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JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 22ª REGIÃO
Tribunal Pleno
Ementa
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - RECURSO ORDINÁRIO - MEIO
AMBIENTE DO TRABALHO - DESCUMPRIMENTO - Comprovado
o descumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho e
inexistindo prova de regularização da situação, escorreita a condenação
nas obrigações de fazer impostas no decisum.
Relatório
É o relatório.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LIANA CHAIB
http://pje.trt22.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101011073429500000002527434
Número do documento: 18101011073429500000002527434 Num. 1b466ee - Pág. 3
Voto
CONHECIMENTO
PRELIMINARES
Na espécie, o MPT, aqui numa breve síntese, aduz que, após representação
oriunda do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piauí - SINPOLPI (denúncia embasada nos
Relatórios da Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Piauí - DIVISA), instaurou Inquérito Civil
para apurar as denúncias de péssimas condições de trabalho a que estão submetidos os trabalhadores de
várias Delegacias Distritais e Especializadas na cidade de Teresina. Relata o MPT que as irregularidades
apontadas nesses laudos da Vigilância Sanitária implicam em desrespeito a inúmeros preceitos
normativos em saúde, higiene e segurança ocupacional (Normas Regulamentadoras do MTE, Resoluções
da ANVISA, dentre outros), conforme registrado no relatório pericial, confeccionado pelo Engenheiro de
Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho.
Como se nota, não há dúvidas de que esta Justiça é a casa competente para
apreciar os fatos ligados ao cumprimento das regras relativas ao meio ambiente do trabalhador, a despeito
de sua vinculação ser celetista ou jurídico-administrativo.
A decisão na Ação Civil Pública tratou de suposto descumprimento pelo poder público de
normas de saúde, de higiene e de segurança do trabalho, que sem dúvida é de
competência da Justiça do Trabalho, como bem entendeu a Corte Suprema. Ademais, a
Súmula 736 do STF preceitua que "compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que
tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à
segurança, higiene e saúde dos trabalhadores". O Ministro Sepúlveda Pertence já se
pronunciou sobre o tema, afirmando que o que define a competência da Justiça
especializada é a causa de pedir e o pedido. Por fim, para reforçar a tese da competência
da Justiça do Trabalho, é importante frisar que as normas que tratam do adicional de
insalubridade encontram-se na CLT, sendo o único instrumento regulador da matéria.
Nulidade da Sentença
MERITO
meio de pedal;
9.Providenciar a capina e a limpeza da área externa, bem como a retirada de todo material
inservível que possa abrigar vetores de doenças, como a dengue;
15.Realizar a higienização periódica das caixas d' água que guarnecem os prédios;
Pois bem.
Delegacia do 1° DP
A delegacia do 1° DP encontra-se em bom estado, tendo havido reformas em sua estrutura física
recentemente. Contudo, foram observadas as seguintes não conformidades:
· Banheiros sem ventilação para o exterior, causando mal cheiro, em desacordo com o item
24.1.26.b da NR-24;
· Recipientes de lixo sem tampa, em desacordo com o item 24.1.26.f da NR-24;
· Falta de fornecimento de papel higiênico e material para limpeza, enxugo ou secagem das mãos
nos lavatórios, em desacordo com o item 24.1.9 da NR-24;
· Falta de local adequado para os trabalhadores tomarem refeições, em desacordo com os itens
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LIANA CHAIB
http://pje.trt22.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101011073429500000002527434
Número do documento: 18101011073429500000002527434 Num. 1b466ee - Pág. 10
24.3.15.2 e 24.6 da NR-24;
· Falta de local adequado para o repouso dos trabalhadores, o que é necessário devido às longas
jornadas de trabalho, em desacordo com o item 24.5 e seus subitens da NR-24;
Delegacia do 24° DP
· Falta de fornecimento de papel higiênico e material para limpeza, enxugo ou secagem das
mãos nos lavatórios, em desacordo com o item 24.1.9 da NR-24;
· Banheiros sem iluminação, em desacordo com os itens 24.1.22 e 24.1.23 da NR-24;
· Porta de gabinete sanitário sem fecho, em desacordo com item 24.1.26.d da NR-24;
· Recipientes de lixo sem tampa, em desacordo com o item 24.1.26.f da NR-24;
· Caixa de descarga de vaso sanitário com defeito, em desacordo com item 24.1.4 da NR-24;
· Falta de janela na cozinha, em desacordo com item 24.4.7 da NR-24;
· Falta de bebedouro, apesar de ser fornecido o galão de água mineral, em desacordo com o
item 24.3.10 da NR- 24;
· Paredes da cozinha sem revestimento de material impermeável, em desacordo com o item
24.4.4;
· Falta de local adequado para os trabalhadores tomarem refeições, em desacordo com os
itens 24.3.15.2 e 24.6 da NR-24;
· Falta de local adequado para o repouso dos trabalhadores, o que é necessário devido às
longas jornadas de trabalho, em desacordo com o item 24.5 e seus subitens da NR-24;
Central de Flagrantes
* Falta de material para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos (Item 24.1.9 da NR 24);
Falta de tampa nas lixeiras dos banheiros femininos (Item 24.1.26 da NR 24);
Outro ponto importante constatado foi a situação na qual se encontra o sistema de esgoto
sanitário do único banheiro da prisão, o qual se encontra aparentemente debilitado e
favorecendo a proliferação de vetores de doenças no local. Pode-se considerar que este fator
caracteriza o não cumprimento da norma regulamentadora nº 24, podendo vir a afetar a saúde
dos servidores."
LIANA CHAIB
Desembargadora Relatora