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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XI


COLEGIADO DO CURSO DE PEDAGOGIA: LICENCIATURA PLENA

ANA ÉRICA PEREIRA PASSOS

A MEDIAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO E


DESENVOLVIMENTO DA LEITURA: uma perspectiva de alfabetização e
letramento no 1º ano do Ensino Fundamental I

Serrinha - Bahia
2013
MIRLY ALMEIDA PINTO

A MEDIAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO E


DESENVOLVIMENTO DA LEITURA: uma perspectiva de alfabetização e
letramento no 1º ano do Ensino Fundamental I

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial de avaliação para obtenção do grau de
licenciada em Pedagogia, do Curso de Pedagogia –
Licenciatura Plena, da Universidade do Estado da Bahia,
Campus XI / Serrinha.

Orientadora: Profª. Ms. Raphaela Dany Freitas


Gonçalves

Serrinha -Bahia
2013
TERMO DE APROVAÇÃO

ANA ÉRICA PEREIRA PASSOS

A MEDIAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO E


DESENVOLVIMENTO DA LEITURA: uma perspectiva de alfabetização e
letramento no 1º ano do Ensino Fundamental I

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de


licenciado (a) em Pedagogia – Licenciatura Plena – DEDC, Campus XI –
Serrinha, Universidade do Estado da Bahia – UNEB, pela seguinte banca
examinadora:

Serrinha, ___ de ___________ de 20___

Banca:
______________________________________________________
Profª . Ms. Raphaela Dany Freitas Gonçalves
Universidade do Estado da Bahia - UNEB (Orientadora)

______________________________________________________
Profª
Universidade do Estado da Bahia – UNEB (Convidada)

______________________________________________________
Profª
Universidade do Estado da Bahia – UNEB (Convidada)
Dedico este trabalho a meus pais, que têm sido o meu
sustentáculo para chegar até aqui, meu esposo e a todas
as pessoas que sempre estiveram ao meu lado torcendo
para que essa etapa se concretizasse e que acreditaram
no meu potencial.
RESUMO

A presente pesquisa monográfica se propôs a analisar de que maneira a


mediação docente pode contribuir para o desenvolvimento da leitura com
crianças do 1º ano do Ensino Fundamental, voltada para um olhar na
perspectiva de alfabetização e letramento. A mobilização da investigação desta
pesquisa se deu acerca da percepção do quão importante é a leitura na vida do
indivíduo e de que maneira o professor pode mediar este processo, para que a
leitura seja feita de forma compreensível e prazerosa, tendo como problema a
seguinte pergunta: De que maneira a mediação do professor pode promover o
desenvolvimento da leitura no processo de alfabetização e letramento de
crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I?. Para tanto, objetivo geral foi:
Analisar de que maneira a mediação do professor favorece para o
desenvolvimento da leitura de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I.
Como objetivos específicos decidiu-se: Identificar quais estratégias de leitura
são usadas com as crianças; perceber de que forma ocorre a mediação
docente nesse processo; verificar quais as dificuldades estão sendo
enfrentadas pelo docente na prática de alfabetizar letrando e identificar quais
recursos estão sendo utilizados pelo docente para sua prática alfabetizadora. A
reflexão teórica de investigação foi construída com base nos estudos de
Kramer (2012), Solé (1998), Ferreiro (1997), Soares (2003), Vygotsky (1991). A
pesquisa foi desenvolvida numa abordagem qualitativa, sendo a observação e
o questionário utilizados como instrumentos para a coleta de dados. Mediante
os resultados obtidos neste estudo, ressalta-se a importância do professor
mediador na fase da construção da leitura, identificando os benefícios de uma
leitura feita de forma significativa e construtiva, enfatizando sua importância,
principalmente quando esse processo se aplica numa perspectiva de
alfabetização e letramento.

Palavras-chave: Leitura. Mediação docente. Alfabetização. Letramento.


ABSTRACT

This monographic study aimed to analyze how the scaffolding can contribute to
the development of reading with children from 1st year of elementary school,
facing a look from the perspective of literacy and literacy. The mobilization of
the investigation of this research was on perception of how important it is to
read in one's life and how the teacher can mediate this process, so that the
readings are taken in an understandable and enjoyable, with the problem the
following question : How the mediation of the teacher can promote the
development of reading literacy and literacy process of children in the 1st year
of elementary school '. Therefore, overall objective was: To analyze how the
teacher mediation favors the development of reading in children from 1st year of
elementary school I. Specific objectives decided: Identify which reading
strategies are used with children; realize how scaffolding occurs in this process,
check which difficulties are being faced by the teacher in the practice of literacy
letrando and identify which resources are being used by the teacher to practice
literacy. The theoretical research was built on the basis of studies of Kramer
(2012), Solé (1998), Smith (1997), Soares (2003), Vygotsky (1991). The
research was conducted in a qualitative, observation and questionnaire being
used as instruments for data collection. From the results obtained in this study
emphasize the importance of the facilitator in the construction phase of reading,
identifying the benefits of reading done in a meaningful and constructive,
emphasizing its importance, particularly when this process applies a
perspective of literacy and literacy.

Keywords: Reading. Scaffolding. Literacy. Literacy.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................10
2. CONCEITUANDO ALFABETIZAÇÃO ELETRAMENTO............................14
2.1 O QUE É ALFABETIZAÇÃO? ................................................................ 12
2.2 O QUE É LETRAMENTO? ..................................................................... 16

2.3 O CONTEXTO DE ALFABETIZAR LETRANDO..................................... 19

3.1 ESTRATÉGIAS DE LEITURA ................................................................ 25

3.2 A INTERVENÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DA


LEITURA....................................................................................................... 30

4.1 A ABORDAGEM DA PESQUISA ............................................................ 37

4.2 A DEFINIÇÃO DO TIPO DE PESQUISA ................................................ 39

4.3 LÓCUS DA PESQUISA .......................................................................... 40

4.4 SUJEITOS DA PESQUISA ..................................................................... 41

4.3 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS .......................................... 42

5.1 A MEDIAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO


DA LEITURA................................................................................................. 44

5.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO


E LETRAMENTO NA LEITURA .................................................................... 49

5.3 DIFICULDADES E DESAFIOS ENCONTRADOS NO TRABALHO COM


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ............................................................ 52

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................58

REFERÊNCIAS..............................................................................................62

APÊNDICES.... ........................................................................................................64
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1. INTRODUÇÃO

Vivemos numa era em que o conhecimento circula de maneira muito


rápida, especialmente devido às tecnologias. A sociedade atual “cobra” e
espera que os cidadãos estejam inseridos no mundo globalizado de forma
competente e consciente. Desta forma, os termos alfabetização e letramento
são elementos essenciais para o exercício de cidadania, pois o indivíduo
alfabetizado é capaz de modificar sua realidade e fazer uso de seus
conhecimentos no mundo que o cerca.
O tema alfabetização e letramento vêm sendo abordado cotidianamente
em debates acerca dos problemas sociais brasileiros, por se tratar de um
assunto complexo e de difícil resolução.Não obstante, são inúmeras as
tentativas de solucioná-las, pois se trata não apenas da aquisição da leitura e
escrita, mas sim da compreensão de mundo.
São muitas as angústias e incertezas encontradas pelos professores nas
salas de aula, contexto em que se percebe que a leitura é um instrumento
importante para o desenvolvimento do indivíduo. É perceptível que tal leitura
precisa ser feita de forma compreensível e para que isso aconteça é
necessário que esteja de encontro com a concepção de alfabetização e o
letramento.
O ato de ler é primordial na vida do indivíduo, pois o possibilita
desbravar conhecimentos diversos e ampliar sua visão de mundo. A leitura
auxilia o leitor a se tornar reflexivo, ajuda-o a compreender o mundo a sua volta
e torna as pessoas capazes de se posicionarem sobre quaisquer questões do
cotidiano, visto que amplia a capacidade da criticidade do indivíduo deixando
espaço para que ele faça uso dos conhecimentos adquiridos através dela.
Levando em consideração a importância da leitura e seus desafios na
atualidade, a presente pesquisa tem por objeto a mediação docente no
processo de aquisição e desenvolvimento da leitura numa perspectiva de
alfabetização e letramento no 1º ano do Ensino Fundamental I. É perceptível
que em meio ao mundo repleto de relações e interconexões globalizantes em
que, cada vez mais, o ser humano necessita de instrumentos eficientes para a
decodificação e compreensão de enunciados diversificados, exibido por todo o
globo sendo a leitura é essencial neste processo. Torna-se evidente a grande
9

necessidade do domínio de alguns mecanismos para o efetivo processo de


aprendizagem no âmbito da alfabetização e letramento.
Diante de vivências e de inquietações presenciadas com alunos em sala
de aula, no qual foi perceptível as necessidades e dificuldades enfrentadas
pelos mesmos no processo de leitura e compreendendo que vivemos numa
sociedade letrada, sendo que o uso da leitura faz parte do cotidiano das
pessoas, facilitando sua compreensão de mundo, o problema desta pesquisa
se constituiu em: perceber de que maneira a mediação do professor pode
promover o desenvolvimento da leitura no processo de alfabetização e
letramento de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I.
Então, ao pensar nesse aspecto, é notório que as crianças na faixa
etária de 6-7 anos, inseridos no contexto letrado, devem ser incentivadas ao
prazer da leitura em sala de aula, sendo que este estímulo não deve ocorrer
esporadicamente e sim constantemente, através de metodologias variadas,
observando as condições afetivas, o interesse e a motivação por parte de cada
aluno.
Ao pensar no desenvolvimento da leitura no processo de alfabetização e
letramento a presente pesquisa teve como objetivo geral: analisar de que
maneira a mediação do professor favorece para o desenvolvimento da leitura
de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I.
Para tanto, buscou-se os seguintes objetivos específicos: identificar
quais estratégias de leitura são usadas com as crianças; perceber de que
forma ocorre a mediação docente nesse processo; verificar quais as
dificuldades estão sendo enfrentadas pelo docente na prática de alfabetizar
letrando e identificar quais recursos estão sendo utilizados pelo docente para
sua prática alfabetizadora.
Para exercer um trabalho de pesquisa, foi necessário definir a
metodologia que ajudasse de forma consistente a refleti-la, sendo assim optou-
se pela pesquisa de abordagem qualitativa que contribuiu para uma vasta visão
sobre o objeto de estudo, tendo como interlocutora a professora que leciona na
classe de 1º ano, onde foi observado sua prática alfabetizadora no que tange o
desenvolvimento das crianças.
Para compreender a pesquisa foi utilizada a técnica de observação e o
questionário com perguntas abertas e fechadas, sendo que estes elementos
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foram primordiais para a coleta de dados utilizados no desenvolvimento da


pesquisa, a qual foi realizada numa escola, na cidade de Conceição do Coité,
na Bahia.
Como aporte teórico foram utilizados alguns autores que tratam sobre a
leitura e seus desenrolar no processo alfabetização e letramento, sendo que os
principais teóricos foram: Kramer (2012), Solé (1998), Ferreiro (1997), Soares
(2003), Vygotsky (1991), os auxiliaram a compreensão de que o ato de ler não
deve ser visto como simples obrigação, uma atividade mecânica que determine
uma atitude passiva, mas que leve a reflexão, a curiosidade e a paixão pelos
livros e para que isso ocorra, é fundamental que o professor tenha hábitos de
leitura, mostrando para seus alunos que ler torna possível a ampliação para um
vasto e rico conhecimento.
Desta forma, o presente estudo foi organizado em 6 capítulos, divididos
da seguinte maneira: capítulo 1, consta da discussão introdutória, capítulo 2
intitulado “Conceituando alfabetização e letramento” onde conceitua
alfabetização e letramento e trás uma perspectiva de alfabetizar letrando,
ressaltando de que forma esse processo auxilia no desenvolvimento da leitura.
Para desenvolver esse item foram utilizados autores como Ferreiro (1997),
Kramer (2010), Soares (2003), PCN (BRASIL, 1997), dentre outros. O capítulo
3 “O processo de desenvolvimento da leitura e as estratégias do professor
alfabetizador”, aborda de que maneira ocorre o processo da leitura e quais as
estratégias podem ser usadas pelos docentes, destacando a importância da
mediação do professor para o desenvolvimento da leitura. Para o
embasamento teórico utilizou-se Solé (1998), Kramer (2010) e Vygotsky
(1991).
O capítulo 4, intitulado “Percurso metodológico”, aborda as metodologias
utilizadas para realização desta pesquisa, como o tipo de abordagem, que foi
qualitativa, o tipo de pesquisa, sendo ela estudo de caso, a definição do lócus,
os sujeitos da pesquisa e os instrumentos da coleta de dados, que foi a
observação e o questionário.
O capítulo 5, consta da análise de dados. Neste item é abordado o que
foi presenciado nas observações e o questionário respondido pela docente,
tendo como objetivo atender o objeto da pesquisa, analisando a mediação da
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professora, as atividades desenvolvidas em sala de aula e quais as


dificuldades enfrentadas para o processo de alfabetizar letrando.
O sexto e último capítulo, conclui-se a pesquisa confirmando a
importância da leitura em nossas práticas diárias e da eficácia que o processo
de alfabetizar letrando traz para o desenvolvimento de uma leitura ativa,
compreensiva e dinâmica.
Por fim, no trilhar do percurso desta pesquisa, foi notório o quão é
importante e rica a mediação do professor no processo de aquisição da leitura
com crianças, sendo que este processo é algo aprendido e que perdurará pra
vida toda, por isso deve ser um processo feito de forma significativa em que as
crianças aprendam a gostar e a valorizar a importância que a leitura trás para
suas vidas.
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2. CONCEITUANDO ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

2.1 O QUE É ALFABETIZAÇÃO?

A trajetória histórica da alfabetização, segundo Ferreiro (1997) aponta


que ensinar o indivíduo ao ato de ler e escrever constituía em um processo
lento e feito de forma memorizada e decodificada. O sujeito que fosse capaz de
ler ou escrever um bilhete simples já era considerado um sujeito alfabetizado.
A alfabetização, por muito tempo foi encarada como um nó na educação
brasileira e definir seu conceito somente como um processo permanente seria
resumir ou até mesmo sugar suas inúmeras definições, pois o ato de
alfabetizar consiste na apropriação do aprendizado do alfabeto e sua
compreensão de utilização.
De acordo com Rojo e Oliveira (2010, p. 43) o termo alfabetização era
conceituado da seguinte forma:
O processo de alfabetização significa ensinar ao aluno, de
forma progressiva e sistemática, quais são as regras que
orientam a leitura e a escrita no sistema alfabético, bem como
a ortografia da língua portuguesa

Depois de algum tempo, percebeu que a alfabetização não se restringia


somente na habilidade mecânica de codificação e decodificação do ato de ler,
mas que abrange também a capacidade de interpretar, compreender, analisar
criticamente o que está sendo lido, estabelecer relações com o real. Ler é
dominar a mecânica de leitura e a relacionar simultaneamente com o
pensamento, sabendo criticar e reproduzir o conhecimento.
De acordo com Solé (1998, p. 50), num novo viés de concepção de
alfabetização o mesmo é visto como:
[...] um processo através do qual as pessoas aprendem a ler e
a escrever. Estes procedimentos, porém, vão muito além de
certas técnicas de translação de linguagem oral para
linguagem escrita.

Percebemos que o sujeito alfabetizado é aquele capaz de decodificar o


mundo a sua volta e fazer parte da sociedade letrada. Ainda nos dias atuais, o
termo alfabetização é muito utilizado no sentido de saber decodificar as letras,
sendo encarada como um processo lento e duradouro e nas práticas diárias de
sala de aula é perceptível a insatisfação por parte dos alunos em ler e
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escrever. A escassez de atividades que estimulem os educandos a se tornarem


íntimos com a leitura está cada vez mais comum, o que torna esse processo
ainda mais complexo.
Para Soares (2003, p. 21)
Para analisarmos os conhecimentos que fazem parte do
processo de alfabetização, precisamos definir o que significa
esse processo. Do ponto de vista lingüístico, ele se caracteriza,
essencialmente, como um processo de transferência dos sons
da fala para a forma gráfica da escrita. É sobretudo essa
transferência que caracteriza a aprendizagem da leitura e da
escrita: um processo de estabelecimento de relações entre
sons e símbolos gráficos, ou entre fonemas e grafemas.

O processo da aquisição da leitura está intimamente ligado ao fato do


indivíduo fazer relação da fala com a forma escrita, transferir para o papel
aquilo que foi dito. A compreensão da aquisição do ato de ler é algo que o
sujeito irá usar para todos os momentos de sua vida, pois a leitura está
presente nos diversos ambientes sociais e culturais, pelo qual o indivíduo
perpassa diariamente e o processo de leitura se desenvolve na ação de
alfabetizar, pois “[...] a mais básica de todas as necessidades de aprendizagem
continua sendo a alfabetização” (FERREIRO, 1997, p. 9).
Aprender a ler não é somente tomar experiência de algo, ao contrário,
vai muito mais além, pois o sujeito é capaz de ter argumentação própria para
poder se tornar um cidadão crítico e com opinião específica. Para o sujeito
poder posicionar-se criticamente sobre algo ou determinado assunto, ele
precisa estar intimamente familiarizado às leituras diárias, para que assim ele
saiba se posicionar com a oralidade adequada.
[...] Entendo que alfabetizar-se é conhecer o mundo,
comunicando-se e expressando-se. Isso significa que uma
criança começa a ler quando descobre que o mundo é feito de
coisas que pode pegar, cheirar, apertar, morder, etc.., e que
pode ser imitado, dramatizado, expresso na música, na dança,
no desenho, na fotografia, na colagem, na montagem, na
palavra falada, na palavra escrita. (KRAMER, 2010, p. 98)

De acordo com o que Kramer (2010) argumenta sobre alfabetização, o


sujeito deve está sempre preparado para enfrentar as muitas facetas que a
vida lhe propõe e para isso precisa estar alfabetizado, isto é, não basta apenas
saber ler e escrever, pois alfabetização vai muito mais além disso. O sujeito
precisa saber se posicionar criticamente, precisa saber lidar com as leituras e
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sua interpretação. E esse ato de alfabetização vem desde muito cedo, mesmo
antes de a criança ser inserida na escola, ela já faz parte de um contexto
letrado, nas diversas situações do dia a dia.
Um sujeito que procura ativamente compreender o mundo que
o rodeia, e trata de resolver as interrogações que este mundo
provoca. Não é um sujeito que espera que alguém que possui
um conhecimento o transmita a ele, por um ato de
benevolência. É um sujeito que aprende basicamente através
de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que
constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo
tempo em que organiza seu mundo. (FERREIRO e
TEBEROSKY, 1985, p. 26)

Desta forma, o sujeito precisa saber organizar seus pensamentos e as


informações que ele adquire através das leituras e precisa fazer uso dessa
leitura nos diversos contextos sociais em que convive e para isso precisa estar
em constante formação, pois alfabetizar é um processo que tem como objetivo
auxiliar o indivíduo na aquisição da leitura e escrita, para que o mesmo possa
fazer uso adequado das mesmas na sociedade em que está inserido. O sujeito
para estar preparado para encarar as demandas da sociedade, precisa saber
ler, escrever, pensar criticamente e estar inserido nas práticas sociais de
leitura.
De acordo com o PCN (BRASIL, 1997, p. 35) a leitura é conceituada da
seguinte maneira:
Saber ler é uma exigência das sociedades modernas. Há
contudo, uma importante diferença entre saber ler e a prática
efetiva da leitura: se a habilidade de leitura é uma necessidade
pragmática e permite a realização, inclusive de fazer compras e
realizar tarefas cotidianas entre outras ações, a prática da
leitura é um importante instrumento para o exercício da
cidadania e para a participação social. O sujeito tem mais
acesso a informação e maior capacidade crítica.

No contexto pós-moderno o sujeito que ainda não está alfabetizado, ou


seja, que não tem apropriação daquilo que lê ou escreve, direta ou
indiretamente sofrerá preconceitos na sociedade, visto que precisará
necessariamente estar inserido nas demandas que os contextos sociais lhe
propõe e a leitura é uma das principais ferramentas para esse envolvimento. O
sujeito precisa dominar as letras do alfabeto para, a partir dele, utilizar as
habilidades de leitura e escrita, compreendendo-o como um todo, seu
funcionamento, memorizar seus sons, dentre outras funções.
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O sujeito deve ser desafiado sempre, desde a decodificação de letras a


simples leituras de palavras, processo este que deve ser iniciado na Educação
Infatil, para que assim esteja capacitado para leitura e escrita de texto e
compreensão dos mesmos na sua vida futura.
É válido ressaltar que ser considerado um sujeito alfabetizado, saber ler
de forma mecânica não garantirá que estes sujeitos possam ter acesso a textos
diversificados, compreendendo através da leitura o verdadeiro sentido do texto.
O desafio constante com a alfabetização é de aprender as habilidades
de ler e escrever. Porém, ler de forma mecânica acaba tornando o sujeito com
dificuldades de posicionar-se criticamente sobre tudo que lê ou escreve, pois
não é preciso apenas decodificar letras e sons, mas entender o que as
palavras/texto querem transmitir, buscar nas entrelinhas informações implícitas.
Às vezes é preciso discordar do texto, mostrando diferentes formas de
pensamentos diante de um determinado assunto e para que isso seja feito de
maneira coerente, o sujeito precisa compreender corretamente o verdadeiro
sentido que o texto quer trazer.
As instituições de ensino enfrentam hoje uma dura realidade no que diz
respeito ao desenvolvimento da leitura, que é ocasionada pela má iniciação ao
mundo leitor e, consequentemente, da escrita. E, em detrimentos disso,
estudiosos da área adotaram como objeto de estudo a leitura e sua prática por
perceberem a grande importância do desenvolvimento dessas competências
para a vida dentro e fora da escola.
Alfabetizar não se restringe a decodificação e a aplicação de
rituais repetitivos de escrita, leitura e cálculo. A criança não
compreende as situações que a rodeiam, não identifica os
objetos e se expressa de várias formas antes de falar?
Similarmente, diversas tentativas de produção da escrita e
diversificadas experiências de ler antecedem a leitura/escrita
da criança. (KRAMER, 2010, p. 98)

O sentido da leitura não é apenas transmitir oralmente o que o texto está


trazendo, não basta somente saber ler, e ler mecanicamente, para que o
sujeito seja considerado alfabetizado. É notório que alfabetizar está muito mais
além de decodificar letras e sons, estar alfabetizado é estar capacitado para
interpretar a realidade em que se está inserido, pois a prática da leitura tem
como finalidade ampliar a visão de mundo, estimulando o desafio que a leitura
perpassa, sendo feita de maneira prazerosa e não obrigatória.
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O processo da aquisição da leitura na alfabetização requer uma atenção


diferenciada em relação aos educandos, e para que esse processo ocorra da
melhor e mais correta maneira possível, o docente precisa criar estratégias de
alfabetização de forma que ajude as crianças a um melhor desenvolvimento,
capacitando-os a ler e entender o real sentido que a leitura lhes proporcionam.
Por fim, diante dos diversos conceitos que definem o ato de alfabetizar,
não podemos deixar de enfatizar que a compreensão da leitura, o próprio ato
de aprender a ler é de fundamental importância no processo da inserção do
sujeito na sociedade, pois a leitura é capaz de formar cidadãos habilitados para
compreender e escrever diferentes textos com os quais se defrontam e para
isso o sujeito precisa estar aberto a aprender e a cada dia se tornar um leitor
competente, não com uma leitura mecânica, mas que seja feita de forma
prazerosa e compreensível.

2.2 O QUE É LETRAMENTO?

O termo letramento é uma palavra nova e que foi conceituada e


introduzida na educação diante da necessidade de suprir as lacunas deixadas
pela alfabetização, deste modo ela é recém-chegada no vocabulário da
educação e o seu surgimento se deu em detrimento às necessidades de dar
nomes aos comportamentos e práticas da aquisição da leitura e escrita,
buscando o domínio do alfabeto e sua interpretação de mundo.
O termo letramento não era conhecido no vocabulário da educação e até
então a alfabetização era o único meio pelo qual o sujeito iria aprender a ler e
escrever. Porém, diante de estudos sobre o termo chegou-se a conclusão que
o mesmo auxilia no aprendizado social e cultural das práticas de leitura, além
do aluno aprender a ler e a escrever ele seria capaz de interpretar as
demandas sociais de leitura que a sociedade lhe impõem.
Diante do surgimento dessa nova palavra, notou-se que a alfabetização
sozinha era insatisfatória, pois não bastava o aluno apenas saber ler e
escrever, se ele não fazia uso desse aprendizado nas práticas sociais. Com o
surgimento do termo letramento, essa palavra passou a ser cada vez mais
usada pelos especialistas, pois é notório que a leitura precisa ser
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compreendida, não basta apenas ler mecanicamente, o sujeito precisa


entender o real sentido do texto.
De acordo com Soares (2003, p. 20):
[...] só recentemente, passamos a enfrentar essa nova
realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever,
é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber
responder as exigências de leitura e de escrita que a sociedade
faz continuamente - daí o recente surgimento do termo
letramento.

Diante da concepção da autora, percebe-se que o termo letramento é


muito mais do que saber ler e escrever, pois ultrapassa essa aquisição. O
sujeito letrado precisa fazer uso dessas leituras, precisa estar inserido nos
meios sociais, criticando e opinando aquilo que a sociedade diz ter domínio. O
sujeito letrado precisa dar sentido e vida aquilo que foi lido.
O termo letramento surgiu com sentido de ampliar a visão da
alfabetização, não necessariamente de ocupar o seu lugar, apesar de que um
termo sem o outro não faria sentido algum, pelo contrário, alfabetização e
letramento são termos indissociáveis, pois não basta o aluno estar apenas
alfabetizado se ele não compreende o que lê.
Soares (2003, p. 18) define o letramento como:
Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de
aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire
um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se
apropriado da escrita.

Aprender a ler não necessariamente é aprender as letras do alfabeto e


decodificá-las, o sujeito precisa estar em sintonia com essas palavras e com o
texto lido, facilitando sua compreensão e tendo argumentos sólidos que
articulem o que o texto quer falar. Nesse sentido, o termo letramento é a
compreensão de mundo que o sujeito passa a ter após a leitura, é a
capacidade que o sujeito possui de interagir nas demandas sociais exigidas
pela sociedade.
Termos despertado para o fenômeno do letramento- estarmos
incorporando essa palavra ao nosso vocabulário educacional-
significa que já aprendemos que nosso problema não é apenas
ensinar a ler e a escrever, mas é, também, e sobretudo, levar
os indivíduos- crianças e adultos- a fazer uso da leitura e da
escrita, envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita.
( SOARES, 2003, p. 58)
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Como já foi dito anteriormente, letramento vai muito além de


memorização ou decodificação de palavras e texto, visto que o sujeito precisa
mergulhar naquilo que foi trazido, precisa estar intimamente relacionado, para
que haja compreensão e ele possa dar significado aquilo que estava exposto.
O sujeito, desde quando nasce já tem acesso às leituras, figuras, falas
dos adultos. Quando vai para escola, já carrega consigo uma bagagem imensa
do mundo letrado, apesar ainda não saber decodificar as letras. Entretanto, já é
capaz de compreender o meio social à sua volta.
De acordo com Soares (2003, p. 37):
[...] tornar-se letrado é se tornar cognitivamente diferente: a
pessoa passa a ter uma forma de pensar diferente da forma de
uma pessoa analfabeta ou iletrada.

No momento em que autora diz que um sujeito letrado é um sujeito


diferente, vem a tona todos os pressupostos e conceitos de letramento na
aprendizagem do indivíduo. O sujeito letrado é capaz de fazer uma leitura de
mundo diferenciada, enxerga as coisas com um olhar diferenciado, possui
argumentos e reflexões a serem feitos diante das suas ações.
O sujeito, para ser considerado letrado, não precisa conhecer ou
decodificar as letras do alfabeto, basta apenas estar inserido nas práticas
sociais de leituras, vivenciá-la e compreendê-las. A mesma coisa acontece com
uma criança que nunca foi à escola, não sabe ler nem escrever, mas convive
em um ambiente rodeado de livros, revistas, jornais e os folheia,
compreendendo seu uso e função.
Tornar-se letrado traz, também, conseqüências lingüísticas:
alguns estudos tem mostrado que o letrado fala de forma
diferente do iletrado e do analfabeto; por exemplo: pesquisas
que caracterizam a língua oral de adultos antes de serem
alfabetizadas e compararam com a língua oral que usavam
depois de alfabetizados concluíram que após aprender a ler e a
escrever, esse adultos passaram a falar de forma diferente,
evidenciando que o convívio com a língua escrita teve como
conseqüências mudanças no uso da língua oral, nas estruturas
lingüísticas e no vocabulário. (SOARES, 2003, p. 37)

O sujeito letrado possui argumentos mais sólidos sobre diversos


conteúdos, pois tem acesso a leituras diferenciadas e são capazes de
compreender o seu real sentido. O sujeito iletrado, é aquele que sabe ler e
escrever, mas não consegue se posicionar criticamente sobre aquilo que
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acabou de ler, não compreende o que lê, visto que tal procedimento foi
ensinado de forma mecânica, feita de forma memorizada.
Quando a leitura é feita de forma mecânica, por mais que o sujeito saiba
ler e escrever, ele não perpassa as linhas de exigências do letramento, não
consegue incorporar as práticas sociais da leitura, não adquire competências,
sente dificuldades em ler um livro, uma receita, interpretar um sumário, ler a
bula de um remédio, enfim, o sujeito embora apenas “alfabetizado”, precisa
saber fazer usos das práticas sociais da leitura.
O letramento designa uma prática social, onde o sujeito precisa fazer
uso dessas práticas, sendo ela de leitura ou escrita, para que possam ser
considerados sujeitos letrados e que tenham um potencial crítico e reflexivo.
Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais
nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto,
não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa
relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. (FREIRE,
1987, p. 08)

Enfim, delimitar um conceito pronto e acabado para o termo letramento


seria enxugar demasiadamente sua definição. O letramento está em todos os
momentos de nosso dia a dia, quando folheamos um livro, ou até mesmo
quando escolhemos uma receita, pois a função do letramento está
principalmente em fazer parte dos âmbitos onde envolva leitura e compreensão
e o sujeito precisa fazer uso dessas leituras com um olhar mais crítico e
reflexivo, fazendo assim uma leitura como um todo, ou seja, uma leitura de
mundo.

2.3 O CONTEXTO DE ALFABETIZAR LETRANDO

O ensino da leitura tem se tornado um desafio enorme para uma grande


parcela dos docentes alfabetizadores que atuam principalmente nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, pois a ação de alfabetizar crianças precisa
fazer um paralelo entre a alfabetização e o letramento, para que assim haja um
bom desenvolvimento e compreensão da leitura.
O indivíduo que sabe ler e não domina as práticas sociais de leitura é
considerado um sujeito ainda despreparado para encarar as práticas sociais de
20

leitura, pois não está ou não foi preparado o suficiente para compreender
aquilo que foi lido.
A alfabetização e letramento são processos diferentes, porém cada um
possui suas especificidades e são indispensáveis na aprendizagem da leitura e
escrita do indivíduo, deste modo, complementares.
[...] a criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia
livros, finge lê-los, brinca de escrever, ouve histórias que lhes
são lidas, está rodeada de material escrito e percebe seu uso e
função, é analfabeta, pois ainda não aprendeu a ler, mas já
entrou no mundo do letramento, e já é de certa forma letrada.
(SOARES, 2003, p. 24)

Para o indivíduo ser considerado letrado, ou seja, capaz de interpretar


as leituras que faz, não necessariamente terá que dominar o ato mecânico da
leitura, basta apenas fazer parte de um ambiente onde tenha acesso a livros de
histórias, jornais, folhetos, propagandas e compreenda a real função da leitura
nas suas práticas diárias.
O processo de alfabetização e letramento pelo qual perpassa os
indivíduos deve ser feita de maneira apropriada, fazendo um paralelo entre as
funções da leitura, a codificação e decodificação e a compreensão das práticas
sociais pelo qual a leitura é de fundamental importância.
De acordo com Soares (2003), os conceitos entre alfabetização e
letramento são definidos da seguinte forma:
Alfabetização e letramento são conceitos frequentemente
confundidos e sobrepostos, é importante distingui-los, ao
mesmo tempo que é importante também aproximá-los: a
distinção é necessária porque a introdução, no campo da
educação, do conceito de letramento tem ameaçado
perigosamente a especificidade do processo de alfabetização;
por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o
processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-
se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como
também este é dependente daquele. (SOARES, 2003, p. 90)

A definição dos conceitos de alfabetização e letramento concentra-se em


distinguir o ato meramente mecânico de ler e escrever, da ação de
compreensão daquilo que foi lido. Essas definições segundo Soares (2003) são
bastante confundidas pelos indivíduos, pois acabam por igualar esses dois
processos, não sabendo que são ações que devem ser feitas em conjunto,
alfabetização ao lado de letramento, mas elas produzirão efeitos diferentes,
21

sendo estes a ação do ato de ler, compreender as letras e suas fonologias e o


verdadeiro sentido de compreensão daquilo que foi lido.
O sujeito que compreende o que lê tem a oportunidade de ampliar
consideravelmente sua visão de mundo através das leituras. Sendo
assim,interpreta para si aquilo que foi lido, porém, é de grande valia a
correspondência que a alfabetização se encarrega de fazer, sendo ela a
relação do som com a grafia.
A alfabetização tinha como papel principal definir suas normas,
ortografias, codificar e decodificar palavras e textos. O letramento chegou com
finalidade de suprir as necessidades ainda não alcançadas pelo processo de
alfabetização. Reconhecendo as especificidades de cada uma delas, a junção
da alfabetização associada ao letramento faz que com que as leituras feitas
pelos indivíduos ditos alfabetizados tivessem mais sentido. A partir dessa
junção, a leitura começa a ser compreendida e sendo descoberta quais os
objetivos obtidos no ato de ler, possibilitando que a alfabetização se
desenvolva em ambientes onde a criança tenha acesso a diversificados textos
e possa fazer usos destes.
Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não
inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou
seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais
de leitura e de escrita, de modo que o indivíduo se tornasse ao
mesmo tempo, alfabetizado e letrado. (SOARES, 2003, p. 47)

O ato de alfabetizar letrando chama a atenção para os indivíduos não


apenas praticarem ações de ler e escrever, mas também dominar essas
práticas de leituras onde o indivíduo passará a compreender as funções do ato
de ler, deixando apenas de decodificar o texto e passando a fazer usos da
mesma em suas práticas diárias.
O indivíduo que participa e interage com as práticas sociais de leituras,
costuma fazer leituras diárias e faz usos de seus textos, acaba por permitir que
tenha uma oralidade mais aguçada, ou seja, possuindo um raciocínio lógico de
suas ideias, produzem uma boa oralidade e é dotado de argumentos
sustentáveis para qualquer questão colocada.
As concepções sobre o ato de alfabetizar letrando parte do princípio que
a ação e o resultado que possui estes dois conceitos juntos é de grande
22

importância para contribuição da formação de cidadãos, focando sempre na


leitura, escrita, reflexão e compreensão de textos ou palavras.
[...] a alfabetização desenvolve-se no contexto de e por meio
de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de
atividades de letramento e, este, por sua vez, só se pode
desenvolver no contexto da e por meio da aprendizagem das
relações fonema-grafema, isto é, em dependência da
alfabetização [...] (SOARES, 2003, p. 14)

No processo de alfabetização o indivíduo compreende os grafemas, o


alfabeto, aprende a decodificar com o auxílio do docente. No processo de
letramento que surge a partir da alfabetização, o sujeito amplia sua capacidade
de compreensão e ações a partir de práticas sociais de leituras. Assim,
letramento é um processo que surge a partir do momento que o individuo
começa a fazer parte de ambientes de leituras, antes mesmo de entrar na
escola.
O ato de alfabetizar letrando se desenvolve a partir do momento que
surgem ações de aprendizagem que levem o indivíduo a participar de situações
que envolva leituras diversas, de modo a propiciar interação entre o sujeito e a
leitura, tornando-os íntimos, e proprondo atividades que o sujeito não apenas
leia por ler, mas que ele utilize a leitura em atitudes que podem auxiliá-los ou
até mesmo inseri-lo em meios sociais.
[...] além de aperfeiçoar as habilidades já adquiridas de
produção de diferentes gêneros de textos orais, levar à
aquisição e ao desenvolvimento das habilidades de produção
de textos escritos, de diferentes gêneros e veiculados por meio
de diferentes portadores [...] (SOARES, 1999, p. 69).

Alfabetizar letrando é um processo pelo qual auxilia o indivíduo a


raciocinar, a desenvolver as habilidades de escrita e produção textual, e ajuda
a oralidade e a forma de expressar as idéias.
As reflexões feitas sobre os processos de alfabetização e letramento,
revelam um resultado multifacetado do ato da leitura, sendo que para o
desenvolvimento e sucesso desse processo é necessário fazer usos do hábito
de ler e compreender o real sentido daquilo que foi lido. Desta forma, fica
explícito que nem a alfabetização nem o letramento sozinhos darão conta das
demandas sócias exigidas pela leitura.
Sendo assim, o termo alfabetizar letrando não constitui fórmulas ou
regras que ensinem de que maneira o indivíduo pode se tornar letrado, mas
23

parte do princípio de que esse indivíduo desde cedo deve manter intimidade
com os diversos tipos de leituras, sendo elas imagens, livros de histórias,
jornais, revistas, quadrinhos, etc.
O que realmente deve ser trabalhado com esses indivíduos é a
ressignificação da alfabetização, do seu conceito e de suas metodologias,
principalmente no sentido de propor maneiras que auxiliem vivências com
leituras diversas, mostrando a importância que a mesma tem na formação
social e intelectual do sujeito, sendo ela um dos suportes para o sucesso no
futuro e para que isso ocorra de maneira significativa, os conceitos
alfabetização e letramento devem sempre caminhar lado a lado. Sobre o uso
de estratégias e metodologias que auxiliem este processo, o item posterior
trará tal discussão.
24

3 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LEITURA: as estratégias do


professor alfabetizador

O desafio de ler constitui em criar possibilidades de o sujeito interagir e


participar do meio social, uma vez que a aquisição da leitura o torna capaz de
compreender os inúmeros questionamentos lançados no dia a dia. A ação do
ato de ler remete os seres humanos a uma ação de interação com os demais
sujeitos, tornando-os mais envolvidos nas questões sociais, sendo esta
também mais uma forma de inclusão.
A aquisição da leitura possibilita o indivíduo criar novos horizontes,
enxergar “além daquilo que se vê”, auxiliando na produção do conhecimento e
o tornando mais crítico e reflexivo. O processo de desenvolvimento da
construção da leitura se dá de maneira gradual, fazendo um paralelo entre a
ação de alfabetizar e letrar, permitindo ao leitor a adentrar no mundo das letras
de forma que a leitura possa ser compreendida e interpretada de modo mais
consistente.
No processo de desenvolvimento da leitura fica perceptível que aprender
a ler é apropriar-se dos códigos linguísticos e se tornar um indivíduo capaz de
identificá-los, fazendo uso dessas leituras de maneira que aprimore seus
conhecimentos enquanto cidadão que faz uso dos diversos tipos de leituras,
sendo elas em livros, jornais, bulas de remédios, livros de receitas, dentre
outros.
Em uma sociedade em que os sujeitos são capazes de identificar os
códigos linguísticos e fazer usos de maneiras adequadas, é perceptível que o
mesmo saberá posicionar-se em quaisquer questões colocadas pela
sociedade, pois na medida em que a leitura passa a fazer parte de suas ações,
seu modo de pensar e interpretar ficarão ainda mais ricos e produtivos.
Desta forma, o uso da leitura no meio social além de desenvolver a
criticidade do leitor, ela é considerada um instrumento excelente nas práticas
sociais usadas pelos leitores para agir sobre o mundo, transformando-o de
acordo com seus conhecimentos, tornando os indivíduos livres e desalienados
dos conceitos prontos e acabados adotados pela sociedade.
Portanto, para se desenvolver a leitura na vida do sujeito, ele precisa
estar inserido nas práticas de alfabetização e letramento, para que se torne
25

capaz de ler e interpretar o que está escrito, precisa estar em constante


construção, no meio em que o ato de alfabetizar e letrar esteja presente nas
suas práticas de leituras, auxiliando-o a dar significado aquilo que foi lido, pois
a sua forma adequada e coerente torna o sujeito crítico e transformador da
realidade e para que isso aconteça o processo de alfabetização e letramento
deve fazer parte do desenvolvimento da aquisição da leitura.

3.1 ESTRATÉGIAS DE LEITURA

A leitura é um processo pelo qual grande parte dos indivíduos,


principalmente crianças, está sendo inserida nos dias atuais. Adotar o hábito de
ler constantemente está cada vez mais complexo, pois é notória a falta de
interesse por leituras, tanto de crianças como de adultos. Diante disto,
pesquisadores buscaram desenvolver estratégias que levem o indivíduo a se
tornar íntimo do texto, trazendo ele para seu cotidiano e fazendo com que a
ação de ler seja feita por opção, por gosto e não apenas por obrigação.
O processo de leitura envolve uma interação do leitor com o texto, e
para isso acontecer de forma dialógica o leitor precisa fazer releituras
constantes, buscando novos saberes e conhecimentos e trilhando caminhos
ainda não conhecidos, auxiliando assim para sua construção social e individual
enquanto leitor ativo.
De acordo com Solé (1998, p. 116), “ O processo de leitura deve garantir
que o leitor compreenda os diversos textos que se propõe a ler. É um processo
interno, porém deve ser ensinado”. Desta forma, fica claro que o leitor deve
buscar estratégias que são ensinadas, para que os aproximem do texto com a
leitura, fazendo eixo na relação de ler e compreender aquilo que estava escrito,
colocando em prática suas estratégias que tendem a melhorar sua
compreensão e ajudar na relação do texto com a leitura, sendo esta real e
significativa.
A procura incessante pelo prazer de ler tende a levarem os professores
a buscarem novas estratégias de leitura que possam auxiliar o leitor a tomar
posse de instrumentos necessários para uma interpretação de textos, onde o
26

aluno seja capaz de decodificar, ler e interpretar os diversos tipos de textos,


tornando-se ativo e autônomo, capaz de descobrir todos os segredos trazidos
nas estrelinhas das leituras.
Um dos principais objetivos das estratégias de leituras, é antes de mais
nada auxiliar o leitor sobre os diversos tipos de leituras, o que lê, para quê, e
como ler.
De acordo com Solé (1998, p. 70):
[...] Se as estratégias de leitura são procedimentos e os
procedimentos são conteúdos de ensino, então é preciso
ensinar estratégias para a compreensão dos textos. Estas não
amadurecem, nem se desenvolvem, nem emergem, nem
aparecem. Ensinam-se- ou não se ensinam- e se aprendem-
ou não se aprendem.

As estratégias de leitura inserem-se em metodologias que auxiliem o


leitor a compreender e interpretar aquilo que está escrito. Ou seja, o papel das
estratégias de leitura é ensinar da forma mais clara e dinâmica de que maneira
o leitor pode ler e compreender o conteúdo, sem perder o real sentido do texto,
ajudando a formar leitores autônomos que aprenderão os conteúdos através
das leituras feitas com a interpretação de maneira correta.
Solé (1998) descreve as estratégias de leitura em etapas, enfatizando
seu ensino, sendo que não necessariamente deve seguir uma ordem, tendo em
vista que o processo de construção do ato de ler ocorre com o
desenvolvimento de cada indivíduo e a autora propõe que essa ação aconteça
antes, durante e depois da leitura.
As estratégias que acontecem antes do processo de leitura devem levar
em consideração, segundo Solé (1998, p. 89) “[...] a motivação da leitura, os
objetivos da leitura, revisão e atualização de conhecimento prévio,
estabelecimento das previsões sobre o texto e formulação de pergunta sobre
ele.”
Um dos primeiros passos que deve ser dado na construção da leitura é a
motivação, a busca pelo prazer de ler, principalmente por parte dos leitores que
têm se mostrado desinteressados e desmotivados para ler. O professor
motivador precisa ser também apaixonado pelos livros e pelo ato de ler, pois
somente assim terá argumentos e ações que irão refletir no gosto pela mesma,
mostrando de que forma ela pode ser prazerosa e interessante e o papel do
27

professor motivador é promover a relação de interação do sujeito com a leitura,


para que assim crie uma relação de harmonia e satisfação do leitor.
Os objetivos almejados pela aquisição da leitura são muitos, irá
depender de cada texto e qual a finalidade buscada pelo leitor diante daquilo
que foi lido. Um dos objetivos da leitura é obter alguma informação precisa,
quando o leitor lê em busca de uma resposta para sua pesquisa, ou até mesmo
quando o leitor lê para seguir instruções daquilo que quer aprender. A leitura
também pode ter a finalidade de obter uma informação geral daquilo que está
escrito, ou seja, o leitor não precisa ler totalmente o texto para saber do que se
trata, é preciso ler apenas algumas partes para que assim saiba de que trata
aquele texto.
A ação de ler tem por finalidade aprender algo que se quer descobrir, ou
aprender por aprender, buscar informações necessitadas, passar informações
para outrem, compreender aquilo que estava escrito, e ou até mesmo ler por
prazer e o objetivo vai de cada leitor e sua finalidade, deixando claro que de
toda e quaisquer leitura feita, o leitor tirará proveitos dela pois carregará
consigo bagagens daquilo que estava escrito e lhes serviu como subsídio para
alguma ação em algum dado momento.
É de grande valia tanto para o aluno quanto para o professor a interação
dos conhecimentos prévios com o texto a ser lido. O professor deverá ser o
mediador desses conhecimentos, tentando buscar do aluno aquilo que ele, já
de antemão, sabe do assunto, para que assim a compreensão que ele terá
após a leitura feita adquira um desenvolvimento muito maior, do que se ele
ainda não soubesse de nada que se tratava no texto.
Outra estratégia importante para o desenvolvimento da leitura segundo
Solé (1998) é estabelecer previsões sobre o texto, ou seja, o professor deverá
questionar e auxiliar os alunos a pensarem sobre o que tratará no texto,
deixando-os livres para opinarem sobre o que eles acham que o texto irá tratar,
contando com ajuda de ilustrações do livro, autor e títulos.
Depois que o professor auxiliar os alunos a terem uma noção do texto
antes mesmo de ler, ele deve buscar estratégias que os ajudem a se
debruçarem no texto propriamente dito, durante a leitura, para que os alunos
possam ter a maior compreensão possível daquilo que foi tratado no texto.
28

(...) para que um mau leitor deixe de sê-lo, é absolutamente


necessário que possa assumir progressivamente o controle do
seu próprio processo e entenda que pode utilizar muitos
conhecimentos para construir uma interpretação plausível do
que está lendo: estratégias de decodificação, naturalmente,
mas também estratégias de compreensão: previsões,
inferências, etc. as quais precisa compreender o texto. (SOLÉ,
1998, p. 126)

O professor deve buscar estratégias que auxiliem o leitor a uma


compreensão daquilo que foi lido, ajudando o aluno a se aperfeiçoar em suas
leituras, tentando compreender da melhor maneira possível o texto. Uma das
estratégias que o docente poderá utilizar com seus alunos é a leitura dirigida,
ou seja, à medida que o aluno vai lendo, o professor poderá solicitar pequenos
resumos que explicará de maneira sucinta o que foi lido.
Ainda segundo Solé (1998), uma estratégia importante no desenrolar da
leitura é a leitura partilhada, onde o professor lê junto com os alunos, ou pede
para cada aluno ler por vez e faz pausas dentre os parágrafos para poder
discutir o que ele quer trazer de importante, pedindo para os alunos
comentarem o que compreende daquele trecho. A leitura silenciosa é o
momento de intimidade do leitor com o texto, pois é nesta fase que o leitor irá
pôr em prática todas as estratégias aprendidas pelo professor, sendo este um
momento que ele irá interpretar e compreender, voltar novamente atrás daquilo
que não ficou claro e construir significados e sentidos reais da leitura do texto.
É importante ressaltar que os momentos de leituras do antes, durante e
depois não necessariamente deve seguir essa ordem, apesar de que o
professor precisará dar suporte ao aluno que ainda não compreendeu o texto
como um todo, tendo as vezes que retornar ao início do texto, para as ideias
serem expostas de maneiras mais claras.
Para a autora (SOLÉ, 1998) as estratégias usadas depois da leitura
exigem a compreensão das ideias principais do texto, a formulação de um
resumo tratando de forma simplificada com as partes principais do que foi lido e
formulações de perguntas e respostas do texto, onde o leitor mostrará o que
realmente compreendeu da leitura, pois a ação de ler remete a um resultado, e
impreterivelmente esse resultado é a compreensão.
Após a leitura, o aluno precisa saber quais os pontos mais importantes
que foi tratado no texto, ou seja, quais as ideias principais que foram lidas.
29

Para compreender essas ideias, deve ser feita a leitura do texto como um todo,
para a partir daí selecionar apenas aquilo que foi tido como importante.
De acordo com Solé (1998, p. 138):
Quando um professor pede aos seus alunos que digam ‘o mais
importante desse capítulo’, ‘o que o autor quer transmitir’, ou
quando essa recomendação aparece nos guias didáticos, é
fundamental entender que não estamos ensinando a encontrar
a ideia principal. Nestes casos estamos verificando se o aluno
pôde ou não encontrá-la, em um ato que substitui o ensino pela
avaliação, o que é bastante frequente na instrução da leitura.

Identificar as ideias principais é a demonstração de que o leitor entendeu


o texto como um todo, conseguiu separar as partes mais importantes trazidas
na leitura. O indivíduo que identifica as ideias principais daquilo que foi lido, já
leva consigo uma grande bagagem apreendida durante o processo de leitura e
essa bagagem é utilizada nas ações do dia a dia.
Depois da leitura do texto, da clareza dos objetivos, da efetivação do
prazer de ler, é notório que o leitor já consiga fazer uma interpretação mais
aprofundada daquilo que foi lido, ou seja, ele já consegue identificar as ideias
principais que o texto traz, devendo ser desafiado a fazer um resumo contendo
essas ideias e demonstrando que realmente conseguiu compreender do texto e
esse resumo ajudará a simplificar todas as ideias importantes em texto menor,
onde tratará somente dos pontos significativos.
De acordo com Solé (1998, p. 143) “A elaboração de um resumo está
estreitamente ligado às estratégias necessárias para estabelecer o tema de um
texto, para gerar ou identificar sua ideia principal e seus detalhes secundários”.
Desta forma, o resumo é uma estratégia que auxilia o aluno a entender o texto
através das ideias principais adotadas, onde tratará brevemente tudo aquilo
que foi de interessante do texto.
Após o resumo, outra estratégia importante e que não pode deixar de
ser feita, não necessariamente precisa ser feita depois da leitura, mas pode ser
feita antes e durante, é a elaboração de questionamentos sobre o texto, sobre
o parágrafo, indagando aos alunos o que eles conseguiram identificar de
relevante durante o processo da leitura.
O questionamento instiga os leitores a pensarem, ajudam na escrita e
oralidade e auxiliam no raciocínio e compreensão do texto. O professor precisa
fazer uso dessa estratégia para saber se realmente a leitura está fazendo
30

sentido, se está tendo rendimento ao leitor, pois a indagação leva o indivíduo a


pensar e começar a ter outro olhar do texto e do mundo, auxiliando o leitor a
descobrir coisas novas que antes não conheciam.
Mesmo com todas as estratégias utilizadas no decorrer da leitura, o
aluno compreende que o processo de aprendizagem ocorre mesmo depois do
término da leitura, pois é nesse momento que ele demonstrará o que realmente
conseguiu absorver do texto e organizará suas ideias e pensamentos do que
foi lido e absorvido para sua prática no meio social.
O leitor precisa está em constante contato com textos que lhes
proporcionem interação, obtendo uma relação mais próxima e aconchegante e
a escola ou a família deverá buscar novas maneiras para que estes contatos
aconteçam com mais frequência, para que assim o leitor comece a gostar, a ter
motivação pelos livros, mergulhando no mundo das letras e fazendo usos em
suas ações cotidianas.
Portanto, o leitor precisa está sendo sempre motivado para fazer parte
do mundo social das leituras e o professor precisa adotar estratégias de
leituras que aproxime o leitor ao texto para que assim ele possa ler,
compreender e transmitir essa compreensão, seja por meio da fala ou escrita, o
que importa é que esses indivíduos dêem significados às suas leituras, se
sintam motivados a cada dia fazer novas leituras e assim aprimorar novos
conhecimentos e aprendizados.

3.2 A INTERVENÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DA


LEITURA

O papel docente no processo da construção da leitura é de extrema


importância, pois a aluno precisa de incentivos e auxílio, principalmente no
momento em que estão entrando no mundo das letras e cabe ao professor
fazer intermédios do aluno com as diversas situações de aprendizagens,
apresentando os diversos tipos de leituras, motivando-os, considerando o nível
de cada um e sua singularidade.
O professor é uma figura de grande importância no desenrolar do
processo de alfabetização e letramento, principalmente na construção da
leitura, pois ele será sempre o motivador nessa fase da criança e o mesmo
31

deve está em constante formação para buscar meios mais dinâmicos e


corretos para ajudar os alunos no ensino da leitura, tornando esse um processo
natural, onde deixe o aluno seguro e apto a fazer as correspondências dos
sons com as palavras.
O docente será sempre o motivador das crianças nas suas primeiras
fases de aprendizagens e ela começará a olhar as atitudes do professor como
um exemplo para suas ações, por isso o mesmo deve está procurando sempre
novas metodologias e estratégias e precisará ter segurança e competência
para mediar o processo de leitura, fazendo com que os alunos compreendam
aquilo que estava escrito. Desta forma, o processo de aprendizagem ocorrerá
de forma mais simplificada, pois o leitor terá o professor como o mediador
desse processo onde o mesmo deve está buscando formas que auxiliem seus
alunos no processo de alfabetização e letramento.
De acordo com Kramer (2010, p. 64):
O compromisso profissional do professor costura os seus
procedimentos em sala de aula, dá o tom das notas tocadas no
cotidiano sem precisar proclamá-lo a cada momento. Esse
compromisso manifesta-se junto com o trabalho diário, imbrica-
se a sua competência técnica.

O professor alfabetizador precisa ter compromisso com aquilo que faz,


precisa gostar de alfabetizar, pois as crianças precisarão de alguém capacitado
e com formação continuada apta para alfabetizá-los, que deve possuir
metodologias e práticas significativas para desenvolver habilidades de leitura,
trabalhar com materiais que ajudarão na aprendizagem de seus alunos,
tornando estes sujeitos aptos a “entrarem no mundo das letras” e formarem
uma boa base educacional para as séries subsequentes.
O momento da preparação dos alunos para conhecerem as letras e seus
sons é um momento ímpar na vida do professor alfabetizador, pois é neste
momento que a criança começa a adentrar no mundo social letrado. A leitura é
a base para os demais conhecimentos e esse deve ser um momento em que a
criança se sinta preparada para essa nova fase e somente o professor
conhecendo sua turma saberá o ritmo e a precisão com que esse novo
conhecimento será mediado para as crianças.
Sobre tal aspecto Taille, Oliveira e Dantas (1992, p. 33) destacam:
32

A intervenção pedagógica provoca avanços que não


ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção
deliberada de um indivíduo sobre outros como forma de
promover desenvolvimento articula-se com um postulado
básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o
desenvolvimento desde o nascimento da criança. A
aprendizagem desperta processos internos de
desenvolvimento que só podem ocorrer quando o indivíduo
interage com outras pessoas.

Assim à intervenção docente é de extrema importância para a


aprendizagem das crianças, pois nem todo conhecimento é adquirido sozinho
pelo sujeito. O professor precisa estar mediando esse conhecimento para que
chegue de forma correta e faça parte dos aprendizados adquiridos pelo
indivíduo. Deste modo,

(...) cabe enfatizar que o exercício desse papel profissional é,


por sua vez, determinado por uma série de fatores que passam
pela formação escolar desse professor, pelas suas condições
objetivas de trabalho (inclusive salariais e trabalhistas) e pelas
formas com que a escola concreta em que atua assume, junto
com ele, a tarefa de alfabetizar, fornecendo-lhe o apoio
administrativo e pedagógico necessário. (KRAMER, 2010, p.
66)

O processo de construção da leitura se dá de maneira gradual e o


professor alfabetizador precisa está conscientizado de qual seu papel na
formação do indivíduo para a aquisição dessa leitura e saber sua importância
nesta etapa para cada criança, pois ele estará exercitando práticas sociais de
leitura e inserindo seu aluno numa sociedade letrada, onde não basta apenas
estar alfabetizado, precisa compreender o mundo à sua volta, quebrando
paradigmas tradicionais e formando sujeitos críticos e reflexivos.
Kramer (2010, p. 70) enfatiza tal aspecto, apontando que:

O caminho para a formação dos professores alfabetizadores,


já em serviço, não é o da implementação de pacotes
pedagógicos pré-elaborados por órgãos centrais, nem a
proposição de um novo método redentor de alfabetização. Uma
via possível seria a promoção na escola da reflexão sistemática
dos professores sobre sua prática a partir da qual conteúdos e
atitudes referentes ao processo de construção da alfabetização
a serem trabalhados. O desafio se coloca exatamente na
concretização dessa alternativa considerando,
simultaneamente, as contribuições dos estudos teóricos e a
prática concreta, real, dos professores. Acreditamos que a
33

continuidade da pesquisa poderá ajudar a enxergar, com maior


nitidez esse caminho.

O professor é o principal mediador do indivíduo ao conhecimento e para


que essa mediação se dê de forma adequada, o docente deve estar em
constante formação, pois precisa está ligado às transformações e as novas
metodologias utilizadas para auxiliar na trajetória da mediação desse
conhecimento.
Há muito tempo, o professor deixou de ser visto como o detentor do
saber e passou a ser considerado mediador da aprendizagem e dos
conhecimentos, e o aluno tendo o professor como parceiro nessa trajetória, se
sente seguro em saber que tem alguém ao seu lado que pode lhe ajudar a
compreender o processo de aquisição da leitura, sem precisar temer ao
perguntar alguma dúvida.
A criança, segundo Vygotsky (1991), já possui conhecimentos muito
antes de adentrar na escola, é neste momento que o docente precisa fazer uso
desses conhecimentos tornando-os mais compreensíveis no cotidiano do
aluno. Na escola a criança começa a interagir com outras pessoas, com outras
formas de pensamento, o que torna o processo de aprendizagem ainda mais
significativo.
O professor, antes de qualquer coisa, precisa conhecer sua turma, seu
aluno, saber de suas dificuldades e de seus avanços e precisa conhecer os
conteúdos trabalhados em sala de aula, favorecendo a aprendizagem dos
alunos, adotando novas estratégias de aprendizagens e “abusando” de
recursos que possam chamar a atenção dos alunos, de modo que eles venham
a aprimorar seus conhecimentos adquiridos e que possam participar e opinar
nos diversos temas propostos em sala de aula. Além disso, o professor precisa
instigar a oralidade de seus alunos, pois tal habilidade ajudará no desenrolar da
aquisição da leitura.
Para Vygotsky (1991) o processo de aprendizagem do indivíduo precisa
necessariamente ser mediado por outro sujeito mais experiente e conceitua
esse processo como ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal). O autor tinha
como objetivo o intuito de discutir a relação da aprendizagem com a mediação,
sendo processos interdependentes, pois segundo ele a experiência de alguém
34

mais vivido facilita o aprendizado das crianças, gerando mudanças qualitativas


e impulsionando a apropriação do conhecimento.
De acordo com Vygotsky (1991, p. 95):
De fato, por acaso é de se duvidar que a criança aprende a
falar com os adultos; ou que, através de formulações de
perguntas e respostas, a criança adquire várias informações;
ou que, através da imitação dos adultos e através da instrução
recebida de como agir, a criança desenvolve um repertório
completo de habilidades? De fato, aprendizado e conhecimento
estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da
criança.

Não basta somente o docente ser o mediador dos conhecimentos para


o aprendizado do sujeito, ele precisa estar comprometido com essa
aprendizagem e buscar uma alfabetização de qualidade e que essa qualidade
deve estar primeiramente na sua formação enquanto profissional, aprimorando
assim sua metodologia, pois cada dia que passa são novos conhecimentos,
novos detalhes e novas aprendizagens e o professor precisa está
comprometido com essa mediação, obtendo dedicação naquilo que faz,
buscando práticas que aprimorem seu eu enquanto professor e enquanto ser
social.
O professor deve seguir sua prática alfabetizadora fazendo um elo com
o letramento, tendo uma prática comprometida e uma dedicação contínua, não
só com a formação de seus alunos, mas principalmente com sua formação,
pois é nela que está o futuro dos pequenos cidadãos.
Ensinar e aprender são ações que para o professor devem andar
sempre lado a lado, indissociáveis, pois essas ações juntas ajudam tanto ao
professor ter clareza daquilo que quer quanto ao aluno, em passar aquilo que
sabe para o professor e vice-versa. O professor e o aluno precisam estar
abertos aos novos conhecimentos, aos novos aprendizados e para que isso
aconteça, o diálogo deve fazer parte de seus cotidianos de maneira que, as
suas dúvidas fiquem expostas para os esclarecimentos, enriquecendo seus
conhecimentos e buscando atingir os objetivos almejados.
A mediação do conhecimento do professor para com o aluno deve
acontecer da maneira mais dinâmica possível, pois o aluno precisa se sentir
seguro diante das informações transmitidas pelo docente. O diálogo é uma das
maneiras em que esse conhecimento possa ser transmitido, sendo esse um
35

processo essencial na aprendizagem pois o aluno levanta hipóteses e faz


sugestões daquilo que ainda não ficou claro, tornando uma troca de
conhecimentos em que a parceria professor e aluno esteja organizado.
A escola e o professor precisam ser vistos como um ponto facilitador das
dúvidas e necessidades encontradas no cotidiano e os docentes, em sua
prática diária precisam quebrar os paradigmas adotados pela sociedade de que
são os detentores de todo saber e que os alunos precisam acatar tudo que o
professor diz, “sem tirar nem pôr”. Pelo contrário, o professor precisa estar
aberto para ouvir as dúvidas de seus alunos, buscando mediá-los para a
melhor resposta possível, propor ações para que a sala de aula comece a ser
vista como uma ambiente de inter-relações entre professor e aluno, buscando a
construção coletiva do conhecimento.
O papel do professor está pautado na mediação dos saberes e
incentivos dos indivíduos a pensarem sozinhos. A construção do conhecimento
acontece de maneira coletiva, porém cabe ao docente incentivar seus alunos a
pensarem em hipóteses que podem responder suas dúvidas, já que educar é
auxiliar os alunos a raciocinarem sozinhos, instigar os alunos a pensarem, a se
questionar e buscar conhecimentos nas suas ações e no mundo que lhes
rodeiam.
A aprendizagem se dá na relação do professor com o aluno, na parceria
dos saberes, estabelecendo critérios que levem o educador e o educando a
uma troca de conhecimentos que darão sustentação para as interações com
outros sujeitos na vida social. É através dessa relação que os alunos
enxergarão a escola como a ponte para o conhecimento, é nela que os saberes
se entrelaçam e obtém uma relação de êxito e harmonia.
O processo de aquisição da leitura é duradouro e o professor precisa
fazer parte desse desenrolar, entrando no mundo da criança e buscando meios
para que esse processo aconteça de maneira dinâmica e facilitadora possível,
sendo assim o professor deve buscar diversos tipos de leituras para que os
alunos possam manter contato com essas diversidades e desperte a
curiosidade e o anseio da leitura.
A aquisição da leitura é o momento em que as crianças estão
conhecendo os sons, se familiarizando com as palavras e para isso ela precisa
de um ambiente acolhedor, prazeroso e que lhes dêem segurança e a sala de
36

aula é um ambiente favorável para o desenrolar desse processo, onde esse


ambiente proporcione a criança estar diretamente em contato com essas
leituras, despertando nela o gosto pela efetivação do ato de ler.
No processo de mediação da aquisição da leitura, os alunos precisam
enxergar e conhecer de quais maneiras essas leituras são utilizadas no dia a
dia e o professor é o principal alvo na mediação desse saber. O docente
precisa apresentar maneiras pela qual o uso de leitura se faz presente,
proporcionando ações em que os alunos mantenham contato com essas
leituras e abrindo um leque de possibilidades em que a leitura é de primordial
importância.
Sendo assim, o professor precisa está em constante formação,
buscando maneiras que promovam o contato da criança com a leitura,
principalmente na fase inicial, a intervenção do professor é de extrema
importância para criança, pois ela se sente segura sabendo que tem o
professor ao lado para ajudá-la quando algo não for compreendido.
A mediação feita do professor para com seus alunos deve levá-los a
lerem bastante, a folhear livros, propondo atividades de motivação, onde
envolve escrita e oralidade, deixando os alunos livres para se posicionarem
sobre determinados conteúdos e não podando aquilo que o aluno reconhece
como importante para seu crescimento.
Portanto, fica claro que a formação do professor para atuação e
mediação em sala de aula são pontos primordiais no desenvolvimento do
processo da aquisição da leitura, pois o aluno precisa estar embasado tanto
praticamente como teoricamente para adentrar no mundo leitor e o professor é
o principal marco nesse processo, pois é através dele que os alunos adquirem
os conhecimentos necessários para a realização da leitura social e individual.
37

4 PERCURSO METODOLÓGICO

4.1 A ABORDAGEM DA PESQUISA

A pesquisa é uma busca pelas respostas de nossas indagações que nos


inquietam no dia a dia e tem por finalidade descobrir algo, ou investigar
situações cujos resultados devem ser analisados, visando produzir novos
conhecimentos. Essa pesquisa tem por finalidade buscar informações precisas
para responder ao problema que se constitui em perceber de que maneira a
mediação do professor promove o desenvolvimento da leitura no processo de
alfabetização e letramento de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I,
onde é de cunho metodológico e visa a obtenção de resultados através de
observações e do questionário.
De acordo com Cervo e Bervian (1983, p. 50) a pesquisa é definida da
seguinte forma:
Uma atividade voltada para solução de problemas, através do
emprego de processos científicos. A pesquisa parte de uma
dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca
uma resposta ou solução.

A pesquisa é uma das formas de obtenção do conhecimento e esse


conhecimento busca explicações dos diversos fenômenos que ocorrem na
sociedade e procura a cada momento entender a realidade que o cerca e essa
explicação muitas vezes faz com que o conhecimento seja confundido com o
processo de obter mecanicamente informações dos livros para em seguida
repeti-las.
Para Gil (1999, p. 42) pesquisa é conceituada como:
Pode-se definir pesquisa como um processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico. O
objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para
problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.

O conceito de pesquisa ultrapassa as concepções de que seja apenas a


busca por novos conhecimentos, pois seus conceitos vão muito mais além.
Pesquisar é esclarecer dúvidas e curiosidades obtidas pelas incessantes
respostas buscadas pelos homens da sociedade atual, onde não basta apenas
38

retirar conceitos prontos de livros e revistas, é preciso ir mais além, buscar


informações mais relevantes do objeto que deseja ser pesquisado.
A pesquisa científica faz parte do processo de construção da
metodologia, que tem como função mediar à investigação daquilo que se quer
pesquisar, ajudar a refletir e instigar um novo olhar sobre o mundo, mapeando
as ações e definindo o tipo de pesquisa, a abordagem e os instrumentos de
dados que irão ser utilizados na investigação da pesquisa.
[...] Metodologia seria, portanto, o estudo ou a ciência do
caminho, se pretendendo que este seja uma trilha racional para
facilitar o conhecimento, além de trazer implícita a possibilidade
de, como caminho, servir para que diversas pessoas o
percorram, isto é, que possa ser repetidamente seguido.
(MAGALHÃES, 1948, p. 226)

Toda pesquisa consiste na definição de qual abordagem deve ser usada


e essa pesquisa consiste na abordagem qualitativa com viés no estudo de
caso. A abordagem dessa pesquisa é a qualitativa por se tratar de uma
abordagem em que o pesquisador vai a campo, colhe informações necessárias
para sua pesquisa e possui uma maior aproximação entre o pesquisador e o
objeto de estudo e possibilita ao pesquisador um contato mais aprofundado
com as questões investigadas.
Goldenberg (2007, p. 14) afirma que:
[...] Na pesquisa qualitativa a preocupação do pesquisador não
é com a representatividade numérica do grupo pesquisado,
mas com o aprofundamento da compreensão de um grupo
social, de uma organização, de uma instituição, de uma
trajetória.

A pesquisa é desenvolvida utilizando a abordagem qualitativa, pois


costuma ser direcionada ao longo do seu desenvolvimento e não busca
enumerar ou medir eventos e seu foco de interesse é amplo e parte de uma
perspectiva diferente da adotada dos métodos quantitativos.
Segundo Minayo (1994, p.21-22), a pesquisa qualitativa é conceituada
da seguinte forma:
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares.
Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de
realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças,
valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações dos processos e dos fenômenos que
não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
39

Desta maneira é explícito que a pesquisa qualitativa mantém uma


aproximação muito maior do pesquisador com seu objeto de estudo, obtendo
os dados necessários com o questionário realizado, mantendo contato com a
realidade pesquisada, podendo ver de perto as situações para uma análise
diferenciada da numérica e quantificada.

4.2 A DEFINIÇÃO DO TIPO DE PESQUISA

Toda pesquisa científica necessita definir seu objeto de estudo e, a partir


daí, construir um processo de investigação, delimitando o universo que será
estudado. Para o desenvolvimento desta investigação, utilizaremos como
método de pesquisa o estudo de caso, que é de acordo com Yin (apud GIL,
1999, p. 73):
[...] um estudo empírico que investiga um fenômeno atual
dentro de seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre
o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no
qual são utilizadas várias fontes de evidencia.

O estudo de caso é utilizado quando o pesquisador necessita investigar


apenas um caso, sendo ele específico e que seja ideal para explicar as
situações que se deseja pesquisar, ampliando as visões do objeto pesquisado
e ajudando na construção do conhecimento.
Na posição de Ludke e André (1986, p. 15), o estudo de caso é:
[...] uma estratégia de pesquisa e é o estudo de um caso,
simples e específico ou complexo e abstrato e deve ser sempre
bem delimitado. Pode ser semelhante a outros, mas é também
distinto, pois tem um interesse próprio, único, particular e
representa um potencial na educação. Destacam em seus
estudos as características de casos naturalísticos, ricos em
dados descritivos, com um plano aberto e flexível que focaliza
a realidade de modo complexo e contextualizado.

Para o desenvolvimento da pesquisa, o estudo de caso é indicado para


especificidades de situações em que o pesquisador irá analisar um caso
específico que considerado relevante para a explicação de sua pesquisa.
Diante disso, o estudo de caso permite um aprofundamento e integração dos
dados da pesquisa, buscando a ampliação dos conhecimentos acerca do tema
pesquisado.
Gil (1999, p. 72-73) conceitua estudo de caso como:
40

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e


exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o
seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente
impossível mediante os outros tipos de delineamentos
considerados.

O estudo de caso é indicado para pesquisas que trabalham e analisam


um caso específico, pois auxilia o pesquisador a um aprofundamento maior de
seu objeto de estudo, ajudando a conhecer mais a fundo suas finalidades e
desvendando os objetivos do pesquisador.
A escolha do método estudo de caso se deu pela sua inegável
importância como instrumento de investigação, o seu delineamento de estudo
da metodologia, mostrando as possibilidades das definições do que se
pretende alcançar com a pesquisa.

4.3 LÓCUS DA PESQUISA

Na escolha do local da pesquisa, foi dada prioridade a uma escola onde


já possuía o 1º ano do Ensino Fundamental I, sendo a série a ser observada e
construída a pesquisa. Com base na fundamentação teórica e através dos
questionamentos feitos com a docente em sala de aula, foi possível refletir e
analisar acerca do processo da construção da leitura, seus desafios e
potenciais.
Assim, a pesquisa aconteceu na Escola que por motivos éticos foi
denominada “Esperança”, na qual foi entregue o termo de Consentimento
Institucional (APÊNDICE A), sendo ela de rede pública municipal, na cidade de
Conceição do Coité- BA. A escola foi fundada no ano de 1984 e já passou por
diversas reformas na sua estrutura física e hoje possui 06 (seis) salas de aulas
com janelas grandes, o que favorece a ventilação e boa iluminação, 01 (uma)
secretaria, 01 (uma) sala do diretor, 01 (uma) cozinha, 02 (dois) banheiros, 01
(um) pátio grande para recreação, 01 (uma) grande área externa com várias
árvores e 01 (uma) quadra poliesportiva.
A sala onde ocorreu a observação não se encontra na sede da escola,
sendo a mesma com poucas salas e não atendendo a demanda dos alunos,
resolveu-se fazer uma extensão da escola para uma casa que fica nas
41

proximidades da unidade escolar. A casa improvisada possui 05 (cinco) salas,


01 (uma) secretaria, 02 (dois) banheiros e 01 (uma) área externa onde os
alunos passam o recreio.
A observação ocorreu na sala de 1º ano do Ensino Fundamental I, com
23 alunos, sendo ela um espaço estreito, sem ventilação, com apenas 02
(duas) janelas no alto, tornando o lugar abafado. As mesas são com 04
(quatro) cadeiras. Possui vários cartazes informativos sobre regras de
convivência e cartazes contendo o alfabeto maiúsculo e minúsculo.
A escola é composta por uma equipe de trabalho contendo 01 (um)
diretor, 01 (um) vice-diretor, 02 (duas) secretárias, 11 (onze) professores com
grande maioria graduados em pedagogia e 08 (oito) funcionários para serviços
gerais.
Essa instituição trabalha com as modalidades Educação Infantil e Ensino
Fundamental I, as faixas etárias dos discentes são de 03 à 60 anos, as aulas
acontecem nos turnos matutino, vespertino e noturno, sendo matriculados para
o ano em curso 2013, 369 alunos.

4.4 SUJEITOS DA PESQUISA

A escolha dos atores da pesquisa é um dos aspectos fundamentais no


contexto da pesquisa. Tal escolha se deu de maneira considerável contando
com a ajuda da professora da classe do 1º ano onde foram realizadas as
observações e aplicado o questionário com perguntas abertas e fechadas.
Através das conversas informais e do questionário, as informações
obtidas da professora que será denominada “Maria”, pois por motivos éticos
seus dados não serão expostos. A mesma possui graduação em Pedagogia,
possui mais de 20 anos de experiência em sala de aula e só lecionou três anos
como professora alfabetizadora e em tempos alternados.
As crianças indiretamente também são sujeitos da pesquisa, pois é com
elas que a professora aplica seus conhecimentos e suas atividades a fim de
desenvolver a leitura. A classe é composta por 23 crianças, sendo 09 meninas
e 14 meninos, na faixa etária entre seis e sete anos, de classe socioeconômica
baixa e apresentam grandes dificuldades de decodificar e fazer uso das
42

leituras, sendo uma turma bastante agitada e com constantes conversas


paralelas.

4.3 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS

Para a realização da pesquisa de campo que visa compreender o


desenvolvimento da leitura no processo alfabetização e letramento, é pautado
nos instrumentos de coleta de dados como a observação sistemática e o
questionário com perguntas abertas e fechadas que servirão como base para o
desenrolar da pesquisa.
A observação segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 76)
[...] é uma técnica de coleta de dados para conseguir
informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados
aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir,
mas também em examinar fatos e fenômenos que se deseja
estudar.

Desta forma, optou-se pela observação sistemática para compreender


os fenômenos ocorridos no desenrolar da pesquisa.
A observação consiste na compreensão e na pesquisa das maneiras
pela qual a professora faz a mediação com seus alunos para que os mesmos
desenvolvam a leitura, fazendo um paralelo do desenrolar da leitura no
processo alfabetizar letrando.
A coleta de dados foi realizada através de oito observações numa sala
de 1º ano do Ensino Fundamental I. A observação foi de grande valia para a
realização da pesquisa pois a mesma serviu para estabelecer o contato direto
do pesquisador com o objeto de estudo.
Na visão de Gil (1999, p. 114):
A observação sistemática é frequentemente utilizada em
pesquisa que tem como objetivo a descrição precisa dos
fenômenos ou o teste de hipóteses. Nas pesquisas deste tipo,
o pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade ou
grupo que são significativos para alcançar os objetivos
pretendidos.

Segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 78), a observação sistemática “[...]


o observador sabe o que procura e o que carece de importância em
determinada situação; deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar
sua influência sobre o que vê ou recolher.” Desta forma, a observação na sala
de aula foi primordial na construção e desenvolvimento da pesquisa, pois
43

possibilitou o contato direto com o estudo, favorecendo as descrições das


situações ocorridas que obteve grande significância na pesquisa e estudar com
mais profundidade o objeto da pesquisa.
Para obter um olhar mais aprofundado com o objeto de estudo, foi
utilizado o questionário (APÊNDICE B), através do qual buscou da professora
as concepções sobre alfabetização e letramento e de quais maneiras ela põe
esses conceitos em sua prática e mantém um contato mais próximo para que
haja uma troca de diálogos e conhecimentos.
De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 86):
O questionário é um instrumento de coleta de dados
constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem
ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante,
pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o
pesquisado devolve-o do mesmo modo.

O questionário proporciona ao pesquisador um olhar mais claro e


profundo daquilo que está sendo pesquisado, auxiliando para a obtenção de
maiores dados sobre o estudo, sendo este um instrumento com perguntas
abertas que segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 89) “Possibilita investigações
mais profundas e precisas”.
Na concepção de Gil (1999, p. 128) o questionário é definido como:
[...] a técnica de investigação composta por um número mais
ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões,
crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas, etc.

Para o autor, a escolha das questões deve ser feitas de acordo com a
realidade a ser pesquisada, propondo perguntas relacionadas ao problema
investigado, obtendo clareza daquilo que se quer obter como resposta e
deixando a pessoa livre para responder aquilo que deseja.
44

5 ANÁLISE DE DADOS

No decorrer deste capítulo será apresentada a análise dos dados


coletados através do questionário, das observações feitas em sala de aula e
pelas conversas informais tidas pela docente em sua prática pedagógica. Desta
forma, a discussão será respaldada no referencial teórico construído ao longo
desta pesquisa, tendo como foco principal a mediação docente no
desenvolvimento da leitura através do processo de alfabetização e letramento.
O contato direto com o objeto de estudo e os sujeitos da pesquisa
auxiliaram na busca de resultados almejados nos objetivos, assegurando a
prática de vivências que foi de grande valia na construção e concretização
desta pesquisa.
Esta pesquisa de campo que foi realizada na Escola de 1º grau Ana Rios
de Araújo na cidade de Conceição do Coité-BA, disponibilizou um contato com
a realidade pesquisada, observando as práticas de um dos atores daquela
instituição, o que ocasionou uma grande oportunidade de manter um contato
direto com a realidade, capturando muitas informações e abrindo espaço para
uma visão mais ampla e direta do objeto pesquisado.

5.1 A MEDIAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA


LEITURA
Diante da base teórica construída ao longo desta pesquisa e que
serviu de subsídios para o desenvolvimento da mesma na qual que nos deu
base para a sustentação dos focos almejados, foi perceptível o quão é notório
a importância da mediação docente no desenvolvimento da leitura das crianças
que estão adentrando na aquisição das letras.
Segundo Vygotsky (1991) o sujeito precisa ser mediado por outro
mais experiente para que o desenvolvimento e a aprendizagem aconteçam,
sendo assim, é necessário que o docente seja este mediador para seus alunos,
podendo ser o meio em que leve aluno a se desenvolver e neste processo de
aquisição da leitura o papel do professor é primordial para a criança.
Desta forma, nesta pesquisa sentiu- se a necessidade de analisar de
que maneira ocorre à mediação docente no desenvolvimento da leitura, onde a
mesma possibilite uma melhor compreensão deste processo. Foi através das
45

observações e da base teórica construída que teve por fim obter argumentos
sólidos para afirmar que a mediação do professor neste processo é de extrema
importância, pois o aluno ainda não leitor precisa se sentir seguro ao inserir-se
no “mundo das letras”.
Para alcançar os objetivos desta pesquisa e obter um melhor
esclarecimento do objeto pesquisado, foram utilizadas questões que
permitissem uma maior clareza daquilo que se desejava saber a respeito do
objeto de estudo. Sendo assim, como primeiro encaminhamento deste objeto,
junto à docente buscou-se perceber quais as concepções que esta possui
sobre alfabetização e letramento, buscando também averiguar qual a formação
acadêmica da mesma, sendo este mais um ponto crucial para se entender a
ação docente no âmbito de desenvolvimento da leitura com seus alunos.
Questionada sobre a sua formação inicial, obteve-se as seguintes
informações: Com formação acadêmica no curso de Pedagogia, afirma que
leciona há mais de vinte anos, mas só possui 3 anos de experiência como
professora alfabetizadora e em tempos alternados.
É notório que a docente possui uma vasta experiência no campo da
educação, porém é explícita sua pouca experiência no processo de alfabetizar
e letrar crianças. Tal fato fica explícito quando a mesma demonstra através de
sua prática não possuir muita paciência para esperar que o aluno opine sobre
de que forma tal palavra é construída.
O momento em que as crianças estão conhecendo as letras e se
familiarizando com as sílabas para que assim conheçam as palavras, necessita
de bastante atenção e determinação do professor para que essa mediação seja
desenvolvida de maneira que a criança sinta vontade de adquirir a leitura nas
suas práticas sociais.
Diante das observações e do questionário, a docente demonstra que
o processo de alfabetizar é bastante conturbado nas suas práticas diárias e
sinaliza esse processo desta forma:
P. Possuo pouco tempo como professora alfabetizadora e a
experiência que tenho não são em tempos consecutivos e para
dizer a verdade não gosto de alfabetizar, é um processo muito
árduo, os alunos não possuem interesse em aprender.
(Questionário)
46

Diante do relato da docente, nota-se que a mesma não possui


interesse naquilo que faz, apenas demonstra exercer a profissão por falta de
oportunidade em lecionar em outras séries, pois a mesma deixa claro que só
está com o 1º ano porque queria ser transferida para a sede do município.
A docente revela um dado interessante de se observar, pois além da
profissional demonstrar inquietação e incômodo por atuar na série (1º ano), tal
dado revela que há por trás disso um descaso político no que tange a
diferenciação entre o rural e o urbano (sede). Sendo este um dado que pode
ficar para uma análise posterior a este trabalho, pois adentra em outros
meandros da cultura educacional e ao que se refere, em especial, a mediação
docente no processo de alfabetização em que as crianças estão inseridas.
É fato que o professor mediador precisa estar em constantes leituras
e possuir gozo pela sua prática, pois é o momento em que ele passa a ser o
centro de atenção do seu aluno, tornando um exemplo naquilo que faz e para
isso precisa de metodologias que aproximem seus alunos para as práticas de
leituras
Não obstante, nas observações feitas na sala de aula foi visto que a
mesma trabalha o alfabeto com os alunos, através de palavras começadas com
determinadas letras, mas tal atividade não chama muito a atenção da turma,
pois as crianças ficavam dispersas, com conversas paralelas e apenas uma
minoria respondia aos questionamentos da docente.
A docente precisa usar de metodologias que prendam a atenção de
seus alunos, até porque eles ainda não conhecem o real sentido da leitura em
suas vidas e é p professor quem precisa estar mostrando para eles essa
importância, trazendo para sala de aula práticas de alfabetização e letramento
para que as crianças leiam e compreendam aquilo que foi lido.
Apesar da pouca experiência com turmas de 1º ano, a docente
sinaliza o que compreende por alfabetização e letramento desta maneira:
P. Entendo que letrar é direcionar, conduzir a criança ao
exercício das práticas sociais de leitura e escrita, é inseri-la ao
campo das letras em seu sentido e contexto social, é fazer com
que a criança tome gosto pelo ato de ler. Alfabetização
compreende como decodificação e assimilação de signos
lingüísticos. Alfabetização está em inserir a criança para a
prática de leitura. Portanto não basta alfabetizar a criança, é
preciso letrá-la ou conduzi-la aos diversos tipos de expressões
textuais, capacitando a criança a criar relações com práticas de
47

leitura e escrita, questionar, ajudando a fazer as leituras de


mundo. (Questionário)

Foi perceptível através da resposta da professora que a mesma


reconhece a importância do processo de alfabetização e letramento, conceitua
estes processos e aponta que os mesmos devem andar juntos para que ocorra
o desenvolvimento da criança nas práticas sociais de leituras.
Nas observações feitas foi notório que a docente utilizou muito pouco de
atividades sociais de práticas de leituras. A leitura quando feita, era exposta em
cartaz e lido em coletivo, onde as crianças apenas repetiam o que a docente
estava lendo, deixando a desejar de metodologias que buscassem dos alunos
a prática de leitura, instigando-os a decodificar as letras e compreender os
sentidos das palavras.
Foi possível observar que a docente não deixava as crianças livres para
tentarem ler as palavras, pois a mesma perguntava qual palavra estava escrita
e consequentemente já dava a resposta as crianças, podando-as no que diz
respeito à soletração e decodificação das palavras.
Através das aulas observadas, foi perceptível a necessidade da inserção
de variadas leituras para estas crianças, sendo que a docente expressou-se
reconhecer a importância da leitura na vida das crianças, mas não colocou
essa variedade textual para que os alunos tivessem um contato maior com as
práticas sociais de leitura, ficando apenas no livro didático e trabalhando muito
pouco com o contato direto com leituras.
Analisando as práticas pedagógicas da professora, obtêm a conclusão
de que a mesma não dispõe de bagagem suficiente para lecionar uma turma
de 1º ano, sendo esta uma série em que as crianças necessitam de
metodologias que estimulem a atenção e o gosto pelo mundo das letras.
Diante do que foi observado, notou-se uma grande dificuldade da
professora em pôr em prática metodologias que levem os educandos a inserir-
se em atividades que envolvessem leitura. Diante disto, em questionário, foi
perguntado a docente se a mesma participa ou já participou de cursos de
formação continuada que auxiliassem em sua prática alfabetizadora e que
mudanças esses cursos proporcionaram em suas práticas. A docente responde
que:
48

P. Ainda estou participando de um curso formação sobre


alfabetização e letramento e acredito que ainda é muito cedo
para perceber as mudanças que geraram, acredito que no final
do ano devem ocorrer algumas. (Questionário)

O processo de alfabetização e letramento requer do docente um olhar


mais diferenciado para a criança, pois é o momento em que um novo
aprendizado surgirá nas práticas sócias do aluno, que é a leitura. Diante do
embasamento teórico, Ferreiro (2001) diz que a alfabetização é um processo
em que sujeitos estão construindo seus conhecimentos, é a época em que as
crianças se desencadeiam e passam a fazer usos da codificação e
decodificação de signo linguísticos.
A inferência do docente no momento da aquisição da leitura é muito
importante neste processo, pois é o momento em que o docente precisa
intervir, questionar, buscar do aluno informações que os levem a prática da
leitura, mesmo que seja imagética ou decodificada.
Segundo Solé (1998), o processo de aquisição da leitura perpassa por
várias etapas e o docente precisa utilizar de estratégias de leituras que levem o
aluno a adentrar neste meio. Uma das formas propostas é que o docente
precisa estar em constante questionamento através de imagens, o que eles
imaginam que está escrito, fazer leituras silenciosas, leituras grupais,
resumindo em algumas palavras o que o texto quis passar.
Diante do que foi observado, não foi notório nenhumas destas
estratégias utilizadas pela docente, o que acaba sendo mais uma dificuldade
para seus alunos de aprenderem a aquisição da leitura. Notando que a
docente possui dificuldades de lidar com o processo de alfabetização e
letramento, a mesma foi questionada se em suas práticas didáticas fazia
relação com algum teórico que tratava deste processo, a mesma diz fazer
relação com Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Paulo Freire, sendo estes
autores que trazem de que forma o processo de alfabetização e letramento
ocorre e de que maneira a leitura é desenvolvida nos educandos.
A docente se contradiz em suas ações quando diz fazer relação de sua
prática didática com autores que tratam justamente do processo de
alfabetização e letramento na aquisição da leitura. Pois, para o
desenvolvimento da leitura no processo de alfabetização e letramento, o gosto
pela leitura deve partir primeiramente da docente, o que a mesma afirma que
49

não possui hábitos constantes de leituras, que esse processo só ocorre as


vezes.
De acordo com Vygotsky (1991) a mediação do professor é de extrema
importância para a criança nesta etapa do processo, pois é o docente que deve
intervir e auxiliar o educando a desenvolver a prática de leitura. Diante das
observações, a docente busca saber dos seus alunos o nome de tais palavras,
instigavam a falar, perguntava e apontava nomes para que respondessem.
Desta forma, fica explicito que o desenvolvimento do processo da leitura
precisa necessariamente de um mediador que auxilie as crianças nesse
processo, tornando-o mais instigante e prazeroso, mostrando que a leitura é
algo em que eles irão utilizar pelo resto de suas vidas, ficando suas
especificidades e necessidade diárias e o professor é um dos mais
responsáveis neste processo de aquisição.

5.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO E


LETRAMENTO NA LEITURA

O processo de alfabetização e letramento segundo Soares (2003)


precisam andar lado a lado para que p desenvolvimento da leitura aconteça.
De acordo com a base teórica desenvolvida no decorres desta pesquisa e nas
observações feitas em sala de aula este processo precisa estar em constante
construção.
Para que esse processo desenvolva é preciso selecionar atividades que
ajudem as crianças que ainda não conhecem as letras a se familiarizar e a
manter contato, mesmo sem um real sentido do que seja a leitura. Propor
atividades que levem as crianças as práticas sociais de leituras, sendo este um
processo que deve acontecer de forma prazerosa e precisa estar dinamizado e
passando a trabalhar com novas atividades que envolvam a criatividade e a
atenção da criança.
É inegável a importância de escolhas de atividades que aproximem os
educandos as praticas sociais de leitura e para isso o professor precisa
conhecer sua turma, suas necessidades, para que assim possa estar
escolhendo atividades que realmente os auxiliarão a desenvolver a leitura.
50

Além de atividades que promovam a prática de leitura, o docente precisa


buscar metodologias que auxiliem no processo de alfabetização e letramento.
Sendo assim, o mesmo precisa encontrar meios para que os alunos possam
familiarizar-se com as letras, superando o tradicionalismo dos cadernos e livros
didáticos e buscando atividades mais dinâmicas.
Ao questionar a docente sobre quais atividades desenvolve com seus
alunos para auxiliá-los no processo de desenvolvimento da leitura, a mesma
diz que:
P. Sair da rotina do livro didático e partir para atividades
lúdicas, onde os alunos possam aprender de forma dinâmica é
muito importante no desenrolar deste processo. Utilizo várias
atividades diferenciadas que ajudam os alunos a aprenderem
de forma diferente como o dominó de figuras com palavras,
cartela com alfabeto, quebra-cabeça com figuras do contexto
dos alunos, boliche de nomes, caça nomes, dentre outros.
(Questionário)

Propor atividades que envolvam a atenção dos alunos é primordial na


construção da leitura. O professor poderá trabalhar com inúmeras atividades de
leituras como o caça-palavras, histórias em quadrinhos, leituras em roda,
leituras de livros de literatura infantil, onde leve os alunos a não só decodificar
aquilo que estava escrito, como também compreender e adquirir novos
conhecimentos.
O posicionamento da professora em relação às atividades que devem
ser utilizadas com alunos dos 1º ano para desenvolver a leitura no processo de
alfabetização e letramento é muito interessante para a prática pedagógica. A
inovação na sala de aula é um ponto importante para chamar a atenção dos
alunos e convidá-los a manusear atividades diferenciadas em que as crianças
possam manter contato com os diversos tipos de leituras, seja elas escritas ou
imagéticas.
Nas observações feitas no desenvolvimento desta pesquisa, a
professora utilizou de algumas atividades diferenciadas com os alunos como o
baralho de animais de A à Z, onde a docente estava com um cartaz contendo
as figuras e os nomes em destaque, fez a leitura coletiva dos nomes dos
animais e relacionava com as figuras e em seguida sorteava um animal e pedia
que os alunos encontrassem em seus baralhos. Esta atividade foi de encontro
ao objeto da pesquisa, pois possibilitou ao aluno o contato não somente com
51

os nomes dos animais, como também das figuras, o que facilita para aqueles
que ainda estão com dificuldades de leitura e identificação de palavras.
Propor atividades que levem os alunos a um contato maior com a
leitura, os mantém ainda mais assíduos no que diz respeito a construção da
leitura. Segundo Solé (1998) o professor precisa buscar meios, estratégias que
aproximem seus alunos para a realidade das letras, precisa estar buscando
formas para que haja esse contato do texto com os alunos.
Ao questionar a professora sobre quais as atividades ela usa para
que seus alunos possam manter contato com a leitura, ela diz que gosta de
utilizar textos informativos, receitas, histórias em quadrinhos, bulas de
remédios, que são textos da realidade dos alunos e que eles mantêm esse
contato em casa.
Diante das observações feitas, a professora utilizou de atividades
com textos lacunados, parlendas, trava-línguas, sendo estas atividades feitas à
maioria das vezes com respostas prontas no quadro, onde os alunos apenas
copiavam. Ainda sobre as atividades propostas em sala de aula a docente
destaca que:
P. Gosto de propor atividades que os alunos possam fazer
leituras de seus nomes, nomes dos colegas, fazer leitura de
livros de literatura infantil, trabalhar os nomes dos dias da
semana, trabalhar com bilhetes, leitura de cartões e
mensagens.

As atividades em que a professor ressalva utilizar em sua prática para


aproximar às crianças a leitura são bastante relevantes no desenrolar deste
processo, pois são atividades lúdicas, onde os alunos sentem prazer em
realizá-las e mantém um contato maior com o mundo da leitura. Porém, nas
observações feitas, não foi notório nenhuma destas leituras e quando a
docente realizava atividades com leituras, a maioria das vezes era feita
somente por ela.
Em uma das observações realizadas foi destacado o momento em
que a docente trabalhava com uma parlenda “O pato”, a qual foi exposta em
cartaz. A leitura desta parlenda foi realizada no coletivo e em seguida a
professora pediu para que alguns alunos fossem ao quadro destacar os nomes
de animais que estavam na parlenda. Diante das dificuldades de aquisição da
leitura, muitos não conseguiram identificar, porém faltou por parte da docente a
52

mediação necessária de dar dicas sobre a primeira letra, última letra, para que
assim os alunos pudessem identificar os nomes sem precisar conhecer todas
as letras que o compõem.
A atividade proposta pela professora foi interessante, porém houve a
necessidade de uma melhor mediação para que os alunos mantivessem um
contato mais direto com as palavras, fazendo relação do som com a grafia e a
docente deixou a desejar no que diz respeito a fazer também uma análise
fonológica de algumas palavras trabalhadas, enfatizando sua letra inicial, letra
final, quantidade de letras.
Desta forma, é inegável que as atividades auxiliam bastante no
desenvolvimento da leitura dos alunos, sendo que estas sejam atividades que
levem o aluno ao contato com o mundo das letras, mostrando a importância da
leitura nas práticas do cotidiano.

5.3 DIFICULDADES E DESAFIOS ENCONTRADOS NO TRABALHO COM


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Alfabetizar e letrar crianças já são tidos como grandes desafios para


muitos docentes que estão neste processo, pois é o momento em que seus
alunos estão conhecendo as letras e suas funções. Para que este processo de
aquisição e compreensão da leitura ocorra são necessários inúmeras questões
que vão desde o espaço físico aos materiais didáticos necessários para o
compromisso e concretização deste processo.
No primeiro contato com o objeto de pesquisa foi perceptível que uma
das grandes dificuldades encontradas no processo de desenvolvimento e
construção do conhecimento é o espaço físico no qual se encontra a turma do
1º ano do Ensino fundamental. Por estar em uma casa adaptada por falta de
espaço na sede da escola e sendo uma classe com um número significativo de
alunos (23 alunos), sendo esta notoriamente a primeira dificuldade percebida e
analisada através das observações.
O espaço para alfabetização de crianças precisa ser um lugar
aconchegante em que os alunos se sintam seguros e ao mesmo tempo sintam
prazer por estarem ali. Este espaço precisa estar rodeado de leituras diversas,
53

onde os alunos possam estar em constantes leituras, sendo elas feitas por
vontade e não apenas por obrigação.
Em conversa informal com a professora, a mesma diz que é um
desafio para ela ser professora alfabetizadora numa classe que não é favorável
a quantidade de alunos. Deixa explícito que isso contribui bastante para o
fracasso escolar, principalmente na fase em que eles estão que é o da leitura e
escrita.
Questionada sobre quais as maiores dificuldades encontradas no
processo de alfabetizar letrando a docente aponta que:
P. Uma das grandes dificuldades para o desenvolvimento
desde processo é a super lotação da sala de aula, o espaço
físico é inadequado para este processo, existe também outro
fator que favorece o não desenvolvimento da leitura que é a
falta de compromisso com os pais e dos gestores públicos e a
falta de material didático para dar suporte a este processo de
leitura.

É inegável que as dificuldades encontradas para que o processo de


leitura ocorra de maneira adequada são grandes, pois este processo não
precisa somente do professor, mas sim de fatores que auxiliem da melhor
maneira possível esse desenvolvimento e o espaço físico ajuda, pois a criança
quando está num local aconchegante, onde ele possa estar em contato com
diversos textos, a leitura dele com certeza terá um desenvolvimento muito
maior.
O local adequado, os materiais didáticos, os recursos pedagógicos e
o apoio e incentivo dos pais são fatores primordiais na construção deste
processo e se o docente não conta com a ajuda de nenhum destes fatores,
estará assim comprometendo sua ação pedagógica e principalmente sua
turma.
A escola precisa estar disponibilizando materiais didáticos que
auxiliem o docente na sua prática, para que a aula se torne mais prazerosa,
buscando novas metodologias de ensino, que levem os alunos a aprenderem
não apenas com o livro e o caderno, mas sim com atividade diferenciadas.
É perceptível que são grandes as dificuldades encontradas pelo
professor no processo de alfabetização e letramento, dificuldades estas que
54

levam muitos dos docentes a desanimarem da ação de alfabetizar, que é um


processo tão ímpar na vida social e intelectual de todos os indivíduos.
Diante das observações, foi percebível que umas das grandes
dificuldades neste processo de aquisição da leitura é à falta de bagagem na
formação docente, pois a mesma não demonstrou obter domínio sobre como
alfabetizar e letrar crianças, de que forma esse processo poderia auxiliar no
desenvolvimento da leitura, demonstrando não conhecer de estratégias que
auxiliem as crianças neste processo de leitura.
Um fator considerado umas das dificuldades no desenrolar do
processo da aquisição da leitura é o ambiente alfabetizador, pois o mesmo não
é favorável para crianças que estão conhecendo as letras e se familiarizando
com as mesmas, a sala de aula não disponibiliza de variadas leituras para
manter as crianças com um contato mais direto com elas.
Um ambiente alfabetizador necessita manter os leitores em constante
contato com leituras diferenciadas, com jogos que envolvam práticas de leitura,
variados livros de qualidade e com quantidades suficientes para a classe
alfabetizadora. Um dos fatores que não foi encontrada na sala de aula
observada, possuindo apenas as letras do alfabeto posto nas paredes e
algumas regras de convivência.
Em conversas informais com a docente a mesma diz que a falta de
leitura no ambiente familiar também é um dos fatores que contribuem para o
mau desenvolvimento das leituras destas crianças. Sendo que os mesmos vêm
de uma classe com renda baixa, onde os pais não têm tempo para praticar
hábitos de leitura com seus filhos, pois passam o dia todo trabalhando fora e na
maioria das vezes muito deles são analfabetos, o que dificulta ainda mais esse
processo.
Porém, diante de todas as dificuldades encontradas no processo de
alfabetização e letramento auxiliando na aquisição da leitura das crianças, por
mais que este processo seja difícil, se houver força de vontade e compromisso
por parte da docente e da escola em propor atividades que ajudem a
desenvolver esse processo, os outros fatores se tornarão apenas alguns
obstáculos a serem enfrentados.
Enfim, muitos são as dificuldades e desafios encontrados no
processo de alfabetizar crianças, mas precisa necessariamente que o docente,
55

por mais que não possua ajuda de materiais didáticos e textos que levem os
alunos a manterem contato com essa prática, busque formações adequadas
que lhes dêem suporte para exercer uma alfabetização de qualidade, construa
junto com os alunos jogos educativos, pois os materiais não precisam ser em
quantidade, apenas precisa ser de boa qualidade e que dêem suporte no
desenrolar da aquisição da leitura e proponha o contato constante com práticas
sociais de leituras com as crianças.
56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das investigações em torno da mediação docente no processo


de desenvolvimento da leitura, numa perspectiva de alfabetização e letramento
e mediante as observações vivenciadas, presenciando a prática docente, pode-
se perceber o quão importante é a mediação do professor no processo de
aquisição da leitura e de suas práticas sociais, contribuindo de forma
significativa para que a criança se desenvolva e se torne cada vez mais íntimo
dos textos e das leituras.
Na tentativa de responder as questões norteadoras iniciais da pesquisa,
as quais remetiam a analisar de que maneira a mediação do professor favorece
no desenvolvimento da leitura de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I,
além de identificar quais as estratégias de leituras são usadas com as crianças,
perceber de que forma ocorre a mediação docente no processo da leitura,
verificar quais as dificuldades estão sendo enfrentadas pelo docente na prática
de alfabetizar letrando e identificar quais os recursos estão sendo utilizados
pelo docente na sua prática alfabetizadora, utilizou-se a pesquisa empírica e
tratou-se de coletar informações em prol de responder os objetivos. Em
seguida, utilizou-se a leitura analítica dos dados coletados , através da qual
conseguiu-se elucidar alguns pontos importantes desta pesquisa.
Os resultados obtidos através da análise dos dados, contribuem na
verificação de que o uso das diversas leituras nas práticas sociais é
considerado como um dispositivo importante para a formação crítica e reflexiva
do sujeito e para que essa aquisição da leitura aconteça o sujeito precisa de
um mediador que possa fazer as interferências necessárias e utilize de
variados recursos e metodologias. O docente é o mediador mais significativo
no desenrolar deste processo, pois à medida que a criança entra na escola, o
seu professor começa a apresentar-se como alguém confiável, o que ajuda a
tornar o processo de aquisição da leitura ainda mais flexível para a criança.
Não obstante, na avaliação e análise realizada na presente pesquisa
percebeu-se que a docente não conseguiu desenvolver uma adequada
mediação na sua prática alfabetizadora, pois precisava estar mais perto das
crianças, fazendo inferências e colocando em prática tal como foi relatado no
questionário sobre o desenvolvimento de sua prática. Outro aspecto importante
57

que foi perceptível relatar foi o uso homogêneo de metodologias que


aproximassem as crianças para as diversas leituras, sendo elas leituras feitas
em cartaz, onde a docente lia, sem fazer pausas e envolvimento com a turma e
a falta de atividades que envolvesse uma maior interação das crianças com as
letras.
Foi notório que quando a docente tentava chamar a atenção dos alunos
para uma leitura coletiva, silabada, a turma não dava muita importância, tanto
pelo barulho, como pela falta de recursos que pudessem auxiliar a docente
nesta prática. Foi percebível também as grandes dificuldades enfrentadas pela
docente, como a falta de auxílio para a sustentação de sua prática
alfabetizadora, o lugar desfavorável para a turma e a falta de compromisso da
família nesta trajetória das crianças.
Diante do que foi observado e analisado nas práticas da docente, revela
que a mesma precisa e deve fazer ponte de sua prática alfabetizadora com
diversas metodologias que envolvam situações de leituras como: contação de
histórias e usos de diversos paradidáticos, trabalhos com materiais concretos,
que podem ser confeccionados com sucatas pelos próprios alunos, histórias
em quadrinhos, caça-palavras, leituras de letras de músicas, alfabeto móvel,
dentre outros.
Durante as investigações sobre a mediação docente no desenvolvimento
da leitura, certas contradições durante as aulas foram percebidas. Embora a
docente destacasse a importância da leitura e suas práticas sociais e afirmasse
que mediava a aquisição deste processo utilizando atividades e recursos que
favorecessem para seu desenvolvimento, constataram-se possíveis relações
que favorecessem a percepção da falta de mediação e inferência docente no
processo da aquisição da leitura.
Pois é notório que não basta apenas conhecer os conceitos de
alfabetização e letramento, saber a importância do uso das leituras nas práticas
sociais, conhecer atividades que auxiliem no desenrolar desse processo e não
pôr em prática com as crianças. É preciso conhecer as diversas técnicas, os
procedimentos utilizados nas práticas alfabetizadoras e realizar com as
crianças, ajudando as mesmas a se tornarem íntimos com os textos e a gostar
de ler, que é algo importante e muito necessário no cotidiano dos indivíduos.
58

O docente precisa fazer um trabalho efetivo que utilize de variados


textos e diversos tipos de leitura, garantindo assim a concretização de uma
prática alfabetizadora, desenvolvendo ações que adquiram o uso social de
leituras.
Com base nas análises realizadas por meio da coleta de dados,
considera-se que as observações e o questionário possibilitaram adquirir
grandes contribuições, embora ocorreram respostas e ações contraditórias e
evasivas sobre a pesquisa realizada.
Contudo, considera-se que os instrumentos foram significativos e
propícios a coleta de dados. Durante as observações a docente demonstrou ter
coerência sobre a importância da leitura numa prática alfabetizar letrando,
porém deixou a desejar nas metodologias que auxiliam o desenvolvimento
desta prática. Esta pesquisa possibilitou enxergar e entender o quão importante
e quanta diferença faz uma boa mediação docente no processo de aquisição
da leitura, tornando crianças leitoras, críticas e reflexivas.
A realização desta pesquisa trouxe grandes contribuições para que o
professor reflita sobre suas práticas pedagógicas em sala de aula, conhecendo
de que forma a mediação docente pode ou não contribuir no desenvolvimento
da aprendizagem das crianças, em especial, o da leitura, tornando-os sujeitos
envolvidos com diversidades textuais e práticas leitoras.
Sendo assim, considera-se que os objetivos da presente pesquisa foram
alcançados, pois possibilitou conhecê-los e analisá-los mais de perto. Desta
forma, acredita-se que esta pesquisa sirva como reflexão para outros docentes
avaliarem suas práticas e a forma em que mediam o processo de alfabetização
e a aquisição da leitura em seus alunos.
Entretanto, só será possível perceber o desenvolvimento da leitura,
numa perspectiva alfabetizadora, quando o docente buscar metodologias e
formações adequadas que lhes dêem base para a sua prática pedagógica,
atribuindo sua importância para a aprendizagem das crianças.
Desta forma, a referente pesquisa não encerra-se aqui, pois possíveis
temas podem surgir, dentre eles a busca de formações docente na prática
alfabetizadora que auxiliem no desenvolvimento da leitura e reflexões sobre
diversas mediações docente na aquisição da leitura. Por conseguinte, espera-
59

se que o referido trabalho contribua para novas reflexões acerca do tema e


através dele possam surgir outras fontes de pesquisas.
60

REFERÊNCIAS

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Nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

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2001. 24. ed.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto


Alegre: Artes Médicas. 1985. 4 ed.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se


completam. 20ª ed., São Paulo: Cortez, 1987.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas da pesquisa social. 5 ed. , São


Paulo: Atlas, 1999.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa


em Ciências Sociais. 10ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.

KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores


em curso. São Paulo: Ática, 2010.

LUDKE M.; MEDA, André. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.


São Paulo: EPU, 1986.

MAGALHÃES, Gildo. Introdução à metodologia científica: caminhos da


ciência e tecnologia. São Paulo: Ática, 2005.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATTOS, Eva Maria. Técnicas de


Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.

MINAYO, Maria Cecília (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade.


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OLIVEIRA, Egon de; ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Língua Portuguesa:


ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
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SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6.ed., Porto Alegre: Artmed, 1998.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2 ed., Belo


Horizonte: Autêntica, 2003.
61

______________. As muitas facetas da alfabetização. In: Alfabetização e


letramento. São Paulo: Contextos, 2003.

______________. Aprender a escrever, ensinar a escrever. In: ZACCUR, E. A


magia da linguagem. Rio de Janeiro: DP&A, 1999, p. 49-73.

TAILLE, Yves De La; OLIVEIRA, Marta Kohl De; DANTAS, Heloysa. Piaget,
Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus,
1992.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o


desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4 ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1991.
62

APÊNDICES
63

APÊNDICE A - Termo de consentimento institucional

Departamento de Educação
Campus- XI/ Serrinha

TERMO DE CONSENTIMENTO INSTITUCIONAL

Prezado (a) Senhor (a):

Solicito sua autorização para realização do projeto de pesquisa


intitulado: A MEDIAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DA LEITURA: uma perspectiva de alfabetização e
letramento no 1º ano do Ensino Fundamental I, de minha responsabilidade,
Mirly Almeida Pinto, graduanda da Universidade do Estado da Bahia-UNEB,
Departamento de Educação/ CampusXI – Serrinha. O objetivo geral do projeto
é analisar de que maneira o professor favorece para o desenvolvimento da
leitura com crianças do 1º ano do Ensino Fundamental I. Os procedimentos
adotados serão o questionário e a observação. Esta atividade não apresenta
riscos aos participantes.
A qualquer momento, o senhor (a) poderá solicitar esclarecimentos
sobre o trabalho que está sendo realizado e, sem qualquer tipo de cobrança,
poderá retirar sua autorização.
Os dados obtidos nesta pesquisa serão utilizados na publicação da
monografia, contudo, assumo a total responsabilidade de não publicar qualquer
dado que comprometa o sigilo da participação dos integrantes de sua
instituição. Nomes, endereços e outras indicações pessoais não serão
publicados em hipótese alguma. Os bancos de dados gerados pela pesquisa
só serão disponibilizados sem estes dados. Na eventualidade da participação
nesta pesquisa causar qualquer tipo de dano aos participantes, comprometo-
me a reparar este dano, ou prover meios para a reparação. A participação será
voluntária, não forneceremos por ela qualquer tipo de pagamento.
64

Autorização Institucional
Eu,_________________(nome legível), responsável pela
Instituição________________ declaro que fui informada dos objetivos da
pesquisa acima, e concordo em autorizar a execução da mesma nesta
Instituição. Sei que a qualquer momento posso revogar esta autorização, sem a
necessidade de prestar qualquer informação adicional. Declaro, também, que
não recebi ou receberei qualquer tipo de pagamento por esta autorização bem
como os participantes também não receberão qualquer tipo de pagamento.

Serrinha,_____________de___________2013

____________________________ ___________________________
Graduanda responsável pela pesquisa Responsável pela instituição
65

APÊNDICE B– Questionário realizado com a professora

Universidade do Estado da Bahia - UNEB


Departamento de Educação Campus XI – Serrinha
Colegiado do Curso de Pedagogia - Licenciatura Plena
Componente Curricular - Monografia
Orientadora: Ms. Raphaela Dany Freitas Gonçalves
Graduanda: Mirly Almeida Pinto

Questionário realizado com a professora

1. Qual sua formação profissional?


( ) Ensino Médio ( ) Superior- Curso ________________________
( ) Habilitação em Magistério ( ) Pós-graduação
2. Há quanto tempo trabalha na área de educação?
( ) 0 à 5 anos ( ) 10 à 15 anos ( ) + de 20 anos
( ) 5 à 10 anos ( ) 15 à 20 anos
3. Possui experiências como professora alfabetizadora?
( ) Sim
( ) Não
4. Gosta de alfabetizar?
( ) Sim
( ) Não
5. Possui hábito de leituras?
( ) Sim
( ) Não
( ) Ás vezes
6. O que você entende por alfabetização e letramento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7. Em sua prática alfabetizadora, faz relação com algum teórico? Qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
66

8. De que maneira leciona sua aula para que instiguem os alunos a prática da
leitura?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
9. Quais recursos didáticos, para você é importante no desenrolar desse
processo? Utiliza-os em sua prática?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
10. Quais estratégias de leitura você utiliza para alfabetizar?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
11. Quais as atividades de leituras são propostas para os alunos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
12. Participa/participou de cursos de formação continuada que auxilia sua
prática alfabetizadora? Que mudanças geraram?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
13. Quais as maiores dificuldades encontradas no processo de alfabetizar
letrando?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

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