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04/01/2019 Rosa nem sempre foi 'cor de menina' - nem o azul, 'de menino' | Mundo | G1

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Rosa nem sempre foi 'cor de menina' - nem o


azul, 'de menino'
Pesquisadora americana explica que a divisão de gênero das cores é uma
construção social. 'Assim, também é errada a ideia de que se você não tratar as
crianças segundo um estereótipo de gênero elas vão crescer confusas, serão
pervertidas, vão se tornar homossexuais, transgênero. Não há nenhuma evidência
disso'.

Por BBC
04/01/2019 17h54 · Atualizado há uma hora

Wendy e Peter Pan vestidos de azul e rosa — Foto: Reprodução

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04/01/2019 Rosa nem sempre foi 'cor de menina' - nem o azul, 'de menino' | Mundo | G1

"A regra geralmente aceita é que rosa é para os meninos, e azul para as meninas. O
motivo é que o rosa, sendo uma cor mais decidida e forte, é mais apropriado para
meninos. Enquanto o azul, que é mais delicado e gracioso, é mais bonito para a
menina."

O parágrafo acima foi publicado há cem anos, em 1918, por uma revista de moda
infantil americana, a Earnshaw, voltada para pro ssionais da área. Foi encontrado
por Jo Paoletti, professora emérita de Estudos Americanos na Universidade de
Maryland, nos Estados Unidos, e autora do livro Pink and Blue: Telling the Boys from
the Girls in America (Rosa e Azul: Distinguindo Meninos de Meninas nos Estados
Unidos).

"(Encontrar essa frase) virou minhas suposições de cabeça para baixo", lembra a
pesquisadora, em conversa com a BBC News Brasil. A nal, o rosa nem sempre havia
sido uma cor de menina, nem o azul cor de menino.

"A ideia de que há algo natural e permanente sobre o uso


de rosa para as meninas e azul para garotos é
historicamente errada", diz Paoletti.
"Assim, também é errada a ideia de que se você não tratar as crianças segundo um
estereótipo de gênero elas vão crescer confusas, serão pervertidas, vão se tornar
homossexuais, transgênero. Não há nenhuma evidência disso. Não é dos
estereótipos de gênero que nasce a identidade homossexual ou trans."

O uso de rosa ou azul mobilizou as redes sociais brasileiras nesta quinta-feira,


chegando ao topo de assuntos mais comentados no Twitter. O motivo foi a
divulgação de um vídeo de Damares Alves, a primeira ministra a ocupar a pasta
de Mulher, Família e Direitos Humanos - criada por Jair Bolsonaro, em substituição
ao Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos do governo
de Dilma Rousse .

"Atenção, atenção! É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina veste
rosa!", fala Damares Alves no vídeo. A frase foi acompanhada em coro por
apoiadores. Em seguida, todos pularam em comemoração - inclusive a ministra,
nitidamente empolgada.

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O contexto da frase é a intenção do novo governo de combater a chamada


"ideologia de gênero". O termo, que não é reconhecido por estudiosos, foi
popularizado por segmentos contrários à ideia de que gênero é uma construção
social e, portanto, não está restrito ao sexo biológico de uma pessoa.

"Fiz uma metáfora contra a ideologia de gênero, mas meninos e meninas podem
vestir azul, rosa, colorido, en m, da forma que se sentirem melhores", disse a
ministra, após a reação das redes sociais, em entrevista ao jornal O Estado de S.
Paulo.

Vestidos brancos para bebês e azul feminino em alusão à Virgem Maria

A divisão de cores de meninos e de meninas é uma construção social recente,


explica Paoletti. "Cem anos atrás, os bebês usavam vestidos brancos,
independentemente do sexo da criança. Essas roupas brancas eram mais fáceis de
serem mantidas limpas, porque podiam ser fervidas", diz ela. Além disso, era mais
fácil trocar a fralda de um bebê de vestido do que com calças.

"Quando as cores foram introduzidas no vestuário infantil, tinham tons pasteis, mas
não importava se era rosa ou azul. Geralmente, eram escolhidas de acordo com o
tipo físico da criança. Era muito comum ver bebês de olhos azuis vestindo azul. E
bebês de olhos castanhos vestindo rosa. As pessoas achavam que combinava mais",
continua Paoletti.

O uso das cores também variava de acordo com a região, explica a pesquisadora.
"Em alguns países católicos, era comum encontrar o uso de azul para meninas,
porque o azul era associado à Virgem Maria. Em outros locais católicos, como França
e Bélgica, o primeiro lho costumava ser dedicado à Virgem Maria e vestido de azul,
fosse menino ou menina."

Mais recentemente, o uso de rosa para meninas e azul para meninos se tornou
padronizado em todo o Ocidente. Como isso ocorreu? Uma das explicações é que o
padrão teria sido criado pela indústria da moda americana e se espalhado para
outros países.

O professor de psicologia da Universidade do Novo México, Marco Del Giudice,


analisou as ocorrências de rosa e azul para meninos e meninas em uma base de
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dados de milhões de livros, publicados a partir de 1880. Segundo ele, as referências


a "rosa para meninas" começaram a ser mais abundantes a partir do nal da
Segunda Guerra Mundial, na década de 1940.

Além disso, outros simbolismos de gênero entraram na moda infantil, como laços e
corações para meninas, aviões e bolas para meninos. "Antes, o que de nia a moda
infantil era a praticidade, a conveniência. Agora, as pessoas estão mais interessadas
em garantir que seu lho pareça com o estereótipo de um menino", diz Paoletti.

Meninas preferem rosa? Ciência diz que não

Um estudo de 2011 publicado pela Sociedade de Psicologia Britânica analisou a


preferência de cor de bebês e crianças com idades entre 7 meses e 5 anos. Cada
criança recebeu um par de objetos, um com a cor rosa e o outro com uma segunda
cor. Os pesquisadores, então, observaram qual era a preferência ou rejeição pelos
objetos rosas.

O resultado foi que, com até um ano de idade, meninas e meninos escolheram
objetos cor-de-rosa de forma semelhante. Ou seja, não havia uma preferência de
gênero pela cor.

Já aos dois anos, as meninas passaram a preferir o rosa um pouco mais


frequentemente que os meninos. E, a partir de dois anos e meio, a preferência por
rosa despontou nas meninas, ao mesmo tempo que a rejeição ao rosa prevaleceu
entre meninos.

Segundo as pesquisadoras, a preferência pelo rosa nessa idade pode ser explicada
pela identi cação de gênero que é dada pelos adultos e acaba absorvida pelas
crianças.

"As descobertas vão na contramão da sugestão de que as preferências de cor


podem ter uma base biológica. Alguns pesquisadores propuseram que há mais
vantagem evolutiva para mulheres que são atraídas por cores de frutas, como o
rosa. Mas, se as mulheres tivessem uma predisposição biológica ao rosa, então isso
seria evidente independentemente da aquisição de conceitos de gênero".

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