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| Técnicas e instrumentos de pesquisa A pesquisa em Educagéo, essencialmente qualitativa, tem produzido muitos resultados e encontra-se, hoje, num patamar de maturidade tal que podemos dizer que alcangou um estgio avangado de produgio do conhecimento suficiente para fazer avangar os processos educacionais na sociedade brasileira. Assim como temos produzido conhecimentos em Educagdo, temos produzido também conhecimentos sabre as formas me- todolégicas de organizar nossos estudos investigativos nessa area Alguns autorestém se dedicado ao estudo das metodologias de pesquisa em Educago, como Alda Junqueira Alves-Mazzotti, Antenio Joaquim Seve- tino, Cipriano Carlos Luckesi, vani Fazenda, Marll André, Menga Lucke, Pedro Demo, entre muitos outros. Todos esses autores afirmam a necessidade de articular os aspectos epistemolégicos,filoséficos e politicos da pesquisa em. EducacSo aosaspectos metodolégicos propriamente ditos. isso significa dizer que nenhuma metodologia e, portanto, o conjunto de técnicas de pesquisa, & suficlente para garantir um trabalho académico-cientificc de qualidade, que tenha relevaincia social e clentifica suficiente para contribuir com oavanco do conhecimento sobre as formas histéricas e politicas de fazer educacéo. Por outro lado, o rigor académico-cientifico que exige o trabalho de pesquisa exige também tomada de decisdes acerca dos aspectos metodo- légicos e técnicos da pesquisa em Educacao. As modalidades de pesquisa (bibliogréfica, de campo, documental, pesquisa-acdo etc) so propostas na literatura especializada em metodologia de pesquisa como forma de contri- buir para que os pesquisadores iniciantes possam partir de algumas informa- des na construcao de modalidades préprias, ciativas e originals, para seus estudos, Para cada modalidade de pesquisa, existem técnicase instrumentos de pesquisa adequados. No entanto, é preciso lembrar, 2m relagio a esses aspectos mais praticos da pesquisa, que 0 "sopro criativo do pesquisador” 6 um dos mais importantes elementos do processo de produgao de conhe- cimentos (MINAYO, 1998). Ou seja, assim como as modalidades, nenhuma técnica ou instrumento de pesquisa é, em si, suficiente ou adequado para ‘0s estudos investigativos reais e concretos dos pesquisadores iniciantes. E preciso empreender esforgos em busca de elementos metodolégicos para “Tenleas nstrumes de pesquisa dar vida e significado concreto, histérico e particular aos estudos empreendidos. Apenas assim as técnicas e instrumentos aqul propostos tém sentido. Leitura, analise e interpretacao de textos O aproveitamento da leltura de textos é fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa em qualquer modalidade e exige do pesquisador habi- lidade, disciplina e competéncia, Portanto, a leitura é uma técnica de pesquisa. € uma atividade que exige muita sistematizagio. Para auxiliar o pesquisador nessa atividade, Severino (1985) sugere alguns procedimentos em forma de diretrizes que, é claro, precisam ser adaptadas ao estilo e necessidades de cada un. A primeira diretriz para a leitura sistematizada diz respeito a delimitagao da unidade de leitura, isto €, 0 pesquisador deve delimitar unidades de leitura do texto: um capitulo, uma unidade, uma sesso etc, O importante & que o leitor tenhaa preocupacao de delimitar partes do texto que tenham uma certa unida- de e que seja importante para sua pesquisa. A recomendagio é que oleitor tra- balhe o texto em partes, aprofundando-se na compreenséo de cada tma delas para, depois, articuld-las num todo. Ele recomenda também que as unidades sejam estudadas sem um intervalo de tempo muito grande entre si. A segunda diretriz metodolégica para o maior aproveitamento cientifico de uma leitura € 0 que Severino (1985) chamou de andlise textual. E ume primeira leitura daquelas partes, capitulos e sessdes que foram previamente selecionados 7 pelo pesquisador; ou ainda, uma preparacgo para a compreenséo mais aprofun- dada da leitura, Trata-se de uma “leitura corrida” que, embora atenta, nao deve se preocupar com uma compreenséo mais aprofundada. O objetivo da andli- se textual 6 proporcionar ao leitor uma viséo geral da unidade; é identificar 0 ‘Jeltdo" do texto. Essa leltura deve ser acompanhada de anotagées paraa melhor compreensao do texto, como dados sobre o autor, vocabulirio desconhecido, informages sobre os fatos histéricos que contextualizam as ideias apresenta- das, sobre os principais autores citados etc. Essa primeira leitura também é 0 momento da esquematizac3o da unidade. Construir um esquema facilita a com- preensdo da estrutura da escrita, da Iégica da argumentagdo. Atengéo: nao se trata ainda de um resumo, orientagéo que vird depois para a andlise temética, mas de um esquema (facilita sua realizagio se o fizermos em forma deitens). Oterceiro momento de sistematizacdo da leitura para melhor aproveitamento do estudo é 0 que Severino (1985) chamou de andlise temdtica, Diferentemente da ana 0 a0 expres: gumen ara fa dade, i orienta 0 tema com rel 1985). A matizag De que: central destaca demos ¢ de discu autor de Ater segund¢ autor lid interpret gumenta € sofistic tiva: stue os pressu texto, lev uma aval do texto, sua profu Chega aquela qu orienta a: Se nos ot de pesqui Iho cientif andlises. L dalidades preocupag nento ‘habl- visa. E nessa strizes sao da ura do leitor unida- or trae : delas idades fico de fimeira anados srofun- 0 deve 3 andili- ificar 0 melhor hecido, esenta- ém 0 acom- nao se Imética, ns) mento lemente ‘Téenicseinstrumentos de pesquisa da andlise textual, que tem o objetivo de proporcionar uma primeira aproxima- 0 ao texto, a andlise tematica é uma etapa de compreensdo das idefas do autor ‘expressas no texto. Aqui, o leitor vai “escutar o autor’ tentar compreender as ar- gumentagées dele sem, ainda, posicionar-se a respelto delas. 0 primeiro passo para fazer esse tipo de leitura é determinar o tema ou assunto principal da uni- dade, identificando também a perspectiva sob a qual ele é tretado. A seguir, a orientacdo é que o leitor busque compreender a problematizaczo do autor sobre © tema ou assunto, isto é, quais sao os questionamentos que estao expressos com relacao ao tema, ou seja;"como o assunto esta problematizado” (SEVERINO, 1985). A seguir, jd podemos buscar a interpretacdo que o autor dé a essa proble- matiza¢ao. Os questionamentos levantados estado suficientemente respondidos?- De que forma? Quais as argumentagées do autor? Chegamos aqui, entao, aideia central do texto, a tese, assim como as ideias secundarias. Todas elas devem ser destacadas em nossas anotacdes. De posse dessas informages sobre o texto, po- demos elaborar um resumo ou uma sintese do texto. Atengo: rao se trata ainda de discutir com 0 autor nesse resumo ou sintese, mas de reescrever as ideias do autor de acordo com um raciocinio proprio do leitor. Aterceira diretriz metodolégica para leitura, andlise e interpretacao de textos, segundo Severino (1985), é a andlise interpretativa. Compreendidas as ideias do autor lido, podemos agora, finalmente, interpretar 0 texto. Na etapa da anélise interpretativa, vamos discutir com 0 autor: concordar, discordar, interrogar, ar- gumentar etc. Essa é uma etapa de atividade intelectual mais elaborada, intensa @ sofisticada, Severino (1985) indica quatro momentos para a andlise interpreta- tiva: situar as idefas do texto no pensamento mais geral do autor; compreender 05 pressupostos teérico-filoséficos apresentados no texto; discutir a tematica do texto, levando em conta os temas préximos tratados por outros autores; realizar uma avaliacdo critica das idelas expressas no texto quanto & coeréncia interna do texto, & validade dos argumentos, 8 originalidade na abordagem dos temas e sua profundidade e abrangéncia das analises empreendidas pelo autor. Chegamos agora na etapa mais criativa do trabalho de andiise de um texto, aquela que Severino (1985) chamou de problematizagdo. Nessa etapa, ele nos orienta a sistematizar nossas préprias indagagdes que emergem com a leltura Se nos orientarmos pelas diretrizes metodoldgicas para realizar um trabalho de pesquisa bibliogrdfica, essa etapa seré uma das mais criativas para o traba- Iho clentifico, pois é aqui que vamos produzir, de forma mais concreta, nossas anélises, Lembremos que a pesquisa qualitativa, diferentemenre de outras mo- dalidades que se preocupam mais com a descrigéo dos fendinenos, tem uma preocupacao maior com a interpretacao critica e argumentativa dos fenémenos

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