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Callie Hart
#1 Violent Things
~2~
SINOPSE
Você nunca está mesmo fora até que esteja morto. Isso é o que os
chefes da máfia, traficantes de armas e ladrões de carros de Seattle irão
a dizer a você, de qualquer maneira.
~3~
Aviso das Tradutoras
Este livro é a continuação da história de Zeck e Sloane, que
acompanhamos primeiro atravrés da Série Blood & Roses (que possui
06 livros, todos já traduzidos). Essa série, Chaos & Ruin, começa do
ponto em que aquela série acaba, mas vem depois do primeiro livro da
série Hell’s Kitchen (que a autora escreveu com a outra autora Lili Saint
Germain). Essa série tem previsão de que tenha 3 livros, mas até o
momento ela só lançou o primeiro da série – que também se chama
Hell’s Kitchen e também já foi traduzido.
Deviant
Fracture
Burn
Fallen
Twisted
Collateral
Hell’s Kitchen
Violent Things
~4~
Capítulo um
SLOANE
Você não pode pedir que alguém não morra só porque é véspera
de Natal. Eu deveria saber. Eu já tentei duas vezes e não funcionou
nenhuma das vezes. O St. Peter não tem parado desde que eu comecei
meu turno, há trinta e seis horas, e não parece que as coisas vão se
acalmar a qualquer momento em breve.
Zeth vai me matar. Era para eu estar em casa há doze horas, mas
a ferida de bala, a overdose de álcool e as vítimas da briga no bar me
mantiveram trabalhando. Agora, Mikey, o interno 1 , e eu, estamos
esperando com uma maca do lado de fora do hospital pelas vítimas do
segundo acidente de carro da noite, e meu corpo está martelando. É
quase meia-noite. Eu deveria estar exausta, mas a adrenalina, que me
ajuda a agir e pensar rápido no andar do trauma, me mantém ligada.
— Ahhh, porra, cara. Toda a minha família já está lá. Eu vou ter
que comer feijão3 com torrada no jantar de Natal amanhã. Sozinho.
~5~
— Melhor se acostumar com isso. Ser médico geralmente significa
não ter Natal. Ou Páscoa. Ou Dia de Ação de Graças. Ou o seu próprio
aniversário. Basicamente nós não temos nada.
~6~
— Alex Massey, tenente do posto de bombeiros 63. Ele estava
acordado quando o levantamos, mas perdeu a consciência logo depois.
Ele está sistólico. Pressão arterial no chão. Injetamos dopamina no
caminho.
— Olly...
~7~
Oliver olha para mim, me fazendo silenciosamente a pergunta –
você cobre as minhas costas? Eu aceno. Alguns médicos desmoronariam
em situações como essa, mas não Olly. Ele está galvanizado,
trabalhando metodicamente. Ele não mostra nenhum sinal de
comprometimento emocional. Se ele mostrasse, eu seria a primeira
pessoa a concordar com a Diretora. Dessa maneira, eu digo — Ele
consegue fazer isso, Diretora. Dr. Massey está atualmente segurando
um sangramento arterial. Se ele sair...
— Oliver.
Oliver levanta o olhar para mim uma vez que ela se foi. —
Obrigado.
4Doenças Sexualmente Transmissíveis. É uma área que a maioria dos médicos que
não são especialistas nela não gosta de trabalhar, servindo, portanto como uma
espécie de ―castigo‖ para os médicos que não cumprem com as normas do hospital.
~8~
vez que passo pelas portas do hospital, e o que eu acabei de fazer?
Balancei o maldito barco. Estou quase virando o maldito barco.
— Ahhh, merda. Sloane, algo não está certo. Eu pensei que tinha
segurado o fluxo, mas há mais sangue agora. Não está vindo do
coração. Nós precisamos encontrar.
Ela acaba por estar na parte de baixo do seu intestino. Não é uma
causa comum para tanta perda de sangue, especialmente por ele estar
se infiltrando na cavidade torácica, mas o dano é grave.
5 É uma sala fechada, separada por um vidro, que fica em um nível mais alto que a
sala de cirurgia e serve de observatório para médicos e, principalmente, estudantes.
6 É uma bolsa presa ao corpo para aquelas pessoas que têm algum problema para
defecar por métodos normais. As fezes se acumulam nessa bolsa, ela é esvaziada e
presa de novo ao corpo do paciente. Pode ser usada por um período de tempo ou,
dependendo da gravidade do problema, pela vida toda. Claro que é uma peça bastante
limitadora e, provavelmente, um bombeiro não conseguiria trabalhar usando uma.
~9~
Oliver está agitado em seus pés enquanto fechamos o seu irmão.
Eu estou bem, cabeça limpa e alerta, até que nós costuramos Alex e as
enfermeiras o levam. Exaustão me bate como uma parede de tijolos na
cara assim que as responsabilidades com o meu paciente acabam, no
entanto. Sinto como se estivesse bêbada quando Oliver e eu tiramos as
luvas cirúrgicas e máscaras e as jogamos nos cestos de lixo de material
contaminado.
— Oh meu Deus. Olly, ele vai ficar bem. Você fez um bom
trabalho. Ei, não se preocupe. — eu me agacho e enrolo meus braços ao
redor dele, o abraçando enquanto seu corpo treme. Eu sei que essa
reação não é por medo pela segurança de Alex. O cara deve ficar bem,
nada de horrível vai acontecer. É somente o choque. A pressão de ter
que se segurar por tantas horas está cobrando seu preço.
— Eu sei.
— Ok. Vejo você em dois dias, Ol. — me viro para ir andando pelo
corredor, mas ele me chama, me fazendo parar antes que eu alcance
Zeth.
— Ei, Romera?
— Sim?
~ 10 ~
Ele me dá um sorriso fraco e sem entusiasmo. — Feliz Natal,
certo?
ZETH
Ela parece como se estivesse pronta para desmaiar. Eu acho
que vou ter que levantá-la quando ela desmorona contra mim, seu
rosto pressionado no meu peito, mas não é necessário. Ela só está
cansada e se apoia em mim. Enrolo meus braços ao redor dela
mesmo assim, porque é para isso que eu estou aqui. Sempre. Ser a
pessoa em quem ela pode se apoiar vai ser o primeiro dos meus
trabalhos até o dia em que eu morrer, e cara, tenho um sério caso
de trabalho satisfatório e bem cumprido.
— Vou te levar para casa agora, garota zangada. Você tem algo a
dizer sobre isso?
~ 11 ~
vez. Nem quando a Diretora do hospital, sentada perto de mim,
começou a xingar como um marinheiro quando o cara teve não
apenas uma parada cardíaca, mas duas.
~ 13 ~
Capítulo dois
SLOANE
~ 14 ~
— Feliz Natal para você também. — Eu me contorço para trás, a
bunda empinada, me aninhando na curva do seu corpo, e ele solta um
gemido cheio de sono.
~ 16 ~
sempre me impeço de abri-la, assim como também sempre me impeço
de sair correndo.
— Você foi uma boa garota esse ano, Sloane? — Zeth troveja,
caminhado em direção à cama. Em direção a mim. — Ou você foi... Má?
Nós jogamos esse chicken game 7 , onde eu finjo que sou mais
corajosa do que ele pensa que eu sou, fazendo de primeira tudo que ele
me pede. Hoje está muito mais difícil de obedecer, no entanto. Estou
um pouco perturbada por seja lá o que ele vai puxar para fora da
mochila.
~ 17 ~
— Ah ah ah. Você ainda não merece isso.
Zeth se curva sobre mim, puxando meu lábio inferior com seus
dentes. — Que boca suja.
Ele não me faz esperar muito. O resto das cobertas são jogadas
no chão e então sou somente eu algemada na cabeceira da cama,
vulnerável e à mostra, enquanto ele se posiciona sobre mim. — Você
quer isso, garota zangada? — ele sussurra, sua respiração quente e
rápida contra minha bochecha.
~ 18 ~
Quase pulo para fora da minha pele quando Zeth pressiona algo
frio e duro contra o interior da minha perna. — Preciso que você fique
de costas para mim, — ele me diz. — Seja uma boa garota e fique de
joelhos. Agora.
Calor flui por mim, meio por vergonha, meio por antecipação. Eu
não tenho absolutamente nenhuma razão para estar envergonhada.
Zeth já explorou cada parte do meu corpo, de cada ângulo possível, mas
me expor a ele desse jeito é sempre um pouco estranho. Ele murmura
enquanto passa suas mãos sobre a minha bunda e se abaixa indo para
frente, para que sua língua possa correr pelo meu núcleo, lambendo
minha buceta.
— Sim, — eu choramingo.
~ 19 ~
Ele desliza seja lá o que for que tem na mão – um vibrador, deve
ser – mais, mais, mais para dentro, até que o cabo disso pressiona
contra o meu clitóris. A intensidade das vibrações aumenta, enviando
uma onda de prazer sobre a minha pele.
~ 20 ~
também posso fazer isso parar a qualquer momento. É só eu dizer a
palavra e isso estará acabado. Mas... eu não quero que acabe.
~ 21 ~
Nenhum de nós pode respirar, falar ou se mover quando isso
acaba. Zeth pressiona sua testa nas minhas costas, lutando para
encher seus pulmões, até que eu não posso mais aguentá-lo dentro de
mim e me contorço. Eu me afundo na cama, minhas mãos ainda presas
sobre minha cabeça, e Zeth trabalha para me libertar.
Zeth ri, deslizando uma mão para cima e para baixo das minhas
costas suadas e pegajosas. — Se eu tiver, não me ressuscite, garota
zangada. Esse seria o melhor jeito do caralho de morrer.
~ 22 ~
Capítulo três
ZETH
TRÊS SEMANAS DEPOIS...
Pela primeira vez na minha vida, o Natal não foi uma merda total.
E agora que o Ano Novo já passou e todo mundo parou de cantar Noite
Feliz, as coisas finalmente estão voltando à rotina. A uma maldita
rotina. Parece tão estúpido, e ainda assim, aqui estou eu. Minha parte
favorita dessa rotina, depois do meu tempo com Sloane e tudo que isso
acarreta, é trabalhar na academia.
Se tem uma coisa que eu realmente sei fazer nessa vida, é como
dar uma surra em alguém. Michael tropeça para trás quando eu enfio
meu punho no seu rosto, o sangue explode da sua boca. A dor corre
pela minha mão direita – as articulações dos meus dedos foram
arrebentadas sete minutos atrás. Agora elas estão uma verdadeira
bagunça.
8 É um golpe do boxe.
~ 23 ~
o nosso sangue, parecendo um estranho teste de Rorschach9. Tudo que
eu vejo nos padrões formados pelo nosso sangue são armas e explosões.
Tire as suas próprias conclusões.
~ 24 ~
não consiga bater com tanta força quanto eu, mas o cara é rápido. Ele
ataca mais rápido do que um raio.
— Uma namorada?
~ 25 ~
— Você não está ajudando.
~ 26 ~
Minha cabeça vira para o lado, meu punho direito parado no ar, a
regata branca de Michael sendo segurada pela minha outra mão.
Michael também para, pego com a guarda baixa.
— Invadir?
~ 27 ~
merdinha a surra da sua vida por invadir a minha academia, mas
minha curiosidade está levando a melhor.
— Por que você não saiu quando percebeu que tinha alguém
aqui? Huh? Me resposta.
Eu sei que Michael está olhando para mim, querendo ver como eu
vou reagir. Eu sei muito bem como ele quer reagir. Ele quer explodir em
risos; posso sentir isso borbulhando dentro dele. Eu estou com ele,
minha própria gargalhada crescendo, direto das minhas costelas. —
Quantos anos você tem?
— Vinte e três?
— Sim.
— Você trabalha?
~ 28 ~
Eu tinha colocado a minha própria persiana aqui, para que o ar
pudesse correr quando estivéssemos treinando. Ela fica aberta durante
o dia, quando estamos funcionando para o público.
— Mason. Mason Reeves. — ele diz isso rápido demais para que
seja uma mentira.
— Que seja, cara. Eu não posso vir durante o dia porque tenho
que trabalhar.
(Taken, no original), em que a filha dele, em uma viagem pela Europa, é sequestrada
para ser vendida como escrava sexual e ele vai em seu resgate.
~ 29 ~
caminhada daqui, e levanto as sobrancelhas. — Tente outra vez. Dessa
vez a verdade, filho da puta.
Aço aparece nos olhos do garoto. — Por que não posso ir contra
ele? — ele diz, apontando com a cabeça na direção de Michael.
~ 30 ~
— Por que importa contra quem vai ser? Achei que você tivesse
dito que nós dois éramos bons. — Eu sorrio porque eu sou um filho da
puta cruel e eu sei, apesar do quanto respeito Michael, que eu estava
ganhando a nossa luta. Eu geralmente ganho, o que não quer dizer que
Michael não é altamente capaz com seus punhos. Eu apenas sou
melhor.
— E eu posso ir embora?
~ 31 ~
enquanto ajusta sua guarda. Ele é rápido com os pés assim como
Michael, mas eu também posso ver imediatamente que ele não tem as
vantagens do seu treinamento. Sua guarda é baixa. Há tantos buracos
por onde eu poderia entrar que não tem nem graça. Eu escolho passar
diretamente entre as suas mãos e acertar em cheio a sua testa. Isso não
é um golpe de verdade. Esse sou eu mostrando a ele como ele está
aberto.
Posso ver o momento em que ele decide que já chega. Eu sei o que
está passando pela sua cabeça: é melhor que ele me dê uma surra e
acabe comigo de uma vez do que fique tirando com a minha cara. Ele
vem para mim, enviando soco atrás de soco, rápido, com um bom ritmo,
até que eu me encontro dando um passo para trás. Um passo.
~ 32 ~
Nós vamos tentar de novo, daí. Mas se eu descobrir que você esteve
aqui de novo quando eu não estava, eu vou te esfolar vivo, seu filho da
puta, você me entendeu?
— Certo, — ele diz. — Valeu, cara. Acho que vejo você amanhã,
então. — Ele passa pelas cordas e então é isso. Ele vai embora sem
olhar para trás nem uma vez.
~ 33 ~
Capítulo quatro
SLOANE
Eu sinto o rasgo aumentando mesmo quando eu
desesperadamente tento fechar a cavidade aberta à minha frente.
Merda.
~ 34 ~
está esperando ali do observatório. Eu tenho certeza que ela pode ver
com o que estou lidando aqui, no entanto.
— É uma área muito grande para recuperar. Você vai ter que tirar
tudo.
Oliver apresenta uma cautelosa cara otimista. Ele sabe que Miles
ainda não está fora de perigo. Não vai estar por um bom tempo. Ele não
diz nada, no entanto. Ele sabe que eu não quero ouvir agora. Em vez
disso, ele diz, — Droga. São dez e meia da noite. Você quer tomar uma
cerveja antes que todos os bares fechem?
Meu estômago revira quando ouço que horas são. Ah, cara. Zeth
sabia que meu turno ia acabar às oito. Ele ia vir me buscar. Ou ele está
esperando por mim no estacionamento do hospital há duas horas e
meia ou já foi para casa. Nenhuma das opções é boa. — Ahhh, droga.
Eu não posso hoje, Ol. Amanhã, quem sabe?
~ 35 ~
amiga terrível. — Claro, Romera. Amanhã então. Eu vou ir fazer uma
visitinha a Grace, então. — Ele pisca, não deixando dúvidas de porque
está indo ver uma garota chamada Grace. Ele segura a porta do
vestiário dos residentes aberta para mim, e eu escorrego para dentro.
~ 36 ~
mais. Enquanto eu me vestia, colocando jeans e um suéter, percebi que
ele estava evitando todas as formas de contato físico comigo há um
tempo.
Confirmo meu telefone assim que ele sai. Tenho uma ligação
perdida e uma mensagem de texto, ambas de Zeth. A ligação foi às oito
e meia. A mensagem, quinze minutos depois.
~ 37 ~
vão haver táxis disponíveis a essa hora da noite. Eu não dou quatro
passos para fora do prédio antes que eu não preciso de um, no entanto.
O sedan preto de Michael está parado próximo à entrada. Claro, eu
deveria ter imaginado. A porta do motorista se abre e Michael sai do
carro, alisando com as mãos a frente do seu terno cinza impecável. O
homem está sempre tão arrumado. Hoje, no entanto, sua aparência está
arruinada pelo fato de que ele tem um olho roxo e um feio machucado
no lábio.
— Provavelmente.
— Você tinha que ver alguém, hm? — Deixo que um tom divertido
enfeite minha voz. Tenho uma suspeita sorrateira de que Michael tem
visto alguém faz um tempo, mas ele é um cara reservado. Ele não
quebra nem sob o mais intenso interrogatório. Acho que, além de
outras, bem, razões mais violentas, é por isso que Zeth gosta de tê-lo
por perto.
~ 38 ~
— Sim. Aposto que eram.
— Sério.
— Quem envolvem?
15Em uma relação BDSM, dominatix é a mulher que comanda, que dá ordens aos
seus submissos.
~ 39 ~
— Aí está lá, — ele troveja. — Eu fui silenciosa como um rato,
mas é claro que ele sabe que estou atrás dele.
— Hmm?
— Talvez eu querida.
Suas mãos fazem seu caminho por baixo do meu suéter, seus
dedos roçando na pele da minha barriga, subindo até meus seios.
~ 40 ~
— Você tem que dizer, Sloane. Quero que você diga o quanto você
me quer.
— Sim. Sim, eu vou fazer o que você disser. — Dois dias. Nós não
transamos há dois dias, e isso é tempo demais. Eu estive esperando por
ele, precisando dele, fantasiando sobre ele em cada momento em que
não estava concentrada em salvar a vida de alguém. E estou apostando
que ele esteve concentrado em todas as coisas que quer fazer comigo
também, especialmente enquanto esteve destruindo coisas com seus
punhos.
Zeth se inclina para frente e morde meu lábio inferior, forte, ainda
beliscando meu mamilo. Eu puxo uma respiração afiada, deixando que
a sensação gloriosa de dor caia sobre mim. Ele para de me morder, mas
corre a sua língua pelo meu lábio, me provocando no seu jeito
altamente sexual. A forma como ele lambe minha boca é igual a que ele
lambe meu clitóris quando me faz um boquete – lenta e atenciosa. Seus
olhos estão presos nos meus, queimando e intensos, e não posso evitar
o som estrangulado que sai de mim.
— Porra, Zeth.
~ 41 ~
deixou para trás, implorando por mais. Houve um tempo em que eu
teria me afastado dessa estranha necessidade de deixar que ele me
domine, que ele tenha poder total sobre mim, mas agora não mais.
Agora eu desejo isso da mesma forma que meu corpo deseja oxigênio.
~ 42 ~
estivesse imaginando me consumir na mais erótica das maneiras
possível.
Eu vou até ele, que abre suas pernas, então eu paro de pé entre
elas. Cuidadosamente, reverentemente, ele levanta a mão direita e
passa seus dedos pelo meu estômago, vindo parar no meu quadril. As
mãos dele não são suaves. Ele as usou para lutar durante toda sua
vida. Ele construiu tantas coisas para a academia e para essa casa nos
últimos meses, e ele corta pedaços de madeira com o machado por
diversão. Então suas mãos são ásperas e calosas, mas a maneira como
ele me toca é tão gentil.
Com ele ainda sentado, ele precisa levantar o olhar para mim
enquanto me toca. A sua mão esquerda sobe pelo meu corpo,
apalpando o peso dos meus seios, um de cada vez; ele se endireita,
assim pode colocar na boca o mamilo que estava beliscando um
momento atrás. Ele pode ter estado encarando meus lábios não faz
muito tempo, mas agora é minha vez de encarar. Seus lábios são
incríveis. Cheios e expressivos e mordíveis. Eu já estou molhada, mas
observar ele me lambendo e chupando enquanto suas mãos fortes e
exigentes trabalham em cada parte da minha pele, deixa meu corpo
selvagem.
Eu não posso tocá-lo. Eu sei que não posso, mas ainda assim eu
quero tanto que está me matando.
— O seu corpo foi feito para mim, Sloane, — ele geme. — Se vire.
Eu sei que não devo desobedecer. Mas eu ainda sou uma garota,
no entanto. Eu tenho meus próprios dilemas quanto a meu corpo, e
minha bunda é um deles. Ninguém poderia me acusar de não ter uma,
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isso é certo. Com qualquer outra pessoa, eu estaria muito
autoconsciente, mas meu cérebro está muito nebuloso nesse momento
para compreender isso. Eu só quero sentir ele me tocando, me
descobrindo, me explorando. A forma como ele trabalha o meu corpo,
desde a primeira vez que dormimos juntos, sempre fez com que eu me
sentisse como se eu fosse perfeita.
Zeth corre as mãos pela curva da minha bunda e então até meus
quadris, me segurando para me puxar na sua direção. Eu sinto a sua
boca, quente e insistente, pressionando na parte inferior das minhas
costas, e então ainda mais quente quando ele usa a língua. Zeth viaja
para baixo, lambendo e mordendo a minha bunda, me fazendo
estremecer.
— Abra suas pernas, Sloane. — Sua voz está rouca pela luxúria,
baixa e exigente. Abro minhas pernas, apenas levemente envergonhada
que ele está prestes a descobrir o que fez comigo. Seus dedos viajam
dolorosamente devagar pela parte interna da minha coxa, até que ele
finalmente alcança a junção entre as minhas pernas. Ele paira ao lado
da minha buceta, sabendo que isso está me deixando absolutamente
louca para ter ele mais perto, mais tocando, e ainda assim ele se
segura. Estou ofegando e minhas pernas se sentem fracas. O filho da
puta sabe exatamente o que está fazendo comigo, e eu poderia torcer o
seu pescoço por isso, mas eu também estou gostando. Gostando muito,
demais mesmo. Isso é parte do nosso jogo. Eu não posso reagir. Eu não
pular nele. Se eu fizer isso, ele vai me torturar até que eu não aguente
mais. Às vezes isso pode ser divertido, mas agora eu preciso muito dele.
Meu corpo precisa se sentir completo.
Olho para ele por cima do meu ombro, meu coração martelando
no meu peito quando eu vejo a surpresa em seu rosto. Ele parece quase
~ 44 ~
atordoado. Eu aceno, sentindo minhas bochechas esquentarem um
pouco mais. — Eu preciso estar ao redor de você, — eu sussurro. —
Preciso de você dentro de mim. Preciso que você me segure tão forte que
eu não consiga respirar. Eu não quero mais saber onde você termina e
eu começo.
Zeth faz um som gutural e sexual que envia calafrios pelo meu
corpo. Isso é excitante. — Se deite na grama, Sloane. — Seu tom é
suave, mas não permite discussão. Eu sei que vou ter um inferno a
pagar se eu desobedecer.
A grama está fria e pinica a minha pele, mas todo meu corpo está
hipersensível agora. É uma sensação incrível. Zeth se levanta, pairando
sobre mim, cada músculo do seu corpo está tenso. As tatuagens, as
longas voltas de tinta preta que ele tem desde que eu o conheço,
parecem austeras na sua pele à meia-luz. A flor de lis no seu peitoral
direito sobe e desce rapidamente enquanto ele luta para controlar a sua
respiração.
~ 45 ~
Zeth retira cuidadosamente os dedos, mas não afasta a boca.
Seus movimentos ficam menos exigentes, no entanto. Quando ele corre
a língua por mim, circulando gentilmente meu botão de terminações
nervosas inchado, ele é mais carinhoso que qualquer coisa. Ele não está
tentando fazer que eu goze de novo – eu duvido que conseguiria nesse
momento. É mais como se ele estivesse me acalmando, e é maravilhoso.
De novo, isso pode não ser o que uma garota quer ouvir quando
diz a uma cara que o ama, mas a emoção no rosto dele é clara. Esse
obrigado é tão cheio de alívio. Cheio de amor. Cheio de tanta esperança
e gratidão e sinceridade, que eu demoro para voltar a respirar.
Ele diz isso como se o meu amor por ele fosse o mais precioso
presente que alguém jamais lhe deu.
~ 46 ~
Capítulo cinco
MASON
Eu acordo com um choro. É claro que sim. Toda noite é sempre
igual.
porra.
~ 47 ~
mais perto, eu levanto e a levo até o banheiro. — Não se desculpe,
ratinha. Não se preocupe com nada. Aqui, vamos lá, saltando para um
banho realmente rápido. Nós vamos te limpar e então você pode voltar a
dormir, ok?
~ 48 ~
Eu a levo de volta para o seu quarto, a visto com um pijama limpo
e me sento com ela até que ela caia no sono de novo. As convulsões a
deixam exausta. Ela nunca tem problemas para voltar a dormir. Parece
que isso é tudo que ela faz. Os remédios que os médicos dão a ela
roubam toda a sua energia, transformando uma criança de seis anos
em um zumbi que dorme quando deveria estar vivendo uma vida cheia
de pôneis e trancinhas de cabelo e sei lá mais o quê. Mas não isso.
Nada de remédios e dor e banhos de madrugada e choro. Isso me mata
pra caralho.
Eu tenho três horas para dormir antes que precise levar Millie
para a escola.
Mas está dobrado sobre um Firebird17 que deve ter sido trazido
para cá noite passada, quando eu chego ao trabalho. Estou oito
minutos atrasado. Nem me incomodo em tentar explicar como é difícil
fazer uma criança pequena levantar para ir à escola, ou o inferno que é
atravessar a cidade na hora do rush. Mac não dá a mínima. Tudo que
ele se importa é que eu esteja aqui no horário, e se eu não estou – o que
é muito frequente – então ele enche meu saco por isso.
— Desculpe, Mac.
16 Nos EUA é necessário pagar mais caro para se usar água quente.
17 Carro.
~ 49 ~
aponta com a chave de fenda para mim, e eu sinto vontade de arrancar
essa merda da sua mão e acertar a porra da sua cara com ela.
— Não posso pagar uma babá. — Ele sabe muito bem disso. Ele é
quem paga meu salário semanalmente. Só que é assim que Mac gosta
de começar a conversa comigo. A conversa. Aquela onde ele tenta me
fazer cuidar dos seus carros roubados.
— Bem, você sabe que sempre há trabalho extra por aqui se você
precisar, Mase. É só dizer a palavra.
Mas Millie...
Se eu for pego pela polícia, não vai ter ninguém para cuidar dela.
Mesmo que eu não chegasse a ser preso, o Serviço de Proteção à
Criança me achar um guardião inadequado para cuidar dela e a
levariam embora. Ela cresceria no sistema de adoção, passando de uma
situação de merda para outra tão ruim quanto. Ela provavelmente
acabaria nas drogas, assim como a minha mãe.
Eu posso não ter dinheiro para contratar uma babá, mas tenho
sorte o bastante de ter uma ótima vizinha que traz Millie para cada
depois da escola, junto com seus próprios filhos, e cuida dela até que eu
chegue do trabalho. Wanda é um presente enviado por Deus. Sem ela,
eu estaria fodido. Eu realmente não deveria tirar proveito da sua
bondade. Eu deveria ir direto para casa e pegar Mil, mas quando eu
~ 50 ~
saio do trabalho, a primeira coisa que vejo é a academia Blood & Roses.
Nome estranho pra caralho para uma academia, se você me perguntar.
As persianas ainda estão levantadas, as luzes ainda estão acesas nos
fundos, e eu posso ouvir o som familiar dos caras batendo uns nos
outros.
Eu fiquei tão surpreso quando aquele cara não me deu uma surra
na outra noite. Eu achei que era certo que eu estivesse morto; ele
parecia um lutador de UFC, pelo amor de Deus. E com toda a certeza do
mundo ele não parecia um dos bons.
Mando uma mensagem para Wanda para ter certeza que ela está
bem por ficar com a minha irmã um pouco mais, e ela responde quase
imediatamente, me dizendo para levar um pouco de leite para ela e nós
ficamos bem. E assim eu estou atravessando a rua, indo direto para a
academia, direto para o cara que poderia ter me dado uma surra na
outra noite.
Ele não diz nada sobre o fato de que eu quase lhe dei um
encontrão. Ele me perfura com um brilhante olhar avaliativo, no
entanto. — Deve ser estranho entrar pela porta quando ainda estamos
abertos, não é? — ele diz. Sua voz parece vir de algum lugar ao redor
das suas malditas botas. Vin Diesel não é nada perto desse cara.
— Ah, eu me lembro. — Ele não diz mais nada. Só fica ali parado,
com os braços cruzados sobre o peito, seus músculos
~ 51 ~
assustadoramente grandes salientes por debaixo da camisa preta de
mangas longas que ele está usando. Ele continua me olhando; isso está
me fazendo começar a suar.
Perfeito.
— Não.
— Não.
~ 52 ~
Pela maneira como pergunta, ele sabe exatamente o que
aconteceu do outro lado da rua, no estabelecimento de Mac. Eu o olho
diretamente nos olhos e digo com firmeza, — Não.
— Olhe a sua maldita boca. Você quer descer essas escadas daqui
um minuto ou prefere ter o seu rabo rolando até lá embaixo?
— Meu nome é Zeth. Como eu disse ontem, você pode vir aqui
treinar comigo algumas vezes por semana. Mas você sai uma vez da
linha e está fora. Me entendeu?
Mac fechou a loja mais cedo naquele dia. Ele trouxe três garrafas
de Johnny Blue19 para seus empregados e serviu doses até que todas
estavam vazias. Cada vez que ele levava aquela dose até sua boca, o
brinde era a Zeth Mayfair. Será que Mac tem alguma ideia de que o cara
quase lhe deu uma overdose alcoólica é o dono da academia do outro
18 Aqui ela faz uma referência aos irmãos Barbieri, da série Hell’s Kitchen, que ainda
vão aparecer nesse livro ;)
19 É um uísque.
~ 53 ~
lado da rua? Não sabe merda nenhuma. E com toda certeza eu não vou
dizer a ele.
— Sim. Sim, claro que sim, cara. Eu não vou sair da linha, eu
juro. — Não agora que eu sem que você é, de qualquer maneira. Eu não
sou um retardado do caralho.
muuuitos lutadores brasileiros com esse sobrenome. Enfim, deve ser um lutador
~ 54 ~
assim. Ele pode ser louco e ele pode ter matado o pior chefe da máfia
que Seattle já viu, mas isso também significa que ele é o melhor. Onde
mais eu conseguiria treinar com alguém assim? E de graça?
brasileiro famoso com quem todo mundo quer treinar. Hoje em dia, muitos desses
lutadores se mudam para os EUA e abrem suas próprias academias para treinar
atletas e lutadores por lá, mas elas são supercaras e eles são superisputados.
~ 55 ~
Capítulo seis
SLOANE
— Não, está tudo bem. Eu não me importo. Eu estava… Eu estava
esperando sair para beber com o Oliver, de qualquer maneira. — Eu
não minto para Zeth. Eu sei que ele não vai gostar que eu saia com
Oliver, mas ele não é meu dono. Ele nunca tentou ser. E além disso,
parece que ele tem suas mãos cheias com esse novo garoto na
academia. Ele me ligou para dizer que ia chegar em casa tarde, então
ele realmente não pode falar nada de mim sair para beber depois do
trabalho. E ele não fala.
— Não. Só pensando.
— Não.
~ 56 ~
— Oh, Deus, eu vou ir embora antes que a sua modéstia me
oprima e eu caia de joelhos em adoração.
Só de ouvir ele falar sobre mim de joelhos para ele faz meu corpo
tremer um pouco. Eu pensava que a minha inexperiência nesse campo
iria significar que eu seria terrível nisso, mas ao contrário, apesar de
como Zeth é comandante comigo em todos os nossos outros momentos
juntos na cama, eu tenho total poder sobre ele quando uso minha boca.
~ 57 ~
entraria em combustão se chegasse perto de uma faísca. Ele tem a pele
inflamável, roupas inflamáveis, respiração inflamável, pelo amor de
Deus. Pelo seu cheiro, esse odor pungente é resultado de um banho de
Jim Beam25. E ele tomou a água do próprio banho.
Eu lhe dou um aceno curto e rápido, que é tudo que ele precisa
antes de desaparecer pelas portas vai e vem que levam em direção ao
elevador, com a sua paciente. Em algum lugar na emergência uma
garota começa a gritar a plenos pulmões. Ela não está com dor. Eu
conheço esses gritos de agonia muito bem. Não, ela está de luto. Isso
nos deixa com seis adolescentes mortos agora.
~ 58 ~
meu trabalho julgar as pessoas. Meu trabalho é ter certeza que eles
fiquem vivos para poder responder perante um tribunal.
— Nã, nã. Você não vai se livrar disso tão fácil, Romera.
~ 59 ~
Quando chegamos ao telhado, memórias vêm até mim uma após
a outra – todas as vezes que meu pai me trouxe aqui com Alexis para
ver a neve cair. Eu já vim aqui muitas vezes desde então, mas isso
sempre acontece. Meu pai, Alexis e eu, todos de mãos dadas, as cabeças
jogadas para trás, suaves flocos de neve caindo em nossos rostos,
ficando presos em nossos cílios. Não há neve caindo essa noite, no
entanto. Está muito quente. O céu está cheio de nuvens, mas são de
chuva. É uma pena que não podemos ver as estrelas.
— Certo.
~ 60 ~
firmeza em sua mão direita. — Whooohoooo! — ele grita. — Nós
estamos vivos, Dra. Romera. Nós estamos vivos, porra. — Me
agarrando, ele me puxa para baixo, então eu estou deitada ao lado dele
no meio dessa tempestade torrencial, suas palavras ressoando dentro
da minha cabeça.
Oh. Oh, não. Posso sentir meu sorrido ficando triste. — Ah, sim...
Se você fizer isso, Zeth não contraria ninguém para te matar. Com
certeza ele faria isso ele mesmo.
— Ótimo.
~ 61 ~
Oh, merda. Não responda isso. Eu não sei o que está errado comigo. Eu
pensei que nada mudaria. Eu pensei que conseguiria ignorar isso. Achei
que sair com você seria a mesma coisa de sempre. Não é. Eu só... Tenho
que ir. — Ele pega a sua jaqueta e a veste. — Você quer descer comigo?
Eu posso dizer que ele não quer que eu vá junto. Eu posso dizer
que ele só quer fugir daqui, sozinho. — Não, tudo bem. Eu só vou ficar
aqui sentada e — Congelar até a morte? Estremecer tão violentamente
que meus dentes vão virar pó? Qualquer coisa para não ter que passar
por uma despedida estranha lá embaixo. Eu amo Oliver de paixão, mas
está bastante claro para mim que as coisas nunca mais serão as
mesmas estre nós. Não há volta.
~ 62 ~
Capítulo sete
SLOANE
Minha cabeça está latejando quando eu abro os olhos. Luz
demais. Frio demais. O quarto oscila um pouco quando puxo as
cobertas até os meus ombros. — Aí está ela, — uma voz diz suavemente
ao meu lado. Zeth. Suas mãos me encontram debaixo das cobertas, se
movendo com firmeza sobre o meu corpo enquanto ele me segura e me
puxa para perto.
— Ah, cara. Isso deve ser ruim. A grande Dra. Romera está
gemendo como se o mundo fosse acabar.
~ 63 ~
Sua boca se move pelo meu pescoço, onde ele raspa os dentes na
minha pele. Estou tão dividida entre puxar as cobertas com força contra
mim e fechar os olhos com tanta força até que esse horrível giro na
minha cabeça passe ou puxar o sexy homem em cima de mim para
mais perto e deixar que ele faça o que quiser comigo.
~ 64 ~
Eu abro. O som da sua voz é intenso, cheio de uma mensagem
escondida que eu não tenho certeza que entendo. Quando ele me olha
nos olhos, eu vejo o que há lá, no entanto – ele me ama. Ele me ama pra
caralho, e isso absorve todo o mal estar. Minhas condições já não
parecem mais importantes. Estou intrigada pelo que ele tem guardado
para mim. — Oh, sério?
~ 65 ~
— Você é bonita pra caralho, Sloane, — ele sussurra no meu
ouvido. Eu sinto como se estivesse drogada. Quando ele desliza as mãos
para baixo até chegar entre as minhas pernas, minha respiração
acelera, junto com a batida do meu coração. Ele me faz sentir incrível.
— Feche os olhos, Sloane, — ele sussurra. Sua voz está rouca com o
fogo que está queimando no seu próprio corpo. Eu realmente não quero
fechar os olhos – olhar para ele é a coisa mais incrível que eu já
experimentei – mas de novo, ceder, deixar que ele me domine, afundar
no prazer que o seu corpo contra o meu traz, é um prazer por si só.
Mas com ele, não há tabus. Não há área fora dos limites.
Nenhuma parte minha vai negar ele. Especialmente quando ele me faz
sentir tão bem.
— Você quer gozar para mim, garota zangada? — ele diz na minha
orelha. Ele está ofegante; posso sentir seu coração batendo no peito,
onde sua pele está pressionada contra a minha.
— Sim.
— Sim.
~ 66 ~
— Oh meu Deus. Porra, meu Deus. — mas ele é meu Deus. Ele é
o sol e eu sou a terra, orbitando na sua volta, incapaz de escapar da
sua gravidade. Sem vontade de tentar.
~ 67 ~
É uma tortura. Lenta. Proposital e intensa. Eu nunca
experimentei nada como isso. E durante o tempo todo Zeth não afasta
os olhos. Ele me segura no seu olhar enquanto me enche,
cuidadosamente me levando de volta àquele ponto frenético. Meu corpo
está gritando para que ele entre mais fundo, mais duro, mais rápido
dentro de mim, mas minha cabeça sabe que o momento não é para isso.
Estou muito assustada para sequer admitir o que é esse momento.
~ 68 ~
Capítulo oito
ZETH
Tem alguma coisa fodidamente errada comigo. Quando eu saí de
casa essa manhã, Sloane estava espirrando e tossindo, e tudo que eu
queria era ficar em casa e cuidar dela. Eu não tinha ideia do que fazer,
no entanto, então eu saí. Me sentir um inútil não está na minha zona
de conforto. Minha zona de conforto está em esmagar qualquer merda e
fazer as pessoas se sentirem pior do que estavam antes de me
encontrar. Eu não tenho a mínima ideia de como fazer alguém se sentir
melhor.
E o sexo?
~ 69 ~
desejo de agradá-lo está impregnado nos meus ossos. O homem está
morto, e eu ainda não consigo escapar dele. Quão fodido isso é?
26 Tudo isso acontece no desenrolar dos eventos da série Blood & Roses. Para quem
não lembra, Frankie foi o homem que ele matou logo no primeiro livro, a mando de
Charlie. Archie foi o homem que foi levado para o hospital em que a Sloane trabalha,
em estado grave, e acabou sendo morto lá dentro. Naquele livro ninguém sabia quem
foi, mas ficamos sabendo em Hell’s Kitchen, e agora confirmado aqui, que foram os
irmãos Barbieri. Na época, todos acharam que Zeth fosse o culpado.
~ 70 ~
lembro, — eu digo. — Os policiais me acusaram por esse, também. Fez
a vida muito difícil para mim e para a minha garota.
Eu desligo antes que ele possa dizer mais alguma coisa. Não há
absolutamente nada que ele possa me dizer que me faria mudar de
ideia. Tenho uma visão bem clara de como quero que minha vida seja
no futuro, e me envolver com essa merda não me apresenta futuro
nenhum.
27 Para quem não leu Hell’s Kitchen, eles comentam nesse livro que têm uma forma de
execução característica, quase uma assinatura, que consiste em cortar a garganta da
vítima de ponta a ponta, sem decepar a cabeça, chamado de Columbian Necktie (ou
Gravata Colombiana, em português).
~ 71 ~
Não, agora você é todo voltado para casinhas de cerca branca,
hein, seu filho da puta?
28Mais uma vez, para quem não lembra ou não leu o livro, Lowel é a policial que
aparece em Blood & Roses e atira na Alexis, interroga a Sloane e acompanha todo o
caso do Zeth, perseguindo ele até o final do livro.
~ 72 ~
Capítulo nove
SLOANE
Um dos benefícios de ser médica é que você pode conseguir com
seus amigos uma receita sempre que precisa sem muito trabalho.
Pippa, minha melhor amiga, me deu uma receita de Valium uma vez,
quando eu realmente precisava, e não fez uma única pergunta29. Oliver
Massey não me faz qualquer pergunta também quando escreve para
mim uma receita de antibiótico. Ele não precisa. Tenho minhas próprias
folhas de receita e estou escrevendo uma igual para ele. Nós dois
estamos doentes que nem cachorros.
— Pareceu uma boa ideia na hora, hm? — ele geme. Até agora ele
fingiu que não disse nada na outra noite que deixou nossa convivência
realmente estranha, embora ele tenha dito. — Minha mãe costumava
me dizer para sair da chuva porque eu poderia ter hipertermia. Nunca
acreditei nela.
29Ela comenta, em Blood & Roses, que ela precisou de Valium, um ansiolítico, no seu
primeiro encontro com Zeth, aquele em que eles se encontraram em um quarto de
hotel às escuras.
~ 73 ~
— Ah, não é nada. Nós estamos bem. Prontos para começar, —
Oliver diz baixinho. Ele só estremece um pouco quando se endireita.
— Você ainda está na minha lista negra pela proza de ter tratado
seu próprio irmão. E agora vocês dois, irresponsavelmente, aparecem
aqui, colocando toda a equipe médica em risco. O que há de errado com
vocês? — ela estala.
— Eu não quero ouvir isso, Romera. Vão para casa. Vão para a
cama. Infernos, eu não me importo para onde vocês vão, contanto que
não voltem aqui até que estejam bem e saudáveis. Deem o fora do meu
hospital. Agora!
~ 74 ~
Capítulo dez
MASON
Estou coberto de merda e graxa e suando como se tivesse
acabado de correr 20 km quando ela entra na oficina. Baixa, com um
cabelo loiro curto que mal alcança a altura do queixo e olhos azuis
estelares que são do tom exato de uma centúria azul30. Me sinto ridículo
pra caralho por saber qual a cor de uma centúria azul. Não posso dizer
que eu nunca pensei nessa cor, mas assim que levanto o olhar e a vejo
parada ali, é a porra da primeira coisa que vem à minha cabeça. Ela
está usando um jeans skinny e uma grande parka com uma guarnição
de pele ao redor do capuz, as mãos enfiadas nos bolsos, fumaça saindo
da sua respiração. Linda. Sério, a coisa mais linda que eu já vi em toda
a minha vida. Um sorriso aparece na sua boca quando aqueles olhos
azuis me veem olhando para ela enquanto ela fala com Mac, e eu de
repente tenho a necessidade urgente de enfiar minha cabeça no motor
do carro que estou trabalho e não sair dali até ela ir embora. Mas não
tenho tanta sorte, no entanto.
30
~ 75 ~
— Estou cursando Ciências Sociais, — a garota diz. — Estou no
último ano na Universidade de Seattle. — A voz dela é alta e clara,
confiante, mas com uma pitada de nervosismo. Eu olho para ela com o
canto do olho – contato visual direto parece uma ideia horrível – e posso
ver que ela está sorrindo para mim.
Assim que ela não pode mais ouvir, Mac me cutuca com força no
braço e sorri com malícia. — Você pode me agradecer depois, rapaz.
~ 76 ~
Eu aperto o volante com as duas mãos. Millie iria rolar os olhos
para mim a agora. Para uma garota de cinco anos de idade, a garota
tem atitude. — Sim. Aparentemente.
Ela pisca para mim como se fosse uma coruja. — Você não vai me
dizer o seu nome?
— Não muito.
— Eu só...
— Você acha que eu sou linda e não sabe como falar comigo?
— Você acha que eu sou linda. Tudo bem, eu acho que você é
lindo também.
— Sim, você é. Do seu jeito. — ela ri, fumaça saindo da sua boca
mesmo dentro do carro. Estranho, já que eu me sinto pegando fogo. Eu
me inclino e ligo o aquecedor mesmo assim.
~ 77 ~
— Caras não são lindos. Eles são gostosos ou bonitos31 ou algo
assim, — eu digo.
31Na verdade o que acontece aqui é que ela usa a palavra ―pretty‖, que significa linda
ou bonita, mas é mais usada para se referir a mulheres. Normalmente, para homens,
se usa a palavra ―handsome‖, que tem o mesmo significado. Como ela usa uma
palavra de conotação feminina para ele, ele a corrige.
~ 78 ~
— É, não é? — Kaya se inclina sobre o console entre nós e minha
cabeça é de repente inundada pelo cheiro doce de flores e mais alguma
coisa, como jasmim. Ela está tão perto. Seu rosto está só a centímetros
do meu.
Posso ver ela balançando a cabeça devagar outra vez. — Acho que
não. Difícil dizer. — Eu espero que ela me diga que precisa olhar melhor
– eu já estou tentando encontrar uma desculpa de por que não vou
deixar que ela olhe profundamente em meus olhos – mas ela não fala
nada. Nós nos sentamos em silêncio por um momento, a cidade
passando por nós pela janela, a Universidade de Seattle ficando cada
vez mais perto. Estou desesperado pra caralho para chegar lá o mais
rápido possível que mal presto atenção onde estou indo. Nossa viagem
nos leva a passar pela escola de Mil; as crianças estão no recreio e o
som dos seus gritos e risadas me leva para a borda. Minha irmã é
sempre tão quieta, porra. Seus professores me dizem que ela realmente
não interage muito. Quando eu perguntei a ela sobre isso, Mil sentou ali
33 Cinesiologia é a ciência que tem como objetivo a análise dos movimentos. De forma
mais específica, estuda os movimentos do corpo humano para prevenir certas dores e
lesões. Não achei muitas informações, quaisquer dúvidas e curiosidades, deem uma
procuradinha no Google
~ 79 ~
e encarou o chão pelo que pareceu uma eternidade do caralho, e então
sussurrou algo sobre eles zoando com a cara dela. Porque ela uma vez
teve uma convulsão e se mijou, e agora eles a evitam como a praga.
Como se a pobre criança fosse uma leprosa ou algo assim. Que besteira
do caralho.
— Hum?
— Claro que é.
— Que pessoas?
— Porque você parece triste, Mason. Eu lidei com tristeza por toda
a minha vida. É um lugar solitário.
~ 80 ~
— Sim, talvez. Mas agora, no entanto, estou repensando. Há uma
forte possibilidade de que você seja apenas um imbecil.
— Quê?
— O que você vai fazer essa noite? Acho que você deveria me
chamar para sair.
Eu não posso acreditar que estou ouvindo isso. Essa garota não
faz absolutamente nenhum sentido. — Você está aqui nesse carro
comigo agora, não é? Você estava presente durante toda essa conversa?
Os últimos vinte minutos não foram o bastante para te convencer que
um encontro não vai funcionar entre nós?
— O quê?
~ 81 ~
Eu quase rio. Ela parece ser esse tipo de garota melindrosa e
delicada. De jeito nenhum ela vai gostar da resposta. — Eu tenho uma
luta. Vou dar uma surra em alguém.
— Legal. No French?
— Urgh, você também não, — Kaya diz. Ela apoia a testa contra a
janela, afastando o olhar de mim. — Jameson Rayne, o mais conhecido
lutador do mundo. — Ela faz um som agitado no fundo da garganta. —
Isso ficou realmente chato.
~ 82 ~
havia dentro, mas agora que eles estão focados em qualquer outra
coisa, me sinto estranho.
— Desculpe?
Eu só a encaro. Ela mal tem que se abaixar para falar comigo pela
janela, ela é tão pequena. Seus olhos estão brilhantes, suas bochechas
ainda coradas por causa do frio. Ela não parece pertencer a esse lugar.
Parece que ela foi feita de algo quebrável. Porcelana, talvez. Tenho uma
vontade esmagadora de protegê-la, de impedir que ela se quebre, mas
não posso. Minhas mãos já estão muito, muito cheias.
— Claro que eu acho que você é linda. Acho que você é bonita pra
caralho, — eu sussurro. — Mas nós estamos em lugares diferentes. Se
as coisas fossem diferentes...
— Ah, eu sei, — ela diz, sorrindo. Ela não parece irritada pelo fato
de que eu realmente estou tentando ser cuidadoso para dizer a ela que
não estou interessado. Mesmo para um cara como eu, essa é a parte
mais difícil. — Não se preocupe. O que está destinado a ser, acontece,
certo? — Ela sorri, dá um tapinha no para-brisa e então puxa a alça da
mochila sobre seu casaco gigante e caminha para longe. Eu fico ali
sentado observando ela subir correndo os degraus do prédio à minha
frente, me sentindo obrigado a ter certeza que ela vai entrar lá em
segurança. Assim que ela desaparece, faço a coisa mais sã que poderia
fazer: acelero o carro para longe dali como se o diabo estivesse nos
meus calcanhares.
~ 83 ~
Capítulo onze
MASON
— Por que eu tenho que dormir na casa da Wanda? — Millie
abraça o seu brinquedo, Guru, contra seu pequeno peito magro, o
personagem do Ursinho Pooh34 parecendo gasto e desbotado pelo uso.
Minha irmã parece que vai chorar. Eu de repente me sinto enjoado.
— Você não tem que se não quiser, Mil. Você quer que eu fique
em casa com você?
Nós já falamos sobre isso o bastante para que Millie saiba como é
importante a gente se mudar. Ela me dá um aceno solene com a cabeça,
ainda sem olhar para mim.
— Bem, sim, Mil. Vai ser um lugar seguro. Um lugar bom, certo?
34
~ 84 ~
— Wanda e Brandy podem vir também?
— Não. Não, você pode ir, — ela diz baixinho. Ela fica em silêncio
por um minuto, e então levanta a cabeça, um sorriso grande cruzando
seu rosto. Ela leva as mãos à boca, como se estivesse com medo de
sequer falar o que passou pela sua cabeça. — Hm, se você conseguir
dinheiro, — ela diz com cuidado. — Isso significa que eu posso ter uma
nova cama de princesa.
~ 85 ~
Wanda me abraça apertado contra o seu peito grande quando
abre a porta para nó. Eu já quase morri sufocado no decote dessa
mulher mais vezes do que posso contar.
Ele não quer me conhecer. Ele quer o meu dinheiro. E uma boa
parte dele.
— Quando?
— Agora mesmo, — Carlos diz, fazendo uma careta para nós dois.
Ele não parece o tipo de cara que parece gostar de ser questionado.
— Talvez. Se ele não gosta, então ele não luta. São as regras.
~ 87 ~
Ele escreve no seu caderno. — Tire a camiseta, — ele diz. Eu tiro
meu moletom e minha camisa e fico ali de pé, de peito nu, enquanto
Carlos pega um marcador vermelho e rabisca algo no meu ombro
esquerdo. — E você, seu merda. — ele aponta com a caneta na direção
de Ben.
Ben gira, batendo no meu braço. — Vira aí, cara. Quer ver qual
nota ele te deu. Oh, merda! — ele ri alto. — Doze? Porra!
35 Expressão que se usa para dizer, em uma luta, que um dos oponentes foi
nocauteado (knock out, em inglês, por isso o K.O.), ou seja, recebeu um golpe que o
deixou tão mal que ele não tem mais condições de lutar.
~ 88 ~
Há mais três lutas antes que eu seja chamado. Pelo menos
duzentas pessoas ficam em silêncio quando eu passo por elas a
caminho do ringue e subo na jaula. Meu coração está martelando meu
peito. Essa é uma ideia ruim pra caralho. E fica pior quando Carlos,
aquele filho da puta, chama o nome do outro lutador? Hail Mary Harris.
Ben. O fodido Ben. Tudo isso cai em mim de repente – ele tem um 88 e
eu tenho um 12. Como eu não percebi imediatamente que eu ia
encontrar na arena? Quer dizer, a matemática estava ali, apontando
bem na nossa cara. Ben sobe no ringue, balançando a cabeça, suas
sobrancelhas apertadas juntas.
— Ok. Bem, acho que vamos lutar então. — ele coça o queixo, de
repente sorrindo como um homem louco. — E eu ganho de qualquer
forma, já que eu paguei a sua entrada. Irônico, não?
~ 89 ~
— Não me faça nenhum favor, imbecil. — eu toco a sua luva, o
sino soa e é isso. Chega de conversa. Chega de pensar. Chega de se
preocupar o que vai acontecer se eu perder essa luta.
Ben vem para mim, batendo seu punho direto entre a minha
guarda, a mesma coisa que Zeth fez repetidamente na primeira vez que
lutei com ele. Meus ouvidos estão cantando, minha visão está turva
quando dou um passo a frente, tentando sacudir o zumbindo na minha
cabeça. Ben está sorrindo, encolhendo os ombros, a luz sobre a sua
cabeça balançando loucamente, enviando sombras malignas sobre o
seu rosto. Posso ver nos seus olhos que ele acha que isso vai ser
ridiculamente fácil. E talvez seja. Mas eu nunca lutei com Ben antes, e
Zeth conseguiu me dar algumas dicas valiosas que custaram contusões
desagradáveis. Ele não sabe o que eu tenho na manga.
~ 90 ~
Acho o ponto quando seu corpo fica tenso debaixo do meu, rígido como
uma tábua.
Eles chamam isso de cair e apanhar36 por uma razão. Tenho que
sair dessa posição de uma vez. Agora. Mesmo. Caralho. Ben está muito
ocupado arrebentando meu rosto para cuidar de qualquer outra área do
seu corpo. Enquanto seus punhos chovem em mim, eu, de alguma
forma, tenho o bom senso de reagir. De me mover. De lhe acertar o mais
forte que eu consigo. Eu vou pelas suas costelas, e pura determinação
me move. Eu sei que estou espirrando sangue para todos os lados pela
boca e o nariz cada vez que eu luto para respirar, e eu sei que Ben está
tendo uma participação justa na construção dessa tela sangrenta,
também, mas nenhum de nós para.
36Não sei se existe essa expressão em português também, ela é usada mais no inglês,
mas se refere a essa posição em que o lutador cai de costas no chão e não tem
nenhuma forma de defesa, então é certo que ele vai apanhar muito.
~ 91 ~
minha cabeça, queimando as minhas rotinas, e na insana batida do
meu coração.
Bem, me foda.
— Nada mal por dois olhos pretos e umas contusões leves, hein?
— Ben ri. — Porra, você tem um soco pesado.
~ 92 ~
Capítulo doze
ZETH
Tem um abacaxi no balcão da cozinha. Um abacaxi. Não é algo
que você vê todos os dias. Ele não estava ali quando eu fui para a cama
na noite passada, isso é certo. Eu sou todo de comer frutas – você não
consegue um corpo como o meu empurrando Twinkies 37 pela sua
garganta o tempo todo – mas essa coisa parece que requer preparação.
Ele é todo espetado, porra. Eu fico de pé na cozinha, olhando para ele
por um tempo, contemplando como proceder, e então eu penso porra,
vou improvisar, e saio em missão para achar uma faca.
37
Esse bolinho:
38 É o cachorro da Lowell que o Zeth sequestra e no fim acaba ficando com ele.
~ 93 ~
É uma daquelas raras manhãs ensolaradas em Seattle. Como se
fosse um dedo maldito do destino apontando para baixo diretamente do
Paraíso, um pilar de luz está brilhando através das portas de vidro na
frente da casa, e parando exatamente sobre a gaveta onde eu coloquei
uma pequena caixa de veludo três noites atrás. Um presente para
Sloane. Um presente que eu não estou pronto para lhe dar ainda.
Parece que cada vez que eu passo por aquela gaveta maldita posso
sentir a caixa lá dentro zumbindo como um farol de sinalização em
pânico. Eu realmente preciso mudá-la de lugar. Levar para a academia
ou algo assim. Deixar no armário que tenho lá. Ela nunca iria encontrá-
la entre todas minhas roupas encharcadas de suor, bandagens de mão
e luvas de boxe. Mas então, não. Isso parece errado.
~ 94 ~
boca para sua pele e lambo toda a sua clavícula, me movendo para
baixo até que eu traço minha língua em toda a curva de seus seios.
Incrível. Pra. Caralho.
~ 95 ~
como se elas não tivessem sido esvaziadas em meses, em vez de na
manhã de ontem.
Porra.
Sloane olha para mim com aqueles seus grandes olhos castanhos
e assente. — Eu já estou molhada, — ela sussurra. Ela costumava soar
com vergonha disso quando admitia para mim, mas não mais. Ela sabe
o quanto isso me excita, ver ela toda molhada e pronta para mim. Como
que para provar o ponto, ela balança os quadris para cima, me dando
uma visão melhor.
~ 96 ~
cotovelo para poder tirar os dedos da sua boca e colocá-los entre as
pernas, molhando-a com sua própria saliva.
Meus olhos vão para o prato que eu trouxe até aqui comigo e eu
sei o que vou fazer. Me levantando, eu pego um pedaço de abacaxi e
jogo em minha boca. Ele é tão doce quando toca a minha língua. —
Mmm, sim, baby. Você vai gostar disso e eu também, — eu digo. Sloane
luta contra um sorriso surpreso quando eu pego outro pedaço de
abacaxi e vou para baixo entre suas pernas.
Ela morde o lábio, sua cabeça rolando para trás. Eu sei que ela
quer arquear as costas para fora da cama novamente, levantar seus
quadris para cima para encontrar a minha boca, mas ela sabe que
haverá consequências se fizer isso. Eu vou provocar o seu corpo por
horas e não vou deixar que ela goze, e isso não é algo que ela gosta. Eu,
por outro lado... torturar ela assim me dá uma emoção especial, que
~ 97 ~
nenhuma quantidade de café da manhã e vida domesticada será capaz
de conter.
~ 98 ~
Não tenho absolutamente nenhum autocontrole depois disso.
Assim que a tensão sai do seu corpo, seus músculos se afundam
pesadamente no colchão, eu agarro seus quadris e a viro, jogando-a de
barriga para baixo e, em seguida, levantando seus quadris para que sua
bunda fique no ar. — Nós ainda não terminamos, garota zangada. — Eu
coloco minha mão contra sua pele, fazendo um estalo agudo quando a
palma da mão se conecta com a curva suave da sua bunda.
Nós desabamos sobre cama como um, eu ainda dentro dela, meu
corpo ligeiramente inclinado para o lado para que meu peso não a
esmague. Quando nós dois recuperamos o fôlego, eu começo a traçar
meus dedos distraidamente para cima e para baixo em sua lateral. Sua
pele é macia como a seda. — Você comprou uma fruta estranha, — eu
sussurro em seu cabelo.
~ 99 ~
mulher vai ser o meu fim. — Sim, bem, eu preciso de vitaminas para
melhorar, mas eu também comprei por sua causa, — diz ela.
A ironia do que ela diz me atinge em cheio, uma vez que eu acabei
de usar um pedaço da fruta entre suas pernas. Eu mordo levemente
seu ombro, rosnando. — Você não precisa comer nada para ter um
gosto bom, Sloane. Eu sou viciado no seu gosto, assim como é.
Ela ri. — Bem, já que você gasta cerca de noventa por cento do
seu dia com a cabeça entre as minhas pernas, eu só queria ter certeza
de que você não enjo... — o som do meu celular tocando na mesa de
cabeceira a interrompe. Nós dois olhamos para ele. Antes dos irmãos
Barbieri terem me ligado mais cedo esta manhã, essa coisa não tinha
tocado... Desde sempre. Desde que aconteceu toda aquela merda com o
meu ex-chefe e tudo mudou. E agora está tocando de novo? Aposto que
é Theo novamente. Eu não quero falar com ele. Eu não quero falar com
alguém que possa estar me pedindo para espancar alguém ou pior. Não
é como se eu tivesse ficado mole. Eu ainda vou arrancar membro a
membro de uma pessoa se a situação exigir, mas é mais em uma
situação de necessidade. Mais para proteção e defesa do que por
dinheiro.
~ 100 ~
arruinando o meu brilho pós-orgasmo. Sloane está me olhando com os
olhos arregalados, claramente capaz de ouvir o que está sendo dito. Não
muito tempo atrás eu teria saído do quarto, mas não mais. Eu não
escondo nada dela nos dias de hoje. Ela sabe tudo sobre as lutas, as
apostas clandestinas e o negócio de armas ocasional que acontece na
academia de luta que eu tenho. Ela me conhece, sabe quem eu sou, e
sabe que eu nunca vou viver de um jeito certinho como outras pessoas
normais. Ela pode lidar com as brigas e o dinheiro sujo, desde que eu
não vá me machucar. E ela pode lidar com as armas, desde que eu não
receba um tiro na bunda.
— Zeth, nós dois sabemos que esta vida sedentária que você está
levando não é para você. Você é um assassino, assim como eu sou. Eu
estou indo para Seattle. Você sabe que eventualmente alguém
apareceria. Estou expondo minhas cartas aqui e agora. Nova York é
onde está o trono em que meu império descansa. Eu não posso estar
em dois lugares ao mesmo tempo. Eu preciso de alguém para executar
minhas operações na costa oeste e eu quero que esse alguém seja você.
~ 101 ~
York antes de deixar que isso aconteça. — Não diga o nome dela. Você
nunca diga o nome dela, — eu rosno.
~ 102 ~
Capítulo treze
MASON
Wanda não me deixou levar Millie para a escola essa manhã.
Disse que eu ia apavorar a pobre criança se aparecesse todo
ensanguentado e machucado na frente dela. Eu não sei como ela acha
que eu vou resolver isso entre agora e o fim dia – até onde eu sei, cortes
e arranhões levam um pouco mais do que uma tarde para curar – mas
vamos lá. Ela me mandou descansar, e parte de mim sentiu culpa por ir
direto para o trabalho. Me senti ainda mais culpado quando percebi que
estava cantando no carro.
Mac quase derruba seu café quando me vê. — Puta que pariu,
rapaz, o que aconteceu com a sua cara?
— Então você vai lutar naquele porão fedorento, mas não vai
ganhar três vezes mais dinheiro dirigindo um carro pela cidade para
mim, é isso? — ele diz.
— Basicamente.
— Bem, que seja. Espero que o outro cara pareça pior, eu acho.
No entanto, não vejo como isso seria possível.
~ 103 ~
mandam e vou lá consertar a maldita coisa. No final da tarde, quando
finalmente ligo o motor, o interior tem aquele cheio igual ao dela ontem
– flores e jasmim. Meu pau se agita nas calças com o perfume.
Inapropriado pra caralho. Eu não tenho que estar pensando sobre ela e
muito menos fantasiando sobre como seria estar em cima dela,
enrolado em torno dela, lentamente me empurrando mais e mais fundo
dentro dela.
Tenho que ficar sentado no carro por mais cinco minutos antes
que a minha ereção se acalme.
~ 104 ~
— Oh? — a mulher faz uma careta para mim, inclinando a cabeça
para mim. — E o que isso no seu rosto, hein? Você conseguiu esses
hematomas consertando carros?
Zeth? Bem, agora isso tudo faz mais sentido. Eu não sou
totalmente estúpido, no entanto. Se eu falar com essa mulher sobre
Zeth Mayfair, vou acabar na sarjeta em algum lugar, com partes do
corpo faltando. — Olhe, eu sinto muito. Eu não sei o que você ouviu, eu
não sei nada sobre Mayfair. Eu só vou na academia dele às vezes, é
isso.
~ 105 ~
— Não se preocupe com ele, — Lowell diz. — Zeth vai voltar para
Chino 40 a qualquer dia. Ele só não sabe disso ainda. Você vê, nós
encontramos um corpo semana passada, nas montanhas. O corpo de
uma mulher jovem. Ferida de bala. — Bala olha para Zeth, ainda
inclinado contra a parede. Ela lhe atira um sorriso insuportavelmente
doce e se vira para mim outra vez.
Continua...
40É uma prisão; ela diz que ele vai voltar porque, como vimos em Blood & Roses, ele já
esteve preso lá por um crime que Charlie cometeu.
~ 106 ~