Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
de Santa Cruz
Reitor
Prof. Antonio Joaquim da Silva Bastos
Vice-reitora
Profª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro
Pró-reitora de Graduação
Profª. Flávia Azevedo de Mattos Moura Costa
Ministério da
Educação
Ficha Catalográfica
ISBN: 978-85-7455-180-7
Módulo I, vol. 3 - EAD de Pedagogia.
Inclui bibliografias.
CDD 370.901
PEDAGOGIA
Coordenação UAB – UESC
Profª. Ds. Maridalva de Souza Penteado
Elaboração de Conteúdo
Profª. Ds. Eronilda Maria Góis de Carvalho
Profª. Ds. Rachel de Oliveira
Profª. Ds. Raimunda Alves Moreira de Assis
Instrucional Design
Profª. Ms. Marileide dos Santos de Olivera
Profª. Ds. Gessilene Silveira Kanthack
Revisão
Profª. Ms. Aline de Santos Brito Nascimento
Coordenação de Design
EAD - UESC
Diagramação
Jamile A. de Mattos Chagouri Ocké
João Luiz Cardeal Craveiro
Ilustração e Capa
Sheylla Tomás Silva
Sumário
UNIDADE I
UNIDADE II
UNIDADE IV
As Utopias Clássicas............................................................................................... 61
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 63
2. A EDUCAÇÃO NA DÉCADA DE 1930 E A REPÚBLICA NOVA. ........................................ 64
3. PRIMEIRAS REFORMAS DE ENSINO DA REPÚBLICA NOVA.......................................... 65
3.1 O manifesto dos pioneiros da Educação Nova................................................... 66
4. O ESTADO NOVO E A EDUCAÇÃO. .......................................................................... 67
4.1 “Leis” Orgânicas do Ensino............................................................................ 68
5. A QUARTA REPÚBLICA E A LEI 4.024/61 ................................................................. 69
6. A EDUCAÇÃO POPULAR NO BRASIL......................................................................... 71
7. A DITADURA MILITAR E NOVA REPÚBLICA: CONTRIBUIÇÕES PARA
A EDUCAÇÃO ...................................................................................................... 73
8. A EDUCAÇÃO E A REPÚBLICA NOVA ....................................................................... 76
RESUMINDO............................................................................................................. 79
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 79
UNIDADE V
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
unidade
EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Profª. Drª. Rachel de Oliveira
Meta
1 INTRODUÇÃO
UESC Pedagogia 13
História da Educação I Educação na Antiguidade Clássica
1
invasores consideravam bárbaros os povos que divergiam de
Unidade
suas crenças e costumes, a exemplo de Portugal e da própria
Grécia, que invadiu muitos territórios para submetê-los ao seu
modo de ser, agindo de forma bárbara, destruindo pessoas e
expropriando suas culturas.
A partir destas singelas definições, podemos concluir que
a ideia de civilização pode abarcar muitos conflitos, notadamente
quando se analisa o patrimônio histórico dos mais diferentes
povos sem respeitar seus valores culturais. Para finalizar este
início de conversa, vamos acrescentar mais uma expressão
que está intimamente ligada ao fenômeno da barbárie e da
civilização: a colonização. Entendemos, assim, que dificilmente
alguém abandona seus valores de modo espontâneo, pois
uma cultura sempre se impõe a outra colonização por meio de
processos violentos de colonização de mentes e costumes.
Foi o advento do colonialismo que colocou a civilização
greco-romana ocidental como referencial universal de cultura.
Conforme Nascimento (2008, p. 63),
UESC Pedagogia 15
História da Educação I Educação na Antiguidade Clássica
Unidade
já era dono de muitas terras – ia-se assenhoreando
das terras alheias [...]. O cidadão pobre que perdera
as suas terras poderia considerar-se feliz se lhe
permitissem continuar cultivando essas mesmas terras,
na qualidade de colono, com a condição de entregar ao
novo proprietário cinco sextos do seu trabalho (PONCE,
1992, p. 30).
VOCÊ SABIA?
e Atenas, tornaram-se rivais ao responder tal questão. com o sentido de
divergência da regra
Para Esparta, os homens deveriam ser desenvolvidos em de que as palavras
todos os sentidos e ser fisicamente fortes. Para os espartanos, o masculinas incluem
todos os seres
culto ao corpo se tornou fundamental e predominou a ginástica. humanos, homens
mulheres e crianças.
Enquanto os atenienses defendiam, como virtude principal, o
exercício da liberdade, ou seja, que, para além da beleza física,
as pessoas precisavam ser racionais, falar bem, defender seus
direitos e saber argumentar, os espartanos defendiam a força
física e a oratória.
Conforme muitos historiadores e filósofos, já na
antiguidade, os gregos atingiram o ideal mais avançado de
educação. Esta é a visão, por exemplo, de Gadotti (2005), que
afirma:
UESC Pedagogia 17
História da Educação I Educação na Antiguidade Clássica
1
reforçado e tanto expropriou a cultura de outros povos, como
Unidade
também impôs a sua, por meio da colonização, em diferentes
épocas. Como resultado, os filósofos gregos da antiguidade
continuam a fazer parte do currículo das escolas brasileiras,
sendo reverenciados como grandes mestres.
4.1 Sócrates
Sócrates (469-399
a.C.), uma das figuras mais
emblemáticas de seu tempo,
atendia seus discípulos em
praça pública e discordava dos
sofistas, que cobravam altas
taxas para ensinar a arte de
falar bem, sem se importar com
o desenvolvimento interior dos
alunos. Sua preocupação era
a busca pessoal e a verdade,
o pensamento próprio e a
busca da voz interior. Sócrates
foi perseguido e condenado à FIGURA 1 - Sócrates (por Draco).
Fonte: http://lh3.ggpht.com/_q79D0zFvxc0/SKN_KbnSjnI/AAAAAAAAB00/7hFd6kIrU6U/
UESC Pedagogia 19
História da Educação I Educação na Antiguidade Clássica
4.2 Platão
4.3 Aristóteles
1
favorável às medidas educacionais ‘condicionantes’
e acredita que o homem pode tornar-se a criatura
Unidade
mais nobre, como pode tornar-se a pior de todas,
que aprendemos fazendo, que nos tornamos justos
agindo justamente.
ATIVIDADES
1) Como podemos definir e estabelecer relações entre as expressões: civilização,
barbárie e colonização?
2) Por que a Grécia não pode ser exclusivamente considerada o berço da
civilização?
3) Você acha que os ideais da cultura grega ainda são presentes na nossa civilização?
Comente.
4) O que Sócrates combatia e por que foi condenado à morte?
UESC Pedagogia 21
História da Educação I Educação na Antiguidade Clássica
1
Unidade
Roma teve vários teóricos da educação. Entre os que
defendiam a formação de grandes oradores, destacou-se Marco
Túlio Cícero (106 – 43 a.C.), proclamado como pai da pátria,
também considerado idealizador do Direito.
Marco Fábio Quintiliano defendia que o peso principal da
educação deve ser dado ao conteúdo do discurso, e a escola
deveria ser um espaço de alegria. O ensino da escrita e leitura
era oferecido pelo ludi magister (mestre de brinquedo).
Sêneca, que viveu por volta de 4 a.C. - 65 d. C., insistia
que a escola deveria ser voltada para a vida.
Plutarco defendia a ideia de que a educação devia mostrar
a biografia de grandes homens para servirem como exemplos
aos jovens.
Mas quando Roma precisou abrir escolas para a formação
de pequenos comerciantes e artesãos que passaram a ocupar
os cargos administrativos, fez por meio do Estado. Foi então
que, pela primeira vez na história, o poder público assumiu
a educação, porém utilizando uma metodologia rígida muito
semelhante à militar, calcada nos direitos e deveres.
Conforme Gadotti (2005), foi treinado um grande grupo
de professores e diretores para vigiarem as escolas, e “todas as
cidades e regiões conquistadas eram submetidas aos mesmos
hábitos e costumes, à mesma administração, apesar de serem
consideradas aliadas de Roma” (p. 44). Como você já deve
ter percebido, foi essa estratégia de educação e cultura que
garantiu a Roma tornar-se um Império. Em todas as cidades,
foram construídas, lado a lado, uma igreja e uma escola.
ATIVIDADES
1) Faça um breve comentário sobre o método da educação por imitação.
2) Qual foi a estratégia que Roma utilizou para consolidar sua cultura ao chegar em
terras invadidas?
3) Que diferenças marcam o pensamento dos educadores romanos?
UESC Pedagogia 23
História da Educação I Educação na Antiguidade Clássica
RESUMINDO
UESC Pedagogia 25
Suas anotações
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2
unidade
EDUCAÇÃO MEDIEVAL E MODERNA
Profª. Drª. Raimunda Alves Moreira de Assis
Profª. Drª. Eronilda Maria Carvalho Góis
Meta
1 INTRODUÇÃO
UESC Pedagogia 29
História da Educação I Educação medieval e moderna
Os povos bárbaros
participar do Império Romano, integrando-se às várias
U V
a FR eram povos de origem estruturas da administração, como, por exemplo, formação
K
C AM marcadamente germâni-
ca, que viviam nas regiões de exércitos, produção agrícola, atividades comerciais etc.
SAIBA MAIS
2
educacional mediado pelos padres
Unidade
pressionava e defendia a necessidade
de banir a filosofia pagã e buscar o
saber da alma. Com esta postura,
,questionavam perante a sociedade:
quem deverá vencer? A ciência ou a FIGURA 1 - Mosteiro de San Xoán de Caaveiro
(Foto:José Antonio Gil Martínez)
Fonte: http://flickr.com/photos/17364971@N00/186537918
alma?
Como decorrência dessas pressões, as escolas primitivas
cristãs avançaram a sua ação, buscando a preparação moral
dos seus membros e dos jovens recém-convertidos.
Os bispos encarregavam-se de organizar os novos Os Mosteiros eram grandes U V
espaços de ensino, localizados agora nas catedrais, centros de sabedoria onde a FR
K
habitavam os monges. A forma C AM
transformados em escolas. Esses espaços foram de vida destes era chamada de
“monasticismo”, em que existia
SAIBA MAIS
denominados Mosteiros.
abdicação do mundo, para se
Como você pode perceber, os ideais educacionais ter total dedicação a Deus. Os
monges também cuidavam dos
dessa época eram limitativos se comparados aos doentes e dos pobres, além
de dedicar-se à oração pelas
princípios da Cultura Clássica. Cabe perguntar: não
almas dos mortos. Os Mosteiros
seria contraditório abandonar um conhecimento serviam também como abrigo
para os viajantes, sendo as
voltado para os saberes filosóficos e das ciências, primeiras “casas de hóspedes
que historicamente vinham sendo acumulados, para modernas”.
UESC Pedagogia 31
História da Educação I Educação medieval e moderna
SAIBA MAIS
econômica através da aliança
foi a ocorrência dos chamados movimentos comunais, entre reis e burgueses
2
em detrimento do poder
empreendidos pelos burgueses contra as autoridades
Unidade
aristocrático e clerical.
locais dos senhores feudais e do clero, constituindo- Tiveram como consequência
a libertação das cidades da
se o início da separação de poderes entre a Igreja e autoridade dos senhores
o Estado. Diante da urbanização das cidades e das feudais e a estruturação do
modo de produção capitalista,
primeiras iniciativas de constituição de um governo laico no período da Baixa Idade
(não pertencente ao clero) nas municipalidades, houve Média (séc. XI – XV).
UESC Pedagogia 33
História da Educação I Educação medieval e moderna
2
prazer, da satisfação, da alegria, do belo, da vida.
Unidade
Esses ideais são consolidados nos meados do século XV,
ganhando impulso após a impressão dos livros; a ampliação do
número de escolas; o novo ideal de homem; a criação de uma
nova cultura com base experimental e crítica, presente nos O ideal de homem
que a sociedade
conhecimentos da Geografia, da Meteorologia, da Medicina, da
passou a exigir foi de
Literatura e das Artes Plásticas. um outro tipo, era o
gentleman, que seria
Os representantes de maior destaque no campo
a fusão dos traços do
educacional foram Victorino da Feltre, na Itália, criador da escola cavaleiro cortesão
medieval com os
Casa Giocosa, que defendia um ensino gradual e ministrado de
dotes artísticos e
acordo com o desenvolvimento psíquico do aluno, desenvolvido humanistas das
cidades comerciais.
em um ambiente de satisfação; François Rabelais, na França,
que era contra a educação tradicional, e ironizava as práticas
educativas por meio das novelas pedagógicas Gargântua e
Pantagruel; e Michel de Montaigne, na França, que criticava a
educação livresca. Enfim, o ideal educativo defendido era o de
preparar homem para o mundo.
Alguns autores destacam que houve uma
grande contribuição do mundo medieval para com
a educação moderna. No plano conceitual, eles
apontam como legado um referencial teórico, que,
ainda hoje, enquadra a educação atual (o conceito de
educação com uma proposta curricular – Trivium e
Quadrivium); e, no plano metodológico, enfatizam a
questão do método, ou seja, como essa aprendizagem
deve ocorrer.
Após este percurso, você deverá responder as
questões a seguir, como forma de fixação de alguns Figura 3 - Novelas pedagógicas:
Gargântua e Pantagruel, de François Rabelais.
conhecimentos que você vem adquirindo durante o Fonte: http://www.expasy.ch/spotlight/
back_issues/066/
estudo.
UESC Pedagogia 35
História da Educação I Educação medieval e moderna
ATIVIDADES
1) Descreva as principais características da educação na Idade
Média;
2) Produza um pequeno texto identificando as principais contribuições
téoricas e práticas surgidas na Idade Média para a educação,
apontando as suas principais influências na educação brasileira
ainda hoje.
VOCÊ SABIA?
capitalismo e da sociedade moderna.
e os filósofos desse período • Desenvolveu-se na Alemanha, França e Reino Unido.
2
Tinha uma grande influência na Áustria, Itália, Polônia,
tinham como objetivo a busca da
Unidade
Países Baixos, Rússia, nos países da Escandinávia e
felicidade. Eles eram contrários à na América.
• O nome se explica porque os filósofos da época
injustiça, à intolerância religiosa acreditavam estar iluminando as mentes das
pessoas. É, de certo modo, um pensamento herdeiro
e à concentração de privilégios
da tradição do Renascimento e do Humanismo por
nas mãos de poucos (ricos e defender a valorização do Homem e da Razão.
• Os iluministas acreditavam que a Razão seria a
poderosos). Para os iluministas, explicação para todas as coisas no universo e se
a razão era importante para os contrapunham às ideias em que predominava a fé.
• As novidades trazidas pelo movimento iluminista
estudos dos fenômenos naturais influenciaram alguns monarcas da época que,
incorporando certas ideias, procuraram desenvolver
e sociais. De certa forma, uma forma mais democrática de governo.
eles eram deístas, ou seja, Esses monarcas foram chamados de “déspotas
esclarecidos” promovendo inúmeras reformas sociais,
acreditavam em Deus, e que estimulando a educação com a abertura de inúmeros
estabelecimentos de ensino.
este Deus agiria indiretamente • O Iluminismo exerceu vasta influência sobre a vida
nos homens, através dos política e intelectual da maior parte dos países
ocidentais.
fenômenos naturais e sociais. • A época do Iluminismo foi marcada por transformações
políticas, tais como a criação e consolidação de
A principal característica
estados-nação, a expansão de direitos civis, e a
desse movimento foi, sem redução da influência de instituições hierárquicas
como a nobreza e a Igreja Católica.
dúvida, a valorização da ciência e
(Fonte: Cad. Cedes. Campinas, v. 25, n. 66, p. 165-184, maio/
da racionalidade como forma de ago., 2005. Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br).
eliminar a ignorância dos seres
humanos acerca da natureza e
da vida em sociedade. O iluminismo teve destaque nos campos
filosófico, político, econômico, das artes e da literatura.
Que tal conhecer alguns pensadores desse momento da
História?
UESC Pedagogia 37
História da Educação I Educação medieval e moderna
Francis Bacon: filósofo inglês René Descartes: dedicou-se ao Isaac Newton: matemático,
que desenvolveu o método expe- estudo da física, matemática e da astrônomo, físico e filósofo,
rimental, no qual enfatizava a filosofia. Procurou desenvolver um contribuiu para a formulação da lei
importância da observação e método que produzisse verdades da gravitação universal. Principal
da experimentação para o de- absolutas. Escreveu: Regras para obra: Os princípios matemáticos
senvolvimento do conhecimento. a direção do espírito; Discurso do da filosofia da natureza, que reúne
Seus estudos se aplicavam em método e Meditações. as bases da mecânica clássica.
ciências naturais. Para ele, as ideias tinham origem
nos sentidos humanos, contrario
à teoria do direito divino dos reis,
afirmava que os governos eram
criações humanas. Formulou a teoria
FIGURAS 3-5- Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page do Estado liberal e da propriedade
INFORMAÇÕES - Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/renascimento/index.php
Acesso em 20 abr. 2009. privada.
Jean-Jacques Rousseau: demo- Denis Diderot: foi o responsável Johann Heinrich Pestalozzi: edu-
crata convicto, desenvolveu a sua pela organização da grande cador suíço, concebeu um plano de
teoria educacional, partindo do Enciclopédia, obra em 35 volumes, ensino cuidadosamente graduado,
princípio de que o homem é bom publicada entre 1751 e 1752, que dava margem à manifestação
no seu estado natural e que o que continha as novas ideias das diferenças individuais. Ele
papel do educador seria afastar a proclamadas pelos iluministas. partiu do método indutivo, isto
criança dos vícios da sociedade, O governo condenou a obra, é, de experiências concretas,
permitindo-lhe desabrochar, espon- proibindo sua divulgação em para estimular a observação e o
taneamente, suas potencialidades duas oportunidades. Diderot foi raciocínio. Dizia que as atividades
inatas. Combateu a severidade dos auxiliado por um matemático, dos alunos deviam iniciar-se com o
professores da época que reagiam chamado d’Alembert, tendo como conhecimento dos objetos simples,
ao erro do aluno, como quem colaboradores vários pensadores e até chegar aos mais complexos,
condena uma situação criminosa. escritores desse novo momento. partindo do conhecido para o
desconhecido, do concreto para o
abstrato, do particular para o geral.
Pestalozzi elaborou sua proposta
pedagógica retomando de Rousseau,
a concepção da educação como
FIGURAS 6-11 - Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page
processo que deve seguir a natureza
INFORMAÇÕES - http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/renascimento/index.php e os princípios como da liberdade,
Acesso em 20 abr. 2009.
da bondade inata do ser e da
Fonte: Cad. Cedes. Campinas, v. 25, n. 66, p. 165-184, maio/ago, 2005. Disponível em: personalidade individual de cada
<http://www.cedes.unicamp.br>
criança.
UESC Pedagogia 39
História da Educação I Educação medieval e moderna
Francesa foram
influenciadas pelas
imersas no Antigo Regime. Dentre os aspectos interpretados,
ideias iluministas? destacam-se a crítica à sociedade estamental de privilégios de
nascimento e a autocracia monárquica exercida sob o pretexto
da intervenção divina.
2
e contrapõe-se aos estudos puramente intelectuais.
Unidade
Tornou-se um dos maiores pedagogos americanos,
contribuindo intensamente para a divulgação dos
princípios do que se chamou de Escola Nova.
Ovídio Decroly: criou um método globalizante para ser realizado pela criança em
três estágios: a observação, que visa pôr a criança em contato os objetos, fenômenos,
seres e acontecimentos; a associação, que visa relacionar, entre si e fatos próximos
e longínquos, presentes e passados, o homem e o seu meio; e a expressão, que
visa manifestar o pensamento de modo acessível aos demais, por meio da palavra,
da escrita, do desenho, do trabalho manual etc. Decroly propôs que o ensino se
desenvolva por CENTROS DE INTERESSE. Os conhecimentos não se apresentaram
classificados por disciplinas, em quadros lógicos formais, que carecem de maior
significação para o aluno. Propôs criar um laço entre as disciplinas, para fazê-las
convergir ou divergir de um mesmo centro, tendo-se sempre em conta o INTERESSE
da criança, que, segundo ele, é a alavanca de tudo.
UESC Pedagogia 41
História da Educação I Educação medieval e moderna
2
campo que age sobre a percepção (GHIRALDELLI JR., 2003).
Unidade
Os insights diferem da aprendizagem mecânica, baseada
em uma série de tentativas de ensaio e erro, ou descobertas
por acaso. O insight é o momento em que se dá a iluminação
do problema.
Burrhus Frederic Skinner ficou conhecido no
mundo inteiro como uma das principais figuras da
Psicologia do século XX. As experiências efetuadas
por Skinner, com animais inferiores, tais como
ratos e pombos, levaram-no a concluir que as leis
da aprendizagem podem ser aplicadas, em termos
gerais, a todos os organismos, inclusive os seres
humanos. Segundo Skinner, a função do professor
dentro da sala de aula é elaborar um adequado
programa de estudos, de maneira que todas as
respostas desejadas da parte do aluno sejam
FIGURA 3 - Burrhus Frederic Skinner
convenientemente reforçadas. Fonte: http://commons.activemath.org/ActiveMath2/
content/piaget/pics/burrhus_frederic_skinner.jpg
UESC Pedagogia 43
História da Educação I Educação medieval e moderna
RESUMINDO
2
et Labor; Editora da UFPR, 1989.
Unidade
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 8.
ed. São Paulo: Ática, 2005.
UESC Pedagogia 45
Suas anotações
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3
unidade
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Profª. Drª. Rachel de Oliveira
Meta
1 INTRODUÇÃO
UESC Pedagogia 49
História da Educação I História da Educação no Brasil
3
As escolas jesuíticas eram permeadas pela rigidez do
Unidade
catolicismo ora vigente. O número de escolas construídas pelos
religiosos era bastante significativo, por volta de 100 instituições,
somando escolas de ler e escrever, seminários, missões,
colégios e residências, embora não haja consenso quantitativo
entre os estudiosos. Mas, na primeira fase do período colonial,
coube praticamente às famílias o ensino das primeiras letras, o
Estado não se responsabilizou pela organização das escolas.
Podemos afirmar que a função da educação na primeira
fase do período colonial era a conversão de almas ao catolicismo,
ao mesmo tempo em que se operavam mudanças culturais
drásticas e mantinha a mão de obra escrava produzindo
riquezas. Estas ações foram lideradas pelos jesuítas.
3 A FASE POMBALINA
UESC Pedagogia 51
História da Educação I História da Educação no Brasil
A principal caracterís-
por Pombal foi muito incipiente, os intelectuais continuaram
U V
a FR tica do Iluminismo a terminar os estudos na Europa, mas agora em cursos mais
K
C AM foi a ênfase na razão
associado à crença modernos organizados por partidários do Iluminismo.
no desenvolvimento
SAIBA MAIS
4 A EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO
3
tornou sede do governo
Unidade
português. A organização
desta nova sede exigiu a FIGURA 1 - Chegada da Família Real, Óleo sobre tela (de Geoffrey Hunt),
609 x 914 milímetros - Coleção particular.
criação de ministérios e Fonte: http://www.arqnet.pt/portal/imagemsemanal/novembro0203.html
UESC Pedagogia 53
História da Educação I História da Educação no Brasil
3
foco era a quantidade das instituições educacionais, solicitava
Unidade
veementemente a abertura de escolas, e o segundo se
preocupava com os métodos e conteúdos do ensino. A força
destes dois movimentos se alternou durante a Primeira e a
Segunda República.
Com o final da Primeira Guerra Mundial e a emergência
dos Estados Unidos da América, o Brasil rapidamente se
tornou credor, dependente cultural e partidário das referências
educacionais norte-americanas. Ghiraldelli Jr (2003) afirma
que,
UESC Pedagogia 55
História da Educação I História da Educação no Brasil
3
Comente.
Unidade
RESUMINDO
UESC Pedagogia 57
História da Educação I História da Educação no Brasil
re f e R Ê N C ias
da Pedagogia: geral e Brasil. 3. ed. São Paulo: Moderna,
2006.
unidade
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR
DA SEGUNDA REPÚBLICA
Profª Dra. Eronilda Maria Góis de Carvalho
Profª Dra. Raimunda Alves Moreira de Assis
4
Unidade
1 INTRODUÇÃO
UESC Pedagogia 63
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
O tenentismo foi um
a quebra da bolsa de Nova York, de 1929, e o alinhamento
U V
a FR movimento político-militar do Brasil a uma nova ordem econômica que se instalava.
K
C AM composto principalmente
de militares de média e
Para Ianni (1984), foi a Revolução de 1930 que
SAIBA MAIS
período de ditadura na cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Essa nova realidade
História do Brasil, que
social exigia mais escolas e mão de obra especializada.
durou até 1945.
Vargas insistiu num plano de “reconstituição nacional” com
19 pontos. O item sobre a educação dizia da necessidade de
propagar o ensino público, principalmente o ensino técnico-
profissional. Para tanto, estabeleceu um sistema de estímulo e
colaboração direta com os estados. E para colocar em prática a
política formulada, foi criado o Ministério da Instrução e Saúde
Pública em 1930 (GHIRALDELLI JR., 2003, p. 28).
SAIBA MAIS
articulações que levaram ao movimento
com poderes amplos e controle sobre o setor armado de outubro daquele ano, que
pôs fim à República Velha, colocando
educacional, logo que surge, executa como Getúlio Vargas na presidência da
uma das primeiras realizações a reforma República. Assumiu a direção do
recém-criado Ministério da Educação
conhecida como Reforma Francisco Campos, e Saúde, em 1930, encarregando-se
que se tornou efetiva através de uma série de fazer a reforma do ensino do país.
Promoveu, então, a reforma do ensino
decretos. Conforme Saviani (2004, p. 32), são secundário e universitário no país. Era
eles: um conservador, sendo um dos mais
importantes ideólogos da direita no
4
Brasil. Foi o responsável pela elaboração
● Decreto n° 19.850 – 11 de abril de
Unidade
da nova Constituição Federal, após o
golpe de estado de 1937. Você saberá
1931: cria o Conselho Nacional de Educação; mais visitanto a página:
● Decreto n° 19.851 – 11 de abril
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/
de 1931: dispõe sobre a organização do biografias/ev_bio_franciscocampos.htm
Ensino Superior no Brasil e adota o Regime
Universitário;
● Decreto n° 19.852 – 11 de abril de 1931: dispõe sobre
a organização da Universidade do Rio de Janeiro;
●Decreto n° 19.890 – 18 de abril de 1931: dispõe sobre
a organização do Ensino Secundário;
●Decreto n° 20.158 – 30 de junho de 1931: organiza o
Ensino Comercial, regulamenta a profissão de Contador e dá
outras providências;
●Decreto n° 21.241 – 14 de abril de 1932: consolida
as disposições sobre a organização do Ensino
Secundário. Os educadores católicos defendiam a U V
educação subordinada aos princípios a FR
K
da doutrina religiosa (católica) C AM
Mas os educadores brasileiros não além de educação diferenciada para
SAIBA MAIS
UESC Pedagogia 65
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
4
fora dedicado inteiramente à educação,
Unidade
Figura 1 - Anísio Teixeira - Imagem da Divisão de Cultura do
que procurava contemplar os interesses dos Município - Prefeitura de Caetité - Bahia
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:An%C3%ADsioTeixeira.jpg
educadores católicos e liberais. Contudo,
esta Constituição teve vida curta, abolida
com o golpe do Estado Novo em 1937.
SAIBA MAIS
suposto plano comunista (Plano Cohen) e aproveitando época membro do Serviço
Secreto - a pedido de Plínio
o momento de instabilidade política pelo qual passava Salgado, líder da Ação
o país, aplicou um golpe de Estado, que contou com o Integralista Brasileira, de
ideologia nacionalista,
apoio de grande parte da população (principalmente da com a intenção de simular,
classe média com medo do comunismo) e dos militares. supostamente para efeitos
de estudo, uma revolução
Este período ficou marcado, no campo político, por um comunista no Brasil. O
governo ditatorial. plano foi utilizado pelo
governo federal com o
Logo em seguida, o presidente restringiu a objetivo de aterrorizar
liberdade política e impôs ao País outra Constituição a população e justificar
um golpe de Estado
de tendência fascista, escrita pelo ministro Francisco que permitiria a Getúlio
Campos e que ficou conhecida como “Polaca”, outorgada Vargas perpetuar-se na
Presidência do país.
em 10 de novembro de 1937. A orientação político-
educacional que ficou explícita no seu texto indicava,
praticamente, a desobrigação do dever do Estado para com a
educação pública. Por outro lado, orientava a preparação de
um ensino pré-vocacional e profissional. A intenção era manter
UESC Pedagogia 67
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
4
Como você viu, o governo do Estado Novo, através
Unidade
dos decretos-leis, organizou o ensino secundário de forma
marcadamente profissionalizante. Este tipo de educação era
destinado para os filhos dos trabalhadores, enquanto que,
para os jovens das classes privilegiadas, criava-se um ensino
propedêutico. Isto porque esta classe iria certamente se
constituir na “elite condutora” do país.
UESC Pedagogia 69
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
U V Num primeiro momento, 1920 e 1930, tais como: Fernando de Azevedo, Padre
a FR as discussões estavam
K Leonel Franca e Alceu de Amoroso Lima. O anteprojeto
C AM voltadas às interpretações
contraditórias das propostas foi elaborado e encaminhado à Câmara Federal, contudo
SAIBA MAIS
constitucionais, quando,
foi arquivado em 1948 por questões ideológicas em
nesse ínterim (06 anos),
o projeto foi extraviado. A torno das propostas.
discussão recomeça em 1957,
As discussões foram marcadas por lutas ideo-
após a elaboração de um
novo projeto. Mas o processo lógicas, relacionadas com a questão da responsabilidade
foi atropelado, em 1958, pelo
do Estado quanto à educação, inspirados nos educadores
substitutivo do Deputado
Carlos Lacerda (UDN), que da velha geração de 30, conforme já citamos no
alterava substancialmente a
parágrafo acima. Por um lado, tinham-se os defensores
proposta original, defendendo
o interesse dos donos das da escola pública gratuita e, por outro lado, os católicos
escolas privadas.
defensores das instituições privadas de ensino.
O debate sobre a educação ultrapassou o espaço
do Congresso e do poder Executivo e se estendeu por toda a
sociedade. Muitos órgãos assumiram posições diferenciadas,
como a igreja católica, os órgãos de imprensa, associações,
profissionais liberais, surgindo um movimento de Defesa da
Escola Pública, iniciado
Dentre as variadas em 1959, pelo jornal
U V
a F R ações, podemos
K “O Estado de S.
C AM destacar o trabalho
realizado pelo professor Paulo”.
SAIBA MAIS
4
O período de 1946 a 1964 foi uma fase especialmente
Unidade
rica no que diz respeito à atuação de diversos movimentos de
educação popular, e, talvez, o mais fértil quando se trata de
ações no campo da História da Educação. Podemos destacar
alguns fatos marcantes, de modo particular, os destinados
a combater o analfabetismo. Em 1947, foi patrocinada pelo
Ministério da Educação uma campanha de educação de adultos
coordenada pelo Professor Lourenço Filho, até 1950.
Muitos Estados e Municípios desenvolveram ações nesta
direção. Vamos destacar algumas das principais iniciativas.
Em 1950, em Salvador/Bahia, Anísio Teixeira inaugurou
o Centro Popular de Educação e desenvolveu ações de combate
ao analfabetismo; em 1952, em Fortaleza/Ceará, o pedagogo
brasileiro Lauro de Oliveira Lima iniciou uma didática baseada
nas teorias científicas de Jean Piaget, que criou o método
psicogenético, enfatizando o trabalho por equipes em sala de
aula, a partir de situações-problema, que se complexificam
conforme o nível mental da criança, como forma de auxiliar
a aprendizagem. Em 1961, a Prefeitura Municipal de Natal,
no Rio Grande do Norte, também iniciou uma campanha de
alfabetização (De Pé no Chão Também se Aprende a Ler).
A técnica didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire,
propunha-se a alfabetizar adultos analfabetos em 40 horas.
A sociedade civil organizada, também, participou dessa
campanha para desanalfabetizar o País. Tivemos o Movimento
de Educação de Base (MEB), organizado pela Conferência
UESC Pedagogia 71
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
ATIVIDADES
1. Com o Movimento Revolucionário de 1930, o Brasil mudou radicalmente
a sua estrutura político-social, buscando desenvolver novas bases
econômicas, iniciando a industrialização e centralizando o poder
político. Nesse sentido, a educação passou a ser mola propulsora de
desenvolvimento. Comente sobre as principais alterações que ocorreram
no campo educacional.
4
dos ideais do regime político vigente, conduzindo o sistema de
Unidade
instrução brasileiro a uma submissão até o momento inigualável
(MANACORDA, 2002).
Instalados no poder e tendo se apropriado de toda a
máquina pública de forma autoritária, os militares, juntamente
com a elite conservadora, esforçaram-se no objetivo de
suplantar qualquer manifestação cultural que pusesse em risco
a sua estrutura ideológica.
Procurou-se evidenciar que a política do governo militar
empenhou-se na destruição cultural das forças que poderiam
resistir à barbárie. Ao se impor pela força, adotando um
modelo consequente e coerente com a Doutrina de Segurança
Nacional, a ditadura mostrou a sua verdadeira natureza em
termos culturais. “Se essa história de cultura vai nos atrapalhar
a endireitar o Brasil, vamos acabar com a cultura durante trinta
anos” (CHIAVENATO, 2004, p. 149).
Os militares incitaram o sentimento de descontentamento
e insegurança da nação, estimulando uma série de expressões
públicas contrárias ao governo Jango e, por consequência,
atingiram o seu principal objetivo: controlar plenamente o
Brasil. Também contaram, num primeiro instante, com o apoio
de vários segmentos civis, inclusive de empresas privadas e
da Igreja Católica. Conscientes das suas metas, utilizaram-se
de um contexto, de um povo, cuja fragilidade era detectada
facilmente em vários setores da sociedade.
A partir de 1968, a ditadura militar, gradativamente,
UESC Pedagogia 73
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
A parceria MEC-USAID
U V A Pedagogia liberal tecnicista aparece nos Estados Unidos, na
a FR segunda metade do século XX, e é introduzida no Brasil entre
intencionava, para o País,
K
C AM 1960 e 1970. Nessa concepção, o homem é considerado um uma instrução/educação nos
produto do meio. É uma consequência das forças existentes
moldes da educação norte
SAIBA MAIS
4
conduziram o sistema de ensino brasileiro às modificações
Unidade
em sua estrutura interna e externa, principalmente com a
criação das leis 5.540/68 e 5.692/71, que enfatizam a reforma
universitária e a reforma do ensino do 2º grau, respectivamente
(MANACORDA, 2002).
Paradoxalmente, neste período, deu-se a grande
expansão das universidades no Brasil. E, para acabar
com os “excedentes” (aqueles que tiravam notas
suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam
vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório.
Naquele momento, foi criado o Movimento Brasileiro
de Alfabetização - MOBRAL, para erradicar o analfabetismo
no Brasil, mas esse programa fracassou. E, entre denúncias
de corrupção, foi extinto. É no período mais cruel da ditadura
militar, em que qualquer expressão popular contrária aos
interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência
física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante
desta lei era tentar dar um cunho profissionalizante à formação
educacional.
Dentro do espírito dos slogans propostos pelo governo
militar, como “Brasil grande”, “ame-o ou deixe-o”, “milagre
econômico” etc., planejava-se fazer com que a educação
contribuísse, de forma decisiva, para o aumento da produção
brasileira. A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a
pressão popular, de vários setores da sociedade, que o processo
UESC Pedagogia 75
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
ATIVIDADE
1. O objetivo principal da educação não deve ser a transmissão autoritária
de conhecimentos dogmatizados a serem absorvidos passivamente, mas a
preparação de cada ser humano para o diálogo fraterno na construção da
verdade, do bem e da justiça. Você concorda com essa afirmação? Emita a
sua opinião sobre o assunto.
4
problemas educacionais existentes (VEIGA, 2007).
Unidade
O governo Collor caracterizou-se pela inexistência de um
programa de governo para a educação, havendo tão somente a
multiplicação de planos e programas, sem qualquer articulação.
Em 1990, esse governo lançou o projeto de construção de
Centros Integrados de Apoio à Criança (CIACs), inspirados no
modelo dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs),
existentes desde 1982, no Rio de Janeiro. Entretanto, os CIACs,
organizados naquele momento, quase não saíram do papel.
No governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC),
houve um destaque para a criação dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs 1998) e a multiplicação de programas de apoio
à escola e às famílias.
Mesmo com todos os ranços, não se pode esquecer que
a educação brasileira apresentou avanços expressivos nas
últimas décadas do século XX, tais como:
UESC Pedagogia 77
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
4
Unidade
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e
re f e R Ê N C ias
UESC Pedagogia 79
História da Educação I A educação brasileira a partir da segunda república
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/renascimento/index.php.
Acesso em 20 abr. 2009.
unidade
A PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA DA
EDUCAÇÃO NA REGIÃO CACAUEIRA
Profª. Drª. Raimunda Alves Moreira de Assis
1 INTRODUÇÃO 5
Unidade
UESC Pedagogia 85
História da Educação I A produção historiográfica da educação na região cacaueira
3 A EDUCAÇÃO EM ILHÉUS
5
Unidade
UESC Pedagogia 87
História da Educação I A produção historiográfica da educação na região cacaueira
5
complementar. Como se vê, um
quadro ainda bastante precário
Unidade
para uma cidade que progredia
a olhos vistos. O autor ainda
afirma que a população
estudantil se ampliava a cada
ano e foi somente a partir
da década de 1960 que os FIGURA 3 - Instituto Municipal de Educação de Ilhéus Eusínio Lavigne
UESC Pedagogia 89
História da Educação I A produção historiográfica da educação na região cacaueira
4 A EDUCAÇÃO EM ITABUNA
5
número de vagas ofertadas, no município, era somente de 2.250
vagas, ficando um número expresso de crianças sem estudar e,
Unidade
certamente, eram as crianças das classes populares.
Acrescente-se, também, ao quadro geral do ensino, a
precariedade das instalações físicas e mobiliárias das escolas,
de tipos: isoladas e reunidas, funcionando em casas ou salas
improvisadas (galpões, barcaças, vagões da estrada de ferro
etc.). O ensino era ministrado por professores leigos, em salas
mistas e multisseriadas, com uma programação para atender
alunos da 1ª a 4ª séries. Acrescente-se a estas precariedades as
dificuldades para assegurar a educação do campo decorrentes
da falta de transportes, moradia, distância das fazendas,
forma de locomoção e os baixos salários que os professores
recebiam.
O primeiro grupo escolar primário público de Itabuna foi
a Escola Lucia Oliveira, inaugurada no ano de 1935, com um
atraso histórico de quase 40 anos em relação ao primeiro grupo
escolar do Brasil e de 20 anos em relação a Ilhéus, município
vizinho.
No segundo período, entre 1930 a 1945, as mudanças
foram pontuais e singelas. A prioridade estabelecida para
educação de Itabuna passou a ser a ampliação do nível da
UESC Pedagogia 91
História da Educação I A produção historiográfica da educação na região cacaueira
5 O ENSINO SUPERIOR
5
formando a Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e
Unidade
Itabuna – FESPI, através de uma fundação de natureza privada.
Em 06 de dezembro de 1991, foi incorporada ao quadro das
escolas públicas de 3º grau da Bahia, transformando-se em
Universidade Pública, denominada Universidade Estadual de
Santa Cruz – UESC. Desde então, vem ampliando os serviços
prestados, oferecendo diversos cursos, com atividades no
campo do ensino, pesquisa e extensão.
Atualmente já são oferecidos 29 cursos de graduação e
de pós-graduação, Lato Sensu (21) e Stricto Sensu, sendo 11
cursos de mestrado e um de Doutorado. Muitos destes cursos
vêm sendo referência em nível estadual e nacional, atendendo
um número crescente de estudantes da região cacaueira
e de outros estados. A UESC já graduou, no seu período de
funcionamento mais de 15.550 estudantes. (Fonte: Jornal da
Universidade Estadual de Santa Cruz Ano XI – No. 108/2009).
UESC Pedagogia 93
História da Educação I A produção historiográfica da educação na região cacaueira
ATIVIDADE
1. Apresente, em linhas gerais, a evolução do sistema público de ensino de seu
Município, destacando:
5
ampliação dos níveis de escolaridade na região era uma realidade
presente nos diferentes documentos pesquisados. Isso começa a
Unidade
acelerar somente na década de 1970, quando são instalados muitos
grupos escolares em várias cidades da região.
Como parte desse projeto de expansão do ensino na região,
surgiram as primeiras instituições de ensino superior (particulares)
nas cidades de Ilhéus e Itabuna, transformadas, em 1991, em
Universidade pública - a Universidade Estadual de Santa Cruz.
Atualmente a educação na região encontra-se em franco
processo de expansão nos seus diferentes níveis de ensino. Contudo,
não podemos afirmar que todas as pessoas têm possibilidades de
ter acesso a eles. Por outro lado, ainda é possível identificar que o
seu processo de ampliação é marcado por carências de diferentes
naturezas: infra estrutura escolar; permanência dos alunos nas
escolas; qualidade do ensino; e formação de professores.
Por fim, acrescentamos que o estudo sobre a História Regional
ainda é muito lacunoso. Por conseguinte, temos o desafio de motivar
os pesquisadores, professores e estudantes a se debruçarem
sobre as fontes primárias e secundárias, ou mesmo fontes orais
(praticamente as únicas existentes nos municípios), com a finalidade
de criar grupos de pesquisas para produzirem novos conhecimentos
no campo da História da Educação Regional para que venhamos a
suprir este quadro de carência hoje existente.
UESC Pedagogia 95
História da Educação I A produção historiográfica da educação na região cacaueira
re f e R Ê N C ias
Educacional Brasileira: uma análise sob a ótica dos Estados
mato-grossenses. In: Educação no Brasil: história e
historiografia/Sociedade Brasileira de História da Educação
(Org.). Campinas: Autores Associados, SBHE, 2001.
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/renascimento/index.php.
Acesso em 20 abr. 2009.