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SEMINÁRIO BÍBLICO PALAVRA DA VIDA

EDISON MAX OLIVEIRA DA SILVA

ORDENAÇÃO PASTORAL FEMININA:


UM CONCEITO BÍBLICO OU SOCIOLÓGICO?

Atibaia
2018
Edison Max Oliveira da Silva

ORDENAÇÃO PASTORAL FEMININA:


UM CONCEITO BÍBLICO OU SOCIOLÓGICO?

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Seminário Bíblico Palavra da Vida como
requisito parcial à obtenção do título de Mestre
em Ministério.

Orientador: Prof. Dr. Airton Moura

ATIBAIA
2018
Edison Max Oliveira da Silva

ORDENAÇÃO PASTORAL FEMININA:


UM CONCEITO BÍBLICO OU SOCIOLÓGICO?

Relatório final apresentado ao Seminário


Bíblico Palavra da Vida como parte das
exigências para a obtenção do título de Mestre
em Ministério.

Atibaia,______de________________de______

Nota:_____________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________
Prof.

____________________________________
Prof.

____________________________________
Prof.
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS .............................................................................................. i
EPÍGRAFE .............................................................................................................. ii
RESUMO................................................................................................................ iii
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 08
2 BASE BÍBLICA SOBRE ORDENAÇÃO FEMININA AO MINISTÉRIO
PASTORAL .......................................................................................................... 11
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 18
4 HOMENS E MULHERES: IGUAIS NO SER, DIFERENTES NO FAZER .............. 27
4.1 O HOMEM COMO CABEÇA SIGNIFICA FONTE OU PREEMINENTE?.............. 28
5 OCORRÊNCIAS DE ATIVIDADES DE MULHERES NO A.T ............................... 31
6 OCORRÊNCIAS DE ATIVIDADES DE MULHERES NO N.T ............................... 35
7 RESTRIÇÕES À ORDENAÇÃO FEMININA ......................................................... 39
7.1 EM 1CORINTIOS 11.3-16..................................................................................... 39
7.2 EM 1CORINTIOS 14.33b -38................................................................................ 40
7.3 EM 1 TIMÓTEO 2.11-15 ....................................................................................... 41
8 ORDENAÇÃO FEMININA: UM ATO DE REBELIÃO............................................ 43
8.1 REBELIÃO CONTRA OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS DE LIDERANÇA ................... 44
8.2 REBELIÃO CONTRA OS ATRIBUTOS DA LIDERANÇA NA IGREJA ................. 46
8.3 ARGUMENTOS SOCIOLÓGICOS MAIS USADOS .............................................. 48
9 PESQUISA DE CAMPO ........................................................................................ 51
9.1 OBJETIVOS DA PESQUISA................................................................................. 51
9.2 ESPECIFICAÇÕES DA PESQUISA ..................................................................... 51
9.3 RESULTADOS DA PESQUISA ............................................................................ 52
9.4 OBSERVAÇÕES PERTINENTES ........................................................................ 52
9.5 DADOS QUE DEMONSTRAM O CAOS DE MUITAS IGREJAS .......................... 53
9.6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................. 53
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 58
APÊNDICE .................................................................................................................. 59
i

AGRADECIMENTO

A Deus por ter me regenerado, declarado justo, feito habitação do


Espírito Santo, convocando-me para servir, ministrando sua Palavra e me
capacitando através do conhecimento adquirido durante a trajetória da vida e hoje
através do Mestrado em Ministério.
À Cleidimar de Oliveira Pinto da Silva, minha esposa, que me apoiou, em
todos os aspectos, com dedicação e amor
Aos meus filhos, Ana Beatriz Oliveira da Silva e Samuel Oliveira da Silva,
que têm sido minha alegria e motivação para avançar cada vez mais, em gratidão a
Deus por suas vidas.
Ao meu amado irmão, Pr. Rumenique Oliveira da Silva, que tem me
incentivado e sempre se colocado à disposição para me ajudar com conselhos,
dedicação e amor.
Aos meus amados pais, Sirnéia Oliveira da Silva e Edison Cabral da
Silva, por terem me instruído no caminho certo.
Aos membros do Seminário Bíblico Palavra da Vida, nas figuras do Reitor,
Coordenador do Mestrado em Ministério e professores que, com ampla visão de
reino, têm investido na vida de muitos líderes, através do mestrado e de diversos
outros cursos implantados no SBPV.
À Igreja Batista em Ponte Nova, quarto distrito de Trajano de Moraes,
pelo apoio, amor e investimento que tem feito em minha vida, família e ministério.
ii

“A exigência da Ordenação de Mulheres,


embora seja em si um Ato de Rebelião, é um sintoma
de uma moléstia muito mais grave. A Ordenação de
Mulheres pode Desfigurar a Igreja, a não ser que seja
diagnosticada e tratada rapidamente. Essa Doença é
a Rejeição da autoridade da Bíblia.”
John Macarthur Jr.
iii

RESUMO

Vivemos em dias difíceis onde a secularização, o movimento feminista evangélico,


os teólogos igualitaristas e a visão pragmática têm adentrado às igrejas, tentando
distorcer, ofuscar e contradizer o que diz a palavra de Deus concernente à
Ordenação ao Ministério Pastoral Feminino. Frente a essas tentativas, muitas igrejas
estão cada vez mais inclinadas para a sociedade moderna contemporânea,
deixando assim a única regra de fé e prática de lado. O escritor desta obra tem
como objetivo utilizando-se da palavra de Deus, dos livros mencionados na revisão
de literatura, sites, artigos e pesquisa de campo, esclarecer através deste trabalho
que a Ordenação ao Ministério Pastoral Feminino é um conceito sociológico, uma
rebelião contra os princípios bíblicos de liderança eclesiástica e que o homem e a
mulher são iguais no ser, porém, diferentes no fazer. Essa obra não tem como
objetivo abordar todos os textos que falam a respeito deste assunto e muito menos
dissecá-lo, mas, sim, apresentar neste trabalho um esclarecimento do que realmente
está acontecendo através e por meio de muitas igrejas evangélicas no Brasil. O
homem é “O Cabeça” da mulher assim como Cristo é “O Cabeça” da igreja. A mulher
é auxiliadora e por isso não pode exercer autoridade sobre o homem. A submissão
da mulher é sinônima de uma vida regenerada, as mulheres do Antigo Testamento
não precedem à liderança feminina do Novo Testamento, pois eram profetisas e não
sacerdotisas. A Ordenação ao Ministério Pastoral Feminino é um conceito
sociológico e ao mesmo tempo uma rebelião contra os princípios bíblicos de
liderança eclesiástica. O resultado é bem claro, pois na pesquisa de campo o
escritor elaborou perguntas objetivas para chegar à conclusão, deixando assim
algumas observações pertinentes, às igrejas, aos pastores e aos futuros
pesquisadores.

Palavras-chave: Cabeça, Submissão, Rebelião, Liberalismo, Sociedade


Contemporânea e Igreja.
8

1. INTRODUÇÃO

Estamos vivendo um crescente desfecho de heresias, aberrações e


liberalismo teológico adentrando as igrejas. Um tempo no qual a secularização e o
pragmatismo têm imperado, contrastando, assim, com a inerrância das Escrituras e
levando muitos a questionarem a respeito da suficiência da Palavra de Deus. Diante
dessas realidades, dúvidas e questionamentos, o autor deste projeto foi desafiado a
pesquisar e escrever a respeito deste assunto tão polêmico e, ao mesmo tempo, tão
claro na Palavra de Deus. Ordenação Pastoral Feminina: um Conceito Bíblico ou
Sociológico?
O movimento feminista, a secularização e o pragmatismo têm influenciado
diretamente as igrejas, tentando desconstruir o que a Bíblia, a Palavra de Deus
inerrante e imutável, normatiza. Isso acontece de maneira que até mesmo igrejas
históricas conhecidas como “Bíblicas” já abriram as portas para o que seria a ponta
do “iceberg”. Essa prática, daqui a alguns anos, trará sérias consequências, pois se
trata de um procedimento que trafega na contramão dos ensinos bíblicos e da real
vontade de Deus.
Alguns teólogos liberais têm usado o argumento de que a mulher precisa
ter o seu lugar na igreja; outros dizem que essa é a realidade, a sociedade pede
isso. Na verdade, a Palavra de Deus está sendo interpretada pela sociedade,
quando o correto é, nós, que cremos na suficiência das escrituras e na sua
inerrância, sabermos que é a Bíblia que interpreta a sociedade.
Pastores têm ordenado mulheres ao ministério pastoral baseados em
argumentos sociológicos, muitas vezes pressionados pelo contexto social moderno.
Pastores não pregam expositivamente: De maneira que a bíblia não é a
autoridade, mas sim o intérprete. Sendo assim, a sociedade contemporânea dita o
que a igreja deve fazer, o que os pastores devem pregar e aceitar, pois a palavra de
Deus foi deixada de lado.
Alguns teólogos igualitaristas dizem que o apóstolo Paulo, responsável
pelo registro de toda a teologia da igreja, estava equivocado quando escreveu sobre
as qualificações da liderança, de maneira que a mulher não pode ensinar e exercer
autoridade sobre o homem.
9

Da mesma forma, Pastores têm sido levados à prática de consagrar


mulheres ao pastoreio da igreja, pois se importam mais com a quantidade de
membros dentro da igreja do que com a qualidade dos ensinamentos.
Pastores que são levados a pregar o que os outros querem ouvir e, nos
sermões dos dias atuais, ouve-se mais sobre prosperidade, vitórias, curas e milagres
do que sobre redenção, pecado, arrependimento e sobre o Espírito Santo com seu
real ministério.
Um grande contraste com o que diz o apóstolo Paulo em Gálatas 1.10:
“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro
agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.”
Em um tempo onde os ministérios são caracterizados como bênçãos
através de números de membros ou de pessoas que frequentam o templo, o
pragmatismo e a secularização têm imperado e a Palavra de Deus tem sido deixada
de lado.
Outro fator que contribui para essa situação é a mudança pela qual a
atual conduta cristã evangélica tem passado. Muitas igrejas têm tentado
acompanhar a evolução da sociedade e acabam, por isso, se desviando do caminho
traçado por Deus através da sua palavra, a Bíblia Sagrada.
Hoje, o homem está cada vez mais se modernizando e as ideologias
liberais têm revolucionado as relações sociais, é necessário, então, que essas
condutas sejam analisadas tendo em vista os ensinamentos que estão presentes
nas escrituras para que a igreja, na tentativa de se aproximar da sociedade
moderna, não se afaste de Cristo.
A ordenação feminina ao ministério pastoral é um dos sintomas dessa
influência pelas quais muitas denominações têm passado. No intuito de adequar a
conduta das igrejas à sociedade atual, muitos líderes acabam por aceitar esse tipo
de conduta sem se preocupar com o que diz a palavra.
É necessário, então, que pastores comprometidos com o reino se
preocupem em analisar o que diz a Palavra e não serem coniventes com essas
práticas, colocando Deus novamente em primeiro lugar.
Diante dessa realidade que este pesquisador foi desafiado a escrever
sobre o tema “Ordenação Pastoral Feminina: Um Conceito Bíblico ou Sociológico?”
O objetivo deste trabalho é examinar e esclarecer, através da Palavra de Deus, o
10

real papel da mulher, estabelecido por Deus, na família, na igreja e na sociedade,


antes e pós queda, no jardim do Éden e no Novo Testamento.
No Antigo Testamento, examinamos o que realmente Deus estabeleceu
na criação, também, quais foram os papéis das mulheres. No Novo Testamento
examinamos o que foi estabelecido doutrinariamente por Deus através dos escritos
do apóstolo Paulo em relação à mulher, à família e à igreja.
Esclarecendo assim a igualdade no ser e a diferença no fazer, onde ao
homem foi dada a ordem de governo no jardim do Éden e à mulher o privilégio de
ser auxiliadora, está ao lado, cooperando e ajudando assim o seu marido.
Este pesquisador delimitou-se em colher informações sobre o que a Bíblia
diz a respeito da ordenação pastoral feminina e como essa prática tem adentrado às
igrejas hoje, utilizando-se dos livros citados na revisão de literatura, sites e pesquisa
de campo.
Fica claro que não temos como objetivo e nem conseguiremos dessecar
todo o conteúdo desse tema tão polêmico que tem dividido e desestruturado muitas
denominações.
Este trabalho tem como objetivo não ofender, mas, sim, esclarecer e levar
muitos pastores, líderes e “pastoras” ao arrependimento. Afinal, a Bíblia foi escrita
para nos instruir e para ser a única regra de fé e prática dos verdadeiros cristãos.
O desejo do coração deste pesquisador é trazer argumentos e afirmações
baseadas biblicamente de forma a servir como ferramenta de instrução para que os
leitores possam ser edificados, para que tenham conhecimento acerca daquilo que
verdadeiramente é a vontade de Deus. Que Deus ilumine e abençõe o leitor através
deste trabalho.
11

2. BASE BÍBLICA SOBRE ORDENAÇÃO FEMININA AO MINISTÉRIO


PASTORAL:

A ordenação feminina ao ministério pastoral contradiz o que afirma a


Palavra de Deus, na criação, em Gênesis e, nas qualificações da liderança, escritas
pelo apóstolo Paulo, direcionadas aos jovens pastores, Timóteo e Tito, encontramos
clareza e nitidez quanto ao papel do homem e da mulher.
“Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas
narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”1
“E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque,
no dia em que comeres morrerás”2
Note que Deus primeiro criou o homem e a ele foram dadas as ordens de
governo, sendo ele agora não só o líder no Jardim do Éden, como também de sua
família. Isso é evidente em gênesis 2.18: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.”3
A mulher foi criada para ser ajudadora, estar ao lado do homem,
apoiando, ajudando e auxiliando. Em nenhum momento Deus designou autoridade à
mulher para com o homem, e sim o auxílio, a submissão que vem através de um
coração regenerado.
“Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este
adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela
que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.”4
A mulher foi criada por causa do homem, pois o próprio Deus reconheceu
que não era bom que o homem estivesse sozinho, ele precisava de uma auxiliadora.
“E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele
respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que
te ordenei que não comeste?” 5

1
Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Corrigida. 4ª edição. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil. 2014. "A
versão usada neste trabalho será, na sua maioria, a ARA, o uso de outra versão será indicado." Gn 2.7
2
Gn 2.16,17
3
Gn 2.18
4
Gn 2.21-22
5
Gn 3.9-11
12

Observe que Deus chama o homem e não a mulher, pois a


responsabilidade de tomada de decisões é do homem, ele é o cabeça.
“E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez;
em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te
governará”.6
O governo do homem sobre a mulher foi estabelecido por Deus e nunca
deixará de existir, pois os remanescentes sempre entenderão e viverão o que
realmente dizem as escrituras. Quando houve uma inversão de papéis, quando a
mulher deixou de ser auxiliadora e quis tomar o papel de cabeça, as consequências
do pecado caíram sobre a humanidade.
“E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da
árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em
fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida”.7
Na inversão de papéis, vêm as consequências, pois a mulher, tomando a
decisão, inverteu totalmente o decreto de Deus que fala sobre igualdade no ser,
diferença no fazer. Contudo, Deus chama Adão e diz: “Visto que atendeste a voz de
tua mulher...” Ou seja, a consequência veio por causa da inversão de valores.
“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça (gr.Kephalē) de todo
homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”.8
Quando é apresentada a palavra “cabeça”, no grego Kephalē ela tem o
significado de exercer domínio sobre alguém. No caso, o homem sobre a
mulher e Cristo sobre a igreja. Esse termo é citado cinquenta vezes na
bíblia, sempre com o mesmo significado: exercendo domínio sobre, através
da autoridade estabelecida por Deus.9
“É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma
só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”10
Em qualificações da liderança, Deus usa o apóstolo Paulo para trazer um
amplo esclarecimento sobre a sua real vontade concernente ao governo e ao
ensino: “marido de uma só mulher”, bispo e não bispa. A liderança da igreja é
masculina e não feminina, a palavra de Deus é bem clara.

6
Gn 3.16
7
Gn 3.17
8
1Co 11.3
9
GRUDEM, Wayne. Confrontando o feminismo evangélico: respostas bíblicas para perguntas cruciais.
Tradução de Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2009. P.27.
10
1Tm 3.2
13

“A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que


a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, pois, em silêncio.
Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a
mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.”11
Os versos são claros, mulheres não podem exercer ensino de autoridade;
logo, as mulheres não podem exercer o Ministério pastoral. Por mais que os
igualitaristas e o movimento feminista evangélico tentem trazer inúmeros adjetivos
negativos ao apóstolo dos gentios, nunca irão conseguir contradizer as Escrituras.
“Pois, se alguém não sabe governar sua própria casa, como cuidará da
igreja de Deus?”12
As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
porque o marido é a cabeça (gr.Kephalē) da mulher, como também Cristo é
a cabeça (gr.Kephalē) da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres
sejam em tudo submissas ao seu marido.13
“Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor.”14
A submissão nunca foi e nunca será um estado desonroso; pelo contrário,
é evidência de uma vida realmente regenerada, justificada, habitada pelo espírito
Santo e que vive o fruto do espírito. Vejamos o que diz a palavra:
Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é
permitido falar; mas estejam submissas como também a lei determina. Se,
porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio
marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. Porventura, a
palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio ela exclusivamente
para vós outros?15
Neste texto, encontramos amplo esclarecimento quanto à origem da
Palavra de Deus. Enquanto encontramos o movimento feminista evangélico e os
igualitaristas julgando o apóstolo Paulo pelos seus escritos, o texto afirma que a
Palavra de Deus veio exclusivamente para nós, não se originou de nós. Mostra,
portanto, que qualquer argumentação contra o escritor não terá êxito. Pois não veio
dele, e sim de Deus.

11
1Tm 2.11-14
12
1Tm 3.5
13
Idem. Página.32
14
Cl 3.18
15
1Co 14.34-36
14

“A fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a


seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao
marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.”16
Diante da experiência, as mulheres mais velhas devem instruir as recém-
casadas. Observe que é mulher instruindo mulher, não uma unidade na diversidade,
ou seja, não a mulher instruindo, ensinando a Palavra de Deus para os homens.
Podemos observar o apóstolo Paulo escrevendo a Tito, dando-lhe as
devidas instruções a cerca de quem é habilitado para ocupar a posição de líder na
igreja, vejamos o que ele escreve:
Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusessem em ordem as coisas
restantes, bem como, em cada cidade, constituísses “presbíteros”, conforme
te prescrevi; alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que
tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são
insubordinados. 17
O apóstolo Paulo através dos seus escritos inspirados por Deus afirma
qual é realmente o plano de Deus para a liderança: a liderança de homem e não de
mulher, porque ele deixa bem claro: “Marido de uma só mulher”.
“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para
junto dele. Então designou doze “Apóstolos” para estarem com ele e para os enviar
a pregar.”18
Jesus Cristo chamou doze homens para instruir, ensinar e,
posteriormente, serem líderes de sua igreja, sendo mestres e até pastores, como no
caso de João na igreja de Éfeso.
“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou
procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo do
Senhor.”19
A Palavra de Deus foi escrita para ser pregada e interpretada com
integridade e fidelidade, sem nenhuma distorção. O pragmatismo tem levado muitos
líderes a querer agradar aos homens: Deixando claro que não importa o que estão
ensinando, e sim, que o templo esteja lotado. Com isso as portas do liberalismo
teológico são abertas, e a igreja começa a perder sua forma, aceitando e
consagrando mulheres ao ministério pastoral.

16
Tt 2.4-5
17
Tt 1.5-6
18
Mc 3.13-14
19
Gl 1.10
15

“Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na


regeneração, o filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos
assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.”20
Jesus, respondendo ao apóstolo Pedro, diz que eles, os apóstolos, se
sentarão em doze tronos, ou seja, não apóstolas ou pastoras, a Bíblia diz,
claramente através da criação, que Deus criou homem e mulher e designou o real
papel, de cada um, sendo isso confirmado nas Palavras de Jesus e nas
qualificações da liderança, escritas pelo apóstolo Paulo. A Bíblia é clara quanto ao
governo e ensino das escrituras sagradas à igreja do Senhor.
“A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os
doze nomes dos apóstolos do Cordeiro.”21
Não resta base para afirmar que haverá uma confirmação de todos os
níveis de autoridade na igreja, pois, na eternidade, assim como na história passada,
Deus ordenou ao homem a liderança do lar e da igreja, somente aos homens, não
às mulheres. As evidências são claras, desde o primeiro ao último livro da Bíblia. O
governo é de homem e não de mulheres. Em Apocalipse, trata-se da confirmação de
toda liderança estabelecida por Deus na vida da igreja, em toda a história até o
último dia, quando seremos arrebatados.
A palavra de Deus apresenta aos homens a tão grande responsabilidade
que está sobre os seus ombros, de cuidar, tratando a mulher como parte mais frágil,
com respeito e dedicação para que não sejam interrompidas as vossas orações.
Vejamos o que diz o texto:
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e,
tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-
a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de
vida, para que não se interrompam as vossas orações.22
O homem precisa ter discernimento, entendimento e consideração para
com sua mulher, pois ela é parte mais frágil no relacionamento, entendendo, no
entanto, que eles são herdeiros da mesma graça, apesar de exercerem papéis
diferentes.

20
Mt 19.28
21
Ap 21.14
22
1Pe 3.7
16

“Não há Judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois
todos são um em Cristo Jesus.”23.
Esse texto é o mais usado pelos igualitaristas para defender a ordenação
pastoral feminina, pois afirma não haver diferença para homem e mulher na
ministração da Palavra e no exercício do governo. Assim como diz Rebecca
Groothuis, representando muitos deles quando escreve:
De todos os textos que sustentam a igualdade bíblica, gálatas 3.26-28 é
provavelmente o mais importante. Contrariamente aos textos de prova do
Novo Testamento usados pelos tradicionalistas para apoiarem os papéis
hierárquicos de gênero, esse texto não é uma ordem direta para uma
situação cultural específica. Antes, é uma declaração que se aplica
amplamente à natureza inclusiva da Nova Aliança, pela qual todos os
grupos de pessoas, a despeito da sua condição religiosa anterior sob a lei,
tornaram-se agora um em Cristo.24
Este trabalho de pesquisa, no entanto, trará esclarecimento quanto a real
interpretação e qual o contexto histórico dessa passagem.
“Saúdem Andrônico e Júnias, meus parentes que estiveram na prisão
comigo. São notáveis entre os apóstolos, e estavam em Cristo antes de mim.” (Rm
16.7)25.
Os igualitaristas defendem, através desta passagem, que havia mulheres
na igreja primitiva que eram apóstola, como diz Gilbert Bilezikian:
Paulo envia saudações a Roma para Andrônico e Júnias, provavelmente
uma veterana equipe missionária de marido e mulher, dos quais afirma
serem “notáveis entre os apóstolos” (Rm 16.7) [...] Mesmo em seu uso geral
e mais amplo era um título da mais alta distinção. Aparentemente, a
abertura da Igreja primitiva a mulheres em posições de liderança era tal que
a definição delas como “apóstolas” era recebida sem dificuldade. 26
A defesa aqui é a de que Júnias é um nome feminino, ou seja, a mulher
com esse nome era apóstola; logo, a mesma também poderia ser uma pastora.
Quanto a isso, este pesquisador trará respostas e citações de livros que fazem parte
da literatura pesquisada para esclarecer o que trará nitidez quanto à defesa dos
igualitaristas, vejamos um texto usado com frequência:
Ao contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel: 17 ‘Nos últimos dias,
diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos
e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão

23
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003
24
Pierce, Ronald W. e Rebecca Merrill Grootluis. Discovering Biblical Equality: Complementarity without
Hierarchy. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2004.Apud GRUDEM. 2009. P.90
25
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003
26
Bilezikian, Gilbert. Beyond Sex Roles: What The Bible Says Aboud a Woman`s Place in Church and Family,
2ª ed. Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1985. Apud. GRUDEM. 2009. P.107
17

sonhos. 18 Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu


Espírito naqueles dias, e eles profetizarão- Atos 2.16-1827
O fundamento dos igualitaristas está no fato de o apóstolo Pedro, citando
a profecia de Joel, dizer que as filhas e as servas receberão o Espírito Santo e
profetizarão como os filhos e os servos, o que leva a crer que, portanto, alicerçados
nessa profecia, não deve haver qualquer tipo de diferenciação por causa do sexo na
igreja de Cristo. Diante desse fundamento, o pesquisador trará esclarecimento no
corpo deste trabalho.
“Toda escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, redarguir, corrigir
e instruir na justiça.”28

27
Idem. Página. 84.
28
2Tm 3.16
18

3. REVISÃO DE LITERATURA

DEUS, CASAMENTO E FAMÍLIA29, escrito por Andreas j. Kostenberger


apresenta uma visão esclarecedora sobre a presente crise cultural e sobre o grande
plano que Deus tem sobre a família. O livro esclarece os grandes desafios que a
verdadeira família tem enfrentado através da presente crise cultural e defende os
padrões bíblicos da família tradicional.
O autor inicia com um esclarecimento sobre a presente crise cultural:
Pela primeira vez na história, a civilização ocidental é confrontada com a
necessidade de definir o significado dos termos “casamento” e “família”. Nos
últimos anos, a estrutura que até pouco tempo atrás fora considerada uma
família “normal”, constituída de pai, mãe e filhos, tem sido vista cada vez
mais como uma dentre várias opções, a ponto de não poder mais afirmar
ser a única ou mais elevada forma de organização dos relacionamentos
humanos. A visão judaico-cristã de casamento e família, cujas raízes
encontram-se nas Escrituras hebraicas, foi substituída, em grande medida,
por um conjunto de valores que prezam por direitos humanos, realização
pessoal e utilidade pragmática em nível individual e social. 30
O escritor defende o princípio da família, da verdadeira família instituída
por Deus, contrapondo-se aos níveis individuais e à sociedade que tem, através dos
dias atuais, buscado suas realizações pessoais.
O livro trabalha a reconstrução e a volta aos fundamentos bíblicos de
casamento e família, apontando evidências claras quanto à falsa liberdade que a
sociedade prega e, ao mesmo tempo, desconstrói o real papel estabelecido por
Deus para a verdadeira família. A igreja que era para dar respostas à sociedade e
manter os padrões bíblicos se calou e os conceitos sociológicos começaram a
adentrar, não só nas famílias como também nas igrejas.
O autor deixa claras as consequências de desconsiderar os propósitos do
criador para a família:
Não é apenas o mundo que está sofrendo as consequências de
desconsiderar os propósitos do Criador para o casamento e a família. A
igreja também se rebaixou ao padrão do mundo em vários sentidos, tornou-
se parte do problema e deixou de oferecer as soluções de que o mundo
precisa. A diferença entre o mundo e a igreja é assustadoramente
pequena.31

29
KOSTENBERGER, Andreas J. W. Davi. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico.
São Paulo: Editora Vida Nova, 2011. 325 páginas.
30
Idem. Página. 21
31
Idem. Página. 23
19

Ele defende o principio da família, da verdadeira família instituída por


Deus, combatendo diretamente tudo o que é contrário ao relacionamento conjugal e
à tradição.
O livro, nos capítulos um a cinco, apresenta as bases de sustentação da
família e o que Deus estabeleceu, os desafios como a presente crise cultural, o que
Deus estabeleceu em Gênesis ao homem e à mulher, a aliança que um tem com o
outro e os laços que unem a família ao Antigo testamento.
O escritor também destaca, nos capítulos seis ao dez, a família no Novo
Testamento, as dúvidas e os desafios de se ter filhos ou não, e o veredicto bíblico
sobre a homossexualidade.
Dos capítulos onze a treze, o escritor trabalha, fundamentado na Palavra
de Deus, a questão do divórcio e novo casamento, as qualificações para a liderança
da igreja e faz, ainda, uma síntese final.
O livro apresenta uma visão esclarecedora e incisiva a respeito da real
família estabelecida por Deus. É uma defesa dos padrões bíblicos. O autor tem
como foco levar as famílias a se voltarem para as escrituras e colocar Deus de volta
como sendo o centro do casamento e da família. Ele afirma que os valores bíblicos
estão sendo negociados e influenciados pela sociedade, que sempre trará aos
líderes e à igreja valores invertidos, realização própria, prazer pessoal e dinheiro.
Este livro foi muito importante para este projeto, pois, esclareceu e
reforçou minha tese de que a sociedade está adentrando as igrejas e tentando
destruir os valores estabelecidos por Deus através de sua Palavra.

1 TIMÓTEO: O pastor, sua vida e sua obra32, escrito por Hernandes


Dias Lopes, apresenta um amplo esclarecimento sobre qual é o real papel do pastor
estabelecido por Deus na sã doutrina e quais são as qualificações da liderança nas
cartas pastorais.
Lopes inicia falando sobre a importância das epistolas pastorais, explica
quem escreveu para quem as escreveu, quando escreveu e qual a finalidade da
escrita. A maneira como o escritor destaca os argumentos e as exortações, não só
atrai o leitor como ensina, com grande maestria, ele diz:

32
LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. São Paulo, SP: Hagnos, 2014. 159
páginas
20

Paulo tinha alguns propósitos em vista ao escrever duas cartas. Charles


Erdman explica que o conteúdo básico das epístolas pastorais consiste no
direcionamento aos ministros com respeito à organização, à doutrina e à
vida da igreja cristã. Na primeira carta a Timóteo, o tema básico é a
organização da igreja; na segunda carta, Paulo insiste na pureza da
doutrina; já a carta a Tito trata do desenvolvimento de uma vida cristã
responsável.33
O escritor, nos capítulos um a três, trabalha a questão da pureza na
doutrina e da postura de homens e mulheres no culto público, pois somente através
da pureza e de uma vida pautada no que o líder ensina que há possibilidade de se
combater as heresias e os falsos mestres com suas falsas doutrinas.
Lopes, citando William Barclay, diz:
Willian Barclay menciona cinco características dos falsos mestres e suas
falsas doutrinas: 1) o desejo de buscar novidades –precisamos entender
que a verdade não muda; o que muda são os métodos, a forma de
apresentar essa verdade; 2) exaltação da mente em detrimento do coração
– as falsas doutrinas davam a idéia de um intelectualismo esnobe; 3) mais
interesse em discussão que em ação: eles se envolviam em discussões
frívola e abandonavam a prática da fé; 4) mais atenção à arrogância que à
humildade – o desejo dos falsos mestres é ensinar em vez de aprender; 5)
apego ao dogmatismo sem o conhecimento – eles nada sabem a respeito
do que falam.34
O escritor apresenta o pano de fundo da vida do jovem pastor Timóteo e
as reais necessidades de se combater, através da Palavra, o falso ensino, as
heresias e a maneira como muitos têm interpretado as escrituras. No capitulo quatro
o escritor trabalha muito bem os atributos da liderança na igreja: As qualificações do
líder e qual sua real função estabelecida por Deus na família, na igreja, enfim em
sua conduta de vida.
O escritor, depois de tratar das qualificações da liderança, destaca os
atributos da igreja, mostrando que o apóstolo Paulo tinha como objetivo orientar o
jovem Timóteo a respeito da vida do líder, da posição do líder, das qualificações do
líder e de como o líder devia se portar na casa de Deus que é coluna e baluarte da
verdade.
Essa obra foi muito importante para o meu projeto, pois esclareceu e
contribuiu de forma direta em qualificações da liderança e no governo estabelecido
por Deus.

33
Idem. Pág.23
34
Idem. Página. 39
21

Confrontando o feminismo evangélico35, escrito por Wayne Grudem,


apresenta uma visão esclarecedora dos papéis estabelecidos por Deus ao homem e
à mulher. O livro é uma ampla ferramenta de esclarecimentos, pois aborda desde os
padrões bíblicos até as alegações feministas em Gênesis 1-3, no Antigo
Testamento, nos Evangelhos e em Atos.
O autor, nos dois primeiros capítulos deste livro, estabeleceu uma visão
bíblica clara da masculinidade e da feminilidade, primeiro com relação à criação e ao
casamento, depois com respeito à igreja.
O autor esclarece a igualdade no ser e a diferença no fazer, relatando,
com detalhes dos escritos bíblicos, sua real interpretação, contribuindo diretamente
com este pesquisador nos detalhes e nos significados das palavras no original.
Quando Deus criou Eva, ele a criou para ser a auxiliadora de Adão. “Disse
mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma
auxiliadora que lhe seja idônea” (Gên 2.18). Embora uma “auxiliadora”
possa assumir diversas funções em termos de liderança (autoridade maior,
igual ou menor), o contexto mais amplo indica uma auxiliadora que, em
virtude da criação, tem nessa relação um papel de menor autoridade.
Contudo, “auxiliadora” não significa alguém que seja inferior, pois o próprio
Deus é muitas vezes chamado na bíblia de nosso “auxiliador” (veja Sl 33.20;
70.5; 115.9, mesmo quanto a tarefas pelas quais somos ainda responsáveis
finais). Além disso, a palavra traduzida por “idônea” significa “alguém que o
auxilie e lhe corresponda” (NVI), isto é, “igual e adequada para ele. 36
A respeito do conflito que o pecado trouxe para o interior da relação de
Adão e Eva, ao distorcer os papéis que Deus estabeleceu para eles, o autor diz:
Quando Deus, em juízo, falou com Eva depois da Queda, ele disse: “teu
desejo será para o teu marido, e ele te governará” (Gn 3.16). Uma frase
semelhante que usa a mesma e rara palavra hebraica traduzida por “desejo”
encontra-se em Gn 4.7, quando Deus diz a Caim: “o pecado jaz à porta: o
seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. Nos dois casos a
palavra “desejo” (hebraico teshûqãh) denota provavelmente um “desejo de
conquistar ou dominar sobre” (não o desejo sexual, como crêem alguns). A
palavra traduzida por “governará” em gênesis 3.16 refere-se à posterior e
severa liderança de Adão sobre Eva – não uma liderança entre iguais, mas
a daquele que governa em virtude do poder e da força.37
A disputa de domínio e a discórdia deixam claro, o tão grande papel do
pecado no relacionamento conjugal. Adão e Eva foram criados para serem um, ela
auxiliando-o e ambos refletindo sobre a glória de Deus, mas o pecado entrou
estabelecendo a disputa de domínio e trouxe grandes consequências à humanidade.

35
GRUDEM, Wayne. Confrontando o feminismo evangélico: respostas bíblicas para perguntas cruciais.
Tradução de Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2009. 255 Páginas.
36
Idem. Página. 22
37
Idem. Página. 22
22

Nos capítulos posteriores, o autor interage de maneira a contribuir, e


muito, com o objetivo deste pesquisador no corpo deste trabalho: Porque apresenta
os desafios e as objeções que os igualitaristas têm levantado contra a visão clara
das Escrituras.
Grudem faz uma análise rigorosa, baseada na Bíblia, dos principais
ensinamentos bíblicos sobre o homem e a mulher, com as respostas que vão da
perspectiva complementarista às principais alegações feministas.
O autor é muito firme, claro, objetivo e, acima de tudo, bíblico em suas
posições, de maneira que o livro contribuiu diretamente para o corpo deste trabalho.
Ele visa, através da transparência, ética e respeito, responder
biblicamente aos posicionamentos dos igualitaristas e ao feminismo evangélico o
que realmente a Bíblia ensina acerca de homens e mulheres e sobre as
semelhanças e diferenças criadas por Deus, em sua infinita sabedoria.
O escritor, no decorrer do seu livro, apresenta textos que os igualitaristas
usam com frequência, com suas argumentações e, em seguida, a defesa do que
realmente o texto diz a respeito. Ele afirma:
E acredito que testemunharemos consequências significativas e crescentes
a partir dessa mudança. Durante os próximos dez ou vinte anos. Creio que
a admissão de mulheres como pastoras ou presbíteras nas igrejas
evangélicas causará efeitos danosos à medida que as igrejas se tornem
cada vez mais feminizadas, causando perda massiva na filiação e na
participação masculina.38
Essa obra foi muito importante para o meu projeto, pois contribuiu de
forma direta com os textos e os significados das palavras no original, descortinando
assim algumas dúvidas e contribuindo com excelência para o desenvolvimento deste
trabalho.

A MULHER NA BÍBLIA39, escrito por Mary Evans, apresenta análises de


questões cruciais, exegeticamente, de maneira que, abordando Gênesis 1-3
apresenta um amplo conhecimento de interpretação, mas ao mesmo tempo,
contrário às argumentações evidentes da palavra, da ordem e do governo do
homem, chegando até afirmar que:
A mulher foi criada da costela do homem, mas é importante notar que foi ato
criativo direto de Deus transformar a costela dando à mulher o seu ser. Ela

38
Idem. Página. 174
39
EVANS, MARY. A mulher na Bíblia: uma reavaliação do papel da mulher na sociedade e na igreja. 2ª Ed.
São Paulo: ABU Editora, 1989. 160 Páginas.
23

foi tomada do homem, mas “seu primeiro e primordial contato é com o seu
criador. A mulher conheceu Deus antes de conhecer o seu companheiro, o
homem”. Como P.Trible o coloca: “O homem não participou da criação da
mulher... ele não foi participante nem espectador, nem foi consultado quanto
ao seu nascimento. Assim como homem, a mulher deve a sua vida somente
a Deus. Para ambos, a origem da vida é um mistério divino”. Assim, vemos
que nem mesmo a derivação é um argumento forte para a subordinação. 40
Mary, com grande conhecimento de cultura e através da exegese do
texto, chega a afirmar o contrário do que o texto rege. Com seu conhecimento e com
suas pesquisas no decorrer do Antigo Testamento contribuiu e muito para este
trabalho, pois levou o pesquisador a pensar e a refletir sobre cada ponto ressaltado
no livro em destaque.
Ela afirma:
Em Gênesis, aceitar que ser criado antes implica em superioridade de
maneira nenhuma deve significar que o capítulo 1 dá a entender que os
animais são superiores ao homem e o capitulo 2 que são superiores às
mulheres. O texto claramente não dá a entender uma coisa dessas,
portanto a força do argumento se vai.41
Quando a escritora diz que a força do argumento se vai, leva-nos a
pensar na defesa que a mesma faz do homem não ser autoridade sobre a mulher
por ter sido criado primeiro, como diz o apóstolo Paulo em 1Timóteo 3.13. Há uma
distorção quanto ao que o apóstolo Paulo diz.
A escritora diz, referindo-se ao apóstolo Paulo:
Particularmente ele as proibiu de influenciar os homens, que, por natureza
de sua sociedade, seriam os líderes naturais na comunidade da igreja.
Como Spencer o coloca: “Em sua semelhança com Eva, as mulheres de
Éfeso não deviam ensinar nem ter autoridade sobre os homens, mas
deviam aprender em submissão à autoridade constituída...da igreja.”
Spencer conclui, então, que “Paulo nunca pretendeu que as mulheres
ficassem no estágio inicial de crescimento exemplificado pelas mulheres de
Éfeso”, pois “quando as mulheres de qualquer lugar...crescem além da
semelhança com Eva neste aspecto, então a analogia já não é válida”. 42
A escritora apresenta inúmeras afirmações, tanto no Antigo Testamento
quanto no Novo Testamento, contribuindo ao pesquisador de maneira direta, pois
mesmo fechando em uma defesa do movimento feminista e da liberdade que tem a
mulher de exercer autoridade, em suas várias citações, foi de grande proveito para
este trabalho.

40
Idem. Página. 10
41
Idem. Página. 09
42
Idem. Página. 109
24

Quem é quem na Bíblia Sagrada43, escrito por Paul Gardner, apresenta


a história de todas as personagens da Bíblia, destacando o contexto histórico de
cada uma, a linhagem, o estado civil, bem como a posição que cada uma delas
assumia de autoridade ou não.
O escritor declara a história de Hulda, veja o que ele diz:
Quando o rei Josias descobriu o livro da lei, que estava perdido, seus
conselheiros buscaram a ajuda da profetisa Hulda, esposa de Salum, para a
interpretação do texto. Ela vivia em Jerusalém e profetizou dois eventos: 1)
a destruição de Judá por causa da idolatria, exatamente como previa o livro
da lei, e 2) a paz durante a vida de Josias, pois “o seu coração se
enterneceu” e ele se arrependeu e voltou-se para o Senhor (2 Rs 22.14-20;
2 Cr 34.22-28).44
O autor, de maneira clara, apresenta alguns personagens mencionados
nos textos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento. Para cada um deles, são
destacadas informações, bem como referências bíblicas e uma breve descrição do
papel pessoal na narrativa bíblica e possível relação com outros nomes.
Gardner apresenta um quadro completo das principais personagens
bíblicas, levando os estudiosos a entender melhor o lugar de cada pessoa dentro
dos propósitos divinos, dos escritos bíblicos e da história do povo de Deus.
Este livro contribuiu em muito a este pesquisador, pois é fundamental
para o corpo deste trabalho esses esclarecimentos, principalmente no capítulo no
qual será abordado o nome de algumas mulheres.

HOMENS E MULHERES45, escrito por John MacArthur Jr, apresenta no


capítulo um o ataque contra o desígnio de Deus e a questão da autoridade e da
submissão. Ele esclarece quais são os reais ataques ao desígnio de Deus.
O escritor se utiliza de algumas informações para esclarecer a tão grande
intensidade com que se vive o movimento feminista, citando a reportagem de capa
da revista Time, de 4 de dezembro de 1989, que declarava: “As mulheres encaram
os anos 90: na década de 80 elas tentaram ter tudo. Agora reconhecem que não
conseguiram. Existe futuro para o feminismo?”46.

43
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. Tradução Josué Ribeiro. São Paulo: Editora Vida, 2005.
674 Páginas.
44
Idem. Página. 270
45
MACARTHUR JR, John. Homens e mulheres: buscando um relacionamento saudável no casamento e o
equilíbrio na igreja. Tradução de Josué Ribeiro. Rio de Janeiro: Textos, 2001. 225 Páginas.
46
Idem. Página. 15
25

Ele esclarece a tão grande importância da igreja voltar-se para o que


realmente a Palavra de Deus diz a respeito do homem e da mulher e do seu real
papel na família, igreja e sociedade, ele afirma:
Nos últimos séculos, a sociedade ocidental tem sido bombardeada com a
filosofia humanista, igualitária, assexuada e sem distinção de classe social
que foi a força dominante por trás da revolução Francesa. Satanás continua
liderando o processo de confundir e até mesmo remover todas as distinções
humanas com o objetivo de solapar a autoridade legítima ordenada por
Deus em todas as esferas da atividade humana: No governo, na família, na
escola e até nas igrejas.47
MacArthur afirma como a filosofia humanista tem influenciado as famílias,
distorcendo assim o que fora estabelecido por Deus concernente a homens e
mulheres. Veja o que ele fala sobre elementos indispensáveis:
Autoridade e submissão caracterizam não só toda a criação, mas também o
criador. Paulo diz: “Cristo [é] o cabeça de todo homem, e o homem, o
cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.” (1 Co 11.3). Se Cristo não
se submetesse à vontade de Deus, a redenção da humanidade seria
impossível, e estaríamos perdidos para sempre. Se os indivíduos não se
submetem a Cristo como salvador e Senhor, serão condenados por rejeitar
a provisão da graça de Deus. Da mesma forma, se as mulheres não se
submetem aos homens, a família e toda a sociedade serão destruídas. Seja
na escala humana ou divina, submissão e autoridade são elementos
indispensáveis na ordem e no desígnio de Deus. 48
O escritor trabalha em todo o seu livro evidências claras do que realmente
tem acontecido hoje, contribuindo assim para o bom desempenho e esclarecimento
a respeito desse assunto neste trabalho.
Ele apresenta um testemunho de uma mulher que conhecia a Palavra e
que era regenerada, ele diz:
Elisabeth Elliot, depois que seu marido foi assassinado junto com outros
missionários no equador, foi a única missionária que restou que falava a
língua dos índios Auca. Em vez de violar a palavra de Deus, todas as
semanas ela ensinava um sermão a um índio e este pregava para a igreja. 49
O escritor é muito bem fundamentado nas Escrituras, com
posicionamentos firmes e não deixando dúvidas a respeito do que é realmente a
Palavra de Deus: verdade absoluta que precisa reger nossas vidas.
Este livro foi muito importante para esse trabalho, pois contribuiu
esclarecendo e reforçando minha tese de que a sociedade está adentrando as
igrejas e tentando destruir os valores estabelecidos por Deus através de sua

47
Idem. Página. 30
48
Idem. Página. 38
49
Idem. Página. 154
26

palavra, já que está cada vez mais voltada para o egoísmo, o entretenimento e os
maiores fracassos.

FOCO E DESENVOLVIMENTO NO NOVO TESTAMENTO 50, escrito por


Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, apresenta amplos esclarecimentos sobre cada livro
do novo testamento, sendo profundo e ao mesmo tempo trazendo o significado e os
argumentos de cada livro.
O escritor fala sobre o título de cada livro, a autoria, a origem, os
destinatários, as características e os argumentos básicos. Apresenta, assim, a raiz
das palavras no grego e os seus respectivos históricos.
Esse livro é um ótimo material de pesquisa e contribuiu para este
pesquisador esclarecer a respeito de qualificações da liderança nas cartas pastorais,
especialmente na página 436 quando o escritor apresenta uma tabela explicando o
significado de cada palavra.
O escritor diz:
Das regras acerca da adoração, Paulo parte para a questão da liderança
qualificada. A urgência da necessidade não deveria levar a padrões mais
baixos, já que os dois ofícios (presbiterato e diaconato) eram importantes e
chamavam a atenção do público, tornando seus ocupantes em vitrinas para
o cristianismo.51
Esse livro contribuiu para este trabalho, porque esclarece o significado de
cada palavra em qualificações da liderança e explicação do real contexto histórico
das cartas pastorais, sendo fundamental, portanto, na estrutura deste trabalho.

50
PINTO, Carlos Osvaldo C. Foco e desenvolvimento no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008. 631
Páginas.
51
Idem. Página. 436
27

4. HOMENS E MULHERES: IGUAIS NO SER, DIFERENTES NO FAZER.

Na criação, encontramos claras evidências de que o homem e a mulher


são iguais no ser, imagem e semelhança de Deus, porém diferentes no fazer, pois o
homem foi criado primeiro, e a ele Deus designou o governo. Não precisamos ir tão
longe, basta olharmos para os três primeiros capítulos de Gênesis. No capítulo um,
encontramos o início, a criação dos céus e da terra e tudo o que neles há. No
versículo 26 e 28 diz: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as
aves dos céus, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criaram. E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as
aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.
Mas em que sentido o homem e a mulher são a imagem e semelhança de
Deus? No sentido representativo, conferindo a eles valor, dignidade e importância
inestimável. Contudo eles têm uma missão e foram abençoados por Deus para
cumprirem-na: serem fecundos, multiplicar e encher a terra.
Em Gênesis 2.18: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem
esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” Versículos 21 e 22:
Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este
adormeceu; tomou, pois das suas costelas e fechou o lugar com a carne. E a costela
que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.
Vejamos o que diz Kostenberger sobre a responsabilidade do homem
pelo casamento e o papel da mulher como sua ajudadora adequada:
Qual é, porém, a essência da expressão “ajudadora adequada”? Uma
leitura contextualizada da expressão em seu ambiente original sugere que a
mulher é adequada ao homem de uma forma que nenhum dos animais é
(Gn 2.19-20; ela é “osso dos [seus] ossos e carne da [sua] carne”; 2.23). Em
contrapartida, ela é colocada junto ao homem como sua companheira ou
ajudadora. Em termos pessoais, ela suprirá a necessidade masculina de
companhia (2.18). Em relação à ordem de Deus para que a humanidade
frutifique e se multiplique, encha a terra e a sujeite (1.28), a mulher é uma
parceira adequada tanto na procriação (ao tornar-se “uma só carne” com ele
(2.24) como na sujeição da terra (1.28; “Então Deus os abençoou e lhes
disse [...]”). Seu papel é distinto do papel do homem e, no entanto, é
singular e extremamente relevante. Ao mesmo tempo em que foi designada
28

“ajudadora” do homem e, portanto, colocada sob sua responsabilidade


geral, a mulher é sua parceira na tarefa de dominar a terra para Deus.52
É importante entendermos a real diferença que há nos papéis de cada
um. O homem foi criado por Deus para governar e a mulher para ser ajudadora, não
há como argumentar contra o que o próprio Deus estabeleceu.
O escritor continua, e de maneira muito clara e evidente.
Além do mais, no caso da mulher, Gênesis 2 não ensina que ela pode
simplesmente atuar como “ajudadora” do homem quando assim o desejar,
mas sim, que a função de servir como “ajudadora” do homem resume o
motivo de sua existência em relação ao homem. Ser “ajudadora” do homem
é o propósito para o qual a mulher foi criada no que diz respeito à sua
condição de esposa. (Obviamente, como ser humano que, como o homem,
compartilha a imagem de Deus, a mulher foi criada para glorificar e servir a
Deus, mas no que diz respeito ao casamento, deve fazê-lo dentro dos
parâmetros estabelecidos por Deus para o relacionamento entre marido e
mulher). Por mais contra cultural que pareça, essa é a mensagem de
Gênesis 2, confirmada pela interpretação apostólica no Novo Testamento.
No contexto, isso a distingue de todas as outras criaturas às quais o homem
deu nome e que foram consideradas inadequadas para completá-lo. Ao
contrário delas, a mulher é da mesma espécie que o homem, é um ser
humano semelhante a ele (cf. Gl 3.28; 1Pe 3.7); ao mesmo tempo, também
é diferente dele e é sua “ajudadora” (cf. Ef 5.22).53
Sem dúvida, essa é a mensagem de Deus na criação em Gênesis 2 e nos
escritos apostólicos. Mesmo diante das afirmações bíblicas, o feminismo evangélico
tenta contestar, distorcer e tenta, também, fazer com que a sociedade interprete a
Bíblia, desconstruindo a idéia de que o homem e a mulher são iguais no ser, porém
diferentes no fazer.

4.1 O HOMEM COMO CABEÇA SIGNIFICA FONTE OU PREEMINENTE?

Frente às muitas tentativas de desqualificar a Palavra de Deus, para


haver, no meio da igreja, aceitação livre da ordenação ao ministério pastoral
feminino, estamos diante de outras distorções da Palavra de Deus, através das
quais os igualitaristas interpretam os textos de Efésios 5.23 e 1 Coríntios 11.3 de
forma equivocada. Eles afirmam que a palavra traduzida por cabeça (gr.Kephalē)
não significa “pessoa com autoridade sobre outra pessoa”, no caso, o homem com
autoridade sobre a mulher e Cristo com autoridade sobre a igreja, mas tem o sentido
especialmente de “fonte” ou “Preeminente.” Sendo assim, o marido é fonte da
mulher e Cristo a fonte da Igreja?

52
KOSTENBERGER, Andreas J. W. Davi. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico.
São Paulo: Editora Vida Nova, 2011, p. 30
53
Idem. Página. 31
29

Vejamos o que Wayne Grudem diz a respeito:


Descobre-se o significado de uma palavra examinando-se o seu uso em
contextos diferentes. Kephalē é encontrada em mais de 50 contextos em
que se refere a pessoas com autoridade sobre outras, de quem são
“cabeça”. Essa palavra, contudo, não assume, nenhuma vez sequer, o
sentido de “fonte sem autoridade” que os igualitaristas gostariam de fazê-la
ter.54
É simplesmente falso dizer que o homem é a fonte da sua esposa ou que
Cristo é a fonte da igreja. Não é isso que os textos dizem. A Bíblia é muito clara:
“Porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja,
sendo este mesmo o salvador do corpo”55 e “Quero, entretanto, que saibas ser
Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça
de Cristo” (1Co 11.3).56
A Palavra de Deus precisa ser interpretada com fidelidade, pois a mesma
foi escrita para nos instruir, nos iluminar e trazer respostas e soluções. A Bíblia tem
respostas para todos os nossos problemas desde que esses não sejam orgânicos.
Assim sendo, antes de tomar qualquer decisão precisamos procurar
sempre resposta na Palavra de Deus, tendo um amplo cuidado para não distorcer o
que realmente está escrito.
Quando a Bíblia diz que o homem é o “cabeça” (gr.Kephalē) da mulher
assim como Cristo é o “cabeça” (gr.Kephalē) da igreja nos textos citados acima, o
significado é “pessoa com autoridade sobre” e não “fonte ou preeminente”.
Wayne Grudem esclarece.
Todos os léxicos (dicionários) de reconhecido valor do grego antigo, ou os
seus organizadores, dão hoje a Kephalē o sentido de “pessoa com
autoridade sobre”, ou algo parecido, mas nenhum deles apresenta a
acepção de “fonte” ou “preeminente”.57
Por mais que haja tentativas de distorcer as escrituras, usando texto fora
de contexto, traduzindo palavras de forma errada e procurando apoiar seus pontos
de vista, as investidas serão sempre fracassadas.
A Bíblia não abre mão do que realmente foi estabelecido por Deus, por
isso, o homem é o cabeça da mulher e Cristo o cabeça da igreja, exercendo sim
autoridade e sendo também responsável por todas as decisões do lar.

54
GRUDEM, Wayne. Confrontando o feminismo evangélico: respostas bíblicas para perguntas cruciais.
Tradução de Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2009 p. 99.
55
Efésios 5.23
56
Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Corrigida. 4ª edição. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil. 2014.
57
Idem. Página. 100
30

Exercer autoridade sobre é amar a mulher como Cristo amou a igreja, é


cuidar, respeitar, estar sempre exercendo o papel de líder do seu lar. Muitas
mulheres necessitam serem lideradas e cuidadas pelos seus maridos.
Quando o homem não exerce a função de líder em sua casa, ele contribui
com as distorções de valores. O homem precisa exercer sua função para glória de
Deus e para o bom andamento do seu lar.
Por mais que tentem substituir, distorcer, desqualificar a Palavra no seu
original para levar a igreja através dos conceitos sociológicos a aceitarem e ordenar
mulheres ao ministério pastoral, todas as tentativas serão frustradas.
31

5. OCORRÊNCIAS DE ATIVIDADES DE MULHERES NO ANTIGO


TESTAMENTO:

Os igualitaristas alegam que Mirian, Débora e Hulda precedem a


liderança feminina atual. Vejamos quem eram essas mulheres e o que a bíblia
registra a respeito de suas posições?

Em Êxodo 2.4-7 Miriã - Era irmã de Moisés e Arão. Embora não seja
mencionada pelo nome, ajudou proteger Moisés do massacre dos meninos, no
Egito. Vigiou o bebê, após ele ser colocado no rio Nilo, dentro de um cesto de junco.
Depois que a filha de Faraó o encontrou, ela correu e foi chamar a própria mãe do
menino, para amamentá-lo e ser contratada pela princesa egípcia. É mencionada
pela primeira vez pelo nome, quando tocando seu tamborim e dançando, liderou as
mulheres de Israel no louvor ao Senhor, depois da travessia do Mar Vermelho
(Êxodo 15.20,21).
O fato de ser chamada “profetisa” pode indicar que compôs parte do hino de
louvor encontrado em êxodo 15. Seu dom profético provavelmente é
mencionado novamente em números 12.1-4, quando, junto com Arão,
questionou Moisés por seu comportamento, ao decidir casar-se com uma
mulher etíope. Os dois enfatizaram que o Senhor também falava por meio
deles e destacaram seu dom profético. Parece que houve certa inveja por
parte dela, devido à posição privilegiada de Moisés. O Senhor, contudo,
deixou bem claro que, embora ela e Arão ouvissem a voz de Deus, na
condição de profetas, com Moisés Ele falava “boca a boca, às claras, e não
por figuras” (v.8). O castigo do Senhor sobre a arrogância de Miriã, ao falar
asperamente com Moisés, foi o de ficar leprosa por sete dias (Nm 12.10-15;
veja Dt 24.9). Ela morreu em Cades, perto do deserto de Zim (Nm 20.1).58
Miriã era profetisa e não sacerdotisa, e nisso há uma grande diferença,
pois, para ensinar, Deus disse a Arão, como instrução para ele mesmo e para os
sacerdotes que viriam após ele: “Para ensinardes aos filhos de Israel todos os
estatutos que o Senhor lhes tem falado por intermédio de Moisés.” (Lv 10.11).
Posteriormente, Deus falou da sua aliança com Levi, de quem descenderam todos
os sacerdotes. Quanto ao profetizar, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo
Testamento, as mulheres podiam profetizar (1Co 11.5). Ensinar, porém, somente os
descendentes da tribo de Levi.

58
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. Tradução Josué Ribeiro. São Paulo: Editora Vida, 2005
p 463.
32

Em Juízes 4.4-5 Débora - Era profetisa e esposa de Lapidote, tornou-se


líder de Israel nos dias dos Juízes. É a única mulher que se destacou naqueles dias.
Trabalhou como juíza e atendia debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel,
na região montanhosa de Efraim, e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. Chegou
ao poder durante um tempo em que os israelitas novamente ignoravam a Lei de
Deus e viviam sob o domínio opressor do rei cananeu, Jabim, e seu general, Sísera
(Jz 4.1.2).
Em seu papel de profetisa, Débora chamou Baraque, da tribo de Naftali, e o
informou sobre o desejo de Deus de que atacasse e derrotasse Sísera. Ele
se recusou a entrar numa guerra, a menos que Débora fosse junto. Ela
concordou, mas destacou que a honra da vitória não seria dele, mas de
uma mulher. Realmente, no final, a vitória foi atribuída a Jael, esposa de
Héber, que matou Sísera quando este fugia, após ser derrotado na batalha
por Débora e Baraque (Jz 4.17-22).59
O real papel de Débora na história é fundamental, pois ela não tomou a
iniciativa de ir para guerra, pelo contrário, a Bíblia diz que ela entregou uma profecia
para Baraque; na verdade, ela nem profetizou publicamente, mas sim mandou
chamar Baraque e entregou a ele o que era da parte de Deus, ela o entregou
individualmente (cf. Jz 4.6).

Em 2 Reis 22.14 Hulda - Era profetisa e esposa de Salum.


Quando o rei Josias descobriu o livro da Lei que estava perdido, seus
conselheiros buscavam a ajuda da profetisa Hulda, esposa de Salum, para
a interpretação do texto. Ela vivia em Jerusalém e profetizou dois eventos:
(1) a destruição de Judá por causa da idolatria, exatamente como previa o
livro da Lei, e (2) a paz durante a vida de Josias, pois “o seu coração se
enterneceu” e ele se arrependeu e voltou-se para o Senhor (2 Rs 22.14-20;
2 Cr 34.22-28).60
Como já disse o movimento feminista e os igualitaristas sempre vão tentar
distorcer o texto, tentando afirmar que essas mulheres e outras do Novo Testamento
precedem a liderança feminina atual. Quanto ao verdadeiro conceito bíblico de
liderança, teremos um capítulo no qual vamos falar com clareza sobre “Qualificações
da liderança”.
O que podemos observar nesses três exemplos é que tanto Miriã quanto
Débora e Hulda tinham o mesmo ofício, elas eram profetisas e não sacerdotisas. Há
uma grande diferença entre esses dois termos, pois o sacerdote ensina como

59
Idem. Página. 135.
60
Idem. Página. 270.
33

mestre, já o profeta entrega o que é da parte de Deus, sem nenhuma capacidade de


acrescentar uma só palavra ao que Deus mandou.
Diante dos três exemplos, para melhor esclarecimento, vamos nos ater na
pessoa de Débora, visto que a Bíblia a chama de “Profetisa” (Jz 4.4), “juíza” (Jz 4.5)
e “Mãe de Israel” (Jz 5.7).
Podemos ver que Débora foi uma “profetisa” que transmitiu fielmente as
mensagens de Deus a Baraque (Jz 4.6,7), acompanhou-o corajosamente ao local
onde tropas estavam reunidas para a batalha (Jz 4.10), demonstrou ter uma forte fé
ao encorajá-lo, afirmando que o Senhor seria com ele (Jz 4.14) e se associou a ele
em um extenso cântico de louvor e ação de graças a Deus (Jz 5.1-31).
Sem dúvida, não podemos deixar de reconhecer tudo o que Débora fez,
contudo podemos chegar à conclusão de que Débora confirmou a liderança
masculina sobre o povo de Deus.
Débora não convocou o povo de Israel para a batalha, mas encorajou
Baraque a fazê-lo (Jz 4.6,7, 7-14). Por causa disso, em vez de reivindicar
para si mesma a liderança e a autoridade, ela confirmou a correção da
liderança masculina. Assim, quando Baraque hesitou e insistiu que ela o
acompanhasse à batalha (4.8), ela pronunciou contra ele uma palavra de
repreensão e de perda de honra: “Certamente, irei contigo, porém não será
tua a honra da investida que empreendes; pois às mãos de uma mulher o
Senhor entregará a Sísera” (4.9). Isso mostra que Baraque não deveria ter
insistido que Débora subisse com ele à batalha e que devia ter agido como
homem assumindo à liderança sozinho.61
Precisamos examinar muito bem as escrituras para ver se realmente é o
que os igualitaristas afirmam. Em Juízes capítulo 4 podemos ler o que realmente
Débora fazia. Wayne Grudem, também deixa bem clara a função dessa mulher:
Débora “julgava” (heb. Mishpãt) as pessoas em particular, quando subiam
até ela. Quando o texto diz que “Débora [...] julgava a Israel naquele tempo”
(Jz 4.4), o verbo hebraico shãphat, “julgar”, não significa, nesse contexto,
“reger ou governar”, antes significa “decidir controvérsia, deliberar com
sabedoria nas questões civis, políticas, domésticas e religiosas entre as
pessoas”. Isso é evidente porque o próximo versículo descreve o seu modo
de “julgar”: “Ela atendia debaixo da palmeira de Débora” e “os filhos de
Israel subiam a ela a juízo”. Não é essa a imagem como a de um rei ou
rainha, mas a decisão de disputas em particular mediante o arbitro ou
decisões judiciais. Se quisermos tomar isso como exemplo hoje, poderemos
enxergá-lo como a justificativa para que as mulheres sirvam como
advogadas e juízas civis. O texto da Escritura, porém, não diz que Débora
governava o povo de Deus. Não se diz nunca que Débora ensinava ao povo
reunido em grupo ou congregado. Embora o julgasse quando a procurava
(Jz 4.5), jamais foi uma sacerdotisa; no Antigo Testamento ensinar a
Escritura ao povo era papel dos sacerdotes (veja Lv 10.11). Débora se

61
Idem. Página. 61
34

recusou a liderar o povo numa investida militar, mas insistiu que um homem
o fizesse (Jz4.6,7, 14).62
Assim sendo, Débora exercia a função de “profetisa” (Jz 4.4). Nesse
papel, ela transmitia as mensagens de Deus para o povo, um papel totalmente
diferente de governo e de sacerdote.
No Antigo Testamento, nenhuma mulher ensinava o povo de Deus porque
não existia sacerdotisa. De forma alguma, essas mulheres, Miriã, Débora e Hulda
que eram profetizas precedem ao governo feminino.
Precisamos nos voltar para o que realmente as escrituras afirmam a
respeito do posicionamento de cada uma dessas mulheres que tiveram papéis
fundamentais, porém, de forma alguma, precedendo a liderança feminina.
Observe o que diz Wayne Grudem:
O papel de profeta é com certeza honorável, e de importância vital, porque
Deus fala ao seu povo mediante o profeta. Profetas e mestres, contudo, têm
diferentes papéis na Bíblia. O profeta é como o mensageiro que entrega a
mensagem, mas não tem em si mesmo autoridade para fazer mais do que
isso, como explicá-la ou aplicá-la: “Então Ageu, o mensageiro do Senhor,
trouxe esta mensagem do Senhor para o povo: Eu estou com vocês,
declara o Senhor” (Ag 1.13, NVI). O profeta nada poderia acrescentar de si
mesmo Balaão reconhecia isso: “não terei cuidado de falar o que o Senhor
pôs na minha boca?” (Nm 23.12, veja também 24.13, bem como a descrição
dos falsos profetas como aqueles que falam quando Deus não lhes deu
nenhuma mensagem em Jr 14.14,15; 23.16-22 e Ez 13.1-3).63

62
Idem. Página. 62
63
Idem. Página. 63
35

6. OCORRÊNCIAS DE ATIVIDADES DE MULHERES NO NOVO TESTAMENTO:

A Bíblia reconhece o valor e o ministério das mulheres no Reino de Deus,


pois, tanto Deus no Antigo Testamento quanto Jesus Cristo e o Apóstolo Paulo no
Novo Testamento, valorizaram as mulheres em diversas áreas.
O pastor David Merkh sistematiza o papel eclesiástico das mulheres no
Novo Testamento da seguinte forma:

Em Atos 9.36 Dorcas: Mulher ligada ao serviço prático, boas obras,


esmolas e cuidado das viúvas. Ela era uma crente fiel que morava em Jope. Após
morrer, fez muita falta.

Em Atos 16.14 – Lídia: Descrita como uma mulher temente a Deus, ela
esteve envolvida com o sustento de Paulo e liderança do encontro de oração entre
mulheres. Ela é considerada pedra fundamental para o início da Igreja.

Priscila (At 18:2, 18, 19, 26; 1 Co 16:19; 2 Tm 4:19) – Uma senhora
discreta que esteve sempre ao lado do seu marido e se envolvendo com o
discipulado e aconselhamento de mulheres.

Filhas de Felipe (At 21:8-9) – Era profetisa da Igreja Primitiva.

Febe (Rm 16:1) – Ela servia no contexto da Igreja local e participou do


sustento de Paulo.

Viúvas (1 Tm 5:9-10) – Na maioria dos casos criaram os seus filhos para


serem líderes, praticaram boas obras, hospitalidade e socorro aos pobres.

Mulheres mais velhas (Tt 2:4-5) – Essas mulheres deveriam investir no


discipulado de moças mais jovens.

Eunice e Lóide (2 Tm 1:5; 2 Tm 3:14-15) – Elas investiram juntas no


ensino das Escrituras para Timóteo.64

Nota-se que, em nenhum dos textos acima, nós encontramos a mulher


sendo considerada como líder ou cabeça da igreja. Esses são exemplos
importantíssimos como evidência do ministério feminino no Novo Testamento.
O problema está então, quando se espera que as mulheres sejam
reconhecidas segundo o padrão social do mundo, e não das Escrituras.

64
MERKH, David J. Uma Teologia Bíblica do Papel e do Ministério da Mulher. Manuscrito não publicado da
conferência Teológica “Teologia Bíblica da Mulher”, Seminário Bíblico Palavra da Vida, Atibaia, São Paulo,
14-16 de fevereiro 2014.
36

Vejamos alguns textos do Novo Testamento utilizados como fundamento


de defesa para ordenação feminina:

Romanos 16:7 “Saúdem Andrônico e Júnias, meus parentes que


estiveram na prisão comigo. São notáveis entre os apóstolos, e estavam em Cristo
antes de mim.65”

Os igualitaristas, por vezes, defendem através dessa passagem que havia


mulheres na Igreja Primitiva que eram apóstolos. Os que pensam dessa maneira
defendem que Júnias é um nome feminino, ou seja, a mulher com este nome era
uma apóstola; logo a mesma também poderia ser uma pastora.
Nomes gregos masculinos terminando em –aj não são incomuns, mesmo no
Novo Testamento: André (Andre/aj, Mt 10.2), Elias (Eli/aj, Mt 11.14 e
Zacarias (Zaxari/aj, Lc 1.5). Para alguns comentaristas, Júnias é a
abreviação de Junianius, um nome masculino – mas não há evidências
claras disto. A conclusão é que não podemos saber com certeza se Júnias
era uma mulher – mais provavelmente era um homem. É por isto que a
maioria das traduções modernas, onde possível, traduzem Júnias como
masculino (e não Júnia, feminino).66
Ainda no texto em destaque, não podemos afirmar que Júnias era um
apóstolo, independentemente de ser homem ou mulher, haja vista que a expressão
“são notáveis entre os apóstolos” tanto pode indicar que Andrônico e Júnias eram
apóstolos ou tanto quanto eram tidos em alta estima pelos apóstolos existentes.
Fica evidente que essa passagem não pode ser utilizada como base para
a ordenação feminina.

Gálatas 3.28 “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem
mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.67“.

Essa passagem é a mais utilizada pelos igualitaristas em defesa da


ordenação feminina no Novo Testamento. Eles argumentam que esse texto aboliu
qualquer distinção entre o homem e a mulher, haja vista, que eles são um em Cristo,
ou seja, que eles são iguais em Cristo.

65
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003
66
Lopes, Augustus Nicodemus; Ordenação Feminina: o que o Novo Testamento tem a dizer? (FIDES
REFORMATA 2/1 (1997).
67
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003.
37

A interpretação igualitarista de Gálatas 3.28 esbarra em alguns problemas


exegéticos. Primeiro o do contexto. Paulo escreveu Gálatas para responder
a questões levantadas pela doutrina da justificação pela fé em Cristo em
face às demandas da lei de Moisés, e ao papel da circuncisão, do
calendário religioso dos judeus, e das suas leis dietárias. No capítulo 3
Paulo está expondo o papel da lei de Moisés dentro da história da salvação,
que foi o de servir de aio, para nos conduzir a Cristo (Gl 3.23-24). Com a
vinda de Cristo, continua o apóstolo, os da fé não mais estão subordinados
à lei de Moisés: pelo batismo pertencem a Cristo (3.25-27). A abolição das
diferenças mencionadas no versículo em questão (3.28) é em relação à
justificação pela fé. Todos independentes da raça, cor, posição social e
sexo, são recebidos por Deus da mesma maneira: pela fé em Cristo.
Portanto, Gálatas 3.28 não esta tratando do desempenho de papéis na
igreja e na família, mas da nossa posição diante de Deus. O assunto de
Paulo, portanto, não são as funções que homens e mulheres desempenham
na Igreja de Cristo, mas a posição que todos os que crêem desfrutam diante
de Deus, isto é, herdeiros de Abraão e filhos de Deus.68

Atos 2.16-18 “Ao contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel: 17
‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os
seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão
sonhos. 18 Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias, e eles profetizarão.69”
O fundamento dos igualitaristas está no fato de o apóstolo Pedro, citando
a profecia de Joel, dizer que as filhas e as servas receberão o Espírito Santo e
profetizarão como os filhos e os servos. Portanto, alicerçados nessa profecia, não
deve haver qualquer tipo de diferenciação, por causa do sexo, na igreja de Cristo.
Vejamos o que diz Augustus Nicodemus:
Mas a pergunta chave é se a passagem de Atos 2.17-18 é uma autorização
para que se recebam mulheres como oficiais da Igreja. Existem algumas
dificuldades em se interpretar a passagem desta forma. Em primeiro lugar,
os fenômenos associados por Joel e Pedro ao derramamento do Espírito
nos últimos dias, como profecia, sonhos e visões, e que são ditos que
seriam concedidos às mulheres, não estão ligados no Novo Testamento ao
presbiterato ou pastorado, e, portanto, poderiam ocorrer sem que as
pessoas envolvidas (homens ou mulheres) fossem ordenadas. Havia
profetizas na igreja apostólica, como as quatro filhas de Filipe (At 21.9; cf. 1
Co 11. 5), mas não lemos que eram presbíteras ou pastoras. Embora não
tenhamos notícia no Novo Testamento e mulheres tendo visões ou sonhos
em decorrência do derramamento do Espírito (e nem de homens, diga-se
também), não é impossível que haja acontecido; mas, neste caso, com
certeza, não estava restrito a pastores e presbíteros. Meu ponto é que as
manifestações carismáticas mencionadas em Atos 2.17-18 (profecia,
sonhos, visões) e estendidas às filhas e servas (mulheres crentes) não
exigem a ordenação ao ministério ou presbiterato daqueles que as
recebem.70

68
Idem. Página. 53
69
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003.
70
Idem. Página. 2
38

Frente às alegações dos igualitaristas, especificamente nesse texto,


podemos chegar à conclusão de que as mulheres não podem assumir a posição de
liderança como pastora, pois o texto deixa bem claro que não há restrições a
pastores e presbíteros, e sim, às filhas e servas, como bem cita Augustus
Nicodemus acima.
O texto em si, de forma alguma habilita as mulheres a serem pastoras ou
exercerem autoridade sobre os homens, o que podemos até alegar frente ao texto
em evidência é que, na ausência de pastores e presbíteros a mulher pode até
ensinar sobre a supervisão de um pastor a outras mulheres, às crianças e
evangelizar os ímpios.
39

7. RESTRIÇÕES À ORDENAÇÃO FEMININA

7.1 Em 1 Coríntios 11. 3-16

Nesse texto, em específico, o apóstolo Paulo escreve à Igreja de Corinto


com o propósito de resolver alguns problemas que estavam sendo causados dentro
da igreja por algumas mulheres: elas estavam orando, profetizando com a cabeça
descoberta, ou seja, elas estavam agindo de maneira contrária ao costume da Igreja
Primitiva, na qual as mulheres demonstravam sua submissão à autoridade
masculina por meio do véu. Não o usar significava desonra, indecência e vergonha.
No verso 10 Paulo se refere ao véu como sinal de autoridade (1 Co 11.10).
O texto grego original diz literalmente que "a mulher deve
trazer autoridade sobre a cabeça" (o)fei/lei h( gunh\ e)cousi/an e)/xein e)pi\
th=j kefalh=j). A interpretação da maioria dos estudiosos é que e)
cousi/an ("autoridade") se refere ao véu, e que o mesmo simbolizava que a
mulher estava debaixo da autoridade do homem. Tanto assim, que um
grande número de versões inglesas traduzem e) cousi/an como "véu" ou
como "símbolo de autoridade" (NASB, NRSV, NIV, NCV, NKJV, NAS, etc;
ainda a versão Colombe, francesa, e Reina de Valera, espanhola, e a NVI,
em português). Outras versões são mais explícitas ainda, e traduzem
"símbolo da autoridade do homem" (como a TEV e a LB).(17) Um paralelo
bíblico é o de Gênesis 24.65, quando Rebeca, ao tomar conhecimento de
que seria apresentada ao seu futuro marido e senhor, Isaque, tomou o véu
e cobriu-se. Em outras palavras, embora Paulo permita que a mulher
profetize e ore no culto público, ele requer dela que se apresente de forma a
deixar claro que está debaixo de autoridade, no próprio ato de profetizar ou
orar. Para Paulo, a expressão externa da subordinação da mulher a sua
cabeça (o homem) durante o culto público seria o uso do véu, já que o
mesmo, na cultura oriental da época (e mesmo em algumas culturas hoje)
expressaria convenientemente este conceito.71
Paulo se refere ao véu como um sinal de autoridade, porém sem
superioridade, ou seja, em nenhum momento a Palavra de Deus diz que o homem é
superior à mulher, mas deixa claro que suas posições de autoridade no Reino de
Deus são diferentes. Paulo escreve: “Porque o homem não foi feito da mulher, e sim
a mulher, do homem.”72 “Porque também o homem não foi criado por causa da
mulher, e sim a mulher, por causa do homem”73
O apóstolo Paulo com seus escritos inspirados por Deus apresenta
provas incontestáveis de que o homem e a mulher são iguais no ser, porém
diferentes no fazer.

71
Idem.
72
Gênesis 2.21-23
73
Gênesis 2.18
40

Portanto, diante da análise de 1 Coríntios 11. 3-16 fica evidente que o


texto traz implicações quanto à ordenação feminina, algo que não deve ser ignorado
pelos defensores da mesma.

7.2 Em 1 Coríntios 14. 33b-38

“Como em todas as congregações dos santos, permaneçam as mulheres


em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes permaneçam em
submissão, como diz a lei. Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a
seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja (1Co 14.33b-
35).74”
O que surge na nossa mente, ao lermos uma passagem como essa, é a
indagação. Do que o apóstolo Paulo está proibindo as mulheres? Com certeza não é
uma proibição total, haja vista que em textos anteriores o apóstolo permitia que as
mulheres orassem e profetizassem nos cultos públicos, desde que estivessem de
acordo com os ensinamentos bíblicos (1Co 11:5). Porque o apóstolo Paulo está
restringindo tão severamente às mulheres na igreja de Corinto?
Então, o que seria essa restrição?
No meu entender, a interpretação que traz menos problemas é a que
defende que Paulo tem em mente um tipo de "fala" pelas mulheres nas
igrejas que implique em uma posição de autoridade eclesiástica sobre os
homens crentes. Elas podiam falar nos cultos, mas não de forma a parecer
insubmissas, cf. v.34b. No contexto imediato Paulo fala do julgamento dos
profetas no culto (v. 29), o que envolveria certamente questionamentos, e
mesmo a correção dos profetas por parte da igreja reunida. Paulo está
possivelmente proibindo que as mulheres questionem ou ensinem os
profetas (certamente haveria homens entre eles) em público. Se elas
tivessem dúvidas quanto ao que foi dito por um ou mais profetas, as
casadas entre elas deveriam esclarecê-las em casa, com os maridos (se
fossem crentes, naturalmente), cf. v. 35. 75
Fica evidente que o apóstolo Paulo faz uma diferença entre a participação
do homem e da mulher no culto, deixando claro que as mulheres não devem falar de
maneira que pareçam estar exercendo liderança sobre os homens, em caráter
exortativo, porém sempre de maneira a entender qual é realmente a função da
mulher na igreja estabelecida pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

74
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003.
75
Idem. Pág. 2
41

Os escritos inspirados do apóstolo Paulo sempre esclarecendo o real


papel do homem e da mulher na igreja, na família e na sociedade. Não abrindo
nenhuma exceção à mulher exerce autoridade sobre o homem.

7.3 Em 1Timóteo 2. 11-15

“A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. Não permito


que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em
silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado,
mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora. Entretanto, a
mulher será salva dando à luz filhos — se elas permanecerem na fé, no amor e na
santidade, com bom senso.76”
Algo que precisamos estar atentos está relacionado ao contexto dessa
passagem. O apóstolo estava instruindo Timóteo a combater uma heresia que
estava se propagando no seio da Igreja de Éfeso: várias mulheres estavam
seguindo falsos mestres que, aparentemente as ensinavam a trocarem seu papel no
lar por uma atitude de igualdade com seus maridos.
Por isso que o apóstolo Paulo instruiu o filho na fé Timóteo como se
proceder em determinada situação.
Uma leitura cuidadosa de Gênesis 3 mostra como a mulher entrou em
diálogo com o tentador (Gn 3.1-5), e como, assumindo a liderança, tomou
do fruto e deu-o a seu marido, levando-o ao pecado (3.6). As palavras do
Senhor Deus ao homem, "porque atendeste a voz da tua mulher" (3.17),
soam, assim, como uma repreensão por Adão ter aceitado a liderança da
sua esposa na transgressão. E o castigo imposto por Deus à mulher, de que
seria dominada pelo homem, encaixa-se com essa dimensão do pecado da
mulher (3.16). Portanto, o que Paulo quer mostrar em 1 Timóteo 2.13, não é
que o homem não peque, ou que não possa ser enganado por Satanás,
mas sim, o que ocorre quando homem e mulher revertem os papéis que
Deus lhes determinou.77
Portanto, fica evidente que o apóstolo Paulo demonstra através dessa
passagem que as diferentes posições do homem e da mulher na questão de
autoridade, estão fundamentadas nas circunstâncias em que a criação e a queda
aconteceram. Pois quando Deus cria Adão Ele dá a ordem de governo a Adão e não
a Eva, pelo contrário Eva foi criada para ser auxiliadora.

76
Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003
77
Idem. Página. 54
42

Sem dúvida o apóstolo Paulo com seus escritos inspirados por Deus,
deixa bem claro a diferença de papeis estabelecidos por Deus quanto ao homem e a
mulher, levando-os a refletirem e ao mesmo tempo viverem de acordo com o que
Deus estabeleceu.
Na inversão de papéis sempre há consequências, o homem foi criado
para governa, cuida e provê, não a mulher.
43

8. ORDENAÇÃO FEMININA: UM ATO DE REBELIÃO.

Sem dúvida, vamos encontrar inúmeras alegações quanto à ordenação


feminina ao ministério pastoral, o problema é que muitas dessas alegações
distorcem textos bíblicos, que são claros e objetivos a respeito do real papel das
mulheres estabelecido por Deus na criação, tornando assim um ato de rebelião.
Diante desses bombardeios de desvios bíblicos, em que a igreja deve
acreditar? Abre-se um leque de interpretações contrárias ao que realmente dizem as
Escrituras Sagradas. Vejamos o que diz Mary Evans, referindo-se à criação, em
Gênesis 1.
É clara, portanto, a diferença sexual na criação. Entretanto, nesta narrativa,
não há nenhuma diferença entre o homem e a mulher na sua criação à
imagem de Deus ou no domínio sobre toda a terra. Não podemos encontrar
aqui nenhuma indicação de subordinação de um sexo ao outro. A bênção e
a comissão do versículo 28 não excluem de maneira nenhuma nem limita a
parte feminina do homem... Apenas recentemente o interesse pela ecologia
tem levantado questões quanto ao significado e talvez as limitações
estabelecidas no domínio do homem sobre a criação. Estas questões são
importantes, mas não têm um relacionamento direto com o fato de Gênesis
1 colocar essa responsabilidade sobre os ombros de ambos, o homem e a
mulher, seja qual for a natureza da responsabilidade que o homem tem para
a criação...É verdade que Gênesis 1.27 parece indicar uma conexão entre o
homem como a imagem de Deus e o homem como macho e fêmea, e que o
ponto de vista tradicional negligência completamente este aspecto.78
Evidentemente, o capítulo um de Gênesis tem sua continuidade nos
versos posteriores e, sem dúvida, Deus criou o homem e a mulher, conforme a sua
imagem e semelhança, de maneira que eles são iguais no ser, porém diferentes no
fazer (Gn 1). Entretanto há um relato mais detalhado da criação em (Gn 2) no qual
encontramos a atribuição de diferentes papéis para as duas espécies em análise: ao
homem, o papel de liderar e cuidar da mulher; à mulher, o papel de ser ajudadora
em submissão.
Encontramos um amplo esclarecimento nos escritos do apóstolo Paulo
quando ele enfatiza a ordem em que homem e mulher: Homem depois a mulher;
1Tm 2.13,20 como foram criados: A mulher a partir do homem, 1Co 11.3,8 com que
propósito: a mulher foi criada por causa do homem, 1Co 11.9. A igualdade na
criação não anula a diferença de papéis estabelecida por Deus.

78
EVANS, MARY. A mulher na Bíblia: uma reavaliação do papel da mulher na sociedade e na igreja. 2ª Ed.
São Paulo: ABU Editora, 1989, p.7
44

É evidente que a subordinação feminina tem origem precedente à queda,


pois Deus estabeleceu uma igualdade no ser, porém com diferenças no fazer. A
diferenciação de papéis havia sido estabelecida na criação e continua sendo válida.
O uso do texto de Gálatas 3.28 pelas feministas para negar esse
pensamento é errôneo. Não há dúvida de que o Evangelho é o poder de Deus para
abolir as injustiças, discriminação social e exploração machista, porém o texto em
debate não evidencia o argumento defendido, pois o contexto no qual o apóstolo
Paulo escreve o livro de Gálatas é de resposta a questões a respeito da justificação
pela fé em Cristo, em face às demandas estabelecidas pela lei de Moisés, a saber: a
circuncisão, o calendário religioso dos judeus e suas restrições alimentares. No
capítulo 3, a exposição é sobre o papel da lei em nos conduzir a Cristo na história da
salvação.
Parece haver necessidade de repetir a interpretação desses textos várias
vezes, pois o movimento feminista e os igualitaristas não se cansam de usá-los para
dizer o que o texto não diz, e quando se prega ou tenta afirmar algo na palavra de
Deus distorcendo-a ou tentando fazer com que a Palavra fale o que eles querem,
constitui-se em rebelião:

8.1 REBELIÃO CONTRA OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS DE LIDERANÇA.

Em muitas igrejas, hoje, encontramos inúmeros acréscimos humanos,


vivemos na época da informação. Os povos que nos antecederam nunca tiveram
tanto acesso à informação como nos dias atuais, contudo o povo está padecendo
por falta de conhecimento. Sendo iludido por um evangelho barato no qual é proibido
proibir, no qual muitos querem buscar sua bênção, receber a chave da sua casa, ter
o seu carro zero, muitas igrejas hoje estão fazendo do evangelho um negócio.
Na falta de conhecimento bíblico, a igreja contemporânea brasileira tem
sido atingida de forma direta pelo pensamento feminista. Numa sociedade chamada
de pós-moderna, trouxe consigo um relativismo ao interpretar as Sagradas
Escrituras que, debaixo dessa visão feminista, tem corrompido o ministério feminino
no contexto eclesiástico, rebelando-se assim aos princípios bíblicos de liderança.
Vejamos o que diz Neiva Furlin sobre o movimento feminista:
A Teologia Feminista emerge como uma “outra voz” no interior de um
campo de saber majoritariamente masculino. É uma voz que resulta da
consciência de um sujeito reflexivo, neste caso, de mulheres teólogas que
passam a questionar os lugares que socialmente lhes foram outorgados
45

como legítimos por um único discurso teológico produzido, em geral, por


homens celibatários. Nesse sentido, a Teologia Feminista integra uma
grande rede de saberes que emergiram em diferentes áreas acadêmicas
problematizando e desconstruindo os discursos hegemônicos
androcêntricos. Saberes que emergem da consciência de uma experiência
compartilhada de dominação, invisibilidade e discriminação vivida pelas
mulheres. Essa Teologia, inicialmente, se distinguiu por problemáticas
contextuais vinculadas aos diferentes continentes em que foi produzida. Na
América Latina e no Brasil a Teologia Feminista surge conectada com a
Teologia Feminista do Primeiro Mundo, porém com as características
específicas do contexto sociocultural latino-americano. Essa produção teve
início nos anos 1970 e 1980 e aos poucos foi se consolidando e se abrindo,
também, para a abordagem de gênero.79
Podemos dizer que essa é somente uma parte visível do iceberg da
chamada Teologia Feminista, haja vista que a mesma tem um efeito ainda mais
danoso, gerando problemas quanto ao homossexualismo, a desconfiguração da
família, o aborto, a interpretação relativa das Sagradas Escrituras, entre outros.
Rebecca VanDoodewaard aponta algumas das mentiras do feminismo:
O feminismo quer que as pessoas acreditem que todas as mulheres devem
e podem ter carreiras glamorosas, mas a maioria das mães que trabalham
fora de casa tem empregos menores, gastam seu dinheiro com babás, e
voltam para um lar “bagunçado” no final de um dia de trabalho. Algumas
mulheres têm de trabalhar devido a certas circunstâncias. Algumas amam
os seus empregos, e um crente pode exercer qualquer vocação legítima
para a Glória de Deus, mas a imagem que as feministas pintam está muito
longe da realidade. Esse quadro cor-de-rosa é perpetuado pela suposição
cultural de que as mulheres que ficam em casa fazem isso porque elas não
podem fazer nenhuma outra coisa, e que ficar em casa significa que você
vive em uma bolha de brinquedos, pratos e lavanderia. As feministas se
recusam a ver que ser dona-de-casa proporciona a uma mulher mais tempo
na cozinha do que qualquer aficionado por gastronomia pode ter, mais
oportunidades de ler do que qualquer bibliotecária, mais chances de moldar
o caráter das crianças que qualquer super babá, mais tempo para fazer o
bem do que qualquer mulher engajada em obras sociais, mais tempo para
decorar a sua casa do que qualquer decoradora ou arquiteta e mais tempo
para ler estatísticas econômicas do que qualquer economista. Ficar em
casa cria mais oportunidades para desenvolver os seus interesses,
habilidades, capacidades e modos de servir do que qualquer outro trabalho
lá fora. Ainda assim, as feministas empurram as mulheres em cubículos,
dizendo-lhes que apenas dessa forma elas terão uma vida, se sentirão
realizadas, e estarão em contato com o mundo exterior.80
Mas quando voltamos nossos olhos para o contexto eclesiástico,
podemos notar que existem duas posições básicas sobre o assunto em questão: Os
diferencialistas e os igualitaristas. De maneira que os diferencialistas crêem no que
realmente a palavra de Deus diz na criação: Há distinção entre o homem e a mulher,
diferença de função não implicando em valor ou inferioridade.
79
FURLIN, Neiva. Teologia Feminista: uma voz que emerge nas margens do discurso teológico hegemônico.
Disponível em: https://revistas.pucsp.br//index.php/rever/article/view/6034/4380, p.2.
80
VANDOODEWAARD, Rebecca. As Mentiras do Feminismo. Disponível em:
http://www.mulherespiedosas.com.br/as-mentiras-do-feminismo-por-rebecca-vandoodewaard/, p.1.
46

Os igualitaristas interpretam as escrituras do seu jeito rebelando-se contra


os princípios bíblicos de liderança estabelecidos por Deus em Gênesis.
Vejamos o que diz Algustus Nicodemus:
Os igualitaristas afirmam que Deus originalmente criou o homem e a mulher
iguais; a subordinação feminina foi parte do castigo divino por causa da
queda, com consequente reflexos sócios culturais. Em Cristo, essa punição
(e seus reflexos) é removida; assim, com o advento do Evangelho, as
mulheres têm direitos iguais aos dos homens de ocupar cargos de oficialato
na Igreja. Os diferencialistas, por sua vez, entendem que desde a criação —
e, portanto, antes da queda — Deus estabeleceu papéis distintos para o
homem e a mulher, visto que ambos são peculiarmente diferentes. A
diferença entre eles é complementar. Ou seja, o homem e a mulher, com
suas características e funções distintas, se completam. A diferença de
funções não implica em diferença de valor ou em inferioridade de um em
relação ao outro, bem como as consequentes diferenças socioculturais nem
sempre refletem a visão bíblica da funcionalidade distinta de cada um. O
homem foi feito como cabeça da mulher — esse princípio implica em
diferente papel funcional do homem, que é o de liderar. Não implica que o
mesmo é superior à mulher, em qualquer sentido. Assim, os diferencialistas
mantêm que diferença de papéis e igualdade ontológica (do ser) são duas
verdades perfeitamente compatíveis e bíblicas, enquanto que os
igualitaristas afirmam que diferença de papéis implica inevitavelmente em
julgamento de valor.81
O homem e a mulher se completam um depende do outro, são diferentes
em funções, mas se completam no real plano de Deus. A diferença de funções não
rebaixa a mulher, pelo contrário, concede-lhe honra.
É rebelião contra os princípios bíblicos de liderança pensar e agir como os
igualitaristas, tentar achar brechas nos escritos bíblicos para encaixar a mulher. Na
verdade somente a regeneração pode levar as mulheres deste século a não
aceitarem assumir um lugar que não foi feito para elas.
A mulher regenerada aceita de bom grado ser submissa, ser auxiliadora,
ser mãe, pois somente conhecendo as escrituras e vivendo uma vida de piedade,
que a mulher consegue entender o quanto tem valor para Deus e para sua família.

8.2 REBELIÃO CONTRA OS ATRIBUTOS DA LIDERANÇA NA IGREJA.

Nas cartas pastorais, o apóstolo Paulo deixa claro falando sobre


qualificações da liderança quem deve ser o líder e quais devem ser seus atributos,
fechando assim qualquer possibilidade de a mulher assumir como líder ou de
exercer autoridade sobre o homem:

81
Idem. Página. 2
47

Vejamos o que diz Hernandes Dias Lopes referindo-se às qualificações


da liderança, em 1 Timóteo 3.2-7:
Das quinze qualificações exigidas para um homem ocupar o presbiterato da
igreja, apenas uma se refere à habilidade de ensino. Nas palavras de
Erdmam, a maioria são qualificações morais e apenas uma está relacionada
à habilidade intelectual. Na verdade, os requisitos para ocupar uma posição
de liderança na igreja exigem excelência moral mais que intelectual. As
qualificações estão relacionadas com a personalidade, o caráter e o
temperamento da pessoa. São uma espécie de catálogo de virtudes em
contraposição ao catálogo de vícios descritos em 2 Timóteo 3.2-5.82
O apóstolo Paulo deixa bem claro diante das quinze qualificações
exigidas, que é para o homem e não para a mulher ocupar uma posição de liderança
na igreja do Senhor Jesus Cristo. (1 Timóteo 3.2 “É necessário portanto, que o bispo
seja [...] esposo de uma só mulher...”.
Vejamos o que John MacArthur Jr diz:
Nos últimos séculos, a sociedade ocidental tem sido bombardeada com a
filosofia humanista, igualitária, assexuada e sem distinção de classe social
que foi a força dominante por trás da revolução francesa. Satanás continua
liderando o processo de confundir e até mesmo remover todas as distinções
humanas com o objetivo de solapar a autoridade legítima ordenada por
Deus em todas as esferas da atividade humana: No governo, na família, na
escola e até nas igrejas.83
Quando deixamos a sociedade ditar as normas ou interpretar as
escrituras, rebelamo-nos contra os atributos da liderança, e a igreja, então, é
desfigurada, o que infelizmente está acontecendo nos dias atuais, como diz
MacArthur:
A exigência da ordenação de mulheres, embora seja em si um ato de
rebelião, é um sintoma de uma moléstia muito mais grave. A ordenação de
mulheres pode desfigurar a igreja, mas a doença da qual é um sintoma
matará a igreja, a não ser que seja diagnosticada e tratada rapidamente.
Essa doença...é a rejeição da autoridade da bíblia.84
O diagnóstico só pode ser feito através da Palavra de Deus, pois a
mesma tem resposta para todas as nossas dúvidas e para todos os nossos
problemas desde que estes não sejam orgânicos.
O escritor Carlos Osvaldo referindo-se as qualificações diz:
A urgência da necessidade não deveria levar a padrões mais baixos, já que
os dois ofícios (presbítero e diácono) eram importantes e chamavam a
atenção do público, tornando seus ocupantes em vitrinas para o
cristianismo. Sendo o bispo e diácono Amigo do bem, justo, disciplinado,

82
Idem. Página. 79
83
MACARTHUR JR,John.Homens e mulheres: buscando um relacionamento saudável no casamento e o
equilíbrio na igreja. Tradução de Josué Ribeiro. Rio de Janeiro: Textos, 2001. Página 30
84
Idem. Página. 141
48

tendo filhos obedientes, não ávidos ao lucro desonesto, apegado a palavra


e experimentado.85
Os ocupantes desses ministérios são como vitrines para o cristianismo.
Cada uma das funções atribuídas nas qualificações tende a nos levar ao
entendimento do que realmente foi estabelecido por Deus e do que constitui rebelião
contra os atributos da liderança na igreja.

8.3 ARGUMENTOS SOCIOLÓGICOS MAIS USADOS:

A sociedade tem investido cotidianamente contra os princípios bíblicos em


diversas áreas, especialmente quando diz que a mulher precisa ocupar o seu
espaço, seja, no trabalho, na família e na igreja, olhando para submissão como um
rebaixamento.
A Submissão é um privilégio e ao mesmo tempo uma oportunidade de
servir com inteireza de coração. Só aceita viver em submissão as pessoas que
realmente são regeneradas, são habitação do Espírito Santo e vivem uma vida de
total dependência do Senhor, tendo a palavra de Deus como inerrante, imutável e
infalível.
A sociedade prega uma falsa liberdade às mulheres, pois muitas
necessitam dedicar grande parte do dia ao trabalho, tendo a visão de que estão de
alguma forma ocupando o seu lugar na sociedade.
Essas mulheres pagam um alto preço, pois trabalham durante o dia e a
noite, haja vista que precisam trabalhar em casa, dar atenção aos filhos, dormir
tarde e acordar cedo e ao invés de estarem ocupando o seu lugar, biblicamente
estão deixando de exerce sua real função estabelecida por Deus.
Essa falsa liberdade tem tentado ofuscar o plano de Deus para as famílias
e a igreja dos dias atuais. A bíblia diz em 1 Timóteo 2.15: “Todavia, será preservada
através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé e amor, e santificação, com
bom senso.”
O texto evidentemente caracteriza a missão da mulher em ser mãe.
Contudo a sociedade contemporânea inserida num capitalismo desenfreado tem

85
PINTO, Carlos Osvaldo C. Foco e desenvolvimento no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008. Pg 436
49

levado muitas mulheres a desistirem dessa missão, substituindo filhos por animais
de estimação. O resultado é cada vez mais frustrante, pois a mulher que foi criada
para cumprir com sua missão de ser mãe, frente aos incentivos da sociedade
moderna contemporânea tem se afastado cada vez mais dos planos de Deus
achando que estão ocupando o seu lugar e sendo independentes.
Diante dessa triste realidade pregada pela sociedade contemporânea, de
que a mulher precisa ocupar seu lugar, muitas estão deixando de lado o que
realmente foi estabelecido por Deus.
A sociedade argumenta, critica e defende o lugar da mulher, tentando
desconstruir o que a bíblia ensina com grande propriedade, a submissão, tendo-a
como um conceito de baixo nível e não como honra.
Os argumentos da sociedade estão totalmente fora do que realmente foi
estabelecido por Deus, ao mesmo tempo influencia famílias e igrejas, pois quando
não é aceito a autoridade do homem ou quando a mulher passa a tomar as
decisões, os prejuízos são evidentes.
Assim como está muito bem registrado na palavra de Deus, quando Eva
tentou inverte os papéis tomando assim a decisão que só cabia ao homem tomar,
pois ele foi criado para governa, no sentido de cuida, protege e provê.
Os argumentos da sociedade militam contra a família tradicional, pois
apresenta a Bíblia como machista, uma inversão de valores quanto ao plano de
Deus sobre a família.
A sociedade atual com seus argumentos ancorados nos direitos
humanos, na realização pessoal e nas utilidades pragmáticas, está deteriorando a
verdadeira família e trazendo sérios prejuízos às igrejas dos dias atuais.
A sociedade contemporânea resiste à submissão e está ao mesmo tempo
voltada para o egoísmo e o entretenimento, levando muitas mulheres a desejarem o
reconhecimento, segundo o padrão estabelecido pela cultura e não pelo o seu real
papel estabelecido por Deus nas escrituras sagradas.
O homem e a mulher são imagem e semelhança de Deus no sentido
representativo, conferindo a eles o valor, a dignidade e importância inestimável.
Portanto, eles têm uma missão e foram abençoados por Deus para a cumprirem,
sendo fecundos, multiplicando-se e enchendo a terra.
Por isso, como já foi dito nos argumentos sociológicos, essa visão é
contra os padrões bíblicos da família estabelecida por Deus e da mulher regenerada.
50

Viver segundo os padrões bíblicos é não aceitar os argumentos sociológicos, é viver


na dependência de Deus, tendo a palavra de Deus como única regra de fé e prática.
Somente assim é possível combater os argumentos sociológicos, pois a
palavra de Deus trás nitidez espiritual às nossas vidas.
51

9. PESQUISA DE CAMPO

É de suma necessidade nos dias atuais, voltarmos para Palavra de Deus,


pois estamos vivendo uma grande crise eclesiológica. Faz-se necessária a pregação
de forma fiel e integral das Sagradas Escrituras. Vejamos alguns posicionamentos
relatados nesta pesquisa:

9.1 OBJETIVO:

* Verificar a aprovação da ordenação pastoral feminina.


* Verificar se os posicionamentos são bíblicos ou sociológicos.
* Verificar se os entrevistados têm a ordenação pastoral feminina como
um ato de rebelião contra os princípios bíblicos de liderança eclesiástica.
* Avaliar o índice de conhecimento bíblico dos líderes entrevistados e se
já leram algum livro a respeito da ordenação pastoral feminina.
* Verificar como os entrevistados veem o crescimento do número de
pastoras nas mais diversas denominações, se com alegria ou com preocupação.
* Avaliar como os entrevistados veem o feminismo evangélico,
influenciando as denominações para que elas aceitem a ordenação pastoral
feminina ou não.
* Avaliar como os entrevistados veem o crescimento da ordenação
pastoral feminina e se veem como um sinal de que a igreja está sendo influenciada
pela sociedade e não pela bíblia.

9.2 ESPECÍFICAÇÕES DA PESQUISA:

A pesquisa foi realizada entre os dias 02 de Julho a 10 de Agosto de


2018, com 30 pastores entrevistados, das cidades de Trajano de Moraes, Nova
Friburgo e Macaé, do estado do Rio de Janeiro.

DENOMINAÇÕES REPRESENTADAS:

O pesquisador entrevistou 30 pastores, tendo como alvo principal, os


pastores das denominações: presbiteriana e Batista.
52

Pastores presbiterianos (30%) e pastores Batistas (30%). Tendo como


propósito saber até onde está enraizada a aceitação da ordenação ao ministério
pastoral feminino nessas duas denominações.
Os demais pastores entrevistados foram das igrejas pentecostais, sendo
elas: Igreja Metodista Wesleyana (10%), Igreja Apostólica (10%), Igreja o Brasil para
Cristo (10%) e Igreja Assembleia de Deus (10%).

9.3 RESULTADOS DA PESQUISA:86

70 % dos entrevistados não aceitam pastoras ministrando em seus


púlpitos, por entenderem ser um ato de rebelião contra os princípios bíblicos de
liderança eclesiástica.
70 % dos entrevistados afirmaram que muitos pastores têm ordenado
mulheres baseados em argumentos sociológicos, pois o contexto social moderno, o
movimento feminista e o pragmatismo têm influenciado muitos pastores.
30 % dos entrevistados não pregam expositivamente e responderam que
não existe base bíblica contra a ordenação pastoral feminina.
30 % dos entrevistados já tiveram uma pastora ministrando em suas
igrejas e veem com bons olhos a ordenação ao ministério pastoral feminina.
30 % dos entrevistados nunca leram um livro sobre Ordenação Pastoral
Feminina.
70 % dos entrevistados já leram livros e artigos a respeito da ordenação
feminina.

9.4 OBSERVAVAÇÕES PERTINENTES:

70% dos entrevistados olham com preocupação a ordenação pastoral


feminina, pois entendem ser uma posição sociológica e uma exigência do
movimento feminista evangélico.
70% dos entrevistados acreditam que o número de ordenação pastoral
feminina que se der através de igrejas está sendo totalmente influenciado pela
sociedade e não pela bíblia.

86
Vide questionário no apêndice
53

9.5 DADOS QUE DEMONSTRAM O CAOS DE MUITAS IGREJAS EVANGÉLICAS:

30% dos entrevistados nunca leram um livro, ou artigo a respeito deste


assunto e além de verem com bons olhos, entendem que é natural e precisa haver o
equilíbrio até mesmo para o crescimento da igreja.
Podemos observar que há certa ignorância quanto a esse assunto, pois
cinco pastores não quiseram responder à pesquisa, por não terem um
posicionamento fechado a respeito.
A ordenação pastoral feminina está se tornando natural e 25% dos
entrevistados acreditam que muitos ordenaram, mesmo sabendo que a Bíblia é
contraria a ordenação de mulheres em qualificações da liderança.
Segundo dois pastores entrevistados, as mulheres querem ser ordenadas
enquanto muitos homens não querem, e se não pregarmos as pedras clamarão.
Segundo eles, “na falta de obreiros, vai mulher mesmo!”
Frente à pesquisa feita às seis denominações podemos ver o quanto a
Palavra de Deus tem sido deixada de lado, pois alguns mesmo conhecendo a
palavra estão ordenando mulheres ao ministério pastoral, outros veem com bons
olhos sem nem mesmo ler a respeito.
Tornando natural a ordenação feminina, deixando que a sociedade e o
movimento ‘feminino evangélico em rebelião com os princípios bíblicos sobre
qualificações da liderança, influenciam cada vez mais as igrejas evangélicas do
Brasil.

9.6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES:

Frente às inúmeras informações a respeito deste assunto tão polêmico e


ao mesmo tempo esclarecedor, precisamos entender onde estão às falhas, as
brechas e como podemos combatê-las?
Qual a base bíblica e por que muitas igrejas deixaram de lado a palavra
de Deus para aceitarem as influências do movimento feminista evangélico e da
secularização? O que leva um líder a distorcer a palavra de Deus para aceitar a
ordenação ao ministério pastoral feminino? Sem dúvida alguma, o pragmatismo e a
conveniência. Algumas sugestões:
54

ÀS IGREJAS DOS DIAS ATUAIS:

Sugiro às igrejas que voltem às escrituras e passem a procurar


mensagens expositivas, não permitindo, em hipótese alguma que a sociedade, o
movimento feminista e o pragmatismo venham imperar no corpo de Cristo.
A falta de conhecimento a respeito da ordenação pastoral feminina é
grande, a comunidade eclesiástica precisa tomar a iniciativa de buscar o
conhecimento, investindo em bons materiais como livros e ao mesmo tempo
procurando sair das quatro paredes.
Devem, também, buscar informação através da internet, nos sites das
igrejas e seminários, os quais estarão falando sobre esse assunto, seja através de
palestras, aulas ou até mesmo pregações expositivas.
Recomendo às igrejas investirem no treinamento, em pregação expositiva
dos seus ministros e o estudo sistemático de livros inteiros da Palavra de Deus.
Dessa maneira, as comunidades eclesiásticas terão conhecimento de todo o
conselho de Deus, inclusive de assuntos como ordenação pastoral feminina.
Proponho às igrejas que aceitem o grande desafio dos dias atuais que é o
de voltar para as escrituras com total fidelidade, tendo-a como única regra de fé e
prática.

AOS PASTORES:

Estamos vivendo um tempo em que muitos líderes têm sua opinião


formada sobre o assunto, mas não escrevem sobre ele, não pregam a respeito da
ordenação pastoral feminina, e muitos membros das igrejas, sem o conhecimento
bíblico, aceitam de bom grado.
Sugiro aos pastores que promovam seminários, simpósios, vídeos no
youtube e pregações cada vez mais fundamentadas nas verdades bíblicas.
Recomendo aos pastores que, através da exposição bíblica, batalhem
contra o movimento feminista evangélico, os conceitos sociológicos modernos e o
pragmatismo, para que os mesmos não venham influenciar nas igrejas para as quais
o Senhor lhes confiou o ministério.
55

Para isso acontecer, é necessário haver conhecimento, maturidade e


ousadia, e não é o que se tem verificado, pois muitos pastores têm se calado frente
às aberrações que tem acontecido em suas próprias denominações.
O pastor que é convicto do seu chamado sabe que existe uma grande
responsabilidade sobre seus ombros, combater as heresias e os movimentos que
têm tentado ofuscar os ensinos bíblicos.

AOS FUTUROS PESQUISADORES:

Sugiro aos futuros pesquisadores a utilização, não somente deste


trabalho, como também desenvolverem em seus projetos de pesquisas ou até
mesmo livros, vídeos, palestras, pregações expositivas e mídias sociais, a rebelião
contra os princípios bíblicos, inclusive na ordenação ao ministério pastoral feminino.

Recomendo aos futuros pesquisadores uma pesquisa de campo não só


direcionada aos pastores e líderes como também aos membros das igrejas, pois
muitos não sabem e alguns nunca ouviram falar sobre esse assunto.
É necessária mais uma sugestão, que se faça um levantamento das
igrejas que têm sido desfiguradas aceitando a influência da sociedade e do
movimento feminista.
56

CONCLUSÃO:

O Senhor, através do Espírito Santo, inspirou os escritos do apóstolo


Paulo a respeito das qualificações dos líderes que iriam levar os santos ao
aperfeiçoamento, ou seja, à edificação do corpo de Cristo, à unidade da fé, a serem
supridos pelo Senhor e não serem levados pelos ventos de doutrinas.
O apóstolo escreveu em 1Timóteo 3.1-7 sem deixar nenhuma dúvida, que
o homem é chamado por Deus para pastorear e não a mulher.
O objetivo deste trabalho foi de esclarecer o que realmente a Bíblia diz a
respeito da ordenação pastoral feminina, chegando à conclusão de que este ato é
de rebelião contra os princípios bíblicos.
O movimento feminista evangélico, a sociedade moderna, o liberalismo
teológico e o pragmatismo, têm influenciado os pastores a ordenarem mulheres ao
ministério pastoral feminino, contradizendo assim o que a bíblia normatiza.
Na base bíblica desse projeto, o autor apresenta a estrutura, o cerne do
que realmente a Bíblia diz a respeito da ordenação pastoral feminina, provando que
esse movimento, que teve início em meados do século XX, contradiz o que
realmente afirma a palavra de Deus.
Esta pesquisa defendeu a tese de que as mulheres não podem exercer
ensino de autoridade e nem serem ordenadas ao ministério pastoral, pois a
ordenação pastoral feminina é influência da sociedade moderna, do movimento
feminista evangélico e do distanciamento das escrituras sagradas.
O pesquisador também destacou a unidade do ser e a diferença no fazer,
apresentando assim um amplo esclarecimento do real papel de algumas mulheres
no A.T e no N.T, a saber A.T Débora, Miriã e Hulda que tiveram o papel de profetisa
e não sacerdotisa.
Há uma grande necessidade de voltarmos às escrituras, pois o
distanciamento da mesma tem levado muitos pastores a serem pressionados e
ludibriados pelo movimento feminista, pela sociedade moderna e também pelo
pragmatismo.
Portanto, o que foi apresentado neste projeto, tem como propósito alertar
os pastores, igrejas e os seminários a se voltarem para as escrituras, haja vista, que
caso isso não aconteça, em pouco tempo a igreja estará desfigurada.
57

A Ordenação Pastoral Feminina é um conceito sociológico, é rebelião


contra os princípios bíblicos e precisa ser rejeitado pelos pastores e pelas igrejas
que têm a palavra de Deus como única regra de fé e prática.
58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Corrigida. 4ª edição. Barueri, SP: Sociedade


Bíblica do Brasil. 2014.

Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional (NVI), São Paulo: Editora Vida, 2003

EVANS, MARY. A mulher na Bíblia: uma reavaliação do papel da mulher na


sociedade e na igreja. 2ª Ed. São Paulo: ABU Editora, 1989.
FURLIN, Neiva. Teologia Feminista: uma voz que emerge nas margens do discurso teológico
hegemônico. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br//index.php/rever/article/view/6034/4380, p.2.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. Tradução Josué Ribeiro. São
Paulo: Editora Vida, 2005.

GRUDEM, Wayne. Confrontando o feminismo evangélico: respostas bíblicas para


perguntas cruciais. Tradução de Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2009.

KOSTENBERGER, Andreas J. W. Davi. Deus, casamento e família: reconstruindo


o fundamento bíblico. São Paulo: Editora Vida Nova, 2011.

LOPES, Augustus Nicodemus; Ordenação Feminina: o que o Novo Testamento


tem a dizer? (FIDES REFORMATA 2/1 (1997).

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo:O Pastor, sua vida e sua obra. São Paulo,
SP: Hagnos, 2014.

MACARTHUR JR,John.Homens e mulheres: buscando um relacionamento


saudável no casamento e o equilíbrio na igreja. Tradução de Josué Ribeiro. Rio de
Janeiro: Textos, 2001.

MERKH, David J. Uma Teologia Bíblica do Papel e do Ministério da Mulher.


Manuscrito não publicado da conferência Teológica “Teologia Bíblica da Mulher”,
Seminário Bíblico Palavra da Vida, Atibaia, São Paulo, 14-16 de fevereiro 2014.

PINTO, Carlos Osvaldo C. Foco e desenvolvimento no Novo Testamento. São


Paulo: Hagnos, 2008.

VANDOODEWAARD, Rebecca. As Mentiras do Feminismo. Disponível em:


http://www.mulherespiedosas.com.br/as-mentiras-do-feminismo-por-rebecca-
vandoodewaard/, p.1.
59

APÊNDICE

PESQUISA SOBRE ORDENAÇÃO PASTORAL FEMININA


(Esta pesquisa deverá ser feita com um Pastor)
Marque com um X as respostas

1- Você aprova a ordenação de mulheres ao ministério pastoral?


SIM ( ) NÃO ( )

2- Você permitiria que uma pastora pregasse na igreja em que você exerce o
ministério?
SIM ( ) NÃO ( )

3- Você entende que a ordenação feminina ao ministério da palavra é um ato


de rebelião contra os princípios bíblicos de liderança eclesiástica e contra o
papel que Deus atribuiu à mulher na igreja?
SIM ( ) NÃO ( )

4- Você já leu algum livro específico tratando sobre a questão da ordenação


feminina?
SIM ( ) NÃO ( )

5- Como você vê o crescimento do número de pastoras nas mais diversas


denominações?
COM ALEGRIA ( ) COM PREOCUPAÇÃO E RESERVAS ( )

6- Existe base bíblica para a ordenação de mulheres ao ministério?


SIM ( ) NÃO ( )

7- Você entende que o feminismo tem influenciado no posicionamento de


algumas denominações para que elas aceitem a ordenação feminina?
SIM ( ) NÃO ( )
60

8- Você acredita que os membros da sua igreja se sentiriam bem se fossem


liderados por uma pastora?
SIM ( ) NÃO ( )

9- Existe base bíblica para a proibição da ordenação feminina?


SIM ( ) NÃO ( )

10- Você acredita que o homem e a mulher têm papéis diferentes na igreja e,
por isso, não deve ser permitido às mulheres o ministério?
SIM ( ) NÃO ( )

11- Você pensa que o crescimento no número de pastoras é um sinal de que a


igreja está sendo influenciada pela sociedade e não pela Bíblia?
SIM ( ) NÃO ( )

12- Você entende que a principal razão de muitas pessoas defenderem a


ordenação feminina é o desconhecimento da Palavra de Deus?
SIM ( ) NÃO ( )

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