Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1
Dr. José Sidney Flemming – Professor-Titular UFPR.
1
estar constantemente infectados, apresentando baixo ganho de peso,
diminuição do crescimento e predisposição a falhas reprodutivas e distúrbios
comportamentais. Portanto, o conhecimento das complexas interações entre
nutrição e imunidade é de grande importância para a obtenção de máxima
eficiência produtiva e para a promoção do bem-estar animal
(ASCHEKENASY, 1975; CONHEN, 1999; MAGGS et al., 2003).
O SISTEMA IMUNE
2
Figura 1. Reação imunológica a um antígeno.
DESHMUKH, 2005.
3
e representam um dos mecanismos mais eficientes de defesa do organismo
animal, frente a um determinado antígeno.
Em geral, o sistema imune reage aos antígenos liberando citocinas
que ativam os componentes celulares (fagócitos) e humorais (anticorpos),
tendo como conseqüência a queda no consumo de alimentos, a elevação da
temperatura corporal e a produção de calor. Essa ativação do sistema
imunológico leva à modificação na repartição dos nutrientes, principalmente
energia e proteína, pelo aumento da taxa metabólica basal, com maior
utilização de carboidratos. Dessa maneira, parte da glicose conseguida por
meio dos alimentos segue seu curso normal para os tecidos periféricos, ao
passo que a outra parte é utilizada para ativação do sistema imunológico.
Assim, a necessidade de energia fica aumentada.
Outra conseqüência prejudicial da ativação do sistema imunológico é a
redução da síntese protéica, associada a maior taxa de degradação. A
necessidade de nitrogênio aumenta também para a síntese de proteínas de
fase aguda e de outros produtos imunológicos. De acordo com SHURSON &
JOHNSTON (1998) ocorrem, ainda, maior desaminação de aminoácidos e
maior excreção de nitrogênio urinário.
4
linfócitos individuais encontrados nas paredes intestinais. A importância do
GALT, a nível intestinal, reside no fato dos intestinos constituírem a via mais
importante de entrada de antígenos no corpo. No grupo desses antígenos
podemos incluir proteínas alimentares, bactérias e outros organismos e
proteínas estranhas (SMEETERS PEETERS, et al., 1988).
Figura 2. Representação da estimulação do tecido linfóide associado ao intestino por bactérias e outros
antígenos na síntese de anticorpos e reações secundárias em outras mucosas do corpo.
LAFLAMME, 2005.
5
células B são precursoras das células do plasma, que produzem anticorpos
(imunoglobulinas) e funcionam, ainda, como células apresentadoras de
antígenos, como as células dendríticas. Os antígenos são recolhidos por
essas células, processados e levados às células T. Reações mediadas pelas
células T são mais eficazes contra patógenos intracelulares, enquanto
reações mediadas por células B são mais eficazes contra patógenos
extracelulares (TIZARD, 2000).
Células B ativadas (células do plasma) produzem imunoglobulinas (Ig),
também chamadas de anticorpos. A letra associada (IgA, IgM, IgF, IgE, IgG)
refere-se a um componente estrutural específico do anticorpo. O que difere
entre as diferentes classes de IgG é o anticorpo predominante que circula no
sangue dos cães, enquanto a IgA e IgE são encontradas,
predominantemente, no trato respiratório e intestinal (BENGMARK, 2002).
Cerca de 70 a 80% das células produtoras de imunoglobulinas estão
localizadas no trato gastrintestinal (TGI), e mais de 60% da produção diária
total de imunoglobulinas são de IgA intestinal. (SALMINEM, 1998;
BENGMARK, 2002; BRANDTZAEG, 1989). A IgA intestinal ou IgA secretória
é produzida por células do plasma dentro da mucosa intestinal, e tem
importância fundamental no intestino contra bactérias e vírus. O principal
modo de ação da IgA é evitar a aderência de bactérias às superfícies
mucosas, determinando a sua simples passagem pela luz intestinal.
6
todos os componentes necessários para iniciar uma reação imunológica –
células T, células B (precursoras das células do plasma que produzem
anticorpos ou imunoglobulinas), bem como para os linfócitos que produzem a
IgA. A flora intestinal pode estimular a expressão dos glico-conjugados
epiteliais específicos em superfícies luminais, os quais vão servir de
receptores para a aderência de bactérias (SALMINEM,1998; DEPLANCKE,
2001).
DESHMUKH, 2005.
7
Os microorganismos probióticos, como as leveduras do
gênero Saccharomyces cerevisae, e os prebióticos, como os
mananoligossacarídeos (MOS) e os frutoligossacarídeos (FOS), podem
trato gastrintestinal (TGI) são favorecidos pela ação dos prebióticos, que têm
junto com o bolo fecal (figura 3). A essa ação soma-se a dos probióticos.
8
Figura 3. Efeito dos mananoligossacarídeos (MO S) na aderência das bactérias à mucosa intestinal.
gastrintestinal.
9
Figura 4. Ação dos mananoligossacarídeos (MOS) sobre a atividade de macrófagos (fagocitose de
Staphylococcus spp).
10
Aminoácidos
As proteínas da dieta constituem a matriz dos aminoácidos que tomarão
parte na construção de imunoglobulinas, com importante ação na reação
imunológica adaptativa. Dietas com proteínas de má qualidade, associadas a
problemas digestivos, podem resultar em sinais de deficiência, com redução
de imunoglobulinas no soro, redução na função do timo, e redução na
formação de complemento, com comprometimento na formação de
anticorpos.
Vitamina E e Se
A vitamina E tem importante ação antioxidante; atua na eliminação de
radicais livres da fração solúvel em gordura das células,, estabilizando as
membranas celulares. O selênio faz parte de uma enzima, a glutation-
peroxidase, que praticamente complementa a ação da vitamina E. Esta
enzima destrói os lipoperóxidos formados pelos radicais livres. A deficiência
de vitamina E/Se pode determinar redução da reação do linfócito T e redução
na função fagocitária, com conseqüente redução na reação imunológica.
11
Vitamina C
A vitamina C atua na nutrição dos capilares, tem importante ação
antioxidante e está ligada à fração hidrossolúvel dos componentes celulares.
A deficiência de vitamina C reduz o poder de eliminação de leucócitos, bem
como as funções fagocitárias e a atividade do linfócito T.
Betacaroteno
Carotenóide com importante ação pró-vitamínica A, está relacionado com as
atividades da vitamina A e a proteção de epitélios. A utilização de níveis
ideais de betacaroteno aumenta o número de células T, a proliferação de
linfócitos e o aumento plasmático de IgG.
Zinco
O zinco tem importante participação em metalo-enzimas; na sua deficiência
ocorre redução humoral, bem como redução nas funções das células do
grupo B, funções fagocitárias, e redução na estrutura e função do timo. Deve-
se tomar cuidado com níveis excessivos de zinco, por prejudicarem a reação
imunológica orgânica.
Ferro
O ferro, como importante constituinte de células sangüineas, tem destacada
participação no sistema imunológico. A sua deficiência determina redução
nas funções das células B, na formação de imunoglobulinas, e redução na
atividade do timo.
12
Vitaminas do complexo B
A deficiência de vitaminas do complexo B, notadamente as vitaminas
participantes dos processos de formação protéica e hematopoiese (B6, ácido
fólico e B12), levam à diminuição de imunidade, com diminuição da replicação
celular, diminuição da atividade do timo e redução na formação de anticorpos.
Desta forma, o bom funcionamento do sistema imunológico do animal
depende da integridade dos órgãos primários e centrais do sistema
imunológico, como medula óssea, timo e tecidos linfóides. Estas estruturas
encarregadas da proteção do organismo, por sua vez, são dependentes da
correta nutrição e higidez do trato gastrintestinal, da absorção das frações
dos alimentos e da disponibilidade dos nutrientes essenciais à formação de
leucócitos, anticorpos e imunoglobulinas.
13
redução de alguns dos efeitos do exercício extenuante na resposta
imunológica.
ENVELHECIMENTO E IMUNIDADE
14
BIBLIOGRAFIA
15
MARTIN, S.C. Potential for manipulating the gastrointestinal microflora: A
review of recent progress. In: BIOTECHNOLOGY IN THE FEED INDUSTRY
OF ANNUAL SYMPOSIUM. 10.,Oct., 1994, London. Proceedings... London:
Nottingham University Press, 1994, p. 155-166.
16