Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Cirúrgica
Enfermagem
Cirúrgica
senac
SENAC/Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
APRESENTAÇÃO
Conselho Nacional
Antônio de Oliveira Santos
Presidente
Departamento Nacional
Roberto Régnier
Diretor-Geral
Redação Metodológica
Maria Leonor de Macedo Soares Leal
parte 1
cirurgia 9
Classificação ..................................................................... 11
Terminologia ...................................................................... 13
Exercícios ......................................................................... 19
parte 2
pré-operatório 21
parte 3
transoperatório 35
parte 5
intervenções
cirúrgicas 139
bibliografia 185
CIRURGIA
PARTE
1
Cirurgia é um método de tratamento de doenças,
lesões ou deformidades internas e externas
executado através de técnicas geralmente
realizadas com o auxílio de instrumentos.
senac
Cirurgia Classificação
Terminologia
de emergência. Que precisa ser realizada imediatamente, não possibilitando,
muitas vezes, nenhum preparo do paciente. Aplica-se a situações muito graves,
quando há risco de vida iminente. Um exemplo de cirurgia de emergência é
Cirurgia
quando ocorre uma hemorragia interna por ruptura de artéria.
Pela finalidade
laringo + scopia
Cirurgia
14 Terminologia Formação das palavras 15
Cirurgia
16 Terminologia Formação das palavras 17
Há ainda denominações de procedimentos onde o segundo elemento é rafia Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos
(sutura), como enumeramos a seguir. Dependendo da situação, nem sempre terminadas em tomia (corte).
esses procedimentos são cirúrgicos.
Pr ocedimento
Procedimento Cor te da(o)
Corte Pr ocedimento
Procedimento Cor te da(o)
Corte
Pr ocedimento
Procedimento Para sutura de Pr ocedimento
Procedimento Para sutura de
episiotomia ..................................... vulva traqueotomia .............................. traquéia
blefarorrafia ............................... pálpebra osteorrafia ....................................... osso laparotomia ................................ abdome ureterotomia ................................... ureter
colporrafia ................................... vagina palatorrafia ........................ fenda palatina toracotomia .................................... tórax vasectomia ....................... canal deferente
gastrorrafia ............................... estômago perineorrafia ................................ períneo
herniorrafia .................................... hérnia tenorrafia .....................................tendão
Existem ainda outros termos ou expressões médicas que, por serem de
utilização freqüente em enfermagem cirúrgica, merecem destaque neste livro.
Vamos analisar outros nomes de procedimentos, desta vez compostos com o Eis alguns deles:
elemento scopia (observação).
amputação ............. remoção de uma parte do corpo
anastomose ............ conexão de dois órgãos tubulares, geralmente por sutura
Pr ocedimento
Procedimento Para obser vação de
observação Pr ocedimento
Procedimento Para obser vação de
observação ar
artrtrtrodese
odese ............... fixação cirúrgica de articulações
biópsia .................. remoção de um tecido vivo para exame
cauterização ........... destruição de tecido por meio de agente cáustico ou de calor, através do
artroscopia ............................. articulação gastroscopia ............................. estômago
bisturi
broncoscopia ............................ brônquios laringoscopia ................................ laringe
elétrico, por exemplo
cistoscopia ................................... bexiga laparoscopia ............. cavidade abdominal
cesariana ............... retirada do feto através de incisão na parede abdominal e no útero
colonoscopia ................................. cólon retossigmoidoscopia ........... reto e sigmóide
cir cuncisão ............. ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande
circuncisão
colposcopia ................................. vagina ureteroscopia .................................. ureter
cistocele ................ hérnia da bexiga por defeito na musculatura do períneo
endoscopia ....................... órgãos internos uretroscopia ................................... uretra
cur etagem uterina .... raspagem e remoção do conteúdo uterino
curetagem
esofagoscopia ............................ esôfago
deiscência ............. separação de bordos previamente suturados de uma ferida
dissecção .............. corte e separação de tecidos do corpo
diver tículo .............. abertura no formato de bolsa em um órgão com a forma de saco ou de tubo
divertículo
Vale observar que nos procedimentos relacionados à observação interna de enxer
enxerto to .................. transplante de órgão ou tecido
órgãos utilizam-se vários aparelhos como, por exemplo, o artroscópio, na ar- evisceração ............ saída de víscera de sua cavidade
troscopia; o broncoscópio, na broncoscopia; o laparoscópio, na laparoscopia; e o exér
exérese ese ................. extirpação cirúrgica
retossigmoidoscópio, na retossigmoidoscopia. fístula .................... passagem anormal que liga um órgão, cavidade ou abscesso a uma superfície
interna ou externa do corpo
Vejamos agora os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de hér
hérnia nia ................... saída total ou parcial de um órgão do espaço que normalmente o contém
formação é stomia (comunicação entre dois órgãos ocos ou entre um órgão e a pele). incisão .................. corte
litíase .................... cálculo
Ór gão em comunicação
Órgão Ór gão em comunicação
Órgão paracentese ............ denominação genérica de punção para esvaziamento de cavidade
Pr ocedimento
Procedimento Pr ocedimento
Procedimento
com a pele com a pele pr olapso ................ queda de órgão, especialmente quando este surge em um orifício natural
prolapso
ptose .................... queda de um órgão
cistostomia ................................... bexiga jejunostomia .................................. jejuno r essecção .............. remoção cirúrgica de parte de órgão
colostomia .................................... cólon traqueostomia ............................. traquéia r etocele ................. hérnia da parede do reto por defeito na musculatura do períneo
gastrostomia ............................. estômago toracocentese ......... punção cirúrgica na cavidade torácica
varicocele .............. veias dilatadas no escroto
Cirurgia
Cirurgia Exercícios
a) Roberto queixa-se de ardência no peito e cansaço, somente diante de esforço maior. Através de
exame clínico e cateterismo cardíaco, o médico diagnosticou a obstrução parcial de uma artéria
coronariana e verificou ser necessário colocar uma ponte de safena.
b) Flávio sentia dores na coluna, e por isso seu médico solicitou uma radiografia. Foi identificado,
além do problema de coluna, a presença de grande quantidade de cálculos em sua vesícula,
embora o paciente nunca tivesse apresentado qualquer sintoma relacionado a problema vesicular.
Visto isso, o médico indicou a retirada da vesícula.
c) Severina resistiu a um assalto e recebeu uma facada no abdome. Em conseqüência, uma parte
das vísceras se exteriorizou. Severina foi logo levada ao hospital mais próximo, e o médico de
plantão identificou a necessidade de operá-la.
20 Exercícios
a) colostomia
b) traqueostomia
c) colecistectomia
d) hernioplastia
e) blefaroplastia
f) cistopexia
a) colostomia
b) nefrectomia
c) osteorrafia
d) histeropexia
e) blefaroplastia
f) broncoscopia
g) laparotomia
Ter minologia
erminologia Significado
Biópsia ................................................................................
.................... Veias dilatadas no escroto
.................... Corte e separação de tecidos do corpo
Prolapso ................................................................................
Litíase ................................................................................
Toracocentese ................................................................................
.................... Saída de víscera de sua cavidade
Cistocele ................................................................................
.................... Extirpação cirúrgica
.................... Corte
PRÉ OPERATÓRIO
PARTE
2
O período pré-operatório tem início no momento
em que o paciente recebe a indicação da operação
e se estende até a sua entrada no Centro Cirúrgico.
senac
Pré-operatório
Pré-operatório mediato
Admissão do paciente
É importante, ainda, verificar a validade dos exames pré-operatórios. exercícios de tosse, cujo objetivo é retirar secreções da traquéia e dos
Atualmente, essa validade é de três meses para os exames laboratoriais e de brônquios. O paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as
seis meses para o eletrocardiograma (ECG) e as radiografias (RX). mãos sobre o local da futura incisão, ou então usar o travesseiro para apoiar as
mãos e pressionar o local. Isto funciona como imobilização durante a tosse,
Por fim, o auxiliar deve verificar se a autorização para a operação está eliminando a dor. Depois de pressionar o local, deve inclinar-se ligeiramente
devidamente assinada pelo próprio paciente ou por seu responsável, quando para a frente, encher os pulmões e provocar rápidas tossidelas. O exercício
se tratar de crianças ou pessoas incapacitadas. deve ser repetido uma ou duas vezes, tentando eliminar possíveis secreções.
Cuidados
Preparo da pele
Compete ao cirurgião determinar o preparo do paciente, de acordo com a Esse procedimento tem como finalidade eliminar ao
operação a ser realizada. máximo a f lora bacteriana que normalmente habita a pele Tricotomia:
do paciente. A área em torno da futura ferida operatória raspagem dos
Normalmente, os cuidados relativos a esse preparo são executados na véspera deve ser limpa de modo completo e feita a tricotomia. Em pêlos em uma
e no dia da cirurgia. vários hospitais, a tricotomia é realizada na véspera da região do corpo
Pré-operatório
28 Pré-operatório imediato Cuidados na véspera da operação 29
operação, à noite, muito embora seja mais indicado fazê-la até duas horas Em função do tipo de operação a ser realizada, o médico irá prescrever o
antes da cirurgia, para evitar a proliferação de germes após o preparo da preparo adequado, que pode variar desde o uso de laxante até a aplicação
pele. de clister ou lavagem intestinal.
Material necessário para a execução da tricotomia: Uma operação de intestino grosso, por exemplo, exige um preparo maior,
n vasilha com água morna; para o órgão ficar o mais vazio e limpo possível. Nesses casos, o laxante é
n sabão ou anti-séptico contendo detergente; administrado dias antes, mas o clister e a lavagem são feitos na véspera da
n compressas de gaze; operação. Já em operações de pequeno porte, pode-se dispensar a execução
n barbeador com lâminas novas; desse preparo, desde que o paciente tenha evacuado normalmente na manhã
n tesoura. do dia da cirurgia.
Etapas para a execução da tricotomia: Ainda em relação ao preparo intestinal, cabe ao auxiliar de enfermagem
n esclarecer o paciente sobre a necessidade do procedimento; que executou o procedimento veri ficar e anotar no prontuário as
n preparar o paciente posicionando-o de modo a facilitar a realização do características do material eliminado.
procedimento e expondo a região a ser tricomizada;
n cortar os pêlos longos com a tesoura;
n ensaboar a área com gaze, friccionando-a com movimentos circulares a Higiene geral
partir do local da futura incisão;
n esticar suavemente a pele com uma das mãos e, com o barbeador na outra Além do preparo local da pele, um banho completo, na
mão, raspar a área ensaboada, sempre no sentido dos pêlos, empregando véspera da operação, ajuda a evitar infecções. Os pacientes Paciente
movimentos firmes e regulares. Prestar atenção a saliências existentes na deambulantes devem ser orientados para fazer sua própria deambulante:
pele e a áreas onde haja pregas, como virilha e órgãos genitais; higiene.Para estes,o auxiliar de enfermagem vai forne- aquele que é capaz
n cuidar ao máximo para não machucar a pele do paciente e relatar qualquer cer o material — sabão, de preferência anti-séptico, te- de se locomover
anormalidade obser vada como, por exemplo, doença cutânea ou sourinha de unha e outros que se fizerem necessários.
ferimento, uma vez que eles podem aumentar o risco de infecção da ferida
operatória; Para os pacientes acamados, no entanto, cabe ao auxiliar fazer a higiene,
n enxaguar e secar a pele, deixando o paciente confortável; incluindo lavagem de cabelo com xampu, limpeza das unhas das mãos e dos
n remover todo o material utilizado, desfazendo-se dos descartáveis e pés e higiene oral.
colocando os demais em solução;
n anotar no prontuário a hora, o local da realização do procedimento e as
observações relativas aos cuidados prestados. Jejum
Cabe observar que pesquisas realizadas acerca da tricotomia colocam em Na medida do possível, o estômago do paciente deve estar vazio, no momento
dúvida a eficiência desse cuidado, no combate à infecção da ferida operatória. da operação. Caso contrário, ao ser administrado o anestésico geral ele pode
Contudo, a maioria dos cirurgiões continua adotando tal prática. vomitar e aspirar o vômito para o interior dos pulmões, causando sérias
complicações, como asfixia, pneumonia ou abscesso pulmonar.
Preparo intestinal Normalmente, a última refeição ingerida pelo paciente antes da cirurgia
contém apenas alimento facilmente digerível, como sopa, caldo, etc. Após
Para a maioria das operações, principalmente as realizadas sob anestesia essa refeição, o paciente precisa permanecer em jejum absoluto por várias
geral, é importante o reto estar vazio, evitando, assim, que o paciente evacue horas, até o momento da cirurgia, não sendo também permitida a ingestão
durante o ato cirúrgico. de água ou outros líquidos, como sucos e chás.
Pré-operatório
30 Pré-operatório imediato Cuidados no dia da operação 31
Em alguns tipos de operação, como, por exemplo, as de estômago e de n colocar o paciente na maca, protegido com grades. Identificá-lo com uma
instestinos, uma dieta de fácil digestão precisa ainda ser observada durante pulseira contendo nome, número do registro no prontuário, número do
vários dias anteriores ao ato cirúrgico. leito e operação proposta;
n encaminhar o paciente ao Centro Cirúrgico com o prontuário completo,
incluindo a autorização para a operação e as radiografias.
Pré-operatório
Pré-operatório Exercícios
Agora responda:
a) Quais são esses exercícios e como cada um deles deve ser realizado?
b) Por que o paciente precisa ser orientado e incentivado a realizar esses
exercícios?
Simone foi admitida pelo hospital na véspera de ser submetida a uma cesariana, e o seu médico indicou
a realização da tricotomia.
a) evitar que o paciente vomite e aspire o vômito para o interior dos pulmões
b) evitar a infecção da ferida operatória
c) prevenir complicações pulmonares
d) evitar a evacuação durante o ato cirúrgico
e) retirar secreções da traquéia e dos brônquios
No dia em que Célia ia ser submetida a uma cirurgia, vários cuidados de enfermagem foram prestados a
ela. Carmem, a auxiliar de enfermagem, retirou o esmalte de uma de suas unhas; orientou-a para ir ao
banheiro; identificou e guardou as suas lentes de contato; e verificou os sinais vitais.
Almir será submetido a uma cirurgia daqui a 20 dias, para a qual está prevista a transfusão de sangue.
Para isso, a equipe já solicitou a ele que providenciasse doadores.
PARTE
3
O período chamado transoperatório é aquele
em que o paciente submete-se à operação
propriamente dita. O procedimento se realiza
no Centro Cirúrgico.
senac
Centro
Transoperatório Cirúrgico
Dependências básicas
Um Centro Cirúrgico deve dispor das seguintes dependências:
vestiários masculino e feminino. Devem oferecer acesso externo (por fora das
instalações do Centro Cirúrgico) e interno (pelo corredor cirúrgico). É
importante que eles disponham de sanitários e chuveiros (para uso das
equipes) e armários (para a guarda de uniformes, roupas e outros
pertences).
posto de enfermagem. Local destinado à chefia e à secretaria, que exercem o
controle administrativo da unidade.
copa. Área reservada ao pessoal do Centro Cirúrgico, para lanches rápidos.
38 Centro Cirúrgico Itens de uma sala de operação 39
CORREDOR INTERNO
CORREDOR EXTERNO
EQUIPAMENTOS
sala de operação (S.O.). Dependência do Centro Cirúrgico destinada à realização
SALA DE GUARDA DE RECUPERAÇÃO
PÓS-ANESTÉSICA
das intervenções cirúrgicas. Por isso, o trânsito a ela é restrito e a limpeza
SALA DE MATERIAL MEDICAMENTOS,
ESTERILIZADO MATERIAL ESTERILIZADO é feita com o máximo rigor, pois deve ser a área mais limpa do Centro.
E PRONTO USO
Comumente, tem a forma retangular.
POSTO DE
ROUPARIA ENFERMAGEM
Planta física de um
Centro Cirúrgico. SALA DE SALA DE
MATERIAL DE
Analise com atenção LIMPEZA
ESTAR
Itens fixos:
sala de estar. Deve ficar localizada próxima aos vestiários e à copa, sempre que
possível, servindo de área de descanso para as equipes do Centro Cirúrgico. foco central;
área de baldeação ou troca-macas. Localizada à entrada do Centro Cirúrgico, onde ar condicionado;
se dá a transferência do paciente da maca em que veio para a maca privativa interruptores e tomadas elétricas de 110 e 220V;
do Centro. vácuo, oxigênio, óxido nitroso e ar comprimido centralizados. O vácuo é utilizado para
sala de material cirúrgico ou de estocagem de material esterilizado. Destina-se à recepção, fazer a aspiração de secreções, e os gases são usados nas anestesias;
guarda e redistribuição de todo o material limpo e esterilizado a ser usado eletrocautério, quando este é suspenso numa coluna retrátil, como encontramos
no Centro Cirúrgico. Poderá, eventualmente, contar com uma autoclave em alguns hospitais.
de esterilização rápida, para emergências.
lavabos. Destinados à lavagem e anti-sepsia das mãos e antebraços, antes da O eletrocautério ou bisturi elétrico é um aparelho usado com a finalidade de
operação. Por isso, devem ser equipados com recipientes para anti-sépticos corte e coagulação dos tecidos, os quais podem ocorrer simultaneamente.
e torneiras que possam ser manobradas sem o uso das mãos. Essa ação simultânea é chamada de mistura ou blender, cujo percentual é
sala de expurgo. Local equipado com tanque para o despejo de sangue, secreções programado no próprio aparelho, de acordo com a orientação do cirurgião.
e outros líquidos provenientes da operação. Na sala de expurgo também
se depositam, inicialmente, instrumentos, roupas usadas e outros Os bisturis elétricos mais comuns são o monopolar e o bipolar.
materiais, para posterior lavagem. É considerada, portanto, área suja.
sala de material de limpeza. Área para a reserva de materiais e de utensílios usados O bisturi monopolar é composto por uma unidade geradora, onde são conectadas
na limpeza do Centro Cirúrgico. a caneta do bisturi e uma placa neutralizadora da corrente. A caneta é a parte
rouparia. Local destinado à guarda da roupa limpa não-estéril. Muitas vezes é estéril do bisturi, que entra em contato com o campo operatório e passa a
representada apenas por um armário. corrente elétrica para a placa.
Transoperatório
40 Centro Cirúrgico Itens de uma sala de operação 41
Itens móveis:
Pontas das canetas Outros equipamentos podem ser acrescentados à sala de operação. Deve-se,
dos bisturis monopolar porém, estar atento para não acumular itens desnecessários que venham a
e bipolar. dificultar a limpeza e favorecer a contaminação.
Transoperatório
42 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 43
A equipe cirúrgica realiza o ato cirúrgico. Dela fazem parte o médico cirurgião,
um ou mais médicos auxiliares, dependendo da operação, e o instrumen-
tador. O instrumentador deverá ser um elemento da equipe de enfermagem
ou, eventualmente, um médico.
O trabalho
no Centro Cirúrgico
Atribuições da enfermagem
O pessoal que circula dentro do Centro Cirúrgico deve apresentar boas
condições de saúde, não podendo ser portador de infecções agudas ou
crônicas, principalmente de orofaringe e de pele. Enfermeiro-chefe
É obrigatório o uso de uniforme privativo, composto de calça comprida e de n prover a unidade de pessoal e de material necessários ao seu bom
jaleco unissex ou vestido, gorro para proteger os cabelos, máscara e sapatilhas funcionamento;
de tecido ou propés, usados sobre os sapatos. n organizar o trabalho a ser feito, distribuindo-o de forma racional;
n comandar o pessoal, baseando-se nos princípios éticos de relacionamento
Cabe ressaltar que o uniforme deve ser vestido diretamente sobre as roupas humano, preocupando-se com o seu crescimento profissional;
de baixo. A máscara, para cumprir seu papel, precisa proteger o nariz e a n coordenar e supervisionar a assistência prestada ao paciente no transope-
boca, sendo necessário trocá-la sempre que estiver úmida. ratório, executando-a sempre que houver necessidade.
Transoperatório
44 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 45
n preparar soro morno, se necessário; l utilizar pinça servente estéril para retirar os instrumentos de caixas
a ilustrada na figura.
A B C
D E
Transoperatório
46 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 47
Atendimento ao paciente
A. O paciente é sentado sobre a mesa A
cirúrgica com os membros inferiores para fora,
n receber o paciente no Centro Cirúrgico, quando o enfermeiro está
apoiados numa escadinha ou banco. Os
impossibilitado de fazê-lo.
membros superiores são abaixados para a frente
No ato do recebimento é necessário, primeiramente, identificar o paciente
e a cabeça bem inclinada para baixo.
e verificar se foram realizados os seguintes cuidados pré-operatórios:
l preparação da região operatória;
O circulante mantém o paciente nessa posição,
l colocação correta da roupa do paciente;
colocando-se à sua frente, com as mãos em sua
l retirada de jóias, próteses e esmalte de pelo menos uma das unhas;
cabeça, de modo a evitar qualquer
n verificar,em seguida, as anotações do prontuário referentes ao pré-
movimentação no momento da punção.
operatório, tais como medicação pré-anestésica, sinais vitais, problemas
alérgicos e condições físicas e emocionais do paciente;
B. O paciente deve ser colocado em decúbito
n observar se os exames laboratoriais de rotina estão junto ao prontuário,
lateral direito ou esquerdo, com as pernas fletidas
como também os exames específicos, indispensáveis a certas operações,
(flexionadas) sob as coxas e estas contra o
tais como: eletrocardiogramas, radiografias, tomografias ou fotografias,
abdome. Os membros superiores são cruzados
em casos de cirurgias plásticas. Se um desses itens estiver faltando, o cir-
na frente, à altura da cintura, e o pescoço bem B
culante deve avisar imediatamente a sua chefia, para as devidas providências;
flexionado, de modo a aproximar o queixo do
n em seguida, na sala de operação, enquanto o paciente não estiver
esterno, um osso localizado no tórax.
anestesiado, demonstrar solidariedade e calor humano, tentando aliviar o
medo e a insegurança, comuns à maioria dos pacientes. Portanto, é
O circulante ajuda a manter o paciente na
importante nunca deixá-lo sozinho e atendê-lo em suas necessidades, como
posição, colocando uma das mãos na região
cobri-lo se sentir frio, ajudá-lo caso queira urinar, etc.
cervical posterior do paciente e a outra na
dobra dos joelhos, a fim de forçar mais a coluna
Auxílio ao anestesista
em forma de arco.
Posicionar o paciente de acordo com o tipo de anestesia que irá receber.
A posição B é a mais usada, por ser mais
Nesse momento, é f undamental orientar o paciente e apoiá-lo
apropriada e confortável para o paciente.
psicologicamente, para obter a sua colaboração.
Assim, é necessário o circulante conhecer os vários tipos de anestesia e, anestesia regional, caracterizada pela injeção do anestésico nos nervos ou ao
também, saber como deve posicionar o paciente em cada caso: redor deles, anestesiando a área por eles inervada;
anestesia geral, obtida através de inalação ou administração do anestésico por anestesia local, o anestésico é injetado nos tecidos onde será feita a incisão.
via intravenosa ou retal. A posição indicada é o decúbito dorsal que você Nesses casos, o anestésico local mais comumente usado é a lidocaína
poderá analisar na figura da página 48; combinada com adrenalina.
anestesias raquidiana e peridural, o anestésico é introduzido pelo anestesista nos Tanto para a anestesia regional como para a local, a posição do paciente
espaços subaracnóide e subdural, respectivamente. Para ambos os tipos pode- varia de acordo com a área a ser anestesiada mas, sempre que possível, ele
se adotar qualquer uma das posições mostradas na figura adiante; deve permanecer em decúbito dorsal.
É importante lembrar que nas posições mostradas tanto em A como em B, o Qualquer que seja o tipo de anestesia, se houver utilização de soro e o paciente
paciente é recolocado na posição de decúbito dorsal, após a punção e estiver em decúbito dorsal, seu braço deverá ser colocado no suporte acolcho-
introdução da substância anestésica. ado, em ângulo inferior a 90°, a fim de evitar desconforto no pós-operatório.
Transoperatório
48 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 49
Posição de decúbito
Posição de decúbito ventral. Paciente
dorsal. Paciente deitado deitado sobre o ventre,
de costas, com pernas apoiado em dois
estendidas e levemente coxins, sob os ombros.
afastadas. Os braços Os braços ficam sobre
podem ficar em braçadeiras. A
posição anatômica, cabeça, lateralizada,
com a palma da mão repousa sobre um
virada para baixo, ou travesseiro. Os pés se
apoiados em apóiam em coxins,
braçadeiras. evitando que os dedos
Posição usada para a toquem a mesa
maioria das cirurgias cirúrgica.
gerais e outras Posição indicada para
realizadas no tórax e cirurgias de coluna
abdome. vertebral e membros
inferiores.
Transoperatório
50 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 51
Posição de litotomia.
Paciente colocado
em decúbito dorsal,
a mesa é dobrada
na parte inferior.
Posição de
As nádegas são
Trendelemburg.
posicionadas
Paciente colocado
ligeiramente para fora
em decúbito dorsal,
da borda da mesa, as
com cabeça e tronco
pernas e coxas fletidas
em nível mais baixo
em ângulo reto e
que os membros
apoiadas em um
inferiores.
suporte, na altura dos
Posição utilizada em
joelhos, tornozelos ou
cirurgias no abdome
dos pés.
inferior e pélvicas.
Posição usada
para a maioria das
cirurgias perineais.
Transoperatório
52 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 53
Transoperatório
54 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 55
n dispor instrumental, campos, gazes e fios nas mesas auxiliares, segundo a essa especificação, dispensar a escovação e realizar a anti-sepsia fazendo
a técnica padronizada; a fricção com as mãos;
n estar pronto e ter tudo preparado antes de começar a operação, para n molhar as cerdas e colocar PVP-I 10%, se a escova não contiver anti-séptico
evitar atrasos; com detergente;
n colocar à disposição do cirurgião, antes do início do procedimento n escovar as unhas da mão esquerda, com a escova na mão direita, enquanto
cirúrgico, o material para a anti-sepsia da região operatória e auxiliar na conta mentalmente até cinqüenta;
colocação dos campos; n continuar a escovação por etapas, tendo sempre em mente que é
n passar os instrumentos, zelando constantemente pela total assepsia necessário atingir desde a extremidade dos dedos até o cotovelo,
do ato cirúrgico. É muito importante, por exemplo, cuidar para a mesa escovando cada segmento cerca de 25 vezes;
do instrumental não ser contaminada pelas costas dos integrantes da n começar essa etapa da escovação pela lateral do dedo mínimo, passando
equipe ou por instrumentos que tenham entrado em contato com a pelos espaços interdigitais (entre os dedos), até atingir o polegar;
parte interna do intestino; n em seguida, escovar a região ventral (palmar) da mão, partindo das pontas
n evitar a falta de compressas, gazes, fios e outros materiais, solicitando dos dedos até o punho;
reposição ao circulante, com a devida antecedência; n com a palma voltada para baixo, escovar a região dorsal da mão, dando
n zelar pela peça anatômica retirada do paciente, identificando-a e especial atenção aos sulcos interdigitais;
entregando-a ao circulante, que irá encaminhá-la para exame; n escovar, a seguir, as regiões anterior e posterior do antebraço, com
n desmontar a mesa, separando o material contaminado do limpo, ao movimentos que se estendam do punho ao cotovelo;
término da operação. n escovar o cotovelo com movimentos circulares;
n passar a escova para a outra mão e lavá-la, deixando a água escorrer;
Como já observamos, antes de o instrumentador vestir o avental esterilizado n passar anti-séptico com detergente na escova e proceder à escovação da
e calçar as luvas, ele deve realizar o preparo adequado das mãos e dos mão direita, obedecendo às mesmas etapas já descritas para a mão esquerda;
antebraços, tendo em mente a possível perfuração das luvas esterilizadas e a n ao final, desprezar a escova na pia e enxaguar cada uma das mãos, unindo
conseqüente contaminação pelas bactérias da pele. as extremidades dos dedos e colocando os antebraços na vertical, de
maneira que a água escorra em direção aos cotovelos;
Essas bactérias são de dois tipos: transitórias e residentes. As transitórias são
eliminadas com relativa facilidade, usando-se água e sabão, enquanto as O tempo gasto na escovação da cada mão e antebraço deve ser, no mínimo, de cinco minutos.
residentes são de difícil remoção, por estarem firmemente aderidas à
superfície cutânea. Assim, a lavagem retira as bactérias transitórias, e o anti- n reaplicar o PVP-I, friccionando-o nas mãos, mantendo-as mais elevadas
séptico, hoje em dia à base de iodo, impede temporariamente a ação de que os cotovelos. Ter o cuidado de não remover os resíduos desse detergente
outras bactérias, não retiradas pela mecânica da lavagem. com soluções alcoólicas.
Lavagem e anti-sepsia das mãos e dos antebraços É importante esclarecer que o Ministério da Saúde oferece uma opção a ser
utilizada na falta dos anti-sépticos com detergente indicados. A técnica é a mesma da
Para executar a técnica (baseada nas recomendações do Ministério da Saúde) segunda opção, porém é realizada com sabão comum em lugar do PVP-I.
o instrumentador deverá estar com as unhas bem aparadas e usando máscara
e gorro. Logo, realizará o seguinte procedimento: Após os cinco minutos de fricção, enxaguar mãos e antebraços, removendo a
n remover as jóias das mãos e dos antebraços; espuma e os resíduos de sabão. Em seguida, aplicar álcool iodado (0,5 a 1%).
n lavar as mãos e os antebraços com água corrente e anti-séptico com deter-
gente PVP-I a 10%. As pessoas alérgicas ao iodo deverão usar a solução O álcool iodado precisa ser literalmente aplicado às mãos e antebraços, e jamais utilizado para simples
detergente de CLOROHEXIDINA a 4%; imersão dos mesmos. É necessário friccionar as mãos com essa solução por, no mínimo, um minuto.
n enxaguar as mãos e elevá-las, para o anti-séptico escorrer em direção aos
cotovelos, indo da parte mais limpa para a menos limpa; Ao finalizar o processo o instrumentador deve dirigir-se à sala de operação,
n retirar a escova esterilizada do suporte ou do invólucro, se ela for com mãos e antebraços mantidos na vertical, evitando tocar em objetos que
descartável. Só usar escova de cerdas macias e, caso as disponíveis não atendam possam comprometer a escovação.
Transoperatório
56 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 57
Na sala, efetua-se a secagem das mãos e parte dos antebraços com uma
compressa esterilizada, indo na direção das mãos para os cotovelos. Fazer
movimentos compressivos e não de esfregação, evitando sempre que a A
compressa atinja regiões não escovadas. Em seguida, jogar a compressa no
saco de hamper.
Secagem de mãos A B
e antebraços.
A. Instrumentadora Técnica para vestir
retira a compressa que o avental cirúrgico,
se encontra em um usada pelo
pacote aberto. instrumentador no caso
B. Instrumentadora específico do avental
segura a compressa estar com a face B
afastada do seu corpo. externa para dentro.
Seca apenas a área
bem escovada e evita A. Instrumentadora
contaminar as mãos na pega o avental.
área próxima ao
cotovelo. B. Instrumentadora
desenrola o avental e
Estando com as mãos secas, o instrumentador vestirá o avental esterilizado, introduz seus braços
tocando-o apenas pelo avesso para não contaminá-lo, já que as mãos, embora dentro das mangas
escovadas, ainda estão sem luvas. com um movimento
para cima, sem tocar a
Técnica para vestir o avental parte externa com suas C
mãos desnudas.
n pegar o avental com as pontas dos dedos e depois elevá-lo, trazendo-o para
fora da mesa. A maneira de pegar o avental vai depender do modo como C. A circulante de
ele é dobrado, o que varia de uma região para outra do Brasil. Qualquer sala alcança a parte
que seja o modo, no entanto, é imprescindível observar o princípio fun- interna do avental e
damental de só tocar a parte interna do avental e nunca a parte externa; puxa pela abertura das
n abrir o avental com movimentos delicados e firmes, tendo o cuidado de mangas.
não tocar sua face externa;
n segurar o avental afastado do corpo e introduzir, ao mesmo tempo, os D. A circulante de
dois braços nas mangas, com um movimento para cima; sala amarra as tiras do
n dar as costas ao circulante de sala para que as tiras do decote das costas decote e da cintura.
e da cintura sejam amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar Entretanto,
a ação. dependendo do tipo D
de avental usado, a
Nas operações de grande porte, onde a assepsia é ainda mais rigorosa, a equipe cirúrgica protege as própria
costas do avental usando a opa esterilizada. A opa é uma espécie de sobrecapa, sem mangas, amarrada instrumentadora, já
na frente, que um dos membros da equipe, já vestido e enluvado, auxilia os demais a vestir. calçando luvas,
fechará o avental.
Transoperatório
58 Centro Cirúrgico Atribuições da enfermagem 59
A B C
A B
D E F
G H I
A. Opa
B. Opa improvisada
J K L
Transoperatório
60 Centro Cirúrgico Instrumental cirúrgico básico 61
Tempos cirúrgicos As Pinças de Preensão têm o objetivo de prender tecidos e órgãos, mas também
são usadas para prender gaze dobrada. Um exemplo é a pinça de Foerster,
mostrada na figura, que é utilizada no início da cirurgia, para fazer a anti-
sepsia da região cirúrgica.
Denominamos tempos cirúrgicos ou tempos operatórios as fases ou etapas em que
são executadas as operações. De um modo geral, são quatro:
síntese é a união de tecidos, a qual será tão mais perfeita quanto mais perfeita
tiver sido a diérese. Os bisturis são instrumentos de diérese e se apresentam com tipos e tamanhos
variados. São compostos de um cabo de tamanho variável, acoplado a uma
O processo mais comum de síntese é a sutura por planos, dos órgãos e tecidos, lâmina móvel, que também varia em forma e tamanho.
e o fechamento da cavidade cirúrgica usando-se agulhas e porta-agulhas.
A sutura pode ser permanente —quando os fios cirúrgicos não são removidos—
ou temporária —quando os fios são retirados dias após a colocação.
A B
Com apenas esse instrumental é possível realizar várias cirurgias gerais de pequeno porte, sem Em função da grande freqüência com que são utilizados, os bisturis ocupam
necessidade de outros instrumentos mais específicos. Dentre essas cirurgias destacamos a a parte da mesa mais acessível ao instrumentador, sempre com a ponta
apendicectomia, a hernioplastia e a postectomia. voltada para ele.
Transoperatório
62 Centro Cirúrgico Instrumental cirúrgico básico 63
A B
Pinças hemostáticas.
A B A
Pinças hemostáticas. B
Pinças de dissecção.
A. de Kelly reta e
Transoperatório
64 Centro Cirúrgico Instrumental cirúrgico básico 65
I. de costelas,
Finochietto
K. Haberer "maleável"
Afastadores.
A. Farabeuf
B. Deaver Nº 6
C. Volkmann
D. auto-estático, Gelpi
G. abdominal, Balfour da operação. Posteriormente, o espaço ocupado por elas é utilizado para
melhor acomodar instrumentos de hemostasia, instrumentos especiais,
H. abdominal, Doyen compressas, gazes ou cubas.
Transoperatório
66 Centro Cirúrgico Instrumental cirúrgico básico 67
As agulhas são instrumentos de síntese utilizados para conduzir o fio de sutura Quanto à arrumação das agulhas na mesa do instrumentador, ressaltamos que
através dos tecidos. Podem ser de diferentes tipos: elas devem ser dispostas ordenadamente, de modo a facilitar sua identificação.
n retas, semi-retas ou curvas, sendo a curvatura bem variável;
n pequenas ou grandes; Os porta-agulhas são também instrumentos de síntese, e têm a função de pren-
n de ponta triangular ou cortante, para a pele; e de ponta cilíndrica ou der as agulhas, para a execução da sutura. Eles se apresentam de diferentes
romba, para uso interno; formas e tamanhos, sendo mais comuns os de Mayo-Hegar e de Mathieu.
n com fundo fixo ou fundo falso.
A B
A B
C
Porta-agulhas.
B. Agulha de fundo
D À exceção dos demais instrumentos, os porta-agulhas devem ficar na mesa
fixo
de instrumental com os cabos sempre voltados para o instrumentador.
C. Agulha de fundo
As agulhas e os porta-agulhas, usados nas suturas tradicionais, podem ser
falso
substituídos por instrumentos que realizam vários tipos de suturas mecânicas.
E Um exemplo desses instrumentos é o skin stapler, cuja forma é semelhante à
D. Agulha de ponta
de um grampeador.
romba ou cilíndrica
E. Agulha de ponta
Nas agulhas com fundo fixo, o fio é introduzido em seu orifício, como nas
agulhas de costura. Já nas agulhas com fundo falso o fio é introduzido no
canal, sob pressão. Atualmente, a maioria dos fios já vem agulhada de fábrica,
havendo uma preferência dos cirurgiões por esse tipo de fio, por serem
práticos e produzirem menor traumatismo nos tecidos.
A escolha das agulhas e dos fios a serem usados em uma cirurgia é de competência exclusiva do
cirurgião, uma vez que essa escolha vai depender de fatores como o tipo de cirurgia, a técnica Skin Stapler, usado
empregada e o tipo de tecido. para suturas mecânicas.
Transoperatório
68 Centro Cirúrgico Fios cirúrgicos 69
É aquele que varia de acordo com as múltiplas especialidades cirúrgicas e, Também denominados fios de sutura, os fios cirúrgicos são utilizados com
em geral, é utilizado apenas no tempo principal da operação. duas finalidades básicas:
Esse tipo de instrumento deve ser colocado em local afastado da mesa do n ligadura de vasos sangüíneos, para impedir o sangramento;
instru-mentador ou, então, em mesa auxiliar secundária, no caso de serem n sutura de tecidos orgânicos, para facilitar a cicatrização.
muito numerosos.
Esses fios dividem-se em duas categorias principais.
São produzidos com material que pode ser eliminado pelas células e líquidos
corporais, durante e após a cicatrização dos tecidos. Eles são de dois tipos:
de origem animal, produzidos a partir do intestino de boi ou de carneiro, sendo
conhecidos como catgut (categute). Podem ser:
simples: categute não tratado, o qual é totalmente absorvido em torno do
10º dia após a cirurgia;
cromado: categute simples, com tratamento especial para prolongar o tempo
de absorção, que deverá acontecer entre o 20º e o 25º dia após a cirurgia.
de origem sintética, produzidos em laboratório, têm absorção total depois de 60
Exemplos de a 70 dias da operação.
instrumental cirúrgico
especial. Fios cirúrgicos inabsorvíveis
A. tesoura vascular Não desaparecem, permanecendo envolvidos por um tecido fibroso, mesmo
Potts de Martel sofrendo a ação dos líquidos do corpo. Esses fios são de três tipos:
D E F de origem natural, fabricados a partir da seda, do algodão ou, ainda, do linho.
B. rugina para de origem sintética, produzidos em laboratório, podendo ser de náilon, poliéster
periósteo de Farabeuf ou polipropileno.
metálicos, de prata, bronze ou aço inoxidável.
C. espéculo vaginal
de Collin
Espessura dos fios cirúrgicos
D. pinça Randall
para cálculos renais A grande variedade de espessura com que são encontrados motivou a sua
identificação por meio de uma escala numérica:
E. saca-fibroma
de Doyen ... 6-0 5-0 4-0 000 00 0 1 2 3 4 5 ...
Fonte: catálogo EDLO
F. espéculo nasal Para entender como a escala funciona, vamos tomar o fio número zero como
de Hartmann referência, o qual tem uma espessura média.
Transoperatório
70 Centro Cirúrgico Considerações gerais sobre instrumentação 71
Os fios com numeração acima de zero são de espessura maior do que ele, como, o cirurgião trabalha o instrumentador passa,
por exemplo, o fio 2 ou 3. Quanto maior é o número, mais grosso será o fio. com instrumentos de corte automaticamente, pinças hemostáticas
Por outro lado, os fios cuja numeração tem mais zeros são mais finos do que ele,
como 00 ou 4-0. Assim, quanto mais zeros na numeração, mais fino é o fio.
Observe que depois de 000 não se repetem mais os zeros para representar, o cirurgião usa bisturi, o instrumentador entrega pinça auxiliar,
usando-se apenas 4-0, 5-0, 6-0, etc. tesoura ou porta-agulhas exceto durante incisão da pele
sobre instrumentação
O instrumentador deve estar sempre atento ao modo de manusear e passar
os instrumentos. Todo cuidado deve ser tomado para não deixá-los cair e
Vamos destacar algumas observações sobre o modo como os cirurgiões para sempre entregá-los na posição correta para o uso, evitando que o
solicitam os instrumentos e de como o instrumentador deve passá-los. cirurgião seja obrigado a virar os instrumentos antes de usá-los.
Os instrumentos de uso corrente podem ser solicitados pela sinalização Em relação a esses instrumentos, cabe ainda lembrar que existem alguns
manual, que consiste em uma série de sinais em código, já conhecidos pela muito perigosos, como o bisturi e o porta-agulhas montado, os quais devem
equipe. Esses sinais estão diretamente relacionados com o movimento ser manuseados com cautela e segurança, para prevenir acidentes.
característico do uso de cada um dos instrumentos.
Também é igualmente importante o instrumentador se colocar em local
Caso não empregue a sinalização manual, o cirurgião poderá pedir os que favoreça a passagem dos instrumentos e, se possível, que tenha
instrumentos pelos respectivos nomes. perfeita visualização do campo cirúrgico, para poder acompanhar os tem-
pos cirúrgicos e antecipar-se às solicitações dos vários instrumentos.
A prática, no entanto, vai proporcionando, ao instrumentador, segurança
e condições de prever a necessidade de passar esse ou aquele instrumento. A forma de dispor os instrumentos varia, principalmente, em função do tipo
Ele faz isso com base no conhecimento das regras gerais de uso seqüencial de cirurgia e da técnica a ser adotada. Como regra geral, no entanto, podemos
de todo o instrumental, desobrigando o cirurgião de fazer qualquer afirmar que os instrumentos são dispostos na mesa, em grupos, por ordem
sinalização ou pedido. de tamanho, sempre com suas pontas voltadas para o ins-trumentador. Os
porta-agulhas, como já ressaltamos, devem ficar com os cabos voltados para
Veja alguns exemplos: o instrumentador, ao contrário dos demais instrumentos.
Transoperatório
72 Centro Cirúrgico
Centro
Transoperatório de Material
Dependências básicas
Esse local precisa ser devidamente separado e isolado do local de entrega do material limpo,
a fim de evitar a contaminação do que foi recém-esterilizado.
As diferentes áreas de um Centro de Material devem ser distribuídas de forma a permitir um fluxo assepsia. Conjunto de práticas e técnicas através das quais se evita a penetração
de trabalho progressivo, em linha reta e seqüencial, do expurgo até a área de distribuição, com o de germes em locais ou objetos isentos dos mesmos.
objetivo de reduzir as possibilidades de contaminação. descontaminação. Processo de inativação ou retirada de microorganismos, com
o objetivo primordial de dar ao profissional de saúde condições para ma-
nipular artigos médico-hospitalares com segurança.
artigos não-críticos são todos aqueles que entram em contato com a pele íntegra
do paciente.
ÁREA DE PREPARO
DO MATERIAL
POSTO DE
ENFERMAGEM
Esses artigos devem ser limpos.
elevador roupa Exemplo: termômetro clínico.
limpa
monta-
(da lavanderia)
monta- artigos semicríticos são os que entram em contato com a pele não-íntegra ou
carga carga
(material sujo) COPA (material com as mucosas do paciente.
elevador roupa estéril)
suja (para Esses artigos devem ser desinfetados.
lavanderia)
Exemplo: acessórios de respiradores artificiais e anestesia gasosa.
BANCADA ÁREA DE
DE MATERIAL RECEPÇÃO VESTIÁRIO VESTIÁRIO ÁREA DE GUARDA artigos críticos são aqueles que penetram na pele e nas mucosas do paciente.
VARIADO E EXPURGO MASCULINO FEMININO E DISTRIBUIÇÃO Esses artigos devem ser esterilizados.
Exemplo: instrumentos de corte e de ponta.
artigos contaminados são os que entraram em contato com sangue, pus,
Planta física de um excreções e secreções do paciente, sem levar em consideração o grau
CEMAT com o fluxo de sujeira presente.
do material.
Transoperatório
76 Centro de Material Preparo do material 77
Por segurança e economia, a maior parte dos hospitais só trabalha com luvas
Limpeza do material novas. No caso de elas serem reaproveitadas devem ser lavadas, de preferência,
na máquina. No entanto, quando a limpeza precisar ser manual, deve-se
É realizada no expurgo, por meio de máquinas, ou então manualmente, proceder da seguinte forma:
como é mais comum. n colocar as luvas num balde com água fria pura, e deixá-las de molho para
retirar o sangue;
Se o material estiver sujo de matéria orgânica, como sangue, excreções ou n passar as luvas para um outro balde com solução neutra e suave,
secreções, e o profissional que for proceder à limpeza manual não usar luvas, esfregando-as delicadamente;
avental de mangas compridas, máscara, gorro e óculos de proteção, o mate- n lavar as luvas dos dois lados, em água corrente;
rial deverá sofrer a descontaminação antes de ser limpo. n colocar as luvas para secar em suporte especial, virando-as, para secarem
interna e externamente;
Há várias maneiras de fazer a descontaminação. A mais comum é colocar n encaminhar as luvas para o preparo.
o material em uma solução química desinfetante, que seja compro-
vadamente ativa em presença de matéria orgânica. Deixar por um período O material de borracha, em geral, não deve permanecer em solução contendo
de 30 minutos. substância desencrostante, pois esta provoca mudança em sua coloração e torna-
o pegajoso. No caso das luvas, por exemplo, que sofrem muito a ação dessas
Só após a descontaminação é que se inicia a limpeza. substâncias, recomenda-se o uso de sabão neutro e suave.
Os procedimentos de limpeza variam de acordo com o material mas, É responsabilidade do enfermeiro-chefe da unidade orientar quanto à escolha dos produtos a
basicamente, os processos são dois: um para material de aço inoxidável e serem utilizados, à concentração de cada um deles nas soluções e quanto ao tempo de exposição
outro para material de borracha. dos diversos materiais no processo de limpeza.
Transoperatório
78 Centro de Material Esterilização do material 79
Calor úmido
Lembramos que a água em ebulição, utilizada durante muito tempo como método
de esterilização pelo calor úmido, é considerada atualmente um método físico
de desinfecção. Mas para cumprir essa função é necessário o artigo ficar imerso
e em ebulição por um mínimo de 30 minutos.
Técnica de
empacotamento
de material.
Transoperatório
80 Centro de Material Esterilização do material 81
O método de esterilização pelo calor úmido é o mais seguro e também o Cuidados durante a esterilização
mais utilizado para esterilizar a maior parte dos materiais médico-hospitalares. n seguir, rigorosamente, as instruções de operação da autoclave;
Sua eficiência depende da penetração do vapor saturado sob pressão nos n observar o tempo de exposição necessário à esterilização do material, a
pacotes ou caixas, a uma determinada temperatura, durante um certo tempo. contar do momento em que a temperatura indicada for atingida;
Cada tipo de material exige um tempo de exposição diferente e um n invalidar a esterilização do material a qualquer sinal de defeito da auto-
determinado grau de temperatura. clave. Depois, comunicar o fato ao enfermeiro responsável, para este
providenciar a revisão do aparelho.
Os materiais esterilizáveis em autoclave são classificados em duas categorias:
materiais de superfície: materiais de borracha, vidro, aço inoxidável e outros. Cuidados ao descarregar o aparelho
Nesses casos, o vapor saturado sob pressão circula, sem penetrar, na n usar luvas próprias e, em algumas vezes, máscara;
superfície dos materiais. Quando o volume de material é reduzido, o tempo n não colocar os invólucros ainda quentes sobre superfícies frias, pois a
de exposição necessário é, em geral, de 15 minutos, a temperatura é de condensação possibilita a penetração de bactérias, contaminando, assim,
121°C e a pressão é de 1,5 atmosfera. Quando os materiais são os conteúdos. Recomenda-se, portanto, que os invólucros esfriem sobre
acondicionados em maior número precisa-se de um tempo maior de o carro da autoclave;
exposição. n guardar caixas e pacotes em locais apropriados, a fim de não prejudicar o
materiais de densidade: basicamente, as roupas. prazo de validade da esterilização. Aqui é importante saber que os artigos
Esses materiais são espessos, formados por fibras e, por isso, exigem a esterilizados na autoclave podem ser estocados até uma semana em
penetração do vapor saturado em todas as camadas de sua espessura. O prateleira aberta, ou até um mês, se forem colocados sob uma cobertura
tempo de exposição para eles é de 30 minutos, a temperatura também de plástico ou em uma bolsa selada;
deve ser de 121°C e a pressão de 1,5 atmosfera. n limpar a câmara interna e a superfície externa da autoclave com pano
umedecido em água, depois da última esterilização do dia. Não é permitido
A gaze furacinada não pode ser colocada em autoclave, pois o furacin perde o efeito, quando o uso de substâncias abrasivas, tipo saponáceo, ou corrosivas, como água
exposto a altas temperaturas. O correto é aplicar o furacin na gaze já autoclavada, e somente no sanitária.
momento do curativo.
A seguir apresentamos uma lista de diversos materiais esterilizáveis em auto-
As autoclaves que atualmente existem no mercado são de vários tipos. As clave, a 121°C, com os cuidados relativos ao preparo de cada um deles, o
mais modernas operam a temperaturas acima de 121°C, sendo o tempo to- tempo de exposição necessário e algumas observações pertinentes.
tal do seu ciclo bem menor. Além disso, reduzem a deterioração de materiais
de borracha, tecido e de elementos cortantes. Portanto, ao se utilizar uma
autoclave deve-se observar o tempo, a temperatura e a pressão recomendados Instrumental cirúrgico
pelo fabricante. As desvantagens dessas autoclaves mais sofisticadas estão Pr epar
Prepar o: acondicionar os instrumentos em caixa de metal perfurada em todos os
eparo:
no seu elevado custo e na complexidade de seu funcionamento, exigindo lados, fechar a caixa e envolvê-la com cobertura de algodão cru. Proteger
manutenção especializada. as lâminas de bisturi e pontas de tesouras com gaze
Tempo de exposição: 30 minutos
Cuidados no carregamento da autoclave Cuidados e obser vações: as caixas e estojos perfurados e envoltos com cobertura de algodão cru
observações:
n carregar o aparelho com materiais que exijam o mesmo tempo de possibilitam a entrada do vapor, durante a esterilização.
exposição;
n utilizar apenas 80% da capacidade do aparelho, a fim de facilitar a Agulhas de sutura
circulação do vapor no interior da câmara; Pr epar
Prepar o: ordenar as agulhas sobre uma gaze e acondicioná-las em estojo perfurado,
eparo:
n dispor o material adequadamente na autoclave. Os pacotes maiores devem envolvendo-o com cobertura de algodão cru.
estar na parte superior, e os menores na parte inferior do carro móvel do Tempo de exposição: 15 minutos
aparelho, deixando suficiente espaço entre eles; Cuidados e obser vações: as caixas e estojos perfurados e envoltos com cobertura de algodão cru
observações:
n tomar cuidado para que o material não encoste nas paredes da auto- possibilitam a entrada do vapor, durante a esterilização.
clave, principalmente o de borracha.
Transoperatório
82 Centro de Material Esterilização do material 83
Bacias, bandejas, cubas, etc. Sondas com orifício na ponta (em borracha)
Pr epar
Prepar o: fazer pacotes individuais envoltos por cobertura de algodão cru
eparo: 1ª opção de pr epar
prepar o: empacotar várias sondas com cobertura de algodão cru, confeccionada
eparo:
Tempo de exposição: 30 minutos de maneira a separar uma sonda da outra
Tempo de exposição: 15 minutos
Pacotes de curativo Cuidados e obser vações: as sondas preparadas dessa maneira destinam-se à aspiração de secreções
observações:
Pr epar
Prepar o: colocar cerca de 10 folhas de gaze sobre a cobertura de algodão cru e,
eparo: da traquéia
sobre elas, uma pinça hemostática (tipo Pean, Kelly ou Crile) e uma tipo 2ª opção de pr epar
prepar o: empacotá-las individualmente com cobertura de algodão cru ou em filme
eparo:
dissecção. Dar uma dobra na cobertura para cobri-las totalmente e, em poliamida
seguida, colocar outra pinça hemostática e algumas gazes. Terminar o Tempo de exposição: 15 minutos
pacote como de rotina Cuidados e obser vações: evitar misturar material de borracha com outro tipo de material em um mesmo
observações:
Tempo de exposição: 30 minutos pacote, pois a borracha cola-se aos outros materiais
Algodão Escovas
Prepar
Pr eparo:
epar o: empacotar o algodão ou colocá-lo em tambor com os orifícios abertos. Pr epar
Prepar o: acondicionar as escovas envolvendo-as com cobertura de algodão cru
eparo:
Envolver esse tambor com a cobertura de algodão cru Tempo de exposição: 30 minutos
Tempo de exposição: 30 minutos
Transoperatório
84 Centro de Material Esterilização do material 85
Tubos calibrosos de polietileno Na estufa, para haver a destruição bacteriana, é necessária uma temperatura
Pr epar
Prepar o: enrolar os tubos sem angulação ou dobra e amarrá-los, levemente, com
eparo: maior do que na autoclave e, também, um tempo maior de exposição do
uma tira de gaze. Envolver os tubos com compressa, antes de empacotá-los material ao calor. Por isso, a estufa é totalmente imprópria para tecidos,
com a cobertura de algodão cru borrachas e materiais sintéticos.
Tempo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obser vações: deixar a autoclave fechada até que esfrie completamente, para os tubos
observações: Em relação ao instrumental cirúrgico, a estufa foi considerada, por muitos
não ficarem leitosos anos, como o método mais indicado. Entretanto, recentes trabalhos de
pesquisa lançaram dúvidas sobre sua eficácia. Por essa razão, sugere-se o
Água uso da estufa unicamente para substâncias em pó ou oleosas, pois esses
Prepar
Pr eparo:
epar o: colocar a água em frascos de vidro, sem enchê-los completamente. Deixar materiais são impermeáveis ao vapor d’água da autoclave.
os frascos destampados ou fechá-los com tampa permeável ao vapor
Tempo de exposição: 20 minutos É oportuno lembrar que a gaze furacinada também não deve ser esterilizada
observações:
Cuidados e obser vações: não misturar a carga de água com outras cargas. Dispensar o período de em estufa, pelos mesmos motivos já mencionados para o caso da esteri-
secagem e deixar os frascos na autoclave até que esfriem. Usar máscara ao lização em autoclave.
tampar os frascos, após a esterilização
Cuidados na esterilização em estufa
n não carregar a câmara em excesso, a fim de permitir fácil circulação do
Calor seco ar aquecido entre as caixas e entre os recipientes de vidro refratário;
n não deixar as caixas e os recipientes em contato com as paredes da câmara;
A esterilização é feita por meio do processo de flambagem ou pelo uso da estufa. n controlar a temperatura e marcar o tempo de exposição, após ligar o
aparelho. O tempo é de 2 horas, contado a partir do momento em que o
A flambagem é utilizada basicamente em laboratórios, e consiste em aquecer o termômetro atinge a temperatura de 160°C;
metal diretamente sobre a chama, até ficar rubro. n não abrir a estufa durante o processo de esterilização;
n lacrar o material imediatamente após a esterilização, identificá-lo e datar, ca-
Já na estufa, denominação comercial do forno de Pasteur, o material é acondicio- so não se disponha de fitas termossensíveis, apropriadas para o calor seco.
nado em caixas metálicas ou em recipientes de vidro refratário, resistentes a
altas temperaturas. O período de validade da esterilização na estufa é de até uma semana, se os
materiais forem estocados em prateleira aberta. Se eles forem colocados
sob uma cobertura de plástico ou bolsa selada, esse período se estende por
até um mês.
Radiação
A esterilização por radiação é obtida através dos raios gama e cobalto 60. É
um método eficaz que oferece as seguintes vantagens:
n é altamente penetrante, atravessando invólucros de materiais como caixas
de papel, papelão ou plástico;
n não danifica o material submetido ao processo, pois é frio;
n tem um longo tempo de validade, desde que o invólucro não seja rasgado,
molhado ou perfurado.
Transoperatório
86 Centro de Material Esterilização do material 87
materiais descartáveis, como seringas, agulhas, gazes, drenos, sondas, tubos, Desse modo, as pastilhas de formalina, derivadas do gás formaldeído, na
fios cirúrgicos e material de implante, como válvulas cardíacas e ortopédicas. prática, têm- se constituído na única alternativa para esses estabelecimentos
de saúde, embora elas não sejam reconhecidas pelo Ministério da Saúde como
um método de esterilização ou desinfecção.
Métodos químicos de esterilização
Esterilização por líquidos
São aqueles que utilizam produtos químicos, tanto em forma de gases como
de líquidos. Vamos analisar cada um desses métodos separadamente. A utilização de produtos químicos líquidos destinados à desinfecção ou
esterilização é indicada somente para aqueles materiais que não podem sofrer
Esterilização por gases a ação do calor, mas que suportam o meio líquido, e ainda quando não se
dispõe da esterilização pelo óxido de etileno. São exemplos desses materiais:
Um dos gases utilizados para a esterilização de material médico-hospitalar é plástico, acrílico e polietileno.
o óxido de etileno. É um gás tóxico, incolor e inf lamável, de ativa penetração e
poder bactericida (destruição das bactérias), inclusive para esporos. Ao tratar dos produtos químicos, não podemos deixar de mencionar que
muitos deles estão disponíveis no mercado, mas nem sempre oferecem
A esterilização pelo óxido de etileno é feita em autoclave própria. É um indicação clara de seus efeitos e instruções sobre o correto modo de usá-
processo bem mais complexo do que o de calor seco ou úmido, pois, além los, gerando dúvidas quanto ao seu emprego.
dos fatores temperatura e tempo, são igualmente importantes a concentração
do gás e a umidade relativa. Por isso é importante saber que a ação de um produto químico líquido
depende de três fatores:
O óxido de etileno, por esterilizar em temperaturas relativamente baixas, é contato: para um germicida exercer sua ação, é imprescindível que tenha
indicado para material sensível ao calor, como endoscópios, instrumentos contato com os microorganismos. Esse contato é dificultado por gorduras
oftalmológicos, motores, plásticos, fios elétricos, etc. e matéria orgânica, como sangue e pus, daí a necessidade de limpar
adequadamente o material e expor todas as superfícies à ação do produto.
A esterilização pelo óxido de etileno tem um prazo de validade maior que o Caso o artigo a ser esterilizado apresente superfícies ocas, é preciso cuidar
dos processos físicos, estando esse prazo na dependência de o invólucro para que o produto químico preencha todas elas.
não ter sido rasgado, molhado ou perfurado. concentração: cada substância germicida tem seu maior poder de ação numa
concentração específica. Por isso, é indispensável a secagem do mate-
A utilização do óxido de etileno tem representado a solução para a rial, antes de imergi-lo na solução química. Caso contrário, a substância
esterilização de materiais que não podem ser submetidos a temperaturas ficará diluída, reduzindo, assim, o seu poder de ação.
elevadas. Apesar disso, ela tem sido um tanto problemática devido à tempo de exposição: os produtos químicos não agem instantaneamente, sendo
complexidade da operação e à manutenção desse tipo de autoclave, sem necessário um certo tempo de contato com o material. Para a desinfecção
contar os riscos apresentados pelo gás. Por essa razão, muitos hospitais não de artigos, ou seja, para se obter uma ação germicida contra micro-
realizam mais essa tarefa, passando a contratar firmas externas especializadas organismos na forma vegetativa, o tempo de exposição é de 30 minutos.
nesse trabalho. Para a destruição dos esporos, ou esterilização, o tempo varia de acordo
com o produto químico utilizado e, por isso, é muito importante atentar
Entretanto, muitos estabelecimentos de saúde públicos e privados do país, para as orientações do seu rótulo.
além de não disporem de esterilização com o óxido de etileno, têm dificuldade
para contratar esse serviço, até mesmo pela falta de empresas especializadas Cuidados na esterilização com produtos químicos líquidos
em sua localidade. Assim, esses órgãos vêm recorrendo às pastilhas de n anotar a data e o horário em que o material foi colocado na solução e o
formalina para a esterilização ou desinfecção de materiais que não podem tempo de permanência;
sofrer a ação do calor ou de esterilizantes líquidos. n não misturar materiais diferentes;
n usar recipiente plástico ou de vidro, com tampa.
Transoperatório
88 Centro de Material Esterilização do material 89
Terminado o tempo de exposição, o material é retirado do produto de acordo A esterilização através de produtos químicos é um assunto bastante controvertido, sendo vários os
com a técnica asséptica e lavado com soro fisiológico ou água esterilizada, fatores a considerar no uso de cada um deles. Assim, a escolha do produto fica a critério do
pois o produto geralmente é irritante para a pele e as mucosas. Em seguida, serviço hospitalar, devendo essa escolha estar de acordo com as exigências da legislação em vigor.
é secado em campos estéreis e acondicionado em recipiente também estéril.
Transoperatório
90 Centro de Material
Guarda e distribuição
do material esterilizado
A guarda do material esterilizado é feita em área provida de armários fechados,
cestos, prateleiras, etc.
4. Complete o quadro:
Geral ..........................................................................................
Peridural ..........................................................................................
Regional ..........................................................................................
Local ..........................................................................................
Raquidiana ..........................................................................................
92 Exercícios Exercícios 93
Inês vai proceder à montagem da sala de operação para uma gastrostomia. Ela já verificou o horário da a) Quais os cuidados pré-operatórios que Jandira deve checar se foram
operação e também se havia solicitação de material ou equipamento especial. realizados ao paciente?
b) Que anotações ela deve verificar no prontuário do paciente?
Descreva as resposabilidades de Inês ao montar essa sala, no que diz c) Como Jandira deve relacionar-se com o paciente, enquanto ele aguarda
respeito: a anestesia?
a) Durante os preparativos para uma cirurgia, um ciculante ajuda o 11.Leia, no livro, o texto relativo às atribuições de um instrumentador e,
instrumentador a preparar as mesas auxiliares de instrumental. Ao fazer depois, faça uma relação das responsabilidades deste profissional.
isso, o circulante deve observar importantes princípios de assepsia. Ao terminar, discuta com toda a turma sobre o assunto, procurando
Quais são esses princípios e por que devem ser considerados? complementar a sua relação, a partir dos relatos dos colegas.
b) Um paciente está sendo colocado em decúbito lateral, para ser
submetido a uma cirurgia de pulmão. Nesse momento, como o
circulante que auxilia o posicionamento deve proceder com o paciente, 12.Descreva as atribuições de um instrumentador:
e por quê?
a) quando ele vai atuar com um cirurgião desconhecido
b) em relação à mesa do instrumental
7. Ao término de uma cirurgia, o circulante tem algumas atribuições bem c) ao término de uma cirurgia
específicas. Discuta esse assunto com seus colegas e o professor e, depois,
faça uma dramatização dessas atribuições. Ao finalizar, faça uma avaliação
da atividade. 13.Um instrumentador deve ter uma série de cuidados para evitar a
contaminação no Centro Cirúrgico. Enumere três desses cuidados,
justificando cada um deles.
8. Descreva os cuidados que devem ser tomados pelo circulante:
a) na colocação da placa neutra do bisturi elétrico 14.Faça um trabalho de grupo para dramatizar a técnica:
b) no decorrer da anestesia
c) com a peça anatômica retirada do paciente a) de lavagem e anti-sepsia das mãos e antebraços
b) de vestir o avental cirúrgico
c) de calçar luvas
9. Leia a situação:
Cada grupo pode ficar encarregado de uma técnica. Ao final, toda a turma
Jandira é circulante e foi encarregada de receber um paciente no Centro Cirúrgico. Ele será submetido a deve comentar as demonstrações e sistematizar as etapas das diferentes
uma cirurgia para retirada de cálculos renais, e está excessivamente nervoso. Ao prestar esse atendimento técnicas.
ao paciente, Jandira deve atentar para alguns cuidados específicos.
Transoperatório
94 Exercícios Exercícios 95
15. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, tendo em vista a c) Os métodos de esterilização físicos são .................... , .................... e
classificação do instrumental cirúrgico: .................... , enquanto que os métodos químicos são executados com
.................... ou .................... .
1) Instrumento de diérese ( ) agulhas d) As substâncias anti-sépticas impedem a .................... dos germes,
2) Instrumento de hemostasia ( ) saca-fibroma de Doyen enquanto as substâncias esterilizantes são capazes de .................... .
3) Instrumento de síntese ( ) bisturi
4) Instrumento auxiliar ( ) pinça de Foerster
5) Instrumento especial ( ) afastadores 20. Identifique e escreva a diferença entre:
( ) pinças Halstead-"Mosquito"
a) esterilização e desinfecção
16. Informe o que é pedido: b) artigos médico-hospitalares não-críticos, semicríticos, críticos e
contaminados
a) os tempos operatórios de uma cirurgia c) anti-sepsia e assepsia
b) os tipos de fios cirúrgicos
c) o tipo de agulha usada na sutura da pele
d) como é representada a espessura dos fios cirúrgicos 21. Ref lita sobre essa situação:
Berenice vai realizar a limpeza manual de vários materiais recém-chegados ao expurgo. Ela começará
17. Descreva como deve proceder o instrumentador diante das seguintes pelas pinças, que estão sujas de sangue e pus.
tarefas:
Agora, responda:
a) arrumação dos fios cirúrgicos na mesa de instrumental
b) passagem dos instrumentos para o cirurgião a) O que Berenice precisa fazer com as pinças, antes de realizar a limpeza,
c) arrumação dos instrumentos na mesa e como fará isso?
b) Após esse procedimento, como Berenice deve realizar a limpeza das pinças?
Transoperatório
96 Exercícios Exercícios 97
24.Complete o quadro, tendo em vista os materiais esterilizáveis em auto- 28. A ação de produtos químicos líquidos depende de aspectos como: contato,
clave a 121°C: concentração e período de exposição. Resumidamente, descreva cada
um desses aspectos.
Tipo de material Tempo de exposição Tipo de pr epar
eparoo
prepar
26.Responda às perguntas:
Na sala de expurgo de uma clínica é comum faltar algum material ou quebrar um equipamento. O auxiliar
de enfermagem já se acostumou com essa situação e acaba sempre improvisando algo.
Agora, responda:
Transoperatório
98 Exercícios
PÓS OPERATÓRIO
PARTE
4
O período pós-operatório tem início logo após
o término da operação e vai até a alta do
paciente, podendo ainda se estender a uma
fase de atendimento ambulatorial.
senac
Pós-operatório Fases
Pós-operatório imediato
Essa fase, em geral, tem início na Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.), para
onde é levado o paciente pós-operado, ainda sob efeito da anestesia. Lá, ele
recebe acompanhamento direto, e depois da estabilização de seu estado,
tem alta dessa unidade e é levado para o seu leito de origem.
102 Fases
Pós-operatório mediato
Recuperação
Pós-operatório Pós-Anestésica
Nessa fase o paciente já se encontra na Unidade de Internação Cirúrgica.
Pós-operatório tardio
Compreende a fase ambulatorial, quando o paciente retorna para avaliação
da cirurgia e sua eficácia. É nessa fase, também, que podem ser retirados os
pontos. Esse procedimento, em geral, ocorre de sete a dez dias após a cirurgia, A unidade de Recuperação Pós-Anestésica
quando, muitas vezes, o paciente já recebeu alta hospitalar. geralmente, está localizada próximo ao Centro
Cirúrgico, ou até mesmo dentro dele, facilitando
a transferência mais segura do paciente.
Objetivo
A Recuperação Pós-Anestésica tem como objetivo principal prestar ao pacien-
te todos os cuidados necessários, até a recuperação de seus ref lexos e estabili-
zação dos sinais vitais. É muito importante que o paciente receba assistência
integral nessa fase, pois é nela que se verifica o maior índice de complicações.
A área física da unidade de Recuperação Pós-Anestésica pode ser retangular A unidade deve contar, necessariamente, com os seguintes recursos indispen-
ou semicircular, com portas largas, de forma a permitir a passagem de macas sáveis ao controle de emergências:
e aparelhos. O posto de enfermagem deve estar no centro, em frente aos
leitos, em tablado, de forma a ficar mais elevado para visualizar todos os n carro de parada cardiorrespiratória devidamente equipado;
pacientes, sem exceção. Os leitos devem ser colocados lado a lado, separados
ou não por divisórias de fórmica ou cortinas.
Pós-operatório
n
n
respirador artificial;
sistema de aspiração a vácuo e elétrico;
n suprimento de oxigênio canalizado;
n balas de oxigênio portáteis sobressalentes;
n focos auxiliares pequenos;
n eletrocardiógrafo.
Pessoal
O grupo de trabalho de uma Recuperação Pós-Anestésica é formado pelo
anestesista de plantão e pela equipe de enfermagem, composta de en-
fermeiro, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Mobiliário e equipamento
As macas-leito da Recuperação Pós-Anestésica precisam ser largas, com grades
laterais e rodas, para facilitar o transporte seguro do paciente. Cada leito
Pós-operatório
Cuidados de
Pós-operatório Enfermagem
Pós-operatório imediato
Durante a permanência do paciente na unidade de Recuperação Pós-
Anestésica, cabe à equipe de enfermagem dispensar os seguintes cuidados:
n receber o operado, certificando-se do tipo de operação e de anestesia a
que foi submetido;
n checar, logo na chegada, as condições ventilatórias do paciente assim como
a presença e a permeabilidade de cânula orofaríngea ou tubo traqueal;
n observar o estado de consciência do paciente e, também, a coloração da
pele e das mucosas;
n posicionar o paciente no leito, de acordo com a operação e a anestesia.
De maneira geral, no pós-operatório imediato o paciente deve ser
108 Cuidados de enfermagem Cuidados no pós-operatório mediato 109
Pós-operatório
Pós-operatório Desconfortos
Dificuldade respiratória
Além de constituir uma situação de desconforto para o paciente, pode evoluir
para hipóxia, problema respiratório a ser detalhado mais adiante, no item
referente às complicações.
Dor
Um dos primeiros sintomas do pós-operatório. Gera ansiedade e tensão, além
de contribuir para a disfunção respiratória, porque o paciente com dor limita
112 Desconfortos Retenção urinária 113
Causas
Vômito n espasmo (contração) do esfíncter externo por medo ou vergonha;
n anestesia profunda e de longa duração;
Desconforto bastante comum, que pode ser atribuído ao efeito da anestesia, n cistite aguda pelo uso de sondas;
assim como à deglutição de sangue, muco e saliva, no período de n hipertrofia (aumento) prostática;
inconsciência. Pode ser também ocasionado pela não-observância do jejum n estenose (estreitamento) uretral;
no período pré-operatório. n perfuração da uretra por traumatismo;
n cálculo uretral, vesical ou coágulo;
Cuidados n paralisia dos ner vos da bexiga por lesão da medula ou compressão
n lateralizar a cabeça do paciente e administrar o antiemético (contra o resultante de fratura, tumores.
vômito) prescrito pelo médico, observando os mesmos cuidados do
analgésico. Ao se deixar o paciente em decúbito lateral ou com a cabeça Identificação
lateralizada, evita-se a aspiração do vômito para os pulmões, o que poderia n observar a quantidade e a freqüência das micções;
ocasionar asfixia respiratória e posteriores complicações, como a pneu- n valorizar queixas do paciente em relação à dor e ao desconforto no abdome
monia; inferior;
n proceder à lavagem da sonda nasogástrica, se o paciente a estiver usando, n relacionar agitação inexplicável com eventual retenção urinária;
pois provavelmente estará obstruída. Também verificar sua posição, que n verificar, mediante a palpação da região, a presença de abaulamento
poderá estar imprópria; suprapúbico e aumento da vontade de urinar.
n fazer a higiene oral do paciente, após cada episódio de vômito, e anotar o
número de vezes e a quantidade eliminada a cada vez. Meios simples para provocar o reflexo de micção
n minimizar medos ou timidez;
n melhorar um mau posicionamento;
n fazer o paciente ouvir o barulho de água, abrindo uma torneira;
n verter água morna sobre a região suprapúbica, em caso de não haver
Sede contra-indicação.
Pós-operatório
Pós-operatório Complicações
Pós-operatório imediato
As possíveis complicações do pós-operatório imediato são a hipóxia, a
hemorragia e o choque. Vamos ver em que consiste cada uma delas e os
respectivos cuidados de enfermagem prestados ao paciente, nessas situações.
Hipóxia
Complicação caracterizada pela oxigenação deficiente dos tecidos.
116 Complicações Hemorragia 117
Causas A hemorragia externa é mais fácil de ser percebida do que a interna, porque
n depressão respiratória provocada por anestésicos ou analgésicos em o local do sangramento é visível. O sangue pode-se exteriorizar através de
excesso, como a morfina, por exemplo; um orifício natural, como ouvidos, boca, vagina, uretra, ânus.
n obstrução das vias aéreas superiores por sangue, secreção, vômito ou
queda da língua; Hemorragia externa
n respiração inadequada devido à dor, posição, ansiedade, etc. Em função do local por onde o sangue é eliminado, a hemorragia recebe
alguns nomes especiais:
Sinais e sintomas epistaxe: sangue eliminado pelo nariz.
n cianose; hematêmese: sangue eliminado sob forma de vômito.
n dispnéia; Dispnéia: hemoptise: sangue espumoso, eliminado pela tosse.
n agitação; dificuldade hematúria: sangue eliminado pela urina.
n sensação de sufocamento. respiratória melena: sangue preto, eliminado pelo ânus.
Hemorragia
Perda anormal de sangue, cuja conseqüência para o paciente vai depender
da quantidade de sangue perdido e do seu estado geral naquele momento.
Ela pode ser venosa ou arterial, dependendo do vaso rompido.
Posicionamento correto
Classificação do paciente com
hemorragia primária: quando ocorre durante a operação, sendo geralmente hemorragia, exceto nos
controlada pela equipe médica. casos de cirurgias
hemorragia secundária: quando ocorre no pós-operatório, podendo ser: neurológicas. As
externa se o sangramento é visível. extremidades inferiores
interna se o sangue escoa para dentro de cavidades (abdome, tórax e crânio). são elevadas até um
ângulo de 20°,
Causas aproximadamente. Os
n defeitos na ligadura dos vasos, devido à hemostasia imperfeita; joelhos ficam retos, o
n distúrbios de coagulação do paciente; tronco horizontal e a
n tensão sobre o local da operação em conseqüência de movimentos cabeça discretamente
bruscos, esforço do paciente, etc. elevada.
Pós-operatório
118 Complicações Pós-operatório mediato e tardio 119
Hemorragia interna n a pele é fria e pálida, inicialmente. Depois, passa para úmida e, finalmente,
Mais difícil de ser detectada porque os sinais e sintomas se manifestam quando pegajosa, com lábios e unhas cianóticas;
o paciente já perdeu uma grande quantidade de sangue. A conseqüência, n a diurese fica abaixo de 30ml/hora;
então, é a instalação de um quadro de choque hipovolêmico, conforme n o nível de consciência se altera de orientado para, gradativamente, confuso
veremos no próximo item. e comatoso.
Cuidados
n detectar precocemente o aparecimento dessa complicação por meio da
observação constante do paciente e do rigoroso controle dos sinais vitais;
Choque n ao identificar os sinais de choque, o auxiliar deve comunicar imedia-
tamente ao enfermeiro responsável, para as providências necessárias;
É a diminuição da passagem do sangue para os tecidos, provocando n caberá ao médico, no entanto, identificar o tipo de choque e estabelecer
sofrimento nos órgãos, com conseqüente risco de vida. a conduta a ser seguida.
Tipos de choque
hipovolêmico: aquele causado pela diminuição acentuada do volume circulante,
devido à perda de sangue, plasma ou líquidos corporais. Algumas das
principais causas desse tipo de choque são as hemorragias, grandes
queimaduras, vômitos e diarréia (desidratação). É o tipo de choque que
mais acontece no pós-operatório imediato, devido às hemorragias.
cardiogênico: quando há uma deficiência da bomba cardíaca e o coração não Pós-operatório
consegue bombear uma quantidade de sangue suficiente para os órgãos
e tecidos. Esse tipo de choque ocorre quando há infarto agudo do mediato e tardio
miocárdio (I A M), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), lesões
traumáticas no coração e arritmias cardíacas. O paciente cirúrgico pode apresentar também outras complicações, já na
neurogênico: quando há uma alteração no sistema nervoso central, que provoca fase do pós-operatório mediato ou tardio. Dentre elas podemos citar a
dilatação anormal dos vasos sangüíneos. Pode ocorrer devido a distensão abdominal, as complicações de natureza respiratória ou vascular,
superdosagens de drogas hipotensoras (por exemplo, nitroprussiato de e, ainda, as relacionadas à ferida cirúrgica.
sódio), anestésicos, narcóticos e transtornos emocionais, como medo,
dor intensa ou ansiedade.
obstrutivo: causado por embolia pulmonar, decorrente da liberação de um
coágulo (êmbolo) que obstrui a artéria pulmonar.
séptico: provocado por liberação de toxinas de bactérias na corrente sangüínea, Distensão abdominal
geralmente provenientes de uma infecção já existente no organismo,
como, por exemplo, o abscesso intraperitoneal. Complicação relativamente comum no pós-operatório,
anafilático: resultado de uma reação do organismo, devido à hipersensibilidade especialmente em operações abdominais. Após a Movimentos
a determinadas substâncias, como a penicilina e o iodo, entre outros. anestesia, os movimentos peristálticos desaparecem e, muitas peristálticos:
vezes, demoram a retornar, fazendo com que líquidos e movimentos dos
Sinais e sintomas gases se avolumem no estômago e intestinos. intestinos
n os movimentos respiratórios são profundos e rápidos no início, passando
depois para superficiais e rápidos; Outras causas
n o pulso vai do rápido para o mais rápido, fraco e irregular; n imobilidade do paciente no pós-operatório;
n a pressão arterial vai caindo paulatinamente, chegando a uma pressão n alimentação imprópria ao pós-operatório;
sistólica máxima abaixo de 60 mmHg, nos casos mais graves; n traumatismo cirúrgico intestinal no transoperatório.
Pós-operatório
120 Complicações Complicações respiratórias 121
Medidas profiláticas Grande parte das complicações respiratórias, no entanto, pode ser evitada.
Podem ser colocadas em prática para evitar a distensão abdominal ou, pelo A profilaxia consiste em um pré-operatório bem feito e na tomada de
menos, acelerar o processo de reabilitação intestinal, como, por exemplo, a precauções durante e após a cirurgia.
mobilização no leito ou a deambulação precoce.
Por isso, se antes da operação o paciente apresenta sintomas como tosse, espirro,
Sinais e sintomas conjuntivas inf lamadas e secreção nasal, o cirurgião deve ser avisado
n abdome de volume aumentado; imediatamente. Durante a operação, e logo depois também, deve-se evitar que
n sensação de plenitude, como se estivesse com o estômago cheio; o paciente sinta frio, para protegê-lo de possíveis complicações respiratórias.
n dor abdominal, tipo cólica;
n dificuldade respiratória pela pressão sobre o diafragma, o que pode Outro procedimento importante para evitar problemas posteriores dessa
ocorrer em casos extremos. natureza é a aspiração de secreções na sala de recuperação. Também é
necessário estimular o paciente a realizar exercícios de tosse e respiração,
Cuidados pois com a dor, principalmente em operações torácicas e abdominais, eles
n estimular a deambulação; evitam respirar profundamente.
n mobilizar o paciente no leito, quando este não puder fazê-lo;
n incentivar o paciente a alimentar-se, de acordo com a prescrição médica, A seguir veremos as principais complicações respiratórias.
evitando alimentos que fermentem no intestino, como, por exemplo,
couve-f lor, repolho, cebola, batata-doce e refrigerantes;
n fazer sondagem retal por aproximadamente 20 minutos, para eliminação Atelectasia
dos f latos (gases) do cólon inferior;
n administrar, segundo prescrição médica, clisteres ou laxantes para É a redução do volume de um lobo ou de uma parte ainda maior do pulmão,
estimular a peristalse; freqüentemente causada pela obstrução de um dos brônquios.
n colocar calor sobre o abdome, se não for contra-indicado.
Sinais e sintomas
Muitas vezes, em caso de distensão abdominal é prescrita aspiração n dispnéia de intensidade variável;
gástrica.Para realizar esse procedimento é necessário introduzir uma sonda n cianose, em caso de estarem comprometidas grandes áreas do pulmão;
nasogástrica, o que é feito pelo médico ou enfermeiro. A sonda é aspirada n dor torácica imprecisa;
manualmente, em inter valos regulares, e, às vezes, ligada a um aspirador n febre.
intermitente.
Pneumonia
Complicações respiratórias
Inf lamação com endurecimento de parte do pulmão ou de todo ele. É mais
São freqüentes e graves para o paciente cirúrgico, em especial para os idosos freqüente em pacientes idosos ou com doença pulmonar preexistente, como,
e debilitados ou aqueles cujo período de convalescença é longo. por exemplo, enfisema ou bronquite.
Pós-operatório
122 Complicações Complicações vasculares 123
Cuidados
n elevar o membro inferior afetado;
n administrar os anticoagulantes e antiinf lamatórios prescritos;
Complicações vasculares n orientar o paciente para fazer repouso.
Trombof lebite
Pós-operatório
A ferida
Pós-operatório cirúrgica
Cicatrização da ferida
Pode ser de três tipos: por primeira intenção, por segunda intenção ou,
ainda, por terceira intenção. Veremos cada um deles a seguir, juntamente
com os fatores que interferem em uma cicatrização.
Tecido de
A cicatrização por primeira intenção é a união direta das bordas granulação:
da ferida, com ou sem sutura, e sem infecção. Há pouca tecido vermelho, mole
formação de tecido de granulação. A cicatriz é estreita e se dá e de fácil
em torno de quatro dias. De uma maneira geral, é dessa sangramento que forra
forma que cicatrizam as feridas cirúrgicas. as feridas deixadas
126 A ferida cirúrgica Complicações 127
Algumas outras feridas, no entanto, têm uma cicatrização por segunda intenção,
que é a união indireta das bordas, havendo formação de tecido de granulação. Complicações
Esse tipo de cicatrização ocorre quando há perda de
tecido ou infecção na ferida. A par te lesada é A ferida cirúrgica pode apresentar complicações no pós-operatório, como a
gradualmente preenchida pelo tecido de granulação que, Epitélio: infecção, a deiscência de sutura e a evisceração.
posteriormente, é recoberto pelo epitélio. A cicatriz por parte mais superficial
segunda intenção apresenta-se mais clara e menos elástica da pele
do que a pele normal. Infecção
Já a cicatrização por terceira intenção é a combinação dos dois primeiros tipos Causas
que acabamos de analisar. Em geral, ocorre uma deiscência de sutura e a n operações infectadas como, por exemplo, apendicite supurada, abscesso
ferida é deixada aberta para formação de granulação, sendo feita outra hepático, etc.;
sutura, posteriormente. n contaminação durante a operação por germes externos, em virtude de
anti-sepsia e assepsia inadequadas;
n contaminação após a operação (infecção hospitalar) provocada pela falta
Fatores que interferem na cicatrização de cuidados do pessoal que lida com o paciente, como lavar as mãos, por
exemplo.
Podem ser classificados em locais (relativos à própria ferida cirúrgica) ou
gerais (mais abrangentes, relativos ao estado do paciente como um todo). Medidas de profilaxia
n realizar o preparo correto da pele do paciente, no pré-operatório;
Fatores locais n utilizar corretamente, no Centro Cirúrgico, as técnicas de esterilização
grau de lesão: quanto maior for a lesão, mais difícil é a cicatrização; do material e de assepsia;
irrigação sangüínea: como o sangue é o responsável pela cicatrização, a má n manter o ambiente sempre limpo;
irrigação de sangue no local da ferida retarda, então, sua cicatrização; n lavar sempre as mãos.
corpo estranho: os corpos estranhos como gazes, sujeiras e fiapos de tecido,
provocam rejeição por parte do organismo, dificul- Sinais e sintomas
tando e retardando a cicatrização; Podem ser gerais ou específicos.
hematoma: o hematoma força as bordas da ferida, Hematoma: gerais: febre, mal-estar e cefaléia;
separando-as, o que pode favorecer o aparecimento bolsa de sangue específicos: dor, hiperemia, tumefação e presença de secreção na ferida.
de infecção; em um tecido vivo
infecção: a infecção provoca a formação de um edema que, Cuidados
pressionando os vasos sangüíneos, dificulta a chegada n colher a secreção para cultura e antibiograma;
dos nutrientes, prejudicando a cicatrização. n fazer curativos, sempre que necessário, nunca deixando as gazes ficarem
encharcadas;
Fatores gerais n anotar aspecto, quantidade e odor da secreção;
estado nutricional: a desnutrição retarda a cicatrização, já que esta depende das n administrar antibióticos, analgésicos e antitérmicos, seguindo rigoro-
proteínas, formadoras de tecido; samente a prescrição médica;
idade: quanto mais idoso for o indivíduo, maior é a dificuldade de cicatrização, n lavar sempre as mãos, antes e após os cuidados com o paciente.
devido a problemas circulatórios;
doenças: diabete, câncer, anemia, insuficiência renal, por exemplo, também
dificultam a cicatrização; Deiscência de sutura
radiação e uso de medicamentos: a radiação e os corticóides retardam a cicatrização.
É caracterizada pela separação das bordas da ferida previamente suturada.
Esse termo se refere, geralmente, à sutura cutânea da ferida operatória.
Pós-operatório
128 A ferida cirúrgica O curativo cirúrgico 129
Causas
n infecção da ferida; O curativo cirúrgico
n rejeição ao fio da sutura;
n obesidade; O curativo cirúrgico é extremamente importante, pois determina parte do
n desnutrição; sucesso de uma operação.
n doenças como diabete e anemia.
Finalidades
Medidas de profilaxia n imobilizar a região operada;
n auxiliar a diminuir, durante o período pré-operatório, Compensar um n absorver secreções;
os fatores que predispõem o paciente a esse tipo de paciente diabético: n evitar contaminação;
complicação. Por exemplo, compensando um paciente colocar o seu nível n proteger contra traumas;
diabético; de glicose dentro da n promover hemostasia;
n orientar o paciente quanto à movimentação e à tosse. normalidade n dar conforto ao paciente;
n aplicar medicamentos.
Sinais e sintomas
n queixa do paciente quanto a algo que está cedendo na incisão operatória; Classificação
n escoamento de líquido sanguinolento através da sutura; Se considerarmos a presença ou ausência de umidade intencional, eles podem
n dor na ferida operatória, que aumenta ou reaparece; ser secos ou úmidos.
n eventual separação das bordas da ferida.
Se, no entanto, levarmos em conta a presença ou não de infecção, eles se
Cuidados dividem em limpos (ou assépticos) e contaminados (ou sépticos).
n fazer curativo oclusivo;
n usar faixas abdominais. Já quanto à finalidade de promover hemostasia, eles são simples ou compressivos.
Cuidados
n acalmar o paciente;
n cobrir as vísceras com compressas ou gaze esterilizada, umedecidas em
soro fisiológico;
n enfaixar o abdome suavemente, sem comprimir as vísceras;
n não alimentar o paciente;
n encaminhá-lo ao Centro Cirúrgico, assim que a equipe médica solicitar,
junto com o seu prontuário.
Em caso de evisceração, você nunca deve tentar recolocar as vísceras para dentro da cavidade.
Pós-operatório
Drenagem
Pós-operatório cirúrgica
O dreno de Kher ou em T é utilizado nas operações que abrem a via biliar prin- O dreno de tórax é utilizado na cavidade torácica para restaurar a pressão negativa
cipal (hepático/colédoco), com a finalidade de escoar a bile para fora, por e escoar secreções ou sangue.
um determinado período.
Quando o recipiente estiver cheio, é necessário abrir a tampa de cima e Pleura visceral
esvaziá-lo. Para restabelecer a pressão negativa, comprime-se o recipiente Pulmão
até o ar sair totalmente e recoloca-se a tampa. Assim, a drenagem recomeçará.
Caixa torácica
O dreno fechado de pressão negativa é geralmente usado em operações
ortopédicas, neurocirúrgicas e outras onde haja sangramento residual. Dreno de tórax
Diafragma
Dreno de tórax
A remoção dos drenos varia de acordo com o tipo de cirurgia e com a prescrição médica.
Aspiração da ferida
por dreno fechado
de pressão negativa.
Pós-operatório
Pós-operatório Exercícios
1. Leia a situação:
Lena está de plantão numa unidade de Recuperação Pós-anestésica, onde um paciente acaba de dar
entrada após uma cirurgia de próstata.
a) Os dois primeiros cuidados que Lena deve prestar a esse paciente são
..............................................................................................................
b) O esquema de controle dos sinais vitais desse paciente é ....................
c) As anotações que Lena deve fazer no prontuário do paciente são
relativas aos seguintes aspectos ............................................................
3. Complete as lacunas:
4. Explique por que devem-se adotar os seguintes procedimentos: 1) oxigenação deficiente dos tecidos ( ) hematúria
2) sangue eliminado pelo nariz ( ) flebite
a) lateralizar a cabeça do paciente em caso de vômito 3) inflamação de uma veia ( ) hipóxia
b) umedecer lábios e boca dos pacientes, enquanto não estiverem 4) pele e mucosa azuladas ( ) atelectasia
totalmente refeitos da anestesia 5) sangue eliminado pela urina ( ) cianose
c) irrigar a região suprapúbica de um paciente com retenção urinária, 6) colapso de um lobo ou parte maior do pulmão
usando água morna
6. Faça, com seus colegas, uma dramatização de algumas situações diferentes ( ) Ao identificar um paciente com distensão abdominal, Celeste imobilizou-o no leito.
de atendimento a pacientes com desconforto pós-operatório. A turma ( ) Durante os cuidados pré-operatórios, Nair enfaixou as pernas de um paciente com varizes, e
pode ser dividida em quatro grupos, ficando cada um encarregado de elas foram mantidas assim durante a cirurgia.
abordar um dos desconfortos citados no livro: dor, vômito, retenção
urinária e sede.
11. Descreva como o auxiliar de enfermagem deve proceder com um
paciente:
7. Leia a situação:
a) cuja ferida cirúrgica apresenta evisceração
Marina trabalha em uma unidade de Recuperação Pós-Anestésica, e a toda hora recebe um novo paciente. b) que teve um choque obstrutivo, na RPA
Em um desses pacientes ela observou sinais e sintomas de hemorragia. c) que reclama de dor abdominal e tem o volume do abdome aumentado
Agora, responda:
12. Complete o quadro:
a) Como as hemorragias são classificadas?
b) Quais as causas possíveis de uma hemorragia?
c) Quais os cuidados de enfermagem que Marina deve prestar a esse
T ipo de dr eno
dreno Finalidade Tipo de operação
paciente?
Pós-operatório
138 Exercícios
13. Indique:
15. Leia:
Ao fazer um curativo em um paciente, Lucimar observou que a ferida estava com problemas de cicatrização,
o que ela relacionou ao fato de o paciente apresentar insuficiência renal.
Complete corretamente:
PARTE
5
Nesta parte do livro vamos trabalhar as
cirurgias mais comuns, destacando os
cuidados específicos a serem dispensados aos
pacientes cirúrgicos tanto no pré-operatório
como no pós-operatório. Também
abordaremos as possíveis complicações que
ocorrem no pós-operatório de cada uma
dessas operações.
senac
Intervenções Aparelho
cirúrgicas digestivo
Apendicectomia
Consiste na retirada cirúrgica do apêndice vermiforme ou cecal.
Localização do
apêndice vermiforme
ou cecal.
142 Aparelho digestivo Hernioplastia 143
Cuidado específico no pré-operatório n conectar um frasco estéril ao dreno de colédoco (dreno de Kher ou dreno
n administração de antibióticos, de acordo com a prescrição médica. A pri- em T), por onde escoa a bile, caso o paciente retorne da sala de operação
meira dose da medicação é geralmente aplicada antes do início da operação. com ele. Esse cuidado visa medir a secreção expelida, que depois deverá
ser anotada no prontuário do paciente;
Na apendicectomia é absolutamente contra-indicado o preparo intestinal por meio do uso de n observar os sinais de distensão abdominal, icterícia, náusea e vômito.
laxantes, enemas, etc., pois pode provocar a ruptura do abscesso formado em volta do apêndice,
devido ao aumento do peristaltismo. Complicação
n icterícia, que pode surgir em função de problemas clínicos ou da obstrução
Cuidados específicos no pós-operatório do colédoco.
n iniciar o balanço hídrico em pacientes que retornam da sala de operação
com sonda nasogástrica;
n observar os possíveis sinais de infecção na ferida operatória e no local da Hér nia:
Hérnia:
eventual drenagem. saída de um órgão ou
Hernioplastia estrutura através da
Complicações parede da cavidade
n peritonite, que pode permanecer, mesmo após a Peritonite: Também chamada de herniorrafia, consiste na correção na qual está
apendicectomia. Ela se manifesta por dor abdominal infecção do peritônio cirúrgica de uma hérnia. naturalmente contido
e febre, e, com certa freqüência, exige reoperação;
n fístula fecal (comunicação do intestino grosso com o A hérnia pode ocorrer em qualquer parte do corpo, porém é mais freqüente
exterior que permite a saída de fezes); no abdome, quando uma víscera abdominal sai através de uma abertura na
n obstrução intestinal, que é a incapacidade de o conteúdo intestinal fluir nor- parede do abdome.
malmente, devido a algum obstáculo. Um dos sintomas é o vômito persisten-
te, que pode levar à desidratação. Outro sintoma é a distensão abdominal. Cuidado específico no pré-operatório
n tricotomia, realizada (se necessário) de acordo com o local da hérnia.
Intervenções cirúrgicas
144 Aparelho digestivo Gastrostomia 145
Complicação
n hemorragia.
Gastrostomia
É a abertura do estômago, através da parede abdominal, para introduzir um
Gastrectomia tubo com a finalidade de aspirar secreções estomacais ou, então, alimentar e
hidratar o paciente.
Consiste na retirada total ou parcial do estômago. Ela pode ser temporária ou definitiva, dependendo da doença.
Intervenções cirúrgicas
146 Aparelho digestivo Colostomia 147
Intervenções cirúrgicas
148 Aparelho digestivo
Aparelho
Observações
n a colostomia, em geral, se faz simultaneamente a uma laparotomia. Nesses
casos, então, o paciente apresenta dois curativos, ao retornar da sala de
Intervenções
geniturinário
operação: um relativo à incisão principal e outro ao estoma, para evitar
contaminação do segundo para o primeiro;
n o paciente deve usar a bolsa mais indicada para seu caso. O tamanho do
cirúrgicas
orifício da bolsa precisa se ajustar perfeitamente ao redor do estoma,
impedindo que as fezes entrem em contato com a pele.
Existem algumas bolsas coletoras com revestimentos ao redor do orifício
de encaixe contendo cola karaya, que serve de proteção para a pele;
n o paciente pode apresentar alergia à cola da bolsa coletora, provocando
lesões na pele e aparecimento de infecções oportunistas por fungos.
Nesses casos, é preciso interromper o uso da bolsa temporariamente,
deixando a pele em repouso, até cicatrizar. Durante esse período, usar
apenas pomadas indicadas pelo médico e curativos absorventes, tro-
cados com freqüência, até a pele ficar íntegra novamente e o paciente
voltar a usar a bolsa;
n o auxiliar de enfermagem deve ter a preocupação de incentivar o paciente
ostomizado a participar ativamente de todos os cuidados com a colostomia,
preparando-o para a alta hospitalar e dando-lhe condições de cuidar de si
mesmo em casa. Caso ele tenha um cônjuge, este também deve participar
da fase de adaptação, para que a reintegração à vida familiar e social se Dentro desse novo grupo de cirurgias, você terá a
faça com rapidez e sucesso; oportunidade de analisar as seguintes opera-ções:
n finalmente, é importante citar as equipes multidisciplinares de saúde que prostatectomia, postectomia, nefrectomia,
se propõem a ajudar na reabilitação física e psicológica dos pacientes mastectomia e histerectomia.
ostomizados, favorecendo o seu convívio e de suas famílias com outros
ostomizados. Nas reuniões desses grupos são esclarecidas as dúvidas e
trocados testemunhos de vida e experiências.
Prostatectomia
Hiper
Hipertrtrtrofia
ofia
Nesta cirurgia, retira-se total ou parcialmente a próstata. pr ostática:
prostática:
É realizada nos casos de hipertrofia prostática ou de tumores aumento da próstata
localizados na próstata.
n medir a urina que sai pela sonda e verificar sua densidade; n registrar, na folha de balanço hídrico, os líquidos eliminados e os
n controlar a temperatura. Esses pacientes têm tendência à infecção urinária. administrados no paciente, inclusive em infusões venosas e na irrigação
da bexiga. Isso é importante para ajudar a avaliar as causas de choque
Após uma prostatectomia, o paciente retorna da sala de operação com uma hipovolêmico, que pode ocorrer nas primeiras horas após a operação;
sonda uretral de três vias (three-way) e um sistema de irrigação vesical contínua. n conectar a sonda da cistostomia em
O soro entra por uma das vias, lava a bexiga e sai, junto com a urina, por outra bolsa estéril e trocar seu curativo Cistostomia: abertura da bexiga geralmente feita
via que está conectada a uma bolsa coletora estéril, de sistema fechado. A terceira freqüentemente, caso o paciente através de um orifício na parte inferior do abdome,
via serve apenas para insuf lar o balonete que fixa a sonda dentro da bexiga. venha da cirurgia com ela; quando a operação se realiza por via abdominal
n estimular a ingestão hídrica, após
a retirada da irrigação;
n orientar o paciente, por ocasião da alta hospitalar, a não ingerir bebidas
Bexiga Solução para alcoólicas, evitar dirigir automóvel por tempo prolongado e continuar
irrigação ingerindo bastante líquido. Caberá ao médico conversar com o paciente,
Balonete informando-o sobre o eventual aparecimento de infertilidade ou impo-
tência, decorrente da operação.
Posição da Penis
próstata Complicações imediatas
Sonda de tres vias n hemorragia;
Saco escrotal n choque;
n obstrução da sonda e conseqüente parada da drenagem.
Intervenções cirúrgicas
152 Aparelho geniturinário Mastectomia 153
Nefrectomia Mastectomia
É a retirada de um rim, indicada em alguns casos de cálculos e tumores renais. Caracteriza-se pela retirada da glândula mamária ou de parte dela.
Área de tricotomia
para a nefrectomia.
Intervenções cirúrgicas
154 Aparelho geniturinário Histerectomia 155
Intervenções cirúrgicas
Intervenções Operações
cirúrgicas neurológicas
Craniotomia
Consiste na abertura cirúrgica do crânio, a fim de obter Esfenóide:
acesso às estruturas intracranianas. Essas estruturas osso ímpar
geralmente podem ser alcançadas através de um encravado no meio
procedimento denominado trepanação, que é a realização dos demais ossos da
de orifícios no crânio. Podem ainda ser atingidas por via base do crânio
transesfenoidal, através do esfenóide.
158 Operações neurológicas Laminectomia 159
Os cuidados pré-operatórios rotineiros, nesse tipo de operação, só devem ser feitos sob orientação
do médico ou do enfermeiro. Muitos desses cuidados podem ser prejudiciais ao paciente, como,
por exemplo, a administração do enema, que induz à defecação, podendo aumentar a pressão
intracraniana devido ao esforço.
Abordagens cirúrgicas
para a craniotomia. Cuidados específicos no pós-operatório
n manter o paciente em posição lateral ou em posição semiventral, para
A. As linhas facilitar a respiração;
pontilhadas indicam as n manter a via aérea desobstruída fazendo aspiração traqueofaríngea. Esse
incisões no couro B C procedimento deve ser feito cautelosamente, pois, caso contrário, pode
cabeludo elevar a pressão intracraniana;
n colocar a cabeceira do leito em semi-Fowler, depois que o paciente estiver
B. Orifícios de consciente, para facilitar a drenagem venosa do cérebro;
trepanação n observar e registrar a atividade espontânea do paciente, comparando-a
com a que apresentava no pré-operatório;
C. Acesso n aliviar o desconforto do edema periocular, lubrificando as pálpebras com
transesfenoidal para vaselina e colocando compressas frias leves em curativos oclusivos de
cirurgia na hipófise olhos, a intervalos especificados.
Intervenções cirúrgicas
160 Operações neurológicas
Outras
n avaliar o funcionamento vesical e intestinal;
n ensinar o paciente a virar-se como uma peça única, colocando um
travesseiro entre suas pernas, no caso das laminectomias lombares;
Intervenções
operações
n fazer a tricotomia, se houver pêlos na região.
cirúrgicas
Área de tricotomia
para cirurgia da
coluna vertebral.
n observar os sinais de hemorragia. Um sangramento discreto é normal, O paciente com catarata queixa-se de visão turva, distorcida e de sua perda
porém se houver aumento de volume deve-se comunicar tal fato progressiva. A pupila, que é negra, torna-se acinzentada com o tempo e,
imediatamente ao enfermeiro responsável; mais tarde, branco-leitosa.
n anotar o aspecto da secreção oral eliminada e o volume aproximado;
n executar a higiene oral freqüentemente; Cuidados específicos no pré-operatório
n iniciar a dieta com líquidos gelados, desde que não haja contra-indicação. n administrar colírios específicos, quando prescritos pelo médico;
Se for bem aceita, a dieta evolui depois para alimentos semipastosos, n orientar o paciente quanto à posição em que deverá permanecer no pós-
como gelatinas e sorvetes; operatório imediato.
n evitar os alimentos secos, quentes, e também os ácidos, na primeira
semana do pós-operatório; Cuidados específicos no pós-operatório
n orientar o paciente ou responsável para continuar com a dieta após a alta n manter o paciente em decúbito dorsal, evitando que movimente a cabeça;
hospitalar que, geralmente, ocorre no dia seguinte à operação. Também n ajudar o paciente a observar repouso absoluto nas primeiras 24 horas
orientar para procurar o médico, caso haja sinal de sangramento. após a cirurgia;
n prevenir vômitos e espirros;
Complicação n proteger o leito do paciente com grades;
n hemorragia, que pode ocorrer até uma semana após a intervenção cirúrgica. n manter o tampão do olho do paciente, uma vez que os curativos são feitos
apenas pelo médico;
n comunicar imediatamente ao enfermeiro responsável caso o paciente se
queixe de dor forte nos olhos, pois isso significa complicação;
n por ocasião da alta, orientar o paciente quanto à utilização dos
Facectomia medicamentos prescritos e das vendas nos olhos.
Drenagem de tórax
É uma cirurgia para colocação de um dreno no espaço pleural.
Intervenções cirúrgicas
164 Outras operações Drenagem de tórax 165
Sistema de drenagem
de tórax por
Recomendações
n observar a função do segundo frasco (estabilizador), que é controlar a
pressão do aspirador. Quando o sistema está em funcionamento, deve
haver borbulhamento no segundo frasco e oscilação da coluna líquida em
selo d’água no primeiro frasco (frasco coletor);
Sistema de drenagem
n evitar entrada de ar no sistema, vedando tampas e conexões com
torácica simples.
esparadrapo. Verificar se há furos nas conexões de borracha;
n manter os frascos sempre abaixo do nível do tórax, inclusive ao transportar
Recomendações o paciente e na troca dos frascos. Nessas situações, deve-se pinçar duplamente
n ligar o dreno torácico ao tubo longo mergulhado no selo d’água, utilizando a borracha que fica entre o dreno e o frasco, por medida de segurança;
uma conexão longa de borracha com aproximadamente 1,5m; n fazer movimentos de ordenha na conexão de borracha, para evitar
n manter o frasco de drenagem pelo menos 1 metro abaixo do nível do obstrução por coágulos ou secreção;
tórax do paciente. n fazer anotações sobre o volume, aspecto do líquido drenado e funciona-
mento do sistema. Observar se há borbulhamento no frasco estabilizador;
n estimular o paciente a tossir e a respirar profundamente;
Drenagem por aspiração n evitar dobras no dreno ou nas conexões de borracha;
n solicitar ao paciente para não se deitar do lado do dreno;
São utilizados dois frascos de 2 000ml. O primeiro frasco é idêntico ao do n fazer curativo oclusivo na incisão. Observar e anotar a presença de
sistema simples. Já o segundo frasco tem três tubos na tampa: um longo e secreções no local de implantação do dreno;
dois curtos. Os tubos curtos medem cerca de 12cm de comprimento, n auxiliar o médico ou enfermeiro na troca dos frascos.
devendo sua extremidade inferior ficar dentro do frasco, acima do nível da
água. O tubo longo deve ter comprimento suficiente para a extremidade
superior ficar aberta para o exterior e a extremidade inferior ficar mergulhada Complicações
na água esterilizada ou soro fisiológico, em uns 12 a 15 cm. Um dos tubos
curtos se comunica com o primeiro frasco, e o outro com a fonte de aspiração, n pneumotórax;
que é um aspirador elétrico ou a vácuo, de parede. n hemorragia.
Intervenções cirúrgicas
166 Outras operações Timpanoplastia 167
n iniciar a dieta com alimentos líquidos, frios ou gelados, por serem mais
Tireoidectomia Hiper tir
Hipertir eoidismo:
tireoidismo: fáceis de deglutir;
aumento da função n manter o laringoscópio, os tubos traqueais e a bandeja de traqueostomia
Caracteriza-se pela retirada total ou parcial da tireóide, da tireóide no quarto do paciente, por um período de 48 horas, para uso em caso de
devido a tumores de tireóide ou ao hipertireoidismo. emergência respiratória.
Intervenções cirúrgicas
168 Outras operações Traqueostomia 169
Complicações
n hemorragia;
n enfisemas subcutâneos, que se exteriorizam por inchação do pescoço,
do rosto e, às vezes, de todo o corpo. O enfisema subcutâneo, quando
é pressionado, produz a mesma sensação que a de comprimir uma
esponja molhada;
n infecção respiratória;
n asfixia por obstrução da cânula.
Aspiração
n conectar a sonda de aspiração estéril à borracha do aspirador, e
introduzir 15 a 20cm da sonda no orifício da cânula. Nesse momento,
ter o cuidado de pinçar o tubo de borracha do aspirador, ou introduzir
Paciente com
a sonda com o aspirador desligado, prevenindo traumatismos na mu-
traqueostomia
cosa traqueal. As sondas ideais são de borracha com orifício na ponta,
por traumatizarem menos. Entretanto, as de polietileno têm sido mais
Dependendo da causa, a traqueostomia pode ser temporária ou definitiva. usadas, por serem descartáveis;
Quando é temporária, o paciente permanece traqueostomizado até que se n retirar a sonda com movimento circular e único, com o aspirador ligado e
solucione o problema. Ela é definitiva em caso de laringectomia, isto é, o tubo de borracha livre;
retirada da laringe. A traqueostomia pode ser ainda uma operação de n deixar o paciente descansar e repetir a aspiração, quantas vezes forem
emergência ou programada. necessárias, a fim de retirar toda a secreção. Observar que o tempo
utilizado para fazer cada aspiração não deve exceder a cinco segundos,
Cuidados específicos no pré-operatório para não criar dificuldades respiratórias para o paciente;
n informar ao paciente, em casos de operação eletiva, que ele não poderá n lavar o tubo de borracha, aspirando água esterilizada ou soro fisiológico;
falar no pós-operatório, devendo se comunicar através da escrita ou de n jogar fora as sondas descartáveis, depois de usadas;
gestos. Com o tempo, ele poderá falar, fechando o orifício da traqueostomia; n trocar o frasco de soro fisiológico ou água esterilizada, utilizado para lavar
n fazer a tricotomia na face e no pescoço, nos casos de operações eletivas, a tubulação que aspira a secreção;
e em pacientes do sexo masculino; n usar luvas estéreis e observar certos cuidados na manipulação da sonda
n prover a unidade do paciente com sondas de aspiração, luvas, gazes, soro de aspiração, tendo em vista que a técnica de aspiração é asséptica.
fisiológico ou água esterilizada, oxigênio e aspirador.
Outros cuidados
Cuidados específicos no pós-operatório n fazer o curativo ao redor da cânula;
n prestar atenção especial à freqüência respiratória; n manter o curativo sempre limpo, trocando com freqüência as gazes e os
n observar o local para detectar sangramentos que possam implicar dificul- cadarços que seguram a cânula;
dade respiratória; n proteger o orifício da cânula com a gaze aberta, a fim de evitar a entrada
n manter o ambiente sempre limpo e umidificado, devendo o mesmo ter de insetos ou corpos estranhos;
janelas teladas; n manter o ambiente limpo e desodorizado;
n aspirar as secreções, observando e anotando a quantidade e o aspecto, n cuidar para não entrar água do banho na traqueostomia;
com a freqüência que se fizer necessária. n fazer a higiene oral do paciente, freqüentemente.
Intervenções cirúrgicas
170 Outras operações Operações vídeo-laparoscópicas 171
Cânulas de traqueostomia C
A. Cânula interna
B. Cânula externa
C. Obturador
Cânula
Alguns serviços mantêm dois conjuntos de cânulas metálicas para cada paciente traqueostomizado.
Balão externo
Dessa forma, a cânula interna suja é trocada por outra esterilizada em autoclave ou estufa. Esse é
o procedimento mais seguro e indicado, mas não é utilizado em todos os hospitais devido à
precariedade de recursos da maioria deles.
Cânula de polietileno Entrada de ar para o balão interno Balão interno
descartável.
A cânula interna de uma cânula metálica deve ser retirada pelo menos uma vez Por via laparoscópica podem ser realizadas cirurgias no abdome, tórax e
por dia, para limpeza, podendo ser retirada outras vezes, caso se faça necessário. cabeça, sendo mais comuns as de abdome, como, por exemplo: ooforectomia,
colecistectomia, apendicectomia.
Para a limpeza da cânula interna utilizam-se luvas estéreis e técnica asséptica. Colocar
a cânula numa cuba estéril com água oxigenada, para soltar as secreções que
ficam aderidas, principalmente à sua parede interna. Ajudar mecanicamente Laparoscopias abdominais
com uma escova estéril adequada ou gaze. Deixar a cânula em solução
esterilizante e, depois, lavar abundantemente com soro fisiológico ou água Cuidados específicos no pré-operatório
esterilizada. Por último, secar a cânula com gaze estéril e recolocá-la no paciente. n não existem. Alguns médicos dispensam, inclusive, a tricotomia abdominal.
Intervenções cirúrgicas
172 Outras operações
Cuidados nas
Intervenções operações
cirúrgicas ortopédicas
ser orientadas a respeito dos exercícios que deverão realizar no pós- n encorajar exercícios com os membros não afetados, pois a imobilidade
operatório, do emprego de tração ou do aparelho gessado. prolongada resulta em perda da massa muscular;
n estimular o paciente a realizar as atividades do dia-a-dia e seus cuidados
É ainda no pré-operatório das operações ortopédicas que se realizam dois cuidados de higiene, permitindo-lhe maior independência.
importantes, a saber: o preparo da pele do paciente e o preparo intestinal.
O preparo intestinal para as cirurgias ortopédicas em geral, realizado por meio A colocação desse aparelho requer a observação de cuidados especiais antes
de lavagens intestinais ou enemas, vai depender da orientação do e depois da aplicação, como também após a retirada dele.
ortopedista. As operações de colo de fêmur e quadril, por exemplo, exigem
um preparo rigoroso, para evitar de o paciente evacuar no transoperatório, Cuidados anteriores à aplicação do aparelho gessado
contaminando a ferida operatória. n informar ao paciente que ele sentirá calor debaixo do gesso;
n cobrir o paciente com um lençol para não espalhar gesso sobre os pontos
não envolvidos pelo aparelho;
n limpar a parte a ser imobilizada usando água e sabão, e cuidar para que
fique bem seca.
Cuidados no pós-operatório
Cuidados após a aplicação do aparelho gessado
Um dos cuidados importantes após as cirurgias ortopédicas é em relação ao n não pressionar o aparelho por 48 horas, aproximadamente, tempo este
uso de narcóticos. Como essas operações são extremamente dolorosas, é necessário para sua secagem;
comum haver a prescrição de narcóticos para aliviar a dor. Então, nos n manter o membro gessado elevado, para prevenir edemas;
pacientes que se submetem a várias cirurgias, o uso desses narcóticos pode n observar as extremidades dos membros gessados em busca de deficiência
criar um vício, constituindo um sério problema. Portanto, a administração circulatória por compressão do gesso, como, por exemplo, cianose ou
de narcóticos deve ser bastante criteriosa. impossibilidade de mover os dedos, os quais devem ficar expostos;
n estar atento a sinais de hemorragia, caso o paciente tenha sido operado;
Outros cuidados n orientar o paciente para não introduzir nada dentro do gesso, mesmo
n manter o membro operado elevado, para prevenir o edema que, quando há prurido, para não ocasionar escoriações na pele;
comprimido por bandagens ou gesso, causa dores freqüentes; n observar o cheiro do aparelho, pois as regiões gessadas normalmente
n observar as feridas operatórias, pois estas costumam sangrar mais que as exalam um odor característico, devido à falta de aeração. Caso o odor
outras, podendo levar ao choque hipovolêmico; seja fétido, pode ser sinal de infecção;
n mudar o paciente de decúbito, lavar, secar, massagear e lubrificar a pele n proteger as regiões de atrito com o gesso, para prevenir escaras;
freqüentemente com creme hidratante para evitar a escara, que pode n orientar o paciente para cobrir o gesso com plástico apenas para tomar
surgir em função de uma longa permanência na cama; banho, a fim de não molhá-lo.
Intervenções cirúrgicas
176 Operações ortopédicas Amputação 177
Tração
É a aplicação de uma força tensora em uma parte do corpo, com a finalidade
Tração esquelética.
de reduzir e imobilizar uma fratura, tratar espasmo muscular e dor, e recuperar
o comprimento e o alinhamento de um osso ou extremidade lesada.
Cuidados com o paciente em tração
Há dois tipos de tração: a cutânea e a esquelética. n manter os membros sob tração em posição anatômica, protegendo as
áreas de apoio;
A tração cutânea é presa à pele por adesivos. A tração aplicada à extremidade n observar o curativo, nos casos da tração esquelética;
puxa a pele e, com ela, as estruturas músculo-esqueléticas. n obser var a pele, em busca de sinais de pressão ou fricção sobre as
proeminências ósseas;
n orientar o paciente para não girar o corpo para os lados;
n estimular a movimentação dos membros e articulações não afetados;
n nunca apoiar os pesos, os quais devem estar sempre livres;
n nunca remover os pesos sem ordem médica;
n auxiliar na higiene do paciente e prevenir escaras de decúbito.
Complicações
n trombof lebite;
n escaras;
Paciente sob n complicações respiratórias;
tração cutânea. n infecção no local da inserção dos pinos, no caso de tração esquelética;
n escoriações na pele, no caso de tração cutânea;
A tração cutânea pode irritar a pele e exercer pressão sobre nervos periféricos. n deformidades.
O máximo de peso que pode ser aplicado na tração cutânea é de 2 a 3 kg.
Intervenções cirúrgicas
178 Operações ortopédicas
Complicações
A amputação só é realizada quando não existe mais a possibilidade de salvar
o membro e há risco de vida para o paciente. Também é realizada para
melhorar a condição funcional do membro comprometido por lesão grave.
Intervenções
Cuidados específicos no pré-operatório
n preparar o paciente psicologicamente, procedimento este que não deve
cirúrgicas cirúrgicas
ser negligenciado. Exceto em casos de operações de emergência, o
paciente deve ter atenção especial, para esclarecer suas dúvidas e receber
orientação quanto à sua reabilitação. Muitos deles podem vir a utilizar
uma prótese posteriormente;
n orientar o paciente quanto à realização de exercícios para fortalecimento
dos membros sadios, facilitando a adaptação a próteses e ao uso de muletas;
n realizar, com o paciente, os cuidados gerais do pré-operatório.
Ao longo de toda esta parte do livro você teve a
Cuidados específicos no pós-operatório oportunidade de analisar diferentes intervenções
n manter o coto elevado; Coto: cirúrgicas, os cuidados específicos nos períodos
n observar sinais de hemorragia; parte residual do pré e pós-operatórios e, ainda, as possíveis com-
n observar os cuidados com o gesso ou a tração, se houver; membro amputado plicações decorrentes dessas operações.
n orientar e estimular a prática dos exercícios, na
ausência de um fisioterapeuta; Agora precisamos analisar os cuidados que o
n auxiliar o paciente na reabilitação e solicitar a participação da família. auxiliar de enfermagem deve dispensar ao
paciente diante dessas complicações cirúrgicas.
Complicações Muitos desses cuidados são bastante específicos
n hemorragia; para cada tipo de complicação, não cabendo
n infecção; discuti-los aqui.
n dor fantasma, que é a dor sentida pelo paciente no membro amputado, a
qual vai desaparecendo com o tempo;
n deiscência de sutura;
n coto inadequado.
1. Leia a situação:
Joel está prestando atendimento a um paciente que vai se submeter a uma colostomia, em decorrência de
um tumor no intestino grosso. Ele tem conversado bastante com esse paciente sobre a cirurgia, e explicando-
lhe as alterações que ela provocará.
Agora, responda:
a) Joel agiu corretamente ao ter essas conversas com o paciente? Por quê?
b) Com que outras finalidades pode ser realizada uma colostomia?
c) Após a operação, que cuidados específicos Joel deve prestar a esse
paciente?
d) Quais as complicações possíveis de uma colostomia?
a) Na operação ...................., o preparo intestinal é absolutamente con- Um paciente foi internado numa clínica para a retirada total da tireóide, devido ao hipertireoidismo.
tra-indicado. Enquanto aguardava a cirurgia, as visitas foram proibidas pelo médico.
b) Dependendo da patologia do paciente, a gastrostomia pode ser
.................... ou ..................... . Agora complete as frases:
c) No pós-operatório da craniotomia, o paciente deve ser mantido em
posição .................... ou .................... . a) O nome da cirurgia a que esse paciente será submetido é ....................
b) As visitas foram proibidas, provavelmente, porque ..............................
c) No pré-operatório, esse paciente deve receber orientações quanto
5. Descreva: ..............................................................................................................
Intervenções cirúrgicas
184 Exercícios
CUNH A, Vanda Sventkauskas. Administração do bloco SA AD, William A.; PARR A, Osório M.; FARIA, Paulette B.
operatório. São Paulo : Cedas, 1985. N. Instrumentação cirúrgica. São Paulo : Cedas, 1993.
222 p.
EDLO. Manual de conservação de instrumentos
cirúrgicos. Canoas, 1987. 18 p. SAMAMA, Guy. Enfermagem no centro cirúrgico. São Paulo :
Organização Andrei Ed., 1986. 2 v. p. 447, 345.
ESCOLA DE SAÚDE DO HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS.
Apostilas de enfermagem cirúrgica. Rio de Janeiro, SÃO PAULO. Governo. Secretaria de Saúde. Resolução SS-
1990. 392, de 29 de junho de 1994. Aprova norma técnica sobre
a organização do Centro de Material e Noções de
FONSECA, Maria Adelaide Q. et al. Enfermagem em centro Esterilização. Diário Oficial [do Estado de São Paulo],
de tratamento intensivo. Belo Horizonte : Página, Arte n. 119, p. 44-46, 30 jun. 1996. Seção I.
e Composição, 1978.
SENAC. DR. PR. Manual do instrumentador cirúrgico.
KOHU, Berry. A técnica na sala de operações. Rio de Curitiba, 1987. 87 p.
Janeiro : Internacional, 1987. 307 p.
SENAC. DR. SP. Enfermagem em centro de material e
LACERDA, R. A. et al. Buscando compreender a infecção esterilização. / Maria Lúcia P. de A. Moura. São Paulo :
hospitalar no paciente cirúrgico. São Paulo : Atheneu, Editora Senac São Paulo, 1994. 45 p. (Série Apontamentos.
1992. Saúde).
LIMA, L. V. et. al. Central de material e seus sistemas de SILVA, Helena Mendes. A enfermagem no centro cirúrgico.
distribuição. Enfoque, São Paulo, n. 8, p. 7-12, nov. 1977. São Paulo : Cedas, 1979.
MASON, Mildred A. Enfermagem médico-cirúrgica. 3. ed. SILVA, M. C. et al. Central de material e esterilização em
Rio de Janeiro : [s. n.], 1976. hospitais : pontos a observar e erros a evitar. Revista
Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 32, 1979.
MOUR A, Maria Lúcia P. A. Estudo sobre a eficácia do
método esterilização pelo calor seco, usando o forno WILSON, John L. Manual de cirurgia. 5. ed. Rio de Janeiro :
de Pasteur - estufa. Rio de Janeiro : UNIRIO/Centro de Guanabara Koogan, 1976.
Ciências Biológicas e de Saúde, 1990. Tese apresentada
ao Concurso de Livre Docência da Escola de Enfermagem
de Ciências Biólogicas e de Saúde.
senac
SENAC Mato Grosso Rua Doutor Jessé Pinto Freire, 171
CEP 78020-640 Cuibá, MT
Tel.: (065)624-5777/624-5536
Amazonas Av. Djalma Batista, 2.507 Paraíba Rua Desembargador Souto maior, 291
CEP 69050-010 Manaus, AM CEP 58013-190 João Pessoa, PB
Tel.: (092)642-3229 Tel.: (083)221-5980
Bahia Av. Tancredo Neves, 1.109 - 10º andar Pernambuco Av. Visconde de Suassuna, 500
CEP 41820-021 Salvador, BA CEP 50050-540 Recife, PE
Tel.: (071)341-8700/341-4312 Tel.: (081)423-2277
Ceará Av. Tristão Gonçalves, 1.245 Piauí Av. Campos Sales, 1.111
CEP 60015-002 Fortaleza, CE CEP 64000-300 Terezina, PI
Tel.: (085)254-5688 Tel.: (086)223-4953
Distrito Federal Av. W4 SEUP/S - Q703/903-lote A Paraná Rua André de Barros, 750
CEP 70390-039 Brasília, DF CEP 80010-080 Curitiba, PR
Tel.: (061)225-6855 Tel.: (041)322-4334
Espírito Santo Rua Amenophis de Assis, 370 Rio de Janeiro Rua Pompeu Loureiro, 45
CEP 29050-630 Vitória, ES CEP 22061-000 Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (027)325-8222 Tel.: (021)255-4849
Maranhão Rua do Passeio, 495 Rio Grande Rua Coronel Genuíno, 358
CEP 65015-370 São Luís, MA do Sul CEP 90010-350 Porto Alegre, RS
Tel.: (098) 231-2044/231-2426 Tel.: (051)226-1411
Delegacias executivas
senac