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O que é Teologia Prática?

What is practical theology?

¿Qué es la teología práctica?

James Farris

Em preparação.
Palavras-chave: Em preparação.

ABSTRACT
In preparation.
Keywords: In preparation.

RESUMEN
En preparación.
Palabras clave: En preparación.

57
[Edição original página 83]
logia, de uma perspectiva neolibe-
ral, ou não é funcional
Fazer a pergunta “O que é Teologia [Edição original página 83/84]
Prática” é entrar num campo vasto
e complexo. Para começar, é fun- ou é de importância apenas em
damental a identificação de quem termos de sua função social. Nessa
está levantando a pergunta e quem perspectiva, a Teologia Prática é
está respondendo. Por exemplo, vista ou como uma contradição to-
um psicólogo, sociólogo ou filósofo, tal, ou como um instrumento pu-
sem nenhuma inserção na Igreja, ramente social. A cultura neoliberal
vai entender esta pergunta de ma- faz a pergunta: “Uma disciplina po-
neira totalmente diferente de um/a de ser prática, sem ser instrumen-
pastor/a ou um/a teólogo/a com tal?” A resposta é, quase sempre,
raízes profundas na fé cristã. “Não”. Prático, nesse contexto, sig-
No campo cultural, há considerável nifica eficiente, como definido por
dúvida sobre a palavra “Teologia” e mercados econômicos ou pelo
a tarefa teológica. A teologia é pragmatismo.
chamada “superstição sistematica- Por essas razões, este ensaio não
mente articulada” por algumas pes- vai lidar com as categorias de
soas nas “ciências exatas”.1 Dentro questões e abordagens apresenta-
de certas partes da cultura moder- das pelos contextos seculares, ou
na, a teologia é vista freqüente- culturais, num sentido amplo. Este
mente como algo que pertence ao trabalho vai destacar o mundo da
passado. Não pertence ao mundo Igreja, ou das tradições religiosas e
da “ciência”. É um mistério que, às suas perguntas e dúvidas sobre o
vezes, é posto na mesma categoria lugar e a identidade da Teologia
como a alquimia ou a astrologia. Prática. Não obstante, muitas pes-
Quando a palavra “Prático” é acres- soas dentro de tradições religiosas
centado a “Teologia” o efeito é algo não têm idéias claras sobre o lugar
como “Alquimia Prática” ou “Astro- ou a identidade da teologia. Dentro
logia Prática”. Na pior das hipóte- de muitos contextos religiosos, a
ses, dentro da cultura moderna ou teologia é freqüentemente vista
pós-moderna, a Teologia Prática é como “algo” abstrato e teórico “fei-
compreendida como “superstição to” por outras pessoas, normal-
sistematicamente articulada, que é mente um grupo de elite. A Teolo-
prática”. gia Prática, como disciplina teológi-
A cultura neoliberal que influencia a ca formal, é quase desconhecida ao
visão do mundo dominante é alta- nível da igreja local. Na melhor das
mente instrumental. A atitude fun- hipóteses, ouvindo o termo Teolo-
damental por trás dessa atitude e- gia Prática as pessoas em igrejas
conômica — cultural — filosófica é locais pensam na Educação Cristã,
focalizada para resolver problemas. ou no Aconselhamento Pastoral.
Por isso, qualquer disciplina que Nesse sentido, a Teologia Prática é
não tenha interesse na eficiência, limitada às disciplinas ministeriais.
na solução de problemas práticos, O propósito deste trabalho é ofere-
ou no lucro, é desvalorizada. A teo- cer um curto resumo da história e
do estado atual da Teologia Prática,
a fim de informar melhor as comu-
1
Don BROWNING, A Fundamental Practical The- nidades da Igreja e da academia
ology, Minneapolis, Augsburg: Fortress,
1991, p. 4.
sobre sua função e identidade. A

James FARRIS. O que é Teologia Prática? 58


fim de fazer isso, este trabalho está as perspectivas da Teologia Fun-
divido em quatro momentos: 1) damental e Sistemática serem apli-
Perspectivas históricas; 2) A Teolo- cadas à vida da Igreja”? Por isso, a
gia Prática hoje e: 3) Temas cen- Teologia Prática tem incluído, pelo
trais e metas na Teologia Prática e; menos na história recente, a Edu-
4) Uma descrição da Teologia Práti- cação Cristã, a Liturgia, o Aconse-
ca. lhamento Pastoral, a Missão e ou-
tras disciplinas práticas ou aplica-
das.
Teologia Prática — pers- O uso moderno do termo “Teologia
pectivas históricas Prática” e esta divisão das discipli-
nas teológicas, refletem o pensa-
mento de Friedrich Schleierma-
A teologia é dividida, atualmente, cher.2 Essa divisão de disciplinas
em diversas categorias. Essas vari- teológicas estava baseada na sua
am entre tradições religiosas e es- preocupação com a organização do
colas de pensamento; as categorias conhecimento e o que ele denomi-
mais comuns são: A Teologia Histó- nou as afecções religiosas. O que é
rica ou Fundamental, de importância é que Schleierma-
[Edição original página 84/85]
cher estava tentando organizar o
conhecimento teológico ao redor
Sistemática e Prática. A Teologia da, ou baseado na, experiência
Histórica pergunta: “O que dizem humana. Ele viu a Teologia Prática
os textos Cristãos normativos para como a “Rainha das Ciências” ou a
nós, hoje”? As disciplinas tradicio- “Coroa dos Estudos Teológicos” no
nais dos estudos bíblicos, da histó- sentido de ser a prática, ou a apli-
ria da Igreja e da história do pen- cação, do conhecimento teológico.
samento Cristão tratam dessa per- A Teologia Prática não produziu a
gunta básica. A Teologia Sistemáti- teologia; ela aplicou o que havia si-
ca é a exploração da relação entre do desenvolvido pela Teologia Fun-
as práticas contemporâneas e as damental e Sistemática. Em Schlei-
práticas achadas nos textos Cris- ermacher, os estudos teológicos
tãos normativos. A Teologia Siste- podem ser entendidos como uma
mática levanta duas perguntas bá- árvore. A Teologia Fundamental é
sicas que tratam da natureza da re- as raízes. A Teologia
lação Eu - Outro - Criação - Deus: [Edição original página 85/86]
(1) Que significado novo surge
quando práticas e perguntas pre- Sistemática é o tronco e os galhos.
sentes são colocadas em diálogo A Teologia Prática é as folhas, ou a
com a testemunha Cristã central? E coroa da árvore. Porém, Schleier-
(2) Quais razões podem ser articu- macher não via a árvore como um
ladas para apoiar esses novos sig- organismo vivo onde todas as par-
nificados? A Teologia Prática foi tes contribuíam para sua energia
tradicionalmente entendida como a de vida. Para Schleiermacher, só as
aplicação da teologia gerada pelas raízes, a Teologia Fundamental, de-
Teologias Fundamentais e Sistemá- ram vida à árvore. Até recentemen-
ticas. Nesse contexto de ser uma
extensão da Teologia Fundamental 2
Friedrich SCHLEIERMACHER, Brief Outline on
e Sistemática, a Teologia Prática the Study of Theology, Richmond, Virginia,
John Knox Press, 1966. Originally Published
levanta a pergunta: “Como podem
em 1830.

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te, essa visão geral das disciplinas cluiu questões de exegese, mas o
teológicas dominou as relações en- problema central era prático.
tre as diversas escolas de teologia.
[Edição original página 86/87]
Em termos históricos, essas divi-
sões da teologia são relativamente Outra dimensão da discussão teo-
recentes. Uma das convicções inici- lógica na Igreja Primitiva foi os
ais da Igreja Primitiva era que a vi- apologéticos. Como a Igreja deve-
da dos crentes deveria ser orienta- ria tratar pessoas que questionam
da por uma visão básica do mun- ou rejeitam convicções e práticas
do.3 Como fazer isso era entendido Cristãs? Esse debate envolveu as-
como uma das tarefas centrais na suntos puramente filosóficos e prá-
vida da Igreja. Embora o termo ticos, mas o tópico central era co-
teologizar não fosse usado nesta mo comunicar a mensagem do E-
época, o processo e o seu conteúdo vangelho. A visão Cristã do mundo
representam o berço da teologia era diferente das Religiões de Mis-
cristã. tério e das várias escolas de filoso-
Essa convicção da importância de fia. Essas diferenças geraram deba-
formar uma visão básica do mundo tes teóricos, ou filosóficos, que e-
estava relacionada com a idéia de ram, sem dúvida, abstratos. Po-
Paulo de ter a mente de Cristo e rém, o tópico central que marcou a
criar os frutos do Espírito. Isso não discussão era como comunicar o
só envolveu a aceitação intelectual Evangelho à cultura circunvizinha.
da fé Cristã, mas, também, a expe- Em outras palavras, enquanto o
riência emocional e o comporta- debate teológico e filosófico era in-
mento certo. Esta visão do mundo tenso, seu ponto de começo e pro-
não existia em indivíduos, ou não pósito último era prático. Esse de-
era implantada na hora da conver- bate não foi dirigido exclusivamen-
são; uma das tarefas centrais da te aos não-crentes. As mesmas
Igreja era formar essas convicções, perguntas levantadas por pessoas
sentimentos e comportamentos. fora da fé estavam sendo levanta-
Por isso, foi prestada grande aten- das por pessoas dentro da Igreja. A
ção a tais coisas como hinos, litur- pergunta sobre como Jesus poderia
gias, manuais espirituais de disci- ser Deus e homem era central. Es-
plina e material educacional.4 Estes sa era uma questão abstrata e prá-
assuntos práticos iniciais geraram tica, ou espiritual. Por exemplo, a
debate em termos de como formar idéia de Jesus como Logos entrou
a mente de Cristo nos crentes, bem na religião Cristã como uma forma
como a suficiência do material edu- de comunicar o ser de Jesus na lin-
cacional, e como essa visão do guagem Neo-Platônica. Essa ima-
mundo, a mente de Cristo, deveria gem ajudou a comunicação entre a
se manifestar. Conseqüentemente, comunidade Cristã e a cultura e a
a primeira reflexão intencional, ou formar a fé dos crentes. Tudo foi
sistemática, teológica na Igreja orientado, direta ou indiretamente,
Cristã tratou de assuntos práticos para o entendimento da fé, ou vi-
ou espirituais. Obviamente, isso in- são do mundo Cristão, da mente de
Cristo, e sua formação. A teologia
era profundamente prática. Havia
3
Randy MADDOX, “Recovering Theology as a
pouca ou nenhuma separação entre
Practical Discipline: A Contemporary Agen- a teoria e a prática.
da”, Theological Studies 51 (1990): 650-672.
4
MADDOX, p. 655.

60 James FARRIS. O que é Teologia Prática?


Os primeiros mil anos da teologia disciplina prática, mas especulativa,
cristã foram orientados pela práxis ou teórica. A identidade e função
Cristã, embora dizer isso seja uma inicial da teologia, como uma disci-
generalização. Enquanto muitas plina prática, cuja meta era guiar o
questões teológicas fossam alta- desenvolvimento da mente de Cris-
mente abstratas ou acadêmicas, a to, estava desaparecendo.
teologia era uma disciplina prática A distinção entre a Teologia Prática
no sentido de responder à pergun- e Especulativa, ou Teórica, foi for-
ta: “O que significa ser cristão?”. malizada por Tomás de Aquíno no
Os debates e as discussões envol- seu Summa. Tomás incluiu as pre-
veram a vida de todos na Igreja e ocupações da teologia monástica
trouxeram implicações imediatas na última seção do Summa. Essa
em termos de como formar a men- seção tratava de como responder à
te de Cristo. graça de Deus e estava preocupada
Porém, uma divisão começou a a- com a prática. Isso estava em con-
contecer na prática da Igreja. Dois traste com a preocupação central
tipos diferentes de professores co- de Tomás com a convicção Cristã.
meçaram a aparecer. Um grupo se Na sua teologia, a convicção foi re-
especializou na formação dos Cris- lacionada diretamente à Teologia
tãos nas suas vidas cotidianas. Ou- Teórica ou Especulativa. A prática
tro grupo começou a se especializar estava situada em uma subseção
na formação da santida- chamada Teologia Prática. Um dos
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resultados desta estrutura era que
a prática e a convicção estivessem
de em grupos pequenos de mon- crescentemente separadas.
ges. Porém, em ambos os grupos, Outra distinção no Escolasticismo
a orientação espiritual era feita por Católico Romano estava entre a prá-
mentores que participavam de co- tica do Cristão ordinário e a prática
munidades de fé. de pessoas que procuram as voca-
ções espirituais. Isso conduziu a
A especialização começou a apare- uma subdivisão dentro da Teologia
cer com o desenvolvimento das Es- Prática: uma seção inicial foi dedi-
colas Catedrais. As Escolas Cate- cada a clarificar as expectativas éti-
drais começaram a dominar a tare- cas que pertencem a todos os cris-
tãos (Teologia Moral); uma segunda
fa da formação espiritual. Essa es- seção (Teologia Espiritual) detalhou
pecialização foi formalizada no dé- o método da elite (…) A divisão es-
cimo terceiro século, quando as Es- trutural da Teologia Moral e Espiri-
tual no Es-
colas Catedrais começaram a fun-
cionar como universidades semi- [Edição original página 88/89]
independentes. Essa transição criou
colasticismo Católico Romano (…)
grupos de especialistas acadêmicos
deixou a Teologia Moral focalizada
que ensinavam a teologia ou trei- em atos, regras, e casuística, com
navam os monges. Os padres e pouca consideração da necessidade
mentores que viveram e trabalha- para (ou meios de) formar inclina-
ções e disposições à ação moral. I-
ram em comunidades locais conti-
ronicamente, a reação ao Catolicis-
nuaram tendo influência considerá- mo Romano empurrou as teologias
vel, mas seu “ministério prático” Escolásticas Protestantes na mesma
era visto em contraste com o “tra- direção. Sua rejeição de qualquer
distinção entre Cristão comum e de
balho acadêmico” dos professores elite combinou com a preocupação
nas universidades. A teologia cres- com o perigo de ‘Salvação através
centemente não foi vista como uma de Atos’ e o resultado era a separa-

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ção da subseção sobre a Teologia a vida Cristã, a mente de Cristo, na
Espiritual da seção sobre a Teologia Igreja Primitiva, se tornou uma dis-
Prática. O resultado era a identifica-
ção da Teologia Prática com a Teo- ciplina limitada aos aspectos técni-
logia Moral.5 cos do ministério.

As universidades da Europa inicia-


ram um processo lento de especia-
lização começando no século déci-
A Teologia Prática hoje
mo quinto. Inicialmente, as univer-
sidades viram o conhecimento co- A Teologia Prática não é a Teologia
mo um todo. A ciência, ou scientia, Sistemática aplicada. A Teologia
era o corpo unificado de conheci- Prática é mais que a Teologia Mo-
mento que poderia ser estudado na ral. A Teologia Prática não é “sis-
perspectiva de diversas disciplinas. tematicamente articulada à supers-
Porém, com o crescimento e diver- tição, que é prática”. A pergunta
sificação do conhecimento, a espe- que será tratada nesta seção é a
cialização era necessária. seguinte: “Levando em conta sua
A teologia acadêmica refletiu esse
história e os desenvolvimentos re-
movimento, com as subdivisões do centes da Filosofia Prática, o que é
compêndio escolástico se tornando a Teologia Prática?”
disciplinas discretas - tipicamente: a A raiz da palavra “prática” é práxis,
Teologia Bíblica, a Teologia Históri-
ca, a Teologia Sistemática, e a Teo- a ação. Porém, entendimentos mo-
logia Prática. Desde o princípio, a dernos de “práxis” geralmente in-
Teologia Sistemática se definiu co- tegram dois elementos: a ação e a
mo sendo ‘Teologia’ no sentido mais reflexão. A Teologia Prática é uma
puro do termo, pondo em questão a
natureza das outras disciplinas.6 teologia de ação e reflexão sobre
aquela ação. Outras disciplinas teo-
A Teologia Prática começou a ser lógicas focalizam as interpretações
identificada com a vida Cristã. Era verbais da mensagem Cristã, po-
Teologia Moral. Essa tendência con- rém a Teologia Prática estuda como
tinuou até Friedrich Schleiermacher o Evangelho é interpretado, ou ex-
limitar a Teologia Prática, pelo me- presso, na ação. Essa ação é indi-
nos nas Igrejas protestantes, às vidual e institucional. Esse foco na
práticas pastorais da Educação ação também indica a importância
Cristã, Liturgia, Missão, Apoio Pas- central da experiência vivida, a si-
toral e outras atividades pastorais. tuação contemporânea.
A Teologia Prática se tornou a Teo- Nesse sentido, a Teologia Prática é
logia Pastoral. Na Igreja Católica a interpretação de, ou reflexão crí-
Romana a mesma dinâmica da se- tica sobre, a mensagem Cristã em
paração da Teologia Prática da Es- ação. Historicamente, isso foi limi-
peculativa, ou Teórica continuou. O tado ao trabalho do pastor, ou à
que começou como a tarefa funda- ação pastoral. Como já menciona-
mental de formar do, a Teologia Prática freqüente-
[Edição original página 89/90] mente foi, e continua sendo, cha-
mada Teologia Pastoral. Porém, a
ação pastoral não só se refere ao
5
Randy MADDOX, Spirituality and Practical trabalho do pastor. A ação pastoral
Theology: Trajectories Toward Engagement,
Unpublished manuscript presented to the As- é crescentemente compreendida
sociation of Practical Theology Seminar, como a ação da comunidade da I-
AAR/SBL, Orlando, Florida, November 21,
1998, p. 7-8. greja, ou os atos dos crentes. Nes-
6
MADDOX, 1998, p. 9.

62 James FARRIS. O que é Teologia Prática?


sa luz, a Teologia Prática é a inter- com a experiência, ou com o con-
pretação da mensagem Cristã na texto do divino, mas isto acontece
ação da comunidade da Igreja. em um mundo secular. A Igreja e-
Há um problema com a palavra “a- xiste em relação a Deus e ao mun-
ção”. No momento em que nós li- do. O ministério da Igreja é influ-
mitamos a Teologia Prática à “in- enciado, ou condicionado, através
terpretação da mensagem Cristã na de contextos culturais. Nesse senti-
ação da comunidade da Igreja” nós do, a Igreja, indivíduos e institui-
limitamos nossa reflexão ao “fazer” ções, entram com a experiência do
em contraste com o “ser”. Isso re- divino, testam-na em contextos
sulta em um retorno ao estudo das culturais, geram novas maneiras de
“práticas” do aconselhamento, da expressar o divino e avaliam-nas à
educação, da missão e assim su- luz das experiências originais. Esse
cessivamente. A comunidade da I- processo pode resultar num fortale-
greja é mais que sua a- cimento das experiências do sagra-
[Edição original página 90/91]
do originais, ou em novas interpre-
tações.
ção. A comunidade da Igreja, ou a Essa idéia é importante à luz da va-
vida de solidariedade da Igreja, é a riedade enorme de contextos cultu-
koinonia. Nesse sentido, o objeto rais. Há contextos Europeus, Lati-
da Teologia Prática não é exclusi- no-Americanos, Asiáticos e assim
vamente a ação da Igreja, mas sua sucessivamente. Há contextos ricos
vida. A koinonia da Igreja. A vida e pobres. Há contextos de pessoas
da comunidade da Igreja envolve que são casadas, não-casadas e di-
receber, ser e agir.7 Esses três são vorciadas. Há contextos heterosse-
inseparáveis. John Deschner en- xuais e homossexuais. A pergunta
tende esses três aspectos em ter- atual não é se a Igreja deveria tra-
mos da adoração, da solidariedade tar cada um desses contextos. On-
e do serviço. “A Teologia Prática de há os seres hu-
tem a ver com a vida inteira da [Edição original página 91/92]
congregação — a adoração, a soli-
dariedade e o serviço”.8 manos, a Igreja tem uma missão
Essa é uma idéia intrigante, que para ministrar a eles. Isso é axio-
está relacionada intimamente com matico. A questão é: “Qual é o ob-
o conceito de que todo o entendi- jeto da Teologia Prática?”
mento humano é um diálogo. O en- A idéia central é que a Igreja não
tendimento humano é sempre con- está isolada. Por isso, uma das ta-
textualizado. Nós começamos com refas fundamentais da Teologia
nossa experiência, nós a testamos Prática é trazer o elemento da re-
contra a nova informação e formu- velação, o divino, para diálogo com
lamos outras idéias ou entendimen- os desafios presentes, em contex-
tos. Isso é bem parecido com rece- tos culturais diferentes. A Teologia
ber, ser e agir. Prática tem que reconhecer a ten-
A vida da comunidade da Igreja são que existe entre o contexto di-
pode, num certo sentido, começar vino e os contextos vividos. Os e-
lementos fundamentais da solidari-
edade, da adoração e do serviço e-
7
John DESCHNER, “Preface to Practical Theolo-
gy”, J. Arthur Heck Lectures, United Theolog-
xistem dentro de uma miríade de
ical Seminary, April 21-22 , 1981, unpub- contextos. A vida da Igreja envolve
lished manuscript, p. 9.
8
DESCHNER, p. 11.
escutar, respeitar e entrar em diá-

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logo com as realidades divinas e Uma questão fundamental à Teolo-
culturais. Essa realidade, também, gia Prática é: “Que método é ade-
levanta a pergunta sobre a possibi- quado para essa tarefa?” Em ter-
lidade de separar as realidades di- mos amplos, a teologia pode ser
vinas e culturais, mas essa pergun- entendida como um diálogo mutu-
ta está fora do alcance desta dis- amente crítico entre interpretações
cussão. da mensagem Cristã e interpreta-
Neste momento, vale levantar uma ções de experiências e práticas cul-
série de perguntas. Por que prestar turais contemporâneas.9 Em outras
tanta atenção aos contextos cultu- palavras, a teologia Cristã é um di-
rais? Por que não proclamar, sem álogo crítico entre as perguntas
outras preocupações, o Evangelho? implícitas e as respostas explícitas
Nós temos nossos textos e tradi- do Cristianismo e as perguntas ex-
ções sagradas. Nós temos nossas plícitas e as respostas implícitas de
convicções e credos fundamentais. experiências e práticas culturais
A missão da Igreja é proclamar o contemporâneas. Em vez de a cul-
Evangelho. Por que não gastar tura moderna levantar as pergun-
mais tempo com o divino do que tas e a teologia prover as respos-
com o cultural? Por que não gastar tas, como em Paul Tillich, Tracy re-
mais tempo proclamando o absolu- conhece que a cultura e a teologia
to do que prestar atenção ao relati- fazem perguntas e oferecem res-
vo? postas. Isso exige um diálogo críti-
Outro modo de levantar estas per- co entre a cultura e a teologia.
guntas é: “Por que não separar o Esse método pode evitar os extre-
Sagrado do Profano”? Como todo o mos da Teologia Prática dedutiva,
conhecimento humano acontece no ou indutiva. A teologia dedutiva
diálogo, nós não podemos separar começa com os princípios eclesioló-
o Sagrado do Profano. Nós não po- gicos e os aplica a situações ou
demos separar o Cristo da Cultura. contextos práticos. A teologia indu-
Outra resposta é que Deus ama tiva começa com o contexto cultu-
contextos seculares e comunidades ral, colocando a situação imediata
de crentes. A Igreja é “O Povo de num papel central, para mudar a
Deus”, mas esses mundos, tam- ação da Igreja. Esse é o modelo
bém, são “O Povo de Deus”. Qual- mais usado pelas Teologias da Li-
quer visão do mundo secular que bertação. Em diversas Teologias da
ignore ou rejeite essa verdade bá- Libertação, a situação da pobreza
sica é superficial e viola o espírito financeira provê o ponto de partida
do Cristianismo. Por isso, quando da reflexão teológica. A tarefa é
nós falarmos da vida no contexto usar a análise estrutural para clari-
da Igreja, nós temos que reconhe- ficar a situação de opressão, e a-
cer sua realidade divina e cultural, profundar essas perspectivas atra-
no mesmo momento. Outro modo vés da sabedoria do Evangelho. O
de dizer isso é que a Igreja está si- objeto dessa análise e reflexão é
tuada em um contexto só, a cria- ajudar a Igreja a agir de modos
ção, mas dentro desse contexto, mais efetivos e fiéis.
Deus fala na voz da cultura e na
voz do transcendente.
[Edição original página 92/93] 9
David TRACY, “The Foundations of Practical
Theology”, in Practical Theology, ed. Don
Browning, San Francisco, Harper and Row,
1983.

64 James FARRIS. O que é Teologia Prática?


O modelo que está sendo desen- que tem guiado essa discussão, até
volvido neste ensaio busca combi- este momento, é que a Teologia
nar os elementos da teologia dedu- Prática é a interpretação da, ou re-
tiva e indutiva. A Teologia Prática, flexão crítica na, mensagem Cristã
como entendida aqui, reconhece o em ação e na vida total da Igreja.
lugar central da “Mente de Cristo” Essa definição identifica vários te-
ou da “Vida em Abundância” como mas fundamentais: 1) A Interpre-
fundamental. Mas, esse modelo, tação e reflexão crítica; 2) A men-
também, reconhece que esta “Vi- sagem Cristã em ação, e 3) A vida
são do Mundo”, ou “A Mente de da Igreja. Essa definição entende a
Cristo” fica sempre situada em con- Teologia Prática como começando e
textos específicos. As duas pers- terminando com a vida e a ação da
pectivas, indutiva e dedutiva, têm Igreja no meio de culturas.
que entrar no diálogo que guia a Outra definição da Teologia Prática
Teologia Prática. é que ela é “a avaliação crítica da
[Edição original página 93/94]
vida da Igreja considerando as Bo-
as Novas do amor de Deus revela-
das em Jesus Cristo e o uso das
‘artes e ciências humanas’ para dar
Temas centrais e metas na forma e estruturar a prática atu-
Teologia Prática al”.11 Esta definição indica a relação
íntima entre a teologia e as “artes e
ciências humanas”. Também, suge-
Um dos objetivos desta discussão é
re que a ação da Igreja seja am-
ilustrar a complexidade da Teologia
bos, o começo e o termino da re-
Prática. Não existe nenhum con-
flexão teológica prática.
senso, histórico ou atual, em ter-
Uma definição semelhante é ofere-
mos de uma “definição” da Teologia
cida por John Deschner. Ele des-
Prática. Porém, existem temas
creve a Teologia Prática como “o
compartilhados. No meio dessa di-
estudo de como o Evangelho
versidade de perspectivas, é possí-
vel identificar três preocupações [Edição original página 94/95]

compartilhadas que permeiam a


é interpretado em ação — visível,
Teologia Prática.10 A primeira é que
institucional e verbal”.12 Deschner
a reflexão teológica deveria ser fo-
também oferece uma versão mais
calizada na experiência e ação con-
completa e complexa, dessa defini-
cretas. A segunda é que a reflexão
ção. “A Teologia Prática é a refle-
teológica deveria ajudar a entender
xão autocrítica e projeção da Igreja
a experiência e guiar a ação. A ter-
em termos de como ela se entende,
ceira é que os modelos teológicos
manifesta, ordena e integra a vida
deveriam ser influenciados pela ex-
contemporânea da congregação de
periência e ação concretas.
adoração, solidariedade e serviço
Para clarificar esses temas compar-
no contexto local do Povo de
tilhados, nós temos que examinar
Deus”.13 Essa definição, enquanto
algumas definições recentes da Te-
mais complexa, continua enfatizan-
ologia Prática. A perspectiva básica
do os mesmos temas. Especifica-
10
Mary Elizabeth MOORE, The Aims of Practical
11
Theology: Diversity in the United States, Un- Howard GRIMES, “What is Practical Theology”,
published manuscript, The School of Theolo- Perkins Journal, 30 (Spring, 1977), p. 38.
12
gy at Claremont, Claremont, California, July, DESCHNER, p. 5.
13
1995, p. 2. DESCHNER, p. 20.

Revista Caminhando, v.6, n. 1 [8], p.56-68, 2010 [2ª ed. on-line 2010; 1ª ed. 2001] 65
mente, a Teologia Prática examina [Edição original página 95/96]

a relação entre a Igreja e seus con-


Teologia Prática já apresentados.
textos vividos. Também, esta defi-
Porém, de acordo com Hess, pres-
nição continua o tema de que a Te-
tar atenção às pessoas, comunida-
ologia Prática começa e termina
des e instituições que estão na pe-
com a vida e a ação da Igreja.
riferia da sociedade requer dois a-
Don Browning oferece uma defini-
créscimos importantes. Primeiro, o
ção mais ampla da Teologia Prática.
contexto social de todos os partici-
A Teologia Prática deveria ser “crí-
pantes do diálogo deve ser levado
tica, pública e focalizada em éticas
em conta. Segundo, a questão da
teológicas”.14 Browning entende
libertação, a análise de atos e es-
que a palavra “crítica” significa que
truturas opressivos para melhorar
a Teologia Prática deveria buscar
as ações da Igreja e cultura, têm
“entendimentos e razões, especi-
que se tornar um foco central da
almente para sua ação prática”.15
Teologia Prática. A teologia nunca é
Isso significa que a Teologia Prática
neutra, em termos de valores. Por
deveria ser pública no sentido de
isso, a Teologia Prática tem que i-
relacionar a mensagem Cristã à I-
dentificar os valores implícitos e
greja e à vida pública. Por conse-
explícitos, ou normas, que influen-
guinte, a Teologia Prática deveria
ciam sua visão da “Mente de Cris-
incluir a Igreja e a cultura. Inerente
to”. Seguindo esse argumento, a li-
a essa perspectiva é que a Teologia
bertação deve ser um valor ou
Prática não começa e termina com
norma central.
a vida e as ações da Igreja. A Teo-
logia Prática, também, deve ser
pública. Isso manifesta a influência
de David Tracy e o método de cor-
Uma descrição da Teolo-
relação revisada. gia Prática
Carol Lakey Hess amplia a necessi-
dade de diálogo crítico, mas acres-
Em resumo, esta discussão apontou
centa o elemento da libertação.16
os quatro temas que guiam a Teo-
No seu modelo, Hess identifica a
logia Prática. Primeiro, a Teologia
necessidade de dialogar com as
Prática está relacionada ao auto-
pessoas, comunidades e institui-
criticismo disciplinado da vida intei-
ções que estão às margens da soci-
ra, inclusive da ação da Igreja. Se-
edade. Hess reconhece a necessi-
gundo, a Teologia Prática está rela-
dade de prestar atenção aos exclu-
cionada à crítica disciplinada de
ídos, mas, ao mesmo tempo, não
culturas. Terceiro, a Teologia Práti-
permite à situação social limitar ou
ca busca estabelecer um diálogo
definir a Teologia Prática. Essa
vivo entre a Igreja e as culturas.
perspectiva se encaixa bem com os
Quarto, a meta dests diálogo é cri-
entendimentos diversos da
ticar as perguntas e as respostas
oferecidas pela Igreja e pelas cultu-
14
Don BROWNING, "Practical Theology and Reli- ras a fim de formar a “Mente de
gious Education," Formation and Reflection,
Lewis S. Mudge and James N. Poling, eds., Cristo” e transformar o mundo. Es-
15
Philadelphia, Fortress, 1987, p. 80. sa “formação ou atualização da vi-
BROWNING, 1987, p. 80.
16
Carol Lakey HESS, Conversation and Midwi- são cristã do mundo” não significa
fery: A Feminist Approach to Practical Theolo- a conversão do mundo ao Cristia-
gy, Unpublished manuscript presented to the
International Academy of Practical Theology, nismo, como entendido tradicio-
June, 1995.

66 James FARRIS. O que é Teologia Prática?


nalmente. Dentro da Igreja Cristã, versação pública crítica. Esse obje-
a “formação da visão cristã do tivo trata de analisar e responder
mundo” significa a interpretação e às realidades sociais em um con-
comunicação da verdade dos textos texto público e para propósitos pú-
Cristãos no meio das realidades de blicos. A Teologia Prática busca
culturas e como essas verdades contribuir ao bem comum e fazer
podem ser expressas em ação. Isso isto por meio de diálogos com cien-
significa comunicar as perguntas e tistas sociais, líderes políticos e ou-
as respostas oferecidas pela Igreja tras tradições religiosas a fim de li-
de modo que desafiem as pergun- dar com os problemas sociais atu-
tas e as respostas oferecidas pelas ais. Um quinto objetivo é contribuir
culturas. Esse processo será discu- com a sabedoria prática para a ta-
tido em mais detalhe na seção se- refa teológica. Isso significa enten-
guinte. der a teologia como uma disciplina
Em vez de tentar oferecer uma de- integrada, na qual todas as partes
finição sintética da Teologia Prática, contribuem à vida do todo. Por e-
é mais útil descrever seus objetivos xemplo, a experiência e ação hu-
básicos. Um dos objetivos da Teo- mana informam e revisam a teolo-
logia Prática é guiar a vida da Igre- gia sistemática e a teologia siste-
ja. Isto inclui o dese- mática informa e revisa a ação hu-
[Edição original página 96/97]
mana. Finalmente, um sexto obje-
tivo é contribuir para a transforma-
jo de reformar a eclesiologia, mas ção social. Uma motivação funda-
envolve muito mais que isto. Guiar mental da Teologia Prática é a li-
a vida da Igreja significa uma ava- bertação ou transformação do
liação crítica da vida e ação da I- mundo. Por causa desse motivo, a
greja, levando em consideração as Teologia Prática e a Teologia da li-
Boas Novas do amor de Deus em bertação são difíceis de separar. As
Jesus Cristo, o Evangelho, e o uso duas analisam criticamente a ação
das “artes e ciências humanas”. Um com o objetivo de transformar a I-
segundo objetivo da Teologia Práti- greja e o mundo. As diferenças en-
ca é oferecer uma visão integrada tre as duas disciplinas são, na mai-
das disciplinas práticas de ministé- or parte, metodológicas.
rio. Isso envolve reforçar as várias Para concluir, é importante desta-
especialidades de ministério (a car que nem todos os teólogos prá-
missão, o aconselhamento, a edu- ticos dão ênfase igual a cada um
cação, a liturgia e assim sucessi- desses objetivos. A Teologia Prática
vamente) dentro de uma visão uni- é diversa. Porém, estes temas ou
ficada da vida e ação da Igreja. Um objetivos identificam as
terceiro objetivo é construir teolo- [Edição original página 97/98]
gias em relação ao contexto social.
Isso poderia ser visto como o de- preocupações centrais dentro dessa
senvolvimento de teologias locais. diversidade. Como já citado, no
Aprender como relacionar a teolo- meio dessa diversidade de objeti-
gia aos contextos sociais diversos vos, há três idéias que unem a
de modo que reconheçam as ne- Teologia Prática: 1) A reflexão teo-
cessidades e realidades específicas lógica deveria focalizar a experiên-
e proponham ações pertinentes e cia e ação concretas: 2) A reflexão
específicas. Um quarto objetivo é teológica deveria ajudar a entender
contribuir à análise social e à con- a experiência e guiar a ação, e 3)

Revista Caminhando, v.6, n. 1 [8], p.56-68, 2010 [2ª ed. on-line 2010; 1ª ed. 2001] 67
Os modelos teológicos deveriam conteúdos e implicações sexistas e
ser influenciados pela experiência e cognitivos. Entretanto, a esperança
ação concretas. Como esses objeti- e a sabedoria comuns que essas
vos e idéias são atualizados no frases representam não são rejei-
mundo real será o tópico da próxi- tadas. A pergunta central é como
ma seção. atualizar a fé, a esperança, o amor,
a justiça, o respeito, a comunidade
e a integridade que existem atrás,
Conclusões dentro e além dessas imagens? A
melhor maneira de fazer isso é a-
través da reflexão da experiência
A Teologia Prática oferece a possi- vivida. O que significa o Reino de
bilidade de criar pontes entre dife- Deus e a Mente de Cristo no mundo
rentes perspectivas dentro da Igre- de hoje? Quais formas tomam no
ja e entre a Igreja e a cultura. En- século vinte e um?
tretanto, a Teologia Prática oferece
[Edição original página 98/99]
mais que um espaço para o diálogo
entre perspectivas diferentes. Seu
Como foram pervertidos para servir
propósito original era formar a
e satisfazer às necessidades ego-
Mente de Cristo. Por essa razão, a
cêntricas? Que ações melhor ex-
Teologia Prática oferece mais que
pressam suas intenções subjacen-
uma zona neutra onde as opiniões
tes? Como podem ser atualizados
diversas podem ser formuladas,
de modo que respeitem a diversi-
podem ser expressas e podem ser
dade, promovam a tolerância e sir-
criticadas. Esse diálogo crítico é
vam à justiça? A Teologia Prática
fundamental, mas não é um fim em
levanta essas, e outras perguntas,
si mesmo. A meta da Teologia Prá-
não só dentro do contexto e da lin-
tica é descrever, analisar, interpre-
guagem da fé Cristã, mas também
tar e propor ação com a meta de
dentro de culturas. As metas e os
contribuir para a vinda do Reino de
métodos da Teologia Prática procu-
Deus, ou para a formação da Mente
ram responder essas e muitas ou-
de Cristo. Embora esses dois con-
tras perguntas mediante o diálogo
ceitos tenham muitas interpreta-
crítico a serviço da sabedoria práti-
ções que freqüentemente entram
ca. A Teologia Prática não é nem
em conflito, eles continuam a ser
“superstição sistematicamente arti-
valiosos porque indicam metas e
culada, que é prática”, nem Teolo-
crenças, ou metáforas, comparti-
gia Sistemática aplicada. É um
lhadas pela comunidade Cristã. São
campo distinto da teologia que con-
símbolos fundamentais que formam
tribui para a Teologia Cristã, para a
e expressam ideais e esperanças.
vida da Igreja e para a transforma-
Alguns teólogos práticos rejeitam
ção do mundo.
esses conceitos por causa de seus

68 James FARRIS. O que é Teologia Prática?

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