Sei sulla pagina 1di 12

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/303850997

Sistema intensivo de criação de camarão com mínima troca d’água

Conference Paper · May 2015

CITATIONS READS

0 3,100

3 authors:

Eudes de Souza Correia Fabiana Penalva de Melo


Universidade Federal Rural de Pernambuco Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
40 PUBLICATIONS   257 CITATIONS    11 PUBLICATIONS   15 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

João Paulo Viana LIMA


Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA
10 PUBLICATIONS   40 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Marine shrimp View project

Cultivo de camarão marinho View project

All content following this page was uploaded by João Paulo Viana LIMA on 08 June 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

SISTEMA INTENSIVO DE CRIAÇÃO DE CAMARÃO COM MÍNIMA TROCA D’ÁGUA

Eudes de Souza Correia1


Fabiana Penalva de Melo 2
João Paulo Viana de Lima3

INTRODUÇÃO

O cultivo de camarões marinhos é a atividade mais lucrativa de toda a indústria aquícola.


Segundo a FAO, a produção mundial de camarões tem crescido significativamente nas últimas quatro décadas,
com taxa média anual de 15,1% entre os anos 2000 e 2008 (FAO, 2012). Para o ano 2014 foi estimada uma
produção mundial da ordem de 3,68 milhões de toneladas métricas. Em relação ao Brasil, a produção de
camarão cultivado estabilizou-se em torno de 65 mil toneladas até a década passada, apresentando um
acréscimo no início da década atual com estimativa de alcançar 90 mil toneladas em 2014 (Shrimp News
International, 2015). Aos poucos a carcinicultura nacional vem retomando seus índices de rentabilidade, com
perspectivas reais de crescimento longo e contínuo. Segundo Nunes et al. (2011), entre 2002 e 2009 o consumo
per capita de camarões no Brasil aumentou 102%, e o tipo de camarão produzido e consumido também
mudou, para que pudesse atingir novos nichos de mercado. Este rápido aumento na produção de crustáceos
reflete, em grande parte, a intensificação dos cultivos de Litopenaeus vannamei na China, Tailândia e
Indonésia (FAO, 2012) e foi alcançado primordialmente por avanços na genética e nutrição dos camarões
peneídeos e pela modernização das técnicas de cultivo (Nunes et al., 2011).

Produção mundial estimada de camarões cultivados (em toneladas métricas)


2013 2014
Países
L. vannamei P. monodon L. vannamei P. monodon
China 850.000 60.000 955.000 60.000
Tailandia 250.000 NA 220.000 NA
Vietnam 267.615 292.884 328.000 241.000
Indonésia 386.314 178.783 504.000 126.000
Malásia 46.473 4.483 40.000 1.800
India 300.000 45.000 300.000 45.000
Filipinas 20.000 49.466 27.000 48.000
Mianmar NA 53.000 NA 53.000
Bangladesh NA 60.000 NA 60.000
Total da Asia 2.120.402 743.616 2.374.000 634.800
Equador 286.000 - 340.000 -
México 50.000 - 50.000 -
Brazil 90.000 - 90.000 -
Outros 146.900 - 190.970 -
Total das Américas 572.900 - 670.970 -
Total Mundial 3.436.918 3.680.404
Fonte: Shrimp News International (February 23, 2015)

Com relação ao cultivo tradicional deve-se ressaltar que nas últimas décadas, a produção do camarão
branco do Pacífico, Litopenaeus vannamei, foi afetada negativamente por epizootias e as preocupações
ambientais sobre o impacto das águas residuais em fluxos de recebimento. Métodos tradicionais de cultivo de
camarão em viveiros requerem trocas substanciais de água do viveiro durante o ciclo de produção. A possível
introdução de patógenos nocivos com a entrada de água e a liberação de efluentes ricos em nutrientes em
corpos d’água receptores são temas de grande preocupação. Estas questões têm forçado a indústria a buscar
práticas de gestão mais sustentável. Vários estudos mostram que a utilização limitada ou nenhuma troca de
água não tem afetado a produção de camarão. Sistemas de recirculação de aquicultura (RAS) com descargas
limitadas são uma opção que pode reduzir a introdução de doenças e o impacto ambiental negativo criado pelo
cultivo tradicional em viveiros. A produção de camarão com ou sem troca de água limitada pode reduzir

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

significativamente o risco de perdas na produção devido a surtos de doenças. Essas práticas aumentam a
biossegurança, minimizando os impactos ambientais negativos da liberação de águas ricas em nutrientes de
efluentes em corpos receptores.
Por um longo tempo, o aumento da produção mundial de camarão dependeu da expansão de práticas
tradicionais de cultivo camarão extensivo e sistemas de cultivo semi-intensivo. Iniciativas mais recentes da
indústria concentraram-se na intensificação. Os sistemas de produção aquícola podem ser classificados em
extensivo, semi-intensivo, intensivo e superintensivo (Tacon et al., 2004). Sistemas extensivos de cultivo de
camarão utilizam viveiros com grandes áreas (5-100 ha), baixa densidade de estocagem (0,5-5 camarões/m2),
pouca renovação de água (0-5% renovação de água/dia), nenhuma aeração artificial, fertilização reduzida e
produtividades médias abaixo de 1000 Kg/ha/ano (Tacon et al., 2002, 2004; Wasielesky et al., 2006), onde os
camarões são alimentados exclusivamente pela biota natural dos viveiros.
A produção de camarões em sistema semi-intensivo utiliza viveiros de médio porte (1-5 ha), incorpora
novas estratégias de cultivo e melhores tecnologias, como protocolos de fertilização, uso de bandejas de
alimentação, aumento das densidades de estocagem (10-30 camarões/m2), uso parcial de aeração artificial - ao
final do cultivo, aumento da taxa de renovação de água (5-20% renovação de água/dia) e produtividade
variando de 500-5.000 Kg/ha/ano (Correia et al., 2002; Nunes, 2003; Tacon et al., 2002, 2004; Wasielesky et
al., 2006).
Sistemas convencionais de cultivo intensivo utilizam viveiros de pequeno porte (0,1 a 1,0 ha),
densidades de estocagem de 30 a 100 camarões/m2, necessitam do uso constante de aeradores e a alimentação
dos camarões é exclusivamente com ração de alta qualidade (Anh et al., 2010). Para conter o excessivo
acúmulo de nutrientes e melhorar a qualidade da água são requeridas taxas de renovação de água bastante
elevadas (> 20% volume/dia) (Hopkins et al., 1993; McIntosh et al., 2001; Gómez-Jiménez et al., 2005; Anh et
al., 2010). Estima-se que para produzir 1kg de camarão neste tipo de sistema, são necessários de 39 a 199
metros cúbicos de água, dependendo do nível de intensificação do cultivo (Hopkins et al., 1993; Wang, 2003;
Cohen et al., 2005).
Vários estudos mostraram que o camarão branco do Pacífico, Litopenaeus vannamei, pode ser cultivado
em sistemas com troca de água reduzida sem efeitos negativos sobre o desempenho do camarão em termos de
crescimento, sobrevivência e rendimento (Hopkins et al. 1993, Moss et al., 1998; Cohen et al. 2005, Mishra et
al., 2008; Samocha, 2009). Além disso, nestas condições, o camarão pode ser cultivado em um ambiente mais
controlado, aumentando assim a biossegurança e minimizando as perdas dos cultivos. Operação de sistemas
intensivos de produção de camarão biosseguros exige controle e prevenção de doenças (Moss et al., 1992).
Uma melhoria significativa na prevenção de surtos de doenças foi feita logo após o isolamento de populações
de L. vannamei livre de patógeno viral (SPF) pelo USDA Marine Shrimp Farming Program. Este isolamento
permitiu também o início de um programa de melhoramento genético que resultou em aumento significativo
do crescimento e resistência à doenças destas populações em cativeiro. Além disso, como na maioria dos
sistemas de cultivo, a água de entrada é a via comum para entrada do patógeno no meio de cultivo (Lotz e
Lightner, 1999) a redução de trocas de água minimizaria o risco de introdução de doenças com a água de
entrada.
Em sistemas intensivos de produção de camarão problemas associados com a má qualidade da água é
tradicionalmente resolvida pela troca de uma parte substancial da água de cultivo para manter a desejada
qualidade da água (Wang, 1990, Hopkins et al., 1993; Samocha et al. , 2007; Correia et al., 2014). A troca de
água não é apenas um desperdício dos recursos hídricos, mas também cria problemas de descarga de efluentes,
quando esta causa a eutrofização dos corpos d’água receptores. A água efluente de sistemas de produção
intensiva do camarão consiste em altas cargas de nitrogênio (N), fósforo (P), sólidos suspensos totais (SST),
sólidos totais dissolvidos (TDS), sólidos suspensos voláteis (SSV), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), e
a demanda química de oxigênio (DQO) (Cohen et al., 2005). Grande parte da entrada de N entra na coluna de
água como nitrogênio amoniacal total (TAN) gerado por animais, que não é convertida em tecidos do camarão.
Este nitrogênio pode ser facilmente absorvido por microorganismos. Um estudo realizado por Thakur e Lin
(2003) mostrou que em nenhum sistema de troca d’água utilizado com o camarão tigre, Penaeus monodon, só
poderia assimilar 23-31% e 10-13% de N e P, respectivamente. Além disso, em muitos casos, a água das
instalações de produção de camarão tem sido lançada em zonas costeiras sem a remoção prévia do excesso de
nutrientes e de outras partículas.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

Obviamente, operando um sistema de produção de camarão sustentável e biosseguro requer métodos


eficazes para reciclar os nutrientes antes de serem liberados. Com o objetivo combinado de aumento da
produção e redução da carga de nutrientes em ambientes aquáticos, estudos anteriores descreveram métodos de
filtração diferentes para remover o excesso de nutrientes e de outras partículas do sistema de recirculação da
aquicultura (RAS), incluindo: a filtração biológica com ostras, algas e plantas aquáticas (Corpron e Armstrong,
1983; Jones et al., 2002), e filtros mecânicos (Maruyama e Suzuki., 1998, Suzuki et al., 1999; Timmons et al.
2001, Suzuki et al., 2003). A utilização de fracionadores de espuma também foi listada como uma ferramenta
eficaz para remoção de sólidos suspensos finos (5-10 μm) a partir da água de cultivo (Timmons, 1984;
Hussenot e Lejeune, 2000). O uso de fracionadores de espuma (skimmer) é mais adequado para as unidades de
produção intensiva de um sistema de recirculação fechado, ou em sistemas extensivo e semi-intensivo operado
com troca de água reduzida (Hussenot, 2003). Além disso, o resultado do acúmulo de nutrientes nesses
sistemas no desenvolvimento de comunidades microbianas e de algas ajudam a reciclar os nutrientes
(Avnimelech et al., 1994; Funge-Smith e Briggs, 1998; Avnimelech, 1999; Wang, 2003; Jackson et al., 2003;
Burford et al., 2003). Este processo de reciclagem de nutrientes reduz a carga de nutrientes e aumenta a
capacidade de carga da água do cultivo. Além do aspecto da reciclagem de nutrientes, estas comunidades
desempenham um papel significativo na produção de proteína microbiana que pode fornecer alimentação
suplementar para o organismo cultivado (Avnimelech et al. 1994, Avnimelech, 1999 e Browdy et al., 2001).
Tentativas para melhorar a sustentabilidade e a biosseguridade na aquicultura têm sido adotadas desde
os anos 90, com a utilização de sistemas de recirculação – Recirculating Aquaculture Systems (RAS) com
baixa renovação de água, aproveitando os efluentes após decantação e oxidação biológica da matéria orgânica
(Gross et al., 2003; Michaud et al., 2006; Schneider et al., 2006, Velasco e Lawrence, 2001); e os sistemas de
cultivo sem renovação de água – Zero Water Exchange Systems (Browdy et al., 2001; Chamberlain et al.,
2001; Decamp et al., 2003; Ebeling et al., 2006, Gómez-Jiménez et al., 2005; Hopkins et al., 1993; Páes-
Osuna, 2001; Sandifer e Hopkins, 1996; Tacon et al., 2002).
A combinação destes sistemas (tratamento de água com a reciclagem do alimento artificial
não consumido) em cultivos superintensivos fez surgir os viveiros de suspensão ativa – Active
Suspension Ponds (ASP) (Avnimelech et al., 1994; Avnimelech, 2006; Burford et al., 2003;
Chamberlain e Hopkins, 1994) ou sistemas de cultivo sem renovação de água através de uma biota
predominantemente aeróbica e heterotrófica – Zero Exchange, Aerobic, Heterotrophic Culture Systems
(ZEAH) (Erler et al., 2005; McGraw, 2002; McNeil, 2000) que, atualmente, é comumente referida como
tecnologia de bioflocos – Bio-Floc Technology (BFT) (Avnimelech, 2007, 2009; Schryver et al., 2008; Crab et
al., 2009; Furtado et al. 2011; Krummenauer et al., 2011). Estes sistemas têm em comum a predominância de
bactérias aeróbicas heterotróficas que colonizam partículas de resíduos orgânicos e absorvem o nitrogênio,
fósforo e outros nutrientes da água (Chamberlain et al., 2001; Avnimelech et al., 2009) através da adição de
fontes de carboidratos e do balanço da relação C:N (Avnimelech, 1999, 2007; Schneider et al., 2006; Samocha
et al., 2007; Crab et al., 2009).
Sistemas BFT reduzem a utilização de água e a emissão de efluentes (menor impacto ambiental),
controlam os níveis dos compostos nitrogenados inorgânicos através da síntese de proteína microbiana e
aumentam a conversão alimentar dos camarões (Browdy et al., 2001; Azim et al., 2008; Avnimelech, 2009;
Ray et al., 2009). Além disso, incrementam a biosseguridade e a produção, complementando a dieta dos
animais cultivados através da produtividade natural dos viveiros (McIntosh et al., 2000; McNeil, 2000;
Bratvold e Browdy, 2001; Burford et al., 2003; Gómez-Jiménez et al., 2005; Erler et al., 2005). São sistemas
superintensivos que podem ser desenvolvidos em viveiros ou tanques “raceways” (área < 1 ha), revestidos com
geomembrana fabricada em polietileno de alta densidade (PEAD) ou cloreto de polivinila (PVC), requer
intensa aeração (> 25 CV/ha) e injeção de O2 puro, onde os camarões cultivados, livres de patógenos
específicos (SPF), podem ser estocados em densidades de 300 a 500 camarões/m2 e alimentados com rações de
baixo teor protéico (< 30-35% de proteína bruta), limitada ou nenhuma renovação d'água e grande acúmulo de
partículas floculadas ou bioflocos (Boyd e Clay, 2002; Burford et al., 2003; Ebeling et al., 2006; Hargreaves,
2006; Samocha et al., 2007; Ray et al., 2009; Vinatea et al., 2009). Estas técnicas de manejo resultam em
níveis de produtividade bastante elevados (> 30.000 kg/ha/ano) (Boyd e Clay, 2002; Burford et al., 2003).
Comparativamente, um viveiro de 1,0 ha em sistema superintensivo com tecnologia do bioflocos e densidade
de 450 camarões/m2 teria uma produção equivalente a um viveiro de 32 ha de uma fazenda tradicional em
cultivo semi-intensivo (10-30 camarões/m2). Segundo McNeil (2000), cultivos intensivos de camarão são

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

definidos por produções de 0,5 a 1,0 kg/m³ (5 a 10 t/ha), superintensivo de 1 a 5 kg/m³ (10 a 50 t/ha) e
hiperintensivo com produções acima de 5 kg/m³.
A eficiência dos sistemas de produção intensivos com descarga limitada tem sido melhorada com a
incorporação da fase de berçário (Cohen et al. 2005; Mishra et al, 2008; Correia et al., 2014). A fase de
berçário é definida como um passo intermediário entre a larvicultura e a fase de crescimento. Esta fase é
geralmente caracterizada por densidades populacionais elevadas, altas taxas de renovação de águas e de
alimentação com dietas de alta qualidade artificial (Speck et al., 1993). Estudos prévios já relataram vários
efeitos benéficos da incorporação da fase de berçário no ciclo de produção, que incluem: aumento da
sobrevivência, eficiência na alimentação e aumento do potencial de crescimento de camarão juvenil (Sandifer
et al., 1996; Samocha et al., 2000; Samocha et al., 2002; Samocha et al. 2003, Cohen et al., 2005; Mishra et al.,
2008; Samocha, 2009).
Como o alimento é a principal força motriz dos sistemas de produção intensiva é importante otimizar a
sua utilização para maximizar o crescimento enquanto minimiza a deterioração da qualidade potencial da água.
Com este propósito a Texas A&M AgriLife Research Mariculture Laboratory, vem há vários anos, conduzindo
pesquisas para construção e aperfeiçoamento de um pacote tecnológico para a produção superintensiva do
camarão do camarão branco do Pacífico, Litopenaeus vannamei, com limitadas trocas de água, envolvendo as
fases de berçário e de engorda. No Brasil, a partir de 2010 com a criação da Rede Nacional de Carcinicultura,
financiada pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) vários pesquisadores de instituições brasileiras
priorizam o desenvolvimento de pesquisas utilizando a tecnologia de bioflocos (BFT, BioFloc Technology), a
exemplo das Universidades Federal do Ceará (UFC/Labomar), Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE/DEPAq), Federal de Santa Catarina (UFSC/LCM) e Fundação Universidade do Rio Grande
(FURG/EMA). A UFRPE, em sua Estação de Aquicultura, está prestes a concluir um projeto piloto para
validação e transferência de tecnologia envolvendo o sistema BFT.

SISTEMA EXPERIMENTAL - RACEWAYS

Estudos iniciais desenvolvidos na Texas A&M utilizaram tanques raceways (RW), com volume de 40
m3 (área de fundo de 68,5 m2 e profundidade média de 0,7 m) e revestidos com EPDM (monômero semelhante
à geomembrana comumente comercializada no Brasil). Esses RW foram instalados com air-lifts e difusores de
ar (Aerotube), cuja operação dependia de um compressor radial (3 HP) e de uma bomba centrífuga
autoescorvante de 2 HP, além de um injetor Venturi capaz de injetar ar atmosférico ou uma mistura de
oxigênio e ar. O oxigênio dissolvido é monitorado continuamente em cada raceways com um Monitor de
Sistema de Recirculação YSI 5200. O controle de sólidos suspensos e sedimentáveis é realizado através de
fracionadores de espuma (skimmer) ou tanques de sedimentação.

CULTIVO NA FASE DE BERÇÁRIO

O Texas A&M AgriLife Research Mariculture Laboratory utiliza um protocolo operacional de um


cultivo na fase de berçário bastante eficiente: Os tanques raceways (RW) são desinfetados com 500 ppm de
cloro em água doce do cultivo, e posteriormente preenchidos com água do mar e ajustada para salinidade de 30
g/L com com água doce, seguida de uma cloração 10 ppm e decloração por meio de aeração. Os tanques (40
m3) são, inicialmente, fertilizados com 225 g de ureia, 32 mL de ácido fosfórico e 290 g de silicato de sódio,
um dia antes de inocular microalgas Chaetoceros muelleri (70.000 células/mL), a fim contribuir com a
alimentação inicial das pós-larvas de camarão. Num acompanhamento dessa fase de cultivo, foram utilizadas
pós-larvas de Litopenaeus vannamei, com 10 dias de idade (PL10), peso ~ 1 mg e estocadas numa densidade de
5.000 PL/m3.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

Alimentação

Após 10 dias de criação foi acrescentado melaço, como fonte de carbono, para promover o
desenvolvimento bacteriano. Após o 20° dia a quantidade de melaço adicionada nos raceways foi calculada
com base na concentração de nitrogênio da amônia no meio de cultivo, de acordo com Samocha (2007),
através de uma relação C:N = 6:1. A aplicação de melaço foi suspensa após 30 dias, uma vez que o teor de
nitrogênio da amônia estava baixo (< 1 mg/L). Amostras de camarões foram coletadas semanalmente para
monitorar a saúde e o crescimento, bem como para ajustar a quantidade diária de ração.
Nos primeiros quatro dias de cultivo após a estocagem, as pós-larvas foram alimentadas com náuplios
de Artemia sp. (~40/PL/dia), e uma combinação de dietas secas compostas com 55% PB e uma de 40% PB #0
(420-590 µm) and #1 (600-1.000 µm) até o dia 26. Dos dias 27 a 61, os camarões foram alimentados com duas
rações comerciais, contendo 30 e 40% de proteína bruta, com diferentes granulometrias [Fry #2 (1,000-1,410
µm) seguida da Fry #3 (1,410-1,680 µm) e Fry #4 (1,680-2,830 µm)] de acordo com o tamanho dos camarões.
As taxas de alimentação variaram de 50% da biomassa estimada no primeiro dia após a estocagem até 4% da
biomassa estimada na última semana de cultivo. O alimento foi distribuído manualmente quatro vezes ao dia.
Nos 18 dias finais do cultivo, devido ao aumento da biomassa de camarões, foi efetuada uma alimentação
adicional noturna (30% do total diário) distribuída das 19 às 7 horas do dia seguinte, através de alimentadores
automáticos (belt feeders).

Análises de qualidade de água

Temperatura, oxigênio dissolvido, pH, salinidade e densidade de células de algas foram monitorizados
diariamente, enquanto que a turbidez, a alcalinidade e sólidos sedimentáveis (SS) foram monitorizados a cada
dois dias. Nitrogênio amoniacal total (TAN), nitrito (NO2), nitrato (NO3), fosfato (PO4), demanda bioquímica
de oxigênio (cBOD5), sólidos suspensos totais (SST) e de sólidos suspensos voláteis (VSS) foram monitoradas
uma vez uma semana.

Indicadores diários e semanais de qualidade de água (média±erro padrão, faixa entre parêntesis) num
experimento de berçário com Litopenaeus vannamei operados com dietas com baixo e elevado nível de
proteína com bioflocos durante 62 dias.
Variáveis Baixa proteína (30%) Alta proteína (40%)
Manhã Tarde Manhã Tarde
Temperatura (ºC) 27.6±0.5 28.7±0.6 27.7±0.1 28.68±0.2
(23.0-30.6) (29.4-32.8) (30.4-23.6) (24.6-30.1)
Oxigênio dissolvido 5.7±0.1 5.7±0.1 5.6±0.1 5.65±0.0
(4.2-7.4) (4.4-11.4) (3.6-7.3) (4.3-11.0)
pH 7.5±0.0 7.4±0.0 7.4±0.0 7.3±0.0
(6.8-8.7) (6.7-8.9) (6.7-8.5) (6.6-8.6)
Salinidade (g/L) 31.2±0.3 29.3±1.6 31.5±0.0 31.5±0.0
(29.4-32.8) (26.9-32.7) (30.1-32.6) (30.2-32.6)

Turbidez (NTU) 163.8 ± 2.9 144.9 ± 5.3


(44.7-273.5) (49.0-256.2)
Sólidos sedimentáveis (mL/L) 5.9 ± 0.7 6.8 ± 0.8
(0.2-13.5) (0.4-15.0)
Concentração Algal (cell/mL x 104) 242.7 ± 110.8 193.8 ± 71.7
(2.6-1481.0) (1.4-1,170.0)

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

A 14 D

Phosphate (mg/L)
4,0 RW1, 4 (30% CP)
Ammonia (mg/L)

12
RW1, 4 (30% CP) b
3,0 10 RW2, 3 (40% CP)
RW2, 3 (40% CP) 8
2,0 b a
6
4 b
1,0 a
2
a
0,0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Weeks Weeks

B E
25 RW1, 4 (30% CP) 700 RW1, 4 (30% CP)
b 600

TSS (mg/L)
Nitrite(mg/L)

20 RW2, 3 (40% CP)


RW2, 3 (40% CP) 500
15 b a 400
10 300
5 a 200
100
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Weeks Weeks

C F
500 RW1, 4 (30% CP) 400 RW1, 4 (30% CP)
b
Nitrate(mg/L)

400
VSS (mg/L)

300 RW2, 3 (40% CP)


300 RW2, 3 (40% CP) b a
200
200 a
b
100 100
a
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Weeks Weeks

Variações semanais na qualidade de água dos raceways durante 62 dias de cultivo

Desempenho de pós-larvas (1 mg) de Litopenaeus vannamei em experimento na fase de berçário (62 dias) com
alta densidade (5.000 PL/m3) sem troca d’água e alimentadas com dietas com baixa e alta proteína.
Variáveis Baixa Proteína (30% PB) Alta Proteína (40% PB)

Peso final (g) 0.94 ± 0.00 1.03 ± 0.02


Taxa de crescimento específico (%/dia) 11.03 ± 0.01 11.19 ± 0.05
Sobrevivência (%) 82.29 ± 11.26 84.13 ± 6.07
Fator de conversão alimentar (FCA) 0.91 ± 0.05 0.82 ± 0.05
Produtividade (kg/m³) 3.70 ± 0.49 4.18 ± 0.23

Conclusões

É possível substituir a utilização de rações de alta por baixa proteína em rações para camarões
cultivados em sistema sem troca água com dominância de bioflocos.
Os níveis elevados de nitrato e nitrito encontrados na água de cultivo do tratamento com dieta de alta
proteína são muito provavelmente devido ao teor mais elevado de nitrogênio nessa ração.
O melaço pode ser usado como fonte de carbono para aumentar o desenvolvimento do floco
bacteriano na coluna d’água e prevenir o aumento das concentrações de amônia no meio de cultivo. Entretanto,
o melaço não foi efetivo para prevenir o aumento de nitrito em níveis elevados

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

CULTIVO NA FASE DE ENGORDA

Os quatro raceways de 40 m3 foram estocados (450 juvenis/m3, com peso de 0,99 ± 0,17 g) e os
camarões foram alimentados quatro vezes por dia, sete dias por semana usando uma ração comercial com 35%
de proteína bruta (Hyper-Intensivo 35) doada por um fabricante de rações (Zeigler Bros., Gardners, PA) e
especialmente formulada para sistemas intensivos operados com limitada troca d’água. A quantidade de ração
foi ajustada com base num FCA assumido de 1:1,4, crescimento de 1,4 g/semana e uma taxa de mortalidade de
0,5%/sem. Uso de fracionadores espuma (FF) e tanques de sedimentação (ST) foram operados de forma
intermitente, visando manter a concentração de SST da água de cultivo entre 400 e 500 mg/L e sólidos
sedimentáveis entre 10 e 30 mL/L. Os raceways foram mantidos sem troca de água ao longo do cultivo. Água
doce clorada do abastecimento municipal foi adicionada para compensar a perda de água por evaporação.
A qualidade da água foi mantida sob controle (vide tabelas abaixo). Embora a alcalinidade tenha sido
reajustada, pelo menos, duas vezes por semana para o nível de 160 mg/L de CaCO3, a média variou de 124 a
129 mg/L de CaCO3. Afora estas pequenas diferenças, não foram encontradas outras diferenças entre os
tratamentos nos indicadores diários de qualidade da água monitorados neste trabalho. A análise estatística dos
indicadores de qualidade de água semanais deste estudo mostraram nível NO 3 foi significativamente maior nos
RWs operados com FF (1.027 vs. 855 mg/L). É também interessante notar que a concentração de nitrato no
final do cultivo dos RW operados com FF atingiu 2.028 mg/L (457,94 mg/L de NO 3-N), enquanto que a
concentração nas RW operado com o ST foi de apenas 1.585 mg/L (357,90 mg/L de NO3-N). Estas foram as
únicas diferenças encontradas entre os indicadores de qualidade de água semanais monitorados neste estudo. O
nitrogênio amoniacal total e o nitrito nos quatro raceways permaneceram muito baixas ao longo do estudo,
menos de 0,5 mg/L. Os dados de Oxigênio dissolvido em tempo real permitiram o uso de muito menos
oxigênio do que cultivos anteriores, e nos permitiu alcançar rendimentos superiores a 9,3 kg/m3 de camarão de
tamanho comercial (> 20 g). As tabelas abaixo resumem os dados diários e semanais de qualidade da água
recolhidos neste estudo.

Valores médios diários dos indicadores de qualidade de água de cultivo na fase de engorda com Litopenaeus
vannamei em raceways operados sem troca d’água

Temp. (°C) OD (mg/L) pH Salinidade


RW & Tratamentos
AM PM AM PM AM PM (g/L)

RW 2 & 3: FF1 29,0 29,7 5,2 4,7 6,9 6,8 30,3a


RW 1 & 4: ST2 28,8 29,6 5,2 4,8 6,9 6,8 30,8b
1
RW’s operados somente com fracionador de espuma (skimmer) - FF.
2
RW’s operados somente com tanques de sedimentação - ST.

Média de valores semanais de indicadores de qualidade de água de cultivo na fase de engorda com Litopenaeus
vannamei em raceways operados sem troca d’água.

TAN NO2-N NO3 cBOD5 ALK TSS VSS SS Turb.


Tratamentos
(mg/L) (mL/L) NTU
1 a a
RW 2 & 3: FF 0,15 0,31 1.027 28 124 499 233 15 219
2 b b
RW 1 & 4: ST 0,15 0,28 855 29 129 429 200 14 213
1
45 RW’s operados somente com fracionador de espuma (skimmer) - FF.
2
RW’s operados somente com tanques de sedimentação - ST.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

Sumário de média final para peso, crescimento semanal, rendimento, sobrevivência, FCA e uso de água em
cultivo na fase de engorda com Litopenaeus vannamei em raceways operados sem troca d’água.
Peso Cresc. Rend. Sobrev. Uso de água
Raceways FCA
Final (g) (g/sem) (kg/m3) (%) (L/kg camarão)
Tanque de sedimentação (RW 1) 21,96 1,36 9,34 94,54a 1,60 126
Tanque de sedimentação (RW 4) 21,81 1,39 9,52 94,51a 1,57 107
Fracionador de espuma (RW2) 22,51 1,35 9,51 96,86b 1,53 108
Fracionador de espuma (RW3) 22,40 1,39 9,75 96,26b 1,57 98

Conclusões
Este estudo mostrou que camarões Litopenaeus vannamei, em tamanho comercial, pode ser produzido
sem troca de água, sendo utilizado a quantidade necessária para repor as perdas por evaporação.
A reutilização da mesma água que serviu para o estudo juntamente com uma ração especialmente
formulada não mostrou nenhum aumento em amônia ou nitrito na água de cultivo.
Os fracionadores de espuma ou tanques de decantação são eficazes para controlar as partículas e
proporcionar condições de cultivo adequadas para o camarão em sistemas dominados por bioflocos.

DADOS DE PRODUÇÃO EM RW 100m3.

Desempenho do cultivo de camarão (Litopenaeus vannamei) após 63 dias de crescimento em raceways de 100
3
m3 com injectores a para mistura e aeração
RW Densidade Peso Peso Cresc Sobrev Prod Cons.água
FCA
Juvenis/m3 Inicial (g) Final (g) (g/sem) (%) (kg/m3) (L/kg)
1 500 3,60 22,76 2,13 80,82 9,20 1,43 139,5
2 500 3,60 22,67 2,12 78,19 8,86 1,53 148,9
Média 3,60 22,72 2,12 79,50 9,03 1,48 144,2
Fonte: Texas A&M AgriLife Research Mariculture Lab (Nov, 2012)

APLICAÇÕES NO BRASIL

Pesquisas com tecnologia de bioflocos, desenvolvidas na Estação de Aquicultura da UFRPE, em


tanques de 1000 L, com quatro pedras de aeração, possibilitaram a obtenção de uma biomassa final de 2,5
kg/m3 para camarão L. vannamei e de 16 kg/m3 para tilápia. O próximo passo é ampliar a dimensão dos
tanques e melhorar o sistema de aeração a fim de aumentar a produtividade desse sistema no Brasil.
Sabe-se que a carcinicultura brasileira foi afetada por várias enfermidades, a exemplo da “mionecrose
infecciosa” em 2003, e posteriormente a mancha branca, ocorrida inicialmente no estado de Santa Catarina.
Deve-se ressaltar que em 2012, uma matéria de capa da Revista Panorama da Aquicultura destacava o cultivo
de camarão marinho no foco da mancha branca utilizando a tecnologia de bioflocos. Na fazenda onde foi
adotado esse sistema algumas medidas de biosegurança foram adotadas, a exemplo de rodolúvios e pedilúvios,
instalação de geomembrana, restrição de acesso à fazenda, dispositivos para evitar acesso de pássaros e
caranguejos e cloração da água de abastecimento dos viveiros. Isso possibilitou a obtenção de produtividades
variando de 6.360 a 7.975 kg/ha, com ciclos de cultivos de 64 a 70 dias e sobrevivência de 63 a 75%.
Várias iniciativas com tecnologia de bioflocos estão surgindo no Nordeste, a exemplo de uma fazenda
no Rio Grande do Norte, com quatro viveiros (1350 m2) revestidos com geomembrana, onde foi utilizada água
de baixa salinidade (2 g/L) e estocagem de 100 PL/m2, obteve 70% de sobrevivência e camarões de 12,5 g e
produtividade 9.800 kg/ha/ano.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento da carcinicultura, e da aquicultura como um todo, está muito aquém do real


potencial do Brasil. E como a cada dia surgem mais restrições ambientais, o sistema de cultivo intensivo sem
troca de água é uma alternativa para a produção de camarão cultivado, que pode contribuir para o aumento da
produção de pescado, tão necessária para o Brasil, e com mínimo impacto ambiental.

REFERÊNCIAS

ANH, P. T.; KROEZE, C.; BUSH, S. R.; MOL, A. P. J. 2010. Water pollution by intensive brackish shrimp farming in south-
east Vietnam: Causes and options for control. Agricultural Water Management 97: 872-882.
AVNIMELECH, Y. Biofloc technology – A Pratical Guide Book. The World Aquaculture Society, Baton Rouge, Louisiana,
LA, United States, 182 p., 2009.
AVNIMELECH, Y. Carbon/nitrogen ratio as a control element in aquaculture systems. Aquaculture, v. 176, p. 227-235, 1999.
AVNIMELECH, Y. 2003. Control of microbial activity in aquaculture systems: active suspension ponds. World Aquaculture
3419–3421.
AVNIMELECH, Y. Bio-filters: The need for an new comprehensive approach. Aquacultural Engineering, v.34, p.172-178,
2006.
AVNIMELECH, Y.; KOCHVA, M., DIAB, S. Development of controlled intensive aquaculture systems with a limited water
exchange and adjusted carbon to nitrogen ratio. Aquaculture Bamidgeh, v.46, n.3, p.119-131, 1994.
AZIM, M.E.; LITTLE, D.C.; BRON, J.E. Microbial protein production in activated suspension tanks manipulating C:N ratio in
feed and the implications for fish culture. Bioresource Technology, v.99, p.3590–3599, 2008.
BOYD, C.E.; CLAY, J. 2002. Evaluation of Belize Aquaculture, Ltd: a superintensive shrimp aquaculture system. World
Bank, NACA, WWF and FAO Consortium Program on Shrimp Farming and the Environment.
BRATVOLTD, D.; BROWDY, C. L.; Effects of sand sediment and vertical surfaces (AquaMats TM) on production, water
quality, and microbial ecology in an intensive Litopenaeus vannamei culture system. Aquaculture, v. 195, p. 81-94, 2001.
BROWDY, C.L.; BRATVOLT, D.; HOPKINS, J. S.;. STOKES, A. D.; SANDIFER, P. A. 2001. Emerging technologies for
mitigation of environmental impacts associated with shrimp aquaculture pond effluents. Asian Fisheries Science 14: 255-
267.
BURFORD, M.A.; THOMPSON, P. J.; MCINTOSH, R. P.; BAUMAN, R. H.; PEARSON, D. C. 2003. Nutrient and microbial
dynamics in high-intensity, zero-exchange shrimp ponds in Belize. Aquaculture 219: 393-411.
CHAMBERLAIN, G.W.; HOPKINS, J.S. 1994. Reducing water use and feed cost in intensive ponds. World Aquaculture 25:
29-32.
CHAMBERLAIN, G. W.; HOPKINS, J. S. Reducing water use and feed cost in intensive ponds. World Aquaculture, v. 25,
p. 29-32, 1994.
CHAMBERLAIN, G.; AVNIMELECH, Y.; MCINTOSH, R.P.; VELASCO, M. 2001. Advantages of aerated microbial reuse
systems with balanced C:N - I: Nutrient transformation and water quality benefits. Global Aquac. Advocate April: 53-56.
COHEN, J.M., SAMOCHA, T.M., FOX, J.M., GANDY, R.L., LAWRENCE, A.L. Characterization of water quality factors
during intensive raceway production of juvenile Litopenaeus vannamei using limited discharge and biosecure management
tools. Aquaculture, v.32, p. 425-442, 2005.
CORPRON, K.E. ARMSTRONG, D.A., 1983. Removal of nitrogen by an aquatic plant, Elodea densa, in recirculating
Macrobrachium culture systems. Aquaculture 32, 347-360.
CORREIA, E.S.; PEREIRA, J.A.; APOLINÁRIO, M.O.; HOROWITZ, A.; HOROWITZ, S. 2002. Effect of pond aging on
natural food availability and growth of the freshwater prawn Macrobrachium rosenbergii. Aquacultural Engineering,
v.26, p.61–69.
CORREIA, E.S, WILKENFELD, J.S., MORRIS, T.C., WEI, L., PRANGNELL, D.L., SAMOCHA, T.M. 2014. Intensive
nursery production of the Pacific white shrimp Litopenaeus vannamei using two commercial feeds with high and low
protein content in a biofloc-dominated system. Aquacultural Engineering. v.59, p. 48–54.
2014
CRAB, R.; KOCHVA, M.; VERSTRATE, W.; AVNIMELECH, Y. 2009. Bio-flocs technology application in over-wintering
of tilapia. Aquacultural Enginnering, v.40, p.105-112.
DECAMP, O.; CODY, J.; CONQUEST, L.; DELANOY, G.; TACON, A.G.J. 2003. Effect of salinity on natural community
and production of Litopenaeus vannamei (Bonne), with experimental zero exchange culture systems. Aquaculture
Research 34: 345-355.
EBELING, J.M.; TIMMONS, M. B.; BISOGNI, J.J. 2006. Engineering analysis of the stoichiometry of photoautotrophic,
autotrophic, and heterotrophic removal of ammonia-nitrogen in aquaculture systems. Aquaculture 257: 346-358.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

ERLER, D.; SONGSANGJINDA, P.; KEAWTAWEE, T.; CHAIYAKUM, K. Preliminary investigation into the effect of
carbon addition on growth, water quality and nutrient dynamics in zero-exchange shrimp (Penaeus monodom) culture
systems. Asian Fisheries Science, v. 18, p. 195-204, 2005.
FAO Statistics and Information Service of the Fisheries and Aquaculture Department. 2012. Aquaculture production 1950-
2010. FISHSTAT Plus - Universal software for fishery statistical time series [online or CD-ROM]. Food and Agriculture
Organization of the United Nations. Disponível em: http://www.fao.org/fishery/statistics/software/fishstat/en.
FUNGE-SMITH, S.J.; BRIGGS, M.R.P. Nutrient budgets in intensive shrimp ponds: implications for sustainability.
Aquaculture, v.164, p.117-133, 1998.
FURTADO, P. S.; POERSCH, L. H.; WASIELESKY, W. 2011. Effect of calcium hydroxide, carbonate and sodium
bicarbonate on water quality and zootechnical performance of shrimp Litopenaeus vannamei reared in bio-flocs technology
(BFT) systems. Aquaculture, v.321, p. 130-135.
GROSS, A.; NEMIROVSKY, A.; ZILBERG, D.; KHAIMOV, A.; BRENNER, A.; SNIR, E.; RONEN, Z.; NEJIDAT, A. Soil
nitrifying enrichments as biofilter starters in intensive recirculating saline water aquaculture. Aquaculture, v. 223, p. 51-
62, 2003.
GÓMEZ-JIMÉNEZ, S.; GONZÁLEZ-FÉLIX, M. L.; PEREZ-VELAZQUEZ, M.; TRUJILLO-VILLALBA, D. A.;
EZQUERRA-BRAUER, I. R.; BARRAZAGUARDANO, R. 2005. Effect of dietary protein level on growth, survival and
ammonia efflux rate of Litopenaeus vannamei (Boone) raised in a zero water exchange culture system. Aquaculture
Research 36: 834-840.
HARGREVES, J.A. 2006. Photosynthetic suspended-growth systems in aquaculture. Aquacultural Engineering, v.34, p. 344-
363.
HOPKINS, J.S.; HAMILTON, R.D.; SANDIFER,P.A; BROWDY, C.L.; STOKES, A.D. 1993. Effect of water exchange rate
on production, water quality, effluent characteristics and nitrogen budgets of intensive shrimp ponds. Journal of the
World Aquaculture Society, v.24, n.3.
HUSSENOT, J., LEJEUNE, A., 2000. Use of foam fractionation to improve water quality in ponds: New experimental
equipment. Page 298 In Responsible Aquaculture in the New Millennium pp 298 Eds R Flos and L Crewell. May 2-6,
Nice, France, Special Publication, European Aquaculture Society, Oostende, Belgium.
JACKSON, C.; N. PRESTON, P.J. THOMPSON, AND M. BURFORD. 2003. Nitrogen budget and effluent nitrogen
components at an intensive shrimp farm. Aquaculture 218: 397-411.
JONES, A.B., PRESTON, N.P., DENNISON, W.C., 2002. The efficiency and condition of oysters and macroalgae used as
biological filters of shrimp pond effluent. Aquaculture Research 33, 1-19.
KRUMMENAUER, D.; PEIXOTO, S.; CAVALLI, R. O.; POERSCH, L. H.; WASIELESKY, W. 2011. Superintensive
Culture of White Shrimp, Litopenaeus vannamei, in a Biofloc Technology System in Southern Brazil at Different Stocking
Densities. Journal of the World Aquaculture Society, v.42, n. 5, p.726-733.
LOTZ, J.M.; LIGHTNER, D.V. 1999. Shrimp biosecurity: pathogens and pathogen exclusion. pp. 67-74 in: R.A. Bullis and
G.D. Pruder (editors) Controlled and Biosecure Production Systems. Evolution and Integration of Shrimp and Chicken
Models. Proceedings of a Special Session, World Aquaculture Society. Sydney, Australia, April 27-30, 1999.
MCGRAW, W. J. Utilization of heterotrophic and autotrophic bacteria in aquaculture. The Global Aquaculture Advocate, p.
82-83, 2002McNEIL, R. Zero exchange, aerobic, heterotrophic systems: key considerations. The Global Aquaculture
Advocate, v.3, 72–76, 2000.
MCINTOSH, D.; SAMOCHA, T.M.; JONES, E. R.; LAWRENCE, A. L.; HOROWITZ, S.; HOROWITZ, A. 2001. Effects of
two commercially available low-protein diets (21% and 31%) on water and sediment quality, and on the production of
Litopenaeus vannamei in an outdoor tank system with limited water discharge. Aquacultural Engineering 25: 69-82.
MICHAUD, L.; BLANCHETON, J.P.; BRUNI, V.; PIEDRAHITA, R. 2006. Effect of particulate organic carbon on
heterotrophic bacterial populations and nitrification efficiency in biological filters. Aquacultural Engineering 34: 224–
233.
MISHRA, J.K., SAMOCHA, T.M., PATNAIK, S., SPEED, M., GANDY, R.L., ALI, A.M., 2008. Performance of an intensive
nursery system for the Pacific white shrimp, Litopenaeus vannamei, under limited discharge condition. Aquacultural
Engineering 38(1), 2-15.
MOSS, S. M.; PRUDER, G. D.; LEBER, K. M.; WYBAN, J. A. The relative enhancement of Penaeus vannamei growth by
selected fractions of shrimp pond water. Aquaculture, v. 101, p. 229-239, 1992.
MARUYAMA, T., SUZUKI, Y., 1998. The present stage of effluent control in Japan and pollutant load from fish culture to
environment-Possibility of intensive recirculating fish culture systems. Nippon Suisan Gakkaishi 64, 216-226.
NUNES, A.J.P. 2003. Bandejas de alimentação na engorda de camarão marinho. Panorama da Aquicultura, v.13, n.80, p.39-
47.
NUNES, A. J. P.; Madrid, R. M.; Andrade, T. P. 2011. Carcinicultura Marinha no Brasil: Passado, Presente e Futuro.
Panorama da Aquicultura, v.21, n.124, p.26-33.
PÁEZ-OSUNA, F. 2001. The environmental impact of shrimp aquaculture: causes, effects, and mitigating alternatives.
Environmental Management 28(1): 131-140.
RAY, A.J.; SHULER, A.J.; LEFFLER, J.W.; BROWDY, C.L. Microbial ecology and management of biofloc systems. In:
BROWDY, C.L. e JORY, D.E. (Eds.). The rising tide, Proceedings of session on sustainable shrimp Farming, World
Aquaculture Society 2009, Baton Rouge, Louisiana USA, 2009, p.255-266.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015

SAMOCHA, T.M., HAMPER, L., EMBERSON, C.R., DAVIS, A.D., MCINTOSH, D., LAWRENCE, A.L., VAN WYK,
P.M., 2002. Review of some recent developments in sustainable shrimp farming practices in Texas, Arizona and Florida.
Journal of Applied Aquaculture 12(1), 1-42.
SAMOCHA, T.M., GANDY, R.L., MCMAHON, D.Z., MOGOLLÓN, M., SMILEY, R., BLACHER, T.S., DE WIND, A.,
FIGUERAS, E., VELASCO, M. 2003. The role of shrimp nursery systems to improve production efficiency of shrimp
farms. In Responsible Aquaculture for a Secure Future: Proceedings of a Special Session on Shrimp Farming pp 179-195
Ed DE Jory. World Aquaculture 2003. The World Aquaculture Society, Baton Rouge, Louisiana USA.
SAMOCHA, T. M.; PATNAIK, S.; SPEED, M.; ALI, A. M.;BURGER, J. M.; ALMEIDA, R. V.; AYUB, Z.; HARISANTO,
M.; HOROWITZ, A.; BROCK, D. L. 2007. Use of molasses as carbon source in limited discharge nursery and grow-out
systems for Litopenaeus vannamei. Aquacultural Engineering, v.36, p.184-191.
SAMOCHA, T.M. Advances in shrimp nursery technologies. In: BROWDY, C.L. e JORY, D.E. (Eds.). The rising tide,
Proceedings of session on sustainable shrimp Farming, World Aquaculture Society 2009, Baton Rouge, Louisiana USA,
2009, p.195-208.
SANDIFER, P. A.; HOPKINS, J. S. Conceptual design of a sustainable pond-based shrimp culture system. Aquacultural
Engineering, v. 15, p. 41-52, 1996.
SCHNEIDER, O.; Sereti, V.; Eding, E.H.; Verreth, J. A.J. Molasses as C source for heterotrophic bacteria production on solid
fish waste. Aquaculture, v.261, p. 1239-1248, 2006.
Speck, R.C., Cavalli, R.O., Marchiori, M.A., 1993. Efeito da densidade de estocagem do camarão rosa Penaeus paulensis
(Pérez-Farfante, 1967) em sistema de berçário. Pages 369-383 In: Simpósio Brasileiro Sobre Cultivo de Camarão, 4., João
Pessoa, 1993, Anais, João Pessoa: MCR. Aquaculture.
SUZUKI, Y., MARUYAMA, T., TAKEMOTO, S., ODA, R., 1999. Performance of a closed recirculating system with foam
separation, nitrification and denitrification units for the intensive culture of eel. Journal of Japan Society on Water
Environment 22, 896-903.
SUZUKI, Y., MARUYAMA, T., NUMATA, H., SATO, H., ASAKAWA, M., 2003. Performance of a closed recirculating
system with foam separation, nitrification and denitrification units for intensive culture of eel: towards zero emission.
Aquacultural Engineering 29, 165-182.
TACON, A.G.J. Thematic Review of Feeds and Feed Management Practices in Shrimp Aquaculture. Report prepared under the
World Bank, NACA, WWF and FAO Consortium Program on Shrimp Farming and the Environment. Work in Progress for
Public Discussion. Published by the Consortium. 69 p. 2002.
TACON, A.G.J.; CODY, J.J.; CONQUEST, L.D.; DIVAKARAN, S.; FORSTER, I.P.; DECAMP, O.E. 2002. Effect of cultura
system on the nutrition and growth performance of Pacific white shrimp Litopenaeus vannamei (Boone) fed different diets.
Aquaculture Nutrition, v.8, p.121-137.
TACON, A.G.J., NATES, S.F.; MCNEIL, R.J. 2004. Dietary feeding strategies for marine shrimp: a review. In: Cruz Suárez,
L.E., Ricque Marie, D., Nieto López, M.G., Villarreal, D., Scholz, U., González, M. 2004. Avances en nutrición Acuícola
VII. Memorias del VII Simposium Internacional de Nutrición Acuícola. 16-19 Noviembro, 2004. Homosillo, Sonora,
México.
THAKUR, D. P.; LIN, C. K., 2003. Water quality and nutrient budge in closed shrimp (Penaeus monodon) culture systems.
Aquacultural Engineering 27, 159-176.
Timmons, M.B., 1984. Use of foam fractionation in aquaculture. Development of Aquaculture and Fisheries Sciences 27, 247-
279.
VELASCO, M.; A. LAWRENCE. 2001. Shrimp production systems with low / no water exchange: Nutritional strategies for
phosphorus management. Global Aquaculture Advocate December: 37-38.
VINATEA, A. L.; GALVEZ, A. O.; VENERO, J.; LEFFLER, J.; BROWDY, C. 2009. Oxygen consumption of Litopenaeus
vannamei juveniles in heterotrophic medium with zero water exchange. Pesquisa Agrop. Brasileira, v. 44, n. 5, p. 534-
538.
WASIELESKY, W.; ATWOOD, H.; STOKES, A.; BROWDY, C.L. 2006. Effect of natural production in a zero exchange
suspended microbial floc based super-intensive culture system for white shrimp Litopenaeus vannamei. Aquaculture, v.
258, p.396–403.
WANG, J. K. 2003. Conceptual desing of a microalgae-based recirculating oyster and shrimp system. Aquacultural
Engineering 28 (1-2): 37-46.

1
Professor da Área de Aquicultura, Departamento de Pesca e Aquicultura (UFRPE), e-mail: ecorreia@depaq.ufrpe.br
2
Doutoranda do PPG em Recursos Pesqueiros e Aquicultura (RPAq/UFRPE), e-mail: fabianapenalva@gmail.com
3
Doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura/UFRPE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), e-mail: joaopaulo_lima@hotmail.com

View publication stats

Potrebbero piacerti anche