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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE - UNIPLAC

ENGENHARIA CIVIL

CLOVIS EDUARDO LIPOSCKI

DIMENSIONAMENTO PLUVIAL

LAGES (SC)
2016
CLOVIS EDUARDO LIPOSCKI

DIMENSIONAMENTO PLUVIAL

Relatório de Estágio Obrigatório submetido à


Universidade do Planalto Catarinense como
requisito parcial para aprovação na disciplina
de Estágio Obrigatório do 10º semestre do
curso de Engenharia Civil.

Orientação: Prof. Gastão L. P. Carsten.

LAGES (SC)
2016
CLOVIS EDUARDO LIPOSCKI

DIMENSIONAMENTO PLUVIAL

ESTE RELATÓRIO DE ESTÁGIO FOI


JULGADO ADEQUADO PARA
OBTENÇÃO DOS CRÉDITOS DA
DISCIPLINA DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO, DO 10º SEMESTRE,
OBRIGATÓRIA PARA OBTENÇÃO DO
TÍTULO DE:

ENGENHEIRO CIVIL

Lages (SC), 15 de junho de 2016

Prof. Gastão L. P. Carsten, Arquiteto.


Orientador

Prof. Alexandre Tripoli Venção Prof. Carlos Eduardo de Liz.


Coordenador de Curso Supervisor de Estágio
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fachada Serrano Tênis Clube. ................................................................................. 10


Figura 2 - Aqua Apien, Roma. ................................................................................................. 14
Figura 3 - Rede de drenagem e esgoto. .................................................................................... 15
Figura 4 - Tipos de calhas. ....................................................................................................... 17
Figura 5 - Bloco da sauna. ........................................................................................................ 22
Figura 6 - Quadras 5 e 6. .......................................................................................................... 22
Figura 7 - Planta baixa da sauna. .............................................................................................. 23
Figura 8 - Detalhamento da calha da sauna, seção 1. ............................................................... 24
Figura 9 - Detalhamento da calha da sauna, seção 2. ............................................................... 24
Figura 10 - Planta baixa das quadras de tênis. .......................................................................... 25
Figura 11 - Detalhamento da calha da quadra, seção 1. ........................................................... 26
Figura 12 - Detalhamento da calha da quadra, seção 2 ............................................................ 26
Figura 13 - Detalhamento da calha da quadra seção 3. ............................................................ 27
Figura 14 - Croqui com os pontos dos condutos horizontais da sauna..................................... 30
Figura 15 - Croqui dos condutores verticais da quadra. ........................................................... 31
Figura 16 - Planta baixa da caixa de inspeção. ......................................................................... 32
Figura 17 - Corte da caixa de inspeção. ................................................................................... 32
Figura 18 - Cisterna equipada Acqualimp. ............................................................................... 33
Figura 19 - Motobomba Intech Machine. ................................................................................. 34

Tabela 1 - Dimensões da calha em função do comprimento do telhado. ................................. 23


Tabela 2 - Área máxima de cobertura para condutores verticais de seção circular. ................. 27
Tabela 3 - Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em litros/min). .. 29
Tabela 4 - Condutores horizontais da sauna. ............................................................................ 30
Tabela 5 - Condutores horizontais da quadra. .......................................................................... 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A Área
a.C. Antes de Crísto
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
cm centimetros
ETE Estaçao de tratamento de esgoto
EUA Estados Unidos da America
h Altura
Hp Horsepower
km Quilometros
kw Quilowatt
l/min Litros por Min
l/s Litros por Segundo
m Metros
m² Metros Quadrados
mca Metro coluna de água
mm Milimetros
mm/h Milimitros por Hora
n Numero de Condutos
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
pg Pagina
PVC Policloreto de Vanila
R Rua
SC Santa Catarina
RESUMO

O presente relatório de estágio trata-se de um estudo de dimensionamento de águas pluviais


de dois blocos situados no Serrano Tênis Clube, bairro Coral em Lages-SC. Primeiramente,
busca-se embasar o leitor de forma sucinta, expondo as generalidades de um projeto de
drenagem. A próxima fase do projeto caracteriza-se pela realização dos cálculos propriamente
ditos, iniciando com o levanto geométrico das áreas a serem projetados os condutos, após isso
serão dimensionadas as calhas, dando continuidade com os condutores verticais, em seguida,
com os dados calculados, dimensiona-se os condutores horizontais, por fim, será selecionado
um sistema de reaproveitamento de água simples com reservatório.

Palavras-chave: drenagem; pluvial; calhas; dimensionamento.


ABSTRACT

This internship report it is a design study of storm waters two blocks located in Serrano Tênis
Club, Coral neighborhood in Lages-SC. First seeks to base the succinctly player exposing the
generalities of a drainage project. The next phase of the project is characterized by the
calculations itself, starting with the geometric lift of areas to be the conduits designed after
this will scale the channel, continuing with the vertical conductors, then with the calculated
data dimensionality if the horizontal conductors will be selected and a simple water reuse
system with reservoir.

Keywords: drainage; rain; gutters; Dimensioning.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
1.1 APRESENTAÇÃO............................................................................................................... 9
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE .................................................. 10
1.2.1 Caracterização da organização e seu ambiente .......................................................... 10
1.3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA ........................................................................................ 11
1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 11
1.4.1 Geral ............................................................................................................................... 11
1.4.2 Específicos ...................................................................................................................... 11
1.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 12
1.5.1 Oportunidades do projeto ............................................................................................. 12
1.5.2 Viabilidade do projeto ................................................................................................... 12
1.5.3 Importância do projeto ................................................................................................. 12
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 13
2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................................................................................... 13
2.2 HIDRÁULICA ................................................................................................................... 13
2.3 ÁGUAS PLUVIAIS ........................................................................................................... 14
2.4 DRENAGEM ..................................................................................................................... 16
2.4.1 Calhas ............................................................................................................................. 16
2.4.2 Condutores verticais ...................................................................................................... 17
2.4.3 Condutores horizontais ................................................................................................. 17
2.4.4 Caixas coletoras/Caixas de areia .................................................................................. 18
2.5 APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS ............................................................... 18
2.6 REUSO DE ÁGUAS PLUVIAIS ....................................................................................... 18
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 20
3.1 PLANO E INSTRUMENTO DE COLETA ....................................................................... 20
3.2 PLANO DE ANALISE DE DADOS ................................................................................. 20
4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS ......................................................... 21
4.1 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO ....................................................................... 21
4.2 DIMENCIONAMENTO DAS CALHAS .......................................................................... 23
4.3 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES VERTICAIS .......................................... 27
4.4 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES horizontais ............................................. 29
4.4.1 Condutos horizontais da sauna .................................................................................... 30
4.4.2 Condutos horizontais da quadra .................................................................................. 31
4.4.3 Caixa de inspeçao/Caixa de areia ................................................................................. 32
4.5 RESERVATÓRIO E FILTRO ........................................................................................... 33
4.6 CONJUNTO MOTOBOMBA ............................................................................................ 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 36
9

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade elaborar um projeto de reaproveitamento de


água da chuva a ser executado no Serrano Tênis Clube, que se localiza na Rua Dom Pedro II,
Bairro Coral – Lages (SC), próximo ao Estacionamento de Ônibus da Reunidas.
Neste local, será realizado um projeto para reaproveitamento de água destinado à
irrigação das quadras de tênis de saibro presentes no clube, e para implantação de uma calha
visando evitar que a água das chuvas despenque na futura pista de corrida, que atualmente
está em fase de execução.
O projeto de estágio tem início com o projeto da rede hidráulica e reservatório,
sendo que o acompanhamento se estenderá até a fase de finalização do projeto pluvial, onde
se dá o término do cronograma de estágio desenvolvido pelo acadêmico em conjunto com o
professor orientador.
Na fase inicial do projeto, será feita a verificação do local de estudo, através do
levantamento de dados da área em questão.
Vale salientar que, no início do projeto proposto pelo acadêmico, já haviam sido
feitos alguns dimensionamentos de calhas para drenagem, porém sem projeto para
reaproveitamento de água.
10

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE

1.2.1 Caracterização da organização e seu ambiente

O estágio será realizado no Serrano Tênis Clube, localizado na cidade de Lages –


SC, com mais de 60 anos de atuação na cidade de Lages, com uma área de 40.000 m² que vem
melhorando ao longo dos anos sua infraestrutura com reformas e ampliações.

Figura 1 - Fachada Serrano Tênis Clube.

(Fonte: Autor)

As atividades de estágio serão baseadas no dimensionamento de um projeto


hidráulico, que será composto de um reservatório para reaproveitamento de água, uma bomba
para movimentar a água para locais de necessidade, calhas e filtros nas áreas solicitadas.
11

1.3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA

A drenagem é muito importante para qualquer empreendimento, pois quando não é


bem dimensionada pode gerar problemas.
O mau dimensionamento pode causar deficiência no suprimento de água,
acarretando em transbordamentos ou até mesmo alagamentos nos condutores horizontais.
Apesar de sua importância, muitas vezes não se dá a devida atenção a este projeto, que é
indispensável para qualquer residência, loja ou afins.
Apesar de a sociedade atual visar à sustentabilidade, apenas uma parte da
população já possui a consciência do reaproveitamento de águas cinzas e pluviais.
Hoje consegue-se realizar sistemas de aproveitamento de água da chuva com um
baixíssimo custo e boa eficiência. Tendo isto em vista, será realizado o dimensionamento da
tubulação de drenagem e adotado um reservatório para aproveitar uma parcela desta água na
qual será proveniente das calhas projetadas, acompanhando as necessidades do local.
O projeto pode ser limitado pelo tempo disponível para o acompanhamento da
construção, que não será efetuada no período de estágio.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Geral

Desenvolver um projeto pluvial.

1.4.2 Específicos

 Análise da captação;
 Controle pluviométrico;
 Análise Geométrica da área de contribuição.
12

1.5 JUSTIFICATIVA

A sustentabilidade tem ganhado cada vez mais importância nos dias atuais, se
tornando necessária em muitos casos onde o desperdício é inaceitável, aos poucos as
construções e empreendimentos estão dando cada vez mais valor para esta causa, sendo por
motivo financeiro ou moral. O fato é, que seja qual for o motivo, utilizar nossos recursos com
eficiência é o caminho para um futuro melhor.

1.5.1 Oportunidades do projeto

O estágio tem como principal intuito auxiliar e supervisionar o projeto, aplicar as


técnicas de reaproveitamento de água, buscando qualidade no processo construtivo.

1.5.2 Viabilidade do projeto

O projeto tem viabilidade de execução, pois trata-se do desenvolvimento de


práticas, como projetar uma rede pluvial, e aplicações de técnicas já cursadas pelo acadêmico.
O estágio contará com a supervisão de um profissional de engenharia civil para orientação das
práticas desenvolvidas pelo acadêmico.
O local de estágio está definido, e com documentação necessária para a legalização
do mesmo concluída.
As atividades propostas no projeto acontecerão em uma obra que não se encontra
em andamento.

1.5.3 Importância do projeto

É de relevante importância as atividades propostas no projeto, considerando que o


reaproveitamento de água está se tornando cada vez mais comum, e em alguns países é até
mesmo obrigatório.
13

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo ocorre a abordagem conceitual dos seguintes temas: calhas,


condutores verticais, e condutores horizontais.

2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL

Para BAZZO e PEREIRA (2006) a engenharia civil tem um amplo espectro de


atuação, o profissional desta área pode estudar, projetar, fiscalizar ou supervisionar trabalhos
relacionados a pontes, túneis, barragens, estradas, vias férreas, portos, canais, rio, dicks,
drenagens, irrigação, aeroportos, sistemas de transportes, abastecimentos de agua, e
saneamento, e etc.
Segundo MEDEIROS (2002), a indústria da construção civil é uma atividade
econômica que envolve tradicionais estruturas sociais, culturais e políticas.
Durante sua carreira, o engenheiro civil projeta e acompanha as etapas de obras
civis, seja no escritório e/ou canteiro de obras, locação da construção, coordena equipes,
supervisiona prazos, custos, e cumprimento das normas.

2.2 HIDRÁULICA

Para NETTO, FERNANDEZ, ARAUJO e ITO (1998), o significado etimológico


da palavra Hidráulica é “condução de água” (do grego hydor, água e aulos, tubo, condução).
Entretanto, atualmente, empresta-se ao termo Hidráulica um significado muito mais lato: é o
estudo do comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em
movimento.
A hidráulica é de extrema importância para a engenharia como um todo, é difícil
não encontrar uma obra onde não seja projetado qualquer sistema de águas, seja ele de
14

abastecimento, sanitário, drenagem, reaproveitamento de água, abastecimento urbano,


irrigação, barragens, entre outros vários.
Essa ciência foi capaz de dar a oportunidade aos seres humanos de povoarem
grandes locais, criando grandes sistemas de distribuição de água que, em alguns casos,
percorriam grandes distâncias, uma prova disto é Aqua Appia que foi o primeiro aqueduto
romano construído em 312 a.C. e fluía por 16,4 km.

Figura 2 - Aqua Appia, Roma.

(Fonte: http://www.surreymarbleandgranite.co.uk/amazing-stoneworks-aqua-appia)

2.3 ÁGUAS PLUVIAIS

Segundo CARVALHO JÚNIOR (2012), as águas pluviais são aquelas que se


originam a partir das chuvas. A captação dessas águas tem por finalidade permitir um melhor
escoamento, evitando alagamentos, erosão do solo e outros problemas.
O que muitas pessoas não levam em consideração é que as águas pluviais não
devem ser destinadas para rede de esgoto, o ideal é possuir uma rede exclusiva para drenagem
sem conectar os mesmos. Porém, vemos em muitas residências calhas ligadas a rede de
esgoto, aumentando o volume de água destinada as ETEs dos municípios, assim diminuindo
sua eficiência.
15

Figura 3 - Rede de drenagem e esgoto.

(Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/imprensa/noticias-detalhe.aspx?secaoId=65&id=5054)

Na maioria dos municípios de nosso país é raro encontrar estas redes distintamente,
muitas cidades usam a mesma rede para coletar esgoto e drenar a cidade, o que complica o
tratamento e, em muitas vezes, o escoamento de drenagem.
Segundo CREDER (1995), os códigos de obras dos municípios, em geral, proíbem
o caimento livre da água dos telhados de prédios de mais de um pavimento, bem como o
caimento em terrenos vizinhos. Tal água deve ser conduzida aos condutores de águas pluviais,
ligados a caixas de areia no térreo; daí, podendo ser lançada aos coletores públicos de águas
pluviais.
16

2.4 DRENAGEM

Segundo a NBR 10844 (1989), as instalações de drenagem de águas pluviais devem


ser projetadas de modo a obedecer às seguintes exigências:

 Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos


legais;
 Ser estanques;
 Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação;
 Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão submetidas;
 Quando passivas de choques mecânicos, serem constituídas de materiais resistentes a
eles;
 Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes as intempéries;
 Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar materiais
compatíveis;
 Não provocar ruídos excessivos;
 Resistir às pressões a que podem estar sujeitas;
 Serem fixadas de maneira a assegurar a resistência e durabilidade.

De acordo com a NBR 10844 (1989), os condutores de águas pluviais podem ser
colocados externa e internamente ao edifício, dependendo de considerações de projeto, do uso
e da ocupação do edifício e do material dos condutores.

2.4.1 Calhas

Segundo CARVALHO JÚNIOR (2012), as calhas têm por objetivo coletar as águas
de chuva que caem sobre o telhado e conduzi-las aos condutores verticais (prumadas de
descida).
Vários tipos de calhas podem ser encontrados no mercado: retangular, em U,
em V, circular, semicircular. As mais utilizadas são as retangulares, em U, semicirculares, e
no caso de água, furtada em V.
17

Figura 4 - Tipos de calhas.

(Fonte: Instalações prediais de águas pluviais, pg. 4)

Segundo a NBR 10844, os seguintes materiais podem ser utilizados para coleta e
condução das águas pluviais em calhas: aço galvanizado, folhas de flandres, cobre, aço
inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto ou alvenaria.

2.4.2 Condutores verticais

Para CARVALHO JÚNIOR (2012), condutores verticais são tubulações que têm
por objetivo recolher as aguas coletadas pelas calhas e transportá-las até a parte inferior das
edificações, despejando-as livremente na superfície do terreno, ou até às redes coletoras.
Segundo a NBR 10844, os seguintes materiais podem ser utilizados para coleta e
condução das águas pluviais em condutores verticais: ferro fundido, fibrocimento, PVC
rígido, aço galvanizado, cobre, chapas de aço galvanizado, folhas de flandres, chapas de
cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra de vidro.

2.4.3 Condutores horizontais

Segundo CARVALHO JÚNIOR (2012), condutores horizontais têm a finalidade de


recolher as águas pluviais dos condutores verticais ou da superfície do terreno e conduzi-las
até os locais permitidos pelos dispositivos legais.
Segundo a NBR 10844, os seguintes materiais podem ser utilizados para coleta e
condução das águas pluviais em condutores horizontais: ferro fundido, fibrocimento, PVC
rígido, aço galvanizado, cerâmica vidrada, concreto, cobre, canais de concreto ou alvenaria.
18

2.4.4 Caixas coletoras/Caixas de areia

De acordo com CARVALHO JÚNIOR (2012), caixas coletoras de água pluviais


são detentoras de areia e/ou inspeção, que permite a interligação de coletores e a limpeza e
desobstrução das canalizações.
Devem ser previstas inspeções nas tubulações aparentes nos seguintes casos:
conexão com outra tubulação, mudança de declividade e/ou de direção, a cada trecho de 20
metros nos percursos retilíneos. Devem ser previstas caixas de areia nas tubulações nos
seguintes casos: nas conexões com outra tubulação, mudança de declividade e/ou direção, a
cada trecho de 20 metros nos percursos retilíneos (GHISI e GUGEL, 2005).

2.5 APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS

De acordo com Carvalho Júnior (2012), o sistema de aproveitamento de águas


pluviais deve ser planejado durante a elaboração do projeto, e chega a gerar uma economia de
50% a 65% de água fornecida pela empresa de abastecimento.
Os sistemas de coleta de água de chuva apresentam sempre alguns componentes
primários tais como: superfície de captação, reservatórios, mecanismos de filtragem e
distribuição. Dependendo do objetivo e do projeto do sistema, estes componentes podem
apresentar modificações. Um projeto de captação de água da chuva pode variar em função do
uso e finalidade da água, confiabilidade, custo, materiais disponíveis, clima local e outros
parâmetros (MARINOSKI, GHISI e GÓMEZ, 2004).

2.6 REUSO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Em áreas remotas onde a água não está disponível na quantidade e com a qualidade
necessárias para uso humano, a armazenagem de água da chuva tem se mostrado uma fonte
alternativa de suprimento. A coleta de água de chuva é realizada todos os dias em diversos
locais ao redor do globo terrestre, tais como, no Alasca, Austrália, África, China, em muitas
ilhas no pacífico e EUA. Uma técnica utilizada por diferentes culturas durante milhares de
anos agora vem sendo empregada pela sociedade do século XXI (MARINOSKI, GHISI e
19

GÓMEZ, 2004).
Para Carvalho Júnior (2012), sempre que houver reuso das águas pluviais para
finalidades não potáveis, inclusive quando destinado a lavagem de veículos ou áreas externas,
deverão ser atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas específicas
estabelecidas pelo órgão municipal responsável pela Vigilância Sanitária, visando:

 Evitar o consumo indevido, definindo sinalização de alerta padronizada a ser colocada


em local visível junto ao ponde de água não potável e determinando os tipos de
utilização admitidos para a água não potável;
 Garantir padrões de qualidade de água apropriadas ao tipo de utilização previsto,
definindo os dispositivos, processos e tratamentos necessários para a manutenção
dessa qualidade.
 Impedir a contaminação do sistema predial destinado a água potável proveniente da
rede pública ou de sistema particular, sendo terminantemente vedada qualquer
comunicação entre este sistema e o sistema predial destinado à água não potável.

A água de chuva armazenada pode apresentar uma aparência de água pura e limpa,
mas muitas vezes isso não corresponde à realidade. Em algumas regiões urbanas, a água da
chuva pode conter impurezas absorvidas da poluição atmosférica, não sendo recomendada
para ingestão humana (TOMAZ, 2003).
20

3 METODOLOGIA

Este relatório de estágio tem caráter metodológico de uma avaliação de resultados


que busca propiciar direcionamento e orientação de condicionantes para uma futura aplicação
de drenagem e aproveitamento de aguas pluviais.

3.1 PLANO E INSTRUMENTO DE COLETA

Tratando-se da coleta de dados, primeiramente serão medidos os dois pontos de


estudo que se localizam no Serrano Tênis Clube, onde também será coletado o material
fotográfico.
Após coletados os dados, será feito o dimensionamento de acordo com as
respectivas normas vigentes.

3.2 PLANO DE ANALISE DE DADOS

A ABNT NBR 10844 servirá de guia para a realização do projeto juntamente com
livros que atendem as exigências mínimas das normas.
21

4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

O estágio foi realizado no Serrano Tênis Clube, que se localiza na Rua Dom Pedro
II, Bairro Coral – Lages (SC), onde foi acordado entre supervisor de estágio e estagiário as
atividades que seriam exercidas pelo acadêmico. E chegou-se as seguintes atividades:

 Medições das áreas;


 Dimensionamento da rede pluvial;
 Escolha de um reservatório;
 Escolha de um conjunto motobomba;

Atividades estas que serão descritas com maiores informações nos itens a seguir, o
período de realização do estágio aconteceu entre 21/03/2015 à 06/05/2015.

4.1 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO

A área de estudos engloba duas quadras de tênis, um bloco onde se localiza o bar,
academia, sauna e um almoxarifado.
O bloco da sauna possui uma área de contribuição de aproximadamente 636,4 m².
22

Figura 5 - Bloco da sauna.

(Fonte: Autor)

As quadras de tênis número 4 e 5 possuem uma área de contribuição total de


aproximadamente 1529,48 m², contudo, por ser uma grande área para aproveitamento de água
da chuva utilizaremos somente o primeiro pano da quadra 4 que possui aproximadamente
588,26 m², para os outros panos serão dimensionados somente o sistema de drenagem.

Figura 6 - Quadras 5 e 6.

(Fonte: Autor)
23

4.2 DIMENCIONAMENTO DAS CALHAS

O perfil escolhido para projeto foi o perfil U devido a sua fácil trabalhabilidade e
aplicação.

Tabela 1 - Dimensões da calha em função do comprimento do telhado.

Comprimento do Telhado (m) Largura da calha (m)


Até 5 0,15
5 a 10 0,20
10 a 15 0,30
15 a 20 0,40
20 a 25 0,50
25 a 30 0,60
(Fonte: Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura, pg. 178)

De acordo com estes dados serão dimensionadas as calhas do bloco da sauna e as


quadras quatro e cinco.

Figura 7 - Planta baixa da sauna.

(Fonte: Autor)

A sauna será dividida em seções, as quais estão numeradas acima. Seguindo a


figura 7, foram dimensionadas as seguintes calhas.

 Sauna seções 1:
Largura da Calha = 20 cm.
24

Figura 8 - Detalhamento da calha da sauna, seção 1.

(Fonte: Autor)

As calhas da seção 1 receberão 142,78 l/min, com uma área de contribuição de 64,9
m² por pano, e contará com dois tubos de queda dimensionados mais à frente.

 Sauna seções 2:
Largura da Calha = 20 cm.

Figura 9 - Detalhamento da calha da sauna, seção 2.

(Fonte: Autor)

A calha da seção 2 receberá 557,3 l/min, com uma área de contribuição de 253,3 m²
por pano, e contará com três tubos de queda, dimensionados a diante.
25

Figura 10 - Planta baixa das quadras de tênis.

(Fonte: Autor)

 Quadra seção 1:
Largura da calha = 30 cm.
26

Figura 11 - Detalhamento da calha da quadra, seção 1.

(Fonte: Autor)

A calha da seção 1 receberá 1214,75 l/min, com uma área de contribuição de


552,16 m², e contará com quatro tubos de queda, dimensionados a frente.

 Quadra seção 2:
Largura da calha = 40 cm.

Figura 12 - Detalhamento da calha da quadra, seção 2

(Fonte: Autor)

A calha da seção 2 receberá 2019,18 l/min, com uma área de contribuição de


917,81 m², e contará com quatro tubos de queda, dimensionados adiante.
27

 Quadra seção 3:
Largura da calha = 20 cm.

Figura 13 - Detalhamento da calha da quadra seção 3.

(Fonte: Autor)

A calha da seção 3 receberá 938,65 l/min, com uma área de contribuição de 426,23
m², e contará com três tubos de queda, dimensionados a seguir.

4.3 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES VERTICAIS

Para dimensionar os condutores verticais será utilizada a seguinte tabela.

Tabela 2 - Área máxima de cobertura para condutores verticais de seção circular.

Diâmetro (mm) Vazão (l/s) Área do telhado (m²)


Chuva 150 mm/h
50 0,57 14
75 1,76 42
100 3,78 90
125 7,00 167
150 11,53 275
200 25,18 600
(Fonte: Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura, pg. 180)
28

 Sauna seção 1:

Utiliza-se tubos de 75 .

Adota-se 2 condutores verticais.

 Sauna seção 2:

Utiliza-se tubos de 100 .

Adota-se 3 condutores verticais.

 Quadra seção 1:

Utiliza-se tubos de 125 .

Adota-se 4 condutores verticais.


29

 Quadra seção 2:

Utiliza-se tubos de 150 .

Adota-se 4 condutores verticais.

 Quadra seção 3:

Utiliza-se tubos de 125 .

Adota-se 3 condutores verticais.

4.4 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES HORIZONTAIS

Para dimencionar os condutores verticais, tem-se a seguinte tabela.

Tabela 3 - Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em litros/min).


Diametro PVC, cobre, alumínio e Ferro fundido, concreto Cerâmica áspera, concreto
interno fibrocimento liso áspero
(mm) 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4%
50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76
75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159 226
10 204 287 405 575 187 264 372 527 173 243 343 486
125 370 521 735 735 339 478 674 956 313 441 622 882
150 602 847 1190 1190 552 777 1100 1550 509 717 1010 1430
200 1300 1820 2570 2570 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040
250 2350 3310 4660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600
300 3820 5380 7590 10800 3500 1930 6960 9870 3230 4550 6420 9110
(Fonte: Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura, pg. 183)
30

4.4.1 Condutos horizontais da sauna

Com base na tabela 3 são realizados os cálculos dos diâmetros dos tubos
horizontais do bloco da sauna.

Tabela 4 - Condutores horizontais da sauna.


Trecho Acumulado (l/min) Diâmetro (mm) i (%)
1-2 142,78 100 0,5
2-3 142,78 100 0,5
3-4 328,5 125 1
4-5 514 150 0,5
5-6 700 150 1
7-8 185,75 125 0,5
8-9 371,5 125 1
9-10 557,25 150 1
10-11 557,25 150 1
11-6 700 150 1
6-Deságua 1400 200 1
(Fonte: Autor)

Abaixo segue um croqui para melhor localização dos dados da tabela 4.

Figura 14 - Croqui com os pontos dos condutos horizontais da sauna.

(Fonte: Autor)
31

4.4.2 Condutos horizontais da quadra

Com base na tabela 3 são realizados os cálculos dos diâmetros dos tubos
horizontais do bloco da sauna.

Tabela 5 - Condutores horizontais da quadra.


Trecho Acumulado (l/min) Diâmetro (mm) i (%)
1-2 303,69 125 0,5
2-3 607,4 150 1
3-4 911,1 150 2
5-6 504,8 150 0,5
6-7 1009,6 200 0,5
7-8 1514,4 200 1
9-10 312,9 125 0,5
10-11 625,8 150 1
11-8 938,6 200 0,5
8-4 2453 250 1
4-Deságua 3364,1 250 2
(Fonte: Autor)

Abaixo segue um croqui para melhor localização dos dados da tabela 4.

Figura 15 - Croqui dos condutores verticais da quadra.

(Fonte: Autor)
32

4.4.3 Caixa de inspeçao/Caixa de areia

A caixa de inspeção é de extrema importância para que caso algum duto venha a
ser bloqueado ele possa ser liberado com mais facilidade, em alguns casos, sem a necessidade
de cavar ou quebrar pisos, sendo necessário por norma.

Figura 16 - Planta baixa da caixa de inspeção.

(Fonte: Autor)

Figura 17 - Corte da caixa de inspeção.

(Fonte: Autor)
33

4.5 RESERVATÓRIO E FILTRO

Foi escolhida a cisterna equipada Acqualimp, devido a esta ser uma das mais
completas encontradas no mercado, contendo um kit completo de peças que vêm prontas para
instalação, com manual e vídeo instrutivo. Além de ser um produto de boa qualidade.

Figura 18 - Cisterna equipada Acqualimp.

(Fonte: http://www.acqualimp.com/produto/cisterna-acqualimp/#sobre-produto)

O reservatório escolhido foi de 5000 litros devido a discussões com orientador de


estágio e supervisor, achando o mais adequado para a aplicação e necessidades.
34

4.6 CONJUNTO MOTOBOMBA

A bomba escolhida foi Bomba Periférica BP500 da marca Intech Machine,


possuindo 0,5 HP de potência, irá suprir a demanda de 5 mca de altura necessários para
possíveis irrigações, e para manter uma pressão de 15 mca. Pequena e econômica,
consumindo apenas 0,37 kW. Com uma vazão de 33 litros por minuto.

Figura 19 - Motobomba Intech Machine.

(Fonte: http://www.intechmachine.com.br/Produto.aspx?id=27)
35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao estudar drenagem, o engenheiro civil nota a grande importância desta área


muitas vezes ignorada durante um projeto, onde dentro dos padrões corretos dificilmente irá
ocorrer algum problema durante a vida útil do empreendimento onde se encontra.
Um projeto de drenagem bem feito pode garantir que muitos problemas não
ocorram, como umidade excessiva e alagamentos.
O projeto pode contar também com um sistema de aproveitamento de águas
pluviais ou até mesmo de aguas cinzas. O que contribui muito para quem possui costume de
lavar calçadas, trazendo uma grande economia e não desperdiçando agua tratada para fins de
limpeza, que não exigem agua potável.
Este estudo teve como propósito dimensionar um projeto de drenagem com
aproveitamento de agua da chuva no Serrano Tênis Clube.
Através do estudo executado, pode-se comprovar que não há dificuldades em
executar tais melhorias, além de que, um ambiente mais sustentável não traz benefícios
apenas para quem o executa, mas também para toda a sociedade, que de uma forma ou outra
se beneficia de cada boa ação perante ao meio ambiente.
Se todas as residências possuíssem um sistema de aproveitamento de aguas pluviais
e drenagem adequados, estas não sobrecarregariam nossas estações de tratamento de esgoto e
estações de tratamento de agua potável. Diminuindo, assim, custos para todos os
consumidores e melhorando a qualidade dos efluentes devolvidos aos nossos rios.
Ao final, pode-se presumir a importância que este estudo teve em termos de
orientação, pois muitos projetistas, não dão sua devida atenção ao reuso de aguas, que é viável
ambientalmente e economicamente a longo prazo.
36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10844. Instalações


prediais de águas pluviais, 1989.

AZEVEDO NETTO, José Martiniano de; FERNANDEZ, Miguel Fernandes y; ARAUJO,


Roberto de; ITO, Acácio Eiji. Manual de hidráulica – 8 Edição, 1998.

BARRETO, Douglas. Perfil do consumo residencial e usos finais da água. Ambiente


Construído, v. 8, n. 2, p. 23-40, 2008.

BAZZO, Walter António; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à engenharia:


conceitos, ferramentas e comportamentos - Florianópolis: Edição da UFSC, 2006.

CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura – 5


Edição Revisada e ampliada, 2012.

CREDER, H. (1995). Instalações hidráulicas e sanitárias. Livros Técnicos e Científicos


Editora, 5a Edição.

GHISI, Enedir; GUGEL, Eloir Carlos; CIVIL, Eng. Instalações prediais de águas pluviais.
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2005.

MARINOSKI, Deivis Luis; GHISI, Enedir; GÓMEZ, Luis Alberto. Aproveitamento de


agua pluvial e dimensionamento de reservatorio para fins nao potaveis: estudo de caso
em um conjunto residencial localizado em florianopolis-sc [Rainwater harvesting and
rainwater tank sizing: a case study in a multi-storey residential building located in
Florianopolis, Southern Brazil]. In: I Conferência Latino-Americana de Construção
Sustentável e X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. São Paulo. 2004.

MEDEIROS, José a. D. Moraes. A existência de riscos na indústria da construção civil e


sua relação com o saber operário - Mestrando do PPGEP/UFPB – 2002.
37

ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração – 3


Edição, 2009.

TOMAZ, Plínio. Aproveitamento de água de chuva - aproveitamento de água de chuva


para áreas urbanas e fins não potáveis. Navegar Editora. São Paulo, 2003.

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