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VOLUME 18
SANTIAGO DE COMPOSTELA
2012
A AIL – Associação Internacional de Lusitanistas tem por finalidade o fomento dos
estudos de língua, literatura e cultura dos países de língua portuguesa. Organiza
congressos trienais dos sócios e participantes interessados, bem como copatrocina
eventos científicos em escala local. Publica a revista Veredas e colabora com ins-
tituições nacionais e internacionais vinculadas à lusofonia. A sua sede localiza-se
na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em Portugal, e seus órgãos
diretivos são a Assembleia Geral dos sócios, um Conselho Diretivo e um Conselho
Fiscal, com mandato de três anos. O seu património é formado pelas quotas dos
associados e subsídios, doações e patrocínios de entidades nacionais ou estran-
geiras, públicas, privadas ou cooperativas. Podem ser membros da AIL docentes
universitários, pesquisadores e estudiosos aceites pelo Conselho Diretivo e cuja
admissão seja ratificada pela Assembleia Geral.
Conselho Directivo
Vogais: Benjamin Abdala Junior (Univ. São Paulo); Ettore Finazzi-Agrò (Univ.
de Roma «La Sapienza»); Helena Rebelo (Univ. da Madeira); Laura Cavalcante
Padilha (Univ. Fed. Fluminense); Manuel Brito Semedo (Univ. de Cabo Verde);
Onésimo Teotónio de Almeida (Univ. Brown); Pál Ferenc (Univ. ELTE de Buda-
peste); Petar Petrov (Univ. Algarve); Raquel Bello Vázquez (Univ. Santiago de
Compostela); Teresa Cristina Cerdeira da Silva (Univ. Fed. do Rio de Janeiro);
Thomas Earle (Univ. Oxford).
Conselho Fiscal
Diretor:
Elias J. Torres Feijó
Editora:
Raquel Bello Vázquez
Conselho Redatorial:
Anna Maria Kalewska, Axel Schönberger, Clara Rowland, Cleonice Berardinelli,
Fernando Gil, Francisco Bethencourt, Helder Macedo, J. Romero de Magalhães,
Jorge Couto, Maria Alzira Seixo, Maria Luísa Malato Borralho; Marie-Hélène
Piwnick, Sebastião Tavares Pinho; Sérgio Nazar David; Ulisses Infante; Vera
Lucia de Oliveira. Por inerência: Benjamin Abdala Junior; Cristina Robalo Cor-
deiro; Ettore Finazzi-Agrò; Helena Rebelo; Laura Cavalcante Padilha; Manuel
Brito Semedo; Onésimo Teotónio de Almeida; Pál Ferenc; Petar Petrov; Regina
Zilberman; Roberto López-Iglésias Samartim; Teresa Cristina Cerdeira da Silva;
Thomas Earle.
Redação:
VEREDAS: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas
Endereços eletrônicos: veredas@lusitanistasail.net; revista.veredas@gmail.com
Impressão e acabamento:
Unidixital, Santiago de Compostela, Galiza
ISSN 0874-5102
LISA VASCONCELLOS
Sozinho no parque: reflexões sobre a representação subjetiva na obra ortôni-
ma de Fernando Pessoa...........................................................................................7
VANDA ANASTÁCIO
Almanaques: origem, géneros, produção feminina...............................................53
RICARDO POSTAL
Ambas cordas brandindo a um tempo : o Brasil de José de Alencar....................75
RESUMO:
Nosso objetivo, nesse artigo, é tecer algumas reflexões acerca da Crítica Literária Fe-
minista, um aporte teórico, frequentemente, rasurado nos discursos balizados pelos
sistemas teóricos tradicionais, cujo objeto primordial é circunscrito pelas chamadas
«Altas literaturas» e pela suposta literariedade aí imanente. As referidas rasuras –em-
preendidas em termos de Estudos da Mulher, consequentemente, estudos menores–
decorrem do fato de o feminismo crítico consistir em um modo de ler a literatura,
confessadamente empenhado, voltado, de um lado, para o desnudamento e/ou para a
desconstrução dos discursos hegemônicos, responsáveis pela naturalização das dife-
renças hierarquizadas de gênero; e, de outro, para a exploração da literatura de autoria
feminina, visando destacar-lhe os mecanismos estético-temáticos com que dialoga/
desconstrói as históricas hierarquias de gênero.
ABSTRACT:
Current analysis discourses on Feminist Literary Criticism, or rather, a theoretical
contribution that is often erased in discourses foregrounded on traditional theoretical
systems whose main aim lies within the milieu of “high literature” and their presumed
literariness. Erasures within the context of Women Studies and, therefore, ‘minor
ones,’ are derived from the stance that critical feminism consists of a way of reading
100 LÚCIA OSANA ZOLIN
1 Derrida, Foucault, Deleuze, Lyotard (no campo da filosofia), Lacan (no da psicanálise),
Althusser (no da sociologia e política) e Barthes (no literário).
2 Terry Eagleton (2010: 27) define o pós-moderno como «o movimento de pensamento
contemporâneo que rejeita totalidades, valores universais, grandes narrativas históricas,
sólidos fundamentos para a existência humana e a possibilidade de conhecimento objetivo.
O pós-modernismo é cético a respeito da verdade, unidade e progresso, opõe-se ao que vê
como elitismo na cultura, tende ao relativismo cultural o pluralismo, a descontinuidade e a
heterogeneidade».
102 LÚCIA OSANA ZOLIN
3 Esses dados são retirados do capítulo «Literatura e gênero em foco nos grupos de pesquisa
do GT “A mulher na literatura»», de Eliane T. A. Campelo.
Aportes teóricos rasurados:A crítica literária feminista no Brasil 107
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