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01 Abbas:
Propriedades e Visão Geral das respostas Imunes
Matheus R. Corrêa, MEDUFPI 90
˗ Resposta imune é uma reação aos componentes de microrganismos, bem como a macromoléculas, tais como
proteínas e polissacarídios, e pequenos agentes químicos que são reconhecidos como estranhos,
independentemente da consequência fisiológica ou patológica de tal reação.
˗ Imunidade Inata: consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que estão em vigor mesmo antes
da infecção e :
▪ identificam estruturas comuns a grupos de microrganismos relacionados e podem não distinguir pequenas
diferenças entre os microrganismos.
(1) barreiras físicas e químicas, tais como epitélio e agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais;
da inflamação.
˗ Imunidade adaptativa:
As repostas do SIA:
- são estimuladas pela exposição a agentes infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada
exposição subsequente a um microrganismo particular.
- e a habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo microrganismo, conhecida como
memória.
Componentes exclusivos:
(1) Linfócitos ;
(2) Anticorpos.
o O movimento direcionado de células imunes do sangue para os tecidos e dentro dos tecidos
(quimiocinas).
• TIPOS DE RESPOSTAS IMUNES ADAPTATIVAS
˗ Imunidade humoral:
o defesa contra infecções intracelulares por vírus ou bactérias (dentro dos fagócitos ou das outras
células do hospedeiro);
o alguns linfócitos T também contribuem para a erradicação de microrganismos extracelulares por meio
do recrutamento de leucócitos.
o Epítopo: são partes dos antígenos que são especificamente reconhecidas por linfócitos e servem de
ligantes para os anticorpos produzidos especificamente para ele. Qualquer forma ou superfície
disponível em uma molécula que possa ser reconhecida por um anticorpo constitui um determinante
antigênico ou epítopo.
Por outro lado, a especificidade da imunidade adaptativa é maior, pois reconhece partes específicas dos
antígenos, os epítopos. Isso faz com que a diversidade dessa imunidade, mediada pelos linfócitos, seja elevada.
˗ Memória:
o ocorre porque cada exposição a um antígeno gera células de memória de vida longa e específicas para
aquele antígeno, e são mais numerosas do que os linfócitos imaturos específicos para o antígeno que
existia antes da exposição ao antígeno.
˗ Linfócitos B:
˗ linfócitos T:
o A defesa antiviral consiste em uma reação mediada por citocina na qual as células adquirem
resistência às infecções virais e morte das células infectadas por vírus pelas células especializadas do
sistema imune inato, as células NK;
1. capturam microrganismos, digerem suas proteínas em fragmentos e expressam nas suas superfícies
peptídios microbianos ligados às moléculas de MHC, que sã as moléculas especializadas de apresentação
de peptídios do sistema imune adaptativo.
2. Transportam sua carga antigênica para os linfonodos de drenagem através dos quais os linfócitos T
imaturos recirculam continuamente (probabilidade de uma célula T com receptores para um antígeno em
particular encontrar aquele antígeno é grandemente aumentada, pois as células T e antígenos estão na
mesma localização anatômica).
˗ Hipótese da seleção clonal: os clones de linfócitos específicos para antígenos se desenvolvem antes e
independentemente da exposição ao antígeno, sendo ativados quando se ligam ao seu antígeno específico
• Imunidade Mediada por Célula: Ativação dos Linfócitos T e Eliminação de Microrganismos Intracelulares
˗ Quando as células T CD4+ imaturas são ativadas pelo antígeno, elas secretam a citocina interleucina-2 (IL-2),
que é um fator de crescimento que estimula a proliferação (expansão clonal) de células T específicas para
antígeno.
˗ Algumas células T auxiliares CD4+ secretam citocinas que recrutam leucócitos e estimulam a produção de
substâncias microbicidas nos fagócitos. (auxiliam os fagócitos a matar os patógenos infecciosos).
˗ Outras secretam citocinas que auxiliam as células B a produzir IgE e ativam os leucócitos chamados de
eosinófilos, capazes de matar parasitas muito grandes para serem fagocitados.
˗ Cada plasmócito secreta anticorpos que têm o mesmo local de ligação do antígeno que os anticorpos da
superfície células (receptores em célula B) que primeiro reconheceram o antígeno.
Conceito TROCA DE CLASSE( melhor explicado no cap. Antígeno/ anticorpo): mudança de um tipo de anticorpo para
outro Os antígenos proteicos induzem a produção de anticorpos de classes funcionalmente diferentes (IgG, IgA, IgE)
a partir de um único clone de células B. Tal mudança é feita por alteração da cadeia pesada (apenas) das
Imunoglobulinas.
Principais conceitos do Cap. 05- Abbas: Anticorpos e Antígenos
Matheus R. Corrêa, MEDUFPI 90
˗ Anticorpos, moléculas do MHC e receptores de antígeno da célula T são as três classes de moléculas usadas
pelo sistema imune adaptativo para se ligar aos antígenos.
▪ As formas secretadas estão presentes no plasma (a porção fluida do sangue), nas secreções
mucosas e no fluido intersticial dos tecidos.
˗ Uma molécula de anticorpo tem uma estrutura simétrica do núcleo composta de duas cadeias leves idênticas
e duas cadeias pesadas idênticas,
o são mediadas pelas porções de ligação de moléculas diferentes de um antígeno(porção Fc)- regiões C
das cadeias pesadas( as regiões C das cadeias leves não participam das funções efetoras nem estão
diretamente ligadas às membranas das células) -, que exibem relativamente poucas variações entre
os diferentes anticorpos;
o são iniciadas somente pelas moléculas de Ig que se ligaram aos antígenos e não pelas Ig livres, pois
duas ou mais porções Fc de anticorpos adjacentes são necessárias para se ligar e disparar vários
sistemas efetores, tais como proteínas do complemento e fagócitos FcRs.
Propriedades
A mais versátil imunoglobulina porque é capaz de realizar todas as funções das moléculas de imunoglobulinas.
c) Transferência placentária - IgG é a única classe de Ig que atravessa a placenta. A transferência é mediada pelo
receptor da região Fc do IgG nas células placentárias. Nem todas as subclasses atravessam com a mesma
eficiência; IgG2 não atravessa bem.
d) Fixação do complemento – Nem todas as subclasses fixam com a mesma eficiência; IgG4 não fixa complemento.
e) Ligação a células – Macrófagos, monócitos, PMN's e alguns linfócitos têm receptores para a região Fc da IgG.
Nem todas as subclasses se ligam com a mesma eficiência; IgG2 e IgG4 não se ligam a receptores de Fc. Uma
consequência da ligação a receptores de Fc em PMN's, monócitos e macrófagos é que a célula pode então
internalizar o antígeno melhor. O anticorpo preparou o antígeno para ser comido pelas células fagocitárias. O
termo opsonina é usado para descrever substâncias que aumentam a fagocitose. IgG é uma boa opsonina. Ligação
de IgG a receptores de Fc em outros tipos de células resulta na ativação de outras funções.
IgM
Estrutura
A estrutura da IgM está apresentada na Figura 8. IgM normalmente existe como um pentâmero (imunoglobulina 19S)
mas ela pode também existir como um monômero. Na forma pentamérica todas as cadeias pesadas são idênticas e
todas as cadeias leves são idênticas. Assim, a valência é teoricamente 10. IgM tem um domínio extra na cadeia mu
(CH4) e ela tem outra proteína covalentemente ligada via uma ponde S-S chamada cadeia J. Esta cadeia funciona em
polimerização da molécula a um pentâmero.
Propiedades
c) Como consequência da sua estrutura pentamérica, IgM é uma boa Ig fixadora do complemento. Assim, anticorpos
IgM são muito eficientes em levar à lise de microrganismos.
d) Como consequência da sua estrutura, IgM também é uma boa Ig aglutinadora. Assim, anticorpos IgM são muito
boas em agregar microrganismos para eliminação eventual para fora do corpo.
f) Ig de superfície de célula B
IgM de superfície existe como um monômero e não tem cadeia J mas tem 20 aminoácidos extras na região C-
terminal para se ancorar na membrana (Figura 9). IgM de superfície celular funcionam como um receptor para
antígeno ou células B. IgM de superfície é associada não covalentemente com duas proteínas adicionais na
membrana da célula B chamadas Ig-alfa e Ig-beta como indicado na Figura 10. Essas proteínas adicionais agem
como moléculas de transdução de sinal uma vez que a cauda citoplasmática da molécula de Ig por si mesma é muito
curta para transduzir um sinal. O contato entre a superfície da imunoglobulina e um antígeno é necessário antes de
um sinal ser transduzido pelas cadeias Ig-alfa e Ig-beta. No caso dos antígenos T-independentes, contato entre o
antígeno e a superfície da imunoglobulina é suficiente para ativar as células B a se diferenciarem em plasmócitos
secretores de anticorpos. Entretanto, para antígenos T-dependentes, um segundo sinal fornecido pelas células T
auxiliares é necessário para ativar as células B.
IgA
Estrutura
A IgA do soro é um monômero mas a IgA encontrada em secreções é um dímero como apresentado na Figura 11.
Quando IgA sai do dímero, uma cadeia J se associa a ela.
Quando IgA é encontrada em secreções também tem outra proteína associada a ela chamada de peça secretora T;
sIgA é às vezes referida como imunoglobulina 11S. Ao contrário do resto da IgA que é feito no plasmócito, a peça
secretora é feita nas células epiteliais e é adicionada à IgA à medida que esta passa através das secreções (Figura
12). A peça secretora ajuda a IgA a ser transportada através da mucosa e também a protege da degradação nas
secreções.
Propriedades
b) IgA é a principal classe de Ig em secreções – lágrimas, saliva, colostro, muco. Uma vez que é encontrada em
secreções IgA secretora é importante na imunidade local (de mucosa).
IgD
Estrutura
A estrutura da IgD está apresentada na Figura 13. IgD existe somente como um monômero.
Propriedades
b) IgD primariamente encontrada em superfícies de célula B onde funciona como um receptor para antígeno. IgD na
superfície de células B tem aminoácidos extras na região C-terminal para ancoramento à membrana. Ela também se
associa com as cadeias beta de Ig-alfa e Ig-beta.
c) IgD liga complemento.
IgE
Estrutura
A estrutura do IgE está apresentada na Figura 14. IgE existe como um monômero e tem um domínio extra na região
constante.
Propriedades
a) IgE é a Ig sérica menos comum uma vez que se liga fortemente com receptores de Fc em basófilos e mastócitos
mesmo antes da interação com o antígeno.
b) Envolvida em reações alérgicas – Como consequência da sua ligação a basófilos e mastócitos, IgE é envolvida em
reações alérgicas. Ligação do alergeno à IGe nas células resulta na liberação de vários mediadores farmacológicos
que resulta em sintomas alérgicos.
c) IgE também participa em doenças parasitárias por helmintos. Uma vez que os níveis sorológicos de IgE aumentam
em doenças parasitárias, a quantificação dos níveis de IgE auxilia no diagnóstico de infecções parasitárias.
Eosinófilos têm receptores de Fc para IgE e a ligação de eosinófilos a helmintos cobertos por IgE resulta na morte do
parasita.
˗ OBS: As REGIÕES C das cadeias pesadas também ancoram os anticorpos ligados à membrana nas
membranas plasmáticas dos linfócitos B.
▪ Como os diferentes isotipos e subtipos de anticorpos diferem em suas regiões C, realizam distintas
funções efetoras.
▪ As regiões C da cadeia pesada dos anticorpos também determinam a distribuição tecidual das moléculas
de anticorpo;
˗ Fab (fragmento, ligação do antígeno): Dois dos pedaços são idênticos um ao outro e consistem em cadeia leve
completa (VL e CL) associada a um fragmento VH-CH1 da cadeia pesada. Retêm a habilidade de se ligar ao
antígeno, porque cada um possui domínios VL e CL pareados;
A maioria das diferenças de sequência e variabilidade entre os diferentes anticorpos está confinada a :
Constituem as as regiões hipervariáveis( VH e VL), que também são chamadas de regiões de determinação de
complementariedade (CDRs), responsáveis pela ligação do anticorpo ao antígeno e constituem os idiótipos dos
anticorpos.
• Bases Estruturais e Químicas da Ligação do Antígeno