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O documento discute o projeto ético-político do Serviço Social, que visa uma sociedade sem dominação de classe e promove valores como liberdade e igualdade. O projeto surgiu na década de 1970 e foi consolidado na década de 1990, embora enfrente desafios diante das políticas neoliberais e a precarização do trabalho.
Descrizione originale:
O projeto ético-político do Serviço Social - TEIXEIRA, Joaquina B., BRAZ, Marcelo.
O documento discute o projeto ético-político do Serviço Social, que visa uma sociedade sem dominação de classe e promove valores como liberdade e igualdade. O projeto surgiu na década de 1970 e foi consolidado na década de 1990, embora enfrente desafios diante das políticas neoliberais e a precarização do trabalho.
O documento discute o projeto ético-político do Serviço Social, que visa uma sociedade sem dominação de classe e promove valores como liberdade e igualdade. O projeto surgiu na década de 1970 e foi consolidado na década de 1990, embora enfrente desafios diante das políticas neoliberais e a precarização do trabalho.
O projeto ético-político do Serviço Social - TEIXEIRA, Joaquina B., BRAZ,
Marcelo. O projeto ético-político do Serviço Social conecta-se a um projeto societário transformador e é concebido como a “auto-imagem” da profissão, passando a representá-la e adquirindo a condição de projeto profissional, de acordo com Netto, delimitando seus objetivos e funções, projeto que é inerente à objetivação da realidade material na sociedade de classes e à práxis profissional que é permeada pelos valores éticos que emergem do projeto ético político do Serviço Social, sendo necessariamente pensando em conjunto a um projeto societário que por sua vez é de maior abrangência. Os projetos profissionais da sociedade burguesa sao indissociáveis a projetos políticos, compreendendo a colocação do Serviço Social na divisão sócio técnica do trabalho enquanto profissão a mediar os conflitos capital/trabalho, na qual a prática imprime determinada direção a um projeto societário específico, tendo em vista a disputa entre diversos desses projetos em curso na sociedade que entre eles encaminha e determina as diretrizes da ordem social posta. Tais projetos também podem aderir caráter conservador ou transformador, visando a mudança da ordem posta ou a sua mudança. O projeto ético-político do Serviço Social, por sua vez, é de caráter transformador, tendo em vista as influências da perspectiva marxista para sua elaboração e a colocação do profissional da área de atendimento e a exigência de uma dimensão política para o efetivamento da atuação profissional. Tal influência se dá em 1979 a partir do III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, popularmente conhecido como Congresso da Virada, organizado por parte da vanguarda profissional que influiu fortemente durante o movimento de reconceituação da profissão na década de 70. Assim, o projeto avança durante a década de 80, com a criação do Código de Ética de 1986 e a grande produção teórica trazendo renovação às metodologias da profissão e ao que se refere às políticas sociais e movimentos sociais que acontecem na época. Logo, o projeto ético-politico da profissão tem a liberdade como valor ético central, bem como a autonomia, emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. Perpassa questões teleológicas que levam ao direcionamento de uma categoria profissional e sociedade para a possibilidade de concretude a respeito do que idealiza e visam propostas societárias que garantem melhorias da qualidade de vida no conjunto da sociedade, propondo a construção de um nova ordem social sem dominação de classe, etnia e gênero. Dessa maneira, surge radicalmente democrático, reconhecendo a liberdade como valor central, assim como princípios de igualdade, pluralismo, recusa da sociedade do capital e luta contra ela e suas iniquidades, de pleno compromisso com a classe trabalhadora. Tal projeto pode ser sistematizado em quatro tópicos: o de explicitação dos princípios e valores ético-políticos, o que se refere à matriz teórico-metodológica em que se apoia, o de referência à crítica da ordem social vigente e a manifestação de suas lutas e posicionamentos políticos. Para que criem concretude e possam se expressar na realidade, tais elementos têm como base outros três componentes que são construídos pelos assistentes sociais, sendo eles a produção de conhecimento no Serviço Social, as instâncias político-organizativas da profissão como as organizações sindicais, associações profissionais, o CFESS/CRESS, a ABEPSS e etc e a dimensão política jurídico-política que se constitui enquanto material legal e institucional da profissão. Efetivamente, é a partir desses elementos e de outros tantos que incidem na realidade profissional que é possível que sejam materializados os elementos que constituem o projeto ético-político na realidade concreta. Entretanto, é importante entender que mesmo com todo esse arcabouço para sua efetivação plena na sociedade brasileira, o projeto não é efetivo de forma integral na realidade, uma vez que não há relação de identidade entre projeto e a realidade material, já que não se pode controlar todos os aspectos que incidem sobre a realidade e não controlamos todos os aspectos que incidem sobre ela, já que não ha relação identitária entre sujeito e objeto, entendendo que o que é pensado não acabe por imprimir necessariamente o mesmo corpo ideal na realidade material, uma vez que que o plano objetivo existe tal qual o plano subjetivo toma forma. Ademais, também é dito que o projeto profissional dos assistentes sociais é inviável já que é incompatível à sociedade em que vivemos. O caráter societário transformador que envolve tal projeto bem como as contradições travadas no cerne da profissão, levando aos profissionais da categoria a escolherem democraticamente os caminhos a seguir e construindo estratégias que projetem e determinem claramente seus compromissos profissionais para com a classe trabalhadora. Mesmo tendo sido consolidado na década de 90, há um movimento contraditório e dialético nessa época. Há grande movimentação na profissão com numerosos assistentes sociais comparecendo aos congressos e apresentando pesquisas, amplificando a produção intelectual da categoria e com a organização da profissão através de debates e fóruns deliberativos. Contudo, o grande fluxo conservador que a sociedade brasileira toma junto ao neoliberalismo coloca tensões e muitos enfrentamentos para o funcionamento de tal programa profissional, assim como no campo ideocultural, no qual prevalescem e são reproduzidos modos de pensar que garantem e reiteram a sociedade burguesa, levando a desdobramentos políticos e culturais que garantem o triunfo do capital sob qualquer outra alternativa societária que se possa ter, uma vez que a crise do capital lança oportunas modificações nos aparatos do Estado para a restauração do capital, enfraquecendo o poder da classe trabalhadora, levando à precarização do trabalho e a altas taxas de desemprego. Tais mudanças incidem negativamente para os profissionais de Serviço Social, uma vez que modifica a realidade material dos usuários e até mesmo a própria realidade enquanto profissional. Logo, diante a conjuntura atual, faz-se imprescindível que a vanguarda profissional não permita o enfraquecimento da luta e da resistência perante as violentas investidas do capital, através de estratégias comprometidas à reafirmação do projeto ético-político do Serviço Social tanto no âmbito da formação quanto da atuação profissional comprometida aos valores postos pela classe para o compromisso junto à classe trabalhadora contra a dominação e as iniquidades gerada pelo capital.