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O documento analisa o período do Estado Novo no Brasil sob Vargas, quando se implementou um modelo corporativista de sindicalização controlado pelo Estado. Isso incluiu a criação do Ministério do Trabalho para formular políticas trabalhistas, reconhecimento de sindicatos únicos por categoria e proibição de atividades políticas nos sindicatos. Apesar de ampliar direitos trabalhistas, o modelo visava controlar os trabalhadores e reprimir ideologias de esquerda.
Descrizione originale:
Resumo/Fichamento de texto
Titolo originale
d'Araujo - Estado, Classe Trabalhadora e Políticas Sociais
O documento analisa o período do Estado Novo no Brasil sob Vargas, quando se implementou um modelo corporativista de sindicalização controlado pelo Estado. Isso incluiu a criação do Ministério do Trabalho para formular políticas trabalhistas, reconhecimento de sindicatos únicos por categoria e proibição de atividades políticas nos sindicatos. Apesar de ampliar direitos trabalhistas, o modelo visava controlar os trabalhadores e reprimir ideologias de esquerda.
O documento analisa o período do Estado Novo no Brasil sob Vargas, quando se implementou um modelo corporativista de sindicalização controlado pelo Estado. Isso incluiu a criação do Ministério do Trabalho para formular políticas trabalhistas, reconhecimento de sindicatos únicos por categoria e proibição de atividades políticas nos sindicatos. Apesar de ampliar direitos trabalhistas, o modelo visava controlar os trabalhadores e reprimir ideologias de esquerda.
Consciente da sensibilidade do tema sobre direitos trabalhistas e políticas públicas tão associado ao Estado Novo e, portanto, à Vargas no Brasil, a autora visa analisar um processo maior de transformação que estava em voga, qual seja: a transição de uma economia tipicamente rural para a urbano-industrial, que ocorreu dentro de uma perspectiva de desenvolvimento econômico orientada por um Estado de recorte corporativista. Esse período marcado também pelo autoritarismo político é caracterizado como um momento em que se produziu de maneira hábil e convincente uma ideologia de que a democracia política era incompatível com a resolução dos problemas sociais e de que apenas o Estado estaria apto a dar as soluções cabíveis. Nasce assim, uma doutrina que associa autoritarismo a direitos, e esses direitos se reduzem à condição de trabalhador formal e sindicalizado, pois o Estado se equipou institucionalmente para formular e implementar as políticas sociais que introduziram e viabilizaram esses direitos. Os estudos sobre os sindicatos no período são a tônica e apontam diversas perspectivas que denunciam a dependência dos sindicatos em relação ao Estado; a autonomia ou heteronomia da classe trabalhadora; controle e repressão sobre os trabalhadores ou sua iniciativa política; ascendência do partido comunista ou dos comunistas sobre o trabalho organizado; efeitos deletérios sobre o populismo; mazelas ou benefícios do peleguismo; influencias do corporativismo, etc. Para o bem ou para o mal, o Estado novo marca a novidade política e institucional no mundo do trabalho e na relação capital – trabalho, que passa a ser regulado e controlado pelo Estado apoiado em ampla propaganda positiva, que marca esses direitos até hoje. SINDICATOS E ESTRUTURA CORPORATIVA O setor urbano trabalhista no Brasil no período era composto por apenas 3% da população e a estrutura sindical montada destinava-se não apenas à essa parcela de indivíduos, mas também visava enquadrar e regular a representação das atividades vinculadas a capital e a trabalho, ou seja, das relações entre o mundo das empresas e dos empresários e o dos trabalhadores. O modelo corporativista no qual Vargas se embasava, entendia-se como uma saída alternativa intermediária e viável para o capitalismo e suas desigualdades geradora de luta entre classes e problemas sociais, bem como ao socialismo, que representava uma falsa igualdade e desrespeitava valores sociais e religiosos dos países. Sendo assim, a proposta era manter as hierarquias reduzindo as desigualdades sociais; evitar o conflito e banir a luta de classes; gerar harmonia social, progresso, desenvolvimento e paz. Para tanto, o Estado precisaria ser investido de mais poder e os partidos e organizações políticas tipicamente liberais, deviam ser substituído por novas organizações que produzissem consenso. Nessa proposta, caberia ao Estado, através de uma elite dirigente, definir novas formas de organização e de participação, pois julgava-se que as sociedades deveriam ser organizadas a partir de grandes ramos da produção econômica, que definiria no plano macro, os interesses mais amplos da sociedade, e não através de ideologias. Para a doutrina corporativa a população deveria colaborar com o governo, e a melhor forma de se expressar essa colaboração seria através de atividades cívicas e econômicas, e não através de ações político-partidárias, devendo as divergências ideológicas serem banidas. Nesse perspectiva- que retoma a ideia de corporações medievais-, os sindicatos cumpririam o papel organizador das grandes áreas de atividade, conciliando capital e trabalho. Por isso, no Brasil cada área tinha apenas um sindicato para os trabalhadores e, para os empresários havia uma série de sindicatos que reuniam interesses afins de várias empresas de determinado ramo. A proposta de organização unia-se também a produção de apenas um canal de expressão, os sindicatos, que eram considerados órgãos privados com funções públicas, e ficavam diretamente subordinados ao governo através do Ministério do Trabalho – agente regulador de toda essa rede organizativa caracterizada pela verticalidade. A legislação sindical que visava criar um país pacífico e harmonioso através da organização e regulamentação feita pelo Estado, visava também, atrair trabalhadores do campo para as cidades, pois criava direitos apenas para trabalhadores urbanos e sindicalizados. Através dos sindicatos, o governo tinha instrumentos poderosos para controlar as atividades desses trabalhadores, evitar greves e até silenciar o movimento operário, ou seja, ao mesmo tempo em que os reconhecia como instrumentos de organização, criava por outro lado, restrições para que os sindicatos pudessem ser usados pelos trabalhadores como instrumentos de reivindicação e de mobilização. AS LEIS SINDICAIS DE 1930 A 1945 As atividades sindicais surgem no Brasil no século XIX com tendências políticas como o socialismo e o anarquismo e é da virada do século que datam medidas que vão gradativamente inserindo leis sociais e sindicais que, em geral, beneficiam funcionários públicos e depois se estendem aos funcionários privados. Em 1917 foi criada a Comissão de Legislação Social na Câmara dos Deputados com a finalidade de examinar o que deveria ser feito em termos de legislação trabalhista. Em 1923 criou-se a Caixa de Aposentadoria para ferroviários, que se expandiram para outras categorias profissionais. Nesse mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional do Trabalho com diferentes funções e vinculado ao Ministérios da Agricultura, Indústria e Comércio, tendo ainda, funções jurídicas e servindo como instancia de recurso para resolução de inquéritos administrativos com relação a faltas graves de funcionários das empresas ferroviárias Em 1930 algumas categorias profissionais começaram a ser beneficiados com leis de proteção a acidentes de trabalho e a lei de férias foi se expandindo para várias categorias e o Código de Menores, surgido em 1927 foi regulamentado a partir de 1933. Isso mostra o quanto a preocupação com leis sociais e trabalhista já era uma questão latente antes de Vargas, reconhecida através da ação dos trabalhadores, e o estudo sobre o período deixa claro que, apesar da extensão de benefícios, havia dificuldades de fiscalizar a efetivação nas fábricas. Para a autora, é proposital excluir a memória dos direitos trabalhistas dos movimentos dos trabalhadores e creditá-las ao Estado Novo, pois a tradição organizativa e reivindicativa do sindicalismo brasileiro são marcadas pela influência de trabalhadores estrangeiros que trouxeram ideias socialistas, comunistas e anarquistas. A contenção da influência do trabalhador nas fábricas e a valorização do trabalho nacional ficam explícitas na lei de 1930, que impedia que cada empresa tivesse mais de um terço de trabalhadores estrangeiros, bem como, evitar que empresas de proprietários estrangeiros preterissem o trabalho nacional. No início do Estado Novo é criado o Ministério do Trabalho que, dotado do poder executivo formulava e executava diretamente as políticas trabalhistas. Daí saiu um decreto estipulando que os sindicatos fossem reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e que deveria haver monopólio regional de representação para toda uma categoria de trabalhadores. O decreto se notabilizava em quatro aspectos – organização sindical regulada pelo Estado; neutralidade política; autonomia limitada e unicidade sindical – e marcou a intervenção direta do Estado nas questões vinculadas ao mundo do trabalho, fazendo com que os sindicatos fossem órgãos de colaboração do Estado, proibindo qualquer manifestação política ou ideológica, bem como o impedimento do patrão à sindicalização dos funcionários. Havia um esforço para promover a sindicalização, mas como forma de expurgar as ideologias que marcavam as antigas organizações trabalhistas, elas teriam agora, que se adaptar ao novo formato corporativo, defendendo junto ao governo os interesses econômicos, sociais e legais de uma categoria de profissionais, elaborar contratos, manter cooperativas e prestar serviços sociais. Para formar uma federação sindical, no plano estadual era preciso a união de três sindicatos e para a confederação nacional, no mínimo cinco. Eles não podiam ter maioria de estrangeiros representados e dificultava-se aos estrangeiros o acesso a cargos de chefia e a propaganda política/ideológica era expressamente proibida. A esse novo formato e imposições surgiram resistências como o levante comunista de 1935, que foi fortemente reprimido com violência policial. O código Eleitoral de 1932 fomentou a densidade sindical ao permitir representação de trabalhadores e empregados (classista) na Constituinte, mas foi alterada em 1934, pela pluralidade sindical limitada, onde poderia haver um sindicato desde que acomodasse 1/3 da categoria profissional, mantendo a prerrogativa de reconhecimento sindical. Esse novo decreto também limitava a intervenção do Estado nos sindicatos durante os seis primeiros meses. Com a ditadura do Estado Novo em 1937 há a restauração da unicidade sindical e o monopólio da representação através do sindicato único por categoria profissional. A instituição sindical continuava servindo ao Estado e não a classe que representava. A Carta de 1937 constrói uma pirâmide corporativa, com atividades econômicas reunidas de duas em duas - empregadores e trabalhadores de uma mesma área - de forma simétrica. Esse decreto também proibia as greves e dava ao Estado controle sobre as contas, as eleições e as atividades administrativas sindicais e dura até 1988! Em 1940 foi criada a contribuição compulsória do imposto sindical que teve defensores e opositores. Para os trabalhadores e para as alas mais a esquerda, ele era a garantia de melhor organização para a classe trabalhadora e para os conservadores, o controle pelo Estado e o sindicato único eram vistos como garantia de paz social. Para os críticos, o controle estatal ostensivo impediria a capacidade de iniciativa dos sindicatos, acomodaria os dirigentes e tiraria dos trabalhadores a possibilidade de criar organizações alternativas mais representativas para a defesa de seus direitos. Em 1943 a Consolidação das Leis do Trabalho, sintetiza esse modelo corporativo, burocrático e estatizado lhe dando sistematicidade. Ela objetiva evitar a solidariedade e a horizontalidade entre classes ao impor o sindicato único, a criação de bases distintas para cada categoria, a proibição reivindicação sindical, limitando o diálogo apenas com o patronato e com o governo e evitando a luta de classes ao dar ao trabalhador voz no próprio Estado. FORMAS DE CONTROLE SINDICAL, DE FINANCIAMENTE E “PELEGO” A partir de 1939 a dependência definida na legislação é operacionalizada: 1. Apenas associações profissionais registradas através de carta de reconhecimento sindical expedida pelo Ministério do Trabalho poderiam ser reconhecidas como sindicatos. Havia proibição de ligação com organização sindical no exterior; 2. Estatutos sindicais eram padronizados, definindo seu funcionamento, finalidades e os direitos dos filiados e dirigentes. Havia obrigatoriedade de participação em atos cívicos organizados oficialmente pelo governo; 3. Controle econômico: estatuto padrão definia as formas de investimento em bens e rendas. Uma vez por ano o orçamento precisava ser submetido ao ministério, o desequilibro nas contas, dava motivo legal para a intervenção do governo. Cabia ao ministro rubricar as parcelas do orçamento a serem usada para finalidades como assistência social, contratos coletivos, etc; 4. O dissídio ou alteração no funcionamento institucional dava margem à intervenção, podendo destituir a direção, multas, suspensão dos diretores, fechamento de até seis meses ou cassação do registro sindical; 5. Chapas que concorressem a eleição da diretoria tinha que ser aprovada pelo ministério assim como a própria eleição. Só eram eleitos diretores aqueles que o Estado quisesse; 6. O sindicato devia ter registro com o nome de todos os associados. Através desses dados era possível a tutela sindical Em síntese, a partir de 1930 os sindicatos regulados passam a ser figura jurídica de colaboração com o Estado, a repressão não se faz mais via polícia. Redefinem-se as funções, adequando-os ao novo formato do Estado corporativo emergente e ao processo de mudança econômica que o país vivia. O que dava sustentação material e financeira a vasta rede sindical era o Imposto Sindical. Com as despesas básicas asseguradas os dirigentes não precisavam mobilizar os trabalhadores para sobreviver. Graças a esse arranjo muitos dirigentes se acomodaram e se perpetuaram nos cargos de direção, para o qual era necessário apenas o atendimento à minoria sindicalizada – como os serviços médicos, dentistas, clubes de recreação, - e não desagradar o governo. O atendimento a esses serviços não era obrigatório a todos os sindicalizados. O sindicato limitava o número de sindicalizados não permitindo mais filiações depois de certo número, que fosse considerado ideal para sua contabilidade. Os filiados bem assistidos, graças ao dinheiro de todos os trabalhadores, garantiam a reeleição dos dirigentes. O imposto era obrigatório, mas não o era a filiação sindical. Isso criava uma situação injusta, criando um pequeno número de privilegiados e a perpetuação no cargo por parte de dirigentes que tinham como função amenizar os conflitos e negociar soluções conciliatórias, por isso, ficou conhecido como pelego – peça usada no gado para amaciar o atrito – nome usado em referência a amenização de conflitos entre patrão e empregado que ficou conhecido posteriormente como líder ou representante sindical do trabalhadores produzido dentro da estrutura burocrática e corporativa do Estado. O pelego é um agente com duplo papel: negociava com o patronato e com o governo aumentos e vantagens para os trabalhadores, mas de forma a não contrariar os interesses do capital e do governo, além de impedir greve e manifestações enérgicas e representar os interesses dos trabalhadores conciliando-os com o dos patrões. Essa figura, que não nasceu com Vargas, acabou sendo prestigiada dentro da estrutura estatal e ganhou reconhecimento do governo e dos empresários e aos poucos foram se incrustando na estrutura do Estado e ocupando cargos da burocracia do Ministério do Trabalho, das federações e confederações e dentro da Justiça do Trabalho. Foram esses agentes que acabaram constituindo os quadros do PTB, criado por Vargas em 1945, quando o Estado Novo se esgotava O peleguismo, não lesava materialmente o trabalhador, mas o impedia de de se expressar de forma espontânea e direta. Esse modelo foi transformado na corrente sindical legítima e conhecida pelo Estado e a legislação produzida, permitiu que o modelo fosse adaptado em diversos momentos em nossa história, como em 1964, quando sua flexibilidade foi utilizada como justificativa para atos violentos contra os trabalhadores e os sindicatos, pois a ação desses indivíduos e instituições só era reconhecida enquanto fossem coincidentes aos interesses do Estado. JUSTIÇA, PREVIDÊNCIA E SEGURANÇA SOCIAL PARA O TRABALHO Havia desde 1932 comissões mistas de conciliação, integradas por três representantes de empregados e de empregadores, sob a coordenação de um bacharel em direito. Elas tinham função conciliatória em dissídios coletivos para evitar conflitos graves. Também foram criadas nesse ano as juntas de conciliação e julgamento, integradas por um representante de cada um dos lados, sob a presidência de um bacharel em direito, para tratar de dissídios individuais, com poderes de conciliação e julgamento. Em 1946, essas juntas são incorporadas a Justiça do Trabalho e ao Judiciário, e reportavam-se por meio do minisitro do Trabalho. A Justiça do Trabalho tinha o poder de criar normas e regras para regular as relações e a organização do trabalho, além de zelar e aplicar as leis. Para os críticos, o papel intermediador ou conciliador teria impedido a classe trabalhadora de negociar diretamente com os patrões e até mesmo, que os sindicatos fizessem essa negociação, devido a mediação do bacherel em direito e dos juízes – que não necessariamente precisavam ser advogados, eram muitas vezes juízes classistas que tinham trabalhado na direção de sindicatos e que eram indicados pelos pares. Quando criada a figura do juiz não togado, foi apresentado como conquista dos trabalhadores, que poderiam contar, no tribunal com um representante que não teria diploma, mas experiência prática. Para os defensores, trata-se de um avanço à histórica desproteção da classe trabalhadora brasileira, além de trazer agilidade se comparado à justiça comum, que não atende a urgência das questões trabalhistas. A carteira de trabalho, documento de 1932 considerado mais importante para os brasileiros, era onde se registrava a vida profissional das pessoas, os seus empregos, cargos e salários, servindo como prova documental para acesso a direitos como aposentadoria e licenças. Ela trouxe até 1980, uma apresentação feita pelo ministério do trabalho, mostrando o quanto o documento servia ao empresariado para identificar bons ou maus trabalhadores, isto é, que não se envolviam em greves, que tinham registros duradouros e em profissões específicas, etc. A partir de 1932, há velocidade na criação de direitos via Estado e na regulamentação do trabalho, como o estabelecimento de 8h de trabalho, proibição do trabalho a menores de 14 anos, regulação do trabalho feminino, garantindo a igualdade salarial e alguma proteção à gestante, reconhecimento de profissões para que trabalhadores nelas enquadrados tivessem acesso a direitos; criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) – que substituíram as caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP’s) e se espalharam para diversos setores para servidores públicos e privados; criação do salário mínimo em 1940; rede de refeitórios populares. É importante lembrar que no processo de elaboração de direitos a maioria da população estava excluída e os direitos ficavam reservados apenas aos trabalhadores urbanos, de profissões reconhecidas e regulamentadas, com carteira de trabalho, empregados e sindicalizados, portanto, não se pode afirmar que estava surgindo uma cidadania para todos e sim uma cidadania regulada. Somente na década de 1960 é regulamentado a assistência à saúde deixando de fora os trabalhadores rurais e empregados domésticos. Ao fazer esse reconhecimento do trabalho e do trabalhador através de uma legislação urbana, Vargas fortaleceu um projeto político e introduzia a cultura dos direitos via Estado. A eficiência para impor essas novas regras frente às resistências do empresariado também deve ser ressaltada, pois criou uma cultura de valorização dos direitos. Contudo, foi responsável também pela criação de uma elite sindical acomodada e palaciana, que coadunava trabalhismo e peleguismo, criando de forma perversa várias categorias de brasileiros que gerou privilégios e exclusões, além de não amparar os trabalhadores rurais e domésticos deixando também, uma rede burocrática para gerenciar os direitos, que acabou na verdade, consumindo grande parte dos recursos que deveriam chegar às mãos dos trabalhadores. Vargas reconheceu e limitou os trabalhadores através dos sindicatos, mas não deu a ele liberdades políticas e sem elas, os direitos trabalhistas e quaisquer outros, nunca serão completos.