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Rio Grande
Rio Grande do Sul - Brasil
Abril de 2000
Para minha
esposa,
Thammy
ii
“É minha suspeita de que o Universo não é
apenas mais estranho do que imaginamos, mas
mais estranho do que podemos imaginar”
J. B. S. Haldane
iii
AGRADECIMENTOS
Eu gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos
à Dra. M. Cristina Pinedo, minha orientadora, tanto pelo apoio como pelas
críticas ao longo destes 7 anos de trabalho conjunto;
to Dr. Peter Hale and Rosalie Buck for the help and support (in the laboratory
and in life) while we were in Brisbane;
à banca examinadora (Dr. Carolus M. Vooren, Dr. Jorge P. Castello, Dr. João P.
Vieira e Dr. Antônio M. Solé-Cava) pelas críticas e sugestões;
à todo o pessoal que passou pela Base Oceanográfica (Ricardão “o bão”, Ana
Luiza, Gonzalo, Roberta, Maurício, Garcia, Juliano, o pessoal do Lab. de Benthos e do
Fito e muitos e muito outros) pela diversão e apoio.
iv
ÍNDICE
Página
A GRADECIMENTOS ............................................................................................................... IV
Í NDICE .................................................................................................................................V
RESUMO ............................................................................................................................. VI
SUMMARY ........................................................................................................................... IX
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 1
OBJETIVOS ........................................................................................................................... 9
GERAL:...............................................................................................................................9
ESPECÍFICOS: ......................................................................................................................9
MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................... 10
MORFOLOGIA CRANIANA .......................................................................................................10
ESTIMATIVAS DE IDADE .....................................................................................................11
MÉTODOS ESTATÍSTICOS ...................................................................................................13
DIMORFISMO S EXUAL .......................................................................................................18
VARIAÇÃO COSTA -OCEANO ................................................................................................19
VARIAÇÃO GENÉTICA ...........................................................................................................20
RESULTADOS ...................................................................................................................... 24
MORFOLOGIA CRANIANA .......................................................................................................24
VARIAÇÃO LATITUDINAL ....................................................................................................24
DIMORFISMO S EXUAL .......................................................................................................30
VARIAÇÃO COSTA -OCEANO ................................................................................................31
VARIAÇÃO GENÉTICA ...........................................................................................................33
DISCUSSÃO........................................................................................................................ 36
VARIAÇÃO LATITUDINAL........................................................................................................36
VARIAÇÃO COSTA -OCEANO ....................................................................................................47
CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54
TABELAS ............................................................................................................................ 65
FIGURAS............................................................................................................................ 80
v
RESUMO
considerados adultos, ou seja, com 5 anos ou mais de idade. A idade foi estimada
exemplares nos quais não existiam dentes disponíveis foram utilizados caracteres
fechamento da cavidade polpar dos dentes e separação dos alvéolos dentários. Deste
se observar uma separação entre os exemplares das formas norte e sul. Foi realizada
vi
uma análise de similaridade (ANOSIM), utilizando as mesmas 30 variáveis da análise
Buscou-se dentro da amostra da forma sul uma possível diferenciação dos exemplares
da forma sul foi de 1,1% (DP=1,0%). Uma análise de variância molecular (AMOVA)
entre os exemplares da forma norte (n=4) e da forma sul (n=13) indicou diferenças
vii
Com base nos locais de coleta dos exemplares das duas formas, se sugere que a forma
norte habite águas mais quentes, sob influência da Corrente do Brasil, enquanto que a
forma sul habitaria águas mais frias, influenciadas pela Corrente das Malvinas. A Zona
de Transição Subtropical, na confluência das duas correntes, seria uma posssível área
de contato entre as duas formas. Com base na magnitude das diferenças morfológicas
forma norte só poderá ser definido após o aumento do número amostral. A subespécie
amostral na área de contato das duas formas, e caso necessário ser elevada à
categoria de espécie.
viii
SUMMARY
morphology along the Atlantic coast of South America. To avoid biases due to
ontogenetic variations only skulls considered to be adults were used (at least 5 years
old). Age was estimated by counting growth layers groups (GLGs) in the teeth. For
specimens whose teeth weren’t available, meristic characters were used to estimate
the maturity of the cranium: closure of the cranial sutures; closure of the teeth’s pulp
cavity and separation of the dental alveoli. Therefore 81 craniums were selected for
animals collected to the north and the south of Santa Catarina's state, identified
Santa Catarina (northern form) were smaller than the ones collected south of it
(southern form) in practically all variables. Some variables didn’t follow this pattern,
being larger in the northern form: length of the lachrymal, length of the pterigoyd, the
distance between the vomer and the crest of the occiptal and the anterior and
posterior cranial asymmetries. Covariance analyses, using the length of the cranium as
meristic variables compared between the two forms, significant differences were
observed on the numbers of teeth in the jaws and the form of the pterigoyd notch.
Multivariate analyses comparing the two forms confirmed the separation observed in
separation could be observed between the specimens of the northern and southern
forms. A similarity analysis (ANOSIM) was performed, using the same 30 variables of
the MDS analysis, and statistically significant differences were observed between the
two forms. When comparing males and females in the southern form, the existence of
sexual dimorphism was observed in 11 of 69 metric and meristic variables. Since the
ix
sexual dimorphism could have influenced the comparisons between the geographical
forms, the analyses of MDS and ANOSIM they were re-done, using only non-dimorphic
variables. The results of these analyses still indicated significant differences between
as had been already observed at Eastern Pacific and in Northwestern Atlantic, was
investigated in the sample of the southern form. The presence in the cranium of scars
of the nematode Crassicauda sp. was used as a possible indicator of the origin of the
specimens. Significant differences were observed among the animals with and without
scars in only 7 of 69 metric and meristic variables. However the multivariate analyses
Genetic material was also analyzed for geographic variation, through the
analysis of the mitochondrial DNA of 17 animals. The sequencing of 338 base pairs of
the control region of the mtDNA identified 21 polymorphic sites. Eleven haplotypes
were observed in the sample. The similarity between the specimens was estimated
using the Jukes-Cantor's index and the neighbor-joining method was used to build a
phylogenetic tree. The average distance among the copies was of 2.2% (SD=2.4%),
however the average distance among the southern form specimens was of 1.1%
and southern forms (n=13) indicated significant differences among the two groups.
Based on the collecting sites of the specimens of the two forms, it is suggested
that the northern form inhabits hotter waters, under influence of the Brazil Current,
while the southern form would inhabit colder waters, influenced by the Malvinas
Current. The Zone of Subtropical Transition, in the confluence of the two currents,
would be a possible contact area between the two forms. Based on the magnitude of
the morphological differences and the distribution of the two forms I recommend the
x
use of the subspecies denomination Tursiops truncatus gephyreus for the southern
form. The taxonomic status of the northern form can only be defined with a larger
an increase of the sample in the area of contact between the two forms and, should
xi
INTRODUÇÃO
Ao se comparar grupos de animais de locais distintos, a observação de diferenças entre
1991). Essas variações foram observadas em praticamente todas as espécies animais estudadas,
podendo-se considerar que é um fenômeno universal (Mayr, 1970), e teve um papel central nas
teorias da origem das espécies e dos processos de especiação. Como é comumente aceito que os
processos evolutivos supra-específicos são uma extensão dos eventos que ocorrem no nível de
espécie, as bases da maior parte das teorias evolucionárias residem em inferências feitas a partir
Johnston, 1972).
pode ser separada em dois níveis de discontinuidade: entre indivíduos e entre populações
isoladas reprodutivamente (Mayr e Ashlock, 1991). A variação entre indivíduos de uma mesma
população seria originada por diferenças aleatórias que ocorrem durante o processo reprodutivo.
Por outro lado, comumente se assume que diferenças entre grupos possuem significado
adaptativo (Radinsky, 1985), pois seriam adaptações dos organismos aos seus habitats
específicos. Assim, a diferenciação entre populações é vista como sendo um dos primeiros
estágios do processo de formação de novas espécies, dentro dos modelos de especiação mais
aceitos. Nos modelos que consideram a variação geográfica como um dos primeiros passos na
especiação, existem diferenças com respeito ao nível de fluxo genético aceito entre os locais nos
alopátrico (que não aceita fluxo genético entre as populações em diferenciação) e os modelos de
1
1998). Em todos estes modelos, o isolamento reprodutivo surge como um sub-produto da
existem conceitos que advogam que se um grupo de organismos pode ser diferenciado de outro,
independente do método, então deve ser designado como uma espécie (para uma revisão de
diversos conceitos de espécie ver Mayden, 1997). Foram conceitos como estes que levaram no
exemplar. Muitas destas foram agrupadas posteriormente, por representarem apenas diferentes
Nos cetáceos, Tursiops foi um gênero que não fugiu a essa regra. Desde a segunda
gephyreus, gilli, hamatus, maugeanus, metis, nuuanu, nesarnack obtusus, perniger, parvimanus,
tursio, e truncatus (Hershkovitz, 1966). Philip Hershkovitz em 1966 publicou uma revisão
nomenclatural dos cetáceos, no que ele mesmo definiu como sendo “a primeira tentativa no
últimos 100 anos de examinar criticamente e avaliar o status nomenclatural (...) de cada nome
científico proposto para as baleias atuais”. Neste trabalho o autor só reconheceu como válidas as
espécies Tursiops gilli e T. truncatus, esta última dividida nas subespécies T. truncatus
de uma revisão taxonomica deste gênero. Posteriormente, os cetólogos em sua maioria adotaram
uma visão ainda mais conservadora, considerando apenas uma espécie politípica, voltando a
recomendar a necessidade de uma revisão do gênero (Ross, 1977; Walker, 1981; Klinowska,
1991; Jefferson et al., 1993; Wells e Scott, 1999). Atualmente são aceitas apenas duas espécies:
Estudos sobre a biologia de T. truncatus mostraram que essa espécie pode viver mais de
40 anos, com registros de algumas fêmeas com mais de 50 anos de idade (Wells e Scott, 1999).
2
A idade de maturação sexual parece variar de acordo com o sexo e a região. Na Flórida as
fêmeas maturam entre 5 e 12 anos de idade e os machos entre 10 e 13 anos (Sergeant et al.,
1973; Wells e Scott, 1999). Já na costa leste da África do Sul, as fêmeas maturam entre 9 e 11
anos, enquanto que machos iniciam a puberdade entre 10 e 12 anos, mas a maturidade sexual é
alcançada somente ao redor dos 14-15 anos (Cockroft e Ross, 1990). A maturidade física
(definida pelo fusionamento das epífises cervicais) parece ser similar nos diversos locais onde
foi estudada, ficando entre 12 e 13 anos tanto para a costa leste dos Estados Unidos (Mead e
Potter, 1990; Sergeant et al., 1973) como para a África do Sul (Cockroft e Ross, 1990). A
um padrão que ocorre com diversos cetáceos. Na maioria dos cetáceos, a dificuldade de
não evoluissem tão rapidamente como nos mamíferos terrestres. Contudo, em espécies de
biologia, distribuição e variação intra-específica tem sido alcançado. Embora estudos sobre
variação geográfica tenham sido realizados em poucas espécies, todos tem revelado sua
existência. Em odontocetos foi observada para Delphinus delphis (Heyning e Perrin, 1994),
1995), Phocoenoides dalli (Amano e Miyazaki, 1992), Phocoena phocoena (Gao e Gaskin,
1996; Yurick e Gaskin, 1987), Pontoporia blainvillei (Pinedo, 1991), o gênero Stenella
(Douglas et al., 1992; Perrin, 1975, 1984; Perrin et al., 1991; Schnell et al., 1986) e Tursiops
truncatus (Gao et al., 1995; Ross, 1977; Ross e Cockroft, 1990 e Walker, 1981). Nas últimas
duas décadas, com a utilização cada vez maior de técnicas moleculares, a existência de
variações em caracteres genéticos pode ser observada e quantificada diretamente, e não apenas
inferida a partir de caracteres morfológicos. Para Tursiops foi possível se observar que a
3
separação morfologica identificada entre T. truncatus e T. aduncus também se refletia no DNA
Natureza (IUCN) como uma espécie insuficientemente conhecida (Groombridge, 1993) pois
apesar de algumas populações costeiras terem sido relativamente bem estudadas, não existem
informações para a maior parte de sua distribuição nesse habitat assim como para as populações
oceânicas. Do mesmo modo, a IUCN em seu Plano de Ação para a Conservação de Cetáceos
Aquáticos do Brasil (IBAMA, 1997) colocou como prioridade para T. truncatus a identificação
de estoques. Mesmo nos Estados Unidos, onde grande número de estudos com cetáceos são
realizados, poucos trabalhos (Wells e Scott, 1990 e Scott et al., 1990) foram realizados para
Comissão Baleeira Internacional (IWC), através do seu Comitê Científico, vem recomendando a
vários anos uma revisão global do gênero, devido aos diversos novos estudos que tem sido
1995 e 1996).
Apesar da mortalidade por pesca (captura direta ou indireta) em Tursiops truncatus não
ser expressiva (IWC, 1995), alterações nas artes e/ou áreas de pesca podem rapidamente mudar
esse quadro e tornar a espécie mais vulnerável em relação a essas atividades. Por este motivo,
devido à sua distribuição costeira a espécie é inclúida pela IUCN no grupo de espécies
4
1994). No Rio Grande do Sul, trabalhos anteriores sugerem que a principal causa de mortalidade
de Tursiops seria a natural, devido ao reduzido número de encalhes, quando comparado com
Pontoporia blainvillei, e na maioria dos casos sem marcas de rede e mutilações (Pinedo, 1986 e
1994a). Contudo, a mortalidade por pesca ou poderia ser realmente pequena ou poderia estar
sendo subestimada uma vez que a maioria dos animais são encontrados em avançado estado de
estudos orientados para a identificação de populações são necessários para permitir que medidas
de manejo mais adequadas sejam recomendadas, quer seja em relação a essas capturas quer seja
devido aos crescentes problemas ambientais, como poluição e tráfego marítimo em ambientes
costeiros.
Do mesmo modo em que auxiliam o manejo das populações, estudos sobre o grau de
as variações que podem estar ocorrendo dentro de uma espécie. O estudo de variações
conhecimento da ecologia de uma espécie (Wiig, 1992). Mas deve-se sempre ter em mente que
nem todas as diferenças entre organismos estão diretamente relacionadas a variações ecológicas.
Certos componentes visíveis do fenótipo podem não ser adaptativos, mas sim um sub-produto
no tempo, pode contribuir para fornecer informações sobre estruturas das populações e padrões
distribuição contínua da espécie. Portanto esses estudos podem fornecer maiores informações
(formas locais que devem seus atributos à efeitos seletivos de um determinado ambiente (Mayr
5
tamanho e a forma de certos órgãos tem efeitos sobre o grau de adaptação do organismo ao
ambiente (Wiig, 1992), o estudo das variações morfológicas de uma espécie pode fornecer
informações sobre como as diversas formas de uma espécie, em diferentes partes de sua
estoques é o grau no qual a espécie está subdividida geneticamente (Douglas et al., 1992). Por
características ambientais para se determinar se uma espécie com distribuição contínua exibe
técnicas na pesquisa genética permitiu a definição da estrutura de muitos estoques, mesmo após
se verificar que a análise de dados genéticos é muito mais complexa do que se esperava. O
estrutura intraespecífica das populações. Porém, a definição de unidades de manejo que tenham
diferenças genéticas não seja usada para combinar possíveis estoques (IWC, 1996). Por este
motivo, decisões sobre a separação e combinação de estoques devem ser baseadas em estudos
conjuntos que englobem o maior número possível de métodos (Hoelzel, 1991). Para uma melhor
(IWC, 1996).
6
A grande variedade de condições oceanográficas existentes ao longo da distribuição do
gênero Tursiops na costa atlântica sul americana, somada à grande plasticidade exibida por T.
truncatus em outras áreas, levava a crer que esta espécie apresentaria algum tipo de variação
Cockroft (1990) evidenciaram uma alta correlação negativa entre o tamanho dos exemplares de
América do Sul são similares às observadas no referido trabalho (entre 15o e 25o C), portanto
uma relação similar entre tamanho dos animais e temperatura da água poderia ser esperada
odontocetos em escalas geográficas similares à da costa atlântica da América dos Sul (Walker,
1981; Douglas et al.,1984) ou até menores (Ross, 1977; Yoshida et al., 1995). O levantamento
da variação existente nessa escala será importante ao se fazer estudos globais, pois permitirá a
A prática dos naturalistas do século XIX e início do XX, de definir novas espécies em
base a pequenas diferenças morfológicas observadas, sem considerar quais seriam as possíveis
adotassem muitas vezes um comportamento oposto, mais conservador, agrupando em uma única
observada na África do Sul (Ross, 1977) e na Austrália (Hale et al., 1994, 1999). Em ambos os
casos uma espécie previamente descrita, T. aduncus, foi validada. No gênero Delphinus o
mesmo processo se repetiu, ao se observar que as diferenças entre ecótipos eram da mesma
magnitude exibida entre espécies de outros pequenos cetáceos (Heyning e Perrin, 1994).
Nos poucos locais onde a taxonomia de Tursiops foi estudada também se observou a
existência de dois ecótipos, um costeiro e outro oceânico (Leatherwood e Reeves, 1983). Essas
duas formas foram diferenciadas através de medidas cranianas, morfologia externa, diâmetro
dos dentes, tamanho na maturidade sexual e hábitos alimentares no Pacífico Tropical Oriental
7
(Walker, 1981; Waerebeek et al., 1990), tipos de hemoglobina (Duffield et al., 1983; Hersh e
Duffield, 1990) e mtDNA (Curry et al., 1994 apud Curry e Smith, 1997) no Atlântico Norte
haver uma exploração de recursos diferentes nos dois habitats. Para o Pacífico Tropical
enquanto que a população costeira tem preferência por peixes e invertebrados que habitam a
zona litorânea e sub-litorânea (Walker, 1981). A diferença nos habitos alimentares deve ter
contribuído para as diferenças encontradas pelo autor no diâmetro dos dentes das duas formas.
A existência de diferenças nos parâmetros hematológicos entre as duas formas, tais como
da costa central e sul do Brasil até o centro-sul da Argentina, penetrando em estuários e rios
(Pinedo et al., 1992). A ocorrência de T. truncatus em ambiente oceânico também tem sido
observada (Dalla Rosa, 1998; Sampaio e Reis, 1998; Skaf e Secchi, 1994 e Zerbini et al.,1998).
A identificação de uma forma oeânica só foi realizada de modo tentativo através de padrões de
coloração e forma da nadadeira dorsal na costa de Santa Catarina (Simões-Lopes, 1996). Esses
dados associados à existência de dois ecótipos em outros oceanos fazem com que a hipótese da
1995), o estudo das variações ao longo da costa atlântica sul americana tornou-se necessário.
Não apenas por se tratar de um estudo pioneiro, mas também para contribuir com o
deste. Assim, o presente estudo se propõe analisar as variações geográficas que ocorrem em
8
OBJETIVOS
Geral:
Específicos:
V. Correlacionar os resultados observados nos itens I, II, III e IV, buscando causas
para sua similaridade ou disparidade.
9
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizadas duas metodologias para se observar a existência de variação geográfica
Morfologia craniana
O material amostrado para ser utilizado nas análises morfológicas compreendeu crânios
pesquisa do Brasil, Uruguai e Argentina. No Brasil foram medidos 5 crânios da região Nordeste,
8 da região Sudeste e 133 da região Sul. No Uruguai 7 crânios, na Argentina 11, e 2 de origem
indeterminada, totalizando 166 exemplares (Figura 1, Apêndice 1). O exemplar mais meridional
da amostra foi coletado na Praia de Jericoacoara, no Ceará (3o 43’S, GECC70501), enquanto
que o mais austral foi coletado ao largo do estuário do Rio da Prata, pelo barco de pesca
Plata podem ser mais austrais, uma vez que a única informação de procedência de muitos
exemplares eram referências de que haviam sido coletados entre as cidades de La Plata e Mar
del Plata. Os crânios do Brasil foram coletados entre 1971 e 1999 e os do Uruguai e Argentina
entre 1904 e 1978. O exemplar MACN54113 foi o que possuia a mais antiga data de coleta,
tendo sido coletado em novembro de1904, enquanto que o mais recente foi o exemplar
maturidade craniana que já foi utilizado em outras espécies com sucesso (Perrin e Heyning,
1993). Contudo ao aplicar este critério em exemplares de T. truncatus da costa leste dos Estados
Unidos, Mead e Potter (1990) observaram que a maturidade do crânio é alcançada entre 1 e 6
anos, com uma média de 3,5 anos de idade. Essa grande faixa de variação sugere que não seja
10
adequada a utilização deste critério para T. truncatus. Barreto (1995) analisou o crescimento do
autor observou que a partir dos 5 anos de idade praticamente não há mais crescimento do crânio.
Deste modo utilizou-se para o presente estudo apenas animais com 5 anos ou mais.
Estimativas de Idade
(GLGs, do inglês Growth Layer Groups) na dentina dos dentes. Tais camadas estão presentes
nos dentes de todos os mamíferos (Morris, 1972). Laws (1952,1953 apud Hohn, 1980) sugeriu
útil para este grupo pela ausência de dentes decíduos (Rommel, 1990). Dentre os dentes
disponíveis para cada exemplar escolheu-se os mais retos e com o menor desgaste, independente
de sua localização nas mandíbulas. Em geral apenas um dente de cada exemplar foi utilizado. A
leitura das GLGs foi feita usando cortes finos (20-50 µm) de dentes descalcificados e corados.
ainda completamente calcificados, foram secionados usando-se uma serra Isomet de baixa
mm de espessura e foram feitas paralelas ao maior eixo dos dentes na direção bucal-lingual. O
objetivo deste primeiro corte era permitir uma melhor atuação do descalcificador, sendo que nos
dentes de animais mais jovens isto não foi necessário. Para a descalcificação foi utilizado
11
Os cortes finos foram realizados utilizando-se o micrótomo de congelamento a base de
Oceanografia da FURG. Todos os cortes foram feitos paralelos ao maior eixo dos dentes, sendo
selecionados para leitura os cortes centrais com o intuito de se obter uma maior precisão nas
estimativas de idade (Hohn et al., 1989). Estes cortes foram corados com a solução de
hematoxilina de Harris (Apêndice 2) para melhor evidenciar as GLGs, como sugerido por
crescimento, que podem ser reconhecidas por sua natureza repetitiva cíclica (Perrin e Myrick,
1980). Contudo, a identificação das GLGs em dentes de T. truncatus, assim como em outras
espécies, nem sempre é fácil (Kimura, 1980; Hohn, 1990). Para se evitar, ou minimizar, uma
sub ou sobre estimativa das idades foi seguido o protocolo de Hohn et al. (1989), desenvolvido
especificamente para a análise de dentes dessa espécie. Segundo o mesmo trabalho, quando não
for evidente a identificação da 1a GLG, esta deve ser identificada através da utilização da
comprimento entre a ponta do dente e o final da zona pré-natal. Essa medida deverá ser
considerada como sendo a espessura da 1a GLG, medida após a linha neonatal. Todas as leituras
foram feitas utilizando-se uma lupa binocular com aumento de 10 vezes e quando necessário
estimativas de idade (Figura 2). Deste modo, quando não havia dentes disponíveis para se
realizar a contagem de GLGs, foram utilizados os seguintes critérios para definir a maturidade
cranialmente adultos, através ou da idade ou dos caracteres acima, obteve-se uma amostra de 81
12
Métodos Estatísticos
caracteres cranianos de Tursiops na região sul e sudeste realizado previamente (Barreto, 1995).
As variáveis utilizadas foram originalmente propostas por Perrin (1975) e tem sido amplamente
utilizadas para delfinídeos, abrangendo a maioria dos ossos cranianos. A utilização de medidas
foram incluídas (nos 50 a 54) buscando explorar o potencial do crânio da espécie e que poderiam
ser relevantes na análise das variações. Todos os 76 caracteres e acrônimos utilizados nas
amostral de cada medida. As variáveis que foram medidas em menor número foram as
medidas bilaterais foram obtidas no lado esquerdo, exceto onde especificado o contrário. Todas
A análise dos caracteres cranianos foi feita utilizando-se métodos uni e multivariados.
entre dois grupos empregou-se o teste não-paramétrico U de Mann-Whitney. Optou-se por esse
teste uma vez que se verificou que algumas variáveis não se distribuiam normalmente, através
do teste de Kolmogorov-Smirnov. Como as diversas medidas tem uma relação direta com o
Foi feita uma seleção inicial das variáveis para serem utilizadas nas análises
multivariadas, utilizando-se o critério de Simpson et al. (1960 apud Pinedo, 1991). Estes autores
consideram útil para análises de variação em mamíferos aqueles caracteres que possuem
13
coeficientes de variação (CV) entre 4 e 10%, por observarem que a maior parte da variabilidade
para esse grupo situa-se nesse intervalo. Se extendeu o limite inferior de 4% para 3%, com o
intuito de incluir certas variáveis (tais como o tamanho do crânio) que poderiam ser relevantes.
Nas análises multivariadas primeiro se realizou uma análise exploratória utilizando uma
similaridade (ANOSIM).
espacialmente as proximidades entre objetos, como em um mapa. Assim como a análise fatorial
computacionalmente mais exigente do que a análise fatorial, não há garantias de que o valor de
stress (ver abaixo) alcançado seja o mínimo global e o algoritmo de análise coloca maior ênfase
nas distâncias maiores, não sendo precisa no posicionamento dos pontos mais próximos entre si
(Clarke e Warwick, 1994). Contudo, ao contrário da análise fatorial, a análise de MDS não
pressupõe que exista uma relação linear entre as variáveis, permitindo a extração de um número
menor de dimensões com maior significado (Dillon e Goldstein, 1984). Um outro fator que
pressupostos sobre a distribuição dos dados. A análise fatorial requer que os dados apresentem
uma distribuição normal multivariada, fato raramente respeitado por dados biológicos, enquanto
que a análise de MDS não impõe tais restrições (Clarke e Warwick, 1994).
termos práticos isso implica na obtenção de uma matriz de distâncias entre todos os exemplares,
14
medidas possíveis para se calcular as distâncias entre objetos, optou-se por utilizar 3 medidas. A
utilização de três índices diferentes permitirá avaliar se os resultados obtidos são oriundos de
seguintes medidas de distância: coseno, Manhattan (ou city-block ) média e euclideana média
(ou average taxonomic distance). Estes dois últimos coeficientes são comumente usados como
∑ n (x − xkj )2
1
Eij = ki
k
Nesta equação Eij representa a distância euclidiana entre o i-ésimo e o j-ésimo exemplares, n o
número amostral, xki e xkj o valor da k-ésima variável para os i-ésimo e o j-ésimo exemplares,
por não elevar ao quadrado a diferença entre os exemplares, reduz a importância de “outliers”.
1
M ij = ∑ x ki − x kj
n k
Já a distância do coseno reduz o efeito do tamanho, pois a idéia de “tamanho” está ligada a
distância de um ponto a uma origen, enquanto que “forma” corresponderia à diferença angular
entre vetores (Rohlf, 1998). Ela é medida utilizando-se a equação abaixo, que utiliza a mesma
∑x ki x kj
c ij = k
∑x ∑xk
2
ki
k
2
kj
Nos casos de valores ausentes em alguma variável, a distância entre exemplares era
calculada excluindo-se essa variável para aquele exemplar. Desse modo as distâncias podem ter
15
sido calculadas usando-se tamanhos amostrais ligeiramente diferentes. Isto reforça a
Como todos os coeficientes são sensíveis a variações na escala das variáveis, antes de se
xi − µ
Z= (Zar, 1996)
σ
onde Z representa o valor padronizado, xi o valor bruto, µ a média e σ o desvio padrão. Com
essa transformação as médias de cada variável ficam iguais a 0 e seu desvio padrão igual a 1.
MDS precisa “rearranjar” os objetos para alcançar uma configuração que melhor represente as
gerado pela análise. O coeficiente de stress foi calculado pela seguinte fórmula:
[ ]
φ = ∑ d ij − f (δij )
2
monotônica dos dados originais (δij ). O algoritmo implementado no programa Statistica for
Windows v5.1M (StatSoft, 1998), utilizado para as análises de MDS, busca minimizar a
tenta reproduzir a ordenação por ranks das distâncias ou similaridades originais, sendo por isso
A representação final dos dados pode ser avaliada se está representando bem ou mal as
distâncias originais através do valor de stress. Segundo Clarke e Warwick (1994), valores de
stress até 0,1 indicam uma ótima representação das distâncias entre os casos, entre 0,1 e 0,2
evidenciam uma certa distorção das distâncias porém ainda em níveis aceitáveis, e acima de 0,3
16
Foi realizada também uma análise de componentes principais (PCA), utilizando as
mesmas variáveis da análise de MDS, para se comparar com os resultados obtidos nas duas
análises. A análise de PCA, ao contrário da MDS, não permite que haja falhas na matriz de
dados. Desse modo utilizou-se o método de pairwise deletion para eliminar os exemplares
apenas dos cálculos que utilizem variáveis para os quais faltam dados. Os resultados desta
Apesar de ser útil para representar as distâncias entre os grupos, a análise de MDS não
existência de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos optou-se por uma análise
Warwick (1994). Esta análise foi proposta inicialmente para a comparação da composição de
espécies entre comunidades, sendo uma alternativa para a análise múltipla de variância
(MANOVA). Os autores acima ressaltam o fato de que dados biológicos raramente atendem aos
quando há a separação das amostras em grupos. O teste calcula a estatística R, definida por
R = (rB − rW ) (M 2 )
amostras. Para o cálculo dos ranks entre as similaridades assume-se que a maior similaridade
entre 1 e –1), sendo 0 quando as similaridades dentro de um grupo e entre os grupos são iguais
(a hípotese nula é verdadeira) e 1 somente quando todos os exemplares dentro de um grupo são
mais similares entre si do que com qualquer outro exemplar de outros grupos. Esta estatística é
recalculada após permutações dos exemplares entre os grupos. Se não houver diferença entre os
17
grupos haverá, em média, pouco efeito no valor de R durante as replicações. A significância do
teste é dada referindo-se ao valor observado de R contra a sua distribuição nas permutações.
Formalmente isso significa que somente se t entre T valores simulados de R forem iguais ou
maiores do que o R observado então H0 poderá ser rejeitada com um nível de significância de
Dimorfismo Sexual
analisar a variação latitudinal, isto poderia tanto mascarar (e.g. machos de um grupo maiores do
que fêmeas do outro) bem como acentuar (e.g. o mesmo caso anterior mas com distribuição
esse motivo recomenda-se a análise separada dos sexos, quando houver dimorfismo sexual.
Para Tursiops truncatus três estudos já foram feitos com o objetivo de detectar
dimorfismo sexual. Hersh et al. (1990) analisaram crânios de exemplares da Flórida e não
observaram diferenças significativas entre os sexos. Contudo estes autores utilizaram animais
jovens e adultos em suas análises, o que pode ter mascarado os resultados. Tolley et al. (1995)
um sub-set dos dados utilizados no presente trabalho (Barreto, 1995). Estes resultados poderiam
ser questionados se considerarmos que as amostras do referido trabalho para cada sexo foram
pequenas (8 machos e 8 fêmeas), além de ter agrupado animais do sul e sudeste do Brasil nessas
sofrerá dos mesmos obstáculos descritos acima para a análise de variações geográficas.
18
Mesmo considerando que houvesse dimorfismo sexual para um determinado morfotipo
da área em estudo, não seria estatisticamente recomendado uma análise inicial separada por
sexos, uma vez que somente 27 exemplares foram sexados (15 fêmeas e 12 machos), em toda a
amostra. Deste modo optou-se por inicialmente realizar as análises de variação latitudinal
realizar uma análise de dimorfismo sexual, comparando somente exemplares de cada forma
dimorfismo, as análises de variação geográficas foram refeitas utilizando apenas variáveis não-
dimórficas (neutras).
Variação Costa-Oceano
Uma vez que em diversos locais do mundo foi identificada a presença de formas
costeira e oceânicas de Tursiops truncatus (Curry e Smith, 1997; Hersh e Duffield, 1990;
Hoelzel et al., 1998; Ross, 1977; Waerebeek et al., 1990; Walker, 1981), se buscou a presença
Contudo, uma vez que praticamente todos os exemplares são oriundos de encalhes (excetuando-
se o exemplar FCM1332, capturado por um barco de pesca), não foi possível saber a priori se
provinham de um ou outro habitat. Como ponto inicial para detectar diferenças entre as
essas cicatrizes, enquanto que em 183 animais de origem costeira, apenas 1,6% apresentavam
lesões de Crassicauda sp. (Mead e Potter, 1995). No Pacífico Sul Oriental, costa do Perú, lesões
desse parasita também foram observadas em 68% dos exemplares oceânicos e em nenhum de 4
animais costeiros (Waerebeek et al., 1990). Cicatrizes ósseas similares às descritas por Mead e
Potter (1995) foram observadas nos crânios analisados, e em um exemplar coletado no Rio
19
Grande do Sul foram coletados e identificados exemplares de Crassicauda sp. associados a
essas cicatrizes (A. L. Valente, com. pess.). Contudo, nenhum dos trabalhos que buscaram
variações costa-oceano, realizaram análises separando os animais por sexos ou faixa etária, com
a exceção de Waerebeek et al. (1990) que analisou apenas machos da forma costeira.
No Pacífico Leste, o diâmetro dos dentes foi identificado como sendo a variável que
melhor diferenciava os estoques costeiro e oceânico, com animais costeiros tendo dentes mais
largos do que os oceânicos (Walker, 1981; Waerebeek et al., 1990). No presente trabalho essa
variável também foi analisada, e como a idade não influencia o diâmetro do dente, também
foram utilizados animais jovens para comparações desta variável. A metodologia utilizada foi a
MDS e AnoSim.
Variação Genética
A análise de variações em material genético foi feita utilizando-se a região de controle
polimerase (PCR), que permite a obtenção de grandes quantidades de cópias de uma região
desnaturar-se com o calor e renaturar-se com a diminuição da temperatura, aliada à uma enzima
polimerizadora de DNA capaz de resistir a estas temperaturas. Para fazer com que somente a
região alvo seja amplificada, se utiliza a característica da DNA-polimerase requerer que o DNA
esteja em dupla cadeia para iniciar a duplicação do DNA molde. Então são utilizados primers
segmento que se deseja amplificar. Deste modo a técnica de PCR envolve 3 etapas (Levy e
Sanchez, 1998):
20
2) Hibridização do primer à região adjacente da sequencia alvo após reduçào da
temperatura;
Com a repetição desse ciclo n vezes pode-se aumentar o número inicial de cópias do DNA em
2n vezes.
músculos secos. Tecidos frescos foram preservados em uma solução de DMSO a 20% saturada
com sal (NaCl) ou em EtOH (Amos e Hoelzel, 1991) e mantidas em geladeira enquanto no
–20o C.
O DNA foi extraído das amostras de tecido fresco cortando-se finamente um pedaço de
microcentrífuga que continha 500µl de um tampão para lise celular (20mM EDTA, 40mM
TRIS, 100mM NaCl). Em seguida, proteinase K (10mg/mL, 25µL) e dodecil sulfato de sódio
(SDS, 20%, 25µl) eram adicionados e a amostra incubada a 37o C ao longo da noite (10 a 14h).
Posteriormente o DNA era separado das proteínas através de uma extração a base de
fenol/clorofórmio, seguindo a metodologia descrita por Sambrook et al. (1989). Este método de
extração não obteve sucesso para a extração de DNA dos tecidos secos (músculo e cartilagem).
21
Assim se decidiu utilizar um kit para extração de DNA (QIAamp Tissue Kit, No catálogo 29304,
protocolo do fabricante foi que precedendo o corte das amostras, os pedaços de cartilagem
foram deixados durante a noite em um buffer PBS (Phosphate Buffered Saline) para que
amolecessem.
A ampliação do material genético para as análises foi feita através da polimerase chain
reaction (PCR), tendo-se como alvo uma região de ~1200bp de tamanho do DNA mitocondrial
(mtDNA), usando-se os primers 5’-CET 5 (E. Valsecchi, com. pes.) e 3’-00607 (M.
Elphinstone, com. pess.). A PCR era realizada usando-se 0,5µl de amostra em volumes de
reação de 25µl (0,1 mM dNTP, 50mM KCl, 10mM Tris-HCl, 0,1% Triton® X-100, 0,4 mM de
cada primer, 0,2 µl BSA) e usando-se 1 unidade de Taq DNA polimerase. Os parâmetros de
Temperatura Tempo
Desnaturação Inicial 94o 2’30”
manual desta região, usando-se os primers 5’-15996 (Clegg et al., 1998) e 3’-CMI (Hale e
22
Temperatura Tempo
Desnaturação Inicial 94o 3’
eram secos à 80o C e expostos a filmes de raio-x em temperatura ambiente por períodos de
alinhadas usando-se o programa CLUSTAL W v1.7 (Thompson et al., 1994, Higgins et al.,
1996). Em seguida foi estimada a filogenia através dos haplotipos encontrados, usando-se o
coeficiente de distância de Jukes-Cantor foi utilizado seguindo-se o sugerido por Kumar et al.
(1993) e Nei (1991), uma vez que o número médio de susbtituições por locus foi abaixo de 0,05.
Usou-se como grupo-irmão (outgroup) uma sequência homóloga de Steno bredanensis, uma vez
também para se realizar uma análise de variância molecular (AMOVA, Excoffier et al., 1992),
23
RESULTADOS
Morfologia Craniana
Variação Latitudinal
1), uma análise exploratória inicial dos dados indicou uma diferença no comprimento côndilo-
basal (CONDBAS) entre os animais do norte e do sul da latitude 28o S (Figura 5). Realizando-se
uma regressão linear entre esta variável e a latitude de coleta dos animais foi evidenciada uma
não parece ser gradual, com uma possível descontinuidade no tamanho do crânio entre animais
coletados ao norte e ao sul do estado de Santa Catarina. Com exceção de 3 exemplares, todos os
crânios adultos de animais coletados ao sul deste estado (n=51) possuiam comprimentos
côndilo-basais acima de 553mm, enquanto que ao norte todos (n=14) são menores ou iguais a
541mm (Figura 6). Os animais coletados ao longo da costa de Santa Catarina (n=12) se
Por esse motivo, utilizou-se como hipótese de trabalho a existência de duas formas de T.
truncatus ao longo da costa atlântica sul-americana, uma com distribuição ao norte do estado de
Santa Catarina e outra se distribuindo ao sul deste. Uma vez que Santa Catarina era uma
possível área de encontro das duas formas, análises que comparavam grupos de animais (teste
Análises Univariadas
métricas utilizadas (Tabela 4). As únicas exceções foram para a distância entre o maxilar e o
occiptal (DTMAXXOCC) e para a taxa rostral (TXROS), que não apresentaram diferenças entre
os dois grupos. A ausência de diferença de DTMAXOCC entre os grupos pode ser explicada
24
pelo fato de que esta variável apresentou grande variabilidade dentro de cada grupo (Coeficiente
de Variaçãosul =39%; CVnorte=40%). Já TXROS é uma razão entre o comprimento do rostro e sua
largura na base, e a ausência de diferença indicaria que a proporção entre essas duas medidas se
Os crânios dos exemplares coletados ao sul do estado de Santa Catarina (forma sul) são
maiores do que os coletados ao norte deste (forma norte), portanto ao se comparar as médias de
cada variável entre os dois grupos se observa que na forma sul os valores são maiores do que na
forma norte, como seria de se esperar (Tabela 4). Contudo, 5 variáveis apresentaram diferenças
significativas entre as duas formas mas suas médias foram maiores nos exemplares da forma
assimetria craniana posteior (ASSPS). As duas últimas variáveis são razões entre duas medidas
tamanho dos crânios. A coincidência de ambas medidas serem menores nos animais ao sul
poderia indicar uma menor assimetria no crânio da forma ao sul. Contudo na distribuição dos
dados, observa-se que na verdade em ambos os casos a forma norte apresenta uma amplitude
maior de valores, enquanto a forma sul se restringe ao limite inferior desta amplitude. Já
CPLACRI, CPPTER e DTVMROCC são medidas diretas, e suas reduções com o aumento do
tamanho do crânio estariam indicando uma diferenciação entre o tamanho proporcional destas
variáveis entre as duas formas. A amplitude dos valores destas é similar nos dois grupos.
dois grupos, e não apenas diferenças no tamanho absoluto dos crânios. Das 58 variáveis
25
(Alimentar, Visual, Auditivo, Caixa Craniana e Respiração e Produção de Sons, sensu Perrin,
1975), pode-se observar que as diferenças não se concentram em um ou outro aparato, estando
SUTURAS) não foram utilizadas para as comparações entre as formas pois elas continuam se
independentes da idade, permitiram o uso de animais jovens e adultos nas análises. Através do
mandíbulas em ambas as formas, com um maior número na forma norte (Tabela 6, Figura 7).
menores diâmetros dos dentes. A comparação dos diâmetros dos dentes de 5 exemplares da
forma norte com 50 da forma sul comprovou essa suposição (Média sul =9,35mm, DP=0,57;
Média norte=7,37mm, DP=0,44). Também se observou que os exemplares da forma sul possuem a
Análises Multivariadas
Todas as variáveis que em ambos os grupos possuiam CVs entre 3% e 10% foram
utilizadas nas análises, o que resultou na seleção de 35 variáveis. Uma variável adicional
(distância entre o vômer na abertura dorsal das narinas à crista occiptal, DTVMROCC), foi
incluída apesar de possuir CVs de 14% e 19% nas formas norte e sul, respectivamente, uma vez
que visualmente parecia haver uma grande diferença entre as duas formas (Figuras 8 e 9). Além
disso foi uma das 3 variáveis que apresentou maiores valores na forma norte apesar do menor
tamanho do crânio para esta forma. Para se aumentar o número amostral, foram excluídas as
pterigóide (em vários exemplares esses ossos estavam danificados). Deste modo foram
26
ALCXCRAN CPINTCON CPROST LGNASFR LGROST12
ALROST12 CPLACRI CRANMED LGPAR LGROST14
ALROST14 CPLDSUP DTVMROCC LGPARSOC LGROST34
CONDBAS CPORBIT LGFOSS LGPMAXN LGROSTB
CPCXCRAN CPROSNEX LGNARDOR LGPOSORB LGZIGO
CPFOSS CPROSPTR LGNARVEN LGPREORB TXROS
euclideano médio, Manhattan médio e coseno (Apêndice 3), se realizou a análise de MDS. Em
cada caso se extrairam duas novas dimensões, e em cada uma delas os valores de cada exemplar
entre os animais da forma norte e da forma sul, com os exemplares coletados em Santa Catarina
se distribuindo entre as duas formas. A separação dos dois grupos através de diferentes
coeficientes é uma indicação de que a separação é real e não um artifício do método. Como os
evidenciado pelo menor valor de stress, é provável que o tamanho do crânio tenha sido o maior
causador das diferenças observadas. Mas uma vez que houve a separação dos dois grupos,
também com o coeficiente do coseno, com um valor aceitável de stress de 0,15, a separação das
coseno indicaram diferenças entre os animais das duas formas, realizou-se uma análise
discriminante com o intuito de gerar funções capazes de separar os exemplares entre elas. As
mesmas 30 variáveis utilizadas na análise de MDS foram utilizadas para a análise discriminante.
programa selecionando a cada passo a variável que mais contribua para a discriminação entre os
lambda=0.04708, n=53, Tabela 7). Contudo um modelo que utilize 15 medidas não é útil na
prática, pois exemplares danificados teriam uma grande chance de não poderem ser
classificados. Assim se aumentou o parâmetro F-to-enter para 5,00 o que diminui a tolerância
27
do algoritmo de seleção para a redundância das variáveis incluídas. Isto resultou em um modelo
com uma precisão ligeiramente menor (96,97% de acerto, Wilks Lambda=0,18278, n=57) e
Para utilizar estas funções deve-se tomar as medidas de um exemplar e inseri-las em ambas
exemplares entre os dois grupos, e as probabilidades de classificação foram altas ou para uma
ou para outra forma (Apêndice 3), sem se evidenciar exemplares intermediários. Isto seria uma
indicação de que essa seria uma área de sobreposição das duas formas. Houve a classificação de
5 dos 11 animais coletados em Santa Catarina como pertencentes à forma norte. Plotando-se os
locais onde estes animais foram coletados é possível notar que os animais classificados como
classificados como forma sul principalmente no centro-sul (Figura 11). Dos 54 crânios
indeterminado.) foram classificados como pertencendo à forma norte. O aspecto geral dos
crânios destes 2 exemplares é visualmente diferente do restante da amostra sul, e para um deles
(LMM1827) foi coletado material para análise genética, na qual se distanciou dos outros
animais da forma sul (ver abaixo). O exemplar MDLP1567, assim como a maior parte dos
coleta. Contudo, o curador da seção de mamíferos (Dr. Diego Verzi) informou que
provavelmente haviam sido coletados na margem argentina do estuário do Rio da Prata, entre as
cidades de La Plata e Mar del Plata. Assim para efeitos de análise todos os exemplares sem
28
registro específico do local de coleta depositados naquele museu foram considerados como
tendo sido coletados entre essas duas cidades. Por este motivo não se pode ter certeza do local
exemplar LMM1466 foi coletado no litoral norte do Rio Grande do Sul (48km ao norte do Farol
de Mostardas) e o aspecto geral do crânio é intermediário entre as duas formas. Este mesmo
exemplar também se distanciou dos outros exemplares da forma sul na filogenia criada a partir
do mtDNA (ver abaixo). Já o exemplar USP19910 não tinha registros sobre o local aonde havia
sido coletado. Como o Museu de Zoologia da USP possui em sua coleção exemplares de todo o
Brasil, não é possível sequer estimar seu provável local de origem. Como ambos exemplares se
agruparam com outros espécimes da forma norte nas análises de MDS, a sua baixa
probabilidade de classificação nessa forma pode ter sido causada ou por uma falha nas funções
intermediárias.
a geração da matriz de distâncias, uma vez que esse foi o coeficiente para o qual a análise de
MDS obteve o menor coeficiente de stress. Em todas as análises foram feitas 5000 replicações
norte e ao sul do estado de Santa Catarina, observando-se diferença significativa entre as duas
Santa Catarina identificados como da forma norte pela análise discriminante (n=10). Os
resultados da ANOSIM para esta comparação apoiaram a semelhança entre os dois grupos
(p=0,20; R global=0,055). Da forma sul separou-se a amostra entre animais coletados no Rio
29
exemplares identificados pela análise discriminante como pertencentes à forma norte. Os
resultados da análise indicam a similaridade entre estes dois grupos (p=0,14; R global=0,074).
Após a separação entre os dois grupos alguns crânios de cada grupo foram re-
examinados com o intuito de identificar caracteres merísticos capazes de separar as duas formas.
O aspecto geral do crânio das duas formas difere em diversos aspectos (Figuras 12, 13 e 14) e se
observou que a forma dos pterigóides apresentava diferenças entre as duas formas, sendo bem
homogênea entre os animais da forma norte e apresentando uma menor separação entre esses
ossos quando comparados a exemplares da forma sul (Figura 15). Nesta forma há uma maior
separação entre os pterigóides e a forma destes é mais variável. Mesmo assim, nesta forma há
uma maior inclinação do bordo posterior com relação ao eixo antero-posterior do que na forma
norte. Nesta última em alguns exemplares o bordo posterior do pteriogóide se encontrava quase
perpendicular com o eixo antero-posterior, fato que não foi observado em nenhum exemplar da
forma sul. O aspecto geral deste ossos parece ser estável ao longo do desenvolvimento dos
animais, não parecendo haver alteração ao longo do crescimento. Deste modo, essa seria uma
característica útil na separação das duas formas independente da idade dos animais. Uma
inspeção visual dos crânios dos exemplares imaturos de T. truncatus para avaliar esta variável
foi conduzida, assim como para avaliar a distância do vomer ao occiptal. Isto resultou na
MDLP 1564 (todos de sexo indeterminado). Como as funções discriminantes foram geradas
para exemplares cranialmente maduros, não foi possível utiliza-las para confirmar a
Dimorfismo Sexual
Após terem sido identificadas as duas formas, se partiu para uma identificação de
variáveis que pudessem exibir dimorfismo sexual dentro de cada grupo. Uma vez que a forma
30
indeterminados), as comparações entre sexos foram realizadas somente na forma sul (9 fêmeas,
10 machos e 40 indeterminados).
dimorfismo sexual em 11 das 70 variáveis analisadas (Tabelas 8 e 9). Mesmo nos casos onde
não se observou diferenças significativas, a média dos valores dos machos em todas as variáveis
De posse da informação sobre as variáveis que exibiam dimorfismo sexual na forma sul,
a análise de variação geográfica foi refeita utilizando apenas as variáveis não-dimórficas, para
eliminar possíveis diferenças relacionadas ao sexo. Das 30 variáveis utilizadas para a geração
replicações). Isto indica que as diferenças observadas entre as formas norte e sul não foram
Variação Costa-Oceano
Após a identificação das formas norte e sul, analisou-se a variação existente dentro da
forma sul, com o intuito de se tentar identificar a possível existência de estoques costeiros e
oceânicos. Somente a forma sul foi analisada devido ao número relativamente pequeno de
31
crânios adultos da forma norte. Foram incluídos nesta amostra os exemplares de Santa Catarina
que foram identificados pela análise discriminante como pertencentes à forma sul.
Análises Univariadas
significativas (p<0.05) entre os dois grupos (Tabela 10 e 11). Em todas elas o grupo sem
como a melhor variável na separação de animais costeiros e oceânicos no Pacífico Leste) não
apresentou diferenças significativas entre animais com e sem cicatrizes de Crassicauda. Deste
modo é possível que as comparações anteriores entre os possíveis estoques costeiro e oceânico
Análises Multivariadas
Similar à análise de variação latitudinal, aplicou-se o critério de Simpson (et al., 1960,
apud Pinedo, 1991) para os dois grupos (com e sem cicatrizes), e selecionou-se as variáveis que
exibiam CVs entre 3 e 10% em ambos os grupos. Para se aumentar o número amostral foram
foram excluídas as variáveis que apresentaram dimorfismo sexual. Isso resultou na seleção de
29 variáveis:
32
CPROST CPROSPTR LGPMXPSD CPINTCON
LGROSTB LGPREORB LGPAR CPLDSUP
LGROST14 LGPARSOC ALCXCRAN CRANMED
LGROST12 LGNARDOR LGFOSS MOVNAR
ALROSTB LGNARVEN CPORBIT TXROS
ALROST34 LGPMXAND CPLACRI
LGPMAX12 CPNARE CPPTER
LGPMAXN CPNARD LGNASFR
variação latitudinal. A análise de MDS feita a partir destas distâncias não exibiu diferenças entre
A matriz de distâncias gerada pelo coeficiente de Manhattan foi utilizada para a análise
cicatrizes no crânio. O resultado da análise rejeita a hipótese de que ambos os grupos sejam
Variação Genética
Dos 18 exemplares dos quais foi possível extrair DNA das amostras de tecido, 17 foram
nucleotídeos não foi possível entre as posições 290 e 324, devido a problemas nas
foram identificados 11 haplotipos diferentes, com uma diversidade genética relativamente alta
Mesmo sabendo-se que o pequeno número amostral reduziria o poder dos testes
estatísticos, se realizou uma análise de variância molecular (AMOVA, Excoffier et al. 1992),
33
LMM1827 (RS), como representando a forma norte, e os 13 restantes como pertencentes à
forma sul. Os dois primeiros exemplares não foram incluídos na análise morfológica, uma vez
que somente amostras de tecidos estiveram disponíveis. O exemplar MN52810 foi coletado no
Rio de Janeiro e o exemplar PM014 na Bahia. O exemplar LMM1827 foi coletado no Rio
Grande do Sul, mas foi identificado morfologicamente como sendo da forma norte. O exemplar
LMM1466 foi removido da AMOVA uma vez que a classificação através das funções
resultados da AMOVA indicam que 63,8% da variância da amostra é gerada dentro dos grupos
e que apenas 36,2% é causada por diferenças entre os grupos. Entretanto, a diferença entre os
forma norte e a forma sul, uma vez que todos os exemplares da forma sul se agruparam em dois
clades com 74% (clade A) e 85% de suporte (clade B, Figura 18), sem mistura de exemplares da
(Tabela 14), observa-se que a distância média entre todos os exemplares foi de 2,2%
cai para 1,1% (DP=1,0%), e entre os exemplares da forma sul e norte a distância média é de
2,3% (DP=0,9%).
haplotipo D (Tabela 12) foi o mais comum da amostra, estando presente na maior parte dos
animais do clade A. Ao se observar a distribuição dos locais de coleta dos animais dos dois
clades (Figura 19) pode-se ver que 3 animais (2 fêmeas, um de sexo indeterminado) do clade B
foram coletados relativamente perto da saída da Lagoa dos Patos, enquanto que os animais do
clade A se distribuiram por uma área maior, um deles tendo sido coletado na Argentina
34
(MDLP1568). Devido ao pequeno número amostral não se pode excluir a possibilidade dessa
distribuição ter sido por acaso. Contudo uma possível hipótese é de que o clade B represente
uma população de golfinhos que resida nesta lagoa. Como a transmissão do mtDNA é feita
exclusivamente pelo lado materno e uma vez que os grupos de T. truncatus são matrilineares e
os machos são geralmente aqueles que se dispersam (Scott et al., 1990), é possível que somente
as fêmeas exibam este padrão genético. Para avaliar se o mesmo acontece com os machos seria
necessário se analisar algum marcador genético nuclear. Apesar de ser ter tentado amplificar
microsatélites, o pequeno número nos quais se obteve bons produtos impediu qualquer análise.
35
DISCUSSÃO
Variação Latitudinal
A observação de diferenças de tamanho craniano entre os exemplares adultos de
Tursiops truncatus situados ao norte e ao sul do estado de Santa Catarina segue o padrão
observado para outras espécies de mamíferos, tanto terrestres como aquáticas, quando são feitas
comparações latitudinais. O mesmo padrão já havia sido observado para outras espécies de
pequenos cetáceos, tais como Pontoporia blainvillei (Pinedo, 1991), Phocoenoides dalli
al. (1995) encontraram diferenças marcantes no tamanho total e craniano de Tursiops sp. em
águas costeiras chinesas, com maiores exemplares em águas mais frias ao norte. Ainda em
Tursiops, o padrão de maiores tamanhos em regiões mais frias foi observado ao redor da
Austrália (Ross e Cockroft, 1990) e para T. aduncus e T. truncatus quando comparados entre os
oceanos Atlântico, Índico e Pacífico (Barreto et al., em prep. a). Para o Brasil a existência deste
padrão já havia sido proposta por Barros (1991), que ao analisar dados de comprimentos
O padrão de animais menores em regiões mais quentes e maiores em regiões mais frias,
foi o gerador de uma das mais conhecidas regras ecogeográficas: a regra de Bergmann. Regras
variações no ambiente. A regra de Bergmann foi descrita pela primeira vez por C. Bergmann em
1847 e pode ser enunciada como “em vertebrados de sangue quente, raças de climas mais frios
tendem a ser maiores do que raças da mesma espécie que vivem em climas mais quentes”
(Mayr, 1970). Apesar dessa regra não ser uma “lei” e nem todas as espécies a seguirem, no
presente trabalho foi observado em T. truncatus, com os crânios adultos da forma norte (águas
mais quentes) sendo maiores do que os da forma sul (águas mais frias). Supondo-se que a
proporção entre tamanho do crânio e tamanho corporal seja mantida entre as duas formas, é de
36
se supor que os exemplares da forma sul sejam maiores. Assumindo-se que a maturidade física
pós-craniana da espécie no Atlântico Sul seja atingida entre 12 e 14 anos, tal como ocorre na
costa leste dos Estados Unidos (Mead e Potter, 1990; Sergeant et al., 1973) e África do Sul
(Cockroft e Ross, 1990). Alguns dados disponíveis sobre o comprimento corporal externo dos
animais amostrados parecem apoiar essa hipótese. O exemplar UFSC1252 (sexo indeterm.) com
pelo menos 12 anos de idade (cavidade polpar fechada) mediu 2,86m, enquanto que a média de
3 machos da forma sul foi de 3,53m (DP=0,32m.) e a de 6 fêmeas foi de 3,16m (DP=0,18m),
animais maiores teriam vantagens em climas frios uma vez que a quantidade de calor produzida
por um organismo é proporcional ao seu volume e a perda do calor é proporcional a sua área.
Como animais maiores possuem uma taxa de volume/área maior do que em animais menores,
eles perderiam proporcionalmente menos calor. Essa interpretação da regra de Bergmann já foi
questionada através dos argumento de que o isolamento térmico fornecido pelo espessamento da
McNab (1971) também criticou a interpretação clássica da regra de Bergmann observando que a
perda absoluta de calor é maior em indivíduos maiores, o que aumenta as suas necessidades
energéticas.
primária (Rosenzweig, 1968) e a sazonalidade (Brodie, 1975; Boyce, 1979; Lindstedt e Boyce,
1985). A primeira considera que haveria uma seleção para os maiores tamanhos que pudessem
ser suportados pela produtividade local (maiores corpos precisam de maior quantidade de
armazenamento de reservas). Esta última teoria foi considerada como sendo a causa mais
37
provável de variações no tamanho do lince, Lynx rufus, (Wigginton e Dobson, 1999) e da baleia
fin, Balaenoptera physalus, (Brodie, 1975). No presente caso há uma grande diferença na
sazonalidade das presas (Rossi-Wongtchowski e Paes, 1993; Castello, 1998; Haimovici, 1998) e
(Odebrecht e Garcia, 1998; Brandini et al., 1997). Portanto, pode-se ver que os fatores causais
de ambas as hipóteses estão presentes, mas evidenciar quais delas tem maior influência não é
possível com os dados atuais. O mais provável deve ser que nenhuma destas hipóteses seja a
única responsável e sim que todas tenham contribuído para o padrão observado.
ao sul do estado de Santa Catarina foi similar ao observado para Pontoporia blainvillei. Pinedo
(1991) observou a existência de duas formas geográficas nesta espécie, com uma forma norte
tendo tamanhos menores e se distribuindo do Rio de Janeiro até Santa Catarina, e uma forma sul
com distribuição do Rio Grande do Sul à Argentina. Análises da região de controle do DNA
exemplares (10 do Rio de Janeiro e 10 do Rio Grande do Sul) foram observados 11 haplotipos,
sendo que nenhum deles era compartilhado entre as duas formas (Secchi et al., 1998). Apesar
dos autores não terem utilizado animais da região entre as duas áreas amostradas (impedindo
que se definam os limites das duas populações) se considerarmos as duas formas geográficas
observadas por Pinedo (1991) há indícios de prováveis diferenças a nível genético entre as duas
formas geográficas. No presente trabalho ao se observar que os dois morfotipos da forma norte e
paralelo da situação observada para P. blainvillei. Para Sotalia fluviatilis, outra espécie comum
de golfinho costeiro, Santa Catarina é o limite sul de sua distribuição no Atlântico Sul Ocidental
(27o 35’S; Borobia, 1989). Os resultados acima sugerem que, ao menos para cetáceos costeiros,
esta área possua características que a tornam um divisor ecológico. Uma das possíveis causas
para isto seria a temperatura da água no inverno, que nesta região gira em torno dos 18o C e que
mais ao sul (além dos 32o S) cai para 15o C (Piola et al.., no prelo).
38
Com os dados disponíveis buscou-se definir melhor a provável área de distribuição das
duas formas analisando mais cuidadosamente os locais de coleta dos animais amostrados. Todos
os 22 exemplares amostrados ao norte de Santa Catarina (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Paraíba e Ceará) foram classificados como pertencentes à forma norte. Em Santa Catarina, as
datas de coleta dos 5 exemplares da forma norte se concentraram entre o final da primavera e o
verão (novembro a fevereiro), com um único caso (UFSC1252) coletado em agosto em São
Francisco do Sul, no extremo norte do estado. Já os exemplares da forma sul coletados mais ao
norte foram coletados na Ilha de Santa Catarina, em diversas estações do ano. De 122 crânios
(maduros ou não) coletados no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai apenas 5 exemplares
foram classificados (por caracteres métricos e/ou merísticos) como pertencendo à forma norte,
todos os restantes foram classificados como pertencendo à forma sul. Para os 3 exemplares do
Museo de La Plata não se tem a data ou local de coleta, mas para os dois exemplares do
Apesar do presente estudo não haver incluído animais do centro e sul da Argentina, a
relativa homogeneidade das condições oceanográficas da área entre 35o e 45o S (Piola et al., no
prelo), sugere que a ocorrência da forma sul possa se extender mais ao sul, além da região do
estuário do Rio da Prata. Sendo assim, seria plausível um cenário no qual a forma sul ocorresse
preferencialmente nas águas mais frias da Corrente das Malvinas e da convergência subtropical,
se distribuindo ao longo de todo ano desde o centro-sul da Argentina até a região da Ilha de
Santa Catarina. A convergência subtropical se extende até os 28o 40’S (Seeliger e Odebrecht,
1998), corroborando com o limite setentrional de distribuição da forma sul. Por sua vez, a forma
norte teria preferencialmente uma distribuição em águas mais quentes, sob maior influência da
corrente do Brasil, ocorrendo até o limite norte da convergência subtropical, no norte do estado
Malvinas, entre 30o e 35o S, flutua sazonalmente para norte e para sul, arrastando consigo as
39
faunas tropicais e temperadas ao longo da zona nerítica do sul do Brasil (Sharp, 1988). Os
limites aonde ocorrem alterações nas comunidades marinhas consequentemente se movem com
as estações. Animais nectônicos costumam seguir essas alterações mais prontamente, enquanto
ambiente ao seu redor (Alee e Schmidt, 1951). Por isso a presença ocasional de T. truncatus da
forma norte no Rio Grande do Sul e no centro-sul de Santa Catarina durante a primavera e o
verão pode representar uma expansão sazonal da distribuição da forma norte, acompanhando as
águas mais quentes da Corrente do Brasil. A presença de alguns exemplares da forma norte no
litoral do Rio Grande do Sul (LMM1827, LMM2216) e talvez até mais ao sul (MDLP1567)
parece indicar que o limite geográfico sugerido acima não seja absoluto. Tursiops truncatus é
área que foram posteriormente avistados em localidades a mais de 300km de distância (Möller
et al., 1994; Wells et al. 1990). Deste modo, é possível a presença ocasional de exemplares da
forma norte em águas mais ao sul. A não obervação de exemplares de T. truncatus da forma sul
coletados no Paraná ou mais ao norte poderia estar relacionada a um menor esforço amostral
Fernando Lahille descreveu no início do século XX (Lahille, 1908) uma nova espécie
do gênero Tursiops, baseado em apenas dois exemplares, um macho e uma fêmea, que haviam
sido capturados no estuário do Rio da Prata. A esta espécie ele atribuiu o nome de Tursiops
gephyreus (Lahille, 1908), pois a considerava muito semelhante a Sotalia gadamu, e γεφυρη
(“gephir”) significa “ponte”. Sotalia gadamu foi posteriormente considerada por Hershkovitz
(1966) como sendo sinonímia de Tursiops truncatus aduncus, subespécie que englobaria
Oceano Índico e margem oeste do Pacífico (Rice, 1998). Lahille (1908) descreve as seguintes
40
2. Pterigoideos. Borde posterior de la apófisis casi perpendicular al eje longitudinal (T.
3. Pterigoideos. Su cresta es más larga que la cresta palatina (T. tursio); menos larga
(T. gephyreus).
puderam ser identificadas neste trabalho, mas as de nos 1, 2 e 7 foram previamente identificadas
neste trabalho como diferentes entre as formas norte e sul. Apesar de apenas 5 dentes terem sido
medidos na forma norte, todos foram sem exceção mais estreitos que da forma sul. Do mesmo
modo, a forma dos pterigóides e o contato entre estes também foram diferentes entre as duas
formas. A descrição das características acima feita por Lahille (1908) para T. gephyreus se
por Lahille como T. gephyreus (MACN54113) foi amostrado neste trabalho (o macho foi
infelizmente perdido; H. P. Castello, com. pes.), e em todas as análises foi classificada como
exemplares fisicamente adultos de Tursiops da Argentina (n=20) e sul do Brasil (n=17) concluiu
que os exemplares de ambas as regiões deveriam ser incluídos em um único taxon. Esta mesma
autora, baseando-se em dados bibliográficos, afirmou que este taxon era diferente de outras
espécies de Tursiops e que a denominação T. gephyreus era válida. A pergunta que deve ser
O conceito de espécie ainda é muito debatido entre taxonomistas, havendo pelo menos
41
existentes, a escolha de uma única definição de espécie que se aplique a todos é uma tarefa
Espécie: “Espécies são grupos de populações naturais endocruzantes que se encontram isoladas
reprodutivamente de outros grupos similares” (Mayr, 1970). Este conceito já foi muito criticado,
(Mayden, 1997). Contudo, para mamíferos atuais é um conceito que apresenta uma boa base
teórica para o diagnóstico de espécies (Corbet, 1997). Mesmo quando não existam dados diretos
reprodutivo.
entre animais adultos das duas formas, e indícios de diferenças genéticas, ao menos no DNA
mitocondrial. Novamente deve-se ressaltar que como estas análises foram feitas com base no
1980). Para o macaco rhesus (Macaca mulatta) foi verificado que a estrutura populacional
exibida por material genético nuclear e mitocondrial eram extremamente diferentes. Melnick e
DNA nuclear é exatamente o oposto, justamente por haver nessa espécie uma grande filopatria
materna enquanto que virtualmente todos os machos deixam os grupos natais nos quais
nasceram (Sade, 1972 apud Melnick e Hoelzer, 1992). Para cetáceos se supõe que a situação
seja semelhante e, de fato, já se evidenciou através de dados genéticos que os machos são os
Norte (Palumbi e Baker, 1994), belugas, Delphinapterus leucas (O’Corry-Crowe et al., 1997) e
42
cachalotes, Physeter catodon (Lyrholm et al., 1999). Contudo, esse padrão não pode ser
generalizado pois foi observado que tanto para baleias-piloto, Globicephala melas, como para
Orcinus orca os machos adultos permanecem em seus grupos natais tanto quanto as fêmeas
Tursiops truncatus parece seguir o padrão geral dos cetáceos. Foi observado na baía de
Sarasota, Flórida, que os grupos de fêmeas adultas formam a parte mais estável da comunidade
(Scott et al., 1990). Nesta comunidade, a medida que crescem, os machos são encontrados em
grupos cada vez menores, até atingirem à maturidade sexual quando passam a se associar a
grupos de fêmeas adultas, como adultos potencialmente reprodutivos (Scott et al. 1990; Wells e
Scott, 1999). Deste modo, ao menos nesta comunidade, os machos seriam responsáveis pelo
intercâmbio genético entre os grupos. Caso esse padrão possa ser generalizado para a espécie é
provável que a filogenia estimada neste trabalho represente apenas as linhagens maternas.
(Dizon, et al., 1991), 1,8% entre Eubalaena glacialis e E. australis1 (Schaeff et al., 1991) e
1,09% entre Delphinus delphis e D. capensis (Rosel et al., 1994). No gênero Tursiops foram
mtDNA de exemplares das formas norte e sul, são similares aos valores encontrados por
pacífica dos EUA, e aos observados por Hoelzel et al. (1998) ao comparar a região de controle
1
Atualmente estas duas espécies são consideradas como Balaena glacialis glacialis e B. glacialis
australis, respectivamente (Rice, 1998).
43
As amostras de DNA para a forma norte foram oriundas de apenas 2 exemplares
encalhados no Rio de Janeiro e Bahia e 2 no Rio Grande do Sul, havendo apenas uma amostra
de Santa Catarina (Figura 18, Clade A, #EL12_SC). Sendo a última uma área de provável
sobreposição das duas formas, um levantamento da variabilidade genética dos animais presentes
duas formas e, caso exista, sua intensidade. Do mesmo modo, com um aumento do número
amostral da forma norte o distanciamento filogenético observado entre as duas formas poderia
existência de separação morfológica e genética entre as duas formas foi o fato do exemplar
LMM1827 (classificado morfologicamente como da forma norte) ser mais semelhante aos
haplotipos da forma norte, apesar de ter sido coletado no Rio Grande do Sul. Isto sugere que
mesmo os exemplares da forma norte com distribuição mais ao sul exibiriam divergências
sul, mas com probabilidades relativamente altas para as duas formas. O aspecto geral do crânio
deste espécime é intermediário entre as duas, mas apresentou diferenças genéticas relativamente
altas quando comparado aos exemplares da forma sul. Isto poderia sugerir que este exemplar
fosse um possível híbrido entre as duas formas, com mãe da forma norte.
mesmo estando aquém do ideal, fornece um maior poder às análises estatísticas. Mesmo que não
houvesse nenhum isolamento reprodutivo das formas, a separação geográfica entre ambas
poderia causar o surgimento de pequenas variações entre elas. Diferenças clinais entre
populações separadas espacialmente podem surgir como resultado da interação entre as forças
seletivas, que tendem a tornar cada população mais adaptada ao seu ambiente local, e o fluxo
gênico, que tende a homogeneizar todas as populações de uma espécie (Mayr, 1970). Contudo, a
clara separação observada na relação entre tamanho do crânio e o comprimento do vértex, nas
análises de MDS e em diferenças visuais na forma dos pterigóides sugerem uma separação
reprodutiva entre as duas formas. Se houvesse intergradação entre elas seria de se esperar que
44
fossem observadas formas intermediárias e o surgimento de clinas, o que não foi observado
neste estudo. Clinas são caracterizadas por mudanças graduais ao longo de uma área geográfica
(Mayr e Ashlock, 1991). Por isso o fato de espécimes do Paraná serem morfologicamente mais
semelhantes a espécimes do Ceará do que do Rio Grande do Sul (Figuras 9, 10 e 15), reforçam a
ambas as formas em Santa Catarina, observa-se que pelo menos entre novembro e fevereiro elas
hibridização devem ser tratadas como espécies separadas se o diagnóstico for feito com base a
diversos caracteres ou por um único caracter na condição de que a amostragem tenha sido
intergradação mais intensa devem ser tratadas como subespécies. Segundo Mayr e Ashlock
populaçòes diferentes, era a possibilidade de se alocar inequivocamente 90% dos espécimes aos
grupos propostos (Mayr et al., 1953, Perrin, 1975). Neste estudo foi possível se identificar
corretamente 100% dos exemplares da forma norte e 96% dos exemplares da forma sul, se
possa estar surgindo na área de sobreposição das duas formas dependerá de análises
45
utilizando animais cranialmente adultos da região Indo-Pacífica, Inglaterra e América do Sul,
também foi observada uma separação da forma sul de outros exemplares de T. truncatus
(Barreto et al., em prep. a). Por outro lado, os exemplares da forma norte foram similares a T.
truncatus coletado na região Indo-Pacífica, enquanto que ambas as formas norte e sul se
3. Parece haver pouca sobreposição geográfica nas áreas ocupadas pelas duas formas; e
Recomendo, em base aos dados disponíveis, que seja adotada para a forma sul a
subespécie Tursiops truncatus gephyreus, que ocorre pelo menos do norte da Argentina (35o S)
ao estado de Santa Catarina no Brasil (27o 30’ S). Através de estudos mais detalhados no litoral
desta denominação deverá ser avaliada, bem como da necessidade ou não de sua elevação ao
status de espécie.
uma recente revisão da sistemática dos mamíferos marinhos, Rice (1998) cita que o nome T.
truncatus truncatus tem como localidade tipo a Grã-Bretanha e poderia ser aplicada para
populações em ambos os lados do Atlântico Norte, embora tenha sido usada por alguns autores
para exemplares do Pacífico Norte Ocidental, África do Sul, Walters Shoal (33o 20’S, 43o 30’E),
sul da Austrália e Nova Zelândia. A outra subespécie mencionada por esse autor é T. t. ponticus
46
que habitaria o Mar Negro. Contudo, nesta revisão não é feita nenhuma referência às águas do
Atlântico Sul Ocidental. Assim, até que novos estudos sobre a morfologia craniana sejam feitos
com a forma norte, comparando-a com outros exemplares do Atlântico, seria prematuro atribuir
Variação Costa-Oceano
A existência de formas costeiras e oceânicas é um padrão conhecido para alguns
pequenos cetáceos, incluindo Tursiops truncatus (Perrin, 1984). Logo, a ausência de variações
cranianas dentro da forma sul de T. truncatus , refletindo uma separação costa-oceano, não era
esperada tendo em vista o que se conhece para esta e outras espécies. Variações costa-oceano já
foram identificadas em diversos odontocetos, tais como Stenella attenuata (Perrin, 1975;
Douglas et al., 1984) e S. longirostris (Perrin, 1990). Para o gênero Delphinus, Perrin (1984)
comenta a existência desse padrão para o Pacífico nordeste, e posteriormente Heyning e Perrin
(1994) ao analisarem a variação exibida entre as duas formas observaram que esta era em níveis
similares ou maiores aos exibidos entre outras espécies de pequenos cetáceos, concluindo que as
Para o gênero Tursiops variações entre formas costeiras e oceânicas foram identificadas
pela primeira vez por Ross (1977) na costa da África do Sul. Nesse trabalho o autor identificou
oceânica como T. truncatus. Na Austrália T. aduncus também foi identificado habitando águas
preferencialmente mais rasas, enquanto T. truncatus utilizava águas mais profundas (Hale et al.,
1994, 1999 e no prelo) . No Pacífico leste formas costeiras e oceânicas também foram
identificadas, claramente separadas por caracteres cranianos e carga parasitária no sudoeste dos
separação entre formas costeiras e oceânicas foi observada através da sua distribuição (Mead e
(Duffield et al., 1983; Hersh e Duffield, 1990; Mead e Potter, 1990, 1995). Contudo em nenhum
47
destes trabalhos as análises foram realizadas considerando-se o sexo dos exemplares, fazendo
com que o dimorfismo sexual possa ter influenciado os resultados obtidos. Do mesmo modo, o
trabalho de Mead e Potter (1995) utilizou tanto animais jovens como adultos, e diferenças
parasitas nas formas costeiras e oceânicas foi tomada como indicação da separação ecológica
(Walker, 1981; Waerebeek et al.,1990; Mead e Potter, 1990, 1995). Contudo se houver
Estudos genéticos das relações entre as formas costeiro e oceânicas são escassos. Um
trabalho recente de Hoelzel et al. (1998) comparou golfinhos desses dois habitats da costa
nordeste dos Estados Unidos, encontrando uma distinção clara entre as duas formas. Contudo os
ramos separando as duas linhagens de mtDNA eram relativamente curtos e ambas as formas
compartilhavam diversos alelos de microsatélites nucleares. Curry et al. (1994 apud Curry e
Smith, 1997) apoiou a hipótese de que os estoques costeiros eram geneticamente divergentes
dos estoques oceânicos, e que pelo menos no Golfo do México e regiões adjacentes do Atlântico
Norte os estoques oceânicos são mais similares entre si do que entre estoques costeiros nas
mesmas bacias oceânicas. Curiosamente, no mesmo trabalho, Curry et al. informam que não foi
encontrada uma estrutura genética que apoiasse a separação de estoques costeiros e oceânicos
no Pacífico nordeste (Pacífico tropical leste, costa e regiões oceânicas da Califórnia), a mesma
região onde Walker (1981) identificou as duas formas através de morfologia e parasitismo. Por
outro lado, exemplares da forma costeira e oceânica de T. truncatus da costa do Peru exibiram
divergências genéticas da ordem de 2,5% entre eles (Barreto et al., em prep. b). Deste modo,
seria de se esperar que caso houvessem formas costeira e oceânica dentro da forma sul de T.
representando duas populações, talvez costeira e oceânica. Como foi comentado acima, a
distribuição dos exemplares do clade B sugere que sejam exemplares oriundos de uma
48
população que resida no estuário da Lagoa dos Patos. A presença de animais ao longo de todo o
ano neste local foi descrita previamente (Castello e Pinedo, 1977; Moller et al,. 1993). Contudo,
com base nos registros de encalhes de duas décadas do Laboratório de Mamíferos Marinhos e
número de encalhes de T. truncatus ao longo do litoral do Rio Grande do Sul (entre a Barra do
Estreito e o Farol de Sarita) nos meses de inverno (Figura 21). Devido à grande sazonalidade do
ambiente é possível que isso se deva a uma migração sazonal dos animais, para locais onde a
disponibilidade de alimento seja maior. Moller et al. (1993) reportam diferenças na alimentação
dos animais no interior do estuário, havendo predação sobre Mugil platanus no verão e outono,
disponível para os animais. Migrações sazonais não são desconhecidas para T. truncatus, tendo
sido observada na costa leste dos Estado Unidos no sentido norte-sul, provavelmente
exploraria os recursos do estuário da Lagoa dos Patos, enquanto a outra população apresentaria
uma ocupação sazonal das águas costeiras, utilizando os recursos aí disponíveis e migrando ou
nadadeira dorsal. Estes animais foram tentativamente denominados por ele como “oceânicos”.
formuladas: (1) a forma “oceânica” identificada por Simões-Lopes (1996) seriam animais da
49
forma norte que, ou habitam essa área ou nela se encontravam durante a possível expansão
sazonal de sua distribuição; (2) apesar de não terem sido detectadas as formas costeira e
oceânica na forma sul, poderia existir a separação destas na forma norte; e (3) a existência de
uma forma realmente oceânica em ambas as formas e cuja identificação não foi possível por
Uma vez que todos os exemplares da forma sul foram animais que por diversos motivos
vieram a encalhar, seria possível que exemplares de um estoque oceânico estivessem sub-
representados ou mesmo ausentes, já que ao morrerem mais distantes da costa teriam uma
menor chance de encalharem. Entreteanto, percursos sistemáticos de praia tem sido conduzidos
pelo Laboratório de Mamíferos Marinhos e Tartarugas Marinhas de 1979 a 1991 entre o Farol
de Sarita e a Barra do Estreito, e desde 1992 extendidos de Torres ao Chuí (Pinedo, 1994a,
encontrados. Assim, seria de se supor que mesmo que a proporção de animais oceânicos que
chegasse à costa fosse menor do que de animais costeiros, estes estariam representados na
amostra. Uma amostragem direcionada à obtenção de crânios de exemplares que tenham sido
tenham sido capturados afastados da costa, caso tais capturas ocorram. Do mesmo modo
análises de material genético destes e de animais sabidamente costeiros serviriam para avaliar a
oceânica poderia estar relacionada à fisiografia do litoral do Rio Grande do Sul. Tursiops
truncatus é considerada como sendo essencialmente uma espécie costeira, ocorrendo sobre a
plataforma oceânica (Wells e Scott, 1999) e na costa brasileira comumente presente em águas
costeiras e muitas vezes associada a estuários (Pinedo et al., 1992). O litoral do Rio Grande do
Sul possui apenas 2 estuários que permitem a entrada de T. truncatus: o rio Tramandaí e a
Lagoa dos Patos. Em ambos a espécie é encontrada (Castello e Pinedo, 1977; Simões-Lopes,
1998; Simões-Lopes et al., 1998), evidenciando o uso destes habitats quando disponíveis. Com
50
exceção destes dois estuários a costa é desprovida de locais abrigados, e a plataforma
continental é larga (100-180km) e com baixa declividade (2 m.km-1; Calliari, 1998). Mais ao sul
(Odebrecht e Castello, no prelo). Foi sugerido que T. truncatus utilizem feições fisiográficas do
ambiente, tais como canais, mudanças abruptas de profundidade e outros aspectos da topografia
submarina para delimitar seus home ranges (Würsig e Würsig, 1979; Wells e Scott, 1999). A
presença de poucas feições na região costeira do Rio Grande do Sul poderia estar causando um
aumento do home range dos animais, que englobariam tanto áreas costeiras e oceânicas, o que
causaria a não separação dos animais entre essas duas áreas. Tanto no Perú como na costa oeste
dos Estados Unidos, onde foram identificadas formas costeiras e oceânicas, a plataforma
continental é notavelmente estreita, o que pode ter propiciado o surgimento dos dois ecótipos.
Ao norte do Rio Grande do Sul a plataforma oceânica é mais estreita, a costa muito
mais recortada e existem diversos estuários de médio e pequeno porte. Isto poderia causar o
externa e do talude já foi registrada por Dalla Rosa (1998) e Zerbini et al. (1998) entre 23o e
27o S, por Sampaio e Reis (1998) em 12o 57’S e por Skaf e Secchi (1994) no Atol das Rocas,
3o 45’S. Estes últimos autores registraram possíveis ocorrências (não confirmadas por fotos) de
T. truncatus nos Penedos de São Pedro e São Paulo e entre as Ilhas Canárias e Cabo Verde, em
profundidades de mais de 2400m. Contudo durante cruzeiros realizados pelo projeto ARGO,
cobrindo principalmente a região do talude ao sul do Rio Grande do Sul, não foi registrada
nenhuma avistagem de Tursiops (Pinedo et al., 1999). Assim, a provável existência de uma
forma oceânica somente para a forma norte de T. truncatus não pode ser descartada e deve ser
nordeste .
51
CONCLUSÕES
Os resultados das análises da morfologia craniana indicam a existência de duas formas
sul. Dentro desta forma não foi observada a existência das formas costeira e oceânica, como
Caracterização da subespécie
Buenos Aires
borda posterior da apófise dos pterigóides é fortemente oblíqua com relação ao eixo antero-
acima de 8 mm.
Distribuição: Ao sul de 27o 30’S, em águas sob influência da Corrente das Malvinas e
52
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63
TABELAS
64
Tabela 1. Número de exemplares cranialmente adultos utilizados para as análises de variações
morfológicas, separados por estados do Brasil ou países onde foram coletados. As coleções nas quais
se encontram depositados os exemplares, bem como seus números de registro se encontram no
Apêndice 1.
65
Tabela 2: Medições e contagens realizadas nos crânios de Tursiops truncatus. Os acrônimos
utilizados nas análises e no texto estão indicados entre parênteses. As medidas não representadas na
figura 2 estão marcadas com um ”*”.
Métricas
1. Comprimento côndilo-basal (CONDBAS);
2. Comprimento do rostro (CPROST);
3. Largura do rostro na base (LGROSTB);
4. Largura do rostro a 1/4 do CPROST (LGROST14);*
5. Largura do rostro a 1/2 do CPROST (LGROST12);
6. Largura do rostro a 3/4 do CPROST (LGROST34);*
7. Altura do rostro na base (ALROSTB);
8. Altura do rostro a 1/4 do CPROST (ALROST14);*
9. Altura do rostro a 1/2 do CPROST (ALROST12);*
10. Altura do rostro a 3/4 do CPROST (ALROST34);*
11. Largura do pré-maxilar a 1/2 do CPROST (LGPMAX12);*
12. Largura do pré-maxilar na base das narinas (LGPMAXN);
13. Distância entre os 2 últimos e maiores foramens maxilares (DT2FORMX);*
14. Comprimento da ponta rostro às narinas externas (CPROSNEX);
15. Comprimento da ponta do rostro ao hâmulo do pterigóide (CPROSPTR);
16. Maior largura do pré- orbital (LGPREORB);
17. Maior largura do pós -orbital (LGPOSORB);
18. Largura do maxilar no último foramen (LGMAXFOR);*
19. Largura do parietal no supra -occipital (LGPARSOC);
20. Largura do zigomático (LGZIGO);
21. Maior largura dorsal das narinas (LGNARDOR);*
22. Maior largura ventral das narinas (LGNARVEN);
23. Largura anterior do processo ascendente esquerdo do pré-maxilar medida ao mesmo nível da LGPMAXN
(LGPMXANE);*
24. Largura anterior do processo ascendente direito do pré-maxilar medida ao mesmo nível da LGPMAXN
(LGPMXAND);*
25. Comprimento da narina esquerda (CPNARE);
26. Comprimento da narina direita (CPNARD);
27. Largura posterior do pré-maxilar esquerdo (LGPMXPSE), medida na metade do CPNARE;*
28. Largura posterior do pré-maxilar direito (LGPMXPSD), medido na metade do CPNARD;*
29. Maior largura do parietal (LGPAR);
30. Altura da caixa craniana (ALCXCRAN) do basi-occiptal até o alto da crista occiptal (inclusa);
31. Comprimento interno da caixa craniana (CPCXCRAN);*
32. Maior comprimento da fossa temporal esquerda (CPFOSS);
33. Maior largura da fossa temporal esquerda (LGFOSS);
34. Comprimento do orbital (CPORBIT);
35. Comprimento do lacrimal (CPLACRI);
36. Separação do pterigóide (SEPPTER);*
37. Comprimento do pterigóide (CPPTER);
38. Maior largura do pterigóide (LGPTER);
39. Largura ponta-a-ponta do pterigóide (LGPPPTER);*
40. Maior largura do naso-frontal (LGNASFR);
41. Comprimento do esquamosal (CPESQU);
42. Maior comprimento intercondilar (CPINTCON);*
43. Comprimento da linha dentária superior esquerda (CPLDSUP);
44. Comprimento da linha dentária inferior esquerda (CPLDINF);*
45. Comprimento do ramo mandibular (CPRAMUS);*
46. Maior altura do ramo mandibular (ALRAMUS);*
47. Largura do processo articular da mandíbula (LGPROART);*
48. Altura do processo articular da mandíbula (ALPROART);*
49. Comprimento da fossa mandibular (CPFOSMAN);*
50. Distância entre o vomer e crista do occipital (DTVMROCC);
51. Distância entre maxilar e crista occiptal (DTMAXOCC);
66
Tabela 2. (continuação)
Merísticas
1. Número de dentes superiores esquerdos (NDSUPE);
2. Número de dentes superiores direitos (NDSUPD);
3. Número de dentes inferiores esquerdos (NDINFE);
4. Número de dentes inferiores direitos (NDINFD);
5. Número de foramens no pré-maxilar direito (NFORPMXD);
6. Número foramens no pré-maxilar esquerdo (NFORPMXE);
7. Número foramens no maxilar direito (NFORMAXD);
8. Número de foramens no maxilar esquerdo (NFORMAXE);
9. Estado dos dentes (gastos ou não) (D_GAS);
10. Fechamento da cavidade polpar do dente (CAV_POL);
11. Separação dos alvéolos dentários (ALVEOL);
12. Fusão da sínfise mandibular (SINFISE);
13. Estado das suturas entre o processo ascendente do maxilar e o frontal (SUTURAS);
14. Fusão entre os pré-maxilares ao longo do rostro (PMX_FUND);
15. Forma da reentrância do pterigóide(PT_NTCH);
16. Curvatura do borde externo pterigóide (PT_CURV);
17. Presença de cicatrizes de Crassicauda sp.nos seios nasais (CRASSIC).
Tabela 3: Códigos utilizados para a análise dos caracteres merísticos dos crânios
Variável Códigos
D_GAST 0=Não
1=Sim
CAV_POL 0=aberta
1=fechada
ALVEOL 0=abertos 2=todos
1=fechados somente na
metade posterior da
linha dentária
SINFISE 0=Não
e PMX_FUND 1=Sim
SUTURAS 0=ossos soltos 2=fechadas (<1mm)
1=abertas (>1mm) 3=fechadas e
invisíveis
PT_NTCH 0=agudo 2=redondo
(ver Figura 4) 1=sub-agudo
PT_CURV 0=reto
1=curvo
CRASSIC 0=ausentes
1=presentes
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Tabela 4. Teste U de Mann-Whitney para as variáveis métricas entre exemplares cranialmente
adultos coletados ao norte e ao sul de Santa Catarina. Valores em mm. DP representa o desvio-
padrão da amostra. “Aparatos” indicam medidas aligadas aos seguintes aparatos: 1 - Alimentar, 2 -
Visual, 3 - Auditivo, 4 - Caixa Craniana, 5 - Respiração e Produção de Sons. Acrônimos se referem
à Tabela 2.
Norte Sul
Variável Aparato N Média DP Min Max N Média DP Min Max p
1- CONDBAS - 14 518.7 15.07 494 541 54 578.9 22.41 486 607 0,0000 *
2- CPROST 1 14 294.3 10.82 280 315 54 337.4 16.35 270 366 0,0000 *
3- LGROSTB 1 14 133.0 7.16 123 145 53 150.1 6.10 138 166 0,0000 *
4- LGROST12 1 14 84.6 6.36 76 93 53 101.1 6.25 87 120 0,0000 *
5- LGROST14 1 14 99.6 5.75 90 109 53 115.8 5.63 103 129 0,0000 *
6- LGROST34 1 14 64.5 6.65 55 76 50 78.5 6.30 69 102 0,0000 *
7- ALROSTB 1 14 56.4 7.03 48 70 54 75.3 6.53 59 89 0,0000 *
8- ALROST12 1 14 32.6 3.06 28 39 54 39.8 3.39 34 49 0,0000 *
9- ALROST14 1 14 35.6 3.27 32 42 54 46.2 4.29 34 55 0,0000 *
10- ALROST34 1 13 27.4 4.37 19 35 54 33.7 2.42 28 40 0,0000 *
11- LGPMAX12 1 14 44.0 5.86 37 56 54 58.2 4.32 46 69 0,0000 *
12- LGPMAXN 5 14 91.3 6.91 79 102 54 108.2 5.65 91 120 0,0000 *
13- DT2FORMX - 14 16.2 4.89 9 27 54 21.7 8.21 6 50 0,0202 *
14- CPROSNEX - 14 340.6 9.99 323 359 54 393.4 18.76 314 421 0,0000 *
15- CPROSPTR - 14 326.6 11.38 314 350 53 374.1 15.38 319 399 0,0000 *
16- LGPREORB 1 14 232.1 8.36 214 247 52 256.2 10.76 231 284 0,0000 *
17- LGPOSORB 1 14 257.0 10.29 234 279 53 292.1 10.07 274 314 0,0000 *
18- LGMAXFOR - 14 75.2 5.77 66 85 53 102.7 51.10 75 269 0,0000 *
19- LGPARSOC 4 14 197.6 12.00 171 224 54 214.3 10.16 178 230 0,0000 *
21- LGNARDOR 5 14 58.7 4.61 52 66 54 68.3 3.35 62 75 0,0000 *
21- LGZIGO 1 14 259.9 11.13 236 282 52 296.2 10.83 276 317 0,0000 *
22- LGNARVEN 5 14 73.8 7.01 60 85 53 78.4 3.89 69 85 0,0137 *
23- LGPMXANE 5 14 28.6 5.29 21 35 54 43.1 3.26 35 50 0,0000 *
24- LGPMXAND 5 14 40.9 4.54 34 49 54 54.6 4.77 43 67 0,0000 *
25- CPNARE 5 14 41.7 5.14 34 53 53 56.5 4.13 45 63 0,0000 *
26- CPNARD 5 14 60.2 8.06 49 78 53 68.1 4.48 54 77 0,0004 *
27- LGPMXPSE 5 14 10.2 3.33 5 15 53 18.0 3.14 9 23 0,0000 *
28- LGPMXPSD 5 14 19.6 3.61 12 25 53 31.1 3.06 23 39 0,0000 *
29- LGPAR 4 14 184.0 6.93 173 197 54 201.1 6.78 177 215 0,0000 *
30- ALCXCRAN 4 14 154.6 7.77 142 172 54 173.0 6.51 160 191 0,0000 *
31- CPCXCRAN 4 14 141.7 8.19 127 151 54 155.4 7.36 119 168 0,0000 *
32- CPFOSS 1 14 113.6 6.27 104 124 54 127.2 7.31 113 145 0,0000 *
33- LGFOSS 1 14 78.9 6.64 67 89 54 88.2 5.20 79 106 0,0000 *
34- CPORBIT 2 14 65.6 4.77 58 74 53 78.1 3.36 70 86 0,0000 *
35- CPLACRI 2 13 58.2 3.92 51 64 52 54.3 4.07 46 63 0,0024 *
36- SEPPTER - 13 4.3 3.45 0 12 46 8.3 2.76 4 15 0,0003 *
37- CPPTER 3 11 77.5 10.93 68 108 48 68.4 4.98 58 82 0,0004 *
38- LGPTER 3 12 61.7 4.23 55 68 39 66.8 3.52 58 73 0,0007 *
39- LGPPPTR 3 9 54.6 4.98 45 60 35 62.0 4.10 53 68 0,0004 *
40- LGNASFR - 14 59.4 4.43 50 69 53 62.6 2.89 57 69 0,0040 *
41- CPESQU - 14 96.4 7.11 82 106 54 104.2 12.10 68 132 0,0025 *
42- CPINTCON 4 14 106.7 7.18 89 116 52 119.5 5.98 108 137 0,0000 *
43- CPLDSUP 1 14 246.8 10.82 231 267 54 281.0 14.73 227 306 0,0000 *
44- CPLDINF 1 11 243.5 10.52 226 257 31 268.2 9.50 249 283 0,0000 *
45- CPRAMUS 1 11 446.5 16.45 417 468 31 489.6 14.78 460 513 0,0000 *
46- ALRAMUS 3 11 94.0 3.22 90 100 31 108.8 4.32 101 117 0,0000 *
47- LGPROART 1 11 31.8 3.95 22 35 31 43.7 3.28 37 51 0,0000 *
48- ALPROART 1 11 30.3 6.03 25 45 31 44.0 4.31 31 52 0,0000 *
49- CPFOSMAN 3 11 139.5 6.55 129 149 31 170.0 7.48 149 183 0,0000 *
50- DTVMROCC 5 14 51.5 7.01 43 66 53 39.6 7.41 26 60 0,0000 *
51- DTMAXOCC - 14 11.1 4.39 5 18 50 10.3 3.96 4 18 0,4965
52- ALNASAL - 10 22.5 9.25 10 35 46 32.2 3.48 24 40 0,0075 *
53- CRANMED 4 13 160.0 5.23 152 169,3 54 176.5 4.99 161,3 186,3 0,0000 *
54- ASSAN 5 13 1.5 0.21 1,18 1,86 54 1.3 0.12 1,05 1,67 0,0006 *
55- ASSPS 5 13 2.1 0.51 1,6 3 53 1.7 0.37 0 2,54 0,0279 *
56- CPPRENAS 5 13 46.4 5.74 38 57 54 56.0 4.31 44 64 0,0000 *
57- MOVNAR 5 13 0.21 0.02 0,18 0,24 54 0.23 0.01 0,20 0,27 0,0007 *
58- TXROS 1 13 2.22 0.15 2,02 2,47 53 2.25 0.11 1,79 2,46 0,2249
68
Tabela 5. ANCOVA entre espécimes ao norte e ao sul do estado de Santa Catarina, utilizando-se o
comprimento côndilo-basal como covariante. Valores expressos como percentual do comprimento
côndilo-basal (CONDBAS). DP representa o desvio-padrão da amostra. “Aparatos” indicam
medidas aligadas aos seguintes aparatos: 1 - Alimentar, 2 - Visual, 3 - Auditivo, 4 - Caixa Craniana,
5 - Respiração e Produção de Sons. Acrônimos se referem à Tabela 2.
Norte Sul
Variável Aparato N Média DP Min Max N Média DP Min Max p
1- CONDBAS - 14 100 0 54 100 0 -
2- CPROST 1 14 56,73 1,07 54,89 58,66 54 58,26 0,92 55,56 60,30 0,5289
3- LGROSTB 1 14 25,65 1,39 23,34 28,10 53 25,94 1,10 24,14 31,07 0,0011 *
4- LGROST12 1 14 19,20 0,83 17,96 20,92 53 20,02 0,81 18,17 22,84 0,0206 *
5- LGROST14 1 14 16,31 1,05 15,08 18,13 53 17,46 0,84 16,19 20,37 0,0038 *
6- LGROST34 1 14 12,43 1,16 11,13 14,59 50 13,54 0,96 11,70 17,32 0,0534
7- ALROSTB 1 14 10,87 1,40 9,42 13,65 54 13,00 0,95 11,09 15,06 0,0004 *
8- ALROST12 1 14 6,87 0,64 5,96 8,06 54 7,97 0,57 6,54 9,08 0,0072 *
9- ALROST14 1 14 6,28 0,58 5,50 7,60 54 6,87 0,56 5,93 8,44 0,0463 *
10- ALROST34 1 13 5,26 0,82 3,77 6,82 54 5,83 0,39 5,22 7,20 0,0086 *
11- LGPMAX12 1 14 8,47 1,03 7,16 10,75 54 10,05 0,65 8,85 12,14 0,0002 *
12- LGPMAXN 5 14 17,59 1,17 15,67 19,77 54 18,70 0,97 15,53 21,40 0,0002 *
13- DT2FORMX - 14 3,13 0,97 1,74 5,47 54 3,75 1,42 1,03 8,43 0,4141
14- CPROSNEX - 14 65,67 0,77 63,59 66,73 54 67,93 0,94 64,61 69,81 0,0187 *
15- CPROSPTR - 14 62,96 1,20 61,00 65,18 53 64,40 0,99 61,11 67,07 0,9626
16- LGPREORB 1 14 44,77 1,62 41,96 47,50 52 44,27 2,09 40,27 51,65 0,0052 *
17- LGPOSORB 1 14 49,57 2,05 47,11 54,07 53 50,49 1,97 47,59 60,49 0,0000 *
18- LGMAXFOR - 14 14,49 0,93 12,77 16,31 53 17,74 8,70 12,63 45,66 0,5628
19- LGPARSOC 4 14 38,14 2,61 32,45 43,66 54 37,04 1,60 33,11 40,64 0,3666
21- LGNARDOR 5 14 50,12 2,21 47,25 54,65 52 51,28 1,99 47,93 60,70 0,0004 *
21- LGZIGO 1 14 11,31 0,72 10,19 12,60 54 11,80 0,62 10,49 13,04 0,0000 *
22- LGNARVEN 5 14 14,21 1,10 11,98 15,93 53 13,51 0,73 12,01 15,77 0,7104
23- LGPMXANE 5 14 5,50 0,96 4,04 6,59 54 7,44 0,49 6,21 8,61 0,0000 *
24- LGPMXAND 5 14 7,88 0,83 6,75 9,50 54 9,42 0,75 7,60 11,04 0,0001 *
25- CPNARE 5 14 8,03 0,88 6,75 10,06 53 9,76 0,70 7,91 12,76 0,0000 *
26- CPNARD 5 14 11,59 1,40 9,48 14,80 53 11,73 0,80 9,68 14,42 0,3512
27- LGPMXPSE 5 14 1,96 0,62 1,00 2,85 53 3,10 0,50 1,85 3,95 0,0126 *
28- LGPMXPSD 5 14 3,77 0,67 2,38 4,74 53 5,36 0,48 4,34 6,76 0,0000 *
29- LGPAR 4 14 35,49 1,50 32,83 37,98 54 34,76 1,18 32,48 38,27 0,0148 *
30- ALCXCRAN 4 14 29,81 1,55 27,54 33,53 54 29,91 1,42 27,41 36,63 0,0001 *
31- CPCXCRAN 4 14 27,33 1,51 25,14 29,94 54 26,87 1,41 20,07 31,28 0,0356 *
32- CPFOSS 1 14 21,91 1,08 20,50 23,80 54 21,98 1,04 19,28 24,71 0,4578
33- LGFOSS 1 14 15,22 1,19 12,88 16,70 54 15,25 0,90 13,64 18,31 0,1106
34- CPORBIT 2 14 12,63 0,73 11,58 13,83 53 13,52 0,60 12,52 16,05 0,0000 *
35- CPLACRI 2 13 11,24 0,61 9,86 12,10 52 9,35 0,70 7,97 12,07 0,0001 *
36- SEPPTER - 12 0,89 0,64 0,19 2,33 46 1,43 0,47 0,66 2,64 0,1929
37- CPPTER 3 11 14,87 2,30 12,94 21,43 48 11,83 1,02 10,46 15,71 0,0827
38- LGPTER 3 12 11,88 0,77 10,72 12,96 39 11,54 0,55 10,39 12,88 0,8339
39- LGPPPTR 3 9 10,70 0,93 8,96 12,15 35 10,72 0,63 9,48 12,31 0,9189
40- LGNASFR - 14 11,45 0,71 9,96 13,09 53 10,82 0,59 9,93 13,37 0,8831
41- CPESQU - 14 18,57 1,12 16,37 20,35 54 18,03 2,19 12,27 23,32 0,4539
42- CPINTCON 4 14 20,58 1,36 17,73 22,42 52 20,66 1,08 19,03 24,90 0,0220 *
43- CPLDSUP 1 14 47,57 1,25 46,07 49,90 54 48,52 1,14 45,22 50,84 0,5395
44- CPLDINF 1 11 46,84 1,27 45,11 49,42 31 46,31 1,23 43,15 49,04 0,6682
45- CPRAMUS 1 11 85,87 1,92 83,23 90,52 31 84,55 1,42 81,63 89,04 0,7895
46- ALRAMUS 3 11 18,09 0,70 17,19 19,38 31 18,79 0,61 17,66 20,00 0,0013 *
47- LGPROART 1 11 6,12 0,72 4,26 6,82 31 7,54 0,49 6,47 8,70 0,0012 *
48- ALPROART 1 11 5,82 1,13 4,84 8,70 31 7,60 0,69 5,42 8,87 0,0050 *
49- CPFOSMAN 3 11 26,84 1,13 24,95 28,65 31 29,34 0,84 27,67 31,20 0,0001 *
50- DTVMROCC 5 14 9,92 1,19 8,33 12,20 53 6,86 1,42 4,34 12,35 0,0047 *
51- DTMAXOCC - 14 2,13 0,83 0,97 3,44 50 1,78 0,68 0,67 3,09 0,3728
52- ALNASAL - 10 4,40 1,81 1,93 7,09 46 5,55 0,65 4,14 7,12 0,0022 *
53- CRANMED 4 13 30,96 1,01 29,80 32,82 54 30,51 1,07 27,94 35,39 0,0001 *
54- ASSAN 5 13 0,29 0,04 0,23 0,36 54 0,22 0,02 0,19 0,29 0,0026 *
55- ASSPS 5 13 0,40 0,10 0,31 0,60 52 0,30 0,05 0,24 0,44 0,0047 *
56- CPPRENAS 5 13 8,98 1,13 7,45 10,94 54 9,67 0,60 8,32 11,35 0,1059
57- MOVNAR 5 13 0,04 0,00 0,03 0,05 54 0,04 0,00 0,04 0,05 0,0373 *
58- TXROS 1 13 0,43 0,03 0,39 0,47 53 0,39 0,02 0,36 0,42 0,0031 *
69
Tabela 6. Teste U de Mann-Whitney para as variáveis merísticas entre exemplares das formas
norte e sul. Foram utilizados animais jovens e adultos. Acrônimos e números das variáveis se
referem a Tabela 2.
Norte Sul
N Média DP Min Max N Média DP Min Max p
1- D_SUP_E 14 23,143 1,610 21 27 72 22,236 0,896 19 24 0,0651
2- D_SUP_D 14 22,714 1,899 20 28 75 22,227 0,924 20 25 0,4280
3- D_INF_E 13 22,769 1,536 21 26 52 21,231 1,198 19 23 0,0020 *
4- D_INF_D 12 22,250 1,603 20 26 56 21,071 1,158 18 23 0,0209 *
5- FORPMX_D 20 1,000 0,000 1 1 105 1,029 0,167 1 2 0,4438
6- FORPMX_E 20 0,950 0,224 0 1 104 1,010 0,098 1 2 0,0563
7- FORMX_D 20 4,250 0,851 3 6 104 4,221 1,024 3 8 0,6818
8- FORMX_E 20 4,650 1,424 3 9 104 4,173 0,897 2 6 0,2717
15- PT_NTCH 10 0,200 0,632 0 2 91 1,000 0,926 0 2 0,0082 *
16- PT_CURV 9 1,000 0,000 1 1 82 0,195 0,399 0 1 0,1466
70
Tabela 7. Funções discriminantes para separação de exemplare cranialmente adultos das formas
norte e sul de Tursiops truncatus da costa atlântica da América do Sul. O exemplar pertencerá a
forma na qual a função obtiver o maior valor.
Variáveis Coeficientes
Norte Sul
CPROSNEX 6,67 8,86
CPLACRI -3,39 -6,32
CPORBIT 10,01 13,71
DTVMROCC -0,50 -1,07
LGPOSORB 1,71 1,90
LGROST14 -4,66 -5,97
CPFOSS -3,35 -4,46
CPROST -2,34 -3,40
ALROST14 -19,19 -21,44
ALROST12 9,07 10,58
LGROST12 -5,29 -8,35
LGROST34 4,74 7,37
LGROSTB 3,03 4,08
LGNASFR 1,03 0,11
LGPREORB 3,17 3,65
71
Tabela 8. Dimorfismo sexual (teste U de mann-Whitney) entre exemplares da forma sul de T.
truncatus da costa atlântica da América do Sul. Valores em mm, acrônimos e números das variáveis
se referem à Tabela 2.
MACHOS FEMEAS
N Média DP Min Max N Média D.P. Min Max p
1- CONDBAS 10 587.60 13.28 564 607 9 579.89 10.69 554 590 0.191
2- CPROST 10 341.00 9.08 323 355 9 339.44 9.21 319 349 0.935
3- LGROSTB 10 151.70 5.64 143 161 9 147.67 7.11 138 158 0.206
4- LGROST14 10 117.90 5.51 109 124 9 113.89 5.30 104 120 0.131
5- LGROST12 10 103.40 6.08 94 112 9 99.00 4.87 90 104 0.111
6- LGROST34 9 82.67 5.05 74 91 8 76.38 4.17 70 82 0.016 *
7- ALROSTB 10 78.50 4.55 71 86 9 74.78 6.12 65 82 0.288
8- ALROST14 10 48.10 3.14 42 53 9 44.78 3.11 41 49 0.041 *
9- ALROST12 10 40.90 2.47 36 45 9 37.89 2.03 35 40 0.010 *
10- ALROST34 10 34.10 2.02 30 36 9 32.44 1.67 30 35 0.060
11- LGPMAX12 10 60.70 3.92 53 68 9 57.44 3.68 52 63 0.079
12- LGPMAXN 10 109.20 5.27 100 116 9 107.11 3.89 100 113 0.270
13- DT2FORMX 10 24.90 6.23 16 35 9 19.67 8.09 6 32 0.153
14- CPROSNEX 10 399.70 8.14 387 413 9 395.67 10.11 372 407 0.514
15- CPROSPTR 10 376.40 11.79 350 392 9 372.44 11.19 347 383 0.514
16- LGPREORB 10 259.60 8.76 243 275 9 252.00 8.70 240 263 0.050
17- LGPOSORB 10 295.70 9.51 278 307 9 286.78 9.31 274 299 0.027 *
18- LGMAXFOR 9 89.56 5.29 84 97 9 122.67 78.90 76 268 0.377
19- LGPARSOC 10 217.10 7.03 208 228 9 214.78 8.23 202 229 0.596
21- LGZIGO 10 300.70 10.29 283 312 9 290.22 11.12 276 308 0.045 *
21- LGNARDOR 10 67.60 2.84 63 71 9 67.78 3.11 63 73 1.000
22- LGNARVEN 10 80.10 3.78 73 85 9 78.78 2.95 74 83 0.348
23- LGPMXANE 10 44.20 2.78 39 48 9 41.33 3.20 36 45 0.045 *
24- LGPMXAND 10 52.90 3.84 47 58 9 55.56 4.00 49 61 0.153
25- CPNARE 10 55.50 3.03 49 60 9 56.00 6.14 41 62 0.307
26- CPNARD 10 67.50 3.44 62 73 9 66.56 3.94 60 74 0.514
27- LGPMXPSE 10 18.00 2.31 15 22 9 17.11 3.48 12 23 0.414
28- LGPMXPSD 10 31.10 2.18 28 34 9 30.89 2.37 28 36 0.596
29- LGPAR 10 203.00 3.30 197 208 9 198.22 6.16 190 207 0.102
30- ALCXCRAN 10 173.50 7.81 164 186 9 173.00 5.85 164 181 1.000
31- CPCXCRAN 10 158.10 7.77 141 168 9 151.78 7.00 140 159 0.037 *
32- CPFOSS 10 130.90 5.47 120 138 9 123.11 6.64 114 132 0.020 *
33- LGFOSS 10 88.00 5.01 80 96 9 85.67 5.92 74 95 0.414
34- CPORBIT 10 77.60 4.25 71 86 9 77.56 3.78 72 83 0.838
35- CPLACRI 10 56.30 2.00 53 58 9 55.33 4.27 51 62 0.327
36- SEPPTER 10 8.30 3.06 4 13 9 7.67 1.50 5 10 0.838
37- CPPTER 10 67.00 3.43 61 73 9 67.22 5.43 58 75 0.967
38- LGPTER 8 66.00 1.51 64 69 9 65.44 3.54 61 70 0.810
39- LGPPPTR 7 60.14 2.85 58 65 9 61.22 3.83 56 67 0.459
40- LGNASFR 10 63.10 3.07 57 68 9 61.00 3.77 55 69 0.094
41- CPESQU 10 105.20 9.82 80 116 9 98.00 11.39 80 114 0.086
42- CPINTCON 10 120.10 3.41 116 127 9 119.67 5.63 112 128 0.870
43- CPLDSUP 10 286.40 7.68 274 300 9 278.89 10.79 263 291 0.236
44- CPLDINF 9 269.67 9.11 258 283 9 269.78 7.74 253 280 0.691
45- CPRAMUS 9 495.56 14.28 472 513 9 487.89 12.56 460 499 0.310
46- ALRAMUS 9 109.44 2.30 106 112 9 108.44 5.13 100 116 0.757
47- LGPROART 9 43.33 3.54 38 47 9 44.56 3.09 41 51 0.757
48- ALPROART 9 44.67 2.78 40 49 9 44.33 3.84 40 52 0.691
49- CPFOSMAN 9 172.00 5.45 164 182 9 165.22 8.15 154 177 0.070
50- DTVMROCC 10 37.40 6.29 30 50 9 37.67 7.12 31 52 1.000
51- DTMAXOCC 10 10.00 3.43 4 16 8 7.75 3.24 4 13 0.198
52- ALNASAL 9 32.22 2.49 29 36 8 30.25 3.81 24 36 0.290
53- CRANMED 10 178.20 5.28 170 185,3 9 174.33 4.72 166 181 0.178
54- ASSAN 10 1.20 0.09 1,089 1,349 9 1.35 0.15 1,167 1,667 0.018 *
55- ASSPS 10 1.74 0.14 1,455 2,000 9 1.85 0.30 1,455 2,500 0.391
56- CPPRENAS 10 58.70 2.21 57 64 9 56.22 2.11 53 60 0.022 *
57- MOVNAR 10 0.24 0.01 0,226 0,266 9 0.23 0.01 0,226 0,248 0.270
58- TXROS 10 2.25 0.08 2,084 2,361 9 2.30 0.09 2,177 2,464 0.307
59- DIAM 15 9,38 0,35 8,67 10,17 17 9,18 0,70 7,4 10,4 0,308
72
Tabela 9. Dimorfismo sexual (teste U de mann-Whitney) de variáveis merísticas, entre exemplares
jovens e adultos da forma sul de T. truncatus da costa atlântica da América do Sul. Acrônimos e
números das variáveis se referem a Tabela 2.
Machos Fêmeas
N Média D.P. Min Max N Média D.P. Min Max p
1- D_SUP_E 12 22,500 0,522 22 23 10 22,100 0,994 20 23 0,380
2- D_SUP_D 16 22,438 0,727 21 24 11 22,091 0,944 20 23 0,434
3- D_INF_E 14 21,286 1,069 19 23 12 21,333 1,231 20 23 0,979
4- D_INF_D 18 21,222 1,003 19 23 12 21,083 1,443 18 23 0,965
5- FORPMX_D 26 1,000 0,000 1 1 14 1,000 0,000 1 1 -
6- FORPMX_E 25 1,000 0,000 1 1 14 1,071 0,267 1 2 0,181
7- FORMX_D 26 4,115 0,864 3 7 14 4,571 1,089 3 6 0,184
8- FORMX_E 25 3,960 1,060 2 6 14 3,857 0,663 3 5 0,877
15- PT_NTCH 22 0.727 0.935 0 2 11 1.455 0.934 0 2 0,046 *
16- PT_CURV 20 1,003 0,470 0 1 11 0,077 0,277 0 1 0,190
17- CRASSIC 22 0,682 0,477 0 1 14 0,357 0,497 0 1 0,060
73
Tabela 10. Teste U de Mann-Whitney entre exemplares da forma sul de T. truncatus, com e sem
cicatrizes de Crassicauda. Valores em mm. Acrônimos e números das variáveis se referem a Tabela
2.
Sem Cicatrizes Com Cicatrizes
N Média DP Min Max N Média DP Min Max p
1- CONDBAS 28 579.7 19.2 520 607 21 581.2 13.0 558 606 0.879
2- CPROST 28 337.6 14.0 297 366 21 339.7 8.8 323 354 0.731
3- LGROSTB 27 148.9 7.4 138 166 21 150.2 5.8 136 161 0.382
4- LGROST14 28 115.0 6.4 104 128 21 115.7 4.4 103 123 0.570
5- LGROST12 28 99.3 5.9 89 110 20 102.2 4.9 94 112 0.077
6- LGROST34 26 76.5 5.6 69 89 21 79.4 4.4 72 91 0.023 *
7- ALROSTB 28 74.6 7.0 59 89 21 78.0 4.2 66 85 0.025 *
8- ALROST14 28 45.4 4.5 34 55 21 47.3 2.8 42 52 0.068
9- ALROST12 28 39.3 3.3 35 49 21 40.1 2.8 36 48 0.229
10- ALROST34 28 33.3 2.6 28 40 21 33.6 1.9 31 37 0.474
11- LGPMAX12 28 57.2 4.1 46 65 21 59.5 3.7 53 68 0.053
12- LGPMAXN 28 108.5 5.6 100 120 21 108.4 5.5 91 119 0.816
13- DT2FORMX 28 21.3 9.5 6 50 21 23.4 5.4 13 35 0.257
14- CPROSNEX 28 392.4 15.6 345 418 21 396.7 9.8 381 415 0.390
15- CPROSPTR 28 372.0 14.7 329 394 21 375.7 11.9 350 399 0.492
16- LGPREORB 27 253.6 11.9 238 284 21 258.3 9.9 231 275 0.082
17- LGPOSORB 28 289.4 11.8 274 314 21 292.9 9.4 269 307 0.275
18- LGMAXFOR 27 110.4 62.1 75 268 21 97.2 39.7 78 269 0.231
19- LGPARSOC 28 213.1 11.5 178 230 21 217.4 7.4 202 230 0.122
21- LGZIGO 27 293.5 12.6 276 317 20 297.1 10.8 270 312 0.258
21- LGNARDOR 28 68.5 3.6 62 75 21 68.4 2.8 65 74 0.911
22- LGNARVEN 28 78.6 4.4 69 85 21 78.1 3.6 71 84 0.655
23- LGPMXANE 28 43.0 3.7 35 50 21 43.8 2.8 38 49 0.596
24- LGPMXAND 28 55.3 4.3 43 61 21 53.4 4.3 43 61 0.094
25- CPNARE 27 56.2 4.1 47 62 21 54.8 5.2 41 63 0.404
26- CPNARD 28 68.7 5.0 54 78 21 66.3 4.9 57 73 0.129
27- LGPMXPSE 27 17.8 3.0 12 23 21 17.9 3.0 12 23 0.925
28- LGPMXPSD 28 30.8 2.7 25 36 21 30.6 3.0 24 36 0.776
29- LGPAR 28 200.0 7.0 177 210 21 201.0 5.2 191 212 0.871
30- ALCXCRAN 28 172.5 8.3 160 191 21 172.6 5.1 164 184 0.678
31- CPCXCRAN 28 154.4 9.3 119 165 21 155.2 7.6 137 168 0.943
32- CPFOSS 28 126.4 8.5 113 145 21 126.8 8.7 102 138 0.620
33- LGFOSS 28 87.8 6.2 79 106 21 87.9 6.1 74 98 0.435
34- CPORBIT 27 78.9 4.1 72 86 21 77.0 2.8 71 82 0.087
35- CPLACRI 27 54.0 3.5 48 61 21 54.9 4.1 46 62 0.404
36- SEPPTER 25 7.0 2.1 4 14 19 9.8 2.5 6 15 0.000 *
37- CPPTER 25 66.7 4.6 58 78 20 68.6 4.5 61 76 0.215
38- LGPTER 23 65.7 3.9 58 73 14 66.5 3.4 60 71 0.539
39- LGPPPTR 18 62.1 4.1 53 68 14 60.9 4.3 55 68 0.391
40- LGNASFR 28 61.9 3.1 57 69 20 62.5 3.1 55 68 0.338
41- CPESQU 28 103.4 15.4 68 132 21 105.1 8.2 79 116 0.879
42- CPINTCON 27 120.3 6.9 111 137 20 118.1 4.7 108 127 0.276
43- CPLDSUP 28 279.6 12.9 256 306 21 284.4 9.6 267 305 0.284
44- CPLDINF 19 266.4 10.2 249 283 14 270.4 6.8 258 280 0.306
45- CPRAMUS 19 488.1 15.4 460 513 14 491.0 12.0 471 513 0.597
46- ALRAMUS 19 107.5 5.1 100 117 14 108.8 3.7 100 116 0.595
47- LGPROART 19 43.8 3.3 37 51 14 43.1 3.2 38 47 0.942
48- ALPROART 19 43.1 4.8 31 52 14 44.1 3.4 37 49 0.464
49- CPFOSMAN 19 168.9 7.5 156 183 14 167.9 9.6 144 182 1.000
50- DTVMROCC 28 39.8 6.4 31 52 21 38.3 7.2 27 56 0.347
51- DTMAXOCC 25 10.0 4.4 4 18 20 9.0 3.0 4 13 0.477
52- ALNASAL 21 32.0 3.7 24 40 20 32.3 2.7 26 37 0.783
53- CRANMED 28 175.6 6.1 161,3 186,3 21 176.3 5.0 166,0 184,3 0.739
54- ASSAN 28 1.3 0.1 1,12 1,67 21 1.2 0.1 1,05 1,39 0.040 *
55- ASSPS 27 1.8 0.3 1,35 2,54 21 1.7 0.3 1,43 2,50 0.763
56- CPPRENAS 28 54.8 3.7 47,0 64,0 21 57.0 3.5 48,00 64,00 0.019 *
57- MOVNAR 28 0.2 0.0 0,19 0,25 21 0.2 0.0 0,20 0,27 0.004 *
58- TXROS 27 2.3 0.1 2,08 2,46 21 2.3 0.1 2,08 2,46 0.901
59- DIAM 17 10.17 0.32 7,57 10,67 19 9.34 0.75 8,90 9,53 0.763
74
Tabela 11. Teste U de mann-Whitney de variáveis merísticas, entre exemplares adultos da forma
sul de T. truncatus da costa atlântica da América do Sul com e sem cicatrizes de Crassicauda sp. no
crânio. Acrônimos e números das variáveis se referem à Tabela 2.
75
Tabela 12. Loci variáveis em 338bp da região de controle do mtDNA de T. truncatus da costa
atlântica da América do Sul. “•” representam nucleotídeos idênticos ao da sequência de referência
(LMM2063), “?” representam loci nos quais não foi possível se identificar o nucleotídeo. Valores
em negrito representam tranversões. Acrônimos dos exemplares se referem ao Apêndice 1.
1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3
2 5 1 1 2 2 2 2 6 8 2 5 6 8 8 8 9 9 9 0 1 2 2 2
7 2 7 9 3 5 6 9 8 6 4 3 4 4 5 8 3 7 8 1 3 1 2 3 Haplotipo
LMM2063 A T T T C T A T C C T T C A T C C C T C C T G C A
LMM1995 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A
LMM2113 - . . . . . . . . T . . . . . . . . . ? ? . . . B
MORG . . . . . C . . . . . . . . . . . . C . . . . . C
LMM1669 . . . C . C . . . T C ? . . ? ? . ? ? ? ? ? ? . -
LMM2006 . . . C . C . . . T C . . . . . . T C . . C . . D
LMM2068 . . . C . C . . . T C . . . . . . T C . . C . . D
EL11 RS . . . C . C . . . T C . . . . . . T C . . C . . D
MDLP1568 ? ? . C . C . . . T C . . . . . . T C . . C . . D?
LMM1420 . . . C ? C . . . T C . . . . . . T C . . C . . D?
LMM1908 . ? . C . C . . . T C . . . . . . T C . . C . . D?
LMM2047 . . . C T C . . . T C . . . . T . T C . . C . . E
LMM_EMA - . . C . C . . . T C . . . . . . T C . . C . - F
EL12 SC . . . C . C . . . . C . . . . . . T C . . C . . G
LMM1827 - . . C . C . . . T C . T . . . - . . . . C . . H
MN52810 - . . C . C . . . T C . T . . . . . . . T C . . I
PM014 - C . C . C . C T T C C T T . . . . C . . C A . J
LMM1466 - . C C . C G . T T . ? ? C A . . . C T . C . . K
76
Tabela 13. Resultados da AMOVA entre exemplares da forma norte e sul de T. truncatus da costa
atlântica da América do Sul.
77
Tabela 14. Distâncias genéticas entre exemplares de T. truncatus da costa atlântica da América do Sul, utilizando o coeficiente de Jukes-Cantor.
LMM2063 MDLP1568 PM014 MN52810 LMM_EMA LMM1420 LMM1466 LMM1827 LMM1908 LMM1995 LMM2006 LMM2047 LMM2068 LMM2113 MORG312 EL11_RS EL12_SC
LMM2063 -
MDLP1568 0,0275 -
PM014 0,0400 0,0276 -
MN52810 0,0213 0,0157 0,0244 -
LMM_EMA 0,0221 0,0000 0,0254 0,0126 -
LMM1420 0,0217 0,0000 0,0249 0,0124 0,0000 -
LMM1466 0,0361 0,0347 0,0295 0,0295 0,0273 0,0268 -
LMM1827 0,0182 0,0118 0,0214 0,0030 0,0095 0,0093 0,0262 -
LMM1908 0,0263 0,0000 0,0264 0,0150 0,0000 0,0000 0,0330 0,0112 -
LMM1995 0,0000 0,0276 0,0436 0,0232 0,0232 0,0237 0,0396 0,0199 0,0264 -
LMM2006 0,0211 0,0000 0,0243 0,0121 0,0000 0,0000 0,0261 0,0091 0,0000 0,0231 -
LMM2047 0,0302 0,0079 0,0338 0,0201 0,0066 0,0034 0,0358 0,0167 0,0076 0,0303 0,0066 -
LMM2068 0,0212 0,0000 0,0244 0,0121 0,0000 0,0000 0,0262 0,0091 0,0000 0,0232 0,0000 0,0066 -
LMM2113 0,0031 0,0250 0,0386 0,0158 0,0199 0,0194 0,0309 0,0159 0,0238 0,0034 0,0190 0,0282 0,0190 -
MORG312 0,0060 0,0196 0,0337 0,0213 0,0157 0,0154 0,0294 0,0182 0,0187 0,0065 0,0150 0,0234 0,0151 0,0094 -
EL11_RS 0,0211 0,0000 0,0243 0,0121 0,0000 0,0000 0,0261 0,0091 0,0000 0,0231 0,0000 0,0066 0,0000 0,0190 0,0150 -
EL12_SC 0,0181 0,0039 0,0275 0,0152 0,0031 0,0031 0,0294 0,0121 0,0037 0,0198 0,0030 0,0100 0,0030 0,0223 0,0120 0,0030 -
78
FIGURAS
79
Figura 1. Mapa da América do Sul com os locais de coleta dos exemplares de Tursiops truncatus
amostrados para as análises morfológicas. Cada símbolo pode representar mais de um exemplar.
80
30
28
26
24
22
No de Exemplares 20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
<= 2 (2;4] (4;6] (6;8] (8;10] (10;12] (12;14] (14;16] (16;18] (18;20] > 20
Idade (anos)
A
30
28
26
24
22
20
No de Exemplares
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
<= 2 (2;4] (4;6] (6;8] (8;10] (10;12] (12;14] (14;16] (16;18] (18;20] > 20
Idade (anos)
B
30
28
26
24
22
20
No de Exemplares
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
<= 2 (2;4] (4;6] (6;8] (8;10] (10;12] (12;14] (14;16] (16;18] (18;20] > 20
Idade (anos)
C
Figura 2. Distribuição das idades dos exemplares amostrados (A) ao norte de Santa Catarina, (B)
em Santa Catariba e (C) ao sul de Santa Catarina. Somente animais para os quais se estimou a
idade através de GLGs nos dentes estão representados.
81
Figura 3: Medições do crânio em vista lateral (A), dorsal (B) e ventral (C). Números se referem à
Tabela 2. Figuras adaptadas de Rommel (1990).
82
Figura 4. Forma da reentrância do pterigóide, exemplificando as categorias (A) agudo, (B) sub-
agudo e (C) redondo.
0
Argentina
Uruguai
5
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
10 Paraná
SE
NE
15
Latitude (Sul)
20
25
30
35
40
460 480 500 520 540 560 580 600 620
CONDBAS (mm)
Figura 5. Comprimento dos crânios dos animais adultos amostrados com relação à latitude.
83
22
20
18
Norte
16 Sul
No de Observações
14
12
10
0
<= 480 (480;500] (500;520] (520;540] (540;560] (560;580] (580;600] > 600
CONDBAS (mm)
Figura 6. Histograma dos comprimentos dos crânios adultos de exemplares coletados ao norte e ao
sul de Santa Catarina.
30
Sup. Esquerda
Inf. Esquerda
21
Sup. Direita
Inf. Direita
28
21
19 18
26
Número de Dentes
24
22
Sup. Esquerda
20
Inf. Esquerda
80
Sup. Direita
Inf. Direita
77 57
18
62
16
Sul Norte
Figura 7. Número de dentes por hemi-mandíbula das formas norte e sul de T. truncatus. Os pontos
representam as médias, as caixas os desvios padrões e as barras os máximos e mínimos. Números
amostrais indicados acima ou abaixo das barras.
84
80
RS, AR ou UR
SC
70 PR
SE
NE
60
DTVMROCC (mm)
50
40
30
20
460 480 500 520 540 560 580 600 620
CONDBAS (mm)
Figura 8. Gráfico entre o comprimento do crânio (CONDBAS) e a distância entre o vômer e a crista
occiptal (DTVMROCC) de exemplares cranialmente adultos de T. truncatus, identificados por local
de coleta. “+” representa o exemplar USP19910 para o qual não se tem o local de coleta.
85
1.2
RS, AR ou UR
SC PR
0.8 SE NE
Stress=0.088
0.4
0.0
DIM__2
-0.4
-0.8
-1.2
-1.6
-2.5 -1.5 -0.5 0.5 1.5 2.5
DIM__1
A
1.2
RS, AR ou UR
SC PR
SE NE
0.8
Stress=0.076
0.4
DIM__2
0.0
-0.4
-0.8
-1.2
-2 -1 0 1 2
DIM__1
B
1.2
RS, AR ou UR
SC PR
0.8 SE NE
Stress=0.149
0.4
DIM__2
0.0
-0.4
-0.8
-1.2
-1.6 -1.2 -0.8 -0.4 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
DIM__1
C
Figura 10. Análise de ordenação (MDS) para crânios adultos de T. truncatus do Atlântico sul
ocidental, utilizando matrizes de distâncias calculadas com o coeficiente (A) euclideano médio , (B)
manhattan médio, e (C) coseno. “+” representa o exemplar USP19910 para o qual não se tem o
local de coleta.
86
24o Forma Norte
Forma Sul
26o
28o
30o
32o
Figura 11. Mapa do litoral do sul e sudeste do Brasil, mostrando os exemplares de T. truncatus
coletados no estado de Santa Catarina, identificados de acordo com as funções discriminantes.
Cada símbolo pode representar mais de um exemplar.
87
Figura 12. Vista ventral de exemplares cranialmente adultos da forma sul (superior, exemplar
MACN54113, comp. 580mm, fêmea) e forma norte (inferior, exemplar GECC70503, comp. 520mm,
sexo indeterminado).
88
Figura 13. Vista dorsal de exemplares cranialmente adultos da forma sul (superior, exemplar
MACN54113, comp. 580mm, fêmea) e forma norte (inferior, exemplar GECC70503, comp. 520mm,
sexo indeterminado).
89
Figura 14. Vista lateral de exemplares cranialmente adultos da forma sul (superior, exemplar
MACN54113, comp. 580mm, fêmea) e forma norte (inferior, exemplar GECC70503, comp. 520mm,
sexo indeterminado).
90
Figura 15. Forma dos pterigóides dos crânios da forma norte (superiores) e da forma sul
(inferiores), destacando a menor inclinação da parte posterior e a separação entre os pterigóides.
91
1.8
RS, AR ou UR
SC PR
1.4 SE NE
Stress=0,095
1.0
0.6
Dimensão 2
0.2
-0.2
-0.6
-1.0
-2.5 -1.5 -0.5 0.5 1.5 2.5 3.5
Dimensão 1
A
1.2
RS, AR ou UR
SC PR
0.8 SE NE
Stress = 0,081
0.4
0.0
Dimensão 2
-0.4
-0.8
-1.2
-1.6
-3 -2 -1 0 1 2 3
Dimensão 1
B
1.4 RS, AR ou UR
SC PR
SE NE
1.0
Stress = 0,152
0.6
Dimensão 2
0.2
-0.2
-0.6
-1.0
-1.2 -0.8 -0.4 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Dimensão 1
C
Figura 16. Análise de ordenação (MDS) para crânios adultos de T. truncatus do Atlântico sul
ocidental, utilizando somente variáveis não-dimórficas, ematrizes de distâncias calculadas com o
coeficiente (A) euclideano médio, (B) manhattan médio, e (C) coseno. “+” representa o exemplar
USP19910 para o qual não se tem o local de coleta.
92
1.4
Com cicatrizes
Sem cicatrizes
1.0
Stress=0.161
0.6
Dimensão 2
0.2
-0.2
-0.6
-1.0
-1.4
-3.5 -2.5 -1.5 -0.5 0.5 1.5 2.5 3.5
Dimensão 1
A
1.2
Com cicatrizes
Sem cicatrizes
0.8
Stress=0.173
0.4
Dimensão 2
0.0
-0.4
-0.8
-1.2
-3.5 -2.5 -1.5 -0.5 0.5 1.5 2.5 3.5
Dimensão 1
B
1.2 Com cicatrizes
Sem cicatrizes
0.8 Stress=0.232
0.4
DIM__2
0.0
-0.4
-0.8
-1.2
-1.4 -1.0 -0.6 -0.2 0.2 0.6 1.0 1.4
DIM__1
C
Figura 17. Análise de MDS entre Tursiops truncatus da forma sul, com e sem cicatrizes de
Crassicauda sp. no crânio. Utilizando 25 variáveis e os coeficientes de distâncias (A) euclideano
médio, (B) Manhattan e (C) coseno. “+” representam animais para os quais não se tinha
informaçòes sobre cicatrizes de Crassicauda sp.
93
94 MDLP1568 A
71 LMM1908
s/ no EMA
52 LMM2068
LMM1420
72
63 LMM2047
80
EL11 RS
74
LMM2006
EL12 SC
MORG B
LMM2113
50 85
71 LMM2063
69 LMM1995
76
MN52810
57 LMM1827
PM014
LMM1466
Steno bredanensis
0.01
Figura 18. Teste de bootstrap (5000 replicações) para amostras de T. truncatus do Atlântico Sul
Ocidental. Estimador de distância Jukes-Cantor e remoção pairwise de informação incompleta,
algoritmo de união neighbor-joining. Somente valores de bootstrap acima de 50% estão indicados.
“A” e “B” representam clades da forma sul apoiados por valores de bootstrap de 74% e 85%,
respectivamente.
94
27o
Clade A
Clade B
29o
31o
LMM1420
33o
LMM2068
Figura 19. Mapa do litoral do Rio Grande do Sul com a distribuição dos exemplares pertencentes
aos clades A e B da Figura 13. Só estão representados os animais para os quais se tinha o local
preciso de coleta.
95
1.4
1.0
0.6
0.2
Dimensão 2
-0.2
-0.6
-1.0 Ta-Aus
Ta-SAf
Tt-UK
-1.4 Tt-SSAm
Tt-IP
-1.8
-2 -1 0 1 2 3
Dimensão 1
Figura 20. Análise de MDS entre espécimes de Tursiops sp. de diferentes bacias oceânicas. Ta-Aus:
T. aduncus Austrália; Ta-Saf: T. aduncus Afríca do Sul; Tt-UK: T. truncatus Inglaterra; Tt-IP:
T.truncatus Indo-Pacífico; Tt-SSAm: T. truncatus América do Sul (triângulos abertos são
exemplares da forma norte, triângulos fechados da forma sul). Adaptado de Barreto et al. (em prep.
a).
25
20
15
N
10
5
0
o
O ro
ril
ço
Fe eiro
te o
o
iro
ez bro
ve o
lho
o
ai
Se ost
br
No ubr
nh
Ab
b
ar
re
m
Ju
em
m
n
Ju
Ag
M
ve
ut
Ja
Figura 21. Sazonalidade de encalhes de Tursiops truncatus no litoral do Rio Grande do Sul (Barra
do Estreito ao Farol de Sarita) de 1979 a 1999.
96
APÊNDICE 1 – EXEMPLARES AMOSTRADOS
Brasil
Grupo de Estudos de Cetáceos do Ceará, LABOMAR, UFC – Fortaleza, CE: GECC
Departamento de Sistemática e Ecologia, UFPB – João Pessoa, PB: UFPB
Projeto MAMA (Mamíferos Marinhos-BA), UESC – Ilhéus, BA: PM
Projeto Cetáceos – Atafona, RJ: BB
Museu Nacional, UFRJ – Rio de Janeiro, RJ: MN
Projeto Mamíferos Marinhos, Museu Nacional – Rio de Janeiro, RJ: PMM
Projeto Mamíferos Aquáticos (MAQUA), UERJ – Rio de Janeiro, RJ: MQ
Museu de Zoologia, USP – São Paulo, SP: USP
Centro de Estudos do Mar, UFPR – Pontal do Sul, PR: CEM
Laboratório de Mamíferos Aquáticos, UFSC – Florianópolis, SC: UFSC
Departamento de Zoologia e Genética, UFPEL – Pelotas, RS: COM
Laboratório de Mamíferos Marinhos e Tartarugas Marinhas, FURG – Rio Grande, RS: LMM
Museu Oceanográfico, FURG – Rio Grande, RS: MORG
Elena Valsecchi, Coleção Particular: EL
97
Número do Idade Sexo Latitude Longitude Crânio Material Cranialmente
Exemplar Genético Maduro
CEM057 - - -25.583 -48.375 X
CEM058 0 - -25.583 -48.375 X
CEM08 - - -25.583 -48.375 X X
CEM104 - - -25.360 -48.174 X
CEM158 - - -25.540 -48.302 X X
CEM226 - F -25.672 -48.466 X X
CEM230 >12 - -25.438 -48.258 X X
CEM233 7 F -25.556 -48.356 X X
UFSC1011 - - -27.583 -48.567 X X
UFSC1032 - - -28.933 -49.417 X X
UFSC1041 - - -27.167 -48.550 X X
UFSC1044 1 F -27.583 -48.567 X
UFSC1068 - - -29.333 -49.717 X X
UFSC1072 - M -27.583 -48.567 X
UFSC1077 7 M -27.583 -48.567 X X
UFSC1081 18 F -27.583 -48.567 X X
UFSC1085 - - -27.583 -48.567 X X
UFSC1089 >11 F -28.483 -48.783 X X
UFSC1099 6 F -27.583 -48.567 X X
UFSC1102 - - -27.583 -48.567 X
UFSC1105 0 M -27.583 -48.567 X
UFSC1106 1 - -27.583 -48.567 X
UFSC1110 0 M -27.583 -48.567 X
UFSC1112 - - -28.600 -49.033 X
UFSC1116 5 - -27.583 -48.567 X X
UFSC1123 0 M -27.644 -48.650 X
UFSC1126 4 M -27.642 -48.532 X
UFSC1209 17 F -28.262 -48.684 X X
UFSC1230 - - -27.572 -48.426 X
UFSC1249 - - -28.526 -48.796 X X
UFSC1252 12 - -26.200 -48.608 X X
COM_S/N - - - - X
COM03 - - - - X X
COM04 - - - - X
COM05 - - - - X X
LMM_A - - - - X X
LMM_B - - - - X
LMM_C - - - - X X
LMM_E 0 - - - X
LMM_GEPH 20 - - - X X
LMMS/No_EM - - - - X
A
LMM_TRAM - - -30.230 -50.228 X X
LMM10 - - -32.367 -52.300 X
LMM1044 2 M -31.979 -51.917 X
LMM1045 1 M -31.988 -51.925 X
LMM1056 24 - -30.421 -50.296 X X
LMM11 - - -32.038 -51.975 X X
LMM1100 14 - -33.654 -53.258 X X
LMM1102 8 F -32.225 -52.204 X
LMM113 0 F -32.142 -52.079
LMM114 0 M -32.142 -52.079 X
LMM115 0 M -32.046 -51.983 X
LMM116 - M -32.075 -52.150 X
98
Número do Idade Sexo Latitude Longitude Crânio Material Cranialmente
Exemplar Genético Maduro
LMM117 - M -31.971 -51.917 X X
LMM1188 11 M -32.058 -51.996 X X
LMM1195 5 F -31.942 -51.871 X
LMM1196 7 F -31.925 -51.833 X
LMM1205 - - -33.529 -53.083
LMM1281 2 M -32.292 -52.260
LMM1293 - - -31.442 -51.117 X
LMM1310 26 M -31.929 -51.858 X X
LMM1312 - M -32.533 -52.388 X
LMM1337 2 F -32.046 -51.967 X
LMM1405 2 M -30.671 -50.433 X
LMM1420 12 M -30.750 -50.513 X X X
LMM1439 2 - -30.629 -50.425 X
LMM1466 5 - -30.883 -50.608 X X X
LMM1584 2 - -32.204 -52.167 X
LMM1604 1 - -32.550 -52.392 X
LMM1608 - M -31.917 -51.833 X
LMM1669 - - -32.304 -52.271 X X
LMM1827 - F -33.205 -52.703 X X X
LMM1846 2 - -32.608 -52.417 X
LMM1904 - M -31.142 -50.792 X
LMM1908 - F -32.333 -52.292 X X X
LMM1939 - - -32.629 -52.413 X X
LMM1995 - - -32.389 -52.322 X X
LMM2006 - - -32.032 -51.971 X X
LMM2047 2 - -32.140 -52.077 X X
LMM2063 - - -31.883 -51.783 X
LMM2068 - - -33.322 -52.776 X X X
LMM2096 - M -31.635 -51.343 X X
LMM2113 - - -32.043 -51.982 X X X
LMM2216 - - -32.194 -52.162 X
LMM2247 - - -31.911 -51.819 X X
LMM35 - - -32.158 -52.083 X
LMM454 16 M -32.192 -52.183 X X
LMM458 1 F -32.046 -51.983
LMM459 0 M -32.046 -51.983 X
LMM460 14 M -32.000 -51.933 X
LMM465 17 F -32.067 -52.004 X
LMM466 4 F -32.067 -52.004 X
LMM468 21 F -31.379 -51.067
LMM469 9 F -31.379 -51.067
LMM470 3 F -31.379 -51.067
LMM525 1 - -31.929 -51.838 X
LMM538 12 F -32.063 -52.075 X X
LMM56 16 - -32.192 -52.158 X
LMM57 2 - -32.258 -52.233 X
LMM58 2 M -32.171 -52.083 X
LMM586 - M -32.158 -52.083 X
LMM594 - - -32.288 -52.275 X
LMM595 - - -31.983 -51.921 X X
LMM60 1 - -32.129 -52.088 X
LMM61 1 F -32.129 -52.088 X
LMM675 0 - -32.192 -52.183
99
Número do Idade Sexo Latitude Longitude Crânio Material Cranialmente
Exemplar Genético Maduro
LMM677 4 M -32.117 -52.058 X
LMM680 1 - -32.108 -52.050 X
LMM690 8 - -31.933 -51.850 X X
LMM691 - - -32.000 -51.946 X
LMM70 14 F -32.192 -52.183 X X
LMM72 - M -32.158 -52.083 X X
LMM73 3 F -32.042 -52.067 X
LMM74 - - -32.192 -52.158 X X
LMM78 21 - -31.496 -51.425 X X
LMM802 4 M -32.158 -52.083 X
LMM81 0 - -31.979 -51.913 X
LMM82 2 - -31.979 -51.913 X
LMM820 0 - -32.158 -52.083 X
LMM877 20 F -32.121 -51.913 X X
LMM910 15 - -32.588 -52.404 X X
LMM923 1 - -32.058 -51.996 X
LMM925 2 M -32.158 -52.083 X
LMM94 20 F -32.158 -52.083 X X
LMM95 2 M -32.008 -51.942 X
MORG_A - - - - X
MORG_B 7 - - - X X
MORG_C - - - - X X
MORG_P1 - - - - X X
MORG_P2 - - - - X
MORG_P3 - - - - X X
MORG_P4 - - - - X
MORG0019 - - - - X
MORG12295 - - - - X
MORG31297 - M - - X
EL11_RS - M - - X
EL12_SC - M - - X
100
Uruguai
Argentina
101
APÊNDICE 2 – HEMATOXILINA DE HARRIS
102
APÊNDICE 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS EXEMPLARES
103
Funções Discriminantes Probabilidades de Classificação
Código Observado Sul Norte Sul Norte
MMCOL SUL 482,624 460,536 1,000000 0,000000
MDLP118 SUL 410,752 399,471 0,999960 0,000040
MDLP1505 SUL 424,334 415,465 0,999530 0,000470
MDLP1561 SUL 399,690 387,048 0,999989 0,000011
MDLP1562 SUL 411,208 394,593 1,000000 0,000000
MDLP1566 SUL 413,536 402,098 0,999971 0,000029
MDLP1567 SUL 312,470 318,930 0,001145 0,998855
MDLP1817 SUL 445,908 430,317 0,999999 0,000001
MORG_B SUL 446,948 429,899 1,000000 0,000000
MORG_P1 SUL 447,008 426,437 1,000000 0,000000
MORG_P3 SUL 435,234 418,157 1,000000 0,000000
MORG12295 SUL 417,788 402,262 0,999999 0,000001
TGEPH SUL 436,952 419,130 1,000000 0,000000
UFSC1011 --- 376,870 380,928 0,008422 0,991578
UFSC1032 --- 428,694 408,180 1,000000 0,000000
UFSC1041 --- 380,106 388,487 0,000085 0,999915
UFSC1068 --- 428,934 418,200 0,999897 0,000103
UFSC1077 --- 411,528 399,997 0,999955 0,000045
UFSC1081 --- 410,574 399,025 0,999961 0,000039
UFSC1085 --- 386,566 379,212 0,997581 0,002419
UFSC1089 --- 409,336 400,151 0,999561 0,000439
UFSC1099 --- 299,188 309,494 0,000016 0,999984
UFSC1116 --- 408,816 400,360 0,999148 0,000852
UFSC1209 --- 295,626 311,246 0,000000 1,000000
UFSC1249 --- 419,988 400,429 1,000000 0,000000
UFSC1252 --- 296,430 308,939 0,000002 0,999998
USP19481 NORTE 313,982 322,290 0,000096 0,999904
USP19910 --- 335,030 334,125 0,450325 0,549675
USP23817 NORTE 357,962 364,795 0,000399 0,999601
USP28408 NORTE 320,846 327,861 0,000311 0,999689
104
APÊNDICE 4 – SEQUÊNCIAS GENÉTICAS
105
1 51 100
LMM1669 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM2113 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAA-GCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
MN52810 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAA-GCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM1827 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAA-GCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM2063 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM1995 NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
MORG32197 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM_EMA NNNNNNNNNN NNNNATTCCT TGAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM2047 NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM2006 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
MDLP1568 NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM1908 NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNCGTCAGTA TTAANNGTNA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM1420 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTANNAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM2068 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
EL11_RS TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
EL12_SC TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAAAGCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
PM014 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAA-GCT TATTGTACAG TTACCACAAC ACCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
LMM1466 TTCTACATAA ACTATTCCTT GAAAAA-GCT TATTGTACAG TTACCACAAC ATCACAGTAC TACGTCAGTA TTAAAAGTAA TTTGTTTTAA AAACATTTTA
106
201 251 300
LMM1669 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATNANATAAN ATGCATGCTC TTACATANTA TANANNNNNN NNNNNNNNNN
LMM2113 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCTCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATCTTN
MN52810 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGTATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATCTTA
LMM1827 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGTATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT AT-AATCTTA
LMM2063 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCTCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATCTTA
LMM1995 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCTCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCKC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATCTTA
MORG32197 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCTCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATCCTA
LMM_EMA TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
LMM2047 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCTCT ATCAATTCTA
LMM2006 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
MDLP1568 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
LMM1908 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
LMM1420 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
LMM2068 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
EL11_RS TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
EL12_SC TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATTACATAAT ATGCATGCTC TTACATATTA TATATCCCCT ATCAATTCTA
PM014 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCCCGTATT AATTATCATT AATTTTACAT ATCACATAAT ATGTATGCTC TTACATATTA TATTTCCCCT ATCARTCCTA
LMM1466 TTTTCCATAC GATAAGTTAA AGCTCGTATT AATTATCATK AATTTTACRT RTNNNNNANN MTRWATGCTC TTACATATTA TATCACCCCT ATCAATCCTA
301 336
LMM1669 NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNNNNNN NNNNNN
LMM2113 NNNNNNNNNN NNNCWATGGT TGCTCCATTA GATCAC
MN52810 CCTCCATTAT ATTCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
LMM1827 CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
LMM2063 CCTCCATTAT ATCCTATGGT TGCTCCATTA GATCAC
LMM1995 CCTCCATTAT ATCCTATGGT TGCTCCATTA GATCAC
MORG32197 CCTCCATTAT ATCCTATGGT TGCTCCATTA GATCAC
LMM_EMA CCTCCATTAT ATCCTATGGT CG-TCCATTA GATCAC
LMM2047 CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GNNNNN
LMM2006 CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
MDLP1568 CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
LMM1908 CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
LMM1420 CCTCCATNAT ANCCTATGGT CGCTCNATTA GATCAC
LMM2068 CCTCCATTAT AWCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
EL11_RS CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
EL12_SC CCTCCATTAT ATCCTATGGT CGCTCCATTA GATCAC
PM014 CCTCCATTAT ATCCTATGGT CACTCCATTA GATCAC
LMM1466 TCTCCATTAT ATCCTATGGY CGCTCCATTA NNNNNN
107
APÊNDICE 5 – ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS
Os resultados desta análise se encontram separados do corpo da tese uma vez que sua inclusão
Resultados e Discussão
de MDS, extraiu 4 novos fatores (Tabela A1). A correlação de cada variável com os novos
fatores gerados pode ser vista na Tabela A2. Como usualmente se considera que o primeiro
componente representa um vetor de tamanho (Reyment et al., 1984) se comparou os valores dos
exemplares nos fatores 2 e 3 (Figura A1). Alguns exemplares utilizados na análise de MDS não
se encontram representados nesta análise devido a ausência de dados em alguma variável. Rohlf
(1972 apud Reyment et al., 1984) comparou as análises de MDS, PCA e principal coordinates e
observou que a análise de MDS é a que apresenta a melhor resposta quando existem dados
faltando na matriz.
norte e sul observada na análise de MDS. Uma vez que não se utilizou os valores dos
exemplares no fator 1, as diferenças observadas podem ser atribuídas a diferenças na forma dos
crânios.
108
Tabela A1. Eigenvalues da análise de componentes principais de exemplares cranialmente adultos
de T. truncatus da costa atlântica da América do Sul.
109
Tabela A2. Correlação das variáveis utilizadas na análise de componentes principais com os fatores
extraídos, para exemplares cranialmente adultos de T. truncatus da costa atlântica da América do
Sul.
110
2.5
1.5
0.5
-0.5
FATOR 3
-1.5
-2.5
RS, AR ou UR
SC PR
-3.5
SE NE
-4.5
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
FATOR 2
111