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LIÇÃO 1
“E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o
conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós (dentro de, vivendo
interiormente). Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco e o
mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
Naquele dia vós conhecereis que eu estou em meu Pai e vós em mim (dentro de mim) e eu
em vós (dentro de vós). Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me
ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei
a ele. Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-se
a nós, e não ao mundo? Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e
meu Pai o amará e viremos para Ele e faremos nele morada (dentro dele)”. João 14.16-23.
São impressionantes as implicações deste texto e devemos torná-lo como fato em
nossas vidas, afinal são coisas diretamente dirigidas do Senhor para nós. Você crê em Cristo?
Crê que o que Ele diz é digno de aceitação, ou acha que o que diz são meras palavras
bonitas? Se você crê, realmente, que o seu Senhor, poderá tomar essas palavras de Jesus
“Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, (dentro de mim) no evangelho do Seu
1.9).
Paulo servia a Deus no seu espírito humano. Isso nos remete para outra ilustração rica
sobre termos recebido o Senhor dentro de nós. Somos vasos para conter o Espírito de Deus.
Somos esse recipiente idealizado e feito para este fim. Um vaso, do ponto de vista natural
serve tanto para decoração, quanto para conter alguma coisa. Como vasos, não fomos
projetados para sermos apenas mostrados em público, mas para recebermos um precioso
Romanos 9.21, Paulo fala de vasos de honra e em 9.23, de vasos de misericórdia preparados
para a glória. Por isso, o fato de sermos vasos de honra, preparados para a glória, significa
que fomos designados para conter Deus como nossa honra e glória. Do mesmo modo, Deus
sente-se confortável no homem. Entretanto, Ele não Se sentiria confortável num animal sem
um espírito renascido ou mesmo num anjo. Somente num homem Deus sente-se em casa, em
descanso. O céu pode ser o lugar temporário da habitação de Deus, mas o Seu verdadeiro lar
Muita gente confunde o receber o Senhor como Deus residente com o receber o
Espírito Santo para revestimento de poder. No primeiro caso Jesus sopra o Espírito para
dentro dos discípulos e diz “... recebei o Espírito Santo”. João 20.22. Isto é, recebei-o como
sua nova base de vida e natureza. Por outro lado, ainda antes de ser elevado aos céus dá a
ordem: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo”. Atos 1.8. Como pode
ser isso se Ele já houvera soprado sobre eles o Espírito Santo? É incontestável que são duas
experiências distintas e incorrem em grave erro aqueles que privam a Igreja da segunda
experiência.
O Espírito de Deus veio primeiro para transformar o espírito. Mas num segundo
momento vem para revestimento de poder e capacitação para o trabalho. Foram dois
momentos distintos. Agora, depois disso o discurso muda, Jesus mostra que no futuro, o
Espírito não viria de cima para baixo, mas fluiria de dentro para fora. Chegará o tempo que
do vosso interior, fluirão rios de vida, rios de águas vivas. A adoração será algo espiritual, a
fé viva a partir do seu espírito; a revelação, os dons espirituais e o amor de Deus fluirão a
partir do seu espírito; tudo Deus vai trabalhar a partir do seu espírito. Por que muitas vezes
não experimentamos os poderes do mundo vindouro como diz a Bíblia? Porque insistimos
em procurar a Deus, onde Ele não está. Deus tem uma maneira de trabalhar, e o diabo uma
maneira oposta a de Deus. A maneira de Deus trabalhar com você é tentar atrair as suas
atenções para dentro, porque Ele está lá, é a sua fonte de vida, de força, de autoridade. Deus
trabalha para atrair suas atenções dentro de você. O diabo trabalha para atrair suas atenções
para fora, pois ao fazer isso estará afastando você da real fonte de suprimento e solução para
seus problemas. Na sua sutileza o inimigo usa de estratégias com aparência de espiritualidade
espiritual. Ainda que Deus use pessoas, ao manter os crentes com expectativas exteriores o
inimigo conseguirá mantê-las longe da fonte. Não podemos alcançar nada de Deus, com
expectativas externas, pois ele está dentro de você. A sua vida só mudará quando tiver
revelação de que Deus mora dentro de você. Essa verdade fundamental de Deus dentro de
você é tão crucial para o seu progresso que não pode ser mera doutrina com a qual concorda!
Tem que ser experiência viva, revelada e concreta!!! Caso contrário, o prejuízo será de anos
intimidade e comunhão com Deus que jamais imaginou ser possível. Uma imensa paz e um
profundo gozo no seu espírito serão realidades no seu caminhar diário. Você carrega o Santo
em você por onde quer que vá. A sua comunhão com Deus será íntima, pois terá descoberto
Deus fez isso porque estava interessado em ter comunhão com o homem. O que é ter
comunhão? No grego, comunhão é “koinonia” – ter tudo em comum, quer dizer, casar-se.
Tudo que é seu é meu, e tudo que é meu é seu. I João 1.3b diz:
“... ora a nossa comunhão é com o Pai e com seu filho Jesus Cristo”.
E isso é sem nenhuma condição. Essa comunhão é baseada na obra que Ele fez.
casamento não é uma troca, mas uma união de vida. No matrimônio, o marido torna-se um
com a pessoa da esposa. Por essa razão, a esposa toma, como seu, o nome do marido. Em
casamentos no mundo inteiro, a cabeça da noiva é sempre coberta. Isso indica que na união
matrimonial só deve haver uma única cabeça. Em tal união não há troca ou permuta, mas
identificação. A esposa deve identificar-se plenamente com seu marido. Nessa união, nessa
identificação, a esposa é uma com o marido e o marido é um com a esposa. Essa é uma união
de vida, não uma troca de vida. Suas vidas se misturam para um mesmo destino e propósito.
“Assim, meus irmãos, também vós fostes mortos para a lei, por meio do corpo de
Cristo, para casardes com outro, a saber, Aquele que ressuscitou dentre os mortos...”
Cristo é o nosso Marido e nós somos Sua esposa. Entre o Noivo e a noiva não há
permuta de vida, antes, há uma união maravilhosa. Somos um com Ele em pessoa, em nome,
em vida e em existência. Se um homem e uma mulher quiserem ter um matrimônio
adequado, devem aprender a ser dessa maneira. De semelhante modo, a nossa vida cristã é
O inimigo tenta lançar dúvidas a respeito dessa comunhão, dizendo que Deus não o
aceita, que você não é bom o suficiente, mas não é com base nas suas obras que você é
aceito, mas sim com base na obra do Calvário. Todos nós temos um chamado sacerdotal, que
outro lugar diz: “O Deus em cuja presença ando”. Podemos dizer mais do que ele, podemos
dizer: “O Deus cuja presença conduzo dentro de mim”. Nós nascemos nEle, subsistimos
nosso espírito. Podemos tomar o Senhor como nossa própria vida e ao fazer isso, não
estamos citando uma poesia, proferindo palavras bonitas ou porque é interessante, mas
como: “Eu sou o ressurreição e a VIDA” – nEle estava a VIDA -, “Sou a água da VIDA”,
“Eu sou o pão da VIDA”. Essa vida é a vida “ZOE” que é a própria vida eterna de Deus. A
Bíblia diz que essa vida é que foi ministrada para dentro de você. Então Deus é nossa própria
vida, e isso é um fato, uma realidade espiritual. Podemos nos voltar para o Senhor em nosso
espírito, confiando que diz a verdade ao dizer que habita para sempre dentro de nós e dizer:
Oh! Senhor neste momento eu O tomo como minha VIDA. Bebo e me satisfaço em Ti como
a minha própria VIDA. Oh! Bendita VIDA que desceu do céu transborda dentro de mim!
Note bem é muito mais que mera oração verbalizada; é um desfrute para dentro do seu
A Bíblia também diz que Jesus é o pão, é o alimento, é a água. Devemos ingerir o
próprio Jesus como alimento. O pão, usado aqui por Jesus como símbolo tem muito a revelar:
depois de engolido, é processado dentro de nós e passa a fazer parte de nós mesmos. Depois
glicose. Esta é assimilada pela corrente sanguínea e distribuída para cada célula do nosso
corpo na forma de energia pura. Dessa forma, o pão que comemos se faz realmente uma só
O padrão de maturidade de vida cristã, não é esperar chegar dos domingos para se
alimentar, e sim você sozinho se alimentar todos os dias do Senhor através de uma íntima e
real comunhão com Ele. Suas atenções não devem ser voltadas para fora, e sim para dentro
onde ele está, é lá que está a resposta, é lá que está a vida. Deus quer que você cresça em
comunhão e intimidade com Ele. Beba dEle, como água que sacia a sede, que acaba com a
Podemos simplesmente desfrutar do Senhor como nosso deleite, nosso doce gozo no
espírito. A Bíblia diz em Efésios 5.18 e 19 “Mão vos embriagueis com vinho, no qual há
dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e
louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais”. É você que se enche do
fluir do senhor onde você estiver, a vida e o poder de Deus irão se manifestar. Se houver
alguém no ambiente, receberá esta preciosa influência, se estiver enfermo será curado, se
contrição de Deus tomará conta de seu coração diante de você. Sente falta de força? Tome-O
como força. Quer unção? Volte-se para dentro de você, pois o Cristo, o Ungido, está dentro
de você agora mesmo aí onde está. Ele é a própria unção. Tome dEle como sua unção, sua
aprofundando nessas águas caudalosas até que se tomem torrentes que transbordam de
dentro
de você. De dentro para fora, pois a fonte está dentro de você. Esta é uma verdade básica,
portanto não diga mais que o Senhor virá te visitar ou que está ao seu redor. Ainda que seja
verdade, pois Ele está em todos os lugares, o maior fundamento da sua vida é que ele está
EM você para sempre: “Aquele que se une ao Senhor É UM espírito com Ele!”.
genuínos. Muita gente se equivoca achando que Deus se disseca e se estuda com a mente.
Lembre-se, Ele é Espírito. Esta é a porta para um genuíno conhecimento de Deus, é a porta
para a unção, para a revelação, para experiências mais íntimas, é a porta para frutos
abundantes. Deus não quer você para a obra, para ter você meramente como um empregado;
Ele quer você para si mesmo; Deus não quer um servo, um fazedor de coisas, Ele quer sua
intimidade.
LIÇÃO 2
recebidos pelo Espírito e também com tudo o que o homem interior percebe. Essa é a
Quando sentimos alguma necessidade física, como fome ou frio, geralmente, não
a maneira pela qual cada um se manifesta. Primeiro é preciso compreender o espírito, para
algumas leis do espírito nas quais necessitamos estar ambientados. Se não conseguirmos
acontecendo nele.
consciência – é fundamental identificar também as formas como o espírito opera, para que
1. Os pesos do espírito
A palavra nos ensina que onde o Espírito de Deus age, há liberdade. Portanto,
precisamos zelar por esta condição. Sendo assim, o discipulador precisa reconhecer quais são
Não é raro os momentos que sentimos uma carga bem pesada sobre o nosso coração
e, normalmente, não sabemos por que isso acontece. Ficamos confusos por causa dessa
sensação e, às vezes, interpretamo-nas como algo natural, inibindo o nosso espírito. Agimos
sem dar atenção devida para esse peso, permitindo que o inimigo nos abata.
A base da nossa vitória é andar em liberdade, por isso, nosso espírito precisa se
desvencilhar de todo peso que o assedia (Hb. 12:1). Precisamos aprender a lidar com esse
peso. Quando ele vier, é necessário que paremos o que estamos fazendo, para nos opor a ele
2. O bloqueio do espírito
Já sabemos que o espírito precisa tanto da alma como do corpo para se expressar. Se a
nossa alma ou corpo perderem a normalidade, devido a algum ataque maligno, o espírito
ficará bloqueado.
impotente para tomar uma atitude ativa; ou ainda, em alguns casos, o corpo pode ficar em
extremo cansaço, sem desejo de fazer nada. Diante desses sintomas, é preciso resistir, pois se
3. O envenenamento do espírito
A Palavra nos adverte que podemos ser atingidos por dardos inflamados do maligno
(Ef. 6:16). Estes dardos são lançados em nosso espírito trazendo tristeza, mágoa, angustia,
É muito danoso quando aceitamos, sem resistência, qualquer peso de tristeza sobre o
Não devemos nunca aceitar pensamento ou sentimento que não esteja conformado
com a palavra de Deus. É imprescindível que vigiemos todas as idéias e sensações que nos
inimigo; ou quem sabe um espírito de orgulho, que o tem levado a atitudes arrogantes e
A Bíblia nos admoesta a mantermos um espírito manso e brando, sendo sempre puro
e limpo. Portanto, ao ser ferido por um destes dardos, não demore em eliminar a causa,
mantendo uma atitude de resistência a qualquer ataque inimigo, orando sempre e pedindo a
purificação do coração.
4. Encargos do espírito
lançado sobre nosso coração pelo inimigo, com o intuito de oprimir. O encargo vem de Deus
e sempre objetiva levar-nos a cooperar com Ele, chamando-nos ao trabalho, à oração (Cl.
4:12) ou a ministração da Palavra. É um fardo gerado sobre o nosso coração que tem o
propósito de gerar benefícios espirituais. Portanto, é mister distinguir o que é peso sobre o
espírito, do que é um encargo recebido.
Qualquer encargo, vindo da parte de Deus, jamais fará com que percamos a liberdade
de orar, enquanto o peso do inimigo se sobrepõe ao nosso espírito, tirando esta liberdade.
Quando Deus anseia que façamos algo para Ele, quer oremos ou falemos a alguém,
Ele comunica isso ao nosso espírito através de um encargo. Se, de fato, estivermos
familiarizados com as leis do espírito, não vamos desprezar estas impressões recebidas, pois
a tendência é que esta sensação aumente. É importante ficarmos atentos a este encargo sobre
descobrirmos o que Deus quer que façamos, devemos entrar logo em ação.
Vale ressaltar que o nosso espírito precisa estar continuamente livre e desimpedido
5. Irresponsabilidade do espírito
O propósito de Deus é encher de luz o espírito do homem. Davi sabia disso e chegou
“Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o Senhor, meu Deus, derrama luz
Podemos dizer que o espírito do homem é como uma lâmpada elétrica. Quando ela
está em contato com o Espírito de Deus, ele pode brilhar pela luz de Cristo que resplandece
nele (Mt. 5:14-16). Contudo, muitas vezes ficamos em trevas pela falta de conexão com o
Espírito de Deus.
cooperarmos com o Espírito. Há situações em que o espírito pára de cooperar devido à sua
dureza. Ressaltamos que para Deus expressar Sua vontade, Ele exige que tenhamos um
espírito manso e terno. Quando este se torna duro e insubmisso, a operação do Espírito
encontra obstáculo.
Foi isso que Paulo quis dizer quando escreveu:
LIÇÃO 3
ANDANDO NO ESPÍRITO
"... visto que andamos por fé, e não pelo que vemos". (11 Co.5:7)
1) Com relação ao nosso espírito, precisamos exercitá-lo a fim de sermos guiados para Deus.
2) Com relação a nossa alma, ela deve ser transformada pela renovação de nossa mente.
O nosso espírito já foi regenerado. Quando Adão pecou ele morreu para Deus e assim
toda a raça humana. Sendo assim a primeira coisa que Deus precisa efetuar no homem e o
Uma vez que fomos regenerados a vontade de Deus é nos dirigir através do Espírito
Santo que habita em nosso espírito. Simultaneamente Deus espera que cooperemos com Ele
exercitando o nosso espírito para obedecê-lo. Precisamos então ser guiados para Deus no
O Espírito Santo habita dentro de nós. O poder de Deus está em nós. A saúde de Deus
esta em nós. A natureza de Deus esta em nós. A bondade, a justiça, o amor de Deus, tudo isso
é residente dentro do nosso espírito recriado. Não precisamos buscar estas coisas, precisamos
é de ter revelação de que elas já estão dentro de nós. Nós temos a mente de Cristo, a unção do
santo; tudo aquilo que é necessário para uma vida santa e plena já foi colocado dentro de nós
pela pessoa do Espírito Santo. Uma vez que andamos no espírito todas as realidades do
Espírito Santo de Deus que habita em nosso próprio espírito se tornarão realidades em nós.
Todos nos éramos como um enfermo portador de vários tipos de doenças. Depois que
o médico fez o diagnostico, deu-lhe a receita para que tomasse vários tipos de remédios, cada
um para uma doença. O farmacêutico colocou todos os medicamentos dentro de uma única
seringa. Esse conjunto de medicamentos foi a dose que resolveu todas as suas enfermidades.
A mesma coisa Deus fez em nós; ele injetou em nós, uma dose que resolve todas nossas
necessidades, essa dose é o Espírito Santo. Precisamos de entender no Espírito que tudo o
que necessitamos para uma vida com Deus já nos foi dado por meio do Espírito Santo que
em nós habita. Se precisamos de poder, Ele é o poder. Se precisamos de amor, Ele é o amor
sabedoria estão ocultos n’Ele. Portanto todas as coisas já estão completadas em nosso
espírito.
O que precisamos aprender hoje é sermos guiados pelo Espírito e dependermos dEle
foi na Cruz, onde o Senhor Jesus morreu em nosso lugar e a segunda é no nosso dia a dia
onde o Espírito Santo quer viver em nosso lugar sendo a nossa própria vida.
Para melhor entendermos a vida no Espírito vamos dividir o nosso estudo em três princípios
bem simples: A vida no Espírito implica em três coisas: andar pela fé, andar pela cruz e andar
no sobrenatural.
primeiro pecado. O pecado desviou o homem do padrão de Deus. Conhecer o desvio já nos
não era pornográfico, não era escandaloso, não era feio de se ver. Adão e Eva apenas
O primeiro pecado deu origem a todos os outros, pois o principio que o governou
Como é isso? No princípio o homem andava no espírito. A Bíblia diz que "à tardinha,
Deus vinha ter comunhão com o homem, todos os dias". Isso indiscutivelmente é uma
relação espiritual, pois Deus é Espírito. O homem era um ser guiado pelo Espírito, naqueles
dias. O espírito é o ponto central na vida do homem. A alma era como um servo, em relação
ao espírito. Mas, com o pecado, aconteceu algo dentro do homem: o seu espírito morreu para
Deus e a sua alma cresceu, tornando-se o centro do seu ser. O homem passou a ser carne. O
propósito de Deus, desde então é nos restaurar a posição que Adão desfrutava de comunhão
com Ele. E não apenas isso, pois nós hoje temos mais que Adão teve: Deus entrou em nosso
espírito humano recriado, tornando-se a nossa vida. Adão nunca comeu da "arvore da vida",
nós porém hoje podemos comer dela, pois a árvore da vida é o Senhor Jesus.
Mas qual foi a essência do primeiro pecado? Podemos dizer que o pecado se
manifestou por três princípios. O primeiro princípio foi a incredulidade. O primeiro pecado
foi o da incredulidade. Eva preferiu acreditar no que o diabo disse a acreditar no que Deus
dissera: "se comeres, vais morrer". O diabo veio e desmentiu Deus, dizendo: "é certo que
não morrereis".
Certa vez, pregando a um homossexual, ele me disse: "é impossível eu deixar de ser o
que sou". E eu lhe respondi: "Isso é o que o diabo diz, mas Deus diz que se você crer, você se
tornara uma nova pessoa, uma nova criatura. O mundo diz: "Você nunca pode mudar; pra
você não há libertação; você nasceu assim, vai morrer assim; pode até virar crente, mas vai
continuar sendo o que era; pode até nunca falar sabre isso, mas continuara sendo" -isso é o
que o mundo e o diabo dizem. Mas Deus diz que se você crer será nova criatura - é uma
questão de ser e não simplesmente de fazer você nova criatura. E eu disse aquele
homossexual: "diante de Você tem duas afirmações: a de Deus e a do diabo. Qual você
escolhe?”. A base dessa escolha é uma questão de "em quem vou crer?”Devemos sempre
colocar para o homem essa mesma escolha. pois foi nesse ponto que o pecado surgiu: quando
Adão e Eva preferiram confiar no diabo a confiar em Deus. "Seja Deus verdadeiro e
mentiroso todo homem". Deus não pode mentir; Ele é completamente fiel aquilo que diz.
espírito implica em andar em fé". Se não andamos em fé, então não estamos andando no
fé e impossível agradar a Deus"; e em Rm.8:8, lemos que "os que estão na carne não podem
agradar a Deus". Observe estas duas colocações: em Hebreus os incrédulos não podem
agradar a Deus; e em Romanos, os carnais também não podem agradá-Lo. Logo, por
associação, dizemos que os carnais são também incrédulos a mesma coisa. Carnalidade é
sinônimo de incredulidade. Aqueles que estão na carne são facilmente percebidos, pais eles
O primeiro tipo de pecado é a soberba, a rebeldia. Esse pecado agride Deus em sua
autoridade, atinge o Trono de Deus. Satanás disse: "subirei acima das mais altas nuvens e
serei semelhante ao Altíssimo" (Is. 14: 13). Do ponto de vista de Deus, esse é o tipo mais
Deus em Sua santidade, Deus é santo; Ele não suporta a sujeira, a impureza e a iniqüidade.
Esse tipo de pecado é terrível, mas, do ponto de vista de Deus, a rebeldia é mais grave ainda.
O terceiro tipo pecado é a incredulidade. O incrédulo atinge Deus em Seu caráter. Ele
é aquele que faz de Deus um mentiroso. Deus diz: "em tudo fostes enriquecidos", mas o
incrédulo diz: "eu sou pobre". Deus diz: "Eu carreguei na cruz a sua enfermidade”. O
incrédulo diz: "tenho medo de morrer de câncer". Deus diz: "eis que vos dou autoridade
sobre serpentes e escorpiões": O incrédulo diz: "eu não tenho o dom de expulsar demônios;
isso é só para pastores". Percebe que há muitas maneiras sutis de dizer que Deus é
mentiroso. Nem sempre somos descarados, na maioria das vezes somos sutis.
Certa vez, um irmão me disse: "Pastor, acho que não devemos fazer apelos para a
cura, dizendo que podem vir a frente. e que todos os que crerem serão curados: nem todos
são curados, e isso parece levá-los a revolta". E eu lhe perguntei: "Todos os que crêem são
salvos?", ele respondeu: "é claro que sim", Eu disse "a mesma cruz que garante a salvação,
também garante a cura" Se faço apelo e nem todos são salvos, isso não impede de o fazer
novamente, não são salvos porque não crêem. E se nem todos são curados é porque nem
todos crêem. Devemos crer em toda a Palavra e não apenas em algumas partes; pois se Deus
mente em uma pequena frase, Ele compromete toda a Bíblia, se há uma parte errada, quem
me garante que toda ela também não esta errada? Ou é tudo verdade, ou nada é verdadeiro: é
um principio da lógica. Mas graças a Deus, que é fiel, e nenhuma de suas palavras deixará de
do Espírito. Uma pessoa que anda no espírito, pode facilmente ser reconhecida, pois
naturalmente expressará a vida. Quando falo de vida, não estou me referindo a vida prática -
retidão, integridade - tudo isso um cristão deve ter; estou falando de algo mais tênue,
subjetivo. Refiro-me a algo que não sabemos de onde vem, nem para onde vai.
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LIÇÃO 4
entendimento próprio. Isto quer dizer que andar no espírito também implica em renunciarmos
a estas três coisas: andar por vista, por esforço próprio e por entendimento próprio. Todo
carnal anda pelo esforço próprio. A fé pressupõe dependência de Deus. Se andarmos pela
nossa força, não precisamos exercer fé. A principal característica da vida de fé é o descanso.
Hebreus 4:3 diz que “os que crêem entram no descanso”. Os que andam no espírito andam
em descanso. E como um barco no meio do mar não tem que se esforçar, e só deixar-se levar
pelo vento. Nós somos o barco, o vento é o Espírito. Veja que este descanso não é lazer, não é
retiro, não é férias. Podemos ir a estes lugares em todas estas formas de descanso e mesmo
assim não descansarmos. O verdadeiro descanso é poder dizer: "Senhor, és Tu quem fazes,
não eu. Não sou eu quem salva, és Tu, Senhor: Não sou eu quem santifica. és Tu. Senhor,
Não sou eu quem faz, és Tu, Senhor". Se ficamos angustiados cada vez que temos de pregar,
e se a ansiedade aumenta, ao ponto de a vida perder o sabor, é porque tem faltado o descanso
"Resta um descanso para o povo de Deus”. A obra de Deus não se faz no cansaço, não se faz
Ezequiel 44: 17 dá uma orientação clara àqueles que trabalham no templo: “E será
que quando os sacerdotes entrarem pelas portas do átrio interior, usarão vestes de linho,
não se para lá sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro do templo.
Tiras de linho lhes estarão sabre as cabeças, e calções de linho sobre as coxas, não se
cingirão ao ponto de lhes vir suor”. Na obra de Deus, não pode haver suor. Nós somos
não pode haver suor. Qual é o significado do suor? Gênesis 3:19 fala que o suor é maldição,
por causa do pecado. Suor é símbolo de maldição, mas graças a Deus que, por meio de Jesus
Cristo, nos libertou de toda a maldição do pecado. É bom demais servir a Deus. Não temos
de suar, não temos de viver no cansaço. E como diz o cântico: “É meu somente meu todo o
trabalho, e o teu trabalho é descansar em Mim”. Essa e a Palavra de Deus para nós.
Fico preocupado com pastores e líderes que tem estafa. Estafa não está nos planos de
Deus para nós. Estafa é maldição. Observe que aqueles que trabalham em serviço braçal não
têm estafa, deitam e dormem o sono do descanso. Mas há pastores e líderes que não dormem
à noite, ficam uma, duas, três, quatro noites acordados, até que lhes vem uma estafa. Não é
um cansaço físico, mas mental da alma. Aqueles que se achegam para servir no santuário não
podem suar lá dentro. Não temos mais de suportar a maldição do pecado, pois Jesus já suou o
nosso suor para que Nele tenhamos descanso. O Senhor suou no Getsêmani o suor que nos
cabia. Não precisamos nos esforçar até suar, Ele já suou por nós, não temos o que fazer com
Alguém pode perguntar: “não temos mais nada?” “Nada!” “Mas, e quem vai pregar o
Evangelho?” “Não somos nós quem pregamos; somente a boca é nossa, o trabalho é do
Senhor. Muitos ficam se cobrando tempo todo: “Tenho de pregar, preciso pregar”. É como
uma paranóia, uma obsessão. Deus me livre de dizer que não devemos pregar, não falo disso.
Ouça-me: se andarmos no espírito. passaremos vida. A vida é algo que sai de nós sem que
percebamos, ou sem nos esforçar. Se temos vida. os outros perceberão. É aquele princípio
que diz. "a boca fala do que o coração está cheio". Se o nosso coração está cheio da vida de
Deus, como um rio de água viva. naturalmente a boca vai manifestar o que esta lá dentro.
Não há trabalho nenhum nisso. É uma questão de ser espontâneo e de ter vida fluindo do
espírito. Quando você se enche do Senhor, no descanso, naturalmente você vai fazer a obra
de Deus. A obra do Senhor tem de ser espontânea em sua vida, tem de ser gostosa de se fazer,
tem de ser empolgante ser líder, a idéia de ser líder tem de ser agradável à mente. É bom
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Tenho sempre comigo uma regra: enquanto o que vejo bate com a Palavra de Deus,
continuo vendo; quando, porém, não bate mais, ignoro o que estou vendo, e fico somente
com a Palavra de Deus. Note que é um estilo de vida louco, e loucura para o mundo. Uma
das situações onde isso pode ser mais facilmente observado e com relação às enfermidades.
Muitas vezes insistimos em olhar para os sintomas da doença, em vez de olharmos para a
Palavra de Deus. Se a Palavra diz que o Senhor já levou as nossas enfermidades na cruz,
vendo ou sentindo. Não é mentir para nós mesmos dizendo que não estamos doentes, mas é
declarar a Palavra, e ignorar os sintomas da doença. Poucos de nós fazemos isso, preferimos
andar por vista, isto é, na carne. Andar por vista é característica da carne. Se insistirmos em
andar por vista, seremos escravos do natural. As Circunstâncias irão facilmente nos
alguns adorarem a Deus, ficaria desanimado e nem iria mais dirigir louvor. Se eu ficasse
olhando o grande número de crentes infantis, iria desistir de fazer a obra de Deus. Se eu
ficasse olhando as diferenças pessoais e a postura de alguns líderes, nunca iria crer na
unidade da mente e do coração. De maneira que, devemos ter um olhar profético, andamos
pelo que cremos que será e não pelo que o diabo quer nos mostrar. Vejo um povo que adora a
Deus; um povo forte que manifesta o reino de Deus; uma liderança ungida, que ministra em
unidade. Creio e sei que na dimensão do Espírito já é assim, ainda que com os meus olhos
Vimos que há aqueles que andam pelo esforço próprio, há os que andam por vista,
mas há também os que andam pelo seu próprio entendimento. A Palavra de Deus diz que no
princípio Deus criou Adão e Eva e os colocou no Jardim do Éden. Lá haviam duas árvores: a
árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. A árvore da vida aponta para a
vida de Deus. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida; "Nele estava a vida e a vida era a luz
dos homens". (Jo 14:6 e 1:1). A luz significa que pela vida, eu posso ter luz, ou seja, posso
conhecer a realidade última das coisas. A vida de Deus, que agora esta em nós, se manifesta
como luz em nosso espírito. É uma sensação de clareza, de entendimento. Deus queria que
Adão comesse da árvore da vida e vivesse por essa vida. Ele não iria conhecer nada - nem o
bem, nem do mal, nem o certo, nem o errado - e a vida iria guiá-lo em todas as
Adão e Eva passaram a conhecer o bem e o mal. E, desde então, o homem passou a ser
dirigido segundo o que é certo ou errado. Mas, ouça-me, ser cristão não é uma questão de
entender se algo é certo ou errado, se é moral ou imoral e nem mesmo se é ou não uma
questão ética. Ser cristão é andar pela árvore da vida, isso é, andar segundo a vida que está
em nós, e que Adão nunca teve. Essa vida é a luz, e nos dirige em toda a vontade de Deus.
Alguns irmãos antes de fazerem alguma coisa, perguntam: "será que isso é certo ou e
errado? Será que é pecado ou não?" E pensam que com isso estão agradando a Deus. Isso é
andar pelo entendimento e não por fé, na direção da vida do espírito. Porém, a Bíblia diz:
'Tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm.14:23). Aqueles que agem assim estão andando
segundo a árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso pode até parecer piedoso e bem
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de fazermos alguma coisa dissermos: "isto não é errado, não é pecado, não escandaliza, não
ofende e nem faz mal a ninguém, estaremos agindo segundo o entendimento do certo e do
Querido, você ainda vai descobrir que muitas coisas que não são erradas, que não
escandalizam e nem são sujas, são reprovadas por Deus. Porém, não devemos nos preocupar
em proibir ninguém de coisa alguma. Não devemos ser escravos de códigos de condutas, de
códigos morais e normas de certo e de errado, o importante é aprender a andar no espírito.
Podemos seguir piamente um código e ainda assim vivermos na carne, o que importa não é
conhecermos o que se pode e o que não pode fazer o que importa é conhecer a vontade de
Deus. Há muitos irmãos que querem tudo prontinho, querem normas e regras sobre regras.
Deus. Se andarmos por entendimento, não dependeremos de fé no Espírito; por isso os que
andam pelo entendimento próprio não podem agradar a Deus; o que eles fazem não provém
Quando o Senhor fala, há fé. Quando Ele fala conosco, sempre manifestamos uma
convicção e certeza resolutas. Mas quando Ele não fala. há confusão e dúvida. Nunca
façamos nada na base da insegurança e incerteza, pois certamente não provém de Deus. As
coisas do Espírito são também base da fé, pois andar no Espírito implica em andar por fé. E
Quando estivermos aconselhando uma pessoa, não devemos dar-lhe coisas prontas,
devemos estimulá-las a usar o seu próprio espírito, para que possa discernir a direção de
Deus. Só há crescimento quando Deus fala: as palavras humanas podem ser boas, mas
aprendemos a ouvir a Deus. Muitos discipuladores estimulam seus discípulos a serem seus
dependentes. Ensinam que os seus discípulos não devem fazer nada sem antes compartilhar
com eles. Isso não é o propósito de Deus. Se o discipulador sempre fala qual é a vontade de
Deus, o discípulo nunca vai aprender a discerni-la por si mesmo, e isso é lamentável.
Com relação a andar em fé, três coisas são consideradas como da carne. Carne e andar pela
força própria, pela vista e pelo entendimento próprio. Andar em fé é o oposto, andar no
Antes, porém de avançarmos, devemos entender que a direção do Espírito nunca está
fora da Palavra de Deus. Deus e a Sua Palavra se misturam. Assim é o seu caráter. Crer Nele
é crer em Sua Palavra. Se alguém diz crer e não crê na Bíblia, está mentindo, pois é
impossível crer em Deus e não crer no que Ele diz.
Se quisermos “andar no Espírito”, devemos andar pela fé na Palavra de Deus: as duas coisas
se misturam na prática.
A necessidade de crescer em fé
Nós podemos crescer na vida espiritual. O crescer espiritual está muito relacionado
com o crescer em fé. Quero compartilhar dois princípios básicos que nos levam a avançar em
novos níveis de fé: crescemos em fé, conhecendo a Palavra – pelo espírito, por revelação – e
crescemos confessando a Palavra. Uma parte só não resolve, temos de conhecer a Palavra por
A revelação da Palavra
"Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda
vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da
glória da Sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do Seu poder para com o que
13
Devemos também ter um coração que se humilha. Não devemos ter uma atitude de
constrangimento de aprender com quem quer que seja. Ouça, se você, com soberba disser:
"Não vou aprender com aquele irmão. vou buscar de Deus e aprender sozinho". Deus não vai
falar com você. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça aos humildes. Se eu souber que um
líder qualquer está fluindo numa área qualquer da Palavra, vou a aprender com ele, e Deus
vai falar comigo lá. Mas se eu disser: "eu sou pastor igual a ele, Deus vai falar comigo
* Rhema é a palavra viva revelada pelo Espírito e que queima em nosso coração.
14
LIÇÃO 5
(Romanos 10:10).
boca. Não basta orar com o coração, é preciso também confessar com a boca. Muitas vezes,
Deus vem com um entendimento forte na Palavra a respeito de uma verdade, mas, muitas
vezes, com o tempo, nos esquecemos daquela verdade. Porque isso acontece? Porque
vivo, e tudo se tornará apenas conhecimento mental. Mas existe um outro lado muito
importante, mesmo que ainda não tenhamos revelação de uma verdade, se abrirmos a boca e
começarmos a confessá-la, logo ela vai começar a gerar fé em nós. Vemos então que a
confissão não apenas preserva a revelação recebida, mas também nos abre o espírito para
novas revelações.
A base da nossa fé é aquilo que Deus diz. A palavra é o trilho no qual andamos.
Aprenda tudo aquilo que Deus diz que é, e confesse constantemente, você vai perceber que a
Eu sou como árvore plantada junto a ribeiros de águas, que no devido tempo dá o seu fruto
Eu sou forte e ativo porque conheço o meu Deus (Dn. 11: 32).
Eu sou mais que vencedor por meio daquele que me amou (Rm. 8:37).
Deus me tem dado autoridade sobre todo o poder do inimigo e nada me causará dano (Lc.
10: 19).
15
Maior é o que está em mim do que aquele que está no mundo (Jo. 4:4).
Eu tenho sido abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestes, em
beber alguma coisa mortífera, não me causará dano; imponho as mãos sabre os enfermos e
(Ap.12:1).
espírito, e os espíritos não podem mudar; da mesma maneira que ele agiu com Eva, age
conosco hoje. Desta forma, através de suas ações na Bíblia, podemos conhecer suas
A primeira área que o inimigo atacou foi a bondade de Deus. Ele disse: “Deus não deve ser
bom, caso contrário, não teria proibido comer da árvore”. Nunca devemos permitir que em
nossa mente exista a mínima insinuação satânica de que Deus não é bom, isso não é verdade.
Essa é, muitas vezes, a forma que o inimigo encontra para gerar incredulidade em nós.
A segunda área que ele atacou foi o caráter de Deus. Ele disse que Deus não era reto,
pois havia mentido certamente o homem não morreria se comesse da árvore. Ora, se Deus era
mentiroso, não valia a pena confiar Nele, daí também surgiu a raiz da incredulidade. É
impressionante vermos como o povo de Deus tem engolido esses dois ataques do inimigo.
Muitos afirmam categoricamente que Deus é mau, ao afirmarem que foi Deus quem lhes
mandou doenças. Muitos procuram pastores para receberem oração dizendo: "Pastor; ore
por mim por que a mão de Deus me feriu com esta enfermidade”. Ora, se foi a mão de Deus
que feriu, eu não posso orar; se é a vontade de Deus, certamente ele não me ouvirá. Penso
que as pessoas que tem essa posição não deveriam nem mesmo ir ao médico, pois se foi Deus
quem mandou, o homem não pode desfazer. E se Deus mandou a doença, ela é uma coisa
boa, pois Deus só nos dá coisas boas. Qual pai teria coragem de mandar câncer para seu
filho? Pois se nós sendo humanos não agimos assim, muito menos o Senhor. Deus é
mentiroso - não falamos isso descaradamente, como fez o inimigo, mas aceitamos a sugestão
de que, nem tudo o que está escrito acontece hoje em dia. A Bíblia realmente diz que Deus
cura, mas hoje Ele não cura mais. Se Deus não cura mais, então Ele é mentiroso, pois Deus
nunca muda, sempre é o mesmo e se Ele curou no passado e não o faz mais, a Sua Palavra é
falsa, pois mudou com o tempo. Se existe alguma coisa que Deus não mais faça em Sua
Palavra, ela é indigna de confiança, pois como vou ter certeza de que alguma coisa pode ser
que Deus diz que é, tudo aquilo que Ele diz que faz e tudo aquilo que Deus diz que tem:
“Eis que as suas mãos não estão encolhidas para não poder abençoar e nem surdos as Seus
ouvidos, para não poder ouvir". A vontade de Deus para nós é a saúde, a vida, a prosperidade
e a paz.
A terceira área que o diabo atacou foi a santidade de Deus, dizendo que Deus não
queria que ninguém conhecesse o bem e o mal, que Deus não queria que não fosse como Ele,
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que Deus queria ser o único. Aquilo que Satanás desejou na sua soberba e aquilo que Adão e
Eva buscaram na sua desobediência, Deus agora nos concede gratuitamente, por meio de
Jesus Cristo; eles queriam ser como Deus e nós, agora, nos tornamos Seus filhos, gerados
pela Sua semente. No Salmo 82:6, Deus diz: “sois deuses. pois sois todos filhos do
Altíssimo”. Eu sou agora da raça de Deus, sou filho. Nisto, Deus prova a Sua santidade, pois
nos concedeu aquilo que foi acusado de não querer compartilhar: a Sua natureza divina.
Para que a nossa fé seja forte devemos ter uma revelação clara do caráter de Deus.
Deus é bom e tem o melhor para nós. Deus é reto e nunca pode mentir ou falhar naquilo que
disse: a Sua palavra é a própria verdade. E Deus é santo e nos fez participantes da Sua
natureza, da Sua riqueza e da Sua glória. Aleluia! Se permitimos surgir dúvidas nestes
aspectos, então a nossa fé será abalada e não poderemos viver no espírito, pois, como já
Palavra é o trilho, andar no Espírito é andar no trilho da Palavra. Vimos que o pecado foi
fé. Mas temos de avançar um POUCO mais agora e entender que houve outro aspecto: a
independência.
do mal. A árvore da vida apontava para o próprio Deus. Se o homem optasse pela árvore da
vida, teria escolhido depender de Deus. Ele não saberia o bem e o mal por si mesmo, teria de
depender de Deus para saber. Não viveria por si mesmo, mas por aquilo que Deus dissesse.
Sabemos que isso não aconteceu com Adão. Depois que o diabo falou, certamente Adão
ponderou e disse: “se Deus é tudo isso, então é melhor eu mesmo tomar conta de minha
todo pecado tem no seu centro o egocentrismo. Todo pecado, em sua origem, é o ego em
ação. A independência é a forma específica de como o ego se manifesta: “eu tenho minhas
opiniões, meus desejos, meus alvos, minha identidade”. Quando o homem optou por comer
da árvore do conhecimento, o seu Ego, a sua alma foi aumentado, e passou a ser o centro da
personalidade humana, o propósito de Deus era (e é) que o espírito humano fosse o centro,
espírito adormeceu, o ego se tornou o centro, por isso o homem passou a ser egoísta
egocêntrico.
que tem origem no ego. Tudo aquilo que é feito independente de Deus é pecado. Nesse
sentido, qualquer coisa pode ser pecado, desde que feita independentemente de Deus. Pode
ser pregar, orar, ou qualquer outra coisa piedosa, se é feita por iniciativa do ego, é carne; e,
portanto é pecado aos olhos de Deus, ainda que aos olhos dos homens seja algo normal.
Mas podemos ver também que atrás de todo fruto da carne tem também o ego em
ação, o que é inimizade? É quando o ego não é reconhecido. O que é raiva? É o ego
contrariado. O que é ciúme? É o medo de o ego ser suplantado. O que é desilusão? É o ego
que sempre está certo e nunca abre mão. O que é inveja? E quando o ego não suporta que o
outro tenha algo e ele não. Poderíamos analisar cada pecado e observar que o princípio
Assim como todo pecado consiste no egocentrismo, toda virtude consiste no oposto,
colocar o outro no centro. O que é amor? É esquecer-se de si e olhar para o outro. O que e
alegria? é viver contente com o que se tem e o que se é. Diante disso, vemos então que para
vivermos uma vida no espírito, não basta andar em fé, temos também de andar em amor.
Em I João 3:23, lemos: "Ora, o seu mandamento é este, que creiamos em o nome de
Seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos
ordenou”. O andar em espírito implica andar em fé, andar pela cruz, em amor. Andar em
17
amor e andar pela cruz é a mesma coisa. Quando eu digo andar em amor, estou me referindo,
ando em amor, eu também vou andar em dependência de Deus, pois tudo o que é feito fora
da dependência d’Ele é carne. Andar em amor também implica em abrir mão do orgulho.
entretanto, pode ser uma atitude egoísta. É assustador quando vemos a atitude de certos
ou de sofrimento, o remédio de Deus para o ego é a cruz, e a cruz implica de uma forma ou
de outra, em alguma espécie de desgaste e perda da comodidade.
cristianismo se vivermos pela cruz. Jesus não apenas morreu numa cruz, Ele viveu uma vida
Jesus, quando ensinou os seus discípulos a orar em Mateus 6:9-13: Ele terminou a
oração dizendo: “porque Teu é o reino, o poder e a glória”. Reino, poder e glória são tudo
O que é reino? O reino nos fala de bens, riqueza, respeito e reconhecimento. Todo
homem procura essas coisas e até mesmo fica ofendido quando não alcança esse objetivo.
Todos queremos construir um reinozinho pessoal, pensando com isso encontrar a realização.
Mas o veredicto de Deus sobre isso é: carne. Se buscamos um reino para nós mesmos,
estamos fora do padrão de Deus. Veja que não é pecado buscar respeito, reconhecimento, ou
coisas assim, e mesmo o dinheiro, em si, não é pecaminoso, mas se queremos andar no
E o que é poder? É aquele desejo íntimo de mandar, de ter a primazia. Muitas vezes
gostamos de poder dizer: “vá, e diga a fulano que fui eu quem lhe mandou”. Isso é
realização, é ser conhecido na praça. O poder também nos fala de dons e capacidades. Eu
posso fazer certas coisas que os outros não podem. Isso me faz sentir feliz e realizado, mas,
se desejamos andar no caminho do espírito, temos de ir para a cruz e abandonar esses desejos
da carne.
E, por fim, o Senhor entregou a glória. Aqui está um ponto realmente crucial do ego:
o elogio e a glória. A vida de cruz consiste em abrir-se mão do reino, do poder e da glória.
O Senhor precisa nos mostrar o quanto o nosso Ego é deplorável aos seus olhos.
Precisamos nos ver na luz do Senhor. Podemos renunciar o Eu quando nos vemos no espelho
de Deus. Olhando para o Tabernáculo, vemos que ali o Senhor nos ensina sobre essa verdade
espiritual. No átrio, havia dois móveis, o altar de holocausto e a bacia de bronze. Ambos
apontam para as bases da vida cristã, o altar nos fala da obra da cruz e a bacia de bronze
aponta para o lavar regenerador e vivificador do Espírito Santo. Mas antes de lavar, a bacia
tinha uma função muito importante, ela era como espelho. Em Êxodo 38:8, lemos que a bacia
de bronze foi feita dos espelhos das mulheres de Israel, o que isso nos fala? Aponta para o
fato de que antes de entrarmos no lugar santo, há um espelho para nós. Esse espelho é a luz
do espírito que mostra tudo o que há em nós, e tudo o que está em nosso ego. Primeiro Deus
nos mostra, depois Ele nos muda, esse é o sentido da bacia de bronze. Não há como crescer
Por outro lado, esse autoconhecimento não vem pela introspecção e auto-análise. O
Senhor não nos autoriza, em sua Palavra, a ficarmos olhando para nós mesmos. A
introspecção é pecado. Nós nunca podemos nos ver, a não ser por meio de um espelho. Por
mais que eu me olhe, nunca vou me ver completamente, só posso me ver completamente por
meio de um espelho, e esse espelho é a luz do Espírito sobre nós. Ficar se perguntando não
vai resolver coisa alguma. Muitos se perguntam: “será que eu estou falando na carne? Será
que estou pregando na carne? Andando na carne?” Orando na carne? Isso só vai abrir
espaço para respostas do diabo e certamente vai produzir uma neurose. Perguntar a si mesmo
não resolve, pois a introspecção é esforço humano, portanto é carnalidade. Ninguém muda
ninguém, muito menos a si mesmo; isso é obra exclusiva de Deus. A carne não pode mudar a
carne.
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Nós saímos fora do trilho da Palavra de Deus para a nossa própria tristeza, o padrão
mau e guia-me pelo caminho eterno” (S1. 119:23-24). Mas muitos querem mudar esse padrão
A primeira maneira que Deus usa para nos levar ao fim de nós mesmos é a revelação.
Mas quando isso falha, por causa da nossa dureza e insensibilidade ao espírito, o Senhor se
vê forçado a usar outro recurso: o fracasso, o vexame. Não é da vontade do Senhor que
soframos vexame. Ele vem por causa da nossa dureza e resistência em aprender, por meio da
revelação do espírito. Ele vem também porque muitas vezes temos um conceito errado a
respeito de nós mesmos; pensamos que somos humildes, quando na verdade não somos.
Pensamos que somos dependentes, quando na verdade agimos pelo esforço próprio.
Suponhamos que um irmão simples é convidado para pregar na reunião principal da Igreja,
no domingo ele certamente vai sentir angústias e até ter uma desinteria, por medo da
responsabilidade. Essa é uma reação interessante, porém é apenas uma expressão do medo da
carne do vexame. Como o irmão está inseguro, ele vai orar bastante, jejuar e meditar na
convidam-no para o próximo domingo também. No segundo domingo, ele já não fica tão
inseguro, mas ainda assim precisa de gastar um tempo em oração, buscando a Deus. Mais
uma vez é uma benção, e a liderança extasiada o convida para mais um outro domingo. Dessa
vez o nosso irmão já esta tão seguro que pensa ser capaz de pregar para um estádio inteiro. Já
não ora e nem medita na Palavra como antes, ele agora pensa que pode confiar em si mesmo.
Ele sobe no púlpito e prega todo o seu sermão, mas quando olha no relógio não se passaram
mais do que dez minutos; ele começa a suar copiosamente, sente calafrios; tonturas, uma
pontada no estômago, e o seu desejo é sair correndo dali. O terceiro domingo foi um
completo vexame. Veja a maneira como Deus fez, ele levou aquele irmão a perceber que ele
não era tão dependente e humilde, quanto pensava, mas foi só no terceiro domingo que ele
percebeu isso. Não e fácil perceber em nós erro nenhum, mas quando vem o vexame, eles se
tomam manifestos.
19
LIÇÃO 6
impossível, trata-se antes de uma renúncia definida quando “minha” vontade quer seguir
outra direção diferente da vontade de Deus. Significa que a vontade de Deus deve ser
dentro de um buraco pensando que dessa forma estão se negando. Isso além de ser perigoso,
se constitui num sintoma de fuga neurótica. E Jesus nunca quis dizer tal coisa.
deixaram suas vidas e paixões. Essa posição coloca, no entanto, a vida cristã como uma dor
constante. A vida seria um peso. Dura de ser suportada. Jesus veio para que o homem tivesse
vida abundante. Não queremos retirar a dor da vida normal, do crescimento sadio, mas não
podemos fazer da vida uma apologia à dor. Sofrer gratuitamente, para merecer o favor de
Deus é uma teologia errada e não está coerente com o tipo de vida que Jesus viveu e ensinou.
concupiscência, ele passa a ser pecado. E nós já estamos mortos para o pecado, e, portanto
livres do seu domínio. Existem, no entanto desejos legítimos e bíblicos como o desejo de se
casar, ter filhos, pregar o evangelho, salvar vidas, e coisas assim. Vemos, portanto que a
autonegação proposta por Jesus é, antes de tudo, uma renúncia ao domínio da própria vida, e
isso, sem dúvida, em algumas situações, vai implicar em todos os aspectos que mencionamos
também aparente ascetismo, bem como de uma renúncia de um desejo legítimo. Ex: Paulo
optou por não se casar, mas era uma questão de consciência particular. Isso acontece em
função de que a vida cristã é, em essência, uma contra-cultura do sistema vigente. Nunca
devemos nos esquecer que a Cruz é loucura para o mundo, mas, para nós, é o poder de Deus
manifesto.
Em Lucas 14:25-33 Jesus propõe aos seus seguidores o padrão para a vida cristã para
o discípulo, esse padrão nada mais é do que a aplicação da cruz em cada parte do nosso ser.
Nesse texto Jesus dá ênfases básicas quando por três vezes ele expressamente disse: “não
podem ser meus discípulos”, nos versos 26, 27 e 33. As três coisas que ele mencionou foram
os relacionamentos, o eu e os bens.
A vontade do Senhor é que a cruz possa tocar em cada uma dessas áreas. Todas as
vezes que Jesus falou de tomar a cruz ele falou também sobre negar a si mesmo. Na verdade
os dois conceitos caminham juntos, negar a si mesmo e tomar a cruz. A cruz nada mais é do
que a vontade de Deus e não há como fazer a vontade de Deus sem negar a nossa própria
vontade.
“Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos,
e irmãs, ou ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” Lucas 14:26.
O primeiro ponto diz respeito a minha necessidade de ser aceito sempre pelos outros,
de ser honrado, ser respeitado, ser amado. E pelo lado negativo se relaciona com o medo de
ser rejeitado ou esquecido. Negar a si mesmo implica então numa renúncia ao amor e a
aceitá-lo incondicional dos outros. Não que eu não mais queira ser amado; mas que não
buscarei ser amado a qualquer preço. Se para ser amado eu tiver que rejeitar a Jesus, colocar
em segundo plano a fé ou mesmo abri mão da verdade, então eu prefiro não ser amado.
Todos nós temos uma grande preocupação com a nossa reputação, com a maneira como os
20
outros nos vêem. Quando tomamos a cruz nós temos de esquecer a opinião do mundo a nosso
respeito, mesmo que nos chamem de louco, fanático ou estúpido, isto não mais nos ferirá.
Mesmo na vida da Igreja nós precisamos amar mais a Deus do que buscar ser aceito
pelos irmãos. Assim como Deus requereu de Maria gerar a Jesus sendo virgem, ele pode
poderia ser até apedrejada como adúltera. Mas ela ignorou a aceitação do mundo. Hoje Deus
pode nos pedir que façamos coisas na vida da Igreja que serão mal interpretadas e até
nossa aceitação incondicional, mas não esperamos ser retribuídos. É necessário que cada um
"E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo"
Lucas 14:27.
Isso é fundamental para qualquer cristão que conhece a vontade especifica de Deus
para sua vida. Tomar a Cruz nos fala de tomar a vontade de Deus em detrimento da minha.
Há uma tendência natural de evitarmos a dor e buscarmos o prazer. Entretanto, muitas vezes,
a vontade de Deus implicará em dor, e eu devo me apossar dela em detrimento de meu desejo
oportunidades e assim por diante. Jesus, já sob a sombra da cruz disse: Não a Minha vontade,
mas a Tua...
fácil para o poder sem a cruz. As tentações para escapar da cruz foram muitas. Mesmo na
hora em que ele tragava o amargo cálice do calvário, a tentação de descer da Cruz foi
agudíssima. Não é necessário dizer que Cristo tinha o poder de fazê-lo se Ele assim o
quisesse. Só não podemos dizer o mesmo a nosso respeito. Quantas vezes temos descido da
Mas o que é descer da cruz? Você deve estar se perguntando. Descer da cruz é
qualquer atitude para salvar o “eu”. É qualquer tomada de um caminho fácil no que diz
respeito a princípios espirituais. Quero ser ainda mais exato e explícito. Todos os esforços
para defender, escusar, proteger, vindicar ou salvar o ego é, com efeito, uma descida da cruz.
Auto-compaixão é descer da cruz. Significa que a pessoa pensa ter sido injustiçada e sente
pena de si mesmo porque nada pode fazer a respeito. Eu que sou tão maravilhoso ser tratado
desta forma, pensa consigo mesmo. Ressentimento é descer da cruz. Significa que a pessoa
foi injustiçada e se irrita porque nada pode fazer a respeito, “logo eu que sou tão isso e tão
aquilo”. Alguém como eu nunca poderia sofrer dessa maneira. Você consegue perceber o ego
aqui? A recusa em se assumir a culpa é descer da cruz. Todos são culpados menos eu, ou pelo
menos todos são mais culpados do que eu. A auto-vindicação é descer da cruz. Igrejas
inteiras têm sido destruídas porque alguém não abriu mão da vingança. Quando os outros nos
entendem mal, os esforços indevidos para explicar nossas ações são a mesma coisa. A
autojustificação
é descer da cruz.
para o nosso irmão. Mas porque sempre eu é que tenho de tomar a Cruz? Já viram como uma
ovelha morre? Não se ouve nem um gemido. Mas já observaram um porco sendo imolado?
Temos visto esse tipo de coisa mesmo na vida de pastores. Muitas vezes tenho
passado por irmãos pela rua e, por uma terrível distração, não os vejo nem os cumprimento.
Naturalmente esses irmãos ficam ofendidos e vem ter comigo. Numa situação dessas, eu
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poderia dizer ao irmão: “toma a cruz, pare de pensar que o mundo gira em torno de você. Em
vez de buscar ser amado procure amar; se não o cumprimento, cumprimente você a mim”.
Tal resposta parece ser 1ouca, mas é uma repugnante descida da cruz.
A minha atitude deve ser pedir perdão ao irmão e sarar as suas feridas. Eu devo tomar
a minha cruz e nunca oferecê-la para o meu irmão. A cruz é um tipo de principio que não
meu discípulo".
Eu devo renunciar o desejo de viver para mim mesmo e, ainda mais, devo abrir mão
dos meus próprios bens. Para muitos, o abrir mão de bens é bem mais difícil que abrir mão
até de si mesmo. Sabemos que Jesus andou por esse caminho (I Pe. 2:21) para que nós
andássemos por Ele também. Renúncia é a morte. Sem a morte, o cristianismo perde o
sentido. Não existe cristianismo sem cruz. Existe religião. O ego deve perder o seu lugar de
centralidade, cedendo lugar à vontade de Deus. Jesus não apenas morreu na cruz, mas toda a
deveras parte do evangelho, mas é apenas uma parte. A ênfase principal está, sem dúvida, em
um modo de vida generoso e sacrificial. A cruz nos torna sensíveis as necessidades do mundo
ao nosso redor.
Muitos crêem no versículo que diz que Cristo se fez pobre para que pela sua pobreza
nos tornássemos ricos (II Cor. 9:); mas se esquecem da ordem de Jesus para que não
acumulemos para nós tesouros sobre a terra. Parece contraditório, mas o paradoxo desaparece
quando entendemos que Deus nos dá, para que demos de volta a Ele. Prosperidade é ter um
Deixemos que a cruz trate com a maneira como lidamos com o nosso dinheiro, o Senhor
precisa ter controle completo sobre a nossa conta corrente. Não podemos permitir sermos
arrastados pela corrente do pensamento materialista que prende a nossa geração. Somos um
povo próspero, mas um povo generoso, somos um povo próspero que teve os bens tratados
pela cruz.
22
LIÇÃO 7
A CRUZ NA PRÁTICA
Tomar a cruz significa simplesmente tomar a vontade de Deus. A cruz é, na verdade, a
Sua vontade. Tudo o que não for a Sua vontade não será uma cruz. Nesse sentido podemos
dizer que a doença, por exemplo, não pode ser uma cruz (I Pe. 2:24) e não podemos dizer que
seja da vontade de Deus a enfermidade. Do mesmo modo podemos afirmar que a pobreza
não é cruz já que fomos libertos das maldições da lei (Gl. 3: 13). A cruz experimentada por
Cristo foi decididamente a vontade de Deus e não algum tipo de ataque do diabo como
doença ou miséria.
A Cruz é o lugar onde vencemos o diabo, muitos pensam que guerra espiritual é uma
dentro de casa e até repreendem algum suposto demônio na cara do marido. Jesus repreendeu
demônios durante todo o seu ministério na terra, mas Ele somente venceu o diabo na Cruz, a
Cruz é a vitória definitiva. Não estou dizendo que é errado repreender demônios na vida das
pessoas, pois Jesus fez isso com Pedro; Só estou afirmando que não há vitória sem a Cruz.
“O só existir entre vós demanda já é completa derrota para vós outros. Porque não
sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” 1 Coríntios 6: 7.
Esta pergunta de Paulo não parece de uma obviedade gritante? - Espera ai, Paulo! Ele
fez algo de errado comigo e eu é que vou ter de ficar com o prejuízo, sofrer o dano?
É exatamente isso. Isto é cruz. Esta é uma situação onde não vai adiantar muito ficar
repreendendo demônios, para eu ter vitória, eu vou ter de tomar a Cruz. Esta é a vontade de
Mas e se eu quiser reivindicar os meus direitos? Bem, se você tem direitos é correto
lutar por eles até no supremo tribunal. Nada de pecaminoso em se lutar pelos próprios
direitos. Não é moralmente errado, mas onde fica a vitória? O pisar na cabeça do Diabo? É
"Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não
Quando Jesus foi pra cruz, Ele não foi porque queria ter uma experiência diferente;
não buscava um êxtase espiritual e nem estava buscando elogios. Na verdade Jesus não
queria ir pra Cruz, ele foi para obedecer a vontade do Pai. Todavia o Pai não o obrigou, ele
foi espontâneamente. Nós precisamos agradar o nosso irmão mesmo que isso implique em
desagradar-nos.
Muitos hoje pensam que ser crente é buscar uma nova experiência, ter um seguro
contra calamidades ou ter uma vida de felicidade. Não, cristianismo tem como centro a cruz.
Por isso a pergunta chave não é: pecado ou não; se sou obrigado ou não; mas qual é a
vontade de Deus.
23
Percebe por que muitos casamentos nunca prosperam? Porque não querem agradar o
outro ao preço do desconforto pessoal. Quando de forma definida nos dispomos a não nos
agradar nós, vemos a vida de Deus fluindo, a igreja de fato sendo edificada e as portas do
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada
Considerar os outros como superiores a nós mesmos parece algo tão fora de moda.
Parece contradizer a moderna teologia da auto-estima. Todavia essa é a forma como a Igreja
é edificada, pela cruz. Mais uma vez temos de dizer que cruz é sofrer o dano, é não agradar a
largo. Todos nós sabemos onde vai desembocar o caminho largo. A cruz por outro lado é o
caminho estreito. Numa situação de crise sempre tome o caminho estreito da cruz, pois
24
LIÇÃO 8
O EXEMPLO DE JESUS
impossível que se fale de maturidade sem se referir a Cruz de Cristo. Queremos nos deter, no
momento, apenas no aspecto que está relacionado a renúncia de si mesmo no dia a dia.
Jesus não apenas morreu numa Cruz: Ele viveu uma vida de Cruz. Toda a vida de
Jesus foi caracterizada por uma renúncia completa do próprio Eu. Ele viveu a sua vida pelo
princípio da Cruz. O princípio da Cruz fala de uma completa dependência de Deus. Não
interessa mais se algo é bom ou se é mau; se é correto ou pecaminoso, o que interessa saber é
pela vida de Jesus, que o processo de Deus para tratar com o nosso Ego segue um certo
padrão, uma ordem. Se falharmos em um aspecto, Deus vai repeti-lo até que sejamos
Em João 5:19, 5:30, 8:28, vemos Jesus testificando claramente a sua posição de
1. Aprendeu a submeter-se
A primeira grande tensão na vida do discípulo é a autoridade. Sem dúvida, essa foi
também a primeira lição de Jesus. Seria ingenuidade pensar que Jesus não precisou aprender
coisa alguma. Em Hb 5:8, vemos que Jesus aprendeu a obediência. E a primeira lição foi
submissão. Lucas nos diz (Lc. 2:41-51) que Jesus não apenas obedecia a seus pais, mas se
submetia, a José e Maria, de coração. Ele sabia quem era e de onde tinha vindo, mas ainda se
submetia a seus pais que eram muito limitados no entendimento. Jesus, aos doze anos, já
discutia com doutores, mas, mesmo assim, não se exaltou sobre seus pais, antes lhes era
submisso. Parece-nos que Maria, ainda que fosse uma mulher de Deus, não era uma pessoa
de grande entendimento. Maria e José eram extremamente pobres e sem certos privilégios e
submetermos a quem sabe mais do que nós, mas como é difícil ser submisso a quem sabe
menos. Isso exige renúncia do nosso orgulho, do desejo de ser reconhecido e do desejo de se
achar alguma coisa. No processo do discipulado essa é a primeira lição que se deve aprender,
Estar aberto para aprender com quem quer que seja é algo muito dolorido. Sabemos
que Jesus saiu para ser batizado por João diante dos olhos de todos. Isso era muito arriscado,
pois poderia ser que, mais tarde algum fariseu se dirigisse a Ele dizendo: acaso não estivemos
juntos nas aulas de batismo de João? E isso certamente deve ter acontecido, pois Jesus usa
algumas ilustrações feitas por João Batista (Comparar Mt. 3:10 com 7:16-20) no sermão da
montanha. Deve ser bastante constrangedor, se colocar ao lado de pecadores para ser
batizado; alguém que nunca tenha pecado, como foi o caso de Jesus. A segunda lição, pois,
de todo aquele que quer ser discípulo é ter um coração ensinável. E estar aberto para
aprender com quem quer que seja, mesmo que isso muitas vezes seja extremamente
constrangedor. Ninguém se diminui por ouvir e aprender algo com quem sabe menos.
Não é função nossa criar métodos próprios. Deus tem uma obra para ser edificada e
não pensemos que Ele é um construtor inapto, que não possui ao menos uma planta baixa.
Pela narração de João 5:19, 5:30 e 8:28, podemos ver que Jesus somente fazia o que Deus
mandava. Não havia lugar para o “eu acho ou eu penso”, mas somente, para o que Deus
queria realizar. Nós somos construtores e executamos a planta que Deus projetou. Vem
chegando o momento onde tudo que fugir do projeto de Deus será desmanchado. Deus não
25
aceita anexos humanos à sua obra. Muitos de nós queremos fazer de nossas vidas o que bem
queremos e isso denota falta de entendimento sobre o princípio da Cruz: “Não mais eu vivo,
mas Cristo vive” - o comando não mais me pertence, mas tudo está sobre o controle Divino.
Aquilo que guardamos mais fundo em nós mesmos e o nosso amor próprio - O medo
de sermos prejudicados, feridos, magoados e coisas assim que nos apavoram muito. Pedro
ingenuamente (Mt. 16:21-34) incitou Jesus a que tivesse dó de si mesmo, julgando com isso
estar fazendo um ato de amor. Jesus, no entanto, foi severo, como raramente o vemos na
Bíblia, e exatamente em função de ter sido tocado numa das áreas mais sensíveis do homem,
o amor próprio. É propósito de Deus que alcancemos o nível em que abramos mão até
mesmo da própria vida. “Quem amar a sua vida, perdê-la-á...”, o discípulo passa a viver para
Jesus poderia ter sido coroado Rei de Israel (Jo. 12:12-28), mas Ele preferiu a
vergonha da Cruz porque esta era a vontade de Deus. Não pensemos que não foi tentador
para Jesus aquela posição. Certamente o foi. Ele, no entanto, por conhecer a vontade de
Deus, não se deixou levar pela aparente glória humana. A grande questão da vida diz respeito
ao desejo de ser reconhecido, visto e admirado. Se não abrirmos mão disso, seremos como os
fariseus que faziam obras com o fim de “serem vistos pelos homens”. Daí a reprimenda
6. Obedeceu completamente
O plano de Deus é que cheguemos como Jesus, à completa obediência (Mt. 26:36-
46). Deus não obrigou Jesus a ir para a cruz. No Getsêmani, Jesus orou até saber a vontade
de Deus. Quando Deus revelou que a sua vontade era a Cruz, Jesus levantou e caminhou para
lá. O princípio da Cruz não está relacionado com a questão do pecado propriamente dito, mas
sim com aquilo que, mesmo não sendo pecaminoso, deve ser abandonado ou colocado em
“O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir”. Nós somos chamados
a servir aos santos, sem distinção e isso implica em levarmos nosso interesse em sermos
servidos, a cruz. Nosso ego deseja que todos estejam à nossa disposição sempre, a cada
momento, e de preferência, que nos tratem com toda atenção e educação. Mas, o Espírito nos
desafia a negarmos isso e fazer aquilo que esperávamos que fosse feito a nós. Devemos servir
servitude. Toda expectativa de lucro deve ser renunciada. Só assim serviremos com alegria, o
resto, o que vem depois disso, depende do Deus que nos vê em secreto.
Vemos que andar no Espírito implica andar em fé, mas não apenas isso, implica
também andar pela cruz, ou seja, andar em amor. Só podemos amar ao próximo se
amor em I Corintios 13. A prática do amor é simplesmente uma postura de tomar a cruz.
26
Observe que a palavra de Deus diz que o amor não se ressente, ou seja, não se
melindra ou fica ofendido, o padrão de Deus não é o perdão; é não ficar ofendido, o perdão é
A questão do ficar ofendido é um grande problema que aflige a igreja do Senhor, ficar
ofendido é a maior expressão do ego em ação. Quando ficamos ofendidos é que surge a ira, o
ódio, a discórdia, a divisão, a facção, a gritaria, as brigas e coisas semelhantes. Alguns podem
dizer: será que não temos nem o direito de ficarmos ofendidos? Mas eu digo, ficar ofendido é
Vamos imaginar em que circunstâncias alguém pode ficar ofendido. Não ser lembrado
é algo que ofende, mas o desejo de ser lembrado é algo do ego. Nós nos achamos tão
importantes que não suportamos não sermos lembrados. Sentimo-nos ofendidos quando
somos rejeitados, quando somos criticados; nos ofendemos quando não somos tratados como
pensamos que merecemos. Veja que tudo isso tem como centro o orgulho do ego. Se o ego
for renunciado, vai acabar com a história de ficar ofendido. Lembro-me de uma certa vez, na
passagem de ano, quando o pastor estava dando posse a todos os cargos. Ele chamou todos e
se esqueceu de um irmão. Esse amado irmão tinha vindo a reunião com um terno novo,
estava realmente bem vestido. Foi algo terrível. Ele simplesmente não foi lembrado. Todos
nós daríamos razão a este irmão para ficar ofendido. Se ele, entretanto, não tivesse orgulho
próprio, então acharia normal não ser lembrado, mas se o seu ego ainda estivesse no centro,
ele se tornaria um vulcão prestes a entrar em erupção, o conselho bíblico é que haja em nós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo, que sendo Deus não julgou como
usurpador o ser igual a Deus, antes se esvaziou de si mesmo e assumiu a forma de servo; e
Observe ainda que Paulo diz que o amor tudo crê. Que significa isso? Sempre que o
meu irmão pecar contra mim e se arrepender eu vou crer nele. Diz ainda que o amor tudo
espera. Ou seja, quem ama sempre espera o melhor. Não premedita o mau.
Mas o mais difícil é dizer que o amor tudo sofre e tudo suporta. As implicações disso
podem ser vistas na cruz. Por amor, o Senhor suportou tudo, até a vergonha da cruz e no final
pediu que o Pai perdoasse porque não sabiam o que faziam, o amor é a expressão da cruz.
27
LIÇÃO 9
ANDAR NO SOBRENATURAL
que se desejamos andar no Espírito, precisamos andar em fé. O primeiro pecado foi o pecado
da incredulidade, assim, o caminho da vitória é andar pela fé. Andar em fé significa andar no
trilho da Palavra de Deus. O primeiro pecado consistiu em não se levar a sério a Palavra de
O segundo princípio que vimos é que andar no espírito é andar pela cruz, ou seja, em
amor. Andar em amor é andar no trilho da Cruz. Não há como andarmos no espírito sem a
renúncia do Eu. Em I João 3:23 - lemos que a vontade de Deus é que creiamos e amemos. As
coisas de Deus são realmente simples. Devemos andar no trilho da Palavra e no trilho da
cruz. Tudo o que fazemos que sai desses dois trilhos é carne.
Mas resta ainda um terceiro aspecto que precisamos entender. Esse terceiro aspecto é
uma conseqüência natural dos dois primeiros. Andar no Espírito é também andar no
não natural. Deus quer nos libertar tanto do pecado como do natural. O primeiro pecado
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore
desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também aomarido, e este
comeu. Gn. 3:6
Observe que Eva foi primeiramente tentada a comer porque a árvore era boa para se
comer (Gn 3:6). Tudo começou no corpo. Na verdade, esse é um critério para sabermos se
algo vem de Deus ou não. As coisas de Deus sempre procedem do espírito, para atingir a
alma. As coisas do Diabo sempre começam no corpo, na carne, para depois atingir a alma.
Tudo começou no corpo, por isso dizemos que para se andar no Espírito, precisamos andar
podem ser experimentadas pelo espírito humano recriado. O homem é um ser triúno: espírito,
alma e corpo. O pecado de Eva começou exatamente no corpo. Por ela ter abandonado o
nível do espírito, o pecado teve espaço. Se desejamos servir a Deus, devemos fazê-lo pelo
Espírito, pela vida de Deus. E para que o Espírito flua precisamos disciplinar o nosso corpo.
O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma esta sendo transformada e o nosso
Não há possibilidade de haver vida cristã sem renovação da mente, da alma. Mas,
igualmente verdadeiro é dizermos que é impossível haver vida cristã sem disciplina do corpo.
É importante sermos radicais neste ponto: é impossível vida no espírito sem disciplina do
corpo.
Mas antes de falarmos sobre esse ponto é bom fazermos uma distinção: disciplina não
é igual a lei. Nós já fomos libertos da lei. Em Romanos 6:14, descobrimos que não temos
mais de ser libertos da lei, nós já fomos libertos da lei. “Porque o pecado não terá domínio
sobre vós porque não estais debaixo da lei e sim da graça”. É. importante frisarmos esse
entendimento para que não transformemos a disciplina do corpo em legalismo e nem tão
pouco em ascetismo. A disciplina não é para comprarmos benção de Deus e muito menos
para sermos aceitos diante d’Ele. Somos aceitos par causa do sangue do Cordeiro; Aleluia! A
em leis. Quando não oram se sentem distantes de Deus: quando não lêem a Palavra,
imaginam que Deus agora está longe deles, que Deus os rejeitou. Nada pode ser mais
lamentável do que isso. O amor de Deus por nós é o mesmo nos dias em que oramos, bem
como nos dias em que não oramos. A oração não é uma lei, é uma necessidade, uma
disciplina. Não muda a nossa herança e os nossos privilégios em Cristo, mas nos ajuda a
28
perceber as coisas do espírito com mais clareza. A disciplina é para nós mesmos e não para
sermos aceitos diante de Deus. O acesso diante de Deus é exclusivamente pelo sangue de
Jesus.
O que é a lei? Lei é tudo aquilo que eu tenho de fazer para Deus com o fim de ser
aceito por Ele. Eu já fui liberto da lei. Não tenho mais de fazer coisa alguma com o fim de ser
aceito, pois por meio da obra da cruz, tenho livre e perfeito acesso. Fui justificado, perdoado,
presença de Deus, o caminho foi aberto. O legalismo é uma das piores heresias de nosso
tempo. Há muitos que querem ser salvos mediante algum mérito próprio; somos realmente
contra eles. Há, porém, muitos em nosso meio que buscam a santificação por esforço próprio.
Toda a obra é realizada por Deus: desde a regeneração até a glorificação, na volta do Senhor.
Mas o que é a graça? Graça é aquilo que Deus faz por mim. Lei é o que eu faço,
graça é o que Ele faz. Estamos debaixo da graça, ou seja, estou debaixo daquilo que Deus faz
por mim. Isso significa que eu não vou viver na prática do pecado porque o que esta nEle é a
divina semente, o Espírito Santo. O legalismo é tão terrível porque ele anula a graça de
Cristo. Quando eu digo que sou eu que tenho de fazer, estou anulando aquilo que Ele já
realizou por mim. Quando eu começo de novo a criar leis, estou escravizando alguém que é
livre em Cristo. Nesse ponto, volta a frisar que disciplina não é lei, disciplina é levar o
vontade real está no meu espírito. O meu espírito sempre quer ter comunhão com Deus, o
corpo é que procura impedir. Eu devo disciplinar meu corpo para que o que está no meu
espírito possa ser realizado. Com essa verdade em mente, vamos avançar no nosso estudo.
Desde Gênesis até Apocalipse, podemos ver que Deus tem uma ênfase. A ênfase de
Deus é a vida. Isso pode ser facilmente observado em João: “A vida estava n’Ele e a vida era
a luz dos homens”, “Eu sou o caminho a verdade e a vida...”, “Eu sou a água da vida".
Deus dando vida ao homem. Mas não é apenas a vida natural e biológica, é a vida de Deus.
mal e a árvore da vida. Deus queria que Adão comesse do fruto da vida. Jesus é o rio da vida
que sai do Trono de Deus, em sua margem, havia a árvore da vida. Deus queria ter comunhão
com o homem. A Sua vontade era de por dentro do homem a Sua vida sobrenatural. Nós
vimos que o homem caiu, traiu a Deus, mas o Senhor projetou um plano de salvação, de
redenção. Esse plano é prefigurado no Velho Testamento, quando Deus resgatou a nação de
Israel do Egito, levou o seu povo para o monte Sinai. Lá no monte, Deus deu o plano do
Tabernáculo, Deus queria habitar no meio do Seu povo. Mas o Tabernáculo era algo
provisório. Houve um dia em que se levantou um homem, Davi, na sua intimidade com
Deus, percebeu algo que estava no coração de Deus. Ele então recebeu o projeto do templo, o
Tabernáculo era provisório, mas o templo era uma construção sólida e definitiva.
disse que nos iria enviar o Consolador, o Espírito Santo de Deus. Hoje nós somos o templo
definitivo do Deus vivo. Nós somos o Tabernáculo de Deus na terra. O Tabernáculo possuía
três partes: o átrio, o lugar santo e o santo dos santos. Deus habitava no santo dos santos. O
átrio aponta para o nosso corpo, o lugar santo para a nossa alma e o santo dos santos para
Esse é o ponto central do Evangelho: Cristo dentro de nós. O Espírito Santo de Deus
O nosso espírito é como um rádio que tem a função de sintonizar as ondas do céu. É
um rádio que serve para receber e também para transmitir. Se desejarmos fluir em vida,
temos de aprender a contactar o Senhor em nosso espírito. Mas é fundamental que separemos
bem aquilo que é da alma daquilo que é do espírito. Hebreus 4:12 nos diz que a Palavra do
29
Senhor é que separa a alma do espírito. Se falharmos em discernir a alma do espírito, isso
poderá ser prejudicial para a nossa vida cristã. Precisamos aprender a perceber aquilo que é
do espírito em nós e também nos outros. Alguém poderá me dizer: "Não julgarás por que
com a medida com que tiverdes medido vós medirão também”. Mas eu digo, não é julgar no
natural, mas pelo espírito. Em I Coríntios 2:15, lemos que o homem espiritual a todas as
coisas julga. O homem espiritual julga pelo espírito, com critérios do espírito. Mas qual seria
esse critério? O critério é vida. Tudo o que é do espírito é vida, mas o que é da alma é morte.
Se um irmão abre a boca e sai vida, eis algo do espírito, mas se sai morte, temos a alma em
Se em uma reunião alguém faz alguma coisa sem ser movido por Deus, aquilo mata.
Quando alguém prega no espírito, há vida saindo de sua boca e isso atrai e sacia as pessoas.
Não devem os aceitar fazer coisa alguma sem ministrarmos vida. As coisas do espírito
sempre manifestam vida. A vida é algo contagiante, quando abrimos a boca pelo espírito,
aquilo vai fluir e se espalhar por entre os irmãos. A vida também é alimento. Quando falamos
algo do espírito, aquilo será a Palavra de Deus. Toda Palavra de Deus é espírito e vida.
Quando falamos algo pelo Espírito, essa palavra é espírito e vida. Devemos estar ministrando
vida aos nossos irmãos até mesmo em nossas conversas, mesmo conversando a vida deve
fluir. A vida é algo sobrenatural, e ser guiado pelo Espírito é ser guiado por esta vida.
Entretanto para que possamos ser guiados pelo Espírito é necessário que desenvolvamos uma
sensibilidade em nosso próprio espírito. Se não formos sensíveis não poderemos perceber a
KingJames Version).
“Já que vivemos pelo Espírito, mantenhamos o passo certo com o Espírito” (Gl 5:25
"Se estamos vivendo agora pelo poder do Espírito Santo, sigamos a direção do
Espírito Santo em todas as áreas de nossas vidas" (Gl. 5:25 .Tradução da Living Bible).
O andar no Espírito é o estilo de vida cristã do Novo Testamento. A Bíblia ensina que
temos que ser habitados em nosso interior pelo Cristo vivo e, então, fiel e obedientemente
seguir a cada direção do Espírito Santo de Deus. O cristianismo do Novo Testamento não é
regras, regulamentos e éticas. É muito mais do que vivermos uma vida correta, de fazermos
as coisas certas ou de fazermos aos outros o que gostaríamos que eles fizessem a nós. O
cristianismo real é sobrenatural. É a vida de Cristo dentro do crente! Quando Cristo habita no
interior dos nossos corações, pela fé, começamos a experimentar o conselho ou a direção do
Espírito Santo. O nosso papel é de entrega, obediência e fé. Por estes instrumentos de graça,
cooperamos com o poder de Cristo dentro de nós e Ele é capaz de viver a Sua vida dentro de
entristecido. “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus” (Ef 4:30). Precisamos reconhecer
quando o Espírito está alegre dentro de nós e quer que nos regozijemos com Ele, ou quando
Ele está com um fardo e deseja orar através de nós. Ele tem muitas funções que Ele deseja
Entendemos, então, que o Senhor está querendo dizer algo a nós. Precisamos parar de
perguntar ao Senhor. Espere silenciosamente n’Ele até que você compreenda o que Ele está
30
dizendo. Aja de acordo com a informação recebida. Coopere com o Senhor. Procure lembrarse
desta experiência e o que ela significou. Desta maneira, você será capaz de reconhecê-la
31
LIÇÃO 10
1. Convicção Interior
nosso espírito. Em raras ocasiões, pode haver uma voz audível ou, até mesmo, uma aparição
angelical, mas isso é uma exceção e não há regra. Precisamos, portanto, ser capazes de
provarmos a nós mesmos que a impressão ou voz interior que estamos sentindo é na verdade
o Senhor.
Já que Deus fala ao nosso espírito, ou seja, ao nosso homem interior, é essencial que
Deus quer que desenvolvamos uma qualidade de maturidade espiritual tal que possamos
reconhecer a Sua voz imediatamente e que sejamos tão humildemente confiantes que é
realmente o Senhor, para que possamos agir imediatamente baseados na Sua Palavra. Não
tenha suspeita do seu espírito. Aprenda a ter confiança na sua habilidade de discernir
adequadamente.
Deus fala conosco em nosso espírito. Ele nos ilumina em nosso espírito. É ao nosso
espírito que Deus se dirige, ao invés da nossa mente ou nossas emoções. O seu espírito sabe
muitas coisas que a sua mente não sabe, pois Deus já falou ao seu espírito coisas que a sua
porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las; porque elas se discernem
espiritualmente”. (1 Co 2:14).
Há vários testes bíblicos pelos quais podemos determinar se uma certa impressão ou
pensamento vem do Senhor ou não. Em particular, enquanto ainda somos novatos nesta área,
é importante que saibamos como testar as nossas impressões interiores para que possamos
voz interior em nosso espírito é uma experiência um tanto quanto subjetiva e insegura. Ela
pode ser influenciada por nossas emoções ou desejos pessoais. Precisamos, portanto,
fonte certa para este julgamento. Ela não é emocionalmente influenciada ou preconcebida.
Ela não tem nenhum envolvimento pessoal. Portanto, ela é bem mais confiável. Entretanto,
precisamos abordá-la com uma abertura e honestidade de coração, pois também podemos
“fazer” com que a Bíblia diga o que queremos que ela diga. É preciso que haja uma
procuram por uma passagem bíblica que apóie o que elas querem crer. Isto é conhecido como
Quando você sentir uma certa direção ou impressão no seu espírito, e você não estiver
certo de que é a voz do Senhor, submeta em oração esta impressão a Deus. Peça-lhe que Ele
a confirme ou a negue através da Sua Palavra. Inevitavelmente, depois que você tiver feito
O Espírito de Deus nunca discorda da Sua Palavra. O Espírito Santo nunca lhe diria
para fazer algo que é condenado pela Bíblia. Ele nunca o conduziria contrariamente aos
32
3. A Paz de Deus
"E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em
original. Paulo está então dizendo: “Deixe que a paz de Deus seja o árbitro em seu coração”.
Imagine um jogo de futebol, enquanto tudo está indo de acordo com as regras e não há
nenhuma falta ou infração, o apito do árbitro está em silêncio. Entretanto, quando há uma
infração das regras, ouve-se o apito, e é preciso que o jogo pare imediatamente, os jogadores,
então, olham para o árbitro para descobrirem o que aconteceu de errado e qual é a sua
decisão na situação. Assim que ele esclarecer as coisas, o jogo pode prosseguir novamente. É
assim também com a paz de Deus em nossos corações. Quando as coisas estão fluindo
suavemente no propósito de Deus, há uma paz interior profunda em nossos corações. Esta
paz deveria sempre estar lá. Paulo diz que somos chamados à uma paz assim. Se por acaso
perdemos esta paz, então precisaremos olhar para o Espírito Santo para descobrirmos o erro.
Por que perdi a minha paz? Ele nos mostrará, rapidamente, onde estamos errados e como
corrigir a situação. Quando fizermos isso, pedindo perdão a Deus e voltando ao caminho
“E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo” (CI 3:15)
Não somente devemos possuir uma paz pessoal interior, como uma indicação de que
tudo está bem, mas também podemos, se necessário, submeter as nossas impressões ao
discernimento de outros membros do Corpo. Isto pode ser feito dentre crentes nascidos de
novo, aos quais você se uniu numa comunidade cristã. Coloque o assunto diante do grupo, e
se houver uma resposta de paz unânime, então você pode ficar certo de que Deus está
“Onde não há conselhos, os projetos saem vãos, mas com a multidão de conselheiros
imaturas somente lhe trará mais confusão e incerteza. Vá a pessoas cujas vidas provem que
elas acharam a vontade de Deus, pessoas que obviamente estão tendo êxito na vida cristã
porque elas foram capazes de ouvir a voz de Deus dirigindo-as nas circunstâncias de suas
próprias vidas.
Quando Deus lhe diz para fazer alguma coisa, você pode contar que Ele começará a
abrir as portas para que você possa fazê-la. Se Ele estiver guiando você numa determinada
área, então as Suas providências começarão a surgir a você naquela área. Há um pequeno
pensamento que eu aprendi e que me tem sido extremamente útil quando quero obter
direções do Senhor, a saber: “Comece a andar e você receberá uma direção”. Creio que um
apoio bíblico para este conceito seria em Gênesis no tocante ao servo de Isaque, o qual havia
sido enviado para buscar uma esposa para o seu mestre. Ele falou: “... quanto a mim, o
Senhor me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu Senhor” (Gn 24:27). Em outras
palavras, uma vez que ele havia partido em sua jornada, Deus lhe deu a direção. “Davi diz:
Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho”.
(Sl 37 :23). Se Você ficar sentado esperando por uma revelação, talvez você fique assim para
sempre. Se você começar a se mover e estiver indo na direção errada, o Senhor lhe dirá. O
Espírito Santo está dentro de todos os cristãos e ele deseja muito guiar-nos nos caminhos e
propósitos de Deus. Portanto, assim que começarmos a nos mover com um desejo sincero em
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nossos corações de andarmos nos caminhos de Deus, o Espírito nos dará direções. Ao
6. Confirmação Profética
Às vezes, uma declaração profética pode ser dada a alguém para confirmar algo que
exatamente o que as declarações proféticas deveriam fazer. Elas deveriam servir para
Deveríamos sempre ser cautelosos com relação a profecias aparentes que tendem a
iniciar alguma coisa, ao invés de simplesmente confirmá-la. Se Deus quiser falar-lhe algo,
Ele falará com você primeiramente, dentro do seu próprio espírito. Mais tarde Ele poderá
confirmá-lo através de uma declaração profética, a qual servirá para confirmar e estabelecer o
Nunca faça nada simplesmente porque alguém “profetizou” que você deveria fazer.
Obtenha a sua própria direção pessoal de Deus primeiramente. Depois, se uma profecia
envolvido na declaração das profecias faz com que elas sejam falíveis. O Espírito, o qual as
céu. Entretanto, não é Deus que esta falando diretamente. São os homens, falando em nome
de Deus. Se estas pessoas estiverem realmente no espírito, então tudo bem. Suas palavras
edificarão, exortarão e consolarão a igreja (1 Co 14:3). Às vezes, infelizmente, as expressões
proféticas podem estar vindo do coração das próprias pessoas ou, talvez, estejam sendo
Por causa disto, toda declaração profética deveria ser julgada para se saber se ela é
realmente uma palavra do Senhor antes que ela seja recebida, e, certamente, antes que ela
1) Deveria ser julgada, em primeiro lugar, pela Palavra de Deus. A Bíblia é infalível e é,
portanto, um juiz perfeitamente objetivo. Se uma declaração profética não estiver em perfeita
harmonia com os princípios expressos na Bíblia, ela será imediatamente duvidosa. Não
importa quão religiosa ou espiritual uma declaração profética pareça, ela deve concordar
inteiramente com a Palavra. Ainda que a profecia possa estar cheia de Frases como "Eu, o
Senhor, digo a ti, meu servo” isto, com certeza, não é nenhuma garantia de precisão ou
veracidade. A Bíblia é o nosso guia final, totalmente preciso e infalível. Sempre confie mais
2) As profecias deveriam ser julgadas pelo que Deus já lhe mostrou em seu próprio espírito.
Se elas não testificam e não confirmam o que você já recebeu do Senhor, então não aceite
nenhuma profecia pessoal. Certamente você não deveria agir baseado nelas imediatamente.
Talvez você possa orar intensamente, submetendo-as a Deus e buscando a Sua sabedoria e
direção na questão.
3) Se um grupo de crentes estiver presente quando a profecia for dada, então um julgamento
da comunidade poderá ser dado a respeito da profecia. Qual é a opinião geral a respeito dela?
Os crentes do grupo concordam que esta é verdadeiramente uma palavra de Deus? Ou eles
estão unidos em seu julgamento de que esta palavra não vem do Senhor e deveria, portanto,
Muitas vidas inocentes têm sido arruinadas por terem agido muito prontamente com