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189
A priori, entende-se por pretensão o poder de exigir de outrem o
cumprimento de um dever jurídico. Tal exigência surge a partir do
momento em que o titular, ao identificar que teve o seu direito
absoluto lesionado, busca o Poder Judiciário para obter seu
adimplemento forçado. Tratando-se da prescrição, Pablo Stolze a
define como sendo a perda da pretensão de reparação do direito
violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto em
lei. Assim sendo, o referente artigo versa sobre o surgimento e a
extinção da pretensão – a qual se dará por meio da prescrição
(acerca dos prazos da prescrição, que constam nos artigos 205 e
206, tratar-se-ão posteriormente). Todavia, a aplicação da regra
do art. 189 do Código Civil de 2002 sem ressalvas pode trazer
prejuízo àqueles que viram seu direito violado, uma vez que a
violação do direito não necessariamente caminha junto à ciência
daquele que sofreu a violação. Nesse sentindo, consagra-se a
Teoria Actio Nata a qual oportuniza que a contagem do prazo
prescricional deve se dar a partir do momento em que o titular
da pretensão toma ciência inequívoca da violação ou da lesão ao
seu direito subjetivo. Para PONTES DE MIRANDA, o
fundamento da prescrição está na paz social e na segurança da
ordem jurídica. Não tem por escopo destruir o direito no qual se
fundam as pretensões, tampouco de cancelá-las e/ou apagá-las,
mas apenas fazer com que determinada exigibilidade ou
acionabilidade não se perpetue no tempo.
Art.190
A exceção tratada no referente artigo é sinônimo de defesa. Assim
sendo, não se permite ao réu inferir resistência- sob a forma de
contestação, pedido contraposto, declaratória incidental e etc.-
quando o direito já estiver sido atingido pela prescrição.
Art. 191
A doutrina pátria, em relação a renúncia, a considera como um
ato de vontade abdicativo, de despojamento, de abandono de
direito por parte do titular. Dessa forma, o Código Civil de 2002
alega que essa renúncia apenas poderá ser feita depois que a
prescrição se consumar, da mesma forma que não poderá haver
prejuízo de terceiro. É nula, portanto, a renúncia feita antes de
consumada à prescrição. Além disso, a renúncia pode ser tácita ou
expressa: tratando-se desta, não significa que seja
necessariamente escrita, pode-se expressar verbalmente a
renúncia, provada por todos os meios permitidos; em relação a
primeira, ocorre sempre que o prescribente, sabendo ou não da
prescrição, pratica algum ato que importe no reconhecimento o
direito, cuja ação está prescrita.
Art. 192
Pelo fundamento de garantia e respeito a ordem pública, o artigo
em questão veda a alteração dos prazos prescricionais pela
vontade das partes. No mais, são também inalteráveis os motivos
de suspensão e interrupção desses prazos de prescrição.
Art.193
A alegação da prescrição em qualquer grau de jurisdição é
considerada um outro efeito que decorre da natureza de ordem
pública. Tal texto constitui a exceção à regra geral de que toda
matéria de defesa deve ser alegada na mesma oportunidade. Não
obstante, em situações de trânsito em julgado, sem que o réu
tenha alegado a prescrição, não poderá mais fazê-lo para opor-se
ao cumprimento da condenação.
Art. 194
REVOGADO
Art. 195
Caso os assistentes ou representantes legais dêem causa à
prescrição de forma regressiva a prevista no artigo em questão,
por dolo ou culpa, esses ficam sujeitos a reparar eventuais danos
que essa ação possa causar. Mesmo que não houvesse a existência
do disposto em questão, os relativamente incapazes e as pessoas
jurídicas teriam direito à indenização com fundamento no artigo
186 do Código Civil de 2002.
Art. 196
Trata-se da regra da continuidade da prescrição. Desta forma,
ocorrendo a transferência do direito, a pretensão real ou pessoal
chega ao sucessor com a mesma carga prescricional que pesava
sobre o transmitente.
Art 197
A priori, faz-se necessário salientar que o impedimento e a
suspensão da prescrição impossibilitam temporariamente a
fluência do prazo prescricional. De acordo com o livro Novo
Curso de Direito Civil, de Pablo Stolzi e Rodolfo Pamplona, ao
tratar do primeiro parágrafo do respectivo artigo, a sociedade
conjugal pode atuar tanto de forma suspensiva como impeditiva
do prazo prescricional. Isso porque a proposta de ações entre
pessoas que mantêm entre si uma relação afetiva ou de confiança
tem a inegável conseqüência de abalar ou mesmo destruir essa
relação. O mesmo raciocínio é aplicado entre ascendentes e
descendentes, durante o poderio familiar, e entre tutelados e
curatelados e seus tutores e curadores, durante a tutela ou
curatela.
Art. 198
Art 199
Art 200
Art 201
Art 202
Art 203
Art 204
Art. 205
Art 206
Art 207
Segundo Maria Helena Diniz, em seu quadro esquemático , a
decadência corre contra todos, abrangendo os que estiverem sob
a égide das causas de interrupção ou suspensão. Esta seria a
regra geral. No entanto, o dispositivo em questão versa sobre
exceções relacionadas a disposição legal em contrário.
Art 208
Art 209
Art 210
Art 211
Por ser disposta entre as partes por meio do contrato ou
convenção, a decadência convencional constitui exceção à regra.
As partes podem convencionar a decadência do direito objetivo da
relação jurídica que celebram, nessa convencional a parte a quem
aproveita pode alegar a qualquer tempo e grau ordinário de
jurisdição. Nela, o juiz não pode tomar conhecimento de oficio e só
pode conhecer se for alegada pela parte a quem aproveite. Por
possuir natureza de jurídica de ordem pública, não preclui