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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Tutela Coletiva – Continuação ................................................................................ 2
1.1 Ações pseudoindividuais .................................................................................... 2
1.2 Classificação de Edilson Vitorelli ........................................................................ 3
2. Coisa julgada no processo coletivo......................................................................... 3
2.1 Limites da coisa julgada ...................................................................................... 4
2.2 Questões sobre o regime jurídico da coisa julgada coletiva .............................. 8
3. Relação entre demandas Coletivas e Individuais ................................................. 12
3.1 Sistemas de relação entre as demandas .......................................................... 12
3.2 Relações entre demandas no processo individual ........................................... 13
3.3 Relações entre demandas no processo coletivo (conexidade e litispendência)
14
3.4 Critério para a reunião/unificação de demandas coletivas relacionadas ........ 17
4. Competência nas ações coletivas ......................................................................... 18
4.1 Critério funcional .............................................................................................. 18
4.2 Critério material ............................................................................................... 21
4.3 Critério valorativo ............................................................................................. 24
4.4 Critério territorial ............................................................................................. 25
4.5 A inexistência de juízo universal para as ações individuais.............................. 26
5. Execução, liquidação e cumprimento de sentença .............................................. 26
5.1 Direitos difusos e coletivos ............................................................................... 27
5.2 Direitos individuais homogêneos ..................................................................... 30
5.3 Observações finais sobre liquidação e execução ............................................. 34
6. Prescrição e Decadência ....................................................................................... 36
7. Ação Civil Pública .................................................................................................. 40
7.1 Origem, previsão legal e sumular ..................................................................... 40
7.2 Tutela preventiva e tutela reparatória ............................................................. 42
7.3 Dano Moral Coletivo e Dano Social .................................................................. 44
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Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites
da questão principal expressamente decidida.
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de uma decisão da qual não participou) e não gerar a exposição indefinida do réu ao Judiciário,
nem violar a necessária estabilidade jurídica do Estado (que não pode revisar a todo tempo o
que já foi decidido).
Ademais, quanto ao modo de produção a coisa julgada só pode ser benéfica: secundum
eventum litis ou probationis. Assim, nem sempre haverá coisa julgada.
Regem o tema os artigos 103 e 104 do Código de Defesa do Consumidor, artigo 16 da
Lei de Ação Civil Pública e artigo 18 da Lei de Ação Popular. No direito brasileiro, à luz desses
dispositivos, o regime da coisa julgada nas ações coletivas é secundum eventum probationis,
que, para a doutrina, é espécie de coisa julgada secundum eventum litis.
CDC
CAPÍTULO IV
Da Coisa Julgada
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as
vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
(INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS)
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código,
mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
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Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81,
não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga
omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão
os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
LACP
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
LAP
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso
de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer
cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
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Art. 2º-A da lei 9.494/97. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta
por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados,
abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio
no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Incluído pela Medida provisória
nº 2.180-35, de 2001)
Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas contra a União, os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e suas autarquias e fundações, a petição inicial deverá
obrigatoriamente estar instruída com a ata da assembléia da entidade associativa que a
autorizou, acompanhada da relação nominal dos seus associados e indicação dos
respectivos endereços. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
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NELSON NERY JR., MAZZILLI E DIDIER dizem que esses dispositivos são materialmente
inconstitucionais pela falta de razoabilidade, pois o legislador confundiu dois institutos de
processo que não se confundem: coisa julgada e competência.
Muita atenção: o Superior Tribunal de Justiça (REsp 1243887/PR), através da sua Corte
Especial, fixou entendimento diverso daquele que era dominante. Atualmente, entende o
Superior Tribunal de Justiça que as sentenças e acórdãos nas ações civis públicas agora valerão
para todo o País, não tendo mais sua execução limitada ao município onde foram proferidas.
DIREITO PROCESSUAL. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ART. 543-C, CPC).
DIREITOS METAINDIVIDUAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. APADECO X BANESTADO. EXPURGOS
INFLACIONÁRIOS. EXECUÇÃO/LIQUIDAÇÃO INDIVIDUAL.
FORO COMPETENTE. ALCANCE OBJETIVO E SUBJETIVO DOS EFEITOS DA SENTENÇA
COLETIVA. LIMITAÇÃO TERRITORIAL. IMPROPRIEDADE. REVISÃO JURISPRUDENCIAL.
LIMITAÇÃO AOS ASSOCIADOS. INVIABILIDADE. OFENSA À COISA JULGADA.
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: 1.1. A liquidação e a execução individual de sentença
genérica proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do domicílio do
beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da sentença não estão circunscritos a
lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-
se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses
metaindividuais postos em juízo (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC). 1.2. A
sentença genérica proferida na ação civil coletiva ajuizada pela Apadeco, que condenou
o Banestado ao pagamento dos chamados expurgos inflacionários sobre cadernetas de
poupança, dispôs que seus efeitos alcançariam todos os poupadores da instituição
financeira do Estado do Paraná. Por isso descabe a alteração do seu alcance em sede de
liquidação/execução individual, sob pena de vulneração da coisa julgada. Assim, não
se aplica ao caso a limitação contida no art. 2º-A, caput, da Lei n. 9.494/97. 2. Ressalva
de fundamentação do Ministro Teori Albino Zavascki. 3. Recurso especial parcialmente
conhecido e não provido. (REsp 1243887/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE
ESPECIAL, julgado em 19/10/2011, DJe 12/12/2011)
Pela nova sistemática, quando um direito coletivo for reconhecido pela Justiça, quem
se julgar beneficiado terá apenas de entrar com uma petição judicial informando que foi
favorecido por essa decisão. O beneficiário também poderá ajuizar o pedido na cidade onde
mora ou no local onde a sentença ou o acórdão foi proferido, conforme sua conveniência.
Em provas de concursos, recomenda-se adotar a ideia de que a liquidação e a execução
individual de sentença genérica proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do
domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da sentença não estão circunscritos
a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-se em
conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses metaindividuais
postos em juízo.
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Porém, se a questão perguntar de acordo com a lei, o artigo 16 deve ser recordado,
apesar de afastado pela Corte Especial na decisão acima.
Pergunta-se: É possível realizar controle de constitucionalidade por meio de Ação Civil
Pública? Sim. Doutrina e Jurisprudência acordam que é possível, desde que não se trate de
controle abstrato.
Exemplo: pode-se condenar um agente em sede de Ação Civil Pública a se comportar
de determinada forma por se entender que norma “x” é inconstitucional. Trata-se de controle
difuso de constitucionalidade. Qual o efeito dessa decisão? Erga Omnes. Então, qual a
diferença entre os efeitos produzidos pela decisão desse exemplo e os efeitos de uma decisão
em sede de controle concentrado? Nenhuma.
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§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente,
mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange
o das demais.
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(...)
No processo coletivo, os efeitos das relações entre demandas são diversos, como a
seguir será descrito.
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O exercício do right to opt out (quando, embora informado, o indivíduo não suspende
o curso de sua ação individual - art. 104 do CDC) não implica renúncia da situação jurídica
individual.
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(REsp 401.964/RO, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/10/2002, DJ
11/11/2002, p. 155)
Parágrafo único: A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
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DA COMPETÊNCIA
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Percebe-se que quando a Lei de Ação Civil Pública utiliza a propositura como critério,
o Novo Código de Processo Civil acaba unificando, no sentido de que se leva em consideração
o registro ou distribuição da petição inicial como critério para prevenção do juízo tanto no
processo coletivo como no processo individual.
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(...)
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados.
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equiparar a ação de improbidade administrativa, de natureza civil (CF, art. 37, § 4º), à
ação penal contra os mais altos dignitários da República, para o fim de estabelecer
competência originária do Supremo Tribunal, em relação à qual a jurisprudência do
Tribunal sempre estabeleceu nítida distinção entre as duas espécies. 6. Quanto aos
Tribunais locais, a Constituição Federal -salvo as hipóteses dos seus arts. 29, X e 96, III -,
reservou explicitamente às Constituições dos Estados-membros a definição da
competência dos seus tribunais, o que afasta a possibilidade de ser ela alterada por lei
federal ordinária. V. Ação de improbidade administrativa e competência constitucional
para o julgamento dos crimes de responsabilidade. 1. O eventual acolhimento da tese de
que a competência constitucional para julgar os crimes de responsabilidade haveria de
estender-se ao processo e julgamento da ação de improbidade, agitada na Rcl 2138, ora
pendente de julgamento no Supremo Tribunal, não prejudica nem é prejudicada pela
inconstitucionalidade do novo § 2º do art. 84 do C.Pr.Penal. 2. A competência originária
dos tribunais para julgar crimes de responsabilidade é bem mais restrita que a de julgar
autoridades por crimes comuns: afora o caso dos chefes do Poder Executivo - cujo
impeachment é da competência dos órgãos políticos - a cogitada competência dos
tribunais não alcançaria, sequer por integração analógica, os membros do Congresso
Nacional e das outras casas legislativas, aos quais, segundo a Constituição, não se pode
atribuir a prática de crimes de responsabilidade. 3. Por outro lado, ao contrário do que
sucede com os crimes comuns, a regra é que cessa a imputabilidade por crimes de
responsabilidade com o termo da investidura do dignitário acusado. (ADI 2797 / DF -
DISTRITO FEDERAL)
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
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§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
Uma controvérsia surge, no entanto, em razão do artigo 105-A da Lei 9.504/97 (Lei de
Eleições):
Art. 105-A. Em matéria eleitoral, não são aplicáveis os procedimentos previstos na Lei no
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
JUSTIÇA DO TRABALHO (art. 114, CR): É perfeitamente cabível ação coletiva na Justiça
do Trabalho. Basta ler a Súmula 736 do STF:
“Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o
descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos
trabalhadores.”.
Exemplo comum: Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho, para
a defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais.
Outro exemplo: Ações de nulidade de cláusula de contrato coletivo ou convenção
coletiva.
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define se a ação coletiva vai para a federal ou fica na estadual é o interesse das entidades
mencionadas no art. 109 da Constituição Federal.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
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§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
De acordo com este enunciado, não é atribuição do juiz estadual julgar se entidade da
União tem ou não interesse na causa.
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I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado
de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais
e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos,
coletivos ou individuais homogêneos;
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
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Parágrafo único: A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
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Questão: A execução pode ser promovida por qualquer legitimado coletivo, inclusive
por aquele que não tenha sido autor da ação coletiva de conhecimento. CERTO.
Destinatário: O sistema estabelece (art. 13, Lei de Ação Civil Pública) que, havendo
condenação em dinheiro, a indenização pelo dano deve ser revertida ao fundo de reparação
de bens lesados (a Lei 9.008/95 regula o fundo federal gerido pela sociedade civil). Por
previsão legal, esse dinheiro deve ser usado exatamente para reparar os bens lesados e para
campanhas educativas. O problema é que esse dinheiro, ao entrar para um fundo, se torna
público, o que compromete a sua flexibilidade (sua utilização exige lei orçamentária), o que
deve ser mudado com a futura reforma da Lei de Ação Civil Pública.
Observação: Quando o dano for ao patrimônio público, esse dinheiro não irá para o
fundo, mas para a pessoa jurídica lesada (Exemplo: para a Prefeitura de Salvador).
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a
um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus
recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. (Regulamento) (Regulamento)
(Regulamento)
Competência: Pela regra geral do processo civil, o juiz da execução é o juiz da ação
(condenação). Essa regra se aplica ao processo coletivo.
Nesse caso, a execução segue naturalmente como fase posterior à fase cognitiva. No entanto,
há possibilidade de pretensão individual ser derivada diretamente da mesma condenação
(uma indenização ou a despoluição de algo específico de sua casa).
Trata-se aqui do fenômeno da liquidação imprópria, em que se deve definir a
existência de nexo entre o que foi definido na sentença e o dano que se alega individualmente.
Nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas é patente a
necessidade de se promover a liquidação do valor a ser pago e a individualização do crédito,
com a demonstração da titularidade do direito do exequente. Isso porque a sentença de
procedência em ação coletiva tem caráter genérico, cujo cumprimento, relativamente a cada
um dos titulares individuais, pressupõe a adequação da condição do exequente à situação
jurídica nela estabelecida.
Nos termos do art. 103, § 3º, do CDC, é possível fazer o chamado transporte “in
utilibus” da coisa julgada. Assim, o prejudicado individual pode apresentar a sentença
proferida no processo coletivo perante o juízo cível, requerendo apenas a liquidação e o
pagamento (não necessita mais de certificação).
Art. 103, § 3° do CDC. Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com
o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização
por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste
código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que
poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
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de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei
nº 9.008, de 21.3.1995)
(...)
Aplica-se, aqui, tudo aqui que foi dito no modelo da pretensão individual dos direitos
difusos e coletivos (os legitimados são as vítimas e sucessores, que procedem à liquidação
imprópria, tudo como já exposto acima).
Em síntese, deve-se provar:
O dano individual;
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O nexo de causalidade;
O montante do dano.
Legitimados: São todos aqueles legitimados coletivos para propor a ação civil pública
(art. 82 do CDC), que agem agora como representantes processuais, e não como substitutos
processuais.
Destinatários do dinheiro: São as vítimas e sucessores que já tiverem liquidado a
sentença coletiva. Se não tiver liquidação, não é possível essa ação de execução coletiva.
Observação: Em se tratando de direito individual homogêneo, não há o fundo especial a que
alude a Lei de Ação Civil Pública.
Competência: Como a execução é coletiva (apesar de a pretensão ser individual), é
competente o juízo da condenação.
Pergunta-se: existe alguma relação de preferência entre a execução coletiva ou
individual? No informativo n. 499/2012, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que sim.
Entendeu-se que, não obstante ser ampla a legitimação para impulsionar a liquidação e a
execução da sentença coletiva, admitindo-se que a promovam o próprio titular do direito
material, seus sucessores ou um dos legitimados do artigo 82 do Código de Defesa do
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liquidação, sendo certo que o prazo decadencial nem sequer iniciou o seu curso, não
obstante já se tenham escoado quase treze anos do trânsito em julgado.
8. No momento em que se encontra o feito, o Ministério Público, a exemplo dos demais
entes públicos indicados no art. 82 do CDC, carece de legitimidade para a liquidação da
sentença genérica, haja vista a própria conformação constitucional desse órgão e o escopo
precípuo dessa forma de execução, qual seja, a satisfação de interesses individuais
personalizados que, apesar de se encontrarem circunstancialmente agrupados, não
perdem sua natureza disponível.
9. Recurso especial provido.
(REsp 869.583/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
05/06/2012, DJe 05/09/2012)
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela
Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. (Vide Decreto nº 407, de 1991)
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No que diz respeito à sua finalidade, o objetivo inicial do fundo criado na Lei de Ação
Civil Pública consistia em gerir recursos para a reconstituição dos bens lesados.
Lesão a interesses indivisíveis: O produto irá para o fundo do art. 13 da Lei de
Ação Civil Pública e seu destino será decidido pelo respectivo conselho gestor,
para aplicação flexível, conforme mencionado acima.
Lesão a interesses divisíveis: O produto é destinado entre os lesados.
Lesão ao patrimônio público em sentido estrito: O destinatário é a Fazenda.
O art. 18 da Lei de Ação Civil Pública dispõe que, nas ações nela objetivadas, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,
nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado,
custas e despesas processuais.
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O que prevalece, portanto, é que o autor nunca fica sujeito aos ônus da sucumbência,
salvo, no caso das associações, se houver má-fé. Assim, se vencido for o MP, ele não deve
pagar honorários.
Mas cuidado, pois há algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça que entendem
que a regra do art. 18 da Lei de Ação Civil Pública é aplicável apenas no processo de
conhecimento. No processo executivo deveria ser aplicada o regramento do CPC.
De acordo com a regra legal, tendo a associação autora agido de boa-fé, o Estado
suportará o ônus da sucumbência. Segundo entende o Superior Tribunal de Justiça (REsp
358828), essa regra não se aplica aos lesados, em suas ações individuais, ainda que baseadas
em título constituído no processo coletivo.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DESPESAS PROCESSUAIS.
ISENÇÃO. ADIANTAMENTO. ARTIGO 18 DA LEI Nº 7.347/85.
PROCESSO DE EXECUÇÃO. NÃO CONHECIMENTO.
1. O artigo 18 da Lei nº 7.347/85 cuida apenas de dispensar o adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, não isentando a parte
vencida do pagamento ao final da causa. Isenta-se, contudo, a associação autora do
pagamento de honorários de advogado, custas e despesas processuais na hipótese de não
litigar de má-fé.
2. Proferida decisão favorável ao autor da ação civil pública, sua execução, levada a efeito
por seu beneficiário individualmente identificado, precisamente porque, já então, está-se
a tutelar direito eminentemente privado, exige o adiantamento das despesas processuais,
na forma estatuída pelo Código de Processo Civil, não se lhe aplicando o benefício
conferido pelo artigo 18 da Lei nº 7.347/85.
3. Recurso não conhecido.
(REsp 358.828/RS, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em
26/02/2002, DJ 15/04/2002, p. 271)
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6. Prescrição e Decadência
A prescrição ocorre quando a pretensão é condenatória (veiculam direito subjetivo
stricto sensu). A decadência, por sua vez, é a perda do direito em ações constitutivas ou
potestativas (direitos-poder). As ações meramente declaratórias, por sua vez, seriam
imprescritíveis (Agnelo Amorim).
As ações coletivas caracterizam-se por veicularem uma terceira espécie de direitos
subjetivos lato sensu: os direitos-deveres, categoria na qual se insere grande parte dos direitos
fundamentais não patrimoniais. As ações que versam sobre esses direitos são
predominantemente mandamentais e executivas lato sensu.
As pretensões coletivas prescrevem?
A lei de ação civil pública não prevê prazo prescricional algum, havendo 3 correntes:
Corrente 1 (minoritária): Édis Milaré entende, tout court, que a ação civil pública é
imprescritível (está no rol de ações perpétuas), pois ela nunca tem interesse patrimonial.
Corrente 2 (majoritária na doutrina): Entende que a prescrição da ação civil pública é
definida pela pretensão de direito material discutida. Assim, a incidência da prescrição
dependeria da aferição da indisponibilidade dos interesses material judicialmente deduzidos.
Corrente 3 (Superior Tribunal de Justiça): Entende que, como não há previsão legal, a
integratividade do microssistema impõe a aplicação do prazo de 5 anos (da lei de ação
popular).
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. EX-PREFEITO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. ART. 23, I, DA LEI 8.429/92.
CITAÇÃO. ART. 219, §§ 2º e 3º, do CPC. SÚMULA 106/STJ.
1. A demanda ajuizada tempestivamente não pode ser prejudicada pela decretação de
prescrição, em razão da demora no cumprimento da citação, atribuível exclusivamente
aos serviços judiciários, ante a ratio essendi do teor da Súmula 106/STJ: "Proposta a ação
no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao
mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou
decadência". Precedentes do STJ: AgRg no REsp 286.297/RS, SEXTA TURMA, DJe
05/05/2008; REsp 704.757/RS, SEGUNDA TURMA, DJe 06/03/2008; REsp 798.827/RS,
PRIMEIRA TURMA, DJ 10/12/2007; e REsp 819.837/RS, PRIMEIRA TURMA, DJ 12/11/2007.
2. In casu, a ação civil pública foi ajuizada no quinquídio exigido pela Lei de Improbidade
Administrativa, uma vez que o mandato eletivo dos demandados, Prefeito e vice-Prefeito,
expirou em 31.12.1996, e a referida ação foi protocolizada em 28.10.2001, sendo
distribuída em 02.01.2002, consoante se infere do voto condutor do acórdão recorrido à
fls. 83/84.
3. Os embargos de declaração são cabíveis quando houver no acórdão ou sentença,
omissão, contrariedade ou obscuridade, nos termos do art. 535, I e II, do CPC, e para a
correção de erro material.
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4. Embargos de Declaração acolhidos para sanar a omissão, nos moldes acima delineados,
e negar provimento ao Recurso Especial, mantendo incólume o acórdão de fls. 206/220.
(EDcl no REsp 911.961/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
10/08/2010, DJe 30/08/2010)
O Superior Tribunal de Justiça, contudo, faz uma ressalva, dizendo que, em duas
situações, a Ação Civil Pública é imprescritível quando discute:
a) PATRIMÔNIO PÚBLICO, a luz do art. 37, § 5º da Constituição Federal. REsp
1.107.833/SP (recente, de 2009). 1
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. ART. 142 DA LEI N. 8.112/91. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. ART.
23 DA LEI N. 8.429/92 (LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LIA). PRAZO
PRESCRICIONAL. EX-PREFEITO. REELEIÇÃO.
TERMO A QUO. TÉRMINO DO SEGUNDO MANDATO. MORALIDADE ADMINISTRATIVA:
PARÂMETRO DE CONDUTA DO ADMINISTRADOR E REQUISITO DE VALIDADE DO ATO
ADMINISTRATIVO. HERMENÊUTICA. MÉTODO TELEOLÓGICO. PROTEÇÃO DESSA
MORALIDADE ADMINISTRATIVA. MÉTODO HISTÓRICO. APROVAÇÃO DA LIA ANTES DA
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 16/97, QUE POSSIBILITOU O SEGUNDO MANDATO. ART.
23, I, DA LIA. INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL ASSOCIADO AO TÉRMINO
DE VÍNCULO TEMPORÁRIO. A REELEIÇÃO, EMBORA NÃO PRORROGUE SIMPLESMENTE O
MANDATO, IMPORTA EM FATOR DE CONTINUIDADE DA GESTÃO ADMINISTRATIVA,
ESTABILIZAÇÃO DA ESTRUTURA ESTATAL E PREVISÃO DE PROGRAMAS DE EXECUÇÃO
DURADOURA.
RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR PERANTE O TITULAR DA RES PUBLICA POR
TODOS OS ATOS PRATICADOS DURANTE OS OITO ANOS DE ADMINISTRAÇÃO,
INDEPENDENTE DA DATA DE SUA REALIZAÇÃO. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO.
IMPRESCRITIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE,
PROVIDO (ART. 557, § 1º-A, CPC).
1. O colegiado de origem não tratou da questão relativa à alegada violação ao art. 142 da
Lei n. 8.112/91 e, apesar disso, a parte interessada não aviou embargos de declaração.
Assim, ausente o indispensável prequestionamento, aplica-se o teor das Súmulas 282 e
356 da Corte Suprema, por analogia.
1
Nota do Residente: No tocante a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito
civil, entendeu o STF, em repercussão geral, ser prescritível essa pretensão (STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 03/02/2016). Importante esclarecer que esse precedente fora construído em um
caso em que a Fazenda Pública buscava ressarcimento de um dano causado por um particular à um veículo do
Estado.
Por isso, CUIDADO! Quanto às ações de improbidade, conforme exposto no julgado do STJ nessa aula,
continua o entendimento no sentido da imprescritibilidade no que tange ao ressarcimento ao erário (STF. 1ª
Turma. AI 744973 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/06/2013) (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1442925/SP,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/09/2014).
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Muito cuidado com o tema referente ao Patrimônio Público e anote-se que, por
enquanto, podemos dizer que a jurisprudência entende o seguinte:
• Ações de ressarcimento decorrentes de ato de improbidade administrativa:
IMPRESCRITÍVEIS (§ 5º do art. 37 da CF/88).
Observação: apesar de já existirem precedentes neste sentido, isso poderá ser alterado
pelo STF que irá novamente apreciar a questão em outro recurso extraordinário. O Ministros
Roberto Barroso e Marco Aurélio, por exemplo, indicaram que irão votar no sentido de que
mesmo as pretensões de ressarcimento nas ações de improbidade são prescritíveis.
• Ações de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil: estão
sujeitas à prescrição (são prescritíveis) (RE 669069/MG).
A consolidação da ação civil pública ocorreu com a Constituição de 1988. Por fim, a
ação civil pública foi potencializada pelo Código de Defesa do Consumidor, lei 8.078/90. Hoje,
a Ação Civil Pública possui previsão em diversos diplomas: Estatuto da Criança e do
Adolescente, Estatuto da pessoa com deficiência (status de emenda constitucional), estatuto
do idoso etc.
Em relação à previsão sumular, merecem atenção as súmulas 643/STF e 329/STJ:
Súmula 643 do STF - O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil
pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
Súmula 329 do STJ - O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública
em defesa do patrimônio público.
O objeto da ACP tem previsão nos artigos 1º, 3º e 11 da Lei de Ação Civil Pública. Com
efeito, a Ação Civil Pública tem por objeto a tutela preventiva (inibitória ou de remoção do
ilícito) ou ressarcitória (moral ou material) dos seguintes bens ou direitos metaindividuais:
a) Meio-ambiente (natural, artificial, cultural e do trabalho);
b) Consumidor;
c) a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
d) Ordem econômica;
e) Ordem urbanística;
f) Honra e dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos (novidade da Lei n.
12.966/2014);
g) Qualquer outro interesse ou direito metaindividual (difusos, coletivos ou individuais
homogêneos);
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº
12.529, de 2011).
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. (Incluído pela Lei nº 8.078 de 1990)
V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
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VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. (Incluído pela Lei nº
12.966, de 2014)
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que
envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se
esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Observação1: Contra ato jurisdicional não se admite ação civil pública. Aquele tem
meios próprios de impugnação.
Observação2: A Ação Civil Pública não pode fazer às vezes de Ação Direta de
Inconstitucionalidade (controle concentrado), embora a inconstitucionalidade de
determinado ato normativo possa ser questão prejudicial. Cabe apenas como meio de
controle difuso.
Observação3: É perfeitamente admissível o manejo de Ação Civil Pública para o fim de
responsabilizar alguém por danos morais causados a quaisquer valores transindividuais de
que cuida a lei.
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PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANOS MORAIS COLETIVOS. É inviável, em sede de ação civil
pública, a condenação por danos morais coletivos. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1305977/MG,
Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/04/2013, DJe 16/04/2013)
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