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Diogo Araujo – Med 92

RESUMO SOBRE PRINCIPAIS HORMÔNIOS

(Baseado nas aulas da Prof. Luciana Naves)

GENERALIDADES

- São as 5 características dos hormônios:

1. Circulam em baixas quantidades;

2. Podem fazer circulação restrita (como no sistema porta-hipofisário);

3. São derivados de precursores sistêmicos;

4. Respeitam biorritmos;

5. Fazem ação permissiva uns sobre os outros.

- Os problemas relacionados a hormônios podem ser pré-receptores, receptores ou pós-


receptores.

- Mecanismos:

1. endócrino  produzido em tecido especializado e atuação em alvo distante;

2. parácrino  ação contígua, próxima;

3. autócrino  ação no próprio local produtor.

- Feedback positivo e negativo existem.

- Um exemplo de positivo se dá entre estrogênio e LH no ciclo menstrual.

- Os hormônios podem ser:

1. peptídeos;

2. derivados de aminoácidos;

3. esteroides.

- Todos os hormônios hipotalâmicos e hipofisários são peptídeos.

- T3, T4 e adrenalina são exemplos de derivados de aminoácidos (tirosina, nesses casos).

- Aldosterona, progesterona e cortisol são exemplos de esteroides.

- O hormônio circula carreado por um transportador que causa equilíbrio dinâmico entre suas
concentrações de hormônios ligados e livres. Aumenta meia-vida e controla degradação
metabólica também.

- Os receptores para hormônios podem ser:


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1. Transmembranários

1.1. Acoplados à proteína G (como é o caso dos hormônios proteicos, com algumas exceções);

1.2. Do tipo tirosina quinase (para insulina e IGF-1);

1.3. Do tipo Jak tirosina quinase (para GH e prolactina);

2. Intracelulares (ou nucleares)

2.1. Receptores do tipo esteroide (para hormônios esteroides, como cortisol, por exemplo);

2.2. Receptores do tipo não esteroide (para T3, por exemplo).

- São etapas da atuação hormonal sobre o receptor:

1. Ligação hormônio-receptor;

2. Modificação de forma do receptor;

3. Ativação do sistema efetor;

4. Geração de 2º mensageiros;

5. Ativação de proteíno-quinases;

6. Efeito biológico.

- Os neurônios magnocelulares do hipotálamo anterior produzem ADH e oxitocina. Suas


terminações nervosas vão até a hipófise posterior e secretam esses hormônios lá.

- Os neurônios parvocelulares do hipotálamo posterior produzem uma série de hormônios


peptídeos que caem na circulação porta-hipofisária, vão para a hipófise anterior e controlam a
liberação de outros hormônios dessa região.

- Tumores de hipófise podem comprimir o quiasma óptico.

- Os hormônios que são produzidos na hipófise anterior (ou adeno-hipófise) podem ser
divididos em famílias de acordo com característica química do hormônio e tipo de receptor em
que atua:

1. Família glicoproteica: inclui LH, FSH e TSH. São estruturalmente muito semelhantes. Os três
possuem subunidade alfa (que garante a ligação ao receptor) e beta ( que confere
especificidade nessa ligação).

2. Família POMC (ou família da pró-ópio-melano-cortina): inclui as endorfinas, o MSH e o


ACTH. Caracterizam-se por serem codificados geneticamente em conjunto, sendo que o mRNA
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transcrito sofre splicings diferentes para formar os diversos hormônios pertencentes a essa
família.

3. Família mamossomatotrófica: inclui GH e prolactina. Possuem características químicas muito


semelhantes e atuam em receptores do tipo Jak tirosina quinase. As células que produzem
esses hormônios são ditas mamotróficas e somatotróficas e possuem origem embriológica
muito semelhante, diferenciando as duas linhagens somente “no final”.

- Na doença de Adison, a mucosa do paciente fica corada devido ao excesso de MSH circulante.
A falta de cortisol causa fraqueza e adinamia.

- No desenvolvimento da adeno-hipófise, uma célula pluripotente origina duas linhagens. A


linhagem que expressa a CUTE dá origem às células produtoras de ACTH. A outra linhagem
expressa o PROP-1 e continua em sua diferenciação, sendo que:

1. as células que passam a expressar o PIT-1 dão origem a células produtoras de GH, prolactina
e TSH;

2. as células que passam a expressar o LHX3 e LHX4 dão origem a células produtoras de LH e
FSH.

RECEPTORES NUCLEARES

- Receptores esteroides:

1. Ficam no citoplasma;

2. Ligam-se ao hormônio e se dissociam das heat shock proteins, que, até então, mantinham o
receptor fora do núcleo e facilitavam a ligação com o hormônio;

3. Formam homodímeros, que vão para o núcleo;

4. Ligam-se aos elementos responsivos ao receptor do hormônio no DNA;

5. Recrutam outras proteínas (coativadoras ou correpressoras);

6. Ativam ou inibem a transcrição.

- Receptor não esteroide:

1. Ficam no núcleo;

2. Ligam-se ao hormônio;
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3. Formam heterodímero ao se ligarem ao RXR (pode ser também o LXR, PXR, etc). Vão para o
núcleo;

4. Ligam-se aos elementos responsivos ao receptor do hormônio no DNA;

5. Retiram os correpressores da região promotora do gene e recrutam coativadores.

- Dentro dos coativadores, existe a histona acetiltransferase, que acetila as histonas,


aumentando a sua carga negativa e a repulsão contra o DNA (que também está carregado
negativamente). Dentro dos correpressores, existe a histona desacetilase, que faz o contrário.

EIXO SOMATOTRÓFICO

- Nesse eixo, existem:

1. GHRH

1.1. Hipotalâmico, liberado na circulação restrita porta-hipofisária. Não é dosado no sangue


periférico.

1.2. Forma ativa é de 44 aminoácidos. Possui duas isoformas inativas;

1.3. Atua em receptores acoplados à proteína G. Mutações nesses receptores podem levar ao
nanismo.

2. GH

2.1. Adeno-hipofisário, produzido por células somatotróficas. Pode ser dosado no sangue.
Pertence à família mamossomatotrófica.

2.2. Possui uma isoforma ativa e outra inativa.

2.3. É transportado pela GHBP-1 ou GHBP-2 (para as isoformas ativa e inativa, respect).

2.4. Atua no fígado, tecido adiposo, músculo cardíaco, diafragma e tecido hematopoiético,
sempre em receptores do tipo Jak tirosina quinase.

2.5. No fígado, estimula a secreção de IGF-1.

2.6. Promove: ação anti-insulina (aumenta resistência), lipólise e anabolismo de proteínas.


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2.7. Possui pico secretório às 3h da madrugada e outro menor entre 6 e 8h da manhã.

2.8. O estrogênio em baixas concentrações tende a estimular a produção de GH, além de


aumentar a responsividade ao GH. Mas, se estiver em altas concentrações, o estrogênio inibe a
ação óssea do GH e acelera a maturação esquelética.

2.9. São estímulos para liberação de GH: GHRH, grelina (estímulo muito forte!), melatonina,
estrogênio (em baixas doses), sono profundo, exercício físico, aminoácidos (como a arginina),
estresse agudo e hipoglicemia.

2.10. São inibitórios para a secreção de GH: somatostatina (produzida pelo hipotálamo),
neuropeptídeo Y, CRH, sono REM, hiperglicemia, aumento de ácidos graxos, cortisol (associado
ao estresse crônico), hipotireoidismo e privação social (por mudanças em neurotransmissores).

3. IGF-1 (somatomedina)

3.1. É hepático e pode ser dosado no sangue.

3.2. O IGF pode ser IGF-1 ou IGF-2 (fetal), que são transportados por 6 tipos de carreadores (as
IGFBPs). A IGFBP-3 é a que mais bem carreia o IGF-1.

3.3. Atua sobre osso, cartilagem e outros tecidos, ligando-se a receptores do tipo tirosina
quinase. Nesses locais, estimula o crescimento das epífises e ativa osteoblastos e osteoclastos.

- Durante a gestação, a placenta produz o GH variante, que mimetiza as ações do GH para


garantir o crescimento fetal.

- Se há carência de GH durante o crescimento  nanismo.

- Se há excesso de GH durante o crescimento  gigantismo.

- Se há excesso de GH na fase adulta  acromegalia. Geralmente, é causada por tumor


hipofisário com células secretoras de GH. Há crescimento da mandíbula (prognatismo), com
afastamento dos dentes; a pele fica oleosa, com sudorese excessiva; há crescimento de partes
moles, com cefaléia, artralgia, cardiopatia hipertrófica; há maior resistência à insulina e maior
incidência de hipertensão arterial.

- Tratamento da acromegalia é feito com análogos da somatostatina (octreotida), análogo da


dopamina (cabergolina) e inibidor do receptor hepático do GH (pegvisomant).
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PROLACTINA

- É produzida pela adeno-hipófise, graças às células mamotróficas. Pertence à família


mamossomatotrófica.

- Agem em receptores Jak tirosina quinase em diversos tecidos.

- É secretada em três formas diferentes:

1. monomérica (ativa);

2. dimérica (inativa);

3. trimérica (inativa).

- A dosagem sanguínea pega os três tipos.

- O controle da secreção de prolactina é diferente: ele se dá por ação inibitória constante da


dopamina. Essa dopamina atua em receptores D2 (acoplado à proteína G, subunidade i) nas
células mamotróficas.

- Os fatores estimulatórios para a secreção de prolactina (TRH, peptídeo intestinal vasoativo e


PACAP hipotalâmico) possuem força 10 vezes menor que a força inibitória da dopamina.

- Pulsatilidade: no início do sono, há pulso de prolactina. Depois, são registrados picos de baixa
amplitude ao longo do dia.

- Por que a mulher grávida passa a produzir leite? O estrógeno circulante estimula a
proliferação de células mamotróficas, que elevam os níveis séricos de prolactina. Assim, há
maior estímulo à produção de leite nas mamas.

- São fatores que estimulam a secreção de prolactina: exercícios físicos (aumento agudo),
convulsões (por diminuírem a dopamina), estresse agudo, fármacos, doenças (como os
tumores hipotalâmicos e hipofisários, hipotireoidismo), radioterapia craniana.

- O hipotereoidismo estimula a prolactina porque, nesses casos, o TRH pode estar elevado. Ele
tem ação promíscua estimulando também o aumento da secreção de prolactina.

- Costelas quebradas e queimaduras na região do tórax (com cicatrizes retráteis) podem elevar
a secreção de prolactina.

- Herpes zoster pode reduzir a dopamina central e elevar a secreção de prolactina.

- São fatores que reduzem a prolactina: maconha (por redução da dopamina central).

- São ações da prolactina:

1. bloqueio parácrino do eixo gonadotrófico, com redução de LH e FSH e sinais e sintomas


relativos à queda da testosterona e do estrógeno (ginecomastia masculina, suspensão da
menstruação, secreção de leite). GALACTORRÉIA, CEFALÉIA E AMENORRÉIA formam a tríade da
hiperprolactinemia;
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2. estímulo à proliferação de células epiteliais;

3. aumento da motilidade dos cílios do trato respiratório;

4. angiogênese;

5. ativa enzimas que disponibilizam ácidos graxos no leite materno (colostro rico em lipídeos);

6. aumento da proliferação epitelial na próstata e na vesícula seminal, com aumento dos


receptores androgênicos e para LH e FSH.

7. ativa bomba de Na/K nos túbulos renais, com maior retenção de líquidos

- Prolactinoma: tumor de células secretoras de prolactina na adeno-hipófise. Se for maior que


1cm, é dito macroadenoma.

- Nesse caso, quanto maiores forem os níveis de prolactina circulantes, mais especializado o
tecido secretor. Assim, a resposta à terapia é melhor (melhor prognóstico).

- Tratamento com agonistas dopaminérgicos (como a cabergolina, um derivado alcaloide do


ergot).

HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (VASOPRESSINA)

- Formado no corpo de neurônios magnocelulares da porção anterior do hipotálamo.


Inicialmente, é um pré-pró-hormônio, que é clivado em ADH (parte ativa), neurofisina e um co-
peptídeo.

- A neurofisina do tipo 2 atua como transportador do ADH ao longo do axônio.

- Esses neurônios liberam o hormônio em suas terminações axônicas presentes na hipófise


posterior (onde só tem terminações nervosas e pituicitos).

- ADH e neurofisina 2 são co-secretados.

- São respostas do organismo frente à queda da osmolalidade sérica/volemia:

1ª resposta  queda de 1 a 2% na osmolalidade ativa osmorreceptores no hipotálamo, com


liberação de ADH na neuro-hipófise. Qualquer circunstância que concentre os solutos no
sangue (como vômitos, desidratação, diarreia, hemorragia) aumenta a osmolalidade. O valor
normal é de 270 a 280mOsm/dL.

2ª resposta  queda de 2 a 3% na osmolalidade ativa o mecanismo da sede


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3ª resposta  queda de 10 a 20% da volemia ativa os barorreceptores, com repercussões no


SNC e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona para aumento da resistência
vascular periférica e PA.

- O reflexo orofaríngeo acontece com 10 a 15 goles de líquido, reduzindo a sede. A saciedade


vem com o reflexo orofaríngeo e a liberação de peptídeo natriurético atrial.

- O ADH atua em receptores:

- V1 beta no hipotálamo, estimulando a liberação de ACTH que, em última análise,


aumenta a aldosterona circulante, promovendo a retenção de água e sódio.

- V2 nos vasos, fazendo vasoconstricção;

- V2 (também) nos ductos coletores dos rins. Lá, esse receptor está acoplado à
proteína Gs, com formação de AMPc e ativação de PKAs. O resultado é a migração de
vesículas contendo aquaporinas 2 para a membrana apical da célula. Então, a água sai
do filtrado, entra na célula e vai para o sangue passando pela membrana basal, onde
há aquaporinas III e IV de maneira constitutiva.

- Poliúria: volume urinário superior a 3L/dia.

- Hiperglicemia pode fazer com que altas concentrações de glicose cheguem até o filtrado.
Assim, essas moléculas puxam as moléculas de água, aumentando o volume urinário. Paciente
com Diabetes Mellitus  alta glicemia  poliúria  desidratação e aumento da osmolalidade
 polidipsia

- Diabetes Insipidus: falha do ADH por erros na produção do hormônio ou em sua atuação.

- É dita central (ou neurogênica) quando há baixa produção hipotalâmica ou quando o


hormônio produzido é inadequado. Pode ser inata (mutação; causa genética) ou
adquirida (lesões hipotalâmicas; tumores).

- É dita renal (ou nefrogênica) quando o ADH produzido adequadamente não consegue
atuar nos rins. Pode ser inata (mutação no receptor) ou adquirida (doenças que
lesionem o parênquima renal).

- diagnóstico e determinação do tipo de Diabetes Insipidus com base no teste de


restrição hídrica.
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EIXO TIREOIDIANO

- A tireoide fica 2 dedos acima da fúrcula e possui forma de borboleta (ou escudo).

- Tem relação embriológica com o trato gastrointestinal, sendo que as células C (produtoras de
calcitonina, relacionada com o metabolismo do cálcio) podem ficar por lá.

- O hipotálamo produz TRH, que atua na adeno-hipófise estimulando a secreção de TSH. Esse
hormônio age nas células foliculares da tireoide. O TRH e o TSH atuam em receptores
acoplados à proteína G.

- A tireoide é o maior reservatório de hormônio pré-formado no organismo.

- São as etapas da formação de T3 e T4 pela tireoide:

1. Captação ativa de iodeto: na porção basal da célula folicular, existem bombas Na/K que
colocam o Na para fora da célula. Por gradiente, ao tentar retornar, esse Na tem de passar
pela proteína NIS (sodium/iodide symporter) e, com isso, acaba levando o iodeto para dentro
da célula por simporte.

2. Oxidação do iodeto: no citoplasma da célula, o iodeto é oxidado a iodo “zero” por meio da
enzima tireoperoxidase (TPO) na presença de H2O2 próximo ao polo apical da célula.

3. Organificação do iodo: ao cruzar a membrana apical (utilizando a proteína pendrina), a TPO


promove a organificação do iodo, ou seja, a sua incorporação aos resíduos de tirosina da
proteína tireoglobulina, muito abundante no coloide da luz folicular. Nisso, cada resíduo de
tirosina pode receber um átomo de iodo, formando uma MIT (monoiodotirosina). Se, em
seguida, essa MIT recebe mais um átomo de iodo, ela passa a ser DIT (diiodotirosina).

4. Formação de T3 e T4: depois de formadas, as MITs e DITs são combinadas, de modo a


formarem o T3 (triiodotironina) ou o T4 (tetraiodotironina, ou tiroxina). Quando há
necessidade de liberação de hormônios, a célula folicular faz pinocitose, forma vesículas do
coloide contendo a tireoglobulina, fragmenta essa proteína e, assim, obtém T3 e T4 livres para
serem secretados para a circulação sanguínea.

- O T3 e o T4 circulam ligados a transportadores: a TBG (70-75%), TBPA (20-25%) e albumina


(5-10%).

- A fração do hormônio que não está ligada aos transportadores que atua nos tecidos.

- Estrogênio pode aumentar a produção de TBG, mas com fração hormonal livre normal.

- AAS, diazepam e heparina podem deslocar o hormônio da TBG e aumentar a fração livre.

- Ao chegar aos tecidos, o T4 (que circula em maior quantidade) é convertido a T3 por meio da
enzima 5’monodeiodinase.

- O T3 é mais ativo biologicamente que o T4.

- Existe também a enzima 3’monodeiodinase, que pode converter o T4 em T3 reverso, de


caráter inativo.
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- Pacientes que tem excesso de 3’monodeiodinase ou com falta de 5’monodeiodinase têm T3


baixo e T4 elevado.

- A tireoide tem dois mecanismos de regulação:

- O eixo hipotálamo-hipófise, envolvendo TRH e TSH;

- Dois mecanismos que envolvem autorregulação, ou seja, a capacidade de adaptação


aos níveis de iodo independentemente do TSH. São eles:

1. Mecanismo de Wolff-Chaikoff: se a oferta de iodo para a tireoide aumenta


bruscamente, a tireoide para subitamente a secreção de T3 e T4.

2. Mecanismo de Jod Basedow: se a oferta de iodo para a tireoide aumenta


leve e cronicamente, a tireoide passa a aceitar esse iodo a mais e vai
aumentando a produção de T3 e T4. Pode causar hipertireoidismo.

- A amiodarona, medicamento anti-arrítmico, é rico em iodo. Quando administrado


cronicamente, pode elevar as taxas de T3 e T4. Devido a seus efeitos inotrópicos e
cronotrópicos positivos, esses hormônios podem levar a arritmias.

- São ações do T3: queima de calorias; quebra de glicogênio; aumento da produção de glicose;
ativação do metabolismo em geral.

- No hipotireoidismo: paciente anêmico, constipado, com tendência a acúmulo de gordura,


hipoglicêmico. Porém, os ossos estão preservados. Exemplo de hipotireoidismo: tireoidite de
Hashimoto, devido à produção de anticorpos contra a TPO (95% dos casos) e a tireoglobulina
(em 60% dos casos).

- No hipotireoidismo em bebês: quando intra-útero, pela falta de hormônios tireoidianos na


mãe, há diminuição do choro, hérnia umbilical e hipotonia muscular. Quando o
hipotireoidismo é congênito se dá por deficiência de produção desses hormônios pelo recém-
nascido, pode haver cretinismo, com déficit no desenvolvimento mental, dentre outros
sintomas. O teste do pezinho faz dosagem de TSH na criança e identifica hipotireoidismo
congênito.

- No hipertireoidismo: paciente magro, tremores, sudorese, taquicárdico, com policitemia,


hiperdefecação, hiperglicêmico e de ossos poróticos. Oftalmopatias, com inflamação de
córnea e conjuntiva, elevação da pálpebra, aumento da pressão intraorbitária (proptose). Pode
haver diabetes secundária à elevação de hormônios tireoidianos. Ex de hipertireiodismo:
doença de Graves, devido à produção de anticorpos estimuladores do receptor de TSH.

- Bócio: “Corresponde a um conjunto de doenças da glândula tireóide que se caracterizam por


um aumento perceptível no tamanho desta glândula. Como a tireóide se localiza na parte
anterior e inferior do pescoço, é nesta região que as pessoas irão observar este aumento, que
pode envolver toda a tireóide (aumento difuso, bócio difuso) ou provocar a formação de um
ou mais nódulos (caroços).
O aumento da tireóide pode se acompanhar de excesso (hipertireoidismo) ou redução de seu
funcionamento (hipotireoidismo). Estas alterações podem ser decorrentes de doenças
hereditárias (herdadas da família), auto-imunes, carência de iodo, ou tumores benignos e
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malignos. Predominam em mulheres dos 20 aos 40 anos e, em geral, necessitam de


investigação diagnóstica e tratamento adequados.”

- Atenção: excesso de hormônios tireoidianos pode levar à perda de massa magra!

EIXO CORTICOTRÓFICO

- Esse eixo é composto pelo CRH, ACTH e pelos hormônios da adrenal (principalmente o
cortisol).

- O CRH é hipotalâmico e atua em receptores acoplados à proteína G em células corticotróficas


da adeno-hipófise, que secretam o ACTH.

- O ACTH pertence à família da pró-ópio-melano-cortina. Ele é co-secretado com a beta-


lipotrofina, que gera sensação de bem estar.

- O ACTH atua em receptores acoplados à proteína G (subunidade Gs) em células da camada


cortical da adrenal. Assim, ao ativar a adenilato ciclase e as enzimas pka, a célula da adrenal
passa a captar mais partículas de LDL, que são ricas em colesterol. Além disso, a ação do ACTH
ativa o aparato enzimático que esterifica e converte o colesterol em hormônios esteroides.

- O pico de ACTH é noturno.

- De maneira geral, o ACTH estimula mais a liberação de cortisol, hormônio produzido no


córtex da adrenal. Trata-se de um glicocorticoide com picos diários às 8h, 16h (2/3 do
primeiro) e 24h (1/3 do primeiro).

- O cortisol é diabetogênico, tem ação anti-inflamatória, promove retenção de sal e água e


eleva a pressão arterial.

- As camadas do córtex da adrenal são:

- Glomerulosa: produtora de mineralocorticoides, como a aldosterona;

- Fasciculata: produtora de glicocorticoides, como o cortisol;

- Reticularis: produtora de testosterona e estradiol.

- Cada uma dessas camadas tem um aparato enzimático específico que trabalha para a
formação de determinados tipos de hormônios. Todas as enzimas a seguir pertencem ao
complexo microssomal P450, exceto a 3beta-hidroxiesteróide desidrogenase, que é uma
isomerase.
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Enzima A  20,22-desmolase: enzima responsável pela clivagem do colesterol, que passa de


27 para 21 carbonos e vira pregnenolona. Está presente nas três camadas. A ausência dessa
enzima é incompatível com a vida.

Enzima B  3beta-hidroxiesteróide desidrogenase: converte o metabólito anterior em


progesterona. Está presente nas três camadas. Sua ausência é incompatível com a vida.

Enzima C  21-hidroxilase: presente nas camadas glomerulosa e fasciculata. Não atua na


reticularis. A ausência dessa enzima prejudica as duas camadas em que está presente. Além
disso, faz com que muitos metabólitos fiquem disponíveis para a via da camada reticularis, que
produz testosterona. Então, os bebês com ausência dessa enzima têm excesso de testosterona
e virilização. Como não produzem aldosterona e cortisol, são também hipotensos.

Virilização de meninas recém-nascidas: fusão de grandes lábios e erro na implantação


da uretra.

Virilização de meninos recém-nascidos: macrogenitossomia, pelos pubianos e


coloração escurecida da bolsa escrotal.

Enzima D  11-hidroxilase: presente nas camadas glomerulosa e fasciculata. Não atua na


reticularis. A ausência dessa enzima prejudica as duas camadas em que está presente. Faz
virilização pelo mesmo motivo da anterior. Mas, como os metabólitos anteriores têm ação de
retenção de água e sal, os bebês com deficiência dessa enzima são também hipertensos.

- A deficiência de 21-hidroxilase é mais comum e a de 11-hidroxilase, mais rara.


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- Nos casos de virilização, dizemos que houve um pseudo-hermafroditismo (ação hormonal


inadequada na diferenciação sexual).

- Doença de Addison: “Doença caracterizada pela produção insuficiente dos hormônios da


glândula supra-renal. Pode ser provocada por várias causas, sendo as principais a doença auto-
imune (adrenalite auto-imune), as doenças infecciosas granulomatosas como a tuberculose e a
blastomicose e as doenças neoplásicas. Em pacientes imunodeprimidos, pode ser devida a
infecções por citomegalovírus e fungos.
O quadro clínico se desenvolve lentamente, sendo caracterizado por perda de peso, anorexia,
fraqueza muscular, fadiga, pressão arterial baixa, tonturas, fome pelo sal, náuseas, vômitos,
diarréia, escurecimento de pele em áreas expostas ou não ao sol (excesso de MSH),
principalmente em dobras de pele, cicatrizes, áreas de pressão e mucosas. Ocorrem também
sintomas emocionais tais como irritabilidade e depressão.”

- Doença de Cushing: A síndrome de Cushing causa sintomas e complicações sérias


como obesidade centrípeta, isto é, ocorre na face e no abdome, mas não nos membros que, ao
contrário, são finos e com atrofia da musculatura, o que causa fraqueza muscular. Aparecem
estrias largas e de cor violeta (geralmente no abdome e raiz dos membros) e equimoses
(manchas roxas) freqüentes. Pode levar ao diabetes e hipertensão e pode ser causada por uso
excessivo de corticóide, por via oral, injetável ou mesmo tópica, como nasal ou pela pele; mas
pode ser também decorrência de produção excessiva de cortisol, seja por tumor das supra-
renais ou por tumor produtor de ACTH.

EIXO GONADOTRÓFICO

- Diferenciação genital: dependente de testosterona e dihidrotestosterona.

- Diferenciação psicossocial: é a identidade de gênero.

- Cinco informações cruciais:

- No braço curto do cromossomo Y, há o gene SRY, que faz com que a gônada
indiferenciada se transforme em testículo. Na ausência desse gene, a gônada se torna
ovário;

- Próximo ao centrômero do cromossomo X, há gene que codifica para o receptor


androgênico. A ausência desse gene ou a não-expressão do SRY pode comprometer a
diferenciação genital interna e externa;

- Se há SRY, a gônada produz células de Sertoli, que produzem o fator antimulleriano.


Ele atua sobre os ductos de Müller inibindo a formação da genitália interna feminina
(trompas, útero e terço superior da vagina);
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- Se há SRY, a gônada produz células de Leydig produtoras de testosterona, que atua


estimulando a proliferação dos ductos de Wolff, com formação da genitália interna
masculina (próstata, vesícula seminal e epidídimo);

- Se há testosterona, a enzima 5alfa-redutase converte esse hormônio em


dihidrotestosterona, que atua na genitália externa promovendo masculinização: fusão
dos lábios escrotais (para formação da bolsa escrotal), desenvolvimento do tubérculo
(pênis) e colabamento da vagina.

- 46 XY com agenesia de células de Sertoli  ausência do fator antimulleriano, genitália


externa masculina, genitália interna feminina e masculina.

- 46 XY com baixa produção de testosterona  genitália externa feminina e genitália interna


ausente.

- 46 XY com baixa produção de dihidrotestosterona  genitália externa feminina e genitália


interna masculina.

- O GnRH é produzido pelo hipotálamo e atua sobre as células gonadotróficas da adeno-


hipófise, estimulando a liberação de LH e FSH.

- LH e FSH pertencem à família das glicoproteínas, com subunidade alfa de ligação ao receptor
e subunidade beta de especificidade ao receptor.

- GnRH, LH e FSH atuam em receptores acoplados à proteína G.

- O LH atua principalmente nas células de Leydig (no homem) e nas células da teca (na mulher).
Ele promove a formação de testosterona.

- O FSH atua principalmente nas células de Sertoli (no homem) e nas células da camada
granulosa (na mulher), ativando a formação de espermatozoides (no homem), a liberação de
inibina e ativina (no homem) e a conversão de testosterona em estrógeno (em ambos).

- A inibina atua fazendo inibição da liberação central de FSH. A ativina tem efeito contrário.

- O FSH, por sua vez, atua nas células de Sertoli estimulando simultaneamente a liberação de
inibina e ativina, que fazem o feedback e controle do FSH.

- Na mulher, o FSH atua estimulando muito a enzima aromatase, que converte testosterona
em estrógeno.

- No homem, a ação do FSH sobre o testículo estimula o aumento do volume testicular.


Portanto, em indivíduos com baixa de FSH e LH, pode haver o chamado hipogonadismo
hipogonadotrófico (ou seja, baixo volume testicular devido à queda dos hormônios
gonadotróficos).

- Os hormônios esteroides circulam ligados à SHBG ou à albumina.


Diogo Araujo – Med 92

- Adrenarca: aos 6 a 7 anos, a adrenal inicia a produção de testosterona, que promove o


despertar do eixo gonadotrófico. Isso precede em 2 a 3 anos a puberdade. Lá, o indivíduo
muda o odor dos pés e axilas e passa a ter os primeiros pelos pubianos.

- Na puberdade, as baixas doses de estrógeno contribuem para o aumento da produção e da


eficácia da ação do GH. Ocorre, então, o estirão, com crescimento de 13 a 14 cm por ano.

OVÁRIO E SUAS RELAÇÕES HORMONAIS

- Na mulher:

- LH atua na teca, estimulando a produção de testosterona;

- FSH atua na granulosa, convertendo a testosterona em estradiol (pela enzima


aromatase).

- Menopausa: período em que o ovário passa a ser resistente à atuação dos hormônios
gonadotróficos. Assim, há muito LH e FSH, mas eles não conseguem agir. Com isso, a
quantidade de estradiol circulante fica baixa, causando amenorreia e infertilidade.

- Síndrome do ovário policístico: ocorre por desequilíbrio entre a quantidade de LH e FSH


secretada. O LH, por estar em maior quantidade, estimula grande produção de testosterona,
sem que ela seja convertida em estrógeno. Daí, há irregularidades menstruais e sinais de
atuação da testosterona (pele oleosa, pelos e acne). O tratamento é feito com
anticoncepcionais à base de estrógeno, na tentativa de fazer feedback negativo e, então, fazer
com que a adeno-hipófise volte a secretar quantidades equimolares de LH e FSH.

- Anticoncepcionais à base de estrógeno aumentam a produção de fatores de coagulação, com


maior possibilidade de formação de trombos.

- A testosterona é anabolizante para tecido muscular.

- No ciclo menstrual, a elevação de progesterona causa TPM, com irritabilidade, inchaço das
mamas, edema. Quando não há ovulação, não há formação de corpo lúteo. Logo, não há TPM
por falta da progesterona.

- No ciclo, o estrógeno tem dois picos. O primeiro ocorre porque o LH e o estradiol tem
mecanismos de feedback positivo. O segundo ocorre por presença do corpo lúteo.

- A progesterona faz apenas um pico, devido à presença do corpo lúteo também. A sua queda
leva à descamação endometrial.
Diogo Araujo – Med 92

- Pílula do dia seguinte: eleva as concentrações de progesterona, que caem bruscamente.


Assim, o útero se descama.

- Na segunda metade do ciclo, o LH e FSH estão baixos porque o estrógeno e a progesterona,


quando atuam em conjunto, suprimem as gonadotrofinas.

- No ciclo, há três momentos:

- Fase folicular: 1º ao 11º dia;

- Fase ovulatória: 12º ao 16º dia;

- Fase lútea: 13º ao 28º dia.

- Anticoncepcional: faz feedback negativo sobre o hipotálamo, com baixa secreção de


gonadotrofinas e ausência de ovulação.

- Uso prolongado de anticoncepcional pode reduzir muito as gonadotrofinas, causando


hipotrofia gonadal.

- No ovário policístico secundário, o paciente obeso tem hiperinsulinemia. Essa insulina em


excesso atua sobre os ovários como fator de crescimento, formando cistos ovarianos. Há os
mesmos sintomas do ovário policístico por desbalanço LH/FSH.

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