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SEMINÁRIO HISTÓRIA DA FILOSOFIA I, FÉDON DE PLATÃO ( A imortalidade da Alma)

RESUMO

Analisando A obra Fédon sua centralidade principal é a Imortalidade da alma. Ressaltando que
nesse diálogo, Platão procura dar uma fundamentação filosófica racional da Psyké (princípio
vital, alma) até então girava-se em torno de concepções míticas-religiosas Todas as provas que
apresenta para a imortalidade da alma são apoiadas na sua teoria das ideias: O conhecimento
como reminiscência das ideias contempladas; o conhecimento das ideias pela alma demonstra
a semelhança desta com aquelas; as coisas são o que são devido à sua participação nas ideias.
Portanto as "provas" da imortalidade da alma constituem o núcleo central do Fédon, para a
fundamentação das quais serão evocadas as várias teorias (Teoria da Ideias, da Reminiscência e
da Reencarnação).

Palavras-Chaves: Imortalidade. Alma. Reminiscência. Platão. Fédon.

1 INTRODUÇÃO

A obra Fédon foi escrita no contexto da fase central do pensamento de Platão, em um período
de amadurecimento e de passagem da fase juvenil a uma fase de maturidade e maior
originalidade de seu pensamento. O seu pensamento foi Muito influenciado pelas suas teorias,
principalmente “a teoria das ideias ”e da “reminiscência”, pode-se concluir que em sua obra é
viva toda a teoria Platônica. Pois Platão retoma a doutrina do “Orfismo”, do dualismo “Corpo e
Alma”. E Fédon ele ampliar essas ideias dando uma nova conotação.

A obra tenta estabelecer que a alma humana sustentada por Platão é capaz de conhecer as
realidades imutáveis e eternas. Ora, para poder conhecer tais realidades ela deve possuir uma
natureza afim com elas. Caso contrário essas realidades ultrapassariam as capacidades da alma.
O caráter mítico e religioso em Fédon vincula-se às doutrinas órfico-pitagóricas, segundo as
quais, como sabemos, “a alma é imortal e renasce muitas vezes”. Consequentemente a alma viu
a conhecer a realidade do outro mundo e a realidade deste mundo. Nesse contexto, Fédon entra
em questão com: “a imortalidade da alma”.
A presente síntese propõe fazer uma pequena Hermenêutica do Fédon de Platão centrada na
temática da relação corpo e alma. A Alma que perpassa todo o argumento Platônico. Platão
valoriza a alma os argumentos por considera-la a fonte da sabedoria e das virtudes e próprio eu
do homem. A valorização da Alma é o ápice primordial da obra Fédon.

2 A NARRATIVA

A obra apresenta um diálogo em que participam Sócrates e seus discípulos, no dia em que o
mestre teve que beber a cicuta. O livro é uma descrição feita por um dos seus discípulos,
chamado “Fédon”, pertencente à nobre família de Elis, a Equécrates de Flionte e seus
companheiros, ansiosos por conhecerem em todos os seus pormenores o último dia de vida do
sábio.

A narrativa passa-se na prisão, onde, por ordem dos magistrados o condenado devia beber o
veneno antes do pôr do sol, pondo ele mesmo fim a sua existência. Sócrates foi condenado à
morte em Atenas em 399 a.C. por dois motivos: subverter a juventude com sua filosofia e não
acreditar nos deuses da cidade. Além de Sócrates, cinco personagens participam da
conversação: Criton, Fédon, Símias, Cebes, e um outro de cujo nome Fédon diz não se recordar.
Platão não compareceu por motivo de doença, assim como outros discípulos. O assunto da
conversação foi a imortalidade da alma.

3 PRAZER E DOR

A partir desse ponto, Fédon descreve (para Equecrates) o diálogo entre Sócrates e seus
discípulos e o primeiro assunto foi sobre o prazer e dor, basta sentirmos um “e estaremos
sujeitos quase sempre a encontrar também o outro”. Falam também sobre poesia no qual
Sócrates fala de seu sonho de infância de ser poeta, mas por ter julgado “que um poeta para ser
verdadeiramente um poeta deve empregar mitos e não raciocínios” ou pela filosofia. O diálogo
continua e falam sobre a morte. Sócrates defende à como fim, mas como um bem para os
homens, porque estes vão para junto dos deuses e dos homens bons. Para Sócrates a morte não
é uma derrota e sim uma ´´conquista´´ que o leva a encontrar-se com o bem supremo: os deuses.

4 A MORTE COMO LIBERTAÇÃO DO PENSAMENTO

Nessa parte do diálogo com Sócrates quem dialogar, mais com símias e Cebes.

A Morte não é apenas a separação da alma do corpo é também uma forma de conseguir a
verdade, “pois o tempo em que estivermos o corpo, e nossa alma estiver misturada com essa
coisa má, jamais possuiremos completamente o objeto de nossos desejos! ... a verdade”.

Para ele a morte é libertação do pensamento. Diz ele sabiamente: “a posse de riquezas, eis, com
efeito, a causa original de todas as guerras, e, se somos levados à procura de bens, é por causa
do corpo, escravos submetidos ao seu serviço! E é ainda por causa de tudo isso que nos
ocupamos pouco com a filosofia (.) teremos que nos separar do corpo e olhar com a alma em si
mesma as coisas em si mesmas, E, então, ao que parece, que nos pertencerá aquilo de que nós
dizemos amantes: o pensamento. ”

Antes de tomar a taça de veneno Sócrates diz: “Mas é permitido, e é mesmo um dever dirigir
uma prece aos deuses pelo feliz êxito desta mudança de residência, deste mundo para o outro.
Esta é minha prece: assim seja! ”. A seguir: “Ensinaram-me. É com palavras de felicidade que se
deve morrer. Sede calmos, vamos! Sede fortes!
Sócrates diz que onde aparece o prazer aparece a dor: “Que coisa desconcertante, parece ser,
amigos, aquilo que os homens prazer! Que relação maravilhosa há entre a sua natureza e o que
se julga ser seu contrário, a dor! ”. Dialogando com Cebes, Sócrates explica sobre o propósito
das poesias e músicas que fez na prisão. “... foi por motivo de certos sonhos, dos quais eu queria
tentar saber a significação e também por escrúpulo religioso.... Não haverá, realmente, música
mais alta que a filosofia e não é isso que eu dedico? ”

Portanto, a virtude verdadeira segundo Sócrates é o pensamento: “Talvez não haja aqui senão
uma moeda que valha, em troca da qual tudo isso deva ser trocado, o pensamento”.

“Um homem que vemos lamentar-se no momento de morrer mostra que não é a sabedoria que
ele ama, mas o corpo, não é? ” Diz Sócrates.

Sobre o esquecimento, ele fala: “no nosso sucessivo renascer, que nascemos sempre com este
saber e que sempre conservamos no curso da nossa vida. Saber, com efeito, consiste nisto:
depois de haver adquirido o conhecimento de alguma coisa, conservá-lo e não o perder. Desse
modo, o que Sócrates não começou por definir o que entendia por morte, embora no decurso
do diálogo apareçam mais ou menos explicitamente algumas noções, que todas têm por
denominador comum a separação da alma do corpo. Não armara uma justa dialética;
raciocinava sobre a sua circunstância pessoal presente, estimulado pelas objeções de amigos,
que aliavam à veneração pelo Homem o amor das ideias claras. Por isso a argumentação brota
como que espontaneamente e corre com clareza.

5 PURIFICAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA DA ALMA)

Sócrates acredita que a “purificação” é verdadeiramente um estágio do amigo do saber após a


morte. Com efeito, isso se realiza a partir da separação entre corpo e alma. De certo, o papel do
filosofo é sem dúvida isso: trabalhar em prol da libertação da alma. Nela se cumpre esse estágio,
e nela se inicia uma nova etapa, uma nova caminhada para o filósofo.

De fato, na concepção de Sócrates essa passagem de purificação só é feita pelo amigo da


sabedoria. Por certo, somente ele tem a prudência de não temer a morte e sim de querê-la, de
desejá-la para si. O homem, no entanto, a ignora, logo, pois o medo faz com que ele não enfrente
a morte, simplesmente por imaginar que não irá mais desfrutar dos prazeres presentes e
atuantes no mundo.

Assim, o verdadeiro filósofo só poderá encontrar a verdadeira sabedoria no outro mundo, no


hades. Aqueles, porém, que consideram a morte como um sinal de grandes males são os homens
que estão destinados ao lodaçal, a um lugar imoral, a uma vida desregrada. Ora, através dessa
passagem em que a alma se desliga do corpo, ela encontra, então, sua sobrevivência, estando
em uma atividade real, capaz de pensar.

Portanto, o objetivo do filosofo é exatamente ir ao encontro da sobrevivência da alma. Com


efeito, é através dela que se pode ver as coisas não mais sujeitado ao corpo, estando em plena
consciência de ver, de sentir as coisas. No entanto, isso só poderá realizar-se através da
purificação, através da alma que se separa do corpo no ato da morte.

6 TEORIA DOS CONTRÁRIOS

A lei geral da natureza (Devir) mostra que todo o contrário surge do seu contrário: o feio do
belo, o pequeno do grande, etc.; assim a morte nasce da vida e a vida da morte, caso contrário,
haveria uma negação da lei geral da natureza. Se assim não fosse, o universo estacionar-se-ia,
não haveria evolução. A alma é princípio de vida, ou seja, todas as coisas nascem do seu
contrário, assim, o belo nasce do feio, o pequeno do grande e vice-versa. Do mesmo modo,
também os vivos nascem dos mortos e, necessariamente, os mortos dos vivos, o que implica a
sobrevivência da alma após a morte do corpo. O segundo ponto, relaciona-se com o fato de o
processo de devir ter dois sentidos, isto é, de um contrário para o outro e deste novamente para
o primeiro. Por exemplo: do aquecimento (passagem do frio para o quente) passa-se para o
arrefecimento (passagem do quente para o frio).

Sócrates, então, afirma que há um ciclo de nascimento, morte e renascimento. Para que
este ciclo se mantenha é necessário que, durante a morte, as almas existam no além (no Hades)
de onde regressam para reencarnar, tantas vezes for necessário até que atinjam a purificação e
habitem para sempre no Hades. As almas são, assim, o princípio da vida, uma vez que são a
causa do devir. Sendo assim, a essência precede a existência. Ou seja, nós já somos mesmo antes
de nascermos, mesmo antes de chegar a este mundo.

São estes os pontos mais importantes a focar acerca deste argumento. No entanto, e tal
como Cebes afirma, não está provado que a alma é imortal, ainda, pois em outras partes
abordadas na obra, tal problema será esclarecido; com base no que aqui foi exposto, sabemos
sim, que a alma é anterior à nossa existência e que quando nascemos temos já uma alma
destinada.

7 O DESTINO DAS ALMAS E A FUNÇÃO DA FILOSOFIA

Em seus diálogos, Sócrates põe em questionamento que seus? ao perguntar: “o destino das
almas corresponderá às semelhanças com seu comportamento na vida presente? ”O fato
observamos que a alma estando em prisões corpóreas se submete as suas paixões ou em
desprendimento dessa citada, porém o que? Será impulsionado pelo o pensamento do ser
enquanto racional, pois assim é expresso em seu diálogo sobre esta função: “A alma do filosofo
persuade-se de que não se deve opor, e por isso se afasta tanto quanto possível dos prazeres”.

Entretanto ainda não se sabe a que se destina a alma quando se liberta dessa prisão, com base
em seus dialogo ele expressa que uma alma submetida à poluição onde se sente o denso e
terroso mundo visível rondando lugares tenebrosos e sombrio são obrigadas a renascerem para
se buscar suas purificações mais ode se renascem essas almas? Sócrates dar um caminho:
“Almas que viveram em extrema voracidade, a impudicícia, a bebedeira e que não praticaram a
sobriedade renasceram em corpos de asno ou animais de semelhantes”. “Essas almas sofreram
esse castigo que porem as levara a uma purificação se buscar viver segundo a sabedoria e
quando uma alma busca viver pela sabedoria o seu estado e que lhe assemelha e dirige, para o
invisível, para o que imortal e sábio”. Mais porque está chegou a tal estado? O que a
impulsionou?

Em seus diálogos ele explicara da seguinte maneira expressando a função da filosofia, para esta
que chegou a tal ato de raciocínio, dirá, pois a dor, o sofrimento e os prazeres são como cravos
onde a alma é aprisionada e tudo passa a ser verdadeiro para ela, e “por força disso fica
desprovida de todo direito de participar da existência do divino”, aqui chega à função da filosofia
nestas almas ela acalma as paixões faz ligar-se aos passos do raciocínio e aqui chega à teoria de
Platão sobre a teoria das ideias o mundo sensível são meramente sombras e copias porem não
são verdade; o homem deve busca as essências através do pensamento logico para alcançar o
mundo inteligível o mundo que se contém as verdades. O raciocínio está presente nele, e
acreditando que não deve se opor-se à filosofia, pois é através dela que acontece a libertação
da purificação dessa alma e isto é conhecido pelo o amigo do saber aquele que filosofou e
somente através dela se chega a purificação pôr fim ao se aproximar de sua libertação da prisão
às almas que tiveram ligados às paixões se encontram em dores e medos porque sabe que
deveram permanecer no visível porem as que viveram pela sabedoria expressão um belo canto
de retorno ao seu amor invisível, imortal e sábio, este canto se assemelha aos do cisne que ao
saberem de sua morte cantam um maravilhoso e belo canto porque estão voltando a aquele
que é imutável, e este pôr fim a leva para o convívio perene das divindades , a sua
transcendência pelo pensamento racional a eleva para a subida daquilo que é imortal.

8 Fédon retoma a narrativa/ resposta a símias/ resposta a Cebes

Na retomada da narrativa, Fédon fala de seu encontro com Sócrates na prisão. Eles tiveram um
diálogo no qual Fédon fala que: mandará cortar a cabeleira dele e a de Sócrates, se é verdade
que esse dia é o último da discussão entre eles, e que são incapazes de lhe impulsionar a vida.
Com isso, Sócrates fala que o maior mal é tornar-se inimigo da ciência. Aliás, segundo ele
desenvolve-se do mesmo modo tanto o ódio à ciência como o ódio aos homens. O ódio penetra
nos corações quando confiamos demais sem nos acautelarmos.

Sócrates afirma que o que se dá aqui mesmo, se dá a propósito das coisas pequeníssimas e
grandíssimas. Achas que possas haver coisas pequeníssimas e grandíssimas? Achas que podes
haver coisa mais rara do que um homem enormemente grande e um extraordinariamente
pequeno? Isso segundo ele vale também para o cão, como para qualquer outra coisa.
Continuando, ele diz a Fédon que devemos, com efeito, ser corajosos e fazer tudo o que for
necessário para obter os conhecimentos verdadeiros, tu e os outros porque ainda vivem
bastante e eu porque vou morrer.

Em resposta a símias, que este comparava a alma com as harmonias, Sócrates responde que a
harmonia com a qual a comparas não apresenta analogia com ela nessa ponte; primeiro porque
existem a lira e as cordas e depois os sons inarticulados e a harmonia, que se forma por último
e desaparece antes de tudo mais. Como, pois, fará concordar com aquela opinião? É impossível
retruca símias. O que dissemos continua Sócrates, é que nossa alma antes de vir animar um
corpo, existe como própria essência que tem existência real. E por esse motivo não me parece
afirmar que a alma seja uma harmonia.

Em resposta a Cebes, Sócrates fala que quem não tem certeza, nem sabe provar que a alma é
imortal deve temer a morte se for tolo. Ele acreditava que o verdadeiro filósofo não deveria
temer a morte, pois, a morte segundo ele, é uma libertação e uma passagem para encontra-se
com a verdadeira sabedoria.

9 O PROBLEMA DA FISICA

Analisando o diálogo entre Sócrates e Cebes ele apresenta críticas ao pensamento naturalista
da época que o anteceder. No início de seu diálogo ele faz uma autobiografia[1], que durante a
sua juventude aprofundara seus estudos acerca dos filósofos da ‘Physis’. Relata como se deixara
se induzir erroneamente pelas chamadas ciências da natureza, pois eles procuravam explicação
da criação e a existência das coisas a partir do mundo sensível.

Passado o tempo se decepciona com as afirmações e respostas dos naturalistas, pois, não era
suficiente para explicar a origem e a geração das coisas. Com isso o pensamento destes filósofos
se tornara falho. Os pré-socráticos acreditam que a explicação da origem do mundo estaria
relacionada como os meios naturais. Por exemplo: “Que o princípio de todas as coisas é a água”.

Para Sócrates está explicação dos fenômenos atribuído aos elementos eram insuficientes. Pois
os métodos utilizados pelos filósofos da natureza não se chegariam ao “Logos” coerente pelo
fato que estavam presos ao mundo sensível, Só se chegará a estes logos perfeito através da
inteligência que feito através da “reminiscência”. Pois o filósofo é aquele que deve ir além da
sensível essa é uma das maiores críticas feita por Sócrates aos filósofos naturalistas.

No decorrer do diálogo entre Sócrates e Cebes relata ele que tinha encontrado outro método e
tinha ficado com grande jubilo. Na continuação ele cita Anaxágoras que afirmava que “ o espirito
e ordenador de todas as coisas”, então ele se aprofundou em sua literatura no início ele estava
encantado, mas, depois se decepcionou, por que Anaxágoras usava uma linguagem naturalista,
pelo fato que explicava as coisas a partir dos elementos, igual aos filósofos que o antecederam.

10 A IDEIA

“Refleti que devia buscar refúgio nas ideias e procurar e procurar nelas a verdade” (99d).
Sócrates realizara uma grande descoberta em sua vida, desiludido com os filósofos naturalista
foi procurar a essência das ideias no mundo suprassensível. Acreditava ele a existência de dois
mundos; o mundo sensível e o mundo suprassensível.

“Não me foi possível, porém, adquirir esse conhecimento então, pois nem eu mesmo encontrei,
nem recebi de pessoa alguma. Mas quererias estimados Cebes, que descrevesse a segunda
excursão realizei em busca da causalidade” (99d).

Essa segunda excursão é representada da seguinte forma: quando se sessava os ventos no mar
usava as forças humanas; para ele seria essa passagem do mundo sensível ao mundo
suprassensível. Os pré-socráticos que representa essa primeira navegação não foram além das
observações através dos sentidos do mundo empírico e com isso a filosofia não o consegui o seu
auge.

Já para Sócrates a verdadeira essência do ser esta no mundo meta- empírico, pois, o que nós
vemos é apenas as copias das coisas, que a sua verdadeira essência estaria neste mundo
inteligível. Palavra Ideia que significa “forma” não estaria não só na nossa mente, mas seria de
fato o “verdadeiro ser”, “o ser por excelência”.

11 O PROBLEMA DOS CONTRARIOS

É notório que o capitulo: “O problema dos Contrários”, Tem como ponto fundamental a
conclusão do método Socrático, pois apresenta uma visão clara do processo do método no que
diz respeito a Ironia e a Maiêutica. De fato, nos próximos capítulos da obra Fédon se chega à
conclusão das teorias (Teoria da Ideias, da Reminiscência e da Reencarnação).

Sócrates desfaz os equívocos dos discípulos e ouvintes acerca do pensamento da possível


imortalidade da alma. Queremos chegar à criação de novos juízos cada vez mais fundamentados
na verdade. A respeito do caminho percorrido até o momento presente poderemos afirmar que
Sócrates usa suas “últimas tentativas”, dentro do pouco tempo em que lhe resta na presença de
seus discípulos, de fazer com que eles próprios cheguem à seguinte visão: A alma participa das
realidades imutáveis e imortais, logo é imortal.

Inesperadamente, Sócrates apresenta uma questão nova do conhecimento do acordo dos


contrários, nos levando-nos além do mundo sensível. Enfatizamos o seguinte trecho do diálogo;
[...]. No início de

Nossa palestra foi afirmada que uma coisa se forma da coisa contrária; mas, neste

Momento, o que se diz é que

O contrário em si não se forma de seu contrário, tanto em nós mesmos como

Em sua própria natureza. Antes, meu amigo, falávamos de coisas que possuem

Qualidades contrárias, e então as classificamos de acordo com estas. Agora, porém,

Estamos a falar daqueles próprios contrários que estão dentro de uma coisa e lhe

Dão o nome, e não dissemos que esses contrários possam ter sua origem na coisa

Contrária.

Ao mesmo tempo, olhou para Cebes e perguntou:

— Acaso alguma coisa do que este disse, caro Cebes, causou-te perturbação?

Em suma, a visão dos contrários até então seria que “ uma coisa se forma da coisa
contraria” “um contrário em si não se forma de seu contrário”. Contudo, Sócrates apresenta
uma “adição” fabulosa sobre esta nova hipótese. Ao dizer que:

Vejamos, pois, se concordarás também com o que vou dizer. Há uma coisa a que chamas quente
e outra a que chamas frio?

— Há.

— São elas as mesmas coisas a que chamas neve e fogo?

— Por Zeus que não!

— Quer dizer, então, que o calor é uma coisa e o fogo, outra; e que o frio é

Uma coisa e a neve, outra?

— Evidentemente.

Há um raciocínio logico nesta nova hipótese de Sócrates: a forma de um contrário não é a


mesma coisa que o contrário em si. Destacamos o exemplo do fogo e calor, pois Sócrates afirma
que o fogo, como ideia eterna, não poderia ser ao mesmo tempo calor porque o calor é apenas
um atributo do fogo. Então, a natureza das coisas em si (essência) não admite a participação de
seu contrário.

Logo, as ideias em si são eternas e imutáveis, porém ao se apresenta no mundo sensível se


usam de atributos. Destacamos aqui o cerne de todo o dialogo apresentado por Fédon, onde se
apresenta a Maiêutica:

-Compreendi suficientemente – Respondeu Cebes.

-Então responde-me, se puderes: qual é a coisa que, entrando num corpo, o torna vivo?

-A alma.
-Mas é sempre assim?

-Como não!

-Portanto a alma, empolgando uma coisa, sempre traz vida para essa coisa?

-Sempre traz vida!

-Existe um contrário da vida, ou não?

-Existe.

-Qual é?

-A morte.

-Não é verdade que a alma jamais aceitará o contrário do que ela traz consigo?

-Decididamente!

-(...). Bem, e ao que não admite a morte como chamaremos?

-Imortal.

-A alma não admite a morte, pois, não é?

-É.

-Logo, a alma é imortal?

-É imortal!

-E, então, afirmaremos ou não que isso está provado? Que achas?

12 Mito e Destino das Almas

O Mito do destino das almas, que surge como ilustração do fim ultimo da alma, agora entendia
como imortal. Sócrates conduz seus discípulos a pensar na sorte que a morte poderia
proporcionar a uma alma que dotada de virtudes poderia partir deste mundo para o Hades onde
ocorreria o julgamento. A ideia da existência de guias para se chegar ao fim último da alma é
piamente defendida por Sócrates. A alma ordenada e sábia acompanharia obedientemente as
ordens do guia, no entretanto a alma que se agarra ao seu corpo ficando muito tempo perto de
seu cadáver e dos monumentos fumeáveis, forçaria assim a persistência do gênio (guia) que
usaria sua força para levar a alma para o julgamento.

14 CONCLUSÃO

Vale ressaltar um dos exercícios espirituais de Platão: é o exercício para morte, ao qual Platão
faz alusão no Fédon, que narra precisamente a morte de Sócrates. Sócrates declara que um
homem que passou sua vida na filosofia tem, necessariamente coragem para morrer, pois a
filosofia é apenas um exercício para morte. E ela é um exercício para a morte pois a morte é a
separação entre alma e corpo, e a filosofia dedica-se a desligar sua alma de seu corpo. A filosofia
é libertadora porque o objeto da sua reflexão é, apenas, o inteligível, o invisível; é a preparação
para morte. A alma do filosofo ligar-se-á ao que tem afinidade com ela, ao que lhe é semelhante
Portanto, fazendo uma hermenêutica de conclusão dessa obra com esses argumentos, Sócrates
responde acerca do problema inicial apontado por Cebes, “se a alma subsiste após a morte com
uma atividade real e um pensamento”. A resposta socrática é afirmativa. A alma após a morte,
não é destruída nem se desfaz, mas, permanece ativa no mundo inteligível (ou no Hades). No
Mundo Inteligível, ela pode contemplar a coisas-em-si, as coisas na sua forma perfeita. Assim, a
alma é imortal e possui, mesmo após a morte do homem, uma existência real e posse do
pensamento ou razão.

REFÊRENCIAS

ARAÚJO, Hugo Filgueiras. A Estetização da Alma pelo o Corpo no Fedón de Platão. 2012. 167f.
Dissertação (Mestrado em Filosofia) -Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes. João Pessoa, 2012.

REALE, Giovani. Os Naturalista filósofos da Physis. In: ___. História da Filosofia. 3. ed. São Paulo:
Paulus, 2007. 1v, p.17-24.

_____. Platão e a academia antiga. In: ___. História da Filosofia. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2007.
1v, p. 131-166.

_____. História da filosofia. 2.ed. São Paulo: Paulinas, 1990. 1. V

HADOT, Pierre. O que é a filosofia Antiga. 6.ed. São Paulo: Loyola, 2014.

LATÃO. Fedão, Versão eletrônica. Trad. Carlos Alberto Nunes. Créditos da digitalização:
Membros do grupo Acrópolis (Filosofia). Disponível
em:<http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/fedon.pdf>. Acesso em 12 maio 2015.

[1] ------ Escuta o que vou contar: em minha mocidade senti-me apaixonado por esse gênero de
estudos a que dão nome de “ exame da natureza”; parecia-me admirável, com efeito, conhecer
as causas de tudo, saber por que vem a existência, por que perece e por que existe (96a).g

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