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livre-arbítrio
Diante disso, uma pergunta deve ser respondida: o que faz com que a mente de
uma pessoa escolha a alternativa ou atitude A em detrimento da alternativa ou
atitude B, ou vice-versa? Se entende-se que esta escolha é autônoma, não foi
causada e não está baseada em nenhum elemento influenciador, teremos de
descartar da lógica do raciocínio, toda esta gama de elementos reais descritos
acima, inerentes a vida de todo ser humano. Se a escolha é autônoma e livre de
causação, o que fez com que a mente desta pessoa escolhesse A ou B? O que
tirou a escolha do ponto neutro? Se não é nenhum dos elementos vinculados ao
caráter que influencia a mente, que por sua vez influencia a vontade, que por sua
vez influencia a ação, é impossível não concluir que o que rege a decisão de
alguém que tem ‘livre-arbítrio’ é o acaso. Pois, se meu caráter não causa minhas
ações, porque minhas ações são livres de causação, minhas ações estão sendo
regidas por impulsos autoimpostos da minha vontade completamente aleatórios.
O que é completamente irracional. Em suma, se minha escolha é baseada na
autonomia da vontade, ela está irremediavelmente vinculada ao acaso. Se ela é
vinculada ao meu caráter, ela é causada, portanto, já não é mais livre.
Também em Romanos, no verso 23 do capítulo 14, o apóstolo diz que tudo que
não provem de fé é pecado. Se todas as ações dos homens, incluindo seus
pensamentos e expressões, que não vem de fé são pecado, onde está a
neutralidade na escolha do homem? Como pode o homem não regenerado (que
não recebeu fé de Deus) fazer algo que seja de fé? Toda a ação humana é
permeada pelo pecado, não existe zona neutra. Um teste simples que
comprovaria a inexistência do livre-arbítrio é o seguinte: comprometa-se consigo
mesmo que pelos próximos 12 meses você não vai mais pecar. Você
conseguiria? Quem conseguiria? Se temos autonomia e domínio exaustivo de
nossa vontade por que não somos capazes de parar de pecar?
Podemos tirar algumas conclusões
O que faz o ser humano diante da pregação do evangelho optar por receber ou
negar a Cristo? A vontade autônoma ou o caráter humano? A hipótese da
autonomia da vontade invalidaria todo o argumento bíblico que apresenta a raça
humana como não livre, mas decaída, escrava do pecado e incapaz de buscar a
Deus como atesta categoricamente o capítulo 3 da carta aos Romanos. Se a
hipótese correta é que o que causa a escolha do homem é seu caráter, como
poderia o homem optar por buscar a Deus se sua natureza foi completamente
corrompida pelo pecado a ponto do apóstolo sustentar que não há quem busque
a Deus? Se a despeito de toda a argumentação acima, ainda seja sustentada a
ideia de que o homem rompe todas estas barreiras e escolhe a Deus
fundamentado em sua própria capacidade, então já não há mais espaço para a
graça, que não vem de nós, antes, é dom de Deus.
Somos seres livres, que fazem escolhas reais a todo o momento, a Escritura
jamais negou isso. Contudo, nossas escolhas foram cabalmente afetadas pela
queda, estão circunscritas a natureza humana caída que será regenerada por
completo, apenas no dia da vinda de nosso Senhor. Nossa liberdade de escolha
não pode ser confundida com o conceito de livre-arbítrio ou da autonomia da
vontade, como se em algum lugar da natureza humana existisse neutralidade.
Quando a Escritura nos impele a fazer escolhas, ela não está afirmando a
existência do livre-arbítrio. A lei nos foi dada para que compreendêssemos nossa
miserabilidade e assim corrêssemos para o único Salvador que pode nos ajudar
a cumpri-la. Aquele que vive para Deus, já não vive mais por si mesmo, mas é
Cristo quem vive nele, e uma vez distante de Jesus, absolutamente nenhum ser
humano seria capaz de cumprir qualquer requisito exigido por Deus.