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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RORAIMA

PLANTÃO JUDICIAL DO SEGUNDO GRAU - PROJUDI


Praça do Centro Cívico, 269 - Palácio da Justiça, - Centro - Boa Vista/PR -
CEP: 69.301-980

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 9001907-11.2018.8.23.0000

Agravante: Renato Andrade Queiroz

Advogado: Dr. Albert Bantel, OAB-RR 711

Agravada: Câmara Municipal de Boa Vista - CMBV

Plantonista: Juiz Convocado Luiz Fernando Mallet

DECISÃO

Trata-se de Agravo de Instrumento com pedido de antecipação de tutela interposto pelo


Vereador Renato Andrade Queiroz em face da decisão liminar acostada ao EP 1.9,
proferida pelo MM. Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública (ref. à Ação Anulatória
nº 0831887-93.2018.8.23.0010), que indeferiu o pedido tutela de urgência em que se
requeria a sustação dos efeitos da recondução da Mesa Diretora da Câmara Municipal de
Boa Vista - CMBV.

Aduz o agravante que em 02/02/2017, na Sessão Ordinária de Abertura dos Trabalhos


Legislativos para a 12ª Legislatura da CMBV, foi protocolado requerimento formulado por
quatro vereadores, pleiteando a recondução da Mesa Diretora, para o biênio 2019/2020,
sendo aprovado por maioria, mesmo diante de protestos acerca do possível
descumprimento do Regimento Interno da Casa e da Lei Orgânica Municipal.

Apontou ilegalidades quanto ao desrespeito do prazo de antecedência de 24h para


interposição do questionado requerimento, nos termos do art. 166 do RICMBV, o que
inviabilizou a formação de uma Chapa concorrente, uma vez que após a tumultuada
aprovação do pedido de recondução, foi aberto o prazo exíguo de 15 (quinze) minutos para
sua formação, o que fere o princípio da razoabilidade.

Ressaltou a ausência do cômputo de voto de dois vereadores (Dra. Magnólia e Vereador


Pastor Jorge), que afirmaram em ata ter votado "não" ao requerimento da eleição
questionado, ao passo que o Presidente da Câmara se absteve de realizar nova votação
mesmo diante da aventada ilegalidade.

O impetrante afirma ainda, que a ata da dita sessão recebeu a nomenclatura de "Sessão
Ordinária com Solenidade", termo que não existe no RICMB, o qual prevê somente três
tipos de sessões - Ordinárias, Extraordinárias ou Solenes - não existindo nenhum tipo
híbrido.

Aponta ainda, como suposta ilegalidade, o fato do requerimento para recondução da mesa
diretora, ter sido anunciado e posto em discussão na mesma sessão, quando deveria ter
sido anunciado na sessão anterior.

Sustenta que a decisão ora agravada merece reparo, eis que "existente situação
configuradora de transgressão da ordem constitucional, o que autoriza a intervenção do
Poder Judiciário no controle dos atos do Poder Legislativo", alegando que não se trata de
questão interna corporis, como fundamentou o douto magistrado a quo.

Requer o provimento do presente agravo para reformar a decisão atacada, sustando os


efeitos da recondução da Mesa Diretora da CMBV para o biênio 2019/2020 e obrigando a
agravada a realizar nova eleição.

Comprovado o preparo no EP 10.

É o relatório. DECIDO.

A tramitação por instrumento está justificada pela natureza da decisão combatida (tutela de
urgência).

A medida liminar requerida pela Recorrente, por seus termos, trata-se de antecipação dos
efeitos da tutela recursal.

Sabe-se que para a concessão de medida liminar, faz-se mister a presença do fumus boni
juris, concernente à relevância do fundamento do recurso, e o periculum in mora, que
consiste no perigo de dano irreparável. Neste caso, vislumbro, numa primeira e superficial
análise, a presença de ambos.

Verifica-se que o agravante aponta, no ato de recondução da Mesa Diretora da Câmara


Municipal de Boa Vista - CMBV, pelo menos três ilegalidades, a saber: ausência de tempo
hábil para formação de chapa; votos não computados e inclusão de matéria na ordem do
dia sem prenúncio.

Em uma análise perfunctória dos documentos juntados, em especial de artigos do


Regimento Interno da Câmara Municipal de Boa Vista/RR, pode-se visualizar que há
fortes indícios de que na sessão do dia 02/02/2017 tenha havido o descumprimento do
devido processo legislativo legal, nos termos dos artigos 20 e 166 do RICMBV.

O risco de lesão grave ou de difícil reparação também se faz presente in casu, uma vez que
o início dos trabalhos legislativos e administrativos da Mesa Diretora biênio 2019/2020,
está na iminência de acontecer.

Deve ser ressaltado que essa medida é perfeitamente reversível.

Por essas razões, recebo o agravo por instrumento e antecipo os efeitos da tutela recursal, a
fim de sustar os efeitos da Recondução Ocorrida na Primeira Sessão Ordinária com
Solenidade do Período Legislativo 2017 da Décima Segunda Legislatura da CMBV, que
declarou eleita e empossada a Chapa Única para o biênio de 2019/2020.

Quanto ao pedido de atuação deste Poder no sentido de obrigar a agravada à realização de


nova eleição, por ora, entendo desnecessário, por vislumbrar que a convocação para uma
nova eleição é decorrência lógica da medida acima deferida.

Diante de tais manifestações e, respeitado o principio Constitucional da Separação


dos Poderes antecipo parcialmente os efeitos da tutela recursal.

Comunique-se ao juiz da causa, requisitando-lhe as informações devidas.

Intime-se a Agravada para que apresente resposta no prazo de lei.

Publique-se.

Ao final do recesso forense, proceda-se a distribuição.

Boa Vista/RR, 27 de Dezembro de 2018.

Juiz Convocado LUIZ FERNANDO MALLET

Plantonista

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