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Cursiva x Imprensa

Leila Vilma da Silva Bambino


Psicopedagoga Clínica
47 3339-2572
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Resumo

Este artigo foi escrito visando fazer uma reflexão sobre o tipo de letra a ser utilizado pelos alunos nas
séries iniciais. Também visa refletir sobre a maneira de trabalhar o erro e a ortografia, bem como sobre
as melhores maneiras de lidar com as diferentes formas de escrever utilizadas pelos alunos, tendo
sempre em vista facilitar o processo ensino-aprendizagem e apontar caminhos para os saberes,
utilizando a curiosidade natural dos alunos em benefício do seu saber.

1. Introdução

Para quem convive em escolas e lida com as séries iniciais, dois assuntos são bastante discutidos e
motivo de polêmica entre educadores e pais: o estilo de letra a ser utilizado pelas crianças e os erros
gráficos, sobretudo em produções de texto.

Quanto ao estilo da letra, os sistemas de escrita mais antigos procuravam variar o menos possível a
forma gráfica das letras. As escritas monumentais, feitas em pedra, por exemplo, exigiam um tipo de
letra fácil de ser entalhada. Este modo de escrever as letras, separadamente, passou a ser conhecido
como "textura" na fabricação de livros a mão.

Já em 1830, a escrita era feita com estiletes e penas de aço que facilitavam a escrita mais
arredondada e com as letras emendadas. Outro fator de mudança no estilo das letras é o seu uso. Em
propagandas, como a finalidade é chamar a atenção, as letras necessitam ser diferentes. Já em livros e
revistas, o estilo pode ser outro. Nos dias atuais, temos a liberdade de criar e enfeitar, o que faz surgir as
mais diferentes formas no traçado das letras.

Em relação ao estilo da letra a ser utilizada nas séries iniciais, a comunidade, de certo modo, cobra
veladamente uma postura do professor no sentido de utilizar a letra do tipo imprensa no início do
processo de alfabetização e, depois, fazer uso da letra cursiva que possui um traçado de letras ligadas
tornando mais rápido o registro.

Além de cobrar o estilo da letra, a comunidade também se preocupa em fazer cobrança no que se
refere aos erros gráficos cometidos pelos alunos. Nesse sentido, professor que não faz a correção dos
erros gráficos das produções de seus alunos também é visto com desconfiança.

Em relação ao estilo de letra, Cagliari (1999, p. 104) afirma que [...] é essencial que os alunos aprendam
(e pratiquem) primeiro a escrita e ponham-se a escrever como eles acham que deve ser. Somente
depois, já mais familiarizados com o ato de escrever, serão levados a reconsiderar o que fizeram, em
função das normas ortográficas. Dado o contexto acima, o presente artigo tem como objetivo refletir a
maneira de trabalhar a ortografia e os erros na escola, bem como considerar os vários estilos de letras
existentes em nosso sistema.

2. A Evolução da Escrita

Um grande marco na história da humanidade foi a invenção da escrita que surgiu e se desenvolveu da
necessidade de o Homem armazenar informações - reforçando a memória - e de se comunicar a uma
distância além do alcance da voz.

Segundo Cagliari (1999, p.15), “A escrita pelo que se sabe hoje, começou de maneira autônoma e
independente, na Suméria, por volta de 3300 a.C. É muito provável que no Egito, por volta de 3000 a.C.,
e na China, por volta de 1500 a.C., este processo autônomo tenha se repetido”.

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Para chegar ao alfabeto atual, a escrita passou por muitas alterações. Utilizada pelo homem primitivo
para registrar fatos ocorridos, a escrita pictográfica (desenhos) ainda hoje é encontrada em
escavações arqueológicas, demonstrando ser antiga a idéia de escrever.

Em seguida, veio a escrita ideográfica, hoje utilizada principalmente pelos povos orientais, com
destaque para os chineses, que utilizam símbolos para expressarem suas idéias. São palavras ou
conjuntos de palavras que são representados por desenhos chamados ideogramas. No caso da escrita
chinesa, há certa razão para ser conservado o sistema ideográfico: na China, há mais de mil dialetos,
que são variações de uma mesma língua, sendo que não diferem na estrutura básica, apenas um
pouco nas palavras. Isso significa que um texto, em chinês, é escrito de maneira igual em todos os
dialetos, mesmo com a pronúncia sendo diferente.

O fonetismo, por sua vez, é um sistema no qual as palavras passam a ser decompostas em unidades
sonoras, aproximando a escrita da sua função que é a de interpretar a língua falada. Utiliza a leitura de
figuras que terão sentido de palavras por meio do som, recurso usado nas cartas enigmáticas.
A escrita continuou evoluindo, passando a ser silábica. Nesse sistema, a palavra é decomposta em um
conjunto de sons.

Chegamos ao alfabeto - cujo termo tem origem nas duas primeiras letras do alfabeto grego, alfa e beta
– que, de fenício passou a grego, ao romano e, finalmente, ao latino, o mais utilizado em todo mundo.
O sistema alfabético é caracterizado pelo fonetismo, sistema em que cada símbolo (letra) corresponde
a um som.
Esse conjunto de letras que chamamos de alfabeto torna-se o início da nossa estrada rumo ao universo
escrito.

3. O Estilo das Letras

Assim como o alfabeto, a escrita também foi se adaptando. Escrever sobre papiro e, mais tarde, sobre
pergaminhos exigia um traçado de letras mais arredondado, ou seja, materiais diferentes de escrita
exigiam abordagens diferentes. Assim, de acordo com Cagliari (1999), os sumérios substituíram o risco na
argila por um processo de pressão que permitia que desenhassem afundando marcas nos tabletes.
Muitas das formas escritas primitivas, como a cuneiforme e a fenícia, permitiam aos mercadores registrar
suas transações, pois a memória não daria conta de tanto.

As primeiras letras usadas pelos escribas foram as romanas (200 a.C.), a quadrata (100 a.C.) e a rústica,
já no inicio da era cristã.
Já no século IV d.C., surgiu a uncial, sendo que “o nome de uncial foi atribuído a este tipo de letra
porque os parágrafos manuscritos começavam sempre com uma letra grande, do tamanho de uma
unha” ( Cagliari, 1999, p, 193).

Já no século XIII, surgiram as letras góticas e romanas. Com a crescente demanda da escrita, o estilo
cursivo fez-se necessário (século XVII), pois apresentava um traçado de letras ligadas, facilitando uma
escrita rápida.

Cagliari (1999, p.187) explica que “Um simples olhar no mundo da escrita com a qual temos contacto
hoje nos mostra tanta variação na forma gráfica que, por um momento, surge a dúvida: como
conseguimos ler em meio a este aparente imenso caos?”

A escrita segue regras claras e rigorosas que devem ser transmitidas às crianças durante o processo de
alfabetização. Assim sendo, a aparente confusão não causará medo, pois estamos diante de um fato:
uma complexidade gráfica.

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4. O Mundo das Letras

Existem, na nossa língua, várias maneiras de registrar graficamente a mesma letra. O som também vai
depender da palavra na qual esta letra estiver colocada. Este caráter gráfico e social é estabelecido
pela ortografia.

Existem palavras em português que a letra A representa som de /ã/, como em lama, dama, cama, som
de /ai/, como em rapaz, paz, atrás. Assim sendo, é difícil determinar o valor de cada letra dentro do
sistema alfabético. Muitas vezes, a letra muda seu som, sem, contudo, mudar sua forma: continua sendo
a letra A. Estas variações de sons são trabalhadas ao longo de todo processo de alfabetização,
cabendo ao professor apresentar às crianças as letras do alfabeto, bem como suas variações, como
nos exemplos acima.

Conforme Cagliari (1999, p.49),


[...] primeiramente, apenas o alfabeto de letras de forma maiúsculas. [...] este procedimento não é
apenas uma moda: é uma forma mais fácil, concordam todos de se chegar ao aprendizado da leitura.
Embora muitos professores possam constatar essa maior ‘facilidade’ na prática do seu dia-a-dia, talvez
nem todos saibam realmente as razões por trás desse fenômeno.
Para dominar o mundo das letras, a criança passa pelo processo de alfabetização, cabendo ao
professor optar por mecanismos que otimizem o processo.

5. Letra de imprensa ou cursiva?

Mas, e agora? O alfabeto foi aprendido, os valores sonoros de cada letra também. As palavras viraram
histórias e eis que vem a pergunta: “Posso escrever com letra pegada?”.
A criança sente necessidade de uma auto-afirmação, e a letra do tipo imprensa parece não mais
atender ao seu desejo, pois ela a vê como letra de criança pequena. Como agir?

É com as letras tipo imprensa que as crianças têm um maior contato desde cedo, em jornais e revistas,
o que resulta em uma elaboração de hipótese sobre a escrita muito precocemente. O traçado é
simples, dando à criança liberdade ao ato de escrever, favorecendo a percepção das unidades e
diminuindo o esforço motor.
A letra cursiva é mais rápida de ser traçada, porém exige da criança uma coordenação motora mais
definida.

De acordo com Cagliari (1999 p.41), A escrita cursiva tinha dois problemas: por ser feito com rapidez, o
traçado das letras tendia a se modificar na escrita de cada um – por outro lado, a escrita cursiva produz
ligaduras. Depois de unidas as letras, o aspecto gráfico pode mascarar os limites individuais das letras,
gerando confusões entre os usuários.
É mais importante que a criança compreenda e entenda a função e as características da escrita do
que se preocupar com o tipo de letra a ser utilizado. “Em primeiro lugar, é preciso ensinar a escrever e,
somente depois, deve-se preocupar com os requintes da escrita” (CAGLIARI E CAGLIARI, 1999, p.79).
Entretanto, não é o que geralmente ocorre. Alguns professores, ainda nos dias atuais, insistem em utilizar
somente a letra cursiva depois de um determinado período, deixando alguns alunos bastante confusos.

De acordo com Tafner e Fischer (2001, p.19), O mundo está escrito em letras de forma. O mesmo mundo
onde a criança vive cresce e aprende. Não espere dela um desenvolvimento pleno em cursivas
quando tudo o que ela lê em torno dela é escrito com letras de forma. As letras de forma são naturais
para ela, pois fazem parte do seu mundo.
A escrita cursiva tem um uso exclusivamente pessoal e, com o desenvolvimento tecnológico, a escrita a
mão quase deixou de ser feita. As letras cursivas viraram arte nas mãos de pessoas que têm o dom de
escrevê-las em convites, cartazes, murais etc.
No dia-a-dia, a escrita cursiva acabou perdendo um pouco sua importância. Porém, na escola, ela
continua sendo motivo de discussão entre alguns educadores. Existem professores que acham que se os
alunos escreverem com a letra do tipo bastão não aprenderão a escrever com a letra cursiva, como se
o alvo a ser atingido na alfabetização fosse o de escrever “redondinho” e igual a todos os outros alunos.

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Na visão de Cagliari (1999, p.109), O bonito da verdadeira educação é ser um caleidoscópio: a


diferença a todo instante é seu charme e beleza; cada momento revela algo de novo e surpreendente.
A educação deve formar pessoas diferentes, não clones, réplicas intelectuais.
Ao lidar com crianças, é preciso ter em mente que elas são seres individuais e únicos, bem como que
“Na educação se propõe, e não se impõe”(Cagliari,1999. p.111).
O importante é compreender o que está escrito. Se for estabelecida uma comunicação entre professor
e aluno, a finalidade da escrita estará cumprida.

6. Ortografia: uma exigência social

Como falar sobre letras, palavras, frases, textos e não mencionarmos a ortografia, um veículo utilizado
para clarear a comunicação, mas que acaba virando mecanismo de exclusão?
A escrita é uma representação oral da linguagem cujo objetivo é a leitura. Quando escrevemos um
texto, utilizamos como recurso as palavras que serão interpretadas pelo leitor. Fazemos uso, também, da
escrita ideográfica (números, gráficos etc.).
A fala comanda o ato de escrever. Já “a escrita, na verdade, não passa de um uso sofisticado da
própria linguagem oral, cristalizada na forma gráfica” (Cagliari, 1999.p.65).

A partir do momento em que a sociedade produziu a escrita e à medida que passou a utilizá-la mais,
surgiu a necessidade de fixar a forma de escrever as palavras. Isso para que pessoas de diferentes
dialetos pudessem ler de maneira fácil, pois, do contrário, o significado das palavras ficaria
comprometido.

A ortografia tornou-se uma exigência social a partir do momento que fixou a grafia das palavras,
fazendo com que escritor e leitor interpretassem da mesma forma seu significado dentro de um
contexto escrito. Muitas vezes, um texto criativo com falhas desperta menos interesse do que outro
graficamente impecável, mas sem vida.

Segundo Fischer (1997, p.12), No início da alfabetização, os erros gráficos são cometidos ao longo do
processo da escrita e, longe de representarem desatenção, letras ‘comidas’, desinteresse da criança,
representam uma forma cognitivamente estruturada de pensar o funcionamento da escrita.
Quando o professor mostra para a criança o alfabeto, precisa, além do nome da letra, mostrar seu
respectivo som. Será bastante natural que a criança, ao escrever mesa, troque o /s/ pelo /z/, pois é
influenciada pelo som, que é de /z/. Mais tarde, caberá ao professor explicar que existe uma ortografia
vigente em nosso país segundo a qual a letra /s/ entre duas vogais tem som de /z/, embora, em outros
casos, esta mesma regra não seja válida.

No início, estes “erros” serão bastante freqüentes e somente com bastante leitura e a mediação do
professor serão superados.
Quando o educador apresenta a escrita para as crianças, é natural que as mesmas escrevam do jeito
que falam. Em suas produções, aparecem: abakt (abacate), rezolva (resolva), muinto (muito), ptc
(peteca) e assim por diante. Todos estes passos são absolutamente normais durante o processo de
alfabetização.

Das palavras começam a surgir frases; depois, os pequenos textos, sendo fundamental que esses textos
sejam trabalhados pelo professor de forma espontânea. Quando falam, as crianças não precisam
seguir roteiros nem esquemas: elas simplesmente falam.
Cabe ao professor permitir que elas dêem asas a sua imaginação de acordo com as idéias que
possuem.

Para Cagliari (1999, p. 215), “A marca da individualidade faz de um simples texto um trabalho original, e
se seu estilo agradar à comunidade, torna-se um texto literário”.
Por meio das produções espontâneas, professor e aluno se envolvem no processo de escrita, refletindo
sobre erros e buscando caminhos para contorná-los.
É fundamental que o professor tenha objetivos claros ao utilizar tal instrumento, pois, do contrário, pode
se ater apenas aos erros e não à produção em si.
Para o educador, errar é um horror; o erro acarreta a vergonha, a punição e finalmente a exclusão.
Quando era preciso fazer justamente o contrário: aproveitar cada erro para refletir com o aluno e
ajudá-lo a encontrar a direção lógica. (FISCHER, 1997, p.12).
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A criança precisa reler sua produção com o professor e corrigi-la sempre que necessário. Em seguida,
escrevê-la novamente, sempre objetivando a comparação entre a escrita anterior e a atual,
percebendo com isto os avanços. Errar faz parte da aprendizagem. É por meio do erro que construímos
novos saberes, sempre com a perspectiva de melhorar. Apesar de as pessoas utilizarem a mesma
língua, falam de maneira diferente conforme sua localização regional. Nosso sistema ortográfico atende
a uma exigência social e não se preocupa com a maneira do usuário falar e sim, com as convenções
da escrita.

A criança, quando chega à escola, tem um falar próprio, trazido da família, que será transformado em
escrita. O erro aparecerá, cabendo ao professor a tarefa de não supervalorizar o erro, e sim transformá-
lo em acerto por intermédio de estímulos à leitura e de pesquisas a dicionários.

O erro sempre tem uma explicação. Tudo que o aluno faz ou, até mesmo, deixa de fazer tem uma
razão para ele. Ao professor cabe a tarefa de perguntar para, assim, poder ensinar adequadamente.

Cagliari (1999, p.82) comenta que A escola precisa aprender que a ortografia é um fim e não um
começo, quando se ensina alguém a escrever. Primeiro, a criança precisa aprender a lidar com a
escrita e, depois, preocupar-se em escrever ortograficamente. Isto não significa que vamos deixar as
crianças escreverem sempre o que quiserem e como quiserem, porque vale tudo. A escola, como
instituição, não pode admitir uma pedagogia do vale-tudo. A escola tem uma missão a cumprir. E faz
parte dela o ensinar a escrever e escrever ortograficamente. Uma coisa não precisa destruir a outra.
Tudo tem o seu tempo e o seu lugar.

Uma criança em fase de alfabetização está aprendendo a lidar com a escrita. Nesse sentido, o
professor tem a tarefa de ensiná-la a desconfiar daquilo que escreveu, raciocinar sobre o fato e buscar
informações para saber se escreveu certo ou não.

Por meio da produção de textos espontâneos, o professor poderá saber o nível em que seus alunos
estão, suas maiores dificuldades, os erros mais ou menos freqüentes. Poderá organizar seu planejamento
a fim de trabalhar com estas dificuldades aplicando exercícios específicos.

A autocorreção deve ser um instrumento utilizado com freqüência. Rever os textos, melhorá-los, mas
sem imposições nem cobranças. Ler e reler por prazer. Por meio da leitura, o aluno resolverá a maior
parte de suas dificuldades.

As crianças não conseguem prontamente escrever tudo de maneira correta, como o professor deseja.
Aquela grafia linda, sem erros gráficos, será conseqüência de um trabalho feito em longo prazo.

De acordo com Ferreiro (2000, p.21), A escola (como instituição) se converteu em guardiã desse objeto
social que é a língua escrita e solicita do sujeito em processo de aprendizagem uma atitude de respeito
cego diante desse objeto, que não se propõe como um objeto sobre o qual se pode atuar, mas como
um objeto a ser contemplado e reproduzido fielmente, sem modificá-lo.

Na fase de alfabetização, deve estar claro para o professor – bem como para as crianças - que a
função da língua escrita é a comunicação e o registro das idéias.
Ambos devem estar conscientes também em relação ao erro: “Erro de ortografia relaciona-se com as
hipóteses que o aluno levanta sobre a escrita, apenas isso” (CAGLIARI, 1999, p.246).

O erro gráfico deverá ser visto, portanto, como instrumento de aprendizagem e não como motivo de
vergonha, pois é inevitável que um indivíduo cometa erros quando está em processo de aprendizagem.
É certo também que estes erros devam ser corrigidos, deixando claro para os alunos que eles devem
sempre se aventurar nos conhecimentos que já têm, sabendo, contudo, que nem tudo sairá correto.
Os alunos estão apenas começando seus estudos e terão muito tempo para acrescentar
conhecimentos novos e sanar dificuldades.

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7. Considerações finais

Este artigo foi elaborado com o intuito de levar pais e professores à reflexão sobre o tipo de letra usado
pelas crianças e sobre seus erros gráficos, assuntos que fazem parte do dia-a-dia escolar. A utilização da
letra de imprensa ou cursiva não deve ser o foco principal de discussão em uma escola, e sim a
importância da escrita, feita com qualquer tipo de letra, desde que existam comunicação e registro de
idéias.

A ortografia deve ser levada bastante a sério. Ao professor caberá a função de deixar que as crianças
errem muito e aprendam a buscar soluções, exercendo a função de condutor da aprendizagem,
mediando, interagindo, aprendendo.
Ninguém nasce sabendo, e a aprendizagem é algo bastante subjetiva. Podemos aprender mais
facilmente alguns assuntos que outros, o que não significa que sejamos melhores ou piores. Significa
apenas que somos indivíduos diferentes, sendo que esta diferença é que faz da educação algo
maravilhoso em que a rotina não tem vez.

Vamos, portanto, deixar que as crianças escrevam e que exercitem sua liberdade de registrar idéias
como quiserem. As correções podem ficar para mais tarde, sem, contudo, serem esquecidas.
As crianças querem ser ouvidas, respeitadas, motivadas a continuar. A valorização da auto-estima, o
contato visual, o calor humano também fazem parte de uma educação de qualidade.
Todo o restante será conseqüência de um trabalho feito com amor. O maior privilégio de um professor é
poder caminhar lado a lado com os seus alunos, observando seus progressos, auxiliando nos seus
tropeços, sempre pronto para estender a mão.

8. Referências

CAGLIARI, Gladis Massini; CAGLIARI, Luiz Carlos. Diante das Letras: a escrita na alfabetização. São Paulo:
Fapesp, 1999 (Coleção Leituras do Brasil)

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Ba –Bé – Bi – Bó – Bu .1. ed. São Paulo: Scipione, 1999.

FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

FISCHER, Julianne. Sugestões para o desenvolvimento do trabalho Pedagógico. Timbó: Tipotil, 1997.

TAFNER, Malcon Anderson; FISCHER, Julianne. Manga com leite mata: reflexões sobre os paradigmas da
educação. Indaial: Ed. Asselvi, 2001.

http://www.psicopedagogia.com.br

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