Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Licenciatura em
Matemática
GEOMETRIA I
Gina Maria Bachmann
Marli Terezinha Van Kan
Paulo Sérgio Schelesky
CDD : 516.3
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD
Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR
Tel.: (42) 3220-3163
www.nutead.uepg.br
2009
APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
Prezado estudante
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
■■ SEÇÃO 1- Entes geométricos primitivos
11
13
■■ SEÇÃO 2- Segmento de reta e semi-reta 20
■■ SEÇÃO 3- Ângulos 26
■■ SEÇÃO 4- Paralelismo e perpendicularidade 50
TRIÂNGULOS
■■ SEÇÃO 1- Caracterização de triângulos
71
74
■■ SEÇÃO 2- Congruência e pontos notáveis em triângulos 78
■■ SEÇÃO 3- Semelhança em triângulos 104
■■ SEÇÃO 4- Relações métricas em triângulos retângulos 111
■■ SEÇÃO 5- Relações métricas em triângulos quaisquer 115
QUADRILÁTEROS
■■ SEÇÃO 1- Quadriláteros notáveis
129
131
■■ SEÇÃO 2- Propriedades dos quadriláteros 137
Prezado(a) estudante
Objetivos Gerais
■■ Dominar as técnicas das construções geométricas elementares, através da
resolução de problemas, para encadear raciocínio lógico e sistemático.
■■ Visualizar os conteúdos da geometria dos currículos do ensino fundamental e
médio, dentro de uma perspectiva que enfoque aspectos de história e filosofia
da matemática.
■■ Desenvolver habilidades conceituais e procedimentais à construção
geométrica de figuras planas em situação de demonstração geométrica.
■■ Fundamentar suas construções geométricas utilizando a linguagem
matemática e o método lógico dedutivo, e exercitando o método axiomático.
■■ Validar conjecturas elaborando raciocínios demonstrativos e usando métodos
adequados.
Ementa
■■ Axiomática da geometria euclidiana. Ângulos. Paralelismo e
perpendicularidade. Triângulos. Construções geométricas elementares.
Quadriláteros.
Universidade Aberta do Brasil
SEMANA UNIDADE
1ª Semana Unidade I
2ª Semana Unidade II
3ª Semana Unidades II e III
10
unidade 1
Geometria I
Noções Fundamentais
UNIDADE I
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Reconhecer os entes geométricos ponto, reta e plano e seus subconjuntos
presentes na construção do conhecimento geométrico.
■■ Identificar reta e seus subconjuntos: semi-reta e segmento de reta.
■■ Diferenciar as posições relativas no plano entre segmentos, semi-retas e retas.
■■ Desenvolver procedimentos operatórios envolvendo ângulos.
■■ Identificar as condições que definem as posições de paralelismo e
perpendicularidade de entes geométricos no plano.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Entes geométricos primitivos
■■ SEÇÃO 3 - Ângulos
11
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
12
unidade 1
Geometria I
seção 1
Entes geométricos primitivos
13
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Euklid2.jpg
cujos originais não sobreviveram.
A primeira delas foi sobre as curvas
cônicas e inspirou Apolônio em seu
importante tratado sobre essas curvas,
responsável pelo impulso imprimido à
navegação e astronomia da época.
A segunda obra, escrita por volta do
ano 300 a.C. e conhecida apenas através
de cópias posteriores, não é um livro,
mas uma coleção de 13 pergaminhos
denominados Os Elementos, que apenas
relatam de forma abrangente a natureza
do espaço bidimensional, usando o
raciocínio lógico.
14
unidade 1
Geometria I
leva a uma nova proposição (conclusão) que decorre necessariamente das proposições
iniciais. O raciocínio lógico parte de algo conhecido para chegar ao desconhecido
através da argumentação. Essa argumentação consiste num conjunto de afirmações
articuladas de uma forma coerente e lógica.
Por exemplo, se quiser pedir um aumento de salário ao seu chefe, você pode
argumentar: “Os preços dos produtos no supermercado subiram; eu sou chefe de
uma família e sustento quatro pessoas, como eu compro no supermercado o alimento
para minha família, as despesas aumentaram. Portanto, preciso de um aumento de
salário”.
Temos aqui um argumento, cuja conclusão é “preciso de um aumento de
salário”.
E como você justifica essa conclusão? Com a subida dos preços no supermercado
e com o fato de ter uma família para sustentar. Sendo essas as premissas do seu
argumento, são as razões utilizadas para defender a conclusão.
Esse exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos argumentos, que é
o seguinte: embora um argumento seja um conjunto de proposições, nem todos os
conjuntos de proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte conjunto de
proposições não constitui um argumento:
Eu faço compras no supermercado, mas o José não.
A Maria come sanduíches no Mac Donald’s.
O Anselmo foi ao teatro.
Neste caso, não temos um argumento, porque as afirmativas não estão
relacionadas entre si. Nada se pode concluir com base nelas. Há apenas uma seqüência
de afirmações. E um argumento é, como já vimos, um conjunto de proposições em
que se pretende que uma delas seja sustentada ou justificada pelas outras, o que não
acontece no exemplo anterior.
Nas formas de argumentar pode-se ter uma ou mais premissas, mas só uma
conclusão.
Para provar um teorema você precisa saber distinguir:
15
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Sendo que
• a hipótese, também conhecida como motivo, argumento ou justificativa, é
acompanhada muitas vezes de expressões como: porque, pois, já que, uma vez que,
visto que, porquanto, dado que e se;
• a tese, também conhecida como afirmação central, predicado principal ou
conclusão, é geralmente acompanhada por expressões como: logo, portanto, por isso,
por conseguinte, conseqüentemente, disso segue-se que, então, disso concluímos
que;
• a demonstração, também conhecida como dedução, é constituída pelas
diversas proposições, já conhecidas como verdadeiras, as quais estão de tal modo
relacionadas com a conclusão que não é possível ter a conclusão falsa se as premissas
forem verdadeiras.
Exemplos:
a) Um quadrado é um retângulo.
Hipótese: um quadrado
Tese ou conclusão: é um retângulo
b) Todos os ângulos retos são congruentes.
Hipótese: todos os ângulos retos
Tese ou conclusão: são congruentes
c) Um polígono eqüilátero e eqüiângulo é um polígono regular.
Hipótese: se o polígono é eqüilátero e eqüiângulo
Tese ou conclusão: então ele é um polígono regular
d) Se a soma das medidas de dois ângulos é 90º, então eles são
complementares.
Hipótese: se a soma das medidas de dois ângulos é 90º
Tese ou conclusão: então eles são complementares
16
unidade 1
Geometria I
Note que quando a proposição é verdadeira, nem sempre a sua recíproca é
verdadeira.
Na proposição: “Se o polígono é um quadrado, então ele é um retângulo”, a
proposição original é verdadeira, pois o polígono para ser quadrado necessita ter os
ângulos internos congruentes – que é a condição para ser retângulo.
Já a recíproca: “Se o polígono é um retângulo, então ele é um quadrado”
não é verdadeira, pois só tendo os ângulos internos congruentes – condição para
ser retângulo – não garante que as medidas dos lados também sejam, e sem esta
condição o polígono não é quadrado.
17
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Axioma 1: Dados dois pontos distintos A e B, existe uma e somente uma reta passando
por A e B e indicada por AB .
Axioma 3: Existem três pontos distintos não colineares. Três pontos não colineares
determinam um único plano que passa por eles.
A figura indica uma reta r:
A, B e P estão em r;
A ∈ r , B ∈ r , P ∈ r; M ∉ r , R ∉ r , S ∉ r;
S e Q são coincidentes ( S ≡ Q ) ;
R e M são distintos ( R ≠ M ) ;
A, B e P são colineares; R, M e P não são colineares.
18
unidade 1
Geometria I
Baseado nos axiomas vistos, você seria capaz de apontar a afirmativa falsa?
a) Por um ponto passam infinitas retas.
b) Por dois pontos distintos passa uma reta.
c) Uma reta contém dois pontos distintos.
d) Dois pontos distintos determinam uma e uma só reta.
e) Por três pontos dados passa uma só reta.
Para três pontos colineares distintos dois a dois, existe uma ordem entre eles
que obedece aos seguintes axiomas, denominados axiomas de ordem. Assim:
Axioma 2: Se A ≠ B , existe um ponto C na reta AB tal que (ABC).
Axioma 3: Se (ABC) não pode valer nem (ACB) nem (BAC), isto é, dados três pontos
de uma reta, no máximo um deles está entre os dois.
Axioma 4: Sejam A, B e C três pontos não alinhados, e uma reta r que não passa
nem por A, nem por B, nem por C. Se a reta r contém um ponto do segmento AB ,
ela contém também um ponto do segmento AC ou do segmento BC . (Axioma de
Pasch).
Veja as conseqüências que podem ser obtidas com os axiomas anteriores:
a) os pontos de uma reta podem ser ordenados linearmente, existindo uma
correspondência biunívoca entre os pontos da reta e os números reais – régua
infinita;
b) entre dois pontos distintos A e B, existem infinitos pontos na reta AB .
19
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
seção 2
Segmento de reta e semi-reta
20
unidade 1
Geometria I
plano, eles recebem denominações especiais. E essas denominações aparecem em
algumas definições posteriores, por isso é bom que você conheça o significado de:
Para verificar se você realmente captou o sentido das definições dadas acima,
analise as afirmativas a seguir e classifique em verdadeiras ou falsas:
21
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Determine:
a) Um par de segmentos colineares.
b) Um par de segmentos consecutivos.
c) Um par de segmentos adjacentes.
d) O número de semi-retas que têm origem no ponto N.
e) Quantos segmentos há que unem os pontos distintos M e P? Quantos há
com extremidades M e P?
f) Quantas semi-retas há na reta que contém os pontos dados, com origem
nos três pontos M, N e P, da reta?
Resolução:
a) Os segmentos MN , NP e MP são colineares, dado que suas extremidades
se encontram sobre uma reta.
b) Os segmentos MN e NP têm a extremidade do ponto N comum e NP e PM
possuem a extremidade do ponto P comum.
c) Os segmentos MN e NP são adjacentes.
d) Só duas semi-retas têm origem no ponto N : NM e NP .
e) Podem-se traçar infinitos segmentos passando ou incluindo os pontos M e
P, mas somente um segmento com extremidades nesses pontos.
f) Há seis semi-retas.
22
unidade 1
Geometria I
Na geometria concebida pelos gregos, os cálculos matemáticos eram
representados com figuras geométricas e dados em termos de proporções, pois
naquela época não existiam fórmulas. A partir disso, quando havia necessidade de
se comparar quantidades, efetuar operações com elas, se fazia uso de segmentos e
áreas para representar essas quantidades, e as operações necessárias eram efetuadas
com esses objetos matemáticos. Mas, na época de Euclides, essas operações eram
efetuadas com régua sem graduação e compasso. Assim, torna-se necessário enunciar
algumas regras que permitam transportar, somar e efetuar algumas operações com
segmentos.
Observe o axioma enunciado a seguir, que garante a construção de segmentos
congruentes.
23
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Pelo axioma do transporte podemos obter na semi-reta AB um ponto P, tal
que AP ≡ CD . Temos três hipóteses:
Se P está entre A e B, então AB é maior que CD .
24
unidade 1
Geometria I
Medida de um segmento (comprimento): a medida de um segmento AB ,
indicada por m( AB ) , é um número real positivo associado ao segmento de forma
que:
• segmentos congruentes têm medidas iguais e, reciprocamente, segmentos
que têm medidas iguais são congruentes,
ou AB ≡ CD ⇔ m( AB ) ≡ m(CD) ;
• se um segmento é maior que outro, sua medida é maior que a desse outro,
• a um segmento soma está associada uma medida que é a soma das medidas
ou RT = AB + CD ⇒ m( RT ) = m( AB ) + m(CD) ;
25
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
PR=PQ-RQ , então
x 5
3 x ( x 5) 21
P R Q
3 x x 5 21
2 x 21 5
3x
x 13
seção 3
Ângulos
26
unidade 1
Geometria I
Região convexa – um conjunto de pontos E é convexo se, e somente se,
dois pontos quaisquer A e B e distintos pertencentes a E são extremidades de um
segmento AB contido em E, ou se E é unitário ou se E é vazio.
Exemplos:
a) uma reta r é um conjunto de pontos convexos:
27
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
a) α 1 ∩ α 2 = ∅
b) α 1 e α 2 são convexos
c) A ∈ α 1 e B ∈ α 2 ⇒ AB ∩ r ≠ ∅
Os pontos de α que não pertencem à reta r formam dois conjuntos tais que:
• cada um dos conjuntos é convexo;
• se A pertence a um deles e B pertence ao outro, então o segmento AB
intercepta a reta r.
28
unidade 1
Geometria I
São vários os exemplos onde os ângulos são utilizados em criações do homem,
baseados em exemplos da natureza:
Exterior do ângulo AOB ˆ é o conjunto dos pontos que não pertencem nem
ao ângulo AOBˆ e nem ao seu interior. O exterior de AOB
ˆ é a reunião de dois semi-
planos abertos: α 2 com origem na reta OA e que não contém o ponto B, e β 2 com
origem na reta OB e que não contém o ponto A. Exterior de AOB ˆ = α ∪β . O
2 2
exterior de um ângulo é uma região côncava. A reunião do ângulo com seu exterior
é um ângulo côncavo.
29
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
• Ângulos opostos pelo vértice (o.p.v.): dois ângulos são opostos pelo
vértice se os lados de um são as respectivas semi-retas opostas aos lados
do outro.
≡ COD
Obs: ângulos opostos pelo vértice são congruentes: AOB
30
unidade 1
Geometria I
Postulados de congruência: a congruência entre ângulos satisfaz aos seguintes
propriedades:
∧ ∧
a) reflexiva – todo ângulo é congruente a si mesmo: ab ≡ ab ;
∧ ∧ ∧ ∧
b) simétrica – se ab ≡ cd , então cd ≡ ab ;
∧ ∧ ∧ ∧ ∧ ∧
c) transitiva – se ab ≡ cd e cd ≡ ef então ab ≡ ef ;
Construir graficamente um ângulo A ' Oˆ ' B ' congruente a um ângulo dado AOB
ˆ .
• Então, construa um ângulo qualquer de vértice O.
31
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
• Trace a semi-reta O ' r .
• Trace a semi-reta O ' B ' . Assim, A ' Oˆ ' B ' ≡ AOB
ˆ .
32
unidade 1
Geometria I
Comparação de ângulos – Dados os ângulos AOB ˆ e CPD ˆ , pelo transporte
de ângulos pode-se obter no semi-plano com origem em O ' A ' e que contém B’, uma
semi-reta OD ' . São três as hipóteses:
33
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
• Trace uma semi-reta O ' r .
34
unidade 1
Geometria I
Bissetriz de um ângulo: uma semi-reta OC interna a um ângulo AOB ˆ é
ˆ ≡ COˆ B . A bissetriz de um ângulo é
bissetriz desse ângulo se, e somente se, AOC
uma semi-reta interna ao ângulo, com origem no vértice do ângulo e que o divide em
dois ângulos congruentes.
35
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
• ˆ , pois
Trace a semi-reta OC , que é a bissetriz do ângulo AOB
AOCˆ ≡ COˆ B
36
unidade 1
Geometria I
• Trace as bissetrizes dos ângulos, sendo os pontos C e D as interseções das
bissetrizes
• ˆ .
Trace a semi-reta CD , que é a bissetriz do ângulo AOB
37
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
• Ângulo suplementar adjacente: dado o ângulo AOB ˆ e a semi-reta OC ,
oposta à semi-reta OA . As semi-retas OC e OB determinam um ângulo
ˆ , chamado ângulo suplementar adjacente ou suplemento adjacente
BOC
ˆ .
de AOB
38
unidade 1
Geometria I
• Ângulos reto, agudo e obtuso
Ângulo reto é todo ângulo congruente a seu suplementar adjacente.
Ângulo agudo é um ângulo cuja medida é menor que um ângulo reto.
Ângulo obtuso é um ângulo cuja medida é maior que um ângulo reto.
Construção do ângulo reto: para construir um ângulo reto sobre uma semi-reta
dada, siga os seguintes passos:
• Trace uma semi-reta Or .
39
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
ˆ é reto.
Una O com E, e veja que o ângulo AOE
Medida de um ângulo
ˆ , indicada por m( AOB
A medida de um ângulo AOB ˆ ) , é um número real
positivo associado ao ângulo, de forma tal que:
• Ângulos congruentes têm medidas iguais e, reciprocamente,
ângulos que têm medidas iguais são congruentes. Assim,
ˆ ≡ CPD
AOB ˆ ) ≡ m(CPˆ D) ;
ˆ ⇔ m( AOB
40
unidade 1
Geometria I
• Se um ângulo é maior que outro, sua medida é maior que a desse outro:
ˆ > CPD
AOB ˆ ⇔ m( AOB ˆ ) > m(CPˆ D) ;
• A um ângulo soma está associada uma medida
que é a soma das medidas dos ângulos parcelas:
A ' Oˆ ' B ' = AOB
ˆ + COD
ˆ ⇔ m( A ' Oˆ ' B ') = m( AOB
ˆ ) + m(COˆ D) .
De acordo com Phillip Jones, não há nenhuma razão para isso a não ser
histórica. Tal fato remonta aos antigos babilônios (4000-3000a.C.) que, ocupados
com a Astronomia e suas conexões com as crenças religiosas, com seu calendário,
com as estações do ano e a época de plantio, desenvolveram um sistema numérico
de base sexagesimal, que utilizava a idéia de valor posicional para frações e para
números inteiros. Especula-se muito a respeito da opção pelos babilônios do uso
do 60. É possível que decorra da facilidade em dividir o círculo em seis partes
iguais utilizando a medida do raio. Ou ainda que sessenta seja o resultado da
divisão de 360 por 6, onde 360 é uma aproximação grosseira do número de dias
do ano. Assim, as justificativas para o surgimento do grau (unidade de medida de
ângulo) são apenas históricas, embora seja o mais popular e menos lógico sistema
de medida angular.
41
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
1'
ângulo de um minuto: 1" = . Um minuto tem 60 segundos: 1' = 60" .
60
42
unidade 1
Geometria I
c)141°45’ - 93°15’ 56” = ?
Veja que neste caso a operação a realizar é a seguinte: 141° 45’ 00” - 93° 15’
56”, o que não permite efetuar a subtração dos segundos. Emprestando um minuto
e transformando-o em 60 segundos, ficamos com o seguinte: 141° 44’ 60” - 93° 15’
56”, sendo possível então efetuar a operação indicada, cujo resultado é 48°29’4’’.
d) 73° 59’ 56” x 2 = 146° 118’ 112”.
Neste resultado, os minutos e segundos ultrapassam as 60 unidades, o que
permite converter 60” dos 112” em 1’, que adicionado aos 118’ leva ao resultado
146° 119’ 52”; em seguida convertendo 60’ dos 119’em 1°, que adicionado aos 146°
resulta finalmente em 147° 59’ 52”.
e) 87°58’ 52’’ ÷ 2 = 87°÷ 2 = 43° e sobra 1° = 60’
Adicionamos esses 60’(resto da divisão dos graus) aos 58’ e temos 60’+58’=
118’, que dividido por 2 = 59’e resta zero dos minutos. Aí é só dividir 52” por 2 e
teremos 26”. Portanto, a resposta é 43° 59’ 26”.
O grau não é a única unidade de medida utilizada para medir ângulos, embora
seja a mais popular. Todos os outros sistemas de medida utilizados, como afirma
Phillip Jones, foram deliberadamente planejados como o grado e o radiano, divididos
decimalmente ou centesimalmente.
Para transformar medida dada em graus para grados, e vice versa, é só utilizar regra de
três simples. Acompanhe o exemplo: qual é o equivalente em grados de 45 graus?
90 graus correspondem a 100 grados
45 graus correspondem a X grados; portanto 90 X = 100 x 45 → X = 4500 ÷ 90 = 50
grados.
43
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Lembre-se
que uma volta
completa na
circunferência
compreende um
ângulo de 2π rad.
Para converter a medida de um ângulo de uma unidade para outra basta aplicar
uma regra de três simples
Você consegue calcular a quantos grados corresponde um ângulo que mede 3π/2
radianos?
44
unidade 1
Geometria I
• Ângulos explementares - dois ângulos são explementares se, e somente
se, a diferença de suas medidas é 180o. Um deles é o explemento do
outro.
Linguagem simbólica da
Linguagem corrente
matemática
um ângulo x
x
a metade de um ângulo mais 100 + 10°
2
45
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
46
unidade 1
Geometria I
A medida do ângulo é dada pela leitura do valor observado na graduação do
transferidor onde coincide o outro lado do ângulo.
47
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
48
unidade 1
Geometria I
O problema da trissecção de um ângulo, isto é, da divisão de um ângulo
qualquer em três ângulos congruentes, é um problema clássico de solução impossível
apenas com régua e compasso, a não ser por processos aproximados. Você poderá
trissecionar um ângulo utilizando o seguinte processo:
4) Divisão de um ângulo qualquer em três ângulos aproximadamente
congruentes
• Trace um ângulo qualquer de vértice O.
• Centro em O e raio qualquer, descreva uma circunferência que corte os
dois lados do ângulo em A e B.
• Prolongue os lados AO e OB até a circunferência, para obter os pontos C
e D.
• ˆ que corta a circunferência no ponto F.
Trace a bissetriz do ângulo AOB
• Marque na bissetriz a medida OF igual ao raio, encontrando o ponto G.
• Ligue o ponto G a C e a D, encontrando os pontos H e I na
circunferência.
• ˆ em três ângulos
Trace OH e OI que dividem o ângulo qualquer AOB
ˆ e IOB
ˆ , HOI
aproximadamente congruentes: AOH ˆ .
Para fixar os conceitos tratados aqui, você pode visitar o seguinte endereço:
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/geometria/geo-ang.htm, no qual
é possível acompanhar alguns exercícios resolvidos. São excelentes exemplos!!!!
49
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
seção 4
Paralelismo e perpendicularidade
Um pouco de história
Segundo Barbosa (2004), Euclides fundamentou a sua geometria em dez
axiomas separados em dois grupos: cinco foram classificados como “noções comuns”
ou axiomas e os outros cinco como postulados. A distinção entre eles não é de todo
clara. Mas Fetissov (1994) afirma que a maioria dos filósofos e matemáticos gregos
distinguia axioma de postulado da seguinte maneira: axioma é uma verdade evidente
por si mesma e comum a todos os campos de estudo; postulado é uma verdade
evidente por si mesma, mas específica de algum campo particular de estudo. Muito
provavelmente Euclides adotou esse pensamento para fundamentar a sua obra “Os
Elementos”. A seguir são apresentados todos eles, para seu conhecimento:
A1. Coisas iguais a uma mesma coisa são iguais entre si.
A2. Adicionando iguais a iguais, obtêm-se resultados iguais.
A3. Subtraindo iguais de iguais, obtêm-se resultados iguais.
A4. Coisas que se podem superpor uma à outra são iguais entre si.
A5. O todo é maior que a parte.
P1. De qualquer ponto pode-se conduzir uma reta a qualquer ponto dado.
P2. Toda reta limitada pode ser prolongada indefinidamente em linha reta.
P3. Com qualquer centro e qualquer raio pode-se descrever um círculo.
P4. Todos os ângulos retos são iguais.
P5. Se uma reta, cortando duas outras, forma ângulos interiores de um
mesmo lado menores que dois ângulos retos, então as duas retas, se prolongadas
indefinidamente, encontrar-se-ão na parte em que os ângulos são menores que dois
retos.
50
unidade 1
Geometria I
Como sabemos, a obra de Euclides se manteve em evidência por muitos
séculos e não escapou ao crivo de inúmeras e profundas análises críticas ao longo
do tempo. Sendo uma obra pioneira, essas análises iriam revelar uma série de falhas
lógicas, levando inúmeros estudiosos a se debruçarem sobre ela, tentando provar sua
inconsistência. O alvo preferido sempre foi o quinto postulado, também conhecido
como postulado das paralelas. Grandes discussões foram estabelecidas em torno
desse postulado, pois sua formulação é bem mais complexa que a dos demais e
seu entendimento não é de pronto que se estabelece, levando muitos matemáticos a
crer que se trata de um teorema demonstrável a partir dos quatro primeiros. Muito
empenho foi feito ao longo dos séculos para isso, mas o resultado obtido foi a
descoberta das geometrias não euclidianas.
A geometria estruturada por Euclides, que considera o ponto como “aquilo
que não tem partes” e a reta como “um comprimento sem largura”, apresenta
definições muito vagas. Mas, como para os gregos a geometria consistia num
estudo sistematizado do espaço material idealizado, as definições de ponto e reta
para Euclides exprimiam visões idealizadas de coisas materiais como um grão
de areia minúsculo e um fio esticado, caracterizando a axiomática usada por ele
como material. A retirada desse conteúdo intuitivo do discurso axiomático adotado
a partir da primeira metade do século XIX, com a descoberta das geometrias não
euclidianas, cria uma modalidade de discurso dito axiomático formal. Em tal linha,
a primeira sistematização formal da Geometria surgiu somente em 1899, na obra
magistral de David Hilbert (1862-1943): Fundamentos da Geometria. Nessa obra,
o autor apresenta formalmente um sistema geométrico euclidiano excessivamente
aprimorado. Hilbert partiu dos conceitos primitivos - ponto, reta e plano - e para
interligar esses elementos e alguns conceitos básicos estabeleceu as relações estar
em, entre e congruente. Também ampliou o conjunto de axiomas para 15, divididos
em cinco grupos: incidência, ordem, congruência, paralelismo e continuidade, como
se pode visualizar no esquema a seguir, preenchendo aceitavelmente todas as falhas
que porventura Euclides houvesse deixado.
51
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Para que você tenha uma idéia geral sobre a estrutura que Hilbert imprimiu
à axiomática euclidiana, consulte o Capítulo 4 - Apêndice da obra de Ledergerber-
Ruoff, Isometrias e Ornamentos no plano euclidiano.
Dessa forma, encerra-se a polêmica em torno da inconsistência da geometria
euclidiana, aceitando-se a existência de outras geometrias distintas dela, que se
apóiam num outro conjunto de axiomas fixados, que são consistentes e suficientes,
garantindo a sua existência mesmo que não exprimam visões idealizadas de objetos
materiais.
Mas como o objeto do seu estudo é a geometria euclidiana, vamos prosseguir
colocando alguns conceitos básicos sobre posições de retas no plano até chegar à
questão do paralelismo e perpendicularidade entre retas.
52
unidade 1
Geometria I
Retas paralelas: duas retas são paralelas se, e somente se, são coincidentes ou
são coplanares e não têm ponto comum.
Reta transversal a duas retas dadas: se r e s são duas retas distintas, paralelas
ou não, e t uma reta concorrente com r e s, então t é chamada transversal a r e s.
Caso haja congruência de dois ângulos alternos externos de um dos pares, por
exemplo, a ≡ c ' , isto implica:
• congruência de todos os pares de ângulos alternos:
c ≡ a ', d ≡ b 'e b ≡ d ', a ≡ c′ ;
• congruência de todos os pares de ângulos correspondentes:
a ≡ a′, b ≡ b′, c ≡ c′, d ≡ d ′ ;
• suplementaridade de todos os pares de ângulos colaterais:
c + b ' = d + a ' = a + d ' = b + c ' = 180° .
53
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
E é com base nestes ângulos especiais, formados por retas cortadas por transversal,
que se pode provar a existência da paralela.
Construção da paralela: para construir uma reta r paralela a uma reta s dada,
que passe por um ponto P fora de s, basta seguir as etapas seguintes:
• Trace a reta s e marque o ponto P fora dela.
• Centro em P, trace um arco de raio suficientemente grande que encontre
s no ponto A.
54
unidade 1
Geometria I
Eratóstenes foi o primeiro matemático da Antiguidade que encontrou a medida
da circunferência da Terra com valor mais próximo do atual. Em Matemática ele
é mais lembrado pelo chamado crivo de Eratóstenes, usado para encontrar todos
os números naturais primos menores que um certo número. Mas o maior destaque
entre as suas obras é o manuscrito Geografia, primeiro livro em que se tenta dar
a essa ciência uma base matemática. Você pode saber com detalhes o processo
utilizado por ele para medir a circunferência da Terra no endereço:
http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/ef2/matematica/erato/ , no qual se evidencia
a aplicação dos conhecimentos sobre retas paralelas.
Propriedades
• Dois ângulos com lados paralelos e de mesmo sentido são congruentes.
OA / / O ' A ' e OB / / O ' B ' ⇒ AOˆ B ≡ A ' Oˆ ' B '
De fato, aˆ ≡ bˆ (ângulos correspondentes) e bˆ ≡ aˆ ' (ângulos
correspondentes) ⇒ aˆ ≡ aˆ ' (propriedade transitiva da igualdade),
portanto,
ˆ ≡ A ' Oˆ ' B ' .
AOB
B
a b
O
A
B’
a’
O’
A’
a’
A’ O’ b
B
55
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
• Dois ângulos, que têm dois lados paralelos e de mesmo sentido e os dois
outros lados paralelos e de sentidos opostos, são suplementares.
B B’
a’
a b
O A A’ O’
OB / / O ' B ' ˆ , A ' Oˆ ' B ' são suplementares.
⇒ AOB
OA / / O ' A '
De fato:
aˆ ≡ bˆ (ângulos de lados paralelos de mesmo sentido)
bˆ + aˆ ' = 180° (ângulos adjacentes e suplementares)
aˆ + aˆ ' = 180° , substituindo b̂ por â , portanto, ˆ e A ' Oˆ ' B '
AOB são
suplementares.
Postulado das paralelas de Euclides: por um ponto passa uma única reta
paralela a uma reta dada.
Este postulado, como você já teve a oportunidade de conhecer no, destaca-se
na lista entre os demais por apresentar um enunciado mais longo e um significado
não tão evidente quanto os outros postulados.
Especula-se que até Euclides relutou em utilizá-lo como postulado, na
esperança de demonstrá-lo a partir dos outros quatro primeiros postulados.
56
unidade 1
Geometria I
Muitos matemáticos ao longo dos séculos tentaram demonstrar o quinto
postulado de Euclides, mas não obtiveram êxito. Foi somente no século XIX que
Janos Bolyai (1802-1860) e Nikolai Lobachevsky (1793-1856), independentemente,
na tentativa de demonstrar o quinto postulado por redução ao absurdo, verificaram
que ao negá-lo se obtinha uma teoria consistente. Surgiu assim a possibilidade de
outra geometria, negando-se o quinto postulado de Euclides. Mais tarde, outras
geometrias surgiram. Somente com Beltrami (1868) provou-se que, se a geometria
euclidiana é consistente, então a geometria hiperbólica também o é, constatando-
se assim que era impossível demonstrar o quinto postulado já que não havia
contradição lógica quando se consideravam os quatro primeiros postulados e um
quinto que contraria o quinto postulado de Euclides..
t
t
x
P P
b r b r
b’
a a
s s
57
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Uma condição necessária e suficiente para que duas retas distintas sejam
paralelas é formarem, com uma transversal, ângulos alternos ou correspondentes
congruentes.
a)
b)
Perpendicularismo
• Retas perpendiculares – duas retas são perpendiculares se, e somente
se, são concorrentes e formam ângulos adjacentes suplementares
congruentes.
∧ ∧
r ⊥ s ⇔ r ∩ s = {P } e r1 Ps1 ≡ s1 Pr2 , onde
r1 e r2 são semi-retas opostas de r com origem
em P, e s1 e s 2 são semi-retas opostas de s com
origem em P.
∧
Um ângulo r1 Ps1 é reto se a semi-reta r1 é
perpendicular à semi-reta s1 .
58
unidade 1
Geometria I
Construção da perpendicular: agora, você irá construir uma reta perpendicular
por um ponto P não contido em uma reta r dada. Siga os passos para a construção:
● Trace uma reta r e marque um ponto P acima de r.
● Com centro em P e abertura qualquer do compasso, trace um arco de
circunferência que corta r em dois pontos A e B.
● Com centro em A e mesma abertura do compasso, trace um arco abaixo de
r e centro em B, corte o arco anterior obtendo o ponto Q.
● Ligue o ponto P ao ponto Q e a reta que passa pelos dois pontos é a
perpendicular pedida.
A B r
59
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Demonstração:
perpendiculares a r, teríamos:
∧
x ⊥ r em P ⇒ r1 Px1 é congruente ao ângulo reto;
∧
y ⊥ r em P ⇒ r1 Py1 é congruente ao ângulo reto.
Se Px1 é distinta de Py1 o resultado acima contradiz o postulado do transporte
60
unidade 1
Geometria I
Construção da mediatriz de um segmento: para construir a mediatriz de um
segmento dado, basta seguir as etapas seguintes:
• Trace um segmento de reta AB .
61
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Geometria de Incidência
62
unidade 1
Geometria I
2. Dê a recíproca de cada afirmação e indique seu valor lógico (verdadeira ou
falsa):
3. Baseado nos axiomas vistos até aqui, argumente para justificar as seguintes
proposições:
5. Se o segmento FG = 28cm
cm, calule x:
6. Determine PQ se FG = 28
28cm
cm
63
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
10. Complete o quadro abaixo, convertendo cada medida de ângulo dado, nas
outras duas unidades:
2π
3
1000
3
3π
4
c) 28º 17’46” ⋅ 3 =
d) 19º 45’19” ÷ 3 =
12. A soma de dois ângulos adjacentes é 120°. Calcule a medida de cada ângulo,
sabendo que a medida de um deles é o triplo da medida do outro menos 40°.
64
unidade 1
Geometria I
13. As bissetrizes de dois ângulos consecutivos formam um ângulo de 80°.
Calcule esses dois ângulos, sabendo que a medida de um deles é igual a 3/5 da
medida do outro.
14. Dois ângulos estão na relação 4/9. Sendo 130° a sua soma, determine o
complemento do menor.
a) b)
30
a 45
c) d)
a
a
152 147
65
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
x 3a 10 x
a 115
55 b b 2a
y y
c) d)
7a 9
x x
120
a a y y
3 8a 9
1.
a) V
b) F
c) F
d) V
e) V
f) V
g) F
2.
a) O paralelogramo com um ângulo reto é um quadrado. (F)
b) Um polígono regular é um polígono eqüilátero. (V)
c) Dois ângulos suplementares são retos. (F)
d) Uma pessoa cidadã brasileira é nascida no Brasil. (F)
e) Uma pessoa de talento é um escultor. (F)
f) Um polígono é um triângulo. (F)
g) Uma figura bidimensional é um polígono. (F)
66
unidade 1
Geometria I
3.
a) Pode-se justificar esta afirmativa com o axioma: “por dois pontos distintos
passa uma única reta”.
b) Se ambos os pontos distintos P e Q pertencem às retas r e s, elas só podem
ser coincidentes, pois dois pontos distintos definem uma única reta.
c) Se elas se interceptarem em dois pontos não serão retas distintas e sim
coincidentes.
4.
a) F
b) F
c) V
d) F
e) V
f) F
5. x=9
6. PQ = 29 cm
7. x = 12 e FQ = 24
8. PM + MQ = PQ
9. Há duas possibilidades:
• se Q está entre P e R, a solução é PQ = 24cm
cm e QR = 88cm
cm
• se R está entre P e Q, a solução é PQ = 48cm
cm e QR = 16
16cm
cm
67
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
10.
2π
120º 400/3 3
1000 25p
π
300º 3 3
3π
135º 150º 4
11.
a) 66º 73’63”= 67º 14’3”
b) 36º 22’77”- 12º 45’23” = 35º 82’77”- 12º 45’23” = 23º 37’54”
d) 6º 35’ 6,33”
x y
16. Se x + y = 180º , então + =?
2 2
É só dividir a primeira igualdade por 2 e teremos o valor de 90º.
18.
a) a = 125º e b = 65º
b) a = 20º e b = 50º
c) a = 45º
d) a = 12º
68
unidade 1
Geometria I
69
unidade 1
70
Universidade Aberta do Brasil
unidade 1
Geometria I
UNIDADE II
Triângulos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Classificar triângulos.
■■ Diferenciar os pontos notáveis em triângulos e suas propriedades.
■■ Reconhecer triângulos congruentes e aplicar os casos de
congruência.
■■ Reconhecer triângulos semelhantes e aplicar os casos de
semelhança.
■■ Sintetizar as relações métricas em triângulos retângulos.
■■ Aplicar as relações métricas em triângulos quaisquer.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Caracterização dos triângulos
71
unidade 2
1
Universidade Aberta do Brasil
Retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Epcot
72
unidade 2
Geometria I
são distintamente marcados como parte do “Mundo do Futuro”. São eles:
73
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
seção 1
Caracterização de triângulos
Elementos
Os pontos A, B e C são os vértices do ∆ ABC.
Os segmentos AB , de medida c; AC , de medida b; e BC , de medida a, são
os lados do triângulo.
Os ângulos BAC ˆ ou  , ABC ˆ ou Ĉ são os ângulos internos do
ˆ ou B̂ e ACB
triângulo.
Os lados AB , AC e BC e os ângulos Ĉ , B̂ e  são respectivamente
opostos.
Interior e exterior
O interior de um triângulo é uma região convexa. Os pontos do interior do
triângulo são os pontos internos ao triângulo.
O exterior de um triângulo é uma região côncava. Os pontos do exterior do
triângulo ABC são pontos externos ao ∆ ABC. A reunião do triângulo com seu interior
é uma superfície triangular ou superfície do triângulo.
Classificação
Os triângulos podem ser classificados quanto aos lados e quanto aos ângulos.
Considerando a medida dos seus lados, podem ser:
a) eqüilátero – quando têm os três lados congruentes;
b) isósceles – quando têm no mínimo dois lados congruentes, o terceiro lado
é chamado base;
c) escaleno – quando não têm lados congruentes.
74
unidade 2
Geometria I
1) Construção do triângulo eqüilátero
Construir um triângulo eqüilátero sendo conhecida a medida l de seu lado.
• Trace uma semi-reta AX .
• Transporte a medida l do lado sobre ela, a partir de A, obtendo o ponto B.
• Com centro em B e mesmo raio l trace outro arco para obter o ponto C.
O triângulo ABC é eqüilátero de medida l, isto é: AB ≡ BC ≡ AC .
75
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
76
unidade 2
Geometria I
1) Construção do triângulo retângulo.
Construir um triângulo retângulo em  dados os catetos b e c.
• Trace uma semi-reta AX .
• Transporte a medida de c sobre ela, obtendo o ponto B.
• Trace o ângulo reto na extremidade A.
• Transporte a medida de b sobre esta perpendicular, obtendo o ponto C.
• Ligue B e C e o triângulo ABC é retângulo.
77
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
seção 2
Congruência e pontos notáveis em triângulos
78
unidade 2
Geometria I
Construa um triângulo ABC:
• Utilize o postulado do transporte de segmento.
• Construa outro triângulo A’B’C’ congruente ao triângulo ABC.
Casos de congruência
Para verificar a congruência entre dois triângulos pela definição, seria preciso
verificar a igualdade entre as medidas dos seis elementos, isto é, se são iguais as
medidas entre os três lados e entre os três ângulos correspondentes. Mas nem sempre
é possível tal verificação, pois existem condições mínimas para que dois triângulos
sejam congruentes, que são os chamados casos ou critérios de congruência. Nesses
casos é estabelecido um número mínimo de elementos que, se verificados e constatados
que são congruentes, não há necessidade de verificar os demais. Normalmente são
apenas três elementos do par de triângulos necessários para determinar se ambos
os triângulos são congruentes. Mas não pense que são três elementos quaisquer
para se verificar e afirmar que os triângulos são congruentes. Fique atento aos casos
apresentados a seguir, pois em cada um deles são ditos quais os elementos que se
deve verificar para afirmar com segurança se a congruência entre eles existe.
Acompanhe com atenção cada caso e faça um resumo dos casos que estudar.
79
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
80
unidade 2
Geometria I
Pode-se afirmar que os triângulos I e III são congruentes, pois ambos possuem
os lados 9 e 12 e o ângulo compreendido por eles, de medida 55º .
B C D
81
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
A
R
B C Z
Hipotése Tese
(∆ABC onde ê externo adjacente a Cˆ ) ⇒ (eˆ > Aˆ e eˆ > Bˆ )
Hipótese Tese
∆ABC onde Bˆ ≡ Bˆ '; BC ≡ B ' C '; Cˆ ≡ Cˆ ' ⇒ ∆ABC ≡ ∆A′B′C ′
Vamos provar que AB ≡ A ' B ' , assim recai no primeiro caso LAL.
82
unidade 2
Geometria I
Utilizando o transporte de segmentos marcamos na semi-reta B ' A ' um ponto
Z, de forma que B ' Z ≡ BA :
BC ≡ B ' C '
LAL ^ ^
Cˆ ≡ Cˆ ' ⇒ ∆ABC ≡ ∆ZB ' C ' ⇒ B C A ≡ B ' C ' Z
BA ≡ B´Z
83
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Verifique que, nos triângulos abaixo, embora todos tenham ângulos de medida
85° e 30° e um lado medindo 7 unidades, somente I e III são congruentes. Isto porque
o lado congruente (7) deve ser comum aos dois ângulos congruentes, caso contrário
não se encaixa no caso ALA.
Hipótese Tese
AB ≡ A ' B '; BC ≡ B ' C '; AC ≡ A ' C ' ⇒ ∆ABC ≡ ∆A ' B ' C '
A’ D B’
84
unidade 2
Geometria I
ZAˆ ' B ' ≡ CAB
ˆ e A ' Z ≡ AC sendo que Z está no semi-plano oposto ao
de C’ em relação à reta A ' B ' . Assim, como A ' Z ≡ AC e AC ≡ A ' C ' temos
A' Z ≡ A'C '
Sendo o ponto D a intersecção de C ' Z com reta A ' B ' .
AB ≡ A ' B '
LAL
ZAˆ ' B ' ≡ CÂB ⇒ ∆ABC ≡ ∆A ' B ' Z ⇒ ZB ' ≡ CB ⇒ ZB ' ≡ C ' B '
A ' Z ≡ AC
A ' Z ≡ A ' C ' ⇒ ∆A ' C ' Z é isósceles de base C ' Z ⇒ A ' Cˆ ' Z ≡ A ' ZˆC '
ZB ' ≡ C ' B ' ⇒ ∆B ' C ' Z é isósceles de base C ' Z ⇒ B ' Cˆ ' Z ≡ B ' ZˆC '
85
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
BC ≡ B ' C '
Hipótese: Bˆ ≡ Bˆ ' ⇒ Tese: ∆ABC ≡ ∆A ' B ' C '
ˆ ˆ
A ≡ A '
Demonstração
Há três possibilidades para AB e A ' B ' :
1a) AB ≡ A ' B ' 2a) AB < A ' B ' 3ª) AB > A ' B '
Teorema 1: em todo triângulo, qualquer ângulo externo é igual à soma dos dois
ângulos internos não adjacentes a ele.
86
unidade 2
Geometria I
Demonstração:
A
E
x
y
B C D
Por C traçamos a reta CE paralela a AB , determinando os ângulos x̂ e ŷ .
Assim: CE / / AB ⇒ xˆ ≡ Aˆ (ângulos alternos)
CE / / AB ⇒ yˆ ≡ Bˆ (ângulos correspondentes)
Somando as duas relações, temos:
xˆ + yˆ = Aˆ + Bˆ ⇒ ACD
ˆ = Aˆ + Bˆ
B C
aˆ + bˆ + cˆ = 180°
Bˆ ≡ bˆ (ângulos alternos internos; r // BC e AB é transversal)
Cˆ ≡ cˆ (ângulos alternos internos; r // BC e AC é transversal)
Como Aˆ ≡ aˆ , temos: Aˆ + Bˆ + Cˆ = 180°
87
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
x 15 x 15
B C
Resolução: sabendo que os ângulos da base medem x+15º e que a soma dos
ângulos internos de um triângulo é 180º, temos:
( x + 15º ) + ( x + 15º ) + x = 180º
3 x + 30 = 180
x = 50º .
C A C’ A’ X
Hipótese Tese
Aˆ ≡ Aˆ ' (retos), AB ≡ A ' B ', BC ≡ B ' C ' ⇒ ∆ABC ≡ ∆A ' B ' C '
LAL
AB ≡ A ' B ', Aˆ ≡ Aˆ ', AC ≡ A ' X ⇒ ∆ABC ≡ ∆A ' B ' C ' ⇒ BC ≡ B ' X e Cˆ ≡ Xˆ
Como BC ≡ B ' C ' e BC ≡ B ' X , então B ' C ' ≡ B ' X ⇒ ∆B ' C ' X é isósceles.
88
unidade 2
Geometria I
Como ∆B ' C ' X é um triângulo isósceles de base C ' X temos Cˆ ' ≡ Xˆ .
Sendo Cˆ ' ≡ Xˆ e Cˆ ≡ Xˆ ⇒ Cˆ ≡ Cˆ '
Considerando agora os triângulos ABC e A ' B ' C ' , temos:
LAA 0
BC ≡ B ' C ', Cˆ ≡ Cˆ ', Aˆ ≡ Aˆ ' ⇒ ∆ABC ≡ ∆A ' B ' C '
Desigualdades geométricas
Teorema 1: se dois lados de um triângulo não são congruentes, então os
ângulos opostos a esses lados não são congruentes, e o ângulo maior é oposto ao
89
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
maior lado.
Teorema 2: se dois ângulos de um triângulo não são congruentes, então
os lados opostos a eles não são congruentes, e o lado maior é o oposto ao ângulo
maior.
* Em todo triângulo retângulo cada cateto é menor que a hipotenusa.
Desigualdade triangular: em todo triângulo a medida de cada lado é menor
que a soma das medidas dos outros dois.
Demonstração: consideremos ABC um triângulo qualquer para mostrar que
BC < AB + AC .
Seja D um ponto da semi-reta oposta à semi-reta AC tal que AD ≡ AB .
DC = DA + AC ou DC = AB + AC .
ˆ ≡ ABˆ D , e como A está entre C e
O ∆ADB é então isósceles com base BD , e ADB
D, temos:
ˆ ≡ DBˆ A < DBC
BDC ˆ e no ∆DBC pelo teorema 1 temos BC < DC
Como DC = AB + AC , temos BC < AB + AC , e a afirmação se verifica.
a <b+c
Isto é: b < a +c ⇔ b−c < a ⇔ b−c < a < b+c
c < a +b ⇔ c−b < a ⇔ b−c < a
90
unidade 2
Geometria I
menor que a soma dos outros dois. Então 17 < 9 + 4? Certamente esta afirmativa é
equivocada. Assim, concluímos que é impossível construir um triângulo com tais
medidas para os lados.
Todo triângulo possui três medianas que se encontram num mesmo ponto G,
denominado baricentro ou centro de gravidade do triângulo.
Você pode fazer uma experiência num triângulo qualquer de papelão. Trace as
três medianas, obtendo o ponto de interseção ou baricentro. Em seguida, utilizando
este ponto de interseção, tente apoiá-lo na ponta de um lápis. Você percebe que ele
ficará em equilíbrio, o que não acontece ao tentar utilizando qualquer outro ponto
do triângulo. Por isso, baricentro é também conhecido como ponto de equilíbrio do
triângulo.
91
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
92
unidade 2
Geometria I
Altura de um triângulo – Se de um vértice do triângulo, traçarmos
uma perpendicular ao lado oposto ou ao seu prolongamento, o segmento dessa
perpendicular, cujas extremidades são o vértice e a interseção da reta que contém o
lado oposto ou o seu prolongamento com a perpendicular, é a altura relativa a esse
lado.
AH 1 = perpendicular à reta BC ⇒ AH 1 = altura relativa ao lado BC .
Todo triângulo possui três alturas que se encontram num ponto H chamado
ortocentro.
93
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Todo triângulo tem três bissetrizes que se encontram num ponto chamado
incentro. Este ponto fica eqüidistante (a igual distância) de todos os lados do
triângulo. É o centro da circunferência inscrita no triângulo.
94
unidade 2
Geometria I
Trace o triângulo ABC de lados AB = 5 u.m. , BC = 6 u.m. e AC = 5 u.m. e
determine o seu incentro.
• Trace com a régua os três segmentos. Agora, trace um segmento na
horizontal e transporte o segmento AB de 5 u.m. sobre este segmento.
• Com centro em A e abertura do compasso igual ao do segmento AC , trace
um arco; com centro em B e abertura do compasso igual ao segmento BC ,
trace outro arco que intercepta o primeiro no ponto C do triângulo.
• Em seguida, trace a bissetriz do ângulo A para obter o ponto B1 ,a bissetriz
do ângulo B para obter o ponto B 2 e a bissetriz do ângulo C para obter o
ponto B3 .
• Ligue o vértice A a B1 , o vértice B a B 2 e o vértice C a B3 .
O ponto de interseção I das três bissetrizes é o incentro do triângulo ABC.
Construa o triângulo ABC de lados AB= 6 u.m., BC= 7 u.m. e AC= 7 u.m. e
trace duas das mediatrizes referentes a dois lados do triângulo. A seguir, construa
uma circunferência com centro no ponto de interseção das duas mediatrizes e que
passe por um dos vértices do triângulo. O que você observa?
95
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
TEOREMA DE TALES
Tales ( 640-564 a.C.) iniciou sua vida como mercador.
Tornando-se rico o bastante para dedicar a parte final de sua
vida ao estudo e algumas viagens. Considerado um dos sete
sábios da Antiguidade, foi também introdutor da Geometria na
Grécia.
Viveu algum tempo no Egito despertando admiração por
calcular a altura de uma pirâmide por meio da sombra.
96
unidade 2
Geometria I
A e A’, B e B’, C e C’, D e D’ são pontos correspondentes; AB e A ' B ', CD e C ' D '
são segmentos correspondentes.
TEOREMA DE TALES
Se duas retas são transversais de um feixe de retas paralelas, então a razão
entre dois segmentos quaisquer de uma delas é igual à razão entre os respectivos
segmentos correspondentes da outra.
Hipótese Tese
AB e CD segmentos de uma transversal, AB A ' B '
⇒ =
e A ' B ' e C ' D ' são os correspondentes da outra CD C ' D '
Demonstração
AB = px ÷ AB p
⇒ = (1)
CD = qx CD q
97
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
x 18
s
7 10
x
8
10 x 18 7
7 t x 12, 6
10
98
unidade 2
Geometria I
Dados os segmentos de medida a e de medida b, podemos construir o segmento
produto a.b. Então, o procedimento é o seguinte:
• Trace um segmento na horizontal e outro segmento de modo que forme
um ângulo de medida arbitrária.
• Transporte o segmento unidade determinando o ponto A; a partir de A
transporte o segmento a, obtendo o ponto B.
• Agora transporte o segmento b sobre o outro segmento, obtendo o ponto
C.
• Trace pelo ponto B, o segmento paralelo a AC , obtendo o ponto D. O
segmento CD = x é a solução, porque pelo Teorema de Tales temos
1 a
= ⇒ x = a.b .
b x
1 a b
1 A a B
99
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Tomando por base a construção feita anteriormente, você seria capaz de elaborar
uma construção para obter o segmento quociente de dois segmentos dados?
x y
interna DB = x e DC = y ⇒ =
c b
100
unidade 2
Geometria I
Demonstração
E E
b b
A A
1 2
c b c b
4
x y
B D C B D C
x c x y
= ⇒ = .
y b c b
C A 101
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Demonstração
F
A A
c 2 c
b 1 b
E 3 b E b
4
B C D B C D
y
x
102
unidade 2
Geometria I
Se 3ˆ ≡ 4ˆ ⇒ ∆ACE é isósceles de base CE ⇒ AE ≡ AC ⇒ AE = b .
Considerando BC e BE como transversais do feixe de retas paralelas
e aplicando o teorema de Tales, vem:
x c x y
= , ou seja, = .
y b c b
Resolução:
A
B S x C y P
103
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
seção 3
Casos de semelhança de triângulos
Definição: dois triângulos são semelhantes se, e somente se, possuem os três
ângulos correspondentes congruentes e os lados correspondentes proporcionais. Os
lados de dois triângulos são proporcionais quando a razão entre quaisquer dois lados
correspondentes é igual a uma mesma constante k. Os triângulos semelhantes têm a
mesma forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho.
AB BC CA
m( Aˆ ) = m( Dˆ ), m( Bˆ ) = m( Eˆ ), m(Cˆ ) = m( Fˆ ) e = = =k
DE EF FD
104
unidade 2
Geometria I
Os triângulos ABC e DEF são semelhantes. Os lados do triângulo DEF
têm medidas DE= 3 cm, DF= 4 cm e EF= 5 cm, e o lado AB do triângulo ABC
tem medida de 6 cm. Vamos obter a razão de semelhança dos triângulos e os outros
dois lados de ABC.
D
b a
3 4
E 5 F
A 6 B
AB BC AC 6 a b
∆ABC ∼ ∆DEF ⇒ = = ⇒ = =
DE EF DF 3 4 5
A razão de semelhança é 2:
a b
= = 2 ; a= 8 e b= 10. Os outros dois lados são BC=a=8 cm e AC=b=10 cm.
4 5
Hipótese Tese
DE / / BC ⇒ ∆ADE ∼ ∆ABC
105
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
AE DE AD AE DE
= , logo, = =
AC BC AB AC BC
Hipótese Tese
∆ABC ; ∆DEF ; Aˆ ≡ Dˆ ; Bˆ ≡ Eˆ ⇒ ∆ABC ∼ ∆DEF
106
unidade 2
Geometria I
Demonstração:
Vamos supor que os triângulos não são congruentes e que AB > DE . Seja G
um ponto de AB tal que AG ≡ DE e considere o triângulo AGH com Gˆ ≡ Eˆ e H no
lado AC .
Temos Aˆ ≡ Dˆ , AG ≡ DE , Gˆ ≡ Eˆ e pelo caso de congruência ALA, os
triângulos AGH e DEF são congruentes, portanto AH ≡ DF e GH ≡ EF .
Se Bˆ ≡ Eˆ e Eˆ ≡ Gˆ ⇒ Bˆ ≡ Gˆ e GH / / BC , pode-se aplicar o teorema de
Tales onde:
AB AC BC
= = ⇒ ∆ABC ∼ ∆AGH ⇒ ∆ABC ∼ ∆DEF .
AG AH GH
Aˆ ≡ Dˆ
Pelo primeiro caso de semelhança DE ≡ AB pode-se garantir que os
ˆ ˆ
B ≡ E
triângulos são semelhantes e determinar a razão de semelhança k por meio dos lados
10 6 8
BC e EF , ou seja, = 2, logo, = 2 ⇒ a = 3 e = 2 ⇒ b = 4.
5 a b
Hipótese Tese
AB AC
= = k e Aˆ ≡ Dˆ ⇒ ∆ABC ∼ ∆DEF 107
DE DF unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
ˆ e DCE
Os ângulos ACB ˆ são opostos pelo vértice, então ACB
ˆ ≡ DCE
ˆ .
Pelo segundo caso de semelhança, se a razão de semelhança entre os lados AB e
DE é k, então a razão entre os lados BC e CD e entre AC e CE também é k.
5 7 1 6 1
Fazendo CD = x, temos: = k e = ⇒ x = 14 e = ⇒ y = 12
10 x 2 y 2
E F G
B C
Hipótese Tese
AB AC BC
= = =k ⇒ ∆ABC ∼ ∆DEF
DE DF EF
108
unidade 2
Geometria I
Demonstração:
Para provar a semelhança dos triângulos ABC e DEF devemos mostrar que
Aˆ ≡ Dˆ ; Bˆ ≡ Eˆ ; Cˆ ≡ Fˆ .
Seja o ∆GHI de tal forma construído que:
Aˆ ≡ Gˆ , DF ≡ GH e DE ≡ GI
Assim temos:
AB AC
= e como Aˆ ≡ Gˆ
GI GH
x 6
Logo, = ⇒ x = 12 cm e a razão é k = 3
4 2
.
Os triângulos ABC e EDC são semelhantes.
109
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
110
unidade 2
Geometria I
seção 4
Relações métricas no triângulo retângulo
Note que a altura AD divide o triângulo ABC em dois outros triângulos DBA
e DAC. Vamos provar que esses triângulos são semelhantes.
A A A
c b c b
h h
B a C B m D D n C
111
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
a c a b b c
= ⇒ c 2 = am, = ⇒ bc = ah, = ⇒ ch = bm
c m c h h m
∆ABC ∼ ∆DAC
a b a c b c
= ⇒ b 2 = an, = ⇒ bc = ah, = ⇒ bh = cn
b n b h n h
∆DBA ∼ ∆DAC
h m c m c h
= ⇒ h 2 = mn, = ⇒ ch = bm, = ⇒ bh = cn
n h b h b n
r x x s
= ou = ⇒ x 2 = rs ou ainda x = rs
x s r x
112
unidade 2
Geometria I
O produto das medidas dos catetos é igual ao produto da medida da hipotenusa
pela medida da altura a ela relativa.
bc = ah
Hipótese Tese
22 2 2
∆ABC , Â = 90º ⇒ ( BC AC )+2 +AB
BC) = (AC ( AB) 2
Demonstração
Para provar essa relação, basta somar membro a membro b 2 = an e c 2 = am
e sendo m+n=a, temos:
b 2 + c 2 = an + am
b 2 + c 2 = a ( m + n)
2 2 2
b 2 + c 2 = a 2 ou a 2 = b 2 + c 2 ou ainda, BC = AC + AB
113
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
114
unidade 2
Geometria I
seção 5
Relações métricas em triângulos quaisquer
RELAÇÕES MÉTRICAS
Hipótese Tese
ˆ
Se A < 90° e m = proj de b sobre c ⇒ a = b + c 2 − 2 ⋅ cm
2 2
115
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Hipótese Tese
Aˆ > 90 0 e m = proj de b sobre c ⇒ a 2 = b 2 + c 2 + 2 ⋅ cm
a 2 = b 2 + c 2 − 2cm a 2 = b 2 + c 2 + 2cm
triângulo acutângulo triângulo obtusângulo
116
unidade 2
Geometria I
25 2 = 12 2 + 17 2 + 2 ⋅ 12 ⋅ x
625 − 144 − 289
9 2 = 12 2 + 5 2 − 2.12.x =x
24
x=8
81 − 144 − 25 88
=x⇒ x=
−24 24
17 2 = y 2 + 8 2
11 y 2 = 289 − 64
x=
3 y = 15
C
C
a a
b
b 180 A
m c
m cm D A B
A D B cm
c
a 2 = b 2 + c 2 − 2bc.cos
A
117
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
a) b)
3 2 x
3 x 5
45
7 7
119
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
b) AB = 2 y + 8, AC = 3x + 8, CD = 32, ED = 36
120
unidade 2
Geometria I
6) Nas figuras a seguir, considere os lados com “marcas iguais” indicativo de medidas
iguais e aponte qual o caso que justifica a congruência entre eles:
7) Se dois lados de um triângulo medem 17 cm e 8 cm, qual será o maior valor inteiro
para a medida do terceiro lado?
121
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
122
unidade 2
Geometria I
14) Na figura, AD é bissetriz externa de do ângulo  , calcule x
17) Num triângulo, a hipotenusa mede 10 cm e a altura relativa a ela 4,8 cm. Calcule
a medida dos catetos.
y
x r
m n
a
19) Calcule os valores de x e y na figura, considerando o triângulo qualquer:
123
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
23) Determine o perímetro de um triângulo qualquer cujos lados são três números
consecutivos, e o ângulo formado pelos dois menores é 120º.
2)
a) O perímetro do triângulo isósceles de base BC é igual a 25.
b) O perímetro é igual a 27.
3) O perímetro do triângulo mede 12 cm.
a b c
4) MN = MP = NP =
2 2 2
a b c a+b+c
Logo, MN + MP + NP = + + ou MN + MP + NP =
2 2 2 2
124
unidade 2
Geometria I
5)
a) AC ≡ CD CB ≡ CE
x + 5 = 15 3 y − 2 = 2 y + 17
x = 10 y = 19
b) AC ≡ CD ED ≡ AB
2 y + 8 = 36 3 x + 8 = 32
y = 14 x=8
6)
a) LAA0 b) LAL
7) 24 cm.
8) x = 8 y = 16 z=6
9) x = 4 cm, y = 6 cm e z = 8 cm.
125
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
11)
+ 8 =20 cm. Pelo teorema de Tales, os perímetros estão entre si como dois lados
a b c a + b + c 40 a
correspondentes quaisquer:= = = = =2=k e = 2 ⇒ a = 10
5 7 8 5 + 7 + 8 20 5
b c
e = 2 ⇒ 14 e = 2 ⇒ c = 16 . As medidas do triângulo ABC são 10, 14 e 16
7 8
cm.
14) x=12
126
unidade 2
Geometria I
b1 = 6cm b2 = 8cm
17) As soluções são: ou
c1 = 8cm c 2 = 6cm
19) Resposta : x = 1 e y = 2 2
20) Acutângulo.
21) Obtusângulo.
23)15/2
127
unidade 2
128
Universidade Aberta do Brasil
unidade 2
Geometria I
UNIDADE III
Quadriláteros
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Diferenciar as classes de quadriláteros convexos.
convexos.
problema.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Quadriláteros notáveis
129
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
130
unidade 3
Geometria I
seção 1
Quadriláteros notáveis
131
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
Quadriláteros notáveis
ABCD é retângulo ⇔ Aˆ ≡ Bˆ ≡ Cˆ ≡ Dˆ .
132
unidade 3
Geometria I
• Trace uma paralela a AB passando pelo ponto C para determinar o vértice
D do retângulo.
• Ligando esses vértices entre si, temos o retângulo pedido.
ABCD é losango ⇔ AB ≡ BC ≡ CD ≡ AD
133
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
é retângulo ⇔ Aˆ ≡ Bˆ ≡ Cˆ ≡ Dˆ
O quadrado ABCD .
é losango ⇔ AB ≡ BC ≡ CD ≡ AD
134
unidade 3
Geometria I
Construir um quadrado conhecendo-se a sua diagonal AB .
• Trace uma reta e marque sobre esta o segmento dado AC .
• Com centro em A e raio AC descreva dois arcos, um acima e outro abaixo
do segmento AC .
• Com centro em C e mesmo raio, descreva outros dois arcos que fazem
interseção com os dois traçados anteriormente, que são E e F.
• Trace uma reta que passa por E e F.
• Determine a interseção M da reta EF com o segmento AC .
• Com centro em M e raio MC descreva arcos que interceptam a reta EF
nos pontos B e D.
• Una os pontos A, B, C e D e terá o quadrado.
ABCD é trapézio ⇔ AB / / CD
135
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
136
unidade 3
Geometria I
seção 2
propriedades dos Quadriláteros
Demonstração:
AD / / BC ⇒ Aˆ + Dˆ = 180°
ABCD é paralelogramo ⇒ Aˆ ≡ Cˆ
ˆ ˆ
AB / / CD ⇒ B + C = 180°
Analogamente para Bˆ ≡ Dˆ .
A B
Demonstração: Bˆ ≡ Dˆ
ˆ ≡ DCA
ABCD é paralelogramo AB / / CD ⇒ BAC ˆ
AC comum
ˆ ≡ DCA
Por ser AC lado comum dos triângulos BAC e DCA, então: BAC ˆ e
Bˆ ≡ Dˆ .
Pelo caso de congruência L.A.A0., temos que: ∆ABC ≡ ∆CDA ⇒ AB ≡ CD
e BC ≡ AD .
137
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
Demonstração:
Sendo ABCD um paralelogramo, então:
ˆ ≡ DCA
AB ≡ CD, AB / / CD ⇒ BAC ˆ , ABD
ˆ ≡ CDB
ˆ .
Resolução: a alternativa a é falsa, pois os lados congruentes podem ser dois lados
adjacentes e não garante o paralelismo dos seus lados. A alternativa b também é
falsa, pois também não garante o paralelismo dos seus lados, somente a congruência.
Portanto, a alternativa correta é a c.
138
unidade 3
Geometria I
As propriedades dos paralelogramos nos conduzem a duas conseqüências
importantes, que são enunciadas como teoremas:
BC
provar que MN / / BC e que MN = .
2
Conduzindo por C uma paralela ao lado AB e sendo D o ponto de interseção com a
reta MN , tem-se:
ˆ ≡ ACD
BAC ˆ ( alternos internos )
AN ≡ NC ( N é médio de BC ) pelo caso A.L.A ∆ANM ≡ ∆DNC
ANˆ M ≡ DNC
ˆ (o. p.v.)
Portanto,
CD ≡ AM e AM ≡ MB , portanto CD ≡ MB e pela propriedade dos paralelogramos
MBCD é paralelogramo
e sendo BC ≡ MD e MN ≡ ND
BC = MN + ND ,
assim BC = 2 MN
1
logo MN = BC
2
139
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
Considerando que AM ≡ DM , BN ≡ CN .
AB + CD
Vamos provar que MN / / AB / / CD e que MN = .
2
Demonstração:
Seja E o ponto de interseção das retas DN e AB .
ˆ ≡ ACB
CBE ˆ ( alternos internos )
AB CD ⇒ BN ≡ CN ( N é médio de BC ) pelo caso A.L.A
ˆ ≡ BNˆ E (o.p.v.)
DNC
EN ≡ DN
∆BEN ≡ ∆CDN
BE ≡ CD
No ∆ADE , M e N são pontos médios de AD e DE ,
140
unidade 3
Geometria I
AE AB + BE AB + CD
logo, MN / / AE ⇒ MN / / AB / / CD e MN = = ⇒ MN =
2 2 2
Resolução:
3 B+b 3 5
B= b ⇒ = Bm ⇒ b + b = 2.(20) ⇒ b = 40 ⇒ b = 16cm
2 2 2 2
3
B = b ⇒ B = 24cm R : as bases medem 16cm e 24cm
2
( x + 3) + (4 x − 3)
2x + 2 =
2
4x + 4 = 5x O valor encontrado para x é 4.
x= 4
141
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
Demonstração:
ABCD é paralelogramo ⇒ BC ≡ AD, Bˆ ≡ Aˆ , AB é lado comum.
Pelo caso L.A.L. de congruência de triângulos, ∆ABC ≡ ∆BAD ⇒ AC ≡ BD
Demonstração:
ABCD é paralelogramo ⇒ AC ∩ BD = {M }.
Pelo caso L.L.L. de congruência de triângulos, temos:
∆AMB ≡ ∆AMD ≡ ∆CMB ≡ ∆CMD e os ângulos de vértice M são congruentes
e suplementares, logo: AC ⊥ BD .
142
unidade 3
Geometria I
3) Todo quadrado tem diagonais congruentes e perpendiculares.
De fato:
AB CD, AD transversal ⇒ Aˆ + Dˆ = 180°(colaterais internos)
AB CD, BC transversal ⇒ Bˆ + Cˆ = 180°(colaterais internos)
Então: Aˆ + Dˆ = Bˆ + Cˆ = 180°
143
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
Aˆ ≡ Bˆ
Dica: considere os triângulos ADC e BDC e mostre que são congruentes (deve
citar o caso).
144
unidade 3
Geometria I
resumo
Se um quadrilátero convexo possui diagonais:
que se cortam ao meio, então é um paralelogramo;
que se cortam ao meio e são congruentes, então é um retângulo;
que se cortam ao meio e são perpendiculares, então é um losango;
que se cortam ao meio, são congruentes e perpendiculares, então é um
quadrado.
145
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
3x
2x
2 x 20
146
unidade 3
Geometria I
4) Determine a base e a altura de um retângulo, sabendo que o perímetro vale 138 m
e que a base excede em 1 m o triplo da altura.
3
5) A soma de dois ângulos opostos de um paralelogramo é igual a da soma dos
outros dois ângulos opostos. Determine-os. 2
7) A diagonal de um losango forma com um dos seus lados um ângulo igual a dois
terços de um reto. Determine os quatro ângulos do losango.
a) b)
57 y 2x 6
x
y
x
7 x 10
147
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
148
unidade 3
Licenciatura em Matemática
PALAVRAS FINAIS
149
PALAVRAS FINAIS
Licenciatura em Matemática
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, P. V. Curso de geometria. 2. ed. Lisboa: Gradiva, 1999. 189p.
151
REFERÊNCIAS
Sites:
http://www.professores.uff.br/hjbortol/index.html
http://www.stefanelli.eng.br/webpage/p_desen.html
Artigos:
SANT’ANNA, Anderson Souza. Profissionais mais competentes, politicas
e práticas de gestão mais avançadas?. RAE electron., Jun 2008, vol.7, n 1.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-
56482008000100002&lng=pt&nrm=iso
Licenciatura em Matemática
NOTAS SOBRE OS AUTORES
153
AUTOR
Paulo Sergio Schelesky
Graduado em Licenciatura em Matemática, pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Paraná, em 2005. Especialista em
Ensino da Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
em 2007. Tem experiência em projetos de extensão voltados a professores
da Educação Básica e a acadêmicos do curso de Licenciatura em
Matemática em temas como Transformações Geométricas e Geometria
Dinâmica. Atuou no Estágio de Atualização e Aprendizagem Didática na
disciplina de Instrumentação para o Ensino de Matemática II, em 2007,
na UEPG. Atualmente participa da equipe multidisciplinar de Ensino a
Distância da Universidade Estadual de Ponta Grossa.