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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE
GELADEIRA PELTIER
por
Anderson Dall’Agnol
Henrique Zuardi Niencheski
Kassius Kraemer
Daniel Mocelin Tatsch
AGRADECIMENTOS
O grupo agradece a Felipe da Silva Ribeiro que emprestou a geladeira e contribuiu com
valiosas dicas a José Salvadoretti pela ajuda na construção do PWM e a João Batista pela
atenção, ajuda e por fazer hora extra para que o trabalho pudesse ser concluído.
Obrigado.
iii
RESUMO
ABSTRACT
This project has the purpose of measure the air temperature inside a refrigerator working
with a thermoelectric heat pump (Peltier device), as well as measure the temperature of some
objects (plastic bottle of water, a can and a glass bottle of beer) placed inside the content.
Graphics of temperature versus time are made in order to find out the time constant and the
temperature stabilization to certain refrigeration operation conditions. With the purpose of
performing the measures, it is used RTD PT100 sensors and a data logger (HP 34970A Data
Aquisition/Switch Unit). Due to the use of thermoelectric chips the temperature range of
operation of the refrigerator is dependent of the surroundings conditions where it is, this happen
because the solid state refrigerator works with the temperature difference. Results show that the
refrigerator takes considerable time to reach the temperature stabilization and it is inefficient to
cool groceries. Although the equipment does not have the ability to cool the products it has
relatively good ability to keep them cold. The experimental tests were done in a prototype built
by the engineer Felipe Ribeiro da Silva as his graduation project of the Mechanical Engineering
course at UFRGS.
v
LISTA DE SÍMBOLOS
A área, m²
cp calor específico a pressão constante, J/kgK
e espessura da aleta, m
g aceleração da gravidade, m/s²
Gr número de Grashof
h coeficiente de transferência de calor por convecção, W/m²K
H altura, m
I corrente, A
k condutividade térmica, W/mK
L comprimento, m
m massa, kg
N número (quantidade)
Nu número de Nusselt
Pr número de Prandtl
Q transferência de energia, J
Ra número de Rayleigh
t tempo, h
T temperatura, K; tempo, h
v volume específico, m³/kg
V volume, m³; tensão, V
w largura da aleta, m
x, y, z coordenadas retangulares, m
difusividade térmica, m²/s
coeficiente de expansão térmica, K-1
emissividade
eficiência da aleta
massa específica, kg/m³
constante de Stefan-Boltzmann
vi
SUMÁRIO
Pág.
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................................2
3. DEFINIÇÃO FÍSICA DO PROBLEMA ....................................................................................2
3.1 Efeito Peltier e Pastilhas Termoelétricas ...............................................................................2
3.2 PWM (Pulse Width Modulation) ou Modulação de Largura de Pulso..................................3
4. MODELAMENTO MATEMÁTICO .........................................................................................4
4.1 Carga térmica da caixa...........................................................................................................4
4.1.1 Carga Térmica Devido à Radiação..................................................................................4
4.1.2 Carga Térmica Devido à Convecção Livre .....................................................................5
4.1.3 Condução .........................................................................................................................6
4.1.4 Carga Térmica Devido a Aberturas Ocasionais da Geladeira .........................................6
4.1.5 Carga Térmica Devido à Presença de Equipamentos Elétricos.......................................7
4.1.6 Carga Térmica Devido a Objetos Colocados no Interior da Câmara ..............................7
4.2 Desempenho de aletas............................................................................................................7
5. TÉCNICAS EXPERIMENTAIS.................................................................................................8
6. VALIDAÇÃO .............................................................................................................................9
7. RESULTADOS.........................................................................................................................10
7.1 Ensaio da geladeira vazia.....................................................................................................10
7.2 Ensaios com diferentes produtos dentro da geladeira..........................................................11
7.3 Capacidade de resfriamento.................................................................................................13
8. CONCLUSÕES.........................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................16
ANEXO........................................................................................................................................ 17
1
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Pastilhas termoelétricas podem ser utilizadas para refrigerar câmaras, segundo Ribeiro.
Ainda segundo Ribeiro, elas podem ser alimentadas por uma fonte de tensão ou uma fonte de
corrente, na melhor das hipóteses.
Dentre as fontes de tensão utilizadas por Ribeiro estão as baterias automotivas e as fontes
ATX (também utilizadas em computadores).
Em seu trabalho de conclusão, Ribeiro mostra que, apesar de a bateria automotiva ter
capacidade de fornecer correntes superiores às que a fonte é capaz, a temperatura de
estabilização monitorada na câmara é superior nos casos onde a bateria de automóvel foi
utilizada. Isto se deve ao fato de a fonte conseguir suprir a corrente necessária ao sistema e ainda
manter a tensão constante, enquanto a tensão que a bateria entrega decai com o tempo (a bateria
descarrega).
A geladeira estudada pode ser vista na figura 5 e é composta por duas pastilhas
termoelétricas, uma caixa de poliestireno expandido de 14,5 litros, 4 dissipadores térmicos
(superfícies aletadas), 4 coolers (ventoinhas), uma fonte ATX de 250W e um PWM (modulador
de largura de Pulso).
As dimensões da caixa são 350x290x235 mm, e espessura da parede de 2,5 mm. A caixa
é recoberta por manta asfáltica.
As pastilhas são fabricadas por Danvic S.A, são do modelo DV-40-07, suas dimensões
são 39,5x39,5x3,82mm e estão ligadas em paralelo ao PWM. O PWM é ligado à fonte, que
fornece uma tensão constante de 11,8V.
Os coolers estão ligados em paralelo à fonte, que fornece a eles uma tensão constante de
5V.
Figura 5 - Geladeira
No presente trabalho, o ponto de funcionamento das pastilhas é fixado. Para isso utiliza-
se uma fonte ATX que garante que a tensão seja constante e, como este tipo de pastilha possui
resistência constante e conhecida, a corrente utilizada também é conhecida e constante. Desta
forma pode-se garantir que eventuais diferenças de resultado de um teste para outro não se
devem à forma de alimentação das pastilhas.
Efeito Peltier é um fenômeno inverso do Efeito Seebeck que ocorre nos termopares. Este
efeito foi inicialmente observado por Peltier em 1834.
Aplicando uma diferença de tensão nas extremidades de dois semicondutores conectados,
pode-se criar um diferencial de temperatura entre as extremidades do sistema, segundo o site da
mspc.
3
A capacidade de retirar calor do ambiente a ser refrigerado depende da corrente (que deve
ser contínua), tensão e número de pares de elementos. O transporte do calor é feito através de
elétrons.
A potência dissipada por unidade de área é relativamente grande, mas a potência
dissipada total por pastilha é pequena (em torno de 100 W, dependendo da pastilha) e pode ser
comparada à potência de uma lâmpada incandescente comum. Visto isso, devem-se usar
dissipadores de calor em ambas as faces da pastilha.
Comercialmente, as pastilhas podem ser encontradas em uma série de formatos, tensões e
correntes máxima de operação (potência) e capacidade térmica.
São elementos pequenos, silenciosos, que não possuem partes móveis e são confiáveis,
características que justificam seu uso em geladeiras para automóveis, bebedouros, laboratórios,
refrigeração de processadores e gabinetes de computador para aumentar o desempenho
(overclock) e ultimamente para chegar a temperaturas criogênicas próximas ao zero absoluto. A
figura 2 é uma foto de uma pastilha Termoelétrica.
PWM é um circuito que é capaz de transformar um sinal de entrada, nesse caso, a tensão
de alimentação (12V contínuo), em uma onda quadrada e, através de um potenciômetro,
controlar o número de pulsos em um determinado intervalo de tempo, ou seja, a freqüência de
emissão desses pulsos, segundo Ghirardello (2006). Dessa forma pode-se controlar a potência
aplicada à pastilha termoelétrica. A figura 3 representa o funcionamento de um PWM.
A potência real aplicada pode ser obtida aplicando uma integral ao gráfico da tensão x
tempo.
Como inconvenientes tem-se que, para saber a potência, tensão ou corrente deve-se
acoplar adequadamente ao sistema um multímetro capaz de fazer medições de ondas quadradas
ou utilizar um osciloscópio, por isso a corrente de alimentação do sistema não foi mensurada
quando utilizou-se o PWM. Também, mesmo estando o potenciômetro posicionado na posição
de mínimo, alguns pulsos são enviados pelo PWM. A figura 4 é uma fotografia do sistema real
construído.
Figura 4 – PWM
4. MODELAMENTO MATEMÁTICO
Onde QCAIXA é a carga térmica total da caixa, QCONV é o calor ganho do ar externo através
da convecção, QRAD é a carga térmica obtida por radiação devido a presença de objetos cuja
temperatura é maior que a temperatura da superfície da caixa, QAE é a carga térmica obtida pela
entrada de ar exterior na geladeira quando esta é aberta, Q EE é o calor que os equipamentos
elétricos (coolers) adicionam ao sistema, Qobjetos é a carga térmica que objetos a serem resfriados
causam ao sistema. A dimensão das cargas é W.
Pode-se modelar a convecção que ocorre no exterior da caixa como sendo convecção
livre já que a geladeira é projetada para estar em ambiente protegido.
f
f
ff
f
ff b f
f
ff
f
f b
Qconv = he As T amb @T se + ht At T amb @T se
c c
(3)
Tf + T
= f
ff
ff
fff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
ff
se
T amb
(5)
fe
2
3
β
b c
gf
f
ff
f
ff
f
ff
f
f
Tf
f
ff
ff
f
fse @ T amb H e
ff
ff
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
ff
f
RaHe = Gr he Pr = (6)
αν
Pode-se simplificar a convecção interna e simulá-la como sendo convecção livre, dessa
forma, as mesmas equações e correlações utilizadas para a parte externa podem ser utilizadas
para modelar a parte interna da geladeira, com pequenas diferenças: agora, o comprimento
característico é a altura interna da caixa Hi e não mais He, as propriedades relativas ao ar interno
devem ser adotadas para a tempera de filme interna, Tfi, e não mais a temperatura de filme
6
externa e a área utilizada para o cálculo da carga é a área de superfície interna do equipamento,
Ai dada em m².
Tf +f Ti
T fi = f
ff
f
sif
f
ff
ff
ff
f
ff
f
ff
f
fff
(9)
2
4.1.3 Condução
κf
b c
dT A T se @ T si
Qcond = @ κ Ai ff
f
ff
f
ff
f f
= f
ff
f
ff
f
ff
if
f
ff
f
ff
ff
f
ff
ff
ff
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ffff
f
ff
f
(10)
dx L
Neste caso, L é a espessura da parede da geladeira (note que, por segurança, está-se
negligenciando a presença da manta asfáltica), k é a condutividade térmica do poliestireno
expandido (W/(mK)), Ai é a área da superfície interna (m²), Tsi é a temperatura da superfície
interna da geladeira (K).
Pode-se aplicar a primeira lei da termodinâmica em volumes de controle localizados entre
a parede e o ambiente externo; entre a parede e o ambiente interno e entre os ambientes interno e
externo obter as seguintes expressões:
Há uma correlação empírica que descreve o ganho de calor em câmaras frias em função
do número de vezes em que se abrem suas portas.
ρf
f
ff
f
ffV
f
f
ff
f
ff
f
fff
fN
f
f
ff
f
ff
f
fff
ff
fN
f
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
ff
f
ff
fff
Q AE =
b c
in ab horas
ar
hext @ hint (14)
3600
onde, ρar é a densidade do ar resfriado, dado em kg/m³; Nab é o número de aberturas da geladeira
em determinado período; Nhoras é o tempo em que a geladeira permaneceu aberta durante cada
7
abertura (ou a média de tempo que ela permaneceu aberta), dado em s; hext é a entalpia do ar
ambiente e hint é a entalpia do ar no interior do equipamento, dadas em J/kg.
Q EE = P = P V I (15)
Nos casos onde há objetos dentro da geladeira, há a inserção de uma carga térmica que
pode ser calculada.
b c
mf
f
ff
f
ff
ff
f
objf
cf
f
ff
fp T in @T out
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
ff
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
ff
f
ff
f
Qobjetos = (16)
3600 t
onde mobj é a massa do objeto (kg), Cp é o poder calorífico (J/(kgK)), Tin é a temperatura inicial
do objeto colocado, Tout é a temperatura em que se encontra o objeto ao ser retirado da geladeira
(K) e t é o tempo necessário para o objeto ir de Tin a Tout, dado em horas.
As aletas utilizadas para dissipar calor são planas. A efetividade de aletas planas pode ser
calculada com as seguintes expressões:
c1 @ η
f
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
faf
f
ff
ηo = 1 @ N Aa
b
(17)
Atotal
b c
tanh
f
f
ff
f
ff
f
ff
f
ff
f
f
m
f
f
ff
f
ff
f
f
Lf
f
fc
f
fff
f
ff
f
ηa = (18)
m Lc
ef
d e
f
f
Lc = Lal + (19)
2
1f
f
ff
f
2f
f
fhf
f
f
ff
ff
ff
ff
ff
g2 3fffff
f
f
m LC = eal
Lc2 (20)
k Lc e
A a = 2 w Lc (21)
5. TÉCNICAS EXPERIMENTAIS
6. VALIDAÇÃO
7. RESULTADOS
Uma série de ensaios foi realizada seguindo a metodologia descrita neste projeto. O
primeiro passo é determinar a performance da geladeira sem nenhum produto em seu interior.
Com o interesse em determinar se a geladeira possuía alguma diferença de temperatura entre
posições no interior da mesma foram instalados três Pt-100 ao longo do eixo y no centro do
volume.
A primeira medição foi realizada dia 08 de junho de 2009, os dados adquiridos foram
plotados no gráfico temperatura versus tempo (figura 9), o ensaio teve duração de 110 minutos.
Temperatura (°C)
Tempo (min.) Inferior Intermediária Superior
0 21.64 22.32 22.06
1 20.89 21.24 21.26
5 15.31 15.46 15.82
10 13.32 13.66 13.83
20 12.14 12.38 12.52
100 11.37 11.53 11.57
A curva de maior valor ficou pertencente a porção superior da geladeira, bem como a de
menor valor ficou para a zona mais próxima a parte inferior da mesma. Isso deve-se ao fato da
diferença de peso específico do ar, quanto maior sua temperatura, menor seu peso específico.
Pode-se verificar que a temperatura de estabilização da geladeira ocorre após
transcorridos 50 minutos. A maior variação de temperatura acontece nos primeiros 7 minutos,
onde varia aproximadamente 1°C/min. Logo após isso, a variação cai bruscamente para
aproximadamente 0,06 °C/min até o tempo em que a temperatura da geladeira é estabilizada.
Realizou-se um ensaio onde a geladeira funciona com apenas uma pastilha Peltier em
ação. Os resultados são mostrados no gráfico abaixo (figura 10).
11
O fato de a alimentação da tensão e corrente das pastilhas ser feito por uma fonte ATX
(ou em alguns casos por duas fontes), o ponto de operação das pastilhas não é o mesmo porque
não se pode garantir que a tensão (no caso do uso de duas fontes) e a corrente que alimentam as
pastilhas sejam iguais. Este fato reflete-se na diferença entre o diferencial de temperatura das
pastilhas.
Fazendo uma comparação entre esses três ensaios, pode-se observar que depois de
transcorridos 120 minutos do início da medição, a temperatura da água na lata encontrava-se em
16°C, na garrafa plástica em 16,2°C e na long neck em 16,8. A figura 14 faz a comparação entre
a temperatura da água dentro dos três recipientes em relação ao tempo.
Como as condições da vizinhança são semelhantes nos três ensaios, foi possível verificar
qual das embalagens possui maior inércia térmica. Percebe-se que o vidro possui a maior inércia
térmica dos três produtos ensaiados, devido ao fato de ter um calor específico maior.
Os tempos de ensaio com produtos dentro da geladeira foram insuficientes para a
estabilização das temperaturas.
8. CONCLUSÕES
produtos a baixa temperatura, como cervejas. Entretanto, determinou-se que o uso da geladeira
para manter resfriadas bebidas ou alguns produtos alimentícios é aceitável e recomendado.
Já a capacidade do equipamento de refrigerar líquidos ou objetos é pequena. O aparato
leva muito tempo para produzir pequenas diferenças de temperaturas nos mesmos.
Resultados mostram que a geladeira é adequada para ser utilizada para manter
refrigerados vinhos, água e outras bebidas ou postergar a validade de certos alimentos. Não se
recomenda a utilização deste tipo de geladeira para alimentos como a cerveja ou sorvetes, que
devem ser consumidos e armazenados a temperaturas inferiores ou próximas do 0°C.
16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXO