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A representação do Brasil
nos quadrinhos nacionais:
o rural, o urbano e o pop

Roberto Elísio dos Santos


Doutor em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo (USP)
Docente da Escola de Comunicação e do Programa
de Pós-graduação em Comunicação da Universidade
Municipal de São Caetano do Sul (USCS)
E-mail: roberto.elisio@uscs.edu.br

Waldomiro Vergueiro
Resumo: Este artigo resulta de pesquisa sobre a maneira como Doutor em Ciências da Comunicação pela
o Brasil tem sido retratado nas histórias em quadrinhos pro- Universidade de São Paulo (USP)
duzidas por artistas locais desde o século XIX até a atualidade.
O levantamento documental (feito a partir de quadrinhos de
Docente do Departamento de Biblioteconomia
humor, terror ou aventura concebidos por artistas brasileiros) e Documentação da Escola de
revelou imagens de um país rural e urbano, idealizado ou mais Comunicações e Artes (ECA-USP)
próximo do real. A análise realizada com o referencial teórico E-mail: wdcsverg@usp.br
da semiótica francesa e dos Estudos Culturais permitiu com-
preender os sentidos atribuídos à representação do país pelos
quadrinistas brasileiros.
Palavras-chave: Histórias em quadrinhos, representação, ima-
gens, Brasil. Desde as primeiras narrativas sequenciais
La representación de Brasil en los cómics nacionales: rural, ur-
editadas no país até as produções contempo-
bano y pop râneas, os artistas procuraram retratar aspec-
Resumen: Este artículo es el resultado de una investigación so- tos geográficos e culturais do Brasil em suas
bre cómo Brasil ha sido retratado en las historietas producidas
por artistas locales desde el siglo XIX hasta el presente. El estu- histórias. Este texto resulta de pesquisa, qua-
dio documental (hecho en historietas humorísticas, de horror litativa e de nível exploratório, realizada pelo
o de aventuras creadas por artistas brasileños) reveló imágenes
de un país rural y urbano, idealizado o más cerca de la realidad. Observatório de Histórias em Quadrinhos
El análisis realizado con la teoría semiótica francesa y de los da Escola de Comunicações e Artes da
Estudios Culturales logró entender el significado atribuido a la
representación del país por los historietistas brasileños. Universidade de São Paulo. A partir de levan-
Palabras clave: Historietas, representación, imágenes, Brasil. tamento documental foram realizadas aná-
The representation of Brazil in the national comics: the rural, the
lises de conteúdo norteadas pelo referencial
urban and the pop teórico da semiótica francesa. Para realizar
Abstract: This article results from a research about the way o exame do material, coletado em acervos
Brazil has been pictured in comics produced by local artists
since the 19th century to the present days. The documentary públicos e privados, foram destacadas deter-
survey (made in humor, horror or adventure comics conceived minadas sequências cujos elementos verbais
by Brazilian artists) revealed images of a rural and urban coun-
try, idealized or near the reality. The analysis made with the e/ou visuais permitiram identificar a forma
theoretical approach of the French semiotics and the Cultural como o(s) artista(s) retrataram o país.
Studies allowed to understand the meanings that Brazilian co-
mic artists gave to the representation of the country.
Tendo como indagação inicial a maneira
Keywords: Comics, representation, images, Brazil. como os quadrinistas representam o Brasil

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em seus trabalhos, foram estudadas as figu- da influência dos Estados Unidos), o humor
ras, especialmente os elementos icônicos, urbano dos personagens do pós-guerra O
que remetem a uma concepção do país. Amigo da Onça e Doutor Macarra e o quadri-
Os artistas1 formulam uma ideia a respeito nho alternativo dos anos 1980. A relação en-
desta nação. É justamente o percurso ge- tre a representação da realidade brasileira e a
rativo da mensagem o objeto deste estudo. maneira como o país é concebido pela cul-
Partindo da visão de Greimas, Farias (2011, tura pop foi encontrada em quadrinhos que
p. 247) afirma que a semiótica aborda “os têm como protagonistas personagens advin-
mecanismos que o enunciador utiliza para dos de outras manifestações midiáticas (das
construir e instaurar o texto e comunicá-lo chanchadas cinematográficas saíram os ma-
ao enunciatário”. Ainda para essa autora, “o landros Oscarito e Grande Otelo e o caipi-
ato de enunciação constitui a um só tempo ra Mazzaropi), histórias de super-heróis, de
a instância da enunciação com espaço, tem- aventura e narrativas policiais e de terror. Os
contrastes entre o mundo urbano e o perifé-
rico (rural, da favela etc.) ficam evidenciados
nessas histórias em quadrinhos selecionadas.
As diferenças entre a vida no
campo e no meio urbano são Do brasil rural ao urbano
o elemento motriz das pe-
ripécias do personagem. A Foi pelas mãos e pelo talento do ítalo-
-brasileiro Angelo Agostini que as primeiras
inadequação de Nhô Quim experiências com narrativas gráficas sequen-
aos costumes resulta em ciais foram conduzidas no país, na segunda
equívocos e mal-enten­didos metade do século XIX. Com sua visão crítica
e arguta, esse artista retratou em suas char-
ges, caricaturas e histórias em quadrinhos a
po e atores próprios”. É sobre este aspecto sociedade brasileira da época. Defensor da
que as análises das histórias em quadrinhos abolição da escravatura e do fim da monar-
foram empreendidas. quia, ele denunciou a corrupção das elites e
Para compreender como o país é retra- a situação do povo. Na visão de Cirne (1990.
tado pelos quadrinistas nacionais, foram se- p. 16), “a verdade é que o nome de Angelo
lecionados, no amplo espectro da produção Agostini nos é duplamente significativo: pela
quadrinística brasileira, exemplos emblemá- criatividade em si, enquanto cartunista, pela
ticos para a análise: o pioneiro da Nona Arte introdução, em terras brasileiras, da narra-
Angelo Agostini, as histórias infantis editadas tiva em imagens sequenciada”. Sua obra, de
na revista O Tico-Tico (a primeira publicação acordo com Maringoni (2011, p. 30-31),
dedicada às narrativas sequenciais no Brasil, “tanto no plano estético quanto político, está
que circulou por mais de cinco décadas e, permeado de tensões e premências do co-
portanto, acompanhou as mudanças ocorri- tidiano, das quais resulta, se não um estilo,
das ao longo desse período), as histórias de a criação de uma narrativa original, com a
aventuras produzidas para o suplemento A transposição da linguagem das ruas para o
Gazetinha, na década de 1930 (quando tinha meio impresso”. Esse pesquisador acrescenta:
início um projeto de modernização, além
Nessas quatro décadas [1860-1890], o
1
Não será levado em conta neste trabalho o estilo gráfico de Brasil se insere definitivamente, através do
cada quadrinista, entendendo essa característica estética como
um elemento expressivo que emprega diferentes recursos (tra-
café, no sistema capitalista mundial, em
ço, cor, sombreamento, perspectiva, enquadramento etc.), mas sua fase imperialista. Muda a face do Brasil.
a ideia subjacente ao desenho sobre o Brasil. Há uma enorme migração de capitais para

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o país, acontece a decadência irreversível Nhô Quim ou As impressões de uma viagem à


da monarquia como sistema de governo, Corte. O protagonista inicia sua jornada dei-
entra em crise o que restava da economia xando a fazenda onde vivia, em Minas Gerais,
colonial – e seu sustentáculo principal, o
e parte para o Rio de Janeiro, então capital do
trabalho escravo – e muda o regime polí-
tico, com o advento da República. O Brasil
país. As diferenças entre a vida no campo e
torna-se fornecedor de matérias-primas e no meio urbano são o elemento motriz das
tomador de empréstimos dos países cen- peripécias do personagem. Sua inadequação
trais (Marangoni, 2011, p. 30-31). quanto aos costumes resulta em equívocos e
mal-entendidos. No frio ambiente da cidade,
Agostini, após publicar charges, cari- perde-se, entra em conflito com seus habitan-
caturas e narrativas sequenciais curtas nas tes e desespera-se. Na Figura 1, ele se espan-
publicações Diabo Coxo e Cabrião, lançou ta com as novidades (os cartazes impressos,
na revista Vida Fluminense, em 30 de janei- a luz elétrica) e precisa desviar da multidão
ro de 1869, a história seriada As aventuras de que lota as calçadas da cidade.

Figura 1 – Nhô Quim


se surpreende com o
mundo urbano.
Fonte: As aventuras
de Nhô Quim, Angelo
Agostini, 1869.

Já na história As aventuras de Zé Caipora, perigos (animais selvagens e índios hostis).


também serializada nas páginas de jornais a Fora do ambiente urbano, o personagem
partir de 1883, o enredo é invertido: o atra- deixa de aprontar confusões e toma atitu-
palhado protagonista sofre uma desilusão des heroicas. No meio do mato, revela-se
amorosa, adoece e acaba viajando para o impetuoso e astuto, como pode ser visto na
interior do país, onde vai precisar enfrentar Figura 2.

Figura 2 – Zé Caipora
torna-se audacioso
para sobreviver fora
da cidade
Fonte: As aventuras
de Zé Caipora, Angelo
Agostini, 1883.

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A ambientação rural também será pre- Nas histórias protagonizadas por


dominante nas histórias editadas na revista Chiquinho – um dos personagens principais
O Tico-Tico, lançada em outubro de 1905. do título, presente desde o primeiro número
Criada com o objetivo de entreter e educar –, o ambiente não possui traços de urbani-
o leitor infantil pertencente à parcela média dade, como pode ser percebido na Figura 3.
da população, essa publicação veiculava uma Também Reco-Reco, Bolão e Azeitona, cria-
visão ingênua da infância (Vergueiro; Santos, dos em 1931 por Luiz Sá, vivem suas aventuras
2005, p. 215-216). Essa postura pode ser ob- e brincadeiras nesse mesmo tipo de cenário,
servada na maneira como o Brasil é retratado caracterizado por imensos campos com vege-
nos quadrinhos: o espaço é amplo e contém tação, rios e cercas de madeira – ver Figura 4.
apenas árvores e mato, onde animais, como O país retratado é marcado pela simplicidade,
vacas e cavalos, aparecem soltos e livres. Os sem os conflitos que normalmente têm lugar
tipos que aparecem nesse cenário são mos- nas cidades. A placidez das imagens, favorá-
trados como matutos, visto que normalmen- veis às brincadeiras de crianças, cria um sen-
te usam botas, chapéu de palha, macacão e tido de tranquilidade, reforçando a falsa ideia
camisas listradas. de nação pacífica e ordeira.

Figura 3 – Chiquinho e seu cão Jagunço: Figura 4 – Reco-Reco, Bolão e Azeitona brincam no
travessuras no espaço rural. meio do mato.
Fonte: O Tico-Tico, Paulo Affonso, 1948 Fonte: O Tico-Tico, Luiz Sá, 1943

O mundo urbano vai sendo introduzido a ideia de progresso. Nos quadrinhos editados
aos poucos nas narrativas gráficas sequenciais no periódico paulista A Gazeta Infantil acen-
produzidas no Brasil. A Revolução de 1930 tuou-se a presença de edifícios altos e de au-
rompeu com a visão política que evidenciava tomóveis, símbolos da modernidade, embora
apenas a produção agrícola como a principal os centros urbanos retratados não possuíssem
forma de geração de riqueza, que havia sido elementos que pudessem ser associados a ci-
abalada pela crise de 1929. Além disso, a pu- dades brasileiras.
blicação de comics estadunidenses em jornais Essa representação imagética correspon-
e suplementos brasileiros vai ser responsável de à realidade da época. A cidade de São
pela associação dos signos de urbanidade com Paulo, por exemplo, vivia um processo de

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industrialização e de verticalização. Dados ampla, um comportamento, uma atitude tí-


divulgados pelo IBGE (2013) confirmam a pica do brasileiro urbano, mais preocupado
transformação ocorrida no país: com seus afazeres e suas ambições do que
com os que o cercam.
O século XX foi caracterizado, no Brasil,
por um intenso processo de urbanização
iniciado em meados do século e fortaleci-
do a partir de 1960. A parcela de popula-
ção urbana passou de 31,2% em 1940 para
67,6% em 1980. A mudança de país predo-
minantemente rural para urbano ganhou
velocidade no período 1960-1970, quando
a relação se inverteu: dos 13.475.472 domi-
cílios recenseados no Brasil em 1960, pou-
co menos da metade (49%), se situavam
nas áreas urbanas; em 1970, quando foram
contados 18.086.336 domicílios, esse per-
centual já chegava a 58%.

As narrativas cômicas produzidas após


a Segunda Guerra Mundial ambientam-se,
em sua maioria, em cidades grandes, me-
trópoles que abrigam um grande percentu-
al da população. Edifícios altos, automóveis,
ônibus, entre outros símbolos da urbanida-
Figura 5 – O Amigo da Onça perturba com seus comentários
de, fazem-se presentes nessas histórias. Os as outras pessoas.
quadrinhos de humor, portanto, eviden- Fonte: O Amigo da Onça, Péricles de Andrade Maranhão, 1943
ciam o processo migratório que ocorria no
país, com o êxodo rural e o crescimento dos Doutor Macarra, de Carlos Estêvão, sinte-
centros urbanos. Os personagens são habi- tiza outra faceta do brasileiro: a fanfarronice.
tantes desses locais, especialmente do Rio Para mostrar-se corajoso, rico ou célebre (o
de Janeiro e de São Paulo, lugares onde se que ele não é), o personagem conta vanta-
instalaram indústrias e os setores de comér- gens, exagerando seus feitos. Já O Pão-Duro,
cio e serviços se desenvolveram de forma concebido na década de 1940 por Messias de
avassaladora nesse período. Mello, tenta ganhar dinheiro e sair-se bem
É nos interstícios dessa sociedade em suas empreitadas usando expedientes
urbana, carregada de contradições, nas pouco lícitos, e normalmente vê seus planos
quais concepções arcaicas e inovadoras falharem.
dividiam o mesmo espaço, ora digladiando- Ao longo da década de 1980, cartunistas
se, ora complementando-se, que surgem como Angeli, Glauco e Laerte imaginaram
personagens emblemáticos da cultura tipos que fazem sátira ao comportamento da
nacional. O Amigo da Onça, criação de classe média apática, hipócrita e consumista.
Péricles de Andrade Maranhão, por exemplo, As tramas dos quadrinhos de humor publi-
incorpora a postura individualista e aprovei- cados por esses artistas nas revistas da Circo
tador, que faz tudo para prejudicar os ou- Editorial se passam no ambiente urbano. A
tros. Personagem-coringa, em cada história é cidade de São Paulo é o lugar em que surgem
apresentado de uma forma: pode ser médico, personagens como o consumista e inseguro
criança, mulher, pintor de paredes, cozinhei- Geraldão (do cartunista Glauco), os anár-
ro etc. Dessa forma, ele representa, de forma quicos Piratas do Tietê (de Laerte), além da

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boêmia Rê Bordosa e do punk Bob Cuspe, dramas é o condomínio, microcosmo que


concebidos por Angeli. oferece uma falsa sensação de segurança.
Os personagens masculinos representam Há, também, aqueles que se revoltam ou
as mudanças enfrentadas pelo homem: o ma- vivem à margem dessa sociedade, como os
chista inveterado e crepuscular, os hippies en- piratas que navegam no principal rio de São
velhecidos, o militante de esquerda que não Paulo, o poluído Tietê, ou o punk que habita
se adapta aos novos tempos marcados pela os esgotos da metrópole e percorre as ruas
democracia ou o hedonista que dança diante sujas, entulhadas com os detritos que já fo-
do espelho para apreciar a própria imagem. ram mercadorias. Seu grito de protesto ecoa
As mulheres, se já não são mais donas de casa pelas paredes de concreto que revestem os
submissas, enfrentam a solidão da cidade e edifícios-montanhas que abrigam os troglo-
das relações frias e de curta duração. O espa- ditas modernos, mas, limitado pelos muros
ço típico onde esses personagens vivem seus de concreto, não ecoa, não é ouvido.

Figura 6 – Habitantes do Condomínio (à esquerda) e o punk Bob Cuspe.


Fonte: Arnaldo Angeli Filho, 1984

O país, entre o real e a ficção maneira geral, no entanto, os “super-heróis”


brasileiros, que tiveram seu auge durante as
Nos quadrinhos de heróis feitos no Brasil, décadas de 1960 e 1970, representaram pas-
que seguem de perto a estética característi- tiches de personagens norte-americanos,
ca desse gênero nos comics realizados nos apenas com a transposição geográfica para
Estados Unidos, o meio urbano predomina o território brasileiro (Vergueiro, 2011).
como cenário. Espaços onde o mal instau- Elementos culturais foram em geral oblite-
ra o caos, as cidades precisam ser protegi- rados ou apresentados de forma simplista,
das por heróis poderosos e abnegados. Mas ao mesmo tempo em que se criava a ilusão
essa ambientação nem sempre corresponde de participação do país nos avanços cien-
a lugares reais do país. Raio Negro, criado tíficos e tecnológicos das grandes potên-
por Gedeone Malagola em 1964 e calcado cias. Era o tempo do Milagre Econômico
no personagem estadunidense Lanterna Brasileiro, quando a propaganda governa-
Verde, é um exemplo dessa tendência. Já mental exortava a população a acreditar
na década de 1990, houve tentativas de que as dificuldades momentaneamente vi-
retratar o país, como as minisséries Spirit of vidas representavam apenas uma etapa ne-
Amazon e Terra 1, nas quais heróis que ves- cessária para melhorias futuras, que viriam
tem roupas coloridas e colantes enfrentam por meio de um novo modelo de desenvol-
vilões em ambientações realísticas. De uma vimento econômico (Macarini, 2005).

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Figura 7 – Raio Negro sobrevoa a cidade e o Congresso Nacional destruído pelos vilões.
Fonte: Revista Terra 1, Editora Abril, 1998

No século XXI, a metrópole é apresenta- apresentado outros aspectos do país, como


da com todas as suas chagas: ruas sujas, pare- as áreas periféricas das cidades, os bolsões
des pichadas e ruas cada vez mais apinhadas
de miséria e injustiça – sendo um exemplo o
de carros, que aumentam a poluição sono-
ra e do ar. As imagens do Brasil, feitas por álbum Sangue Bom, de Patati, Solano Lopez
artistas contemporâneos, se diversificaram, e Allan Alex, lançado em 2003.

Figura 8 – A favela do morro carioca serve como ambientação da trama de Sangue Bom.
Fonte: Sangue Bom, Patati, Solano Lopez e Allan Alex, 2003

Mas o ambiente rural não desapareceu dos A escuridão e as matas atiçam o imaginário.
quadrinhos brasileiros. Esse espaço se reves- Na história A revolta, escrita por Sérgio M.
te de grande importância para as narrativas Lucas e desenhada por Flavio Colin (2002), a
de terror, já que, o interior é o lugar propício intriga se passa em um povoado com ruas de
para a criação e proliferação de lendas, “uma terra, onde animais ficam soltos e a torre da
vez que, além da vastidão e da desolação, pre- igreja predomina na paisagem rústica, como
domina a cultura oral” (Santos, 2011, p. 71). pode ser observado na Figura 9.

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Figura 9 – O interior do Brasil na história de terror desenhada por Flavio Colin.


Fonte: A revolta, Sérgio M. Lucas e Flavio Colin, 2002

O sertão brasileiro e a Amazônia foram embora enfrente cangaceiros. Na ambien-


retratados em diversas histórias em quadri- tação desses quadrinhos, as casas têm estilo
nhos, especialmente as de aventura. Locais arquitetônico hispânico e as cidades pos-
em que os heróis podem ser postos à prova, suem saloons, como no Oeste dos Estados
pela quantidade de perigos existentes e pe- Unidos. Essa estilização demonstra a influ-
los mistérios que podem abrigar. Mas, em ência exercida pelos comics estadunidenses
alguns casos, esses lugares são apenas pre- sobre a produção nacional; tratava-se, na
textos para o desenvolvimento das narrati- realidade, da adaptação do gênero faro-
vas. Na série Sérgio do Amazonas, realizada este ao espaço rural brasileiro. Em outros
pelo luso-brasileiro Jayme Cortez (1973), o casos, há uma atenção mais cuidadosa em
personagem principal, vestido como um ca- relação aos elementos visuais que caracte-
çador à maneira de Jim das Selvas, enfrenta rizam esses espaços. Na história em que o
dinossauros na Floresta Amazônica. personagem O Anjo vai ao Amazonas, es-
Da mesma forma, na quadrinização crita e desenhada por Walmir Amaral no
do seriado radiofônico Jerônimo, o Herói final da década de 1960, a caracterização
do Sertão, criação radiofônica de Moisés dos nativos e a presença de animais típicos
Weltman, levada aos quadrinhos pela da região garantem mais verossimilhança
Editora Rio Gráfica, do Rio de Janeiro, à trama. Ressalte-se que Anjo também foi,
com desenhos de Edmundo Rodrigues e originalmente, uma produção radiofônica,
Flávio Colin (Vergueiro, 2011), o prota- transposta aos quadrinhos por vários ar-
gonista apresenta-se trajado como caubói, tistas (Vergueiro, 2011).

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Figura 10 – A Amazônia como espaço simbólico, propício ao mistério e à aventura, nas versões de Jayme Cortez e Walmir.
Fonte: Sérgio do Amazonas, Jayme Cortez, 1973; Aventuras do anjo, n. 73, Walmir Amaral, 1966

terceira estratégia diz respeito à reprodução


Aproximações por meio da cultura pop
mais extrema do modelo de produção de
Desde cedo, o estabelecimento de um quadrinhos importado, retirando das his-
modelo de história em quadrinhos que apre- tórias produzidas no Brasil quaisquer ele-
sentasse a realidade brasileira aos leitores mentos que elas tenham de “brasilidade” e
enfrentou, no país, o percalço representa- fazendo com que ocorram em um ambiente
do pela invasão e domínio das histórias em de características globais. Foi esta a tática se-
quadrinhos norte-americanas. A busca para guida – e talvez a razão de seu sucesso edito-
sobrepor-se à influência da estrutura merca- rial –, pelo mais bem sucedido autor brasilei-
dológica por trás dos personagens da grande ro de histórias em quadrinhos, Maurício de
indústria de quadrinhos ianque, especial- Sousa, com as histórias elaboradas para seu
mente os super-heróis, passou, basicamente, grupo de personagens mais famoso, meninos
por duas estratégicas, como costuma ocorrer e meninas participantes do universo de per-
quando indústrias autóctones tentam se rebe- sonagens conhecido como Turma da Mônica
lar do domínio de modelos mercadológicos (Vergueiro, 1985, 1998).
melhor estruturados. Uma primeira estraté- As décadas de 1950 e 1960 ficaram espe-
gia, já mencionada, foi a de correlacionar a re- cialmente marcadas, no panorama dos qua-
alidade brasileira com elementos folclóricos, drinhos brasileiros, como aquelas em que a
especialmente aqueles situados em ambiente produção autóctone buscou inspiração, com
rural. Além dos autores já mencionados, foi mais intensidade, na cultura pop. Neste texto,
este o caminho seguido por criadores como o termo cultura pop é utilizado seguindo a de-
Ziraldo Alves Pinto, com sua criação O Pererê, finição de Berger (1995, p. 137), que considera
de 1959 (Vergueiro, 1990); Maurício de Sousa, ser “composto por uma cultura massiva e mi-
com Chico Bento, de 1961 (Fernandes, 2009), diática e outros aspectos culturais que são ge-
e, mais recentemente, Antonio Cedraz, com ralmente consumidos por um grande número
sua Turma do Xaxado (Rama, 2009), que de pessoas continuamente”. Embora não tenha
habita uma pequena cidade do interior do a força da produção cinematográfica, televisi-
Nordeste, convivendo com as tradições e as va ou editorial da indústria estadunidense, os
carências do lugar. produtos culturais midiáticos brasileiros têm
A segunda estratégia esteve ligada à repro- grande penetração junto aos receptores.
dução de produções desenvolvidas e popula- Em um primeiro momento, ocorreu o
rizadas pela indústria de entretenimento. Tal aproveitamento ou transposição de perso-
fórmula acompanhou o processo de urbani- nalidades ligadas ao mundo cinematográ-
zação do país, refletindo a crescente impor- fico aos quadrinhos. Artistas, personagens
tância dos meios de comunicação de massa e ou obras específicas foram transforma-
da cultura pop na vida dos brasileiros. Uma das em séries ou revistas em quadrinhos.

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Comediantes de enorme sucesso da Atlântida desenhada por Aylton Thomaz, os dois per-
Cinematográfica, Oscarito e Grande Otelo sonagens decidem deixar o Rio de Janeiro
estiveram entre as primeiras personalidades para procurar trabalho na capital paulis-
da esfera pop a ser transformados em perso- ta, onde aprontam confusões. Outro artista
nagens de quadrinhos, estreando e titulando do cinema brasileiro a também ir parar nos
a revista da Editora La Selva, de São Paulo, quadrinhos foi Mazzaropi, neles apresentado
publicada de 1957 a 1959. Um exemplo é a na caracterização de caipira que o consagrou
história “São Paulo – ida e volta”, publicada e tornou conhecido em todos os rincões do
no número 192 da revista Seleções Juvenis, de país, como o chapéu de palha, as botas e as
julho de 1958, escrita por Alberto Maduar e calças com remendos.

Figura 11 – Mazzaropi, Oscarito e Grande Otelo fazem trapalhadas em cenários típicos do país.
Fonte: Revista Seleções Juvenis, n. 192, Alberto Maduar e Aylton Thomaz, 1958

Nos anos 1960 e 1970, os leitores brasilei- a Editora Outubro, de São Paulo (Vergueiro,
ros se habituaram à produção de revistas de 2011). A trama policial se passava em ciuda-
histórias em quadrinhos baseadas em séries des brasileiras, apresentando episódios singe-
televisivas e programas de variedades da tele- los que emulavam a série televisiva.
visão. No mesmo ano em que estreava na tele- Ao final da década de 1970, foi parar nas
visão brasileira, o popular seriado O Vigilante revistas de histórias em quadrinhos o quar-
Rodoviário, que trazia as aventuras de um teto cômico composto pelos artistas Renato
policial da polícia rodoviária federal e seu Aragão (Didi), Manfried Santana (Dedé),
cachorro Lobo, recebeu versão quadrinizada Antonio Carlos Bernardes Gomes (Mussum)
pelas mãos do desenhista Flávio Colin, para e Mauro Faccio Gonçalves (Zacarias),

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denominado Os Trapalhões, que juntos estre- possível argumentar que, no caso do apro-
laram o mais longo programa humorístico veitamento de personalidades do mundo
da televisão brasileira (D’Oliveira, Vergueiro, da televisão (os apresentadores Gugu, Xuxa,
2010-2011). O conteúdo das revistas, publica- Angélica e Faustão), da música (a dupla
das a partir de 1976, pela Editora Bloch, trazia Leandro e Leonardo), dos esportes (os atle-
conteúdo semelhante ao desenvolvido no pro- tas Pelé, Ayrton Senna, Oscar Schmidt e
grama, explorando temas picantes, brincando Ronaldinho Gaúcho) essa opção cultural é
com preconceitos, ridicularizando figuras levada ao extremo. Ela não deixa de ser, as-
proeminentes do cenário político nacional, sim, uma característica específica da reali-
do mundo dos esportes e do entretenimento, dade brasileira mostrada pelas histórias em
satirizando situações do cotidiano brasileiro, quadrinhos – no caso, a da realidade urbana
desde questões económicas (compras em lo- massificada e influenciada pelos meios de
jas, preço dos alimentos etc.) a sociais (relação comunicação de massa. No entanto, deve-se
marido e mulher, homossexualidade, explo- reconhecer também que, como estratégia de
ração do corpo feminino etc.). predomínio no mercado editorial, trata-se
Também nos anos 1970, o artista gaúcho de opção arriscada, pois em geral é suficiente
Renato Canini foi contratado pela Editora para garantir a permanência dos produtos
Abril para criar histórias protagonizadas quadrinísticos nas bancas em período supe-
por Zé Carioca, personagem idealizado rior ao do auge da popularidade das perso-
por Walt Disney e sua equipe no início dos nalidades retratadas.
anos 1940 para representar o Brasil em um
momento em que os Estados Unidos preci-
Considerações finais
savam do apoio do país contra as forças do
eixo nazi-fascista. Ao lado do roteirista Ivan A análise das histórias em quadrinhos
Saidenberg, Canini não apenas inseriu o pa- produzidas no Brasil, buscando verificar
pagaio em paisagens brasileiras, em especial como elas representam o país para seus lei-
os morros cariocas que abrigam os barracos tores, leva à constatação de uma evolução
onde mora a parcela mais pobre da socieda- natural: de elementos folclóricos e rurais,
de, mas também o cercou de questões sociais passou-se para a preponderância da am-
(a miséria do morro, a falta de água e defici- bientação urbana (indicada pela presença,
ência do transporte público), de elementos por exemplo, de uma quantidade grande de
característicos de “brasilidade” (Carnaval, edifícios altos e automóveis) e a inter-relação
festa junina, futebol, feijoada) e da diversi- com elementos da cultura pop. Essa repre-
dade de cultural do país - os primos de Zé sentação acompanhou o próprio desenvolvi-
Carioca representam um Estado brasileiro e mento do país, que no último meio século
seus costumes (Santos, 2002, p. 292-293). afastou-se do meio rural e vivenciou o pre-
Segundo Bueno e Caesar (2007, p. 27), domínio do ambiente urbano, com todos os
essa forma específica de produção cultural benefícios e mazelas que isso representa.
brasileira inscreve-se no âmbito daquilo que É possível perceber pelos quadrinhos
os intelectuais de 1920 denominaram de ca- analisados que, em seu conjunto, as narrati-
nibalismo. Para esses autores, nem mesmo vas sequenciais gráficas produzidas por artis-
Maurício de Sousa, com seu projeto inter- tas locais oferecem uma visão da diversidade
nacionalista, pode se afastar dessa dimen- de ambientes distintos – marcados ou não
são cultural, especialmente quando, em suas pelo desenvolvimento industrial, que gerou
histórias, faz “alusões específicas a produtos áreas de intensa urbanização ou de perma-
culturais que não foram ainda assimilados nência das condições de vida distantes dos
dentro do país”. A partir dessa afirmação, é pontos de vista econômico e cultural das

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Roberto Elísio dos Santos / Waldomiro Vergueiro – A representação do Brasil nos quadrinhos nacionais: o rural...
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transformações observadas nas cidades – e reconheceram, incorporaram a suas temáti-


das acentuadas contradições sociais do país, cas e devolveram ao público leitor de uma
observáveis nas periferias carentes que têm forma bem peculiar à visão de mundo do
se ampliado continuamente. Ao seguir uma brasileiro. Essa inspiração deve-se, inicial-
linha cronológica da produção de histórias mente, à entrada da cultura massiva esta-
em quadrinhos, fica claro que o processo de dunidense (filmes, comics de aventura e de
urbanização, embora convivendo com a ma- super-heróis), às vezes apenas repetida e
nutenção do ambiente rural (cujas imagens outras vezes, parodiada ou reformulada
caracterizam-se por espaços amplos com de acordo com os parâmetros culturais do
poucas construções e nos quais se destaca a país. Depois, ganharam as páginas dos qua-
presença de animais, estradas de terra, plan- drinhos nacionais produções e personalida-
tações e florestas), foi se acentuando com o des da mídia brasileira que se destacaram
passar do tempo. diante do público (dos filmes e da TV, como
Dentro desse processo de urbanização, a as chanchadas cinematográficas e os pro-
influência dos produtos midiáticos tornou- gramas televisivos de humor, de auditório,
-se cada vez mais evidente, algo que os cria- entre outros formatos).
dores de histórias em quadrinhos nacionais (artigo recebido jul.2013/aprovado out.2015)

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