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C APÍTULO 1

FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS


NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

 Conhecer a Filosofia relacionada com a Educação a partir da concepção reflexiva e


emancipatória.

 Relacionar os marcos históricos e as principais concepções e representações


conceituais da Filosofia com o ensino na tradição da educação brasileira.

 Conhecer as identidades e diretrizes decorrentes dos sujeitos históricos e


movimentos sociais que sustentaram sua presença ou ausência no sistema
educacional brasileiro.

 Conhecer os aspectos legais e curriculares da presença ou da ausência da Filosofia


na educação brasileira.
Metodologia do Ensino de Filosofia

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma vida que não é examinada
não merece ser vivida.
(Sócrates)

Damos início aos estudos desta disciplina de Metodologia do Ensino de


Filosofia com uma interrogação: Por que, para que e como filosofar?

Poderíamos responder a essa pergunta de inúmeras maneiras. Respostas


favoráveis ou contrárias, com sentido ou somente levando em conta a sua
validade, numa sociedade que é imediatista e prática. Porém, utilizando a
afirmativa de Sócrates apresentamos uma resposta extremamente significativa
e importante para cada um de nós, seres racionais. Ao não examinar, questionar
e investigar sobre si mesmo, sobre o outro e o mundo, não há muito interesse
em viver (no sentido pleno do que seja viver). Nossa racionalidade garante
pensar nas causas e efeitos; nas vantagens e desvantagens; nos ganhos e
perdas; no que posso ou no que não posso fazer; no bem e no mal; enfim,
numa vida melhor tanto para mim quanto para aqueles que vivem comigo.

No processo do filosofar posso fazer inúmeras outras perguntas. Muitas


com respostas, outras que me deixam perplexo e sem uma resposta objetiva.
Assim, perguntamos num ou noutro momento da vida:

• Por que preciso comer certos alimentos?

• Por que devo praticar atividades físicas?

• Tenho de respeitar as regras de convivência em sociedade ou posso fazer


o que quero?

• O que me leva a buscar aperfeiçoamentos em minha atividade profissional?


É um direito, uma obrigação ou um privilégio?

• Quem garante que tudo tem de ser como é e que não poderia ser de outra
forma?

• O que devo fazer para ser feliz e viver bem?

• Por que devemos ser éticos? É fácil ser ético no mundo em que vivemos?

• As pessoas são realmente livres ou as suas ações são determinadas pela


genética e pelo meio ambiente?

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Metodologia do Ensino de Filosofia

Você já deve ter feito inúmeras outras perguntas. Para algumas, você teve
respostas, outras podem ter deixado você pensando. Como você está vendo,
há vários tipos de questionamentos que somos capazes de fazer e, só nós é
que fazemos tais perguntas -, portanto filosofamos.

Somos convidados e desafiados a pensarmos bem. A tarefa não é fácil,


ainda mais quando tudo e todos que estão à nossa volta preferem o caminho
mais fácil. Querem respostas prontas, pensam pouco e não têm o hábito de
investigar, de refletir e discutir ideias.

Por tudo isso é que respostas à pergunta “Por que, para que e como
filosofar?” Está em nós mesmos. Somos racionais e queremos investigar
sobre o mundo, sobre as ideias, sobre as nossas ações e as ações daqueles
que vivem conosco. Queremos poder viver bem, viver em comunidade, ser
cidadãos participantes e ativos.

Este capítulo apresentará alguns fatores históricos da entrada da


Filosofia no currículo escolar brasileiro. Além disso, conceitos de Filosofia e
Educação farão parte de nossos estudos para o entendimento e busca da
Paideia, como forma que os gregos concebiam a Educação, ou seja, formação
do homem como um todo, do homem integral. Não podemos esquecer que
para compreendermos os fatores educacionais, também faremos resgates
históricos e políticos de nossa história.

Para iniciarmos esse capítulo e nossos estudos sobre a Metodologia do


Ensino da Filosofia, apresentamos o pensamento de Edgar Morin (1986, p.11):

Saber pensar não é algo que se obtém por técnica, receita


ou método.
Saber pensar não é só saber aplicar a lógica e a verificação
aos dados da experiência.

Precisamos, pois, compreender que regras, que princípios


regem os pensamentos que nos fazem organizar o real, isto
é, selecionar/privilegiar certos dados, eliminar/subalternar
outros.

Precisamos adivinhar a que impulsos obscuros, a que


necessidades de nosso ser, a que idiossincrasia de nosso
espírito obedece ou responde aquilo que consideramos
como verdade.

Em uma palavra, saber pensar significa, indissociavelmente,


saber pensar o seu próprio pensamento. Precisamos pensar-
nos ao pensar, conhecer-nos ao conhecer.

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

É essa a existência reflexiva fundamental, que não é só


do filósofo profissional e não deve estender-se apenas ao
homem de ciência, mas deve ser a de cada um e de todos.

A partir destas primeiras ponderações sobre o porquê, para que e como


filosofar; e, impulsionados pelo pensamento de Edgar Morin, inicialmente
vamos entender a Filosofia e a Educação como Paideia.

A FILOSOFIA E A EDUCAÇÃO COMO PAIDEIA

A Lei 9.394/96 (LDB) fala da abrangência da Educação da seguinte forma


em seu artigo 1º:

A educação abrange os processos formativos que se


desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. (BRASIL, 1996).

Tendo continuidade no artigo 2º afirmando que esta educação é dever da


família e do Estado, porém não é o dever de educar que queremos abordar
neste momento e sim os seus princípios que são: “De liberdade nos ideais,
de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do
Educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação no
trabalho. (BRASIL, 1996).
A Filosofia aqui, é
Assim ratificamos que Filosofia e Educação possuem mais afinidades aceita como o máximo
do que imaginamos. O tema é a Filosofia, o campo é a Educação. O de consciência
objetivo é investigar a possibilidade e realização de uma educação reflexiva possível que uma
emancipatória. A Filosofia aqui, é aceita como o máximo de consciência época ou sociedade
possível que uma época ou sociedade pode alcançar. O ponto de partida é a pode alcançar.
premissa de que todo homem produz, ou se sustenta sobre uma determinada
filosofia de vida ou conjunto de ideias e valores.

Para tanto, apresentamos análises históricas e educacionais da


experiência curricular e social e, também uma metodologia de educação
filosófica especialmente desenvolvida já com crianças, adolescentes e jovens,
em busca de uma educação emancipatória. Um ensino filosófico e reflexivo
entendido num conceito de autonomia, crescimento cultural e enriquecimento
pedagógico dos educadores, educandos e todos envolvidos neste processo.

Assim, como a Filosofia a Educação também não possui um conceito


universal, pois os princípios sobre os quais estes conceitos se apoiam

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Metodologia do Ensino de Filosofia

modificam-se conforme o tempo, lugar e circunstâncias, apresentando


variáveis conforme concepções políticas e ideológicas do tempo em que se
está sendo pensado.
Conceitua-se
educação como No sentido comum que as pessoas utilizam em seu dia a dia, o conceito
transmissão de educação, significa cortesia, gentileza, polidez, respeito e civilidade. Num
geração para geração sentido de ciência temos outros entendimentos e, houve vários modelos
dos valores culturais educacionais que perpassaram a história de nosso país.
de uma comunidade
social em que se está De maneira geral, conceitua-se educação em toda e qualquer civilização
inserido e da qual se como: transmissão de geração para geração dos valores culturais de uma
recebe um conjunto de comunidade social em que se está inserido e da qual se recebe um conjunto
técnicas normativas de técnicas normativas que satisfaça as necessidades físicas, biológicas e
que satisfaça as culturais, integrando o indivíduo à sociedade.
necessidades físicas,
biológicas e culturais,
A Filosofia foi sempre encarada como uma forma racional de compreender
integrando o indivíduo
o mundo e a realidade na qual estamos inseridos. Sendo realizada dentro
à sociedade.
das condições materiais, econômicas e ideológicas da sociedade. A Filosofia
como saber e método de investigação da realidade, assume uma expressão
peculiar. Dentre as possíveis definições de Filosofia, destaca-se “a construção
histórica que acentua uma determinada concepção de conhecimento e uma
forma de entender a realidade, a partir do concurso da razão e dos processos
racionais”. (WONSOVICZ, 2004, p. 22).

O ensino de Filosofia passa, continuamente, por um processo avaliativo,


bem como por críticas. É um movimento importante de permanente avaliação
de seus pressupostos, formas e métodos, objetivos e contradições.

É preciso entender que, historicamente, há um ethos paternalista que


exclui as crianças, adolescentes e jovens da participação dos processos
políticos decisórios. Parece também evidente que, na Filosofia, do ponto
de vista histórico, há pouco interesse e disposição em pensar a questão
da infância e adolescência em suas implicações na educação. Esta visível
indiferença da Filosofia para com a educação das crianças é um problema
intrínseco da Filosofia. Portanto, temos a criança como um problema oculto
que está presente no discurso filosófico desde a antiguidade. Filosofia e
Educação e paideia se pertencem mutuamente, porque comungam do mesmo
interesse, isto é da formação do homem.

Ethos: do grego que significa costumes humanos quanto à bondade ou


maldade deles. Este termo foi o que deu origem a palavra Ética que estuda a
bondade e a maldade de qualquer ato humano, em qualquer sociedade, sendo
este conceito ética universal e atemporal.

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Paideia: do grego pais, paidos: a educação de uma criança. Relacionado


a pedagogia. O pedagogo é o responsável pela orientação da educação
das crianças. Em sentido lato, equivale ao Latim Humanitas (daí “as
humanidades”), significando a aprendizagem geral que deve ser patrimônio
de todos os seres humanos.

Promover a aproximação da infância, adolescência e juventude com


a Filosofia é questionar o conceito de filosofar. Prova disto é a tendência
formal da Filosofia, de acreditar na existência de uma incompatibilidade
entre infância e Filosofia.

A liberdade de pensar é, desde Sócrates, um bem inegociável. Em sua


origem na Grécia Antiga, a Filosofia foi voz da liberdade do pensamento,
por outro, resultado da falta e da negação de tal liberdade. Por isto pensar
nas razões do silêncio, no preconceito, no impedimento do filosofar na
infância e adolescência tem sido objeto de análises e reflexões de filósofos
e educadores contemporâneos. O que corrobora com a ideia de que há uma
relação intrínseca entre Filosofia e Educação, ou melhor, entre as Ciências da
Educação e a Filosofia.

Filosofia é uma
A Filosofia surgiu das condições materiais, econômicas e ideológicas
concepção de
da sociedade grega antiga. Desta forma de saber e de método de conhecimento e uma
investigação da realidade foi que, nossa cultura ocidental assumiu uma forma de entender a
linguagem especial. Por isto, dentre as definições de Filosofia, destacamos realidade a partir da
a que afirma que “[...] é uma concepção de conhecimento e uma forma de ampliação da razão
entender a realidade a partir da ampliação da razão e de seus processos e de seus processos
racionais”. (WONSOVICZ, 2005, p. 44). racionais.

Há outras perspectivas que apontam ser a Filosofia uma orientação moral,


uma conduta de vida; existem os que entendem Filosofia como uma doutrina
ético-religiosa ou um saber esotérico e há ainda aqueles que entendem como
uma forma racional de compreender a realidade a si mesmo e ao mundo.

São concepções que surgiram na Grécia Clássica do século IV a.C. e estão


presentes na história da cultura ocidental. Diante desta construção histórica, a
Filosofia foi quase sempre definida como oposição às demais formas de saber
e compreender a realidade.

Os primeiros filósofos preocuparam-se com um tipo de saber que fosse


capaz de superar o pensamento mitológico, que é um estilo primário de
conhecimento. Definiam-no como doxa, como um saber ingênuo, simplista,
e também como opinião, pois não queriam confundir a Filosofia com o
dogmatismo das doutrinas e adivinhações mitológicas vigentes. O ponto que
delimitava a intencionalidade do saber filosófico que ora surgia, era a distância

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Metodologia do Ensino de Filosofia

de um saber primário, o senso comum, e a negação do saber mitológico. Assim


lemos em Aristóteles na tradução de seu livro Política (1985 p. 982):

[...] foi pela admiração que os homens começaram a


filosofar, tanto no princípio como agora; perplexos de início,
ante as dificuldades mais obvias, avançaram pouco a pouco
e enunciaram problemas a respeito das dificuldades ainda
maiores, como os fenômenos da Lua, do Sol, e das estrelas,
assim como da gênese do universo; [...], portanto, como
filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam
a ciência a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária.

Filosofar continua sendo questionar os fundamentos da realidade, os


processos históricos e as ações e contradições do ser humano. Nos séculos
IV e III a.C., no auge do esplendor da experiência política de Atenas, a
investigação era sobre o que era o homem, quais eram as suas determinações,
suas identidades, peculiaridades, potencialidades e natureza. Filosofar tinha
uma função social e ideológica: explicar racionalmente o agir do homem no
mundo e determinar os fundamentos do seu existir moral, de sua natureza
política e visão estética, não havia mais o interesse em perguntar sobre o
problema do mundo. A questão central da pólis e da Filosofia grega clássica
era a investigação da identidade e da essência do homem. Temos, assim,
reflexões de todos os filósofos do século IV e III, com destaque para Sócrates,
Platão e Aristóteles.

A educação, a persuasão pela palavra, como os sofistas queriam, o


conhecimento, as origens da virtude e do poder, tal como preconizava Sócrates
– considerando o pensador que inaugurou a reflexão ética na Filosofia: logo,
acompanhada da reflexão sobre virtude, o saber, a alma, a dialética ou ascese
das coisas sensíveis ao sumo bem, no pensamento idealista de Platão, ou
ainda, a brilhante original formulação do axioma clássico, o homem como
animal político, na célebre definição de Aristóteles, todas estas questões estão
superpostas na investigação reflexiva da dimensão humana e sua realidade
ética, estética e política inaugurada pela pólis de Atenas, constituindo temático
antropológico ou clássico. (NUNES, 2000, p. 60).

No campo educacional, reflexões racionais da ação educativa vieram de


filósofos e estas que propuseram a máxima de que toda a Filosofia encerra-se
numa paideia, no resgate deste clássico conceito grego de formação plena do
homem para a vida na pólis.

Com a prática dos filósofos educadores, o conceito de paideia ia além da


simples instrução da criança. Era a formação do homem integral, para a vida
na pólis. Aplicava-se à vida adulta, à formação e a cultura, à sociedade e ao
universo espiritual do homem; propunha a investigação da natureza humana
a fim de compreendê-la e oferecia possibilidade de participação política. A

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

verdadeira educação consistia em proporcionar ao homem as condições para


o fim autêntico da vida. Diz-nos Jaeger (1984, p. 407):

A história da paidéia, encarada como a morfologia genética


das relações entre o homem e a pólis, é o fundo filosófico
indispensável no qual se deve projetar a compreensão da
obra platônica. Para Platão, ao contrário dos grandes filósofos
da natureza da época pré-socrática, não é o desejo de
resolver o enigma do universo que justifica todos os esforços
pelo conhecimento da verdade, mas sim a necessidade
do conhecimento para a conservação e estrutura da vida.
Platão aspira realizar a verdadeira comunidade, como
o espaço dentro do qual se deve consumar a suprema
virtude do homem. A sua obra de reformador está animada
do espírito educador da socrática, que não se contenta em
contemplar a essência das coisas, mas quer criar o bem.
Toda a obra escrita de Platão culmina nos dois grandes
sistemas educacionais, que são a República e as Leis,
e o seu pensamento gira constantemente, em torno das
premissas filosóficas de toda a educação, e tem consciência
de si próprio como a suprema força educadora de homens.

A atitude filosófica ocidental, articulada como um conhecimento humano


fez uma conexão entre o fazer filosofia e a ação de educar. Isto conferiu uma
identidade entre Filosofia da Educação (Paideia) e a reflexão ética e política,
que ficou patente na concepção da Educação como fundamento da sociedade.

Foi Sócrates quem promoveu a mudança temática na Filosofia, tornando-


se a representação tipológica do “filósofo”, e mostrou na prática o que era
filosofar. Lemos em Jerphagnon (1992, p. 23):

[...] Conhece-te a ti mesmo, proferia o Oráculo a que


Sócrates gostava de se referir. O que não significava
entrega-te às delícias da introspecção, mas um “sabe que
não és um deus”, que és um homem, consciente de suas
capacidades e de seus limites. O homem não tem a medida
de todas as coisas, o poder sobre todas as coisas, como
pretendia Protágoras, e não se arranja tudo com palavras.
Há uma realidade exterior ao discurso e que julga o discurso;
o pensamento tem um objeto que julga o pensamento; a ação
tem a norma que domina a ação. [...] Se Sócrates tornou-se
a imagem do filósofo, sem dúvida foi porque simbolizou bem
cedo a unidade da consciência benfeitora, fazedora de bem.
O saber e o não saber são tão perigosos um quanto o outro,
e a ação é cega. Há um saber verdadeiro e uma ação boa;
em cada homem, pensa Sócrates, a filosofia tem como fim
último, adquirir aquele e consumar esta numa vida unificada.

Podemos ainda compreender a Paideia como cultura. Este termo é


atribuído em alguns autores como a formação do homem, o refinar-se, polir-se.
A pessoa que possui cultura é uma pessoa requintada, fina e de boa postura.
Quem não gostaria de ser reconhecido por sua cultura adquirida?
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Metodologia do Ensino de Filosofia

Atividade de Estudo

1) Conforme o Art. 2º da LDB, Lei 9.394/96, quais são os princípios da Educação?


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2) Por que Filosofia e Educação não possuem um único conceito?


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3) O que significa afirmar que historicamente existe um ethos paternalista?


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4) Qual o significado de Paideia dentro da Educação e para a Filosofia grega?


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5) Qual foi a preocupação dos primeiros filósofos?


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METODOLOGIA DO ENSINO DA FILOSOFIA: CRÍTICA


E DIALÉTICA

Assim como todo procedimento filosófico traça sua história e tem um


passado, a luta pelo espaço da Filosofia no currículo escolar desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio, com professores, crianças, adolescentes e jovens,
também fez a sua.

Seria muita pretensão querer fazer com que, pela primeira vez,
começássemos a filosofar sozinhos. Filosofar é, em primeiro lugar, colocar-se
diante de uma Filosofia anterior, considerando-se aqui a tradição filosófica. As
correntes filosóficas, as grandes filosofias são bem diferentes das insuperáveis
obras primas que veneramos e respeitamos quando as visitamos num museu.

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

A tradição histórica da Filosofia deve servir como meio para descobrirem-


se pensamentos vivos e atuais, para encontrar-se a Filosofia em atitude, por
meio da qual se torne possível dar ao próprio pensar um suporte, uma bússola
para orientá-lo.

Uma Metodologia do Ensino da Filosofia condizente com os dias atuais


e realidades sociais que vivemos, pressupõem uma releitura dos textos
e escritos dos filósofos ou seus comentadores. É preciso aprender a ler,
interpretar e comentar os entendimentos e os frutos das reflexões resultantes
de tais leituras.

A partir desta prática, dialética em sua estrutura, é preciso reconstruir,


escrupulosamente, o trabalho do pensamento dos outros participantes,
evitando-se os estereótipos escolares que simplificam as obras e contornam
os obstáculos apresentados pelas palavras e pela aparência simplista e
enganosa das fórmulas prontas. Com isto torna-se possível situar as ideias
em contextos, sistemas coerentes, libertando-as de todo peso histórico e
tornando-as um pensamento vivo, atual e condizente com as faixas etárias e
com a situação real de cada indivíduo.

É de suma importância estabelecerem-se as distinções e as definições


a respeito do termo dialética. Ele tem assumido diferentes significados no
campo da pesquisa em Ciências Humanas. A Dialética, como mediação sócio-
analítica, possui estruturas sólidas no campo da pesquisa em Educação.
E na concepção dialética da pesquisa em Educação, a metodologia está
intimamente envolvida com uma concepção de realidade, de mundo, de uma
visão do homem e da história. A dialética é entendida então, a partir de suas
matrizes filosóficas, encontradas nas origens do pensamento grego.

Heráclito de Samos (apud NUNES, 1996, p. 13) – século VI a.C. – afirmava


que “tudo muda, nada permanece igual, como este fogo eternamente vivo, como
a união dos contrários de amor e ódio”. Platão, com sua metodologia filosófica
investigativa, definia a Filosofia como dialética, partindo das coisas sensíveis
até atingir as verdades plenas e perfeitas. Sua dialética seria a transcendência
da realidade sensível para se atingir, pelo pensamento e espírito, o mundo das
ideias. Sua dialética está retratada no Diálogo intitulado, O Sofista, dedicado
ao combate dos sofistas na cidade de Atenas. Platão apresenta a dicotomia
entre verdade e erro; e, pretende pela dialética, desmascarar a falsidade
verbal e retórica dos sofistas.

A dialética em Hegel é a lei que rege a realidade absoluta do mundo,


portanto, uma força interna do espírito objetivo que se desenvolve
progressivamente na realidade histórica e material. A partir do conceito de
alienação, no qual o homem se reconhece como estranho ao meio natural

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Metodologia do Ensino de Filosofia

social, tomando consciência de sua própria estranheza. No devir do processo


histórico, ou seja, no acontecimento de sua vida dentro da história, o homem
deve compreender, pela sua racionalidade, o que existe de universal e
inteligível no mundo e aproximar-se disso, enriquecendo o seu espírito e
evoluindo plenamente para o conhecimento objetivo – isto é Filosofia:

• um esforço consciente do homem em apropriar-se do mundo inteligível.


O pensamento dialético, nascido do conceito de transformação e
dinamismo do mundo, evolui para diferentes direções, a partir da lógica
interna da contradição;

• tese, antítese, síntese, negando-se e afirmando-se plenamente. Não


Atingir a maturidade
basta adquirir métodos de trabalho, que já mostraram seu valor em
filosófica, dentro
diferentes etapas de formação, com o simples objetivo de progredir
da aprendizagem
na realização de trabalhos escritos ou orais. O essencial é que cada
é: apoderar-se de
técnicas de leitura; indivíduo seja capaz de acompanhar as exigências práticas de
de interpretação de elucidação e de justificação de suas ideias;
textos; do espírito de
investigação filosófica • a metodologia não pode ser assimilada e limitada a um conjunto de
e das condições de técnicas genéricas, cuja aplicação levaria a um bom resultado, ela não é
tratamento sistemático mera habilidade externa ao saber. Para adquirirem-se métodos de trabalho
das questões em Filosofia, há de se compreender que o método é inerente a própria
clássicas. Filosofia. Elaborar uma metodologia já é fazer Filosofia, visto que isto
envolve necessariamente uma concepção filosófica da Filosofia.

Atingir a maturidade filosófica, dentro da aprendizagem que visa, a princípio,


a autonomia intelectual é:

• apoderar-se de técnicas de leitura;

• de interpretação de textos;

• do espírito de investigação filosófica e,

• das condições de tratamento sistemático das questões clássicas.

Portanto, crianças, adolescentes e jovens que venham a assimilar e


a obrigar-se a tal prática estarão formando autenticamente o seu espírito e
concretizando o desejo de pensar por si mesmos, que é o que os motiva.
Neste sentido afirma Lipman (1990, p. 51):

Fazer investigação filosófica é estar, a vida toda, pondo-se as questões


filosóficas e buscando corrigir, aprimorar ou produzir novas respostas a essas
questões sem perder-se em ceticismos que nada indicam, ou em relativismos

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

que indicam pobremente – porque são particulares. Fazer investigação


filosófica é ter um estilo de viver envolvido na e com a construção de
significações humanas, ainda que tenham que ser constantemente refeitas.
[...]. O problemático é inesgotável e se reafirma desumanamente, quaisquer
que sejam nossos esforços.

Como em qualquer método ou programa de ensino, a eficácia do


trabalho de reflexão filosófica depende, em grande parte do:

• empenho pessoal;
• da capacidade de iniciativa dos professores e alunos;
• do desejo de investigar;
• de leituras;
• de discussões;
• de produções de textos.

Um programa filosófico, com sua metodologia e programas de conteúdos,


não tem como meta convidar o estudante, independente de sua idade, a
contentar-se em produzir esta ou aquela ideia filosófica, ou aquela receita para
entender o mundo e a realidade.

Como um verdadeiro educador, um programa de ensino com seu rol de


conteúdos, sua metodologia, não tem outro objetivo que o de tornar-se inútil
tão logo desencadeie nos alunos a capacidade de terem, por si mesmos, o
domínio do trabalho e do pensamento filosófico, o que implica em primeiro
lugar, um desejo de filosofar; puro e simplesmente, pensar por si mesmo,
decidir, tomar nas mãos a responsabilidade por sua história. Por isso, um
Programa com sua metodologia e com uma estrutura de conteúdos precisa e
deve ser crítico e dialético.

Atividade de estudo

1) Como é definido aqui, filosofar?


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2) Qual a utilidade da tradição histórica da Filosofia dentro do aprender a filosofar?


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Metodologia do Ensino de Filosofia

3) Como é entendida a dialética como mediação socioanalítica?


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4) De que depende a eficácia do trabalho de reflexão filosófica?


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5) Qual é o objetivo principal de um programa ou método de ensino?


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BREVE HISTÓRICO DA FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO


BRASILEIRA: DA COLÔNIA À ATUALIDADE
Foi no século XVI que a Filosofia passou a fazer parte dos currículos
educacionais brasileiros. Com o desenvolvimento marítimo europeu de uma
nação com traços predominantes cristãos, os portugueses chegaram ao
Brasil através da ordem Jesuítica. Desembarcaram onde é, hoje conhecida,
a cidade de Salvador, na Bahia, com a missão de catequizar e instruir os
povos colonizados.

Preocupados em arrebanhar mais pessoas para a Igreja, os Jesuítas


caracterizaram a Educação e o ensino da Filosofia, em seu princípio, como
um modo propedêutico, preparatório. Sendo ensinado com base na doutrina
aristotélica e no pensamento escolástico, pois era o que interessava ao clero,
na época, para valorizar ainda mais a fé e a doutrina católica, em resposta à
liberdade de religião advinda da Reforma Religiosa (Lutero).

A educação no Brasil Colônia era uma cópia da cultura da metrópole,


pois havia uma afinidade de interesses entre a elite emergente e a coroa
portuguesa, em que a educação, representada pela Igreja, tendo um saber

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

estruturado em uma cultura clássica, tradicional, livresca e com o domínio da


gramática, era para bem poucos.

O método pedagógico utilizado para o ensino da Filosofia era formado


pelo processo de repetição e memorização, sendo estes considerados os
únicos métodos válidos e eficientes na aprendizagem. Até hoje, ainda se ouve
falar que a repetição é a mãe da aprendizagem. O que se ensinava como
conteúdo era a História da Filosofia e os pensamentos filosóficos já existentes,
sem haver uma preocupação maior com o desenvolvimento do pensamento
reflexivo, sendo valorizado apenas a memorização dos sistemas filosóficos, e
o pensar reflexivo, quando feito, era algo feito extraclasse.

Mesmo com a expulsão dos jesuítas em fins do século XVIII, a Filosofia


não desapareceu, sendo que o seu ensino ainda apresentava uma forma
precária, no entanto, manteve os mesmos aspectos livrescos e religiosos
como método de ensino.

Somente no século XIX que houve o surgimento dos cursos


profissionalizantes e superiores, estes últimos a partir de 1930, sendo que
o ensino secundário ficou incumbido de preparar os jovens como curso
propedêutico para o ingresso nos cursos de nível superior.

Foi neste momento que a disciplina de Filosofia ganhou caráter de


obrigatoriedade nos currículos do Ensino Médio. Entretanto, não foi sanada
com a obrigatoriedade algumas dificuldades que resultavam da falta de
organização dos conteúdos filosóficos, identificação de que conteúdos
deveriam ser lecionados e em quais séries, dentre outros.

Houve uma grande mudança no sistema educacional brasileiro durante


o século XX com o surgimento de novos movimentos ligados ao liberalismo.
Estes novos movimentos defendiam uma educação desligada das influências
da Igreja Católica em relação à formação da conduta humana. Para estes
movimentos o que se fazia necessário era o desenvolvimento de forma objetiva
da instrução científica e a busca pelo seu conhecimento. Esta busca era
totalmente influência do pensar positivista de Auguste Comte, prevalecendo
até os dias atuais em nossa realidade educacional. Estes movimentos
criticaram então, a presença da Filosofia nos currículos do Ensino Médio, pois
não entendiam a sua utilidade na formação do pensamento cultural brasileiro.

Liberalismo: Doutrina nascida e firmada na Idade moderna que defendeu


e procurou realizar a liberdade no campo político. Foi dividida em duas fases,
a primeira no século XVIII caracterisada pelo individualismo, e a segunda no
século XIX caracterizada pelo estatismo.

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Metodologia do Ensino de Filosofia

Além do interesse no saber científico, houve também, um despertar de


interesse na organização política. Após a proclamação da República, o Ensino
Médio sofreu modificações, deixando o seu caráter propedêutico e assumindo
uma postura mais científica, preparando os jovens para uma vida pública e
para o mercado de trabalho, ou seja, era necessário fabricar mão de obra
qualificada para o desempenho das atividades exigidas pelo Estado. Tendo em
vista esta educação profissionalizante, muitos jovens perderam a oportunidade
de ingressar em uma universidade.

Era necessária a ordem para haver o progresso, para isso se fazia


também necessário construir uma única forma de pensar. Com as mudanças
educacionais e a Filosofia esquecida, ou abandonada, a escolha de um curso
superior ficou de lado e o que prevalecia eram as instruções práticas para a
vida e uma instrução geral da cultura que levasse todos os indivíduos a terem
o mesmo modo no pensar.

Foi a partir de 1915, com o decreto nº 11.530, que se definiu que o Ensino
Médio teria a única função de ministrar conhecimentos e criar a possibilidade
de qualquer educando ingressar mediante um rigoroso exame, em qualquer
universidade. A Filosofia no Ensino Médio deixa o caráter complementar e
passa a ser facultativa na escola pública.
Em 1925, seguindo o
decreto nº 16.782, a
Filosofia, como caráter Em 1925, seguindo o decreto nº 16.782, no qual se afirmava que o
obrigatório nas grades Ensino Médio era o pilar fundamental para a cultura geral do país e era o
curriculares brasileiras, meio mais eficaz para o ingresso aos cursos de nível superior, voltava a
tendo por objetivo Filosofia, como caráter obrigatório nas grades curriculares brasileiras, tendo
preparar o homem por objetivo preparar o homem para a vida e contribuir para a cultura geral
para a vida e contribuir do país. Houve um porém, de forma negativa, as aulas foram reduzidas ao
para a cultura geral quinto e sexto anos do colegial, ministradas três aulas por semana sendo
do país. utilizados sistemas nada reflexivos.

Duas mudanças se fizeram significativas no sistema educacional nas


décadas de trinta e quarenta. A primeira na década de trinta, determinou
através de decreto que o Ensino Médio deveria formar o homem para todos
e quaisquer setores da vida e para o desenvolvimento da nação. A segunda
mudança, ocorrida já na década de quarenta, intitulada como Lei Orgânica
do Ensino Secundário, determinava a necessidade de fornecer conhecimento
intelectual, formar a personalidade e a consciência patriótica dos educandos.

Neste mesmo período surgiu outro movimento denominado Escola


Nova, que defendia as ideias do filósofo John Dewey, colocando a
instrução escolar como meio de desenvolvimento econômico e social.
Para que isto acontecesse, os seguidores deste movimento, conhecidos
como escolanovistas, defendiam a escola leiga, gratuita e obrigatória

24
Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

com direito de acesso a ambos os sexos. Este movimento ainda visava


uma reformulação geral do Ensino Médio brasileiro, em que se valorizava
a questão da consciência social do ser humano. Mesmo sendo mantida
a disciplina de Filosofia como obrigatória por este movimento, ela foi
perdendo o seu espaço, teve carga horária reduzida, incluiram-se temas
genéricos, ou seja, não filosóficos à disciplina, tornando-a cada vez mais
desorganizada e sem nexo como estudo filosófico propriamente dito.

Com a promulgação da lei Nº 4.024 em 1961, surgiu no Brasil a Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional, passando novamente a disciplina de
Filosofia de caráter obrigatório a complementar na grade curricular do Ensino
Médio. Até 1963 a disciplina de Filosofia era facultativa, podendo ser escolhida
para compor a grade curricular ou não. Em 1964, com o golpe militar, nasceu
um forte movimento de troca da Filosofia por disciplinas que elevassem o
civismo nacional. Neste contexto em 1968, o MEC, recebendo orientações
diretas dos EUA, que financiavam a nova organização educacional (acordo
MEC – USAID), fez reformas universitárias (Lei 5.540/68), do ensino primário
e médio (Lei 5.692/71). Estas leis estabeleceram uma estreita relação entre
educação e produção como teoria do capital humano. Em 1971, com a
reforma educacional,
Em 1971, com a reforma educacional, foram excluídas todas as disciplinas foram excluídas todas
de caráter reflexivo da grade curricular, pois o mais importante era a formação as disciplinas de
profissional como meio concreto do conhecimento. Aqui tinha-se o objetivo caráter reflexivo da
grade curricular, pois o
de proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de
mais importante era a
suas potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o
formação profissional
trabalho e preparo para o exercício da cidadania.
como meio concreto
do conhecimento.
No governo Geisel (entre 1974–1979) a Filosofia voltou a grade curricular,
porém de forma facultativa e a cargo de cada instituição de ensino ministrá-la.
Devido a sua carga horária reduzida, poucas instituições de ensino optaram
por lecionar Filosofia.

Durante os anos de regime militar, por vários motivos, o ensino no Brasil,


não correspondeu às expectativas enquanto ensino profissionalizante, como
Em 1982, quando o
as reformas queriam: a falta de orientação profissional, precariedade das
Conselho Federal de
escolas, descaso com a educação séria, deixando a preocupação com uma
Educação publicou
educação de qualidade na retórica, esquecendo-se da prática. e editou o parecer
7.044/82, afirmando
O ensino de Filosofia sofre novas alterações em 1982, quando o Conselho que a Filosofia
Federal de Educação publicou e editou o parecer 7.044/82, afirmando passava a fazer
que a Filosofia passava a fazer parte do elenco das disciplinas do núcleo parte do elenco das
diversificado do currículo, e que caberia aos conselhos estaduais de educação disciplinas do núcleo
a responsabilidade por este núcleo. diversificado do
currículo.

25
Metodologia do Ensino de Filosofia

Em 1996 houve então, a aprovação da nova LDB – Lei de Diretrizes e


Bases para a Educação Nacional, quando a Filosofia foi excluída de maneira
inexplicável do quadro de disciplinas do Ensino Médio, sendo que as mesmas
diretrizes se referiam ao Ensino Médio da seguinte forma: Seção IV – Do
Ensino Médio Art. 35º:

O Ensino Médio, etapa final da educação básica, com


duração mínima de três anos, terá como finalidades:

§ 1º [...] III Domínio dos conhecimentos de filosofia e


sociologia necessária ao exercício da cidadania. (BRASIL,
1996).

Reconhecida a importância da Filosofia no aprimoramento do educando


como pessoa humana, na sua formação ética, no desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico do indivíduo; porém, não
integrada na grade curricular obrigatória no Ensino Médio, e sim, como
conteúdo a ser aplicado dentro das demais disciplinas. Com o parecer Nº 15/98
a Filosofia passa a assumir caráter interdisciplinar, devendo ser lecionada
obrigatoriamente, não como disciplina única, mas dentro de outras disciplinas,
como por exemplo, no campo da Matemática, Física, Português, entre outras.

Alguns estados brasileiros como Paraná, Santa Catarina, Maranhão entre


outros, assim como alguns municípios, São José/SC, Belmonte/SC, São Luís/
MA entre outros, em suas diretrizes de educação, incluíram a Filosofia como
disciplina obrigatória no Ensino Fundamental e Médio já há alguns anos. O
Conselho Federal de Educação somente incluiu o ensino da Filosofia e
Sociologia no Ensino Médio como disciplina obrigatória no ano de 2008.

Atividade de Estudo

1) Quando e como a Filosofia foi introduzida no pensamento brasileiro?


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2) Qual era o método utilizado para se ensinar Filosofia no Brasil Colônia?


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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

3) Durante o século XX, com o surgimento de novos movimentos ligados ao


liberalismo, houve algumas mudanças. Cite algumas.
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4) O que se definiu com o decreto nº 11.530 de 1915?


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5) Nas décadas de 30 e 40 houve duas mudanças no sistema educacional.


Quais foram?
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A OBRIGATORIEDADE DO ENSINO DA FILOSOFIA NO


PROJETO DE LEI Nº 1641/2003
Tendo presente que a juventude apresentava algumas características
de desesperanças e poucas perspectivas futuras, como envolvimento com
drogas, prostituição, desemprego, criminalidade, e também por ter vivenciado
na sua adolescência e juventude o regime militar, o Deputado Federal Dr.

27
Metodologia do Ensino de Filosofia

Ribamar Alves, do PSB do Maranhão, questionava: o que poderia fazer


enquanto representante político para modificar esta realidade? Dr. Ribamar
queria apresentar um PL - Projeto de Lei, que desse aos jovens o direito ao
questionamento, condições de lutar contra as adversidades, que tomassem
consciência de si e dos outros, para que deixassem de ser presas fáceis dos
vendedores de ilusão.

Com esta intenção, o Deputado Dr. Ribamar reapresentou o PL do ex-


Deputado Padre Roque PT/PR. Depois de reelaborado o documento, foi
apresentado como o PL nº 1641 em 07 de agosto de 2003, ficando o projeto
sob proposição sujeita à apreciação pelas Comissões de Educação e Cultura,
Constituição e Justiça e de Redação. A proposta do Projeto de Lei foi a de
alterar a Lei Darcy Ribeiro, Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional
– LDB Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, alterando os dispositivos do
artigo 36, incluindo as disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo escolar,
como disciplinas obrigatórias do Ensino Médio.

Lei 11.684, de 2 de Em 2 de Junho de 2008, o vice-presidente da República, no exercício do


junho de 2008: Art. 36 - cargo de Presidente da República, José de Alencar Gomes da Silva fez saber
IV – serão incluídas a que o Congresso Nacional decretara e sancionada por ele, a Lei 11.684, de 2
Filosofia e a Sociologia de junho de 2008:
como disciplinas
obrigatórias em todas Art. 1º O Art. 36 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
as séries do ensino passa a vigorar com as seguintes alterações:
médio.
Art. 36 [...]

IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como


disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio
(BRASIL, 2008).

O artigo 2º revoga o inciso II do art. 36 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de


1996, que tinha como objetivo do Ensino Médio o domínio dos conhecimentos
de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania. Já o artigo
3º afirma que presente Lei entra em vigor a partir de sua publicação no Diário
Oficial da União, que no caso foi publicada no dia 03 de junho de 2008.

Para fins de pesquisa pode-se acessar a lei na íntegra no site:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm

Com esta atitude de apresentar o Projeto de Lei e lutar pela obrigatoriedade


da Filosofia, o Deputado Ribamar Alves entra para a história da Filosofia e
da Educação brasileira. Porém, ainda mantêm-se algumas preocupações com
conteúdos a serem trabalhados, metodologias e a formação dos profissionais que
irão desempenhar a disciplina, assuntos a serem tratados em capítulos seguintes.

28
Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Há um movimento acontecendo, liderado pelo Centro de Filosofia


Educação para o pensar: Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens,
com sede em Florianópolis/SC, de inclusão da Filosofia como proposta de
Educação para o Pensar no Ensino Fundamental. O Deputado Dr. Ribamar
Alves, em seu parecer ao Centro de Filosofia, demonstra ser simpatizante
desta proposta.

Pode-se acompanhar uma entrevista feita com o Deputado Dr. Ribamar


Alves pelo Jornal Corujinha Ano XVI – Nº 59, 3º Trimestre – 2007 que está
disponível no site:

http://www.centro-filos.org.br/professores/?action=materiasCoruja&idCoruja=28

Atividade de Estudo

1) O que motivou o Dep. Dr. Ribamar Alves propor a volta da Filosofia e da


Sociologia como disciplinas obrigatórias na grade curricular das escolas
brasileiras?
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2) Qual é a proposta do Projeto de Lei Nº 1.641?


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3) Como fica constituída a LDB após a apresentação do PL 1.641?


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Metodologia do Ensino de Filosofia

4) Como foi que Ribamar Alves Encontrou meios para inserir o seu PL?
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ÉTICA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO: DISTINÇÕES E


POSSIBILIDADES
Vivemos neste começo de século uma época de incertezas e de profundas
transformações. A Filosofia, enquanto uma ciência histórica, oferece ao
homem alguns parâmetros que ajudam na compreensão e entendimento de
sua realidade pessoal e da sociedade por ele construída.

Como vimos anteriormente, a característica da Filosofia, principalmente


neste momento histórico, está em aproximar-se constantemente da atitude
fundamental de compreender a realidade, aquela formulada por Heráclito
como dinâmica e contraditória.

Perante tais constatações não é possível conceber diante da obrigatoriedade


do ensino da Filosofia uma metodologia do Ensino da Filosofia de maneira
reducionista, quer como um conjunto de verdades e definições, ou mesmo como
um conjunto de técnicas, formas e métodos de conhecimento e pensamento.

Quando a Filosofia oportuniza a apreensão sistemática da cultura, ela


dá ao homem uma consciência crítica de seu tempo e uma responsabilidade
pessoal e social. Gera uma ação ética, política e educacional que tem seu
tempo de maturidade, que vivencia experiências a cada instante e que é
responsável por si e pela comunidade.

Queremos que os educadores, as crianças, os adolescentes e os jovens,


por meio de um programa filosófico-pedagógico, com conteúdos específicos
para cada faixa etária, com metodologias e instrumentos de avaliação,
pensem, reflitam e atuem no e sobre o ambiente em que vivem.

Esta postura crítica de ensinar e aprender a filosofar vai ao sentido de


uma abertura que se coloca contra qualquer dogmatismo. Queremos que os
envolvidos no processo compreendam a realidade como dialética, que mantém
uma correlação de forças conservadoras e transformadoras em todos os

30
Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

níveis e estruturas (mental, social, econômica e moral). Esta é uma apreensão


crítica da realidade proposta pela Filosofia e que é o objetivo e busca de uma
metodologia do ensino da Filosofia com um viés ético e político.

Uma reflexão filosófica engajada e atual deve considerar a contradição


decorrente do duplo comprometimento que se traduz na compreensão de
nossa época e também com a ação coerente, na direção de nossos sonhos que
projetamos para o nosso futuro. Nessa linha afirma César Nunes (2003, p. 35):

A ação emancipatória torna-se efetiva quando articula


a teoria, a reflexão analítica, com a ação consistente,
metódica, politicamente determinada com a intencionalidade
propositiva. Chamamos de emancipatória a perspectiva
que visa produzir autonomia crítica, cultural e simbólica,
esclarecimento científico, libertação de toda forma de
alienação e erro, de toda submissão, engodos falácia ou
pensamento colonizado, incapaz de esclarecer os processos
materiais, culturais e políticos. Ao mesmo tempo que liberta,
aponta que emancipação significa também a prática da
autonomia ética, o ideal e propósito de constituir valores
que justifiquem nossas condutas morais, indica ainda
a responsabilidade social pelas escolhas e opções que
fazemos, até constituir-se num ideal de elevação estética.
[...] Por fim, emancipação significa coerência, autonomia,
convicção e libertação política, a constituir-se em grupos
e comunidades de pessoas esclarecidas pela ciência e
motivadas pelos ideais e virtudes coletivas.

Vale aqui, trazer à tona a questão da ética, da política e da educação,


atitudes que estão muito próximas no ser e no agir de quem busca uma postura Levar os indivíduos
reflexiva, filosófica e, uma ação coerente. Ao pensarmos a realidade, somos envolvidos no
convidados a ver o mundo em sua dinamicidade histórica e, sendo a Filosofia processo de ensino-
a expressão do máximo de consciência possível que uma época ou período aprendizagem a
histórico tem sobre si mesmo, a Filosofia está convocada a dar razões para a desenvolver uma
manutenção da esperança e da causa do homem. reflexão ética e uma
ação condizente
Levar os indivíduos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem a (política) é o nosso
grande objetivo
desenvolver uma reflexão ética e uma ação condizente (política) é o nosso
pedagógico,
grande objetivo pedagógico, principalmente pela exigência atual de uma
principalmente pela
postura ética.
exigência atual de uma
postura ética.
Temos a convicção de que na nossa cultura, o destino da Ética está
irrevogavelmente ligado ao destino da razão. Mesmo em uma época de
perplexidades, de uma civilização que fez da razão seu emblema maior e
caminhou ousada e dramaticamente na inversão de valores e na suspeita que
se exprimem num niilismo ético radical.

31
Metodologia do Ensino de Filosofia

Vivemos numa democracia. Ora, no sistema democrático, todos somos


seres políticos. Quando delegamos o poder a alguém, escolhemos pelo voto,
aquele que mais se parece conosco, com o qual simpatizamos por defendermos
as mesmas posições, por termos ideias que favoreçam o desenvolvimento da
cidade ou do país. Muitos escolhem seus representantes pela sigla partidária.
Dentre os que se candidatam a ser representantes do povo, há os decentes
e os indecentes e oportunistas, mas isso ocorre em todos os setores da
sociedade. Diferenciamos então, a ação política da politicagem, definindo-se
a segundo pelo comportamento indecente de políticos corruptos que pensam
poder comprar a democracia.

Desde Platão, nos últimos cinco séculos antes de Cristo, a Filosofia, a


Ética e a Filosofia Política estão ligadas entre si. Tal ligação é tão forte que
se considera o ideal da Filosofia Política como uma continuação da Filosofia
Moral. Ambas têm a mesma finalidade - buscam o bem viver.

O ser humano quando é livre em seu agir e criador do seu próprio destino,
responde eticamente por sua ação. Ao mesmo tempo em que ele escolhe
livremente, há uma série de contradições históricas que exigem sempre novas
opções. A partir de tais escolhas, temos a ação política que é essencialmente
ação e se compreende como tal dentro de uma determinada coletividade
social. Qualquer pessoa que queira viver bem, portanto eticamente, não se
pode omitir do seu papel político.

Atitude ética e atitude política são, portanto duas formas de se


considerarem o que se vai fazer e como vamos usar nossa liberdade. A atitude
ética é, antes de tudo, pessoal; por meio da qual, cada um escolhe o que
melhor corresponde ao seu próprio bem-estar naquele momento específico de
sua vida e não há a necessidade de convencer os outros de que essa opção é
a melhor. Na atitude política há o outro a ser considerado, portanto há acordos
e é preciso haver ordenação e organização, pois as ações políticas afetam
grupos de indivíduos.

O momento histórico em que vivemos está marcado por contradições e


desafios. Vivemos na era da globalização, um tempo cheio de novidades e
também de voracidades institucionais e subjetivas. O século XXI despontou
marcado pelos estigmas do século passado, guerras, acumulação de renda,
totalitarismos e uso inadequado das ciências (dando-lhes fins destrutivos e
elitistas), intolerância religiosa, relativismos morais, comercialização do sexo
e da sexualidade, ampliação do poder massificante e desumanizador da
indústria cultural. Toda essa realidade vivenciada pela sociedade marca nosso
universo e interfere em nossos significados e em nosso agir.

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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Ao lado, e no contraponto de tal realidade, as sociedades carregam


contradições e injustiças sociais, padece-se de fome, há doenças que já
poderiam estar erradicadas, mas continuam a matar e a fazer miséria. As
cidades crescem sobre relações frias e normas impessoais, a violência atinge
índices nunca antes vistos, o progresso tecnológico não se acompanhou pelo
progresso moral, pela elevação ética nem pelo desenvolvimento estético
emancipatório e realizador.

As contradições são muito visíveis em nosso país. No século XX


presenciamos o Brasil saindo de uma estrutura agrária e rural (de forte tradição
colonial escravista, imperial e republicana, determinada por interesses elitistas
e aristocráticos) para uma estrutura industrializada e urbanizada. Toda esta
mudança ocorreu muito rapidamente, movida pelo espírito desenvolvimentista,
pelos ideais de modernização conservadora, conduzida por experiências
políticas alternantes entre o populismo e autoritarismo que culminaram em
uma sociedade globalizada em processo de articulação cultural-econômico
que nos faz dependentes e subservientes.

Diante deste cenário que trouxe consequências negativas tanto para o


indivíduo como para a sociedade brasileira, coloca-se o desafio a todos os
cidadãos, particularmente aos educadores. Trata-se da necessidade de
se criar uma sociedade reflexiva, tanto sobre o comportamento moral, os
costumes socialmente assumidos, quanto sobre os parâmetros internos de
uma justificação racional de nossa ação e vivência.

Movidos por tal necessidade, lutamos por uma educação reflexiva por
meio do ensino da Filosofia através de programas filosófico-pedagógicos, cujo
fio condutor defende um rol de conteúdos em direção a uma reflexão filosófica
emancipada. Os programas devem ser sempre objetos de investigação e
discussão, por parte dos pensadores, educadores e cidadãos que continuam a
nutrir os mais elevados sentimentos e parâmetros éticos.

O ensino da Filosofia no terceiro milênio, a partir de nossa realidade


educacional, deve produzir cidadania, consciência histórica, responsabilidade
moral, elevação ética, participação política e sensibilização estética nas
gerações presentes e futuras. Desde os primeiros anos escolares as crianças
e os professores têm o direito de filosofarem e continuarem por todo processo
educacional. Esta será a tônica de nossas reflexões daqui para frente em
nossos estudos na Metodologia do Ensino da Filosofia.

33
Metodologia do Ensino de Filosofia

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Durante o capítulo foram apresentados alguns pontos a serem refletidos.


Um destes pontos é o exame da própria vida, sendo que este deve ser feito
com consciência crítica, maturidade e qualidade.

Esta prática de refletir sobre os próprios atos parece ser impossível na


sociedade hodierna, sendo que muitos “contra-valores” nos obrigam a correr
atrás da máquina em busca do ter, deixando de lado o ser.

A Filosofia prima por uma educação reflexiva; e esta, por sua vez, busca
a formação do homem integral, ou ainda, formação integral do homem.
Questionar é uma das habilidades buscadas por esta metodologia, o que por
muitas vezes é visto de forma inconveniente em uma sociedade que não sabe
explicar o porquê das coisas.

O desejo de quem busca o domínio das massas é que não se tenha


conhecimento do que e como as coisas acontecem. A Filosofia proporciona
parâmetros que nos ajudam a compreender a realidade ocorrida em nossa
dimensão pessoal e social.

Atividade de Estudo

1) O que oferece ao homem a Filosofia enquanto ciência histórica?


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2) Como a dialética é entendida neste contexto?


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3) Qual a relação feita no texto entre Filosofia, Política e Ética?


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Capítulo 1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESDOBRAMENTOS
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

4) Segundo o prof. Dr. César Nunes, o que deve se levar em consideração numa
reflexão filosófica engajada e atual, para tornar-se uma ação emancipatória?
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REFEFÊNCIAS
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BRASIL. Lei n. 11.684, de 2 de junho de 2008. Altera o art. 36 da Lei no


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planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm#art1>. Acesso
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______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes


e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem Grego. São Paulo: Herder,


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LIPMAN, Mattheu. A filosofia vai à escola. São Paulo: Summus, 1990.

MORIN, Edgar. Para Sair do Século XX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
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WONSOVICZ, Silvio. Crianças Adolescentes e Jovens Filosofam.


Florianópolis: Sophos, 2005. Vol. II

WONSOVICZ, Silvio. O Ensino de Filosofia na escola fundamental: O


projeto de educação para o Pensar em Santa Catarina (1989-2003) – A
proposta, a crítica, contradições e perspectivas. 313 f. Tese (Doutorado)
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