Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
AJUDÂNCIA-GERAL
SEPARATA
DO
BGPM
N° 01
POLÍCIA
MILITAR DE MINA* DER AI«
Nossa profissão, sua vida.
COMANDO-GERAL
Dezembro/2010
GOVERNADOR DO ESTADO
ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 2 - )
COMANDANTE-GERAL DA PMMG
Coronel PM RENATO VIEIRA DE SOUZA
CHEFE DO ESTADO-MAIOR
Coronel PM MÁRCIO MARTINS SANTANA
SUPERVISÃO TÉCNICA
Ten Cel PM ARMANDO LEONARDO L. A. F. DA SILVA
Chefe da Seção de Emprego Operacional do EMPM
REDAÇÃO
Cel PM QOR Jovino César Cardoso Ten Cel PM Marcelo
Vladimir Corrêa Cap PM Cleverson Natal de Oliveira Cap PM
Sandro Heleno Gomes Ferreira Cap PM Gilmar Luciano
Santos Cap PM Carla Cristina Marafeli Cap PM Cláudia
Herculana F. Glória Cap PM Cláudio Duani Martins Cap PM
QOS Paola Bonanato Lopes Pedagoga Resângela Pinheiro
Sousa
COLABORAÇÃO
Sd PM Edna Márcia Costa Mendonça Assessora Jurídica
Maria Amélia Pereira
REVISÃO DOUTRINÁRIA
Maj PM Alexandre Nocelli Cap PM Edivaldo Onofre Salazar
2° Sgt PM Luiz Henrique de Moraes Firmino
REVISÃO FINAL
Ten Cel PM Leandro Bettoni Subcomandante da APM
Circulação restrita.
CDU 342.7
CDD
355.13
Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa - CRB - 6a Reg. n.1730
DPSSP N° 3.01.05/2010 - CG
Elaborada a partir:
Dos Valores Definidos para a PMMG, contidos na Diretriz Geral para Emprego
Operacional da PMMG, destacando-se o "Respeito aos Direitos Fundamentais e
Valorização das Pessoas”;
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS. ........................................................................................................................... 11
3.2 Conceito................................................................................................................................ 13
5.2 Eixo 2: Procedimento Policial para Proteçãodos Direitos Humanos dos Grupos
Vulneráveis , Minorias e Vítimas .................................................................................................. 29
5.2.1 Contextualização ......................................................................................................................29
5.2.2 Grupos Vulneráveis .................................................................................................................30
5.2.3 Minorias ...................................................................................................................................31
5.2.4 Diferença entre grupos vulneráveis e minorias ........................................................................32
5.2.5 Vítima da criminalidade e abuso de poder ...............................................................................33
5.3 Eixo 3: Política Interna de Direitos Humanos ................................................................. 34
5.3.1 Contextualização ...................................................................................................................... 34
5.3.2 Direitos do policial militar ....................................................................................................... 35
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 8 - )
5.3.3 Programas e benefícios existentes na corporação voltados para o policial militar ................. 36
5.3.4 Órgãos Internos e Externos de Promoção dos Direitos Humanos na PMMG .................... 39
7.2 Ações Eixo 2: Estratégias para Sensibilização do Atendimento aos Grupos Socialmente
Vulneráveis e às Vítimas da Criminalidade e Abuso de Poder .................................................. 51
DPSSP N° 3.01.05/2010 - CG
2 OBJETIVOS
2.1 Definir as conceituações teórico-metodológicas dos princípios de Direitos
Humanos adotadas na prática policial, referendada nos principais documentos
internacionais de Direitos Humanos e no ordenamento jurídico brasileiro.
2.2 Determinar procedimentos, deveres e funções policiais-militares segundo a
filosofia dos Direitos Humanos, com base na conduta ética e legal e no respeito à
diversidade social.
2.3 Divulgar aos integrantes da Instituição as políticas internas de promoção de
Direitos Humanos que visam garantir e promover seus direitos.
2.4 Ser referencial teórico na educação em Direitos Humanos, em âmbito
institucional.
2.5 Estabelecer uma linha de comunicação entre a Polícia Militar e a população
em geral, para discutir assuntos relacionados a filosofia de direitos humanos
3 DIREITOS HUMANOS
3.1 Breve histórico
Em breve linha temporal, podemos visualizar o processo construtivo dos
Direitos Humanos. Sua historiografia remonta à antiguidade com registros como o
Código de Hamurabi (Séc. XVIII A. C.)1 e o Cilindro de Ciro2 (539 A. C.), perpassa
pela Idade Média, na Inglaterra, com a Magna Carta 3 e segue com outros
instrumentos Ingleses relevantes : o Habeas Corpus Act (1698) que garante
liberdade por prisão arbitrária e o Bill of Rights (1689) que retirou do monarca o
poder absoluto de legislar, transferindo-o a um parlamento, até a modernidade.
Segundo Herkenhoff (2002, p.2), o termo Direitos Humanos é "[...] Um
projeto histórico a ser realizado”. Esses direitos não são estáticos, eles evoluem à
medida em que a ciência e seus avanços, como as pesquisas com células tronco, a
clonagem humana, a sustentabilidade ambiental, os avanços cibernéticos, dentre
outras tecnologias, também evoluem, ocorrendo uma natural ampliação dos
Khammu-rabi, Rei da Babilônia no 18° século A. C., estendeu grandemente o seu império e
governou uma confederação de cidades-estado. Erigiu, no final do seu reinado, uma enorme "estela" em
diorito, na qual ele é retratado recebendo a insígnia do reinado e da justiça do Rei Marduk. Abaixo
mandou escrever 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurábi (embora
abrangesse também antigas leis).
2
Primeira Declaração dos Direitos Humanos contêm uma declaração do Rei Persa (antigo
Irã) Ciro II depois de sua conquista da Babilônia em 539 A. C. Foi descoberto em 1879 e a ONU o traduziu
em 1971 a todos os seus idiomas oficiais.
Carta Magma das Liberdades (...) foi a declaração solene que o Rei João da Inglaterra, também
conhecido como João Sem Terra, assinou, em 15 de junho de 1215, perante o alto clero e os barões do
reino._ Comparato, Fábio Konder - Afirmação histórica dos Direitos Humanos, 6. ed. rev. e atual. - São
Paulo: Saraiva, 2008.
Direitos Humanos em uma dinâmica que acompanhará os passos da humanidade,
garantindo às próximas gerações uma vida digna e próspera.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 12 - )
O Iluminismo é (...) uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os
seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre
exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo#cite_note-4- acessado em 19nov2009.
Os tribunais de Nurenberg e de Tóquio causaram dois grandes impactos relativos ao direito
internacional dos Direitos Humanos: possibilitaram a responsabilização de indivíduos e apresentaram
novo limite ao conceito de soberania. IKAWA, PIOVESAN, ALMEIDA - Fundamentos e história dos
Direitos Humanos - formação de conselheiros em Direitos Humanos - Secretaria Especial de Direitos
Humanos, 2007.
sobre a Igualdade de Homens e Mulheres, para Remuneração de Trabalho de Igual
Valor da Organização Mundial do Trabalho (1953).
Atualmente, um número cada vez mais expressivo de países tem
referendado as normas e filosofias de Direitos Humanos, adotando garantias, tanto
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 13 - )
3.2 Conceito
Direitos Humanos correspondem à somatória de valores, de atos e de
normas que possibilitam a todos uma vida digna. Durante sua historiografia, esses
direitos receberam várias definições. Na Revolução Francesa (1789), surgiu o
termo "direitos do homem e do cidadão”, que após ter sido inserido nas
Constituições de vários países, passaram a ser chamados de "direitos
fundamentais da pessoa humana”, e, finalmente, quando foram previstos em
Convenções, Pactos e Tratados, receberam a designação de "Direitos Humanos”.
(OLIVEIRA, 2009, p.14)
Para Bobbio (1988, p. 30), "os Direitos Humanos nascem como direitos
naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando
cada Constituição incorpora Declarações de Direito), para finalmente encontrarem
sua plena realização como direitos positivos universais”.
Por sua vez, Herkenhoff (2002, p. 19) afirma que os Direitos Humanos são
modernamente compreendidos como direitos fundamentais que o ser humano
possui por sua própria natureza humana e pela dignidade que a ela é inerente.
Segundo Rover (2005, p. 72), Direitos Humanos são entendidos como: "[...]
um título. É uma reivindicação que uma pessoa pode fazer para com outra de
maneira que, ao exercitar esse direito, não impeça que outrem possa exercitar o
seu. Os Direitos Humanos são títulos legais que toda pessoa possui como ser
humano. São universais e pertencem a todos, rico ou pobre, homem ou mulher.”
É de se ressaltar que direitos fundamentais, segundo Comparato (2007, p.
58-59), são "os direitos humanos reconhecidos como tais pelas autoridades às
quais se atribui o poder político de editar normas, [...]; são os direitos humanos
positivados nas Constituições, nas leis, nos tratados internacionais.”
(COMPARATO, 2007, p.58-59 apud OLIVEIRA, 2010, p.41)
Segundo Ramos, corroborado por Oliveira, Direitos Humanos
correspondem a um conjunto mínimo de direitos necessários para assegurar uma
vida, baseada na liberdade e na dignidade. (RAMOS, 2001, p.27 apud OLIVEIRA,
2003, p. 13)
Constata-se que os Direitos Humanos são próprios da natureza humana,
não tem que ser concedidos, pois todo cidadão já nasce com eles. O que deve
haver pelo poder político é sua garantia, ou seja, que esses direitos não sejam
violados. É por este motivo que os direitos de todos os cidadãos estão prescritos
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 14 - )
3.3 Características
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada com a aprovação
de 48 Estados membros, presentes à Assembléia Geral da ONU, em 10 de
dezembro de 1948. Essa declaração consolidou uma visão contemporânea de
Direitos Humanos, marcada pela universalidade, pela invisibilidade e pela
interdependência.6
A Universalidade é uma característica de Direitos Humanos, a qual confere a
todas as pessoas o reconhecimento de "sujeito de direitos” no âmbito internacional,
independentemente da nação a que pertence.
A indivisibilidade implica que, para a consolidação da dignidade humana, se
faz necessária a indissociabilidade dos direitos civis e políticos (direitos à vida, à
liberdade e ao voto) dos direitos sociais, econômicos e culturais ( o direito à
educação, à alimentação e à moradia, etc.)
proporcione sentido.”
Santos (1995) aduz que "[...] temos o direito a ser iguais quando a diferença
nos inferioriza; temos o direito a ser diferentes quando a igualdade nos
descaracteriza”.
Entretanto, inobstante as contraposições ideológicas elencadas, em um
mundo globalizado, no qual existem modernos meios de comunicação e transporte,
como a rede mundial de computadores, que nos permite navegar por um sem
número de culturas, abrindo espaço para uma dialética universal, torna-se cada vez
mais complexo o pensamento de se manter culturas intactas, livres de qualquer
influência externa à sua realidade. As interações entre padrões culturais diferentes
tornaram-se inevitáveis, o que resulta em um intercâmbio de valores culturais cada
vez mais significativos.
Nesse contexto, deve haver uma maior predisposição à tolerância por parte
dos diferentes povos no tocante ao ideal de proteção à dignidade humana em todas
as suas facetas, para que, enfim, possa ser estabelecido, definitivamente, um
código comum de normas, que conte com a adesão de todas as nações e que
venha a proporcionar uma proteção mais eficaz dos direitos inerentes à pessoa
humana, independentemente de qualquer fator cultural.
Nome dado à Constituição por Ulisses Guimarães, que foi um dos constituintes em 1988.
país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade”.
Esse artigo elenca diversos incisos que abarcam a temática Direitos Humanos.
7
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 18 - )
Diretriz para Produção de Segurança Pública n° 08- Filosofia de Direitos Humanos da Polícia
Militar de Minas Gerais, 2004.
plenitude e magnitude do princípio que fundamenta a Constituição Federal, a
"dignidade da pessoa humana”, nos valores Institucionais da Polícia Militar de
Minas Gerais.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 20 - )
Transversalidade: [...] refere-se a temas sociais que permeiam os conteúdos das diferentes
disciplinas,exigindo uma abordagem ampla e diversificada não se esgotando num único campo de
conhecimento.Interdisciplinaridade[...] questiona a segmentação dos diferentes campos do
conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica entre as disciplinas[...] (CORDEIRO e SILVA,
2005, p.31,32)
resolução pacífica de conflitos que antecedem o uso efetivo da força e proibição da
tortura e do tratamento desumano, cruel ou degradante.
1
Conforme a Resolução n° 3.936/2007- CG, os militares formados no Curso de Bacharelado em Ciências
Militares, CBCM/CFO, a partir do ano de 2006, são reconhecidos como Promotores de Direitos Humanos,
tendo em vista a carga horária da disciplina durante o curso.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 28 - )
5.2 Eixo 2: Procedimento Policial para Proteção dos Direitos Humanos dos
Grupos Vulneráveis , Minorias e Vítimas
5.2.1 Contextualização
A cultura brasileira é o resultado de um grande sincretismo que uniu
costumes de diversos povos. Os caracteres genéticos que compõem as nossas
raízes são frutos de uma secular miscigenação de etnias, gerando uma diversidade
que nos proporciona uma imensurável riqueza cultural e social. As diferenças
relacionadas à etnia, gênero, deficiência, idade, entre outros, também constituem
essa diversidade.
Porém, quando essas diferenças se convertem em desigualdade, criam um
ambiente propício a toda sorte de violações de direitos, tanto no espaço público
quanto privado, tornando vulneráveis as pessoas que estão na condição de
diferentes. É possível citar como exemplo as pessoas com deficiência, os idosos,
as mulheres, as crianças e os adolescentes e a população em situação de rua.
Esses grupos são chamados, assim, de grupos vulneráveis.
A busca dessas pessoas pelo reconhecimento de seus direitos é hoje um
fator democrático preponderante, pois, somente através da igualdade é que se
percebe a plena democracia. Foram muitos os movimentos sociais e conquistas,
notadamente nos setores mais vitimados pelo preconceito e pela discriminação.
A falta de políticas públicas direcionadas a esses grupos e a desinformação
da sociedade são fatores que contribuem para a vitimização, por isto, existe
atualmente um grande esforço nacional no sentido de se dar mais visibilidade a
esses grupos e de proporcionar mais informação à sociedade, estimulando, assim,
uma co-responsabilidade na formulação de leis e políticas garantidoras dos direitos
dos grupos vulneráveis, como, por exemplo, a criação do Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente,
entre outros.
A prática da defesa dos Direitos Humanos pelos organismos
governamentais e não governamentais proporciona à sociedade e, mormente a
esses grupos vulneráveis, reconhecimento e abertura de espaço político, trazendo
a realização concreta de seus anseios, e cumprindo efetivamente o que está escrito
nas leis e nos estatutos.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 30 - )
5.2.3 Minorias
O conceito de minoria, não se refere somente a desvantagem numérica,
quantitativa de determinada população, mas também diz respeito a sua posição de
domínio ou dominado:
[...] um grupo de cidadãos de um Estado, constituindo minoria numérica e em
posição não-dominante no Estado, dotada de características étnicas,
religiosas ou linguísticas que diferem daquelas da maioria da população,
tendo um senso de solidariedade um para com o outro, motivado, senão
apenas implicitamente, por vontade coletiva de sobreviver e cujo objetivo é
conquistar igualdade com a maioria, nos fatos e na lei [...] (DESCHENES apud
MAIA, 2001, grifo nosso)
5.3.4.3 IPSM
O IPSM (Instituto de Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais)
possui a finalidade institucional de prestar assistência médica, social e
previdenciária a seus beneficiários, conforme regulamento do Instituto de
Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais a que se refere o
Decreto n° 43.581, de 11Set2003 e a Lei n° 10366, de 28Dez90.
Através do SISAU, criado por meio de Convênio de Cooperação Mútua entre
o IPSM, a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e o Corpo de Bombeiros Militar
do Estado de Minas Gerais, a assistência à saúde encontra um sistema bem
estruturado, contando, para a efetiva prestação de serviços, com uma vasta
rede orgânica e contratada em todo o Estado, buscando atender a todos os beneficiários
de maneira rápida e eficiente.
Na área previdenciária, podemos citar os seguintes benefícios:
I - para o segurado:
a) assistência à saúde: prestada com a participação do segurado
em seu custeio, compreende os serviços de natureza médica,
hospitalar, odontológica e farmacêutica e a aquisição de aparelhos
de prótese e órtese;
b) auxílio-natalidade devido pelo nascimento de filho de segurado;
c) auxílio-funeral: O Estado assegura o sepultamento condigno ao
militar, o translado do corpo do militar da ativa falecido para a
localidade, no País, solicitada pela família, através de quantitativo
em dinheiro destinado à indenização das despesas com
sepultamento do militar.
II - para o dependente:
a) pensão: por morte do segurado é devida aos seus dependentes
a partir do óbito;
b) pecúlio: por morte do segurado será devido o pecúlio ao seu
dependente regularmente inscrito;
c) assistência à saúde: compreende os serviços de natureza
médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica e a aquisição de
aparelhos de prótese e órtese;
d) auxílio-reclusão: devido ao dependente do segurado detento ou
recluso, não albergado e recolhido à prisão, a partir da data em que
se verificar a perda total de sua remuneração.
5.3.4.4 Associação Feminina de Assistência Social - AFAS.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 41 - )
Programa desenvolvido pela APM, que consiste em proporcionar ao discente uma vivência
junto às escolas, como docente da temática de Direitos Humanos, utilizando uma metodologia lúdica, que
abarca dinâmicas e jogos vivenciais direcionados a crianças.
importante para evitar manifestações de cunho ideológico ou ofensivo ao público
presente durante a vivência.
7.2.5 Nos currículos dos cursos de formação e da educação continuada, ao se
tratar do tema grupos vulneráveis, este deverá sempre estar relacionado à temática
Direitos Humanos.
7.2.6 A temática grupos vulneráveis deverá ser incluída no treinamento policial
básico com a finalidade de manter o policial atualizado com relação aos
procedimentos a serem adotados no atendimento a esses grupos.
7.2.7 O sistema de educação à distância da Polícia Militar deverá contemplar
cursos sobre a temática.
7.2.8 Recomenda-se, nas estratégias metodológicas, aliar a teoria à prática e, a
partir da sensibilização, direcionar a vivência do tema referente a grupos
socialmente vulneráveis a procedimentos práticos, de forma a desenvolver, no
policial, habilidade procedimental para auxiliar as pessoas. Os termos relativos a
cada grupo também deverão ser explicados e refinados.
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
8.1 Todas os serviços e atividades referentes à doutrina de Direitos Humanos na
Polícia Militar devem ser reportadas ao EMPM, o qual, em trabalho conjunto e
harmônico com a APM e com a DAOp; avaliará quanto à viabilidade institucional e à
exequibilidade operacional.
8.2 Todas as Seções do EMPM envolver-se-ão nas atividades de consolidação
das políticas de Direitos Humanos da Polícia Militar, propondo readequações que
porventura sejam necessárias.
8.3 As grades curriculares dos diversos cursos da Polícia Militar deverão ser
readaptadas, a partir de dezembro de 2010, de forma a contemplar as estratégias
estabelecidas na presente Diretriz.
8.4 Observar-se-á, na condução das diretrizes relativas aos Direitos Humanos,
as recomendações constantes na Diretriz n° 3.02.01/2009, que regula
procedimentos e orientações para a execução com qualidade das operações, e as
normas constantes na Diretriz n° 3.02.02/2009, que estabelece orientações básicas
para as atividades de coordenação e controle.
8.5 As diretrizes estabelecidas na presente norma não devem conflitar com as
demais macroestratégias previstas pela PMMG e, portanto, nas situações
conflituosas, o EMPM dirimirá as dúvidas por intermédio de norma complementar.
8.6 Revogam-se as disposições em contrário, principalmente a DPSSP n°
08/2004.
Publique-se, registre-se e cumpra-se.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 54 - )
PROIBIÇÃO DA art. 4° art. 8° (1-2)* art. 6° * art. 1°, II e art. 5°, XLVII
ESCRAVIDÃO
PROTEÇÃO A art. 16 art. 23, 24 e 25 art. 10 art. 17 * e 19* Art. 5°, LXXVI; 6°, 226,
FAMÍLIA E A 227 e 229
CRIANÇA
GARANTIAS art. 10 e 11 art. 14 e 15 * art. 8°, 9° * e 10 Art. 5°, incisos XXXV,
JUDICIAIS
XXXVIII, XXXIX, LIII,
LV, LVII, LXXIV
IGUALDADE art. 7° art. 14 e 26 art. 24 art. 3°, IV e 5°, caput e
PERANTE A LEÃ inciso I
LIBERDADE art. 3°, 9° e 11.2 art. 9°, 11 * , 14.6 e art. 7°, 9° e 10 art. 5°, caput, incisos
PESSOAL
15* LXI, LXVII e LXXV
LIBERDADE DE art. 18 art. 18 * e 27 art. 12 * art. 5°, VI e VIII
CONSCIÊNCIA
DIREITO A art. 22 e 25 art. 9° art. 26 art. 3°, I a IV, 4°, IX, 194
SEGURIDADE a 204
SOCIAL
DIREITO A SAÚDE art. 25 art. 12 art. 26 art. 196
*) Esses direitos não podem ser derrogados sob nenhuma circunstância, mesmo em estado de
exceção.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 57 - )
LIBERDADE DE
art. 19 art. 19 art 5°, incisos IV,
PENSAMENTO E VII e IX
EXPRESSÃO
INVIOLABILIDADE DO
art. 12 art. 17 art. 11 art. 5°, XI
DOMICÍLIO
NOTAS:
1. Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da Assembléia-Geral das
Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, e assinada pelo Brasil, em 10 de
dezembro de 1948.
2. Adotado pela Resolução n° 2200-A (XXI) da Assembléia-Geral das Nações
Unidas, em 16 de dezembro de 1966, e ratificada pelo Brasil, em 24 de janeiro de
1992.
3. Adotado pela Resolução n° 2200-A (XXI) da Assembléia-Geral das Nações
Unidas, em 16 de dezembro de 1966, e ratificada pelo Brasil, em 24 de janeiro de
1992.
4. Adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interamericana
sobre Direitos Humanos, em San José de la Costa Rica, em 22 de novembro de
1969, e ratificada pelo Brasil, em 25 de setembro de 1992 (Pacto de San José de la
Costa Rica).
5. Promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte, em 05 de outubro de 1988.
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 58 - )
tampouco barganhá-los.
Quando o policial comete qualquer ato contra a dignidade da pessoa humana,
responde por sanções nas esferas administrativa, civil e penal. Individualmente, o
policial é o responsável pelo dano causado, porém, toda a instituição fica maculada
perante a sociedade, refletindo negativamente no trabalho dos demais policiais.
Não basta somente que o policial respeite e proteja a dignidade humana,
mas, também, que mantenha e defenda os Direitos Humanos, que têm as
características da irrenunciabilidade 13 e da imprescritibilidade14, portanto, não são
objeto de desistência, pois ninguém pode renunciar à vida, à liberdade e à dignidade.
São conquistas que não podem retroagir, ou seja, os Direitos Humanos não perdem
seu valor com o passar do tempo, nem podem ser extintos.
A importância da atuação do policial não se restringe somente ao
cumprimento do dever legal, mas também à conduta ética de aplicação da lei, na
construção da paz social e à defesa dos Direitos Humanos de todas as pessoas,
independentemente da nacionalidade, sexo, orientação sexual, raça, credo,
convicção política, religiosa ou filosófica.
relacionamento é monitorado.
5.2 Policial inibidor da corrupção no desempenho da atividade operacional
No desempenho da construção da paz social, o policial deparar-se-á com
situações em que estará do lado oposto ao do cidadão. Nesse caso, ele será
obrigado a atuar contra aquele que infringir a lei. Para isso, atuará sempre
respaldado pela lei, sem abusos nem arbitrariedades. Quando o policial recorre a
práticas contrárias à lei ou atua além do poder e autoridade concedidos por lei, a
distinção entre o suspeito e o policial já não pode ser feita.
O desenvolvimento de atitudes e comportamentos pessoais pelo policial
fazem com que ele desempenhe sua atividade de forma correta. Cada cidadão
coloca seu bem-estar nas mãos de outros seres humanos, necessitando de garantia
e proteção para fazê-lo com confiança.
Escândalos de corrupção, envolvimento em grande escala com o crime
organizado e outros desvios de conduta relacionados com policiais, abalam
profundamente as fundações da instituição, a qual almeja níveis de ética prontos
para efetivamente erradicar esse tipo de comportamento indesejável.
Vale ressaltar que não é suficiente que o policial saiba que sua ação deve ser
pautada na lei e não na arbitrariedade. A ética pessoal do policial é que decidirá o
tipo de ação a ser tomada em dada situação.
Em razão da natureza do trabalho, o policial estará atuando sempre em
grupo. Trabalhar com colegas em situações difíceis e perigosas, durante grande
parte do dia, pode levar ao surgimento de comportamentos típicos de grupos
caracterizados por padrões subculturais. O policial terá sua ética pessoal
confrontada com a ética de grupo, cabendo a esse indivíduo aceitar ou não a
pressão que lhe foi imposta.
Quando nos consultamos com um médico, psicólogo ou advogado,
acreditamos e esperamos que nossa privacidade seja respeitada e nosso caso seja
tratado confidencialmente. A bem da verdade, confiamos na existência e no respeito
de um código de ética profissional, visto que a natureza da atividade possui um
impacto direto na qualidade de vida dos cidadãos, como também da sociedade com
um todo.
3 DEVERES DO POLICIAL
O policial, no uso de suas atribuições legais, deve estar atento a cumprir e
fazer cumprir o direito à liberdade e à segurança pessoal do cidadão. Ninguém pode
ter sua liberdade cerceada, salvo pelos motivos previstos em lei e em conformidade
com os procedimentos nela estabelecidos. A pessoa, ao ser capturada, deve ser
prontamente avisada das acusações contra ela.
Para transparência da conduta do policial, é prudente que ele, na execução
dos procedimentos, conte com a presença de testemunhas, a fim de evidenciar a
lisura e a cristalinidade de seus atos.
Nenhuma pessoa é obrigada a constituir prova contra si mesma nem a
confessar a culpa, o que lhe dá o direito a permanecer calada no ato da captura e
posterior detenção, se assim for o caso, sem violência nem tortura, com direito a
tratamento humano, especialmente pelo policial, e a consultar um advogado, mesmo
no local de sua captura, mediante observância das regras mínimas de segurança.
Após ter passado da captura para a detenção, o detido tem direito de avisar
sua família, ou pessoa por ele escolhida, acerca dessa sua situação. Ele pode, para
isso, usar telefone ou qualquer outro meio de comunicação.
Para conhecimento do policial militar, no momento da ratificação da detenção
pela polícia judiciária, alguns direitos devem ser preservados ao detido. Cabe, ao
policial que lida com a comunidade, assegurá-los e comunicá-los ao detido, naquele
momento, como promoção dos Direitos Humanos. A preservação desses direitos
impõe deveres ao policial como agente do Estado. Diante de tal postura profissional,
o policial deve ter em mente que, em nenhum momento, essa conduta não lhe causa
descrédito nem desconforto, no que tange à ameaça de perda de autoridade. Ao
contrário, o próprio detido passa a respeitá-lo, em razão de seu comportamento
ético, motivo da autenticidade e legitimidade da Polícia Militar.
O policial deve saber que a detenção, antes do julgamento, é exceção, ao
invés de regra. As pessoas detidas devem ser mantidas somente em locais
oficialmente reconhecidos e apropriados para detenção, e sua família e
representantes legais devem, sobre isso, receber todas as informações. A detenção
de uma pessoa deve ser confirmada por uma autoridade judicial. Ao detido,
informa-se a razão de sua detenção e qualquer acusação contra ele, e faculta-se-lhe
comunicar-se, reservada e pessoalmente, com seu representante legal.
3.1 Interferência policial na privatividade
Todas as pessoas, independentemente do sexo, orientação sexual 4, raça,
Orientação Sexual é a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra. A orientação
sexual existe num continuum que varia desde a homossexualidade exclusiva até a heterossexualidade
exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade. Embora tenhamos a possibilidade de
escolher se vamos demonstrar, ou não, os nossos sentimentos, os psicólogos não consideram que a
orientação sexual seja opção consciente que possa ser modificada por um ato de vontade. CONSELHO
NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO CONTRA GLTB E PROMOÇÃO DA CIDADANIA
( - SEPARATA DO BGPM N° 01, de 04 de janeiro de 2011 - ) Página: ( - 66 - )
cor, língua, idade, crença religiosa e opinião política, devem ter sua honra e
reputação protegidas e preservadas.
Ninguém pode sofrer interferência em sua vida privada, em seu lar, em sua
família, respeitado o rigor do sigilo de correspondência.
Nem mesmo a autoridade pública, exercida pela polícia, pode intervir em tal
privatividade que é garantida às pessoas. O policial só pode interferir nesse direito
em concordância com a lei, e, assim mesmo, em prol dos interesses de segurança
nacional, e segurança pública, para a prevenção da ordem e do crime, proteção da
saúde ou da moral, em favor da coletividade, em busca da paz social.
O policial deve pautar sua conduta por não violar o lar, residência, veículos,
nem outras propriedades, nem interceptar correspondência, mensagens telefônicas
ou outras comunicações, a não ser em cumprimento legítimo do que a lei permite,
como flagrante delito ou execução de mandado judicial.
O fato é que o policial, dentro da postura ética, deve se autopoliciar para o não
cometimento de atos contrários à lei, aos aspectos morais e à honra das pessoas.
3.2 Como lidar com informantes confidenciais
O policial deve ter habilidade individual para lidar com informantes
confidenciais, haja vista o nível de importância que a informação cedida pelo
informante confidencial pode representar para a justiça. A ética, a inteligência
policial, a discrição e a conduta profissional do policial passam a ser os vetores de
tais informações e devem ser adotadas em virtude de poder ser o informante, até
mesmo alguém integrante do crime organizado ou nele envolvido.
É importante lembrar que tais informações podem ser as únicas a contribuir
com a descoberta da veracidade, alcançando a legalidade. O policial deve estar
preparado para lidar com todos os tipos de situação, sem se envolver. Ao contrário,
cometerá atos que contribuirão para a falta de ética e desabonarão sua conduta
como policial. Tal atitude pode ser tal como a troca de favores dos mais diversos
possíveis, a qual, muitas vezes, foge da alçada e competência do policial, até mesmo
porque tal situação ocorre de forma secreta e pode acarretar, inclusive, atos de
corrupção pelo policial que lida diretamente com esse tipo de caso.
Para evitaresse caso, que pode afetar a credibilidade da Instituição, em
decorrência de ações isoladas, alguns procedimentos nesse tipo de
relacionamento devem ser levados em consideração, tais como direcionar para o
mesmo policial os reiterados contatos para melhor acompanhamento, dando-lhe a
responsabilidade de conduzir a troca de informações para o alcance da justiça.
Embora seja uma premissa a ausência de identidade desses informantes, são
necessários para a segurança do próprio policial e consequentemente da
instituição, seus dados em registro oficial, e que estes estejam acessíveis a uma
pessoa específica na estrutura de comando. Tais dados devem ser verdadeiros, até
mesmo para a própria segurança do informante, que deles deve ter
conhecimento.
Não deve ser desprezado pelo policial o fato de o próprio informante ser o
responsável pelo planejamento das informações prestadas. Isso deve ser
cautelosamente monitorado.
COMANDANTE-GERAL
AJUDANTE-GERAL