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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Santa Maria, RS
2015.
Gustavo Dalla Nora
Santa Maria, RS
2015.
Gustavo Dalla Nora
___________________________________
Joaquim Cesar Pizzuti dos Santos, Dr (UFSM)
(Orientador)
___________________________________
Jorge Luiz Pizzutti dos Santos, Dr (UFSM)
___________________________________
Évelyn Paniz (UFSM)
Santa Maria, RS
2015.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 3
1.1 Considerações iniciais ................................................... Erro! Indicador não definido.
1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 3
1.2.1 Objetivos gerais .............................................................................................................. 3
1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 4
1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 4
1.4 Metodologia .................................................................................................................... 4
4 Conclusão..................................................................................................................... 48
1 INTRODUÇÃO
Desde a pré-história, uma das maiores preocupações do ser humano quanto ao seu bem
estar é proteger-se dos agentes atmosféricos como a chuva, o sol e o vento.
Os primeiros abrigos utilizados pelos homens pré-históricos eram cavernas naturais
esculpidas nas montanhas pela ação do tempo. Com o passar do tempo esses abrigos foram
evoluindo até chegarmos ao arranha-céus que vemos hoje.
A cobertura das edificações é um elemento de extrema importância tanto para a conforto
quanto para a proteção contra as ações climáticas.
Hoje em dia no Brasil o tipo mais comum de cobertura são as coberturas inclinadas,
como os telhados, porém uma prática que está se tornando cada vez mais corriqueira na
construção civil é a utilização de coberturas horizontais, os chamados terraços.
Os terraços estão ganhando espaço por possibilitar a utilização da área de cobertura para
diversos fins, tal como, áreas de lazer ou telhados verdes, o que não é possível no sistema
inclinado.
Os terraços sofrem com uma espécie de preconceito tanto por parte das construtoras
quanto por parte dos compradores dos imóveis, isso se dá devido ao um histórico de problemas
relacionados a infiltrações que são relativamente comuns em terraços. Esses problemas estão
relacionados diretamente com a impermeabilização do terraço, os motivos vão desde utilização
de mão de obra pouco qualificada até erros na escolha dos materiais de impermeabilização.
Mas isso está mudando, nos últimos anos a indústria de matérias de impermeabilização
tem desenvolvido inúmeros produtos capazes de atender aos mais diversos casos especiais e
exigências funcionais, resultando em um grande desenvolvimento das técnicas de
impermeabilização. Isso faz com que os terraços deixem de ser uma opção arriscada e se torne
uma possibilidade de aumento da área útil da edificação, agregando, assim, valor a ela.
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 METODOLOGIA
2 IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS
2.1 IMPERMEABILIZAÇÃO
Fonte: Cunha.
Outro critério a ser atendido pela camada de regularização é o da drenagem. Isso é feito
através de um caimento que é dado na camada de regularização.
O caimento tem o objetivo de encaminhar a água aos ralos para que não haja acúmulo
de água sobre a laje. Os caimentos devem ser definidos juntamente com o projeto
hidrossanitário, já que a direção dos caimentos deve ser dada de acordo com a posição dos ralos
que são previstos no projeto.
A NBR 9575 (2003) estipula que a inclinação deve ser definida após estudo de
escoamento, mas não deve ser menor que 1% na direção dos coletores (Figura 2.4) para áreas
horizontais externas e 0,5 para calhas e área internas. Quanto maior a inclinação mais rápido
ocorrerá o escoamento, porém em áreas com acesso, como terraços, inclinações excessivas não
são indicadas pois podem ser sentidas ao se caminhar pela superfície, causando desconforto.
Quanto ao número de ralos, deve-se prever um de 100 mm a cada 40 m² de laje, sendo
que o mínimo são 2 ralos, além disso deve se observar que uma distância muito grande entre a
extremidade da laje e o ralo pode gerar uma espessura da camada de regularização excessiva
devido ao caimento, e maior espessura consequentemente gera maiores gastos tanto devido ao
material utilizado quanto pelo acréscimo de peso à estrutura. Portanto devemos escolher um
número adequado de ralos de acordo com o tamanho do terraço e distribui-los de modo que
nenhum ponto fique longe demais de um ralo.
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2.3.3 Imprimação
Esta é a camada que promove a barreira contra a percolação de água pela laje. Ela pode
ser de diferentes materiais de acordo com o sistema de impermeabilização escolhido. Os
materiais serão apresentados e classificados adiante.
2.3.8.2 Rodapés
A NBR 9575 (2003) prevê que nos planos verticais, deve-se executar um encaixe para
embutir a impermeabilização, a uma altura mínima de 20 cm acima do nível do piso acabado
ou 10 cm do nível máximo que a água pode atingir. Na Figura 2.10 apresenta-se os detalhes de
execução do rodapé, em que deve-se executar um rebaixo de pelo menos 3 cm na parede com
uma altura de pelo menos 20 cm de altura, para o encaixe da impermeabilização. Recomenda-
se utilizar uma tela galvanizada para evitar a fissuração do revestimento executado acima da
impermeabilização e evitar o descolamento da manta.
2.3.8.3 Soleira
Conforme NBR 9575 (2003), nos locais limites entre áreas externas impermeabilizadas
e internas, deve haver diferença de cota de no mínimo 6 cm e ser prevista a execução de barreira
física no limite da linha interna dos contra marcos, caixilhos e batentes, para perfeita ancoragem
da impermeabilização, com declividade para a área externa.
É necessário que a impermeabilização adentre nos ambientes cobertos, onde existem
portas abrindo para a parte exposta à chuva e ao vento. Na figura 2.11 encontra-se uma
representação gráfica de impermeabilização de soleira, sendo que esta deve adentrar no mínimo
50 cm na região coberta e elevando-se no mínimo 3 cm, evitando assim que a água escorra pela
esquadria causando algum dano na parte interior do imóvel.
As juntas de dilatação são cortes feitos em toda a extensão das edificações que destinam-
se a diminuir o valor absoluto das variações volumétricas devidas às variações térmicas,
retração hidráulica e outros. Forma-se assim, um espaço de 2 cm à 4 cm, em que cada segmento
pode se expandir sem forçar o outro segmento. Verçoza (1983 apud RIGHI, 2009) observa que
esse espaço deve ser devidamente calafetado sem prejudicar a liberdade de movimentações e,
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que a melhor resposta para esse caso é dada pelo processo executado durante a construção da
junta.
A Figura 12 ilustra um teste de verificação da impermeabilidade das juntas de dilatação.
Este teste consiste na construção de uma barragem com tijolos, a qual será cheia com água.
Nas juntas de dilatação, conforme NBR 9575 (2003), deverá ser previsto tratamento
específico compatível aos esforços atuantes e materiais utilizados na impermeabilização. A
norma também descreve que as juntas de dilatação devem ser divisoras de água, com cotas mais
elevadas no nivelamento do caimento. A Figura 2.13 representa um esquema de
impermeabilização de juntas de dilatação. Deve-se executar um rebaixamento no entorno da
junta para o reforço da impermeabilização e, dentro, colocar um limitador de junta e em seguida
o mastique, que é um selante à base de polímeros, que irá absorver e selar a junta por dentro.
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2.4.2.1 Membranas
Este tipo de membrana usa como material impermeabilizante um polímero sintético que,
segundo Bauer, Vasconselos e Granato (2007), são constituídos por longas cadeias de carbono,
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ficando restrito a áreas onde a exigência de desempenho é maior, como por exemplo
terraços e lajes com acesso de pessoas e veículos.
Segundo Granato (2013), a aplicação deste material é feita com rodo ou
desempenadeira dentada como mostrado na Figura 2.16, seguido da aplicação do
rolo para melhor distribuição e eliminação de bolhas.
2.4.2.2 Mantas
Resistência à Resistência a
Tipo Alongamento Utilização
na ruptura Impacto a 0ºC
Tração
Segundo Pezzolo (2007) as mantas asfálticas podem ser aplicadas por dois processos: a
quente ou com o auxílio do maçarico. Após secagem da camada de primer, no processo a
quente, aplica-se uma camada de asfalto aquecido a uma temperatura entre 180°C e 220°C, com
auxílio de um espalhador; posteriormente desenrola-se a bobina de manta asfáltica, tendo
cuidado de permitir um excesso de asfalto à frente da bobina, conforme mostra a Figura 2.21.
No processo de colagem com o uso do maçarico Figura 2.22, direciona-se a chama para
aquecer a parte inferior da bobina e a superfície imprimada ao mesmo tempo. Conforme derrete
o asfalto da bobina e da superfície, o aplicador vai desenrolando a bobina, tomando o cuidado
de deixar uma sobreposição entre as mantas de no mínimo 10 cm, derretendo a extremidade da
manta superior com uma colher de pedreiro aquecida, formando um chanfro e selando junto à
manta inferior.
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básica algumas propriedades particulares de flexibilidade, resistência aos raios ultravioleta (as
membranas resistentes aos raios ultravioleta passam por um tratamento específico em sua
fabricação para atenderem a essa finalidade) e ainda resistência química, podendo-se obter
materiais especiais para diferentes aplicações de impermeabilização.
As mantas de PVC foram desenvolvidas para sanar um dos grandes problemas dos
sistemas de impermeabilização com manta asfáltica, a durabilidade. Enquanto uma manta
asfáltica apresenta uma vida útil média de cinco a dez anos, as mantas de PVC podem durar até
trinta anos, sem a necessidade de praticamente nenhuma intervenção de manutenção. Segundo
Oliveira (2006), isso se deve às características físicoquímicas e mecânicas do material e à
confiabilidade na tecnologia proporcionada pelo sistema (materiais, acessórios e processo de
solda).
No Brasil este sistema ainda é muito pouco utilizado para a impermeabilização de
terraços, ficando seu uso restrito a obras em que existe uma maior dificuldade de se fazer
reparos de impermeabilização, como por exemplo canais de irrigação, tanques, lagoas de
tratamento de efluentes químicos, túneis, entre outros. Porém em países como Estados Unidos
e alguns europeus, esse sistema já vem sendo usado também em construções prediais, como por
exemplo na Bélgica, conforme a Figura 2.23.
Figura 2.23 - Cobertura abobadada impermeabilizada com manta de PVC resistente aos raios
UV (Philips, Bélgica).
Conforme relata Oliveira (2006), as fixações das membranas de PVC nas coberturas
metálicas, de concreto ou de madeira devem ser efetuadas com parafusos e arruelas especiais
(Figura 2.25). Na sequência é aplicada outra camada de membrana de PVC sobre as fixações
aparentes, utilizando os equipamentos especiais de termofusão citados (Figura 2.26)
(OLIVEIRA, 2006).
A Figura 2.24 ilustra o detalhe de sobreposição de duas mantas de PVC para a execução
da solda que deve ser maior ou igual a 80 mm.
Figura 2.24 – Detalhe de sobreposição de duas faixas de manta de PVC para a execução da
solda.
Figura 2.25 – Fixação automática da manta PVC com parafusos e arruelas especiais.
quando da mão de obra para a sua aplicação, em contrapartida apresentam uma maior
durabilidade, como por exemplo as mantas de PVC e as membranas de poliuréia e poliuretano.
Os terraços impermeabilizados costumam apresentar regiões com elevada incidência de
defeitos de impermeabilização, como os ralos e os rodapés. Porém se a impermeabilização for
executada corretamente, observando-se alguns detalhes nessas regiões, o risco de defeitos de
impermeabilização nessas regiões deixa de ser uma preocupação.
Graças a essas evoluções no ramo de impermeabilização os terraços estão se tornando
cada vez mais presentes nas construções, e em alguns casos eles têm sido usados para fins
bastante interessantes, como por exemplo as coberturas verdes, que tem sido uma alternativa
para a revegetação das cidades.
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3 COBERTURAS VERDES
irrigação subterrânea, onde foram plantados sete carvalhos que se tornaram frondosos, cujas
espécies duram em média 500 anos (ROLA, 2008).
Nas Américas em 1519, o Rei Carlos I ouve o relato de Hérnan Cortéz sobre uma cidade
Asteca, Tenochtitlán (Figura 3.3), que sendo constituída por ilhas no Lago Texcoco tinha
diminuta área de solo para jardins. A única solução para se ter áreas verdes era, então, os jardins
visitáveis nas coberturas das edificações, pois a cidade era densamente povoada,
(OSMUNDSON, 1999, apud ROLA, 2008).
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A partir de meados de 1800 começaram a ser construídas coberturas planas nas maiores
cidades da Europa e América graças ao desenvolvimento do concreto e já em 1868, um projeto
em concreto de cobertura verde foi apresentado numa exibição mundial em Paris, sendo o
primeiro projeto experimental no oeste europeu, que se seguiu de muitos (HENEINE, 2008).
Do séc. XIX para o séc. XX teremos os terraços jardins em teatros como Cassino
Theatrer, Madison Square Garden, Oscar Hammertein Olympic Music Hall, Cassino Teatro
Rudolph Aronson, o Teatro Americano de Nova York, o Hammerstein Republic Theater, como
muitos dos exemplos. Os terraços jardins em hotéis, restaurantes e residências como no Hotel
Astor, o Domenico Restaurante e em apartamentos que margeavam o Central Park em Nova
York, nos Estados Unidos também aplicaram a técnica, como que uma evidência de
encantamento que ela inspirou, (OSMUNDSON, 1999 apud ROLA, 2008).
Segundo Rola (2008), nos anos 20 Le Corbusier foi o primeiro a começar a utilizar
sistematicamente as coberturas verdes dentro de uma esfera de clientes da elite, em construções
mais sofisticadas, e projeta a Villa Savoye em Poissy entre 1928 e 1931, as Casas Domino, o
Bairro Moderno Frugès em Pessac, a Unité d´habitation em Marselha entre 1946-1952, além
do Edifício Governamental de Chandegarh, capital de Punjab na década de 50.segundo Rola
(2008)
Nas décadas de 1950 e 1960, muitas coberturas verdes são executadas nos EUA como:
no Keiser Center, no Museu Oakland Saint Mary´s Square em Portmount Square, no Mellon
Square Equitable Square em Pitsbourg, no Constitution Plaza em Hartford e se espalham em
todas as direções. Outros exemplos deste período são as Lojas Harley em Guilford em Surrey
na Inglaterra, o MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro em 1953, o Ed. Clube Juiz
de Fora, em 1958 em Juiz de Fora- Minas Gerais, projetado por Francisco Bolonha, na
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Faculdade de Arquitetura da UFRJ no RJ nos anos 60, os Prédios da Petrobrás no centro do Rio
de Janeiro em 1968 e os Prédios da Petrobrás no Maracanã no Rio de Janeiro nos anos 80.
(ELIOVSON, 1999; KOEHLER et al, 2003; SIQUEIRA, 2002, apud ROLA 2008).
Segundo Silva (2011), nos anos da década de 1970 muitos materiais foram introduzidos
nesse sistema construtivo como: os materiais drenantes, membranas impermeabilizantes,
agentes antirraízes, entre outros, o que provocou uma maior consolidação no mercado.
Mais atual é o prédio de apartamentos Waldspirale (Figura 3.4) projetado por
Friendsreich Hundertwasser, onde a arquitetura é orgânica como um todo e tem coberturas
verdes intensivas, sendo concluído em 2000 na Alemanha, em Darmstad. Hoje, na Alemanha,
a maioria dos prédios novos traz as coberturas verdes extensivas como sistema de cobertura
(KOEHLER ET AL, 2003, apud ROLA, 2008).
3.1.1 Extensivas
As coberturas verdes extensivas são as que utilizam uma vegetação que não requer
muitos cuidados constantes após a consolidação da vegetação nem cuidados especiais, com
pouca manutenção, além de pouca irrigação. A camada de substrato gira em torno de 10 cm ou
menos e a vegetação é normalmente rasteira como aponta Heneine (2008). Mas fornecem
ótimas vantagens, como baixo peso estrutural, e custo relativamente baixo, completa Minke
(2004).
A Green Roof International Association (IGRA, 2012) ressalta que nesse tipo de
coberturas os fatores relevantes são o vento, o sol e a seca, que se constituem em fatores
adicionais de estresse para a vegetação devido à camada de substrato ser reduzida, não muito
profunda, contento poucos nutrientes e possuindo pouca capacidade de retenção de água e
umidade nesse substrato, como afirma também Minke (2004).
O sistema de coberturas verdes extensivas necessita, conforme Heneine (2008), de uma
camada drenante retentora de água com materiais capazes de criar tal efeito, como materiais
pré-fabricados, que seja capaz de eliminar o excesso e manter uma quantidade suficiente para
manter umidade para a vegetação. Sobre esta camada deve existir uma capa filtrante, que se
não existente na manta drenante, deverá ser adicionada para reter as partículas finas que podem
ser lixiviadas pela água e prejudicar o sistema de drenagem.
Um exemplo de cobertura de verde extensiva é a existente no edifício da Academia de
Ciências da Califórnia em São Francisco nos Estados Unidos, como mostrado na Figura 3.5.
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3.1.2 Semiextensivas
Caracteriza-se por situar-se entre os sistemas intensivos e extensivos, com custos mais
elevados e sobrecargas maiores para esse tipo intermediário em comparação com os sistemas
extensivos. Esse sistema requer, também, maior manutenção e cuidado com a vegetação de
maior porte que ele comporta e exige principalmente sobre seu planejamento e execução mais
atenção e estudo. Utiliza materiais e insumos em quantidades superiores na composição de seu
substrato com o incremento de espessura. Entretanto, permitem mais possibilidades de designer
com maior variedade de gramíneas, perenes e herbáceas e arbustos. A lavanda é uma ótima
opção de arbusto resistente, além de belo efeito estético e olfativo agradável. Nesse nível de
substrato, os altos arbustos e árvores ainda não aparecem (IGRA, 2012).
3.1.3 Intensivas
Figura 3.7: Cobertura verde intensiva na atual sede da prefeitura de São Paulo.
Observa-se que não há consenso entre os autores quanto à espessura dos sistemas e estes
podem variar de acordo com o entendimento de cada um. Não há limite rígido para estabelecer
a espessura ou padronização que fixe as classificações.
Entretanto, a Green Roof International Association (IGRA, 2012) classifica
normalmente essa camada de substrato entre 15 a 21 cm, dependendo das necessidades das
plantas e o peso dessa capa de vegetação pode ser superior a 120 kg/m², conforme podemos
verificar no quadro abaixo:
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Segundo Heneine (2008, apud TASSI, 2014), de maneira geral, um telhado verde
apresenta a seguinte estrutura (Figura 3.8):
A) Camada de vegetação: a cobertura vegetal deve ser adequada às condições
climáticas do local. A vegetação atua interceptando uma parcela da chuva,
evitando que ela atinja o solo. É por meio do processo de evapotranspiração que a
água é perdida para a atmosfera e o potencial de retenção de água no substrato é
aumentado. Adicionalmente, a vegetação retarda o escoamento superficial, que
passa a ocorrer quando o substrato atinge a saturação;
B) Substrato: é constituído pela camada de solo, servindo de suporte para a fixação da
vegetação, fornece água e nutrientes necessários para a manutenção desta. Essa
camada é igualmente importante para o armazenamento temporário da água
durante os eventos chuvosos;
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Nas coberturas verdes um dos principais critérios que o sistema deve atender é o da
impermeabilização, já que esse tipo de cobertura fica constantemente úmida devido ao substrato
que abriga da vegetação, e essa impermeabilização necessita de alguns procedimentos
específicos que devem ser compatíveis, principalmente com a escolha da vegetação utilizada.
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A impermeabilização pode ser feita com manta PEAD (polietileno de alta densidade),
cimento polímero ou manta geotêxtil, segundo Seigneur (apud D’ELIA, 2009). Já Heneine
(2008) diz que podem ser utilizados diversos materiais para este fim, como por exemplo mantas
asfálticas, de PVC, de butil ou de EPDM. Porém deve-se tomar alguns cuidados para garantir
a eficiência da impermeabilização sendo os principais deles com relação cos estragos causados
pelas raízes.
As camadas de impermeabilização devem ser projetadas para resistir à contaminação de
fertilizantes e outros produtos químicos usados no período da adubação e de manutenção do
plantio. De acordo com Kirby (apud OHNUMA JUNIOR, 2008). Segundo Silva (2001), plantas
com raízes agressivas penetram na impermeabilização danificando o sistema. As figueiras são
um bom exemplo disso.
Minke (2004) relata sobre microorganismos que vivem nas pontas das raízes que podem
dissolver materiais betuminosos, assim como há plantas cujas raízes têm sensor de umidade e
se houver uma emenda e/ou trespasse mal soldado, onde a água penetre por capilaridade, essas
raízes podem crescer nessa direção causando a perfuração. Por este motivo deve-se utilizar uma
camada de proteção que separe o substrato da manta e impeça que as raízes cheguem até a
manta causando perfurações e degradação em caso de mantas asfálticas.
A solução mais simples para evitar a perfuração por raízes é a colocação de uma lâmina
de polietileno, as quais existem em larguras diversas de até 6 a 8 metros de largura e deverá ser
previsto um transpasse de 150 cm, no caso de se haver necessidade de se utilizar mais de uma
lâmina. (MINKE, 2004).
Porém, ainda segundo Minke (2004), existem outras soluções protetoras de raízes que
podem ser encontrados no mercado, principalmente o europeu. Os principais tipos são:
A) Membrana polímero-elastômero-betuminosas, elaboradas com uma mistura de
betume com materiais sintéticos, que geralmente têm boa resistência;
B) Membrana de PVC flexível, que deve ser usada conjuntamente com uma lâmina
protetora de material sintético ou manta de vidro de 200 g/m² no mínimo, ou ainda,
uma lâmina de polietileno de 0,2 mm de espessura, já que segundo as normas alemãs
elas não são resistentes ao betume, ao polystrol ou produtos oleosos que protegem a
madeira, e então poderiam deteriorar-se e se decompor (de acordo com as Normas
Alemãs DIN 16938, 16730, 16735). Para reforçar a trama nas coberturas verdes,
recomenda-se o uso de lona de PVC que se usa em toldo de caminhões que são muito
resistentes a avarias;
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C) Membranas de polietileno clorado. Segundo a norma alemã DIN 16737, elas são de
alta resistência, mas as uniões não podem ser feitas na obra e em suas cabeceiras
devem ser previstas grande sobra, para prevenir o crescimento das raízes nesses
pontos;
D) Membranas de tela com revestimento de polyolefino, que não contém halogêneos,
cloro e emolientes ou plastificantes e são ecológicos. Entretanto, são membranas
mais caras com soldadura mais difícil e só se recomenda que o trabalho seja
executado por empresas especializadas;
E) Membranas de etileno copolimerizado betuminoso (ECB) que tem boa
trabalhabilidade e são compatíveis com o betume;
F) Membranas EPDM que contém etileno, propileno, terpolímero e borracha. Tem alta
elasticidade, mas conseguir emendas seguras não é muito simples;
G) Selador Fluído com poliuretano e com resinas de poliéster em estado fluído que com
certa espessura são resistentes às raízes.
4 CONCLUSÃO
mais utilizado as são mantas asfálticas que apresentem um menor custo e maior facilidade de
execução.
Porém não basta escolher o material correto se não prestar-se atenção em algumas
regiões dos terraços que costumam ser pontos de fragilidade dos sistemas de
impermeabilização. Neste trabalho estão listados as principais regiões de fragilidade e o correto
método de execução para que estas regiões não apresentem defeitos de impermeabilização.
Entretanto, um terraço impermeabilizado não é composto apenas pela camada
impermeável, existem outras camadas que tem como função garantir a drenagem da água e
proteger a impermeabilização para garantir a longevidade do sistema.
No caso das coberturas verdes verificou-se que a maior preocupação que se deve ter é
com as raízes das plantas que podem causar perfurações e degradação da impermeabilização, e
foram apresentadas as principais soluções para este problema. Além disso foi mostrado que a
utilização de coberturas verdes não surgiu nos últimos anos, mas sim a centenas de anos atrás
com as civilizações antigas, e recentemente seu uso tem crescido principalmente em grandes
cidades onde as áreas vegetáveis são bastante escassas.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CICHINELLI, G. Impermeabilização. 87. ed. Revista Téchne, São Paulo. Pini, p. 35-
38, out. 2007.
D`ELIA, R. Telhados verdes. 148. ed. Revista Téchne, São Paulo. Pini. jul, 2009.
TASSI, R. et al. Telhado verde: uma alternativa sustentável para a gestão das águas
pluviais. In: Ambiente Construído, v. 14, n. 1, p. 139-154.
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