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JESUS E A CRIANÇA QUE HABITA EM NÓS

Uma vez eu escutei uma criança perguntando a um adulto se o Menino Jesus e Jesus eram a mesma
pessoa. O adulto, com grande convicção, respondeu prontamente "claro que são!" Mas depois da resposta quase
que automática, percebi uma mudança no seu semblante, como se questionasse a própria certeza. E como que para
ganhar algum tempo, voltou a pergunta para a criança: "mas por que essa dúvida?" E a criança, em toda sua inocência,
começou a explicar: "é que todo domingo vamos a missa e lá encontramos Jesus! Toda noite fazemos nossas orações
e lá está Jesus! Mas somente na noite de natal é que lembramos com a mesma intensidade do menino Jesus!" E com
uma carinha triste, resumiu a fonte principal do questionamento: "tenho medo de crescer e, da mesma forma que o
menino Jesus, ser esquecida na maior parte do ano..."
O adulto ficou sem palavras. Não esperava aquela explicação. E eu, que já me sentia parte do
diálogo, e que também estava abismado com aquela reflexão, comecei a me perguntar por onde andava a minha
criança... Aquela que eu fui um dia, que adorava dormir até tarde, acordar, tomar um Nescau e ir jogar bola! Aquela
que assistia desenho animado na TV enquanto lambia os dedos melados de leite condensado roubado da dispensa!
Bons tempos... Meu Deus, e há quanto tempo não nos encontramos...
O adulto, que certamente captou meus pensamentos, olhou para a criança como quem olha para si
mesmo, com saudades, com vontade de reviver as antigas experiências. Sorriu! E, como quem fala para si próprio,
respondeu "não precisa medo de crescer! Assim como o sol que nasce e se põe todo dia, assim como a lua que tem
fases diferentes no mês, assim como as plantas que um dia são semente e no outro são árvore, nós também
precisamos ser criança e ser adulto! Cada fase é necessária, cada fase tem sua beleza! Mas da mesma forma que o
sol nasce e se põe sem nunca deixa de brilhar, que a lua muda de fase sem nunca deixa de girar, e as árvores, mesmo
já sendo árvores, multiplicam a semente que foram um dia, nós também precisamos ser adulto sem esquecer da
nossa criança! Sabe por que só temos um dia para falar do menino Jesus? Para lembrar aos adultos, que têm esse
defeito de problema de memória, que em todos os outros dias Jesus vem até nós acompanhado do menino Jesus! E
sendo Jesus o nosso mestre, nós também devemos levar sempre nossa criança com a gente!" Se eu estava
emocionado com essa explicação, imagina aquela criança, que tinha acabado de encontrar uma luz na escuridão do
medo! E querendo terminar de montar aquele quebra cabeça complexo no seu coraçãozinho, continuou com as
perguntas: "mas como você sabe que Jesus e o menino Jesus estão sempre juntos se a gente não vê os dois?" "E
você precisa ver para saber que existe?? O ar que nós respiramos está em toda parte! Sem ele nós não sobrevivemos!!
Mas não conseguimos enxerga-lo... E nosso coração? Sabemos que ele está aqui, mas não podemos vê-lo, tocá-lo...
Como sabemos então que eles existem? Pelos sinais! Colocamos a mão no peito e sentimos o coração! Respiramos
profundamente e sentimos o ar preencher nossos pulmões! Quais os sinais de que Jesus estava sempre com sua
criança? As crianças são sinceras, são espontâneas, não julgam, não usam máscaras com medo de serem julgadas!
As crianças olham para a beleza que há no mundo! O abraço de uma criança é quase que milagroso, pois ela não
olha qual o seu trabalho, quanto dinheiro você tem, ou qual sua religião, ela te abraça pelo seu coração, pela sua
essência!" E a criança, com os olhos brilhando de emoção, abraçou o adulto, como quem reconhece ter sido
reconhecido! "Agora eu entendi!" - disse a criança - "a criança que Jesus foi, que foi tão esperada, tão celebrada, que
trouxe luz para o mundo, não foi esquecida! Ela sempre esteve ali! Em cada palavra sincera, em cada abraço
milagroso, em cada olhar amoroso! E o nosso desafio é ser como nosso mestre, é nunca esquecer essa criança que
fomos um dia!"
Nesse momento eu não via mais um adulto e uma criança, mas sim uma criança e um adulto! Aquele
que já havia crescido abriu uma porta para sua criança no sorriso que agora tomava conta daquela face, antes sisuda!
E a criança, abriu espaço para o crescimento, agora sem medo, e com a certeza de que sempre haveria espaço para
ela dentro do adulto que ela um dia se tornará.

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