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1º Semestre - 2018
SUMÀRIO
Introdução ...................................................................................................................... 03
2. Estrutura Cristalina
Histórico
Os Tipos de Materiais
A classificação dos materiais se baseia na sua microestrutura que por sua vez é
determinada basicamente pela sua composição e pelo seu processamento. Por exemplo, a
microestrutura de uma liga metálica (e grande parte das suas propriedades) depende da
II. Materiais desenvolvidos empiricamente. Exemplos: bronze, aço comum, ferro fundido,
cerâmicas sílico-aluminosas, vidro, cimento e concreto.
e ferritas.
Vale ressaltar que velho ou novo nem sempre tem relação direta com tradicional ou
avançado.
LIGAÇÕES PRIMÁRIAS
Ligações Iônicas
Resultam da atração mútua entre cargas negativas e positivas. Os átomos de
elementos como potássio e magnésio, com um e dois elétrons de valência,
respectivamente, cedem com facilidade esses elétrons, transformando-se em íons
positivos (cátions). Por outro lado, átomos como cloro e oxigênio tendem a receber,
respectivamente, 1 e 2 elétrons em seus orbitais de valência, gerando íons negativos
(ânions). A atração entre as cargas opostas (chamada de atração coulombiana) faz com
que se desenvolva uma ligação os íons vizinhos, conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Ionização. (a) transferência de elétrons do sódio para o flúor; (b) os íons
positivos e negativos resultantes são mutuamente atraídos por forças coulombianas, para
formar a ligação iônica.
Um material com ligações iônicas deve ser eletricamente neutro, ou seja, o número
de cargas positivas deve ser igual ao de cargas negativas. As atrações coulombianas
abrangem todos os átomos vizinhos e, por isso, materiais ligados ionicamente podem ser
muito estáveis. Como exemplo, o MgO tem um ponto de fusão de aproximadamente
2800ºC.
Os materiais iônicos são, normalmente, duros e quebradiços, além de isolantes
elétricos e térmicos, conseqüências diretas das configurações eletrônicas e da natureza
das ligações iônicas. Esse é o tipo de ligação predominante nos materiais cerâmicos.
Ligações Covalentes
poliméricos, cuja estrutura molecular básica é uma longa cadeia de átomos de carbono
ligados covalentemente entre si por duas das quatro ligações disponíveis em cada átomo.
As duas ligações restantes são compartilhadas com outros átomos como H, N, O, Cl, F
que são ligados covalentemente.
Ligações Metálicas
a) Dipolos induzidos
As moléculas de CH4, CCl4 e C4H10 são simétricas, ou seja, o centro das cargas
positivas dos prótons no núcleo e o centro das cargas negativas dos elétrons estão no
centro de cada molécula. Continuamente, no entanto, os movimentos dos elétrons e a
vibração atômica distorcem a simetria elétrica. Quando isso ocorre, um pequeno dipolo é
estabelecido. O centro das cargas positiva e negativa não coincidem e então é
estabelecido um dipolo elétrico dando à molécula uma extremidade positiva e outra
negativa. Isso, por sua vez, induz um dipolo nas moléculas vizinhas às quais têm os seus
elétrons deslocados devido a esse pequeno campo elétrico. Em consequência, fracas
forças de atração são estabelecidas.
b) Moléculas Polares.
Moléculas assimétricas como NH3, CH3Cl e H2O jamais têm os centros de suas
cargas negativa e positiva coincidentes. Por exemplo, para a amônia, NH3, existem três
núcleos de hidrogênio, que são na verdade prótons (+) dispostos do lado direito superior ,
conforme representado na figura a seguir.
O par isolado de elétrons do outro lado da molécula faz com que aquela posição
seja a extremidade negativa da molécula. As forças de ligação intermoleculares do
simétrico CH4 e do assimétrico NH3 podem ser comparadas em relação a suas
temperaturas de fusão e ebulição, já que eles apresentam aproximadamente a mesma
massa (16 g/mol e 17 g/mol, respectivamente). A Tabela 1 mostra que o NH3 pode ser
levado a 240K (-33ºC) antes que a agitação térmica rompa as ligações intermoleculares
para formar um gás. O CH4, que é simétrico, com ligações mais fracas, é vaporizado a
145K (-128ºC). Já o CH3Cl não vaporiza até 259K (-14ºC) porque o cloro possui um grande
número de elétrons localizados relativamente distante do centro molecular, gerando assim
ligações fortes nos dipolos moleculares vizinhos.
Esse tipo de força de ligação de van der Waals é um caso especial de uma molécula
polar. É a ligação mais forte entre os diferentes tipos de ligações secundárias.
O próton na extremidade de uma ligação C-H, O-H ou N-H não está coberto por
elétrons. Assim, essa carga positiva pode ser atraída por elétrons de valência de moléculas
vizinhas. Desenvolve-se, então, uma ligação coulombiana (atração entre cargas opostas),
denominada ponte de hidrogênio. O exemplo mais comum dessa ligação está na água,
onde o próton de hidrogênio de uma molécula é atraído para o par isolado de elétrons do
oxigênio numa molécula vizinha.
6 - Por que materiais ligados com ligações covalentes e iônicas não são bons condutores
de eletricidade e calor? Por que os metais são bons condutores de eletricidade e calor?
9 - Defina os seguintes termos: (a) Composição, (b) Estrutura, (c) Síntese, (d)
Processamento
18* - (a) Qual a massa de um átomo de alumínio? (b) Sendo a densidade do alumínio 2,70
g/cm3, quantos átomos existem por cm3? Resp. (a) 4,5x10-23g, (b) 6,023x1022átomos Al.
19* - Quantos átomos de ferro existem por grama? (b) Qual é o volume de um grão
metálico de contendo 1020 átomos de ferro? Dados: MAFe=56g.mol-1, d=7,17g.cm-3.
Resp.(a) 1,07x1022 átomos Fe; (b) 1,3x10-3cm3.
22 - Dê uma explicação para a razão pela qual os materiais ligados covalentemente são,
em geral, menos densos do que aqueles ligados por meio de ligação iônica ou metálica.
23* - Calcule a força de atração entre um íon K+ e um íon O2- cujos centros encontram-se
separados por uma distância de 1,5 nm. Considere que: Resp. 2,05x10-10 N
k ( Z1 q) ( Z 2 q)
F onde Z1 e Z2 são as valências de cátion e ânion (valor absoluto)
a2
a= raio do cátion + raio do ânion
V m
k 9 109 (constante)
C
q= carga do elétron = 1,6 x 10-19 C
24* - Calcule os percentuais de caráter iônico das ligações Interatômicas nos seguintes
compostos: TiO2, ZnTe, CsCl, InSb e MgCl2. Dadas as eletronegatividades dos elementos
Ti= 1,5; O=3,4; Zn= 1,6; Te=2,1; Cs=0,79; Cl=3,2; In=1,8; Sb=2,1; Mg= 1,3. Utilize a
fórmula: %carater ionico 1 exp 0,25 X A X B 100 , onde XA e XB são as
2
25 - Qual(is) tipo(s) de ligação seria(m) esperada(s) para cada um dos seguintes materiais:
Latão (liga de Cu e Zn), Borracha, Sulfeto de Bário (BaS), Xenônio sólido, Bronze, Náilon e
Fosfeto de alumínio (AlP)?
Um conceito muito importante relativo aos materiais começa a ser conhecido nesse
capítulo. Trata-se da cristalinidade. Em capítulos posteriores sobre metais, polímeros ou
cerâmicas essa idéia sempre estará presente. Então, inicialmente, é preciso esclarecer o
que significa cristalinidade na Ciência de Materiais.
Os materiais sólidos podem ser classificados segundo a regularidade com que os
átomos, íons ou moléculas estão arranjados uns em relação aos outros. Um material
é classificado como cristalino quando seus átomos estão arranjados num modelo
tridimensional, ordenado que se repete ao longo de grandes distâncias atômicas; ou seja,
existe ordem de longo alcance na estrutura. Quando os materiais cristalinos se solidificam,
seus átomos assumem um arranjo tridimensional, repetitivo. Isso é chamado de
cristalização. Todos os metais são cristalinos, assim como muitos materiais cerâmicos e
também polímeros (polietileno, polipropileno). Materiais que não cristalizam quando
solidificados como vidros e certos polímeros (poliestireno, polimetacrilato de metila) são
chamados de amorfos ou não-cristalinos.
Existem muitos tipos de estruturas cristalinas. Ao descrevê-las, os átomos são
considerados esferas perfeitas (“modelo da esfera rígida atômica”); os átomos vizinhos se
tocam mutuamente. O termo retículo cristalino também é usual em Ciência de Materiais
para se referir a uma estrutura cristalina.
Células Unitárias
Na Figura 1, pode ser observada a ordem de longe alcance, de forma
esquematizada, em uma estrutura cristalina.
Figura 1 – (a) Representação da célula unitária com esferas rígidas; (b) mesma célula
Sistemas Cristalinos
As estruturas cristalinas são divididas em grupos, de acordo com as configurações
de suas células unitárias. Essa divisão é baseada na geometria das células unitárias.
Existem sete sistemas cristalinos diferentes, os quais são mostrados na tabela.
Tabela 1 –
Sistemas cristalinos
preenchido totalmente pelos átomos. O FEA mede exatamente a fração que é ocupada
pelos átomos. É definido como:
Alguns exemplos de metais com estrutura cristalina CFC são alumínio, cobre, prata,
níquel, ouro e chumbo.
b) Estrutura cúbica de corpo centrado (CCC)
Figura 2 – (a) célula unitária CCC – representação com esferas rígidas; (b) célula
unitária CCC - representação com esferas reduzidas; (c) aglomerado de vários átomos.
As faces superior e inferior são compostas por seis átomos que formam hexágonos
regulares e se encontram em torno de um único átomo no centro. Um outro plano que
fornece três átomos adicionais para a célula unitária está localizado entre os planos
superior e inferior. Essa estrutura é mostrada na Figura 3.
Figura 3 – (a) célula unitária hexagonal compacta (HC) – modelo com esferas reduzidas;
(b) aglomerado de átomos.
Densidade
= densidade
n = número de átomos associados a célula unitária
nA
Vc = volume da célula unitária
Vc N A NA = número de Avogadro (6,023.1023 átomos/mol)
A = massa atômica do elemento
Polimorfismo e alotropia
Polimorfos são dois ou mais tipos de cristais que têm a mesma composição. Esse é
o caso da grafita e do diamante, por exemplo. A estrutura cristalina que prevalece depende
da temperatura e da pressão externa.
Em relação aos metais, o ferro tem estrutura cristalina CCC a temperatura ambiente.
Porém, a estrutura se altera para CFC a uma temperatura de 912ºC.
Em sólidos elementares o polimorfismo é chamado de alotropia.
Direções Cristalinas
Várias propriedades dos sólidos cristalinos são direcionais, isto é, variam de acordo
com a direção considerada na estrutura cristalina. Como exemplo, o módulo de
elasticidade (propriedade mecânica que será estudada posteriormente) do ferro CCC é
muito maior na diagonal do cubo do que na direção da aresta.
Por isso, é importante especificar uma direção cristalográfica. Para que essa
especificação de direções dentro de uma estrutura cristalina seja possível, foram
estabelecidas convenções de identificação onde três números inteiros ou índices são
utilizados para designar as direções. A determinação dos valores dos índices é a célula
unitária, com um sistema de coordenadas em três eixos (x, y e z), cuja origem está
localizada em um dos vértices e cujas direções coincidem com as arestas da célula unitária
ver (Figura 11).
As direções cristalinas são definidas como um segmento, uma linha entre dois
pontos, que se estende da origem até a posição desejada na célula. Isso é mostrado na
Figura 12.
Assim, por exemplo, a direção [111] vai desde a origem 0, 0, 0 até a posição 1, 1, 1.
A direção cristalina é sempre representada com os índices entre colchetes e não
separados por vírgulas. Podem aparecer índices negativos, os quais são designados
com uma barra superior. Por exemplo, uma direção [111] tem o componente negativo na
direção z.
No cristal cúbico, as direções a seguir são idênticas:
[111] [111] [111] [111] [111] [111] [111] [111]
É conveniente identificar esta família de direções como <111> em vez do uso dos
índices das oito direções individuais. As famílias de direções cristalinas, então, são
identificadas entre os símbolos < >. Qualquer propriedade do material que seja direcional
(dependente da direção cristalina), como o módulo de elasticidade e o índice de refração,
será idêntica na família de direções considerada.
Planos Cristalinos
Figura 13 – Planos (010) em estruturas cúbicas. (a) Cúbico simples; (b) CCC; (c)
CFC.
Figura 14 – Planos (110) em estruturas cúbicas. (a) Cúbico simples; (b) CCC; (c)
CFC.
Figura 15 - Planos (111) em estruturas cúbicas. (a) Cúbico simples; (b) CCC; (c)
CFC.
Uma interseção negativa é identificada com uma barra superior sobre o índice. Os
planos são representados entre parênteses e não entre colchetes como é o caso das
direções cristalinas.
Assim como existem direções cristalinas equivalentes que constituem uma família
de direções, o mesmo ocorre com os planos cristalinos. Portanto, também existem
famílias de planos. No sistema cúbico, por exemplo, os planos seguintes formam uma
família de planos:
Anisotropia
As propriedades físicas de um material podem depender da direção cristalográfica.
Por exemplo, o módulo de elasticidade, a condutividade elétrica e o índice de refração
podem ter valores diferentes nas direções [100] e [111]. Essa dependência das
propriedades com a direção cristalográfica é chamada de anisotropia. Materiais em que
as propriedades são independentes da direção são conhecidos como isotrópicos.
1*- Se o raio atômico do alumínio é de 0, 143 nm, calcule a volume de sua célula unitária,
em metros cúbicos, sabendo que o alumínio possui uma célula unitária cúbica de face
centrada. Resp. 6,62x10-29 m3.
2*- Mostre que para a estrutura cristalina cúbica de corpo centrado, o comprimento da
aresta da célula unitária a e o raio atômico R estão relacionados através da expressão
a 4R .
3
3- Mostre que o fator de empacotamento atômico (FEA) para a estrutura cúbica simples
(CS) é igual a 0,52. Dado: Vesfera 4 R 3 . Resp. Ver slide de aula.
3
4*- Mostre que o fator de empacotamento atômico (FEA) para a estrutura cúbica de face
centrada (CFC) é igual a 0,74. Dado: Vesfera 4 R 3 .
3
5*- O ferro possui uma estrutura cristalina CCC, um raio atômico de 0, 124 nm, e um peso
atômico de 55,85 g.mol-1. Calcule sua densidade. Resp. 7,89 g.cm-3.
6*- Calcule o raio de um átomo de irídio dado que o Ir possui uma estrutura cristalina CFC,
uma densidade de 22,4 g/cm3, e um peso atômico 192,2 g.mol-1. Resp. 0,136 nm.
Exercício:
a) Z b) Z
Y Y
X X
c) Z d) Z
Y Y
X X
e) f)
Z Z
Y Y
X X
g)
Z
1/3
½ Y
Exercício:
Resp. (a) (111); (b) (0 1 0); (c) (210); (d) (040); (e) (1 1 1)
a) b)
c) d)
e)
A origem da radiação com comprimento característico para cada elemento pode ser
explicada da seguinte forma: os elétrons K (elétrons da camada n=1) são retirados dos
átomos pelos elétrons de alta energia que se choca com o alvo, produzindo a excitação
dos átomos. Em seguida alguns elétrons das camadas superiores (n=3 ou n=4) saltam
para níveis mais baixos de energia para substituir os elétrons K perdidos, emitindo energia
com comprimento de onda característico (Figura 2). A transmissão dos elétrons da camada
M para a camada K (n=1) corresponde ao comprimento de onda da linha K α bem como a
Difração de raios X
Por apresentar mesmo comprimento de onda das distancias interplanares entre planos
atômicos de sólidos cristalinos, quando um feixe de raios X incide em um cristal podem ser
produzidos picos reforçados de radiação com diversas intensidades.
Considerando um feixe monocromático (com um único comprimento de onda)de raios X,
ao incidir em um conjunto de planos de um cristal podem produzir feixes reforçados.
Na Figura 3 os planos cristalográficos são representados por linhas horizontais e a
distancia entre essas linhas equivale a dhkl entre esses planos.
Lei de Braag
A diferença entre os comprimentos das trajetórias dos raios 1 e 2, ou seja, SQ + QT, deve
ser igual a um número inteiro (n – ordem de difração) de comprimentos de onda para que
Exercício exemplo: Uma amostra de ferro CCC foi colocada num difratômetro de raios X
usando raios incidentes com comprimento de onda λ= 0,1541nm. A difração pelos planos
{110} ocorreu para 2θ=44,704º . Calcule o valor do parâmetro a de rede do ferro CCC,
considere difração de primeira ordem.
A técnica de DRX permite determinar a estrutura dos sólidos cristalinos. Devido ao grau de
complexidade estudaremos apenas a difração em metais puros e cúbicos.
Em células unitárias cubicas a analise dos resultados de DRX é determinada a partir da
equação:
a
d hkl como 2dsen
h k2 l2
2
2a sen
Então: A partir desta equação podemos determinar se a
h2 k 2 l 2
estrutura será CCC ou CFC
Para utilizar a equação acima devemos saber quais são os planos difratores para cada tipo
de estrutura cristalina:
a) Cubica Simples – difração ocorre em todos os planos
b) Cubica de Corpo Centrado (CCC) – a difração ocorre nos planos cuja soma hkl seja
um numero par.
Principais: {110}, {200}, {211}.
c) Cubica de Face Centrada (CFC) – a difração ocorre em planos nos quais os índices
de Miller sejam todos pares ou todos ímpares. (zero é considerado par). Principais:
{111}, {200} , {220}.
Tabela 1 – Regras para determinação dos planos difratores (hkl) em cristais cubicos
Rede de Bravais Reflexões presentes Reflexões ausentes
CCC (h+k+l) = par (h+k+l) = ímpar
CFC (h, k, l) todos pares ou todos (h, k, l) pares e ímpares
ímpares juntos
Tabela 2 – Índices de Miller dos planos difratores nas redes CCC e CFC
Planos cúbicos Planos cúbicos difratores (h k l )
h2+k2+l2 Soma (h2+k2+l2 )
(hkl) CFC CCC
2 2 2
{100} 1 + 0 +0 1
{110} 12 + 1 2 + 0 2 2 ... 110
{111} 12 + 1 2 + 1 2 3 111
{200} 22 + 0 2 + 0 2 4 200 200
{210} 22 + 1 2 + 0 2 5
{211} 22 + 1 2 + 1 2 6 ... 211
{220} 22 + 2 2 + 0 2 8 220 220
2 2 2
{221} 2 +2 +1 9
{310} 32 + 1 2 + 0 2 10 ... 310
2 (h 2 k 2 l 2 )
Elevando ambos os membros da equação sen
2
4a 2
sen 2 A hA2 k A2 l A2
onde
sen 2 B hB2 k B2 lB2
θA e θB são dois ângulos de difração associados aos planos difratores (h A kA lA) e (hB kB
lB), respectivamente.
Usando a equação acima para os índices de Miller das duas primeiras famílias de picos
difratores, determinamos o quociente entre os valores de sen2θ.
sen 2 A sen 2 A
Se a razão = 0,5 – CCC Se a razão = 0,75 - CFC
sen 2 B sen 2 B
1. O parâmetro de rede do alumínio (estrutura cristalina do tipo CFC) é 0,4049 nm. Quanto
vale d220? E d111? E d200? Resposta: 0,1431 nm; 0,2337 nm e 0,2024 nm
2. O níquel é cúbico de face centrada com raio atômico de 0,1246 nm. (a) Quanto vale o
espaçamento d200? E d220? E d111? Resposta: 0,1762 nm; 0,1246 nm; 0,2035 nm
3. Raios-X com comprimento de onda de 0,058 nm são empregados para calcular d200 no
níquel (CFC). O ângulo de difração é 2θ = 19º. Qual a dimensão da célula unitária.
7. Uma amostra de um metal CCC foi colocada num difratômetro de raios X, utilizando
raios X de comprimento de onda λ= 0,1541 nm. A difração pelos planos {221} ocorreu para
2θ=88,838º. Calcule o valor do parâmetro de rede a deste elemento metálico CCC.
Considere difração de primeira ordem. Resp.: a=0,3303 nm
9. Um espectro de difração de um elemento com estrutura cristalina tanto CCC como CFC
apresenta picos de difração para os seguintes valores do ângulo 2θ: 41,069; 47,782;
69,879 e 84,396º. O comprimento de onda da radiação incidente foi de 0,15405 nm.
Determine a estrutura cristalina e o parâmetro de rede do elemento.
Até agora admitimos que, em escala atômica, existe uma ordem perfeita ao longo da
totalidade da extensão dos materiais cristalinos, porém, esse tipo de sólido não existe.
Mesmo para os sólidos cristalinos é comum ocorrer pequenas irregularidades na estrutura
cristalina, as quais chamamos de defeitos cristalinos.
Estas imperfeições afetam profundamente as propriedades dos materiais. É importante ter
conhecimento sobre os tipos de imperfeição que podem ocorrer e o que elas representam
ao afetar o comportamento dos materiais. Na realidade, muitas das propriedades dos
materiais são profundamente sensíveis a desvios da perfeição cristalina; a influência não é
sempre negativa e com frequências características especificas são moldadas
propositadamente pela introdução de quantidades muito pequenas (as vezes da ordem de
traços) de defeitos específicos. Exemplo: as propriedades mecânicas de metais puros são
significativamente alteradas pela inclusão de pequenas quantidades de átomos de
impurezas de outro metal em sua estrutura – por exemplo, a prata de lei (92,5% prata e 7,5
% cobre) é muito mais dura que a prata pura (100% prata). Ainda, os dispositivos
microeletrônicos de circuitos integrados utilizadas em nossos computadores, calculadoras
e utensílios domésticos funcionam devido a concentrações rigorosamente controladas de
impurezas específicas em regiões pequenas e localizadas de materiais semicondutores.
Esses defeitos podem afetar as propriedades dos materiais, como a condutividade elétrica
(ex. semicondutores) e as propriedades mecânicas (ex. prata pura e prata de lei).
Um defeito cristalino é uma irregularidade na rede cristalina com uma ou mais de suas
dimensões na orem de um diâmetro atômico. A classificação das imperfeições é feita
freqüentemente de acordo com a geometria ou com a dimensionalidade do defeito.
Tipos de Defeitos
a) Lacunas – é o mais comum dos defeitos pontuais, ocorre quando se forma uma lacuna,
ou seja, um sítio vago na rede cristalina, ou seja, é a falta de um átomo em algum ponto da
rede cristalina. É resultado de um empacotamento imperfeito durante a cristalização ou de
vibrações térmicas em temperaturas elevadas. Todos os sólidos cristalinos contem lacunas
(não é possível criar um material isento desse tipo de defeito). Termodinamicamente, a
presença de lacunas aumenta a entropia do cristal (ou seja, a aleatoriedade) do cristal,
estabilizando-o.
O número de lacunas em equilíbrio (Nv) para uma determinada quantidade de material
depende da temperatura, quanto maior a temperatura, maior o número de lacunas, de
acordo com a equação:
N = número de posições atômicas
Q
N v N . exp v onde Qv = energia necessária para formar uma lacuna
kT
k = constante de Boltzmann (1,38.10 J/átomo.K ou 8,62 x 10-5
-3
T = temperatura (Kelvin)
O número de sítios atômicos por metro cúbico do cristal, N, pode ser calculado através do
N Av ,
N
A
Para a maioria dos metais, a fração de lacunas Nv/N a uma temperatura imediatamente
inferior a temperatura de fusão é da ordem de 10 -4, isto é, um sítio vago em cada 10 mil
sítios da rede cristalina.
Auto-intersticial Lacuna
Impurezas em Sólidos
Para soluções sólidas substitucionais, existem algumas regras que determinam o grau
com que o elemento soluto se “dissolve” (ocupa as posições da estrutura cristalina) no
solvente:
A. Tamanho atômico similar (diferença de raio atômico de até 15%)
B. Estrutura cristalina similar (CCC, CFC...)
C. Eletronegatividade – quanto menor a diferença de eletronegatividade, maior a
probabilidade de formação de uma solução sólida.
D. Valência – quanto maior a valência do soluto maior sua tendência de se dissolver no
solvente.
Substitucional
Intersticial
Zona de
compressão
Zona de
tração
Figura 4 – Representação esquemática de uma discordância tipo aresta (Livro Callister, W.D.,
Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução).
Figura 5 – Representação esquemática de uma discordância em espiral (Livro Callister, W.D., Ciência
As discordâncias
e Engenharia se –originam
de Materiais mais comumente durante processos de deformação.
Uma Introdução).
Defeitos Interfaciais
São contornos que possuem duas dimensões e que separam regiões com diferentes
estruturas cristalinas e/ou diferentes orientações cristalográficas. Podem ser de dois tipos:
Figura 7 – Diagrama esquemático mostrando contornos de macla (Livro Callister, W.D., Ciência e
Engenharia de Materiais – Uma Introdução).
Há ainda os defeitos volumétricos, presentes em todos os materiais sólidos que são muito
maiores do que todos os defeitos já citados. Eles incluem poros, trincas, etc.
Leitura Complementar
Microscopia Eletrônica
Tanto os microscópios óticos como os eletrônicos são muito usados para auxiliar nas
investigações das características microestruturais de todos os tipos de materiais.
1*- Calcule a fração de sítios atômicos que estão vagos para o chumbo na sua temperatura
de fusão de 327 oC. Suponha uma energia para a formação de lacunas equivalente a 0,55
eV/átomo. Resposta: 2,408 x 10-5.
2*- Calcule o numero de lacunas por metro cúbico no ferro a 850 oC. A energia para a
formação de lacunas é de 1,08 eV/átomo. Adicionalmente, a densidade e o peso atômico
para o Fe são 7,65 g/cm3 e 55,85 g/mol, respectivamente. Resposta: 1,18 x 1024
lacunas/m3.
3*- Calcule a energia para a formação de lacunas na prata, sabendo-se que o número de
lacunas em equilíbrio a 800 oC é de 3,6 x 1023 m-3. O peso atômico e a densidade nesta
temperatura são, respectivamente, 107,9 g/mol e 9,5 g/cm 3. . Resposta: 1,10 eV.
5*- Qual é a composição, em porcentagem atômica, de uma liga que consiste em 30%p Zn
e 70%p Cu? Dados: Peso atômico: Zn= 65,37 g/mol e Cu= 63,54 g/mol. Resposta:
29,40% a Zn e 70,60% a Cu.
6*- Qual é a composição, em porcentagem em peso, de uma liga que consiste em 6%a Pb
e 94%a Sn? Dados: Peso atômico: Pb= 207,19 g/mol e Sn= 118,69 g/mol. Resposta:
10%p Pb e 90%p Sn.
11*- Tanto o cobre quanto a platina possuem estrutura cristalina CFC, e o cobre forma uma
solução sólida substitucional para concentrações com até aproximadamente 6%p de cobre
à temperatura ambiente. Calcule o comprimento da aresta para a célula unitária de uma
liga que contém 95%pPt e 5%pCu. Dados: ACu=63,54 g/mol; APt=195,09 g/mol; Cu = 8,89
g/cm3 ; Pt = 21,45 g/cm3. Sugestão: inicialmente, use as equações abaixo para encontrar
os valores da densidade média da solução sólida (med) e do peso molecular médio (Amed):
Resposta: a=0, 388 nm
12- Determine a densidade aproximada de um latão com alto teor de chumbo que possui
uma composição de 64,5%p Cu, 33,5%p Zn e 2%p Pb. . Resposta: 8, 278 g/cm3.
Os Mecanismos da Difusão
Numa perspectiva atômica, a difusão é a migração em etapas dos átomos de um sitio para
outro do retículo cristalino. Para que essa movimentação seja possível, é necessário que:
Nas ligas metálicas, a difusão intersticial ocorre mais rapidamente que a difusão por
lacunas, pois os átomos intersticiais são menores e mais leves (maior mobilidade) e ainda
pelo fato de que há maior quantidade de interstícios do que de lacunas.
Figura 3 – Representação
esquemática da difusão (a) por
lacunas e (b) difusão
intersticial.
Uma vez que a difusão depende do tempo, algumas vezes é importante determinar quão
rápido deverá ocorrer a difusão, ou seja, saber qual a taxa de transferência de massa que
é expressa como um fluxo de difusão (J).
O fluxo de difusão (J) é definido como a massa (m) ou a quantidade de átomos (n) se
difunde perpendicularmente numa área unitária (A) do sólido, por unidade de tempo.
dC
gradiente de concentraç ão
dx
C C A C B
gradiente de concentraç ão
x x A xB
dC C A CB
J D Ou ainda: J D
dX x A xB
A força motriz, razão pela qual é possível ocorrer a difusão, é justamente esse gradiente
de concentração.
C C
D
t x x
Se t=0 s C=C0 em 0 ≤ x ≤ ∞
D = coeficiente de difusão.
A expressão erf x
é a função erro de Gauss, cujos valores são tabelados:
2 Dt T = tempo transcorrido após o inicio da difusão.
Uma vez que o valor do erro de Gauss é tabelado, ao dispormos dos valores de C 0, CS e
D, podemos determinar o valor da concentração em um determinado ponto, C x.
Exemplo: suponha que se queira determinar a concentração de soluto, C1, em uma liga,
assim:
C1 C0
cons tan te
C S C0
Desta forma, o lado direito da equação da segunda lei de Fick será considerado como:
x x2
cons tan te Ou cons tan te
2 Dt Ct
Q
D D0 exp d onde:
RT
D0 é uma constante pré-exponencial independente da temperatura (m2.s-1)
Qd é a energia de ativação para a difusão de 1 mol de átomos (J/mol; cal/mol ou ainda
eV/mol)
R= constante dos gases (8,31 J/mol.K ou 1,987 cal/mol.K ou 8,62 x 10-5 eV/átomo)
T= temperatura absoluta, em Kelvin.
1*- Uma placa de ferro é exposta a uma atmosfera carbonetante (rica em carbono) por um
de seus lados, e a uma atmosfera descarbonetante (deficiente em carbono) pelo outro
lado, a 700 oC (1300oF). Se uma condição de estado estacionário é atingida, calcule o fluxo
de difusão do carbono através da placa, sabendo-se que as concentrações de carbono nas
posições a 5 e 10 mm (5x10-3 m e 10-2 m) abaixo da superfície carbonetante são de 1,2 e
0,8 Kg/m3, respectivamente. Suponha um coeficiente de difusão de 3x 10 -11 m2/s nessa
temperatura. Resposta: J=2,4 x 10-9 Kg.m-2.s-1.
2*- Calcule a quantidade em Kg de hidrogênio que passa, a cada hora, através de uma
chapa de paládio com 5 mm de espessura e que possui uma área de 0,20 m 2, estando o
sistema a 500 oC. Considere um coeficiente de difusão de 1 x 10 -8 m2.s-1, que
concentrações de hidrogênio nos lados com alta e baixa pressão sejam 2,4 e 0,6 Kg de H2
/m3 de paládio e que as condições de estado estacionário tenham sido atingidas.
Resposta: 2,6 x 10-3 Kg/h.
3*- Uma chapa de aço com 1,5 mm de espessura e a 1200 oC possui atmosferas de
nitrogênio em ambos os lados e se lhe permite atingir uma condição de difusão em estado
estacionário. O coeficiente de difusão para o nitrogênio no aço nessa temperatura é de 6 x
10-11 m2/s e se determina o fluxo de difusão de 1,2 x 10 -7 Kg/m2.s. Sabe-se ainda que a
concentração do nitrogênio no aço, na superfície com alta pressão é de 4 Kg/m 3. A que
profundidade para o interior da placa, a partir deste lado com pressão elevada, a
concentração será de 2,0 Kg/m3? Considere um perfil de concentração linear. Resposta:
1 mm.
4*- Considere uma liga que contenha inicialmente uma concentração uniforme de carbono
de 0,25%p e que deva ser tratada a uma temperatura de 950 oC (1750 oF). Se a
concentração de carbono na superfície for repentinamente elevada e mantida em 1,20%p,
quanto tempo será necessário para se atingir um teor de carbono de 0,80%p em uma
posição localizada 0,5 mm abaixo da superfície. O coeficiente de difusão para o carbono
no ferro nessa temperatura é de 1,6 x 10 -11m2/s. Suponha que a peça de aço seja semi-
infinita. Resposta: 7 horas
5*- Os coeficientes de difusão para o cobre no alumínio a 500 e 600 oC são de 4,8 x 10-14 e
5,3 x 10-13 m2/s, respectivamente. Determine o tempo aproximado a 500 oC que irá
produzir o mesmo resultado de difusão (em termos de concentração de cobre em algum
ponto específico do alumínio) que um tratamento térmico com duração de 10 horas.
Resposta: t500= 110,4 horas.
6*- Calcule o coeficiente de difusão para o magnésio no alumínio a 550 oC. Dados: Qd=
131 KJ.mol-1 e D0= 1,2 x 10-4m2/s. Resposta: 5,8 x 10-13 m2/s.
7*- A resistência ao desgaste de uma engrenagem de aço deve ser melhorada pelo
endurecimento de sua superfície. Isso deve ser obtido mediante ao aumento do teor de
carbono no interior de uma camada superficial externa do aço, como resultado da difusão
de carbono para o interior do aço; o carbono deve ser suprido a partir d uma atmosfera
gasosa externa, rica em carbono que se encontra a uma temperatura elevada e constante.
O teor inicial de carbono no aço é de 0,2%p, enquanto a concentração na superfície do aço
deve ser mantida em 1,00%p. Para que este tratamento seja efetivo, deve ser estabelecido
um teor de carbono de 0,60%p em uma posição localizada a 0,75mm abaixo da superfície.
Especifique um tratamento térmico apropriado em termos de temperatura e tempo de
processamento para temperaturas entre 900 e 1050 oC. Dados: D0=2,3 x 10-5 m2/s e
Qd=1,53 eV/átomo e R= 8,62 x 10 -5 eV.átomo-1.K-1. Resposta: 28 horas a 900 oC e 5
horas a 1050 oC.
8*- Para uma liga de aço, foi determinado que um tratamento térmico carbonetante com 10
h irá elevar a concentração de carbono para 0,45% p em um ponto a 2,5 mm da superfície.
Estime o tempo necessário para atingir a mesma concentração em uma posição a 5,0 mm
da superfície para um aço idêntico e à mesma temperatura de carbonetação. Resposta:
40 horas.
9*- A qual temperatura o coeficiente de difusão para a difusão do cobre no níquel possui
um valor de 6,5 x 10-17 m2/s? Dados: D0= 2,7 x 10 -5 m2/s e Qd= 2,65 eV.átomo-1.
Resposta: 1149 K.
Tensão e Deformação
= tensão de engenharia
F
Ao F = força
Ao = área original
= deformação
li lo l
lo lo li = comprimento instantâneo
lo = comprimento inicial
b) Ensaio de compressão
Esse tipo de ensaio é realizado de modo semelhante ao ensaio de tração, porém o
corpo-de-prova é comprimido e se contrai ao longo da direção da tensão. As mesmas
equações de tensão e deformação mostradas acima são usadas também nos ensaios de
compressão. Por convenção, uma força compressiva é considerada negativa, produzindo
uma tensão negativa.
Os ensaios de tração são mais comuns que os de compressão. Normalmente,
ensaios de compressão são realizados com materiais frágeis sob tração, como é o caso
= tensão cisalhante
F
F = força aplicada paralelamente às faces
Ao
superior e inferior da amostra de área Ao
A torção é uma variação do cisalhamento puro, na qual uma peça estrutural é torcida; as
forças de torção produzem um movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de uma
das extremidades da peça em relação à outra. Exemplo de torção: eixos de máquinas.
Esses ensaios são realizados normalmente com eixos cilíndricos sólidos ou com tubos.
Deformação Elástica
O grau ao qual uma estrutura se deforma depende da magnitude da tensão imposta. Para
a maioria dos metais que são submetidos a uma tensão de tração em níveis relativamente
baixos, a tensão e a deformação são diretamente proporcionais entre si, de acordo com a
relação dada pela Lei de Hooke.
E onde:
= tensão
E = constante de proporcionalidade ou módulo de elasticidade (Young) – Gpa ou psi
= deformação
Para a maioria dos metais, o módulo de elasticidade varia entre 45 GPa ou 6,5 x 10 6
psi (para o magnésio) e 407 GPa ou 59x106 psi (para o tungstênio).
O processo de deformação em que a tensão e a deformação são proporcionais é
chamado de deformação elástica. O módulo de elasticidade pode ser considerado um
módulo de rigidez ou a resistência do material à deformação elástica.
A deformação elástica não é permanente: se a carga aplicada é liberada, a peça
recupera suas dimensões originais.
G = deformação de cisalhamento
= tensão de cisalhamento
Deformação Plástica
Para a maioria dos materiais metálicos, o regime elástico persiste apenas ate
deformações de aproximadamente 0,005. À medida que o material é deformado alem
deste ponto, a tensão não é mais proporcional a deformação e a Lei de Hooke deixa de ser
válida. Neste caso temos a deformação plástica.
Deformação plástica é uma deformação permanente, não recuperável. A tensão não
é mais proporcional à deformação e a Lei de Hooke deixa de ser válida. A transição do
comportamento elástico para o plástico é gradual para a maioria dos metais.
Sob uma perspectiva atômica, a deformação plástica corresponde à quebra de
ligações com os átomos vizinhos originais e, em seguida, formação de novas ligações com
um grande número de átomos ou moléculas que se movem uns em relação aos outros.
Quando a tensão é removida, eles não retornam a suas posições originais.
Propriedades de Tração
O ponto de escoamento pode ser determinado como sendo o ponto onde ocorre o
afastamento da linearidade na curva tensão-deformação (explicação em aula), este é
algumas vezes chamado de limite de proporcionalidade.
A posição desse ponto pode não ser determinada com precisão. Como
conseqüência foi estabelecida uma convenção onde uma linha reta é construída
paralelamente a porção elástica da curva tensão-deformaçao , a partir de uma pré-
deformaçao especifica, geralmente 0,002. A tensão que corresponde a intersecção dessa
linha com a curva tensão-deformaçao, à medida que esta ultima se inclina em direção a
região plástica é definida como sendo a tensão limite de escoamento, σe. As unidades
da tensão limite de escoamento são MPa ou psi.
A magnitude da tensão limite de escoamento para um material representa uma
medida da sua resistência à deformação plástica. As tensões limite de escoamento podem
variar desde 35 MPa ou 5000 psi para um alumínio de baixa resistência ate mais de 1400
MPa ou 200.000 psi para aços de elevada resistência.
O limite de resistência a tração LRT (MPa ou psi) é a tensão no ponto Maximo da curva
tensão-deformaçao de engenharia. Este corresponde a tensão máxima que pode ser
suportada por uma estrutura que se encontra sob tração. Se essa tensão for aplicada e
mantida, o resultado será a fratura do material. Toda deformação ate esse ponto é
uniforme ao longo da região estreita do corpo de prova que se encontra sob tração.
Contudo, nessa tensão máxima, uma pequena constrição, ou pescoço, começa a se
formar em algum ponto determinado, e toda a deformação subseqüente fica confinada
nesse pescoço (ver figura).
A resistência a fratura corresponde a tensão aplicada quando da ocorrência da
fratura.
Os limites de resistência a tração podem variar desde 50 MPa ou 7000 psi para um
alumínio ate um valor tão elevado quanto 3000 MPa ou 45mmm psi para aços de elevada
resistência.
c) Ductilidade
A ductilidade é uma medida do grau de deformação plástica suportado pelo material.
Um material que apresenta deformação muito pequena ou mesmo inexistente é frágil.
A ductilidade pode ser expressa quantitativamente como alongamento percentual ou
como redução de área percentual, segundo as equações abaixo.
AL = alongamento percentual
l f lo
AL % x100
lo lf = comprimento no momento da fratura
lo = comprimento inicial
Ao A f RA = redução de área
RA% x100
Ao Ao = área original da seção reta
1*- Se o módulo de elasticidade médio de um aço é 205 GPa, de quanto será estendido
um fio desse aço com diâmetro de 2,5 mm e comprimento inicial de 3 metros ao suportar
uma carga de 500 kgf? Dado: 1 kgf – 9,81 N Resposta: 15 mm
2*- Que peça está submetida à maior tensão: (a) uma barra de alumínio de 24,6 mm x 30,7
mm de seção transversal, sob ação de uma carga de 75000 N ou (b) uma barra circular de
aço com diâmetro de 12,8 mm sob ação de uma carga de 5000 kgf? Dado: 1 kgf – 9,81 N
5*- O metal Monel (liga 70Ni-30Cu) possui módulo de elasticidade de 180GPa e um limite
de escoamento de 450MPa. (a) Que carga poderia ser suportada por um fio de 18mm de
diâmetro sem escoamento? (b) Se um alongamento total máximo de 2,5mm é permissível
em uma barra de 2,1m qual a tensao máxima aceitável?
600
500
Tensão convencional (MPa)
400
600
Tensão convencional (MPa)
500
300
400
300
200
200
100
100 0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
Deformação convencional
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2
Deformação convencional