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FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
DISCIPLINA: Projeto de Instalações Prediais 1
PROFESSORA: Cláudia Gurjão
PÁRA-RAIOS OU SPDA
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
Definição
Um SPDA (pára-raios) é um sistema que visa a proteção da estrutura das edificações
contra as descargas que a atinjam de forma direta.
A implantação e manutenção de SPDA devem seguir normas internacionais da IEC
(International Eletrotecnical Comission) e, em cada país, as normas de entidades próprias, mas
levando também em consideração as orientações de outras normas mundialmente consagradas,
e de especialistas sobre o assunto.
No Brasil a ABNT edita a norma NBR-5419 que regulamenta os SPDA.
Instalação
Como deve ser a instalação de um sistema de SPDA?
A instalação deve seguir as normas existentes.
Não aceite instalações que estejam fora das normas.
Como as normas são um pouco complicadas, dê preferência a empresas que trabalhem
com profissionais com qualificação e exija laudo técnico com ART - Anotação de
Responsabilidade Técnica e registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia
Arquitetura e Agronomia). Dessa forma, qualquer responsabilidade deixa de ser do cliente e
passa a ser da prestadora desse serviço.
Componentes
Quais os componentes de um SPDA?
Todo SPDA é composto por:
1. Sistema de captação: é o conjunto de elementos que irá receber a descarga do raio.
O sistema de captação pode ser de dois tipos. O tipo mais conhecido é o sistema Franklin
composto de um captor de quatro pontas montado sobre um mastro cuja altura deve ser
calculada conforme as dimensões da edificação. De acordo com o comprimento, largura,
altura e forma da edificação, mais de um captor Franklin poderá ser usado. O sistema Gaiola de
Faraday é composto de módulos retangulares formando uma malha e utilizando cabos de cobre
nu passando por suportes isoladores apropriados. As dimensões e a abrangência devem ser
calculadas de acordo com as dimensões da edificação.
É possível ainda fazer uma associação dos dois sistemas de acordo com as
características da instalação.
2. Descida: composta de um ou mais cabos de cobre nu interligando o sistema de
captação ao aterramento. A descida é a responsável pela condução da descarga até o solo. A
quantidade de descidas deve ser, no mínimo, de uma para cada 20 metros de perímetro da
edificação. Por exemplo, num edifício retangular de 12x28 metros (largura ou "frente" por
comprimento), deveremos ter 4 descidas pois seu perímetro (a soma de todos os comprimentos
dos lados do prédio) é 80 metros.
No caso de captação tipo Gaiola de Faraday, a quantidade de descidas requer estudos
apropriados.
Em qualquer caso, a descida deve ser de cabo de cobre nu de, no mínimo, 16 mm2.
Cada descida deve estar conectada a pelo menos uma haste de aterramento por meio de
solda exotérmica.
Algumas dicas
As dicas a seguir estão de acordo com a NBR-5419 que têm força de lei, ou seja, em
caso de acidentes com raios, se o SPDA estiver fora das normas, a responsabilidade é do
síndico.
1. Toda estrutura metálica, inclusive antenas de TV, que estiverem sobre a edificação, devem
ser obrigatoriamente interligadas ao SPDA (sistema de proteção contra descargas
atmosféricas) com cabos de, no mínimo, 16 mm2.
2. Todo SPDA deve sofrer vistoria obrigatoriamente pelo menos uma vez por ano, ou após
o sistema ser atingido por uma descarga.
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3. A medição do aterramento deverá ocorrer na instalação do sistema e a cada vistoria.
4. O aterramento do SPDA deverá ser interligado ao aterramento da rede elétrica
conforme determinação da NBR 5410. Esta interligação é obrigatória não significando,
entretanto, que basta ligar os "terras" de qualquer maneira. Há normas e métodos apropriados
para fazê-lo com segurança e confiabilidade. A razão desta ligação é a equipotencialidade. Essa
palavra enorme significa que os aterramentos estarão no mesmo potencial. Em caso de
descarga atmosférica, por exemplo, durante uma fração de segundo, haverá um aumento
enorme do potencial da instalação do pára-raios (visto que a terra não é um "sorvedouro"
infinito). Esse aumento de potencial (carga) pode provocar o aparecimento de centelhas para
pontos de menor potencial. Se houver equipotencialidade, não existirão pontos de menor
potencial e, portanto, o risco de centelhamento perigoso é minimizado.
5. A equalização de potencial é a forma mais eficaz de reduzir os riscos de explosão, incêndio
e choques elétricos. A equalização das hastes de aterramento deve ser executada interligando as
hastes com um cabo de 50 mm² (mínimo) por meio de solda exotérmica, formando um anel ao
redor do prédio.
O prédio da esquerda possui um captor que protege a sua estrutura mas não protege a
antena, que está atravessando o cone de proteção. O prédio da direita possui um captor que só
protege a caixa d'água e a antena, pois uma parte da estrutura está fora do cone de proteção.
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O prédio acima combina dois tipos de captores para cobrir toda sua área, mas a antena
está desprotegida.
7. Captores radioativos estão proibidos desde 1989 e instalações executadas antes de 1993
deverão ser adequadas às normas atuais. Os captores radioativos deverão ser recolhidos ao
CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
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PROJETO E INSTALAÇÃO DE SPDA SEGUNDO A NBR-5419
A seguir, veremos as principais recomendações para o projeto e instalação de um pára-
raios tipo Franklin, considerando que este é o mais utilizado na proteção de edifícios
residenciais.
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Zona de Proteção
α
Representa o volume protegido pelo
pára-raios. Se o raio cair em qualquer ponto
deste volume, o pára-raios será o caminho
preferido por ele. A Zona de proteção do
pára-raio tipo Franklin é um cone, como
mostra a figura. O vértice do cone é a ponta
do captor e o ângulo de inclinação α, é o h
ângulo de proteção definido pela tabela a
seguir, em função da altura do captor ao solo
e do grau de proteção da estrutura.