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Coordenação

Lucas Miguel Lihue

SAGRADA FAMÍLIA

Arautos do Evangelho
São Paulo
2018
Coordenação:
Lucas Miguel Lihue

Texto:
Ref: O Inédito sobre os Evangelhos
Vol. I - Pág. 133 à 144
Monsenhor. João S. Clá Dias

Diagramação:
Renan Paulon

R. Avaí, 430 - Santa Inês, Caieiras - SP,


07733-005 - Tel.: 55 (11) 2971-9061
SUMÁRIO

I - DEUS ESCOLHEU UM LAR 5


A finalidade da família 6
Como deve ser a vida familiar santa 8

II - OBEDIÊNCIA À VOZ DE DEUS 11


Deus respeita as autoridades legítimas 12

Deve-se obedecer aos avisos divinos com prontidão 14

A desordem gerada pelo pecado já é um castigo 16

Nunca nos apeguemos à nossa própria situação 17

A sabedoria dos planos da Providência 18

III – A SAGRADA FAMÍLIA, EXEMPLO 20


NAS DIFICULDADES DA VIDA
E-book Sagrada Família

I - DEUS ESCOLHEU UM LAR


A Santa Igreja reserva o domingo posterior ao
Natal para cultuar e festejar a Sagrada Família,
convidando-nos a refletir sobre o valor e o
verdadeiro sentido da instituição familiar. Ela
é a célula-mãe, o fundamento da sociedade, e
se hoje assistimos a uma tremenda crise moral
na humanidade, isso se deve em certa medida à
desagregação da família. Abalada esta, o resto
da sociedade não se sustenta.

Lemos no Gênesis, que depois de criar o homem


e a mulher, Deus abençoou-os e lhes disse:
“Frutificai e multiplicai-vos” (1, 28). Era a primeira
família, formada por mãos divinas. Esta união é
tão adequada à natureza humana que no Antigo
Testamento não se compreendia o celibato, pois
quase equivalia “a cometer um homicídio, a
diminuir no mundo a semelhança divina”, salvo
no caso de vocações muito especiais como, por
exemplo, a de Santo Elias. Não ter filhos, morrer
sem descendência era considerado um sinal de
castigo e de maldição.
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E-book Sagrada Família

A finalidade da família
Como o desígnio de Deus para a generalidade
das pessoas é que o homem se una à mulher para
constituírem um lar, a vocação ao celibato é uma
exceção aos padrões da natureza.

No entanto, por ocasião da vinda de Nosso


Senhor Jesus Cristo, a família adquire caráter
sobrenatural pela elevação da união matrimonial,
contrato natural, à categoria de Sacramento,
simbolizado na misteriosa e indissolúvel união
entre Cristo e sua Igreja.

Isto contraria a ideia errada, em voga na


atualidade, de que a família não tem um objetivo
religioso, mas apenas social ou afetivo.

Bem outro é, todavia, o conceito expresso por


Nosso Senhor: “Buscai em primeiro lugar o Reino
de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos
serão dadas em acréscimo” (Mt 6, 33).

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E-book Sagrada Família

Quando no seio da família se procura o Reino de


Deus, ou seja, a santidade, tendo como modelo
supremo Jesus, Maria e José, todo o resto —
dinheiro, comida, lar, etc. — vai ser concedido
por acréscimo.

Ela existe para educar os filhos na sabedoria e


encaminhá-los para o Céu, pois estamos nesta
Terra de passagem, preparando-os, portanto,
para enfrentar as tribulações deste vale de
lágrimas com vistas à eternidade.
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E-book Sagrada Família

Como deve ser a vida familiar santa


São Paulo diz: “Vós sois amados por Deus, sois
os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos
de sincera misericórdia, bondade, humildade,
mansidão e paciência, suportando-vos uns aos
outros e perdoando-vos mutuamente se um
tiver queixa contra o outro. Como o Senhor nos
perdoou, assim perdoai também. Mas, sobretudo,
amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo
da perfeição” (Col 3, 12-14).

Dentro do convívio familiar deve existir um


amor intenso, nem sentimental nem romântico,
decorrente do amor a Deus e visando antes de
tudo a santificação do outro cônjuge e de toda
a família.

É impossível — ao contrário da ideia divulgada por


certos filmes ou novelas — viver sem dificuldades.
“Militia est vita hominis super terram — A vida do
homem sobre a Terra é uma luta” (Jó 7, 1).

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Eis a verdadeira chave da felicidade familiar:


o respeito recíproco entre os esposos. Nunca
discutirem ou se desentenderem, sempre
dispostos a perdoar as fraquezas mútuas,
a suportar as diferenças temperamentais,
adaptando-se às preferências do outro.

Arautos do Evangelho 9
Quando no seio da família se procura
o Reino de Deus, todo o resto vai ser
concedido por acréscimo.
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II - OBEDIÊNCIA À VOZ DE DEUS


Os Magos, vindos do Oriente, estavam desejosos
de encontrar o Salvador prometido e perguntaram
a Herodes — o Grande —, com certa ingenuidade,
onde estava o Rei dos judeus recém-nascido (cf.
Mt 2, 2). 0 tirano tremeu ao ouvir isto, tomado
de pavor, porque essa criança que acabava de
nascer poderia vir a tirar-lhe o trono.

O que fez, então, Herodes? Enganou os Magos,


fingindo-se uma pessoa piedosa que, como
eles, esperava a vinda do Messias, e pediu-lhes
que fossem procurar o Menino para, depois,
também ir adorá-Lo. Na realidade, seu intuito o
assassinato.

Como transcorressem os dias e os Magos não


retornassem a Jerusalém conforme combinado —
já que haviam sido avisados pelo Anjo em sonho
das más intenções de Herodes —, as suspeitas
de conspiração aumentaram, levando o infame
rei a cometer mais uma atrocidade para tentar
pôr fim à vida do Menino.

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Baseando-se na profecia de Miqueias sobre o


nascimento do Messias em Belém (cf. Mq 5,
1-2), que os príncipes dos sacerdotes lhe tinham
dado a conhecer, determinou exterminar todas
as crianças dessa cidade e das redondezas, de
idade inferior a dois anos.

Estamos diante de uma situação singular: o


Príncipe da Paz, o Esperado das Nações apenas
nasce e já suscita contra Si o ódio do demônio,
que incute um pânico sem fundamento em
Herodes, instigando-o a matá-Lo.

Deus respeita as autoridades legítimas


Um Anjo do Senhor apareceu em sonho a São José
para lhe dizer que deveria fugir com o Menino e
sua Mãe para o Egito. Por que o Anjo apareceu a
São José e não a Maria Santíssima? Pois quem
tinha uma relação direta com o Menino Deus era
sua Mãe, enquanto São José era tão somente o
pai adotivo, e, do ponto de vista sobrenatural, o
menor na Sagrada Família.

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E-book Sagrada Família

Entretanto, como chefe da casa, a ele cabiam as


decisões, e por tal motivo foi o escolhido para
receber o aviso angélico.

Isso permite uma aplicação para a nossa vida:


o respeito à hierarquia redunda em benefício
para quem o leva a sério, é a melhor forma de
progredir espiritualmente e constitui o eixo
da harmonia familiar, assim como de qualquer
comunidade religiosa ou instituição temporal.

Pelo contrário, quem se revolta contra o superior


legítimo provoca retração da graça de Deus e
tem dificuldade em perseverar no caminho da
virtude.

Esta obrigação de obedecer as autoridades só


se torna inválida quando se refere à prática do
pecado, pois nenhuma autoridade, por mais alta
que seja, tem o poder de revogar a Lei de Deus.

Arautos do Evangelho 13
E-book Sagrada Família

Deve-se obedecer aos avisos


divinos com prontidão
O Anjo disse a São José:

Levanta-te, pega o Menino e sua Mãe e foge


para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque
Herodes vai procurar o Menino para matá-Lo”.
José levantou-se de noite, pegou o Menino e sua
Mãe . . .

Flexível à vontade de Deus, São José com todo o


respeito despertou Maria de um sono angélico
para empreenderem logo a viagem, pois o texto
do Evangelho diz que “levantou-se de noite”.
especial no desempenho da sua função. Como
todo poder vem do alto (cf. Jo 19, 11), também do
Céu lhe serão concedidas a inspiração e o auxílio
sobrenatural para conduzir à sua finalidade os
subordinados. Digna de nota é sua prontidão
em atender à indicação do Anjo, fato do qual
podemos haurir uma preciosa lição: enquanto
os subalternos — neste caso Maria e Jesus em
relação a São José, cabeça da família — devem

Arautos do Evangelho 14
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obediência à autoridade, esta tem de ser muito


dócil à voz da graça.

Um superior nunca deve dizer “eu não sei o que


fazer”, porque Deus não abandona a autoridade
legítima que Ele mesmo constituiu, mas a
assiste de maneira especial no desempenho da
sua função.

Como todo poder vem do alto (cf. Jo 19, 11),


também do Céu lhe serão concedidas a inspiração
e o auxílio sobrenatural para conduzir à sua
finalidade os subordinados.

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E-book Sagrada Família

A desordem gerada pelo


pecado já é um castigo
Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir
o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito
chamei o meu Filho”. Quando Herodes morreu. . .

Há quem diga que Deus não castiga. O certo é que


a desordem provocada na natureza humana pelo
pecado já é uma primeira punição pela violação
da ordem. No caso de Herodes, é proveitoso
conhecer alguns detalhes de seus últimos
dias, pois permitem uma boa reflexão sobre as
consequências do pecado.

Ele vivia obcecado pelo receio de que alguma


conspiração, e a menor oposição a seu domínio
era punida com a morte, da qual nem sequer
seus familiares puderam escapar.Conta-se que
o imperador Augusto, chegou a comentar que
preferiria ser um porco de Herodes a ser seu
filho, pois como o tirano não se alimentava deste
animal ele estaria tranquilo, enquanto se fosse
filho corria o risco de ser executado.

Arautos do Evangelho 16
E-book Sagrada Família

A enfermidade que o levou à morte provocou-


lhe dores atrozes, violentas convulsões e uma
terrível gangrena em suas entranhas. Os vermes
que o devoravam eram visíveis e o odor exalado
insuportável. Estes terríveis males que lhe
corroeram a carne, ainda antes de morrer, bem
simbolizam sua consciência, a qual não lhe deu
sossego até o último instante e fez de sua vida
um inferno.

Nunca nos apeguemos à


nossa própria situação
19. . . o Anjo do Senhor apareceu em sonho a
José, no Egito, 20 e lhe disse: “Levanta-te, pega
o Menino e sua Mãe, e volta para a terra de Israel;
pois aqueles que procuravam matar o Menino
já estão mortos”. 21 José levantou-se, pegou o
Menino e sua Mãe, e entrou na terra de Israel.

A flexibilidade incondicional de São José à


inspiração divina, mais uma vez, sobressai. Ao
receber a ordem de voltar para Israel, ele não

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se queixa nem discute com o Anjo: levanta-se e


parte sem delongas para a terra natal. Assim deve
ser um superior quando ouve a voz da graça: à
imitação de São José, obedecer de imediato com
toda segurança.

A sabedoria dos planos da Providência


22 Mas, quando soube que Arquelau reinava na
Judeia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de
ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em
sonho, José retirou-se para a região da Galileia,
23 e foi morar numa cidade chamada Nazaré.
Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito
pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno”.

Vemos neste fato a mão de Deus, que designara


aquela terra, a Galiléia, para acolher os
primórdios da missão redentora de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Tais são os caminhos da nossa
existência, atravessados por imprevistos que nos
mudam os planos: ora Deus pede uma coisa, ora
pede outra. Entretanto, em tudo o que acontece
Ele nos dirige com sabedoria e afeto paternal.

Arautos do Evangelho 18
Flexibilidade incondicional de
São José à inspiração divina

Arautos do Evangelho
E-book Sagrada Família

III – A SAGRADA FAMÍLIA, EXEMPLO


NAS DIFICULDADES DA VIDA
Eis o aspecto maravilhoso da família quando se
desenvolve em torno de um eixo: a Lei de Deus,
o próprio Deus. A Igreja nos propõe o inigualável
exemplo da Sagrada Família: São José, obediente,
de nada se queixa; Nossa Senhora toma os
reveses com inteira cordura e submissão; e o
Menino Jesus Se deixa conduzir e governar por
ambos, sendo Ele o Criador do Universo.

Nós também devemos, portanto, ser flexíveis à


vontade de Deus e estar dispostos a aceitar com
doçura de coração, com resignação plena e total,
os sofrimentos que a Providência exigir ao longo
de nossa vida.

Esta atitude diante da cruz é a raiz da verdadeira


felicidade, bem-estar e harmonia familiar, e
atrai sobre cada um de nós graças especialíssimas
que nos restauram as almas, curando-as das
misérias e firmando-as rumo ao Céu.

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E-book Sagrada Família

Peçamos à Sagrada Família que, por sua


intercessão, floresça nas famílias de toda a Terra
a sólida determinação de abraçar sempre mais
a via da santidade, da perfeição e da virtude,
buscando em primeiro lugar o Reino de Deus e
de Maria, na certeza de que, em compensação, o
resto virá por acréscimo.

Arautos do Evangelho 21
Bibliografia
- BONSIRVEN, Si, Joseph. Le judaïsme palestinien au
temps de Jésus-Christ. 2.ed. Paris: Gabriel Beauchesne,
1935, t.II, p.207.

- Cf. PHILIPON, OP, Marie-Miche!. Los dones dei


Espíritu Santo. Barcelona: Balmes, 1966, p.332-335.

- Cf. SCHUSTER, Ignacio; HOLZAMMER, Juan B.


Historia Bíblica. Nuevo Testamento. Barcelona:
Litúrgica Española, 1935, t.II, p.74 77; TRICOT,
Alphonse Elie. Le monde juif au temps de Notre-
Seigneur. In: ROBERT, André; TRICOT, Alphonse Elie
(Dir.). Initiation biblique. Introduction à l’étude des
Saintes Ecritures. 2.ed. Paris: Desclée, 1948, p.693-
700.

- Cf. FILLION, Louis-Claude. Vida de Nuestro Señor


Jesucristo. Infancia y Bautismo. Madrid: Rialp, 2000,
v.1, p.187-l88; FERNANDEZ TRUYOLS, SJ, Andrés.
Vida de Nuestro Señor Jesucristo. 2.ed. Madrid: BAC,
1954, p.60.

- SAO JOAO CRISOSTOMO. Homilía VIII, n.2. In:


Obras. Homilías sobre el Evangelio de San Mateo
(1-45). 2.ed. Madrid: BAC, 2007, v.1, p.150 e p. 149.
- SAO LEAO MAGNO. In Epiphani Solemnitate. Sermo
III, hom.14 [XXXIII], n.4. In: Sermons. 2.ed. Paris: Du
Cerf, 1964, v.1, p.233.

- Cf. FLAVIO JOSEFO.Antiguidades judaicas. L.XIV c.28,


n.623 e LXVII, c.8, 11.739.

- Cf. TUYA, OP, Manuel de. Biblia Comentada.


Evangelios. Madrid: BAC, 1964, vV, p.42.

Faça parte de nossa família


A vida familiar deve ter como objetivo a
procura e o cultivo da santidade.

Quando no seio da família se procura o


Reino de Deus, todo o resto vai ser
concedido por acréscimo.

A Igreja nos propõe este inigualável


exemplo: a Sagrada Família de Nazaré.

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