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RECURSOS
Não cabimento de MS para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal
Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a
recurso criminal interposto pelo Ministério Público.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 28/2/2018, DJe 5/3/2018.
Efeito devolutivo
Significa dizer que, quando o recurso é interposto, a análise da questão discutida é “devolvida” para a
apreciação do Poder Judiciário, que irá proferir um novo julgamento, mantendo ou não a decisão anterior.
Todo recurso possui efeito devolutivo.
Efeito suspensivo
Se um recurso tem efeito suspensivo, isso significa que a sua interposição impede a eficácia/aplicabilidade
da decisão recorrida.
Em outras palavras, a decisão recorrida não produzirá efeitos (não poderá ser executada) enquanto o
recurso não for julgado.
Nas palavras de Renato Brasileiro, o efeito suspensivo “consiste na impossibilidade de a decisão
impugnada produzir seus efeitos regulares enquanto não houver a apreciação do recurso interposto.”
(LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 3ª ed. Salvador: JusPodivm, 2015, p. 1664).
Esse mandado de segurança poderá ser concedido? É possível a impetração de mandado de segurança
nesses casos?
NÃO. O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto
pelo Ministério Público.
Se a lei não confere efeito suspensivo para aquele recurso, não se pode dizer que a parte tenha direito
líquido e certo de obtê-lo. Logo, se não existe direito líquido e certo, não é caso de concessão de mandado
de segurança. Nesse sentido:
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido do descabimento de mandado de
segurança para conferir efeito suspensivo a recurso em sentido estrito interposto à decisão que concede
liberdade provisória, por ausência de amparo legal e por tal manejo refugir ao escopo precípuo da ação
mandamental.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 384.863/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 05/10/2017.
Outro argumento invocado pela jurisprudência para não admitir o MS nesses casos é o de que, “por
observância ao princípio constitucional do devido processo legal, não pode o Parquet buscar restringir o
direito do acusado além dos limites conferidos pela legislação de regência” (Min. Felix Fischer).
Por que a súmula fala apenas em “Ministério Público” (e não inclui a defesa do réu)?
Porque, no caso do réu, o instrumento cabível não seria o mandado de segurança, mas sim o habeas
corpus para evitar a execução provisória de uma decisão que lhe é desfavorável.
Já que não cabe mandado de segurança, qual seria o instrumento cabível a ser manejado pelo MP?
O Ministério Público poderia propor uma medida cautelar para tentar obter efeito suspensivo do recurso.
É o que ocorre, por exemplo, no caso dos recursos especial e extraordinário.