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A Primeira Idea de Rizoma

A primeira idea de analogia de rizoma para a história da cultura foi


proposta por Gilles Deleuze e Félix Guattari no livro MIL PLATÔS Capitalismo e
Esquizofrenia, na introdução do volume 1. Esta idea era necessária para
organizar as investigações que os autores faziam sobre a relação entre
capitalismo e esquizofrenia. O primeiro volume foi o famoso livro O anti-Édipo.

A obra “MIL Platôs” tem esse nome por não ser organizado em capítulos,
mas em platôs. Em uma certa medida, esses platôs podem ser lidos
independentemente uns dos outros. Deleuze e Guattari declaram que estavam
trabalhando num projeto "construtivista".

Para eles, um livro é feito de matérias formadas em datas e com


velocidades muito diferentes. Não deveria ter objeto nem sujeito, pois no
momento em que se atribui um livro a um sujeito, negligencia-se a exterioridade
de suas correlações com a matéria, e a intercambialidade e interdisciplinaridade
das matérias (2000, p. 4).

Numa alusão quase piagetiana, Deleuze e Guattari consideram que “um


primeiro tipo de livro é o livro-raiz”. O livro imita o mundo, como a arte, a natureza:
por procedimentos que lhes são próprios e que realizam o que a natureza não
pode ou não pode mais fazer. A lei do livro é a da reflexão, mas como a reflexão
se encontra na natureza, na medida em que ela conforma a divisão entre mundo
e livro, natureza e arte?

Há na natureza uma outra proposta de organismo. Na natureza há plantas


cujas as raízes são pivotantes, ou seja, as raízes giram ao redor de um ponto
imóvel, e produzem uma ramificação mais numerosa, lateral e circular, não
dicotômica. O livro enquanto realidade natural também é pivotante, com seu eixo
e as folhas ao redor. Enquanto realidade espiritual, o livro desenvolve a lei do
Uno que se torna dois, depois dois que se tornam quatro, e assim a lógica binária
é a realidade espiritual do livro que é árvore-raiz.

Eles notam que “até uma disciplina "avançada" como a lingüística retém
como imagem de base esta árvore-raiz, que a liga à reflexão clássica (assim
Chomsky e a árvore sintagmática, começando num ponto S para proceder por
dicotomia)” (2000, p.10). Isto basta aos autores para compreender que mesmo
o pensamento acadêmico mais exato e preciso não compreendem a
multiplicidade. Sempre há necessidade de uma unidade principal, como um
tronco, que deve se dividir em dois para formar galhos, e assim sucessivamente.
Mesmo uma reprodução orgânica natural tem como se reproduzir em três quatro
ou cinco, desde que derive de uma unidade principal, a do pivô, que suporta as
raízes secundárias.

“A raiz pivotante não compreende a multiplicidade mais do que o


conseguido pela raiz dicotômica” dizem os dois. Uma opera no objeto, enquanto
a outra opera no sujeito. A lógica binária e as relações biunívocas dominam
desde a psicanálise, a lingüística e o estruturalismo, e até a informática. O
sistema-radícula, ou raiz fasciculada, é a segunda figura do livro, da qual nossa
modernidade se vale de bom grado (2000, p.13).

Perguntam-se então não exige uma nova unidade, mais compreensiva,


ou de uma totalidade mais extensiva. A pesquisa intelectual de Deleuze e
Guattari buscava um novo modelo orgânico que pudesse servir de base para um
pensamento anti-capitalista que não tivesse origem positivista.

Elas buscavam inspiração para construir um pensamento que desse


conta de fazer o múltiplo, não simplesmente acrescentando camadas como uma
dimensão superior, mas, um modelo simples. Seu modelo matemático era
pensar a sociedade como composta de n indivíduos menos um – o sujeito
identificado. O modelo de pensar a sociedade igualitária não era uma proposta
de unidades iguais, mas uma população onde seus indivíduos exibem diferenças
quando são separados do todo – a sociedade. Dessa forma seria possível
coadunar as diferenças individuais com as questões da coletividade. No fundo,
foi a proposta de Deleuze e Guattari para a interpretação da famosa frase “De
cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”.

Encontraram na biologia uma categoria de plantas, como a bananeira, o


aspargo e o gengibre por exemplo, onde os bulbos, os tubérculos, são capazes
de criar tanto raízes como caules, criando um esteio de onde tudo é gerado.
Essas plantas são rizomas. Há uma base comum que permite o nascimento da
planta tanto para a parte superior que vai fazer fotossíntese, quanto para a parte
inferior, que vai ancorar a planta e buscar nutrientes. O exemplo é simples, mas
infelizmente pelo sabor da época, foi academicizado de forma a se tornar mais
um daqueles conceitos estranhos com nome grego, que distinguem professores
titulares de auxiliares de ensino.

Propondo expandir a ideia de rizoma ao mundo animal, que nos inclui,


Deleuze e Guattari sugeriram que o comportamento de um bando de ratos se
assemelhava a um rizoma, onde as tocas têm a função de habitat, de provisão,
de vias de trânsito, de evasão e de ruptura. “Há rizoma quando os ratos deslizam
uns sobre os outros.” (2000, p.14).

No desenvolvimento desse capítulo vamos explicar como os autores dão


bons exemplos de como podemos mudar a construção sociocultural do formato
de árvore, com raiz, tronco, galhos e folhas, criando frutos para se multiplicarem,
para rizomas, onde estaríamos atendendo melhor a construção do
conhecimento. A própria ideia de apresentar mil platôs para o pensamento, onde
cada texto se basta, é uma tentativa rizomática. Deleuze e Guattari estavam
propondo uma mudança epistemológica na compreensão do urdimento social.

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