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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE


BELFORD ROXO – RJ.

Processo nº: 0017684-79.2018.8.19.0008

JANE DO NASCIMENTO SILVA DE SOUZA, devidamente qualificada nos


autos do processo em epígrafe que lhe move JUSTINA DE ARAUJO BARROS, vem,
pela Defensoria Pública, oferecer

CONTESTAÇÃO

Aduzindo os fatos e fundamentos a seguir descritos:

Afirma sob as penas da lei, ser pessoa juridicamente necessitada, não


possuindo assim condições de arcar com as custas processuais e os honorários
advocatícios sem prejuízo dos sustentos próprios ou de sua família, fazendo jus aos
benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA, na forma do artigo 98 do Código de Processo
Civil e, para tanto, indica a Defensoria Pública para a defesa de seus interesses.

I- DOS FATOS E FUNDAMENTOS:

De fato, a Ré era locatária da Autora, mas não desde 2011, mas sim desde
2009, de uma loja onde exercia a atividade de salão de manicure, tendo posteriormente,
mais precisamente em setembro de 2016 alugado outro espaço ao lado da aludida loja, a
qual a Autora chama de loja A.

Conforme reconhecido pela própria Autora a Ré sempre cumpriu


religiosamente com suas obrigações perante a mesma. No entanto, em razão da grave
crise econômica que assola o Brasil, em especial o Estado do Rio, com enorme queda no
movimento da clientela, a Ré passou a ter dificuldades de honrar seus compromissos,
inclusive os valores locativos.

Assinado em 17/08/2018 12:16:07


VANDER DA SILVA ANTUNES:9308073 Local: Belford ROxo
Motivo: Contestação
Nunca teve a intenção a Ré de deixar de pagar os alugueres atrasados.
Contudo, com o encerramento de sua atividade e com os parcos recursos de que dispõe
para sua subsistência NÃO tem condições de pagar a quantia cobrada, no valor total de
R$ 5.700,00 (cinco mil e setecentos reais) referente ao período de setembro de 2017 a
junho de 2018 da loja A e do período de outubro de 2017 a junho de 2018 da loja, senão
em parcelas fixas, mensais e sucessivas de R$ 200,00 (duzentos reais), a serem pagas
até o dia 10 (dez) de cada, já a partir da anuência da Autora.

A Ré sempre dispensou a Autora e a todas as pessoas tratamento cortês e


educado, não sendo verdadeiro que tenha gritado com quem quer que seja, muito menos
com a Autora.

Data vênia, não há que se falar em reparação de danos morais, haja vista
que o inadimplemento contratual não ultrapassa a esfera de simples aborrecimento, de
acordo com o verbete n.º 75 do E. TJRJ, in verbis:

"O SIMPLES DESCUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL OU CONTRATUAL,


POR CARACTERIZAR MERO ABORRECIMENTO, EM PRINCÍPIO, NÃO
CONFIGURA DANO MORAL, SALVO SE DA INFRAÇÃO ADVÉM
CIRCUNSTÂNCIA QUE ATENTA CONTRA A DIGNIDADE DA PARTE."

Assim sendo, o pedido de reparação por supostos danos morais não merece
prosperar.

Na remota hipótese de entender V. Exa. que tenha ocorrido o suposto dano


moral, a verba pleiteada mostra-se absurda, não podendo jamais ser deferida, sob pena
de enriquecimento sem causa por parte do autor.

É sabido que para a fixação do dano moral, apresenta-se imprescindível a


observância da situação econômica do réu, além, é claro, da aplicação dos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade.

A observância da situação econômica do ofensor, segundo a melhor


doutrina, deve ser realizada pelo Magistrado, sob pena de ser o dano moral utilizado
como fonte de lucro, como verdadeiro enriquecimento sem causa pelo beneficiário,
ensejando, assim, novo dano.

Pelos motivos expostos, necessário se faz o indeferimento do pedido de


reparação por dano moral, o que ora requer, e caso seja o mesmo reconhecido, que seja
respeitada a real situação financeira da Ré, de forma a afastar o montante pleiteado na
exordial, fixando em R$250,00.
II- DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, esperando seja feita a verdadeira justiça requer a


V. Exa:

1) A improcedência do pedido de reparação por danos morais, ou,


alternativamente, a fixação em valor compatível com a situação econômica da Ré, valor
este não superior a R$ 250,00;

2) com base no dever de cooperação, seja possibilitado a Ré efetuar o


pagamento do débito em parcelas mensais e fixas de R$ 200,00, até a quitação do valor
total de R$ 5.700,00;

Protesta a Ré pela produção de todos os meios de provas em direito


admitidas, especialmente, testemunhal documental e depoimento pessoal da Autora,
pena de confesso.

Pede deferimento.

Belford Roxo, 17 de agosto de 2018.

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