Sei sulla pagina 1di 88

RODOVIAS Rodovida muda o Estado de Goiás

ECONOMIA&
DESENVOLVIMENTO
Ano XII - Nº 30 - Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013 - www.segplan.go.gov.br

GESTÃO

PAI
PÚBLICA

Eficiente
e com
resultados
O antídoto contra
escassez de recursos
RIQUEZA Plano de Ação Integrada de
Desenvolvimento criado pelo governo do
Um PIB Estado promete dar injeção de
acima de ânimo à economia goiana
R$ 112
bilhões
FAEG/SENAR E SEBRAE GOIÁS:
JUNTOS A GENTE CRESCE MAIS
E MELHOR.
O Sebrae Goiás e o Sistema FAEG/SENAR trabalham juntos pelo desenvolvimento
sustentável dos pequenos produtores rurais. Projetos como o PER (Programa
Empreendedor Rural) e o Negócio Certo Rural levam cada vez mais conhecimento e
tecnologia para as famílias diretamente em suas propriedades, promovendo a
autoconfiança do trabalhador rural e mais prosperidade para os negócios no campo.
Unindo forças e somando experiências, a gente realiza juntos os sonhos de cada um
e ajuda a construir um país cada vez melhor e mais justo a partir do nosso Estado.
Participe você também de nossas atividades!

Cursos de capacitação, consultorias,


treinamentos e muito mais...

Técnicas de produção e fabricação de produtos lácteos


Saúde e nutrição animal
Tecnologias no manejo de animais
Produção e tecnologias em alimentos

www.sebraego.com.br
3
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Modernização da
gestão pública
MARCONI PERILLO

M
odernizar a máquina pública é um Hoje, a economia de Goiás não apenas
dos grandes desafios dos governos cresce num ritmo muito superior à média na-
em todo o mundo. Cada vez mais os cional, mas igualmente gera empregos em ve-
gestores públicos lançam mão de ferramentas locidade mais acelerada, melhorando a renda e
da tecnologia e de iniciativas inovadoras para a qualidade de vida de todas as famílias, com
maximizar os resultados na prestação dos servi- melhor distribuição das nossas riquezas. Entre
ços essenciais ao cidadão. Países como a Ingla- outros avanços, Goiás experimenta uma traje-
terra e os Estados Unidos promoveram reformas tória de êxitos na área educacional, com a im-
e mudanças profundas, incorporando a moder- plantação do Pacto pela Educação.
nização da gestão nesses processos. Na área da saúde, a mudança na gestão,
No Brasil, diferentes instâncias do governo com a transferência da administração de sete
federal e mais de uma dezena de unidades da hospitais de referência para organizações so-
Federação têm buscado uma melhor organiza- ciais, resultou no reequilíbrio do setor, com
ção, inovando na estrutura, no funcionamen- melhora de infraestrutura e a aquisição de
to e nos serviços. Deixam para trás a ideia de equipamentos com agilidade no atendimento.
que foco em resultados é exclusividade do se- Recebemos críticas porque mexemos com os
tor privado. Com as atuais iniciativas de mo- interesses de muitos. Sabíamos que a situação
dernização, Goiás também assumiu de vez sua seria desconfortável, mas apresentamos como
resultado maior eficiência no atendimento ao
“Goiás assumiu de vez sua vocação para a gestão público.
O Plano de Ação Integrada de Desenvol-
profissional, inteligente e focada no desenvolvimento vimento (PAI), baseado no estado da arte em
social, cultural e econômico do Estado” termos de gestão pública e planejamento, tem
permitido ao Estado maximizar recursos escas-
vocação para a gestão profissional, inteligente sos com sua destinação a programas com im-
e focada no desenvolvimento social, cultural e pacto direto na vida do cidadão. São R$ 46,98
econômico do Estado. bilhões em investimentos, dos quais R$ 27,81
A despeito das dificuldades enfrentadas des- bilhões virão do setor privado, R$ 16,58 bi-
de o ano passado para colocar a casa em ordem lhões serão providenciados pelo governo es-
e retomar o equilíbrio fiscal, o governo conse- tadual e R$ 2,58 bilhões a cargo do governo
guiu desenvolver um trabalho sólido, operando federal.
programas de largo alcance social e econômico Por fim, mas não menos importante, os in-
e investindo em áreas essenciais ao desenvolvi- vestimentos em infraestrutura ganham fôle-
mento sustentável, envolvendo ações e projetos go, reforçados pela contratação de operações
nos setores de educação, saúde, segurança pú- de crédito apenas tornadas possíveis em fun-
blica e infraestrutura de transportes. Se 2011 foi ção da recuperação das contas fiscais. Somen-
o ano da reorganização do Estado, 2012 foi um te nos últimos dois anos foram reconstruídos
ano de avanços e do início efetivo de grandes 2.081 quilômetros de rodovias e outros 2.119
transformações em todas as áreas. O severo ajus- quilômetros já estão licitados para 2013. Com
te fiscal implementado abriu espaço para a ace- a reconstrução de mais 1.230 quilômetros em
leração da agenda de obras e de investimentos 2014, somaremos 4.530 quilômetros. Podemos
nos programas essenciais para o desenvolvimen- dizer, agora, que estamos vivendo a fase da en-
to do Estado em bases duradouras, pavimentan- trega, da realização dos compromissos, da efe-
MARCONI PERILLO do o caminho para a captação de recursos aos tivação das promessas, da consumação dos so-
Governador do Estado quais o Estado não tinha acesso, até então, por nhos – o que será o escopo maior dos próximos
de Goiás conta do descumprimento de metas fiscais. dois anos de Governo.
4
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Conteúdo
Expediente
Governador do Estado de Goiás: Marconi Perillo
Secretário da Segplan: Giuseppe Vecci

Superintendente Executivo: Otávio Alexandre da Silva


Chefe de Gabinete: Murilo Nunes Magalhães
Chefe de Gabinete Adjunto de Gestão: Maria Christina Reis
Chefe de Gabinete Adjunto de Planejamento, Qualidade dos
Gastos e Investimentos: Júlio Paschoal

PAI Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos


Socioeconômicos (IMB): Líllian Maria Silva Prado

Um programa Superintendência de Gestão, Planejamento e Finanças:


Wagner Mendonça
Superintendência Central de Planejamento:
com os pés Lara Garcia Borges
Superintendência de Orçamento e Despesa:

no chão Gilson Geraldo Valério do Amaral


Superintendência Central de Recursos Humanos:
Lilian Milhomens
pág. 6 Superintendência de Gestão de Resultados:
Rivael Aguiar Pereira
Superintendência da Escola de Governo Henrique Santillo:
Liliane Morais B. de Sá
Superintendência de Tecnologia da Informação:
Gustavo de Pina Dias Adorno

13
GESTÃO PÚBLICA Superintendência de Patrimônio do Estado:
Orçamento chega a R$ 22,19 bilhões em 2013 Liliane Maria Cruvinel Siqueira Peu
Superintendência de Modernização Institucional:

18
MERITOCRACIA Regina Simon Yasigi
A nova cara da gestão pública em Goiás Superintendência de Vapt Vupt e Atendimento ao Público:
Marco Antônio Ferreira

24
FÓRUM NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE PLANEJAMENTO Superintendência de Suprimentos e Logística:
Um novo pacto, urgente! Antônio Eurípedes de Lima

28
EDUCAÇÃO Chefia de Advocacia Setorial: Andréia de Araújo Inácio Adourian
Goiás acima da meta Comunicação Setorial: Sônia Ferreira
Gabinete de Gestão de Serviços Públicos e Qualidade no

32
MOVIMENTO GOIÁS COMPETITIVO Atendimento: Bruno Perillo
Gestão pública eficiente e com resultados
CONSELHOS
Conselho Estadual de Políticas Salariais e Relações Sindicais

37
MISSÃO INTERNACIONAL PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Secretária-executiva: Helena Almeida Barbosa
Negócios na Ásia e Oceania Livre acesso à informação Conselho Estadual de Investimentos, Parcerias e
Desestatização (Cipad)

38
AEROPORTO DE CARGAS DE ANÁPOLIS Secretário-executivo: Wanderlino Teixeira de Carvalho
Investindo na competitividade Promotoria de Liquidação - Proliquidação
Presidente: Jailton Paulo Naves

45
A RIQUEZA DE GOIÁS
Um PIB acima de R$ 112 bilhões ÓRGÃOS JURISDICIONADOS
Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de

53
AGROPECUÁRIA Serviços Públicos - AGR
19 milhões de toneladas Presidente: Humberto Tannús

58
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Agência Goiana de Desenvolvimento Regional - AGDR
Rodovida muda Goiás Presidente: Liosório de Jesus Meireles

61
COMÉRCIO EXTERIOR Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado
Exportações recordes (de novo) de Goiás - Ipasgo
Presidente: Francisco Taveira Neto

64
CENTROS DE CONVENÇÕES
Goiás Previdência - Goiasprev
Espaços para negócios Presidente: Marlene Alves de Carvalho Vieira

65
ESCOLA DE GOVERNO HENRIQUE SANTILLO
Agência de Fomento de Goiás S.A. - GoiásFomento
Capacitação acelerada Presidente: Luiz Maronezi

68
PROGRAMAS SOCIAIS
Inclusão social em todo o Estado

72
GOIÁS INCLUSIVO
Chance a deficientes

73
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) Edição e Coordenação Editorial:
Mariza Santana e Revista Safra
O salto de qualidade Textos: Comunicação Setorial da Segplan
Redação: Ágata Couto, Cândida Mota, Carla Borges, José Carlos

76
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Araújo Gomes, Kátia Assunção, Leydiane Alves, Lúcia Monteiro,
Ampliando o crescimento Luiza Renovato, Mariza Santana, Paulo Lício e Ricardo Cézar
Fotografias: Paulo Machado, Carlos Costa e André Costa

78
GRUPO JOSÉ ALVES Projeto gráfico, diagramação e impressão: Revista Safra
Sede de crescimento
Tiragem: 15.000 exemplares

83
AGENDA MUNICIPAL
Muito otimismo no segundo mandato Pedidos e correspondência:
Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento

86
Palácio Pedro Ludovico Teixeira, nº 400, 7º Andar, Centro
Goiânia, Goiás, CEP: 74015-908 - Tel.: (62) 3201-5755 / 3201-5758
PAINEL DO DESENVOLVIMENTO E-mail: segplan@segplan.go.gov.br / www.segplan.go.gov.br
5
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Goiás em desenvolvimento
GIUSEPPE VECCI

A
diversificação de sua economia, im- tos e empresas, gerando empregos e renda em
pulsionada por um cardápio de estí- todo o Estado, com atenção especial para as
mulos fiscais e de crédito, levou Goiás regiões com menores índices de crescimento
a apresentar taxas de crescimento sempre su- econômico e de desenvolvimento social.
periores à média brasileira, com taxas positi- Esta edição renovada da revista ECONOMIA
vas mesmo em momentos de retração da ati- & DESENVOLVIMENTO retrata o crescimento re-
vidade econômica no Brasil e no restante do cente da economia goiana, com análise apro-
mundo. Nos últimos anos, o Produto Interno fundada dos dados disponíveis, e detalha o tra-
Bruto (PIB) do Estado tem avançado a taxas sus- balho que o governo tem desenvolvido para
tentadas, consolidando sua posição como a 9ª suplantar dificuldades, garantir os recursos ne-
maior economia regional no País. cessários para os setores prioritários e moderni-
As previsões para 2012, quando se espera zar sua gestão, reforçando a eficiência na pres-
uma variação modesta para o PIB brasileiro, tação de serviços ao contribuinte e reduzindo
algo entre 1% e 1,5% em relação ao ano an- os riscos de desperdícios, com doses equilibra-
terior, sugerem que a economia goiana deverá das de planejamento e transparência.
experimentar um incremento duas a três vezes Como destaque, a revista apresenta repor-
mais acelerado do que aquela média, atingin- tagem detalhando o Plano de Ação Integrada
do algo como R$ 112,32 bilhões e acumulan- de Desenvolvimento (PAI), coordenado pela
do uma variação nominal de quase 50% em Secretaria de Gestão e Planejamento do Go-
quatro anos, um feito marcante sob vários as- verno de Goiás (Segplan) com envolvimento
pectos, numa tendência de descentralização de todos os órgãos da administração direta e
do crescimento e de modificações profundas indireta do Estado e parceria com o setor pri-
vado, que responderá por uma parcela rele-
“A administração estadual (está) criando as bases para vante dos investimentos previstos. Trata-se de
um esforço conjugado para gerir com a máxi-
preservar taxas vigorosas de crescimento no longo ma eficiência os recursos alocados pelo setor
prazo, com redistribuição das riquezas e dos ganhos” público no processo econômico, em todas as
suas frentes, estabelecendo prioridades para
no perfil da indústria goiana, com o desem- projetos e obras estruturantes.
barque de novos grupos industriais, principal- Como forma de assegurar o cumprimento
mente nos segmentos de produção de medi- das metas fixadas pelo PAI, o governo criou o
camentos, cosméticos e produtos de higiene Selo Prioridade, que deverá acelerar proces-
pessoal e montagem de veículos automotores. sos administrativos e eliminar etapas burocrá-
Há, com certeza, desafios a superar, para ticas, incluindo a modernização da máquina
assegurar níveis mais elevados de produtivida- pública, visando sua eficiência e agilidade em
de e, portanto, de competitividade para a eco- proveito do público em geral, do próprio ges-
nomia de uma forma geral, muito especial- tor público e da iniciativa privada, no que ela
mente no setor de infraestrutura de transporte depende da ação governamental. Com o PAI,
e de logística de distribuição e ainda nas áre- a administração estadual torna explícito o pla-
as da inovação e da educação, novos paradig- nejamento desenhado para dar ordenamento
mas que deverão funcionar como molas pro- ao processo de crescimento econômico e de
pulsoras do desenvolvimento desejado daqui promoção social no Estado, criando as bases
em diante. A administração pública estadual para preservar taxas vigorosas de crescimen-
tem dedicado todos os esforços para garantir to no longo prazo, com redistribuição das ri-
GIUSEPPE VECCI
Secretário de Gestão e que os avanços necessários ocorram em todas quezas e dos ganhos acumulados durante esse
Planejamento do Governo do aquelas áreas, de forma a pavimentar o cami- processo, revertendo em cidadania e qualida-
Estado de Goiás nho para continuarmos atraindo investimen- de de vida para todos.
6
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

PAI
Um plano com os pés no chão
PAI prevê investimentos
de R$ 46 bilhões até 2014
e concede Selo de Prioridade
a projetos com recursos
já assegurados

U
ma boa carteira de projetos,
com fontes definidas de re-
cursos, ações para eliminar
os entraves burocráticos e monito-
ramento intensivo. Essas são as pre-
missas do Plano de Ação Integrada
de Desenvolvimento (PAI), lançado
pelo governo do Estado em agosto,
durante solenidade no Oliveira’s Pla-
ce, em Goiânia, que reuniu perto de
1.300 pessoas. O plano visa nortear
as ações governamentais até dezem-
bro de 2014, dando preferência à
execução daquelas que têm impacto
na vida dos cidadãos goianos, con-
cedendo-lhes o Selo de Prioridade.
“Daqui em diante, o livro do PAI
será a cartilha de todos os gestores
estaduais, pois seus programas prio-
ritários serão a ‘pedra de toque’ de
todas as ações governamentais”,
anunciou, na ocasião, o governa-
dor Marconi Perillo. Ele se referiu

Governador: programas prioritários serão a “pedra


de toque” das ações do governo daqui em diante
7
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

ao plano como “pé no chão”, já que ta que o Selo de Prioridade do PAI


somente os programas, projetos e dá mais celeridade aos programas
ações previstos nele e, portanto, com governamentais, cuja execução é
recursos assegurados serão executa- importante para o desenvolvimento
dos, o que garante sua viabilidade. econômico e social do Estado. Por
Segundo o governador, o planeja- isso, houve a preocupação de redu-
mento estratégico foi adotado desde Há a preocupação de zir os procedimentos burocráticos,
seu primeiro governo e é considera- por meio da reformulação de nor-
do de fundamental importância para reduzir procedimentos mas, decretos e legislação, com o
direcionar a administração pública
estadual, garantindo a melhor apli-
burocráticos, por meio objetivo de propiciar agilidade aos
processos considerados de alto inte-
cação dos recursos públicos. da reformulação de resse para a administração estadual.
normas, decretos e Uma das medidas práticas adota-
das, visando a desburocratização das
legislação” ações administrativas, foi o fim do
controle prévio, por parte da Contro-
ladoria Geral do Estado (CGE), das
despesas no valor de até R$ 500 mil,
Os programas do PAI foram distri- o que garante agilidade aos proces-
buídos em seis áreas: social, econô- sos que emperravam muitas ações,
mica, infraestrutura, desenvolvimento principalmente nas áreas de Saúde
regional, gestão e institucional/comu- e Segurança Pública, em que ações
nicação. Os programas contam com emergenciais e não previsíveis são
recursos oriundos de Fundos Espe- sempre constantes. O ordenador de
ciais e do Tesouro do Estado quando despesas continua sendo responsá-
tratar de vinculações, além de ope- vel pelos seus atos, mas a fiscaliza-
rações de crédito, recursos próprios, ção passa a ser feita a posteriori, sem
investimentos das estatais, parcerias prejuízo à legalidade e com muito
e financiamentos do Banco Nacio- mais rapidez.
nal de Desenvolvimento Econômico No dia 28 de agosto, foi realizada
e Social (BNDES). solenidade no Salão Dona Gercina,
No total, o plano projeta inves- no Palácio das Esmeraldas, presidida
timentos que ultrapassam R$ 46 bi- pelo governador, para a alocação e
lhões até 2014, dos quais R$ 15,7 bi- destinação dos recursos para o PAI,
lhões serão realizados com recursos no valor de R$ 115 milhões, oriun-
do governo estadual, R$ 2,1 bilhões dos das contas de autarquias e dos
com financiamentos do BNDES, em fundos especiais. Conforme o se-
torno de R$ 2,6 bilhões com recur- cretário de Gestão e Planejamento,
sos federais, além de R$ 27,8 bilhões Giuseppe Vecci, essa foi a maneira
que representam a intenção de in- encontrada para destinar recursos a
vestimentos em Goiás da iniciati- alguns programas que ainda não ti-
va privada para o período, apurada nham valores assegurados, o que co-
por pesquisa feita pelo Instituto Mau- locaria em risco sua execução.
ro Borges de Pesquisa e Informações O total de R$ 115 milhões foi
Socioeconômicas (IMB/Segplan). destinado a 13 programas: Crian-
ça e Adolescente, Apoio às Pessoas
Desburocratização, com Deficiência, Apoio ao Idoso, Es-
para acelerar programas tadual de Enfrentamento às Drogas,
Esporte e Lazer, Estadual de Cultu-
O secretário de Gestão e Plane- ra, Alimentos Comunitários, Fortale-
jamento, Giuseppe Vecci, acrescen- cimento e Expansão das Atividades
8
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Agropecuárias no Estado de Goiás, com pessoal, como auditoria e para-


Rodovida Urbano, Programa e Polos metrização da folha de pagamento
de Desenvolvimento Regional, Ex- dos servidores estaduais, e ainda o
celência dos Serviços da Adminis- controle das compras, do uso de te-
tração Pública, Apoio à Juventude e lefone/internet, e da frota do Estado,
Advocacia Geral do Estado. entre outras medidas, e a adoção da
“Os recursos do Tesouro Estadu- Estamos buscando qualidade no gasto público.
al estão comprometidos com as des- Cálculos do Instituto Mauro Bor-
pesas vinculadas, folha de pessoal, alternativas para ges (IMB/Segplan) apontam que,
pagamento da dívida e custeio da
máquina. Por isso, estamos buscan-
garantir recursos a caso tenham êxito em sua execução,
as ações do PAI vão contribuir para
do alternativas para garantir recursos todos os programas incrementar o Produto Interno Bruto
a todos os programas do PAI”, afir-
mou Vecci. Entre as alternativas de
do PAI” (PIB) goiano em 3,5% ao ano, gerar
230 mil postos de trabalho, ampliar
obtenção de recursos extras estão os a média de investimentos anuais no
acordos de resultados para captação Estado, atualmente na faixa de R$
de recursos e incremento da receita alienação de ativos societários, incre- 7 bilhões, em quase R$ 10 bilhões.
própria firmados com 39 órgãos es- mento da receita tributária e controle Ou seja, o Plano propiciará efeito
taduais, a venda de imóveis do Esta- e redução da folha de pessoal. multiplicador no desenvolvimento
do (para aplicação em programas so- Também estão sendo adotadas econômico e social de Goiás até o
ciais e de desenvolvimento regional), medidas de controle das despesas fim de 2014.
9
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Combate às drogas incluído no PAI


O enfrentamento às drogas é uma frentamento às drogas, que envol- Associação dos Magistrados de Goiás
grande preocupação do governo do vem as áreas de prevenção, trata- (Asmego), o programa foi contempla-
Estado. Principalmente no atual mo- mento, repressão e gestão para evitar do com o Selo de Prioridade do PAI,
mento, quando o vício do crack já o uso e o tráfico de substâncias en- e integra a área social do plano. Ele
é considerado uma epidemia pelas torpecentes. As ações do Plano Es- conta com recursos da ordem de R$
autoridades de saúde do País, por ter tadual de Enfrentamento às Drogas 89,6 milhões a serem aplicados até
o consumo disseminado tanto nos têm como objetivo a promoção da 2014. A meta é garantir tratamento a
grandes centros urbanos quanto nas estruturação, integração, articulação um total de 17.800 pessoas por ano.
cidades de médio e pequeno portes, e ampliação das ações voltadas à Entre as ações previstas está a insta-
causando graves problemas sociais gestão, prevenção do uso, tratamen- lação de cinco Centros de Referên-
e aumento dos índices de crimina- to e reinserção social de pessoas de- cia e Excelência em Dependência
lidade. pendentes de drogas, sem perder de Química (Credeqs). A primeira uni-
Por isso, dentro do Plano de Ação vista a repressão ao tráfico. dade será construída em Aparecida
Integrada de Desenvolvimento (PAI) Durante solenidade realizada no de Goiânia e está orçada em R$ 20
foram priorizadas as ações de en- dia 17 de setembro no auditório da milhões.

Lançado em setembro, no auditório da Asmego, Plano Estadual de Enfretamento às Drogas recebeu Selo de Prioridade do PAI e terá R$ 89,6
milhões para investir no tratamento e recuperação de 17,8 mil pessoas por ano
10
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Ação conjunta, prevenção dades de Acolhimento com investi-


e tratamento a usuários mentos previstos de R$ 488 mil.
Na área de prevenção ao uso de
Também durante a solenidade fo- drogas, destaca-se a execução de
ram assinados convênios com diver- ações preventivas na rede estadual
sos organismos públicos e organiza- de ensino, por meio de palestras e
ções não governamentais, visando à O programa prevê seminários, com envolvimento dire-
atuação conjunta em Goiás para o to das famílias dos alunos. Na área
enfrentamento às drogas. Além das ainda a viabilização de de repressão ao tráfico, o governo
25 entidades já contempladas com leitos para tratamento estadual pretende investir cerca de
recursos do Programa Estadual de R$ 2 milhões no aparelhamento dos
Enfrentamento às Drogas, o gover- de dependentes grupos especiais de repressão a nar-
no de Goiás pretende acrescentar químicos nos hospitais cóticos. As 15 bases operacionais
mais 25 ao número de instituições instaladas nas divisas de Goiás com
que atuarão em conjunto na preven- da rede pública outros Estados serão fortalecidas, re-
ção e no tratamento aos usuários de estadual e municipal” estruturadas e adequadas. A meta é
drogas. propiciar combate mais efetivo à en-
Outras ações são a criação da trada de drogas no Estado.
Central de Conselhos para reunir to-
dos que atuam nessa área e evitar a Ações do Programa Estadual de Enfrentamento às Drogas
dispersão de recursos, a criação da
• Construção de cinco unidades do Credeq;
Rede Estadual do Voluntariado e a
realização de cursos de capacitação • Viabilização de 40 leitos nos hospitais da rede pública estadual;
de servidores por meio da Escola de
Governo Henrique Santillo. • Acordo de cooperação técnica com hospitais municipais e entidades fi-
A coordenação e a operaciona- lantrópicas no interior do Estado para destinação de 200 leitos para tra-
lização das políticas de gestão re- tamento de pacientes;
lacionadas ao tema estão sob a res- • Apoio de R$ 300 mil por ano para custeio de 42 Centros de Atenção
ponsabilidade do Grupo Executivo
Psicossocial (Caps) já existentes;
de Enfrentamento às Drogas, criado
especialmente para essa finalidade. • Implantação de mais 37 Caps e 15 Unidades de Acolhimento com in-
Na área governamental, a execução vestimentos previstos de R$ 488 mil;
do programa envolve as Secretarias
de Gestão e Planejamento (Segplan), • Construção do Centro de Recuperação de Dependentes Químicos na
Saúde, Educação, Segurança Públi- Penitenciária Oldenir Guimarães a um custo de R$ 2,5 milhões;
ca e Justiça, Cidadania e Trabalho, e • Execução de ações preventivas ao uso de drogas na rede estadual de
Agência de Esporte e Lazer. ensino;
O programa prevê ainda a viabi-
lização de leitos para tratamento de • Aparelhamento dos 13 grupos especiais de repressão a narcóticos;
dependentes químicos nos hospitais
da rede pública estadual e munici- • Reestruturação de 15 bases operacionais para ações de combate ao trá-
pal, bem como em entidades filan- fico de drogas nas regiões de divisa de Goiás com outros Estados;
trópicas, além da construção do Cen- • Ampliação de 25 para 50 do número de entidades contempladas com
tro de Recuperação de Dependentes recursos para o enfrentamento às drogas no Estado;
Químicos na Penitenciária Odenir
Guimarães, cujas obras estão orçadas • Criação da Central de Conselhos para evitar dispersão de recursos;
em R$ 2,5 milhões. Outras ações in-
• Realização de cursos de capacitação de servidores por meio da Escola
cluem o apoio de R$ 300 mil por ano
de Governo Henrique Santillo;
para custeio dos 42 Centros de Aten-
ção Psicossocial (Caps) já existentes e • Criação da Rede Estadual do Voluntariado.
a implantação de mais 37 e 15 Uni-
11
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Alguns dos objetivos do PAI Economia


Manter a economia goiana na
rota do crescimento, registrando Ações do PAI Economia
bons indicadores no Produto Inter- • Instalação de Grupo de Trabalho de Reformulação da Política de Atração de In-
no Bruto (PIB), geração de emprego vestimentos;
formal, produção industrial e ven- • Decreto de criação do Comitê de Prospecção de Oportunidades de Negócios;
das do comércio. Além disso, criar • Criação do Comitê de Concessão e Avaliação de áreas e/ou distritos industriais;
novos mecanismos de apoio ao de- • Instituição de Força-Tarefa para efetivação dos projetos de investimentos da ini-
senvolvimento de Goiás como alter- ciativa privada em Goiás;
nativa à política de benefícios e in- • Criação de Grupo de Trabalho para reestruturar a Política de Assistência Técnica
centivos fiscais utilizada para atrair e Extensão Rural da Emater.
investimentos produtivos. • GoiásFomento
Esses são alguns dos objetivos do – Reformulação dos objetivos da GoiásFomento;
PAI Economia, integrante do Plano – Fusão da Diretoria de Operações com a Diretoria de Desenvolvimento de Pro-
gramas e criação da Diretoria de Prospecção e Oportunidades de Negócios.
de Ação de Desenvolvimento Inte-
• Programa Estadual de Mineração
grado, cujas ações foram anunciadas
– Prospecção Mineral - Projeto Mapa da Mina do Empreendedor;
pelo governo do Estado no dia 10 de – Apoio técnico, financeiro e de capacitação aos pequenos empreendedores mi-
outubro, no auditório do Sesc Cida- nerais;
dania, em Goiânia. O PAI Economia – Realização de parcerias para implantação do laboratório de tecnologia mineral
congrega cinco programas na área de Goiás.
econômica que totalizam R$ 654,6 • Programa de Desenvolvimento da Economia Goiana
milhões. Ele abrange os segmentos – Programa de Infraestrutura de Distritos Agroindustriais;
de agropecuária, mineração, micro- – Construção dos Centros de Convenções de Anápolis e da cidade de Goiás;
crédito, indústria, turismo e micro e – Programa de Fomento à Economia (Goiás Cresce e Aparece);
pequenas empresas. – Criação de novas linhas de financiamento a Micro e Pequenos Empreendedo-
Entre as ações do PAI Economia res com linhas de créditos para prestadores de serviços, para produtores de bi-
está a instalação de um grupo de tra- juterias e pequenos artesãos de gemas e joias, para cabeleireiros e pequenos
salões de beleza (Credibeleza), para micro e pequenas confecções (Credives-
balho que vai atuar na reformulação
tuário), para arranjos produtivos locais (APLs) e para proprietários de Pit Dogs
da política de atração de investimen-
(Credipitdog).
tos e incentivos fiscais do Estado nos – Criação do Fundo de Aval (Sociedade Garantidora de Créditos);
diversos segmentos produtivos, que – Criação do Fundo Especial do Banco do Povo do Estado de Goiás, com opera-
engloba os programas Fomentar e cionalização pela Agência de Fomento.
Produzir, além de outros benefícios. • Programa de Desenvolvimento Turístico de Goiás
“Precisamos estar preparados – Programa de atração de eventos de negócios e turísticos.
para enfrentar duas ameaças que • Programa de Alimentos Comunitários
pairam sobre o Estado: a súmula vin- – Implantação do Sopão Ceasa;
culante, que propõe o fim da políti- – Ampliar o Programa Horta Comunitária de 33 para 150 municípios atendidos;
ca de incentivos fiscais dos Estados – Ampliar o Programa Lavoura Comunitária para atendimento de 87 para 200
a ser votada pelo Supremo Tribunal municípios.
Federal (STF), e a proposta do go- • Programa de Fortalecimento e Expansão das Atividades Agropecuárias do Estado
– Implantação de projetos de irrigação, conclusão da 2ª etapa do Projeto de Irri-
verno federal de estabelecer alíquo-
gação de Flores de Goiás
ta única para o ICMS e cobrança do
– Conclusão do Projeto de Irrigação Luís Alves do Araguaia;
imposto no destino”, afirmou o se- – Construção da Barragem Imburuçu em Campo Alegre de Goiás;
cretário de Gestão e Planejamento, – Realização de estudos de viabilidade para a implantação de 110 barragens nos
Giuseppe Vecci. Também foi cria- municípios de Cristalina, Rio Verde e Santa Helena de Goiás;
do grupo de trabalho para auxiliar e – Implantação do Programa de Construção de Pequenas Barragens para irrigação
acompanhar processos de implanta- nos municípios goianos.
ção de 156 projetos aprovados pelo • Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Produzir e FCO, além de remover • Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agropecuária
entraves que porventura existirem – Reestruturação e manutenção da infraestrutura das unidades de pesquisa da
nas áreas ambiental, de vigilância Emater para disponibilização de materiais genéticos.
sanitária e fazendária. • Programa de Defesa e Vigilância Agropecuária
12
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Novas linhas de crédito e fundo de aval


A Agência de Fomento de Goiás Produtivos Locais (APLs). Ao todo se- vo goiano que finalmente se torna re-
S.A. (GoiásFomento) passará a atu- rão disponibilizados para essas no- alidade”, destacou.
ar no desenvolvimento do Estado, vas linhas de crédito R$ 25 milhões. Também foi criado o Fundo Es-
com a criação da Diretoria de Pros- No lançamento do PAI Economia, pecial do Banco do Povo, no valor
pecção e Oportunidades de Negó- o presidente da Federação do Comér- de R$ 20 milhões, que será opera-
cios da instituição financeira. Foram cio do Estado de Goiás (Fecomércio- cionalizado pela GoiásFomento e
anunciadas novas linhas de crédito -GO), José Evaristo dos Santos, elo- beneficiará 4 mil micro e peque-
da GoiásFomento para micro e pe- giou especialmente uma das medidas nos empreendedores goianos. O PAI
quenos empreendedores: prestado- anunciadas, a criação do Fundo de Economia contempla ainda ações
res de serviços (encanadores, cha- Aval (Sociedade Garantidora de Cré- no setor agropecuário, como a im-
veiros, técnicos de manutenção dito), que concederá garantias com- plantação do Sopão Ceasa e a am-
residencial), produtores de bijute- plementares à contratação de opera- pliação dos Programas Horta Co-
rias e pequenos artesãos de gemas ções de crédito por parte das micro e munitária e Lavoura Comunitária,
e joias, cabeleireiros e donos de pe- pequenas empresas, no valor de R$ 5 implantação e conclusão de proje-
quenos salões de beleza, micro e milhões, recursos da Agência de Fo- tos de irrigação, Programa de Assis-
pequenos confeccionistas e proprie- mento e do Sebrae-GO. “Essa é uma tência Técnica e Extensão Rural e de
tários de pit dogs, além de Arranjos antiga reivindicação do setor produti- Defesa e Vigilância Sanitária.

Evaristo, da Fecomércio-GO: criação do Fundo de Aval responde à reivindicação do setor produtivo goiano
13
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

GESTÃO PÚBLICA

Orçamento chega a
R$ 22,19 bilhões em 2013
Grande desafio será garantir o custeio da máquina pública, honrar dívidas e seus encargos e,
ainda, promover novos investimentos para assegurar o crescimento equilibrado da economia

E
m que pesem os esforços go- No exercício de 2013, o gover- cos, o crescimento é relevante, mas
vernamentais para melhorar no de Goiás terá a missão de gerir ainda assim não significa que haverá
o desempenho da administra- um orçamento que estima a receita folga na administração dos recursos.
ção pública, seja pelo aumento da e fixa as despesas em R$ 22,19 bi- Será preciso um grande esforço para
receita, seja pela redução e quali- lhões, valor que é 25% superior ao consolidar esses valores e fechar as
ficação das despesas ou ainda pela montante orçado para 2011, de R$ contas. É nesse ponto que entra a ca-
otimização dos processos de gestão, 17,75 bilhões. Em termos numéri- pacidade de gestão do governo de
a realidade mostra que os orçamen-
tos governamentais são insuficien-
tes para fazer frente a todas as ne- Saneamento básico: esforço para ampliar os
cessidades do poder público perante recursos orçamentários destinados ao setor
às crescentes demandas da popula-
ção. O grande desafio dos gestores
públicos se concentra basicamente
na necessidade de manter o funcio-
namento da máquina pública, no pa-
gamento da dívida e seus encargos e,
fundamentalmente, na destinação de
recursos para investimentos que pro-
movem o crescimento econômico e
social do Estado.
14
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

modo a gerar meios suficientes para Ele destaca ainda que a proposta or- butos (14,22%), da entrada de re-
incrementar os investimentos em in- çamentária para o exercício de 2013 ceitas provenientes da alienação de
fraestrutura econômica e em progra- é “uma peça bem elaborada, fruto áreas públicas pertencentes ao go-
mas sociais capazes de impulsionar de um planejamento responsável”. verno, da captação de novos recur-
a melhoria da qualidade de vida da sos advindos do Programa de Acordo
população. A divisão dos de Resultados, cujo foco principal é
Segundo o superintendente exe- recursos por área o aumento das receitas próprias de
cutivo da Secretaria de Gestão e Pla- autarquias, fundação e fundos espe-
nejamento (Segplan), Otávio Ale- O valor global do orçamento do ciais. Finalmente, outra fonte alinha-
xandre da Silva, as vinculações Estado está distribuído entre o or- da na proposta orçamentária será a
constitucionais e legais das receitas çamento fiscal, que soma R$ 16,27 captação de recursos como emprés-
criam uma “rigidez orçamentária”, bilhões; seguridade social, com R$ timos, convênios e outros.
comprometendo quase integralmen- 4,74 bilhões e investimentos das Na proposta orçamentária do Es-
te os recursos do Tesouro. “Daí a ne- empresas, cuja soma atinge R$ 1,18 tado para 2013, a receita total está
cessidade de buscarmos fontes alter- bilhão. A expectativa de incremento distribuída em três grandes fontes,
nativas de receita para fazermos face da receita se baseia principalmente quais sejam: recursos do tesouro/
às demandas da população”, afirma. no aumento da arrecadação de tri- convênios, fixados em R$ 16,098
bilhões; recursos próprios das autar-
quias, fundação e fundos especiais,
Distribuição da Receita R$ 4,92 bilhões e investimentos
próprios das empresas estatais, R$
Receitas Valor %
1,178 bilhão, o que perfaz o mon-
tante de R$ 22,197 bilhões. Do to-
Recursos de Tesouro / Convênios 16.098.181.000 72,5% tal da receita bruta do Tesouro Esta-
dual será deduzido um montante de
Recursos Próprios (Autarquias / R$ 5,59 bilhões para a formação do
Fundações / Fundos Especiais) 4.920.953.000 22,2% Fundo de Desenvolvimento do Ensi-
no Básico e Valorização do Magisté-
rio (Fundeb) e transferências consti-
Investimento das Empresas Estatais 1.178.791.000 5,3%
tucionais para os municípios.
No detalhamento da receita tri-
Total 22.197.925.000 100% butária, é relevante observar o in-
cremento dos valores propostos,

Proposta Orçamentária de 2013


Detalhamento da Receita Tributária
Recursos de Todas as Fontes

Variação % Crescimento Real


A - Tesouro 2012 2013
(2012 - 2013) (descontado inflação de 5,50% (1))
-Tributária 10.837.429.000 12.378.109.000 14,22 8,72
ICMS 9.549.006.000 10.928.137.000 14,44 8,94
IPVA 634.665.000 725.341.000 14,29 8,79
IRRF 559.252.000 601.544.000 7,56 2,06
ITCD 91.495.000 119.518.000 30,63 25,13
TAXAS 3.011.000 3.569.000 18,53 13,03
(1) Expectativa de mercado para inflação nos próximos 12 (doze) meses, conforme relatório FOCUS do Banco Central do Brasil – Na semana
de 16 a 21 de setembro de 2012, IPCA.
15
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

será de 8,72% descontando-se a in- para 2013, alguns pontos merecem


flação de 5,5%. No caso do Impos- atenção especial. No que diz res-
to sobre Circulação de Mercadorias peito às receitas provenientes de
e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre convênios, a projeção é que haja
Propriedade de Veículos Automoto- crescimento de 437,86% em 2013
res (IPVA), as variações positivas de- comparado com 2012, saltando de
verão ser de 14,44% e 14,29%, res- R$ 309,81 milhões este ano para
pectivamente. R$ 1,666 bilhão no próximo exer-
A Secretaria da Fazenda trabalha cício. Com relação a outras re-
com a perspectiva de cumprir inte- ceitas correntes também prevê-se
gralmente a previsão orçamentária, impulso de 123,43%, elevando o
realizando uma ofensiva para recu- valor de R$ 382,15 milhões em
Secretário Simão Cirineu: “Com esforço, perar receitas e repor perdas eventu- 2012 para R$ 853,86 milhões em
vamos realizar a arrecadação prevista” ais causadas, num exemplo, pela re- 2013. Quanto à alienação de bens,
dução das tarifas de energia elétrica pela qual não houve receitas em
índices que serão alcançados me- ao longo de 2013. “Com muito es- 2012, a previsão é que em 2013
diante continuado esforço do gover- forço para a captação de recursos sejam apurados R$ 414,78 mi-
no. Em comparação com o orçamen- adicionais, vamos conseguir reali- lhões, provenientes da alienação
to de 2012, o crescimento nominal zar a arrecadação tributária previs- de ativos da administração direta,
da receita tributária deverá ser de ta”, afirma o titular da pasta, Simão da alienação de ativos de empre-
14,22%, elevando-se de R$ 10,837 Cirineu Dias. sas em liquidação e da alienação
bilhões neste ano para R$ 12,378 bi- No detalhamento das recei- de ativos da administração indireta
lhões em 2013. O crescimento real tas estimadas do Tesouro Estadual e fundos especiais.

Gestão das despesas exige eficiência


Despesas obrigatórias como o de pessoal, o equivalente a 63% da
serviço da dívida, transferências Receita Corrente Líquida, fixada em
constitucionais para os municípios, R$ 14,382 bilhões. O aumento em
gastos vinculados e manutenção da relação a 2012 será de 14,06% e
máquina são fatores que limitam as ocorrerá por conta da reposição sa-
ações do administrador público na larial na data-base, admissão de no-
execução orçamentária em relação vos servidores e crescimento vege-
às despesas. Na realidade, o que so- tativo da folha, que é um processo
bra do montante arrecadado para in- natural. Para o pagamento da dívi-
vestimentos é pouco para as múlti- da pactuada com a União, serão de-
plas necessidades e demandas do sembolsados R$ 2,41 bilhões. Já as
conjunto da população. Visão em- transferências constitucionais para
preendedora, ousadia e eficiência na os municípios referentes à arreca-
prática administrativa são ingredien- dação de ICMS e IPVA vão somar
tes fundamentais para gerir bem os R$ 3,31 bilhões. Para os outros po-
recursos, por meio da priorização de deres (Legislativo e Judiciário) serão
investimentos, redução de custos e gastos R$ 2,11 bilhões. A conclusão
implementação de parcerias, o que é que as despesas obrigatórias vão
significa fazer mais com menos. somar em 2013 um valor global de
Em 2013, do total da arrecada- R$ 19,66 bilhões, restando apenas
ção, o governo destinará R$ 9,06 R$ 2,53 bilhões para investimentos Educação: verbas previstas para o ano de
bilhões para o pagamento da folha e despesas de custeio. 2013 somam R$ 3,248 bilhões
16
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Rigidez Orçamentária
Transferências para os municípios

Transferências Constitucionais/ou Legais 3.310.153.000

Encargos Financeiros/Dívidas

Dívida LIMITE – 15% 1.847.218.000

Dívida EXTRALIMITE – 3%
Otávio Alexandre: “Peça orçamentária é Despesas com parcelamentos: INSS, PIS/PASEP, outros) 562.223.747
resultado de um planejamento responsável”
TOTAL - DÍVIDA 2.409.441.747

Educação, Saúde e Ciência e Tec- Pessoal e Encargos


nologia são áreas com vinculação
Todos os Poderes 9.065.137.000
de receita e vão receber o montante
de R$ 5,25 bilhões em 2013. Desse Vinculações Constitucionais
total, a Saúde terá R$ 1,687 bilhão,
dos quais R$ 1,479 bilhão do Tesou- Saúde – 12% 1.479.878.486
ro Estadual e R$ 207,845 milhões de
outras fontes. Já a Educação terá di- Educação – 25% 3.083.080.18
reito a R$ 3,248 bilhões, sendo R$ Ciência e Tecnologia – 3,25% 316.991.448
3,083 bilhões do Tesouro Estadual e
R$ 165,560 milhões de outras fon- TOTAL GERAL
tes. O setor de Ciência e Tecnologia
receberá o total de R$ 316,991 mi- DESPESAS OBRIGATÓRIAS 19.664.681.861
lhões do Tesouro Estadual.

Assembleia recebe
fatia maior
As transferências de recursos de 32,51%. Desse total, a maior
do Tesouro Estadual para outros parte vai para a Assembleia, que
poderes terão aumento significa- terá R$ 354,44 milhões. Para o
tivo no próximo ano, conforme Poder Judiciário (Tribunal de Jus-
detalhado na proposta orçamen- tiça) serão repassados R$ 991,99
tária. Para o Poder Legislativo milhões, 16,20% a mais que os
(Assembleia Legislativa, Tribu- R$ 853,70 orçados para este ano.
nal de Contas do Estado e Tribu- O Ministério Público (Procura-
nal de Contas dos Municípios, o doria Geral de Justiça) terá R$
montante saltará de R$ 514,21 437,28 milhões, o que representa
milhões em 2012 para R$ 681,38 54,38% a mais que os R$ 283,24
milhões em 2013, um aumento milhões repassados este ano.
17
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

PAI terá R$ 5,456 bilhões


O desenvolvimento econômico receitas próprias como pela capta- O plano está subdivido em sete
e social do Estado é uma das prio- ção de outros recursos por meio do áreas distintas, quais sejam PAI So-
ridades do governo estadual até o Acordo de Resultados firmados com cial, PAI Economia, PAI Infraestrutu-
fim de 2014. Com essa visão, a Se- todos os órgãos e entidades do Po- ra, PAI Gestão, PAI Desenvolvimen-
cretaria de Gestão e Planejamen- der Executivo. to Regional, PAI Institucional e PAI
to idealizou e lançou o Plano de As principais fontes de recursos Comunicação, que receberão prio-
Ação Integrada para o Desenvolvi- elencadas na proposta orçamentá- ridade absoluta na liberação de re-
mento (PAI), que reúne 40 progra- ria especificamente para o PAI são cursos do governo. Do total de re-
mas e dezenas de ações que vão as receitas ordinárias que somam cursos destinados ao PAI, a área de
assegurar benefícios para todas as R$ 1,376 bilhão; as operações de infraestrutura terá o maior aporte,
regiões do Estado. Trata-se de um crédito, totalizando R$ 1,309 bilhão em torno de R$ 2,8 bilhões; o se-
esforço concentrado a ser desen- (aí incluído R$ 1,5 bilhão do acor- gundo segmento com maior volu-
volvido de forma estratégica e pla- do assinado com o BNDES); convê- me de verbas é a área social, que
nejada, possibilitando à adminis- nios, ajustes e acordos, que deverão terá no próximo ano R$ 1,67 bilhão,
tração pública oferecer respostas somar R$ 1,35 bilhão e recursos de- dos quais R$ 1,16 bilhão para edu-
rápidas às demandas da socieda- correntes de alienação de ativos da cação, saúde e segurança pública e
de, com resultados palpáveis e sa- administração direta, cuja projeção R$ 510,97 milhões para a rede de
tisfatórios. é de R$ 414,78 milhões, oriundos proteção social (programas sociais).
Para fazer frente aos programas da venda de ativos da administração Confira na tabela abaixo a distribui-
que receberão o selo de priorida- direta e indireta e da alienação de ção dos recursos do PAI em todos os
de do PAI, a proposta orçamentá- ativos de empresas em liquidação. segmentos.
ria prevê um montante de R$ 5,45
bilhões, recursos que estão garan-
tidos conforme as previsões de re- Plano de Ação Integrada de Desenvolvimento – PAI
ceitas diretamente arrecadadas por
Recursos do PAI por Área
autarquias, fundação e fundos es-
peciais, tanto pelo incremento de
Área Orçamento %

Social 1.671.464.000 30,63

(Rede de Proteção 510.977.000 9,37

(Educação/Saúde/Segurança Pública) 1.160.487.000 21,27

Economia 249.887.000 4,58

Infraestrutura 2.800.637.000 51,33

Desenvolvimento Regional 379.131.000 6,95

Gestão 214.280.000 3,93

Institucional 94.576.000 1,73


Saúde pública: Tesouro
Estadual reservou Comunicação 46.118.000 0,85
R$ 1,479 bilhão para
o setor
Total 5.456.093.000 100,00
18
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

MERITOCRACIA

A nova cara da gestão pública


P
rofissionalização e moderni- claro dessa intenção é a adoção do resposta nas grandes empresas globa-
zação da gestão pública. Se sistema de seleção de gerentes por lizadas, o governo de Goiás decidiu
é fácil conceituar esse status, mérito, processo ainda em andamen- investir na profissionalização dos seus
que tem como premissa básica ofere- to, mas que já mostra resultados, a gerentes. Os candidatos a esses postos
cer um serviço público de qualidade despeito de diversas dificuldades para são definidos por seus próprios méri-
à população, a prática desse exercí- sua execução e da resistência inicial, tos, com base no conjunto de conhe-
cio se mostra um verdadeiro desafio. ao ferir o ‘privilégio’ da indicação dos cimentos, habilidades e experiência.
Mas é nisso que o governo está apos- cargos feita por políticos. Não é difícil entender a preocu-
tando para transformar Goiás em um Espelhando-se em administrações pação e o propósito do governo com
dos maiores polos de desenvolvimen- que introduziram a meritocracia com a renovação estrutural. A simples
to econômico e social do País, ao in- êxito, como o Estado de Minas Ge- conferência dos números da recei-
troduzir políticas inovadoras na forma rais, e na comprovação de que essa ta estadual é clara: a folha de paga-
de administrar o Estado. Um exemplo é a ferramenta de gestão com melhor mento absorve quase 70% da receita
19
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Mais de 800 gerentes meritocráticos


estiveram presentes no encontro

em Goiás
do Estado; 20% vão para o pagamen- compelidos a gerar bons projetos que profissionais. O recado foi dado
to da dívida; 6% a 7% para o custeio encontrem acolhida junto ao governo por Giuseppe Vecci, representan-
da máquina, restando muito pouco federal, aos municípios, a organismos do o governador Marconi Perillo,
para investimentos. A dedução a par- internacionais e mesmo na iniciativa na abertura do 1° Encontro Geral
tir desse quadro também é inequívo- privada. Investir na gestão profissiona- dos Gerentes, realizado no dia 29
ca: o servidor público é ‘caro’ para a lizada foi um dos caminhos escolhi- de outubro, no Oliveira’s Place. O
sociedade, portanto, “tem de ser efi- dos para a consecução dos objetivos secretário ratificou a necessidade
ciente para fazer a eficácia da máqui- propostos. Esses propósitos, segundo premente de aumento da produti-
na administrativa”. Vecci, devem contemplar não somen- vidade, fazendo mais com menos
Aí residem os desafios. Além da te este governo, mas se sedimentarem custos, ou melhor, gastando menos
competência para liderar equipes, le- como política de Estado. com o Estado e mais com o cidadão.
var os servidores ao comprometi- A expectativa do governo, por- “Há muito que fazer e não podemos
mento, os gerentes também se veem tanto, é grande em relação a esses perder tempo”, sentenciou.
20
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

A marca da valorização profissional


O 1° Encontro Geral de Geren- PAI possam deslanchar. É onde es-
tes faz parte de uma série de capa- tão concentradas as 40 ações priori-
citações que serão promovidas pelo tárias do governo, selecionadas com
governo do Estado, voltadas para a o referendo da sociedade por meio
melhoria da gestão e dos processos de audiências públicas. Uma tarefa
administrativos e para o aumento da que exige muita responsabilidade e
produtividade, necessários ao papel
dos gerentes de transformar o perfil
A tarefa dos gerentes comprometimento, inclusive no de-
senvolvimento de bons projetos e na
da administração pública. não pode estar em captação de recursos fora do Tesou-
Na palestra introdutória do en- desalinho com as ro Estadual.
contro sobre A Gestão Pública em O secretário anunciou que o go-
Goiás 2011/2015, Giuseppe Vecci metas do governo” verno oferecerá, na contrapartida,
pediu empenho dos gerentes para todo o apoio necessário como capa-
que os projetos do Plano de Ação citação, cursos de pós-gradução, se-
Integrada de Desenvolvimento – minários e visitas técnicas no Brasil

Durante o encontro de gerentes foram oferecidas


atividades motivacionais aos participantes
21
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

e no exterior. Um dos cursos planeja- Competência, gestão de deve ser considerada a pluralidade
dos é o de Políticas Orçamentárias e resultados e liderança de visão, de habilidades e competên-
Gestão Pública por Resultados - que cias. Os principais ganhos são a con-
será realizado em Santiago do Chile, Durante o encontro de gerentes tinuidade das ações e a previsibilida-
ministrado pelo Instituto Latino Ame- foram ministradas duas palestras. A de, que confere maior segurança aos
ricano e do Caribe de Planejamen- psicóloga Magda de Paula falou so- processos. Ele também alertou para o
to Econômico e Social (Ilpes), vin- bre Habilidades e Competências Ge- fato de que a tarefa dos gerentes “não
culado à Comissão Econômica para renciais, com destaque para a impor- pode estar em desalinho com as me-
a América Latina e Caribe (Cepal). tância do planejamento, da reflexão, tas do governo”.
Outra visita prevista será na França, da autoavaliação, a tomada de deci- Os gerentes puderam ainda parti-
na escola de Negócios de Fontaine- são e liderança. cipar, no período da tarde, de ofici-
bleau. São iniciativas que o governo O cientista político e diretor pre- nas de estudos sobre os temas: Ges-
está tomando para a profissionaliza- sidente do Centro de Liderança Pú- tão de Planejamento, Orçamento e
ção contínua dos servidores púbicos blica, Luiz Felipe D’Ávila enfocou o Finanças; Tecnologia e Inovação na
do Estado. tema Liderança e Gestão de Resulta- Gestão Pública; Análise e Melhoria
dos. Sua orientação é no sentido de de Processos; Licitações, Contratos
que a liderança precisa ser exercitada, e Convênios; Gestão dos Programas
focada em meta coletiva, na valoriza- do PAI e Gestão de Pessoas e Quali-
ção da equipe, em cuja montagem dade no Atendimento.

O resgate do papel
do Estado
Giuseppe Vecci avalia que a im- Gerentes selecionados por in-
plantação do sistema de Meritocra- termédio da Meritocracia (veja
cia por si já provoca grande impacto box), que já estão no exercício da
na gestão pública estadual. “Desta- função, também dão testemunho
camos que menos de 1% dos 790 da legitimidade do processo. Re-
gerentes empossados por mérito não conhecem a existência de dificul-
mostrou a competência esperada, dades, mas demonstram disposi-
portanto, a grande maioria corres- ção para buscar ideias e apresentar
pondeu ao perfil desejado.” soluções compatíveis com a ex-
E os primeiros ganhos já podem pectativa da população.
ser verificados por meio da orien- A tarefa de resgate do papel do
tação dos novos auxiliares para a Estado junto ao cidadão é confia-
busca de resultados, com maior da ao servidor público, mas o go-
envolvimento de suas equipes. “Já verno aposta na competência dos
notamos diferença no trabalho de gestores para atingir os resultados,
articulação dos órgãos com outros lançando mão da criatividade,
poderes e com a sociedade, o que competência, iniciativa e proativi-
é muito importante para o nosso dade. São habilidades capazes de
objetivo de atuação em projetos influenciar na qualidade e na efici-
estruturantes, de efeito multiplica- ência dos serviços oferecidos à po-
dor”, revela o secretário. pulação.
22
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Meritocracia: quinto processo seletivo


Ao fazer um balanço sobre o critos utilizando-se o modelo de se-
processo de Seleção de Gerentes leção do processo anterior.
por Capacitação e Mérito, o secre- O quarto processo, na fase de se-
tário de Gestão e Planejamento, gunda avaliação para validação dos
Giuseppe Vecci, citou os dados le- aprovados, ofereceu 37 cargos ge-
vantados pela Coordenação da Es- renciais, que por desistência ou inap-
cola de Governo Henrique Santillo:
790 das cerca de 800 gerências dos
A totalidade das tidão de candidatos avaliados no
processo anterior, encontravam-se
39 órgãos da Administração Direta, gerências do governo vagos. Foram inscritos 560 concor-
Autárquica e Fundacional do Poder já é ocupada pela rentes e seguiu o mesmo modelo do
Executivo já são ocupadas por me- segundo e do terceiro processos.
ritocratas, selecionados em quatro meritocracia” Os gerentes selecionados em to-
processos, somando 7.937 inscri- das as etapas foram submetidos, no
ções. O quinto processo seletivo já prazo de 60 dias, a duas avaliações
está sendo anunciado pela Segplan. de desempenho pelos respectivos
A meritocracia visa ao preenchi- superintendentes, com objetivos de
mento de 100% das gerências da Gestão e Planejamento - Segplan e confirmação do resultado seletivo e
Administração Direta, Autárquica e 75 cargos técnicos de Projetos Estru- indicação de necessidades de capa-
Fundacional do Poder Executivo. Os turantes, com 1.489 candidatos ins- citação e desenvolvimento dos mes-
processos incluem avaliação curricu- critos, utilizando-se como método de mos.
lar, prova objetiva e entrevista. O pri- seleção, a análise curricular e entre- O que ressalta o aspecto demo-
meiro e segundo processos abrange- vista psicológica; o segundo foi des- crático da Meritocracia, é que os se-
ram 40% do quantitativo dos cargos tinado ao preenchimento de 226 va- cretários, presidentes, chefes de ga-
em comissão de gerentes já definidos gas em diversos órgãos, com 2.796 binete, superintendentes e diretores
pela estrutura complementar, e ape- inscritos, também com seleção por puderam participar das entrevistas,
nas servidores efetivos e empregados análise curricular, informações técni- legitimando a demanda dos órgãos
públicos em atividade do Poder Exe- cas, prova objetiva de conhecimen- na agregação de novos talentos aos
cutivo do Estado de Goiás participa- tos gerenciais e entrevista profissio- seus quadros. É também uma forma
ram. Nas demais etapas, os comissio- nal; o terceiro processo teve como de conferir oportunidade a servido-
nados também puderam concorrer. objetivo a complementação dos 60% res subutilizados, que seriam melhor
O primeiro processo ofereceu restantes das vagas, ou seja, 551 ge- aproveitados em serviços que corres-
16 vagas gerenciais na Secretaria de rências, com 3.092 candidatos ins- pondem às áreas de formação.

RESUMO DOS PROCESSOS SELETIVOS - MERITOCRACIA


1° Processo 2° Processo 3° Processo 4° Processo Total
(piloto) (40%) (60%) (remanescente)

Diário Oficial Edital DOE nº Edital DOE nº Edital nº 21177 Edital DOE nº 21316 −
21033 de 21070 de 28 de de 2 setembro de 29 de março
1° fevereiro de 2011 março de 2011 de 2011 de 2012

Total de vagas para gerentes 16 226 551 37 793

Total de gerentes selecionados 15 223 531 21 790

Quantidade de Inscritos 1.489 2.796 3.092 560 7.937

Método de seleção • Análise curricular • Análise Curricular • Análise Curricular • Análise Curricular
• Entrevista • Informação • Prova objetiva • Prova objetiva
psicológica Técnica de conhecimentos de conhecimentos
• Prova objetiva gerenciais gerenciais
de conhecimentos
gerenciais
• Comprovação da
documentação
• Entrevista Técnica
Obs: No projeto piloto (1º processo), foram selecionados 75 técnicos para projetos estruturantes
23
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

COM A PALAVRA, OS GERENTES


mano, principal ativo de uma organização.
Com a formação de um grupo técnico com-
petente e motivado, a gestão pública se tor-
na mais profissional e produtiva.”

Antônio do Amaral Leal Ney Fernandes Pinheiro


Gerente de Sanidade Animal da Agência Gerente de Governo Eletrônico da Secretaria
Goiana de Defesa Agropecuária - Agrodefesa de Gestão e Planejamento - Segplan

“Com o processo de Meritocracia tive a “A meritocracia vem se revelando uma


oportunidade de pleitear o cargo de geren- Erika Soares Tannus prática muito positiva, permitindo iniciar
te e aproveitar minha experiência profissio- Gerente das Ações de Qualificação da no Estado o processo de seleção com base
nal na área em que atuo, neste caso, defesa Secretaria de Cidadania e Trabalho na capacidade das pessoas, no reconheci-
sanitária animal. O cargo me permitiu uma mento pelo mérito, rompendo a ‘cultura’
visão mais global de todo o processo, ga- “Acredito que esse processo veio pro- arraigada da indicação por influência polí-
rantindo maior liberdade para inovar e pos- fissionalizar a gestão intermediária dos tica. Talvez por isso tenha encontrado mui-
sibilitar o desenvolvimento não só na área órgãos, onde estão os gerentes, por estar tas resistências no início, principalmente
técnica, em sanidade animal, mas também sedimentado na capacidade, no mérito e de cunho político. A meritocracia permi-
na esfera administrativa, pelo melhor en- não mais por indicação. Isso valoriza a tiu uma ‘oxigenação’ na gestão do servi-
tendimento da máquina pública. Acredito função, dá mais gás ao serviço público. O ço público estadual, para cumprir a meta
que o governo de Goiás, com as mudanças gerente que foi aprovado por mérito chega de profissionalização e de melhor atendi-
implementadas pelo processo meritocráti- para mostrar o serviço, sabe que é avalia- mento ao cidadão. É importante ressaltar
co no serviço público estadual, tem garan- do e tem de mostrar os resultados. Enten- que o processo não descarta o estágio pro-
tido melhorias na gestão e na prestação de do que a mudança do processo foi positiva batório e que os novos gerentes precisam
serviços públicos à comunidade.” para a Secretaria de Cidadania e Trabalho, referendar as qualidades reconhecidas.
onde fui muito bem recebida. Todas as de-
mandas que elencamos em conjunto fo-
ram ou estão sendo executadas ou levadas
para o governo federal.”

Cíntia Maria Gondim Villac


Gerente de Gestão, Planejamento e Finanças Rogério de Carvalho Ramos
da Agência Goiana de Desenvolvimento Gerente de Agronegócio da Secretaria
Regional - AGDR de Agricultura, Pecuária e Irrigação/
Superintendência de Política Agrícola e
“A gestão pública no Brasil encontra- Luiselena Luna Esmeraldo Agronegócios
-se hoje em um processo acelerado de mu- Gerente de Tecnologia da Informação da
dança, focado em uma maior valorização Secretaria de Estado da Saúde “A seleção de gerentes por mérito no
da eficiência, eficácia e efetividade no tra- setor público estadual é uma forma de do-
to dos assuntos de interesse público. Dessa “A meritocracia foi uma inovação mui- tar a administração pública de profissio-
forma, torna-se necessária a busca de estra- to importante que trouxe mais credibilida- nais capacitados, com desempenho ava-
tégias de ações voltadas à melhoria de di- de para o serviço público, o que já é uma liado periodicamente e que apresentem
versos aspectos do serviço público brasilei- melhoria imediata e que certamente a lon- competência para a execução das diver-
ro, considerados deficientes. go prazo trará benefícios imensos. É um sas atividades, ações e projetos que visam
Uma das estratégias encontradas pelo processo que também propõe muitos desa- à melhoria da qualidade de vida dos ci-
governo goiano foi a promoção de uma fios. Na Saúde os maiores deles são a bu- dadãos do Estado de Goiás. A sociedade
mudança da sua cultura organizacional, rocracia e a falta de estrutura/condições de é, com certeza, a grande beneficiada por
com a implantação do sistema de mérito trabalho adequados, o conhecimento de todo o processo meritocrático. É importan-
para a seleção de seus gerentes. Após pou- todo o quadro organizacional e as respon- te que as melhorias obtidas na prestação
co mais de um ano de sua aplicação, a me- sabilidades de cada área. Construir esse re- dos serviços públicos, alcançadas a partir
ritocracia mostrou-se válida, pois ampliou lacionamento entre as diversas gerências da meritocracia, sejam divulgadas para to-
a motivação funcional cotidiana, propor- foi fundamental para me ajudar a desem- dos os cidadãos que, de posse dessas infor-
cionou melhor aproveitamento do poten- penhar minhas atribuições, embora tenha mações, poderão requisitar dos governan-
cial humano e consequente otimização do faltado um pouco de apoio da estrutura da tes que a prática seja incorporada em todos
processo de gerenciamento do capital hu- secretaria nesse processo.” os âmbitos da administração pública.”
24
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

FÓRUM NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE PLANEJAMENTO

Um novo pacto, urgente!


A divisão atual de direitos, deveres e recursos financeiros entre União, Estados e municípios
pode inviabilizar as administrações regionais

A
diminuição das dispari- de outubro, em Goiânia. A avalia- derativo mais solidário, como a ado-
dades regionais, para se ção dos conferencistas é de que a ção de novas regras de distribuição
alcançar um crescimen- continuação do atual sistema po- do Fundo de Participação dos Esta-
to sustentável dos Estados, só será derá inviabilizar as administrações dos (FPE), de concessão de benefí-
possível com a criação de um novo estaduais e deixar o País vulnerável cios ao Imposto Sobre Circulação de
pacto federativo no Brasil. A tese foi aos efeitos de crises econômicas in- Mercadorias e Serviços (ICMS), de
defendida durante o 51º Fórum Na- ternacionais. partilha dos royalties do petróleo e
cional de Secretários Estaduais de A discussão sobre esse tema pelo de mudança do indexador da dívida
Planejamento, que contou com a encontro ocorreu no momento em pública. Dessa forma, a expectativa
participação de representantes de que o Senado Federal dá início à ava- dos secretários é de que as discus-
23 governos, entre os dias 18 e 19 liação de uma proposta de pacto fe- sões sobre o novo pacto, que regula-

Governador Marconi Perillo e autoridades


presentes no 51º Fórum Nacional de
Secretários de Estado do Planejamento,
realizado na cidade de Goiânia
25
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

menta a relação fiscal entre a União


e os Estados, sejam aceleradas.
O governador Marconi Perillo,
que fez a palestra de abertura do
encontro, foi enfático ao abordar
a questão. Ele afirmou que hoje a
União fica com 72% do bolo fiscal
e os 28% restantes são destinados a
A necessidade é de
Estados e municípios. “Ou se muda que haja mobilização.
esta realidade, ou os Estados vão A situação dos
quebrar”, previu Marconi, ao exem-
plificar que Goiás perdeu, nos últi- municípios é de
mos dois anos, R$ 400 milhões na penúria”
cota do Fundo de Participação dos
Estados (FPE). Segundo ele, as renún-
cias fiscais da União repercutem nos Gustavo Nogueira, presidente do Conseplan:
Estados, com perda de receita. E ci- O governador descreveu ain- falta solução eficaz para a excessiva
tou, como exemplo, a redução da ta- da o comprometimento das recei- concentração de recursos na União
rifa de energia elétrica, que embora tas dos Estados para pagamento de
seja algo bom para a população, traz suas dívidas junto à União. No caso
em seu bojo perdas na arrecadação de Goiás, o Estado destina 20% de
de impostos. sua receita tributária líquida para pa- Entenda o Pacto Federativo
gamento dos encargos. Outro com-
plicador são as vinculações consti-
tucionais, cada vez mais crescentes. • O modelo de Estado Federal
“No passado, a União bancava 60% Brasileiro é semelhante ao mo-
dos gastos do SUS e os Estados 40%. delo federalista norte-america-
Hoje, ocorre o contrário”, lembrou. no;
“A necessidade é de que haja mobi-
• Tanto lá quanto aqui, existe
lização. A situação dos municípios é
de penúria. Precisamos de um novo uma Constituição Federal que
pacto federativo”, afirmou. mantém as federações (Estados)
O secretário de Gestão e Plane- à União;
jamento de Goiás, Giuseppe Vecci, • O Pacto Federativo é um acordo
destacou que a dívida dos Estados firmado entre a União e os Es-
com o governo federal é um tema re- tados federados, que estabelece
corrente e que a destinação de parte
funções, direitos e deveres das
dos recursos arrecadados pelos Esta-
dos para pagar o débito engessa as duas partes;
administrações. “Cada dia mais o • O pacto federativo brasileiro
governo federal concentra recursos centraliza na União a distribui-
na União”, afirmou. O presidente do ção de recursos arrecadados.
Conselho Nacional de Secretários Esse dispositivo gera guerras fis-
Estaduais de Planejamento (Conse-
cais entre os Estados;
plan), Gustavo Nogueira ressaltou
que o governo federal vem sendo • Propõe-se uma reforma no pac-
hábil em tentar negociar, mas ainda to federativo, dando prioridade
não conseguiu apresentar solução aos municípios, para que esses
eficaz. “Uma das últimas medidas possam administrar uma maior
foi um pacote de R$ 20 milhões de fatia do que ali é produzido.
crédito para os Estados. É uma medi-
26
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

da importante. Mas eleva o endivi- “O papel coordenador dos Estados


damento e não resolve o problema pode ser muito fortalecido nessa dis-
que temos”, disse. cussão sobre pacto federativo”, pon-
derou.
Municípios, a ponta mais Noleto, entretanto, reconheceu
frágil da Federação as assimetrias entre os Estados. A
Região Sudeste, por exemplo, con-
O subchefe de Assuntos Federa- centra 53,7% do PIB, enquanto
tivos da Secretaria de Relações Ins- todo o Nordeste responde por ape-
titucionais da Presidência da Repú- nas 5,1%. Cinco municípios con-
blica, Olavo Noleto, afirmou que os centravam 25% do PIB nacional
municípios são os mais atingidos. em 2007 e 72% têm menos de 20
“Quando nós, União e Estados, não mil habitantes e abrigam 182% da
chegamos com o mínimo necessá- população brasileira. Em 46% dos
rio, a bomba fica para alguém. Os municípios, o Fundo de Participa-
municípios brasileiros estão arcan- ção dos Municípios (FPM) com-
do, em média, com 15% a 20% a põe mais de 44% das receitas mu- Noleto: “O papel coordenador dos Estados
mais do que há quatro anos com as nicipais. “Os municípios são o ente pode ser muito fortalecido nessa discussão
atribuições da saúde”, exemplificou. mais frágil.” sobre pacto federativo”

Disparidades e concentração indevida


O economista Michal Gar- ridades regionais são sinônimo de Gartenkraut lembrou que a
tenkraut disse no fórum que exis- concentração indevida”, avaliou Constituição delegou para leis
te uma lacuna na Constituição o especialista. O economista se complementares detalhes e re-
com relação a este assunto e que mostrou preocupado com o atra- gulamentação que dizem respei-
precisa ser complementada. “Es- so no cronograma de criação do to às questões federativas. “As-
tados enfraquecidos significa Fe- novo pacto federativo, mas tam- segura a Constituição que lei
deração enfraquecida. O novo bém com esperança por ver que complementar regulamentará
pacto é pré-condição para as re- o tema tem prioridade na agenda benefícios e isenções fiscais con-
formas tributária e fiscal. As dispa- nacional. cedidos com base no ICMS. Até
hoje, nenhuma lei complementar
tratou desse assunto”, exemplifi-
cou. Diante desse quadro, alguns
Estados tomaram a iniciativa de
conceder incentivos e isso gerou
um clima que persiste e que cla-
ma por harmonização. “Minha
tese é de que por esse motivo fo-
ram frustradas todas as tentativas
de reforma tributária. Se não re-
solvermos essas questões federa-
tivas de forma perene, não con-
seguiremos reformar o sistema
tributário”, afirmou, lembrando
Michal Gartenkraut que falou sobre o pacto federativo, durante o 51° Fórum Nacional de que o Código Tributário Brasilei-
Secretários Estaduais do Planejamento ro é de 1967.
27
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

O papel central do investimento público


Mesmo sem ter ainda um pac- tica nacional, promoção de energias
to federativo que oxigene as contas renováveis e dos biocombustíveis, au-
dos Estados, os governos estaduais mento da eficiência logística, melho-
devem realizar investimentos em in- ria dos sistemas urbanos de transporte
fraestrutura. Isso porque o investi- e apoio à recuperação de áreas degra-
mento público desempenhará papel dadas.
central no crescimento da econo-
mia nos próximos anos, segundo a
Os governos têm Apesar do aporte, a carência de
recursos para essa modalidade no
economista e ex-presidente do Ins- sido responsáveis País, entretanto, é bem maior que
tituto de Pesquisa Econômica Aplica pelo crescimento das a do volume emprestado. Confor-
(Ipea), Vanessa Petrilli Corrêa. Para me levantamento da própria institui-
ela, a economia mundial está desa- economias regional e ção, o Brasil precisaria de R$ 170 bi-
celerando, em consequência da cri- nacional” lhões ao ano para sanar os gargalos
se na Europa e nos Estados Unidos, em sua infraestrutura. “Devemos em-
e há uma retração do investimen- prestar R$ 20 bilhões este ano. O vo-
to privado. Dessa forma, cabe aos lume de recursos pode parecer pe-
agentes públicos serem protagonis- queno diante da necessidade, mas é
tas do crescimento econômico, com bem maior do que emprestávamos
aportes de recursos. antes. Os recursos do governo fede-
Nos últimos cinco anos, entretan- ral para essa área estão bem maiores
to, com o agravamento da crise eco- do que há dez anos. Estamos foca-
nômica mundial, o papel do Estado dos em melhorar a infraestrutura do
na coordenação ao financiamen- País”, ressaltou.
to dos investimentos privados com-
pletados por investimentos públicos
tem sido preponderante para a eco-
nomia crescer, juntamente com o
fortalecimento do mercado interno,
defendeu Vanessa. Em sua opinião,
os governos têm sido responsáveis
pelo crescimento das economias re-
gional e nacional. “Os investimen-
tos públicos federal e estadual estão
trazendo o avanço positivo de indi-
cadores com impacto nas políticas
regionais, com emprego, distribui-
ção de renda do País, crédito e con-
sumo”, destacou.
Neste cenário, o papel dos agen-
tes financeiros públicos tem desta-
que. O vice-presidente de governo
da Caixa Econômica Federal, José
Urbano Duarte, ressaltou o papel da
instituição nesse processo. São R$
20 bilhões em linhas de crédito vol-
tadas para a melhoria de infraestru-
tura dos Estados. Os financiamen-
tos são destinados à universalização Vanessa Petrilli: cabe aos agentes públicos
dos serviços de saneamento, expan- serem protagonistas do crescimento
são e modernização do setor elétri-
co, diversificação da matriz energé-
28
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

EDUCAÇÃO

GOIÁS
Acima da meta
Notas do sistema estadual de
ensino no Ideb foram as que mais
cresceram entre 2009 e 2011,
superando, na maioria dos casos, o
desempenho esperado

G
oiás foi o Estado brasileiro que teve o maior
crescimento no Índice de Desenvolvimen-
to da Educação Básica de 2011, realizado
pelo Ministério da Educação (MEC). O Estado avan-
çou 16% em relação ao seu desempenho no ano
de 2009. Mais de 80% das escolas da rede estadual
goiana apresentaram crescimento nas notas e 78%
delas superaram as metas fixadas pelo MEC. Mais
que isso: todas as metas traçadas foram atingidas ou
superadas. Nos anos iniciais (1º ao 5º ano do ensino
fundamental), as escolas estaduais obtiveram nota
5,3, superando a projeção para 2011 (4,7) e para
2013 (5,0), alcançando o que estava previsto apenas
29
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

para 2014. Nos anos finais, os alunos Esse desempenho, fruto do esfor-
do 6º ao 9º ano obtiveram nota 4,0, ul- ço dos profissionais da Educação e
trapassando a meta, de 3,7. de ações pontuais para atender situ-
No ensino médio, que é o nível ações emergenciais, melhorou a pro-
sob responsabilidade exclusiva do jeção de Goiás em relação a outros
governo estadual, as escolas supe- Estados. Nos anos iniciais do ensino
raram, de uma só vez, as projeções fundamental, Goiás saltou da 8ª po-
para 2011 (3,2) e 2013 (3,4), alcan- sição, em 2009, para a 5ª, em 2011.
çando nota 3,6. As escolas estadu- Nos anos finais do ensino fundamen-
ais goianas também superaram as tal, o crescimento foi ainda maior:
metas estabelecidas pelo Ministério do 15º para o 6º lugar. Mas o salto
da Educação para o ensino brasilei- mais significativo foi no ensino mé-
ro, que eram de 4,7 para os anos ini- dio: da 16ª posição para a 5ª colo-
ciais e de 3,8 para os anos finais do cação. “Os números revelaram uma
ensino fundamental e de 3,3 para o educação em crescimento, colocan-
ensino médio. Para o secretário esta- do Goiás em posição de destaque no
dual da Educação, Thiago Peixoto, o cenário brasileiro”, ressalta Thiago
resultado do Ideb é uma prova ine- Peixoto. “Esses indicadores não dei-
quívoca de que as primeiras ações xam dúvidas de que o trabalho fei-
do Pacto pela Educação – a reforma to pelo governo de Goiás para ele-
educacional que está sendo realiza- var a qualidade da educação na rede
da pelo governo de Goiás – já surti- pública começa a mudar a vida dos
ram efeitos significativos. nossos 600 mil estudantes.”

Goiás no Ideb
(Notas das escolas da rede
estadual em 2011)

Anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano)


Nota obtida 5,3
Projeção para 2011 4,7
Projeção para 2013 5,0
Projeção para 2015 5,3

Anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano)


Nota obtida 4,0
Projeção para 2011 3,7

Ensino médio
Nota obtida 3,6
Projeção para 2011 3,2
Projeção para 2013 3,4
30
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Suporte às mais vulneráveis


De acordo com Thiago Peixoto,
mesmo com resultados tão favorá-
veis, a Secretaria Estadual da Edu-
cação continua executando ações
de apoio pedagógico às escolas e
mantém no mesmo ritmo o seu sis-
tema de acompanhamento e ava-
liação diagnóstica em todas as es-
Melhoramos? Sim, e
colas. Além disso, foi instituído o isso é perceptível. Mas
Programa de Acompanhamento precisamos e queremos
e Suporte Pedagógico (Pasp) para
uma intervenção mais pontual nas melhorar muito mais”
escolas consideradas mais “vul-
neráveis” e que não alcançaram
o rendimento esperado na Prova
Goiás, indicador criado pela SEE, colas terão assessores que estão
obtido por meio de uma prova, sendo capacitados para atuar dire- Secretário Thiago Peixoto: desempenho é
que serve para o cálculo do Índice tamente junto aos professores, ob- resultado do trabalho de todos os professores
de Desenvolvimento da Educação servando as necessidades de cada e servidores da Secretaria da Educação
em Goiás (Idego). Além de contar um e oferecendo o material ade-
com as tutorias pedagógicas, as es- quado a cada situação. Com a Escola de Formação da
Secretaria, os cursos para os pro-
fessores são definidos a partir das
necessidades das escolas e dos re-
sultados das avaliações, com foco
nos conteúdos a serem ministrados
dentro do currículo que foi bimes-
tralizado. O processo de unificação
curricular está em curso e será con-
cluído em dezembro, o que, para
o secretário Thiago Peixoto, fortale-
cerá o trabalho de planejamento e
acompanhamento do trabalho pe-
dagógico das escolas em rede.
Especificamente em relação ao
ensino médio, Thiago Peixoto in-
forma que a SEE vem desenvolven-
do trabalho muito sério para inserir
o aluno do ensino médio da rede
estadual nos processos de seleção
para as universidades brasileiras.
“Esse é um trabalho de redução das
desigualdades educacionais para
dar aos estudantes da rede pública
mais oportunidades de acesso ao
ensino superior por meio de pro-
gramas federais, como o Enem e o
ProUni”, define o secretário. “Que-
remos ver nossos jovens transitan-
Maratona e premiação: redução de desigualdades e maiores oportunidades aos alunos do do com naturalidade e tranquilida-
sistema público de nessa seara”, acrescenta.
31
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Para que esse acesso seja cada


vez maior, foi criada, no ano passa-
do, a Maratona Enem, com platafor-
ma virtual de exercícios e simulados.
Pacto pela Educação
Mais recentemente, por meio de par- A reforma educacional que De a cordo com Thiago Peixo-
ceria com a PUC-GO, estão sendo está em curso em Goiás, mais co- to, praticamente 90% das medidas
produzidos textos nos moldes das re- nhecida como Pacto pela Educa- e ações previstas no pacto estão
dações do Enem, com correção por ção, tem o objetivo de promover sendo executadas, consolidando a
professores da PUC. Cerca de 10 mil avanços e proporcionar o grande reforma educacional de Goiás. “As
estudantes participaram da Marato- salto de qualidade na educação poucas ações que faltam já estão
na Enem neste ano, mas a intenção da rede pública. O programa é prontas para serem lançadas em
é de aumentar ainda mais esse nú- baseado em cinco pilares e com- breve.” Ele revela que a Secreta-
mero. “Estamos em um cenário bas- posto de 25 ações de impacto, en- ria Estadual de Educação (SEE) am-
tante desafiador. Melhoramos? Sim, tre elas se destacam a valorização pliou as parcerias com instituições
e isso é perceptível. Mas precisamos do plano de carreira do docente, de ensino e pesquisa e com empre-
e queremos melhorar muito mais. a Escola de Formação para Profes- sas especializadas em educação.
Queremos que todos os nossos 600 sores, a correção da distorção ida- “Estamos buscando o melhor para
mil alunos deixem a sala de aula re- de-série, a reeducação da evasão os nossos estudantes da rede públi-
almente tendo aprendido a ler e a es- e da reprovação, o currículo de ca. Queremos o melhor para Goiás
crever”, diz o secretário. “Todos es- referência, o novo ensino médio, e vamos avançar ainda mais. Não
ses ótimos resultados que tivemos bônus por desempenho de servi- precisaremos aguardar o próximo
recentemente não podem nos deixar dores, a poupança para alunos e a Ideb para constatarmos que nossas
acomodados. Pelo contrário, têm de excelência em infraestrutura. escolas estão cada dia melhores.”
nos impulsionar.”

Referência entre as melhores


Os resultados do Ideb também colas haviam alcançado a nota 6,0. nais que é motivo de orgulho para o
permitem avaliar cortes interessan- Em 2011, o número de escolas com povo goiano e para o País. O profes-
tes. Considerando apenas as esco- nota igual ou superior a 6,0 foi de sor é o verdadeiro agente de todas
las que oferecem a segunda fase 43. Nessas unidades, o processo de as mudanças positivas que temos vi-
do ensino fundamental, a melhoria ensino torna-se referência e têm suas vido.”
no processo de ensino e de apren- experiências disseminadas entre as O resultado também reflete a efi-
dizagem foi de 81,1%. Desse total, demais escolas da rede. cácia das medidas adotadas desde
78% alcançaram ou ultrapassaram Thiago Peixoto credita o bom de- o início da atual gestão na Educa-
a projeção feita para 2011. Nessa sempenho de Goiás no Ideb ao tra- ção, antes mesmo de formatado o
fase do ensino, a rede pública es- balho sério e dedicado dos profes- Pacto pela Educação. Uma das pri-
tadual teve a sua média elevada de sores e dos servidores da Educação. meiras ações foi a convocação de
3,6 para 4,0. Ele lembra que o governo estadual é professores experientes para a sala
Nas escolas que ainda oferecem o responsável por definir a política de aula e o fortalecimento do traba-
turmas na primeira fase do ensino educacional, estabelecer diretrizes, lho pedagógico nas escolas. Houve
fundamental, de responsabilidade propor projetos, instituir programas aprimoramento da gestão escolar e
prioritariamente dos municípios, o educacionais e oferecer ferramen- planejamento pedagógico. Também
desempenho dos alunos em 2011 tas para que o trabalho se desenvol- foi instituído o sistema de avalia-
melhorou em 81,3% das escolas em va, mas destaca que é o professor, na ção diagnóstica para identificar as
relação a 2009. Em 73% delas, esse sua prática pedagógica, no seu com- unidades que necessitavam de me-
desempenho alcançou ou superou promisso com o aprendizado dos lhorias e os professores foram pre-
as projeções do Ministério da Edu- alunos, que faz tudo acontecer. “Nós parados para o uso pedagógico dos
cação para 2011. Em 2009, 13 es- temos hoje um quadro de profissio- resultados obtidos.
32
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

MOVIMENTO GOIÁS COMPETITIVO

Gestão pública
eficiente e com resultados
Um conjunto de ações, financiadas pelo setor privado, deverá
modernizar o Estado e transformá-lo em polo de geração de
desenvolvimento econômico e social
33
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

G
oiás já começou a colher os Ambiente) e custeados pelas empre- Apesar de nem todas as consul-
primeiros frutos da parceria sas privadas, o conjunto de iniciati- torias terem sido concluídas, os re-
firmada com o Movimento vas vai transformar o Estado de Goiás sultados já começaram a aparecer.
Brasil Competitivo (MBC), que está num importante polo de desenvolvi- No caso específico da frente Educa-
implantando um conjunto de ações mento socioeconômico do Brasil. Os ção, os projetos já finalizados insti-
para tornar a gestão pública estadual projetos são implantados por consul- tuíram reforma educacional, através
mais eficiente e produtiva. Baseado torias que auxiliam o poder público de uma reforma pedagógica, otimi-
em seis frentes de projetos (Gestão a definir as principais necessidades zação da gestão e redução de despe-
e Planejamento, Fazenda, Seguran- de cada área e as ações a serem de- sas. Os pilares estratégicos foram va-
ça Pública, Saúde, Educação e Meio senvolvidas. lorizar e fortalecer o profissional de
educação, adotar práticas de ensino
de alto impacto na aprendizagem,
reduzir a desigualdade educacional,
estruturar o sistema de reconheci-
mento e remuneração por mérito e
realizar profunda reforma na gestão
e na infraestrutura da rede estadual
de ensino.
Um dos primeiros frutos do tra-
balho foi o excelente desempenho
de Goiás no Índice de Desenvolvi-
mento da Educação Básica (Ideb) em
2011. O Estado ficou em quinto lu-
gar no ranking dos primeiros anos
do ensino fundamental e no ensino
médio. Nestas últimas séries, consi-
deradas as mais críticas, Goiás viu
seu desempenho saltar da 16ª para
a 5ª posição. “A parceria desenhou o
chamado pacto pela educação, com
uma reforma educacional, cujos re-
sultados se refletiram no Ideb”, lem-
bra Maria Christina Reis, chefe do
Gabinete Adjunto de Gestão da Seg-
plan e responsável pela coordenação
e monitoramento do MBC Goiás.
Somente com a otimização dos
gastos, as oportunidades de econo-
mia previstas são de quase R$ 150
milhões anuais, através de redu-
ção de temporários, reordenamento
de rede e redistribuição de funções
administrativas. Segundo Christina
Reis, a expectativa é obter resultados
ainda melhores nos próximos anos.
Ela lembra que cada um dos pilares
conta com várias ações, como a edu-
cação em tempo integral, um novo
ensino médio, investimentos em TI,
Governador: projeto ataca várias frentes simultaneamente,
correção da distorção idade-série,
para apressar a modernização da máquina estatal
redução da evasão e reprovação, bô-
34
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Cleomar Nascimento
nus por desempenho dos servidores
e Prêmio Escola.
No caso da frente Gestão e Pla-
nejamento, os objetivos são alcan-
çar um modelo de gestão pública
por resultados, monitoramento e
avaliação de resultados e uma siste-
mática de avaliação de desempenho
Modelo de gestão
individual do servidor público e re- com foco em resultado
muneração por resultados. O proje- abre espaço para
to está 60% concluído e já consegue
estruturar um modelo de gestão para redução de custos”
resultados na Segplan. A gerente de
Articulação de Gestão e Coopera-
ção Técnica da Segplan, Roberta Ro-
drigues Costa, explica que as con- para todos os órgãos públicos esta-
Christina Reis: otimização de gastos deverá sultorias recebidas pelo órgão estão duais, resultando numa redução de
permitir ganhos anuais de R$ 150 milhões auxiliando nos contratos de gestão custos e até na captação de novos
recursos para investimento em pro-
Frentes e projetos desenvolvidos jetos prioritários estabelecidos no
Plano de Ação Integrada de Desen-
FRENTES PROJETOS volvimento (PAI).
Outra frente de grande relevân-
1) Gestão e Planejamento 1) Contratualização de resultados; cia na parceria é a de Segurança Pú-
2) Monitoramento e avaliação de Resultados; blica e Justiça, que visa prover essa
3) Sistemática de avaliação de desempenho secretaria de uma metodologia para
individual do servidor público e remuneração análise, planejamento e desenvolvi-
por resultados. mento de operações policiais coor-
denadas, por meio da concepção e
2) Fazenda 1) Controle e Aumento das receitas. modelagem do Observatório de Se-
gurança Pública, além da elabora-
3) Segurança Pública 1) Modelo de ação estratégica da segurança ção de diagnóstico e plano de ações
pública; Planejamento Estratégico do sistema de gestão prisional, com
2) Observatório da Segurança Pública; ações de curto e médio prazo. De
3) Melhoria da gestão do sistema prisional. acordo com Christina Reis, o obser-
vatório já está em fase de conclu-
4) Saúde 1) Capacitação institucional para gestão são. “É um planejamento de longo
de políticas públicas – regulação entre prazo que aglutina todos os órgãos
setor público / Organizações Sociais no envolvidos na segurança pública”,
Gerenciamento de Unidades Hospitalares; destaca.
2) Fortalecimento das Ações de Atenção a Até o momento, já foram feitos a
Saúde; entrega e a validação do diagnóstico
3) Sistema integrado de informações em saúde do Sistema Prisional, treinamentos,
elaboração de planos de ações, con-
5) Educação 1) Reforma educacional - Pacto pela Educação. cepção e modelagem do observató-
rio e a realização de visitas técnicas.
6) Meio Ambiente 1) Modelo de ação e capacitação da gestão Entre as medidas já sentidas pela so-
ambiental; ciedade, está a humanização na re-
2) Gestão para recuperação de recursos tirada de senhas pelos familiares dos
hídricos e nascentes de rios. reeducandos com a utilização da es-
trutura do Vapt Vupt.
35
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Saúde desenvolve já obtidos, estão o acompanhamen-


sistema de monitoramento to da ação de autuação de contri-
buintes inadimplentes, a criação de
A frente da Saúde visa contribuir sistemáticas de priorização e ponde-
para o fortalecimento do sistema de ração dos processos para a cobran-
atenção à saúde no Estado, assesso- ça do crédito tributário, a realiza-
rando a implementação do Modelo A grande meta do ção de reuniões para o tratamento
de Gestão da relação entre a Secre- de desvio e visitas in loco às dele-
taria de Saúde e as Organizações So- projeto é incrementar gacias regionais de fiscalização.
ciais no gerenciamento de suas uni- a arrecadação” Já a frente de Meio Ambiente e
dades, e apoiar a estruturação de um Recursos Hídricos visa prover de
Sistema Integrado de Informações em subsídios para o planejamento e re-
Saúde. Entre as atividades já realiza- organização estratégica, através do
das, estão análise da Estrutura Orga- estabelecimento de ações nas áre-
nizacional da Secretaria de Saúde do gestão foi benéfica ou não para o sis- as de gestão ambiental e de recur-
Estado, mapeamento do processo de tema. sos hídricos. Os principais projetos
contratualização das organizações A frente Futuro Melhor para são: Modelo de Ação e Capacitação
sociais, elaboração de um plano de Goiás (Sefaz) visa criar condições fi- da Gestão Ambiental e Gestão para
ação para o fortalecimento da aten- nanceiras e técnicas para o alcance Recuperação de Recursos Hídricos e
ção básica e a apresentação e aprova- das metas de incremento da recei- Nascentes de Rios.
ção do Plano Estadual de Informação ta estadual, tendo como foco a atu- Entre as atividades realizadas, es-
e Informática em Saúde. ação no ICMS e IPVA, que repre- tão a elaboração do planejamento
A consultoria auxiliou na cria- sentam perto de 69% das receitas estratégico, o mapeamento de pro-
ção de uma metodologia de monito- totais do Estado. A grande meta do cessos, a construção do modelo fu-
ramento e avaliação do processo de projeto é atingir uma arrecadação turo de gestão e o mapeamento da
gestão de hospitais pelas organiza- de R$ 11,35 bilhões em 2012, um estrutura, quadro atual dos profissio-
ções sociais. Agora a saúde tem fer- incremento de 15,2%, o que signi- nais da Semarh, seus respectivos pa-
ramentas, metodologias e subsídios ficará aumento real de R$ 600 mi- péis e responsabilidades. O projeto
para avaliar se essa transferência de lhões. Entre os principais resultados está 60% concluído.

Autoridades, gestores e técnicos assistem a apresentação do novo modelo de gestão pública implantado pelo governo do Estado
36
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Maior Projeto do MBC no País


O andamento dos projetos passa
por reuniões de avaliações mensais e
trimestrais. Na média geral, já foi pos-
sível avançar 90% do que foi preconi-
zado nos projetos elencados. O prin-
cipal legado que o MBC Goiás deve
deixar para o Estado é uma mudança
de cultura dentro da gestão pública
Uma das inovações
estadual, como afirmou o presiden- será a criação de um
te do MBC, Erick Camarano. Segun- registro único de saúde
do ele, o projeto costuma focar uma
ou duas frentes nos Estados, como no Estado”
receita e despesa pública. Mas, em
Goiás, por determinação do gover-
nador Marconi Perillo, o projeto co- Erick Camarano: projeto tão bem sucedido
meçou em várias frentes simultane- Já na área da saúde, estão ocorren- que o Ministério da Saúde decidiu financiá-lo
amente. do várias intervenções com melho-
O consultor Eduardo Tavares, res políticas públicas de atenção bá- quita, que já trabalhou nesta área de
que atua na consultoria junto à Seg- sica, além da capacitação do Estado gestão quando atuava na Polícia Fe-
plan, informa que atualmente esse é para aprimorar a cooperação com as deral e se mostrou muito receptivo
o maior projeto do MBC em execu- organizações sociais. Uma das ino- aos projetos em andamento.
ção no País, focado no aumento da vações será a criação de um registro Já o projeto da Saúde conseguiu
eficiência de gestão do Estado. Ele único de saúde no Estado. “Esse pro- chamar a atenção até do ministro da
lembra que o aparelho dos Estados jeto foi único no País e tão bem su- Saúde, Alexandre Padilha, que este-
sempre opera com alto nível de de- cedido que o próprio Ministério da ve recentemente em Goiânia. “Ele
sorganização, que pode ser aprimo- Saúde irá financiar parte dele”, con- viu o sistema que estamos implan-
rado com um completo diagnóstico ta o consultor. Na segurança públi- tando e que deve se tornar referên-
das deficiências a serem corrigidas ca, Eduardo destaca a consultoria cia nacional”, ressaltou Bittar. Ele
e iniciativas corretas de gestão. “Ge- que deu origem ao Observatório de acredita que ainda é possível avan-
ralmente, os poucos recursos que se Segurança Pública e que deve revo- çar muito na área de educação, ape-
tem são mal gastos”, destaca. lucionar a área. sar dos bons resultados apresentados
Ele explica que na frente de Meio O presidente do Movimento Goi- e do fato de o setor público enfren-
Ambiente, por exemplo, foi feito um ás Competitivo (MBC), Pedro Bittar, tar dificuldades que não existem na
amplo planejamento estratégico. diz que o setor empresarial surpreen- iniciativa privada, como a estabili-
deu-se com os resultados apresenta- dade no emprego. “Podemos chegar
dos pelo MBC Goiás, principalmen- aos níveis do passado, por exemplo,
te na área da educação, mesmo com quando as escolas públicas eram
o pouco tempo de implantação das melhores que as particulares”, acre-
consultorias. Para ele, em áreas mais dita.
críticas como saúde e segurança pú- Apesar das últimas trocas na ges-
blica, é muito difícil atingir 100% de tão da Semarh, Bittar lembra que o
satisfação, mas é possível alcançar atual secretário Leonardo Vilela tam-
níveis bem melhores. bém se colocou à disposição para
Para Pedro Bittar, o mais impor- garantir os avanços necessários nos
tante é que todas as frentes foram projetos implantados pelas consulto-
muito bem recebidas por todos os rias. “Existe uma vontade generaliza-
secretários e servidores públicos em da de fazer os projetos darem certo.
geral. Afinal, todos serão beneficia- Hoje, nenhuma empresa sobrevive
dos direta e indiretamente. Ele citou sem boa gestão, o que já é uma exi-
Pedro Bittar: setor surpreendeu-se com como exemplo o novo secretário de gência também para os Estados se
resultados já alcançados pelo movimento Segurança Pública, Joaquim Mes- manterem”, alerta.
37
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

MISSÃO INTERNACIONAL

Negócios na Ásia e Oceania


M
issão goiana chefiada pelo Em Pequim, abriu-se a oportuni-
vice-governador José Eli- dade de investimentos expressivos na
ton Júnior visitou a Aus- economia goiana. O Banco de De-
trália, a Nova Zelândia e a China, senvolvimento da China (CDB) ante-
com o objetivo de ampliar as rela- cipou a intenção de liberar financia-
ções comerciais com aqueles paí- mentos para projetos desenvolvidos
ses e atrair investimentos para Goiás. pelo Estado de Goiás nas áreas de
Durante 18 dias de dezembro vários infraestrutura e energia. O CDB é a
encontros foram realizados com re- maior instituição financeira de desen-
presentantes governamentais e em- volvimento do mundo e quer despe-
presariais nas cidades de Sydney jar US$10 bilhões só na América Lati- Vice-governador José Eliton e Song Lei:
(Austrália), Wellington (Nova Zelân- na. O vice-diretor do CDB, Song Lei, planos para financiar investimentos em Goiás
dia) e Pequim (China). Nos dois pri- garantiu que “há um grande interesse
meiros países foram estreitados os da nossa parte em colaborar com o leite) e investimentos na geração e
laços com Goiás nos setores comer- desenvolvimento de Goiás, que tem transmissão de energia. Em Welling-
cial, de tecnologia, educacional e de projetos em áreas diversas”. ton, na Nova Zelândia, avançaram
agropecuária. Já em Pequim foram Em Sydney, na Austrália, foram as conversações para a assinatura de
frutíferos os contatos em termos de discutidos acordos nos setores de acordos comerciais visando a expan-
atração de investimentos em energia mineração, agropecuária (principal- são e desenvolvimento tecnológico
elétrica e indústria automobilística. mente tecnologia em produção de da bacia leiteira do Estado.

CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO

Livre acesso à informação


A
Controladoria Geral do Es- dos pedidos e encaminhamento aos
tado alcançou excelente de- órgãos demandados.
sempenho na implementa- De janeiro a novembro, foram
ção da Lei 12.527 de maio de 2012, cadastrados 7.286 atendimentos, o
mais conhecida como Lei de Acesso que representa média mensal de 662
à Informação (LAI), na avaliação do atendimentos, três vezes maior que
secretário José Carlos Siqueira. Num a média de 2011, que ficou em 220
esforço das equipes técnicas da CGE, manifestações por mês.
demais órgãos e área de tecnologia Também em novembro foram re-
da informação todos os portais do go- gistrados 31 requerimentos de infor-
verno estadual apresentam um link mações com base na LAI, dos quais Secretário José Carlos Siqueira: sistema
específico contendo as informações 22 já finalizados e outros nove em an- permite cumprimento rigoroso dos prazos
requeridas pela LAI à disposição do damento, com rigorosa observância
cidadão. Paralelamente, a controla- dos prazos fixados na lei para ofer- todo o período de vigência da LAI.
doria criou um sistema de acolhimen- ta de respostas. O prazo médio gasto Desde 16 de maio, quando a lei en-
to de requerimentos com base na LAI, na apresentação das respostas no mês trou em vigor, já foram apresentados
por meio da Ouvidoria Geral do Esta- passado caiu para dez dias, frente a 357 requerimentos de informações,
do, que tem funcionado na recepção uma média de 16 dias considerando dos quais 343 já foram finalizados.
38
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

AEROPORTO DE CARGAS DE ANÁPOLIS

Investindo na
competitividade

Setor público destina R$ 140 milhões para


conclusão do novo aeroporto até março de 2014

N
o momento em que as prin- março de 2014 e estará integrado à no orçamento, segundo o secretá-
cipais economias mundiais futura Plataforma Logística Multimo- rio de Gestão e Planejamento do Es-
retraem os investimentos dal, tem investimento direto dos co- tado, Giuseppe Vecci. O dinheiro é
públicos, gerando um clima de in- fres públicos e é avaliado pelo setor oriundo do Plano de Ação Integra-
certeza entre o empresariado, em produtivo como um passo importan- da de Desenvolvimento (PAI). “Esta-
Goiás o cenário é outro. A retoma- te para o fortalecimento da compe- mos investindo na criação de uma
da pelo governo estadual das obras titividade e para a atração de novos infraestrutura que irá atrair muitas
do Aeroporto de Cargas de Anápo- investimentos. e grandes empresas para o Estado”,
lis, em agosto deste ano, mostra que As obras do aeroporto estão a diz. Até a sua conclusão, R$ 140 mi-
no Estado os voos econômicos se- todo vapor. Nesta fase inicial, o go- lhões serão destinados para dar vida
guem uma rota diferente. O proje- verno estadual investe R$ 30 mi- ao primeiro aeroporto projetado
to logístico, que será concluído em lhões de recursos já assegurados para o transporte de cargas do Cen-
39
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

OS GRANDES NÚMEROS DO PROJETO


3,3 mil metros de pista
45 metros de largura

130 alqueires de área


400 toneladas é o peso das aeronaves que

o aeroporto poderá receber

R$ 30 milhões de investimento inicial


R$ 140 milhões de investimento total
40
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

tro-Oeste. “É um projeto fundamen- caria em diminuição real do custo


tal para que a economia de Goiás de produção.
continue avançando acima da mé- “O Aeroporto de Cargas de Aná-
dia nacional”, justifica. polis encurtaria o percurso e dimi-
O impacto do Aeroporto de Car- nuiria o custo das empresas. Isso sig-
gas no crescimento da economia nifica que daremos às indústrias que
goiana está sustentado no aumen-
to de capacidade de movimenta-
Terminal vai encurtar aqui estão ou que venham a se insta-
lar um incentivo para serem compe-
ção de mercadorias – o que significa percurso e reduzir titivas”, afirma o secretário da Indús-
avanço da competitividade. As em- custos, incentivando tria e Comércio, Alexandre Baldy.
presas poderão reduzir seus custos Mas não é só na garantia de agi-
e aumentar a rapidez para receber novos investimentos” lidade no recebimento de matéria-
e entregar seus produtos. Hoje, car- -prima que a obra vai causar impac-
gas internacionais que abastecem a tos. A saída do produto final para
indústria goiana vindas da Ásia vão ponentes eletroeletrônicos chegarão outros Estados e países também será
para o Aeroporto de Miami, nos Es- às indústrias na metade do tempo. facilitada. Boa parte da movimenta-
tados Unidos, e de lá são remetidas Sem necessidade do transporte ter- ção interna da produção goiana é
para o Aeroporto Internacional de restre e de voar até um aeroporto do feita pelos aeroportos de Brasília e
São Paulo, em Guarulhos (SP), Vi- Sudeste, a viagem será encurtada em Goiânia, que enfrentam hoje situa-
racopos, em Campinas (SP), ou do 24 horas. Ao descer em solo goiano, ção de saturação pela alta demanda.
Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). Pela o desembaraço aduaneiro no Porto Dessa forma, uma empresa instala-
planilha de voo, a carga passa sobre Seco diminuirá 24 horas. da no Distrito Agroindustrial de Aná-
Goiás para ser descarregada no Su- Assim, uma carga vinda de fora polis, por exemplo, poderá destinar
deste brasileiro. chegará até a linha de produção sua mercadoria por via aérea direta-
Em terra firme, essas cargas são com economia de dois dias. O cus- mente da cidade, sem gastos adicio-
direcionadas para o Estado por cami- to do traslado também será reduzi- nais com o transporte até uma das
nhão, acompanhadas por equipes de do. O transporte dentro do territó- capitais. Outra vantagem é colocar
segurança especializada. Se conside- rio nacional representa até 10% do o município em contato direto com
rado o tempo para carga, descarga, valor final do produto, segundo es- o mercado consumidor dos Estados
transporte e desembaraço, são neces- timativa da Secretaria da Indústria e Unidos, Europa, Oriente Médio e
sários pelo menos quatro dias para Comércio do Estado de Goiás. Na China. “O modal aéreo é um poten-
uma empresa retirar a sua mercado- prática, não haverá mais necessi- cializador das exportações”, afirma
ria desde a chegada ao Brasil. Com dade de se contratar caminhões e o secretário da Indústria e Comér-
o aeroporto, peças, máquinas e com- equipes de segurança, o que impli- cio, Alexandre Baldy.

Planta baixa da pista do Aeroporto de Cargas de Anápolis


41
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Ritmo intenso, num ção Civil Internacional (Icao, por sua


“trabalho minucioso” sigla em inglês). Segundo o coorde-
nador, a execução dessa etapa evita-
Máquinas e homens estão con- rá a formação de desnivelamentos e
centrados na construção da pista do sulcos após a entrada em operação.
aeroporto. Em três meses de trabalho, Serão realizadas ainda a pavimenta-
16% da via, que terá 3,3 mil metros O modal aéreo é um ção e a concretagem da parte desti-
de extensão e 45 metros de largura, já nada ao taxiamento. João Bosco ex-
estão concluídos. Para chegar a esse potencializador das plica que em outubro de 2013 este
número, 66 máquinas, 156 cami- exportações” trabalho será finalizado pela equipe
nhões e 10 veículos de apoio traba- técnica. “A partir daí iniciaremos os
lham no local, diariamente, até as 22 trabalhos complementares para o ae-
horas. O trabalho noturno se tornou roporto entrar em operação”, prevê.
possível com a instalação de 14 refle- portar 400 toneladas de carga. “Esta- A construção da torre de coman-
tores, para que 95 funcionários espe- mos trabalhando para dar celeridade do e a sinalização da pista, que vão
cializados e 29 serventes possam tra- à obra, mas sem deixar de lado os de- tornar o aeroporto operacional, estão
balhar. Entre os serviços executados talhes que serão importantes para ofe- entre os serviços finais a serem cum-
estão o desmatamento, a limpeza e recer qualidade e segurança final ao pridos. Após essa etapa, as empresas
a escavação de uma área de 130 al- aeroporto de cargas”, comenta o res- darão início à edificação de arma-
queires – desapropriada pelo governo ponsável, que acrescenta que a pista zéns para cargas. Um estudo, ainda
do Estado e outra parte cedida pela é construída em sentido paralelo à da em execução por empresa contrata-
União –, vizinha ao Porto Seco de Base Aérea de Anápolis, para evitar da pelo governo, vai avaliar o poten-
Anápolis e à futura Plataforma Mul- problemas no tráfego aéreo. cial de armazenagem logística no lo-
timodal. A próxima etapa, informa, será a cal. “As empresas precisarão de locais
O coordenador do empreendi- impermeabilização, que vai oferecer para estocar suas mercadorias para
mento público, João Bosco Adorno, à pista resistência à água da chuva e que possam ser enviadas a outros Es-
afirma que a obra está sendo tocada à pressão exercida pelo peso das ae- tados e países. Estamos levantando a
na capacidade máxima para cumprir ronaves. O cumprimento desse pro- demanda que teremos com o aero-
o calendário pré-fixado. Neste fim de cesso também carece de atenção porto de cargas para dispor de toda
ano, as atenções estão voltadas para a redobrada para atender as normas a estrutura necessária”, explica o res-
retirada de terra, a fim de que a futura exigidas pela Organização da Avia- ponsável pela obra.
pista de pouso e decolagem fique pla-
na, e na contenção da terra remanes-
cente, para que as chuvas não destru-
am o que já foi feito. A planificação
é feita na pista e na zona de escape –
uma área de proteção de 150 metros
do eixo principal da pista, necessária
para dar segurança às aeronaves que
serão taxiadas no futuro aeroporto.
João Bosco comenta que o traba-
lho é minucioso. A cada 20 centíme-
tros de terra compactada a equipe
técnica de engenharia faz uma me-
dição em laboratório para confirmar
o nível de compactação. Essa meto-
dologia será seguida até que toda a
nivelação seja concluída. Sua execu-
ção decorre da necessidade de se ter
uma pista capaz de suportar aviões
pesados, com capacidade de trans-
42
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

O novo corredor de desenvolvimento


A obra do aeroporto de cargas mazéns logísticos, ruas, avenidas.
está interligada ao Projeto da Pla- “Nesse projeto, o papel do Estado
taforma Logística Multimodal de é de catalisador da iniciativa priva-
Goiás, uma central de inteligên- da para fomentar o desenvolvimen-
cia que combinará os transportes to regional.” O projeto será implan-
rodoviário, ferroviário e aéreo. A tado em uma área de 600 hectares,
execução da plataforma será licita-
da no início de 2013. Os esforços
Melhores alternativas ao Sul de Anápolis, entre a BR-060
e o Daia. “Estamos dando a Goiás
neste momento estão voltados para para compensar o fim condições de crescer com base na
a atualização de seu projeto ori- dos incentivos e atrair infrestrutura”, afirmou.
ginal, elaborado há cerca de dez
anos. O estudo inclui uma avalia- investimentos”
ção minuciosa dos negócios que
poderão ser despertados e o poten-
cial de crescimento dos já existen-
tes com sua entrada em operação.
Depois de reformulado por uma
consultoria, será aberta a concor-
rência pública para a concessão da
plataforma.
O secretário de Gestão e Plane-
jamento, Giuseppe Vecci, anteci-
pa que o novo projeto da platafor-
ma prevê a criação de um corredor
de desenvolvimento ao longo da
BR-060, entre Goiânia e Anápolis,
onde serão criados lotes para abri-
gar investimentos comerciais e in-
dustriais, especialmente na área de
tecnologia da informação. A refor-
mulação do projeto busca que a
plataforma tenha abrangência na-
cional e internacional e que haja
total integração com o Porto Seco.
A ideia é que os três modais de
transporte – rodoviário (por meio
das rodovias federais e estaduais
que passam por Anápolis), ferrovi-
ário (Norte-Sul e Transatlântica) e
aeroviário (Aeroporto de Cargas de
Anápolis) – tenham integração en-
tre si e com o Porto Seco.
A plataforma logística prevê a
construção de uma estrutura seme-
lhante à de uma cidade. Num mes-
mo local deverão funcionar ainda PLATAFORMA MULTIMODAL DE GOIÁS
um centro de transporte terrestre,
um setor para a indústria de transfor-
mação, um polo de serviços e admi-
nistração, um terminal de frete aéreo
e um terminal ferroviário. Haverá ar-
43
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

A retomada da obra pelo gover- o Senado Federal aprovou a unifi-


no estadual ocorre num momen- cação da alíquota do Imposto sobre
to em que a suspensão dos atuais Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre
incentivos fiscais ronda os Estados a importação de produtos em 4%
brasileiros que usam políticas se- para todos os Estados. Com a me-
melhantes para atrair empresas. dida, que entra em vigor em 2013,
Vecci explica que o governo tra-
balha com foco em projetos e com
Estamos dando a os incentivos sobre bens importados
perdem efeitos. Dessa forma, as van-
outras políticas de atração de inves- Goiás condições de tagens de se realizar o desembaraço
timentos, para dar competitividade crescer com base na aduaneiro num Estado diferente da-
a Goiás frente aos demais Estados. quele em que se chega caem. A me-
“O aeroporto de cargas e a Plata- infraestrutura” dida foi aprovada sob a alegação de
forma Multimodal se inserem nes- dar fim à “guerra dos portos”. Numa
te esforço do governo estadual”, outra frente, o Supremo Tribunal Fe-
acrescentou o secretário garantindo Os incentivos fiscais, concedidos deral (STF) deve julgar uma súmula
que depois de pronto, o aeroporto por Estados como Goiás, Santa Cata- vinculante que pode acabar com es-
terá um efeito multiplicador capaz rina e Espírito Santo, para a atração ses incentivos, a partir do próximo
de gerar riqueza e desenvolvimento de indústrias, são questionados em ano, para pôr fim à “guerra fiscal en-
econômico. diversas frentes. No início deste ano, tre os Estado”.

Setor farmacêutico avalia impactos


Para o setor farmacêutico, a ava- Anápolis (Daia). Segundo ele, a ma-
liação é de que a obra vai melhorar triz logística brasileira é concentra-
a importação de insumos e a dis- da no modal rodoviário – 62% das
tribuição de mercadorias a partir mercadorias transitam no País por
de Anápolis. O vice-presidente do rodovias. O custo nem sempre é
Sindicato da Indústria Farmacêuti- baixo e o tempo que se gasta num
ca de Goiás, Heribaldo Egídio, es- País com dimensões continentais é
tima que o aeroporto será decisivo alto. A tendência é de avanços na
para a redução do custo logístico. competitividade. “Nossa posição
Ele diz acreditar que haverá adesão de importação é ruim porque es-
ao modal pelas indústrias farma- tamos longe dos portos. Mas para
cêuticas. “Boa parte da matéria pri- distribuição é privilegiado. Com o
ma vem dos Estados Unidos, Índia e aeroporto de cargas poderemos ga-
China. O desembaraço próprio no nhar mais tempo nesse trabalho e
aeroporto de cargas de Anápolis é nos tornar melhores na distribui-
de suma importância. É bem possí- ção”, ressalta. Pedro Paulo, do Teuto: “Aeroporto de cargas
vel que o setor utilize esse poten- Para representantes da Hyper- agilizará distribuição de nossos produtos”
cial”, afirma. “O modal completo marcas (ex-Neo Química) a impor-
vai facilitar a distribuição e tirar o tância do aeroporto está no fato de aeroporto vai impactar diretamente
equívoco do modal rodoviário, fo- a obra fechar a ideia original da na realidade de Anápolis e do setor
cado no Brasil”, afirma Heribaldo. plataforma logística, que é oferecer produtivo ali instalado. “Anápolis é
O gerente de Logística do Labo- o transporte de cargas nas três mo- um polo de desenvolvimento regio-
ratório Teuto, Pedro Paulo Moreira dalidades (rodoviário, ferroviário e nal em ascensão e o novo aeropor-
de Carvalho, também estima que aéreo), por meio de uma base in- to deve tornar a cidade e o Estado
a entrada do aeroporto beneficie tegrada. Isso aumentará as opções de Goiás ainda mais atrativos para a
a distribuição das empresas insta- de escoamento da produção. Em indústria, que contará com mais um
ladas no Distrito Agroindustrial de nota, o grupo afirma que a obra do modal logístico”, frisa.
44
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Preços do frete rodoviário devem baixar


Os impactos do aeroporto de porte de mercadorias pelas estradas
cargas na economia goiana vão brasileiras, como limite de oito ho-
abranger até setores que não vão ras de jornada e descanso -, embo-
utilizar os serviços desse modal di- ra seja um avanço, encarece o cus-
retamente. O presidente-executivo to do transporte. “Neste sentido, o
do Sindicato da Indústria de Fabri- Aeroporto de Cargas de Anápolis se
cação de Álcool de Goiás (Sifaeg), colocará como uma opção ao mo-
André Rocha, afirma que o terminal dal rodoviário”, alega. “Podemos
aéreo de cargas vai reduzir os gas- ainda importar máquinas com custo
tos das indústrias sucroenergéticas menor. Sem dúvida o aeroporto vai
instaladas em Goiás com transpor- agregar competitividade a toda eco-
te. Segundo ele, o dinheiro investi- nomia goiana”, descreve.
do no escoamento da produção de O presidente da Federação da
álcool e açúcar pelas rodovias cai- Agricultura do Estado de Goiás Wilson de Oliveira: aeroporto de cargas será
rá porque indústrias de outros ra- (Faeg), José Mário Schreiner, desta- fundamental para alavancar a produtividade
mos devem trocar as rodovias pelas ca que a agricultura, apesar de uti-
aeronaves, pressionando os valores lizar o modal rodoviário e marítimo cidade e influenciará diretamente
de frete para baixo. “Se o setor far- para exportar commodities, como na arrecadação do município. Para
macêutico, por exemplo, utilizar o soja e milho, terá no aeroporto de ele, o cenário que o terminal aero-
aéreo para distribuição de sua pro- cargas uma oportunidade ímpar de viário proporciona é de uma cidade
dução, vai sobrar caminhões para o se expandir em Goiás. O fomento e capaz de atrair investimentos mais
transporte. Isso implicará, pela lei desenvolvimento de cadeias produ- arrojados nos próximos anos.
da oferta e da procura, em preços tivas em ascensão, como a de frutas O presidente da Associação Co-
menores para que possamos trans- e flores, poderá ser alavancado em mercial e Industrial de Anápolis
portar nossa carga”, analisa. Goiás. O crescimento desses setores (Acia), Wilson de Oliveira, obser-
André ainda descreve que me- hoje é limitado pela característica va que a entidade sempre defendeu
nos caminhões nas rodovias signifi- perecível de sua produção. Com o políticas e ações que promovam a
cará menos gastos do poder público aeroporto, pode-se chegar à Europa competitividade da indústria goia-
com a manutenção e a recuperação em 12 horas. “Isso contribuiria para na nos mercados interno e externo
de estradas. O frete hoje chega a a diversificação da pauta de expor- “e a logística”, diz ele, “é um dos
20% do custo final do produto. O tação do Estado”, enfatiza. componentes que tornam as empre-
presidente do Sifaeg comenta que o O secretário de Desenvolvimen- sas mais competitivas. O aeroporto
Estatuto do Motorista - lei que pre- to Econômico de Anápolis, Mozart de cargas, nesse sentido, é funda-
vê regras trabalhistas e de trânsito Soares Filho, por sua vez, concorda mental para Goiás e, especialmen-
para quem trabalha com o trans- que a obra trará crescimento para a te, para Anápolis”.

Primeiro selo de prioridade do PAI


O projeto do aeroporto de car- vai complementar o eixo logísti- retomada no início do segundo
gas, que teve suas obras vistoriadas co do município, transformando-o semestre deste ano, não sofrerá
em outubro pelo governador Mar- no maior polo de distribuição de atraso no cronograma. Na visi-
coni Perillo, foi o primeiro a rece- mercadorias de Goiás e do Brasil. ta, percorreu os canteiros, cum-
ber o selo do Plano de Ação Inte- Diante de sua importância, foi a primentou os trabalhadores e se
grada de Desenvolvimento (PAI). primeira a receber o selo do PAI. inteirou dos dados técnicos, ou-
“Trata-se da maior obra pública O governador assegurou que, vindo os engenheiros responsá-
já realizada no município”, frisou superados os entraves burocráti- veis pelo projeto. O secretário
o governador, citando ainda a lo- cos no Tribunal de Contas do Es- de Planejamento e Gestão, Giu-
calização estratégica do aeropor- tado, envolvendo o contrato da seppe Vecci, acompanhou o go-
to. Segundo o governador, a obra empresa com o Estado, a obra, vernador na visita ao canteiro.
45
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

A RIQUEZA DE GOIÁS

Um PIB acima de
R$ 112 bilhões
Fatores positivos como diversificação das atividades produtivas, riquezas naturais,
empreendedorismo e atuação integrada da iniciativa privada com o poder público favorecem o
crescimento econômico no Estado
46
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

D
iversificação das atividades
produtivas, ousadia e visão
empreendedora dos agentes
econômicos, potenciais naturais fa-
voráveis, localização geográfica es-
tratégica e políticas públicas capa-
zes de apoiar, fomentar e dinamizar
as atividades produtivas são ingre-
Nos últimos cinco
dientes determinantes para garantir anos, o crescimento do
o desenvolvimento econômico de PIB goiano tem sido
Goiás, Estado que apresenta cres-
cimento superior à média nacio- maior que o brasileiro”
nal. Um dos principais indicadores
que evidenciam essa realidade é o
Produto Interno Bruto (PIB) que, ao
longo dos últimos anos, vem regis-
trando índices mais robustos que os
apurados no País. As projeções in-
dicam que Goiás fechará 2012 com economia globalizada, as dificulda- vil e a produção agropecuária, in-
PIB de R$ 112,32 bilhões. des enfrentadas pelos diversos blo- cluindo-se neste segmento o eta-
Nos últimos cinco anos, o cres- cos econômicos mundiais não têm nol, geram produtos e riquezas
cimento do PIB goiano tem sido afetado de forma drástica a econo- destinados a um consumidor inter-
maior que o brasileiro. Conforme mia regional. no que vem a cada dia melhoran-
dados da Secretaria do Planeja- Essa espécie de ‘vacina’ vivida do sua renda e, consequentemen-
mento em parceria com o Instituto por Goiás é resultante principalmen- te, seu poder aquisitivo. Este novo
Brasileiro de Geografia e Estatísti- te do perfil econômico do Estado, cenário mantém o vigor das ativida-
ca e mais recentemente do Instituto cuja produção industrial e presta- des econômicas, com reflexos posi-
Mauro Borges de Estatísticas e Es- ção de serviços voltam-se mais for- tivos no PIB goiano.
tudos Socieconômicos (IMB) da Se- temente para o mercado local e
cretaria de Gestão e Planejamento nacional, mesmo com avanço consi- Sempre acima da
(IMB/Segplan), Goiás tem consegui- derável das exportações nos últimos média brasileira
do superar gargalos, mantendo em anos. Os setores mais dinâmicos da
maior ou menor grau, o seu cresci- economia goiana, como a indústria Conforme dados da Secretaria de
mento. Ressalte-se que, mesmo na de transformação, a construção ci- Gestão e Planejamento, em parce-
ria com o IBGE, e agora do IMB/Seg-
Desafios para sustentar avanço da economia plan, que passou a elaborar o cálcu-
lo trimestral do PIB goiano, em 2008
• Reforçar a política de atração de investimentos, ampliando e diversifi- Goiás registrou crescimento de 8%
cando o parque fabril goiano; em seu PIB, enquanto o Brasil ape-
• Realizar o Zoneamento Econômico-Ecológico do Estado para assegurar nas 5,2%. Em 2009, ano em que os
Estados Unidos e a Europa sofreram
maior sustentabilidade ao setor agropecuário goiano;
fortemente os impactos da crise, o
• Aumentar os investimentos em pesquisas e na formação do capital hu- PIB brasileiro teve decréscimo de –
mano em resposta aos novos desafios do segmento do agronegócio; 0,3%. No mesmo ano, Goiás ainda
• Apoiar a pecuária goiana no sentido de utilizar novas tecnologias capa- contabilizou resultado positivo de
0,9%, explica a Superintendente do
zes de melhorar o desempenho dos rebanhos;
IMB, Líllian Maria da Silva Prado.
• Ampliar os investimentos em infraestrutura, especialmente na logística Em 2010, já em processo de re-
de transporte e na oferta de energia elétrica; tomada da economia, Goiás cres-
ceu 8,8%, enquanto o Brasil alcan-
• Manter em crescimento o volume e o valor das exportações.
çou 7,5%. Em 2011, de acordo com
47
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

a metodologia de cálculo trimestral


Indústria de mineração: recursos minerais do IMB/Segplan, o PIB goiano re-
atraem investimentos para exploração de gistrou avanço de 4,1% enquanto o
níquel, cobre, ouro e outros metais brasileiro cresceu 2,7%. Finalmen-
te, em 2012 os indicadores apontam
para uma elevação de 3% em Goiás
contra a de 1,56% na taxa nacional,
conforme projeções apresentadas
pelo Ministério da Fazenda e pelo
Banco Central.
Em valores nominais, o Produ-
to Interno Bruto de Goiás saltou de Líllian Prado: “PIB goiano contraria tendência
R$ 75,27 bilhões no fim de 2008 de queda nacional e sobe 0,9%”
para algo em torno de R$ 112,32 bi-
lhões em 2012, conforme projeções R$ 12.878,00 em moeda corrente do
do IMB/Segplan. Nesse intervalo de ano. Já em 2012, consolidando-se os
quatro anos, o crescimento nomi- valores projetados, a renda per capi-
nal foi de 49,23%, enquanto o in- ta da população goiana chegará a R$
cremento real foi de 16,3%. A renda 18.250,00. Para continuar crescen-
per capita no período também apre- do em ritmo maior que a economia
sentou avanços. Em 2008, cada ci- nacional, Goiás tem alguns desafios
dadão goiano teve renda anual de que precisam ser vencidos.

Os setores mais dinâmicos


A composição do produto in- trou elevação de 10,9%. Dados do
terno de Goiás está assentada em IMB/Segplan mostraram que já em
três grandes atividades econômi- 2011 a agropecuária apresentou de-
cas, que se caracterizam como seg- sempenho positivo, com crescimen-
mentos dinâmicos: agropecuária, to de 6,3%, diante de um incremen-
indústria e serviços. Principalmen- to de 3,9% no Brasil.
te em 2012, quando a agricultura e O segmento industrial, em todas
a pecuária apresentaram excepcio- Os números mostram as suas modalidades, exibiu cresci-
nal desempenho, após um ano com
desenvolvimento moderado (2011),
que a boa fase do mento de 3,6% no segundo trimestre
de 2012, índice que deverá se man-
devido ao crescimento das áreas comércio varejista ter ao longo do ano com pequenas
plantadas das principais culturas e advém especialmente variações para mais ou para menos.
aumento significativo da produtivi- Os destaques desse aumento foram
dade e dos valores dos produtos. do estímulo observados na indústria de transfor-
Comprovando esse avanço, os governamental à mação, que contabilizou avanço de
números do segundo trimestre des- 3,4%. Em 2011, o segmento indus-
te ano apontaram crescimento de economia” trial goiano também teve desempe-
15,6% da agropecuária, suporta- nho positivo, com crescimento de
dos principalmente pelo incremen- 3,7%, enquanto no Brasil o índice
to das lavouras temporárias e pela ficou em 1,6%.
pecuária. Em 2012, a safra goiana (9,1%) e da soja, principal cultura, O setor de serviços vem apre-
de grãos aumentou 7,8%, confor- que avançou 8%. Quanto ao milho, sentando resultados importantes na
me o IBGE, com expansão signifi- além da ampliação da área planta- formação do PIB de Goiás. Ao lon-
cativa do milho (45,7%), do feijão da, também a produtividade regis- go de 2011, o crescimento foi de
48
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

3,7%, enquanto o avanço nacional


ficou em 2,7%. Já no segundo tri-
mestre de 2012, conforme dados
do IMB/Segplan, os serviços tive-
ram elevação de 2,5%, crescimen-
to que foi puxado principalmen-
te pela expansão dos transportes e
outras atividades como alojamen-
to, alimentação e serviços presta-
dos às empresas e comércio. Res-
salte-se que o comércio varejista
teve aumento de 10,4% no segun-
do trimestre de 2012, quando com-
parado ao mesmo período do ano
anterior.
A tendência para os dois últi-
mos trimestres deste ano é que o
comércio varejista tenha desempe-
nho ainda melhor, em função das As projeções para a economia goiana
vendas de fim de ano, especialmen-
(Valor e variação anual do PIB em Goiás e no Brasil)
te alimentação. Isso terá influência
PIB (R$ milhões) Part. de Tx. Cresc. (%)
positiva no desempenho do setor Ano Goiás
de serviços no PIB de 2012. Os nú- Goiás Brasil (%) Goiás Brasil
meros mostram que a boa fase do 2008 75.271 3.032.204 8,0 5,2 2,5
comércio varejista advém especial- 2009 85.615 3.239.404 0,9 -0,3 2,6
mente do estímulo governamental à 2010 97.576 3.770.085 8,8 7,5 2,6
economia, por meio do aumento da 2011 103.446 4.143.015 4,1 2,7 2,5
oferta de crédito e desoneração fis- 2012 112.328** 4.320.300* 3,0** 1,56* 2,6
cal, pelo aumento do poder aquisi- Elaboração: Segplan-GO/Sepin/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2012
tivo da população que contabilizou
* Projeção para o Brasil do Ministério da Fazenda e Banco Central
melhoria em sua renda e pela maior ** Projeção do PIB goiano para 2012 calculada com base na série 2002/2011 e na inflação pre-
geração de empregos formais. vista pelo Banco Central

Dimag, em Aparecida de Goiânia: experiência


bem sucedida na atração de empresas
49
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Goiás, exemplo de dinamismo


O desempenho do Produto In- das unidades federativas mais de- “Vamos continuar investindo for-
terno Bruto de Goiás, que cresce senvolvidas do País. “Há quase 14 temente na expansão e na melho-
acima da média nacional, dá mos- anos, o PIB goiano era de R$ 17,4 ria da infraestrutura. Assim é que
tras inequívocas do dinamismo da bilhões. Em 2010, conforme dados podemos dar a maior sustenta-
economia goiana, observa o go- divulgados recentemente pelo Ins- ção a esse caminho de progresso
vernador Marconi Perillo, numa tituto Mauro Borges de Estatísticas e prosperidade por onde vem tri-
demonstração de total confian- e Estudos Socioeconômicos (IMB), lhando o Estado de Goiás”, sen-
ça no futuro do Estado como uma alcançamos quase R$ 100 bilhões. tenciou.
E estamos muito próxi- O governador também reafir-
Eduardo Ferreira

mos de chegar a R$ 120 ma não ter dúvida do contínuo


bilhões”, destaca o gover- crescimento da economia goiana,
nador. com reflexos positivos no PIB. “No
Conforme revela, essa ranking do desenvolvimento eco-
posição privilegiada tem nômico brasileiro dos próximos
chamado a atenção, inclu- anos, Goiás ocupará posições de
sive da presidente Dilma crescente destaque. Da parte do
Rousseff que, em recen- governo, fazemos o dever de casa
te reunião com prefeitos, ao incentivar e garantir a seguran-
citou o Estado de Goiás ça jurídica e a infraestrutura aos
como exemplo a ser se- investidores e seus projetos. Des-
guido. sa maneira, Goiás demonstra-se
De acordo com Mar- ao Brasil e ao mundo em um es-
coni Perillo, o governo es- tágio notável de desenvolvimen-
tadual tem a receita para to, alavancando empreendimentos
manter o nível de desen- e aprimorando os caminhos que
Marconi Perillo: “Fazemos o dever de casa ao incentivar volvimento atingido por o impulsionam a avançar ainda
e garantir a segurança jurídica e a infraestrutura” Goiás nos últimos anos. mais”, finaliza o governador.

Conjuntura positiva sustenta crescimento


Goiás insere-se no contexto na- valor de produção e sobressaindo-se se destaca na geração de empregos
cional como a nona economia do como um dos polos dinâmicos de fa- formais quando comparado com
País, com participação de 2,6% no bricação de medicamentos genéri- outros Estados brasileiros. De acor-
Produto Interno Bruto do Brasil. É o cos. Outro ponto de destaque é a in- do com dados do Cadastro Geral de
quarto maior produtor de grãos, o se- dústria automotiva, com fabricação Empregados e Desempregados do
gundo maior de etanol, possui o ter- de produtos com alto valor agrega- Ministério do Trabalho e Emprego
ceiro maior rebanho bovino e ocupa do, representando 7% da produção (Caged), Goiás gerou 80.577 postos
a quarta posição na produção de lei- nacional. formais de trabalho de janeiro a ju-
te. No segmento industrial, os prin- O dinamismo da agropecuá- lho de 2012. Esse resultado fez com
cipais destaques são o polo fárma- ria, da indústria e dos serviços re- que o Estado alcançasse o segundo
co-químico de Anápolis, ocupando flete positivamente na geração de melhor desempenho, em termos re-
hoje a terceira posição no País em emprego e renda. Tanto que Goiás lativos, e o quinto lugar em termos
50
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

absolutos, dentre as 27 unidades da sas, cuja economia cresce em ritmo

Carlos Costa
Federação. acelerado.
Outro fator positivo da econo- Os destaques das exportações
mia goiana está evidenciado nos goianas são commodities agríco-
números referentes às exportações. las (soja e seus derivados, milho,
Em 2012, o valor total dos embar- carnes e couros) e minérios, como
ques deverá superar os US$ 7 bi- ferro-níquel, ferro-nióbio e sulfe-
lhões, conforme projeções da Se- to de cobre. As importações tam-
cretaria de Indústria e Comércio do bém avançam, em razão das com-
Estado de Goiás, com crescimento pras realizadas pelas montadoras
superior a 25% sobre os US$ 5,6 de veículos e matérias-primas
bilhões exportados em 2011. Essa para fabricação de medicamentos.
previsão baseia-se nos valores ex- Além disso, o real valorizado fren-
portados até outubro, que atingiram te ao dólar, conjugado com o cres-
US$ 6 bilhões. É relevante desta- cimento do mercado interno, são
car que desde 2010 as exportações fatores que elevam o aumento das
goianas vêm apresentando expres- importações. Ainda assim, Goiás
sivo crescimento, com elevação deverá fechar o ano com superávit
de 31,98% naquele ano, 26,81% superior a US$ 1,5 bilhão em sua
em 2011 e, neste ano, em torno de balança comercial, conforme pro-
25%. Esses índices mostram que, jeções da Secretaria de Indústria e
mesmo com as dificuldades econô- Comércio. Contudo, para continu-
micas dos países europeus e dos Es- ar crescendo em ritmo maior que
tados Unidos, o comércio exterior a economia nacional, Goiás tem
goiano continua avançando princi- alguns desafios que precisam ser Agroindústria: sólida base agropecuária
palmente pelas importações chine- vencidos. sustenta incremento da produção de carnes

PIB goiano avança 8,8% em 2010


O Produto Interno Bruto (PIB) perior à variação de 0,93% re- guinte, com expansão de 13,7%,
de Goiás, que mede a riqueza gistrada em 2009. Goiás tomou puxada pelos setores de trans-
do Estado, em valores correntes posição no grupo dos 17 Estados formação, com alta de 13,2%, e
atingiu em 2010 o montante de que apresentaram taxa de cres- da construção civil (mais 14%).
R$ 97,576 bilhões, o que repre- cimento do PIB acima da média Os serviços aumentaram 6,4%,
sentou incremento de R$ 11,961 nacional. Em 2010, a maior taxa com destaque para a intermedia-
bilhões sobre 2009, de acordo foi no Tocantins, com elevação ção financeira, seguros e previ-
com o Instituto Mauro Borges de 14,2%. No Centro-Oeste, ape- dência (11,7%) e para o comér-
de Estatísticas e Estudos Socio- nas Goiás (8,8%) e Mato Grosso cio (12,2%). Os baixos preços
econômicos (IMB) da Secretaria do Sul (11%) cresceram acima da das commodities foram determi-
de Gestão e Planejamento (Seg- média do País (7,5%). O Estado nantes para o crescimento relati-
plan), numa parceria com o Ins- mantém a nona posição entre as vamente mais baixo da atividade
tituto Brasileiro de Geografia e maiores economias brasileiras e a agropecuária, que registrou in-
Estatística (IBGE). Esse é o maior participação de 2,6% no total do cremento de 5,4%. Na maior ele-
incremento do PIB goiano des- PIB nacional. vação realizada desde 2002, o
de 1995. Naquele ano, o PIB de Depois de recuar 2,7% em PIB per capita goiano aumentou
Goiás cresceu 8,8%, acima da 2009, a indústria apresentou 7,4% em 2010, atingindo quase
média nacional apurada no perí- maior contribuição para o cresci- R$ 16.252, ainda abaixo da mé-
odo, que foi de 7,5%, e bem su- mento do PIB goiano no ano se- dia brasileira (R$ 19.766).
51
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

O efeito multiplicador
Ao analisar os dados do PIB de
Goiás, o presidente da Federação
Produto Interno Bruto
das Indústrias do Estado de Goiás, Ranking por Unidade da Federação,
Pedro Alves de Oliveira, diz que os a preços correntes - 2010
resultados traduzem a pujança da
economia goiana, que já ocupa a Unidades da R$ Ran-
nona posição no ranking nacional, Federação milhão king
caminhando, celeremente, para o
A indústria é um
BRASIL 3 770 085 -
oitavo lugar. Segundo ele, a indús- dos setores que São Paulo 1 247 596 1º
tria é um dos setores que apresenta
dinamismo considerável, possibili-
apresentam dinamismo Rio de Janeiro 407 123 2º
Minas Gerais 351 381 3º
tando ao Estado sair de uma par- considerável” Rio Grande do Sul 252 483 4º
ticipação de 1,55% no PIB indus- Paraná 217 290 5º
trial brasileiro em 1995 para 2,75% Bahia 154 340 6º
em 2009, inserindo Goiás definiti- Santa Catarina 152 482 7º
Distrito Federal 149 906 8º
vamente no mapa da produção de da arrecadação de impostos”, argu-
Goiás 97 576 9º
bens industriais no Brasil. menta Pedro Alves. Ele observa que Pernambuco 95 187 10º
O líder empresarial lembra que esse dinamismo contribui fortemen- Espírito Santo 82 122 11º
de 2002 a 2011 a indústria gerou te para o aumento da arrecadação Ceará 77 865 12º
mais de 170 mil novos empregos de impostos que financiam a infra- Pará 77 848 13º
formais, o que representou cresci- estrutura e os serviços públicos e Amazonas 59 779 14º
mento de 113% no período. “A ge- elevam o PIB per capita, indispen- Mato Grosso 59 600 15º
ração de emprego e renda na in- sável para a melhoria da qualidade Maranhão 45 256 16º
dústria teve efeito multiplicador de vida da população. Mato Grosso do Sul 43 514 17º
enorme, beneficiando os setores O dirigente da Fieg aponta diver- Rio Grande do Norte 32 339 18º
Paraíba 31 947 19º
de agricultura, comércio e servi- sos fatores que contribuem para o
Alagoas 24 575 20º
ços, resultando, ainda, no aumento ritmo acelerado do desenvolvimen- Sergipe 23 932 21º
Rondônia 23 561 22º
Piauí 22 060 23º
Tocantins 17 240 24º
Acre 8 477 25º
Amapá 8 266 26º
Roraima 6 341 27º
Elaboração: Segplan-GO/Sepin/Gerência de
Contas Regionais e Indicadores – 2012

to da indústria: a política de atração


de investimentos adotada pelo go-
verno do Estado, a localização es-
tratégica de Goiás que favorece a
logística para o mercado interno, a
grande produção de matérias-pri-
mas e a parceria entre o governo es-
tadual e as lideranças empresariais,
configurada nas ações do Fórum de
Entidades Empresariais. Pedro Alves
ressalta também o papel da Fieg e
das suas instituições (Senai, Sesi, IEL
e ICQ Brasil) que atuam firmemen-
te no apoio à profissionalização das
Fábrica da Mitsubishi: investimentos contribuem para diversificar parque industrial do Estado empresas e de seus trabalhadores.
52
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Contribuição decisiva incentivos financeiros, os benefícios


da agropecuária fiscais, os investimentos em infraes-
trutura e outras. Com isso, o setor in-
“Não há como falar no avanço dustrial enxerga nas medidas adota-
do PIB goiano sem destacar a im- das pelo Estado, vinculadas a outras
portância do segmento agrope- vantagens, grandes oportunidades
cuário e sua contribuição decisi- Os produtos de negócios no território goiano.
Oliveira fala da importância do
va para as seguidas taxas positivas
de crescimento da economia goia- agropecuários são cálculo do PIB trimestral pelo IMB/
na”, afirma o presidente da Fede- os principais itens da Segplan. Ele lembra que antes o in-
ração da Agricultura e Pecuária de dicador era calculado pela Segplan
Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, pauta de exportações” em parceria com o IBGE, com de-
lembrando que em 2009, ano em fasagem de dois anos, ou seja, a di-
que o PIB nacional ficou negativo, vulgação dos dados consolidados
só foi possível a Goiás registrar taxa nas à produção, excluindo os pro- de determinado ano só era feita dois
positiva pelo bom desempenho dutos gerados por serviços e pelas anos após. “Com o cálculo trimes-
da agropecuária e do agronegócio indústrias envolvidas com essa pro- tral, há um grande avanço pela re-
como um todo. Naquele ano, o PIB dução. Portanto, o PIB do chamado dução desse espaço temporal, pro-
do agronegócio avançou 6,9%, ou agronegócio, que incluiu o antes e porcionando vantagens como visão
seja, permitiu um acréscimo da or- o depois da porteira, é muito mais mais atualizada da conjuntura eco-
dem de 2,14 bilhões no PIB goiano. expressivo”, enfatiza Schreiner. nômica, possibilidade de diagnós-
O presidente da Faeg frisa tam- Na visão do líder ruralista, a ten- tico mais próximo da realidade e
bém que os produtos agropecuá- dência é que o PIB goiano manterá maior facilidade na tomada de de-
rios são os principais itens da pauta bom ritmo de crescimento, pelo au- cisões tais como correção ou elabo-
de exportações, sendo responsá- mento da produção agropecuária e ração de novas políticas públicas e
veis por 75% dos embarques exter- do agronegócio como um todo. Se- maior atenção às demandas dos se-
nos de Goiás em 2012. Em 2009, gundo ele, essa previsão otimista se tores produtivos e da sociedade.
considerando-se o PIB consolidado baseia nos cálculos do Valor Bruto Para Oliveira, o crescimento do
de Goiás, o PIB dos produtos agro- da Produção Agropecuária realiza- PIB acima da média nacional é uma
pecuários representou 14% do to- dos pela Faeg para os anos subse- marca muito positiva para Goiás.
tal, ou seja, aproximadamente R$ quentes. De 2009 a 2011, o Valor “Trata-se de um Estado em desen-
12 bilhões. “É importante salien- Bruto da Produção Agrícola avan- volvimento dentro de um país em
tar que esse valor corresponde ape- çou 41%, saindo de R$ 17 bilhões desenvolvimento”, diz. Ele aponta
para R$ 24 bilhões. Com aumento como principais fatores os grandes
da produção e melhoria dos valores aportes de investimentos no setor in-
Sílvio Simões

recebidos, esses números tendem dustrial, a diversificação da produ-


a se tornar muito mais expressivos ção e a diminuição das desigualda-
nos próximos anos. des regionais. “Daqui por diante, o
foco deve ser o crescimento da eco-
Políticas públicas nomia, sem se preocupar com nú-
e incentivos fiscais meros. O resultado do PIB futuro
estará vinculado ao comportamen-
O economista Álen Rodrigues to da economia regional, nacional e
de Oliveira, presidente do Conse- internacional. Se o Estado for capaz
lho Regional de Economia, aponta de continuar estimulando o desen-
uma série de fatores positivos que volvimento, reduzir as desigualda-
sustentam o crescimento do PIB de des sociais e regionais, fizer novos
Goiás acima da média nacional. Ele investimentos em infraestrutura e em
Pedro Alves de Oliveira, da Fieg: geração destaca as políticas públicas adota- políticas de incentivo, os resultados
de emprego e renda na indústria beneficiou das pelo Estado como forma de es- positivos certamente virão”, arrema-
agricultura, comércio e serviços timular a produção, dentre elas os ta o presidente do Corecon.
53
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

AGROPECUÁRIA

19 milhões de
toneladas
Goiás espera colher uma safra histórica no ciclo 2012/2013, impulsionada pela valorização dos
preços da soja e pela perspectiva de incremento da safrinha de milho

Divulgação

F
artura, muita fartura. É o que va da Federação da Agricultura e Pe- O bom resultado será puxado,
a população deve ver na co- cuária de Goiás (Faeg), em sua pri- principalmente, pelo desempenho
lheita da próxima safra agríco- meira previsão, é que o Estado colha das lavouras de soja, que atraíram os
la 2012/2013 em Goiás, que prome- quase 20 milhões de toneladas de produtores por causa dos bons preços
te resultados históricos. A chegada grãos, um incremento de 6% sobre a no mercado internacional. Os agri-
do período chuvoso deu início ao de safra 2011/2012, quando foram co- cultores devem colher 9,1 milhões
plantio da safra goiana e a expectati- lhidos 18,6 milhões de toneladas. de toneladas da oleaginosa, um vo-
54
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Algodão: produção em baixa tende a


continuar pressionando preços da fibra

Colheita em dobro
(Produção, produtividade e área plantada em
Goiás nas últimas 12 safras)
Ano Produção Produtividade Área plantada
Safra (mil t) (kg/ha) (mil ha)
2000/01 9.132,3 3.108 2.938,2
2001/02 9.715,2 3.027 3.209,9
2002/03 11.219,2 3.201 3.505,1
2003/04 11.190,2 2.786 4.017,0
2004/05 11.329,6 2.825 4.015,5
2005/06 10.826,4 2.885 3.752,0
2006/07 11.288,8 3.155 3.577,6
2007/08 13.062,0 3.539 3.691,2
2008/09 13.255,7 3.465 3.816,4
2009/10 13.463,7 3.453 3.899,4
2010/11 16.126,0 3.864 4.173,4
2011/12 18.597,8 4.148 4.483,2
Fonte: Conab

lume 10,5% superior ao do ano pas-


sado, ou seja, 1 milhão de toneladas
a mais. Esse volume deve consolidar
o Estado na quarta posição nacional
de produção de soja, atrás apenas de
Mato Grosso, Paraná e Rio Grande
do Sul.
Já a produção de milho deve se É o resultado do
manter praticamente no mesmo ní- investimento em
vel da safra passada, 8,6 milhões
de toneladas, considerando a pri- tecnologia de
meira e a segunda safra, com um produção e da maior
pequeno incremento de 1,3%. A
previsão da Faeg é de redução de profissionalização do
10,3% na primeira safra, por causa produtor”
da migração para a soja, que será
compensada por um crescimento
de 13,5% na safrinha. No entanto,
essa estimativa inicial ainda pode
ser afetada pela estiagem prolonga- de. O crescimento da safra goiana
da em várias regiões produtoras de é atribuído a uma grande evolução
grãos no Estado. da produtividade nos últimos anos. José Mário Schreiner: investimento em
Nas demais culturas, a tendên- Somente na próxima safra, a expec- tecnologia e maior profissionalização dos
cia é praticamente de estabilida- tativa é de um aumento de 2,6% produtores
55
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Arquivo
Estimativas de produção de grãos
(Em mil toneladas)
Safra Previsão Faeg Previsão Conab
Produtos 2011/2012 (2012/2013) (2012/2013)
Algodão 128,70 127,50 109,50
Arroz 174,10 177,00 130,70
Feijão 308,20 303,65 274,40
Girassol 18,80 - 19,50
Milho 8.575,90 8.691,00 7.659,80
Soja 8.251,50 9.120,00 9.018,50
Sorgo 998,90 986,00 934,00
Fonte: Conab

na produtividade das lavouras de texto de baixa oferta mundial de


soja e de 5% nas de milho. O pre- grãos”, destaca.
sidente da Faeg, José Mário Schrei- Para o secretário de Agricultura,
ner, lembrou que em apenas cinco Pecuária e Irrigação de Goiás (Sea-
anos Goiás ampliou sua produção gro) Antônio Flávio Camilo de Lima,
em 50%, com uma necessidade de “o governador Marconi Perillo tem
aumento de somente 20% de área. feito um grande esforço em elaborar
“Conseguimos colher mais em políticas públicas visando o incre-
uma menor área. É o resultado do mento de nossa economia, princi-
investimento em tecnologia de pro- palmente em relação ao agronegó-
dução e da maior profissionaliza- cio”. Ele destaca também o ciclo
ção do produtor”, explica. Com econômico vivido nos últimos dois
essa eficiência produtiva, Goiás anos, tanto no setor de serviços
consegue garantir abundância de quanto na indústria de transforma-
matéria-prima para suas indústrias ção. “Para cada posto de trabalho
de alimentos, as que mais crescem contratado no agronegócio, qua-
no Estado. Além disso, o bom de- tro são gerados na cidade. Isso só é
sempenho tem sustentado o com- possível a partir de um conjunto de
portamento da balança comercial ações políticas voltadas para o de-
goiana, puxada pelas exportações senvolvimento como um todo. Cor-
de soja e carnes. “Isso contribui tando gastos e direcionando inves-
muito para elevar o PIB goiano e timentos para onde realmente são Secretário Antônio Flávio Camilo de Lima:
para conter o avanço da inflação, necessários. Goiás está fazendo o políticas públicas apoiam crescimento do
principalmente diante de um con- dever de casa muito bem”, afirma. setor no Estado de Goiás
56
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Valor da produção supera R$ 30 bilhões


Com produção maior e preços produção que fez os preços dispa- milho 1ª safra, principalmente no
melhores no mercado internacional, rarem no mercado mundial. Ago- Sudoeste goiano, e o alento só deve
o valor bruto da produção goiana ra, com o início da nova colheita chegar com a colheita da safrinha,
(VBP) também deve aumentar consi- americana de grãos, há cerca de um que poderá crescer 13% pelas esti-
deravelmente, passando de R$ 28,3 mês, o mercado já está experimen- mativas iniciais da Faeg.
bilhões em 2012 para R$ 30 bilhões tando retração nos preços do grão, Por isso, o seu assessor técnico
em 2013, segundo projeção da Faeg. que deve ser acentuada pela entrada acredita que a tendência seja de
Desde 2009, quando Goiás colheu da safra da América do Sul, especial- preços elevados das commodities,
uma safra de 13,2 milhões de tone- mente do Brasil. mesmo após a entrada da safra em
ladas, até 2013, a produção goiana Contudo, Leonardo Machado es- 2013. O feijão, segundo ele, deve
terá crescido 49%, conforme a Faeg, tima que esse recuo não deve durar permanecer com preços mais está-
com aumento de 22% da área plan- muito tempo, pois a tendência é que veis porque a relação oferta e de-
tada. A diferença é atribuída ao ga- os preços voltem a reagir. Ele lem- manda está mais equilibrada. Já o
nho de produtividade. bra que essa estiagem prolongada algodão deve seguir uma tendên-
O assessor técnico da Faeg, Le- no Centro-Oeste poderá afetar um cia de melhores preços no mercado
onardo Machado, ressalta que esse pouco o desempenho da produção. porque a produção vem caindo, en-
é um mercado muito volátil, prin- O milho, que também sofreu com as quanto a demanda mundial conti-
cipalmente se tratando da soja. Ele perdas na última safra americana, é nua em crescimento acelerado. Em
lembra que a última seca nos Esta- um motivo de preocupação. O mer- Goiás, a produção deve ser 1% me-
dos Unidos gerou grande perda na cado brasileiro reduziu o plantio do nor na próxima safra.

Conab mais conservadora


Em novembro, a Companhia 2011/2012, que bateram recordes
Nacional de Abastecimento (Co- históricos decorrentes da quebra
nab) divulgou seu primeiro levan- de produção nos principais países
tamento de intenção de plantio produtores, como os Estados Uni-
da safra 2012/2013. Ao contrário dos. Também é previsto ganho de
das estimativas da Faeg, as previ- 3,7% na produção de girassol. Por
sões da companhia indicam redu- outro lado, a companhia apon-
ção da produção goiana de grãos, ta queda na produção de várias
que deve ficar entre 17,7 milhões culturas em Goiás, com destaque
e 18,2 milhões de toneladas, uma para o arroz, cuja safra deve ser
queda que poderia variar de 1,8% 25% menor.
a 5%. Mas Leonardo Machado A estimativa é de queda de
explica que essa discrepância se 10,7% na produção de milho to-
deve ao fato de o levantamento da tal, muito abaixo do pequeno in-
Conab não considerar o incremen- cremento de 1,3% esperado pela
to da produção nas culturas fora Faeg. Mas a Conab admite que a
da safra de verão, como a safrinha área de milho perdida para a soja
de milho, e a produção de feijão na safra de verão deve ser com-
na segunda e terceira safras. pensada com o plantio na segun-
A companhia prevê incre- da safra. Um ganho que pode re-
mento de 9,3% na produção de verter a expectativa tão negativa
soja, pouco abaixo do que esti- para a produção total do grão, já
ma a Faeg. De acordo com a Co- que neste levantamento inicial a Milho: estimativa oficial ainda não
nab, esse crescimento se deve Conab não considera esse ganho considera a possibilidade de expansão
aos excelentes preços de comer- de produção obtido na safrinha, do cultivo na safrinha
cialização observados na safra plantada no início de 2013.
57
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Suinocultura e pecuária de corte: custos ficaram mais altos neste ano com o aumento dos preços do milho e do farelo de soja

Demanda externa puxa produção de carnes


Este ano, a produção de carnes tem que ainda não conseguiram re- elevou muito o custo de produ-
avançou em Goiás, puxada pelo au- passar toda essa elevação de custos ção, principalmente do gado con-
mento da demanda internacional para os preços dos produtos e que finado”, lembra o assessor técnico
pelo produto nos países de desen- estão amargando prejuízo. “Isso da Faeg. Segundo ele, essa situação
volvimento mais recente, como Chi- fez muitos produtores desistirem de
na e Rússia. O grande destaque foi a confinar o gado, o que reduziu mui-
produção de frangos, que saltou de to a oferta no mercado e puxou os
680,5 mil toneladas em 2011 para preços para cima. Mesmo assim, a
743,9 mil toneladas este ano. Mas, produção este ano foi 30 toneladas
na opinião de Leonardo Machado, maior que em 2011.
as carnes devem continuar sentin- Para o analista técnico da Faeg,
do a redução na oferta de grãos, que Pedro Arantes, o Brasil é ainda mais
nos últimos preços elevou conside- competitivo em carnes no mercado
ravelmente os preços da ração. De- mundial. Por isso, a produção em
pois que os preços da soja dispara- 2013 deve ser balizada pelo com-
ram no mercado internacional, uma portamento do mercado mundial,
tonelada de farelo de soja, ingre- de acordo com a evolução da crise
diente muito importante na fabrica- internacional. A produção de fran-
ção da ração, chegou a ser vendida go, porém, deve continuar aqueci-
por R$ 1.300. da, pois o produto sente menos os
Isso teve efeito direto nos preços efeitos da crise que a carne bovina,
das carnes. Os produtores garan- por exemplo.
58
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

Rodovida muda Goiás


Num total de 164 obras, programa moderniza a malha viária estadual, promovendo o maior
investimento já realizado no sistema rodoviário do Estado
59
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

O
programa rodoviário em
execução pelo governo es-
tadual, o Rodovida, foi con-
cebido com o propósito de alterar
radicalmente o cenário das rodovias
estaduais, dado as suas várias frentes
de atuação, envolvendo a recupera-
ção e o asfaltamento de vias urba-
São obras que
nas, a construção, a reconstrução e estabelecem
a conservação de rodovias em todo como prioridade o
o Estado. Em grandes números, são
13 milhões de metros quadrados de desenvolvimento
ruas e avenidas, 1,7 mil quilômetros dos municípios e a Jayme Rincón: “Infraestrutura logística goiana
de novas rodovias, 5,5 mil de rodo-
vias reconstruídas e toda a malha segurança dos usuários” terá capacidade para suportar a demanda”
estadual pavimentada, num total de
10 mil quilômetros de extensão, e a mente 9 mil quilômetros, recebendo
não pavimentada, com aproximada- rotineiramente os serviços de con-
servação. Estão no pacote 164 obras
que correspondem ao maior investi-
mento já feito na infraestrutura rodo-
viária da história de Goiás.
O governador Marconi Perillo e
o presidente da Agência Goiana de
Transportes e Obras, Jayme Rincón,
idealizadores do Programa Rodovida,
acompanham de perto a execução
das obras, realizando visitas e inspe-
ções constantes aos trechos, certifi-
cando a qualidade dos serviços. “As
empresas aqui instaladas e com in-
tenção de virem para Goiás terão in-
fraestrutura logística capaz de supor-
tar a atual demanda e o crescimento
da economia, que bate recordes su-
cessivos”, revela Jayme Rincón.
São obras que estabelecem como
prioridade o desenvolvimento dos
municípios e a segurança dos usu-
ários, que dependem fundamental-
mente da qualidade das rodovias.
Os investimentos, assegurados pelo
Banco Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social (BNDES) para
construção e pelo Fundo de Trans-
portes, para a reconstrução e con-
servação da malha rodoviária, totali-
zam cerca de R$ 3 bilhões que serão
direcionados ainda para reforma,
ampliação e construção de aeródro-
mos, pontes, viadutos e duplicações.
60
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Os programas Rodovida
Rodovida Construção lha rodoviária pavimentada do Estado. Rodovida Urbano
A prioridade foi dada às rodovias com
Setenta e seis obras fazem parte piores condições e com maior impor- Investimentos da ordem de R$ 114
desse programa de R$ 1,5 bilhão finan- tância social e econômica para o Es- milhões assegurados pelo Tesouro Es-
ciado pelo BNDES, que se inicia após tado. O Grupo I, que conclui a re- tadual permitiram a revitalização e o
o período chuvoso. Ele contemplará construção de 2.081 quilômetros de asfaltamento de ruas e avenidas de
obras em todos os rincões goianos, in- 42 trechos em novembro, foi orçado 124 sedes municipais. Foram refor-
terligando as principais regiões produ- em cerca de R$ 500 milhões e con- mados o pavimento de 13 milhões de
toras, concluindo trechos paralisados tratado por R$ 386, devido aos desá- metros quadrados das cidades incluí-
ao longo dos anos e construindo novas gios médios concedidos da ordem de das no programa.
rodovias, dotando Goiás de infraestru- 22,33%, representando economia de
tura moderna e revitalizada para aten- mais de R$ 110 milhões. As obras de Rodovida Conservação
der a crescente demanda da economia. reconstrução aumentarão a vida útil
Receberão obras 29 aeródromos, do pavimento por mais dez anos. Conceituado para ser um progra-
nas principais cidades do Estado, e As obras do Grupo II, onde es- ma diferenciado dos demais destina-
serão construídas pontes sobre o Rio tão incluídos 59 trechos, num total dos à manutenção de rodovias, o Ro-
Verdão, em Maurilândia, e o Rio São de 2.119 quilômetros, serão inicia- dovida Conservação foi idealizado
Marcos, ligando Cristalina a Unaí, em das após o período chuvoso. Orça- para realizar todas as intervenções ne-
Minas Gerais. Quanto à duplicação, do em R$ 646 milhões, foi contratado cessárias para que as rodovias estejam
o programa contempla a rodovia GO- por R$ 539, com deságio médio de sempre em boas condições de tráfego.
403, de Goiânia a Senador Canedo, e 16,56%. A exemplo do primeiro pro- Serão R$ 587 milhões que permitirão
a GO-020, entre Goiânia e Bela Vista, grama, contemplará obras de recons- a execução de serviços na malha pavi-
com construção de ciclovia e instala- trução de rodovias localizadas em mentada e não pavimentada.
ção de iluminação. todas as regiões, que apesar dos ser- Esse novo conceito abrange ser-
A implantação de três viadutos viços emergenciais, ainda se encon- viços de execução e reparos em si-
mudarão completamente o tráfego tram com o pavimento comprometi- nalização, tapa-buracos, defensas,
no perímetro urbano de Goiânia. Se- do. Para o Grupo III estão previstos 37 encabeçamento de pontes, bueiros,
rão edificadas passagens em desníveis trechos, num total de 1.230 quilôme- drenagens, roçagem, selagem de trin-
nos cruzamentos da Avenida Perime- tros, a um custo estimado de R$ 228 ca, recomposição de taludes e re-
tral Norte com as GOs 060, de saída milhões. construção de segmentos, quando ne-
para Trindade, 070, saída para Inhu- As obras definidas no Rodovida cessário. A marca é impedir pontos
mas, e 080, para Nerópolis. A conclu- Reconstrução recebem profundas in- críticos e obstrução do tráfego. Como
são das obras e o seu pleno funcio- tervenções no pavimento, como re- as empresas que irão trabalhar nas ro-
namento evitarão estrangulamentos ciclagem de base, retirada de capa e dovias pavimentadas não atuarão na
existentes nesses cruzamentos, que colocação de material betuminoso re- malha não pavimentada, elas terão
tanto transtornam o tráfego na cidade. sistente, de qualidade, e adaptado às agilidade para corrigir problemas.
condições socioeconômicas e ao tipo Para facilitar a execução dos servi-
Rodovida Reconstrução e volume de tráfego da rodovia. Até ços o Estado foi dividido em 34 regi-
2014 serão reconstruídos 5.430 qui- ões, sendo 20 de rodovias pavimenta-
Dividido em três grupos, é um pro- lômetros, dando toda a infraestrutura das e 14 de não pavimentadas. Todos
grama que executa a maior interven- rodoviária necessária ao crescimento com empresas diferentes para atua-
ção realizada até o momento na ma- industrial registrado em Goiás. ção exclusiva nos lotes.
61
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

COMÉRCIO EXTERIOR

Carlos Costa
Exportações recordes
(de novo)
Impulsionadas por grãos e carnes, vendas externas de Goiás já superam o resultado do ano
passado, acumulando mais de US$ 6,5 bilhões em 11 meses

I
gnorando todos os efeitos da cri- dutos agrícolas no mercado, além da sempenho das exportações goianas.
se internacional, as exportações alta do dólar, e o forte crescimento da Além disso, a demanda por carnes
goianas bateram recorde em ou- demanda mundial por carnes. Com a encontra-se muito aquecida nos pa-
tubro e já superaram o bom resulta- menor oferta no mercado internacio- íses em desenvolvimento, como a
do obtido ao longo de todo ano de nal, somente as exportações de mi- China e Rússia. Os países que mais
2011. Somente em novembro, Goi- lho alcançaram US$ 166,95 milhões compraram os produtos goianos fo-
ás exportou US$ 572,83 milhões, em novembro, um incremento de ram a China, Coreia do Sul, Países
o melhor desempenho da história 494% em relação ao mesmo mês do Baixos (Holanda), Espanha, Ira, Rús-
para o mês e um volume 40,4% ano passado. Mais uma vez, o grão sia, Taiwan, Japão e México.
maior que no mesmo período do superou as vendas de soja e apare- O Estado também continua se
ano passado. Com isso, nos 11 pri- ceu na liderança da pauta de expor- destacando nas exportações de mi-
meiros meses do ano, o Estado já tações, com 29,1% do total. Goiás nérios, com destaque para ferroligas
exportou US$ 6,574 bilhões, um também exportou 5% mais carnes. e sulfeto de cobre, que responderam
aumento de 26,5% em relação ao O grande destaque foi para o cresci- por 14,7% do total, seguidos pelo
mesmo período do ano passado e mento de 62,6% nas exportações de açúcar, com 9,2%. Uma das gran-
acima dos US$ 5,5 bilhões exporta- carne suína. des novidades da balança comercial
dos pelas empresas goianas durante Para o secretário de Indústria e goiana foi a inclusão do etanol na
todo ano passado. Comércio, Alexandre Baldy, a boa pauta de exportações goianas para
O bom desempenho pode ser safra de grãos colhida pelo Estado os Estados Unidos pelo segundo mês
atribuído a fatores como o grande este ano, com recordes de produ- consecutivo. Assim como no caso do
crescimento nas exportações de mi- ção por conta de condições climá- milho, isso aconteceu por causa da
lho, a melhora dos preços dos pro- ticas favoráveis, ajudou no bom de- queda na safra americana de grãos.
62
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Carnes e soja la queda de quase 6%. Isso se deve,


dividem liderança em boa parte, às características dos
produtos exportados por Goiás (mais
O complexo soja e as carnes alimentos e minérios), produtos que
sempre disputaram a liderança da tiveram a demanda menos afetada
pauta goiana de exportações. O ano pela crise internacional.
começou com a liderança das car- Com o bom resultado nas expor-
nes em janeiro e fevereiro, posição tações, o Estado já acumula um sal-
que foi perdida para a soja entre os do positivo de US$ 1,829 bilhão em
meses de março e agosto, ou seja, sua balança comercial, o que corres-
durante a safra. Em setembro, a lide- ponde a quase 11% de todo saldo
rança foi ocupada pelo milho, segui- nacional. O secretário lembra que Secretário Alexandre Baldy: safra contribuiu
do pela soja. Em outubro, a soja caiu a perspectiva inicial da balança co- para o desempenho das exportações
para a terceira posição. mercial de Goiás era manter os bons
Porém, o grão continua lideran- resultados que haviam sido alcança- 10 primeiros meses deste ano, atin-
do as exportações goianas ao longo dos em 2011, já que o mundo viveu gindo a marca de US$ 128,7 mi-
do ano, com US$ 1,53 bilhão expor- sob os amargos efeitos da crise inter- lhões, segundo seu vice-presidente,
tados. De janeiro a novembro, uma nacional este ano. Porém, os núme- César Borges.
maior evolução no volume de ex- ros acabaram surpreendendo até os
portações foi sentida pelas carnes, mais otimistas. Agora, com o bom re- Dólar mais caro
que alcançaram US$ 1,33 bilhão. sultado alcançado nos primeiros me- derruba importações
Mas não foi apenas o valor ex- ses do ano, Alexandre Baldy diz que
portado que aumentou. O volume a nova meta é se aproximar dos US$ Ao longo deste ano, as importa-
de exportações (em quilos) cresceu 7 bilhões exportados. ções goianas somam US$ 4,745 bi-
49% ao longo deste ano. Alexandre No ranking das maiores expor- lhões, numa queda de 7,9% em re-
Baldy destaca os bons resultados al- tadoras do Estado, a Caramuru Ali- lação aos primeiros 11 meses do ano
cançados por Goiás em relação ao mentos surge em segundo lugar en- passado. A explicação está na alta da
restante do País. Enquanto as expor- tre as empresas goianas. Com sede cotação ao dólar, que deixou de ser
tações goianas cresceram 26,5% até em Itumbiara, o grupo ampliou suas tão favorável às importações quanto
novembro de 2012, o Brasil acumu- vendas externas em quase 15% nos no ano passado. Além disso, os pro-
dutos mais importados por Goiás são
Como um foguete aqueles usados para impulsionar o
(Exportações goianas crescem mais do que o total exportado pelo País, setor produtivo local, como veículos,
valores em US$ milhões) matérias-primas para indústrias far-
macêuticas, máquinas e equipamen-
Participação tos para produção industrial e adu-
Ano Goiás Brasil (Goiás/Brasil)
bos e fertilizantes.
1998 381,67 51.139,86 0,75% Com a presença de três indústrias
1999 325,89 48.012,79 0,68% de veículos no Estado (Mitsubishi,
2000 544,86 55.118,92 0,99% Hyundai e John Deere), os veículos
2001 595,27 58.286,59 1,02%
2002 649,31 60.438,65 1,07% automóveis, tratores e suas partes e
2003 1.103,19 73.203,22 1,51% acessórios foram os produtos mais
2004 1.413,12 96.677,50 1,46% importados pelo Estado ao longo do
2005 1.817,39 118.529,18 1,53% ano. Em outubro, os produtos farma-
2006 2.093,11 137.807,47 1,52% cêuticos ocuparam a vice-liderança,
2007 3.184,78 160.649,07 1,98% enquanto as caldeiras, máquinas,
2008 4.091,75 197.942,44 2,07%
2009 3.614,96 152.994,74 2,36% aparelhos e instrumentos mecânicos
2010 4.044,64 201.915,28 2,00% ficaram na terceira colocação. Goi-
2011 5.605,19 256.039,57 2,19% ás comprou, principalmente, do Ja-
2012 (jan-nov) 6.574,06 222.832,00 2,95% pão, Coreia do Sul, Suíça, Tailândia,
Fonte: Secex/Mdic Estados Unidos e Alemanha.
63
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Alta para commodities agrícolas


Tudo indica que 2013 conti-
nuará sendo o ano das commodi-
ties agrícolas, cuja produção deve
se manter em expansão. Estudos
do Instituto de Pesquisa Econômi-
ca Aplicada (Ipea) apontam que as
exportações de milho e soja cres-
cerão 2,8%, as de açúcar 3,6%, as
Tudo indica que as
vendas de frango 4,2%, enquan- exportações goianas
to as outras carnes terão avanço de vão seguir num
2,5%. “Como Goiás é destaque na
produção e exportação desses pro- processo de expansão”
dutos, esses números podem ser ex-
trapolados no Estado, ou seja, tudo
indica que as exportações goianas tos alimentícios, ou seja, de primei-
vão seguir num processo de expan- ra necessidade. Um bom exemplo,
são”, prevê a presidente do Institu- segundo ela, é o da carne goiana,
to Mauro Borges (IMB), Lillian Ma- que tem sido alvo de novos padrões
ria do Prado. e técnicas de produção, visando à
Quanto aos preços das princi- melhoria de sua qualidade e pro-
pais commodities da pauta goiana, dutividade, o que deixou o produto César Borges: exportações do Grupo
a tendência é que continuem aque- bem mais competitivo no mercado Caramuru cresceram quase 15% neste ano
cidos, ainda como reflexo da que- mundial.
da da safra americana e a desvalori- Portanto, considerando as ex- últimos três anos, a presidente do
zação do real. Lillian lembra que a pectativas de crescimento das ex- IMB acredita que há forte expecta-
pauta goiana de exportações é for- portações e observando o compor- tiva de que as exportações goianas
mada, principalmente, por produ- tamento exportador do Estado nos fechem 2013 com um montante de
US$ 8,7 bilhões.
Arquivo

Já o analista de mercado da Fe-


deração da Agricultura de Goiás
(Faeg), Pedro Arantes, prevê que o
milho não repita o mesmo desem-
penho deste ano em 2013, a não ser
que haja outro problema climático
nos Estados Unidos. No médio pra-
zo, a tendência é manter uma par-
ticipação de 1 milhão de toneladas
anuais, contra 1,5 milhão de tonela-
das deste ano. Mesmo assim, o de-
sempenho ainda será 40% maior
que em 2011.
No ranking das maiores expor-
tadoras do Estado, a Caramuru Ali-
mentos surge em segundo lugar en-
tre as empresas goianas. Com sede
em Itumbiara, o grupo ampliou suas
vendas externas em quase 15% nos
dez primeiros meses deste ano, atin-
gindo a marca de US$ 128,7 mi-
Soja no porto: grão perde liderança para o milho em outubro, refletindo quebra da safra nos lhões, segundo seu vice-presidente,
Estados Unidos César Borges.
64
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

CENTROS DE CONVENÇÕES

Espaços para negócios


Num investimento de R$ 160 milhões, a construção de centros de convenções nas cidades de
Anápolis e Goiás deve impulsionar a economia local

G
oiás ganhará dois novos cen-
tros de convenções que de-
vem ajudar a impulsionar a
realização de negócios e toda a eco-
nomia regional, num total de R$ 160
milhões em investimentos. O Cen-
tro de Convenções de Anápolis, que
deve ser licitado nos próximos 30
dias, e o Centro de Convenções da
Cidade de Goiás, que está em fase de
projetos, devem ser concluídos até
dezembro de 2014, segundo previ-
são do secretário de Indústria e Co-
mércio do Estado, Alexandre Baldy.
Ele lembra que a obra de Aná-
polis será muito importante porque
a cidade, que tem experimentado
um grande crescimento econômi-
co nos últimos anos, com a chegada Cidade de Goiás: obra do Centro
de muitas empresas, passará a ativar de Convenções deverá dar
mais um eixo econômico: o turismo impulso ao turismo de negócios Para ele, o centro de convenções
de negócios. “Uma cidade que abri- será o terceiro ciclo de business para
ga o maior distrito industrial do Cen- o completo desenvolvimento eco-
tro-Oeste e importantes indústrias nômico de Anápolis. O secretário
exportadoras, precisa muito de uma informa que o espaço também abri-
obra como essa para receber gran- gará um importante teatro e um ho-
Maquete do Centro de Convenções
des eventos”, justifica o secretário. tel, que ocuparão área total de 32
de Anápolis: obra aguardada há
mil metros quadrados.
muito tempo pela população
O Centro de Convenções da Ci-
dade de Goiás, para o secretário,
dará ao município, que tem eco-
nomia praticamente estagnada, um
novo ciclo de desenvolvimento eco-
nômico, aliando o já conhecido po-
tencial turístico da região ao turis-
mo de eventos e negócios, podendo
ser utilizado por empresas de todo o
País. “A instalação dará impulso ao
turismo de negócios que a cidade
precisa para colocar sua economia
em expansão”, prevê Baldy.
65
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

ESCOLA DE GOVERNO HENRIQUE SANTILLO

Capacitação acelerada
Em 2013, a Escola de Governo abrirá quatro opções para cursos de pós-graduação, além de
graduação tecnológica em gestão pública

A
Escola de Governo Henri- para oferecer serviços com nível de Apoio à Agenda Municipal e Parce-
que Santillo, da Secretaria excelência. São eles: Capacitação da ria com Fornecedores. Reformula-
Estadual de Gestão e Pla- Alta Administração Pública, Progra- da, a Escola de Governo conta hoje
nejamento (Segplan), atua em seis ma de Melhoria do Planejamento e com toda a estrutura necessária, com
grandes eixos visando capacitar ser- da Gestão Pública, Formação de Ge- nove salas de aula, dois laboratórios
vidores em todos os níveis da hie- rentes, Captação de Recursos e In- de informática e uma sala de multi-
rarquia organizacional do governo, cremento de Receitas nos Órgãos, mídia, entre outros.

Governador e secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, na


inauguração da Escola de Governo: qualidade na formação de gestores
66
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Dentro da Capacitação da Alta a Universidade Estadual de Goi-


Administração Pública, um grupo de ás (UEG). O curso, com duração de
servidores participou, em novembro, dois anos e 1,6 mil horas-aula, será
de um curso de Políticas Públicas ministrado em 2013. Liliane Morais
por Resultados, no Chile, realizado adianta que o processo seletivo dos
pelo Instituto Latino-Americano de interessados será feito em feverei-
Pesquisas, ligado à Comissão Econô- ro para que as aulas tenham início
mica para a América Latina e o Ca- em março. Serão duas turmas com
ribe (Cepal), uma comissão regional 40 alunos cada. Servidores efetivos e
da Organização das Nações Unidas comissionados poderão concorrer às
(ONU). A superintendente da Escola vagas, passando, para isso, por pro-
de Governo da Segplan, Liliane Mo- va e avaliação da atuação profissio-
rais Batista de Sá, explica que o cur- nal.
so é de atualização e também para Um dos cursos de pós-graduação
sensibilização dos servidores para que serão oferecidos no próximo
colaborar com a melhoria da admi- ano destina-se aos gerentes escolhi-
nistração pública. A Escola de Go- dos pelo processo de meritocracia,
verno trabalha na preparação de um integrante do Programa de Forma- Liliane Morais: cursos de atualização e
seminário, nos dias 27 e 28 de fe- ção de Gerentes. Já no eixo de Ca- sensibilização dos servidores
vereiro, com profissionais da Insead, pacitação de Recursos e Incremento
uma das principais escolas de negó- de Receitas nos Órgãos, foi reali- co, para conseguir financiamentos”,
cios da Europa, sediada na França. zado um seminário com o consul- justifica Liliane Morais. Das outras
O tema será Ação, Liderança, Inova- tor Ricardo Falcão e há várias ações duas linhas de ações principais, a de
ção e Internacionalização. programadas para 2013. O objetivo Apoio à Agenda Municipal detina-
Dentro do Programa de Melho- é capacitar servidores de todos os -se aos administradores municipais,
ria do Planejamento e da Gestão órgãos da administração para bus- para capacitá-los na captação e na
Pública foram lançadas quatro pós- car recursos junto ao governo fe- gestão de recursos. A Parceria com
-graduações, voltadas a servidores, deral, organismos bilaterais, orga- Fornecedores atuará na outra ponta,
e também será oferecido o curso de nizações sociais (OS). “É preciso orientando os fornecedores sobre as
graduação tecnológica em Gestão ter bons projetos, que realmente te- formas mais eficientes de negociar
Pública, por meio de convênio com nham como finalidade o bem públi- com o Estado.

Aperfeiçoamento: servidores participam de curso de Políticas Públicas por Resultados realizado no Chile pelo Ilpes-Cepal
67
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Qualidade, gestão e desenvolvimento


Servidores públicos efetivos e que todos os temas dos cursos fo-
comissionados terão a oportunida- ram escolhidos de acordo com as
de de aprimorar seus conhecimen- áreas em que o governo enfrenta
tos e habilidades com quatro cur- maior carência de servidores capa-
sos de pós-graduação que serão citados. “O Estado precisa oferecer
oferecidos pela Escola de Governo essa capacitação aos seus servido-
Henrique Santillo, da Secretaria Es-
tadual de Gestão e Planejamento
Servidor melhor res e, ao mesmo tempo, necessita
que esse investimento seja reverti-
(Segplan), a partir do próximo ano. capacitado reverte do em melhorias na prestação do
Os candidatos passarão por um na melhoria da serviço”, ressalta Liliane Morais. O
processo seletivo, cujas inscrições início do curso de Gestão de Pes-
devem ser abertas em dezembro prestação de serviço” soas está previsto para fevereiro de
deste ano. O processo está em fase 2013; o de Planejamento Estraté-
de licitação para escolha das insti- gico, para março; os demais, para
tuições de ensino superior que irão selecionados por meio do processo abril. Cada curso terá 40 vagas e
ministrar os cursos. São eles: Ges- de avaliação por meritocracia. Os carga horária de 380 horas.
tão de Pessoas, Qualidade e Pro- demais são abertos a todos os ser- Os interessados devem começar
cessos, Planejamento Estratégico e vidores. a se preparar. A seleção será com-
Desenvolvimento Gerencial. Este A superintendente da Esco- posta de inscrição, avaliação de
último é exclusivo para os gerentes la de Governo da Segplan explica currículo, prova de conhecimentos
gerais e entrevista. A prova de co-
nhecimentos gerais terá como con-
teúdo noções de administração pú-
blica. “A seleção é necessária, até
para verificarmos se as habilidades
do candidato realmente se encai-
xam no curso pretendido inicial-
mente”, justifica a superintendente
da Escola de Governo. Antes mes-
mo da abertura das inscrições, ela
conta que muitas pessoas já procu-
raram o órgão em busca de infor-
mações.
Também serão critérios para ad-
missão que o servidor esteja lotado
em áreas administrativas, exercen-
do atividades relacionadas às áreas
Em 2013 os servidores poderão ter acesso a outros cursos de tributo, contabilidade, licitações,
gestão de RH, otimização de proces-

Em estudo, novos cursos sos, patrimônio, logística e planeja-


mento; atuar profissionalmente na
elaboração, implantação e/ou ges-
A superintendente da Escola bilizados por meio do método de tão de políticas públicas; ter anuên-
de Governo, Liliane Morais, an- educação a distância. Liliane Mo- cia da chefia imediata; ter anuência
tecipa que novos cursos devem rais observa que a Escola de Go- da unidade de RH do órgão, assim
ser oferecidos com o objetivo de verno conta com uma programa- como do titular do órgão de origem
modernizar a administração pú- ção bastante extensa dentro do do servidor; e não ter realizado cur-
blica, capacitando os servido- Programa de Capacitação 2012- so de pós-graduação lato sensu ou
res. Ela diz que há estudos para 2015. São mais de 50 cursos em stricto sensu com ônus para o Esta-
que outros cursos sejam disponi- diversas modalidades. do nos últimos dois anos, compro-
vado por declaração.
68
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

PROGRAMAS SOCIAIS

Inclusão social em
todo o Estado
Trabalho da OVG cobre os 246 municípios goianos, envolvendo ações e projetos com foco na
inclusão socioeconômica da população de baixa renda

Cristina Cabral

O governador Marconi Perillo, a primeira-dama Valéria Perillo e o


coordenador geral da OVG, Afrêni Gonçalves: promoção social
69
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

A
Organização das Voluntárias tado na mensalidade. É um prêmio
de Goiás (OVG) desenvol- ao bom aluno, a quem encara o es-
ve ações e programas de in- tudo com seriedade. A avaliação da
clusão social e resgate da cidadania instituição de nível superior pelo Mi-
em todos os 246 municípios goianos. nistério da Educação (MEC) também
Milhares de pessoas de baixa ren- é um critério legal para a concessão
da, idosos, jovens, crianças, portado-
res de deficiência e famílias inteiras
Capacitação gratuita do benefício.
Ao ser selecionado no Bolsa Uni-
se beneficiam das iniciativas realiza- ajuda a preparar versitária por critérios socioeco-
das pela OVG, criada por Ambrosina jovens para enfrentar nômicos o aluno se compromete
Coimbra Bueno, ex-primeira-dama a fazer a contrapartida, que é uma
do Estado (esposa de Jeronymo Coim- o mercado de trabalho” prestação de serviço em instituições
bra Bueno). Sob o comando da presi- previamente cadastradas na OVG.
dente Valéria Perillo, que cumpre sua Dessa forma, pode atuar em escolas,
terceira gestão à frente da entidade, em 1999, já beneficiou mais de 118 delegacias, asilos, creches, hospitais
tem como principal parceiro o gover- mil estudantes. Outros 10 mil alunos e outras entidades.
no estadual, além de instituições da vão começar a receber o benefício A presidente da OVG, Valéria Pe-
sociedade organizada, que apoiam os no primeiro semestre de 2013, sendo rillo, destaca que o Bolsa Universi-
projetos sociais. 9 mil bolsas parciais e mil integrais, tária é executado sem paternalismo
Da confecção de uniformes para totalizando 128 mil beneficiários. e que o estudante faz a contraparti-
estudantes de baixa renda e enxo- O programa passou por mudan- da em instituições governamentais
vais para bebês, conduzida por um ças recentemente para alcançar mais e não-governamentais, sempre com
grupo de mulheres católicas na épo- eficiência e para que sua operacio- carga horária compatível com o cur-
ca da sua fundação, em 1947, à rea- nalização fosse também mais coe- so, de forma a não atrapalhar seus
lização de um conjunto de programas rente. Uma dessas modificações é a estudos. Segundo Valéria Perillo,
e ações voltadas às famílias desassis- implantação do sistema de merito- além de preparar para o mercado de
tidas, a OVG completou neste ano cracia. Como parte desse conceito, trabalho, o programa é um “agente
uma trajetória de 65 anos, consoli- o desempenho do estudante passou de cidadania”.
dando um trabalho focado nos con- a ser um fator decisivo para que ele Dessa forma, o Bolsa Universi-
ceitos de solidariedade humana, de consiga um benefício maior para es- tária oferece oportunidade para mi-
resgate da cidadania e de inclusão tudar. Se tiver boas notas, conquis- lhares de pessoas, principalmente
socioeconômica. ta um valor maior para ser descon- aos jovens, de fazer um curso supe-
A educação e a qualificação pro-
fissional são questões consideradas
prioritárias para fomentar o desen-
volvimento do Estado e a competiti-
vidade. Daí o apoio e os investimen-
Formação de voluntários
tos crescentes em iniciativas voltadas Fundado em 2001, o Centro outros, além de atuar em pro-
para elevar a produtividade, a moder- Goiano de Voluntários (CGV) é gramas e unidades da própria
nização do parque industrial e o des- uma das iniciativas da OVG na OVG. O centro ainda promove
taque de Goiás no ranking nacional. área do voluntariado. A unida- a cultura do voluntariado, visan-
Inserem-se neste contexto o Bolsa de recebe, capacita e encami- do difundir informações, multi-
Universitária, as Oficinas Educacio- nha para instituições pessoas in- plicar experiências de sucesso
nais Comunitárias (OECs) e o Centro teressadas no trabalho voluntário e potencializar parcerias para o
de Qualificação Profissional (CQP). e, também, orienta as entidades desenvolvimento de iniciativas
que querem recebê-las. na área. O objetivo é estimular
Bolsa Universitária Assim, as pessoas são capaci- a prática da atividade em Goi-
beneficia 128 mil alunos tadas e encaminhadas para o tra- ás. Anualmente, a OVG capacita
balho em asilos, delegacias, es- cerca de mil voluntários e mais
O Bolsa Universitária, um progra- colas, creches e hospitais, entre de cem entidades.
ma de grande alcance social criado
70
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

tamento de Pessoal e Manutenção

Nádia Lima
e Montagem de Computador. Nas
OECs do Jardim Novo Mundo, Se-
tor Cândida de Morais e Setor Nor-
te Ferroviário são oferecidos cursos
de Informática, Modelagem, Corte
e Costura, Cabeleireiro, Manicure/
Pedicure, Arte Culinária, Garçom/
Garçonete e Panificação, nos turnos
matutino e vespertino. A meta para
2013 é a oferta de todas essas ca-
pacitações no período noturno e o
fortalecimento de parcerias que via-
bilizem o empreendedorismo dos
alunos.
Fórum de capacitação técnica: da informática à panificação, incluindo cursos de redação, O coordenador-geral da OVG,
línguas, corte e costura, manicure e cabeleireiro Afrêni Gonçalves, ressalta que existe
um mercado de trabalho carente de
rior e ter qualificação para ingressar sos de capacitação totalmente gra- mão de obra qualificada e um gran-
no mercado de trabalho. Por conse- tuitos voltados para jovens de 14 a de contingente de jovens desempre-
quência, essa formação acadêmica 29 anos. As OECs e o CQP forma- gados e sem perspectivas de futuro.
impulsiona o crescimento econô- ram mais de 2.075 alunos em 2011 “A OVG cumpre o importante papel
mico do Estado. e a estimativa é de que até o fim de social de preparar esses jovens para
As Oficinas Educacionais Co- 2012 mais de 3.800 recebam o cer- que consigam emprego e melhorem
munitárias e o Centro de Qualifica- tificado de capacitação. sua qualidade de vida por meio da
ção Profissional também são instru- O CQP oferece cursos de Reda- capacitação em cursos das Oficinas
mentos importantes para a inclusão ção, Português, Inglês, Espanhol, Educacionais Comunitárias”, reforça
social. As unidades realizam cur- Matemática, Informática, Depar- o coordenador-geral.

Alimentação de qualidade a um real


O Restaurante Cidadão é uma A OVG tem seis unidades do de 2 milhões de refeições por ano.
iniciativa que visa promover a se- Restaurante Cidadão em funcio- As unidades de Goiânia e Anápolis
gurança alimentar, beneficiando namento em Goiás, no Centro de são mantidas exclusivamente pela
o desempregado, o trabalhador, o Goiânia e Campinas, Anápolis, Rio OVG. As outras funcionam em par-
camelô, o gari, o aposentado. O Verde e Luziânia, que servem mais ceria com os municípios.
preço cobrado pela refeição é sim-
Arquivo

bólico, de apenas R$ 1.
As refeições servidas no Res-
taurante Cidadão são balancea-
das. O cardápio é nutritivo, varia-
do e saboroso, tudo acompanhado
por uma equipe de nutricionistas.
Todo o processo de preparo da co-
mida segue normas do Programa
de Alimentação do Trabalhador,
do Ministério do Trabalho. Restaurante Cidadão: seis unidades no
Estado e 2 milhões de refeições por ano
71
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Atenção diferenciada ao idoso


O Complexo Gerontológico Sa-

Cristina Cabral
grada Família, localizado no Jardim
Bela Vista, em Goiânia, conta com
casas para acolher pessoas da ter-
ceira idade que têm autonomia e
podem morar sozinhas, e a Institui-
ção de Longa Permanência, na qual
estão abrigados idosos que depen-
dem de cuidados especiais. Há ain-
da o Centro Dia, um local que ofe-
rece várias atividades aos usuários,
como alfabetização, informática,
oficinas de artesanato, hidroginás-
tica e outras.
Eles passam o dia nesse local e
voltam para casa ao entardecer. É
um importante apoio àquela famí-
lia que sai para trabalhar cedo e
não tem condições de dar a aten-
ção que o idoso precisa. O Centro Centro de Convivência Vila Vida: piquenique faz parte das atividades realizadas pela instituição
de Convivência Vila Vida, situado
no Setor Coimbra, também atende e psicológica, cumprindo à risca o A Cigo oferece enfermeiras e am-
idosos. Alguns moram na unidade que determina o Estatuto do Idoso. bulância 24 horas, para o transporte
e outros só participam das ativida- A OVG oferece apoio às pesso- dessas pessoas ao consultório mé-
des recreativas como frequentado- as que vêm fazer tratamento de saú- dico e exames e as levam de volta
res da vila. de em Goiânia e não têm onde fi- à unidade da OVG, que fica no Se-
É mais um projeto da OVG que car. Na Casa do Interior de Goiás tor Oeste. Os usuários recebem re-
valoriza a pessoa da terceira idade, (Cigo), o paciente e o acompanhan- feições e lanches, participam de ati-
oferecendo-lhe atividades como hi- te, normalmente encaminhados pe- vidades de entretenimento e muitos
droginástica, bailes dançantes, pas- las prefeituras municipais e enti- conseguem se curar de doenças gra-
seios e outras formas de inserção dades, ficam hospedados de graça ves graças a esse importante apoio
social, além de assistência médica durante todo o tratamento. humanitário.

Suporte a adolescentes grávidas


O Projeto Meninas de Luz do vidades, tudo gratuito. A primei- das as regiões de Goiás. Mais de
Centro Social Dona Gercina Bor- ra etapa do atendimento dura três cem Centros de Educação Infan-
ges Teixeira, em Campinas, aten- meses e ao final elas recebem o til (CEI) já foram implantados e a
de adolescentes grávidas com enxoval do bebê. Após o nasci- meta agora é construir outras cem
idade entre 12 e 21 anos. Cerca mento da criança, continuam a unidades.
de 600 jovens são assistidas por ter acompanhamento médico e No CEI a criança conta com
ano na unidade. social por um ano. acompanhamento educacional,
Elas recebem atendimento A Organização das Voluntárias lazer, entretenimento, alimenta-
médico, odontológico e psico- de Goiás, em parceria com o go- ção, assistência médica, odonto-
lógico, participam de palestras verno do Estado (Agehab, Detran lógica e outros benefícios. É um
sobre gestação, cuidados com o e GoiásFomento), também criou projeto para contemplar a mãe
bebê e de cursos de artesanato, e o Projeto Criança Cidadã, que trabalhadora, dando a ela um lu-
ainda têm lanches durante as ati- está presente em praticamente to- gar seguro para deixar o filho.
72
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

GOIÁS INCLUSIVO

Chance a deficientes
Governo lança programa em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, prevendo ações
nas áreas de saúde, educação e inclusão social

N
uma data simbólica, o go- plano toma como base a Convenção
verno lançou, no dia 3 de da Organização das Nações Unidas
dezembro, quando se cele- (ONU) e foi motivado pelas ações do
bra o Dia Internacional da Pessoa Plano Nacional dos Direitos da Pes-
com Deficiência, o Plano Estadual soa com Deficiência – Viver sem Li-
dos Direitos das Pessoas com Defici- mite, lançado no ano passado pelo
ência – Goiás Inclusivo – Um Estado governo federal. A elaboração do Pro-
para Todos. A proposta é promover, grama Goiás Inclusivo envolveu as
por meio da integração e articulação entidades ligadas aos deficientes e to-
de políticas públicas, o acesso e o dos os setores do governo. Coordena-
exercício pleno e equitativo dos di- do pelo secretário-chefe da Casa Ci-
reitos das pessoas com deficiência, vil, Vilmar Rocha, o plano tem cinco
com segurança e autonomia, bene- eixos de atuação: Acesso à Educação;
ficiando quase 1,4 milhão de pes- Esporte e Lazer; Acessibilidade; Inclu-
soas com algum tipo de deficiência são Social; e Atenção à Saúde.
em Goiás, perto de 23,8% da popu- Na solenidade de lançamento,
lação total. Rocha destacou que “governo bom é
Lançado pelo governador Marco- governo que cuida das pessoas, que Secretária Gláucia Maria Teodoro Reis: visão
ni Perillo durante solenidade no Pa- dá oportunidades, que promove o ci- inclusiva das mulheres e das comunidades
lácio das Esmeraldas, em Goiânia, o dadão e que reconhece seus direitos. deixadas à margem da sociedade
O Goiás Inclusivo é uma manifesta-
ção dessa visão.” tado de Goiás, integrada por nove
centros de referência instalados em
Enfrentando a violência Anápolis, Cidade Ocidental, Goiâ-
contra as mulheres nia, Goiás, Iaciara, Itumbiara, Mor-
rinhos, Santa Helena e Uruaçu;
A Secretaria de Políticas para Mu- e seis Núcleos Especializados de
lheres e Promoção da Igualdade Ra- Atendimento à Mulher (Neam).
cial (Semira) tem como objetivo estra- Além disso, 24 Delegacias Espe-
tégico tornar-se referência nacional cializadas de Atendimento à Mulher
em políticas de inclusão, promoção (Deam) já estão em funcionamento
de igualdade e garantia de direitos no Estado. O Centro de Referência
para mulheres, negros, índios, ciga- Estadual da Igualdade de Goiânia
nos e comunidades LGBTT, afirma a (Crei) oferece atendimento jurídi-
titular da pasta, Gláucia Maria Teodo- co, psicológico e social às mulhe-
ro Reis. res, vítimas de violência, preconcei-
Em articulação com o governo to racial e homofobia, num trabalho
federal, prefeituras e organizações fortemente impulsionado pela ins-
Secretário Vilmar Rocha: “Governo bom da sociedade civil, a Semira coman- talação de um posto da Defensoria
é governo que cuida das pessoas, que dá dou, entre outras ações, a implan- Pública, em mais um exemplo de
oportunidades, que promove o cidadão” tação da Rede de Atenção do Es- parceria bem sucedida.
73
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS)

O salto de qualidade
Sob administração de organizações sociais, modelo já adotado por 14 Estados no País,
instituições do setor de saúde conquistam avaliação positiva em Goiás

A
saúde pública em Goiás nacional, adotando um modelo que Hospital de Urgências de Anápolis
experimentou um salto de já é utilizado em 14 Estados do País, (Huana) e Hospital de Urgências da
qualidade em 2012 depois entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro, Região Sudoeste (Hurso), aponta ava-
que o governo estadual, por meio da Bahia e Pernambuco. Em Goiás, os liação positiva de 97%, 98% e 94%,
Secretaria de Estado da Saúde (SES), sete principais hospitais do Estado já respectivamente.
colocou em prática um novo e ágil estão sob administração das OS, com As organizações sociais assumi-
modelo de gerenciamento hospita- resultados visíveis. Uma pesquisa de ram a gestão das unidades de saúde
lar, ao repassar a gestão das unidades satisfação, realizada com pacientes em Goiás com a missão de promo-
de saúde para organizações sociais do Centro de Reabilitação e Readap- ver um atendimento mais humani-
(OS). Goiás segue uma tendência tação Dr. Henrique Santillo (Crer), zado e ágil, resultado da autonomia

Hospital de Doenças Tropicais: monitoradas


pelo governo, organizações sociais implantam
mudanças e modernizam setor
74
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

para compras e contratação de ser- gos, muitos próximos da aposenta-


viços e do implemento de melhorias doria, com uma estrutura habituada
e investimentos. O governo estadual ao status quo. Por isso, pensei que
fiscaliza o serviço das entidades por haveria mais resistência, mas o que
meio de conselhos e órgãos regula- estamos vendo uma harmonia nesse
dores, que permanentemente confe- processo, até porque uma das gran-
rem o cumprimento dos contratos e des reivindicações dos servidores
das metas estabelecidas. Além dos era por estrutura de trabalho”, diz
órgãos de controle e fiscalização, o Faleiros, acrescentando que os hos-
Ministério Público estadual também pitais estão passando por reformas fí-
acompanha de perto a execução dos sicas, estão todos abastecidos e com
contratos. profissionais em número adequado.
Para o secretário estadual de Saú- “Vamos estudar critérios com ou-
de, Antônio Faleiros, os resultados tras instituições para fazer uma ava-
da transferência da gestão dos prin- liação rigorosa e técnica desse pro-
cipais hospitais públicos para as or- cesso, mas não há hoje, em Goiás,
ganizações sociais estão além das nenhum hospital particular em me-
Antônio Faleiros: “Hospitais públicos expectativas. “São hospitais antigos, lhores condições do que os nossos”,
estaduais são melhores que os particulares” com funcionários estatutários anti- assegura o secretário.

As principais unidades de saúde em Goiás


HUGO as reformas do centro cirúrgico, o násios de terapia, entre outros. Jun-
Hugo vai passar a ter dez salas de to com a comemoração por uma
As filas intermináveis e o sofri- cirurgia, aumentando em mais de década de funcionamento, no iní-
mento das pessoas nos corredores 40% a sua capacidade. Dentro da cio de outubro, veio o anúncio de
já não fazem parte do dia-a-dia do política de investimentos, a admi- que o atendimento será 100% pelo
maior hospital público de Goiás. nistração também anuncia a criação Sistema Único de Saúde (SUS). O
Logo que assumiu a unidade, o Insti- de mais 22 leitos de UTI. Crer atende perto de 1,5 mil pa-
tuto de Gestão em Saúde (Iges) con- cientes por dia.
seguiu reabastecê-la em apenas 48 CRER
horas com novos medicamentos, in- HGG
sumos e correlatos. Já no primeiro Primeira unidade de saúde pú-
mês, o número de leitos de UTI pas- blica de Goiás gerida por uma or- Em seis meses de gestão pelo Ins-
sou de 44 para 58, um aumento de ganização social, a Agir, o Centro tituto de Desenvolvimento Tecnoló-
31%. Também foram adquiridos no- de Reabilitação e Readaptação Dr. gico e Humano (Idtech), o Hospi-
vos equipamentos para o centro ci- Henrique Santillo (Crer) chega aos tal Alberto Rassi – HGG apresenta
rúrgico, UTI, além de camas hospi- dez anos com a marca de 6,7 mi- avanços visíveis, tanto na área estru-
talares. O faturamento do Hugo teve lhões de procedimentos realizados. tural como na reformulação de pro-
aumento de 35% e a economia ge- O resultado da gestão eficiente é vi- cessos. Diretor-geral da unidade, o
rada será revertida na primeira gran- sível não apenas no nível de satisfa- médico André Luiz Braga destaca
de reforma do hospital em 21 anos. ção dos usuários (97%), mas tam- que a maior mudança foi no mode-
Estão sendo reformadas as enferma- bém na expansão da área física e lo administrativo. “Com a OS, os flu-
rias, o pronto-atendimento, a UTI e dos serviços oferecidos. As novas xos administrativos são menos bu-
a fachada do prédio. Também estão instalações contemplam um centro rocráticos. Com isso, a contratação
sendo reestruturadas as redes elé- cirúrgico, unidade de terapia inten- de servidores, de serviços de manu-
trica e hidráulica do hospital. Com siva (UTI), novos apartamentos e gi- tenção, as compras são mais ágeis,
75
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

o que fez com que conseguíssemos damental para uma boa gestão, pois de infecção hospitalar e da taxa de
superar nós críticos em curto espa- permite acompanhar, em tempo real, mortalidade”, observa o diretor da
ço de tempo”, analisa. Hoje, ele diz a situação de toda a unidade, como unidade, Paulo Bittencourt. Depois
que o hospital está abastecido de estoque de suprimentos, financia- de assumir a gestão, a OS promoveu
medicamentos, insumos e materiais, mentos, contratos e compras e, prin- as reformas mais urgentes e a manu-
com toda a sua estrutura funcionan- cipalmente, a assistência. “O pacien- tenção de equipamentos médicos,
do 100%. te chega ao hospital, é recepcionado além da compra de novos itens. A
O HGG conta com uma novida- e todos os seus passos são lançados preocupação com o bem-estar dos
de na rede pública de saúde: o servi- no sistema. Tudo é registrado, o que pacientes é percebida na reforma da
ço de hotelaria para tratamento das nos permite fazer um gasto racional”, recepção, na alimentação, na quali-
roupas. Os kits são embalados um a explica. “Onde há controle, não há dade das roupas e enxoval médico.
um, incluindo ataduras e bandagens desperdício.”
e até a roupa do paciente. HURSO
MATERNO-INFANTIL
HDT O Hospital de Urgências da Re-
Em pouco mais de 90 dias sob ad- gião Sudoeste (Hurso) tornou-se re-
Em 90 dias de administração pelo ministração da OS Instituto de Ges- ferência para atendimento de outros
Instituto Sócrates Guanaes, o Hospi- tão e Humanização (IGH), além das 25 municípios, num raio de 180 qui-
tal de Doenças Tropicais Dr. Anuar mudanças na forma de gestão e con- lômetros quadrados. Com 122 leitos,
Auad (HDT) passou por reparos pon- trole, medidas básicas, como boas dos quais 20 de UTI – 10 leitos para
tuais. Foi iniciada ainda uma reforma práticas de higiene, aquisição de pacientes adultos e 10 pediátricos –,
geral em todos os ambientes, que de- equipamentos e higienização já têm o Hurso passou a realizar ações de
verá ser concluída em 90 dias, esti- efeitos sentidos pelos usuários do promoção da saúde, como preven-
ma o diretor-geral da unidade, Ailton Hospital Materno-Infantil, em Goiâ- ção de acidentes de trânsito, contra
Ribeiro. Ele destaca o sistema infor- nia. “A troca de 100% do enxoval, o tabagismo e outros fatores de risco.
matizado que está sendo implantado dentro do processo de higienização, O hospital é gerido pela Associação
no hospital, que classifica como fun- refletiu na queda de 50% dos casos Beneficente de Assistência Social e
Hospitalar (Pró-Saúde).

HUANA

Há oito anos, o Hospital de Ur-


gências Dr. Henrique Santillo de
Anápolis (Huana) é administrado
pela Fundação de Assistência Social
de Anápolis (Fasa). A unidade tem
84 leitos, dos quais 18 são de UTI, e
um atendimento de qualidade, pres-
tado por servidores qualificados e
capacitados. Só no primeiro semes-
tre deste ano, foram realizados mais
de 35 mil atendimentos nas diversas
especialidades, envolvendo mora-
dores de Anápolis e de outras 55 lo-
calidades próximas que utilizam os
serviços do hospital. A preocupação
da Secretaria de Saúde é promover
essa descentralização da assistência
no interior do Estado para que o ci-
dadão tenha o atendimento o mais
Hospital Materno-Infantil: unidade ganha nova pintura e revitalização da fachada perto possível de onde vive.
76
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Ampliando o crescimento
A Agência de Desenvolvimento Regional está envolvida na execução de diversas ações que
consideram as vocações municipais para combater as desigualdades

O
s números mais recentes Essa tarefa está traçada sobre o o Planejamento Estratégico da agên-
acerca da economia goiana mapa estratégico das regiões e po- cia para o período 2012-2015, en-
comprovam o crescimento los de desenvolvimento, com pro- globando infraestrutura, moderniza-
socioeconômico do Estado, regis- jetos objetivos que consideram as ção de gestão, sempre com foco na
trando salto significativo do Produ- vocações e a realidade de cada mu- inclusão social e nas soluções para
to Interno Bruto (PIB). O governo de nicípio. O Programa de Desenvolvi- reduzir as desigualdades regionais.
Goiás lançou o desafio de buscar a mento Regional do Plano de Gover- Na grade de projetos prioritários,
consolidação desse desenvolvimen- no Marconi Perillo está distribuído o presidente da AGDR, Liosório de
to, em bases sustentáveis, amparado em 14 polos e projetos prioritários, Jesus Meireles, destaca algumas das
em uma ampla carteira de projetos 11 deles sob a responsabilidade da ações do órgão que foram benefi-
inseridos no Plano de Ação Inte- AGDR. ciadas com recursos do PAI, e ou-
grada de Desenvolvimento (PAI). A tras com o apoio do governo federal.
Agência Goiana de Desenvolvimen- Trabalho leva em conta O Centro de Convenções da Cidade
to Regional (AGDR), jurisdicionada vocação de cada município de Goiás, cujo projeto se encontra
à Secretaria de Estado de Gestão e em elaboração, é uma das priorida-
Planejamento, é um dos braços na A atuação da AGDR está sedi- des do governo. A proposta é pro-
construção desse novo cenário que mentada em projetos e objetivos que porcionar à antiga capital goiana um
tem o objetivo de colocar Goiás en- consideram as vocações e a realidade espaço nobre e à altura do seu sta-
tre os mais importantes polos de de- de cada município, em eixos estraté- tus de Patrimônio Histórico da Hu-
senvolvimento do País. gicos. Todas as suas metas compõem manidade. Com recursos estimados

Lago das Acácias, na Cidade de Goiás: um das cartões postais


do município, local será revitalizado e ampliado
77
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

em R$ 30 milhões, a obra deverá ter


em torno de 12.500 metros quadra-
dos, abrangendo teatro com capaci-
dade para 1.200 lugares, auditório
para 500 pessoas, salão para feiras
e exposição, salas multiuso, mall de
integração entre os diversos ambien-
tes e estacionamento coberto e des-
coberto para 350 veículos. O novo
espaço será capaz de acolher gran- Estação Gastronômica de Goiânia: antiga rodoviária terá espaços para restaurantes, bares,
des eventos como o Festival Interna- lanchonetes, eventos e exposições e passarela interligando ao Lago das Rosas
cional de Cinema e Vídeo Ambiental
(Fica), alimentando a cadeia do tu- cará o reaproveitamento da antiga Es- destinados espaços para restaurantes,
rismo em suas diversas ramificações, tação Rodoviária de Goiânia, num bares, lanchonetes, eventos e exposi-
como hotelaria e gastronomia. projeto integrado com a Praça Ge- ções e uma passarela para interliga-
A Estação Gastronômica de Goiâ- neral Joaquim Curado, já revitaliza- ção com o Lago das Rosas, preservan-
nia, também a cargo da AGDR, mar- da pela Prefeitura de Goiânia. Serão do a arquitetura original da estação.

Infraestrutura e urbanização
Um dos cartões postais da Cidade
de Goiás, o Lago de Acácias, será am-
pliado e revitalizado. O projeto visa
prover o local de estrutura adequada
de recepção aos turistas, proporcio-
nando à população da cidade e aos
visitantes, uma opção saudável de la-
zer e bem-estar. As obras abrangerão
uma área de 40.308,67 metros qua- Balneário Cachoeira Grande: lazer e turismo, com recuperação e preservação ambiental
drados contendo lojas para comercia-
lização do artesanato local, pista para to de 10.500 metros quadrados de O Balneário Cachoeira Grande,
caminhada, lanchonetes, restauran- ruas com bloquete, revitalização, na área de influência da antiga ca-
tes, sanitários, playground, mirante urbanização e paisagismo do largo pital, será construído com o objetivo
de contemplação e estacionamento. (praça). Trata-se de um investimen- fomentar a economia local, centrada
O projeto de implantação de in- to para resgatar a memória histórica principalmente no turismo. Trará be-
fraestrutura na Colônia de Uvá con- do antigo Arraial da Barra, distrito nefícios ao meio ambiente uma vez
templa a construção de um cen- do município de Goiás-GO, funda- que prevê ações de recuperação da
tro comunitário com área total de do em 1726 pelo filho do bandei- vegetação e preservação do Rio Ver-
487,11 metros quadrados, contendo rante Bartolomeu Bueno da Silva. melho. Voltada para o turismo ecoló-
um salão multiuso, sanitários, cozi- Foi a primeira povoação estabeleci- gico, a construção terá de 130.657,41
nha, copa e serviço e o Salão Me- da em todo o Estado de Goiás. metros quadrados, abrigando vila co-
morial da Cultura Alemã. Além de Esses projetos visam beneficiar a mercial, centro de eventos multiuso,
atender à demanda dos moradores, população local e os turistas em ge- praia, mirante, lagos de contempla-
a obra visa promover o resgate à me- ral com infraestrutura adequada, na ção, bares, lanchonetes, restaurantes,
mória dos primeiros alemães que expectativa de contribuir para o de- playground, sanitários, estações eco-
fundaram o povoado, em 1924. senvolvimento socioeconômico e lógicas, estacionamento, e ainda es-
O Distrito de Buenolândia será promover o uso sustentável dos re- paços para pousadas e restaurantes a
beneficiado com obras de infraes- cursos naturais como opção saudá- serem explorados através de conces-
trutura básica, com o calçamen- vel de lazer e bem-estar. são pela iniciativa privada.
78
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

GRUPO JOSÉ ALVES

Sede de crescimento
Num investimento de R$ 300 milhões, um dos maiores grupos do Estado pretende expandir suas
operações em pelo menos 15% nos próximos dois anos

D
ono de um dos maiores anos, com aumento da força produ- de postos de trabalho deve crescer
complexos industriais em tiva de suas fábricas. 10%. A Refrescos Bandeirantes,
operação no Estado de Goiás, O investimento será de R$ 300 instalada às margens da Rodo-
o Grupo José Alves completou 50 anos milhões, afirma o presidente, José via dos Romeiros, em Trindade, é
de atividade comercial em outubro já Alves Filho. O aporte de recursos a maior geradora de vagas entre
de olho no futuro dos negócios. O em- deverá surtir efeito na geração de as nove empresas do grupo, que
preendimento, que tem como car- empregos. Segundo ele, o grupo além do ramo de bebidas atua na
ro-chefe a Refrescos Bandeirantes, conta com 3.527 colaboradores e área de educação, monitoramen-
empresa responsável pela fabrica- gera 10 mil empregos indiretos em to, tecnologia da informação, em-
ção, engarrafamento e distribuição suas nove empresas. Com a amplia- balagens, locação de veículos e
de bebidas da marca Coca-Co- ção da atividade até 2015, o número imóveis.
la no Estado, planeja expansão de
pelo menos 15% nos próximos dois
Divulgação
79
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Maior geradora de postos de tra- A fábrica goiana ocupa atual-


balho no grupo, a Refrescos Bandei- mente a primeira posição entre as
rantes tem maior peso na geração 16 franqueadoras do Sistema Co-
de receitas. A empresa é responsá- ca-Cola que mais crescem no País.
vel por 85% do faturamento anual, Esse crescimento fez a Refrescos
estimado em R$ 700 milhões. São Bandeirantes receber por cinco
produzidos em torno de 330 mi-
lhões de litros de refrigerante por
Tudo indica que as anos consecutivos o reconhecimen-
to da Coca-Cola entre as franquea-
ano, abastecendo 237 cidades com exportações goianas das de maior destaque. A fábrica é
produtos Coca-Cola. A produção vão seguir num composta por seis áreas: xaroparia
ocupa 61% do mercado goiano de (preparação do produto semiacaba-
bebidas. Isso quer dizer que de cada processo de expansão” do), produção (envase de bebidas),
cem refrigerantes vendidos e consu- controle da qualidade, manutenção
midos no Estado, 61 tiveram sua ori- industrial (PCM, utilidades, automa-
gem nas linhas de produção da Re- ção, elétrica e mecânica), PCP e ar-
frescos Bandeirantes. mazenagem.

Linha do tempo
1962 José Alves Imp. e Export. Ltda
Casas Alô Brasil (atacado) 1987 ABC Radiofusão
Transportadora Atlanta
Refrescos Bandeirantes Ind. e Com. Ltda

1966 1994
Casas Alô Brasil
José Alves S/A Imp. e Export. (antiga Ltda) Holding Rebic Comercial

1967 Transportadora Alô Brasil


1995
J.A. Nendo Com. Atacadista Ltda
J.A. Nendo Com. Supermercado
Rebica Indústria e Comércio Ltda

1969 Fazenda Alô Brasil (Redenção-PA)


Casas Uberlândia
1996 Transferência dos executivos da Rebic
Holding para Goiás

1976 Supermercado em Uberlândia (MG)


Supermercado em Goiânia (GO)
Rembal - Rebic Embalagens Indústria e
Comércio Ltda

1978 Boca Quente (atacado em Maringá-PR) 1999 Rebica Indústria e Comércio Ltda

1980
Indústria de arroz (São Paulo, Goiás,
Paranaguá, Cuiabá) 2000 Centro Educacional Alves e Faria (Alfa)

2006
Tecno 3T

1981
Fazenda Araguaia (Araguaia-PA)
Madeireira José Alves Atlanta Locadora de Veículos Ltda
OJA Publicidade e Propaganda José Alves
Mineração José Alves
2008 Red & White IT Solution

1986
Irmãos Alves (atacado de exportador e
de entrega)
Radiofusão e Comunicação Alô Brasil 2011 Alfa Concursos
80
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Da venda de sal à liderança no atacado


A liderança e a referência da
Refrescos Bandeirantes no merca-
do goiano são reflexo do trabalho
desenvolvido pelo grupo em cin-
co décadas de história. As ativida-
des comerciais tiveram início em
1962, quando José Alves, conhe-
cido como Seu Nendo, abriu uma
venda de sal na cidade de Uber-
lândia (MG). O goiano de Ipameri
expandiu o negócio já no primeiro
ano de atuação para a venda de se-
cos e molhados. Em 1963, decide
chamar o estabelecimento de Ar-
mazém Alô Brasil.
Em cinco anos, o Armazém Alô
Governador Marconi Perillo e primeira-
Brasil alcançava a liderança do mer-
dama, Valéria Perillo, em solenidade de
cado nacional, tornando-se o maior
homenagem a José Alves Filho
atacadista do País e um dos maiores cios. Seu Nendo montou a maior
da América Latina. A rede abriu fi- frota de caminhões Mercedes-Benz
liais em Uberlândia (MG), Goiânia do Brasil e ampliou a área de atua- da Coca-Cola em Goiás em 1987.
(GO), Ribeirão Preto (SP), São Pau- ção, com as Casas Alô Brasil, para Os anos 1990 são de mudanças para
lo (SP), Imperatriz (MA) e fixou na praticamente todos os Estados bra- o grupo, com a decisão de migrar
capital goiana a sede de seus negó- sileiros. A história do fundador do para o setor industrial, numa primei-
grupo foi interrompida em 12 de se- ra etapa, e de expandir para outras
Divulgação

tembro de 1976, quando Seu Nen- áreas de atuação que têm sinergia
do sofreu grave acidente de auto- com suas empresas, como os seg-
móvel, vindo a falecer dois meses mentos de educação e tecnologia.
depois, aos 53 anos de idade. Tudo começa em 1993, depois das
Com a morte de Seu Nendo, sua mudanças na sua estrutura societá-
mulher, Dona Lia, garantiu a tran- ria. O grupo passa a ser comandado
sição do comando das empresas por José Alves Filho.
para o primogênito Antônio Carlos Nessa época, a operação se foca
Alves, ainda em 1976. Iniciava-se em produtos e serviços de valor agre-
uma nova fase, com a expansão e gado, com mudanças também na
a diversificação dos negócios. No área de gestão. Forma-se uma dire-
varejo, consolidou a rede de super- toria executiva, composta pelo pre-
mercados, inclusive com abertura sidente, superintendentes e diretores
de um especializado em brinque- de todas as empresas, que passam a
dos, o Alô Brasil Brinquedos. Além se reunir anualmente para elaborar o
dos setores tradicionais, levou o planejamento estratégico das empre-
grupo para os ramos de comunica- sas, definindo metas para a constru-
ção, pecuária, mineração e madei- ção dos Planos de Negócios e os ru-
reiro. mos que vão orientar os executivos
O Grupo José Alves estava pre- nos seus orçamentos depois de ava-
sente em todos os Estados na dé- liadas e aprovadas pelo Conselho de
cada de 1980 e já figurava entre as Administração, cujas decisões são
cem maiores organizações empresa- analisadas pelos acionistas. O pro-
riais do País. Essa atuação no merca- jeto tem por parâmetro a governan-
José Alves, o Seu Nendo: Casas Alô Brasil do atacadista e varejista foi decisiva ça corporativa, que solidifica as rela-
amplia atuação para quase todos os Estados para o grupo conquistar a franquia ções entre os sócios e a família.
81
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Diversificação, a marca em cinco décadas


Para representantes do setor pro-

Divulgação
dutivo em Goiás, o processo de di-
versificação dos negócios pelo Gru-
po José Alves marcou os 50 anos de
sua história. Ao longo de sua evolu-
ção, aquela característica empresa-
rial ganhou força. Depois de nove
anos de consolidação da Refrescos
Bandeirantes, por exemplo, o gru-
po fundou a Rembal, empresa res-
ponsável pela produção de garrafas
pets (polietileno tereftalato) des-
cartáveis. Em 1999, partem para o
mercado de água mineral, com a
Rebica Indústria e Comércio Ltda.,
responsável pela produção das mar- Faculdades Alves Faria: projeto arrojado alia
cas Acqua Lia e Paola. conceito de educação e negócios
Em 2000, passam a atuar num
ramo até então inédito em seu
portfólio: o da educação. As Fa-
culdades Alves Faria (Alfa) surgem a qualificação de suas equipes aten-
como fruto de um projeto arrojado tas à evolução dos mercados, foram
de ser pioneira regional em lançar suas referências maiores.”
o conceito de educação aliada aos O presidente da Associação Pró-
negócios em Goiás. Em São Paulo, -Desenvolvimento Industrial do Es-
lançam a Faculdade Autônoma em tado de Goiás, Cesar Helou, acre-
Direito (Fadisp) e a Alfa Concursos.
Em 2008, a Red & White Solution
Na era da dita que o Grupo José Alves deverá
continuar a diversificar seus inves-
- uma empresa focada em soluções profissionalização da timentos. “O grupo surgiu no seg-
de TI, consultoria e desenvolvimen- gestão há cinco décadas, mento atacadista. Quando esse mo-
to de sistemas – nasce. A aposta em mento foi ultrapassado, novamente
tecnologia continua com a 3T Sys- o Grupo José Alves já enxergou que era a hora do con-
tems, especializada em rastreamen- dava suas primeiras sumo de bebidas, depois o inves-
to. O grupo decide investir na lo- timento brasileiro em educação e
contribuições” finalmente em tecnologia. Conhe-
Divulgação

cendo o seu presidente, acredito


que novos e surpreendentes setores
cação de veículos, com a Atlanta. terão em breve a sua logomarca.”
Depois é a vez do mercado imobili- A presidente da Associação Co-
ário, com o nascimento da NL Imo- mercial e Industrial do Estado de
biliária. Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, res-
O presidente da Federação das salta que a diversificação dos negó-
Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), cios pelo grupo pode ser considera-
Pedro Alves, avalia que a diversifi- da um exemplo histórico em gestão
cação parte do poder visionário do para o empresariado goiano. “Na
grupo. “Desde sua fundação, há era da profissionalização da gestão
meio século, quando a economia es- há cinco décadas, o Grupo José Al-
tadual não tinha o destaque de hoje ves já dava suas primeiras contribui-
Helenir Queiroz, da Acieg: contribuição no cenário nacional, a confiança em ções - que foi contínua desde então
para modernizar a economia e a cultura Goiás, o pioneirismo, o arrojo, a visão - para modernizar a economia e a
empresarial no Estado no futuro, a vanguarda tecnológica e cultura empresarial do Estado.”
82
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

CULTURA

Centro Cultural
Oscar Niemeyer
O Centro Cultural Oscar
Niemeyer realizou, entre ja-
neiro de 2011 e dezembro de
2012, 18 eventos governamen-
Teatro Mágico: grupo mistura música, teatro e arte circense em suas apresentações tais; 5 empresariais; 4 de cunho
social; 19 shows; 8 exposições;

Balanço positivo 7 eventos na Esplanada Jusce-


lino Kubitschek; 9 eventos no
Monumento aos Direitos Hu-
manos; 2 festivais internacio-
nais; 6 encontros no Projeto
Um fórum nacional, shows, festivais e apresentações destinadas a Café de Ideias e 21 apresenta-
todos os públicos marcaram a agenda da Secult Goiás em 2012 ções da Orquestra Filarmônica
de Goiás. Como programação

N
de fim de ano, encontram-se
o encerramento de 2012, trabalho de estruturação do Siste- abertas ao público as exposi-
a Secretaria de Estado da ma Estadual de Cultura (SNC), reali- ções A Arte e os Ofícios de D.J.
Cultura (Secult Goiás) ace- zando reuniões de definição do Pla- Oliveira; Cleber Gouvêa - Olhar
lerou o ritmo de trabalho, fechando no Estadual de Cultura, com ampla Orgânico; e A Cidade é o Lugar
o ano com um balanço mais do que participação da sociedade e elabo- e Parede do Acervo, de Amaury
positivo. A secretaria recebeu, nos rado com uma perspectiva de dez Menezes. As exposições ocor-
dias 29 e 30 de novembro, o Fó- anos. rem nas galerias D.J. Oliveira
rum Nacional de Secretários e Di- e Cleber Gouvêa e também no
rigentes da Cultura, com a presença TeNpo 2012 - O festival chegou salão do Museu de Arte Con-
de secretários de todo o Brasil e da à sua 11ª edição com uma abertura temporânea – MAC. Todos os
ministra da Cultura, Marta Suplicy. há muito esperada: o show do Tea- eventos podem ser conferidos
Também no dia 29, o Centro Cul- tro Mágico, o grupo mistura música, no site www.ccon.go.gov.br.
tural Gustav Ritter realizou no Te- teatro e arte circense. Além disso, a Para 2013, estão confirma-
atro Goiânia o espetáculo “Nelson programação incluiu oficinas, apre- dos a realização do sarau lite-
Para Sempre”, em homenagem ao sentações teatrais de grupos goia- rário A Balada Literária, no se-
imortal Nelson Rodrigues. Alunos nos e nacionais e a primeira edição gundo sábado de cada mês, no
do centro participaram da progra- dos Debates Vivo EnCena, progra- auditório Lygia Rassi do Monu-
mação especial do Natal na Praça, ma cultural da empresa Vivo para as mento aos Direitos Humanos,
promovido pelo governo estadual. artes cênicas. As mesas-redondas ti- com artistas locais e nacionais;
O reinaugurado Teatro Goiânia veram a participação de diretores e Projeto GladiAtores, oficinas in-
seguiu com uma extensa programa- gestores da área do teatro dos gru- tensivas de teatro; Projeto Mú-
ção cultural no último mês do ano, pos GTI e Nu Escuro (GO), Cia Fian- sica no Ar, com apresentação
com espetáculos variados, incluin- deiros (PE), Phila 7 (SP) e do Palco de artistas locais e nacionais
do shows musicais, peças de teatro, Fora do Eixo (RS). na Esplanada JK, aos domingos;
mostra de dança, noite árabe e can- Uma das novidades desse TeN- novas conferências do Projeto
tada de Natal. E por falar em teatro, po foi a participação da cidade e da Café de Ideias, com convida-
a cidade de Porangatu recebeu de região na seleção dos grupos. Das dos nacionais e uma conferên-
5 a 9 de dezembro o TeNpo 2012 oito vagas, uma foi destinada ex- cia mensal com personalidades
– Mostra Nacional de Teatro. Para clusivamente à região Norte e outra do Estado.
fechar o ano, o órgão continuou o para a cidade sede, Porangatu.
83
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

AGENDA MUNICIPAL

Muito otimismo no
segundo mandato
Depois do esforço para colocar as contas em dia,
prefeitos antecipam quatro anos de crescimento
mais acelerado, com apoio do governo estadual Alberane Marques, de
Palmeiras de Goiás:
“As expectativas para

A
2013 são as melhores,
no novo, velhos desafios. pois vamos trazer obras
Essa é a perspectiva de importantes, em parceria
quem se reelegeu e assume, com o Estado”
em 1º de janeiro, novo mandato na
administração de alguns municípios.
Ainda que tenham vencido obstácu-
los, como dívidas de antecessores,
as demandas se repetem ou se am-
pliam, em áreas como saúde, edu-
cação, habitação e moradia. Mas o
otimismo é marcante entre prefeitos
ouvidos pela revista ECONOMIA & DE-
SENVOLVIMENTO.
Em Palmeiras de Goiás, Alberane
de Souza Marques (PSDB) acredita
que pôs as dívidas em dia e garantirá
ao município a mesma taxa de cres-
cimento esperada para o Estado, gra-
ças à força da indústria e do comér-
cio locais. Ele conta que a cidade já
ganhou empresas como uma usina
de biodiesel, a Pif Paf – que abate
cem mil aves por dia –, a Comigo e a
fábrica de tintas Resicolor. Em breve,
receberá a Usina Termoelétrica, pra-
ticamente pronta.
No primeiro mandato, Alberane
afirma ter feito o máximo. “Não con-
seguimos asfaltar 100% da cidade,
mas já estamos com os recursos ga-
rantidos, e a partir do ano que vem
vamos deixar a cidade toda asfalta-
84
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

da”, promete. E já para o próximo


ano prevê a construção de 800 ca-
sas. “O projeto está na Caixa Eco-
nômica Federal, e vamos assinar o
acordo nos próximos dias”, avisa o
prefeito de Palmeiras, a 72 quilôme-
tros ao Sul de Goiânia.
Mesmo à frente de um dos mu-
De acordo com
nicípios mais ricos do Estado, Jura- prefeitos as
ci Martins (PSD) também enfrentou expectativas são as
o desafio de colocar as contas em
dia. “Quando assumimos, em 2009, melhores possíveis para
a Prefeitura de Rio Verde era deve- o próximo mandato”
dora e não tínhamos possibilidade
de conseguir recursos.” Ou seja, o
primeiro mandato também foi de re-
estruturação. “Não deixamos quase
nada para trás. Tudo está dentro dos
cronogramas previstos em lei”, co- tura trouxe para a cidade a Acade-
memora. mia da Polícia Militar e instalou, na Álan Gonçalves Barbosa, de Alto Paraíso:
Nos próximos quatro anos, ele avaliação do prefeito, a melhor dele- “Temos uma equipe mais comprometida e
prevê promover pleno crescimen- gacia de Polícia Civil do Estado. Na capacitada”
to do município. “Quero investir no saúde, destaca a criação de nove lei-
tripé que mais preocupa os riover- tos de UTI e a reforma no hospital resultado, prevê captação de recur-
denses: segurança, saúde e trânsito”, municipal. sos para garantir mais desenvolvi-
acrescenta, ao lembrar que, com a mento ao município, que fica a 420
ajuda do governo estadual, a prefei- Alto Paraíso e Cristalina quilômetros da capital.
buscam (mais) recursos Quem pensa em um município
com a maior jazida de cristal do
Dificuldades também foram ro- mundo, rico em belezas naturais,
tina para o prefeito Álan Gonçalves imagina facilidades para a adminis-
Barbosa (PSB), de Alto Paraíso, no tração municipal. Mas Luiz Carlos
Nordeste goiano. Sobretudo porque Attié (PSD), prefeito de Cristalina, no
ele teve um primeiro mandato cur- Entorno do Distrito Federal, garante
to, em virtude de uma tragédia que ter tido grandes barreiras. “A situa-
marcou a cidade. Álan era vice de ção financeira do município era de
Divaldo William Rinco (PSDB), as- penúria. Foi um grande desafio con-
sassinado em setembro de 2010. Ao seguir celebrar convênios e colocar
assumir, o prefeito teve de reformu- as contas em dia”, lembra.
lar a equipe e buscar a regularização Mesmo assim, Attié comemora
dos repasses de recursos estaduais. obras como reforma do hospital mu-
“Havia ainda a imprevisibilidade e a nicipal, recuperação de estradas, as-
insuficiência das verbas do governo faltamento dos bairros, construção
federal, especialmente do Fundo de e reforma de escolas. “Mais de uma
Participação dos Municípios.” centena de projetos foram executa-
Mas as expectativas são as me- das.” A partir de janeiro, ele prome-
lhores possíveis para o próximo te ainda mais empenho. “Vamos tra-
mandato. “Temos uma equipe mais balhar muito, batendo na porta dos
comprometida e capacitada, o que governos estadual e federal. Farei o
Juraci Martins, de Rio Verde: forte resultará em melhor acompanha- dobro na gestão que assumo dia 1º
investimento em segurança, saúde e trânsito mento das ações planejadas.” Como de janeiro de 2013”, prevê.
85
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Poucos recursos fragilizam municípios


Em um País onde os principais
recursos estão centrados na esfera
federal, resultado de um pacto fe-
derativo equivocado, governar bem
Sintonia com
um município exige competência e
criatividade. É o que pensa o prefei-
to de Palmeiras de Goiás, Alberane
o Estado
de Souza Marques. “Nosso pacto
federativo é prejudicial. As pessoas Diferentemente das quei-
moram nas cidades, onde os impos- xas contra o Pacto Federativo,
tos são gerados, mas a arrecadação os prefeitos ouvidos pela ECO-
é concentrada em Brasília, de for- NOMIA & DESENVOLVIMENTO se
ma injusta, pois 60% da arrecada- mostram otimistas com a Agen-
ção ficam com o governo federal, da de Gestão Municipal, do go-
25% com os Estados e só 15% com verno estadual. “O governador
os municípios”, enumera. Marconi Perillo (PSDB) é muni-
Como resultado, os prefeitos cipalista, e tem ajudado todas as
precisam implorar verbas em Bra- Luiz Carlos Attié: “Foi um desafio celebrar cidades”, avalia Alberane Mar-
sília. “Nós precisamos ter uma dis- convênios e colocar as contas em dia” ques, de Palmeiras. Para Albera-
tribuição mais justa dos recursos”, ne, a Agenda de Gestão Muni-
cobra. Na opinião do prefeito, é ur- De Cristalina, Luiz Carlos Attié cipal dá suporte aos gestores e
gente prefeitos e governadores se acrescenta que Estados e Municí- ajuda a buscar novos recursos e
unirem para mudar o quadro. “O pios têm mais obrigações que recur- a melhorar a arrecadação.
Brasil poderia se desenvolver mui- sos. “Somos dependentes, e a única Juraci Martins, de Rio Ver-
to mais se os recursos ficassem forma de mudar esse quadro é a re- de, também destaca o bom re-
nos municípios onde são gerados”, forma do Pacto Federativo, porque lacionamento com o governo
acredita. não seremos capazes de atender as Marconi Perillo. “O Estado tem
Em relação ao pacto federati- necessidades básicas de um muni- se mostrado bastante acessível
vo, o prefeito de Rio Verde, Jura- cípio.” e razoável quanto às necessida-
ci Martins é conciso, mas no mes- Álan Gonçalves Barbosa (PSB), des de Rio verde”, avalia.
mo raciocínio de Alberane. “Há um de Alto Paraíso, também pensa de Por sua vez, Álan Gonçalves
processo de fragilização dos muni- forma semelhante. “Os municípios Barbosa, de Alto Paraíso, obser-
cípios. É preciso reverter esse qua- brasileiros, especialmente os pe- va que é por meio do bom rela-
dro, com uma distribuição mais quenos, precisam ser tratados com cionamento com o governo es-
justa do bolo tributário, hoje con- mais responsabilidade pelo governo tadual que o município tem sido
centrado na União”, analisa. federal.” contemplado com importantes
ações e obras de infraestrutura.
Prefeito de Cristalina, Luiz
Pacto federativo Carlos Attié cita, além da Agen-
Acordo firmado entre a união e os Estados federados, o pacto fede- da Municipal, outras ações do
rativo estabelece funções, direitos e deveres da União e dos Estados. governo estadual que têm con-
E por ser uma união federativa, o governo deveria ser descentralizado, tribuído para ajudar os municí-
assim como a arrecadação tributária, deixando ao governo federal fun- pios, a exemplo do Programa de
ções como a defesa nacional, emissão da moeda, e a política externa. Ação de Desenvolvimento Inte-
Mas, no Brasil, o pacto federativo Brasileiro, centraliza o poder na ca- grado (PAI), que reúne um con-
pital federal, e distribui os recursos arrecadados de maneira injusta, ge- junto de ferramentas de gestão.
rando guerras fiscais entre os Estados, que são obrigados a reduzir sua “Isso mostra a preocupação do
arrecadação para atrair empresas, enquanto os impostos federais são governo Marconi Perillo com as
concentrados em Brasília. Propõe-se uma reforma no pacto federativo, dificuldades que os prefeitos en-
dando prioridade aos municípios, para que possam administrar maior frentam no dia a dia.”
fatia do que ali é produzido.
86
ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO
Goiânia, dezembro 2012 / janeiro 2013

Walter Alves
Doação de áreas
Sérgio Castro

Projeto de lei encaminhado pelo


governo do Estado à Assembleia Legis- Vapt Vupt
lativa autoriza a doação de áreas para Empresarial
a construção das novas sedes do Tri-
bunal Regional Eleitoral (TRE) e da Jus- O governador Marconi Perillo inau-
tiça Federal em Goiás. Além das áreas gurou, no dia 19 de novembro, o Vapt
destinadas ao TRE e ao Foro da Justiça Vupt Empresarial da Junta Comercial do
Federal, localizadas na Fazenda Retiro, Estado de Goiás (Juceg), instalado no
no Setor Jaó em Goiânia, o governador Edifício Euro Working Concept, no Se-
Marconi Perillo assinou ainda termo de tor Oeste, em Goiânia. A 42ª unidade do
entrega de área, localizada também na Vapt Vupt entregue pelo governo, com
Fazenda Retiro, para a construção da área de 611 metros quadrados e esta-
Desenvolvimento nova sede da Secretaria de Meio Am- cionamento subterrâneo rotativo para
biente e Recursos Hídricos (Semarh). 18 carros, conta com guichês do Insti-
Combater as desigualdades regio- O Ministério Público Estadual também tuto Nacional de Propriedade Industrial
nais, descentralizando o crescimento foi agraciado com uma área na cidade (Inpi), da Câmara de Dirigentes Lojistas
em favor das regiões menos desenvol- de Caldas Novas para a construção da (CDL) de Goiânia, do Corpo de Bombei-
vidas do País e assegurando o equilí- sede das Promotorias de Justiça na- ros, da Secretaria da Fazenda (Sefaz),
brio no desenvolvimento econômico, quela cidade. do Conselho Regional de Contabilidade
será o principal desafio a ser enfrenta- (CRC), do Sebrae Goiás, da OAB-GO, da
do pelo Brasil daqui em diante, exigin- Prefeitura de Goiânia e da Caixa Econô-
Sílvio Simões

do um esforço coordenado do setor pú- mica Federal (Caixa).


blico em todos os níveis. Este foi o tema

Lailson Damásio
central da 1ª Conferência Macrorregio-
nal de Desenvolvimento Regional do
Centro-Oeste, realizada em novembro.
A solenidade de abertura contou com
a presença, entre outros, do governa-
dor Marconi Perillo, do secretário de
Gestão e Planejamento de Goiás, Giu-
seppe Vecci, do secretário de Desen-
volvimento Regional do Ministério da Cadeias produtivas Seminário de
Integração Nacional, Sérgio Duarte de
Castro (foto), e do superintendente da No âmbito do Projeto Construin- regulação - AGR
Sudeco, Marcelo Dourado. do Juntos o Futuro do Agronegócio em
Goiás, a Federação das Indústrias do Promovido em novembro pela
Prazos e condições Estado de Goiás (Fieg) lançou, no dia 23 Agência Goiana de Regulação (AGR),
de novembro, amplo estudo identifican- na sede da Câmara de Dirigentes Lo-
O contrato de concessão para ex- do as vantagens e os desafios da ativi- jistas (CDL), em Goiânia, o 2º Seminário
ploração do serviço de transporte in- dade, além de propor soluções para os Goiano de Regulação discutiu a rees-
termunicipal de passageiros em Goiás gargalos que emperram o crescimento truturação do sistema de transporte in-
terá prazo de 15 anos improrrogáveis. do setor. Dividido em cinco publicações termunicipal de passageiros em Goiás
Para definir o prazo, a AGR considerou - Milho e Soja, Aves e Suínos, Carnes e e no Distrito Federal. Entre outros te-
a estimativa dos investimentos que de- Couro Bovino, Lácteos e Sucroenergé- mas, foi debatido o edital de licitação
verão ser feitos pelas concessionárias tica -, o trabalho foi considerado pelo do transporte intermunicipal de passa-
ao longo do tempo, o período necessá- presidente do Conselho Temático de geiros de Goiás, envolvendo 214 linhas,
rio para a amortização desses investi- Agronegócios da Fieg, Igor Montenegro distribuídas em sete lotes ou eixos es-
mentos (payback) e a obtenção de lu- (foto), “um novo marco para o futuro do truturais, com capacidade para 15 mi-
cro a uma margem de 8,67% ao ano. agronegócio” no Estado. lhões de passageiros por ano.
13
Este vai ser o ano de sua sorte!
Acredite nisto, faça seus sonhos virarem realidade
e se precisar de uma forcinha financeira para
fomentar seu negócio conte sempre conosco.

Potrebbero piacerti anche