando ele começou suas despedidas aos outros, Cat viu sua abertura e se levantou da cadeira. — Vou pegar o seu casaco para você. No momento em que pegou o casaco do gancho da parede, Wade se juntou a ela na entrada. Consciente da agitação na boca do estômago, Cat esperou enquanto ele encolheu os ombros em seu casaco e mentalmente ensaiava as coisas que ela queria dizer, mal registrando seus elogios sobre a refeição do meio-dia. — Estou feliz que você tenha gostado. — Cat respondeu de forma automática e começou a lançar seu discurso. — Sr. Rogers... — Pensei que nós concordamos que seria apenas Wade, não Sr. Rogers. — ele sorriu, provocando o surgimento daquelas covinhas masculinas atraentes no seu rosto, novamente. Ela foi momentaneamente distraída e um pouco forçada a vê-las. — Wade, — corrigiu-se, consciente do ligeiro tremor em sua voz. — Eu quero pedir desculpas por toda aquela conversa na hora do almoço sobre um marido. Eu sei que deve ter se sentido um pouco incomodado. Ele inclinou a cabeça em um ângulo pensativo. — Suspeito que foi mais difícil para você do que para mim. Ignorando sua observação, Cat continuou: — De qualquer forma eu quero que você saiba... ... que você não está interessada em mim dessa forma. — terminou para ela. Ela não tinha planejado colocá-lo assim tão abruptamente. — Algo assim, sim. — admitiu sentindo-se ainda mais desconfortável. — Mesmo que eu tivesse imaginado realmente ouvir você admiti-lo, de repente eu sinto muito que você se sinta assim. Mesmo admitindo ligeiramente relutante, Cat se encontrou sem palavras. Como sentindo seu constrangimento, ele lhe ofereceu a mão em despedida. — Deixe-me lhe agradecer novamente por sua hospitalidade. — A qualquer hora. — Cat lutava para conseguir expor suas palavras, seu pulso batendo loucamente no breve toque de sua mão. Ele lhe sustentou o olhar um segundo a mais, em seguida se virou. O ar frio correu pela entrada quando ele abriu a porta, rodando em torno de Cat mesmo após Wade fechar a porta atrás de si. O clique da trava de encaixe no lugar, quebrou a imobilidade que ela tinha colocado sobre si mesma. Com as mãos crispadas, Cat se balançou longe da porta. — Por quê? Por quê? Por quê? — ela se repreendeu num murmúrio quase inaudível. — Por que eu reagi assim? No entanto, a razão era óbvia até mesmo para Cat. Orgulho. Tinha tanta abundância dele e em sua determinação para convencê-lo que ela não era uma viúva com fome de homem, ficara presa por seu próprio orgulho, totalmente incapaz de responder em assentimento quando Wade tinha manifestado interesse nela. Cat sabia que estava atraída por ele o suficiente para que estivesse curiosa para saber onde aquilo poderia levá-la. A qualquer hora. A palavra ecoou em sua mente com todas as suas conotações de indiferença educada e total falta de incentivo para Wade voltar. Pensou que seria provavelmente melhor que aquilo tivesse acontecido. Caso contrário, viveria na esperança que ele voltasse para o rancho. Pelo menos agora sabia que nunca iria acontecer. A melhor coisa foi bloqueá-lo de sua mente, esquecer que já conhecera alguém chamado Wade Rogers. Com uma determinada elevação da cabeça, refez seus passos para a sala de jantar, entrando quando Laredo esvaziava o conteúdo da garrafa em seu copo de café. Cat imediatamente aproveitou a desculpa para ganhar mais alguns momentos para si mesma. — Aqui. Deixe-me pegar isso e eu vou enchê-la de volta. — ela pegou a garrafa antes que Laredo pudesse colocá-la de volta na mesa. — Não precisa preenchê-la para mim. — Chase avisou. — Eu já tive o suficiente. — Há outros que podem querer um copo. — Cat o lembrou e se dirigiu à cozinha. Chase a observou sair, então deslizou um olhar irônico em Laredo. — Tenho a sensação que ela não me perdoou por provocá-la sobre Wade. — disse sem um pingo de remorso na sua voz. — E eu tenho a sensação de que você está esperando que ela fique tão furiosa que pare de falar com você. — Laredo respondeu com um olhar compreensivo. — Acabe rápido com o que te irrita, não é? — Chase combateu com os olhos brilhantes e puxou uma respiração profunda lançando um suspiro de satisfação. — Foi uma manhã cheia... e agitada. Acho que eu poderia me esticar e fechar os olhos um pouco. — pegou a bengala encostada no braço da cadeira e virou a cabeça em direção à cozinha. — Se ela perguntar onde estou diga-lhe que estarei no meu quarto. Jake olhou para ele com espanto. — Você realmente vai tirar um cochilo, vovô? — Sim, Jake, eu realmente vou. — Chase se empurrou para fora de sua cadeira e se dirigiu para a ala oeste com sua bengala batendo no chão a cada passo. Preocupado, Jake arriscou um olhar de esguelha para sua mãe. — Eu não tenho que tirar um cochilo antes de ir de trenó, não é? Porque Lucas vai me esperar logo depois do almoço. — Se terminar o seu leite, você pode ignorar a sesta. Jake não lhe deu a chance de reconsiderar, agarrando o copo de leite e tragando seu conteúdo em dois longos goles. — Tudo feito. — anunciou, empurrando o copo sobre a mesa e se deslizando da cadeira em um movimento contínuo. — Vamos. Com uma sacudida divertida de sua cabeça Sloan se levantou e jogou um olhar para Jessy. — Acho que eu realmente não queria a segunda xícara de café. — Boa coisa. — Jessy sorriu para ele. O pequeno sorriso ficou no lugar enquanto ela ouvia a troca de conversa entre Sloan e Jake quando ela se juntou a ele na entrada. Jake ainda estava tagarelando quando saiu pela porta da frente. O silêncio foi instantâneo. — É incrível como a casa parece tranquila após a saída de Jake. — ela comentou com Laredo. Sua única resposta foi um som concordando enquanto ele continuava a contemplar a superfície escura de seu café. Jessy fez um estudo para o lado dele, observando sua expressão de pensamento profundo. Curiosa, ela perguntou: — Quais são os grilos da sua cabeça? Levou um momento antes de responder. — Esse cara Rogers. — ele levou o copo à boca e tomou um longo gole de café. — O que tem ele? Seus ombros se moveram em um encolher ocioso. — Repentinamente esse cara liga para Chase e se convida para vir aqui. — Afirmou que queria ver o rancho. O que há de tão incomum sobre isso? — Nada. — Laredo concordou, então encontrou seu olhar. — É engraçado, porém, todo o tempo em que esteve aqui não se moveu da casa. — Como ele poderia com toda a neve que nós temos? Ele descartou a desculpa com um movimento rápido de sua cabeça. — Não. Algo me diz que ele tinha outra razão para vir aqui. — Você realmente não acha que ele queira nos causar problemas, não é? — Jessy disse com ceticismo aberto. — Mesmo você tem que admitir, algo não cheira bem. — Não para o seu nariz. — ela respondeu. — Pense como quiser. — como de costume, Laredo não discutiu e simplesmente empurrou sua cadeira para trás da mesa. — Mas eu vou pensar que essa não é a última vez que o vemos. Jessy se levantou. — Eu acho que você está se esquecendo que ele é o filho de um amigo da família de longa data. — Isso foi o que Chase disse, também. — mas ele permaneceu sem se deixar influenciar pelo fato. Ela começou a lembrar-lhe que Chase não iria mentir, mas engoliu as palavras. Era a natureza de Laredo a de suspeitar de qualquer pessoa que ele não conhecesse pessoalmente. Seus instintos eram geralmente bons, mas este era um caso em que o tempo iria provar que ele estava errado. Jessy tinha certeza. Capítulo Quatro O luar brilhava sobre o tapete de neve que cobria o pátio do rancho e deixava o solo exposto e esburacado em um preto profundo. Agasalhada contra o frio da noite, Sloan saiu da Casa Grande e se dirigiu para as escadas. Lá, ela fez uma pausa para verificar qualquer movimento no quintal que pudesse indicar que Trey estivesse em seu caminho de volta. Tudo estava quieto. Ela focou sua atenção no antigo celeiro e na luz que aparecia em uma de suas pequenas janelas. Descendo as escadas, andou rápida para o velho celeiro de madeira pesada. O ar frio pinicava sua pele e transformava cada expiração de ar em um vapor úmido. Automaticamente Sloan acelerou seus passos para alcançar o calor prometido do celeiro. A temperatura dentro do celeiro era bem uns dez graus mais quente. Sloan percebeu a mudança no instante em que entrou. Quase no mesmo instante viu o corpo alto e familiar de Trey quando saia de uma tenda no meio do amplo beco. — Ei, não. — Sloan chamou suavemente quando ele se voltou para fechar a porta atrás dele. Sua cabeça se virou com a forma da aba do chapéu sombreando seus olhos, mas o sorriso de boas-vindas foi claro ao vê-la. — Que surpresa agradável. — Eu pensei que poderia ser. — ela andou para o lado dele e deixou o braço atraí-la contra ele. — Jessy disse que você viria até aqui para verificar um cavalo ferido. Sua vista lateral tomou nota do ocupante das baias, um potro atualmente com um ano de idade cheirava o feno em sua manjedoura. A espessura do revestimento de inverno do animal entorpecia sua cor azeda e quase escondia a dispersão de cortes ao longo de seu pescoço e quadris. — O que aconteceu com ela? — perguntou Sloan. — De alguma forma, ela quebrou o gelo do rio. — Trey respondeu. — Quando os meninos levavam o feno esta manhã, eles a descobriram encharcada e com sangue em uma meia dúzia de cortes. — Mas como é que ela se cortou assim? — Sloan fez uma careta. — O gelo pode ser tão afiado quanto uma navalha. Mas ela tem um corte desagradável que está demasiado profundo e irregular para ser de gelo. — explicou. — Se eu tivesse que adivinhar, diria que ela provavelmente bateu em um galho de árvore submerso. Ela vai ficar bem. Então, você tem Jake deitado para toda a noite? — Deitado e dormindo. Pensei em ir através das fotos que tirei em Lobo Prado ontem para começar a compilar uma lista de inventário, então eu decidi vir encontrá-lo em seu lugar. — ela se aconchegou mais perto dele, saboreando o calor de seu corpo. — Frio? — ele adivinhou. — Gelada. — Sloan admitiu. — Eu acho que não vou me acostumar com seus invernos de Montana. — Saudades das brisas havaianas quentes, não é? — Um pouco. — Talvez possamos escapar por uma semana ou mais em janeiro e mostrar a Jake o Oceano Pacífico. — Isso é uma promessa? — Sloan inclinou a cabeça para trás para olhar para ele. — Antes de responder, esteja avisado que vou te cobrar isso se você disser sim. — Nesse caso — Trey arqueou as sobrancelhas, e com os olhos piscando e disse: — Talvez seja melhor dizer que é um definitivo talvez. — Não é justo. — ela enfatizou a sua resposta com um puxão brincalhão nas costelas, seu casaco forrado de lã absorvendo grande parte do puxão. Ele ficou sério quando correu um olhar perscrutador sobre seu rosto. — Você está feliz aqui, não é? — Mais feliz do que eu já estive em toda a minha vida, — ela assegurou — mesmo se eu nunca mais puser os pés no Havaí novamente. — Só queria ter certeza. — ele fez seu tom deliberadamente sério, como se a questão não tivesse sido um caso sério em tudo. — Pronta para ir até a casa? — Se você terminou aqui? — Eu terminei. — mantendo um braço em volta dos seus ombros, ele a guiou para a porta. Do lado de fora do celeiro, Sloan esperou enquanto ele desligava as luzes interiores e fechava a porta atrás de si, verificando para se certificar que estivesse devidamente fechada. Lado a lado, eles saíram para a Casa Grande. Sloan ergueu o olhar para a grande estrutura, de dois andares, com os tijolos brancos revelando uma cor pálida ao luar. As luzes vermelhas, azuis e verdes brilhavam em torno das árvores individuais que ladeavam a porta da frente, bem como as coroas de flores penduradas em cada janela da frente. — A casa parece tão bonita toda decorada para o Natal. — ela murmurou, inconscientemente dando voz aos seus pensamentos. A visão desencadeou outro pensamento na mente de Trey. — Em mais algumas semanas vai ser hora de decorar o celeiro para a nossa festa anual de Natal. — É sempre no último sábado antes do Natal, não é? — lembrou Sloan. — Isso parece muito distante, mas realmente não é, apesar da Ação de Graças ter ocorrido apenas há uma semana. O que me lembra que eu vou viajar amanhã. — Para onde? — era uma pergunta comum, nascida da curiosidade casual. — Algumas de nós, esposas do rancho, iremos a Miles City comprar brinquedos para a campanha dos fuzileiros navais. Temos nossa lista feita, por isso espero não demorarmos muito, uma vez chegadas às lojas. — Eu gosto do jeito que você disse isso. — sua boca se curvou em um sorriso satisfeito. — Disse o quê? — ela lhe deu um olhar confuso. — Nós, esposas do rancho. Isso me diz que você finalmente se sente como uma delas. Sloan pensou sobre aquilo e assentiu. — Eu acho que sim. — Veja as estrelas. — a mão enluvada descansando no ombro dela levantada, um dedo apontando para o céu. — Nas noites frias como esta elas sempre me fazem lembrar de cristais de gelo espalhados em um céu negro. Olhando a copa estrelada da natureza, Sloan concordou com a cabeça, murmurando: — Elas são lindas. — Quase tão bonitas como você. Surpresa com o elogio que parecia vir do nada, ela virou a cabeça para olhá-lo. — Acredito que você está colocando a marca em mim. — E o que há de errado com um homem casado e velho colocando a marca na sua esposa? — Trey combateu com as sobrancelhas elevadas desafiadoramente. — Absolutamente nada. — seu rosto virado para cima convidava ao beijo, e Trey foi rápido, mergulhando a cabeça e cobrindo com a boca os lábios dela refrigerados pela noite gelada, aquecendo-os a ambos. Quando se separaram, seus olhos se encontraram por um longo momento, mas não falaram nada. Tudo o que precisava ser dito fora comunicado com aquele olhar. Um silêncio natural corria entre eles quando retomaram seu caminho para a Casa Grande. Sloan o quebrou quando chegaram às colunas do alpendre. — Sabe o que seria bom agora? — Algo me diz que não vai ser o que eu estou pensando. — Trey adivinhou. — Um copo quente de chocolate. — Não, não era isso que eu tinha em mente. Bem ciente do que era Sloan riu e Trey respondeu com um largo sorriso. — Minha vez virá mais tarde. — Você parece muito confiante disso. — Sloan brincou quando eles entraram na casa. — Certamente porque eu sei que você me ama. — ele tirou o casaco forrado de pele de carneiro e o colocou num gancho na parede. — E você me ama. — Sloan respondeu, desabotoando sua própria parca. — É por isso que você vai me ajudar a preparar o chocolate. — Eu acho que isso se chama chantagem de esposa. — Trey a repreendeu com carinho, em seguida, lançou um olhar para a sala onde o som da televisão podia ser ouvido. — Antes seria melhor ver se alguém gostaria de um pouco de chocolate. Mas quando eles atravessaram para a sala de estar, Trey foi surpreendido ao encontrar sua mãe como única ocupante da sala. — Onde estão todos? Jessy desviou a atenção do programa que estava assistindo. — Não tenho certeza, mas acho que Cat está na cozinha, e Laredo saiu logo depois que você foi para o celeiro. — Tão cedo? — disse Trey com alguma surpresa. — Ele alegou que queria descobrir onde instalar a banheira de água quente que irei receber no Natal. — ela respondeu com um sorriso incrédulo. — Você receberá uma banheira de hidromassagem para colocar no Ninho do Javali? — Trey sorriu com o pensamento. — De acordo com Laredo, eu vou. Na cabeça dele, Trey não podia imaginar sua mãe relaxando em uma banheira quente, mas se alguém poderia persuadi-la a isso, seria Laredo. — Vovô está dormindo, não é? — Não, ele está na sala. Wade Rogers telefonou e ele recebeu a chamada lá onde a televisão não iria incomodá-lo. — Esse nome parece familiar. — Trey franziu a testa, tentando lembrar onde o tinha ouvido. — Eu não consigo me lembrar, no entanto. Foi Sloan quem respondeu. — Ele é o filho de alguém que Chase conhece e passou por aqui na segunda-feira quando estava no Campo Sul. — Você quer dizer aquele que Jake decidiu que seria o novo marido de Cat? — seu sorriso se alargou quando ele fez a conexão com Wade Rogers. — Esse é o único. — Sloan balançou a cabeça e dirigiu sua atenção para Jessy. — Nós vamos fazer algum chocolate. Você gostaria de um copo? — Vou recusar. Sloan olhou para as portas fechadas para o escritório. — Devemos verificar com Chase? Jessy acenou de lado a questão. — Basta fazer-lhe uma xícara. Se ele estiver com vontade, irá beber. — Vamos fazer. — colocou uma mão de direção sob o braço de Sloan e a virou para a cozinha. — Vamos pequena jovem fabricante de chocolate, vamos levar este show na estrada. Jessy estava certa quando imaginou que Cat estava na cozinha. Ela estava em pé ao lado do balcão, derramando um líquido escuro em um saco plástico de grandes dimensões contendo um grande assado. Olhou os dois de relance quando eles entraram. — Como está a potranca? — perguntou a Trey. — Ela vai ficar bem. O que é que você está fazendo? — ele balançou a cabeça, indicando o saco plástico. — Preparei uma nova receita de marinada e decidi que queria testar no assado de amanhã. É recomendado deixá-lo durante a noite. — Cat segurou o saco, fechando-o. — Então, o que vocês dois estão fazendo? — Sloan decidiu fazer um chocolate quente. — Trey retirou o jarro de leite da geladeira e segurou a porta aberta para Cat, enquanto ela colocava o saco com a carne marinada em uma prateleira limpa. — Até agora, temos ordens para três xícaras. Importa-se de torná-lo quatro? — Meu pai não vai ter uma? — ela olhou para ele com surpresa. — Essa é a terceira, embora ele não saiba ainda. — ele deixou a porta se fechar e entregou o jarro de leite para Sloan. — Você não perguntou a ele? — Cat fez uma careta de questionamento. — Não foi possível. Ele estava ao telefone. — Trey parou com uma luz provocante de repente dançando em seus olhos. — Na verdade ele estava falando com seu futuro marido, pelo menos, de acordo com Jake. — Meu... — Cat interrompeu a frase. — Ele estava ao telefone com Wade Rogers? — Esse é o homem. — Trey confirmou. Seria aquela uma segunda chance? A imóvel Cat se perguntou por um instante. Ela sinceramente não sabia se era ou não. Mas percebeu que nunca iria descobrir se não aproveitasse aquela oportunidade. Ignorando a sensação de formigamento estranho que sentia, Cat foi até a sala de estar. — Ei, você não disse se queria um pouco de chocolate. — Trey chamou por ela. — Não, obrigada. — ela duvidava que poderia manter seu estômago firme, da maneira como estava agitada. Quando entrou na sala de estar, duas coisas foram percebidas de uma só vez, a visão de Jessy sentada sozinha no sofá e as portas fechadas para o escritório. Imediatamente Cat alterou seu curso e cruzou para o segundo. Bateu uma vez na porta e a abriu. Como esperava, Chase estava sentado atrás da mesa com o telefone ao ouvido. A irritação brilhou em sua expressão enquanto seu olhar a tocava. — Só um minuto, — disse ele no bocal e segurou a mão sobre ele. — Você precisa de algo, Cat? Lutando contra um ataque quase paralisante de nervos, Cat mergulhou à frente. — Trey disse que estava ao telefone com Wade Rogers. Eu gostaria de falar com ele quando terminar. Ele mostrou sua surpresa com o pedido, elevando as sobrancelhas e com um olhar a considerando longamente. Sem responder diretamente para Cat, ele tirou a mão do bocal do receptor e disse: — Antes de eu deixar você ir, Wade, minha filha quer falar com você. Segurem-se. — ele estendeu o telefone para ela. Por um momento, suas pernas pareciam gelatina. De alguma forma Cat conseguiu atravessar até a mesa e pegar o telefone. — Sr. Rogers. — Wade. — ele corrigiu com o rico e profundo timbre de sua voz, se derramando sobre e através dela. — Wade, — disse ela e começou seu discurso novo, consciente que sua voz parecia calma apesar do caos acontecendo dentro dela. — Eu acho que posso ter-lhe deixado a impressão que eu estava apenas sendo educada quando disse que você seria bem-vindo no Triplo C. a qualquer momento. E esse não foi o caso. Se o acaso o trouxer ao nosso caminho novamente, eu espero que você pare. — Você quer dizer isso? — Eu o faço. Sério. — Estarei em Montana no primeiro dia da semana. Eu gostaria de aceitar o convite. Cat agarrou o telefone um pouco mais apertado, consciente da onda de alegria através dela. — Espero vê-lo em breve. — ela lançou um olhar para o pai. — Vou devolvê-lo para o meu... — Não há necessidade. Chase e eu tínhamos terminado. Diga-lhe que vou vê-lo na próxima semana. Adeus, Cat. — Adeus. — ela entregou o telefone de volta para Chase. — Ele disse que vai estar aqui no primeiro dia da semana. Só um cego não seria capaz de notar a forma como os olhos de Cat estavam brilhando e Chase não era cego. Sabiamente ele preferiu não comentar sobre aquilo. — Estou feliz que você disse a ele que nós gostaríamos de recebê-lo. — disse em seu lugar. Ela lhe deu um olhar apertado de cautela repentina. — Pai, quando ele vier, não se atreva a começar com esse absurdo de marido novamente. — Eu não sonharia com isso. Afinal de contas, — Chase acrescentou com um sorriso mal disfarçado, — nós não gostaríamos de assustá-lo, não é? — Pai! — Cat protestou toda indignada. — Não se preocupe. O seu segredo está seguro comigo. — ele empurrou sua cadeira para trás da mesa e recolheu sua bengala. Cat abriu a boca para negar que ela tinha algum segredo, e liberando toda a ira justa em um suspiro balançou a cabeça em diversão. — Discutir com você é impossível. Ela se afastou andando para a porta, encontrando Trey em seu caminho com a xícara de chocolate para Chase. — Espero que você goste de um chocolate quente, vovô, porque você ganhou um copo. Com a chegada do fim de semana, uma frente quente se levantou mudando as temperaturas diurnas e tornando as condições ideais para uma viagem ao sopé do morro para encontrar a árvore de Natal perfeita. Várias candidatas foram localizadas, mas a única que Jake escolheu eles rebocaram de volta para a Casa Grande. A tarde de domingo foi gasta para decorá-la, com toda a família tomando parte, embora Chase jogasse mais um papel de supervisão. Na manhã de segunda-feira, Cat acordou com uma sensação inebriante de antecipação. — primeiro dia da semana, era quando Wade tinha dito que iria passar por lá novamente. Ao cuidar de sua rotina diária, Cat manteve um ouvido atento aos ruídos externos. O som de um veículo subindo até a Casa Grande provocou uma rápida olhada pela janela da frente, na esperança de que pudesse ser Wade que chegava. Mas a segunda-feira chegou e passou sem qualquer sinal dele. Quando a manhã de terça acabou sendo uma repetição do dia anterior, Cat finalmente enfrentou a possibilidade de que algo tinha acontecido com Wade e a decepção chegou rápida e forte. Com toda a tarde pela frente, Cat se recusou a deixar de manter o domínio. Em vez disso, ergueu o queixo e os ombros, silenciosamente se repreendendo a parar de agir como uma colegial. Atrás dela, a máquina de lavar louça clicava em seu próximo ciclo. Distraidamente, ela olhou ao redor da cozinha. Agora que a refeição do meio-dia acabara, ela praticamente tinha a casa para si mesma. Chase estava em seu quarto, tirando uma soneca. Jessy tinha ido de volta para o escritório do rancho. Laredo se oferecera para executar algum serviço em um campo afastado, e Trey tinha tomado Jake ao seu cargo enquanto Sloan fazia outra viagem para Lobo Prado para rastrear alguns itens na lista de inventário. Diante de todo aquele tempo livre, Cat decidiu preenchê-lo fazendo mais um lote de biscoitos de Natal. Vinte minutos mais tarde, ela colocou a massa pronta na geladeira para descansar enquanto pegava o rolo da massa, os cortadores de biscoito, as assadeiras e papel de pergaminho. Depois de limpar o pó da bancada com farinha, Cat começou a colocar a lata de açúcar quase vazia à distância, mas mudou de ideia e decidiu recarregá-la em primeiro lugar. Quando foi pegar um novo saco da prateleira na despensa, notou que não havia nenhum saco de açúcar. — Goste ou não, acho que irei ao comissário buscar um pouco de açúcar. — Cat murmurou para si mesma. — Pelo menos descobri antes de começar a fazer a crosta de gelo. Estava carregando o saco de farinha para a vasilha e quando estava prestes a derramá-lo, uma voz veio da porta de entrada. — Olá? Alguém em casa? Era Wade Rogers. Ela quase deixou cair o saco de farinha, derramando um pouco dela no balcão. — Já estou indo! voltou- se e rapidamente colocou o saco sobre o balcão, saindo da cozinha em uma caminhada rápida. Cat o encontrou na entrada, como esperava. Ele estava vestido muito mais casualmente do que em sua última visita, em um par de calças jeans e um colete solto ao longo de uma camisa de cambraia azul. Sorriu ao vê-la, a ação formando a escultura daquelas covinhas sexies em suas bochechas e agitando-lhe o pulso. — Eu tinha pensado que não ia passar por aqui, afinal de contas. — Cat ouviu a nota ofegante em sua voz, um eco da emoção vibrando o que ela sentia por dentro. — Desculpe. Eu me convidei a entrar. — o profundo timbre de sua voz vibrava através dela como uma carícia. — Na última vez que estive aqui, Chase me disse que apenas estranhos batem à porta. — Isso é verdade. Bem-vindo de volta. — quando ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, notou a farinha branca sobre ela e rapidamente a puxou de volta para limpá-la. — Desculpe. Eu estava na cozinha fazendo um pouco de biscoitos. — Nesse caso, não vou prendê-la. Não quero ser a causa de você estragar alguma coisa. Chase está no escritório? — ele fez um gesto em direção à sala. — Na verdade ele está tirando uma soneca. Vou acordá-lo para você. — ela deu um passo na direção do quarto de seu pai no primeiro andar. Uma mão impediu seu movimento. — Não faça isso. — ele acrescentou uma agitação rápida de sua cabeça. — Eu vou sair e passear um pouco. Talvez vá para aquele velho celeiro, se isso não incomodar? — Claro. Apesar... — Cat hesitou, em seguida, mergulhou, esperando que não parecesse muito à frente — Que eu preciso ir até o comissário. Não tenho açúcar suficiente para polvilhar os biscoitos de Natal. Apenas me dê um minuto para pegar meu casaco e botas e podemos caminhar juntos. — Eu gostaria de ter a sua companhia. Cat teve a impressão que ele queria dizer aquilo, e o sentimento suavizou muito de sua incerteza. Ele ficou parado enquanto ela calçou as botas de neve, em seguida, deu um passo adiante para ajudá-la com seu casaco de inverno. Ela murmurou um agradecimento. — Ele o reconheceu com um aceno de cabeça, em seguida, abriu a porta da frente para ela e a seguiu para fora. Quando começaram a descer os degraus da varanda, ele disse: — Estou supondo que este comissário que você mencionou e a loja do rancho sobre a qual meu pai me contou, sejam a mesma coisa. — Tenho certeza que são. — Cat confirmou. — Nós o mantemos sempre bem abastecido com o básico, bem como com uma variedade de outras coisas. O Triplo C. se orgulha de ser autossuficiente. Em seus primeiros dias, antes do advento do automóvel, tinha que ser. Agora, o comissário é mais uma conveniência. — Parece interessante. Acho que vou entrar com você e verificá-lo. Cat tentou não deixá-lo perceber como estava satisfeita com sua decisão. Enquanto andavam do pátio do rancho para a loja, ela apontou vários edifícios que compunham a sede do Triplo C., identificando tudo, desde a estrutura do alojamento dos escritórios do rancho, ao dispensário médico composto por uma enfermeira, e da estação antifogo. No entanto, ela não perdeu a consciência dele. Alguma coisa foi intensificada pelo roçar ocasional de seu braço contra o dela. Ela tentou se lembrar da última vez que tinha caminhado lado a lado com um homem que não era tanto um parente ou um trabalhador do rancho, mas não conseguia pensar em nenhum. Não desde que Logan morrera. — Quando alguém como eu pensa em uma fazenda, a palavra evoca imagens de celeiros e galpões, um barracão, talvez até um barracão cozinha. — comentou Wade. — Você tem tudo isso e muito mais. Você quis dizer isso quando falou sobre o rancho ser autossuficiente. — É uma necessidade. — Cat lembrou. — A ajuda externa pode estar a horas de distância. Juntos, eles fizeram uma pausa enquanto uma picape com a insígnia do rancho se afastava das bombas de gasolina situadas fora do comissário. Quando o caminho para a porta ficou livre, eles começaram a avançar novamente. — Eu posso ver isso agora. — Wade concordou e chegou à sua frente para abrir a porta. — Mas é um conceito difícil envolver sua mente em torno até que você esteja realmente aqui. — Isso é o que todos dizem. — sorrindo, Cat entrou na loja e quase correu em linha reta para Laredo, que estava saindo. Cat parou, forçando Wade a fazer o mesmo. — Eu pensei que você estivesse executando um serviço no Campo Oeste. — Eu estou. — seu olhar se desviou para tocar em Wade. — Decidi que levaria a correspondência comigo, já que estava indo para lá. Pouparia todos de uma viagem. — com a explicação feita, ele acenou uma saudação a Wade. — Vejo você novamente, Rogers. — Isso mesmo. — Wade respondeu com um sorriso natural e foi para frente para ficar ao lado de Cat, estendendo a mão. — Foi bom ver você de novo, Laredo. — Certo. — Laredo deslocou o pacote de e-mail para a outra mão e apertou brevemente a de Wade. — Veio fazer algumas compras, não é? — Não, eu vou. — Cat inseriu. — Preciso de um pouco de açúcar. Como o pai estava tirando uma soneca, Wade veio comigo. — Cat é minha guia não oficial. — Wade acrescentou. — Você não poderia estar em melhores mãos. — Laredo afirmou e se agitou. — É melhor eu cuidar de seguir meu caminho. Ele dirigiu suas palavras de despedida para Cat e Wade balançou para um lado, dando a Laredo um caminho claro para a porta. Wade rastreou brevemente a partida de Laredo com seu olhar e retornou para Cat. Um sorriso torto esculpindo um sulco em uma bochecha. — Esse é um homem difícil de entender. Ele não pareceu surpreso ao me ver e não parecia feliz também. — Isso é apenas Laredo sendo Laredo. — Cat encolheu sua preocupação. — Ele tende a manter qualquer um que não conhece bem no comprimento do braço. Mas ele foi à melhor coisa que aconteceu a esta família. Especialmente para Jessy. — Eu sei que Chase definitivamente o considera como sendo da família. — Todos nós o fazemos. — Cat disse com um sorriso e se voltou para o corredor onde o açúcar estava localizado. — Laredo disse algo sobre pegar o e-mail para o Campo Oeste. Estou supondo que significa que o comissário serve como uma estação de correios, também. — Sim, embora não oficialmente. Antes de Cat poder explicar seu comentário, Wade falou: — Deixe-me adivinhar. O Triplo C. abrange muitas milhas quadradas para entrega de correio rural para alcançar todos os seus cantos, de modo que o comissário é a câmara de compensação para todo o correio pessoal que vem aos seus empregados e suas famílias? — Isto está exatamente correto. — Cat admitiu. — Então, o que é isso? Você está prestes a adicionar uma seção de brinquedos para o Natal? — Wade fez sinal com a variedade de itens de brinquedo numa pilha alta em um canto, alguns ainda em suas caixas originais. — Parece, não é? — ela concordou com um sorriso. — Na verdade, essas são todas as doações para movimentação de brinquedos dos fuzileiros navais. Acho que ouvi Jessy dizer que eles estão programando para serem carregados até amanhã de manhã e entregues ao ponto de distribuição designado. — Isso é um sucesso. — Não houve uma única pessoa no rancho que não contribuiu com alguma coisa para isso. — Cat retomou seu caminho para o açúcar. — A participação foi plena. Isso é realmente notável. — Eu acho que foi, mas aprendi há muito tempo que os cowboys têm os maiores corações. — Eles certamente o fazem no Triplo C. — Wade parou ao lado dela enquanto ela recolhia o maior saco de açúcar. — Então, como você costuma passar as férias de Natal? — Cat lhe deu um olhar curioso quando se moveu em direção ao fundo da loja e sua área de balcão. — Depende de onde eu esteja e o que eu poderia estar fazendo, embora sempre faça um ponto para passar pelo menos dois dias com meu pai. Como Chase, ele está lá em cima na idade e eu nunca posso ter certeza quantos Natais mais eu terei com ele. — Eu sei como é esse sentimento. — e isso o fez saber que eles tinham alguma coisa em comum. — Porque você pergunta? — Só por curiosidade. — Cat respondeu com um encolher ocioso de ombros. — Algumas pessoas gostam de descansar em uma praia tropical e outros de esquiar nos feriados. Eu estou com o grupo que gosta de ficar em casa e passar o Natal com a família desfrutando de todas as velhas tradições que vêm com ele. — Como biscoitos de Natal polvilhados com açúcar. — ele acenou com a cabeça na direção do açúcar em pó que ela carregava e lhe deu um sorriso que esculpia aqueles sulcos sexies em suas bochechas. Ela riu e admitiu: — cookies, carolinas e programas de Natal para as crianças. O melhor de tudo, este ano, é que a casa estará cheia da família. A filha de Jessy, Laura e seu marido virão da Inglaterra, e meu filho Quint estará voando do Texas com sua esposa e meu novo neto. Será a primeira vez que todos nós estaremos juntos em vários anos. — Parece divertido. — comentou Wade. — Eu acho que é uma das vantagens de ter uma grande família. Eu não tive a sorte de ser abençoado com uma. Com o canto do olho, Cat viu a nova exibição de utensílios domésticos e parou para olhar, pegar uma panela de silicone de borracha para muffins. Ela leu o rótulo e testou a sua flexibilidade, dobrando-a, equilibrando o saco de açúcar em pó na dobra do braço. — O que é isso? — perguntou Wade. — Uma assadeira de muffins. Eles devem sair bem. Ele olhou para ela por um momento até que ela a colocou de volta na prateleira e pegou uma assadeira de pão. — Eu vou deixar você. — ele disse ironicamente. — E vou pegar alguns lanches embalados para minha viagem para o aeroporto. Wade se afastou e Cat aproveitou a oportunidade para examinar as assadeiras mais de perto, consciente que ela poderia usar algumas novas panelas de cozimento na Casa Grande, especialmente com o Natal chegando. Afastando-se, Cat mentalmente fez uma nota para verificar quais panelas na casa precisavam ser substituídas ou completadas. Distraidamente ela olhou para o corredor para o balcão traseiro, onde se fazia o pagamento. Como de costume, Nancy Taylor estava no registro. Aproximando-se dos cinquenta anos e ainda ruiva, Nancy não mexia muito com maquiagem ou roupas, satisfeita com batom e uma simples combinação de blusa e calça jeans. A expressão de Nancy, de repente se iluminou com curiosidade. Cat rapidamente percebeu que o objeto de seu interesse era Wade fazendo sua abordagem para o registro. — Posso ajudar? — Estou levando estes. — ele colocou um punhado de lanches na base brilhante do balcão. — Existe alguma coisa mais que você precise hoje? — Não, obrigado. — ele olhou ao redor, quando Cat se juntou a ele. — Você está pronta também? — Sim. — Cat sentiu toda a força da curiosidade de Nancy dirigida a ela, quando a outra mulher especulou sobre a conexão entre ela e Wade. — Oi, Nancy. — Cat disse irritada com o toque de constrangimento que sentia. — Este é Wade Rogers. Wade, Nancy Taylor. — Prazer em conhecê-lo, Sr. Rogers. — ela acenou para ele, então anotou o preço do açúcar e ensacados para Cat. — Os Rogers são velhos amigos da nossa família. — Cat disse, então hesitou, olhando para Wade, esperando que ele oferecesse uma explicação. — Oh, vamos voltar anos. — Wade disse vagamente. — Isso não é bom. — o tom de Nancy foi cortês, mas ela parecia um pouco decepcionada e Cat secretamente não a culpava por isso. Wade Rogers era muito atraente para caber no rótulo manso de amigo da família. A outra mulher entregou a Cat uma caneta e um recibo para o açúcar. — Por favor, assine aqui. — Obrigada, Nancy. — Cat anotou seu nome e eles saíram. Saindo pela porta do comissário, ela se virou para Wade. — Prepare-se. O telégrafo do rancho será ruidoso em momentos. — Porque você comprou cinco libras de açúcar? — Não. Porque eu vim aqui com você. Por aqui, isso conta como notícia. — Sinto-me lisonjeado. — Todo mundo vai querer saber quem você é e o que está fazendo aqui; então você estará sujeito a algumas perguntas. — Cat suspirou. — Como eu. Wade a estudou com um olhar de soslaio. — Acho que você não namora Cat. Assustada, ela levantou a cabeça. Ele leu a pergunta surda em sua aparência e explicou: — Se você o fizesse, Nancy não teria ficado tão surpresa ao vê-la com um homem. Cat se sentiu um pouco desconfortável. — Você está certo. — eles estavam bem longe do comissário agora, a partir da casa em toda a extensão do pátio do rancho. — Você é sempre tão rápido para ler as situações? — Oh, eu tive uma boa quantidade de prática. Na minha linha de trabalho, é uma habilidade essencial. — Eu imagino que isso seja verdade. — Cat respondeu. Eles caminharam em silêncio sociável por pouco tempo, enquanto Wade levantou a cabeça para olhar para a Casa Grande, em uma distância próxima, impressionado com seus pilares. — Então, é por escolha? — Wade lhe perguntou. Cat olhou para ele em confusão. — O que? — Você não sai para encontros. Ou sai raramente. Conforme o caso. Ela realmente não queria responder a aquela verdade, mas o fez, com a voz baixa. — Por escolha, suponho. Embora haja uma escassez definitiva de candidatos elegíveis. — Especialmente aqueles corajosos o suficiente para sair com um Calder. Cat riu. — Você está subestimando os homens que vivem nesta terra escancarada. Muito pouco os intimida. — fazendo uma pausa, Cat sacudiu a cabeça com diversão irônica. — Como chegamos a esse assunto de novo? — Talvez porque nós dois estamos pensando sobre isso. — Wade fez uma pausa. — Pelo menos eu estou. Acho que você sente uma atração similar. Se eu estiver errado, é só dizer. — ele inclinou a cabeça. — Estou apressando as coisas? — Um pouco, — Cat respondeu. — Mas eu não me importo. A expressão dele ficou triste. — Toda esta cena de namoro me deixa perplexo. As coisas mudaram muito. Sinto-me estranho como o inferno. Perdi qualquer técnica que eu poderia ter tido em algum lugar, ao longo do caminho. A confissão aberta a desarmou. — Eu conheço o sentimento. Acho que você não tem namorado muito. — ela deixou o assunto da perda de sua esposa. — Não, — disse Wade. — Eu mal saberia por onde começar. Um casal de amigos se ofereceu para me arrumar, mas eu percebi que se eu não tivesse um clique com alguém que eles pensassem ser perfeito para mim, meus amigos iriam ficar insultados. De modo que não era uma opção. Então procurei alguns anúncios na internet. Ele balançou a cabeça com uma careta. — Não são para mim. E você? — acrescentando rapidamente, — se você não se importar que eu pergunte. Cat riu. — Está bem. Eu fiz a mesma coisa uma noite, quando estava me sentindo solitária. — E? — Eu verifiquei os homens elegíveis na minha faixa de idade, mas não postei uma foto ou perfil. — Talvez seja por isso que eu não a encontrei. — ele brincou. — Não. Eu parei de olhar antes de me inscrever. Entre homens adultos que postaram suas imagens de quando eles ainda tinham cabelos e todas as pessoas estranhas que se descreveram como divertidas, eu simplesmente não estava interessada. Ele sorriu. — Boa. — Além disso, parecia estranho demais entrar em contato com pessoas que eu não conhecia. — Eu a entendo. É por isso que eu voltei com os antigos métodos. Você sabe, iniciar uma conversa, conhecer alguém, levá-la para sair. — ele sorriu ironicamente, mas ela sentiu uma pequena centelha de inveja. Wade não pareceu notar sua falta de uma resposta. — Eu não diria que a cada encontro era um desastre sem ressalvas, mas não havia química. Talvez eu tenha ficado na prateleira por muito tempo. — Eu não penso assim. — Obrigado. Agradável você dizer isso. — ele lhe deu um olhar quente que fez vibrar seu pulso. — De qualquer forma, eu só parei de procurar. Eu acho que percebi que estava fazendo aquilo por todas as razões erradas. Talvez porque me sentia obrigado a responder a convites ou porque estivesse tentando conseguir o negócio de viver. Cat podia simpatizar. — Isso não é fácil depois que você perde alguém que você ama. Seu olhar se tornou distante e ela lamentou o comentário, até que ele virou o foco de volta para ela. — Você sabe algo? Agora, se eu não tivesse que sair imediatamente depois de falar com Chase, estaria lhe pedindo para jantar comigo. — E se você não estivesse saindo, eu diria que sim. — ela respirou fundo, sentindo-se com seu antigo astral alto novamente. Um pouco teimosa e muito glamourosa. Wade a olhou atentamente. — Talvez você pudesse me dar uma ideia. — Claro. — Vai ser, pelo menos, uma semana antes que eu possa voltar, no entanto. — alertou. — Bem. Podemos acertar os detalhes, então. — ela estava se sentindo mais ousada a cada minuto. — Não aqui no rancho, no entanto. — Wade especificou. — Em outro lugar. — O restaurante Blue Moon está aberto novamente. É o lugar mais próximo para a sede. — Isso deve funcionar. Embora eu não possa dizer que saiba onde fica Blue Moon. — Cerca de uma hora a partir daqui. — disse Cat. — Nada até padrões de DC, mas ouvi dizer que a comida é boa. — Isso combina comigo. Uma caminhonete buzinou atrás deles, a intensidade e proximidade dela surpreendeu Cat. Ela se virou, uma vez que parou ao lado deles. Laredo baixou a janela e deixou o motor em marcha lenta, inclinando-se para falar com Cat. — Pensei que seria melhor lhe dizer. Chase chamou Jessy, querendo saber onde você estava Cat. — Nós estamos no caminho para a casa agora. — Não há necessidade de chamá-lo de volta, então. — Laredo se deslocou para fora do parque. — Não. — Ela sorriu e acenou em adeus. — Obrigada, Laredo. Cat começou a avançar novamente com Wade a seu lado. Eles chegaram à varanda enquanto a caminhonete acelerava na estrada principal da fazenda. Na porta da frente, Wade avançou para abri-la, e seguiu para dentro. Um segundo depois, Cat ouviu o barulho familiar da bengala de Chase. Ele parou, estando apenas fora de seu escritório. Ela não conseguia decidir se ele estava irritado com ela ou não. Sua expressão era impassível. — Você acabou de chegar aqui? — ele perguntou a Wade. O outro homem assentiu. — Cheguei um pouco menos de uma hora atrás. — Suponho que você disse a ele que estava tirando uma soneca. — disse a Cat. — Certamente o fiz. Era a verdade. Eu tive que fazer uma viagem rápida para o comissário para alguns quilos de açúcar. Wade interrompeu. — Eu me ofereci para ir junto. Chase deu um baque de sua bengala quando se virou. — Depois de colocar o açúcar no lugar, você pode nos trazer um pouco de café, Cat. Ela não se importava com seu tom peremptório. Cat flutuou todo o caminho até a cozinha, pensando na noite em que ela estaria jantando com Wade. Uma semana para esperar. Já parecia muito longe. Capítulo Cinco A viagem de Sloan para Lobo Prado foi bem rápida. Foi somente no meio da tarde, que ela conseguiu voltar para a sede da fazenda. Certa que Trey apreciaria uma pausa nos cuidados com o Jake, foi a procura dos dois. Finalmente os encontrou em um dos galpões de máquinas, desmontando um motor de trator. Trey estava fazendo o trabalho sujo, enquanto Jake assistia do lado de fora, claramente fascinado. — Oi, mãe! — ele saltou do estrado de metal que lhe tinha sido dado para se sustentar. — Oi, querido. — ela lhe deu um beijo e soprou um para Trey, que estava sujo até os cotovelos de lubrificante preto. Ele reconheceu a saudação com uma elevação de um lado gorduroso. — Gostaria de ajudar? — perguntou. — Não, obrigada. Você está ficando sujo o suficiente por nós dois. — Ela bagunçou o cabelo de seu filho. — Divertindo- se? — Sim. Motores são legais. Papai ia me deixar colocar uma parte dele juntos. — Ahá. Então eu cheguei apenas a tempo. — Não do ponto de vista de um menino. — Trey riu. — Suas mãos ainda estão limpas. — Vamos mantê-lo assim. — Sloan disse, ignorando o protesto de Jake. Ainda assim, ele a deixou levá-lo para longe do trator sem chutar muito nem fazer barulho. — Vejo você mais tarde, Trey. Absorvido no que estava fazendo, Trey assentiu. — Com certeza. Jake não parou de falar durante a curta viagem de volta para a casa. — Mamãe, você sabe o que eu fiz? — ela não teve que perguntar para receber a resposta que ele forneceu instantaneamente. — Eu tinha que alinhar todos os parafusos e contá-los. Papai disse que eu tenho resultados diferentes a cada vez. Isso é bom ou ruim? Sloan riu. — Você terá que perguntar ao seu pai, mas estou feliz que você esteve praticando seus números. Mantenha-o. — Eu vou. E então você sabe o que mais? — mais uma vez ele respondeu à sua própria pergunta. — Ralph me deu uma grande caixa de pregos para classificar por tamanho. Eu os coloquei em potes velhos de geleia. Ralph com certeza tem um monte de potes de geleia. E um monte de pregos, também. — Aposto que sim. E aposto que ele estava feliz por você o ajudar. — Sim. — Jake disse com satisfação. Pararam em frente da casa onde estava estacionado um carro que ela não reconheceu, sem notar a etiqueta da agência de aluguel no para-choque traseiro. Jake subiu sem esperar por sua mãe. — Não tão rápido, meu jovem. — ela saiu do carro e correu para pegá-lo pelo pulso. — Eu acho que você está esquecendo algo que prometeu fazer. — O quê? — ele perguntou inocentemente. — Como se você não soubesse. — eles caminharam de mãos dadas para os degraus da varanda. Um dos cordões do tênis de Jake estava solto mas ela queria levá-lo para dentro de casa antes de amarrá-lo. — Você tem que ensaiar para a peça de Natal. — Ah, mãe. Eu não quero. — Esse não é o problema. Todos na peça de Natal têm que praticar suas partes, também. — Mas é um bom dia. — disse ele com veemência, como se isso conquistasse o argumento. — Certamente é. Na verdade, é um dia perfeito para ensaiar uma peça de Natal. — Ah, mãe. — ele resmungou, e suspirou teatralmente. — Ok, eu vou fazê-lo. — Você não tem que agir como se estivesse me fazendo um grande favor. Quando se comprometer com algo como um jogo, você tem que seguir adiante. Lembre-se, outras crianças estão dependendo de você. E se você estiver lá em cima e esquecer suas falas? — Eu faria alguma coisa. — disse ele, confiante. — Não é assim que funciona. Ei! Volte aqui! Mas Jake se soltou da mão dela e saiu correndo na direção do estúdio de seu bisavô. — Acabei de me lembrar de algo que tenho que dizer ao vovô! — Jake. — Sloan parou, com as mãos nos quadris, olhando exasperada enquanto ele puxava a porta para o escritório e mergulhava para dentro. Ouvindo vozes masculinas dentro do escritório, ela de repente se lembrou do carro desconhecido e percebeu que Chase tinha um visitante. Aos saltos, Sloan se lembrou de Cat mencionar que Wade Rogers tinha intenção de voltar naquela semana. Duvidando que a intrusão de Jake era tudo o que não desejavam, ela caminhou até lá para recolher seu filho rebelde. Sloan enfiou a cabeça dentro do escritório. Um olhar rápido não conseguiu localizá-lo. — Alguém viu Jake? — Ele está bem aqui. — Chase respondeu. Seu filho apareceu do outro lado da mesa como um boneco saindo da caixa. — Eu estava me escondendo. — disse ele maliciosamente. — Agora que você já foi encontrado, vamos praticar suas falas. — Sloan fez sinal para ele se juntar a ela. — Mas..., — ele começou, em protesto. — Já é o suficiente. Corra logo como sua mãe disse: — Chase disse a Jake. O garotinho ficou onde estava do outro lado da mesa de seu bisavô, brincando com uma caneta que ele pegara. — Eu tenho que ir? — Sim. E você está interrompendo. — disse Chase com firmeza. — Isso não é permitido. — seu olhar sério era o suficiente para Jake, que não discutiu quando lhe devolveu a caneta e andou, cabisbaixo, com a mãe na espera. Sloan pegou sua mão e se virou, reprovando Jake em voz baixa enquanto se moviam para o corredor. Ele tropeçou em seu laço desamarrado. Parada, ela se ajoelhou e o retirou, certificando-se que era um duplo nó. — Shhh! Vovô tem trabalho a fazer. Por um milagre, o menino foi completamente tranquilo. Quando se levantou, um movimento dentro do escritório chamou sua atenção. Chase estava entregando a Wade um pedaço de papel; parecia ter o mesmo tamanho e forma de um cheque bancário. Recusando-se a dar a aparência de curiosa, Sloan levou Jake para longe das portas do escritório. Mais uma vez ele puxou a mão da sua mão e correu de volta para lá. Sloan amaldiçoou baixinho, deu dois passos de cada vez e alcançou a porta aberta apenas a tempo de ouvir Chase dizendo: — Então, você está pronto. Haverá mais quando você precisar, é claro. Mas isso deve facilitar o caminho para você inicialmente. Jake estava tentando se esconder atrás da porta onde ninguém podia vê-lo. Ela desenrolou os dedos da maçaneta e começou a fechá-la, dizendo em uma voz quase inaudível, que foi mais como um silvo: — Você me ouviu. Eu disse que seu bisavô está ocupado! — Quem está aí? — Chase chamou. Sloan percebeu que ela e seu filho estavam fora de sua visão periférica. — Desculpe Chase. Jake está sendo obstinado. Ela se mudou para a porta para que o velho tanto pudesse vê-la como ouvi-la também. — Jake, obedeça sua mãe. — disse seu bisavô. — Não faz mal. — acrescentou para Sloan. — Nós apenas concluímos as coisas. — Isso significa que a reunião acabou. — Jake disse com conhecimento, como se ele os assistisse o tempo todo. — Eu posso ir. Sloan balançou a cabeça. — Você vai para o seu quarto. E eu vou com você, agora. Vai estudar suas falas até memorizá- las perfeitamente. Chase sorriu, mas o visitante tentou não sorrir. — Nunca discuta com uma mulher quando ela está certa, Jake. Agora, marche rápido. Jake fez uma careta, mas parecia resignado à sua sorte. Após os dois saírem, Wade se voltou para Chase. — É melhor eu ir. Se você não se importar, eu vou parar na cozinha e dar adeus a Cat. — De modo nenhum. Mantenha contato. E boa sorte. — Obrigado. — Wade saiu do gabinete e se dirigiu para a parte traseira da casa. Quando ele atravessou a sala de estar, Cat saiu da cozinha e o viu. Ela fez uma pausa em leve surpresa. — Os dois já terminaram? — Nós estávamos conversando. Eu queria lhe dizer adeus antes de sair. — Oh. — radiante, Cat aproveitou a oportunidade inesperada para ter um momento privado com ele. — Vou levá- lo até seu carro. Na entrada, Cat pegou um casaco que não era o dela, não seria bom ficar fora e tremer. Enquanto ela o deslizou, Wade tinha vestido o casaco também. Como se por mútuo consentimento, ambos se moveram em direção à porta. Novamente Wade a abriu e deu um passo atrás para permitir a Cat precedê-lo. Cat sempre se considerou livre como qualquer mulher moderna, mas ainda se emocionava com a mostra de cortesia cavalheiresca e antiquada que Wade exibia, encontrando algo para ser saboreado. O ar frio de inverno do fim da tarde pareceu aguçar todos os seus sentidos quando ela caminhou para fora. Fez uma pausa enquanto Wade fechava a porta atrás deles e se mudou para o lado dela, colocando uma mão sob seu cotovelo para acompanhá-la até o carro. — Provavelmente poderia encontrar meu carro, você sabe. Mas eu realmente aprecio sua companhia. — disse a ela e acrescentou com um brilho: — Então vamos devagar. Compartilhando do sentimento, Cat prontamente obedeceu, adiando o momento em que ele teria que sair. — Você não vai esquecer a nossa data, não é? — ele disse em um tom de provocação leve quando chegaram ao carro. Sorrindo, Cat respondeu: — Fiz uma nota mental para adicioná-la ao meu calendário social no momento em que estiver de volta. — Há qualquer outra pessoa no calendário além de mim? — parando, ele abriu a porta do motorista. — Eu não penso nisso. Mas vou ter que verificar. — disse ela maliciosamente. Ele riu. — Faça isso. — Eu vou fazê-lo. — respondeu com um olhar caloroso. Ela acenou em despedida e ficou no pátio até que o carro chegasse à estrada principal, acenando mais uma vez quando ele se virou para ela, mesmo sabendo que ele provavelmente não poderia vê-la. Cat subiu correndo as escadas da frente e tirou o casaco emprestado no instante em que entrou. Ela se sentiu preenchida com um sentimento tão inebriante de antecipação, que teve de resistir ao impulso de abraçá-lo firmemente para si mesma. Em vez disso, foi até o espelho no corredor da frente e examinou seu reflexo, sem perceber que Chase tinha saído do escritório. — Não se preocupe menina. — disse ele em voz baixa. — Você ainda é uma mulher bonita. Assustada, ela se virou para olhar para ele. — Você está ultrapassado. — ela respondeu, mas ainda assim ficou satisfeita com o elogio. — E você é uma sonhadora. — observou ele, pensativo. — Existe uma razão para não ser? — a pergunta era alegre, mas Chase reconheceu que era sua maneira silenciosa de perguntar se ele sabia algo sobre Wade que ela não soubesse. — Nenhuma mesmo. — Bom. — ela sorriu para seu pai. — Wade me pediu para jantar com ele na próxima vez que ele vier. Eu disse sim. — Ah! — Chase disse com um aceno de compreensão. — Deve ser por isso que seu sorriso me faz lembrar um gatinho lambendo um pires de creme. Mas com um toque menos inocente. Ela riu de sua provocação. — Então. — ele inclinou seu peso na bengala. — E sobre os cookies? Eles receberam o açúcar? — Sim eles o fizeram. Ele levantou as sobrancelhas e olhou para cima. — Eu estava indo para ver se esse patife do Jake queria se juntar na cozinha para alguns biscoitos e leite. Acho que ele ainda deve estar ensaiando suas falas. — como se na sugestão, Sloan começou a descer as escadas, mas sem Jake. — Onde está o Jake? — Chase perguntou-lhe. — Ele desceu antes de mim. — Sloan respondeu, começando automaticamente uma verificação visual. Chase olhou ao redor também. — Não há nem rastro dele. Gostaria de saber onde Jake está. — disse ele em voz alta para forçar seu bisneto a sair do esconderijo. Silêncio. — Quando ele aparecer, diga-lhe que há biscoitos de Natal cobertos de açúcar na cozinha, Sloan. — Chase disse. — Pode até haver o suficiente para ele. — Eu vou. — Sloan prometeu quando Chase e Cat se dirigiram para a cozinha. Quando chegou ao fundo das escadas, Sloan fez uma pausa, um pouco irritada pelo ato do desaparecimento de Jake. Ela ouviu um barulho vindo do escritório e caminhou pelo corredor para investigar. Quando entrou na sala, Jake se mexia em uma poltrona que tinha empurrado para cima da lareira e se levantava sobre ela. Equilibrando-se precariamente, ele se esforçava para alcançar o conjunto de enfeites em formato de gado com chifres longos, montado acima da lareira. — Jacob Calder, desça daí neste minuto! — ela percebeu no momento que as palavras saíram de sua boca que ele se assustara. Jake oscilou perigosamente e se equilibrou a tempo para evitar cair no chão. Ele caiu no assento espaçoso, a salvo de uma queda, mas não da raiva de sua mãe. — O que você estava fazendo? — ela correu para ele. — Você poderia ter se machucado! — Eu só queria tocar as pontas. Ele pulou da cadeira e correu atrás da mesa, batendo no chão. — Jake. — ela suspirou com exasperação. Ele manteve a distância, observando-a com os olhos arregalados que estavam suspeitosamente brilhantes e lhe ocorreu que ele poderia chorar se ela gritasse com ele. Sua irritação se dissolveu. — Ajude-me a pegar as coisas do chão. — foi tudo que ela disse. Jake obedeceu, entregando-lhe o talão de cheques aberto e virado para cima, mais interessado em um peso de papel em forma de bolha de vidro que, felizmente, não tinha sido quebrado. Ele segurou cuidadosamente em suas pequenas mãos, antes de voltá-lo para a mesa. Sloan não estava prestando atenção. Ela estava olhando para a última entrada do cheque. A letra de Chase no canhoto era clara e firme. Para Wade Rogers. No valor de dez mil dólares. Pega de surpresa, ela olhou para o papel para se certificar que havia lido a quantidade corretamente, perguntando se era para uma doação de caridade ou o quê. Mas aquele espaço tinha sido deixado em branco. Intrigada, ela fechou o talão de cheques e o devolveu para a mesa. — Tia Cat fez alguns biscoitos de Natal esta tarde. O seu bisavô está na cozinha. Devemos nos juntar a ele com um pouco de leite e cookies? — Posso levar o peso de papel? — ele lançou um último olhar de admiração sobre a mesa. — Não. Você não quer que vovô saiba que você derrubou e desarrumou as coisas sobre a mesa, não é? O garotinho ergueu os ombros. — Vou dizer a ele. Ele não vai se importar. Sloan distraidamente acariciava seus cabelos e sorriu. — Não, ele provavelmente não irá.
Jake estava todo dobrado e quase dormindo. Trey entrou
na sala da suíte master esperando ver sua mulher descansando no sofá. Mas Sloan estava na janela, olhando para a escuridão além dela, claramente preocupada. — Pensei que você estivesse assistindo à televisão. — disse ele, olhando para o conjunto escurecido. — Algo errado? — Só estava pensando. — ela se afastou da janela, ainda parecendo distraída. — Sobre o quê? — Trey observava sua expressão, percebendo que ela estava incomodada com alguma coisa. Sloan hesitou em responder, mas se moveu em direção a ele. — Eu não tenho certeza, — disse ela, então — Acho que estou preocupada com o Chase. — Por quê? — Trey pareceu surpreso. — Esta tarde, Jake derrubou acidentalmente algumas coisas da mesa de Chase. O talão de cheques caiu aberto e é do tipo antiquado, com quatro cheques para uma página, com canhotos à esquerda. Tenho certeza que você já viu isso. — Já vi. Então, o que há sobre isso? — O último esboço era de um cheque que ele preencheu para Wade Rogers. O talão de cheques estava aberto nele. Eu não pude deixar de vê-lo. — acrescentou meio na defensiva. — Assim? — Era de dez mil dólares, Trey. Isso é uma grande quantidade de dinheiro. — Onde você está querendo chegar? — Trey perguntou lentamente, inclinando a cabeça para um lado. — Por que Chase preencheu um cheque para Wade com uma quantidade tão grande? — Sloan desafiou. — Ele mal o conhece. — Eu não tenho ideia. — Trey deu de ombros. — Talvez tenha sido uma doação de algum tipo. A boca de Sloan assumiu uma linha sombria e preocupada. — Você não acha que deve perguntar a ele sobre isso? Trey puxou sua cabeça para trás em surpresa. — Por quê? Sloan levou alguns segundos organizando seu argumento antes de responder. — Olha Trey, não sabemos nada sobre Wade Rogers. Chase está ficando velho, e nós temos que ser realistas sobre o que isso significa. Trey observava. — Estou ouvindo. — Os idosos se enganam com o seu dinheiro o tempo todo. Vigaristas se especializam em fraudes que têm como alvo os idosos. — Isso é verdade, — Trey admitiu e sorriu com despreocupação — mas Chase é demasiado sábio para se deixar levar por esses golpes. — Ele provavelmente era no passado, mas... Trey levantou a mão num gesto de silenciamento para impedi-la. — Olha, é o seu dinheiro. O que ele faz é o seu negócio. Eu não estou prestes a lhe pedir explicações. Os olhos de Sloan escureceram e seu olhar combinava com sua carranca preocupada. Mas ela não se livrou do braço de Trey deslizando sobre os ombros. Ele a puxou para perto, a beijando levemente na testa. — Você está tentando me distrair? — ela perguntou suavemente. — Não. Respeito a sua preocupação com o Chase. Mas esse canhoto que você viu não me preocupa. Ela o olhou não convencida. — Eu desejaria me sentir da mesma forma. — Mais cedo ou mais tarde, provavelmente ele irá nos dizer o que era, — Trey assegurou. — Ou não. Cabe a ele. Sloan suspirou e relaxou um pouco, inclinando a cabeça contra o peito de seu marido, tentando absorver um pouco da sua confiança. — Vamos lá, — ele murmurou — vamos para a cama. Capítulo Seis A tarde de inverno era tediosamente fria, embora o sol estivesse brilhando. A neve crocante rangia sob os cascos dos cavalos de Jessy e Laredo, revelando manchas isoladas de grama de inverno marrom onde a neve tinha derretido alguns dias antes. Enganosamente maçante na cor naquela época do ano, a grama nativa era rica em nutrientes que colocavam o peso duro no gado, e era um dos melhores ativos do rancho. Os cavaleiros andavam devagar à medida que observavam a paisagem infinita que os rodeava. Não havia nenhum som, mas o rangido ocasional do couro da sela, ou de vez em quando um ronco de um dos cavalos fazia aumentar o vapor quente, rolando no ar. — Tudo parece estar em bom estado. Melhor do que eu esperava, na verdade. — Você parece feliz, Jessy. — Laredo correu um olhar de avaliação sobre seu perfil, notando o quanto ela estava relaxada e à vontade, sem as linhas de tensão que tinha em seu rosto quando eles partiram. — Você precisava de uma pausa do escritório. Jessy admitiu, com um aceno de cabeça. — Essa é a única coisa que eu não gosto sobre a direção do Triplo C. — disse ela com um suspiro. — Tenho que gastar tanto tempo dentro de quatro paredes que sinto falta de estar aqui na terra. — Você não é a única. — disse Laredo. Ela o olhou com curiosidade. — Acho que Chase também se sente assim. Ele permanece no seu escritório na maior parte do tempo. Eu me lembro quando ele andava todos os dias, chovendo ou fazendo sol ou neve. A expressão de Jessy ficou triste. — Eu também. É uma pena que a sua artrite torne impossível para ele se sentar em uma sela. Ver esta terra apenas de dentro de uma picape não é o mesmo que vê-la andando em um cavalo. Laredo freou sua montaria a uma parada, descansou as mãos enluvadas sobre a sela e olhou em volta. Jessy seguiu o exemplo. — Há uma coisa que o faz feliz, no entanto. — Jessy adicionou quando seu cavalo se aproximou do dela. — Cat e Wade Rogers se encontrando. — O que faz você pensar isso? — um traço de surpresa estava em seu cenho questionando. — Quer dizer que você ainda não ouviu todo o barulho do telégrafo gama? — ela zombou de ânimo leve. — Eu acho que eles passaram algum tempo juntos na última vez em que ele esteve aqui. — Ah, sim. Ele está enviando rosas? Ou ele faz serenata com uma guitarra velha? — Serenatas não. — disse ela. — Ele é um morador da cidade. Eles não cantam sob as janelas em Washington, DC, tanto quanto eu sei. E ele não enviou rosas ainda. Mas eu sei que eles têm um jantar na próxima vez que ele vier aqui. — Talvez seja hora de você e eu sairmos para jantar. — Laredo sugeriu depois de uma pausa pensativa. — Você não tem saído desta fazenda há um longo tempo. Apenas nós dois, sem acompanhantes. — Parece bom. — Jessy admitiu. — Então o que você acha de irmos a Blue Moon para o jantar na sexta à noite? — Será um encontro. — seus olhos brilharam. — A que horas você vai me pegar? — Às sete horas, — acrescentou Laredo. — E estarei usando meu chapéu de domingo. — Acho que isso significa que eu deveria usar o meu. — Jessy freou seu cavalo e tocou um estímulo em seu flanco. Laredo foi rápido a segui-la, levantando seu cavalo em um galope fácil. Na sala de jantar, Chase fez uma pausa para examinar a grande variedade de pratos e travessas amontoadas com alimentos que foram espalhados sobre a mesa longa. — Há o suficiente aqui para um exército. — Chase comentou. — Por que tanto? — Estou testando algumas novas receitas esta noite. Nem todos eles podem ser para todos os gostos. — Cat colocou outra panela fumegante. — Parece muito bom. E cheira melhor. Eu só poderia ajudar com porções extras. — brincou. — E você, Laredo? O cowboy magro tinha chegado por trás da cadeira de Chase, mas o velho não perdeu a sua entrada. — Eu poderia fazer uma tentativa. Minha mãe costumava dizer que eu tinha uma perna oca. Jake brincava com o garfo sentado em seu lugar. — A sua perna ainda é oca? — ele olhou para Laredo com um novo interesse. — Isso é apenas uma figura de linguagem, Jake, — Chase disse. — E não me peça para explicar o que isso significa agora. — ele examinou a mesa. — Estamos todos aqui? Trey foi o último a puxar uma cadeira e se sentar. Todos inclinaram suas cabeças enquanto Chase oferecia uma breve oração de graças. — Vamos comer. — acrescentou depois de um amém sincero, mas calmo. As travessas foram passadas e a comida foi servida nos pratos. A conversa começou enquanto comiam. Segundos pratos foram oferecidos, mas quando um prato de carne assada marinada deu a volta para o assento de Laredo pela terceira vez, ele se recostou na cadeira. — Obrigado, mas estou satisfeito. Essa foi uma boa refeição, Cat. Melhor do que em qualquer restaurante. — Então por que você quer me levar para um? — Jessy provocou levemente. — Vocês dois vão para algum lugar? — Trey perguntou. — É isso mesmo. — Jessy respondeu. — Laredo convidou- me para jantar fora na sexta-feira à noite. Trey olhou para Sloan. — Talvez a gente deva planejar uma noite fora. — Miles City? — perguntou ela. — Aonde você quiser ir. Jake brincava com uma fatia de carne em seu prato. Sua mãe se inclinou para cortá-la em pedaços menores para ele. — Está deliciosa. — disse-lhe. — Bom bife do Triplo C., produzido no rancho. Ele deu uma mordida e concordou com a cabeça. Depois de engolir, limpou a boca com o guardanapo e se virou para Chase. — Vovô, como é que nenhum dos nossos animais têm chifres como os do seu escritório? — Porque aquele conjunto veio de um boi de Longhorn. — ele respondeu. — O velho Capitão, como era chamado, nasceu no Texas e trouxe cada rebanho que Benteen Calder arrastou para o norte de Montana nos primeiros anos do Triplo C. — Antes de eu nascer? — perguntou Jake. — Antes de seu bisavô nascer. — disse Trey. — Você pode acreditar nisso? — Eu acho que sim. Chase lhe lançou um olhar de censura. — Não me faça sentir mais antigo do que sou Trey. Redirecionando sua atenção para Jake, Chase explicou: — O Triplo C. criou os Herefords e os Herefords são cruzados agora, em vez dos Longhorns. — Oh. Portanto, eles são astink? — O quê? — Sloan perguntou intrigada. — Eu quero saber se os Longhorns são astink. — Jake respondeu a sua mãe pacientemente. — Astink como os dinossauros. — esclareceu ele. Chase riu. — A palavra é “extinta”, Jake. E não, eles não são. Mas você não vê muitos Longhorns nos dias de hoje, especialmente não em Montana. — Por quê? — Eles gostam do clima melhor do Texas. — respondeu o pai. — Gostaria que tivéssemos um. Com chifres enormes. — Jake estendeu os braços na medida em que poderia ir, e depois os abaixou novamente. — Esse seria demais, hein, vovô? Eu poderia mostrar aos meus amigos, um de verdade ao vivo em vez de apenas os chifres do velho capitão. — Eles ficariam impressionados. — Chase concordou. As palavras melancólicas de Jake permaneceram na mente de Chase por muito tempo após a refeição ter terminado, e a sala de jantar se esvaziar. Um plano tomou forma, mas Chase esperou para traçá-lo até Trey pegar o jovem de olhos sonolentos e aninhá-lo contra seu ombro. — Tempo de cama para esse cara. — disse ele baixinho para Chase. — Estou meio tentado a fazer o mesmo. Mas eu não posso, sabe o negócio do rancho. — disse ele vagamente. — Tenho que fazer algumas chamadas. Quando Trey subiu as escadas com Jake, Chase caminhou para o escritório e fechou a porta atrás de si, indo para sua mesa. Sentou-se e marcou um número que sabia de cor. — Quint? — Ei, vovô. Que bom ouvir sua voz. — veio a resposta morna. — Vai ser ainda melhor quando pudermos realmente ver você na época do Natal. Mal podemos esperar para chegar a Montana. — Chase concordou. — Como está Dallas? Como está o Josh? Nunca pensei que chegasse o dia em que haveria um Calder ruivo correndo por aí. Quint falou com seu avô sobre sua esposa e a criança, e perguntou: — Então, como está tudo por aí? — Está tudo bem. Mas eu preciso de um favor. — Certo. E que favor é esse? Chase foi direto ao ponto. — Eu quero que você me compre um bezerro Longhorn registrado. Um bezerro. Houve uma pausa de descrença no lado de Quint. — Será que eu ouvi direito? Você quer um Longhorn? — É um presente de Natal para Jake. — explicou. — Se você encontrar um a tempo, você pode enviá-lo para o Campo Sul. Vou deixar Stumpy Niles avisado que está chegando. Se ficar muito perto do Natal antes de encontrar um, você terá que enviá-lo por um avião de carga. — Parece que você pensou em tudo. — Quint ficou maravilhado e ligeiramente divertido. Chase deu um sorriso que ativou todas as suas rugas. — Eu com certeza pensei e resolvi a parte mais difícil. Ele levantou a cabeça quando bateram na porta fechada. — Entre. Cat abriu metade da porta e olhou ao redor. — Papai, você está ocupado? — Só falando com Quint. — ele falou com seu neto novamente. — Sua mãe está aqui. Quer falar com ela? — Claro. Chase gesticulou para Cat na sala e lhe entregou o telefone. Ele olhou em volta para sua bengala e saiu lentamente, ainda usando aquele mesmo sorriso. Cat se acomodou na cadeira que ele tinha desocupado, feliz por conversar com seu filho. Trocaram uma pequena conversa e ele se lançou em uma história sobre o primeiro beijo de Josh. — O quê? — ela disse com surpresa. — Ele está precoce, não tem dois anos ainda. — Bem, não era exatamente um beijo. Mais como esbarrar os rostos, muito suavemente. Mas sua namoradinha não pareceu se importar. Ela não se rompeu em lágrimas ou qualquer coisa. Em seguida, Josh deu um tapinha no seu cabelo. — Meu, meu. — disse ela. — Ele é muito charmoso. Amamos as últimas fotos. Obrigada por enviá-las, a propósito. — De nada. Então, como você está? Ela hesitou. — Ouvi que você está saindo para um encontro. — ele inseriu em uma nota de brincadeira. — Como você sabe disso? — disse Cat, surpresa. — Vivemos em tempos de alta tecnologia, mãe. E o famoso Rancho Triplo C. tem um telégrafo e um impulso de e-mail. — Oh! — Cat tentou pensar no que dizer, sentindo-se um pouco envergonhada que alguém lhe tivesse dito antes que ela o fizesse. — Bem, sim. Eu tenho um encontro para jantar, mas isso é tudo. Ele é muito legal. Um amigo de Chase, da minha idade. Seu nome é Wade Rogers. — Isso é ótimo, mãe. — disse ele. — Estou realmente feliz por você encontrar alguém. E divirta-se. É hora de você fazê-lo. Eles conversaram por mais algum tempo e se despediram. Cat desligou, mantendo-se na cadeira por um pouco, pensando. Ela não sabia como lhe contar e estava feliz que Quint estivesse bem com a ideia de seu namoro. Todos pareciam estar. Como ele disse, estava na hora. Capítulo Sete Uma caminhonete com a marca do Triplo C. pintada em suas portas, sacudia-se em uma freada numa estrada esburacada que levava a um pequeno celeiro no Campo Sul. O celeiro era uma das mais novas dependências da fazenda, afastado em uma milha longe da casa principal. — Desculpe pelos sulcos na estrada. — o cowboy ao volante disse a Chase. O velho olhou para o menino ao lado dele. — Estou bem e você, Jake? — Eu gosto de andar aos saltos! — disse. — Isso vai mudar quando tiver a minha idade. — Chase disse ironicamente. Ajeitou-se mais no banco perto de seu bisneto e destravou a porta saltando. — Obrigado, Eddy. — Sem problemas. Eu vou esperar por você aqui. Chase agarrou sua bengala e respirou fundo. — Precisa de uma mão para andar, senhor? — Ainda não. Mas esse dia está chegando. — Chase estremeceu quando usou o lado do caminhão como apoio para descer. Apoiou-se em sua bengala uma vez que pisou no chão. — Eu não confio mais no meu joelho ruim, em uma embreagem do caminhão do rancho. — Não é problema. Estou feliz em levá-lo. Vocês dois tomem o tempo que precisarem. — Eddy falou. — Vou ouvir o rádio e enrolar um cigarro. — pegou uma pequena bolsa e os documentos no bolso da camisa. Chase fechou a porta do caminhão e se virou para seguir Jake para o celeiro. Voltando-se, fez uma caminhada através dos estábulos e celeiros, enquanto olhava, verificando o estoque e os cavalos. Era mais uma coisa que tinha deixado para longe dele. Havia sempre o negócio sem fim de dirigir o rancho, e, antes que ele percebesse, seus anos tinham passado. Chase estava determinado a olhar seu funcionamento completamente, antes que as tempestades de inverno, inevitáveis, mantivessem-no preso em casa. Ele olhou para a semiescuridão do celeiro vazio, ouvindo os passos de Jake. — Jake? Não suba no palheiro. — Eu não subia vovô! Estou aqui! — o menino veio correndo em direção a ele, cheio de energia. — Eu o vejo. Acalme-se. — Chase disse, com uma nota amável em sua voz rouca. Jake tomou a mão que não estava descansando sobre a bengala. — Por que é que você quis vir aqui? — perguntou. — Está tudo vazio. — E isso é bom. — Chase respondeu. — Este é o celeiro para animais que precisam ser separados dos outros, porque eles estão doentes ou feridos. Você sabe disso. — Sim. Mamãe me deixou ver o médico veterinário com uma vaca uma vez. Posso ser um veterinário quando crescer? — Se você quiser. Jake saiu correndo, subindo em uma pilha baixa de feno e ficou em pé em cima dela. — Eu posso ver nas baias daqui. — ele anunciou. — Como é que estão? — perguntou Chase. O menino olhou ao redor. — Essa está cheia de feno fresco. As outras não têm nenhum. Chase concordou. Tudo estava pronto, por suas ordens. — Nós sempre mantemos uma tenda preparada, Jake. Na chegada do inverno as coisas acontecem. Agora vamos lá para baixo. Jake obedeceu, puxando uma palha depois que pulou da última etapa. — Vovô, posso lhe fazer uma pergunta? — ele olhou para cima, mastigando cuidadosamente a palha. — Claro. — Chase se encostou aos fardos de feno, meio sentado, meio em pé. — Um dos vaqueiros me disse que os animais falam na véspera de Natal. Isso é verdade? — Eu não sei. Poderia ser. — Chase respondeu com indulgência. — Quem foi esse cowboy? — Lavell-elli — Jake balançou a cabeça. — Eu não posso dizer isso direito. — Você quer dizer Pete Lavalliere? Um do Canadá? Jake assentiu com alívio. — É esse. — Deve ser uma história que contam lá em cima. Jake se inclinou sobre os fardos ao lado dele, inconscientemente imitando a postura de seu bisavô. — Se um cavalo pudesse falar, eu me pergunto o que ele diria. Chase riu. — Oh, ele se queixaria que a barrigueira está muito apertada. E ele pediria uma cenoura e nunca diria, por favor. O menino riu da ideia e saiu correndo novamente. — Onde você está indo? — Chase chamou. Jake entrou na tenda com o feno. — Apenas verificando. — gritou de volta. — Para quê? Não há nada lá dentro. O menino saiu novamente. — Eu queria ver se havia aveia no embornal ou coisas assim. Você disse que a tenda foi preparada. — Ele parou por um momento. — Vou ganhar um pônei no Natal? — Não. E não comece a fazer um monte de perguntas traquinas. Natal não é apenas sobre o que você está recebendo. Jake parecia um pouco envergonhado. — Eu sei. Mamãe disse isso também. — Então, é preciso lembrar que, — Chase o repreendeu suavemente. — Você estará com toda a sua família neste ano. Tias e tios e até mesmo um primo bebê. — Josh não é mais um bebê. Ele pode andar agora. — Jake disse alegremente. — É melhor colocar fora de alcance todos os brinquedos que você não quiser que ele pegue. — Chase o aconselhou com uma piscadela. — Vamos, vamos. Os faróis altos da picape jogavam um túnel de grande alcance de luz à frente do veículo, iluminando as margens da estrada do rancho e os montes sujos de neve que o arado tinha deixado para trás. O luar brilhava na superfície com crostas de neve que se espalhavam para longe, de ambos os lados da estrada, o reflexo roubava muito da escuridão da noite. No alto, uma lua crescente olhava para baixo do céu oriental rodeada por uma dispersão de estrelas. Fora do alcance dos faróis, um conjunto de massas mais escuras aparecia flanqueando a estrada. Laredo reconheceu a forma familiar da entrada com pilares em pedra da porta do leste e aliviou o pé sobre o pedal do freio, desacelerando a velocidade do veículo quando se aproximava do cruzamento com a rodovia estadual. Houve um sussurro do movimento da seda ao lado dele enquanto ele diminuía a picape a um impasse no cruzamento. Ele não ficou triste ao ver um caminhão se aproximando do sul, forçando-o a esperar para pegar a estrada até ele passar. Usou a pausa para lançar um olhar para Jessy, confortavelmente acomodada no banco do passageiro da picape. A penumbra das luzes do painel tinham um brilho fraco para o material acetinado do vestido que ela usava, e insinuava a palidez de umas pernas bem torneadas. — Você tem um conjunto lindo de pernas. — Laredo demorou no elogio. — E eu estou feliz por você escolher esta noite para mostrá-las. — Você disse que iria usar o seu chapéu de domingo. — Jessy lembrou-o, com um sorriso na voz. — Uma vez que você estava tornando essa uma ocasião especial, pensei que deveria fazer o mesmo. — ela acariciou a mão sobre o tecido liso da saia. — E tenho que dizer que me sinto bem. — Eu não poderia concordar mais. — Laredo virou a picape para a estrada e sorriu para si mesmo. Ele suspeitava que a maioria das pessoas, mesmo os trabalhadores de longa data do Triplo C. se surpreenderiam pela declaração de Jessy. A Jessy que conheciam era forte e firme, segura de si mesma e sempre no comando. Poucos adivinhariam que ela tinha um lado feminino, ou que parte dela pudesse querer ser considerada como uma mulher e não a chefe do Triplo C. — Faz um longo tempo desde que eu a convidei para um jantar, não é? — Laredo disse. Normalmente, eles acabavam no Ninho do Javali, a antiga barraca de linha que ele organizara para ser um confortável apartamento de solteiro. Ela lhes oferecia total privacidade, e na maioria das vezes isso era tudo que eles queriam. — Nós saímos no outono passado. — ela lembrou. — Acho que devemos fazer isso mais vezes. — Talvez sim, mas a vida parece ficar muito no caminho. — a aceitação tranquila daquele fato marcava sua voz. — Você tem esse direito. — sua boca torta em um sorriso irônico do acordo. O brilho ofuscante das luzes artificiais crescia visível algumas milhas à frente deles, oferecendo o primeiro sinal de habitação humana desde que deixaram a sede da fazenda. Laredo diminuiu a velocidade da picape, conforme se aproximavam da cidade de Blue Moon. Era pouco mais que um ponto largo na estrada com a maioria dos seus edifícios vazios, desde que a operação de mineração de carvão tinha se desligado. No lado oeste da estrada, a estação de combinação de loja de conveniência e posto de gasolina parecia uma piscina brilhante de luzes, com uma picape estacionada sob a sua copa, ao lado de uma bomba de diesel. Do outro lado da estrada, o que era um restaurante e bar que tinha passado por muitos nomes no passado, agora se proclamava como o bar e grill de Kelly. — Marsha finalmente instalou a sua nova placa. — Laredo gesticulou em sua direção. — As luzes são tão brilhantes, ninguém pode se queixar de não vê-la. — Jessy estremeceu um pouco com o brilho. — Provavelmente são LEDs. — Laredo adivinhou e virou a picape para o estacionamento, que já estava mais que cheio. — Parece que a multidão da noite de sexta-feira já nos vence aqui. — A menos que você queira dirigir todo o caminho para Miles City, onde mais você poderia ir? — Jessy fundamentou, alcançando a porta no instante em que a picape rodou até parar. O frio acentuado da noite de inverno se fez sentir assim que ela desceu da cabine quente da picape. Resumidamente, Jessy desejou que estivesse com as calças gastas, então reprimiu um arrepio e se encaminhou rapidamente para perto de Laredo. Juntos, eles andaram para a entrada da frente. Só quando chegaram, Jessy abrandou os passos e correu um olhar de avaliação sobre o edifício com as suas janelas iluminadas. — Estou feliz que este lugar esteja de volta às mãos de um residente novamente. — Jessy observou em uma marcha lenta, meditando. — Eu não posso dizer que eu sinta falta do barulho de todas as máquinas caça-níqueis que Donovan tinha aqui. Ainda assim... sua seleção de recepcionistas, nós as chamamos garçonetes? Era bastante agradável de olhar. — Ele sorriu. — Ou eu não deveria tê-las notado? — Enquanto tudo o que você fizer for observá-las, por que eu deveria me importar? — Jessy disse sem problemas. Laredo riu e abriu a porta para ela. Um zumbido constante de vozes os cumprimentou quando entraram, pontuado por uma risada ocasional ou o pipocar de bolas provenientes da área da mesa de sinuca. Ao lado, um jukebox oferecia uma canção do país com uma batida de duas etapas. Os rostos conhecidos estavam por toda parte, alguns do Triple C. e outros vizinhos. Jessy reconhecia a maior parte deles; apenas com aqueles da geração mais jovem lhe era difícil conectá-los a um nome. Ela suspeitava que fosse apenas mais um sinal que estava ficando mais velha. — Mesa ou cabine? — ela perguntou a Laredo, mostrando alguns vagos de cada um. — Ambos. — Laredo respondeu e a guiou para uma das extremidades que lhes oferecia uma aparência de privacidade. Quando chegaram à cabine, Laredo a ajudou a tirar seu casaco de inverno pesado e o atirou para o assento da cabine, em seguida, tirou o próprio, enquanto Jessy deslizou para dentro da cabine. Um pouco tarde demais, se lembrou de recolher o material de seu vestido, quando revelou uma quantidade razoável de coxa no processo. — Sente-se. — Laredo disse e deixou o casaco junto ao dela no assento oposto, então se deslizou ao lado dela. — Nós estamos parecendo um casal de adolescentes. — Jessy murmurou mais consciente do que realmente envergonhada. — Quando estou com você, há momentos em que me sinto como um, — Laredo admitiu, com uma qualidade de carícias na voz em baixa frequência destinada apenas à sua audição. Apenas por um momento ela foi apanhada pelo olhar amoroso em seus olhos e quase se esqueceu que estavam em uma sala cheia de pessoas. Então, alguém a saudou do outro lado do caminho, quebrando o encanto. Jessy acenou uma resposta e estendeu a mão para o menu apoiado por trás do dispensador de guardanapos. — O que você vai querer? — perguntou ela. — Bife mal passado, como sempre. Jessy olhou para cima para encontrar a garçonete de pé em seu estande. — Pode fazê-lo para os dois. Depois de terem dado a ordem a garçonete, Laredo esticou um braço ao longo da parte de trás da cabine, por trás dela e se inclinou em sua direção. — Eu lhe disse que descobri onde quero colocar a banheira de hidromassagem que estarei recebendo no Natal? — Você está falando sério sobre isso, não é? — Jessy perguntou com uma pequena risada, espantada. — Quer dizer que você não comprou ainda? — ele a repreendeu ironicamente. — Não tem que ser algo gigantesco. Somente grande o suficiente para dois. — Isso é um alívio. — O Natal não está muito longe. É melhor você ir às compras. — Laredo advertiu. — Fale-me sobre isso. Eu ainda não comprei nada para Sloan. — Se importa se eu fizer uma sugestão? Jessy começou a dizer — Sim, — então hesitou. — Não acho que ela queira uma banheira de hidromassagem, também. — Não, eu concordo. — sua expressão ficou séria. — Mas há uma coisa que significaria muito para ela. — E o que é isso? — A Bíblia da família Calder. Ela ficou imediatamente impressionada com o acerto de sua escolha. Sua nora tinha crescido órfã, sem um lugar que pudesse chamar de lar ou algum parente, como Laredo. E quem mais que Laredo saberia como a vida vazia, podia deixar alguém se sentir sem um senso de pertencer a algum lugar. — Você poderia levar alguma outra coisinha, além disso, mas... — Laredo começou. — Você está certo. A Bíblia está perfeita para ela. — Jessy assentiu com satisfação, e lhe deu um olhar de soslaio. — Então o que você vai me comprar? Laredo puxou para trás. — É uma surpresa. — Você pode me dar uma dica, pelo menos. Eles debateram para frente e para trás sobre o assunto até que a garçonete voltou com as bebidas e a ordem de refeição. Depois disso, falar ficou esquecido. Eles tinham quase terminado os seus bifes quando Ross Kelly passou por sua cabine. — Como estavam os bifes? É carne Calder, assim devem ser bons. — Eles estão deliciosos. — Jessy assegurou. — Eu não sei o que você usou para temperá-los... Ross levantou a mão avisando, com um grande sorriso dividindo seu rosto. — E eu não vou dizer, portanto, não se incomode em perguntar. É a minha receita secreta. — Falou como um verdadeiro chef. — Laredo se levantou em saudação, estendendo a mão para Ross que a apertou. — Estou trabalhando nisso. — Ross observava no final do guichê os lugares em frente e pousou os seus amplos quadris na beirada externa e depois lançou um rápido olhar para a cozinha para se certificar que não era necessário lá. — Não parece que você está sentindo falta da estrada. — Jessy adivinhou. — Depois de dois anos de funcionamento neste lugar, pensei que você pudesse ficar com saudades por isso. — Não é um acaso. — declarou ele. — Cozinhar sempre foi algo que eu amei fazer. E como estão os preços do diesel, um homem não pode mais fazer um bom dinheiro dirigindo um caminhão. Este lugar veio à venda no momento certo para Marsha e eu. — Pelo que ouvi, o advogado nomeado pelo tribunal para a propriedade de Donovan praticamente pagou para levá-lo. — Laredo brincou. — Temos um bom acordo sobre isso. — era o mais que Ross iria admitir. Eles conversaram um pouco sobre o negócio. Durante todo o tempo Ross manteve um olho na área da cozinha. Em algum momento da conversa Jessy teve a sensação que Ross não tinha passado por sua cabine só para garantir que a comida estava bem, ou para ser social. Ele tinha alguma outra razão. Quando estava tentando descobrir o que poderia ser, Ross se inclinou para frente de forma confiante. — Estou feliz por você parar aqui esta noite, Laredo. Algumas semanas atrás, eu contratei um novo cara para trabalhar na cozinha. Um mexicano chamado Octavio. Ele está perguntando sobre você. — Sério? Por quê? — o tom de Laredo foi suave, mas cauteloso. — Dane-se se eu sei, — Ross admitiu. — Mas ele sabe o seu nome e ele sabia que vivia nesta área. Só não sabe onde. Endurecendo um pouco, Jessy lançou um olhar preocupado para Laredo, não tendo certeza do que aquilo significava, mas com a sensação de que não era nada bom. — Ele disse o que quer comigo? — Não para mim. Mas uma vez já o tinha ouvido falando sobre você em espanhol para Miguel. Octavio mencionou o seu nome e, em seguida, disse algo sobre ser enviado pelo vento. Eu provavelmente penso em algo errado, mas isso era o que parecia. — O vento, hein. — Laredo sorriu. E foi a facilidade de seu sorriso que Jessy imediatamente notou. Toda cautela inata de repente desapareceu. — Agora você me deixou curioso. Se estiver tudo bem com você, vou falar com ele e descobrir sobre este negócio de vento. — Certo. Vou levá-lo de volta. Os dois homens saíram da cabine e Ross caminhou com Laredo até a parte de trás do restaurante, não muito longe de sua cabine. Deslocando-se em seu assento, Jessy observou quando Ross entrou na cozinha e saiu com o mexicano. Depois de apresentá-lo à Laredo, Ross deixou os dois homens sozinhos. Ela se esforçou para ouvir o que era dito. A voz de Octavio era baixa e ele falava em espanhol rápido que ela não entendia. As primeiras palavras de Laredo foram claras. — Desacelere. Meu espanhol está um pouco enferrujado. — ela fez muito em um período de calmaria no barulho do restaurante. Octavio parecia cumprir, mas entrou um grupo de cinco pessoas, conversando entre si e gritando saudações. Não havia nenhuma maneira de Jessy ouvir a conversa de Laredo acima do seu ruído. Ela desistiu de tentar e simplesmente esperou. Depois de alguns momentos mais, Laredo voltou para a cabine. — Sobre o que era tudo isso? — Nada, realmente. — ele deslizou-se para o assento ao lado dela. — Lamento por demorar tanto. Não completando sua resposta, ela o pressionou para uma melhor explicação. — Tinha que ser mais do que nada. — Ele é apenas um amigo de um amigo que está aqui à procura de um emprego. — Ross disse que estava trabalhando para ele. Laredo assentiu e verificou o cardápio de sobremesas. — Sim, mas ele gostaria de algo com melhor remuneração. — Por que é seu problema? — Não é. — Laredo disse, distraído. — Esse bolo de chocolate parece ser bom. Ou talvez uma fatia de torta. — olhou para ela, seu olhar fechado. — Mas eu não me importo em responder para o cara, se ele quiser contratar um cozinheiro em algum lugar. — Quer dizer o Triple C? — Jessy franziu a testa. — Não. Tanto quanto eu sei, Baker não precisa de mãos extras. Jessy não se deixou enganar pelo tom casual. Mas se ele não lhe dissesse o que realmente tinha sido dito entre ele e o estranho, ela não tinha nenhuma maneira de arrancá-lo dele. — OK. Tanto faz o que você disser Laredo. Sua expressão desligada a deixou desconfortável, isso e seu ar de preocupação, uma espécie de delicadeza ímpar. Havia uma causa possível para ambos. — Há algo errado? — ela o observou atentamente. Ele largou o menu e olhou para ela. — Não. De modo nenhum. Eu estava apenas me lembrando... — Do que? Laredo deu de ombros e sorriu. — Dos velhos tempos, antes de você. — seu olhar era quente, quase de adoração. Jessy teve a impressão que Laredo estava estudando-a com cuidado. Como se estivesse memorizando cada característica de seu rosto. Mas ela não podia detectar nada que sugerisse que Laredo estivesse preocupado com a reunião. Talvez ele estivesse simplesmente recordando a sua vida passada. Será que ele sentia falta de alguém. Sentados lado a lado enquanto ele estava a um milhão de milhas de distância era frustrante. — Vamos então para o Ninho do Javali? Leva um tempo para aquecer aquela velha barraca de linha, mas há uma abundância de lenha. — O rancho, então. Não temos que ir para a casa principal. Eu só quero estar em algum lugar sozinha com você. Não temos de falar também. — Eu gosto da maneira que você pensa. — ele recuperou uma antiga carteira de couro trabalhada à mão, do bolso das calças de brim e tirou várias notas, deslizando-as debaixo do porta-condimentos onde a garçonete poderia vê-las. — Obrigada pelo jantar. — ela sorriu para ele. — A qualquer hora. Eventualmente, ele a puxou em uma das estradas de volta ao rancho e apenas se abraçaram por um longo tempo, se beijando mais do que falando. Havia uma doce intensidade para seu ato de amor forte e lento que Jessy estava sentindo recentemente. Ao mesmo tempo, suas carícias suaves a fizeram desejar mais dele, mas eles não poderiam ir tão longe na cabine de uma picape em uma noite de inverno. Laredo levantou a cabeça e olhou para fora e ao redor, como se estivesse verificando seus arredores. A imensa paisagem esticada e vazia na borda preta do horizonte. — Olhe para isso. — Laredo disse. Jessy saiu de seus braços apertados e viu a lua crescente acima deles no céu da noite clara, que brilhava dentro de um vasto e delicado círculo, da alta de gelo na atmosfera. — É lindo. — Jessy murmurou maravilhada. — Algo que você não vê muitas vezes. — Talvez seja um sinal. Ela se virou para olhar para seu rosto sombreado. Ele não estava sorrindo. — Sobre o que? Ele deu uma breve risada baixa. — Se você perguntasse a Chase, ele diria que significava que mau tempo estava a caminho. — Provavelmente. — Jessy sorriu, concordando. — O que significa para você? Ele não respondeu de imediato. — Não é possível dizer exatamente o que isso significa. — disse ele depois de um tempo. — Talvez que devemos parar o que estamos fazendo e olhar mais para cima. E dar graças por aquilo que temos, enquanto nós podemos tê-lo. — Onde você está querendo chegar? — o tom de melancolia em seu comentário a confundiu. — Eu não posso explicar isso, Jessy. Não agora. — ele a puxou de volta aos seus braços e a beijou com uma súbita fome feroz que a deixou maravilhosamente sem fôlego. Capítulo Oito Sloan desceu as escadas de carvalho, equilibrando uma braçada de presentes embrulhados. Quando virou o corrimão no último degrau, inadvertidamente colidiu contra ele e um pacote oscilou. Ela fez um pouco de malabarismo e conseguiu mantê-lo. Não havia ninguém por perto para ouvir o suspiro de alívio. Ela queria que os presentes embrulhados estivessem sob a árvore antes que um curioso garoto soubesse o que sua mãe estava fazendo. Não que os presentes fossem todos para Jake, mas ele estava apto a pensar assim. Ela não queria que nenhum deles fosse atingido ou rasgado ou submetido aos raios-X mentais do pequeno menino. Esperando que ele não estivesse saindo com seu bisavô do escritório, Sloan fez um desvio para a porta aberta da sala, tendo um vislumbre de Chase em sua mesa, absorto na papelada. Por enquanto, tudo bem. Tão silenciosamente quanto pôde, ela se retirou para a sala onde estava a árvore. Cuidadosamente, colocou os presentes ao lado dela, em seguida, levou um minuto para organizá-los, contornando-os em torno da base. Acabando, Sloan deu um passo atrás para admirar a sempre crescente pilha. Observando quantos já tinham o nome de Jake na sua etiqueta, se recordou de ter um bloco de notas e lápis nas proximidades para uma lista de agradecimentos. Jake estaria reconhecendo seu nome nos cartões e reconheceria todos e cada um dos seus donos. Quando estava voltando para as escadas, ouviu Chase falando. Demorou um segundo para perceber que ele estava ao telefone com alguém. Curiosa com a intensidade de sua voz profunda, Sloan parou para ouvir. — Parece que você está fazendo progressos. — Chase disse para quem estava do outro lado da linha. — Não será possível chegar rápido o suficiente e o espaço de tempo está ficando curto. Houve uma longa pausa enquanto ouvia. Sloan ficou onde estava sentindo uma pontada de culpa por estar escutando uma conversa privada. — Assim que você me der a palavra, eu o terei pronto. — Chase continuou. — Sim. Ele já está arranjado. Ela hesitou quando Chase encerrou a chamada. — Fique em contato, Wade. No momento em que percebeu que Chase estava falando com Wade Rogers, se recordou do cheque que Chase tinha preenchido para ele. O rangido revelador da cadeira seguido pelo barulho da bengala advertiu Sloan que Chase estava se levantando. Não querendo ser encontrada, ela se afastou de forma rápida e silenciosamente voltou para a árvore de Natal. Até o momento em que ele saiu do escritório, ela estava ocupada dobrando o gancho de arame fino sobre uma bugiganga e a pendurando em um galho diferente da árvore. Seu olhar agudo viajou sobre ela com um rigor que a fez tremer por dentro. Então, sua atenção se voltou para os presentes embrulhados. — Ou meus olhos estão me enganando ou aquele monte está crescendo muito. Você deve ter adicionado mais. — Aos poucos. — ela assentiu com a cabeça, lutando contra um ataque de nervos. — Eu o fiz. — Ahá. Pensei ter ouvido você descer. Diverte-se brincando de Papai Noel, não é? — Sempre. — Sloan disse com um sorriso rápido. Ficou aliviada que ele não suspeitasse da espionagem, mas isso não a fez se sentir menos culpada. — Eu queria tirá-los do esconderijo enquanto Jake acabava a brincadeira na casa de Dan. Ele deve estar de volta a qualquer minuto. — Eu me perguntei onde ele estava. — Tenho quase tudo embrulhado e um lote sob a árvore. Até agora, estou em boa forma. — De fato. Sloan não sabia se ficava ou saía. Chase estava olhando para ela como se esperasse que ela dissesse mais. Superada pela curiosidade, ela decidiu lhe perguntar sobre a chamada. Como ele não tinha a porta fechada... — Eu ouvi direito? Você estava ao telefone com Wade Rogers? — Eu estava. Por que você pergunta? Ela tentou um encolher de ombros ocioso. — Estava só me perguntando se ele lhe disse quando estaria de volta. Quero dizer, é tão óbvio o quanto Cat está ansiosa para jantar com ele. O comentário, feito para distraí-lo, funcionou. Sua expressão satisfeita disse muito a Sloan. — Sim, ela está ansiosa. — então ele se lembrou de sua pergunta inicial. — Se tudo correr bem, Wade deverá estar aqui neste fim de semana. — Bem a tempo para a festa de Natal do rancho. — Esqueceu-se sobre isso. — disse ele. — É neste sábado, não é? — Sim, embora eu não possa dizer que Jake esteja ansioso para fazer o menino pastor. Chase deu uma risada. — Ainda resmungando sobre usar as sandálias, não é? — O tempo todo. Oh! O balangandã se desligou do seu galho de pinheiro e foi rolando. Sloan ajoelhou-se atrás da árvore de Natal para olhá-lo. — Droga, eu acho que foi sob a estante. — disse para Chase. Curvando-se, deslizou uma mão sob ela, mas encontrou poeira ao invés do ornamento faltante. A porta da frente se abriu e Laredo gritou: — Alguém em casa? — quando ele entrou. — Aqui. — Chase respondeu. Os longos passos de Laredo o levaram para a sala de estar, e viu Chase. — Só o homem para o qual estou olhando. — parou de falar em surpresa quando Sloan ficou de pé, esfregando as mãos nos jeans. — Olá, Sloan. — O que você precisa? — perguntou Chase. O olhar de Laredo permanecia em Sloan. — Só queria falar com você. Nada de importante. — ele deu meia volta. — Vejo você mais tarde. Sloan teve a nítida impressão que a sua presença era a causa de sua súbita mudança de planos. — Não saia por minha causa. Eu ainda tenho um monte de presentes no andar de cima que precisam ser embrulhados, acreditem ou não. Vocês dois vão ter a sua palestra. Ela seguiu através daquela linha de saída discreta ao cruzar para a escada, deixando os dois sozinhos. Laredo acompanhou seu progresso enquanto Chase aproveitou a oportunidade para observá-lo em silêncio. A expressão impassível do outro homem não dizia muito. Mas Chase estava bem ciente que, se Laredo queria falar com ele em particular, deveria ser algo sério. — Vamos entrar no escritório. — sugeriu. Laredo andou atrás dele pela curta distância, retardando seus passos para coincidir com Chase, até que o homem mais velho chegou a sua mesa e se estabeleceu em seu lugar. — Feche a porta. Laredo o fez e se virou, a boca numa linha dura quando percebeu o olhar de sondagem de Chase. — Então qual é o problema? Laredo não respondeu de imediato. Em vez disso foi para uma janela da frente e olhou para fora. — Não tenho certeza, mas eu posso ter que sair daqui. Se eu o fizer, trata-se de tanta informação quanto eu posso lhe dar. — Por quê? Ele girou para longe da janela, mas manteve-se ao lado dela. — Na noite passada, um amigo me enviou um aviso que o meu nome está se tornando um assunto de discussão, em lugares onde não era mencionado nos últimos anos. — Quem te contou isso? — Nenhum de vocês conhece. Jessy não sabe sobre isso, e eu preferiria que ela não soubesse. O olhar de Chase era firme. — Ela não vai ouvir uma palavra de mim. — Ele parou por um momento. — Laredo, não vou discutir. Você pode ter boas razões para ser desconfiado. Mas o Triple C. é o lugar mais seguro que você pode ter. Laredo não parecia convencido. — Pode ser sábio para você cair fora da vista, mas você pode fazer isso aqui. Ninguém neste rancho nunca vai dizer a alguém onde você está. — Ainda assim... — ele não terminou a frase. — Alguma vez tentou procurar alguém em um milhão de acres? Esse rancho é tão grande. — Chase o lembrou. — Eu sei disso. Mas eu não gostaria de ter que colocar qualquer um de vocês nessa posição. — Isso não é a sua escolha fazer, — afirmou Chase. — Por enquanto vamos tomar precauções e organizar para você ficar fora da sede por um tempo. Laredo deu de ombros, desconfortável. — Jessy vai querer saber o por quê. — Eu vou lidar com Jessy. — Como? — Fácil. — Chase respondeu. — Vou simplesmente explicar que você está cuidando de alguns negócios pessoais para mim. — Pode funcionar. — Laredo admitiu. — Claro que vai. Agora, precisamos descobrir o melhor local no rancho para você ficar quieto. Você não pode voltar para o Ninho do Javali. Muitas pessoas sabem que é seu quarto de solteiro. Laredo pensou por um momento. — Que tal Lobo Prado? Eu poderia ficar lá na casa velha de Buck Haskell. Chase sacudiu a cabeça. — Muito difícil para chegar até você, se eu precisar. A fazenda Shamrock vai funcionar melhor. — O antigo lugar de O'Rourke? — perguntou Laredo. — De que tipo é a casa? — Não pode ser pior do que o Ninho do Javali. — Chase apontou. — E como o seu lugar, ele não pode ser visto da estrada. Trey estava lá no ano passado e testou o gerador para certificar se ainda estava em condições de funcionamento. Laredo balançou a cabeça em aprovação. — Parece bom. Então vou pegar algumas roupas e suprimentos. Ele se virou para sair, mas Chase o parou com uma mão levantada. — Se eu precisar entrar em contato com você enviarei Trey e só Trey. Se alguém aparecer, você vai saber que eles não são enviados meus. — Obrigado, Chase. — Laredo colocou ênfase naquelas duas palavras simples. Chase acenou uma expressão de gratidão. — Você esteve à minha volta mais vezes do que eu gostaria de contar. É hora de eu cobrir a sua. Com alguma sorte, tudo isso vai se resolver antes do Natal. — Vamos esperar que sim. — Laredo saiu. Quando a hora do almoço chegou, Chase fez com que ele fosse o primeiro a ter um assento à mesa. Jessy estava entre os últimos a chegar, ainda vinha andando quando Cat colocou o último dos pratos de comida na superfície da mesa. Ela parou na porta e fez uma verificação rápida dos rostos na mesa. — Alguém viu Laredo? — perguntou. — Pensei que provavelmente chegasse antes de mim aqui. Rápido, para jogar com a desculpa de sua idade avançada, Chase fingiu uma careta de surpresa e pedido de desculpas. — Eu me esqueci de lhe dizer que Laredo vai ficar fora por um tempo? — Para onde foi? — perguntou Jessy com espanto. — Onde? — Isso é um negócio meu. — Chase sacudiu o guardanapo e o colocou em seu colo. As mãos nos quadris, Cat deu-lhe um olhar de reprovação. — Pai, não me diga que você encarregou Laredo para fazer algumas compras de Natal para você? Primeiro Quint e... Chase cortou. — Apenas não importa sobre o que ele está fazendo ou por quê. Este não é o momento do ano para estar aturando intrometidos fazendo um monte de perguntas. Com o canto do olho, ele observou a maneira como Jessy visivelmente relaxou ao ouvir sua resposta. No momento, ele sabia que ela estava satisfeita e não havia nada de errado. — Quanto tempo ele vai ficar fora? — Jessy foi até sua cadeira habitual na mesa e a puxou para fora. — Isso importa? — Chase combateu. — Não de verdade. — Jessy disse com preocupação. — Só estava me perguntando se eu teria tempo para conseguir instalar a banheira de hidromassagem antes que ele volte. — Que banheira de hidromassagem? — Chase franziu a testa. — A que ele quer para o Natal. — Jessy respondeu. — Isso deve funcionar perfeitamente para você, então. — Chase disse, — Porque eu não espero que ele volte ao rancho até pouco antes do Natal. — Ele vai ficar fora tanto tempo? — Jessy o olhou com surpresa. — Você faz parecer como se fosse para sempre. — repreendeu-a levemente. — O Natal é apenas daqui a duas semanas. — É. Laredo vai me comprar um presente? — Jake perguntou ansiosamente. — Se ele vai? — Chase virou a questão numa indagação para ele. — Você está lhe comprando um? Agarrado pela incerteza, Jake se virou para sua mãe. — Estamos mamãe? A questão provocou risos suaves e desviou a conversa para longe de qualquer discussão adicional da ausência de Laredo, o que era exatamente aquilo que Chase queria. O celeiro de mais de cem anos de idade era uma colmeia de atividade, passando por uma transformação anual, em um lugar digno de um encontro de Natal. Essas tarefas eram atribuídas aos trabalhadores do rancho que penduravam com escadas altas, papel crepom vermelho e verde nas vigas, enquanto as esposas e os membros mais velhos das suas famílias adornavam as barracas com verdes guirlandas e coroas de folhas. Sloan ficou na base de uma escada, segurando-a firme, enquanto acima de seu papel crepom vermelho e verde torcido, Tank Willis os juntava para formar uma dupla de festão e colocava uma seção do mesmo na viga. — Graças a Deus pelos grampeadores. — Sloan declarou. Ele sorriu para ela. — Foi assim que o Oeste foi conquistado. Claro que naquela época era arame farpado que ficava preso a um poste. — ele pegou o grampeador pequeno da prateleira de ferramentas na escada e o apertou contra o fim de uma guirlanda, batendo os grampos no caibro alto. Assustada com o som repentino e explosivo, Cat ergueu a cabeça, observando o que ele fazia, e murmurou para si mesma: — Essas coisas barulhentas. — Como está indo a decoração de parede? — alguém perguntou se apressando. — Muito bem. — Cat disse à volta da mulher e voltou para a triagem das caixas, tentando encontrar todas as peças do nariz de um jogo de renas. Brilhando brevemente, a luz solar inundou a ampla pista central, quando a sua grande porta se abriu. Cat olhou para cima para ver quem entrava, esperando que fosse Wade. Mas era um dos trabalhadores do rancho carregando outra caixa. Ela levou um momento para examinar o progresso que havia sido feito. Para a maior parte eles pareciam estar dentro do cronograma. Os alimentos que não precisavam de refrigeração, principalmente doces, já tinham sido colocados em uma longa mesa, protegida por filme plástico. Havia vários pratos cheios de pães de gengibre em forma de cowboys e biscoitos doces em forma de cowgirls, suas camisas e jeans desenhadas com glacê colorido com drágeas de prata para encaixar. Cat suspeitava que eles fossem obra de Kelly Taylor. Mas fosse quem fosse que os fizera, parecia muito bom para comer. Na área do palco, as crianças estavam ensaiando a peça em suas roupas de todos os dias, trabalhando com energia, provocando um ao outro e correndo em torno da plataforma. Babette Nevins, que estava no comando, parecia estar tendo um momento difícil no controle dos mesmos. Cat pensou em dar uma mão, mas não ficou triste quando Sloan veio em sua direção, com festão frisado envolto em camadas sobre seu braço. — Cat, estes terão de ir para a primeira árvore. Você pode me ajudar enrolando-os nela? Eu não acho que posso colocá-lo sozinha. — Claro. — Cat fechou rapidamente as abas da caixa grande a seus pés. — Olhe para essas cores lindas. — Roxo e ouro. — Sloan riu. — Não é muito tradicional, mas eu acho que temos o suficiente de vermelho e verde por aqui. As meninas vão adorá-los. — Elas parecem amar qualquer coisa com roxo. — Cat concordou e seguiu Sloan a curta distância até a árvore. Sloan andou em torno dos pés de uma escada. Uma mecha de papel crepom voou na frente de seu rosto, e Sloan soprou afastando-o. A árvore estava a bem mais de dez pés de altura no seu suporte. Cortada recentemente dois dias antes, exalava um aroma de pinho que dominava os cheiros normais do celeiro. — Nós vamos precisar de uma escada para isso. — Sloan observou. Cat viu uma no outro lado do caminho e foi arrastá-la. Em seu retorno, ela encontrou Sloan sentada no chão puxando mais guirlandas e corda de um saco e os drapeando cuidadosamente sobre as pernas das calças de brim. — Você é mais jovem, pode fazer a escalada. — Cat pressionou as cintas laterais para baixo, para firmar a escada. — Não tem problema. — Sloan deu a Cat pelo menos dez fios de contas roxas e douradas e se levantou de seu assento. — Se você pudesse me entregar essas, poderíamos começar no topo da árvore e trabalhar para baixo. — Parece um bom plano para mim. Cat esperou na base da escada e entregou as guirlandas a Sloan, uma por uma. Algumas penduradas em loops perfeitos, mas algumas deslizaram através dos ramos e bateram sobre o piso de tijolos do celeiro. Murmurando maldições, Sloan fez Cat rir. Na primeira vez Sloan não achou divertido, mas, no final, teve que rir também. — Por que me inscrevi para isso? — ela disse com um gemido simulado. — Eu não sei, Sloan. Queria obter mais presentes? — Não. Droga! — outra guirlanda deslizou para dentro do balde. — Eu acho que nós podemos pescar aquelas para fora quando estivermos fazendo. — ela se concentrou em seus laços e a metade de cima da árvore feita. Sloan deu um passo para trás para baixo da escada, fazendo uma pausa para avaliar o trabalho. — Não está ruim. Na verdade, acho que posso fazer o resto daqui em diante. Você não quer se arrumar? — Para quê? —Cat lhe deu um olhar confuso. — Ou melhor, para quem? A vinda de Wade, não é? — Ele deveria. — Cat admitiu. — Mas eu não sei quando estará chegando exatamente. Chase não foi específico. — Oh. Você acha que ele vai ficar para a festa do rancho? — Eu não sei o que ele quer. — Cat sorriu para a jovem na escada. — Se ele faz ou não faz, realmente não importa para mim. Contanto que ele venha. Sloan desceu os poucos degraus finais e ficou no chão. — Você deveria ver o seu rosto, Cat. Está toda vermelha só de pensar nele. Cat lhe deu um olhar consciente. — Está quente aqui. — Claro. — Sloan rapidamente aceitou a desculpa ao invés de constranger Cat ainda mais. Ela lançou um olhar para os homens descendo de suas escadas, terminando com a suspensão de papel crepom vermelho e verde. — Olhe para isso. Eles fizeram um ótimo trabalho. Mesmo sem Laredo para supervisionar. A menção de Laredo levou Cat a perguntar: — O que você acha que o pai lhe pediu para comprar? — Eu nem sequer tenho um bom palpite. — Sloan admitiu. — Nem eu, especialmente quando penso no que o pai pediu para Quint conseguir para Jake. — O quê? — Sloan fixou-a com um olhar desconfiado. — Ele está tentando comprar algo que eu não compraria para Jake? Por favor, me diga que não é um conjunto de tambores. — Garanto-lhe que não é um conjunto de tambores. — Cat assegurou. — Mas eu não vou dizer mais do que isso. Será melhor você não descobrir antes do tempo. — Isso não é tranquilizador. — Sloan declarou, então inclinou a cabeça para um lado. — Mas, se ele enviou Laredo para buscar um presente de Natal, realmente me faz pensar o que é e para quem é. Cat deu de ombros. — Quem sabe? O pai está definitivamente pensando fora da caixa este ano. — OK. Vou parar de incomodar você. — Sloan sorriu. — Oops, quase esqueci. — ela se ajoelhou na parte inferior da árvore e recolheu as guirlandas que tinham caído ao chão. — Elas estão todas empoeiradas. — Vou pegar um pano ou algo assim. — Cat riu e foi buscar algo no mesmo armário da escada. Sloan esperou por ela, perguntando-se brevemente sobre aquele comentário fora da caixa. Se os dez mil dólares que Chase tinha dado a Wade fosse um presente de Natal, tinha que ser em retribuição de um grande problema para resolver . Ela não podia imaginar o que poderia ser. Mas então Chase poderia estar terrivelmente preocupado com seus assuntos financeiros. Talvez Trey estivesse certo e fosse uma doação de caridade ou outra coisa que não era remotamente festiva. Ela colocou o pensamento de lado quando Cat voltou com uma toalha na mão. Cat segurou-a como uma rede e Sloan colocou as contas empoeiradas sobre ela. — Qualquer outra coisa no balde? — perguntou Cat. — Eu penso que não. — Sloan rolou os fios em torno da toalha. — Então, o que você estava fazendo quando eu vim para cá? — Classificando as decorações de parede. — Eu vou lhe dar uma mão.
A hora do início indicado para a festa do rancho Triplo C.
para seus funcionários seria por volta das quatro. Como de costume, os primeiros que chegaram apareceram no grande celeiro de madeira logo após as três horas. Aqueles dos lugares distantes do rancho saíram mais cedo, pensando que as estradas pudessem estar ruins. Outros, especialmente os solteiros, estavam todos livres para a festa e não tinham nada melhor para fazer. Da janela de seu quarto, Cat podia ver a crescente coleção de veículos estacionados no celeiro. Em qualquer outro ano, ela já estaria no celeiro também. Mas este ano ela não deixaria a Casa Grande enquanto Jessy, Trey, Sloan, e Jake não saíssem. Cat tinha usado a desculpa de que Chase não estava pronto e que ela ficaria para levá-lo para o celeiro depois. Todos sabiam que Chase não estava pronto porque ele estava esperando por Wade Rogers para vir, exatamente como eles sabiam que Cat estava se demorando pela mesma razão. Consciente que ela tinha demorado tempo suficiente em seu quarto, Cat selecionou um par de brincos de sua caixa de joias e foi até o espelho para colocá-los. Ela deu ao seu reflexo um olhar superficial. O vermelho brilhante de seu suéter de Natal a deixou destoante, fazendo-a perceber como estava longe de ser festivo o que ela sentia. — Você pode muito bem enfrentar isso, — disse à mulher no espelho, sua voz firme e baixa. — Foi você quem se colocou nessa situação. As palavras torciam através dela por um momento como uma faca. Fechou os olhos, na tentativa de verificar a dor aguda, em seguida, com determinação, sacudindo a dor, o queixo lançado para frente em um ângulo de orgulho, disse a si mesma: Não. Ele simplesmente não seria capaz de fazê-lo hoje. Quando prendeu o último pingente, ela ouviu o som estrondoso de um veículo chegando. Um segundo depois, Cat percebeu que se o ouvira tão claramente ele devia estar em frente ao celeiro. Wade? Empurrada por uma nova onda de esperança, Cat voou para a janela, atingindo-a quando Sloan saia do lado do motorista e se dirigia para os degraus da frente. Abruptamente, ela se afastou da janela, endireitou os ombros e saiu do quarto de cabeça erguida. No topo da escadaria, Cat viu Sloan subindo até ela, dando os passos de dois em dois. Foi o conjunto da raiva de Sloan mais a pressa que chamou a atenção de Cat. — O que está errado? — Esse Jake. — Sloan murmurou. — Eu tinha seu traje todo junto em um lote. Quando fui para o celeiro, descobri que estava faltando suas sandálias e acontece que sei que elas estavam lá dentro, com o botão direito em cima. Uma risada borbulhou na garganta de Cat. Ela lutou para disfarçá-la. — Ele as escondeu. — Vou encontrá-las e ele vai usá-las mesmo se eu tiver que... — Sloan deixou o resto da ameaça inacabada e se dirigiu para o quarto do seu filho. — Verifique sua gaveta de pijamas. — Cat chamou por ela. — Era ali que Trey colocava as coisas que ele não queria que Jessy encontrasse. Sloan parou no meio da porta e jogou um olhar perplexo a Cat. — A gaveta de pijamas? Por que lá? Cat deu de ombros. — Quem sabe como a mente de um menino funciona? Mas você olhou em suas gavetas? — Só se eu não pudesse encontrar as sandálias em outro lugar. Obrigada. — Sloan voltou para o quarto e cruzou diretamente para a cômoda. Cat não esperou para ver se Sloan as encontrava lá e desceu as escadas em busca de seu pai. Como esperava, encontrou Chase na sala, sentado atrás de sua mesa, um cotovelo apoiado no braço da cadeira com os nós dos dedos de uma mão fechada, tocando sua boca. A impaciência estava em sua expressão enquanto ele contemplava a cena além da janela do escritório. Cat parou à porta. — São quase quatro horas, pai. Tempo para nós participarmos da festa. Ele resmungou uma resposta e abaixou a mão, enquanto deixava seu olhar se desviar para ela. — Por que Sloan está com tanta pressa? — Ela teve que voltar para procurar as sandálias de Jake. — Cat respondeu e tomou o primeiro passo para a entrada da frente. — Eu vou ligar o carro, enquanto você pega seu casaco. Ela recuperou seu próprio casaco do gancho da parede, pegou as luvas de couro e as colocou. Quando mergulhou uma mão de volta no bolso procurando as chaves do carro, Cat ouviu o ruído da bengala lhe indicando que Chase a estava seguindo. Com as chaves na mão, ela saiu e se voltou para fechar a porta atrás dela, respirando a brisa revigorante do fim da tarde, com prazer pela temperatura não ser brutalmente fria. Enquanto atravessava a varanda de colunas para as escadas, concentrou sua atenção em separar a chave de ignição das outras no chaveiro. Não conseguia até que chegou ao topo dos degraus quando notou o homem de pé na parte inferior deles. —Wade — ela respirou seu nome com surpresa atordoada. E nem sequer percebeu quando deixou cair as chaves até ouvir o tilintar delas rolando pelos degraus. Antes que ela pudesse se recuperar, Wade foi se inclinando para apanhá-las. — Você estava saindo para procurar por mim? — o brilho em seus olhos escuros estava brincando. Mas Cat teve um momento de nervosismo ao vê-lo; ela estava muito absorvida pela forma carinhosa de seu olhar se movendo sobre seu rosto. — Na verdade, eu tinha decidido que você não seria capaz de chegar hoje. — Cat admitiu, ainda se sentindo um pouco sem fôlego. — Eu quase não consegui. Foi um atraso de tempo após o outro. — ele ofereceu as chaves para ela, se aproximando um passo enquanto ela se movia para baixo. Ao invés de soltar as chaves quando seus dedos enluvados se fecharam em torno delas, Wade continuou a segurá-las. — Acho que isso sempre acontece quando você está ansioso para chegar a algum lugar. Ele avançou mais um passo e seus rostos ficaram no mesmo nível. Cat inclinou a cabeça na maneira antiga de quem convidava a um beijo. Ele parecia prestes a beijá-la quando a porta se abriu atrás de Cat e a ponta de uma bengala apareceu no assoalho de madeira da varanda. Wade levantou a cabeça e Cat se virou, frustrada pela visão de Chase. — Wade. Você está aqui. — as palavras mal saíram de sua boca quando Chase lhe atirou um olhar impaciente. — Por que você não me disse Cat? Você sabia que estive esperando por ele. — ele não esperou por uma resposta. Em vez disso, abriu a porta e fez um gesto para Wade com a bengala. — Vamos entrar no escritório e conversar. — Eu estarei lá. — Wade prometeu e redirecionou seu foco para Cat. — Você não está saindo, não é? — Eu estava indo para o celeiro. Hoje é o dia da nossa festa de Natal dos funcionários. — Oh. — uma carranca cintilou em seu rosto. — Você é bem-vindo. — Cat inseriu rapidamente, então hesitou. — Isto é, se você puder ficar por isso. — Eu posso ficar. — ele assegurou. — Estava pensando sobre os planos para o jantar que fizemos. Cat estava tão aliviada que quase riu alto. — Ninguém vai se importar se eu escapulir para fora antes da festa terminar. Jessy e Trey são obrigados a ficar na maior parte. Mas papai e eu somos livres para sairmos a qualquer momento. — Então ainda temos um encontro? Cat permitiu um sorriso largo tomar conta de sua boca. — E pretendo ver você mantê-lo. — Você não estará recebendo qualquer protesto de minha parte. — ele lançou um olhar para a casa. — É melhor eu não deixar Chase esperando. Até logo. Enquanto se movia em torno dela e subia os degraus, Cat o lembrou. — Você se importaria de conduzir papai até o celeiro depois da conversa? — Fique tranquila. — ele esboçou um sorriso e entrou para dentro da casa. Em alto astral, Cat quase deslizou para baixo e para o carro. De repente, tudo parecia incrivelmente maravilhoso. Capítulo Nove Após uma pesquisa na gaveta das meias de Jake não conseguindo encontrar as sandálias em falta, Sloan vasculhou a próxima gaveta. Atingiu até a sujeira no fundo da última gaveta, encontrando a primeira sandália debaixo de uma pilha de pijamas limpos e a segunda enfiada no canto. As sandálias não foram os únicos itens descobertos. A gaveta era claramente onde Jake escondia seus tesouros, tudo, desde uma velha seta com a ponta lascada a um antigo carro Hot Wheels. Sloan se perguntava como ela não tinha descoberto nada daquilo antes, e reconheceu que não estava procurando por eles, ou mesmo imaginando que existisse algo que Jake sentisse a necessidade de manter em segredo. Sorriu para si mesma, percebendo que ela tinha aprendido mais uma lição na criação do filho. Voltando o conteúdo para a gaveta e arrumando seus outros tesouros no seu esconderijo, Sloan pegou as sandálias e se levantou. Quando saiu do quarto se lembrou de agradecer a Cat pela sugestão. Ela não parou para pensar sobre quanto tempo teria perdido à procura de outras áreas de seu quarto, antes de verificar a cômoda. Correu rápida e levemente para baixo pelas escadas com um sorriso de satisfação curvando seus lábios. Quando virou o corrimão na base da escada, ouviu a voz de Chase vindo do escritório e percebeu que ele e Cat não tinham saído ainda para a festa. Cruzou diretamente para a porta aberta. — Ei, Cat, você estava certa. — ela estendeu as sandálias em triunfo e abriu a boca para dizer mais, mas a visão de Wade Rogers sentado na cadeira em frente à mesa parou suas palavras. Sentindo os olhares dos dois homens sobre ela, Sloan forçou um sorriso de desculpas. — Desculpem-me. Pensei que Cat estivesse aqui. — Não, ela já partiu para o celeiro. — Chase lhe disse. — Eu também vou. — quando Sloan saiu pela porta, observou duas coisas: a caneta esferográfica que Chase segurava e o talão de cheques aberto sob sua mão. Havia apenas uma conclusão a que ela podia chegar. Chase estava preenchendo outra seleção de cheques para Wade Rogers. Para quê? E quanto dessa vez? As perguntas incomodaram Sloan durante todo o caminho para o celeiro. Seu primeiro pensamento foi encontrar Trey e lhe contar o que tinha visto. Mas um olhar para a multidão no celeiro e Sloan soube que aquele não seria o momento nem o lugar para falar sobre suas suspeitas. Sloan resolveu localizar seu filho e fazê-lo vestir seu traje. Para fazer isso, teria que encontrar Jessy, que se oferecera para manter um olho sobre Jake, enquanto ela fora localizar suas sandálias. Começou a observar os rostos em seu caminho através da multidão. Um segundo depois, viu Jessy e alterou seu curso para onde estava a sogra. — Você as encontrou! — a voz de Cat veio de sua esquerda. Sloan fez uma pausa para responder enquanto Cat diminuía a distância entre elas. — Na gaveta dos pijamas. Obrigada pela dica. Cat sorriu afastando suas graças. — Jake é filho de seu pai. — Verdade. — Sloan achou impossível não notar como Cat a olhava incrivelmente viva e feliz. Ela parecia radiante e positivamente jovem. Não foi necessária nenhuma grande dose de imaginação para Sloan adivinhar o porquê. — Percebi que Wade veio depois de tudo. — Eu sei. — Cat irradiava alegria. — Ele se ofereceu para trazer o pai para cá quando terminarem a conversa. Esperemos que não seja muito longa. — seu olhar se desviou para a entrada do celeiro. — É melhor não ser, ou Chase vai perder o programa infantil. O que me lembra que preciso colocar Jake em seu traje. — Boa sorte. — Cat disse com uma risada. No seu caminho até Jessy, Sloan viu Jake brincando com dois de seus amigos não muito longe de onde sua avó estava. Jake não pareceu feliz quando viu as sandálias em suas mãos. A contragosto deixou Sloan levá-lo para a sala de conferência, que servia como uma sala de apoio e suportes do programa de Natal, além de um vestiário para as crianças. Aborrecido, ele tirou o chapéu de cowboy e as botas, para trocá-las pelas sandálias, turbante, e pelo manto de pastor. Sloan o arrastou para fora da sala. — Por que eu tenho que mudar agora? — Jake resmungou. — Não está na hora ainda. Veja. — ele apontou para o amigo. — Dan não vestiu seu traje ainda. — Ele vai vestir logo. — Sloan lhe assegurou, então notou Chase em pé ao lado de Jessy. Wade Rogers não estava com ele. — Seu bisavô está aqui. Chase foi rápido para saudar o menino. — Bem, Jake, eu vejo que você já está em seu traje. Bom para você. — Não, não é. — Jake declarou. — Meus pés estão frios. Com as sobrancelhas arqueadas em reprovação suave, Chase disse. — Eu não ouvi qualquer um dos outros meninos reclamando e você também não deveria. — Eu acho. — Jake murmurou e soltou um grande suspiro de resignação fazendo um grande show e levantando a cabeça abatido. Abruptamente sua expressão perdeu o seu olhar descontente. — Ei, bisavô, olhe a tia Cat. Ela está com o marido que você arrumou para ela. — ele apontou para o casal a uma curta distância deles. — Ele não é seu marido, no entanto. — Chase corrigiu. — Mas ele colocou seu braço ao redor dela. Isso significa que ele gosta dela, não é? — Eu tenho certeza que ele gosta dela. — Chase concordou. — Aposto que é um tipo especial de preferência, igual a Becky e eu. — Jake balançou a cabeça em certeza. — Quem é Becky? — Jessy perguntou. — Uma menina. Ela está na peça, também. Chase e Jessy trocaram um olhar divertido. — Sério? — Em qual parte é que ela fala? Jake pensou por um segundo. — Ela deveria ser Maria. Ela tem o cabelo muito longo e um vestido azul. Ele olhou desconfiado para o seu manto de estopa. — Este é um vestido? Está arranhando. Os pastores não podem usar calças jeans? — Eu nunca vi um em jeans. — Chase declarou. Sloan balançou a cabeça confirmando a declaração de Chase e deu um puxão para ajustar o cinto de corda em volta da cintura de Jake. Ele olhou para cima, a tempo de ver Cat sorrindo para Wade e colocando uma mão sobre a que ele tinha em sua cintura como se quisesse mantê-la ali. — Tia Cat gosta muito dele, também, bisavô. Seu bisavô riu. — Sim, ela gosta. — Então ela começou a pensar que é ideia dela e não a sua? — ele perguntou. Sloan tomou-o pela mão. — Vamos, — disse para Jake. — Vamos ver se as outras crianças estão prontas. Jake não protestou e pela primeira vez não arrastou os pés. Sloan suspeitava que Becky pudesse ter algo a ver com aquilo. — Você praticou a sua parte? — perguntou ela, enquanto caminhavam para o palco improvisado. — Tenho certeza que sim. Ele acertou as poucas linhas que lhe foram atribuídas e Sloan sorriu, apertando os pequenos e quentes dedos em sua mão com carinho maternal. — Muito bom. Estou orgulhosa de você. Wade manteve o braço em torno de Cat como se fosse a coisa mais natural do mundo fazê-lo. O olhar curioso ocasional das pessoas na festa não parecia perturbá-lo, no mínimo. — Então todas essas pessoas trabalham no rancho? — perguntou em voz baixa. — Todos eles. Alguns são casados e outros não. A maioria foi nascido e criado aqui. — Sério? — Wade parecia genuinamente interessado. Com o aquecimento do assunto, Cat acenou para um grupo de pé ao redor da tigela de ponche. — Sério. Aqueles ali são das terceira e quarta gerações no Triplo C. — Estou impressionado. Eles realmente são como uma família. Agora eu entendo porque você e eu estamos sendo observados. Discretamente, é claro. Ela ficou satisfeita por Wade fazer um estudo rápido, mas não surpresa com sua compreensão instintiva da relação entre o clã Calder e as pessoas que trabalhavam para eles. Eles eram realmente uma família e nunca era mais evidente do que em torno da temporada de férias. — Precisa de ajuda? — Sloan perguntou à mulher no comando da peça de Natal. Babette Nevins estava de joelhos, prendendo um manto de estopa em um menino que era menor que Jake. — Pode apostar. — a outra mulher respondeu, endireitando o tecido áspero. O menino deu um passo para longe dela, mas ela balançou a cabeça. — Não tão rápido Eddy. Eu tenho de alinhavar a bainha. Jake se inclinou para Sloan. — Alinhavar? Não é isso que a tia Cat faz para o peru e o presunto? — Jake sussurrou com uma pitada de preocupação. Sloan lutou contra um sorriso e acenou com a cabeça. — Sim, mas neste caso, significa algo diferente. E ela disse bainha, não presunto. Essa é a parte inferior do manto. Está muito comprido. A senhora Nevins vai costurar o material para que ele não tropece na barra. — Oh! — Jake disse. Babette tomou uma agulha grossa, enfiada em uma almofada de alfinetes em forma de tomate, no chão ao lado dela. — Fique quieto. — instruiu Eddy, e começou a trabalhar, colocando os alfinetes na almofada conforme os removia. Uma menina em um manto azul chegou para ver o que estava acontecendo, segurando uma das mãos nas dobras do mesmo tecido azul que estava envolto sobre a cabeça. Sloan sentiu o aperto de Jake e olhou para baixo. O olhar de Jake estava fixo no rosto da menina. — Oi, Becky. — disse ele. — Olá. — ela respondeu timidamente. — Você quer que eu prenda esse pano para você? — Sloan lhe perguntou. Tinha visto um alfinete de segurança entre os alfinetes que Babette estava usando. — Sim, por favor. — Becky o soltou quando Sloan se ajoelhou e com o alfinete de segurança preso o envolveu com cuidado para ele não escorregar. Jake observava com interesse. Outra menina pequena se aproximou, fofa como poderia ser com uma pele falsa, branca e encaracolada pendurada sobre os ombros e presa na frente, claramente destinada a representar uma fantasia de ovelha. As luvas de malha preta imitavam os cascos e uma cabeça preta colocada com orelhas de ovinos feitas de feltro e colocadas no lugar atrás de suas tranças douradas. — Quem é você? — perguntou Sloan, ciente que algumas das famílias do rancho tinham parentes que vinham ficar com eles e para ter a necessária abundância de jovens atores para encher o palco improvisado na peça de Natal. — Sou Lizabeth, — ela anunciou. — Oh. Qual papel você faz? — Sloan perguntou educadamente, mesmo que a resposta fosse bastante óbvia. — Eu sou a segunda ovelha. — a menina respondeu. — Não tenho que dizer nada. — Sim, você tem. — Babette lembrou-a, depois de colocar os alfinetes de segurança para o efeito de almofada. — Você começa o béé, lembra? Vamos ouvir isso. Lizabeth respirou fundo e forçou vários béés longos. Os dois meninos e Becky riram por trás de suas mãos. — Ei! — Lizabeth disse indignada. —Esse é o som das ovelhas. Minha irmã mais velha pesquisou cordeiros para um projeto da escola, então eu sei. — Você está absolutamente certa. — Sloan assegurou, suprimindo um sorriso próprio. A expressão indignada da menina não estava muito semelhante a ovelhas e nem as tranças estavam. — Humm! — Babette meditou. — Acho que devemos cortar esses béés para um béé. Tudo bem com você? Lizabeth fez beicinho. — Não se esqueça que os animais ficam em volta. — a menina em azul apontou. — Eu estou na frente o tempo todo. O amuo de sua amiga se transformou em uma carranca, mas Babette interveio antes que a ovelhinha infeliz se opusesse a que seu papel fosse diminuído. — Façam tudo crianças. — Ela revirou os olhos para Sloan, como se dizendo: atores e seus egos. — E Becky, por favor, lembre-se que a parte de todos é tão importante quanto a sua. Agora eu quero todos vocês fazendo uma última leitura por meio de suas linhas. O show começa em quinze minutos. — Eu perdi o papel. — Eddy reclamou. — Sua mãe tem cópias extras. Ele a olhou atingido pela culpa. — Basta lhe perguntar. — Babette riu. — Ela não vai ficar brava. — Ok, senhora Nevins. — ele respondeu respeitosamente. Becky alisou o manto azul e foi embora, seguida por Lizabeth, que lançou um olhar sombrio sobre o ombro para os dois rapazes. Não poderia haver problemas em Belém naquela noite, pensou Sloan, sorrindo pelas pequenas rivalidades. Ela tinha as cópias extras da peça de duas páginas e ajudou Babette a agrupar as crianças em uma área mais tranquila. Um garoto mais velho, um desajeitado de treze anos de idade, que não tinha tirado os fones de seus ouvidos, estava ouvindo música enquanto enrolava e desenrolava um rolo em um eixo. — Quem é esse garoto? — perguntou ela. — Esse é Dave. — disse Babette. — Ele é o nosso substituto de última hora para o anjo. Na verdade, ele é uma bênção disfarçada. As asas saíram maiores do que o esperado e ele é alto o suficiente para que elas não arrastem no chão. Sloan olhou para as arrebatadoras formas de papelão enfeitadas de penas, coladas à parte de trás do manto cheio de mangas que o adolescente usava. As asas limpavam o chão por um pé. — Até agora tudo certo. — ela murmurou. — O que aconteceu com o primeiro anjo? — Ele veio com um nariz entupido e dor de garganta. Você está pronto, Dave? — perguntou ao rapaz alto. Dave olhou assustado, mas ele desenrolou o pergaminho com um floreio e limpou a garganta antes de fingir lê-lo. — Uau! Que as pessoas me ouçam! Vos trago novas de grande alegria! Impressionante! — ele disse em voz alta. — Isso não é o que diz no pergaminho. — Babette disse secamente. — Retire as coisas do ouvido para que você possa me ouvir, ok? A primeira palavra é eis e não uau. E você pode largar a segunda linha e o incrível, enquanto você estiver na peça. Ele acertou na próxima vez. As outras crianças falaram muito bem, lembrando-se de quase tudo o que elas deveriam dizer. — Muito bom. — Babette disse-lhes. Virou-se para Sloan. — É melhor fazer isso de verdade antes de esquecerem. — ela sussurrou. Ambas as mulheres orientaram o grupo de crianças para a plataforma perto do palco, e deixou-as esperando em um lado. Sloan subiu as escadas de madeira e fechou as cortinas do palco improvisado. Então apontou para Babette para levar as crianças para o palco. Atrás das cortinas todos começaram a conversar uns com os outros, mas observando as cortinas, esperando o momento em que iria abrir. Houve uma colisão ocasional de uma criança andando atrás delas, mas havia pequenos rostos para serem vistos. Entre os espectadores, muitos se levantaram, mas alguns encontraram cadeiras dobráveis para se sentar, criando um par de linhas irregulares. Chase estava na frente, sentado em uma poltrona de madeira que convinha a um patriarca da família. Ele esperou o teatro começar com uma expressão composta em sua face, resistindo. Aceitou um programa impresso da menina Martin, que tinha uma cesta deles em seu braço, e acenou seus agradecimentos. — Ele deve ter visto isso dezenas de vezes. — Wade murmurou, de pé bem na parte de trás com Cat. — Muitas, — Cat concordou. — Mas olhe para o brilho nos olhos. Ele gosta do que faz, tanto quanto todos os outros pais. Juntaram-se ao aplauso entusiasmado que cumprimentou os dois pequenos pastores, que agarravam as bordas das cortinas e corriam-na para os lados para revelar o palco. As crianças fantasiadas foram posicionadas em um presépio, olhando para o seu público com uma mistura de expressões calmas ou nervosas. Babette leu a narração de abertura e se afastou para deixar o jogo começar. Dave veio para frente, desenrolou seu pergaminho e anunciou o nascimento iminente de Jesus aos pastores que olhavam para a noite. Quando ele terminou, Jake o confrontou: — Da próxima vez, peça a Deus para Jesus nascer em Montana para que eu possa usar minhas botas. — ele deixou escapar. A multidão irrompeu em gargalhadas, até mesmo Chase. Quando o barulho feliz diminuiu, a peça continuou sem problemas. As crianças ficaram em suas marcas e se lembraram de suas falas, narrando a velha história da noite em Belém sem mais improvisos ou erros. A grande estrela, que parecia como uma tampa da embalagem de pizza num prato perfurado, brilhava contra o pano de fundo escuro e Becky olhava com ternura para o cesto cheio de palha que embalava o invisível Menino Jesus. Houve um breve barulho de programas quando o público se juntou às crianças cantando: Noite Silenciosa. Assim que a última nota morreu, o aplauso começou e os jovens atores correram para tirar os seus arcos, alguns orgulhosos, alguns conscientes, mas todos satisfeitos consigo mesmos. — Isso foi bom. — Babette disse para Sloan. — Jake foi o sucesso do show, apesar de tudo. — Ele certamente conseguiu uma risada. — ela respondeu com um sorriso irônico. — Braços para cima. — Babette ordenou para as crianças que esperavam em fila enquanto deixavam o palco. Ela com a velocidade praticada retirava as fantasias por suas cabeças e as entregava a Sloan para dobrá-las e colocá-las em uma caixa grande de papelão. As crianças correram de volta para reclamar o elogio de seus pais. Dave não se preocupou em mudar e se afastou no traje de anjo, balançando ao som da música que entrava em seus fones de ouvido. — Evidentemente as asas eram legais. — Sloan decidiu. Como esperado, Sloan encontrou Jake meio envolto em todo o braço da cadeira de Chase, tagarelando, dividindo sua atenção entre Chase e Jessy. Enquanto Sloan estava ajudando Babette, Jake tinha corrido de volta ao vestiário improvisado e recuperado as botas. No instante em que Jake a viu, correu ao seu encontro. — O bisavô disse que o programa foi o melhor que ele já viu. — E você o agradeceu por isso? Jake fez um som concordando. — E a avó disse que eu falei as minhas falas perfeitas. — E o que ela pensa de seu improviso? — Sloan perguntou em voz levemente provocante. Jake franziu o rosto em uma expressão intrigada. — O que é isso? — Nada. — ela riu e deu um toque brincalhão na aba do chapéu de cowboy, para baixo. — Você já viu o seu pai? — Ele estava aqui antes, mas precisou sair. — Jake explicou. — Ele disse que tinha algo importante a fazer, mas estaria de volta logo. — Se ele disse que estará de volta, então ele virá. — Sloan declarou totalmente ciente de onde seu marido tinha ido e o porquê. Jake agarrou a mão dela e a puxou para a cadeira de Chase. — Eu disse a mamãe que você achou que eu fiz bem. Suprimindo um sorriso, Jessy perguntou: — E você lhe disse que parte você quer jogar no programa do próximo ano? — Eu esqueci. — disse ele com desgosto, e jogou um olhar sério sobre Sloan. — No próximo ano eu quero ser o anjo. Surpreendida pela sua escolha, Sloan imaginou que as asas seriam ainda mais frias do que ela percebeu. — Por que o anjo? Ele apoiou uma mão em seu quadril em uma pose um pouco desafiadora. — Porque aquele garoto tem que usar suas botas. Por mais que tentasse, Sloan não conseguiu sufocar a risada que borbulhou dela. Chase e Jesse riram junto com ela. — Você pode ter um monte de coisas fora de um cowboy, mas não toque nas botas. — Chase declarou. — Pelo menos, não nesta de cowboy. — Sloan concordou e deu ao chapéu outro puxão para baixo. — Pare, mãe. Naquele momento, Dan o melhor amigo de Jake veio correndo e agarrou seu braço. — Vamos, Jake. Depressa. Papai Noel está aqui. Virando-se, Sloan viu o vulto alto vestido com o gorro tradicional e o casaco vermelho de Papai Noel, ostentando uma longa barba branca e carregando um saco abaulado com presentes, fazendo o seu caminho para a área do palco, já cercado pelas crianças. O traje enganava as crianças, mas Sloan reconheceu os olhos escuros e os recursos robustos de Trey, apesar da barba como máscara. Ele piscou para ela quando passou. Quando chegou ao palco, deslizou o saco grande de seu ombro, colocou as duas mãos em seu estômago e emitiu um caloroso — "Ho! Ho! Ho! — em seguida, tentou puxar discretamente fios da barba falsa fora de sua boca. Sloan teve que rir. Automaticamente, ela olhou para ver onde Jake estava. No minuto em que ela o viu olhando com feroz intensidade para o Papai Noel, sabia que ele iria para cima. — Oh-oh! — Sloan murmurou e correu para frente, praticamente empurrando seus passos para o lado de Jake. Ela chegou, quando ele lançava um dedo acusador. — Ei, como é que... Ela fechou a mão sobre sua boca silenciando-o e o conduzindo para fora do grupo de crianças. Só quando ela julgou que estavam a uma distância segura, removeu a mão de sua boca e se ajoelhou na frente dele. — Aquele era o pai. Como é que ele está vestindo roupas de Papai Noel? — Jake exigiu. — Papai Noel tinha que estar em outro lugar esta noite, e porque sabia como todas as crianças ficariam decepcionadas, pediu ao seu pai para fingir ser ele, só por esta noite. — Sloan explicou. — E Papai Noel lhe pediu para manter o segredo. Assim você não vai contar para as outras crianças. OK? — Se é um segredo, como é que você sabe? Por uma fração de segundos, ela não tinha certeza de como responder aquilo. — As mães sempre sabem tudo. Ele soltou um grande suspiro. — Como onde estavam as minhas sandálias? — Exatamente! — ela quase o abraçou por aquilo. — E Papai Noel deixou um presente para você, para que você fosse buscá-lo. Mas lembre-se, nem uma palavra para os outros. Promete? — Eu prometo. — ele assentiu. Então, sua expressão se tornou um pouco presunçosa porque ele sabia algo que seus amigos não sabiam. Libertando-o, Sloan se endireitou e viu como Jake correu de volta para a área do palco, todo sorridente. Jessy veio à sua esquerda e trocaram um olhar de cumplicidade. — Ele reconheceu Trey, não foi? — ela adivinhou. — Você viu isso, também? — Sloan percebeu. — Era óbvio para todos. — acrescentou. — Eu não estou surpresa. É difícil enganar um Calder. Sloan imediatamente pensou em Wade Rogers, e lembrou- se da absoluta falta de suspeitas de Trey sobre o homem. Sentiu-se um pouco culpada por não compartilhar plenamente da sua opinião. A confiança cega nunca tinha sido algo fácil para Sloan. Sem pensar, ela se destacou da multidão procurando por Cat e Wade. Quase imediatamente fez contato visual com Cat, que acenou, sinalizando que ela e Wade estavam saindo. Sloan reconheceu a mensagem com uma alta elevação da cabeça e acenou de volta, então cutucou Jessy. — Cat e Wade estão saindo para o jantar. — ela assentiu com a cabeça na direção do casal partindo. — Bom. Estava esperando que Cat não se sentisse obrigada a fazer mais do que uma aparição aqui. — Você acha que Wade é o homem certo para ela? — Sloan não poderia deixar de perguntar sobre isso. — Não importa o que eu penso. Seus sentimentos são os únicos que contam. — Jessy respondeu com uma voz calma e firme que aceitava completamente qualquer decisão de Cat. Capítulo Dez Quarenta e cinco minutos depois de deixar a sede do Triplo C., Cat e Wade estacionaram em frente ao portão leste. — Para onde? — perguntou Wade, olhando para ela, enquanto mantinha uma mão no volante. — Blue Moon é para o norte. — Cat apontou para a esquerda. Os faróis enviaram longos feixes ao branco da paisagem de inverno quando o SUV alugado fez a curva e mirou no grande celeiro. Estar sozinha com ele era algo bem vindo a Cat, embora ela ainda se encontrasse procurando o que dizer. Wade mantinha a conversa neutra, e ela estava grata por aquilo, respondendo as suas perguntas sobre a área enquanto se dirigiam para a noite. — Qual é à distância para a cidade? — ele quis saber, acrescentando: — Quero dizer em questão de minutos. As distâncias aqui em Montana são incompreensíveis. — Oh! Nós nem percebemos as milhas. — Cat riu. — É cerca de quinze ou vinte minutos. Eu não tenho certeza se você iria mesmo chamá-la de uma cidade. — É apenas um ponto mais largo na estrada, hein? — Definitivamente. Wade sorriu e se inclinou um pouco para trás enquanto dirigia. Uma picape estava à frente deles, mas rapidamente desapareceu. — Parece que temos a estrada só para nós mesmos. — Não há muito tráfego desde que Dy-Corp fechou sua operação de mineração de carvão. — Cat admitiu. — E mais uma vez, a população de Blue Moon caiu para apenas alguns, quando os trabalhadores se mudaram para outro lugar para ganhar a vida. — Mais uma vez. — Wade pegou na frase que ela tinha usado. — Você quer dizer que aconteceu antes? — Antes, durante os anos de seca e depressão. Em vez do carvão sendo a causa do crescimento da cidade, foram os imigrantes que inundaram a cidade, tiraram herdades e tentaram plantar trigo. Quando as chuvas não vieram e os poços secaram, eles viram seus investimentos na terra afundarem junto com seus sonhos. — E eles tiveram que sair também? — ele adivinhou. — Todos, exceto minha avó, que sabiamente ficou e se casou com meu avô. — Cat acrescentou de ânimo leve. — Ela era sábia, de fato. — Wade concordou e lançou um olhar de lado curioso para Cat. — Como ela era? — Eu não sei. Nunca soube nada. Ela morreu pouco depois que meu pai nasceu. — Cat pensou em outra coisa que ele poderia achar interessante. — Eu me esqueci de lhe dizer como Blue Moon tem o seu nome, pelo menos, segundo a lenda local. Supostamente um comerciante chamado Fat Frank Fitzsimmons estava viajando na área com uma carroça de suprimentos e uísque. Sua carroça quebrou onde a cidade está agora. Não foi possível consertá-la, e ele se estabeleceu e pregou um cartaz que dizia: Uísque. Poucos dias depois, um cowboy passou por lá, viu e parou por algum uísque. Parece que ele avisou Fat Frank que estava condenado porque as pessoas só viam uma lua azul uma vez na vida. Após o cowboy partir, Frank escreveu sob o seu sinal de uísque, Blue Moon, Território de Montana. E foi assim que teve o início de seu nome. Wade riu suavemente. — Se é verdade ou não, é definitivamente colorido. E este lugar para onde estamos indo, é onde Fat Frank vendia o seu uísque? — Não, os Feddersons compraram o lugar e montaram uma loja geral há anos. Em seguida, eles venderam para os Kellys, que basicamente a transformaram em uma grande estação de loja de conveniência e posto de gasolina. O lugar para onde vamos teve seu início como uma estalagem durante os anos de proibição. Afinal de contas, o Canadá não é tão longe, — ela lembrou. — Eu ouvia os veteranos sussurrando que o titular tinha algumas "sobrinhas" muito atraentes que trabalhavam lá. — O pecado sempre vende, não é? — Foi o que eu ouvi então. — Cat sorriu. — Ross e Marsha Kelly a possuem agora. Kelly está sempre lá no Bar e Grill. — Ela apontou para o sinal do edifício. — É um lugar muito mais respeitável agora, estou contente de dizer. Wade diminuiu e fez a volta para o estacionamento de Kelly. Cat lançou seu cinto de segurança quando o carro parou e saiu sem esperar por ele para vir ao redor e abrir a porta. O ar da noite vivo parecia revigorante, aumentando sua sensação de estar totalmente viva. Ele não se preocupou com a curta caminhada até a porta e nem ela. Ele tomou seu braço e ela aceitou o gesto cortês, sem um momento de hesitação. A força e o calor do seu abraço parecia muito certo e natural. Mais cheio do que eu esperava. — Wade comentou enquanto se dirigiam para uma mesa. As paredes estavam decoradas com motivos de papel de Natal e as janelas tinham sido enroladas com cordas de luzes coloridas, das antiquadas e grandes. Ela assentiu com a cabeça. — Mas não exatamente lotado como numa típica noite de sábado. — Cat respondeu com o olhar fazendo sua própria varredura do lugar. Havia apenas dois ou três casais dançando a música do jukebox. Ela reconheceu a música, uma batida de um tempo atrás, que nunca tinha perdido a sua popularidade. Seu olhar mudou-se para a parte de trás e ficou no retângulo de feltro verde sob um foco de luz e o arranjo aleatório de bolas de bilhar coloridas. Um cowboy antigo estava inclinado sobre a mesa, jogando sinuca com alguns peões muito mais jovens, que estavam ao lado com longas pistas na mão. Um estava ocupado girando um pequeno cubo de giz azul na ponta de seu taco apenas para fazer algo. Mas não era o habitual número de espectadores. O estalo nítido das bolas de bilhar chamou a atenção de Wade. Outras duas ricochetearam, por sua vez, uma delas rolou reta e verdadeira, e caiu em um bolso longe com uma conversão sólida. Os homens que assistiam fizeram uma careta. Wade parou por uma fração de segundo para ver outra linha de tiro complexa do velho, que afundou a próxima bola que tinha indicado com suavidade praticada. — Ele sabe o que está fazendo. — disse com uma risada baixa. — A competição não parece muito feliz. Cat sorriu em acordo silencioso. O vaqueiro antigo se endireitou quando eles passaram a distância e levou um momento para tirar o chapéu para ela, um sorriso fraco, mas astuto de triunfo no rosto enrugado quando acenou para os dois. Eles responderam com acenos e pegaram uma mesa com um assento extra para os seus casacos, sentando-se. Marsha movimentava mais. — Boa noite, para vocês dois. Meio surpresa por ver você aqui, Cat, com a festa do rancho acontecendo esta noite. — Nós escapamos. — Cat lhe disse e tocou o dedo indicador aos lábios. — Não diga a ninguém. Um sorriso de entendimento aumentou seu olhar espantado quando Marsha piscou e prometeu: — Palavra de mãe. Agora o que eu posso fazer por vocês? Wade pediu uma cerveja e Cat pediu uma Coca-Cola. — Nachos para começar? — Marsha sugeriu. Wade cruzou os braços sobre a mesa e sorriu para Marsha. — Eu tento dizer sim a tentação. Se você está falando nachos, a resposta é sim. — Que tipo de molho? Temos salsa ou queijo. — Ambos. — Cat disse impulsivamente. — Você terá isso. — Marsha partiu para o bar. Seu sorriso suavizou quando ele olhou por cima da mesa para ela. — Ambos, hein? Você é meu tipo de garota, Cat. — É bom saber. — Cat disse, satisfeita com a ternura franca em sua observação casual. Uma parte lúdica a qual ela não poderia resistir adicionar uma provocação: — Pelo menos eu acho que é. — É. — Wade estendeu a mão e acariciou sua bochecha com as costas dos dedos. O breve contato não era tão íntimo, mas a assustou. Cat sentiu que ele estava ciente de sua reação a ele. — Isso é por estarmos em um lugar tão público? — Não é verdade. — Cat disse, levantando a cabeça orgulhosamente. — Desculpe. — ele olhou em seus olhos, como se estivesse avaliando seu humor. Cat queria abrandar a corrida de seu pulso. — Não importa. Eu realmente não me importo. As bebidas e os nachos vinham em sua direção na bandeja que Marsha trazia em uma mão enquanto tecia entre as mesas. — Aqui vamos nós. — ela colocou os porta-copos impressos com trevos de quatro folhas e posicionou a cerveja e o refrigerante sobre eles, deixando também dois canudos, acrescentou o resto da sua ordem e saiu com pressa. Mais alguns clientes tinham chegado. Cat removeu o papel de seu canudinho e tomou um longo gole da gelada e refrescante Coca-Cola, olhando para Wade, que estava girando o prato de nachos observando os chips encharcados de queijo. — Sim, de fato. Eles ficam bem gordurosos e são grandes. — disse ele. — Eu poderia provar alguns, apesar de tudo. Cat riu. — Como você se mantém em tão boa forma? — Eu corro, jogo tênis e esquio. Basicamente, se envolve movimentos, eu estou lá. — Fico feliz em ouvir isso. — E você? Cat pegou um nacho e mordiscou o canto. — Viver em um rancho significa automaticamente ser ativo. Eu monto muito. Nado no verão e pesco um pouco. E estou sempre andando. Ele acenou para os dançarinos, que estavam numa animada melodia. — Que tal isso? — Certo. Uh! Às vezes. Eu adorava vir dançar. Ele pegou a nota melancólica em sua voz e perguntou gentilmente: — Quanto tempo se passou desde a última vez? Cat não respondeu de imediato. — Eu não sei. — disse finalmente. Wade tomou um gole de cerveja e pousou a caneca gelada. — Depois do jantar nós podemos dar uma volta no chão, se quiser. Ela assentiu com a cabeça. — Eu gostaria disso. — Então, quanto tempo você viveu no Triplo C? — perguntou. — Quase toda a minha vida, — respondeu — menos no tempo que passei na faculdade. Cat parou por um instante, depois acrescentou: — Estou incluindo os anos em que eu e Logan vivemos no rancho Círculo Seis que faz fronteira com o Triplo C., mas parece que isso não conta como se vivesse em outro lugar. — Nunca pensou em se mudar? A pergunta a surpreendeu. — Para onde? — Não importa. Eu só estava curioso. Ela balançou a cabeça muito ligeiramente. — Mudar não é algo que me ocorreu. Não, isso não é completamente verdade. — Cat corrigiu. — Desde que meu filho Quint assumiu a direção do Rancho Bar C no Texas, tenho brincado com a ideia de me mudar para lá, para ver meu neto novo um pouco mais frequentemente. — Você tem um neto? — perguntou. — Josh é o seu nome. Ele fará dois anos em breve. Todos os três estarão voando para o Natal em poucos dias, então vou vê-lo logo. — Vocês Calder são um clã unido. — observou Wade. Cat reconheceu a verdade imutável com um aceno triste e sorriu. — Você sabe o que dizem sobre os laços que unem. Os laços familiares são os mais fortes. — E eles duram mais, parece. — Wade ficou pensativo. — Chase contou-me um pouco da história da família. Ele até me mostrou o velho mapa da fazenda, o que o levou a começar a falar sobre as primeiras unidades de gado vindas do Texas para Montana. História fascinante. Como uma saga, realmente. — Deve parecer como isso. — Cat admitiu e deixou seu olhar vagar sobre o seu rosto. Na penumbra da sala de jantar, ele era ainda mais atraente do que o habitual. O toque de prata em seu cabelo combinava com ele, e o brilho sexy em seus olhos quando olhava para ela a fazia se sentir muito especial. Marsha passou por sua mesa novamente. — Está tudo bem? Você quer pedir o jantar agora? — Acho que é melhor olhar o menu antes. — Wade removeu dois do seu lugar na mesa e passou um deles para Cat. — Não tenha pressa. Não me deixe apressá-lo. — Marsha lhes disse. — Quando estiver pronto para solicitar, basta abaixar a bandeira. — Farei isso. — Cat prometeu e atravessou o olhar para as opções do menu, embora já soubesse o que iria encontrar. — Qualquer coisa que você recomendaria? — Bem, eles servem carne Calder, de modo que os bifes aqui são excelentes. — Naturalmente. — Wade sorriu.
O velho celeiro com suas madeiras maciças estava vivo
com as vozes e risos tagarelas. Aquele era o período de tempo estritamente social que todas as famílias do rancho olhavam para frente, vindo depois do programa infantil, a visita do Papai Noel, e o ataque às mesas longas do buffet que tinham sido carregadas de travessas e tigelas de comida. Alguns continuaram a pastar nas colheitas que permaneceram no buffet, algo que era provável que fosse até o resto da noite. Os restos de uma pinhata, uma tradição do Texas que tinha viajado para o norte de Montana junto com os Longhorns, ainda pendia de uma viga baixa, o seu conteúdo há muito tempo derramado para o deleite das crianças. Para a maioria, aquele foi o centro da noite com um monte de festas ainda a ser feito e histórias a serem trocadas. Só os muito jovens mostravam quaisquer sinais de cansaço. E um em particular, Sloan observou, vendo seu filho sentado de forma indiana, no chão ao lado da cadeira de Chase, aparentemente limitando-se a assistir os acontecimentos em vez de correr ao redor com seus amigos como um hooligan. Sloan observou a maneira como ele estava encostado na perna da cadeira. Ela cutucou o ombro contra Trey e acenou na direção de Jake. — Acho que é hora de certo garotinho dormir. Trey olhou seu filho, quando Jake deixou a cabeça descansando de volta contra a cadeira. — Dê-lhe um minuto e estará dormindo. — É um pensamento. Só que ele fica duas vezes mais pesado para carregar quando está dormindo. É melhor eu colocá-lo na cama. — Sloan decidiu e começou a avançar. — Diga-lhe que vai ser instalado diretamente quando entrar. Sloan respondeu com uma onda de reconhecimento e fez seu caminho para a cadeira de Chase. Sua cabeça estava inclinada em direção de Stumpy Niles como se para ouvir melhor o que Stumpy estava dizendo. Chase lhe deu um olhar interrogativo quando ela parou em frente a sua cadeira. — Decidi que era hora de reivindicar este menino sonolento aos seus pés. — Sloan lhe disse e se abaixou para pegar Jake. — Você vai levá-lo até a casa? — Chase perguntou. Sloan assentiu e mudou o menino em seus braços assim que mais de seu peso ficou em seu quadril. — É hora de ir para a cama. Sua declaração despertou um protesto de Jake. — Eu não estou cansado, mãe. — Assim mesmo, vamos para a cama. — Ahá, eu não quero. — sua cabeça mergulhada em seu ombro, desmentindo suas palavras. — Se importa se eu andar junto com você? — Chase perguntou, segurando sua bengala e se preparando para sair. — É hora para mim também. — Claro que você pode andar com a gente. Não é mesmo, Jake? — ela olhou para seu filho, que conseguiu um aceno cansado, em seguida, recuou para esperar por Chase. Stumpy Niles se levantou quando Chase o fez. — Eu acho que vou tentar encontrar a velha senhora. Precisamos voltar para casa, também. Boa visita com você, Chase. — O mesmo aqui, — Chase respondeu e foi para a saída, parecendo não notar como o caminho foi prontamente aberto para ele. Lá fora, Sloan colocou Jake no seu assento do carro, então deslizou atrás do volante. Quando fechou a porta, olhou para se certificar se Chase estava em segurança. Com o brilho da luz em cima iluminando totalmente suas feições escarpadas, ela notou pela primeira vez como ele estava abatido e desgastado. A descoberta trouxe um súbito ataque de consciência. — Sinto muito, Chase. Eu deveria ter verificado se você queria sair mais cedo. — ela tinha se acostumado muito que era sempre Cat a única que ficava de olho nele. — Sem problemas. Na verdade, foi uma mudança bem vinda para não ter de me preocupar com Cat em cima de mim toda a noite. Quando Sloan começou a falar, Chase acenou para suas palavras. — Eu sei. Ela significa o bem. Sloan escolheu para repreendê-lo de ânimo leve. — Um homem que não se importa com uma mulher excitante sobre ele? Agora sim é uma surpresa. Chase grunhiu uma resposta divertida, então disse com toda a seriedade: — ela tem muitos anos pela frente para desperdiçá-los comigo. — Tenho certeza que Cat não acha que são desperdiçados. Chase não respondeu a aquilo. Na verdade, ele não disse mais nada durante a curta distância do celeiro para a Casa Grande. Ele já estava nos degraus da frente no momento em que Sloan tirou Jake do assento do carro. Ela correu para alcançá-lo, e abriu a porta para ele. Ela hesitou no vestíbulo e lhe lançou um olhar incerto quando ele parou para retirar os ombros do casaco. — Existe algo que eu possa lhe fazer antes de colocar Jake lá em cima? — Não. Na verdade estou indo direto para a cama. — ele pendurou seu casaco num gancho, e recolheu a bengala que tinha encostado na parede. — Vejo você na parte da manhã, Jake. — Até mais. — Jake murmurou. Sloan deliberadamente se demorou em subir a escadaria de carvalho, sintonizando seus ouvidos com os sons da bengala de Chase enquanto ele caminhava para o seu quarto na ala oeste. O ritmo se manteve estável, assegurando-lhe que ele não precisava da sua assistência. No quarto, Jake se agitou o suficiente para ajudar a tirar suas roupas e vestir seu pijama. Ficou imóvel na beira da cama enquanto ela puxava as cobertas. Jake desajeitadamente rolou e deslizou sob os lençóis. — Papai não veio? — perguntou em uma tentativa indiferente para evitar o inevitável. — Talvez eu devesse esperar. — Acho que não. Ele não vai se importar se você deixá-lo no lugar dele. — Sloan assegurou. — Ele vai chegar para lhe dizer boa noite. Você quer que eu leia uma história, enquanto esperamos por ele? — Sim. — ele balançou a cabeça, e de repente jogou as cobertas para trás. — Esqueci de dizer minhas orações. — Enquanto você faz isso, vou pegar o seu livro. Sloan andou até a estante e selecionou sua história favorita, sorrindo para si mesma enquanto ouvia as palavras consoladoras e familiares em alguma forma de oração. — Agora eu me deito para dormir. Ele terminou pedindo bênçãos para cada membro da família, disse Amém, e começou a subir, em seguida, se ajoelhou às pressas novamente. — Eu esqueci. Deus, por favor, não deixe que Josh quebre qualquer um dos meus brinquedos quando ele vier. Amém. Depois de se arrastar de volta sob as cobertas, deu um preocupado. — Está tudo bem pedir a Deus por isso, não é? Tenho certeza que ele não vai se importar. — Sloan se sentou na beirada da cama e abriu o livro de contos. Como esperava, os olhos se fecharam antes que ela estivesse a meio caminho da história. Quando fechou o livro na última página, Jake estava dormindo. Sloan ajustou as cobertas em volta de seu corpo esguio e levemente beijou o topo de sua cabeça, sussurrando um: — Boa noite, querido. — um termo que o teria horrorizado se estivesse acordado para ouvi- lo. Sloan se retirou silenciosamente da sala, apagou a luz, deixando apenas o brilho suave de uma luz de noite na sala, e puxou a porta, fechando-a. A quietude da Casa Grande se abateu sobre ela enquanto descia a escada. O silêncio fácil era uma mudança bem-vinda depois da agitação do celeiro. Com o Chase na casa, Sloan sabia que estava livre para voltar para o celeiro, mas decidiu esperar por Trey. Ela estava a meio caminho para a sala quando seu olhar se desviou para a entrada do escritório escuro. Sloan parou, lembrando-se da visão que teve do livro de cheques aberto e a mão de Chase equilibrada sobre ele, e Wade sentado perto da mesa. Todas aquelas perguntas não respondidas voltaram correndo. Sloan tentou se convencer que nada daquilo era qualquer um dos seus negócios. Mas a curiosidade levou a melhor sobre ela. Cruzou para o escritório, começou a virar a luz, em seguida, lançou um olhar de culpa na direção do quarto de Chase. O corredor estava escuro, nenhuma réstia de exibição de luz debaixo de sua porta. Antes que ela tivesse os pés frios, ligou o interruptor, inundando a sala com a luz. No balcão, abriu duas gavetas antes de encontrar a que continha o talão de cheques. Colocou-o sobre a mesa e folheou os tocos da última página. Assim como suspeitava, a última verificação era um pagamento a Wade Rogers. A ponta do dedo deslizou pelo canhoto e parou sobre o montante. Cem mil dólares. Estarrecida com o choque, Sloan só podia olhar para o número, incapaz de acreditar no que estava vendo. Seus pensamentos correram, procurando alguma razão para justificar aquilo. Ela não ouviu a porta da frente se abrir, ou a abordagem de passos. Não percebeu que Trey estava na casa até ele falar da entrada. — O que você está fazendo aqui, Sloan? Ela o olhou com surpresa, mas a culpa que ela pudesse ter sentido antes de ser apanhada espionando foi completamente esmagada por sua descoberta. — Você precisa ver isso, Trey. — ela insistiu. — Ver o quê? — seu olhar se apertou, afiado com desaprovação e desafio. Tardiamente, ela registrou o desagrado em sua expressão, e a acusação velada em seu olhar, mas não vacilou. — Hoje cedo seu avô preencheu um cheque para Wade Rogers, no valor de cem mil dólares. — ela enunciou o número com ênfase lenta. Tanto quanto Trey tentou escondê-lo, Sloan poderia dizer que ele foi pego de surpresa pelo tamanho do montante. Quase hesitante, ele caminhou até a mesa e olhou para o toco por si mesmo. Ele não disse nada imediatamente. Sloan encheu o silêncio em seu lugar. — O outro canhoto que deu a Wade, parecia lógico pensar que fosse uma doação. Até mesmo uma contribuição política. Mas cem mil dólares, Trey. Essa é uma quantidade alarmante. Mesmo você deve perceber isso. — Isso faz levantar questões. Mas a admissão de Trey foi de má vontade. — Isso ainda não muda o fato que o cheque foi descontado da conta pessoal do Chase. Ele não tem que responder a mim ou a qualquer outra pessoa sobre como ele escolhe gastar o seu dinheiro. Incapaz de argumentar com aquilo, Sloan disse: — Eu só estou pensando sobre as histórias que você ouve do ser idoso alvo de golpistas. — Você acha que Rogers é um artista do embuste? — Trey parecia mais divertido com a possibilidade da suspeita. — Nós realmente não sabemos nada, exceto o que nos foi dito, seja por Chase ou pelo próprio Wade. Eu acho que nós deveríamos verificar isso. Certifique-se que ele é quem diz ser. Trey rejeitou a sugestão com um aceno negativo de cabeça. — Velho e ocasionalmente esquecido, vovô pode ser, mas ele ainda é afiado o suficiente para ver através de qualquer truque de confiança. — ele fechou o talão de cheques com uma firmeza decisiva. — Agora vamos colocar isso longe e esquecer que alguma vez o viu. Sloan olhou para ele horrorizada. — Como nós podemos? Ele devolveu o talão de cheques para sua gaveta, então levemente agarrou seus ombros e a virou para que o encarasse. — Quando a vi pela primeira vez aqui, eu fiquei com um pouco de raiva por você estar bisbilhotando. Então percebi que você fez isso por preocupação genuína. Isso me deixa orgulhoso porque você se importa assim. É mais uma coisa que eu amo em você. Sloan ficou satisfeita em saber que ele entendia seus motivos, mas ela sabia quando estava sendo manipulada. — Você está tentando mudar de assunto. — Eu quase consegui. — um sorriso apareceu nos cantos de sua boca. — Eu sei, na segunda-feira de manhã, você vai estar tentada a chamar um de seus advogados e lhe pedir para fazer uma verificação de antecedentes sobre Rogers. Eu quero que você me dê sua palavra que não vai fazer isso. Pelo menos, ainda não. — Mas, Trey... — ela começou, em protesto. — Pode haver uma razão muito legítima para uma verificação deste tamanho. — ele argumentou. — Por ora, eu só quero observar e esperar. Concorda? Sloan hesitou, mas depois percebeu que muito da sua relutância resultava da sua recusa a acreditar que a idade tinha de alguma forma diminuído as habilidades de seu avô. Toda a sua vida ele tinha olhado para Chase. Trey não podia pensar que ele poderia ter se tornado menos de um homem e, definitivamente, sem mais provas. — Eu concordo. — Sloan prometeu. — Não vou fazer ou dizer qualquer coisa, a menos que outra coisa aconteça. — Não vai. — ele lhe deslizou um braço em volta dos ombros e a juntou ao seu lado. — Vamos lá para cima verificar nosso filho. Capítulo Onze Depois de Marsha Kelly apresentar seus pratos com o jantar, Wade olhou através da mesa para Cat. — Você estava certa. O bife estava delicioso. — Assim como o meu, só que havia mais dele do que eu poderia comer. — A culpa foi dos nachos. — disse ela, e olhou para a pequena pista de dança perto da área do bar, onde um casal estava fazendo uns passos de dança elaborados. Terminaram a música com um floreio. — Eles são bons. — Wade observou, e acrescentou, pesaroso: — Acho que eu não poderia fazê-lo tão bem. Cat riu suavemente. — Você não tem que ser perfeito. Basta seguir a música. Ele riu. — E você me seguir? — Algo parecido. Levantou-se e estendeu a mão para ela. — Então eu posso ter esta dança? — Sim. — ela se levantou da cadeira, sentindo-se tão tonta como se tivesse tomado champanhe e não uma simples e antiga Coca-Cola. Wade calorosamente apertou a mão que ela colocou na sua, levando-a para a pista de dança sem outra palavra. Havia três casais ali agora, se movendo nos últimos passos de uma valsa cowboy. O jukebox, uma máquina vintage com registros reais, fez ruídos mecânicos fracos quando a música que estava tocando terminou e começou outra. — Oh-oh! — ele riu. — Isso é swing ou polca? — Não tenho certeza. Podemos improvisar. — ela não ligava para qual música fosse. Estar em seus braços era maravilhoso. — Eu acho que uma polca é um meio salto e um slide, — ela murmurou. — Mas o que você faz é permanecer em movimento. Ele respirou fundo e apertou sua cintura, levantando a mão alta quando girou no chão. Ela estava sem fôlego com a pressa de se mudar para a melodia emocionante, rindo quando olhou para ele. Wade sorriu, concentrando-se em conduzi-la e não bater em ninguém. Pelo que ela podia ver, nenhum dos outros casais parecia exatamente um perito, mas eles estavam fazendo o melhor. Alguns latidos e gritos pontuaram a música quando ela terminou. Um casal deixou a pista para a sua mesa, e as luzes se apagaram um pouco quando o próximo disco começou a girar. Misericordiosamente lenta, as primeiras notas de uma canção romântica soou no palco. — Isso é mais parecido conosco. — Wade disse suavemente. — Coloque sua cabeça no meu ombro. Ela o atendeu e fechou os olhos. E descobriu que tudo o que gostaria era uma noite com ele, sendo realizada como aquela e seria algo que ela iria se lembrar sempre. Mantendo-a próxima e se movendo com facilidade, ele dançou como se sempre tivesse dançado com ela. Cat relaxou em seus braços, dócil e complacente, agradavelmente ciente da força suave de Wade. Apesar de suas dúvidas iniciais, sua liderança foi tão natural que segui-lo foi fácil. Sonhadora, ela levantou a cabeça para olhar para ele e sua respiração parou quando viu a ternura em seus olhos. Seus lábios se separaram em surpresa e ele aproveitou a chance. A boca de Wade se afirmou na dela por apenas alguns segundos, mas ela encontrou a pressão discreta de seus lábios esmagadoramente sensual. Com um pequeno suspiro, ela terminou o beijo e olhou ao redor. Ninguém tinha notado. O único outro casal estava dançando perdido em seu próprio mundo romântico também. Cat colocou a cabeça no seu ombro para esconder sua confusão. Wade não fez nenhum protesto, apenas apoiou o queixo no topo de seus cabelos, movendo-a através das notas finais de uma canção que ela nunca tinha ouvido falar antes, mas que nunca iria esquecer. Acabou. — Vamos sentar? — ele disse suavemente. Relutantemente, Cat deu um leve aceno de cabeça, roçando sua bochecha contra o material fino de sua camisa, respirando a fragrância leve, mas inebriante que era uma mistura de homem quente e bom sabão. Olhou para além dele com um suspiro, segurando sua mão, mas não se atrevendo a olhar em seus olhos até que seu coração parasse de correr. A dança íntima tinha dissolvido seus últimos farrapos de reserva. Seria fácil tornar-se uma tola ao lado de alguém como Wade Rogers. E tão agradável. Um relógio de aros de neon na parede chamou sua atenção. — São quase dez e quinze. — ele murmurou. E não se sentou quando chegaram à mesa, mas se virou para ela. — Cat, tanto quanto não desejo que a noite termine, eu tenho que pegar um voo muito cedo pela manhã. Eu preciso levar você de volta para o rancho agora mesmo. — Oh. Você está se hospedando em um hotel em Miles City hoje à noite? — a decepção caiu sobre ela, mas tentou não demonstrar isso. — Eu verifiquei antes de me dirigir para o rancho. — Wade lhe disse. Cat pegou sua bolsa. Marsha já tinha retirado seus copos e pratos. Wade abriu a carteira e colocou duas notas sobre a mesa que cobriria sua despesa. — Pronta para ir? — perguntou. — Assim que eu pegar meu casaco. — ela manteve o tom leve. A viagem de volta para o Triple C. parecia dolorosamente curta para Cat. Quando eles chegaram à sede do rancho, viram uma abundância de veículos estacionados no antigo celeiro, indicando que a festa ainda estava em pleno andamento. Um velho vagão de feno, com palha solta amontoada, passou por eles, conduzido por uma equipe de cavalos com revestimentos. Vários casais estavam aconchegados na palha, sem sentir o frio do ar da noite. — Um vagão. — disse Wade com espanto. — Parece divertido. Eu gostaria que nós tivéssemos mais tempo. Nós. A única palavra fazia Cat se sentir melancólica e já sozinha. Ele dirigiu para mais perto da casa e estacionou, saindo e chegando pelo seu lado do carro para ajudá-la. Sem dizer uma palavra, caminhou com ela até os degraus na porta da frente. A luz da varanda estava muito brilhante depois da escuridão reconfortante de seu carro alugado. Quando ela olhou para cima, seu olhar travou com o dela. Cat queria desesperadamente que ele visse em suas profundidades, o fogo estável que sugeria uma forte emoção. Ele a pegou pelo braço e a puxou de lado para as sombras, colocando uma mão forte em seu rosto e inclinando-se para beijá-la. Ela queria ainda mais. Seus lábios eram firmes e a ternura à procura de sua língua agitou-a. Wade suspirou quando parou, deslizando a mão ao redor de seu pescoço em uma carícia sensual. — Esse foi o nosso segundo beijo. — Nós temos que contá-los? — ela murmurou. — Não. — olhou para ela. — Só estava pensando que um primeiro beijo pode ser tão estranho. — sempre tão brevemente, tocou os lábios nos dela antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. — Mas o nosso não foi. Ela tinha uma respiração irregular e não foi capaz de responder. — Se você não se importar que eu diga, suspeito que foi um encontro bom para você. Como a dança. Estou certo? — Sim — ela sussurrou. Ele a puxou para um abraço aberto. — Tenho que lhe dizer uma coisa. Estou honrado por ter essa chance. Você realmente é uma bela mulher, Cat. — Você certamente me faz sentir como uma. — ela admitiu. — Eu vou voltar, — disse ele suavemente. — E deverei fazê-lo antes do Natal. — Isso não está muito longe. — Não, não está. — Wade respondeu. — Se eu não tiver algum tropeço por atrasos ou problemas imprevistos, isso deve ser possível. Tremendo sob o seu casaco quente, Cat levantou seu rosto para ele, sabendo o que ambos queriam. Seu último beijo foi apaixonado. Novamente, foi ele quem terminou o beijo, acariciando seu rosto com um toque final. — Espere por mim. — disse ele. Cat assentiu e o observou ir.
A luz solar da manhã de domingo brilhava através das
janelas, mas não havia muito calor nela. Os outros estavam na sala de jantar quando Cat fez uma entrada tardia, tentando ser invisível. Mas Trey olhou para cima. — Bom dia, tia Cat. — disse alegremente e empurrou um prato de ovos e linguiça para ela assim que ela se sentou. — Tudo ainda está quente, incluindo o café. Ela sorriu. — Obrigada, mas vou pegar uma torrada, eu acho. Trey passou o prato também. — Aqui está. Cat selecionou uma fatia e manteiga, mordiscando um canto, enquanto olhava em volta para a família. Seu pai estava na cabeceira da mesa, estudando os relatórios de commodities nos jornais de sexta-feira, seus óculos para baixo em seu nariz. Os jornais locais e nacionais chegavam ao rancho um dia ou dois mais tarde, como regra, mas isso não o incomodava. Ele havia terminado o seu café da manhã e tinha uma mão curvada em torno de outra xícara. Trey se recostava na cadeira, sem pressa para sair. Passou o braço sobre as costas da cadeira de sua esposa e esfregava levemente a nuca de Sloan, deslizando sua mão sob a gola alta de sua camisola de malha. Vendo a facilidade e familiaridade de suas carícias tranquilas, Cat sentiu uma pontada de solidão. Wade estava certo. Tinha sido muito tempo. Bruscamente, ela se serviu de meia xícara de café e comeu as últimas partes de sua torrada. Jessy entrou naquele momento com um pote de doce na mão. — Oh, olá, Cat. Pensei que devia estar quase vazio. Aqui está mais se você precisar dele. — ela colocou o segundo pote na mesa. — Obrigada. — Cat disse. Jessy sentou-se em uma cadeira em frente a ela e se serviu de uma fatia de torrada antes de falar novamente. — Então, — disse — você e Wade se divertiram na noite passada? — Sim, nós fomos até Blue Moon e jantamos no Kelly. Ficamos na festa o tempo suficiente para ver o programa de Natal. — Cat respondeu. — Achei que as crianças fizeram um trabalho maravilhoso. Jake saltou. — Você me viu tia Cat? — Certamente que vi. E achei o seu desempenho excelente. — ela riu. — Obrigado. — ele sorriu pelo elogio. — Wade disse quando pretende voltar? — Jessy perguntou, voltando ao assunto anterior. Cat sabia que se esquivando às perguntas só levantaria mais perguntas. — Ele espera voltar antes do Natal. — admitiu. A cabeça de Sloan se agitou em cima. — Tão rápido. — deixou escapar, e lançou um olhar rápido para Trey. Ele agiu como se não tivesse ouvido qualquer um dos seus comentários. — Você ainda precisa que eu lhe dê uma mão para trazer aquelas colchas para baixo? — As colchas? — Jessy perguntou curiosamente. Aceitando a mudança hábil de assunto de Trey, sabendo que ele não queria que nenhuma de suas suspeitas sobre Wade se tornasse conhecida. Sloan explicou: — Eu encontrei uma mina de colchas artesanais em um armário do sótão no outro dia. Havia uma cômoda bloqueando. Quando a retirei, lá estavam elas. Algumas datadas e assinadas com linha de bordar. A mais antiga era de 1910 e a mais recente de 1939. — Acho que sei o que você quer dizer. — Jessy disse lentamente. — Eram todas feitas aqui. Trey interveio. — Não é um problema. Elas estão no nosso quarto agora e podem servir para uma boa exibição. — Poderíamos esticar varais de cordas na lavanderia para isso. — Cat sugeriu. — E com essas luzes gerais brilhantes, podemos ver se elas precisam de conserto, depois de todo esse tempo no sótão. — Eu pensei que elas se tornariam um cenário ideal para um retrato de família. Eu gostaria de fotografar todos nós na frente delas, especialmente as crianças. — Essa é uma ótima ideia, Sloan. — Cat disse. — Eu pensava assim. — Sloan respondeu. — Vamos, Trey. Vamos pegá-las. — Eu posso ajudar. — Jake declarou e se mexeu da cadeira para se apressar atrás deles. — Você ouviu falar de Laredo ultimamente? — Jessy dirigiu sua pergunta ao Chase e tomou um gole de café. — Não por alguns dias. — Chase inclinou a cabeça para baixo para espiar Jessy por cima dos óculos de leitura. — Por quê? — Só por curiosidade. — ela encolheu os ombros e admitiu: — Ele não me ligou e cada vez que eu tento seu telefone celular, vai direto para a caixa postal. — Sentindo-se um pouco negligenciada, não é? — Chase a observou e depois balançou as dobras de seu jornal novamente. — Garanto que ele não se esqueceu de você. — Não pensei isso por um minuto; e você sabe disso. — ela respondeu. — Provavelmente está ignorando suas mensagens, para não deixar acidentalmente escapar onde ele está ou o que está fazendo. — Chase lhe disse. — O Natal está ao virar da esquina, você sabe. — Falando de Natal. — Jessy bebeu um gole final do café e empurrou a cadeira para trás da mesa. — Isso me lembra que tenho algumas coisas no andar superior que precisam ser embrulhadas, antes que seja hora de me preparar para a igreja. No meio da escada, ela encontrou Trey e Sloan, cada um carregando uma grande braçada de mantas antigas. Jessy se pressionou perto do corrimão para eles terem espaço suficiente para passar. O tecido dobrado esfregou em seu braço enquanto eles se moviam em fila única, o contato desencadeando o cheiro de mofo e poeira de algo que tinha sido guardado por anos. — Ufa! — ela acenou com a mão na frente do seu nariz, tentando dissipar o odor forte. — Isso precisa de uma boa exposição ao ar. — Diga-me sobre isso. — Trey murmurou em concordância absoluta. — Será melhor colocá-las na sala de estar. — Sloan falou. — Nós não queremos estragar o café da manhã de ninguém. Trey despejou sua braçada nas almofadas do sofá e deixou a tarefa de separá-las para Sloan. Cat veio para lhe dar uma mão. Ela levantou a primeira e estudou a sua costura intrincada. — Estou tão feliz por você encontrar isto, Sloan. — ela murmurou. — Pergunto-me o que mais estará escondido lá em cima que nós esquecemos. Sloan sacudiu outra colcha, em seguida, acenou para Cat olhá-la. — Você viu? Está assinada e datada. — Millicent Clyde, dezembro de 1931. — Cat leu. — Terminou no inverno, obviamente, quando ela estava presa em casa. Sloan passou o dedo sobre o nome bordado. — Há muito tempo. Será que o seu pai sabe quem era ela? — Talvez. — Cat respondeu. — Judy Niles certamente saberá. Sloan assentiu pensativa. — Eu acho que Millicent seria feliz em saber que sua obra durou tanto tempo. — Naquela época, tudo tinha que durar. — Cat disse e citou o velho ditado: — Use-o, ou jogue fora. Faça durar ou viva bem. — Ser esposa de um rancheiro não era a vida mais fácil naquele tempo. O barulho de uma bengala anunciou a chegada de Chase. — O que vocês duas estão fazendo? — ao entrar na sala, Chase lançou um olhar para a pilha de colchas e o patchwork desdobrado. — Oh. Essas mantas. — ele chegou perto para um olhar mais atento. — Vê qualquer de suas camisas aqui, Chase? — disse Sloan, levemente provocante e estendeu uma colcha para sua inspeção. Ele olhou para a data que ela mostrava. — Não. E minhas camisas não são tão velhas. — disse rispidamente. — Eu não tenho tanta certeza. — Cat riu. — Você nunca colocou uma na sacola por tanto tempo quanto eu te conheço. — Por que eu deveria? Leva tempo para rasgar uma camisa, certo? — Claro. — Cat disse em descrença seca. — Você reconhece o nome da mulher? — Sloan perguntou. Chase olhou para o bordado e sacudiu a cabeça. — Não, mas tanta gente viveu no Triplo C. ao longo dos anos. — Sloan começou a dobrar a colcha de volta. — Eu gosto da sua ideia de usá-las como pano de fundo para as fotos. — Chase lhe disse. — Especialmente porque todos estarão aqui neste Natal. — ele fez uma pausa e acrescentou: — Quem sabe quando isso vai acontecer de novo? — Oh, papai... — Cat não terminou, um nó fechava as palavras na garganta. Ambas as mulheres sabiam o que não estava sendo dito: o fato de que o próprio Chase poderia não estar em muitos feriados mais. — Diga-lhe que, — Sloan disse rapidamente, quebrando o silêncio constrangedor para abordar Chase, — como o patriarca, você merece uma foto com cada membro da família, um por um, com uma colcha diferente no fundo para cada um. Mais uma ou duas sozinho. Chase bufou. — O patriarca? Eu? Acho melhor eu deixar crescer uma longa barba branca e trocar esta bengala condenada por um cajado de pastor. Jessy teve que rir. Seu sogro tinha um brilho nos olhos quando assentiu com a cabeça, descansando a mão retorcida sobre a colcha que Sloan acabara de dobrar. — Use esta para mim. É simples. Não há nada muito extravagante. — Você entendeu. Capítulo Doze Com o Natal apenas há quatro dias de distância, a contagem regressiva havia começado. Os jovens eram um pacote de ânsia. Na medida em que estavam em casa, o momento não poderia passar rápido o suficiente. Para aqueles que não tinham terminado as suas compras, o feriado estava se aproximando rápido demais. Mas em todos os lugares, os sorrisos abundavam, marcados por certa jovialidade que tornava a temporada até alegre. Em nenhum lugar era tão evidente como na Casa Grande, onde Cat estava ocupada, com a ajuda de duas adolescentes nos seus períodos de inverno da escola, deixando os quartos extras limpos e prontos para os membros da família Calder que deveriam chegar. Para levar o espírito de Natal um pouco mais longe, Cat adicionou uma vela natalina envolta com azevinho para cada quarto, juntamente com fotos da infância de Laura e Quint tomadas na época do Natal, para os quartos atribuídos a eles. Depois de colocar uma foto emoldurada de Quint em uma cômoda, ela deu um passo atrás para avaliar o arranjo em cima da penteadeira. Anne Trumbo enfiou a cabeça para fora do banheiro ao lado do quarto. — Senhorita Cat, não há um conjunto extra de toalhas de banho aqui. — Há alguns na lavanderia lá embaixo. — Cat lembrou-a. — Eu vou buscá-las enquanto você e Sarah terminam aqui. Quando chegou ao topo das escadas, ouviu os sons familiares do Jingle Bells provenientes do escritório e adivinhou que seu pai tinha ligado o rádio. Quando ela começou a descer os degraus, automaticamente começou a cantarolar junto com a música. A partir do escritório vinha um canto ligeiramente plano na voz de barítono, Bells no anel bobtails, fazendo os espíritos felizes. Chase estava cantando! As toalhas podiam esperar. Isso ela tinha que ver. Correu levemente o resto do caminho para baixo e cruzou a porta aberta da sala. Chase estava de pé junto à lareira, cantando alto, uma mão apoiada sobre a cabeça de sua bengala, enquanto ele apontava para os registros ardentes com um atiçador. Cat esperou até as notas finais da canção pararem antes de falar. — Você está definitivamente em clima de festas, pai. Com a bengala para um ponto ele se virou surpreso e abriu um sorriso, os olhos brilhando. — E por que não estaria? É quase Natal. — ele devolveu o atiçador para seu lugar. — E um bom também. Cat sorriu, concordando. — Vai ser bom ter tanto Quint quanto Laura em casa para o Natal deste ano. Normalmente, apenas um ou outro pode vir. — Na verdade ele será. — ele mancou de volta à sua cadeira atrás da mesa. — Você tem os quartos prontos para eles? — Quase. Eu estava indo à lavanderia buscar um conjunto extra de toalhas para banho para Quint e Dallas. — Será melhor deixar um quarto extra arrumado. — ele disse. — Por quê? Quem estará vindo? — Acabei de falar com Wade um pouco atrás. Ele deverá estar aqui no dia vinte e três ou vinte e quatro, o mais tardar. É provável que seja final da tarde quando ele chegar aqui, então eu lhe disse para passar a noite conosco. — o brilho em seus olhos cresceu mais pronunciadamente. — Eu não acho que você iria se opor a um hóspede extra, considerando que notei que havia um presente sob a árvore com o nome dele. Cat se recusou a ser consciente sobre aquilo. — Você sabe, quando eu comprei esse presente para ele, estava preocupada que eu fosse presumida demais. Agora estou tão feliz por ter feito isso, mesmo que seja apenas pequeno. — ela fez uma pausa, em seguida, perguntou: — Você sabe o que eu... — Quieta. — ele quase gritou a palavra e girou sua cadeira para alcançar o botão de volume no rádio. Cat era apenas vagamente consciente dos disc-jockeys falando ao fundo, mas seu pai teve claramente um ouvido atento à sua conversa. ...ser um velho Grinch. Todo mundo quer um Natal branco. — um deles declarou. — Um Natal branco seria bom, mas uma advertência de tempestade de inverno programada para explodir em Montana oriental no dia vinte e quatro! Quem quer isso? — Papai terá algumas condições de voo arriscadas, não? Havia mais, mas Chase desligou o rádio. — Precisamos chamar Quint e Laura para que eles possam ter certeza de chegar aqui, antes da tempestade. — Eu vou ligar para Quint no meu celular enquanto você chama Laura. — Cat começou a sair da sala. Chase a chamou. — Enquanto você está nisso, encontre Trey. Diga a ele que eu preciso vê-lo. Dentro de uma hora, Quint e Laura tinham sido alertados para a tempestade de inverno prevista para a véspera de Natal. Ambos já tinham começado ajustar seus horários para chegar ao Triplo C. mais cedo. Vinte minutos mais tarde, Trey entrou no escritório. — Cat enviou uma mensagem que você precisava me ver. — Sim. — um movimento para além da porta atraiu o olhar de Chase quando uma das garotas adolescentes foi orientada. — Feche as portas. Trey fez uma varredura rápida na expressão de seu avô, percebendo que deveria ser algo importante e tentando avaliar a gravidade da mesma. Como sempre, a expressão de Chase era difícil de ler. Ele fechou as portas e cruzou para uma das cadeiras em asa em frente à escrivaninha. — É sobre Laredo no rancho Shamrock. — Chase anunciou. Trey puxou sua cabeça para trás em surpresa. — No Shamrock. O que ele está fazendo lá? — Escondendo-se. Eu disse a ele quando seria seguro voltar, e eu enviaria somente você. Vá lhe dizer para voltar para casa. — Irei. — Trey não se preocupou em pedir quaisquer explicações. Como os outros, ele sabia que o passado de Laredo não suportaria um exame minucioso. Se Laredo precisava de um lugar para ficar quieto, então ele teria suas razões e não era importante para Trey saber o que era. — Se alguém perguntar; e eu quero dizer qualquer um, não lhes diga onde você está indo ou porque. — Chase o instruiu. — Não há problema. — Trey assegurou. — Você já ouviu a previsão? — perguntou Chase. Trey foi até a porta. Ele parou na frente das portas. — Nós já estamos verificando se cada campo tem feno extra à mão e transportando rodadas de fardos para todos os pastos isolados. Depois disso, nós vamos ter que esperar para ver quanto os ventos serão fortes e se o gado começa a derivar com eles. Em suma, tudo o que podia ser feito estava sendo feito.
Meia hora antes do jantar naquela noite, Trey retornou a
Casa Grande seguido de Laredo. O rosto de Jessy se iluminou quando o viu. — Você está de volta. — ela sorriu para Laredo, ajustando- se automaticamente ao seu lado. — Sentiu minha falta? — Só a cada dia. — Jessy admitiu com sua franqueza habitual. Chase surgiu do escritório e viu os dois juntos. — Não se encha de dúvidas sobre onde ele esteve Jessy. Por agora, isso é um segredo entre Laredo e eu. Ela riu. — Eu não vou. Ao contrário de alguns, eu gosto de ser surpreendida no Natal. — Bom. — Chase balançou a cabeça e continuou seu caminho para a sala de jantar. Jessy e Laredo seguiram em um ritmo muito mais lento. — Você já foi para o Ninho do Javali? — ela perguntou. — Não tive tempo, ainda que seria bom para limpar e pegar uma muda de roupa. — Podemos ir depois do jantar. Eu tenho uma surpresa para lhe mostrar. — Jessy lhe disse, ciente da banheira de hidromassagem que era algo que ele seria obrigado a observar, logo que chegasse lá. — Uma surpresa, hein? — havia um brilho em seus olhos azuis. — Isso não poderia ser... Ela apertou dois dedos à boca, impedindo-o de terminar a frase. — Não há dúvidas de que você também é. Ele sorriu. — Justo. No meio da manhã do dia vinte e quatro, o céu já tinha mudado para um cinza fechado, mas era o branco sinistro de nuvens escuras para o nordeste que predizia a chegada da tempestade. Por enquanto, o ar ainda era apenas um sopro de vento, mas Trey não se deixava enganar por aquilo. O Nordeste era a casa a qual os índios Sioux chamavam de Lobo Branco, uma nevasca ártica uivando. Com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco forrado de pele de carneiro, Trey estava na janela da área de escritórios do hangar principal da pista de pouso e observava o céu. Atrás dele, o rádio estalava. — Cinco milhas para a aproximação final. Logo Trey avistou os dois bimotores do avião de carga, fazendo a sua descida. Mais tarde chegou o baixo zumbido de seus motores. Nada fez Trey deixar o calor relativo do escritório do hangar até que suas rodas tocaram na pista privada da fazenda. O avião taxiou até parar na área da pista não longe de onde Trey esperava. No momento em que Gus Hanson colocou os calços dobrados atrás das rodas, a porta do avião se abriu e seu lance de degraus foi abaixado. Trey avançou quando Quint passou pela abertura, carregando seu filho todo empacotado em uma parca com capuz e luvas volumosos. Um vislumbre no alto, as maçãs do rosto duro de seu primo e os cabelos pretos brilhantes que falavam de sua ascendência Sioux e Trey abriu um largo sorriso. — Bem-vindo ao lar, Quint. — ele pegou a mão de Quint e apertando a sua própria no ombro de Quint, transformando tudo em um abraço de homens. — Como foi o voo? — Não foi ruim. — Bem, foi certamente um dos mais suaves. — Dallas declarou, saindo do avião, com a cor cobre brilhante dos seus cabelos contrastando com o cinza fosco da fuselagem. Quint virou-se para lhe oferecer uma mão firme enquanto ela descia os degraus. Seu avô Vazio Garner ficou parado na abertura atrás dela, esperando sua vez. — Pensei que nós estivéssemos em um rodeio. Claro que poderia ser porque nós tivemos um passageiro muito barulhento. — Teve alguma turbulência? — Trey adivinhou quando deu um abraço de saudação em Dallas. — Não foi tão ruim assim. — Quint insistiu. — Especialmente quando você considerar que os aviões de carga não são exatamente famosos por dar passeios lisos. — Eu ia perguntar por que você o escolheu, mas suspeito que a razão está de alguma forma ligada ao seu pedido de ter um reboque de coleta e estoque esperando por você na área do hangar. — Trey enganchando um polegar na direção do veículo estacionado ao lado do SUV. — Algo me diz que você não o pediu apenas para transportar a sua bagagem e os presentes de Natal. — Sim e não. — Quint disse, sendo deliberadamente evasivo. — Na verdade eu preciso dele para um presente especial que estou entregando a pedido de Chase. Trey levantou uma sobrancelha. — O que em nome de Deus ele lhe pediu para comprar? Quint apenas riu. — Considerando que é para Jake, talvez seja melhor se você não souber ainda. Gus saiu do escritório do hangar e chamou por Trey. — O piloto de Laura chama pelo rádio, pedindo instruções de pouso. Não pode ter mais de dez minutos fora. — Dez minutos. — Trey atirou um olhar interrogativo a Quint. — Você acha que tem tempo suficiente para descarregar na Casa Grande e fazer o retorno aqui antes do avião chegar às suas terras? Se não, eu vou ter que enfiar ela e Sebastian na picape. O que não vai exatamente emocionar minha irmã. — Ela é uma Calder e vai superar isso. Ainda assim, poderíamos fazê-lo. Nós não saberemos até tentarmos. — Quint respondeu e transferiu seu filho de olhos sonolentos para a esposa. — Vamos começar carregando a nossa bagagem. Antes de Gus desaparecer no interior do hangar, Trey acenou para ele. — Vamos dar uma mão com a bagagem. Quando Gus correu, Quint sugeriu: — Você pode enviar quem está dirigindo a picape de volta com o reboque até a porta de carga. Há uma rampa com chutes no interior que devem alcançar. — Uma rampa? O que você está transportando? — Você vai descobrir depois de carregar todos os sacos. Com ambos, Vazio Garner e Gus para ajudar, eles conseguiram levar todas as malas e vários sacos de presentes de Natal em uma viagem. No momento em que tinha tudo colocado na parte de trás do SUV, o trailer foi posicionado na porta de carga do avião. Vazio subiu no banco de trás para esperar com Dallas e Josh, enquanto Trey e Quint retornavam ao plano para descarregar o presente de Natal de Jake. Trey deu uma olhada para o bezerro salpicado de marrom e branco, assim que ele saiu de sua tenda transporte confinada e se inclinou abaixo da rampa para o trailer, resistindo e gritando por todo o caminho. — Ele comprou um bezerro para Jake? — Trey virou um olhar estupefato a Quint. — O Triplo C. tem centenas deles. Por que o faria... — Nenhum deles é registrado como Longhorn. — Quint o informou, e antes que Trey pudesse perguntar a questão lógica, acrescentou: — Por que um Longhorn? Essa é uma pergunta que você vai ter que fazer ao vovô. Nesse meio tempo, você espera por Laura e eu vou levar Dallas e Vazio para casa. Vejo você daqui a pouco. Fiel à sua palavra, Quint foi até a área do hangar no tempo em que o jato particular sumia da vista. Ele saiu do banco do passageiro e entrou para a pista perto de Trey. — Bom tempo. — Para todos nós. — Quint disse e sacudiu a cabeça para as nuvens escuras aparecendo. — O Lobo Branco está se aproximando. Provavelmente estará aqui no meio da tarde. Trey assentiu com a cabeça quando o jato voou para a pista. O gemido alto de seus motores cresceu para um rugido quando eles foram revertidos no empuxo, e o avião desacelerou. Logo ele taxiava em direção a eles. Mesmo depois que o avião rolou até parar e cortar seus motores, nem Trey nem Quint se aproximaram até a porta do passageiro ser aberta. Um Sebastian ruivo saiu em primeiro lugar, o seu longo casaco pendurado desabotoado, um lenço de manta enrolado ao redor de seu pescoço. Ele jogou uma saudação, deslizou para baixo os degraus, e se virou para esperar por Laura. Em seguida, ela apareceu na abertura, envolta em um casaco de zibelina de corpo inteiro, um chapéu de pele combinando cobrindo sua cabeça loira, e parou por um momento. Trey murmurou um divertido comentário para Quint: — Minha irmã, ela sempre gosta de fazer uma grande entrada. A vida de casada não a mudou. Quint apenas sorriu plenamente, consciente que Trey poderia zombar de sua irmã gêmea, mas ninguém mais tinha o direito. Ele ficou de lado enquanto os dois trocaram um abraço afetuoso. — É bom ter você em casa de novo, irmã. — Trey disse, e significativamente, brincou: — Embora Vossa Senhoria tenha chegado em uma carruagem. — É, não é? — ela concordou, então declarando com leveza típica: — Mas, uma vez que Tara escolheu nos deixar todo aquele dinheiro, decidi tirar uma página fora do seu livro e fretar um avião. Eliminar todos da segurança e o terminal absurdo que você tem que lidar, quando voa em um avião comercial. Isso economiza um tempo enorme de viagem. — Eu imagino que o faça. — Trey admitiu. — Além disso, desta forma poderíamos parar em Nova York e acabar com esse tempo de voo. — Você estava em Nova York com que casaco? — disse Trey. — Estou surpreso por alguém não jogar tinta em você. — Não seja bobo. Ficamos no The Pierre. Vi casacos mais extravagantes do que este lá. — Vou acreditar nisso. — Trey disse e deu um passo para trás quando ela se mudou para cumprimentar Quint com um abraço. — Você nos venceu aqui. — Laura o repreendeu em reprovação simulada. — Pensei que ia ser a única esperando para recebê-lo. — Nós desembarcamos cerca de quinze minutos atrás. — Quint disse-lhe. — Eu já deixei Dallas na casa. Eles estão todos esperando por você agora. — Eu mal posso esperar para ver todos novamente. — as palavras sinceras mal saíram de sua boca quando percebeu o trailer de captação e estoque e arqueou um olhar acusador para Trey. — É essa a sua ideia de uma piada? Um trailer estoque para transportar toda a minha bagagem? Eu sei que você pensa que eu embalei muitas coisas, mas eu nunca sei o que vou precisar. — Eu tinha pensado em usá-lo para isso. — Trey começou, apenas para ser interrompido por um berro do bezerro. — O trailer já está ocupado. — ela percebeu. — Eu não acho que a sua bagagem se sairia muito bem, compartilhando o espaço com o presente de Natal de Jake. — Quint comentou. Laura olhou para Trey procurando por uma explicação. — Vovô lhe comprou um bezerro Longhorn registrado, que vai crescer e se tornar um boi de ombros salpicados, mal- humorado, com chifres mais amplos do que o velho capitão. — O que ele estava pensando? — Laura espelhou o espanto antes de Trey. — Dane-se se eu sei. — Trey admitiu. — Porém, está muito frio para ficarmos de pé aqui fora falando sobre isso. — Vamos lá, disse a Quint. — Vamos começar a descarregar a bagagem. Deus sabe, que provavelmente vamos fazer duas viagens para conseguir tudo isso. Com as duas famílias chegando tão perto nos voos, uns aos outros, criou-se uma cena confusa e barulhenta: todos falando ao mesmo tempo, a bagagem empilhada em todos os lugares, casacos temporariamente empilhados em cadeiras para serem recolhidos mais tarde. A primeira onda de saudações e conversas mal tinha diminuído, quando tudo começou novamente, quando eles tentaram andar através das pilhas e levar tudo para cima para os quartos adequados. Qualquer aparência de normalidade não retornou, até que todos eles se reuniram na sala de jantar para a refeição do meio-dia. Mas a conversa foi muito mais animada do que a habitual, com perguntas e respostas que fluíam para trás quando cada um tentava saber sobre os acontecimentos na vida dos outros. Isso foi até a refeição terminar e as mulheres carregarem os pratos sujos para a cozinha, enquanto os homens permaneciam na mesa durante o café e ninguém percebia os flocos de neve à deriva atrás das janelas. Trey cutucou o braço de Quint e acenou para a neve. — Você já esteve no Texas tanto tempo que você perdeu seu olho para o clima de Montana. O Lobo Branco se moveu mais rápido do que você pensava. — Não muito de vento ainda. — Quint observou. — O que é isso? — perguntou Chase, faltando à primeira parte da sua troca. — Começou a nevar. — Trey viu a maneira como Chase batia a cabeça para olhar para fora. — Ela não está pesada ainda. — E não há muito vento também, — Quint acrescentou. — A julgar pela forma como estes flocos estão caindo. — Mas ela está vindo. — Chase declarou sombriamente e agarrou a bengala para se erguer da cadeira e caminhar para olhar fora da janela. Quando Cat voltou à sala de jantar, imediatamente notou sua cadeira vazia e o viu de pé na janela. Supondo que ele estivesse prestes a se retirar para seu escritório, perguntou: — Você gostaria de levar um pote de café para o escritório, pai? Quando ele não respondeu, ela caminhou para o seu lado, pensando que ele provavelmente não a tinha ouvido falar com todos conversando. Ela tocou em seu braço, puxando seu olhar. — Café no escritório? — Poderia muito bem. — Chase respondeu com indiferença marcada e virou-se para olhar pela janela novamente. Foi quando Cat notou os flocos brancos. — Já começou a nevar. — ela murmurou. — O impacto da tempestade ainda não foi atingido. Ele ainda tem tempo para chegar aqui. Ela não teve que perguntar a quem ele se referia. Wade era o único a quem qualquer um deles estava esperando. — Ele poderia. — Cat repetiu, exceto que ela sabia que ele não deveria chegar até o final da tarde. E a fúria da tempestade não era susceptível de ser adiada por muito tempo. Ela começou a contar a Chase, mas um olhar para o rosto de seu pai e ela percebeu que ele já sabia. — Ele vai ter bom senso suficiente para ficar em algum lugar se o tempo estiver ruim. — Cat não percebeu que tinha exposto seu pensamento até Chase responder. — Claro que ele vai. Isso também significava que ele não chegaria para o Natal. Antes que qualquer sentimento de decepção pudesse tomar posse, Cat levantou a cabeça, lembrando-se que, vendo Wade depois do Natal seria tão bom quanto. Ela voltou para a mesa quando Dallas veio da cozinha, parou, olhou ao redor da sala e lançou um olhar para Quint. — Onde está o Josh? É hora de sua soneca. — Pensei que ele estava com você. — Quint empurrou sua cadeira para trás. — Eu vi Jake na sala de estar. — Sebastian ofereceu. — Josh provavelmente não está muito atrás. — Dallas concluiu, já se movendo em direção à sala de estar. — Um monte de lugares em uma casa deste tamanho, não estão lá, Trey? — Chase bateu na traseira de sua cadeira com a bengala, em seguida, olhou para Vazio Garner. — Cat vai trazer um pote de café para o escritório. Por que você não se junta a mim? Deve estar mais calmo lá. — Parece bom. — Vazio saiu de sua cadeira para segui-lo. — Percebi que você tinha um conjunto de Longhorns sobre a lareira lá dentro. Cat chamou a atenção de Trey e sorriu. Ambos sabiam que Vazio estava prestes a ser regalado com a história do velho Capitão e o primeiro rebanho que Calder tinha arrastado para o norte de Montana. De algum lugar na sala de estar, veio um protesto choroso: — Não sono, mamãe. Sem dormir. — Alguém não quer tirar um cochilo. — Cat adivinhou. — Parece um pouco com Jake quando tinha essa idade. — lembrou Trey. — Algo me diz que ele não será mais bem sucedido que Jake em sair dela. — disse Cat; e recolheu as xícaras de café vazias deixadas sobre a mesa, levando-as para a cozinha.
A sesta de Josh mostrou-se curta. Às duas horas ele
estava de volta ao andar de baixo, cheio de energia e ansioso para usá-la. Com os pratos do meio-dia lavados, todos se reuniram na sala de estar. Lá fora, a neve estava mais pesada e o vento tinha aumentado, com as primeiras rajadas chacoalhando as janelas. Chase estava em sua poltrona favorita, agora ladeado pelas duas poltronas do escritório. Vazio Garner se sentou em uma, enquanto Laredo ocupava a outra. Jessy e Sloan estavam no sofá com Laura sentada entre elas, olhando para o álbum de fotos que Laura trouxera com ela; cheio de fotos que mostravam suas mais recentes reformas em Crawford Hall. Quint e Trey descansavam no assento da namoradeira, seus pés apoiados sobre a poltrona de couro, enquanto Dallas se sentava lateralmente em um de seus braços, mantendo um olho em seu jovem filho, que estava aprendendo como rolar uma bola com Cat. Jake estava cutucando através dos novos presentes sob a árvore, procurando qualquer um com o nome dele. Depois de examinar de perto as etiquetas em um de razoavelmente bom tamanho, Jake pegou e levou-o para Trey. — Este é um meu, pai? Trey olhou para a etiqueta do presente e sacudiu a cabeça. — Desculpe. É melhor colocá-lo de volta. — Mas tem um J sobre ele. — argumentou. — J para Josh, não Jake. — Trey explicou. Jake deu um suspiro dramático de pesar, e levou-o de volta para as pilhas de presentes que agora cercavam a árvore de Natal. Trey assistiu para se certificar que ele devolvesse, então deslizou um olhar para Laredo. — Ouvi dizer que você teve que abrir o seu presente de Natal antecipado, quando voltou ontem para o Ninho do Javali, Laredo. — observou ele. — A banheira de água quente é um pouco grande para se esconder em qualquer lugar. — Laredo respondeu. — E impossível para embrulhar. — Jessy acrescentou, olhando para cima a partir do álbum de fotos. — Jessy o viu corar o que era muito difícil de acontecer. — sua voz estava fortemente amarrada com diversão e carinho. — Você testou a água? — Quint se inclinou para frente, para olhar ao redor de Dallas, para Laredo. — Culpado, eu fiz direito. — Laredo declarou. — Você deveria tê-lo visto. — Jessy declarou. — Até o pescoço de vapor e usando seu chapéu de vaqueiro e fumando um grande charuto. — Tinha que usar o meu chapéu. — Laredo demorou. — Eu precisava manter minha cabeça fria. — Pena que você não tinha sua câmera, mãe. — Laura sorriu com pesar. — Essa imagem teria sido pregada em cada quadro de avisos no Triplo C. — Poderia ter sido um pouco difícil para Jessy tirar uma foto, — Laredo apontou com um brilho travesso iluminando seus olhos azuis. — Considerando que ela estava na banheira, também. Quando o riso alegre eclodiu, Jessy sorriu junto com eles e balançou a cabeça em reprovação simulada. — Você precisava lhes contar? — Eu acho que eles teriam descoberto. — Laredo disse com uma piscadela. — Agora, que a imagem teria um valor inestimável, — Quint afirmou. — Não há dúvida sobre isso. Jake veio correndo e se jogou sobre as pernas de Trey. — Posso abrir um dos meus presentes logo? — Trey conseguiu dizer: — Não. — Aww, por favor. — ele arrastou a palavra para fora em um apelo sentimental. — Você ouviu o seu pai, Jake. — Sloan colocou, acrescentando seu peso para a recusa de Trey. Ele se virou com a cara feia para ela, as mãos nos quadris. — Por quê? Sloan caiu sobre a resposta experimentada e verdadeira. — Porque nós dissemos que não. — os ombros de Jake caíram em derrota. Em seguida, Josh encontrou uma bola rolando no chão muito devagar, e lhe deu um golpe, enviando a bola voando pelo escritório. Com um grito de alegria, ele decolou em direção a sala de jantar em sua versão mais rápida de uma corrida. — Josh, volte aqui! — Dallas pulou do braço da namoradeira, para ir atrás dele. Mas Cat já estava em seus pés. — Eu vou trazê-lo de volta. Quando ela se dirigiu para a sala de jantar, Jake partiu para as escadas. Trey se sentou e girou para vê-lo correr até os degraus. — Por que é que ele vai lá em cima? — olhou para Sloan com uma linha curiosa e cautelosa vincando sua testa. — Quem sabe? — ela deu de ombros e redirecionou sua atenção para o álbum de fotos no colo de Laura. — Quint, — Chase começou, virando um olhar pensativo em seu neto. — Você já notou a cor do cabelo que o menino de vocês tem? Na luz, é como laranja ou uma cenoura. Se ele fosse menor, um coelho poderia tentar comê-lo. — Brilhante, não é? — Vazio concordou. — Vai escurecer quando ele ficar mais velho. Com Dallas foi assim. Chase mostrou um olhar de avaliação sobre o rico brilho de cobre de seus cabelos e decidiu, depois de alguma consideração. — Isso estaria bem. Laredo levantou um polegar. — Você passou pela inspeção. Cat reapareceu, enxotando a Josh rindo na frente dela. Como se na sugestão, Jake começou a descer as escadas com algo na mão. Ninguém tinha uma visão clara do que era até que ele chegou ao fundo. — O que você está fazendo com a corda, Jake? — Trey imediatamente quis saber. — Eu vou usar isso para prender Josh na próxima vez que ele fugir. — Jake afirmou, extremamente satisfeito consigo mesmo por ter vindo com a solução. — Oh, não, você não irá, rapaz. — Sloan disse com um movimento rápido de sua cabeça. — Os cabos não são para a captura de pessoas. Somente para cavalos e gado. — Mas seria uma boa prática, mãe. — Traga-me a corda, Jake. — Trey estalou os dedos e fez sinal para ele. Com os pés arrastando e os cantos de sua boca voltados para baixo, Jake se aproximou e colocou a corda enrolada na mão estendida de seu pai. — O que circula, vem sempre ao redor. — Chase declarou, olhando diretamente para Trey e Quint. — E vendo que vocês dois me lembram quando eram da sua idade, sempre até algo e polegadas longe de estar em apuros. É incrível como os pais levantam uma réplica de si mesmos. — Assim é de onde Jake recebe todas as suas ideias selvagens. — Sloan assentiu em entendimento súbito, enquanto deslizava a Trey um olhar provocante. Abruptamente Chase inclinou a cabeça em um ângulo de escuta. — Você ouviu isso? — Ouvi o quê? — perguntou Laredo, ficando alerta. — Um barulho. Eu pensei que vinha de fora. — Chase respondeu, então olhou para Cat. — Você já para cima. Vá ver se alguém está lá. — Eu acho que você está ouvindo coisas, pai. Mas vou dar uma olhada. — como ele, Cat sabia que havia uma chance de que Wade pudesse ter chegado. A possibilidade a fez andar um pouco mais rapidamente para a porta de entrada. Capítulo Treze Quando Cat olhou pela janela ao lado da porta da frente, a visão foi obscurecida pela queda de neve pesada, impulsionada por tempestuosos ventos. Através do véu invernal, ela podia distinguir a forma mais escura do grande celeiro de madeira à distância. Mas não havia nada mais, nenhum veículo e nenhum ser humano. Qualquer sentimento de decepção que sentisse rapidamente deu lugar ao alivio. Cat não queria pensar em Wade fora, naquela tempestade. Só ouvir o uivo silencioso do vento quase a fazia estremecer com o pensamento. Ela voltou para a sala de estar. — Deve ter ouvido o vento, papai. — ela disse e incluiu os outros. — Realmente está ficando ruim lá fora. Eu mal posso ver a forma do velho celeiro. A visibilidade é baixa para menos de cem pés. Estou feliz que a tempestade chegou depois de vocês. — E assim todos nós. — Sebastian ergueu a taça em um gesto de brinde que ofereceu um contrato de todo o coração com seu sentimento. — Pessoalmente, — Laura começou— Estou um pouco contente por estarmos, de repente, no meio de uma tempestade de neve de pleno direito. Neva ocasionalmente na Inglaterra, mas as tempestades não têm a violência que Montana pode mostrar. Eu perdi isso um pouco. — Deixo isso para você achar emocionante. — Trey murmurou em uma mistura de irritação e resignação. — Por favor, não faça palestras sobre as perdas que o Triplo C. poderá sofrer desta vez. — ela respondeu. — Estou bem ciente de todos os problemas que isso trará. Mas a tempestade está aqui. Não há nada que se possa fazer para pará-la, então estou escolhendo me divertir. Trey começou a responder, mas Jessy interrompeu. — Não vão começar a brigar, vocês dois. Sloan apoiou, mudando de assunto. — Dallas, você gostaria de olhar as imagens de Laura do trabalho de restauração que eles estão fazendo em Crawford Hall? Estamos terminando de ver o álbum. De acordo com eles, Dallas concordou prontamente. — Sim, eu gostaria. Laura fechou o álbum e lhe entregou. — Qual é o próximo projeto que você irá encarar, Laura? — Sloan perguntou para manter a conversa. — Enfrentar o Trey. — Laura sorriu para seu irmão gêmeo. — Nós estamos em desvantagem. Vamos ter que fazer nossas brigas quando estivermos sozinhos. — Como sempre. — ele sorriu. — Seu próximo projeto. — Sloan persistiu, cortando com um olhar de silenciamento para Trey. — Não tenho nada importante planejado. — Laura parou e fez contato visual com Sebastian, um sorriso afiando os cantos de sua boca. — Só uma pequena redecoração do quarto próximo ao nosso. — Realmente? — disse Jessy com alguma surpresa. — Eu pensei que você acabara de fazer isso no ano passado. — Nós fizemos. — Laura admitiu; e fez uma pausa olhando de novo para Sebastian. Ele virou as mãos em um gesto, com as palmas voltadas para cima e deixou a escolha para ela. — Este é um momento tão bom quanto qualquer outro para lhes dizer. — Dizer-nos o que? — agora a curiosidade de Cat estava aguçada. — Que estamos convertendo aquele quarto em um berçário. — ela disse com toda a calma de alguém comentando sobre o clima, então riu quando suas palavras foram registradas nos rostos de sua família. — Você vai ter um bebê. — Jessy foi a primeira a realmente dizer, num murmúrio atordoado; mas feliz. Depois todos entraram na conversa, inundando ambos prestes a serem pais com parabéns e perguntas. Entre congratulações e perguntas, a última foi — Quando? — Fim de julho ou início de agosto. — Laura lhes disse. — Há quanto tempo você sabe? — Jessy olhou para a filha, ainda maravilhada com a perspectiva de sua filha se tornar mãe. — Dois meses. — Laura admitiu. — Eu queria esperar até que estivéssemos aqui para dizer a todos. A nossa própria surpresa de Natal. — Bem, estou surpresa, isso é certo. — Jessy declarou. — Eu não. — Trey sorriu para a irmã. — Você sempre foi altamente competitiva. Você não podia suportar que Quint e eu já estivéssemos ganhando de você. Com um movimento desafiante e um pouco de risos em sua cabeça, Laura não se preocupou em negar. — Não por muito tempo você vai estar, porque estou indo para uma melhor. — Você está esperando gêmeos? — Trey olhou para ela com espanto. — Naturalmente. Se eu vou perder a minha figura de qualquer maneira, eu poderia muito bem fornecer o herdeiro proverbial e um sobressalente, enquanto estou nisso. — Laura estava se deleitando claramente da sua reação atordoada, mas feliz. — Você está esperando meninos? — Sloan respirou surpresa. — Estamos. — Laura confirmou. As sobrancelhas de Chase se ergueram. — Você já sabe? — Com a tecnologia de hoje, é incrível a rapidez com que se pode contar nestes dias, vovô. — disse ela, e se virou para Jessy, sorrindo. — Na verdade, isso é um de seus presentes sob a árvore. Imagens do ultrassom digital com os dois pequenos patifes enquadrados. — Mal posso esperar para vê-los. — Jessy declarou, depois sorriu. — Eu pareço o Jake. — Agora você tem que começar a escolher os nomes. — Dallas murmurou. — Já foi bastante difícil decidir sobre um nome para um. Você terá que escolher dois. Laura deslizou uma olhada para Chase. — Eu já sei que quero chamar um deles de Benteen, no meu lado da família. Nós ainda não resolvemos no lado de Sebastian. Laredo deu um puxão leve no braço de Chase. — E você acha que aqui é barulhento com dois bisnetos correndo por aí. Imagine o que vai ser com quatro. Um grunhido irritado veio dele. — Lembre-me de pedir um par de tampões no próximo Natal. — Chase disse, enquanto Jake se abaixava atrás de sua cadeira para ficar longe de Josh. Implacável, Josh caiu de quatro e se arrastou atrás dele. Em sua pressa de iludir a criança, Jake correu para o final da mesa. A luminária oscilou por um instante, antes de Laredo estender a mão para firmá-la. Até então, Jake tinha saltado fora de um canto do sofá. — Você ouviu o barulho? — Chase balançou a cabeça para olhar na direção da porta de entrada. — Isso foi Jake batendo no sofá. — Cat lhe disse. — Não, não é isso. Veio de fora. — Chase insistiu, franzindo a testa com impaciência com ela. — Então você provavelmente ouviu o vento. — ela começou. — Droga, eu sou velho, não surdo. — Chase pegou sua bengala e alavancou-se para fora da cadeira. — E sei a diferença entre o som do vento e alguém lá fora. — Pai, não há ninguém lá fora. — mas ela estava falando com as costas quando ele usou a bengala para pisar fora da sala de estar. Agora totalmente irritada com ele, Cat rapidamente passou por seu pai em seu caminho para a entrada. — Volte e sente-se. Eu vou olhar para você. — Dê uma boa olhada, enquanto você está nisso. — Chase a chamou, desacelerando o ritmo da cabeça. — Não basta ir até a janela e olhar para fora, pensando que eu vou ficar satisfeito com isso. — Como, se eu não posso ver nada da maneira que sopra a neve. — Cat murmurou para si mesma enquanto foi até a janela, ouvindo o modo como o próprio vento golpeava contra a casa. Assim quando ela alcançou a janela e inclinou-se para olhar através dos vidros, a porta da frente se abriu. Pensando que tinha sido soprada pelo vento, Cat estendeu a mão para agarrá-la, desviando o rosto da corrida da roda do vento e da neve. No último segundo, ela teve um vislumbre de uma figura salpicada de neve pisando em todo o limiar. — Desculpe. — a voz de Wade estendeu-se para ela. — O vento arrancou a porta da minha mão. Agarrou e empurrou fechando-a, enquanto ficava olhando para ele, incrédula. Virou-se para ela, reluzindo o rosto molhado dos flocos de neve. — Meu pai disse que ouviu alguém, mas eu não acreditei nele. — Cat admitiu, ainda achando difícil acreditar em seus olhos. — Eu não acredito que alguém se aventurasse nesta tempestade. — Eu pensei que tivesse a chance de fazê-lo antes do golpe de neve, mas não funcionou dessa maneira. — ele puxou as luvas e enfiou-as nos bolsos do casaco de lã. — Você deveria ter parado em algum lugar. — mas agora que estava ali, Cat estava feliz que não o tivesse feito. E ele mostrou em seu rosto enquanto ela mudou-se para ajudá-lo a tirar o casaco. — No momento em que me ocorreu, eu já tinha passado o ponto de não retorno. E parar no meio do nada não parecia muito sábio também. — Você poderia ter terminado em uma vala em algum lugar. — ela fez um rápido trabalho de pendurar o casaco. — Eu quase fiz isso. Mais de uma vez. — É uma maldita coisa boa, o que você fez. — Chase declarou, anunciando sua presença. Cat estava prestes a ter problema com a aspereza da voz de seu pai, quando ela viu o feixe de aprovação e orgulho nos olhos de Wade. Ele parecia rouco, ela percebeu, porque foi tomado pela emoção. Perguntou-se se Wade poderia entendê- lo. A maneira como ele sorriu de volta a Chase disse a ela que ele o faria. —Eu disse que estaria aqui a tempo. — Wade disse simplesmente. Chase balançou a cabeça em aprovação. — E você é um homem de palavra. — Sou. — Wade alcançou dentro de sua jaqueta e tirou um envelope. — Aqui está. Assinado, selado e entregue. — passou-o para Chase. Por um momento, Chase simplesmente segurou o envelope, com o olhar fixo nele. Em seguida, seu peito se ergueu com uma respiração profunda e ele levantou a cabeça. — Obrigado. — sua voz baixa tremeu com uma riqueza de emoção. Jessy veio caminhando para fora da sala de estar, depois parou quando viu o homem que enfrentava Chase. — Wade. Quando ouvi Chase falando com alguém, pensei que fosse um dos trabalhadores, trazendo-lhe a notícia de algo ruim. Com uma tempestade como esta, poderia ser qualquer coisa. Não me diga que você a atravessou? — ela disse enquanto Laredo aparecia por trás dela. — Nas últimas cinquenta milhas. — Wade assentiu. — O que me levou quase duas horas para cobri-las. — Eu acho que você sabe a sorte que tem, sem me dizer. — ela deu uma sacudida maravilhada em sua cabeça. Mais passos sinalizaram a chegada de Quint e Trey. — Há uma lareira na sala de estar. Melhor você vir se aquecer. — Ainda não. — Chase afirmou, verificando qualquer movimento em direção à sala de estar. Ele fez uma curva lenta, algo em sua linguagem corporal transmitia um desejo de todos permanecer. Sua expressão solene pesava acrescida para o momento. Inconscientemente Cat prendeu a respiração, sentindo que ele estava prestes a fazer um anúncio importante. Ela estava sem uma pista sobre o que poderia ser. Ou qual fora o envolvimento de Wade em tudo aquilo. A julgar pela forma atenta de Jessy, Laredo, Trey, e Quint esperando que ele falasse, compartilhavam de sua consciência do momento. Estranhamente, quando falou a todos, Chase disse: — Isto é para você, Laredo. — e estendeu o envelope para ele. A perplexidade cintilou no rosto de Laredo. Ele hesitou, então deu um passo adiante para pegar o envelope. Olhou para ele; mas não fez nenhum movimento para abri-lo quando levantou um olhar interrogativo para Chase. Algo que Cat só poderia chamar de afeto gentil no duro rosto de Chase, alinhado com os olhos quentes, com entendimento. — Talvez eu devesse dizer que o documento dentro é para Scott Ludlow Jr. — Chase disse. Imediatamente Trey deu um passo para trás e fez um gesto para os outros ainda na sala de estar para se juntar a eles. E havia uma nitidez no olhar interrogativo de Laredo. — Como? Chase atravessou suas palavras. — Isso importa? — um quase sorriso suavizou a linha de sua boca. Seu olhar desviou brevemente para os espectadores, tomando nota da chegada de Sloan, seguido de perto por Dallas, Laura, e Sebastian. Então, novamente sua atenção foi centrada em Laredo. — Nesse envelope, você vai encontrar um perdão total do governo mexicano. Quaisquer e todos os encargos anteriores contra você foram eliminados de seus registros. Um suspiro audível veio de Sloan. Ela tentou sufocá-lo com a mão, olhou para Trey, que sorriu de volta. Jessy colocou uma mão rápida no braço de Laredo, sua expressão viva com a felicidade dele. Laredo usava um olhar atordoado. — Como você conseguiu isso? — Com a ajuda de Wade. — Chase respondeu. Cat sentiu um inchaço de orgulho no peito. Discretamente, ela deslizou a mão na de Wade, ligando os dedos com ele, satisfeita e orgulhosa do papel que desempenhara naquele processo. Profundamente comovido, Laredo sacudiu a cabeça. — Eu não sei o que dizer. — Depois de tudo o que fez para esta família, este é o mínimo que poderíamos fazer por você. — Chase respondeu. — Feliz Natal. — Abra-o. — Jessy pediu em voz baixa. Laredo obrigou-se a retirar o papel de visto oficial, segurando-o para que Jessy pudesse vê-lo também. — Scott Ludlow, — ele murmurou. — Eu nem sei mais quem é. — Não há nada para impedi-lo de mudar legalmente seu nome para Laredo Smith se é isso que você quer. — Chase apontou. — Eu acho que não. — Laredo balançou a cabeça e olhou de soslaio para Jessy. — Não há nenhuma razão pela qual não possa ter seu nome legalmente mudado ao mesmo tempo. Ela abriu a boca em surpresa, um brilho revelador de lágrimas em seus olhos. Quando ela não disse nada, Trey falou: — Isso parece uma proposta para mim, mãe. — E na frente de testemunhas, também. — Laura acrescentou. Jessy riu suavemente. — É melhor que seja uma; porque eu estou aceitando isso. Segurando o documento em uma mão, Laredo passou um braço em torno de Jessy e a segurou firmemente ao seu lado antes de plantar um duro e rápido beijo na boca. Ambos pareciam um pouco conscientes quando uma mistura de gritos e aplausos irromperam em torno deles. — Fico feliz em ver que você está tentando fazer dela, uma mulher honesta, Laredo. — Chase acenou com aprovação. — Só porque você fez um homem honesto de mim. — o respeito e a gratidão estavam em seu olhar. Jake correu para a porta de entrada, olhando ao redor. — O que todo mundo está gritando? Será que Papai Noel chegou? — Você poderia dizer isso. — Laredo sorriu. — Para onde ele foi? — Jake se virou e viu Wade. — Bisavô, ele estava aqui! — ele olhou para Chase com os olhos abertos de admiração. — Ele trouxe o marido para a tia Cat! Rindo, Chase afagou o topo de sua cabeça. — Ele certamente o fez.